AvaliaçãoDiretoria de Ensino

Leste-2

O que é avaliar?

FundamentosDécada de 1970

- Bourdieu e Passeron: A Reprodução Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino.

- Michel Foucault: Vigiar e PunirDécadas de 1980 e 1990

- Sandra Zákia: Avaliação da Aprendizagem: Teoria, Legislação e Prática no Cotidiano Escolar.

- Jussara Hoffmann: Avaliação Mediadora: Uma Relação Dialógica na Construção do Conhecimento.

Início do Século XX

EUA• Robert Thorndike “Testes e medidas

educacionais, tendo em vista medir as mudanças do comportamento” (Zákia)

• Com o objetivo de medir habilidades e aptidões dos alunos, criavam testes padronizados.

• Na década de 30: estudo sobre o desempenho do aluno.

• Tyler e Smith: “expressa a concepção, bastante difundida entre nós, de avaliação por objetivos, que se caracteriza como procedimento que permite verificar se os objetivos educacionais estão sendo atingidos pelo programa de ensino. Tem, ainda, por finalidade fornecer informações sobre o desempenho dos alunos ante os objetivos esperados, que expressam as mudanças desejáveis nos padrões de comportamento.” (Zákia)

A sala de aula como um sistema social PARSONS,T. (1959) EUA

• O professor assume a função de intermediar esta realidade, pois a medida que a criança não realiza a socialização encontra no professor o amparo necessário para continuar tentando. O professor também deve aferir as notas o que acaba diferenciando os educandos e criando uma espécie de status na sala de aula.(...)Contudo, o que não se insere passa a desacreditar no sistema educativo, gerando um certo conformismo, que no seu extremo pode causar a delinqüência e a evasão, que nada mais reflete senão o fracasso do sistema educativo.

Década de 1970França

• Bourdieu e Passeron: “A escola reproduz as diferenças sociais em âmbito escolar”.

• O Exame pressupõe uma ideologia que vai muito além de uma exigência burocrática ou constatação do desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Ele é um dos mecanismos explícitos de que a escola, como instituição social e a serviço desta, legitima e reproduz as desigualdades sociais para a manutenção do status quo, de forma incisiva e cruel.

• Michel Foucault: o texto não está diretamente relacionado a reflexão pedagógica, todavia ele foi apropriado para se pensar a prática docente.

• O livro Vigiar e Punir é uma reflexão sobre o processo de punição, ordenamento e exclusão social, desde a realização de suplícios até a fábrica e a escola, neste sentido a construção de prédios, panoptismo, adequados a vigilância, ou a escola, que divide e localiza o aluno, punindo-o no decorrer da sua escolarização, adestrando-o para a vida em sociedade.

• “Quem tem saber possui poder. Este poder na escola é utilizado para localizar e adestrar.”

Neste sentido, para que serve a avaliação escolar no sistema

brasileiro?

E Hoje?O que é a

avaliação da aprendizagem?

Para que se realiza?

Quais os princípios

orientadores?

Como realizar?

Quem é o responsável?

Atividade

• Desenho livre.

Avaliação de Zero a Dez

• 2 pontos: se fez margem.• 2 pontos: se tem pessoas.• 2 pontos: se tem texto.• 2 pontos: se tem um animal.• 2 pontos: se pintou.

Sandra Zákia

• O texto é o resultado de uma dissertação de mestrado defendida em 1986 na PUC-SP.

• O texto foi publicado em 1998 pela FDE.• Pesquisou duas escolas na cidade de São

Paulo, uma municipal, outra estadual, todavia não mencionou a região das escolas, o público alvo, a formação dos professores.

Avaliação nas duasescolas

Premiação e

Classificação

Controle e adaptação de

condutas sociais

Expressa relaçõesde poder e

subordinação

Oculta a dimensãosocial da seletividade

escolar

Proposta de Sandra Zákia

• “Assim, a avaliação da avaliação, pelos agentes concretos que atuam na escola, pode conduzir a uma análise e a um redirecionamento do modo de funcionar da escola, levando a uma posição comprometida com os alunos da escola que freqüentam”.

• “Repensar os fundamentos que norteiam as teorias e práticas avaliativas implica desvendar as ideologias em que se apóiam, na perspectiva de sua superação”.

Jussara Hoffmann

• Texto publicado em 1998 pela FDE.• Possivelmente o texto foi encomendado

pela SEE; tendo em vista a primeira citação, datado de 1991, possivelmente o texto foi redigido entre 1991 e 1997.

• Entre os seus pressupostos pedagógicos, tem uma nítida influência de Paulo Freire.

Pressuposto social para a sua análise

• “Os professores dizem perseguir uma “Escola de Qualidade”, sendo exigentes na avaliação; no entanto, contribuem sobremaneira para o afastamento de milhares de crianças e jovens da Escola e da Universidade através do fator de reprovação continuada. As escolas públicas de 1° Grau iniciam seu ano letivo com dez turmas de 1ª série e com uma única turma de 8ª série. Há discrepância enorme entre o número de escolas públicas de 1° Grau e a oferta de vagas

no 2° Grau. A reprovação no vestibular, por sua vez, é maciça, além de ocorrer um alto índice de evasão nos cursos universitários. Esse panorama é representativo de um “ensino de qualidade”? As exigências avaliativas, desprovidas muitas vezes de significado quanto ao desenvolvimento efetivo das crianças e dos jovens, favorecem a manutenção de uma Escola elitista e autoritária.”

Avaliação Classificatória X

Avaliação Mediadora

Avaliação Classificatória• Transmitir – Verificar – Registrar• “a avaliação é um fenômeno com

características seriamente reprodutivistas”.

• O fundamento pedagógico da disciplina escolar é a transposição didática (Chevallard).

• Pressuposto didático e epistemológico da aprendizagem: o professor no centro do processo.

• “Uma vez estabelecidos os procedimentos de avaliação, os instrumentos e as medidas, a atribuição de conceitos e sua aplicação, ou seja, as classificações segundo determinados padrões, passam a ser vistos como atividades técnicas e neutras ao invés de formas interpretativas e expressivas das relações sociais que estão incorporadas dentro da própria idéia de avaliação”.

Como romper com esta situação?

Avaliação Mediadora• Ação – Reflexão – Ação.• “A avaliação, enquanto relação dialógica, vai

conceber o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como ação-reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados, de compreensão. Dessa forma, a avaliação

passa a exigir do professor uma relação epistemológica com o aluno – uma conexão entendida como reflexão aprofundada a respeito das formas como se dá a compreensão do educando sobre o objeto do conhecimento.”

* O fundamento pedagógico da disciplina escolar é o saber escolar (Chervel).

* Pressuposto didático e epistemológico: uma relação entre professor e aluno para ocorrer o processo de aprendizagem.

• Proposta de intervenção: acompanhamento reflexivo e do diálogo.

• “o acompanhamento do processo de construção de conhecimento implica favorecer o desenvolvimento do aluno, orientá-lo nas tarefas, oferecer-lhe novas leituras ou explicações, sugerir-lhe investigações, proporcionar-lhe vivências enriquecedoras e favorecedoras à sua ampliação do saber”.

• Para pensar no aspecto dialógico, a autora recorreu a Paulo Freire:

“ O diálogo deve ser entendido como algo que faz parte da própria natureza histórica dos seres humanos. É parte de nosso progresso histórico, do caminho para nos tornarmos seres humanos. (...) o diálogo é o momento em que os humanos se encontrem pare refletir sobre sua realidade tal como a fazem e re-fazem.”

Avaliação: implica

aspectos

Epistemológicos Metodológicos Sociológicos Políticos

Bibliografia• BOURDIEU, C. & PASSERON, J. C., A reprodução. 2ª ed.

Rio de janeiro: Francisco Alves, 1982.• FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir.Rio de Janeiro: Graal,

1979.• HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma relação

dialógica na construção do conhecimento. Série Idéias n. 22, São Paulo: FDE,1994,p.51-59.

• Zákia, Sandra. Avaliação da Aprendizagem: teoria, legislação e prática no cotidiano de escolas de primeiro grau. Série Idéias n. 8, São Paulo: FDE, 1998. p. 106-114.

Elaboração do Material

• Material elaborado pelo Prof. Halferd Carlos Ribeiro Júnior, Bolsista Mestrado da Diretoria de Ensino Leste-2. Com a colaboração do Prof. Diego Moreira, Bolsista Mestrado, no que se refere a reflexão do Parsons.