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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento
MARIÂNGELA CASTILHO UCHOA DE OLIVEIRA
Avaliação de alunos com Síndrome de Down da rede municipal de
ensino regular do Fundamental I pelo Protocolo para Avaliação de
Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI)
Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento
São Paulo
2019
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
MARIÂNGELA CASTILHO UCHOA DE OLIVEIRA
Avaliação de alunos com Síndrome de Down da rede municipal de
ensino regular do Fundamental I pelo Protocolo para Avaliação de
Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI)
Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como exigência
parcial para obtenção do grau de MESTRE em Distúrbios do
Desenvolvimento, do Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde.
Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Eloisa Famá D’Antino
Coorientadora: Prof.ª Dra. Silvana Maria Blascovi de Assis
São Paulo
2019
O48a Oliveira, Mariângela Castilho Uchoa de.
Avaliação de alunos com Síndrome de Down da rede municipal de ensino regular do fundamental I pelo o Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI) / Mariângela Castilho Uchoa de Oliveira.
77 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.
Orientadora: Maria Eloisa Famá D'Antino. Referências bibliográficas: f. 56-63.
1. Síndrome de Down. 2. Avaliação. 3. Educação Especial. 4. CIF. I. D'Antino, Maria Eloisa Famá, orientadora. II. Título.
CDD 371.9
Bibliotecária Responsável: Andrea Alves de Andrade - CRB 8/9204
À minha família e a todas as famílias de crianças com Síndrome de Down que buscam um mundo mais justo e mais inclusivo.
AGRADECIMENTOS
Iniciei minha jornada como mãe inquieta e angustiada com o ensino das crianças com deficiência e aqui chego como profissional realizada em busca do melhor para nossas crianças.
Confesso que como mãe as primeiras aulas do programa foram duras, que
em momentos da pesquisa chorei ao me deparar com a nossa pura e dura realidade brasileira, mas percebi que essas situações eram o combustível para seguir em frente.
Agradeço à minha querida orientadora, Prof.ª Dra. Maria Eloisa Famá
D’Antino, por orientar-me com o rigor necessário, pela exigência de resultados, por sempre acreditar em mim e na minha determinação e principalmente por compartilhar momentos inesquecíveis de boa amizade. Carinho que levo na bagagem da vida.
À minha co-orientadora, Prof.ª Dra. Silvana Maria Blascovi de Assis, pelas
dicas e correções pontuais, sempre muito assertivas e por um dos momentos mais emocionantes do meu mestrado, daqueles que palavras não explicam, mas o coração se encarrega.
Ao Prof. Dr. José Salomão Schwartzman, pelo imenso carinho com que
sempre me recebe, por cobrar o meu melhor resultado, por ajudar a me tornar uma profissional, fazendo-me deixar de lado um pouco as ideologias de quando iniciei o curso, porém entendendo muito mais sobre as deficiências e suas necessidades. Sinto-me honrada em fazer parte da sua equipe no Projeto da Bem Te Vi de Jundiaí e agradecida pelo carinho com que trata esta entidade.
Agradeço a todos os professores do programa por não me enxergarem
apenas como mãe em suas aulas e em nossas conversas. Aqui confesso que algumas vezes foram bem difíceis e doeram, mas contribuíram muito para minha formação profissional.
Aos professores que compõe esta banca, agradeço por aceitarem o convite e
contribuírem com todo este trabalho. As sugestões em minha qualificação foram muito importantes para a melhoria deste estudo.
Meu agradecimento também a todas as meninas da secretaria do programa,
que além de sempre ajudarem com tamanha gentileza, após conhecerem a minha pequena, nunca mais deixaram de perguntar da Malu com imenso carinho. Não é só sobre trabalho, é sobre ser humano!
Agradeço a CAPES pelo apoio recebido no decorrer do mestrado. Agradecimentos afetivos Sou movida por desafios, eles que me fazem buscar sempre o melhor, seja
no âmbito pessoal, familiar ou profissional e quando podemos juntar os três em um único, o desafio fica ainda melhor.
O meu desafio pessoal me incentivou a estudar mais, o familiar me fez não aceitar se não for o melhor e o profissional me fez chegar até aqui (por ora).
Primeiramente, agradeço àquela que é o sentido de tudo. Apesar do seu
pequeno tamanho e de sua pouca idade é capaz de me fazer a pessoa mais feliz do mundo. É por ela que não me acomodo e não aceito o pouco. Percebi que brigar com o mundo não adianta, mas que mostrar ao mundo é o caminho. E assim fazemos todos os dias, mostramos ao mundo o quão felizes somos e o quão capaz ela é. Obrigada, minha filha, Maria Luiza, por tudo que é, do jeitinho que é e pelo orgulho que sinto em ser sua mãe. Agradeço também por entender minha ausência em alguns momentos de brincar ao longo destes dois anos.
Em segundo lugar e não menos importante, meu amor, meu marido e meu
companheiro de vida. Meu porto seguro, o que sempre me entende e o primeiro apoiar as minhas loucuras. Uma lesão não permitiu a realização dos 42k em uma corrida, mas nesta maratona aqui não haveria obstáculo que me fizesse desistir. Obrigada por todo amor, por acreditar em meus ideais, pela caminhada e pela paciência ao longo do mestrado.
Aos meus pais que desde sempre me incentivam a ir em busca e a ser forte.
Mesmo sem entender no início essa minha vontade de voltar a estudar, ainda mais por dois anos em São Paulo, muito me apoiaram e me ajudaram no suporte com a nossa pequena. Sei do tamanho do orgulho que sentem por mim, mas foram vocês que construíram isto.
Aos meus irmãos, por serem meus amores, por aprenderem comigo sobre as
deficiências e por toda a ajuda quando precisei. Aos meus sobrinhos amados, os quais tenho maior orgulho, obrigada por aprenderem tanto e por todo amor à prima Maria Luiza.
Agradeço também às minhas tão preciosas amigas, que nunca deixaram
minha mão solta, sempre de mãos dadas comigo. Que delícia ter amigas como vocês! Obrigada por compartilharem momentos tão bons do dia a dia, por me ouvirem falar tanto de deficiências e mestrado e pela vontade de aprender comigo. Algumas presentes em minha defesa, outras apenas de coração, mas na grande torcida. Não citarei nomes para não correr o risco de ser injusta deixando alguma de fora. São muitas, de verdade! Tenho muita sorte!
Em especial, agradeço minha amiga Julianne Pesciotto, por me enxergar
como profissional antes mesmo que eu conseguisse enxergar. Por acreditar na minha vontade e na minha determinação. Obrigada por todos os conselhos, por me incentivar ao mestrado neste programa, por me ensinar a ter um olhar criterioso na educação de nossas crianças e por abrir-me as portas. Sem o seu empurrão, talvez nada disso tivesse acontecido.
Não deixo de agradecer às novas amizades que neste curso conquistei,
especialmente a boa turma do 6º andar da Piauí, sempre recebida com muito carinho. Destaco meu agradecimento à amiga Maria Claudia Arvigo, a qual compartilhei bons papos em um final de tarde pós trabalho e que gentilmente fez observações muito valiosas para esta minha dissertação. Gratidão eterna, Clau!
Às terapeutas amigas, principalmente as que atendem a Maria Luiza, por todas as dicas sobre suas profissões, muitas delas enriquecedoras para este estudo e para o meu trabalho no contexto escolar.
Por fim, agradeço imensamente a todos os profissionais das escolas públicas
que me receberam e confiaram no meu trabalho. Agradeço as Secretarias de Educação dos municípios de Jundiaí e Louveira, os diretores e coordenadores que ajudaram a tornar este trabalho possível, especialmente a todos os professores que participaram deste estudo e me proporcionaram momentos de muito aprendizado. Por vocês também é que sigo em busca, pois a jornada não é fácil para um professor, mas tenho certeza que ver um aluno com deficiência se desenvolvendo através do seu trabalho é muito recompensador.
RESUMO
A Síndrome de Down é uma das causas mais frequentes da deficiência intelectual e
com ela surge uma série de déficits no processo de desenvolvimento e de
aprendizagem, como raciocínio, solução de problemas, planejamento, entendimento
do pensamento abstrato e com isso a aprendizagem acadêmica e função adaptativa
diária. Há evidências de que a deficiência intelectual seja o maior desafio do
professor em sala de aula regular e pouco são os instrumentos padronizados que
esses professores encontram como diretriz para o ensino dessas crianças. Apesar
de culturalmente serem considerados um grupo homogêneo, há uma grande
variabilidade na funcionalidade dessas pessoas, por este motivo trazer a
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) para o
ambiente escolar pode ser eficaz. Referência em muitos países, mas ainda pouco
utilizada no Brasil, a CIF é um constructo biopsicossocial que pode auxiliar o
professor avaliar o aluno com Síndrome de Down e a partir desta avaliação, traçar
um plano educacional individual para que a aprendizagem desses alunos aconteça
de forma efetiva. O objetivo desta pesquisa foi avaliar alunos com Síndrome de
Down na faixa etária dos 06 aos 14 anos matriculados na rede regular de ensino
Fundamental I dos municípios de Jundiaí e Louveira, ambos interior do estado de
São Paulo, utilizando o Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência
Intelectual (PAEDI). Este protocolo é um instrumento desenvolvido com
fundamentação em Atividades e Participação da CIF. Os principais resultados
obtidos indicam uma variabilidade significativa em relação à funcionalidade das
crianças avaliadas; cada uma dessas crianças demonstrou ter habilidade e potencial
individual, independente de idade, escola e ano escolar. Além disso, o PAEDI,
segundo os professores, mostrou-se como um importante instrumento de avaliação
de alunos com este perfil.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Avaliação. Educação Especial. CIF.
ABSTRACT Down Syndrome (DS) is one of the best known causes of intellectual disability, and it
is associated with a series of deficits in the development and learning process, such
as reasoning, problem solving, planning, understanding of abstract thinking and with
that academic learning and function adaptive behavior. There are evidences that
intellectual disability is the greatest challenge of teacher in the regular classroom and
there are few standardized instruments that teachers have as guideline to teach
these children. Although culturally considered as a homogeneous group, there is a
great variability in the functioning of these people. For that reason, bringing the
International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) into school
environment can be effective. The ICF is a reference in many countries, but not in
Brazil. This classification is a biopsychosocial construct that can help the teacher
evaluate the student with Down Syndrome and in order to draw an individual
educational plan so that the learning of these students happens in a effective way.
The aim of this research was to evaluate students with Down Syndrome from 06 to
14 years of age studying in the regular primary school system of Jundiaí and
Louveira, both in São Paulo state, using Protocolo para Escolares com Deficiência
Intelectual – PAEDI, an protocol for the evaluation of students with intellectual
disabilities. This protocol is an instrument developed based on Activities and
Participation of ICF. The main results indicate a significant variability in relation to the
functioning of the children observed; each one showed to have individual ability and
potential, regardless of age, school and school year. In addition, PAEDI, according to
teachers, this protocol demonstrates to be an important evaluation tool for students
with DS.
Key word: Down Syndrome. Evaluation. Special Education. ICF.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Modelo integrador de funcionalidade humana .......................... 32
Figura 2 Uma visão geral da CIF ........................................................... 33
Figura 3 Atividades e participação ......................................................... 34
Figura 4 Processo de desenvolvimento de um core set da CIF ............ 35
Figura 5 Procedimento .......................................................................... 41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Alunos e professores por município ........................................... 39
Tabela 2 Ordem crescente das pontuações do PAEDI, conforme
preenchimento do protocolo pelos
respectivos professores ........................................................... 44
Tabela 3 Pontuações totais de alunos com SD por ordem
crescente de idade e ano escolar, conforme preenchimento
do protocolo PAEDI pelos respectivos professores ................ 45
Tabela 4 Maior pontuação e desempenho ............................................. 47
Tabela 5 Menor pontuação e baixo desempenho .................................. 49
LISTA DE SIGLAS
AEE - Atendimentos Educacionais Especializados
CID-10 - Classificação Internacional das Doenças
CIDID - Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens
CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
DSM-5 - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
OMS – Organização Mundial de Saúde
NEE – Necessidades Educacionais Específicas
PAEDI – Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual
PEI – Plano Educacional Individualizado
QI – Quociente de Inteligência
TID – Transtorno Invasivo do Desenvolvimento
WHO – World Health Organization
WHODAS - World Health Organization Disability Assessment Schedule
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 15
2.1 SÍNDROME DE DOWN ........................................................................ 15
2.2 INCLUSÃO ESCOLAR ......................................................................... 19
2.2.1 Avaliação de aluno com deficiência intelectual .............................. 24
2.3 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE CIF...... 27
2.4 PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE ESCOLARES COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (PAEDI) ............................................... 36
3 MÉTODO.............................................................................................. 38
3.1 PARTICIPANTES ................................................................................. 38
3.2 INSTRUMENTO ................................................................................... 39
3.3 LOCAL .................................................................................................. 40
3.4 PROCEDIMENTO ................................................................................ 40
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 44
4.1 AVALIAÇÃO DOS ESCOLARES ........................................................ 44
4.2 AVALIAÇÃO DO PAEDI ..................................................................... 52
5 CONCLUSÃO ..................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 56
ANEXOS ........................................................................................................... 64
13
1. INTRODUCÃO
A presente dissertação faz um estudo sobre a avaliação de escolares com
Síndrome de Down fundamentada na Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF). Apesar de bem conceituada e muito utilizada em outros
países, no Brasil, estudos sobre esta classificação no ambiente escolar como parte
do planejamento da educação especial é quase inexistente.
Sabe-se que a Síndrome de Down (SD), também conhecida como Trissomia
21, é a alteração cromossômica mais frequente entre as anomalias genéticas e,
reconhecida há mais de um século por John Langdon Down (1886) é a causa
genética mais frequente da deficiência intelectual.
Como em todo quadro sindrômico, não existe um padrão de estereotipias ou
um quadro previsível para o desenvolvimento dessas crianças, tanto nas áreas do
comportamento quanto em nível linguístico e cognitivo (ARVIGO, 2015). O
rebaixamento cognitivo é um dos principais traços da síndrome (DOWN, 1886).
Contudo, a linguagem tem sido considerada a mais afetada entre todos os domínios
nas pessoas com SD (ABBEDUTO, et al., 2007).
A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva é uma
modalidade da educação comum do ensino regular que consta nas leis brasileiras,
onde estão incluídos diferentes tipos de deficiências e patologias, dentre elas está a
SD. Muitos são os obstáculos para que a aprendizagem destas crianças ocorra de
forma adequada. A inclusão é um processo em construção, que demanda
investimento em pesquisas e estudos para que seja construída de fato e não apenas
como direito.
Um dos motivos desta pesquisa foi em decorrência das reclamações de pais
de crianças com SD em relação ao ensino e aprendizado de seus filhos e das
queixas dos professores quanto à falta de formação e instrumentos para trabalhar
com as crianças com SD.
Em razão dos avanços tecnológicos e científicos, a sobrevida das pessoas
com SD tem aumentado significativamente (BITTLES, et al., 2007). Além disso,
movimentos socioculturais têm buscado incluir essa população na sociedade,
incentivando sua participação em diferentes contextos sociais e promovendo o
14
exercício da cidadania destes indivíduos (MANCINI et al., 2003). Sendo assim, a
inclusão escolar das crianças com SD é de suma importância para que possam ter
uma vida adulta com autonomia para exercer seus direitos de cidadão.
Um processo de inclusão efetivo deve iniciar por uma avaliação destes
alunos, para que os professores possam conhecer não só suas potencialidades e
suas possibilidades de aprendizagem, bem como suas dificuldades e assim
organizar as adaptações curriculares necessárias, estabelecendo propostas e
atividades pedagógicas delas decorrentes (MICCAS; D’ANTINO, 2011).
Dado este panorama atual, buscamos, por meio desta pesquisa, avaliar
crianças com SD utilizando um instrumento inovador para que surjam novas
perspectivas no planejamento pedagógico individual destes alunos. Desta forma, o
objetivo desta pesquisa foi avaliar alunos com SD de 06 a 14 anos matriculados na
rede regular de ensino Fundamental I dos municípios de Jundiaí e Louveira, ambos
interior do estado de São Paulo. Esta avaliação foi feita por seus professores de sala
de aula regular, utilizando o Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência
Intelectual (PAEDI).
15
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 SÍNDROME DE DOWN
Em todo o mundo, estima-se que a incidência de nascimento de crianças com
SD seja de aproximadamente 1 em 1000-1100 nascimentos (WHO, 2015). Segundo
as Diretrizes de Atenção à Pessoa com SD, no Brasil, nasce uma criança com SD a
cada 600 e 800 nascimentos, independente de etnia, gênero ou classe social
(BRASIL, 2013). No Brasil, estes dados são estimados, uma vez que não se tem
dados oriundos de pesquisas epidemiológicas.
A SD é a alteração cromossômica mais frequente entre as anomalias
genéticas, sendo considerada a principal causa genética da deficiência intelectual
(DOWN, 1886). A presença de uma trissomia total ou parcial do cromossomo 21,
pode variar de leve a grave (BRUNONI; SCHWARTZMAN, 1999). A gravidade dos
sintomas e dos prejuízos cognitivos podem variar consideravelmente entre os
indivíduos, apesar do desenvolvimento físico e cognitivo produzir um fenótipo
característico da síndrome (SILVERMAN, 2007).
Ao longo dos anos, constata-se um aumento significativo na expectativa de
vida de pessoas com SD (BITTLES, et al., 2007), devido aos avanços na área
médica, como correção cirúrgica de doenças cardíacas congênitas e tratamentos de
doenças endócrinas como hipotireoidismo e diabetes (de GRAAF, et al., 2017).
Ainda que são culturalmente descritos como um grupo homogêneo, estudos
como o de Karmiloff-Smith, et al. (2016), sugerem a existência de uma grande
variabilidade entre os indivíduos com SD em diferentes níveis, como genética,
biológica-celular, cognitiva e comportamental. Os testes de inteligência, por
exemplo, indicam pontuações de quociente de inteligência (QI) entre 20 e 85, sendo
que cerca de 70 a 75% dessa população apresentam QI entre 20 e 50
(SCHWARTZMAN, 2003; RIHTMAN et al., 2010).
Muitos são os fatores da variação na funcionalidade dessa população, a
dificuldade de percepção auditiva pode fazer com que a criança não escute bem os
sons e processe mal a informação auditiva, não respondendo adequadamente aos
16
comandos verbais que lhes foram dados. A memória auditiva sequencial aparece
alterada, o que dificulta manter a atenção focada pelo tempo necessário e a gravar e
reter a várias ordens seguidas (TRONCOSO; CERRO, 1999). Segundo ainda
Troncoso e Cerro (1999), esta dificuldade pode ser minimizada se os comandos
forem dados um de cada vez até ter certeza que foram captados, bem como se
esses comandos forem acompanhados por gestos ou figuras que se refiram aos
comandos dados.
Alguns domínios cognitivos como memória e linguagem aparentemente são
afetados de forma desproporcional se comparados a outros tipos de deficiência
intelectual, o que resulta em um fenótipo cognitivo característico da SD. Segundo
Silva, et al. (2010), as crianças com SD apresentam maior dificuldade tanto nas
questões de nomeação quanto na compreensão da fala.
O baixo desempenho na maioria das áreas é previsto com base na deficiência
intelectual, porém os déficits foram consistentemente associados à linguagem
expressiva, processamento sintático/ morfossintático e memória de trabalho visual, o
que pode ser resultado de uma falha no desenvolvimento do processamento
tipicamente automático para a percepção e produção da fala (SILVERMAN, 2007).
Muitas crianças com SD apresentam problemas no desenvolvimento de
linguagem e as causas podem ser as mais diversas, como comprometimento
cognitivo; dificuldade de memória de curto prazo; prejuízo na qualidade da interação
criança-mãe; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; alterações do sistema
estomatognático aliadas às dificuldades de compreensão e aprendizagem; prejuízo
auditivo ou prejuízo visual (PORTO-CUNHA; LIMONGI, 2008). A linguagem é o
domínio mais comprometido nas pessoas com SD, segundo Abbeduto, et al. (2007),
sendo que atrasos na linguagem expressiva são mais evidentes do que na receptiva
(GRIECO, et al., 2015).
Os distúrbios de linguagem aparecem precocemente na vida das crianças,
marcadas pelo atraso no seu desenvolvimento e o aparecimento de dificuldade de
articulação, erros fonológicos e gramaticais, vocabulário incipiente e dificuldade com
a sintaxe que se torna mais proeminente na adolescência e na idade adulta jovem
17
(ABBEDUTO, et al., 2007; CHAPMAN; HESKETH, 2001; FIDLER; PHILOFSKY;
HEPBURN, 2007; MARTIN, et al., 2009).
Apesar de as habilidades numéricas serem importantes pré-requisitos para
uma vida adulta independente, encontramos ainda poucas pesquisas destas
habilidades na SD. Em seu estudo, Nye et al. (2001) analisaram 23 crianças com SD
comparadas a 20 crianças típicas e o resultado demonstrou que as crianças com SD
produziram significativamente menos palavras de contagem, sequências mais curtas
e no maior conjunto de itens que são capazes de contar, elas fizeram uma contagem
menor que o grupo controle, porém tiveram um desempenho similar no teste que
avaliou a compreensão de cardinalidade, sugerindo assim, não só uma habilidade
processual rotineira, mas também uma compreensão conceitual.
Habilidades motoras orais, problemas do ouvido médio e deficiência auditiva
também podem estar presentes em crianças com SD, contribuindo, assim, para as
dificuldades com a linguagem, conforme apontam Abbeduto, et al, (2007); Martin, et
al., (2009). Tais dificuldades de linguagem podem contribuir para prejuízos no
comportamento adaptativo, habilidades de socialização, posto que a linguagem
expressiva é significativamente mais deficitária que a linguagem receptiva
(DYKENS; HODAPP; EVANS, 2006; GRIECO, et al., 2015).
Comprometimento no comportamento e na função sócio-emocional também
impacta na dificuldade de aprendizagem do indivíduo com SD, segundo Hart et al.
(2017). Por possuírem dificuldades em domínios cognitivos e comportamentais,
alguns estudos, como o de Kasari e Freeman (2001), sugerem que as crianças com
SD podem usar estratégias com comportamentos distrativos que focalizam a
atenção deles e do outro como meio de evitar tarefas demandadas.
Wishart (2001) sugere evidências de que, de forma geral, três características
podem ser observadas nos processos espontâneos de aprendizagem: uso de
estratégias de “fuga” quando confrontadas com a aprendizagem de novas
habilidades, relutância para tomar iniciativa em situações de aprendizagem e uma
sobre-dependência de terceiros ou uma má utilização de habilidades sociais em
situações cognitivas mais complexas. Essas questões de comportamento frente à
aprendizagem poderiam certamente ter um efeito muito negativo sobre o progresso
18
da aprendizagem, privando as crianças de muitas oportunidades de ampliar suas
habilidades e sua aprendizagem.
O desenvolvimento motor se dá de forma muito particular e cada indivíduo
apresenta suas especificidades. Deve-se levar em conta o esperado grau de
deficiência intelectual, porém pesquisadores afirmam que este não deve ser o
principal destaque, mas sim as capacidades que a pessoa com esta síndrome
possui em se adaptar e em executar tarefas do cotidiano (SILVA; DESSEN, 2002).
Pueschel (1993) destaca que a mão pequena, grossa, os dedos mais curtos e
o dedo mínimo arqueado também podem gerar dificuldades em atividades
manipulativas.
Embora haja variação no nível de deficiência intelectual, esses indivíduos
podem adquirir níveis de habilidades motoras elevadas, muito próximos às pessoas
com desenvolvimento típico, porém, esse processo pode levar até o dobro do tempo.
As crianças com SD podem necessitar de maior tempo para compreender o “eu”, os
objetos, o espaço, a casualidade física, é preciso agir, locomover-se e manipular
aquilo que as rodeiam, assim a inteligência avança. Quanto maior o tempo de
experiências motoras e maiores possibilidades de interações com diferentes
contextos maior a evolução do desenvolvimento dessas crianças. (BONOMO;
ROSSETTI, 2010).
Mancini et al. (2003) realizaram um estudo com 40 crianças para comparar o
desempenho funcional em crianças com SD e crianças típicas aos 2 e aos 5 anos de
idade, utilizando o teste funcional PEDI, que quantifica o desempenho infantil
(habilidades e independência) em três áreas: autocuidado, mobilidade e função
social. Os fatores idade e patologia apresentaram significância nas três áreas de
desempenho de habilidades e independência. Comparações bivariadas indicaram
que aos dois anos o desempenho das crianças típicas é superior nas três áreas de
habilidades funcionais e de independência, porém aos cinco anos, as habilidades e
independência em mobilidade não são significativas entre os dois grupos, concluindo
que as diferenças observadas na área de mobilidade são influenciadas pela idade,
não permanecendo constante ao longo do desenvolvimento.
Diferentes intervenções influenciam no desenvolvimento de habilidades
motoras, a prática de atividades físicas podem contribuir para trabalhos em equipe e
19
na exploração de diversos movimentos; estímulo da expressão facial de forma
lúdica, com jogos e brincadeiras que possam favorecer o domínio psicomotor. As
intervenções também contribuem para funções cognitivas e comportamento
adaptativo, na sua relação com o grupo, autonomia, comunicação e socialização
(SOUSA, 2014).
Prejuízos relacionados à velocidade perceptual são evidenciados no estudo
de Clausen (1968), sendo assim, tarefas com tempo pré-estabelecido ou que
determinem tempo de reação podem desfavorecer o desempenho destes indivíduos.
De acordo com Vicari (2006), o indivíduo com SD necessita de protocolo de
intervenção individualizado que apontem suas habilidades relativamente
preservadas e não somente as cognitivas prejudicadas.
A ação educacional adotada aos alunos com SD precisa considerar a
concepção de que há necessidades educacionais próprias de aprendizagem, que
devem ser investigadas, reconhecidas e trabalhadas através de técnicas
apropriadas com a adoção de recursos instrucionais, respeitando tempo/ espaço
escolar e pedagógico para que as informações sejam efetivamente compreendidas e
interpretadas. Além disso, as ações educacionais devem também levar em conta o
entendimento de cada aluno dentro de seu processo de desenvolvimento particular,
fruto não só de suas condições genéticas, mas também sócio-históricas próprias.
Quanto menor forem os estereótipos que limitam as concepções desses alunos,
mais efetivo seu desenvolvimento cognitivo (BISSOTO, 2005).
2.2 INCLUSÃO ESCOLAR
No Brasil, pela primeira vez, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB 4.024/61, em seu art 88, revogada pela lei 9.394/96, diz que “a
educação de excepcionais deve, no que for possível, enquadrar- se no sistema geral
de ensino, a fim de integrá-lo na comunidade”, ou seja, primeira referência feita na
legislação brasileira sobre integração da criança com deficiência no ensino comum.
Cabe aqui apontar que a terminologia utilizada até então para referir-se a alunos
com deficiência era “alunos excepcionais”.
20
A constituição Federal de 1988, institui um Estado Democrático de Direito,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias. Esta constituição é considerada um marco do que viria a
se constituir processo de inclusão escolar. O artigo 205 expressa que:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.
O direito à escola regular para a criança com deficiência é proposto na lei
7.853/89, que estabelece normas gerais para assegurar os direitos das pessoas
portadoras de deficiência, e sua efetiva integração social. Tais normas visavam
garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações governamentais necessárias
ao pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à
saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à
maternidade. Observa-se aqui que a terminologia adotada para se referir à essa
população era pessoa portadora de deficiência, atualmente modificada para pessoa
com deficiência.
O conceito de “integração” utilizado à época era interpretado com o foco na
condição do aluno e não se considerando o meio escolar. O aluno deveria ter
condições de se integrar ao universo escolar, conforme consta expresso no
documento: “Matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se
integrarem no sistema regular de ensino”.
Em 1990, a Lei Federal nº 8069, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências. Em seu artigo 55, reforça a legalidade ao
determinar a obrigatoriedade dos pais ou responsáveis de matricular seus filhos na
rede regular de ensino: “Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus
filhos ou pupilos na rede regular de ensino”.
21
Na mesma década, surge ainda a Declaração Mundial de Educação para
Todos (Jomtien, Tailândia, 1990) ratificando todos os documentos anteriores
afirmando que a educação básica é um direito de todos, resultando em forte
influência para as políticas públicas da educação inclusiva, conforme é apresentado
em seu artigo 3, item 5:
As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de
deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que
garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e
qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo.
Com a Declaração de Salamanca (1994), o indivíduo com necessidade
educacional especial tem o direito à escola regular com uma pedagogia centrada
para ele, satisfazendo a tais necessidades, conforme o trecho do documento
apresentado a seguir:
Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à
escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia
centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; escolas
regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais
eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação
para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à
maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o
custo da eficácia de todo o sistema educacional.
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial que indica
um movimento contrário ao da inclusão, pois orienta o processo de integração
instrucional para aqueles que possuem condições de acompanhar as atividades
curriculares programadas no mesmo ritmo dos ditos normais, porém a política não
sofre reformulação das práticas educacionais para que atendam os diferentes
alunos.
O artigo 59 da Lei 9.394/96, estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, preconizando que os sistemas de ensino devam assegurar aos educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação currículos, métodos e recursos para atender às suas necessidades.
22
A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/15), reforça não só a garantia de
matrícula de toda criança com deficiência na escola regular, como também um
sistema educacional inclusivo em todos os níveis de aprendizado ao longo de toda a
vida, de forma que o mesmo alcance o máximo de desenvolvimento possível de
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas
características, interesses e necessidades de aprendizagem (Art 27).
O modelo ideológico ou teórico da inclusão escolar ou inclusiva está mais que
presente em todas as esferas legais, entretanto, esses indivíduos precisam ser
respeitados em suas individualidades para que possam se desenvolver em um
ambiente competente, saudável e acolhedor, capaz de fortalecer sua autoestima e
autonomia. Nesse sentido, acreditamos na importância de implementação de
políticas públicas baseadas na perspectiva da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF (2003), com a visão integradora do
sujeito, no âmbito educacional brasileiro. Nesse sentido apresentaremos, mais à
frente, o constructo teórico proposto pela CIF.
Cabe apontar que o Decreto-Lei nº 3/2008 de Portugal, que constitui desígnio
do XVII Governo Constitucional promover a igualdade de oportunidades, valorizar a
educação e promover a melhoria da qualidade do ensino, propõe que na educação,
a utilização da CIF permite uma avaliação compreensiva do funcionamento dos
alunos, resultando na introdução das adequações necessárias no processo de
ensino/ aprendizagem focadas no desenvolvimento das capacidades do aluno e na
introdução de alterações nos seus contextos de vida, incluindo o escolar.
Um estudo feito por Adolfsson e Simmeborn (2015), identificou as categorias
da CIF que mostram as necessidades diárias dos alunos com Asperger nas
Universidades da Suécia. O objetivo deste estudo foi desenvolver um guia para uma
comunicação efetiva entre coordenadores e estudantes com este transtorno. Neste
trabalho conclui-se que este público alvo necessita de variadas acomodações para
ter um nível superior de qualidade. Além disso, sugere-se que no futuro, os core-sets
baseados na CIF poderão ser usados como checklist para descrever as
necessidades e funcionalidade desses alunos e dar o adequado suporte.
Em seus dois artigos, Hollenweger (2011; 2013) apresenta a CIF em
diferentes práticas no contexto escolar da Suíça. Em um de seus estudos, apresenta
23
uma visão geral das diferentes práticas relacionadas à elegibilidade das crianças
com transtornos, mostrando um procedimento multidimensional implantado na Suíça
para estabelecer a elegibilidade nos sistemas educacionais. Em outro estudo,
Hollenweger apresenta aplicações da CIF em sistemas educacionais suíços. Neste
estudo, são abordadas questões de criações, gerenciamento e transferência de
conhecimento para auxiliar equipes multidisciplinares no sistema educacional
daquele país. É importante dar mais atenção à proposta da CIF como aparato
teórico e metodológico como um auxiliar no sistema de informação nas mais
diversas áreas.
Maxwell e Koutsogeorgou (2012) analisaram o funcionamento de políticas e
sistemas de educação inclusiva para propor combinação de capital social e políticas
de educação inclusiva usando a CIF para fortalecer as políticas educacionais
inclusivas na Europa.
Na Colômbia, o estudo de Bernal e Moreno (2012), apresenta o desenho de
uma ferramenta baseada no componente Atividade e Participação da CIF que
permite descrever perfis funcionais de estudantes com deficiência intelectual,
especificando e descrevendo os elementos e características principais da ferramenta
em questão para contribuir com este público alvo de Bogotá. O estudo conclui que
não se classificam pessoas, mas sim suas necessidades, além disso, é de suma
importância conhecer tais necessidades para a construção de políticas e programas
eficientes.
Rubio (2010) descreve os elementos que definem a condição do
processamento sensorial em atividade e participação baseado na CIF. A autora
concluiu em seu estudo que para as condições apropriadas, é necessário aumentar,
mediar e difundir aos profissionais e familiares o conhecimento sobre o
processamento sensorial e seu funcionamento, o que diminuirá o impacto nas
atividades cotidianas deste público alvo.
Esquivel e Felizzola (2015), na Colômbia, apresentam ferramentas práticas
(procedimentos, instrumentos, estratégias e adequações) baseados na CIF para
melhorar a participação da criança em contextos diários como escola, tempo livre,
atividades de jogos, etc., além de favorecer uma participação mais efetiva da criança
e um manejo mais eficaz na perspectiva da Terapia Ocupacional. A conclusão é que
24
a complexidade da deficiência assume um foco multidimensional e transdisciplinar
na valorização das necessidades das crianças com transtornos
2.2.1 Avaliação de aluno com deficiência intelectual
A deficiência intelectual é definida como um transtorno do
neurodesenvolvimento e apresenta-se como uma das características mais
constantes na SD. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria (APA 2014), caracteriza a
deficiência intelectual por:
Déficits em capacidades mentais genéricas, como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência e prejuízo na função adaptativa diária. Os déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que o indivíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo comunicação, participação social, funcionamento acadêmico ou profissional e independência pessoal em casa ou na comunidade. O atraso global do desenvolvimento, como o nome implica, é diagnosticado quando um indivíduo não atinge os marcos do desenvolvimento esperados em várias áreas do funcionamento intelectual.
O funcionamento adaptativo envolve raciocínio adaptativo em três domínios:
conceitual, social e prático. O domínio conceitual (acadêmico) envolve competência
em termos de memória, linguagem, leitura, escrita, raciocínio matemático, aquisição
de conhecimentos práticos, solução de problemas e julgamento em situações novas,
entre outros. O domínio social envolve percepção de pensamentos, sentimentos e
experiências dos outros, empatia, habilidades de comunicação interpessoal,
habilidades de amizade, julgamento social, entre outros. O domínio prático envolve
aprendizagem e autogestão em todos os cenários de vida, inclusive cuidados
pessoais, responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, recreação,
autocontrole comportamental e organização de tarefas escolares e profissionais,
entre outros. Capacidade intelectual, educação, motivação, socialização, aspectos
de personalidade, oportunidade vocacional, experiência cultural e condições
médicas gerais e transtornos mentais coexistentes e influenciam o funcionamento
adaptativo (DSM-5, 2014).
Pensando no processo de escolarização do aluno com SD, a avaliação é uma
parte importante deste processo. Através da avaliação primeiro identifica-se suas
25
habilidades e limitações e a partir disso, o professor conhecerá as demandas
necessárias para um atendimento mais efetivo (VELTRONE; MENDES, 2011).
Avaliar é sempre um conjunto de informações que podem ser obtidas por
diversos métodos e técnicas, desde provas ou testes, podendo ser por entrevistas
até métodos de observação direta ou indireta em prol de tomada de decisão
referente ao indivíduo avaliado. Sendo assim, instrumentos normatizados são
importantes para uma avaliação adequada (REIS; PEREIRA; ALMEIDA, 2013).
A avaliação da aprendizagem é um importante componente pedagógico que
se aplicada adequadamente possibilita a identificação dos progressos e favorecerá o
desenvolvimento educativo do aluno independentemente das suas diferenças
(SOUZA; MACEDO, 2012).
Avaliar o aluno, público alvo da educação especial, seja no início como no
final do ano letivo, tem como objetivo conhecer o ponto de partida e o de chegada no
processo de conhecimento, permitindo assim preparar os planos pedagógicos
adequados, bem como os Atendimentos Educacionais Especializados – AEE
(BRASIL, 2007b), pois uma das funções principais de se realizar uma avaliação é
planejar os suportes individuais, segundo Thompson (2002).
O modelo de avaliação escolar, que vem sendo aplicado há anos, é centrado
apenas em resultados, o que para o aluno com deficiência intelectual não é positivo,
uma vez que não traz nenhum benefício às práticas que promovam aprendizagem.
Nenhuma outra deficiência abala tanto a escola comum quanto à deficiência
intelectual, esta toca no cerne e no motivo da sua urgente transformação, que é
considerar a aprendizagem e a construção do conhecimento acadêmico como uma
conquista individual e intransferível do aluno, que não se encaixa em padrões e
modelos pré-estabelecidos (BRASIL, 2007).
O estudo de Oliveira, Valentim e Silva (2013) indica que o objetivo da
avaliação é mostrar os caminhos e indicar as possibilidades de aprendizagem para
que o professor planeje estratégias pedagógicas que possibilitem ao aluno a
aquisição de conhecimento. Sendo assim, a avaliação não só mostra o que ele
aprendeu, mas demonstra, também, como fazer para que o aluno absorva os
conceitos de aprendizagem e desenvolva suas possibilidades. Não garantir as
26
condições de aprendizagem de determinados alunos na chamada educação para
todos é marginalizar a educação especial (MAZZOTTA, 2000).
Uma avaliação educacional adequada permite conhecer melhor esse alunado,
conforme aponta Fernandes e Viana (2009):
A avaliação educacional diagnóstica permite conhecer melhor esses
aprendizes, identificando suas necessidades educacionais específicas
(NEEs), motivações, hábitos, conhecimentos, níveis de autoestima,
facilidades ou dificuldades em determinadas áreas do saber ou do fazer. A
avaliação de aprendizagem também pode contribuir ativamente nesse
sentido, de modo a incentivar esse aluno a aprender e a se desenvolver. A
forma tradicional de avaliar não considera seus limites e potencialidades,
colaborando para que fique retido por não aprender, o que é injustificado,
incoerente e inconstitucional. Embora a avaliação diagnóstica tenha
apresentado significativa evolução na Educação Especial, progredindo da
visão clínico-médica para a concepção de inclusão educacional e social,
ainda persistem dificuldades na elaboração de instrumentos para uma
avaliação de aprendizagem capaz de contribuir para o crescimento e a
autonomia desses alunos.
A avaliação educacional complementa a tradicional avaliação médica que
visava prioritariamente as questões relativas à saúde. Antigamente, este modelo
médico considerava as condições patológicas e não evidenciava a funcionalidade
do sujeito. Acreditava-se que as condições intrínsecas do sujeito eram
determinantes do seu desenvolvimento e aprendizagem. Hoje, ao contrário, com a
visão biopsicossocial, proposta pela CIF considera-se a relação de fatores
biológicos, pessoais e ambientais como responsáveis pelo processo de
desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. A visão estática e determinista
anteriormente estabelecida deu margem, durante muito tempo, às famílias e aos
educadores em geral de enxergar o alunado com deficiência intelectual a partir de
suas limitações e não das possibilidades de desenvolvimento e aprendizagens.
O estudo realizado no Brasil por Souza e Alpino (2015), apresenta a avaliação
da funcionalidade de três crianças com paralisia cerebral (PC) do tipo diparesia
espástica, com idades entre 9 e 13 anos, matriculadas na rede regular de ensino. A
coleta de dados foi realizada por meio de dois instrumentos, um roteiro estruturado
de entrevista e um instrumento de avaliação de atividades e participação,
27
fundamentada na CIF, a fim de classificar a capacidade e o desempenho da criança
em realizar determinadas funções ou tarefas. Apesar do número pequeno da
amostra, foi possível observar que as crianças com PC do tipo diparesia espástica
podem apresentar diferentes graus de limitações em atividades que dependem
principalmente do comprometimento motor. O instrumento fundamentado na CIF
revelou-se útil e eficaz nesta avaliação da capacidade e na classificação das
limitações das crianças participantes deste estudo.
2.3 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE CIF
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)
é uma classificação desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Através de uma revisão da Classificação Internacional de Deficiências,
Incapacidades e Desvantagens (CIDID), fez-se uma mudança de contexto, onde o
enfoque negativo da deficiência e incapacidade foi substituído por uma perspectiva
positiva com ênfase nas atividades e na participação do indivíduo com alterações de
função e/ou da estrutura do corpo (FARIAS; BUCHALLA, 2005).
A CIF coloca seu foco na funcionalidade do sujeito e não mais, e tão somente,
em seu déficit alterando, assim, a concepção anterior da CIDID (1980), em que o
foco recaía sobre a deficiência e a consequente incapacidade do sujeito,
desconsiderando-se as condições do ambiente.
A CIF baseia-se na integração dos modelos médico e social, configurando-se
em abordagem biológica, individual e social para compreender e explicar a
incapacidade e a funcionalidade humana.
De acordo com a OMS (2003), a CIF é uma classificação com múltiplas
finalidades que visa auxiliar em muitas disciplinas e setores diferentes com objetivos
específicos de proporcionar uma base científica para a compreensão e estudo dos
determinantes, resultados e condições relacionados à saúde; de estabelecer uma
linguagem comum para descrição da saúde e seus estados relacionados para uma
melhor comunicação entre diversos profissionais; para permitir a comparação de
dados entre os países, serviços e disciplinas em diferentes períodos de tempo bem
como proporcionar codificação para sistemas de informação de saúde.
28
Para além dos objetivos acima citados, segundo a OMS (2003), a CIF tem
sido utilizada para os seguintes fins:
• Ferramenta estatística na coleta, registro e gerenciamento de dados
populacionais;
• Ferramenta investigativa para medir resultados, qualidade de vida1,
participação efetiva ou fatores ambientais;
• Ferramenta clínica para avaliar necessidades de tratamentos e
compatibilizar com as condições específicas, avaliar as aptidões
profissionais, reabilitação e os resultados;
• Ferramenta política social, no planejamento de sistemas de segurança
social e no desenvolvimento de políticas públicas;
• Ferramenta pedagógica para elaborar programas educacionais,
aumentar a conscientização e realizar ações sociais.
Com enfoque biopsicossocial, a CIF prioriza a funcionalidade do sujeito como
componente da saúde, visando não apenas conhecer suas limitações, dificuldades e
comprometimentos em atividades e participação, mas especialmente, considerá-las
em função das condições que lhes são oferecidas, como facilitadoras ou
dificultadoras do funcionamento de cada sujeito. Com estrutura conceitual
multidimensional é uma forma de coletar e organizar informações do indivíduo
quanto ao seu funcionamento e envolvimento nas situações de vida, levando em
consideração o contexto (BRASILEIRO et al., 2009; ADOLFSSON; FLEISCHER,
2015).
Os estados de saúde (doenças, transtornos, etc.) são classificados na CID-10
(Classificação Internacional das Doenças), enquanto que a CIF classifica as
funcionalidades e incapacidades destes mesmos estados de saúde, o que
complementa a primeira classificação, sendo que uma é complementar à outra e,
portanto, devem ser utilizadas em conjunto (DI NUBILA, 2010).
A CIF é derivada de duas perspectivas: a médica, com foco no prejuízo e a
social, onde as dificuldades criadas pela sociedade resultam em restrições de
participação do indivíduo (MAXWELL; ALVES; GRANLUND, 2012). 1 Qualidade de vida, na perspectiva CIF, lida com o que as pessoas sentem sobre sua condição de saúde ou as suas consequências; assim, ela é um constructo de bem estar subjetivo. Por outro lado, os constructos doença/ incapacidade referem-se aos sinais objetivos e exteriorizados do indivíduo” (OMS, 2008).
29
Pela perspectiva social, a incapacidade apresentada pelo indivíduo resulta de
um conjunto de condições por vezes criadas pelo ambiente social, sendo assim, ela
não pode ser considerada apenas um atributo do indivíduo, mas a relação deste
com as oportunidades ou limitações apresentadas pelo universo social. Deste modo,
a inclusão significa uma ação social de responsabilidade coletiva da sociedade para
que haja replanejamentos ambientais para a participação efetiva das pessoas com
deficiência, em qualquer situação da sua vida social. Nesse sentido, este modelo se
apresenta como uma questão atitudinal ou ideológica que requer mudanças políticas
de acordo com os direitos humanos (CIF, 2003).
Nesta direção, lembramos dos estudos de Sekkel (2003) que concebe a
educação inclusiva na perspectiva de um ambiente inclusivo, definindo-o como:
“aquele que tem uma articulação coletiva e uma ação comprometida com o
reconhecimento e busca da satisfação das necessidades de cada um, a qual se
inscreve no âmbito da construção de uma sociedade verdadeiramente humana, em
que as pessoas possam se diferenciar e se desenvolver em busca de felicidade
(Sekkel, 2003, p.162)”.
Continuando, a autora nos aponta que a compreensão de um ambiente
inclusivo amplia o foco da discussão sobre a forma de inclusão de crianças com
deficiência para o modo como se inserem no processo educacional todos aqueles
que com ele estão envolvidos: crianças, professores, profissionais de apoio, equipe
técnica, pais e a comunidade.
Assim, acreditamos que a perspectiva de um ambiente inclusivo, proposto por
Sekkel (2003), encontra nos pressupostos da CIF seu maior respaldo, posto que
compreende a funcionalidade do indivíduo considerando-se sempre a relação de
aspectos intrínsecos do sujeito com as condições ambientais que lhe são oferecidas.
Deste modo, o objetivo da CIF não é classificar pessoas e nem chegar a um
diagnóstico de doença ou perturbação, mas descrever a situação que cada indivíduo
apresenta em uma série de domínios, numa abordagem sistemática, ecológica e
interdisciplinar na compreensão do nível de funcionalidade e incapacidade das
pessoas, além de identificar as barreiras ambientais e/ou os facilitadores do
processo. É um modelo inovador em relação àqueles cujo enfoque recaía em
aspectos biopsicológicos ou médicos ou em relação aos modelos sociais que
focavam apenas as estruturas e instituições sociais (PORTUGAL, 2008).
30
De acordo com Hollenweger (2011), as crianças com deficiência não
apresentam necessidades especiais similarmente pré-definidas. Considerando o
funcionamento geral do ser humano, há mais similaridade de funcionamento do que
diferenças entre todas as crianças com relação à aprendizagem. O que as difere são
suas limitações, capacidades e competências.
Segundo Battistella e Brito (2002), a CIF mede a qualidade de vida pela
funcionalidade e pela condição sociocultural do indivíduo. Esta classificação pode
ser útil para além dos profissionais da saúde, abrangendo as áreas de recursos
humanos das empresas, peritos da previdência social, epidemiologistas, educadores
e políticos.
A CIF é referência para a Legislação internacional e nacional sobre os direitos
humanos, sendo utilizada por setores como, economia, educação, previdência
social, seguros, trabalho, política social e legislação ambiental.
Cabe apontar que a CIF respaldou a Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) e, consequentemente, alterou a
legislação brasileira, no que se refere ao conceito e à definição de deficiência, posto
que o Brasil foi signatário da referida Convenção e esta passou a ter status
constitucional. O Brasil decidiu ratificá-la com equivalência de emenda
constitucional, nos termos previstos no Artigo 5º, § 3º da Constituição brasileira em
2008.
O propósito da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência (2006) foi promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo
de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com
deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente, tendo definido que:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
Em 2015, foi sancionada a Lei nº 13.146, que institui a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), primeira
lei federal totalmente baseada na referida Convenção.
31
Nesse sentido, trazer a CIF para o ambiente escolar é dar oportunidade para
que o aluno com deficiência tenha as mesmas oportunidades de participar do
contexto escolar que as demais crianças.
Classificações como a CIF podem ser interpretadas como sistema de
informação e podem ser utilizadas na construção de novos conhecimentos
(HOLLENWEGER, 2013).
Estudos sobre a funcionalidade humana na perspectiva proposta pela CIF se
apresentam com grande potencial a se tornar uma área de pesquisa multifacetada,
em que pesquisadores com formações variadas associam seus conhecimentos
visando caminhos que possam melhorar a funcionalidade e qualidade de vida das
pessoas com deficiência (STUCKI; REINHARDT; GRIMBY; MELVIN, 2008).
Um processo de elegibilidade baseada na CIF indica as reais necessidades
do aluno com deficiência, seja de mudanças arquitetônicas, conceituais ou ainda de
recursos adicionais para que ele possa participar ativamente das atividades no
ambiente escolar.
O estudo de Hollenweger e Moreti (2011), ressalta que utilizando a CIF como
modelo e classificação, os diferentes fatores que influenciam as decisões
relacionadas à elegibilidade (deficiências, atividade/participação, ambiente, fatores
pessoais) podem fornecer base para um processo de tomada de decisão em
diversos contextos.
A avaliação da deficiência é, portanto, útil para os cuidados em saúde em
termos de: identificar necessidades; combinar tratamento e intervenções; medir
resultados e eficácia; estabelecer prioridades e alocar recursos.
32
Figura 1. Modelo integrador de funcionalidade humana
Fonte: CIF, EDUSP, 2003, p.32.
No quadro 1, estão as propriedades da CIF, que são divididas em duas
seções:
• Funcionalidade e Incapacidade
• Fatores Contextuais
Cada seção possui dois componentes:
• Corpo e Atividades e Participação;
• Fatores Ambientais e Fatores Pessoais.
O componente corpo ainda é subdividido em
• Funções do Corpo
• Estruturas do Corpo.
33
Figura 2. Uma visão geral da CIF
Fonte: CIF, EDUSP, 2003, p.24.
As funções do corpo são as funções fisiológicas do sistema corpóreo, já as
estruturas do corpo são as partes anatômicas do corpo, como órgãos, membros e
seus componentes. As deficiências são as anormalidades nas funções ou das
estruturas. A atividade é a execução de tarefas, perspectiva individual de
funcionalidade e participação é o envolvimento do indivíduo em uma situação da
vida, perspectiva social da funcionalidade. Diferente uma da outra, limitação de
atividade é quando o indivíduo encontra dificuldades para realizar uma atividade,
como andar e restrições às participações são os problemas que este indivíduo pode
enfrentar em sua vida diária (RIBERTO, 2011).
Para se pensar em equidade de oportunidades e na não discriminação,
sugere-se colocar em prática o item Participação e Atividade da CIF, onde o aluno
tem os mesmos contextos e mesmas atividades disponíveis como todos os outros
alunos (MAXWELL; ALVES; GRANLUND, 2012).
Atividade e Participação é o componente da CIF mais utilizado no contexto
34
escolar. Segundo critérios da OMS (2003), atividade é descrita como execução de
uma tarefa ou ação pelo indivíduo e participação é poder participar como os outros.
Segundo Farias e Buchalla (2005), este componente descreve como o
indivíduo realiza suas atividades diárias e sua vida social, considerando as funções
e estruturas do seu corpo. São evidenciadas desde simples tarefas e ações até as
áreas mais complexas da vida, incluindo itens referentes à aprendizagem;
demandas gerais; comunicação, cuidados pessoais, mobilidade, relações
interpessoais; educação e trabalho e vida comunitária. As dificuldades que o
indivíduo pode apresentar para executar uma determinada tarefa são as limitações
de atividade, já os problemas que ele pode enfrentar ao se envolver em situações da
vida são consideradas restrições à participação.
Figura 3. Atividades e Participação
A CIF é fundamental, porém há profissionais que sugerem simplificá-la em
core sets para serem aplicáveis em diversos ambientes, inclusive em ambientes
escolares (ADOLFSSON; SIMMEBOR, 2015). Hoje há 68 core sets definidos pela
35
ICF Research Branch (www.icf-research-branch.org/), sendo que 5 são de Mental
Health e 4 para “diverse situations”, por exemplo, reabilitação vocacional.
Apesar de ter um grande poder descritivo, a CIF torna-se impraticável se
tiverem que avaliar suas 1.454 categorias em todas as pessoas. Com isso, criam-se
os Core Sets. O termo core set é de língua inglesa e pode ser traduzido como
“conjunto principal” ou “itens essenciais” e refere-se a um determinado conjunto de
categorias da CIF que descreve a funcionalidade das pessoas com uma específica
condição de saúde. Os primeiros core sets da CIF foram desenvolvidos para a
Família de Classificações Internacionais da OMS (OMS-FIC) no Departamento de
Medicina Física e Reabilitação da Universidade de Ludwig-Maximilian, em Munique,
e a OMS (RIBERTO, 2011).
Segundo a OMS (2003), a CIF em si é ineficaz para análise e medida da
deficiência na prática diária, de modo que assim, hoje, para a área da saúde ela é
operacionalizada através da Avaliação de Saúde e Deficiência (WHODAS 2.0). Este
instrumento foi desenvolvido por uma rede colaborativa internacional com o objetivo
de criar um único instrumento genérico para avaliar o status de saúde e deficiência
em diversas culturas.
Muitos core sets já foram publicados em diversas áreas. Em 2015, foi criado
um guia com a metodologia recomendada para o processo de criação de um core
set, com a intenção de padronizar estes instrumentos (SELB, et al, 2015).
Figura 4. Processo de desenvolvimento de um Core Set da CIF
Fonte: Selb, M, et al., 2015.
36
Baseando-se nos componentes Atividade e Participação e nos Core Sets da
CIF, Miccas e D´Antino elaboraram, em 2011, o Protocolo de Avaliação de Escolares
com Deficiência Intelectual - PAEDI, com o propósito de auxiliar professores no
processo de avaliação e reavaliação da funcionalidade de escolares com deficiência
intelectual.
2.4 PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE ESCOLARES COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL (PAEDI)
Uma das maneiras de viabilizar uma avaliação adequada para as crianças
com deficiência intelectual é oferecer ferramentas baseadas na CIF, valorizando as
habilidades e competências de cada criança independentemente de seus prejuízos.
Miccas e D’Antino (2011) criaram o protocolo PAEDI, baseado na CIF, para a
avaliação de escolares com deficiência intelectual. A elaboração desse protocolo
passou por etapas distintas, como o desenvolvimento de protocolo inicial, revisão
após exame de qualificação, análise por pesquisadores juízes e revisão pela
pesquisadora. A aplicabilidade de sua última versão foi verificada em um estudo-
piloto junto a professores do Ensino Fundamental I que ministram aulas para alunos
com SD em salas regulares da rede municipal de ensino de Barueri, SP. Este estudo
piloto mostrou que o protocolo avalia de forma adequada a funcionalidade em
Atividades e Participação e apresentou uma importante variabilidade nas
características funcionais desse grupo.
A aplicabilidade da sua última versão do PAEDI foi verificada em sua
pesquisa e o resultado indica que o grupo controle observado pelas autoras (alunos
com desenvolvimento neurotípico da mesma idade, do mesmo ano escolar e do
mesmo gênero) , apresentou uma pequena variabilidade na pontuação do protocolo,
entre 99 e 104 pontos, já o grupo com SD a variância foi de 35 a 99 pontos. Pelas
respostas do questionário aplicado com professores, mostrou-se um protocolo com
boa aceitação no ambiente escolar.
Ramos (2017) aplicaram esse mesmo protocolo PAEDI (MICCAS; D’ANTINO
(2011) em crianças com SD matriculadas em escola regular de ensino das redes
pública e privada de uma região da cidade de São Paulo na intenção de avaliar a
funcionalidade delas a partir da perspectiva de pais ou responsáveis e de seus
professores, comparando o grau de congruência entre tais perspectivas. O resultado
37
da congruência foi baixo ou moderado, que segundo as autoras, possivelmente pelo
tempo de convivência de pais e professores com a mesma criança e o tipo de
vínculo estabelecido. A mesma criança pode apresentar comportamento diferente
em casa e na escola, alterando assim aspectos de sua funcionalidade em ambientes
diferentes. A conclusão deste estudo aponta o PAEDI como importante instrumento
de avaliação de funcionalidade de escolares com SD.
Importante ressaltar que o PAEDI deve ser utilizado como um protocolo tanto
de avaliação inicial quanto para servir de base para a estruturação de planejamento
de ações pedagógicas que considerem a funcionalidade de cada aluno,
considerando a manutenção e ampliação das habilidades adquiridas quanto aquelas
que deverão ser desenvolvidas para que a evolução e a aprendizagem aconteçam.
38
3. MÉTODO
3.1 PARTICIPANTES
Esta pesquisa contou com a participação de 33 professores da rede regular
de ensino do Fundamental I dos municípios de Jundiaí e Louveira (29 mulheres e 4
homens). Duas professoras em Jundiaí possuíam dois alunos com SD em suas
turmas, totalizando assim os 35 escolares avaliados (21 meninos e 14 meninas) na
faixa etária dos 06 aos 14 anos matriculados , conforme apresentado na tabela 1.
Para a realização deste estudo, o primeiro contato foi feito por telefone com o
responsável pela Secretaria de Educação (setor Educação Especial) do município
de Jundiaí, no qual foi informado que 37 alunos com SD estavam matriculados em
sua rede regular de ensino do Fundamental I.
A Secretaria de Educação de Jundiaí apresentou a relação com as 37
crianças com SD e suas respectivas escolas.
Houve uma perda amostral de 9 crianças, sendo que 7 crianças já não
estudavam mais nas escolas informadas, 1 aluno a mãe não autorizava qualquer
tipo de informação sobre o filho a terceiros, e apenas em uma das escolas
relacionadas de Jundiaí não foi obtida autorização pela diretora da escola, que
alegou falta de disponibilidade de tempo de seus professores para a realização da
pesquisa e impossibilidade de entrada da pesquisadora no local. Desta forma,
totaliza-se em Jundiaí 28 alunos (16 meninos e 12 meninas) com idades entre 6 e 14
anos com SD avaliadas pelos professores de sala de aula regular (22 mulheres e 4
homens), pelo protocolo PAEDI.
Também foi feito o primeiro contato no município de Louveira com a
Secretaria de Educação, para a pesquisadora explicar o projeto e saber do interesse
de participação. A secretária de educação autorizou e informou que em Louveira
existiam 7 crianças com SD matriculadas em sua rede regular do ensino
Fundamental I em 6 escolas do município.
Em Louveira não houve perda amostral, 7 alunos (5 meninos e 2 meninas)
com SD informadas pela Secretaria de Educação foram avaliados por suas
professoras (7 mulheres)
39
Tabela 1. Alunos e professores por município.
* 2 professores em Jundiaí tinham 2 alunos em sala de aula.
3.2 INSTRUMENTO
O Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual – PAEDI
é uma avaliação autoaplicável que foi preenchida na presença da pesquisadora.
Este instrumento possui uma breve introdução com informações sobre os
seus objetivos e forma de preenchimento; identificação do aluno e do responsável
pelo preenchimento; 52 itens baseados nos domínios Atividades e Participação da
CIF, sendo que os itens 1 a 39 podem ser classificados como não, às vezes ou sim;
os itens 40 a 52, não realiza, realiza com ajuda ou realiza independentemente. O
professor escolhe a alternativa que melhor representa o aluno na questão em seu
ponto de vista, resultando em uma pontuação total. Há um sistema de pontuação ao
final do protocolo, onde mostra o resultado de classificação da funcionalidade da
criança com deficiência intelectual, o qual foi explicado pela pesquisadora a cada
participante. Essa pontuação não indica se o aluno é bom ou não é, apenas mostra
como está o seu desenvolvimento na sua funcionalidade, para ser comparado ele
com ele mesmo ao longo do ano letivo. O protocolo é apresentado nas três páginas
do ANEXO E.
Idade Númerodealunos Gêneroaluno Gêneroprofessor NúmerodeAlunos Gêneroaluno Gêneroprofessor
6 0 - - 2 1Feminino1Masculino
1Feminino1Masculino
7 0 - - 2 2Masculinos 2Femininos
8 1 1Feminino 1Feminino 7 3Femininos4Masculinos
5Femininos2Masculinos
9 2 2Masculinos 2Femininos 6 3Femininos3Masculinos
6Femininos
10 3 3Masculinos 3Femininos 3 3Femininos 3Femininos
11 0 - - 2 2Masculinos 2Femininos
12 1 1Feminino 1Feminino 3 1Feminino2Masculinos
2Femininos1Masculino
13 0 - - 2 2Masculinos 2Femininos
14 0 - - 1 1Feminino 1Feminino
Total 7 7 28 26
Louveira Jundiaí
40
3.3 LOCAL
A pesquisa foi realizada nos municípios de Jundiaí e Louveira, interior do
estado de São Paulo. A escolha por esses municípios deu-se em função da
pesquisadora residir em Louveira e também fazer muitos trabalhos voluntários
voltados à inclusão em Jundiaí.
Jundiaí está localizada no interior do Estado de São Paulo, aproximadamente
52km da cidade de São Paulo, com uma população estimada de 409.497, segundo
IBGE (2012). O IBGE mostrou que Jundiaí possui uma taxa de escolarização de 6 a
14 anos de idade de 98,2%. Possui 46.303 matrículas no ensino fundamental, 50
escolas de fundamental na rede municipal com 1.049 docentes.
Louveira localiza-se também no interior do Estado de São Paulo,
aproximadamente 13km da cidade de Jundiaí, segundo IBGE (2017) com uma
população estimada de 45.922. A cidade de Louveira, segundo IBGE, possui uma
taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade de 97,3%. Possui 5.391 matrículas
no ensino fundamental, 16 escolas de fundamental na rede municipal com 313
docentes. Conforme informação da Secretaria de Educação, são 9 escolas do
ensino fundamental I, com aproximadamente 150 professores polivalentes (sem
considerar os professores de artes, inglês, educação física e AEE) e
aproximadamente 3.347 alunos.
Nestas cidades as crianças com necessidades educacionais especiais estão
amparadas pela Lei 7853/89, Art 8 que prevê como crime condutas que frustram,
sem justa causa, a matrícula de aluno com deficiência.
3.4 PROCEDIMENTO
O projeto foi enviado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(Plataforma Brasil) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no processo CAAE
96005818.6.0000.0084.
41
Figura 5. Procedimento
O desenvolvimento deste projeto se divide em quatro etapas:
Etapa 1. Realização do primeiro contato com as escolas municipais através
das Secretarias de Educação (Educação Especial) no ensino fundamental I dos
municípios de Jundiaí e Louveira para saber do interesse em participar desta
pesquisa.
Prontamente as secretarias de Educação dos dois municípios agendaram
uma reunião com a pesquisadora, em que foram apresentados todos os documentos
da pesquisa, inclusive o protocolo PAEDI e os termos de consentimento, explicando
assim o objetivo do estudo.
Após a reunião foi autorizada por telefone a realização da pesquisa e as
Secretarias de Ensino enviaram a relação de alunos e escolas para o contato direto
da pesquisadora com os responsáveis de cada escola.
A relação enviada apresentava 17 escolas com 37 alunos com SD
matriculados em Jundiaí e 6 escolas com 7 alunos com SD matriculados em
Louveira.
A pesquisadora entrou em contato por telefone com todas as escolas para
42
agendamento da primeira reunião. Os dias e horários de realização da pesquisa
foram sugeridos pelo coordenador ou pelo diretor da escola. A pesquisadora esteve
presente no local, explicou sua pesquisa, colheu assinaturas dos termos de
consentimento livre e esclarecido da instituição e dos professores que participaram
da pesquisa. Em Louveira foi solicitado que os pais ou responsáveis também
assinassem este termo apenas como um respaldo a mais e assim foi feito. Em
Jundiaí não houve esta solicitação. A obrigatoriedade não se dava neste caso, uma
vez que em nenhum momento a pesquisadora teria contato com a criança em
questão.
Etapa 2. Aplicação do protocolo com a presença da pesquisadora.
Em todos os locais, a pesquisadora esteve presente explicando aos
professores o instrumento PAEDI e foi solicitado aos participantes que
preenchessem os seguintes documentos:
• Termo de consentimento livre e esclarecido (instituição, professor e pais e
responsávies, este último apenas para Louveira, conforme já citado acima),
ANEXOS A, B e C;
• Questionário para caracterização do perfil de professores de alunos com
Deficiência Intelectual (DI), ANEXO D;
• Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI),
ANEXO E;
• Questionário para professores após aplicação do PAEDI, ANEXO F, com
objetivo de avaliar o Protocolo.
O primeiro questionário (ANEXO D), o Questionário para professores de
alunos com Deficiência Intelectual (DI), os professores informam sobre suas
experiências profissionais.
O segundo a ser preenchido é o Protocolo para Avaliação de Escolares com
Deficiência Intelectual, o PAEDI (ANEXO E).
Por último, o Questionário para professores após aplicação do PAEDI
(ANEXO F), o qual fazem uma avaliação pessoal sobre sua percepção do PAEDI,
este com o intuito de analisar a aplicabilidade do protocolo em questão nos
43
ambientes escolares.
O tempo de preenchimento do protocolo de cada professor foi cronometrado
pela pesquisadora e a média de tempo foi de aproximadamente 9 minutos, porém as
visitas duraram entre uma e três horas por escola, pois muitos professores
mostraram necessidade de compartilhar suas experiências e angústias em relação à
inclusão escolar, principalmente do aluno com deficiência intelectual. Este tempo
aproximado de 9 minutos sugere que o protocolo PAEDI é um recurso de rápida
aplicação, o que pode facilitar o trabalho do professor em sala de aula regular.
Etapa 3. Nesta etapa, a pesquisadora analisou os dados pesquisados e
comparou com o que já existe na literatura, apresentados em um breve discurso
logo mais adiante.
Etapa 4. A pesquisadora se comprometeu a dar uma devolutiva para todas as
escolas que participaram da pesquisa após apresentar para sua banca de defesa.
As Secretarias de Educação de Jundiaí e Louveira serão consultadas sobre a
melhor forma de receber esta devolutiva nas escolas.
44
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 AVALIAÇÃO DOS ESCOLARES
Participaram desta pesquisa 33 professores (29 mulheres e 4 homens), sendo
que duas professoras possuíam dois alunos com SD em suas turmas, o que totaliza
35 escolares avaliados (Louveira: 5 meninos e 2 meninas e Jundiaí: 16 meninos e
12 meninas).
Tabela 2. Ordem crescente das pontuações do PAEDI, conforme preenchimento do
protocolo pelos respectivos professores.
Criança Idade AnoEscolar TotalPAEDI20 11 5º 2417 7 1º 3731 9 3º 4230 7 1º 4432 13 5º 488 9 3º 5819 9 3º 604 10 5º 6222 10 3º 6228 6 2º 623 9 3º 6425 9 3º 641 8 2º 6510 14 5º 665 9 3º 6827 8 1º 6921 13 5º 7024 8 2º 7029 8 2º 7014 8 2º 7116 6 1º 7226 9 3º 729 12 4º 737 10 5º 7423 8 1º 746 10 4º 7515 10 4º 7534 12 5º 7512 8 2º 8211 10 3º 8318 8 2º 8535 11 3º 8613 9 3º 882 12 5º 9133 12 5º 91
45
Na tabela 2, nota-se que as crianças com maiores dificuldades somaram
abaixo de 50 pontos e existe entre elas uma grande variação de idade e ano escolar.
São crianças de 11 anos (5º ano), 7 anos (1º ano), 9 anos (3º ano) , 7 anos (1º ano)
e 13 anos (5º ano). As crianças que mais pontuaram são as que somaram mais de
80 pontos, onde também existe uma grande variação de idade e ano escolar, 8 anos
(2º ano), 10 (3º ano), 8 anos (2º ano), 11 anos (3º ano), 9 anos (3º ano), 12 anos (5º
ano) e 12 anos (5º ano). Isso indica que a funcionalidade da criança independe de
escola, idade e ano escolar.
Tabela 3. Pontuações totais de alunos com Síndrome de Down por ordem crescente
de idade e ano escolar, conforme preenchimento do protocolo PAEDI pelos
respectivos professores.
Criança Idade AnoEscolar TotalPAEDI Criança Idade AnoEscolar TotalPAEDI16 6 1º 72 16 6 1º 7228 6 2º 62 17 7 1º 3717 7 1º 37 23 8 1º 7430 7 1º 44 27 8 1º 691 8 2º 65 30 7 1º 4412 8 2º 82 1 8 2º 6514 8 2º 71 12 8 2º 8218 8 2º 85 14 8 2º 7123 8 1º 74 18 8 2º 8524 8 2º 70 24 8 2º 7027 8 1º 69 28 6 2º 6229 8 2º 70 29 8 2º 703 9 3º 64 3 9 3º 645 9 3º 68 5 9 3º 688 9 3º 58 8 9 3º 5813 9 3º 88 11 10 3º 8319 9 3º 60 13 9 3º 8825 9 3º 64 19 9 3º 6026 9 3º 72 22 10 3º 6231 9 3º 42 25 9 3º 644 10 5º 62 26 9 3º 726 10 4º 75 31 9 3º 427 10 5º 74 35 11 3º 8611 10 3º 83 6 10 4º 7515 10 4º 75 9 12 4º 7322 10 3º 62 15 10 4º 7520 11 5º 24 2 12 5º 9135 11 3º 86 4 10 5º 622 12 5º 91 7 10 5º 749 12 4º 73 10 14 5º 6633 12 5º 91 20 11 5º 2434 12 5º 75 21 13 5º 7021 13 5º 70 32 13 5º 4832 13 5º 48 33 12 5º 9110 14 5º 66 34 12 5º 75
46
Na tabela 3, os resultados apresentados entre 24 e 91 pontos estão em
concordância com a literatura, uma grande variabilidade nas pontuações totais dos
escolares com SD, ressaltando assim os diferentes níveis de funcionalidade de cada
indivíduo (MICCAS, 2011). A pontuação desta pesquisa salienta quão diferentes os
sujeitos são em suas funcionalidades, dependendo muito da característica individual
de cada um mesmo dentro de uma mesma CID. Independente da SD, da idade ou
da escola que frequenta, as suas habilidades e competências são únicas.
Tanto a pontuação mais baixa (24 pontos) como a pontuação mais alta (91
pontos) as crianças estão com idades próximas, 11 e 12 anos e todas no 5º ano do
Fundamental I, o que reforça que funcionalidade não depende de idade ou ano
escolar.
Algumas crianças já estavam com idade adequada para o Fundamental II,
porém segundo seus professores, as famílias entram com recurso para mantê-los no
ensino Fundamental I oferecido pelo município, pois ao passar para o Fundamental
II, a escolarização pertence ao âmbito do Estado, apresentando assim outra
dinâmica e suas condições ficam ainda mais difíceis.
Segundo a avaliação do escolar de menor pontuação (24 pontos), dos 52
itens do PAEDI, apenas 8 deles o escolar recebeu “sim” dos classificadores. Este
escolar apresenta apenas certa independência em aprendizagem e aplicação do
conhecimento, mobilidade e compreensão (comunicação receptiva), porém a
comunicação expressiva ainda não desenvolvida. O item referente à aprendizagem
e aplicação do conhecimento é: 4 (concentra-se intencionalmente em uma atividade
que seja de seu interesse), os itens referentes à comunicação receptiva são: 13
(entende mensagens faladas emitidas para ele) e 15 (entende ordens simples, como
por exemplo, pegue o lápis). Os itens de mobilidade são: 30 (é capaz de segurar
com as mãos e dedos um objeto grande, como, por exemplo, uma bola), 31 (é capaz
de usar dedos e mãos para manipular pequenos objetos, como, por exemplo, um
lápis), 32 (anda curtas distâncias desviando-se, por exemplo, de móveis, objetos e
pessoas) e por último o item 43 (sobe e desce escadas). O outro item que o escolar
recebeu “sim” é o item 28, o qual demonstra irritação ao ser contrariado, indicando
uma baixa resistência a frustração.
47
De acordo com seu professor, este escolar não tem acompanhamento
terapêutico, encontra-se sem estimulação além da escola, o que prejudica bastante
seu desempenho não só escolar, mas também para situações da vida diária, neste
caso pode se considerar que exista uma barreira do ambiente segundo a CIF.
Entretanto, não se deve descartar a possiblidade desta criança possuir também
transtorno invasivo do desenvolvimento (TID), até mesmo com o autismo, o que
neste caso seria uma barreiras intrínseca.
De acordo com o estudo brasileiro de Lowenthal (2006), 15,6% das crianças
com SD apresentaram também TID, destas, 5,58% com o autismo, porém o estudo
de Capone et al. (2005) mostra que 19% das pessoas com SD de sua pesquisa
apresentaram critérios de condições do autismo, sugerindo assim, que prevalência
de TEA entre as crianças com SD é maior do que na população geral.
Tabela 4. Maior pontuação e desempenho.
Com relação a pontuação de cada item do protocolo, as questões 1, 2, 14, 15,
16, 28, 30, 31, 32, 43 e 52 foram os itens que os alunos com SD apresentaram o
melhor desempenho.
Quatro destes itens referem-se às funções psicomotoras e mobilidade
conforme apresenta a CIF: são os itens 30 (É capaz de segurar com mãos e dedos
Não Às vezes Sim
1 Observa acontecimentos ao seu redor, como crianças brincando ou ao assistir um desenhoanimado ou filme 0 6 29
2 Responde a estímulos auditivos como atender a chamados, ouvir uma música 1 4 3014 Identifica expressões faciais, como tristeza, alegria 0 4 3015 Entende ordens simples, como, por exemplo, pegue o lápis 0 4 3116 Entende ordens sequenciais, como, por exemplo, pegue o lápis e traga aqui 1 7 2728 Demonstra irritação ao ser contrariado 1 7 2730 É capaz de segurar com mãos e dedos um objeto grande, como, por exemplo, uma bola 0 2 3331 É capaz de usar dedos e mãos para manipular pequenos objetos, como, por exemplo, um lápis 2 1 3232 Anda curtas distâncias desviando-se, por exemplo, de móveis, objetos e pessoas 1 0 34
Não realizaRealiza com
ajudaRealiza
independentemente
43 Sobe e desce escadas 1 5 28
52 Bebe, coordenando as várias ações como abrir, sugar ou tomar 0 4 31
ItensClassificadores
ItensClassificadores
Mobilidade
48
um objeto grande, como por exemplo, uma bola), 31 (É capaz de usar dedos e mãos
para manipular pequenos objetos, como por exemplo, um lápis), 32 (anda curtas
distâncias desviando-se, por exemplo, de móveis, objetos e pessoas) e 43 (Sobe e
desce escadas). Isso reafirma o resultado da pesquisa apresentada por Mancini et
al., 2003, que as crianças com SD apresentam um atraso significativo em mobilidade
aos dois anos, mas que aos cinco anos não apresentou tanta diferença ao serem
comparados ao desenvolvimento de crianças típicas.
Os alunos com SD apresentaram também bom desempenho em
aprendizagem e aplicação do conhecimento em experiências sensoriais como por
exemplo observar e ouvir como mostram as pontuações dos itens 1 (Observa
acontecimentos ao seu redor como crianças brincando ou ao assistir um desenho
animado ou filme) e 2 (Responde a estímulos auditivos como atender a um chamado
e ouvir uma música). Apesar da literatura mostrar que eles têm dificuldades em se
manterem concentrados (TRONCOSO; CERRO, 1999), eles respondem a
acontecimentos ao seu redor e estímulos quando são de seu interesse, como neste
caso, assistir um desenho animado, o que de acordo com a literatura, pode
acontecer algumas vezes fuga de demanda e não a incompreensão de um comando
(WISHART, 2001).
No campo da comunicação, o resultado desta pesquisa também se apresenta
de acordo com o que mostra a literatura, as crianças com SD mostram-se mais
funcionais na comunicação receptiva do que à expressiva (DYKENS; HODAPP;
EVANS, 2006; GRIECO, et al., 2015). Apesar do item 23 (Produz mensagens orais
com mais de 10 palavras para se comunicar) ser um dos itens com pontuações mais
baixas, os itens 14 (Identifica expressões faciais como tristeza e alegria), 15
(Entende ordem simples, como por exemplo, pegue o lápis) e 16 (Entende ordens
AprendizagemeAplicaçãodoConhecimento
Comunicação
49
sequenciais, como por exemplo, pegue o lápis e traga aqui) foram itens bem
pontuados entre esses alunos, o que mostra uma boa linguagem receptiva.
O item 28 (Demonstra irritação ao ser contrariado) foi um dos mais
pontuados, isso mostra que a maioria desses alunos parece apresentar baixa
resistência a frustração e/ ou outras demandas psicológicas.
O item 52 (Bebe, coordenando as várias ações como abrir, sugar ou tomar) é
um item específico de cuidados pessoais e que os alunos mais pontuaram sendo de
suma importância para uma vida autônoma. Outros itens de cuidados pessoais
ainda estão em processo de aquisição destes alunos, alguns com apoio da escola
outros, segundo os professores acontecem apenas no ambiente doméstico, como
por exemplo os itens 45 (Escova os dentes), 46 (Veste roupas), 47 (Desveste
roupas) e 48 Calça meias e sapatos que foram os itens que os professores deixaram
em branco por não saberem responder, alegando que são situações que não
ocorrem na escola.
Tabela 5. Menor pontuação e baixo desempenho.
Não Às vezes Sim
5 Demonstra ter capacidade para aprender a ler 15 9 107 Demonstra ter capacidade para aprender a fazer cálculos simples 18 8 9
11 Inicia e termina uma tarefa única sozinho, como por exemplo, pintar um desenho 18 11 623 Produz mensagens orais com mais de 10 palavras para se comunicar 25 5 525 Produz desenhos com detalhes gráficos mais elaborados, diferentes de garatujas 24 7 4
Não realizaRealiza com
ajudaRealiza
independentemente
40 O aluno lê e escreve 25 10 0
41 O aluno realiza cálculos simples 22 12 0
ItensClassificadores
Atividades e Participação
ItensClassificadores
TarefaseExigênciasGerais
Autocuidados
50
As questões 5, 7, 11, 23, 25, 40 e 41 são as pontuações com desempenho
ruim entre os alunos com SD.
O item 11 (Inicia e termina uma tarefa única sozinho, como por exemplo pintar
um desenho) é uma das dificuldades que os alunos apresentaram e é relativa a
tarefas e exigências gerais.
Das duas crianças que mais pontuaram nesta pesquisa (91 pontos), este foi o
único item que ambas não realizam. Apesar de sabermos que é uma exigência
geral, o professor precisa se atentar o motivo pelo qual a criança ainda não realiza
esta exigência, uma vez que são duas crianças que apresentam boa funcionalidade
em seu desenvolvimento. Este caso serve como exemplo, mais uma vez, da
importância de avaliação escolar em casos de SD, para se conseguir enxergar a
funcionalidade da criança e consequentemente planejar estratégias pedagógicas
que auxiliem na sua evolução.
Os itens 25 (Produz desenhos com detalhes gráficos mais elaborados,
diferentes de garatujas), 40 (O aluno lê e escreve) e 41 (O aluno realiza cálculos
simples) foram os que mais os alunos apresentaram déficits e são consideradas
dificuldades relativas à aprendizagem escolar e aplicação do conhecimento.
Os itens 5 (Demonstra ter capacidade para aprender a ler) e 7 (Demonstra ter
capacidade para aprender a fazer cálculos simples) referem-se também à
aprendizagem e aplicação do conhecimento, segundo a CIF (2003), são itens que
tratam da capacidade do ser humano de aprender, aplicar o conhecimento
aprendido, pensar, resolver problemas e tomar decisões. Ainda, de acordo com a
CIF (2003), os pré-requisitos para a leitura são reconhecer caracteres e alfabetos,
vocalizar palavras escritas com a pronúncia correta e compreender palavras escritas
TarefaseExigênciasGerais
AprendizagemeAplicaçãodoConhecimento
51
e frases, o que os professores desses alunos não identificaram neste momento.
Para aprender a calcular, a criança precisa desenvolver a capacidade de manipular
números e realizar operações matemáticas simples e complexas como utilizar sinais
matemáticos para somar e subtrair e usar a operação matemática apropriada para o
problema, o que também os professores não identificaram no momento da pesquisa.
Essa baixa pontuação referente a aprendizagem acadêmica também foi
apresentada nas pesquisas de Miccas (2011) e Ramos (2017), faz repensarmos nos
processos de inclusão que temos atualmente, que em muitos casos ocorrem sem
apoios psicológicos, psicopedagógicos e nem mesmo pedagógicos, ressaltando
assim que há necessidade de um trabalho mais intensificado por parte da escola no
âmbito da educação especial.
Conforme apresenta Dykens, Hodapp, Evans (2006); GRIECO, et al., 2015;
Grieco, et al. (2015), a linguagem expressiva é o domínio mais afetado nas pessoas
com SD que reforçam-se aqui com a baixa pontuação no item 23 (Produz
mensagens orais com mais de 10 palavras para se comunicar).
Este estudo não apresentou congruência com a pesquisa de Miccas (2011)
no item 13 (entende mensagens faladas emitidas para ele). No estudo das criadoras
do PAEDI este item citado acima teve impacto ausente, sugerindo que poderia ser
retirado do protocolo sem prejuízo em relação aos objetivos para os quais foi
elaborado, porém neste estudo que aqui se apresenta, dos 35 alunos, apenas 22
entendem completamente e 13 ainda estão adquirindo esta competência. Há
também uma inconsistência deste número apresentado nesta pesquisa se
compararmos aos itens 15 (entende ordens simples, como, por exemplo, pegue o
lápis) e 16 (entende ordens sequenciais, como, por exemplo, pegue o lápis e traga
aqui), que foram duas das onze questões mais pontuadas como adquirido
completamente. Para o aluno entender uma ordem, seja simples ou sequencial,
supõe-se que ele entenda uma mensagem falada para ele.
Comunicação
52
4.2 AVALIAÇÃO DO PAEDI
O preenchimento do PAEDI foi também na presença da pesquisadora, apesar
de ser um questionário, foi feito em forma de entrevista, onde a pesquisadora fez
algumas anotações extras no caderno de campo. Após o preenchimento do PAEDI,
os professores responderam um questionário (ANEXO F) com relação ao próprio
protocolo.
Ao serem questionados se encontraram dificuldade para responder o
protocolo (questão 2), apenas 4 afirmaram que sim, porém na questão seguinte
quando questionados se as questões abordadas e os termos no protocolo estavam
claros (questão 3) e se foram facilmente entendidos (questão 4), todos os
professores responderam sim. Isso indica que as dificuldades dos 4 professores em
questão não eram quanto ao protocolo e possivelmente sobre analisar a
funcionalidade do seu aluno. Um dos professores registrou nunca ter pensado se
seu aluno reconhece expressão facial e outro sugeriu uma escala de 0 a 5 para o
protocolo mostrar o nível de autonomia da criança.
Todos os professores concluíram que o PAEDI é um protocolo útil para
conhecer seu aluno (questão 5), sinalizando que é um documento importante para o
professor que o receberá no próximo ano, que com ele é possível avaliar o aluno e
observar os pequenos avanços ao longo do ano letivo e organizar o perfil e o
portfolio do aluno. Nenhum dos professores citou um planejamento educacional
individualizado a partir da avaliação, o que sugere uma falta de informação sobre o
PEI e como esse planejamento funciona.
Contudo, a grande maioria respondeu sim ao ser questionado se o protocolo
poderia ser útil para o planejamento das intervenções pedagógicas com seu aluno
(questão 6). Um único professor respondeu não, afirmando ser um protocolo mais
voltando à avaliação. Ressalta-se aqui o que foi referenciado no parágrafo anterior,
falta de informação sobre PEI e como realizar este planejamento.
Em algumas situações o aluno quando acompanhado por uma mediadora ou
auxiliar em sala de aula, o professor não tem um olhar como professor desse aluno,
considerando esta criança aluna desta mediadora. Isso observou-se em uma das
escolas, a qual o professor chamou a auxiliar de sala que acompanha o aluno para
responder junto o protocolo, alegando que ela saberia responder melhor ao
53
questionário. Essa postura chama a atenção para a fala de alguns pais quando
dizem que o professor não vê seu filho como aluno dele e sim do auxiliar de sala.
Esta resposta sugere como alguns professores têm dificuldades de entender
o processo da Educação Especial, que precisa-se avaliar para traçar estratégias
pedagógicas para o aluno com deficiência intelectual que não se encontra no
mesmo nível de desenvolvimento dos alunos da sala de aula regular.
Na questão 7, se o professor mudaria e/ou acrescentaria algo no protocolo, 8
professores fizeram obrservações como: acrescentar relatório de anos anteriores,
dois professores excluiriam a avaliação de QI, outros dois sugeriram a mudança dos
classificadores, afirmando que sim ou não é muito amplo e que poderia ser uma
escala de 0 a 5 para informar o nível de autonomia.
Dos professores que responderam não, um colocou que o protocolo estava
além as expectativas e outro disse ser um protocolo completo.
No campo de sugestões (questão 8), um professor trouxe a necessidade de
todos da escola participarem do processo de inclusão, inclusive aqueles funcionários
que não estão em sala de aula.
Tanto na questão 7 como na questão 8 vários professores citaram a falta da
participação da família junto da escola. Para Voivodic e Storer (2002), é de suma
importância incluir a família no processo educacional, a escola exclusivamente seria
bastante limitada e incapaz de promover o desenvolvimento da criança com SD com
eficácia.
Este resultado mostra a importância da avaliação da funcionalidade do aluno
com SD e que este instrumento pode sofrer algumas adequações para que no futuro
seja possível sua normatização e validação, mas que é um importante instrumento
para auxiliar o professor a entender melhor seu aluno, traçar um plano educacional
individualizado (PEI) e acompanhar seu desenvolvimento durante o ano letivo.
Considera-se, neste trabalho, a importância da visão proposta pela CIF, na
área da Educação, posto como, citado anteriormente, poucos são os trabalhos
baseados neste conceito biopsicossocial no ambiente escolar.
Embora os dados oriundos de avaliações de QI sejam importantes de se
considerar, em si eles não retratam a funcionalidade do sujeito, uma vez que a
54
relação biopsicossocial proposta pela CIF sustenta que o desenvolvimento provém
da interação entre os fatores facilitadores e dificultadores do processo.
Não se pode deixar de considerar para fim deste estudo que os dados
resultantes do protocolo podem ter alguma variabilidade, pois o preenchimento é
realizado a partir da perspectiva de cada professor, sendo assim, são respostas
pessoas, da maneira com que ele enxerga seu aluno.
Ressalta-se aqui a importância da avaliação neuropsicológica para todas as
crianças que apresentam transtorno do desenvolvimento, entretanto, sabe-se bem
das condições socioeducacionais no Brasil, que em muitos casos as crianças não
têm acesso nem nas condições básicas de saúde e este tipo de avaliação é uma
realidade muito distante do universo educacional brasileiro.
Apesar do resultado desta pesquisa ser muito valioso com relação à
funcionalidade dos alunos com SD, o fato de não ter sido feita avaliação
neuropsicológica dos sujeitos, bem como não ter sido incluído um histórico de saúde
em geral e/ ou de comorbidades, como por exemplo, deficiência auditiva, deficiência
visual, autismo, dentre outras, mostra uma limitação do estudo.
Sugere-se também, novos estudos com um maior número de participantes, e
com avaliação e reavaliação ao longo de um ano letivo, para que assim possa
verificar o desenvolvimento de cada criança com SD no ambiente escolar.
55
5. CONCLUSÃO
De acordo com a literatura, o uso da CIF ainda é incipiente no Brasil, apesar
de ser referência em outros países. Com o propósito de uma participação com mais
qualidade nas atividades da criança com SD no ambiente escolar, sugere-se a
adoção de medidas simples, como a implementação do uso deste protocolo pelos
professores da rede de ensino regular com o objetivo de compreender melhor a
funcionalidade deste público.
Existem muitos instrumentos normatizados na área da saúde, porém a
educação é uma área que não encontramos este tipo de instrumento para que os
professores tenham uma diretriz de avaliação da criança com deficiência intelectual.
A pesquisadora concorda com as criadoras do protocolo Miccas e D’Antino
(2011), quanto a necessidade de instrumentalizar os professores para uma
avaliação efetiva dos alunos com deficiência intelectual, permitindo assim um
registro sistemático da sua funcionalidade, principalmente ao que concerne às
questões do comportamento adaptativo.
Esta pesquisa foi importante porque ressalta, pelo preenchimento do
protocolo PAEDI, que crianças com SD possuem níveis de funcionalidades muito
diferentes uma das outras e por isso precisam de uma maneira específica de serem
avaliados. O preenchimento do questionário dos professores, quanto à sua
percepção sobre o PAEDI, percebe-se que é um protocolo bem desenvolvido, que
seria bem aceito nas escolas e que muitos professores e alunos se beneficiariam de
sua utilização, ressaltando o que já havia sido demonstrado nas pesquisas de
Miccas (2011) e Ramos (2017).
Espera-se que com esta pesquisa surjam novas perspectivas para novos
estudos sobre avaliações para crianças com SD e que protocolos como este sejam
normatizados e validados para que possam contribuir com o processo de ensino-
aprendizagem de alunos incluídos no ensino regular, auxiliando o planejamento do
professor, valorizando a funcionalidade do aluno com deficiência intelectual e
ressaltando a importância do seu desenvolvimento no ambiente escolar.
56
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64
ANEXOS
A. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Carta de Informação ao Pais ou Responsáveis pelo sujeito de Pesquisa
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar do projeto de pesquisa “Aplicação
do Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI)
aplicado aos professores de alunos com Síndrome de Down do Fundamental I na
rede de ensino regular municipal”, que se propõe a avaliar a funcionalidade de
alunos de 06 a 14 anos, com Síndrome de Down, matriculados no Fundamental I na
rede municipal de ensino regular. Os dados para estudo serão coletados através do
preenchimento de um questionário dirigido aos professores de crianças com
Síndrome de Down em reuniões pré-agendadas. O instrumento/questionário será
aplicado pela Pesquisadora Responsável e tanto o instrumento para coleta de dados
quanto o contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes como
cansaço ou desconforto ao responder ao questionário.
Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição terão acesso à
Pesquisadora Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no
endereço abaixo), e terão o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem
qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em
conjunto com as de outros participantes e serão garantidos o sigilo, a privacidade e
a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos
participantes (apenas a Pesquisadora Responsável terá acesso a essa informação),
bem como a identificação do local da coleta de dados.
Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da
pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Presbiteriana Mackenzie – Rua Piauí, 181 – 6° andar.
Assim, considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta
Instituição para o contato com os Participantes de Pesquisa. Desde já agradecemos
a sua colaboração.
65
Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive
foram esclarecidas pela Pesquisadora Responsável. Estou ciente de que a
participação da Instituição e dos Participantes de Pesquisa é voluntária, e que, a
qualquer momento ambos têm o direito de obter outros esclarecimentos sobre a
pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.
Nome do Responsável do Participante de Pesquisa:
_______________________________________________
Assinatura do Responsável do Participante de Pesquisa:
_______________________________________________
Declaro que expliquei ao Responsável do Participante de Pesquisa os
procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos,
possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim
como esclareci as dúvidas apresentadas.
_______________, _______ de _____________________de 20______.
______________________ _______________________
Mariângela C. U. de Oliveira Prof.ª Dra. Maria Eloisa Famá D’Antino
Pesquisador responsável Orientador responsável
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
Rua Piauí, 181, 6º andar,
São Paulo
66
B. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Carta de Informação ao Participante de Pesquisa
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar do projeto de pesquisa “Aplicação
do Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI)
aplicado aos alunos com Síndrome de Down do Fundamental I na rede de ensino
regular municipal”, que se propõe a avaliar a funcionalidade de alunos de 06 a 14
anos, com Síndrome de Down, matriculados no Fundamental I na rede municipal de
ensino regular. Os dados para estudo serão coletados através do preenchimento de
um questionário dirigido aos professores de crianças com Síndrome de Down em
reuniões pré-agendadas. O instrumento/questionário será aplicado pela
Pesquisadora Responsável e tanto o instrumento para coleta de dados quanto o
contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes como cansaço ou
desconforto ao responder ao questionário.
Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição terão acesso à
Pesquisadora Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no
endereço abaixo), e terão o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem
qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em
conjunto com as de outros participantes e serão garantidos o sigilo, a privacidade e
a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos
participantes (apenas a Pesquisadora Responsável terá acesso a essa informação),
bem como a identificação do local da coleta de dados.
Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da
pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Presbiteriana Mackenzie – Rua Piauí, 181 – 6° andar.
Assim, considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta
Instituição para o contato com os Participantes de Pesquisa. Desde já agradecemos
a sua colaboração.
Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive
foram esclarecidas pela Pesquisadora Responsável. Estou ciente de que a
67
participação da Instituição e dos Participantes de Pesquisa é voluntária, e que, a
qualquer momento ambos têm o direito de obter outros esclarecimentos sobre a
pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.
Nome do Participante de Pesquisa:
_______________________________________________
Assinatura do Participante de Pesquisa:
_______________________________________________
Declaro que expliquei ao Participante de Pesquisa os procedimentos a serem
realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-
se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as
dúvidas apresentadas.
_____________________, _______ de _____________________de 20______.
______________________ _______________________
Mariângela C. U. de Oliveira Prof.ª Dra. Maria Eloisa Famá D’Antino
Pesquisador responsável Orientador responsável
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
Rua Piauí, 181, 6º andar,
São Paulo – SP
68
C. Termo de consentimento Livre e Esclarecido
Carta de Informação à Instituição
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar do projeto de pesquisa “Aplicação
do Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI)
aplicado aos alunos com Síndrome de Down do Fundamental I na rede de ensino
regular municipal”, que se propõe a avaliar a funcionalidade de alunos de 06 a 14
anos, com Síndrome de Down, matriculados no Fundamental I na rede municipal de
ensino regular. Os dados para estudo serão coletados através do preenchimento de
um questionário dirigido aos professores de crianças com Síndrome de Down em
reuniões pré-agendadas. O instrumento/questionário será aplicado pela
Pesquisadora Responsável e tanto o instrumento para coleta de dados quanto o
contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes como cansaço ou
desconforto ao responder ao questionário.
Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição terão acesso à
Pesquisadora Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no
endereço abaixo), e terão o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem
qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em
conjunto com as de outros participantes e serão garantidos o sigilo, a privacidade e
a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos
participantes (apenas a Pesquisadora Responsável terá acesso a essa informação),
bem como a identificação do local da coleta de dados.
Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da
pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Presbiteriana Mackenzie – Rua Piauí, 181 – 6° andar.
Assim, considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta
Instituição para o contato com os Participantes de Pesquisa. Desde já agradecemos
a sua colaboração.
Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive
foram esclarecidas pela Pesquisadora Responsável. Estou ciente de que a
69
participação da Instituição e dos Participantes de Pesquisa é voluntária, e que, a
qualquer momento ambos têm o direito de obter outros esclarecimentos sobre a
pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.
Nome do Representante Legal da Instituição:
_______________________________________________
Assinatura do Representante Legal da Instituição:
_______________________________________________
Declaro que expliquei ao Responsável pela Instituição os procedimentos a
serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de
retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci
as dúvidas apresentadas.
___________________, _______ de _____________________de 20______.
______________________ _______________________
Mariângela C. U. de Oliveira Prof.ª Dra. Maria Eloisa Famá D’Antino
Pesquisador responsável Orientador responsável
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
Rua Piauí, 181, 6º andar,
São Paulo – SP
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D. Questionário para professores de alunos com Deficiência Intelectual (DI) e
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Dados Gerais
Nome:
___________________________________________________________________
Data de Nascimento: _____/_____/_____
Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )
Formação
Graduação: Sim ( ) Não ( )
Especificações:
Área
Onde cursou
Ano de conclusão
Em andamento Sim ( ) Não ( )
Pós-graduação Sim ( ) Não ( )
Especificações:
Área
Onde cursou
Ano de conclusão
Em andamento Sim ( ) Não ( )
Formação específica para atuar com alunos com DI/TEA Sim ( ) Não ( )
Especificações:
Área
Onde cursou
Ano de conclusão
Em andamento Sim ( ) Não ( )
Experiência Profissional
Tempo de atuação no magistério: _______ anos.
71
Já atuou com alunos com DI/TEA: Sim ( ) Não ( )
Tempo de experiência na atuação com alunos com DI/TEA: _______ anos.
Atuação Profissional
Local de atuação: Rede pública ( ) Rede privada ( )
Se atua em rede pública, assinale o âmbito:
Municipal ( ) Estadual ( )
Carga horária de trabalho com alunos: _______ horas semanais.
Carga horária para planejamento, formação e outras atividades: _______ horas
semanais.
Você se sente apto para trabalhar com alunos com DI/TEA?
Sim ( ) Não ( )
Você se sente satisfeito com seu trabalho?
Sim ( ) Não ( )
Em caso negativo, especifique em 3 palavras os dificultadores:
A escola oferece apoio educacional especializado aos alunos com DI/TEA em
contraturno?
Sim ( ) Não ( )
Já foi ofertado pela rede em que atua algum tipo e capacitação especializada para o
atendimento do aluno com DI/TEA?
Sim ( ) Não ( )
Se sim, quais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
72
Existem instrumentos disponíveis ao professor para o atendimento do aluno com
DI/TEA?
Sim ( ) Não ( )
Se sim, quais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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E. Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual
Protocolo para Avaliação de Escolares com Deficiência Intelectual (PAEDI)
Este protocolo foi elaborado com base na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e contém itens que avaliam a funcionalidade da criança no domínio de Atividades e Participação.
Esta avaliação é formada por 52 itens. Observe que os classificadores são diferentes a partir do item 40, sendo que o classificador “Realiza Independentemente” significa que a criança é capaz de realizar determinada atividade sem qualquer tipo de ajuda de adulto ou par.
Para cada item, assinale a coluna que melhor descreve as ações e a participação do aluno.
Ao final deste protocolo se encontram as instruções sobre o sistema de pontuação dos classificadores e a Tabela de Pontuação Final.
Dados de Identificação
Nome do aluno:
Data de nascimento do aluno:
Data de preenchimento do Protocolo:
Nome do responsável pelo preenchimento:
Escola e Série:
Diagnóstico: Não ( ) Sim ( ) Qual:
Avaliação de Q.I.:
Atividades e Participação
Itens
Classificadores
Não Às
vezes
Sim
1 Observa acontecimentos ao seu redor, como crianças brincando ou ao assistir um desenho animado ou filme
2 Responde a estímulos auditivos como atender a chamados, ouvir uma música
3 Imita gestos ou comportamentos, demonstrando aprender por imitação, como reproduzir passos de uma coreografia
4 Concentra-se intencionalmente em uma atividade que seja de seu interesse
5 Demonstra ter capacidade para aprender a ler
6 Demonstra ter capacidade para aprender a escrever
7 Demonstra ter capacidade para aprender a fazer cálculos simples
74
8 Comunica-se para pedir ajuda na resolução de um problema cotidiano
9 Resolve sozinho problemas simples de seu cotidiano
10 Une-se a um adulto para resolver um problema de seu cotidiano
11 Inicia e termina uma tarefa única sozinho, como por exemplo, pintar um desenho
12 Inicia e termina uma tarefa em grupo, como por exemplo uma brincadeira ou jogo
13 Entende mensagens faladas emitidas para ele
14 Identifica expressões faciais, como tristeza, alegria
15 Entende ordens simples, como, por exemplo, pegue o lápis
16 Entende ordens sequenciais, como, por exemplo, pegue o lápis e traga aqui
17 Compreende o significado de gestos e sinais
18 Consegue descrever o contexto de um desenho, fotografia ou de uma cena real
Atividades e Participação
Itens
Classificadores
Não Às
vezes
Sim
19 Transmite uma mensagem utilizando-se de gestos e sinais
20 Nomeia objetos
21 Faz perguntas
22 Produz mensagens orais com menos de 10 palavras para se comunicar
23 Produz mensagens orais com mais de 10 palavras para se comunicar
24 Produz desenhos e lhes atribui significado
25 Produz desenhos com detalhes gráficos mais elaborados, diferentes de garatujas
26 Inicia uma conversa
27 Mantém uma conversa
28 Demonstra irritação ao ser contrariado
29 É capaz de permanecer sentado por tempo necessário para realizar uma atividade
30 É capaz de segurar com mãos e dedos um objeto grande, como, por exemplo, uma bola
31 É capaz de usar dedos e mãos para manipular pequenos objetos, como, por exemplo, um lápis
32 Anda curtas distâncias desviando-se, por exemplo, de móveis, objetos e pessoas
33 Consegue alimentar-se com quantidades adequadas e nos momentos certos
34 Consegue garantir o próprio conforto físico, como, por exemplo, tirar uma blusa se está com calor
35 Relaciona-se de forma socialmente adequada com as crianças de seu meio
36 Relaciona-se de forma socialmente adequada com os adultos de seu meio
37 Estabelece contatos com estranhos, respeitando convenções sociais
38 Participa de jogos e brincadeiras com os colegas
39 Demonstra entender e respeitar regras de jogos e brincadeiras
75
Itens Classificadores
Não realiza Realiza com ajuda
Realiza independentemente
40 O aluno lê e escreve
41 O aluno realiza cálculos simples
42 Conclui várias tarefas, de forma sequencial, como, por exemplo, escolher um brinquedo, brincar e guardá-lo
43 Sobe e desce escadas
44 Lava e seca as mãos
45 Escova os dentes
46 Veste roupas
47 Desveste (tira) roupas
48 Calça meias e sapatos
49 Vai ao banheiro para urinar coordenando as várias ações, como manipular as roupas, adotar posição correta e limpar-se
50 Vai ao banheiro para defecar coordenando as várias ações, como manipular as roupas, adotar posição correta e limpar-se
51 Come, coordenando as várias ações, como cortar, levar à boca, mastigar
52 Bebe, coordenando as várias ações como abrir, sugar ou tomar
SISTEMA DE PONTUAÇÃO
Itens Classificadores
Não Às vezes Sim 1 a 39 0 ponto 1 ponto 2 pontos
Não realiza Realiza com ajuda Realiza independentemente 40 a 52 0 ponto 1 ponto 2 pontos
TABELA DE PONTUAÇÃO FINAL
Utilize a tabela abaixo para registrar a soma de todos os itens de cada bloco de itens e obter a pontuação total do protocolo. Lembre-se de que a pontuação dos classificadores “Sim” e “Realiza Independentemente” devem ser multiplicadas por 2, como indicado por x2 (vezes dois).
Itens Classificadores Não Às vezes Sim
1 a 39 x2
Não realiza Realiza com ajuda Realiza independentemente
40 a 52 x2
Totais
Pontuação final pontos
76
F. Questionário para professores após aplicação do PAEDI
Professor: ___________________________________________________________
Escola: _____________________________________________________________
1) Tempo médio para responder o PAEDI:
______________________________________________________
2) Teve alguma dificuldade para responder o protocolo? Se sim, qual(is)?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3) As questões abordadas no protocolo estavam claras e foram facilmente
entendidas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4) Os termos utilizados no protocolo estavam claros e foram facilmente entendidos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5) Você acha que o protocolo poderá ser útil para o professor conhecer melhor seu
aluno? Justifique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6) Você acha que o protocolo poderá ser útil para o planejamento das intervenções
pedagógicas com o aluno? Justifique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7) O que você mudaria e/ou acrescentaria no protocolo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
77
8) Que sugestões você daria para melhorar o protocolo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________