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ab m ercado mpme guia especial da micro, pequena e média empresa B8 folhainvest H H H SEGUNDA-FEIRA, 6 DE MAIO DE 2013 Zé Carlos Barreta/Folhapress André Krai levou a sua empresa para a Espanha e mira também a Alemanha ROGéRIO DE MORAES COLABORAçãO PARA A FOLHA Driblar a concorrência e ganhar economia de escala são algumas das vantagens competitivas que as micro e pequenas empresas (MPEs) podem adquirir ao buscar a internacionalização para ex- pandir os seus negócios. Além da exportação, o pe- queno empreendedor tem ou- tros caminhos para atingir mercados de fora, que se tor- naram mais acessíveis com a globalização. Segundo a consultora de comércio exterior do Sebrae, Rose Mary Estacio, a interna- cionalização pode trazer be- nefícios para uma pequena empresa, como a compensa- ção de oscilações do merca- do interno e o aumento do ci- clo de vida do produto. “A internacionalização ajuda a empresa a enfrentar dificuldades internas, como crises econômicas e a forte concorrência”, afirma. Embora a exportação ain- da seja o principal canal pa- ra a internacionalização, há outras possibilidades. OPçõES Estacio cita como exemplo de opções parcerias em joint ventures, transferências de tecnologia, representação, franquias e licenciamento. Mas para decidir qual o melhor caminho para a ex- pansão internacional é preci- so um trabalho cuidadoso. O primeiro passo é pesqui- sar. O objetivo é identificar em quais mercados o produ- to pode ter boa aceitação. Al- guns sites como o do Minis- tério do Desenvolvimento, In- dústria e Comércio Exterior (Mdic), o Apex-Brasil e o Por- tal do Exportador trazem in- formações e números sobre diversos mercados. A segunda etapa é o plane- jamento. O Sebrae mantém um programa de capacitação para internacionalização de MPEs. Além de palestras e workshops, oferece cursos e consultoria para auxiliar pe- Especialista diz que internacionalização exige planejamento e pesquisa; exportar não é a única opção Mercado externo pode possibilitar ganhos de escala e aumento do ciclo de vida do produto Expansão internacional traz vantagens para micro e pequenos POR QUE IR PARA O EXTERIOR Vantagens da internacionalização Você está pronto para exportar? > No link www. internacionalizacaosolucoes .sebrae.com.br é possível fazer um autodiagnóstico para saber se a sua empresa está pronta para exportar > O diagnóstico é voltado para empresas que querem exportar produtos > Em breve estarão disponíveis versões para exportadores de serviços e importadores > Diversificar mercados > Reduzir dependência do mercado interno > Aprimorar qualidade do produto/serviço > Tornar a marca internacional > Reduzir custos com aumento de escala > Prolongar ciclo de vida do produto > Aproveitar eventual capacidade ociosa > Ampliar a visão em- presarial e de negócio quenos empresários a formu- lar uma estratégia. Outro ponto importante que o empresário deve ter em mente é a adequação do pro- duto para o mercado externo. Detalhes como embalagem e design, além de atenção a di- versas normas técnicas locais, são essenciais. A obtenção de certificados internacionais fa- cilita e, em alguns casos, po- de ser indispensável. Uma barreira a ser consi- derada são os trâmites buro- cráticos locais. Nesse aspec- to, paciência e persistência podem ser necessárias. Foi o que percebeu o em- presário André Krai. Em ex- pansão no Brasil, sua empre- sa, a Container Ecology Sto- re —um modelo de lojas ins- taladas em contêineres rea- proveitados— atraiu investi- dores espanhóis. “Ainda não tinha pensado em expandir para fora, mas aproveitei a oportunidade”. Com operações em Ibiza e em Barcelona, ele planeja atingir outras cidades espa- nholas e a Alemanha. BUROCRACIA Krai afirma que o processo para liberação de documen- tos foi demorado no início, revelando uma burocracia tão grande como no Brasil. Segundo ele, é essencial que o projeto esteja amadu- recido para que o processo caminhe, já que os parceiros internacionais costumam ser exigentes. “Lá fora não tem ‘jeitinho’. Ou está certo, ou não está”, afirma Krai. COLABORAçãO PARA A FOLHA Apesar das micro e peque- nas empresas (MPEs) repre- sentarem 45% das compa- nhias exportadoras brasilei- ras em 2011, a soma do valor em dólares das vendas exter- nas dessas firmas represen- tava apenas 0,8% do total das transações. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indús- tria e Comércio Exterior. A principal razão para a fraca participação, dizem es- pecialistas, é a falta de infor- mação sobre como exportar, além do pouco conhecimen- to sobre mercados externos. Para Rose Mary Estacio, consultora de comércio exte- rior do Sebrae, muitas MPEs desconhecem as vantagens da internacionalização, que incluem isenções fiscais de IPI, PIS e Cofins em algumas modalidades de exportações. Com foco nas vantagens do mercado externo, uma pe- quena empresa de Mogi das Cruzes (SP) conquistou espa- ço em diversos países antes de seu lançamento no Brasil. Segundo Jeferson Umezaki, gerente comercial da MN Pró- polis, a empresa fundada em 1992 já nasceu exportando to- da a produção para o Japão. Especializada em produtos orgânicos e derivados do mel, somente 12 anos depois, em 2004, a empresa passou a de- senvolver produtos para aten- der ao mercado interno. Umezaki diz que o funda- dor da empresa, Norihito Matsuda, sabia da demanda por própolis no Japão quan- do o produto ainda era pou- co conhecido por aqui. Atual- mente, a MN Própolis expor- ta para mais de dez países. Nos últimos anos, passou a se dedicar também ao con- sumidor local e, hoje, 50% do faturamento da empresa já vem do mercado interno. Poucainformação explica fatia baixa de exportações Karime Xavier/Folhapress Fernando Jobim e Marcelo Badra, fundadores da Alpar Agora oSebrae va i ate voce . ˆ ´ Ligue e agende uma visita. 0800 570 0800 FILIPE OLIVEIRA COLABORAçãO PARA A FOLHA Os problemas de logística para embarcar mercadorias no porto de Santos (SP) dão prejuízo para muitos, mas pa- ra empresas iniciantes são uma oportunidade de desen- volver novas tecnologias. As filas de caminhões nos terminais do porto levaram Fernando Jobim, 43, e Marce- lo Badra, 39, a montar a Al- par e a criar um aplicativo de celular para agilizar a entra- da dos veículos. Chamado de Tacs Mobile, ele permite uma leitura ins- tantânea dos cartões de uso obrigatório pelos caminho- neiros para ter autorização de entrada. Basta aproximar o cartão do aparelho e o pro- grama avisa se há ou não au- torização da alfândega. Dessa forma, segundo Jo- bim, um segurança do termi- nal faria a triagem dos cami- nhoneiros enquanto eles ain- da estão na fila. “Conseguimos antecipar problemas que iriam aconte- cer na entrada para o meio da fila, melhorando o fluxo.” Jobim diz que essa é a pri- meira de uma série de solu- ções que a Alpar quer criar no segmento portuário. Entre os produtos já projetados, está um software de lacre eletrô- nico usado para registrar to- das as movimentações dos contêineres. Outra empresa iniciante que pretende melhorar a lo- gística de transporte de mer- cadorias é a CargoBR. Para isso, desenvolveu uma plataforma na internet que, ao ajudar as transporta- doras a encontrar mais op- ções de serviço, pretende di- minuir o número de cami- nhões que fazem viagens sem estarem cheios. No ar há três semanas, a plataforma da CargoBR per- mite que empresas que que- rem enviar mercadorias ca- dastrem seus pedidos no site. A seguir, transportadoras cadastradas recebem alertas sobre a oportunidade e fazem propostas de frete para o pro- duto. O embarcador escolhe a que considerar melhor. A empresa conseguiu atin- gir os mercados de calçados, livros e tecidos. A próxima meta, diz Rodrigo Palos, 25, sócio da empresa, é entrar no setor de commodities. Para isso, será preciso co- locar os caminhoneiros autô- nomos no site. Gargalo logístico gera negócios em tecnologia Empresas desenvolvem soluções para facilitar movimentação e transporte de cargas

B8 H H H Segunda-Feira, 6 de Maio de 2013 mercadompme · dústria e Comércio Exterior (Mdic),oApex-BrasileoPor-taldoExportadortrazemin-formações e números sobre diversosmercados

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mercadompme guia especial damicro, pequenaemédia empresa

B8 folhainvest H H H Segunda-Feira, 6 de Maio de 2013

ZéCarlos

Barreta/Folhapress

André Krailevou a suaempresa paraa Espanha emira tambéma Alemanha

rogério dE morAEsColaBoração para a folha

Driblar a concorrência eganhar economia de escalasão algumas das vantagenscompetitivas que as micro epequenas empresas (MPEs)podem adquirir ao buscar ainternacionalizaçãopara ex-pandir os seus negócios.Além da exportação, o pe-

quenoempreendedortemou-tros caminhos para atingirmercadosde fora, que se tor-narammais acessíveis comaglobalização.Segundo a consultora de

comércio exterior do Sebrae,RoseMaryEstacio, a interna-cionalização pode trazer be-nefícios para uma pequenaempresa, como a compensa-ção de oscilações do merca-do internoeoaumentodoci-clo de vida do produto.“A internacionalização

ajuda a empresa a enfrentar

dificuldades internas, comocrises econômicas e a forteconcorrência”, afirma.Embora a exportação ain-

da seja o principal canal pa-ra a internacionalização, háoutras possibilidades.

opçõesEstacio cita comoexemplo

de opções parcerias em jointventures, transferências detecnologia, representação,franquias e licenciamento.Mas para decidir qual o

melhor caminho para a ex-pansão internacionalépreci-so um trabalho cuidadoso.Oprimeiropassoépesqui-

sar. O objetivo é identificarem quais mercados o produ-topode ter boaaceitação.Al-guns sites como o do Minis-tériodoDesenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior(Mdic), oApex-Brasil e oPor-tal do Exportador trazem in-formações e números sobrediversos mercados.Asegundaetapaéoplane-

jamento. O Sebrae mantémumprogramadecapacitaçãopara internacionalização deMPEs. Além de palestras eworkshops, oferece cursos econsultoria para auxiliar pe-

Especialista diz queinternacionalizaçãoexige planejamentoe pesquisa; exportarnão é aúnica opção

Mercado externo pode possibilitar ganhos de escala e aumento do ciclo de vida do produto

Expansão internacional trazvantagens paramicro e pequenos

POR QUE IR PARA O EXTERIORVantagens da internacionalização

Você está pronto para exportar?

> No linkwww.internacionalizacaosolucoes.sebrae.com.br é possívelfazer um autodiagnósticopara saber se a sua empresaestá pronta para exportar

> O diagnóstico é voltadopara empresas quequerem exportar produtos> Em breve estarãodisponíveis versões paraexportadores de serviçose importadores

> Diversificarmercados> Reduzir dependênciadomercado interno> Aprimorar qualidadedo produto/serviço> Tornar a marcainternacional

> Reduzir custos comaumento de escala> Prolongar ciclo devida do produto> Aproveitar eventualcapacidade ociosa> Ampliar a visão em-presarial e de negócio

quenosempresáriosa formu-lar uma estratégia.Outro ponto importante

queoempresáriodeve ter emmente é a adequaçãodopro-dutoparaomercadoexterno.

Detalhes como embalagem edesign, alémdeatençãoadi-versasnormastécnicaslocais,sãoessenciais.Aobtençãodecertificadosinternacionais fa-cilita e, em alguns casos, po-

de ser indispensável.Uma barreira a ser consi-

derada são os trâmites buro-cráticos locais. Nesse aspec-to, paciência e persistênciapodem ser necessárias.Foi o que percebeu o em-

presário André Krai. Em ex-pansãonoBrasil, suaempre-sa, a Container Ecology Sto-re —ummodelo de lojas ins-taladas em contêineres rea-proveitados— atraiu investi-dores espanhóis.“Aindanão tinhapensado

em expandir para fora, masaproveitei a oportunidade”.Com operações em Ibiza e

em Barcelona, ele planejaatingir outras cidades espa-nholas e a Alemanha.

burocraciaKrai afirmaqueoprocesso

para liberação de documen-tos foi demorado no início,revelando uma burocraciatão grande como no Brasil.Segundo ele, é essencial

que o projeto esteja amadu-recido para que o processocaminhe, já que os parceirosinternacionais costumamserexigentes. “Lá fora não tem‘jeitinho’. Ou está certo, ounão está”, afirma Krai.

ColaBoração para a folha

Apesar dasmicro e peque-nas empresas (MPEs) repre-sentarem 45% das compa-nhias exportadoras brasilei-ras em 2011, a soma do valoremdólaresdasvendas exter-nas dessas firmas represen-tava apenas 0,8% do totaldas transações.OsdadossãodoMinistério

do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior.A principal razão para a

fracaparticipação, dizemes-pecialistas, é a falta de infor-mação sobre como exportar,além do pouco conhecimen-to sobremercados externos.Para Rose Mary Estacio,

consultorade comércio exte-rior do Sebrae, muitas MPEsdesconhecem as vantagensda internacionalização, queincluem isenções fiscais deIPI, PIS e Cofins em algumasmodalidadesdeexportações.Comfoconasvantagensdo

mercado externo, uma pe-quena empresa de Mogi dasCruzes (SP) conquistouespa-ço em diversos países antesde seu lançamentonoBrasil.Segundo Jeferson Umezaki,gerentecomercialdaMNPró-polis, a empresa fundadaem1992 jánasceuexportandoto-da a produção para o Japão.Especializadaemprodutos

orgânicosederivadosdomel,somente 12 anos depois, em2004,aempresapassouade-senvolverprodutosparaaten-der aomercado interno.Umezaki diz que o funda-

dor da empresa, NorihitoMatsuda, sabia da demandapor própolis no Japão quan-do o produto ainda era pou-coconhecidoporaqui.Atual-mente, aMNPrópolis expor-ta paramais de dez países.Nos últimos anos, passou

a se dedicar também ao con-sumidor locale,hoje, 50%dofaturamento da empresa jávem domercado interno.

Poucainformaçãoexplica fatia baixade exportações

Karime Xavier/Folhapress

Fernando Jobim emarcelo Badra, fundadores da Alpar

AgoraoSebraevaiatevoce.ˆ´

Ligue e agende uma visita.0800 570 0800

FiLiPE oLiVEirAColaBoração para a folha

Os problemas de logísticapara embarcar mercadoriasno porto de Santos (SP) dãoprejuízoparamuitos,maspa-ra empresas iniciantes sãoumaoportunidadededesen-volver novas tecnologias.As filas de caminhões nos

terminais do porto levaramFernandoJobim,43,eMarce-lo Badra, 39, a montar a Al-par e a criar umaplicativo decelular para agilizar a entra-da dos veículos.Chamado de Tacs Mobile,

ele permite uma leitura ins-

tantânea dos cartões de usoobrigatório pelos caminho-neirospara terautorizaçãodeentrada. Basta aproximar ocartão do aparelho e o pro-gramaavisa se há ounão au-torização da alfândega.Dessa forma, segundo Jo-

bim,umsegurançado termi-nal faria a triagem dos cami-nhoneirosenquantoelesain-da estão na fila.“Conseguimos antecipar

problemasque iriamaconte-cernaentradaparaomeiodafila, melhorando o fluxo.”Jobim diz que essa é a pri-

meira de uma série de solu-çõesqueaAlparquercriarno

segmentoportuário. Entreosprodutos já projetados, estáum software de lacre eletrô-nico usado para registrar to-das as movimentações doscontêineres.Outra empresa iniciante

que pretende melhorar a lo-gística de transporte demer-cadorias é a CargoBR.Para isso, desenvolveu

uma plataforma na internetque, aoajudar as transporta-doras a encontrar mais op-ções de serviço, pretende di-minuir o número de cami-nhõesquefazemviagenssemestarem cheios.No ar há três semanas, a

plataforma da CargoBR per-mite que empresas que que-rem enviar mercadorias ca-dastremseuspedidosnosite.A seguir, transportadoras

cadastradas recebem alertassobreaoportunidadee fazempropostasde freteparaopro-duto. O embarcador escolhea que considerar melhor.Aempresaconseguiuatin-

gir osmercados de calçados,livros e tecidos. A próximameta, diz Rodrigo Palos, 25,sóciodaempresa, éentrarnosetor de commodities.Para isso, será preciso co-

locaroscaminhoneirosautô-nomos no site.

Gargalo logísticogeranegóciosemtecnologiaEmpresas desenvolvem soluções para facilitarmovimentação e transporte de cargas