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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO DO HOSPITAL MUNICIPAL DE JUCURUTU/RN Raoni Lopes de Araújo Nogueira de Souza Natal, novembro 2017

AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE … · Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Ambiental. Natal, RN, 2017. ... pronto socorro (a) e centro cirúrgico (b) do

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia

Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental

AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO DO HOSPITAL MUNICIPAL DE

JUCURUTU/RN

Raoni Lopes de Araújo Nogueira de Souza

Natal, novembro 2017

2

Raoni Lopes de Araújo Nogueira de Souza

AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO DO HOSPITAL MUNICIPAL DE

JUCURUTU/RN

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental

Orientadora: Prof.ª Msc. Renata Cristina Medeiros Trajano de Araújo Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Patrícia Vieira da Cunha.

Natal, novembro 2017

3

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Souza, Raoni Lopes de Araujo Nogueira de. Avaliação do gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: um

estudo de caso do Hospital Municipal de Jucurutu/RN / Raoni Lopes de Araujo Nogueira de Souza. - 2017. 36 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Ambiental. Natal, RN, 2017.

Orientadora: Msc. Renata Cristina Medeiros Trajano de Araújo. Coorientadora: Dr.ª Karina Patrícia Vieira da Cunha.

1. Gestão ambiental - Monografia. 2. Resíduos sólidos - Monografia. 3. Serviços públicos de saúde - Monografia. I. Araújo, Msc Renata Cristina Medeiros Trajano de. II. Cunha, Karina Patrícia Vieira da. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 504

4

Raoni Lopes de Araújo Nogueira de Souza

AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE: UM ESTUDO DE CASO DO HOSPITAL MUNICIPAL DE

JUCURUTU/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia

Ambiental Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial

para obtenção do título de Engenharia Ambiental.

APROVAÇÃO EM ______/____________/______

_______________________________________________

Prof.ª Dr.ª Karina Patrícia Vieira da Cunha – Co-orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

_______________________________________________

Msc. Marcos André Capitulino de Barros Filho – Examinador Externo

Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do

Norte - IDEMA

________________________________________________

Msc. Radmila Salviano Ferreira – Examinadora externa Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

5

RESUMO

A gestão dos resíduos dos serviços de saúde de um hospital é um desafio constante, inserida no debate da questão ambiental, torna-se imprescindível a implantação de políticas e diretrizes de gerenciamento. Para isso, a pesquisa tem como objetivo principal avaliar o gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde do Hospital Municipal de Jucurutu. Para o desenvolvimento da pesquisa, adotou-se a metodologia através de um estudo de campo de natureza quali-quantitativa. A obtenção dos dados de campo, foram realizadas visitas in loco como forma de coletar informações para avaliação das práticas de gestão dos resíduos dos serviços de saúde. Para isso, optou-se por avaliar a perspectiva analítica, identificando os aspetos mais setoriais e específicos, apresentada em um quadro de avaliativo. Para tanto, a realidade vivenciada no estudo, constatou-se que o Hospital Municipal de Jucurutu/RN não possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde e por consequência dessa ausência apresenta inconformidades a legislação brasileira em todas as etapas do gerenciamento de resíduos sólidos gerados. A pesquisa subsidiará através das avaliações para o processo de possível implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Dessa forma, com os avanços na legislação, através de normas técnicas, resoluções e políticas específicas, trouxeram resultados importantes quanto a gestão dos resíduos considerados perigosos, os resíduos dos serviços de saúde. Para tanto, torna-se necessária a implantação de medidas capazes de amenizar os problemas gerados do gerenciamento inadequado destes resíduos, a partir da avaliação das ações de gestão. Palavras-Chaves: Gestão ambiental, resíduos sólidos, serviços públicos de saúde.

6

ABSTRACT

The management of waste from a hospital's health services is a constant challenge, inserted in the debate on the environmental issue, it becomes essential to implement management policies and guidelines. For this, the main objective of the research is to evaluate the management of the Residues of Health Services of the Municipal Hospital of Jucurutu. For the development of the research, the methodology was adopted through a field study of a qualitative and quantitative nature. The field data were obtained on site visits as a way of collecting information for the evaluation of health management waste management practices. For this, we opted to evaluate the analytical perspective, identifying the most sectoral and specific aspects, presented in an evaluation framework. Therefore, the reality lived in the study, it was found that the Municipal Hospital of Jucurutu / RN does not have a Health Services Waste Management Plan and as a consequence of this absence there is a lack of compliance with Brazilian legislation in all stages of waste management generated solids. The research will subsidize through the evaluations for the process of possible implementation of a Health Services Waste Management Plan. Thus, with advances in legislation, through specific technical norms, resolutions and policies, they have brought important results regarding the management of waste considered hazardous, waste from health services. Therefore, it is necessary to implement measures capable of mitigating the problems generated by the inadequate management of these wastes, based on the evaluation of the management actions.

Keywords: Environmental management, solid waste, public health services.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de localização do Hospital e Maternidade Municipal

Terezinha Lula de Queiros Santos no município de

Jucurutu/RN................................................................................ 14

Figura 2 - Uso incompleto dos EPI´s e máscara e luvas inadequadas

utilizadas por funcionários do Hospital Municipal de

Jucurutu/RN................................................................................ 23

Figura 3 - Recipientes para o acondicionamento de resíduos produzidos no

pronto socorro (a) e centro cirúrgico (b) do Hospital Municipal de

Jucurutu/RN................................................................................ 25

Figura 4 - Recipiente utilizado para coleta interna de resíduos de serviços

de saúde no Hospital Municipal de Jucurutu/RN........................ 27

Figura 5 - Recipiente utilizado para acondicionamento (a) e local utilizado

para o armazenamento externo (b) dos resíduos de serviço de

saúde gerados no Hospital Municipal de

Jucurutu/RN................................................................................ 28

Figura 6 - Localização do aterro controlado do município de Jucurutu/RN e

distância em relação ao centro urbano e o Hospital Municipal de

Jucurutu...................................................................................... 29

8

LISTA DE QUADRO

Quadro 1 - Indicadores de Gestão de resíduos sólidos............................. 15

Quadro 2 - Escala de qualificação dos indicadores de gestão de resíduos

de serviços de saúde................................................................ 16

Quadro 3 - Setores do Hospital Municipal de Jucurutu/RN e classes de

resíduos gerados...................................................................... 17

Quadro 4 - Avaliação das práticas de gestão do Hospital Municipal de

Jucurutu.................................................................................... 20

9

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e

Resíduos Especiais

ANVISA Avaliação das práticas de gestão do Hospital

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

EPC Equipamento de Proteção Coletivo

EPI Equipamento de Proteção Individual

NBR Norma Técnica Brasileira

PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

PNRS Política Nacional dos Resíduos Sólidos

RDC Resolução de Diretoria Colegiada

RSS Resíduos dos Serviços de Saúde

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÂO................................................................................ 11

2 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................. 13

2.1 Área de Estudo.............................................................................. 13

2.2 Metodologia................................................................................... 14

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................... 17

3.1 Setorização e classes de resíduos gerados no hospital.......... 17

3.2 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde no

hospital.......................................................................................... 20

3.3 Gestão - Operação da gestão dos resíduos de saúde.............. 21

3.4 Treinamento - Educação ambiental............................................ 22

3.5 Manejo - Critérios técnicos e acondicionamento...................... 22

3.6 Tratamento - Segregação e disposição interna......................... 24

3.7 Transporte - Destinação interna correta..................................... 26

3.8 Disposição - Destinação final...................................................... 27

3.9 Adequação do hospital a legislação - Proposição de medidas

inicias ............................................................................................ 30

3.9.1 Homologação do cargo de responsável técnico pelos resíduos e

formação da equipe de trabalho..................................................... 30

3.9.2 Programa contínuo de capacitação e educação ambiental............ 30

3.9.2.1 Redução na produção de resíduos................................................. 31

3.9.2.2 Melhoria no manejo de resíduos..................................................... 31

3.9.3 Saúde e segurança ocupacional..................................................... 32

3.9.4 Criação do plano de ações em caso de acidentes......................... 32

3.9.5 Indicadores..................................................................................... 33

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................... 33

REFERÊNCIAS.............................................................................. 35

11

1 INTRODUÇÃO

O gerenciamento adequado dos resíduos de serviços de saúde (RSS) é

um desafio constante. Mesmo que considerado um volume pequeno, são

classificados como resíduos infectantes (ANVISA, 2004). A necessidade de

implantar políticas e diretrizes de gerenciamento a este tipo de resíduo é

imprescindível e fundamental para a saúde da população e o meio ambiente.

Apesar de representar uma pequena parcela do montante dos resíduos que

são gerados na sociedade, quando comparado aos RSU (cerca de 2%)

(SERAPHIM, 2010). O RSS quando gerenciado de forma inadequada, possui

grande potencial de propagação de doenças e consequentemente, um risco

para os que trabalham nos serviços de saúde como a população em geral

(SILVA, 2001).

Considerado recente, a gestão dos resíduos sólidos no Brasil,

institucionalizou-se somente em 1989, com a criação da Lei 354, que abordava

especificamente sobre os resíduos da saúde. No ano de 2005, surgiu o

anteprojeto sobre PNRS - Política Nacional dos Resíduos Sólidos aprovado,

desde então surgiram debates e audiências públicas, somente em 2010 a Lei

12.305 foi sancionada, constando instrumentos importantes para o

enfrentamento do manejo inadequado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2006).

Com a promulgação da Resolução 358/2005 e a Resolução de Diretoria

Colegiada - RDC 306/2004, despertou a discussão e debates sobre os

resíduos gerados dos serviços de saúde em todo o Brasil (ANVISA, 2004;

BRASIL, 2005). Para isso, estas resoluções atribuem aos geradores dos

resíduos contaminados de saúde a responsabilidade pelos serviços de coleta,

transporte, manejo e destino final.

Após essa ampliação da discussão relacionada aos resíduos de saúde,

surgem novas determinações de gerenciamento. Os estabelecimentos

geradores de RSS buscam alternativas de serviços que ajudam a gerenciar os

resíduos gerados. A realidade vivenciada nos dias atuais, em sua grande

maioria, os hospitais pouco ou quase nunca tomam providências adequadas

em relação aos resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades

desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos se limitam a encaminhar a

totalidade do seu lixo para os sistemas de coleta especial dos Departamentos

12

de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam os resíduos

diretamente em lixões ou incineram a sua totalidade (LEN, 2007).

A classificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

em sua Norma Técnica NBR 10004/2004, normatizou os resíduos nos estados

sólido e semissólido, que resultam de origem das industrias, hospitais,

residências, indústrias, entre outros. Para os resíduos dos serviços de saúde

destina-se uma tratativa específica em seu gerenciamento (ABNT, 2004).

De acordo com as Resoluções 306/2004 e 358/2005, os resíduos de

serviços de saúde se classificam em 5 grupos: "A" - Infectante, "B" - Químico,

"C" - Radioativo, "D" - Comum e "E" - Perfurocortantes, havendo no grupo "A"

uma subdivisão, em: A1, A2, A3, A4 e A5 (ANVISA, 2004; BRASIL, 2005).

A RDC 306/2004 e a Resolução 358/05 tratam sobre o gerenciamento

dos RSS em todas as suas etapas (ANVISA, 2004; BRASIL, 2005). Estas

resoluções definem a conduta dos diferentes agentes da cadeia de

responsabilidades pelos RSS, descrevendo um processo de mudança de

paradigma no trato dos RSS, fundamentada na análise dos riscos envolvidos,

em que a prevenção passa a ser eixo principal e o tratamento é visto como

uma alternativa para dar destinação adequada aos resíduos com potencial de

contaminação (BRASIL, 2006).

Para o gerenciamento adequado dos Resíduos dos Serviços de Saúde -

RSS, ainda segundo a RDC 306/204 compete ao gerador de RSS elaborar seu

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, que é

documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos RSS,

observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos,

contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,

acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição

final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente

(ANVISA, 2004).

Notadamente, o sucesso de um Programa de Gerenciamento de RSS

depende em grande parte da sua classificação, visto que uma classificação

correta desses resíduos facilitará os procedimentos internos diretamente na

fonte produtora, a classificação também tem por finalidade a distinção do que é

resíduo contaminado, e o que não é contaminado, colaborando efetivamente

para um manuseio eficiente (fácil assimilação), econômico (separação

13

diferenciada) e seguro (sem riscos para os funcionários) desses resíduos

(CONFORTIN, 2001).

Gerenciar os RSS ainda é um desafio atual, uma vez que, apesar das

determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) e de

outras Leis Ambientais, no ano de 2015 mais de 3.300 municípios ainda fazem

uso de unidades irregulares para destinação dos resíduos coletados

(ABRELPE, 2015).

Tendo em vista a responsabilidade ambiental do gerenciamento de

resíduos de saúde, os aspectos fundamentais relacionados a geração, manejo,

transporte e disposição final, não pode se tornar um problema setorial, mas que

a sociedade como um todo esteja envolvida e busque manter-se em equilíbrio

com o meio ambiente, como estabelece o Artigo 225 da Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1998).

Diante das inúmeras questões relacionadas aos resíduos de serviços de

saúde, tendo em vista a questão ambiental na atualidade, essa temática torna-

se fundamental para a preservação do meio ambiente. Dessa forma, pesquisa

objetivou avaliar o gerenciamento dos RSS no Hospital Municipal de Jucurutu -

RN. Para isso, a pesquisa é considerada relevante, pois através deste estudo

será possível contribuir para o conhecimento técnico, científico e prático

direcionado aos profissionais da área de gerenciamento de RSS, no sentido de

minimizar os problemas gerados para aplicação das leis; resoluções e normas

específicas.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

O Hospital e Maternidade Municipal Terezinha Lula de Queiros Santos

está localizado no centro da cidade de Jucurutu/RN e foi fundado em 1992.

Apresenta uma área construída de aproximadamente 1.157 m² e atende em

média 110 pacientes/dia. Funciona oferecendo serviços de especialidades,

como: cardiologia, enfermagem em geral, farmácia, ginecologia, obstetra,

pediatria, oftalmologia, bioquímico e clínico geral.

14

Figura 1 - Mapa de localização do Hospital e Maternidade Municipal Terezinha Lula de Queiros Santos no município de Jucurutu/RN

Fonte: Google Earth, elaborado pelo próprio autor.

2.2 Metodologia

A pesquisa classifica-se como exploratória, tendo em vista que foi

realizado um embasamento bibliográfico e estudo de campo de natureza quali-

quantitativa (GIL, 2007). O método exploratória forneceu subsídios teórico-

metodológicos sobre os temas referentes aos RSS, Coleta, Manejo e

Destinação Final, através da leitura de livros, teses, dissertações, monografias

e artigos disponíveis na internet da base de banco de dados relacionados ao

tema em questão.

A obtenção dos dados de campo, foram feitas visitas in loco no Hospital

nos meses de setembro e outubro de 2017, diálogos com funcionários, técnicos

e uma entrevista dialogada com o Diretor do Hospital Municipal de

Jucurutu/RN.

As visitas in loco teve o objetivo de tomar conhecimento sobre a

estrutura do hospital, setores e características operacionais e o

desenvolvimento das atividades realizadas na unidade, suas especialidades e

procedimentos, como também, tomar conhecimento dos resíduos gerados e

sua forma de acondicionamento e realizar o levantamento da saúde e

15

segurança ocupacional do hospital, dos Equipamentos de Proteção Individuais

e Coletivos (EPI's e EPC's) utilizados, conhecimento técnico dos funcionários

quanto ao manejo dos RSS.

As visitas foram divididas em três momentos: (1ª) Acompanhamento dos

funcionários responsáveis pela limpeza e coleta do turno vespertino; (2ª)

operação dos funcionários responsáveis pela coleta do turno matutino; e (3º) a

equipe na desinfecção e preparação dos centros cirúrgicos.

Para analisar e identificar o dimensionamento e as práticas de gestão no

hospital estudado, adotou-se os indicadores selecionados por Souza et al

(2015) adaptado de Rezende (2012) que optaram por avaliar na perspectiva

analítica, identificando os aspetos mais setoriais e específicos, como destacado

no Quadro 1 abaixo:

Quadro 1 - Indicadores de Gestão de resíduos sólidos.

Dimensões Itens Práticas de gestão de resíduos

Gestão

1 Elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

2

Estabelecimento de metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada.

3 A identificação dos impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos.

4 Definição das etapas da operação da gestão de resíduos sólidos.

Treinamentos

5 Capacitação técnica e de educação voltados à gestão de resíduos.

6 Realização de reuniões voltadas à avaliação da gestão de resíduos sólidos.

7 Campanha com Panfletos/Cartazes/Folders/Comunicações Internas.

Manejo

8 Manejo correto dos resíduos, no âmbito interno do estabelecimento.

9 Disposição correta dos resíduos conforme o tipo no recipiente adequado.

10 Atendimento a critérios técnicos que conduzam à minimização do risco à saúde e à qualidade do meio ambiente.

11 Desenvolvimento de ações preventivas e corretivas a serem praticadas na gestão de resíduos.

12 Adequada manutenção dos recipientes para acondicionamento dos resíduos sólidos.

13 Adequado acondicionamento dos resíduos

Tratamento 14 Triagem e segregação dos resíduos

15 Criação de instalações que visam a destinação

16

ambientalmente adequada dos resíduos em consonância com as exigências ambientais.

16 Disposição interna dos resíduos de acordo com as características e classificação.

Transporte

17 Estabelecimento de regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos.

18 Buscar garantir que empresas que realizam o transporte de resíduos realizarão uma destinação correta.

Disposição

19 Disposição final dos resíduos de acordo com as características e classificação.

20 Contrato com organizações especializadas em serviços para realizar a destinação correta dos resíduos.

Fonte: Souza et al. (2015) adaptado de Rezende (2012)

O modelo de Indicadores de Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde

é uma metodologia adaptada por Souza et al. (2015), foram avaliadas as

principais práticas de gestão de resíduos do Hospital Municipal de Jucurutu. Os

itens do Quadro 1 foram dimensionados com os respectivos setores de

responsabilidade de: gestão, treinamentos, manejo, tratamento, transporte e

disposição.

As visitas in loco e o acompanhamento dos processos com as equipes

executoras e gestores do hospital, subsidiou a avaliação dos indicadores. Para

a avaliação das práticas de gestão de resíduos, Souza et al. (2015) sugere que

a avaliação seja realizada a partir de uma escala de 1 a 5 em conformidade ao

grau de presença de determinada prática. Durante a avaliação, as notas

atribuídas a cada indicador corresponderam a escala apresentada no Quadro

2.

Quadro 2 – Escala de qualificação dos indicadores de gestão de resíduos de serviços de saúde.

Nota atribuída Qualificação

1 Nunca

2 Raramente

3 Uma vez ou outra

4 Regularmente

5 Sempre

Fonte: Adaptado de Souza et al. (2015)

17

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Setorização e classes de resíduos gerados no hospital

Considerado um gerador de RSS o hospital estudado possui uma

estrutura física composta por diversos setores, como: Setor Administrativo;

Almoxarifado; Copa; Cozinha; Centro Cirúrgico; Clínico; Enfermarias; Farmácia;

Laboratório; Sala de Raio X; Pronto Socorro e Maternidade. Todos esses

setores foram analisados e tiveram seus resíduos classificados (Quadro 3) com

base no Apêndice I da RDC 306/2004 (ANVISA, 2004).

Quadro 3 - Setores do Hospital Municipal de Jucurutu/RN e classes de resíduos gerados.

Setor Atividade

Praticadas Resíduos Gerados

Classificação dos Resíduos

Acondicionamento utilizado

Administração Serviços Administrativos

Cartucho de tinta, copo descartáveis, papel, papelão, plástico.

Grupo D Saco Preto

Almoxarifado Depósito de material e produto de limpeza

Copos descartáveis, ferro, papel, papelão, plásticos, resíduos de varrição e tecidos.

Grupos D Saco Preto

Centro Cirúrgico

Centro de Material para Cirurgia: Esterilização dos materiais e depósito de medicamento. Salas de cirurgia: Partos e Cirurgia em Geral

Área Limpa: algodão, gazes, medicamentos vencidos, papel, plástico vidros quebrados. Área suja: agulhas, bisturi, luvas e mascaras descartáveis, seringas, vidros quebrados. Salas de Cirurgia: agulhas de todo tipo, algodão contaminado, compressas cirúrgicas, bolsa transfusionais com restos de sangue, embalagens e frascos de medicamentos e de soro, gazes com sangue, kits de

Grupo A, B, D e E

Saco Preto e/ou Branco, Caixa de Papelão e Descarpack

18

linhas arteriais, lâminas variadas, linha de suturas, luvas e mascaras descartáveis placenta, plásticos, peça anatômica, produto de fecundação sem sinal vital.

Centro Clínico

Consultório Médico: Atendimento / Consulta Cardiologista, Clínico Geral, Fonoaudiólogo, Ginecologista, Obstetra, Oftalmologista e Pediatra

Algodão, embalagem de material utilizados no atendimento do paciente, gazes, luvas e máscaras descartáveis, papel, plástico.

Grupo A e D Saco Preto

Copa

Organização para distribuição dos alimentos aos pacientes e alguns funcionários

Descartáveis em geral, plásticos e restos de alimentos

Grupo D Saco Preto

Cozinha Preparo das refeições

Embalagens de produtos alimentícios, papel, restos de alimentos

Grupo D Saco Preto

Enfermaria Infantil

Atendimento a crianças

Algodão, ampolas, curativos, embalagens e frascos de medicamento e de soro, esparadrapo, fraudas descartáveis, gazes, luvas e máscaras descartáveis, papel, resto de alimento, seringas, vidros quebrados.

Grupo A, B, D e E

Sacos Pretos e Descarpack

Enfermarias Clínicas e Cirúrgicas Masculinas e Femininas

Atendimento aos pacientes clínicos e cirúrgicos

Algodão, ampolas, curativos, embalagens e frascos de medicamento e de soro, esparadrapo, gazes, luvas e máscaras descartáveis, papel, resto de alimento, seringas, vidros quebrados.

Grupo A, B, D e E

Sacos Pretos e Descarpack

Farmácia Atividades farmacêuticas e deposito de

Ampolas quebradas, embalagem de

Grupo B, D e E

Caixa de Papelão, Saco Preto e

19

medicamento medicamento, medicamento vencido, papel, plástico, papelão.

Descarpack

Laboratório Bioquímico

Realização de exames em geral

Agulhas, algodão, excreta (fezes e urina), gazes, luvas e mascaras descartáveis, papel, plasma, reagentes químicos, sangue, secreções, seringa.

Grupo A, B, D e E

Saco Preto, Frascos de Reagentes Químicos e Descarpack

Lavanderia

Lavagem e passagem das cobertas, lenços, roupas e etc, do hospital

Embalagem de produtos de limpeza, tecidos rasgados/sem funcionalidades

Grupo D Saco Preto

Maternidade Alojamento Conjunto

Atendimento a mulheres pós-gestação

Algodão, ampolas, embalagens e frascos de medicamento e de soro, fraudas descartáveis, gazes, luvas e máscaras descartáveis, papel, resto de alimento, seringas, vidros quebrados.

Grupo A, B, D e E

Sacos Pretos e Descarpack

Pronto Socorro

Atendimento emergencial

Algodão contaminado, ampolas, curativos, embalagens e frascos de medicamento e de soro, esparadrapo, gazes, luvas e máscaras descartáveis, papel, seringas, suturas, vidros quebrados.

Grupos A, B, D e E

Saco Preto e Descarpack

Sala de Raio-X

Realização de exames de Raio-X e Ultrassonografia

Algodão, embalagens plásticas, gazes, luvas e máscaras descartáveis, papel.

Grupo A e D Saco Preto.

Fonte: Próprio autor.

Os Grupos A2 (Carcaças de animais, peças anatômicas, vísceras e

outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de

experimentação), A5 (resíduo com suspeita ou certeza de contaminação

príons) e C (radioativo) não fazem parte do resíduo gerado no hospital.

20

3.2 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde no hospital

Quanto ao gerenciamento de RSS, o hospital ainda tem muito a evoluir

quanto a gestão, mediante a metodologia adota foi possível constatar que dos

vinte indicadores de qualidade de gerenciamento de RSS, o Hospital Municipal

de Jucurutu recebeu nota 4 apenas para um indicador na dimensão de

disposição final e nenhum indicador teve nota máxima (Quadro 4). No

gerenciamento do RSS, apesar da obrigatoriedade da RDC 306/2004 dispõe

sobre de adequação em exigir periodicidade em suas atividades (ANVISA,

2004; BRASIL 2005).

Quadro 4 - Avaliação das práticas de gestão do Hospital Municipal de Jucurutu

Dimensões Itens Práticas de gestão de resíduos Avaliação atribuída

Gestão

1 Elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRSS.

1

2

Estabelecimento de metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada.

2

3 A identificação dos impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos.

2

4 Definição das etapas da operação da gestão de resíduos de saúde.

2

Treinamento

5 Capacitação técnica e de educação voltados à gestão de resíduos gerados.

3

6 Realização de reuniões voltadas à avaliação da gestão de resíduos sólidos.

2

7 Campanha com Panfletos / Cartazes /Folders /Comunicações Internas.

3

Manejo

8 Manejo correto dos resíduos, no âmbito interno do estabelecimento e uso de EPIs.

3

9 Disposição correta dos resíduos conforme o tipo no recipiente adequado.

2

10 Atendimento a critérios técnicos que conduzam à minimização do risco à saúde e à qualidade do meio ambiente.

3

11 Desenvolvimento de ações preventivas e corretivas a serem praticadas na gestão de resíduos.

3

12 Adequada manutenção dos recipientes para acondicionamento dos resíduos sólidos.

2

13 Adequado acondicionamento dos resíduos 2

Tratamento 14

Segregação e acondicionamento dos resíduos

3

15 Criação de instalações que visam a 3

21

destinação ambientalmente adequada dos resíduos em consonância com as exigências ambientais.

16 Disposição interna dos resíduos de acordo com as características e classificação.

2

Transporte

17 Estabelecimento de regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos.

3

18 Buscar garantir que empresas que realizam o transporte.

3

Disposição

19 Disposição final dos resíduos de acordo com as características e classificação.

3

20 Contrato com organizações especializadas em serviços para realizar a destinação correta dos resíduos.

4

Fonte: Souza et al. (2015) adaptado de Rezende (2012) e o próprio autor

Nas demais dimensões, dezoito indicadores apresentaram notas

variando entre 2 e 3. Esse resultado era esperado uma vez que a nota

atribuída ao primeiro indicador que equivale a existência de um PGRSS foi 1,

ou seja, o hospital não possui. Diante desse cenário, é possível verificar que o

Hospital Municipal de Jucurutu/RN atua em não conformidade com a RDC

306/2004 (ANVISA, 2004).

Essa não é uma realidade restrita ao município de Jucurutu/RN. Na

literatura é possível encontrar vários relatos de hospitais atuando em não

conformidade com a legislação (LEN, 2007; BORJA, 2008; ALVES et al., 2016)

Seguindo o que é preconizado pela RDC 306/2004 proposta pela

ANVISA as etapas serão avaliadas separadamente e expostas nos tópicos a

seguir.

3.3 Gestão - Operação da gestão dos resíduos de saúde

O Hospital Municipal de Jucurutu não possui um PGRSS,

consequentemente não há metas consolidadas quanto a redução, coleta

seletiva, reciclagem, impossibilitando uma identificação adequada dos resíduos

gerados dependendo das etapas seguintes de gerenciamento. A ausência do

PGRSS se reflete na ausência de um gerenciamento adequado dos resíduos

do hospital em estudo.

22

Nas práticas de Gestão dos itens 1 ao 4, a nota predominantemente é 2

- Raramente. Sem um Plano de Gerenciamento de RSS, o Hospital está

inserido em quadro preocupante quanto a saúde da população e o meio

ambiente.

Porém, foi possível identificar durante as visitas e diálogos que há

interesse dos funcionários pela gestão de RSS, embora faltem conhecimentos

e técnicas importantes para o manejo dos resíduos gerados, o que ressalta a

importância de treinamentos e capacitação, os quais teriam a facilitação de

contar com a colaboração do quadro de funcionários.

3.4 Treinamento - Educação ambiental

Quanto a este aspecto o hospital também apresenta escalas

preocupantes, considerada uma ferramenta importante para o gerenciamento

de RSS, a capacitação e treinamentos voltados para educação ambiental da

equipe gestora e demais funcionários de gestão interna é fundamental para a

gestão de resíduos.

Neste sentido, ressalta-se a necessidade urgente de adoção de medidas

socioeducativas, palestras, orientações técnicas voltadas para o manejo

adequado e a preocupação com os riscos dos resíduos considerados

infectantes como descritos na RDC 306/2004 para assim garantir a

participação efetiva e fundamental dos funcionários do hospital na manutenção

de um PGRSS ativo e eficaz.

3.5 Manejo - Critérios técnicos e acondicionamento.

A inexistência de um PGRSS e ausência de capacitações constantes

comprometem toda a etapa de manejo de RSS (Quadro 4). Os profissionais

responsáveis pela limpeza de todo ambiente hospitalar que estão diretamente

atuando com os resíduos gerados são os sujeitos da avaliação dessa

etapa/dimensão (ANVISA, 2004)

Os funcionários responsáveis pelo manejo dos RSS não utilizam os

EPI’s - Equipamento de Proteção Individual, como recomendados no item 5 da

NBR 12.810/1993 da ABNT (ABNT, 1993), que fixa os procedimentos

23

necessários para a manutenção das condições higiênicas e de segurança no

manuseio interno dos resíduos de serviços de saúde. Para isso, a avaliação

atribuída no item 8 do Quadro 4, é de escala 3 - uma vez ou outra, utilizam

técnicas de segurança que garantam a segurança do funcionário.

Dos EPI’s recomendados para o manuseio dos resíduos infectantes os

funcionários encarregados de manusear os resíduos internos utilizam apenas

luvas, botas e máscaras, sendo que as máscaras utilizadas são inadequadas,

do tipo descartáveis simples (Figura 2), assim como as luvas, faltando avental,

gorro, óculos e uniforme.

Figura 2 - Uso incompleto dos EPI´s e máscara e luvas inadequadas utilizadas por funcionários do Hospital Municipal de Jucurutu/RN.

Fonte: Próprio autor

O acondicionamento dos resíduos gerados do Centro Cirúrgico, como:

Algodão, embalagem de material utilizados no atendimento do paciente, gazes,

luvas e máscaras descartáveis, papel, plástico, também acontece de forma

irregular, o que pode aumentar o risco de contaminação dos funcionários e

pacientes do hospital.

Os rejeitos químicos líquidos (Grupo B) provenientes do laboratório de

bioquímica não são reaproveitados, parte é acondicionada em frascos rígido,

resistente, com tampa rosqueada e de material compatível com o líquido

armazenado, identificado de acordo com a NBR 7.500/2004 (ABNT, 2004) para

24

que então seja coletado e dado o tratamento e destinação final adequado pela

empresa especializada, a outra parte dos rejeitos químicos são despejados

sem nenhum tratamento na rede coletora de esgoto da Companhia de Água e

Esgoto do Rio Grande do Norte – CAERN, assim como os produtos químicos

utilizados na sala de Raio-X, para fixação e revelação das chapas.

Os medicamentos vencidos são classificados como Grupo B, seu

acondicionamento se dá em sua própria embalagem e disposta em caixas de

papelão sem identificação, porém é feita uma relação dos medicamentos

vencidos e entregue junto com a caixa à empresa responsável pela coleta dos

RSS dos Grupos A, B e E.

3.6 Tratamento - Segregação e disposição interna

Em relação ao item 14 do Quadro 4, relacionado a segregação dos

resíduos do Hospital, acontece uma vez ou outra, comprovando que o hospital

não segue as determinações legais quanto à correta disposição dos resíduos,

como de acordo com a classificação nos grupos: A, B, D e E (ANVISA, 2004;

BRASIL 2005).

Contatou-se que a maioria dos recipientes destinado para o

acondicionamento dos resíduos não possuem identificação e são

revestimentos com sacos plásticos preto (Figura 3), com exceção dos

descarpack´s utilizados para acondicionamento dos resíduos do Grupo E

(perfurocortantes). A segregação dos resíduos perfurocortantes (Grupo E) é

feita, utilizando descarpack, caixa rígida que atende a NBR 13.853/1997

(ABNT, 1997), para seu acondicionamento, entretanto, os funcionários não

respeitam as condicionantes de que ao atingir 2/3 de sua capacidade

volumétrica ou que o nível de preenchimento chegue a 5 (cinco) cm de

distância da boca do recipiente, o dito deve ser descartado.

25

Figura 3 - Recipientes para o acondicionamento de resíduos produzidos no pronto socorro (a) e centro cirúrgico (b) do Hospital Municipal de Jucurutu/RN.

Fonte: Próprio autor

Para a identificação dos recipientes de RSS a NBR 7.500/2004 (ABNT,

2004), preconiza o uso de símbolos e cores de identificação tanto nos

recipientes quanto nos sacos de acondicionamento, de modo que possibilite a

identificação visual dos resíduos por grupo e alertar sobre os riscos específicos

de cada um em todos os recipientes de acondicionamento, com a finalidade de

orientar o descarte correto e prevenir acidentes.

O hospital não gera resíduos do Grupo C (radioativo), tendo em vista

que não possui a especialidade radioterápica ou atividades afins em sua

planta.

Outro critério importante a ser analisado é o item 16, a disposição

interna do resíduo não há uma classificação de acordo com a sua

característica. Todos os resíduos provenientes da cozinha e da copa são

classificados como Grupo D (resíduo comum), não há segregação quanto sua

composição (seco ou úmido), ou recicláveis, e não são aproveitados os restos

de alimentos para compostagem ou alimento para animais. Os resíduos sólidos

como materiais de embalagens de medicamentos, papeis, entre outros, são

classificados como Grupo D, mas após o contato direto com as substâncias

químicas ou infectantes, esses resíduos contaminados passam a se classificar

de acordo com a substancia a qual foi contaminada.

(a) (b)

26

As lâmpadas, pilhas e baterias do hospital quando perdem suas

funcionalidades também são descartadas como resíduos comum, toda via,

esses resíduos são ricos em metais pesados que acarretar grande prejuízo a

saúde humana e ao meio ambiente, esses materiais são classificados como

resíduos perigosos de acordo com a NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004), e

necessita de um manejo adequado e de tratamento antes de sua disposição

final.

Um ponto observado foi a precariedade dos recipientes para o

acondicionamento dos resíduos, muito dos recipientes eram de tampa

articulada, porém, não possuem mais tampas, segundo a RDC 306/2004

(ANVISA, 2004), apenas as salas cirúrgicas e ponto socorro podem optar por

recipientes sem tampa.

Nessa dimensão são necessárias mudanças imediatas as quais

requerem investimento neste setor de manejo, atentando para os recipientes

de acondicionamento de resíduos.

3.7 Transporte - Destinação interna

O transporte dos resíduos gerados no Hospital, necessitam de alguns

ajustes, não existindo regras para o transporte, internamente os funcionários

responsáveis transportam os resíduos gerados nos diversos setores do hospital

em um recipiente rígido, de tamanho reduzido de 120 litros, lavável,

impermeável, com tampa articulada ao próprio corpo do equipamento e

providos com rodas (Figura 4), no entanto não possui identificação, logo é

utilizado para o transporte dos mais diversos grupos de resíduos, contrariando

o tópico 1.4.2, capitulo III da RDC 306/2004 (ANVISA, 2004).

A rota utilizada pelos funcionários da coleta/limpeza até o

armazenamento externo é praticamente a mesma utilizada pelos outros

serviços (distribuição de alimento, distribuição das roupas e lençóis limpos e

etc). Torna-se necessário um redimensionamento dos horários e organização

mais criteriosa sobre as diferentes atividades dos funcionários.

27

Figura 4 – Recipiente utilizado para coleta interna de resíduos de serviços de saúde no Hospital Municipal de Jucurutu/RN.

Fonte: Próprio autor.

Em virtude da pequena distância entre os locais de geração dos RSS e o

armazenamento externo, o empreendimento não dispõe de uma sala exclusiva

para o armazenamento interno temporário, os resíduos coletados sempre vão

direto para o abrigo de resíduos (armazenamento externo), local onde são

armazenados até o momento da coleta externa pela empresa responsável.

Quanto a empresa responsável que realiza o transporte externo estava

com os serviços de coleta suspenso. De acordo com a Administração a coleta

através de uma empresa estava em processo de licença.

As coletas dos resíduos do grupo D são realizadas pela própria

prefeitura, com frequência de 2 vezes por semana, pela falta segregação, boa

parte dos resíduos hospitalares também estão sendo coletados pela prefeitura.

3.8 Disposição - Destinação final

Os ambientes de armazenamento dos resíduos, encontra-se em

situação de precariedade, situação encontrada durante as visitas técnicas, a

estrutura física do hospital não atende as exigências prevista na legislação

vigente, o que pode ocasionar riscos a saúde e segurança dos funcionários que

trabalham diretamente com manejo dos resíduos e a proximidade do abrigo de

armazenamento externo fica próximo a cozinha.

28

O espaço utilizado como abrigo externo de resíduos não é compatível

com os aspectos construtivos descritos no tópico 15 da RDC 306/2004

(ANVISA, 2004), sendo utilizado para o armazenamento dos resíduos uma

área a céu aberta na lateral do empreendimento (Figura 5), exposto a ação dos

agentes físicos (radiação solar, vento, chuva e etc).

Figura 5 – Recipiente utilizado para acondicionamento (a) e local utilizado para o armazenamento externo (b) dos resíduos de serviço de saúde gerados no Hospital Municipal de Jucurutu/RN.

Fonte: Próprio autor.

Os recipientes acima citados embora sejam para o acondicionamento

dos resíduos dos Grupos "A", "B" e "E", vem sendo utilizados geralmente para

acondicionamentos dos RSS do Grupo E.

Os resíduos comuns (Grupo D) quando colocados em contato com

resíduos infectantes (Grupo A) por exemplo, passam a classificar-se também

como infectantes, e devem ser coletados pela empresa contratada,

especializada no tratamento e disposição final desses resíduos, o que aumenta

o custo final.

No período das visitas, a empresa responsável não executava as

coletas, devido a questões de licitação. Sem a segregação correta e sendo

coletado pela prefeitura, os RSS são encaminhados para o aterro do município

o qual não atende aos critérios mínimos para disposição final de resíduos de

serviços de saúde exclusivamente expostos no anexo II da Resolução

358/2005 (BRASIL, 2005), principalmente quanto aos aspectos técnicos que

(a) (b)

29

fazem referência a necessidade de: (1) sistemas de drenagem de águas

pluviais; (2) coleta e disposição adequada dos percolados; (3) coleta de gases;

(4) impermeabilização da base e taludes; e (5) monitoramento ambiental.

Nenhum desses critérios são atendidos na área utilizada pelo município com a

disposição final de seus resíduos.

O aterro controlado do município, possui área de aproximadamente 4 ha

e perímetro 1220 m (Figura 6).

Figura 6 – Localização do aterro controlado do município de Jucurutu/RN e distância em relação ao centro urbano e o Hospital Municipal de Jucurutu.

Fonte: Próprio autor, extraída do Google Earth 2017.

Após a normalização do serviço de coleta sabe-se que os resíduos que

serão coletados pela empresa contratada, deverão obedecer a todos os

requisitos legais contidos na Resolução 358/2005 (BRASIL, 2005), que dispõe

sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e

dá outras providências.

3.9 Adequação do hospital à legislação - Proposição de medidas inicias

A elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do

Serviço de Saúde constitui-se a primeira medida a ser providenciada. Trata-se

de um documento que visa à administração integrada dos resíduos por meio de

30

um conjunto de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento

e por isso vai fundamentar todas as demais medidas apontadas.

3.9.1 Homologação do cargo de responsável técnico pelos resíduos e

formação da equipe de trabalho

O cargo de responsável técnico deve ser de um funcionário efetivo do

hospital, que apresente as seguintes características:

Ter formação compatível com o cargo, onde em sua grade curricular

possua componentes que abranja o gerenciamento dos resíduos

sólidos, gestão ambiental e educação ambiental;

Ter facilidade em lidar com trabalho em equipe;

Ter registro ativo em seu conselho de classe, e;

Cumprir caga horária mínima de 20 horas semanais no estabelecimento.

Caso no estabelecimento não tenha um funcionário com tais

características, deverá ser contratado um novo funcionário para ocupar esta

vaga. Além disso, deverão ser escolhidos um representante por setor, para que

juntamente com o diretor do hospital e o responsável técnico pelos resíduos,

componha a equipe de trabalho.

3.9.2 Programa contínuo de capacitação e educação ambiental

O programa contínuo de capacitação e educação ambiental consiste na

aplicação e submissão dos funcionários a procedimentos, palestras e

treinamentos.

Tendo em vista a real importância que a equipe de funcionários tome

conhecimento do sistema de gerenciamento dos resíduos adotado pelo

empreendimento, serão preparadas e adotadas algumas medidas, com o

intuito de educar, conscientizar, capacitar e atribuir responsabilidades,

prospectando o progresso das relações éticas entre empreendimento,

comunidade e meio ambiente.

31

Todos os profissionais que trabalham no hospital, independentemente

do seu vínculo empregatício ou cargo em que ocupe, deverão se comprometer

em participar e pôr em prática tudo que lhe forem passados nos treinamentos e

reuniões as quais serão submetidos, comprovados em ata.

Deverão ocorrer palestras para os funcionários em geral e treinamentos

para funções especificas.

3.9.2.1 Redução na produção de resíduos

O programa de redução de resíduos deverá ser implantado com o

objetivo de redução no custo com o transporte, tratamento e disposição final,

além da redução dos riscos ambientais e à saúde, e cumprimento da

legislação.

Serão aplicados palestras e treinamento, tomando como referência os

conceitos básicos do gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, com

enfoque em:

Educação ambiental;

Segregação dos RSS; e

Os 5R’s (Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar).

3.9.2.2 Melhoria no manejo de resíduos

O programa de melhoria no manejo dos resíduos objetiva padronizar a

atividade, levando em conta a saúde do funcionário e a adequação a rotina do

hospital, baseado seus treinamentos na Resolução 358/2005 e RDC 306/2004

(ANVISA, 2004; BRASIL, 2005) além de algumas NBR’s, treinamentos com

embasamentos teóricos e práticos, com palestras abrangendo os temas citados

abaixo:

Gerenciamento de RSS e sua importância para a saúde e meio

ambiente;

Forma correta de executar as atividades de coleta, transporte e

armazenamento dos RSS dentro do estabelecimento;

32

Noção básica de gerenciamento dos RSS extra estabelecimento;

Legislação empregada ao gerenciamento dos RSS.

3.9.3 Saúde e segurança ocupacional

A análise da saúde e segurança dos funcionários no estabelecimento de

trabalho é de fundamental importância para o levantamento e cumprimentos de

metas do PGRSS, servindo de parâmetro de eficiência do plano.

A relação empregado-atividade deve ser exporta de forma transparente,

para que o funcionário reflita e cumpra de forma responsável sua função,

garantindo sua integridade e de seus companheiros. Nesse momento serão

discutidos os seguintes temas:

Aspectos e características em cada etapa das atividades trabalhistas;

Apresentação dos riscos potenciais em cada setor e atividade, além da

importância do uso dos EPI’s e EPC’s específicos e necessidade de sua

conservação e higienização

Protocolo a se cumprir em caso de:

o Acidente;

o Incidente;

o Doenças;

o Agravos à saúde;

o Absenteísmo, como reflexo de sintomas de agravos à saúde.

3.9.4 Criação do plano de ações em caso de acidentes

A criação de um plano de ação deve se basear nos Manuais de

Biossegurança da ANVISA, protocolando o roteiro a se seguir nas ocasiões de

acidades, com a finalidade de:

Constatar todos os acidentes dentro do ambiente de trabalho com os

materiais infectantes;

Levantar possíveis causas e corrigi-las;

33

Estabelecer padronização na rotina e manejo dos RSS afim de torna-lo

menos perigosos e prejudiciais à saúde dos funcionários, pacientes e ao

meio ambiente;

Corelacionar eventuais acidentes de trabalho com doenças passadas e

futuras dos funcionários que tiveram contato com agentes biológicos;

Acompanhamento contínuo dos funcionários que sofreram acidentes

envolvendo os materiais infectantes.

3.9.5 Indicadores

Os indicadores são essenciais na implementação de um PGRSS,

possibilita avaliar sua eficácia e traçar metas para suas melhorias. Alguns

indicadores propostos, são:

Número de acidentes ocasionados no ambiente de trabalho e suas

causas;

Avaliação quantitativa dos resíduos gerados em cada setor por

grupos, de acordo com a classificação da Resolução RDC 306/2004

da ANVISA;

Aplicação de questionários periódicos para avaliação do

conhecimento dos funcionários;

Análise do portuário dos funcionários, levantando quanto tempo os

funcionários ficaram afastados por motivo de doença, acidente e

depois motivos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realidade vivenciada no Hospital e Maternidade Municipal de Jucurutu,

chega a se tornar um problema social e ambiental. A ingerência quanto ao

tratamento e gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde compromete a

saúde da população e dos pacientes do sistema de saúde.

Os problemas relacionados aos RSS estão muitas vezes vinculados aos

profissionais envolvidos diretamente, a falta de capacitação vem a ser o

34

principal problema base do montante do agravo relativo aos resíduos gerados.

Sensibilizar e educar esses profissionais da saúde e profissionais da limpeza é

um instrumento fundamental para reduzir, acondicionar, descartar e melhor

tratar o resíduo.

A partir do diálogo com a Administração e as visitas as repartições da

unidade de saúde podemos observar quanto é necessário incluir na rotina de

treinamentos e capacitações periódicas os conhecimentos sobre o

gerenciamento dos RSS. A metodologia e a visão dos profissionais envolvidos

precisam ser revistas para que em breve seja implementado um Plano de

Gerenciamento de RSS.

Tendo em vista de que o Hospital não possui um PGRSS, a pesquisa

auxiliará no processo de uma possível implementação. Para tanto, este

levantamento ajudará na adequação do Hospital e Maternidade a fim de se

enquadrar na legislação vigente e contribuir com as prerrogativas da Política

Nacional de Resíduos Sólidos, servindo de modelo para demais unidades de

saúde da região.

É importante observarmos que a cada dia existe um aumento da

população, consequentemente a geração de resíduos está ligada a esse

avanço. As disciplinas educativas surgem como ferramenta de fomento para a

conscientização, o incentivo a reduzir os resíduos relaciona-se diretamente a

qualidade de vida das pessoas.

Como forma de subsidiar um PGRSS para o Hospital juntamente com

sua equipe responsável, é necessário montar planilhas para controle e

quantificação dos seus resíduos gerados, desta forma será fácil verificar os

pontos falhos ou que deverão ser corrigidos no plano futuro.

35

REFERÊNCIAS

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