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Vânia Cristina Costa Evangelista Santiago
Avaliação do Efeito do Soft Laser no
Processo de Reparo Ósseo Pós-
Disjunção da Sutura Palatina
Mediana em Cães.
Marília 2007
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Vânia Cristina Costa Evangelista Santiago
Avaliação do Efeito do Soft Laser no
Processo de Reparo Ósseo Pós-
Disjunção da Sutura Palatina
Mediana em Cães.
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências da Saúde, da Universidade de Marília
(UNIMAR), para obtenção do Título de Mestre
em Clínica Odontológica, área de concentração
em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
Marília 2007
Universidade de Marília – UNIMAR
Dr. Márcio Mesquita Serva
Reitor
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Profª Dra. Suely Fadul Villibor Flory
Pró-Reitora
Faculdade de Ciências da Saúde
Prof. Dr. Armando Castello Branco Junior
Diretor
Programa de Pós-Graduação em Clínica
Odontológica
Área de Concentração em Ortodontia
Prof. Dr. Roque Javier Mérida Delgado.
Coordenador
Acácio Fuziy
Orientador
Universidade de Marília – UNIMAR
Notas da Banca Examinadora da Defesa de Mestrado
Vânia Cristina Costa Evangelista Santiago
TÍTULO: Avaliação do Efeito do Soft Laser no Processo de
Reparo Ósseo Pós-Disjunção da Sutura Palatina Mediana
em Cães.
Data da Defesa: 31/08/2007.
Banca Examinadora
Prof. Dr. Marcos Rogério de Mendonça
Avaliação: ____________ Assinatura: ___________
Prof. Dr. Paulo César Tukasan
Avaliação: ____________ Assinatura: ___________
Prof. Dr. Acácio Fuziy
Avaliação: ____________ Assinatura: ___________
Santiago, Vânia Cristina Costa Evangelista S235a Avaliação do efeito do soft laser no processo de reparo ósseo pós- disjunção da sutura palatina mediana em cães./ Vânia Cristina Costa Evangelista Santiago -- Marília: UNIMAR, 2007. 155f. Dissertação (Mestrado em Ortodontia) – Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Marília, Marília, 2007. 1. Ortodontia 2. Laserterapia de Baixa Potência 3. Expansão Rápida da Maxila 4. Sutura Palatina Mediana I. Santiago, Vânia Cristina Cos- ta Evangelista Santiago II. Avaliação do efeito soft laser no processo de reparo ósseo pós-disjunção da sutura palatina mediana em cães. CDD -- 617.643
DEDICATÓRIA
Ao Nilton, meu marido, pelo
estímulo, dedicação e carinho, que me
fortaleceu a continuar de cabeça erguida e
vencer os obstáculos desta caminhada
gratificante. Pela compreensão nas horas de
minha ausência. Com carinho e gratidão
dedico-lhe este trabalho.
Dedico aos meus pais, José e Neusa, dos
quais procuro imitar os exemplos de amor,
honestidade e humildade. Agradeço pelos
esforços e sacrifícios que realizaram em
prol da minha formação.
Dedico este trabalho para Adriana Piram,
pela orientação na metodologia de histologia.
Agradeço pelos ensinamentos transmitidos e
afirmo que você me proporcionou o exemplo
de força, coragem e dedicação.
Muito obrigada pela grande amizade.
AGRADECIMENTOS
Agradecimento especial,
Meu agradecimento especial ao Prof. Dr.
Acácio Fuziy, pela orientação precisa na
realização desta pesquisa, pela sua
competência, dedicação, paciência, pela
confiança depositada na minha pessoa, pelo
exemplo de luta e perseverança, incentivando-
me de forma marcante para o aprimoramento
de minha formação como mestre e acima de
tudo pela sua amizade.
Minha gratidão
Ao Prof. Dr. Paulo César Tukasan, por
sua dedicação ao ensino, pelos inestimáveis
conhecimentos transmitidos para minha
formação e pela amizade.
Meu reconhecimento
Aos meus irmãos Valéria e José Vilson, que
nos momentos difíceis apoiaram-me transmitindo-
me ânimo e coragem.
Meu sincero agradecimento
Agradecimentos
À Deus, pela graça da existência, por ser meu pai e meu pão, por
me conduzir, guardar e iluminar com sua infinita bondade e
sabedoria;
Aos meus colegas de mestrado, Ana Crsitina, Eugênio, Júlio,
Márcia, por todos os momentos que convivemos e por tudo que
aprendemos, nesta caminhada;
A Prof. Marie Oshiiwa, pela análise e elaboração do relatório
estatístico e auxílio na montagem das tabelas;
Aos funcionários da Pós-Graduação Andréia e Regina, pela
atenção e eficiência com que sempre me atenderam;
Ao Veterinário Domingos pela sua colaboração e conhecimento
para lidar com os animais, ajudando-me com grande competência
na execução da pesquisa animal;
Ao funcionário Ademir e a Graciane da Clínica de Pós-
Graduação, pelos serviços prestados e sua colaboração;
A Profa Percyleine na orientação da leitura das lâminas e ao
técnico de laboratório Cirilo na orientação da obtenção das
lâminas.
Ao Prof. Jesus e ao colega de mestrado Luiz do setor de
Anatomia da Universidade de São Paulo (USP)-Bauru, por ter
cedido o microscópio para fazer as capturas de imagens das
leituras.
A minha amiga Deuzeni Gomes, que sempre me incentivou a
querer progredir e ser alguém na vida;
Enfim, a Todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a
realização deste trabalho.
Muito Obrigada!!
RESUMO
RESUMO
Visando avaliar a influência do soft laser no processo de reparo ósseo pós-
disjunção da sutura palatina mediana foram selecionados onze (11) cães de
pequeno porte, clinicamente sadios e jovens, que foram submetidos a
expansão rápida da maxila com aparelho do tipo Hirax. A amostra foi dividida
em grupo I e grupo II, constituídos cada um por 5 animais e caracterizavam-se,
respectivamente pela aplicação do laser e outro sem utilização do laser. O
aparelho utilizado foi o laser PHOTON LASE III da DMC Equipamentos LTDA,
tendo emissor visível, com comprimento de onda de 685 nm, potência útil do
emissor de 35 mW e meio ativo InGaAIP, e emissor invisível com
comprimento de onda 830 nm, potência útil do emissor de 100 mW e meio ativo
AsGaAI. Decorrido o período experimental, os animais foram sacrificados para
a obtenção das lâminas, optando-se pela coloração com o Tricrômico de
Masson. Foram realizados para a análise estatística o teste t de student para
dados independentes e o teste Mann-Whitney para dados não paramétricos.
Observou-se que para a contagem de células de osteoblastos e a distância
entre as bordas da sutura palatina mediana, não houve diferença
estatisticamente significante. Ao passo que, por meio de escores verificou-se
que na qualidade da sutura palatina dos animais do grupo I em relação ao
grupo II houve diferença estatisticamente significante. O tecido conjuntivo da
sutura nos animais do Grupo I revelou-se mais próximo à configuração original,
com rica vascularização, apresentando osteogênese e fibrogênese, ao
contrário dos animais do Grupo II, cujo tecido conjuntivo apresentou-se com
aspecto bastante frouxo e com vasos de grande diâmetro quando comparados
aos vasos da sutura não expandida. Os resultados permitiram concluir que o
uso do soft laser influencia acelerando no reparo ósseo pós-disjunção palatina.
Palavras-chave: Ortodontia; laserterapia de baixa potência; expansão rápida da
maxila; sutura palatina mediana.
ABSTRACT
ABSTRACT
Aiming to evaluate the effect of softlaser on bone regeneration post-disjunction
of midpalatal suture were selected eleven small dogs, healthy, submitted to
suture expansion by a Hyrax type device. The sample was separated on two
groups constituted by five animais each, Group I and II, respectively, irradiated
and non irradiated with laser. The device for laser irradiation was the PHOTON
LASE III from DMC Equipments LTDA with a visible emission, wave length of
685nm, output power of 100mW and AsGaAl diodo. Following the experimental
period the animals sacrificed and histologic sections stained with Masson’s
trichome. Statistical analysis were conducted using the Student’s t test for
independent data and the Mann-Whitney for non parametric data. No significant
difference was observed in the count of osteoblast cells and distance between
suture margins comparing irradiated and non irradiated groups. Whereas using
a score system to evaluate histological quality a significant difference was seen.
The suture conjunctive tissue from animals irradiated showed characteristics
near the original configuration and new bone tissue more organised, different
from Group II animals that have characteristics more immature . The results
indicated the softlaser accelerates bone repair post-disjunction midpalatal
expansion.
Key words: Orthodontics, low level laser therapy, rapid expansion maxillary,
midpalatal suture.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Arcadas Dentárias Superior e Inferior, I – incisivos; C – caninos; PM – pré-molares caninos; M – molares caninos; 1 – pré-carnassial; 2 – dentes carnassial; 3 – pós-carna- ssial. 73 FIGURA 2 – Sedação com acepromazina a 1%. 75 FIGURA 3 – Sedação com Ketamina. 76 FIGURA 4 – Animal sedado e em recuperação. 76 FIGURA 5 – Mordida em cera para confecção da moldeira individualizada. 77
FIGURA 6 – Moldagem do animal. 78 FIGURA 7 - Obtenção da moldagem em alginato. 79 FIGURA 8 – Modelo em gesso da maxila canina. 80 FIGURA 9 – Modelo de trabalho com enceramento nos dentes Caninos e 4° pré-molares. 81 FIGURA 10 – Modelo com as coroas em resina Duralay. 82 FIGURA 11 – Modelo com as coroas metálicas de níquel-cromo sem acabamento. 83 FIGURA 12 – Modelo com as coroas metálicas de níquel-cromo com acabamento. 84 FIGURA 13 – Aparelho de Hyrax confeccionado. 86 FIGURA 14 – Maxilar do animal sem aparelho. 87 FIGURA 15 – Radiografia Oclusal Inicial 88
FIGURA 16 – Animal com o aparelho Hyrax instalado. 89 FIGURA 17 – Radiografia Oclusal após instalação do aparelho Hyrax 90 FIGURA 18 – PHOTON LASE III da DMC Equipamentos LTDA. 91 FIGURA 19 – Aplicação do laser na sutura palatina. 93 FIGURA 20 – Aparelho após período de ativação do expansor. 94 FIGURA 21 - Radiografia Oclusal após disjunção. 95 FIGURA 22 – Vista frontal da cabeça dissecada. 96 FIGURA 23 – Vista lateral da cabeça do animal dissecada. 97 FIGURA 24 – Vista oclusal da maxila com aparelho Hyrax. 98 FIGURA 25 – Vista oclusal da maxila removida. 99 FIGURA 26 – Peça anatômica delimitada. 100 FIGURA 27 – Peça anatômica sendo inserida na descalcificadora. 101 FIGURA 28 – Peça anatômica após descalcificação. 102 FIGURA 29 – Peça anatômica com cortes diagonais. 102 FIGURA 30 – Cassetes com as peças anatômicas identificada. 103 FIGURA 31 – Processador -HISTOTECNICO-OMA. 104 FIGURA 32 – Peça anatômica após os banhos. 105 FIGURA 33 – Parafina sendo colocada no bloco metálico. 105 FIGURA 34 – Peça anatômica sendo colocada na parafina. 106 FIGURA 35 – Blocos após endurecimento da parafina. 107 FIGURA 36 – American Optical Corporation (820 Spencer). 107
FIGURA 37 – Peça anatômica cortada em 3 micra. 108 FIGURA 38 – Tiras recortadas e em banho aquecido. 109 FIGURA 39 – Lâminas prontas para serem levadas a estufa. 109 FIGURA 40 – Lâmina corada com Hematoxilina e Eosina, aumento original de 400 X. 110 FIGURA 41 – Lâmina corada com Azul de Toluidina, aumento original de 400 X. 110 FIGURA 42 – Lâmina corada com Tricrômico de Masson, aumento
original de 400 X. 111
FIGURA 43 – Lâmina da sutura palatina para análise histológica. 112 FIGURA 44 – Microscópio OLYMPUS BX50. 113 FIGURA 45 - Delineamento das margens externas do osso neoformado Para processamento das larguras máxima, mínima e média através da ferramenta “thickness” do programa Image-Pro Plus. Lamina com coloração em H.E. aumento Original de 40X. 116 FIGURA 46 - a – Desenho esquemático da maxila do animal. b - Lâmina da sutura palatina com aumento de 40X, corada com tricômico de Masson mostrando a região analisada. 119 FIGURA 47 a e b – Fotomicrografias da sutura palatina. Controle. Sutura (S) apresentando fibroblastos (Fb) e fibras colágenas dispostos em feixes; vasos de pequeno calibre e com distribuição regular; presença de pequeno número de osteoblastos (Ob) ao longo da margem da sutura; e osso
palatino maduro (OP) com osteócitos (Oc) distribuídos regularmente. Corte horizontal, coloração de tricrômio de Masson, aumento original (a, b) 400X. 120 FIGURA 48 a e b – Fotomicrografia da sutura palatina. Grupo I. Tecido conjuntivo da sutura denso com fibras colágenas e fibroblastos (Fb) dispostos em várias direções; vasos sangüíneos distribuídos regularmente; osteoblastos (Ob) ao longo da margem da sutura; tecido ósseo em formação apresentando trabéculas ósseas grandes, regulares, delimitando espaços medulares (») pequenos. Corte horizontal, coloração de tricrômico de Masson, aumento original (a) 100X (b) 400X. 121 FIGURA 49 a e b – Fotomicrografia da sutura palatina. Grupo II. Tecido conjuntivo da sutura de aspecto frouxo, fibroblastos (Fb) presentes em grande número; vasos sangüíneos de calibre e distribuição irregular; grande número de osteoblastos (Ob) ao longo da margem da sutura; e tecido ósseo em formação de aspecto imaturo, com trabéculas (») irregulares delimitando espaços medulares grandes. Corte horizontal, coloração de tricrômico de Masson, aumento original (a) 100X (b) 400X. 122
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
TABELAS 1 – Idade comparativa entre o cão e o homem 72 TABELAS 2 - Cronologia de erupção canina. 73 TABELAS 3 – Média do número de osteoblastos à margem da sutura nos dois grupos experimentais. 123 TABELAS 4 – Valores atribuídos aos itens para avaliação das caracte- rísticas da sutura e escore total de cada caso dos gru- pos experimentais I e II e aplicação do teste de Mann- Whitney para dados não paramétricos. 125. TABELAS 5 - Comparações entre os grupos I e II avaliando as larguras mínima, média e máxima da sutura e do osso neoformado adjacente a sutura em micrômeros e respectivas médias, desvios-padrão (DP) e valores de p. 126
SUMÁRIO
______________________________________________________SUMÁRIO: RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS 1. INTRODUÇÃO. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Disjunção palatina 2.2. Sutura palatina mediana. 2.3 Ossificação ou reparo ósseo.. 2.4 O Laser em Odontologia.
2.4.1 Biofísica do Laser. 2.4.2 Laser de baixa intensidade
2.4.3 Laser em baixa intensidade na cicatrização de feridas 3. PROPOSIÇÃO 4. MATERIAL E MÉTODOS 5 . ANÁLISE ESTATÍSTICA 6. RESULTADOS. 7. DISCUSSÃO. 8. CONCLUSÃO. 9. REFERÊNCIAS 10 . ANEXOS.
PAG
01 05 05 20 30 38 44 48 53 70
71
117
118
127
137
138
1. INTRODUÇÃO
Introdução
1
1. INTRODUÇÃO
A Ortodontia e Ortopedia Facial visam o restabelecimento das
funções bucais normais como a mastigação, a deglutição, a fonação, a
respiração e a obtenção de uma oclusão favorável, com condições periodontais
satisfatórias e um melhor perfil facial.
Para alcançar uma oclusão “normal” com as seis chaves
preconizadas por Andrews, devemos realizar o tratamento nos seus três planos
do espaço, ou seja, nos sentidos transversal, vertical e sagital, para obtermos
uma harmonia entre as bases apicais e os dentes superiores e inferiores.
Entretanto, o desequilíbrio pode estar presente no sentido
transversal com a manifestação da mordida cruzada posterior em 18% das
crianças brasileiras na fase da dentadura mista (SILVA FILHO et. al., 1989).
Uma das formas de se corrigir este problema é a expansão rápida da maxila.
Este procedimento foi relatado pela primeira vez por Angell, em
1890. Porém, tal conduta gerou grande polêmica entre os profissionais
americanos culminando no seu esquecimento. Entretanto, na Europa, a técnica
continuava sendo pesquisada, voltando somente a ser reintroduzida na
América nos últimos 30 anos por Haas (McNAMARA, 1995).
Introdução
2
Segundo BISHARA e STALEY (1987), a expansão rápida da
maxila tem como objetivo o aumento da dimensão transversa do arco superior
mediante a resposta ortopédica que culmina com a abertura da sutura palatina
mediana e pode ser realizada tanto em adolescentes, quanto em adultos. Mas
com o avanço da maturidade, a rigidez dos componentes esqueléticos limita a
extensão e a estabilidade expansão (MELSEN,1972).
Os efeitos decorrentes da aplicação dos aparelhos disjuntores
carecem de um período de 3 a 4 meses de contenção para permitir a
reossificação adequada para que se estabelizem (HAAS,1965; McNAMARA,
1995; CHARGAS et. al., 2001; GARIB et. al, 2005; SiILVA FILHO et. al., 2007).
Com a grande repercussão dos trabalhos de Haas (1961) a
partir da década de 60, a expansão rápida da maxila consolidou-se no meio
ortodôntico como um procedimento clínico terapêutico seguro, capaz de
normalizar as dimensões transversais da maxila, aumentando o perímetro do
arco em decorrência dos efeitos ortopédicos da abertura da sutura palatina
mediana e de outras estruturas faciais adjacentes e dos efeitos ortodônticos
que se caracterizavam pela movimentação vestibular do segmento
dentoalveolar póstero-superior (McNAMARA, 1995).
O laser foi desenvolvido baseado na teoria da emissão
estimulada de radiação descrita por Einstein em 1917, que descreveu um
aparelho gerador da radiação eletromagnética por meio de um feixe de luz com
características especiais, das quais as mais importantes são: a intensidade, a
monocromaticidade, a coerência e a colimação. Estas características lhe
permitem depositar uma grande quantidade de energia eletromagnética nos
Introdução
3
tecidos com extrema precisão o qual integrado à atividade odontológica tem
sido proposto e utilizado como substituto de terapias convencionais como
sensibilidade dentária, nevralgia de trigêmeo, analgesia. Na atualidade, são
amplamente utilizadas no campo da Medicina e da Odontologia
revolucionando, em muitos aspectos, as terapias de prevenção e tratamento
(MELLO e MELLO, 2001; BRUGNERA, et. al. 2003).
Duas categorias de lasers são freqüentemente utilizadas na
Medicina e na Odontologia, sendo: de baixa intensidade de energia,
conhecidos por soft lasers, e os de alta intensidade, denominados hard lasers
ou cirúrgicos. Os lasers de baixa intensidade proporcionam uma energia que
atua no local da irradiação com efeito antiinflamatório, analgésico e
bioestimulante.(MELLO e MELLO, 2001; BRUGNERA et. al. 2003;
GUTKNECHT e EDUARDO, 2004; GENOVESE, 2007). Já os lasers de alta
intensidade de energia são sistemas de efeito térmico e provocam um aumento
de temperatura no local irradiado e têm sido utilizados em procedimentos
cirúrgicos pelo grande poder de corte, ablação e coagulação, na dependência
do tipo de tecido e das características específicas do feixe (MELLO e MELLO,
2001; BRUGNERA et. al. 2003; GUTKNECHT e EDUARDO, 2004;
GENOVESE, 2007).
Dentre os lasers cirúrgicos, o laser de CO2 é o mais utilizado e
aceito como método alternativo das técnicas cirúrgicas bucais convencionais
assim como o laser de Er:YAG que é utilizado na remoção de tecido duro
dentário. O laser de dióxido de carbono emite um feixe contínuo de um
comprimento de onda de 10,6 µm na região infravermelha invisível do espectro
Introdução
4
eletromagnético. Sua energia é absorvida pela água quando colocado em
contato direto com o tecido (MELLO e MELLO, 2001; BRUGNERA, et. al.,
2003).
Na Odontologia, o laser tem sido estudado em diferentes
aplicações dentre as quais: na Dentistica como diagnóstico e remoção da cárie;
na Endodontia com redução bacteriana do canal radicular; na Periodontia após
o tratamento periodontal; na Cirurgia nos procedimentos cirúrgicos bem como
estimulação da cicatrização; na Semiologia em doenças sistêmicas de
manifestação bucal; em Disfunção Temporomandibular (DTM) na artropatias da
ATM; na Implantodontia para a ação antiinflamatória e analgésica e na
Ortodontia no processo de disjunção maxilar com ação análgésica entre outras
(MELLO e MELLO,2001; BRUGNERA, et. al, 2003, ALMEIDA-LOPES, 2004;
GUTKNECHT e EDUARDO, 2004; GENOVESE, 2007).
Na literatura ortodôntica poucos relatos mostram a aplicação do
soft laser na sutura palatina mediana diante do procedimento de sua disjunção.
Assim sendo, objetivou-se por meio deste estudo avaliar se o laser de baixa
intensidade promove alterações no reparo após a separação ortopédica da
sutura palatina mediana.
2. REVISÃO DE LITERATURA
Revisão de Literatura
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Disjunção palatina
A disjunção palatina ou expansão rápida da maxila (ERM) é um
recurso clínico adotado pelos ortodontistas no tratamento das más oclusões
com deficiência transversa real ou relativa da maxila que inclui uma fase ativa
promovendo a desarticulação dos ossos maxilares por meio da abertura sutura
palatina, e uma fase passiva onde uma série de eventos leva à remodelação
óssea e restauração da sutura, com o aumento clínico na largura do palato
(CAPELOZZA FILHO e SILVA FILHO, 1997; MELO, 2003).
Os efeitos ortopédicos da disjunção são bem conhecidos e
descritos na literatura (HAAS, 1961; 1970; CAPELOZZA FILHO, et. a., 1996;
MELO, 2003) tanto em animais como em humanos (MELSEN, 1972;
OHSHIMA, 1972), e tiveram seu início com Angell que utilizou um parafuso
expansor e observou, clinicamente, o alargamento transversal da maxila
(ANGELL,1860).
Os trabalhos clássicos publicados por Haas, a partir da década
de 60, alcançaram grande repercussão e demonstraram cientificamente sua
potencialidade terapêutica mediante estudos histológicos em animais e
emseres humanos através de avaliações cefalométricas e clínicas,
Revisão de Literatura
6
padronizando as condutas adotadas atualmente.(HAAS, 1961;1965; 1970;
1980)
Em 1959 Haas avaliou a possibilidade de abertura ou não da
sutura palatina mediana em porcos através do uso de um aparelho expansor.
Por um período de 02 a 10 dias, observou o efeito desta operação nas
estruturas bucais e nasais e o que ocorria na mandíbula concomitantemente às
mudanças da maxila. Este estudo revelou uma rápida formação óssea, levando
a um alargamento do arco dentário e também da cavidade nasal.
Haas em 1961 comparou os dados anteriormente obtidos com
os de um grupo de pacientes de sua clínica. Por meio de traçados
cefalométricos frontais, verificou que, no início da expansão, o processo
alveolar se inclina lateralmente seguido de uma abertura gradual da sutura
palatina mediana. Constatou que se o processo palatino movesse
inferiormente, causando um abaixamento das paredes palatinas e promovendo
um aumento na abertura nasal, possibilitaria uma melhor respiração nasal e
conseqüentemente um bem estar geral.
A expansão palatina se apresenta mais positiva na correção dos
problemas ortodônticos transversais, principalmente nos casos com deficiência
maxilar, estenose nasal e em pacientes com fissura palatina. Indicando bons
resultados ainda nos casos de Classe III, tratados sem cirurgia (HAAS, 1961).
Considera-se, entretanto, que a expansão palatina não pode ser vista como um
tratamento final para nenhum caso, com exceção de alguns que se encontram
na dentadura mista. A partir daí, o aparelho de Haas (dento-muco-suportado),
como ficou conhecido, ganhou destaque se tornando bastante difundido nos
Revisão de Literatura
7
casos que necessitavam de expansão rápida da maxila (SIQUEIRA, 2002;
MELO, 2003; SCANAVINI et al., 2006; McNAMARA, 1995).
O resultado mais consistente encontrado por Chagas et. al .
(2001) refere-se aos casos que foram submetidos a uma volta completa logo
após a cimentação do aparelho expansor e um quarto de volta a cada 12 horas
até que se conseguisse a sobre-correção. Neste momento o aparelho era
estabilizado com fio de 040" nas duas bordas de acrílico, por três meses. O
autor relatou que as pressões foram mais sentidas no processo alveolar,
abóbada maxilar e articulações da maxila, frontal e ossos próprios do nariz.
Metade dos pacientes sentiram pressão na sutura zigomático-maxilar e poucos
na sutura zigomático-temporal. Como resultado o autor pôde observar abertura
da sutura palatina e presença de diastema inter-incisivos (CHAGAS et al,
2001).
Atualmente, não se tem dúvida do que acontece com a sutura
palatina mediana no processo de expansão rápida da maxila. A separação do
processo maxilar foi inferida, inicialmente, pelo precursos do processo, o
dentista americano Angell (1860), com base no diastema que se abriu entre os
incisivos centrais superiores, já que não havia sido descoberto ainda o raio-x.
Quase 100 anos mais tarde, Haas (1965) comentou que o procedimento, tal
qual é aceito atualmente, com ancoragem pesada, foi reintroduzido na
ortodontia dos Estados Unidos sob a influência da visita do professora
Korkhaus na Universidade de Illinois, na década de 1950, quando a expansão
ortopédica passou a ser objeto de estudo. Surgiu o primeiro estudo animal feito
com porcos Duroc-Poland_China, para comprovar a possibilidade de abertura
Revisão de Literatura
8
da sutura palatina mediana em até 15 mm, usando ancoragem pesada para
promover o efeito ortopédico sugerido por Angell (1860). Os resultados desta
tese foram notificados em artigos e publicados por Haas, e comprovaram a
abertura da sutura palatina mediana, seguida de neoformação óssea.(SILVA
FILHO et. al., 2007).
Um novo estudo histológico repetiu o trabalho de Haas em
macacos, comprovando a ruptura da sutura palatina mediana e mostrando a
neoformação óssea progressiva subseqüente ( CLEALL, et. al., 1965). No
momento da ruptura, observou a área do defeito ósseo preenchida com tecido
conjuntivo fibroso desorganizado, bem vascularizado, sugestivo de resposta
inflamatória crônica suave. Depois de 3 meses, a sutura apresentou um
aspecto histológico similar aos macacos controle, mas o osso adjacente era
irregular e muito celularizado, não obdecendo o padrão lamelar usual do osso
mais distante da área sutural, indicando haver uma formação óssea rápida. O
aspecto histológico sugeria remodelação da sutura recém-reparada. (SILVA
FILHO et. al,2007).
Portanto, aos 3 meses, a morfologia sutural, quando avaliada
radiograficamente, permanecia desorganizada e a área pobremente
mineralizada, quando comparada com o grupo controle. Após 6 meses da fase
ativa da expansão, a sutura mostrou-se bem organizada e histologicamente
normal, mas o osso adjacente era de natureza irregular e não seguia o padrão
lamelar normal. Somente no animal sacrificado com 9 meses, a região sutural
mostrou-se com grau de mineralização semelhante aos animais do grupo
controle. Outros trabalhos comprovaram a ossificação da sutura palatina
Revisão de Literatura
9
mediana durante a fase do procedimento de expansão ortopédica (BRIN et. Al.,
1981; DEBBANE, 1958; EKSTROM, HENRIKSON e JENSEN, 1977; INOUE et.
Al., 1970; MELSEN, 1972; MURRAY e CLEALL, 1971; OHSHIMA, 1972;
SIMÕES, ARAÚLO e BITTENCOURT, 2003; STARNBACH et. Al., 1966).
O aparelho dento-muco-suportado, elaborado por Haas (1961),
tenta dividir a força entre os dentes e a porção palatina da maxila com o
acréscimo de acrílico no palato, porém com a gengiva marginal aliviada. Já o
aparelho de Biederman (Hyrax) (1973), dento-suportado, visa facilitar a
higienização e deve ser construído com fios rígidos e com o parafuso o mais
próximo possível do palato, de modo que a força fique próxima ao centro de
resistência da maxila. Cohen e Silverman (1973) idealizaram um aparelho com
cobertura ocusal de acrílico, visando controlar tanto os efeitos de inclinações
indesejáveis nos dentes posteriores quanto as alterações esqueléticas no
sentido vertical.
Krebs em 1964, procurando avaliar o efeito desta terapia e sua
estabilidade em largura após a retirada da contenção, acompanhou por um
período de sete anos, 23 pacientes, sendo doze meninos e onze meninas com
indicação para a expansão rápida, pela análise de medidas em radiografias
laterais e póstero-anteriores, modelos de gesso e fotografias, usando o método
de implantes metálicos de Bjork. Chegou à conclusão de que o efeito da
expansão foi dependente do sexo e da idade, sendo maior na puberdade.
Apesar da discreta recidiva, a largura da base maxilar permaneceu estável, a
largura do arco dentário foi ampla, entretanto sofreu constante diminuição após
o término do tratamento e período de contenção.
Revisão de Literatura
10
Em continuação, Haas em 1965, observou que em mais de 80
pacientes submetidos à disjunção maxilar havia separação e diastema entre os
incisivos superiores. Ainda notou rebaixamento do assoalho nasal de forma
que o processo alveolar inclina-se lateralmente e as margens livres dos
processos horizontais palatinos movem-se para frente e para baixo, causando
aumento do ângulo entre os planos oclusal e mandibular, corrigindo algumas
vezes uma mordida cruzada anterior. Devido à abertura da sutura palatina
mediana, o autor constatou mudança na oclusão dos dentes, resultando numa
abertura de mordida associada a distúrbios na posição mandibular como
resposta às alterações nas forças oclusais e no equilíbrio muscular, verificou
que os dentes inferiores não tratados apresentaram verticalização ou
expansão. Concluindo, o autor citou que existem dois estágios na expansão
palatina, o primeiro deles é o ajuste ativo do aparelho pela ativação do
parafuso, e o segundo é a retenção passiva que permite solucionar o problema.
Entre estas fases deve haver a estabilização do aparelho.
Em 1980, Haas avaliou a efetividade da técnica de expansão
maxilar onde comparou os resultados de seus trabalhos em 1961, 1965, e 1970
constatando êxito total nos casos avaliados. Observou uma melhora na
convexidade da face média, aumento da altura da face inferior e diminuição do
comprimento mandibular quando existe uma concordância na expansão da
base maxilar, o uso inteligente da ancoragem na fase ortodôntica do tratamento
e a permanência de um longo período de contenção.
O uso cada vez mais freqüente da disjunção maxilar na prática
ortodôntica deve-se aos resultados favoráveis obtidos, o que vem motivando
Revisão de Literatura
11
clínicos bem como pesquisadores a avaliarem os efeitos desta terapia, criando
alternativas para ampliar seus benefícios e controlando ou eliminando seus
efeitos secundários (CLARO et al., 2003).
A deficiência transversal da largura maxilar pode ser devido a
fatores genéticos ou ambientais, envolvendo apenas os segmentos dentários
posteriores com uma grande inclinação para o lado palatino, ou estar
associada a um comprometimento esquelético da maxila, apresentando um
aspecto atrésico, com uma abóboda palatina ogival e estreita que necessita
para sua correção, de uma expansão capaz de promover uma alteração
ortopédica dos segmentos maxilares, mantendo a integridade dos tecidos
envolvidos e minimizando os efeitos de inclinação dentária (SCANAVINI et al.,
2006).
Os procedimentos de disjunção estão indicados para os
seguintes casos: deficiência real e relativa da maxila; estenose nasal severa;
classe III cirúrgica, não-cirúrgica e pseudo Classe III; fendas palatinas em
adultos; casos selecionados com problemas de comprimento de arco, para os
quais se torna necessário evitar extrações devido ao perfil facial; casos em que
os efeitos colaterais benéficos do deslocamento da maxila são desejáveis, em
casos de sobremordida exagerado para aumentar a dimensão vertical
(ALPINER E BEAVER, 1971; BISHARA E STALEY, 1987; HAAS, 1961, 1965,
1970; McNAMARA,1995).
Revisão de Literatura
12
A disjunção palatina está ainda indicada em pacientes com
problemas crônicos de respiração bucal, associados ao palato ogival; em
pacientes de Classe I, com mordida cruzada e desvios funcionais; em
pacientes com fissuras de palato, após o fechamento cirúrgico do lábio e do
palato, quando os segmentos posteriores se contraíram com oclusão
insatisfatória e mastigação incorreta (ALPINER E BEAVER, 1971), e nos casos
de falta generalizada de espaço com retenção ou impactação dentária,
possibilitando a irrupção dos dentes (BARNES, 1956, TANAKA et al., 2002).
A disjunção palatina está contra-indicada nos casos de
pacientes: não colaboradores; com um único dente em mordida cruzada; com
mordida aberta anterior e plano mandibular alto; com perfil convexo; com
assimetria esquelética da maxila e/ou mandíbula; adultos com discrepâncias
esqueléticas vertical e ântero-posterior severas (BISHARA e STALEY, 1987,
TANAKA et al., 2002).
À medida que o parafuso expansor é ativado, ocorre a disjunção
da sutura palatina mediana, ocasionando um aumento real do perímetro do
arco dentário superior acompanhado de boa estabilidade. Essas respostas
ortopédicas podem ser comprovadas nos planos horizontais e frontais por sua
eficiência e previsibilidade (CAPELOZZA FILHO, et. al., 1996; SCANAVINI et
al., 2006).
A expansão rápida da maxila (ERM) corrige a atresia
transversal da maxila, má oclusão extremamente freqüente que se estabelece
precocemente e não apresenta autocorreção (SCANAVINI et al., 2006). Além
disto, ela auxilia na correção das desarmonias do plano transverso entre os
arcos da maxila e da mandíbula, levando muitas vezes à correção espontânea
Revisão de Literatura
13
da má oclusão de Classe II, mobilização do sistema sutural maxilar, preparação
para a utilização de aparelho ortopédico funcional ou cirurgia ortognátìca,
diminuição da resistência nasal e alargamento do sorriso (VARDAKAS et
al.2003).
Encerrada fase de crescimento, a expansão da maxila tem sido
explicada pela separação da rafe do palato e inclinação dentaria associada ao
aumento de estruturas da face. Há controvérsias sobre a eficácia da expansão
da maxila em adultos, quando o crescimento crânio-facial já atingiu sua
maturidade óssea (WERTZ, 1970; SILVA FILHO et al., 1989; LANGLADE,
1995; SAADIA; CROSS, 2000; MACHADO JUNIOR, 2004).
Vários recursos e diferentes métodos têm sido propostos para a
realização da expansão palatina. A freqüência de ativações, magnitude da
força aplicada, duração do tratamento e idade do paciente são fatores que
interferem nos diferentes mecanismos podendo produzir a expansão rápida,
semi-rápida e lenta (SANDIKÇIOGLU; HAZAR, 1997). No entanto a escolha da
conduta terapêutica deve estar orientada por exames complementares seguros
e precisos, a fim de fundamentarmos o diagnóstico no que se refere às
desarmonias esqueleto-faciais e em particular, às discrepâncias transversais
da maxila (SANTOS PINTO e HENRIQUES,1990).
Sendo assim, observa-se um grande desenvolvimento de
aparelhos ortopédicos com o objetivo principal de corrigir ou mascarar essa
discrepância. A correção, muitas vezes, requer grandes alterações na posição
das bases ósseas, enquanto que a compensação dentoalveolar requer
Revisão de Literatura
14
movimentações dentárias nem sempre favoráveis, tanto para a função e
estabilidade do caso, quanto para o perfil do paciente (OLIVEIRA JUNIOR,
2002).
A disjunção palatina leva em consideração os princípios da
ortopedia dentofacial e as modalidades de tratamento sem extração. O uso de
aparelho extra-bucal e aparelhos funcionais demonstram os efeitos mais
ortopédicos nos planos sagital e vertical. Estes procedimentos têm sido objeto
de renovável interesse na mecânica de tratamento ortodôntico, devido aos
seus potencias para aumentar o perímetro do arco e aliviar o apinhamento no
arco superior sem afetar o perfil facial adversamente (VARDAKAS et al., 2003).
Uma das maiores vantagens desse tipo de aparelho está
relacionada a abordagem de tratamento menos radical quanto às extrações,
atuando no pico de crescimento pubescente máximo do paciente jovem,
corrigindo as discrepâncias dentoesqueléticas no sentido ântero-posterior,
vertical e transverso. Deste modo, propicia uma oclusão ideal com estabilidade
e harmonia do perfil facial (OLIVEIRA JUNIOR, 2002).
A expansão rápida, obtida através de forças pesadas, produz
uma expansão do arco dentário pela abertura da sutura palatina mediana.
Acredita-se que a abertura da sutura óssea seja maior quanto menor for a
idade do paciente (CAPPELLETTE JR., et al. 2006). Este procedimento
caracteriza-se pela utilização de uma grande magnitude de força em um curto
intervalo de tempo, separando-se os ossos maxilares através da abertura da
sutura palatina mediana, restabelecendo as dimensões transversais da maxila
e seu correspondente arco dentário, mediante a abertura da sutura palatina
Revisão de Literatura
15
mediana associada às reações ortopédicas em outras suturas faciais e há uma
pequena movimentação dos dentes póstero-superiores.
Já a expansão lenta da maxila trabalha com forças leves e
contínuas, provocando mais alterações dentárias do que esqueléticas, não
sendo indicada portanto, nos casos de atresia maxilar. A expansão rápida
numa fase precoce possibilita que o crescimento e o desenvolvimento
transversal entrem no seu curso normal e como conseqüência temos a
evolução correta da oclusão e o equilíbrio muscular normalizado, o que resulta
na estabilidade do tratamento.
A terapia com o expansor fixo inclui uma fase ativa, utilizando
forças laterais que têm início 24 horas após a instalação do aparelho, e uma
fase passiva ou de contenção. Para Hicks (1978), a fase ativa corresponde a
uma ou três semanas, dependendo da quantidade e freqüência da ativação
desejada, por dia. Para Silva Filho et al (2000), esse período compreende de
uma a duas semanas. Esses autores sugerem que a ativação conste de uma
volta completa do parafuso por dia, realizando-se dois quartos de volta pela
manhã e dois quartos pela tarde. A expansão continua até a obtenção da
morfologia adequada do arco dentário superior. A sobrecorreção é
imprescindível e deve ser em torno de 2 a 3 mm, posto que, além da esperada
recidiva dento alveolar, ocorre também a recidiva esquelética (SIMÕES,
ARAÚJO e BITTENCOURT, 2003).
Os disjuntores apresentam um parafuso expansor localizado
paralelamente à sutura palatina mediana, e ativado de forma a acumular uma
quantidade significativa de forças, com o objetivo de romper a resistência
Revisão de Literatura
16
oferecida pela referida sutura e pelas suturas pterigopalatina, frontomaxilar,
nasomaxilar e zigomáticomaxilar (SCANAVINI et al., 2006).
Os aparelhos disjuntores aumentam a largura da arcada maxilar
com uma combinação de componentes ortopédico-ortodônticos durante a fase
da dentadura decídua, mista e permanente jovem e nesse processo os
incisivos centrais superiores separam-se entre o nono e o décimo segundo
quarto de volta, efetuado no parafuso do torno de expansão (ZIMRING;
ISAACSON, 1965). Mas, por estarem ligadas pelas fibras transeptais, seguindo
essa separação, as coroas convergem para a mesial, buscando o contato
interproximal. Quando as coroas entram em contato, a tração continuada das
fibras causa a convergência das raízes para as suas inclinações axiais originais
(ANGELL, 1860; GLASSMAN et al, 1984; HAAS, 1961; 1970; 1980; BISHARA
E STALEY, 1987), aumentando, também, o espaço entre os dentes para o
posicionamento de incisivos laterais em mordida cruzada (TANAKA et al.,
2002).
Para a prática ortodôntica, dois eventos são importantes neste
processo fisiológico de fechamento das suturas faciais: 1) a idade na qual o
primeiro sinal de fechamento indica que o crescimento sutural da face tenha
atingido o seu limite, e 2) a idade na qual a obliteração sutural torna impossível
o tratamento ortopédico (ALBUQUERQUE; ETO, 2006). Acredita-se que a
melhor idade para a expansão rápida é a dos 10 aos 15 anos de idade, pois a
experiência da dor desaparece depois do segundo ou terceiro dia (CHAGAS et
al., 2001).
Revisão de Literatura
17
Bishara(1987) ,observou que o tratamento de expansão rápida
da maxila comprime o ligamento periodontal, inclina lateralmente os processos
alveolares e os dentes de ancoragem e gradualmente abre a sutura palatina
mediana, sendo esta abertura em forma de cunha, vista oclusalmente
(BISHARA e STALEY, 1987). Quando observada pelo plano frontal, a abertura
da sutura apresenta forma piramidal, com a base da pirâmide localizada na
região bucal e o ápice voltado para a cavidade nasal. No plano frontal o fulcro
de rotação para cada maxila foi aproximadamente na sutura frontomaxilar
(MACHADO JUNIOR, 2004).
Brown (1914) estudando grande número de casos tratados com
disjunção palatina notou que num período de sete a quatorze dias havia
ocorrido à presença de um diastema entre os incisivos centrais, aumento da
largura das narinas, melhorando a respiração nasal e aumentando a secção
transversal do espaço aéreo. Zimring e Isaacson (1965) concluíram que o
tempo necessário para as forças produzidas serem dissipadas pelas ativações
do aparelho apresentava diferenças evidentes com relação à idade do
paciente, uma vez que nos pacientes mais velhos o tempo requerido para
liberação das forças é maior.
Capelozza Filho et. al. (1996) estudaram os efeitos da expansão
rápida da maxila em 38 pacientes adultos. Desses, 31 pacientes (81,5%)
demonstraram um grau moderado de expansão e não foi possível a expansão
rápida da maxila em 7 pacientes (18,5%). O sucesso na expansão foi julgado
pela evidência clínica de aparecimento do diastema entre os incisivos centrais
superiores. Os autores citaram como principais complicações: reações
Revisão de Literatura
18
dolorosas, edema e lesão no palato. Em relação ao periodonto, em pacientes
adultos submetidos à expansão rápida da maxila, a perda de inserção foi maior
nestes do que em pacientes adolescentes submetidos ao mesmo tratamento,
devendo, portanto observar-se com cautela o periodonto na região vestibular
dos dentes superiores antes de fazer a tentativa de expansão rápida da maxila
em adultos. Apenas pacientes com moderada constrição maxilar seriam
candidatos para este procedimento após a fase de crescimento.
Mazzieiro, Henriques e Freitas (1996) estudaram as alterações
dentoesqueléticas causadas por aparelhos de expansão rápida
dentosuportados analisando as possíveis diferenças entre estes. Os autores
concluíram que não houve diferença estatisticamente significante entre os
aparelhos, no que diz respeito às alterações esqueléticas proporcionadas pela
expansão (VARDAKAS et. al.,2003).
Freitas et. al. (2006) avaliou as alterações dimensionais no
arco maxilar decorrentes da expansão rápida de maxila assistida
cirurgicamente (ERMAC), cuja amostra foi composta por 13 pacientes com
idade entre 15 e 40 anos portadores de deficiência maxilar transversa e
submetidos a ERMAC, utilizando aparelho expansor Hyrax. Foram avaliados os
modelos ortodônticos superior, em vista oclusal, nas fases inicial e seis meses
pós-expansão, utilizando as seguintes medidas lineares: distância intercaninos,
distância intermolares, perímetro do arco. Concluiu-se que o procedimento
ERMAC determinou uma efetiva expansão do arco maxilar tanto na região
anterior , quanto na posterior, sendo mais expressiva na região de molares. O
Revisão de Literatura
19
aumento do perímetro do arco e comprimento denotam um ganho clínico
dimensional satisfatório no arco maxilar.
Garib et. al. (2005) avaliou por meio da tomografia
computadorizada, os efeitos dento-esqueléticos e periodontais da expansão
rápida da maxila em uma jovem na fase da dentadura permanente. Durante a
fase ativa usou-se um aparelho dentosuportado – Hyrax onde foi ativado 7 mm,
após a paciente ter se submetido ao exame de tomografia computadorizada
helicoidal antes da expansão e após a remoção do aparelho expansor findo o
período de 3 meses de contenção. Mensuraram-se as dimensões transversais
maxilares, a inclinação dos dentes posteriores, a espessura das tábuas ósseas
vestibular e lingual, e o nível da crista alveolar vestibular. A ERM da maxila,
ocasionou um significante aumento transverso em todas as regiões aferidas,
com magnitude decrescente do arco dentário para a base óssea. Os dentes
posteriores foram movimentados para vestibular com um componente
deinclinação e translação associados, tal efeito ortodôntico ocasionou uma
redução na espessura da tábua óssea vestibular, e um concomitante aumento
na espessura da tábua óssea lingual.
Ferreira et. al. (2007) procurou verificar as alterações pós-
disjunção com o aparelho Hyrax, já amplamente estudadas, persistem ou se,
em pacientes que se encontram em fase de crescimento e em plenas
condições de adaptações musculares, tais alterações seriam dissipadas com o
tempo. Avaliaram radiografias cefalométricas em norma lateral, tomadas pré-
disjunção e pós-disjunção de 30 pacientes com faixa etária de 7 anos e 8
meses que foram submetidos a expansão maxilar com o aparelho do tipo Hyrax
Revisão de Literatura
20
até que se conseguisse a sobrecorreção. O grupo controle também de 30
pacientes com faixa etária média de 9 anos e 4 meses; 12 anos e 3 meses
onde foram feitas tomadas radiográficas iniciais e finais. Este grupo não sofreu
nenhum tratamento ortodôntico e foi comparado com o grupo expandindo. Os
dois grupos não apresentaram diferenças significativas, tanto na fase inicial
quanto após o período de tratamento/acompanhamento, os resultados
indicaram que os possíveis efeitos dento-esqueléticos indesejáveis da
disjunção maxilar com o aparelho Hyrax desaparecem, provavelmente,
compensados com o crescimento, a atividade muscular e a oclusão.
2.2 Sutura palatina mediana
A sutura palatina mediana, complexo constituído por tecido
conjuntivo fibroso e células, localizado adjacente aos dois processos ósseos
palatinos, estabelece uma forte união entre estes, tem papel importante no
desenvolvimento da face, atuando como sítio de crescimento, sendo porém
susceptível à ação de fatores locais ambientais, como forças de compressão e
tensão, controladas e geradas por vários tipos de aparelho, o que leva a
alterações de remodelação óssea (CAPELLOZA FILHO, et. al. 1996).
Persson e Thilander (1977) relatou que as principais funções
biológicas do tecido conjuntivo sutural são unir os ossos, atuar como áreas de
Revisão de Literatura
21
crescimento do crânio e absorver forças mecânicas, protegendo o tecido
osteogênico. As suturas têm duas funções: atuar como sítios secundários de
crescimento e proporcionar um sistema de absorção de choques.
Um dos trabalhos relacionados à morfologia da sutura palatina
mediana foi feito por Wagemans et al 1984 ao observarem, em macacos
Rhesus jovens, que a estrutura da sutura palatina mediana compõe-se de três
camadas, sendo duas periféricas e uma central. As camadas periféricas,
adjacentes aos ossos, são constituídas de tecido conjuntivo denso, cujas fibras
são paralelas entre si e perpendiculares às superfícies suturais dos ossos. A
camada central é formada por uma zona irregular de fibras de tecido conjuntivo
sendo rica em células e constituindo um local de proliferação celular, nova
formação e recomposição de fibras. Segundo estes mesmos autores, as
suturas apresentam duas funções: unir firmemente dois ossos vizinhos e
proporcionar o sítio de proliferação para o afastamento das margens ósseas da
sutura. (WAGEMANS et al., 1984).
Embora na sutura palatina mediana ocorram as principais
alterações estruturais (CLEALL et al., 1965; DEBBANE, 1958; HAAS, 1970), a
mecânica de disjunção palatal tem efeito sobre outras estruturas do complexo
nasomaxilar. As forças externas transmitidas ao complexo crânio-facial ativam
uma série de reações mecânicas e tissulares caracterizadas por deformação e
deslocamento tecidual (WAGEMANS et al., 1984).
De acordo com Enlow (1993), a arquitetura do tecido conjuntivo
das suturas assemelha-se ao do periodonto de inserção, consistindo em
combinações variáveis de fibras colágenas, distribuídas conforme a natureza
Revisão de Literatura
22
dos movimentos que incidem na membrana sutural. Como no periodonto, cujas
fibras assumem determinadas direções devido aos movimentos dos dentes, as
suturas sofrem um processo de movimento e ajuste de acordo com a
deposição e reabsorção óssea (BARRETO, et. al., 2005).
Consolaro et. al. (2001) descreveram a biopatologia do que
ocorreria no espaço aberto pela disjunção, considerando duas formas de
reação tecidual.
1) o periósteo está revestindo continuamente a superfície nasal
do palato duro sobrepondo à linha média, o mesmo ocorrendo na superfície
bucal. Este espaço entre os dois processos palatinos será inicialmente
preenchido por exudado inflamatório e coágulo sanguíneo, estes
posteriormente são invadidos por células advindas das camadas internas do
periósteo superior e inferior e das extremidades dos processos palatinos
lateralmente localizados.
O espaço será preenchido por tecido de granulação a partir da
colonização do coágulo sanguíneo e do exudado pelas células endotelias,
mesenquimais indiferenciadas e células osteoprogenitoras utilizando como
estruturas de ancoragem a rica rede de fibrina. Os fragmentos desprendidos
durante a disjunção serão fagocitados e processados pelos magrófagos. As
células indiferenciadas e osteoprogenitoras irão depositar matriz óssea primária
sendo ricamente celularizado, desorganizado e menos mineralizado (osso
primário ou osso embrionário) sendo substituído em algumas semanas por
osso secundário ou maduro, bem organizado (CONSOLARO, 2001).
Revisão de Literatura
23
2) As duas extremidades do processos palatinos apresentam-se
revestidas e contornadas por periósteo e na linha média entre os periósteos há
um tecido conjuntivo de preenchimento e conexão entre ambos. A disjunção
deve desorganizar o tecido conjuntivo na linha média e este transmitir forças de
tensões aos periósteos vizinhos laterais, estimulando-os à osteogênese em
camadas laminares sobre as extremidades dos processos palatinos, ocorre a
formação de exudado e de coágulo sanguíneo no espaço entre os dois
periósteos, estabelece-se tecido de granulação apenas para restabelecer o
tecido conjuntivo da área, sendo invadido por células mesenquimais
indiferenciadas e fibroblastos jovens e não por células com capacidade
osteogênica (CONSOLARO, 2001).
Barreto et. al. em 2005, discutiram os aspectos anatômicos e
embrionários das suturas, e as repercussões decorrentes do tratamento
ortopédico. Classificaram a sutura palatina mediana como de origem
membranosa e anatomicamente do tipo margem a margem, tendo o seu
fechamento mais tardio em relação a outras, favorecendo o equilíbrio no
sistema facial. Atribui-se o sucesso da terapia ortopédica a dois fatores: a idade
do paciente que deve ter ainda certo potencial de crescimento e a sua
colaboração, que deve ser mais intensa que a prevista para o tratamento
ortodôntico tradicional.
Na infância, a sutura possui a forma de Y, unindo o vômer com
os processos palatinos. No período juvenil, a união de três ossos apresenta a
forma de T e a porção palatina apresenta um trajeto sinuoso. Tal imbricamento
forma ilhotas ósseas sugerindo um aspecto interdigitado. Esta característica só
Revisão de Literatura
24
é encontrada em humanos, não sendo possível compará-la com resultados
obtidos em animais. O crescimento transversal da sutura palatina mediana
continuou até a idade dos dezesseis anos nas meninas e 18 anos nos
meninos. Foi observado que nestas idades, a interdigitação na sutura foi muito
acentuada, não sendo portanto possível a separação dos ossos maxilares sem
fraturar os processos que se apresentam interdigitados.
Moss (1968) investigaram histologicamente, a estrutura das
suturas faciais e cranianas em vários animais e no Homem. As suturas foram
examinadas em estágios similares de desenvolvimento e todas apresentaram
cinco camadas intermediárias de células e fibras entre os ossos vizinhos, bem
como duas camadas de união, limitando a sutura, externa e internamente.
Moss (1968), apud por Barreto (2005) constatou basicamente
dois tipos de morfologia na área sutural: união borda a borda e união em bisel.
Os dois tipos podem ser modificados durante o crescimento pela formação de
interdigitações desenvolvidas secundariamente. As diferentes morfologias
encontradas na área sutural podem ocorrer devido às forças que são impostas
na sutura.
Barreto et. al. (2005) avaliou o padrão de crescimento pós-natal
das suturas do crânio humano e observaram que até a faixa etária entre dois e
três anos há crescimento e aposição nas suturas maxilares, depois disso o
crescimento apenas se completa por acréscimos ósseos superficiais e
remodelações A sutura palatina mediana foi dividida em duas regiões, pré-
maxilar e maxilar, esta última formada devido às pressões exercidas na região
posterior do palato.
Revisão de Literatura
25
Barreto et. al. (2005) investigou o crescimento da sutura
palatina mediana em 9 meninos, por meio de implantes metálicos e radiografias
realizadas anualmente, a partir dos quatro anos de idade. Através do aumento
da distância entre os implantes metálicos, os autores concluíram que o
crescimento transverso da sutura palatina mediana continuou, além da
puberdade, e os dois ossos maxilares separaram-se em extensão, mais na
região posterior do que na anterior.
Silva Filho et. al. (2007) avaliou a imagem da sutura palatina
mediana em crianças submetidas à expansão rápida da maxila por meio de
tomografia computadorizada, após a fase de contenção. A amostra constou de
17 crianças de ambos os gêneros, na faixa etária compreendida entre 5 anos e
2 meses e 10 anos e 5 meses no início do tratamento. Tomografias
computadorizadas foram implementadas para avaliar o comportamento da
sutura palatina mediana em diferentes momentos do tratamento, onde
constatou-se que após um período médio de 8 a 9 meses de contenção com o
aparelho expansor, a sutura palatina mediana mostrou-se completamente
ossificada desde a região da espinha nasal anterior até a espinha nasal
posterior.
Del Santo, Minarelli e Liberati (1998) estudou através da
Microscopia Óptica e Microscopia Eletrônica de Varredura, a estrutura da
sutura palatina mediana em fetos natimortos com idade compreendida entre
quatro e nove meses de vida intra-uterina. Foram utilizados 47 fetos humanos,
divididos em três grupos de acordo com as faixas etárias: Grupo I: 16 a 23
semanas, Grupo II: 24 a 31 semanas e Grupo III: 32 a 39 semanas. Foi
Revisão de Literatura
26
observado que a sutura palatina mediana nos fetos da faixa etária de 16 a 23
semanas de vida intra-uterina apresentava aspecto retilíneo, com os processos
palatinos afastados e com suas fibras colágenas bem organizadas. Ainda
nessa fase, de cada lado da zona central da sutura, havia uma ampla zona de
diferenciação celular. Nos fetos do Grupo II (de 24 a 39 semanas), a sutura
palatina mediana apresentava um aspecto sinuoso devido ao início do
imbricamento dos processos palatinos. Observou-se também formação de
ilhotas ósseas sugerindo um processo de interdigitação.
Chagas et al. (2001) selecionaram 28 crianças entre sete e dez
anos de idade, sendo sete do sexo masculino e 21 do sexo feminino,
apresentando atresia maxilar determinada clinicamente, para verificar se duas
formas diferentes de ativação no aparelho expansor colado alterariam a
inclinação axial dos molares superiores permanentes e a quantidade de
expansão. Antes do início do tratamento foram realizadas telerradiografias
lateral e frontal, radiografias panorâmicas e oclusais e modelos de estudo. As
crianças foram divididas aleatoriamente em dois grupos: grupo A (14 crianças)
e grupo B (13 crianças). O grupo A foi submetido à ativação do aparelho
expansor com um quarto de volta por dia e o grupo B com quatro quartos de
volta por dia. Em ambos os grupos, a extensão final de abertura do parafuso
expansor foi de 8mm, sendo esta medida obtida intrabucalmente, com
paquímetro ortodôntico. Após o período de ativação, o expansor ficou
estabilizado por cinco meses. Passado este período, foram removidas e novas
radiografias e modelos obtidos. Os pacientes receberam então placa de acrílico
para contenção da expansão realizada. A partir dos modelos de estudo, foram
Revisão de Literatura
27
obtidas medidas transversais entre os primeiros molares superiores através do
aparelho tri-dimensional Zeiss (Mod. Numerex C100-N). Usando vários pontos
de referência foi possível determinar os efeitos de inclinação axial nos
primeiros molares permanentes, nos dois grupos, permitindo concluir que os
efeitos de inclinação, nos dentes de ancoragem, foram semelhantes em ambos
os padrões de ativação.
Chargas et. al. (2001) analisaram quais características
histológicas são correspondentes radiograficamente, nos casos de pacientes
que apresentam sutura palatina aberta e fechada. Os tecidos obtidos através
da autópsia de dez pacientes, entre 18 e 38 anos, foram removidos da sutura
palatina mediana e foram realizadas radiografias oclusais padronizadas. A
sutura foi avaliada na radiografia de acordo com a visualização ou não da
sutura palatina mediana. Os resultados mostraram que a sutura palatina
mediana visível radiograficamente corresponde histologicamente a uma direção
reta desta sutura, que se projeta dentro do caminho do Rx, mostrando
pequenas áreas de interdigitações tendo uma pequena porcentagem de
obliteração da sutura. Já a sutura palatina não visível radiograficamente
corresponde histologicamente a uma área relativamente maior de
interdigitações, mas também a porcentagem de obliteração esperada é maior.
A não visualização da sutura não corresponde a um equivalente fusionamento
ou fechamento da sutura quando avaliada histologicamente. Concluíram que o
termo radiográfico “fusão da sutura” deve ser evitado.
Albuquerque & Eto (2006) realizaram um estudo visando
determinar se a previsibilidade de sucesso da disjunção palatina estava
Revisão de Literatura
28
correlacionada a algum evento de maturidade esquelética que determinasse o
final do crescimento geral do organismo. Utilizaram o conhecimento dos
estágios de maturação esquelética, visualizados por radiografia de mão e
punho, registrados em um gráfico do surto de crescimento puberal. Avaliaram
dezenove pacientes de ambos os gêneros, com idades variando entre dez
anos e três meses e vinte e oito anos e quatro meses, supervisionados por
análises clínicas e radiográficas específicas antes e após o procedimento de
disjunção palatina. Verificaram que não foi possível determinar a previsibilidade
de sucesso da disjunção palatina quando esta foi correlacionada com a
ossificação total do osso rádio.
Liu, Song e Song (2000) realizaram um estudo sobre
osteogênese na expansão sutural no tratamento de defeitos ósseos nas fendas
palatinas utilizando 45 cães jovens para quatro procedimentos experimentais
divididos em duas partes. Na primeira parte os autores visavam provar a
possibilidade de fechar uma fenda palatina óssea cirurgicamente criada, não
apenas com muco-periósteo, mas também com tecido ósseo através da técnica
de expansão sutural dos processos palatinos laterais. Na segunda parte eles
exploraram a possibilidade de empurrar o osso palatino posteriormente e
avançar o segmento maxilar anterior através da expansão da sutura palatina
transversa. Para a primeira parte do estudo, um expansor em forma de anel de
níquel-titânio foi utilizado para expandir a sutura palatina. A osteogênese foi
avaliada fisicamente, fluorescentemente, histologicamente e ultra-
estruturalmente a fim de examinar a deposição de osso regenerado nas áreas
da sutura. Também foram feitos estudos cefalométricos. Com relação à
Revisão de Literatura
29
segunda parte, um expansor sutural em forma de arco foi aplicado para
expandir ou o lado esquerdo ou o direito da sutura palatina transversal dos
animais. As alterações na posição do osso foram avaliadas radiologicamente e
a resposta tecidual foi examinada histologicamente. Os autores concluíram que
o fechamento ósseo de fendas palatinas criadas cirurgicamente era possível,
assim como o avanço anterior do segmento maxilar e alongamento posterior do
palato duro, de forma que novas formas de reparo de fendas palatinas
mereceriam investigação. Chamam a atenção neste estudo os achados
histológicos obtidos a partir do exame seriado dos animais. Na primeira parte
do estudo, para determinar o processo de resposta tecidual e regeneração da
sutura expandida, um animal de cada grupo, expandido e não expandido, foi
sacrificado nos dias 3, 7, 14, 21, 28 e 56. No dia 3 a sutura tornara-se mais
alargada, o tecido sutural parecia frouxo e as fibras estavam arranjadas mais
perpendicularmente ao osso. No dia 7 o osso neoformado era visto com alta
proliferação de fibroblastos e osteoblastos, sendo que esses últimos se
depositavam na margem da sutura. No dia 14, mais aposição óssea era notada
e o tecido conjuntivo da sutura tinha um aspecto mais denso. No dia 21 a
sutura começava a reverter para a sua configuração original, porém atividade
celular de osteogênese e fibrogênese era ainda a figura predominante. No dia
28, a morfologia da sutura era bem próxima ao da normal. O número de
osteoblastos havia diminuído e os fibroblastos tomavam a disposição de feixes.
Pequenos vasos surgiam na sutura. Por fim, no dia 56 a sutura tinha
restaurado sua morfologia, o número de células era dramaticamente menor e
as células pareciam mais maturas. Para a segunda parte do experimento, um
Revisão de Literatura
30
cão que sofreu expansão da sutura e outro controle normal foram sacrificados
nas semanas pós-operatórias 4 e 12. A sutura pré-maxilar sofreu alterações
degenerativas, entretanto na sutura palato-maxilar na semana 4, osso
neoformado era notado na margem da sutura do lado expandido. Processos
ósseos longos e finos estavam arranjados perpendicularmente à sutura.
Osteoblastos dispunham-se ao longo dos processos ósseos. Um grande
número de fibroblastos era visto no tecido conjuntivo da sutura e as fibras
estavam alinhadas numa direção uniforme. Muitos vasos pequenos estavam
presentes na sutura. Na semana 12 a celularidade na sutura e no osso recém
formado era reduzida e muitas células aparentavam ser mais maturas ( LIU,
SONG e SONG, 2000).
2.3 Ossificação (ou reparo ósseo)
O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto, servindo
de suporte para as partes moles e proteção dos órgãos vitais, como os
contidos nas caixas craniana e torácica e no canal raquidiano. Além do mais,
aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue, proporciona
apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em
movimentos úteis, e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças
geradas na contração muscular (JUNQUEIRA & CARNEIRO; 1999).
Revisão de Literatura
31
Segundo Weber (2003) o tecido ósseo é um tecido conjuntivo
especializado, constituído de 33% de matriz orgânica, que inclui 28% de
colágeno tipo I e o restante de matriz orgânica formada por proteínas não-
colágenas, incluindo osteonectina, osteocalcina, proteína morfogênica óssea,
proteoglicana óssea e sialoproteína óssea, que se dispõem de maneira a
formar os ossos.
Apesar do aspecto aparentemente inerte, os ossos que crescem
são remodelados e se mantêm ativos durante toda a vida do organismo.
Quando lesados, como em fraturas são capazes de sofrer cicatrização,
fenômeno que demonstra sua permanente vitalidade. A homeostase do tecido
ósseo é controlada por fatores mecânicos e humorais, locais e gerais (TEN
CATE, 1994).
O crescimento ósseo começa intra-útero e continua durante a
adolescência até a maturidade do esqueleto. Os ossos longos crescem através
de dois mecanismos: em comprimento pela ossificação endocondral, e em
largura pela ossificação intramembranosa. Mesmo após a maturidade do
esqueleto, os ossos continuam se remodelando durante a vida e adaptam suas
propriedades materiais às solicitações mecânicas sobre eles impostas. Os
mecanismos celulares e moleculares pelos quais o osso responde à carga
mecânica são ainda assunto de investigação (KAPLAN et al., 1994, LIRANI,
2004).
O colágeno do osso representa cerca de 50% do total de
colágeno do corpo humano e está representado quase que exclusivamente na
forma de fibras do tipo I. Tanto o colágeno quanto os demais constituintes da
Revisão de Literatura
32
matriz orgânica são sintetizados pelo retículo endoplasmático dos osteoblastos.
Após a fase de maturação, sais amorfos de fosfato de cálcio começam a
precipitar na área do colágeno. Tais focos de mineralização expandem-se e
crescem em cristais de hidroxiapatita para a futura remodelação. O
componente mineral do osso é constituído basicamente por cálcio e fosfato, na
forma de cristais de hidroxiapatita (WEBER, 2003).
O osso é composto por células e por uma matriz extracelular
predominantemente colágena (colágeno do tipo I) chamada de osteóide, a qual
é mineralizada pela deposição de hidroxiapatita, o que confere ao osso rigidez
e força consideráveis.
As células do osso são:
- Osteoblastos - que sintetizam osteóide e são mediadores de sua
mineralização, sendo encontrados alinhados ao longo das superfícies
ósseas.
- Osteócitos - que representam, sobretudo osteoblastos inativos
aprisionados dentro do osso formado, podendo auxiliar na nutrição do
osso.
- Osteoclastos - células fagocitárias que são capazes de reabsorver o
osso e que são importantes, juntamente com os osteoblastos, na
rotatividade e na remodelação constantes do osso.
Revisão de Literatura
33
Os osteoblastos e os osteócitos derivam de uma célula
mesenquimal primitiva chamada de célula osteoprogenitora. Os osteoclastos,
por sua vez, são células fagocitárias multinucleadas derivadas da linhagem
celular dos macrófagosmonócitos (YOUNG; HEATH, 2000). As superfícies
internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e tecido
conjuntivo, constituindo o endósteo e o periósteo, respectivamente.
O tecido conjuntivo que constitui o periósteo pode ser dividido
em duas camadas diferentes e contíguas. A camada mais externa tem como
células principais os fibroblastos, mas é predominante fibrosa e tem por
finalidade a proteção das superfícies, desta camada partem as fibras colágenas
de inserção periosteal na cortical subjacente. ( CONSOLARO et al., 2001)
A camada mais superficial do periósteo contém principalmente
fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de Sharpey são feixes de fibras
colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o
periósteo ao osso. Na sua porção mais profunda, o periósteo é mais celular e
apresenta células osteoprogenitoras, morfologicamente parecidas com os
fibroblastos. As células osteoprogenitoras multiplicam-se por mitose e se
diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no
crescimento dos ossos e na reparação das fraturas. O endósteo é em geral,
constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as
cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de
Volkmann. As principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição do
tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a
recuperação do osso (JUNQUEIRA; CARNEIRO. 1999).
Revisão de Literatura
34
Segundo Consolaro et al. (2001) o uso de aparelhos leva a
mecano transdução induzindo o periósteo a se adaptar ou reagir com formação
de novas camadas na superfície cortical. Esse fenômeno denominado de
periostite ossificante adaptativa pode modificar a morfologia e as relações
estruturais e funcionais dos componentes da região com o na linha média
durante a disjunção palatina e na fossa mandibular glenóide da ATM pelo uso
de aparelho ortopédico funcional e deslocamento mandibular. Esta propriedade
dos tecidos periosteais justifica e explica o mecanismo de ação as limitações e
a efetividade desses procedimentos quando indicados de forma precisa e
biologicamente consciente.
A presença de mineral faz do osso um tecido único, não
somente de um ponto de vista biossintético, mas também catabólico. A
quantidade de tecido ósseo presente durante o crescimento fisiológico e a
remodelação do esqueleto é determinada pelo balanço entre a taxa de
formação óssea e a reabsorção óssea. As células responsáveis pela
reabsorção óssea são os osteoclastos, descritos originariamente, em 1873, por
Albert Kõliiker. Tratam-se de células gigantes, multinucleadas e são os únicos
tipos capazes de reabsorver tecido ósseo. Os osteoclastos são formados pela
fusão de células mononucleares derivadas do tecido hematopoético (LERNER,
2000).
O termo "formação óssea" é empregado muitas vezes para
descrever a diferenciação dos osteoblastos durante o desenvolvimento
embriogênico, ententranto o termo, mais específico, refere-se com
Revisão de Literatura
35
exclusividade à função osteoblástica; em outras palavras, a síntese e a
deposição de matriz óssea extracelular.
As funções dos osteoblastos e dos osteoclastos estão
intimamente relacionadas. Durante o desenvolvimento do esqueleto e durante
toda a vida, células da linhagem dos osteoblastos sintetizam e secretam
moléculas que em troca iniciam e controlam a diferenciação dos osteoclastos.
Esta é uma interação direta e crucial que já foi bem estabelecida in vivo. Uma
vez que os osteoblastos e os osteoclastos estejam bem diferenciados, há uma
menor relação direta entre ambos.
O osso é constantemente destruído ou reabsorvido pelos
osteoclastos e posteriormente reposto pelos osteoblastos em um processo
fisiológico denominado remodelação óssea, a qual é fortemente regulada por
fatores locais (autocrina e/ou paracrina) e endócrinos. A regulação endócrina
da reabsorção óssea já é conhecida há vários anos, entretanto o controle
endócrino da formação óssea é de conhecimento recente (DUCY, SCHINKE e
KARSENTY, 2000).
Um processo de cicatrização óssea é descrito por três fases:
uma fase inflamatória, uma reparadora e uma de remodelação. A inflamatória é
caracterizada pela formação de um coágulo sangüíneo que envolve as
superfícies ósseas no local da lesão, estendendo-se pelo periósteo e cavidades
medulares próximas, células fagocitárias multinucleadas derivadas da linhagem
celular dos macrófagos (YOUNG; HEATH, 2000).
Para Marsh; Li (1999), a cicatrização de uma fratura em osso
longo, pode ser descrita em quatro fases:
Revisão de Literatura
36
- Formação do hematoma - (fase inflamatória ou de granulação):
plaquetas ativadas liberam uma variedade de produtos incluindo
fibronectina, fatores de crescimento derivados de plaquetas e fatores
de crescimento transformadores, os quais estimulam o influxo de
células inflamatórias. A cascata de citoquina subseqüente traz as
células do reparo (fibroblastos, células endoteliais e osteoblastos) para
a região da fratura;
- Formação do calo frágil (fase proliferativa) - caracterizada pela
formação de tecidos conectivos, incluindo cartilagem, e formação de
novos capilares de vasos preexistentes (angiogenese);
- Formação de calo rígido - (fase de maturação ou remodelação) conduz
a formação do osso novo, tanto diretamente de tecido mesenquimal
(intramembranoso), ou via um estágio intermediário de cartilagem
(endocondral). Os osteoblastos podem formar osso novo rapidamente,
mas este é organizado ao acaso, além de mecanicamente fraco;
- Fase remodeladora - o osso neoformado é remodelado em osso
lamelar mais resistente pela ação organizada dos osteoclastos na
reabsorção óssea e pela formação óssea pelos osteoblastos.
A reparação óssea, segundo Gerbi (2001,2005) é um processo
onde há substituição de células lesadas por outras neutras de mesma
morfologia e função. Esta reparação pode se dar de duas maneiras: através da
regeneração, onde há a substituição de células lesadas por outras da mesma
Revisão de Literatura
37
morfologia e função, e da cicatrização, onde há a substituição pelo tecido
colágeno.
Ennes; Consolaro (2004) avaliaram a ossificação da sutura
palatina mediana em crânios humanos de diferentes grupos etários e
concluíram que a ossificação da sutura palatina mediana inicia-se
principalmente na fase adulta e no segmento posterior. Segundo os autores, as
suturas cranianas, consideradas estruturas osteogênicas promotoras das
adequações locais de crescimento, evoluem gradativamente para a sinostose.
As citocinas estimulam a neoformação óssea em níveis elevados sendo que os
mesmos mediadores estimulam a absorção óssea.
Malmström e Gurgel (2007), Avaliou a neoformação óssea na
região da sutura palatina mediana em pacientes adultos submetidos à
expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente, onde utilizaram 126
radiografias oclusais de 21 pacientes obtidas da fase inicial e até 120 dias de
contenção, digitalizadas em scanner para avaliação da densidade óptica.
Concluíram que os valores de pixels mostraram uma variabilidade individual no
processo de remodelação da sutura e não houve equiparação da densidade
óptica no período final de contenção aos valores iniciais, demonstrando que o
prazo de 120 dias não foi suficiente para a completa neoformação e
remodelação óssea da sutura.
Simões, Araújo e Bittencourt (2003), avaliaram a maturação
óssea na região da sutura Palatina mediana após disjunção rápida da maxila,
por meio da variação da densidade ótica, comparando os valores pré-expansão
com aqueles encontrados na fase de contenção. Foram utilizadas 109
Revisão de Literatura
38
radiografias oclusais totais da maxila, nos estágios pré-expansão e nos 3
primeiros meses de contenção, de 37 pacientes sendo 25 do gênero feminino e
12 do gênero masculino na faixa etária de 6 a 11 anos, todos apresentavam
mordida cruzada posterior utilizando para correção o aparelho expansor fixo
tipo Haas modificado. Concluiu-se que os valores médios da densidade ótica,
logo após a expansão, apresentaram-se menores quando comparados aos
medidos nas radiografias pré-expansão, e que a partir do 1 mês em contenção
esta densidade tendeu a aumentar com o decorrer do tempo e mesmo assim o
valor do 3 mês não foi equivalente ao valor pré-tratamento. A maturação óssea
na região anterior ocorre precocemente em relação à região posterior.
2.4 O laser em Odontologia
A utilização terapêutica da energia luminosa vem desde os
primórdios da civilização, e em 1903, o prêmio Nobel de medicina foi destinado
ao Dr. Nielo Ryberg Finsen pelo tratamento realizado com a luz solar em um
paciente que apresentava um tipo de tuberculose de pele (NEVES et al., 2005).
A palavra Laser é a sigla da expressão "Light Amplification by
Stimulated Emission of Radiation" (Luz Amplificada pela Emissão Estimulada
de Radiação). Lasers são instrumentos capazes de levar energia aos tecidos
com grande precisão (PINHEIRO ; FRAME, 1992).
Revisão de Literatura
39
O Laser é um tipo especial de luz em que se obteve, por um
processo puramente físico, um raio extremamente fino, de alta precisão e de
grande potência (GUTKECHT e EDUARDO, 2004), envolvendo novas e
incalculáveis perspectivas no campo das pesquisas biológicas e aplicações nos
mais diversos campos da saúde. A laserterapia tornou-se uma realidade em
muitos países. Seu emprego, por profissionais da área odontológica e médica,
tem crescido constantemente (PANARELLO, 2003).
O uso do Laser em Odontologia foi sugerido há
aproximadamente 35 anos como um meio de energia luminosa para remover
ou modificar tecidos moles e duros da cavidade oral.
Os princípios que guiaram o seu desenvolvimento foram
propostos em 1917 por Albert Einstein que descreveu o terceiro processo de
integração da matéria: a emissão estimulada de irradiação. Estes princípios,
juntamente com a teoria de Bohr e o desenvolvimento de ressonadores ópticos,
formaram a base dos conhecimentos que levaram Schalow e Townes a
descrever os princípios físicos dos Lasers em 1958. A primeira aplicação com
sucesso da emissão estimulada de microondas, entretanto, foi relatada por
Gordon e colaboradores em 1955 (PINHEIRO; FRAME, 1992; GUTKECHT e
EDUARDO, 2004).
Em 1960, Maiman, físico do Hughes Research Laboratories,
Malibu Califórnia, com base nas teorias de Albert Einstein, obteve a emissão
estimulada de radiação no espectro visível, através da estimulação de um
cristal de rubi com intensos pulsos luminosos, criando assim, o primeiro laser
Revisão de Literatura
40
sólido, sendo este o primeiro Laser cirúrgico, denominado Stimulated Optical
Radiation (VARANDAS; GENOVESE, 2000).
Também por volta da década de 60 desenvolveu-se o Laser de
CO2, útil para a área médica pela sua alta absorção por moléculas de água e
em meados dos anos 80, testou-se in vivo o uso do laser de argônio,
produzindo janela naso-antral (VARANDAS, GENOVESE, 2007). Em 1977, o
FDA aprovou a utilização do laser Er:YAG para preparos cavitários nos EUA
(AZEVEDO, MAGALHÃES e DIAS, 2003).
No Brasil, a introdução da tecnologia do Laser foi bastante
tardia em comparação com outros países, principalmente nos países da
Europa e nos Estados Unidos. Os trabalhos pioneiros nesta área remontam à
segunda metade da década de 80, e foram realizados por Duarte além de
outros pesquisadores em São Paulo. Posteriormente trabalhos na área foram
publicados por Silveira e colaboradores (PINHEIRO, 1998, WATANABE, 1999).
O Laser é uma forma de radiação não ionizante altamente
concentrada, que em contato com os diferentes tecidos resulta, de acordo com
o tipo do Laser, em efeitos térmicos, fotoquímicos, e não-lineares. Por ser uma
forma de energia não-ionizante, ao contrário de outras formas de radiação
usadas terapeuticamente, tais como raios X, Gama e nêutrons, a radiação
Laser se torna não invasiva e é muito bem tolerada pelos tecidos, não
possuindo efeitos mutagênicos e podendo ser usada repetidamente, sem riscos
para o paciente (PINHEIRO, FRAME, 1992; BRUGNERA JÚNIOR, PINHEIRO,
1998; Gerbi, 1999, 2001, GUTKECHT e EDUARDO, 2004).
Revisão de Literatura
41
Alguns conceitos básicos são necessários para a compreensão
da ação do Laser e dos seus efeitos teciduais (WALSH 1997), dentre eles:
- Comprimento de onda: corresponde à distância entre dois picos
máximos e dois picos mínimos, medida na direção em que a onda está
se movimentando.
- Freqüência de onda: é a quantidade total de ondas que passam por um
determinado ponto durante o período de um segundo.
- Densidade de potência (DP): regula a quantidade de energia que é
entregue aos tecidos.
- Densidade de energia (DE): é a relação entre a energia administrada por
um emissor Laser e a superfície de irradiação do raio de luz Laser ou
spot, e é expressa em J/cm². Geralmente refere-se a ela quando se fala
em dose de tratamento ( WATANABE, 1999).
Além desses fatores físicos, devem ser considerados os fatores
temporais, como por exemplo, a forma de emissão da luz: se esta é de forma
contínua ou pulsátil, ou ainda desencadeada; a taxa e a duração da pulsação.
Deve-se considerar se são utilizadas fibras de contato ou não, ou se o raio é
focado ou desfocado (PINHEIRO, 1998).
As radiações ópticas produzidas pelos diversos tipos de Lasers
possuem basicamente as mesmas características, pois são geradas através do
mesmo princípio, entretanto, pode-se trabalhar com o Laser buscando
resultados bastante específicos, uma vez que o que determina a sua interação
Revisão de Literatura
42
com o tecido é a densidade de potência óptica do sistema e o seu comprimento
de onda (ALMEIDA-LOPES, 2004).
Zhang et al.(1998), alertaram que o sucesso clínico do uso do
Laser depende do seu comprimento de onda, potência, duração de pulsos,
tempo de exposição e natureza do tecido a ser irradiado. Provavelmente estes
sejam os fatores que determinem resultados tão diferentes na literatura, já que
os parâmetros empregados são diversos. O número de combinações destes
fatores são infinitos, muitos dos quais poderão resultar em danos inaceitáveis
para os tecidos (GUTKECHT e EDUARDO, 2004; SILVIA E SOUZA, 2004).
Várias classificações têm sido propostas para os diversos tipos
de Laser. Pinheiro (1998), prefere uma classificação mais ampla, na qual os
Lasers são divididos em dois grandes grupos: os Lasers não cirúrgicos e os
Lasers cirúrgicos (WATANABE, 1999).
O primeiro grupo é o dos Lasers de alta intensidade, que
possuem a propriedade de corte tecidual, pela ablação do conteúdo celular. As
diversas terminologias aplicadas a este grupo incluem Lasers quentes,
cirúrgicos e ablativos.
O segundo grupo são os dos Lasers não ablativos, podendo
ainda ser designados como vermelhos e infravermelhos, de acordo com o
espectro de luz em que os mesmos se encontram. São também denominados
de Laser frio, "soft laser", Laser não cirúrgico, de baixa intensidade, de baixa
potência e terapêutico. A sua atividade ocorre no campo da biomodulação
tecidual (MATEOS, 2005).
Revisão de Literatura
43
Os efeitos do Laser não ablativo na cicatrização de feridas
cirúrgicas são genericamente atribuídos ao incremento da taxa de proliferação
celular e/ou ao incremento do metabolismo intracelular. Entretanto, esta
correlação positiva entre a luz Laser e os tecidos, não se encontra ainda bem
elucidada na literatura. Assim, as interações do Laser com os tecidos em que
ele incide têm-se tomado alvo de muitas especulações e pesquisas.
Tanto o Laser de alta, como o de baixa potência, podem ter
ações antimicrobiana muito eficazes. O de alta potência destrói bactérias e
outros microrganismos por aumento de temperatura. Já os Lasers de baixa
potência podem ter efeito antimicrobiano quando associados a corantes que
absorvem a radiação. É a chamada terapia fotodinâmica (Photodynanlic
Therapy - PDT), atualmente empregada na prática clínica para tratar câncer.
“Na PDT, a radiação Laser absorvida pelo corante ativa reações químicas no
ambiente rico em oxigênio, gerando radicais livres e outras substâncias que
inalam células ou microrganismos”, explica a pesquisadora Martha Ribeiro do
CLA - IPEN. O procedimento elimina até 100% dos microrganismos in vitro,
sem propiciar o surgimento de cepas bacterianas resistentes, o que é comum
quando se faz uso freqüente de antibióticos, ou anti-sépticos. Até recentemente
restrita a estudos in vitro, a terapia fotodinâmica vem apresentando bons
resultados (MATEOS, 2005).
Os Lasers podem ser também classificados de acordo com o
seu funcionamento em contínuo ou pulsátil, e ainda com a natureza do seu
meio ativo em: sólidos, gasosos ou semi-condutores (PINHEIRO; FRAME,
1992).
Revisão de Literatura
44
O Laser nada mais é do que luz e, portanto tem o
comportamento da luz, ou seja, pode ser absorvido, refletido ou transmitido,
sofrendo ou não espalhamento no processo. Entretanto é uma luz com
características muito especiais, tais como: coerência, monocromaticidade,
unidirecionalidade, o que a diferencia totalmente da luz natural (ALMEIDA-
LOPES, 2004).
A luz Laser é pura e composta de uma única cor, e o efeito
colimado apresenta todas as ondas sempre paralelas entre si, não havendo
dispersão, ou seja, são capazes de percorrer longas distâncias sem aumentar
seu diâmetro (BRUGNERA JUNIOR et al. 2003).
Para a compreensão do Laser e suas características físicas e
ópticas são necessárias algumas explicações a respeito da física do Laser,
propriedades da luz e sua interação com os tecidos biológicos, que são
apresentadas no tópico que segue.
2.4.1 Biofísica do Laser
A maioria dos Lasers é composta dos seguintes elementos,
conforme destacou Zezell (2001), citado por Damante (2003):
- Ressonador : trata-se de um tubo ou cavidade óptica com um arranjo de
espelhos que amplificam os efeitos do Laser. Um dos espelhos contidos
na cavidade é de reflexão total e o outro de reflexão parcial.
Revisão de Literatura
45
- Meio ativo : determina o comprimento de onda da luz emitida. Pode ser
sólido como o neodímio, érbio e os Lasers semicondutores de arseneto
de gálio e alumínio (GaAsAI) e arseneto de gálio (GaAs). Entre os meios
ativos gasosos estão o argônio, hélio-neônio (He-Ne), dióxido de
carbono (CO-,). Já os Lasers líquidos são compostos de corantes
orgânicos.
- Mecanismo de excitação ou bombeamento : consiste em uma fonte de
energia externa que excita os elétrons do meio ativo. Pode ser uma
descarga elétrica, o disparo de um flash e até uma ativação por outro
Laser.
Na natureza, os elétrons estão em estado de equilíbrio. Após
estímulo por alguma energia externa, eles passam para um estado de
excitação. Para voltar ao estado de equilíbrio, eles emitem um fóton, que é uma
partícula de energia. Dentro do ressonador, esses fótons se propagam num
eixo entre os dois espelhos e deixam a cavidade através do espelho
semitransparente na forma de um feixe de luz. Essa luz possui propriedades
únicas que a diferenciam da luz comum (DAMANTE, 2003):
- Monocromaticidade : cada onda de luz tem exatamente o mesmo
comprimento, ou seja, a mesma cor. É diferente da luz branca que pode
se decompor em sete cores.
- Coerência : o feixe se propaga na mesma direção no tempo e no
espaço e com a mesma freqüência.
Revisão de Literatura
46
- Colimação : a luz é unidirecional. Não há divergência do feixe de
luz. Exemplos comuns são as ponteiras Laser, que emitem um ponto
com diâmetro constante, não importando a distância da tela. Já o feixe
de uma lanterna aumenta seu diâmetro e diminui sua intensidade
conforme a afastamos de uma parede.
Para que o Laser chegue ao tecido-alvo, a luz pode passar
através de lentes, microscópios, braços articulados e fibras ópticas, estas
últimas são mais usadas na Odontologia, facilitando o acesso à boca. Quando
o Laser atinge um tecido biológico, pode haver quatro tipos de interação:
- Absorção : a luz é absorvida por componentes do tecido como a
água, hemoglobina, melanina.
- Reflexão : parte da luz incidente é refletida e perdida.
- Espalhamento : parte da luz se espalha pelo tecido perdendo sua
potência. O fenômeno do espalhamento pode ser visto ao acionar uma
ponteira Laser em contato com o dedo. Todo o dedo fica iluminado, mas
a luz não o atravessa.
- Transmissão : a luz atravessa toda a espessura do tecido.
Segundo Almeida-Lopes (2004), os lasers são classificados de
acordo com sua periculosidade. Não existe em nosso país um Órgão do
governo que regulamenta o uso do Laser, por isso a norma que temos adotada
para equipamentos laser é a ABNT IEC, que é a versão européia da norma
Revisão de Literatura
47
americana e, de acordo com ela, os equipamentos de Laser são classificados
em categorias:
- Classe 1 – equipamentos inofensivos que não demandam a
utilização de nenhum procedimento ou equipamento de segurança.
- Classe 2 – equipamentos que podem provocar danos aos olhos,
sendo imprescindível a utilização de óculos de proteção compatíveis
com o comprimento da onda gerado pelo uso do Laser em questão.
- Classe 3 - Lasers de alta potência que podem causar dano ocular
não apenas por contato direto, mas também quando refletidos. São
danosos à pele e inflamáveis.
Os comprimentos de onda da luz visível e infravermelho (400 a
1400nm) são potencialmente perigosos para os olhos, pois atravessam a
córnea e o cristalino, causando danos na retina. A quantidade de perigo para a
retina aumenta com a dilatação da pupila e com a duração do Laser. Para
evitar tais danos é obrigatório o uso de óculos de proteção durante a aplicação
do Laser pelo operador, paciente e toda a equipe. Existem óculos para cada
tipo de Laser, pois eles são capazes de filtrar comprimentos de onda
específicos (ALMEIDA-LOPES, 2004).
2.4.2 Lasers de baixa intensidade
O Laser de baixa intensidade surgiu com Mester, na Hungria em
1967 e foi considerado um bioestimulador que vem sendo utilizado por
Revisão de Literatura
48
dentistas brasileiros há cerca de 20 anos Lizarelli (2003). A terapia com Lasers
em baixa intensidade utiliza porções do espectro visível e infravermelho de luz.
As primeiras pesquisas foram feitas com Lasers de rubi, argônio e hélio-neônio
que estão no espectro visível. Recentemente, os Lasers de diodo semicondutor
de arseneto de gálio (GaAs) e arseneto de gálio e alumínio (GaAlAs) no
espectro infravermelho têm se tornado mais populares. Inicialmente eram
utilizados Lasers com potências de até 1mW, mas com o desenvolvimento da
tecnologia os aparelhos passaram a ter potências entre 10 a 90 mW, o que
diminuiu o tempo de aplicação.
De acordo com Neves et al. (2005) entre os Lasers de baixa
intensidade encontram-se os Lasers: He-He (Hélio-Neônio), diodo (arseniato de
gálio – AsGa e Arseniato de gálio e alumínio – AsGaAl).
O Laser de hélio-neônio (He-Ne) é o mais antigo dos Lasers e
surgiu na década de 70. Emite ondas de luz no espectro visível, geralmente em
torno de 630 nm. Trabalha em modo contínuo, mas pode ser pulsado. Sua
potência é de um a 10mW e pode ser aplicado diretamente ou através de fibras
ópticas. A profundidade de penetração é de seis a l0 nm, dependendo de sua
potência.
O diodo semicondutor de arseneto de gálio (GaAs) surgiu na
década de 80. Possui comprimento de onda de 904nm no espectro
infravermelho e usualmente trabalha no modo de pulsos. Devido ao modo
pulsado penetra mais profundamente nos tecidos chegando a alcançar 30 a 50
mm.
Revisão de Literatura
49
O diodo semicondutor de arseneto de gálio e alumínio (GaAlAs)
tem comprimentos de onda de 780 a 870 nm. Sua luz é invisível e está no
espectro infravermelho. Alguns diodos GaAIAs possuem comprimento de onda
no espectro vermelho. Seu modo de operação é contínuo na maioria dos
aparelhos. A profundidade de penetração é de 20 a 30 mm. Esse Laser
adquiriu muita popularidade nos anos 90 por ser um aparelho pequeno, leve e
de custo razoável, utilizando potências de até 20 mW. Também possui pontas
intra-orais esterilizáveis com uma luz guia vermelha, pois o Laser é invisível.
Os Lasers de diodo (semicondutores) possuem o mecanismo de
funcionamento um pouco diferente da maioria dos Lasers. Eles consistem num
"sanduíche" de pólos positivo e negativo, sendo a radiação emitida pelas
laterais desse sanduíche. Se as faces laterais forem bem polidas
perpendicularmente à saída do feixe, elas podem servir como os espelhos do
ressonador. Isso faz com que esses aparelhos sejam bem compactos. A junção
positiva/negativa de arseneto de gálio e alumínio é um diodo emissor de luz, o
qual é levado à emissão Laser pela passagem de uma alta corrente elétrica
(NICOLAU, 2001)
Para que se obtenha a resposta biológica adequada é
necessário atingir a dose ótima de radiação, o comprimento de onda correto e
o número de aplicações suficientes para se produzir efeito. Os seguintes
parâmetros devem ser observados: escolha do comprimento de onda,
densidade de energia (dose ou fluência), densidade de potência (intensidade),
tipo de regime de operação do Laser e número de tratamentos. A potência do
Laser é o valor dado pelo fabricante em Watts (W). A densidade de potência é
Revisão de Literatura
50
a potência de saída de luz por unidade de área medida em Watts por
centímetro quadrado (W/cm2). A densidade de energia, também chamada de
dose, é a grandeza que avalia a possibilidade de estímulo ou inibição dos
efeitos do Laser. É a quantidade de energia por unidade de área transferida
ao tecido. Geralmente é expressa em Joules por centímetro quadrado (J/cm2).
Das propriedades da luz Laser, a colimação não parece ser
crucial para causar os efeitos do Laser visto que é rapidamente degradada ao
passar pelos tecidos (efeito de espalhamento). A monocromaticidade parece
ser vital, porque pois os efeitos nas células são causados por comprimentos
de onda de uma estreita faixa do espectro da luz. Os Lasers em baixa
intensidade estão numa faixa do espectro que não é absorvida por muitos
componentes do organismo e, por isso, têm maior profundidade de
penetração. Comprimentos de onda mais longos são mais resistentes ao
espalhamento e penetram mais nos tecidos. A luz vermelha do Laser de He-
Ne penetra 0,5 a 1,0 mm antes de perder 37% de sua intensidade, enquanto
que a luz infravermelha do Laser de GaAlAs penetra mais de 2 mm antes de
perder a mesma quantidade de energia. A terapia a Laser envolve
usualmente exposições de 4J/cm2, o que significa uma penetração de 0,5 a
2,5 cm podendo atingir até nervos, músculos e articulações (GENOVESE,
2007).
Os mecanismos biomoleculares da ação do Laser em baixa
intensidade são bem diferentes dos mecanismos térmicos do Laser de alta
potência. O evento inicial que ocorre é a absorção da luz por moléculas do
tecido-alvo, as quais são chamadas de cromóforos. Outras moléculas
Revisão de Literatura
51
fotossensitivas são a clorofila na fotossíntese e a rodopsina na visão. Os
citocromos são enzimas da cadeia respiratória e estão presentes nas
mitocôndrias das células. São responsáveis por converter ADP em ATP, que
fornece energia para a célula e dirige o seu metabolismo (síntese de
proteínas, replicação, mobilidade celular, manutenção do potencial da
membrana).
Como os citocromos são fotossensíveis, a energia do Laser é
absorvida e convertida em energia para a célula (ATP).
As funções terapêuticas no campo da analgesia e
biomodulação do processo inflamatório são geralmente desenvolvidas no
espectro vermelho e infravermelho da luz de 600 nm a 900 nm
aproximadamente. Outros comprimentos de onda desde Nd:YAG (1064 nm)
até o dióxido de carbono (10600 nm), facilitada pela hematoxilina e eosina,
podem ser nitidamente observadas por esta coloração (PANARELLO, 2003).
No espectro entre 500 e 1200 nm, não há uma molécula
específica que absorva toda energia do laser. Como exemplo, a
hemoglobina e melanina interagem com comprimento de onda de 500 nm do
Laser de argônio. Toda energia é absorvida por esses pigmentos e a luz não
atinge outras áreas do tecido. Já a água interage com o Laser de C02 no
espectro de 10.000 nm. Esse intervalo de 500 a 1200 nm é chamado de
"janela óptica" dos tecidos. Por não haver moléculas de absorção específica
para esses comprimentos de onda, o tecido permite a livre passagem e
espalhamento dos raios vermelhos e infravermelhos dos Lasers em baixa
intensidade até que cheguem aos citocromos das mitocôndrias.
Revisão de Literatura
52
Os Lasers de baixa intensidade possuem um efeito
eminentemente analgésico, antiinflamatório e biomodulador, sendo
utilizados como nos casos de aftas, herpes labial, queilite angular, trismos,
parestesia, hipersensibilidade dentinária, pós-cirúrgicos, pós-intervenções
endodônticas. Como efeitos da laserterapia podem ser citados os aumentos
da microcirculação local e da velocidade da cicatrização (LIZARELLI, 2003).
Segundo Donato; Boraks (1993) apud Ciconelli et al (1998) o
laser de baixa potência melhora a circulação de maneira geral do tecido
subcutâneo, favorecendo a drenagem linfática, acelera o metabolismo
celular, estimula a secreção de hormônios como as beta-endorfinas e
encefalinas; provoca o aumento do número de fibroblastos e possui ação
imunógena, ou seja, apresenta requisitos diretamente aplicáveis numa
situação pós-operatória tanto imediata, quanto mediata.
Os benefícios clínicos trazidos pelos soft Lasers estão
relacionados à aceleração da atividade enzimática, à aceleração na
regeneração das artérias sanguíneas, à melhora no fluxo sanguíneo e à
ativação dos tecidos vitais, sendo assim, utilizados para efeito analgésico,
antiinflamatório e bioestimulante (SILVA, CECCHNI e EDUARDO, 1992).
Karu (1995) citado por Werneck et al. (2002) escreveram
sobre a habilidade da luz monocromática vermelha do uso do Laser de
HeHe 632,8 nanômetros induzir um aumento no nível de adenosina trifosfato
(ATP) celular, dependendo da fase de crescimento celular.
Smith (1991) sugeriu o mecanismo de ação para a luz
infravermelha. Devido a suas propriedades fotofísicas e fotoquímicas, ela
Revisão de Literatura
53
inicia a cascata de eventos metabólicos através de efeitos fotofísicos nas
membranas, agindo nos canais de cálcio. Apesar de efeitos diferentes, a
resposta final é a mesma.
Nenhum efeito colateral foi observado com o uso de Lasers
no espectro vermelho e infravermelho, pois seus fótons são de baixa energia
e não causam ionização. Causam somente excitação e calor. Já os raios
UVB e raios X estão no espectro abaixo do ultravioleta. Estes possuem
fótons de alta energia podendo ionizar átomos, partindo suas ligações
químicas e causando mutações.
2.4.3 Laser em baixa intensidade na cicatrização de feridas
Em 1985, Mester, Mester e Mester realizaram uma análise
microscópica dos efeitos do Laser de rubi na cicatrização de feridas no dorso
de camundongos, aplicando o Laser com dose de 1,1 J/cm2, duas vezes por
semana, através de quatro sessões. Observaram aumento da atividade
celular nas bordas e base da ferida, aumento na divisão celular com formação
mais rápida de tecido de granulação concluindo que ocorreu um fechamento
mais rápido na ferida do lado teste.
Mester et al (1971) analisaram fotográfica e histologicamente
os efeitos do Laser de rubi (694,3nm - vermelha) em feridas mecânicas e
queimaduras de terceiro grau feitas no dorso de camundongos. O laser foi
Revisão de Literatura
54
utilizado no modo de pulsos e com doses de 1, 4 e 5 J/cm2, duas vezes por
semana, perfazendo um total de seis sessões. Um dimídio dos animais foi
utilizado para controle e o outro foi irradiado. O período avaliado foi de 7 a 14
dias. O melhor efeito na aceleração da cicatrização foi obtido com 1,1 J/cm2,
tanto para as feridas mecânicas, quanto para as queimaduras. No sétimo dia,
a ferida cirúrgica do lado do teste, tinha metade do tamanho do lado-controle
e, com 14 dias, estava completamente fechada.
Em 1974, os mesmos autores realizaram um trabalho em
humanos utilizando o Laser de He-Ne para tratamento de úlceras persistentes
com as mais variadas etiologias, as quais não respondiam a tratamento
convencional. Dos 970 casos tratados com Laser, 875 obtiveram cura, 160
obtiveram melhora e apenas 85 não responderam ao tratamento.
Em 1981, Kana et al. compararam os efeitos do Laser de He-
Ne (632,8nm - vermelha) e argônio (514,5nm - verde) na cicatrização de
feridas mecânicas no dorso de ratos através de 12 grupos com oito animais
cada, que foram irradiados diariamente durante 17 dias, com dosagens de 4,
10 e 20 20J/cm². Foram feitas duas feridas e uma delas serviu de controle.
Um grupo de animais não irradiados serviu como controle independente. As
feridas foram fotografadas e a evolução da cicatrização foi avaliada
planimetricamente. A quantidade de colágeno foi medida no 18° dia por
métodos bioquímicos. Entre o 3° e 12° dia, o fechamento da ferida no grupo
irradiado com He-Ne J/cmz foi mais acelerado e a produção de colágeno foi
maior. Os autores observaram certa desaceleração no processo cicatricial
com as dosagens de 20J/cm², para ambos os Lasers, sugerindo que altas
Revisão de Literatura
55
dosagens podem ter efeito contrário ao esperado. O Laser de argônio não
provocou diferenças significantes em nenhuma das dosagens, talvez por
provocar um efeito sistêmico na área ou pelo fato de as células epiteliais
responderem mais favoravelmente à luz vermelha.
Almeida-Lopes (2004) estudaram o efeito de várias doses de
radiação emitidas por laser de HeNe (632,4nm) em 105 coelhos sugerindo
estímulo na osteogênese. Verificaram que a terapia a Laser de baixa potência
(TLBP) causava efeitos nas células osteoblásticas e na regeneração óssea.
Mester, Mester e Mester. em 1985, através de um artigo de
revisão de seus trabalhos com Laser em baixa intensidade relatam as
experiências de 20 anos de uso do Laser em diversos sistemas biológicos,
mostrando que há um efeito estimulante sobre as células. Estudos com
microscopia eletrônica mostraram um aumento de fibras colágenas e
presença de vesículas relacionadas à produção de colágeno. Medindo a
atividade celular, concluíram que o Laser afeta a fase colagênica da
cicatrização de feridas. Outros efeitos observados foram o aumento da
produção de vasos sangüíneos e síntese de DNA e RNA, a qual pode ser
percebida pelo número de mitoses no tecido. E, finalmente, o Laser é capaz
de aumentar a produção de prostaglandinas E e F, o que contribui para a
aceleração da cicatrização.
Strang et al. (1988) compararam trabalhos em que a terapia
com Laser em baixa intensidade produziu a aceleração da cicatrização de
feridas cutâneas, com outros trabalhos onde não ocorreram alterações
significantes nos tecidos. A discussão mostrou que falta a padronização dos
Revisão de Literatura
56
estudos, pois existe grande variação na escolha do modelo animal, tamanho
da ferida cirúrgica, métodos de análise do efeito do Laser. De acordo com os
autores, muitos artigos não trazem informações fundamentais como potência
utilizada, modo de pulsos ou contínuo e duração da exposição.
Braverman et al., em 1989, avaliaram os efeitos do Laser de
He-Ne (632,8nm - vermelho) e do Laser GaAsAl (904nm - infravermelho) na
reparação tecidual em coelhos. Foram utilizados 72 animais divididos em
quatro grupos: controle, Laser He-Ne em modo contínuo, Laser GaAlAs em
modo de pulsos, e ambos os Lasers juntos. O grupo do Laser He-Ne recebeu
dose de 1,65 J/cm2 e o do Laser infravermelho, 8,25 Rcmz. No grupo que
recebeu os dois Lasers, estas doses foram somadas. Medidas do fechamento
da ferida foram feitas através de fotografias tiradas desde o primeiro dia até
21 dias de pós-operatório. Foi feita análise histológica para medição da
espessura epidermal e da deposição geométrica do colágeno. Nessas
análises, não houve diferença estatisticamente significante entre os lados-
teste, controle e grupo-controle isolado para ambos os Lasers. A força de
tensão do tecido foi analisada e houve maior resistência à tensão nos grupos
tratados em relação ao grupo-controle. Essa diferença foi estatisticamente
significante apenas dos grupos-teste para o grupo-controle e não para
diferentes lados num mesmo animal, sugerindo a liberação de algum fator na
circulação, causador de efeito sistêmico.
Rochkind et al. em 1989 analisaram os efeitos do Laser de He-
Ne (632,8nm) na cicatrização de feridas cutâneas, queimaduras e
regeneração nervosa através de uma pesquisa realizada em ratos. Para cada
Revisão de Literatura
57
análise havia um lado-teste e controle no mesmo animal e um grupo-controle
individualizado. O Laser foi aplicado durante 21 dias e a dose variou de 7,6 a
10 J/cm2. No grupo onde foram feitas feridas cutâneas, houve cicatrização
mais rápida no lado onde o Laser foi aplicado. O lado oposto (controle) estava
mais bem cicatrizado que o grupo-controle isolado que não foi irradiado. A
avaliação da cicatrização de queimaduras também obteve resultados
positivos. O lado esquerdo (controle) demorou mais a cicatrizar, porém não
tinha os sinais de gangrena e necrose presentes no grupo não irradiado. O
Laser não causou efeito no potencial de ação de nervos intactos, porém em
nervos lesados por compressão houve um efeito prolongado da ação no
grupo irradiado. O potencial de ação do nervo após um ano chegou a 133%
do potencial inicial, sendo que no grupo não irradiado o valor chegou apenas
a 67%. Finalmente, a análise histológica da corda espinhal correspondente ao
nervo lesado mostrou degeneração nos nervos motores no grupo não tratado
e normalidade no grupo-teste. Os autores sugerem que os efeitos sistêmicos
do Laser podem ocorrer pelo aumento da capacidade de fagocitose dos
leucócitos no caso das feridas cutâneas, e a regeneração nervosa pode ser
estimulada pela liberação de fatores de crescimento.
Almeida-Lopes (2004) estudaram o efeito da irradiação com
Laser de HeHe (632,8nm), com potência de 6mW, em fratura de fêmur de
rato, através de análise ultraestrutural e hormonal. Os resultados levaram os
autores a concluir que a terapia a Laser de baixa potência (TLBP) aumenta a
vascularização e o rápido aparecimento de células osteogênicas.
Revisão de Literatura
58
Almeida-Lopes (2004) realizaram um estudo dos efeitos do
Laser de GaAlAs (830 nm) na cicatrização de feridas no palato de cães.
Levantou-se um retalho total no palato deixando-se a superfície óssea
exposta em dois grupos experimentais. O grupo-controle não foi operado. O
Laser foi aplicado em um dos grupos-teste, em 4 pontos da ferida, com dose
total de 1J/cmz, 3 vezes por semana, totalizando 10 sessões. O outro grupo-
teste operado, não recebeu nenhum tratamento a Laser. A avaliação clínica
foi feita por meio de fotografias no período de 0 a 13 semanas. Seis pontos de
tatuagem foram marcados ao longo das bordas da ferida para medição da
contração nos grupos operados e no grupo-controle não operado. Não houve
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos-teste em relação à
cicatrização e ao crescimento epitelial e conjuntivo das margens da ferida. Os
resultados sobre contração da ferida mostraram diferenças significantes
apenas entre o grupo operado que não recebeu laser e o grupo-controle não
operado.
Os efeitos analgésicos do Laser de He-Ne (632,8 rim) após
extração de terceiros molares em humanos foram estudados por Clokie et al.
em 1991. O Laser foi aplicado com dose de 5,4J/cm2 em modo de varredura
na área operada. Um lado foi usado como teste e o outro recebeu placebo.
Dos 15 pacientes estudados, 60% tiveram menor dor no lado-teste, 20% no
lado-controle e em 20%, ambos os lados foram semelhantes. Com relação ao
edema, a maioria (46,7%) não mostrou diferenças entre os lados (26,7% teve
edema maior no lado teste e 26,7% no lado-controle).
Revisão de Literatura
59
Chomette et. al (1987), Tunér; Hode (1996) realizaram uma
análise da cicatrização gengival em 14 pacientes, através de uma biópsia na
área irradiada com Laser He-He e outra da área não irradiada, que serviu
como controle. Tanto em pacientes que possuíam gengivite, quanto em
pacientes com gengiva clinicamente saudável, a cicatrização foi mais rápida
para o lado-teste, demorando 14 dias para estar completa, enquanto que no
lado controle, demorou 21 dias.
Em 1997, Rydén, Persson e Bergströn estudaram os efeitos do
laser na redução da inflamação gengival em humanos. Foi provocada
gengivite experimental em 10 mulheres após 21 dias sem higienização. Após
esse período, foi feita profilaxia profissional e foram retomados os hábitos de
higiene. O Laser foi aplicado a cada 3 dias durante 6 dias com dose de
0,5J/cmz. O lado oposto do próprio paciente foi considerado como controle.
Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os lados com
relação ao acúmulo de placa e índice de sangramento gengival. A análise
estereofotográfica da reação vascular, que quantifica a reação inflamatória,
também não mostrou diferenças significantes entre os grupos.
Nesse mesmo ano, através de um estudo in vitro, Yu, Naim e
Lanzafame (1997) investigaram a produção do fator de crescimento
transformador (TGF 02) e do fator derivado de plaquetas (PDGF) de
fibroblastos irradiados com Laser nos seguintes comprimentos de onda: 630,
640, 650, 660nm. Os autores concluíram que o Laser modula a liberação de
TGF R e PDGF pelos fibroblastos e sugerem que a bioestimulação pelo Laser
Revisão de Literatura
60
pode estar associada à regulação das células via produtos autócrinos dos
diferentes fatores de crescimento.
Conlan, Rapley e Cobb (1996) fizeram uma revisão da
literatura a respeito da bioestimulação da cicatrização de feridas a partir da
análise de vários trabalhos sobre efeitos do Laser na proliferação de
fibroblastos, síntese de colágeno, mecanismo de ação do Laser e reparo de
feridas em animais e humanos. Concluíram que há trabalhos mostrando tanto
resultados positivos quanto negativos dos efeitos do Laser, e seu mecanismo
de ação sobre as células não está esclarecido devido à grande variação entre
os parâmetros de aplicação. Os autores não encorajam a terapia Laser em
humanos por falta de estudos convincentes e controlados.
Skinner et al. (1996) investigaram a produção de procolágeno
e divisão celular em culturas de fibroblastos embrionários humanos,
estimuladas pelo Laser GaAs (904 nm). Ao aplicarem doses de 0 a 1J/cm2,
durante quatro dias, verificaram que ocorreu um pico na síntese de colágeno
e replicação do DNA, após 4 sessões diárias, com doses de 0,099 e
0,522J/cm2. Concluíram que os fibroblastos em estágio embrionário
respondem melhor aos estímulos do Laser em baixa potência.
Yu, Naim e Lanzafame (1997) realizaram um estudo em ratos
diabéticos os quais foram divididos em quatro grupos, sendo um controle, um
que recebeu fator de crescimento derivado de fibroblastos (FGF) tópico, um
que recebeu Laser de argônio (630nm - 5J/cm2) e o último onde foi aplicado
Laser associado ao FGF tópico. Os tratamentos foram aplicados diariamente
Revisão de Literatura
61
durante quatro dias. Os autores verificaram que o Laser teve efeito
significante na cicatrização das feridas em relação ao grupo-controle.
Reddy, Stehno-Bittel e Enwemeka (1998) citado por Werneck
et al. (2002) realizaram um estudo sobre os efeitos da foto-estimulação Laser
sobre a produção de colágeno nos tendões de Aquiles de coelhos. O
tratamento foi realizado com o Laser de He-He, com aplicações diárias de
energia de 1J/cm², durante 14 dias. As análises bioquímicas dos tendões
revelaram 26% de aumento na concentração de colágeno, indicando um
processo de cicatrização mais rápido nos tendões dos animais irradiados,
quando comparado aos do grupo-controle não irradiado.
Almeida-Lopes em (2004) estudaram os efeitos do Laser de
GaAlAs (890nm), com doses variadas, na cicatrização de feridas pós-radiação
com dose alta de raios X. Utilizaram 5 grupos de camundongos, sendo que o
primeiro não foi irradiado, dois grupos foram irradiados com raios X 20Gy e
três grupos receberam o raio X mais irradiação Laser 3 vezes por semana,
com doses de 0,18; 0,54 e 1,45J/cm². Segundo os autores, a radiação com
raios X efetivamente atrasou a cicatrização das feridas em relação ao grupo-
controle. Nos grupos tratados com Laser não houve aceleração da
cicatrização, sendo que o grupo que recebeu 1,45 J/cm2 teve atraso por volta
do 16° dia em comparação com os outros grupos.
Em 1999, Neiburger avaliou a cicatrização de feridas após
extração dentária irradiadas com Laser de He-Ne 670nm utilizando 58
pacientes que necessitaram de extração dentária com levantamento de
retalhos. O Laser foi aplicado em uma das incisões relaxantes (mesial ou distal)
Revisão de Literatura
62
com 0,34J/cm2 apenas uma vez. A outra incisão relaxante serviu como
controle. A avaliação foi feita clinicamente e por meio de fotografias por 3
cirurgiões-dentistas. Como resultados, verificaram que 69% das incisões
tiveram melhor cicatrização no lado-teste, 7% tiveram ambos os lados iguais e,
em 14% das incisões, o lado-controle teve melhor cicatrização.
Em 2000, Schindl afirmou em seu trabalho que a radiação do
Laser de baixa intensidade é caracterizada pela sua capacidade de induzir
processos fotobiológicos, atérmicos e não destrutivos.
Sakurai, Yamaguchi e Abiko (2000) desenvolveram uma
pesquisa in vitro com o objetivo de verificar os efeitos do Laser GaAlAs
830nm na produção de prostaglandina E2 (PGE2) por fibroblastos gengivais
humanos. As células foram colocadas em contato com lipopolissacarídeos
bacterianos para que a produção da PGE2 fosse estimulada. O Laser foi
aplicado com doses de 0,95 a 6,32 J/cm2. A irradiação com Laser inibiu a
produção da PGE2 de forma dose dependente. Após 10 minutos de
irradiação, observaram inibição de 90% da sua produção e, após 20 minutos,
sua produção estava no nível-controle. O mecanismo pelo qual a produção da
PGE2 foi reduzida também foi estudado. Os autores concluíram que ocorreu
uma redução da expressão do gene Ciclooxigenase 2 (COX2) que regula a
produção de prostaglandinas.
Lagan et al. em 2001, observaram os efeitos do Laser GaAlAs
830nm na cicatrização de feridas humanas após cirurgias de remoção parcial
e total das unhas em estado agudo de inflamação. O Laser foi aplicado com 9
J/cm2 de potência em 3 pontos por ferida. Os aspectos clínicos da
Revisão de Literatura
63
cicatrização foram avaliados e foram feitas medidas do tamanho da ferida.
Também foi avaliada a dor dos pacientes. De acordo com os autores, o Laser
não foi eficiente em controlar nenhum dos parâmetros avaliados.
Em 2001, Amorim avaliou a reparação gengival após cirurgia
de gengivoplastia em humanos estimulada pelo laser de GaAlAs (685nm). Um
dos lados do paciente serviu como controle e o outro recebeu aplicações de
4J/cm2 imediatamente após a cirurgia e com 1, 3 e 7 dias de pós-operatório.
Foi feita uma avaliação clínica da cicatrização por três periodontistas e
avaliação biométrica das feridas. A avaliação clínica mostrou melhora na
reparação tecidual no lado-teste após 3 dias de pós-operatório. Na avaliação
biométrica, as medidas de profundidade de sondagem foram significantes
para o lado-teste. Já as medidas de mudança na posição da margem gengival
e espessura da faixa de mucosa ceratinizada não foram significantes entre os
lados.
Amorim em 2001, investigaram os efeitos do Laser GaAIAs
890nm na taxa de proliferação de fibroblastos humanos gengivais em cultura,
com diferentes doses de energia. Foram aplicadas doses de 1,96; 3,92 e 7,84
J/cm2 a cada 24 horas, durante dois ou três dias. Em todos os grupos-teste
houve maior atividade celular em relação aos controles. Houve pico de
atividade após 24 horas e depois houve um decréscimo até o terceiro dia. Os
autores sugeriram que a proliferação de fibroblastos pode estar associada a
uma produção autócrina de fatores de crescimento.
Em 1993, Anders et al. avaliaram a produção de fator de
crescimento derivado de fibroblastos (FGF) estimulados pelo Laser em baixa
Revisão de Literatura
64
intensidade em ratos normais e diabéticos. Foram feitas feridas cutâneas no
dorso dos ratos e uma das feridas serviu como controle. O Laser utilizado foi
um diodo de 632,8nm com 4J/cm2 de densidade de potência diariamente,
durante três dias. Houve diferença estatisticamente significante para a
produção de FGF, tanto entre lados-controle e tratados, quanto entre os ratos
diabéticos e não diabéticos. Os autores sugeriram que a produção de FGF é
confinada à área irradiada, já que no lado-controle não houve mudanças.
Silva Junior et al. (2002) realizaram a avaliação
computadorizada morfométrica de defeitos ósseos criados no terço médio de
fêmures de ratos tratados com terapia Laser de baixa potência. Eles
concluíram que sob estas condições experimentais, a laserterapia de baixa
potência aumentou o reparo ósseo em estágios precoces deste processo.
Marino (2003) investigou o efeito da Terapia Laser de Baixa
Intensidade (TLBP) no reparo ósseo em tíbia de ratos e cita a existência de
uma suposta ação modulatória sobre o processo inflamatório atribuída a TLBP.
Possíveis ações como reabsorção mais rápida de exudatos, aumento da
atividade fagocitária contribuem para osteossíntese inicial mais ativa.
Trelles e Mayayo (1987), avaliaram por microscopia óptica e
eletrônica que animais com fratura óssea irradiados a laser de baixa potência
He-Ne ( 632,8nm) , com densidade de energia de 2,4 j/ cm², aplicados em dias
alternados, num período de três semanas, auxiliava na reparação de fraturas
ósseas. Apresentando um aumento na velocidade de formação, vascularização
e densidade óssea comprarada com um maior numero de fibroblastos nos
calos ósseos irradiados quando comparados com o grupo controle ( não
Revisão de Literatura
65
irradiado). Takeda (1988) em estudos histopatológicos feitos em ratos na
reparação alveolar após extrações e submetidos à irradiação laser de baixa
potência utilizou o Laser de Ga-As (904nm) com densidade de energia de 20j/
cm² e densidade de potência de 25 mW/cm², durante cinco minutos, em uma
única aplicação, sugeriu efeitos benéficos, onde aconteceu uma maior
proliferação de fibroblastos e de tecido osteóide, sugerindo uma ossificação
mais rápida no grupo irradiado.
Saito e Shimizu (1997) investigaram os efeitos da irradiação
com laser de baixa potência na regeneração óssea durante a expansão da
sutura palatina em ratos. Os autores utilizaram 76 ratos machos da variedade
Wistar, sendo que 56 foram usados para o estudo histomorfométrico e 20 para
exame histológico. Os 56 ratos para o exame histomorfométrico foram divididos
em sete grupos de oito ratos cada, assim divididos: a) grupo não tratado, não
submetido à expansão nem irradiação por laser; b) grupo controle não irradiado
que sofreram expansão da sutura; c) grupo irradiado três minutos por dia do dia
0 ao dia 6 após a expansão (dose total de 126J); d) grupo irradiado por 10
minutos do dia 0 ao dia 6 após a expansão (dose total de 420J); e) grupo
irradiado por 7 minutos dos dias 0 a 2 (dose total de 126J); f) grupo irradiado
por 7 minutos nos dias 4 a 6 (dose total de 126J); e g) grupo irradiado por 21
minutos (126J) somente no dia 0 (dia da expansão). A irradiação foi feita com
um dispositivo de laser diodo Ga-Al-As de baixa potência. A expansão foi feita
através da inserção de um anel de aço de 0,5mm entre os incisivos maxilares.
Para a histomorfometria foi realizada a marcação óssea tripla com calceína nos
dias 0 e 6, e com oxitetraciclina no dia 3. Os animais foram sacrificados no dia
Revisão de Literatura
66
7. Os parâmetros medidos foram: 1) área óssea mineralizada recém-formada;
2) área de osteóide; 3) largura da região mineralizada nos dias 0-3; 4) largura
da região mineralizada nos dias 3-6.
Outro parâmetro avaliado foi a taxa de aposição mineral
correspondente a distância em micrômetros entre duas marcas dividida pelo
período de marcação em dias. Para o exame histológico, 20 ratos foram
divididos em quatro grupos: a) grupo intacto; b) grupo controle não irradiado; c)
grupo irradiado por três minutos durante os sete dias; e d) grupo irradiado por
dez minutos durante os sete dias. Os animais foram sacrificados no sétimo dia
e a lâminas coradas com hematoxilina e eosina. Foi observado que a largura
entre cada linha de marcação era maior nos grupos irradiados que nos grupos
controle. A avaliação quantitativa pelo método histomorfométrico demonstrou
que a área óssea mineralizada recém-formada nos grupos irradiados por sete
dias estava significantemente aumentada quando comparada com a área nos
grupos não irradiados. Este aumento ocorreu de modo dependente da dose. A
irradiação com laser estimulou de forma significativa a taxa de aposição
mineral durante o período experimental e este efeito também ocorreu de
maneira dependente da dose. A taxa de aposição mineral era significantemente
maior nos períodos iniciais do que nos finais. A área de osteóide dos grupos
irradiados não foi significantemente diferente quando comparada com a dos
controles. Com relação à histologia, nos grupos submetidos à expansão,
observou-se extensão de fibras transversais e aumento dos capilares nas
suturas, que os autores atribuíram à tensão mecânica. Nenhuma alteração
patológica foi observada nos sítios de irradiação. Os autores concluíram à partir
Revisão de Literatura
67
dos resultados obtidos que o laser diodo Ga-Al-As de baixa potência
significantemente estimulou a regeneração óssea durante a expansão da
sutura palatina em ratos.
Vedovello Filho et. al. (2005) avaliaram a ossificação da sutura
palatina pós-disjunção maxilar com e sem aplicação de softlaser. Foram
utilizados de 13 indivíduos sendo que sete foram submetidos a laserterapia
durante o processo de disjunção, os outros seis foram utilizados como grupo
controle. A disjunção (2/4 de volta pela manhã e 2/4 de volta à tarde) e a
laserterapia foram feitas no período da manhã e no período da tarde, durante
os 15 dias, e após este período foi aplicado o laser em dias alternados. O
comprimento de onda do laser de baixa potência foi de 780 nm e 70 mw,sendo
a aplicação feita por um tempo de 9 minutos na distal da palatina e outra p
posterior durante o mesmo tempo. Após 15 dias foi feita a primeira tomografia
em cortes coronais, esperou-se mais 15 dias para confecção de nova
tomografia. Para medir essa mineralização foi utilizado o programa e-Film de
tomografia, que usa a unidade HU ( unidade de Hounsfield). Os valores obtidos
demonstraram que houve uma maior mineralização nos pacientes submetidos
à laserterapia.
Hirose (1988) examinou histopatológicamente o efeito da
irradiação com laser de baixa potência em ratos, durante a expansão rápida da
sutura pré-maxilar. Uma mola helicoidal foi usada para aplicar força ortopédica
próxima de 300 g por microscopia de fluorescência, a formação óssea próxima
à pré-maxila irradiada foi mais marcada do que próxima à sutura não irradiada.
Revisão de Literatura
68
Os achados deste estudo sugerem que a irradiação a laser pode diminuir o
tempo de contenção.
Lurger, Rochkind e Wollman (1998) avaliou que houve diferença
nas propriedades do calo ósseo em ratos, indicando que no grupo não
irradiado o calo ósseo é mais volumoso e mais fraco, apresentando
fibrocartilagem, e menos ossificado, enquanto que no grupo irradiado a
ossificação é mais unida e apresentava um calo ósseo menor. Os resultados
indicaram que a laserterapia aumenta a cura da fratura em ossos de ratos.
Panrello (2003) avaliou através de análise morfológica a
biomodulação do processo de reparação tecidual, em feridas
confeccionadas no dorso de ratos, submetidas à irradiação com Laser não
ablativo. Foram utilizados 30 ratos machos, com peso entre 250 a 300
gramas da espécie Rattus norvegicus, ordem Rodentia, linhagem Wistar,
distribuídos aleatoriamente em cinco grupos, com seis animais em cada. O
primeiro grupo foi designado como controle, não recebendo qualquer
tratamento por luz. Os grupos experimentais receberam a terapia com Laser
não ablativo, em quatro pontos eqüidistantes do ferimento circular
padronizado. No grupo II, a dose empregada foi de 10 J/cm² (dose de
superfície) ou 0.9 J/cm² (volume) e 10 mW de potência, o grupo III recebeu
a terapia com 5 J/cm² (dose de superfície) ou 0.45 J/cm² (volume) e 10 mW,
o grupo IV foi irradiado com 5 J/cm² (dose de superfície) ou 1.7 J/cm²
(volume) e 35 mW, e finalmente o grupo V, que recebeu dosimetria de 10
J/cm² (dose de superfície) ou 3,15 J/cm² (volume) e 35 mW. A periodicidade
da irradiação foi a cada 48 horas, iniciando-se imediatamente após a
Revisão de Literatura
69
confecção da injúria, com o sacrifício sendo realizado no oitavo dia. Após a
morte dos modelos biológicos, o processamento de rotina foi executado,
onde posteriormente deu-se a análise microscópica dos espécimes, com
coloração através da Hematoxilina & Eosina e Sírius Vermelho. As lâminas
foram estudadas através da análise descritiva, semiquantitativa e
quantitativa. Os fenômenos teciduais avaliados foram o infiltrado
inflamatório, a reepitelização e a síntese de colágeno. Os resultados
mostraram que a reepitelização não sofreu qualquer estímulo perceptível
quando interagida com a luz Laser, entretanto, a irradiação proporcionou
uma resposta inflamatória crônica, com menor infiltrado linfoplasmocitário
em três dos grupos experimentais. Em relação à síntese de colágeno, os
grupos II e III mostraram um melhor padrão de organização e espessura das
fibras. O grupo IV apresentou quantidade de colágeno semelhante ao grupo
ll e lll, no entanto mostrou ser realizado à custa de uma matriz de colágeno
mais desorganizado. O grupo V demonstrou, em seus resultados, que estes
animais foram os menos beneficiados pelo Laser, apresentando um padrão
de organização das fibras colágenas próximo ao do controle, sendo que sua
média quantitativa de colágeno foi a mais inferior dos cinco grupos.
3. PROPOSIÇÃO
Proposição
70
PROPOSIÇÃO
Este trabalho foi realizado com objetivo de analisar por meio de estudo
histológico comparativo, a reação tecidual na sutura palatina provocada pela
aplicação de soft laser após o processo de disjunção palatina, verificando a
influência ou não na qualidade de neoformação óssea.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Material e Métodos
71
4- MATERIAL E MÉTODOS
Neste estudo foram aplicados os princípios da experimentação
animal em conformidade ao COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação
Animal) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CEPHA – UNIMAR
( Anexo I).
4.1 Material
Para o desenvolvimento deste trabalho, foram utilizados 11
cães de pequeno porte (Canis lupus familiaris), sendo 9 machos e 2 fêmeas,
clinicamente sadios, com peso variando entre 3000 e 5000 gramas e idade de
06 meses ao início do experimento. Todos os animais apresentavam a
dentadura permanente, e eram originários do Centro Veterinário da cidade de
Ibiporã-PR.
Os animais foram mantidos em iguais condições de manejo
antes e durante o período experimental, recebendo tratamento antiparasitário e
profilático de doenças infecciosas, e alimentadas com ração balanceada duas
vezes ao dia e água à vontade. Os períodos de jejum eram efetuados 4 horas
antes de procedimentos que exigissem a sedação.
Material e Métodos
72
O principal critério de seleção dos cães para a experiência foi a
idade de 6 a 8 meses que se correlacionou com a idade dos humanos de 10 a
13 anos, tabela 01.
Tabela 01 – Idade comparativa entre o cão e o homem
Idade em cão Idade em humanos
3 meses
6 meses
8 meses
10 meses
12 meses
16 meses
18 meses
2 anos
5 anos
10 anos
13 anos
14 anos
15 anos
17.5 anos
20 anos
24 anos
Fonte – http://wtbr.home.att.net acesso em 16/04/05
Um cão aos 06 meses de idade equivaleria a um humano de
10 anos. Para saber no cão qual seria o período exato correspondido aos 06
meses de idade, analisou-se a cronologia de erupção canina e pode ser
observado na tabela 02 e ( figura 01).
Material e Métodos
73
Tabela 02 – Cronologia de erupção canina.
Fonte – http://www.aniwa.com acesso em 03/08/05
Figura - 01 Arcada Dentária Superior e Inferior, I – incisivos; C – caninos; PM
– pré-molares caninos; M – molares caninos; 1 – pré-carnassial; 2- dentes
carnassial; 3- pós-carnassial.
Fonte – http://www.aniwa.com acesso em 03/08/05
DENTES ERUPÇÃO SUBSTITUIÇÃO Incisivo Central 30 dias 4 meses Incisivo Lateral 26 dias 4-1/2 meses Incisivo de canto 25 dias 5 meses
Canino 21 dias 5 meses PM 1 3-4 meses Na idade adulta PM 2 4-5 semanas 6 meses PM 3 3-4 semanas 6 meses PM 4 3-4 semanas 5-6 meses M 1 4 meses
M 2 maxila 5-6 meses M 2 –mandíbula 4 ½ p/ 5 meses
M 3 6-7 meses
Material e Métodos
74
Os 11 animais selecionados foram divididos em dois grupos:
grupo I, constituído por 5 animais e que receberam aplicações de laserterapia
durante e após a expansão num período de 39 dias; grupo II, composto por 5
animais e que foram submetidos ao procedimento de expansão da maxila,
porém sem intercepção; e um animal foi utilizado como controle normal.
Os animais dos grupos experimentais foram submetidos à
expansão por 7 dias e controle pós-expansão de 1 mês e 9 dias.
4.2 Métodos
Os procedimentos foram realizados da seguinte forma:
4.2.1 Sedação do animal
4.2.2 Moldagem do animal
4.2.3 Obtenção do modelo de trabalho
4.2.4 Confecção da coroa metálica
4.2.5 Construção do aparelho
4.2.6 Instalação do aparelho
4.2.7 Ativação do aparelho
4.2.8 Eutanásia
4.2.9 Técnica histológica
Material e Métodos
75
4.2.1 Sedação do Animal
Os procedimentos clínicos executados eram indolores, porém
os animais eram sedados para se conseguir uma melhor imobilização.
Os cães permaneciam privados de alimento e água, 4 horas
antes da realização das abordagens para prevenir a regurgitação e aspiração.
Para minimizar o estresse foi aplicado uma dose inicial de acepromazina via
oral (PROVETS Simões), sendo a posologia empregada de 1 gota/kg do
animal. Quando os cães apresentavam-se sonolentos era realizada a sedação
utilizando uma dose complementar de acepromazina a 1% via subcutânea
(UNIVET) na dosagem de 0,1mg/kg; e ketamina via intramuscular
(VETBRANDS), na dose de 2mg/kg, como visto nas (figuras 02 e 03).
Figura 02 – Sedação com acepromazina a 1%
Material e Métodos
76
Figura 03 – Sedação com Ketamina.
Os animais foram mantidos em observação até a completa
recuperação da sedação, (figura 04).
Figura 04 – Animal sedado e em recuperação.
Material e Métodos
77
4.2.2 Moldagem do Animal
Para a realização da moldagem, confeccionou-se inicialmente
uma moldeira individualizada para o cão, empregando-se a resina acrílica auto
polimerizante – Class-mold (Clássico), (Figura 05). Seqüencialmente,
espatulava-se o hidrocolóide irreversível (jeltrate plus tipo I – Dentsply)
devidamente dosado em pó ( 1 colher do dosador) e água ( 1 medida),
seguindo especificação do fabricante.
Figura 05 – Mordida em cera para confecção da moldeira individualizada.
Material e Métodos
78
Com o animal sedado e a moldeira preenchida pelo hidrocolóide,
esta era conduzida à boca do animal, sendo corretamente adaptada aos limites
do arco dentário superior, (figura 06). Após a geleificação do material, o molde
era removido e posteriormente vazado em gesso, ( figura 07).
Figura 06 – Moldagem do animal.
Material e Métodos
79
Figura 07 - Obtenção do molde.
4.2.3 Obtenção do Modelo de trabalho
Para obtenção dos modelos de trabalho, foi utilizado o gesso
pedra tipo IV (Exadur - Polidental), para os dentes e no restante do molde foi
empregado gesso ortodôntico (Mossoró).
Atingido o tempo de presa, este era removido do molde para ser
recortado e encaminhado ao protético para confecção das coroas (figura 08).
Material e Métodos
80
Figura 08 – Modelo em gesso da maxila canina.
4.2.4 Confecção da Coroa Metálica
As coroas metálicas foram confeccionadas por um único técnico
de laboratório, empregando-se o modelo de trabalho previamente obtido do
animal. Inicialmente executava-se o enceramento dos dentes caninos e 4° pré-
molares para promover o alívio das áreas retentivas (figura 09).
Material e Métodos
81
Posteriormente, confeccionava-se as coroas com resina Duralay (Polidental)
nos respectivos elementos dentários (figura 10).
Figura 09 – Modelo de trabalho com enceramento nos dentes Caninos e 4°
Pré-molares.
Material e Métodos
82
Figura 10 – Modelo com as coroas em resina Duralay.
Na seqüência realizavam-se todos os protocolos laboratoriais
para a fundição e obtenção da coroa metálica, empregando-se a liga metálica
níquel-cromo (Wironis). O critério de acabamento e adaptação podem ser
observados nas figuras 11 e 12.
Material e Métodos
83
Figura 11 – Modelo com as coroas metálicas de níquel-cromo sem
acabamento.
Material e Métodos
84
Figura 12 – Modelo com as coroas metálicas de níquel-cromo com
acabamento.
4.2.5 Confecção do Aparelho
Com o coping pronto construía-se o aparelho disjuntor dento-
suportado do tipo Hyrax. Esta etapa principava-se com a construção das
estruturas metálicas de suporte, por vestibular e palatina. Empregando-se um
segmento de fio de aço inoxidável de diâmetro 1,0 mm realizavam-se dobras
Material e Métodos
85
seqüenciais, de tal forma a adaptarem-se às convexidades das superfícies
vestibulares e palatinas dos dentes caninos e 4° pré-molares, sendo
posteriormente soldadas coroas metálicas.
Subseqüentemente, adaptava-se perfeitamente o parafuso
expansor (Dentaurum) na concavidade do palato, sendo que as hastes
superiores e inferiores eram direcionadas para se ajustar, respectivamente às
coroas dos elementos dentários caninos e 4° pré-molares. O parafuso
corretamente adaptado era soldado com um miniflan usando-se solda de prata
e fluxo (Morelli),(figura 13).
Material e Métodos
86
Figura 13 – Aparelho de Hyrax confeccionado.
4.2.6 Instalação do Aparelho
O aparelho disjuntor Hyrax ( Dentaurum ) foi cimentado
utilizando-se cimento de fosfato de zinco (SSWhite), e em seguida reforço com
resina fotopolimerizável (Glacier-SDI) que foram acrescentadas aos dentes 1°,
2° e 3°
Material e Métodos
87
pré-molares, proporcionando um maior fixação do aparelho (figuras 14, 15, 16,
17 acompanhadas de radiografias oclusais).
Figura 14- Maxilar do animal sem aparelho.
Material e Métodos
88
Figura 15 – Radiografia Oclusal Inicial.
Material e Métodos
89
Figura 16 – Animal com o aparelho Hyrax instalado.
Material e Métodos
90
Figura 17 – Radiografia Oclusal após instalação do aparelho Hyrax.
4.2.7 Ativação do Aparelho
Iniciava-se a ativação do aparelho disjuntor após sua fixação. A
ativação, obedeceu o protocolo adotado pelo curso de especialização em
Ortodontia da Universidade de Marília, sendo que, nos 3 primeiros dias
efetuava-se a ativação de 2/4 de voltas no período da manhã e 2/4 de voltas
no período da tarde; e nos 4 dias seguintes reduzia-se para 1/4 de volta no
período da manhã e da tarde.
Material e Métodos
91
Os procedimentos de ativações do aparelho foram
padronizados, tanto no grupo I quanto no Grupo II, porém diferenciavam-se
somente pela aplicação de laserterapia no grupo I.
Para aplicação do laser no grupo I utilizou-se o aparelho
modelo PHOTON LASE III da DMC Equipamentos Ltda que possui as
seguintes características: emissor visível, com comprimento de onda de 685
nm, potência útil do emissor de 35 mW e meio ativo InGaAIP (Fosfito de
alumínio gálio e índio), e emissor invisível com comprimento de onda 830 nm,
potência útil do emissor de 100 mW e meio ativo AsGaAI (Arsenieto de Gálio-
Alumínio) (figura18).
Figura 18 – Aparelho de laserterapia.
Material e Métodos
92
No presente estudo foi utilizado 90 a 120 j/cm (Almeida-Lopes e
Massini-2002) com aplicações feitas a cada 48 horas ou a cada ativação do
parafuso expansor, perdurando até 39 dias após a disjunção efetuada. Este
protocolo de ativação adotado obedeceu também, a própria calibração do
aparelho PHOTON LASE III que se apresentava programado para a densidade
energética de 90 a 120 j/cm e comprimento de onda de 790 a 904 nm.
Os locais de aplicação foram quatro pontos, distribuídos
bilateralmente e paralelos à sutura palatina mediana. Inicialmente o laser foi
aplicado concomitante com a ativação do disjuntor, e subsequentemente o
laser foi aplicado em intervalos de 48 horas por período de 39 dias, sendo
estes procedimentos realizados sem a necessidade de sedação dos animalis
(figuras 19, 20).
Em ambos os grupos submetidos à expansão foram constatados
um alargamento da sutura comprovado através de radiografias oclusais obtidas
dos animais após o travamento do aparelho como exemplificado nas figuras 15,
17, 21. Clinicamente pode ser observado o alargamento do maxilar (focinho)
dos animais.
Material e Métodos
93
Figura 19 - Aplicação do laser na sutura palatina.
Material e Métodos
94
Figura 20 – Aparelho após período de ativação do expansor.
Material e Métodos
95
Figura 21 – Radiografia Oclusal após disjunção.
4.2.8 Eutanásia e obtenção da peça
A eutanásia foi realizada pelo veterinário que acompanhou a
execução da pesquisa, proporcionando o apoio técnico necessário aos
cuidados dos animais.
Para o início da eutanásia foi feito uma medicação pré-
anestésica de acepran 1% (acepromazina) via intramuscular, na dosagem de
Material e Métodos
96
0,5 ml por kilo do animal. Em seguida empregou-se uma anestesia dissociativa
de dopalen 10% (Ketamina) com administração intramuscular de 1 ml por kilo,
e finalmente foi utilizado o cloreto de potássio 19,1% via endovenosa ou
intracardíaca de 5 ml por kilo. Todo o procedimento foi conduzido sem causar
sofrimento ao animal.
Subseqüentemente à eutanásia, procedia-se a separação da
cabeça e o tronco com o auxílio de uma serra fita. Posteriormente, efetuava-se
a separação entre a mandíbula e a maxila, por meio de um corte que dividia o
crânio ao meio. Para a remoção das partes moles (músculos, tendões, olhos,
língua, ligamentos.) utilizou-se o bisturi manual, tesoura cirúrgica e pinça dente
de rato, preservando-se o palato, gengiva, ossos e dentes (figuras 22, 23, 24 e
25).
Figura 22 – Vista frontal da cabeça dissecada.
Material e Métodos
97
Figura 23 – Vista lateral da cabeça do animal dissecada.
Material e Métodos
98
Figura 24 – Vista oclusal da maxila com aparelho Hyrax.
Material e Métodos
99
Figura 25 – Vista oclusal da maxila removida.
A peça anatômica obtida era limpa em água corrente. Após
este processo era imersa em água oxigenada vol. 10, por aproximadamente 5
minutos; e novamente realizava-se o enxágüe em água corrente.
Posteriormente, a peça era conservada em solução de formol a 10%.
Material e Métodos
100
4.2.9 Técnica Histológica
A maxila foi delimitada por meio de cortes, abrangendo a região
anterior do palato, próximo à sutura palatina, local em que foi realizada a
aplicação do laser (figura 26).
Figura 26 – Peça anatômica delimitada.
A peça anatômica colhida foi inserida na descalcificadora que
apresentava as seguintes soluções: 0,7 ml de ácido nítrico, 0,5 ml de formol e
60 ml de água. Decorrido este período, avaliava-se o estágio de
descalcificação. Quando necessário, mantinha-se por mais tempo até
completar-se o processo, como vizualizado na (figura 27).
Material e Métodos
101
Figura 27 – Peça anatômica sendo inserida na descalcificadora.
As peças anatômicas depois de passar pelo processo de
descalcificação eram lavadas em água corrente por 05 horas (figura 28) e após
este tempo seccionava-se em duas partes, sendo uma anterior (contendo os
dentes) e outra posterior. Para uma melhor delimitação das regiões anterior e
posterior foram efetuados dois cortes diagonais, destacando-se as áreas
envolvidas (figura 29).
Material e Métodos
102
Figura 28 – Peça anatômica após descalcificação.
Figura 29 – Peça anatômica com cortes diagonais.
Material e Métodos
103
Na seqüência, as peças anatômicas foram colocadas em
cassetes e identificadas como L (grupo I), LS (grupo II), N (grupo III), segundo
a divisão previamente estabelecida (figura 30).
Figura 30 – Cassetes com as peças anatômicas identificada.
O cassete inserido dentro de uma cuba era levado ao
processador -HISTOTECNICO-OMA, na qual foram realizados vários banhos
abaixo descritos: 07 banhos em álcool absoluto com uma hora e meia para
cada banho; 02 banhos em xilol com duração de uma hora e meia; e 02 banhos
em parafina aquecida a 70º, por uma hora e meia cada uma (figura 31).
Material e Métodos
104
Figura 31 - Processador -HISTOTECNICO-OMA.
Decorridos os banhos, a peça era colocada dentro de um
quadrado metálico e incluída em parafina líquida a 70º, e posteriormente
mantida em refrigeração por uma hora (figuras 32, 33, 34).
Material e Métodos
105
Figura 32 – Peça anatômica após os banhos.
Figura 33 - Parafina sendo colocada no bloco metálico.
Material e Métodos
106
Figura 34 – Peça anatômica sendo colocada na parafina.
Os blocos prontos foram desinformados e levados ao
micrótomo da marca American Optical Corporation (820 Spencer) para cortes
histológicos com 3 micra, que eram banhados em álcool a 70% e dispostos em
um recipiente com água aquecida a 60º para se eliminar possíveis
rugosidades, e então colocados em lâminas (figuras 35,36, 37 e 38).
Material e Métodos
107
Figura 35 – Blocos após endurecimento da parafina.
Figura 36 - American Optical Corporation (820 Spencer).
Material e Métodos
108
Figura 37 – Peça anatômica cortada em 3 micra.
Material e Métodos
109
Figura 38 – Tiras recortadas e em banho aquecido.
A lâmina era armazenada em um suporte e conduzida à estufa
retilínea da marca FANEM ltda em 70º a 80º (figura 39).
Figura 39 – Lâminas prontas para serem levadas a estufa.
Material e Métodos
110
Posteriormente, a lâmina era mergulhada em xilol à 70º para
desparafinar, e era corada em HE (Hematoxilina e Eosina), Azul de Toluidina e
Tricrômico de Masson (figuras 40,41 e 42).
Figura 40 – Lâmina corada com Hematoxilina e Eosina, aumento original de
400 X.
Figura 41 – Lâmina corada com Azul de Toluidina, aumento original de 400 X.
Material e Métodos
111
Figura 42 – Lâmina corada com Tricrômico de Masson, aumento original de
400 X.
A região da sutura palatina para análise histológica foi a porção
distal ao forame incisivo, localizada a 1 cm proximal aos alvéolos dentários dos
incisivos centrais, em uma extensão de aproximadamente 0,5 cm. A princípio a
coloração de tricrômico de Masson foi escolhida por ser útil na visualização de
fibras colágenas e que por fim as lâminas assim coradas foram as que ficaram
melhor tecnicamente para análise.(figura 43)
Material e Métodos
112
Figura 43 – Lâmina da sutura palatina para análise histológica,
aumento original de 40 X..
Realizou-se o estudo quantitativo das lâminas para contagem
de osteoblastos no grupo I e no grupo II, para posterior comparação. Na
contagem das células foi utilizado um microscópio OLYMPUS BX50 com
aumento de 400 X, juntamente com uma ocular retículada de 400 pontos onde
tem 62500 micrômetros quadrado (figura 44).
Material e Métodos
113
Figura 44 - Microscópio OLYMPUS BX50.
Avaliação histológica
A avaliação histológica foi feita de forma descritiva utilizando um
método semi-quantitativo baseado no conhecimento dos aspectos relacionados
à normalidade da sutura palatina e dos achados de estudos embriológicos e
experimentais (Liu et a., 2000; Del Santo et al., 1998). As lâminas foram
analisadas comparando o animal de controle, não submetido à expansão
sutural, com os grupos de estudo I e II. Para melhor caracterização das
diferenças na maturação observadas nos grupos, criou-se um escore em que
Material e Métodos
114
foram atribuídos valores para vários aspectos sob análise como descrito
abaixo.
a) Tecido Conjuntivo da Sutura:
1- Frouxo
2- Denso com fibras perpendiculares.
3- Denso com fibras em vários sentidos
4- Denso com fibras organizadas em feixes.
b) Vasos Sanguíneos da Sutura:
1- Vasos grandes desorganizados.
2- Vasos pequeno calibre, distribuídos irregularmente.
3- Vasos pequeno calibre, distribuídos regularmente.
c) Celularidade:
1- Osteoblastos e fibroblastos em grande número.
2- Osteoblastos e fibroblastos em pequeno número.
3- Células aspecto maduro.
d) Tecido Ósseo do Palato às Margens da Sutura.
1- Tecido ósseo em formação com trabéculas irregulares delimitando
espaços medulares grandes.
Material e Métodos
115
2- Tecido ósseo em formação com trabéculas regulares delimitando
espaços medulares pequenos.
3- Osso de aspecto maduro.
Os valores do escore para avaliação da maturação da sutura
palatina e do osso palatino variavam de 4 a 13, sendo que o valor 4
correspondia a fase inicial do processo de reorganização tecidual da sutura e
do osso palatino adjacente logo após a disjunção e o valor 13 correspondia à
sutura totalmente reestruturada como na sutura original.
Foram realizadas também mensurações da largura da sutura e
do osso neoformado visando avaliar se o laser influenciaria na expansão
propriamente dita da sutura. Para tal fim, utilizando-se a ferramenta de
mensuração do programa Image-Pro Plus Versão 4.5.0.29 pelo Windows da
Media Cybernetics Inc., usada foi a "Thickness" que estabelece uma medida
de espessura entre duas linhas previamente traçadas, calculando
automaticamente as distâncias máxima, mínima e média. As linhas foram
traçadas seguindo as margens de osso neofomado e as margens da sutura
palatina. (Figura 45).
Material e Métodos
116
Figura 45. A) Delineamento das margens externas do osso neoformado e B) da sutura
para processamento das larguras máxima, mínima e média através da ferramenta
“thickness” do programa Image-Pro Plus. Lâmina com coloração em H.E. aumento
original de 40X.
Material e Métodos
117
Análise Estatística
Procurou-se avaliar a influência da bioestimulação da
laserterapia durante o processo de expansão da maxila analisando se haveria
influência no aumento do número de osteoblastos, qualidade do tecido da
sutura e do tecido ósseo, e se haveria maior expansão da sutura. Para tal
foram comparados valores médios do número de osteoblastos na interface
entre a sutura e o osso por meio de teste t de student para dados
independentes, enquanto que os escores atribuídos aos grupos I e II foram
analisados através do teste de Mann-Whitney para dados não paramétricos.
Finalmente, a análise estatística comparando os valores médios da largura da
sutura e do osso neoformado foi conduzida através do teste t de Student.
5. RESULTADOS
Resultados
118
RESULTADOS
O estudo histológico da sutura palatina dos animais de ambos
os grupos submetidos à expansão, quando comparado ao controle não
expandido, mostrou um alargamento da sutura, sendo que o tecido conjuntivo
tornou-se mais frouxo do que na sua constituição original e puderam ser
observados osteoblastos ao longo da margem da sutura no tecido ósseo
neoformado. Verificou-se ainda uma rica vascularização na área da sutura.
Entretanto, na comparação das secções histológicas do grupo I, que recebeu
aplicações de laser com o grupo II, a que não foi aplicado laser, foi observado
diferença quando a maturação do tecido na sutura e no osso neoformado
(figuras 47, 48, 49).
O tecido conjuntivo da sutura nos animais do Grupo I,
submetidos a laserterapia, revelou-se mais próximo à configuração da sutura
não expandida, com fibroblastos e fibras colágenas com tendência a formar
feixes em várias direções, ainda que este tecido fosse menos denso que o da
sutura original. Os vasos apresentavam-se com distribuição e calibre mais
regular, semelhantes aos vasos da sutura sem expansão. Havia muitos
osteoblastos ao longo da margem da sutura, porém não em número
estatisticamente significante quando confrontados com os animais que não
receberam aplicação de laser. Os espaços medulares no osso em
neoformação eram menores e mais regulares (figura 48). Não foram notadas
alterações patológicas nos sítios de aplicação de laser no grupo I.
Resultados
119
Nos animais do Grupo II, que não foram submetidos à
laserterapia, o tecido conjuntivo da sutura apresentava-se com aspecto
bastante frouxo, com as fibras arranjadas numa orientação mais perpendicular
ao osso. A vascularização dentro desta área era bastante proeminente, com
vasos de grande diâmetro quando comparados aos vasos da sutura não
expandida. O osso neoformado às margens da sutura, exibia também
numerosos osteoblastos. Os espaços medulares mostravam-se irregulares e
grandes (figura 49)
a
b
Figura 46 – a - Desenho esquemático da maxila do animal. b - Lâmina da
sutura palatina com aumento de 40X, corada com tricômico de Masson
mostrando a região analisada.
a
a
Resultados
120
Figura 47 -a
Figura 47 -b
Figura 47 – Fotomicrografias da sutura palatina. Controle. Sutura (S) apresentando
fibroblastos (Fb) e fibras colágenas dispostos em feixes; vasos de pequeno calibre e
com distribuição regular; presença de pequeno número de osteoblastos (Ob) ao longo
da margem da sutura; e osso palatino maduro (OP) com osteócitos (Oc) distribuídos
regularmente. Corte horizontal, coloração de tricrômico de Masson, aumento original
(a, b) 400X.
a
Resultados
121
Figura 48 – a
Figura 48 – b
Figura 48 – Fotomicrografia da sutura palatina. Grupo I. Tecido conjuntivo da sutura
denso com fibras colágenas e fibroblastos (Fb) dispostos em várias direções; vasos
sangüíneos distribuídos regularmente; osteoblastos (Ob) ao longo da margem da
sutura; tecido ósseo em formação apresentando trabéculas ósseas grandes,
regulares, delimitando espaços medulares (») pequenos. Corte horizontal, coloração
de tricrômico de Masson, aumento original (a) 100X (b) 400X.
Resultados
122
Figura 49 – a
Figura 49 – b
Figura 49 – Fotomicrografia da sutura palatina. Grupo II. Tecido conjuntivo da sutura
de aspecto frouxo, fibroblastos (Fb) presentes em grande número; vasos sangüíneos
de calibre e distribuição irregular; grande número de osteoblastos (Ob) ao longo da
margem da sutura; e tecido ósseo em formação de aspecto imaturo, com trabéculas
(») irregulares delimitando espaços medulares grandes. Corte horizontal, coloração de
tricrômio de Masson, aumento original (a) 100X (b) 400X.
Resultados
123
Realizou-se contagem dos osteoblastos comparando a média
do grupo I com a do grupo II, por meio do teste t de Student não havendo
diferença estatisticamente significante considerando p<0,05 ( tabela3).
Tabela 3. Média do número de osteoblastos à margem da sutura nos dois grupos experimentais.
Grupo experimental Média da contagem de osteoblastos à
margem da sutura
Grupo I (com aplicação de laser) 15,52 + 2,05
Grupo II (sem aplicação de laser) 19,78 + 2,05
Valor de p=0,1447, sendo significante p<0,05
Na seqüência para se averiguar se havia diferença na
maturação do tecido da sutura quando do tecido ósseo palatino nos animais
estudados, empregou-se o teste de Mann-Whitney, comparando-se os escores
atribuídos ao grupo I e II (tabela 4). Observou-se que houve diferença
estatisticamente significante, com p < 0,05 entre os grupos, considerando os
aspectos de tecido conjuntivo da sutura e tecido ósseo do palato às margens
da sutura e também quanto ao escore total. Entretanto, não houve diferença
estatisticamente significante para os aspectos de vasos sanguíneos e
celularidade.
Considerando-se o tecido conjuntivo da sutura, constatou-se o
predomínio do tecido conjuntivo denso com fibras em vários sentidos no grupo
Resultados
124
I, ao passo que no grupo II prevaleceu o tecido conjuntivo denso com fibras
perpendiculares, portanto menos maturo para este último (figura 48,49).
Ao se avaliar o tecido ósseo do palato às margens da sutura
observou-se o predomínio de osso neoformado disposto em trabéculas
digitiformes regulares e menores no grupo I, ao passo que no grupo II
prevaleceu osso neoformado mais desorganizado (figura 48,49).
Em ambos os grupos os vasos sanguíneos na sutura eram
exuberantes, No grupo 1 em nenhum dos animais foram observados vasos
muito grandes e desorganizados denotando uma imaturidade acentuada,
enquanto que no grupo II vasos com essas características puderam ser vistos
em três dos cinco animais, mas que na avaliação estatística não foram
significativos.
Com relação à celularidade, nos dois grupos havia fibroblastos
e osteoblastos, entretanto não diferindo quanto ao número de modo
significativo.
Avaliando-se o escore total, pode-se notar uma maior
maturação da sutura e osso palatino no grupo I em comparação ao grupo II.
Resultados
125
Tabela 4. Valores atribuídos aos itens para avaliação das características da sutura e escore total de cada caso dos grupos experimentais I e II e aplicação do teste de Mann-Whitney para dados não paramétricos.
Grupo Caso
Tecido conjuntivo
Vasos Celulalidade Tecido ósseo
Total
I L 1 3 2 2 2 9
L 2 3 2 1 2 8
L 3 3 2 2 2 9
L 4 2 2 2 3 9
L 5 3 2 2 2 9
II SL 1 2 1 2 2 7
SL 2 1 1 1 1 4
SL 3 2 1 2 1 6
SL 4 2 2 2 1 7
SL 5 1 2 1 1 5
p = 0.0216 0.1172 0.6015 0.0283 0.0374
Valor de p< 0.05 estatisticamente significante
Constatou-se que não houve diferenças estatisticamentes
significantes com p<0.05 para a largura entre as bordas da sutura e para a
largura da área de osso neoformado entre os grupos I e II (tabela 5).
Resultados
126
Tabela 5. Comparação entre os grupos I e II avaliando as larguras mínima, média e máxima da sutura e do osso neoformado adjacente a sutura em micrômetros e respectivas médias, desvios-padrão (DP) e valores de p.
Grupo I (n=5) Grupo II (n=5)
Variável Média DP Média DP P
Largura da sutura
Mínima 1403618 514131 1444186 1070759 0,470856
Média 1825593 1111937 1901753 1606407 0,466471
Máxima 3531514 2349713 2402326 1620949 0,202677
Largura do osso
neoformado
Mínima 4299561 2352663 3246512 1337649 0,207991
Média 5230374 1930876 3837058 1673479 0,129063
Máxima 5927024 2038921 4825581 2090778 0,211772
Valor de p< 0.05 estatisticamente significante
6. DISCUSSÃO
Discussão
127
DISCUSSÃO
Por razões didáticas e para melhor abordagem do tema, o
capítulo discussão foi dividido em: A) Considerações gerais sobre a expansão
rápida da maxila; B) Modelo experimental adotado; C) Aplicação do laser.
A) Considerações gerais sobre a expansão rápida da maxila
A expansão rápida da maxila (ERM) é um recurso clínico
adotado pelos ortodontistas no tratamento das más oclusões, corrigindo a
atresia transversal da maxila, que é extremamente freqüente e se estabelece
precocemente, não apresentando auto-correção (Garib et. al., 2005; Simões,
Araújo, Bittencourt, 2003)
A deficiência transversal da largura maxilar pode resultar de
fatores genéticos ou ambientais, podendo estar associada a um
comprometimento esquelético. Os procedimentos de disjunção estão indicados
para os seguintes casos: deficiência real e relativa da maxila; estenose nasal
severa; Classe III cirúrgica, não cirúrgica e pseudo Classe III; fendas palatinas
em adultos; casos selecionados com problemas de comprimento de arco, para
os quais é necessário evitar extrações devido ao perfil facial; pacientes com
problemas crônicos de respiração bucal associado ao palato ogival; em
Discussão
128
pacientes de Classe I com mordida cruzada uni ou bilateral e desvios
funcionais; casos de falta generalizada de espaço com retenção ou impactação
dentária; em casos de trespasse vertical aumentado para aumentar a dimensão
vertical (Haas, 1961, 1965, 1970; Alpine e Beaver, 1971; Bishara e Staley,
1987; Capelozza Filho e Silva Filho, 1997; Tanaka et al., 2001; Siqueira, 2002;
Melo, 2003; Scanavini et al., 2006).
A expansão rápida da maxila pode ser feita durante a fase da
dentadura decídua, mista e permanente jovem, pois acredita-se que a abertura
da sutura óssea seja maior quanto menor for a idade do paciente, havendo
controvérsias sobre sua eficácia quando o crescimento crânio-facial já atingiu
sua maturidade óssea. A expansão rápida da maxila numa fase precoce
possibilita que o crescimento e desenvolvimento transversal entre no seu curso
normal e como conseqüência teremos a evolução correta da oclusão e o
equilíbrio muscular normalizado. Desta forma acredita-se que a melhor idade
para a expansão rápida da maxila é dos 10 aos 15 anos (Zimring e Isaacson,
1965; Moss, 1968; Wertz, 1970; Silva Filho et al., 1989; Langlade, 1998; Cross
e McDonald, 2000; Saadia e Torres, 2000; Chagas et al., 2001; Machado
Júnior, 2004; Cappellette Jr et al., 2006).
Os efeitos encontrados da ERM são os alargamentos do arco
dentário e também da cavidade nasal. No início do procedimento, o processo
alveolar inclina-se lateralmente, seguido de uma abertura gradual da sutura
palatina mediana, sendo esta em forma de cunha vista oclusalmente, e quando
observado pelo plano frontal a abertura apresenta a forma piramidal com a
base da pirâmide localizada na cavidade bucal e o ápice voltado para a
Discussão
129
cavidade nasal, clinicamente constitui-se da abertura do diastema inter-
incisivos. As pressões são mais sentidas no processo alveolar, abóbada
palatina e suturas faciais, frontal e ossos próprios do nariz, sutura zigomático-
maxilar, e pouco na sutura zigomático-temporal. Observa-se também o
rebaixamento do assoalho nasal juntamente com as margens livres dos
processos horizontais palatinos movendo-se para frente e para baixo,
causando um aumento do ângulo entre os planos oclusal e mandibular,
corrigindo algumas vezes a mordida cruzada anterior. Verifica-se uma melhora
na convexidade da face média, aumento da altura facial antero-inferior e
diminuição do comprimento mandibular. Os dentes posteriores são
movimentados para a vestibular com um componente de inclinação e
translação associada, ocasionando uma redução na espessura da tábua óssea
vestibular, e um concomitante aumento na espessura da tábua óssea lingual
(Hass, 1961, 1965, 1970, 1980; Capelozza Filho, 1996; Bishara e Staley, 1987;
Capelozza Filho e Silva Filho, 1997; Chagas et al., 2001; Barreto, 2002; Melo,
2003; Vardakas et al., 2003; Machado Júnior, 2004; Garib, 2005; Albuquerque
e Eto, 2006; Freitas, 2006; Silva Filho et. al, 2007).
Segue-se à fase ativa da expansão da maxila, que se
caracteriza principalmente pela abertura da sutura e também pela fase passiva
no qual uma série de eventos conduz à remodelação óssea e restauração da
sutura com aumento clínico da largura do palato, fase esta denominada de
contenção. Este período de contenção atende-se pelo período de três meses
(Haas, 1965; Chagas et al., 2001; Garib et. al., 2005; Silva Filho et. al. 2007).
Outros autores sugeriram deixar o aparelho por quatro meses ou cinco meses
Discussão
130
sem ativação (Chagas et al., 2001; Oliveira Junior, 2002). A sutura mostrou-se
completamente ossificada desde a região da espinha nasal anterior até a
espinha nasal posterior, num período de oito a nove meses (Silva Filho et. al.,
2007).
B) Modelo experimental adotado.
Nos trabalhos pesquisados foram encontrados um número
razoável de pesquisa em animais. Do total de 20 artigos publicados, 13 são
pesquisas realizadas em ratos, 2 em coelhos, 3 em macacos, 1 em gatos, 1 em
cão. O presente estudo optou-se pela pesquisa em cão por haver possibilidade
de se comparar a cronologia de erupção canina com os humanos
correlacionando uma época semelhante para realizar a pesquisa e a
possibilidade de instalar um aparelho para disjunção maxilar com possível
separação da sutura palatina mediana. ( DEBBANE, 1958; CLEALL, 1965;
MURRAY, 1971; OHSHINA, 1972; KANA, 1981; TRELLES E MAYAYO, 1987;
HIROSE, 1988; SAITO E SHIMIZU, 1997; TAKEDA, 1988; BRAVERMAN,
1989; ANDERS, 1993; LUGER, 1998; REDDY, 1998; LIU, 2000; GERBI,
2001;NICOLAU, 2001; SILVA JUNIOR, 2002; MARINO, 2003; WEBER, 2003;
LIRANI, 2004).
O uso de cães como modelo experimental em Ortodontia pode
ser interessante pela possibilidade de uso de aparelhos similares aos usados
em humanos, como foi o caso com o uso do Hyrax. No entanto há várias
Discussão
131
dificuldades. Ainda que se possa correlacionar a cronologia do
desenvolvimento canino com o humano, é difícil estabelecer o tempo ideal para
a obtenção dos resultados esperados. Além disso, cães requerem tempos de
estudo mais longos que estudos em animais menores como ratos. Essas sejam
talvez algumas de muitas das dificuldades em se encontrar estudos similares
que possam estabelecer parâmetros comparativos.
C) Aplicação do laser de Baixa intensidade.
Os lasers de baixa intensidade possuem um efeito
eminentemente analgésico, antiinflamatório e biomodulador, como efeitos
acrescentam-se ainda: o aumento da microcirculação local e da velocidade
da cicatrização (Lizarelli, 2003). Segundo Donato e Boraks (1993) apud
Ciconelli e Lizarelli (1998) o laser de baixa potência melhora a circulação de
maneira geral do tecido subcutâneo, favorecendo a drenagem linfática,
acelera o metabolismo celular, estimula a secreção de hormônios como as
beta-endorfinas e encefalinas; provocando aumento do número de
fibroblastos.
Parece ser possível confirmar por intermédio de estudos que
os benefícios clínicos trazidos pelos soft lasers encontram-se relacionados a
aceleração da atividade enzimática, aceleração na regeneração das artérias
sanguíneas, melhoria no fluxo sanguíneo e ativação dos tecidos vitais
conforme afirmaram Silva et al. (1992).
Discussão
132
Zhang et al. (1998), alertaram que o sucesso clínico do uso do
laser depende do seu comprimento de onda, potência, duração de pulsos,
tempo de exposição e natureza do tecido a ser irradiado. Provavelmente esses
sejam os fatores que determinem resultados tão diferentes na literatura, já que
os parâmetros empregados são diversos. O número de combinações desses
fatores são infinitos, muitos dos quais poderão resultar em danos inaceitáveis
para os tecidos (Watanabe, 1999; Silvia ; Souza, 2004). Discute-se a
possibilidade de que a influência do laser sobre a regeneração tecidual seja
dependente da dosagem total de irradiação laser utilizada, bem como do tempo
e modo de irradiação. Irradiação nos estágios iniciais e irradiação repetida por
certo período poderia ter efetividade diferente (Saito & Shimizu, 1997).
Lomnitskii e Biniashevskii (1983) estudaram o efeito de várias doses de
radiação emitidas por laser de HeNe (632,4 nm) em 105 coelhos sugeriram
estímulo na osteogênese. Verificaram que a terapia a laser de baixa potência
(TLBP) causava efeitos nas células osteoblásticas e na regeneração óssea.
Mester et al. em 1985, em estudos com microscopia eletrônica mostraram um
aumento de fibras colágenas e presença de vesículas relacionadas à
produção de colágeno. Medindo a atividade celular, concluíram que o laser
afeta a fase colagênica da cicatrização de feridas.
Vários protocolos são citados na literatura para a ocorrência
da bioestimulação com o emprego do laser de baixa potência. Vedovello em
(2005) utilizou a aplicação de laser com comprimento de onda de 780 nm
usando potência de 70 mW durante nove minutos, Saito e Shimizu utilizaram
o dispositivo de laser diodo Ga-Ai-As para a irradiação, variando o tempo,
Discussão
133
com dose de 126 jaules. Panarello em 2003 utilizou uma dose que variava de
1.7 a 10 j/cm2 com 10 mW a 35 mW como potência, já Neves (2005) usou em
disjunção da maxila a dose de 2 j/cm2 por ponto, durante o período de ativação
do expansão sendo realizadas de 2 a 3 sessões semanais com intervalo de 48
horas, para a estimulação óssea seria aplicada por um período de oito
semanas.
Genovese (2007) utilizou como protocolo de aplicação para a
disjunção maxilar, uma densidade energética de 4 j/cm2 ou 60 j/cm2 em cada
ponto realizando-se 3 sessões semanais com intervalo de 48 horas. Brugnera
(2003) utilizou como protocolo para disjunção a dosimetria de 2 j/cm2 por
ponto, realizado de 2 a 3 sessões semanais com intervalo de 48 horas. Mello
(2003) utilizou para boiestimulação dosometria de 3 a 6 mJ/cm2 por ponto.
Almeida-Lopes (2002) preconizou uma metodologia de aplicação para tecido
ósseo sendo utilizado 90 a 120 j/cm com aplicações feitas a cada 48 horas por
perdurando até dois meses após a disjunção ter sido efetivada.
No presente estudo foi utilizado o protocolo de Almeida-Lopes e
Massini (2002), com comprimento de onda entre 790 a 904nm, densidade
energética de 90 a 120 j/cm2, sendo aplicado soft laser a cada ativação do
aparelho disjuntor durante a fase ativa, e na passiva foi aplicado com intervalo
de 48 horas. A opção pelo protocolo citado neste estudo pode ser justificada
pelo uso do aparelho PHOTON LASER que possuía calibrações para luz infra-
vermelha.
De maneira semelhante de Tejada et al. (1990) estudaram o
efeito da irradiação com laser de HeNe (632,8 nm) com potência de 6 mW,
Discussão
134
em fratura de fêmur de rato, através de análise ultraestrutural e hormonal
concluindo que a terapia a laser de baixa potência (TLBP) aumenta a
vascularização e o rápido aparecimento de células osteogênicas. O mesmo
podendo foi observado no Grupo I deste experimento.
A utilização do laser de baixa potência causa efeitos
benéficos com maior proliferação de fibroblastos e tecido osteóide, sugerindo
uma ossificação mais rápida, diminuindo o tempo de contenção durante a sua
expansão rápida da maxila, inibindo a recidiva da disjunção, pois acelera a
regeneração óssea adjacente à sutura. Os lasers de baixa potência
aumentam a velocidade de formação, vascularização e densidade óssea. A
laserterapia aumenta a cura de fraturas ósseas e este efeito não depende
apenas da intensidade total de radiação com laser, mas também da sua
duração e freqüência (Trelles e Mayayo, 1987; Hirose, 1988; Takeda, 1988;
Saito e Shimizu, 1997; Luger et al., 1998).
Em avaliação da ossificação da sutura palatina pós-disjunção
maxilar com aplicação do soft laser observou-se que ocorreu um aumento no
processo de regeneração da sutura palatina mediana, pois o laser favoreceu
a mineralização da sutura (Vedovello Filho et al., 2005).
Alguns estudos comprovaram a ruptura da sutura palatina
mediana e mostraram a neoformação óssea progressiva subseqüente. Quando
da disjunção da sutura o que se pode verificar é um preenchimento da área de
defeito ósseo por tecido conjuntivo fibroso desorganizado, bem vascularizado.
O tecido da sutura em geral se organiza precocemente voltando a ter o aspecto
Discussão
135
histológico anterior a disjunção. O osso adjacente, entretanto, demora mais
tempo para voltar à configuração habitual de padrão lamelar dos processos
palatinos. Radiograficamente isto se reflete por pobre mineralização. Somente
numa fase mais adiantada o osso volta a apresentar-se num padrão lamelar
com grau de mineralização original (Saito e Shimizu, 1998; Liu et al., 2000;
Silva Filho, 2007).
No presente estudo foram verificadas alterações histológicas já
descritas por outros autores: alargamento da sutura, aumento de
vascularização, desorganização do tecido conjuntivo da sutura, aumento da
celularidade, presença de osso neoformado adjacente à sutura. As diferenças
histológicas entre os grupos I e II foram quanto a maturação da estrutura
tecidual da sutura e do osso neoformado. No grupo I, que recebeu aplicações
de laser foi possível verificar que no mesmo tempo proposto para a análise das
alterações histológicas, o tecido sutural e o tecido ósseo neoformado dos
processos palatinos encontrava-se num estágio mais avançado de maturação.
Por outro lado, nos animais do Grupo II, que não foram submetidos a
laserterapia, o tecido conjuntivo da sutura apresentava-se com aspecto
bastante frouxo, com as fibras arranjadas numa orientação mais perpendicular
ao osso. A vascularização dentro desta área era bastante proeminente, com
vasos de grande diâmetro quando comparados aos vasos da sutura não
expandida. O osso neoformado às margens da sutura, exibia espaços
medulares grandes e irregulares, ou seja, todo o complexo da sutura palatina e
processos ósseos palatinos encontravam-se num estágio mais inicial do
Discussão
136
processo de expansão da sutura, como observaram outros autores. Admite-se,
portanto que o laser tenha influência real nos tecidos irradiados.
Em Ortodondia a expansão da maxila é uma estratégia de
tratamento bastante utilizada, mas o arco expandido pode recidivar a menos
que seja utilizado algum recurso de contenção por um período prolongado. Em
concordância com outros autores (Saito e Shimizu, 1997), sugere-se aqui que
uma das principais causas seria a regeneração óssea insuficiente na região da
sutura palatina. Foi possível demonstrar que o laser propiciou uma maior
maturação sem influenciar na largura da sutura expandida. Mais estudos são
necessários para averiguar que estágios são mais críticos para que essa
regeneração ocorra da melhor forma. Alguns autores acreditam que os
estágios iniciais da expansão seriam os mais importantes e assim, várias
visitas ao ortodontista para aplicação do laser seriam necessários para
estimular a regeneração na área da sutura (Saito e Shimizu, 1997).
Os resultados desta pesquisa mostram, que o soft laser, promove
um estímulo na osteogênese, podendo abreviar o tempo de contenção pós -
disjunção e o período de tratamento do paciente sem aumentar o risco de
recidiva, fatores estes a serem avaliados em futuras pesquisas.
7. CONCLUSÃO
Conclusão
137
7. CONCLUSÃO
Considerando-se a metodologia aplicada neste estudo pode-se concluir
que:
− A aplicação do laser não causou aumento do número de
osteoblastos na margem óssea da sutura.
− Não houve influência do laser sobre a largura da sutura e
área de osso neoformado após a expansão.
− Ocorreram diferenças qualitativas na sutura e no osso
neoformado entre os animais do grupo I e do grupo II,
sendo que os tecidos apresentavam características
indicativas de maior maturação nos animais tratados com
laser.
− O uso do soft laser influenciou no processo de
regeneração da sutura e do tecido ósseo dos processos
palatinos acelerando o reparo tecidual.
9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Referência Bibliográfica
138
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