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Resolução 258 Novas regras para destinação de pneus inservíveis Ano XVI - Nº 98 - Setembro/Outubro 2009 Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus pág. 06 pág. 08 pág. 04 Entrevista com Abram Szajman Conheça as estratégias da Disney para chegar ao sucesso

Ano XVI - sicopneus.com.br · pneus chineses e os produzidos pela in-dústria nacional apresentam as mesmas características físicas, são fabricados com as mesmas matérias-primas,

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Resolução 258Novas regras para destinação

de pneus inservíveis

Ano XVI - Nº 98 - Setembro/Outubro 2009 Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus

pág. 06 pág. 08

pág. 04

Entrevista com Abram Szajman

Conheça as estratégias da Disney para chegar ao sucesso

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Revista Abrapneus é uma publicação da Associação Bra-sileira dos Revendedores de Pneus e do Sicop - Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Pneumáticos - distribuída gratuitamente a revendedores, distribuido-res e fabricantes de pneus, entidades de classe, órgãos governamentais, empresas fornecedoras de produtos e serviços às revendas e órgãos de imprensa

ABRAPNEUSPresidente: Márcio Olívio Fernandes da CostaVice-presidentes: Walter Paschoal, Dirceu Delamuta, Isac Moyses Sitnik, João Faria da Silva e Itamar Laércio Grotti.Secretário: Rodrigo F. Araújo CarneiroTesoureiro: Airton ScarpaDiretores: Francisco F. Amaral Filho, Alexandre Quadrado, Geraldo Gusmão Bastos Filho, José Manuel Pedroso da Silva, Sérgio Carlos Ferreira, Gláucio Telles Salgado, Horácio Franco Zacharias, Henrique Koroth, Carlos Alberto D. P. Costa, João Ibrahim Jabur, Antônio Augusto, Célio Gazire, Ivo Giunti Yoshioka.

SICOPPresidente: Márcio Olívio Fernandes da CostaVice-presidentes: Walter Paschoal e Carlos Henrique BaptistaSecretário: Rodrigo F. Araújo CarneiroTesoureiro: Dirceu DelamutaDiretoria: Horácio Franco Zacharias, Itamar Laércio Grotti, Isac Moyses Sitnik e João Faria da Silva.Conselho Fiscal: Airton Scarpa, José Linhares, Felice Perella, Mauro Luiz Barbato, Eduardo Fernandes e José Roberto NicolauRepresentantes junto à Federação do Comércio SP: Márcio Olívio Fernandes da Costa, Rodrigo Fernandes da Costa, Dirceu Delamuta e Walter Paschoal Secretária: Janecy Almeida de Lima

Revista AbrapneusConselho Editorial: Márcio Olívio Fernandes da Costa, Dirceu Delamuta, Walter Paschoal e Silvana CoelhoEdição: Margarete Costa (Mtb 22.835)Textos: Assessoria de Imprensa Abrapneus, Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli Produção Gráfi ca e Editorial: GT Editora – (11) 4227-5188 / 2996

Atualização de endereço, solicitação de remessa da revista ou envio de material de informações à redação, escreva para Revista Abrapneus: Av. Paulista, 1499 – 5º Andar, cj. 506, São Paulo, Capital, CEP: 01311-928 Telefax: 3284-9266 ou mande um e-mail para:[email protected], [email protected]: www.abrapneus.com.br

É permitida a reprodução de matérias e artigos, desde que citada a fonte. As matérias e os artigos não refl etem, ne-cessariamente, a opinião e o pensamento da entidade.

ÍNDICE

EDITORIAL

Resolução 258 estabelece algumas mudanças para o setor

O mês de setembro trouxe algumas novida-des para nosso setor. A primeira é que o Cona-ma acaba de aprovar a Resolução 258, que até o fechamento desta edição ainda não havia sido publicada ofi cialmente, que impõe algumas obri-gatoriedades para o comércio varejista de pneu-máticos. Como forma de proporcionar uma desti-nação ecologicamente correta e, assim, diminuir os impactos negativos do descarte irregular na natu-reza, essas mudanças vão exigir maiores cuidados por parte dos empresários quando da destinação dos pneus inservíveis. A segunda novidade refere-se à aprovação do direito antidumping sobre as importações de pneus novos de passeio da China,

medida que visa conter a concorrência desleal que tanto prejudicava a indústria brasileira.A terceira diz respeito ao fi m da crise econômica, pelo menos no Brasil, segundo o próprio

Governo Federal. Para falar desse assunto e seus efeitos para a economia brasileira entrevista-mos o presidente da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Abram Sza-jman. Ainda nesta edição abordamos um tema que é de interesse de muitos empresários: o que fazer para que a empresa tenha sucesso. Para isso, trouxemos algumas estratégias de liderança aplicadas pelo ex-vice-presidente da Disney, Lee Cockerell, e que podem ser aproveitadas por todas as empresas, independente de seu porte e ramo de atividade. Não deixe de ler também as novidades que as indústrias de pneus apresentam nesta edição.

Boa leitura.Márcio O. Fernandes da Costa

Presidente

Mercado: CONAMA aprova Resolução que estabelece novas regras para o setor de pneumáticos pág.04

Entrevista: Um dos maiores líderes empresariais do Brasil acredita na retomada do crescimento da economia em 2010 pág.06

Atualidades: Disney inventou novo modelo de liderança pág.08

Pirelli: Investe em ações sociais e leva mais segurança e cultura à população pág.12

Michelin: Empresa amplia sua oferta de pneus de caminhonete na linha Latitude com um pneu polivalente pág.18

Goodyear: Apresenta o Wrangler Adventure pág.24

Bridgestone: Mais Bridgestone nas ruas pág.26

Gestão: TC Pneus amplia controle dos negócios com o ASP Spress pág. 29

Opinião: A desigualdade étnico-racial pág. 30

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MERCADO

CONAMA aprova Resolução que estabelece novas regras para o setor

de pneumáticosEmpresas são obrigadas a fi car com pneu inservível no ato da troca

Dar uma destinação fi nal adequada aos pneus inservíveis tornou-se um pro-blema ambiental no mundo inteiro. No Brasil não é diferente e tem sido uma das grandes preocupações tanto dos órgãos ambientais como dos diversos segmentos envolvidos, entre os quais destaca-se a re-venda de pneumáticos. Nos últimos anos, a ABRAPNEUS/SICOP tem participado ativamente das reuniões do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)

com o intuito de colaborar para que haja uma legislação coerente e que promova uma adequação nas normas que regem o setor.

Ao ser aprovada, em 26 de agosto de 1999, a Resolução nº 258 introduziu no

país o princípio da responsabilidade do produtor e do importador pela

destinação fi nal ambientalmente adequada de pneus, determi-nando a coleta e reciclagem dos pneus inservíveis, em relação a pneus novos e fabricados no Brasil ou importados. O objetivo

era reduzir o passivo ambiental uma vez que os pneus muitas ve-

zes são descartados na natureza sem nenhum critério. Desde então, as

carcaças começaram a ser recicladas, passando por um processo de sepa-

ração de materiais – como o aço. Com isso, a borracha pode ser utilizada pelas cimenteiras, como sola de sapatos, entre outros produtos, contribuindo para a pre-servação do meio ambiente.

Entretanto, essa Resolução passou por uma revisão, e no início de setembro deste ano foi aprovada com algumas al-terações. Embora ainda não tivesse sido publicada no Diário Ofi cial da União até o fechamento desta edição, já podemos adiantar aos nossos leitores alguns pontos das mudanças ocorridas.

A partir da entrada em vigor da nova Resolução 258, os pontos de comerciali-zação fi cam obrigados a receber o pneu inservível “no ato da troca”, sem ônus ao consumidor, além de adotar “procedi-mentos de controle” que identifi quem a sua origem e destino. Os fabricantes e os importadores de pneus novos, com peso unitário superior a 2,0 Kg (dois quilos), fi -cam obrigados a coletar e dar destinação adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional.

O volume de pneus comercializados no mercado de reposição sofreu uma redu-ção de 20%, ou seja, caiu de 5 para 4 unidades. A Resolução prevê ainda que, a partir do momento em que entrar em vigor, para cada pneu novo comerciali-zado para o mercado de reposição, as empresas fabricantes ou importadoras deverão dar destinação adequada a um pneu inservível. Para efeito de controle e fi scalização, a quantidade deverá ser convertida em peso de pneus inservíveis a serem destinados.

Outra questão importante na nova le-gislação refere-se à obrigatoriedade dos fabricantes e importadores implantarem, em conjunto ou individualmente, no mí-nimo, um ponto de coleta em municípios com mais de 100 mil habitantes, no pra-zo de um ano a contar da publicação da Resolução.

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PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE PNEUS

Fica instituída também a obrigatoriedade da elaboração do Programa de Gerenciamento de Pneus (PGP), em que os fabricantes e importadores de pneus novos deverão elabo-rar um plano de gerenciamento de coleta, armazenamento

e destinação de pneus inservíveis, o qual deverá ser ampla-mente divulgado e disponibilizado aos órgãos do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente).

O PGP deverá incluir os pontos de coleta e os mecanismos de coleta e destinação já existentes na data da entrada em vigor da Resolução; anualmente, os fabricantes e importadores de pneus novos deverão disponibilizar os dados e resultados dos PGPs, que deverão ser atualizados sempre que seus fundamentos sofrerem alguma alteração ou o órgão ambiental licenciador assim o exigir.

O PGP deverá conter alguns requisitos, entre os quais destacam-se:

• Descrição das estratégias para coleta dos pneus inservíveis;• Indicação das unidades de armazenagem, informando a localização e capacidade instalada e os dados de identifi -cação do proprietário, caso não sejam próprias;• Descrição das modalidades de destinação dos pneus co-letados que serão adotadas pelo interessado;• Descrição dos programas educativos a serem desenvol-

vidos junto aos agentes envolvidos e, principalmente, junto aos consumidores;• Número das licenças ambientais emitidas pelos órgãos competentes relativas às unidades de armazenamento, pro-cessamento, reutilização, reciclagem e destinação;• Descrições de programas pertinentes de auto-monitora-mento.

Chega ao fi m a concorrência desleal que vinha sendo exercida pelos pneus novos importados da China frente à in-dústria brasileira. A Câmara de Comér-cio Exterior (Camex) acaba de publicar a Resolução nº 49, de 8 de setembro de 2009, acei-tando a acusação de dum-ping feita no ano passado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáti-cos (Anip). A medida foi comemorada pela ABRAP-NEUS, que acompanhou de perto as discussões, de-fendendo os interesses da categoria.

De acordo com a Resolução, a aplica-ção do direito antidumping é defi nitiva, por um prazo de cinco anos, para as em-presas brasileiras que importam do país asiático pneus novos para automóveis de

Aprovado direito antidumping sobre importações de pneus novos de passeio da China

Medida visa conter a concorrência desleal, que tanto vem prejudicando a indústria brasileira

passageiros, de construção radial das sé-ries: 65 e 70, aros 13” e 14”, e bandas 165, 175 e 185. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) fi xou uma alíquota para a taxa antidumping de US$ 0,75 por qui-

lo do produto. Para tomar essa decisão, a Camex se

baseou em diversos argumentos forneci-dos pelas entidades que compõem o se-tor de pneumáticos brasileiro, como: “os

pneus chineses e os produzidos pela in-dústria nacional apresentam as mesmas características físicas, são fabricados com as mesmas matérias-primas, possuem as mesmas aplicações e atendem aos mesmos

requisitos técnicos (especifi cados na Portaria Inmetro nº 05/2000)”.

Diante disso, fi cou evidente que a importação de pneus chineses es-tava provocando distorções no mer-cado interno – que chegou a registrar

uma perda de 20% –, prejudicando as empresas brasileiras. Mas com a decisão da Camex, o setor espera que, a partir de agora, haja uma concorrência mais justa no mercado brasileiro.

“Os pneus chineses e os produzidos pela indústria nacional apresentam as mesmas

características físicas, são fabricados com as mesmas matérias-primas ”

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ENTREVISTA

Líder empresarial prevê retomada do crescimento

em 2010

O empresário Abram Szajman, ao longo de seus 70 anos, vem ocupando cargos de destaque no mundo empre-sarial. Atualmente ele é presidente do Conselho de Administração do Grupo VR e de diversas entidades empresa-riais, como: Fecomercio/SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) – cargo que ocupa há 23 anos –, o Centro de Comércio do Estado de São Paulo, os Conselhos Regionais do Sesc (Serviço Social do Comércio), o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e, pela terceira vez, o Sebrae (Servi-ço Brasileiro de Apoio às Micros e Pe-quenas Empresas). Durante esses anos todos, Szajman pode acompanhar o sobe e desce da economia; as conquis-tas do setor e o fortalecimento da micro e pequena empresa nacional, que vem inovando a cada dia e contribuindo de

Abram Szajman – Sem dúvida. Não só o Brasil, mas aparentemente outros países começam a dar sinais de que o pior da crise fi cou para trás. Isso não quer dizer que não podem ocorrer novos problemas. Muita coisa ainda tem que ser solucionada, mas certamente o crescimento médio do mundo será maior em 2010. O Brasil parece ter saído mais cedo da crise e o segundo semestre deste ano já deve ser de crescimento.

Abrapneus – A crise econômica levou os bancos a cortarem o crédito não só para pessoa física como também para as empresas. Isso impediu que as empresas fi zessem novos investimentos?

Abram Szajman – Sim. Da metade

de 2008 até o primeiro semestre deste ano os efeitos dos cortes no crédito fo-ram relevantes. Os investimentos foram, com certeza, os que mais apresentaram retração na economia brasileira e não foi somente em função do crédito. A per-cepção de risco também infl uenciou essa decisão de postergação quase geral de inversão de capital. Mas, com o merca-do de crédito restrito, fi ca ainda mais caro captar recursos para investir.

Abrapneus – Quais os impactos no setor de comércio em geral? Quais seg-mentos foram mais atingidos?

Abram Szajman – Para o varejo o impacto se deu via crédito. No último trimestre do ano de 2008 foi mais difí-cil vender fi nanciado e os consumidores estavam com a confi ança em baixa. A

forma positiva para o desenvolvimento do País.

Nesta entrevista exclusiva à Revista Abrapneus, Abram Szajman fala sobre o fi m da crise fi nanceira que abalou o mundo a partir de setembro de 2008 e quais as expectativas para a economia em 2010.

Ele destaca ainda que para as empre-sas investirem mais é preciso que haja uma redução das taxas de juros e dos impostos. Segundo Szajman, a Fecomer-cio sempre defendeu a Reforma Tributá-ria para desonerar as empresas e rede-fi nir o papel do Estado.

Abrapneus – Tanto a mídia quanto o Governo Federal já anunciaram o fi m da crise fi nanceira no Brasil, depois de assolar o mundo no segundo semestre de 2008 e início deste ano. O senhor acredita que o País saiu fortalecido des-sa situação?

Abram Szajman – Sim. De manei-ra geral o Brasil sai mais forte da crise. Principalmente por demonstrar que esta-va preparado de fato para enfrentar um ciclo negativo, como ocorreu. Esse epi-sódio comprova a tese da Fecomercio de que é necessário que o governo tenha controle sobre as contas públicas, que os juros devem estar no patamar correto e de que a melhor maneira de enfrentar dias difíceis é se preparando nos mo-mentos positivos.

Abrapneus – Estamos entrando num ciclo de retomada do crescimento a partir de agora?

Abram Szajman, pres. da Fecomercio/SP

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SP

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partir de então, com medidas pontuais (redução da Selic, corte do IPI, estímulo ao crédito via bancos públicos), o gover-no manteve o consumo em patamares razoáveis.

O setor que de fato sentiu a crise foi o industrial principalmente voltado para a exportação. O comércio mundial se re-duziu substancialmente, houve queda no preço de commodities (que já estão se recuperando) e o câmbio se valorizou, privilegiando importações e comprome-tendo as exportações.

Abrapneus – Houve retração nas

contratações no comércio durante a cri-se? Como o setor deve se comportar da-qui para frente, sabendo-se que o fi nal do ano é um período em que crescem as vendas por causa do Natal?

Abram Szajman – Houve um mo-vimento de pequeno ajuste, mas que fi cou restrito ao fi nal do ano passado. Rapidamente o varejo começou a recon-tratar, tanto que neste ano o saldo de contratações é positivo em mais de 40 mil, somente em São Paulo. Espera-se que neste Natal as contratações sejam bastante elevadas e com isso o varejo te-nha um desempenho melhor do que em 2008.

Abrapneus – Em seu artigo intitula-do “O tamanho do tombo e suas lições”, publicado em outubro de 2008, na Folha de S.Paulo, o senhor citou que o “capital havia mudado da esfera produtiva para a fi nanceira, e desta para a especulação que buscava o lucro rápido”. O senhor acredita que essa postura deverá conti-nuar levando a nova crises fi nanceiras ou essa turbulência serviu de lição para que os governos de todo o mundo ado-tem mudanças para controlar o mercado fi nanceiro?

Abram Szajman – É muito difícil mudar totalmente uma cultura muito vol-tada ao lado fi nanceiro das operações, mesmo após uma crise importante como a atual. Certamente o setor bancário ainda vai ter papel muito importante na condução econômica, na destinação e

controle de crédito, etc. Por outro lado, surgem alguns indícios de que os bancos centrais vão ser menos lenientes com o risco sistêmico e com a falta de regula-ção absoluta do setor. No médio prazo a tendência é de se ter uma pequena re-dução no papel fi nanceiro no tocante ao PIB mundial.

Abrapneus – Em 2008, antes da crise, o governo brasileiro manteve as taxas de juros em elevação com o ob-jetivo de segurar a infl ação. Durante a crise, a política monetária passou a ser usada para diminuir os efeitos da crise no Brasil. Qual a expectativa do comér-cio em relação às taxas de juros?

Abram Szajman – No curto prazo, até a metade de 2010, o BC não deve al-terar a taxa Selic. A partir de então, co-nhecendo o caráter conservador do BC, a tendência é de alta, infelizmente, dos juros básicos, por conta da retomada do crescimento, que, certamente elevará a pressão sobre commodities agrícolas e sobre o petróleo.

Abrapneus – Caso os juros se man-tenham altos, isso prejudicaria os inves-timentos futuros por parte das empresas? Como fi ca o comércio varejista uma vez que vende seus produtos mediante par-celamento?

Abram Szajman – Quanto mais complexas as condições de fi nanciamen-tos (juros, prazo, cadastro) mais restri-tas fi cam as vendas. Neste momento as condições de crédito estão melhorando, e isso deve permanecer até o fi nal des-te ano, ao menos. De qualquer forma, o país ainda detém o recorde de taxas de juros ao consumidor e as condições de fi nanciamento não são as adequadas principalmente para o investimento de longo prazo.

Abrapneus – Sabemos que a carga tributária inibe de certa forma a amplia-ção dos investimentos. Como a Fecomer-cio avalia a carga tributária no país e o que tem feito para que se chegue a uma redução dos impostos?

Abram Szajman – Inibe totalmen-te. O governo é sempre o maior sócio das empresas, sem que estas o tenham escolhido para a parceria. A carga bra-sileira é totalmente inadequada e não se vê contrapartida nos serviços públi-cos que justifi quem uma carga média de 40%. A Fecomercio sempre defendeu a tese de uma Reforma Fiscal ampla, onde o papel do Estado seria redefi nido, bem como as fontes de fi nanciamento deste.

Abrapneus – A descoberta do pré-

sal poderá ajudar o Brasil a crescer. Como o senhor avalia essa questão?

Abram Szajman – Se bem trata-do, o pré-sal será uma benção. Estamos sentados em um tesouro, mas há o risco de se tratar do assunto de forma pouco técnica e muito politizada. Vale ressaltar que grande parte dos países exportado-res de petróleo tem um grau de corrup-ção enorme, e o desenvolvimento huma-no e econômico de seu povo é bastante discutível. Deter a riqueza natural nunca foi sinônimo de progresso e desenvolvi-mento, historicamente. Saber usar os re-cursos e criar condições de investimento diversifi cado é o segredo.

Abrapneus – Um dos temas de

grande discussão atualmente refere-se à questão ambiental como o setor varejis-ta está contribuindo para a preservação ambiental?

Abram Szajman – Principalmente com ações individuais. Cada um fazen-do sua parte. Há um elevado grau de conscientização do empresariado. A su-gestão é que não se pautem as ações em atitudes fabulosas e de difícil execução prática, mas sim nos atos diários que podem com pouco esforço ser alterados de forma positiva. Claro, existem setores e empresas que estão à frente, como o caso dos pneus, que as empresas buscam hoje a destinação correta dos resíduos, uma tarefa nada trivial. Neste caso, o país tem que combater fortemente a importação de “lixo” que, infelizmente, ainda acontece, mascarada sob a forma de matéria-prima.

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ATUALIDADES

Disney inventou novo modelo de liderança

Ex-vice-presidente de Operações da Walt Disney World Resorts por dez anos, Lee Cockerell coloca sua experiência ad-ministrativa à disposição dos novos geren-tes dos serviços de hotelaria da Disney – e, mais recentemente, de qualquer um que queira conhecer seus princípios para gerir um negócio de sucesso no livro “Crian-do Magia – 10 Estratégias de Liderança Desenvolvidas ao Longo de sua Vida na Disney” (272 páginas, Editora Sextante).

O executivo norte-americano afi rma que nenhum bom gerente pode chegar a líder sem um elemento básico: a con-

fi ança de sua equipe. “Não é uma tarefa fácil construir a confi ança no seu negócio ou na sua vida pessoal”, explica. “Para que confi em em você, primeiro você tem que se tornar confi ável, você tem que dar o exemplo. E tem que manter uma postu-ra: ser confi ável, manter a calma quando alguém o procura, ouvir o que as pesso-as têm a dizer e estar disponível. Com o tempo, as pessoas vão avaliar se você é digno de confi ança”.

Cockerell apoia sua visão em dez prin-cípios que utilizam o bom senso acima de tudo, para explicar que a liderança

requer responsabilidade. Sua afi rmação “todo mundo é importante” faz sentido quando ele coloca em prática três pontos na hora de lidar com uma equipe: apre-ciação, reconhecimento e encorajamento ou ARE. “É um combustível para o desem-penho humano”, diz. “O que você diz para suas crianças quando elas fazem uma coisa boa? ‘Muito bem’. Quando elas fazem uma coisa não tão boa, você diz ‘muito bem, tente novamente’. Por quê? Porque estamos tentando construir sua auto-estima, sua confi ança para que elas assumam mais riscos no futuro”.

Parada “Celebrate a Dream Come True”

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Sabendo que muitos chefes desco-nhecem esse conceito, ele diz que é uma questão de aprender, da mesma forma que se aprende tudo na vida. “É possível aprender a ser um gerente melhor. É pos-sível aprender a ser um líder – desde que a pessoa ache que isso é importante. E utilizando esse princípio, todo mundo na organização vai se sentir mais respeitado e com isso desempenhar melhor seu tra-balho”, diz.

No seu livro “Criando Magia”, Lee Cockerell divide sua experiência conosco sobre seu êxito como CEO da Walt Disney World Resort. O livro é envolvente pela simplicidade da escrita e pelas estratégias utilizadas. Ele foca dez estratégias utili-zadas ao longo da gestão que geraram toda a base dos treinamentos do Instituto Disney, além de contar o seu trajeto pro-fi ssional desde o início de carreira.

As lições de vida iniciam quando cita como chegou à excelência profi ssional: “Apenas trabalhei da melhor forma pos-sível. Esforcei-me muito e procurei ser responsável, paciente, disciplinado e po-sitivo.

Nesse processo, as oportunidades foram surgindo justamente no momen-to em que eu estava preparado para agarrá-las”.

Uma outra lição importante é título de uma de suas palestras: “Gerencie como uma mãe”, onde cita que a verdadeira missão do líder, assim como uma mãe, é a de ajudar as pessoas a serem o melhor que elas conseguirem. Também cita que o líder precisa servir as equipes e não espe-rar que estas o sirvam.

AS ESTRATÉGIAS CITADAS SÃO:

1. Lembre-se de que todos são impor-tantes: “quando todas as pessoas são importantes e sabem disso, elas chegam felizes ao trabalho e fi cam ansiosas por retribuir com energia, criatividade e leal-dade”.

2. Quebre o molde: “a estrutura é tão importante para uma empresa, quanto para um edifício. Não importa em que área você atua, um de seus desafi os como

líder é avaliar continuamente a estrutura e não ter medo de quebrar o molde”.

3. Faça da sua equipe sua marca regis-trada: “Não importa quanto seus produtos e serviços sejam bons, uma empresa só alcança a autêntica excelência atraindo, desenvolvendo e mantendo profi ssionais excelentes”.

4. Crie magia por meio da capacita-ção: “Os líderes da Disney recebem todo o tipo de recurso para ajudar os membros do elenco a aprender e crescer continua-mente. Assim como ocorre em Hollywood, o próximo astro pode surgir em qualquer lugar, então a cultura corporativa estimula o desenvolvimento de futuros líderes”.

5. Elimine inconvenientes: “Para ma-ximizar o potencial dos funcionários e a satisfação dos clientes, evite ao máximo submetê-los a inconvenientes causados por procedimentos ruins”.

6. Saiba a verdade: “Os grandes lí-deres estão sempre dispostos a aprender. Para eles, a verdade vale mais do que ouro, pois sabem que, quanto mais acesso tiverem a ela, mais sucesso alcançarão”.

7. Use um combustível grátis: “Se você não apreciar, respeitar e estimular aque-les que estão sob sua liderança, eles não se esforçarão ao máximo ou, o que é pior, podem sabotá-lo ou deixá-lo na mão.

8. Mantenha-se na dianteira: “Para ser um grande líder, você tem que estar afi na-do com o progresso e jamais se tornar um dinossauro ultrapassado”.

9. Cuidado com aquilo que você diz e faz: “Muita gente se refere à sua vida pessoal e à sua vida profi ssional, mas na realidade só temos uma vida. E os melho-res líderes têm paixão por tudo o que se relaciona com ela”.

10. Desenvolva o caráter: “Penso que deveria haver um código universal de éti-ca para líderes de negócios como há para advogados e médicos”.

Com este livro, ele nos conduz por uma aventura de liderança, não só na teoria – é uma viagem real, na qual você apren-derá a desenvolver uma equipe motivada, cujos integrantes acreditam que “Não é com mágica que se faz um bom traba-lho; é com um bom trabalho que se faz mágica”. Este livro não fala da teoria da magia, mas da experiência viva e concre-ta de um ícone nesse setor:

Segundo Lee, a liderança começa com o respeito por todas as pessoas, sejam Membros do Elenco, sejam convidados (e não “visitantes”). Sua abordagem nos traz à mente a fi losofi a de Peter Drucker: “Eles não são seus empregados, são suas pessoas.” Lee destila as lições que apren-deu em mensagens curtas e vigorosas que unem, inspiram e motivam. As Estratégias dos Grandes Líderes da Disney que Lee elaborou são a base para este livro dedi-cado aos líderes do futuro. Como sua

própria trajetória mostra, promover, em todos os níveis do mundo Disney, a parti-cipação, o envolvimento e o sentimento de propriedade gerou grande motivação, alta produtividade e resultados concretos.

A história de Lee fala da transforma-ção de uma antiga hierarquia em uma estrutura voltada para a inclusão, fl exível e fl uida, em que se deixou de “mandar” para “pedir”. Esses valores, missões e es-tratégias fi zeram da Disney uma excelente organização de aprendizagem – o Disney Institute congrega pessoas de todo o mun-do, ensinando-as aser líderes melhores.

As lições transmitidas na obra se apli-cam a líderes de todos os níveis em todos os tipos de organizações no mundo intei-ro. As estratégias sensatas de Lee auxilia-rão as pessoas a compreender que a lide-rança não é um título nem uma posição, mas uma responsabilidade pessoal.

É o próprio autor que descreve: “Du-rante meus 16 anos como alto executivo da Disney, repeti a frase sobre fazer má-gica centenas de vezes. Contudo, a plena magnitude do seu signifi cado me atingiu com a força de um furacão – literalmente– no verão de 2004. Foi quando a Disney World foi castigada por dois grandes fu-racões em pouco mais de um mês. Em ge-

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ATUALIDADES

ral, as tempestades tropicais não provo-cam danos graves em Orlando, que fi ca a cerca de 80km dos dois litorais. Aliás, fazia 44 anos que a cidade não era dire-tamente atingida. Então, em 2004, veio o duplo ataque do Charley e do Frances.

Em agosto, o furacão Charley assolou Orlando na sexta-feira 13, com rajadas de vento de até 170km/h, arrancando árvores e postes de energia e levando os telhados de casas e prédios. A região ainda não estava totalmente recuperada quando, duas semanas depois, o Frances chegou com força total – para piorar, em um feriado, quando havia 75 mil Convi-dados na Disney World. Fomos obrigados a fechar os parques temáticos nas duas ocasiões, algo que só ocorrera duas ve-zes: em 11 de setembro de 2001 e em 1999, com a passagem do furacão Floyd, que felizmente se desviou no último minu-to. Dessa vez, porém, precisamos “fechar as escotilhas”. E, quando as escotilhas estendem-se por 122km2, trata-se de uma tarefa mo-numental. A lembrança mais marcante que te-nho daquela situação não é a assombrosa ventania nem as noites em claro no centro de operações de emergência (COE), onde minha equipe e eu fi camos reunidos fa-zendo planos para garantir a segurança dos Convidados e dos outros Membros do Elenco. Minha recordação mais forte é a dedicação da equipe, a precisão da nos-sa comunicação e a forma serena como todos cumpriram suas tarefas, mesmo que nunca tivessem enfrentado aquilo antes. Havia grupos de pessoas prendendo lus-tres, empilhando e amarrando mesas e cadeiras e fi xando carrocinhas de comida ao chão. Ainda me lembro de ver Mickey, Minnie, Cinderela e Pateta entretendo crianças assustadas na recepção do hotel. Acima de tudo, não me esqueço dos mais de 5 mil Membros do Elenco que passa-ram as noites de tempestade na proprie-dade da empresa para que pudessem ajudar a qualquer momento e de todas

as formas possíveis, além das incontáveis pessoas que apareceram arregaçando as mangas assim que conseguiram sair de casa em segurança.

Também me lembro disto: quando a força do Charley fi nalmente amainou, por volta da meia-noite, Membros do Elenco, exaustos, trabalharam pelo resto da noite recolhendo detritos, levando suprimentos para onde houvesse necessidade e remo-vendo milhares de árvores caídas. Foi um esforço monumental em que todos agiram em uníssono para deixar os parques pron-tos para receber os Convidados, alguns dos quais haviam passado 18 horas con-fi nados nos quartos. Na manhã seguinte, as portas se abriram no horário previsto. As famílias, que chegaram em grande número, fi caram abismadas ao verem os parques temáticos iluminados pelo sol, impecáveis e funcionando como se nada

tivesse acontecido. O que elas não presen-ciaram foi o trabalho hercúleo realizado nos bastidores e que tornou tudo aquilo possível. Também não viram tensão nem cansaço por trás dos rostos sorridentes que as recebiam. Enquanto muitas outras atrações e empresas da região central da Flórida permaneceram fechadas e os municípios trabalhavam para restaurar a energia elétrica e limpar as ruas, a Disney fazia mágica. Como vice-presidente exe-cutivo responsável pelas operações da Disney World, eu não poderia estar mais orgulhoso. O trabalho que meus colegas e eu havíamos realizado, no sentido de introduzir sólidos valores de liderança em todos os níveis da empresa, surtira efeito.

Já sabíamos que nossos princípios bá-sicos davam certo, mas é fácil pensar que se está indo bem em épocas de tranqüi-

lidade. O verdadeiro teste acontece nos momentos de crise, e nossa reação àquele episódio crítico em particular validou tudo o que eu tinha aprendido e procurado en-sinar às pessoas. Graças à fi rmeza das estruturas e dos processos que instituímos, todos sabiam exatamente para onde ir e o que fazer.

E eu logo fi caria ainda mais orgulhoso. Nossa empresa começou imediatamente a ajudar Membros do Elenco e morado-res da região que haviam sofrido gran-des perdas em decorrência dos furacões. Membros do Elenco de todos os níveis colaboraram, tanto com doações diretas quanto com a venda de dias de férias para arrecadar dinheiro. Com esses recur-sos e os outros milhões doados pela pró-pria Walt Disney Company, conseguimos fornecer um auxílio fi nanceiro signifi cati-vo, além de suprimentos, acomodação,

atendimento a crian-ças e outros serviços aos necessitados. Em suma, o que vimos naquele período tu-multuado foi o tipo de comprometimento e desempenho excep-cional que qualquer organização é capaz de ter, desde que seus líderes tratem as pes-

soas com respeito e as unam em torno de um propósito comum. Quando tudo voltou ao normal e eu li as centenas de cartas de agradecimento que recebemos dos Convidados, tomei uma decisão pes-soal: no minuto em que me aposentasse, eu escreveria um livro sobre as estratégias de liderança da Disney para que pessoas de todos setores e de todas as ocupações e classes sociais pudessem aprender a criar esse mesmo tipo de magia em suas empresas e em sua vida.

O MUNDO MÁGICO

O reino encantado chamado Walt Dis-ney World é o maior destino turístico do mundo e um dos maiores locais para con-venções do planeta. Em seus 10.000ha estão localizados 32 hotéis com mais de

“É muito fácil copiar produtos e serviços. Se a vantagem competitiva da sua empresa

se baseia somente nesses dois itens, você corre riscos ”

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31 mil quartos, centenas de áreas de ali-mentação e vendas, quatro grandes par-ques temáticos, um complexo de esportes e recreação, uma vila com shopping e entretenimento e 270km de ruas. Com 59 mil Membros do Elenco, é a empresa que tem mais colaboradores atuando em um só local. E minha função era saber o que estava acontecendo em cada canto recôn-dito desse vasto domínio.

Durante 10 anos, fui responsável por garantir que tudo – da coleta do lixo à operação de brinquedos e atrações – fun-cionasse com a precisão de um relógio

suíço. Para realizar meu trabalho, eu ti-nha que saber o que nossos Convidados pensavam sobre o tempo que passavam conosco. Assim, ao longo dos anos, fui lendo as cartas que nos enviavam, milha-res delas, e posso dizer sem sombra de dúvida que não são apenas o clima exce-lente, os espetáculos fabulosos e as atra-ções emocionantes que levam milhões de pessoas à Disney World. Esses fatores são extremamente importantes, mas o que de fato faz a magia é um atendimento extra-ordinário. E como a Disney mantém esse alto nível de qualidade ? Cada um dos 59

mil Membros do Elenco está preparado para interagir com os Convidados com o máximo de atenção e respeito. E esse comportamento é coerente, pois eles são tratados da mesma maneira pelos líderes da Disney: com o máximo de atenção e respeito. Essa é uma estratégia de negó-cios racional, vigorosa e sensata. E seus efeitos se refl etem nos sólidos resultados fi nanceiros da empresa, sem falar na im-pressionante taxa de retorno dos visitantes – 70% – e no menor índice de rotatividade de funcionários entre as grandes empre-sas do setor de hospitalidade. A fórmula é simples: líderes comprometidos, respon-sáveis e motivadores criam uma cultura de cuidado e atenção que produz um serviço de qualidade, que proporciona satisfação aos Convidados, o que gera resultados fi nanceiros signifi cativos e uma grande vantagem competitiva.

É muito fácil copiar produtos e serviços. Se a vantagem competitiva da sua empre-sa se baseia somente nesses dois itens, você corre riscos. No entanto, caso ela es-teja fundamentada em produtos, serviços e em um atendimento de qualidade, você terá uma vantagem competitiva difícil de igualar. E só é possível prestar um aten-dimento de alto nível criando uma cultura de atenção e respeito centrada nas pes-soas que formam a empresa. Cuide delas e elas cuidarão dos seus negócios não só porque é uma obrigação, mas porque de-sejarão isso.

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Castelo de gelo da Cinderela em Walt Disney World Resort (Flórida)

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PIRELLI

Pirelli investe em ações sociais e leva mais

segurança e cultura à população

Com o compromisso de reforçar sua atuação junto às comunidades onde pos-sui fábricas, a Pirelli entregou no mês de agosto duas motocicletas originais Honda CG 150 Titan para a Polícia Militar de Fei-ra de Santana, na Bahia. As novas motos servirão para auxiliar os policiais no pa-

trulhamento da região e contribuir para a melhoria da segurança da população.

“Desta forma, a Pirelli espera contribuir com o poder público na prestação de ser-viços essenciais para a população e rea-fi rma o compromisso com a comunidade local”, afi rma Mario Batista, diretor de as-

suntos corporativos da Pirelli. “Além disso, este é um ano especial para nós porque comemoramos 80 anos de presença in-dustrial e um século de história no Brasil. E esta doação é mais uma das comemo-rações ao aniversário da companhia”, complementa.

Ten. Cel. Sergio Luis dos Santos; Mauro Barbato e Mario Batista, respectivamente dir. da

Pirelli em Feira de Santana e dir. de Assuntos Corporativos

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Também como parte das comemora-ções dos 80 anos de atividade industrial no Brasil, a Pirelli, além de patrocinar a re-estreia da peça Um Dia (Quase) Igual aos Outros lança promoções para incentivar o público a ir ao teatro.

Qualquer pessoa que imprimir o con-vite disponível no site ofi cial (www.pirelli.com.br) ou retirá-lo num dos pontos da Rede Ofi cial de Revendedores Pirelli de

São Paulo e região terá a entrada gratui-ta, desde que leve pelo menos um acom-panhante, que pagará meia-entrada.

Para estudantes e idosos, além da meia-entrada garantida por lei, haverá um desconto extra de R$ 5,00 no valor dos ingressos. Os recortes dos anúncios publicados nos jornais também darão di-reito a meia-entrada, na compra de um par de ingressos.

Pirelli no teatroO texto original da comédia é de au-

toria do italiano Dario Fo (vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1997) e sua mulher Franca Rame. A tradução e direção da montagem brasileira são de Neyde Veneziano. Com interpretação da premiada atriz Débora Duboc, a peça fi -cará em cartaz até 4 de outubro, no Tea-tro Bibi Ferreira, em sessão exclusiva para convidados.

SERVIÇO:

Um Dia (Quase) Igual aos Outros - Reestreia 31 de julho, sexta-feira, às 21h30, no Teatro Bibi Ferreira. Com Débora Du-boc. Ingressos - R$ 40,00 (sextas e domingos) e R$ 60,00 (sábados). Temporada – sexta e sábados às 21h30 e domingos às 19 horas. Recomendado para maiores de 14 anos. Até 4 de outubro.

TEATRO BIBI FERREIRA – Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 931 – Bela Vista. Fone: (11) 3105-3129. Capacidade – 300

lugares. Bilheteria – De terça-feira a domingo a partir das 14h30. Aceita dinheiro e cheque. Ingresso Rápido – 4003 1212 – www.ingressorapido.com.br - Ar condicionado. Acesso para defi cientes físicos.

apoio à cultura

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PIRELLI

Pirelli será fornecedora exclusiva do novo

campeonato de esporte a motor no Brasil

A primeira temporada do Racing Festi-val, novo campeonato do esporte a motor no Brasil, acontecerá entre os meses de abril e setembro de 2010, com etapas em diversos autódromos em todo o País. O evento terá duas categorias de automobi-lismo, que terão rodadas duplas sempre aos sábados e domingos: o Trofeo Linea e Fórmula Future Fiat. Os carros serão equi-pados exclusivamente com pneus PZero, mesmo modelo utilizado em outros cam-peonatos na América Latina. Este será o vigésimo evento no continente que contará com o apoio da marca, que atualmente é a maior fornecedora de pneus para com-petições.

O contrato assinado entre Pirelli e RM Racing Events (organizadora do Racing

Festival) é valido até 2012. “Como maior fomentadora do esporte a motor no Brasil, a Pirelli não poderia fi car de fora do Ra-cing Festival, campeonato que com certe-za será um dos mais importantes do nosso calendário de competições e contará com o apoio de outros grandes parceiros”, diz o gerente de produtos Car e Motorsports da Pirelli, Fábio Lopes.

Os pneus que serão utilizados são pro-duzidos na planta da Pirelli em Campinas, a única fábrica de pneus de competição do Brasil. Para o Trofeo Línea, o equipa-mento fornecido terá a medida 235/625-R16, que já é utilizada com grande êxito nos mesmos modelos no campeonato Fiat Linea Competizione da Argentina.

Para os monopostos da Formula Future-

Fiat, competição voltada para a formação de novos talentos, a medida fornecida será 175/50-R13 (dianteira) e 235/45-R13 (traseira). São os mesmos pneus utilizados nos carros dos campeonatos da Fórmula Renault na Argentina, nos quais apresen-tam ótimo desempenho.

A PIRELLI NOS ESPORTES A MOTOR

Os esportes a motor são apoiados pela Pirelli há mais de 100 anos. Para a em-presa, as pistas funcionam como verda-deiros laboratórios a céu aberto, onde são desenvolvidas novas tecnologias que, no futuro, poderão ser aplicadas aos pneus para carros de passeio. A primeira vitória da Pirelli no automobilismo veio no Rally Paris-Pequim de 1907, quando a marca equipou o Itala 45 HP e iniciou uma tradi-ção de sucesso esportivo tanto sobre duas quanto sobre quatro rodas.

No Brasil, entre outras competições, a marca está presente no Campeonato Bra-sileiro de Motovelocidade, no Campeona-to Brasileiro de Motocross, na Mitsubishi Cup, na Itaipava GT Brasil (que reúne GT3 Brasil, Trofeo Maserati e Copa Renault Clio).

Em algumas competições, a Pirelli for-nece equipamento apenas para determi-nados pilotos e equipes, como acontece tradicionalmente no Rally Internacional dos Sertões e, mais recentemente, no Rally Dakar disputado na América do Sul a par-tir deste ano.

Cledorvino Belini, presidente da Fiat, e piloto Felipe Massa

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Tecnologia nas linhas de pneus agrícolas

e industriais na Expointer 2009

Durante a 32ª Expointer, feira que acon-teceu entre 29 de agosto e 6 de setembro, na cidade de Esteio (RS), a Pirelli aprovei-tou para mostrar ao público de mais de 740 mil pessoas seus produtos agrícolas. Alinhados com as mais recentes exigên-cias da agroindústria nacional, os pneus para máquinas e implementos agrícolas da marca, como as linhas HF75, RA28 e PD22 proporcionam mais efi ciência e reduzem a compactação do solo. A linha PD22, que faz parte do segmento R2, apresenta tração extra e dispõe de ampla aceitação neste mercado.

Na Expointer, a Pirelli também apresentou uma nova medida que completará a linha CI84, 28X9-15 14PR. Empregada em empilhadeiras de uso industrial, a nova medida proporciona maior rendimento horá-rio e ainda menor custo/hora.

“O segmento de máquinas agrícolas é muito importante para a Pirelli, por isso acompanhamos de perto a evolução das

tecnologias utilizadas na agroindústria para desenvolver nossas linhas de pneus. Nosso objetivo é contribuir para propor-cionar ganhos ao produtor rural”, diz Flá-vio Bettiol Junior, diretor da Unidade de Negócios Caminhão e Agro da Pirelli.

DESTAQUES NA EXPOINTER

A linha de alta fl utuação HF75, que é fabricada em Gravataí, foi desenvolvida para suprir o aumento de demanda do

mercado de plantio direto, que utiliza má-quinas plantadeiras.

Como o HF75 é mais largo, a maior área de contato com o solo melhora a distribuição de peso, contribuindo para

“Durante a 32ª Expointer, feira que aconteceu entre 29 de agosto e 6 de setembro,

na cidade de Esteio (RS), a Pirelli aproveitou para mostrar ao público de mais de

740 mil pessoas seus produtos agrícolas, como as linhas HF75, RA28 e PD22 ”.

reduzir a compactação do solo e a alta fl utuação, além de ajudar a evitar a com-pactação do solo.

O pneu também possui maior resis-tência a cortes e lacerações, devido ao reforço do contraforte, tem durabilidade maior, apresenta melhor autolimpeza e aderência, uma vez que o fundo da banda de rodagem foi projetado com diferentes inclinações, além de eliminar resíduos du-rante o trabalho.

A linha RA28 é des-tinada para eixos livres de implementos e má-quinas agrícolas. Com excelente autofl utua-ção, graças ao desenho diferenciado da banda de rodagem, compacta menos o solo e apresen-ta menor resistência ao rolamento.

Já a linha PD22 é voltada para culturas em solo inconsistente. A elevada profundidade das barras de tração proporciona máximo

desempenho em terrenos alagadiços, como, por exemplo, culturas de arroz. Além disso, o desenho diferenciado e al-tura das barras oferecem excelente auto-limpeza.

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MICHELIN

Empresa amplia sua oferta de pneus de caminhonete na linha Latitude com um

pneu polivalentesua construção. A Silent Tread Design, como a denominação sugere, garante um pneu mais silencioso. Esta tecnologia consiste em uma escultura assimétrica marcante, com desenho curvo dos tacos de borracha, que diminui sensivelmente as ressonâncias e evita o efeito “golpe de martelo”, responsável pelos ruídos carac-terísticos do off-road.

A banda de rodagem é “Mud Ca-tcher”, com desenho agressivo que avan-ça sobre as laterais do pneu, composto por tacos espaçados e recortados, que conferem maior aderência em pisos es-corregadios (barro, lama, areia e outros tipos de pisos fora do asfalto). Os ombros compostos por tacos alternados ajudam a sair mais facilmente dos atoleiros, dando ao MICHELIN Latitude Cross uma motrici-dade inigualável em pisos mistos.

O composto de borracha Terrain Proof, utilizado nos pneus Michelin para mine-ração, é resistente à abrasão, provocada pela agressão de pedras. Essa resistência ao desgaste gera maior durabilidade, es-pecialmente valorizada em duas situações específi cas – rodagem fora do asfalto e com o veículo muito carregado.

O MICHELIN Latitude Cross é oferecido em quatro medidas: 215/75 R15 100T, 255/70 R15 108H, 205/80 R16 104T Extra Load e 265/70 R15 112T. O pro-duto complementa a linha Latitude, que já conta com as versões Sport, Diamaris, Tour HP e a recém-lançada Tour.

Um pneu adaptado para qualquer tipo

de solo, que combi-na a performance da tração do off-road com o conforto do on-road e atende às ne-cessidades de todos os últimos mo-delos SUVs, desde os c o m p a c -tos até os de grande porte. Esse é o MICHE-LIN Latitude Cross, lan-çamento da marca para o segmento de veículos de uso mis-to, que com-plementa a

gama MICHE-LIN LTX A/T2.

A caracte-rística polivalen-

te deste pneu é fruto das tecnolo-

gias empregadas em

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Michelin lança pneu exclusivo para equipar

motocicletas Harley-Davidson

O novo modelo MICHELIN Scorcher™ “31” foi desenvolvido especialmente para a Harley-Davidson Dyna

Pela primeira vez na história, Michelin e Harley-Davidson se uniram para desen-volver o pneu MICHELIN Scorcher™ “31”, que leva as duas marcas nos fl ancos. Disponível exclusivamente como equipa-mento original nos quatro modelos Har-ley-Davidson Dyna 2010, o novo pneu apresenta um desempenho superior em três áreas: máxima aderência, maior du-

rabilidade e excelente nível de dirigibilidade. “A Michelin de-senvolveu esse pneu inovador, seguro e durável para atender

às exigências dos usuários da Harley-Davidson”, declarou Gary

Midkiff, responsável pela divisão de produtos de Duas Rodas da Miche-

lin América do Norte. O desenho exclusivo da

banda de rodagem aumenta a capacidade de drenagem da água e a aderência, so-bretudo em pista molhada, resultado das misturas de borracha que integram a última geração de polímeros

sintéticos Michelin. Já o alto rendimento quilométrico do MICHELIN Scorcher™ “31” se deve à qualidade dos componentes da borracha e do proces-so de fabricação, exclusivo da Michelin,

gerando uma mistura que proporciona grande durabilidade.

A Michelin se esforçou também para criar um pneu que oferecesse um ótimo nível de dirigibilidade, garantindo segu-rança para o consumidor. E, para que isso fosse possível, as equipes de Pesquisa & Desenvolvimento usaram lonas da ara-mida na banda de rodagem traseira para estabilizar a zona de contato do pneu com o asfalto. Além disso, as lonas da carcaça são feitas de poliéster, que proporciona alto nível de conforto.

Equipamento original nos modelos Harley-Davidson Dyna 2010 Super Gli-de, Super Glide Custom, Street Bob e Low Rider, o pneu MICHELIN Scorcher “31” também pode ser utilizado nos modelos Dyna 2006-2009.

A Michelin passou a fornecer pneus de reposição para a Harley-Davidson em 2007, quando, pela primeira vez, foram testadas e homologadas algumas dimen-sões dos modelos MICHELIN Commander e Macadam 50 para equipar uma ampla gama de motos: Sportster, Dyna, Softail e Touring. O pneu MICHELIN Scorcher “31” marca o lançamento do primeiro pneu Michelin exclusivamente fabricado para ser usado como equipamento original nas motos Harley-Davidson.

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MICHELIN

Novo pneu Latitude Tour oferece mais economia

e conforto em utilitários esportivos e crossovers

Acaba de chegar às revendas de todo o Brasil o novo MICHELIN Latitude Tour, pneu destinado a utilitários esportivos e crossovers, para uso on-road, ideal para motoristas que valorizam, principalmente, a segurança e o conforto ao dirigir, aliados à redução no consumo de combustível.

Mais nova geração de pneus Michelin de baixo consumo, o MI-CHELIN Latitude Tour conta com a tecnologia MaxTouch Construction, que permite a otimização da área de contato com o solo. Esta, combi-nada com um composto especial da banda de rodagem, proporciona durabilidade 33% superior aos principais concorrentes do mercado e redução do consumo de combustível.

A maior segurança do Latitude Tour é garantida por um composto com base em sílica e sulcos transversais nos ombros, que contribuem para que o pneu seja mais confi ável em pisos molhados, com uma frenagem 5% mais curta se comparada ao seu antecessor (MICHELIN Cross Terrain).

Para oferecer mais conforto, o novo Latitude Tour utiliza também a tecnologia MICHELIN Comfort Control Technology, com otimiza-ção computadorizada de design e precisão de fabricação, que reduz substancialmente as vibrações e ruídos na rodagem em estradas.

O novo pneu Michelin Latitude Tour está disponível inicialmente na dimensão 235/70 R16 104 T e preço médio de R$ 590,00.

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ANIP

Pneu faz as pazes com o meio ambiente

Depois de passarem décadas como vilões da natureza, pneus inservíveis deixam de ser um problema para o meio ambiente e fi guram na dianteira das ações pró-ambientais

O meio ambiente ganhou o centro das atenções do mundo. Mudanças climáti-cas, novos tipos de doenças, poluição do ar, desmatamento, escassez de água são temas que, há pouco mais de dez anos, eram tidos como incômodos desnecessá-rios, e apenas levados a sério por jovens românticos e rebeldes.

Atualmente, com a aceleração dos efeitos, dos usos e abusos da natureza, e de revelações de organismos mundiais de grande credibilidade sobre o verdadei-ro risco de colapso do planeta Terra, as questões ambientais ampliam seu espaço como prioridades na área econômica, no Brasil e no mundo todo.

Se ainda falta muito a fazer, também há casos bem-sucedidos de programas ambientais que, por saírem à frente, hoje já conseguem apresentar resultados con-sideráveis. Um deles é o Programa Na-cional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, fi nanciado pela indústria bra-sileira de pneumáticos que, desde 1999 até hoje, já investiu mais de US$ 70 mi-lhões para tirar do meio ambiente aque-les pneus que não têm mais condições de rodar, os chamados pneus inservíveis. E gastará ainda outros US$ 20 milhões nesse ano de 2009. “Trata-se do maior programa de pós-consumo do Brasil”, defi ne Eugênio Deliberato, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Pneumáticos (Anip), que reúne as empre-sas do setor.

Em março passado, o programa come-morou a retirada e destinação de 200 mi-lhões de pneus inservíveis da natureza, ou 1 milhão de toneladas. Diferentemente de outros produtos, como a latinha, o pneu

não é reciclado diretamente, ou seja, não volta a ser um pneu novo. Ele passa por um processo de separação de materiais e depois reuso. Quando o pneu tem aço em sua estrutura, que é o caso dos pneus radiais, este aço é, em sua maioria, desti-nado às siderúrgicas.

O granulado da borracha do pneu pode ser utilizado na mistura asfáltica e a borracha pode ter muitas utilidades, como solado de calçados, pisos poliesportivos, artefatos para indústrias e outros utensí-lios.

“Há toda uma cadeia econômica que aproveita os materiais dos pneus”, conta Deliberato, ressaltando que o maior vo-lume do produto destinado, 80%, serve como substituição ao coque de petróleo na queima de indústrias cimenteiras. “As cimenteiras utilizam pneu triturado ou inteiro em seus fornos, e reduzem a uti-lização do coque de petróleo, que é bem mais oneroso”, diz.

Todos os aproveitamentos do pneu são homologados por organismos ambien-tais, como o IBAMA. As cimenteiras, por exemplo, só podem utilizá-los se tiverem equipamentos que fi ltrem a fumaça de maneira ambientalmente adequada.

UMA DÉCADA DE COLETA E DESTINA-ÇÃO ADEQUADA

O Programa de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis foi criado para atender a uma Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, a Resolução 258, publi-cada em 1999, com o objetivo de equa-cionar o pós-consumo desse produto. No mesmo ano, os fabricantes de pneus, por

meio da Anip, iniciaram a implementa-ção de ações que pudessem atender às exigências de coletar e destinar os pneus inservíveis.

A estrutura do programa é formada a partir de pontos de coleta, áreas onde são deixados os pneus inservíveis vindos de origens diversas. Qualquer pessoa ou empresa pode deixar os pneus nestes pontos, que são criados por meio de par-cerias com as prefeituras. O poder públi-co municipal cede os terrenos, que devem estar enquadrados em normas específi cas de segurança e higiene, e a Reciclanip se responsabiliza por apanhar os pneus e levar ao destino fi nal.

Já existem 426 pontos de coleta em todo País, que devem somar, até o fi nal desse ano, aproximadamente 240 mil to-neladas do material, o equivalente a 48 milhões de pneus de automóvel.

“O volume de pneus coletados vem crescendo ano a ano de forma acelera-da”, conta Hilton Gonzaga, gerente geral da Reciclanip. Segundo ele, em 2008 fo-ram recolhidas 160 mil toneladas, o que signifi ca que para esse ano o crescimento será em torno de 50%.

A Reciclanip segue o modelo de gestão operacional de outras entidades similares já existentes em países como Portugal e Itália, e outros da Europa. No entanto, o fi nanciamento da entidade brasileira se-gue outro modelo: enquanto os recursos das europeias provêm de vários agentes da cadeia de pneus, o que inclui até mes-mo os consumidores, no Brasil o dinheiro para o programa é totalmente originado nas empresas fabricantes de pneumáticos usados.

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Abrapneus24

GOODYEAR

Goodyear apresenta o Wrangler Adventure

Pneu para pick up’s e SUV’s tem como principal diferencial a tecnologia Durawall para auxiliar na resistência a impactos e cortes

A Goodyear do Brasil apresenta o Wrangler Adventure, pneu para pick up’s e SUV’s projetado para diferentes tipos de terreno. Indicado para uso misto – 50% off-road e 50% on-road – o produto é de-senvolvido principalmente para consumi-dores que buscam em um mesmo produto a possibilidade de utilização em vários tipos de piso.

Um dos principais diferenciais do novo Wrangler Adventure é o uso da tecnologia Durawall. Ela consiste em um composto de borracha especial na lateral do pneu, que proporciona melhor resistência aos im-pactos e cortes laterais. Outro diferencial é a construção do pneu, com duas lonas, duas cintas de aço e mais duas cintas de overlay (nylon). Outro atributo importante do produto é o protetor de aro, que con-siste em um perfi l estendido do costado sobre a fl ange da roda. “O protetor de aro protege a roda de fricções e impac-tos laterais. Isso é muito importante, pois preserva o aspecto estético do veículo”, explica Roberto Giorgini, Coordenador de Marketing de Pneus de Caminhoneta da Goodyear.

Além de alta resistência, o desenvolvi-mento do Wrangler Adventure também privilegiou o conforto ao dirigir. Sua ban-da de rodagem possui blocos escalona-dos e assimétricos, projetados para ofere-cer dirigibilidade e tração excelentes nas duas condições de terreno. O desenho diferenciado da banda de rodagem, estendi-do até a área do costado, proporciona aderência adicional e ajuda a me-lhorar a tração off-road em condições de lama e pedras.

A aparência agres-siva e moderna é ou-tro ponto forte do mais novo integrante da famí-lia Wrangler. “O design foi cuidadosamente estu-dado no desenvolvimento

do produto porque sabemos que o públi-co, especialmente o brasileiro, valoriza muito esse aspecto”, afi rma Giorgini. O Wrangler Adventure da Goodyear pode ser encontrado inicialmente nas medidas 235/75R15, 215/80R16 e 255/75R15. Posteriormente, também estará disponível em medidas de aros 16 e 17 polegadas, que possuem grande popularidade no parque automotivo brasileiro.

TRADIÇÃO EM AVENTURA E QUALIDADE

Destaque em competições de alto de-sempenho como o Rally dos Sertões, a Wrangler tornou-se a mais completa linha de pneus para pick up’s e utilitários espor-tivos, incorporando a vocação de aventu-ra, e, ao mesmo tempo, atendendo perfei-tamente ao uso nas grandes cidades.

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Nas medidas em que houver compa-tibilidade, o Wrangler Adventure substi-tuirá o Wrangler AT/S, seu antecessor de uso misto. Atualmente a linha Wran-

gler conta com 8 modelos, que vão des-de o uso 100% no asfalto ao uso 100% fora-de-estrada. São eles: Wrangler F1, Wrangler HP All Weather, Wrangler HP,

Wrangler RT/S, Wrangler RT/S Comer-cial, Wrangler RT (específi co para compe-tições), Wrangler MT/R e o recém-lança-do Wrangler Adventure.

Conheça os diferenciais do Wrangler Adventure

Características Ação/Benefícios

Tecnologia Durawall Inclui um composto de borracha com características especiais na lateral do pneu que proporciona resistência adicional a cortes e perfurações

Novo design da banda de rodagem, com blocos escalonados e assimétricos

Permite a formação de um maior número de sulcos que possibilita melhor dirigibilidade e tração em situações on e off road

Tamanhos e sequência circunferencial dos blocos otimizada Reduz a grande quantidade de frequências quando o pneu está em movimento (causador de ruídos ocasionais), proporcionando um rodar mais silencioso

Protetor de aro, com perfi l estendido do costado sobre a fl ange da roda

Protege a roda contra fricções laterais e impactos

Desenho da banda de rodagem estendido até a área do cos-tado

Fornece aderência adicional na região do alto costado, oferecen-do melhor tração off road em condições de lama e pedras

Sulcos profundos Permitem melhor escoamento da água, terra e pedras, proporcio-nando melhor dirigibilidade e aderência ao piso.

Blocos dos ombros interconectados Reduz os movimentos dos blocos e garante a rigidez circunfe-rencial na área dos ombros, o que confere alta quilometragem e uniformidade no desgaste.

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BRIDGESTONE/FIRESTONE

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BRIDGESTONE/FIRESTONE

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GESTÃO

TC Pneus amplia controle dos negócios com o ASP Spress

Solução da Spress Softwares permitiu à empresa reduzir seus custos com tecnologiae direcionar sua atenção ao foco principal do negócio

Para acompanhar o crescimento ex-pressivo das suas vendas, a TC Pneus ---revendedora autorizada de pneus Goodyear, que se tornou referência na re-gião nordeste – decidiu investir em um sis-tema de gestão integrado, para facilitar o gerenciamento das informações geradas pelas cinco lojas, que mantém nos estados de Alagoas e Pernambuco.

Até então, a empresa utilizava uma solução que não funcionava interligada. Para ter acesso às informações como faturamento, estoque, vendas, área técnica, contas a pagar, fi nanceiro, ad-ministração e cobrança, de cada loja, era preciso fazer um levan-tamento individual, o que difi -cultava o controle dos negócios, feito pela matriz.

Esses problemas foram solu-cionados, quando, em 2008, a empresa optou por um modelo inovador, que dispensa os inves-timentos em infraestrutura de TI, pois não requer a instalação do sistema de gestão, internamente. Oferecido pela Spress Softwares, líder no segmento de sistemas para gestão automotiva e revendas de pneus, o ASP Spress é um novo modelo de serviços e processos, que permite que o servidor dos clientes fi que instalado no Data Center da Spress, reduzindo signifi cativamente os gastos com infraestrutura e aumentando a efi ciência e segurança dos processos.

“Analisamos os custos e benefícios e chegamos à conclusão que a solução ASP é a mais confi ável e adequada às nos-sas necessidades, pois alia uma série de vantagens que contribuem para o desen-

volvimento dos nossos negócios e garante a segurança dos nossos dados. Esta mo-dalidade está se tornando uma tendência mundial”, comenta Calheiros.

Por meio do ASP (Applicantion Service Provider) - concebido a partir da tecno-logia “Computação em Nuvem” - as dis-tribuidoras de pneus podem transferir à Spress Softwares a hospedagem do servi-dor e a responsabilidade de fornecer todos

os recursos de hardware, software e servi-ços inerentes a ele, simplifi cando o geren-ciamento do setor de informática. “Com o ASP Spress, além de reduzir custos, pode-mos nos concentrar mais no nosso foco de negócio, pois não precisamos nos preocu-par com no-breaks, dispositivos de segu-rança de rede, substituição de equipe de TI, ampliação de servidores ou segurança contra incêndio, pois os técnicos da Spress administram e operam todos os dados do nosso servidor, que fi cam armazenados no Data Center Spress”, explica o diretor.

Os clientes que optam por este mode-lo podem ter acesso ao servidor remo-tamente, 24h por dia, todos os dias do ano. Esta modalidade possibilita ainda redução de problemas técnicos e confl i-tos, já que os processos mais críticos são realizados de forma remota no servidor; maior agilidade para ampliar o manu-seio de usuários ou abrir novas lojas; controle rigoroso de backups e facilida-

de dos processos de recuperação de arquivos.

Para ter acesso ao ASP Spress, é preciso ter o Spress Pneus – um sof-tware de gestão empresarial capaz de integrar informações estratégicas de diferentes lojas, que permite um gerenciamento ainda mais efi ciente e ágil, de todos os processos das distri-buidoras de pneus. “O Spress Pneus tem sido uma ferramenta fundamen-tal para conhecermos mais afundo o funcionamento de todos os setores do nosso negócio. Com ele é possí-vel saber, a qualquer momento e, em tempo real, o que acontece no salão de vendas, estoque, ofi cina, setor fi -

nanceiro, em qualquer loja que man-temos”, conta Tibúrcio Calheiros, diretor da TC Pneus.

O executivo ressalta a importância da parceria que mantém com a Spress Softwares, para a evolução da TC Pneus. “Buscamos manter nossa empresa sem-pre apoiada na tecnologia para garantir a segurança de nossos dados e proces-sos, oferecendo, cada vez mais, produ-tos e serviços de qualidade aos nossos clientes, e com certeza essa parceria tem sido fundamental para atingirmos nossos objetivos”, analisa Calheiros.

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OPINIÃO

A desigualdade étnico-racial

O debate sobre a situação dos imi-grantes no País, que graças a iniciativa do presidente Lula, vão ganhar a lega-lidade e o direito a cidadania, enseja uma outra refl exão sobre as questões que envolvem a desigualdade étnico-racial e o processo de distribuição de renda e ex-clusão social no Brasil.

O Brasil tem a segunda população negra do mundo, que corresponde a 45% da população brasileira.

Toda a nação conhece a participação dos homens e mulheres da raça negra na construção do país e na formação da cultura nacional. A classe trabalhadora conta com alto contingente de negros,

*Ricardo PatahPresidente da União Geral dois Trabalhadores (UGT) e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo

* Ricardo Patah

cuja contribuição para a acumulação da riqueza nacional ao longo da história re-cente é indiscutível.

Porém, são inegáveis também as difi -culdades históricas para a efetiva inser-ção dos representantes da raça negra na sociedade. A diferença entre os níveis de vida da população branca e da popu-lação negra não oferece aos indivíduos dessas raças a mesma possibilidade de acesso ao ensino universitário e às áreas de maior valorização social do mercado de trabalho. Cerca de 60% dos negros brasileiros são analfabetos, mesmo ín-dice de mulheres trabalhadoras negras que são assalariadas. Entre a população negra economicamente ativa em geral, apenas 6% está ocupada em atividades técnicas, científi cas ou administrativas.

Por mais que o Brasil insista em se considerar uma “democracia racial”, não há como esconder provas tão evidentes de discriminação contra a população ne-gra do país. Mas, se na sua origem essa atitude era fruto do preconceito, a situ-ação atual é muito mais o resultado da histórica da má distribuição de renda e da miséria no país, fatores básicos para

as condições de exclusão enfrentadas por parcelas expressivas da população bra-sileira, com inegável destaque para os representantes da raça negra, mas sem esquecer também das mulheres e, parti-cularmente, das crianças, cuja vulnerabi-lidade se agrava quando também são de raça negra.

A luta do movimento sindical, por-tanto, deve acolher também a luta da população negra na sua busca de espa-ços de conquista coletiva. O trabalhador brasileiro deve ser solidário contra a discriminação e o preconceito, em defe-sa da liberdade de informação e mani-festação religiosa e cultural, e na busca pela abertura de oportunidades iguais de inserção no mercado de trabalho e valo-rização profi ssional da população negra do país.

Somente a mobilização da classe tra-balhadora contra a exclusão de qualquer natureza, sem distinção étnica, cultural, religiosa ou sexual, poderá responder aos interesses populares e garantir as mudanças que nos permitam avançar no resgate da enorme dívida social acumu-lada com o povo brasileiro.

“Cerca de 60% dos negros brasileiros são analfabetos, mesmo índice de mulheres

trabalhadoras negras que são assalariadas. e apenas 6% está ocupada em atividades

técnicas”.

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