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AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS,
MECÂNICOS E ERGONÔMICOS EM UM
LABORATÓRIO QUÍMICO DE UMA
UNIVERSIDADE FEDERAL.
Geraldo Alves Colaco (UFPB )
Ithyara Dheylle Machado de Medeiros (UFPB )
Winnie de Lima Torres (UFRN )
ELEIDE CORREIA DE MELO COLACO (UFPB )
Gabriela Oliveira Galvao (UFPB )
Os laboratórios químicos são partes essenciais das instituições de
ensino e de pesquisa, assim como das indústrias. Em função dos
diversos tipos de atividades desenvolvidas, são numerosos os riscos de
acidentes provocados por lesões, incênddios, explosões, agentes
tóxicos e corrosivos, radiações ionizantes, entre outros. No entanto,
poucas universidades têm realizado tentativas sérias relativas à
segurança e medicina do trabalho, visando integrar o conhecimento
prático referente a materiais e processos perigosos em sua grade de
ensino, o que tornaria os alunos capazes de identificar e evitar
exposições a agentes químicos, físicos e biológicos acima dos níveis de
tolerância sem as medidas de proteção necessárias para garantia de
sua integridade física. Diante do exposto, o presente trabalho teve por
objetivo analisar os riscos ambientais aos quais os usuários de um
laboratório de química da Universidade Federal da Paraíba estão
submetidos. De forma a contribuir com a segurança do laboratório e
adotar melhorias para o mesmo. Para isso foi realizada uma Análise
Preliminar de Riscos (APR), a elaboração de um mapa de riscos e de
uma rota de fuga do laboratório em estudo. O estudo realizado
mostrou que o laboratório de química, em análise, apresenta uma
variedade de tipos e graus de intensidade de agentes de risco. O estudo
estimulou a participação em atividades relativas à segurança e a busca
por soluções com medidas atenuantes e educativas para os riscos
identificados.
Palavras-chave: APR, Mapa de riscos, rota de fuga
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
Os laboratórios químicos são partes essenciais das instituições de ensino e de pesquisa, assim
como das indústrias. Em função dos diversos tipos de atividades desenvolvidas, são
numerosos os riscos de acidentes provocados por lesões, incêndios, explosões, agentes tóxicos
e corrosivos, radiações ionizantes, entre outros (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2004).
Grande parte dos acidentes em laboratórios são provocados por imperícia, negligência e até
imprudência dos técnicos. Logo, é fundamental a adoção de normas mais rígidas de
segurança. No entanto, os profissionais, geralmente, não recebem, nas universidades,
instruções adequadas sobre normas de segurança do trabalho, uma vez que são priorizadas às
condições técnicas do candidato e raramente é analisado seu conhecimento sobre segurança
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, 2016).
Além disso, existe outro problema recorrente, é o fato dos usuários não se limitarem aos
técnicos, mas incluírem também estudantes de todos os níveis de ensino, de forma que, nestas
condições, é de responsabilidade do chefe do laboratório transmitir as técnicas corretas de
trabalho, visando evitar possíveis acidentes (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2004).
Outro fator que merece atenção são as condições de trabalho inseguras, tais como: a má
utilização de espaços, o tipo de mobiliário, instalações dispostas de forma incorreta e falta de
equipamentos de proteção. Essas condições inseguras, muitas vezes, são provocadas pelo fato
dos laboratórios serem montados em locais já construídos, os quais não foram desenvolvidos
especificamente para essa função (VERGA FILHO, 2008). Dessa forma, a segurança do
laboratório fica comprometida, uma vez que o ideal é que os requisitos de segurança devam
ser analisados já em sua montagem, de maneira que os detalhes possam ser previstos no
projeto inicial. Estudos como distribuição e tipos de bancadas, capelas, estufas, muflas, tipos
de piso, iluminação e ventilação devem ser direcionados em função do tipo de laboratório
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2004).
Dentro desse contexto, alguns locais, como o almoxarifado, merecem extrema atenção, pois
quando são negligenciadas as propriedades dos produtos químicos armazenados, pode ocorrer
incêndios, explosões, emissão de gases tóxicos, vapores ou associações desses efeitos. A
maioria dos problemas de estocagem em laboratórios, dar-se devido a diversidade dos
produtos. Logo, faz-se necessário planejar procedimentos de segurança, visando informar aos
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usuários os riscos envolvidos e as medidas de segurança a serem tomadas (VERGA FILHO,
2008).
Os riscos podem ser minimizados ou até mesmo eliminados, com a adoção de: proteção
coletiva, treinamento de segurança para os laboratoristas, uso de equipamentos de proteção
individual adequados ao risco, conhecimento e uso da Ficha de Informação de Segurança de
Produtos Químicos – FISPQ, entre outras medidas. No entanto, para que isso ocorra, é
necessário a identificação dos riscos ambientais, além dos ergonômicos e mecânicos, pois
independentemente, do tipo de atividade exercida em um laboratório químico, são diversos os
riscos existentes, sendo fundamental uma análise dos mesmos (UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE CAMPINAS, 2016).
Partindo desse pressuposto, o presente trabalho procurou analisar os riscos ambientais,
ergonômicos e mecânicos, aos quais os usuários de um laboratório de química da
Universidade Federal da Paraíba estão submetidos, tendo como objetivos realizar uma Análise
Preliminar de Riscos (APR), elaborar um mapa de riscos e uma rota de fuga em casos de
emergência. De forma a contribuir com a segurança do laboratório e adotar melhorias para o
mesmo.
2. Justificativa
Poucas universidades têm realizado tentativas sérias relativas à segurança e medicina do
trabalho, visando integrar o conhecimento prático referente a materiais e processos perigosos
em sua grade de ensino, o que tornaria os alunos capazes de identificar e evitar exposições a
agentes químicos, físicos e biológicos acima dos níveis de tolerância sem as medidas de
proteção necessárias para garantia de sua integridade física (UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE CAMPINAS, 2016).
3. Revisão Bibliográfica
3.1 Mapa de riscos
O mapa de riscos é a representação gráfica dos riscos de acidentes nos locais de trabalho. Ele
deve ser afixado em regiões de fácil visualização, pois tem por objetivo prevenir os
trabalhadores e as pessoas que ali transitem sobre os riscos presentes no local (BITENCOUT;
QUELHAS; LIMA, 1999). No Brasil, a elaboração do mapa de riscos é de responsabilidade
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, a qual deve ouvir os trabalhadores
envolvidos no processo produtivo e ser orientado pelo Serviço Especializado em Segurança e
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Medicina do Trabalho – SESMT da instituição. É imprescindível para a elaboração do mapa
de riscos, a colaboração das pessoas que atuam diretamente no ambiente, para que assim os
elaboradores consigam demarcar todos os riscos envolvidos nos processos produtivos do
local.
O mapeamento deve ser realizado anualmente, ou seja, toda vez que se renova a CIPA, de
forma que um número cada vez maior de trabalhadores possa fazer parte do método
prevencionista de acidentes. A CIPA tem por obrigação conhecer os riscos ambientais para o
mapeamento, os quais estão divididos em cinco grupos: (I) agentes químicos, (II) físicos, (III)
biológicos, (IV) ergonômicos e (V) mecânicos (BARSANO; BARBOSA, 2014).
Os riscos são determinados graficamente por cores e círculos. O tamanho do círculo identifica
o grau de risco, podendo ser: risco pequeno, médio e grande. As cores têm por objetivo
chamar a atenção de quem está visualizando, e são divididas pelos grupos I, II, III, IV e V,
pelas cores vermelha, verde, marrom, amarelo e azul, respectivamente (NEVES et al., 2006).
Sabe-se pela NR 5 - Comissão interna de prevenção de acidentes, que devem constituir CIPA,
por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas,
sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições
beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores como empregados (BRASIL, 1996).
Logo, universidades, por serem empresas públicas, devem constituir CIPA. No entanto,
devido, principalmente, a sua dimensão, muitas áreas dentro da universidade não são
atendidas pelo serviço da CIPA. Como é o caso do laboratório em análise, não tendo, dessa
forma, seu mapa de riscos elaborado.
No entanto, a constituição do mapa de risco é fundamental para reunir conhecimentos
necessários para determinar a situação de segurança e saúde do trabalho no laboratório, pois
permite troca e divulgação de informações, alertando, conscientizando e estimulando a
participação dos usuários em atividades de prevenção (NEVES et al., 2006).
3.2 Análise preliminar de riscos
A Análise Preliminar de Risco – APR é a técnica de investigação utilizada para identificar
fontes de perigo, consequências e medidas corretivas simples, sem aprofundamento técnico,
resultando em tabelas de fácil leitura (BARSANO; BARBOSA, 2014). Trata-se de uma
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análise inicial qualitativa, desenvolvida na fase de projeto e desenvolvimento de qualquer
processo, produto ou sistema (SABOIA, 2015).
A importância da APR está voltada para a investigação de sistemas novos de alta inovação
e/ou pouco conhecidos e quando a experiência em riscos na sua operação é carente ou
deficiente, que é o caso do laboratório em estudo. Também pode ser empregada como
ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas de operação, relevando aspectos
despercebidos (BARSANO; BARBOSA, 2014). De forma que o resultado final de uma APR
permite identificar os riscos e as possíveis causas dos mesmos (SABOIA, 2015).
Segundo Silva (2015) a elaboração de uma APR passa por algumas etapas básicas, sendo elas:
a) Determinar os riscos principais, ou seja, aqueles que podem provocar lesões diretas
imediatas, morte do trabalhador, danos a equipamentos e perda de materiais;
b) Investigação das formas de eliminação ou controle dos riscos;
c) Identificar métodos de limitação dos danos gerados pela perda de controle sobre os
riscos;
d) Indicar responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas.
3.3 Rota de fuga
As rotas de fuga têm por finalidade permitir a saída rápida das pessoas das diversas áreas em
caso de sinistro, dessa forma, precisam ser bem sinalizadas, desobstruídas e seguras
estruturalmente, sendo essenciais para garantir a evacuação. Logo, é fundamental que
qualquer ponto da instalação possua, no mínimo, duas alternativas de fuga, exceto
compartimentos que tenham menos de 10 m². No entanto, não é permitido que haja mais de 7
m de deslocamento para alcançar uma saída (BRAGA, 2006).
As rotas de fuga dependem do tipo de edificação, em um edifício industrial, térreo, aberto
lateralmente, a rota de fuga é natural. Em um edifício de muitos andares podem ser
necessários escadas enclausuradas, elevadores de emergência, entre outros (BRAGA, 2006).
Como o objetivo principal da rota de fuga é permitir a evacuação de uma estrutura, o conceito
de “evacuabilidade” é interessante, por ser em função de fatores que determinam a velocidade
de evacuação, como pode ser observado na Figura 1.
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Figura 1 – Variáveis envolvidas na capacidade de “evacuabilidade”
Fonte: Vassalos apud Braga (2006).
A Figura 1 enumera vários itens envolvidos na segurança, variáveis que devem ser levadas em
consideração no levantamento de dados para desenvolvimento do modelo da rota de fuga.
4. Procedimentos metodológicos
A abordagem metodológica empregada foi de nível qualitativo, visando entender como o
objeto em estudo acontece ou se manifesta, sendo realizado um estudo de caso em um
laboratório de química da Universidade Federal da Paraíba. A pesquisa foi em campo,
permitindo que o pesquisador coletasse os dados, investigando-os no local em que os
fenômenos foram desenvolvidos, uma vez que o mapeamento de risco exige que o
levantamento ocorra no local de trabalho, apontando os riscos que são sentidos e observados
pelos próprios trabalhadores de acordo com a sua sensibilidade. Em função disso, a análise foi
realizada pelos próprios usuários do laboratório.
4.1 Mapa de riscos
O mapa de riscos foi desenvolvido de acordo com a padronização representada no Quadro 1 a
seguir.
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Quadro 1 – Classificação dos principais riscos ocupacionais divididos em grupos de acordo com sua natureza
Fonte: Elaboração própria (2016)
Percebe-se, pelo Quadro 1, que cada agente recebeu uma numeração correspondente, essa
numeração foi empregada no mapa de riscos objetivando diminuir a poluição visual,
facilitando assim a compreensão de quem o visualiza.
4.2 Análise preliminar de riscos
Para a execução da análise, o processo em estudo foi dividido nas seguintes etapas:
a) Identificação do risco;
b) Determinação das possíveis causas de cada risco;
c) Enumeração dos possíveis efeitos danosos de cada risco identificado;
d) Categorização de frequência, segundo o Quadro 2;
e) Categorização de severidade, segundo o Quadro 3;
f) Categorização de risco, segundo o Quadro 4;
g) Proposição de medidas de preventivas.
Quadro 2 – Categoria de frequência de ocorrência do evento
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Fonte: Adaptado de Viana; Alves; Jerônimo (2014)
Quadro 3 – Severidade das consequências do evento
Fonte: Adaptado de Viana; Alves; Jerônimo (2014)
Quadro 4 – Matriz de riscos
Fonte: Adaptado de Viana; Alves; Jerônimo (2014)
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Os resultados da APR foram registrados numa planilha, conforme ilustrado no Quadro 5.
Quadro 5 – Modelo de Análise Preliminar de Riscos utilizada no estudo
Frequência Severidade Risco
CategoriaRisco Possíveis causas Consequências Ações requeridas
Fonte: Elaboração própria (2016)
4.3 Rota de Fuga
A rota de fuga foi desenvolvida de modo a facilitar e evacuação do laboratório da forma mais
rápida possível, em situações de emergência, utilizando as duas saídas existentes.
5. Resultados e discussões
5.1 Mapa de riscos
O mapa de riscos desenvolvido para o laboratório pode ser observado na Figura 2.
Figura 2 – Mapa de risco do laboratório em análise
A construção do mapa de risco do laboratório expõe de modo claro e objetivo os riscos
ambientais, assim como os ergonômicos e mecânicos, que os usuários estão expostos, de
forma que permite montar estratégias e programas de prevenção para esses riscos. Percebe-se,
pela visualização do mesmo, que os riscos mais presentes são os físicos, químicos e
mecânicos.
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Durante a elaboração do mapa de riscos, algumas situações mereceram destaque, tais como as
tentativas de adoção de medidas de segurança inadequadas e o armazenamento inadequado de
materiais. Essas situações podem ser observadas na Figura 3.
Figura 3 – Situações de risco, a) Equipamento de corte com lâmina exposta, b) Tentativa de adoção de medida de
segurança inadequada, c e d) Armazenamento inadequado de material.
Na figura 3 em a) é possível visualizar a existência de partes móveis cortantes que o usuário
fica exposto ao utilizar o equipamento, em b) observa-se uma tentativa de proteger o usuário
utilizando uma capa plástica, no entanto essa medida acaba promovendo um risco maior ao
usuário.
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5.2 Análise preliminar de riscos
Após a obtenção do mapa de riscos, fez-se necessário uma análise preliminar de cada um dos
riscos identificados, objetivando mitiga-los. Assim, foi elaborada a APR do laboratório, a qual
pode ser visualizada na Figura 4.
Figura 4 – Análise Preliminar de Riscos do laboratório em estudo
Freq. Sever. Risco
Ergonomi
cos
Levantamento e
transporte manual de
peso;
Controle rígido de
produtividade;
Imposição de ritmos
excessivos; posturas
inadequadas e
repetitividade
LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão
arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas,
taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera),
tensão, ansiedade, problemas de coluna
A II 4
Pausas durante as atividades, revezamento de
atividades, mais cadeiras para o laboratório,
estabelecimento de metas de produção tangíveis
A IV 5
EPI - Equipamento de proteção individual
Roupas adequadas como jaleco, calça comprida,
bota
Só utilizar o Difrator de Raios -X com pessoal
treinado
Limpeza diária do laboratório, uso de EPI e
armazenamento adequado dos materiais
EPI - Equipamento de proteção individual
Capacitação para utilização dos produtos, EPI,
armazenamento adequado e sinalização de
segurança
Limpeza diária do laboratório
Adequação do arranjo físico para melhor atender
as necessidades físicas do trabalhador,
armazenamento adequado de materiais, sinalização
de segurança, adoção de POP's para os
equipamentos, instalação de extintores de
incêndios classe A, B e C
A IV 5
B I
Queimaduras, irritação na pele, tontura, náusea, problemas
respiratórios
2
Quedas, cortes, incêndios, explosões, mortes
A II 4
A I 3
C III 3
A II 4
C
CategoriaRisco Possíveis causas Consequências
2
Dificuldade de compreensão de fala; zumbido; intolerância a
sons intensos; tontura; irritabilidade; lesão auditiva; acidentes
em decorrência do estresse provocado pelos altos ruídos
Doenças respiratórias em geral
Calafrios, febre, sede, tosse, fadiga, náusea, dificuldade de
respirarII
Ações requeridas
Arranjo físico inadequado;
máquina sem proteção;
situações de acidentes em
geral; probabilidade de
incêndio ou explosão;
armazenamento
inadequado e animais
peçonhentos
Mecânico
Produtos químicos em
geral
Frio existente nas duas salas
de caracterização dos
materiais, uma vez que os
equipamentos só podem
funcionar a temperaturas até
16°C
Radiações ionizantes
provenientes do equipamento
de Raio-X
Físico
Poeira, do manuseio de
materiais
Ruído proveniente dos
equipamentos utilizados
Dificuldade de se concentrar nas atividades; acidentes em
decorrência do aumento da velocidade das atividades a fim de
sair do ambiente em menor tempo; formigamento nas mãos;
estresse
Em causos de baixa exposição pode gerar: vômitos, infecções,
anemia, obstrução de vasos. Já em casos mais graves de
exposição ocasiona: mutações do DNA, morte celular e
câncer.
Gases e vapores de
reações químicasQuímicos
Vírus, bactérias, fungos e
insetosBiológicos Febre, diarréia, tontura, naúsea
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Situações como explosões em estufas foram relatadas, o que evidencia a necessidade de
adoção de medidas de segurança.
5.3 Rota de Fuga
Para maior eficiência na retirada dos usuários do laboratório em caso de incêndios, uma rota
de fuga foi elaborada, e pode ser visualizada na Figura 5.
Figura 5 – Rota de fuga do laboratório
6. Conclusão
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O estudo realizado mostrou que o laboratório de química, em análise, apresenta uma
variedade de tipos e graus de intensidade de agentes de risco. Sendo os riscos físicos,
químicos e mecânicos os mais frequentes e de maior intensidade de dano.
A elaboração do mapa de riscos agrupou e organizou as informações fundamentais para
estabelecer o nível de segurança do laboratório. O estudo estimulou a participação em
atividades relativas à segurança e a busca por soluções com medidas atenuantes e educativas
para os riscos identificados.
A eficácia da APR foi comprovada na medida em que permitiu o mapeamento dos principais
riscos para os usuários, sendo portanto uma boa ferramenta para nortear ações corretivas e
preventivas dentro do laboratório, objetivando diminuir ou mesmo erradicar os riscos
determinados.
A elaboração da rota de fuga concedeu aos usuários uma melhor visualização das saídas em
caso de emergências, ilustrando a melhor forma de evacuar o ambiente com segurança.
REFERÊNCIAS
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Érica, 2014.
BITENCOUT, C. L.; QUELHAS, O. L. G.; LIMA, G. B. A. Mapa de riscos e sua importância: como aplica-lo a
uma gráfica. In: CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 1999. Anais... 1999.
Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0258.pdf>. Acesso em: 30 de abril de 2016.
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