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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE PRÓ - REITORIA DE PÓS - GRADUAÇÃO E PESQUISA - PROPGPQ CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PROPGEO AVALIAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NO MÉDIO CURSO DO RIO ACARAÚ E SUAS IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DA ÁGUA. ULISSES COSTA DE OLIVEIRA FORTALEZA/CE 2014

AVALIAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO ... · Análise Geoambiental e Ordenação do ... MATERIAIS E MÉTODOS ... Olarias em meio ao carnaubal no município de

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE PRÓ - REITORIA DE PÓS - GRADUAÇÃO E PESQUISA - PROP GPQ

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PROPGEO

AVALIAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NO MÉDIO CURSO DO RIO

ACARAÚ E SUAS IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DA ÁGUA.

ULISSES COSTA DE OLIVEIRA

FORTALEZA/CE 2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE PRÓ - REITORIA DE PÓS - GRADUAÇÃO E PESQUISA - PROP GPQ

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PROPGEO

ULISSES COSTA DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NO MÉDIO CURSO DO RIO

ACARAÚ E SUAS IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DA ÁGUA. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Geografia do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre na área de concentração: Análise Geoambiental e Ordenação do Território nas Regiões Semiáridas e Litorâneas.

Orientadora: Profa. Dra. Lidriana de Souza Pinheiro

FORTALEZA/CE

2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE PRÓ - REITORIA DE PÓS - GRADUAÇÃO E PESQUISA - PROP GPQ

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - PROPGEO

“A velha noção antropomórfica de que todo o universo se centraliza no homem – de que a existência humana é a suprema expressão do processo cósmico – parece galopar alegremente para o balaio das ilusões perdidas.”

Henry L. Mencken

AGRADECIMENTOS

À Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, órgão ao qual

pertenço, na figura do Superintende José Ricardo Araújo Lima, Superintendente e

Arilo dos Santos Veras Júnior, Superintendente-Adjunto, por concederem a

oportunidade de cursar as disciplinas e dedicar-me à elaboração desta dissertação,

na certeza de que isto contribuirá para a melhoria da minha condição de servidor e

para a qualidade do meu trabalho dentro daquele órgão.

À professora Drª Lidriana de Souza Pinheiro, que me aceitou como

orientando, sempre disponível e compreensiva, dando as orientações necessárias

nos momentos necessários.

Ao professor Dr. Ernane Cortez Lima, dada a sua reconhecida reputação

como professor e como profissional da área de meio ambiente, pela disponibilidade,

abertura e humildade, figurando como orientador e motivador no processo de

elaboração de meu trabalho, participando, também, das bancas de qualificação e

defesa desta dissertação.

À professora Andrea Almeida Cavalcante, que gentilmente aceitou participar

das bancas de qualificação e defesa desta dissertação.

Aos meus colegas de trabalho e do mestrado por sempre me apoiarem nesta

jornada árdua que é a de prosseguir os estudos quando tudo caminha para o

contrário, seja pelo cansaço diário que a vida profissional nos impõe, seja pela

dificuldade que é conciliar trabalho, estudo e distância.

Não posso deixar de agradecer também à colega de mestrado Cássia Sá, por

ter me indicado ao professor Ernane quando eu mais precisava de orientações.

À equipe da Universidade Estadual do Estado do Ceará – UECE, meus

amigos da Diretoria de Fiscalização - DIFIS e da Diretoria Regional de Sobral –

DISOB, à qual estou funcionalmente vinculado e pela qual estou atualmente

responsável.

Ao meu pai, Francisco Donizete de Oliveira, à minha “mãedrasta” Carmem

Lúcia da Silva, à minha Vó Maria, minha tia Rita, Marilda, Cida e demais tios e tias,

primos e primas, que mesmo a milhares de quilômetros de distância sempre

acreditaram em mim.

Enfim, a todos aqueles que, apesar de não citados, colaboraram direta ou

indiretamente, para a realização de mais uma importante etapa em minha vida.

E, finalmente, ao universo criador por me conceder o dom da vida, fazendo do

sonho e das dificuldades a mais doce das conquistas.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................. ....................................................... 9

LISTA DE QUADROS .................................. ..................................................... 13

LISTA DE TABELAS .................................. ...................................................... 13

LISTA DE ABREVIATURAS ............................. ............................................... 14

RESUMO ........................................................................................................... 15

ABSTRACT........................................... ............................................................. 16

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................. ................................................ 22

Urbanização e Impactos Ambientais ............................................................ 22

Qualidade da Água ....................................................................................... 26

Parâmetros de Qualidade da Água ........................................................ 32

Áreas de Preservação Permanente – APP ................................................... 41

MATERIAIS E MÉTODOS ............................... ................................................. 44

Análise da Qualidade da Água ..................................................................... 44

Mapeamento do Uso e Cobertura Vegetal das Áreas de Preservação Permanente – Apps do Rio Acaraú ............................................................. 46

DIAGNÓSTICO DO USO E COBERTURA VEGETAL DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES – APPs DO RIO ACARAÚ ..... ................ 47

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA DA ÁGUA ............... 87

Monitoramento quantitativo ........................................................................... 87

Monitoramento qualitativo ............................................................................. 93

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................ ................................... 130

BIBLIOGRAFIA ...................................... .......................................................... 134

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização rio Acaraú no contexto da sua bacia hidrográfica e do estado do Ceará. 20

Figura 2: Procedimentos realizados para elaboração da carta de vegetação e uso e ocupação do solo através da classificação supervisionada. 46

Figura 3: Localização do ponto 1, entre os municípios de Hidrolândia e Ipu. 49

Figura 4: Cemitério localizado às margens do rio Acaraú. 49

Figura 5: Barramentos no curso do rio Acaraú. 50

Figura 6: Barramentos no curso do rio Acaraú. 50

Figura 7: Pequeno núcleo urbano localizado nas redondezas do ponto monitorado, ilustrando a existência de ocupação humana, porém, em função da qualidade das imagens, não possível de mapeamento. O ponto amarelo à esquerda aponta o local onde ocorreram as coletas. 51

Figura 8: Quantitativos por classe mapeada no trecho Hidrolândia/Ipu. 53

Figura 9: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho Hidrolândia/Ipu. 53

Figura 10 : Leito do rio Acaraú, no distrito de Macaraú. 54

Figura 11 : Leito do rio Acaraú, no distrito de Macaraú. 54

Figura: 12: Ocupação das margens do rio Acaraú para uso alternativo do solo. 55

Figura 13 : Lixão localizado no município de Varjota. 55

Figura 14 : Lixão localizado no município de Varjota. 55

Figuras 15: Cerâmica e pátio para armazenamento de material extraído. 56

Figuras 16: Cerâmica e pátio para armazenamento de material extraído. 56

Figura 17: Quantitativos por classe mapeada no trecho Santa Quitéria/Varjota. 58

Figura 18: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho Santa Quitéria/Varjota. 59

Figura 19: Localização do ponto 3, no município de Groaíras. 60

Figura 20: Lavagem de roupa no leito do rio. 61

Figura 21: Passagem molhada barrando o curso do rio Acaraú. 61

Figura 22: Estruturas utilizadas para lazer. 61

Figura 23: Extração de areia do leito do rio entre os municípios de Groaíras e Cariré. 61

Figura 24: Extração de areia do leito do rio entre os municípios de Groaíras e Cariré. 61

Figura 25: Quantitativos por classe mapeada no trecho Santa Quitéria/Varjota. 64

Figura 26: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho Groaíras/Cariré. 65

Figura 27: Localização do ponto no município de Sobral. 66

Figura 28: Trecho do rio no trecho de maior urbanização no município de Sobral, onde ocorre o barramento do rio, formando o “espelho d’água”. As fotos menores oferecem detalhes importantes das condições da área. 67

Figura 29: Lançamento de esgoto às margens do rio Acaraú, em Sobral, no bairro Pedrinhas. 69

Figura 30: Vista aérea do aterro sanitário municipal de Sobral; Estrada de acesso ao aterro; Entrada do aterro. 70

Figura 31: Localização do aterro sanitário em relação à sede municipal. 71

Figura 32: Indústrias localizadas ao longo da BR-222, no município de Sobral. 71

Figura 33: A: Visão da indústria Votorantim Cimentos S/A, onde pode-se observar as estações de tratamento. B: Área de extração/estoque de material extraído. C/D: Visão da planta da indústria. Destaque em todos os casos para a nuvem de poeira que se forma, dirigindo-se para além da área da fábrica. 72

Figura 34: A/B: Cerâmicas localizadas na planície fluvial do rio Acaraú. C: Cerâmica 73

10

localizada próximo à BR-222, em Sobral. Figura 35: A) Extração de granito desativada, localizada no caminho do Jordão. B/C) Barramento efetuados no leito do rio Acaraú, na região de juzante do rio em relação a Sobral, visando a construção de acessos para tráfego de veículos. D) Caminhões e tratores extraindo areia no leito do rio Acaraú, que msotra-se bastante assoreado. E) Extração de granito em funcionamento para fabricação de brita, no caminho do distrito de Bonfim. 75

Figura 36: Quantitativos por classe mapeada no trecho Sobral. 77

Figura 37: Espelho d’água (barramento do rio Acaraú na zona urbana de Sobral. 77

Figura 38: Espelho d’água (barramento do rio Acaraú na zona urbana de Sobral. 77

Figura 39: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho em Sobral. 78

Figura 40: Localização do ponto 5, no município de Santana do Acaraú. 79

Figura 41: Captação de água do rio. De forma acumulada ao longo do rio, compromete a vazão disponível para outros fins. 80

Figura 42: Culturas de vazante no município de Santana do Acaraú. 80

Figura 43: Culturas de vazante no município de Santana do Acaraú. 80

Figura 44: Localização do matadouro na zona urbana e próximo de equipamentos sociais. 81

Figura 45: Descaracterização das áreas de preservação permanente, visando o uso alternativo do solo. 82

Figura 46: Descaracterização das áreas de preservação permanente, visando o uso alternativo do solo. 82

Figura 47: aterro controlado de Santana do Acaraú. 82

Figura 48: aterro controlado de Santana do Acaraú. 82

Figura 49: Olarias em meio ao carnaubal no município de Santana do Acaraú. A atividade é camuflada pela vegetação, o que, muitas vezes, dificulta a localização dos danos ambientais. 82

Figura 50: Extrações de areia no Acaraú, no município de Santana do Acaraú. 83

Figura 51: Extrações de areia no Acaraú, no município de Santana do Acaraú. 83

Figura 52: Quantitativo por classe de uso e ocupação e vegetação nas áreas de preservação permanente do rio Acaraú, município de Santana do Acaraú/Ce. 85

Figura 53: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho em Santana do Acaraú. 86

Figura 54: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Hidrolândia, nos anos de 2009 a 2013. 88

Figura 55: Vista aérea sobre o leito do rio Acaraú a montante do açude Araras. 88

Figura 56: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria na estação fluviométrica de Santa Quitéria e na estação pluviométrica do Açude Araras, nos anos de 2009 a 2013. 89

Figura 57: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Groaíras, nos anos de 2009 a 2013. 90

Figura 58: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Sobral, nos anos de 2009 a 2013. 90

Figura 59: Trecho do rio Acaraú localizado na zona urbana de Sobral. 91

Figura 60: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Santana do Acaraú, nos anos de 2009 a 2013. 91

Figura 61: Vista do rio Acaraú no trecho inserido no município de Santana do Acaraú. 92

Figura 62: Vazão média e pluviometria média para os anos de 2009 a 2013, nos municípios abrangidos pelo estudo. 92

Figura 63: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 1. 97

Figura 64: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 2. 97

Figura 65: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 3. 97

Figura 66: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 4. 97

Figura 67: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 5. 97

11

Figura 68: Variação da turbidez ao longo os pontos monitorados. 98

Figura 69: Turbidez durante o período de monitoramento no ponto 1. 99

Figura 70: Turbidez durante o período de monitoramento no ponto 2. 99

Figura 71: Turbidez durante o período de monitoramento no ponto 3. 99

Figura 72: Turbidez durante o período de monitoramento no ponto 4. 99

Figura 73: Turbidez durante o período de monitoramento no ponto 5. 99

Figura 74: Cor (mg PT/L) durante o período de monitoramento. 100

Figura 75: Cor durante o período de monitoramento no ponto 1. 101

Figura 76: Cor durante o período de monitoramento no ponto 2. 101

Figura 77: Cor durante o período de monitoramento no ponto 3. 101

Figura 78: Cor durante o período de monitoramento no ponto 4. 101

Figura 79: Cor durante o período de monitoramento no ponto 5. 101

Figura 80: Temperatura (° C) durante o período de m onitoramento no ponto 1. 103

Figura 81: Temperatura (° C) durante o período de m onitoramento no ponto 2. 103

Figura 82: Temperatura (° C) durante o período de m onitoramento no ponto 3. 103

Figura 83: Temperatura (° C) durante o período de m onitoramento no ponto 4. 103

Figura 84: Temperatura (° C) durante o período de m onitoramento no ponto 5. 103

Figura 85: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 1. 105

Figura 86: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 2. 105

Figura 87: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 3. 105

Figura 88: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 4. 105

Figura 89: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 5. 105

Figura 90: Cloro (mg/L Cl) durante o período de monitoramento. 106

Figura 91: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 1. 107

Figura 92: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 2. 107

Figura 93: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 3. 107

Figura 94: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 4. 107

Figura 95: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 5. 107

Figura 96: Sulfato (mg/L SO4) durante o período de monitoramento. 108

Figura 97: Sulfato durante o período de monitoramento no ponto 1. 109

Figura 98: Sulfato durante o período de monitoramento no ponto 2. 109

Figura 99: Sulfato durante o período de monitoramento no ponto 3. 109

Figura 100: Sulfato durante o período de monitoramento no ponto 4. 109

Figura 101: Sulfato durante o período de monitoramento no ponto 5. 109

Figura 102: Clorofila "a" (µg/L) durante o período de monitoramento. 110

Figura 103: Clorofila "a" durante o período de monitoramento no ponto 1. 112

Figura 104: Clorofila "a" durante o período de monitoramento no ponto 2. 112

Figura 105: Clorofila "a" durante o período de monitoramento no ponto 3. 112

Figura 106: Clorofila "a" durante o período de monitoramento no ponto 4. 112

Figura 107: Clorofila "a" durante o período de monitoramento no ponto 5. 112

Figura 108: Fósforo Total (mg/L P) durante o período de monitoramento. 112

Figura 109: Fósforo Total durante o período de monitoramento no ponto 1. 115

Figura 110: Fósforo Total durante o período de monitoramento no ponto 2. 115

Figura 111: Fósforo Total durante o período de monitoramento no ponto 3. 115

Figura 112: Fósforo Total durante o período de monitoramento no ponto 4. 115

Figura 113: Fósforo Total durante o período de monitoramento no ponto 5. 115

Figura 114: Nitrato (mg/L N) durante o período de monitoramento. 116

Figura 115: Nitrato durante o período de monitoramento no ponto 1. 117

Figura 116: Nitrato durante o período de monitoramento no ponto 2. 117

12

Figura 117: Nitrato durante o período de monitoramento no ponto 3. 117

Figura 118: Nitrato durante o período de monitoramento no ponto 4. 117

Figura 119: Nitrato durante o período de monitoramento no ponto 5. 117

Figura 120: Nitrito (mg/L N) durante o período de monitoramento. 118

Figura 121: Nitrito durante o período de monitoramento no ponto 1. 119

Figura 122: Nitrito durante o período de monitoramento no ponto 2. 119

Figura 123: Nitrito durante o período de monitoramento no ponto 3. 119

Figura 124: Nitrito durante o período de monitoramento no ponto 4. 119

Figura 125: Nitrito durante o período de monitoramento no ponto 5. 119

Figura 126: Nitrogênio amoniacal total durante o período de monitoramento no ponto 1. 121

Figura 127: Nitrogênio amoniacal total durante o período de monitoramento no ponto 2. 121

Figura 128: Nitrogênio amoniacal total durante o período de monitoramento no ponto 3. 121

Figura 129: Nitrogênio amoniacal total durante o período de monitoramento no ponto 4. 121

Figura 130: Nitrogênio amoniacal total durante o período de monitoramento no ponto 5. 121

Figura 131: Potencial hidrogeniônico (pH) durante o período de monitoramento. 122

Figura 132: Potencial hidrogeniônico durante o período de monitoramento no ponto 1. 123

Figura 133: Potencial hidrogeniônico durante o período de monitoramento no ponto 2. 123

Figura 134: Potencial hidrogeniônico durante o período de monitoramento no ponto 3. 123

Figura 135: Potencial hidrogeniônico durante o período de monitoramento no ponto 4. 123

Figura 136: Potencial hidrogeniônico durante o período de monitoramento no ponto 5. 123

Figura 137: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento. 124

Figura 138: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento no ponto 1. 125

Figura 139: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento no ponto 2. 125

Figura 140: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento no ponto 3. 125

Figura 141: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento no ponto 4. 125

Figura 142: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento no ponto 5. 125

Figura 143: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) durante o período de monitoramento. 126

Figura 144: Demanda bioquímica de oxigênio durante o período de monitoramento no ponto 1. 127

Figura 145: Demanda bioquímica de oxigênio durante o período de monitoramento no ponto 2. 127

Figura 146: Demanda bioquímica de oxigênio durante o período de monitoramento no ponto 3. 127

Figura 147: Demanda bioquímica de oxigênio durante o período de monitoramento no ponto 4. 127

Figura 148: Demanda bioquímica de oxigênio durante o período de monitoramento no ponto 5. 127

Figura 149: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento. 128

Figura 150: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento no ponto 1. 129

Figura 151: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento no ponto 2. 129

Figura 152: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento no ponto 3. 129

Figura 153: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento no ponto 4. 129

Figura 154: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento no ponto 5. 129

13

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Usos da água e suas condições físico-químicas e biológicas. 30 Quadro 2: Parâmetros, unidades, padrões e métodos utilizados nas análises. 45 Quadro 3: localização dos trechos de do rio analisados em relação aos pontos de coleta. 48 Quadro 4: Processos de extração mineral no rio Acaraú no trecho Santa. Quitéria/Varjota. 56 Quadro 5: Processos de extração mineral no rio Acaraú. 62 Quadro 6: Processos de extração mineral no rio Acaraú, município de Sobral. 73 Quadro 7: Processos de extração mineral no rio Acaraú. 84

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Localização dos pontos de coleta 44 Tabela 2: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação. 52 Tabela 3: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação. 57 Tabela 4: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação. 63 Tabela 5: Distribuição das ETEs que efetuam lançamento direto no rio Acaraú, em Sobral. 68

Tabela 6: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação. 76 Tabela 7: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação. 85 Tabela 8: Estações fluviométricas da ANA. 87 Tabela 9: Estações pluviométricas da FUNCEME. 87 Tabela 10: Classificação segundo a qualidade requerida para seus usos preponderantes. CONAMA 357/2005. 94

Tabela 11: Parâmetros de qualidade da água e classe de enquadramento conforme Resolução Conama 357/2005. 95

Tabela 12: Condutividade elétrica (µS/cm), no período de monitoramento. 96 Tabela 13: Temperatura (°C) durante o período de mo nitoramento. 102 Tabela 14: Sólidos totais durante o período de monitoramento. 104 Tabela 15: Classificação do Estado Trófico para rios segundo Índice de Carlson Modificado. 111

Tabela 16: Classificação dos pontos de monitoramento de acordo com o IET para clorofila “a”. 111

Tabela 17: Classificação do Estado Trófico para rios segundo Índice de Carlson Modificado. 114

Tabela 18: Classificação dos pontos de monitoramento de acordo com o IET para fósforo total. 114

Tabela 19: Nitrogênio amoniacal durante o período de monitoramento. 120

14

LISTA DE ABREVIATURAS

ANA – Agência Nacional de Águas

APA – Área de Proteção Ambiental

APP – Área de Preservação Permanente

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CF – Constituição Federal

COEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral

FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos

HA – Hectare

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará

LANDSAT – Earth Resources Technology Satellite

OD – Oxigênio Dissolvido

pH – Potencial Hidrogeniônico

PLANERH – Plano Estadual de Recursos Hídricos

PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos

RSS – Resíduos de Serviço de Saúde

SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

SEMACE – Superintendência Estadual do Meio Ambiente

SPRING – Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas

USGS – United States Geological Survey UTM – Universal Transversal Mercator

15

RESUMO

As áreas de preservação permanente do rio Acaraú, inserido na bacia hidrográfica que leva o mesmo nome, é o objeto de estudo da presente pesquisa. No presente trabalho de Dissertação de Mestrado, procurou-se compreender as implicações na qualidade da água a partir da avaliação do uso e ocupação das áreas de preservação permanente (APP) do rio Acaraú. Para tanto, adotaram-se os parâmetros de qualidade de água definidos na Resolução Conama nº 357, de 17/03/2005. As análises se basearam nos laudos do Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos realizado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE entre dezembro/2009 a maio/2013Os parâmetros analisados foram pH; Temperatura (°C); Cor (mg Pt/L); Salinidade (%); Tu rbidez (UNT); Oxigênio Dissolvido – OD (mg/L O2); Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO (mg/L O2); Sólidos Totais (mg/L); Nitrato (mg/L N); Nitrito (mg/L N); Nitrogênio Amoniacal Total (mg/L N); Sulfato (mg/L SO4); Condutividade (µS/cm); Cloretos (mg/L Cl); Clorofila “a” (µg/L); Fósforo Total (mg/L P); Coliformes Termotolerantes (NMP/100ml). A dinâmica de ocupação e de uso do solo das áreas de preservação permanente do rio Acaraú é fator determinante para o comprometimento da qualidade de suas águas. Os resultados do monitoramento realizado mostraram que o rio pode ser enquadrado como de classe 2 no ponto 2 e, nos demais pontos, apresentaram-se em desacordo os parâmetros coliformes termotolerantes (P1) e fósforo (P3, P4 e P5). Quanto ao uso do solo e cobertura vegetal ao longo as APPs, a classe predominante foi a caatinga aberta, com 6.801,69 hectares, seguida pela classe solo exposto (2.484,33 ha), caatinga densa (2.248,01 ha), pastagens e áreas de várzea 1.895,47 ha), água (731,97 ha) e área urbanizada (466,50 ha).

Palavras-chave: Qualidade da água; Área de Preservação Permanente; Recursos Hídricos; Uso e ocupação do solo

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ABSTRACT

The Acaraú river permanent preservation areas, located in the river basin with the same name, is the object of study of this research. This work aimed to understand the implication on water quality regarding to the use and occupancy of Acaraú river permanent preservation areas. The analyzes were evaluated through the parameters of water quality established by Conama Resolution nº 357/2005. The analyzes were based on reports of the Monitoring Programme for Water Resources held by the State Superintendent of Environment - SEMACE between December 2009 to May 2013. The parameters analyzed were pH; Temperature; Colour; Salinity; Turbidity; Dissolved Oxygen - DO; Biochemical Oxygen Demand - BOD; Total Solids; Nitrate; Nitrite; Total Ammonia Nitrogen; Sulfate; Conductivity; Chloride; Chlorophyll-a; Total Phosphorus; Thermotolerant coliforms. The dynamics of occupation and land use in the Acaraú the river permanent preservation areas is a factor that influences directly on its water quality. The results showed that the river can be classified as class 2 in the point 2 e, in the other points, the only parameters that were not in accordance were thermotolerant coliform (P1) and phosphorus (P3, P4 and P5). Regarding to land use and vegetation cover along the permanent preservation areas, the predominant class was open Caatinga, with 6801.69 hectares, followed by exposed soil (2484.33 ha), dense Caatinga (2248.01 ha), pastures and floodplains 1895.47 ha), water (731.97 ha) and urban area (466.50 ha).

Keywords: Water quality; Permanent Preservation Area; Water Resources; Use and land cover

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1 – INTRODUÇÃO

No século XXI, significativas interferências foram efetuadas no tocante à

exploração dos recursos naturais. O planeta passa por um momento de pressão

sem precedentes, associado ao modo de produção capitalista, que tende a agravar-

se, dada a crescente demanda pelo uso dos recursos.

Em função da possibilidade de aproveitamento, ao longo da história, os rios

atraíram comunidades que se fixaram em suas margens, utilizando suas águas para

o desenvolvimento das mais diversas atividades. A concentração populacional na

cidade gera demandas específicas, como o abastecimento de água, o controle da

poluição e da ocupação de áreas de risco, a implantação de saneamento básico e a

destinação adequada dos resíduos sólidos. O processo de urbanização constitui

uma preocupação de todos os profissionais e segmentos ligados à questão do meio

ambiente, pois as cidades avançam e apresentam um crescimento rápido e sem

planejamento adequado, o que contribui para o agravamento dos problemas

ambientais.

A conjuntura atualmente vigente, associada ao crescimento populacional que

vem se verificando nos últimos anos, certamente acentua os inúmeros problemas

relacionados à deficiência de saneamento básico, que evoluirão para um quadro de

degradação ambiental sem precedentes. É possível afirmar que, ao passo que

ocorre o crescimento dos núcleos urbanos, verifica-se o sobrecarregamento das

estruturas de saneamento com consequente aumento de fontes potencialmente

poluidoras dos recursos hídricos e de casos de doenças de veiculação hídrica.

Com efeito, o quadro de urbanização que se configura remete ao aumento da

demanda por água potável, com consequente sobrecarga sobre os mananciais e

sistemas de abastecimento de água em operação, que atualmente já apresentam

problemas de distribuição, com índices de cobertura deficitários. Como agravante,

tem-se o fato de os núcleos urbanos contarem com sistemas de esgotamento

sanitário cobrindo apenas pequena parcela da população na malha urbana,

apresentando um elevado percentual de domicílios que não contam com instalações

sanitárias ou que se utilizam de fossas, deixando de dar o destino adequado ao

esgoto contribuindo para a degradação da qualidade da água nos corpos hídricos

superficiais e subterrâneos. Além disso, a coleta e destinação final dos resíduos

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sólidos é precária, observando-se o lançamento inadequado de resíduos sólidos em

terrenos baldios e margens de rios.

Tal situação resulta em elevados riscos de poluição dos recursos hídricos na

bacia, comprometendo a qualidade da água captada para abastecimento humano,

resultando no consumo de água contaminada, quando captada pelas populações

não atendidas pelos sistemas de tratamento, bem como encarecendo os custos de

tratamento, com consequentes danos à saúde pública.

A água é considerada um bem dotado de valor econômico, tendo em vista seu

caráter finito e sua importância para a conservação dos seres vivos e do meio

ambiente. Por seu caráter de vulnerabilidade, está suscetível aos mais diversos

impactos negativos, o que se desdobra na maioria dos casos em sua escassez,

tanto no tocante à disponibilidade quanto à qualidade. Em muitos lugares a

escassez hídrica já é uma realidade e isto tem despertado um processo de

sensibilização por parte da sociedade no tocante à preservação e ao uso racional

dos recursos hídricos.

Apesar da capacidade que a Natureza possui de se recuperar, esta não se

configura ilimitada. Em muitos casos um recurso natural que tenha sido objeto de

degradação perde as condições de voltar às características originais, o que ocasiona

sua destruição, bem como sérios danos à saúde humana.

Neste contexto, a poluição da água consiste na alteração de suas

características por quaisquer ações ou interferências, sejam elas naturais ou

provocadas pelo homem. Essas alterações podem produzir impactos estéticos,

fisiológicos ou ecológicos (BRAGA et. al., 2005).

A área utilizada como objeto deste estudo compreende as Áreas de

Preservação Permanente – APPs do rio Acaraú, desde o município de Hidrolândia

até Santana do Acaraú, perfazendo um trecho de 155 km de extensão e 155,02 km²

de área, inseridas no contexto da bacia hidrográfica do referido rio, mais

precisamente em sua planície fluvial, que configura-se como uma forma mais

característica de acumulação decorrente da ação fluvial, constituindo, de forma

geral, área diferenciada nos sertões semiáridos, por abrigarem melhores condições

de solos e de disponibilidade hídrica (LIMA et al, 2000).

A Bacia do Acaraú situa-se na porção noroeste do Estado do Ceará, limitada

a noroeste pela Bacia do Coreaú, a sudoeste pela Bacia do Poti Longá, a sudeste

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pela Bacia do Banabuiú, a leste pelas bacias do Curú e Litoral, e ao norte, pelo

Oceano Atlântico. Localizando-se entre as coordenadas geográficas 40° 54’ e 39°

44’ de longitude oeste e 2° 49’ e 4° 59’ de latitud e sul, ocupa uma área de 14.423

km², abrangendo integralmente a área de 11 municípios e, parcialmente, a de outros

17 municípios (PLANERH, 2005).

Ao longo dos anos, a Bacia do Rio Acaraú vem sofrendo várias interferências

humanas, que ocorrem desde seu alto curso se estendendo até a foz. Estes

problemas ambientais decorrem de fatores como o desmatamento, o manejo

inadequado na agricultura, a carcinicultura, a expansão urbana e ausência de infra-

estrutura de saneamento. E culminam na redução da biodiversidade, pois são ações

ou atividades que se utilizam amplamente do solo, da vegetação e sobremaneira da

água (ALVES, 2008, p. 17).

Esta bacia coloca-se como a segunda do Estado do Ceará, em termos de

expressão espacial, compreendendo 10% do seu território. A disposição da bacia é

alongada e o principal curso coletor de águas apresenta um percurso longitudinal de

308 Km. No alto curso, a largura da bacia chega a atingir 125Km, estreitando-se

para jusante, atingindo a média de 75 Km para o médio e menos de 20 Km para o

baixo curso fluvial (SOUZA, 1981, apud LIMA, 2004). A figura 1 demonstra a

localização da do rio Acaraú e os pontos de coleta ao longo da sua bacia

hidrográfica

Os trechos do rio estudados encontram-se inseridos na unidade geoambiental

“Sertões do Acaraú”, a qual, morfoestruturalmente, possui superfície de

aplainamento conservada e/ou moderadamente dissecada em rochas do

embasamento cristalino, com altitudes entre 150-200m. No tocante ao clima, este

caracteriza-se como semiárido quente com precipitações médias anuais entre 600-

800 mm, com chuvas entre janeiro e maio. Quanto à hidrografia, possui rede fluvial

densa com fluxo hídrico intermitente sazonal e baixo potencial de águas

subterrâneas. Em relação aos solos, nas colinas sertanejas ocorrem solos bruno não

cálcicos de fertilidade natural média a alta e nas baixas vertentes e fundos de vale,

planossolos e litólicos de fertilidade baixa e aluviais de boa qualidade. Nos relevos

residuais e nos pedimentos rochosos há grande frequência de afloramentos

rochosos e chão pedregosos. A vegetação constitui-se pela caatinga hipoxerófila

nos inteflúvios mais férteis e caatinga hiperxerófila nas áreas de solos com

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deficiência de fertilidade e menores condições de umidade. As planícies fluviais são

revestidas por matas ciliares (LIMA et al, 2000).

A figura 1 mostra a localização da Bacia Hidrográfica do rio Acaraú e dos

pontos de coleta para análise da qualidade da água nos municípios de Hidrolândia

(Ponto 1), Santa Quitéria (Ponto 2), Groaíras (Ponto 3), Sobral (Ponto 4) e Santana

do Acaraú (Ponto 5).

Figura 1: Localização rio Acaraú no contexto da sua bacia hidrográfica e do estado do Ceará.

21

Face ao exposto, o presente trabalho possui como objetivo geral avaliar a

influência do uso e ocupação do solo em Áreas de Preservação Permanente (APP)

do rio Acaraú sobre a qualidade de suas águas. Ademais, para o cumprimento do

objetivo proposto, foram elencados objetivos específicos, a saber:

• Caracterizar o uso e ocupação do solo nas Áreas de Preservação

Permanente (APP) ao longo do médio curso do rio Acaraú;

• Avaliar a variação temporal dos parâmetros de qualidade de água superficial

utilizados no monitoramento entre 2009 a 2013, com intuito de identificar as

possíveis influências das intervenções nas APPs do rio Acaraú;

• Propor medidas de monitoramento e conservação do Rio Acaraú.

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2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 – Urbanização e suas consequências no meio ambi ente

Os processos de adensamento e crescimento físico territorial ocorrem com

maior intensidade no meio ambiente urbano. É de suma importância entender que o

meio ambiente urbano não se restringe apenas à sua configuração física, mas a

uma complexa reunião de fatores de ordem cultural, espacial, política, através de

suas inter-relações, visto que a sociedade modifica o meio ambiente e vice-versa, e

este se desdobra na concretização das relações sociais de uma comunidade. Essas

relações, entretanto, são retratadas principalmente pela dimensão espacial, já que

pelo ponto de vista territorial podemos observar as demais características de ordem

econômica, social e cultural de um grupo. É através dessas relações que ocorrem as

modificações ambientais (SILVA, 2002).

Souza (1999) trata do processo de urbanização no Brasil mostrando

principalmente o processo de verticalização das cidades, o qual causa problemas

ambientais no espaço em que se desenvolve.

Como consequência da urbanização, ocorre o processo de adensamento que,

na visão de Nucci (2001), é uma intensificação do uso e da ocupação do solo e

aparece vinculado à disponibilidade de infra-estrutura e às condições do meio físico.

Nesse sentido, a área urbana que se apresente com uma infraestrutura subutilizada

e sem impedimentos do meio físico é considerada como passível de adensamento.

O adensamento urbano tornou-se um assunto imprescindível, relacionado ao

desenvolvimento urbano. Decisões adotadas nesta área podem ter um impacto

significativo na qualidade do meio ambiente, na saúde, no crescimento das cidades

e no processo de urbanização como um todo. Existe uma grande quantidade de

dados importantes que podem oferecer referências úteis para o planejamento e para

a gestão urbana. O adensamento urbano interfere principalmente na ocupação e uso

do solo, na qualidade ambiental e no congestionamento. O espaço urbano também é

afetado pela ineficiência de planejamento e gestão urbana, através de

regulamentações indevidas e desobediências aos parâmetros urbanísticos. Logo, a

sustentabilidade urbana depende em parte de como os planejadores, gestores e

agentes decisórios percebem e decidem sobre os benefícios e as desvantagens

existentes em ambientes urbanos densamente ocupados (SILVA, 2002).

As altas densidades, acima do planejado, degradam o meio ambiente urbano

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causando impactos ambientais. O sistema viário, a drenagem, os sistemas de

abastecimento de água e esgoto sanitário tornam-se obsoletos, criando problemas

de congestionamento e saturação das redes de infra-estrutura, gerando

insuficiências urbanas e comprometendo a qualidade de vida de uma região (SILVA,

2002).

Há vários fatores influenciando a densidade urbana, como por exemplo, o

desenho urbano (tamanho do lote e edificações), o equilíbrio entre o setor público e

o setor privado, a tipologia habitacional, a legislação, as formas de planejamento, o

zoneamento, os sistemas de transportes, as infra-estruturas, a disponibilidade do

solo urbano, o mercado habitacional, e a aceitação cultural (MASCARÓ, 2002).

Segundo Acioly & Davidon (1998), entre os indicadores e parâmetros do

desenho urbano, a densidade é um dos fatores mais importantes a ser empregado

no processo de planejamento e gestão dos assentamentos humanos. É um

instrumento utilizado na avaliação da eficiência e do desempenho das propostas e

projetos de parcelamento do solo. Para estes autores, o indicador de densidade é

usado também como instrumento de apoio, auxiliando a formulação e tomada de

decisão dos planejadores urbanos sobre a forma e extensão de uma determinada

área da cidade. Portanto, a densidade é um referencial importante para se

determinar a distribuição e o uso do solo urbano, a infra-estrutura e os serviços

públicos de uma área urbanizada. Este indicador representa o número total da

população em uma determinada área urbana, expressa em habitantes por solo

urbano, ou total de habitações por uma unidade de terra. Quando se trabalha com

áreas urbanas, as unidades de referência adotadas devem ser o hectare (ha) ou

quilômetro quadrado (Km²).

Conforme Mascaró (2002), a qualidade de vida só é boa quando a legislação

urbana ocasiona harmonia entre densidade e ocupação do solo, através de alturas

edificadas, afastamentos de frente, fundos e laterais e largura das ruas. Áreas

permissíveis e atividades dos usuários também são fatores importantes para a

qualificação do ambiente urbano.

De acordo com Silva (2002), nas paisagens em que o sítio natural preservado

expressar boa qualidade ambiental, deve haver maior cuidado na construção do

ambiente urbano para evitar maiores impactos sobre os meios físico e biótico. Em

relação ao meio antrópico, enfatiza-se a importância da observação da dinâmica

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urbana da área, identificando os processos de organização do espaço habitável e

seus principais agentes. Assim, verifica-se a qualidade ambiental resultante e as

principais tendências de transformação da área.

A qualidade de vida urbana e ambiental está diretamente relacionada ao

crescimento populacional, que vem evoluindo de forma significativa. Se o

planejamento não for periodicamente atualizado, este crescimento sobrecarrega

ainda mais os centros urbanos, agravando os problemas nele já existentes.

Qualidade ambiental urbana é o predicado do meio urbano que assegura a

vida dos habitantes dentro de padrões de qualidade, tanto nos aspectos biológicos

(condições habitacionais, saneamento urbano, qualidade do ar, conforto ambiental,

condições de trabalho, alimentação, sistemas de transporte), quanto nos aspectos

sócio-culturais (percepção ambiental, preservação do patrimônio natural e cultural,

recreação, educação) (KLIASS, 2002).

O meio ambiente urbano, conforme as propriedades dos seus elementos,

produz um padrão de qualidade ambiental que pode ser maléfica ou benéfica para

nossa vida. Assim, entende-se por boa qualidade ambiental urbana a associação

dos parâmetros físicos, químicos, biológicos, sociais, políticos, econômicos e

culturais que permitam o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida.

O senso comum, ao construir alguns pressupostos gerais sobre adensamento

urbano, percebeu que a concentração humana num determinado espaço físico

acelera intensamente os processos de degradação ambiental. Logo, a degradação

ambiental cresce na proporção em que a densidade populacional aumenta. Desta

forma, cidades e problemas ambientais teriam entre si uma relação evidente de

causa-efeito. Outra idéia propagada pelo senso comum é a de que os seres

humanos são, por natureza, provocadores e aceleradores dos processos erosivos,

portanto os seres humanos como vítimas dos impactos ambientais são, ao mesmo

tempo, responsabilizados e transformados em culpados, já que esses impactos

ambientais advêm da ação antrópica no meio ambiente (COELHO, 2001).

A autora supracitada ainda se refere ao impacto ambiental como um processo

de mudanças sociais e ecológicas causadas por perturbações no ambiente. É a

relação entre sociedade e natureza que transforma, diferencial e dinamicamente, o

meio ambiente.

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Na visão de Nucci (2001), os impactos no ambiente gerados pela

verticalização vão de aspectos facilmente identificados, como impermeabilização

total do solo, aumento da densidade demográfica, diminuição do espaço livre,

diminuição da insolação, aumento do volume construído, até as conseqüências mais

complicadas de serem estudadas, como a alteração na dinâmica dos ventos e a

criação de microclimas alterando o conforto térmico da população. Este autor ainda

relaciona como conseqüência desses primeiros impactos, outros problemas

secundários que são relacionados à questão do saneamento ambiental na cidade,

tais como sobrecarga da rede viária, de esgoto, de água, de eletricidade, coleta e

disposição de lixo, ocorrendo também um aumento no escoamento superficial das

águas de esgotamento e pluviais.

Para Nucci (2001, p.39) são muitas as mudanças causadas no clima pela

urbanização: diminuição da radiação solar, da velocidade do vento e da umidade

relativa, e o aumento da temperatura, da poluição, da precipitação e de névoa. “O

uso de áreas verdes é a melhor técnica para prevenir ou reduzir os efeitos do clima,

prover áreas residenciais de cinturões verdes; não permitir ruas com tráfego pesado

e não permitir estacionamentos perto das casas. Todo estacionamento deve ter

fileiras de árvores para prevenir o superaquecimento dos carros e reduzir a perda de

gasolina por evaporação”.

Como se vê, o uso do solo e o aumento da temperatura estão ligados

intimamente. As mais altas densidades da população estão relacionadas com

valores mais elevados de temperatura. Áreas mais densas, com mais concreto, mais

impermeabilização do solo, mais movimentação de automóveis e máquinas, são

mais quentes do que áreas residenciais, térreas, com jardins e árvores.

Em relação aos resíduos líquidos convive-se na cidade com esgotos a céu

aberto. A poluição das águas se processa num ritmo muito mais assustador que a

poluição atmosférica. O número de poluentes encontrados na água é muito maior do

que o número de poluentes encontrados no ar. Produtos como material de limpeza e

detergentes contêm fosfatos e polifosfatos, que quando jogados nos corpos d’água,

provocam a eutrofização, bem como reduzem a tensão superficial da água,

facilitando a formação de espumas na superfície.

Os detritos sólidos e pastosos produzidos pelas atividades do ser humano

podem ocasionar diversos aspectos negativos. Em seu estudo, Nucci (2001) destaca

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o aspecto estético desagradável, maus odores, proliferação de insetos e roedores,

doenças por contato direto, poluição da água, desvalorização de áreas, obstrução de

cursos d’água, aumentando as possibilidades da ocorrência de inundações e

diminuição do espaço útil disponível.

2.2 – Qualidade da água

A CF/88, em seu artigo 225 dispõe que:

“Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).

Ao se analisar o referido artigo, confronta-se, primeiramente, com a

necessidade de se definir o conceito de meio ambiente que, segundo a Política

Nacional de Meio Ambiente, criada pela lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, trata-se

do “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e

biológicas, que abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Assim, trata-se de um conceito bastante amplo, podendo-se afirmar que

quaisquer expressões no contexto animal vegetal ou mineral estará contida no

conceito de meio ambiente. Além disso, cabe ao Poder Público e à coletividade o

dever de garantir a sua preservação para as futuras gerações.

Diante da necessidade de proteção das águas em função dos impactos que

têm sido causado pelos seus usos e as diversas formas de poluição, diversas

normas têm sido criadas com o objetivo de regular e planejar o seus usos, de acordo

com padrões definidos pelas respectivas políticas.

Nesse contexto, foi promulgada a Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que

instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, orientada pelos seguintes

princípios, conforme seu artigo 1º:

“Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:I – a água é um bem de domínio público; II – a água é um recurso natural limitado e dotado de valor ecoômico; III - em situações de escassez, o uso

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prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV – a gestão dos recursos hídricos deve sempre proprocionar o uso múltiplo das águas; V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.”

Silva (2006, p. 315) afirma que “entender a bacia hidrográfica como unidade

de planejamento significa planejar visando fixar as disponibilidades, assim como as

demandas sobre o recurso deve tomar por base os limites da bacia hidrográfica.

Trata-se do balanço hídrico da bacia.”

Dentro desta temática, verifica-se que as bacias hidrográficas nas últimas

décadas têm servido como importantes unidades de planejamento e gestão

ambiental, sendo este importante sistema ambiental abordado de forma integrada,

viabilizando diversas observações no tocante às formas de uso e manejo dos

recursos naturais, perpassando os limites municipais.

Quanto à gestão dos recursos hídricos sempre proporcionar o uso múltiplo

das águas, os setores usuários têm direito e igual acesso ao uso dos recursos

hídricos, sem prevalência ou hegemonia desse ou daquele setor, em prejuízo de

outros setores da coletividade (SILVA, 2006, p. 315).

A água, portanto, configura-se como finita, irregularmente distribuída em

termos espaciais e temporais, vulnerável e, por isso, passível de degradação. Além

disso, possui múltiplas finalidades, o que permite o seu uso por diversos setores, tais

como agricultura, indústria, pecuária, abastecimento, dentre outros.

Diante dessa problemática, dentre os objetivos da PNRH, consta o

asseguramento à atual e futura gerações a disponibilidade necessária, em padrões

de qualidade adequados aos seus respectivos usos.

Assim, a qualidade da água está ligada aos usos ocorridos tanto nela própria

como nas regiões continentais, evidenciando-se claramente a íntima relação entre

as atividades desenvolvidas na bacia hidrográfica e suas relações com a qualidade e

quantidade da água.

Von Sperling (1996) define o conceito de qualidade da água como sendo algo

muito mais amplo do que simplesmente caracterizar a água pela formula molecular

H2O, tendo vista a água, devido às suas propriedades de solvente e capacidade de

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transporte de partículas, incorporar a si diversas impurezas, que vão definir a sua

qualidade.

Calijuri e Cunha (2013) entendem a qualidade de uma água natural como

sendo o conjunto de suas características físicas, biológicas, químicas e radiológicas.

Essas características são adquiridas ao longo dos ciclos hidrogeológicos e

bioquímicos na natureza.

Para Rebouças (1999), não se pode imaginar vida orgânica sem a presença

de água, que se caracteriza como elemento fundamental na manutenção e

preservação da vida de todos os seres, inclusive os humanos, por ser essencial ao

seu consumo, bem como para o desenvolvimento de todas as atividades industriais

e agrícolas. Água em bom estado de qualidade não é somente uma necessidade

humana, mas também uma grande influência em todos os aspectos da vida. Sem

água não seria possível o sustento da vida no planeta.

De acordo com Blum (2003), nas atividades econômicas do homem, o

conceito de qualidade é invariavelmente associado ao uso de um bem ou serviço.

Dessa associação derivam as definições de qualidade baseadas em adequação ao

uso, satisfação do usuário etc, e o estabelecimento de padrões de qualidade, ou

seja, características que definem um bem ou serviço que atende às necessidades do

uso a que ele se destina.

Dessa forma, nota-se a íntima ligação entre o desenvolvimento econômico e

social e a qualidade dos recursos hídricos, pois estes servem de fonte para que seja

possível a realização das atividades produtivas.

Eiger et al. (2003) afirmam que a utilização dos recursos hídricos pode gerar

uma série de impactos negativos capazes de comprometer o equilíbrio ambiental e

gerar conflitos entre os diversos usos das águas, tanto do ponto de vista quantitativo

como do ponto de vista qualitativo.

Verifica-se este quadro de forma bastante clara nos diversos corpos d’água,

com tendências ao agravamento, em função da intensificação dos usos destinados a

estes corpos ao longo do tempo. O aumento populacional, o crescimento industrial e

a expansão da agricultura podem ser citados como fatores que contribuem de forma

significativa para este cenário, tendo em vista serem os corpos hídricos frequentes

destinos para os resíduos produzidos.

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Verifica-se, portanto, uma ligação direta entre a qualidade da água e os seus

usos. Os requisitos de qualidade de uma água são função de seus usos previstos

(VON SPERLING, 1996, p. 40).

A Resolução CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005) é a legislação que dispõe

sobre a classificação e o enquadramento dos corpos d'água, além das condições e

padrões de lançamento de efluentes. De acordo com a referida resolução, no

tocante às águas doces, os corpos d'água podem apresentar até 5 classes de

qualidade, tendo como base indicadores de qualidade da água, de acordo com o uso

a que se destinam:

CLASSE ESPECIAL: são as águas destinadas ao abastecimento para

consumo humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das

comunidades aquáticas; à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de

conservação de proteção integral.

CLASSE 1: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades

aquáticas; à recreação de contato primário; à irrigação de hortaliças que são

consumidas cruas, bem como de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que

sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à proteção das comunidades

aquáticas em Terras Indígenas.

CLASSE 2: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades

aquáticas; à recreação de contato primário; à irrigação de hortaliças, plantas

frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público

possa vir a ter contato direto; e à aquicultura e atividade de pesca.

CLASSE 3: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para

consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; à irrigação de

culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de

contato secundário; e à dessedentação de animais.

CLASSE 4: águas que podem ser destinadas à navegação e à harmonia

paisagística, bem como de outros usos menos exigentes.

Ainda em seu texto, a referida resolução, no capítulo destinado às condições

e padrões de qualidade das águas, dispõe que deverão ser mantidas as condições

naturais do corpo d'água, quando se tratar de classe especial.

30

Com relação às águas das Classe 1, 2 e 3, devem ser observadas as

condições e padrões em relação aos ensaios toxicológicos, materiais flutuantes,

óleos e graxas, substâncias causadoras de gosto ou odor, corantes de fontes

antrópicas, resíduos sólidos objetáveis, coliformes termotolerantes, DBO, OD,

turbidez, cor, pH, sólidos totais, detergentes, fenóis, nutrientes, elementos químicos

organoclorados, carbamatos, bem como outras substâncias orgânicas e inorgânicas

com características tóxicas, cancerígenas ou quaisquer outros efeitos nocivos.

No tocante às águas de Classe 4, são restritos os materiais flutuantes,

incluindo-se espumas não naturais, odor e aspecto, óleos e graxas, substâncias

facilmente sedimentáveis, fenóis, OD e pH.

O quadro 1, destaca as condições da água em relação aos seus usos.

Quadro 1: Usos da água e suas condições físico-químicas e biológicas.

Abastecimento de água de uso doméstico

• Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde;

• Isenta de organismos prejudiciais à saúde;

• Adequada para serviços domésticos;

• Com baixa agressividade e dureza;

• Esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor e odor; ausência de microrganismos).

Abastecimento de água de uso industrial, quando incorporada ao produto (alimentos, bebidas, remédios)

• Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde;

• Isenta de organismos prejudiciais à saúde;

• Esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor e odor).

Abastecimento de água de uso industrial, quando não entra em contato com o produto (refrigeração, caldeiras, etc)

• Com baixa dureza; • Com baixa agressividade

Irrigação de hortaliças, produtos ingeridos crus ou com casca

• Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde;

• Isenta de organismos prejudiciais à saúde;

• Com salinidade não excessiva.

Irrigação de demais plantações

• Isenta de substâncias químicas prejudiciais ao solo e às plantações;

• Com salinidade não excessiva. Dessedentação de animais • Isenta de substâncias químicas

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prejudiciais á saúde dos animais; • Isenta de organismos prejudiciais

à saúde dos animais.

Recreação e lazer, a água de contato primário, direto com o meio líquido (natação, esqui, surfe, etc.)

• Isenta de substâncias químicas prejudiciais à saúde;

• Isenta de organismos prejudiciais à saúde;

• Com baixos teores de sólidos em suspensão e óleos e graxas.

Recreação e lazer, a água de contato secundário, sem contato direto com o meio líquido (navegação de lazer pesca e lazer contemplativo)

• Com aparência agradável.

Geração de energia (usinas hidrelétricas) • Com baixa agressividade.

Geração de energia em usinas nucleares ou termelétricas (torres de resfriamento)

• Com baixa dureza.

Transporte • Com baixa concentração de

material grosseiro que possa por em risco as embarcações.

Diluição de despejos • Não há qualidade requerida. Fonte: Adaptado de Gonçalves (2009).

Por ainda não ter passado por enquadramento, o rio Acaraú, é considerado,

de acordo com a resolução CONAMA 357/2005 como um rio de Classe 2. Dessa

forma, deverá apresentar os seguintes limites e condições de qualidade de acordo

com a referida resolução:

• pH: 6,0 – 9,0;

• Cor (mg Pt/L): ≤ 75;

• Turbidez (UNT): ≤ 100 ;

• Oxigênio Dissolvido – OD (mg/L O2): > 5;

• Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO (mg/L O2): ≤ 5;

• Sólidos Totais (mg/L): ≤ 500;

• Nitrato (mg/L N): ≤ 10,0;

• Nitrito (mg/L N): ≤ 1,0;

• Nitrogênio Amoniacal Total (mg/L N): 0,5 – 3,7 (de acordo com o pH);

32

• Sulfato (mg/L SO4): ≤ 250;

• Cloretos (mg/L Cl): ≤ 250;

• Clorofila “a” (µg/L): ≤ 30;

• Fósforo Total (mg/L P): ≤ 0,1 (ambiente lótico);

• Coliformes Termotolerantes (NMP/100ml): ≤ 1.000

2.2.1 – Parâmetros de qualidade da água

Um recurso hídrico pode ter suas águas avaliadas através de variáveis

físicas, químicas e bacteriológicas, onde, através destas, serão identificadas as

condições que tais águas se encontram.

Para Eiger (2003): Corpos d’água superficiais constituem parte fundamental nos processos de disposição dos resíduos gerados pela atividade humana, sendo de grande importância o conhecimento antecipado dos tipos e da magnitude dos danos que o despejo de cargas poluidoras pode causar nos ambientes aquáticos. Tais lançamentos podem ocorrer de forma controlada ou descontrolada. Em qualquer caso, deve-se prever zonas de segurança dentro das quais a água apresente padrões de qualidade compatíveis com os usos pretendidos. De forma complementar, deve-se também prever zonas críticas de poluição, nas quais medidas devem ser tomadas para melhorar a qualidade da água, ou mesmo proibir o seu uso.

Temperatura

A temperatura é representada pela medida da intensidade de calor,

constituída pela transferência de calor por radiação, condução e convecção

(atmosfera e solo). Como origem antropogênica, existem as águas de torres de

resfriamento e despejos industriais. Os corpos de água toleram variações de

temperatura com flutuações climáticas normais (variações sazonais e diárias). A

temperatura da superfície é influenciada pela estação do ano, circulação do ar, hora

do dia, cobertura de nuvens, profundidade do corpo d’água, vazão, latitude e altitude

(VON SPERLIN, 1996).

33

Condutividade Elétrica

A condutividade elétrica é a capacidade de uma água conduzir a corrente

elétrica. Ela depende de suas concentrações iônicas e da temperatura. É

fornecedora de boa indicação das modificações na composição de uma água,

especialmente na sua concentração mineral, mas não fornece nenhuma indicação

das quantidades relativas dos vários componentes. À medida que mais sólidos

dissolvidos são adicionados, a condutividade da água aumenta. Altos valores podem

indicar características corrosivas da água (CERETTA, 2004).

Os valores de condutividade indicam com bastante exatidão, para

determinadas aplicações, a concentração de sólidos dissolvidos na água, sendo

muito útil esta medida para determinar mudanças a curto prazo na qualidade da

água de um rio ou fonte. A concentração de sólidos dissolvidos totais é diretamente

proporcional aos índices de condutividade elétrica (GUIMARÃES, 2012).

Turbidez

A turbidez representa o grau de interferência com a passagem de luz através

da água, conferindo uma aparência turva à mesma, prejudicando a fotossíntese. Sua

forma constituinte é composta por sólidos em suspensão. Pode ser de origem

natural ou antropogênica. Quando de origem natural, não traz inconvenientes

sanitários diretos. Porém, é esteticamente desagradável na água potável, e os

sólidos em suspensão podem servir de abrigo para microorganismos patogênicos,

diminuindo a eficiência nos tratamento da água. Quando de origem patogênica, a

turbidez pode estar associada a compostos tóxicos e organismos patogênicos (VON

SPERLIN, 1996).

De acordo com Ceretta (2004), a turbidez apresentada nas águas é causada

pela presença de materiais em suspensão, tais como argila, sílica, matéria orgânica

e inorgânica finamente dividida e organismos microscópicos, resultantes tanto dos

processos naturais de erosão, como descarga de esgotos domésticos e industriais.

Estes materiais ocorrem em tamanhos diversos, variando desde as partículas

maiores que se depositam (tamanho superior a 1 µ) até as que permanecem em

suspensão por muito tempo (como é o caso, por exemplo, das partículas coloidais).

34

A turbidez excessiva diminui a penetração da luz na água promovendo a redução

dos processos fotossintéticos dos organismos do fitoplâncton, algas e vegetação

submersa. Os materiais depositados no fundo das coleções hídricas prejudicam os

organismos bentônicos podendo eliminar locais de desovas de peixes e o “habitat”

de insetos aquáticos e outros invertebrados, afetando, dessa forma, toda a cadeia

trófica que se faz presente nas águas superficiais.

Este parâmetro é mais frequentemente utilizado para caracterização de águas

brutas e tratadas, bem como no controle da operação das estações de tratamento

de água.

Cor

A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de

intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de

parte da radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos,

principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. Dentre os colóides

orgânicos, pode-se mencionar os ácidos húmico e fúlvico, substâncias naturais

resultantes da decomposição parcial de compostos orgânicos presentes em folhas,

dentre outros substratos. Também os esgotos sanitários se caracterizam por

apresentarem predominantemente matéria em estado coloidal, além de diversos

efluentes industriais contendo taninos (efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas

(efluentes de indústrias têxteis, indústrias de pigmentos etc.), lignina e celulose

(efluentes de indústrias de celulose e papel, da madeira etc.). Há também

compostos inorgânicos capazes de possuir as propriedades e provocar os efeitos de

matéria em estado coloidal. Os principais são os óxidos de ferro e manganês, que

são abundantes em diversos tipos de solo. Alguns outros metais presentes em

efluentes industriais conferem-lhes cor, mas, em geral, íons dissolvidos pouco ou

quase nada interferem na passagem da luz. O problema maior de cor na água, em

geral, é o estético, já que causa um efeito repulsivo aos consumidores (CETESB,

2012).

É responsável pela coloração da água, sendo constituída pelos sólidos

dissolvidos. Naturalmente, ocorre em função da decomposição da matéria orgânica.

Em sua origem antropogênica, se dá em função do lançamento de esgotos

domésticos e de várias tipologias de indústrias (VON SPERLIN, 1996).

35

Salinidade

A salinidade é caracterizada pela concentração de sais dissolvidas na água. A

concentração é geralmente expressa em partes por milhão (ppm) de sal. A

concentração de sais na água afeta diretamente sua condutividade elétrica. Assim,

quanto mais íons dissolvidos, maior a condutividade elétrica (sob temperatura

constante).

A Resolução CONAMA 357/2005 classifica as águas quanto à salinidade em

três classes:

I - águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %;

II - águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior a 30 %;

III - águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 %;

Assim, considera-se Considera-se água salobra aquela que tem salinidades

entre 0,5 e 30 %.

Sólidos Totais

A quantidade e a natureza dos sólidos nas águas é muito variável,

abrangendo valores de 20 a 1.000 mg/L. Quanto à natureza, de maneira geral, são

divididos em sólidos suspensos (resíduo não filtrável) e sólidos dissolvidos (resíduo

filtrável). Os sólidos totais que representam a soma dos sólidos dissolvidos, mais

sólidos suspensos, afetam a dureza da água e aumentam com o grau de poluição.

Em águas naturais, os sólidos suspensos estão constituídos por detritos orgânicos,

plâncton e sedimentos de erosão. Os efeitos na vida aquática são indiretos, à

medida que impedem a penetração de luz, reduzem o OD e induzem ao

aquecimento da água. No controle de poluição de cursos d’água, o conhecimento da

concentração dos sólidos suspensos é tão significativo quanto o conhecimento da

DBO. Tanto os sólidos suspensos quanto os sólidos dissolvidos podem ser fixos ou

voláteis. Dentro do resíduo fixo, encontra-se o predomínio de substâncias

inorgânicas, enquanto o resíduo volátil constitui-se, principalmente, de matéria

orgânica (CERETTA, 2004).

Para o recurso hídrico, os sólidos podem causar danos aos peixes e à vida

aquática. Eles podem sedimentar no leito dos rios, destruindo organismos que

36

fornecem alimentos, ou também danificar os leitos de desova de peixes. Os sólidos

podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo

decomposição anaeróbia. Altos teores de sais minerais, particularmente sulfato e

cloreto, estão associados à tendência de corrosão em sistemas de distribuição, além

de conferir sabor às águas (GONÇALVES, 2009).

Oxigênio Dissolvido – OD

O oxigênio dissolvido desempenha um papel essencial para os organismos

aeróbios. As bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios

durante a estabilização da matéria orgânica, o que pode resultar numa redução da

concentração do mesmo no meio. Quanto maior for a magnitude deste

fenômeno,maior a possibilidade de morte de diversos seres aquáticos, inclusive os

peixes. Se oxigênio for totalmente consumido, tem-se a condição anaeróbia, com

geração de maus odores. Trata-se do principal parâmetro de caracterização dos

efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos (VON SPERLING, 2005).

A forma constituinte responsável é gás dissolvido e sua origem natural é a

dissolução do oxigênio atmosférico e também produzido pelos organismos

fotossintéticos, já a sua origem antropogênica é feita pela introdução de aeração

artificial. Sua importância está no fato de que o oxigênio dissolvido é vital para os

seres aquáticos aeróbios (VON SPERLING, 1996).

O oxigênio dissolvido representa um dos principais parâmetros para se avaliar

a condição de qualidade de um curso de água, pois na ausência desse ou quando

em baixas concentrações, pode-se dizer que, tem-se um rio “morto” (CERETTA,

2004).

Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a

manutenção de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e

estações de tratamento de esgotos. Através de medição do teor de oxigênio

dissolvido, os efeitos de resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a eficiência do

tratamento dos esgotos, durante a oxidação bioquímica, podem ser avaliados. Os

níveis de oxigênio dissolvido também indicam a capacidade de um corpo d’água

natural manter a vida aquática (CETESB, 2012).

37

Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO

Este parâmetro é utilizado para exprimir o valor da poluição produzida por

matéria orgânica, que corresponde à quantidade de oxigênio que é consumida pelos

microrganismos do esgoto ou águas poluídas, na oxidação biológica, quando

mantidos a uma dada temperatura por um espaço de tempo convencionado. Essa

demanda pode ser suficientemente grande, para consumir todo o oxigênio dissolvido

da água, o que condiciona a morte de todos os organismos aeróbios de respiração

subaquática. A morte de peixes em rios poluídos se deve, também, à ausência de

oxigênio e não somente à presença de substâncias tóxicas (VON SPERLING, 1996).

A DBO de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a

matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica

estável. A DBO e normalmente considerada como a quantidade de oxigênio

consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de

incubação especifica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de

incubação de 20°C e frequentemente usado e referido como DBO5,20 (CETESB,

2012).

Ceretta (2004) destaca que a determinação da DBO não revela a

concentração de uma substância específica, e sim o efeito da combinação de

substâncias e condições. A DBO, por si, não é um poluente, exercendo um efeito

indireto, ou seja, causando a depleção de OD até níveis que inibem a vida aquática

e outros usos benéficos. Nos locais onde a reaeração e ação fotossintética minimiza

esta depleção, a DBO não interfere com os usos benéficos da água.

Potencial Hidrogeniônico (pH)

O pH influencia os ecossistemas aquáticos diretamente, devido aos seus

efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. O efeito indireto também é muito

importante, podendo, em determinadas condições de pH, contribuírem para a

precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições

podem exercer efeitos sobre as solubilidades de nutrientes. Desta forma, as

restrições de faixas de pH são estabelecidas para as diversas classes de águas

naturais, de acordo com a legislação vigente. Os critérios de proteção a vida

aquática fixam o pH entre 6 e 9 (CETESB, 2012).

38

De acordo com Von Sperling (1996), a utilização mais frequente do potencial

hidrogeniônico está na caracterização de águas de abastecimento brutas e tratadas,

de águas residuárias brutas, controle da operação de estações de tratamento de

água (coagulação, e grau de incrustabilidade/corrosividade), controle da operação

de estações de tratamento de esgotos (digestão anaeróbia) e caracterização de

corpos d’água.

A faixa de pH se encontra entre 0 e 14, mas os valores entre 6 e 9 é que são

considerados compatíveis, em longo prazo, para a sobrevivência da maioria dos

organismos aquáticos. A violação destes limites por longos períodos de tempo, ou

fortes oscilações de pH em curto prazo, resultam na inibição dos processos

metabólicos, na redução de espécies de organismos ou no poder de autodepuração

(IAP, 2005 apud HESPANHOL, 2009).

Cloretos

Os cloretos são provenientes da dissolução de cloreto de sódio, que em

concentrações elevadas indica um sabor salgado à água, podendo também provocar

reações fisiológicas ou aumentar a corrosividade da água. Os cloretos também

podem ser indicadores de poluição por esgotos sanitários (CERETTA, 2004).

O cloreto não apresenta toxicidade ao ser humano, exceto no caso da

deficiência no metabolismo de cloreto de sódio, por exemplo, na insuficiência

cardíaca congestiva. A concentração de cloreto em águas de abastecimento publico

constitui um padrão de aceitação, já que provoca sabor “salgado” na água

(CETESB, 2012)

De acordo com Von Sperling (1996), todas as águas, em maior ou menor

escala, contêm íons resultantes da dissolução de minerais e, no caso do cloreto,

este advém da dissolução de sais, tendo como formas constituintes os sólidos

dissolvidos. Naturalmente, ocorre a partir da dissolução de minerais e intrusão de

águas salinas. Em sua origem antropogênica advém de despejos dompesticos,

industriais e de irrigação.

Série de nitrogênio (Nitrato, nitrito e amônia)

As fontes de nitrogênio nas águas naturais são diversas. Os esgotos

sanitários constituem, em geral, a principal fonte, lançando nas águas nitrogênio

39

amoniacal, pela hidrólise da uréia na água. Alguns efluentes industriais também

concorrem para as descargas de amoniacal nas águas, como algumas indústrias

químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, conservas alimentícias,

matadouros, frigoríficos e curtumes. Nas áreas agrícolas, o escoamento das águas

pluviais pelos solos fertilizados também contribui para a presença de diversas

formas de nitrogênio. Também nas áreas urbanas, a drenagem das águas pluviais,

associada as deficiências do sistema de limpeza publica, constitui fonte difusa de

difícil caracterização (CETESB, 2012).

Sua origem antropogênica se dá através de despejos domésticos, industriais,

excrementos de animais e fertilizantes. Na forma de nitrato está associado a

doenças como a metahemoglobinemia (síndrome do bebê azul). Na forma de

amônia livre é diretamente tóxico aos peixes. Nos processos bioquímicos de

conversão da amônia a nitrito e deste a nitrato, implica no consumo de oxigênio

dissolvido do meio, o que pode afetar a vida aquática (VON SPERLING, 1996).

Fósforo

O fósforo aparece em águas naturais devido, principalmente, as descargas de

esgotos sanitários. A matéria orgânica fecal e os detergentes em pó empregados em

larga escala domesticamente constituem a principal fonte. Alguns efluentes

industriais, como os de industrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral,

conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em

quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas também

podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas naturais. Ainda por ser

nutriente para processos biológicos, o excesso de fósforo em esgotos sanitários e

efluentes industriais conduz a processos de eutrofizacao das águas naturais

(CETESB, 2012).

O fósforo é um elemento não metálico, podendo se apresentar nas formas

orgânica, inorgânica e como espécies dissolvidas ou particuladas. Trata-se de um

nutriente essencial às plantas, sendo provável que atue também como um fator

limitante do seu crescimento. Os fosfatos juntamente com nitratos são

indispensáveis à síntese da matéria viva e por esta razão são limitantes da

fotossíntese quando se encontram em quantidades insuficientes. O fósforo está

sujeito a bioacumulação da mesma forma que o mercúrio. Na água, a forma

40

conhecida do fósforo varia continuamente devido a processos de decomposição e

síntese entre formas ligadas organicamente e formas inorganicamente oxidadas. O

fósforo é raramente encontrado em concentrações significativas na água, pois é

ativamente utilizado pelas plantas. A regulação do conteúdo de fósforo em

detergentes domésticos e critérios para estabelecimento das concentrações em

efluentes de processo é estabelecida visando reduzir a eutrofização em sistemas

aquáticos (CERETTA, 2004).

Sulfato

O sulfato e um dos íons mais abundantes na natureza. As principais fontes

antrópicas de sulfato nas águas superficiais são as descargas de esgotos

domésticos e efluentes industriais. É importante o controle do sulfato na água

tratada, pois a sua ingestão provoca efeito laxativo. Já no abastecimento industrial, o

sulfato pode provocar incrustações nas caldeiras e trocadores de calor. Na rede de

esgoto, em trechos de baixa declividade onde ocorre o deposito da matéria orgânica,

o sulfato pode ser transformado em sulfeto, ocorrendo a exalação do gás sulfídrico,

que resulta em problemas de corrosão em coletores de esgoto de concreto e odor,

alem de ser tóxico (CETESB, 2012).

Clorofila “a”

A clorofila é um dos pigmentos, além dos carotenóides e ficobilinas,

responsáveis pelo processo fotossintético. A clorofila “a” representa,

aproximadamente, de 1 a 2% do peso seco do material orgânico em todas as algas

planctônicas e é, por isso, um indicador da biomassa algal. Assim a clorofila “a” e

considerada a principal variável indicadora de estado trófico dos ambientes

aquáticos (CETESB, 2012).

Coliformes Termotolerantes

São definidos como microrganismos do grupo coliforme capazes de fermentar

a lactose a 44-45 ºC, sendo representados principalmente pela Escherichia coli e,

também por algumas bactérias dos gêneros Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter.

Dentre esses microrganismos, somente a E. coli é de origem exclusivamente fecal,

estando sempre presente, em densidades elevadas nas fezes de humanos,

41

mamíferos e pássaros, sendo raramente encontrada na água ou solo que não

tenham recebido contaminação fecal (CETESB, 2012).

2.3 – ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

A relação entre a vegetação e a qualidade da água é um assunto vastamente

discutido. A vegetação é considerada um indicador de qualidade ambiental, na

medida que atua associada a outros indicadores, tais como qualidade da água, do

ar, solos, fauna e clima, na condição de elemento indispensável ao equilíbrio, seja

na manutenção de algumas condições vigentes desejáveis, seja nas ações que

visam a melhoria da qualidade de vida em áreas mais comprometidas (SOUSA,

2008).

Guimarães (2012) elenca funções das zonas ripárias reunidas por Rizzi

(2011), tais como estabilização de taludes e encostas, manutenção da morfologia do

rio e proteção a inundações, retenção de sedimentos e nutrientes, mitigação da

temperatura da água e do solo, fornecimento de alimento e habitat para fauna

aquática, manutenção de corredores ecológicos, paisagem e recreação, fixação do

gás carbônico e interceptação de escombros rochosos.

É importante ressaltar que das funções acima elencadas, cinco delas estão

diretamente relacionadas à qualidade da água: (1) estabilização de encostas e

taludes; (2) manutenção da morfologia do rio e proteção as inundações; (3) retenção

de sedimentos e nutrientes; (4) mitigação da temperatura da água e do solo; (5)

interceptação de escombros rochosos (SOUSA, 2008).

“A implantação de zonas ripárias em todos os corpos d’água possibilita deslocamento de atividades que possam estar causando poluição pontual e possam gerar acidentes ambientais, evitando assim os efeitos diretos da fonte poluidora nos cursos d’água. O escoamento superficial é o principal meio de transporte da poluição difusa gerada por práticas agrícolas convencionais, onde os agroquímicos são carreados até os corpos d’água após um evento de precipitação” (SOUSA, 2008, p. 26).

A ocupação das áreas de preservação permanente – APP tem aumentado

com o passar do tempo, o que leva ao aumento das intervenções antrópicas e

42

consequentes impactos e degradação ambientais, provocados pela ausência de

planejamento e a forma de ocupação desses ambiente.

Entre os impactos negativos da redução de APPs e de RL estão a extinção de

espécies de muitos grupos de plantas e animais (vertebrados e invertebrados); o

aumento de emissão de CO2; a redução de serviços ecossistêmicos, tais como o

controle de pragas, a polinização de plantas cultivadas ou selvagens e a proteção de

recursos hídricos; a propagação de doenças (hantavírus e outras transmitidas por

animais silvestres; o assoreamento de rios, reservatórios e portos, com claras

implicações no abastecimento de água, energia e escoamento da produção em todo

o país (SBPC, 2011).

Soares (2010) afirma que em função da crescente demanda e aumento do

uso e ocupação do solo, as APPs tornaram-se bastante utilizadas pelo homem, seja

para assentamentos humanos ou usos produtivos para atividade agropecuárias,

substituindo a vegetação e comprometendo as funções das APPs e descumprindo a

legislação ambiental, gerando conflitos entre a preservação destas áreas e os usos

a que elas estão sendo destinadas.

Nessa perspectiva, pode-se afirmar que legislação brasileira encontra-se

amplamente estruturada no sentido de criar medidas para controlar e monitorar a

utilização das áreas especialmente protegidas, estabelecendo limites e usos destas

áreas que recobrem as margens de rios, nascentes e a vegetação ocupante de

áreas de altitude.

A lei 12.651, de 25 de maio de 2012, mais conhecida como Novo Código

florestal, visa a preservação das suas florestas e demais formas de vegetação

nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade

do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e futuras. Para isto,

estabelece normas gerais no tocante à proteção da vegetação, áreas de

preservação permanente – APPs e áreas de Reserva Legal, bem como exploração

florestal, suprimento de matéria-prima de origem florestal e controle e prevenção de

incêndios florestais (BRASIL, 2012).

Dessa forma, Áreas de Preservação Permanente foram delimitadas em seu

artigo 4º:

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do

43

leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive; VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitada s a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação; X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.”

A função ambiental das APPs é entendida, de acordo com a lei, como sendo

de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o

bem-estar das populações humanas (BRASIL, 2012). É importante destacar que a

APP não se descaracteriza pela ausência de vegetação em sua extensão, já que se

trata de área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, nos termos da lei.

A partir dessa análise, verifica-se que devem ser mantidas as características

originais das APPs. Além disso, caso degradadas, devem ser recuperadas e ter

44

reconhecidas suas funções indispensáveis para a sustentabilidade dos

ecossistemas, e assim, da vida humana e seu desenvolvimento sustentável.

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 – Análise da Qualidade da Água

Para avaliar a qualidade da água, foram utilizados os pontos de coleta

estabelecidos pelo Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos, em

atendimento à Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do

Meio Ambiente – CONAMA. Na tabela 1, pode-se verificar os pontos selecionados.

Tabela 1: Localização dos pontos de coleta.

PONTO LATITUDE LONGITUDE ALTITUDE (m) LOCALIZAÇÃO

1 326754 9513388 170 Hidrolândia

2 340824 9546980 112 Santa Quitéria

3 346884 9567838 90 Groaíras

4 349129 9590192 62 Sobral

5 365298 9617964 42 Santana do Acaraú

Fonte: elaborado pelo próprio autor.

O ponto 1 fica localizado no município de Hidrolândia, sob a ponte na CE-257,

a 18km da sede municipal. O ponto 2 localiza-se na passagem molhada no distrito

de Macaraú, divisa entre os municípios de Santa Quitéria e Varjota. O ponto 3,

localizado no rio Groaíras, afluente do rio Acaraú, localiza-se sob a ponte na CE-

178, que liga Groaíras a Sobral. O ponto 4 está localizado sob a ponte da rodovia

BR 222, no município de Sobral. O ponto 5, localiza-se sob a ponte do município de

Santana do Acaraú.

As análises foram realizadas no laboratório da Superintendência Estadual do

Meio Ambiente, responsável pelo Programa de Monitoramento dos Recursos

Hídricos no Ceará.

O monitoramento foi realizado trimestralmente no período de dezembro de

2009 a maio de 2013, nos pontos pré-determinados. As variáveis de qualidade da

água foram analisadas confrontando-se os parâmetros contidos na Resolução

45

CONAMA 357/2005. As metodologias das análises seguiram as técnicas

referenciadas no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater,

conforme descreve-se no quadro 2.

Quadro 2: Parâmetros, unidades, padrões e métodos utilizados nas análises.

PARÂMETRO UNIDADE PADRÃO MÉTODO pH - 6,0 – 9,0 Potenciométrico

Temperatura °C - Termométrico Cor mg Pt/L ≤ 75 Espectrofotométrico

Salinidade % - Refratométrico Turbidez UNT ≤ 100 Espectrofotométrico Nitrato mg/L N 10,0 Redução de Cádmio Nitrito mg/L N 1,0 Diazotização

Nitrogênio Amoniacal Total mg/L N

pH < 7,5: 3,7 pH < 7,5 a

8,0: 2,0 pH < 8,0 a

8,5: 1,0 pH > 8,5: 0,5

Nessler

Sulfato mg/L SO4 250 Espectrofotométrico / Turbidimétrico

OD mg/L O2 > 5 Colorimétrico / Winkler Demanda Bioquímica de

Oxigênio (DBO5) mg/L O2;

≤ 5 Colorimétrico / Winkler

Condutividade µS/cm - Condutivimétrico Cloretos mg/L Cl 250 Titulométrico

Clorofila "a" µg/L ≤ 30 Espectrofotométrico

Fósforo Total mg/L P 0,1 Digestão com Persulfato

Sólidos Totais mg/L - Gravimétrico Coliformes Termotolerantes NMP/100ml 1000 Tubos Múltiplos

Fonte: Resolução Conama 357/2005.

46

3.2. Mapeamento do Uso e Cobertura Vegetal das Área s de Preservação

Permanente – APPs do Rio Acaraú

Para o processameno digital das imagens foram utilizados os softwares

SPRING e Quantum Gis e as imagens do satélite LANDSAT 8 obtidas no dia

26/09/2013, órbitas 217 e 218, pontos 62 e 63, respectivamente.

No software Quantum Gis procedeu-se o georreferenciamento das imagens.

Foram utilizadas as cartas topográficas de Sobral, folha SA.24-X-D-IV, de Santa

Quitéria, folha SB.24-V-B-I, de Tamboril, folha SB.24-V-B-IV, de Bela Cruz, folha

SB.24-V-B-I, de Irauçuba, folha SA.24-Y-D-V, de Itapipoca, folha SA.24-Y-D-II e

Taperuaba, folha SB.24-V-B-II, todas na escala de 1:100.000, fornecidas pelo

Ministério do Exército, através do seu Geoportal.

No software SPRING, o procedimento para classificação da imagem,

esquematizado na figura 2, seguiu de acordo com as seguintes etapas:

segmentação da imagem, áreas de treinamento, extração de assinaturas, pré-

classificação supervisionada, saída de campo e classificação final.

Figura 2: Procedimentos realizados para elaboração da carta de vegetação e uso e ocupação do solo através da classificação supervisionada.

IMAGEM LANDSAT 8

- Caatinga esparsa - Caatinga densa - Área urbanizada - Pastagens e áreas de várzea - Solo exposto - Água - Nuvem/Sombra

SEGMENTAÇÃO DA IMAGEM

ÁREAS DE TREINAMENTO

BANDA 4 BANDA 5 BANDA 6

EXTRAÇÃO DE ASSINATURAS

PRÉ-CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA

CLASSIFICAÇÃO FINAL

MAPA DE USO E COBERTURA VEGETAL

SAÍDA DE CAMPO

47

4 – DIAGNÓSTICO DO USO E COBERTURA VEGETAL DAS ÁREA S DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APPs DO RIO ACARAÚ

Para diagnosticar a situação do uso e ocupação do solo e as condições da

vegetação nas áreas de preservação permanente do rio Acaraú, confeccionou-se o

mapa de uso do solo e cobertura vegetal através da interpretação da imagem de

satélite LANDSAT 8, com vistas a detectar as diversas tipologias de uso e ocupação,

bem como da vegetação.

Para delimitação da área de preservação permanente adotada neste trabalho,

utilizou-se 500 metros de área projetada em faixa a partir de ambas as margens do

rio, metragem máxima permitida pela lei 12.651, de 25 de maio de 2012, a saber:

“I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros .” (BRASIL, 2012)

Para a execução da classificação supervisionada, utilizou-se o software

SPRING, versão 5.2.4, fornecido gratuitamente pelo Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais – INPE. O método utilizado para a classificação foi o MAXVER (máxima

verossimilhança) por região, a partir da qual foram coletadas as formas de uso e

vegetação da área estudada.

Foram definidas cinco classes de uso e ocupação e cobertura vegetal para a

área: água, caatinga densa, caatinga esparsa, pastagens e áreas de várzea, solo

exposto, área urbanizada e nuvem/sombra.

A classe água é representada pelos cursos d’água e demais formas de

acumulação natural e artificial de água. A classe caatinga densa corresponde à

vegetação em estado primário e/ou secundário reconstituído. A classe caatinga

esparsa é representada pela vegetação em estado primário e/ou secundário

reconstituída, mas espacialmente distribuída de forma aberta. Tendo em vista o

48

avançado processo de antropização das áreas da bacia como um todo, esta classe

é a que prevalece. A classe de pastagens e áreas de várzea é representada

pastagens cultivadas com gramíneas, com presença de arbustos e pequenas

árvores, além de culturas arbóreas e herbáceas perenes e semiperenes. A classe

solo exposto indica a ausência de vegetação. É principalmente representada pelos

bancos de areia formados ao longo do rio em função da indisponibilidade hídrica,

bem como de áreas totalmente desnudadas pelo desmatamento para uso alternativo

do solo. A classe áreas urbanizadas diz respeito aos terrenos onde há ocorrência de

edificações e estradas.

A análise foi feita por trechos do rio, tendo como referencias os pontos de

coleta para monitoramento da água, conforme quadro 3.

Quadro 3: localização dos trechos de do rio analisados em relação aos pontos de coleta.

PONTO MONITORAMENTO PONTO DE OBSERVAÇÃO

PONTO 1 Trecho do rio que passa entre os municípios de Hidrolândia e Ipu, à jusante do açude Araras.

PONTO 2 Trecho do rio que passa entre os municípios de Varjota e Santa Quitéria, no distrito de Macaraú, em Santa Quitéria.

PONTO 3 Trecho do rio que passa entre os municípios de Cariré e Groaíras.

PONTO 4 Trecho do rio totalmente inserido no município de Sobral.

PONTO 5 Trecho do rio totalmente inserido no município de Santana do Acaraú.

PONTO 1 – TRECHO HIDROLÂNDIA/IPU

O ponto 1 está localizado no trecho do rio que abrange os municípios de

Hidrolândia e Ipu (figura 3). Trata-se do local cujo ponto localiza-se mais a montante

dos pontos observados, na planície fluvial do rio Acaraú, dentro da sua calha (leito

vazante) em área não urbanizada, pois a sede de ambos os municípios encontram-

se distantes do seu leito. Este ponto possui leito ou calha fluvial mais estreito que os

demais, com aproximadamente 40 a 50 metros de largura de uma margem a outra,

gradiente moderado e leito menor bastante assoreado. Um fato importante a ser

colocado é a pouca água encontrada no rio de coloração extremamente esverdeada

indicando um processo de eutrofização.

49

Figura 3: Localização do ponto 1, entre os municípios de Hidrolândia e Ipu.

O cemitério da cidade está localizado na margem do rio denotando a falta de

preocupação dos governos municipais em verificar a legislação existente para a

localização e construção devida de cemitérios (figura 4). É importante destacar que

a atividade de implantação de cemitérios está elencada no anexo I da Resolução do

Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA nº 04/2012 como passível de

licenciamento ambiental, possuindo Potencial Poluidor-Degradador alto.

Figura 4: Cemitério localizado às margens do rio Acaraú.

50

Também é de suma importância colocar a existência de um parque aquático

nas margens do rio Acaraú com derrubada da mata ciliar e implantação de culturas

completamente indevidas para essa área.

Vale ressaltar que a desconfiguração do percurso natural do rio Acaraú é tão

agravante por meio de construção de núcleos residenciais e principalmente

desmatamentos, aterramentos, assoreamentos, que fica prejudica a definição da

calha natural do rio.

Tanto para montante como para jusante no percurso longitudinal do rio

Acaraú o que se observa em suas margens são currais para criação de gado,

plantação de capim elefante, exploração de areia do leito do rio e construção de

pequenas barragens, como pode ser visto nas figuras 5 e 6.

Conforme pode-se verificar na tabela 2, a classe água apresentou uma área

de 47,92 hectares, representando 1% da área total classificada. Esta situação pode

ser justificada pelas condições morfoestruturais e climáticas da região, com rochas

cristalinas, grande quantidade de cursos d’água, porém com escoamento

intermitente sazonal com baixas taxas pluviométricas.

Figuras 5 e 6: Barramentos no curso do rio Acaraú.

51

Tabela 2: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação CLASSE ÁREA (ha) %

Água 47,92 1,00 Caatinga Densa 74,19 2,00

Caatinga Esparsa 2.241,58 60,0 Pastagens e Áreas de Várzea 364,99 10,0

Solo Exposto 506,71 14,0 Área Urbanizada 0,00 0,00 Nuvem/Sombra 512,82 14,0

TOTAL 3.748,21 100% Fonte: Interpretação da imagem de satélite de 2013 da região estudada.

A classe caatinga densa mostrou-se bastante reduzida na área analisada.

Isso pode ser explicado em função das condições de degradação ambiental

ocasionada pelos desmatamentos indiscriminados, com consequente aceleração

dos processos erosivos e intensificação do assoreamento dos corpos hídricos locais.

Esta situação possui relação direta com o considerável tamanho das áreas

classificadas como caatinga esparsa, que apresentaram-se predominantes na área

estudada (60%), seguida pela classe solo exposto, com 14% e pela classe

pastagens e áreas de várzeas, com 10% do total.

Em função da ocorrência de muitas nuvens, especificamente neste trecho,

não foi possível efetuar a classificação do uso referente à classe área urbana, que

teve atribuído valor zero. Entretanto, é importante ressaltar a existência de um

núcleo urbano bastante reduzido a algumas residências, localizado próximo à ponte

cujo ponto de coleta 1 está situado, conforme figura 7, extraída do Google Earth,

datada de 29/10/2013.

Figura 7: Pequeno núcleo urbano localizado nas redondezas do ponto monitorado, ilustrando a existência de ocupação humana, porém, em função da qualidade das imagens, não possível de mapeamento. O ponto amarelo à esquerda aponta o local onde ocorreram as coletas. Fonte: Google Earth, 2013.

52

O gráfico da figura 8 mostra os quantitativos por classe de uso e vegetação

nas APPs do rio Acaraú, onde a classe caatinga esparsa ocupa 2.241,58 hectares,

seguida pelas áreas de solo exposto (506,71 ha), pastagens e áreas de várzea

(364,99 ha), caatinga densa (74,19 ha), e água (47,92 ha).

Figura 8: Quantitativos por classe mapeada no trecho Hidrolândia/Ipu (hectares).

No tocante à avaliação do uso e cobertura vegetal das áreas de preservação

permanente, a figura 9 mostra a espacialização das formas de uso e ocupação do

solo e a cobertura vegetal nas APPs do rio Acaraú, no trecho Ipu/Hidrolândia.

47,92 74,19

2241,58

364,99

506,71

0

512,82

ÁGUA CAATINGA DENSA CAATINGA ESPARSA

PASTAGENS E ÁREAS DE VÁRZEA

SOLO EXPOSTO ÁREA URBANIZADA

NUVEM/SOMBRA

53

Figura 9: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho Hidrolândia/Ipu.

54

PONTO 2 – TRECHO SANTA QUITÉRIA/VARJOTA

O ponto 2 está localizado no trecho do rio compreendido entre os municípios

de Varjota e Santa Quitéria, mais precisamente no distrito de Macaraú, pertencente

a Santa Quitéria. Trata-se do primeiro ponto a montante do açude Araras. O rio, a

partir deste ponto, encontra-se perenizado, porém, não necessariamente com água

correndo em seu leito em todas as épocas do ano.

No local foram verificadas atividades que potencialmente contribuem para

deterioração da qualidade da água e das condições físicas do rio. Nas figuras 10 e

11 pode ser visto o leito do rio bastante assoreado. Na figura 10, pode-se observar a

construção de poço exatamente no leito do rio, com instalação de bomba para

captação de água. Não havia hidrômetro no sistema, o que indica a inexistência de

outorga de direito de uso da água, evidenciando-se a apropriação, por um particular,

de um bem pertencente à União, contrariando a legislação de recursos hídricos

vigente.

Figuras 10 e 11: Leito do rio Acaraú, no distrito de Macaraú.

A figura 12 mostra a intensa utilização das áreas de planície fluvial para usos

alternativos, tais como construções residenciais, extração de matéria-prima de

origem vegetal mediante desmatamento e queimada, bem como agropecuária. Além

disso, também observa-se a retirada de água do leito do rio.

55

Figura: 12: Ocupação das margens do rio Acaraú para uso alternativo do solo.

Verificou-se também a existência de lixão na margem esquerda da CE-211,

sentido Varjota – Cariré. A presença de lixão na área apresenta grande risco de

contaminação tanto em nível superficial como subsuperficial, tendo em vista a

geração de chorume, que pode infiltrar no solo até atingir o lençol freático,

comprometendo a qualidade da água. Além disso, causa grande modificação

estética na paisagem, o que acarreta na desvalorização das terras no entorno,

causa mal cheiro, proliferação de vetores de doenças, dentre outros problemas. As

figuras 13 e 14 mostram o lixão no município de Varjota.

Figuras 13 e 14: Lixão localizado no município de Varjota.

56

Verificou-se, também, a existência de empreendimentos voltados para

mineração e produção cerâmica, como pode ser visto nas figuras 15 e 16.

Figuras 15 e 16: Cerâmica e pátio para armazenamento de material extraído.

Nos municípios de Santa Quitéria e Varjota, existem 12.510,77 hectares

concedidos para exploração mineral. O quadro 4 mostra informações acerca dos

processos tramitando na área.

A exploração de minério de zinco responde pelo maior percentual, totalizando

77% ou 9.651,48 hectares, seguido pela exploração de fosfato (14%), gnaisse (4%),

areia (3%) e argila (3%).

Quadro 4: Processos de extração mineral no rio Acaraú no trecho Santa Quitéria/Varjota.

Nº DNPM TITULAR ÁREA RECURSO USO

1 800605 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 48,3 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

2 800603 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 48,75 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

3 800604 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,69 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

4 800819 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,85 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

5 800014 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 47,5 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

6 800013 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,92 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

7 800256 F K Construções Ltda 39,23 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

8 800253 C.c. Gomes Mororo 7,6 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

9 800291 Antonio Rufino Martins 49,49 AREIA

CONSTRUÇÃO CIVIL

10 800289 Cerâmica Araras Ltda 36,85 ARGILA CONSTRUÇÃO

CIVIL

11 800834 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 46,47 ARGILA

CERÂMICA VERMELHA

57

Nº DNPM TITULAR ÁREA RECURSO USO

12 800832 Cerâmica Cariré Ltda Me 42,32 ARGILA

CERÂMICA VERMELHA

13 800858 Cerâmica Cariré Ltda Me 7,25 ARGILA

CERÂMICA VERMELHA

14 800833 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 27,28 ARGILA

CERÂMICA VERMELHA

15 800082 Anna Priscila Macedo Rocha Me 45,37 ARGILA

CERÂMICA VERMELHA

16 800858 Cerâmica Cariré Ltda Me 15 ARGILA

CERÂMICA VERMELHA

17 800292 Votorantim Metais Zinco S A 1794,43 FOSFATO FERTILIZANTES

18 800491 Mont Granitos S/A 364 GNAISSE

NÃO INFORMADO

19 800492 Mont Granitos S/A 89,99 GNAISSE

NÃO INFORMADO

20 800019 Votorantim Metais Zinco S A 1800,91 MINÉRIO DE ZINCO INDUSTRIAL

21 800049 Votorantim Metais Zinco S A 1995,48

MINÉRIO DE ZINCO

INDUSTRIAL

22 800048 Votorantim Metais Zinco S A 1864,01

MINÉRIO DE ZINCO

INDUSTRIAL

23 800025 Votorantim Metais Zinco S A 1995,43 MINÉRIO DE ZINCO INDUSTRIAL

24 800042 Votorantim Metais Zinco S A 1995,65

MINÉRIO DE ZINCO

INDUSTRIAL

Fonte: DNPM (2014).

Quanto ao uso e ocupação do solo, as classes definidas estão dispostas na

tabela 3, juntamente com seus respectivos quantitativos por área. A classe água

apresentou valor equivalente a 7% do total estudado no trecho, sendo menor apenas

do que os trechos de Sobral e Santana do Acaraú. Este trecho já está localizado a

jusante do açude Araras.

Tabela 3: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação

CLASSE ÁREA (ha) % Água 148,55 7,00

Caatinga Densa 527,85 24,0 Caatinga Esparsa 449,17 21,0

Pastagens e Áreas de Várzea 690,16 32,0 Solo Exposto 182,72 8,00

Área Urbanizada 77,87 4,00 Nuvem/Sombra 94,41 4,00

TOTAL 2.170,73 100% Fonte: Interpretação da imagem de satélite de 2013 da região estudada.

A classe caatinga densa apresentou um percentual de 24% da área total

estudada e a caatinga esparsa, 21%, o que pode ser explicado pela moderada

ocorrência de aglomerados urbanos ao longo do trecho do rio, o que não

58

necessariamente indica uma atenuação da pressão sobre os recursos naturais, no

tocante ao desmatamento, pois a classe pastagens e áreas de várzea apresentou

32% da área total, o que indica um crescente processo de supressão da vegetação

para implantação de culturas, tais como batata, cana-de-açúcar, fava, feijão,

mamona mandioca, milho, banana, castanha, coco, goiaba, laranja, limão, mamão e

manga. A classe solo exposto responde por 8% da área estudada, seguida pela

classe área urbanizada, com 4%.

O gráfico da figura 17 mostra os quantitativos por classe de uso e vegetação

nas APPs do rio Acaraú, onde a classe pastagens e áreas de várzea (690,16 ha),

seguida pela caatinga densa (527,85 ha), caatinga esparsa (449,17 ha), solo

exposto (182,72 ha), água (148,55 ha) e área urbanizada (77,87 ha).

Figura 17: Quantitativos por classe mapeada no trecho Santa Quitéria/Varjota (hectares).

A figura 18 mostra a espacialização das formas de uso e ocupação do solo e

a cobertura vegetal nas APPs do rio Acaraú, no trecho Santa Quitéria/Varjota.

Observa-se a predominância de cultivos dentro das áreas de preservação

permanente – APPs do rio. O principal problema, além da existência do cultivo em

si, é a aplicação desordenada de defensivos agrícolas, que podem ser carreados

para o solo do leito e as águas do rio, comprometendo sua qualidade.

148,55

527,85

449,17

690,16

182,72

77,8794,41

ÁGUA CAATINGA DENSA CAATINGA ESPARSA

PASTAGENS E ÁREAS DE VÁRZEA

SOLO EXPOSTO ÁREA URBANIZADA

NUVEM/SOMBRA

59

Figura 18: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho Santa Quitéria/Varjota.

60

PONTO 3 – TRECHO GROAÍRAS E CARIRÉ

Este ponto localiza-se na confluência do rio Groaíras com o rio Acaraú. Trata-

se também da planície fluvial do rio Acaraú, dentro da calha do rio (leito vazante) no

setor urbano da cidade (fig. 19). O médio curso apresenta um gradiente moderado,

sedimentação bastante significativa com a forma do vale em “U” e leito com largura

que varia entre 50 e 100 metros de uma margem a outra.

Figura 19: Localização do ponto 3, no município de Groaíras.

Os problemas aqui encontrados são identificados como análogos ao que está

sendo levantado nos outros pontos existentes, tais como desmatamento da mata

ciliar e a substituição desta por culturas de subsistência, balneários construídos às

margens do rio, lavagem de roupas e também extração de areia em seu leito,

conforme figuras 20 a 24.

61

Figura 20: Lavagem de roupa no leito do rio.

Vale ressaltar que é bastante significativo o desmatamento da mata ciliar,

provocando um maior índice de assoreamento levando a uma possível inundação

das localidades ribeirinhas em épocas de cheia do rio.

Figuras 23 e 24: Extração de areia do leito do rio entre os municípios de Groaíras e Cariré.

Figura 21: Passagem molhada barrando o curso do rio Acaraú.

Figura 22: Estruturas utilizadas para lazer.

62

Nos municípios de Cariré e Groaíras, existem 19.642,96 hectares concedidos

para exploração, cujos recursos a serem extraídos estão dispostos no quadro 5.

Do total da área para mineração, 88% referem-se a extração de fosfato, 5% a

granito, seguidos pela extração de areia e argila (3%) e gnaisse (0,5%). É importante

destacar que nem todos os empreendimentos estão em execução.

Quadro 5: Processos de extração mineral no rio Acaraú.

Nº DNPM TITULAR ÁREA RECURSO NATURAL

USO

1 800407 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,13 AREIA

CONTRUÇÃO CIVIL

2 800333 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,49 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

3 800292 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,96 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

4 800527 Helania Vasconcelos Aragão Me 49,97 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

5 800669 Raimundo Rodrigues Maciel Locação 46,56 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

6 800378 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,69 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

7 801180 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 49,32 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

9 800881 Cerâmica Cariré Ltda Me 4,86 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

10 800881 Cerâmica Cariré Ltda Me 2,03 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

11 800980 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 48,56 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

12 800881 Cerâmica Cariré Ltda Me 13,02 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

13 800291 M.n. da Silva Teles 49,47 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

17 800123 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 40,27 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

25 800122 L & M Mineradora e Construções Ltda Me 32,42 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

27 800291 Antonio Rufino Martins 49,49 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

28 801088 Cerâmica Cariré Ltda Me 4,17 AREIA CONTRUÇÃO

CIVIL

24 800067 Cerâmica Cariré Ltda Me 654,57 ARGILA INDUSTRIAL

14 800274 Votorantim Metais Zinco S A 1.849,62 FOSFATO FERTILIZANTES

16 800292 Votorantim Metais Zinco S A 1.794,43 FOSFATO FERTILIZANTES

18 800309 Votorantim Metais Zinco S A 1.997,28 FOSFATO FERTILIZANTES

19 800276 Votorantim Metais Zinco S A 1.993,48 FOSFATO FERTILIZANTES

20 800286 Votorantim Metais Zinco S A 1.991,31 FOSFATO FERTILIZANTES

63

Nº DNPM TITULAR ÁREA RECURSO NATURAL

USO

21 800290 Votorantim Metais Zinco S A 1.855,68 FOSFATO FERTILIZANTES

22 800281 Votorantim Metais Zinco S A 1.934,29 FOSFATO FERTILIZANTES

23 800311 Votorantim Metais Zinco S A 1.993,15 FOSFATO FERTILIZANTES

26 800278 Votorantim Metais Zinco S A 1.939,72 FOSFATO FERTILIZANTES

8 800492 Mont Granitos S/A 89,99 GNAISSE NÃO

INFORMADO

15 800215 Impex Importação Exportação Comércio Representação Ltda

961,03 GRANITO REVESTIMENTO

Fonte: DNPM (2014).

Em relação ao uso e ocupação do solo e cobertura vegetal, de acordo com a

tabela 4, a classe água apresentou uma área de 121,93 hectares, representando 4%

da área total classificada. Assim como nos demais pontos, esta situação pode ser

justificada pelas condições morfoestruturais e climáticas da região, com ocorrência

de rochas cristalinas, grande quantidade de cursos d’água, porém com escoamento

intermitente sazonal com baixas taxas pluviométricas.

Tabela 4: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação. CLASSE ÁREA (ha) %

Água 121,93 4,00 Caatinga Densa 861,09 28,0

Caatinga Esparsa 918,46 30,0 Pastagens e Áreas de Várzea 376,95 12,0

Solo Exposto 573,53 19,0 Área Urbanizada 0,00 0,00 Nuvem/Sombra 223,18 7,00

TOTAL 3.075,14 100% Fonte: Interpretação da imagem de satélite de 2013 da região estudada.

A classe caatinga densa apresentou 28% da área total. De todos os pontos,

foi o que apresentou maior percentual de caatinga densa. O leito do rio Acaraú que

passa pelos municípios de Cariré e Groaíras não está inserido nas sedes desses

municípios, o que pode explicar a maior concentração de vegetação com maior

densidade em relação aos demais pontos. A classe caatinga esparsa apresentou

30%, predominando, assim como nos pontos 1 e 2, seguida pela classe solo

exposto, com 19% e a classe pastagens e áreas de várzeas, com 12% do total.

Em função da ocorrência muito esparsa de construções quando relacionada

com a escala do trabalho, não foi possível efetuar a classificação do uso referente à

64

classe área urbana, que teve atribuído valor zero. As áreas do rio Acaraú são

principalmente destinadas à extração mineral na região, bem como lazer.

O gráfico da figura 25 mostra os quantitativos por classe de uso e vegetação

nas APPs do rio Acaraú, onde a classe caatinga esparsa ocupa 918,46 hectares,

seguida pelas áreas de caatinga densa (861,09), solo exposto (573,53 ha),

pastagens e áreas de várzea (376,95 ha) e água (121,93 ha).

Figura 25: Quantitativos por classe mapeada no trecho Santa Quitéria/Varjota (hectares).

A figura 26 mostra a espacialização das formas de uso e ocupação do solo e

a cobertura vegetal nas APPs do rio Acaraú, no trecho Cariré/Groaíras.

121,927

861,09

918,46

376,95

573,53

0

223,18

ÁGUA CAATINGA DENSA CAATINGA ESPARSA

PASTAGENS E ÁREAS DE VÁRZEA

SOLO EXPOSTO ÁREA URBANIZADA

NUVEM/SOMBRA

65

Figura 26: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho Groaíras/Cariré.

66

SOBRAL – PONTO 4

A mudança significativa desse ponto em relação aos demais colocados é o

fato de este encontrar-se numa cidade média. Do ponto de vista da população

urbana, segundo o censo 2010, Sobral, conta com uma população de 166.310

habitantes, um comércio bem movimentado e influente para toda zona norte do

estado do Ceará. Daí os resultados das intervenções ambientais se apresentarem

bem mais evidentes.

Trata-se ainda do médio curso do rio Acaraú apresentando um gradiente

moderado, sedimentação bastante significativa, forma do vale em “U” e leito com

largura que varia de 200 a 300 metros de uma margem a outra.

Como os demais pontos, com todos os seus problemas, este vai além sendo

agravado pela quantidade de dejetos que são despejados dia a dia no seu leito.

Como foi dito anteriormente tudo que acontece nesse trecho do rio Acaraú é visto

numa escala maior.

Diversas são as formas de uso e ocupação das áreas de preservação

permanente do rio Acaraú em Sobral. O ponto de monitoramento indicado na figura

27 localiza-se a montante da zona urbana do município

Figura 27: Localização do ponto no município de Sobral.

O rio encontra-se antropizado em suas margens, principalmente quando

adentra a zona urbana do município, tanto em função das atividades industriais,

67

como pela ocupação por edificações voltadas para prestação de serviços e

domicílios.

A figura 28 mostra uma visão geral da zona urbana de Sobral e do rio

Acaraú. É possível verificar diversas construções, solo exposto, bem como a

coloração da água, indicando estado de eutrofização. No destaque da figura 28,

pode-se observar o shopping center e um grande loteamento em fase de

implantação, dois empreendimentos altamente causadores de modificações do

ambiente onde se inserem, tanto pela sua implantação, quando pelas demandas que

geram, em função do aumento da ocupação dos espaços, gerando um aumento na

densidade demográfica, consumo de água, esgotamento, desmatamento, etc.

Quanto ao esgotamento sanitário, é importante destacar a relação direta

entre o crescimento populacional e a proporção de esgoto doméstico direcionado

aos corpos hídricos. De acordo com IBGE (2010), Sobral possui 45.027 domicílios

Figura 28: Trecho do rio no trecho de maior urbanização no município de Sobral, onde ocorre o barramento do rio, formando o “espelho d’água”. As fotos menores oferecem detalhes importantes das condições da área.

68

particulares permanentes, dos quais 44.290 possuem instalações sanitárias, estando

34.483 (77%) ligados à rede geral de esgoto ou pluvial, 2.777 (6%) utilizam fossa

séptica e 7.030 (16%) utilizam tratamento rudimentares. Outros 737 domicílios não

possuem instalações sanitárias, respondendo por 2% do total de domicílios.

Mesmo com o sistema de esgotamento sanitário precário, a maior parte dos

domicílios destinam seus efluentes brutos para redes de coleta, ainda que pluvial.

Entretanto, é importante salientar que quando há ligação com a rede pluvial, o

esgoto é lançando diretamente nos corpos hídricos sem tratamento algum, pois, no

geral, a rede de drenagem pluvial trata-se na realidade de córregos que passaram

por modificações em seu leito, transformando-se em valas, como é o caso do riacho

Mucambinho, em Sobral, dentre outros, colaborando para deteriorar a qualidade

ambiental, comprometendo a qualidade de vida da região.

A fossa séptica e sumidouro também não é o método mais indicado, tendo

em vista o seu alto potencial de contaminação de águas subterrâneas e

inadequação para uso e áreas com altas densidades, como é o caso da zona urbana

de Sobral.

De acordo com levantamento efetuado por Sucupira (2005), o rio Acaraú

recebe lançamento direto de efluente tratado 5 estações de tratamento, dispostas na

tabela 5. As ETEs Derby e Padre Palhano encontram-se inseridas na área definida

como APP neste trabalho.

Tabela 5: Distribuição das ETEs que efetuam lançamento direto no rio Acaraú, em Sobral.

Estação de Tratamento de Esgoto – ETE

Destino dos Efluentes

Coordenadas Geográficas (UTM)

ETE DERBY

RIO ACARAÚ

351743 9593211 ETE COHAB I 351880 9589627 ETE COHAB II 352315 9590996 ETE PADRE PALHANO 349000 9591310 ETE DOM JOSÉ 348808 9591510

Fonte: Sucupira (2005).

De acordo com informações do IBGE (2012), no tocante aos resíduos

sólidos, dos 45.027 domicílios de Sobral, 96% possuem seus resíduos sólidos

coletados, dos quais 82% possuem coleta efetuada diretamente por serviço de

limpeza e 14% através de caçambas de serviços de limpeza. Os domicílios que não

são atendidos pelos serviços de limpeza totalizam 1.889, representando 4% do total

de domicílios.

69

Figura 29: Lançamento de esgoto às margens do rio Acaraú, em Sobral, no bairro Pedrinhas.

A administração do sistema de manejo de resíduos sólidos municipal é

submetida à Secretaria de Habitação e Saneamento Ambiental, que terceiriza este

serviço a COOTRACE - Cooperativa de Trabalho do Ceará. A Prefeitura fornece a

infraestrutura do sistema de limpeza pública (veículos, equipamentos, etc.) e a mão

de obra é responsabilidade da COOTRACE.

Sobral possui um Plano de Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos

Urbanos (PGIRSU), elaborado em 2009, cujos objetivos visam diagnosticar e

reordenar o modelo atual de limpeza urbana, além de elaborar e/ou aperfeiçoar as

normas e regulamentos vigentes da limpeza urbana, promover a capacitação dos

profissionais envolvidos na limpeza urbana, elaborar um banco de dados com

informações sobre o funcionamento e o desempenho do sistema de limpeza urbana

e envolver a sociedade organizada e os diversos níveis do governo municipal na

construção de um modelo de gestão dos resíduos sólidos urbanos – RSU, buscando

a implantação e/ou fortalecimento de um programa de educação sobre limpeza

urbana e reciclagem de materiais e implantar um comitê de acompanhamento e

monitoramento do programa de gestão do RSU.

Não há coleta seletiva do lixo em todo o município. Os resíduos do serviço

de saúde – RSS são coletados em veículos específicos e dispostos em valas

destinadas exclusivamente aos resíduos sépticos no aterro sanitário municipal, sem

passar por tratamento prévio.

70

A figura 30 mostra a área onde atualmente funciona o aterro sanitário

municipal, instalado a poucos quilômetros do sopé da Serra da Meruoca e da Área

de Proteção Ambiental (APA) que leva seu nome.

Figura 30: A/B: Vista aérea do aterro sanitário municipal de Sobral. C: Estrada de acesso ao aterro. D: Entrada do aterro.

Existe em andamento proposta de implantação de novo aterro sanitário

regional, localizado no município de Sobral (fig. 31), na área onde funciona o atual

aterro municipal. De acordo com informações do Estudo de Impacto Ambiental –

EIA, o novo aterro consorciado atenderá, além de Sobral, os municípios de

Alcântaras, Cariré, Coreaú, Forquilha, Frecheirinha, Graça, Groaíras, Massapê,

Meruoca, Moraújo, Mucambo, Pacujá, Santana do Acaraú e Senador Sá, além de

centros de triagem de materiais recicláveis, também localizados em Sobral, e sete

estações de transferência de resíduos sólidos a serem implantadas nos municípios

de Cariré, Coreaú, Forquilha, Frecheirinha, Massapê, Mucambo e Santana do

Acaraú.

A B

C D

71

Figura 31: Localização do aterro sanitário em relação à sede municipal. Fonte: SANEBRAS (2013).

Quanto às atividades industriais, Sobral é o município com maior nível de

industrialização, possuindo, de acordo com IPECE (2013), 483 estabelecimentos

industriais, dos quais 400 são indústria de transformação, 66 da construção civil, 14

extrativa mineral e 3 de utilidade pública. A figura 32 apresenta uma visão geral do

distrito industrial de Sobral, localizado às margens da BR-222.

Figura 32: Indústrias localizadas ao longo da BR-222, no município de Sobral.

72

A figura 33 mostra um exemplo de empreendimento industrial de produção de

cimento localizado na zona urbana do município. Empreendimentos desta natureza

exercem forte pressão no ambiente, tendo em vista possuir alto potencial de

poluição de solo, hídrica e atmosférica.

Figura 33: A: Visão da indústria Votorantim Cimentos S/A, onde pode-se observar as estações de tratamento. B: Área de extração/estoque de material extraído. C/D: Visão da planta da indústria. Destaque em todos os casos para a nuvem de poeira que se forma, dirigindo-se para além da área da fábrica.

Outras atividades industriais também foram registradas no município, tais

como cerâmicas localizadas na área de inundação do rio Acaraú. As indústrias

cerâmicas possuem alto potencial de impacto ambiental, tendo em vista

necessitarem de grande quantidade de água; consumo de recursos naturais (argila e

lenha) extraída normalmente de áreas próximas a recursos hídricos com sua

consequente degradação; geração de resíduos sólidos e líquidos; emissão de

material particulado, devido ao transporte, manuseio e processamento da argila nos

pátios cerâmicos; emissões gasosas pelos processos de secagem e queima. A

A B

C D

73

figura 34 mostra cerâmicas localizadas em Sobral, estando as duas primeiras

inseridas nas áreas de inundação do rio Acaraú.

Figura 34: A/B: Cerâmicas localizadas na planície fluvial do rio Acaraú. C: Cerâmica localizada próximo à BR-222, em Sobral.

Outro aspecto ambiental muito presente no município de Sobral é a

mineração, desenvolvida principalmente através da extração de areia no leito do rio

Acaraú. Existem 2.575,62 hectares concedidos para exploração, cujos recursos a

serem extraídos estão dispostos no quadro 6.

Do total da área para mineração, 37% refere-se a extração de granito, 36% a

argila e 27% a areia. É importante destacar que nem todos os empreendimentos

estão em execução.

Quadro 6: Processos de extração mineral no rio Acaraú, município de Sobral.

Nº DNPM TITULAR ÁREA RECURSO NATURAL

USO

1 800808 Francisco Reginaldo Rocha Filho 50 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

2 801111 Kedna Cristina Marques Medeiros 46,08 AREIA CONSTRUÇÃO

B

C

A

74

CIVIL

3 801040 Sonia Maria Ibiapina Gadelha 24,03 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

4 800263 Francisco Damazio De Azevedo 50 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

5 801039 Francisco Damazio De Azevedo 22,01 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

6 800360 Francisco Reginaldo Rocha Filho 49,98 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

7 800226 Francisco Alderi Damasceno Sales 48,5 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

8 800641 A & A Exploracao de Mineiro Ltda Me 26,8 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

9 800283 Sérgio José Melo Neves 33,07 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

10 801065 Construtora Mãe Rainha Ltda 7,59 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

11 800393 José Raniere Custódio Ponte de Azevedo 15,87 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

12 801035 Oscar rodrigues junior 49,04 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

13 800371 Francisco Damazio De Azevedo 7,09 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

14 800368 Davi Linhares Andrade 32,06 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

15 800537 Francisco Alderi Damasceno Sales 44,33 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

16 800411 Sonia Maria Ibiapina Gadelha 47,89 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

17 800410 Sonia Maria Ibiapina Gadelha 49,93 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

18 800154 Francisco da Silva Vasconcelos 19,03 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

19 800036 Francisco Damazio De Azevedo 36,68 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

20 800442 Manoel de Paiva Freire 36,55 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

21 800235 Ceramica Ferreira Lima Ltda 50 ARGILA CERÂMICA VERMELHA

22 800392 Ceramica Torres Ltda 50 ARGILA CERÂMICA VERMELHA

23 800139 Criatel - Ceramica Riate Ltda 34,15 ARGILA CERÂMICA VERMELHA

24 800225 Rodrigo Amaro Mota 42,28 ARGILA CERÂMICA VERMELHA

25 800642 Cia Sobralense de Material de Construção 434,24 ARGILA INDUSTRIAL

26 800009 Cia Sobralense de Material de Construção 307,39 ARGILA INDUSTRIAL

27 800215 Impex Importação Exportação Comércio Representação Ltda

961,03 GRANITO REVESTIMENTO

Fonte: DNPM (2014).

75

A figura 35 mostra as diversas formas de exploração do potencial mineral no

rio Acaraú e suas áreas adjacentes.

Figura 35: A) Extração de granito desativada, localizada no caminho do Jordão. B/C) Barramento efetuados no leito do rio Acaraú, na região de juzante do rio em relação a Sobral, visando a construção de acessos para tráfego de veículos. D) Caminhões e tratores extraindo areia no leito do rio Acaraú, que msotra-se bastante assoreado. E) Extração de granito em funcionamento para fabricação de brita, no caminho do distrito de Bonfim.

Quanto ao diagnóstico do uso e ocupação do solo pela análise das imagens

de satélite, a tabela 6 mostra os quantitativos e percentuais das classes no trecho de

A B

C D

E

76

Sobral. A classe água apresentou percentual de 7% em relação à área do trecho

estudado. De todos os pontos, este foi o que apresentou a maior relação entre o

quantitativo de água e a área total. Isto pode ser explicado pelos barramentos

existentes dentro da cidade de Sobral, no caso o espelho d’água, bem como o fato

de a cidade ser o ponto de confluência entre o rio Jaibaras, perenizado pelo açude

Ayres de Sousa e o rio Acaraú, perenizado pelo açude Araras.

Tabela 6: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação

CLASSE ÁREA (ha) % Água 214,82 7,00

Caatinga Densa 293,95 9,00 Caatinga Esparsa 1.622,13 50,0

Pastagens e Áreas de Várzea 294,13 9,00 Solo Exposto 487,64 15,0

Área Urbanizada 320,93 10,0 Nuvem/Sombra 24,09 1,00

TOTAL 3.257,69 100% Fonte: Interpretação da imagem de satélite de 2013 da região estudada.

Em relação à classe caatinga densa, esta apresentou 9% da área total. Assim

como nos demais pontos, isso pode ser explicado pela alto índice de desmatamento

em todas a extensão do rio e na bacia como um todo. De acordo com Lima et al

(2000), a caatinga arbustiva densa, quando degradada, toma o aspecto de caatinga

arbustiva aberta, o que explica a grande representatividade da classe caatinga

esparsa, com 50% da área do trecho estudado.

A classe pastagens e áreas de várzea compreende 9% do total da área

estudada, seguida pela classe solo exposto, com 15% e área urbanizada, com 10%.

O gráfico da figura 36 apresenta os quantitativo das classes no trecho

estudado. A classe caatinga esparsa ocupa 1.622,13 hectares, seguida pela classe

solo exposto (487,64 ha), área urbanizada (320,93 ha), pastagens e áreas de várzea

(294,12 ha) caatinga densa (293,95) e água (214,82 ha).

O mapa da figura 39 mostra a disposição das classes ao longo do curso do rio

Acaraú no trecho de Sobral. Pode-se observar a concentração intensa da área

urbanizada representando a cidade de Sobral, que coincide com a maior quantidade

de água acumulada.

77

Figura 36: Quantitativos por classe mapeada no trecho Sobral (hectares).

A combinação do adensamento urbano e acumulação hídrica, quando não

manejada de forma adequada, pode gerar sérios danos à qualidade água, em

função dos lançamentos indevidos de esgoto, além da ocupação indevida das

margens, com a conseqüente retirada da vegetação ripária, favorecendo a

ocorrência de processos erosivos. As figuras 37 e 38 mostram a situação da

ocupação do rio Acaraú, com destaque para a grande quantidade de sedimentos no

leito, bem como na coloração esverdeada da água, indicando processo avançado de

eutrofização.

Figuras 37 e 38: Espelho d’água (barramento do rio Acaraú na zona urbana de Sobral.

214,82293,95

1622,13

294,13

487,64

320,93

24,09

ÁGUA CAATINGA DENSA CAATINGA ESPARSA

PASTAGENS E ÁREAS DE VÁRZEA

SOLO EXPOSTO ÁREA URBANIZADA

NUVEM/SOMBRA

78

Figura 39: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho em Sobral.

79

SANTANA DO ACARAÚ – PONTO 5

O ponto de observação localizado no município de Santana do Acaraú

encontra-se na planície fluvial do rio Acaraú, dentro da calha do rio (leito vazante).

Este ponto corresponde ao mais a jusante em relação ao percurso longitudinal do rio

Acaraú. Trata-se ainda do médio curso, apresentando um gradiente moderado,

sedimentação bastante significativa, forma do vale em “U” e leito com largura que

varia entre 200 a 300 metros de uma margem a outra.

Em uma porção considerada do setor urbano, que chega até a margem do

rio, há várias residências com seus devidos quintais voltados para o rio percebendo-

se nitidamente as bocas de lobo despejando seus esgotos. Vale ressaltar que as

residências e pontos comerciais localizam-se na margem direita enquanto que na

margem esquerda os sítios e lavoras dominam a paisagem.

Figura 40: Localização do ponto 5, no município de Santana do Acaraú.

A figura 40 mostra a região de localização do ponto de coleta 5. Verifica-se

um alto índice de antropização no local, com uma intensa ocupação urbana com

residências e estabelecimentos de lazer (balneário). Além disso, o rio sofre com a

captação de água irregular, através da instalação de bombas sem hidrômetro,

contribuindo para a perda de vazão do rio ao longo do seu curso (fig. 41).

80

Figura 41: Captação de água do rio. De forma acumulada ao longo do rio, compromete a vazão disponível para outros fins.

Nas figuras 42 e 43 também pode-se observar culturas de vazante, com

frequente uso de agrotóxicos que são carreados para o leito rio, contribuindo para a

contaminação tanto da água como do solo.

Figuras 42 e 43: Culturas de vazante no município de Santana do Acaraú.

Currais de criação de gado são também encontrados nesse setor, onde há o

desmatamento da mata ciliar e da vegetação de várzea para dar lugar a esse tipo de

atividade.

Um outro problema verificado foi o plantio de capim, geralmente do tipo

elefante que se desenvolve bem em áreas de várzeas, tendo também o mesmo

procedimento para sua plantação através da supressão da mata galeria.

81

O matadouro público dista aproximadamente 250 metros da calha fluvial em

uma das principais vias da cidade de Santana do Acaraú, em plena área urbana. Um

outro fator a ser levantado é o fato de o matadouro se situar em frente a uma escola

pública onde há inúmeras pessoas trabalhando e estudando, além de residências na

mesma região (fig. 44).

Figura 44: Localização do matadouro na zona urbana e próximo de equipamentos sociais.

A mata ciliar encontra-se bastante descaracterizada, tanto para montante

como para jusante. O que se percebe é a mata extremamente reduzida a espécies

vegetais individuais enfileiradas na borda dos diques marginais. Há pontos em que

há vegetação, outros onde inexiste, seja para instalação de pastos, seja para

substituição por culturas de milho, feijão e banana (figuras 45 e 46).

82

Figuras 45 e 46: Descaracterização das áreas de preservação permanente, visando o uso alternativo do solo.

Um outro fato observado é o aterro controlado situado a nordeste da cidade

de Santana do Acaraú (figuras 47 e 48), embasado num material sedimentar

distando menos de 2 quilômetros do setor urbano, comprometendo os aquíferos,

comuns nessas áreas sedimentares, além do seu mau posicionamento em relação

aos ventos de NE – SW.

Figura 47 e 48: aterro controlado de Santana do Acaraú.

Outro ponto importante são as pequenas “olarias” descentralizadas às

margens do rio Acaraú para fabricação de tijolos. A desconfiguração da paisagem é

bastante significativa mesmo porque esta é feita ainda no setor urbano da cidade de

Santana (fig. 49).

83

Figura 49: Olarias em meio ao carnaubal no município de Santana do Acaraú. A atividade é camuflada pela vegetação, o que, muitas vezes, dificulta a localização dos danos ambientais.

Fato bem comum nos dias atuais é a exploração de areia no leito do rio

Acaraú. Esta atividade tem se expandido para muitos locais ao longo do percurso do

rio, inclusive em Santana do Acaraú, conforme figuras 50 e 51.

Figuras 50 e 51: Extrações de areia no Acaraú, no município de Santana do Acaraú.

84

Dentro da área de estudo, no município de Santana do Acaraú, existem 8.146

hectares concedidos para exploração mineral, cujos recursos a serem extraídos

estão dispostos no quadro 7.

Do total da área para mineração, 65% referem-se a extração de minério de

ferro, 24% a granito, seguidos pela extração de quartzito (6%), conglomerado (4%) e

areia (1%). É importante destacar que nem todos os empreendimentos estão em

execução.

Quadro 7: Processos de extração mineral no rio Acaraú.

Nº DNPM TITULAR AREA (HA)

RECURSO NATURAL USO

1 800029 Benedito Lima de Abreu Me 22,70 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

2 800540 Ricardo Rivelino Cunha Frota 45,43 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

3 800886 P G F Rosendo Me 11,04 AREIA CONSTRUÇÃO

CIVIL

4 800919 Vulcano Export Mineração Exportação e Importação Ltda.

467,48 QUARTZITO REVESTIMENTO

5 800612 Cerâmica Santanense Ltda. 27,02 ARGILA CERÂMICA VERMELHA

6 800250 Milgran Indústria e Comércio de Granitos Ltda.

982,13 GRANITO REVESTIMENTO

7 800127 Mineração Coto Comércio Importação e Exportação Ltda

982,10 GRANITO REVESTIMENTO

8 800682 Terrativa Minerais S.A. 1.814,31 MINÉRIO DE

FERRO INDUSTRIAL

9 800068 Terrativa Minerais S.A. 1.878,82 MINÉRIO DE

FERRO INDUSTRIAL

10 800073 Terrativa Minerais S.A. 1.595,32 MINÉRIO DE

FERRO INDUSTRIAL

11 800241 Mineração Agreste Ltda 320,00 CONGLOMERADO NÃO INFORMADO Fonte: DNPM (2014)

Quanto ao uso e ocupação do solo e cobertura vegetal, a tabela 7 apresenta

as classes de uso e ocupação e de vegetação, suas áreas ocupadas e sua

representação no total da área trabalhada.

A classe água apresentou 6% do total da área estudada, ficando atrás apenas

do trecho Sobral na relação classe mapeada/área total estudada. A classe caatinga

esparsa prevaleceu, com 48% da área total, seguida pela classe solo exposto (23%),

caatinga densa (15%) e área urbanizada (2%).

85

Tabela 7: Quantitativo das áreas por classe de uso e ocupação e vegetação

CLASSE ÁREA (ha) % Água 198,75 6,00

Caatinga Densa 490,93 15,0 Caatinga Esparsa 1.570,35 48,0

Pastagens e Áreas de Várzea 169,24 5,00 Solo Exposto 733,73 23,0

Área Urbanizada 67,70 2,00 Nuvem/Sombra 20,00 1,00

TOTAL 3.250,69 100% Fonte: Interpretação da imagem de satélite de 2013 da região estudada.

No gráfico da figura 52, observa-se a predominância da classe vegetação

esparsa, o que indica uma predominância do uso da terra para fins agrícolas no

município, que possui baixo desenvolvimento industrial e de serviços. Assim,

durante o levantamento, verificou-se a existência de muitas áreas desmatadas ou

em processo de regeneração, com vegetação herbácea ou arbustiva.

Figura 52: Quantitativo por classe de uso e ocupação e vegetação nas áreas de preservação permanente do rio Acaraú, município de Santana do Acaraú/Ce (hectares).

O mapa da figura 53 mostra a disposição das classes ao longo do curso do rio

Acaraú no trecho de Santana do Acaraú.

198,75

490,93

1570,35

169,24

733,73

67,7020,00

ÁGUA CAATINGA DENSA CAATINGA ESPARSA

PASTAGENS E ÁREAS DE VÁRZEA

SOLO EXPOSTO ÁREA URBANIZADA

NUVEM/SOMBRA

86

Figura 53: Mapa de uso e cobertura vegetal das Áreas de Preservação Permanente – APP do rio Acaraú no trecho em Santana do Acaraú.

87

5 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICA, QUÍMICA E BIOLÓGICA DA Á GUA 5.1 – Monitoramento Quantitativo

As análises de vazão e precipitação levaram em consideração as informações

oriundas das estações fluviométricas da Agência Nacional de Águas – ANA (tabela

8) e das estações pluviométricas da Fundação Cearense de Meteorologia e

Recursos Hídricos – FUNCEME (tabela 9).

Tabela 8: Estações fluviométricas da ANA.

CÓDIGO NOME MUNICÍPIO UTM (X) UTM (Y)

35260000 GROAÍRAS GROAIRAS 346770 9567745

35210000 FAZENDA CAJAZEIRAS HIDROLÂNDIA 328013 9515883

35235000 VÁRZEA DO GROSSO SANTA QUITÉRIA 341192 9541709

35283000 SANTANA DO ACARAÚ SANTANA DO ACARAÚ 365200 9617914

35275000 SOBRAL SOBRAL 351227 9592127 Fonte: ANA

O ponto de coleta para análise da qualidade da água número 3 localiza-se na

cidade de Groaíras, razão pela qual, os dados de vazão colhidos na estação

35260000, inserida no referido município, referem-se ao rio de mesmo nome, que é

um tributário do rio Acaraú. O referido ponto está localizado a aproximadamente 2,5

km de distância do leito do rio acaraú.

Tabela 9: Estações pluviométricas da FUNCEME.

CÓDIGO NOME MUNICÍPIO UTM (X) UTM (Y)

440054 CONCEIÇÃO HIDROLÂNDIA 327951 9520809

340107 GROAIRAS GROAIRAS 346371 9566915

440079 AÇUDE ARARAS VARJOTA 338993 9552160

340038 SANTANA DO ACARAÚ SANTANA DO ACARAÚ 366662 9616698

340045 SOBRAL SOBRAL 350035 9590877 Fonte: FUNCEME

5.1.1. Análise da vazão e pluviometria

Os dados das vazões referem-se aos mesmos municípios onde estão

localizados os pontos de coleta para monitoramento da qualidade da água. As

análises da velocidade da corrente referem-se ao período de 2009 a 2013.

88

Figura 54: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Hidrolândia, nos anos de 2010 a 2013. Fonte: ANA, 2014.

A figura 54 mostra a vazão média mensal e a pluviometria no trecho do rio

que passa pelo município de Hidrolândia. A vazão média mensal para o trecho

avaliado é de 0,92 m³.s-1, concentrada nos meses de dezembro a maio, que

corresponde ao período de maior precipitação. No período de julho a novembro, que

corresponde à estação seca, verifica-se uma queda tanto nos índices pluviométricos

como na vazão do rio Acaraú.

Esta região do rio Acaraú está localizada a montante do açude Araras e

passa a maior parte do ano com seu leito vazio, com intenso assoreamento,

conforme observa-se na figura 55.

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m)

PLUVIOMETRIA VAZÃO

Figura 55: Vista aérea sobre o leito do rio Acaraú a montante do açude Araras.

89

Figura 56: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria na estação fluviométrica de Santa Quitéria e na estação pluviométrica do Açude Araras, nos anos de 2010 a 2013. Fonte: ANA, 2014.

Observando-se o gráfico da figura 56, nota-se uma contribuição mensal de

água para o curso do rio Acaraú, perfazendo um valor médio de 3,63 m³.s-1, também

concentrada nos meses de dezembro a maio, que corresponde à estação chuvosa.

Neste trecho, apesar de a partir do mês de junho a pluviometria diminuir

consideravelmente, observa-se que a vazão, mesmo que baixa, manteve-se regular

ao longo do ano. Este é o primeiro trecho a jusante do açude Araras, que pereniza o

rio Acaraú a partir deste ponto, na região localizada entre os municípios de Santa

Quitéria e Varjota.

Figura 57: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Groaíras, nos anos de 2010 a 2013. Fonte: ANA, 2014.

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PLUVIOMETRIA VAZÃO

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PLUVIOMETRIA VAZÃO

90

O ponto de monitoramento 3, escolhido pelo Programa de Monitoramento dos

recursos Hídricos do Ceará, está localizado no rio Groaíras, a aproximadamente 2,5

km do leito do rio Acaraú, que é um afluente do rio Acaraú.

Observando-se o gráfico da figura 57, o referido rio possui uma vazão média mensal

de 2,65 m³.s-1, também concentrada nos meses de dezembro a maio, que

corresponde ao período de maior precipitação, característica de toda a região do

estudo, que no período de julho a novembro tem sua estação seca, verificando-se

uma queda tanto na pluviometria como na vazão do rio Groaíras.

Figura 58: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Sobral, nos anos de 2010 a 2013. Fonte: ANA, 2014.

O trecho localizado no município de Sobral tem sua vazão média mensal e

pluviometria referentes aos anos de 2009 a 2013 demonstradas no gráfico da figura

58. A vazão neste trecho mostrou-se consideravelmente maior, quando comparada

aos trechos anteriores. Nesta altura, o rio Acaraú também recebe contribuição do rio

Jaibaras, pererenizado pelo açude Ayres de Souza.

A vazão média figura na ordem de 12,50 m³.s-1, mantendo o comportamento

diferenciado nas estações chuvosa e seca, que compreende os mesmos períodos já

citados nos itens anteriores.

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PLUVIOMETRIA VAZÃO

91

Figura 59: Trecho do rio Acaraú localizado na zona urbana de Sobral.

Figura 60: Gráfico de vazão média mensal X pluviometria nas estações fluviométrica e pluviométrica do município de Santana do Acaraú, nos anos de 2010 a 2013. Fonte: ANA, 2014.

O gráfico da figura 60 mostra a pluviometria e vazão do trecho localizado no

município de Santana do Acaraú, mantendo o perfil dos trechos anteriores, com uma

vazão de 13,76 m³.s-1.

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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

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PLUVIOMETRIA VAZÃO

92

Figura 61: Vista do rio Acaraú no trecho inserido no município de Santana do Acaraú.

Figura 62: Vazão média e pluviometria média para os anos de 2010 a 2013, nos municípios abrangidos pelo estudo. Fonte: ANA, 2014.

Ao se avaliar o gráfico da figura 62, percebe-se um aumento da vazão do rio

Acaraú ao longo do seu alto e médio curso. De acordo com os dados fornecidos pela

ANA (2014), o açude Araras tem seu maior aporte hídrico concentrado na estação

chuvosa, sendo responsável pela perenização do leito do Rio Acaraú.

É importante ressaltar que nos últimos quatro anos o Ceará passou por um

período de seca intensa, o que pode ser verificado nos baixos índices pluviométricos

registrados no período quando comparado a anos anteriores.

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HIDROLÂNDIA SANTA QUITÉRIA GROAÍRAS SOBRAL SANTANA DO ACARAÚ

VAZÃO PLUVIOMETRIA

93

5.2 – Monitoramento Qualitativo

As análises da qualidade da água se basearam nos laudos do Programa de

Monitoramento dos Recursos Hídricos realizado pela Superintendência Estadual do

Meio Ambiente – SEMACE entre dezembro/2009 a maio/2013.

É importante destacar que o rio Acaraú é classificado como um rio

intermitente, permanecendo seco em todo o seu percurso desde o alto curso, no

município de Tamboril, até o município de Varjota, onde localiza-se o açude Araras,

o qual, a partir dali, pereniza o referido rio. Assim, justifica-se, no PONTO 1, a

ausência de coletas na maioria dos meses, no período estudado.

Foram realizadas as seguintes análises da água do rio Acaraú: pH;

Temperatura (°C); Cor (mg Pt/L); Salinidade (%); Tu rbidez (UNT); Oxigênio

Dissolvido – OD (mg/L O2); Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO (mg/L O2);

Sólidos Totais (mg/L); Nitrato (mg/L N); Nitrito (mg/L N); Nitrogênio Amoniacal Total

(mg/L N); Sulfato (mg/L SO4); Condutividade (µS/cm); Cloretos (mg/L Cl); Clorofila

“a” (µg/L); Fósforo Total (mg/L P); Fósforo Total (mg/L P); Coliformes

Termotolerantes (NMP/100ml).

Na tabela 10 está elencada a classificação dos corpos d’água quanto à

qualidade, de acordo com seus usos preponderantes. A tabela 11, mostra os pontos

de monitoramento e sua classificação segundo a Resolução Conama 357/2005, para

as classe definidas na referida resolução e o valor médio dos parâmetros

monitorados por ponto.

94

Tabela 10: Classificação segundo a qualidade requerida para seus usos preponderantes. CONAMA 357/2005. PARÂMETRO UND CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4

pH - 6,0 – 9,0 6,0 – 9,0 6,0 – 9,0 6,0 – 9,0

Temperatura °C - - - -

Cor mg Pt/L ≤ 75 ≤ 75 ≤ 75 -

Salinidade % - - - -

Turbidez UNT ≤ 40 ≤ 100 ≤ 100 -

Nitrato mg/L N ≤ 10 ≤ 10 ≤ 10 -

Nitrito mg/L N ≤ 1,0 ≤ 1,0 ≤ 1,0 -

Nitrogênio Amoniacal Total

mg/L N

≤ 3,7, para pH ≤ 7,5 ≤ 2,0, para 7,5 < pH ≤ 8,0 ≤ 1,0, para 8,0 < pH ≤ 8,5 ≤ 0,5, para pH > 8,5

≤ 3,7, para pH ≤ 7,5 ≤ 2,0, para 7,5 < pH ≤ 8,0 ≤ 1,0, para 8,0 < pH ≤ 8,5 ≤ 0,5, para pH > 8,5

≤ 13,3, para pH ≤ 7,5 ≤ 5,6, para 7,5 < pH ≤ 8,0 ≤ 2,2, para 8,0 < pH ≤ 8,5 ≤ 1,0, para pH > 8,5

-

Sulfato mg/L SO4 ≤ 250 ≤ 250 ≤ 250 -

OD mg/L O2 ≥ 6 ≥ 5 ≥ 4 ≥ 2

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5)

mg/L O2; ≤ 3 ≤ 5 ≤ 10 -

Condutividade Elétrica

µS/cm - - - -

Cloretos mg/L Cl ≤ 250 ≤ 250 ≤ 250 -

Clorofila "a" µg/L ≤ 10 ≤ 30 ≤ 60 -

Fósforo Total mg/L P ≤ 0,1 ≤ 0,1 ≤ 0,15 -

Sólidos Totais mg/L - - - -

Coliformes Termotolerantes

NMP/100ml ≤ 200 ≤ 1000 ≤ 4000 -

Fonte: Resolução Conama 357/2005.

95

Tabela 11: Parâmetros de qualidade da água e classe de enquadramento conforme Resolução Conama 357/2005.

PARÂMETRO UNIDADE PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5

Valor Médio Classe Valor

Médio Classe Valor Médio Classe Valor

Médio Classe Valor Médio Classe

pH - 6,85 1 7,06 1 7,11 1 7,17 1 7,30 1 Temperatura °C 27,5 - 26,8 - 27,3 - 26,8 - 27,8 - Cor mg Pt/L 106,8 * 41,3 1 53,5 1 36,5 1 36,7 1 Salinidade % 0 - 0 - 0 - 0 - 0 - Turbidez UNT 18,8 1 7,9 1 11,6 1 8,0 1 6,3 1 Nitrato mg/L N 0,4 1 0,5 1 0,3 1 0,1 1 0,4 1 Nitrito mg/L N 0,083 1 0,041 1 0,03 1 0,008 1 0,4 1 Nitrogênio Amoniacal Total mg/L N 0,278 1 0,331 1 0,195 1 0,131 1 0,215 1

Sulfato mg/L SO4 17,48 1 3,27 1 6,95 1 1,93 1 2,98 1 OD mg/L O2 6,05 1 7,89 1 7,74 1 7,42 1 7,34 1 Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5)

mg/L O2; 3,73 2 3,94 2 3,86 2 4,14 2 4,38 2

Condutividade Elétrica µS/cm 196,05 - 190,36 - 347,19 - 161,64 - 168,24 -

Cloretos mg/L Cl 32,4 1 26,44 1 41,50 1 29,72 1 30,35 1 Clorofila "a" µg/L 1,0 1 2,40 1 3,44 1 2,55 1 3,57 1 Fósforo Total mg/L P 0,13 1 0,14 1 0,17 * 0,17 * 0,25 * Sólidos Totais mg/L 2443 - 2924,3 - 1955,8 - 2084,9 - 2287 - Coliformes Termotolerantes NMP/100ml 4057,5 * 282,5 2 148,93 1 425,71 2 674,17 2

* Parâmetros que devem ser revistos para adequação à CONAMA 357/2005.

96

É importante salientar que o rio Acaraú ainda não teve seu enquadramento

efetuado de acordo com a Resolução Conama 357/2005. Assim, as análises que se

seguem levam em consideração que os referidos parâmetros devem atender os

requisitos de qualidade da Classe 2, conforme preconiza o art. 42 da referida

resolução:

“enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão consideradas classe 2, as salinas e salobras classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente” (CONAMA, 2005).

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

As variações do parâmetro condutividade elétrica nos pontos de coleta são

demonstradas na tabela 12. Com exceção do ponto 3, na coleta efetuada em

março/2011, observa-se que todos os pontos apresentaram condutividade superior a

100 µS/cm. Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados.

Assim, indiretamente pode representar a concentração de poluentes. Esta condição

pode ser explicada a partir do excesso de sedimentos depositados ao longo do

curso do rio, elevando a quantidade de sólidos dissolvidos.

Conclui-se que a predominância de valores acima do considerado normal se

deve ao fato de os pontos localizarem-se em regiões de influência de ações

antrópicas. Este parâmetro não é mencionado na Resolução Conama 357/2005.

Tabela 12: Condutividade elétrica (µS/cm), no período de monitoramento.

MÊS/PONTO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 DEZ/09 - 118,7 173,7 129,7 152,3 FEV/10 - 203,7 145,2 129,2 139,4 MAI/10 180,5 122,2 163,5 140,1 144,5 AGO/10 - 123,5 229 129,4 143,3

NOV/10 - 222 222 125,7 140,2

MAR/11 133,7 132,2 76,2 100,1 145,2

MAI/11 186 117,7 175 125,5 142

AGO/11 284 111 232 126,2 -

NOV/11 - 218 2230 125,8 134,2

FEV/12 - 133,2 201 137,4 149,7

JUN/12 - 238 309 252,5 -

AGO/12 - 236,6 326,6 249,4 289

NOV/12 - 169,3 196,1 184,9 217,7

MAI/13 - 519 181,4 307 221,4

97

As figuras 63 a 67 mostram o comportamento do parâmetro condutividade

elétrica ao longo do período monitorado por ponto.

Figura 65: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 3.

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Figura 63: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 1.

Figura 66: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 4.

Figura 67: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 5.

Figura 64: Condutividade elétrica durante o período de monitoramento no ponto 2.

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98

TURBIDEZ

A turbidez, quando alterada, influi negativamente na oxigenação do meio,

tendo em vista que reduz a penetração de luz solar no corpo hídrico. As medidas de

turbidez efetuadas em todos os pontos não se apresentaram acima dos limites

estabelecidos na legislação. As variações médias do parâmetro turbidez nos pontos

monitorados ao longo do Rio Acaraú encontram-se ilustradas na figura 68. Verifica-

se que a variação da turbidez em cada ponto manteve uma média baixa em relação

ao limite máximo da Resolução CONANA 357/2005, permanecendo dentro do valor

máximo permitido pela resolução para rios de classe 2, qual seja 100 UNT, durante

todo o período de avaliação. De acordo com os valores médios apresentados, houve

uma variação entre 6,3 e 18,8 UNT.

Figura 68: Variação da turbidez ao longo os pontos monitorados.

O ponto 1 apresentou o maior valor médio, com 18,75 UNT, seguido pelo

ponto 3, com 11,59 UNT e pelos pontos 2, 4 e 5, com 7,90 UNT, 9,01 UNT e 6,28

UNT, respectivamente.

As figuras 69 a 73 mostram o comportamento do parâmetro turbidez ao longo

do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas figuras, em vermelho,

representam os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 (≤ 100 UNT).

Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

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MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

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120

Figura 69: Turbidez durante o período de

monitoramento no ponto 1. Figura 70: Turbidez durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 72: Turbidez durante o período de

monitoramento no ponto 4.

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13

Figura 71: Turbidez durante o período de

monitoramento no ponto 3.

Figura 73: Turbidez durante o período de

monitoramento no ponto 5.

100

COR

A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de

intensidade que a luz sofre ao atravessá-la, devido à presença de sólidos

dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. O

maior problema da cor é, em geral, o estético, já que causa um efeito repulsivo na

população (CETESB, 2012).

A Resolução Conama 357/2005 estabelece para corpos de água classe 2, até

75 mg Pt/L. Na média, o ponto 1 apresentou-se acima do valor máximo permitido

pela legislação, permanecendo os demais pontos abaixo deste limite (fig. 74).

As figuras 75 a 79 mostram o comportamento do parâmetro cor ao longo do

período monitorado por ponto. O ponto 1, em maio/2010 apresentou valor de 163 mg

Pt/L. Nas coletas efetuadas em março/2011, o parâmetro cor apresentou-se alterado

nos pontos 1, 3, 4 e 5. Os gráficos contidos nas figuras, em vermelho, representam

os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 ( ≤ 75 mg PT/L). Em azul,

os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

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P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 74: Cor (mg PT/L) durante o período de monitoramento.

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160

180

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 75: Cor durante o período de monitoramento

no ponto 1. Figura 76: Cor durante o período de monitoramento

no ponto 2.

Figura 77: Cor durante o período de monitoramento

no ponto 3. Figura 78: Cor durante o período de monitoramento

no ponto 4.

Figura 79: Cor durante o período de monitoramento

no ponto 5.

102

TEMPERATURA

As medições de temperatura nos pontos de coleta e suas médias ao longo do

Rio Acaraú encontram-se dispostas na tabela 13.

Verifica-se que as variações de temperatura ocorridas desde o ponto 1 até o

ponto 5 chegaram a 12 ºC, como mínima de 20,1, no ponto 1 e máxima de 32,3, no

ponto 3. A Resolução CONAMA 357/2005 não estabelece valor que permita a

classificação do rio, porém, a Resolução CONAMA 430/2011, estabelece que para o

lançamento de efluentes em corpos hídricos, a temperatura deve ser inferior a 40 ºC.

É importante destacar também que a temperatura é bastante importante como

parâmetro de qualidade, pois as elevações da temperatura aumentam as taxas das

reações químicas e biológicas, diminuem a solubilidade dos gases e aumentam a

taxa de transferência dos mesmos, o que pode gerar mau cheiro, no caso da

liberação de gases com odores desagradáveis (HESPANHOL, 2009, p. 63).

Tabela 13: Temperatura (°C) durante o período de mo nitoramento. MÊS/PONTO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5

DEZ/2009 - 21,5 21,8 21,8 27,1 FEV/2010 - 24,5 24,0 23,2 23,4 MAI/2010 23,0 23,4 22,5 22,3 21,7 AGO/2010 - 20,4 30,3 27,1 30,6 NOV/2010 - 31,1 25,0 29,7 30,0 MAR/2011 31,1 30,2 28,2 29,9 29,7 MAI/2011 29,1 30,0 30,7 24,7 30,1 AGO/2011 26,6 26,7 29,5 29,2 - NOV/2011 - - 26,0 29,8 26,1 FEV/2012 - 28,6 32,3 29,3 30,6 JUN/2012 - 29,0 31,0 29,0 - AGO/2012 - 24,2 21,5 21,8 31,4 NOV/2012 - 29,3 30,2 26,6 22,1 MAIO/2013 - 29,5 29,2 30,5 30,2

As figuras 80 a 84 mostram o comportamento do parâmetro temperatura ao

longo do período monitorado por ponto.

103

Figura 81: Temperatura (°C) durante o período de monitoramento no ponto 2.

Figura 80: Temperatura (°C) durante o período de monitoramento no ponto 1.

Figura 82: Temperatura (°C) durante o período de monitoramento no ponto 3.

15

17

1921

23

2527

2931

33

35

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

Figura 83: Temperatura (°C) durante o período de monitoramento no ponto 4.

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 84: Temperatura (°C) durante o período de monitoramento no ponto 5.

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

15

17

19

21

23

25

27

29

31

33

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

104

SÓLIDOS TOTAIS

As concentrações de sólidos totais (ST) nos pontos de coleta encontram-se

dispostas na tabela 14. As concentrações de sólidos totais são altas nas maiorias

dos pontos. Os sólidos totais representam a soma dos sólidos dissolvidos totais com

os sólidos suspensos. Considerando que, de acordo com a literatura consultada,

admite-se uma concentração de sólidos totais na faixa de 20 a 1.000 mg/L e que a

Resolução Conama limita a 500 mg/L a concentração de sólidos dissolvidos totais,

sendo omissa quanto aos sólidos suspensos, admitindo-se o pior cenário, os sólidos

suspensos responderiam por 500 mg/L na estimativa dos sólidos totais.

Dessa forma, 60% das amostras apresentaram-se com concentrações que

podem evidenciar a presença de substâncias em níveis que comprometem a

qualidade da água.

Tabela 14: Sólidos totais durante o período de monitoramento. DATA/PT PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 DEZ/2009 - 127 3380 162 1,4 FEV/2010 - 1164 1015 2300 1318 MAI/2010 2364 10530 5074 488 188 AGO/2010 - ND* ND* 427 ND* NOV/2010 - 1371 1371 10644 10794 MAR/2011 963 1540 3123 7322 3642 MAI/2011 4909 10393 2321 1200 1176 AGO/2011 1536 2103 4919 360 - NOV/2011 - 1220 1340 1054 ND* FEV/2012 - 411 1856 1500 614 JUN/2012 - 106 206 182 - AGO/2012 - 158 454 184 238 NOV/2012 - 236 188 128 182 MAIO/2013 - 8657 179 3238 4717

*ND – Valor não determinado.

As figuras 85 a 89 mostram o comportamento do parâmetro sólidos totais ao

longo do período monitorado por ponto.

105

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 85: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 1.

Figura 86: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 2.

Figura 87: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 3.

Figura 88: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 4.

Figura 89: Sólidos totais durante o período de monitoramento no ponto 5.

106

CLORETOS

Além dos bicarbonatos, os cloretos caracterizam os sólidos totais dissolvidos.

Os cloretos podem ocorrer naturalmente na água ou como consequência do

lançamento de esgotos sanitários ou efluentes industriais. Em teores elevados,

causam sabor acentuado na água, podendo ocasionar reações fisiológicas ou

aumentar sua corrosividade (MOTA, 1995, apud BRIGANTE & ESPÍNDOLA, 2003).

Os resultados dos cloretos variaram entre 11,9 a 91,1 mg/L, portanto, abaixo

do limite permitido pela Resolução Conama 357/2005. Na média, todos os pontos

apresentaram em patamares muito inferiores ao limite máximo permitido, que é de

250 mg/L (fig. 90).

As figuras 91 a 95 mostram o comportamento do parâmetro cloretos ao longo

do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas figuras, em vermelho,

representam os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 ( ≤ 250 mg/L

Cl). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 90: Cloro (mg/L Cl) durante o período de monitoramento.

107

Figura 91: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 1.

0

50

100

150

200

250

300

0

50

100

150

200

250

300

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 92: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 2.

0

50

100

150

200

250

300

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

50

100

150

200

250

300d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 93: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 3.

Figura 94: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 4.

25456585

105125145165185205225245265

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 95: Cloretos durante o período de monitoramento no ponto 5.

108

SULFATO

Teores elevados de sulfato causam efeitos laxativos mais acentuados que

outros sais (DI BERNARDO, 1993, apud BRIGANTE & ESPÍNDOLA, 2003).

Os resultados dos sulfatos variaram entre 0,0 a 54 mg/L, estando abaixo do

limite permitido pela Resolução Conama 357/2005. Na média, todos os pontos

apresentaram em patamares muito inferiores ao limite máximo permitido, que é de

250 mg/L. O ponto 1 apresentou o valor máximo de 54 mg/L, em maio/2010 (fig. 96).

As figuras 97 a 101 mostram o comportamento do parâmetro sulfato ao longo

do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas figuras, em vermelho,

representam os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 ( ≤ 250 mg/L

SO4). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

0,0020,0040,0060,0080,00

100,00120,00140,00160,00180,00200,00220,00240,00260,00

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 96: Sulfato (mg/L SO4) durante o período de monitoramento.

109

0

50

100

150

200

250

300

0

30

60

90

120

150

180

210

240

270

fev/

10

jun

/10

ou

t/1

0

fev/

11

jun

/11

ou

t/1

1

fev/

12

jun

/12

ou

t/1

2

fev/

13

0

50

100

150

200

250

300

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

50

100

150

200

250

300d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

50

100

150

200

250

300

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 97: Sulfato durante o período de

monitoramento no ponto 1. Figura 98: Sulfato durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 99: Sulfato durante o período de

monitoramento no ponto 3. Figura 100: Sulfato durante o período de

monitoramento no ponto 4.

Figura 101: Sulfato durante o período de

monitoramento no ponto 5.

110

CLOROFILA “A”

As variações médias dos níveis do parâmetro clorofila “a” nos pontos

monitorados estão dispostos na figura 102. Os valores mais altos ocorreram nas

análises das coletas ocorridas em dezembro/2009, porém em nenhum dos pontos

houve valor maior do que o limite máximo estabelecido pela Resolução Conama

357/2005, que é de 30 µg/L.

Quanto ao Índice de Estado Trófico – IET, este tem por finalidade classificar

corpos d’água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água

quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento

excessivo das algas e cianobactérias. A avaliação correspondente à clorofila “a”,

IET(CL), por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo

hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento de

algas que tem lugar em suas águas (CETESB, 2012).

De acordo com Lamparelli (2004), o IET foi desenvolvido para reservatórios,

no entanto está sendo aplicado também a rios. Dessa forma, o Índice do Estado

Trófico - IET utilizado para a clorofila “a”, será de acordo com Lamparelli (2004),

estabelecido para ambientes lóticos, segundo a equação:

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 102: Clorofila "a" (µg/L) durante o período de monitoramento.

111

Onde:

Cla: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg/L;

ln: logaritmo natural.

Tabela 15: Classificação do Estado Trófico para rios segundo Índice de Carlson Modificado.

ESTADO TRÓFICO CLOROFILA “a” PONDERAÇÃO

ULTRAOLIGOTRÓFICO CL ≤ 0,74 IET ≤ 47

OLIGOTRÓFICO 0,74 < CL ≤ 1,31 47 < IET ≤ 52

MESOTRÓFICO 1,31 < CL ≤ 2,96 52 < IET ≤ 59

EUTRÓFICO 2,96 < CL ≤ 4,70 59 < IET ≤ 63

SUPEREUTRÓFICO 4,70 < CL ≤ 7,46 63 < IET ≤ 67

HIPEREUTRÓFICO 7,46 < CL IET> 67

Fonte: CETESB, 2012.

De acordo com os resultados, para o pontos de coleta no período monitorado,

utilizando-se a média anual de clorofila “a” por ponto, pode-se dizer que o rio transita

entre os estados oligotrófico e hipereutrófico, conforme tabela 16:

Tabela 16: Classificação dos pontos de monitoramento de acordo com o IET para clorofila “a”

ANO/PONTO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5

2009 - HIPER-

EUTROFICO HIPER-

EUTRÓFICO HIPER-

EUTRÓFICO HIPER-

EUTRÓFICO

2010 - ULTRAOLI-

GOTRÓFICO MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO

2011 MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO SUPER-

EUTRÓFICO EUTRÓFICO

MESO-TRÓFICO

2012 - MESO-

TRÓFICO OLIGO-

TRÓFICO OLIGO-

TRÓFICO OLIGO-

TRÓFICO

2013 - - - OLIGO-

TRÓFICO -

As figuras 103 a 107 mostram o comportamento do parâmetro clorofila “a” ao

longo do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas figuras, em

vermelho, representam os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 ( ≤

30 µg/L). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

112

0

5

10

15

20

25

30

35

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

5

10

15

20

25

30

35

dez

/09

mar

/10

jun

/10

set/

10

dez

/10

mar

/11

jun

/11

set/

11

dez

/11

mar

/12

jun

/12

0

5

10

15

20

25

30

35d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

5

10

15

20

25

30

35

dez

/09

mar

/10

jun

/10

set/

10

dez

/10

mar

/11

jun

/11

set/

11

dez

/11

mar

/12

jun

/12

Figura 103: Clorofila "a" durante o período de

monitoramento no ponto 1. Figura 104: Clorofila "a" durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 105: Clorofila "a" durante o período de

monitoramento no ponto 3. Figura 106: Clorofila "a" durante o período de

monitoramento no ponto 4.

Figura 107: Clorofila "a" durante o período de

monitoramento no ponto 5.

0

5

10

15

20

25

30

35m

ai/1

0

jun

/10

jul/

10

ago

/10

set/

10

ou

t/1

0

no

v/1

0

dez

/10

jan

/11

fev/

11

mar

/11

113

FÓSFORO TOTAL

As variações médias das concentrações do parâmetro fósforo total nos pontos

monitorados estão dispostos na figura 108. Na média todos os pontos apresentaram

concentrações de fósforo acima do permitido pela Resolução Conama 357/2005 (≤

0,1 mg/L P), evidenciando a ocorrência tanto de lançamento de efluentes industriais

e domésticos, como a utilização de produtos químicos (fertilizantes) ricos em fósforo

pela agricultura.

Os resultados correspondentes ao Índice de Estado Trófico do fósforo total

devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este

nutriente atua como agente causador do processo.

Assim, o Índice do Estado Trófico - IET utilizado para o fósforo total, será de

acordo com Lamparelli (2004), estabelecido para ambientes lóticos, segundo a

equação:

Onde:

PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg/L;

ln: logaritmo natural.

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 108: Fósforo Total (mg/L P) durante o período de monitoramento.

114

Para efeito de cálculo, a massa do fósforo total, medida no estudo em

miligramas (mg), foi convertida para microgramas (µg). Assim, cada miligrama

equivale a mil microgramas.

Tabela 17: Classificação do Estado Trófico para rios segundo Índice de Carlson Modificado.

ESTADO TRÓFICO FÓSFORO TOTAL PONDERAÇÃO

ULTRAOLIGOTRÓFICO P ≤ 13 IET ≤ 47

OLIGOTRÓFICO 13< P ≤ 35 47 < IET ≤ 52

MESOTRÓFICO 35 < P ≤ 137 52 < IET ≤ 59

EUTRÓFICO 137< P ≤ 296 59 < IET ≤ 63

SUPEREUTRÓFICO 296 < P ≤ 640 63 < IET ≤ 67

HIPEREUTRÓFICO 640 < P IET> 67

Fonte: CETESB, 2012. De acordo com os resultados, para o pontos de coleta no período monitorado,

utilizando-se a média anual de fósforo total por ponto, pode-se dizer que o rio

transita entre os estados mesotrófico e supereutrófico, conforme tabela 18:

Tabela 18: Classificação dos pontos de monitoramento de acordo com o IET para fósforo total.

ANO/PONTO PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5

2009 - - - - -

2010 MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO EUTRÓFICO EUTRÓFICO EUTRÓFICO

2011 EUTRÓFICO EUTRÓFICO EUTRÓFICO EUTRÓFICO EUTRÓFICO

2012 - MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO MESO-

TRÓFICO

2013 - SUPER-

ESUTRÓFICO MESO-

TRÓFICO SUPER-

EUTRÓFICO SUPER-

EUTRÓFICO

As figuras 109 a 113 mostram o comportamento do parâmetro fósforo total ao

longo do período monitorado por ponto. Os pontos 2 e 4, em maio/2013

apresentaram valor quatro vezes acima do limite máximo da Resolução Conama

357/2005. O ponto 5 apresentou valor cinco vezes superior ao nível máximo

permitido. 46% dos pontos apresentaram valores acima do limite máximo imposto

pela Resolução Conama 357/2005, que é de 0,1 mg/L. Os gráficos contidos nas

figuras, em vermelho, representam os valores de acordo com a Resolução Conama

115

357/2005 ( ≤ 0,1 mg/L P). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de

coleta.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

mai

/10

set/

10

jan

/11

mai

/11

set/

11

jan

/12

mai

/12

set/

12

jan

/13

mai

/13

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

mai

/10

set/

10

jan

/11

mai

/11

set/

11

jan

/12

mai

/12

set/

12

jan

/13

mai

/13

00,05

0,10,15

0,20,25

0,30,35

0,40,45

0,5

mai

/10

set/

10

jan

/11

mai

/11

set/

11

jan

/12

mai

/12

set/

12

jan

/13

mai

/13

Figura 109: Fósforo Total durante o período de

monitoramento no ponto 1. Figura 110: Fósforo Total durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 111: Fósforo Total durante o período de

monitoramento no ponto 3. Figura 112: Fósforo Total durante o período de

monitoramento no ponto 4.

Figura 113: Fósforo Total durante o período de

monitoramento no ponto 5.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

mai

/10

set/

10

jan

/11

mai

/11

set/

11

jan

/12

mai

/12

set/

12

jan

/13

mai

/13

116

NITRATO As variações médias das concentrações do parâmetro nitrato nos pontos

monitorados estão dispostos na figura 114. O nitrato, principal forma do nitrogênio

ocorrido em água, possui como limite máximo, de acordo com a legislação, o valor

de 10 mg/L. Suas principais fontes são dejetos humanos e animais, além do uso de

fertilizantes nitrogenados.

Os resultados dos nitratos variaram entre 0,0 a 1,7 mg/L, estando abaixo do

limite permitido pela Resolução Conama 357/2005. Todos os pontos apresentaram-

se em patamares muito inferiores ao limite máximo permitido, que é de 10 mg/L.

As figuras 115 a 119 mostram o comportamento do parâmetro nitrato ao longo

do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas figuras, em vermelho,

representam os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 ( ≤ 10 mg/L

N). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

10,00

11,00

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 114: Nitrato (mg/L N) durante o período de monitoramento.

117

0

2

4

6

8

10

12

0

2

4

6

8

10

12

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

2

4

6

8

10

12

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

2

4

6

8

10

12d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

2

4

6

8

10

12

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 115: Nitrato durante o período de

monitoramento no ponto 1. Figura 116: Nitrato durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 117: Nitrato durante o período de

monitoramento no ponto 3. Figura 118: Nitrato durante o período de

monitoramento no ponto 4.

Figura 119: Nitrato durante o período de

monitoramento no ponto 5.

118

NITRITO

As variações médias das concentrações do parâmetro nitrito nos pontos

monitorados estão dispostos na figura 120. O nitrito possui valor máximo de 1,0

mg/L, conforme Resolução Conama 357/2005 e é indicador de contaminação

biológica recente, influenciada por poluição orgânica (BORGES, 2007).

Os valores apresentam-se abaixo do limite determinado pela legislação.

As figuras 121 a 125 mostram o comportamento do parâmetro nitrito ao longo

do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas figuras, em vermelho,

representam os valores de acordo com a Resolução Conama 357/2005 ( ≤ 0,1 mg/L

P). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta. Cabe destacar

que o ponto 5, ao longo do período monitorado, apresentou os maiores valores

consequência das atividades antrópicas na região.

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 120: Nitrito (mg/L N) durante o período de monitoramento.

119

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 121: Nitrito durante o período de

monitoramento no ponto 1.

Figura 122: Nitrito durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 123: Nitrito durante o período de

monitoramento no ponto 3. Figura 124: Nitrito durante o período de

monitoramento no ponto 4.

Figura 125: Nitrito durante o período de

monitoramento no ponto 5.

120

NITROGÊNIO AMONIACAL TOTAL

As variações das concentrações do parâmetro nitrogênio amoniacal nos

pontos monitorados estão dispostos na tabela 19. O Nitrogênio Amoniacal pode ser

um constituinte natural das águas superficiais, resultantes da decomposição da

matéria orgânica. Contudo, altas concentrações são, via de regra, indicadoras de

poluição de origem domiciliar, industrial ou agrícola mais recente (BORGES, 2007).

Nenhum dos pontos apresentou valores acima do limite máximo delimitado

pela Resolução Conama 357/2005, para os valores de pH correspondentes.

Tabela 19: Nitrogênio amoniacal durante o período de monitoramento. DATA/PT PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5

DEZ/2009 - 1,9 0,07 0,4 0,11

FEV/2010 - 0,14 0,12 0,21 0,06

MAI/2010 0,45 0,24 0,16 0,04 0,06

AGO/2010 - 0,09 0,09 0,08 0,0

NOV/2010 - 0,04 0,08 0,06 0,07

MAR/2011 0,4 0,9 0,9 0,5 0,3

MAI/2011 0,2 0,2 0,2 0,1 0,3

AGO/2011 0,06 0,05 0,03 0,01 -

NOV/2011 - 0,03 0,07 0,04 0,4

FEV/2012 - 0,12 0,12 0,11 0,16

JUN/2012 - 0,02 0,0 0,05 -

AGO/2012 - 0,11 0,04 0,01 0,08

NOV/2012 - 0,7 0,25 0,1 0,4

MAIO/2013 - 0,09 0,6 0,12 0,64

As figuras 126 a 130 mostram o comportamento do parâmetro nitrogênio

amoniacal total ao longo do período monitorado por ponto.

121

00,05

0,10,15

0,20,25

0,30,35

0,40,45

0,5

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

2

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

1

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 126: Nitrogênio amoniacal total durante o

período de monitoramento no ponto 1. Figura 127: Nitrogênio amoniacal total durante o

período de monitoramento no ponto 2.

Figura 128: Nitrogênio amoniacal total durante o

período de monitoramento no ponto 3. Figura 129: Nitrogênio amoniacal total durante o

período de monitoramento no ponto 4.

Figura 130: Nitrogênio amoniacal total durante o

período de monitoramento no ponto 5.

122

POTENCIAL HIDROGENIÔNICO – PH

É através do pH que determina-se a acidez ou alcalinidade de uma solução,

analisando-se a concentração de íons de hidrogênio livres na água. Através da

medição do pH podem ser extraídas importantes informações acerca da qualidade

da água. A variação do pH varia entre 0 (mais ácido) e 14 (mais alcalino), onde o

coeficiente 7 indica um pH em estado neutro. Dessa forma, quanto maior o nível de

íons de hidrogênio numa determinada solução, menor será o seu potencial

hidrogeniônico.

Para rios como o Acaraú, classificado como Classe II, de acordo com a

resolução CONAMA 357/2005, o pH pode variar entre 6 e 9. Dessa forma, os pontos

tiveram suas análises em acordo com os parâmetros da citada resolução, a exceção

do ponto 3 na análise efetuada em junho/2012, que obteve valor pouco acima do

teto, qual seja 9,2 e o ponto 5, com 5,8, conforme figura 134. As variações médias

das concentrações do pH nos pontos monitorados estão dispostos na figura 131.

As figuras 132 a 136 mostram o comportamento do parâmetro potencial

hidrogeniônico ao longo do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas

figuras, em vermelho, representam os valores de acordo com a Resolução Conama

357/2005 (6,0 - 9,0). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

6,857,06 7,11

7,17 7,30

5,00

5,50

6,00

6,50

7,00

7,50

8,00

8,50

9,00

9,50

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 131: Potencial hidrogeniônico (pH) durante o período de monitoramento.

123

5

5,5

6

6,5

7

7,5

8

8,5

9

9,5

55,5

66,5

77,5

88,5

99,5

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

5,5

6

6,5

7

7,5

8

8,5

9

9,5

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

5

5,5

6

6,5

7

7,5

8

8,5

9

9,5d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

5,5

6

6,5

7

7,5

8

8,5

9

9,5

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 132: Potencial hidrogeniônico durante o

período de monitoramento no ponto 1. Figura 133: Potencial hidrogeniônico durante o

período de monitoramento no ponto 2.

Figura 134: Potencial hidrogeniônico durante o

período de monitoramento no ponto 3. Figura 135: Potencial hidrogeniônico durante o

período de monitoramento no ponto 4.

Figura 136: Potencial hidrogeniônico durante o

período de monitoramento no ponto 5.

124

OXIGÊNIO DISSOLVIDO - OD

O gráfico da figura 137 apresenta as informações acerca da concentração do

oxigênio dissolvido durante o período monitorado. Os resultados prevaleceram

acima do valor mínimo estabelecido pela Resolução Conama 357/2005 ( ≥ 5 mg/L).

A diminuição do OD tem relação direta com o aumento da Demanda

Bioquímica de Oxigênio – DBO, que irá aumentar ao passo que o OD se afasta do

limite mínimo permitido pela Resolução Conama 357/2007, que é de 5 mg/L O2.

As figuras 138 a 142 mostram o comportamento do parâmetro demanda

bioquímica de oxigênio ao longo do período monitorado por ponto. Os gráficos

contidos nas figuras, em vermelho, representam os valores de acordo com a

Resolução Conama 357/2005 (6,0 - 9,0). Em azul, os valor das análises efetuadas

nos pontos de coleta.

Os valores em desacordo com a legislação ocorreram no ponto 4, com 3,8

mg/L, em fevereiro/2010 (fig. 141) e no ponto 5, com 3,6 mg/L, em fevereiro/2010

(fig. 142).

4,50

5,00

5,50

6,00

6,50

7,00

7,50

8,00

8,50

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 137: Oxigênio dissolvido durante o período de monitoramento.

125

456789

1011121314

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

4

4,5

5

5,5

6

6,5

7

7,5

456789

1011121314

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

3456789

10111213

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

3

4

5

6

7

8

9

10

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 138: Oxigênio dissolvido durante o período de

monitoramento no ponto 1. Figura 139: Oxigênio dissolvido durante o período de

monitoramento no ponto 2.

Figura 140: Oxigênio dissolvido durante o período de

monitoramento no ponto 3. Figura 141: Oxigênio dissolvido durante o período de

monitoramento no ponto 4.

Figura 142: Oxigênio dissolvido durante o período de

monitoramento no ponto 5.

126

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO – DBO

O gráfico da figura 143 apresenta as informações acerca das concentrações

da demanda bioquímica de oxigênio durante o período monitorado. Em média os

resultados apresentaram-se abaixo do valor limite estabelecido pela Resolução

Conama 357/2005 (≤ 5 mg/L).

As figuras 144 a 148 mostram o comportamento do parâmetro coliformes

termotolerantes ao longo do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas

figuras, em vermelho, representam os valores de acordo com a Resolução Conama

357/2005 (6,0 - 9,0). Em azul, os valor das análises efetuadas nos pontos de coleta.

O ponto 1 (fig. 144) apresentou, em maio/2010, concentração de 8,2 mg/L O2.

O ponto 2 (fig. 145) apresentou sua maior concentração (7,2 mg/L O2) em

fevereiro/2010, o ponto 3 (fig. 146), em dezembro/2009 (6,2 mg/L O2). Os pontos 4 e

5 (figuras 147 e 148), apresentaram em fevereiro/2010 e agosto/2012,

respectivamente, concentrações de 10,8 mg/L O2.

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

5,50

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 143: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) durante o período de

monitoramento.

127

0

1

2

3

4

5

6

7

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

1

2

3

4

5

6

7

8

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0

2

4

6

8

10

12d

ez/0

9

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

0

2

4

6

8

10

12

dez

/09

abr/

10

ago

/10

dez

/10

abr/

11

ago

/11

dez

/11

abr/

12

ago

/12

dez

/12

abr/

13

Figura 144: Demanda bioquímica de oxigênio

durante o período de monitoramento no ponto 1. Figura 145: Demanda bioquímica de oxigênio

durante o período de monitoramento no ponto 2.

Figura 146: Demanda bioquímica de oxigênio

durante o período de monitoramento no ponto 3. Figura 147: Demanda bioquímica de oxigênio

durante o período de monitoramento no ponto 4.

Figura 148: Demanda bioquímica de oxigênio

durante o período de monitoramento no ponto 5.

128

COLIFORMES TERMOTOLERANTES

As variações das concentrações de coliformes termotolerantes nos pontos de

monitoramento ao longo do rio Acaraú estão dispostas no gráfico da figura 149. O

ponto 1 apresentou a maior concentração, mantendo-se os demais pontos abaixo do

valor disposto na legislação.

As figuras 150 a 154 mostram o comportamento do parâmetro oxigênio

dissolvido ao longo do período monitorado por ponto. Os gráficos contidos nas

figuras, em vermelho, representam os valores de acordo com a Resolução Conama

357/2005 (≤ 1000 NMP/100 mL). Em azul, os valor das análises efetuadas nos

pontos de coleta.

As concentrações mostraram oscilações consideráveis ao longo do período

monitorado, obtendo-se valor mínimo de 0 NMP/100 mL e máximo de 16000

NMP/100 mL. O ponto 1 (fig. 150) apresentou em maio/2010 concentração de 16000

NMP/100 mL, valor dezesseis vezes superior ao máximo permitido pela Resolução

Conama 357/2005, que é de até 1000 NMP/100 mL. Os pontos 2, 4 e 5 (figuras 151,

153 e 154) apresentaram valores máximos de 2400, 2200 e 5000 NMP/100 mL. O

ponto 3 (fig. 152) apresentou valor máximo de 800 NMP/100 mL, abaixo do teto

legal, porém demonstrando, assim como todos os demais pontos, condições

sanitárias insatisfatórias, considerando-se os coliformes termotolerantes.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

P1 P2 P3 P4 P5

MÉDIA Limite CONAMA 357/2005

Figura 149: Coliformes termotolerantes durante o período de monitoramento.

129

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000m

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10

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dez

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0

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ago

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ago

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jun

/12

no

v/1

2

abr/

13

Figura 150: Coliformes termotolerantes durante o

período de monitoramento no ponto 1.

Figura 151: Coliformes termotolerantes durante o

período de monitoramento no ponto 2.

Figura 152: Coliformes termotolerantes durante o

período de monitoramento no ponto 3.

Figura 153: Coliformes termotolerantes durante o

período de monitoramento no ponto 4.

Figura 154: Coliformes termotolerantes durante o

período de monitoramento no ponto 5.

130

6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O objetivo principal deste trabalho foi avaliar as condições de uso e ocupação

do solo nas áreas de preservação permanente (APPs) do rio Acaraú desde o

município de Hidrolândia até Santana do Acaraú, região delimitada como médio

curso e confrontar com as análises dos padrões de monitoramento utilizados pela

Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE, em seu Programa

Estadual de Monitoramento da Qualidade da Água, em atendimento à Resolução

Conama 357/2005.

A metodologia utilizada no presente trabalho serviu como suporte à avaliação

qualitativa e quantitativa da água do rio Acaraú. No tocante ao monitoramento

quantitativo, informações acerca das vazões são indispensáveis quando se avalia a

qualidade de qualquer recurso hídrico, tendo em vista que a mesma, através da sua

variação, poder ser utilizada como indicador da capacidade de diluição das cargas.

Quanto ao aspecto qualitativo, as análises físico-químicas e biológicas, como

indicativos da qualidade da água, evidenciam como as formas de uso e ocupação do

solo nas áreas de preservação permanente do rio, assim como na bacia como um

todo, interferem de forma acentuada e, na maioria dos casos, negativamente na

qualidade da água do rio Acaraú, evidenciando um intenso processo de degradação.

No diagnóstico do uso e cobertura das áreas de preservação permanente

(APPs) do rio Acaraú, foi estudada uma área de 15.502,47 hectares, adotando 500

metros em faixa transversal a partir da borda da calha do leito regular do referido rio,

tomando como base a Lei 12.651/2012, conhecida como Novo Código Florestal.

A classe caatinga esparsa prevaleceu entre todas as classes mapeadas,

totalizando 44% do total ou 6.801,69 hectares. Pode ser interpretada como um

processo de recuperação da área em função de degradação prévia e posterior

abandono ou para regeneração natural ou por não mais servir aos fins a que se

propunha (extração de lenha, lavoura ou pasto), ou remanescentes isolados de

espécies nativas não suprimidas.

A classe solo exposto apareceu em segundo lugar, com, 16% da área total ou

2.484,33 hectares. Tendo em vista a histórica ocupação das margens dos rios para

desenvolvimento de atividades produtivas, tais como pastagens e lavouras, além da

ocupação urbana, esta classe normalmente é sucedida pela caatinga esparsa,

131

exceto no caso da urbanização. Tem grande contribuição no processo de

degradação da qualidade da água, seja por fatores físicos ou químicos e biológicos.

A classe caatinga densa figurou em terceiro lugar, com 15% do total ou

2.248,01 hectares, um valor equivalente a aproximadamente um terço da classe

caatinga esparsa o que denota um alto grau de supressão da vegetação.

Em quarto lugar, a classe pastagens e áreas de várzea, com 12% ou 1.895,47

hectares, áreas cuja ocupação mais frequentemente através de culturas de

vazantes, as quais oferecem grave risco de contaminação em função do uso

indiscriminado de defensivos agrícolas.

Em quinto lugar apareceu a classe água, com 5% da área total ou 731,97

hectares e, em sétimo lugar, a classe área urbanizada, com 3% de toda a área

estudada ou 466,6 hectares. O ponto mais expressivo nesta classe localiza-se no

município de Sobral. No geral, o rio Acaraú configura-se pouco urbanizado ao longo

de suas áreas de preservação permanente. Entretanto, apesar da pouca

urbanização, aí também incluída a bacia como um todo, existe uma pressão muito

forte sobre os recursos ambientais na região, o que pode ser evidenciado pelos

resultados relativos ao uso e ocupação do solo.

Todos os pontos, em média, apresentaram resultados em suas análises

físico-químicas e biológicas dentro do limite estabelecido.

Tomando-se como parâmetro o disposto na Resolução Conama 357/2005,

acerca do enquadramentos dos corpos hídricos, o rio Acaraú é considerado como de

classe 2.

No ponto 1, localizado entre os municípios de Hidrolândia e Ipú, prevaleceu o

enquadramento na classe 1, ficando apenas a Demanda Bioquímica de Oxigênio

com valor de parâmetro enquadrado na classe 2. O resultado apresentado evidencia

que os altos índices de coliformes fecais encontrados indicam problemas de

saneamento na região do ponto 1.

O ponto 2 apresentou um maior número de parâmetros em consonância com

os requisitos de qualidade definidos pela legislação para o rios de água doce.

Os pontos 3, 4 e 5 apresentaram níveis médios dos parâmetros atendendo

aos requisitos de qualidade, exceto o fósforo total, o que pode indicar o lançamento

de despejos doméstico e industriais, excrementos de animais, além do uso de

fertilizantes.

132

Os maus usos da terra, aliados à poluição na região estudada contribuem

para agravar significativamente preocupante quadro qualitativo dos recursos hídricos

existentes. O principal problema tem relação direta com as cargas poluidoras de

origem doméstica, refletindo um descompasso entre as altas taxas de urbanização e

os escassos investimentos em serviços saneamento

É importante que sejam direcionados esforços por parte do poder público,

organizações não-governamentais e a sociedade civil em geral visando a

recuperação e preservação dos recursos naturais inseridos na bacia. Ações como o

reflorestamento das margens dos rios, o uso adequado do solo evitando erosão e

assoreamento de mananciais e corpos hídricos, controle na utilização de produtos

químicos com vistas a diminuir o grau de contaminação do solo e da água, são

medidas efetivas no combate à degradação dos recursos hídricos e do ambiente em

geral.

Os principais conflitos estão relacionados aos os processos de urbanização e

a utilização do solo, degradando e refletindo na qualidade ambiental da área e

consequentemente afetando os recursos hídricos.

Durante o reconhecimento em campo, de modo geral, visualizou-se o

lançamento de resíduos sólidos (plásticos, recipientes plásticos, pneus, papelões,

etc.). A presença destes facilita a proliferação de vetores, colocando em perigo a

saúde pública.

Tais atitudes da população comprovam que existe uma deficiente

sensibilização no tocante à preservação dos recursos hídricos e do ambiente como

um todo. O despejo de lixo e a canalização direta ou a céu aberto de esgotos

domésticos sobre as redes de drenagens são indicadores da deficiência na gestão

municipal relativa ao saneamento.

Os estabelecimentos industriais devem construir e operar eficientemente seus

sistemas de tratamento, evitando comprometer a qualidade dos recursos hídricos

que receberão o efluente tratado.

A recuperação da qualidade das águas do referido rio depende de ações

voltadas para desocupação das APPs, bem como pela criação de corredores

ecológicos com unidades de conservação e outras áreas especialmente protegidas.

Além disso, deve ser melhorada a cobertura do sistema de esgotamento sanitário,

133

fiscalização e punição dos estabelecimentos poluidores, bem como capacitação da

população tais temas.

É imprescindível a discussão acerca da criação de legislação relativa ao

lançamento de efluentes compatível com a realidade em que o Ceará está inserido.

Atualmente, não se leva em conta as características de intermitência que possuem

os corpos hídricos lóticos, o que leva a uma perda, na maioria das vezes, da

capacidade que estes corpos possuem para depuração do efluente tratado,

contribuindo para a acumulação de substâncias químicas e organismos patogênicos

no solo e subsolo.

Por fim, a qualidade dos recursos hídricos depende dos usos praticados na

bacia hidrográfica. Assim, o gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito

levando-se em consideração o uso do solo da bacia de forma integrada como um

todo, onde todos os recursos naturais e atividades econômicas devem ser levados

em consideração como sistema interagindo conjuntamente.

134

7 – BIBLIOGRAFIA ACIOLY, C., DAVIDSON, F. Densidade Urbana : Um Instrumento de Planejamento e Gestão Urbana. Rio de Janeiro: Mauad, 1998. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Brasil) (ANA). HidroWeb: sistemas de informações hidrológicas. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/HidroWeb>. Acesso em: abril 2014. ALVES, B. A. Estuário do Rio Acaraú: impactos ambientais e impli cações na qualidade dos recursos hídricos . 131f. Dissertação de Mestrado (Mestrado Acadêmico em Geografia). Universidade Estadual do Ceará – UECE. Fortaleza – CE, 2008. APHA, AWWA, WPCF. Standard methods for the examination of water and wastewater . 19. ed. Washington: 1998. BLUM, J. R.; Critérios e padrões de qualidade da água. In: Mancuso, P.; Santos, H. dos (org). Reúso de Água. Barueri, SP: Manole (USP), 2003. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 313 p. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil . Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.

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