Avaliação Técnica de Um Carregador Florestal

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Avaliação Técnica de Um Carregador Florestal

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  • Ambincia Guarapuava, PR v.5 n.1 p.13 - 26 Jan./Abr. 2009 ISSN 1808 - 0251Recebido para publicao em 05/09/2007 e aceito em 26/08/2008

    Avaliao tcnica de um carregador florestal com diferentes sortimentos de madeira

    Technical assessment of a forest loader with different assortments of wood

    Maria Dolores dos SantosEduardo da Silva Lopes

    Andrea Nogueira DiasAdisnei Barzotto Ribeiro

    Resumo

    Este trabalho teve por objetivo realizar a avaliao tcnica de um carregador florestal na operao de carregamento com diferentes sortimentos de madeira. Os dados foram coletados em reas de colheita de madeira de uma empresa florestal na regio Sul do Brasil, no carregamento de toras de Pinus taeda e Eucalyptus grandis. A anlise tcnica abordou o estudo de tempos e movimentos, onde a operao de carregamento foi dividida em fases do ciclo de trabalho, analisadas individualmente. Para anlise dos dados consideraram-se como tratamentos os diferentes tipos e comprimentos de toras e, como repetio, o nmero de veculos. Os dados foram submetidos ao Teste de Bartllet para verificao da homogeneidade das varincias dos tratamentos e (submetidos) Anlise de Varincia. Os resultados mostraram que os elementos arrumao de pilha e arrumao de carga contriburam juntos com mais de 70% do tempo total do ciclo operacional; estes foram influenciados pela baixa qualidade das pilhas de madeira localizadas nas margens das estradas. O tempo total mdio da operao de carregamento foi de dezoito minutos, equivalente a uma produtividade mdia de 140,7 toneladas por hora efetiva de trabalho

    1 Bolsista de Iniciao Cientfica do CNPq/Departamento de Engenharia Florestal da UNICENTRO-Irati; E-mail: [email protected]

    Dr.; Engenheiro Florestal; Professor do Departamento de Engenharia Florestal da UNICENTRO-Irati; E-mail: [email protected]

    Dra.; Engenheira Florestal; Professora do Departamento de Engenharia Florestal da UNICENTRO-Irati; E-mail: [email protected]

    4 Aluno de graduao do curso de Engenharia Florestal da UNICENTRO-Irati; E-mail: [email protected]

  • Ambincia - Revista do Setor de Cincias Agrrias e Ambientais V. 5 N. 1 Jan./Abr. 2009

    e eficincia mdia 1,8%. A eficincia no carregamento das toras de comprimento de 5,0 m foi superior ao carregamento de toras de menor comprimento.

    Palavras-chave: carregamento de madeira; produtividade; anlise tcnica.

    Abstract

    The research objective was to technically assess a forestry loader in the operation of loading different assortments of wood. The data were collected at wood harvest areas of a forest company in the South Region of Brazil, during the log loading of Pinus taeda and Eucalyptus grandis. The technical analysis included a motion and time study. The log loading operation was divided into phases of the job cycle, which were analyzed individually. For the purposes of data analyses, the different log types and lengths were considered as treatments, and the amount of vehicles as repetitions. The data were submitted to the Bartllet Test in order to verify the variance homogeneity of the treatments that were the object of Variance Analysis. The results showed that the treatments of log pile arrangement and load arrangement contributed together in more than 70% of the total operational cycle, and were both influenced by the poor quality of wood piles at the road sides. The average total time of the log loading operation was 18 minutes, equivalent to an average productivity of 140,7 tons per effective work hour and average efficiency of 1,8%. The loading efficiency of logs with a length of 5,0 m was superior to the loading of logs with a shorter length.

    Key words: log loading; productivity; technical analysis.

    Introduo

    A mecanizao da colhei ta florestal no Brasil intensificou-se significativamente a partir da dcada de 90, principalmente com a abertura do mercado, pelo governo brasileiro, importao de mquinas e equipamentos de pases de maior tradio florestal. Alm disso, outros fatores contriburam para a mecanizao, como aumento da produtividade das florestas, aumento

    nos custos da mo-de-obra, necessidade de execuo do trabalho com maior segurana operacional e necessidade de reduo dos custos de produo. Essas circunstncias levaram muitas empresas brasileiras a passarem da colheita manual ou semi-mecanizada para sistemas totalmente mecanizados, com mquinas de alta tecnologia, produtividade e custos (LOPES et al., 006).

    Segundo Souza et al. (006), existe uma tendncia mundial para o aumento

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    do consumo de madeira, sendo que, no Brasil, haver um crescimento mdio em torno de % ao ano. Permanecendo esta tendncia, aumenta a responsabilidade da colheita florestal para que atenda este incremento na demanda. Alm disso, deve-se ressaltar que as atividades de colheita florestal representam o maior custo dentre todas as operaes, podendo alcanar mais de 50% dos custos totais da madeira posta na indstria (MACHADO e LOPES, 000). Assim, torna-se importante a realizao de estudos que busquem a reduo dos custos operacionais, o que implica a necessidade de aumento no rendimento das operaes de colheita e reduo dos custos (SILVA et al., 00).

    De acordo com Machado (00), nas operaes de colheita florestal, o melhor desempenho depende diretamente do conhecimento do volume da floresta, das condies locais, do planejamento criterioso das operaes de corte, extrao, carregamento, transporte e descarregamento.

    O carregamento refere-se operao em que a madeira colocada no veculo de transporte, sendo o meio de ligao entre a extrao e o transporte principal, podendo ser realizada de forma manual ou mecanizada, sendo este ltimo o mais utilizado pelas empresas devido sua elevada eficincia operacional (MINETTE et al., 00). As operaes de carregamento e descarregamento de madeira influenciam diretamente na produtividade do veculo e no custo do transporte. Conway, (1976) citado por Costa et al. (00), afirma que o tempo de espera para o carregamento e descarregamento a principal causa de demoras nessas operaes. Para

    Machado (1984), a eficincia operacional das mquinas, o arranjo, o tipo de madeira a ser manuseada, a habilidade e o treinamento do operador podem ser considerados tambm como (outros) fatores que influenciam na produtividade da operao. Portanto, o carregamento de madeira deve ser bem planejado e realizado com eficincia, pois influencia tanto a produtividade quanto o custo do transporte at a indstria.

    A reduo no tempo de carregamento e descarregamento proporciona ainda um aumento nas horas efetivas de trabalho dos veculos de transporte e no rendimento pelo maior nmero de viagens realizadas por dia, aumentando, conseqentemente, o volume de madeira transportada por unidade de tempo e reduzindo o custo do transporte da madeira (COSTA et al., 00).

    O objetivo deste trabalho foi realizar uma anlise tcnica de um carregador florestal na operao de carregamento com diferentes sortimentos de madeira, visando subsidiar o planejamento e melhor aproveitamento dos recursos disponveis.

    Material e Mtodos

    Caracterizao da rea de estudo

    O estudo foi realizado em reas pertencentes a uma empresa florestal na Regio Sul do Brasil, em zona bioclimtica caracterizada por altitudes entre 650 e 700 m e vegetao do tipo Floresta Ombrfila Mista. O clima da regio, segundo a classificao de Kppen, Cfb, subtropical mido mesotrmico (veres quentes e geadas pouco freqentes no

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    inverno). A precipitao mdia anual de 1.490 mm, distribudos ao longo dos meses do ano.

    Descrio do Sistema de Colheita da Madeira

    O sistema de colheita da madeira utilizado na empresa denominado de rvore inteiras, onde as operaes de derrubada e empilhamento so realizadas por um feller-buncher e o arraste das rvores at a beira da estrada com uso de um skidder. O processamento e sortimento das toras na beira da estrada so realizados por um cabeote harvester. Na operao de carregamento da madeira so utilizados carregadores florestais, composto por uma escavadeira de acionamento hidrulico. A jornada de trabalho na empresa distribuda em trs turnos de oito horas e composta por quatro equipes por turno.

    Descrio do Equipamento Avaliado

    O carregador florestal analisado composto por uma escavadeira de acionamento hidrulico de esteiras, marca Caterpillar CAT 1 L, motor 066T, Cat Diesel, potncia nominal de 18 HP e equipado com garra marca J de Souza de rea til de 1 m, (Figura 1).

    Coleta dos Dados

    Os dados foram coletados nas operaes de carregamento de toras de pnus e eucalipto em veculos de carga articulados tipo bitrem, com capacidade de carga bruta de 57 toneladas. As toras possuam comprimento mdio de ,60 m; 4,80 m e 5,0 m e dimetro entre 8 e 40 cm, sendo destinadas ao processo fabril e ao mercado de toras. O carregamento das toras no veculo de transporte realizado no sentido longitudinal.

    Figura 1. Carregador florestal utilizado no estudo

    Fonte: Klabin Florestal - Monte Alegre, 2007

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    Anlise Tcnica

    A anlise tcnica do carregador florestal foi realizada por meio de um estudo de tempos e movimentos, analisando os elementos do ciclo operacional, as interrupes operacionais e no operacionais a produtividade e a eficincia operacional.

    Estudo de Tempos e Movimentos

    Foi utilizado o mtodo de tempos contnuos, onde o ciclo operacional do carregamento foi subdividido nas seguintes atividades parciais: Arrumao de Pilha (AP); Deslocamento de Grua Carregada (DGC); Arrumao de Carga (AC) e Deslocamento de Grua Vazia (DGV). As interrupes foram subdivididas em operacionais e no operacionais. As interrupes operacionais compreenderam a manuteno corretiva, abastecimento e lubrificao, emisso de nota, deslocamentos internos e aguarde de veculo de transporte, enquanto as interrupes no operacionais referiram-se realizao de refeies e outras necessidades bsicas. No estudo foi utilizado cronmetro centesimal, prancheta e formulrios especficos.Determinao da Produtividade

    A produt iv idade mdia do carregador florestal foi dada em toneladas por hora efetiva de trabalho por meio da seguinte expresso:

    Onde:Pr= produtividade (tonelada/hora efetiva);

    t= toneladas de madeira carregada (obtido atravs da balana da fbrica);he= horas efetivamente trabalhadas.

    Eficincia Operacional

    A ef ic incia operacional definida como a percentagem do tempo efetivamente trabalhado, em relao ao tempo total programado para o trabalho. A eficincia operacional da mquina foi obtida por meio da determinao dos tempos de trabalho efetivo dividido pelo tempo total de trabalho programado, por meio da seguinte expresso:

    Onde: E.O.= Eficincia operacional;

    T T = Te m p o e f e t i v a m e n t e trabalhado;TP= Tempo programado para o trabalho.

    Delineamento Estatstico

    Para a realizao do estudo, foram estabelecidos trs tratamentos, diferenciados segundo a espcie e os sortimentos de madeira carregada sobre o veculo de transporte, os quais foram:

    - Tratamento : Carregamento de toras de pnus com comprimento de ,60 m;

    - Tratamento : Carregamento de toras de pnus com comprimento de 5,0 m; e

    - Tratamento : Carregamento de toras de eucalipto com comprimento de 4,80 m.

    SANTOS, M.D. et al.

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    Os tratamentos e corresponderam madeira de Pnus taeda processada na margem da estrada aps a realizao da extrao, enquanto o tratamento correspondeu madeira de Eucalyptus grandis, processada no interior do talho e baldeada para a margem da estrada.

    Inicialmente, os dados obtidos foram analisados pelo Teste de Bartlett para verificao da homogeneidade das varincias dos tratamentos. A comparao estatstica entre os resultados dos tratamentos foi feita pela anlise de varincia, utilizando o delineamento inteiramente casualizado. Havendo diferena significativa, procedeu-se ao teste de comparao de mdias, utilizando o Teste de Tukey, ao nvel de 5% de probabilidade, aplicados s variveis de interesse (AP, DGC, AC e DGV), nos diferentes tipos e sortimentos de madeira.

    Resultados e Discusso

    Estudo de Tempos e MovimentosA constituio mdia dos elementos

    do ciclo operacional do carregador

    florestal na operao de carregamento com diferentes sortimentos de toras mostrada nas figuras , e 4. Como pode ser observado na figura , para o Tratamento 1 (pnus ,60 m), os elementos que consumiram a maior parte do tempo do ciclo operacional foram a arrumao de carga e a arrumao de pilha, com 49,1 e ,4%, do tempo total, respectivamente. O elevado tempo de arrumao de carga foi devido baixa qualidade das pilhas de madeira na beira da estrada, o que interferiu no carregamento e organizao das toras sobre o veculo de transporte. Os resultados mostraram a necessidade de melhorias na operao de processamento, sortimento e empilhamento das toras na beira da estrada, de forma a permitir maior eficincia no carregamento e transporte principal.

    A figura mostra os elementos parciais do ciclo operacional do carregador florestal no carregamento de toras de pnus com 5,0 m (Tratamento ). Como foi observado, os elementos arrumao de pilha e de carga contriburam juntos com 71,% do tempo total do ciclo

    Figura 2. Composio percentual do ciclo operacional do carregador florestal na operao de carregamento de toras de pinus com ,60 m

    Fonte: Os autores

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    operacional. Tal situao tambm foi influenciada pela baixa qualidade das pilhas de madeira na beira da estrada. Alm disso, a existncia de toras com diferentes sortimentos, localizadas prximo s pilhas de sortimento de 5,0 m influenciou negativamente no desempenho do operador, pois o mesmo precisava freqentemente interromper a operao para separar as toras no solo.

    importante ressaltar que a necessidade de bateo de cargas ocasiona perdas significativas de tempo na operao de carregamento e,

    consequentemente, perda de produtividade e aumento nos custos operacionais, alm de reduo da disponibilidade mecnica e vida til do conjunto (LOPES et al., 006).

    Como pode ser visto na figura 4, no carregamento de toras de eucalipto com sortimento de 4,80 m (Tratamento ), o elemento que consumiu a maior parte do tempo do ciclo operacional foi arrumao de carga com 46,7% do tempo total, ocasionado pelo deslizamento das toras descascadas no interior do talho, baldeadas e empilhadas na margem da estrada.

    Figura 4. Composio percentual do ciclo operacional do carregador florestal na operao de carregamento de toras de eucalipto com 4,80 m

    Figura 3. Composio percentual do ciclo operacional do carregador florestal na operao de carregamento de toras de pinus com 5,0 m

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

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    O tempo mdio efetivo dos elementos do ciclo operacional e o tempo total do carregador florestal para os tratamentos avaliados so mostrados na tabela 1. Como pode ser observado, o menor tempo mdio efetivo do ciclo operacional do carregador foi no carregamento de toras de eucalipto com 1,6 minutos, enquanto o maior tempo mdio efetivo foi no carregamento de toras de pnus de 5,0 m, com ,1 minutos.

    Na operao do carregador florestal, a constituio mdia dos tempos dos elementos do ciclo operacional em funo do tempo global utilizado mostrada na figura 5. Como pode ser

    observado, o tempo total operacional correspondeu em torno de 0%, enquanto as interrupes corresponderam em torno de 70%, sendo este bastante expressivo, ocorrendo devido ao elevado tempo de espera do carregador florestal pelos veculos de transporte.

    A distribuio percentual das interrupes operacionais e no operacionais mdias observadas no ciclo operacional do carregador apresentada na figura 6. importante destacar que o elemento aguardando veculo de transporte correspondeu, em mdia, a mais de 50% do tempo total das interrupes. Essa situao foi observada

    Figura 5. Composio percentual do tempo operacional e interrupes

    Tratamentos N de veculos amostradosTempo mdio de carregamento (min.) Tempo (min.)AP DGC AC DGV Total

    Pinus ,60 m 8 ,68 ,91 8,07 1,76 16,4Pinus 5,0 m 8 8,89 4,41 7,8 1,98 ,1Eucalipto 4,80 m 8 ,65 ,70 6, 1,89 1,6Nota: AP = Arrumao de Pilha, DGC = Deslocamento de Grua Carregada, AC = Arrumao de Carga, DGV = Deslocamento de Grua Vazia.

    Tabela 1. Tempos mdios dos elementos do ciclo operacional e total do carregador florestal nos diferentes sortimentos de toras

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

  • nos trs tratamentos, explicada pela localizao das frentes operacionais de colheita em regies distintas e devido s grandes distncias de transporte. Portanto, para a otimizao das operaes de carregamento e transporte florestal torna-se necessrio melhor planejamento das operaes, alocando as frentes operacionais prximas uma das outras e disponibilizando veculos para o carregamento.

    Os elementos deslocamentos internos da mquina entre talhes (17,1%), manuteno corretiva (10,6%) e refeies (9,%), foram as principais causas das interrupes, que contriburam para a baixa eficincia do equipamento nas operaes de carregamento com diferentes sortimentos.

    Produtividade e Eficincia Operacional

    O tempo total mdio geral das operaes de carregamento foi de 18 minutos, acarretando uma produtividade mdia de 140,7 toneladas por hora efetiva de trabalho. A tabela apresenta

    a produtividade em toneladas por hora efetiva de trabalho e a eficincia operacional do carregador florestal nos trs tratamentos avaliados.

    Como pode ser observado, o c a r r e g a d o r a p r e s e n t o u m a i o r produtividade no carregamento de toras de eucalipto com 176,5 toneladas, seguido pelas toras de pnus de ,60 m, com produtividade mdia de 141,5 toneladas por hora. A melhoria da produtividade e a eficincia do carregador em todas as situaes avaliadas poder ser alcanada com a melhor organizao das pilhas de toras na margem da estrada, possibilitando, conseqentemente, a reduo dos tempos improdutivos de arrumao de cargas e de pilhas. Alm disso, ganhos na disponibilidade mecnica e na eficincia operacional da mquina podero ser obtidos com a reduo da necessidade de bateo de cargas.

    Anlise Estatstica

    Na anlise estatstica foram comparados o tempo das variveis

    Figura 6. Composio percentual das interrupes operacionais e no operacionais, durante o ciclo operacional do carregamento de madeira

    Fonte: Os autores

    SANTOS, M.D. et al.

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    de interesse do ciclo operacional do carregador florestal (AP, DGC, AC e DGV) e a produtividade e eficincia operacional para os diferentes sortimentos de madeira estudada.

    Arrumao da Pilha

    De acordo com as anlises estatsticas apresentadas na tabela , referente ao elemento Arrumao de Pilha, pde-se observar que o comprimento da madeira influenciou significativamente nesta varivel, conforme a significncia do Teste F. Como apresentado na tabela 4, o teste de Tukey revelou que o tratamento (pnus 5,0 m) foi estatisticamente diferente em relao

    aos demais tratamentos. Tal fato deveu-se maior dificuldade de realizao da atividade de arrumao de pilha em toras de maior comprimento. Os tratamentos 1 e , pnus ,60 m e eucalipto 4,80 m, respectivamente, no apresentaram diferena estatstica entre si.

    Deslocamento da Grua Carregada

    A tabela 5 mostra que houve diferena significativa, pelo teste F ao nvel de 5% de significncia, para a varivel, Deslocamento da Grua Carregada (DGC). De acordo com o teste de Tukey, cujos resultados so apresentados na tabela 6, verificou-se que o tempo mdio de DGC do tratamento (pnus 5,0 m)

    Tabela 2. Produtividade mdia do carregador florestal nos tratamentos avaliados

    Tratamento Tipo Madeira Sortimento (m) Produtividade (ton/hora)Eficincia Operacional (%)

    Pinus ,6 141,5 1,4 Pinus 5, 104, 8,4 Eucalipto 4,8 176,5 5,6Mdia - - 140,7 1,8

    Fonte da Variao SQ Gl MQ F F crticoEntre grupos 178,91 89,46 46,6** ,47Dentro dos grupos 40,55 1,90Total 19,44 Nota: ** significativo a 95% de probabilidade.

    Tabela 3. Resultados da ANOVA para a varivel Arrumao da Pilha

    Tabela 4. Teste de Tukey para comparao das mdias de Arrumao da Pilha, a 5% de significncia

    Tratamentos N de veculos Produtividade mdia (m/h) ComparaesPinus ,60 m 8 ,7 aPinus 5,0 m 8 8,9 bEucalipto 4,80 m 8 ,7 a

    Fonte: autores

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

  • foi estatisticamente diferente em relao aos demais tratamentos. Os tratamentos 1 e , pnus ,60 m e eucalipto 4,80 m, respectivamente, no apresentaram diferena estatstica entre si.

    Arrumao da Carga

    A anlise estatstica apresentada na tabela 7 refere-se varivel Arrumao da Carga, onde se observou no haver diferena significativa entre os tratamentos, pois o F calculado foi no significativo. Esse resultado confirma que o comprimento da tora no interfere no tempo de arrumao da carga, pois em todas as situaes estudadas, as toras so depositadas no veculo de transporte

    no sentido longitudinal. Entretanto, importante ressaltar que o tempo de arrumao de carga deve ser eliminado por meio de uma melhor organizao da madeira na margem da estrada, por ocasio da extrao e processamento da madeira.

    Deslocamento da Grua Vazia

    A anlise estatstica apresentada na tabela 8 refere-se ao elemento do ciclo operacional Deslocamento da Grua Vazia. Como pode ser observado, os tratamentos no diferiram estatisticamente entre si, explicado pelo fato de que, o comprimento das toras no apresenta influncia no tempo consumido para deslocamento da grua vazia.

    Fonte da Variao SQ gl MQ F F crticoEntre grupos 1,858 6,99 ,40 ** ,47Dentro dos grupos 6,184 0,96Total 0,076 Nota: ** significativo a 95% de probabilidade.

    Tabela 5. Resultados da ANOVA para a varivel, Deslocamento da Grua Carregada

    Tabela 6. Teste de Tukey para comparao das mdias de Deslocamento da Grua Carregada, a 5% de significncia

    Tratamentos N de veculos Produtividade mdia (m/h) ComparaesPinus ,60 m 8 ,9 aPinus 5,0 m 8 4,4 bEucalipto 4,80 m 8 ,7 a

    Fonte da Variao SQ gl MQ F F crticoEntre grupos 14,08 7,041 1,75ns ,47Dentro dos grupos 84,40 4,016Total 98,4 Nota: ns - no significativo a 95% de probabilidade.

    Tabela 7. Resultados da ANOVA para a varivel Arrumao da Carga

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

    SANTOS, M.D. et al.

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    Tabela 8. Resultados da ANOVA para a varivel, Deslocamento da Grua VaziaFonte da Variao SQ gl MQ F F crticoEntre grupos 0,199 0,0995 1,0ns ,47Dentro dos grupos ,041 0,097Total ,40 Nota: ns - no significativo a 95% de probabilidade.

    Eficincia Operacional e Produtividade

    A tabela 9 mostra que houve diferena significativa, pelo teste F ao nvel de 5% de significncia, para a Eficincia Operacional. De acordo com o teste de Tukey, cujos resultados so apresentados na tabela 10, pode-se verificar que a eficincia mdia do tratamento 1 (pnus ,60 m) foi estatisticamente diferente em relao aos demais tratamentos.

    Os tratamentos e , pnus 5,0 m e eucalipto 4,80 m, respectivamente, no apresentaram diferena estatstica entre si. A baixa eficincia operacional observada em ambos os tratamentos foi ocasionada pelo elevado tempo em que a mquina permaneceu aguardando os veculos de transporte principal.

    A anlise estatstica apresentada na tabela 11 refere-se Produtividade do Carregamento, onde se observou que houve diferena significativa, pelo teste F

    Fonte da variao SQ gl MQ F F crticoEntre grupos 0909,6 10454,8 10,81 ** ,4668Dentro dos grupos 011,4 967,Total 411,1 Nota: ** significativo a 95% de probabilidade.

    Tabela 11. Resultados da ANOVA para Produtividade do Carregamento

    Tabela 10. Teste de Tukey para comparao das mdias de Eficincia do Carregamento, a 5% de significncia

    Tratamentos N de veculos Produtividade mdia (m/h) ComparaesPinus ,60 m 8 1,6 aPinus 5,0 m 8 16,4 bEucalipto 4,80 m 8 ,1 b

    Fonte da Variao SQ gl MQ F F crticoEntre grupos 8,10 191,55 18,5 ** ,47Dentro dos grupos 17,9 10,5Total 600,49 Nota: ** significativo a 95% de probabilidade.

    Tabela 9. Resultados da ANOVA para Eficincia do Carregamento

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

    Fonte: Os autores

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    Tabela 12. Teste de Tukey para comparao das mdias de Produtividade do Carregamento, a 5% de significncia

    Tratamentos N de veculos Produtividade mdia (m/h) ComparaesPinus ,60 m 8 141,5 APinus 5,0 m 8 104, AbEucalipto 4,80 m 8 176,5 b

    ao nvel de 5% de significncia. De acordo com o teste de Tukey, cujos resultados so apresentados na tabela 1, pde-se verificar que o tratamento (eucalipto 4,80 m) apresentou maior produtividade no carregamento de toras de eucalipto com 4,80 m, seguido pelas toras de pnus de ,60 m.

    Concluses

    Os resultados obtidos no presente estudo permitiram concluir que,

    a) De modo geral, em todos os tratamentos estudados, o elemento Arrumao de Pilha influenciou negativamente no tempo do ciclo operacional do carregador florestal, contribuindo para perdas de produtividade e eficincia da operao.

    b) Para o aumento da eficincia operacional e produtividade do carregador florestal, tornam-se necessrias melhorias nas operaes de extrao e no processamento na margem da estrada, por meio de melhoria na qualidade do empilhamento das toras na margem da estrada.

    c) O carregador florestal apresentou baixa eficincia operacional ocasionado pelo elevado tempo em que a mquina permanece aguardando os veculos de transporte principal.

    d) O c a r r e g a d o r f l o r e s t a l apresentou maior produtividade no carregamento de toras de eucalipto com 4,80 m, seguido pelas toras de pnus de ,60 m.

    Referncias

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    SANTOS, M.D. et al.

    Fonte: Os autores

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