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Tenho tido pensamentos sujos, pensamentos solitários, pensamentos que me tiram do meu estado de bem estar. As vezes penso que tudo está bem mas de repente tudo se transforma numa escuridão completa. Eu deveria ser feliz, o que está acontecendo comigo¿ As vezes a luz se transforma em escuridão e eu não consigo afastar a vontade acabar tudo isso de uma vez. Eu sei, sei bem que existem problemas maiores, problemas sérios. Os meus não são problemas reais, são criados por alguma parte do meu cérebro que não sabe diferenciar a realidade da imaginação. É uma dor, um sentimento inexplorado que não pode ser explicado, ou até pode, quem sabe eu é que não posso explicar. Como por exemplo, o porquê de ser um ser-humano tão pouco desejado. Quero transformar em poesia tudo ao meu redor. Não sei esperar, não sei ficar. Só sei sair, sair sempre foi um forte. Acho que mais que do “sair”, fugir, fugir, fugir, fugir, fugir, fugir, fugir.... Se eu falar bastante uma hora vai parar de fazer sentido. Nenhum idioma, nenhuma mente diferente, nenhum amor em qualquer nível consegue me salvar de mim. Já me dei conta que se eu fugir de verdade vai ser a única fuga que valerá a pena. Eu sou tóxica, afasto todas as coisas boas, todas as pessoa que me amam, e as que não me conhecem faço questão de contamina-las com a minha angústia, depressão, mau-humor, falta de simpatia, vícios entre outros venenos que carrego.... Nunca pensei que voltaria a querer me suicidar, não que isso já não tenha passado pela minha cabeça milhões de vezes antes, mas isso era antes, eu tinha 16 anos e era uma “adolescente querendo chamar atenção”, assim me descreviam. E agora¿ o que sou¿ uma adulta que não sabe lidar com os problemas e quer apelar para o método mais covarde de acabar com a dor¿ Se essa for a definição pra um ser humano que, se sente mais morto do que vivo fazem quase 4 anos, então sim, essa sou eu. Me sinto fracassada, sem esperança, sem propósito e sem nenhuma capacidade de enxergar (ou de sequer, sonhar) o futuro. Estou confusa nesse momento, tenho medo de que não seja o momento certo, de algum jeito eu sempre espero pelo melhor. Não sei porque, já fazem 4 anos que eu não tenho uma mudança de sentimentos. Ainda que eu tente mudar por fora de todas as maneiras: mudar de escola, mudar de amigos, mudar de cidade, mudar de país etc., uma coisa não muda e nem nunca vai mudar: o ódio por mim mesma e a inveja de todos os seres que sejam ‘eu’.

Bad Habits

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My bad habits

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Page 1: Bad Habits

Tenho tido pensamentos sujos, pensamentos solitários, pensamentos que me tiram do meu estado de bem estar. As vezes penso que tudo está bem mas de repente tudo se transforma numa escuridão completa. Eu deveria ser feliz, o que está acontecendo comigo¿ As vezes a luz se transforma em escuridão e eu não consigo afastar a vontade acabar tudo isso de uma vez. Eu sei, sei bem que existem problemas maiores, problemas sérios. Os meus não são problemas reais, são criados por alguma parte do meu cérebro que não sabe diferenciar a realidade da imaginação. É uma dor, um sentimento inexplorado que não pode ser explicado, ou até pode, quem sabe eu é que não posso explicar. Como por exemplo, o porquê de ser um ser-humano tão pouco desejado. Quero transformar em poesia tudo ao meu redor. Não sei esperar, não sei ficar. Só sei sair, sair sempre foi um forte. Acho que mais que do “sair”, fugir, fugir, fugir, fugir, fugir, fugir, fugir.... Se eu falar bastante uma hora vai parar de fazer sentido. Nenhum idioma, nenhuma mente diferente, nenhum amor em qualquer nível consegue me salvar de mim. Já me dei conta que se eu fugir de verdade vai ser a única fuga que valerá a pena.

Eu sou tóxica, afasto todas as coisas boas, todas as pessoa que me amam, e as que não me conhecem faço questão de contamina-las com a minha angústia, depressão, mau-humor, falta de simpatia, vícios entre outros venenos que carrego.... Nunca pensei que voltaria a querer me suicidar, não que isso já não tenha passado pela minha cabeça milhões de vezes antes, mas isso era antes, eu tinha 16 anos e era uma “adolescente querendo chamar atenção”, assim me descreviam. E agora¿ o que sou¿ uma adulta que não sabe lidar com os problemas e quer apelar para o método mais covarde de acabar com a dor¿ Se essa for a definição pra um ser humano que, se sente mais morto do que vivo fazem quase 4 anos, então sim, essa sou eu.

Me sinto fracassada, sem esperança, sem propósito e sem nenhuma capacidade de enxergar (ou de sequer, sonhar) o futuro. Estou confusa nesse momento, tenho medo de que não seja o momento certo, de algum jeito eu sempre espero pelo melhor. Não sei porque, já fazem 4 anos que eu não tenho uma mudança de sentimentos. Ainda que eu tente mudar por fora de todas as maneiras: mudar de escola, mudar de amigos, mudar de cidade, mudar de país etc., uma coisa não muda e nem nunca vai mudar: o ódio por mim mesma e a inveja de todos os seres que sejam ‘eu’.

A depressão começa quando eu acho que as coisas podem começar a serem diferentes e elas se repetem como um ciclo vicioso. Não tenho mais vontade de viver. Não quero. Quem vai me obrigar¿. A única que tem esse poder de decisão sobre a minha vida, sou eu. Não existem leis que possam me punir. Não existem pessoas que possam me criticar. Uma vez que está feito, está feito, e a única coisa que vai restar de mim são as minha roupas, meu perfume e meu computador. A saudade talvez paire entre pessoas quando a tristeza e a confusão se forem, mas ela não vai ser forte o suficiente pra que eu seja lembrada todos os dias, então, dia após dia eu vou desaparecer, de pouquinho a pouquinho minha existência já não vai fazer falta e a minha alma vai poder ir embora enfim, em paz. Como eu sempre quis. Em paz