AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PROTOCOLO MIPv6 UTILIZANDO A REDE DE TELECOMUNICAÇÃO AERONÁUTICA (ATN)

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  • 7/24/2019 AVALIAO DE DESEMPENHO DO PROTOCOLO MIPv6 UTILIZANDO A REDE DE TELECOMUNICAO AERONUTICA (A

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    MAGALI ANDREIA ROSSI

    AVALIAO DE DESEMPENHO DO PROTOCOLO MIPv6 UTILIZANDO

    A REDE DE TELECOMUNICAO AERONUTICA (ATN)

    So Paulo

    2009

    Dissertao apresentada EscolaPolitcnica da Universidade de SoPaulo para obteno do ttulo deMestre em Engenharia.

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    MAGALI ANDREIA ROSSI

    AVALIAO DE DESEMPENHO DO PROTOCOLO MIPv6 UTILIZANDOA REDE DE TELECOMUNICAO AERONUTICA (ATN)

    rea de Concentrao:Sistemas Eletrnicos

    Orientador:Prof. Dr. Francisco Javier RamirezFernandez

    So Paulo2009

    Dissertao apresentada Escola

    Politcnica da Universidade de SoPaulo para obteno do ttulo deMestre em Engenharia.

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    Este exemplar foi revisado e alterado em relao verso original, sobresponsabilidade nica do autor e com a anuncia de seu orientador.

    So Paulo, de janeiro de 2009.

    Assinatura do autor _________________________

    Assinatura do orientador _____________________

    FICHA CATALOGRFICA

    DEDICATRIA

    Rossi, Magali AndreiaAvaliao de desempenho do Protocolo MIPv6 utilizando

    a Rede de Telecomunicao Aeronutica (ATN)/ M.A. Rossi.-- ed. rev. -- So Paulo, 2009.

    130 p.

    Dissertao (Mestrado) - Escola Politcnica daUniversidade de So Paulo. Departamento de Engenhariade Sistemas Eletrnicos.

    1.Protocolos de Comunicao 2.Espao Areo 3.Redesde Computadores I.Universidade de So Paulo. EscolaPolitcnica. Departamento de Engenharia de SistemasEletrnicos. II.t.

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    Dedico este trabalho aos meus pais Virgilio e Eva,

    pois tenho a sorte de t-los como pais.

    Aos meus irmos Mrcia e Claudio e meu amado sobrinho Thiago,

    por toda fora e carinho.

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    Certeza

    "De tudo, ficaram trs coisas:

    A certeza de que estamos sempre comeando...

    A certeza de que precisamos continuar...

    A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...

    Portanto devemos:Fazer da interrupo, um caminho novo...

    Da queda, um passo de dana...

    Do medo, uma escada...

    Do sonho, uma ponte...

    Da procura, um encontro..."

    (Fernando Pessoa)

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente a Deus, por me permitir ter foras em muitos momentos difceis at a

    concluso deste trabalho.

    Aos meus pais Virgilio e Eva, meu irmo Cludio e minha irm Mrcia, que so as

    pessoas mais importantes na minha vida. Por todo o apoio, o que me fez ter e

    perseverana durante todo tempo.

    De uma forma especial agradeo ao meu orientador Prof. Dr. Francisco Javier Ramirez

    Fernandes, por ter acreditado em mim, pela ateno, amizade e aprendizado que me

    foi concedido em todo estes anos de convivncia. Sem esquecer, claro, por toda

    compreenso e preocupao nos momentos difceis que passei durante a concluso

    deste trabalho.

    A todos os membros do GAS - Grupo de Anlise e Segurana, que desde o primeiro dia

    gentilmente me acolheram e contriburam de forma fundamental para meu trabalho.

    Aos amigos Ricardo Alexandre Veiga Gimenes, Lcio Vismari, Carlos Costa e Fernando

    Gil por sempre me ajudarem com suas experincias e atendendo as minhas dvidas

    por mais simples que fossem. Aos professores Prof. Dr. Joo Batista Camargo Jr. e

    Prof. Dr. Paulo Srgio Cugnasca, por me permitirem participar de um grupo que atravs

    da seriedade e competncia de seus trabalhos muito me ajudaram.

    Agradecimento especial ao Prof. Dr. Jorge Rady de Almeida Junior pelas oportunidadese ateno sempre dispensada, e ao amigo talo Romani de Oliveira por sempre me

    incentivar e atravs de nossas longas conversas e muitos cafs me ajudou a esclarecer

    pontos importantes para meu trabalho.

    A inestimvel colaborao dos amigos da INFRAERO, Torre do Aeroporto Internacional

    de Guarulhos, Eng Vicente Carlos Poli (in memorian), Genivaldo Telles de Menezes,

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    Bemildo Ferreira e Alexandre Paula, que sempre de forma muito gentil me atenderam e

    ajudaram a esclarecer dvidas. Esta colaborao foi essencial para meus estudos.

    Igualmente grata a Olivier Mehani do NICTA - Australia's ICT Research Centre of

    Excellence, pelo apoio em atender minhas dvidas no suporte ao ambiente Mobiwan.

    Aos amigos de Mestrado, pelas inmeras horas de estudos rduos e momentos de

    alegria proporcionados pelas nossas amizades.

    No poderia esquecer minhas grandes amigas Patrcia Lima Rocha e Ana Carolina N.

    da R. Gracioso. Depois de tantas recusas aos vrios convites que me fizeram, por

    tantos cancelamentos que fiz de ltima hora e por quantas vezes ficaram me ouvindo e

    me aconselhando, e mesmo assim, ainda continuam minhas amigas!!! Simplesmente,

    obrigada pela verdadeira amizade!

    Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo Cmara e ao Prof. Msc. Mrcio Henrique Zucchini,

    agradeo pela amizade qual perdura por todos estes anos e por terem me apoiado noingresso ps-graduao.

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    RESUMO

    Atualmente a utilizao do padro IPS (Internet Protocol Suite) na ATN compreende os

    conceitos de mobilidade IP, de convergncia na comunicao ar-terra e tambm as

    sub-redes ATN em terra. A ICAO (International Civil Aviation Organization) cita a

    ATN/IPS que baseada em conexes suportadas pelos protocolos TCP e UDP na

    camada de transporte e IPv6 na camada de rede. A ATN/IPS deve ser capaz de

    suportar o ATSC (Air Traffic Service Communication), o AAC (Aeronautical

    Administrative Communications), bem como o AOC (Aeronautical Operational

    Communications). Tendo em vista tal panorama, este trabalho de pesquisa aborda um

    estudo sobre o comportamento do protocolo MIPv6 para a mobilidade IP, analisando a

    capacidade de roteamento das aeronaves com o objetivo de complementar o servio de

    navegao de forma mais precisa, introduzindo-se o conceito de mobilidade

    capacidade de flexibilidade e escalabilidade para as aeronaves e os sistemas em terra.

    Como forma de atingir tal objetivo, primeiramente realizada uma anlise no canal VHFa fim de aferir as possveis interferncias que possam ocorrer em comunicaes entre a

    aeronave e o Controle de Trfego Areo. Aps, implementa-se o ambiente onde so

    simulados os testes de comportamento do protocolo MIPv6.

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    ABSTRACT

    Currently the use of standard IPS (Internet Protocol Suite) in the ATN it

    comprehends the concepts of IP mobility, convergence in the air-to-ground

    communication and also ATN sub-nets in land. The ICAO ( International Civil Aviation

    Organization) mentions the ATN/IPS, which is based on connections supported by TCP

    and UDP protocols in the transport layer and by IPv6 in the net layer. The ATN/IPS must

    be able to support the ATSC (Air Traffic Service Communication), the AAC

    (Aeronautical Administrative Communications), as well as the AOC (AeronauticalOperational Communications). In view of such a scenario, a study on the behavior of

    the MIPv6 protocol for mobility IP is approached, analyzing the capacity of router of the

    aircraft so as to complement the navigation service more accurately, introducing the

    concept of mobility to the flexibility capacity and scalability for the

    aircraft and the systems in land. In order to attain this goal, first an

    analysis in the VHF channel is carried out in order to gauge the possible

    interferences that may occur in communications between the aircraft and theAir Traffic Control. After that, the environment is implemented where the

    behavior tests of the MIPv6 protocol are simulated.

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS

    LISTA DE QUADROS

    LISTA DE TABELAS

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Captulo 1: INTRODUO ..................................................................................1

    1.1 Consideraes Gerais.................................................................................1

    1.2 Objetivo .......................................................................................................2

    1.3 Justificativa..................................................................................................3

    1.4 Organizao do Texto .................................................................................4

    Captulo 2: O ESPAO AREO..........................................................................6

    2.1 Espao Areo ..............................................................................................6

    2.2 Diviso do Espao Areo ............................................................................7

    2.3 Designao do Espao Areo...................................................................10

    2.4 Classes de Espaos Areos ATS..............................................................11

    2.5 Espao Areo sob Jurisdio do Brasil .....................................................15

    2.6 Sistemas CNS/ATM ..................................................................................16

    2.6.1 Comunicao......................................................................................18

    2.6.2 Navegao..........................................................................................19

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    2.6.3 Vigilncia ............................................................................................22

    2.6.4 Gerenciamento de Trfego Areo ......................................................24

    Captulo 3: REDE DE TELECOMUNICAO AERONUTICA (ATN).............27

    3.1 O Padro ATN ...........................................................................................27

    3.2 O Padro OSI ............................................................................................30

    3.2.1 Servios do Modelo OSI .....................................................................32

    3.3 Arquitetura ATN.........................................................................................34

    3.3.1 Protocolos ATN...................................................................................37

    3.3.2 Mobilidade ATN ..................................................................................46

    Captulo 4: PROTOCOLO IPv6.........................................................................48

    4.1 Histrico do Protocolo IPv6 .......................................................................48

    4.1.1 Arquitetura do Protocolo IPv6.............................................................52

    4.1.2 IP Mvel..............................................................................................56

    4.1.3 Protocolos MIPv6 e HMIPv6 ...............................................................57

    Captulo 5: ESTUDO DE CASO PROSPOSTO E AMBIENTE..........................62

    5.1 Objetivos ...................................................................................................62

    5.2 Estudo de Caso Proposto no Contexto do Protocolo MIPv6 .....................62

    5.3 Ambiente de Simulao.............................................................................64

    5.3.1 Network Simulator 2............................................................................64

    5.3.2 Multi-speech 3700 ..............................................................................66

    Captulo 6: INTERFERNCIAS GERADAS NO CANAL VHF..........................68

    6.1 Canal VHF.................................................................................................68

    6.1.1 Caracterizao do Ambiente...............................................................69

    6.1.2 Mtodos Utilizados para Este Estudo .................................................71

    6.1.3 Anlise dos Espectros ........................................................................72

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    Captulo 7: ANLISE DE RESULTADOS .........................................................76

    7.1 Ambiente de Simulao.............................................................................767.2 Ambiente de Simulao.............................................................................77

    7.2.1 Topologia de Rede Utilizada...............................................................80

    7.3 Anlise dos Resultados por Tipo de Alterao na Rede ...........................81

    7.3.1 Utilizao de Banda............................................................................82

    7.3.2 Tamanho do Pacote............................................................................86

    7.3.3 Jitter ....................................................................................................89

    Captulo 8: CONCLUSO E FUTUROS TRABALHOS ....................................92

    8.1 Concluses................................................................................................92

    8.2 Trabalhos Futuros .....................................................................................94

    Anexo 1: Quadro de Protocolos ......................................................................96

    Anexo 2: Cdigo de Preparao do Ambiente .............................................101

    REFERNCIAS ................................................................................................102

    Apndice A: Cdigo MIPv6 ............................................................................107

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Regies de Navegao Area Determinadas pela ICAO (Fonte:Ontiveros, 2003) ............................................................................................................... 7

    Figura 2 - Carta Aeronutica Meteorolgica -FL250 / (Fonte: Ontiveros, 2003) ... 9

    Figura 3 - Espaos Areos ATS .................................................................................. 11

    Figura 4 - FIRs do Espao Areo da Amrica do Sul (fonte: ROLIM, 2006)........ 16

    Figura 5 - Viso Utilizando os Sistemas CNS/ATM (Fonte: Siqueira, 2005) ........ 18

    Figura 6 - Utilizao do ADS-B na Vigilncia (Fonte: HARISON, 2006)............... 23

    Figura 7 - Organizao de um ATM (Fonte: Oliveira, 2005) ................................... 25

    Figura 8 - Viso anterior implantao ATN (Fonte: HELIOS apud Siqueira,2004) ................................................................................................................................ 29

    Figura 9 - Viso aps implantao da ATN (Fonte: HELIOS apud Siqueira, 2004)........................................................................................................................................... 29

    Figura 10 - Conceito OSI (Fonte: adaptado de GALLO e HANCOCK, 2003) ...... 30

    Figura 11 - Viso das Camadas do Modelo OSI (Fonte: adaptado de GALLO eHANCOCK, 2003) .......................................................................................................... 32

    Figura 12 - Ponto de Acessos de Servios (Fonte: adaptado de GALLO e

    HANCOCK, 2003) .......................................................................................................... 33

    Figura 13 - Interconexo Utilizando Padro OSI ...................................................... 34

    Figura 16 - Overhead em Camadas de Pilhas de Protocolos (Fonte: Farrel, 2005)........................................................................................................................................... 38

    Figura 17 - Arquitetura de Roteamento ISO (Fonte: adaptado de ICAO, 2001).. 41

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    Figura 18 - Comparao de Aplicaes nos modelos ATN/OSI e ATN/IPS (Fonte:adaptado de ICAO, 2006) ............................................................................................. 43

    Figura 19 - Camada de Aplicao Utilizando o Conceito ATN/IPS (Fonte:adaptado de ICAO, 2006) ............................................................................................. 44

    Figura 20 - Arquitetura Utilizando o Conceito ATN/IPS (Fonte: adaptado deICAO, 2006) .................................................................................................................... 45

    Figura 21 - Comparao entre os modelos OSI, ATN/OSI e ATN/IPS (Fonte:adaptado de ICAO, 2008a) ........................................................................................... 46

    Figura 22 - Hosts reconhecidos em DNS (Fonte: www.isc.org, 2008).................. 49

    Figura 23 - Hosts no Brasil (Fonte: www.cetic.br, 2008) ......................................... 50

    Figura 24 - Cabealho IPv6 (Fonte: adaptado IETF, 1998) .................................... 53

    Figura 25 - Cabealho IPv4 (Fonte: adaptado IETF, 1981) .................................... 54

    Figura 26 - Formato de Datagrama IPv6 (Fonte: COMER, 1998) ......................... 56

    Figura 27 - Entidades utilizadas para roteamento (Fonte: adaptado de PERKINSe JOHNSON, 1996) ....................................................................................................... 58

    Figura 28 - Exemplo da implementao do MIPv6 em rede (Fonte: adaptado dePERKINS e JOHNSON, 1996)..................................................................................... 59

    Figura 29 - Exemplo da implementao do HMIPv6 em rede. (Fonte: Adaptadode YAIZ e OZTURK, 2006) ........................................................................................... 60

    Figura 30 - Cenrio estudado....................................................................................... 63

    Figura 31 - Diagrama de Movimentao das Aeronaves ........................................ 70

    Figura 32 - Espectrograma do Vo 1 .......................................................................... 73

    Figura 33 - Espectrograma do Vo 2 .......................................................................... 73

    Figura 34 - Espectrograma do Vo 4 .......................................................................... 74

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    Figura 35 - Espectrograma do Vo 5 .......................................................................... 74

    Figura 36 - Localizao dos Routers (Fonte: Adaptado de Google Earth, 2008) 78

    Figura 37 - Ligao Lgica entre os Routers (Fonte: Adaptado de Google Earth,2008) ................................................................................................................................ 79

    Figura 38 - Topologia da Rede .................................................................................... 80

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Quadro de Classificao dos Espaos ATS Utilizados no Brasil ......14

    Quadro 2 - Quadro Comparativo entre os Sistemas GPS e GLONASS .............21

    Quadro 3 - Brasil x Amrica do Sul (Fonte: www.cetic.br, 2008) ........................50

    Quadro 4 - Brasil x Amricas (Fonte: www.cetic.br, 2008) .................................51

    Quadro 5 - Brasil x Mundo (Fonte: www.cetic.br, 2008) .....................................51

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Parmetro para Anlise da Banda 10MB...........................................84

    Tabela 2 - Resultado: Pacote 1000k e Largura de Banda 10MB........................84

    Tabela 3 - Parmetro para Anlise de Banda 2MB.............................................85

    Tabela 4 - Resultado: Pacote 1000k e Largura de Banda 2MB..........................85

    Tabela 5 - Parmetros para Anlise de Pacotes 1200k......................................87

    Tabela 6 - Resultado: Pacote 1200k e Largura de Banda de 10MB...................87

    Tabela 7 - Resultado: Pacote 150k e Largura de Banda de 10MB.....................88Tabela 8 - Resultado: Pacote 150k e Largura de Banda de 10MB.....................88

    Tabela 9 - Parmetro para Anlise de Jitter 3,8s e Pacote de 500k...................89

    Tabela 10 - Resultado: Pacote 500k e Jitter 3,8s ...............................................90

    Tabela 11 - Parmetro para Anlise de Jitter 3,8s e Pacote de 1000k...............90

    Tabela 12 - Resultado: Pacote 1000k e Jitter 3,8s .............................................91

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AAC Aeronautical Administrative Communication

    ABNT-NBR Associao Brasileira de Normas Tcnicas - Norma Brasileirade Regulamentao

    ACC Centro de Controle de rea

    ACIRI International Computer Science Institute

    ACP Aeronautical Communications Panel

    ADS Automatic Dependent Surveillance

    ADS-A ADS Addressing

    ADS-B ADS Broadcast

    ADS-C ADS Contact

    ADS-S ADS Squiter

    AE Application Entity

    AFCEA Armed Forces Communications and Electronics Association

    AMSS Aeronautical Mobile Satellite Service

    AMCP Aeronautical Mobile Communications Panel

    ANC Air Navigation Commission

    AOC Aeronautical Operational Communication

    AP Aplication Process

    APP Aproach Control

    APU Auxiliary Power UnitARC Carta de rea

    ARPA Advanced Research Projects Agency

    ATC Air Traffic Control

    ATCS Air Traffic Service Communication

    ATFM Air Traffic Flow Management

    ATIS Automatic Terminal Information Service

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    ATM Air Traffic Management

    ATN Aeronautical Telecommunication Networking

    ATNP Aeronautical Telecommunication Networking Panel

    ATS Air Traffic Service

    ATZ Zona de Trfego de Aerdromo

    BIS Boundary Intermediate System

    BS Base Station

    CDMA Code Division Multiple Access

    CDMA/CD Carrier Sense Multiple Access with Collision DetectionCINDACTA Centro Integrado de Defesa Area e Controle de TrfegoAreo

    CLNP Connectionless Network Protocol

    CLTP Connectionless Transport Protocol

    CN Correspondent Node

    CNS Communication Navigation and Surveillance

    CNS/ATM Communication Navigation and Surveillance / Air Traffic

    ManagementCOSER Collaborative Simulation for Education and Research

    CoA Care-of Address

    COTS Commercial of the Shelf

    CPDLC Controller-Pilot Data Link Communications

    CTA rea de Controle

    CTR Zona de Controle

    DARPA Defense Advanced Research Projects AgencyDECEA Departamento de Controle do Espao Areo

    DoD American Department of Defense

    ELSEG Elektronic Service GmbH

    ERC Carta de Rota

    ES End System

    ES-IS End System to Intermediate System Routing Protocol

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    FAA Federal Aviation Administration

    FAN Future Air Navigation

    FANS Future Air Navigation System

    FDMA Frequency Division Multiple Access

    FHMIPv6 Fast Handovers for Mobile IPv6

    FIFO First in First Out

    FIR Flight Information Region

    FL Flight Level

    GLONASS Global Orbiting Navigation SystemGNSS Global Navigation Satellite System

    GPS Global Positioning System

    HF High Frequency

    HMIPv6 Hierarchical Mbile Ipv6

    HoA Home of Address

    IAL Carta de Aproximao por Instrumentos

    IAS Indecated Airspeed

    ICAO International Civil Aviation Organization

    IDRP Intra-domain Router Protocol

    IETF The Internet Engineering Task Force

    IETF/3GPP The Internet Engineering Task Force / 3rd GenerationPartnership Project

    IFR Flight Instrument

    IP Internet Protocol

    IPS Internet Protocol Suite

    IPv4 Internet Protocol version 4

    IPv6 Internet Protocol Version 6

    ISC Internet Systems Consortium

    IS Intermediate System

    IS-IS Intermediate System to Intermediate System Routing Protocol

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    ISO International Organization for Standardization

    K Kopter

    km Kilmetro

    kt knot

    MAG Mobile Access Gateway

    MAP Mobility Anchor Point

    MHz Milhes de Hertz por Segundo

    MIPv6 Mobile Internet Protocol version 6

    MNMobile Node

    NAM Network Animator

    NEMO Networks in Motion

    NETLMNDomain

    Network-based Localized Mobility Management Domain

    NICTA Australia's ICT Research Centre of Excellence

    NM Nautical Mile

    NPDU Network Protocol Data Units

    NS Networking Simulation

    NS2 Networking Simulation 2

    OOOI Out, Off, On, In

    OSI Open System Interconnection

    PCoA Phisical Care-of Address

    PDC Pre-departure Clear

    PMIP Proxy Mobile IPv6

    PZ-90 Sistema Russo Geodsico

    QoS Quality of Service

    RACAM Rede Administrativa de Comutao Automtica deMensagens

    RBAC Regulamento Brasileiro de Aviao Civil

    RBHA Regulamento Brasileiro de Homologao Aeronutica

    RFC Request for Comments

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    RNAV Area Navigation

    RNP Required Navigation Performance

    RTCA Radio Technical Commission for Aeronautics

    RVSP Minimum Reduction of Vertical Separation

    S Supersonic

    SAMSimulation Augmented by Measurement and Analysis forNetworks

    SAP Service Acess Points

    SARP Standards and Recommended Practices

    SBD reas PerigosasSBP reas Proibidas

    SBR reas Restritas

    SICASP Secondary Surveillance Radar Improvements and CollisionAvoidance Collision System Painel

    SID Carta de Sada por Instrumentos

    SSR Secondary Surveillance Radar

    TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol

    TCP/UDP Transmission Control Protocol/ User Datagram Protocol

    TMA Terminal Movement Area

    TP4 Class 4 Transport Protocol

    TTL Time to Life

    U Upper

    UDP User Datagram Protocol

    UL Upper LayerUNL Ilimitado

    UTA reas Superiores de Controle

    UTC (SU) Coordinated Universal Time (Soviet Union)

    UTC (USNO)Coordinated Universal Time (United States NavalObservatory)

    VAC Carta de Aproximao Visual

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    VCoA Virtual Care-of-Address

    VFR Visual Flight Rules

    VHF Very High Frequency

    VINT Virtual InterNetwork Testbed

    WAC Carta Aeronutica Mundial

    WGS-84 World Geodetic System-84

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    1

    Captulo

    1

    Captulo 1: INTRODUO

    1.1 Consideraes Gerais

    O segmento aeronutico tem se beneficiado das inovaes tecnolgicas das ltimas

    dcadas, mas nele ainda restam considerveis avanos a serem feitos atravs das

    recentes tecnologias de comunicao digital. A utilizao de redes de computadores

    para o gerenciamento do espao areo foi a primeira grande evoluo. Porm, com a

    contnua mudana tecnolgica, teve-se a necessidade de uma forma de gerenciamento

    integrado.

    A ICAO (International Civil Aviation Organization), vendo esta necessidade de evoluo,

    iniciou o trabalho atravs da criao do comit FAN (Future Air Navigation)que seria oresponsvel pela criao de um novo conceito de sistemas para gerenciamento de

    trfego areo, definido como CNS/ATM (Communication Navigation and Surveillance /

    Air Traffic Management). Este novo conceito, em fase avanada de implementao em

    vrios pases, fez com que sistemas de controles aeronuticos passassem por uma

    revoluo tecnolgica.

    Tambm influenciadas por estas inovaes, as companhias areas tiveram que se

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    2

    adaptar e atender este novo conceito que passa a ter influncia direta na

    operacionalizao de suas aeronaves. Um parmetro de grande influncia para queestes sistemas aeronuticos tenham eficincia em seu funcionamento a infra-

    estrutura da rede de comunicaes que estar sendo utilizada.

    1.2 Objetivo

    A pesquisa apresentada neste trabalho refere-se ao ambiente areo tendo comoaplicao o controle no roteamento de aeronaves e transmisso de dados em ambiente

    mvel. Atualmente, o crescimento excessivo do trfego areo vem provocando

    discusses em todos os nveis e rgos ligados aviao. Outro questionamento muito

    comum so os servios de conexo para dispositivos mveis de comunicao

    oferecidos por diversas companhias, os quais geram a incerteza quanto sua

    interferncia nos sistemas de controle das aeronaves. Desta forma, o principal objetivo

    desta pesquisa a avaliao de desempenho do protocolo MIPv6 (Mobile Internet

    Protocol version 6) como parte do controle de roteamento de aeronaves e transmisso

    de dados em ambiente mvel.

    Como forma de avaliar e validar a estrutura proposta foi construdo um ambiente de

    simulao que constitui a base para avaliao do objetivo proposto, no qual o principal

    objetivo a avaliao do protocolo na entrega dos dados neste ambiente. O ambiente

    construdo por simulao deve ser capaz de demonstrar relevncias de estudo sobre:

    Estabilidade no ambiente para a utilizao da transferncia dos pacotes;

    Caractersticas de roteamento;

    Demonstrao de tempo gasto na transmisso de dados, uma vez estipulado o

    tempo mximo aceitvel, e comportamento do protocolo com diferentes valores de

    jitter.

    Para obteno dos resultados numricos da simulao do estudo foi utilizado o

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    3

    Software NS2 - Networking Simulation 2. Os resultados finais da pesquisa so

    apresentados atravs de tabelas comparativas onde os servios so avaliados.

    A pesquisa baseada nos padres adotados pela Aeronutica em nvel internacional

    atualmente sob a responsabilidade da ICAO, rgo que regulamenta as aplicaes e

    infra-estrutura para comunicaes aeronuticas. Em territrio nacional, segue os

    padres e comunicados adotados pelo Departamento de Controle do Espao Areo

    (DECEA), que tem a misso de planejar, implantar, integrar, normatizar, coordenar e

    fiscalizar as atividades de controle do espao areo brasileiro, e telecomunicaes

    aeronuticas (ROLIM et al, 2006).

    1.3 Justificativa

    Cada vez mais a telecomunicao se adapta s novas tecnologias, buscando um maior

    controle e eficincia operacional. A criao de um comit para estudo e

    desenvolvimento de uma nova tecnologia que atendesse os requisitos de QoS (Quality

    of Service), integridade e confiabilidade, demonstra a preocupao das autoridades

    responsveis.

    Informaes como a localizao de aeronaves so importante para os rgos de

    Controle de Trfego Areo, bem como as informaes em tempo real que trazem de

    forma mais clara as possibilidades de tomadas de decises em situaes mais

    variadas. determinado que os rgos de Controle de Trfego Areo planejem econtrolem o fluxo de trfego sob sua responsabilidade, onde podem executar

    autorizaes que promovam as separaes entre aeronaves e a resoluo de conflitos

    de trfego areo, gerados pela falta de comunicao bilateral contnua onde acabam

    por perder o controle do fluxo de aeronaves (MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999a).

    Outro fator de grande relevncia a comunicao existente entre os ATCs (Air Traffic

    Control) e as aeronaves, que acaba por desempenhar um papel imprescindvel para o

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    4

    Gerenciamento de Trfego Areo. determinado ao rgo de Controle de Trfego

    Areo (MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999b): Ao receber uma chamada, que esta seja atendida rapidamente e em tom alto e

    claro;

    Utilizar somente fraseologia padro;

    Utilizar o alfabeto fontico em caso de dvidas no entendimento de confirmaes.

    No entanto, muitas vezes, a utilizao do idioma ingls, o qual autorizado como meio

    de comunicao em casos de no ser utilizada a lngua do prprio pas, pode acarretar

    o no entendimento por parte do controlador ou piloto. A inteligibilidade um fator

    importante para as comunicaes aeronuticas.

    Desta forma, outro fator de grande relevncia o prprio meio de comunicao

    utilizado, que o Canal VHF. Em muitas vezes o nvel de inteligibilidade oferecido aos

    seus usurios baixo, o que pode vir afetar a segurana operacional. Existem outros

    fatores que tambm provocam interferncias por rudos no Canal VHF, como

    equipamentos utilizados nas operaes de apoio ao solo. Dentre tais equipamentos

    podem-se citar os caminhes de abastecimento, loaders (plataformas de cargas),

    unidades de partida, push back(rebocadores de aeronaves), esteiras motorizadas e os

    tratores, sendo que as interferncias podem ocorrer com tais equipamentos parados ou

    em movimento (ROSSI, ALMEIDA e MENEZES, 2006).

    Para Perrons (1997), os equipamentos aeronuticos no podem falhar, o que levaria a

    catstrofes, tais como grande perda de vidas humanas, j citando a importncia daarquitetura utilizada e a integrao entre os sistemas a serem desenvolvidos.

    1.4 Organizao do Texto

    Primeiramente, feita uma descrio conceitual dos assuntos relacionados ao tema da

    pesquisa desenvolvida. A descrio feita por tpicos, de forma ascendente, que

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    possibilitar o entendimento do estudo de caso escolhido.

    No captulo 1 so apresentados o objetivo, a justificativa e a estrutura do trabalho.

    No captulo 2 abordado o Espao Areo, explicando a sua regulamentao atravs

    dos rgos oficiais, sua diviso e sua administrao. O sistema CNS/ATM explicado

    por ser o princpio para a aplicao da pesquisa. So apresentados os conceitos

    referentes sua utilizao, abordagem de suas tcnicas e as dificuldades para a sua

    implantao.

    No captulo 3 feita a apresentao da rede ATN utilizada para as comunicaes

    aeronuticas. Tambm feita a abordagem sobre os protocolos de comunicaes,

    onde so apresentadas as caractersticas e seus mecanismos de transmisso.

    No captulo 4 feita apresentao do protocolo IPv6 e tambm se apresenta o

    protocolo MIPv6, o qual utilizado neste trabalho durante as simulaes. A

    apresentao do protocolo HMIPv6 esplanada por ser tratado nos trabalhos futuros.

    No captulo 5 apresentado o estudo de caso, bem como os programas de simulao

    que so utilizados.

    No captulo 6 so apresentados os resultados adquiridos na anlise do Canal VHF.

    O captulo 7 apresenta os resultados da anlise proposta neste trabalho.

    Finalizando, o captulo 8 apresenta as concluses deste trabalho e os trabalhos futuros.

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    6

    Captulo

    2

    Captulo 2:O ESPAO AREO

    2.1 Espao Areo

    O Espao Areo definido como uma poro da atmosfera que controlada por um

    determinado pas. Segundo Ontiveros (2003), a ICAO considerou a grande variedade

    das condies geogrfica e climtica como influncia na determinao de instalao do

    vrios servios areos, que podem variar consideravelmente por todas as partes do

    mundo. Da mesma forma houve a necessidade de padronizar as atividades

    operacionais e tcnicas, as quais facilitariam a implantao dos servios e instalaes

    em terra para desenvolvimento das operaes de vo, o que tambm facilitaria adiviso do espao areo mundial em Regies de Navegao Area.

    Assim, cada pas pode oferecer seus servios de vo, como informaes

    meteorolgicas, informaes de vo, alertas, entre outros. A Figura 1 ilustra a diviso

    do espao areo definido pela ICAO.

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    Figura 1 - Regies de Navegao Area Determinadas pela ICAO (Fonte: Ontiveros, 2003)

    2.2 Diviso do Espao Areo

    A estrutura criada pela ICAO, na diviso do espao areo de todos os continentes em

    regies de navegao area, possibilitou que cada pas criasse sua prpria estrutura de

    espao areo, dividida em FIRs (Flight Information Regions). As FIRs so definidas

    verticalmente por todo espao areo inferior e superior, e de forma horizontal atravs

    dos limites impostos por suas cartas de rotas areas.

    Espao areo Inferior: abrange desde a superfcie do terreno ou da gua at 24500

    ps1, suficiente para os vos com aeronaves na dcada de 1940 (Ontiveros, 2003 e

    MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999).

    Limites verticais: Superior FL2245 inclusive.

    Limites laterais: Indicados nas cartas de rota (ERC).

    1Ps: unidade de medida de comprimento usada intensamente em aviao, sendo 1 p = 30,48cm.2FL - Flight Level. uma altura nominal padro de vo, em centenas de ps. Utilizado para determinar se o voser par ou mpar, levando em considerao os dois primeiros nmeros do FL.

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    Espao areo superior: possui os mesmos limites laterais que a FIR, porm no

    possui limites verticais definidos, abrangendo o nvel de vo em 46000 ps(ONTIVEROS, 2003). No entanto, o nvel mximo utilizado pelas aeronaves atuais

    o FL450, exceto poucas outras que podem voar a FL600, como os avies militares

    (MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999).

    Limites verticais:

    Superior ilimitado (UNL)

    Inferior FL245 exclusive

    Limites laterais: indicados nas cartas de rota (ERC)

    Carta aeronutica: uma representao grfica e espacial da Terra ou parte dela,

    possuindo diferentes finalidades. utilizada para facilitar as tarefas da tripulao

    area durante o vo. Seu objetivo contribuir para a segurana do vo em suas

    diversas fases, como decolagem, em rota, aproximao e pouso (MINISTRIO DA

    AERONUTICA, 2000).

    Tipos de cartas:

    Carta Aeronutica Mundial (WAC) utilizada no auxlio s necessidades do

    vo visual.

    Carta de Aproximao por Instrumentos (IAL) utilizada por todos os

    aerdromos para aviao geral, desde que estejam homologados para

    operao IFR (Flight Instruments).

    Carta de Sada por Instrumentos (SID) permite s aeronaves efetuaremsubidas por instrumentos, com relao aos obstculos, desde a decolagem

    at a interceptao da rota ATS (Air Traffic Service). Disponvel para os

    aerdromos homologados para operao IFR.

    Carta de Aproximao Visual (VAC) proporciona ao piloto uma viso grfica

    dos procedimentos de circulao visual. No entanto so permitidas apenas

    em aerdromos cujo trfego visual possa ser justificado.

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    Carta de rea (ARC) permite informaes que facilitam as transies entre

    o vo em rota e a aproximao para um aerdromo, bem como os vosatravs de reas com estruturas complexas de rotas ATS (Air traffic

    Services).

    Carta de Rotas (ERC) objetiva facilitar a navegao por meio de auxlio-

    rdio, de acordo com os procedimentos ATS. Compe-se por vrias cartas

    contendo as rotas ATS no espao areo inferior e superior.

    Figura 2 - Carta Aeronutica Meteorolgica -FL250 / (Fonte: Ontiveros, 2003)

    Na Figura 2 ilustrada uma carta aeronutica meteorolgica SIGWX, que uma carta

    de prognstico de tempo significativo dos nveis da superfcie ao FL250, do FL100 ao

    FL450 e do FL250 ao FL630.

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    2.3 Designao do Espao Areo

    O espao areo, obedecendo diviso das FIRs de cada pas, possui tambm uma

    diviso que chamada de espao areo controlado e espao areo condicionado.

    No espao areo controlado, o ATC (Air Traffic Control) deve fornecer instrues s

    aeronaves, informando sobre outras aeronaves existentes em rota e sobre o espao

    sobrevoado. Este espao compe-se por (MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999):

    reas Superiores de Controle (UTA) - compreendem as aerovias superiores e outras

    partes do espao areo superior;

    reas de Controle (CTA) - compreendem aerovias inferiores e outras partes do

    espao areo inferior;

    reas de Controle Terminal (TMA) - configurao varivel indicada nas cartas e

    manuais;

    Zonas de Controle (CTR) - configurao varivel indicada nas cartas e manuais;

    Zonas de Trfego de Aerdromo (ATZ), em aerdromos controlados - configuraovarivel indicada nas cartas e manuais.

    O espao areo condicionado caracteriza-se pelo espao areo onde h necessidade

    de configurao varivel para o vo (MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999). Este

    espao dividido em:

    reas Proibidas (SBP), espao areo onde o vo proibido, visando mxima

    segurana para navegao. reas Perigosas (SBD), espao areo onde o vo necessita de autorizao por

    pertencer rea com pouca segurana para navegao.

    reas Restritas (SBR), espao areo onde o vo pode ser feito com autorizao e

    condio pr-estabelecida para navegao.

    A Figura 3 ilustra a determinao do Ministrio da Aeronutica na diviso e relao

    entre as divises dos Espaos Areos ATS (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2000).

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    Na figura, a ATZ (Zona de Trfego de Aerdromo) de jurisdio da TWR (Torre de

    Controle de Aerdromo), a CTR (zona de controle) e a TMA (rea terminal) - jurisdiodo APP (Centro de Controle de Aproximao).

    Figura 3 - Espaos Areos ATS

    2.4 Classes de Espaos Areos ATS

    Os Espaos Areos ATS so formados pelos Espaos Areos Controlados em conjunto

    com as FIRs (Flight Information Region), possuindo uma classificao alfabtica de Aat G.

    A classificao utilizada possui como forma de identificar as rotas ATS, estabelecer os

    servios ATS prestados em cada espao e as regras de operaes que devem ser

    seguidas.

    Esta classificao determinada como (MINISTRIO DA AERONUTICA, 1999):

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    Classe A

    Permite somente os vos IFR, que esto sujeitos aos servios de controle de trfegoareo e que possuem separao entre si.

    Classe B

    Permite vos IFR e VFR, que esto sujeitos aos servios de controle de trfego areo e

    que possuem separao entre si.

    Classe C

    Permite vos IFR e VFR, que esto sujeitos aos servios de controle de trfego areo.

    Os vos IFR possuem separao entre si, e tambm so separados dos vos VFR.

    Entretanto, os vos VFR possuem separao somente em relao aos vos IFR,

    recebendo apenas informao referente ao trfego de outros vos VFR e aviso para ser

    evitado trfego quando requerido.

    Classe D

    Permite vos IFR e VFR, que esto sujeitos aos servios de controle de trfego areo.

    Os vos IFR so separados entre si, recebendo informao de trfego em relao aos

    vos VFR e aviso para ser evitado trfego quando requerido, enquanto os vos VFR

    recebem apenas informao de trfego em relao a todos os outros vos e aviso para

    ser evitado trfego quando requerido.

    Classe E

    Permite vos IFR e VFR. Somente os vos IFR esto sujeitos ao servio de controle de

    trfego areo e so separados entre si. Neste caso todos os vos, IFR e VFR, recebem

    informaes de trfego sempre que necessrio. As aeronaves de vos VFR podem voar

    neste espao areo sem autorizao prvia e sem notificao.

    Classe FPermite vos IFR e VFR, que podem receber servios de informao de vo. No

    entanto, apenas os vos IFR recebem servio de assessoramento de trfego areo.

    Classe G

    Permite vos IFR e VFR, que recebem somente servios de informao de vo.

    A classificao para as rotas domsticas (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2000)

    representada pelas letras W e Z. Para as rotas RNAV (Area Navigation), para as quais

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    existem requisitos especiais de desempenho de navegao, so utilizadas as letras L e

    Z. No entanto, todas as classes podem ser acompanhadas pelas letras U, S e K, queso definidas como:

    U (UPPER): informa que a rota pertence ao espao areo superior.

    S (SUPERSONIC): informa que a rota para ser utilizada somente em vos

    supersnicos.

    K (KOPTER): informa que a rota para ser utilizada somente em vos de

    helicpteros.

    No Quadro 1, apresentada a classificao utilizado no espao areo brasileiro e quais

    os tipos de vos que so permitidos (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2000).

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    Quadro 1 - Quadro de Classificao dos Espaos ATS Utilizados no Brasil

    CLASSE TIPO DE

    VO

    LIMITE DE VELOCIDADE RDIO

    COMUNICAO

    SUJEITO A

    AUTORIZAO

    ATC

    A IFR No Aplicvel Bilateral Contnua Sim

    IFR No AplicvelB

    VFR380 KT IAS

    Bilateral Contnua Sim

    IFR No AplicvelC

    VFR Abaixo FL 100: 250 KT IAS

    Acima FL 100: 380 KT IAS

    Bilateral Contnua Sim

    IFR Abaixo FL 100: 250 KT IAS

    Igual ou Acima FL 100: NoDVFR Aplicvel Abaixo FL 100:

    250 KT IAS Acima FL

    100: 380 KT IAS

    Bilateral Contnua Sim

    IFR

    Abaixo FL 100: 250 KT IAS

    Acima FL 100: No Aplicvel Bilateral Contnua SimE

    VFR Abaixo FL 100: 250 KT IAS

    Acima FL 100: 380 KT IAS

    No No

    IFR

    Abaixo FL 100: 250 KT IAS

    Acima FL 100: No Aplicvel Bilateral ContnuaF/G

    VFR Abaixo FL 100: 250 KT IASAcima FL 100: 380 KT IAS

    No

    No

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    2.5 Espao Areo sob Jurisdio do Brasil

    Esta estrutura visa auxiliar os ATS em terra e ar, seguindo as normas daICAO, atravs

    do Ministrio da Aeronutica, determinando que:

    Os servios de trfego areo sero prestados em todo o espao areoque se superpe ao territrio nacional, incluindo guas territoriais e

    jurisdicionais, bem como o espao areo que se superpe ao alto mar quetiver sido objeto de acordos internacionais. (MINISTRIO DAAERONUTICA, 1999)

    No Brasil, o espao areo sob sua jurisdio dividido em 5 FIRs (Flight Information

    Region): Atlntico, Amaznica, Braslia, Recife e Curitiba.

    A Figura 4 ilustra a diviso do Espao Areo Brasileiro, bem como os demais pases da

    Amrica do Sul (ROLIM, 2006).

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    Figura 4 - FIRs do Espao Areo da Amrica do Sul (fonte: ROLIM, 2006)

    2.6 Sistemas CNS/ATM

    No incio do sculo XX a ICAO, reconheceu a necessidade de melhorias nos sistemas

    utilizados pela aviao, visando suportar a demanda de crescimento em todo do

    mundo.

    Em 1983, atravs do Comit FANS (Future Air Navigation Systems), iniciou os estudos

    para a elaborao de um sistema de apoio navegao area, denominado Sistema

    CNS/ATM, objetivando, entre outros, o desenvolvimento de sistemas aeronuticos de

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    comunicao que permitissem integrar diversas sub-redes utilizando tecnologias

    diferentes.

    No incio da dcada de 1990 a ICAOaprovou o primeiro plano de desenvolvimento de

    sistemas aeronuticos utilizando CNS/ATM.

    A interoperabilidade entre estes sistemas utilizando tecnologias digitais, sistemas de

    satlites e ferramentas de automao para gerenciamento de trfego areo deve ser

    fornecida atravs de uma rede de computadores ATN, que ser implementada sob os

    princpios do Modelo OSI (Open System Interconnection) (ICAO, 2005).

    O sistema CNS/ATM surgiu como uma forma de resolver o problema de

    congestionamento de rotas no Pacfico Sul, originado pelo grande crescimento da

    economia japonesa e dos tigres asiticos. Com esse crescimento, os atuais sistemas

    de navegao no suportaram a demanda, tendo colocado em risco a segurana dos

    vos. Ainda, como ponto de partida para a implantao do novo sistema houve o

    lanamento de aeronaves que poderiam navegar sem dependncia de sistemas deterra, possuindo capacidade de comunicao por canal de dados e erros mximos em

    posicionamento de 5NM3. As mesmas consideraes de implantao foram utilizadas

    no Atlntico Norte, formando a base para as demais implantaes do sistema CNS/ATM

    (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2002).

    Para Siqueira (2005), a utilizao do conceito CNS/ATM na navegao area visa

    proporcionar maior segurana e eficincia, bem como a cobertura global em quaisquercondies meteorolgicas.

    Na Figura 5, Siqueira (2005) demonstra as melhorias com a utilizao dos sistemas

    CNS/ATM, em cuja infra-estrutura de navegao so inseridos os conceitos de RNAV

    (Area Navigation), RNP (Required Navigation Performance), RVSM (Minimum

    Reduction of Vertical Separation) e o GNSS (Global Navigation Satellite System).

    3 NM -Nautical Mile. Unidade de medida de comprimento ou distncia, sendo 1 NM = 1852 m.

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    Figura 5 - Viso Utilizando os Sistemas CNS/ATM (Fonte: Siqueira, 2005)

    2.6.1 Comunicao

    As comunicaes com as aeronaves devero ser estabelecidas atravs de enlaces de

    dados, permitindo eficincia e rapidez entre os sistemas de terra e sistemas de bordo.

    Nos Sistemas CNS/ATM, a transmisso de mensagens de voz utilizando freqncias na

    faixa de VHF ir continuar, mas ser utilizada em conjunto com a transmisso digital de

    dados. Posteriormente, mesmo com a transmisso digital, os canais VHF continuaro a

    ser utilizados para a transmisso de informaes, e de forma progressiva sero

    utilizados os sistemas de satlites nas comunicaes de dados e voz, objetivando

    atingir uma cobertura em nvel mundial.

    Complementarmente, as comunicaes faro uso de transmisses atravs de canais

    utilizando freqncias na faixa HF. O sistema SSR (Secondary Surveillance Radar),

    atualmente utilizado para a vigilncia do espao areo onde h reas de alta

    movimentao area, utilizando seus modos de operao A, B, C e S, ser

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    utilizado nas comunicaes com aeronaves devido sua grande capacidade de

    transmisso de informaes digitalizadas no modo S (MINISTRIO DAAERONUTICA, 2002).

    Os modos de comunicao so definidos por ICAO apud Vismari (2007), como:

    ADS-A (Addressing) Possibilita 4 tipos de contato, sendo por demanda, evento

    perodo e emergncia.

    ADS-B (Broadcast) A aeronave transmite mensagens ADS de forma peridica e

    por rdio difuso.

    ADS-C (Contact) A comunicao ADS estabelecida entre a aeronave e um rgo

    de solo; por ser enderevel, tambm denominada como ADS-A.

    ADS-S (Squiter) A comunicao ADS feita periodicamente atravs de

    broadcasting a 56bits por segundo e contendo endereamento de 24 bits

    (BOISVERT e ORLANDO, 1993).

    2.6.2 Navegao

    AICAOadotou o conceito de RNP (Required Navigation Performance), que estabelece

    a capacidade necessria de uma aeronave para se deslocar em determinadas rotas.

    Esta capacidade que dever ser atingida na navegao utilizar o GNSS (MINISTRIO

    DA AERONUTICA, 2002).

    O sistema GNSS, fundamentalmente diferente dos tradicionais sistemas de navegaobaseados em auxlios em solo, fornece, atravs de uma navegao global, suporte a

    todas as fases do vo. As atuais constelaes de satlites para a navegao so o

    GPS (Global Positioning System) e o GLONASS (Global Navigation Satellite System)

    (CHUJO e WALTER, 2005).

    O sistema GPS foi desenvolvido pelo DoD (American Department of Defense),

    operado pelo Estados Unidos da Amrica, possui 24 satlites distribudos em 6 planos

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    orbitais4sendo que 21 esto operando e 3 esto ativos em reserva. Cada plano orbital

    composto por 4 satlites em rbita quase circular, a uma altura de aproximadamente20.200 km e inclinao de 55 graus em relao ao plano do Equador (LAGO,

    FERREIRA e KRUEGER, 2002).

    O sistema GLONASS5, que est sendo desenvolvido e operado pela Rssia

    possuir, quando estiver completamente implementado, 24 satlites distribudos em 3

    planos orbitais. Cada plano orbital ter 8 satlites em rbita quase circular, a uma altura

    de 19.000 km e inclinao de 64,8 graus em relao linha do equador (LAGO,

    FERREIRA e KRUEGER, 2002).

    A navegao baseada no sistema GNSS tem oferecido preciso crescente, e nveis

    razoveis de integridade e disponibilidade, oferecendo navegao em rota, reas

    terminais e reas de aproximao de no-preciso. Desta forma, todas as aeronaves

    possuiro equipamentos de igual capacidade para processamento de sinais recebidos

    por satlites, e podero voar em qualquer tipo de espao areo em todo o globo

    terrestre, podendo todos os pases membros da ICAO substituir parcialmente a infra-estrutura de navegao atualmente utilizada, que se baseia em terra, por uma baseada

    em satlites (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2002).

    4Plano orbitalrefere-se ao plano o qual a rbita descrita, tendo a rbita como uma trajetria curva de um corpo noespao.5 GLONASS o sistema de satlite Russo, teve seu primeiro satlite em rbita em 1982, atualmente possui 17satlites em operao. (http://www.fas.org/main/home.jsp).

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    Quadro 2 - Quadro Comparativo entre os Sistemas GPS e GLONASS

    GLONASS GPS

    Nmero de satlites 24 24

    Nmero de planos orbitais 3 6

    Inclinao dos planos orbitais 64,8 55

    Semi-eixo maior da rbita 25510 km 26560 km

    Freqncia fundamental (f0) 5,11 MHz 10,23 MHz

    Tcnica de separao dosinal

    FDMA CDMA

    Freqncia portadoras (MHz)L1L2

    de 1602,0 a 1615,5de 1246,0 a 1256,5

    1575,421227,60

    Freqncia cdigos (MHz)C/AP

    0,5115,110

    1,02310,23

    Efemrides transmitidaspelos satlites

    Coordenadas CartesianasGeocntricas e suas

    derivadas

    Elementos OrbitaisKeplerianos e seus fatores de

    Perturbao

    Tempo de referncia UTC (SU) UTC (USNO)

    Sistema de refernciaGeodsico

    PZ-90 WGS-84

    O Quadro 2 apresenta, atravs de comparaes, as caractersticas operacionais que

    diferenciam os sistemas GPS e GLONASS (LAGO, FERREIRA e KRUEGER, 2002).

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    2.6.3 Vigilncia

    A ICAOadotou o conceito de ADS (Automatic Dependent Surveillance), que faz com

    que a aeronave transmita de forma automtica sua posio e outros dados relevantes,

    como manobras necessrias, velocidade e condio meteorolgica (MINISTRIO DA

    AERONUTICA, 2002). Estes dados so enviados para os rgos que prestam

    Servios de Trfego Areo e utilizam para transmisso os meios de comunicao como

    sistemas de satlites, sistema VHF, sistemas HF ou modo S do transponder6. Os

    dados que so transmitidos pelas aeronaves geram, atravs de processamento dos

    mesmos, a posio da aeronave em imagem de vdeo. O contnuo e permanente

    conhecimento da posio das aeronaves faz com que se tenha uma utilizao eficaz de

    todo espao areo (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2002).

    A utilizao do sistema ADS permite melhorias significativas ao ATM (Air Traffic

    Management). A utilizao do transponder em modos de operaes j utilizados ser

    preservada, no entanto, complementado com a utilizao gradual do modo S emreas de trfego denso como as reas terminais e em espaos areos continentais

    (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2002).

    O processo ADS insere a possibilidade de transmisso de informaes entre as

    aeronaves utilizando radiodifuso, sendo que a aeronave poder fornecer

    constantemente informao sobre sua posio. A comunicao para este modo de

    radiodifuso denominada como ADS-B (Automatic Dependent Surveillance -

    Broadcast), atualmente sob responsabilidade do RTCA Inc. Special Committee 186

    (RTCA, 2001).

    6Transponder um dispositivo eletrnico utilizado em aeronaves para envio e recepo de sinal, utiliza freqnciade recepo 1030Mhz e transmisso 1090 MHz. (ICA 102-9)

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    Para a FAA (Federal Aviation Administration), o conceito sobre a troca de informaes

    utilizando ADS-B definido como:

    The concept is simple: Aircraft (or other vehicles or obstacles) will broadcast amessage on a regular basis, which includes their position (such as latitude,longitude and altitude), velocity, and possibly other information. Other aircraft orsystems can receive this information for use in a wide variety of applications.Current surveillance systems must measure vehicle position, while ADS-Bbased systems will simply receive accurate position reports broadcast by thevehicles (RTCA, 2001).

    Na Figura 6 ilustradaa utilizao do ADS-B no espao areo, onde a aeronave utiliza

    broadcastingpara enviar suas informaes (HARISON, 2006).

    Figura 6 - Utilizao do ADS-B na Vigilncia (Fonte: HARISON, 2006)

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    A utilizao do ADS-B proporciona a todos os usurios do sistema informaes em

    tempo real, melhor visualizao do trfego areo e segurana significativa nasoperaes de vo (FAA, 2008).

    2.6.4 Gerenciamento de Trfego Areo

    O ATM est ligado diretamente elaborao dos novos sistemas de comunicaes

    para navegao e vigilncia. Em uma escala mais ampla o Gerenciamento de TrfegoAreo inclui o ATC, ATFM (Air Traffic Flow Management), e tambm as prprias

    operaes areas (MINISTRIO DA AERONUTICA, 2002).

    Para Oliveira (2005), os transportadores areos so divididos em diversas classes,

    conforme seus objetivos, sendo que a maior parte dos vos controlados prometido

    pelas linhas areas comerciais regulares. No entanto, todas compartilham dos mesmos

    recursos de infra-estrutura do transporte areo, que so os aeroportos e o espao

    areo.

    Assim, com a utilizao simultnea destes recursos de infra-estrutura surge a

    necessidade de recursos inteligentes para serem utilizados pelo ATM. Como viso

    mundial e regional a integrao dos sistemas ATM traz a necessidade de harmonizao

    de padres e procedimentos, a qual obtida com a implantao das tecnologias dos

    sistemas CNS (Communication Navigation and Surveillance) (MINISTRIO DA

    AERONUTICA, 2002).

    Os sistemas CNS/ATM favorecem o ATM, permitindo um maior grau de automao, e

    fazendo com que se tenha um sistema integrado globalmente. Desde o incio da histria

    aeronutica, o controle de trfego areo feito de forma no homognea, com muita

    variao de tecnologia, de acordo com as diversas regies de espao areo. Visa-se ter

    um controle unificado do espao areo, permitindo um melhor desempenho no ATC e

    no auxlio s autoridades nas tomadas de decises. Por outro lado, as companhias

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    areas teriam como obter um controle efetivo de seus vos, promovendo a agilidade e

    eficincia junto a seus clientes (ROSSI et al, 2005).

    Atravs de um diagrama representado pela Figura 7, Oliveira (2005) demonstra a

    organizao hierrquica dos servios ATM. No entanto, utilizado somente o sistema

    ATC, por servir como estrutura para os servios ATM.

    Figura 7 - Organizao de um ATM (Fonte: Oliveira, 2005)

    Para Oliveira (2005) as informaes trocadas entre as entidades dispostas na Figura 7

    podem ser categorizadas nas seguintes classes:

    Informao sobre o estado passado, atual e futuro da aeronave;

    Aes de controle;

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    Informaes sobre a coordenao e ocupao do aeroporto;

    Informaes meteorolgicas.

    Todas as informaes podem provir de operadores humanos que inserem os dados nos

    sistemas ou tambm atravs de sensores presentes nas infra-estruturas que atendem

    os servios prestados pelo ATM.

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    27

    Captulo

    3

    Captulo 3:REDE DE TELECOMUNICAO AERONUTICA (ATN)

    3.1 O Padro ATN

    Em janeiro de 1989 a ANC (Air Navigatin Commission), atravs de estudosdesenvolvidos pela SICASP (Secondary Surveillance Radar Improvements and Collision

    Avoidance System Panel), incluiu os materiais desenvolvidos pela ICAO que tratava das

    necessidades mnimas requeridas para operaes de servios ATS e operaes de

    servios por satlites, e, assim, deu origem ATN. No mesmo ano, em maio de 1989, a

    SICASP desenvolveu uma recomendao sobre a ATN e solicitou a publicao desta

    recomendao como manual ICAO, tendo sua primeira publicao em 1991 e a sua

    segunda em 1997. O SARP (Standards and Recommended Practices) e o materialrecomendado foram publicados no anexo 10 da Conveno da Aviao Civil

    Internacional (NETO, 2005).

    No ano de 1993, a ANC publicou os trabalhos de estudos para recomendaes sobre

    ATN para o ATNP (Aeronautical Telecommunication Networking Panel). No primeiro

    encontro do ATNP, em junho de 1994, ficou definido que seria de sua responsabilidade

    a elaborao do SARP e de todo material sobre orientao de implantao ATN,

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    incluindo recomendaes tcnicas e tambm aplicaes ar-ar e ar-terra. Assim, o

    primeiro conjunto de SARP para ATN foi finalizado em novembro de 1996 (SOUZA,2004 e NETO, 2005).

    A ATN responsvel pela integrao da comunicao aeronutica e tambm em

    servios como a sub-rede AMSS (Aeronautical Mobile Satellite Service), enlace de

    dados VHF, SSR e enlace de dados HF. (SOUZA, 2004 e NETO, 2005).

    Sendo uma rede para integrao da comunicao de dados, prov benefcios como

    (ROSSI et al, 2005):

    Integrao entre usurios de comunicao e infra-estrutura;

    Servio seguro de comunicao;

    Escalabilidade;

    Poltica de roteamento; e

    Uso de infra-estrutura existente.

    A ATN baseada no padro de arquitetura de computadores ISO ( InternationalOrganization for Standardization), possibilitando o gerenciamento de trfego areo

    atravs de comunicaes ar-ar e ar-terra, que se integram ao conceito CNS/ATM. Os

    servios de Datalink so destinados basicamente ao trfego de mensagens (ROSSI et

    al, 2005), como:

    ATS = Air Traffic Services

    Ex: PDC

    AAC = Administrative Aeronautical Communication

    Ex: Mensagens OOOI

    AOC = Aeronautical Operational Communication

    Ex: Monitorao de turbinas durante o vo

    As Figuras 8 e 9, HELIOS apud Souza, (2004) definem o ambiente anterior

    implantao da ATN e o futuro ambiente de comunicao pretendido com a ATN,

    respectivamente.

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    Figura 8 - Viso anterior implantao ATN (Fonte: HELIOS apud Siqueira, 2004)

    Figura 9 - Viso aps implantao da ATN (Fonte: HELIOS apud Siqueira, 2004)

    ..

    ..

    ..

    ..

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    30

    3.2 O Padro OSI

    Em 1974 a ISO (International Organization for Standardization) desenvolveu uma

    arquitetura de referncia para padronizao de redes, que teve o nome de Modelo de

    Referncia para Interconexo de Sistemas Abertos. Baseava-se em uma proposta de

    um modelo que sintetizasse de forma abstrata o funcionamento de computadores por

    redes de comunicao de dados, originado na experincia de funcionamento dos

    sistemas de teleprocessamento da rede ARPA. Entre 1978 e 1984 foi elaborado o

    modelo OSI (Open System Interconnection), onde pela primeira vez foi abordado oconceito de sistema aberto (GALLO e HANCOCK, 2003).

    A Figura 10 ilustra o conceito de sistemas abertos proposto pelo modelo OSI.

    Figura 10 - Conceito OSI (Fonte: adaptado de GALLO e HANCOCK, 2003)

    O conceito de sistemas abertos proposto pela ISO caracteriza-se por oferecer uma

    interconexo entre equipamentos fabricados por diferentes empresas. A Figura 10

    representa a interconexo oferecida por quatro diferentes equipamentos, sendo

    definidos como Sistema Aberto A, Sistema Aberto B, Sistema Aberto C e Sistema

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    Aberto D. representada a utilizao de um mesmo meio fsico para que todos os

    sistemas possam se comunicar.

    Gallo e Hancock (2003) definem o modelo OSI como um arcabouo conceitual para

    desenvolvimento de padres para protocolos de redes. Em outra definio, destacam a

    caracterstica do modelo OSI quanto codificao formal do conceito de arquitetura de

    redes em camadas.

    Gallo e Hancock (2003) tambm explicam que as camadas ajudam a reduzir o nvel de

    complexidade na conectividade de uma rede por trabalharem de forma bem definida em

    cada estgio de processamento de dados a serem transmitidos. Desta forma, o modelo

    OSI baseia-se no conceito de camadas sobrepostas, onde cada uma executa um

    conjunto definido de funes, ajudando, desta forma, a simplificar o projeto de uma

    rede.

    A Figura 11 ilustra as sete camadas sobrepostas do modelo OSI e quais os servios

    oferecidos em cada uma. Ilustra onde cada camada atua durante a transmisso dosdados, podendo ser nos equipamentos ou nos programas. Outra informao

    demonstrada como os dados so definidos ao serem tratados nas camadas, sendo:

    Mensagem: so definidos como mensagem os dados criados na camada de

    aplicao e enviados at a camada de transporte;

    Pacotes: so definidos como pacotes os dados contidos nas mensagens e quando

    quebrados para serem transportados pela rede;

    Quadros: so definidos como quadros os dados que chegam como pacotes nacamada de enlace, ou seja, so semelhantes aos pacotes, mas existem em nveis

    mais baixos;

    Bits: a transformao dos quadros em sinais para passagem no meio fsico.

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    Figura 11 - Viso das Camadas do Modelo OSI (Fonte: adaptado de GALLO e HANCOCK, 2003)

    A integrao das camadas deve possibilitar a troca de informaes entre processos de

    aplicao (AP Application Process) pertencentes a sistemas abertos diferentes.

    3.2.1 Servios do Modelo OSI

    O modelo OSI oferece dois diferentes tipos de servios em suas camadas, que so:

    orientado por conexo e sem conexo.

    Servio orientado por conexo: estabelece uma conexo fsica entre o n emissor e

    o n receptor antes da transferncia dos dados. Aps a concluso da sesso a

    ligao entre os ns removida.

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    Servio sem conexo: no estabelece nenhuma conexo fsica entre o n emissor e

    receptor antes da transferncia dos dados. Neste tipo de servio a mensagem quebrada em pacotes e enviada pela rede, sendo cada pacote independente um do

    outro que carrega parte da mensagem e precisa carregar um endereo de destino.

    O servio sem conexo pode ser confivel e no-confivel, sendo que o servio

    no-confivel no requer aviso de recebimento dos dados do receptor para o

    emissor. Este aviso se chama servio de datagrama. O servio confivel, em que h

    a confirmao de recebimento, chama-se servio de datagrama com confirmao.

    Estes servios ficam dispostos nos pontos de acessos de servios (SAPs Service

    Access Points), cada um com um endereo correspondente (GALLO e HANCOCK,

    2003). A Figura 12 ilustra o conceito de troca de informaes entre camadas com o uso

    de SAPs. Um servio oferecido na camada (N), ou simplesmente Servio (N),

    oferecido s entidades (N+1) atravs dos Pontos de Acesso de Servio da camada N

    ou SAP (N).

    Figura 12 - Ponto de Acessos de Servios (Fonte: adaptado de GALLO e HANCOCK, 2003)

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    Desta forma, uma entidade (N) pode oferecer servios a vrias entidades (N+1) atravs

    de vrios SAPs (N) e pode utilizar os servios de vrias entidades (N-1) atravs devrios SAPs (N-1).

    3.3 Arquitetura ATN

    Baseada no modelo OSI, a ATN promover a conexo de sub-redes e diversas

    tecnologias dentro do ambiente aeronutico. A interconexo dos sistemas ser baseadana comunicao ponto-a-ponto (FEIGHERY et al, 1996).

    A Figura 13 ilustra a ligao na arquitetura ATN dos intermediate-systemse dos end-

    systems. Os intermediate-systems so os equipamentos responsveis pela

    comunicao de dados na rede e os end-systems so as aplicaes utilizadas no

    Gerenciamento do Trfego Areo. Utilizando o modelo OSI, a arquitetura da rede ATN

    segue o conceito de camadas sobrepostas, como explicado anteriormente na Figura 11.

    Figura 13 - Interconexo Utilizando Padro OSI

    Application

    Presentation

    Session

    Transport

    Network

    Data Link

    Physical

    Management

    Application

    Presentation

    Session

    TransportNetwork

    Data Link

    Physical

    Management

    Physical

    Communications Media

    Network

    Data Link

    Physical

    Application

    Presentation

    Session

    Transport

    Network

    Data Link

    Physical

    Management

    Application

    Presentation

    Session

    TransportNetwork

    Data Link

    Physical

    Management

    Physical

    Communications Media

    Network

    Data Link

    Physical

    Sistema Final

    Sistema Final

    Sistema

    Intermedirio

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    Segundo Signore e Girard (1998), para a ATN funcionar neste ambiente so

    necessrios quatro elementos maiores. O primeiro a capacidade de mobilidade noenvio de dados para uma aeronave conhecendo sua localizao; o segundo a

    capacidade de uso simultneo de links ar-terra instalados na aeronave; o terceiro a

    verificao de larguras de bandas disponveis hoje e as que estaro disponveis no

    futuro; o quarto a padronizao de servios requeridos em aplicaes ATS.

    Para o primeiro elemento, Signori e Girard (1998) definem a mobilidade da rede como a

    capacidade de comunicao entre dois ns existentes em diferentes redes. Quando

    um dos ns necessita falar com o outro, automaticamente ligado ao mesmo atravs

    do roteamento disponvel, sem precisar saber da localizao do n de destino e nem

    qual servio e roteador est sendo utilizado para sua conexo.

    Para o segundo elemento, demonstram a necessidade de especificao do custo das

    aplicaes, conexo, ou preferncia de velocidades que sero usadas pela ATN para o

    reenvio de mensagens. As exigncias para o desenvolvimento das aplicaes ar-terra

    so determinadas pelo ATNP (ATNP, 1995), como: Cada aplicao ter o atraso especificado em projeto;

    A taxa residual de erro ser especificada como parmetro de projeto para aplicao;

    O relatrio de perda de servio dever ser especificado como parmetro de projeto

    para cada aplicao;

    A disponibilidade da aplicao dever ser especificada como parmetro de projeto;

    O tempo para restaurao do servio dever ser especificado como parmetro de

    projeto.

    O terceiro elemento define que para uma baixa taxa de banda nas conexes ar-terra

    necessrio que haja a compresso dos dados para envio na rede. E, para o quarto

    elemento, Signori e Girard (1998) demonstram a necessidade de uma padronizao de

    aplicaes que utilizam servios ATS atravs das camadas de transporte,

    apresentao, sesso e da prpria camada de aplicao, fazendo com que as

    aplicaes sejam unificadas em todo mundo.

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    Na Figura 14 ilustrado o conceito adotado pela ICAO para a arquitetura de

    interconexo na rede. Neste caso o ambiente Internet ATN incorpora a utilizao deroteadores, denominados IS (Intermediate-Systems), responsveis pela interconexo

    gerando a transmisso de dados dentro da rede ATN, enquanto nos ES (End-Systems)

    ficam as aplicaes utilizadas nos rgos ATS, que so os responsveis por gerar todo

    o trfego de transmisso dados na rede (ICAO, 2001).

    Figura 14 - Arquitetura ATN (Fonte: adaptado de ICAO, 2001)

    A utilizao de toda a mobilidade proposta fez com que a FAA planejasse novos rumos

    para as comunicaes atravs de um novo meio de comunicao, onde utilizaria a ATN

    e a interconexo das demais redes de comunicao. Nestes servios esto inclusos o

    ADS, CPDLC (Controller-Pilot Data Link Communications), ATIS (Automatic Terminal

    Information Service), e informaes meteorolgicas (FEIGHERY et al, 1996).

    ES ES

    ES ES

    IS

    IS

    ISIS

    IS

    Aplicao ATM Aplicao ATM

    Aplicao ATM Aplicao ATM

    ATN

    Internet

    ATN

    IS

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    37

    3.3.1 Protocolos ATN

    Segundo Farrel (2005), protocolos de computadores atendem a quatro propsitos:

    Codificam e transferem dados de um ponto ao outro;

    Podem controlar o modo como os dados so distribudos;

    Trocam informaes sobre o estado da rede;

    Podem gerenciar os recursos da rede para controle de comportamento.

    Estes propsitos so caracterizados por protocolos de transferncia, gerenciamento,

    distribuio e controle, respectivamente. Os protocolos de transferncia so

    relativamente simples, porm so os mais importantes no nvel de usurio, e

    caracterizam uma pequena parte dos protocolos utilizados em rede. Os protocolos de

    gerenciamento, distribuio e controle so mais sofisticados e complexos para serem

    operados.

    Figura 15 - Composio do Cabealho de uma Mensagem (Fonte: Farrel, 2005)

    No entanto, para que qualquer um destes protocolos possa operar, necessita identificar

    a origem e o destino das mensagens. Na Figura 15, Farrel (2005) apresenta a

    composio de uma mensagem de protocolo.

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    Figura 16 - Overhead em Camadas de Pilhas de Protocolos (Fonte: Farrel, 2005)

    Quando trabalhado o envio de uma mensagem utilizando uma pilha de protocolos, esta

    se torna significativa, pois uma aplicao gera um fluxo de dados para enviar a uma

    aplicao remota e assim sucessivamente. Desta forma, gerado um overhead

    considervel do protocolo para transmisso de dados ponto-a-ponto.

    O overhead causado pela sucessiva passagem dos dados de uma camada outra,

    pois cada uma dessas camadas insere dados de identificao na mensagem que est

    sendo enviada. A Figura 16 demonstra o problema causado com o overheadem pilhas

    de protocolos (Farrel, 2005). Para resolver o problema de overhead na ATN, foi

    utilizado o conceito de ISO Efficiency Enhancement, fazendo com que algumas

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    camadas no sejam utilizadas, minimizando substancialmente o problema.

    Desta forma, a ATN se baseia na interconexo de diferentes tecnologias que devem ser

    implementadas atravs de diferentes sub-redes e protocolos especficos. Estes

    protocolos so necessrios para a criao de endereamento nico para cada sistema

    em toda a rede, e fisicamente a ATN necessita de roteadores que trabalharo estes

    endereamentos, que so denominados roteadores ATN. Estes equipamentos

    asseguram o caminho de comunicao entre todos os usurios na rede, podendo estar

    nas aeronaves e em terra.

    Os protocolos que compem a arquitetura de comunicao para a ATN so:

    Intra-domain Router Protocol (IDRP)

    Connectionless Network Protocol (CLNP)

    Connectionless Transport Protocol(CLTP)

    Class 4 Transport Protocol(TP4)

    Intermediate System to Intermediate System Routing Protocol(IS-IS)

    End System to Intermediate System Routing Protocol(ES-IS)

    O protocolo CLNP definido pela ISO 8473, sendo um protocolo no orientado a

    conexo e sem correo de erro (ISO, 1994). Baseado no protocolo IP (Internet

    Protocol), para camada de rede na sute TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet

    Protocol), possui o formato de quadros e endereamento diferente, no entanto comum

    comunicao na troca de pacotes7dos sistemas finais e intermedirios na ATN. O fato

    do CLNP no possuir conexo orientada transforma-o em um protocolo no confivel,pois no oferece garantia de entrega das mensagens na rede.

    Desta forma, o uso do protocolo TP4 definido pela ISO 8073, oferece a conexo

    orientada necessria para a comunicao na ATN atravs da correo de erros,

    fragmentao e reordenamento de mensagens, alm de oferecer a multiplexao e

    7Pacote. Conjunto de informaes que trafega pela rede onde so identificados os dados de origem, destino econtedo da mensagem enviada.

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    demultiplexao de dados sobre um nico circuito virtual. O protocolo TP4

    comumente utilizado para camada de transporte, similar ao protocolo TCP da suteTCP/IP.

    O protocolo CLTP definido pela ISO 8602 oferece a transmisso de pacotes onde no

    requerida a garantia de entrega. Sua implementao visa entrega de pacotes em

    sistemas end-to-endonde no h necessidade de alta confiabilidade no transporte dos

    pacotes e controle de fluxo de informaes, porm implementa a correo de erros.

    tambm implementado na camada de transporte e similar ao protocolo UDP (User

    Datagram Protocol) da sute TCP/IP.

    Os protocolos IDRP, IS-IS e ES-IS, definidos pelas ISO 10447, ISO 10589 e ISO 9542,

    respectivamente, so utilizados para roteamento. O protocolo IDRP utilizado para

    fornecer o roteamento inter-domnio, o qual trabalha em conjunto com os protocolos

    CLNP, IS-IS e ES-IS com o objetivo de fornecer um roteamento completo para toda a

    rede. Todo roteador que participa do roteamento IDRP chamado de BIS (Boundary

    Intermediate System), sendo considerado um roteador inteligente (FEIGHERY et al,1996).

    O protocolo ES-IS utilizado nos usurios finais, permitindo que os end-systems

    saibam da existncia de intermediate-systemse vice versa. Tambm prov informaes

    de redirecionamento de rotas, permitindo que os intermediate-systems informem aos

    end-systemso melhor trajeto para envio de NPDUs (Network Protocol Data Units) a um

    determinado destino.

    O protocolo IS-IS utilizado nos roteadores (intermediate-systems), onde so

    empregados dois nveis de hierarquia:

    os roteadores do nvel 1 conhecem sua topologia, roteadores e usurios inclusos,

    desconhecendo os demais roteadores e destinos fora de sua rea.

    para os roteadores de nvel 2 conhecido todo trfego fora de sua rea, no

    necessitando saber a topologia existente dentro do nvel 1, a no ser que o roteador

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    de nvel 2 pertena a uma nica rea como sendo um roteador de nvel 1.

    A Figura 17 ilustra a arquitetura de roteamento para a ATN (ICAO, 2001).

    Figura 17 - Arquitetura de Roteamento ISO (Fonte: adaptado de ICAO, 2001)

    Para a ICAO a poltica de segurana de roteamento deve seguir pela seleo de cada

    rota anunciada a cada BIS adjacente e a escolha entre as rotas ao mesmo destino

    recebidas de outro BIS adjacente (ICAO, 2001).

    Um ponto importante para a ICAO, atualmente o Anexo 10 define, so as aplicaes

    que se utilizam deste ambiente de roteamento na ATN para transferncias de dados.

    Estas aplicaes so definidas como:

    Application entity (AE). Part of an application process that is concerned withcommunication within the OSI environment. The aspects of an applicationprocess that need to be taken into account for the purposes of OSI arerepresented by one or more AEs (ICAO, 2006).

    IS

    IS

    BIS

    ES

    Domnio deRoteamento

    IS

    IS

    ES

    Domnio de

    Roteamento

    Domnio

    Administrativo

    IS

    Para um BIS do RD

    adjacente

    BIS

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    As aplicaes utilizam o servio de nvel superior de comunicao, que definido pelo

    Anexo 10 da ICAO como:

    Upper layers (UL) communications service. A term pertaining to the session,presentation and application layers of the OSI reference model (ICAO, 2006).

    Este nvel superior define como todas as aplicaes que so suportadas pela ATN.

    Na Figura 18 ilustrada uma viso de aplicaes e em qual nvel de camada cada uma

    se encontra. Como j definido no item 3.3 e exemplificado na Figura 13, o conceito da

    arquitetura ATN foi gerado sobre o modelo OSI, apresentado na Figura 18 como

    ATN/OSI.

    No entanto, os Working Group pertencentes ICAO vm trabalhando no

    desenvolvimento de padres para a ATN que utilizam o Internet Protocol Sute,

    apresentado na Figura 18 como ATN/IPS (ICAO, 2006).

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    Figura 18 - Comparao de Aplicaes nos modelos ATN/OSI e ATN/IPS (Fonte: adaptado de ICAO,2006)

    Layer 5Sessionlayer

    Layer 6Presentationlayer

    Layer 7Applicationlayer

    A/G: CM, ADS-C, FIS,CPDLC

    G/G: CM, ICC/AIDC

    CM Context ManagementADS-C Automatic Dependent Surveillance (Contract)

    FIS Flight infomrmtion serviceCPDLC Controller to pilot datalink communicationsICC/AIDC Inter-centre communications/ATS interfacil ity

    data communication

    Layer 4Transport

    layer

    Layer 3Network

    layer

    In

    ternetcommunicationsservice

    ISO/IEC 8073 (TP4)and

    ISO/IEC .... (CLTP)

    ISO/IEC 8473 (CLNP)

    A/G: CM, ADS-C, FIS,CPDLC

    G/G: CM, ICC/AIDC

    IETF/RFC 793 (TCP)Transfer Control Protocol

    IETF/RFC 768 (UDP)User Datagram Protocol

    IETF/RFC 2460 (Ipv6)Internet Protocol (v6)

    Upperlayercommunicationsservice

    ApplicationEntity (AE)

    Layer 7Applicationlayer

    ATN/OSI ATN/IPS

    APPLICATION PROCESS APPLICATION PROCESS

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    A ICAO, atravs do Working Group Ndefine a implementao na camada de aplicao

    do ATN/IPS como ilustrado na Figura 19 (ICAO, 2006):

    Figura 19 - Camada de Aplicao Utilizando o Conceito ATN/IPS (Fonte: adaptado de ICAO, 2006)

    Figura 19 ilustra, separadamente, a camada de aplicao de nvel 7, como ilustrado em

    conjunto com as demais camadas na Figura 18, e os processos que rodam sobre ela.

    Esta reestrutura na camada de aplicao necessria para a implementao do

    ATN/IPS na ATN.

    Os estudos desenvolvidos sobre a utilizao do ATN/IPS inserem tambm a utilizao

    de um novo protocolo para a camada de redes, o protocolo IPv6, como ilustrado na

    Figura 20.

    NETWORK LAYER Ipv6

    TRANSPORT LAYER TCP/IP TRANSPORT LAYER UDP

    FTP SNMPv3 DNS VoIP

    AIDC AMHS CPDLC ADS FIS

    A P P L I C A T I O N L A Y E R

    VoIP

    A P P L I C A T I O N P R O C E S S E S

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    Figura 20 - Arquitetura Utilizando o Conceito ATN/IPS (Fonte: adaptado de ICAO, 2006)

    O protocolo IPv6, como tratado a seguir no captulo 4, faz parte de uma nova gerao

    de protocolos, que traz a significativa capacidade de aumento de numerao IP, asegurana na transferncia de dados em rede e o servio de mobilidade utilizando o

    protocolo MIPv6. No entanto, a utilizao deste novo protocolo na camada de rede

    necessita trabalhar com os protocolos especificados para ATN, item 3.3.1, atendendo,

    desta forma, as mudanas propostas na camada de aplicao.

    A Figura 21 ilustra as mudanas na arquitetura do modelo OSI para atender atualmente

    o modelo ATN/IPS. A incluso d