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PATRCIA BHERING FIALHO
AVALIAO ERGONMICA DE MVEIS PARA SUBSIDIAR A
DEFINIO DE CRITRIOS DE CONFORMIDADE PARA O
PLO MOVELEIRO DE UB - MG
Tese apresentada Universidade Federal de Viosa, como parte das exigncias do Programa de Ps-Graduao em Cincia Florestal, para obteno do ttulo de Magister Scientiae.
VIOSA MINAS GERAIS BRASIL
2005
i
PATRCIA BHERING FIALHO
AVALIAO ERGONMICA DE MVEIS PARA SUBSIDIAR A
DEFINIO DE CRITRIOS DE CONFORMIDADE PARA O
PLO MOVELEIRO DE UB - MG
Tese apresentada Universidade Federal de Viosa, como parte das exigncias do Programa de Ps-Graduao em Cincia Florestal, para obteno do ttulo de Magister Scientiae.
Aprovada: 29 de julho de 2005. Prof. Luciano Jos Minette Prof. Jos de Castro Silva (Conselheiro) (Conselheiro) Prof. Larcio Antnio G. Jacovine Prof. Elaine Cavalcante Gomes
Prof. Amaury Paulo de Souza (Orientador)
ii
Dedico este trabalho ao meu pai Ivo, pelo
seu amor, dedicao e fora. Exemplo de
alegria e de perseverana em minha vida.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao professor Amaury Paulo de Souza, pela orientao, apoio e amizade.
Ao professor Luciano Jos Minette, pelo auxlio, incentivo e orientao.
Ao professor Jos de Castro Silva, pela amizade e prestabilidade.
A Universidade Federal de Viosa, pelos excelentes anos de estudos
desde o COLUNI, e por ser um exemplo de entidade pblica de qualidade.
Ao Departamento de Engenharia Florestal, pela oportunidade de
realizao do mestrado.
CAPES, pelo suporte financeiro.
Ao INTERSIND e s fbricas que participaram deste trabalho, pela
colaborao na coleta de dados.
Aos professores do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, pela
amizade, apoio e aprendizado.
professora Elaine Cavalcanti, pelo incentivo na realizao do curso de
design de mveis e, com isso, me fez despertar para uma nova rea de
interesse relacionada ao setor moveleiro.
estagiria Ana Paula, pela ajuda e amizade.
A todos os funcionrios e proprietrios das lojas de mveis de Viosa,
que me atenderam com presteza na coleta de dados.
s eternas amigas, Renata, Fernanda, Karla, Narayana, Juliana, Milene,
Taciane, Leidi, Renata Mirtes, Paula, Roberta, rika, Fernandinha e Valria,
pela grande amizade e companheirismo.
Aos grandes amigos, Frederico, Mrio, Will e Alex.
iv
Aos colegas da Ps-graduao, Fernanda, Marcelo, Mara e Rose, pela
amizade e agradvel convivncia.
Aos amigos da Arquitetura, pela torcida e grande amizade.
Ao meu pai, pela dedicao, incentivo e por me acompanhar vrias
vezes nas minhas medies em Ub e Viosa.
minha irm, Simone, pelo seu carinho e dedicao.
A minha me que, mesmo no estando aqui fisicamente, sinto sempre
que est comigo, dentro do meu corao.
A todos os meus familiares, pela torcida e carinho, em especial tia
Regina e tia Elaine, por sempre lembrarem de mim em suas oraes.
A DEUS...
A todos, MUITO OBRIGADA !!!!
v
BIOGRAFIA
Patrcia Bhering Fialho, filha de Ivo Gomes Fialho e Divina Terezinha
Bhering Fialho, nasceu em Viosa, Minas Gerais, em 08 de outubro de 1977.
Em maro de 1998, ingressou no curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal de Viosa (UFV), Minas Gerais, graduando-se em maro
de 2003.
Em agosto de 2003, iniciou o curso de mestrado em Cincia Florestal, na
Universidade Federal de Viosa, rea de concentrao em Colheita, Transporte
e Ergonomia Florestal, submetendo-se defesa de tese em 29 de julho de
2005.
vi
CONTEDO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................VIII
LISTA DE QUADROS ..........................................................................................XIII
RESUMO...............................................................................................................XV
ABSTRACT .........................................................................................................XVII
1. INTRODUO .................................................................................................... 1
1.1.Problema e importncia..................................................................................... 1
1.2. Objetivos........................................................................................................... 3
2. REVISO DE LITERATURA............................................................................... 4
2.1. O setor moveleiro nacional ............................................................................... 4
2.2. Ergonomia e sua origem................................................................................... 5
2.3. Ergonomia do produto ...................................................................................... 7
2.4. Avaliao da conformidade .............................................................................. 9
2.5. Princpios ergonmicos utilizados na avaliao da conformidade de mveis. 11
2.5.1. Antropometria .............................................................................................. 11
2.5.2. Posturas ...................................................................................................... 13
2.5.3. Usabilidade.................................................................................................. 15
2.5.4. Princpios subjetivos .................................................................................... 16
2.5.5. Aspectos de segurana ............................................................................... 16
3. MATERIAL E MTODOS.................................................................................. 17
3.1.Caracterizao do local de estudo................................................................... 17
3.2. Coleta de dados e amostragem...................................................................... 18
3.3.Principais tipos de mveis fabricados pelas empresas moveleiras localizadas
em Ub e regio .................................................................................................... 19
Pgina
vii
3.3. Estado da arte da conformidade ergonmica na fabricao de mveis
residenciais de madeira e derivados ..................................................................... 20
3.4. Definio de critrios de conformidade ergonmica....................................... 20
3.4.1. Dimenses e demais caractersticas dos mveis ........................................ 22
3.4.2. Determinao das foras envolvidas ........................................................... 32
3.4.3. Usabilidade.................................................................................................. 32
3.4.5. Aspectos de segurana ............................................................................... 32
3.4.6. Manual de montagem de utilizao e de conservao................................ 32
4. RESULTADOS E DISCUSSO ........................................................................ 33
4.1.Principais tipos de mveis fabricados pelas empresas moveleiras localizadas
em Ub e regio .................................................................................................... 33
4.2.Levantamento do estado da arte da conformidade ergonmica na fabricao
de mveis residenciais de madeira e derivados .................................................... 33
4.2.1. Diferenciao dos produtos ......................................................................... 33
4.3. Definio de critrios de conformidade ergonmica....................................... 35
4.3.1.Critrios adotados pelas fbricas na determinao de dimenses e
caractersticas dos mveis .................................................................................... 35
4.3.2. Avaliao dos sofs..................................................................................... 37
4.3.3. Avaliao das camas................................................................................... 54
4.3.4. Avaliao dos guarda-roupas ...................................................................... 67
4.3.5. Avaliao das cadeiras................................................................................ 92
4.3.6. Avaliao das mesas de jantar.................................................................. 103
5. CONCLUSES ............................................................................................... 110
6. RECOMENDAES ...................................................................................... 113
7. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................... 115
ANEXO 1 RELAO DE EMPRESAS E MVEIS AVALIADOS...................... 119
ANEXO 2 AVALIAO DE SOFS.................................................................. 122
ANEXO 3 AVALIAO DE CAMAS ................................................................. 124
ANEXO 4 AVALIAO DE GUARDA ROUPAS............................................ 126
ANEXO 5 AVALIAO DE CADEIRAS............................................................ 129
ANEXO 6 AVALIAO DE MESAS DE JANTAR............................................. 131
ANEXO 7 MANUAL DE MONTAGEM PARA CAMAS...................................... 133
ANEXO 8 MANUAL DE MONTAGEM PARA GUARDA-ROUPAS................... 134
ANEXO 10 MANUAL DE MONTAGEM PARA MESAS DE JANTAR ............... 135
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Localizao geogrfica dos municpios que fazem parte do plo
moveleiro de Ub - MG ................................................................. 18
Figura 2 Dimenses avaliadas em sofs....................................................... 28
Figura 3 Dimenses avaliadas em camas..................................................... 29
Figura 4 Dimenses avaliadas em guarda-roupas........................................ 30
Figura 5 Dimenses avaliadas em cadeiras e mesas de jantar .................... 31
Figura 6 Produtos semelhantes oriundos de fbricas diferentes................... 35
Figura 7 Valores das larguras externas dos sofs de dois lugares ............... 37
Figura 8 Valores das larguras externas dos sofs de trs lugares................ 38
Figura 9 Valores das profundidades externas dos sofs............................... 38
Figura 10 Comparao entre os valores das alturas dos assentos e as
recomendaes encontradas. ....................................................... 40
Figura 11 Comparao entre os valores das larguras internas dos assentos
de dois lugares e as recomendaes encontradas e o valor
referente ao dado antropomtrico do INT (1995) .......................... 42
Figura 12 Comparao entre os valores das larguras internas dos assentos
de trs lugares e as recomendaes encontradas e o valor
referente ao dado antropomtrico do INT (1995) .......................... 43
Figura 13 Comparao entre os valores das profundidades dos assentos e a
recomendao da NBR 15164/2004, os valores referentes aos
Pgina
ix
dados antropomtricos do INT (1995) e de PANERO e ZELNIK
(2002) ............................................................................................ 44
Figura 14 Comparao entre os valores das alturas dos encostos e a
recomendao da NBR 15164/2004 ............................................. 45
Figura 15 Comparao entre os valores das larguras dos encostos dos sofs
de dois lugares e o valor referente ao dado antropomtrico do INT
(1995). ........................................................................................... 46
Figura 16 Comparao entre os valores das larguras dos encostos dos sofs
de trs lugares e o valor referente ao dado antropomtrico do INT
(1995). ........................................................................................... 47
Figura 17 Comparao entre as inclinaes dos encostos em relao aos
assentos e as recomendaes encontradas. ................................ 48
Figura 18 Valores das profundidades dos encostos...................................... 48
Figura 19 Comparao entre os valores das alturas dos apoios para os
braos e as recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002)......... 49
Figura 20 Comparao entre os valores das larguras dos apoios para os
braos e as recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002)......... 50
Figura 21 Comparao entre os valores dos comprimentos dos apoios para
os braos e o valor referente ao dado antropomtrico do INT (1995)
...................................................................................................... 50
Figura 22 Valores das larguras externas das camas de solteiro ................... 54
Figura 23 Valores das larguras externas das camas de casal ...................... 55
Figura 24 Valores dos comprimentos externos das camas........................... 55
Figura 25 Comparao entre os valores das larguras internas das camas de
solteiro e a recomendao da ABIMVEL (2003)......................... 56
Figura 26 Comparao entre os valores das larguras internas das camas de
casal e a recomendao da ABIMVEL (2003) ............................ 57
Figura 27 Comparaes entre os valores dos comprimentos internos das
camas e a recomendao da ABIMVEL (2003) e o valor referente
ao dado antropomtrico de INT (1995).......................................... 57
Figura 28 Valores das alturas das cabeceiras .............................................. 58
Figura 29 Valores das larguras das cabeceiras das camas de solteiro ao piso
...................................................................................................... 58
Figura 30 Valores das larguras das cabeceiras das camas de casal............ 59
Figura 31 Valores dos ngulos das inclinaes das cabeceiras ................... 59
x
Figura 32 Comparao entre os valores das alturas das barras laterais das
camas e a recomendao da ABIMVEL (2003).......................... 60
Figura 33 Comparao entre os valores das espessuras das barras laterais
das camas e a recomendao da ABIMVEL (2003) ................... 61
Figura 34 Valores dos comprimentos das barras laterais ............................. 61
Figura 35 Comparao entre os valores das alturas das barras laterais das
camas ao piso e a recomendao de PANERO e ZELNIK (2002) 62
Figura 36 Valores das larguras das ripas dos estrados ................................ 63
Figura 37 Comparao entre os valores das alturas das faces superiores dos
estrados ao piso e a recomendao da ABIMVEL (2002) .......... 64
Figura 38 Valores das alturas externas dos guarda-roupas.......................... 68
Figura 39 Valores das profundidades externas dos guarda-roupas.............. 69
Figura 40 Comparao entre os valores das profundidades internas dos
guarda-roupas e as recomendaes da ABIMVEL (2003) e de
PANERO e ZELNIK (2002)............................................................ 70
Figura 41 Valores das alturas das portas dos guarda-roupas....................... 71
Figura 42 Valores das larguras das portas dos guarda-roupas..................... 71
Figura 43 Valores das espessuras das portas dos guarda-roupas ............... 72
Figura 44 Comparao entre os valores das alturas teis de gavetas externas
e recomendao de PANERO e ZELNIK (2002). .......................... 72
Figura 45 Valores das larguras teis das gavetas externas.......................... 73
Figura 46 Comparao entre os valores das profundidades das gavetas
externas e a recomendao da ABIMVEL (2003)....................... 73
Figura 47 Comparao entre os valores das alturas das gavetas internas e a
recomendao de PANERO e ZELNIK (2002).............................. 74
Figura 48 Valores das larguras teis das gavetas internas........................... 75
Figura 49 Comparao entre os valores das profundidades das gavetas
internas e a recomendao da ABIMVEL (2003)........................ 75
Figura 50 Comparao entre os valores das alturas internas dos puxadores
em forma de ala e o valor referente ao dado antropomtrico do
INT (1995) ..................................................................................... 77
Figura 51 Comparao entre os valores dos vos livres dos puxadores em
forma de ala e o valor referente ao dado antropomtrico do INT
(1995) ............................................................................................ 77
xi
Figura 52 Valores das alturas dos centros dos puxadores das portas ao piso
...................................................................................................... 78
Figura 53 Puxador da porta com altura superior ao alcance de uma pessoa
considerada de menor proporo corporal. ................................... 78
Figura 54 Configurao do puxador que dificulta a apreenso da mo .... 79
Figura 55 Comparao entre os valores dos comprimentos internos dos
puxadores em forma de ala das gavetas externas e o valor
relacionado com o dado antropomtrico do INT (1995). ............... 80
Figura 56 Comparao entre os valores dos vos livres entre puxadores em
forma de ala e o valor relacionado ao dado antropomtrico do INT
(1995) ............................................................................................ 81
Figura 57 Valores das alturas dos centros dos puxadores das gavetas
externas ao piso ............................................................................ 81
Figura 58 Valores das alturas dos centros dos puxadores das gavetas
internas ao piso ............................................................................. 82
Figura 59 Elevada altura do puxador da gaveta ao piso ............................... 83
Figura 60 Altura da gaveta muito baixa em relao ao piso.......................... 83
Figura 61 Valores das alturas dos rodaps................................................... 84
Figura 62 Comparao entre os valores das alturas das ltimas prateleiras ao
piso e as recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002)............. 85
Figura 63 Comparao entre os valores dos vos livres dos cabideiros e as
recomendaes da ABIMVEL (2003) ......................................... 86
Figura 64 Comparao entre os valores das alturas dos cabideiros ao piso e
as recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002) ....................... 87
Figura 65 Comparao entre os valores das alturas dos vos livres para
calceiros e a recomendao da ABIMVEL (2003) ...................... 88
Figura 66 Comparao entre os valores das alturas dos assentos e os
valores referentes ao dado antropomtrico do INT (1995) e as
recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002) e GOMES (2003) 93
Figura 67 Comparao entre os valores das profundidades dos assentos e os
valores referentes aos dados antropomtricos do INT (1995) e as
recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002) ............................ 95
Figura 68 Comparao entre os valores das larguras dos assentos e os
valores referentes aos dados antropomtricos do INT (1995) e as
recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002). ........................... 96
xii
Figura 69 Comparao entre os valores das alturas dos encostos ao piso e
as recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002) ....................... 97
Figura 70 Comparaes entre os valores das larguras dos encostos e valores
referentes aos dados antropomtricos do INT (1995) ................... 98
Figura 71 Comparaes entre os valores das inclinaes dos encostos em
relao aos assentos e as recomendaes de PANERO e ZELNIK
(2002) e GOMES (2003) ............................................................... 99
Figura 72 Valores das larguras dos ps das cadeiras analisadas .............. 100
Figura 73 Valores dos comprimentos dos ps das cadeiras analisadas..... 100
Figura 74 Comparao entre os valores das alturas das mesas e as
recomendaes de autores ......................................................... 104
Figura 75 Valores das larguras das mesas de quatro lugares .................... 105
Figura 76 Comparao entre os valores das larguras das mesas de seis
lugares e recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002) .......... 105
Figura 77 Comparao entre os valores das profundidades das mesas de
seis lugares e a recomendao mnima de PANERO e ZELNIK
(2002) .......................................................................................... 106
Figura 78 Comparao entre os valores dos espaos livres entre os assentos
das cadeiras e os fundos das mesas e a recomendao de
PANERO e ZELNIK (2002).......................................................... 109
xiii
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Principais itens de avaliao ergonmica de mveis residenciais
de madeira ............................................................................... 20
QUADRO 2 Variveis antropomtricas utilizadas no trabalho ...................... 22
QUADRO 3 Nmero de amostras avaliadas em sofs.................................. 24
QUADRO 4 Nmero de amostras avaliadas em camas................................ 25
QUADRO 5 Nmero de amostras avaliadas em guarda - roupas................. 25
QUADRO 6 Nmero de amostras avaliadas em cadeiras............................. 27
QUADRO 7 Nmero de amostras avaliadas em mesas de jantar................. 27
QUADRO 8 Vantagens relacionadas a aquisio de mveis fabricados no
plo moveleiro de Ub - MG .................................................... 34
QUADRO 9 Desvantagens apresentadas na aquisio de mveis fabricados
no plo moveleiro de Ub MG............................................... 34
QUADRO 10 Critrios de elaborao de projetos de mveis utilizados pelos
projetistas entrevistados .......................................................... 36
QUADRO 11 Valores das alturas dos assentos com base em dados
antropomtricos e recomendaes de autores e entidades..... 39
QUADRO 12 Valores das larguras dos assentos dos sofs com base em
dados antropomtricos e recomendaes de autores e
entidades.................................................................................. 41
QUADRO 13 Valores das profundidades dos assentos dos sofs com base
nos dados antropomtricos e recomendaes de autores....... 43
QUADRO 14 Materiais utilizados na fabricao de ps de sofs ................. 51
Pgina
xiv
QUADRO 15 Cores encontradas nos revestimentos de sofs...................... 52
QUADRO 17 Tipo de cores encontradas nas camas analisadas.................. 65
QUADRO 18 Porcentagem das portas avaliadas.......................................... 67
QUADRO 19 Variao da quantidade das gavetas externas por guarda-
roupas ...................................................................................... 67
QUADRO 20 Variao da quantidade das gavetas internas por guarda-
roupas ...................................................................................... 68
QUADRO 21 Variaes das larguras externas dos guarda-roupas .............. 69
QUADRO 22 Tipo de puxadores encontrados nos guarda-roupas ............... 76
QUADRO 23 Material dos puxadores das portas.......................................... 76
QUADRO 24 Porcentagens de tipos de puxadores das gavetas externas ... 79
QUADRO 25 Porcentagens dos materiais dos puxadores das gavetas
externas ................................................................................... 79
QUADRO 26 Porcentagens de tipos de puxadores das gavetas internas .... 82
QUADRO 27 Tipo de cores de revestimentos externos dos guarda-roupas . 89
QUADRO 28 Foras mximas e mnimas para abrir e fechar portas, gavetas
e calceiros................................................................................ 91
QUADRO 29 Valores da altura do assento das cadeiras com base no dado
antropomtrico do INT (2003) e recomendaes de autores... 92
QUADRO 30 Valores da profundidade do assento das cadeiras com base em
dados antropomtricos e recomendao de autores ............... 94
QUADRO 31 Larguras dos assentos com base em dados antropomtricos e
as recomendao de autores................................................... 95
QUADRO 32 Recomendaes de NEUFERT (1998) para dimenses de
mesas de jantar...................................................................... 103
QUADRO 33 Recomendao de PANERO e ZELNIK (2002) para a
largura mnima de uma mesa de seis lugares........................ 105
QUADRO 34 Recomendao de PANERO e ZELNIK (2002) para o
comprimento mnimo de uma mesa de seis lugares .............. 106
xv
RESUMO
FIALHO, Patrcia Bhering, M.S., Universidade Federal de Viosa, julho de 2005. Avaliao ergonmica de mveis para subsidiar a definio de critrios de conformidade para o plo moveleiro de Ub, MG. Orientador: Amaury Paulo de Souza. Conselheiros: Luciano Jos Minette e Jos de Castro Silva
Este trabalho teve como objetivo geral realizar uma avaliao ergonmica de
mveis residenciais para subsidiar a definio de critrios de conformidade
para o plo moveleiro de Ub MG. O material utilizado foi proveniente de 50
indstrias de mveis, associadas ao INTERSIND. Ao todo, foram avaliados 107
mveis montados, sendo 31 guarda-roupas, 21 camas, 15 cadeiras, 14 mesas
de jantar e 26 estofados. Os critrios de conformidade ergonmica foram
avaliados para cada linha de mvel fabricado, de acordo com os princpios
ergonmicos de antropometria e com base em aspectos de segurana para o
usurio. Foram realizadas entrevistas com proprietrios de lojas que
comercializam mveis provenientes das fbricas associadas ao INTERSIND,
com o objetivo de destacar as vantagens e desvantagens dos mveis
adquiridos. Foi realizada, ainda, uma pesquisa com responsveis por projetos
de mveis, com o objetivo de identificar os critrios adotados por eles na
determinao das dimenses do mobilirio que projetam. Os principais
resultados deste trabalho mostraram que a cama o principal tipo de mvel
fabricado, com predominncia dos padres mogno e marfim; o aglomerado
seguido do MDF, so os materiais mais utilizados na fabricao dos mveis no
plo moveleiro de Ub. O uso de tecidos claros em revestimentos de sofs e
xvi
cadeiras tambm se mostrou predominante. Os sofs analisados apresentaram
conformidade com as recomendaes da NBR 15164/2004, quanto altura de
encosto, largura e a profundidade til de assento; no entanto, quanto altura
do assento, todos os sofs estavam em no conformidade com esta norma,
uma vez que apresentaram valores superiores mxima recomendada.
Embora a maioria das camas no atendesse recomendao da ABIMVEL
(2003), quanto altura da face superior do estrado ao piso, de uma maneira
geral apresentaram conformidade com as recomendaes desta entidade,
quanto s dimenses internas e espessura das barras laterais. A maior parte
dos guarda-roupas analisados no atendeu s recomendaes da ABIMVEL
(2003), quanto profundidade interna, vos livres adequados para o cabideiro
e o calceiro e quanto s dimenses internas das gavetas. Todos os assentos
das cadeiras apresentaram alturas superiores s mximas recomendadas e
aos valores relacionados com dados antropomtricos, podendo ocasionar
desperdcio de matria prima e problemas de ordem ergonmica nos usurios.
A maioria das mesas analisadas, tambm, apresentou alturas superiores s
recomendadas. Os resultados demonstraram que, de uma maneira geral, os
aspectos ergonmicos, como conforto, adaptao antropomtrica,
funcionalidade e segurana, no esto sendo priorizados em projetos de
mobilirio fabricados no plo moveleiro de Ub e regio.
xvii
ABSTRACT
FIALHO, Patrcia Bhering, M.S., Universidade Federal de Viosa, july, 2005. Ergonomic evaluation of furniture to subsidize the definition of conformity criteria for the furniture industry of Ub, MG. Adviser: Amaury Paulo de Souza. Committee Members: Luciano Jos Minette e Jos de Castro Silva
In general, the acquisition of a furniture is made mainly in function of the visual
appearance and of the durability of the product. However, a furniture that
seems aesthetic pleasant, can present inadequacies to its function, that
happens for not being projected in agreement with the due ergonomic patterns.
To the furniture present ergonomic quality, should have norms that regulate its
minimum characteristics, seeking to adapt the product to the users needs. And
to evaluate if this product is in agreement with the established norms, an
evaluation of the conformity is accomplished, seeking to the best quality of
furniture and consequently it turns them more competitive in the market. This
work had a general objective to accomplish an ergonomic evaluation of
residential furniture to subsidize the definition of conformity criteria for the
furniture industry of Ub-MG. For that has been used some material originated
from 50 industries of furniture associated to INTERSIND. To the whole work
were appraised 107 mounted furnitures, being 31 wardrobes, 21 beds, 15
chairs, 14 dining tables and 26 sofas. The criteria of ergonomic conformity were
appraised for each line of manufactured furniture, according to the ergonomic
anthropometrical principles and based on aspects of safety for the user. Were
also made interviews with owners of stores that sell furniture of the factories
associated to INTERSIND with the objective of take the advantages and
xviii
disadvantages that the furniture presents. It was still accomplished by research
with people responsible to projects furniture with the objective of identify the
criteria adopted by them in the determination of the dimensions of the furniture
that they project. The main results of this work pointed out that the bed is the
main furniture manufactured by the associated of INTERSIND. The pattern
mahogany and ivory prevail in this furniture industry. The agglomerate followed
by MDF is the material more used in the furnitures production in the furniture
industry of Ub. The use of woven clear to cover sofas and chairs was also
shown predominant. The analyzed sofas were presented in conformity with the
recommendations of NBR 15164/2004 in relation to the prop height, the width
and the useful depth of seat. However, in relation to the seats height, all the
sofas were not in conformity with this norm, once they presented superior
values to the maxim recommended. Although most of the beds didn't assist to
the recommendation of ABIMVEL (2003) in relation to the height of the
superior face of the bed frame to the floor, in a general way they were in
conformity with the recommendations of this entity in relation to the internal
dimensions and thickness of the lateral bars. Most of the analyzed wardrobes
didn't assist the recommendations of ABIMVEL (2003) in relation to the depth
interns, empty spaces free from the place to put shirts, pants and as the internal
dimensions of drawers. All the seats of the chairs presented superior heights to
the maxims recommended by authors and the ones related with
anthropometrical values that had been given, could cause matter waste and
problems of ergonomic order in the users. Most of the tables analyzed also
presented superior heights to the recommended by authors. In this way the
results demonstrated that in general, ergonomic aspects, as comfort,
anthropometric adaptation, functionality and safety are not being prioritized in
furniture projects manufactured in the furniture industry of Ub and area.
1
1. INTRODUO
1.1. Problema e importncia
Os homens sempre buscaram solues que minimizassem seu esforo e
melhorassem a sua comodidade. Dessa forma, criaram instrumentos e mveis,
visando atender as suas necessidades e facilitar suas vidas.
Em geral, a aquisio de um mvel feita, principalmente, em funo da
aparncia visual e da durabilidade do produto; o conforto, a segurana e a
sade passam despercebidos, na maioria das situaes. Um mvel que, no
momento da compra, se apresenta esteticamente agradvel e aparentemente
confortvel, pode apresentar inadequaes a sua funo com o uso
prolongado; isso por no ter sido projetado de acordo com os devidos padres
ergonmicos, respeitando s caractersticas fsicas do ser humano.
Comumente, os princpios ergonmicos so mais aplicados ao mobilirio
de escritrio; porm, igualmente, torna-se necessria a sua aplicao ao
mobilirio domstico que utilizado por diferentes pessoas, com idades,
tamanhos e comportamentos distintos.
Os estudos ergonmicos aplicados em projetos de mveis residenciais
contribuem para a sade e o bem estar do usurio, propiciando uma melhora
na sua qualidade de vida.
A qualidade ergonmica de um mvel ou outro produto qualquer pode ser
adquirida atravs da avaliao ergonmica. Esta avaliao envolve aspectos
de segurana e de conforto do produto, tais como: facilidade de uso, manuseio,
adaptaes antropomtricas, compatibilidade de movimentos, bem como a
disponibilizao de informaes claras e a usabilidade.
2
O mobilirio fabricado nos plos moveleiros bastante variado; cada
empresa fabrica uma linha especifica de mveis, dentre eles, salas de jantar,
guarda-roupas, armrios, cmodas, camas, criados, estofados, estantes,
racks, mveis tubulares, cozinhas de ao, dentre outros. Dentro dessas linhas,
os critrios ergonmicos de fabricao do mobilirio devem atender no
somente s caractersticas antropomtricas e biomecnicas dos usurios, mas,
tambm, ao seu uso funcional, sendo adequados funo para a qual o mvel
foi fabricado e, em alguns casos, devem prever questes, como a possibilidade
do uso no funcional.
No Brasil, existem poucas normas tcnicas e publicaes relacionadas ao
mobilirio residencial. A Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT,
rgo responsvel pela normalizao tcnica no Pas, possui normas de
avaliao da conformidade com critrios ergonmicos para mveis de escritrio
e mveis escolares. Recentemente, esta mesma entidade publicou a NBR
15164/2004 para sofs; no entanto, esta norma enfatiza mais ensaios fsicos e
mecnicos do que a rea ergonmica. Existem, ainda, recomendaes
emitidas pela Associao Brasileira das Indstrias de Mobilirio ABIMVEL,
no sentido de garantir alguns parmetros referentes ao tamanho das peas que
compem o mobilirio domstico; essas recomendaes, no entanto, no so
suficientes na rea ergonmica.
Dessa forma, a carncia de normas direcionadas ao mobilirio residencial
refora a importncia do desenvolvimento de projetos com a finalidade de
propor critrios de avaliao da conformidade, contribuindo para o
desenvolvimento do setor moveleiro e para a melhoria do mobilirio fabricado.
Com isso, agregar-se-ia mais um item de valor ao produto: a qualidade
ergonmica que dentro dos seus princpios bsicos, como a segurana, o
bem-estar e a satisfao do ser humano, demonstra solues prticas para o
desenvolvimento de mveis que sejam ergonomicamente adaptados a seus
usurios e adequados a sua utilizao diria.
Segundo a ABIMVEL (2003), o estabelecimento de normas tcnicas
fundamental para o desenvolvimento da indstria moveleira, na medida em que
permite:
a) restringir a concorrncia predatria exercida pelos produtores de
mveis de baixa qualidade, que atuam no setor informal da economia;
3
b) obrigar os fornecedores a seguir estas normas, o que facilita o processo
de terceirizao da produo;
c) estimular as exportaes, em particular para os pases desenvolvidos,
onde os produtos esto sujeitos a normas tcnicas (as referncias para criao
das normas brasileiras so as prprias normas internacionais);
d) restringir as importaes de produtos de baixa qualidade que no
seguem qualquer tipo de norma tcnica, particularmente, os produzidos no
leste asitico atualmente;
e) dificultar a exportao de madeira bruta, exportando apenas produtos
de maior valor adicionado, no caso, os mveis (uma estratgia que visa reter
uma importante fonte de competitividade).
A avaliao da conformidade beneficia o consumidor, gerando melhor
qualidade de vida, sade e conforto; e, ainda, estabelece com o consumidor
uma relao de confiana, mostrando que o produto adquirido est de acordo
com critrios ergonmicos.
A avaliao da conformidade pode ser utilizada em benefcio das
indstrias de mveis de Ub e regio, pois alm de agregar qualidade aos
produtos, torna-os mais competitivos no mercado.
1.2. Objetivos
Este trabalho teve como objetivo geral realizar uma avaliao
ergonmica de mveis residenciais para subsidiar a definio de critrios de
conformidade para o plo moveleiro de Ub MG, visando, assim, a melhoria
da qualidade ergonmica dos mveis residenciais, envolvendo aspectos de
segurana, conforto e usabilidade, bem como o aumento da competitividade
dos produtos oriundos do plo moveleiro de Ub e regio.
Os objetivos especficos:
a) Identificar os principais tipos de mveis fabricados pelas empresas
moveleiras, associadas ao INTERSIND.
b) Fazer o levantamento do estado e arte da conformidade ergonmica na
fabricao de mveis residenciais de madeira e derivados.
c) Definir e avaliar critrios para verificao da conformidade ergonmica
de mveis residenciais de madeira e derivados.
4
2. REVISO DE LITERATURA
2.1. O setor moveleiro nacional
A indstria brasileira de mveis representada pelas empresas que se
localizam, em sua maioria, na regio centro-sul do pas, constituindo em alguns
estados, plos moveleiros, a exemplo de Bento Gonalves, no Rio Grande do
Sul; So Bento do Sul, em Santa Catarina; Arapongas, no Paran; Mirassol,
Votuporanga e So Paulo, em So Paulo; Linhares, no Esprito Santo; e Ub,
em Minas Gerais (LIMA, 1998).
Segundo o IBGE (2003), a indstria de mveis pode ser classificada a
partir das matrias-primas predominantes. As categorias bsicas so os
mveis de madeira, que constituem o principal segmento, com 91% dos
estabelecimentos, 83% do pessoal ocupado e 72% do valor da produo; em
seguida, vm os mveis de metal, com 4% dos estabelecimentos, 9% do
pessoal ocupado e 12% do valor da produo (em conjunto, estes dois
segmentos renem 95% dos estabelecimentos industriais, 92% do pessoal
ocupado e 84% do valor da produo); o restante diz respeito aos mveis
confeccionados em plstico e artefatos do mobilirio, reunindo colchoaria e
persianas.
Os mveis de madeira, que detm expressiva parcela do valor total da
produo do setor, so segmentados em dois tipos: retilneos, que so lisos,
com desenho simples, de linhas retas e cuja matria-prima principal constitui-
se de aglomerados, MDF e painis de compensados; e torneados, que renem
mais detalhes de acabamento, misturando formas retas e curvilneas e cuja
principal matria-prima a madeira macia nativa ou de reflorestamento
5
podendo, tambm, incluir painis de MDF (medium-density fiberboard),
passveis de serem usinados (GORINI, 1998).
No Brasil, o setor moveleiro caracteriza-se pela baixa especializao e
alta verticalizao, onde a terceirizao representa pequena parcela da
produo, nos pases mais desenvolvidos, ocorre ao contrrio, onde o aumento
da horizontalizao da produo, ou seja, a presena de muitos produtores
especializados, na produo de itens para a indstria de mveis, colabora para
a flexibilizao da produo, para a diminuio das indstrias e para o aumento
da eficincia da cadeia produtiva (SEBRAE, 2005).
Quanto ao faturamento, a indstria nacional de mveis, de acordo com
dados da ABIMVEL (2003), totalizou US$ 10,3 bilhes em 2002, dos quais
60% eram referentes participao de mveis residenciais, 25% de mveis
para escritrio e 15% de mveis institucionais, do tipo escolares, mdico-
hospitalares, restaurantes, hotis e similares. Neste mesmo ano, o setor
exportou US$ 536 milhes, dentro de um mercado mundial que movimenta
US$ 51 bilhes por ano apenas em exportaes. Os maiores compradores dos
mveis brasileiros eram os Estados Unidos (26%), Frana (16%), Argentina
(13%), Alemanha (10%) e Reino Unido (9%) (REVISTA DA MADEIRA, 2003).
Em 2003, o Brasil era o dcimo maior produtor mundial de mveis,
porm ocupava a vigsima quarta colocao em exportaes, onde o setor
exportou US$ 661.556 milhes. Em 2004, este nmero subiu para US$
940.574 milhes, o que representou um aumento de 42%. Nos primeiros quatro
meses de 2005, as exportaes do setor atingiram US$ 312.376 milhes. Com
o aumento nas exportaes, nos ltimos anos, a indstria desenvolveu muito a
sua capacidade de produo e melhorou significativamente a qualidade dos
seus produtos. Os principais estados exportadores de mveis no Brasil so
Santa Catarina (46% do total), Rio Grande do Sul (26,3%), Paran (8,8%), So
Paulo (8,1%), Bahia (6,2%) e Minas Gerais (1,15%) (APEX, 2005).
2.2. Ergonomia e sua origem
A ergonomia tem sido definida, de uma maneira geral, por vrios autores,
como sendo a adaptao do trabalho ao homem; uma palavra originada dos
termos gregos ergo (trabalho) e nomos (regras), que significa: regras para se
organizar o trabalho (COUTO, 1995).
6
Segundo IIDA (1990), a ergonomia constitui-se numa tcnica recente,
apesar de comear a ser pensada no incio do sculo passado. A cincia
ergonmica surgiu em 12 de julho de 1949. Neste dia, reuniu-se pela primeira
vez, na Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em
discutir e formalizar a existncia desse novo ramo de aplicao interdisciplinar
da cincia. Na segunda reunio desse mesmo grupo, ocorrida em 16 de
fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia.
Chapanis (1994) citado por MORAES e MONTALVO (1998), definiu
ergonomia como sendo um corpo de conhecimentos sobre as habilidades
humanas, limitaes humanas e outras caractersticas humanas que so
relevantes para o design. O projeto ergonmico o emprego do conhecimento
ergonmico ao design de ferramentas, mquinas, sistemas, tarefas, trabalhos e
ambientes para o uso humano seguro, efetivo e confortvel.
A ergonomia fundamenta-se em conhecimentos de outras reas
cientficas, como a antropometria, biomecnica, fisiologia, psicologia,
toxicologia, engenharia mecnica, desenho industrial, eletrnica, informtica e
gerncia industrial. Ela selecionou e integrou os conhecimentos relevantes
dessas reas, desenvolvendo mtodos e tcnicas especficas para aplicar tais
conhecimentos na melhoria do trabalho e das condies de vida humana (DUL
e WEERDMEESTER, 1994).
Conforme COUTO (1995), "onde houver gente, ali deveria haver uma
base slida de ergonomia, a fim de que a interao do ser humano com os
objetos e ambientes fosse a mais confortvel e adequada possvel".
SANTOS (2003), tambm, trabalha o assunto, afirmando que a
ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade produtiva.
Em princpio, sua maior aplicao se deu na agricultura, minerao e,
sobretudo, na indstria. Mais recentemente, a ergonomia tem sido aplicada no
emergente setor de servios e, tambm, na vida cotidiana das pessoas, nas
atividades domsticas e de lazer, com os seguintes objetivos:
a) Ergonomia na indstria: melhoria das interfaces dos sistemas ser
humano/tarefa; melhoria das condies ambientais de trabalho; melhoria das
condies organizacionais de trabalho.
b) Ergonomia na agricultura e na minerao: melhoria do projeto de
mquinas agrcolas e de minerao; melhoria das tarefas de colheita,
7
transporte e armazenagem; estudos sobre os efeitos dos agrotxicos.
c) Ergonomia no setor de servios: melhoria do projeto de sistemas de
informao (ergonomia da informtica); melhoria do projeto de sistemas
complexos de controle (salas de controle); desenvolvimento de sistemas
inteligentes de apoio deciso; estudos diversos sobre hospitais, bancos,
supermercados.
d) Ergonomia na vida diria: considerao de recomendaes
ergonmicas na concepo de objetos e equipamentos eletrodomsticos de
uso cotidiano.
A ergonomia, segundo WISNER (1994), classificada em ergonomia de
concepo e ergonomia de correo. A ergonomia de concepo a aplicao
de normas e especificaes ergonmicas em projetos de ferramentas e postos
de trabalho, antes de sua implantao. A ergonomia de correo aplicada
em situaes reais, j existentes.
Segundo Laville (1977), citado por VIERA (1997), a ergonomia de
correo procura melhorar as condies de trabalho existentes e ,
freqentemente, parcial e de eficcia limitada. A ergonomia de concepo, ao
contrrio, tende a introduzir os conhecimentos sobre o homem desde o projeto
do posto de trabalho, do instrumento, da mquina ou dos sistemas de
produo.
2.3. Ergonomia do produto
Segundo IIDA (1990), do ponto de vista ergonmico, os produtos no
so considerados como objetos em si, mas como meios para que o homem
possa executar determinadas funes.
At o mais simples produto pode representar um grande problema se no
for bem projetado. Antigamente no existia esta dificuldade, pois as pessoas
limitavam-se a criar objetos que se ajustavam a elas. Atualmente, os projetistas
de produtos, na maioria das vezes, esto muito distantes dos utilizadores finais,
tornando importante a utilizao da ergonomia e do design voltado para o
consumidor (COUTO, 1995).
IIDA (1990), ainda, afirma que, para que os produtos funcionem bem em
suas interaes com os seus usurios, devem ter qualidade esttica, qualidade
ergonmica e qualidade tcnica. A qualidade esttica responsvel pela
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aparncia agradvel do produto, seja atravs do uso de cores, formas, texturas
etc. A qualidade ergonmica inclui a facilidade de manuseio, adaptao
antropomtrica, fornecimento claro de informaes e demais itens de conforto e
segurana. A qualidade tcnica a parte que faz funcionar o produto, do ponto
de vista eltrico, mecnico ou qumico. O uso inadequado e produtos mal
projetados podem causar srios problemas sade do consumidor;
preferencialmente, essas condies deveriam ser pensadas na fase inicial de
cada projeto, diminuindo, assim, os problemas futuros na hora do uso.
De acordo com Dillon (1985) citado por IIDA, (1990) o uso funcional
aquele para o qual o mvel foi destinado, ou seja, cadeira para sentar, mesa
para escrever e, assim, por diante. O uso no funcional aquele considerado
anormal dos mveis, como usar a cadeira pra subir, no lugar de escada; cama
que usada pelas crianas como brinquedo de pular.
E para apresentar funcionalidade, o mvel necessita, antes de tudo, ser
prtico. A reduo dos espaos domsticos fez com que a funcionalidade,
tambm, sofresse uma evoluo, acompanhando as necessidades atuais.
Surgiu, ento, o conceito da multifuncionalidade, no qual o mvel atende, de
maneira adequada, no somente sua funo principal, como a outras
secundrias, tambm importantes. o aparecimento, por exemplo, dos sofs-
camas, dos estofados com mesinhas acopladas, das camas com grandes
gavetas embutidas e de outras inovaes to presentes no design atual
(PRESTES 2003).
IIDA (1990), ainda, afirma que, aps a construo de um mvel, este
deve ser submetido a testes como:
- Testes de estrutura: serve para determinar a resistncia do mvel a
vrios tipos de solicitaes estticas e dinmicas.
- Testes ergonmicos: so realizados com o produto j acabado,
utilizando pessoas na verificao das interaes dos mesmos com o mobilirio.
Este teste pode ser dividido em trs partes: dimensionamento, onde as
dimenses das moblias teriam de ser compatveis s dimenses
antropomtricas de seus usurios; testes funcionais, onde se faz uma anlise
da moblia em condies de uso, e testes no-funcionais, onde so observadas
as utilidades no funcionais do mvel.
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2.4. Avaliao da conformidade
Com a reduo das barreiras alfandegrias e o crescimento da
competitividade comercial, a proteo dos mercados est sendo feita atravs
de estabelecimento de regulamentos tcnicos, que exigem procedimentos de
avaliao da conformidade (FELIX, 2005).
Apesar de ser crescente a importncia da avaliao da conformidade,
observa-se que, ainda, grande o desconhecimento do seu significado pelo
cidado e, at mesmo, no ambiente empresarial (INMETRO, 2002).
Segundo a ABNT ISO/IEC, citado pelo INMETRO (2005), a avaliao
da conformidade um exame sistemtico do grau de conformidade por parte
de um produto, processo ou servio, a requisitos especificados. Dessa forma,
a avaliao da conformidade busca atingir dois objetivos fundamentais: em
primeiro lugar, deve atender a preocupaes sociais, estabelecendo com o
consumidor, uma relao de confiana de que o produto, processo ou servio
est em conformidade com requisitos especificados, que esto ligados
qualidade e segurana; por outro lado, no pode tornar-se um nus para a
produo, isto , no deve envolver recursos maiores do que aqueles que a
sociedade est disposta a investir. Com isso, a avaliao da conformidade
duplamente bem sucedida na medida em que proporciona confiana ao
consumidor, ao mesmo tempo em que requer a menor quantidade possvel de
recursos para atender s necessidades do cliente.
Quanto sua obrigatoriedade legal, pode ser de duas formas: de forma
compulsria ou de forma voluntria. Ela compulsria quando o rgo
regulador entende que o produto, processo ou servio pode oferecer riscos
segurana do consumidor ou ao meio ambiente ou, ainda, em alguns casos,
quando o desempenho do produto pode trazer prejuzos econmicos
sociedade, se for inadequado. A avaliao da conformidade voluntria
quando parte da deciso do fornecedor. Ela agrega valor ao produto,
representando uma importante vantagem competitiva em relao aos
concorrentes. Esse procedimento usado por fabricantes ou importadores,
como meio de informar e atrair o consumidor (INMETRO, 2002).
A avaliao da conformidade, dependendo de quem a realiza, pode,
tambm, ser de primeira, segunda ou terceira parte. A primeira parte quando
a avaliao feita pelo fabricante ou pelo fornecedor; a segunda feita pelo
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comprador e a terceira feita por uma instituio que seja acreditada e que
tenha independncia em relao ao fornecedor e ao cliente (INMETRO, 2005).
No Brasil, o organismo credenciador oficial o INMETRO e os
programas de avaliao adotados obedecem s prticas internacionais, com
base em requisitos da ISO (International Organization for Standardization),
entidade normalizadora internacional. O INMETRO uma autarquia federal,
vinculada ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior,
sendo o rgo Executivo do SINMETRO e atua como Secretaria Executiva do
Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial -
CONMETRO (INMETRO, 2002). De acordo com o INMETRO (2005), existem
cinco modalidades de avaliao da conformidade. So elas: a Certificao, a
Declarao do Fornecedor, a Inspeo, a Etiquetagem e os Ensaios.
A Certificao um procedimento pelo qual uma instituio acreditada
no INMETRO d garantia escrita de que um produto, processo ou servio est
em conformidade com os requisitos especificados. Ela pode ser de produtos,
sistemas, processos e de pessoal (FELIX, 2005). A Declarao do Fornecedor,
por sua vez, um procedimento pelo qual um fornecedor d garantia escrita
que um produto, processo ou servio est em conformidade com os requisitos
especificados. A Inspeo definida pela observao e julgamento,
acompanhados por medies, ensaios ou uso de calibres. A Etiquetagem tem
objetivo informativo de indicar o desempenho do produto, de acordo com os
critrios estabelecidos. Os Ensaios consistem em operaes tcnicas que
determinam uma ou mais caractersticas de determinado produto, processo ou
servio, de acordo com um procedimento especificado (CNI, 2005).
O INMETRO (2002) reafirma que as principais vantagens da
conformidade de um produto, processo, ou servio so:
a) Propiciar a concorrncia justa: a avaliao da conformidade possibilita
a concorrncia justa, na medida em que indica, claramente, que os mveis
fabricados atendem a requisitos ergonmicos especificados.
b) Estimular a melhoria da qualidade: a avaliao da conformidade induz
busca contnua da melhoria da qualidade, onde as empresas se orientam
para assegurar a qualidade dos seus produtos, beneficiando-se com a melhoria
da produtividade e aumento da competitividade;
c) Informar e proteger o consumidor: a avaliao da conformidade um
11
indicativo para os consumidores de que o produto atende a requisitos
ergonmicos, fator importante para o aperfeioamento de suas decises de
compra, uso e descarte dos produtos.
d) Facilitar o comrcio exterior, possibilitando o incremento das
exportaes: Em relao s trocas comerciais, no mbito dos blocos
econmicos e das relaes bilaterais, particularmente importante a avaliao
da conformidade. cada vez mais usual a utilizao de programas de
avaliao da conformidade compulsrios para a comercializao de produtos,
que se relacionam com a sade, a segurana e o meio ambiente.
e) Proteger o mercado interno: da mesma forma que facilitam as
exportaes, os programas de avaliao da conformidade dificultam a entrada
de produtos, processos ou servios que no atendem aos requisitos mnimos
de segurana e desempenho que, colocados no mercado, prejudicariam a idia
da concorrncia justa, quando colocados no mercado.
f) Agregar valor s marcas: a avaliao da conformidade, no campo
voluntrio, vem, cada vez mais, sendo usada por fabricantes para distinguir
seus produtos, em relao ao mercado, atraindo os consumidores e
alcanando maiores fatias do mercado.
2.5. Princpios ergonmicos utilizados na avaliao da conformidade de
mveis
2.5.1. Antropometria
Segundo GRANDJEAN (1998), a antropometria um conjunto de
estudos que relacionam as dimenses fsicas do ser humano com sua
habilidade e desempenho ao ocupar um espao em que realiza vrias
atividades, utilizando-se de equipamentos e mobilirios adequados para o
desenvolvimento das mesmas.
De acordo com IIDA (1990), na ergonomia so encontrados trs tipos de
dimenses antropomtricas, classificadas em antropometria esttica, dinmica
e funcional.
- Antropometria esttica: est relacionada com a medida das dimenses
fsicas do corpo humano, parado ou com poucos movimentos. aplicada,
principalmente, nos projetos de assentos e equipamentos individuais, como
capacetes, mscaras, botas, ferramentas manuais e outros.
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- Antropometria dinmica: mede os alcances dos movimentos de cada
parte do corpo, mantendo-se o resto do corpo esttico.
- Antropometria funcional: so as medidas antropomtricas associadas
execuo de tarefas especficas. Envolve, por exemplo, o movimento dos
ombros, a rotao do tronco, a inclinao das costas e o tipo de funo que
ser exercida pelas mos.
NEUFERT (1998), salienta que "todos os que pretendem dominar a
construo devem adquirir a noo de escala e propores do que ser
projetado: mveis, salas, edifcios etc.; e s se obtm uma idia mais correta
da escala de qualquer coisa quando se v, junto dela, um homem ou uma
imagem que represente suas dimenses". O autor enfatiza, ainda, a todos os
que projetam, que conheam a razo por que se adotam certas medidas que
parecem ser escolhidas ao acaso, devendo conhecer as relaes entre os
membros de um homem normal e qual o espao de que necessita para se
deslocar ou para descansar em vrias posies.
As medidas antropomtricas so dados de base, essenciais para a
concepo ergonmica de produtos industriais, sejam estes bens de capital ou
de consumo (INT, 1998). Para se aplicar corretamente os dados, importante
avaliar os fatores que influenciam os dados antropomtricos: raa, etnia, dieta,
sade, atividade fsica, postura, posio do corpo, vesturio etc.
O Brasil possui uma grande diversidade de tipos fsicos, resultado da
miscigenao de diversas etnias, alm de diferenas das condies de nutrio
e sade, que se observa na populao brasileira. Os dados devem estar
disponveis em relevantes aspectos da populao inteira, incluindo os idosos e
pessoas com incapacidades. Estes aspectos incluem os fisiolgicos (por
exemplo, movimento dos membros, fora, viso) e os psicolgicos (por
exemplo, cognitivos, tempos de reao, memria) (IIDA, 1990).
Visando facilitar a utilizao dos dados antropomtricos, estes so
divididos em formas de percentis. Para fins de estudo a populao dividida
em 100 categorias percentuais da maior para a menor relao a algum tipo de
medida corporal, denominada de percentis (PANERO e ZELNIK, 2002). Como
exemplo, o percentil 95 da altura popliteal, da populao de mulheres, dado
como 42 cm; isto significa que somente 5% desta populao tm altura
popliteal maior que 42 cm.
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PANERO e ZELNIK (2002) citam que Damon, Stoudt e Mcfarland (1966)
sustentam que so dez as dimenses mais importantes para descrever um
grupo para objetivos de ergonomia, arquitetura e design de interiores, nessa
ordem: altura, peso, altura quando sentado, comprimento ndegas-joelho e
ndegas sulco poplteo, largura entre os cotovelos, largura entre os quadris,
em posio sentada; altura do sulco poplteo, dos joelhos e espao livre para
as coxas.
As variveis antropomtricas devem permitir ao projetista desenvolver
equipamentos e ambientes de trabalho que tenham como objetivo a satisfao
do usurio. IIDA (1990) sugere que as medidas antropomtricas, vindas de
tabelas, deveriam ser usadas apenas para um dimensionamento preliminar do
projeto, at a construo de um modelo ou maquete; depois o produto dever
ser testado com a populao representativa de usurios efetivos, fazendo os
ajustes necessrios, aps tal procedimento.
2.5.2. Posturas
A postura, organizao dos seguimentos corporais no espao se
expressa na imobilizao das partes do esqueleto, em posies determinadas,
solidrias umas com as outras, e que conferem ao corpo uma atitude de
conjunto. Essa atitude indica o modo pelo qual o organismo enfrenta os
estmulos do mundo exterior e se prepara para reagir (GONTIJO et al., 1995).
Diversos msculos, ligamentos e articulaes do corpo, so acionados
para se obter uma postura, no ser humano. A fora necessria para o corpo
adotar uma postura ou fornecer um movimento fornecida pelo msculo,
enquanto os ligamentos desempenham uma funo auxiliar e as articulaes
permitem o deslocamento de partes do corpo, em relao s outras (DUL e
WEERDMEESTER, 1994).
As posturas podem ser classificadas como ereta ou relaxada. Na
postura ereta, a coluna fica na vertical e o tronco sustentado pelos msculos
dorsais, facilitando a movimentao dos braos e a visualizao da frente.
Como os msculos dorsais trabalham estaticamente, esta postura pode ser
fatigante, principalmente se a cabea estiver muito inclinada para a frente. Por
sua vez, na postura relaxada, o dorso assume postura ligeiramente curva para
a frente ou pra trs. Esta postura menos fatigante, uma vez que exige menos
14
dos msculos dorsais. Se houver apoio do dorso sobre o encosto da cadeira,
esta exigncia ser, ainda, menor (IIDA, 1990).
As posturas no-naturais do corpo e as condies inadequadas para
sentar podem provocar um desgaste maior dos discos intervertebrais. Por
motivos, ainda, hoje, desconhecidos, os discos intervertebrais podem
degenerar e perder sua rigidez. A postura de p, por longos perodos, sempre
combatida em ergonomia, que tende a preferir postura sentada: apesar do
efeito na coluna, a postura sentada mais favorvel para as pernas, para o
corpo em geral, para a circulao sangunea, alm de reduzir o consumo de
energia (GRANDJEAN, 1998). Sendo melhor, no entanto, do que a postura de
p, a postura sentada no deve ser mantida por longos perodos de tempo. As
alternncias posturais aliviam as presses sobre os discos vertebrais e as
tenses dos msculos dorsais de sustentao, reduzindo, assim, a fadiga
(IIDA, 1990).
PANERO e ZELNIK (2002) apontam que apesar da sua presena
constante e longa histria, em termos de projeto, o assento ainda um dos
mais pobres elementos de ambientes internos. Uma das maiores dificuldades
que o sentar-se freqentemente visto como atividade esttica, enquanto que,
na realidade, ela dinmica. Uma longa permanncia na mesma posio, sem
modificaes de postura, pode dificultar a circulao sangunea e causar dores
no local afetado; dessa forma, o assento deve permitir que o usurio modifique
sua posio para minimizar o desconforto. Assim, essencial que se utilizem
dados antropomtricos adequados para obter medidas e espaos livres
necessrios para movimentao do usurio.
Para DUL e WEERDMEESTER (1995), a altura adequada do assento
aquela em que a coxa est bem apoiada no assento, sem esmagamento de
sua parte inferior (em contato com as bordas do assento) e os ps se apiam
no piso; a postura com os ps em balano muito fatigante. Para PANERO e
ZELNIK (2002), se a altura do assento for muito baixa, os ps podem perder
estabilidade pelo fato de as pernas terem de ficar estendidas frente. Uma
pessoa mais alta, no entanto, sentir-se- mais confortvel, usando uma cadeira
com assento baixo do que uma pessoa baixa, usando uma cadeira com
assento muito alto.
Em alguns casos, o mobilirio de um determinado ambiente pode forar
15
o indivduo a adotar posturas inadequadas; para COUTO (1996) alm da fadiga
muscular imediata, h numerosos efeitos, a longo prazo, como sobrecarga h
imposta ao aparelho respiratrio, formao de edemas, varizes e problemas
nas articulaes, particularmente, na coluna vertebral.
Os transtornos na coluna se constituem numa das maiores causas de
afastamento prolongado do trabalho e de sofrimento humano. As lombalgias
(dor na regio lombar) e dorsalgias (dor na regio dorsal), na maioria das
vezes, decorrem das ms posturas ou de sobrecargas sobre a coluna vertebral.
Sua incidncia alta, a ponto de se poder dizer que, de cada 100 pessoas, 50
a 70% iro apresentar lombalgia, em alguma fase de suas vidas (COUTO,
1996).
2.5.3. Usabilidade
O termo usabilidade enunciado pela norma ISO DIS 9241-11 (1998)
como "a capacidade de um produto ser usado por usurios especficos para
atingir objetivos especficos com eficcia, eficincia e satisfao, em um
contexto especfico de uso", tal como enuncia (DIAS, 2000).
A usabilidade tem um sentido restrito, que enfoca a facilidade no uso.
Assim Pheasant (1997) citado por NICHOLL e BOUERI (2001b), identifica a
usabilidade como um dos critrios da ergonomia. Muitos dos mtodos usados
na avaliao de usabilidade so variaes de tcnicas da ergonomia. Outros
so derivados de tcnicas de pesquisa de mercado ou de psicologia.
O critrio da usabilidade tem como requisito a adaptao das
caractersticas do produto s capacidades fsicas, perceptuais e cognitivas dos
usurios, ou seja, a possibilidade ofertada atravs de um produto para
assegurar seu melhor uso possvel, adequando-se ao usurio. Os produtos
considerados de boa usabilidade oferecem benefcios, como: facilidade de
utilizao, tamanho e formato adequados de empunhadura de dispositivos para
abrir e fechar portas e gavetas, tornando-se prticos e de fcil manuseio.
Quando um mvel apresenta problemas de usabilidade, dificilmente o
usurio se adaptar a ele, dessa forma, o produto perder sua funo devido
ao desconforto durante a sua utilizao (NICHOLL e BOUERI, 2001b).
De acordo com DIAS (2000), a satisfao, o conforto e a aceitabilidade
dos produtos podem ser medidos por meio de mtodos subjetivos e/ou
16
objetivos. As medidas objetivas de satisfao podem ser vistas com base na
observao do comportamento do usurio (postura e movimento corporal) ou
no monitoramento de suas respostas fisiolgicas. As medidas subjetivas, por
sua vez, so produzidas pela quantificao das reaes, atitudes e opinies
expressas subjetivamente pelos usurios.
2.5.4. Princpios subjetivos
Alguns aspectos relacionados ao mobilirio, como o conforto, so de
carter subjetivo. O conforto, no entanto, em parte, em parte, pode ser
determinado de acordo com princpios ergonmicos. Independente da
subjetividade, alguns aspectos devem ser considerados para que o mobilirio
possa oferecer conforto ao usurio:
- Facilidade para mudar de posio durante o uso do mvel, o que pode
ser considerado um critrio de conforto para alguns usurios.
- Superfcies do mvel (vidros, pedras, superfcies envernizadas)
causando brilho ou reflexos que possam causar desconforto visual.
- Material de revestimento de estofados, que ofeream conforto durante
perodos de vero e inferno (couro, plsticos, tecidos e outros).
2.5.5. Aspectos de segurana
A fabricao de um mvel deve englobar no s a esttica e a
funcionalidade, mas, tambm, os aspectos que podero por em risco a
integridade fsica e a sade do consumidor final.
Os riscos de acidentes provocados pela no conformidade ergonmica,
associados ao uso funcional ou no funcional do mobilirio, devem ser
considerados nos critrios de avaliao. A presena de quinas vivas, arestas
e bordas cortantes podem causar pequenos acidentes aos usurios, como
cortes e hematomas ao tocar ou esbarrar. Os acidentes, ao se levantar ou
sentar-se, por exemplo, em cadeiras, sofs e camas, devido a inadequaes
antropomtricas, tambm, devem ser considerados e evitados. Os mveis que
possuem peas que possam se soltar com facilidade, como, puxadores de
gavetas e portas, podem causar acidentes, principalmente com idosos e
crianas. A estabilidade uma caracterstica indispensvel para se evitar
danos fsicos aos usurios dos mveis.
17
3. MATERIAL E MTODOS
3.1. Caracterizao do local de estudo
O municpio de Ub localiza-se na regio sudeste do Estado de Minas
Gerais, mais conhecida como Zona da Mata. A cidade abrange uma superfcie
de 407,699 Km, com uma populao de 85.065 habitantes, onde 90,15%
esto localizados na zona urbana e 9,85%, na zona rural (IBGE, 2000).
Segundo IEL MG (2003), a origem das indstrias moveleiras de Ub foi
devido ao fechamento de uma grande empresa, a Dolmani, em meados da
dcada de 1970, que empregava aproximadamente 1200 pessoas. Com o
desemprego, alguns antigos empregados, aproveitando o conhecimento
adquirido na empresa, resolveram abrir negcios prprios.
Atualmente, o plo moveleiro de Ub constitudo por cerca de 400 micro
e pequenas empresas, mais de 100 fornecedores e mais de 40 lojistas,
gerando em torno de sete mil empregos diretos, correspondendo a 74% dos
postos de trabalho do municpio e 70% da arrecadao de impostos (SILVA,
2005).
Segundo o INTERSIND (2004), o plo moveleiro rene, alm de Ub,
outros oito municpios: Guidoval, Piraba, Guiricema, Rio Pomba, Rodeiro, So
Geraldo, Tocantins e Visconde do Rio Branco. A Figura 1 apresenta a
localizao destes municpios no mapa de Minas Gerais.
18
Figura 1 Localizao geogrfica dos municpios que fazem parte do plo moveleiro
de Ub - MG
(Adaptado de http://www.guianet.com.br/mg/mapamg.htm)
O Plo moveleiro de Ub e regio possui indstrias localizadas na malha
urbana dos municpios, pois ainda no foi implantado o projeto, j existente, do
seu distrito industrial. A produo do setor destina-se principalmente aos
estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro (IEL MG, 2003).
3.2. Coleta de dados e amostragem
A coleta de dados para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada
em mveis de 50 indstrias, associadas ao Sindicato Intermunicipal das
Ub
Rodeiro
Visconde do Rio Branco
Rio Pomba
Guidoval Tocantins
So Geraldo
Piraba
Guiricema
19
Indstrias de Marcenaria de Ub - INTERSIND, localizadas em Ub, Tocantins,
Guidoval, Rodeiro e Visconde do Rio Branco, no perodo de outubro de 2004 a
fevereiro de 2005.
Foram escolhidos para a pesquisa os mobilirios domsticos em que os
usurios possuem maior interao no dia a dia. So eles: camas, guarda-
roupas, sofs, cadeiras e mesas de jantar. Dentre esses tipos de mveis, foram
analisados os modelos mais vendidos de cada indstria, visando, assim,
abranger maior quantidade de caractersticas dos mveis disponveis no
mercado. Ao todo foram avaliados 107 mveis montados, sendo 31 guarda-
roupas, 21 camas, 15 cadeiras, 14 mesas de jantar e 26 sofs.
Todas as visitas foram agendadas, com antecedncia, por telefone ou
pessoalmente. As medies e observaes nos mveis escolhidos foram
acompanhadas pelos proprietrios das fbricas e das lojas ou por funcionrio
devidamente autorizado.
A relao dos mveis avaliados e das empresas visitadas est
apresentada no Anexo 1.
Neste trabalho, foram aplicados questionrios a seis gerentes e quatro
proprietrios de lojas que comercializam mobilirios provenientes das fbricas
associadas ao INTERSIND, com o objetivo de destacar a qualidade e
problemas dos mveis adquiridos.
Tambm foi realizada uma pesquisa com cinco proprietrios e cinco
funcionrios responsveis por projetos de mveis, com o objetivo de identificar
os critrios adotados por eles na determinao das dimenses do mobilirio.
3.3. Principais tipos de mveis fabricados pelas empresas moveleiras
localizadas em Ub e regio
Segundo IEL MG (2003) as empresas do setor moveleiro de Ub e
regio apresentam diversificao em sua linha de produtos. Entre os mveis
fabricados destacam-se as linhas de camas, guarda-roupas, cmodas e
criados. Alm desses, destacam-se salas-de-jantar e sofs.
Para identificar os tipos de mveis fabricados, foi realizado um
levantamento atravs de bancos de dados do INTERSIND.
20
3.3. Estado da arte da conformidade ergonmica na fabricao de mveis
residenciais de madeira e derivados
Atualmente, h uma forte tendncia no mercado moveleiro quanto
inovao e qualidade dos produtos. As novas opes em materiais e a
necessidade crescente de adequao do produto s caractersticas de cada
consumidor esto fazendo surgir inmeras opes em mveis, que variam na
cor, forma, uso de materiais, desenho e funcionalidade. Neste sentido, foram
realizadas observaes e comparaes entre os mveis escolhidos, visando o
estado da arte de mveis produzidos no plo moveleiro de Ub e regio.
3.4. Definio de critrios de conformidade ergonmica
Os critrios de conformidade ergonmica foram definidos para cada linha
de mvel fabricado, de acordo com os princpios ergonmicos de antropometria
e os aspectos de segurana para o usurio. Os critrios foram identificados,
inclusive, durante o processo de levantamento de dados, conforme o Quadro 1.
QUADRO 1 Principais itens de avaliao ergonmica de mveis residenciais de
madeira.
MVEL
CRITRIOS ERGONMICOS
Material de estrutura. Material que compe os sofs (madeira, tecido, couro etc.). Dimenses internas e externas das partes que compem os sofs (comprimento, largura, altura). Inclinao entre o assento e o encosto. Caractersticas do estofamento (mola, espuma). Nmero de lugares. Caractersticas do revestimento (cor, material, brilho etc.). Caractersticas dos ps (material, dimetro, altura). Estabilidade. Presena de quinas e bordas retas.
SOFS
Disponibilidade e facilidade de entendimento do manual de montagem Material que compe as camas (madeira macia, derivado de madeira etc.).
CAMAS
Dimenses das partes que compem as camas (comprimento, largura, altura).
(continua...)
21
Nmero de lugares. Caractersticas do revestimento (cor, material etc.). Caractersticas das ripas dos estrados. (Espessura, largura, altura at o piso, espaamento) Estabilidade. Presena de quinas e bordas retas.
Disponibilidade e facilidade de entendimento do manual de montagem. Material que compe os guarda-roupas (madeira, vidro, metal, plstico etc.). Dimenses internas e externas dos guarda-roupas (comprimento, largura, altura). Dimenses das partes que compem os guarda-roupas (comprimento, largura, altura). Caractersticas do revestimento (cor, material etc.). Nmero de portas e de gavetas externas e internas. Caractersticas do espao interno do guarda-roupa. Formato, tamanho e demais caractersticas dos puxadores das portas. Altura mxima das prateleiras superiores. Foras para abrir e fechar as portas, gavetas e calceiros. Estabilidade. Presena de quinas e bordas retas.
GUARDA ROUPAS
Disponibilidade e facilidade de entendimento do manual de montagem. Material que compe as cadeiras (madeira, tecido, plstico etc.). Dimenses das partes que compem as cadeiras (comprimento, largura, altura). Caractersticas do revestimento (cor, material etc.). Caractersticas do estofamento. Inclinao entre o assento e o encosto. Presena de espao livre entre assento-encosto. Presena de apoio para o antebrao. Tipo de borda anterior do assento: arredondada ou no. Estabilidade. Presena de quinas e bordas retas.
CADEIRAS
Disponibilidade e facilidade de entendimento do manual de montagem. Material que compe as mesas (madeira, vidro, pedra). Dimenses (comprimento, largura, altura). Formato da mesa (redonda, quadrada, retangular). Caractersticas do revestimento (cor, material etc.). Nmero de lugares. Estabilidade. Presena de quinas e bordas retas.
MESAS
Disponibilidade e facilidade de entendimento do manual de montagem.
22
3.4.1. Dimenses e demais caractersticas dos mveis
As dimenses dos mveis foram obtidas por meio de medies diretas
dos mveis, utilizando instrumentos como gonimetro, trenas graduadas e fitas
mtricas.
Os dados obtidos na coleta foram confrontados com as recomendaes
do Selo de Garantia do Programa de Qualidade do Mvel Brasileiro da
ABIMVEL (2003), com a Norma Brasileira NBR 15164/2004 para mveis
estofados Sofs, alm das recomendaes de PANERO e ZELNIK (2002),
GOMES (2003), NICHOLL e BOUERI (2001a) e dados antropomtricos do INT
(1995).
Para efeito de comparao, as dimenses dos mveis atenderam s
principais variveis antropomtricas, tais como:
- Mesas: largura corporal mxima.
- Guarda-roupas: alcances mnimos e mximos; dimetro de
empunhadura e espao para mos dos puxadores de portas e gavetas;
- Cadeiras e sofs: altura fossa popltea; largura do quadril, profundidade
ndega poplteal para pessoa sentada; largura do trax;
- Camas: estatura, largura do trax ombro a ombro etc.
O Quadro 2 apresenta as variveis antropomtricas utilizadas no presente
trabalho.
QUADRO 2 Variveis antropomtricas utilizadas no trabalho
Medidas antropomtricas Descrio Figura
Altura popliteal Distncia vertical da curva interna do joelho (poplteo) ao solo.
Profundidade ndega
- popliteal, sujeito
sentado
Distncia pstero-anterior do plano mais posterior das ndegas (zonale glutae) curva interna do joelho (poplteo).
(continua...)
23
Largura do quadril,
sujeito sentado
Distncia horizontal entre as superfcies mais laterais do corpo, ao nvel dos trocanteres maiores (entre a zonale glutae laterale direita e a zonale glutae laterale esquerda), estando o sujeito sentado.
Altura do cotovelo
assento
Distncia vertical da ponta do cotovelo (olekranion inferius) ao assento, estando o antebrao flexionado, formando um ngulo de 90 graus com o brao.
Alcance dos braos,
sentado
Distncia pstero-anterior do plano de referncia extremidade pulpar do dedo mdio (daktylion III), estando os antebraos flexionados formando um ngulo de 90 graus com os braos.
Largura de cotovelo a
cotovelo, sujeito
sentado
Distncia horizontal entre os pontos mais laterais dos cotovelos (entre o carpi radialis longus direito e o carpiradialis longus esquerdo), estando os antebraos flexionados, formando um ngulo de 90 graus com os braos.
Largura do trax entre
as axilas, sujeito
sentado
Distncia horizontal entre as axilas (entre o axillare direito e o axillare esquerdo).
Alcance vertical de
apreenso Distncia vertical da capacidade de apreenso da mo ao solo.
Estatura Distncia vertical do vrtice (vertex) ao solo.
(continua...)
24
Largura da mo, no
metacarpo
Distncia entre os pontos mais laterais da mo, nos metacarpos dos dedos indicador e mnimo (entre o metacarpale radii e o metacarpale ulnae).
Espessura da mo
Distncia entre os pontos mais proeminentes do metacarpo III, nas superfcies dorsal e palmar da mo (entre o metacarpale III dorsalis e o metacarpale III palmaris).
Inclinao de conforto
do tronco ngulo de inclinao do tronco para trs
Fonte: Adaptado do (INT, 1995).
As caractersticas fsicas do mvel foram avaliadas atravs de
formulrios especficos (Anexos, 2, 3, 4, 5 e 6). Foram coletados dados
relacionados ao dimensionamento, material e revestimento. Para cada tipo de
mobilirio foram avaliados itens especficos. A quantidade de mveis
analisados para cada item encontra-se nos Quadros 3, 4, 5, 6 e 7. As
dimenses avaliadas nos mveis esto representadas nas Figuras 2,3,4 e 5.
QUADRO 3 Nmero de amostras avaliadas em sofs
sofs
Caractersticas Aspectos especficos Lugares Quantidade
avaliada 2 lugares 6 Largura 3 lugares 15
Dimenses Externas
Profundidade 19 2 lugares 7 Largura 3 lugares 15 Assento
profundidade 23 2 lugares 7 Largura 3 lugares 15
Altura 25 Encosto
Profundidade 19 Largura 22 Altura 20 Apoio do brao Profundidade 22 Largura 5
Dimenses e demais
caractersticas
P Altura 23
(continua...)
25
Profundidade 5 Dimetro 18
Material 23 Inclinao entre o assento e o encosto
26
Madeira interna 26 Estofamento 26
Revestimento 26 QUADRO 4 Nmero de amostras avaliadas em camas
Camas
Caractersticas Aspectos especficos Lugares Quantidade
avaliada 1 lugar 6 Largura 2 lugares 13
Dimenses Externas
Profundidade 16 1 lugar 5 Largura 2 lugares 12
Dimenses internas
Profundidade 20 Espessura 15 Altura 19 Altura at o piso
18 Barra lateral
Profundidade 21 1 lugar 6 Largura 2 lugares 15
Altura 20 Inclinao 21
Cabeceira
Espessura 13 Largura 18 Altura 14 P Profundidade 18 N. de Ripas 16 Largura 17 Espessura 11 Espaamento entre as ripas
15 Ripas do estrado
Altura at o piso
18
Material 21
Dimenses e demais
caractersticas
Revestimento 21
QUADRO 5 Nmero de amostras avaliadas em guarda - roupas
Guarda - roupas
Caractersticas Aspectos especficos Lugares Quantidade
avaliada 3 Portas 4
Dimenses Externas
Largura 4portas 9
(continua...)
26
5 Portas 4 6 portas 13
Profundidade 31
Altura 31 Largura 112 Altura 112
Gavetas internas
Profundidade 112 Largura 91 Altura 91
Gavetas externas
Profundidade 91 Largura 30 Altura 30 Altura at o piso 30
Portas
Espessura 31 Altura interna 20 Altura at o piso 26 Distncia at a porta
19
Material 31
Puxadores das portas
Espessura 20 Comprimento 48 Altura at o piso 66 Puxadores das Gavetas
externas Distncia at a gaveta
38
Dimenses do apoio no piso Altura
23
ltima prateleira Altura at o piso 28 Dimenses Internas Profundidade
24
Largura 27 Altura 24 Altura at o piso 24 Espessura 18 Dimetro 6 Distncia at a prateleira acima
28
Cabideiros
Distncia at a prateleira abaixo
37
Largura 24 Profundidade 24 Dimetro 17 N. de traves 25 Distncia at a prateleira acima
27
Distncia at a prateleira abaixo
28
Calceiro
Distncia at a prateleira traves
26
Portas 31 Laterais 31 Material Fundos 31
Dimenses e demais
caractersticas
Revestimento 31
27
QUADRO 6 Nmero de amostras avaliadas em cadeiras
Cadeiras
Caractersticas Aspectos especficos Quantidade avaliada Largura 10 Altura at o piso 15
Dimenses do assento
profundidade 14 Largura 15 Altura 15
Dimenses do encosto
Espessura 8 Largura 13 Altura 13 Profundidade 14
Dimenses do p
Material 15 Inclinaes de assento /encosto 10
Material 14
Estofamento 15
Revestimento do encosto 15
Dimenses e demais
caractersticas
Revestimento do assento 15
QUADRO 7 Nmero de amostras avaliadas em mesas de jantar
Mesa de jantar
Caractersticas Aspectos especficos Lugares Quantidade
avaliada 4 lugares 4 Largura 6 lugares 9
Altura at o piso 15 4 lugares 4
Dimenses da mesa
Comprimento 6 lugares 9
Dimenses do Tampo Espessura
14
Mesa e cadeira
Distncia entre assento da cadeira e o tampo da mesa
14
Largura 14 Altura 14 Dimenses do P Profundidade 13
Material 14 Material de complemento
14
Dimenses e
demais caractersticas
Revestimento 14
28
Figura 2 Dimenses avaliadas em sofs
29
Figura 3 Dimenses avaliadas em camas
30
Figura 4 Dimenses avaliadas em guarda-roupas
31
Figura 5 Dimenses avaliadas em cadeiras e mesas de jantar
32
3.4.2. Determinao das foras envolvidas
Para a realizao da determinao dos esforos musculares e da anlise
biomecnica, os dados foram levantados por meio de medies diretas das
foras envolvidas na utilizao dos mveis, com o uso de uma clula de carga
da marca Kratos, modelo IDDK, com capacidade de at 1.000 N. Na
determinao das foras envolvidas foram coletados dados em guarda-roupas,
onde foram avaliadas as foras de abrir e fechar portas, gavetas e calceiros
mveis.
3.4.3. Usabilidade
Para determinao dos esforos musculares, os dados foram
levantados por meio de medies diretas das foras envolvidas no uso dirio
dos mveis, tais como, abrir e fechar portas e gavetas. As foras foram
avaliadas por meio de uma clula de carga da marca Kratos, modelo IDDK,
com capacidade de at 1.000 N.
3.4.5. Aspectos de segurana Os aspectos de segurana do mvel foram avaliados com base em
caractersticas como:
- Presena de arestas cortantes e quinas salientes, que possam
provocar cortes e hematomas, respectivamente;
- Material de revestimento, criando reflexos e ofuscamentos;
- Estabilidade do mvel.
3.4.6. Manual de montagem de utilizao e de conservao
Das cinqenta indstrias pesquisadas, somente dez disponibilizaram os
manuais de montagem de seus mveis para anlise. Nesta etapa de avaliao
foram considerados aspectos de conformidade ergonmica, relacionada
montagem do mvel, onde foram avaliadas a disponibilidade de manual para
montagem e explicao de passos de montagem.
Foi, tambm, avaliada a qualidade das informaes contidas no manual,
ou seja, a qualidade da informao impressa, a relao e especificao de
parafusos e de peas de madeira e recomendaes sobre limpeza e
conservao do produto.
33
4. RESULTADOS E DISCUSSO 4.1. Principais tipos de mveis fabricados pelas empresas moveleiras
localizadas em Ub e regio
Entre as 99 indstrias associadas atualmente ao INTERSIND verificou-
se que 24,6% delas fabricam camas, 19,1% fabricam guarda-roupas, 18,1%
fabricam sofs