21
Recife-Novembro-2009 Aves da Mata da Fazenda Soberana, São Benedito do Sul Pernambuco, Brasil Projeto Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco

AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

  • Upload
    voque

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Recife-Novembro-2009

Aves da Mata da Fazenda Soberana, São Benedito do Sul Pernambuco, Brasil

Projeto Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco

Page 2: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

CONSULTOR Glauco Alves Pereira APOIO E REVISÃO DE TEXTO Diele Lôbo Sônia Aline Roda EXECUÇÃO Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste - CEPAN APOIO Subprograma Projetos Demonstrativos – PDA/MMA Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste - AMANE Conservação Internacional do Brasil Agencia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH Instituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Aves da Mata da Fazenda Soberana, São Benedito do Sul Pernambuco, Brasil

Projeto Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco

Page 3: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

SUMÁRIO

Página

1. Apresentação 4

2. Métodos 4

3. Avifauna

3.1 Espécies Ameaçadas de Extinção e Endêmicas

3.2 Espécies Indicadoras da Qualidade Ambiental

3.3 Aves cinegéticas e “Aves de gaiola”

4. Estado de Conservação e regeneração

5. Ameaças e Impactos à Biodiversidade

6. Referencias bibliográficas

Apêndice: Lista das aves registradas na Mata do Estado, São Vicente Férrer,

Pernambuco

Page 4: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

1. APRESENTAÇÃO

Este relatório tem como objetivo caracterizar a avifauna da Fazenda Soberana.

Situada no município de São Benedito do Sul, a fazenda Soberana e propriedades

adjacentes possuem cerca de X hectares de fragmentos de floresta Atlântica ombrófila

aberta. Os fragmentos tem localização estratégica para conservação da biodiversidade

da floresta Atlântica na região nordeste, pois encontra-se entre duas importantes

áreas prioritárias para conservação: o complexo florestal da Usina Serra Grande e o da

Serra do Urubu. Desta maneira, a conservação das florestas na Fazenda Soberana e

propriedades adjacentes representa também uma ação estratégica para facilitação do

intercâmbio biótico entre importantes redutos de biodiversidade na região, além da

manutenção da biodiversidade dos serviços ecossistêmicos em escala local.

As florestas da Fazenda Soberana e de seu entorno constituem uma das cinco

áreas selecionadas pelo projeto “Apoio a Criação de Unidades de Conservação na

floresta Atlântica de Pernambuco”, para as quais serão elaboradas propostas de

criação de unidades de conservação públicas. Portanto, as informações aqui

apresentadas também visam dar subsídios para endossar a proposta de criação de

uma unidade de conservação na área das florestas da Fazenda Soberana e seu

entorno.

2. MÉTODOS

As informações de ocorrência de aves utilizadas neste relatório foram geradas a

partir de inventário rápido da avifauna realizado entre os dias 17e 18 de outubro de

2009. Os trabalhos foram realizados no período da manhã (das 5:00 as 9:30h), no

período da tarde (das 15:00 as 18:00h) e a noite no intuito de avistar aves com hábitos

noturnos como corujas e bacuraus. Foram visitados diferentes ambientes encontrados

na propriedade, como o florestal, áreas alagadas (várzeas e açudes) e áreas abertas

(pastos, áreas de cultivo, etc.)

Para auxiliar na identificação das espécies, foram utilizados um binóculo Tasco

sonoma de aumento 8 x 42 mm, um gravador SONY TCM 5000 – EV e um microfone

ultradirecional Sennheiser ME 67 “long shotgun”. Com estes dois últimos

Page 5: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

equipamentos foi realizado um banco de dados com as vozes das aves gravadas. Para a

identificação das espécies florestais, em algumas ocasiões foi realizada a técnica do

play back, onde as espécies de comportamentos mais discretos são atraídas pela

emissão de sua voz através do gravador. Também foram utilizados guias de campo e

livros especializados para auxiliar na identificação das espécies, tais como Ridgely &

Tudor (1989, 1994), Sick (1997), Souza (1998), Erize et al. (2006), Sigrist (2006).

A nomenclatura científica e classificação taxonômica seguem o Comitê

Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008). Para os nomes populares das

espécies utilizaram-se os nomes presentes na lista das aves do estado de Pernambuco

(Farias et al., 2008). As espécies exóticas invasoras foram consideradas de acordo com

a lista das espécies encontradas em Pernambuco (CEPAN, 2009).

O status de ocorrência das espécies foi obtido seguindo-se os trabalhos de Sick

(1997) e RODA (2003), onde as aves foram classificadas em: 1) residente (espécie que

se reproduz na região); 2) Migrante meridional (espécie migrante do hemisfério sul); 3)

migrante setentrional (espécie migrante do hemisfério norte); 4) introduzida (espécie

trazida de outros locais e solta indevidamente na região); 5) status desconhecido

(espécie não enquadrada em nenhuma categoria anteriormente citada); e, 6) extinta

(espécie que não existe mais na natureza).

Quanto ao uso do habitat, as espécies foram classificadas em a) dependentes -

espécies associadas ao interior de florestas, podendo em alguns casos, também

ocorrer em ambientes de borda; b) semi-dependente - compreende as espécies que

ocorrem tanto no interior das florestas e suas bordas como em áreas mais abertas da

matriz circundante dos fragmentos; e, c) independente - espécies que habitam áreas

abertas, áreas antrópicas, não necessitando de áreas florestais para nenhuma de suas

atividades. Essa classificação segue principalmente a proposta por Parker et al (1996),

Sick (1997) e Roda (2003).

A classificação das espécies quanto ao nível trófico foi baseado em seus itens

alimentares: a) Frugívoros, quando sua base alimentar são frutos ou, também

artrópodes; b) Granívoros, quando se alimentam de grãos; c) Insetívoros, quando se

alimentam de artrópodes; d) Nectarívoros, quando a base da sua alimentação é o

néctar das flores (inclui-se nesta categoria, também, uma grande quantidade de

Page 6: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

artrópodes); e) Onívoros, quando os táxons alimentam-se de artrópodes, frutos, grãos

e pequenos vertebrados; f) Predadores, quando se alimentam de pequenos

vertebrados e/ou grandes insetos; g) Aquáticos, são as espécies que se alimentam na

água, podendo ser de artrópodes e suas larvas, algas, brotos, etc; h) Detritívoros, que

se alimentam de matéria em decomposição. Essa classificação baseou-se

principalmente em Ridgely & Tudor (1989; 1994), Sick (1997) e Roda (2003).

O status de conservação foi obtido através de informações de endemismo e de

ameaça dos táxons. Os endemismos da floresta Atlântica estão de acordo com Parker

et al. (1996) e Roda (2002). Para as espécies restritas ao Centro Pernambuco, seguiu-se

Stattersfield et al. (1998), Roda (2002) e Silveira et al. (2003a). A classificação das

espécies ameaçadas e as suas categorias foi baseada no Livro Vermelho da Fauna

Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2008) e a lista vermelha global da

IUCN – União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2009).

3. AVIFAUNA

Um total de 140 espécies de aves pertencentes a 40 famílias foi registrado na Mata

do CIMNC, sendo a maior parte das espécies pertencentes às famílias Tyrannidae

(16,4%) e Thraupidae (10,7%) (Figura 1, Apêndice). Todas as espécies avistadas são

nativas residentes, ou seja, reproduzem-se na região ou realizam pequenas migrações.

Nenhuma espécie exótica invasora foi registrada.

Na Fazenda Soberana 68,5 % das espécies observadas são dependentes ou

semi-dependentes do ambiente florestal, ou seja, necessitam da floresta para

manutenção de pelo menos parte de suas atividades biológicas. O restante não

apresenta associação com esse ambiente, sendo encontrados em áreas abertas, como

pastos, campos e áreas alagadas, no entanto, ocasionalmente podem ser observados

em bordas das matas ou nas copas das árvores (Figura 2).

Os grupos tróficos mais ricos são os insetívoros, frugívoros e onívoros, com 59,

33 e 15 espécies, respectivamente. Já a espécies de aves detritívoras são pouco

representadas na avifauna da área de estudo (Figura 3).

Page 7: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Figura 1 - Representatividade geral das famílias de aves assinaladas para a Fazenda

Soberana.

Figura 2 – Uso do hábitat das espécies de aves na Fazenda Soberana. SDE = semi-

dependente; DEP = dependente e IND = independente.

Figura 3 - Número de espécies por categorias tróficas na Fazenda Soberana. INS –

Insetívoro; FRU – Frugívoro; ONI – Onívoro; NEC – Nectarívoro; GRA – Granívoro;

AQUA – Aquático; PRE – Predador; DETR – Detritívoro.

3.1. ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E ENDÊMICAS

Ao todo 13 espécies/subespécies ameaçadas de extinção foram observadas na

Fazenda Soberana, sendo 12 registradas na lista do Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2008) e cinco na lista global da União

Internacional para Conservação da Natureza - IUCN (2008). Quanto aos endemismos

foram encontradas 11 espécies endêmicas ao Centro Pernambuco (porção litorânea da

floresta Atlântica entre os estados de Alagoas e Rio Grande do Norte) e quatro à

floresta Atlântica brasileira (Tabela 1).

Tabela 1 – Espécies e subespécies ameaçadas de extinção e endêmicas da Floresta Atlântica ou do Centro Pernambuco. Categorias de ameaça: VU = Vulnerável; EP = Em Perigo; CR = Criticamente Ameaçado. Endemismo: CP = restritas ao Centro Pernambuco; FA = restritas à Floresta Atlântica Brasileira.

Espécies

Ameaça Lista

Nacional

Ameaça Lista Global

Endemismo

Ortalis guttata - - FA

Penelope superciliaris alagoensis EP - CP

Leptodon forbesi - CR CP

Thalurania watertonii VU - FA

Picumnus exilis pernambucensis VU - CP

Thamnophilus caerulescens pernambucensis

VU - CP

Pyriglena leuconota pernambucensis VU - CP

Conopophaga melanops nigrifrons VU - CP

Page 8: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Synallaxis infuscata EP EP CP

Xenops minutus alagoanus VU - CP

Iodopleura pipra leucopygia EP EP CP

Tangara fastuosa VU VU CP

Tangara cyanocephala corallina VU - FA

Hemithraupis flavicollis melanoxantha - - CP

Curaeus forbesi VU EP FA

Entre as aves ameaçadas de extinção merece destaque o gavião-de-pescoço-

branco Leptodon forbesi (Figura 4), classificado como Criticamente Ameaçada na

listagem global das espécies ameaçadas. Um indivíduo foi observado e teve sua voz

gravada enquanto sobrevoava a mata. Informações sobre a história natural dessa

espécie ainda são escassos. Apenas recentemente, em 2006, é que foi publicado o

primeiro estudo que caracteriza aspectos comportamentais desta espécie (Pereira et

al., 2006). O gavião-de-pescoço-branco é endêmico da floresta atlântica do nordeste

do Brasil, sendo encontrado apenas nos estados de Pernambuco e Alagoas. A principal

ameaça a este gavião é a fragmentação das florestas. O anambezinho Iodopleura pipra

leucopygia (Figura 5) é uma das aves mais raras na região. Entre as principais ameaças

as suas populações está a perda de hábitat decorrente do desmatamento das florestas.

Um casal foi observado na borda da mata, onde estavam pousados nos galhos de uma

árvore de médio porte. Neste trabalho não foi avistado nenhum indivíduo de jacu

Penelope superciliaris alagoensis, no entanto, o canto de alguns espécimes foi ouvido,

além do etnoregistro pela comunidade local. Além do desmatamento, a prática da

caça diminuiu consideravelmente a população do jacu na floresta atlântica nordestina.

Outro táxon ameaçado, o beija-flor-de-costas-violetas Thalurania watertonii (Figura

10), foi encontrado, principalmente aos pares nas bordas e no interior da Fazenda

Soberana. Essa espécie depende de ambientes florestais, e é encontrada em toda a

floresta Atlântica.

Page 9: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Figura 4 – Gavião-de-pescoço-branco Leptodon forbesi (Foto de Ciro Albano).

Figura 5 - Anambezinho Iodopleura pipra leucopygia (Foto de Glauco Pereira).

Page 10: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Figura 6 - Beija-flor-de-costas-violetas Thalurania watertonii (Foto de Glauco Pereira).

3.3. ESPÉCIES INDICADORAS DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Um dos principais grupos indicadores da qualidade ambiental é o das aves de

rapina florestais. Essas espécies necessitam de grandes matas para manter seu ciclo

vital (alimentar-se, reproduzir, nidificar), além disso, muitas necessitam de extensas

áreas para realizar migrações (Ferguson-Lee & Christie, 2001). Na Fazenda Soberana o

destaque deste grupo foi o gavião-de-pescoço-branco Leptodon forbesi.

Na categoria dos frugívoros, merece destaque os grandes e os pequenos

representantes da guilda. Entre os grandes frugívoros, destacam-se o jacu Penelope

superciliaris alagoensis e o aracuã Ortalis guttata. Entre os pequenos frugívoros,

merece destacar a presença dos elementos da família Pipridae e Thraupidae, como

exemplo, temos a guriatã Euphonia violacea (Figura 7). Os frugívoros são importantes

no ato de dispersão de sementes, auxiliando, principalmente, no processo de

reflorestamento de áreas degradadas.

Apesar da baixa riqueza dos insetívoros de sub-bosque na Fazenda Soberana,

merece destaque neste grupo, pela alta freqüência, as espécies espanta-raposa

Thamnophilus caerulescens pernambucensis (Figura 8) e papa-taioca Pyriglena

leuconota pernambucensis. Os insetívoros de sub-bosque são considerados com um

grupo bastante especializado, que sofre diminuições drásticas em sua população por

Page 11: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

causa da fragmentação florestal. Os insetívoros escaladores de troncos também foram

pouco representados, com apenas duas espécies da família Dendrocolaptidae e alguns

pica-paus, merecendo menção o pica-pau-de-topete-vermelho Dryocopus lineatus, que

é um dos maiores pica-paus encontrados no país (Figura 9).

Figura 7 – Casal de guriatã Euphonia violacea, macho com plumagem amarela e azul e fêmea verde (Foto de Glauco Pereira).

Figura 8 – Espanta-raposa Thamnophilus caerulescens pernambucensis (Foto de Ciro Albano).

Page 12: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Figura 9 – Pica-pau-de-topete-vermelho Dryocopus lineatus (Foto de Dario Lins).

4. ESTÁGIO DE CONSERVAÇÃO E REGENERAÇÃO DA FLORESTA DA FAZENDA

SOBERANA

Apesar da grande extensão, os fragmentos não se apresentam contínuos,

estando disposto em manchas florestais separados principalmente por estradas. No

entanto, quase todo o fragmento tem uma homogeneidade em sua estrutura, com

características de floresta em estágio secundário, com ausência de árvores de grande

porte e com um sub-bosque ainda em formação, pouco sombrio devido à ausência de

um dossel uniforme. No trecho mais próximo à divisa com Alagoas, a floresta mostra-

se um pouco mais desenvolvida, com algumas árvores maiores, e um sub-bosque um

pouco mais sombrio, mesmo assim, pobre em elementos típicos de sub-bosque.

Poucas trilhas foram encontradas no interior do fragmento, a maior parte é de

pequena largura, mostrando-se com pouca atividade antrópica em seu interior, a

exceção da trilha utilizada pela população local, onde existem postes de energia

elétrica que separam o fragmento (Figura 10).

A matriz dominante na Fazenda Soberana é o pasto, pois a criação e manejo do

gado bovino é a principal atividade econômica (Figura 14). Os pastos, em muitas vezes

encontram-se com áreas alagáveis, formando grandes várzeas devido à proximidade

com o Riacho Taquara, divisor natural entre os estados de Alagoas e Pernambuco

Page 13: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

(Figura 15). Esse ecossistema é de grande importância para a manutenção das aves de

hábitos aquáticos que habitam a Fazenda Soberana. Outro ambiente interessante, que

está preservado na Fazenda Soberana, é a área de ecótono, localizado entre a mata e

algumas áreas de pastos, onde podem ser encontradas áreas de capoeiras, esse local é

o habitat do ta-tac Synallaxis infuscata e de outras espécies de aves.

Figura 13 – Mata da Cunha (Foto de Glauco Pereira).

Figura 14 – Criação do gado bovino na Fazenda Soberana, São Benedito do Sul (Foto de Glauco Pereira).

Page 14: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Figura 15 – Várzeas formadas em áreas próximas ao Riacho Taquara, divisor dos estados de Alagoas e Pernambuco (Foto de Glauco Pereira).

5. AMEAÇAS E IMPACTOS A BIODIVERSIDADE

Alguns aspectos impactantes a avifauna e que podem ser amenizados em planos de

manejos futuros são apresentados a seguir:

A fragmentação na área isola a população de alguns táxons mais exigentes,

como os insetívoros de sub-bosque, que possivelmente não conseguem

colonizar outros fragmentos devido à falta de trampolins e corredores

ecológicos;

A presença de lixo na área, principalmente plásticos, é um fator ameaçador a

biodiversidade, dado que esses materiais demoram muito tempo para se

decompor no ambiente.

A presença de pessoas cavalgando no interior do fragmento é um fator

alarmante, pois os cavalos pisoteiam plântulas e outros pequenos vegetais no

sub-bosque, impedindo o seu desenvolvimento, além de pisarem em pequenas

espécies de animais, como rãs, lagartos, aves, etc.;

A mata ciliar em torno do Riacho Taquara está quase toda devastada,

principalmente nas áreas de pastos. Uma pequena porção foi observada

próxima a ponte que liga Pernambuco a Alagoas. Muitas vezes as matas ciliares

funcionam como áreas de circulação das espécies de um fragmento a outro;

Page 15: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Não foi observado o corte seletivo de madeira na Fazenda Soberana, porém em

um sítio vizinho foram observadas toras de madeira (sucupira) dispostas em

frente a uma residência.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CBRO (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos). Lista das aves do Brasil. 8º

Edição. Versão 05/10/2008. Disponível em <http://www.cbro.org.br>, 2009

CEPAN. Contextualização sobre Espécies Exóticas invasoras – Dossiê Pernambuco.

Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2009.

ERIZE, F.; MATA, R. R. M.; RUMBOLL, M. Birds of South América. Non Passeriformes:

Rheas to Woodpeckers. Princenton, Princenton University Press, 2006.

FARIAS, G. B.; PEREIRA, G. A.; SILVA, W. A. G. Lista das Aves de Pernambuco. Recife:

Observadores de Aves de Pernambuco, 2008.

FERGUSON-LEES, J. & CHRISTIE, D. A. Raptors of the World. Boston-New York:

Houghton Miffling Company, 2001.

FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mapa da Vegetação do

Brasil. Escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro, Ministério do Planejamento e

Orçamento/FIBGE, 1995.

IUCN. Red List of Threatened Species. 2008. Conteúdo disponível em

<http://www.iucnredlist.org>.

MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P. (Eds.). Livro vermelho da

fauna brasileira ameaçada de extinção. 1. ed. Brasília: MMA; Belo Horizonte:Fundação

Biodiversitas, 2008.

PARKER, T. A.; STOTZ, D. F.; FITZPATRICK, J. W. Ecological and distributional databases,

p.113-436. In: STOTZ, D. F.; FITZPATRICK, J. W.; PARKER, T. A.; MOSKOTIS, D. K. (Eds.).

Neotropical birds: ecology and conservation. Chicago, University of Chicago Press,

1996.

Page 16: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

PEREIRA, G. A.; DANTAS, S. M.; PERIQUITO, M. C. Possível registro de Leptodon forbesi

no estado de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia 14 (4): 441-444,

2006.

RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. The birds of South America: the oscines passerines. V. 1.

Princenton: Princenton University Press, 1989.

RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. The birds of South America: the suboscines passerines. V. 2.

Princenton, Princenton University Press, 1994.

RODA, S. A. Aves endêmicas e ameaçadas de extinção no estado de Pernambuco. In:

Diagnóstico da biodiversidade de Pernambuco, p.537-556. In: TABARELLI, M. & SILVA,

J. M. C. (Orgs.). Diagnóstico da biodiversidade de Pernambuco. Recife, Secretaria da

Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Editora Massangana, 2002.

RODA, S. A. Aves do Centro de Endemismo Pernambuco: composição, biogeografia e

conservação. Belém, Tese de Doutorado, 2003.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1997.

SIGRIST, T. Aves do Brasil. São Paulo, Avis Brasilis, 2006. 672p.

SILVEIRA, L. F.; OLMOS, F.; LONG, A. J. Birds in Atlantic Forest fragments in north-east

Brazil. Cotinga 20: 32-46, 2003.

SOUZA, D. Todas as aves do Brasil: guia de campo para identificação. Feira de

Santana, Editora Dall, 1998.

Page 17: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

APÊNDICE

Lista das aves registradas na Fazenda Soberana, São Benedito do Sul, Pernambuco. Status: RES

(Residente), INT (Introduzido). Uso do Hábitat: DEP (Dependente), SDE (Semi-dependente);

IND (Independente). Grupo Trófico: INS (Insetívoro), FRU (Frugívoro), GRA (Granívoro), NEC

(Nectarívoro), DETR (Detritívoro), PRE (Predador), AQUA (Aquático). Ambientes: FL (Floresta),

AB (Áreas abertas), AL (Áreas alagadas).

Espécie Nome Popular Status Uso do habitat

Grupo trófico

Ecossistemas

FL AB AL

Família Tinamidae Crypturellus parvirostris lambu-espanta-boiada RES IND FRU x Rhynchotus rufescens lambu-pé RES IND FRU x Nothura maculosa candiru RES IND FRU x Família Cracidae Ortalis guttata aracuã RES DEP FRU x Penelope superciliaris alagoensis

jacu RES DEP FRU x

Família Ardeidae Tigrisoma lineatum socó-boi RES IND AQUA x Bubulcus ibis garça-vaqueira RES IND AQUA x Ardea alba garça-branca-grande RES IND AQUA x Butorides striata socozinho RES IND AQUA x Família Cathartidae Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha RES IND DET x x Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela RES IND DET x x Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta RES IND DET x x Família Accipitridae Leptodon forbesi gavião-de-cabeça-cinza RES DEP PRE x Rupornis magnirostris gavião-carijó RES IND PRE x x Família Falconidae Caracara plancus carcará RES IND PRE x Milvago chimachima carrapateiro RES IND PRE x Herpetotheres cachinnans

acauã RES SDE PRE x

Família Rallidae Laterallus viridis sanã-castanha RES SDE AQUA x Laterallus melanophaius cambonje RES IND AQUA x Porzana albicollis sanã-carijó RES IND AQUA x Família Charadriidae Vanellus chilensis tetéu RES IND AQUA x x Família Scolopacidae Gallinago paraguaiae agachadeira RES IND AQUA x x Família Jacanidae Jacana jacana jaçanã RES IND AQUA x Família Columbidae Columbina talpacoti rolinha-caldo-de-feijão RES IND GRA x Patagioenas speciosa pomba-trocá RES DEP FRU x

Page 18: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Espécie Nome Popular Status Uso do habitat

Grupo trófico

Ecossistemas

FL AB AL

Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira RES SDE FRU x Família Psittacidae Diopsittaca nobilis ararinha RES SDE FRU x x Forpus xanthopterygius tapacu RES IND FRU x x Família Cuculidae Piaya cayana alma-de-gato RES SDE INS x Crotophaga ani anu-preto RES IND INS x x x Guira guira anu-branco RES IND INS x Tapera naevia peitica RES IND INS x Família Strigidae Megascops choliba coruja-de-frio RES SDE PRE x x Família Caprimulgidae Lurocalis semitorquatus tuju RES DEP INS x Nyctidromus albicollis bacurau RES SDE INS x x Caprimulgus rufus joão-corta-pau RES IND INS x Hydropsalis torquata bacurau-tesoura RES SDE INS x Família Trochilidae Phaethornis ruber beija-flor-carrapato RES DEP NEC x Eupetomena macroura beija-flor-rabo-de-tesoura RES IND NEC x Anthracothorax nigricollis bizunga RES SDE NEC x Chrysolampis mosquitos beija-flor-vermelho RES SDE NEC x x Chlorostilbon notatus beija-flor-de-garganta-azul RES DEP NEC x x Thalurania watertonii beija-flor-de-costas-

violetas RES DEP NEC x

Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde

RES SDE NEC x x

Família Alcedinidae Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno RES SDE AQUA x Família Galbulidae Galbula ruficauda bico-de-agulha RES DEP INS x Família Picidae Picumnus exilis pernambucensis

pica-pau-anão-de-pintas-amarelas

RES DEP INS x

Picumnus fulvescens pica-pau-anão-canela RES SDE INS x Veniliornis passerinus picapauzinho-anão RES SDE INS x x Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado RES SDE INS x x Dryocopus lineatus pica-pau-de-topete-

vermelho RES SDE INS x

Família Thanophilidae Taraba major chorró-olho-de-fogo RES SDE INS x Thamnophilus caerulescens pernambucensis

espanta-raposa RES DEP INS x

Myrmotherula axillaris choquinha-de-flanco-branco

RES DEP INS x

Herpsilochmus atricapillus

chorozinho-de-chapéu-preto

RES DEP INS x

Formicivora grisea papa-formiga-pardo RES SDE INS x Pyriglena leuconota papa-taioca RES DEP INS x

Page 19: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Espécie Nome Popular Status Uso do habitat

Grupo trófico

Ecossistemas

FL AB AL

pernambucensis Família Conopophagidae Conopophaga melanops nigrifrons

cuspidor-de-máscara-preta RES DEP INS x

Família Dendrocolaptidae

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde RES DEP INS x Dendroplex picus arapaçu-de-bico-branco RES SDE INS x x Família Furnariidae Furnarius figulus maria-de-barro RES SDE INS x x Synallaxis infuscata tatac RES DEP INS x Synallaxis frontalis tio-antônio RES SDE INS x x Cranioleuca semicinerea joão-de-cabeça-cinza RES DEP INS x Certhiaxis cinnamomeus casaca-de-couro RES IND INS x Phacellodomus rufifrons garrancheira RES IND INS x Xenops minutus alagoanus

bico-virado-miúdo RES DEP INS x

Xenops rutilans bico-virado-carijó RES DEP INS x Família Tyrannidae Leptopogon amaurocephalus

cabeçudo RES DEP FRU x

Hemitriccus griseipectus maria-de-barriga-branca RES DEP INS x Poecilotriccus plumbeiceps

tororó RES DEP INS x

Todirostrum cinereum relojinho RES SDE INS x x Phyllomyias fasciatus pássaro-fantasma RES DEP FRU x x Myiopagis gaimardii maria-pechim RES DEP FRU x Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta RES DEP FRU x Elaenia flavogaster maria-já-é-dia RES SDE FRU x x Ornithion inerme poiaeiro-de-sobrancelha RES DEP INS x Camptostoma obsoletum risadinha RES IND INS x x Capsiempis flaveola marianinha-amarela RES SDE INS x Zimmerius gracilipes poiaeiro-de-pata-fina RES DEP FRU x Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo RES DEP INS x Myiophobus fasciatus filipe RES IND INS x x Lathrotriccus euleri enferrujado RES DEP INS x Fluvicola nengeta lavandeira RES IND INS x Arundinicola leucocephala

viuvinha RES IND INS x

Myiozetetes similis bem-te-vi-do-pequeno RES SDE ONI x x x Pitangus sulphuratus bem-te-vi RES IND ONI x x x Megarynchus pitangua bem-te-vi-bico-de-pato RES DEP INS x Tyrannus melancholicus bem-te-vi-de-cercado RES IND INS x x Myiarchus tuberculifer maria-cavaleira-pequena RES DEP INS x Myiarchus ferox mané-besta RES SDE INS x Família Pipridae Neopelma pallescens bate-caralho RES DEP FRU x Manacus manacus rendeira RES DEP FRU x Chiroxophia pareola dançarino RES DEP FRU x

Page 20: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Espécie Nome Popular Status Uso do habitat

Grupo trófico

Ecossistemas

FL AB AL

Pipra rubrocapilla soldadinho RES DEP FRU x Família Tityridae Iodopleura pipra leucopygia

anambezinho RES DEP FRU x x

Pachyramphus viridis caneleiro-verde RES DEP INS x Pachyramphus polychopterus

caneleiro-preto RES DEP INS x x

Família Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari RES DEP INS x x Vireo olivaceus chorão-da-mata RES DEP INS x Família Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora RES IND INS x x Tachycineta albiventer andorinha-de-papo-branco RES IND INS x Família Troglodytidae Troglodytes musculus rouxinol RES IND INS x x Pheugopedius genibarbis garrinchão RES DEP ONI x Família Donacobiidae Donacobius atricapilla xuá RES IND INS x Família Polioptilidae Ramphocaenus melanurus

bico-assovelado RES DEP INS x

Polioptila plumbea gatinha RES SDE INS x x Família Turdidae Turdus rufiventris sabiá-gongá RES SDE ONI x x Turdus leucomelas sabiá-branco RES SDE ONI x x Família Mimidae Mimus saturninus papa-sebo RES IND ONI x Família Motacillidae Anthus lutescens peruinha RES IND INS x Família Coerebidae Coereba flaveola sebito RES SDE NEC x x Família Thraupidae Saltator maximus papa-pimenta RES DEP ONI x Saltator fuliginosus bico-de-pimenta RES DEP ONI x Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto RES SDE FRU x x Thlypopsis sordida canário-de-folha RES SDE FRU x x Tachyphonus cristatus tiê-galo RES DEP FRU x Tachyphonus rufus joão-crioulo/maria-mulata RES SDE FRU x x Thraupis sayaca sanhaçu-do-azul RES SDE ONI x x Thraupis palmarum sanhaçu-do-verde RES SDE ONI x x Tangara fastuosa pintor-verdadeiro RES DEP FRU x Tangara cyanocephala corallina

verdelim RES DEP FRU x

Tangara cayana cavalo-melado RES SDE FRU x x Dacnis cayana verdelim RES DEP FRU x Cyanerpes cyaneus saíra RES DEP FRU x Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto RES DEP FRU x Hemithraupis flavicollis melanoxantha

saíra-galega RES DEP FRU x

Page 21: AVES DA MATA DO ESTADO, SÃO VICENTE FÉRRER, …mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/dcbcbc79bec041d...Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

Espécie Nome Popular Status Uso do habitat

Grupo trófico

Ecossistemas

FL AB AL

Família Emberizidae Ammodramus humeralis salta-caminho-de-pangola RES IND GRA x Emberizoides herbicola rabo-mole RES IND GRA x Sporophila nigricollis papa-capim RES IND GRA x Tiaris fuliginosus cigarra-do-pará RES DEP GRA x Arremon taciturnus salta-caminho-da-mata RES DEP ONI x Família Parulidae Basileuterus culicivorus pula-pula RES DEP INS x Basileuterus flaveolus canário-do-mato RES DEP INS x Família Icteridae Icterus cayanensis xexéu-de-bananeira RES SDE ONI x x Curaeus forbesi papa-arroz RES SDE ONI x Molothrus bonariensis papa-arroz RES IND ONI x Sturnella superciliaris sangue-de-boi RES IND ONI x Família Fringillidae Euphonia chlorotica vem-vem RES SDE FRU x x Euphonia violacea guriatã RES DEP FRU x x