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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM ORTODONTIA AVALIAÇÃO DAS TÁBUAS ÓSSEAS VESTIBULARES E LINGUAIS DOS DENTES ANTERIORES INFERIORES E MOLARES SUPERIORES APÓS O TRATAMENTO COM OS APARELHOS FUNCIONAIS FIXOS FORSUS E TWIN FORCE BITE CORRECTOR CLEIMAR CARLOS BACH São Bernardo do Campo 2011

AVALIAÇÃO DAS TÁBUAS ÓSSEAS VESTIBULARES E …tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1284/1/Cleimar Carlos Bach.pdf · Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO DAS TÁBUAS ÓSSEAS VESTIBULARES E

LINGUAIS DOS DENTES ANTERIORES INFERIORES

E MOLARES SUPERIORES APÓS O TRATAMENTO COM

OS APARELHOS FUNCIONAIS FIXOS FORSUS E

TWIN FORCE BITE CORRECTOR

CLEIMAR CARLOS BACH

São Bernardo do Campo

2011

AVALIAÇÃO DAS TÁBUAS ÓSSEAS VESTIBULARES E

LINGUAIS DOS DENTES ANTERIORES INFERIORES

E MOLARES SUPERIORES APÓS O TRATAMENTO COM

OS APARELHOS FUNCIONAIS FIXOS FORSUS E

TWIN FORCE BITE CORRECTOR

CLEIMAR CARLOS BACH

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia, Universidade Metodista de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE em Odontologia, área de concentração Ortodontia.

Orientadora:

Profa. Dra. Renata Cristina Faria Ribeiro de Castro

São Bernardo do Campo

2011

FICHA CATALOGRÁFICA

B122a

Bach, Cleimar Carlos

Avaliação das tábuas ósseas vestibulares e linguais dos dentes

anteriores inferiores e molares superiores após o tratamento com os

aparelhos funcionais fixos forsus e twin force bite corrector / Cleimar

Carlos Bach. 2011.

161 f.

Dissertação (mestrado em Ortodontia) --Faculdade de Saúde da

Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2011.

Orientação: Renata Cristina Faria Ribeiro de Castro

1. Má oclusão de Angle Classe II 2. Periodontia 3. Ortodontia

corretiva 4. Tomografia computadorizada de feixe cônico I.Título.

D. Black D4

Dedico este trabalho

À minha querida esposa Edlene Vieira de Souza Bach, eterna

companheira, pelo seu apoio incondicional sempre que me dediquei a

aprimorar meus conhecimentos em Odontologia. Obrigado às minhas filhas,

Camile Souza Bach e Gisele Souza Bach, pelo exemplo de amor filial, pela

dedicação nos estudos... Enfim, vocês tornam essa família ainda mais feliz!

Aos meus pais, Almo Antonio Bach e Terezinha Grolli Bach, que

abdicaram muito em suas vidas para que pudessem educar os filhos com os

princípios cristãos. Para mim, vocês são baluartes de retidão, exemplos de

dedicação, simplicidade e trabalho. . .vocês, sim, são meus heróis!

Agradecimento Especial

Agradeço a DEUS, que nos permite a vida.

A minha irmã Cleiri e ao meu cunhado Gilvan, apoiadores nos meus

primeiros passos na profissão.

Ao Cleiton, que além de irmão é um grande amigo.

Aos meus sogro e sogra, José e Maria, e aos meus cunhados Ednilson

(in memorian), Edlanir, Edlailce e Márcia. Obrigado pela ajuda, especialmente

na educação das meninas, sempre que necessitamos.

À tia Dorilda, com enorme discernimento, pelo apoio, incentivo e

orientações nos momentos de decisão.

Minha eterna gratidão à Profa. Dra. Renata Cristina Faria Ribeiro de

Castro, por sua valiosa orientação durante todas as etapas deste trabalho e

pela doação integral nos ensinamentos transmitidos. Parabéns pelo empenho

exemplar em prol de novos conhecimentos na profissão.

Aos dirigentes do Hospital da Face e da Bioguide, pelas tomografias

gentilmente realizadas e pela cessão para uso dos equipamentos e softwares.

Em especial aos funcionários João, Hayashi, e todos os demais, pelo

excelente atendimento e presteza.

Ao Prof. Dr.Danilo Furquim, pela responsabilidade e condução do

tratamento com o aparelho Forsus Fastigue Resistent Device. Com o apoio

da empresa 3M Unitek, na figura do Elizandro Monteoliva, que acreditou em

seu trabalho e o incentivo à pesquisa, doando todos os aparelhos Forsus

Fastigue Resistence Device.

À empresa Ortho Organizers, Inc-EUA, com apoio da Maria José

Pileggi da Orthoghia-São Paulo-BR, pelo incentivo e confiança depositada na

orientadora do presente trabalho, doando todo material necessário para o

tratamento do grupo experimental Twin Force Bite Corrector. A Profa. Dra.

Renata Castro, pelo desfio do tema escolhido, por seus conhecimentos e

capacitação a pesquisa.

Ao Prof. Djalmyr Brandão Junior e a minha orientadora, pela

organização e apoio para finalizar a amostra com o aparelho Forsus.

Ao Prof. Dr. Marco Antonio Scanavini, Coordenador do Programa de

Pós-Graduação em Ortodontia, por sua dedicação e competência na

condução deste curso.

Aos professores doutores André L. R. de Miranda, Carla P. H. R. de

Miranda, Edna M. B. Perrotti, Eduardo K. Sannomiya, Fernanda Angelieri,

Fernando C. Torres e Luiz R. Paranhos. Muito obrigado pelos ensinamentos

transmitidos.

Muito especialmente, agradeço à Profa. Dra. Maria Fernanda Martins-

Ortiz, componente da banca examinadora e à Profa. Dra. Cláudia Toyama

Hino, componente da banca examinadora e da banca de qualificação.

Obrigado pelas orientações e correções sugeridas.

Ao Prof. Dr. José Roberto Pereira Lauris, juntamente com a

orientadora, pelo processamento da análise estatística da amostra.

Aos funcionários de Departamento de Pós Graduação, Ana, Célia,

Edilson e Marilene, pela ajuda diária no curso e na clínica. E às bibliotecárias

Noeme Timbó e Valéria P. Fazolim, pelo sempre disponível auxílio na

obtenção e formatação da bibliografia.

Aos meus colegas de mestrado Adriana C. Pedro, Antonio C. Sakuno,

Armando K. Kaieda, Artur C. Vasconcelos, Carolina S. Lima, Heleny G.

Corrêa, Jin H. Kim, Kelly R. T. P. Rodrigues, Luciano K. Murakami, Luiz H.

R. Lages, Miller Santoro, Roberto P. de Almeida Filho, Tiago M. Brando,

Vitor W. Cordeiro. Além de um curso, fiz novas amizades. Vale destaque ao

Armando, “co-orientador” de processamento da informação de toda a turma.

Um agradecimento especial aos antigos amigos, Antonio C. Sakuno e

Luciano K. Murakami, companheiros de viagem e de estudo. A luta continua!

A todos os pacientes, especialmente os da amostra Twin Force Bite

Corrector, pela preciosa colaboração, pelo convívio e confiança depositada

no grupo responsável pela realização desta pesquisa.

Aos Professores Masato Nobuyasu, Moysés Yokoyama e toda a equipe,

que foram parte importante na minha formação profissional.

Agradeço imensamente aos meus amigos e professores César J.

Oliveira, Clóvis Teixeira, Leandro C. de Faria e Luciano R. Zago que, de uma

ou de outra forma, me apoiaram na realização deste mestrado.

Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado,

mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado.

Albert Einstein

RESUMO

Pelo fato das consequências do uso de aparelhos ortopédicos fixos sobre o periodonto ósseo vestibular e lingual ainda serem uma incógnita para o ortodontista clínico e pesquisador, este estudo teve como objetivo avaliar, por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) as alterações em espessura das tábuas ósseas vestibulares e linguais em primeiros molares superiores e incisivos e caninos inferiores, após a utilização de aparelhagem fixa e dos aparelhos Twin Force (grupo A) e Forsus (grupo B) para o tratamento da maloclusão de Classe II, 1ª divisão. Para tanto, obteve-se uma amostra de 22 pacientes jovens adultos, divididos em dois grupos, de acordo com o aparelho propulsor da mandíbula. Grupo experimental A: 11 pacientes, 6 masculinos e 5 femininos, com idade média de 15,09 anos na instalação do Twin Force, e 11 pacientes, 7 masculinos e 4 femininos, com idade média de 15,45 anos na instalação do Forsus. O tempo médio de uso do aparelho Twin Force foi de 3,73 meses e do Forsus, 7,09 meses. O grupo A realizou TCFC antes do início do tratamento (T1), antes da instalação do Twin Force (T2), após a remoção do Twin Force (T3); e o grupo B somente antes da instalação do Forsus (T2) e após a remoção do Forsus (T3). Para comparação entre os tempos T2 e T3 foi utilizado o teste “t” pareado e entre os tempos T1, T2 e T3 foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA) a um critério e o teste post-hoc de Tukey. Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste “t”. Na comparação intergrupos os resultados evidenciaram que não houve diferença estatisticamente significante entre as alterações das espessuras das tábuas ósseas vestibular e lingual; por outro lado, na avaliação intra-grupo, de 48 medidas avaliadas, no grupo A houve reduções estatisticamente significantes nos terços cervical e médio por vestibular, nos dentes anteroinferiores e nos primeiros molares superiores e aumento nos terços cervical e médio, por lingual nos dentes anteriores inferiores, totalizando 25 medidas significantes. Já no grupo B, houve aumento significante da tábua óssea lingual nos dentes anteriores inferiores e redução em vestibular nos molares superiores, totalizando apenas sete medidas significantes, mas com mais medidas significantes de redução óssea vestibular em terços cervical e médio nos primeiros molares superiores, em comparação com o grupo A. Não houve diferença significante entre as medições obtidas com voxel 0,2 mm e 0,4 mm e nem dimorfismo entre os gêneros. As reduções em espessura óssea alveolar, principalmente em terços cervicais e médios vestibulares nos dentes avaliados neste estudo são um alerta ao clínico, para que realize essa abordagem diagnóstica periodontal antes de iniciar o tratamento ortodôntico.

Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II, Periodontia, Ortodontia Corretiva, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico.

ABSTRACT

EVALUATION OF THE PLATES OF BONE BUCCAL AND LINGUAL LOWER ANTERIOR TEETH AND UPPER MOLARS AFTER TREATMENT WITH FUNCTIONAL FIXED APPLIANCES FORSUS AND TWIN FORCE BITE CORRECTOR Because the consequences of the use of fixed orthopedic appliances on buccal and lingual periodontal bone are still a mystery to the orthodontist and to the clinical research, this study aimed to evaluate, using cone beam computed tomography (CBCT) changes in thickness plates of buccal and lingual bone in first molars and lower incisors and canines, after the use of fixed appliances and Twin Force (Group A) or Forsus (group B) appliances for the treatment of Class II, Division 1 malocclusion. To this end, we obtained a sample of 22 young adults, divided into two groups, according to the mandible’s propulsion device. The experimental group A: 11 patients, six male and five female, mean age of 15.09 years in the Twin Force installation, and 11 patients, seven male and four female, mean age of 15.45 years in the installation of Forsus. The average time of using the Twin Force was 3.73 months and Forsus, 7.09 months. Group A had CBCT before starting the treatment (T1), before installing the Twin Force (T2), after removing the Twin Force (T3) and in group B just before the installation of Forsus (T2) and after removal it (T3). For comparison between times T2 and T3 was used paired “t” test, and between times T1, T2 and T3 was used analysis of variance (ANOVA) – one-criterion – and a Tukey’s post-hoc test. For comparison between groups was used the “t”-test. In the inter-groups comparison between the results showed no statistically significant difference between changes in bone thickness of buccal and lingual plates; on the other hand, in the intra-group evaluation, in 48 measures evaluated, in group A, were statistically significant reductions in the buccal cervical thirds of lower anterior teeth and upper first molars, and increased cervical and middle thirds on lingual lower anterior teeth, totaling 25 significant measures. In group B, there was a significant increase in lingual bone plate on lower anterior teeth and reduction on buccal upper molars, totaling only seven significant measures, but there was more significant measures of reduction bone in buccal cervical and middle thirds in the first upper molars, in comparison with group A. There was no significant difference between the measurements obtained with voxel 0.2 mm and 0.4 mm and no sexual dimorphism. The reductions on alveolar bone thickness, especially in cervical and middle thirds buccal teeth evaluated in this study is an alert to the clinician to do this periodontal diagnostic approach before starting the orthodontic treatment. Keywords: Malocclusion, Angle Class II, Orthodontics corrective, Periodontics, Cone-Beam Computed Tomography.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Estágios de maturidade óssea: análise das vértebras cervicais ............ 80

FIGURA 2 - Trespasse horizontal na instalação do aparelho ortopédico funcional

fixo ............................................................................................................................. 81

FIGURA 3 - Aparelho Twin Force Bite Corrector ....................................................... 83

FIGURA 4 - Ancoragem intrabucal superior (barra transpalatina) ............................. 84

FIGURA 5 - Ancoragem intrabucal inferior (arco lingual de Nance) .......................... 84

FIGURA 6 - Aparelho ortopédico fixo Twin Force Bite Corrector instalado ............... 84

FIGURA 7 - Trespasse horizontal no momento da remoção do aparelho ortopédico

fixo Twin Force Bite Corrector ................................................................................... 85

FIGURA 8 - Régua fornecida pelo fabricante para a obtenção da medida da mesial

primeiro molar superior à distal do braquete do canino inferior ................................. 86

FIGURA 9 - Forsus Fatigue Resistant Device, módulo L-Pin .................................... 86

FIGURA 10 - Forsus Fatigue Resistant Device, módulo EZ ...................................... 86

FIGURA 11- Forsus Fatigue Resistant Device, módulo L-Pin instalado .................... 87

FIGURA 12 - Posicionamento do paciente no aparelho de TCFC i-CAT .................. 89

FIGURA 13 - Programa Nemotec Studio NX Pro. Etapa de ajuste tridimensional da

reconstrução multiplanar ........................................................................................... 90

FIGURA 14 - Programa Nemotec Studio NX Pro. Etapa de realização da

panorâmica, com ajustes das distâncias entre os cortes parassagitais .................... 91

FIGURA 15 - Programa Nemotec Studio NX Pro. Definição do corte para a medição

do osso alveolar vestibular e lingual do dente 32 ...................................................... 92

FIGURA 16 - Esquema gráfico demonstrativo da metodologia empregada nesta

pesquisa. Os pontos Ac, C, M, A e Ap estão equidistantes. As referências para as

medições (em azul) foram a superfície radicular e a superfície externa da cortical

óssea alveolar ........................................................................................................... 93

FIGURA 17 - Escolha da seção ideal para cada região e realização das medições

das espessuras ósseas nos terços cervical, médio e apical, por vestibular e na

lingual ........................................................................................................................ 94

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Severidade inicial da má oclusão no Grupo Experimental A ................ 81

TABELA 2 - Severidade inicial da má oclusão no Grupo Experimental B ................ 82

TABELA 3 - Idades e tempo decorrido no tratamento (grupos A e B) ...................... 88

TABELA 4 - Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de

Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual ......................................... 97

TABELA 5 - Teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade dos

dados ....................................................................................................................... 99

TABELA 6 - Comparação entre T1, T2 e T3 no grupo A ........................................ 101

TABELA 7 - Comparação entre T2 e T3 no grupo B .............................................. 104

TABELA 8 - Comparação entre os Grupos A e B no tempo T2 .............................. 107

TABELA 9 - Comparação entre A e B no tempo T3 ............................................... 109

TABELA 10 - Comparação da variação T2 para T3 entre os Grupos A e B ........... 111

TABELA 11 - Correlação de IMPA com valores da tábua óssea nas regiões 31 e 41,

em T2 e T3, entre A e B ......................................................................................... 114

TABELA 12 - Correlação de IMPA com valores da tábua óssea nas regiões 31 e 41,

em T1, T2 e T3, dos pacientes do grupo A ............................................................ 115

TABELA 13 – Correlação de 6-PP com valores da tábua óssea nas regiões 16 e 26,

em T2 e T3, entre os grupos A e B ......................................................................... 116

TABELA 14 – Correlação de 6-PP com valores da tábua óssea nas regiões 16 e 26,

em T1, T2 e T3, dos pacientes do grupo A ............................................................ 117

TABELA 15 - Comparação entre tomografias com voxel 0,4mm e 0,2mm das

medidas executadas no Grupo A em T3 ................................................................ 118

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 17

2.1 CARACTERÍSTICAS DA MALOCLUSÃO DE CLASSE II, 1ª DIVISÃO .... 17 2.2 PREVALÊNCIA DA MALOCLUSÃO DE CLASSE II, 1ª DIVISÃO ........... 20 2.3 TRATAMENTO DA MALOCLUSÃO DE CLASSE II, DIVISÃO 1 COM APARELHOS ORTOPÉDICOS FIXOS ........................................................... 22

2.3.1 Fase Ideal do Crescimento Para o Tratamento com Ortopédicos Fixos 23

2.3.2 Classificação dos Aparelhos Ortopédicos Fixos ................................... 26

2.3.2.1 Aparelhos ortopédicos funcionais fixos flexíveis (AOFFF) ..... 26

2.3.2.2 Aparelhos ortopédicos funcionais fixos rígidos (AOFFR) ...... 31

2.3.2.3 Aparelhos ortopédicos funcionais fixos híbridos (AOFFH) .... 35 2.4 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO (TCFC) .... 42

2.4.1 Conceitos e Características das Tomografias Computadorizadas de

Feixe Cônico ................................................................................................ 43 2.4.2 Acurácia das Medições da Tábua Óssea Vestibular e Lingual sob a

Perspectiva da Tomografia Computadorizada ............................................... 46

2.4.3 Definindo os Métodos para a Medição da Tábua Óssea Vestibular e

Lingual por Meio da TCFC ............................................................................ 53

2.5 EFEITOS PERIODONTAIS DO TRATAMENTO ORTODÔNTICO ..................... 55 2.5.1 Limites da Avaliação Periodontal por Meio de Exames Radiográficos Bidimensionais .......................................................................................................... 55 2.5.2 Evidências Científicas por Meio da Avaliação Tridimensional .......................... 65

3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 75

4 MATERIAL E MÉTODO ......................................................................................... 77

4.1 AMOSTRA ................................................................................................ 78

4.1.1 Descrição dos Aparelhos Utilizados nos Grupos Experimentais ........... 83

4.1.1.1 Twin Force Bite Corrector associado ao aparelho fixo .......... 83 4.1.1.2 Forsus associado ao aparelho fixo ...................................... 85

4.2 MÉTODOS ................................................................................................ 88

4.2.1 Método Tomográfico ....................................................................... 88 4.2.2 Método para Medição da Espessura Óssea Alveolar ......................... 89

4.2.2.1 Obtenção das imagens ...................................................... 89 4.2.2.2 Mensuração ..................................................................... 90

4.3 AVALIAÇÃO DO ERRO DE MEDIÇÃO .................................................... 94 4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................... 95

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 96 6 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 120

6.1 ERRO DO MÉTODO ............................................................................. 121

6.2 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA ..................................................... 122 6.3 METODOLOGIA EMPREGADA ............................................................ 125 6.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESULTADOS ................................... 127

6.4.1 Comparação entre as Fases T1, T2 e T3 no Grupo A ...................... 131 6.4.2 Comparação entre as Fases T2 e T3 no Grupo B ............................ 132 6.4.3 Comparação entre os Grupos nas Fases T2 e T3 ............................ 134 6.4.4 Comparação entre os Resultados T3-T2 dos Grupos A e B .............. 134 6.4.5. Avaliação das Alterações da Espessura Óssea em Relação às

Variações do IMPA .............................................................................. 135 6.4.6 Avaliação das Alterações da Espessura Óssea em Relação às

Variações do 6 – PP ............................................................................. 136 6.4.7 Comparação dos Resultados em T3 no Grupo A Utilizando Voxel 0,2

mm e 0,4 mm ....................................................................................... 137 6.5 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS ............................................................... 139

6.6 SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS ............................................... 139

7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 141

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 143

ANEXOS ................................................................................................................. 159

INTRODUÇÃO

14

1 INTRODUÇÃO

A classificação das maloclusões apresentada por ANGLE4 (1899) é

atualmente utilizada com enfoque em características de desequilíbrio na harmonia

entre as estruturas dentárias, esqueléticas e neuromusculares (VIGORITO130, 1973;

MOYERS85, 1980). A má oclusão de Classe II esquelética, identificada pelo perfil

convexo da face, está presente em 37,2% da população brasileira (SILVA FILHO;

FREITAS; CAVASSAN118, 1990) e, dentre as suas manifestações, a forma mais

prevalente é a caracterizada pela deficiência mandibular (VIGORITO130, 1973;

McNAMARA78, 1981; CARTER20, 1987; BUSCHANG et al.17, 1988; BACCETTI et

al.11, 1997). Tal quadro clínico influencia negativamente a estética facial e,

consequentemente, é responsável pelo maior percentual de procura por tratamento

ortodôntico (FREITAS44, 2002).

Muitos dispositivos e técnicas para o tratamento das alterações

dentoesqueléticas e funcionais da maloclusão Classe II foram descritos na literatura.

Destacam-se os aparelhos ortopédicos funcionais, aparelhos extrabucais, aparelhos

fixos associados a elásticos de Classe II e ou ortopédicos funcionais fixos, podendo

ainda envolver ou não extrações dentárias. Quanto aos ortopédicos funcionais fixos,

estão bem indicados para os casos em que a maloclusão de Classe II tem como

principal componente a deficiência mandibular (FRANCHI et al.42, 1999).

Os aparelhos ortopédicos fixos têm como precursor o Herbst, idealizado por

um ortodontista alemão, Emil Herbst, em 1905 (HERBST62, 1910), tinha o propósito

de promover estímulos contínuos de avanço mandibular, eliminando a necessidade

de cooperação do paciente, fator crucial nos outros protocolos de tratamento. E

desde que PANCHERZ99, em 1979, reintroduziu o uso deste aparelho na literatura

mundial, outros dispositivos surgiram com aplicações semelhantes. Dentre os quais,

destacam-se os aparelhos Eureca Spring, Jasper Jumper, MARA, APM, Forsus e o

Twin Force Bite Corrector.

Muitos estudos suportam o uso dos aparelhos ortopédicos fixos nas correções

dentoalveolares, esqueléticas e no perfil facial (PANCHERZ99, 1979; PANCHERZ E

HAGG98, 1985; COELHO FILHO30, 1995; NALBANTGIL et al.90, 2005; JONES et

al.67, 2008; CHHIBBER et al.26, 2010). Contudo apresentam como principais

15

desvantagens o custo de aquisição dos aparelhos importados, as propensões a

quebras e a dificuldade para limpeza e remoção. COELHO FILHO30 (1995)

desenvolveu o APM, com o mecanismo de ação semelhante ao Herbst, destacando-

se como principais vantagens a facilidade de construção pelo próprio ortodontista, e

o baixo custo; mas por outro lado, apresenta alto índice de quebra e por ser rígido

limita os movimentos funcionais de lateralidade, levando a um maior desconforto

para o paciente, assim como todos aparelhos ortopédicos classificados como fixos

rígidos.

Os aparelhos semi-rígidos ou híbridos (RITTO105, 2001) foram introduzidos no

mercado a partir do século XXI e apresentam como principais características um

menor índice de quebra e maior conforto para os pacientes. Dentre esses,

destacam-se os aparelhos Forsus e Twin Force Bite Corrector. O Forsus consiste

em uma mola ativada por um êmbolo que resiste à compressão intensa, com a

função de protruir a mandíbula, promovendo uma correção, principalmente por

alterações dentoalveolares, com menores resultantes esqueléticas, e apresenta

como principal vantagem o avanço gradual da mandíbula (HEINIG e GÖZ60 2001). O

Twin Force Bite Corrector é ortopédico fixo que objetiva promover estímulos

constantes de avanço mandibular por meio do conceito do sistema propulsor

mandibular de Herbst, associado a um inovador sistema de molas, semelhante ao

utilizado no Jasper Jumper (ROTHENBERG; CAMPBEL e NANDA107, 2004). Nesse

contexto, faltam pesquisas clínicas comparando os benefícios destes aparelhos e a

melhor forma para minimizar os efeitos colaterais para que o ortodontista clínico

possa ter maior segurança para escolher qual propulsor mandibular irá utilizar em

seu paciente.

A escolha do tratamento apropriado está relacionada: 1. com a severidade da

maloclusão, medida pela discrepância ântero-posterior inicial entre as bases

maxilares; 2. com a colaboração do paciente; e 3. com a idade óssea (BJÖRK e

HELM15, 1967; BACCETTI; FRANCHI e McNAMARA10, 2002). Além disso, as

condições anatômicas e clínicas do periodonto e a posição e inclinação dos incisivos

inferiores devem ser consideradas.

A época ideal para iniciar o tratamento ortopédico fixo da maloclusão de

Classe II é amplamente discutida, podendo iniciar precoce ou tardiamente.

16

PANCHERZ96 (2000), descreveu que o Herbst poderia ser utilizado com sucesso em

pacientes adultos, para correção dentoalveolar, porém ainda há poucos estudos

destes aparelhos no tratamento tardio pós puberal (KONIK; PANCHERZ e

HANSEN73, 1997). O argumento dos autores que defendem o uso em períodos após

o surto puberal, ou mesmo em adultos é o de que tais aparelhos promovem mais

alterações dentoalveolares que esqueléticas. Em contrapartida, os dentes anteriores

inferiores sofrem inclinação vestibular, o que pode provocar redução de volume de

osso alveolar vestibular, com possíveis ocorrências de deiscências ou fenestrações;

por outro lado, essas considerações não passam de dogmas, pois não existe

evidência científica de amostras tratadas com aparelhos propulsores da mandíbula

que avaliaram as alterações na tábua óssea vestibular e lingual, por meio de

avaliação tridimensional.

Como a espessura do rebordo alveolar define os limites da movimentação

ortodôntica, o presente estudo objetiva comparar, por meio de tomografia

computadorizada de feixe cônico, as alterações da tábua óssea cortical vestibular e

lingual por meio da avaliação da espessura óssea alveolar em incisivos e caninos

inferiores e primeiros molares superiores durante o tratamento da maloclusão de

Classe II, 1ª divisão, com os distintos aparelhos ortopédicos fixos, Forsus e Twin

Force Bite Corrector. A escolha desses dentes para a mensuração da tábua óssea

baseou-se na ação mecânica dos aparelhos ortopédicos fixos, pois esses dentes

recebem maior ação de força (PANIGRAHIA e VINEETHB102, 2009). Além disso,

pela proposição e metodologia empregadas, ressalte-se que o presente estudo é

inédito na literatura ortodôntica mundial.

REVISÃO DA LITERATURA

18

2 REVISÃO DA LITERATURA

Com o objetivo de facilitar a leitura e compreensão, esta revisão da literatura

está dividida em tópicos, conforme a seguir descritos.

2.1 CARACTERÍSTICAS DA MALOCLUSÃO DE CLASSE II, 1ª DIVISÃO

Classificação é um conjunto de casos clínicos de aparência semelhante

para facilitar a comparação, tratamento e discussão (MOYERS85, 1988). As diversas

classificações das maloclusões agrupam os indivíduos em classes ou padrões

esqueléticos ou dentoalveolares com características semelhantes.

O sistema de classificação das relações entre os arcos dentários mais

conhecido e utilizado pelos ortodontistas, mesmo atualmente, é o que foi

apresentado por ANGLE4 (1899), baseado nas posições dentoalveolares. Para tanto,

o autor definiu como referência para a chave de oclusão, a relação sagital entre os

primeiros molares permanentes e denominou Classe I quando a cúspide mésio-

vestibular do primeiro molar superior permanente oclui no sulco vestibular mesial do

primeiro molar inferior permanente. Nas maloclusões de Classe II o sulco mesial do

primeiro molar inferior permanente oclui dorsalmente à cúspide mesiobucal do

primeiro molar superior permanente. Desse modo, todos os dentes inferiores ocluem

distalmente em comparação com a relação molar normal, propiciando uma

desarmonia acentuada dos incisivos e linhas faciais. Em 1907, ANGLE5 inclui no seu

conceito anteriormente descrito, o posicionamento das bases ósseas na

determinação das maloclusões. Assim, uma relação oclusal de Classe II pode

ocorrer por prognatismo maxilar, protrusão dentoalveolar superior, retrognatismo

mandibular, retrusão dentoalveolar inferior ou combinação desses estados

nosológicos (VIGORITO130, 1973; PFEIFFER e GROBETY103, 1975; CARTER20,

1987; BUSCHANG et al17, 1988; URSI e McNAMARA JR128, 1997; BACCETTI et

al.11, 1997; HENRIQUES et al61, 1998).

19

As alterações dentoesqueléticas na Classe II repercutem de forma negativa

no perfil de tecidos moles do indivíduo, que na maioria das vezes apresenta uma

convexidade facial aumentada. E, em conseqüência da maior prevalência do

retrognatismo mandibular (ANGLE5, 1907; VIGORITO130, 1973; McNAMARA78, 1981;

AIDAR e SCANAVINI2, 1989; FREITAS43, 2003), vários estudos (PANCHERZ99,

1979; CALVEZ18, 1998; CASTAÑON; VALDÉS e WHITE21, 1998; RUF e

PANCHERZ109, 1999; KLAPPER71, 1999; COELHO FILHO33, 2002) concluíram que,

para esses casos, estão indicados aparelhos que estimulem o redirecionamento do

crescimento mandibular.

Historicamente os ortodontistas clínicos e pesquisadores têm voltado suas

atenções para a harmonia dos tecidos moles faciais. CAPELOZZA FILHO19, em

2004 estabeleceu uma classificação, na vista frontal e lateral, obtida por análise

clínica da face, agrupando as faces em padrões de crescimento facial. O Padrão I

com características faciais harmoniosas define um comportamento sagital adequado

entre as bases apicais. O Padrão Facial II, por seu turno, caracteriza-se por um

degrau sagital positivo excessivo, decorrente de um excesso maxilar (menos

freqüente, conforme SIQUEIRA122, 2004), deficiência mandibular ou a combinação

de ambos (SILVA FILHO116, 2005), delineando um perfil convexo. Nas maloclusões

de Classe II por deficiência mandibular o arco dentário superior encontra-se

alterado, mostrando-se atrésico e mais longo, enquanto o arco dentário inferior é

pouco influenciado por tal discrepância sagital (SILVA FILHO et al.120 2009).

Outro aspecto importante é o de correlacionar a severidade da maloclusão de

Classe II e o sucesso do tratamento. JANSON et al.65 (2009), avaliaram 276

modelos de estudo de pacientes com idade média de 12,3 anos ao início do

tratamento, tratados sem extrações na Universidade de São Paulo, Bauru, Brasil.

Concluíram que as severidades de ½ classe II bilateral tiveram maior índice de

sucesso e menor tempo de tratamento quando comparadas com as classe II

completas bilaterais. Os autores avaliaram modelos iniciais e finais e utilizaram o

índice de prioridade de tratamento Grainger.

20

2.2 PREVALÊNCIA DA MALOCLUSÃO DE CLASSE II, 1ª DIVISÃO

Estudos epidemiológicos de maloclusões e levantamentos de necessidades

de tratamento ortodôntico têm grande relevância para o planejamento,

especialmente de ações em saúde pública, em países onde tais tratamentos são

custeados pelo estado (SHARMA114, 2009).

Pesquisas realizadas para se obter índices de prevalência das maloclusões

em diversas regiões, mundialmente, demonstram que os resultados são bastante

díspares. É latente o componente hereditário, observado, tanto na avaliação de

familiares de indivíduos portadores de maloclusão de Classe II, quanto na avaliação

da prevalência da condição dos diversos grupos raciais e étnicos.

SILVA FILHO et al.117 (1990) examinando as condições oclusais de 2416

escolares de Bauru, São Paulo, de ambos os sexos, no estágio de dentadura mista

(sete a 11 anos de idade), encontraram 42% de maloclusão de Classe II, sendo que

15% foram consideradas esqueléticas e destas (11,5% de Classe II, divisão 1 e

3,5% de Classe II, divisão 2).

AIDAR e SCANAVINI2 (1989) estudaram uma amostra de 200

telerradiografias em norma lateral de jovens brasileiros, não tratados

ortodonticamente, com dentição permanente, alunos da região do ABC, São Paulo e

Santos/SP. A amostra foi dividida em grupos de indivíduos com oclusão “normal”,

maloclusões de Classe I, Classe II, divisão 1 e 2, e Classe III. O grupo de Classe II,

divisão 1 foi composto por 40 pacientes de ambos os sexos, com idades que

variavam de 12 a 19 anos. Os autores observaram que os pacientes deste grupo

apresentavam a maxila ligeiramente retruída e a mandíbula bem retruída em relação

à base do crânio, com conseqüente desarmonia sagital das bases ósseas. E

apresentaram um padrão de crescimento facial neutro (mesofacial).

Ao avaliarem 574 crianças aos 12 anos, OTUYEMI e ABIDOYE94 (1993)

obtiveram índice de 10,5% (9,8% de Classe II, Divisão 1 e 0,7% de Classe II, Divisão

2) na população nigeriana.

TROTTMAN e ELSBACH126 (1996) encontraram, nos EUA, maior prevalência

de Classe II em brancos e de Classe III na raça negra. Quanto ao sexo os autores

21

não encontraram diferença significativa. Para isso, examinaram 238 crianças pré-

escolares. Justificaram a avaliação em tenra idade pelo crescente interesse em

identificar maloclusões precocemente, para adoção de medidas preventivas.

FREITAS et al.44 (2002) levantaram a prevalência de maloclusões na

população que recorreu à Faculdade de Odontologia de Bauru para tratamento

ortodôntico. Examinaram modelos de estudo de 520 pacientes no final da dentadura

mista e início da permanente. Obtiveram os seguintes resultados: Classe II, divisão

1: 50%; Classe II, divisão 2: 8% para o gênero feminino e 4% para o gênero

masculino; Classe I: 40% para o gênero feminino e 44% para o gênero masculino; e

Classe III: 2%.

SILVA FILHO et al.119 (2008), avaliaram 2009 crianças com idade entre três e

seis anos, com o propósito de obter índices de correlação entre as características

morfológicas sagitais da face (Padrão) e da oclusão (Classe) no estágio de

dentadura decídua. Os resultados demonstraram uma correlação estreita entre o

Padrão facial e a Classe. No Padrão I predominou a Classe I (62,99%), seguida pela

Classe II (35,82%) e Classe III (1,18%). No Padrão II, a Classe II foi predominante

(81,35%) acompanhada de uma incidência baixa de Classe I (18,64%). No Padrão

III, a Classe III estava presente em 50% das crianças, seguida pela Classe I, em

48,64%, e Classe II, em 1,35%. A maior heterogeneidade na distribuição das

Classes ficou para os Padrões I e III. No Padrão II, as Classes se comportaram de

forma mais homogênea, com mais de 80% das crianças exibindo Classe II.

ARASHIRO et al.6 (2009) realizaram estudo de prevalência de maloclusões

em Campinas, SP. Foram examinados 660 escolares com idade entre 6,5 e 18,1

anos (média de 12,2 e D. P. de 2,3 anos). Os dados obtidos indicaram que não

houve diferença estatisticamente significante entre os gêneros. Maloclusões foram

encontradas em 87,4% dos escolares examinados. A maloclusão de Classe II teve

alta prevalência, com 36% dos casos, sendo que a Classe II divisão 1 teve uma

maior prevalência (22,7%) em relação à Classe II divisão 2 (13,3%). Os autores

concluíram que a prevalência de maloclusões é alta, independentemente do gênero

na população de escolares estudada.

22

2.3 TRATAMENTO DA MALOCLUSÃO DE CLASSE II, DIVISÃO 1 COM

APARELHOS ORTOPÉDICOS FIXOS

O primeiro aparelho ortopédico funcional fixo que se tem notícia foi idealizado

por Emil Herbst, em 1905 (HERBST62, 1910). Por meio de um sistema telescópico

bilateral, composto por dois tubos e dois pistões soldados a bandas, mantém a

mandíbula protruída numa relação incisal de topo a topo, de ação contínua

intermaxilar, com pouca cooperação dos pacientes. HERBST62 (1910) acreditava ser

possível a estimulação do crescimento mandibular através deste propulsor

mandibular rígido, que permitia uma liberdade total de movimento de abertura e

fechamento mandibular, porém limitados movimentos de lateralidade.

Nas seis décadas seguintes muito pouco foi publicado a respeito desse

mecanismo de tratamento, pois os aparelhos ortopédicos funcionais removíveis e o

uso de elásticos para a correção da Classe II estiveram em voga e somente ao final

da década de 70, Hans Pancherz trouxe o tema de volta a discussão (PANCHERZ99,

1979). Para tanto, o autor utilizou o Herbst por seis meses em 10 jovens em fase

púbere (antes do pico de crescimento) e comparou as cefalometrias com as de

outros 10 jovens, em igual período de crescimento, que compuseram o grupo

controle, sem qualquer tipo de tratamento, também por seis meses. Os resultados

mostraram que após seis meses de uso do Herbst houve obtenção de chave oclusal

em Classe I e um aumento de 3,2 mm no comprimento mandibular no grupo tratado,

enquanto no grupo controle tal crescimento foi de 1 mm. Houve ainda uma leve

redução do ângulo SNA, demonstrando inibição do deslocamento anterior da maxila.

Quanto ao mecanismo de ação, além das forças geradas pelos propulsores

mandibulares, há uma resposta muscular com o uso desses aparelhos; ou seja, na

tentativa de retruir a mandíbula os músculos geram forças de distalização nos

dentes superiores bandados e promovem simultaneamente, uma força mesial contra

o arco dentário inferior, estimulando assim, o redirecionamento do crescimento

mandibular e maxilar, resultando na correção da relação oclusal (KONIK;

PANCHERZ e HANSEN73, 1997; PANCHERZ97, 1997). Dessa forma, ocorrem

mudanças esqueléticas, dentárias e tegumentares. A correção da Classe II ocorreria

em seis a 12 meses (MORO83, 2000; SILVA FILHO115, 2000), sem a necessidade da

23

colaboração do paciente para a instalação e uso de dispositivos, como ocorre

quando são utilizados elásticos intermaxilares.

Em comparação com os aparelhos ortopédicos funcionais removíveis,

os aparelhos funcionais fixos são menores, o que permite uma melhor adaptação a

funções como a mastigação, deglutição, fonação e respiração, além de

necessitarem de menor cooperação do paciente. No entanto, com maiores

resultantes dentoalveolares, os incisivos sofrem labioversão (PANCHERZ99, 1979;

McNAMARA, et al.79, 1990; PANCHERZ97, 1997; NAHÁS87, 2004), o que pode não

ser adequado para o paciente. Para reduzir tal movimento algumas manobras foram

sugeridas com o passar dos anos: uso de arcos linguais para ancoragem, aumento

do calibre do fio, aplicação de torque ou uso de braquetes com torque lingual em

incisivos inferiores (WESCHLER e PANCHERZ136, 2005, ROTHENBERG;

CAMPBELL e NANDA107, 2004, CHHIBBER, et al.26, 2010). Por outro lado,

PANCHERZ e HANSEN101 (1988) compararam cinco meios de ancoragem inferior

em associação com o aparelho Herbst e concluíram que nenhuma forma foi capaz

de conter a mesialização de molares e a vestibularização de incisivos inferiores.

. Adequada intercuspidação na oclusão posterior após a remoção dos

braquetes parece ter influência na estabilidade da correção por ortopédicos

funcionais fixos (WIESLANDER137, 1993; PANCHERZ98, 1985; CASTRO23, 2008;

MORTON e PANCHERZ84, 2009; CHHIBBER et al.26, 2010). Se após a finalização

do tratamento com aparelho fixo completo houver intercuspidação estável e o

paciente não apresentar hábitos tais como deglutição atípica ou interposição lingual,

os resultados do tratamento geralmente ficam estáveis. Isto é verdade para

pacientes adolescentes, pós-adolescentes e adultos jovens. Se, por outro lado, a

oclusão não ficar estável e os hábitos de disfunção da língua prevalecerem, então,

provavelmente, ocorrerá recidiva (PANCHERZ96, 2000).

2.3.1 Fase Ideal do Crescimento para o Tratamento com Ortopédicos Fixos

As pesquisas conduzidas por PANCHERZ96 (2000) apontam que a época

ideal para o tratamento é no início da dentadura permanente ou logo após o pico do

crescimento puberal (em torno dos 14 a 16 anos nos meninos e 12 a 14 anos nas

24

meninas). O uso na dentadura mista, especialmente tardia, quando os molares

decíduos foram ou estão sendo esfoliados e os pré-molares ainda não irromperam o

suficiente pode não ser recomendada, pela possibilidade de movimentos dentais

indesejados. Destarte, a melhor fase para o tratamento é na adolescência, quando a

maior parte dos dentes permanentes irrompeu. Ocorre que a adesão de braquetes, o

alinhamento e o nivelamento são passos prévios e necessários para adequada

ancoragem quando da instalação de aparelhos ortopédicos funcionais fixos.

PANCHERZ e HÄGG100 (1985) avaliaram 70 casos consecutivos de

maloclusão de Classe II (52 meninos e 18 meninas, com idade entre 10 e 16 anos)

tratados com Herbst por período de sete meses. Os pacientes foram divididos em

três grupos: 1. anterior ao pico puberal de crescimento; 2. no pico puberal de

crescimento; e 3. após o pico puberal de crescimento. Os resultados mostraram que

o crescimento sagital condilar foi mais pronunciado no grupo 1, o movimento anterior

de molares inferiores foi igual nos três grupos e que o movimento anterior dos

incisivos inferiores foi maior no grupo 3. Com esses resultados, os autores

concluíram que, para tirar proveito da resposta do crescimento condilar e para

reduzir o tempo de contenção, a terapia com Herbst deve ser instituída próximo ao

pico puberal de crescimento.

No entanto, HANSEN; PANCHERZ e HÄGG59 (1991) avaliaram os efeitos,

por longo prazo, do tratamento com Herbst sobre o complexo dentofacial com

ênfase para a fase de crescimento em que os pacientes foram tratados. A amostra

foi formada por 40 pacientes Classe II, divisão 1, gênero masculino, divididos e 3

grupos (pré, pico e pós-pico puberal de crescimento), tratados com sucesso por 7

meses com Herbst. Mudanças esqueléticas e dentais foram avaliadas em

radiografias cefalométricas laterais. A reavaliação ocorreu após um período médio

de 6,6 anos, quando não foram encontradas diferenças nas relações dentais sagitais

entre os três grupos. A conclusão desse estudo é de que o período de crescimento

em que a terapia com o Herbst foi instituída não tem efeitos sobre os resultados por

longo prazo. No entanto, para melhor estabilidade e para reduzir o tempo de

contenção recomendaram ser mais adequada a terapia com o aparelho Herbst na

dentadura permanente, no pico puberal de crescimento, ou logo após esta fase.

25

KONIK; PANCHERZ E HANSEN73 (1997) realizaram estudo para analisar

quantitativamente as alterações sagitais esqueléticas e dentárias que contribuem

para a correção da Classe II em pacientes tratados com o aparelho Herbst após o

pico puberal de crescimento. A amostra foi constituída de 21 indivíduos com

maloclusão de Classe II, Divisão 1 tratados durante os estágios de maturidade

esquelética MP3-H e I, correspondente a um período após o pico máximo de

crescimento puberal (tratamento tardio). A comparação foi feita com 22 pacientes

tratados com Herbst durante estágios de maturação esquelética MP3 E e F, que

corresponde a um período anterior ao pico puberal de crescimento (tratamento

precoce). As telerradiografias laterais antes e após a terapia Herbst foram

analisadas de acordo com o método de Pancherz. Como resultado da terapia

Herbst, todos os pacientes atingiram Classe I ou sobrecorreção. A correção da

Classe II molar média de 6,1 mm deveu-se em 37% por mudanças esqueléticas e

63% por alterações dentárias. A correção da sobressaliência média de 8,4 mm foi

devida por 27% de mudanças esqueléticas e 73% por alterações dentárias.

Diferenças entre o final e o início do tratamento foram encontradas somente para as

alterações dentárias. Os dentes anteriores superiores foram retroinclinados e os

dentes anteriores inferiores foram vestibularizados, com maior severidade para os

casos de tratamento tardio. A conclusão do estudo foi que a terapia com Herbst é

igualmente eficaz em pacientes tratados antes ou após o pico puberal de

crescimento. No entanto, a vestibularização dos incisivos inferiores (perda de

ancoragem), é maior quando o tratamento ocorre após o pico puberal de

crescimento. E isso deve ser levado em conta no planejamento do tratamento.

VON BREMEN e PANCHERZ132 (2002) realizaram estudo para avaliar a

eficiência dos tratamentos precoce e tardio da Classe II, divisão 1. A eficiência do

tratamento foi definida como um melhor resultado em um menor tempo. Examinaram

204 pacientes com Classe II divisão 1, tratados nas fases de dentadura mista

precoce (n = 54), mista tardia (n = 104) e permanente (n = 46). O pré-tratamento e o

pós-tratamento foram avaliados através da classificação de avaliação do índice

PAR. Os pacientes tratados exclusivamente com aparelhos fixos tiveram uma menor

duração do tratamento (19 meses para Herbst e 24 meses para multibraquetes). A

redução do índice PAR foi de 64% para o primeiro grupo, 73% para o segundo e

77% para o grupo com dentadura permanente. Com base nos resultados desta

26

investigação, concluíram que o tratamento da Classe II Divisão 1 é mais eficiente na

dentição permanente (tratamento tardio) do que na dentadura mista (tratamento

precoce).

2.3.2 Classificação dos Aparelhos Ortopédicos Fixos

Com o objetivo de obter melhores resultados ortopédicos e menores

resultantes dentoalveolares, muitos aparelhos ortopédicos funcionais fixos foram

desenvolvidos nos últimos anos. RITTO105 (2001) os classificou em Flexíveis,

Rígidos e Híbridos. Para tanto, tal classificação será utilizada nesta revisão de

literatura.

Em acréscimo, o autor estabeleceu características ideais de um aparelho

ortopédico funcional fixo, quais sejam: proporcionar excelente conforto e aceitação

aos pacientes e resultados em curto prazo, permitir movimentos mandibulares, ser

de simples confecção e instalação, baixo custo e baixo índice de fraturas, sem

cooperação dos pacientes, que possa ser utilizado de um ou outro lado da boca,

indistintamente, e em qualquer fase do tratamento, nas dentaduras mista e

permanente.

2.3.2.1 Aparelhos ortopédicos funcionais fixos flexíveis (AOFFF)

Os AOFFF podem ser compostos por uma bobina com molas de ação

intermaxilar. Elasticidade e flexibilidade são as principais características, o que

permite grande liberdade de movimentos da mandíbula, inclusive lateralidade. A

principal dificuldade com esses aparelhos é a propensão a fraturas (ainda maior que

nos rígidos), que podem ocorrer tanto no próprio aparelho, em áreas com ângulos

mais agudos, como no sistema de apoio, principalmente no arco inferior. Se por um

lado a flexibilidade é uma vantagem, por outro, tende a produzir fadiga nas molas.

Outra desvantagem é a tendência do paciente mastigar o aparelho, contribuindo

27

para quebra ou dano (JASPER66, 1987; CHAMPAGNE24, 1992; CASTAÑON;

VALDÉS e WHITE21, 1998; KLAPPER71, 1999; RITTO105, 2001).

Nesse contexto, vale ressaltar que vários aparelhos flexíveis surgiram nos

últimos 30 anos (JASPER66, 1987; CASTAÑON; VALDÉS e WHITE21, 1998;

KLAPPER71, 1999), com variações no tipo de cobertura, desenhos e disposição das

molas, métodos de fixação e de reposição de mecanismos fraturados. Revestidas as

molas, o aparelho torna-se mais confortável e higiênico. Como as fraturas são

realidade ainda incontornável e são aparelhos relativamente caros, a possibilidade

de substituição de componentes é algo muito importante para reduzir o custo do

tratamento. Para que não seja necessário ter grande estoque de componentes,

apresentam vantagem, as maiores dos AOFFF, os dispositivos que podem ser

usados em ambos os lados, esquerdo e direito (JASPER66, 1987; CASTAÑON;

VALDÉS e WHITE21, 1998; KLAPPER71, 1999).

Outra relevante característica que deve ser levada em consideração durante a

escolha dos AOFFF é o padrão muscular para a determinação da força a ser

empregada. No entanto, se um avanço mandibular é necessário, a força empregada

deverá ser maior que a utilizada quando se tratar de movimentação dentária,

situação clínica em que se deseja distalizar molares superiores e promover

vestibuloversão em incisivos inferiores, quando os mecanismos de ancoragem

podem ser dispensados. (RITTO105, 2001).

Como resultado da dissipação de forças, há tendência de expansão dos arcos

superior e inferior, o que pode ser controlado com o uso de arcos transpalatal e

lingual. O uso desses dispositivos auxiliares ainda permite maior estabilidade

oclusal, importante para o sucesso do tratamento.

Estão incluídos nesse grupo (AOFFF), dentre outros, os aparelhos Jasper

Jamper, Churro Jamper e Kappler Super Spring.

JASPER JAMPER

James Jasper (JASPER66, 1987), desenvolveu um inovador sistema de protração

mandibular composto por molas helicoidais de compressão flexíveis com uma

28

cobertura plástica cinza, posicionada entre os maxilares durante o tratamento

ortodôntico. Este dispositivo fixo possui vários tamanhos para ambos os lados,

mantém a força leve e constante, apresenta como vantagem o conforto para o

paciente, a facilidade de instalação, ativação e remoção do aparelho e a

possibilidade de uso concomitante com aparelhagem fixa. No entanto, as quebras e

a dificuldade de higienização do aparelho e a degradação do material de

revestimento são as principais desvantagens deste dispositivo.

LIMA75 (2007) comparou, por meio de cefalometrias em norma lateral 25

pacientes Classe II, divisão 1 (mínimo ½ Classe II e idade inicial média de 12,72

anos) tratados com Jasper Jamper e aparelhagem fixa, 25 pacientes Classe II,

Divisão 1 tratados com Ativador e AEB (idade inicial média de 11,07 anos) e 22

documentações radiográficas de jovens Classe II, Divisão 1 não tratados. Os

resultados para o Jasper Jamper em relação ao grupo controle mostraram uma

restrição no crescimento maxilar, aumento da AFAI, sem avanço mandibular (Pog-

NPerp). No entanto houve melhora estatisticamente significante na relação

maxilomandibular; os incisivos superiores experimentaram retrusão e lingualização;

os molares superiores sofreram distalização e restrição vertical; os incisivos

inferiores foram protruídos e houve limitação no desenvolvimento vertical; e os

molares inferiores, extruídos e mesializados.

NEVES91 (2007) comparou, por meio de cefalometrias em norma lateral 25

pacientes Classe II, divisão 1 (mínimo ½ Classe II e idade inicial média de 12,72

anos) tratados com Jasper Jamper e aparelhagem fixa por um período médio de

2,15 anos, 30 pacientes Classe II, divisão 1 tratados com Bionator de Balters (idade

inicial média de 11,31 anos) e 22 documentações radiográficas de jovens Classe II,

divisão 1 não tratados. Os resultados para o Jasper Jamper em relação ao grupo

controle são idênticos aos encontrados por LIMA75 (2007). Em acréscimo, a autora

fez comentários acerca dos resultados, dentre eles: 1. o Jasper Jamper induziu uma

rotação horária da mandíbula, com aumento significante da AFAI, o que deve ser

considerado na indicação do dispositivo em pacientes dolicofaciais; 2. os resultados

não mostraram alterações mandibulares significantes, o que permite questionar a

principal indicação dos aparelhos ortodônticos funcionais, qual seja, a maloclusão de

Classe II, divisão 1 com retrognatismo mandibular; 3. a facilidade de instalação e

manipulação diminui a demanda de tempo nas consultas aos pacientes, o que pode

29

estimular os clínicos a utilizarem o aparelho; 4. o índice de quebra do Jasper Jamper

foi de 35,14%, o que foi considerado uma desvantagem; e 5. há, ainda, uma

escassez de estudos sobre estabilidade por longo prazo após o tratamento com

ortopédicos funcionais fixos, inclusive o Jasper Jamper.

OLIVEIRA JR. et al.93 (2007), desenvolveram um estudo clínico para

comparar os efeitos dentoesqueléticos dos aparelhos Jasper Jamper e aparelho

extrabucal de tração cervical associados a aparelhos ortodônticos fixos para o

tratamento da maloclusão de Classe II. O critério adotado para determinar a

maloclusão foi a relação molar, excluídos os casos subdivisão. A amostra consistiu

de 25 pacientes não tratados (grupo controle) com idade inicial média de 11,82

anos, 25 pacientes com idade inicial média de 11,86 anos tratados com Jasper

Jamper e 25 pacientes com idade inicial média de 12,29 anos tratados com AEB de

tração cervical. Os resultados para a maxila foram restrição do crescimento anterior

no grupo AEB cervical, em comparação ao grupo controle, sendo que o mesmo não

foi observado no grupo Jasper Jamper. Para a mandíbula, nenhum dos aparelhos

alterou o desenvolvimento. No entanto, sem alterar significantemente o padrão de

crescimento craniofacial, os dois meios de tratamento corrigiram a relação

maxilomandibular significantemente, com redução do ângulo ANB. No grupo AEB

cervical houve significante retrusão de incisivos superiores e verticalização de

molares inferiores, enquanto que no grupo Jasper Jamper houve significante

protrusão de incisivos inferiores, bem como a verticalização, extrusão e mesialização

de molares inferiores. Os autores manifestaram-se surpresos com os resultados pelo

fato de não encontrarem significante maior crescimento mandibular no grupo Jasper

Jamper, como encontrados em outras pesquisas. Os resultados dos testes

estatísticos mostraram uma diferença entre os efeitos dos aparelhos utilizados para

tratamento dos dois grupos estudados e os efeitos do crescimento para o grupo

controle sem tratamento ortodôntico. No entanto, a partir de uma perspectiva clínica,

tanto o tratamento com o jumper Jasper como com o extrabucal cervical

promoveram resultados satisfatórios para a correção da maloclusão de Classe II.

30

CHURRO JAMPER

CASTAÑON; VALDÉS e WHITE21 (1998) apresentaram o Churro Jumper, que

atua de maneira semelhante ao Jasper Jumper. É confeccionado com fio de aço de

seção circular, com calibres de 0,028” a 0,032”, com 15 a 20 círculos realizados

manualmente de forma simétrica. Este dispositivo apresentou como desvantagem a

limitação na abertura bucal e quebras freqüentes. Entre as vantagens encontram-se

o uso uni ou bilateral, baixo custo, facilidade de construção, no caso de quebra é

fácil e barata a sua substituição.

Segundo os idealizadores, trata-se de um sistema de forças alternativo e barato

para a correção ântero-posterior de maloclusões de Classe II e de Classe III. O

encaixe mesial e distal do jumper são formados por círculos. O círculo distal é

estabilizado aos molares superiores por um pino e a extremidade mesial, sobre o

arco da mandíbula contra os braquetes dos caninos. É um aparelho funcional flexível

que pode ser fabricado pelo ortodontista em seu laboratório. Os custos são

reduzidos e o tempo gasto é mínimo.

KLAPPER SUPER SPRING

KLAPPER71 (1999) apresentou o aparelho Klapper Super Spring, composto

por molas de níquel-titânio adaptadas a tubos para arco extrabucal ou a tubos ovais

especiais soldados nas bandas dos primeiros molares superiores e ao arco inferior

por meio de um helicóide. Este é um elemento da mola flexível que é ligado entre

molares superiores e caninos inferiores. O comprimento do corpo do aparelho faz

com que ele se acomode no vestíbulo, quando ativado. Segundo os autores, isso

facilita a higienização e evita as superfícies oclusais. A extremidade aberta da mola

helicoidal é torcida como um gancho para o arco mandibular. Na distal da maxila

está ligada ao tubo padrão para Arco Extrabucal ou a tubo oval especial e protegida

com uma ligadura de aço inoxidável. Esta nova versão impede qualquer movimento

lateral da mola no vestíbulo. Apenas dois tamanhos pré-fabricados estão

disponíveis, com versões direita e esquerda para cada tamanho. O comprimento da

31

mola pode ser aumentado ou diminuído, bastando dobrar os fios de ligação. A

configuração horizontal do fio de fixação no tubo molar superior permite melhor

distalização com razoável controle radicular.

2.3.2.2 Aparelhos ortopédicos funcionais fixos rígidos (AOFFR)

Os aparelhos ortopédicos funcionais fixos rígidos (AOFFR), quando surgiram,

eram destinados à correção de Classe II por retrusão mandibular (HERBST62, 1910).

Quando são ativados, não permitem ao paciente ocluir em relação cêntrica. A

mandíbula permanece em posição protrusiva 24 horas por dia e a força exercida

pelo aparelho é uma força variável postural. Sua principal indicação é para casos de

Classe II esquelética, onde é necessário avançar a mandíbula para estimular o

redirecionamento do crescimento e harmonizar os defeitos do esqueleto

(PANCHERZ99, 1979; COELHO FILHO30, 1995). Têm maior resultante ortopédica,

fraturam menos, mas não permitem movimentos laterais por apresentarem baixa

flexibilidade (RITTO105, 2001; PANCHERZ98, 1985; SHIAVONI; BONAPACE e

GRENGA113, 1996).

HERBST

O exemplo clássico desse grupo é o aparelho Herbst (HERBST62, 1910), que

consiste de dois tubos soldados em bandas, dois pistões, eixos e parafusos. O

projeto original sofreu apenas algumas modificações no que diz respeito aos

métodos de aplicação (tipos I, II e IV). O tipo I é caracterizado por um sistema de

fixação para as coroas ou bandas com o uso de parafusos. Esta é a forma mais

comum. É necessário soldar os suportes nas bandas ou coroas e, em seguida, fixar

os tubos e êmbolos com os parafusos. O Tipo II tem um sistema de fixação que se

encaixa diretamente nos arcos através do uso de parafusos. Este método de

aplicação tem a desvantagem de provocar frequentes fraturas nos arcos por causa

da falta de flexibilidade e dificuldade nos movimentos laterais. O Tipo IV possui um

sistema de fixação por um dispositivo tipo bola, o que permite maior flexibilidade e

32

liberdade de movimento mandibular. A desvantagem em relação a outros aparelhos

similares é o fato de que ele precisa de freios para estabilizar a articulação. Tais

peças são diminutas e de difícil instalação.

A partir da década de 90 surgiram desenhos alternativos dos AOFFR, com o

objetivo de permitir movimentos laterais, evitar movimentos dentais indesejados,

especialmente intrusão e vestibuloversão de incisivos inferiores. Para tanto,

variações do aparelho Herbst e sistemas similares buscaram melhorar o conforto e a

aceitação do paciente, permitir a utilização concomitante de aparelho fixo e causar

menos problemas clínicos em relação aos componentes, reduzindo a freqüência de

visitas (PANCHERZ99, 1979; RITTO105, 2001).

MANDIBULAR ANTERIOR REPOSITIONING APPLIANCE (MARA)

O aparelho MARA foi desenvolvido por Douglas Toll, em 1991. É composto

por coroas de aço cimentadas nos molares superiores e inferiores, as quais

apresentam alças que se conectam apenas quando o paciente oclui, impedindo o

fechamento da mandíbula numa posição mais retruída. Este dispositivo deve ser

fabricado em laboratório, não apresenta tubos telescópicos, permite maior liberdade

de movimentação mandibular e pode ser utilizado concomitantemente com

aparelhos fixos. Caso o paciente traga a mandíbula para uma posição de Classe II,

será incapaz de alcançar a intercuspidação, os molares inferiores farão contato

direto com o metal, dando uma sensação desagradável para o paciente. Ao invés de

coroas podem ser utilizadas bandas, mas as fraturas serão mais freqüentes. O

aparelho MARA, por ser de características simples, que permite uma boa higiene

durante a fase de correção, com uma pequena modificação ao projeto original,

usando apenas fios e compósitos, um aparelho muito interessante pode ser criado

para terminar ou conter os tratamentos da maloclusão de Classe II, tratados com

aparelhos funcionais (RITTO105, 2001).

CHIQUETO27 (2008) comparou, cefalometricamente, por meio de

telerradiografias laterais, as alterações esqueléticas e dentoalveolares em três

grupos de pacientes com maloclusão de Classe II, divisão 1, sendo que dois grupos

33

foram tratados por meio dos funcionais Mara e Bionator, e o outro grupo não

experimentou tratamento (grupo controle). O grupo tratado com Mara (22 pacientes)

teve o tratamento considerado concluso quando a relação cêntrica coincidiu com a

máxima intercuspidação habitual. No entanto, somente após seis meses de

contenção os aparelhos foram removidos. Foram utilizados barra transpalatina e

arco lingual para ancoragem com o aparelho Mara. Fraturas do aparelho ocorreram

na alça vertical (ou perda da ligadura de estabilização), em 59% dos pacientes,

quebras da barra transpalatina ou da alça vestibular nos molares inferiores somaram

18% dos pacientes. Quanto ao percentual de correção esquelética, a autora

encontrou, em 5,4 mm de correção da relação molar, 2,1 mm (39%) de correção

esquelética e 3,3 mm (61%) de correção dentoalveolar. Houve melhora significante

nas relações dentárias (trespasses vertical e horizontal e relação molar), restrição de

crescimento ou deslocamento maxilar, não significante alteração de posicionamento

e crescimento mandibular, mas significante melhora da relação maxilomandibular,

decorrente de aumento do vetor vertical de crescimento, aumento da altura facial

ântero-inferior e rotação horária do plano oclusal funcional. Os incisivos superiores

foram retruídos e inclinados para a lingual; os molares superiores experimentaram

distalização e restrição de crescimento vertical; os incisivos inferiores foram

protruídos e inclinados para vestibular; e os molares inferiores, inclinados para a

mesial.

APARELHO DE PROTRAÇÃO MANDIBULAR (APM)

COELHO FILHO30, em 1995, desenvolveu o Aparelho de Protração

Mandibular (APM). Trata-se de um dispositivo para ser confeccionado rapidamente

pelo ortodontista, no laboratório. Tem, portanto, baixo custo, baixo índice de fraturas

e não causa muito desconforto ao paciente. É um dispositivo muito favorável para o

clínico que trabalha em regiões onde não se tem acesso rápido aos aparelhos

comercialmente oferecidos. O autor apresentou três modelos, a seguir descritos:

APM I – com fio de aço 0,032”, cada extremidade do aparelho é constituída por um

pequeno laço de dobra em ângulo reto. O comprimento do aparelho é então

determinado pela protrusão da mandíbula. Em seguida, outro círculo em ângulo reto

34

de pequeno porte dobrado em direção oposta. Os segmentos deslizam

mesiodistalmente, há limitação de abertura bucal e os braquetes dos pré-molares

precisam ser descolados. APM II – semelhante ao anterior, mas permite maior

abertura da boca. APM III - Esta versão elimina grande parte do arco de estresse

que ocorre com o APM I e II. Permite uma maior variedade de movimentos da

mandíbula, mantendo a mandíbula numa posição protruída. É adaptável a qualquer

Classe II ou Classe III. Assemelha-se ao Herbst por incluir um mecanismo

telescópico, mas é menor em tamanho. Exige mais tempo para se construído e uma

adequada solda eletrônica para não escurecer ou tornar mais frágeis os fios

(COELHO FILHO30; 32; 29; 31; 33, 1995, 1998, 1998, 2001, 2002).

UNIVERSAL BITE JAMPER

O Universal Bite Jumper (UBJ) foi desenvolvido por Calvez (CALVEZ18, 1998).

É semelhante ao Herbst, mas é menor em tamanho e surgiu como uma proposta de

ser mais versátil. Composto por um mecanismo telescópico e uma mola, inserido no

tubo redondo do tubo do primeiro molar superior e preso com um pino. No arco

superior está indicada barra transpalatina para controlar trasversalmente a maxila.

No arco inferior, fio de aço retangular 0,021” x 0,025” com torque lingual nos

incisivos e dobra distal após o tubo do primeiro molar, sem a presença de braquetes

nos pré-molares. Entre as vantagens do UBJ destacam-se a simplicidade e o baixo

custo, apenas um modelo para ser utilizado dos dois lados, sem preparação

laboratorial, confortável e apresenta alta aceitação e não depende da cooperação

dos pacientes. Pode ser usado em todas as fases do tratamento, na dentição mista

ou permanente, na Classe II ou na Classe III. É montado durante a consulta clínica,

medindo-se a distância com a mandíbula em posição de avanço desejado. Ativações

podem ser adicionadas colocando-se buchas de 2 a 4 mm no interior do tubo

telescópico. Manobra desnecessária caso tenham sido usadas molas de níquel

titânio previamente.

35

2.3.2.3 Aparelhos ortopédicos funcionais fixos híbridos (AOFFH)

Aparelhos desenvolvidos recentemente podem ser classificados como

híbridos, porque eles representam a combinação de características dos aparelhos

funcionais fixos rígidos com aparelhos funcionais fixos flexíveis. Poderiam ser

descritos como aparelhos com os sistemas rígidos associados a dispositivos do tipo

mola.

O objetivo desses aparelhos é mover os dentes pela aplicação de forças

elásticas contínuas, que substituem o tradicional uso de elásticos ou de forças extra-

orais. A característica comum é o uso de molas em espiral para produzir forças que

variam entre 150 e 200 gramas. Outras características incluem a redução da

necessidade de cooperação do paciente e a facilidade de instalação do aparelho

(VOGT131, 2006; CHHIBBER26, et al. 2010).

Conclui-se (ROTHENBERG; CAMPBELL e NANDA107, 2004), portanto, que a

meta principal dos aparelhos híbridos não é reposicionar a mandíbula anteriormente.

Se esse fosse o caso, não seria lógico reposicionar a mandíbula e, ao mesmo

tempo, exercer uma força inferior mesial e superior distal. Os AOFFR exercem

melhor esse mister.

Com os aparelhos híbridos o controle do movimento vestibular dos incisivos

inferiores também é importante. Por vezes é necessário recorrer a aparelhos

auxiliares de ancoragem. Como tal, pode ser bastante difícil de usar esses aparelhos

na dentadura mista.

EUREKA SPRING

O Eureka Spring foi desenvolvido por DeVincenzo e Steve Prins,

(DEVINCENZO37, 1997) para corrigir a maloclusão de Classe II por meio de um

pequeno sistema suave de forças intermaxilares que não influencia na estética. É

composto por três partes telescópicas fixadas ao arco superior, com uma mola

aberta no interior do sistema, e estende-se desde o nível da banda molar até o arco

36

inferior, em posição distal ao canino. Libera uma força média de 140 a 170 gramas.

Apesar de promover menor força, o aparelho atua mesmo quando o paciente

promove a abertura bucal de até 20 mm, quando dorme ou quando protrui a

mandíbula até 10 mm, tentando diminuir a força. Outra vantagem do aparelho é

promover forças intermaxilares no sentido horizontal com um mínimo de efeito

vertical. O sistema de instalação do Eureka Spring é relativamente simples, e o

paciente pode abrir a boca amplamente, sem quaisquer dificuldades devido ao efeito

telescópico do aparelho. Está disponível em dois tamanhos: 20 e 23 mm de

comprimento. O aparelho é universal e pode ser aplicado tanto à direita como à

esquerda. Curiosamente, no entanto, os autores advertem no manual que o

aparelho não gera qualquer efeito ortopédico, mas sublinham que a correção é

totalmente dentoalveolar.

STROMEYER; CARUSO e DEVINCENZO124 (2002) avaliaram cefalometrias

iniciais (T1), ao instalar o Eureka Spring (T2) e ao removê-lo (T3) de 37 pacientes

com 3 mm ou mais de relação de Classe II em molares, com idade inicial média de

13 anos e nove meses e idade final de 16 anos. Instalaram o Eureka Spring

associado a aparelhagem fixa, prescrição Roth, com torque de 10 a 15°, no arco,

para incisivos inferiores. Em associação, foram utilizadas barras transpalatinas com

torque vestibular de 15° em molares. O tempo médio de uso do Eureka Spring foi de

quatro meses. Os resultados apontaram 90% de componente dentoalveolar na

correção da Classe II. Não houve alteração na dimensão vertical (altura facial inferior

e ângulo do plano mandibular), o plano oclusal girou, com intrusão de 2 mm em

incisivos inferiores e de 1 mm em molares superiores.

FORSUS (FATIGUE RESISTANT DEVICE)

Dentre os aparelhos ortopédicos funcionais fixos híbridos o Forsus

inicialmente era constituído por lâminas de níquel-titânio revestidas por plástico e se

chamava Forsus Nitinol Flat Spring. Bill Vogt, em 2001, desenvolveu o Forsus –

Fatigue Resistant Device (FFRD), composto por três partes telescópicas envolvidas

por uma mola helicoidal. Quando totalmente comprimida, o que raramente deve

ocorrer na utilização clínica, a força gerada pela mola é de, aproximadamente, 200

gramas (VOGT131, 2006). Essa característica faz com que se assemelhe a alguns

37

aparelhos funcionais flexíveis. Difere, no entanto, pela maior resistência à quebra da

mola espiral. A mola é aplicada por seu deslizamento sobre uma superfície rígida

evitando desta forma angulações nos pontos de fixação e permitindo movimentos

mandibulares laterais.

A segunda versão do aparelho Forsus foi fabricada em seis diferentes

tamanhos (entre 22 e 38 mm), servindo tanto para o lado direito e o esquerdo, para

a obtenção do valor total do comprimento do módulo deve-se somar 12 mm à

medida, em máxima intercuspidação habitual, da mesial do tubo do primeiro molar

superior a distal do braquete do canino inferior. As suas extremidades são presas às

bandas ou ao fio ortodôntico do tubo do primeiro molar, por meio de um pino

(conhecido como Módulo L-PIN), a distal do braquete do canino inferior, sendo que o

braquete do primeiro pré-molar não deve ser colado para permitir o deslocamento do

aparelho pelo arco dentário. O arco inferior deve apresentar fio retangular de aço de

0,021” x 0,025” e o fabricante não indica uso de ancoragem inferior e nem superior

(VOGT131, 2006). Em 2008 o fabricante (3M Unitek Corp, Monrovia, Califórnia)

substituiu o módulo L-PIN pelo módulo EZ, uma trava anti-rotacional para encaixe no

tubo do molar, com o objetivo de proporcionar mais estabilidade ao Forsus _ Fatigue

Resistant Device.

Em estudo realizado em 2001, HEINIG e GÖZ60 verificaram as alterações

promovidas pelo Forsus após quatro meses de seu uso em 13 pacientes com idade

inicial média de 14,2 anos. A análise das telerradiografias demonstrou que 66% das

alterações foram de origem dentária, a correção da relação molar ocorreu por meio

da distalização dos molares superiores e mesialização dos molares inferiores. Houve

uma retrusão dos incisivos superiores e a protrusão dos inferiores, reduzindo

trespasse horizontal, sendo que a intrusão e protrusão dos inferiores também

reduziram em 1,2 mm o trespasse vertical. Não houve alteração significante na

maxila e a mandíbula apresentou um significante aumento no comprimento efetivo.

O plano oclusal rotacionou no sentido horário (4,2º) como resultado da intrusão dos

incisivos inferiores e molares superiores. Clinicamente, após dois meses alguns

pacientes relataram dificuldade de higienização, além da restrição na abertura bucal,

porém dois terços dos pacientes preferiram o novo aparelho ao uso da ancoragem

extrabucal, aparelhos removíveis ou elásticos intermaxilares. Os autores concluíram

38

que o Forsus consiste em um excelente sistema auxiliar para o tratamento da

maloclusão de Classe II em pacientes não colaboradores.

KARACAY et. al68 (2006) avaliaram 48 adolescentes que apresentavam

retrognatismo mandibular e padrão de crescimento horizontal ou normal. Os

pacientes, aleatoriamente, foram divididos em três grupos: 1. com idade média de

13,6 anos, tratado com Forsus Nitinol Flat Spring; 2. com idade média de 14,0 anos,

tratado com aparelhos Jasper Jamper; e 3. grupo controle, não tratado, com idade

média de 13,8 anos. Telerradiografias laterais e modelos de estudo foram obtidos

após a fase de nivelamento e no momento da remoção dos aparelhos. A análise

cefalométrica revelou que ambos os aparelhos redirecionaram o crescimento

mandibular, com aumento da altura facial anterior e posterior. Incisivos superiores

foram extruídos, retraídos e verticalizados, com distalização e intrusão dos primeiros

molares superiores. Na mandíbula, os incisivos foram intruídos e protruídos para

vestibular, enquanto os molares sofreram mesialização e extrusão. Houve obtenção

de relação molar de Classe I, com redução dos trespasses vertical e horizontal, além

de melhora do perfil facial. A avaliação dos modelos mostrou expansão dos arcos

dentários maxilar e mandibular. Em comparação, os dois mecanismos de tratamento

da maloclusão de Classe II promoveram redirecionamento do crescimento

mandibular e restrição do crescimento maxilar, maiores alterações dentoalveolares

que esqueléticas, inclinação do plano oclusal e expansão das arcadas. Enfim, as

alterações esqueléticas, dentárias e de tecidos moles mostraram-se semelhantes

nos dois grupos tratados.

A força resultante se concentra mais nos setores anterior e inferior. No entanto

é possível controlar a quantidade de força, quer através dos vários tamanhos

disponíveis, quer por meio de instalação direta sobre o arco inferior, com a utilização

de trava para ativação (HEINIG e GÖZ60, 2001; CASTRO22, 2010). Com esses

fundamentos, ROSS; GAFFEY e QUICK106, em 2007, utilizaram o Forsus

assimetricamente, na fase da dentadura mista, para o tratamento de assimetrias

dentárias.

ROSS; GAFFEY e QUICK106 (2007) relataram o uso de 17 Forsus Fatigue

Resitant Device e descreveram 10 ocorrências de fraturas. Segundo os autores, os

aparelhos destinados ao tratamento de pacientes não colaboradores, na tentativa de

39

resolver um problema pode, por vezes, criar outros efeitos indesejáveis que podem

ser potencialmente perigosos para o paciente. Concluem, por fim, que o clínico deve

ser cauteloso na indicação de tais dispositivos a pacientes não colaboradores.

JONES, et al67 (2008), realizaram estudo comparativo entre tratamentos sem

extrações, em adolescentes Classe II com o uso do Forsus Fatigue Resistant Device

e com o uso de elásticos intermaxilares. O objetivo foi avaliar os resultados do

Forsus, como alternativa para o uso de elásticos em pacientes não colaboradores. A

amostra consistiu de 34 pacientes com idade inicial média de 12,6 anos, tratados

com o FFRD e 34 pacientes com idade inicial de 12,2 anos tratados sem extração e

com elásticos intermaxilares Classe II. Medidas cefalométricas foram utilizadas para

avaliar resultados ortopédicos e ortodônticos. As relações molares dos pacientes

tratados com elásticos foram corrigidas, principalmente devido ao crescimento

mandibular. O deslocamento mandibular para anterior foi de 3,8 mm (158% da

relação molar inicial de 2,4 mm). Os movimentos dos molares inferiores

representaram 29% da correção total. Com o uso do FFRD o deslocamento

mandibular foi de 138% da relação molar inicial e o movimento dos molares

inferiores foi de 56% da relação oclusal inicial. Em contraste às mudanças

esperadas com o tratamento, a maxila e os molares maxilares sofreram movimento

mesial nas duas formas de tratamento estudadas.

DADA34 (2010) avaliou as alterações esqueléticas e dentárias de 19 pacientes

Classe II tratados com Forsus e comparou-as com as de um grupo controle

constituído por série de 10 teleradiografias laterais obtidas nos arquivos da

Universidade de Illinois (Chicago, EUA) de um estudo do Dr. Ricketts sobre

crescimento longitudinal da maloclusão de Classe II esquelética, cujos pacientes

foram radiografados anualmente dos nove aos 17 anos. A média de idade do grupo

tratado foi de 12,6 anos. O tempo médio do tratamento ortodôntico foi de 2,18 anos

e de 6 meses de uso do Forsus, além de 2,9 meses de uso de elásticos. Análises

cefalométricas de momentos pré e pós tratamento mostraram diminuição do ângulo

SNA (Sela-Násio-Ponto A), significante vestibularização dos incisivos inferiores, mas

sem alterações estatisticamente significantes no ângulo SNB (Sela-Násio-Ponto B),

na angulação do longo eixo dos incisivos superiores, no ângulo do plano mandibular,

no eixo Y, na distalização e intrusão dos molares superiores. Não houve, ainda,

aumento significante no comprimento mandibular.

40

TWIN FORCE BITE CORRECTOR

O aparelho Twin Force Bite Corrector (TFBC), desenvolvido por Ravindra

Nanda, possui um dos mais modernos conceitos, incorporando o avanço mandibular

constante, derivado do aparelho Herbst e com um sistema de mola, do aparelho

Jasper Jumper. Difere dos outros na forma e na constituição porque é composto por

dois conjuntos de sistemas telescópicos com duas molas internas. É de fácil e rápida

instalação sem a necessidade de fase laboratorial. O Twin Force é um aparelho

bilateral interarcos. Composto por tubos telescópicos bilaterais, paralelos. Dentro de

cada tubo, em extremos opostos, há um êmbolo de 15 mm com uma mola de níquel

titânio, permitindo movimentos de lateralidade. Está disponível em dois tamanhos e

é acompanhado por uma chave do tipo alen para fixar o parafuso nas arcadas

superior e inferior. Além disso, também não requer a colaboração do paciente para o

seu uso (RITTO105, 2001; ROTHENBERG; CAMPBELL e NANDA107, 2004; URIBE;

ROTHENBERG e NANDA127, 2006; CHHIBBER et al.26, 2010; CASTRO22, 2010).

Este dispositivo é instalado após a fase de alinhamento e nivelamento, com

fios retangulares 0,017” x 0,025” (para braquetes 0,018”), ou 0,019” x 0,025” a

0,021” x 0,025” (para braquetes 0,022”) nas arcadas superior e inferior,

conjuntamente a uma barra transpalatina (para neutralizar as forças expansivas do

aparelho) e um arco lingual inferior. Os fios são travados na distal dos molares e os

arcos consolidados, formando uma unidade, para evitar inclinação e formação de

diastemas em incisivos inferiores. Com o mesmo objetivo são utilizados torques

negativos em incisivos inferiores (ROTHENBERG; CAMPBELL e NANDA107, 2004;

CHHIBBER et al.26, 2010).

As extremidades deste aparelho são fixadas nos arcos por um sistema de

encaixe e parafuso, na mesial do primeiro molar superior e na distal do canino

inferior (ROTHENBERG; CAMPBELL e NANDA107, 2004; CHHIBBER et al.26, 2010).

Podem ser instalados tanto no lado direito, quanto no lado esquerdo do paciente.

Quando o êmbolo estiver completamente comprimido, a mandíbula assumirá

uma posição protruída e os incisivos em posição de oclusão de topo a topo, o

sistema proporciona uma força constante de 210 g, a força muscular é contra a força

41

mesializante do aparelho tentando trazer a mandíbula em relação cêntrica

(ROTHENBERG; CAMPBELL e NANDA107, 2004; CHHIBBER et al.26, 2010).

Objetiva-se a sobrecorreção ou obtenção de relação oclusal topo a topo após

três meses de uso, compensando recidivas que ocorrem após a remoção do

aparelho. O tempo médio de tratamento completo é de 24 meses (CHHIBBER et

al.26, 2010).

O TFBC é fabricado em dois tamanhos: padrão (424 215 Ti – código Ortho

Organizers, Carlsbad, CA, EUA) e mini (424216 Ti). Se a medida da mesial do tubo

do primeiro molar superior até a distal do braquete do canino inferior mínima for

próxima de 27 mm e máxima de 36 mm utiliza-se o TFBC padrão. Se a medida

mínima for próxima de 23 mm e a máxima de 32 mm, utiliza-se o tamanho pequeno.

GUIMARÃES JR56 (2008) avaliou, por meio de telerradiografias em norma

lateral, as alterações dento-esqueléticas promovidas pelo TFBC associado a

aparelho ortodôntico fixo na correção da maloclusão de Classe II, divisão 1 de 23

pacientes com idade média inicial de 11,81 anos, comparando-as com cefalometrias

de 20 jovens com idade média de 12,54 anos, com a mesma maloclusão e que não

receberam tratamento ortodôntico. Os resultados mostraram redução do

deslocamento anterior e comprimento efetivo da maxila, sem alterações significantes

no comprimento e breve retrusão mandibular, melhora nas relações

maxilomandibulares, com redução dos ângulos ANB e Wits, houve ligeira rotação do

plano oclusal no sentido horário, restrição de mesialização de molares superiores,

inclinação vestibular de incisivos inferiores e extrusão de molares inferiores,

correção da relação molar e redução estatisticamente significante do trespasse

vertical e horizontal. O tempo médio de tratamento com o TFBC foi de três meses e

também por três meses adicionais os pacientes usaram elásticos para contenção e

intercuspidação. No entanto, segundo o autor, períodos de dois anos de contenção

tem sido sugeridos, para melhor adapatação esquelética e funcional da nova relação

maxilomandibular, ainda que realizados por outros dispositivos, com o intuito de

aumentar a colaboração dos pacientes. No mesmo grupo experimental o autor relata

que não observou caso de fratura do TFBC. Por outro lado, houve quatro casos de

soltura dos parafusos quando não adequadamente apertados, além da ocorrência

de quatro casos em que houve fratura da aleta do tubo braquete conversível do

42

molar superior. Por essa razão o autor aconselha o uso de tubos simples ou duplos,

confeccionados pela técnica de injeção de metal. Relatou, ainda, um caso de fratura

do arco de aço 0,019”x 0,025” superior, além de dois casos em que os braquetes

dos caninos inferiores fraturaram, por instalação do TFBC muito próximo a esses

acessórios.

Em publicação recente, CHHIBBER et al.26, (2010) alegam que numerosos

estudos e relatos de casos têm demonstrado a eficácia dos aparelhos ortopédicos

funcionais fixos para a correção da maloclusão de Classe II. No entanto, são raros

os trabalhos com análises de estabilidade a longo prazo desses tratamentos. Os

autores apresentaram uma série de cinco casos de Classe II, divisão 1 tratados com

o Twin Force Bite Corrector (TFBC). Os objetivos gerais do tratamento nestes casos

foram a redução da sobressaliência, a obtenção de chave Classe I molar e canino,

linha média coincidente e melhoria do perfil do tecido mole. O período médio desta

reavaliação foi de seis anos após a remoção do aparelho fixo. Embora não tenham

sido apresentados nesse artigo, os autores afirmam terem avaliados 22 pacientes

durante o período de contenção, sendo que 20 têm mostrado relações estáveis ou

melhoraram a condição oclusal num período de sete anos. Concluem que o TFBC é

um aparelho eficaz para a estabilidade da correção da Classe II.

2.4 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO (TCFC)

O tomógrafo foi criado na década de 70 e em 1998, MOZZO et al86 lançaram

uma tecnologia baseada na técnica de feixe em forma de cone que resultou em um

novo equipamento para obtenção de imagens odontológicas, com redução

significante na dose de radiação e com satisfatória qualidade de imagens

tomográficas. Surgia então, a tomografia computadorizada de feixe cônico (cone

beam).

A tomografia computadorizada é o método de diagnóstico que utiliza radiação

x para obtenção de imagens tridimensionais, inclusive com a possibilidade de

obtenção de prototipagens. O sistema de tubo-detector realiza somente um giro de

360º em torno da cabeça do paciente e, a cada determinado momento o aparelho

adquire uma imagem base bidimensional da cabeça, muito semelhante a uma

43

telerradiografia (SCARFE; FARMAN e SUKOVIC112, 2006). A transformação destas

imagens bidimensionais (multiplanares) em tridimensionais é realizada por um

cálculo matemático no software do tomógrafo (GARIB51, 2007; SILVA et al.121, 2008).

2.4.1 Conceitos e Características das Tomografias Computadorizadas de Feixe

Cônico

Com a definição de novos conhecimentos gerados pela visão tridimensional

do crânio e da face, suprindo as limitações das radiografias convencionais, imagens

modernas com altíssimas resoluções podem proporcionar ao clínico a definição de

metas e planos terapêuticos ortodônticos mais precisos. Em conseqüência, as

expectativas apontam para uma utilização mais abrangente da tomografia

computadorizada de feixe cônico na Odontologia e na Ortodontia.(GARIB51, 2007;

GARIB50, 2009).

A TCFC apresenta grandes vantagens diagnósticas, só não é mais utilizada

na rotina odontológica devido à preocupação com a dose de radiação e o alto custo

(GARIB50, 2009; GARIB51, 2007; SILVA, et al.121, 2008).

SILVA et al.121 (2008), em estudo comparando a TCFC com as radiografias

extrabucais convencionais em ortodontia, concluiu que a tomografia expõe o

paciente a mais altas doses de radiação ionizante quando comparada às tomadas

radiográficas convencionais. Desta forma, não são recomendadas nas praticas

ortodônticas, salvo em casos de necessidade de exames radiográficos

complementares. Em contraposição, por outro estudo, a somatória das doses

efetivas dos exames convencionais em ortodontia pode ser igual ou maior que uma

aquisição de TCFC (GIBBS53, 2000).

MOLEN82, (2010) estabeleceu considerações acerca da utilização da

tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Segundo o autor, a menos que

adequados protocolos sejam estabelecidos e seguidos, a TCFC poderá ser pouco

utilizada e relegada a estudos pobres e conclusões impróprias. Contrário senso, com

critérios pré-estabelecidos, estudos poderão ser conduzidos para avaliar as

alterações em osso alveolar usando a TCFC. Idealmente estas considerações

44

poderiam ser utilizadas nos planejamentos e execuções de estudos que buscam

quantificar alterações em osso alveolar secundárias de movimentos ortodônticos.

Dentre essas considerações, o autor listou alguns conceitos obtidos de revisão de

literatura, que serão também aqui descritos, para melhor entendimento de assunto,

relativamente novo:

1. Resolução espacial: é a distância mínima necessária para se distinguir os limites

entre dois objetos e é muitas vezes confundida com resolução de digitalização de

comunicação ou com tamanho do voxel. Fatores como a média de volume parcial,

ruídos e artefatos tornam impossível de se conseguir resolução, ainda que variando

o tamanho do voxel. A resolução espacial é também freqüentemente confundida

com medição de precisão. Medições feitas com TCFC demostraram haver uma

precisão de 0,1 a 0,2 mm. No entanto, precisão linear para longas distâncias é

diferente da capacidade de digitalização para diferenciar dois objetos muito próximos

(resolução espacial). Devido à natureza multifatorial de resolução espacial, cada

modelo de equipamento de TCFC deve ser avaliado individualmente, especialmente

para estudos que se concentram em medidas pequenas. Freqüentemente, o

tamanho de um voxel é maior que o objeto ou a densidade que ele representa. Isso

ocorre com mais freqüência ao longo da margem de um objeto ou no limite de duas

substâncias de diferentes densidades. O voxel pode exibir apenas um valor de

cinza. Esse valor será uma média das densidades presentes. A maneira mais eficaz

para diminuir a influência do volume parcial médio é diminuir o tamanho do voxel. Há

uma questão, no entanto, quando são utilizados menores tamanhos de voxel, pois

eles exigem mais radiação e são mais propensos a ruído;

2. Ruído: é o resultado não intencional de energia ou fótons que atingem o detector

e turvam a imagem resultante. Os níveis de ruído em exames variam muito entre as

máquinas. Algumas têm menos ruído, enquanto outras são mais difíceis de ler. Em

contrapartida, um exame de ressonância magnética apresenta um ruído

extremamente superior, mesmo nos aparelhos mais modernos. Além disso, o tempo

de aquisição de uma imagem para ressonância é muito superior ao da tomografia

computadorizada convencional (também conhecida como médica ou fan beam) e

mais ainda comparando com a tomografia computadorizada de feixe cônico

(também conhecida como odontológica ou cone beam). Sendo assim, outros

exames 3D apresentam maiores desvantagens comparados a TCFC. Uma das

45

principais causas de ruído em uma aquisição é o fato de dispersar radiação.

Ressaltando mais uma vez, comparado com a TC médica, a TCFC pode ter até 15

vezes maior dispersão. Em TCFC, os níveis de dispersão aumentam à medida que o

tamanho do FOV (campo de visão) aumenta. A maneira mais fácil de diminuir o

ruído de dispersão é usar o menor campo de visão que abranja a região de

interesse. Quanto maior for o FOV e maior a dispersão, pior se torna a resolução

espacial. Com diminuição do tamanho, os voxels se tornam mais sensíveis à

formação de ruídos, resultando em pior resolução espacial;

3. Algoritmos de reconstrução: podem diminuir o ruído em aquisições de voxel

pequeno, mas exigem um maior desenvolvimento. Apesar de um tamanho de voxel

de 0,125 mm estar disponível, por causa de ruído e outros fatores, uma resolução

espacial de 0,125 mm é atualmente inviável;

4. Artefatos: podem afetar a qualidade da imagem da TCFC. Os mais aparentes em

ortodontia são artefatos de metal. Tomadas de TCFC com braquetes presentes

mostram artefatos em forma de listras ao redor dos dentes. Esses artefatos

poderiam simplesmente ser um incômodo, mas eles afetam a interpretação e

reconstrução de estruturas circundantes pelo escaner. Outro artefato encontrado

frequentemente em ortodontia é o movimento. A TCFC é mais sensível ao

movimento do paciente que a TC médica. A maneira mais eficaz de limitar os

artefatos de movimento é diminuir o tempo de exposição. Isso é especialmente útil

em pacientes ortodônticos jovens. No entanto, com um tempo reduzido de

digitalização são adquiridos menos dados. Isto leva a uma sub-exposição, o que

torna difícil a resolução de pequenos detalhes. E isso apresenta um dilema quando o

objetivo da digitalização é alcançar alta resolução espacial. Você expõe o paciente

a um tempo de exposição maior para melhorar a resolução espacial, aumentando o

risco de artefatos de movimento? ou você compromete a resolução espacial para

diminuir o risco de formação de artefatos?

5. Profundidade da escala de cinza do sistema usado: os atuais sistemas TCFC

variam a escala de cinza de 12 bits a 16 bits. Desde que o olho humano não

consegue distinguir além de 10 bits em escala de cinza, os monitores de computador

estão disponíveis em apenas 8 ou 10 bits em escala de cinza. No entanto, o

software de reconstrução utiliza a profundidade de bits maior para melhorar a suas

46

reconstruções primárias e secundárias, resultando em um volume mais limpo e mais

definido.

MOLEN82, (2010), no mesmo artigo, conclui que o menor FOV contendo a

região de interesse deve ser utilizado. Além disso, um tempo de exposição maior

deve ser usado para evitar a baixa resolução causada por sub-exposição. Para

melhorar a resolução espacial, um sensor de 16 bits deve ser usado, se possível,

para obtenção da melhor escala de cinza.

2.4.2 Acurácia das Medições da Tábua Óssea Vestibular e Lingual sob a

Perspectiva da Tomografia Computadorizada

A tomografia computadorizada de feixe cônico permite ao ortodontista o

estudo dos detalhes anatômicos e cefalométricos das regiões de interesse, das

mensurações das inclinações dentárias, além da visualização das alterações ósseas

e periodontais ante as movimentações dentárias. Previamente à introdução da

tomografia computadorizada, não se visualizavam as tábuas ósseas vestibular e

lingual, ocultadas nas radiografias convencionais 2D devido à sobreposição de

imagens e clinicamente, pelo recobrimento gengival. Sabe-se que a espessura do

rebordo alveolar define os limites da movimentação ortodôntica, e desafiar essas

fronteiras pode resultar em efeitos colaterais iatrogênicos para o periodonto de

sustentação e proteção, como deiscências, fenestrações ósseas e recessão

gengival. Neste contexto, ressalta-se a importância da morfologia inicial do

peridonto, assim como a quantidade da movimentação.

Em estudos de acurácia, KOBAYASHI et al.72 (2004) utilizaram TCFC com

voxel de 0,125 mm e encontraram erro de medição média ou diferença média

absoluta de 0,22 mm (+/- 0,15) para a medidas da margem óssea alveolar, em

comparação com as medições diretas em crânio seco. BAUMGAERTEL et al.14

(2009) encontraram que a medição de variáveis relativas aos dentes em imagens

TCFC foi altamente confiável com um ICC quase 1.0. Este estudo também mostrou

alta confiabilidade da TCFC em comparação com medição direta e com uma

correlação intraclasse de 0,94 e 0,99, respectivamente. Para os autores, a ligeira

queda na confiabilidade para TCFC pode ser atribuído à dificuldade em visualizar a

47

junção amelocementária ou a margem óssea alveolar tão claramente como as

coroas dos dentes.

Usando tomografia computadorizada cone beam (Galileos, Sirona Dental

Systems Inc., Bensheim, Alemanha), com tensão de 120 kV, 28 mA, voxel de 0,3

mm e tempo de exposição de 14 segundos, para medir distâncias entre furos pré-

fabricados em um crânio seco, MISCHKOWSKI et al.81 (2007) encontraram um erro

médio absoluto de medição de 0,26 milímetros (± 0,18 mm). Para tanto, cada

tomada consistiu na aquisição de 200 projeções, representadas por matriz de 1024 x

1024 pixels, definidos em escala de cinza de 12 bits. O campo de exibição foi de 15

cm, resultando em uma leitura de volume de 15 x 15 x 15 cm. Para o estudo foram

realizados 30 furos de 0,6 mm de diâmetro na área maxilofacial do crânio seco.

Conectando os furos em linha reta, com uma combinação específica foram obtidas

20 distâncias variáveis de um a dez centímetros. As medidas obtidas por medição

direta no crânio seco (paquímetro digital) e as obtidas por medição com o programa

Amira 3.1.1 visualization software (Mercury Computer Systems, Chelmsford, MA)

foram comparadas por meio de análise de regressão linear. Usando o teste t

pareado, não houve diferença estatisticamente significante entre as medidas

realizadas com paquímetro e as medidas obtidas no programa Amira.

VANDENBERGHE; JACOBS e YANG129 (2007), compararam imagens

radiográficas intraorais digitais com imagens obtidas de TCFC na avaliação dos

níveis ósseos de trinta defeitos ósseos periodontais, de 2 crânios de humanos

adultos (com tecidos moles ou substitutos). As radiografias digitais foram feitas com

um sensor CCD nº 2 e unidade de raios x (Heliodent DS, Sirona Dental Systems

GmbH, Bensheim, Germany e XCP, RINN Corp, Elgin, IL) com 60 kV DC, com 0,28,

0,42, 0,56 e 7 mA como configurações de exposição. Para TCFC (I-Cat, 12 bit,

Imaging Sciences International, Hatfield, PA), imagens foram obtidas em 120 kV e

23,87 mA, FOV de 9 inch e voxel de 0,4 mm. O nível ósseo periodontal e os defeitos

de ambos os métodos de imagem foram avaliados e comparados ao padrão-ouro.

Delimitação da lâmina dura, defeito ósseo, envolvimento de furca, contraste e

qualidade do osso também foram analisados. Os desvios de medição linear do

padrão-ouro dos níveis ósseos periodontais variaram de 0,19 a 1,66 mm para

radiografia intra-oral, contra 0,13 a 1,67 mm para TCFC. A acurácia não foi

significantemente diferente entre as duas modalidades de imagem (P=0,161). A

48

radiografia intraoral digital delineou significantemente melhor o contraste, a

qualidade óssea, e o delineamento da lâmina dura, mas TCFC foi superior para

avaliar defeitos ósseos e envolvimentos de furca (P=0,018). Em suma, imagens da

TCFC permitiram medições dos níveis de defeitos ósseos periodontais comparáveis

com a radiografia intraoral digital. No entanto, as imagens da TCFC demonstraram

maior potencial na descrição morfológica de defeitos ósseos periodontais, enquanto

que a radiografia digital forneceu mais detalhes do osso. O envolvimento de furca foi

melhor representado na TCFC, enquanto o contraste, a qualidade óssea e detalhes

de lâmina dura obtiveram melhores resultados na radiografia intraoral digital. A

utilização seletiva de ambas as modalidades de imagem podem, assim, auxiliar no

diagnóstico e planejamento do tratamento periodontal.

ABDELKARIM et al.1 (2008) obtiveram imagens por tomografia de feixe cônico

de alta resolução (3D Accuitomo; J. Morita Corp., Osaka, Japan), volume 30 x 40

mm, de 24 sítios com perda óssea periodontal. As medições foram realizadas da

junção amelocementária até o limite do defeito ósseo, utilizando o software I-dIXEL-

3DX. Após as aquisições, as imagens foram reformatadas para orientações

semelhantes. Após 30 dias os exames foram repetidos. As medições T1 e T2 da

junção amelocementária ao nível ósseo alveolar sagital foram comparadas. O erro

médio de medida foi de 0,25 mm, com uma variação entre 0 e 0,74 mm. A altura

óssea média neste estudo foi de 4,41 mm, com um intervalo de 1,6 a 10,5 mm. Os

resultados indicam que a utilização de tal método diagnóstico para avaliação de

defeitos ósseos periodontais permite medições mais precisas que as

convencionalmente obtidas por radiografia periapical.

BALLRICK et al.12 (2008) realizaram estudo com o objetivo de determinar a

exatidão da medida e resolução espacial de um sistema comercial de imagens por

TCFC, com um detector de painel plano amorfo. Para tanto, utilizaram dois corpos

fantasmas para determinar o tamanho da imagem, exatidão da medida, e resolução

espacial de um aparelho de TCFC (i-CAT 9140-0035- 00C, Imaging Hatfield,

Internacional, Pa), com 120 kV e 5 mA, em um centro comercial de imagens dentais

(Toothpics Imaging Center Dental, Beachwood, Ohio). O estudo consistiu em duas

partes: avaliação de precisão de medidas e avaliação da resolução espacial. O

primeiro corpo fantasma foi feito sob medida para medir o tamanho da imagem e

avaliar a precisão da medição. Trata-se de estrutura de acrílico com esferas de

49

cromo incorporado. As esferas são 0,3 mm de diâmetro, colocadas

aproximadamente a cada 5 mm, alinhadas nos 3 planos espaciais. Os dados foram

coletados com as 12 configurações do aparelho, reconstruídos (software i-CAT, a

versão 2.2.21) e exportados em formato DICOM para análise e medição com o

Software Accurex (versão 1.1, CyberMed, Seul, Coréia do Sul). As imagens digitais

foram avaliadas usando os cortes sagitais em altura e os cortes axiais para a largura

e profundidade. As distâncias de centro a centro das esferas de metal foram

medidas diretamente por um paquímetro digital com precisão de 0,01 mm de

resolução (Mitutoyo America, Aurora, Ill), para comparação com as medidas digitais.

Para avaliar a resolução espacial, um segundo corpo fantasma, feito também em

acrílico e 9 séries de 4 placas de metal dispostas a diferentes distâncias, submersas

em água destilada foi utilizado. Trinta voluntários avaliaram as imagens. As

diferenças entre as medidas das imagens nas 3 dimensões não foram

estatisticamente significantes em termos de precisão da medição. Em comparação

com as medições realizadas com o paquímetro digital, houve diferença

estatisticamente significante (P< 0,01). No entanto, a diferença absoluta foi 0,1 mm,

provavelmente não é clinicamente significante para a maioria das aplicações. A pior

resolução espacial encontrada foi de 0,86 mm. A resolução espacial foi menor nos

tempos de varredura mais rápidos e maiores tamanhos de voxel. Os autores

demonstraram que para voxel de 0,2 mm tem-se uma resolução espacial média de

0,4 mm. Os tamanhos de voxel mais comumente utilizados em ortodontia, 0,3 e 0,4

mm, resultam em uma resolução espacial média de 0,7 mm. Em áreas de pequena

espessura óssea uma resolução espacial de 0,7 mm poderia não ser adequada para

a visualização óssea. Concluiram que o aparelho de TCFC testado tem,

clinicamente, medições precisas e resolução aceitável.

LEUNGH, et al.74 (2010) avaliaram 13 crânios humanos com 334 dentes por

meio de tomógrafo cone beam (CB MercuRay, Hitachi American Medical Systems,

Twinsburg, Ohio), a 110 kVp, 2 mA, de 9,6 a 12 segundos de exposição e campo de

visão (FOV) no modo F. Essas configurações produziram um voxel de 0,38 mm.

Com o programa de software (Accurex, versão 1.1, CyberMed, Seul, Coréia) a

radiodensidade em unidades de Hounsfield (HU) foi ajustada pelo operador para o

limite considerado ideal para visualização do osso alveolar vestibular (280 a 510 HU).

Os crânios foram posicionados no centro da referência de aquisição, com a mesma

50

orientação utilizada para pacientes vivos, por meio dos guias de luz do aparelho. As

configurações são as mesmas daquelas usadas para o diagnóstico e tratamento

ortodôntico na clínica de pós-graduação de Ortodontia da Case Western Reserve

University. As medições foram feitas em cada dente a partir da ponta da cúspide ou

incisal até a junção amelocementária e da incisal até a margem do osso, tendo-se

como referência o longo do eixo do dente. Deiscência óssea causada pela doença

periodontal foi definida como um defeito em forma de V ao longo da margem óssea

alveolar, com a distância até a junção cemento-esmalte igual ou maior que 3 mm.

A precisão das medições foi determinada pela comparação entre as médias,

média das diferenças, diferenças médias absolutas, e os coeficientes de correlação

de Pearson com os de medições diretas. Este estudo mostrou que as medições em

imagem não eram tão precisas como as medições diretas em crânios, realizadas

com um paquímetro digital calibrado para 0.01 mm (code no. 500-171-20, model no.

CD-6-in CX Digimatic Caliper, Mitutoyo American, Plymouth, Mich). A localização da

junção cemento-esmalte foi precisa dentro de 0,4 mm (R = 0,94), e a localização da

margem óssea dentro de 0,6 mm (R = 0,87). A menor espessura medida em cortes

axiais e coronais foi de 0,6 mm, sugerindo que esta foi a espessura mínima

necessária para o osso possa ser mensurável e para distingui-lo da superfície

radicular.

LUND; GRÖNDAHL e GRÖNDAHL76 (2010) realizaram estudo para avaliar a

exatidão e precisão da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) com

relação às medidas do comprimento da raiz e do nível ósseo marginal in vitro e in

vivo durante o curso do tratamento ortodôntico. Para a avaliação da acurácia in vivo

foram utilizadas radiografias de pacientes em um estudo em curso. Foram

estudados 13 pacientes, sete meninos e seis meninas (idade entre 12 e 18 anos).

Todos foram diagnosticados com uma oclusão de Classe I com apinhamento, foram

submetidos a tratamento compreendendo a extração de um pré-molar em cada

hemiarco e tratados com aparelhos fixos em ambos os maxilares. Os pacientes

foram escolhidos aleatoriamente entre os que completaram três exames

radiográficos (inicial, 6 meses, e final). Dois dentes de cada grupo e de cada

indivíduo (primeiros molares, caninos, pré-molares, e incisivos laterais e centrais)

foram escolhidos aleatoriamente, provendo amostras representativas das raízes de

todos os grupos de dentes. Nas avaliações in vitro em crânio seco, cinco dentes

51

foram escolhidos a partir do hemiarco superior direito e cinco da parte inferior

esquerda, sem perda óssea periodontal e comprimentos normais de raiz. Incisivos,

caninos, segundos pré-molares, e primeiros molares foram escolhidos,

correspondendo aos dentes examinados nos pacientes. A TCFC foi obtida pelo

aparelho Accuitomo FPD (J. Morita Corp Mfg, Kyoto, Japan), a 360° de rotação, 75

kV, 4 a 5,5 mA (variável conforme tamanho do paciente), tempo de exposição de

17,5 segundos, campo de 60 mm x 60 mm, de tal maneira que dos incisivos até os

primeiros molares ficassem contidos em um volume. Para imitar os tecidos moles, os

crânios secos foram imersos em água contida em recipiente de acrílico, colocado em

um carrinho para que ele pudesse ser posicionado como se fosse a cabeça de um

paciente. As reconstruções primárias de dados foram feitas por meio de aquisições

em software (i-dIXEL-3DX, 3D, versão 1,691, J Morita Mfg Corp) na estação de

trabalho Accuitomo com vistas axial, frontal e sagital. Exportadas no formato DICOM,

reconstruções secundárias foram feitas usando o software i-dIXEL para obter uma

espessura de corte e de intervalo de 0,5 mm. Em uma estação de trabalho Sectra

IDS5 (Sectra IMTEC AB, Linköping, Sweden) reconstruções multiplanares foram

utilizadas para reformatação e visualização dos cortes axiais. A estação de trabalho

também foi composta por um computador Dell (Optiplex 755, DELL AB, Stockholm,

Sweden) com uma placa gráfica (NVIDIA GeForce 6800 Series GPU 32 -bit, Matrox

MED2mp-DVI) e 20 polegadas de tela plana. Todas as medições foram realizadas

em telas monocromáticas (OOL »RIN Medic Line ML 187D AB Olorin TFT-LCD,

Kungsbacka, Sweden) com uma resolução de 1280 x 1024 pixels. Após

reformatação, o eixo longitudinal dente / raiz tornou-se paralelo aos planos verticais

da imagem. Isso proporcionou melhor visualização do dente / raiz em axial, coronal

e sagital. O nível do osso marginal foi avaliado perpendicular a uma linha entre a

vestibular e lingual da junção cemento-esmalte (JCE) e da JCE mesial e distal. Nos

crânios, o nível ósseo foi marcado com um lápis fino e cada dente foi delicadamente

removido. O nível ósseo e comprimento de raízes foram medidos com um

paquímetro digital (Clas Ohlson, Sweden AB, resolução de 0,01 mm, exatidão 0,03

milímetros para distâncias 100-200 mm). Medições foram obtidas da JCE à parte

mais apical do nível ósseo na vestibular, palatina / lingual, mesial e distal. Para as

comparações entre o nível ósseo radiográfico direto e medições marginais foram

estudados os seus desvios da média zero e desvio-padrão associado. O teste t

Student pareado foi utilizado para o teste de significância, com P< 0,05 como valor

52

de corte. Para a medição do erro de avaliação foi utilizada a fórmula de Dahlberg .

Para avaliar as diferenças entre leituras 1 e 2 dos exames inicial, 6 meses, e final o

teste t de Student pareado foi utilizado, e os resultados foram considerados

significantes em P< 0,05. A confiabilidade intrapesquisadores foi avaliada por meio

do índice Kappa. Todas as análises foram realizada no programa SPSS (versão

15.0, SPSS Inc., Chicago, Illinois). Os resultados foram: in vitro, diferença média

entre as medidas físicas e radiográfica - 0,04 milímetros (DP 0,54) para o nível do

osso marginal. In vivo o erro foi de 0,40 mm para avaliações de nível de osso

marginal. Os autores concluem que apesar das alterações nas posições dos dentes,

a técnica TCFC produz um elevado nível de reprodutibilidade, o que reforça a sua

utilidade na pesquisa ortodôntica.

A capacidade de visualizar dois objetos juntos pode depender da qualidade

da imagem, que é influenciada pelos parâmetros de digitalização. Também a

miliamperagem (mA) tem efeito sobre a qualidade da imagem, assunto que tem sido

estudado extensivamente.

Comparando tomografias computadorizadas tomadas várias definições de 6 a

100 mA, HAAGA et al.57 encontraram uma perda na resolução de baixo contraste

quando as configurações de mais baixas miliamperagens foram utilizadas (6 e 20

mA), enquanto que a resolução era a mesma no intervalo de 40 e 100 mA.

PALOMO; SUBRAMANYAN e HANS95 (2006) também encontraram uma diferença

na resolução de imagem que dependia da miliamperagem. Usando um corpo

fantasma com uma base acrílica, uma série de linhas de metal na água, e o método

Q-sort realizado por profissionais experientes com radiografias, eles demostraram

que a maior miliamperagem com filtro de cobre deu uma melhor qualidade de

imagem e maior resolução espacial. No entanto, sugeriram que o uso de um

compromisso entre a qualidade da imagem e dose de radiação deve ser

considerado com objetivo de menor dose de radiação possível.

53

2.4.3 Definindo os Métodos para a Medição da Tábua Óssea Vestibular e Lingual

por Meio da TCFC

SARIKAYA et al.111 (2002) avaliaram, por meio de tomografia

computadorizada (TC fan beam), as mudanças ocorridas em osso alveolar em

regiões anteriores, superior e inferior. Sobre o longo eixo dos dentes, entre a junção

amelocementária (JCE) e o ápice, os autores marcaram três pontos de tal forma que

mantivessem distânica de 3 mm entre eles e deles até a JCE. Assim, chamaram os

três pontos de cervical, médio e apical. Sobre os três pontos foram traçadas

perpendiculares ao longo eixo dos dentes e sobre essas perpendiculares, medidas

foram obtidas desde a superfícies radiculares até as superfícies externas do osso

cortical.

BARRIVIERA13 (2009) descreveu um método de utilização da tomografia

computadorizada de feixe cônico com o objetivo de visualizar a espessura gengival e

de osso alveolar. Para avaliar os tecidos moles, como gengiva e língua, o autor

indicou a realização do exame tomográfico com a utilização de afastador de lábios.

Foram obtidas duas aquisições tomográficas (i-CAT, Imaging Sciences International,

Inc., Hatfield, PA, USA) de cada paciente: com e sem afastador de lábios. A amostra

consistiu de três pacientes com diferentes biótipos periodontais: fino, médio e

espesso. Para a medição da distância da junção amelocementária até a crista óssea

alveolar e da espessura óssea alveolar vestibular o autor utilizou método

convencional de obtenção de imagem: exposição de 40 segundos, voxel 0,2 mm,

escala de tons de cinza de 14 bits, ponto focal de 0,5 mm, painel detector de

imagem de silicone amorfo e aquisição da imagem em único giro de 360°.

FERREIRA et al.41 (2010) estabeleceram um método para obtenção das

medidas de tábuas ósseas vestibular e lingual dos maxilares nas imagens de

tomografia computadorizada de feixe cônico. Utilizaram o tomógrafo (i-CAT -

www.imagingsciences.com) ajustado para funcionar segundo as seguintes

especificações: 120 kVp, 8mA e tempo de exposição de 20 segundos. O examinado

deve permanecer sentado, com o plano de Frankfurt paralelo ao solo e o plano

sagital mediano perpendicular ao solo. Para englobar a região dentoalveolar da

maxila e da mandíbula, assim como os planos de referência para a metodologia,

54

como protocolo de aquisição de imagem, estabeleceram o exame da face com

extensão cefalocaudal de 13 cm, ou “face extendida”, com 22 cm para pacientes

com a face maior. A espessura do voxel e, portanto, dos cortes axiais, pode

corresponder a 0,3 ou 0,4 mm. Para a reconstrução multiplanar e ajuste nos três

planos do espaço, os autores utilizaram o programa NemoScan (Nemotec,

Madrid/Espanha). A referência escolhida para padronizar os planos axial e sagital foi

a linha biespinhal, fazendo-a coincidir com os planos vertical e horizontal,

respectivamente. A referência adotada para padronizar o plano coronal foi a linha

infraorbitária. Quando a padronização da posição cabeça é realizada utilizando-se a

imagem em 3D, em vez dos cortes multiplanares, como no programa Dolphin 3D

(Dolphin Imaging and Management Solutions, Chatsworth, CA, EUA), os autores

orientaram a utilização do plano de Frankfurt como referência horizontal tanto na

vista lateral direita quanto esquerda, e o plano infraorbitário na vista frontal da face.

Quanto à seleção das imagens para mensuração: para a maxila, primeiramente

selecionou-se, dentre os cortes axiais paralelos ao plano palatino, o corte onde

pudesse ser visualizada a junção amelocementária da porção distovestibular do

primeiro molar superior direito. A partir desse corte axial, selecionaram-se dois

cortes axiais passando a 3 e 6 mm apicalmente à junção amelocementária (embora

os autores não tenham explicado porque escolheram estas medidas e nem como

chegaram aos 3 e 6 mm). Para a mandíbula, selecionaram-se cortes axiais paralelos

ao plano oclusal funcional. Para tanto, procedeu-se ao reposicionamento da imagem

da cabeça no software, girando-a para trás na magnitude equivalente ao ângulo

formado entre o plano palatino (ENA-ENP) e o plano oclusal funcional, de modo que

o plano oclusal funcional fique paralelo ao plano dos cortes axiais. O plano oclusal

adotado pelos autores refere-se a uma linha que passa pelo ponto de contato

interoclusal mais distal dos primeiros molares e pelo ponto médio da sobremordida

dos caninos. Executa-se, então, o corte axial passando pela junção

amelocementária da porção distovestibular do primeiro molar inferior direito.

Utilizando-se esse corte como referência, selecionaram-se dois cortes axiais

passando a 4 e 8 mm da junção amelocementária referida, novamente sem

explicação. As medidas de tábua óssea vestibular e lingual podem ser realizadas

pelo método digital. A partir do corte axial selecionado, executa-se uma ampliação

padrão para facilitar a visualização do local desejado. As mensurações da tábua

óssea vestibular são realizadas em milímetros a partir dos limites vestibulares dos

55

contornos radiculares até a porção mais externa da cortical óssea,

perpendicularmente ao contorno da arcada dentária. As mensurações da tábua

óssea lingual estendem-se dos limites linguais dos contornos radiculares até a

superfície externa da tábua óssea lingual.

CHEN et al.25 (2010) utilizaram 20 tomografias de pacientes Classe II

esqueléticas, adultos, sexo feminino, separados em três padrões verticais da face, e

avaliaram densidade e medidas de corticais ósseas em áreas de interesse para

instalação de implantes ortodônticos. Todas as tomadas foram obtidas por

tomógrafo de feixe cônico (CBMercuRay, Japão, HitachiMedical) em 120 kV, 15 mA,

12 in. Os dados, adquiridos no modo DICOM, foram analisados por meio do software

Simplant (Materialise, AnnArbor, MI). Para determinar a configuração limiar para a

medição da espessura do osso cortical foi definido 60% acima da referência inicial

do valor do perfil Hounsfield Unit (HU) para TCFC. Obtiveram medidas em cinco

áreas, dentre elas: a cortical óssea vestibular localizada 2 mm abaixo do ápice

radicular dos dentes anteriores mandibulares, paralelo ao plano oclusal; e o osso

alveolar localizado 3 mm acima da crista alveolar entre segundos pré-molares e

primeiros molares maxilares. Dentre outros, os resultados apontaram corticais

ósseas mais espessas em regiões posteriores, quando comparadas com anteriores,

tanto em mandíbula quanto em maxila. A média da espessura da cortical óssea

vestibular medida 2 mm abaixo do ápice radicular foi de 1,75 mm, com um desvio

padrão de 0,51 mm.

2.5 EFEITOS PERIODONTAIS DO TRATAMENTO ORTODÔNTICO

2.5.1 Os Limites da Avaliação Periodontal por Meio de Exames Radiográficos

Bidimensionais

É razoável acreditar que o tratamento ortodôntico tem o escopo de promover

correções que visem permitir adequada oclusão dos dentes e arcadas, permitindo ao

56

paciente a necessária higienização, com conseqüente saúde periodontal e

longevidade à dentição.

A correlação entre maloclusão e doenças periodontais tem recebido muita

atenção na literatura. No entanto, há ainda outro viés: o de que o tratamento

ortodôntico pode trazer conseqüências adversas aos tecidos gengivais e

periodontais, inclusive, com efeitos no longo prazo (SADOWSKY e BEGOLE110,

1981).

Há pesquisas demonstrando uma forte correlação entre movimentos

vestibulares dos dentes e deiscências ósseas em animais (STEINER; PEARSON e

AINAMO123, 1981; WENNSTRÖM et al.135, 1987). No entanto, poucas pesquisas

têm relatado sobre o estado periodontal após o uso de aparelhos ortopédicos

funcionais fixos (RUF; HANSEN e PANCHERZ108, 1998). A razão disso pode ser

porque as radiografias convencionais, que compõem os registros ortodônticos

tradicionais, mostram imagens com duas dimensões e com sobreposições que

limitam a visualização dos níveis e espessuras das corticais ósseas vestibular e

lingual (FUHRMANN; BUCKER e DIEDRICH47, 1995; FUHRMANN, et al.48, 1995;

WEHRBEIN; FUHRMANN e DIEDRICH134, 1995).

Radiografias periapicais e bitewings foram utilizadas em grande parte dos

estudos para avaliação dos danos aos tecidos periodontais (ZACHRISSON e

ALNAES138, 1974; SADOWSKI e BEGOLE110, 1981; ÅRTUN e URBYE9, 1988).

Estes eram os limitados meios disponíveis, não propiciando acurácia para a

identificação de pequenas reabsorções radiculares ou perdas ósseas nas cristas

alveolares em áreas vestibulares e linguais.

ZACHRISSON e ALNAES138 (1974) avaliaram perda óssea alveolar em 41

pacientes Classe II, Divisão 1 tratados com extrações de 4 pré-molares e técnica

Light Edgewise. O grupo controle contou com 44 indivíduos não tratados. Nas

medições realizadas em radiografias Bitewings da crista óssea alveolar até a junção

amelocementária, dois anos após a remoção da aparelhagem, os autores

encontraram significante maior perda óssea alveolar no grupo tratado,

principalmente em área de extração, no fronte de compressão na retração dos

caninos.

57

Em um estudo longitudinal para avaliação de saúde periododontal em

pacientes que haviam sido submetidos a tratamento ortodôntico há 12 (doze) anos

ou mais, em comparação com grupo controle, que apresentava maloclusão,

SADOWSKI E BEGOLE110 (1981) não encontraram diferenças significantes entre os

dois grupos. No entanto, no grupo que fez tratamento ortodôntico inflamações

periodontais de leves a moderadas foram encontradas com mais freqüência em

regiões posteriores, na maxila e anteriores, na mandíbula, quando comparado com o

grupo controle.

STEINER; PEARSON e AINAMO123, em 1981, realizaram média de três mm

de avanço de corpo em incisivos centrais superiores e inferiores de cinco macacas

(macaca nemestrina). Marcadores em amálgama foram realizados nas coroas, ao

nível mais coronal da gengiva marginal dos incisivos centrais e caninos. A partir

dessas referências foram obtidas medidas de gengiva marginal livre, gengiva

inserida, junção mucogengival, epitélio juncional e nível coronal de osso alveolar. O

mecanismo consistiu de braquetes edgewise e fio Elgiloy 0,016 x 0,022” com 50

gramas de força para avanço de corpo, com controle de torque e de extrusão. Para

realização das medidas de junção epitelial e nível ósseo alveolar os autores fizeram

acessos cirúrgicos, unilateralmente, antes e depois da mecânica ortodôntica. Após

13 semanas de movimentação e três semanas de estabilização os resultados

mostraram significantes alterações nas medidas das grandezas estudadas, exceto a

altura da gengiva inserida. Ressalta-se a magnitude das deiscências e fenestrações

ósseas que, em incisivos inferiores, foram de 2,7 a 9,1 mm, com média de 5,48 mm.

Nos caninos (grupo controle), a média das medidas das deiscências foi de 1,52 mm.

Esse estudo demonstrou que é possível deslocar as raízes para fora do processo

ósseo alveolar, e que, embora não se tenha um cálculo do volume de perda óssea,

frequentemente o nível de perda óssea chegou ao terço apical.

Em estudo semelhante, ENGELKING e ZACHRISSON39, 1982, promoveram

retração, em média, de 1,8 mm, em incisivos de cinco macacos. Tais dentes haviam

sido submetidos a extremo avanço. Depois de 8 meses, iniciaram a retração que

durou dois meses, e após período de 5 meses de estabilização pós-retração,

avaliações clínicas e histológicas foram obtidas. Os caninos não foram movidos e

serviram como referência. As medições foram realizadas para as mesmas

estruturas, e nos mesmos animais, citados no estudo de Steiner; Pearson e Ainamo,

58

em 1981. Oxitetraciclina foi administrada por três vezes para marcar áreas de

osteogênese no periodonto. Na avaliação após a retração, observaram que o nível

ósseo marginal em incisivos inferiores migrou coronalmente, em média, por 3,1 mm.

Os marcadores de tetraciclina, na avaliação da microscopia por fluorescência

mostraram que houve significante osteogênese. Por outro lado, os efeitos em tecido

moles (altura de gengiva inserida, recessão, nível de junção epitelial) foram

considerados insignificantes.

THILANDER et al.125 (1983), realizaram movimentos de inclinação vestibular

e de reposicionamento de incisivos em cães. A amostra contou com 6 cães, 3

utilizados no experimento e 3 serviram de grupo controle. Durante 5 meses os

incisivos do lado direito foram movidos para a vestibular, com uma força aproximada

de 50 gramas, resultando em perda óssea aproximada até a metade da extensão

cérvico-apical das raízes. Durante outros cinco meses tais dentes foram movidos

para a posição original e os incisivos esquerdos foram movidos para vestibular em

posição similar à que se encontravam os incisivos direitos. Por mais cinco meses os

dentes foram mantidos por firme dispositivo de contenção e, então, os animais foram

sacrificados. Durante os 15 meses do experimento os animais foram mantidos sob

meticuloso controle de placa. O estudo demonstrou que o osso alveolar pode ser

perdido, gerando deiscências e fenestrações quando os dentes são movidos em

direção vestibular e que o osso pode ser neoformado quando tais dentes são

movidos para a posição original. Embora desconhecido o mecanismo de reversão da

perda óssea, os autores acreditam que células com capacidade de formação óssea

podem invadir a área vestibular durante o movimento dos dentes para a posição

original. Ficou demonstrado, ainda, que movimentos dentais não são,

necessariamente, acompanhados por perda de tecidos, como a junção epitelial. A

metodologia contou com avaliações histológicas, além de clínicas e radiográficas,

durante o experimento. A profundidade de sondagem não ultrapassou 0,5 mm

durante todo o período.

ÅRTUN e KROGSTAD8 (1987) realizaram estudo para observar se

vestibularização excessiva dos incisivos inferiores resulta em recessão gengival. No

primeiro grupo, 29 pacientes com idade média de 28,8 anos e prognatismo

mandibular foram tratados cirurgicamente, e mais de 10º de inclinação vestibular de

incisivos inferiores foi realizada durante a fase ortodôntica pré-cirúrgica. No segundo

59

grupo (controle), 33 pacientes com idade média de 27,9 anos tiveram o mesmo

tratamento, mas com alteração mínima da inclinação dos incisivos na fase

ortodôntica pré-cirúrgica. Avaliaram a altura da coroa clínica em modelos de estudo

e slides coloridos intra-orais. Os tempos de pós-operatórios médios foram de 7,8 (DP

2,5) e 8,1 (DP 2,8) anos, respectivamente. Os resultados demonstraram aumento da

coroa clínica significativamente maior em pacientes que foram submetidos à

vestibularização excessiva em comparação aos que tiveram alteração mínima. E

ainda, o coeficiente de correlação entre a distância da cortical óssea lábio-lingual ao

nível dos incisivos inferiores e o aumento na altura da coroa clínica em pacientes

com vestibularização excessiva foi estatisticamente significante.

ÅRTUN e URBYE9 (1988) examinaram 24 pacientes tratados

ortodonticamente em uma arcada. Todos receberam conduta periodontal prévia e o

tratamento ortodôntico somente teve inicio após terem sido debelados processos

inflamatórios. Valendo-se de radiografias periapicais os autores mediram a máxima

altura óssea alveolar antes e após o tratamento ortodôntico. O decréscimo ósseo

médio observado foi de 4,94% nas arcadas tratadas e de 2,69% nas arcadas não

tratadas. Não foi encontrada associação entre perda óssea inicial e durante o

tratamento.

BOYD et al.16 (1989) em estudo longitudinal, avaliaram o índice de placa,

sangramento gengival, índice gengival e profundidade de bolsa periodontal durante

e por 12 meses após o tratamento ortodôntico em três grupos de pacientes: dez

adultos com terapia cirúrgica periodontal prévia, dez adultos com intervenção não

cirúrgica prévia e 20 adolescentes sem intervenção periodontal. Somente o grupo de

adultos com cirurgia prévia ao tratamento foi submetido a acompanhamento

periodontal no decorrer da terapia ortodôntica. Durante o tratamento o grupo de

adolescentes mostrou significante maior índice de placa e inflamação gengival que

os demais grupos. Após a remoção dos aparatos não houve diferença significante

em relação à inflamação gengival para os três grupos.

NEWMAN; GOLDMAN e NEWMAN92 (1994) realizaram estudo acerca da

controvérsia na literatura sobre análise das condições do periodonto previamente ao

tratamento ortodôntico, especialmente sobre a necessidade da presença de

adequada faixa de gengiva inserida, além da indicação ou necessidade de

60

intervenção cirúrgica periodontal em casos de recessão gengival. O periodonto

ósseo e gengival fino, técnica de higienização inadequada e movimentação

ortodôntica para vestibular podem predispor a recessões gengivais. Por outro lado,

movimento ortodôntico no sentido de reposicionar as raízes para o interior do osso

esponjoso e adequada técnica de higienização com controle de placa podem

promover ganho ósseo na cortical vestibular e, se não houver comprometimento

estético, recessões gengivais podem ser mantidas. Os autores apresentaram dois

casos clínicos em que havia severa recessão gengival e apinhamento em incisivos

inferiores após tratamento ortodôntico. A terapia instituída foi a extração de um

incisivo inferior, com correção ortodôntica do apinhamento e significante melhora na

condição periodontal gengival.

WEHRBEIN; BAUER e DIEDRICH133 (1996), durante autópsia, removeram a

mandíbula de uma jovem de 19 anos que falecera após 19 meses de tratamento

ortodôntico. No início do tratamento havia ausência congênita dos segundos pré-

molares inferiores e apinhamento anterior. A escolha terapêutica foi a exodontia dos

segundos molares decíduos, correção do apinhamento e perda de ancoragem

(mesialização de molares). Após nivelamento e alinhamento, o arco instalado era de

aço, calibre 0,016”x 0,016”. O tratamento incluiu o uso de elásticos. Através de

exames radiográficos os autores mediram a quantidade de movimentação e

inclinação experimentada pelos incisivos inferiores, que foram movidos para a

lingual em 3 mm e verticalizados em 12°. Com análises macromorfológica,

radiográfica e de eletromicroscopia pôde-se observar que as raízes dos incisivos

inferiores foram, em parte, movidas para fora da delgada sínfise. Medidas da junção

amelocementária ao osso alveolar mostraram deiscências ósseas médias de 2,3 a

6,9 mm em superfície lingual. Para determinar a altura do osso alveolar inicial os

autores consideraram o critério de limites de presença de reabsorção radicular, vista

na eletromicroscopia. Além disso, extensa reabsorção radicular apical foi

constatada.

RUF; HANSEN e PANCHERZ108, em 1998, apresentaram estudo em que

investigaram o efeito da vestibularização ortodôntica de incisivos inferiores em

crianças e adolescentes com relação ao possível desenvolvimento de recessões

gengivais. Noventa e oito crianças (31 meninas e 67 meninos) com idade inicial

média de 12,8 ± 1,4 anos foram tratados com o aparelho Herbst por período médio

61

de 7 meses, perfazendo um total de 392 incisivos inferiores. Telerradiografias

laterais, modelos de gesso e fotografias intrabucais foram analisados, antes e após

a remoção do Herbst, no que diz respeito ao grau de vestibularização ortodôntica,

altura da coroa, e recessão gengival. Radiografias foram realizadas logo após a

remoção, enquanto os modelos de gesso e fotografias foram obtidos somente 6

meses após a remoção do aparelho ortopédico. A análise cefalométrica

compreendeu as seguintes variáveis: II (longo eixo dos incisivos inferiores) / PM

(plano mandibular), ou a inclinação dos incisivos inferiores; e incisal de incisivos

inferiores (ii ) / LOP (linha oclusal perpendicular), ou a posição da borda incisal

mandibular. O tratamento com Herbst resultou em vários graus de vestibularização

dos incisivos inferiores (média = 8,9 °, intervalo de 0,5 ° a 19,5 ° e protrusão média

de 5,5 mm). Em 380 dos dentes pesquisados (97%), havendo ou não recessão

preexistente, o quadro permaneceu inalterado durante a terapia de Herbst. Em

apenas 12 dentes (3%) houve desenvolvimento de recessão gengival ou recessões

preexistentes pioraram durante o tratamento. Não foi encontrado inter-relação entre

a quantidade de vestibularização dos incisivos e o desenvolvimento de recessões

gengivais. Em conclusão, a projeção ortodôntica de incisivos inferiores em crianças

e adolescentes parece não resultar em recessão gengival.

EICKHOLZ e HAUSMANN38 (2000) realizaram estudo com o objetivo de

avaliar a precisão das medições lineares nas radiografias em casos de defeitos infra-

ósseos por perda óssea interproximal utilizando o padrão-ouro de medidas

cirúrgicas. Em 22 pacientes com doença avançada sem tratamento periodontal, 33

radiografias padronizadas, utilizando-se posicionador, foram tomadas antes das

cirurgias. A diferença de angulação horizontal e vertical do eixo central da projeção

ortoradial e a ampliação radiográfica foram calculados para cada radiografia. Cada

imagem radiográfica foi capturada com uma câmera CCD (Cohu, San Diego, CA,

EUA). As medidas lineares dos defeitos intra-ósseos interproximais foram realizadas

por um método assistido por computador e sob os mesmos critérios estabelecidos

para as medições cirúrgicas. No momento da cirurgia, para 34 defeitos intra-ósseos

interproximais, as distâncias da junção cemento-esmalte (JCE) ao ponto mais

profundo do defeito ósseo (DO) e da crista alveolar (CA) para o defeito ósseo, e a

altura da seção de uma, duas e três paredes do defeitos intra-ósseos foram medidos

com sonda periodontal (PCPUNC 15; Hu Friedy, Chicago, IL, USA). Em todas as

62

radiografias, a distância linear JCE a DO foi avaliada. Medidas radiográficas e

cirúrgicas foram comparadas. A análise de regressão linear múltipla foi usada para

avaliar os fatores (diferença de angulação, paciente, medidas cirúrgicas) que

influenciaram na discrepância entre as medidas radiográficas e cirúrgicas. Os

resultados apresentados demonstraram que as avaliações radiográficas

subestimaram as perdas ósseas em relação às medidas obtidas no transcirúrgico

(1,41 mm, D.P. de 2,58 mm).

ÅRTUN e GROBÉTY7 (2001) realizaram estudo para analisar se pronunciado

avanço ortodôntico dos incisivos inferiores durante a correção da Classe II na

dentição mista resulta em recessão gengival. A metodologia incluiu a sobreposição

mandibular de cefalogramas pré e pós-tratamento de 67 pacientes Classe II,

tratados com tração reversa sobre a arcada mandibular e 45 pacientes com um

mínimo de um avanço de 1 mm da junção amelocementária (JCE, com média de

2,18 mm, D. P. de 0,87 mm) e um mínimo de um avanço de 2 mm da borda incisal

(média de 3,87 mm, D. P. de 1,34 mm). Usando o mesmo protocolo, 30 pacientes

Classe II que terminaram o tratamento em um tempo e idade semelhantes, mas sem

avanço do JCE (média de -0,43 mm, D P 0,53 mm) e um máximo de 1 mm de

avanço da borda incisal (média de -0,26, D P 1,15 mm) foram identificados. Antes do

tratamento, os incisivos inferiores encontravam-se mais retrusos, em relação à linha

do ponto A ao pogônio e em relação ao plano mandibular nos pacientes com avanço

acentuado do que aqueles com nenhum avanço dos incisivos inferiores. Não foram

encontradas diferenças no momento da remoção do aparelho. Um total de 30

pacientes com avanço acentuado e 21 pacientes com nenhum avanço foram

reavaliados por um período médio de 7,83 anos e 9,38 anos após o tratamento,

respectivamente. Os exames clínicos no momento da reavaliação não revelaram

diferenças na quantidade de recessão, na largura da gengiva inserida, no

comprimento de inserção de tecido conjuntivo supracrestal, na profundidade de

sondagem e índice de sangramento gengival e índice de placa visível dos incisivos

inferiores entre os pacientes nos 2 grupos. A análise dos slides coloridos

demonstrou não haver diferenças no número de incisivos inferiores que se

desenvolveram recessão no período avaliado. A medição da altura da coroa dos

incisivos inferiores nos modelos de estudo não demonstrou nenhuma diferença no

aumento da altura da coroa clínica após o tratamento de seguimento entre os

63

pacientes em dois grupos. Concluiu-se que o avanço acentuado dos incisivos

inferiores pode ser realizado em pacientes adolescentes com retrusão dentoalveolar,

sem aumentar o risco de recessão.

MARTINS et al.77 (2002) realizaram estudo para comparar as condições

clínicas periodontais em incisivos inferiores de pacientes Classe I e Classe II que

foram submetidos a tratamento com e sem extrações de pré-molares. A amostra

consistiu de 50 pacientes, 25 com idade média de 20,12 anos, tratados sem

extrações, e 25 com idade média de 20,28 anos, tratados com exodontias de 4

primeiro pré-molares. O tratamento consistiu de mecânica Edgewise ou Straight-wire

e os pacientes não apresentavam danos periodontais prévios. Cinco anos após o

término dos tratamentos os pacientes foram submetidos a sondagem periodontal,

por lingual dos incisivos inferiores. Os critérios avaliados foram: índice de

sangramento gengival à sondagem, quantidade de recessão gengival, profundidade

do sulco gengival e a relação margem gengival-crista óssea alveolar. Nos pacientes

submetidos a extrações a profundidade do sulco gengival foi maior

significantemente, embora não tenha ultrapassado 0,2 mm. Portanto, segundo os

autores não há relevância clínica. Quanto à recessão gengival, em nenhum dos

incisivos o valor superou 1 mm, e entre os grupos a diferença quanto a recessão e

ao sangramento foi não significante. Os autores destacam, no entanto, a dificuldade

em se realizar diagnóstico de perda óssea nas superfícies vestibular e lingual

utilizando-se imagens radiográficas bidimensionais.

MELSEN e ALLAIS80 (2005) examinaram 150 pacientes com idade média de

33,7 (D. P. de 9,5) anos, tratados com aparelhos fixos, sem extrações, que foram

submetidos a diversos graus de inclinação vestibular de incisivos inferiores.

Sobressaliência, sobremordida, grau de apinhamento, presença de rotações dentais,

relação de caninos, altura facial, posição dos incisivos inferiores em relação ao A-

Pogônio e Plano Mandibular, presença de recessões gengivais, altura da gengiva

queratinizada, biótipo gengival, presença de inflamação e presença visual de placa

bacteriana foram avaliados em momento prévio ao tratamento. Após o tratamento a

presença de recessões e o grau de severidade, medido a partir de junção

amelocementária, foram comparados com as condições clínicas ou cefalométricas

acima descritas. Os resultados mostraram que o tratamento não causou significante

recessão gengival. Apenas 15% dos clientes desenvolveram recessões ou tiveram

64

agravamento das já existentes. Fatores locais, como anatomia gengival e cuidados

periodontais podem ser observados pelo clínico para identificar pacientes de risco.

Os autores concluem que se a biomecânica e o controle periodontal forem

adequados, há baixo risco de danos periodontais secundários à protrusão de

incisivos.

CLOSS et al.28 (2009) realizaram estudo com o objetivo de investigar se

alterações na posição vestibulolingual dos incisivos inferiores em adolescentes

poderiam predispor ao desenvolvimento de recessões gengivais. A amostra contou

com documentações de 189 adolescentes leucodermas, Classe I ou Classe II (107

meninos e 81 meninas) pré e pós-tratamento ortodôntico sem extrações. Os

pacientes apresentavam uma idade média de 11,2 (D. P. de 1,9) anos nos exames

iniciais e 14,7 (D. P. de 1,8) anos nos exames finais. A presença de recessão

gengival foi avaliada em modelos de estudo e em fotografias. A inclinação dos

incisivos inferiores, em relação ao plano mandibular (IMPA) foi medida nos

cefalogramas laterais pré e pós-tratamento e os casos foram divididos em

proclinados, retroinclinados e inalterados. A quantidade de recessão foi quantificada

utilizando-se um paquímetro digital (Mitutoyo Digimatic®, Mitutoyo Ltd, UK), sendo

os valores arredondados para o décimo de milímetro mais próximo. Da análise dos

resultados observou-se que não houve associação significante entre a alteração da

inclinação dentária e a presença de recessões gengivais, utilizando o teste do qui-

quadrado (p = 0,277). Foi observado que 107 pacientes (56,6%) apresentaram os

incisivos proclinados; 64 pacientes (33,9%) com incisivos retroinclinados; e 18

pacientes (9,5%) não apresentaram alteração na inclinação. Nos casos em que

novas recessões gengivais ocorreram, 64,9% foram vestibularizados, 26,3% foram

lingualizados e 8,8% não apresentaram alteração na inclinação. No grupo de

pacientes que apresentou migração coronal da margem gengival, 60% foram

movimentados para lingual, 30% foram vestibularizados e 10% não alteraram de

posição. Por fim, apesar de a porcentagem de casos que foram vestibularizados

apresentar um maior número de novas recessões, esse não foi estatisticamente

significante. Os autores, inclusive, citam 15 indivíduos que apresentaram recessão

gengival nesse estudo tiveram seus incisivos retroinclinados e 5 deles não

apresentaram mudança na inclinação dentária.

65

2.5.2 Evidências Científicas por Meio da Avaliação Tridimensional

Com o advento da tomografia computadorizada de feixe cônico, com menor

exposição do paciente à radiação, menor custo quando comparado à tomografia

convencional (fan beam) espera-se obter imagens com adequada acurácia que

permitam avaliar e comparar discretos graus de perda óssea e reabsorção radicular.

A espessura muito reduzida do osso cortical, associada a uma reabsorção

necessária para o movimento ortodôntico é fator complicador para o tratamento

ortodôntico (HANDELMAN58, 1996; EVANGELISTA, et al.40, 2010). O resultado pode

ser a ocorrência de deiscências ou fenestrações, produzindo conseqüentes

alterações mucogengivais, como recessões. A ocorrência de deiscência e

fenestração durante o tratamento ortodôntico depende de vários fatores, tais como a

extensão e direção do movimento, a freqüência e magnitude da forças ortodônticas,

além do volume e da integridade anatômica do suporte periodontal (REITAN e

RYGH104, 1994; WEHRBEIN; BAUER e DIEDRICH133, 1996).

FUHRMANN45 (1996) confeccionou defeitos ósseos dentoalveolares de

diversas formas e volumes em 16 maxilas e mandíbulas de cadáveres. Com um

tomógrafo médico (Somatom Plus, Siemens, Erlangen, Germany), a 120 kV, 165

mA, exposição de 2 segundos, inclinação do gantry 0°, cortes axiais de todos os

espécimes foram realizados a cada milímetro. Além disso, de seis espécimes foram

obtidas imagens sagitais e de quatro foram feitos cortes frontais. As regiões

envolvidas foram: 1. dentes posteriores, onde foram realizados cortes axiais e

frontais; e 2. dentes anteriores, por avaliação sagital. Dentre outras, foram obtidas

medidas de espessura do osso alveolar vestibular e lingual e da distância da crista

óssea até a junção amelocementária. Além disso, o autor realizou cortes histológicos

nas mesmas regiões e seguindo os mesmos critérios das aquisições tomográficas.

As referências anatômicas utilizadas para as medições desta pesquisa foram: a

junção amelocementária e os limites do osso alveolar e dos defeitos ósseos criados

mecanicamente (para medidas verticais), a maior distância vestíbulo-lingual,

passando pelo centro da cavidade pulpar e o ponto central da distância da junção

amelocementária até o ápice radicular (onde foram tomadas medidas de espessura

do osso alveolar vestibular e lingual, da superfície radicular até a superfície externa

66

da cortical óssea). Utilizando o teste Wilcoxon a um nível de significância ≤ 0,05

(SAS Software) as medidas tomográficas e histológicas foram comparadas. Os

resultados dos cortes axiais mostraram que as imagens obtidas por tomografia

tiveram adequados níveis de significância quando a espessura óssea medida foi

maior que 0,5 mm. No entanto, onde havia ligamento periodontal, medidas ósseas

de 0,2 a 0,3 mm foram obtidas com razoável acurácia. Quanto às medidas sagitais,

as médias indicaram não haver sistemática magnificação ou erros por redução. As

diferenças entre as medidas histológicas e tomográficas variaram em torno de 0,2 a

0,4 mm, exceto a medição entre defeito ósseo criado e a junção amelocementária,

que chegou a 0,7 mm. Na avaliação coronal as medidas de espessuras ósseas e

dental apresentaram diferenças de 0,4 a 0,6 mm. No entanto, a medida da junção

amelocementária até o limite da deiscência óssea realizada por fresas apresentou

uma diferença máxima absoluta de 1,0 mm. Quanto aos 60 defeitos ósseos

artificiais, 42 (70%) foram identificados nas imagens de tomografia. Na discussão o

autor relata que as medidas histológicas também podem ter sido afetadas durante a

preparação dos cortes. Além disso, os defeitos criados danificaram sobremaneira o

ligamento periodontal, fato que também pode ter afetado os resultados. Para ele, a

demarcação e identificação de defeitos ósseos periodontais por tomografia

computadorizada é dependente da extensão do respectivo defeito, da espessura do

osso alveolar adjacente, da microestrutura histológica do osso e da possibilidade de

identificação do espaço do ligamento periodontal. Considerados esses critérios,

espessuras ósseas de 0,2 a 0,5 mm podem ser detectadas por tomografia

computadorizada. Por fim destaca ainda, que para diagnóstico de deiscências

ósseas, avaliações transaxiais prévias, paralelas aos planos oclusais maxilar ou

mandibular são necessárias.

FUHRMANN46 (1996), em um estudo clínico de 11 pacientes adultos,

tomografias médicas foram realizadas antes ou durante e após o tratamento

ortodôntico com aparelhos fixos. O período de tratamento entre a primeira e a

segunda tomografia variou de 12 a 24 meses. Comparação entre o primeiro e o

segundo exame permitiu a avaliação tridimensional da remodelação alveolar

osteoclástica e osteoblástica. A incidência de lesões periodontais, como deiscências

ósseas, fenestrações e reabsorções radiculares foram avaliadas em relação à

situação inicial periodontal e o conceito do tratamento ortodôntico. Foram

67

considerados como riscos anatômicos: um pequeno processo alveolar, finas placas

ósseas vestibulares ou linguais, posições excêntricas de dentes, seio maxilar baixo e

perdas progressivas do osso alveolar. Riscos terapêuticos foram: movimentos

descontrolados sagitais ou verticais dos incisivos e preparação de ancoragem

cortical ou intermaxilar. A avaliação do processo alveolar durante o tratamento

ortodôntico por tomografia permite a interpretação tridimensional da dinâmica óssea

alveolar e, especialmente, o desenvolvimento e reparação de deiscências ósseas

induzidas ortodonticamente.

NAITO; HOSOKAWA e YAKOTA88 (1998) realizaram estudo para determinar

se a tomografia computadorizada é método efetivo para avaliar defeitos ósseos

causados por doença periodontal. Foram examinados 186 sítios de nove pacientes.

Para avaliação da reabsorção óssea e da morfologia das raízes, reconstruções 3D

foram realizadas a partir das imagens das tomografias. As medições foram feitas da

JCE à extensão da crista óssea e, depois, comparadas com as medidas

encontradas durante os procedimentos cirúrgicos (chamadas de real nível ósseo).

Análise de regressão linear (0,75) demonstrou que as diferenças entre as medidas

3D e o real nível ósseo foram de 0,41 mm (D.P. de 2,53 mm). Concluíram os

autores, que a reconstrução da tomografia permite adequado diagnóstico de defeitos

ósseos causados por doenças periodontais.

SARIKAYA et al.111 (2002) avaliaram, por meio de tomografia

computadorizada (TC fan beam), as mudanças ocorridas em osso alveolar anterior

após a extração de quatro pré-molares e tratamento ortodôntico com retração de

dentes anteriores. Dezenove pacientes com protrusão bimaxilar dentoalveolar

tratados com a extração dos 4 primeiros pré-molares foram avaliados com

cefalogramas laterais e tomografias computadorizadas. Cefalogramas e TC foram

feitos antes do tratamento e três meses após a retração dos incisivos. As medidas

dos cefalogramas mostraram que os incisivos superiores e inferiores foram retraídos

com controle de torque. As tábuas ósseas vestibulares e linguais de todos os

incisivos maxilares e mandibulares foram avaliadas em terço cervical, médio e apical

das raízes. No arco inferior o osso vestibular manteve a sua espessura original,

exceto no terço cervical, que apresentou significante redução da espessura do osso.

No arco superior, a espessura do osso labial permaneceu inalterada. No entanto,

foram encontradas reduções significantes no osso lingual em ambos os arcos, após

68

retração dos incisivos. Alguns dos pacientes apresentaram deiscência do osso que

não era visível macroscopicamente ou cefalometricamente. Por fim os autores

fizeram uma observação de interesse clínico: quando o movimento do dente é

limitado, forçando-o contra o osso cortical pode-se causar reações adversas

(sequelas). Este tipo de abordagem deve ser cuidadosamente observado para evitar

os decorrentes efeitos iatrogênicos.

FUHRMANN49 (2002) tratou ortodonticamente 21 pacientes adultos e realizou

tomografias computadorizadas no início, durante e após o tratamento. Dentre os

achados, deiscências ósseas ou fenestrações foram repetidamente encontradas em

região de incisivos inferiores. A sínfise pequena, com espessura vestíbulo-lingual

reduzida, apinhamentos, delgadas espessuras do osso vestibular aos incisivos

predisporiam a deiscências ósseas. Para o autor, riscos terapêuticos ocorrem em

movimentos sagitais ou verticais descontrolados dos incisivos, além de preparo de

ancoragem cortical ou intermaxilar.

Em um estudo de três casos de retenção, impacção dental e desordens

temporomandibulares comparando imagens convencionais com imagens 3D obtidas

de tomografias computadorizadas NAKAJIMA et al.89 (2005) concluíram que, em

casos de impacção dental, as imagens tomográficas ofereceram informações mais

precisas acerca do longo eixo e condições das raízes e cobertura óssea alveolar.

HOLBERG et al.63 (2005) submeteram 417 dentes e estruturas adjacentes a

exame de tomografia computadorizada e concluíram que a tomografia cone beam é

o atual método padrão ouro para a avaliação de raízes dentais e osso circundante.

GARIB et al.52 (2006) avaliaram, por meio de tomografia computadorizada, as

alterações periodontais após expansão rápida da maxila (ERM) com expansores

dentossuportados e dentomucossuportados. A amostra foi composta por oito

meninas, 11 a 14 anos, com maloclusões Classe I ou II e mordida cruzada posterior,

uni ou bilateral. Quatro meninas foram tratadas com expansores

dentomucossuportados (tipo Haas) e quatro foram tratadas com expansores

dentossuportados (tipo Hyrax). Os aparelhos (Dentaurum, Ispringen, Germany)

foram ativados até a capacidade total de 7 mm de expansão do parafuso. Foi

utilizado o tomógrafo médico (Xvision EX model, Toshiba Corporation Medical

Systems Company, Otawara-Shi, Japan) a 120 kV e 100 mA, com tempo de

69

varredura de 1 segundo por seção, filtro de vista de 12,6 x 12,6 cm, e uma matriz de

512 x 512 pixels. A largura da janela foi 2400 HU com um centro de 1300 unidades

Hounsfield (HU). As tomografias foram realizadas antes da expansão e após o

período de contenção de 3 meses, quando o expansor foi removido. Os dados foram

transferidos para uma estação de trabalho (Silicon Graphics, Toshiba Corporation

Medical Systems Company) com Alatoview software (Toshiba Corporation Medical

Systems Company), onde imagens bi-dimensionais reformatadas foram geradas e

medidas pelo método computadorizado. Cortes axiais de um milímetro de espessura

foram realizados paralelamente ao plano palatino, compreendendo a área

dentoalveolar e a base da maxila até o terço inferior da cavidade nasal.

Reconstruções multiplanares foram utilizadas para medir a espessura da placa

vestibular e lingual do osso alveolar. As medições foram realizadas em corte axial na

altura da furca do primeiro molar direito. A espessura da tábua óssea foi mensurada

onde a raiz estava mais próxima do contorno externo do rebordo alveolar. Avaliação

do nível da crista óssea alveolar vestibular dos dentes superiores posteriores foi feita

por meio de imagens ortorradiais reformatadas, perpendiculares ao contorno da

arcada dentária, passando pelo centro de face vestibular dos caninos e pré-molares

e através do centro, mesial, distal da vestibular dos primeiros molares. A ERM

reduziu a espessura da tábua óssea vestibular em 0,6 a 0,9 mm e aumentou a

espessura da tábua óssea lingual em 0,8 a 1,3 mm. O aumento da espessura da

tábua óssea lingual dos dentes superiores posteriores foi maior no grupo expandido

por Hyrax que no grupo Haas. A RME provocou deiscências ósseas na face

vestibular dos dentes de ancoragem (7,1 mm, D. P. de 4,6 mm em primeiros pré-

molares e 3,8 mm, D. P. de 4,4 mm na região mésio-vestibular dos primeiros

molares), especialmente em indivíduos com tábuas delgadas de osso vestibular. O

expansor Hyrax produziu maior redução do nível da crista óssea alveolar vestibular

em pré-molares.

KING et al.70 (2006) realizaram estudo para determinar se idade, gênero e

morfologia palatal podem ser fatores predictivos da profundidade óssea vertical em

área paramediana do palato (PP) de pacientes em crescimento. A vantagem,

clinicamente, seria a identificação de traços que poderiam diminuir a demanda de

imagem antes da colocação de implantes para ancoragem em ortodontia. Utilizaram

TCFC (Newtom-9000, Verona, Itália) e examinaram imagens de 183 pacientes de

70

ortodontia (10-19 anos). A reformatação multiplanar dos dados obtidos foi realizada

com o software eFilm (Milwaukee, Wis). O volume de dados foi inicialmente visível

como uma imagem bidimensional na orientação axial. A referência para o corte

sagital foi localizado através da criação de uma linha que passa pelo centro do

forame incisivo e do processo odontóide da segunda vértebra cervical. O processo

odontóide foi escolhido por sua posição mediana e a distância do forame incisivo,

para reduzir a influência da assimetria local sobre a capacidade de escolher uma

linha média reprodutível. A reformatação multiplanar foi realizada ao longo desta

linha para criar uma visão sagital mediana. As linhas de referência no software foram

utilizadas para coordenar esta referência precisamente com a linha selecionada na

exibição axial. Na vista sagital, linhas de medição foram colocadas ao longo do

palato duro. Com a margem distal do forame incisivo como ponto de partida das

medições, reconstruções multiplanares de seções paracoronais foram feitas a

intervalos de 4, 8 e 12 mm (referidas como planos 4, 8 e 12) distal ao forame. As

reconstruções paracoronais resultantes foram feitas perpendicularmente à curvatura

do palato para simular o melhor caminho possível de inserção de um implante

ortodôntico. Em cada um dos três planos paracoronais reconstruídos, linhas de

medição foram estabelecidas somente sobre o lado esquerdo do paciente em

intervalos de 3, 6 e 9 mm, a partir do plano médio-sagital do lado oral do palato duro.

Estas linhas de medição também foram feitas perpendicular à curvatura do palato

para simular o melhor caminho possível de inserção de um implante ortodôntico.

Assim foram obtidos nove pontos de intersecções resultantes dos planos e das

distâncias da referência sagital mediana. As mínimas profundidades ósseas

possíveis foram medidas nestes nove locais. No mesmo trabalho, os autores

realizaram estudo de proporção entre altura e largura palatais. O critério foi a medida

da maior distância entre os primeiros molares superiores (em junção cemento-

esmalte), e a altura do palato foi medida como a distância da sutura do córtex ósseo

do palato duro até a linha de medição da largura, perpendicularmente. Assim,

estabeleceram um índice entre altura e largura do palato. Os teste mostraram haver

significante relação de tal índice entre gêneros (largura maior 1,18 mm, em média,

no sexo masculino). Os resultados ainda demonstraram haver variações

significantes na espessura do osso entre os locais avaliados e entre os indivíduos.

No gênero masculino a espessura óssea foi significantemente maior em seis dos

nove locais medidos, apresentando uma média de 1,22 (0,98 a 1,46) mm mais osso

71

vertical que as meninas. As medições em relação à idade e a morfologia palatal não

demosntraram relação clinicamente útil. Os autores concluiram que devido à grande

variabilidade de espessura óssea na região, a tomografia permanece como um

valioso recurso diagnóstico antes da colocação de implantes em área paramediana

do palato em indivíduos em crescimento.

KIM et al.69 (2007) criaram um novo guia cirúrgico que utiliza imagens de

tomografia computadorizada de feixe cônico para replicar modelos odontológicos e

confeccionar guias cirúrgicos para o posicionamento adequado dos mini-implantes

ortodônticos. Pacientes que tinham necessidade de realizar tratamento ortodôntico

com o uso de mini-implantes foram recrutados para este estudo. Um sistema TCFC

(PSR 9000N, Asahi Roentgen, Kyoto, Japan), voxel de 0,1 mm, foi utilizado para

adquirir fatias virtuais de 0,1 a 0,15 mm da região posterior da maxila. Prototipação

foi utilizada para diferenciar os dentes, alvéolos e parede do seio maxilar. Um guia

cirúrgico para o mini-implante foi fabricado com base no modelo de réplica. O

posicionamento adequado para os mini-implantes na região posterior da maxila foi

determinada, visualizando as imagens da TCFC. O guia cirúrgico foi colocado no

local indicado, o que proporcionou precisa perfuração e colocação exata do mini-

implante. Os autores concluiram que imagens de TCFC permitem que, a doses de

radiação extremamente baixas (equivalente a uma tomada periapical, boca toda ou

a um décimo quinto da tomografia helicoidal), sejam obtidas fatias finas de aquisição

(voxel de 0,1 mm) em comparação com a tomografia computadorizada médica. Além

disso, tem muito melhor relação custo-benefício e permite imagens de alta resolução

em 3D de áreas tão pequenas quanto 2 ou 3 dentes.

GRACCO et al.54 (2008) realizaram estudo com o objetivo de avaliar a

espessura do palato para se determinar o melhor local para colocação de

microparafusos. Para tanto, selecionaram tomografias volumétricas (QR Verona,

Newtom 3G, Verona, Italy) obtidas a 110 kV, 2 mA, tempo de exposição de 5,4

segundos, espessura de corte de 0,50 mm e campo de exposição de 12 in. Usando

o software Newtom 3G, inicialmente identificaram o forame incisivo de cada paciente

a partir de um corte axial da maxila, para as reconstruções multiplanares. A amostra

contou com 162 indivíduos saudáveis, com idades entre 10-44 anos (80 masculinos,

82 femininos) e foi dividida em 3 grupos. O grupo A incluiu 52 indivíduos (idades de

10 a 15 anos, 28 meninos, 24 meninas), o grupo B incluiu 38 sujeitos (idades de 15

72

a 20 anos, 18 moços, 20 moças) e o grupo C teve 72 indivíduos (idades de 20 a 44

anos, 34 homens, 38 mulheres). Com uma referência de noventa graus a partir da

vista paracoronal da região do palato em 4, 8, 16 e 24 mm posterior ao forame

incisivo foram reconstruídas linhas para a medições, tendo-se como referência a

linha mediana, lateralmente. As medidas foram realizadas em cada reconstrução a

0, 3 e 6 mm de incremento para descrever a topografia do palato. Os resultados

foram: a região óssea mais espessa (4 a 8 mm) foi encontrada na parte anterior do

palato, na região da sutura e nas áreas paramedianas. No entanto, a região

posterior, apesar da sua espessura reduzida, foi considerada também adequada

para microparafusos. O teste de Kruskal-Wallis não revelou diferenças significantes

entre os grupos nas várias seções palatais (a 3 e 6 mm à direita e à esquerda da

sutura mediana), exceto entre grupos A e C nas seções de 16 mm paracoronais de 6

mm para a direita e esquerda da sutura. Não houve diferenças estatisticamente

significantes quanto ao gênero ou entre os lados direito e esquerdo do palato.

GRACCO et al.55 (2010) por meio de tomografia computadorizada (Newtom

3G scanner volume QRsr1, Verona, Itália), a 12 in, 110 Kvp, 2 mA, 5,4 segundos de

exposição e espessura de corte de 0,5 mm, estudaram a morfologia da sínfise

mandibular em diversos padrões faciais. O objetivo foi obter medidas de altura,

espessura e volume de toda a sínfise e do osso alveolar na região de incisivos

inferiores. A amostra contou com 80 indivíduos com idade entre 12 e 40 anos,

divididos em três grupos: 25 indivíduos face curta, 27 com face normal e 28

apresentando face longa, de acordo com as medidas do ângulo FMA (Plano

Frankfurt com o Plano Mandibular). Os cortes obtidos no software do equipamento

NewTom foram salvos no formato JPEG para avaliação de área com o software

AutoCad (16.2, 2005, Autodesk inc, San Rafael, California). Os seguintes

parâmetros foram medidos nas seções correspondentes aos quatro incisivos

inferiores: espessura, altura e área da sínfise; altura, espessura e área do osso

esponjoso da sínfise, a distância das corticais vestibular e lingual na altura dos

ápices dos quatro incisivos e possível inclinação de cada incisivo inferior, expressa

em graus. Para isso, os autores marcaram os pontos Ps (mais posterior e superior

da cortical óssea alveolar do incisivo inferior) e As (mais anterior e superior da

cortical óssea alveolar do incisivo inferior). As medidas foram tomadas com a

seguinte metodologia: 1. altura da sínfise, paralelo ao longo eixo de cada incisivo da

73

cortical externa vestibular até a cortical externa lingual da sínfise mandibular e da

cortical interna vestibular até a cortical interna lingual da sínfise mandibular; 2.

largura da sínfise, perpendicular ao longo eixos de cada incisivo, ao nível do ápice,

medido de cortical externa a cortical externa e de cortical interna a cortical interna; e

3. medidas de área de osso alveolar. O teste F ou análise de variância (ANOVA) e o

teste de Tukey HSD foram utilizados posteriormente. Os resultados mostraram que a

espessura total da sínfise foi maior nos indivíduos face curta que nos face longa.

Não houve diferenças estatisticamente significantes nas áreas totais de osso

esponjoso da sínfise entre os três tipos faciais. Em todos os três grupos, as alturas

totais, de osso esponjoso e áreas foram maiores em incisivos centrais que nos

incisivos laterais. Os autores concluiram que existe uma relação estatisticamente

significante entre o tipo facial e a espessura total da sínfise mandibular.

EVANGELISTA et al.40 (2010), compararam a incidência de deiscências e

fenestrações em osso alveolar entre pacientes Classe I (79) e Classe II, divisão 1

(80), em diferentes tipos faciais, sem tratamento ortodôntico. As imagens foram

obtidas pelo tomógrafo de feixe cônico i-CAT (Imaging Sciences International,

Hatfield, Pa), com 47.7 mA, 120 kVp, exposição de 40 segundos e voxel isotrópico

de 0,25 mm. O protocolo de aquisição foi de 6 in (face total). Os arquivos foram

exportados em formato DICOM 3 (pixel 512 x 512) e processados por InVivoDental

software (Anatomage, San Jose, Calif). Os pacientes foram orientados para

posicionamento do Plano de Frankfurt paralelo ao solo e em oclusão cêntrica. Para a

visualização das imagens foi utilizado monitor LCD de 24,1 in, com resolução 1930 x

1200. Cada exame foi realizado por dois observadores, sem conhecer o paciente,

sua maloclusão, tipo facial ou outros resultados. Primeiramente os longos eixos dos

dentes foram posicionados perpendicularmente ao plano horizontal. As extensões

das raízes foram avaliadas em cortes axiais nas superfícies lingual e vestibular.

Imagens que mostraram ausência de osso cortical em, pelo menos, três avaliações

consecutivas foram consideradas como presença de defeito ósseo alveolar:

deiscências, quando localizadas a mais de 2 mm da junção amelocementária; e

fenestrações, quando o defeito não envolvia a crista óssea alveolar. As raízes foram

divididas em três partes iguais a partir da junção amelocementária até o ápice, para

identificar em qual terço estava o defeito. Após 20 dias, um observador repetiu 25%

das avaliações, em amostra randomizada, para verificar a reprodutibilidade do

74

método. Os resultados mostraram maior incidência de deiscência nos incisivos

centrais (24,33%), laterais (17,51%) e caninos (17,31%) mandibulares. Na maxila,

com maior incidência foram os caninos (18,73%), seguido dos primeiros pré-molares

(18,45%) e primeiros molares (18,27%). As fenestrações ocorreram em maior

número no terço médio das raízes. Na maxila foram mais freqüentes no incisivo

lateral (18,24%), primeiro pré-molar (18,06%) e caninos (17,87%). Na mandíbula,

incisivos laterais (25,36%), caninos (22,35%) e incisivos centrais (21.05%)

apresentaram maiores índices de fenestrações. Os autores encontraram defeitos

ósseos alveolares em 51,09% dos dentes avaliados. Sugerem que os movimentos

ortodônticos, especialmente vestibulares e em região de anteriores inferiores deve

ser precedido de TC, principalmente quando a gengiva inserida é delgada.

Após revisão da literatura, constatou-se que já existe uma grande quantidade

de alternativas para o tratamento da maloclusão Classe II, 1ª divisão com aparelhos

ortopédicos fixos. Além disso, há diversas concepções quanto à melhor época para

iniciar o tratamento desta maloclusão e a qualidade dos resultados oclusais obtidos

com os diversos protocolos de tratamento, além dos efeitos adversos, especialmente

para o periodonto que cada aplicação pode acarretar. O uso de propulsores

mandibulares fixos em região de molares superiores e anteriores inferiores resulta

em cargas, principalmente sagitais, sobre estes dentes e este fato tem despertado

há anos a curiosidade por parte dos pesquisadores; no entanto, até o momento não

existem trabalhos de pesquisa para avaliar o periodonto por meio da tomografia

computadorizada após uso dos aparelhos ortopédicos funcionais fixos, motivando a

presente pesquisa. Sendo assim, este estudo pretende orientar os ortodontistas

clínicos na decisão da época ideal para instituir o tratamento desta maloclusão,

mostrando nos protocolos de tratamento estudados, para a idade após o surto

puberal de crescimento, qual apresenta maior índice de comprometimento quanto a

alterações ou perdas ósseas alveolares.

75

PROPOSIÇÃO

76

3 PROPOSIÇÃO

1- Comparar os efeitos periodontais nas tábuas ósseas vestibular e lingual de

incisivos e caninos inferiores e primeiros molares superiores, provenientes do

tratamento da maloclusão de Classe II, 1ª divisão com os aparelhos ortopédicos

fixos, Forsus e Twin Force, associados à aparelhagem fixa, após o pico puberal de

crescimento.

2- Correlacionar o grau de inclinação dos incisivos inferiores, pela variável IMPA, e

de movimentação no sentido vertical dos molares superiores, pela variável 6-PP,

com os valores encontrados nas tábuas ósseas vestibular e lingual, para certificar se

os efeitos colaterais provenientes dos aparelhos ortopédicos fixos levariam a uma

maior perda óssea.

3- Comparar se a imagem tomográfica com voxel 0,2 mm produz imagens que

resultem em medições de tábuas ósseas significantemente diferentes das medições

realizadas em imagens obtidas com voxel 0,4 mm.

MATERIAL E MÉTODOS

78

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 AMOSTRA

Procedeu-se a seleção da amostra de caráter prospectivo, após devida

aprovação do projeto de pesquisa pelo comitê de ética em pesquisa (CEP 284076-

09, 248849-09, 284149-09 e 301929) da Universidade Metodista de São Paulo. Para

tanto, a amostra constou de 22 jovens pacientes brasileiros, sendo nove do gênero

feminino e 13 do gênero masculino, com base nos seguintes critérios de inclusão e

exclusão.

Critérios de Inclusão:

Idade inicial variando entre 13 e 19 anos;

Má oclusão inicial de Classe II, divisão 1 de Angle, com severidade

mínima de ½ Classe II de Andrews, avaliada por meio de exame clínico

em relação cêntrica;

Trespasse horizontal mínimo de 5 mm em relação cêntrica;

Dentição permanente;

Arco inferior exibindo máximo de 4 mm ou nenhum apinhamento

(discrepância de modelo negativa), avaliados por meio do paquímetro

digital (Mitutoyo Sulamericana, São Paulo, SP), modelo/código 500-

144B, com capacidade de 150 mm, resolução de 0,01mm, com

precisão de décimos de mm, em modelos de estudo;

Perfil facial convexo e direção de crescimento horizontal, avaliados

clinicamente;

Estágio da vértebra cervical IV e V (BACCETTI, FRANCHI e

MCNAMARA10, 2002).

Critérios de exclusão:

Exclusão de jovens com má oclusão de Classe II, divisão 1, subdivisão;

79

Presença de agenesias, supranumerários ou perdas de dentes

permanentes;

Tratamento ortodôntico prévio;

Com o intuito de avaliar os efeitos dentoesqueléticos e tegumentares

dos dois aparelhos propulsores da mandíbula no tratamento da má oclusão Classe

II, divisão 1, a amostra foi dividida em dois grupos: Grupo Experimental A e Grupo

Experimental B.

GRUPO EXPERIMENTAL A

(Tratado com aparelho ortopédico fixo Twin Force Bite Corrector)

O grupo experimental A foi selecionado a partir do exame clínico de cerca de

450 estudantes de escolas Públicas de São Bernardo do Campo/SP, dos quais 15

foram selecionados se enquadrando totalmente dentro dos critérios de inclusão e

exclusão, por três alunos do Curso de Mestrado em Odontologia, área de

Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo, Faculdade da Saúde, Curso de

Odontologia, com a aprovação do comitê de ética (CEP284076-09, 284149-09 e

301929-09).

Ressalta-se que cerca de seis meses após o início do tratamento um paciente

desistiu do tratamento devido a problemas de horário em relação ao seu emprego e

escola. Após a instalação do Twin Force Bite Corrector mais três pacientes foram

desligados da amostra devido aos seguintes motivos: uma paciente foi removida da

amostra por excessiva falta de higienização; outro por desistência do tratamento;

outro por apresentar hábito de morder a caneta levando a descolagem de acessórios

e atraso no tratamento. Finalizando, assim, o grupo experimental A com 11

pacientes. Ressalta-se que os três pacientes que não abandonaram o tratamento,

80

continuaram sendo tratados juntamente com os pacientes da amostra do presente

trabalho.

Este grupo foi composto, portanto, por 11 pacientes, sendo cinco do gênero

feminino e seis do gênero masculino, com má oclusão inicial de Classe II, divisão 1 e

idade inicial média de 14,4 anos (D.P. de 1,51, variando de 13,11 a 18,26 anos) e

estágios de maturidade óssea variando entre IV e V, por análise das vértebras

cervicais, segundo BACCETTI, FRANCHI e MCNAMARA10, 2002 (Figura 1), tratados

por meio do aparelho Twin Force, associados à aparelhagem fixa. O tempo médio

de uso do aparelho Twin Force Bite Corrector foi de 3,73 meses (D.P. de 0,9 meses,

mínimo de 2,97 e máximo de 5,93 meses).

Figura 1: Estágios de maturidade óssea: análise das vértebras cervicais, de BACCETTI, FRANCHI e

McNAMARA (2002).

Os pacientes foram tratados por três alunos do Curso de Mestrado em

Odontologia, área de Ortodontia, na clínica de Ortodontia da Universidade Metodista

de São Paulo, Faculdade da Saúde, Curso de Odontologia.

A severidade inicial da má oclusão foi avaliada por meio do exame oclusal em

relação cêntrica pela relação dos molares (ANDREWS3, 1972), mínimo ½ Classe II

em ambos os lados, e da sobressaliência, mínimo de cinco mm (Figura 2). Quando

houve diferença na relação molar entre os lados direito e esquerdo, considerou-se o

lado mais severo (Tabela 1). A média da sobressaliência ao início do tratamento

variou de cinco a 12 mm, com ligeiro ou nenhum apinhamento ântero-superior e

inferior (máximo de quatro mm), como descrito nos critérios de inclusão.

81

Figura 2: Trespasse horizontal na instalação do aparelho ortopédico funcional fixo Fonte:

amostra do presente estudo.

Tabela 1- Severidade inicial da má oclusão no Grupo Experimental A

Severidade Inicial Relação de Molares

Classe II completa 7 pacientes

¾ de Classe II 1 pacientes

½ Classe II 3 pacientes

¼ de Classe II 0 pacientes

GRUPO EXPERIMENTAL B

(Tratado com aparelho ortopédico funcional fixo Forsus)

O grupo experimental B foi inicialmente composto por 19 pacientes, com má

oclusão inicial de Classe II, 1ª divisão e idade inicial entre 14 a 19 anos. Os

pacientes desse grupo já se encontravam em tratamento no Curso de Mestrado em

Odontologia, área de Ortodontia, na clínica de Ortodontia da Universidade Metodista

de São Paulo, quando iniciou a seleção da amostra do grupo A, com aprovação do

comitê de ética (CEP 248849-09), sob orientação de outro docente da instituição.

Para tanto, foi necessária uma nova seleção da amostra de acordo com os critérios

82

adotados no grupo A, para compatibilidade das mesmas, sob a orientação da

orientadora do presente trabalho. Dos 19 pacientes inicialmente selecionados para o

grupo B, apenas 11 se adequaram aos critérios de seleção do grupo A e por isso o

tamanho da amostra do grupo B foi reduzido.

Sendo assim, este grupo foi composto por 11 pacientes, sendo quatro do

gênero feminino e sete do gênero masculino, com má oclusão inicial de Classe II,

divisão 1 e idade média no período de instalação do aparelho Forsus de 15,45 anos

(D.P.de 2,07, variando de 13,71 a 19,36 anos) e Estágio IV e V das vértebras,

segundo BACCETTI, FRANCHI e MCNAMARA10 (2002), tratados por meio do

aparelho Forsus, associados à aparelhagem fixa. O tempo médio de uso do

aparelho Forsus foi de 7,9 meses (D.P. de 2,12, variando de 4,1 a 10,43 meses).

Da mesma maneira acima descrita para o Grupo Experimental A, avaliou-se

por meio do exame oclusal em relação cêntrica pela relação dos molares

(ANDREWS3, 1972) e da sobressaliência. Quando houve diferença na relação molar

entre os lados direito e esquerdo, considerou-se o lado mais severo (Tabela 2). A

média da sobressaliência ao início do tratamento foi de 5,5 a 11,5 mm, com ligeiro

ou nenhum apinhamento ântero-superior e inferior (máximo de 3 mm).

Tabela 2 - Severidade inicial da má oclusão no Grupo Experimental B

Severidade Inicial Relação de Molares

Classe II completa 10 pacientes

¾ de Classe II 0 pacientes

½ Classe II 1 pacientes

¼ de Classe II 0 pacientes

4.1.1 Descrição dos Aparelhos Utilizados nos Grupos Experimentais

83

4.1.1.1 Twin Force Bite Corrector associado ao aparelho fixo

O grupo A foi tratado com o aparelho Twin Force Bite Corrector (Ortho

Organizers®, Carlsbad, CA, USA). O TFBC (Figura 3) consiste em um aparelho de

propulsão híbrido intrabucal de ancoragem intermaxilar recíproca, que utiliza uma

combinação de um sistema de força flexível e rígido, por meio de dispositivos em

êmbolo e molas de níquel-titânio, mediante um ponto de encaixe em ambos os arcos

retangulares de aço superior e inferior do aparelho ortodôntico fixo (ROTHENBERG;

CAMPBELL e NANDA107, 2004; URIBE; ROTHENBERG e NANDA127, 2006;

CHHIBBER et al.26, 2010; CASTRO22, 2010).

A seleção do tamanho do aparelho foi feita, com o auxílio de uma régua,

medindo-se da mesial, do tubo do primeiro molar superior até a distal do braquete do

canino inferior, em ambos os lados. Quando essa distância foi igual a mínima de 27

mm e a máxima de 36 mm, utilizou-se o tamanho padrão (424-215 Ti) e nos casos

onde a medida mínima foi igual a 23 mm e a máxima 32 mm, utilizou-se o tamanho

pequeno (424-216 Ti, Ortho Organizers, Carlsbad, CA, EUA).

Figura 3: Aparelho Twin Force Bite Corrector (CASTRO22

, 2010)

O aparelho fixo utilizado no grupo A foi o Opti Mim (Ortho Organizers,

Carlsbad, CA, EUA), com ganchos em caninos e pré-molares. Seguindo os

princípios da mecânica do arco reto, de acordo com a prescrição MBT, slot 0,022” x

0,028”. A ancoragem, desde o inicio do tratamento, foi realizada com barra

transpalatina, arco lingual (Figuras 4 e 5), além de amarrilho metálico .010” de molar

84

a molar e dobra distal em todos os fios ortodônticos superiores e inferiores,

conforme a prescrição do fabricante e descrita na literatura (ROTHENBERG;

CAMPBELL e NANDA107, 2004; CHHIBBER et al.26, 2010).

Figuras 4 e 5: Ancoragem intrabucal superior (barra transpalatina) e inferior (arco lingual de Nance).

Fonte: Amostra do presente estudo.

Inicialmente, realizou-se o alinhamento e nivelamento dos arcos dentários, na

seqüência: Fios 0,014” NiTi termoativado, 0,016” NiTi termoativado, e 0,017” x

0,025” NiTi termoativado, e dobras distais em todos os arcos. Finalizou-se esta fase

com arcos retangulares de aço 0,019” x 0,025” (todos da Ortho Organizers,

Carlsbad, CA, EUA), com amarilho metálico e Alastik corrente de molar a molar e

dobras distais em todos os arcos, e instalou-se o TFBC. As extremidades do TFBC

foram fixadas nos arcos retangulares por um sistema de encaixe e parafuso, na

mesial do primeiro molar superior e na distal do canino inferior (Figura 6).

Figura 6: Aparelho ortopédico fixo Twin Force Bite Corrector instalado.

Fonte: amostra do presente estudo, grupo A.

85

Os pacientes foram orientados para evitar abertura excessiva da boca durante

a mastigação, ao bocejar, e não resistir à protrusão inferior proporcionada pelos

módulos de força. Assim como evitar alimentos duros.

A cada retorno mensal o TFBC foi removido por um período de 30 minutos,

para o relaxamento da musculatura, para manipular a mandibula em relação

cêntrica, e observar os efeitos (ou a evolução terapêutica). O TFBC foi mantido até a

obtenção da relação incisal de topo e/ou a sobrecorreção da relação molar, em RC

(Figura 7), que ocorreu em um período médio de 3,73 meses. Após a remoção do

TFBC, foram utilizados elásticos intermaxilares (força leve de 100g, medida por um

tensiômetro), somente para a estabilidade da correção ântero-posterior, por mais

três meses e em seguida, iniciada a fase de finalização.

Figura 7: Trespasse horizontal no momento da remoção do aparelho ortopédico fixo Twin Force Bite Corrector.

Fonte: amostra do presente estudo (grupo A).

4.1.1.2 Aparelho Forsus associado ao aparelho fixo

O aparelho FORSUS Fatigue Resistence Device é um sistema composto por

um módulo elástico e uma haste e uma mola elástica, fornecido em quatro

tamanhos: 25 mm, 29 mm, 32 mm e 35 mm. A seleção do tamanho ideal do

dispositivo foi feita por meio de uma régua fornecida pelo fabricante (Figura 8). Com

o paciente em máxima intercuspidação habitual mediu-se a distância da mesial do

tubo do primeiro molar superior a distal do braquete do canino, tanto para o lado

direito, quanto para o esquerdo.

86

Figura 8: Régua fornecida pelo fabricante para a obtenção da medida da mesial do tubo primeiro molar

superior à distal do braquete do canino inferior. Fonte: 3M Unitek

No presente trabalho foram utilizadas as versões módulo L-PIN e módulo EZ

(8 pacientes com módulo L-Pin e 3 pacientes com módulo EZ). O módulo L-Pin

(Figura 9) é fixado encaixado-se a haste do aparelho por distal no tubo duplo de

ancoragem extrabucal e efetuando uma dobra do lado mesial com o alicate

Weingart. O módulo flexível EZ (Figura 10), é fixado por meio de um encaixe

denominado EZ module ao tubo duplo de ancoragem extrabucal do primeiro molar

superior utilizando para isso um alicate do tipo Weingart (HEINIG e GÖZ60, 2001,

VOGT131, 2006, CASTRO22, 2010).

Figura 9: Forsus Fatigue Resistant Device, módulo L-Pin.

Fonte: 3M Unitek

Figura 10: Forsus Fatigue Resistant Device, módulo EZ.

Fonte: 3M Unitek

87

O aparelho fixo utilizado neste grupo experimental foi o Gemini™ (3M Unitek)

com ganchos em caninos e pré-molares, prescrição MBT, slot 0,022” x 0,028”. A

ancoragem foi feita apenas com amarrilho metálico de molar a molar e alastic

corrente de molar a molar.

Inicialmente, realizou-se o alinhamento e nivelamento com fios redondos de

NiTi 0,014” e 0,016”, seguidos de fio redondos de aço 0,016”, 0,018” e 0,020”, assim

como fios retangulares 0,017” x 0,025”. Finalizou-se esta fase com arcos

retangulares de aço 0,019” x 0,025”, com amarilho metálico e alastic corrente de

molar a molar. A seguir instalou-se o Forsus de acordo com a prescrição do

fabricante, sem ancoragem por barra transpalatina e arco lingual.

Durante a instalação do Forsus, pré-selecionado, tanto o módulo flexível L-Pin

quanto EZ, foi fixado ao tudo duplo de ancoragem extrabucal do primeiro molar

superior (instalado voltado para a oclusal, para evitar fraturas do Forsus, conforme

orientação do fabricante), e a haste foi posicionada na distal do bráquete do canino

inferior. No braquete deste dente utilizaram-se amarrilhos metálicos, para opor

(resistir) a pressão da haste.

Os pacientes foram observados a cada 4 semanas. O tempo de uso foi médio

de 7,09 meses com o aparelho Forsus™ (Figura 11) até a relação de Classe I de

molar. Após a remoção do ortopédico, elásticos de Classe II foram utilizados como

contenção, para obter a estabilização da correção, e em seguida iniciada a fase de

finalização. Após a remoção do aparelho fixo utilizou-se como contenções a placa de

Hawley superior e a barra 3-3 inferior.

Figura 11: Forsus Fatigue Resistant Device, módulo L-Pin (etapa final de uso).

Fonte: amostra do presente estudo.

88

Tabela 3 – Idades e tempo decorrido no tratamento, para os grupos A e B.

Tempos A B

dif.

p Média Dp média Dp

Idade em T1 (anos) 14,55 1,51

Idade em T2 (anos) 15,09 1,76 15,45 2,07 0,36 0,661

Idade em T3 (anos) 15,45 1,51 16,00 2,00 0,55 0,478

T2 - T1 (meses) 7,18 1,78

T3 - T2 (meses) 3,73 0,90 7,09 2,12 3,36 <0,001 *

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

4.2 MÉTODOS

4.2.1 Método Tomográfico

Para a realização deste estudo, foram utilizadas para o grupo A os seguintes

períodos de avaliação: T1A (início do tratamento), T2A (instalação do Twin Force

Bite Corrector) e T3A (remoção do Twin Force Bite Corrector). Por outro lado, no

grupo B, apenas duas fases foram avaliadas: T2B (instalação do Forsus) e T3B

(remoção do Forsus), pois a amostra do grupo B não realizou a tomografia ao início

do tratamento (T1), impossibilitando a comparação com o grupo A nesta fase inicial.

As imagens tomográficas computadorizadas (feixe cônico) foram obtidas no

Hospital da Face, por dois operadores que trabalhavam em regime de turnos. O

equipamento utilizado foi um tomógrafo computadorizado volumétrico i-CAT®

(Imaging Sciences Internacional, Hatfield, Pa, Figura 12), com o protocolo de 120Kv,

47,74 mA, voxel 0,4 mm, tempo de exposição de 5 s e FOV 23 mm. Outro protocolo,

porém, foi utilizado para obtenção de tomografias de maxila e mandíbula, somente

89

para comparação em T3, no grupo A, com voxel 0,2 mm, tempo de exposição de 27

s, FOV 6 cm, mantidos os demais parâmetros.

Figura 12: Posicionamento do paciente no aparelho de tomografia computadorizada de feixe cônico ( i-CAT,

Imaging Sciences Internacional, Halfield, Pennsylvania, EUA).

Fonte: amostra do presente estudo.

4.2.2 Método para Medição da Espessura Óssea Alveolar

As medidas das tábuas ósseas vestibular e lingual dos molares superiores e

dos incisivos inferiores foram obtidas de acordo com os passos metodológicos,

conforme descritos a seguir:

4.2.2.1 Obtenção das imagens

Os pacientes foram posicionados no aparelho i-CAT, sentados, com a cabeça

posicionada de tal forma que o Plano de Frankfurt estivesse paralelo ao solo e

perpendicular ao Plano Sagital Mediano.

90

As imagens foram adquiridas em formato XORAM (modo de aquisição) e

transferidas ao Software i-CAT para a formatação DICOM (Digital Imaging and

Communication in Medicine), modo multifile.

4.2.2.2 Mensuração

As imagens no formato DICOM multifile foram importadas para o Programa

Nemotec Dental Studio NX Pro (Nemotec Marqués de Riscal, 8 2º 28010 Madrid

España). A seguir foram realizadas as reconstruções multiplanares com limites de

radiodensidade em Unidades Hounsfield (HU) entre 250 e 650, além de ajustes para

posicionamento padronizado da face (Figura 13) nos planos sagital (Plano de

Frankfurt paralelo ao solo), frontal (referências em Crista Galli e Espinha Nasal

Anterior) e axial (linha média).

Figura 13: Programa Nemotec Studio NX Pro. Etapa de ajuste tridimensional da reconstrução multiplanar.

Fonte: amostra do presente estudo

91

Após a realização das correções de posicionamento da face nos cortes axial,

lateral e frontal foram obtidas vistas panorâmicas de maxila e de mandíbula, com

profundidade de 30 mm e cortes parassagitais a cada 0,4 mm (Figura 14).

Figura 14: Programa Nemotec Studio NX Pro. Etapa de realização da panorâmica, com ajustes das distâncias

entre os cortes parassagitais (0,4 mm). Fonte: amostra do presente estudo

As reconstruções então obtidas foram importadas para o Programa Nemotec

Viewer, cedido pela Ortoguide (Ortoguide, Rua Izonzo, 155, São Paulo, Brasil), onde

as medições de espessura de tábuas ósseas linguais e vestibulares dos incisivos e

caninos inferiores e dos molares superiores foram realizadas, no modo de ampliação

máxima (Figura 15), e com a utilização de um monitor de 19” (SyncMaster -

Samsung C&T Corporation: 310, Taepyeong-Ro 1 Ga, Jung-Gu, Seoul, Korea).

Justifica-se a escolha de tais dentes para a realização de medição de osso

alveolar por estarem próximos às áreas de fixação dos aparelhos ortopédicos

funcionais fixos objetivando responder aos questionamentos em relação aos danos

que podem vir a ocorrer na tábua óssea vestibular e/ou lingual durante o tratamento

da maloclusão de Classe II, na dentadura permanente.

92

Fig. 15: Programa Nemotec Studio NX Pro. Definição do corte para a medição do osso alveolar vestibular e

lingual do dente 32. Fonte: amostra do presente estudo

Dentre os cortes parassagitais para a maxila e para mandíbula foram

escolhidos aqueles que representaram a maior convexidade radicular na

visualização axial do Programa Nemotec Viewer, tanto na vestibular quanto na

lingual. Em regra, tais cortes coincidiram com as imagens que mostraram maior

volume de câmara pulpar. Em molares superiores, as medições por vestibular foram

realizadas nas raízes mesiovestibulares.

Escolhido o corte parassagital adequado, a raiz foi divida em terços (cervical,

médio e apical), tomando-se por referência a junção amelocementária e o ápice

radicular. Para tanto foram marcados cinco pontos sobre o longo eixo radicular. São

eles: o ápice radicular (Ap), o ponto de interseção do longo eixo radicular com a

junção amelocementária (Ac) e três pontos intermediários e equidistantes entre si e

aos pontos Ap e Ac.

As medições, no entanto, não foram realizadas nos pontos localizados sobre

a junção amelocementária ou sobre o ápice. Somente os três pontos intermediários

serviram de referência e foram chamados de pontos cervical (C), médio (M) e apical

(A), (Figura 16).

93

Figura 16: Esquema gráfico demonstrativo da metodologia empregada nesta pesquisa. Os pontos Ac, C, M, A e

Ap estão equidistantes. As referências para as medições (em azul) foram a superfície radicular e a superfície

externa da cortical óssea alveolar. Fonte: amostra do presente estudo

A seguir, para cada dente, seis medições com marcações em centésimos de

milímetro foram obtidas (três na vestibular e três na lingual) sobre os pontos C, M e

A, desde a superfície radicular até a superfície óssea alveolar externa,

perpendicularmente ao longo eixo radicular. As referências (limites) para as

medições foram: contornos corticais ósseos externos (vestibular e lingual) e

contornos radiculares, radiograficamente (Figura 17).

Ressalte-se que o método de medição desta pesquisa é similar ao que fora

utilizado por SARIKAYA et al111 (2002), que avaliaram, por meio de tomografia

computadorizada (TC fan beam), as mudanças ocorridas em osso alveolar anterior

após a extração de quatro pré-molares e tratamento ortodôntico com retração de

dentes anteriores. Da análise de dezenove pacientes com protrusão bimaxilar

dentoalveolar tratados com a extração dos quatro primeiros pré-molares os autores

puderam identificar as alterações ocorridas em osso alveolar vestibular e lingual em

terços cervical, médio e apical de incisivos superiores e inferiores.

94

Figura 17: Escolha da seção ideal para cada região e realização das medições (com ferramenta do programa)

das espessuras ósseas nos terços cervical, médio e apical, por vestibular e na lingual.

Fonte: amostra do presente estudo

4.3 AVALIAÇÃO DO ERRO DE MEDIÇÃO

Para a realização do erro do método, 25% das medições foram repetidas

após um mês. Na determinação do erro casual utilizou-se o cálculo de erro proposto

por Dahlberg (HOUSTON64, 1983) e para verificar o erro sistemático intra

examinador foi utilizado o teste “t” pareado.

nerro d

2

2

onde, d = diferença entre 1a e 2a medições

n = número de repetições

Os resultados das avaliações do erro sistemático, avaliado pelo teste “t”

pareado, e do erro casual medido pela fórmula de Dahlberg estão apresentados na

tabela 4.

95

4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para verificar se os dados possuem distribuição normal

utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov.

Para comparação entre os tempos T2 e T3 foi utilizado o

teste “t” pareado.

Para comparação entre os tempos T1, T2 e T3 em A foi

utillizada análise de variância a um critério e o teste post-hoc de Tukey.

Para comparação entre os gêneros e entre os grupos (A e B)

foi utilizado o teste “t”.

Para comparação entre a variável IMPA com valores da

tábua óssea nas regiões 31 e 41, entre os grupos (A e B) foi utilizado o teste

“t”.

Para comparação entre a variável 6-PP com valores da

tábua óssea nas regiões 16 e 26 entre os grupos (A e B) foi utilizado o teste

“t”.

Para comparação entre tomografias com voxel 0,4mm e

0,2mm das medidas executadas no grupo A no tempo T3 foi utilizado e teste

“t”.

Em todos os testes foi adotado nível de significância de 5%

(p<0,05).

Os dados foram descritos pelos parâmetros de média e

desvio padrão. Todos os procedimentos estatísticos foram executados no programa

Statistica v.5.1 (StatSoft Inc., Tulsa, USA).

RESULTADOS

97

5. RESULTADOS

Os resultados serão evidenciados em forma de tabelas:

Tabela 4 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de

Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual.

Medida 1a. Medição 2a. Medição

P

Erro média Dp Média Dp

CV31 0,03 0,12 0,03 0,11 0,339 0,00

MV31 0,09 0,19 0,08 0,17 0,095 0,01

AV31 1,74 0,67 1,77 0,70 0,082 0,04

CL31 0,33 0,24 0,30 0,21 0,031* 0,04

ML31 0,69 0,57 0,65 0,56 0,039* 0,05

AL31 1,35 0,83 1,33 0,80 0,317 0,05

CV32 0,06 0,22 0,07 0,23 0,339 0,01

MV32 0,05 0,11 0,05 0,11 0,191 0,00

AV32 1,51 0,59 1,49 0,63 0,490 0,05

CL32 0,58 0,20 0,55 0,23 0,177 0,05

ML32 0,91 0,38 0,87 0,38 0,020* 0,05

AL32 1,30 0,67 1,27 0,65 0,052 0,05

CV33 0,05 0,11 0,05 0,12 0,851 0,01

MV33 0,05 0,11 0,05 0,12 0,339 0,01

AV33 1,69 0,64 1,70 0,67 0,567 0,03

CL33 0,78 0,33 0,68 0,40 0,166 0,17

ML33 1,35 0,60 1,31 0,60 0,070 0,05

AL33 1,78 0,68 1,79 0,69 0,934 0,05

CV41 0,05 0,17 0,05 0,18 0,339 0,00

MV41 0,07 0,15 0,07 0,16 0,175 0,01

AV41 1,74 0,53 1,71 0,52 0,228 0,05

CL41 0,44 0,29 0,43 0,28 0,359 0,02

ML41 0,81 0,70 0,80 0,68 0,668 0,04

AL41 1,47 0,98 1,44 0,95 0,067 0,04

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

98

Tabela 4 (cont.) – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e

erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual.

medida 1a. Medição 2a. Medição

P

Erro média dp média Dp

CV42 0,05 0,16 0,04 0,15 0,339 0,01

MV42 0,03 0,09 0,03 0,10 0,339 0,00

AV42 1,67 0,51 1,65 0,51 0,049* 0,03

CL42 0,54 0,27 0,53 0,26 0,147 0,02

ML42 0,80 0,47 0,78 0,44 0,100 0,03

AL42 1,18 0,64 1,16 0,62 0,413 0,05

CV43 0,01 0,04 0,01 0,03 0,339 0,01

MV43 0,02 0,05 0,02 0,07 0,339 0,01

AV43 2,00 0,55 1,98 0,59 0,467 0,06

CL43 0,67 0,37 0,65 0,36 0,211 0,04

ML43 1,25 0,43 1,27 0,42 0,247 0,03

AL43 1,67 0,45 1,64 0,45 0,074 0,04

CV16 0,58 0,70 0,59 0,70 0,789 0,03

MV16 0,59 0,63 0,57 0,63 0,049* 0,02

AV16 1,59 0,61 1,62 0,61 0,106 0,05

CL16 0,84 0,30 0,82 0,31 0,432 0,03

ML16 1,06 0,45 1,03 0,48 0,142 0,04

AL16 1,88 0,83 1,84 0,84 0,011* 0,04

CV26 0,98 1,18 0,95 1,18 0,054 0,04

MV26 0,97 1,03 0,97 1,04 0,742 0,02

AV26 1,86 1,05 1,88 1,04 0,236 0,04

CL26 0,77 0,32 0,74 0,31 0,005* 0,04

ML26 0,97 0,28 0,96 0,29 0,773 0,08

AL26 1,80 0,67 1,75 0,69 0,100 0,07

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

99

Tabela 5 – Teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade dos

dados.

Medida Grupo A Grupo B

T1 T2 T3 T2 T3

CV31 0,065 <0,001 * - 0,004* -

MV31 0,532 0,001 * <0,001 * 0,026 0,004 *

AV31 0,595 0,762 0,856 0,890 0,904

CL31 0,874 0,867 0,609 0,964 0,531

ML31 0,591 0,952 0,767 0,966 0,713

AL31 0,995 0,863 0,668 0,999 0,618

CV32 0,035 - - - <0,001 *

MV32 0,288 <0,001 * <0,001 * 0,004 * 0,004 *

AV32 0,812 0,965 0,495 0,788 0,381

CL32 0,703 0,996 0,904 0,980 0,664

ML32 0,523 0,990 0,936 0,795 0,983

AL32 0,956 0,950 0,971 0,920 0,920

CV33 0,027 * <0,001 * - 0,010 * -

MV33 0,192 0,004 * <0,001 * 0,111 0,004 *

AV33 0,985 0,999 0,988 0,999 0,981

CL33 0,991 0,997 0,984 0,972 1,000

ML33 0,999 0,993 0,977 0,994 0,861

AL33 0,978 0,288 1,000 0,320 0,998

CV41 0,035 <0,001 * - 0,004 * -

MV41 0,301 <0,001 * <0,001 * 0,011 0,004 *

AV41 0,717 0,997 0,966 0,953 0,798

CL41 0,823 0,319 0,676 0,518 0,931

ML41 0,901 0,978 0,629 0,902 0,299

AL41 0,975 0,992 0,587 0,974 0,528

* - desvio da normalidade estatisticamente significativo (p<0,05)

100

Tabela 5 (cont.) – Teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade

dos dados.

Medida Grupo A Grupo B

T1 T2 T3 T2 T3

CV42 0,032 * <0,001 * - - -

MV42 0,027 * <0,001 * <0,001 * 0,011 * 0,004 *

AV42 0,878 0,830 0,998 0,498 0,661

CL42 0,742 0,976 0,955 0,932 0,795

ML42 0,667 0,996 0,999 0,981 1,000

AL42 0,932 0,793 0,889 0,832 0,994

CV43 0,033 * <0,001 * <0,001 * 0,016 * 0,004 *

MV43 0,072 <0,001 * 0,010 * 0,043 * 0,064

AV43 0,993 0,922 0,585 0,646 0,735

CL43 0,999 0,987 0,702 0,699 0,959

ML43 0,983 1,000 1,000 0,998 0,991

AL43 0,998 0,945 0,701 0,972 0,824

CV16 0,702 0,992 0,957 0,955 0,999

MV16 0,939 0,458 0,354 0,942 0,637

AV16 0,931 0,967 0,981 0,986 0,804

CL16 0,963 0,787 0,659 0,977 0,644

ML16 0,906 0,865 0,912 0,687 0,734

AL16 0,962 0,244 0,383 0,345 0,564

CV26 0,358 0,864 0,986 0,878 1,000

MV26 0,530 0,496 0,947 0,677 0,615

AV26 0,427 0,832 0,995 0,871 0,986

CL26 0,997 0,957 0,996 0,999 0,992

ML26 0,854 0,942 0,502 0,828 0,930

AL26 0,741 0,342 0,653 0,845 0,916

* - desvio da normalidade estatisticamente significativo (p<0,05)

101

Tabela 6 – Comparação entre T1, T2 e T3 no grupo A (análise de variância a

um critério e teste post-hoc de Tukey). Medidas em milímetros.

Medida T1 T2 T3

p média Dp média dp média dp

CV31 0,11 a 0,16 0,03

ab 0,10

0,00

b 0,00 0,046*

MV31 0,25 a 0,21 0,10

b 0,16

0,08

b 0,15 0,004*

AV31 1,43 a 0,56 1,17

b 0,59

1,36

ab 0,76 0,044*

CL31 0,50 ab

0,39 0,34 a 0,25

0,67

b 0,53 0,001*

ML31 0,71 a 0,52 0,61

a 0,44

1,18

b 0,82 0,003*

AL31 1,37 0,63 1,45 0,55

1,48 0,79 0,760

CV32 0,15 0,28 0,00 0,00

0,00 0,00 0,068

MV32 0,17 a 0,17 0,09

ab 0,16

0,06

b 0,14 0,022*

AV32 1,40 0,48 1,30 0,76

1,45 0,82 0,602

CL32 0,60 a 0,37 0,64

a 0,23

0,88

b 0,38 0,002*

ML32 0,90 a 0,36 1,03

ab 0,28

1,22

b 0,39 0,007*

AL32 1,51 0,61 1,49 0,65

1,42 0,62 0,794

CV33 0,09 a 0,15 0,00

b 0,00

0,00

b 0,00 0,048*

MV33 0,23 0,30 0,18 0,28

0,26 0,43 0,402

AV33 1,50 a 0,62 1,37

a 0,61

1,95

b 1,03 0,003*

CL33 0,87 a 0,57 0,81

a 0,50

1,16

b 0,51 0,010*

ML33 1,75 1,03 1,56 0,72

1,60 0,70 0,440

AL33 2,48 a 0,92 2,50

a 0,89

1,97

b 0,65 0,010*

CV41 0,11 0,21 0,00 0,00

0,00 0,00 0,068

MV41 0,25 a 0,25 0,08

b 0,15

0,04

b 0,08 0,002*

AV41 1,65 a 0,64 1,17

b 0,49

1,37

ab 0,69 0,002*

CL41 0,49 a 0,36 0,40

a 0,29

0,76

b 0,63 0,008*

ML41 0,67 a 0,51 0,82

a 0,52

1,25

b 0,86 0,002*

AL41 1,43 0,63 1,61 0,78

1,71 0,89 0,237

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

Tempos com a mesma letra sobrescrita não possuem diferença estatisticamente significativa entre si.

102

Tabela 6 (cont.) – Comparação entre T1, T2 e T3 no grupo A.

Medida T1 T2 T3

p média Dp média dp média dp

CV42 0,10 0,19 0,02 0,07 0,00 0,00 0,103

MV42 0,11 0,20 0,05 0,18 0,00 0,00 0,179

AV42 1,41 0,55 1,39 0,61 1,51 0,72 0,490

CL42 0,59 a 0,30 0,55

a 0,29 0,93

b 0,64 0,015*

ML42 0,85 a 0,44 0,86

a 0,47 1,19

b 0,61 0,008*

AL42 1,56 0,56 1,44 0,66 1,39 0,72 0,513

CV43 0,10 0,18 0,07 0,16 0,00 0,00 0,110

MV43 0,16 0,23 0,11 0,20 0,19 0,23 0,222

AV43 1,68 a 0,75 1,68

a 0,86 2,10

b 0,76 0,027*

CL43 0,95 a 0,43 0,81

a 0,63 1,27

b 0,64 0,005*

ML43 1,84 a 0,94 1,52

b 0,89 1,62

ab 0,71 0,044*

AL43 2,57 a 1,04 2,31

ab 1,04 1,93

b 0,99 0,013*

CV16 1,09 a 0,57 0,75

b 0,41 0,56

b 0,43 0,002*

MV16 0,95 a 0,60 0,61

ab 0,43 0,55

b 0,46 0,020*

AV16 1,78 0,65 1,47 0,42 1,52 0,46 0,091

CL16 1,02 0,38 1,21 0,40 1,05 0,45 0,140

ML16 1,19 0,56 1,38 0,62 1,19 0,62 0,322

AL16 1,48 0,54 1,71 0,65 1,58 0,48 0,313

CV26 1,36 a 0,99 1,08

ab 0,57 0,80

b 0,63 0,042*

MV26 1,41 a 0,86 0,93

b 0,62 0,84

b 0,56 0,005

AV26 1,98 0,83 1,81 0,44 1,89 0,63 0,508

CL26 0,92 0,45 1,15 0,27 1,10 0,42 0,089

ML26 1,17 0,46 1,33 0,43 1,31 0,62 0,388

AL26 1,51 a 0,44 1,85 0,28 1,51 0,58 0,086

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

Tempos com a mesma letra sobrescrita não possuem diferença estatisticamente significativa entre si.

103

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

CV

31

MV

31

AV

31

CL31

ML31

AL31

CV

32

MV

32

AV

32

CL32

ML32

AL32

CV

33

MV

33

AV

33

CL33

ML33

AL33

CV

41

MV

41

AV

41

CL41

ML41

AL41

T1

T2

T3

Gráfico 1 – Média das medidas nos tempos T1, T2 e T3, no grupo A.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

CV

42

MV

42

AV

42

CL42

ML42

AL42

CV

43

MV

43

AV

43

CL43

ML43

AL43

CV

16

MV

16

AV

16

CL16

ML16

AL16

CV

26

MV

26

AV

26

CL26

ML26

AL26

T1

T2

T3

Gráfico 2 – Média das medidas nos tempos T1, T2 e T3, no grupo A.

104

Tabela 7 – Comparação entre T2 e T3 no grupo B (teste “t” pareado). Medidas

em milímetros.

Medida T2 T3

dif.

p Média dp média dp

CV31 0,03 0,09 0,00 0,00 0,03 0,341

MV31 0,10 0,18 0,02 0,08 0,08 0,147

AV31 1,61 0,50 1,96 0,82 -0,34 0,146

CL31 0,34 0,30 0,50 0,46 -0,16 0,124

ML31 0,58 0,40 0,84 0,75 -0,26 0,094

AL31 1,34 0,60 1,23 0,87 0,10 0,695

CV32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV32 0,03 0,11 0,03 0,08 0,01 0,341

AV32 1,80 0,45 1,79 0,70 0,01 0,967

CL32 0,48 0,27 0,70 0,41 -0,22 0,056

ML32 0,81 0,34 1,06 0,45 -0,24 0,038*

AL32 1,45 0,48 1,39 0,68 0,06 0,704

CV33 0,03 0,07 0,00 0,00 0,03 0,168

MV33 0,14 0,24 0,02 0,08 0,12 0,102

AV33 2,42 0,65 2,61 0,80 -0,19 0,279

CL33 0,93 0,39 1,17 0,43 -0,24 0,029*

ML33 1,68 0,72 1,69 0,48 -0,01 0,958

AL33 2,25 0,68 2,08 0,70 0,18 0,327

CV41 0,02 0,05 0,00 0,00 0,02 0,341

MV41 0,07 0,16 0,04 0,12 0,03 0,238

AV41 1,61 0,56 1,75 0,91 -0,14 0,616

CL41 0,36 0,25 0,51 0,34 -0,15 0,191

ML41 0,75 0,44 1,03 0,86 -0,28 0,204

AL41 1,38 0,52 1,43 0,81 -0,05 0,817

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

105

Tabela 7 (cont.) – Comparação entre T2 e T3 no grupo B.

Medida T2 T3

dif.

p Média dp média dp

CV42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV42 0,11 0,25 0,06 0,18 0,05 0,250

AV42 1,85 0,80 1,92 0,75 -0,07 0,608

CL42 0,51 0,39 0,76 0,49 -0,25 0,122

ML42 0,87 0,63 1,20 0,65 -0,33 0,019*

AL42 1,30 0,89 1,59 0,90 -0,29 0,130

CV43 0,05 0,12 0,02 0,07 0,02 0,170

MV43 0,19 0,39 0,19 0,43 0,01 0,850

AV43 2,31 0,70 2,67 0,80 -0,36 0,009*

CL43 0,89 0,29 0,90 0,23 -0,01 0,957

ML43 1,85 0,55 1,62 0,41 0,23 0,103

AL43 2,31 0,64 2,18 0,81 0,13 0,329

CV16 0,93 0,52 0,60 0,44 0,34 0,010*

MV16 1,12 0,69 0,76 0,73 0,36 0,009*

AV16 1,71 0,63 1,43 0,86 0,28 0,118

CL16 0,91 0,27 0,93 0,35 -0,02 0,788

ML16 1,13 0,46 1,12 0,42 0,01 0,970

AL16 1,45 0,78 1,33 0,68 0,12 0,217

CV26 0,88 0,44 0,64 0,48 0,25 0,008*

MV26 0,92 0,60 0,82 0,68 0,10 0,203

AV26 1,39 0,92 1,58 0,89 -0,18 0,114

CL26 0,86 0,44 0,86 0,34 0,00 0,976

ML26 1,19 0,40 1,10 0,39 0,09 0,445

AL26 1,62 0,67 1,54 0,50 0,08 0,546

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

106

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

CV

31

MV

31

AV

31

CL31

ML31

AL31

CV

32

MV

32

AV

32

CL32

ML32

AL32

CV

33

MV

33

AV

33

CL33

ML33

AL33

CV

41

MV

41

AV

41

CL41

ML41

AL41

T2

T3

Gráfico 3 – Média das medidas nos tempos T2 e T3, no grupo B.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

CV

42

MV

42

AV

42

CL42

ML42

AL42

CV

43

MV

43

AV

43

CL43

ML43

AL43

CV

16

MV

16

AV

16

CL16

ML16

AL16

CV

26

MV

26

AV

26

CL26

ML26

AL26

T2

T3

Gráfico 4 – Média das medidas nos tempos T2 e T3, no grupo B.

107

Tabela 8 – Comparação entre os Grupos A e B no tempo T2 (teste “t” pareado).

Medidas em milímetros.

Medida Grupo A Grupo B

dif.

P Média dp média dp

CV31 T2 0,03 0,10 0,03 0,09 0,00 0,928

MV31 T2 0,10 0,16 0,10 0,18 0,00 0,980

AV31 T2 1,17 0,59 1,61 0,50 0,45 0,071

CL31 T2 0,34 0,25 0,34 0,30 0,01 0,957

ML31 T2 0,61 0,44 0,58 0,40 -0,03 0,852

AL31 T2 1,45 0,55 1,34 0,60 -0,11 0,644

CV32 T2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV32 T2 0,09 0,16 0,03 0,11 -0,05 0,363

AV32 T2 1,30 0,76 1,80 0,45 0,49 0,079

CL32 T2 0,64 0,23 0,48 0,27 -0,16 0,148

ML32 T2 1,03 0,28 0,81 0,34 -0,22 0,124

AL32 T2 1,49 0,65 1,45 0,48 -0,04 0,882

CV33 T2 0,00 0,00 0,03 0,07 0,03 0,152

MV33 T2 0,18 0,28 0,14 0,24 -0,04 0,722

AV33 T2 1,37 0,61 2,42 0,65 1,06 0,001*

CL33 T2 0,81 0,50 0,93 0,39 0,13 0,516

ML33 T2 1,56 0,72 1,68 0,72 0,12 0,690

AL33 T2 2,50 0,89 2,25 0,68 -0,24 0,482

CV41 T2 0,00 0,00 0,02 0,05 0,02 0,329

MV41 T2 0,08 0,15 0,07 0,16 -0,01 0,861

AV41 T2 1,17 0,49 1,61 0,56 0,44 0,066

CL41 T2 0,40 0,29 0,36 0,25 -0,04 0,714

ML41 T2 0,82 0,52 0,75 0,44 -0,07 0,737

AL41 T2 1,61 0,78 1,38 0,52 -0,23 0,429

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

108

Tabela 8 (cont.) – Comparação entre os Grupos A e B no tempo T2.

Medida

Grupo A Grupo B

dif.

P

Média dp média dp

CV42 T2 0,02 0,07 0,00 0,00 -0,02 0,329

MV42 T2 0,05 0,18 0,11 0,25 0,06 0,549

AV42 T2 1,39 0,61 1,85 0,80 0,46 0,148

CL42 T2 0,55 0,29 0,51 0,39 -0,04 0,788

ML42 T2 0,86 0,47 0,87 0,63 0,01 0,964

AL42 T2 1,44 0,66 1,30 0,89 -0,14 0,683

CV43 T2 0,07 0,16 0,05 0,12 -0,02 0,741

MV43 T2 0,11 0,20 0,19 0,39 0,09 0,520

AV43 T2 1,68 0,86 2,31 0,70 0,63 0,077

CL43 T2 0,81 0,63 0,89 0,29 0,08 0,717

ML43 T2 1,52 0,89 1,85 0,55 0,33 0,305

AL43 T2 2,31 1,04 2,31 0,64 0,00 0,992

CV16 T2 0,75 0,41 0,93 0,52 0,18 0,379

MV16 T2 0,61 0,43 1,12 0,69 0,51 0,049*

AV16 T2 1,47 0,42 1,71 0,63 0,24 0,309

CL16 T2 1,21 0,40 0,91 0,27 -0,30 0,051

ML16 T2 1,38 0,62 1,13 0,46 -0,25 0,286

AL16 T2 1,71 0,65 1,45 0,78 -0,26 0,405

CV26 T2 1,08 0,57 0,88 0,44 -0,20 0,370

MV26 T2 0,93 0,62 0,92 0,60 -0,01 0,972

AV26 T2 1,81 0,44 1,39 0,92 -0,41 0,194

CL26 T2 1,15 0,27 0,86 0,44 -0,29 0,082

ML26 T2 1,33 0,43 1,19 0,40 -0,13 0,456

AL26 T2 1,85 0,28 1,62 0,67 -0,23 0,296

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

109

Tabela 9 – Comparação entre os grupos A e B no tempo T3 (teste “t” pareado).

Medidas em milímetros.

Medida

G1 G2

dif.

p

Média dp média dp

CV31 T3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV31 T3 0,08 0,15 0,02 0,08 -0,06 0,266

AV31 T3 1,36 0,76 1,96 0,82 0,59 0,092

CL31 T3 0,67 0,53 0,50 0,46 -0,16 0,454

ML31 T3 1,18 0,82 0,84 0,75 -0,34 0,320

AL31 T3 1,48 0,79 1,23 0,87 -0,25 0,485

CV32 T3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV32 T3 0,06 0,14 0,03 0,08 -0,04 0,455

AV32 T3 1,45 0,82 1,79 0,70 0,34 0,310

CL32 T3 0,88 0,38 0,70 0,41 -0,19 0,284

ML32 T3 1,22 0,39 1,06 0,45 -0,16 0,383

AL32 T3 1,42 0,62 1,39 0,68 -0,03 0,913

CV33 T3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV33 T3 0,26 0,43 0,02 0,08 -0,24 0,082

AV33 T3 1,95 1,03 2,61 0,80 0,66 0,108

CL33 T3 1,16 0,51 1,17 0,43 0,02 0,932

ML33 T3 1,60 0,70 1,69 0,48 0,09 0,720

AL33 T3 1,97 0,65 2,08 0,70 0,10 0,726

CV41 T3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV41 T3 0,04 0,08 0,04 0,12 0,00 1,000

AV41 T3 1,37 0,69 1,75 0,91 0,38 0,284

CL41 T3 0,76 0,63 0,51 0,34 -0,24 0,277

ML41 T3 1,25 0,86 1,03 0,86 -0,22 0,561

AL41 T3 1,71 0,89 1,43 0,81 -0,28 0,455

110

Tabela 9 (cont.) – Comparação entre os grupos A e B no tempo T3.

Medida

G1 G2

dif.

p

Média dp média dp

CV42 T3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV42 T3 0,00 0,00 0,06 0,18 0,06 0,329

AV42 T3 1,51 0,72 1,92 0,75 0,41 0,201

CL42 T3 0,93 0,64 0,76 0,49 -0,17 0,498

ML42 T3 1,19 0,61 1,20 0,65 0,01 0,968

AL42 T3 1,39 0,72 1,59 0,90 0,20 0,570

CV43 T3 0,00 0,00 0,02 0,07 0,02 0,329

MV43 T3 0,19 0,23 0,19 0,43 0,00 0,995

AV43 T3 2,10 0,76 2,67 0,80 0,57 0,100

CL43 T3 1,27 0,64 0,90 0,23 -0,37 0,086

ML43 T3 1,62 0,71 1,62 0,41 0,00 0,991

AL43 T3 1,93 0,99 2,18 0,81 0,24 0,533

CV16 T3 0,56 0,43 0,60 0,44 0,04 0,850

MV16 T3 0,55 0,46 0,76 0,73 0,21 0,424

AV16 T3 1,52 0,46 1,43 0,86 -0,09 0,772

CL16 T3 1,05 0,45 0,93 0,35 -0,12 0,510

ML16 T3 1,19 0,62 1,12 0,42 -0,07 0,760

AL16 T3 1,58 0,48 1,33 0,68 -0,24 0,341

CV26 T3 0,80 0,63 0,64 0,48 -0,16 0,518

MV26 T3 0,84 0,56 0,82 0,68 -0,02 0,946

AV26 T3 1,89 0,63 1,58 0,89 -0,31 0,353

CL26 T3 1,10 0,42 0,86 0,34 -0,24 0,158

ML26 T3 1,31 0,62 1,10 0,39 -0,21 0,356

AL26 T3 1,51 0,58 1,54 0,50 0,03 0,895

111

Tabela 10 – Comparação da variação de T2 para T3 entre os Grupos A e B

(teste “t” pareado). Medidas em milímetros.

Medida Grupo A Grupo B

dif.

p média dp média dp

CV31 T3-T2 -0,03 0,10 -0,03 0,09 0,00 0,928

MV31 T3-T2 -0,02 0,08 -0,08 0,17 -0,06 0,320

AV31 T3-T2 0,20 0,31 0,34 0,72 0,15 0,540

CL31 T3-T2 0,33 0,32 0,16 0,32 -0,17 0,231

ML31 T3-T2 0,57 0,47 0,26 0,47 -0,31 0,142

AL31 T3-T2 0,03 0,43 -0,10 0,85 -0,14 0,635

CV32 T3-T2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV32 T3-T2 -0,02 0,07 -0,01 0,03 0,02 0,478

AV32 T3-T2 0,15 0,23 -0,01 0,65 -0,15 0,464

CL32 T3-T2 0,24 0,25 0,22 0,34 -0,03 0,842

ML32 T3-T2 0,19 0,23 0,24 0,34 0,06 0,652

AL32 T3-T2 -0,07 0,34 -0,06 0,55 0,01 0,978

CV33 T3-T2 0,00 0,00 -0,03 0,07 -0,03 0,152

MV33 T3-T2 0,08 0,22 -0,12 0,22 -0,20 0,048*

AV33 T3-T2 0,58 0,59 0,19 0,54 -0,39 0,120

CL33 T3-T2 0,35 0,28 0,24 0,31 -0,11 0,399

ML33 T3-T2 0,04 0,38 0,01 0,56 -0,03 0,879

AL33 T3-T2 -0,52 0,44 -0,18 0,57 0,34 0,130

CV41 T3-T2 0,00 0,00 -0,02 0,05 -0,02 0,329

MV41 T3-T2 -0,05 0,08 -0,03 0,09 0,01 0,752

AV41 T3-T2 0,20 0,42 0,14 0,93 -0,06 0,856

CL41 T3-T2 0,35 0,43 0,15 0,36 -0,20 0,252

ML41 T3-T2 0,42 0,58 0,28 0,68 -0,15 0,589

AL41 T3-T2 0,10 0,55 0,05 0,73 -0,05 0,861

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

112

Tabela 10 (cont.): Comparação da variação de T2 para T3 entre os Grupos A e

B.

Medida Grupo A Grupo B

dif.

p média dp média dp

CV42 T3-T2 -0,02 0,07 0,00 0,00 0,02 0,329

MV42 T3-T2 -0,05 0,18 -0,05 0,15 0,00 0,990

AV42 T3-T2 0,11 0,35 0,07 0,45 -0,04 0,807

CL42 T3-T2 0,38 0,55 0,25 0,50 -0,13 0,576

ML42 T3-T2 0,33 0,44 0,33 0,39 0,00 1,000

AL42 T3-T2 -0,05 0,55 0,29 0,58 0,34 0,178

CV43 T3-T2 -0,07 0,16 -0,02 0,06 0,04 0,417

MV43 T3-T2 0,08 0,16 -0,01 0,14 -0,09 0,183

AV43 T3-T2 0,42 0,58 0,36 0,37 -0,05 0,810

CL43 T3-T2 0,45 0,44 0,01 0,38 -0,45 0,019*

ML43 T3-T2 0,10 0,43 -0,23 0,43 -0,33 0,083

AL43 T3-T2 -0,38 0,54 -0,13 0,42 0,25 0,243

CV16 T3-T2 -0,19 0,30 -0,34 0,36 -0,14 0,318

MV16 T3-T2 -0,06 0,28 -0,36 0,37 -0,30 0,045*

AV16 T3-T2 0,04 0,34 -0,28 0,54 -0,32 0,110

CL16 T3-T2 -0,17 0,27 0,02 0,25 0,19 0,112

ML16 T3-T2 -0,19 0,47 -0,01 0,47 0,18 0,368

AL16 T3-T2 -0,13 0,52 -0,12 0,30 0,02 0,932

CV26 T3-T2 -0,29 0,58 -0,25 0,25 0,04 0,833

MV26 T3-T2 -0,09 0,44 -0,10 0,24 -0,01 0,952

AV26 T3-T2 0,08 0,37 0,18 0,35 0,10 0,513

CL26 T3-T2 -0,05 0,33 0,00 0,39 0,05 0,767

ML26 T3-T2 -0,01 0,48 -0,09 0,37 -0,08 0,684

AL26 T3-T2 -0,35 0,65 -0,08 0,43 0,26 0,275

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

113

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

CV

31

MV

31

AV

31

CL31

ML31

AL31

CV

32

MV

32

AV

32

CL32

ML32

AL32

CV

33

MV

33

AV

33

CL33

ML33

AL33

CV

41

MV

41

AV

41

CL41

ML41

AL41

G1

G2

Gráfico 5 – Média variação entre T2-T3 das medidas nos grupos A (G1) e B

(G2).

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

CV

42

MV

42

AV

42

CL42

ML42

AL42

CV

43

MV

43

AV

43

CL43

ML43

AL43

CV

16

MV

16

AV

16

CL16

ML16

AL16

CV

26

MV

26

AV

26

CL26

ML26

AL26

G1

G2

Gráfico 6 – Média variação entre T2-T3 das medidas nos grupos A (G1) e B

(G2).

114

Tabela 11 – Correlação de IMPA com valores da tábua óssea nas regiões

31 e 41, em T2 e T3, entre os grupos A e B.

T.O. IMPA T2 IMPA T3

R p r p

CV31 0,05 0,835 - -

MV31 -0,03 0,878 0,12 0,609

AV31 0,01 0,970 -0,01 0,965

CL31 0,38 0,082 0,60 0,003*

ML31 0,28 0,209 0,47 0,026

AL31 0,09 0,682 0,35 0,109

CV41 0,06 0,799 - -

MV41 0,03 0,896 0,11 0,622

AV41 0,17 0,438 0,12 0,593

CL41 0,19 0,409 0,61 0,003*

ML41 0,15 0,504 0,43 0,047*

AL41 -0,06 0,786 0,23 0,306

* - correlação estatisticamente significativa (p<0,05)

115

Tabela 12 – Correlação de IMPA com valores da tábua óssea nas regiões

31 e 41, em T1, T2 e T3, dos pacientes do grupo A.

2, T.O. IMPA T1 IMPA T2 IMPA T3

R P r P r p

CV31 -0,06 0,858 0,10 0,762 - -

MV31 0,24 0,484 -0,03 0,924 0,23 0,489

AV31 0,24 0,481 -0,13 0,701 0,17 0,614

CL31 0,42 0,200 0,40 0,225 0,64 0,035*

ML31 0,43 0,181 0,30 0,365 0,50 0,117

AL31 0,34 0,302 0,11 0,748 0,24 0,470

CV41 -0,32 0,341 - - - -

MV41 0,04 0,901 0,07 0,841 0,36 0,271

AV41 0,38 0,250 0,15 0,666 0,54 0,084

CL41 0,30 0,369 0,54 0,087 0,66 0,026*

ML41 0,40 0,218 0,26 0,434 0,45 0,160

AL41 0,21 0,536 -0,09 0,797 0,12 0,729

* - correlação estatisticamente significativa (p<0,05)

116

Tabela 13 – Correlação de 6-PP com valores da tábua óssea nas regiões

16 e 26, em T2 e T3, entre os grupos A e B.

Tábua

Ossea

6-PP T2 6-PP T3

r p r p

CV16 0,03 0,905 -0,24 0,284

MV16 0,03 0,898 0,00 0,999

AV16 -0,05 0,810 -0,26 0,234

CL16 -0,27 0,222 -0,27 0,228

ML16 -0,27 0,225 0,02 0,913

AL16 -0,50 0,018* -0,53 0,012

CV26 -0,35 0,108 -0,33 0,137

MV26 -0,35 0,111 -0,28 0,213

AV26 -0,32 0,148 -0,35 0,109

CL26 -0,19 0,393 -0,33 0,132

ML26 -0,02 0,916 -0,19 0,406

AL26 -0,33 0,134 -0,42 0,050

* - correlação estatisticamente significativa (p<0,05)

117

Tabela 14 – Correlação de 6-PP com valores da tábua óssea nas regiões

16 e 26, em T1, T2 e T3, dos pacientes do grupo A.

Tábua Ossea

6-PP T1 6-PP T2 6-PP T3

R p R p r p

CV16 0,37 0,258 0,47 0,148 0,12 0,724

MV16 0,08 0,818 0,09 0,801 0,26 0,442

AV16 -0,46 0,157 -0,25 0,449 -0,44 0,176

CL16 0,15 0,662 -0,05 0,883 -0,09 0,787

ML16 0,05 0,873 -0,09 0,782 0,20 0,557

AL16 -0,04 0,913 -0,23 0,488 -0,24 0,470

CV26 0,11 0,756 -0,22 0,525 -0,30 0,362

MV26 -0,17 0,610 -0,45 0,164 -0,28 0,406

AV26 -0,02 0,945 -0,16 0,644 -0,33 0,325

CL26 0,10 0,768 0,29 0,384 0,07 0,847

ML26 0,10 0,766 0,26 0,431 0,00 0,994

AL26 -0,24 0,486 0,24 0,480 -0,23 0,504

118

Tabela 15 – Comparação entre tomografias com voxel 0,4mm e 0,2mm das

medidas executadas no Grupo A em T3.

Medida Voxel 0,4mm Voxel 0,2mm

dif.

p Média dp média dp

CV31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV31 0,08 0,15 0,09 0,17 -0,01 0,176

AV31 1,36 0,76 1,33 0,74 0,03 0,224

CL31 0,67 0,53 0,72 0,77 -0,05 0,567

ML31 1,18 0,82 1,13 0,78 0,05 0,203

AL31 1,48 0,79 1,49 0,81 -0,01 0,678

CV32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV32 0,06 0,14 0,07 0,15 0,00 0,905

AV32 1,45 0,82 1,46 0,79 -0,01 0,691

CL32 0,88 0,38 0,89 0,40 -0,01 0,309

ML32 1,22 0,39 1,21 0,40 0,00 0,972

AL32 1,42 0,62 1,43 0,62 -0,01 0,884

CV33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV33 0,26 0,43 0,28 0,45 -0,02 0,068

AV33 1,95 1,03 1,96 1,02 -0,01 0,766

CL33 1,16 0,51 1,18 0,50 -0,02 0,544

ML33 1,60 0,70 1,65 0,73 -0,05 0,023

AL33 1,97 0,65 1,90 0,66 0,07 0,095

CV41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV41 0,04 0,08 0,05 0,12 -0,02 0,192

AV41 1,37 0,69 1,32 0,69 0,05 0,088

CL41 0,76 0,63 0,79 0,65 -0,04 0,079

ML41 1,25 0,86 1,28 0,89 -0,03 0,229

AL41 1,71 0,89 1,72 0,89 -0,01 0,745

119

Tabela 15 (cont.)– Comparação entre tomografias com voxel 0,4mm e 0,2mm

das medidas executadas no Grupo A em T3.

Medida Voxel 0,4mm Voxel 0,2mm

dif.

p Média dp média dp

CV42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -

MV42 0,00 0,00 0,03 0,09 -0,03 0,341

AV42 1,51 0,72 1,60 0,68 -0,09 0,043

CL42 0,93 0,64 0,95 0,61 -0,03 0,406

ML42 1,19 0,61 1,15 0,60 0,04 0,329

AL42 1,39 0,72 1,25 0,64 0,14 0,148

CV43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,000

MV43 0,19 0,23 0,22 0,30 -0,04 0,243

AV43 2,10 0,76 2,15 0,79 -0,05 0,158

CL43 1,27 0,64 1,31 0,69 -0,05 0,293

ML43 1,62 0,71 1,64 0,69 -0,02 0,516

AL43 1,93 0,99 1,87 0,84 0,06 0,375

CV16 0,56 0,43 0,61 0,49 -0,05 0,281

MV16 0,55 0,46 0,59 0,45 -0,04 0,138

AV16 1,52 0,46 1,53 0,43 -0,02 0,698

CL16 1,05 0,45 1,12 0,42 -0,07 0,021*

ML16 1,19 0,62 1,22 0,64 -0,03 0,344

AL16 1,58 0,48 1,52 0,48 0,06 0,328

CV26 0,80 0,63 0,82 0,63 -0,03 0,491

MV26 0,84 0,56 0,85 0,55 -0,01 0,590

AV26 1,89 0,63 1,79 0,59 0,10 0,224

CL26 1,10 0,42 1,12 0,42 -0,02 0,257

ML26 1,31 0,62 1,31 0,70 0,01 0,899

AL26 1,51 0,58 1,50 0,58 0,00 0,946

* - diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

DISCUSSÃO

121

6. DISCUSSÃO

Com o propósito de tornar mais objetiva a interpretação dos resultados deste

trabalho, discussões acerca dos aspectos inerentes ao erro intra-examinador, à

amostra, da compatibilidade entre os grupos, da metodologia empregada e do erro

intra-examinador serão previamente realizadas. A seguir, proceder-se-á a análise

dos resultados das medidas de tábua óssea vestibular e lingual nos diversos sítios

envolvidos, além da comparação entre os grupos nas fases inicial (somente no

grupo A), pré-instalação do aparelho ortopédico funcional fixo e após a remoção do

aparelho ortopédico funcional fixo (para ambos os grupos A e B). Por fim serão

realizados comentários sobre considerações clínicas.

6.1 ERRO DO MÉTODO

HOUSTON64 (1983) classificou os erros metodológicos em sistemático e

casual. O erro sistemático ocorre quando o examinador muda sua técnica de

mensuração com o passar do tempo e de modo inconsciente tende a super ou

subestimar as medidas de acordo com os resultados esperados, refletindo uma falta

de padronização do método.

O erro casual é resultado de dificuldades encontradas pelo examinador em

definir os limites das medições. Tal erro do método (DAHLBERG35, 1940) não

depende do tamanho da amostra. Apenas da comparação entre resultados iniciais e

finais.

Com o intuito de demonstrar a confiabilidade das medidas obtidas e

conseqüentemente dos resultados, realizou-se a avaliação da metodologia

empregada, para a obtenção do erro do método. Para a verificação do erro intra-

examinador, 16 tomografias (24,24% do total de medições realizadas), selecionadas

aleatoriamente, foram utilizadas para a obtenção de novas medições, após um

período mínimo de dois meses.

122

Na Tabela 4 está evidenciada a comparação dos valores obtidos na primeira

e na segunda medição com a aplicação do teste “t” de Student (amostras pareadas)

com nível de significância de 5%, obteve-se 87,5% de precisão e coerência durante

a marcação dos pontos e realização das medidas, o que demonstra que o

pesquisador estava devidamente calibrado.

Além disso para que se considere um erro como sendo alto ou baixo não se

leva em conta somente os resultados da análise estatística, mas também

clinicamente. Como exemplo, na Tabela 4, em CV42, o erro deu 0,01. Significa que

a cada vez que repetimos tal medida a discrepância pode ficar em 0,01. Para

avaliação das tábuas ósseas, essa maginitude não tem muita importância, pois uma

diferença dessa magnitude não levaria um ortodontista clínico a fazer um

tratamento de forma diferente.

Quando se utiliza uma amostra com um “n” pequeno é mais provável que o

teste estatístico não apresente resultados significantes; no entanto, justifica-se o “n”

da amostra, pelos rigorosos critérios de inclusão e exclusão da amostra deste

estudo.

6.2 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Na seleção da amostra, com o objetivo de aumentar a confiabilidade dos

resultados desta pesquisa, vários critérios foram considerados:

1 Idade inicial variando entre 13 e 19 anos: a opção por essa faixa etária

se deu pela escassez de trabalhos que tivessem avaliado resultados,

especialmente sobre o periodonto, após o uso de aparelhos ortopédicos

funcionais fixos em pacientes jovens adultos. Para isso e com a finalidade

de se obter uma amostra pareada, tornando os resultados mais confiáveis

e passíveis de comparação, todos os pacientes tratados encontravam-se

nos estágios IV ou V da curva de maturidade óssea, segundo BACETTI,

FRANCHI, McNAMARA10 (2002). Ou seja, pelo menos um a dois anos

após o pico de crescimento mandibular.

123

2 Maloclusão inicial de Classe II, 1ª divisão de Angle, com severidade

mínima de ½ Classe II de Andrews, avaliada por meio de exame clínico

em relação cêntrica e trespasse horizontal mínimo de 5 mm: objetivando-

se obter uma amostra o mais homogênea possível, foram excluídos os

pacientes que apresentavam maloclusão de Classe II subdivisão. As

características próprias dessas maloclusões poderiam influenciar nos

resultados e no tempo de tratamento (LIMA75, 2007). Pelos mesmos

motivos, pacientes que apresentavam relação oclusal em caninos menor

que ½ Classe II ou trespasse horizontal menor que 5 mm, avaliados em

relação cêntrica, utilizando-se o método de DAWSON36 (2008) foram

excluídos da amostra.

3 Presença de supranumerários, agenesias, histórico de tratamento

prévio ou perdas de dentes permanentes, visto que em tais situações o

desenvolvimento pode gerar condições de tratamento que exigem

demandas mecânicas específicas, com maiores graus de complexidade, o

que não é objeto desse estudo;

4 Arco inferior exibindo máximo de 4 mm ou nenhum apinhamento,

avaliados por meio do paquímetro digital com precisão de décimos de

milímetro: porque apinhamentos mais severos poderiam demandar mais

tempo de tratamento prévio à instalação dos ortopédicos funcionais fixos,

gerar condição de extensos movimentos e, se presentes em áreas de

avaliação, restar influentes sobre os resultados das medições de tábuas

ósseas, ou mesmo, ser indicação para extrações dentárias;

5 Perfil facial convexo, com retrognatismo mandibular e padrão de

crescimento horizontal ou neutro: não somente a condição oclusal foi

levada em conta, mas a análise facial (CAPELOZZA19, 2004) para que

todos os pacientes da amostra apresentassem padrão II com

retrognatismo mandibular, condição mais prevalente130; 103; 11; 128; 61 e com

mais adequada indicação para tratamento com aparelhos ortopédicos

funcionais fixos130; 103; 99; 101; 79; 30; 11; 73; 97; 128; 32; 29; 61; 83; 31; 105; 33. Além disso,

por análise facial, pacientes com padrão de crescimento vertical excessivo

não foram admitidos;

124

6 Lábios com selamento passivo em repouso. Todos os pacientes foram

examinados por fonoaudióloga da UMESP, com experiência clínica em

motricidade oral. Casos de ausência de selamento labial passivo na

posição natural de repouso não foram admitidos na amostra; sendo assim,

nenhum paciente da amostra apresentava o hábito de interposição labial

ao início do tratamento.

A amostra consistiu de 77 tomografias computadorizadas de feixe cônico

(TCFC): 55 obtidas de 11 pacientes do grupo A (Twin Force), nos tempos T1 (11),

T2 (11), T3 (11), todas com voxel 0,4 mm e, também em T3 (11 da maxila e 11 da

mandíbula, com voxel 0,2 mm); e 22 obtidas dos pacientes do Grupo B (Forsus) nos

tempos T2 e T3.

Em cada tomografia foram medidas 48 variáveis. Por fim foram obtidas 3.168

medições de tábua óssea alveolar vestibular e lingual, além de 768 para erro do

método.

Justifica-se o tamanho reduzido da amostra (total de 22 pacientes) pela

necessidade de obtenção de TCFC, meios diagnósticos ainda relativamente

onerosos, e pela dificuldade em se obter grupo de pacientes que atendessem os

critérios acima descritos (amostra pareada), visto que se trata de pesquisa

prospectiva. Além disso, pesquisas que versaram sobre temas semelhantes

apresentaram “n” compatíveis38; 49; 111.

Como resultado, das 48 variáveis utilizadas na amostra, apenas sete não

apresentaram distribuição normal, todas referentes às áreas cervical e médio

vestibular de incisivos e caninos inferiores. Nessas regiões houve significante

ocorrência de medidas iguais a zero, com interpretação que, oportunamente será

realizada, ainda nessa discussão. Por essa razão, o presente trabalho utilizou testes

paramétricos para comparação entre os grupos A e B.

125

6.3 METODOLOGIA EMPREGADA

A visualização e mensuração do osso alveolar vestibular e lingual não tem

sido alcançada por meios convencionais em radiografias periapicais, interproximais

ou telerradiografias47; 48; 134; 108. No entanto, estudos134; 46 sugerem haver

predisposição para perdas ósseas alveolares em pacientes com tábuas ósseas

delgadas, em incisivos inferiores e dentes em posição excêntrica, principalmente em

pacientes hiperdivergentes.

Com o advento de novas tecnologias em tomografia, em 1998, MOZZO et

al.86 lançaram a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) para uso

odontológico, que permitiu a produção de aparelhos com custos mais baixos que os

exames tradicionalmente usados em medicina121, com menores doses de radiação53;

51; 121; 50 e com satisfatória qualidade de imagens. O equipamento adquire imagens

bidimensionais112 que são processadas por um software para a obtenção das

imagens tridimensionais121; 50.

Nos últimos anos, muitas pesquisas foram realizadas para testar a acurácia

da TCFC. Alguns autores95; 14; 74; 76; 82 concluíram que a resolução espacial e

medições de precisão são dependentes de grandezas como o tamanho do voxel

utilizado, o tempo de exposição, a miliamperagem, os algoritmos de reconstrução,

quantidade de escalas de cinza, a unidade FOV (campo de exposição), para evitar

dispersão e surgimento de ruído, a estabilização do paciente para evitar movimentos

e a presença de metais na área de interesse, que levam ao surgimento de artefatos.

Muitos trabalhos72; 95; 81; 129; 1; 12; 14; 82, no entanto, sugerem que a TCFC tem acurácia,

com resolução espacial e precisão de medidas que permitem o uso clínico e em

pesquisas em odontologia e, especificamente, na ortodontia.

A maioria das pesquisas, no entanto, foi realizada em animais ou em crânios

secos, tanto em 2D quanto em 3D. Outro aspecto importante é que a maioria dos

estudos, como os citados no parágrafo anterior, avalia casos sem artefatos

ortodônticos (braquetes, fios, bandas); ou seja avaliam somente em imagens

radiográficas ao início e ao final do tratamento, situações onde o paciente já se

encontra sem artefatos, diferente do presente estudo, que avaliou antes da

126

instalação e ao final da instalação do propulsor mandibular. O que pode levar a

maior dificuldade de visualização da tábua óssea, principalmente em área cevical,

mais próxima aos metais da aparelhagem ortodôntica.

A título de exemplo, no grupo A, tomemos a variável CV (cervical vestibular)

em incisivos, que apresentaram espessuras muito reduzidas nas tábuas ósseas ou

ausência de estruturas mensuráveis (deiscências), ainda na fase prévia ao

tratamento (T1, com os pacientes ainda livres de metais). Na etapa prévia ao Twin

Force (T2), já não foi possível visualizar espessura óssea ou estruturas ainda mais

delgadas foram identificadas, terminando por quase inexistir tábua óssea nessa

região, na fase final com aparelho ortopédico funcional fixo (T3). No entanto, tal

perda óssea pode ter ocorrido em razão do nivelamento ou a não identificação de

espessura óssea pode ter ocorrido pela presença de metal no momento da TCFC, o

que pode ter gerado artefato? A resposta parece-nos clara quanto a redução medida

da espessura óssea nessa região, e que realmente ocorreu, pela inclinação que

esses dentes sofreram e pelo significante aumento de espessura em cervical lingual

(Tabelas 7, 9, 11 e 12). Por outro lado, para que se tenha certeza que a redução

medida não teve influência da presença de metais, novos estudos com a remoção

dos metais para a realização das TCFC podem ser conduzidos. Além disso, como

demonstrado em estudos em animais123; 125, em avaliações futuras nessa mesma

amostra, já sem a aparelhagem ortodôntica, e com os incisivos em posições

consolidadas, novas TCFC podem ser obtidas, para averiguação das medidas

ósseas vestibulares, que será tema de um próximo estudo.

Diversas metodologias para obtenção de medidas dentoalveolares com a

utilização da TCFC têm sido descritas na literatura111; 13; 25; 41. SARIKAYA et al111

(2002) marcaram pontos a cada três mm a partir da junção amelocementária, em

sentido apical. Ao todo marcaram três pontos em cada dente, e sobre cada ponto,

perpendicularmente ao longo eixo, medidas das distâncias da superfícies radiculares

até a superfície externa do osso alveolar foram obtidas.

Nesse estudo optou-se por utilizar metodologia semelhante. No entanto, para

simplificação da técnica e melhor distribuição, cinco pontos equidistantes foram

marcados ao longo das raízes: sobre a junção amelocementária, sobre o ápice

radicular e mais três pontos intermediários. Somente os três pontos intermediários

127

serviram de referência para o traçado de linhas perpendiculares ao longo eixo dental

e para a medição, desde a superfície radicular até a superfície externa do osso

alveolar, por vestibular e por lingual. Portanto para cada dente, seis medidas foram

obtidas, três por vestibular: cervical vestibular (CV), médio vestibular (MV) e apical

vestibular (AV) e três por lingual: cervical lingual (CL), médio lingual (ML) e apical

lingual (AL).

A escolha de tal método se deu em função da objetividade da medição direta,

com referências nos dentes e da possibilidade de se fazer as medições em cortes

parassagitais e, ao mesmo tempo, conferir as espessuras ósseas nas imagens de

cortes axiais, disponíveis no programa utilizado. Além disso, justifica-se a escolha

dos pontos C, M e A porque mantém distâncias do ápice, onde há dificuldades para

medições influenciadas pelas inclinações dentárias e da junção amelocementária,

onde não se identificaria estruturas ósseas alveolares.

6.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESULTADOS

Atualmente, dentre os objetivos da ortodontia e da ortopedia facial encontram-

se a obtenção de oclusão estética, funcional e estável, além de equilíbrio anatômico-

funcional da face, e ainda, sem causar danos às estruturas periodontais e à

articulação têmporo-mandibular (MARTINS77, 2002).

A Classe II divisão 1, foi originalmente descrita por ANGLE4 (1899) como uma

relação mesiodistal deficiente dos arcos dentários, dentes inferiores em oclusão

distal em relação ao padrão normal, propiciando uma desarmonia acentuada na

região dos incisivos (superiores com inclinação vestibular) e nas linhas faciais. Tal

maloclusão tem alto índice de prevalência117; 94; 126; 44; 119; 6 e a forma mais comum é a

que apresenta manifesta deficiência mandibular130; 103; 20; 11; 128; 61, com discreto ou

nenhum prognatismo maxilar.

Diversos mecanismos tem sido adotados para o tratamento da Classe II,

divisão 1, e para os pacientes com deficiência mandibular, especialmente não

complacentes, estão indicados aparelhos ortopédicos funcionais fixos130; 103; 99; 20; 101;

128

79; 30; 11; 73; 97; 128; 32; 29; 61; 83; 115; 31; 105; 33, dentre eles o Forsus60; 68; 131; 67; 22 e o Twin

Force107; 127; 56; 22; 26.

O mecanismo de ação desses aparelhos é por um sistema propulsor que tem

o escopo de avançar a mandíbula, para redirecionamento sagital do crescimento66;

21; 71. No entanto, estudos79; 73; 97; 87 demonstram que os resultados de tais

tratamentos ocorrem mais por avanço dentoalveolar inferior e retração dentoalveolar

superior que por resultantes esqueléticos maxilo-mandibulares. Há tendência para a

proclinação e inclinação vestibular de incisivos inferiores, retração e verticalização

de incisivos superiores, intrusão, distalização e vestibularização de molares

superiores.

Por essa razão, os ortopédicos funcionais fixos que outrora estiveram

indicados somente para pacientes na fase de dentadura mista ou início da

permanente, durante o pico puberal de crescimento100, nos últimos anos passaram a

ser indicados também para pacientes adolescentes e adultos jovens (após o pico

puberal) e, até mesmo em adultos59; 73; 96; 132, ainda que se tenha restado evidente

que o componente dentoalveolar da correção da Classe II, divisão 1 é maior em

adolescentes após o pico puberal de crescimento, e ainda maior em adultos.

As respostas dentoalveolares de avanço na arcada inferior, dentre outros,

geram inclinação vestibular em dentes anteriores inferiores75; 91; 27, além de retração

em molares superiores.

Outros estudos foram conduzidos para avaliar se os movimentos de

inclinação vestibular dos dentes anteriores mandibulares e de expansão geram

consequências para o periodonto8; 108; 7; 80; 28. As evidências são de que a ocorrência

de deiscências e fenestrações durante o tratamento ortodôntico depende de vários

fatores, tais como a extensão e direção do movimento, a freqüência e magnitude da

forças ortodônticas, além da espessura e da integridade anatômica do suporte

periodontal104; 133.

Ocorrre que os meios diagnósticos que utilizam radiografias convencionais

não permitem avaliar as tábuas ósseas vestibular e lingual, devido às sobreposições

de imagens47; 48; 134. Talvez, por essa razão, muitas pesquisas foram realizadas

avaliando modelos de estudo, telerradiografias (cefalometrias), sondagens clínicas e

129

fotografias para avaliação de índices de recessão gengival, perda inserção epitelial e

índice de sangramento8; 108; 7; 80.

Por outro lado, escassos estudos avaliaram tábuas ósseas vestibular e

lingual, alguns realizados em animais123; 39; 125, e outros por tomografia

computadorizada, normalmente com inspeção de cortes axiais ou parassagitais49; 52;

40; 55.

Os limitados meios para avaliação óssea vestibular e lingual foram motivação

para estudos em animais. STEINER; PEARSON e AINAMO123 (1981), por um

período de 13 semanas, realizaram avanço médio de 3,05 mm em incisivos centrais

inferiores de 5 macacos. Observaram recessão gengival, perda de inserção epitelial

e índice médio de 5,5 mm de deiscência óssea. No entanto, os movimentos foram

de corpo e não apenas inclinações vestibulares, portanto intempestivos, considerada

a extensão (3,05 mm) e o tempo de movimento (13 semanas). Além disso, para a

reavaliação das medições inicial e final os autores realizaram acesso a campo

aberto (cirúrgico), o que pode ter influenciado nos resultados de perdas, inclusive

ósseas.

Após oito meses, ENGELKING e ZACHRISSON39 (1982) retraíram por dois

meses, 1,8 mm, os mesmos incisivos, com movimento de corpo. Aguardaram 5

meses de estabilização, sacrificaram os animais para cortes histológicos. Os

resultados das medições mostraram redução média da deiscência de 3,1 mm,

demonstrando que se os dentes forem levados de volta para o alvéolo há

possibilidade de algum ganho ósseo na região que sofreu deiscência.

Por outro lado, deiscências e fenetrações ósseas alveolares, mesmo em

indivíduos sem tratamento ortodôntico têm sido descritas45; 40. No entanto, há

estudos que demonstraram que a terapêutica ortodôntica pode gerar ou acentuar

perdas ósseas periodontais45; 46.

Vale frisar que são raras as publicações que tratam exclusivamente acerca do

efeito de vestibularização dos incisivos sobre a condição óssea ou do estado

gengival em pacientes adolescentes ou adultos jovens. De fato, na revisão da

literatura realizada para esse estudo não foi encontrada publicação que verse sobre

os efeitos da terapia por aparelhos ortopédicos funcionais fixos na condição óssea

130

alveolar vestibular e lingual. E esse fato é motivação para a realização desse estudo

prospectivo.

A hipótese é de que, em indivíduos jovens a proclinação dos dentes

anteriores inferiores e a expansão dos molares superiores, resulta em redução da

espessura óssea alveolar, com consequentes aumentos das deiscências e

fenestrações, sem, no entanto, aumentar significantemente a ocorrência de

recessões gengivais, em razão da idade dos pacientes avaliados108; 7; 80; 28.

Com essa hipótese, e à luz dessa discussão controversa, torna-se importante

estudar o efeito de projeção ortodôntica de incisivos inferiores em crianças e

adolescentes com relação ao possível desenvolvimento de recessões gengivais.

Faltava, portanto, na literatura, estudo com amostra clínica tratada que

demonstrasse a condição óssea após tratamento da Classe II, maloclusão que

apresenta alto índice de prevalência, com o uso de aparelhos ortopédicos fixos

funcionais em pacientes no estágio final do pico puberal de crescimento ou logo

após o pico.

Para esse estudo prospectivo, dois modelos de aparelhos ortopédicos

funcionais fixos híbridos105 foram utilizados. Com esses dispositivos os pacientes

conseguem realizar quase completamente os movimentos excursivos mandibulares,

além de permitir a obtenção de relação de máxima intercuspidação, mesmo no

momento da instalação. No entanto, clinicamente, observamos que o Twin Force

realiza avanço postural da mandíbula em maior intensidade, no ato da instalação.

Talvez porque apresenta molas de niquel-titânio107, enquanto que a mola do Forsus

é de aço e deve ser ativado paulatinamente (com a inserção de anéis de ativação),

somente quando os resultados forem insuficientes, nos primeiros meses131.

Diferem, ainda, os dois aparelhos pela maneira que são fixados nas arcadas:

o Forsus é travado em tubo para AEB voltado para a oclusal, enquanto o Twin Force

é estabilizado diretamente no fio retangular, em posição a frente do tubo molar. Em

conseqüência, na decomposição dos vetores o componente vertical é maior no Twin

Force, gerando mais forças verticais.

Os tempos de tratamento nesta pesquisa, de ambos aparelhos, estão

descritos na Tabela 3. O tempo de tratamento ou efetivo uso do Twin Force é similar

131

ao descrito por ROTHENBERG; CAMPBELL e NANDA (2004), que obitveram

relação de Classe I em molares, avaliados em relação cêntrica, após três meses de

uso do Twin Force, quando os dispositivos foram removidos e os pacientes, bem

como os da amostra do Forsus, foram instruídos a usar elásticos de Classe II por

mais três meses.

6.4.1 Comparação entre as Fases T1, T2 e T3 no Grupo A

Entre as fases T1 e T2 foi realizado alinhamento e nivelamento preparatórios

à instalação do Twin Force. A este período denominamos fase de nivelamento.

No período compreendido entre as fases T2 e T3 os pacientes utilizaram o

aparelho ortopédico funcional fixo. A este período denominamos fase de ativação.

Utilizando-se a Análise de Variância a um critério e o teste post-hoc de Tukey,

das 48 variáveis analisadas nesse grupo, 25 (52,08%) apresentaram aumento ou

diminuição significativas na espessura da tábua óssea vestibular ou lingual.

Os resultados estão apresentados na Tabela 6 e nos Gráficos 1 e 2.

Por outra análise, a maior parte das variáveis significativas ocorreram na fase

ativa. No entanto, algumas regiões passaram por significante redução de espessura

óssea ainda na fase de nivelamento. Destas, em médio vestibular de incisivos

centrais, cervical vestibular de canino ou médio e cervical vestibular de molares.

Em todos os incisivos inferiores do grupo A (Twin Force) a espessura da

tábua óssea lingual experimentou aumento significante nas medidas cervicais (C) e

médias (M), enquanto que na região apical (A) o aumento não foi estatisticamente

significante. E os aumentos nas medidas linguais foram maiores no período ativo

(T3-T2). Em vestibular, nas regiões cervical e média, três de oito medições tiveram

redução significante na fase de nivelamento, resultando em valores médios de

espessura óssea nessas regiões ínfimos ou iguais a zero, já em T2. Na região do

terço apical vestibular, todas as medidas apresentaram redução na fase de

nivelamento e aumento na fase ativa, embora, nesta fase, somente em 2 das 4

132

medições tal aumento tenha sido significante. A redução da espessura óssea

vestibular em região do ápice na fase de nivelamento pode ter ocorrido em razão do

torque vestibular de raiz nos braquetes (-6º). Com efeito, tais resultados demonstram

que a inclinação vestibular de incisivos poderia ter sido maior, não fosse o torque

negativo de 6º, incorporado aos braquetes.

Em caninos inferiores houve aumento significante da espessura óssea na

região cervical lingual e redução na região apical lingual além de aumento em apical

vestibular. Em alguns pacientes, em T3 os ápices dos caninos ficaram muito

próximos à tábua óssea lingual.

Em molares superiores apenas as regiões cervical e média vestibulares

tiveram redução significante, que ocorreram em maior intensidade na fase de

nivelamento. Houve redução em todas as medidas de espessura óssea em CV e MV

no período entre T2 e T3, sendo estatisticamente significante em MV16 e CV26.

Ocorre que tais reduções ocorreram tanto no período entre T1 e T2 quanto entre T2

e T3. Com efeito, o resultado significante para CV16, CV26 e MV16 ocorreu pela

somatória das perdas nos dois períodos (fase de nivelamento e fase do ortopédico

fixo Twin Force).

6.4.2 Comparação entre as Fases T2 e T3 no Grupo B

Os resultados estão apresentados na Tabela 7 e nos Gráficos 3 e 4. As

variações nas medidas das espessuras ósseas vestibulares e linguais no grupo B

(Forsus) foram semelhantes ao que ocorreu no grupo A. Essa acertiva está

demonstrada na Tabela 10, onde foram comparadas as variações ocorridas nos

grupos estudados entre T2 e T3, e somente 3 (6,25%) das 48 medidas

apresentaram resultados significantemente díspares.

No entanto, para esse grupo, outra metodologia estatística foi aplicada, e

apenas 7 (14,58%) apresentaram alterações estatisticamente significantes,

demonstrando redução em espessura em cervical e médio vestibular (incisivos,

caninos e molares) e aumento em cervical e médio linguais (incisivos e caninos).

133

Em incisivos inferiores houve aumento em todas as medidas CL e ML entre

T2 e T3, sendo signigicantes em ML32 e ML42. E redução nas medidas CV e MV

(exceto em 32), embora não significativas.

Em caninos inferiores, CL e ML não mostraram variações tão importantes

quanto no grupo A, exceto em CL33 (aumento significativo); CV e MV apresentaram

médias de medidas diminutas, e mostraram redução, embora não significativa; e

medidas AV aumentaram (significativa em AV43), enquanto as medidas AL

reduziram (embora não significativamente), mostrando tendência de migração dos

ápices para a lingual.

Em primeiros molares superiores houve redução em todas as medidas CV e

MV, significativas em CV16, MV16 e CV26. Portanto, mais alterações significativas

foram encontradas, em comparação com o grupo A. Considere-se que no grupo B

não foi utilizada a ancoragem pela barra transpalatina e o tempo de tratamento foi

significantemente maior, o que pode ter levado a essa maior alteração da tábua

óssea vestibular. Em contrapartida, por não ter avaliado a tábua óssea ao início do

tratamento, fica a dúvida se os pacientes já não apresentavam alteração nessa

tábua óssea, ou mesmo durante o alinhamento e nivelamento. Quanto maior o

tempo de tratamento, maior a possibilidade de movimentação e efeitos colaterais. A

ancoragem intrabucal superior (barra transpalatina) normalmente minimizaria os

efeitos de intrusão e distalização dos molares superiores; no entanto, em ambos os

grupos estudados (A e B), o movimento de intrusão e distalização dos molares

superiores foram significantes. A ação vertical do aparelho ortopédico fixo Twin

Force Bite Corrector é maior devido a própria instalação do aparelho, pois ao invés

de ser no tudo do primeiro molar superior, fica na mesial do tubo, fixado ao fio

retangular aço inox (Figuras 6 e 11).

134

6.4.3 Comparação entre os Grupos nas Fases T2 e T3

As tabelas 8 e 9 se prestam para comparar os dados obtidos das medições

realizadas em T2 e T3. Tais resultados indicam que as medidas da mesma região,

entre os grupos são pareadas. Somente duas (4,17%) medidas em 48 variáveis

mostraram significativas diferenças entre os grupos em T2 e nenhuma significativa

em T3.

As medidas que apresentaram significativas discrepâncias entre os grupos,

em T2, foram: AV33 e MV16.

Para o grupo A, a média das medidas na região apical vestibular de caninos

foram: AV33, 1,37 mm e AV43, 1,68 mm. No grupo B: AV33, 2,42 mm e AV43, 2,31

mm. Observa-se manifesta diferença nos valores de AV33 entre os grupos A e B. No

entanto, quando se leva em conta as medidas do lado oposto (dentes 43), também

há uma média AV43 menor no grupo A em T2, demonstrando que os valores são

menores no grupo do Twin Force.

Da mesma maneira, para os molares superiores, no grupo A, a média dos

valores médio-vestibulares no dente 16 (MV16 = 0,61 mm) ficou aquém da média

contralateral e das médias do grupo B (valores próximos de 0,9 mm). A provável

razão é a de que foram encontradas duas fenestrações (valores iguais a zero) e três

medidas com valores significativamente abaixo da média no grupo do Twin Force, o

que levou o resultado da média para baixo.

6.4.4 Comparação entre os Resultados T3-T2 dos Grupos A e B

Os resultados apresentados na Tabela 10 e Gráficos 5 e 6, indicam que as

variações em espessura óssea durante o uso dos aparelhos ortopédicos funcionais

fixos, Twin Force e Forsus, foram semelhantes. Apenas três (6,25%) medidas deram

variações significantemente diferentes entre os grupos.

135

Nos três casos que deram significantes, em MV33, CL43 e MV16, os valores

médios das diferenças foram de 0,14 mm, 0,44 mm e 0,3 mm, respectivamente.

Considerando que a espessura média das medições, especialmente em médio

vestibular de caninos inferiores e molares superiores em T2 mostrou delgadas

espessuras ósseas, ainda que discretas, as reduções ocorridas com maior

intensidade no grupo B (Forsus) podem ter significância clínica.

Ainda sobre os resultados da Tabela 10, observa-se que houve manifesta

tendência de redução nas medidas vestibulares em cervical e médio de incisivos e,

ao mesmo tempo, também manifesta e em maior intensidade, tendência de

aumento nas medidas linguais em cervical e médio. Isso demonstra que os incisivos

inferiores experimentaram importante inclinação vestibular, e que as distâncias entre

as superfícies radiculares linguais e o osso alveolar, ainda não remodelado, ficaram

maiores.

Por outra análise, houve mais alterações significativas na fase ativa que na

fase de nivelamento. Todas em médio vestibular de incisivos centrais, cervical

vestibular de caninos ou médio e cervical vestibular de molares. A título de exemplo,

no grupo A, em CV42 houve uma redução média de 0,02 mm (e teve valor igual a

zero, em T3 – vide Tabela 9), enquanto que em CL42 houve um aumento médio de

0,38 mm. Logo, tivemos uma exposição radicular vestibular média de 0,36mm em

avaliação sagital. Embora não tenha sido esse o objeto específico, é lícito afirmar

que houve deiscência óssea na cervical vestibular do incisivo lateral inferior direito. A

mesma lógica poderá ser aplicada a todos os incisivos inferiores, o que demonstra a

quantidade de movimento vestibular, a frente do osso cortical cervical que as raízes

de tais dentes alcançaram em T3.

6.4.5. Avaliação das Alterações da Espessura Óssea em Relação às Variações do

IMPA

As tabelas 12 e 13 se prestam para demonstrar correlação de Pearson entre

as medidas de espessura de tábua óssea nos incisivos centrais inferiores e as

variações das medições do IMPA nos tempos T1, T2 e T3.

136

IMPA é uma grandeza utilizada para medir o ângulo formado entre o Plano

Mandibular e o longo eixo do incisivo inferior mais vestibularizado. Nesse estudo

adotamos os incisivos centrais como referência para as medições, pela posição que

ocupam na arcada dentária.

Na tabela 12 foi realizada correlação de IMPA com valores da tábua óssea

nas regiões de incisivos centrais (31 e 41), em T2 e T3, de todos pacientes

avaliados (grupos A e B). Os resultados apontam para uma correlação positiva

significativa entre o aumento do IMPA no tempo T3 e aumento da distânica entre a

superfície radicular e superfície óssea lingual de incisivos centrais inferiores,

marcadamente nos terços cevical e médio.

Na tabela 13 a correlação, realizada da mesma maneira, contou com a

avaliação somente do grupo A. Os resultados são similares, também mais

importantes em regiões cervical e média da lingual do incisivos centrais inferiores

(CL31 e CL41).

Comente-se que, com a inclinação vestibular que os incisivos experimentaram

(aumento significante do IMPA), principalmente durante o uso dos aparelhos

ortopédicos fixos, algumas medições em superfície vestibular que já eram iguais ou

próximas de zero (mormente as cervicais), não sofreram significante alteração

porque não foram obtidas medidas com sinal negativo, mesmo que a superfície

radicular estivesse muito além da superfície óssea (casos de deiscência ou

fenestração). É a justificativa para as correlações não significantes obtidas em

cervical vestibular (CV) e médio vestibular (MV). Ressalta-se ainda que, a

vestibularização dos incisivos inferiores auxilia na correção dentoalveolar da Classe

II, sendo benéfico para o tratamento compensatório desta má oclusão e que as

alterações na tábua óssea foram mínimas, apesar de significantes estatisticamente.

6.4.6 Avaliação das Alterações da Espessura Óssea em Relação às Variações do 6

– PP

As tabelas 14 e 15 se prestam para demonstrar correlação de Pearson entre

as medidas de espessura de tábua óssea nos primeiros molares superiores e as

137

variações das medições do 6-PP (cúspide dos primeiros molares superiores ao

Plano Palatino), nos tempos T1, T2 e T3.

Na tabela 14 constam as correlações de 6-PP com valores da tábua óssea

nas regiões 16 e 26, em T2 e T3 de todos pacientes avaliados (grupos A e B).

Apenas a grandeza AL16 (apical lingual do dente 16) apresentou correlação

negativa significante, além de correlação negativa moderada em AL26 (apical lingual

do dente 26).

Feitas as mesmas correlações, 6-PP e espessura de tábuas ósseas em

lingual e vestibular de molares superiores, mas somente com medidas do grupo A

(tabela 15), não foram encontradas correlações significantes em T1, T2 e T3.

Por fim, a decisão por fazer as correlações das medidas de 6-PP e IMPA com

as medidas de espessuras de tábuas ósseas se deu pelo fato de termos encontrado

significantes alterações nas medidas 6-PP e IMPA, principalmente no T3. As

medidas cefalométricas, no entanto, não são objeto deste estudo, mas de uma outra

colega de pesquisa, que avaliou a mesma amostra. Por outro lado, não tinha como

ignorar a avaliação dessas variáveis (IMPA e 6-PP) já que estão diretamente

relacionadas a força exercida com os aparelhos ortopédicos fixos, e que por isso,

poderia levar a alterações da tábua óssea. Ressalta-se ainda que os pacientes do

grupo A usaram ancoragem intrabucal (barra transpalatina) e o tempo de tratamento

foi menor que no grupo B.

6.4.7 Comparação dos Resultados em T3 no Grupo A Utilizando Voxel 0,2 mm e 0,4

mm

No grupo A, no momento da realização dos exames após a remoção dos

aparelhos Twin Force (T3), três tomografias foram realizadas: 1. Total da face, com

voxel 0,4 mm; 2. Maxila, com voxel 0,2 mm; e 3. Mandíbula, com voxel 0,2 mm.

Dessa forma, as medições em T3 foram consideradas as totais da face,

obtidas com voxel 0,4 mm. No entanto, também as tomografias de maxila e de

138

mandíbula, obtidas com voxel 0,2 mm foram submetidas aos mesmos passos

descritos em material e métodos.

Os resultados da comparação entre tomografias obtidas com voxel 0,4 mm e

com voxel 0,2 mm das médias das medidas executadas no grupo A em T3 estão

planificadas na Tabela 11. Apenas uma (2,08%) das 48 medidas (CL16) mostrou

diferença significante entre as medidas executadas nas tomografias com voxel 0,2

mm e com voxel 0,4 mm, executadas no mesmo momento. E ainda, somente duas

médias de medidas (AL42 e AV26) apresentaram diferenças iguais ou maiores que

0,1 mm.

Com esses resultados, que demonstram haver considerável semelhança

entre as medições obtidas nos formatos de voxel acima descritos, julga-se correto

afirmar que, para medidas de osso alveolar, a utilização de tomografias com voxel

0,4 ou 0,2 mm não tem significância nas medições de espessura de osso alveolar

vestibular e lingual em incisivos inferiores, caninos inferiores e molares superiores.

Esses achados estão em contraposição aos resultados de BALLRICK et al.12

(2008) e aos preceitos apresentados por MOLEN82 (2010), em publicação em que o

autor realizou revisão da literatura a respeito da qualidade das imagens em TCFC,

onde a redução do tamanho do voxel para mais próximo de 0,2 mm produz imagens

com mais nitidez.

Observamos que as imagens obtidas com voxel 0,2 mm tinham realmente

maior definição de limites, o que tornara as marcações mais fáceis; mas não houve

melhora na definição de estruturas que supostamente existiam ou não apareciam no

exame com voxel 0,4 mm. É muito provável que as medidas que utilizaram voxel 0,2

mm sejam mais precisas ou que tenham mais acurácia. No entanto, as diferenças

entre as marcações com um e com outro tamanho de voxel mostraram baixa

significância estatística e, provavelmente, clínica.

Outro aspecto, no entanto, a ser considerado é o ruído, alteração de formas

na imagem, conseqüente de presença de objetos muito radiopacos, como os metais,

no campo do FOV. Ainda que a TCFC apresente menos ruído que a fan beam, ele

deve ser considerado e, nessa pesquisa, os aparelhos fixos não foram removidos

para as tomografias nos tempos T2 e T3. Enfim, apesar de se ter uma importante

139

comparação entre o voxel frequentemente utilizado na odontologia (0,4 mm) e o

voxel indicado para maior acurácia, neste trabalho, não realizamos a remoção dos

aparelhos fixos, o que pode ter influência na definição de imagens pela formação de

ruído e, em conseqüência, reduzir as diferenças entre a qualidade de imagem obtida

com voxel 0,2 ou 0,4 mm.

Por fim, análises estatísticas deste estudo mostraram não haver diferenças

estatisticamente significantes entre os gêneros, nas medições ósseas entre os

grupos e nos tempos de tratamento avaliados.

6.5 CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS

Os aparelhos ortopédicos funcionais fixos têm importante indicação para os

pacientes não complacentes, que necessitam correções sagitais intermaxilares.

No entanto, com a observação da maior inclinação vestibular dos dentes

anteriores inferiores em pacientes com menor tendência de crescimento horizontal,

observados clinicamente e nas imagens das tomografias, durante as medições de

osso alveolar que realizamos, além dos resultados desta pesquisa, pode-se afirmar

que tais aparelhos não estão indicados para pacientes hiperdivergentes40. Contrário

senso, a melhor indicação recai para pacientes Classe II, divisão 1, meso ou

braquifaciais, com incisivos inferiores verticalizados. E ainda, vale ressaltar que os

aparelhos ortopédicos funcionais fixos não estariam indicados para casos não

passíveis de compensação, com indicação de tratamentos orto-cirúrgicos, em jovens

e adultos.

6.6 SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS

Observa-se que há uma carência na literatura de trabalhos que avaliem o

osso alveolar vestibular e lingual em ortodontia, especialmente com o uso de

aparelhos ortopédicos funcionais fixos. Em nossa revisão de literatura não

140

encontramos um, sequer. Sugere-se que sejam realizados novos estudos, com a

remoção da aparelhagem fixa para a realização dos exames (tomografias). E ainda,

com as mesmas amostras tratadas para esta pesquisa, que sejam realizadas novas

medições a médio e longo prazos, para estudo comparativo, inclusive quanto a

expectativa de remodelação óssea em áreas onde houve redução de espessura,

após acomodações dentoalveolares pós-terapêuticas.

CONCLUSÃO

142

7 CONCLUSÃO

Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, julga-se lícito

afirmar que:

1. Com a utilização de aparelhos ortopédicos funcionais fixos em pacientes com

idade óssea após o pico puberal de crescimento as tábuas ósseas alveolares,

vestibulares e linguais nas avaliações intergrupos:

a. em incisivos inferiores apresentaram redução em terços cervical e médio

vestibular (CV e MV), além de aumento nas medidas em cervical e médio lingual (CL

e ML);

b. em caninos inferiores observou-se menor redução de espessura óssea vestibular

que nos incisivos;

c. em molares superiores foram reduzidas em espessura nas regiões cervical

vestibular e médio vestibular (CV e MV).

Nas avaliações intra-grupos, no entanto, houve maior aumento nas medidas

cervicais linguais de incisivos inferiores, demonstrando inclinação vestibular, no

grupo Twin Force. Além disso, houve maior quantidade de medidas demonstrando

reduções de espessuras ósseas vestibulares estatisticamente significantes em

molares superiores, no grupo Forsus.

2. Não houve correlação entre a variável 6-PP com os valores encontrados nas

tábuas ósseas vestibular e lingual e para variável IMPA, houve correlação fraca,

porém significante somente nos terços cervical e médio, na lingual dos incisivos

centrais inferiores.

3. A utilização de voxel 0,2 mm não produziu imagens que resultassem em

medições de tábuas ósseas significantemente diferentes das medições realizadas

em imagens obtidas com voxel 0,4 mm.

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ANEXOS

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8 ANEXOS: Pareceres do Comitê de Ética em Pesquisa CEP-Umesp

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