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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Roberta Alves Pinto Moura Penteado AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL E ALTERAÇÃO DE MASSA DE DUAS RESINAS COMPOSTAS POR MEIO DE MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Programa de Pós- graduação, do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Dentística Orientadora: Profa. Dra. Priscila Christiane Suzy Liporoni Co-orientador: Prof. Dr. Celso da Silva Queiroz Taubaté – SP 2006

AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL E ALTERAÇÃO DE MASSA ...livros01.livrosgratis.com.br/cp001686.pdf · microscopia de força atômica, e a alteração de massa da resina composta

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Roberta Alves Pinto Moura Penteado

AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL E ALTERAÇÃO DE MASSA DE DUAS RESINAS

COMPOSTAS POR MEIO DE MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Programa de Pós-graduação, do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Dentística Orientadora: Profa. Dra. Priscila Christiane Suzy Liporoni Co-orientador: Prof. Dr. Celso da Silva Queiroz

Taubaté – SP

2006

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ROBERTA ALVES PINTO MOURA PENTEADO

AVALIAÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL E ALTERAÇÃO DE MASSA DE

DUAS RESINAS COMPOSTAS POR MEIO DE MICROSCOPIA DE F ORÇA

ATÔMICA

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Programa de Pós-graduação, do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté. Área de Concentração: Dentística

Data: __________________

Resultado: ______________

BANCA EXAMINADORA

Prof. __________________________________________ Universidade de Taubaté

Assinatura _____________________________________

Prof. __________________________________________ ____________________

Assinatura _____________________________________

Prof. __________________________________________ ____________________

Assinatura _____________________________________

Dedico este trabalho ao meu esposo, Luiz Alexandre Moura Penteado , que com seu entusiasmo pelo ensino, me mostrou esse belo caminho. Minha vida, te amo! Aos meus pais, José Roberto e Izaura Alves Pinto , que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e incentivando em cada decisão tomada. Amo vocês. Aos meus irmãos, Patrícia, Clarissa, Isabela e Leonardo por fazerem parte desse crescimento.

4

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Profa. Dra. Priscila Liporoni , que me acompanhou nessa

jornada e me tranqüilizou, tornando meu projeto realizado. Adorei te conhecer,

OBRIGADA!!

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Celso Queiroz , que com sua disponibilidade de

sempre e boas idéias fez este sonho virar realidade. Você é DEZ!

Ao Prof. Dr. José Benedicto Mello , defensor da Dentística, sempre preocupado

conosco e buscando o melhor para todos. Sinto saudades!

A todos os professores que fazem parte do programa de mestrado e que de alguma

forma contribuíram para minha formação.

Ao Prof. Dr. Josealdo Tonholo , do Laboratório de Eletroquímica da Universidade

Federal de Alagoas (UFAL), que disponibilizou o uso do Microscópio de Força

Atômica.

Ao doutorando em Química, José Ginaldo Júnior , que com sua prestatividade e

paciência aceitou fazer parte deste trabalho lendo as amostras no microscópio.

Saiba que te considero um amigo.

Ao Prof. Dr. Milton Andrade , do Laboratório de Odontologia Social e Preventiva

(OSP) da UFAL, que possibilitou a utilização da máquina de escovação simulada.

À técnica do laboratório de OSP da UFAL, Flávia pela boa vontade e simpatia em

todas as horas.

À Profa. Isabel Porto , minha grande amiga, pelo incentivo e amizade nesta nossa

longa caminhada.

Às professoras e amigas Michelle Leão e Izabel Gomes , que seguraram a barra

nos meus períodos de ausência. Vocês são guerreiras!

À amiga Telma Pinto , que distribuía alegria durante o curso nos momentos de

desânimo.

Aos colegas do Mestrado que participaram das incertezas, mas também das alegrias

durante o curso.

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. (Paulo Freire)

RESUMO

O propósito desta pesquisa foi avaliar in vitro a rugosidade superficial, por meio de

microscopia de força atômica, e a alteração de massa da resina composta

microhíbrida Filtek Z250 (Grupo A) e da nanoparticulada Filtek Supreme (Grupo B)

submetidas à ciclagem de pH e escovação simulada. Foram confeccionados 12

corpos-de-prova de cada material, sendo os mesmos armazenados em estufa a 37º

C por 24 horas. O acabamento e o polimento foram realizados depois de 24 horas

com discos Sof-Lex. Foi realizada a análise da rugosidade superficial inicial pela

média de três subáreas por meio do microscópio de força atômica e posterior

pesagem inicial numa balança analítica com precisão de 0,00001 g a partir da média

de três pesagens consecutivas. Depois as amostras foram levadas para a ciclagem

de pH durante dez dias consecutivos e então uma nova pesagem e leitura da

rugosidade foram realizadas. Os espécimes foram submetidos a cinqüenta mil ciclos

de escovação simulada onde foi utilizada escova dental macia e uma solução de

creme dental e água destilada na proporção 1:2. Novamente as amostras tiveram a

rugosidade e o peso avaliados. Os dados obtidos foram submetidos aos testes

estatísticos de análise de variância, regressão linear e teste de Tukey em nível de

significância de 5%. Os resultados mostraram que a alteração de massa foi

significante entre os grupos, já a rugosidade não. Ambos os compósitos

apresentaram diferença estatística significante na massa após a ciclagem de pH, e

na rugosidade somente após a escovação. Não houve correlação entre peso e

rugosidade. Concluiu-se que a ciclagem de pH interferiu na massa dos compósitos,

porém não influenciou a rugosidade superficial. A escovação simulada não alterou a

massa, mas aumentou a rugosidade superficial nos dois grupos.

Palavras-chave: Rugosidade superficial. Resinas compostas. Microscopia de força

atômica.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate in vitro the surface roughness, with the atomic

force microscope, and the mass changes of the microhybrid Filtek Z250 (Group A)

and nanofilled Filtek Supreme (Group B) composites subjected to pH cycling and

simulate toothbrushing. Twelve specimens of each material were prepared, stored at

37ºC for 24 hours and later polished with Sof-Lex discs. A baseline analysis of

surface roughness was realized with the atomic force microscope by the average of

three points and subsequent initial weighting in an analytical balance of 0,00001 g

accuracy by the average of three consecutive weightings. Then the specimens were

taken to the pH cycling for ten consecutive days and a new weighting and roughness

analysis were made. The samples were subjected to fifty thousand toothbrushing

cycles with soft toothbrush and a slurry containing dentifrice and distilled water at a

rate 1:2. The mass and surface roughness were evaluated again. The results were

submitted to the statistical tests of analysis of variance, linear regression and Tukey

test (p<0,05). The results showed that the weighting of the groups had statistical

significant diference but the roughness had not. The composites showed statistical

diference in weight after pH cycling and in roughness just after simulated

toothbrushing. No correlation was checked in change mass and surface roughness. It

was concluded that the pH cycling interfered on weight of both groups but did not

influenced on the surface roughness of the composites. The simulated toothbrushing

do not change the mass but increased the surface roughness on both groups.

Key words: Surface roughness. Composite resin. Atomic force microscopy.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Médias (desvios-padrão) do fator peso (g) obtidas após o polimento (inicial), pós-ciclagem de pH e pós-escovação segundo a resina composta............................................................................................. 47

Tabela 2 - Médias (desvios-padrão) do fator rugosidade superficial (�m)

obtidas após polimento (inicial), pós-ciclagem de pH e pós-escovação segundo a resina composta.............................................. 49

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Características das resinas compostas estudadas 37

Figura 2 - Composição das resinas compostas avaliadas 38

Figura 3 - Matriz circular de teflon apoiada na base do mesmo material 39

Figura 4 - Resinas compostas utilizadas na pesquisa 39

Figura 5 - Corpos-de-prova confeccionados 40

Figura 6 - Etapas da pesagem 41

Figura 7 - Microscópio de força atômica (AFM) 42

Figura 8 - Esquema de funcionamento do AFM 43

Figura 9 - Máquina de escovação simulada 44

Figura10 - Dentifrício e escova dental utilizados na pesquisa 45

Figura 11 - Valores médios das três etapas da pesagem nos dois grupos 48

Figura 12 - Valores médios das três etapas da análise da rugosidade nos dois grupos 49

Figura 13 - Correlação entre as médias iniciais de peso e rugosidade 50

Figura 14 - Correlação entre as médias de peso e rugosidade pós-ciclagem de pH 51

Figura 15 - Correlação entre as médias de peso e rugosidade pós-escovação 51

Figura 16 - Imagem 3-D inicial da rugosidade superficial da Z250 53

Figura 17 - Imagem 3-D inicial da rugosidade superficial da Supreme 53

Figura 18 - Imagem 3-D da rugosidade superficial da Z250 pós-ciclagem de pH 54

Figura 19 - Imagem 3-D da rugosidade superficial da Supreme pós-ciclagem de pH 54

Figura 20 - Imagem 3-D da rugosidade superficial da Z250 pós-escovação 55

Figura 21 - Imagem 3-D da rugosidade superficial da Supreme pós-escovação 55

10

LISTA DE ABREVIATURAS

AFM – Atomic force microscope (Microscópio de força atômica)

MEV – Microscópio eletrônico de varredura

BisGMA – bisfenol A-glicidil-metacrilato

BisEMA – bisfenol A-polietileno glicol dieter dimetacrilato

TEGDMA – trietileno glicol dimetacrilato

UDMA – uretano dimetacrilato

mW - miliwats

% - porcentagem

pH – potencial de hidrogênio

MPa – mega Pascal

Ra – average roughness (rugosidade média)

NaF – fluoreto de sódio

FFA – fluorfosfato acidulado

CIV – cimento de ionômero de vidro

CIVMR – cimento de ionômero de vidro modificado por resina

RC – resina composta

PC – peróxido de carbamida

mL – mililitro

g – grama (unidade de peso)

Kg – quilograma (unidade de peso)

mm – milímetro (unidade de medida)

cm – centímetro (unidade de medida)

µm – micrometro (unidade de medida)

���– nanômetro (unidade de medida)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 16

2.1 TÉCNICAS DE ACABAMENTO E POLIMENTO................................................16

2.2 SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS E PROFILAXIA..........................................................20

2.3 PROCEDIMENTOS MECÂNICOS......................................................................27

3 PROPOSIÇÃO ..................................................................................................... 36

4 MÉTODO.............................................................................................................. 37

4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................. 37

4.2 CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA ...................................................... 38

4.3 ANÁLISE DA ALTERAÇÃO DE MASSA ........................................................... 40

4.4 ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL.................................................... 41

4.5 CICLAGEM DE PH............................................................................................ 43

4.6 ESCOVAÇÃO SIMULADA ................................................................................ 44

5 RESULTADOS ..................................................................................................... 46

5.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA.....................................................................................46

5.2 ANÁLISE DA ALTERAÇÃO DE MASSA.............................................................46

5.3 ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL......................................................48

5.4 CORRELAÇÃO ENTRE MASSA E RUGOSIDADE............................................50

5.5 IMAGENS DO AFM.............................................................................................52

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 56

7 CONCLUSÕES......................................................................................................63

REFERÊNCIAS.........................................................................................................64

ANEXO A - Composição das soluções desmineralizante e remineralizante............68

APÊNDICE A - Análise de variância para comparação das médias de peso.........................................................................................69

APÊNDICE B - Análise de variância para comparação das médias de rugosidade...............................................................................70

APÊNDICE C - Leituras (�m) e médias da rugosidade superficial da resina

composta Filtek Z250 após polimento (inicial)............................71

APÊNDICE D - Leituras (�m) e médias da rugosidade superficial da resina

composta Filtek Z250 pós-ciclagem de pH.................................72

APÊNDICE E - Leituras (�m) e médias da rugosidade superficial da resina

composta Filtek Z250 pós-escovação simulada.........................73

12

APÊNDICE F - Leituras (�m) e médias da rugosidade superficial da resina

composta Filtek Supreme após polimento (inicial).....................74

APÊNDICE G - Leituras (�m) e médias da rugosidade superficial da resina

composta Filtek Supreme pós-ciclagem de pH..........................75

APÊNDICE H - Leituras (�m) e médias da rugosidade superficial da resina

composta Filtek Supreme pós-escovação simulada..................76

APÊNDICE I - Valores da pesagem (g) e médias da resina composta Filtek Z250

após polimento (inicial)....................................................................77

APÊNDICE J - Valores da pesagem (g) e médias da resina composta Filtek Z250

pós-ciclagem de pH.........................................................................78

APÊNDICE K - Valores da pesagem (g) e médias da resina composta Filtek Z250

pós-escovação simulada................................................................79

APÊNDICE L - Valores da pesagem (g) e médias da resina composta Filtek

Supreme após polimento (inicial).................................................80

APÊNDICE M - Valores da pesagem (g) e médias da resina composta Filtek

Supreme pós-ciclagem de pH....................................................81

APÊNDICE N - Valores da pesagem (g) e médias da resina composta Filtek

Supreme pós-escovação simulada..............................................82

13

1 INTRODUÇÃO

As pesquisas na área da odontologia são constantes e evoluem muito rápido,

mudando conceitos a cada dia. A utilização de materiais dentários estéticos vem

crescendo bastante, pois a busca por restaurações que reproduzam os dentes da

maneira mais fiel possível é crescente já há alguns anos.

Dentre os materiais estéticos bastante estudados, destaca-se a resina

composta, pelo número de trabalhos publicados sobre ela devido ao aumento na sua

utilização.

As resinas compostas foram desenvolvidas quando Bowen, na década de

sessenta, após vários estudos observou que as resinas acrílicas (primeiro material

restaurador polimérico usado na odontologia) utilizadas na época apresentavam

baixa resistência ao desgaste, alto coeficiente de expansão térmica e manchamento.

Com isso, ele desenvolveu o monômero denominado bisfenol A-glicidil-metacrilato

(BisGMA) que junto com as partículas inorgânicas melhoraram as propriedades das

resinas compostas (OSHIMA; CONCEIÇÃO, 2000). Além da estética, a associação

das resinas compostas ao condicionamento ácido e sistema adesivo resultou em

restaurações com adequada retenção e selamento marginal (WANG, 2001).

Inicialmente, as resinas compostas de macropartículas eram as utilizadas,

mas vários insucessos ocorreram especialmente devido ao tamanho das partículas,

que levava a um polimento deficiente e conseqüente manchamento e acúmulo de

placa, pois a restauração apresentava alta rugosidade. Essa rugosidade está

associada ao tamanho e tipo das partículas (YIP; LAM; SMALES, 1999).

14

A morfologia e tamanho das partículas têm grande influência nas

propriedades mecânicas; afetam a lisura de superfície e o desgaste (NAGEM FILHO,

1999). A diminuição no tamanho e alteração na forma das partículas reduziu muito a

rugosidade desses materiais. O desenvolvimento das resinas compostas

microparticuladas foi muito importante, porém esse material apresenta baixa

resistência ao desgaste não sendo indicada em dentes posteriores ou em regiões

que recebam esforços mastigatórios. Nessas áreas as resinas compostas híbridas

são muito utilizadas apresentando um bom grau de polimento e propriedades físico-

mecânicas que favorecem sua utilização. Entretanto, o brilho obtido no polimento

não dura muito, sendo nesse quesito superada pelas resinas compostas

microparticuladas (GARONE NETTO, 2003). Os compósitos híbridos apresentam

resistência à abrasão superior comparados com os compósitos microparticulados

(SULONG; AZIZ, 1990).

Recentemente, foi apresentada ao mercado uma resina composta de

nanopartículas (PERFIL TÉCNICO DO PRODUTO FILTEKTM Supreme). Segundo o

fabricante, ela contém uma combinação de nanopartículas não-aglomeradas de

sílica com tamanho de 20 �m, e nanoaglomerados formados por partículas de

zircônia/sílica cujo tamanho varia de 5 a 20 �m. O tamanho médio dos aglomerados

varia de 0,6 a 1,4 mícron. Esses aglomerados de partículas de carga nanométricas

melhoram as propriedades físicas e a retenção do polimento em comparação com as

resinas compostas híbridas.

Por outro lado, as resinas compostas apresentam outro incoveniente, além da

rugosidade, que é a alteração de massa, esta pode ocorrer por processos químicos

como alimentação ácida (BRAGA, 2005) ou por problemas endógenos como a

15

regurgitação; e/ou processos mecânicos como a escovação e contato com dentes ou

outra restauração (MARTÍNEZ, 2004).

Além disso, a perda de contorno com exposição das margens pode levar à

cárie secundária e a rugosidade vai facilitar a adesão e retenção de placa

(MARTÍNEZ, 2004).

Por isso foi observado se a resina composta sofre alguma alteração de

superfície e de perda de componentes a partir de substâncias ácidas e neutras e

escovação. Pois tanto o aumento da rugosidade quanto a perda de massa podem

levar a substituições mais freqüentes dessas restaurações comprometendo, assim, a

sua longevidade e a quantidade de estrutura dental que poderá ser perdida a cada

substituição das mesmas.

16

2 REVISÃO DA LITERATURA

Um dos grandes problemas dos materiais restauradores estéticos diretos é a

alteração que ocorre na sua superfície com o passar do tempo, especialmente das

resinas compostas, como a rugosidade e o desgaste que algumas podem

apresentar. Alguns fatores que podem levar a essas alterações estão elencados a

seguir.

2.1 TÉCNICAS DE ACABAMENTO E POLIMENTO

Para Marigo et al. (2001) a longevidade e a aparência estética de uma ótima

restauração com compósito dependem da qualidade das técnicas de acabamento e

polimento empregadas. A etapa de acabamento e polimento dessas restaurações é

muito importante, pois segundo Jones, Billington e Pearson (2004) as restaurações

polidas de resina composta devem apresentar uma rugosidade de, no máximo, 0,50

�m para que não seja detectada pelo paciente.

Várias pesquisas estudaram os diferentes tipos de técnicas de acabamento e

polimento das restaurações estéticas diretas, como Ribeiro, Oda e Matson (2001)

que avaliaram a rugosidade superficial das resinas compostas compactáveis Alert e

Solitaire em relação à resina composta híbrida Degufill Mineral e compararam o

efeito de três diferentes técnicas de polimento, sendo dois sistemas de discos (Sof-

Lex e Super-Snap) e as pontas de silicone (Enhance). Confeccionaram dez corpos-

de-prova para cada grupo, em que o grupo 1 foi polido com Sof-Lex (azul escuro,

médio e claro) por 30 s cada disco, que depois era descartado, lavado com água e

seco com jatos de ar e outro disco era então usado. O mesmo procedimento foi

17

realizado com os discos Super-Snap. As pontas Enhance foram usadas por 30 s

cada e depois descartadas. Foram feitas quatro leituras por espécime para análise

da rugosidade utilizando-se um rugosímetro. Verificou-se que a Alert apresentou

maior rugosidade superficial em relação aos outros compósitos estudados. As

resinas compostas Solitaire e Degufill Mineral não apresentaram diferenças

estatísticas significantes entre si quanto à rugosidade superficial. As pontas

siliconizadas mostraram maior rugosidade em relação ao sistema de discos.

Neme et al. (2002) investigaram os efeitos de cinco protocolos de polimento

(OneGloss, pasta profilática de granulação média e grossa e discos SuperBuff), na

rugosidade superficial de cinco materiais restauradores estéticos diretos (compósito

híbrido, compactável e microparticulado, compômero e cimento de ionômero de vidro

modificado por resina – CIVMR). Os espécimes foram submetidos aos diferentes

protocolos de polimento com os agentes anteriormente citados, por 20 s cada um. O

último grupo associou o OneGloss e o SuperBuff, respectivamente, por 40 s no total.

A análise inicial de rugosidade superficial foi feita por um perfilômetro. As amostras

foram submetidas a sessenta mil ciclos de escovação simulada e uma segunda

medida da rugosidade foi realizada. Após a análise das superfícies escovadas, cada

amostra foi repolida com os protocolos iniciais de polimento e realizaram a leitura

final da rugosidade. Os autores concluíram que os compósitos híbridos e

microparticulados aumentaram significativamente a rugosidade superficial, após a

escovação, em relação aos outros materiais; e que a aplicação de protocolos de

polimento pós-escovação nestes compósitos diminui a sua rugosidade superficial.

No estudo de Bolanho et al. (2003), foi avaliada a rugosidade superficial in

vitro de cinco resinas compostas para dentes posteriores (Alert, Definite, Solitaire,

Prodigy e P60) fotoativadas contra matriz de poliéster e submetidas a três diferentes

18

tratamentos de superfície e aplicação de selante de superfície. Um total de cento e

cinqüenta corpos-de-prova foram confeccionados e divididos em sete grupos (um

para cada resina composta) sendo G1 o grupo controle (matriz de poliéster); os

outros grupos variaram o tratamento de superfície utilizando borrachas abrasivas,

discos de feltro e brocas multilaminadas associados ou não ao selante de superfície.

A leitura da rugosidade foi obtida com três medições para cada amostra por meio do

rugosímetro de precisão. Concluíram que a lisura superficial promovida pela matriz

de poliéster (controle) foi superior aos outros tratamentos de superfície realizados

nesta pesquisa. Apenas a resina Alert apresentou melhor lisura após a aplicação do

selante de superfície, independente da técnica de acabamento e polimento

realizada, o que não aconteceu com as outras resinas compostas.

Nagem Filho et al. (2003) investigaram o efeito de dois métodos de polimento

(pontas diamantadas ou pontas + discos de óxido de alumínio) sobre a rugosidade

superficial de sete compósitos. Foram preparadas 126 amostras no total, divididas

em três grupos. O grupo 1 (controle) não foi polido, usou apenas matriz de poliéster;

o grupo 2 recebeu acabamento com pontas diamantadas F e FF; e no grupo 3 foram

utilizadas pontas diamantadas F e FF + as três últimas granulações dos discos de

óxido de alumínio. O rugosímetro foi utilizado para avaliar a rugosidade superficial.

Os autores observaram que o grupo 2 foi menos efetivo do que os outros dois no

acabamento dos compósitos; e que a matriz de poliéster e os discos produziram a

mesma rugosidade. Eles concluíram que as pontas diamantadas produziram

rugosidade em todos os compósitos e as técnicas de polimento com discos de óxido

de alumínio e água foi um método efetivo em todos os materiais avaliados.

Para comparar a rugosidade superficial de três resinas compostas flow, uma

resina composta com carga cerâmica e duas resinas compostas compactáveis antes

19

e após o acabamento e polimento com discos Sof-Lex; os autores Üçtasli, Bala e

Güllü (2004) prepararam cinco amostras para cada material, que após a fotoativação

foram armazenadas em água destilada a 37ºC por 24 horas. Foram realizadas cinco

leituras por corpo-de-prova, com um perfilômetro, para obtenção da média da

rugosidade superficial. Cada amostra foi polida com as quatro últimas granulações

dos discos Sof-Lex por 20 s cada. Após isso, uma nova medida de rugosidade

superficial foi realizada. Adicionalmente, um corpo-de-prova de cada material foi

preparado e levado ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) para análise. Os

autores concluíram que o ormocer teve um valor mais alto de rugosidade comparado

com os compósitos compactáveis. Antes do polimento, as resinas compostas

compactáveis apresentaram maior rugosidade do que as resinas compostas flow; e

após o polimento tiveram melhor lisura do que as mesmas resinas.

Türkün e Türkün (2004) analisaram a rugosidade de superfície de três resinas

compostas (Clearfil ST, Filtek A110 e Esthet-X) utilizando um novo sistema de

acabamento e polimento de passo único (discos Po-Go) e dois sistemas

convencionais (discos Sof-Lex e pontas Enhance), e avaliaram a efetividade desse

novo sistema e seu possível dano por meio da análise no microscópio eletrônico de

varredura (MEV). Vinte e quatro espécimes para cada resina composta foram

confeccionados e divididos em quatro grupos. A média da rugosidade foi obtida por

um perfilômetro a partir de cinco leituras. Um corpo-de-prova de cada grupo foi

preparado para análise no MEV. A maior lisura foi encontrada no grupo controle (não

recebeu polimento, apenas matriz de poliéster). Não houve diferença estatística

significante entre as superfícies da Clearfil ST e Esthet-X polidas com o sistema Po-

Go e o grupo controle. O sistema Po-Go exibiu maior lisura para todas as resinas

compostas estudadas e a associação pontas Enhance e pasta de polimento

20

apresentaram a maior rugosidade para a resina composta Filtek A110 e Clearfil ST.

A análise no MEV confirmou o resultado obtido pelo perfilômetro.

2.2 SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS E PROFILAXIA

Mesmo que uma restauração com resina composta esteja bem polida e lisa,

algumas substâncias químicas (flúor, agentes clareadores, ácidos) podem alterar a

sua superfície tornando-a mais ou menos rugosa. Sendo assim, Freitas et al. (1998)

verificaram a ação de ácidos orgânicos sobre a dureza e rugosidade superficial dos

compósitos odontológicos. Foram confeccionados 34 corpos-de-prova de cada

material (Z100, Herculite XRV e Charisma). Os espécimes foram armazenados por

24 horas a 37ºC. Os valores de dureza Knoop e de rugosidade superficial foram

determinados antes e após 48 horas de imersão nas soluções de ácido acético a

99,7%; ácido lático a 85%; e, ácido propiônico a 99,5%, com microdurômetro e

rugosímetro, respectivamente. Como resultados, observaram que o ácido acético e o

propiônico exerceram efeito amolecedor em todos os compósitos, enquanto o ácido

lático apenas no produto Charisma; a rugosidade superficial dos compósitos

mostrou-se inalterada após a imersão em quaisquer dos ácidos.

Yip, Lam e Smales (1999) investigaram o efeito da aplicação tópica de flúor

(ATF) gel na estrutura física do cimento de ionômero de vidro convencional (CIVC),

cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR), compômero e resina

composta (RC), por meio do monitoramento do peso, das mudanças na superfície e

também sua liberação e absorção de flúor. Para isso foi utilizada matriz cilíndrica de

teflon na confecção das amostras. Após uma hora de estocagem úmida, cada

amostra foi removida da matriz, pesada e colocada num recipiente com 2 mL de

21

saliva artificial e estocada a 37ºC. A solução foi trocada após seis horas, um dia,

dois dias e semanalmente durante 12 semanas. Depois disso, as amostras foram

recarregadas com flúor usando 2 mL de gel de fluorfosfato acidulado a 1,23% por

quatro minutos. Os espécimes foram lavados com água deionizada e colocados

novamente em saliva artificial. Para medir a rugosidade superficial foram utilizadas

oito medidas para cada amostra. Concluíram que houve correlação positiva entre

perda de peso e liberação de flúor acumulado. A rugosidade de superfície da RC foi

minimamente afetada e todos os CIV apresentaram diferença estatística significante.

Houve um aumento na rugosidade superficial da RC em relação ao compômero,

CIVC e CIVMR.

Çehreli, Yazici e García-Godoy (2000) investigaram o efeito do gel de

fluorfosfato acidulado (FFA) a 1,23% nas características morfológicas da superfície e

na rugosidade superficial de um cimento de ionômero de vidro (CIV) de alta

viscosidade e três compômeros comparados com uma resina composta

microparticulada e um cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR).

Para isso, confeccionaram vinte amostras para cada material que foram divididos em

um grupo teste e um grupo controle. Todos os corpos-de-prova foram armazenados

em água destilada e, após 24 horas, polidos com discos Sof-Lex, sendo depois

mantidos em água deionizada por mais 24 horas. Os espécimes foram

repetidamente expostos à aplicação do gel de FFA por um período equivalente há

quatro anos (um minuto/seis meses), sob tratamento profilático com flúor. Cada

aplicação foi seguida de lavagem com água destilada e imersão na mesma por

sessenta minutos. O grupo controle foi mantido em água destilada durante todo o

experimento. Após isso, foi medida a rugosidade superficial com rugosímetro a partir

da média de três leituras por amostra. Observaram que os valores de rugosidade

22

superficial da resina composta foram significativamente diferentes dos outros

materiais testados, com exceção dos compômeros. A aplicação do gel de FFA

resultou em um aumento estatístico significante da rugosidade superficial da resina

composta. Este estudo mostrou que o tratamento com FFA também aumenta a

rugosidade superficial de alguns cimentos, facilitando a colonização por

Streptococcus mutans.

No trabalho de Prazeres et al. (2000), foi analisado o efeito cumulativo das

aplicações de três soluções fluoretadas para bochechos, in vitro, sobre a superfície

de materiais restauradores estéticos, por meio do microscópio eletrônico de

varredura (MEV). Para isso, foram utilizados 15 corpos-de-prova do cimento de

ionômero de vidro Vitremer e 15 do compósito TPH. Cada grupo foi subdividido em

quatro, sendo um o grupo controle; o dois recebeu fluorgard – fluorfosfato acidulado

0,05%; no terceiro foi aplicado fluordent – fluoreto de sódio 0,05% (neutro); e no

último utilizaram Duplak – fluoreto de sódio 0,05% associado à clorexidina 0,12%.

Metade das amostras desses subgrupos permaneceu em contato com as soluções

por 30 s e a outra parte entrou em contato por 60 s. Os resultados foram analisados

visualmente e os autores concluíram que os materiais restauradores estudados são

susceptíveis à ação danosa das soluções para bochecho; dentre as soluções

utilizadas, as aciduladas provocaram maior dano; quanto maior o período de

utilização, mais intenso é o efeito. A solução com pH neutro foi a que menos

provocou alteração superficial nos dois materiais testados.

Turssi, Magalhães e Serra (2001) estudaram a micromorfologia de dois

cimentos de ionômero de vidro modificados por resina (Fuji II LC e Photac-Fil) e

duas resinas compostas poliácido-modificadas (Dyract e F2000) submetidos à

aplicação de fluoreto de sódio neutro (NNaF) e fluorfosfato acidulado (FFA). Cada

23

material foi submetido a três tipos diferentes de tratamento (água destilada, NnaF e

FFA) por quatro minutos. Depois as amostras foram levadas à ciclagem de pH,

simulando alta atividade cariogênica por quatro semanas. Concluíram que a

micromorfologia da superfície do Fuji II LC e do Dyract não foi afetada por nenhuma

aplicação de flúor (neutro ou acidulado). O Photac Fil apresentou degradação

substancial com a aplicação dos dois tipos de flúor. A superfície do F2000 foi

degradada pelo gel de FFA com diferença estatística significante.

Os efeitos de três técnicas de profilaxia (jato de bicarbonato de sódio, pedra-

pomes e branco de espanha) sobre a rugosidade superficial de um compósito, um

compômero e duas superfícies dentais (esmalte e cemento-dentina) foram avaliados

por meio de rugosímetro e microscopia eletrônica de varredura (MEV) por Salami e

Luz (2003). Foram utilizadas 45 amostras de cada material e 23 terceiros molares

extraídos de pacientes jovens seccionados em duas partes e incluídos em resina

acrílica com esmalte e superfície radicular exposta. Foi feita leitura inicial da

rugosidade e então as amostras foram submetidas aos três tipos de tratamentos

profiláticos por 20 s cada. Uma outra análise da rugosidade foi realizada e duas

amostras de cada grupo foram preparadas para análise no MEV. Foi concluído que

as técnicas profiláticas estudadas não aumentaram a rugosidade superficial das

superfícies avaliadas e que a pedra-pomes foi capaz de alisar a superfície do

esmalte; comparando as técnicas, a pedra-pomes produziu maior rugosidade no

esmalte; no compósito, ela foi mais rugosa do que o branco de espanha; e no

compômero não houve diferença estatística entre os tratamentos.

Mohamed-Tahir e Yap (2004) determinaram os efeitos do pH na textura

superficial de materiais restauradores à base de ionômero de vidro usados em

restaurações de dentes posteriores. Os materiais utilizados foram um compômero,

24

um cerômero, dois cimentos de ionômero de vidro de alta viscosidade e um

compósito para comparar. Quarenta e dois espécimes de cada material foram

confeccionados por meio de um molde de acrílico coberto com matriz de poliéster e

lâmina de vidro. As amostras foram divididas em seis grupos e condicionadas em

soluções de ácido cítrico com diferentes níveis de pH (2, 3, 4, 5 e 6) a 37ºC por uma

semana e em outro grupo foi usada água deionizada destilada com pH 7,0. Após

uma semana, as amostras foram lavadas, secas com papel absorvente e a

rugosidade superficial determinada por meio de um perfilômetro. O resultado obtido

mostrou que o efeito do pH na rugosidade superficial foi dependente do material;

com exceção do compósito, a rugosidade superficial de todos os materiais avaliados

foi afetada por ácidos com baixo pH com diferença estatística significante; e, a

textura superficial dos cimentos de ionômero de vidro de alta viscosidade deteriorou

quando condicionadas com soluções de baixo pH, o que os torna susceptíveis à

adesão bacteriana.

No estudo de Wattanapayungkul et al. (2004) foi observado o efeito dos

agentes clareadores na rugosidade superficial de restaurações estéticas em relação

ao tempo. Foram utilizados cinco materiais estéticos do mesmo fabricante: uma

resina composta de micropartículas Filtek A110, uma resina composta flow Filtek

Flow, o compômero F2000 e duas resinas compostas microhíbridas Z100 e Z250,

com 36 amostras para cada, divididos em três grupos. Os agentes clareadores foram

os peróxidos de carbamida (PC) a 10% e 15%. O grupo 1 foi o controle e ficou

armazenado em água destilada a 37ºC. Os grupos 2 e 3 foram tratados com PC a

10% e 15% durante oito horas por dia, respectivamente. A aplicação foi realizada

diariamente por oito semanas. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de

rugosidade com zero, um, dois, quatro, seis e oito semanas de tratamento, sendo

25

utilizado o perfilômetro. Alguns espécimes foram selecionados e examinados no

microscópio eletrônico de varredura (MEV) para avaliar a superfície do material após

o clareamento. Concluíram que o efeito do clareamento na rugosidade superficial

dos materiais estéticos é dependente do tempo e do próprio material; a rugosidade

superficial do F2000 alcançou valores críticos após uma semana de clareamento

com PC a 15% e após seis semanas usando PC a 10%, enquanto os outros

materiais analisados não apresentaram significância clínica; e que o repolimento ou

a troca das restaurações estéticas pode ser necessário após longos períodos de

clareamento.

Kim et al. (2004) avaliaram os efeitos de dois tipos de clareamento caseiro

nas alterações de cor e rugosidade superficial de resinas compostas microhíbridas

(Point 4 e Spectrum TPH) e de nanopartículas (Filtek Supreme). As amostras foram

armazenadas em água destilada a 37ºC por 24 horas e depois limpas em ultra-som

por sessenta minutos. Os sistemas de clareamento caseiro com moldeira usados

foram Night Effects e Simply White Night aplicados por oito horas uma vez ao dia.

Os sistemas de clareamento caseiro com fitas impregnadas com o produto foram o

Whitestrips Professional e Claren aplicados por trinta minutos duas vezes ao dia. A

alteração de cor foi verificada por um espectofotômetro com cinco leituras por

amostra. As cores foram comparadas com uma e duas semanas de clareamento.

Para a rugosidade foi usado o perfilômetro, sendo realizada a leitura antes e após o

clareamento. Os autores concluíram que não houve diferença estatística significante

nas alterações de cor das resinas entre os dois agentes clareadores. As alterações

de cor e rugosidade superficial foram clinicamente insignificantes, não havendo

diferença em relação ao tipo de resina composta utilizada.

26

Silva et al. (2005) analisaram in situ o efeito de agentes clareadores caseiros

(aplicados com pincel) contendo peróxido de hidrogênio e percarbonato de sódio na

rugosidade superficial de diferentes materiais restauradores. Doze sujeitos

participaram do estudo duplo-cego, onde cada um usou aparelho intra-oral contendo

cinco blocos de esmalte bovino restaurados com amálgama, compósito posterior,

compósito microparticulado, cimento de ionômero de vidro e porcelana. A aplicação

foi feita por 14 dias consecutivos, sendo o produto utilizado duas vezes ao dia. A

rugosidade superficial foi avaliada com o microscópio de força atômica antes e após

o clareamento. Os autores concluíram que não houve diferença estatística

significante na rugosidade dos materiais após aplicação dos agentes clareadores.

Yap et al. (2005) investigaram o efeito de cinco procedimentos clínicos de

profilaxia na superfície de compósitos microparticulados, flow e de compômeros.

Para cada material foram preparadas 48 amostras, subdivididas em seis grupos. O

grupo 1: controle (sem tratamento); grupo 2: pedra-pomes + escova de Robinson;

grupo 3: pedra-pomes + taça de borracha; grupo 4: pasta profilática + taça de

borracha; grupo 5: gel profilático + taça de borracha; e grupo 6: jato de polimento. Os

tratamentos foram realizados por 12 segundos em todos os grupos e a rugosidade

foi determinada com o perfilômetro. Os resultados mostraram que o grupo controle

obteve a melhor lisura e que para todos os materiais, os procedimentos que usaram

o jato e a pedra-pomes com escova resultaram num aumento de rugosidade

significante comparado ao grupo controle. Concluíram que o efeito dos

procedimentos profiláticos na rugosidade superficial foi dependente do material; o

tratamento com gel profilático apresentou melhor lisura, enquanto a maior

rugosidade foi causada pelo jato; e as restaurações com resina composta requerem

27

repolimento após expostas a procedimentos de profilaxia para que os valores de

rugosidade superficial não excedam 0,2 �m, valor critico para adesão bacteriana.

2.3 PROCEDIMENTOS MECÂNICOS

Os procedimentos mecânicos como escovação e abrasão dental também

podem interferir na superfície das resinas compostas, como comprovam os trabalhos

descritos a seguir.

Gladys et al. (1997) determinaram as propriedades físicas e mecânicas de

oito materiais restauradores híbridos comparados com dois cimentos de ionômero de

vidro convencional (CIVC), um compósito microhíbrido e um microparticulado. Oito

amostras de cada material foram confeccionadas e divididas em grupo 1 (rugosidade

superficial medida após polimento metalográfico) e grupo 2 (leitura da rugosidade

após três horas de escovação simulada). O perfilômetro foi utilizado para análise da

rugosidade superficial. Também foi avaliado o módulo de Young e a microdureza

Vickers. Para a resistência à fratura e à fadiga, sessenta espécimes foram

preparados e também divididos em dois grupos, em que no primeiro tinha

estocagem seca a 35ºC por um mês e no segundo grupo armazenagem em água

destilada a 35ºC pelo mesmo período. As resinas compostas apresentaram a

superfície menos rugosa e os outros materiais uma rugosidade cinco a vinte vezes

maior do que os compósitos. Após a escovação todos os materiais tiveram aumento

na rugosidade superficial. Os autores concluíram que as propriedades físico-

mecânicas variam levemente entre os oito materiais, sugerindo que eles ainda

precisam otimizar suas propriedades.

28

Attin et al. (1998) examinaram a resistência à abrasão por escovação, de dois

compômeros, sob condições ácidas e neutras. Foram confeccionadas quarenta

amostras de cada em moldes de resina acrílica. Todos os espécimes foram

estocados por 24 horas a 37ºC e polidos em seguida. Cada grupo foi subdividido em

dois; no primeiro, as amostras foram imersas numa solução tampão ácida (pH 3,0)

por 24 horas; e, no segundo, numa solução neutra (pH 6,8) por 24 horas. Os corpos-

de-prova foram submetidos a dois mil ciclos de escovação simulada, com carga de

275 g. As escovas dentais usadas eram trocadas após escovação de cinco amostras

do mesmo grupo. O creme dental foi diluído em água destilada na proporção de 1:2,

mais pedra pomes (1,2 g). Depois armazenaram os espécimes nas respectivas

soluções tampão por oito horas, seguidas por mais três escovações. Após a

escovação, as amostras foram limpas e a abrasão determinada quantitativamente

com um perfilômetro a laser (cinco leituras de cada amostra). Os autores concluíram

que a abrasão por escovação dos materiais estudados aumentou sob severas

condições ácidas.

Buchalla, Attin e Hellwig (2000) estudaram a resistência à abrasão por

escovação de onze cimentos odontológicos sob condições neutras e ácidas. As 24

amostras de cada material foram estocadas por sete dias a 37ºC, realizados

acabamento e polimento e cobertas com um adesivo, deixando apenas 4 mm

expostos à escovação. Cada material foi dividido em dois grupos, em que uma parte

foi armazenada em solução neutra (pH 6,8) e a outra parte em solução ácida (pH

3,0), ambos por 24 horas. Os espécimes foram levados à máquina de escovação

simulada e submetidos a dois mil ciclos. A imersão das amostras nas soluções e a

escovação simulada foram repetidas três vezes. Depois, o adesivo foi removido para

expor a área não tratada e comparar o desgaste com a área tratada, utilizando para

29

isso um perfilômetro a laser que avaliou a profundidade do desgaste. Os autores

observaram que com exceção dos cimentos a base de resina composta, todos

mostraram alta abrasão por escovação sob condições ácidas; e em condições

neutras, um cimento a base de resina composta e um compômero revelaram a

menor abrasão por escovação.

A influência da escovação no desgaste por abrasão e rugosidade superficial

de compósitos de laboratório foi estudada por Tanoue, Matsumura e Atsuta (2000).

Foram avaliados sete compósitos comparados com uma porcelana. Os espécimes

foram confeccionados e estocados em água a 37ºC por 14 dias. Em seguida foram

submetidos a vinte mil ciclos de escovação simulada com velocidade de 140

ciclos/minuto e carga de 350 g. Uma solução de creme dental e água diluída na

proporção 1:1 foi utilizada nesta etapa. Foram testadas cinco amostras de cada

material, que foram limpas em ultra-som por cinco minutos. O perfilômetro mediu a

rugosidade superficial e o desgaste por abrasão, que foi determinado pela perda

vertical de massa. Foi concluído que a porcelana testada mostrou menor desgaste e

rugosidade do que os compósitos estudados com diferença estatística significante.

Turssi et al. (2001) avaliaram a rugosidade superficial de materiais, a base de

resina, submetidos à escovação sob condições que simularam uma dinâmica

ciclagem de pH. Os materiais utilizados foram: duas resinas compostas (Renamel e

Charisma), dois compômeros (Compoglass F e Dyract AP) e um cimento de

ionômero de vidro resino-modificado (Fuji II LC); sendo vinte corpos-de-prova para

cada material. Após preparadas as amostras, elas eram armazenadas a 37ºC por 24

horas e polidas com discos Sof-Lex Pop On, lavadas e limpas em aparelho ultra-

sônico. Os espécimes eram secos e a rugosidade superficial medida com aparelho

específico a partir de três pontos diferentes. Os corpos-de-prova foram submetidos à

30

ciclagem de pH (seis horas em solução desmineralizante e 18 horas na solução

remineralizante) e ao protocolo de escovação com dez mil ciclos. Depois foram

novamente limpos ultra-sonicamente e os dados de rugosidade coletados de

maneira semelhante à anterior. O mesmo protocolo de ciclagem de pH e de

escovação simulada foi repetido dez vezes. Foi observado que a ciclagem de pH

seguida da escovação simulada aumentou a rugosidade superficial de todos os

materiais, com exceção da Renamel após cem mil ciclos; todos os materiais

apresentaram texturas constantes, apenas o Fuji II LC exibiu aumento progressivo

na rugosidade de superfície; a Renamel apresentou a superfície mais lisa, enquanto

o Fuji II LC a mais rugosa.

Shabanian e Richards (2002) verificaram o desgaste do esmalte e materiais

restauradores estéticos sob diferentes cargas e níveis de pH. O desgaste dental foi

realizado por uma máquina eletromecânica e para isso foram confeccionadas

restaurações padronizadas representadas por três materiais que seriam

desgastados contra esmalte sob condições controladas. O desgaste do esmalte, do

compósito (Z100), do cimento de ionômero de vidro convencional (CIVC) e cimento

de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR) foram comparados sob

diferentes cargas (9,95; 6,7; 3,2; 0,0) e níveis de pH (7,0; 3,3; 1,2). Os espécimes

foram armazenados em 100% de umidade por uma hora e depois estocados em

água a 37ºC por 24 horas. As restaurações foram polidas de acordo com as

instruções do fabricante e mantidas em água a 37ºC por uma semana. A redução na

altura da amostra foi usada para quantificar o desgaste do esmalte e dos materiais

estudados, que variou e apresentou diferença significante para o pH, carga e tipo de

material. O esmalte foi o mais influenciado pelo pH, enquanto o compósito foi o

menos afetado pelo ácido. O CIVC foi mais susceptível do que o compósito à

31

variação de pH. O compósito foi mais resistente às altas cargas do que o CIVC. Os

três materiais testados foram mais resistentes ao ácido do que o esmalte.

Cauduro (2002) comparou in vitro a rugosidade superficial de uma resina

acrílica termopolimerizável e uma resina composta fotoativada, após ensaio de

escovação simulada. Para isso, 12 corpos-de-prova de cada material foram

confeccionados a partir da matriz pertencente à máquina de escovação. A politriz foi

usada para polimento das amostras, que depois foram submetidas a vinte mil ciclos

de escovação com 350 g de carga. O creme dental utilizado foi diluído em água na

proporção 1:1; as escovas dentais tinham cerdas macias. Após o ensaio, os

espécimes foram lavados com água e limpos com ultra-som por cinco minutos. As

medidas de rugosidade foram feitas antes e após a escovação, com um rugosímetro.

Como resultado ele observou que houve aumento da rugosidade superficial em

ambas as resinas, porém a resina composta fotoativada apresentou melhor

desempenho quanto à abrasão, uma vez que mostrou menor rugosidade superficial

após ensaio de escovação.

Rios et al. (2002) compararam, in vitro, a resistência à abrasão e a rugosidade

superficial de diferentes cimentos de ionômero de vidro (CIV) usados no selamento

de fóssulas e fissuras. Quatro formas diferentes de CIV (Ketac Molar, Fuji Plus,

Vitremer e Vitremer ¼) e um selante resinoso (Delton) como controle foram

utilizados. A manipulação dos materiais seguiu a recomendação dos fabricantes,

com exceção do Vitremer que também foi preparado de forma diluída, com apenas

¼ da quantidade de pó recomendada para uma gota de líquido. Uma balança de

precisão e um rugosímetro foram usados para as medidas iniciais de pesagem e

rugosidade, respectivamente. Em seguida, os espécimes foram submetidos a dez

mil ciclos de escovação, com velocidade de 374 ciclos/minuto e carga de 200 g, com

32

escovas macias e na presença de uma solução de creme dental diluído em água

destilada na proporção 1:2. Após a escovação, as medidas finais foram obtidas de

maneira igual às iniciais. Os autores concluíram que o Vitremer ¼ e o Fuji Plus

apresentaram o pior desgaste e rugosidade; o Vitremer e o Ketac Molar mostraram

resistência ao desgaste similar, além de um aumento na rugosidade superficial

quando comparados com o Delton.

Mondelli et al. (2003a) estudaram a resistência à abrasão, por escovação

simulada, de resinas compostas com carga cerâmica e uma liga de amálgama, em

relação à perda de massa e alteração da rugosidade. Foram preparados dez corpos-

de-prova de cada material com auxílio de uma matriz de silicone. O acabamento e o

polimento foram realizados com discos seqüenciais Sof-Lex, os espécimes foram

identificados e armazenados em água deionizada a 37 + 1ºC e 100% de umidade

relativa. As medidas iniciais da rugosidade foram obtidas com o rugosímetro, num

total de cinco leituras por espécime. O valor de massa inicial foi registrado pela

média dos valores das últimas cinco pesagens. Foi utilizada máquina de escovação

com carga de 250 g, velocidade de 374 ciclos/minuto, em cem mil ciclos; e escova

dental Tek (macia, cerdas retas e pontas arredondadas). A solução foi

constantemente reposta, na proporção 1:2, 50 g de creme dental Colgate e 100 g de

água deionizada. Depois as amostras foram lavadas em água corrente e colocadas

no ultra-som para remoção dos detritos. Em seguida, foram secas com papel

absorvente e submetidas à pesagem e análise da rugosidade final. Concluiu-se que

o amálgama obteve a melhor resistência à abrasão após escovação simulada; as

resinas compostas com carga cerâmica apresentaram elevada alteração de massa e

rugosidade superficial.

33

Mondelli et al. (2003b) avaliaram in vitro as mudanças na rugosidade

superficial de três cimentos resinosos após ensaio de escovação e leitura no

microscópio eletrônico de varredura (MEV). Dez corpos-de-prova de cada material

foram preparados, cobertos com tira de poliéster e lâmina de vidro por 30 s e

fotoativados seguindo instruções do fabricante. Foi feito acabamento e polimento

com discos Sof-Lex, limpos no ultra-som e armazenados em água deionizada por

dez minutos a 37ºC. A rugosidade superficial foi analisada pelo rugosímetro a partir

da média de cinco leituras. Após isso, os espécimes foram submetidos a cem mil

ciclos de escovação simulada, com carga de 300 g, usando escova dental macia e

dentifrício diluído em água deionizada na proporção 1:2. As amostras foram de novo

para o ultra-som e nova leitura da rugosidade foi feita. Seis corpos-de-prova de cada

material foram preparados para o MEV. Todos os materiais analisados apresentaram

aumento na rugosidade superficial, porém não foi encontrada diferença estatística

significante entre os três cimentos resinosos. Foi observado pelo MEV que o

desgaste dos cimentos foi mínimo.

Garcia et al. (2004) determinaram a perda de massa e rugosidade superficial

de cinco resinas compostas flow (Aeliteflo, Flow-It, Flow-It LF, Natural flow, Wave),

uma monomodal (Z100) e uma de micropartículas (Silux Plus) submetidas ao teste

de escovação simulada. Foram preparados 12 espécimes de cada material, a partir

de um molde de silicone. Os corpos-de-prova foram polidos com discos Sof-Lex

imediatamente após a fotoativação, por 15 segundos cada disco e depois levados ao

ultra-som para limpeza dos debris de polimento. As amostras foram pesadas por

cinco dias consecutivos e obtidas as médias. A rugosidade superficial foi obtida pelo

valor de rugosidade média e expressa em micrometros. Os espécimes foram

submetidos a cem mil ciclos de escovação simulada, com carga de 200 g, limpas

34

ultra-sonicamente e novamente pesadas e a rugosidade analisada. Todos os

materiais apresentaram diferença estatística de perda de massa, com exceção da

Flow-It LF; e tornaram-se mais rugosos, sendo o Wave o mais rugoso. Não houve

correlação entre o desgaste e a rugosidade.

Yap, Tan e Chung (2004) investigaram a resistência ao desgaste de

compósitos nanoparticulados (Filtek Supreme) e cerômeros (Admira) e compararam

as suas características de desgaste com compósitos microhíbridos (Esthet X, Z250),

microparticulados (A110) e compômeros (Dyract AP). Seis amostras de cada

material foram preparadas e ficaram armazenadas em água destilada a 37ºC por

uma semana. Os espécimes foram submetidos ao desgaste pelo contato com outra

superfície com tensão constante de 20 Mpa e carga de 1,6 Kg, sendo a água

destilada usada como lubrificante. Foram realizados vinte mil ciclos, em que a

profundidade de desgaste foi medida com um perfilômetro a cada cinco mil ciclos.

Os autores observaram que todos os materiais apresentaram alto desgaste após os

cinco mil ciclos iniciais e concluíram que o desgaste dos materiais foi dependente

dos ciclos e da fadiga e que a resistência ao desgaste do compósito nanoparticulado

e do cerômero foi comparável ou superior ao compômero, compósito

microparticulado e microhíbrido. Os resultados obtidos mostraram que o Esthet X

apresentou o menor desgaste, enquanto o Z250 obteve o maior desgaste.

Morgado (2005) avaliou a alteração de massa e rugosidade superficial de um

compósito nanoparticulado, um microhíbrido e um microparticulado antes e após o

polimento e após escovação simulada, além de análise da microdureza Vickers.

Foram preparadas 24 amostras para cada resina composta (RC), sendo 12 para

analisar o peso e a rugosidade e 12 para o teste de microdureza. Foi feita uma

primeira pesagem e análise da rugosidade e posterior polimento com discos Sof-Lex.

35

Em seguida, uma outra pesagem e leitura da rugosidade (rugosímetro a laser) foram

realizadas, para que depois as amostras fossem submetidas a cem mil ciclos de

escovação simulada, com carga de 250 g, em que as escovas de cerdas macias

foram trocadas a cada vinte e cinco mil ciclos. O creme dental utilizado foi diluído em

água destilada na proporção 1:2. Foi realizada então, a análise final de alteração de

massa e rugosidade. Os outros espécimes foram submetidos ao teste de

microdureza Vickers com quatro indentações sobre a superfície de cada amostra.

Foi concluído que as RC testadas não apresentaram alteração de massa significante

após o polimento e após escovação; todas as RC tiveram aumento da rugosidade

superficial após o polimento, sendo maior para o compósito microparticulado; a RC

nanoparticulada mostrou maior rugosidade após escovação; as RC testadas

apresentaram diferença estatística significante entre si em relação à microdureza.

Tendo em vista a grande preocupação em se usar materiais que ofereçam

maior longevidade e propriedades físicas melhores é que se justificam novos

estudos com materiais recém lançados no mercado.

36

3 PROPOSIÇÃO

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a rugosidade superficial e a

alteração de massa de uma resina composta microhíbrida e uma nanoparticulada,

submetidas à ciclagem de pH e escovação simulada. Também foi proposto verificar

se houve correlação direta entre os dois métodos de avaliação.

37

4 MÉTODO

4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Nesta pesquisa os fatores em estudo (dois níveis) foram as resinas

compostas microhíbrida FiltekTM Z250, por ser utilizada em restaurações de dentes

anteriores e posteriores e a de nanopartículas FiltekTM Supreme, por ter sido lançada

recentemente no mercado. Esses materiais foram analisados pelo fator tempo, em

três níveis: após polimento (inicial), dinâmica ciclagem de pH e escovação simulada.

A variável resposta foi a alteração de massa (g), aferida com balança analítica de

precisão, e a rugosidade superficial (�m), avaliada por meio de microscopia de força

atômica, em áreas totalmente aleatórias dentro de cada amostra. Os testes

estatísticos utilizados foram análise de variância, regressão linear e Tukey.

As características e composição das resinas compostas estudadas

encontram-se nos quadros abaixo (Figuras 1 e 2).

Resina Composta Tipo Cor Fabricante Lote

FiltekTM Z250 Microhíbrida

A3

3M ESPE(St. Paul,

MN, USA) 5RM

FiltekTM Supreme Nanopartícula A3B 3M ESPE(St. Paul,

MN, USA) 4FF

Figura 1 – Características das resinas compostas estudadas

38

Resina

composta

Tamanho médio

da partícula

Porcentagem de

carga em peso

Matriz orgânica Carga

inorgânica

Filtek TM

Z250

0,6 �m + 85% BisGMA, UDMA,

BisEMA,

TEGDMA1

Zircônia/Sílica

Filtek TM

Supreme

5 a 20 �m + 78,5% BisGMA, UDMA,

BisEMA,

TEGDMA2

Zircônia/Sílica,

Sílica

Figura 2 – Composição das resinas compostas avaliadas

1 Perfil técnico do produto FiltekTM Z250.

2 Perfil técnico do produto FiltekTM Supreme.

4.2 CONFECÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA

Foram confeccionadas doze amostras de cada compósito. No grupo A estava

a resina composta microhíbrida e o grupo B foi formado pela resina composta de

nanopartículas.

Para a confecção dos corpos-de-prova foi utilizada uma matriz circular de

teflon branco com 6,0 mm de diâmetro interno e 2,0 mm de altura, apoiados numa

base do mesmo material (Figura 3). O compósito FiltekTM Z250 foi utilizado na cor A3

e o compósito FiltekTM Supreme na cor A3B (Figura 4). Ambas as resinas compostas

foram inseridas em incremento único com auxílio de uma espátula de Thompson nº

2 e fotoativadas com o aparelho de lâmpada halógena Demetron Optilux 401

(Demetron/Kerr, Danbury, CT, USA) com potência entre 700 e 800 mW/cm2, que foi

estabilizado para que não houvesse alteração da corrente elétrica e variação na

intensidade da luz. A potência do aparelho fotopolimerizador foi medida com

radiômetro específico Radiometer (Gnatus, Ribeirão Preto, SP, BR). Uma tira de

39

poliéster e uma lâmina de vidro de 1,0 mm de espessura foram posicionadas sobre a

superfície da resina composta e pressionadas com carga de 0,5 kg por 30 s para

extravasamento do excesso de material e uniformidade da massa (MONDELLI et al.,

2003a; TURSSI et al., 2001). A lâmina de vidro foi removida para a fotoativação por

20 s, de acordo com as recomendações do fabricante, com a ponta do aparelho

encostada na tira de poliéster.

Figura 3 – Matriz circular de teflon apoiada na base do mesmo material

Figura 4 – Resinas compostas utilizadas na pesquisa

Após a obtenção dos corpos-de-prova (Figura 5), os mesmos foram

envolvidos em compressa de gaze cortada ao meio embebida em 3 mL de água

40

deionizada e em seguida armazenados em estufa bacteriológica a 37ºC por 24

horas. Transcorrido esse tempo, as amostras foram polidas com discos de óxido de

alumínio Sof-Lex (3M do Brasil Ltda., SP, BR) de granulação fina e superfina por,

aproximadamente, 15 segundos cada disco em uma única direção (GARCIA et al.,

2004), com auxílio de micromotor e contra-ângulo em baixa rotação (Dabi Atlante,

Ribeirão Preto, SP, BR). Os discos eram usados uma única vez e depois

descartados. Entre a utilização de um disco e outro, a superfície das amostras foi

lavada com água e seca em seguida para uso do próximo disco. Terminada essa

etapa, as amostras foram numeradas e armazenadas em água deionizada a 37ºC

até a pesagem inicial, em recipientes individuais identificados com algarismos

arábicos de 1 a 12.

Figura 5 – Corpos-de-prova confeccionados após o polimento

4.3 ANÁLISE DA ALTERAÇÃO DE MASSA

Inicialmente, os corpos-de-prova foram removidos dos recipientes com auxílio

de uma pinça clínica para que o contato com as mãos ou luvas não contaminasse as

amostras podendo interferir no resultado. As amostras foram secas com papel

41

absorvente e pesadas na balança analítica Mettler (Modelo AE 240) com precisão de

4 dígitos, nos tempos descritos no quadro abaixo (Figura 6). Foi feita a média de três

pesagens consecutivas para cada corpo-de-prova (BRAGA, 2005).

Pesagem 1 Após polimento

Pesagem 2 Pós-ciclagem de pH

Pesagem 3 Pós-escovação simulada

Figura 6 – Etapas da pesagem

4.4 ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL

A rugosidade pode ser definida como um conjunto de irregularidades, ou

pequenas saliências e reentrâncias presentes em uma superfície (CAUDURO,

2002). Ela pode ser medida por métodos quantitativos como o rugosímetro, o

perfilômetro, o microscópio de força atômica (AFM) ou por métodos qualitativos

como a sensação táctil, a lupa estereoscópica, o microscópio eletrônico de varredura

(MEV). Nesta pesquisa, para a análise da rugosidade foi utilizado o Microscópio de

Força Atômica ou AFM modelo SPM-9500 J3 (Shimadzu Corp., Japão), do

laboratório de Eletroquímica da Universidade Federal de Alagoas (Figura 7), a partir

de uma varredura e escaneamento da superfície do corpo-de-prova, onde foi feita a

média de três subáreas selecionadas de forma aleatória (cada uma com tamanho de

50 µm x 50 µm), com freqüência de 1,0 Hz (SILVA et al., 2005) e definição de 256 x

256 pontos, em que regiões irregulares ou com bolhas de ar foram desconsideradas.

Esta análise foi feita pelo modo contato sendo a ponta da sonda utilizada, fabricada

com nitreto de silício. O sistema de detecção da intensidade da força de interação

42

ponta da sonda–superfície da amostra é simples, estável e de baixo ruído, sendo

composto por um laser, um espelho e um fotodetector (Figura 8).

A imagem da superfície da amostra é formada de acordo com as

deformações do scanner, onde é associado um tom de cinza. Por convenção,

regiões mais altas na superfície são representadas em tons de cinza claros e vales

por tons de cinza mais escuros (SILVA JUNIOR, 2006). Este mesmo autor cita que a

grande vantagem do AFM em relação ao MEV é que a amostra não precisa ser

preparada e não é perdida, podendo ser utilizada para outros testes.

Entre os vários padrões de rugosidade, o parâmetro rugosidade média (Ra),

que é a média aritmética entre os picos e vales, é o mais utilizado nas pesquisas,

sendo o escolhido para este trabalho. No caso dessa medida ser realizada no AFM

ela é expressa em nanômetros (�m). A leitura da rugosidade superficial foi realizada

nos mesmos tempos da pesagem.

Figura 7 – Microscópio de força atômica (AFM)

43

Figura 8 – Esquema de funcionamento do AFM (SILVA JUNIOR, 2006)

4.5 CICLAGEM DE PH

Todos os grupos foram submetidos ao protocolo de ciclagem de pH utilizado

inicialmente por Serra e Cury (1992) e depois por Turssi et al. (2001) que consistiu

em imergir os corpos-de-prova em 5,0 mL de uma solução desmineralizante (anexo

A) por seis horas numa temperatura de 37ºC. Após esse período, as amostras foram

removidas dessa solução, lavadas com água deionizada por um minuto e secas com

papel absorvente. Em seguida os corpos-de-prova foram armazenados em 5,0 mL

de uma solução remineralizante (anexo A) por dezoito horas a 37ºC e depois

lavados novamente em água deionizada por um minuto e secos com papel

absorvente. Esse processo foi repetido durante dez dias consecutivos. As amostras

foram então pesadas e submetidas à análise da rugosidade superficial pela segunda

vez.

44

4.6 ESCOVAÇÃO SIMULADA

Para a escovação simulada as amostras foram, primeiramente, incluídas em

um molde circular (1,2 cm de altura x 1,2 cm de diâmetro) de silicone pesado de

condensação (Speedex, Còltene Whaledent, Altstatten SG, Suíça) de maneira que

ficassem 1,0 mm salientes em relação ao silicone para que pudessem ser adaptadas

à barra metálica da máquina de escovação e submetidas a cinqüenta mil ciclos, com

carga de 200 g e velocidade de 374 ciclos por minuto (GARCIA et al., 2004; RIOS et

al., 2002). Foi utilizada a máquina de escovação modelo MSEt com potência de

1500 W do laboratório de Odontologia Social e Preventiva da Universidade Federal

de Alagoas (Figura 9). As cabeças das escovas dentais Sanifill Leader Vip (Facilit

Odontológica e Perfumaria Ltda., Curitiba, PR, BR) de cerdas macias, com trinta

tufos e pontas arredondadas (Figura 10) foram adaptadas na máquina de escovação

e trocadas a cada 25.000 ciclos. Foram colocadas dez amostras ao mesmo tempo

na máquina de escovação, que faz movimentos de vai-e-vem. O equipamento possui

um sensor de temperatura que permite a escovação numa temperatura de 37+ 2ºC.

Figura 9 – Máquina de escovação simulada

45

O dentifrício utilizado foi o Colgate Máxima Proteção Anti-Cáries (Colgate-

Palmolive, Co., Osasco-SP), classificado como de média abrasividade (BRAGA,

2005) sendo o carbonato de cálcio o agente abrasivo (Figura 10), diluído na

proporção de 1:2 em água destilada, ou seja, 90 g de creme dental em 180 mL de

água destilada, que foi preparado na hora de sua utilização para que suas

características fossem preservadas. Esta solução foi injetada com uma velocidade

de 0,4 mL a cada dois minutos. Foi utilizado um medidor de pH para monitorar a

solução após o seu preparo, sendo esse pH em torno de 9,5.

Figura 10 – Dentifrício e escova dental utilizados na pesquisa

4.7 LIMPEZA DOS CORPOS-DE-PROVA

Após cada tempo realizado (polimento, ciclagem de pH e escovação

simulada) as amostras foram limpas em aparelho ultra-sônico (Cristófoli

Equipamentos de Biossegurança Ltda, Campo Mourão, PR, BR) por cinco minutos

(CAUDURO, 2002; TANOUE; MATSUMURA; ATSUTA, 2000) para remoção de

resíduos.

46

5 RESULTADOS

5.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os valores obtidos nos grupos experimentais foram tabulados para a análise

estatística. Inicialmente foi realizada a análise exploratória das variáveis alteração de

massa e rugosidade superficial para verificar a homogeneidade das variâncias e

determinar se os erros experimentais apresentavam distribuição normal.

A análise exploratória dos dados observou que ambas as variáveis

apresentaram homogeneidade das variâncias e erros experimentais com distribuição

normal. Separadamente, as variáveis alteração de massa e rugosidade superficial

foram analisadas pela Análise de Variância em esquema de parcela subdividida,

sendo a parcela representada pelo fator resina composta (2 níveis: Z250 e Supreme)

e a subparcela representada pelo tempo (3 níveis: inicial, pós-ciclagem e pós-

escovação). Os mesmos fragmentos foram analisados três vezes.

A análise foi realizada com nível de significância (��� ��� �� � ����� ����verificada significância estatística, utilizou-se o teste de Tukey para comparações

múltiplas entre as médias. As análises foram realizadas no programa estatístico

SANEST, que permite a inclusão de todas as variâncias complexas referentes a este

modelo de experimento (Apêndices A e B).

5.2 ANÁLISE DA ALTERAÇÃO DE MASSA

De acordo com a Análise de Variância, a interação entre os fatores resina

composta e tempo não foi significativa (p=0,55). Dessa forma, os efeitos destes

47

fatores foram estudados isoladamente. Diferenças significativas foram observadas

dentro do fator resina composta (p<0,001) e dentro do fator tempo (p=0,01).

Houve diferença estatística significante entre o peso dos compósitos,

apresentando a resina composta FiltekTM Supreme peso menor em todos os tempos

(inicial, pós-ciclagem de pH e pós-escovação simulada) em comparação à FiltekTM

Z250, conforme demonstra a Tabela 1 e Figura 11.

Independentemente da resina composta, diferenças significativas entre os

tempos foram observadas. O tempo pós-ciclagem demonstrou massa

significativamente maior que a do tempo inicial. O tempo pós-escovação demonstrou

massa intermediária, similar à dos outros dois tempos.

Tabela 1 – Médias (desvios-padrão) do peso (g) obtido após polimento (inicial), pós-ciclagem de pH e pós-escovação segundo a resina composta

Tempo Resina

Composta Inicial Pós-ciclagem Pós-escovação

Z250 0.1593 (0.0027) 0.1598 (0.0028) 0.1596 (0.0028) A

Supreme 0.1530 (0.0029) 0.1533 (0.0029) 0.1530 (0.0029) B

b a ab

Letras distintas representam significância estatística pelo teste de Tukey, ���(maiúsculas comparam resinas compostas e minúsculas comparam tempos). Coeficiente de variação: parcela – 1,78% e subparcela – 0,267%.

48

Alteração de Massa

0,1480

0,1500

0,1520

0,1540

0,1560

0,1580

0,1600

0,1620

Filtek Z250

Resinas Compostas

gram

as Pesagem inicial

Pesagem pós ciclagem

Pesagem pós escovação

Figura 11 – Valores médios das três etapas da pesagem nos dois grupos

5.3 ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL

Comparando-se a rugosidade superficial do grupo A e do grupo B, a Análise

de Variância não demonstrou diferença estatística significante da interação entre os

fatores resina composta e tempo (p=0,64) nem dentro do fator resina composta

(p=0,61). No entanto, diferenças significativas foram observadas dentro do fator

tempo (p<0,001), como pode ser observado na Tabela 2 e Figura 12.

Filtek Supreme Filtek Z250

49

Tabela 2 – Médias (desvios-padrão) da rugosidade (�m) obtida após polimento (inicial), pós-ciclagem de pH e pós-escovação segundo a resina composta

Tempo Resina

Composta Inicial Pós-ciclagem Pós-escovação

Z250 55.761 (13.161) 51.846 (18.228) 228.669 (21.839) A

Supreme 55.163 (6.402) 52.232 (10.962) 237.110 (33.659) A

b b a

Letras distintas representam significância estatística pelo teste de Tukey, ���(maiúsculas comparam resinas compostas e minúsculas comparam tempos). Coeficiente de variação: parcela – 11,23% e subparcela – 15,91%.

Rugosidade Superficial

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

Filtek Z250

Resinas compostas

nanô

met

ros

Rugosidade inicial

Rugosidade pós ciclagem

Rugosidade pós escovação

Figura 12 – Valores médios das três etapas da análise da rugosidade nos dois grupos

Independentemente da resina composta, a rugosidade superficial do tempo

pós-escovação foi significativamente mais alta que a dos outros dois tempos.

Filtek Supreme Filtek Z250

50

5.4 CORRELAÇÃO ENTRE MASSA E RUGOSIDADE

O teste de regressão linear foi aplicado para verificar a existência de

correlação entre massa e rugosidade, em que foi utilizado o programa Epi_Info

versão Windows 3.3.2. A análise de correlação demonstrou fraca associação entre

as variáveis massa e rugosidade nos dois grupos (tempo inicial: r2=0,04; pós-

ciclagem de pH: r2=0,01; pós-escovação: r2=0,01), e nos grupos A (tempo inicial:

r2=0,16; pós-ciclagem de pH: r2=0,05; pós-escovação: r2=0,05) e B (tempo inicial:

r2=0,00; pós-ciclagem de pH: r2=0,00; pós-escovação: r2=0,03) separadamente. As

figuras 13, 14 e 15 (gráficos de dispersão) mostram essas correlações nos dois

grupos.

R2 = 0,04

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

0,1460 0,1480 0,1500 0,1520 0,1540 0,1560 0,1580 0,1600 0,1620 0,1640

peso (g)

rugo

sida

de (

nm)

Médias iniciais

Linear (Médias iniciais)

Figura 13 – Correlação entre as médias após polimento (iniciais) de peso e rugosidade

51

R2 = 0,01

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

0,1460 0,1480 0,1500 0,1520 0,1540 0,1560 0,1580 0,1600 0,1620 0,1640 0,1660

peso (g)

rugo

sida

de (

nm)

Médias pós ciclagem

Linear (Médias pós ciclagem)

Figura 14 – Correlação entre as médias de peso e rugosidade pós-ciclagem

R2 = 0,01

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

0,1460 0,1480 0,1500 0,1520 0,1540 0,1560 0,1580 0,1600 0,1620 0,1640

peso (g)

rugo

sida

de (

nm)

Médias pós escovação

Linear (Médias pósescovação)

Figura 15 - Correlação entre as médias de peso e rugosidade pós-escovação

52

5.5 IMAGENS DO AFM

Todos os corpos-de-prova testados foram analisados no microscópio de força

atômica em três tempos (após polimento, pós-ciclagem de pH e pós-escovação

simulada). Nas imagens a seguir, podem ser observadas as alterações superficiais

que ocorreram em cada resina composta.

53

Figura 16 – Imagem 3-D após polimento (inicial) da rugosidade superficial da Z250

Figura 17 – Imagem 3-D após polimento (inicial) da rugosidade superficial da Supreme

54

Figura 18 – Imagem 3-D da rugosidade superficial da Z250 pós-ciclagem de pH

Figura 19 – Imagem 3-D da rugosidade superficial da Supreme pós-ciclagem de pH

55

Figura 20 – Imagem 3-D da rugosidade superficial da Z250 pós-escovação

Figura 21 – Imagem 3-D da rugosidade superficial da Supreme pós-escovação

56

6 DISCUSSÃO

A crescente valorização de um sorriso estético e agradável tem levado os

fabricantes a uma constante busca por novos materiais e técnicas, com o intuito de

promover tratamentos restauradores que devolvam a saúde estética e funcional das

pessoas.

As pesquisas em torno das resinas compostas (RC) são muitas e tem o intuito

de cada vez mais melhorar suas características e aumentar sua longevidade.

Materiais restauradores que apresentem alta resistência ao desgaste e boa lisura de

superfície, além de estético, é o que se busca. Com esse objetivo é que,

recentemente, foram apresentadas ao mercado as resinas compostas de

nanopartículas, que oferecem a resistência ao desgaste dos compósitos híbridos e

polimento e retenção do brilho dos compósitos microparticulados (PERFIL TÉCNICO

DO PRODUTO FILTEKTM Supreme, 2005).

Segundo Sulong e Aziz (1990), a resistência à abrasão das RC é dependente

do tamanho, proporção de carga inorgânica e dureza das partículas. Dentre as

partículas de carga mais comuns estão: quartzo, sílica e vidros cerâmicos, sendo o

quartzo a mais resistente do grupo (NAGEM FILHO, 1999). Entretanto, essas

partículas de quartzo são grandes favorecendo a abrasão, além de a alta dureza

dificultar o polimento (GARONE NETTO, 2003). As resinas compostas utilizadas

nesse estudo contêm carga inorgânica diferentes. Porém, a matriz orgânica é similar

em ambas as resinas compostas, sendo formada por BisGMA, BisEMA, UDMA e

TEGDMA.

Este experimento teve a finalidade de comparar a resistência ao desgaste da

resina composta de nanopartículas frente à resina composta microhíbrida, por meio

57

de ciclagem de pH e escovação simulada, onde o desgaste foi verificado por meio

de alteração de massa e rugosidade superficial.

Os corpos-de-prova foram armazenados em estufa bacteriológica a 37ºC por

24 horas em água destilada para que a polimerização pós-irradiação fosse

completada (ATTIN et al., 1998; FREITAS et al., 1998; TURSSI et al., 2001;

ÜÇTASLI; BALA; GÜLLÜ, 2004).

O acabamento e o polimento das amostras foram realizados com discos de

óxido de alumínio Sof-Lex (3M do Brasil), pois segundo Ribeiro, Oda e Matson

(2001) o sistema de discos apresenta melhor lisura do que as pontas de silicone,

além disso, outras pesquisas (GARCIA et al., 2004; MONDELLI et al., 2003a;

MORGADO, 2005; WANG, 2001) utilizaram este mesmo sistema com um tempo de

aplicação em torno de 15 a 20 s cada disco.

Não foi realizada pesagem antes e depois do acabamento e polimento, pois

Morgado (2005) observou que não houve diferenças estatísticas antes e após essa

etapa. Alguns trabalhos fizeram a pesagem somente após a estabilização da massa

(quando não há mais incorporação de água). Porém, nesta pesquisa a avaliação da

massa foi realizada após secagem com papel absorvente (BRAGA, 2005;

MORGADO, 2005).

O protocolo de ciclagem de pH ou ciclos de desmineralização e

remineralização têm sido empregados para reproduzir uma situação dinâmica,

porque a cárie dental representa um processo que alterna esses dois fenômenos

(SERRA; CURY, 1992).

A busca pela diminuição da cárie dental é constante e técnicas de higiene

bucal, como a escovação, são uma das formas de prevenção acessíveis à maioria

da população.

58

A escovação simulada é uma técnica bastante utilizada para avaliar a

resistência à abrasão dos materiais, porém a velocidade, a carga e o número de

ciclos variam muito nos diversos trabalhos. A escolha de 50.000 ciclos simula

aproximadamente cinco anos de escovação, que é o tempo considerado mínimo de

vida útil das resinas compostas atuais. A carga foi de 200 g, que é padrão na

máquina de escovação utilizada nessa pesquisa, não podendo ser alterada e está

de acordo com outros trabalhos (GARCIA et al., 2004; RIOS et al., 2002).

A escolha do creme dental Colgate Máxima Proteção Anti-Cáries foi baseada

em vários outros estudos (BRAGA, 2005; CAUDURO, 2002; GARCIA et al., 2004;

MONDELLI et al., 2003b; TURSSI et al., 2001). Além disso, para que fossem

simuladas as condições bucais, o dentifrício foi diluído em água destilada na

proporção 1:2 (ATTIN et al., 1998; BUCHALLA; ATTIN; HELLWIG, 2000; GARCIA et

al., 2004; MONDELLI et al., 2003a; MONDELLI et al., 2003b; RIOS et al., 2002;

WANG, 2001).

6.1 ALTERAÇÃO DE MASSA

A alteração de massa é um método simples e bastante usado nas pesquisas

que avaliam desgaste (ATTIN et al., 1998; GARCIA et al., 2004; MONDELLI et al.,

2003a). Os dois compósitos estudados, apesar de apresentarem corpos-de-prova

com mesmo tamanho, tiveram pesos iniciais diferentes devido às características

individuais de cada material. A resina composta FiltekTM Supreme foi a mais leve,

com diferença significante, em todos os tempos, provavelmente pelo tamanho menor

das suas partículas. Já no estudo de Morgado (2005), as RC Z250 e Supreme

apresentaram valores de massa semelhantes.

59

Os dados obtidos nesta pesquisa demonstraram que houve um ganho de

massa após a ciclagem de pH nos dois compósitos avaliados. Apesar da pouca

quantidade de matriz orgânica exposta, provavelmente ocorreu a incorporação de

água durante o período em que as amostras ficaram imersas nas respectivas

soluções. Esse aumento foi significante estando de acordo com o estudo de Braga

(2005) que verificou alteração de massa de diferentes materiais restauradores

expostos a bebidas com baixo pH.

Após o teste de escovação simulada não houve perda de massa

estatisticamente significante, pois o atrito das cerdas da escova em associação ao

abrasivo do creme dental não causou desgaste suficiente da matriz orgânica da

superfície dos compósitos avaliados.

O material ideal seria aquele que apresentasse uma maior estabilidade em

meio bucal, não ganhando nem perdendo peso.

6.2 RUGOSIDADE SUPERFICIAL

A rugosidade superficial é uma propriedade importante para avaliar a

superfície da restauração, pois uma superfície lisa leva a uma boa estética e reduz o

manchamento (BRAGA, 2005). Além disso, uma área rugosa pode interferir na

saúde dos tecidos vizinhos facilitando o acúmulo de biofilme dental.

Para avaliação da rugosidade superficial desta pesquisa foi utilizado o

microscópio de força atômica que é um dos mais modernos aparelhos para analisar

os vários padrões de rugosidade. Segundo Silva Junior (2006), ele apresenta a

vantagem de não ser necessária nenhuma preparação adicional, como as

metalizações para obtenção de micrografias eletrônicas de varredura, permitindo

60

que a amostra sirva de “controle” em vários testes. Além disso, Cauduro (2002) cita

que a microscopia eletrônica não é uma ferramenta eficiente para avaliar a

rugosidade após a escovação, pois não detecta as mudanças nas superfícies nestes

casos.

Marigo et al. (2001) relataram que um valor de rugosidade superficial em

compósitos entre 0,7 e 1,44 µm facilita o acúmulo de placa. Já Yap et al. (2005)

afirmam que quando o valor crítico de rugosidade superficial excede 0,2 µm há

adesão bacteriana. No trabalho de Jones, Billington e Pearson (2004), foi observado

que uma rugosidade de 0,50 µm já é detectável pelo paciente. Os valores de

rugosidade superficial obtidos em nossa pesquisa em ambos os grupos variaram de

0,05 µm (inicial) a 0,23 µm (final), o que sugere não ser perceptível ao paciente, mas

susceptível à adesão bacteriana.

A média da rugosidade superficial dos compósitos avaliados após a ciclagem

de pH, não apresentou diferença estatística significante. Esses dados contradizem

os encontrados por Çehreli, Yazici e García-Godoy (2000), Prazeres et al. (2000) e

Yip, Lam e Smales (1999) que concluíram que soluções aciduladas (nesses casos

flúor) aumentaram a rugosidade das resinas compostas por eles estudadas. Já

Freitas et al. (1998) e Turssi, Magalhães e Serra (2001) observaram que a

rugosidade dos compósitos permaneceu inalterada após exposição a substâncias

ácidas. A manutenção da rugosidade superficial encontrada neste estudo pode ser

justificada pela presença do monômero TEGDMA na matriz orgânica dos dois

compósitos estudados, que minimiza seu grau de abrasão (BRAGA, 2005).

Freitas et al. (1998) afirmaram que a absorção é uma das explicações para o

efeito amolecedor dos ácidos sobre os compósitos. Para eles, é possível que os

ácidos acético, lático e propiônico (objetos do seu estudo) se acumulem no interior

61

das restaurações de compósito, amolecendo-as e facilitando o desgaste do material

por escovação. Segundo Braga (2005), o meio ácido age principalmente sobre a

matriz polimérica e a interface carga-matriz.

Após o teste de escovação simulada, a rugosidade superficial tanto da RC

FiltekTM Z250 quanto da FiltekTM Supreme apresentou um aumento estatístico

significante, que pode ter ocorrido pelo desgaste da porção orgânica destas resinas

compostas, levando à formação de lacunas que variou de acordo com o tamanho da

partícula. Além disso, Wang (2001) afirmou que os compósitos são materiais

heterogêneos e apresentam na maioria dos estudos superfície mais rugosa após

abrasão. Porém entre os materiais avaliados essa diferença estatística não ocorreu.

Nossos resultados não corroboram com Morgado (2005), no qual a resina composta

FiltekTM Supreme apresentou maior rugosidade superficial pós-escovação, com

diferença estatística significante. Este fato foi justificado considerando que tanto as

partículas nanométricas quanto os nanoaglomerados sofreram desgaste, levando ao

aumento da rugosidade.

Morgado (2005) observou ainda que o compósito de nanopartículas tem alta

capacidade de polimento, porém não retém esse polimento ao longo do tempo; e

que o compósito microhíbrido tende a aumentar sua rugosidade após procedimentos

de polimento e escovação.

Já segundo o fabricante do compósito FiltekTM Supreme (PERFIL TÉCNICO

DO PRODUTO), a retenção do polimento deste material é bem melhor do que os

compósitos híbridos e explica que a combinação de partículas de tamanho

nanométrico para a formulação de nanoagregados reduz o espaço intersticial das

partículas de carga aumentando a retenção do polimento.

62

Porém o nanoaglomerado apresenta um tamanho maior e apesar de ser

composto por várias nanopartículas formam uma unidade única podendo ter se

deslocado por inteiro, após a escovação simulada, e formado vales na superfície da

resina composta nanoparticulada, tornando-a tão rugosa quanto a resina composta

híbrida e não sendo capaz de reter o polimento após o desgaste.

Para Garcia et al. (2004), entretanto, o tamanho médio das partículas e sua

distribuição podem ajudar a reduzir a quantidade de matriz orgânica exposta à

abrasão. Quanto menor, mais homogêneas e mais juntas elas estiverem menor a

quantidade de desgaste. Esse desgaste, segundo Mondelli et al. (2003a), é

resultado de escovação, contatos dentários e atrito de alimentos. O efeito deletério

na superfície dos compósitos não se deve só à matriz resinosa, mas também ao

deslocamento das partículas (WANG, 2001).

A correlação entre alteração de massa e rugosidade superficial foi fraca não

sendo considerada significante. Esse resultado está de acordo com os trabalhos de

Garcia et al. (2004) e Wang (2001) que também não encontraram correlação entre

peso e rugosidade. Já no estudo de Braga (2005) foi verificado correlação entre as

variáveis peso e rugosidade superficial.

Wang (2001) afirma que intrabucalmente ocorrem interferências de ordem

química dos hábitos da dieta. Por isso, é importante esclarecer que os resultados

obtidos nesse estudo foram realizados em laboratório e que estudos in situ e clínicos

são necessários para comprovação desses dados, pois se sabe que na cavidade

bucal, vários outros fenômenos ocorrem simultaneamente.

63

7 CONCLUSÕES

Diante da metodologia utilizada nesta pesquisa, pode-se concluir que:

• Houve diferença em todas os tempos entre os pesos das resinas

compostas FiltekTM Z250 e FiltekTM Supreme;

• A ciclagem de pH provocou alteração de massa nas duas resinas

compostas, porém não influenciou a rugosidade superficial dos

compósitos estudados;

• A escovação simulada não interferiu na massa dos compósitos, mas

aumentou a rugosidade superficial nos dois grupos;

• Apesar da diferença no tamanho de suas partículas, a resina composta

microhíbrida FiltekTM Z250 e a nanoparticulada FiltekTM Supreme

apresentaram comportamento semelhante em relação à rugosidade

superficial;

• Não houve correlação entre a rugosidade superficial e a alteração de

massa em todas as amostras e separadamente por grupo.

64

REFERÊNCIAS

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68

ANEXO A – Composição das soluções desmineralizante e remineralizante

• Desmineralizante

4,29 mL de ácido acético

0,472 g de Ca

0,275 g de P

Acertar o pH para 4,3

H2O q.s.p. 1000 mL

• Remineralizante

114,6 mg de Ca(OH)2

7,5 mL de HCl concentrado

+ 800 mL de H2O

11,182 g de KCl

0,059 mL de H3PO4 (85%)

12,114 g de Tris

Acertar o pH para 7,0

H2O q.s.p. 1000 mL

AP

ÊN

DIC

E A

– A

nális

e de

var

iânc

ia p

ara

com

para

ção

das

méd

ias

de m

assa

Cau

sas

da v

aria

ção

G.L

. S

.Q.

Q.M

. V

alor

F

Pro

b.>

F

Res

ina

com

post

a 1

0.00

0752

1 0.

0007

521

32.0

927

0.00

006

Res

íduo

(A

) 22

0.

0005

156

0.00

0023

4

Par

cela

s 23

0.

0012

676

Tem

po

2 0.

0000

016

0.00

0000

8 4.

6509

0.

0144

9

Res

+ T

em

2 0.

0000

003

0.00

0000

1

0.82

84

0.55

308

Res

íduo

(B

) 44

0.

0000

077

0.00

0000

2

Tot

al

71

0.00

1277

2

ME

DIA

GE

RA

L =

0.1

5633

5 C

OE

FIC

IEN

TE

DE

VA

RIA

CA

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A)

= 1

.788

%

CO

EF

ICIE

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E D

E V

AR

IAC

AO

(B

) =

0.2

67 %

69

13

AP

ÊN

DIC

E B

– A

nális

e de

var

iânc

ia p

ara

com

para

ção

das

méd

ias

de r

ugos

idad

e

Cau

sas

da v

aria

ção

G.L

. S

.Q.

Q.M

. V

alor

F

Pro

b.>

F

Res

ina

com

post

a 1

1354

1093

8.88

8870

2 13

5410

938.

8888

702

0.27

82

0.60

897

Res

íduo

(A

) 22

10

7091

0404

5.05

5557

2 48

6777

456.

5934

344

Par

cela

s 23

10

8445

1498

3.94

4427

5

Tem

po

2 51

3593

2476

72.0

2775

60

2567

9662

3836

.013

8780

78

8.29

77

0.00

001

Res

+ T

em

2 29

5160

499.

5277

863

1475

8024

9.76

3893

1 0.

4530

0.

6442

4

Res

íduo

(B

) 44

14

3334

8201

7.11

1129

8 32

5760

954.

9343

439

Tot

al

71

5390

6640

5172

.611

0990

ME

DIA

GE

RA

L =

113

463.

8590

00

CO

EF

ICIE

NT

E D

E V

AR

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AO

(A

) =

11.

227

%

CO

EF

ICIE

NT

E D

E V

AR

IAC

AO

(B

) =

15.

907

%

70

14

AP

ÊN

DIC

E C

– L

eitu

ras

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) e

méd

ias

da r

ugos

idad

e su

perf

icia

l da

resi

na c

ompo

sta

Filt

ek Z

250

após

pol

imen

to (

inic

ial)

Am

ostr

a Le

itura

1

Leitu

ra 2

Le

itura

3

Méd

ias

1 47

,430

53

,415

33

,847

44

,897

2 43

,380

71

,692

46

,494

53

,855

3 52

,859

74

,299

65

,702

64

,287

4 37

,559

61

,803

45

,398

48

,253

5 72

,043

46

,963

38

,481

52

,496

6 65

,914

53

,523

14

6,72

3 88

,720

7 79

,446

65

,543

62

,731

69

,240

8 48

,204

38

,655

43

,101

43

,320

9 41

,810

45

,357

75

,565

54

,244

10

54,5

02

45,9

48

54,3

01

51,5

84

11

63,7

73

51,3

52

54,8

42

56,6

56

12

43,4

28

42,4

30

38,9

12

41,5

90

71

15

AP

ÊN

DIC

E D

- L

eitu

ras

(�m

) e

méd

ias

da r

ugos

idad

e su

perf

icia

l da

resi

na c

ompo

sta

Filt

ek Z

250

após

cic

lage

m d

e pH

Am

ostr

a Le

itura

1

Leitu

ra 2

Le

itura

3

Méd

ias

1 56

,626

16

,100

60

,224

44

,317

2 35

,753

28

,194

53

,965

39

,304

3 62

,829

73

,752

55

,040

63

,874

4 40

,480

30

,163

42

,357

37

,667

5 47

,605

42

,417

46

,025

45

,349

6 43

,164

50

,858

78

,206

57

,409

7 12

9,93

9 50

,195

81

,174

87

,103

8 27

,287

23

,779

35

,093

28

,720

9 41

,962

53

,024

53

,081

49

,356

10

35,1

50

12,8

45

79,7

64

42,5

86

11

79,2

37

71,8

85

101,

979

84,3

67

12

57,7

38

32,4

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36,1

32

42,1

04

72

16

AP

ÊN

DIC

E E

- L

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1

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Le

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Méd

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1 20

5,52

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3,40

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5,61

8 21

4,84

8

2 18

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6,55

4 19

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4

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6,55

0 17

9,26

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1

4 22

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6 22

4,65

6 22

2,71

3

5 27

2,89

6 20

9,72

4 22

4,37

6 23

5,66

5

6 24

0,83

5 25

9,28

7 21

9,89

7 24

0,00

6

7 25

6,64

1 23

4,50

4 20

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1,46

1

8 25

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0

9 22

0,16

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4,72

0 21

3,48

0 21

9,45

6

10

267,

617

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963

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751

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11

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530

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12

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231,

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254,

869

73

17

AP

ÊN

DIC

E F

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ial)

Am

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itura

1

Leitu

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Le

itura

3

Méd

ias

1 41

,402

53

,027

48

,826

47

,752

2 38

,962

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42

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57

,168

3 75

,258

57

,301

44

,432

58

,997

4 57

,212

53

,260

65

,687

58

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5 49

,921

55

,273

37

,048

47

,414

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,245

67

,738

73

,482

66

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7 41

,714

53

,228

50

,460

48

,467

8 45

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65

,681

55

,692

55

,717

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,340

63

,637

56

,461

63

,479

10

66,7

57

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47

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31

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45

11

57,6

30

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81

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08

48,5

40

12

60,4

36

54,5

67

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11

57,5

71

74

18

AP

ÊN

DIC

E G

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1

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Le

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1 46

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Autorizo cópia total ou parcial desta obra, apenas para fins

de estudo e pesquisa, sendo expressamente vedado

qualquer tipo de reprodução para fins comerciais sem prévia

autorização específica do autor.

Roberta Alves Pinto Moura Penteado

Taubaté, junho de 2006

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13

Penteado, Roberta Alves Pinto Moura Penteado Avaliação da rugosidade superficial e alteração de massa de duas resinas compostas por meio de microscopia de força atômica / Roberta Alves Pinto Moura Penteado. – 2006. 83f. : il. Dissertação (mestrado) – Universidade de Taubaté, Departamento de Odontologia, 2006. Orientação: Profa. Dra. Priscila Christiane Suzy Liporoni, Departamento de Odontologia. 1. Resinas compostas. 2. Rugosidade superficial. 3. Microscopia de força atômica. I. Título.

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