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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA. por LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA EDUCAÇÃO FÍSICA -UFPE TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DEZEMBRO, 2003 © 2003 LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA TODOS DIREITOS RESERVADOS. O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei. Assinatura do Autor: ______________________________________________ APROVADO POR: ______________________________________________________________ Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos, D. Sc. - Orientador, Presidente ______________________________________________________________ .Prof. Veder Ralfh Medeiros D. Sc.– Membro Examinador ______________________________________________________________ Prof.Mário César Rodriguez Vidal D. Ing. - Membro Examinador Externo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA

ELÉTRICA.

por

LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA

EDUCAÇÃO FÍSICA -UFPE

TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DEZEMBRO, 2003

© 2003 LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA TODOS DIREITOS RESERVADOS.

O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao

público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.

Assinatura do Autor: ______________________________________________

APROVADO POR:

______________________________________________________________Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos, D. Sc. - Orientador, Presidente

______________________________________________________________.Prof. Veder Ralfh Medeiros D. Sc.– Membro Examinador

______________________________________________________________Prof.Mário César Rodriguez Vidal D. Ing. - Membro Examinador Externo

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Divisão de Serviços Técnicos.

Catalogação da publicação: UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Pereira, Lígia Souza de Santana.

Avaliação de programa de ginástica laboral: um estudo em empresa distribuidora de energia elétrica/Lígia Souza de Santana Pereira – Natal/RN,

Tese (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

1.Ergonomia. 2. Ginástica Laboral. 3. Desempenho Funcional - Tese. 4. Engenharia de Produção - Tese. I. Ramos, Rubens Eugênio Barreto II. Título

RN/UF/BCZM

CDU

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SOBRE A AUTORA

Lígia Souza de Santana Pereira é professora de educação física (UFPE/1983), especialista em

Educação pelo Movimento Humano dentro de Estruturas Escolares e Não-Escolares

(FICAB/RJ/1992) e em Dança (UFRN/2002). Atua desde o ano de 1987 como professora de

educação física na Escola Agrícola de Jundiaí/UFRN, nos Ensinos Fundamental e Médio.

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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

Cora Coralina

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A Isadora e Gabriela com amor.

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AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Engenharia de Produção – PEP da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, pela oportunidade de desenvolver este trabalho.

A Direção da Companhia Energética do Estado do Rio Grande do Norte (COSERN) peloespaço concedido, e aos seus funcionários pela valiosa contribuição nas respostas dos questionários, sem os mesmos não seria possível a realização da pesquisa de campo.

Ao Prof. Julio César de Andrade Neto, diretor da Escola Agrícola de Jundiaí, por ter possibilitado a continuidade e qualificação docente da sua equipe de trabalho.

Ao Prof. Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos, orientador e coordenador do Programa de Engenharia de Produção, pelos preciosos ensinamentos durante todo o Mestrado e pelas experiências que me foram oportunizadas.

Ao Prof. Dr. Veder Ralfh Medeiros, co-orientador, pela leitura e crítica da construção deste trabalho.

Aos Professores Sérgio Marques e Marcos Lacerda, pela paciência em nos ouvir, atenção e dicas dadas durante a construção deste trabalho.

Aos Colegas de turma e em especial ao Grupo Todynho, pelo companheirismo e solidariedade vividos durante este Mestrado.

A companheira de luta Ângela Márcia Maronez Chiamenti, pelo apoio e incentivo dado na construção deste trabalho.

Aos companheiros de Jundiaí e em destaque ao casal Rose e Harim, incentivadores pelo ingresso e ajuda na concretização deste mestrado.

Aos companheiros e amigos Márcia e Welson, pelas valiosas discussões, leituras e re-leituras na construção deste trabalho.

Às Secretárias Cleide e Janete do Programa de Engenharia de Produção, pela atenção e pelos serviços de qualidade prestados.

Aos demais Professores do Programa de Engenharia de Produção, pelos importantes ensinamentos e direcionamentos passados durante o curso.

A amiga e comadre Ana, pela constante preocupação, leitura e sugestões na fundamentação teórica deste trabalho.

Aos meus pais e irmã Geny, pelo apoio e incentivo quando muitas vezes precisei que ficasse com minhas filhas para melhor me dedicar aos estudos.

Ao meu esposo e minhas filhas, pelo apoio, dispensando muitas vezes a atenção e carinho.

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A Deus, meu maior agradecimento, pelas oportunidades de grandes realizações e por todos os dias de minha vida, dando-me saúde, capacidade e força para lutar.

A todos muito obrigado!

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Resumo da Tese apresentada a UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a

obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.

AVALIAÇÃO DE PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL E DESEMPENHO FUNCIONAL: UM ESTUDO EM EMPRESA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA ELÉTRICA.

LÍGIA SOUZA DE SANTANA PEREIRA

Dezembro/2003

Orientador: Prof.Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos

Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção

Esta tese trata de uma avaliação de um programa de ginástica laboral de uma empresa de

energia elétrica do estado do Rio Grande do Norte. O objetivo principal deste trabalho é de

analisar o programa de ginástica laboral com ênfase no desempenho funcional e mudanças

pessoais dos funcionários de diferentes categorias. O trabalho apresenta duas divisões: na

primeira, foi realizado o estudo bibliográfico abordando os conceitos e histórico sobre a

ergonomia e o foco principal do estudo, a ginástica laboral, fatores de desempenho e estilo de

vida. No segundo momento realizou-se o estudo de campo onde foi aplicado um questionário

a uma população de 169 funcionários que participam do programa de ginástica laboral;

posteriormente os dados foram analisados através de três análises estatísticas: multivariada -

clusters, qui-quadrado e regressão linear múltipla. Os resultados apontam para a confirmação

de que o programa de ginástica laboral desenvolvido há dois anos na empresa proporciona aos

seus funcionários administrativos e operacionais melhoria no seu desempenho funcional, e

também para mudanças em alguns aspectos do estilo de vida, como a alimentação, lazer e

nível de estresse. Concluindo o trabalho, verifica-se que o investimento em programas de

qualidade de vida oferece benefícios tanto para o funcionário como para a empresa, que

contará com bons serviços prestados e satisfação do cliente.Assim, conclui-se que a ginástica

laboral, enquanto uma ferramenta ergonômica e uma atividade física, é um investimento que

precisa cada vez mais ser fortalecido e implantado por muitos segmentos da sociedade.

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Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillment of requirements to the

degree of Master of Science in Production Engineering

December/2003

Thesis Supervisor: Rubens Eugênio Barreto Ramos

Program: Master of Science in Production Engineering

This thesis treats of a avaliation of a laboral gimnastics program of a electrical

energy enterprise from Rio Grande do Norte. The leading aim of this work is to analyse the

laboral gimnastics program with emphasis on functional performing and personal changes

of staff of different categories. The work shows two divisions: at first, it was carried out the

bibliographic study approaching the concepts and historic about the ergonomy and the main

focus of study, the laboral gimnastics , performing factors and lifestyle.The second time , it

was carried out the field study where was used a questionnaire to a 160 staff population

which participate of laboral gymnastics program; then the data were analysed through three

statistics analyses: multivaried__ clusters, qui-quadrado and multiple linear regression. The

results aim to the confirmation that the laboral gymnastics program developed two years ago

on enterprise proposes to the white-collar and operational workers an improving on their

functional performing and also, to the changes in some aspects of lifestyle, like the food,

leisure and stress level. In conclusion, it was checked that the investiment in life quality

programs offer benefits both to the staff and the enterprise which will account with good

services and satisfaction of customer. Therefore, it was concluded that the laboral

gymnastics while a ergonomic tool and a physical activity, it is an investiment which needs

more and more to be strengthened and inserted by many segments of society.

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INDICE

RESUMO

ABSTRAT

ÍNDICE DE FIGURAS

ÍNDICE DE TABELAS

ÏNDICE DE ABREVIATURAS

Capítulo 1 Introdução ..........................................................................................................1

1.1 Contextualização ...........................................................................................................1

1.2 Relevância .....................................................................................................................3

1.3 Objetivo .........................................................................................................................5

1.4 Metodologia...................................................................................................................5

1.5 Estrutura do Trabalho ....................................................................................................5

Capítulo 2 Fundamentação Teórica.....................................................................................7

2.1 Ergonomia .....................................................................................................................7

2.1.1 Histórico e Conceito .......................................................................................7

2.1.2 Postura e Movimento......................................................................................10

2.2 Ginástica Laboral...........................................................................................................11

2.2.1 Histórico .........................................................................................................12

2.2.2 Conceito. .........................................................................................................13

2.2.3 A Ginástica Laboral: importância e classificação

.............................................. 14

2.3 Efeitos da Ginástica laboral: Qualidade e Desempenho................................................16

2.3.1 Qualidade ........................................................................................................17

2.3.2 Desempenho. ...................................................................................................19

2.4 Implantação do Programa de Ginástica Laboral ...........................................................22

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2.5 Fatores do Desempenho no Trabalho ............................................................................24

2.5.1 Motivação .......................................................................................................25

2.5.2 Fadiga .............................................................................................................25

2.5.3 Estresse ...........................................................................................................26

2.6 Estilo de Vida. ...............................................................................................................27

2.6.1 Alcoolismo......................................................................................................27

2.6.2 Tabagismo.......................................................................................................28

2.6.3 Lazer e Recreação...........................................................................................29

2.6.4 Alimentação....................................................................................................29

2.6.5 Atividade Física ..............................................................................................30

2.6.6 Sedentarismo...................................................................................................32

2.6.7 Saúde...............................................................................................................33

2.6.8 Sono ................................................................................................................34

2.7 Síntese da fundamentação teórica .................................................................................35

Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo..................................................................37

3.1 Tipologia da Pesquisa....................................................................................................37

3.2 População ......................................................................................................................38

3.3 Instrumento de Coleta de Dados....................................................................................38

3.4 Coleta de Dados.............................................................................................................44

3.5 Técnicas de Análise.......................................................................................................44

3.5.1 Análise Descritiva e Exploratória...................................................................44

3.5.2 Análise Multivariada ......................................................................................45

3.5.3 Teste Qui-Quadrado........................................................................................45

3.5.4 Análise de Regressão Linear Múltipla............................................................46

3.6 Idéias Finais...................................................................................................................47

Capítulo 4 Resultados e Discussões da Pesquisa de Campo ...............................................49

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4.1 Análise-Crítica da Pesquisa...........................................................................................49

4.1.1 Análise dos Respondentes.............................................................................49

4.1.2 Análise do Instrumento de Pesquisa .............................................................49

4.2 Análise Descritiva .........................................................................................................50

4.2.1 Perfil dos Entrevistados.................................................................................51

4.3 Resultados da Análise de Cluster ..................................................................................57

4.4 Resultados do Teste Qui-Quadrado...............................................................................60

4.5 Resultados da Regressão Linear Múltipla .....................................................................66

4.6 Conclusão das Análises Estatísticas ..............................................................................69

4.7 Percepção dos dirigentes e staff técnico do programa...................................................70

4.71.Perfil dos dirigentes........................................................................................74

Capítulo 5 Análise, Limitações, Direções, Conclusões e Recomendações.........................75

5.1 Pesquisa Bibliográfica ...................................................................................................75

5.2 Resultados da Pesquisa..................................................................................................76

5.3 Análise Crítica do Trabalho...........................................................................................77

5.4 Limitações do Trabalho.................................................................................................78

5.5 Direções de Pesquisa .....................................................................................................79

5.6 Recomendações .............................................................................................................79

5.7 Conclusão ......................................................................................................................79

Referências Bibliográficas...................................................................................................81

ANEXOS

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Sistema da Qualidade Total ............................................................................19

Figura 2.2 – Esquema de Avaliação da Ginástica Laboral..................................................36

Figura 4.1 – Distribuição da população por categoria funcional ........................................51

Figura 4.2 – Distribuição das horas diárias trabalhadas......................................................52

Figura 4.3 – Distribuição da população por tempo de serviço na função ...........................53

Figura 4.4 – Distribuição da população por tempo de participação no programa...............54

Figura 4.5 - Distribuição da população por faixa etária ......................................................54

Figura 4.6 – Distribuição dos participantes fumantes .........................................................55

Figura 4.7 – Distribuição comparativa por nível de escolaridade.......................................56

Figura 4.8 – Distribuição da população segundo gênero ....................................................57

Figura 4.9- Representação dos clusters 1 e 2 ......................................................................57

Figura 4.10 – Relação entre a variáveis dependente e as independentes ............................67

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 3.1 – Variáveis mensuradas no bloco 1: considerações iniciais ..............................40

Tabela 3.2 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa ........................40

Tabela 3.3 - Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral .................41

Tabela 3.4 - Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional..............................41

Tabela 3.5 - Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do entrevistado ...............................42

Tabela 3.6 – Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 1: considerações iniciais.......42

Tabela 3.7 – Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 2: implantação do programa.42

Tabela 3.8 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 3:benefícios da gin. laboral ...43

Tabela 3.9 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 4: desempenho funcional ......43

Tabela 3.10 - Variáveis mensuradas pelo dirigente no bloco 5: perfil do dirigente............43

Tabela 4.1 – Análise Variância das variáveis significantes na formação dos clusters........59

Tabela 4. 2 – Resultado do teste qui-quadrado....................................................................61

Tabela 4.3a – Freqüência observadas..................................................................................62

Tabela 4.3b – Freqüência esperadas....................................................................................62

Tabela 4.4a - Freqüência observadas (mudança na alimentação) .......................................63

Tabela 4.4b – Freqüência esperadas (mudança na alimentação).........................................63

Tabela 4.5a -Freqüência observadas (mudança no lazer)....................................................64

Tabela 4.5b - Freqüência esperadas (mudança no lazer).....................................................64

Tabela 4.6a – Freqüência observadas (mudança no nível de estresse)................................65

Tabela 4.6b – Freqüência esperadas (mudança no nível de estresse) .................................65

Tabela 4.7 – Análise de variância para regressão ...............................................................66

Tabela 4.8 – Variáveis que se revelaram significantes no modelo R2 = 43,89% ...............66

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Tabela 4.9 – Correlações que são significantes (p 0,0500)................................................68

Tabela 4.10 – Resultados dos dirigentes em relação ao bloco 1: considerações iniciais ....71

Tabela 4.11 – Resultados dos dirigentes em relação ao bloco 2: implantação do prog. .....71

Tabela 4.12 – Resultados dos dirigentes em relação ao bloco.3: benefícios da gin.laboral72

Tabela 4.13 - Resultados dos dirigentes em relação ao bloco. 4: desempenho funcional...72

Tabela 4.14a – Queixa de dor no segmento da coluna vertebral.........................................73

Tabela 4.14b – Queixa de dor no segmento do membro superior.......................................73

Tabela 4.14c – Queixa de dor no segmento do membro inferior ........................................74

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ÍNDICE DE ABREVIATURAS

COSERN - Companhia Energética do Rio Grande do Norte

DF - Distrito Federal

DME - Distúrbio Músculo-Esquelético

DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho

LER - Lesão por Esforço Repetitivo

OMS - Organização Mundial da Saúde

PGE - Programa de Ginástica na Empresa

RSM - Departamento de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI - Serviço Social da Indústria

SESMT - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Capítulo 1

Introdução

Este trabalho realiza uma análise de um programa de ginástica laboral com ênfase

no desempenho funcional e mudanças pessoais do trabalhador. Este estudo teve como foco

funcionários administrativos e operacionais de uma empresa de energia elétrica, que tem

implantado o programa de ginástica laboral, o que o caracterizou como um estudo de caso.

Neste capítulo apresentamos uma contextualização acerca do tema desta pesquisa,

os objetivos, a metodologia geral, a relevância e a estrutura organizacional do trabalho.

1.1 Contextualização

As atuais transformações no mundo do trabalho e os impactos da reestruturação

produtiva parecem ter aumentado as proporções das implicações sobre a saúde dos

trabalhadores, ampliando e tornando mais complexa a avaliação dos sintomas de dor,

desconforto físico e psicológico. Segundo Cruz (2001), com a evolução tecnológica, e

segundo recentes estudos, são observadas novas implementações ergonômicas que vêm

acontecendo nos postos de trabalho. Porém, se não existirem as devidas orientações para o

uso adequado desses equipamentos e, conseqüentemente, se os trabalhadores não estiverem

fazendo uso dos mesmos de forma adequada, possivelmente, estas tecnologias não

produzirão o efeito esperado.

Noutro sentido, se a exigência do trabalho, a competitividade e o avanço da

tecnologia, no tempo atual, têm exposto os indivíduos a níveis elevados de tensão e

estresse, por outro lado têm obrigado a sociedade a envolver em suas discussões programas

de qualidade de vida e prevenção de doenças ocupacionais. Tais discussões tornam-se mais

necessárias, à medida que são observados a influência positiva e os diversos benefícios do

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investimento na saúde e qualidade de vida do profissional. Isto associado aos objetivos de

crescimento da empresa ou indústria, garantindo, em conseqüência disso, qualidade dos

produtos e/ou da prestação de serviços.

Investimentos na aquisição de equipamentos e maquinários adequados ao serviço

podem facilitar o manuseio dos mesmos pelos funcionários. Uma melhor adequação da

estrutura física e do ambiente de trabalho às necessidades da empresa moderna também

seria elemento relevante para assegurar uma maior qualidade no desempenho de seus

trabalhadores, desta forma investimentos em treinamentos, em programas de

conscientização, prevenção de riscos, acidentes e doenças ocupacionais ainda apresentariam

uma preocupação da empresa com o desenvolvimento pessoal do indivíduo, levando-o, por

conseguinte, a uma interação positiva com aquela.

As condições de trabalho podem ser caracterizadas como os meios pelos quais os

trabalhadores desenvolvem suas atividades, não importando quais sejam elas, porém são

elas que irão determinar o sucesso ou insucesso da produtividade, assim como o bem-estar

do trabalhador. Pensando no conforto físico e mental do trabalhador, algumas empresas de

diferentes áreas de serviço, vem adotando Programas de Prevenção a Doenças

Ocupacionais.

Contudo, pesquisas acadêmicas, tais quais a de Cañete (1996) e Longen (2003),

dentre outras, apontam que uma grande incidência dos problemas relacionados aos

desequilíbrios posturais ainda serem muito freqüentes e recomendam, então, que os

profissionais da área de saúde laboral orientem à população trabalhadora para um programa

de educação postural, que tenha por objetivos uma maior conscientização corporal,

prevenindo doenças ocupacionais, evidenciando uma compensação aos desequilíbrios do

corpo e promovendo, ainda, a aquisição do hábito do exercício físico regular como uma

rotina salutar.

Muitas são as atividades realizadas pelo homem - descritas na literatura - que são

propensas a desenvolver Lesão por Esforço Repetitivo (LER), Distúrbios Músculo-

Esqueléticos (DME) e/ou Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT),

dentre elas estão inclusas as diferentes atividades exercidas por eletricistas, por pessoal de

tele-atendimento, bem como por outras atividades de escritório, realizadas pelos

funcionários da empresa distribuidora de energia elétrica à qual se destina esta pesquisa.

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Existem diversas razões para a ocorrência da LER/DORT, que acontece de forma

diferenciada de indivíduo para indivíduo. Além disto, para cada categoria profissional,

devido às suas especificidades e características, haverá diferenciadas causas para a

ocorrência das mesmas, partindo da intensidade do trabalho, da postura adotada na

realização das atividades como também do ritmo exigido pelo trabalho. Devido a essas

exigências, alguns trabalhadores são mais suscetíveis a doenças ocupacionais que outros.

Dessa maneira, segundo Iida (1990) e Martins (2001), nos setores em que se exige,

por exemplo, uma longa permanência do indivíduo numa mesma postura - seja ela em pé ou

sentada – fará com que ele, naturalmente, passe a adotar atitudes corporais que lhe pareça

mais confortáveis, mas que nem sempre são as ideais ou biomecanicamente adequadas para

o desenvolvimento de determinadas atividades, ocasionando, então, a ocorrência de dores

musculares. Estas, no início, podem até passar desapercebidas, porém, com o tempo,

tendem a aumentar, podendo tornar-se motivos para problemas simples, como um pequeno

mau humor ou uma rápida indisposição ao trabalho; ou extremos como o afastamento do

trabalho e, até mesmo, a incapacidade funcional.

1.2 Relevância

Sabe-se que nas grandes capitais do eixo sul-sudeste do Brasil, empresas como,

Volkswagen de São Carlos/SP, Dana-Albarus/RS, Selenium/RS, etc, vêm cada vez mais

investindo em capacitação (através de cursos de atualização e treinamentos), incentivando a

continuidade dos estudos, oferecendo palestras, cursos sobre cuidados com a saúde, enfim,

investindo no capital humano. Isto irá influenciar diretamente na saúde da empresa, pois o

bem-estar proporcionado ao trabalhador influenciará, de forma direta ou indireta, no bom

atendimento prestado aos usuários dos serviços oferecidos pela companhia. Em suma: todos

saem ganhando.

Dentre os investimentos com pessoal, os Programas de Promoção da Saúde que são

desenvolvidos pelo Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT)

merecem destaque fundamental no desempenho e produtividade de uma empresa. A

Ginástica Laboral, por sua vez, pode gerar uma excelente alternativa a ser inserida nesses

programas com o objetivo de prevenir doenças ocupacionais e elevar a qualidade de vida do

funcionário, conseqüentemente, aumentando a produtividade da empresa e melhorando sua

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condição de competitividade com outras empresas do ramo. Tudo isso irá refletir no melhor

atendimento ao cliente, ao consumidor.

Outro exemplo ao qual outras empresas podem se espelhar está na iniciativa do

Serviço Social da Indústria/DF, que iniciou desde 1997 o Programa de Ginástica na

Empresa – PGE, que tem por objetivo promover a saúde e a qualidade de vida no local de

trabalho, fundamentado em vários benefícios, dentre eles a prevenção da saúde ocupacional

e do estresse; melhoria do rendimento funcional; redução de acidentes do trabalho;

diminuição dos gastos com despesas médicas; melhoria das relações humanas e de trabalho;

e, o aumento da produtividade.

Considera-se a Ginástica Laboral como uma atividade física que visa principalmente

a saúde do trabalhador e deve ser realizada através de sessões que variam de 10 a 15

minutos, antes, durante ou depois da jornada de trabalho, onde serão realizados movimentos

simples, que priorizem os alongamento de pescoço, braços e musculatura das costas, isto é,

a(s) parte(s), no indivíduo, que está(ão) mais comprometida(s) na ação exercida pelos

trabalhadores que desenvolvem as suas atividades no campo ou no escritório.

São propostos, então, exercícios específicos de acordo com a prescrição sugerida

pelo avaliador, de forma planejada para que haja um desenvolvimento evolutivo orientado e

supervisionado para a obtenção de resultados satisfatórios. Assim, os exercícios

programados devem buscar a contração muscular antagonista àquela ação exigida durante o

trabalho, provocando assim um alongamento e relaxamento da parte comprometida.

Pode-se verificar tal afirmação nas experiências realizadas nas empresas

automobilísticas como é o caso da Empresa Volkswagen de São Carlos-SP que adotou o

Programa de Ginástica na Empresa desde o início de 1998. A Volks, segundo depoimento

do diretor local da regional do Sesi São Carlos/SP, “aderiu ao Programa como forma

preventiva para possíveis casos de LER e também para melhoria da qualidade no ambiente

de trabalho” (Revista CIPA, 1999).

Assim, este estudo pretende, também, apresentar as empresas locais e instituições de

diferentes ramos de serviço, a importância da ginástica laboral, para a melhoria do

desempenho funcional, como também, mecanismos de melhoria à qualidade de atendimento

aos usuários, e melhoria na saúde e estilo de vida que visam o bem estar dos mesmos, uma

maior satisfação em prestar bons serviços e produtividade para a empresa.

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1.3 Objetivo

Analisar a influência do Programa de Ginástica Laboral no desempenho funcional e

mudanças pessoais dos funcionários de diferentes categorias.

1.4 Metodologia

Inicialmente, realizou-se uma revisão bibliográfica, feita a partir da leitura de

periódicos nacionais e internacionais, livros e artigos publicados em revistas científicas ou

disponíveis na Internet através de bases de dados e sites, onde se procurou focar a

ergonomia, principalmente, a ginástica laboral, os fatores de desempenho no trabalho e os

elementos que formam o estilo de vida do trabalhador.

Realizou-se um estudo de campo, utilizando-se como recurso de coleta de dados

dois questionários estruturados, envolvendo os funcionários e dirigentes, com questões

dicotômicas e perguntas fechadas aos quais os respondentes preenchiam sob a orientação da

pesquisadora.

Para análise de dados, foram utilizados procedimentos de estatística descritiva e

exploratória, a análise multivariada, o teste qui-quadrado e a análise de regressão múltipla.

Realizou se também uma análise da percepção dos dirigentes em relação à visão dos

participantes do programa de ginástica laboral.

1.5 Estrutura do Trabalho

O presente estudo foi dividido em cinco capítulos assim distribuídos:

O Capítulo 1 apresenta aspectos introdutórios sobre a problemática do assunto,

contendo a relevância, objetivo, metodologia, e a estrutura geral do trabalho.

O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica de acordo com a pesquisa

bibliográfica sobre a Ergonomia, seus conceitos e histórico, com enfoque na postura e

movimento adotado no trabalho, e sua importância no tocante ao cumprimento da norma

regulamentadora 17 que normatiza tais aspectos pelas empresas, no sentido de prevenção

ou minimização das doenças ocupacionais, citadas comumente na literatura como DORT

(Distúrbio Osteomuscular Relacionada ao Trabalho). Apresenta ainda a Ginástica Laboral,

foco principal desse estudo: conceitos, histórico, objetivos, importância e seus benefícios,

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verificados em relato de experiência já vivenciado por outras empresas em diferentes

estados federativos. Finaliza este capítulo apresentando os aspectos emocionais e estilo de

vida presentes no cotidiano do trabalhador, bem como o seu desempenho no trabalho.

O Capítulo 3 retrata os procedimentos metodológicos desenvolvidos no trabalho,

são definidos a caracterização da pesquisa, a população alvo, os instrumentos de pesquisa

adotados, a coleta de dados e a análise dos resultados encontrados na pesquisa.

O Capítulo 4 descreve os resultados e promove discussões; é onde se realiza uma

análise crítica quanto ao objetivo e metodologia da pesquisa. Versa ainda sobre a análise

dos resultados encontrados na aplicação do instrumento de pesquisa, através de gráficos, e

tabelas para proporcionar ao leitor uma melhor compreensão sobre a análise dos resultados

obtidos na pesquisa.

O Capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho com um resumo da revisão teórica, a

análise crítica, limitação encontrada, direções de futuras pesquisas e recomendações a partir

dos resultados encontrados.

Ao final são apresentados os anexos, contendo os instrumentos de pesquisa

utilizados, gráficos da análise descritiva, gráfico e tabela da análise de clusters, tabelas do

teste qui-quadrado e a matriz de correlação.

A seguir no capítulo 2 se apresentará o referencial teórico que fundamentou todo o

estudo em questão.

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Capítulo 2

Fundamentação Teórica

Este capítulo tem como objetivo apresentar o referencial teórico pesquisado,

iniciando com o contexto histórico do surgimento da ergonomia, seus conceitos segundo

diferentes estudiosos até os dias atuais. Aborda sobre a ginástica laboral, seus objetivos,

importância e benefícios para o homem e para a empresa. Desenvolve algumas idéias sobre

os fatores que interferem no desempenho do trabalhador no trabalho e finaliza com um

conjunto de elementos que compõem o estilo de vida do homem.

2.1 Ergonomia

O termo Ergonomia de origem grega - ergo (trabalho) e nomos (regras) - apresenta o

mesmo sentido nos Estados Unidos como humans factors (fatores humanos) é o conjunto

de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de

instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto

e eficácia (Wisner, 1972).

2.1.1 Histórico e Conceito

Inicia-se este capítulo historiando a Ergonomia e sua importância na vida do

homem, apresentando alguns conceitos e definições segundo a visão de alguns estudiosos e

pesquisadores.

O Termo Ergonomia foi utilizado pela primeira vez em 1857 pelo polaco Wojciech

Jastrzebowski, quando publicou o artigo “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho

baseado nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”. Originou-se assim a ergonomia

como a ciência da utilização das forças e das capacidades humanas. Porém, foi quase cem

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anos depois em 12 de julho de 1949 - data oficial - que um grupo de cientistas e

pesquisadores se reuniram na Inglaterra, pela primeira vez para discutirem e formalizarem a

existência de um novo rumo de aplicação de caráter interdisciplinar da ciência (Iida, 1995).

Com a criação da primeira Sociedade de Ergonomia – a “Ergonomic Reseach

Society” - no início dos anos 50, na Inglaterra, fisiologistas, psicólogos e engenheiros se

reuniram para realizarem estudos e pesquisas sobre a adaptação do homem ao trabalho.

Outros estudos com novos enfoques foram feitos por outros países da Europa (Alemanha,

França e países escandinavos) e pelos Estados Unidos, a partir da revolução industrial, onde

surgiram modernas fábricas que apresentavam intensa jornada de trabalho, um ambiente

sujo, barulho forte, funcionários sem direito a férias e viviam em regime de semi-

escravidão imposto com autoritarismo pelos empresários (Iida, 1995).

Com a preocupação de contribuir nas discussões da problemática da ciência e da

tecnologia e na prática das questões físicas e de percepção aplicáveis a produtos,

equipamentos e postos de trabalho é que a ergonomia se desenvolveu em numerosos países

industrializados e em vias de desenvolvimento.

Hoje, a ergonomia já se difundiu por todos os paises do mundo através das leis e

normas regulamentadoras, como também muitas instituições de ensino e pesquisa vêm

realizando estudos neste campo de atuação especificamente. A Norma Regulamentadora 17

que trata da Ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das

condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (Brasil, 2000).

Os resultados e discussões sobre estas normas são apresentados em eventos de

caráter nacionais e internacionais. É notório que tais estudos e pesquisas vêm contribuindo

de maneira significativa na redução do sofrimento dos trabalhadores das industriais,

comércio e empresas, quanto às doenças ocupacionais, estresse, na melhoria da

produtividade e elevação do nível de desempenho e condição geral de vida.

É bom ressaltar que mesmo que se tenha uma data oficialmente documentada para o

surgimento dessa ciência, podemos perceber seus primórdios desde a pré-história, quando o

homem já necessitava de adaptar seus gestos e movimentos para adequar-se a um objeto

e/ou situação, pode-se assim dizer que a ergonomia já fazia parte da vida do trabalho

humano.

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No XXIV Congresso de Ergonomia realizado em Paris em 1988 a ciência foi

definida pelo Conselho da Sociedade de Ergonomia da França mediante o seguinte enfoque:

“Pelos seus métodos e etapas, a ergonomia permite uma nova percepção do funcionamento de uma empresa, a partir da compensação do trabalho do homem. Esta compreensão é necessária para conceber as situações nas quais o operador tem domínio: - para seu equilíbrio físico, mental e psíquico e para uma melhoria do sistema”.

Entende-se nessa definição uma relação entre o trabalho realizado pelo homem,

envolvendo os aspectos físicos, intelectuais e psicológicos, com a melhoria do sistema.

Laville (1977, 6), afirma que “a ergonomia pode ser considerada como um conjunto

de conhecimentos interdisciplinares”.

Para Wisner (1987,83) por sua vez, a ergonomia é um conjunto de conhecimentos

necessários para conceber os instrumentos, as máquinas e dispositivos de tal forma que

possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficiência, pelo

trabalhador. Este autor (1987,77) afirma que a ergonomia tem pelo menos duas finalidades:

o melhoramento e a conservação da saúde dos trabalhadores, e a concepção e o

funcionamento satisfatórios do sistema técnico do ponto de vista da produção e da

segurança.

Pode também ser entendida como a ciência que procura configurar, planejar, adaptar

o trabalho ao homem, respondendo questões levantadas em condições de trabalho

insatisfatórias (Dul & Weerdmeester, 1995; Iida, 1993; Montmollin, 1995). Percebe-se

assim que a ergonomia tem por objetivo adaptar o trabalho ao homem, bem como melhorar

as condições de trabalho e as relações homem-máquina.

Wisner (1987), Fidelis (1998), apresentam uma classificação da ergonomia como:

de concepção (quando um ou mais ergonomistas fazem parte da equipe que desenvolverá o

produto/serviço/ambiente/máquina na sua fase inicial), de correção (quando utilizada na

correção de problemas já existentes relacionados à saúde segurança do trabalhador e

qualidade de trabalho) e de conscientização (quando tem o objetivo de conscientizar o

trabalhador através de cursos de treinamentos, no sentido de prevenir riscos de acidentes e

de garantir a saúde física ou mental do trabalhador).

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2.1.2 Postura e movimento

Nas pesquisas sobre a ergonomia, tem sido de fundamental importância o estudo

sobre as posições adotadas pelo trabalhador na execução de suas atividades de rotina, uma

vez que as posturas para a realização do trabalho, as posturas oriundas de fatores externos

ao bom desempenho da atividade, tais como os provocado por inadequação do mobiliário, e

alguns vícios posturais são considerados como responsáveis pelo desgaste físico do

trabalhador (Grandjean, 1998).

Quando o trabalhador, independentemente da função que exerce, realiza uma

postura ou movimento, diversos músculos, ligamentos e articulações do seu corpo são

acionados. Para isto, a sua musculatura, que fornece força para a execução, precisa estar

preparada, bem como os seus ligamentos que desempenham uma função auxiliar no que diz

respeito ao deslocamento das partes do corpo.

Para Dul e Weerdmeester, as “posturas inadequadas produzem tensões mecânicas

nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros,

punhos e outras partes do sistema músculo –esquelética” (1995,17). Com isto observa-se

que os trabalhadores precisam estar permanentemente atentos a sua postura e aos

movimentos adotados no seu posto de trabalho para evitar o desconforto da dor, bem como

outras doenças ocupacionais.

Segundo Paillard (apud Laville, 1977, 49) a postura dos segmentos corporais no

espaço pode assim ser considerada:

“A atividade postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em

posições determinadas, solidárias emas umas às outras e que conferem ao

corpo uma atitude de conjunto. Essa atitude indica o modo pelo qual o

organismo enfrenta os estímulos do mundo exterior, prepara para reagir. Seja

no início, no decorrer ou no fim de um movimento dirigido no espaço,

atitude constitui um aspecto fundamental da atividade motriz”.

Observa-se com mais freqüência nos postos de trabalho duas posições mais

utilizadas, em pé e sentada, ou ainda a sua alternância. Para Couto (1978), a posição

sentada é a posição adequada para os trabalhos que não envolvam muito movimento ou

atividade física, pois possibilita a boa estabilidade do corpo, com pequena sobrecarga

estática, pouca sobrecarga de circulação e boa coordenação de movimentos, ele chama

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atenção para esta posição, que somente será confortável se a cadeira tiver um design

adequado, pois do contrário poderá haver problema de fadiga, varizes, etc.

Seguindo este mesmo raciocínio Iida (1990), alerta para os projetos de máquinas,

bancadas ou assentos inadequados que levam o trabalhador a assumir postura inadequada,

que podem acarretar em dores fortes àquele grupo muscular de que se está sendo solicitado

o esforço.

Alguns fatores ergonômicos nos postos de trabalho merecem uma atenção especial

por parte dos empregadores e dos usuários (empregados). Schantz (apud Martins, 2001,32)

considera que “o empregado que utiliza o computador deve dispor de uma cadeira com

braços, que lhe ofereça flexibilidade e apoio, contendo quatro pernas e rodinhas que lhe

permitam fácil movimentação...”. Assim, a empresa deve adotar medidas que minimizem o

desconforto (dor) do funcionário, adequando cada vez mais os postos de trabalho e,

conseqüentemente, melhorando a qualidade de serviço e produtividade do trabalhador.

A posição parada, em pé, é altamente fatigante porque exige muito trabalho estático

da musculatura envolvida para manter esta posição. As pessoas que executam trabalhos

dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecem

estáticas ou com pouca movimentação (Iida, 1990). Deste modo, o trabalhador precisa ter o

conhecimento sobre a importância da alternância entre as posições sentada e em pé e do

movimento estático e dinâmico adotá-la no seu trabalho diário, numa tentativa de evitar ou

minimizar as doenças ocupacionais e, assim, desempenhar melhor as suas atividades.

2.2 Ginástica laboral

A vida do homem moderno, notadamente nos grandes centros urbanos, está cada

vez mais voltada ao enfrentamento de situações críticas para sua subsistência, tais como

alimentação, moradia, transporte, ensino, saúde e a própria manutenção do emprego, todas

elas sabidamente, situações geradoras de stress. O saber lidar com este estresse tem se

tornado uma preocupação constante nas novas técnicas de administração empresarial, já

que, comprovadamente, a melhoria dos níveis de qualidade de vida, baseados nas situações

críticas acima mencionadas, é hoje fator diferencial entre as empresas, na competição por

produtividade, qualidade e desempenho comercial (Polito, 2002).

Nessa ótica, a Ginástica Laboral tem ganhado destaque no Brasil nos últimos dois

anos, sendo utilizada como uma importante ferramenta, dentro do conjunto de medidas que

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visam prevenir o aparecimento de lesões músculo-ligamentares, ligadas a atividades dentro

do ambiente de trabalho (Martins, 2001.).

Conceitua-se a Ginástica Laboral como a combinação de algumas atividades físicas

que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física

do indivíduo em seu trabalho. Emprega exercícios de fácil execução que são realizados no

próprio local de trabalho e que contribuirão para um melhor condicionamento e

desempenho físico, maior concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de

trabalho. Assim, pode-se dizer que a ginástica laboral tem como principio básico prevenir o

aparecimento de lesões músculo esqueléticas e/ou ligamentos devido a situações de estresse

(Orselli, 2002).

2.2.1 Histórico

A ginástica laboral praticada desde 1925 na Polônia, onde foi chamada de Ginástica

de Pausa, foi criada para atender a especificidade do cargo que cada operário da indústria

exercia (Polito, 2002). Observou-se, entretanto que a partir de 1928, esta atividade física

teve um efetivo desenvolvimento no Japão, principalmente atendendo aos funcionários das

agências dos correios com o objetivo de cultivar a saúde e o fortalecimento da musculatura.

Cañete (1996) descreve que após a Segunda Guerra Mundial, foi se ampliando o

hábito e prazer por esta prática, principalmente por ter sofrido uma forte contribuição de um

programa de rádio japonês, transmitido diariamente, em que consistia na utilização de um

certo de tipo de ginástica rítmica com acompanhamento musical, contribuindo com

excelentes resultados na produtividade da empresa e na diminuição dos acidentes de

trabalho.

Segundo Militão (2001) e Alvarez (2002), a ginástica laboral no Brasil, por volta de

1969, foi introduzida nos estaleiros Ishiksvajima através de executivos nipônicos que, ainda

nos dias de hoje, em conjunto com diretores e operários, realizam exercícios físicos no

sentido de diminuírem os acidentes de trabalho. Assim, ganhando cada vez mais espaço e

resultados satisfatórios, a Ginástica laboral foi se expandindo na região sul do país. Em

1973, partindo da proposta da Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior de Novo

Hamburgo (FEEVALE), onde teve a sua elaboração com base na análise biomecânica do

movimento.

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Em 1978, esse programa ampliou-se e, firmando parceria com o SESI de Novo

Hamburgo, desenvolveu a “ginástica compensatória”, envolvendo empresas do Vale dos

Sinos com a finalidade, inclusive, de minimizar e/ou combater as doenças provocadas pelo

movimento repetitivo dos digitadores - “Doença dos Digitadores”.

Apesar dos bons resultados alcançados, apenas duas das cinco empresas que

iniciaram o programa permaneceram com a prática da Ginástica Laboral compensatória.

Segundo Schimitz (apud Maciel, 2001) o problema de custos foi a principal questão

enfrentada pelos demais empresários, o que impediu a continuidade do projeto,

principalmente no tocante a contratação de pessoal para a equipe de monitores. Após

algumas experiências isoladas foi na década de 1980 que a Ginástica Laboral teve uma

retomada e firmou a sua aceitação em empresas e indústrias do país.

De acordo com o autor mencionado, nesta mesma época (1987), acontecia o

reconhecimento da tenossinovite como doença profissional através da portaria nº 4.602 do

Ministério da Previdência e Assistência Social. Tal fato exigiu maiores medidas de

enfrentamento social acerca da ameaça das lesões, principalmente por parte do

empresariado. Esta situação fomentou a valorização da qualidade de vida no trabalho.

Assim, o ressurgimento da Ginástica Laboral na segunda metade da década de 1980,

utilizada como medida de promoção à saúde do trabalhador, acompanhou o próprio

desenrolar histórico do fenômeno LER/DORT, iniciado pelo reconhecimento oficial da

então chamada doença dos digitadores (Longen, 2003).

2.2.2 Conceito

Pode–se dizer que o conceito da ginástica laboral está atrelado ao enfoque adotado

por Longen no seu estudo. Apresentaremos a seguir alguns conceitos de acordo com a visão

de alguns autores.

Segundo Realce (2001, 28), "a ginástica laboral é um conjunto de exercícios diários

que visam normalizar capacidades e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho,

diminuindo a possibilidade de comprometimento da integridade do corpo”.

Basso (1989), Schimitz (1981), Sharcow (1996) e Cañete (1996), apud Polito

(2002,28) entendem esta atividade como “a criação de um espaço onde as pessoas possam,

por livre e espontânea vontade, exercer várias atividades e exercícios que estimulam o

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autoconhecimento e levam à ampliação da auto-estima e, conseqüentemente, proporcionam

um melhor relacionamento consigo, com os outros e com o meio”.

Para Kolling (apud Polito, 2002,28) “a Ginástica Laboral é um repouso ativo, que

aproveita as pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos

correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho,

tendo como objetivo a prevenção da fadiga”.

Esses vários enfoques conceituais apresentados sobre a ginástica estimulam a

empresa em investir cada vez mais em programa de saúde que visem a prevenção das

doenças ocupacionais e, assim a ginástica laboral é vista como uma importante ferramenta.

2.2.3 A Ginástica laboral: importância e classificação

A Ginástica Laboral é mais uma ferramenta disponível dentro da ergonomia que

pode ser desenvolvida pela empresa, no sentido de prevenir as doenças ocupacionais,

contribuindo para melhoria da qualidade de vida dos funcionários. Hoje, produzir mais e

melhor, sem desenvolver danos à saúde dos trabalhadores, não se trata de uma utopia. Se

tomarmos como exemplo os modelos de empresas estrangeiras e de algumas nacionais, é

cada vez maior o número de adeptos que descobrem, nos Programas de Ginástica Laboral,

um meio eficaz e saudável de reduzir os casos dessas doenças ocupacionais.

O Programa de Ginástica Laboral possibilita a colaboração e orientação das pessoas,

para viverem melhor exercendo seu papel no setor em que estão inseridas, em parceria com

a atividade física orientada, ou seja, cada profissional dentro da empresa, independente de

sua posição hierárquica ou função exercida, pode analisar e reavaliar seu modo de pensar,

agir, organizar seu tempo e espaço, prevenindo uma das grandes causas que motivam males

à saúde, as quais chamamos de estresse.

O estresse enfocado na medicina como a soma das perturbações orgânicas e

psíquicas provocadas por diversos agentes agressores, tais como: trauma, emoções, choque

cirúrgico, intoxicação, fadiga, exposição ao calor ou ao frio etc. Nem sempre é considerado

pela classe empresarial como uma doença séria que afeta a produtividade e o desempenho

do trabalhador.

Como o próprio nome sugere, a Ginástica Laboral se caracteriza por uma atividade

desenvolvida no ambiente de trabalho, atuando de maneira preventiva e terapêutica, através

de exercícios que vão compensar as estruturas utilizadas durante a função e ativar outras

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que não estejam sendo solicitadas. Durante a sua realização, o objetivo maior tem sido o de

prevenir o L.E.R /D.O.R.T., uma vez que, como sugerem algumas pesquisas, é a grande

campeã de afastamentos dos empregados das empresas, em conseqüência da fadiga

decorrente da tensão e da repetitividade dos movimentos, prejudicando as articulações,

músculos, nervos, etc.

De acordo com Hurley (apud Martins, 2001, 23):

“Nos EUA, mais de dois terços dos empregados (mais de 80 milhões de

pessoas) padecem de dores episódicas ou crônicas, sendo que quinze por

cento destes indivíduos (18 milhões) tem o trabalho relacionado com a

origem da sua dor. De acordo com os trabalhadores das empresas, em 1995

as dores foram às causas de um quarto de todos os dias de trabalho perdidos

(totalizando 50 milhões de dias)”.

Tal realidade, em menores proporções, foi verificada também no Brasil. Marchi

(apud Martins, 2000) descreve que em 1985 houve um gasto anual de 412 dólares com a

saúde, de cada funcionário, dez anos depois este custo foi de 936 dólares e a estimativa para

o ano 2000 foi de um gasto de 1.850 dólares por empregado.

Dentre as atividades propostas por um profissional de Educação Física e/ou de um

Fisioterapia num programa de ginástica laboral pode-se destacar primeiro as atividades de

curta duração (10-15 minutos), depois as atividades de pouca exigência física

(alongamentos, relaxamento, recreação e consciência corporal no ambiente de trabalho); e,

por fim, as atividades desenvolvidas no próprio local de atividades do funcionário.

Para Cañete (apud Polito 2002,28) essas atividades podem ser divididas

basicamente em: 1. Ginástica Preparatória ou de Aquecimento, que são realizadas antes de

iniciar o trabalho com o objetivo de preparar as estruturas que serão solicitadas durante as

tarefas dentro da empresa; 2. Ginástica Compensatória ou de Pausa, que são atividades

realizadas em pequenos intervalos durante o expediente, tendo o objetivo de compensar as

estruturas que estão sendo utilizadas no processo produtivo, diminuindo as tensões do

trabalho repetitivo, posturas erradas, proporcionando ao indivíduo condições de perceber

seu corpo e suas condições físicas e psicológicas; 3. a Ginástica de Relaxamento ou de

Final de Expediente, que como o próprio nome já indica, são atividades realizadas ao

término das atividades do funcionário dentro da própria empresa. Tendo como seu maior

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objetivo aliviar a sensação de cansaço e tensão muscular e proporcionar uma integração

social no ambiente de trabalho.

A ginástica laboral pode ser preparatória e compensatória, consistindo em exercícios

específicos realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e

terapêutica. Leve e de curta duração, a ginástica laboral visa diminuir o número de

acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário ao

iniciar e retornar ao trabalho, promover maior integração no ambiente de trabalho (Dias,

1994).

A ginástica laboral preparatória é realizada antes da jornada de trabalho, a fim de

preparar a pessoa para exercer as suas atividades diárias do trabalho, preparando os grupos

musculares que serão solicitados na realização das suas tarefas e despertando-os para que se

sintam mais dispostos motivados e integrados. Indica-se geralmente a sua realização com a

reunião de todos os funcionários em um local específico, no início de cada turno de trabalho

(Cañete, 1996).

Para Leite e Mendes (apud Alvarez, 2002) a ginástica laboral compensatória é

realizada durante a jornada de trabalho, através de pausas para executar exercícios

específicos de compensação as exigências físicas do trabalho. Deve se dar atenção especial

às regiões cervicais, torácica e lombar, com ênfase nos exercícios de alongamento,

relaxamento e força muscular, pois os mesmos minimizam ou evitam a adoção de vícios

posturais durante as atividades habituais no trabalho; as sessões podem variar de sete a dez

minutos, em cada três a quatro horas de trabalho (Alvarez, 2002).

2.3 Efeitos da Ginástica Laboral: Qualidade e Desempenho

Os estudos de Longen (2003), Militão (2001) apontam dentre outras experiências já

realizadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), como os maiores benefícios à saúde: a

diminuição na fadiga muscular; melhoria da condição física geral, social (melhoria nos

relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho), na correção dos vícios posturais;

melhoria na disposição do trabalhador ao iniciar e ao retornar ao trabalho; na diminuição de

patologias e casos de L.E.R /D.O.R.T; na redução nos níveis de estresse e tensão geral do

trabalhador.

Para a empresa verificam-se vários benefícios já demonstrados em programas de

ginástica laboral como: a diminuição no número de acidentes de trabalho; a redução nos

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gastos com serviços médicos; a diminuição de faltas ao trabalho por motivo de doenças; a

diminuição na rotatividade de funções favorecendo a especialização; o aumento na

produção e lucro das empresas; e o aumento de satisfação do empregado no ambiente de

trabalho.

Estas experiências onde se verificam bons resultados, através dos programas de

qualidade, indicam que, a preocupação hoje demonstrada pelo empregador em relação a

qualidade do produto e de serviços, pode ser fruto das idéias sobre o sistema de controle de

qualidade total.

2.3.1.Qualidade

A idéia de qualidade total na administração foi introduzida por Armand

Feigenbaurm em 1957, e tem sido amplamente desenvolvida através de várias abordagens

que são introduzidas pelos “gurus da qualidade”, como Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e

Crosby (Slack, 1990).

Ishikawa (1993,43) mostra que para uma empresa alcançar o controle de qualidade

todos devem participar, do alto executivo ao funcionário. Assim, apresenta a sua própria

definição de qualidade: Praticar um controle de qualidade é desenvolver, projetar, produzir

e comercializar um produto de qualidade que é mais econômico, mais útil e sempre

satisfatório para o consumidor.

Nos seus estudos sobre o modo de vida ativa no local de trabalho, e a gestão da

qualidade total, Cox e Miles (1992) apresentam que o modo de vida ativa no local de

trabalho é um conceito dos canadenses, e, que o básico para o conceito estrutural para este

modo de vida ativa é a atividade física que é a parte dinâmica do sistema de vida. Ou seja, o

que toca o corpo, mente e espírito. Para esses autores o modo de vida ativa no trabalho é

uma extensão e a partes do processo da vida ativa.

No Canadá, a visão em relação ao modo de vida ativa no local de trabalho tem

sido articulada. Esta visão faz parte da grande estrutura da estratégia desenvolvida pelo

Centro Canadense para a Vida Ativa no Local de Trabalho (CCALW). Os autores

recomendam alguns princípios que guiam a dinâmica do sistema de gestão de qualidade no

CCALW.

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O interesse individual do empregado e a necessidade são considerações

importantes no planejamento de programas e serviços para o modo de vida

ativa.

As oportunidades e iniciativas para o modo de vida ativa podem melhorar o

nível de satisfação do trabalho, aumentar a qualidade de vida do

trabalhador e contribuir tanto para o bem-estar geral do empregado como

na organização.

O apoio no ambiente de local do trabalho aumenta o sucesso das estratégias

organizacionais para o modo de vida ativa.

A liderança comprometida é um componente integral de exemplo das

iniciativas no local de trabalho. Tais como o apoio em andamento,

treinamento e desenvolver oportunidades são essenciais.

A defesa e campanhas educacionais direcionadas para tomadores de

decisão são meios eficazes para promover o desenvolvimento do modo de

vida ativa no local de trabalho.

Observa-se na Figura 2.1 um resumo esquemático do Sistema de Qualidade Total

utilizado por Cox e Miles, para enfocar as sete dinâmicas da Gestão de Qualidade Total que

dá suporte a melhoria contínua do sistema.

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Figura 2.1 Sistema de Qualidade Total. Fonte Cox e Miles (1990)

2.3.2 Desempenho

De acordo com Fielding e Knight (1992), os patrões citam um número de razões

para implementar os programas de atividades físicas dos empregados, incluindo a melhoria

na saúde do empregado, moderação no aumento de custos com cuidado a saúde, melhoria

na produtividade do empregado, redução do absenteísmo e melhoria na qualidade de

organização para recrutar e manter os empregados.

Gebahrdt e Crump (1990, 262), relatam nos seus estudos que os programas de bem

estar e aptidão física realizados no lugar de trabalho, tem se tornado uma parte integral das

estratégias da corporação para redução dos custos com cuidados com a saúde, melhoria do

humor do trabalhador, diminuição do absenteísmo, e melhoria do comportamento estão

associados com o aumento da produtividade do trabalhador.

Dentro deste cenário, uma das modalidades que vem recebendo atenção

diferenciada é a melhoria da qualidade de vida.

Bispo (2003), revela que em recente pesquisa realizada pela Deloitte Touche

Tohmatsu revelou que mais de 70% das empresas do Brasil possuem algum tipo de

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programa voltado para a qualidade de vida. No trabalho intitulado "Benchmarking de

Gestão do Capital Humano", a ginástica laboral aparece em segundo lugar na preferência

dos empresários, com 57,97%, perdendo apenas para cursos e palestras que atingiram

82,61%. Em terceiro lugar veio o acompanhamento ergométrico (52,17%), seguido de dias

para visita dos filhos (47,8%), consultas nutricionais (40)%, horário flexível (31,8%) e

academia de ginástica (27,5%).

Outra experiência ainda relatada por Bispo (2003), ocorre na Alcoa Alumínio S. A,

que pautada nesta visão vem concretizando desde 1995, o Programa de qualidade de vida

denominado de Viva Vida – que está servindo de modelo para outros países que têm

unidades da empresa como Estados Unidos, Austrália, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e

Venezuela. Este programa que atua, dentre outras, nas áreas de saúde, esportes e lazer, tem

alcançado resultados expressivos junto aos cinco mil funcionários que atuam no Brasil.

Resultados como redução no número de fumantes, queda no índice de hipertensos e o

aumento de praticantes de atividades físicas de maneira regular. Verifica-se então, nestes

programas as mudanças e hábitos e qualidade de vida desses funcionários, proporcionando

para a empresa melhor qualidade e produtividade nos serviços prestados.

Bispo (2003) revela ainda que outros estudos verificam que a K3 Laboral Fitness -

empresa especializada em promover o bem-estar organizacional, realizou uma pesquisa

junto a 1.200 funcionários que atuavam em cinco empresas de médio/grande portes e que

adotavam aulas de ginástica laboral. O resultado apontou que a produtividade dessas

companhias aumentou, enquanto o número de funcionários afastados por lesões caiu em

40%. Com relação aos colaboradores, os dados revelaram que 95% dos entrevistados

sentem-se mais dispostos, 60% tiveram suas dores reduzidas e 89% perceberam melhoras

na postura.

Assim, os programas de ginástica na empresa têm assumido na atualidade um

papel de grande relevância dentro da estrutura organizacional e de gerenciamento de

recursos humanos. Investir em programas de qualidade significa a preocupação com os

custos e benefícios de um programa de qualidade. Slack (1990), revela que estudos como o

de Philip B. Crosby já sugeria que muitas organizações não sabiam quanto gastam em

qualidade, seja na recuperação do erro ou realização do certo. Crosby procurou destacar os

custos e benefícios da implementação de programas de qualidade através de seu livro

Quality is free, no qual apresentou um programa de zero defeito que acreditava poder

reduzir o custo total da qualidade. Recentes trabalhos acadêmicos demonstram uma

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preocupação em investigar programas de qualidade em relação a prevenção de doenças

ocupacionais.

Barcelos (2000), acompanhou um programa de ginástica laboral nos funcionários

do SENAI e observou que esses exercícios auxiliaram na percepção corporal, fazendo com

que os funcionários adotassem posturas mais adequadas.

Santos (2000) pesquisou os funcionários de um supermercado de Florianópolis e

concluiu que os benefícios adquiridos com o programa de ginástica laboral foram: uma

melhor disposição para o trabalho, diminuição do cansaço físico no final do dia, aumento

do clima de amizade e espírito de grupo, tornando os funcionários mais unidos e

comprometidos com a empresa.

Para Proteção (apud Maciel, 2001,32) outras empresas como Dana-Albarus em

Gravataí, a eletrônica Selenium em Santa Rita, Iochpe-Maxion em Canoas, todas no estado

do Rio Grande do Sul, implantaram o programa de ginástica laboral pautadas pelo seguinte

motivo – altos índices de acidentes e afastamentos do trabalho, assim como para aumentar o

nível de entusiasmo dos funcionários. A Dana-Albarus após três meses de implantação

detectou uma redução de 72% em seus acidentes. Na Selenium, em seis meses de

implantação do programa, houve uma redução no índice de absenteísmo em 38%, os

acidentes caíram em 86,67% e 64% dos funcionários afirmaram que as dores diminuíram

após a ginástica e, ainda, 57% apontaram a melhoria no relacionamento entre os colegas. O

engenheiro de segurança da Iochpe-Maxion revelou que os funcionários ficaram menos

tensos e mais motivados para o trabalho depois da implantação do programa.

De acordo com recentes pesquisas acadêmicas desenvolvidas por Cañete (1996),

Martins (2000), Maciel (2001) e Longen (2003) os principais benefícios relatados que a

ginástica laboral pode proporcionar para as empresas são:

Aumento da produtividade;

Diminuição da incidência de doenças ocupacionais;

Menores gastos com despesas médicas;

Marketing social;

Redução do índice de absenteísmo e rotatividade dos funcionários;

Redução dos números de erros e falhas, pois os funcionários ficam mais espertos e

motivados.

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Verificam-se ainda, nos estudos dos autores acima mencionados, os seguintes

efeitos proporcionados aos trabalhadores por um programa de ginástica laboral:

Melhoria da auto-imagem;

Redução das dores;

Redução de estresse e alívio das tensões;

Melhoria do relacionamento interpessoal;

Aumento da resistência da fadiga central e periférica;

Aumento da disposição e motivação para o trabalho;

Melhoria da saúde física, mental e espiritual;

Tais benefícios são vistos por Cañete (1996) como condicionantes de um trabalho

realizado por profissionais responsáveis, competentes, que tenham uma consciência e

postura ética digna. Este pensamento é complementado por Targa apud Maciel (2001,34)

quando diz que a atividade física pode ser uma “arma de dois gumes”, dependendo do

profissional que a conduza, pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a

saúde ou, se cair em mão incompetentes poderá produzir lesões e qualidades físicas e

morais irreparáveis.

2.4 Implantação do Programa de Ginástica Laboral

Para a implantação de um programa de ginástica laboral na empresa torna-se

fundamental seguir alguns procedimentos. Inicialmente a ginástica laboral deve ser

proposta e não imposta, isto é o trabalhador deve ter plena liberdade de escolha para

participar ou não das aulas. Martins (2001) enfatiza que com o passar do tempo, a adesão

vai aumentando com a propaganda entre os participantes contagiando ao demais pelos

comentários sobre a diminuição das dores no corpo, aumento da disposição diminuição do

estresse dentre outros benefícios observados.

De acordo com Guerra (apud Martins, 2001,51-52), existem cinco etapas para que a

implantação da ginástica laboral tenha sucesso:

A primeira diz respeito à realização de uma avaliação e diagnóstico, analisando a

aptidão física, a qualidade de vida, a biomecânica e a ergonomia, a fim de permitir uma

correta adequação da atividade física;

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A segunda etapa consiste no planejamento e estruturação do programa, prevendo

inclusive a motivação, a compreensão da validade, o aval e a aceitação do programa por

parte dos funcionários;

A terceira etapa consiste num trabalho de conscientização, envolvendo todos os

funcionários da empresa no tocante aos problemas posturais dentro e fora do trabalho, sua

prevenção e o incentivo à prática regular da atividade física;

Na quarta etapa ocorre a implantação do projeto piloto, possibilitando ajustes antes

da sua expansão a outros setores da empresa;

E, enfim a quinta etapa onde ocorre a avaliação dos resultados, incluindo as áreas da

qualidade empresarial, produtividade e qualidade de vida.

Para se obter sucesso no programa de ginástica laboral na empresa os gestores

devem também estar atentos a alguns fatores que podem interferir diretamente nos

resultados do programa.

Em recente estudo, Militão (2001) constatou que a formação do profissional tem

uma relevância significativa para manter o programa com êxito. Esse profissional precisa

ser qualificado a fim de atender uma clientela que necessita de um atendimento que não

coloque em risco a saúde do trabalhador. Deve apresentar-se sempre disposto no ambiente

de trabalho, preocupar-se em manter um clima de aula agradável e, finalmente, com uma

boa postura corporal, pois as pessoas se espelham neste profissional.

Muitos programas implantados por empresas no sul do país não obtiveram tão bons

resultados em virtude de terem contratados facilitadores, ao invés de professores de

educação física, para ministrarem as aulas de ginástica laboral (Militão, 2001)

Outro aspecto relevante para se obter bom resultado na ginástica laboral é percebido

no relacionamento interpessoal, para Martins (2001, 61): “As sessões de ginástica laboral

por si só tem o poder de fazer com que a relação entre os colegas de trabalho seja estreitada,

tendo em vista que o participante fica mais suscetível a se soltar através de brincadeiras e

risos que este momento acaba propiciando”. Este momento possibilita a reunião de todos os

funcionários do setor de trabalho, independentemente da função hierárquica exercida, e isto

pode favorecer um bom relacionamento entre patrão e empregado.

Com o intuito de quebrar a rotina das aulas o professor deve utilizar diferentes

recursos didáticos, desde a música até o uso de pequenos implementos, bolinhas plásticas,

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bastões, com a intenção de alcançar resultados favoráveis, a partir de uma aula mais

dinâmica. Para Martins (2001) a adoção da música deve ser visto como fator estimulante às

aulas. Grandjean (1998, 308) reforça este pensamento quando afirma que “a música no

trabalho pode produzir uma atmosfera amistosa, que estimule os funcionários”.

Quanto ao acompanhamento dos resultados do programa, tornam-se necessárias a

realização de avaliações escritas (questionários) de forma sistemática e conversação sobre

as aulas: os exercícios propostos, saúde física, peso e alimentação, dentre outros temas. É

esse o momento de receber sugestões de melhoria para a manutenção do programa. Essa

postura faz com que o trabalhador se sinta sujeito ativo no processo, rendendo um melhor

desempenho nas suas funções e interagindo melhor com a empresa.

2.5 Fatores do Desempenho no Trabalho

O desempenho humano depende de uma complexidade de fatores que atuam

interagindo entre si de maneira extremamente dinâmica. Numa situação na qual os

objetivos e metas foram devidamente explicitados, a tarefa foi desenhada e redesenhada sob

medida para a pessoa. Se ela está motivada para executá-la e atingir os objetivos e metas

propostos, certamente desenvolverá um determinado esforço individual proporcional à sua

motivação.

Esse esforço pessoal é eficaz na medida em que a pessoa possua as habilidades

adequadas para a execução da tarefa, aliado ao fato de as condições ambientais não lhe

provocarem restrições ou limitações. Assim, o desempenho é conseqüência do estado

motivacional e do esforço individual para realizar uma tarefa e atingir os objetivos.

Tavares (2000) revela que os resultados percebidos pela pessoa - seja em termos de

alcançar os objetivos organizacionais ou individuais ou em termos de recompensas

recebidas pela empresa - provocam um determinado grau de satisfação pessoal. Atualmente

acredita-se que esse grau de satisfação - grande ou pequeno ou nulo - realimentará positiva

ou negativamente a motivação do funcionário para um novo desempenho. Ou simplesmente

não mais o motivará.

2.5.1 Motivação

A motivação no comportamento humano é compreendida como algo que faz uma

pessoa perseguir um determinado objetivo, durante um certo tempo, que pode ser curto ou

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longo, e que pode ser explicado somente pelos seus conhecimentos, experiências e

habilidades.

Desse modo, a motivação não pode ser medida indiretamente, por exemplo, pelas

quantidades adicionais de peças produzidas por um trabalhador motivado (Iida, 1990). Uma

maneira de “medir” a motivação do trabalhador está na sua produção. Concorda-se com

Iida (1990, 291) quando afirma que: “Um trabalhador motivado produz mais e melhor.

Sofre menos os efeitos da monotonia e da fadiga. Não precisa de supervisão, pois procura,

por si mesmo, resolver os problemas para alcançar os objetivos”. Portanto, percebe-se

porque a motivação é considerada por muitos estudiosos da área de recursos humanos,

como sendo um dos grandes segredos de qualquer organização que busca a melhoria e o

aumento de produtividade.

Segundo Silva (1994, 111), “numa visão sintética e abrangente, pode-se dizer que

existem duas forças extremas que mobilizam o homem para a ação: a eliminação do

desconforto e a busca do conforto, ou, superação de crises e a criação do futuro do seu

sonho”. Surge então a ginástica laboral como uma das possibilidades de alcançar o conforto

nas suas atividades no trabalho.

2.5.2. Fadiga

A fadiga, motivação e monotonia são três aspectos muito importantes que devem

interessar a todos aqueles que realizam análise e projeto de trabalho humano. A monotonia

e a fadiga estão presentes em todos os trabalhos e, se não podem ser totalmente eliminados,

podem ser controlados e substituídas por ambientes mais interessantes e motivadores.”(Iida,

1990, 273). Assim, a ginástica laboral tende a cumprir um papel fundamental para que

sejam alcançados tais aspectos num ambiente de trabalho.

A fadiga é um estado que todos conhecemos na rotina diária: a capacidade de

produção diminuída e uma perda de motivação para qualquer atividade. Grandjean (1998,

135) reconhece basicamente a fadiga muscular e generalizada: “A primeira é um

acontecimento agudo, doloroso, que o trabalhador sente em sua musculatura sobrecarregada

de forma localizada e a segunda é uma reação difusa. Que é acompanhada de uma

indolência e falta de motivação para qualquer atividade”.

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Para Iida (1990), existem muitas diferenças individuais que influem no

aparecimento da fadiga, desde diferenças de biótipo e o treinamento, até fatores

psicológicos como a personalidade e a autoconfiança.

A fadiga muscular torna-se mais fácil de ser medida, pois ocorre uma diminuição do

rendimento do músculo após uma determinada exigência (força). Portanto, quando o

consumo de energia supera a capacidades de reposição da energia, acontece uma

perturbação do desequilíbrio dos processos metabólicos, que se manifesta por uma

diminuição da capacidade de produção do músculo.(Grandjean, 1998) Com isso, esclarece

que o cansaço da musculatura pode levar a diminuição na coordenação dos movimentos , e

o risco mais elevados de falhas e acidentes no trabalho e domésticos.

2.5.3 Estresse

As dificuldades de lidar com as pressões do dia-a-dia como problemas financeiros,

problemas familiares, violência urbana, problemas no trânsito, mau relacionamento com

colegas de trabalho ou chefes possibilitam o aparecimento do estresse.

Segundo Michal (apud Martins, 2000, 9) “o estresse é a resposta fisiológica,

psicológica e comportamental de um indivíduo que procura adaptar-se e ajustar-se às

pressões internas e externas”.

Percebe-se na atualidade que o estresse está sendo um aspecto natural da própria

vida em decorrência das atribuições que cada trabalhador tem para realizar no seu dia a dia,

diante de uma sociedade com tanta competitividade. As pessoas estão constantemente

expostas a estímulos do ambiente tanto externos como internos. Vivenciando sentimentos

relativos ao medo, dor, alegria, excitação e frustração.

As reações são desencadeadas de acordo com o estímulo ou agentes estressores, que

segundo Johnson (apud Martins, 2000,32) podem ser físicos (como temperaturas extremas,

infecções, lesões ou cirurgias), emocionais (como o medo, raiva, ansiedade ou frustração)

ou a combinação de ambos (dor, exercício físico, etc). Assim, verifica-se que tanto o

trabalhador que tem muita ou pouca atribuição no seu trabalho está sujeito ao estresse.

Como prevenção ao estresse é fundamental que o trabalhador repense sobre o seu

estilo de vida, com uma alimentação mais saudável e em períodos regulares, evitando o

exagero dos doces, frituras e bebidas alcoólicas, diminuindo ou evitando o fumo e

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mantendo principalmente atividades físicas regulares, permitindo na sua vida, também,

atividades de descontração e lazer.

2.6 Estilo de Vida

No âmbito da rotina diária de trabalho do homem moderno, oferecer segurança e

saúde ao trabalhador como uma das principais metas de uma empresa torna-se uma

prioridade. Isso significa, atualmente, um reconhecimento por parte dos empresários, dos

direitos conquistados pela classe trabalhadora para um estilo de vida saudável, levando para

toda instituição um ambiente acolhedor favorável a uma melhor produtividade no trabalho.

2.6.1 Alcoolismo

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alcoólico é um bebedor excessivo,

cuja dependência em relação ao álcool é acompanhada de perturbações mentais, de

problemas com a saúde física, na relação com os outros e no seu comportamento social e

econômico.

A ingestão contínua do álcool desgasta o organismo ao mesmo tempo em que altera

a saúde da mente. Surgem, então, sintomas que comprometem a disposição para o trabalho

e o viver com bem-estar. Dentre os efeitos e sobre o comportamento provocado pela

ingestão do álcool destacam-se: 1.O fato de o alcoolismo levar uma pessoa a fazer coisas

que não faria se não estivesse sob efeito do álcool, como dirigir em velocidade perigosa ou

realizar atos atrevidos; 2.causar perda de memória, dificuldade de concentração e

problemas em outras funções intelectuais; e, 3. Resultar geralmente em uma atenção

especial à saúde do indivíduo e numa diminuição da produtividade no trabalho, além de ser

responsável pela dificuldade de relacionamento com empregados e colegas de trabalho;

As empresas sofrem grande prejuízo com trabalhadores que ingerem grande

quantidade de álcool, uma vez que estes costumam faltar ao trabalho, principalmente na

segunda feira, para curar a intoxicação do final de semana. São mais lentos na execução das

tarefas e, também, mais introvertidos, prejudicando assim a produção diária de trabalho.

Partindo dessa realidade, algumas empresas vêm investindo em programas de

reabilitação, pois em cada um dólar investido no programa, há um retorno de sete dólares

sob a forma de aumento da produtividade com a redução do absenteísmo, redução de

despesas médicas e o marketing com a imagem da empresa Militão (2001).

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Portanto, as repercussões do consumo de álcool e suas conseqüências na vida

familiar e no trabalho merecem atenção especial, devido aos graves prejuízos que acarretam

para a empresa e para o empregado.

2.6.2 Tabagismo

Estima-se que, no Brasil, a cada ano, oitenta mil pessoas morram precocemente

devido ao tabagismo, número que vem aumentado ano a ano. Noutras palavras, cerca de

dez brasileiros morrem a cada hora por causa do cigarro (Ministério da Saúde, 2002).

As doenças associadas ao uso do cigarro (câncer, doenças coronarianas, doenças

cérebro-vasculares, etc), revelam a abrangência dos efeitos nocivos do uso do fumo

(Ministério da Saúde, 2001).

Em seus estudos Pereira (2003), revela que aproximadamente 30% dos adultos são

fumantes e consomem mais de 7 trilhões de cigarros/ano. O mesmo alega que, a alta

porcentagem de fumantes se deve em parte:

Ao poder de viciar da nicotina,

A pouca orientação dos jovens quanto aos riscos do tabaco;

A falta de aplicação das leis anti-fumo

As mentiras divulgadas pela mídia e,

A grande facilidade para comprar cigarros;

Assim, verifica-se que o Brasil é 6º mercado e um dos maiores exportadores de

tabaco do mundo. Realidade esta que o Ministério da Saúde em parceria com outras

organizações não - governamentais tenta combater através de campanhas educativas.

2.6.3.Lazer e recreação

Longen (2003), em recente estudo, verificou que a relação entre a necessidade do

homem em buscar prazer no ambiente de trabalho e a tentativa de amenizar a sobrecarga

fisiológica sofrida, criou tendência e influenciou à prática da ginástica laboral.

A recreação e o lazer como uma proposta alternativa para os setores produtivos de

maior desgaste físico e mental de uma empresa buscam suporte no combate à monotonia

das tarefas repetidas e rotineiras. Segundo Grando (apud Longen, 2003,68) “a finalidade

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básica das atividades recreativas no trabalho é satisfazer as necessidades e desejos no tempo

livre, considerando a individualidade de todos os participantes”. Assim se observa que

muitas empresas lançaram esforços no sentido de determinar as necessidades e desejos dos

trabalhadores.

Segundo Cutrera (apud Longen, 2003, 67) o “desenvolvimento espontâneo e

agradável do ser humano em seu tempo disponível, tendendo à satisfação de necessidades

psíco-espirituais, incidentes no descanso, no entretenimento, na expressão, na interação e na

produção criativa definem o sentido de recreação”. Portanto, a recreação e o lazer podem

estar presentes no programa de ginástica laboral, não só quebrando a monotonia e o estresse

no trabalho, como também facilitando o relacionamento interpessoal dos trabalhadores.

2.6.4 Alimentação

Uma alimentação balanceada, equilibrada, deve ser, segundo Nahas (2001), variada

para garantir a ingestão dos principais nutrientes tais como as vitaminas, proteínas,

carboidratos, gorduras, riboflavina, niacina, tiamina, cálcio e ferro. Cada um desses

componentes tem um papel fundamental que leva ao organismo reagir de forma eficiente

para cada atividades realizada na sua vida cotidiana.

Sabe-se na literatura que, para cada tipo de atividade laboral realizada, o trabalhador

deve ter uma alimentação condizente com o seu desgaste energético. Ou seja, cada

categoria funcional tem necessidade para uma distribuição calórica na suas refeições.

Segundo Grandjean (1998,178) reforça que:

“Para a composição qualitativa da categoria, trabalhadores em

atividade sentada e para a grande maioria das profissões femininas

vale o seguinte desafio; limitação de quantidade em função de mais

alta qualidade. Em outras palavras, redução de calorias com a

simultânea elevação de vitaminas, sais minerais e elementos traço”.

O homem, independentemente da sua ocupação, geralmente ingere tanto alimento

quanto precisa de energia. Tal fato é regulado pela sensação de fome, o que traduz um

equilíbrio entre a necessidade de alimentar-se e o gasto de energia. Porém, percebe-se no

trabalhador que exerce suas atividades no trabalho sentado uma certa perturbação neste

processo, ou seja, a ingestão de alimento passa a ser maior do que o seu desgaste

energético, o que pode ocasionar o excesso de peso (Grandjean, 1998).

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Na categoria dos trabalhadores que exercem uma maior atividade física, existe a

necessidade de uma alimentação mais rica em energia, porém pouco volumoso. Por esta

razão, os trabalhadores desta categoria preferem uma alimentação rica em proteína e em

gordura (Grandjean, 1998). Portanto para esta categoria funcional é recomendável uma

alimentação mais rica em energia onde haja o consumo de forma balanceada de carne, ovos,

leite, manteiga, queijo e pão escuro (centeio).

Chagas (2003) afirma que: a alimentação adequada contribui para a melhora do

desempenho funcional, para o aumento da produtividade e a conseqüente redução de

absenteísmo. Tal afirmação se verifica nos resultados preliminares do estudo que o Seconci

– SP vem desenvolvendo nas empresas, que tem como objetivo traçar um diagnóstico do

estado nutricional dos trabalhadores do setor da construção para então propor cardápios

balanceados.

A ingestão de uma alimentação inadequada pode ocasionar a obesidade, hipertensão,

anemia e níveis altos de colesterol e triglicérides, gerando despesas com saúde para o

empregador e levando ao baixo rendimento do trabalhador. Daí o crescente investimento

em programas de saúde e higiene ocupacional nestas últimas décadas.por empresas de

diferentes ramos de atuação de mercado.

2.6.5. Atividade Física

De acordo com Barlow (1992, 26) et al, não é surpresa que uma espécie da nossa

evolução histórica necessitasse de uma certa quantidade de atividades físicas para manter

uma boa saúde e alto nível de funcionalidade. Filósofos e físicos da antigüidade

reconheciam a importância da atividade física para a saúde, mas somente recentemente os

médicos cientistas conduziram estudos controlados para documentar e descrever essa

relação.

A atividade física moderada regular é considerada por especialistas da área médica

como umas das maneiras mais simples de melhorar e manter a saúde. Barlow (1992,26)et al

a define como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que

resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso. Uma simples caminhada, uma

limpeza de casa, ou uma dança, todos produzem movimentos onde há gasto de energia,

porém existe um aspecto importante na atividade física, é a sua sistematização ou seja, para

manter uma saúde ideal torna-se necessário que esta atividade seja diária.

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De acordo com estudos realizados por pesquisadores da Organização Mundial da

Saúde (2002), sobre os fatores de risco sugerem que a inatividade, ou estilo de vida

sedentário é uma das dez principais causas mundiais de morte e incapacidade. Revelam

ainda que mais de dois milhões de mortes por ano são atribuíveis à inatividade física.

Mundialmente as estatísticas mostram que entre 60% e 85% de adultos simplesmente não

são ativos o bastante para beneficiar a própria saúde.

Apesar de inúmeras campanhas sobre a importância da atividade física como

promoção de saúde, por parte do governo e da iniciativa privada, percebe-se ainda que os

estilos de vida sedentários aumentam todas as causas de mortalidade, dobram o risco de

doenças cardiovasculares, diabetes, e obesidade, e substancialmente aumentam o risco de

câncer de cólon, pressão alta (hipertensão), osteoporose (principalmente nas mulheres),

depressão e ansiedade (OMS, 2002).

Para aproveitar as vantagens da atividade física, torna-se suficiente aumentar o grau

de integração de vida diária à atividade física, combatendo o sedentarismo e seus riscos

para a vida humana. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2002), e Martins

(2000), relatam que a atividade física oferece benefícios na aparência, no trabalho, na

saúde, e, no dia-a-dia, nos aspectos psicológicos do ser humano, como descrito a seguir:

Na aparência pode-se:

- Melhorar o visual e a postura;

- Os músculos ficam mais eficientes e com melhor tônus;

- Combate o excesso de peso e o acúmulo de gordura corpórea.

No trabalho, observa-se:

- Aumento da produtividade;

- Menor propensão às doenças;

- Melhor índice de freqüência no trabalho;

Na saúde, verifica-se:

- Aumento da qualidade e a expectativa de vida;

- Melhoria do sistema imunológico;

- Prevenção e redução dos efeitos de doenças;

31

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No dia-a-dia, percebe-se:

- Maior disposição para as tarefas cotidianas;

- O coração trabalha de forma mais segura e eficiente;

Nos aspectos psicológicos:

- Ameniza o estresse;

- Diminui a ansiedade;

- Diminui a depressão;

- Desenvolve a consciência corporal;

- Combate às tensões emocionais;

- Reforça a auto-estima;

- Melhora a capacidade de concentração no trabalho;

Assim, concorda-se com Porto (2003) quando este recomenda que todo ser humano

deve manter a preocupação de promover e manter a saúde, sendo ressaltada para a

população mundial que, cada vez mais, é necessária à rotina diária a prática de exercícios

físicos regulares para combater os efeitos nocivos da vida sedentária.

2.6.6. Sedentarismo

Na maior parte do mundo, as doenças não transmissíveis se tornaram as principais

causas de morbi-mortalidade. Isto se deve em parte, à rápida transformação dos estilos de

vida, com diminuição da atividade física, mudança no padrão alimentar e aumento do

consumo do tabaco (Especial Veja, 2001).

De acordo com os dados da Secretaria de Saúde de Minas como resultado do

“Programa Agita Minas” (2001), “o estilo de vida é responsável por mais de 50% do risco

total para que o indivíduo desenvolva doenças crônicas”. Para o coordenador do programa o

sedentarismo está presente em cerca de 70% da população brasileira – mais do que o

tabagismo com 37,9%, hipertensão com 22,3%, obesidade com 18% e alcoolismo com

7,7%. Desta forma o estilo de vida é responsável por 54% do risco de morte por infarto e

por 50% do risco de morte pó derrame cerebral, que constituem, hoje, as principais causas

de morte no país. (Revista Saúde Pública, 1990).

32

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Conforme o depoimento do médico do “Programa Agita Minas”, se verifica que:

“A atividade física para a saúde incluem a redução por doenças

cardiovasculares; redução de risco de desenvolver a diabetes, hipertensão e

câncer de cólon e mama; melhoria do nível de saúde mental; ossos e

articulações mais saudáveis; melhoria do funcionamento corporal, controle

de peso corporal e correlações favoráveis com a redução do tabagismo e

abuso de álcool e drogas” (Pereira, 1990).

Portanto, vale ressaltar que a ginástica laboral que oferece níveis leve e moderado

de exercício físico pode contribuir para a melhoria do estado geral da saúde do trabalhador,

principalmente se praticada de maneira habitual no seu dia-a-dia.

2.6.7. Saúde

Para a Organização Mundial da Saúde, o estado de completo bem estar físico,

mental, social e espiritual é o que define a saúde. A promoção da saúde e prevenção de

doenças são metas que na atualidade as empresas de diferentes ramos de atuação vêm

buscando desenvolvendo os seus programas de qualidade de vida.

Segundo Barrier (apud Martins, 2000, 26) as pequenas empresas podem influenciar

seus empregados a realizarem mais atividade física com baixo custo e alta eficácia

atentando para alguns fatos:

- proporcionar aos funcionários descontos em academias de ginástica; estimular a

criação de grupos para realizarem caminhadas ou passeios ciclísticos, ou, ainda,

outras atividades físicas domésticas que possam influenciar na saúde;

- oferecer prêmios para os funcionários que aumentarem seu nível de atividade

física através de dinheiro, de materiais esportivos, etc;

Os estudos de Fielding e Knight (1992,187) apontam, no que se refere às pequenas

empresas, que a relação custo-benefício de programas de promoção da saúde de

trabalhadores também compensam.

Considera-se então que a saúde também é uma qualidade de vida, condição ou

estado de bem estar que apresenta um componente biológico e um comportamental, que são

alterados de acordo com o relacionamento indivíduo X meio. Portanto, proporcionar um

ambiente saudável que esteja favorável ao bom desempenho do trabalhador passa a ser uma

33

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constante nos programas de promoção da saúde que atualmente as empresas promovem em

sua estrutura organizacional.

2.6.8 Sono

A falta de sono ou a insônia pode ser considerada como uma alteração da qualidade

e da quantidade de sono que faz com que a pessoa durma menos, prejudicando assim, as sua

atividades diurnas. Existe uma estimativa de que 25% dos adultos sofrem algum período de

insônia ao longo de um ano e, dessas pessoas 5% vivem estes problemas de forma crônicos.

Segundo Rizzo, 40% da população brasileira tem algum tipo de distúrbio ligado ao

sono. O autor enfatiza que “a qualidade do sono está ligada diretamente à qualidade de vida

no trabalho” (1998, 8). Entretanto, estudos indicam que se o individuo alterar algumas

atitudes diárias, a qualidade e quantidade do sono pode melhorar. Esses estudos

recomendam:

Não consumir substâncias estimulantes como café, coca-cola, chá-mate, chá preto, após

as 18h, nem consumir bebidas alcoólicas;

Procurar fazer refeições leves no jantar;

Procurar não praticar exercícios físicos à noite, pois eles têm um efeito excitante. No

entanto, exercitar-se regularmente durante o dia geralmente ajuda a dormir melhor à

noite;

Procurar manter um mesmo horário de dormir e acordar;

. Deitar-se apenas quando sentir sono;

Cada pessoa tem uma necessidade de sono, ou seja, a quantidade do sono pode ser

determinada pelo ritmo biológico de cada indivíduo. O ser humano necessita de períodos

adequados de repouso para realizar suas atividades físicas e mentais do dia-a-dia, com

disposição e bem-estar. Concorda –se com Alvarez (2002), que mostrou em seus estudos

que dormir bem ajuda a melhorar a concentração, o humor e a motivação. Aspectos da vida

relevantes ao bom desempenho do trabalhador.

34

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2.7 Síntese da fundamentação teórica

Inicialmente partiu-se do contexto histórico e conceitos da Ergonomia, numa

tentativa de reconhecer a sua importância desde antes da revolução industrial até os dias

atuais. Valorizar o início de um trabalho onde envolveu vários estudiosos de diferentes

áreas de formação - psicólogos, fisiologistas, médicos, engenheiros, etc, sobre esta ciência

que tem caráter multidisciplinar e que ainda é pouco conhecida, mas que oferece ao homem

melhoria na saúde, conforto e segurança no trabalho (Dul e Weerdmeester, 1995).

Após esta primeira abordagem, procurou-se apresentar a ginástica laboral, seus

conceitos e aspectos históricos mundialmente e no Brasil. Discorrendo sobre a sua

importância e benefícios já verificados em experiências fora e dentro do país.

Foram apresentadas as diferentes maneiras que a ginástica laboral pode ser

considerada, ou seja, alguns autores adotaram a ginástica laboral como medida preventiva e

eficaz para LER/DORT, outros verificaram que a sua implantação não alcança êxito de

forma isolada, devendo esta ser associada a várias outras medidas. Estudos apontam

também que os melhores benefícios que a ginástica laboral oferece é quando ministradas

por profissionais preparados, habilitados para tal, como educadores físicos e fisioterapeutas.

A ginástica laboral ministrada por outras pessoais não capacitadas não alcançaram tão bons

resultados (Militão, 2001).

Temas como fatores de desempenho no trabalho e hábitos que compõem o estilo de

vida, trouxeram um significado especial à pesquisa, oferecendo uma forte contribuição para

o entendimento e objetivo geral desta pesquisa.

A Figura 2.2 apresenta um esquema (modelo de avaliação), que propõe uma

sintetiza das idéias acima discutidas.

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Fatores do Trabalho

Custo/benefíciocom a saúde

GinásticaLaboral

ErgonomiaProdutividade

DesempenhoFuncional

Qualidade

Estilo de Vida

Figura 2.2 Modelo de avaliação da ginástica laboral

Enfim, o referencial teórico desenvolvido permitirá um diálogo do estudo de campo

a luz do conhecimento cientificamente estudado.

36

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Capítulo 3

Metodologia da Pesquisa de Campo

Este capítulo apresenta a metodologia utilizada no estudo de campo, descrevendo a

tipologia da pesquisa, a população alvo, a elaboração do instrumento de pesquisa, descrição

do processo de coleta de dados bem como as técnicas utilizadas para analisá-los.

3.1 Tipologia da Pesquisa

Este estudo caracterizou-se como exploratório. Do ponto de vista de seus objetivos

(Gil, 1991) visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vista a torná-lo

explícito ou a construir hipóteses. Quanto aos procedimentos técnicos envolveram

inicialmente um levantamento bibliográfico em livros, artigos em periódicos e em material

disponibilizado na Internet, e, posteriormente a aplicação de um questionário.

Sendo um estudo de caso numa empresa de energia elétrica, considera-se também

como um estudo descritivo, pois, conforme Gil (1989), este tipo de pesquisa busca,

primordialmente, descrever as características de uma determinada população e estabelecer

possíveis relações entre variáveis, incluindo-se também neste grupo as que têm por objetivo

levantar opiniões, atitudes e crenças de uma população a respeito de uma determinada

situação. Assim, o Estudo de Caso pode ser caracterizado por ter grande flexibilidade, pois

é impossível estabelecer um roteiro rígido que determina o desenvolvimento da pesquisa.

Por esta razão o Estudo de Caso exige do pesquisador uma certa dose de intuição para

melhor perceber quais dados são mais interessantes e suficientes para se chegar a uma

conclusão final (GIL, 1993).

Segundo Yin (2001), pode-se definir Estudo de Caso como: “estratégia de pesquisa

que compreende um método que abrange tudo – com a lógica de planejamento

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incorporando abordagens específicas à coleta e análise de dados. Nesse sentido, o estudo de

caso não indica ser tática para a coleta de dados nem meramente uma característica do

planejamento em si, mas uma estratégia de pesquisa abrangente”. Portanto, neste trabalho

torna-se pertinente a utilização do Estudo de Caso, para se alcançar o objetivo da pesquisa,

possibilitando a investigação de forma abrangente sobre o programa de ginástica laboral e o

desempenho funcional na empresa de energia elétrica.

Primeiro foi realizado uma pesquisa descritiva e exploratória para identificação de

possíveis relações entre as variáveis. E de acordo com o tema e objetivo, foi feita uma

análise estatística multivariada, objetivando fazer um estudo simultâneo das relações entre

as variáveis estudadas e, assim, encontrar grupos homogêneos em relação às respostas do

questionário aplicado. Também foi feito o teste qui-quadrado considerando os resultados da

análise multivariada e em seguida a análise de regressão linear múltipla para verificar as

variáveis que mais influenciam o desempenho do funcionário.

Por fim, realizou – se uma análise sobre a percepção apresentada pelos dirigentes do

Programa de Ginástica Laboral relacionando-a com as respostas emitidas pelos

participantes desta pesquisa.

3.2 População

Mediante as necessidades desta pesquisa, foi constituída intencionalmente como

população alvo todos os funcionários dos setores administrativos e operacionais de uma

empresa distribuidora de energia elétrica, localizada no município de Natal/RN que

participam do programa de Ginástica Laboral, totalizando 169 funcionários.

Foram também envolvidos na pesquisa os (03) três dirigentes responsáveis pela

implantação e manutenção do Programa de Ginástica Laboral; ou seja, a Médica do

Trabalho, a Educadora Física e Fisioterapeuta e o Gerente do Departamento de Segurança,

Higiene e Medicina do Trabalho (RSM).

3.3 Instrumento de Coleta de Dados

A pesquisa utilizou, como instrumento de coleta de dados, um questionário

estruturado (Anexo I). O questionário foi pré-testado através de uma pesquisa piloto

realizada com 20 indivíduos na sub-estação Neópolis, da empresa distribuidora de energia

elétrica. A intenção foi a de verificar possíveis ambigüidades de resposta, respostas que

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eventualmente não tivessem sido previstas, uma possível ocorrência de não variabilidade de

resposta em alguma pergunta realizada e o tempo de aplicação do questionário.

Depois de analisadas as respostas com as sugestões ocorridas pelos respondentes,

foram efetuadas as modificações necessárias com o intuito de tornar as questões mais claras

e objetivas.

Este instrumento foi composto em cinco blocos ou grupos. O primeiro levantou-se

informações gerais sobre o funcionamento do trabalho (Escala de serviço e Posto de

trabalho).

O segundo bloco referiu-se a implantação do programa (ingresso, resistência,

duração da aula, dificuldade para realização diária do trabalho e a postura adotada para o

trabalho) apresentada pelos participantes.

O terceiro bloco constituiu-se dos benefícios proporcionados pela Ginástica Laboral

aos participantes. Neste bloco foi perguntada aos participantes sobre a melhoria do seu

estado de humor, concentração no trabalho, preservação da saúde, relacionamento no

trabalho, melhoria na flexibilidade, execução de todos os exercícios propostos na aula,

motivação para as aulas, cuidados com a alimentação, dificuldade para dormir e número de

afastamento médico ocorridos nos últimos 12 meses.

O quarto bloco referiu-se a relação da ginástica com o desempenho funcional dos

participantes (melhoria do desempenho com a ginástica laboral, disposição para realização

de atividades extra - empresa, dores no corpo após a participação no programa, participação

em atividades físicas promovidas pela empresa, participação em atividades sócio -

recreativas com os colegas de trabalho, mudança no estilo de vida e vinculação entre o

rendimento no trabalho com a ginástica laboral.).

O último bloco ficou constituindo o perfil do respondente, onde se levantou

perguntas pessoais quanto ao nível de escolaridade, setor e horas de trabalho, tempo de

participação no programa, hábito de fumar, etc.

O questionário foi elaborado com perguntas fechadas sendo que algumas delas

foram medidas em escalas de diferencial semântico e natureza intervalar de 10 pontos de

acordo o objetivo a ser atingido.

No caso dos dirigentes foi aplicado um instrumento com perguntas semelhantes ao

dos demais funcionários, porém, com menor número de questões e seguiu a mesma

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estrutura do instrumento anterior.Teve como objetivo verificar a visão dos dirigentes em

relação à participação dos funcionários no programa e seus resultados para a empresa.

As tabelas 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 3.5, e 3.6 apresentam as variáveis utilizadas no

questionário para verificar a percepção dos funcionários administrativos e operacionais da

empresa, suas respectivas justificativas e fonte de pesquisa.

Tabela 3.1 – Variáveis mensuradas no bloco1: considerações iniciais da empresa

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q1.Regime de escala

Q2.Posto de trabalho

Verifica a possibilidade de viabilização do programa e sua a adequação no ambiente de trabalho

IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.

CRUMP. e GEBHARDT, 1990

Tabela 3.2 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q3.Forma de Ingresso

Q4.Resistência ao programa

Q5.Duração da aula

Q6.Dificuldade nas atividades de trabalho

Q7.Postura corporal adotada no trabalho

Observa-se a aceitação inicial do programa, se a duração das aulas atende a necessidade do participante, bem como investigar se os exercícios propostos em aula são de fácil execução, e verificar se o funcionário tem consciência que a posição adotada na realização do trabalho é adequada.

IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.

POLITO, 2002;

SANTOS, 2002.

40

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Tabela 3.3. – Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q8.Estado de humor

Q9. Concentração no trabalho

Q10. Preservação da saúde.

Q11.Relacionamentono trabalho

Q12. Flexibilidade

Q13 Realização dos exercícios da aula.

Q14.Motivação

Q15. Saúde

Q16. Alimentação

Q17. Sono

Q18 Afastamento médico

Através destas variáveis verificam-se os benefícios da G.L. para a empresa e para o funcionário, principalmente em relação ao seu desempenho.

COX e MILES, 1992.

CAÑETE, 1996.

REVISTA CIPA, 1999.

MARTINS, 2000; 2001.

MILITÃO, 2002.

ALVAREZ, 2002;

GEBHARDT e CRUMP., 1990

Tabela 3.4 – Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q19.Desempenhofuncional

Q20.Suspensão das aulas.

Q21.Disposição extra trabalho

Q22.Cansaço físico

Q.23 Dor no corpo

Q24.Atividade física

Q25.Atividade sócio-recreativa

Q26.Outras atividades físicas

Q27. Mudança no estilo de vida.

As variáveis justificam-se pela necessidade de verificar-se a influência da ginástica laboral no desempenho funcional dos participantes

NAHAS, 2001.

ALVAREZ, 2002.

AIS, 2002.

LONGEN, 2003.

PORTO, 2003.

BLAIR,BRILL,BARLOW, 1992

GEBHARDT e CRUMP, 1990

41

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Tabela 3.5 – Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do entrevistado

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q29.Setor de trabalho

Q30. Horas de trabalho

Q31. Tempo de serviço

Q32.Tempo de participação no programa.

Q33. Idade

Q34. Tabagismo

Q35. Escolaridade

Q36.Gênero

Caracteriza o perfil dos respondentes. GRANDJEAN, 1998.

IBGE, 2000.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001.

As tabelas 3.6, 3.7, 3.8, 3.9 3.10, e 3.11 apresentam as variáveis utilizadas no

questionário, para verificar a percepção dos dirigentes da empresa responsáveis pela

implantação e acompanhamento do programa, em relação ao desempenho funcional dos

funcionários que participam do programa de ginástica laboral. Como também as respectivas

justificativas das variáveis e fonte de pesquisa.

Tabela 3.6 – Variáveis mensuradas no bloco1: considerações iniciais da empresa

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q1. Escala de serviço

Q2. Posto de trabalho

Verifica se o regime de escala de serviço e o posto de trabalho dos funcionários operacionais e administrativos estão compatíveis com a operacionalização do Programa.

IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.

CRUMP. e GEBHARDT, 1990.

Tabela 3.7 – Variáveis mensuradas no bloco 2: implantação do programa

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q3. Ingresso dos funcionários

Q4. Resistência p/ o programa

Q5. Motivos p/ promoção

Q6. Disposição /funcionários

Analisa o comportamento dos

funcionários em relação a

aceitação ou não do programa,

apresenta os motivos que

levaram a empresa a promover

o programa e verificar se os

funcionários apresentam mais

disposição após o programa.

IIDA, 1990; GRANDJEAN, 1991.

POLITO, 2002;

SANTOS, 2002.

42

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Tabela 3.8. – Variáveis mensuradas no bloco 3: benefícios da ginástica laboral

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q7. Estado de humor

Q8. Concentração

Q9. Cuidados c/ a saúde

Q10.Relacionamento

Q11. Saúde

Q12.Duração das aulas

Q13. Afastamento médico

Verifica as melhorias em alguns

hábitos de vida, após a

implantação do Programa de

Ginástica Laboral. Bem como

no relacionamento no ambiente

de trabalho.

Analisa o número de

afastamento médico após a

implantação do programa (

custo/benefício).

CAÑETE, 1996.

REVISTA CIPA, 1999.

MARTINS, 2000; 2001.

MILITÃO, 2002.

ALVAREZ, 2002;

COX e MILES ,1992.

CRUMP. e GEBHARDT, 1990

Tabela 3.9 – Variáveis mensuradas no bloco 4: desempenho funcional

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q14. Desempenho funcional

Q15.SuspensãoXDisposição

Q16.Dor nas partes do corpo

Q17 Outras Atividades físicas

Q18.Rendimento

Analisa as variáveis vinculadas

ao trabalho, quanto a melhoria

no desempenho funcional dos

empregados.

NAHAS, 2001.

ALVAREZ, 2002.

AIS, 2002.

LONGEN, 2003.

PORTO, 2003.

Tabela 3.10 – Variáveis mensuradas no bloco 5: perfil do dirigente

Variáveis Justificativa Fonte de Pesquisa

Q19. Horas de trabalho

Q20. Tempo de serviço

Q21. Tempo de programa

Q22. Faixa etária

Q23. Escolaridade

Q24. Gênero

Caracteriza o perfil dos

dirigentes.

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3.4 Coleta de Dados

A pesquisa foi realizada utilizando o questionário como método de coleta de dados

onde cada funcionário respondia sob a orientação do entrevistador. A coleta de dados foi

realizada no período de duas semanas durante o mês de outubro de 2003 no próprio local de

trabalho.

Com a autorização oficial da diretoria da empresa para a realização da pesquisa, a

pesquisadora visitou todos os setores de trabalho a fim de aplicar os questionários com os

funcionários participantes do programa de ginástica laboral. Todos os setores foram

informados, através de comunicação interna (e-mail), sobre a realização da pesquisa, como

também se contou com a colaboração da Educadora Física e Fisioterapeuta que ministra as

aulas de Ginástica Laboral nesta empresa quanto apresentação da pesquisadora nos setores

da empresa.

De acordo com a atividade desenvolvida por cada setor de trabalho foi adotado

diferente procedimento na aplicação do instrumento. Assim a pesquisadora tratou

individualmente ou em pequenos grupos para orientar quanto o preenchimento do

questionário. Também na impossibilidade do contato direto da pesquisadora com os

funcionários a orientação foi dada pela mesma ao chefe e repassada aos demais

funcionários do setor, os poucos casos de dúvidas foram solucionados no momento da

devolução junto à pesquisadora.

3.5 Técnicas de Análises

As técnicas estatísticas utilizadas para análise dos dados foram à análise descritiva e

exploratória, a análise multivariada, o teste qui-quadrado e a análise de regressão linear

múltipla. Foi analisada ainda, as opiniões dos dirigentes do programa em relação a

participação dos funcionários de diferentes categorias, formando desta forma, a visão

desses dirigentes.

3.5.1 Análise Descritiva e Exploratória

O objetivo principal de se utilizar a Análise Descritiva e Exploratória dos valores

absolutos e dos percentuais obtidos é o de apresentar a percepção dos entrevistados sobre a

ginástica laboral em relação ao seu desempenho funcional e mudanças pessoais abordando

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na forma de tabelas e gráficos baseados em dados da amostra coletada, considerando os

vários atributos e suas dimensões.

3.5.2 Análise Multivariada

A partir dos dados tabelados, partiu-se para a análise através de técnicas estatísticas

multivariada, objetivando a determinação de grupos homogêneos em relação às respostas

obtidas com exceção das variáveis INGRESSO, as das PARTES do corpo (NUCA,

COTOVELO, ANTEBRAÇO, PULSO, COXA, BATATA DA PERNA OMBRO, COSTA,

REGIÃO LOMBAR, QUADRIL, JOELHO E TORNOZELO) e as de mudanças que

formam o estilo de vida obtido após a ginástica laboral (ALIMENTAÇÃO, LAZER,

HÁBITO DO EXERCÍCIO FÍSICO, CONSUMO DE ÁLCOOL E NÍVEL DE

ESTRESSE) pelo fato das mesmas serem variáveis categóricas ou qualitativas.

A técnica estatística utilizada foi a Análise de Agrupamentos (Clusters). Esta técnica

permite uma forma consistente de classificar os indivíduos presentes no estudo

(funcionários), possibilitando sintetizar as informações colhidas, fazendo com que a

informação sobre os indivíduos seja reduzida de forma conveniente à informação sobre

apenas k grupos.

HAIR et al (1998) definem a Análise de Agrupamentos como um conjunto de

técnicas que possuem o objetivo de agrupar indivíduos ou objetos baseado nas

características que eles possuem. Os grupos de objetos resultantes devem então exibir alta

homogeneidade interna e alta heterogeneidade externa.

Como método para a formação dos clusters utilizamos o “K-Médias”. Este método

procura diretamente uma partição de grupos de funcionários segundo as questões utilizadas,

de modo que satisfaçam às duas premissas básicas: coesão interna e isolamento dos grupos.

3.5.3 Teste Qui-quadrado

Segundo Barbetta (2001), uma importante aplicação do teste estatístico qui-

quadrado ocorre quando se quer estudar a associação ou dependência, entre duas variáveis.

Neste estudo, procura-se investigar a associação entre os clusters encontrados e as variáveis

que avaliam o desempenho funcional dos funcionários (partes do corpo que sente dor: nuca,

cotovelo, antebraço, pulso, coxa, batata da perna, ombro, costa, região lombar, quadril,

45

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joelho, tornozelo e a mudança nos hábitos alimentares, lazer, hábito de exercitar-se e nível

de stress).

O teste qui-quadrado permite testar a significância entre a associação de duas

variáveis formulando, de um modo geral, as seguintes hipóteses:

H0: não existe associação entre as duas variáveis

H1: existe associação entre as duas variáveis

O nível de significância do teste é a probabilidade de rejeitar H0 (hipótese de

nulidade), quando H0 é verdadeira. Para este trabalho será utilizado = 5% (valor de p).

Depois, para cada par de variáveis é preciso comparar as freqüências observadas com as

freqüências esperadas sob a hipótese de nulidade.

3.5.4 Análise de Regressão Linear Múltipla

Surgiu a necessidade da utilização desta análise para verificar o nível de

relacionamento da variável dependente Desempenho Funcional com as independentes.

Segundo HAIR (1998), a análise de regressão múltipla é uma técnica estatística

que pode ser usada para analisar a associação entre uma variável dependente e várias

independentes. Cada variável independente tem seu peso e esses pesos denotam a relativa

contribuição dessas variáveis para predizer a variável dependente.

Uma equação de regressão múltipla expressa o relacionamento linear entre uma

variável dependente “y” e duas ou mais variáveis independentes (x1, x2, ..., xn). Forma geral

do modelo de regressão múltipla: y = 0 + 1X1 + 2X2 + ... + iXi.+ i . (Monttgomery &

Peck, 1992), pressupondo i N(0, ).2

Algumas medidas importantes para o entendimento da análise se fazem necessária:

. ANOVA – determina se as variáveis independentes explicam uma variação

significante na variável dependente.

. R2 (coeficiente de determinação) – determina quanto da variação na variável

dependente pode ser explicado pelas variáveis independentes (intensidade da associação).

. bi (coeficiente de regressão) – valor numérico do parâmetro estimado diretamente

associado com uma variável independente. Representa a quantidade da mudança na variável

dependente para uma unidade de mudança na variável independente.

46

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Na regressão múltipla, os coeficientes de regressão são coeficientes parciais

porque cada um leva em consideração não somente o relacionamento da variável

dependente com as independentes, mas também entre as variáveis independentes.

A significância de uma variável no modelo é determinada através do seguinte teste

de hipótese:

H0: i = 0

H1: i 0

Este teste é usado para determinar se uma específica variável pode ou não entrar no

modelo. Neste caso, rejeita-se a hipótese H0 quando a significância estatística (p-valor) for

menor ou igual a 0,05, ou seja, a variável é significante para compor o modelo ajustado.

Devido ao grande número de variáveis independentes candidatas a entrarem no

modelo, foi feita uma análise matriz de correlação das variáveis independentes para

verificar se existem pares dessas variáveis apresentando correlação ( Anexo V). Para evitar

possíveis problemas de multicolinearidade entre as variáveis independentes, aplicou-se o

método stepwise backward Porém, para o resultado final, levou-se em consideração àquelas

variáveis que não foram selecionadas para entrarem no modelo, mas possuem alta

correlação com as que entraram e com a variável dependente.

A regressão múltipla foi utilizada para determinar a natureza das relações entre o

desempenho funcional e demais variáveis co-responsáveis. A variável dependente

(desempenho) foi definida por ser elemento chave neste estudo, pela diferença das médias

nos clusters (ver tabela descritiva dos clusters) e as independentes (escala de serviço, posto

de trabalho, resistência para participar das aulas, duração das aulas, dificuldades nas

atividades diárias, postura corporal, estado de humor, preservação da saúde,

relacionamento com os colegas, flexibilidade, realização de todos os exercícios,

motivação para as aulas, saúde melhor, cuidados com a alimentação, sono, disposição

extra-expediente, cansaço, atividade física e atividade sócio-recreativa.) foram

consideradas as variáveis co-responsáveis pelo desempenho.

3.8 Idéias finais

Os métodos utilizados para realização dos objetivos desta pesquisa atenderam as

necessidades, levando em consideração os cuidados na obtenção, organização, resumo,

47

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análise e interpretação dos dados para deles extrair as devidas conclusões. As condições de

trabalho para a aplicação dos questionários possibilitaram à pesquisadora uma rapidez e a

confiabilidade na coleta dos dados. O instrumento de coleta de dados (questionário

estruturado), possibilitou que cada funcionário preenchesse seu próprio questionário.

No capítulo seguinte serão apresentados os resultados encontrados no estudo de

campo com as devidas discussões, a análise crítica dos respondentes, instrumentos de

pesquisa e as análises estatísticas.

48

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Capítulo 4

Resultados da Pesquisa de Campo

O propósito deste capítulo é apresentar os resultados encontrados na pesquisa de

campo, através da análise descritiva e exploratória apresentada pelas tabelas e figuras, da

Análise de Clusters, do Teste Qui-quadrado e da Análise de Regressão Múltipla, bem como

a apresentação da percepção dos dirigentes do programa.

4.1Análise crítica da Pesquisa

Esta análise-crítica consta da validação da pesquisa, a população alvo envolvida,

isto é, funcionários administrativos e operacionais da empresa que participam do programa

de ginástica laboral, bem como o instrumento de coleta de dados adotado neste estudo.

4.1.1. Análise dos Respondentes

Durante o período de coleta foram contatados 169 funcionários que participam do

Programa de Ginástica Laboral da sede da empresa distribuidora de energia elétrica do

estado do Rio Grande do Norte por tratar-se de uma pesquisa censitária. De acordo com a

atividade desenvolvida por cada setor de trabalho, foi adotado diferente procedimento na

aplicação do instrumento. Deste modo, a pesquisadora tratou individualmente e em

pequenos grupos para orientar quanto o preenchimento do questionário. Na impossibilidade

do contato direto com os funcionários a orientação foi dada ao chefe imediato do setor e

repassada aos demais funcionários, alguns casos de dúvidas foram solucionadas pela

pesquisadora, no momento da devolução do questionário.

Em virtude de quatro participantes do programa terem entregues os questionários

após o prazo de entrega a pesquisadora, os mesmos foram inutilizados.

49

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4.1.2 Análise do Instrumento de Pesquisa

Foi adotado um instrumento de pesquisa – questionário, com trinta e seis questões, o

qual constava de perguntas dicotômicas e perguntas fechadas de múltiplas escolhas onde se

adotou alternativas de Escalas Likert, as quais as respostas podem apresentar “direção

favorável ou positiva e desfavorável ou negativa” (Martins, 2001, p. 47), que foi aplicado

para os funcionários administrativos e operacionais A forma de aplicação foi auto-

administrada, ou seja, o respondente assinalou a opção que melhor descreveu sua reação ou

resposta.

Quanto às questões do questionário, verificou-se que não houve respostas em

branco, isto significa que todas as questões foram respondidas e aproveitadas, indicando

uma boa compreensão dos assuntos tratados. Outro aspecto relevante no questionário é que

as respostas foram respondidas dentro de uma variedade, isto é, não teve nenhum

questionário o qual o mesmo valor foi atribuído para todas as questões. Porém, surgiu a

necessidade de cancelamento da questão 28, pela mesma apresentar o mesmo sentido da

questão 19, que tratam respectivamente do rendimento e desempenho funcional após a

implantação das aulas de ginástica laboral na empresa.

A tabulação e análise dos dados foram realizadas através do software Statística

versão 6.0.

A última parte do questionário refere-se ao perfil do entrevistado que são analisadas

utilizando a técnica da estatística descritiva.

Quanto ao questionário aplicado aos dirigentes, foi composto por vinte e quatro

questões que seguem a mesma estrutura do instrumento aplicado aos funcionários

participantes do programa, porém, com as questões voltadas para verificar a opinião dos

dirigentes em relação ao desempenho funcional dos funcionários.

4.2. Análise Descritiva

Esta análise composta com alguns dados pessoais e profissionais dos respondentes

representa o perfil dos funcionários administrativos e operacionais integrantes da pesquisa.

50

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4.2.1 Perfil dos Entrevistados

Este item apresenta-se as oito variáveis que formaram o perfil do participante da

pesquisa. O setor de trabalho, horas diárias trabalhadas, tempo de, tempo de participação no

programa, faixa etária, hábito de fumar, escolaridade e o gênero.

Setor de trabalho

Dos funcionários participantes da pesquisa 57% atuam em setores administrativos e

43%em setores operacionais, como mostra a figura 4.1.

Para o Ministério da Saúde (2001), o trabalho operacional de uma organização do

trabalho se expressa em movimentos repetitivos, posições incômodas e o esforço, o que

também, contribuem para o aparecimento de doenças, entre elas as Lesões por Esforço

Repetitivo ou os Distúrbios Relacionados ao Trabalho. Na empresa estudada não foi

evidenciado grande índice de LER/DORT, a ginástica laboral foi implantada com o

objetivo de prevenir tais doenças. A empresa consta no seu quadro geral de 352 sendo 116

funcionários administrativos e 236 funcionários operacionais. A população pesquisada pode

ser considerada referência para esta empresa no que diz respeito a existência da

LER/DORT.

57%

43%

Administrativo Operacional

Figura 4.1 - Distribuição da população alvo segundo a categoria funcional

51

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Horas diárias de trabalho

Em relação à quantidade de horas trabalhadas diariamente, se verifica que a maior

parte dos funcionários envolvidos na pesquisa, isto é, 67% apresenta um regime de oito

horas diárias com intervalo de almoço. Grandjean (1998), revela que esta jornada de

trabalho (oito horas diárias) torna-se favorável para uma distribuição adequada das

atividades laborais e conseqüentemente no relativo aumento de produtividade.

Nesta pesquisa apresentou também que os funcionários que têm uma jornada de

trabalho de apenas quatro horas semanais, são os estagiários, de menor idade que a empresa

contrata para serviço de apoio e, que pela lei trabalhista não podem exceder tal jornada de

trabalho. Este resultado representa para a empresa uma situação satisfatória para o

desempenho dos funcionários, pois não foi observado excesso de horas trabalhadas, o que

sugere dizer que os funcionários desenvolvem as suas atividades em um ritmo adequado de

trabalho, possibilitando assim em melhor desempenho.

4%

18%

2%

67%

6% 4%

Quatro Seis Sete Oito Nove Dez

Figura 4.2. Distribuição das horas diárias trabalhadas

Tempo de serviço

Em relação ao tempo de serviço no mesmo setor de trabalho, se observa uma

variedade numa escala de tempo entre um a mais de vinte anos de trabalho. O que se

verifica uma maior concentração de funcionários acima de dez anos de empresa na mesma

função, totalizando 45% dos participantes da pesquisa. Isto demonstra que a empresa conta

com um quadro de pessoal estável.

52

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16% 17% 17%

6%

21% 23%

Menos de 1 De 1 a 2 De 2 a 5 De 5 a 10 De 10 a 20 Mais de 20

Figura 4.3. Distribuição dos funcionários por tempo de serviço na função

Tempo de participação no programa

Em relação ao tempo de participação no programa de ginástica laboral, se verifica

que 48% dos participantes da pesquisa que responderam o questionário ingressaram no

programa desde o seu início, o que demonstra que o programa está mantendo uma boa

participação dos funcionários atingindo os objetivos propostos. Portanto, considera-se que

as aulas de ginástica laboral vêm atendendo as expectativas dos funcionários como mostra a

figura 4.4. E, sendo assim, possível analisar mais profundamente os resultados alcançados

pelo programa de ginástica laboral, isto é observar-se se existe uma relação custo/beneficio

uma vez que a maioria dos funcionários (80%) participam a mais de 6 meses do programa.

53

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21%

31%

48%

Menos de 6 meses De 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano

Figura 4.4 Distribuição do funcionários por tempo de participação no programa

Faixa etária

Dos participantes da pesquisa, observa uma maior concentração na faixa entre 40 a

45 anos de idade isto é 33% dos respondentes encontra-se numa faixa de idade onde

naturalmente o corpo já necessita de cuidados especiais, considerando a quantidade de

hormônio produzido pelo corpo, em especial o da mulher. A literatura revela que nesta

faixa de idade o trabalhador fica mais propenso a adquirirem doenças ocupacionais por

diferentes fatores, desde o estresse provocado pelo agito do dia-a-dia.

18%

12%

6%

15%

33%

12%

5%

De 20 a24

De 25 a29

De 30 a34

De 35 a39

De 40 a45

De 45 a49

Mais de50

Figura 4.5. Distribuição dos funcionários por faixa etária

54

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Freqüência quanto ao tabagismo

No Brasil 40% da população acima de 15 anos são fumantes; o fumo causa entre 80

e 100 mil mortes por ano e incapacita outras 100 mil pessoas para o trabalho (Ministério da

Saúde, 1998). Com relação ao tabagismo (figura 4.6), pôde-se observar no presente estudo

que a maioria (83%) dos funcionários nunca fumou, 15% já pararam de fumar e 6% são

fumantes. O que pode ser considerado um número baixo se comparado com a referência de

fumantes no país. Este é um resultado satisfatório uma vez que pessoas fumantes estão mais

propensas as doenças cardiovasculares respiratória (Blair et al, 1992)

83%

15%

3% 2% 1%

Nunca Fumava, mas parou 1 carteira/semana 2 a 3 carteiras/semana

1 carteira/dia

Figura 4. 6. Distribuição dos participantes fumantes

Escolaridade

Quanto à escolaridade os participantes da pesquisa apresentaram um resultado

considerado satisfatório, se comparada com o padrão educacional do estado do Rio Grande

do Norte. Portanto, se verifica que 54,5% da população dos entrevistados tem o 2º grau,

29,3% tem o terceiro grau e 7,2% são pós-graduados, dados que não corroboram com os

dados do IBGE (2002), onde a maioria (66%) da população do Rio Grande do Norte possui

o ensino fundamental, 12,4% o ensino médio (2º grau) e, 2,7% apresentam a pós-

graduação. E, 4% apenas concluíram o primeiro grau (ensino fundamental), estes últimos,

porém, tem idade compatível com a série cursada, são os estagiários.

55

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9,0%

54,5%

29,3%

7,2%

66,0%

12,4%

2,7% 0,4%

Fundamental 2º grau Superior Pós-graduação

Pesquisa

IBGE

Figura 4.7. Distribuição comparativo por nível de escolaridade

Gênero

Participaram deste estudo 169 funcionários de ambos os sexos de uma empresa de

energia elétrica, sendo 61% homens e 39% mulheres, como mostra a figura 4.8.

Este resultado apresentado na empresa não é diferente de outras empresas,

principalmente se considerar a inserção da mulher no mercado de trabalho.

Na literatura nacional, fatores como aumento do nível de escolaridade, os métodos

anticoncepcionais e o aumento da renda familiar são apontados como favoráveis para a

inserção da mulher no trabalho (Lira, 2000). Como se verifica nesta pesquisa ainda

apresenta em número inferior em relação aos homens. Porém, este fato pode ser atribuído

ao tipo de atividade exercida pelos funcionários operacionais – eletricistas, que ainda não

foi ocupado pelo sexo feminino.

56

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61%

39%

M as c u lino F em in ino

Figura 4.8. Distribuição da população segundo gênero

4.3. Resultados da Análise de Clusters

A partir da divisão em grupos, foi realizada uma Análise de Variância (Anexo III)

para descobrir quais variáveis mais contribuíram na discriminação entre os conglomerados.

As variáveis foram escolhidas baseadas num nível descritivo de 0,05 (5%). A tabela 4.1

apresenta o resultado da Análise de Variância indicando quais variáveis são importantes na

separação dos grupos (ou seja, p 0,0500).

ClusterNo. 1

ClusterNo. 2

Plot of Means for Each Cluster

Variables

2

3

4

5

6

7

8

9

10

POSTOCONCENTR

RELACION MOTIVA

ALIMENTA SUSPENS

AT_FISIC

Figura 4.9- Representação dos clusters 1 e 2

57

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Como mostra a Tabela 4.1, nenhuma variável de perfil foi aceita na determinação

dos grupos, porém, as variáveis do bloco 1 - escala e posto contribuem na determinação dos

grupos.

Observa-se que a escala de serviço adotada pela empresa é considerada pelos

respondentes um fator importante para a implantação e operacionalização do Programa de

Ginástica Laboral, como também, o horário de trabalho, em dois turnos ou expedientes, o

qual os funcionários administrativos cumprem. Nos seus estudos Grandjean (1998),

comenta que as modificações na jornada de trabalho (e conseqüentemente a adoção de

escala de serviço) podem proporcionar elevação ou diminuição do grau de rendimento de

um trabalhador. Neste caso tanto as alterações no rodízio do trabalhador de operação quanto

os dois turnos de trabalho que os administrativos cumprem, possibilitam a execução na

ginástica laboral.

Verifica-se assim, nas respostas dos respondentes que formam o cluster 2 uma

melhor indicação no tocante a escala de serviço, ou seja, uma média apresentada pelo

cluster 1, indica que a escala está provavelmente adequada a prática da ginástica laboral,

enquanto que o grupo 2 apresentou uma média superior o que demonstra uma maior

convicção para a adequação desta variável na operacionalização das aulas.

58

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Tabela 4.1 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters

Variáveis Significado p-valor

ESCALAOpinião dos funcionários sobre o regime de escala quanto à

possibilidade da participação dele nas aulas de Ginástica Laboral 0,0004

POSTO Opinião dos funcionários sobre a adequação do posto de trabalho à

prática da Ginástica Laboral 0,0039

HUMOROpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na

melhoria do humor 0,0000

CONCENTROpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral da

concentração no trabalho 0,0000

PRESERVAOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na

preservação da saúde 0,0000

RELACIONOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral no

relacionamento com os colegas de trabalho 0,0000

FLEXIB Opinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na

flexibilidade do corpo 0,0000

MOTIVA Opinião sobre a motivação para realizar os exercícios da Ginástica

Laboral0,0000

SAUDE_MEOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral na

melhoria da saúde 0,0000

ALIMENTA Opinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral nos

cuidados com a alimentação 0,0000

DESEMPENOpinião sobre a contribuição da prática da Ginástica Laboral nos

cuidados com a alimentação 0,0000

SUSPENSOpinião sobre as conseqüências no caso de suspensão da prática da

Ginástica Laboral 0,0000

DISPOSIÇ Opinião sobre a disposição para realizar atividades extra-expediente 0,0000

AT_FISIC Participação de outras atividades físicas oferecidas pela empresa 0,0018

GOST_ATF Opinião quanto a gostar de realizar outro tipo de atividade física 0,0000

Em relação a variável posto de trabalho, também se verifica que os respondentes

que formam o cluster 2 (MAIOR PERFORMANCE) atribuíram um valor superior com uma

diferença significativa em relação ao atribuído pelos respondentes do cluster 1 (MENOR

PERFORMANCE). Portanto, entende-se que o posto de trabalho também está compatível

para a prática da ginástica laboral nesta empresa. Explica-se assim a razão para que estas

duas variáveis serem mais fortes determinantes na formação dos clusters.

Também na Tabela 4.1, vemos que, das variáveis do segundo, terceiro e quarto

blocos do questionário, relacionadas com HUMOR, CONCENTRAÇÃO,

PRESERVAÇÃO DA SAÚDE, RELACIONAMENTO, FLEXIBILIDADE,

MOTIVAÇÃO, SAÚDE MELHOR, CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO,

DESEMPENHO FUNCIONAL, SUSPENSÃO DAS AULAS, DISPOSIÇÃO PARA O

59

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TRABALHO, ATIVIDADE FÍSICA, ATIVIDADE SÓCIO-RECREATIVA

respectivamente, se mostraram importantes na separação dos clusters.

Identificadas as variáveis, partiu-se para o particionamento em grupos. O objetivo

de separar os participantes da pesquisa em grupos visou identificar características similares

que nos permitiram diferenciar estes participantes daqueles que ainda não possuem hábitos

e atitudes bem definidas e regulares.

Os Anexos III e IV apresentam tabelas e gráficos resultantes das técnicas utilizadas,

respectivamente, sendo de relevância na hora da interpretação dos resultados.

Aceitando esta divisão de dois grupos, o primeiro grupo foi chamado de MENOR

PERFORMANCE e o segundo de MAIOR PERFOMANCE por possuírem médias mais

baixas e mais altas respectivamente para as variáveis mencionadas. As Tabelas 3 e 4, no

Anexo III, apresentam dados da estatística descritiva para os dois agrupamentos formados.

O grupo 2, formado pelas pessoas que demonstram mais clareza quanto aos

benefícios proporcionados pela ginástica laboral é composto por 79 pessoas e se caracteriza

por ter, de maneira geral, maior grau de concordância com relação às questões relativas à

melhoria do desempenho funcional. Neste grupo as médias atingidas para as variáveis

escala de serviço e posto de trabalho foram, respectivamente, 8,8 que se caracteriza numa

quase certeza e 8,1, que também reforça a intensidade da adequação dessas variáveis para a

realização das aulas de ginástica laboral na empresa.

O grupo 1, formado pelas pessoas que demonstram uma menor clareza sobre a

importância e benefícios proporcionados pela ginástica laboral em relação ao seu

desempenho funcional e mudanças nos hábitos de vida, é composto por 42 pessoas e se

caracteriza por serem as que possuem menor disposição para as aulas de ginástica laboral.

Neste grupo a média apresentada para as variáveis escala de serviço (7,5) e posto de

trabalho (6,7), também foram significativas, porém em menor intensidade (p = 0,0039) que

as do cluster 2. As médias apresentadas para estas variáveis também foram determinantes

para a formação dos clusters.

4.4. Resultados do Teste Qui-quadrado

Utilizando as variáveis categóricas (INGRESSO, DOR NAS PARTES DO CORPO

e MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA) e as de perfil para realização do teste qui-

quadrado, foram encontrados os seguintes resultados apresentados na tabela 4.2.

60

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Tabela 4.2 – Resultado do teste qui-quadrado para verificação da associação entre clusters e as variáveis categóricas e de perfil

CLUSTERSVariáveis

p N

IMPLANTAÇÃO

INGRESSO 0,5678 106

DESEMP FUNCIONAL - PARTES DO CORPO

NUCA 0,2823 58

COTOVELO 0,5686 13

ANTEBRAÇO 0,1859 21

PULSO 0,7787 31

COXA 0,4249 11

PERNA 0,1521 21

OMBRO 0,6754 47

COSTA 0,5305 56

R LOMBAR 0,5201 54

QUADRIL 0,3885 17

JOELHO 0,1020 28

TORNOZELO 0,8301 21

DESEMP FUNCIONAL – MUDANÇAS

ALIMENTAÇÃO 0,0102 120

LAZER 0,0032 120

EXERCÍCIOS 0,2671 120

ALCOOL 0,1980 120

ESTRESSE 0,0405 120

PERFIL DO ENTREVISTADO

SETOR 0,7407 120

GÊNERO 0,3561 120

De acordo com os resultados mostrados na Tabela 4.2, observa-se que não existe

associação entre os clusters formados e a maneira como ocorreu o ingresso dos funcionários

nas aulas de Ginástica Laboral na empresa. Nesta mesma Tabela observa-se que também

não existe associação entre clusters e o fato de sentir dor (ocasionalmente e

freqüentemente) em qualquer parte do corpo citadas neste trabalho, porém, realizou-se o

teste qui-quadrado novamente considerando o fato de ter sentido dor (ocasionalmente ou

freqüentemente) e apenas a dor da região lombar mostra uma associação com os clusters,

61

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ou seja, há uma proporção maior de funcionários do cluster 1 que sente dor (ocasionalmente

ou freqüentemente) na região lombar (ver Tabelas 4.3a e 4.3b).

Tabela 4.3a - Freqüências observadas

Dor na Região Lombar

Clusters Sim Não Total

1 25 17 42

2 29 49 78

Total 54 66 120

Tabela 4.3b - Freqüências esperadas (p=0,0189)

Dor na Região Lombar

Clusters Sim Não Total

1 19 23 42

2 35 43 78

Total 54 66 120

Segundo Iida (1990), várias pesquisas correlacionaram dores lombares com

características do posto de trabalho. Recomenda-se uma observância nos equipamentos e

mobiliário utilizado a fim de verificar-se a adequação dos mesmos em relação ao usuário,

como também observar a postura corporal adotada na realização das tarefas. Sabe-se que

em decorrência dos vícios posturais, muitos dos funcionários que lidam com a digitação

acabam forçando determinadas regiões da coluna sendo as mais afetadas as regiões cervical

e lombar, o que então explica o aparecimento da dor.

A grande maioria das pessoas se queixa de dor nas costas. Esta afirmação se explica

por Amorim (1991) et. al, quando reforça que a postura corporal incorreta pode provocar o

desconforto da musculatura e a compensação de outros grupos musculares talvez não seja

efetiva, o que compromete a segurança do movimento. Desta forma, pode ocorrer o

desequilíbrio do alinhamento corporal, podendo gerar lesão e dor muscular, a curto, médio

ou longo prazo. E, assim observar-se a grande importância do papel do professor da

ginástica laboral em propor exercícios de acordo com o posto de trabalho ocupado.

62

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Ainda considerando os resultados na Tabela 4.2, observa-se que existe associação

entre os clusters formados e algumas mudanças percebidas pelos funcionários após fazer

ginástica laboral. Essas mudanças estão relacionadas com a Alimentação, Lazer e Estresse.

A variável alimentação apontada por 15% dos respondentes (ver Tabelas 4.4a e

Tabela 4.4b) que formam o cluster 2, é tida como um aspecto relevante na literatura.

Segundo Grandjean, para os funcionários que trabalham sentados, com pouco

esforço é recomendável uma dieta pobre em calorias, enquanto aqueles que exercem suas

atividades com maior esforço físico recomendam-se uma dieta rica em calorias. Verifica-se

que ainda é pouco reconhecida a relevância da alimentação para um grande número de

funcionários envolvidos nesta pesquisa.

Tabela 4.4a - Freqüências observadas

Mudança na Alimentação

Clusters Sim Não Total

1 2 40 42

2 18 60 78

Total 20 100 120

Tabela 4.12b - Freqüências esperadas

Mudança na Alimentação

Clusters Sim Não Total

1 7 35 42

2 13 65 78

Total 20 100 120

Nos dias atuais observar-se que o lazer está se tornando um aspecto muito

importante na vida das pessoas. Percebe-se que o fato de passear numa praça, brincar com

bola, conversar livremente não é direito apenas das crianças nem dos idosos ou

aposentados. O trabalhador, o jovem estudante vem demonstrando a necessidade do seu

tempo livre como uma maneira de livrar-se das tensões do dia-a-dia e buscando atividades

físicas como alternativas de liberar suas emoções e sentimentos. Para Barros (1999), a

definição de lazer é dependente das diferentes formas de caracteriza-lo (como um conceito

holístico, como tempo, como atividade, como símbolo de status social ou como um estado

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mental). Neste estudo conceitua-se lazer como uma atividade que pode ser realizada dentro

ou fora do expediente do trabalho.

Verifica-se neste estudo (Tabelas 4.5a e 4.5b), que 16% dos respondentes

consideram relevantes este aspecto para mudar no seu estilo de vida. Isto revela que tal

aspecto apesar de importante para estes respondentes, precisa ser ainda mais valorizado

pelos funcionários, pois, esta variável foi determinante para a formação de um grupo de

pessoas da empresa.

Tabela 4.5a - Freqüências observadas

Mudança no Lazer

Clusters Sim Não Total

1 0 42 42

2 20 58 78

Total 20 100 120

Tabela 4.5b - Freqüências esperadas

Mudança no Lazer

Clusters Sim Não Total

1 7 35 42

2 13 65 78

Total 20 100 120

Percebe-se que a variável estresse também foi associada com os clusters por ser um

aspecto que usualmente vem se tornando uma forte queixa da classe trabalhadora em geral.

E, dentro das condições que cada pessoa dispõe é algo que tem sido fortemente combatido

no ambiente de trabalho. A medicina avalia os exercícios, promovidos pela ginástica

laboral, além da compensação física, também como ajudantes para reavaliar o modo de

pensar, organizar seu tempo, espaço e atuação, compreensão, alimentação saudável,

descontração, fatores preventivos dos sinais de estresse. (Revista CIPA, 1999).

Verifica-se nos resultados desta pesquisa que 51% dos respondentes consideram que

houve uma mudança no estresse após a implantação da ginástica laboral o que indica um

dado significativo para um novo estilo de vida. Acredita-se que pessoas que ocupam um

cargo o qual tenham muitas atribuições ou poucas atribuições estão mais susceptíveis ao

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estresse. Manter o ponto de equilíbrio nas atividades de trabalho pode ser uma das soluções

para se combater o estresse. Capra (apud Alvarez 2002) sugere que as fontes de sobrecarga

de estresse são múltiplas. Podendo se originar individualmente, pode ser coletivamente

gerado pela sociedade e cultura, ou pode estar presente no meio físico. Para cada situação o

combate ao estresse depende a principio de quem o sente, porém, o meio externo tem uma

forte contribuição que precisa da tomada de decisão dos dirigentes e gerentes.

Tabela 4.6a - Freqüências observadas

Mudança no Nível de Estresse

Clusters Sim Não Total

1 16 26 42

2 45 33 78

Total 61 59 120

Tabela 4.6b - Freqüências esperadas

Mudança no Nível de Estresse

Clusters Sim Não Total

1 21 21 42

2 40 38 78

Total 61 59 120

As Tabelas 4.4a, 4.4b, 4.5a, 4.5b, 4.6a e 4.7b mostram as freqüências observadas e

esperadas respectivamente para cada mudança. Sugere-se que há uma proporção maior de

funcionários no cluster 2 que mudaram a alimentação, o lazer e o nível de estresse, ou seja,

apresentaram mudança no estilo de vida.

Tanto na análise de clusters como no teste Qui-quadrado as variáveis de perfil não

foram significantes na divisão dos grupos.

Para análise do relacionamento entre as principais variáveis (as que apresentaram

respostas favoráveis nas questões em cada bloco) e o desempenho dos funcionários

utilizou-se a análise de regressão linear múltipla.

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4.5 Resultados da Regressão Múltipla

Para a análise de Regressão Linear Múltipla foi escolhida a variável dependente

Desempenho, considerada elemento chave deste estudo e pela diferença das médias nos

clusters e as independentes, escala, posto, resistência, duração das aulas, dificuldade nas

atividades diárias, postura, humor, preservação da saúde, relacionamento, flexibilidade,

realização de todos os exercícios, motivação, saúde melhor, alimentação, sono, disposição,

cansaço, atividade física, atividades sócio recreativa.

Tabela 4.7 – Análise de variância para regressão

Soma de Quadrados

Graus de liberdade

QuadradoMédio

F p-valor

Regressão 221 2 110 46 0,0000

Residual 282 119 2

Total 503

As variáveis independentes selecionadas para entrarem no modelo explicam 43,89%

da variação no desempenho. Dentre as 19 variáveis independentes, 2 foram significantes

para compor o modelo:humor e saúde melhor, conforme apresenta na Tabela 4.8.

Tabela 4.8 – Variáveis que se revelaram significantes no modelo. R2 = 43,89%

Variáveis Descrição das variáveis bn p-valor

HUMOR Melhoria no estado de humor 0,3751 0,0000

SAUDE_ME Melhoria da saúde com a prática da ginástica laboral 0,5002 0,0000

A Figura 4.10 apresenta o resumo do resultado encontrado no estudo do

relacionamento entre a variável dependente desempenho e as independentes humor e saúde

melhor. As demais variáveis independentes localizadas dentro dos quadrados pontilhados

indicam presença de multicolinearidade (ver matriz de correlação no anexo V).

A Figura 4.10 mostra apenas as possuem coeficiente de correlação igual ou superior

a 0,50.

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Figura 4.10 – Relação entre as variáveis dependentes e independentes

Observa-se que a variáveis: preservação da saúde, flexibilidade e motivação,

demonstram ter uma forte correlação com as variáveis significantes, humor e saúde melhor

respectivamente, conforme apresenta o modelo (Figura 4.10).Verifica-se a variável

independente preservação da saúde está fortemente relacionada com ambas variáveis humor

e saúde melhor as quais explicam o desempenho, com um coeficiente de correlação de 0,56

em relação a variável humor e 0,52 para a variável saúde melhor.

A Tabela 4.9 apresenta as correlações que são significantes (p 0,0500) em relação

às variáveis humor e saúde melhor que podem ser fortes candidatas para entrarem no

modelo explicando a variável desempenho.

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Tabela 4. 9 - Correlações que são significantes (p 0,0500)

Humor Saúde melhor

Variáveis r (Pearson) Variáveis r (Pearson)

ESCALA 0,24 ESCALA 0,27

POSTO 0,21 POSTURA 0,18

PRESERVA 0,56 HUMOR 0,41

RELACION 0,40 DURAÇ 0,18

FLEXIB 0,34 PRESERVA 0,52

MOTIVA 0,44 RELACION 0,36

SAUDE_ME 0,43 FLEXIB 0,60

AT.FISIC 0,20 MOTIVA 0,54

- - ALIMENTA 0,41

- - DISPOSIÇ 0,24

- - AT_FISIC 0,19

Encontra-se na literatura algumas razões para justificar a correlação entre essas

variáveis. O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e

habilidades.

Pode-se esperar que a prática da ginástica laboral possibilite um despertar para

uma melhor saúde, as pessoas que realizam alguma atividade física, e isto leva a favorecer

também num clima de descontração, com mais motivação e menos erros.no trabalho. Iida

(1990, p. 333) revela que “Naturalmente, um trabalhador com saúde e ajustado socialmente

sujeita-se menos aos erros”.

Portanto, observa-se que a variável preservação da saúde está fortemente associada

as variáveis significantes – humor e saúde melhor, o que permite refletir que os

funcionários demonstram mais descontração no ambiente de trabalho, maior cuidado com a

saúde e preocupação com seu bem estar geral (físico, mental e social).

Este resultado fica reforçado por Gebahrdt e Crump (1990), quando apontam nos

seus resultados dos estudos sobre os programas de bem estar e aptidão física no lugar de

trabalho dos trabalhadores de negócio e industriais, que ocorre uma melhoria humor do

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trabalhador, diminuição do absenteísmo, redução dos custos com os cuidados com a saúde

e melhoria do comportamento estão associados com o aumento da produtividade do

trabalhador.

Quanto as variáveis flexibilidade e motivação que apresentam coeficientes de

correlação 0,60 e 0,54, respectivamente, com a variável saúde melhor, pode ser explicada

pelo fato de que quanto maior a participação do funcionário nas aulas de ginástica laboral,

maior possibilidade de se obter uma melhoria na flexibilidade do seu corpo. Concorda-se

com Martins (2001:55), quando afirma que: “O objetivo da sessão da ginástica laboral no

escritório é executar exercícios de alongamento para compensar os exercícios de força

estáticos e dinâmicos, conscientes e/ou inconscientes, realizados durante a jornada de

trabalho”. Sabe-se ainda que a flexibilidade deve ser um dos pontos de maior ênfase na

ginástica, pois uma pessoa com maior elasticidade terá uma harmonia melhor no corpo

(REVISTA, CIPA, 1999). Assim, verifica-se que para o funcionário apresentar uma

melhoria na saúde, este fato pode está relacionado a sua motivação para participar das aulas

de ginástica laboral.

4.6 Conclusão das Análises Estatísticas

Para se analisar e obter resultados que possibilitasse melhor explicação para os

dados coletados no estudo de campo, foram empregados três tipos de análise estatística.

Através da análise de clusters verifica-se que das variáveis que formaram os clusters

1(MENOR PERFORMANCE) e 2 (MAIOR PERFORMANCE), as variáveis, escala de

serviço e posto de trabalho, foram importantes na formação dos clusters.

Em relação a análise do teste Qui-quadrado, onde participaram da associação as

variáveis categóricas ingresso, partes do corpo e mudança de vida, com os clusters,

verificou-se que a região lombar foi a parte do corpo mais indicada com queixas de dor, a

alimentação, o lazer e o estresse, foi os aspectos mais indicados que sofreram mudança após

o programa de ginástica laboral nesta empresa. Para Dul e Weerdmeester a inadequação da

postura e do movimento adotado nos postos de trabalho pode gerar desconforto ou dor nas

costas, principalmente na região lombar. Assim, recomenda-se atenção aos aspectos fatores

ergonômicos, correção postural e atenção na alternância dos movimentos no ambiente de

trabalho.

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Os três aspectos mais modificados no estilo de vida dos funcionários deste estudo,

alimentação, estresse, e lazer, este último, também observado em experiências bem

sucedidas, realizadas pelo Serviço Social da Indústria (SESI), através dos seus

Departamentos Regionais , o qual buscou atualizar as bases conceituais e operacionais do

Programa de Ginástica nas Empresas (PGE)

Partindo da necessidade de transcender as atividades já desenvolvidas no Programa

de Ginástica na Empresa, foi proposto a introdução nas sessões de ginástica, ações de cunho

sócio-recreativo e lúdicas que além de educar os trabalhadores para a importância da

atividade física para a melhoria da qualidade de vida (Bispo, 2003).

Nesta análise não se observou uma relação significativa entre clusters com a forma

de ingresso no programa.

Através da análise de regressão múltipla, foi possível verificar-se a significância da

correlação entre a variável dependente desempenho com as variáveis independente humor e

saúde melhor.

Finalmente, concluísse que as análises realizadas permitiram a possibilidade de

responder-se à questão principal deste estudo: verificar se o programa de ginástica laboral

desenvolvido na Empresa Distribuidora de Energia Elétrica do Estado do Rio Grande do

Norte influencia no desempenho funcional dos funcionários bem como nas mudanças

pessoais de vida.

4.7 Percepção dos Dirigentes do Programa

No caso do presente estudo foi escolhida a Companhia Energética do Rio Grande do

Norte (COSERN) do Grupo IBERDROLA, situada na cidade de Natal/RN, por oferecer aos

seus funcionários desde o início do ano de 2001, o Programa de Ginástica Laboral que tem

como objetivo a prevenção de doenças ocupacionais ocasionadas pelo esforço repetitivo,

disfunção postural, dentre outros. Esta realidade não é fácil de ser encontrada na região

Nordeste e em especial no estado do Rio Grande do Norte poucas empresas local

proporcionam este tipo de programa aos seus funcionários.

Como resultado do questionário aplicado com os dirigentes responsáveis pela

implantação e acompanhamento do Programa de Ginástica Laboral, apresenta-se a seguir

uma tabela de notas e médias, que sintetizam as respostas emitidas, em cada bloco do

questionário, em relação ao desempenho dos funcionários.

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Uma primeira constatação é que os dirigentes e staff técnico do programa têm em

praticamente todas as questões uma avaliação com notas superiores ao dos empregados,

havendo uma percepção diferente em todas as variáveis quando se considera o grupo de

menor avaliação.

Tabela 4. 10 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao Bloco1/ Considerações da Empresa

Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média

Q.1 -Escala 09 09 07 8,3

Q.2 - Posto 10 10 06 8,6

Como se pode verificar na Tabela 4.10, as variáveis escala de serviço e posto de

trabalho, foram avaliadas de forma muito positiva pelos dirigentes indicando adequação

das mesmas para a operacionalização do programa. Como já mencionado na análise

multivariada como fortes variáveis que determinaram a formação dos clusters.

Tabela 4.11 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao bloco 2/ Implantação do Programa

Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média

Q.3 –Ingresso Convite Convite Convite -

Q.4 –Resistência 08 09 08 8,3

Q.5 -Promoção 09 06 10 8,3

Q.6 -Disposição 10 10 10 10

Em relação ao grupo de variáveis que formaram o bloco implantação do programa,

Tabela 4.11, observa-se que a forma de ingresso no programa foi feita através do convite da

empresa aos funcionários, apresentando o programa e os seus objetivos, sem haver,

portanto obrigatoriedade na participação dos empregados. Esta realidade é respaldada na

literatura quando Martins (2001,67) afirma: a participação do empregado no programa de

promoção de saúde não deve ser obrigatória, preferencialmente, ocorrendo durante a

jornada de trabalho. Verificou-se ainda pouca resistência dos funcionários a participarem do

programa, o que demonstra uma motivação e disposição para as aulas de ginástica laboral.

Percebe-se, portanto, que para os dirigentes os objetivos do programa foram atingidos, pois

motivar os funcionários e prevenir doenças foram as principais causas apontadas por eles,

para a implantação do programa de ginástica laboral nesta empresa.

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Tabela 4.12 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao Bloco 3/Benefícios da Ginástica Laboral

Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média

Q.7 – Humor 10 10 10 10

Q.8 - Concentração 08 09 09 8,6

Q.9 – Cuidados c/ Saúde 10 10 10 10

Q.10 - Relacionamento 09 08 09 8,6

Q.11 –Saúde melhor 09 10 09 9,3

Q.12 - Duração das aulas 10 09 09 9,3

Q.13 – Afastamento médico Não Não S/ resposta -

Verifica-se na Tabela 4.12 as variáveis que apresentam os benefícios alcançados

pelos funcionários no programa de ginástica laboral, os quais os dirigentes foram unânimes

em responderem que houve uma grande melhoria das variáveis humor e cuidados com a

saúde. Estas variáveis foram encontradas também no resultado da análise de regressão

linear múltipla com forte relação com a variável dependente desempenho. Este fato está

referenciado também, nos estudos de Gebhardt e Crump (1990,262), quando relatam que os

programas de promoção da saúde e bem estar no local de trabalho, apresenta redução no

custo com cuidados com a saúde, melhoria no humor do trabalhador, diminuição do

absenteísmo e melhoria no comportamento associado com o aumento da produtividade do

trabalho.

Tabela 4.13 – Notas e médias dos dirigentes em relação ao Bloco 4/Desempenho Funcional

Variável Nota 1 Nota 2 Nota 3 Média

Q 14 - Desempenho 9 10 10 9,6

Q.15 - Suspensão 9 10 9 9,6

Q.17 - Outras Atividades Físicas 10 5 10 8,3

A Tabela 4.13 mostra a percepção dos dirigentes quanto as variáveis do

desempenho funcional. Verifica-se uma certa variação de notas nas respostas, que apesar de

não serem igualmente superior demonstrou que os funcionários apresentaram melhoria no

seu desempenho. Como também demonstra que outras atividades físicas são praticadas

pelos funcionários como caminhada e jogos esportivos promovidos pela empresa.

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As tabelas 4.14a, 4.14b e 4.14c sintetizam as respostas das em relação a Questão

16 do questionário, ou seja, a variável que mostra as partes do corpo que apresentaram dor

após o programa de ginástica laboral.

Tabela 4.14a Queixa de dor no segmento da coluna vertebral

Nuca Costa R.Lombar Quadril

Ocasionalmente - - 1 1

Frequentemente 2 2 2 _

Verifica-se nas respostas dos dirigentes três regiões que os funcionários

apresentaram dor freqüentemente. Nas respostas dos funcionários pode-se observar que a

nuca, as costas e a região lombar foram as partes do corpo que mais apresentaram mais

queixa de dor.Em pesquisas realizadas sobre as Lesões por esforço Repetitivo ou Doenças

Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho por Longen (2003,63), verificou-se que estas

partes afetadas costa, região lombar e quadril pode está associada a posição sentada

assumida para realização das atividades laborais. Como também a dor na nuca pode ser

proveniente da posição da cabeça em direção ao olhar para monitor. O autor revela que uma

das principais queixas dos trabalhadores é a dor nas costas. Sete em cada dez brasileiros

sofren com esse distúrbio, na maioria das vezes, sua principal causa é a postura inadequada.

De acordo com Nunes e Silva, (apud Maciel, 2001,14), a coluna vertebral tem curvaturas

fisiológicas que absorvem os choques e diminuem a pressão exercida sobre o esqueleto, As

más posturas aprecem quando as curvaturas aumentam ou diminuem em relação aos limites

de normalidades fazendo com que haja uma sobrecarga na coluna.

Tabela 4.14b Segmento do membro superior

Ombro Cotovelo Antebraço Pulso

Ocasionalmente 1 1 1 2

Frequentemente 1 - 1 1

Nesta tabela, verifica-se no segmento do membro superior, que o pulso ou punho,

foi a parte do corpo com mais indicação de dor ocasional pelos funcionários, o que se pode

associar a atividade escritório exercida principalmente pelos funcionários administrativos

que utilizam os movimento repetitivos das mãos e punhos.

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Tabela 4.14c Segmento do membro inferior

Coxa Batata da Perna Joelho Tornozelo

Ocasionalmente 1 1 1 1

Frequentemente - - - -

Na Tabela 4.14c as respostas dadas pelos dirigentes não expressaram em grande

aumento de queixas de dor neste segmento corpóreo. Sendo citada dores neste segmento

corpóreo de forma ocasional.

4.7.1 Perfil dos dirigentes

Os três dirigentes que são responsáveis desde a implantação e seu acompanhamento

do programa de ginástica laboral apresentaram o seguinte perfil:

Escolaridade superior inclusive, um com pós-graduação;

Trabalham em média de oito horas por dia;

Ocupam a mesma função a mais de dois anos;

Estão numa faixa etária entre 35 a 45 anos;

Verifica-se que a equipe de dirigentes responsáveis pela implantação e

operacionalização do Programa de Ginástica Laboral nessa empresa reúne qualidades

condizentes para conduzirem com eficiência o presente programa.

Diante aos resultados observados nas respostas dos funcionários, observa-se que a

percepção dos dirigentes concorda na maioria das questões discutidas. Principalmente em

relação as variáveis de mudanças pessoais como o humor, cuidados com a saúde,

disposição, relacionamento e as de trabalho como concentração e o desempenho foram

consideradas pelos dirigentes como melhorias após a implantação do programa de ginástica

laboral. As variáveis que foram melhor avaliadas pelos dirigentes também foram as mesmas

que apresentaram melhores resultados através das análises estatísticas adotadas neste

estudo.

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Capítulo 5

Análise Crítica, Limitações, Direções, Conclusões e

Recomendações

Este capítulo apresenta uma síntese geral da Dissertação, os resultados, a análise

crítica do trabalho, as limitações encontradas durante a pesquisa, apontam alguns

direcionamentos para futuras pesquisas, bem como, as conclusões e recomendações.

5.1 Pesquisa Bibliográfica

A fundamentação teórica que norteou esta pesquisa apontou para a ginástica laboral

como ferramenta ergonômica, a qual pode ser considerada como um meio de prevenção de

doenças relacionadas ao trabalho como também medida de promoção de saúde.

Inicialmente partiu-se do contexto histórico e conceitos da Ergonomia, numa

tentativa de reconhecer a sua importância desde antes da revolução industrial até os dias

atuais.

Foram apresentadas as diferentes maneiras que a ginástica laboral pode ser

considerada, ou seja, alguns autores adotaram a ginástica laboral como medida preventiva e

eficaz para LER/DORT, outros verificaram que a sua implantação não alcança êxito de

forma isolada, devendo esta ser associada a várias outras medidas. Outros estudos apontam

também que os melhores benefícios que a ginástica laboral oferece é quando ministradas

por profissionais preparados, habilitados para tal, como professores de educação física e

fisioterapeutas. A ginástica laboral ministrada por outras pessoas não capacitadas não

alcançaram tão bons resultados (Militão, 2001).

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Temas como fatores de desempenho no trabalho e hábitos que compõem o estilo

de vida, trouxeram um significado especial a pesquisa, oferecendo uma forte contribuição

para o entendimento e objetivo geral desta pesquisa.

5.2 Resultados da Pesquisa

Apresenta-se inicialmente uma síntese da análise descritiva do perfil do

entrevistado. Em seguida apresenta-se os resultados das técnicas estatísticas utilizadas neste

estudo.

Após a realização da análise descritiva de cada variável que formou o perfil do

entrevistado, pode-se constatar que:

A maioria dos funcionários envolvida na pesquisa pertence aos setores

administrativos (57%) e os demais funcionários (43%) são os que desenvolvem suas

atividades no campo – operacionais; Assim, verifica-se que a maioria dos desses

funcionários (67%) tem uma jornada de trabalho de 8 horas distribuídos em dois turnos

(manhã e tarde), e seguindo uma escala de serviço o que indica a adequação para a

participação no programa de ginástica laboral. Uma vez que as aulas são realizadas nos

horários da manhã e tarde, duas vezes na semana, e, de acordo com a disponibilidade dos

funcionários. Não foi exigida por parte da empresa uma obrigatoriedade de participação dos

funcionários neste programa, isto é, o ingresso no programa se deu na grande maioria dos

respondentes por iniciativa própria ou por convite da empresa.

Em relação ao tempo de serviço na função, verifica-se que 45% dos funcionários

desenvolvem suas atividades a mais de dez anos, e, 23% a mais de dois anos na função o

que indica que a empresa conta com um quadro de pessoal estável, apresentando por (50%)

dos funcionários uma idade acima de 40 anos. Esta faixa etária talvez seja um indicativo de

um grupo de funcionários maduros e com responsabilidade para desempenhar melhor as

suas funções nesta empresa.

Quanto ao tempo de participação no programa de ginástica laboral, 48% dos

respondentes estão integrados desde a sua implantação e, 31% participam a mais de seis

meses e 21% menos de seis meses, o que permite avaliar que o programa vem atendendo as

expectativas dos funcionários e da empresa, pois como demonstra uma adesão ao programa

está sendo gradual e livre;

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Observa-se no tocante ao tabagismo um reduzido número de fumantes que

participam do programa (6%), se comparado com o número de não-fumantes (83%) mais

15% que deixaram de fumar. Esses resultados podem ser considerados satisfatórios se

comparados com os já mencionados pelo Ministério da Saúde (Tabela 4.6);

O nível de escolaridade apresentado pelos respondentes está concentrada nos que

concluíram o 2º grau (54,5%), em seguida naqueles que tem concluído o 3º Grau (29,3%) e

nos que apresentam a pós-graduação (7,2%), dados que demonstra um resultado

satisfatório, se comparado ao nível de escolaridade do ensino médio (2º grau) no estado do

Rio Grande do Norte.

Participaram desse estudo 61% dos respondentes do sexo masculino e 39% do sexo

feminino. Não se pode afirmar, porém, estes dados podem ser atribuídos a dificuldade da

inserção da mulher no mercado de trabalho, principalmente, quando a atividade exercida

ainda exista uma predominância masculina.

Apesar dessas variáveis que formaram o perfil do entrevistado terem apresentado

uma grande significância para este estudo, as mesmas não foram determinantes para a

formação dos clusters e na análise do teste qui-quadrado, mesmo sendo variáveis

categóricas.

Os resultados alcançados nesta pesquisa foram satisfatórios, conforme esperado

inicialmente pela pesquisadora. As análises estatísticas adotadas para alcançar tais

resultados foram adequadas respondendo as hipóteses inicialmente levantadas.

5.3 Análise Crítica do Trabalho

Considera-se que o objetivo geral deste estudo foi alcançado. Para isto foram

empregadas três análises estatísticas (Multivariada - Clusters, Teste Qui-quadrado e a

Regressão Linear Múltipla), que possibilitou analisar a influência do Programa de Ginástica

Laboral aplicado na empresa distribuidora de energia elétrica com ênfase no desempenho

funcional e mudanças pessoais dos funcionários de diferentes categorias.

Verificou-se nesta pesquisa que o Programa de Ginástica Laboral implantado há

dois anos pela COSERN, de acordo com a percepção dos dirigentes e funcionários,

apresenta resultados satisfatórios quanto aos seguintes aspectos analisados:

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A escala de serviço e o posto de trabalho foram as duas variáveis que

influenciaram mais fortemente a formação dos clusters.

Partindo da análise do Teste Qui-Quadrado, quando houve o cruzamento das

variáveis categóricas (ingresso, dor nas partes do corpo, mudança no estilo

de vida) e os clusters, se verificou que a forma de ingresso no programa não

apresentou um resultado significativo para o presente estudo. Em relação as

variáveis alimentação, lazer e nível de estresse que compõem alguns hábitos

de vida pessoais, foram apresentadas mudanças após a implantação da

ginástica laboral.

Melhoria no desempenho funcional dos funcionários, com forte relação com

as variáveis independentes humor e saúde melhor, como verificados na

análise de Regressão Linear Múltipla (Figura 4.2);

5.4 Limitações do Trabalho

Foram constatadas algumas limitações no decorrer do estudo, tais como:

Por ser um estudo recente no Brasil, poucos livros sobre a ginástica laboral

foram encontrados, tanto no acervo da biblioteca central do campus universitário

da UFRN, como nas livrarias locais;

Encontrar uma empresa para desenvolver a pesquisa de campo, pois, poucas

empresas desenvolvem o Programa de Ginástica Laboral no Estado do Rio

Grande do Norte;

Falta de tempo de alguns funcionários para responder o questionário no local de

trabalho e na presença do pesquisador;

Dificuldade de alguns funcionários de interpretar algumas perguntas e relembrar

situações ocorridas no início do Programa.

Alguns funcionários deixaram de responder o questionário por motivo de

viagem a serviço no período da aplicação do instrumento;

78

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5.5 Direções de Pesquisa

A partir do estudo realizado e de alguns reflexões sobre a realidade observada,

pode-se sugerir para outras pesquisas acadêmicas:

- Investigar se existe diferença nos efeitos da ginástica laboral nos funcionários que

trabalham no escritório e em funcionários que desenvolvem suas atividades no

campo.

- Implantar e avaliar um Programa de Ginástica Laboral em outras empresas e

instituições de ensino (UFRN), como forma preventiva às doenças ocupacionais

como LER/DORT;

5.6 Recomendações

Com base nos resultados desta pesquisa, faz-se as seguintes recomendações:

Aos dirigentes da COSERN, que os aspectos escala de serviço e posto de trabalho,

avaliado pelos respondentes na pesquisa, como adequados para a operacionalização do

Programa de Ginástica Laboral, continuem sendo, cada vez mais adequados, para a

continuidade dos resultados alcançados pelo Programa.

Aos dirigentes que coordenam o Programa de Ginástica Laboral, nesta empresa,

dar continuidade à realização de avaliação de forma sistemática deste programa, pelos seus

participantes, e, sempre que necessário, reestrutura-lo no sentido de não diminuir a

motivação dos mesmos, garantindo a continuidade e participação ativa de todos. Inclusive,

realizar uma avaliação dos fatores ergonômicos, nos postos de trabalho, a fim de verificar

cada vez mais a adequação dos equipamentos aos usuários.

5.7 Conclusão

A Companhia Energética do Estado do Rio Grande do Norte (COSERN), alvo da

presente pesquisa, implantou o Programa de ginástica laboral no ano de 2001 com a

finalidade de prevenção das Lesões por Esforço Repetitivo e outras doenças ocupacionais,

pois, a empresa contava com um pequeno número de afastamentos médicos ou absenteísmo

ao trabalho por estas queixas. Como resultado imediato da implantação da ginástica laboral

nesta empresa verifica-se uma redução de queixas osteartulares como lombalgias que ficou

79

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em 25,4% no ano de 2002 (ano da implantação) contra 32,4% em 2001.(Dados fornecidos

pelo Departamento de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho - RSM, 2003)

As análises estatísticas realizadas permitiram responder positivamente à questão

principal deste estudo, isto é, analisar se o programa de ginástica laboral desenvolvido

durante o período de dois anos, na Empresa Distribuidora de Energia Elétrica do Estado do

Rio Grande do Norte (COSERN), influencia no desempenho funcional dos funcionários

bem como nas mudanças pessoais dos hábitos de vida.

Enfim pose-se concluir que, desenvolver um programa de Ginástica Laboral na

empresa é perceber que um todo é feito de partes, as quais se interagem para uma

construção do sucesso. É tomar parte na construção de uma sociedade mais justa e

igualitária onde a preocupação maior seja à busca de uma vida melhor para todos que fazem

a empresa e os que dela utiliza.

80

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Anexo I

Questionários

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1.1 Questionário dos funcionários Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Engenharia de Produção Esta Pesquisa tem como objetivo obter dados sobre a percepção dos funcionários administrativos e operacionais de uma empresa de energia elétrica que desenvolve um Programa de Ginástica Laboral em relação ao seu desempenho funcional. Seus resultados serão utilizados para uma Dissertação de Mestrado no PEP/UFRN (Programa de Engenharia e Produção) e não haverá qualquer referência não autorizada à empresapesquisada. Um relatório executivo dos resultados totais será encaminhado a empresa pesquisada que assim o deseje. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conceitua-se a GINÁSTICA LABORAL, como a combinação de algumas atividades físicas que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em seu trabalho, emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio local de trabalho que contribuirão para um melhor condicionamento e desempenho físico, concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de trabalho. Em cada questão, marque com um X o valor numérico que melhor corresponde a sua situação. 1. O regime de escala de serviço adotada pela empresa possibilita a sua participação nas aulas de Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

2. O posto de trabalho está adequado à prática da Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

2 SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA Assinale com um X a resposta que melhor corresponde a sua realidade: 3. De que maneira ocorreu o seu ingresso nas aulas de Ginástica Laboral nesta empresa?

[ ] Por iniciativa própria [ ] Por motivo de saúde [ ] Por insistência dos dirigentes [ ] Por convite da empresa [ ] Pela Influência dos colegas [ ] Outro motivo

4. Você teve resistência para participar dasaulas de Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

5. Você considera que a duração da aula de Ginástica Laboral atende suas necessidades?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

6. Você sente dificuldade na realização dassuas atividades diárias do seu trabalho?

Nunca Raramente Às vezes Com freqüência Sempre SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

7. Como você classifica a sua postura corporal adotada na execução das suas atividades diárias no trabalho?

MuitoInadequada

Poucoadequada

Razoavelmenteadequada

Adequada Excelente SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

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3. SOBRE OS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL

8. Você acredita que a prática da Ginástica Laboral contribui para a melhoria do seu estado de humor?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

9. Sua concentração no trabalho aumentou com a Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

10. Você considera que a Ginástica Laboral contribui para a preservação da sua saúde?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

11. Após a implantação da Ginástica Laboral, o seu relacionamento com os colegas de trabalho melhorou?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

12. Você sente melhora na flexibilidade do seu corpo a partir das aulas de Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

13.Você consegue realizar todos os exercícios das aulas de Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

14. Você se sente motivado (a) para os exercícios da Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

15. A sua saúde melhorou com a prática da Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

16. A Ginástica Laboral despertou em você maiores cuidados para uma alimentaçãomais balanceada?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

17. Você sente dificuldade para dormir a noite?

Nunca Raramente De vez em quando

Quase sempre Sempre SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

18. Quantos afastamentos médicos você teve nos últimos 12 meses?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Mais de 9

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4. SOBRE O DESEMPENHO FUNCIONAL

19. Na sua opinião as aulas de ginástica laboral melhoram no seu desempenhofuncional?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

20. Se a empresa decidisse suspender as aulas de Ginástica Laboral você acredita que tal medida poderia piorar a sua disposição no trabalho?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

21. Você tem atualmente disposição para realizar alguma atividade extra - expediente?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

22. Você sente atualmente cansaço com facilidade ao realizar as atividades no trabalho?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

23. Se você sente dores atualmente no corpo marque com um X na figura abaixo na (s) parte (s) correspondentes: NUCA[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

COTOVELO [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

ANTEBRAÇO [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

PULSO [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

COXA [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

BATATA DA PERNA [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

OMBRO[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

COSTA [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

REGIÃO LOMBAR [ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

QUADRIL[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

JOELHO[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

TORNOZELO[ ] Ocasionalmente [ ] Freqüentemente

24. Você participa de outras atividades físicas oferecidas pela empresa?

Nunca Raramente Às vezes Com freqüência Sempre SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

25. Você participa das atividades sócio - recreativas extra-empresa em companhia dos colegas de trabalho?

Nunca Raramente Às vezes Com freqüência Sempre SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

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26. Você gostaria de realizar outro tipo de atividade física promovida pela empresa?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

27. Das coisas relacionadas ao lado, o que mudou após você fazer ginástica laboral?

SuaAlimentação

Seu Lazer Hábito de exercitar-se

Consumo de álcool

Nível de estresse

SemOpinião

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

28. Você acredita que seu rendimento no trabalho está vinculado às aulas de ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

5. PERFIL DO ENTREVISTADO

29.Qual o seu setor de trabalho? [ ] Administrativo [ ] Operacional

30.Quantas horas diárias você trabalha?

31. Quanto tempo de serviço está nesta função?

Menos de 1 ano

1 a 2 anos 2 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 20 anos Mais de 20 anos

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] 32. Há quanto tempo você participa do programa de ginástica laboral?

Menos de 6 meses 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano

[ ] [ ] [ ]

33.Qual sua faixa etária? 20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 45 anos

45 a 49 anos

Mais de 50 anos

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

34.Você fuma? Nunca Fumava, mas parei

1 carteira por semana

2 a 3 carteira por semana

1 carteira por dia

Mais de 1 carteira por dia

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

35.Qual sua escolaridade? PrimeiroGrau

SegundoGrauincompleto

Segundograu

Superiorincompleto

Superior Pós-Graduação

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

36.Gênero? Masculino Feminino[ ] [ ]

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1.2 Questionário dos dirigentes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Programa de Engenharia de Produção

Este Questionário tem como objetivo obter dados sobre a percepção dos dirigentes responsáveis pela implantação do programa de Ginástica Laboral desenvolvido nesta empresa de energia elétrica em relação ao desempenho funcional dos seus funcionários. Seus resultados serão utilizados para uma Dissertação de Mestrado no PEP/UFRN (Programa de Engenharia e Produção) e não haverá qualquer referência não autorizada à empresa pesquisada. Um relatório executivo dos resultados totais será encaminhado a esta empresa que assim o deseje.

2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conceitua-se a GINÁSTICA LABORAL, como a combinação de algumas atividades físicas que tem como característica comum, melhorar, sob o aspecto fisiológico, a condição física do indivíduo em seu trabalho, emprega exercícios de fácil execução que são realizados no próprio local de trabalho que contribuirão para um melhor condicionamento e desempenho físico, concentração e um melhor posicionamento frente aos postos de trabalho.

Em cada questão, marque com um X o valor numérico que melhor corresponde a situação da Empresa.

1. O regime de escala de serviço adotada pela empresa possibilita a participação de todos os funcionários da Empresa nas aulas de Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

2. O posto de trabalho está adequado à prática da Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

2 SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA Assinale com um X a resposta que melhor corresponde a realidade da Empresa:

3. De que maneira ocorreu o ingresso dos funcionários nas aulas de Ginástica Laboral nesta empresa?

[ ] Por iniciativa própria

[ ] Por motivo de saúde

[ ] Por insistência dos dirigentes

[ ] Por convite da empresa

[ ] Pela Influência dos colegas

[ ] Outro motivo

4 .Os funcionários apresentaram resistênciapara participarem das aulas de Ginástica L b l?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

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Laboral?

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

5. O que levou a Empresa a promover um Programa de Ginástica Laboral?

Muitas faltas no trabalho

Muitosafastamentos

médicos

Motivar o funcionário

s

Melhorar o desempenho

funcional

Prevençãode doenças

ocupacionais

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

6 .Os funcionários estão mais dispostos após o programa de Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim, Talvez não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

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3. SOBRE OS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL

7. Você acredita que a prática da Ginástica Laboral contribui para a melhoria do seu estado de humor?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

8. A concentração do funcionário no trabalho aumentou com a Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

9. Você considera que a Ginástica Laboral contribuiu para com um melhor cuidadocom a saúde?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

10. Após a implantação da Ginástica Laboral, houve melhoria no relacionamentodos funcionários no trabalho?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

11. A saúde dos funcionários melhoroucom a prática da Ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

12. Você considera que a duração da aulade Ginástica Laboral atende as necessidades dos funcionários?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

13.Teve aumento no número de afastamentos médicos nos últimos 12 meses? Sim [ ] Não [ ]

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4. SOBRE O DESEMPENHO FUNCIONAL14. Na sua opinião as

aulas de ginástica laboral melhoram odesempenho dos funcionários?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

15 Se a empresa decidisse suspender as aulas de ginástica laboral você acredita que tal medida poderia piorar a disposição dos funcionários para exercerem as suas atividades diárias no trabalho?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

26. Na figura abaixo, marque a(s) parte(s) do corpo que eram mais indicadas como doloridas pelos funcionários: NUCA

[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

COTOVELO[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

ANTEBRAÇO[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

PULSO[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

COXA[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

BATATA DA PERNA [ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

OMBRO[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

COSTA[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

REGIÃO LOMBAR [ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

QUADRIL[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

JOELHO[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

TORNOZELO[ ] Ocasionalmente

[ ] Freqüentemente

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17. Os funcionários participam de outrasatividades físicas oferecidas pela empresa?

Nunca Raramente Às vezes Comfreqüência

Sempre SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

18. Você acredita que o rendimento do funcionário no trabalho está vinculado às aulas de ginástica Laboral?

CertamenteNão

ProvavelmenteNão

Talvez sim,Talvez Não

ProvavelmenteSim

CertamenteSim

SemOpinião

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 [ ]

5. PERFIL DO ENTREVISTADO

19.Quantas horas diárias você trabalha?

20. Quanto tempo de serviço está nesta função?

Menos de 1 ano

1 a 2 anos 2 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 20 anos

Mais de 20 anos

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

21. Há quanto a Empresa promove o programa de ginástica laboral?

Menos de 6 meses 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano

[ ] [ ] [ ]

22.Qual sua faixa etária? 20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 45 anos

45 a 49 anos

Mais de 50 anos

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

23.Qual sua escolaridade? PrimeiroGrau

SegundoGrau

incompleto

Segundograu

Superiorincompleto

Superior Pós-Graduação

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

24.Gênero? Masculino Feminino

[ ] [ ]

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Anexo II

Variáveis

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Variáveis do bloco 1 – Considerações Iniciais.

y = 162 * 1 * normal (x; 8,277777; 2,000776)

ESCALA

No

of

ob

s

1,2% 1,9% 1,2% 0,6%

4,3%6,8%

12,3%

8,6%

30,9%32,1%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

CertamenteNão

Provav.Não

Talvez simou não

Provav.Sim

CertamenteSim

Figura 2.1 – Variável: regime de escala de serviço.

y = 165 * 1 * normal (x; 7,654545; 2,541496)

POSTO

No

of

ob

s

4,2% 3,6% 3,0% 3,0% 3,0%4,2%

15,2%13,9%

22,4%

27,3%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

CertamenteNão

Provav.Não

Talvez simou Não

Provav. Sim

CertamenteSim

Figura 2.2. Variável: posto de trabalho.

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Variáveis do bloco 2 – Implantação do Programa

INGRESSO

No

of o

bs

7,7%

55,4%

1,2% 1,8%

31,0%

3,0%

0

7

14

21

28

35

42

49

56

63

70

77

84

91

98

Influência dos colegIniciativa própria

OutroInsistência dos dire

Convite da empresaSaúde

Figura 2.3 – Variável: forma de ingresso nas aulas.

y = 166 * 1 * normal (x; 2,89759; 2,83833)

RESISTEN

No

of o

bs

46,4%

23,5%

4,8%6,0%

3,0%1,8% 1,2%

3,6%1,8%

7,8%

0

6

12

18

24

30

36

42

48

54

60

66

72

78

CertamenteNão

ProvavNão

Talvez simou não

ProvavSim

CertamenteSim

Figura 2.4 – Variável: resistência para participação.

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y = 167 * 1 * normal (x; 6,952095; 2,640756)

DUR_AULA

No

of o

bs

6,0%3,6% 3,6%

6,0%7,2% 7,8%

13,8%

17,4% 18,0%16,8%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Certamentenão

Provavnão

Talvez simou não

Provavsim

Certamentesim

Figura 2.5 – Variável: duração das aulas.

y = 165 * 1 * normal (x; 3,30909; 1,723645)

DIFICULD

No

of o

bs

18,2% 18,8%20,0%

15,2% 15,8%

10,9%

0,6% 0,6%

0

7

14

21

28

35

42

49

56

63

70

77

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 2.6 – Variável: dificuldade na realização das atividades diárias.

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y = 166 * 1 * normal (x; 6,19277; 1,7124)

POSTURA

No

of o

bs

0,6%2,4%

4,2%6,6%

18,7%

24,1%

16,3%

22,9%

2,4% 1,8%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

Muitoinadequada

Razoavelmenteadequada Excelente

Figura 2.7 – Variável: postura corporal.

Variáveis do bloco 3 – Benefícios da Ginástica Laboral

y = 166 * 1 * normal (x; 7,96988; 2,127524)

HUMOR

No

of o

bs

1,8% 1,8% 1,2%3,0%

6,0%

3,0%

15,7%18,1%

20,5%

28,9%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2. 8 – Variável: estado de humor.

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y = 163 * 1 * normal (x; 6,650306; 2,267684)

CONCENTR

No

of o

bs

4,3%3,1% 3,1%

5,5%

9,2%

13,5%

22,1% 22,1%

6,7%

10,4%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.9 – Variável: concentração no trabalho.

y = 163 * 1 * normal (x; 8,822086; 1,49864)

PRESERVA

No

of o

bs

0,6% 0,6% 0,6%3,1%

11,7%

16,6%

22,7%

44,2%

0

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.10 – Variável: preservação da saúde.

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y = 153 * 1 * normal (x; 7,411764; 2,17198)

RELACION

No

of o

bs

2,6% 2,6%1,3% 1,3%

7,8%10,5%

20,9% 21,6%

10,5%

20,9%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.11 – Variável: relacionamento no trabalho.

y = 166 * 1 * normal (x; 8,29518; 1,667035)

FLEXIB

No

of o

bs

0,6% 1,2% 1,2%3,0%

5,4%

18,1%16,3%

25,9%28,3%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.12 – Variável: flexibilidade do corpo.

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y = 167 * 1 * normal (x; 8,341317; 2,291346)

TOD_EXER

No

of o

bs

1,2%

6,0%

0,6%

3,6%4,8%

6,0%

13,2%

22,2%

42,5%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.13 – Variável: realização de todos os exercícios da aula.

y = 166 * 1 * normal (x; 8,27711; 1,863936)

MOTIVA

No

of o

bs

0,6% 0,6%2,4%

0,6%2,4%

10,2%12,0%

15,1%

22,3%

33,7%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.14 – Variável: motivação para as aulas.

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y = 164 * 1 * normal (x; 7,69512; 1,759733)

SAUDE_ME

No

of o

bs

0,6% 0,6% 1,2% 1,8%

6,1%

10,4%

20,7%

26,8%

12,8%

18,9%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.15 – Variável: saúde melhor.

y = 165 * 1 * normal (x; 6,12121; 2,6887)

ALIMENTA

No

of o

bs

6,7%5,5% 6,1%

13,3%

8,5%10,9% 10,9%

14,5% 13,9%

9,7%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.16 – Variável: cuidados com a alimentação.

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y = 167 * 1 * normal (x; 3,53892; 2,01425)

SONO

No

of o

bs

16,8% 16,8%

23,4%

14,4%

10,8%12,0%

1,8% 1,8%0,6%

1,8%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.17 – Variável: dificuldade para dormir.

y = 168 * 1 * normal (x; 0,440476; 0,873443)

AFASTAME

No

of o

bs

69,0%

23,8%

4,2%1,8% 0,6% 0,6%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

88

96

104

112

120

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 2.18 – Variável: afastamento médico.

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y = 166 * 1 * normal (x; 7,54217; 2,175907)

DESEMPEN

No

of o

bs

3,0% 2,4%0,6% 1,2%

7,8% 7,2%

21,7% 21,1%

12,7%

22,3%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.19 – Variável: desempenho funcional.

y = 163 * 1 * normal (x; 6,68098; 2,626327)

SUSPENS

No

of o

bs

6,7%

3,7%2,5%

6,7%9,2%

12,3%

15,3%17,2%

8,6%

17,8%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.20 – Variável: suspensão das aulas de ginástica laboral.

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y = 167 * 1 * normal (x; 7,778443; 2,4725)

DISPOSIÇ

No

of o

bs

2,4% 3,0% 3,6% 4,2%5,4%

4,2%

13,2% 12,6%

18,0%

33,5%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.21 – Variável: disposição para atividade extra – expediente

y = 167 * 1 * normal (x; 3,461077; 2,309614)

CANSAÇO

No

of o

bs

21,6%

25,7%

11,4%13,2%

8,4%6,0% 6,0%

4,8%

1,8% 1,2%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.22 – Variável: cansaço nas atividades do trabalho

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52%

89%

83%

73%

90%

81%

58%

51%

57%

85%

76%

83%

33%

7%

14% 15%

8%

14%

28% 28% 28%

14%18%

11%15%

4% 4%

11%

2%5%

14%

20%

15%

1%

6% 7%

Nuca Cotovelo Antebraço Pulso Coxa Perna Ombro Costa R. Lombar Quadril Joelho Tornozelo

Sem dor

Ocasionalmente

Frequentemente

Figura 2.23 – Variável: dor nas partes do corpo

y = 162 * 1 * normal (x; 4,21605; 3,088184)

AT_FISIC

No

of o

bs

27,2%

14,8%

10,5%

5,6%7,4%

12,3%

2,5%

5,6%3,7%

10,5%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.24 – Variável: atividade física

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y = 160 * 1 * normal (x; 4,6875; 2,56289)

SOCIOREC

No

of o

bs

13,8%

9,4%

12,5%11,3%

13,8%

21,9%

3,1%5,0%

1,9%

7,5%

0

8

16

24

32

40

48

56

64

72

80

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.25 – Variável: atividades sócio-recreativas extra-empresa

y = 162 * 1 * normal (x; 8,65432; 1,879345)

GOST_ATF

No

of o

bs

0,6% 1,2% 1,9%

5,6% 5,6%

10,5%

7,4%

13,6%

53,7%

0

6

12

18

24

30

36

42

48

54

60

66

72

78

84

90

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.26 – Variável: prática de outra atividade física

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17% 14%

57%

4%

49%

83%86%

43%

96%

51%

Alimentação Lazer Exercício Alcool Stress

Sim

Não

Figura 2.27 – Variável: mudança no estilo de vida

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Anexo III

Tabelas dos resultados da análise de clusters

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Tabela1 - Análise de variância para todas as variáveis Between Within signif.

VariáveisSS df SS df F p

ESCALA 61,53 1 345,65 108 19,22 0,0000

POSTO 43,78 1 681,71 108 6,94 0,0097

RESISTEN 0,04 1 737,41 108 0,01 0,9367

DUR_AULA 0,96 1 688,03 108 0,15 0,6992

DIFICULD 1,13 1 319,06 108 0,38 0,5383

POSTURA 9,87 1 302,68 108 3,52 0,0633

HUMOR 103,09 1 354,58 108 31,40 0,0000

CONCENTR 142,13 1 373,22 108 41,13 0,0000

PRESERVA 28,59 1 206,40 108 14,96 0,0002

RELACION 103,52 1 445,58 108 25,09 0,0000

FLEXIB 72,06 1 226,16 108 34,41 0,0000

TOD_EXER 1,08 1 454,19 108 0,26 0,6130

MOTIVA 106,93 1 244,24 108 47,28 0,0000

SAUDE_ME 94,41 1 217,31 108 46,92 0,0000

ALIMENTA 140,65 1 573,71 108 26,48 0,0000

SONO 3,13 1 429,46 108 0,79 0,3771

AFASTAME 0,10 1 109,40 108 0,10 0,7571

DESEMPEN 193,75 1 268,81 108 77,84 0,0000

SUSPENS 231,96 1 529,90 108 47,28 0,0000

DISPOSIÇ 126,70 1 460,22 108 29,73 0,0000

CANSAÇO 5,93 1 585,43 108 1,09 0,2981

AT_FISIC 149,67 1 930,18 108 17,38 0,0001

SOCIOREC 13,87 1 644,68 108 2,32 0,1303

GOST_ATF 115,26 1 290,16 108 42,90 0,0000

HORAS 3,74 1 123,61 108 3,27 0,0733

T_SERV 2,50 1 338,55 108 0,80 0,3738

TEMPO 0,47 1 64,88 108 0,78 0,3777

IDADE 2,84 1 365,35 108 0,84 0,3616

FUMA 0,36 1 54,74 108 0,72 0,3986

ESCOLARI 0,01 1 136,76 108 0,01 0,9265

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Tabela 2 - Análise de variância para as variáveis significantes nadivisão dos clusters

Between Within signif. Variáveis

SS df SS df F p

ESCALA 44,48 1 399,24 119 13,26 0,0004

POSTO 55,68 1 764,04 119 8,67 0,0039

HUMOR 105,30 1 375,49 119 33,37 0,0000

CONCENTR 190,96 1 367,04 119 61,91 0,0000

PRESERVA 33,80 1 212,08 119 18,97 0,0000

RELACION 129,45 1 445,98 119 34,54 0,0000

FLEXIB 93,44 1 230,82 119 48,18 0,0000

MOTIVA 126,98 1 288,18 119 52,44 0,0000

SAUDE_ME 117,52 1 223,58 119 62,55 0,0000

ALIMENTA 191,23 1 595,34 119 38,22 0,0000

DESEMPEN 213,67 1 288,33 119 88,19 0,0000

SUSPENS 229,22 1 582,30 119 46,84 0,0000

DISPOSIÇ 168,63 1 465,37 119 43,12 0,0000

AT_FISIC 91,56 1 1065,98 119 10,22 0,0018

GOST_ATF 86,79 1 351,36 119 29,40 0,0000

Tabela 3 - Estatística Descritiva – Cluster 1: 42 casos

Variáveis Média Desvio-padrão

ESCALA 7,5 2,4

POSTO 6,7 2,9

HUMOR 6,8 1,9

CONCENTR 5,1 1,9

PRESERVA 8,1 1,5

RELACION 5,9 2,5

FLEXIB 7,2 1,8

MOTIVA 7,0 2,2

SAUDE_ME 6,3 1,7

ALIMENTA 4,5 2,2

DESEMPEN 5,9 2,0

SUSPENS 4,9 2,5

DISPOSIÇ 6,4 2,7

AT_FISIC 3,1 2,5

GOST_ATF 7,3 2,2

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Tabela 4 - Estatística Descritiva – Cluster 2: 79 casos

Variáveis Média Desvio-padrão

ESCALA 8,80 1,43

POSTO 8,14 2,32

HUMOR 8,72 1,69

CONCENTR 7,73 1,66

PRESERVA 9,25 1,21

RELACION 8,10 1,53

FLEXIB 9,01 1,09

MOTIVA 9,15 1,11

SAUDE_ME 8,38 1,18

ALIMENTA 7,16 2,26

DESEMPEN 8,70 1,24

SUSPENS 7,77 2,06

DISPOSIÇ 8,86 1,47

AT_FISIC 4,90 3,24

GOST_ATF 9,09 1,40

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Anexo IV

Gráficos da análise de Clusters

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ClusterNo. 1

ClusterNo. 2

Plot of Means for Each Cluster

Variables

-2

0

2

4

6

8

10

12

RESISTEN POSTURA

PRESERVATOD_EXER

ALIMENTADESEMPEN

CANSAÇOGOST_ATF

TEMPOESCOLARI

Figura 4.1. Formação do clusters

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Anexo V

Resultados da Regressão Múltipla

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Sumário da Regressão para a Variável Dependente: Desempenho

Regression Summary for Dependent Variable: DESEMPEN R= ,66250058 R²= ,43890702 Adjusted R²= ,42947688 F(2,119)=46,543 p<,00000 Std.Error of estimate: 1,5402

St. Err. St. Err. BETA of BETA B of B t(119) p-level

Intercpt 0,840348 0,730244 1,150778 0,252131HUMOR 0,367157 0,076045 0,375113 0,077692 4,828188 4,14E-06SAUDE_ME 0,415813 0,076045 0,500255 0,091487 5,468024 2,55E-07

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Matriz de CorrelaçãoESCALA POSTO RESIST DUR_AULA DIFICULD POSTURA HUMOR PRESERV RELACION FLEX TOD_EXER MOTIVA SAUDE_ME ALIMENTA SONO DESEMP DISPOSI CANSAÇO AT_FIS S

LA 1,00 0,34 0,07 0,16 -0,17 0,08 0,24 0,27 0,15 0,34 0,03 0,28 0,27 0,26 -0,10 0,20 0,19 -0,07 0,14

O 0,34 1,00 -0,08 0,25 -0,13 -0,05 0,21 0,12 0,04 0,14 -0,02 0,23 0,03 0,12 -0,05 0,13 0,07 0,00 0,05

EN 0,07 -0,08 1,00 -0,04 -0,04 0,13 -0,09 -0,01 -0,09 0,04 -0,09 -0,22 -0,05 0,07 0,06 -0,04 0,05 0,01 0,03

ULA 0,16 0,25 -0,04 1,00 -0,10 0,17 0,08 0,21 -0,03 0,25 0,03 0,09 0,18 0,07 -0,03 0,06 0,09 -0,19 0,20

ULD -0,17 -0,13 -0,04 -0,10 1,00 -0,19 0,04 -0,04 0,06 -0,12 -0,18 -0,10 -0,06 -0,02 0,18 0,00 0,04 0,11 0,12

RA 0,08 -0,05 0,13 0,17 -0,19 1,00 0,12 0,13 0,16 0,14 0,16 0,07 0,18 0,09 0,06 0,05 0,17 -0,03 0,11

OR 0,24 0,21 -0,09 0,08 0,04 0,12 1,00 0,56 0,40 0,34 0,03 0,44 0,43 0,17 0,13 0,55 0,17 0,06 0,20

RVA 0,27 0,12 -0,01 0,21 -0,04 0,13 0,56 1,00 0,14 0,53 -0,04 0,36 0,52 0,17 0,09 0,38 0,14 -0,04 0,14

ION 0,15 0,04 -0,09 -0,03 0,06 0,16 0,40 0,14 1,00 0,32 0,19 0,31 0,36 0,33 0,21 0,36 0,13 0,10 0,04

IB 0,34 0,14 0,04 0,25 -0,12 0,14 0,34 0,53 0,32 1,00 0,09 0,52 0,60 0,36 -0,01 0,46 0,47 -0,10 0,17

XER 0,03 -0,02 -0,09 0,03 -0,18 0,16 0,03 -0,04 0,19 0,09 1,00 0,29 0,07 0,06 0,11 0,03 0,13 -0,01 -0,04

VA 0,28 0,23 -0,22 0,09 -0,10 0,07 0,44 0,36 0,31 0,52 0,29 1,00 0,54 0,33 0,11 0,50 0,36 -0,04 0,22

_ME 0,27 0,03 -0,05 0,18 -0,06 0,18 0,43 0,52 0,36 0,60 0,07 0,54 1,00 0,41 0,04 0,57 0,24 -0,12 0,19

NTA 0,26 0,12 0,07 0,07 -0,02 0,09 0,17 0,17 0,33 0,36 0,06 0,33 0,41 1,00 0,01 0,26 0,26 -0,08 0,22

O -0,10 -0,05 0,06 -0,03 0,18 0,06 0,13 0,09 0,21 -0,01 0,11 0,11 0,04 0,01 1,00 0,10 0,09 0,15 0,10

PEN 0,20 0,13 -0,04 0,06 0,00 0,05 0,55 0,38 0,36 0,46 0,03 0,50 0,57 0,26 0,10 1,00 0,29 0,10 0,25

SIÇ 0,19 0,07 0,05 0,09 0,04 0,17 0,17 0,14 0,13 0,47 0,13 0,36 0,24 0,26 0,09 0,29 1,00 -0,19 0,22

AÇO -0,07 0,00 0,01 -0,19 0,11 -0,03 0,06 -0,04 0,10 -0,10 -0,01 -0,04 -0,12 -0,08 0,15 0,10 -0,19 1,00 -0,05

SIC 0,14 0,05 0,03 0,20 0,12 0,11 0,20 0,14 0,04 0,17 -0,04 0,22 0,19 0,22 0,10 0,25 0,22 -0,05 1,00

RET -0,03 -0,12 0,12 -0,14 0,11 0,13 -0,03 -0,11 0,08 -0,01 0,05 0,09 0,16 0,02 -0,03 0,04 0,11 -0,02 0,35