25
F F A A C C U U L L D D A A D D E E S S A A N NG G L L O O - - A A M M E E R R I I C C A A N N O O F F A A A A C C U U R R S S O O D D E E F F I I S S I I O O T T E E R R A A P P I I A A Avaliação da Capacidade Funcional em Idosos com Fatores de Risco Cardiovascular DAIANY DA SILVA VILELA KAMILLA LUDMILLA SANTOS BUSANELLO SIMONE DASPET DE OLIVEIRA FOZ DO IGUAÇU 2010

Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

FFFAAACCCUUULLLDDDAAADDDEEESSS AAANNNGGGLLLOOO---AAAMMMEEERRRIIICCCAAANNNOOO ––– FFFAAAAAA

CCCUUURRRSSSOOO DDDEEE FFFIIISSSIIIOOOTTTEEERRRAAAPPPIIIAAA

Avaliação da Capacidade Funcional em Idosos com Fatores de Risco

Cardiovascular

DAIANY DA SILVA VILELA

KAMILLA LUDMILLA SANTOS BUSANELLO

SIMONE DASPET DE OLIVEIRA

FOZ DO IGUAÇU

2010

Page 2: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS COM

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR Evaluation of functionality in elderly patients with cardiovascular risk factors

Daiany da Silva Vilela¹, Kamilla Ludmilla Santos Busanello¹, Simone Daspet de Oliveira¹ Christiane Riedi²

¹ Discentes do curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo Americano da Cidade de Foz do Iguaçu, PR, Brasil. [email protected], [email protected], [email protected].

² Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo Americano da Cidade de Foz do Iguaçu, PR, Brasil. [email protected].

Resumo

Introdução: São inerentes ao envelhecimento as alterações em todos os sistemas que compõem o ser humano e essas alterações podem determinar o desempenho motor de cada indivíduo, demonstrando sua real capacidade funcional. Objetivo: identificar como os fatores de risco para doenças cardíacas podem influenciar na execução das atividades básicas de vida diária (AVD´s) e atividades instrumentais de vida diária (AIVD´s) em um grupo de idosos que freqüentam um Centro de Convivência do Idoso. Método: pesquisa foi do tipo transversal, aleatória e teve a participação de 78 idosos (67 mulheres e 11 homens). Utilizou-se um primeiro questionário com objetivo de coletar os dados pessoais e antropométricos. A capacidade para execução das AVD´s foi pesquisada pela aplicação Índice de Katz, que investiga a capacidade do indivíduo realizar tarefas ligadas ao auto-cuidado. Já a condição de execução das AIVD´s foi investigada através da aplicação da Escala de Lawton e Brody, que avalia a capacidade de execução de tarefas ligadas à independência do indivíduo na sociedade em que vive. Para avaliação da correlação entre a idade, questionário de AVD´s e AIVD´s foi utilizado o teste de correlação de Spearman com nível de significância estipulado em p< 0,05. Resultados: os testes de correlação não apresentaram significância estatística, mas foi encontrado um alto grau de independência tanto para AVD`s quanto para AIVD`s, que se acredita estar ligado ao fato de grande parte dos entrevistados (80%) praticarem atividade física regularmente. Conclusão: os idosos praticantes de atividade física regular se consideram independentes, apesar de possuírem doenças associadas. Palavras-chave: Senescência. Atividades cotidianas. Avaliação da Deficiência.

Page 3: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Abstract Introduction: Are inherent to ageing the amendments that occur throughout the physic system and these amendments can determine the motor development of each individual, presenting their real functionality. Objectives: Identify how the risk factors of heart disease can act upon the execution of basic activities of daily living (ADL) and instrumental activities of daily living (IADL) in a group of elderly patients from a community social center. Methods: The research was done as random and transverse kind with 78 elderly patients (eleven men and sixty-seven women). At first they have answered a questionnaire about personal and anthropometric data. To investigate the ability to perform the activities of daily living (ADL) was used the Katz Index, which assess the individual capacity to carry out the self-care tasks. To investigate the ability to perform instrumental activities of daily living (IADL) was used the Lawton & Brody Scale, which assess the individual capacity to carry out tasks of independent living. To find a correlation coefficient between age and both questionnaire answers was used the Spearman’s Rank, with a significance level determined in p<0,05. Results: Despite the correlation test did not demonstrate any statistic relevance, yet a high level of independence in ADL as in IADL was found, which is believed to be connected to regular workout, pleaded by 80% of the interviewed. Conclusions: The elderly patients who regularly workout consider themselves as independent despite having associated diseases.

Key words: Aging. Activities of Daily Living. Disability Evaluation.

INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento traz como conseqüências alterações nos sistemas:

respiratório, cardiovascular, nervoso e musculoesquelético resultando em uma diminuição da

capacidade vital pulmonar, no fluxo sanguíneo cerebral, além do déficit da agilidade,

coordenação, equilíbrio e flexibilidade (1, 2, 3, 4, 5, 6).

A última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD, 2008) confirmou a

tendência ao envelhecimento da população brasileira, com mais de 60 anos de idade até o ano

2025 passará de 9,98% para 16,23%.

Andreotti e Okuma (6) e Lino et al (7) afirmam que em função do processo de

envelhecimento, o individuo apresenta uma diminuição da capacidade funcional no

desempenho motor para realização das atividades de vida diária (AVD), o que, entretanto, não

os tornam necessariamente dependentes de outros.

Capacidade funcional é definida como o potencial que os idosos apresentam para

decidir e atuar em sua vida de forma independente. Já a incapacidade funcional é definida

pela presença de dificuldade no desempenho de certos gestos e de certas atividades da vida

cotidiana, (indispensáveis para uma vida independente na comunidade) ou mesmo pela

impossibilidade de desempenhá-las (8, 2).

Page 4: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Uma das escalas mais utilizadas para avaliação funcional das atividades de vida diária

é a Escala de Katz, que foi desenvolvida para avaliação de resultados em tratamentos de

idosos e predizer o prognóstico em pacientes crônicos. Esta escala consta de seis itens que

mensuram o desempenho do indivíduo nas atividades de auto-cuidado, os quais obedecem a

uma hierarquia de complexidade, abrangendo: alimentação, controle de esfíncteres,

transferência, higiene pessoal, capacidade para vestir-se e banhar-se (7).

Para Bonardi et al (9), a incapacidade funcional ou desabilidade limita a autonomia do

idoso na execução das suas AVDS, reduz a qualidade de vida e aumenta o risco de

dependência, institucionalização, cuidados e morte prematura do indivíduo idoso. Com isso

utiliza-se como ferramenta de avaliação, a escala desenvolvida por Lawton e Brody, em 1969,

segundo Santos e Junior (10).

Entretanto o presente estudo tem como objetivo identificar como os fatores de risco

associados às doenças cardíacas, interferem nas atividades de vida diária e nas atividades

instrumentais de vida diária dos idosos que freqüentam o Centro de Convivência do Idoso

(CCI) no bairro Jardim São Paulo da cidade de Foz do Iguaçu.

MATERIAIS E MÉTODOS

Participaram deste estudo 78 idosos de ambos os sexos com idade acima de 60 anos,

que são freqüentadores do Centro de Convivência do Idoso do Jardim São Paulo, da cidade de

Foz do Iguaçu.

Tratou-se de uma pesquisa do tipo transversal, aleatória e de demanda espontânea. Os

indivíduos foram informados sobre a natureza do estudo, e assinaram um Termo Livre e

Esclarecido, de acordo com as exigências para pesquisas em seres humanos, sendo o projeto

aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade Assis Gurgacz (CEP/FAG) protocolo de número

066/2010 (Anexo I). Os indivíduos foram submetidos a três questionários, um para

levantamento de dados antropométricos, outro para avaliar as atividades de vida diária e por

fim um questionário para avaliar atividades instrumentais de vida diária.

Foram incluídos no estudo, indivíduos com mais de 60 anos, de ambos os sexos, e que

faziam atividade neste centro.

Foram excluídos indivíduos com dificuldade de comunicação verbal e escrita que

limitassem a compreensão dos questionários.

Page 5: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Através do primeiro questionário foram investigados fatores de risco como: índice da

massa corpórea (IMC) que se deu através da equação P/E², os indivíduos foram pesados numa

balança da marca Britânia de capacidade de 150 kg e foram orientados a subir na balança

descalços e com pouco traje, a estatura foi obtida através de um estadiômetro de marca WCS

modelo Wood, os voluntários foram orientados a permanecerem na posição ereta, com os

calcanhares, nádegas e cabeça em contato com o estadiômetro que estava fixo na parede. Já a

medida da circunferência abdominal (MCA) foi obtida através de uma fita métrica,

posicionada no menor diâmetro entre as cristas ilíacas ântero superior e as ultimas costelas, a

escolaridade foi representada pela quantidade de anos dedicados ao estudo, por fim doenças

cardíacas (infarto agudo do miocárdio (IAM), Hipertensão, Cirurgias Coronárias,

Aterosclerose, Arritmias Cardíacas e doenças congênitas), doenças associadas (Diabetes

Mellitus, Osteoporose, Artrite, Dislipidemia e Artrose), doenças respiratórias (Asma,

Bronquite e Enfisema Pulmonar) e déficits visuais e auditivos (Anexo II).

Utilizou-se como ferramenta de avaliação o Questionário de Atividade de Vida Diária

(Anexo III) avaliado através do índice de Katz (11), que foi aplicado em forma de entrevista.

Este questionário buscou avaliar a dificuldade do idoso em realizar suas tarefas do dia-a-dia,

relacionadas com o cuidado corporal, tais como, vestir-se, banhar-se, transferir-se, usar o

banheiro, controlar esfíncter e alimentar-se. O quesito controlar esfíncter foi dividido em

controle de micção e evacuação.

Para a pontuação do questionário foi utilizado o formato de Likert, onde indivíduos

independentes recebiam pontuação 0; se necessitassem de alguma ajuda material, pontuação

1; se precisassem de ajuda humana, pontuação 2 e dependentes totais receberiam pontuação

3.

Para a avaliação de atividades instrumentais de vida diária (Anexo IV), que também se

deu em forma de entrevista, foi utilizada a escala de Lawton e Brody (10), que se diferencia

do índice de Katz, por avaliar o grau de limitação individual, em atividades instrumentais,

como: usar meios de transporte, manipular medicamentos, realizar compras, tarefas

domésticas leves e pesadas, utilizar telefone, preparar refeições e cuidar das próprias finanças.

Contendo sete questões, com três alternativas cada uma, na qual a última alternativa de cada

item, recebeu duas pontuações, pois, diferencia se o idoso não tem o hábito de realizar a tarefa

proposta ou é incapaz de realizá-la. Sendo assim, o individuo é classificado como

independente quando alcança a pontuação 3, se necessita de alguma ajuda 2, não tendo o

hábito será pontuado como 1, e se é incapaz de realizar a tarefa proposta terá 0 pontos.

Page 6: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Vale ressaltar a diferença de pontuação entre os questionários. Na forma de pontuação

de Katz, o individuo que obtém um escore menor é classificado como independente, já na

avaliação do Lawton, quanto maior o escore final maior será o grau de independência do

idoso.

ANÁLISE ESTATISTICA

Os dados foram apresentados em média, desvio-padrão e porcentagem.

Para avaliação da correlação entre a idade, questionário de AVD´s e AIVD´s foi

utilizado o teste de correlação de Spearman com nível de significância estipulado em p< 0,05,

para tal fui utilizado o programa estatístico InStat 3.4 da Graph Pad.

RESULTADOS

Participaram do estudo 78 idosos, de ambos os sexos, sendo 67 mulheres (86%) e 11

homens (14%), com idade média de 69,69 ± 5,58 anos. A escolaridade dos entrevistados foi

representada pela quantidade de anos dedicados ao estudo, e a média de tempo encontrada foi

de 3,51 anos, sendo que somente um indivíduo tinha formação completa de ensino superior.

Quando avaliados os dados antropométricos, verificou-se que os entrevistados

apresentam IMC média de 28,16 ± 5,37 para as mulheres e, entre os homens, foi de 27,80 ±

4,19. Já a média da circunferência abdominal feminina foi de 92,29 ± 12,25 e da masculina

foi de 91,88 ± 11,08. (Tabela I)

Tabela I: Perfil dos voluntários entrevistados

IMC: Índice de Massa Corpórea; MCA: Medida da Circunferência Abdominal

Foi observado que 63 (80%) dos entrevistados são praticantes de alguma atividade

física, com freqüência mínima de 3 vezes na semana, por, no mínimo 45 minutos.

Voluntários n % IMC (Kg/m²) MCA (cm) Homens 11 14 27,80 ± 4,19 91,88 ± 11,08 Mulheres 67 86 28,16 ± 5,37 92,29 ± 12,25

Page 7: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Em relação ao tabagismo, verifica-se que 48 idosos (61%) são não-tabagistas,

enquanto 28 (36%) declararam-se ex-tabagistas e apenas 2 entrevistados (2%) são tabagistas

ativos.

O déficit visual é presente em 74 (95%) dos entrevistados, já o déficit auditivo não foi

encontrado em larga escala, representando apenas a realidade de 17 (22%) dos entrevistados.

Apenas 15 voluntários declararam sofrer de patologia respiratória sendo a bronquite

crônica a patologia apresentada por 12 voluntários (15%).

Dos entrevistados, 42 (54%) declararam possuir alguma doença associada, e, destas, a

diabetes mellitus é a patologia presente em 20 (26%) dos entrevistados, seguida pela

osteoporose em 17 (22%), dislipidemia 10 (13%), artrite 7 (9%) e artrose 5 (6%).

Verificou-se que 58 indivíduos (74%) apresentaram doenças cardíacas, sendo 47

hipertensos (60%), 6 foram submetidos a cirurgias coronarianas (8%) e 5 sofrem de arritmia

cardíaca controlada por medicação (6%). Dentre os idosos pesquisados, não foram

encontrados pacientes com histórico de infarto agudo do miocárdio, aterosclerose ou doenças

congênitas. (Tabela II)

Tabela II: Doenças associadas investigadas

N % Atividade Física 63 80 Déficit visual 74 95 Déficit auditivo 17 22 TABAGISMO Fumante 2 2 Ex-fumante 28 36 Nunca fumou 48 61 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Bronquite crônica 12 15 Asma 5 6 Enfisema pulmonar 0 DOENÇAS ASSOCIADAS Diabetes mellitus 20 26 Osteoporose 17 22 Dislipidemia 10 13 Artrite 7 9 Artrose 5 6 DOENÇAS CARDÍACAS Hipertensão 47 60 Cirurgias Coronarianas 6 8 Arritmias Cardíacas 5 6 Doenças Congênitas 0 IAM 0 Aterosclerose 0

Page 8: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Dos entrevistados, 66 (85%) já se hospitalizou alguma vez em sua vida, sendo 22

(28%) por pequenos procedimentos como parto e intervenções ligadas ao sistema reprodutor

ou por afecções ligadas ao sistema digestório 22 (28%).

Já utilizaram o serviço da fisioterapia 47 idosos (60%), com uma média de 47,82

atendimentos, na maioria das vezes tratando de doenças crônicas.

Quando investigado os resultados do questionário que avalia as AVD´s, o Índice de

Katz, deve-se considerar que a pontuação máxima do teste é 21 pontos o que caracteriza

indivíduos com maior dependência. Nos voluntários investigados verificou que 77 (99%)

indivíduos obtiveram escore final de 2 pontos e apenas 1 participante obteve escore final de 5

pontos classificando-os como independentes.

Para o questionário de AIVD´s foi considerado independente o indivíduo com maior

pontuação foi possível verificar que da mesma forma que para as AVD´s os voluntários eram

considerados independentes.

Quando avaliada cada questão do questionário de AIVD´s, foi observado que na

questão 1, referente ao uso do telefone, 64 entrevistados (82%) declararam receber e fazer

ligações sem nenhum tipo de assistência extra; na questão 2, referente à viagens, 59

indivíduos (76%) afirmaram que viajam sozinhos e 13 (17%) relataram que só viajam quando

têm companhia; em relação a questão 3 que se refere às compras, 61 (78%) entrevistados

realizam as compras, quando é fornecido o transporte e 11 (14%) voluntários somente fazem

compras quando têm companhia; na questão 4, o quesito preparo das refeições, 71 (91%)

idosos dizem planejar e cozinhar refeições completas; já na questão 5, entre os entrevistados

apenas 51 (65%) realizam tarefas domésticas pesadas, e 20 (26%) apenas realizam tarefas

leves; na questão 6, 72 entrevistados (92%) fazem uso de medicamento sem assistência, e a

ultima questão que abrange o manuseio do dinheiro 65 (83%) declararam preencher cheques e

pagar contas sem auxílio. (Tabela III)

Considerando o escore final, verificou-se que 31 idosos (40%) são consideradas

independentes totais, pois obtiveram escore igual a 21 pontos, 47 indivíduos (60%)

atingiram um escore > 5 < 21 sendo assim classificados como dependentes parciais para as

AIVDS e nenhum indivíduo obteve escore menor que 5 pontos, portanto não foram

encontrados dependentes totais

Page 9: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Tabela III: Ìndice de Lawton e Brody

AIVDS 3 PONTOS 2 PONTOS 1 PONTO Uso telefone 64 (82%) 11 (14%) 3 (4%) Viagens 59 (76%) 13 (17%) 6 (8%) Compras 61 (78%) 11 (14%) 6 (8%) Refeições 71 (91%) 1 (1%) 6 (8%) Tarefas domésticas 51 (65%) 20 (26%) 7 (9%) Medicamento 72 (92%) 5 (6%) 1 (1%) Manuseio dinheiro 65 (83%) 8 (10%) 5 (6%)

Foi realizado também um estudo que buscava correlacionar a idade dos indivíduos

com as AVD´s (p=0,52) e as AIVD´s (p=0,54) bem como a correlação entre os escores

(p>0,57), porém não foi observado qualquer relação estatisticamente significativa.

DISCUSSÃO

Os resultados obtidos neste estudo devem ser interpretados levando-se em

consideração que a população estudada é restrita à freqüentadores de um Centro de

Convivência de Idosos, com demanda espontânea e abrangendo diferentes níveis sociais.

Além disso, o estudo se propôs a utilizar testes de auto-percepção em relação às AVD´s e

AIVD´s, não sendo possível a averiguação da execução das atividades relatadas.

Participaram do estudo, idosos que freqüentam uma das três unidades disponíveis dos

Centros de Convivência dos Idosos disponíveis em Foz do Iguaçu cuja média de idade dos

entrevistados é de 70 anos. Dados do IBGE (12) confirmam o crescimento e a longevidade da

população idosa ao indicar que entre 1980 e 2000, a esperança de vida ao nascer da população

masculina passou de 58,5 anos para 67,5 e a das mulheres aumentou de 64,6 para 75,9 anos.

Soma-se a isso a rápida queda da fecundidade iniciada na segunda metade dos anos 1960 e a

redução da mortalidade, especialmente nas idades mais avançadas. Segundo Spirduso (13), as

previsões apontam que a população com mais de 65 anos deverá ter seu maior crescimento

geral entre 2010 e 2020, quando os baby boomers alcançarão a idade de aposentadoria, com

previsão de crescimento entre 29,7% e 36,4%.

No presente estudo verificou-se que a maioria da população estudada (86%) é de

mulheres. Esta é a confirmação de um evento demográfico relatado por Neri (14) denominado

Page 10: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Feminização da Velhice, que representa o aumento significativo de mulheres na população

idosa. Ainda segundo Neri (14) esta vantagem pode ser parcialmente atribuída às diferenças

entre as doenças que acometem homens e mulheres; a taxa de doenças letais é muito maior

entre os homens idosos do que entre as mulheres idosas, nas quais predominam as doenças

não-fatais, mas incapacitantes e crônicas, entre elas artrite e hipertensão. Mas segundo

Figueiredo (15) a ausência dos indivíduos do gênero masculino na atenção à saúde não deve

ser pensada exclusivamente como uma falta de responsabilidade dos homens com sua saúde,

nem especificamente como uma falha na organização dos modelos de atenção primária à

saúde; em vez disso, a idéia é compreender o problema no contexto de uma complexa teia

cultural e comportamental.

Ainda Figueredo (15) observou que o “ser homem” pode aprisionar o indivíduo

masculino em amarras culturais, pois à medida que o homem é visto como viril, invulnerável

e forte, procurar o serviço de saúde, numa perspectiva preventiva, poderia associá-lo à

fraqueza, medo e insegurança; portanto, poderia aproximá-lo das representações do universo

feminino. E Gomes et al. (16) observou que os serviços públicos costumam ser percebidos

como um espaço feminilizado, freqüentado principalmente por mulheres e composto por uma

equipe de profissionais formada, em sua maioria, também por mulheres e essa situação

provocaria nos homens, a sensação de não pertencimento àquele espaço.

Com o envelhecimento, ocorrem transformações que particularizam o uso da

antropometria na análise da obesidade entre os idosos. O emprego do IMC apresenta

dificuldades em função do acúmulo de tecido adiposo, decréscimo de estatura (resultado da

cifose torácica, escoliose, osteoporose e compressão dos discos intervertebrais), diminuição

da quantidade de água no organismo e redução da massa corporal magra (17, 18).

Caso o IMC, preditor internacional de obesidade adotado pela Organização Mundial

da Saúde (OMS), indique um resultado ≤ 18,5 o peso do indivíduo é considerado abaixo do

normal, entre 18,5 e 24,9 o peso é normal, de 25 a 29,9 o indivíduo é considerado com

sobrepeso e a obesidade é representada por resultados de 30 a 34,9 para Grau l, 35 a 39,9 para

Grau ll e ≥ a 40 para Grau lII. Já Najas e Yamato (19) sugeriram, em 1994, um corte

diferenciado para IMC que leva em consideração as modificações na composição corporal

que ocorrem com o envelhecimento, no qual o baixo peso é indicado por IMC<22, eutrofia

por IMC entre 22 e 27 e sobrepeso IMC>27. Levando em consideração esta classificação, os

indivíduos pesquisados estão em sobrepeso, tanto os homens quanto as mulheres, pois

apresentam índices de média de 27,80 e 28,16 respectivamente. Uma realidade compatível ao

Page 11: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

estudo de Cabrera e Jacob Filho (20) que indica que 23,8% das mulheres estudadas e 9,3%

dos homens são considerados obesos grau l e de Tavares e Anjos (21) encontraram IMC

superior a 25 em 50,2% de suas entrevistadas e 30,4% dos entrevistados.

O IMC é uma medida amplamente utilizada por seu baixo custo, fácil aplicação e

reprodutibilidade, além de indicar o grau de obesidade de uma população, Olinto et al (22)

afirma que o envelhecimento promove uma redistribuição da gordura corporal, com

diminuição nos membros e acúmulo preferencialmente na região abdominal e a medida da

circunferência da cintura tem sido proposta como um dos melhores preditores

antropométricos de gordura visceral, e essa obesidade abdominal (ou obesidade andróide) é

fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes, dislipidemias e síndrome metabólica.

A OMS sugere que os pontos de corte para o MCA que indicam riscos de doenças

cardiovasculares ou associadas à obesidade sejam mulheres com cintura ≥ 80 cm apresentam

um risco elevado, assim como homens com cintura superior a 94 cm; já mulheres que tenham

cintura superior a 88 cm e homens com cintura superior a 102 cm apresentam riscos muito

altos dessas patologias.

Cabrera et al (23), em 2005, numa pesquisa com 575 mulheres encontrou como média

de circunferência abdominal 91 cm, já Santos e Sichieri (17) encontraram que dos 699 idosos

estudados a média da circunferência abdominal foi de 90 cm para os homens e 85 cm para as

mulheres. O presente estudo encontrou semelhança entre o resultado obtido pela média dos

homens e das mulheres, ambos aproximadamente 92 cm. O que, segundo a OMS, representa

que os homens estão com uma propensão menor a adquirir doenças cardiovasculares,

enquanto as mulheres apresentam risco bastante elevado.

Segundo as pesquisas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) que é o órgão auxiliar

do Ministério da Saúde no desenvolvimento de ações integradas para a prevenção e o controle

do câncer no Brasil, a prevalência do tabagismo em 1989 foi de 32,56% e em 2004 o último

inquérito domiciliar nacional, apontou queda na prevalência dos dados para 18,8% (24, 25). Já

Halty et al (26), encontraram que na região Sul do Brasil, a prevalência de fumantes com

idade ≥ 60 anos foi de 10,6% e diminuiu com o aumento da faixa etária, assim o presente

estudo obteve um resultado positivo, no qual 61% dos entrevistados nunca fumou, e 36%

eram ex-tabagistas e apenas 2% eram tabagistas ativos.

Pois, como relata Bratzler et al (27), o tabagismo é uma das causas de aceleração no

processo de envelhecimento, comprometendo não apenas a expectativa de vida, mas também

Page 12: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

a qualidade de vida dos mesmos, já indivíduos que abandonam o fumo apresentam um

aumento de sobrevida decorrente da redução de danos biológicos produzidos pelo tabagismo.

Como afirmam alguns autores, indivíduos não fumantes postergam o processo de

envelhecimento e o surgimento de doenças, tendo assim, uma vida mais longa e com boa

qualidade (28, 29, 30). Sachs (31) concluiu que ao abandonar o tabaco ocorre um aumento de

dois a três anos na expectativa de vida, entre idosos com 65 anos ou mais de idade.

Segundo Corredor (32) durante o processo de envelhecimento ocorrem mudanças

fisiológicas no organismo que contribuem para o declínio de varias funções; o estilo de vida

que o individuo leva pode acelerar ou diminuir estes processos, deste modo os idosos perdem

ou mantêm sua capacidade funcional conforme o estilo de vida adotado.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 1996 e 1997, nos estados do nordeste e sudeste

(33), apenas 13% dos entrevistados informaram estar praticando atividades físicas em horas

de lazer por pelo menos 30 minutos, em um ou dias na semana. Neste estudo foi observado

que 80% dos idosos são praticantes de alguma atividade física. Paterson et al (34) afirmam

que exercícios físicos ou programas de atividades físicas podem atenuar os declínios

relacionados à idade, contribuindo então, para a manutenção de independência e qualidade de

vida. Já, Franchi (35) observou que um estilo de vida fisicamente inativo pode ser uma das

primeiras causas de incapacidade para realizar as AVDs,

A prática de atividades físicas regulares produz uma série de adaptações morfológicas

e funcionais no organismo (cardiovasculares, osteomusculares e pulmonares) claramente

benéfico (36). E Okuma (37) demonstrou em seu estudo que um programa de exercícios

físicos regulares pode promover mais mudanças qualitativas do que quantitativas, como por

exemplo, a alteração na forma de execução dos movimentos e o aumento da velocidade na

realização da tarefa, tornando o idoso mais ágil, em comparação com idosos sedentários.

A senescência é um processo intrínseco, progressivo e irreversível (38). Mas os ditos

“preditores de envelhecimento” são ainda influenciados grandemente pela prática de

exercícios regulares, por exemplo, a capacidade aeróbica entre indivíduos fisicamente ativos é

aproximadamente 25% mais alta em cada categoria etária, de forma que um homem ou

mulher de 50 anos ativo costuma manter o nível funcional de uma pessoa de 20 anos (39).

Em 2007 Alves et al (40) constatou que aumentam em 39% as chances de um idoso

hipertenso ser dependente nas AIVD´s, e já para doenças cardíacas as chances aumentam para

82%. Em contrapartida Giacomin et al (41) demonstra que indivíduos portadores destas

patologias apresentam associações com a incapacidade leve ou moderada.

Page 13: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Este estudo demonstra que as doenças crônicas como hipertensão, diabetes mellitus e

bronquite não influenciaram na capacidade funcional dos idosos pesquisados. Pois mesmo a

hipertensão estando presente em 60% dos idosos entrevistados, a diabetes mellitus em 20% e

a bronquite em apenas 15%, em nada impossibilitou a total independência da execução das

AVD´s para 99% dos entrevistados e das AIVD´s para 40 %. Já para os 60% que são

considerados dependentes parciais por terem apresentado escore maior que cinco pontos, mas

menor que 21.Vale ressaltar que o menor escore obtido de 13 pontos, ainda bastante

longínquo do escore de dependência total (menor que 5 pontos).

Ferrer (42) observou que a perda da independência e autonomia começa de forma

discreta, com a diminuição gradativa da participação social do idoso, muitas vezes atribuída à

idade, até que a perda das AVD´s se instale e o processo de fragilidade agrave o estado de

saúde do indivíduo.

Num estudo específico da população idosa de São Paulo, comandado por Ramos et al

(43), concluiu-se que a perda de independência funcional obedeceu a uma hierarquia cujo

início se dá com a perda de atividades que envolvem, a interação do indivíduo com o meio

(participação social) para depois haver a perda da capacidade de execução das AVD´s e

seguiu a seguinte hierarquia de perda de funções: capacidade para fazer compras, dependência

para pegar ônibus, cuidar das finanças e tomar remédios adequadamente. Após a perda dessas

AIVD´s os idosos apresentariam uma perda da independência em continência, deambulação,

vestimenta, banho, alimentação e, finalmente, transferência de e para a cama. Já Vieira (44)

considera que as AIVD´s são uma maneira menos objetiva de medir a independência do

idoso, pois se refere à integração entre pessoa e meio ambiente (geralmente pela utilização de

um instrumento, o telefone, por exemplo); portanto se relaciona com capacidades aprendidas,

que dependem tanto do ambiente (fator extrínseco) como das características fisiológicas

individuais (fator intrínseco).

Neste estudo houve a confirmação da hierarquização das perdas funcionais,

principalmente se for observado que a independência total entre as AVDS e as AIVDS

apresentou uma queda de 59%, uma vez que 99% são independentes para AVDS e apenas

40% o são para AIVDS.

Kono et al (45) e Visser et al (46) referenciaram que sair de casa depende de uma

combinação de capacidades físicas e mentais que incluem controle de marcha, função

cognitiva, sensação de bem-estar, comunicação, relacionamento com os outros e autonomia. E

vale ressaltar que todos os entrevistados freqüentam o Centro de Convivência espontânea e

Page 14: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

regularmente, inclusive para a prática da Ginástica Comunitária, o que se acredita estar

intimamente relacionado à alta taxa de independência para AVD´s e AIVD´s.

CONCLUSÃO

Através deste estudo, que utiliza questionário de auto percepção para avaliação

funcional, conclui-se que idosos praticantes de atividade física, apesar de possuírem doenças

associadas, se consideram independentes tanto para execução de atividades de vida diária

quanto para atividades instrumentais de vida diária.

Sugere-se a comparação destes questionários de auto percepção com testes específicos

para avaliação da capacidade funcional, bem como a comparação com idosos sedentários.

Page 15: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

REFERÊNCIAS

1. Moragas RM. Gerontologia social: envelhecimento e qualidade de vida. São Paulo:

Paulinas 2004.

2. Matsudo SM, Keihan V, Matsudo R, Neto TLB. Impacto do envelhecimento nas

variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Rev Bras

Cien e Mov 2000; 8(4): 21-32.

3. Baumgartner RN, Koehler KM, Gallagher D, Romero L, Heymsfield SB, Ross RR, et

al Epidemiology of sarcopenia among the elderly in new México. Am J Epidmiol

1998; 1(47): 755-763.

4. Porter MM, Vandervoort AA, Lexell J. Aging of muscle: structure, function and

adaptability. Scand Jorn. Med Sci Sports 1995; 5(3): 129-142.

5. Matsudo S, Matsudo V. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade.

Rev Bras Ciên Mov 1992; 6:16-30.

6. Andreotti RA, Okuma SS. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida

diária para idosos fisicamente independentes. Rev Paul Educ Fis 1999; 13(1): 46-66.

7. Lino VTS, Pereira SEM, Camacho LAB, Filho STR, Buksman S. Adaptação

transcultural da escala de independência em atividades de vida diária (escala de Katz).

Cad Saud Publ 2008; 24(1): 103-112.

8. Rosa TEC, Benicio MHD, Latorre MRDO, Ramos LR. Fatores determinantes da

capacidade funcional entre idosos. Rev Saúde Pública 2003; 37(1): 40-48.

9. Bonardi G, Souza VBA, Morae JFD. Incapacidade funcional e idosos: um desafio para

os profissionais de saúde. Scientia Med 2007; 17(3): 138-144.

10. Santos R, Junior JSV. Confiabilidade da versão brasileira da escala de atividades

instrumentais da vida diária. RBPS 2008; 21(4): 290-96.

11. Oliveira DLC, Goretti LC, Pereira LSM. O desempenho de idosos

institucionalizados com alterações cognitivas em atividades de vida diária e

mobilidade: estudo piloto. Rev Bras Fisio 2006; 10(1): 91-96.

12. Beltrão KI, Caramano AA, Kanso S. Dinâmica populacional brasileira na virada do

século XX: testo para discussão número 1034. Brasil Ministério do Planejamento e

orçamento e gestão 2004; 16.

13. Spirduso WW. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri, SP: Manole; 2005.

Page 16: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

14. Neri AL. Envelhecimento e qualidade de vida na mulher. Anais do 2° congresso

paulista de Geriatria e Gerontologia. Campinas, Brasil 2001.

15. Figueredo W. Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção

primaria. Cien e Saud Colet 2005; 10(1): 105-09.

16. Gomes R, Nascimento EF, Araújo FC. Por que os homens buscam menos os serviços

de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e

homens com ensino superior. Cad Saud Publ 2007; 23(3): 565-74.

17. Santos DM, Sicheri R. Índice de massa corporal e indicadores antropométricos de

adiposidade em idosos. Rev Saud Publ 2005; 39(2): 163-8.

18. Cervi A, Franceschini SCC, Priore SE. Análise critica do uso do índice de massa

corporal para idosos. Rev Nutri, Campinas 2005; 18(6): 765-75.

19. Najas M, Yamato TH. Implicações nutricionais na funcionalidade do idoso. In:

Perracini MR, Fló CM, editor. Fisioterapia: teoria e prática clínica Funcionalidade e

envelhecimento. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2009. p. 231-39.

20. Cabrera MAS, Filho WJ. Obesidade em idosos: prevalência, distribuição e associação

com hábitos e co-morbidades. Arq Bras Endocrinol Metab 2001; 45(5): 494-501.

21. Tavares EL, Anjos LA. Perfil antropométrico da população idosa brasileira.

Resultados da pesquisa nacional sobre saúde e nutrição. Cad Saud Publ 1999; 15(4):

759-68.

22. Olinto MTA, Nácul LC, Costa JSD, Gigante DP, Menezes AMB, Macedo S. Níveis

de intervenção para obesidade abdominal: prevalência e fatores associados. Cad Saud

Publ 2006; 22(6): 1207-15.

23. Cabrera MAS, Wajngarten M, Gebara OCE, Diament J. Relação do índice de massa

corporal, da relação cintura-quadril e da circunferência abdominal com a mortalidade

em mulheres idosas: seguimento de 5 anos. Cad Saud Publ 2005; 21(3): 767-75.

24. Ministério da Saúde: Instituto Nacional de Câncer. Coordenação Nacional de Controle

do tabagismo e prevenção primaria de câncer: Falando sobre tabagismo. 3ª ed. Rio de

Janeiro: INCA 1996.

25. Ministério da Saúde: Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de prevenção e

vigilância: Prevalência de tabagismo no Brasil: Dados do inquérito epidemiológico em

capitais brasileiras. Rio de Janeiro: INCA 2004.

26. Halty LS, Hunttner MD, Santos A, Coelho C, Gruber R. Tabagismo em Rio Grande.

RS. J Pneumol1994; 20(3): 18-391.

Page 17: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

27. Bratzler DW, Oehlert WH, Austelle A. Smoking in the elderly: it´s never too late to

quit. J Okla State Med Assoc 2002; 95(3): 185-91.

28. Barbanti VJ. Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo: Manole 1990. p146.

29. Cox JL. Smoking cessation in the elderly patient. Clin. Chest. Med 1993; 14(3): 423-

8.

30. Sunyer J, Lamarca R, Alonso J. Smoking after age 65 years and mortality in

Barcelona, Spain. Am J Epidemiol 1998; 148(6): 575-80.

31. Sachs DPL. Cigarette smoking: health effects and cessation strategies. Clin Geriatr

Med 1986; 2(2):337-62.

32. Corredor NC. Efeito de um programa de condicionamento físico sobre flexibilidade de

idosas [Dissertação]. Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciência Campos

Bauru 2006.

33. Stewark KJ, Bacher AC, Turner KL, Fleg JL, Hees PS, Shapiro EP, et al. Effect of

exercise on blood pressure in older persons: a randomized controlled trial. Arch Intern

Med 2005; 165(7): 756-62.

34. Paterson D, Jones G, Rice C. Ageing and physical activity: evidence to develop

exercise recommendations for older adults. Appl Physiol Nutr Metab 2007; 32: 108-

69.

35. Franchi KMB, Monteiro LZ, Almeida SB, Pinheiro MHNP, Medeiros AIA,

Montenegro RM, et al. Capacidade funcional e atividade física de idosos com diabetes

tipo 2. Rev Bras Ativ Fisic e Saud. 2008; 13(3): 158-66.

36. Reichert CL. Associação entre fatores metabólicos, antropométricos e clínicos e

atividade física em idosos [Dissertação]. Pontifica Universidade Católica do Rio

Grande do Sul 2006.

37. Okuma SS. O idoso e a atividade física: fundamentos e pesquisa. Campinas SP:

papirus 2° ed: 2002.

38. Pickles B, Compton A, Cott C, Simpson J, Vandervoort A. Fisioterapia na Terceira

idade. 2º ed. São Paulo. Santos 2002.

39. McArdle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e

desempenho humano. 4° ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan 1998.

40. Alves LC, Leimann BCO, Vasconcelos MEL, Carvalho MS, Vasconcelos AGG,

Fonseca TCO, et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos

idosos do Município de São Paulo 2007; 23(8) 1924-30.

Page 18: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

41. Giacomin KC, Peixoto SV, Uchoa E, Costa MFL. Estudo de base populacional dos

fatores associados à incapacidade funcional entre idosos na Região Metropolitana de

Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saud Publ 2008; 24(6): 1260-70.

42. Ferrer MLP. Mobilidade no idoso. In: Perracini MR, Fló CM, Editor. Fisioterapia:

Teoria e Pratica clinica Funcionalidade e envelhecimento: Rio de Janeiro. Guanabara

Koogan 2009. p.181-90.

43. Ramos LR, Perracini M, Rosa T, Kalache A. Significance and Management of

disability among urban elderly residents in Brazil. J Cross Cult Geront 1993; 8(4):

313-23.

44. Vieira EB. Manual de gerontologia: um guia teórico prático para profissionais,

cuidadores e familiares. 2º ed. Rio de Janeiro. Revinter 2004.

45. Kono A, Kai I, Sakato C, Rubenstein LZ. Frequency of going out doors predicts long

range functional change among ambulatory frail elders living at home. Arch Geront

Geriatr 2007; 45(3): 233-42.

46. Visser M, Simonsick EM, Colbert LH, Brach J, Rubin SM, Kritchevsky JB, et al.

Type and intensity of activity and risk of mobility limitation: the mediating role of

muscle parameters. J Am Geriatr Soc 2005; 53(5):762-70.

Page 19: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

ANEXOS

Page 20: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

Anexo I

Page 21: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

ANEXO II

QUESTIONARIO LEVANTAMENTO DE DADOS: PRE SELEÇAO. NOME: _____________________________________________________________ SEXO: ( )F ( )M IDADE: _______ TELEFONE:_____________ PESO: ________ ALTURA: ________ M.C.A: ___________cm. ESCOLARIDADE: _________________________ ATV. FISICA:( ) SIM ( ) NAO QUANTAS VEZES POR SEMANA ( ) 3X ou mais. QUANTO TEMPO: ______________ TABAGISTA: ( ) NAO ( ) SIM ( ) EX-FUMANTE QUANTOS CIGARROS POR DIA:______ QUANTO TEMPO:_____________ DEFICIT VISUAL:( )SIM ( )NAO DEFICIT AUDITIVO:( )SIM ( )NAO DOENÇAS RESPIRATORIAS ( )ASMA ( ) BRONQUITE ( ) ENFISEMA DOENÇAS ASSOCIADAS ( )DIABETES ( )OSTEOPOROSE DOENÇAS CARDIACAS ( )IAM ( )ATEROSCLEROSE ( )HIPERTENSAO ( )CIR. CORONARIAS ( )ARRITMIA CARDIACA ( )DOENÇAS CONGENITAS JA FOI INTERNADO ( )SIM ( )NAO QUANTO TEMPO FICOU INTERNADO: _________________________________ MUDOU HABITOS DE VIDA: ( )SIM ( )NAO ( )ALIMENTAÇAO ( )EXERCICIOS ( )OUTROS JA FEZ FISIOTERAPIA: ( )SIM ( )NAO QUANTO TEMPO:_______________ LOCAL DA PESQUISA _______________________________________ DATA:________________________

Page 22: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

ANEXO III

AVALIÇÃO FUNCIONAL

Escala de Atividades de Vida Diária: Índice de KATZ

1) Banhar-se

( ) Independente para entrar e sair do banheiro.

( ) Necessidade de ajuda através do uso de órtese ou algum apoio material para

o banho.

( ) Necessidade de ajuda humana para lavar algumas partes do corpo ou

supervisão.

( ) Recebe assistência no banho para mais de uma parte do corpo.

2) Vestir-se

( ) Independente para pegar a roupa e se vestir.

( ) Necessidade de apoio de algum objeto para se vestir.

( ) Necessidade de ajuda humana para pegar a roupa.

( ) Dependência total para se vestir.

3) Uso do banheiro

( ) Independente para ir ao banheiro e se limpar.

( ) Necessidade de ajuda através do uso de órtese ou marreco, comadre e urinol

para a higiene.

( ) Necessidade de ajuda humana para ir ao banheiro ou se limpar.

( ) Não vai ao banheiro para o processo de eliminação.

4) Transferir-se

( ) Independente para entrar ou sair do leito, sentar e levantar da cadeira.

( ) Necessidade de ajuda de através do uso de órtese ou de algum apoio

material para realizar

a transferência.

( ) Necessidade de ajuda humana parcial para entrar e sair do leito, sentar e

levantar da cadeira.

( ) Não sai da cama, restrito ao leito.

Page 23: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

5) Controle Esfincteriano Micção

( ) Independência para controlar a micção.

( ) Necessidade de ajuda através do uso regular de urinol, comadre ou marreco

para controle

da micção e defecação.

( ) Necessidade de ajuda humana para controle da micção ou usa fralda noturna

somente.

( ) Dependência total através do uso constante de cateteres ou fraldas.

Evacuação

( ) Independência para controlar os movimentos intestinais.

( ) Necessidade de ajuda através do uso regular de urinol, comadre ou marreco

para controle

da defecação.

( ) Necessidade de ajuda humana para controle da defecação ou usa fralda

noturna somente.

( ) Dependência total através do uso constante de fraldas.

6) Alimentar-se

( ) Independente para pegar o alimento e levá-lo até a boca.

( ) Necessidade de ajuda através do uso de adaptadores para a alimentação.

( ) Alimenta-se sozinho exceto pela assistência para cortar a carne e passar

manteiga no pão.

( ) Dependência total para a alimentação.

CLASSIFICAÇÃO Quanto menor o escore final, maior a independência do individuo.

Page 24: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

ANEXO IV

Escala de Atividades instrumentais de vida diária índice de: LAWTON E BRODY

1-Em relação ao uso do telefone

( ) Recebe e faz ligações sem assistência

( ) Necessita de assistência para realizar ligações telefônicas

( ) Não tem o hábito ou é incapaz de usar o telefone

2-Em relação às viagens

( ) Realiza viagens sozinho

( ) Somente viaja quando tem companhia

( ) Não tem o hábito ou é incapaz de viajar

3-Em relação à realização de compras

( ) Realiza compras, quando é fornecido transporte

( ) Somente faz compras quando tem companhia

( ) Não tem o hábito ou é incapaz de realizar compras

4-Em relação ao preparo das refeições

( ) Planeja e cozinha as refeições completas

( ) Prepara somente refeições pequenas ou quando recebe ajuda

( ) Não tem o hábito ou é incapaz de realizar

5-Em relação ao trabalho doméstico

( ) Realiza tarefas pesadas

( ) Realiza tarefas leves, necessitando de ajuda nas pesadas

( ) Não tem o hábito ou é incapaz de realizar trabalhos domésticos

6-Em relação ao uso de medicamentos

( ) Faz uso de medicamentos sem assistência

( ) Necessita de lembretes ou assistência

( ) É incapaz de controlar sozinho o uso dos medicamentos

Page 25: Avaliação da capacidade funcional em idosos com fatores de risco

7-Em relação ao manuseio de dinheiros

( ) Preenche cheque e paga conta sem auxílio

( ) Necessita de assistência para o uso de cheques e contas

( ) Não tem o hábito de lidar com o dinheiro ou é incapaz de manusear dinheiro,

contas.

CLASSIFICAÇÃO:

Dependência total: ≤ 5 Dependência parcial: > 5 < 21 Independência: 21