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Avaliação da qualidade de vida em indivíduos com rinossinusite crônica Dissertação de Mestrado Pablo Pinillos Marambaia Salvador-Bahia Brasil 2013

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Avaliação da qualidade de vida em indivíduos com

rinossinusite crônica Dissertação de Mestrado

Pablo Pinillos Marambaia

Salvador-Bahia

Brasil

2013

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Avaliação da qualidade de vida em indivíduos com

rinossinusite crônica

Dissertação apresentada ao curso de Pós-

Graduação em Medicina e Saúde

Humana da Escola Bahiana de Medicina

e Saúde Pública como requisito para

obtenção do título de Mestre em

Medicina e Saúde Humana.

Autor: Pablo Pinillos Marambaia

Orientadora: Prof.ª Dra. Manuela

Garcia Lima

Salvador-Bahia

2013

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Avaliação da qualidade de vida em indivíduos com

rinossinusite crônica

Dissertação de Mestrado

Pablo Pinillos Marambaia

Folha de Aprovação

Comissão Examinadora

Profª Drª Manuela Garcia Lima

Profª Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

Doutora em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva, UFBA.

Salvador - Bahia

2013

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“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e

não na vitória propriamente dita”

(Mahatma Gandhi)

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Dedico este trabalho à minha família, em especial a minha esposa

Verena, meu amor, que foi e é um agente de modificação constante

para que eu seja uma pessoa melhor e mais vulnerável aos sentimentos

entre as pessoas. A Gabriel, meu filho do coração, pelos ensinamentos

diários e pelo estímulo, mesmo que inconsciente e não programado,

para que eu seja um exemplo a ser seguido. Marina, minha filha, pelo

sorriso sincero e amoroso e pelas lágrimas que chegam aos meus

olhos pelo simples fato de lembrar que sou seu pai. Por fim, à

Manuela, que neste momento ainda não conheço e é somente fruto da

minha imaginação, mas que já me traz ao meu coração o mais

cristalino e incondicional amor.

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INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

EBMSP - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

FBDC - Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências

INOOA - Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados

FONTES DE FINANCIAMENTO

FOB – Associação de Fomento da Otorrinolaringologia da Bahia.

Recursos próprios do pesquisador

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EQUIPE

Pablo Pinillos Marambaia – Otorrinolaringologista – Mestrando

Profa. Dr

a. Manuela Garcia Lima – Professora Doutora em Saúde Pública pela Universidade

Federal da Bahia (UFBA), Brasil – Orientadora.

Prof. Kleber Pimentel Santos – Professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

(EBMSP), Mestre em Medicina Interna. Responsável por revisar a análise estatística.

Darlene Pimentel – Cirurgiã-Dentista - Responsável por supervisionar o banco de dados.

Prof. Amaury de Machado Gomes – Otorrinolaringologista, Mestre em Medicina pela Escola

Bahiana de Medicina (EBMSP). Responsável por auxílio no desenvolvimento do projeto.

Dr. Otávio Marambaia dos Santos – Professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

(EBMSP), Coordenador do Estágio de Otorrinolaringologia do Inooa. Responsável pelos

aspectos éticos.

Dra. Manuella Martins dos Santos – Médica. Coleta de dados.

Dra. Milena Magalhães – Médica. Coleta de dados.

Dra. Maria Eudiane – Médica. Coleta de dados.

Dr. José Franklin Dantas – Médico. Coleta de dados.

Melina Pinillos Marambaia – Acadêmica de Medicina pela Escola Bahiana de Medicina e

Saúde Pública (EBMSP). Revisão bibliográfica.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados – INOOA, nas pessoas

do Dr. Otávio Marambaia dos Santos e do Dr. Amaury de Machado Gomes, por terem sido

meus primeiros professores, por me estimularem sempre e por me proporcionarem um campo

eternamente fértil para o desenvolvimento de ciência e da boa Medicina.

À Profa. Dr

a. Manuela Garcia Lima, minha professora na graduação da Escola Bahiana de

Medicina e, agora, minha orientadora, a quem devo eternos agradecimentos pela

disponibilidade e estímulo.

Aos amigos Kleber e Darlene Pimentel que me ajudaram nesta caminhada não só no

desenvolvimento deste estudo como também no apoio sempre solícito e sincero nos

momentos difíceis.

Aos Médicos estagiários em Otorrinolaringologia do INOOA pela cooperação e pelo estímulo

ao constante estudo e aprendizado.

Aos pacientes que me confiaram seus dados e seus cuidados.

Por fim e, com certeza, de importância cabal neste trabalho e em tantos outros desde a minha

própria formação com médico, agradeço à Dra Miriam Pinillos Marambaia, minha mãe,

exemplo de comprometimento, estudo e humanidade na prática médica e no cuidado das

pessoas.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................................... 2

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS........................................................................... 3

RESUMO ............................................................................................................................................... 4

I INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 5

II REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................ 7

II.1 RINOSSINUSITE CRÔNICA .................................................................................... 7

II.1.1 ANATOMOFISIOLOGIA NASOSSINUSAL .............................................................. 7

II.1.2 DEFINIÇÃO DA RSC......................................................................................... 11

II.1.3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO DA RSC .................................................... 13

II.1.4 EPIDEMIOLOGIA DA RSC ................................................................................. 14

II.2 QUALIDADE DE VIDA .......................................................................................... 16

II.2.1 CONCEITO ....................................................................................................... 16

II.2.2 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA RSC ............................................... 21

II.2.3 LACUNAS NO CONHECIMENTO DA QV EM RSC ............................................... 22

III OBJETIVOS .................................................................................................................................. 25

III.1 PRIMÁRIO .............................................................................................................. 25

III.2 SECUNDÁRIO ........................................................................................................ 25

IV CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 26

IV.1 DESENHO DO ESTUDO E POPULAÇÃO ESTUDADA .................................... 26

IV.2 TAMANHO AMOSTRAL ...................................................................................... 26

IV.3 GRUPO DOENÇA .................................................................................................. 26

IV.4 GRUPO DE COMPARAÇÃO ................................................................................ 28

IV.5 PROCEDIMENTO .................................................................................................. 29

IV.6 INSTRUMENTO ..................................................................................................... 29

IV.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................... 29

V RESULTADOS ................................................................................................................................ 32

VI DISCUSSÃO .................................................................................................................................. 37

VII LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS ........................................................................................... 45

VIII CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 46

SUMMARY ......................................................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 48

ANEXOS .............................................................................................................................................. 54

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RSC – Rinossinusite Crônica

EUA – Estados Unidos da América

TC – Tomografia Computadorizada

QV – Qualidade de Vida

SNOT-20 – 20-Item SinuNasal Outcome

SNOT-22 - 22-Item SinuNasal Outcome

RSCcPN – Rinossinusite Crônica com Polipose Nasossinusal

RSCsPN – Rinossinusite Crônica sem Polipose Nasossinusal

OMS – Organização Mundial de Saúde

RSOM-31- 31-Item Rhinosinusitis Outcome Measure

SF-36 - Medical Outcome Study Short Form-36

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ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS

Figura I – Nariz externo.............................................................................................................. 7

Figura II – Nariz externo 2 ......................................................................................................... 8

Figura III - Parede nasal lateral (lado esquerdo) ........................................................................ 9

Figura IV - Parede nasal lateral (lado direito) ............................................................................ 9

Figura V - Vias de drenagem mucociliar.................................................................................. 10

Tabela 1 - Características sociodemográficas da amostra de pacientes com rinossinusite

crônica (grupo caso) e sem doença sinusal (grupo de comparação)......................................... 32

Tabela 2 - Comorbidades e presença de alergias a medicamentos e alergia respiratória ......... 34

Tabela 3- Escore de Qualidade de Vida com o SNOT-22 entre os grupos .............................. 34

Tabela 4- Escore de Qualidade de Vida com o SNOT-22 entre os sexos e grupos..................32

Gráfico 1 - Escolaridade da amostra......................................................................................... 33

Gráfico 2 - Comparação da escolaridade entre os grupos segundo a escolaridade .................. 33

Gráfico 3 - Distribuição da soma dos escores entre os grupos ................................................. 35

Gráfico 4 - Comparação das Medianas da Soma total do SNOT-22 entre os grupos .............. 35

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM RINOSSINUSITE

CRÔNICA

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Rinossinusite crônica (RSC) é uma doença prevalente e que causa

repercussões negativas na vida das pessoas. O SNOT-22 é um questionário para avaliação da

qualidade de vida (QV) desses indivíduos e recentemente foi validado em português. No

Brasil, não existem estudos utilizando o SNOT-22 em indivíduos com doença não cirúrgica e

na população sem doença nasossinusal. OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida dos

indivíduos com rinossinusite e sem indicação cirúrgica em comparação a pacientes sem

doença. MATERIAL e MÉTODOS: Estudo clínico prospectivo e analítico, tipo corte

transversal com grupo de comparação. Foram 2 grupos, sendo um constituído de individuos

com RSC e outro por indivíduos sem doença nasossinusal, adultos, atendidos

consecutivamente num serviço de otorrinolaringologia em Salvador, Bahia, de agosto de 2011

a junho de 2012. Todos preencheram o termo de consentimento, um cadastro e o SNOT-22.

RESULTADOS: 176 individuos, sendo 78 com RSC, e 98 sem a doença. Os grupos foram

homogêneos quanto ao gênero, alergias medicamentosas e respiratórias. A idade foi de 40,7 +

13,5 anos no grupo caso e 37,8 + 12,9 no grupo de comparação (p=0,26). A mediana do

SNOT-22 no grupo caso foi 53 contra 8 do grupo comparação (p=0,001). CONCLUSÃO: A

rinossinusite crônica reduz a qualidade de vida dos individuos mesmo em casos não

cirúrgicos.

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I INTRODUÇÃO

A Rinossinusite crônica (RSC) é uma das doenças crônicas mais prevalentes não só na prática

otorrinolaringológica como também na prática médica de uma forma geral1. Não seria um

devaneio dizer que essa doença é uma das principais responsáveis pelo atendimento de

pessoas nos serviços de saúde mundo afora, causa de contratempos aos pacientes e ainda

ocasiona prejuízo à sociedade.

Acredita-se que a RSC seja uma das doenças crônicas mais prevalentes nos Estados Unidos

(EUA) e Europa afetando 31 milhões de pessoas por ano, nos EUA2. Estima-se que mais de

$ 5,8 bilhões anuais são gastos diretamente com a doença, além dos custos indiretos com a

restrição das atividades diárias e faltas ao trabalho3. O Brasil ainda carece de estatísticas sobre

a RSC. Até pouco tempo acreditava-se que os números seriam semelhantes aos números

americanos em porcentagem4. Recentemente, um estudo em São Paulo encontrou uma

prevalência da RSC de 5,5%5 nesta cidade.

O termo RSC diz respeito a todo processo inflamatório, de etiologia infecciosa ou não, que

afete a mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais com duração dos sintomas superior a

12 semanas6. A fisiopatologia é complexa e ainda não está completamente esclarecida, porém

acredita-se que vários mecanismos diferentes possam levar a um processo inflamatório na

mucosa nasossinusal que resulta em recrutamento de células inflamatórias, edema, secreção e,

com isso, os sintomas clássicos da doença.

O diagnóstico da RSC é definido com a presença de dois ou mais sintomas descritos, sendo

um deles a obstrução/bloqueio/congestão nasal ou rinorreia anterior/posterior, associado à

dor/pressão facial ou redução/perda do olfato por um período igual ou maior que 12 semanas7.

Esse quadro deve ser associado aos achados da endoscopia nasal e/ou da tomografia

computadorizada (TC)8.

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Historicamente as doenças eram avaliadas a partir dos sintomas específicos inquiridos ao

doente ou obtidos de exames complementares. Na RSC, em particular, a obstrução nasal, dor

facial, rinorreia purulenta e os outros sintomas eram acompanhados de dados objetivos

oriundos dos resultados dos exames complementares de diagnóstico como os exames

endoscópicos nasais e os exames radiológicos da face. Recentemente, a qualidade de vida

(QV) emergiu como elemento essencial na avaliação do impacto das doenças crônicas na vida

dos sujeitos e na avaliação dos seus tratamentos9. Os efeitos da RSC na QV dos pacientes e na

sua produtividade têm sido bem descritos na literatura mundial10

.

Para a avaliação da QV em pacientes com RSC são utilizados questionários específicos para

mensurar o resultado obtido, após as intervenções com medicamentos e cirurgia, por exemplo.

Há uma vasta quantidade de estudos que utilizam estes instrumentos na avaliação do

tratamento cirúrgico11

e alguns autores acreditam que mais informações podem ser extraídas

dos questionários para torná-los instrumentos importantes também no diagnóstico e na

tomada de decisões12

.

No Brasil, um passo importante para a utilização dos questionários na prática dos

otorrinolaringologistas foi a validação, para o português, de dois importantes instrumentos: o

20-Item Sinonasal Outcome Test- SNOT-2013

e o 22-Item Sinonasal Outcome Test - SNOT-

2214

, sendo este considerado o mais adequado15

.

Existem poucos estudos utilizando estes questionários em pacientes com rinossinusite crônica

não cirúrgicos. De forma semelhante, poucos estudos têm como foco os pacientes sem a

doença nasossinusal, para se pesquisar o “valor normal” do instrumento numa população.

Embora pareçam simplórios, esses dados podem ajudar na estratificação de doentes, por

exemplo, e fazer dessa ferramenta um elemento útil no auxílio diagnóstico da doença.

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II REVISÃO DA LITERATURA

II.1 RINOSSINUSITE CRÔNICA

II.1.1 ANATOMOFISIOLOGIA NASOSSINUSAL

O entendimento da doença nasossinusal inflamatória, em particular a rinossinusite crônica,

exige um conhecimento básico não só da anatomia nasossinusal como também da fisiologia

desses órgãos. Após essa breve explanação sobre os principais elementos que constituem o

funcionamento nasossinusal normal é que descreveremos as alterações encontradas na doença

e como isso se mostra em sintomas e repercute no cotidiano do indivíduo doente.

O nariz compreende o chamado nariz externo ou pirâmide nasal e a cavidade nasal

propriamente dita. O nariz externo é o apêndice que salta aos olhos no centro da face humana

e possui a forma piramidal formada por um esqueleto osteocartilaginoso recoberto pelos

tecidos moles: Ligamentos, músculos, tecido celular subcutâneo e pele16

(Figura I). Apresenta

em sua base duas aberturas, as narinas, através das quais o sistema respiratório se comunica

com o meio externo.

Figura I – Nariz externo

Dissecção de Cadáver. 1–ossos próprios nasais, 2-processo frontal da maxila, 3-Cartilagem alar superior, 4-cartilagem alar inferior, 5- septo, 6-columela.

Fonte: Referência 17.

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A cavidade nasal propriamente dita é bem entendida ao analisar um crânio seco onde se

observa a chamada abertura piriforme, que é delimitada pelos ossos nasais e pelo processo

frontal da maxila (Figura II). A cavidade nasal termina posteriormente nas coanas, que são o

limite posterior desta com o rinofaringe18

.

Figura II – Nariz externo 2 Parte óssea (crânio seco). 1- Órbita, 2-Ossos próprios nasais, 3-processo frontal da maxila, 4-espinha nasal, 5-meato inferior, 6-concha

inferior, 7-meato médio, 8-concha média, 9-lâmina perpendicular do etmoide, 10- vômer.

Fonte: Referência 17.

Através da abertura piriforme observa-se duas paredes que são descritas separadamente para

melhor aproveitamento didático. A parede medial corresponde ao septo nasal, de anatomia

mais simples, e a parede lateral, essa sim, com uma anatomia mais complexa e rebuscada. Tal

rebuscamento é resultado da grande quantidade de acidentes anatômicos com proeminências e

reentrâncias, em especial pela anatomia do seio etmoide. O perfeito entendimento dessa

anatomia e, em especial, do chamado labirinto etmoidal, é fundamental para o conhecimento

fisiopatológico das doenças inflamatórias do nariz e seios paranasais19

.

O septo nasal é uma parede osteocartilaginosa que tem posição mediana e divide o nariz em

duas fossas nasais – direita e esquerda. Anteriormente, temos a cartilagem quadrangular e

posteriormente os ossos vômer e lâmina perpendicular do etmoide.

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A parede lateral é formada pelos ossos nasais, maxilares, lacrimais, etmoide, concha nasal

inferior osso palatino e processo pterigoide do esfenoide. Nesta parede encontram-se os óstios

de drenagem para o nariz das cavidades paranasais20

(Figura III).

Figura III - Parede nasal lateral (lado esquerdo)

11- Óstio de drenagem do seio maxilar. Fonte: Referência 17.

Ao exame da face humana, deve-se ter noção que a maioria dos ossos que a constituem não

são maciços. São os chamados ossos pneumáticos, cavidades ósseas preenchidas por ar, que

são designadas de acordo com o osso que as abriga. Dessa forma temos: o seio maxilar no

osso maxilar, o seio frontal no osso frontal, seio etmoidal e esfenoidal no etmoide e esfenoide,

respectivamente. Tais cavidades se comunicam com a cavidade nasal por pequenos óstios ou

ductos e participam de alguns processos fisiológicos que o nariz desempenha20

(Figura IV)

Figura IV - Parede nasal lateral (lado direito)

2- concha média rebatida superiormente revelando a complexa anatomia do meato médio.

Fonte: Referência 20.

Todas essas cavidades, a nasal e as paranasais, são recobertas por um epitélio do tipo

respiratório, ou seja, pseudoestratificado cilíndrico e ciliado. Tal epitélio tem características

semelhantes, com poucas peculiaridades da cavidade nasal em relação às cavidades

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paranasais, mas, mesmo assim, o funcionamento é contíguo e conjunto, embora alguns

autores prefiram sua descrição em separado. Nele são encontradas as chamadas células

caliciformes e algumas glândulas seromucosas que produzem o muco que recobre o epitélio21

.

Esse muco é dividido em duas camadas – a primeira, e mais externa, é muco viscosa e mais

espessa, já a segunda, e periciliar, é fluida e serosa22

.

Os cílios impulsionam o muco, principalmente a camada mais externa, para fora dos seios

paranasais em direção à cavidade nasal e desta para o rinofaringe. Desta forma, partículas

sólidas inaladas e bactérias são eliminadas de forma bem eficiente. Esse transporte ocorre de

forma constante e coordenada, obedecendo a vias de drenagens já conhecidas (figura V).

Figura V - Vias de drenagem mucociliar

Em Vermelho: Drenagem dos seios paranasais anteriores (Maxilar, frontal e células etmoidais anteriores). Em Azul: Drenagem dos seios

paranasais posteriores (Esfenoide, células etmoidais posteriores)

Fonte: Referência 23.

Quando ocorre algum distúrbio nesse transporte mucociliar, seja na patência dos óstios,

batimento ciliar ou na qualidade do muco, ou ainda quando ocorre um estímulo imunológico

qualquer, gera-se um processo inflamatório que resulta em recrutamento celular, edema,

bloqueio dos óstios de drenagem, acúmulo e estagnação de secreções, ou seja, a própria

doença nasossinusal. Os processos agudos estão diretamente ligados a esse “continuum” de

acontecimentos, porém a RSC é uma doença multifatorial e, nem sempre, ligada

exclusivamente ao bloqueio ostial24

.

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II.1.2 DEFINIÇÃO DA RSC

Anteriormente, os termos rinite e sinusite eram muito usados e ainda hoje povoam o

vocabulário de pacientes e até dos médicos. Embora consagrados pelo uso, estes termos não

refletem com fidedignidade os acontecimentos fisiopatológicos. Entende-se como rinite todo

o processo inflamatório que afeta a mucosa da cavidade nasal gerando sintomas como

congestão nasal, rinorreia, espirros, prurido e hiposmia25

, e sinusite como o processo

inflamatório da mucosa das cavidades paranasais.

Nas últimas décadas do século passado o aprofundamento do conhecimento fisiopatológico da

mucosa nasossinusal mostrou que é muito raro haver inflamação numa cavidade paranasal e

esse processo não se estender à cavidade nasal e vice-versa; portanto, a literatura mundial

passou a denominar de rinossinusite todos os processos inflamatórios nasossinusais26

. Tais

processos costumam ser denominados de acordo com sua classificação seja etiológica ou

temporal. Desta forma, existe a rinossinusite bacteriana, fúngica, viral, alérgica, além da

rinossinusite aguda – quando o processo tem duração inferior a 12 semanas – e a rinossinusite

crônica, quando o período de sintomas é superior.

A fisiopatologia da RSC ainda não está clara; entretanto, acredita-se que uma série de

condições diferentes possa culminar num processo de inflamação do revestimento mucoso das

cavidades nasossinusais.

Esse processo inflamatório persistente ocorre na interface da mucosa com o meio externo, o

que sugere a hipótese, ainda não confirmada, de que a RSC seja resultante de uma resposta

imune inadequada ou exacerbada a agentes externos, neste grupo de pacientes, ocasionando

inflamação crônica da mucosa, influxo celular, alterações radiográficas e presença de

sintomas27

. Diversos fatores têm sido aventados como possíveis desencadeadores desse

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processo ou elementos que o exacerbam. Ao longo do tempo, diferentes teorias tentaram

explicar o que ocorre de fato e muitos agentes outrora referidos como responsáveis pela RSC

mostraram ter menor importância com o avançar do conhecimento. Dentre eles destacam-se a

presença de fungos, de biofilmes bacterianos e de superantígenos bacterianos28

.

Dentre esse grande grupo de pacientes se pode ainda diferenciar, com base na endoscopia

nasal, os pacientes portadores de RSC com polipose nasal (RSCcP), cuja patogênese estaria

ligada a uma resposta inflamatória difusa da mucosa, e os portadores de RSC sem polipose

nasal (RSCsP), que estariam mais ligados ao bloqueio óstiomeatal29

.

Ainda diferenciam-se subtipos histopatológicos, levando em conta o grau de infiltração da

mucosa por eosinófilos que são granulócitos comuns em processos alérgicos e parasitários,

considerados elementos importantes na fisiopatologia da RSC, embora não essenciais. À

primeira vista, considera-se que influenciam negativamente o prognóstico desses doentes30

.

Essa diferenciação em subgrupos é muito importante, principalmente para não se tratar grupos

diferentes como iguais nos estudos de diagnóstico e tratamento; porém, do ponto de vista

epidemiológico, a definição sem restrições, agrupando todos os tipos de rinossinusites

crônicas, é desejada para o estudo de grandes populações e quando da comparação de doentes

com não doentes31

.

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II.1.3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO DA RSC

O quadro clínico da RSC é composto dos sintomas principais como obstrução ou congestão

nasal, o qual é o sintoma mais comum, congestão ou pressão facial, rinorreia anterior ou

gotejamento posterior e redução ou ausência do olfato7.

Sintomas otológicos como plenitude e autofonia que também podem estar presentes no

quadro de RSC, porém não são considerados como essenciais, são secundários à disfunção

tubária causada pelo bloqueio do óstio tubário decorrente do edema na rinofaringe32

.

Os sintomas gerais são inespecíficos, podem acompanhar diversos tipos de doenças e, em

alguns casos, ocorrem na RSC. São eles a astenia, mialgia e febre7. Existem ainda os sintomas

ditos menores, como zumbido, halitose, dor dentária e distúrbios do sono33

.

O diagnóstico da RSC é definido, segundo a academia americana de otorrinolaringologia,

como a presença de dois ou mais sintomas, sendo um deles a obstrução/bloqueio/congestão

nasal ou rinorreia anterior/posterior, associado à dor/pressão facial ou redução/perda do olfato

por um período igual ou maior que 12 semanas7. Esse quadro deve ser associado a algum

exame complementar que confirme a inflamação da mucosa nasossinusal, como a endoscopia

nasal, e demonstre a presença de pólipos e/ou drenagem de secreção purulenta,

principalmente do meato médio e/ou edema e bloqueio desta região. Além disso, a tomografia

computadorizada (TC) pode ser usada, a fim de evidenciar alterações na mucosa do meato

médio e/ou dos seios paranasais, tais como espessamento da mucosa, presença de nível

líquido e alterações ósseas8.

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II.1.4 EPIDEMIOLOGIA DA RSC

Há um nítido contraste entre a abundância de estudos sobre fisiopatologia, microbiologia,

diagnóstico e tratamento dessas condições em comparação à escassez de dados sobre a

epidemiologia da RSC34

. Uma simples pesquisa bibliográfica nos bancos de dados disponíveis

comprova essa diferença.

A rinossinusite crônica é considerada uma das condições mais comuns encontradas na

medicina e pode estar presente na prática de médicos da atenção primária, alergologistas,

pneumologistas, otorrinolaringologistas e até neurocirurgiões, quando complicações cerebrais

ocorrem35

. Acredita-se que a RSC seja ainda mais comum nas chamadas nações

industrializadas e, segundo Pade36

, gira em torno de 10-15% na Alemanha, por exemplo.

Um grande problema deste tópico é a falta de padronização nos critérios utilizados para o

diagnóstico desta doença nas diversas publicações. Essa falta de padronização e o uso de

critérios diversificados fazem com que encontremos uma variação muito grande nos números

dos diversos estudos. O que se atesta, ao analisar os diversos trabalhos, é que quanto mais

acurado o diagnóstico menor é a prevalência. Desta forma, estudos baseados apenas no

quadro clínico e realizados através de questionários e entrevistas tendem a ter números

maiores quando comparados a estudos com exames complementares.

Nos Estados Unidos (EUA), um estudo utilizou entrevistas e definiu RSC como “problema

sinusal” há mais de três meses. Encontrou uma prevalência de 15,5% na população geral dos

EUA, o que coloca esta doença como a segunda doença crônica mais preponderante naquele

país37

. Quando se leva em conta apenas o diagnóstico realizado por otorrinolaringologistas,

essa prevalência cai para 2%38

. Até entre os especialistas é necessário um alto grau de

suspeição para se investigar a presença de rinossinusite crônica.

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Em contrapartida, os médicos não especialistas não têm formação para realizar exames

complementares com os quais poderiam aumentar a detecção de novos casos da doença. Tal

fato pode ser responsável por um subdiagnóstico e, consequentemente, subestimativa da sua

prevalência em algumas publicações39

.

Quanto ao gênero do paciente, alguns trabalhos sugerem que a prevalência possa ser maior em

mulheres em relação aos homens40

. Da mesma forma, a RSC parece ser mais comum com o

aumento da idade, tendo um decréscimo após os 60 anos41

.

Até pouco tempo, acreditava-se que os números brasileiros seriam semelhantes aos números

americanos em porcentagem de prevalência da RSC4. Ainda hoje, no Brasil, há uma carência

de números sobre a prevalência e incidência da RSC. Recentemente, um estudo em São Paulo,

por meio de entrevistas com critérios otorrinolaringológicos, encontrou uma prevalência de

5,5%5 naquela cidade.

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II.2 QUALIDADE DE VIDA

II.2.1 CONCEITO

O controverso termo “Qualidade de vida” (QV) é utilizado em diversas áreas do

conhecimento e sua definição e conceito é ainda motivo de debate42

. Não que o termo tenha

dificuldade em ser entendido, mas porque é muito abrangente e apresenta variações no seu

sentido que são determinadas por fatores como cultura e religião de quem se estuda.

Provavelmente, quando se ouve o termo qualidade de vida cada indivíduo é capaz de imaginar

um significado e, não necessariamente, este significado é consensual.

Em 1920, Pigou foi o primeiro autor a mencionar este termo numa publicação sobre economia

e bem-estar43

. Em meados da década de 1960, Lyndon Johnson, presidente americano à

época, utilizou o termo num discurso sobre a importância da qualidade de vida das pessoas e

não apenas do lucro dos bancos e crescimento econômico44

. Após o final da Segunda Guerra

mundial e ao longo da segunda metade do século XX-começo do século XXI, o termo

qualidade de vida se ampliou e vem sendo utilizado para definir crescimento econômico,

desenvolvimento social, satisfação pessoal, realização individual, percepção de bem-estar e,

mais recentemente, percepção de melhora clínica por parte de pacientes na área médica45

.

Até hoje existem controvérsias sobre a melhor utilização e conceituação deste termo. Um

enigma ainda existente é qual a melhor forma de se aferir e se quantificar a QV? Como se

pode avaliar uma grandeza que é resultado da percepção individual do sujeito acerca de si e

da sua condição? Para tanto foi preciso tentar quantificar uma grandeza que, de início, parece

eminentemente qualitativa e subjetiva. No entanto, são utilizados componentes objetivos

presentes no meio e na vida das pessoas que influenciam diretamente na sua percepção de

bem-estar46

.

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Daminelli (2000) citado por Fiedler47

afirma que “qualidade de vida é um tema tão amplo que

qualquer opinião emitida a respeito está correta. Todas as concepções dão conta de parte da

verdade, mas nenhuma é tão abrangente que dê conta do todo”.

A mesma autora cita ainda Nordenfelt (2000) que sugere ser a avaliação de qualidade de vida

pessoal, visto que a própria pessoa é quem melhor conhece seu estado de saúde; porém nem

sempre essa avaliação é confiável frente a um falso julgamento pessoal, necessitando, assim,

do auxílio de um observador externo47

.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) organizou um trabalho multicêntrico e definiu QV

como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de

valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

Além disso, estabeleceu três aspectos fundamentais sobre o constructo QV: a subjetividade, a

multidimensionalidade e a bipolaridade44

. A subjetividade seria o espaço íntimo do sujeito e

com o qual ele se relaciona com o mundo exterior. Desta forma, entendemos que a QV é uma

grandeza que depende do próprio indivíduo e varia entre os diferentes sujeitos. A

multidimensionalidade se refere à análise das diversas dimensões que constituem o sujeito e,

pelo menos, devem ser avaliadas as dimensões física, psicológica e social. Por fim, a

bipolaridade sugere que possam existir dimensões positivas e negativas.

Na área da saúde costumou-se conceituar a própria definição de saúde como sendo não a

ausência de doença, mas sim qualidade de vida. O termo QV pode ser entendido como os

efeitos funcionais que a doença ou o tratamento no doente são percebidos pelo próprio

doente48

. Passalacqua et al49

acreditam ser fácil entender que essa definição cobre um amplo

espectro de subjetividade da doença e que a QV é uma parte independente dos sintomas

específicos desta.

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Parece consenso que a avaliação da QV não possa ter somente dimensões quantitativas mas

também avaliações da subjetividade do sujeito. Fiedler47

cita Rodrigues (2001) que defende

que critérios qualitativos sólidos podem ser alcançados através de entrevista, observação do

cotidiano, da resolução de problemas reais, conhecendo os sonhos, as aspirações e ideais do

indivíduo.

Tal avaliação muitas vezes é difícil de ser realizada. Com o avanço do entendimento sobre

QV a avaliação subjetiva vem sendo incorporada aos instrumentos. Segundo Bullinger (1997)

citado por Fiedler47

“Os instrumentos atuais baseiam-se na percepção subjetiva das condições

física, psicológica e social do entrevistado e da satisfação quanto a outros aspectos da vida,

conferindo caráter multidimensional a esses instrumentos”.

Diversos instrumentos, em sua maioria questionários, foram criados e validados para a

avaliação da qualidade de vida dos sujeitos em saúde. Dois tipos de instrumentos podem ser

usados nesta avaliação: os ditos instrumentos genéricos – aplicados para todas as condições de

saúde e servem para comparar pacientes com diferentes condições; e instrumentos doença-

específicos – restritos a uma doença em particular, nos quais se encontram sintomas e

informações ligados a uma determinada doença e que se prestam, principalmente, para evoluir

o mesmo paciente em diferentes momentos (por exemplo, antes e depois de um tratamento)50

.

Juniper et al.51

defendem também que os questionários genéricos podem não ser responsivos a

pequenas, porém significativas mudanças clínicas na condição dos doentes. Corroborando

com esta informação, Hopkins et al52

referem que os questionários genéricos falham em não

relatar sintomas importantes para a doença específica e podem não detectar mudanças

secundárias a uma intervenção.

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II.2.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA QV NA RSC

Nos últimos anos foram criados muitos instrumentos para mensurar a QV dos pacientes com

rinossinusite crônica. Neste intuito, neles estão normalmente contidos, além dos sintomas

específicos nasossinusais e que compõem o quadro clínico clássico da doença, também a

avaliação de outras dimensões como aspectos funcionais, emocionais e sociais53

.

Tais instrumentos têm sido usados também para avaliar a qualidade do atendimento médico,

com o resultado dos procedimentos. Para que se possa ter uma noção da importância dessa

avaliação, a partir de 2010, alguns hospitais na Inglaterra passaram a utilizar esses números

para avaliar o desempenho de determinados procedimentos. Há uma sugestão que tais

números possam, no futuro, influenciar até a forma como os hospitais pagam por tais

serviços54

.

A partir da década de 1990 foram publicados muitos questionários para a mensuração da QV

em pacientes com RSC. Em destaque, citamos o 31-Item Rhinosinusitis Outcome Measure –

RSOM-3155

, além de 20-Item Sinonasal Outcome Test- SNOT-20, do mesmo autor56

.

O SNOT-20 é resultado de três mudanças, a partir do RSOM-31, que teve a redução de 11

itens considerados redundantes, passando a ter 20 itens ou questões. Houve também a

mudança da magnitude da escala e a retirada da escala de importância, na qual o paciente

podia marcar os cinco sintomas mais importantes para si. O SNOT-20 contém, além dos

problemas físicos, limitações funcionais e consequências psicológicas. Esse questionário foi

bem validado na literatura, sendo que seu primeiro estudo de validação ocorreu com uma

amostra de apenas 102 pacientes56

.

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Uma importante crítica que se faz ao SNOT-20 é a ausência de duas questões importantes –

obstrução nasal e alteração do olfato e paladar, sintomas frequentes nos pacientes com RSC56

.

Mesmo com essas críticas, o SNOT-20 foi bastante utilizado na literatura e recentemente foi

traduzido, adaptado e validado para o português por Bezerra et al13

. O próprio Bezerra

argumenta que o uso de novos questionários pode prejudicar a comparação entre os diversos

estudos já realizados e, quanto à falta dos itens sobre obstrução nasal e alterações no olfato,

defende que estes sintomas têm questionários específicos já validados e mais acurados para

essa avaliação.

Baseado na crítica ao SNOT-20 foi validado, no início dos anos 2000, o SNOT-22. Este

último tinha como principal trunfo o acréscimo da avaliação da obstrução nasal e a alteração

do olfato e paladar que estavam ausentes na versão anterior57

. Além de muito comuns nos

pacientes com rinossinusite crônica, especificamente a obstrução nasal é considerado o

principal sintoma que motiva a procura ao médico por parte desses doentes. Morley et al15

concluiram, numa revisão sobre os principais questionários de QV em RSC, que o SNOT-22 é

o mais adequado questionário para este fim. Essa informação é corroborada pela diretriz

européia sobre rinossinusite mais recente31

, pela hegemonia do SNOT-22 nos estudos mais

recentes, além da quantidade de validações e adaptações para as mais diferentes culturas58

.

Até o ano de 2010, o Brasil não dispunha de instrumentos adequadamente validados para a

avaliação da QV. Segundo o consenso brasileiro de rinossinusites, eram utilizados para este

fim os questionários simplesmente traduzidos e sem o rigor metodológico necessário4.

Recentemente, o SNOT-22 foi também traduzido, adaptado e validado para língua portuguesa

do Brasil14

.

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II.2.2 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA RSC

Dados de QV em pacientes com RSC provam que esta doença tem um grande impacto na

função diária do doente. Num estudo polonês, 98% dos pacientes acreditam que a doença lhes

causa alguma restrição física, 78% adimitem sofrer de alguma dor nas últimas quatro semanas

antes da consulta médica59

. A dor nos seios da face reduz a eficiência intelectual,

produtividade no trabalho e consequentemente a QV60

.

A RSC afeta negativamente as relações sociais, reduz a atividade do pacientes e causa

distúrbios no sono61

.

O impacto da RSC na vida dos pacientes é bem evidenciado através dos questionários de

avaliação de qualidade de vida genéricos como o Medical Outcome Study Short Form-36 (SF-

36), inclusive quando se compara os números destes doentes com aqueles portadores de outras

doenças. Alguns estudos demonstram que a rinossinusite tem maior impacto negativo quando

comparado à angina, insuficiência cardíaca congestiva e doença pulmonar crônica

obstrutiva62

. Neste estudo, 158 pacientes com rinossinusite crônica preencheram o SF-36 e

tiveram seus resultados comparados aos dados da população geral americana. Foram

encontradas diferenças significativas em vários domínios, incluindo dor, estado geral de

saúde, vitalidade e funcionamento social.

O uso de questionários específicos tem sido preferido na maioria dos estudos. Um dos

principais focos desses estudos tem sido a avaliação do impacto das intervenções terapêuticas.

Normalmente se aplica o mesmo questionário antes e depois da intervenção num mesmo

grupo de pacientes. Neste particular, o impacto da cirurgia na melhora dos pacientes tem sido

exaustivamente estudado e parece ser um consenso, principalmente na avaliação a curto prazo

63. Os estudos mostram que a cirurgia tem taxas de melhora de 76 a 97,5%

64, 65.

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Desde a década de 1990 o benefício da cirurgia endoscópica funcional dos seios paranasais já

era demonstrado por meio da avaliação dos sintomas específicos como obstrução nasal, por

exemplo66

. A partir de então, a QV passou a ser um parâmetro adicional nesta avaliação e

acrescentou informações bastante interessantes. Na contramão desta questão, Ragab et al67

,

num ensaio clínico randomizado, não encontrou diferença entre a cirurgia versus a terapia

medicamentosa para RSC utilizando o SNOT-20. A partir de informações como esta é que

algumas dúvidas, principalmente na seleção dos doentes e de como interpretar as informações

de populações de realidades diferentes da brasileira, ainda precisam ser mais bem estudadas

para que possamos aplicá-las no nosso meio.

II.2.3 LACUNAS NO CONHECIMENTO DA QV EM RSC

Embora pareça óbvio, não é comum na literatura a comparação entre grupos diferentes

utilizando o mesmo questionário específico para rinossinusite crônica. Alguns dos poucos

trabalhos em que há a comparação entre grupos com e sem doença nasossinusal, por exemplo,

são os trabalhos de validação dos instrumentos, pela necessidade de comprovação da

validação de constructo que abrange a chamada validade discriminante.

A validade discriminante pretende diferenciar grupos a partir da presença do constructo

estudado. Neste caso, deve-se aplicar o mesmo instrumento para grupos diferentes, ou seja,

grupos que sejam diferentes acerca do constructo que se quer validar, onde se esperam

resultados também distintos. Isso prova que o instrumento é capaz de diferenciar grupos a

partir da presença ou ausência da doença que se propõem a analisar, por exemplo68

. Em outras

palavras, levando-se em conta a rinossinusite crônica, espera-se que, ao aplicar um

questionário de avaliação da QV para a rinossinusite crônica, os sujeitos que tenham a doença

possuam escores diferentes dos pacientes sem essa doença.

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Outro aspecto que parece carecer de informações é o escore de qualidade de vida nos sujeitos

que têm rinossinusite crônica, porém que não apresentam a indicação cirúrgica. Neste

momento, é preciso lembrar que os pacientes não cirúrgicos, ditos ambulatoriais, são

indivíduos que não têm indicação, por ora, do tratamento cirúrgico. Tais pacientes podem, na

falha do tratamento clínico, ter a indicação de um procedimento cirúrgico no futuro, embora

isso não necessariamente ocorra.

Pynnonen et al69

utilizaram o SNOT-20 e realizaram um estudo de validação em pacientes

com RSC não cirúrgicos. O escore nos pacientes não cirúrgicos é um conhecimento

pertinente, pois esse grupo de pacientes é muito mais frequente nos consultórios que aqueles

com indicação de cirurgia. Logo, conhecer melhor as características desse grupo, pode ajudar

no planejamento da melhor opção terapêutica.

No Brasil, até o momento, além dos dois estudos de validação, apenas Bezerra et al70

,

acompanhando a tendência mundial, utilizaram um questionário e avaliaram a QV em

pacientes cirúrgicos. Não há ainda estudos cujo foco seja direcionado para os pacientes sem

indicação de cirurgia.

Por fim, um conhecimento também que não se tem muitos dados é o escore dos questionários

de avaliação da qualidade de vida em pacientes ditos normais, ou seja, sem a doença

nasossinusal. Gillett et al71

realizaram um estudo utilizando o SNOT-22 em 116 pacientes sem

doença nasossinusal no Reino Unido para saber o escore do questionário em pacientes sem

doença nasossinusal. Uma das justificativas foi a observação que muitos pacientes submetidos

à cirurgia em outros estudos apresentaram um escore do SNOT-22 relativamente baixo, o que

pode sugerir que a indicação possa ter sido inapropriada.

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Pacientes com escores baixos podem ter RSC oligossintomática ou podem ter sido

superdiagnosticados. Lembramos que o tratamento não deve ser mais danoso que a própria

doença e que a RSC tem indicação cirúrgica apenas quando não responsiva ao tratamento

clínico.

Finalmente, no futuro, acreditamos que todas essas informações podem ser utilizadas para

tentar criar pontos de corte dos questionários, a fim de fazer dos instrumentos possíveis

ferramentas de auxílio diagnóstico ou prognóstico.

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III OBJETIVOS

III.1 PRIMÁRIO

Avaliar a qualidade de vida de indivíduos com rinossinusite crônica sem indicação cirúrgica.

III.2 SECUNDÁRIO

Comparar a qualidade de vida de indivíduos com rinossinusite crônica sem indicação

cirúrgica com indivíduos sem doença nasossinusal.

Estimar a mediana do escore do questionário SNOT-22 em indivíduos sem doença

nasossinusal.

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IV CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS

IV.1 DESENHO DO ESTUDO E POPULAÇÃO ESTUDADA

Foi realizado um estudo de corte transversal com grupo de comparação, descritivo e analítico,

com uma amostra de conveniência. Um grupo de estudo foi constituído por indivíduos

portadores de rinossinusite crônica e um grupo de comparação foi composto por indivíduos

sem doença nasossinusal, todos com idade maior que 18 anos, atendidos consecutivamente

num serviço de otorrinolaringologia de referência – Instituto de Otorrinolaringologia

Otorrinos Associados – INOOA, em Salvador, Bahia, no período de agosto de 2011 a junho

de 2012.

IV.2 TAMANHO AMOSTRAL

Foi utilizado o software Win Pep para se definir o tamanho amostral necessário, a fim de se

comparar as médias do escore de qualidade de vida conseguido pelo SNOT-22 entre dois

grupos. Foram utilizados os desvios padrão encontrados por Kosugi et al12

, no estudo de

validação do instrumento para o português do Brasil, para se verificar uma diferença de 30

pontos no escore, tendo um poder estatístico de 80%, entre os grupos de estudo e grupo de

comparação. Deste modo, foram necessários 16 indivíduos, sendo 8 em cada braço. Destarte,

superou-se este número de forma a alcançar uma amostra maior possível.

IV.3 GRUPO DOENÇA

O Grupo de estudo foi constituído por indivíduos com rinossinusite crônica sem indicação

cirúrgica.

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O diagnóstico de rinossinusite crônica foi definido utilizando-se os critérios da Academia

Americana de Otorrinolaringologia. Assim, a rinossinusite crônica é definida pela presença de

dois ou mais sintomas sendo pelo menos um dos quais a obstrução nasal/congestão/bloqueio

ou rinorreia anterior ou posterior associados à hiposmia/anosmia e dor facial/pressão, com

duração superior a 12 semanas6.

Foi realizado o exame de videoendoscopia nasal em todos os indivíduos do grupo de estudo

em busca de achados, tais como secreção muco purulenta ou edema no meato médio ou

etmoide, e/ou pólipos na cavidade nasal ou meato médio.

Este exame foi realizado pelo investigador principal com o sujeito em vigília, na posição

sentada, em cadeira adequada para a sua realização. Foi realizada a introdução de um pequeno

chumaço de algodão com xilocaína spray borrifado (03 jatos em cada algodão), em cada

narina, por um período de dois minutos. Após a retirada do algodão foi realizada a introdução

do aparelho de fibra óptica flexível através da cavidade nasal esquerda e depois direita e

exame das vias aéreas superiores (cavidades nasais, nasofaringe). Para este fim, foi utilizado o

endoscópio flexível Machida (modelo ENT P III, 3,2 mm de diâmetro) acoplado a uma fonte

de luz de 250 W Endoview, microcâmera filmadora (Toshiba CCD IKCU 44A), monitor

Sony (mod.KU 1441B), videocassete Sony (mod. SLV 40BR).

A endoscopia nasal é um procedimento realizado de rotina pelos otorrinolaringologistas para

a avaliação e acompanhamento das mais diversas patologias nasais. Os pacientes portadores

de rinossinusite crônica são submetidos a este exame complementar tanto no momento do

diagnóstico como podem se submeter em diversos momentos do seu acompanhamento.

Todos os indivíduos avaliados sempre pelo mesmo profissional tinham indicação do

tratamento clínico no momento da inclusão do estudo.

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A indicação de tratamento clínico foi realizada quando o paciente não havia realizado o

chamado tratamento clínico máximo. Este é definido como o tratamento padrão para a RSC

antes da cirurgia. A sociedade americana de rinologia realizou uma pesquisa entre os seus

membros que demonstrou que mais de 90% dos otorrinolaringologistas responderam que o

tratamento clínico máximo deve ser realizado com antibioticoterapia oral, por 3 ou 4 semanas,

e corticosteróides orais ou tópicos73

. Desta forma, utilizamos como critério o fato do paciente

não ter realizado o tratamento efetivo com antibioticoterapia por 03 semanas e corticoterapia,

nesses padrões.

Foram excluídos os indivíduos analfabetos, tabagistas, com história prévia de cirurgia nasal;

pacientes portadores de imunodeficiências; fibrose cística ou discinesia ciliar primária; os

indivíduos portadores de tumores nasais benignos ou malignos; indivíduos portadores de

doenças granulomatosas e vasculites; e os indivíduos que tinham feito algum tratamento para

RSC nos últimos 15 dias antes da aplicação de questionário e ainda aqueles que se recusaram

a participar do estudo.

IV.4 GRUPO DE COMPARAÇÃO

O grupo de comparação foi constituído de indivíduos sem doença nasossinusal. Os critérios

de inclusão foram idade acima de 18 anos e ausência de doença nasossinusal definida com as

respostas negativas às seguintes perguntas:

1) O senhor(a) tem algum problema no nariz?

2) O senhor(a) fez ou faz uso de alguma medicação no nariz ou para o nariz?

Foram excluídos os indivíduos analfabetos, tabagistas e aqueles que se recusaram a participar

do estudo.

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IV.5 PROCEDIMENTO

Após a seleção e diagnóstico, os indivíduos foram esclarecidos acerca dos objetivos da

pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Anexo A).

Em seguida, através de autoaplicação, preencheram a versão validada para o português do

SNOT-22 (Anexo B) e uma ficha cadastral contendo dados sociodemográficos, além de

presença de comorbidades e alergias medicamentosas e respiratórias (Anexo C).

A variável dependente foi a soma total do escore do SNOT-22. As variáveis independentes

foram gênero, idade, presença de comorbidades, alergias respiratórias e medicamentosas.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e

Saúde Pública sob o protocolo 181/2011.

IV.6 INSTRUMENTO

O SNOT-22 é um questionário específico para análise de qualidade de vida em doenças

nasossinusais. Nele se incluem as avaliações de sintomas nasais, paranasais, psicológicos e

ligados ao sono. São 22 questões graduados de zero a cinco, sendo zero a ausência do

problema e cinco como o pior problema possível. Com isso temos um escore que vai de 00 a

110. A soma total da pontuação do questionário indica numericamente o impacto da doença

sobre a QV do indivíduo, sendo escores maiores compatíveis com doença mais severa e vice-

versa.

IV.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados foram tabulados e analisados no software SPSS-17.

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Os dados demográficos categóricos como gênero, presença de comorbidades e alergias foram

expostos utilizando o percentil válido. As perdas de informação foram consideradas não

significantes, quando inferiores a 10% da amostra de cada grupo.

Foi utilizado o teste de qui-quadrado para a comparação das variáveis categóricas entre os

grupos. Quando as premissas do teste não foram atendidas aplicou-se o teste exato de Fisher.

O escore do questionário SNOT-22 foi descrito por meio da mediana e do intervalo

interquartil, devido à apresentação não normal dos dados. Foi utilizado o teste de Mann-

Whitney para comparar o escore total entre os grupos.

Secundariamente, foram feitas análises de subgrupos para que possíveis diferenças entre os

grupos fossem testadas, a fim de se verificar se essas diferenças poderiam interferir nos

resultados encontrados. O grau de escolaridade, por exemplo, mostrou que o grupo de

comparação apresentava uma quantidade maior de indivíduos com apenas o primeiro grau

completo. Desta forma, foi empregado o teste de Mann-Whitney para comparar as medianas

entre este grupo e o grupo de comparação como um todo.

Utilizamos a metodologia descrita por Browne et al74

que dividiu o SNOT-20 em quatro

domínios: o domínio nasal que contém cinco questões (necessidade de assoar o nariz,

espirros, nariz “escorrendo”, secreção do nariz indo para a garganta, secreção grossa saindo

do nariz) e onde acrescentamos ainda “nariz entupido” e “dificuldade em sentir cheiros e

gostos”, que são as questões acrescidas ao SNOT-20 na sua mudança para o SNOT-22. O

domínio de sintomas otológicos e de face que tem quatro questões (sensação de ouvido cheio

ou tampado, tontura ou vertigem, dor de ouvido e dor ou pressão no rosto), o domínio do sono

com três questões (dificuldade para conseguir dormir, acordar no meio da noite e falta de uma

boa noite de sono) e o domínio psicológico com seis questões (fadiga, diminuição do seu

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rendimento para realizar atividades do dia a dia, diminuição da concentração para realizar

atividades do dia a dia, frustração, tristeza e vergonha). As questões “tosse” e “acorda

cansado” não pertecem a nenhum domínio. A mediana de cada domínio foi comparada entre

os grupos utilizando o teste de Mann-Whitney.

Foi considerado aceitável o erro alfa, quando o valor de p<0.05.

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V RESULTADOS

Foram incluídos neste estudo 176 indivíduos, sendo 78 com rinossinusite crônica pertencentes

ao grupo caso e 98 do grupo de comparação. Os grupos foram homogêneos quanto ao gênero

e idade (Tabela 1).

A média de idade foi de 40,7 + 13,5 anos no grupo caso e 37,8 + 12,9 no grupo controle

(p=0,26).

Foram encontrados 32 homens (41%) e 46 mulheres (59%) no grupo caso e 40 homens

(40,8%) e 58 mulheres (59,2%) no grupo de comparação.

Tabela 1 - Características sociodemográficas da amostra de indivíduos com rinossinusite

crônica (grupo caso) e sem doença sinusal (grupo de comparação)

Grupo Caso – Rinossinusite crônica; Grupo Comparação – Pacientes sem doença nasossinusal. *Nível de

significância p<0,05.

De uma forma geral, foi encontrada uma predominância do 3º grau completo na amostra geral

(Gráfico 1).

VVAARRIIÁÁVVEEIISS GGRRUUPPOO CCAASSOO

((NN==7788)) GGRRUUPPOO

CCOOMMPPAARRAAÇÇÃÃOO

((NN==9988))

SSIIGGNNIIFFIICCÂÂNNCCIIAA ((PP))

Gênero (%)

Masculino 32 (41) 40 (40,8) 1,0

Feminino 46 (59) 58 (59,2) 1,0

Idade 40,7 + 13,5 37,8 + 12,9 0,26

Escolaridade (%)

1º grau 2 (2,5) 13 (13,3) 0,01*

2º grau 21 (26,6) 29 (29,6) 0,66

3º grau 50 (63,3) 52 (53,1) 0,17

Sem informação 6 (7,6) 4 (4,1) 0,31

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33

Gráfico 1 - Escolaridade da amostra

O grau de escolaridade foi analisado separadamente. Apenas dois sujeitos possuíam o

primeiro grau completo no grupo doença versus 13 no grupo de comparação. Com o segundo

grau completo foram 21 sujeitos contra 29 do grupo de comparação e, por fim, 50 do grupo

doença e 52 do grupo de comparação com o terceiro grau completo. Houve diferença entre o

percentual de sujeitos com apenas o primeiro grau completo entre os grupos, sendo que no

grupo de comparação houve mais sujeitos com esta característica (p=0,01) Gráfico 2.

Gráfico 2 - Comparação da escolaridade entre os grupos segundo a escolaridade

A presença de comorbidades, alergias medicamentosas e alergias respiratórias é mostrada na

tabela 2.

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Tabela 2 - Comorbidades e presença de alergias a medicamentos e alergia respiratória

Grupo Caso – Rinossinusite crônica; Grupo Comparação – Pacientes sem doença nasossinusal. HAS –

Hipertensão Arterial Sistêmica; DM – Diabetes Mellitus. *Nível de significância p<0,05.

As comparações das medianas do escore total do SNOT-22 entre os grupos estão na tabela 3.

Foram comparadas as medianas de cada domínio separadamente.

Tabela 3- Escore de Qualidade de Vida com o SNOT-22 entre os grupos

VVAARRIIÁÁVVEELL GGRRUUPPOO CCAASSOO

((NN==7788)) GGRRUUPPOO CCOOMMPPAARRAAÇÇÃÃOO

((NN==9988)) SSIIGGNNIIFFIICCÂÂNNCCIIAA ((PP))

Subgrupos

Nasal 23 (19-26) 2 (1-2) 0,001*

Oto/Face 8 (5-9) 0,5 (0-1) 0,001*

Sono 12 (10-15) 3 (2-3) 0,001*

Psico 12 (9-13) 1 (1-2) 0,001*

Soma Total 53 (49-62) 8 (7-10) 0,001*

SNOT-22 – Sino nasal Outcome Test. Subdomínios do instrumento: Nasal – Sintomas nasais; Oto/Face –

Sintomas otológicos e Faciais; Sono- Sintomas relacionados ao sono; Psico- Sintomas psicológicos. Mediana (IC

95%) *Nível de significância p<0,05. Teste de Mann-Whitney U

A distribuição da soma dos escores entre os grupos é apresentada no gráfico 3.

VVAARRIIÁÁVVEEIISS GGRRUUPPOO CCAASSOO

((NN==7788)) GGRRUUPPOO

CCOOMMPPAARRAAÇÇÃÃOO

((NN==9988))

SSIIGGNNIIFFIICCÂÂNNCCIIAA ((PP))

Comorbidades

HAS 10 10 0,81

DM 6 3 0,307

Asma 7 1 0,026*

Hipotireoidismo 2 1 0,6

Alergia a

medicamentos (%)

Sim 18 (22,8) 13 (13,3) 0,112

Não 60 (77,2) 85 (86,7)

Alergia respiratória

(%)

Sim 5 (6,3) 7 (7,1) 1,0

Não 73 (93,7) 91 (92,9)

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35

Gráfico 3 - Distribuição da soma dos escores entre os grupos

O gráfico 4 mostra a comparação das medianas do escore total do SNOT-22 entre os dois

grupos.

Gráfico 4 - Comparação das Medianas da Soma total do SNOT-22 entre os grupos

Grupo com RSC = Pacientes com Rinossinusite crônica; Grupo de Comparação = Pacientes sem doença

nasossinusal. *Nível de significância p<0,05. Teste de Mann-Whitney U.

(p=0,001*)

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A mediana da soma total do escore do SNOT-22 do grupo de estudo foi de 40 (IC 95% 26-54)

em homens e 62 (IC 95% 52-70) em mulheres (p=0,006); No grupo de comparação a mediana

nos homens foi de 08 (IC 95% 7-13) e nas mulheres 8,5 (IC 95% 5-10) com o p=0,34. A

comparação das medianas entre os sexos e por grupo está na Tabela 4.

Tabela 4- Escore de Qualidade de Vida com o SNOT-22 entre os sexos e grupos

SSEEXXOO GGRRUUPPOO CCAASSOO

((NN==7788)) GGRRUUPPOO DDEE

CCOOMMPPAARRAAÇÇÃÃOO ((NN==9988)) SSIIGGNNIIFFIICCÂÂNNCCIIAA ((PP))

Homens 40(26-54)** 8 (7-13) 0,001*

Mulheres 62 (52-70)** 8,5 (5-10) 0,001*

Soma total 53 (49-62) 8 (7-10) 0,001*

SNOT-22 – Sino nasal Outcome Test. Mediana (IC 95%) *Nível de significância p<0,05. **Comparação intra-

grupo (Grupo caso: Homens x Mulheres) p=0,006. Teste de Mann-Whitney U.

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VI DISCUSSÃO

Foi encontrada uma diferença significativa entre os escores dos sujeitos com rinossinusite

crônica e os sujeitos sem essa condição, o que confirma o alto impacto da rinossinusite

crônica na qualidade de vida desses pacientes. Como a amostra dos grupos foi acessada de

uma população de características bastante semelhantes entre os grupos, acreditamos ser a RSC

o único fator que explica essa disparidade. O grupo de comparação teve o escore quase 7

vezes menor que o grupo com a doença, reforçando a informação já descrita em outros

trabalhos.

Esse dado não é novo; porém, no Brasil, até o presente momento, é a primeira vez que se

utiliza o questionário SNOT-22, com exceção do estudo de validação do instrumento, num

trabalho científico14

.

As subescalas propostas por Browne et al74

para o SNOT-20 foram utilizadas no nosso estudo

tendo como modificação o acréscimo das questões sobre obstrução nasal e alterações do

olfato e paladar no domínio nasal. Em seguida cada domínio foi analisado separadamente

entre os grupos de estudo e o grupo de comparação e suas medianas comparadas entre si.

Foram encontradas diferenças significativas em todas as subescalas entre os grupos

confirmando que a rinossinusite crônica afeta de maneira substancial os vários domínios do

instrumento, ou seja, os vários aspectos do indivíduo.

Embora a metodologia de divisão do SNOT-22 em subdomínios não tenha sido validada

acreditamos ser essa mais uma informação que sustenta a grande repercussão negativa da

RSC nos sujeitos acometidos.

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38

A informação nova deste estudo é o tipo de paciente com RSC. Trata-se de um estudo numa

população com RSC, porém sem indicação cirúrgica no momento da inclusão. A indicação

cirúrgica é realizada após a falha do tratamento clínico e essa modalidade é, sem dúvida, a

mais estudada.

Logicamente, alguns desses pacientes ditos ambulatoriais, após a não resposta ao tratamento

clínico, tiveram indicação de cirurgia e assim foram tratados. A cirurgia faz parte do

tratamento dos pacientes com RSC e o momento da sua realização é definido na falha do

tratamento clínico.

No futuro, acreditamos que o questionário pode ser uma ferramenta auxiliar na diferenciação

dos doentes. Isso é importante, porque os indivíduos com RSC têm peculiaridades etiológicas

e, consequentemente, de prognóstico e tratamento. Acreditamos que se pode chegar nos

chamados “pontos de corte” que seriam pontos no escore que pudessem diferenciar os

pacientes como, por exemplo, na maior chance de indicação cirúrgica.

No estudo de validação do SNOT-22 para a língua portuguesa, Kosugi et al.14

aplicaram o

questionário em 89 pacientes antes e depois da cirurgia nasossinusal obtendo um escore

médio pré-operatório do grupo com doença de 62,39 em comparação a 53,8 encontrado na

nossa amostra em pacientes ambulatoriais. É possível que os pacientes com indicação

cirúrgica tenham realmente escores mais altos e isso explique os melhores escores dos

pacientes ditos como ambulatoriais. Birch et al9 sugerem que pacientes que estejam esperando

pela cirurgia devem ter piores achados endoscópicos, demonstrem mais sintomas de RSC e

tenham piores escores de QV. De forma antagônica, Hopkins et al. 57

, que validaram pela

primeira vez o SNOT-22 no Reino Unido, aplicaram o questionário em 2077 pacientes

também cirúrgicos e obtiveram um escore pré-operatório de 41,7, ou seja, menor que o

número encontrado pelo nosso estudo. Essa diferença entre os estudos brasileiros e o estudo

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inglês pode sugerir que a diferença de estilo de vida e cultural entre as nações possa ter

alguma influência no conceito de qualidade de vida ou que, na amostra inglesa de pacientes

cirúrgicos, tenham sido incluídos pacientes pouco sintomáticos ou com a doença mais branda,

o que seria um erro.

Quanto à realidade nacional, a diferença encontrada entre os escores pode também

corresponder ao fato de nossa amostra ser oriunda de um serviço que atende pacientes de

convênios médicos e particulares. Este fator pode justificar que os sujeitos avaliados possuem

um nível socioeconômico possivelmente melhor que os pacientes da amostra de Kosugi et

al14

, cuja pesquisa foi realizado num serviço público.

Embora este estudo não tenha sido desenhado para isso, acreditamos que, no futuro, possamos

concluir que os pacientes com indicação cirúrgica tenham escores maiores que os pacientes

com indicação de tratamento clínico e tornar essa suposição baseada no racional

fisiopatológico numa informação testada e sedimentada.

O grupo de comparação teve a mediana do escore total do SNOT-22 igual a 08. Este grupo

apresentou um perfil socioeconômico igual ao do grupo de indivíduos com RSC. Essa

característica foi desejada para que os pacientes de ambos os grupos fossem semelhantes

quanto a maior parte das características em análise e para que somente o fato da presença ou

não da RSC fosse o diferencial. Desta forma, o impacto da RSC na qualidade de vida dos

doentes poderia verdadeiramente ser analisada.

Assim como a população acessada por Gillett et al.71

, na presente amostra do grupo de

comparação, os pacientes não eram livres de sintomas pelo SNOT-22. Muitos deles

apresentaram sintomas nos diferentes domínios do questionário, inclusive nos domínios de

sintomas otorrinolaringológicos. Acreditamos que isso se deve, primeiro, à presença no

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questionário de domínios de saúde geral como “fadiga” ou “dificuldade em dormir” que

podem estar relacionados a outras condições médicas não relatadas ou não pesquisadas neste

estudo. Segundo, pela forma de seleção dos não doentes, passível de crítica. Neste aspecto,

apenas a resposta negativa às duas perguntas sobre presença de sintomas nasais e uso de

medicações pode ter incluído no grupo de comparação possíveis portadores de RSC que não

tiveram seu diagnóstico formal realizado.

O conhecimento da mediana do escore do SNOT-22 na população sem doença nasossinusal

acrescenta um importante conhecimento à prática do otorrinolaringologista. Acreditamos, por

exemplo, que diante de um paciente com RSC com possível indicação cirúrgica e que possua

um escore próximo ou inferior ao escore encontrado por nós, o médico deva reavaliar o

doente para não realizar o procedimento de forma equivocada. Isso evitaria o excesso de

indicações cirúrgicas e a redução de resultados ruins.

A forma de aplicação do questionário SNOT-22 também merece menção, pois todos os

estudos brasileiros costumam utilizar a entrevista como forma de obtenção das informações.

Nesse estudo, assim como a literatura internacional, realizou-se a coleta de dados através da

autoaplicação do instrumento, no intuito de afastar o viés do entrevistador e poder, dessa

forma, ser comparado a estudos de outros países. Para tanto, foi necessário, como critério de

inclusão, a alfabetização do indivíduo. Temos a plena consciência que, por vivermos num país

de grandes desigualdades sociais, a exclusão dos analfabetos pode não representar a realidade

geral do país, porém nossa amostra representa fielmente uma parcela da população que é

alfabetizada e que possui cobertura da assistência de planos de saúde, parcela esta que vem

crescendo nos últimos anos com a melhora das condições sociais da população73

. Por outro

lado, acreditamos que mais estudos devem ser realizados tendo como foco a população

assistida por planos e seguradoras de saúde, pois na nossa realidade isso é pouco realizado.

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41

Em adição, lembramos que a grande maioria dos médicos otorrinolaringologistas trabalha

com este tipo de público, fato que demonstra a importância de se gerar dados desta

população75

.

No geral, nossa amostra teve um grau elevado de escolaridade e a diferença entre os grupos

estudados não foi significativa. Não houve diferença estatística entre os grupos acerca de

escolaridade nos indivíduos com 2º e 3º graus completos e todos os dois grupos apresentaram

a maioria dos sujeitos com o 3º grau completo. Apenas no caso dos sujeitos com o 1º grau

completo houve uma diferença significativa entre os grupos. Tal diferença foi resolvida, pois

foi realizada, no grupo de comparação, uma comparação entre as medianas do grupo com

apenas o 1º grau completo e com os demais sujeitos do grupo de comparação, o que

demonstrou não haver diferença estatística do escore do SNOT-22 entre eles.

A informação sobre a presença de comorbidades, de forma categória, como ausente ou

presente, não teve diferença estatística entre os grupos, porém, ao estudarmos cada doença

isoladamente, encontramos maior presença de asma nos pacientes do grupo de estudo.

A asma foi a única comorbidade que apresentou diferença estatística entre os grupos. Esse

achado corrobora com uma informação já sedimentada e amplamente aceita, porém pouco

compreendida, que é a relação da RSC com a asma76

. Neste particular, informações de

diversos trabalhos nos ajudam a perceber tal relação. Pacientes que têm asma apresentam alta

taxa de anormalidades em exames tomográficos do nariz e seios paranasais77

. As alterações

radiológicas isoladamente não significam necessariamente a presença de RSC, principalmente

quando não se conhece exatamente o momento em que foi realizado o exame, porém esse

dado não pode ser desprezado. De forma semelhante, alguns sintomas tipicamente

encontrados em pacientes asmáticos como o chiado no peito e desconforto respiratório são

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encontrados em mais de 30% dos pacientes com RSC em comparação a menos de 10% dos

controles78

. A relação parece ser ainda mais forte na presença de pólipos79

.

Não foi detectada diferença em relação à presença de alergias respiratórias entre os grupos.

Essa informação sugere que a alergia respiratória, embora frequente, não é a única

responsável pela fisiopatologia da RSC.

Acreditamos, porém, que nossa amostra não pôde analisar de maneira acurada a presença de

alergias respiratórias nos grupos, visto que esta informação era referida pelo paciente de

forma categórica, apenas como alergia respiratória “presente” ou “ausente”, e pode não ter

sido entendida adequadamente por parte dos sujeitos.

O grupo com RSC apresentou 05 sujeitos que referiram ter alergia respiratória e no grupo de

comparação encontramos também 07 sujeitos com a mesma informação. Alguns desses

sujeitos do grupo sem a doença nasossinusal não apresentaram queixas nasais ou esse quadro

não foi julgado como importante e, por isso, não foi referido. Da mesma forma, não temos

como afirmar qual o conceito, ou melhor, o que foi entendido como “alergia respiratória” por

parte dos sujeitos. Além disso, não foi feito nenhum teste de comprovação de alergia

respiratória neste estudo, o que fragiliza essa informação.

A relação entre RSC e Rinite alérgica é comprovada por estudos epidemiológicos que

mostram haver alta incidência de testes alérgicos cutâneos positivos em pacientes com RSC80

.

Mesmo com críticas aos critérios de seleção de alguns desses estudos, parece que o edema

causado pelo processo alérgico ajudaria a bloquear os óstios dos seios paranasais,

promovendo estase de secreções e infecção bacteriana secundária23

. Em contrapartida, não foi

demonstrado aumento de casos de RSC nos meses de polinização, o que faz com que a

relação de causa e efeito entre os dois não esteja clara81

.

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Um fato que torna esse tema ainda mais complexo é que tanto a RSC como a rinopatia

alérgica, principalmente na crise, apresentam sintomas parecidos, o que, principalmente para

o não especialista pode gerar confusão.

Nosso estudo não teve condições de elucidar esta questão, pois, de forma livre, os pacientes

responderam e não foi encontrada diferença estatística na presença de alergias respiratórias

entre os grupos.

A informação sobre a diferença entre a qualidade de vida de subgrupos de pacientes com RSC

não foi pretendida em nosso estudo. Diferenciar os pacientes quanto à presença ou ausência

de pólipos e eosinofilia, por exemplo, tema frequente em estudos de diagnóstico e

prognóstico, neste caso acreditamos que não se aplica, devido a termos neste estudo um grupo

sem doença, como comparação. Desta forma, o que se pretendeu comparar foi um grande e,

provavelmente, diversificado grupo com RSC e um grupo sem doença nasossinusal. É

provável que entre os sujeitos do grupo com doença nasossinusal, existam diferentes quadros

e possivelmente diferentes prognósticos, porém esse não foi o foco deste estudo. A diferença

significativa entre a qualidade de vida dos grupos demonstra com clareza que realmente os

grupos eram diferentes e a presença da doença foi o fator de impacto preponderante.

Em relação ao gênero encontramos que, entre os grupos de comparação, quando comparamos

a mediana do escore do SNOT-22, homens e mulheres com rinossinusite tem pior qualidade

de vida quando comparados com sujeitos sem doença, avaliados isoladamente.

No grupo de estudo, as mulheres tem piores escores que os homens. Este achado corrobora

com a informação da literatura que afirma que o gênero feminino apresenta piores escores de

qualidade de vida em pacientes com rinossinusite crônica. O sexo masculino tem melhores

escores de qualidade de vida mesmo apresentando doença sinusal mais extensa82

.

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44

Fiedler47

encontrou que, entre estudantes de medicina, as mulheres referem ter pior qualidade

de vida referida que os homens. A autora cita Schraiber e Gomes e Couto (2005) que

defendem que o gênero masculino, em comparação com o feminino, apresenta diversos

comportamentos de risco e que os homens percebem menos os cuidados com a saúde como

importantes. Além disso, mostram que os homens valorizam menos sintomas físicos e

psicológicos, a não ser em situações mais graves de danos à saúde.

Outros agravos que interferem na qualidade de vida como depressão e ansiedade têm uma

tendência de terem piores escores quando avaliados nas mulheres. Esse fato pode ser

explicado por um maior cuidado das mulheres nas respostas, por apresentarem uma visão

mais crítica do tema, por dedicarem maiores cuidados e terem maiores preocupações com a

sua saúde e com a dos outros83

.

Já no grupo de comparação não houve diferença estatística entre os sexos. Acreditamos que

em pessoas normais, ou seja, sem doença nasossinusal, a qualidade de vida avaliada por um

instrumento específico para avaliação de individuos com RSC deva realmente apresentar

resultados semelhantes.

Os pontos fortes desse estudo são o fato de ser o primeiro estudo até então que utilizou o

instrumento SNOT-22 validado para o português, além do próprio estudo de validação. Foi

também o primeiro que utilizou este questionário numa população sem cirurgia prévia e com

indicação de tratamento clínico, ou seja, a grande maioria dos pacientes com RSC. Um

aspecto importante foi a geração de informações numa população coberta por planos e

seguradoras de saúde, fato incomum na nossa realidade. Por fim, destaca-se o fato de termos

utilizado a mesma metodologia internacional da autoaplicação do instrumento, para a qual o

questionário foi idealizado.

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VII LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS

Esse estudo tem como limitações não caracterizar melhor a presença de alergias respiratórias

e consequente baixa acurácia desta informação, fato que impede melhor diferenciar os

pacientes, principalmente entre os doentes. Essa informação poderia ser útil na medida em

que mostraria se há diferença da QV entre os indivíduos do grupo doente e acrescentar, por

exemplo, a informação que a presença de alergia possa estar relacionada à piora do escore em

pacientes com RSC.

Outra questão passível de crítica é o fato de termos excluído os analfabetos da nossa amostra,

parcela significativa da nossa população. Neste aspecto, a inclusão desse grupo nos impediria

de utilizarmos a metodologia pretendida, a autoaplicação do instrumento.

Acreditamos que esse pode ter sido mais um passo e que novos estudos devem ser feitos, a

fim de melhorar a acurácia dessas informações e poder melhor estratificar o doente através do

questionário SNOT-22. Desta forma acreditamos que possamos utilizar essa importante

ferramenta não só no acompanhamento dos doentes como na tomada de decisões.

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VIII CONCLUSÃO

1- A Rinossinusite Crônica reduz a qualidade de vida de indivíduos sem indicação

cirúrgica quando comparados a pacientes sem doença nasossinusal.

2- A mediana do escore do questionário SNOT-22 em indivíduos sem doença

nasossinusal é 08.

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47

SUMMARY

EVALUATION OF THE QUALITY OF LIFE IN INDIVIDUALS WITH CHRONIC

RHINOSINUSITIS

INTRODUCTION: The chronic rhinosinusitis (CRS) is a prevalent disease and causing

negative impacts on the lives of the people. The SNOT-22 is a questionnaire for evaluation of

quality of life (QOL) of these individuals and was recently validated in Portuguese. In Brazil,

there are no studies using the SNOT-22 in non surgical disease and sinonasal disease-free

population. OBJECTIVE: to evaluate the quality of life of individuals without surgical

indication rhinosinusitis compared to patients without disease. MATERIAL AND

METHODS: a cross-section clinical and analytical study, type cross-section with comparison

group. Were 2 groups, one consisting of patients with RSC and another by individuals without

sinonasal disease, adults, served consecutively in Otolaryngology in Salvador, Bahia, august

2011 to June 2012. All filled out the consent form, a registration and the SNOT-22.

RESULTS: 176 individuals, being 78 with RSC, and 98 without the disease. The groups were

homogeneous as regards gender, allergies and respiratory drug. The age was 40.7 + 13.5 years

in case group and 37.8 + 12.9 in the comparison group (p = 0.26). The median of SNOT-22 in

Group case was 53 against 8 of the comparison group (p = 0.001). CONCLUSION: chronic

rhinosinusitis reduces the individual’s quality of life even in non-surgical cases.

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57

ANEXOS

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ANEXO B – QUESTIONÁRIO SNOT-22 VALIDADO PARA O PORTUGUÊS

ANEXO C – CADASTRO DE PACIENTES COM RINOSSINUSITE CRÔNICA

ANEXO D – ARTIGO ORIGINAL “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DEVIDA DE

PACIENTES COM RINOSSINUSITE CRÔNICA POR MEIO DO QUESTIONÁRIO

SNOT-22”

ANEXO E – CARTA DE APROVAÇÃO DO ARTIGO PELO BRAZILIAN JOURNAL OF

OTORHINOLARYNGOLOGY

ANEXO F– ARTIGO ORIGINAL “IMPACTO DA RINOSSINUSITE CRÔNICA NA

QUALIDADE DEVIDA DE PACIENTES NÃO CIRÚRGICOS”

ANEXO G – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO 42º CONGRESSO BRASILEIRO

DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO FACIAL COM PÔSTER

SOBRE IMPACTO DA RINOSSINUSITE CRÔNICA NA QUALIDADE DEVIDA DE

PACIENTES NÃO CIRÚRGICOS.

ANEXO H – ARTIGO ORIGINAL “SNOT-22: QUAL O ESCORE DOS INDIVÍDUOS

SEM DOENÇA NASOSSINUSAL?”

ANEXO I – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO 42º CONGRESSO BRASILEIRO

DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO FACIAL COM PÔSTER

SOBRE QUAL O ESCORE DOS INDIVÍDUOS SEM DOENÇA NASOSSINUSAL?

ANEXO J – CERTIFICADO DE PÊMIO MELHOR PÔSTER

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ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da pesquisa: Avaliação da qualidade de vida em pacientes com rinossinusite crônica.

Instituição: Instituto de Otorrinolaringologia Otorrinos Associados - INOOA

O Sr(a) está sendo convidado a participar da pesquisa “Avaliação da qualidade de vida em

pacientes com rinossinusite crônica.”, com objetivo de avaliar a qualidade de vida para

pacientes com rinossinusite crônica. O tema de qualidade de vida em pacientes com

rinossinusite crônica é importante, pois a doença é muito comum na população geral e o uso

do questionário ajudará a melhor compreensão do impacto da doença na qualidade de vida das

pessoas e sua resposta ao tratamento. Os participantes desta pesquisa responderão a um

questionário na primeira consulta, no momento da avaliação pelo seu médico. Ainda nesta

avaliação o participante será submetido ao exame de endoscopia nasal que consiste na

introdução de um aparelho flexível de fibra ótica de 04mm de diâmetro na cavidade nasal

após a vasoconstricção nasal com oximetazolina em gotas (03 gotas em cada narina), exame

que é utilizado de rotina pelo otorrinolaringologista para avaliação das patologias nasais. O

Questionário traz questões como, por exemplo: obstrução nasal, dor facial, alterações do sono

e alterações na produtividade diária. O tempo para o preenchimento do questionário varia

entre 7 e 10 minutos, segundo trabalhos em outros países. Os resultados desta pesquisa serão

divulgados em congressos e revistas científicas. Os pesquisadores garantem guardar sigilo em

relação à identidade dos participantes e estes têm a garantia de esclarecimento em relação a

qualquer dúvida, antes e durante o curso da pesquisa, estando livres para recusar-se a

participar da pesquisa, assim como retirar este consentimento a qualquer momento, sem

penalização ou prejuízo ao seu cuidado. Não haverá remuneração aos participantes.

O pesquisador responsável chama-se MANUELA GARCIA LIMA endereço: Avenida Anita

Garibaldi, 1477 – CEP 40170-130. Tel. (71) 3261-8367. Este termo é composto de duas vias

de igual conteúdo, sendo a primeira para arquivamento pelo pesquisador e a segunda para o

paciente ou seu representante legal.

Eu,.........................................................................dou meu consentimento para participar desta

pesquisa, após ter lido, recebido esclarecimentos e compreendido.

, ____/____/____

(Local e data)

_______________________________

Assinatura do Participante

(sujeito da pesquisa ou seu representante)

_________________________

Assinatura da testemunha

_____________________________________

Assinatura do(a) pesquisador(a)

Em caso de dúvida ou denúncia contatar o Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos

(CEP) da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Av. D. João VI, 274 – Brotas - CEP.

40.285-01- Salvador-BA. Tel.: (71) 2101-19

Impressão

Datiloscópica

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO SNOT-22 VALIDADO PARA O PORTUGUÊS

Fonte: Kosugi et al 2011

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ANEXO C – CADASTRO DE PACIENTES COM RINOSSINUSITE CRÔNICA

Cadastro de Pacientes com Rinossinusite Crônica - Data de registro:___________________

INOOA

Nome:____________________________________________________________________

Idade:______________________________ Sexo: M F

Escolaridade: N 1o grau completo 2

o grau completo 3

o grau

Comorbidades: HAS DM ASMA Dermatite Atópica Outra______________

Alergias Medicamentosas:____________________________________________________

Alergias respiratórias:_______________________________________________________

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ANEXO D – ARTIGO ORIGINAL “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE

PACIENTES COM RINOSSINUSITE CRÔNICA POR MEIO DO QUESTIONÁRIO

SNOT-22”

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ANEXO E – CARTA DE APROVAÇÃO DO ARTIGO PELO BRAZILIAN JOURNAL

OF OTORHINOLARYNGOLOGY

From: [email protected] To: [email protected]

Subject: Artigo Aprovado SGP/ BJORL Date: Sat, 27 Oct 2012 21:13:14 -0200

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial Avenida Indianópolis, 1287 - Planalto Paulista

CEP 04063-002 - São Paulo/SP - Brasil Tel.: +55 (11) 5053-7500 - Email: [email protected]

São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2012

Ilmo(a) Sr.(a) Prof(a), Dr(a) Pablo Pinillos Marambaia

Referente ao código de fluxo: 9911

Classificação: Artigo Original

Temos o prazer de informar que o manuscrito Avaliação da Qualidade de vida de pacientes com rinossinusite crônica por meio de questionário SNOT-22. foi aprovado pelo Conselho

Editorial do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology e será publicado em breve. Lembramos que algumas modificações poderão ser solicitadas até a publicação do artigo.

Obrigado por submeter seu trabalho à Brazilian Journal of Otorhinolaryngology.

Atenciosamente,

Profa. Dra. Wilma Anselmo-Lima

Editora

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ANEXO F– ARTIGO ORIGINAL “IMPACTO DA RINOSSINUSITE CRÔNICA NA

QUALIDADE DEVIDA DE PACIENTES NÃO CIRÚRGICOS”

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ANEXO G – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO 42º CONGRESSO

BRASILEIRO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO FACIAL

COM PÔSTER SOBRE IMPACTO DA RINOSSINUSITE CRÔNICA NA

QUALIDADE DEVIDA DE PACIENTES NÃO CIRÚRGICOS.

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ANEXO H – ARTIGO ORIGINAL “SNOT-22: QUAL O ESCORE DOS INDIVÍDUOS

SEM DOENÇA NASOSSINUSAL?”

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ANEXO I – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO 42º CONGRESSO

BRASILEIRO DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO FACIAL

COM PÔSTER SOBRE QUAL O ESCORE DOS INDIVÍDUOS SEM DOENÇA

NASOSSINUSAL?

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ANEXO J – CERTIFICADO DE PRÊMIO MELHOR PÔSTER