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0 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE ________ MINISTÉRIO DO MAR, ÁGUAS INTERIORES E PESCAS BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2017 Maputo, Janeiro de 2018

BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2017 · MEDIDAS PRECONIZADAS ... Adesão dos intervenientes da pesca no cumprimento das medidas de gestão das pescarias industrial, semi-industrial

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

________

MINISTÉRIO DO MAR, ÁGUAS INTERIORES E PESCAS

BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL DE 2017

Maputo, Janeiro de 2018

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Índice

1. NOTA INTRODUTÓRIA ..................................................................................................................... 4

2. FACTORES DETERMINANTES DO AMBIENTE ECONÓMICO E SOCIAL ........................... 5

3. PRINCIPAIS OBJECTIVOS DO PES ................................................................................................ 6

4. AVALIAÇÃO GERAL DO DESEMPENHO ..................................................................................... 7

4.1 LICENCIAMENTO DA PESCA E LICENCIAMENTO SANITÁRIO ................................................ 7

4.1.1 Licenciamento da Pesca Industrial ....................................................................................... 7

4.1.2 Pesca Semi-Industrial ........................................................................................................... 8

4.1.3 Pesca Artesanal .................................................................................................................... 9

4.1.4 Pesca Recreativa e Desportiva ........................................................................................... 10

4.1.5 Licenciamento Sanitário ..................................................................................................... 11

4.2 RECEITAS ..................................................................................................................................... 12

4.3 PRODUÇÃO DA PESCA E DE AQUACULTURA ..................................................................... 13

4.4 EXPORTAÇÕES ............................................................................................................................ 23

5. FINANÇAS PÚBLICAS....................................................................................................................... 23

5.1 Despesas ............................................................................................................................................... 23

6. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES ....................................................................................................... 28

7. MEDIDAS PRECONIZADAS ........................................................................................................... 29

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 30

9. PRINCIPAIS ACÇÕES DESENVOLVIDAS POR PRIORIDADE .. Error! Bookmark not defined.

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SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente documento descreve o grau de execução de actividades realizadas pelo Sector durante

o exercício económico de 2017, assentes no Programa Quinquenal do Governo (PQG 2015-

2019) que define como Objectivo Central melhorar as condições de vida do Povo Moçambicano,

aumentando o emprego, a produtividade e a competitividade, criando riqueza e gerando um

desenvolvimento equilibrado e inclusivo, num ambiente de paz, segurança, harmonia,

solidariedade, justiça e coesão entre os Moçambicanos.

À luz do Plano retro mencionado, cabe ao Sector do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP),

promover acções que visam contribuir na melhoria da segurança alimentar e nutricional em

pescado para a população e na melhoria das condições de vida das comunidades de pescadores e

aquacultores de pequena escala. No que concerne a área do mar e águas interiores as acções

realizadas estavam focalizadas: no Exercício da autoridade do Estado no âmbito do

licenciamento, ordenamento e fiscalização do uso e aproveitamento dos recursos aquáticos e

respectivos ecossistemas.

É neste contexto que no exercício económico em análise, o Sector coordenou a elaboração da

Política do Mar, um instrumento de âmbito nacional aprovado pelo Governo em 2017. A Política

em apreço é um instrumento que irá contribuir para a consolidação da agenda nacional atinente à

gestão sustentável, integral e multissectorial dos espaços marítimos e costeiros bem como do

acesso e utilização dos recursos marinhos renováveis e não renováveis.

No que concerne a produção foram planificadas 309.184 toneladas de pescado tendo sido

produzido 340.210 toneladas correspondentes a uma taxa de realização de 110%, o que

representa um crescimento de 12% quando comparado com os resultados de 2016.

Para as exportações, o plano anual estabelecido foi de 13.626 toneladas de produtos pesqueiros,

tendo sido realizado em cerca de 14.853 toneladas correspondentes a uma taxa de realização de

109%, o que representa um crescimento na ordem de 3% quando comparado com o alcançado no

ano de 2016.

Relativamente as receitas, O Sector fixou para o exercício económico de 2017 um plano de

receitas de 211.308 mil meticais tendo até o final de ano arrecadado 173.494 mil meticais, o que

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corresponde a uma realização de 82% e um decréscimo de 2% quando comparado com o ano de

2016.

O plano anual do orçamento de funcionamento foi fixado em 205.018 mil meticais, para as

instituições de nível central, tendo sido executados 196.985 mil meticais correspondentes a 96%

de realização. A dotação para o nível provincial foi de 227.570 mil meticais, tendo sido

executados em 92% correspondente a 208.724 mil meticais.

Quanto ao orçamento de investimento a dotação para o exercício económico de 2017 foi de

2.334.148 mil meticais, dos quais 160.189 mil meticais para o orçamento do investimento

interno, tendo sido executados 143.779 mil meticais, correspondentes a 90% e 2.173.959 mil

meticais para o orçamento de investimento externo, tendo sido executados 610.005 mil meticais,

correspondentes a 28%.

No geral, importa referir que de um plano anual de 26 indicadores de desempenho, 15 tiveram

uma execução acima de 100% que corresponde, 7 tiveram uma execução que se situa no

intervalo de 50% a 99% e 4 indicadores tiveram uma execução abaixo de 49% conforme atesta

as matrizes das Medidas de Política em anexo.

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1. NOTA INTRODUTÓRIA

O Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP) é o órgão central do Estado que, de

acordo com os princípios, objectivos, prioridades e tarefas definidos pelo Governo, dirige,

coordena, planifica e assegura a execução de políticas, estratégias e planos de actividades nas

áreas do mar, águas interiores e pescas.

O presente documento, reporta o desempenho do Sector na implementação das Medidas de

Política e o alcance das metas dos indicadores inseridos no Plano Económico e Social (PES)

realizadas pelo Sector, durante o exercício económico de 2017.

O documento contém três grandes Capítulos:

o Avaliação do desempenho;

o Finanças Públicas; e

o Principais acções desenvolvidas por prioridades.

O Capítulo sobre a avaliação do desempenho contém as metas e análise das realizações dos

principais indicadores económicos (licenciamento da pesca e sanitário, receitas, produção e

exportação).

O Capítulo das finanças públicas aborda a execução orçamental das despesas de funcionamento e

de investimento.

O Capítulo das Principais acções desenvolvidas por prioridades aborda o nível de execução das

actividades realizadas.

As intervenções do Sector estão orientadas com vista a responder as suas atribuições,

nomeadamente:

o O exercício da autoridade do Estado sobre os assuntos do Mar, Águas Interiores e Pescas;

o A autorização e fiscalização do ordenamento, concessões, investigação e demais

actividades que demandam a utilização do mar, águas interiores bem como os respectivos

ecossistemas, em articulação com outros organismos competentes;

o A promoção do uso e aproveitamento dos recursos do mar, águas interiores e respectivos

ecossistemas;

o A promoção e coordenação da regulamentação da utilização sustentável da água,

prevenção e redução da poluição do meio aquático e melhoria do estado dos respectivos

ecossistemas;

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Para o alcance dos resultados positivos descritos no presente relatório, foram desenvolvidas

acções por prioridade e monitoradas através dos indicadores de produto e metas físicas

estabelecidas nas diversas acções executadas ao longo do País, com destaque para o aumento da

produção da pesca artesanal e de aquacultura, bem como no volume das exportações de produtos

pesqueiros e aquícolas.

No que concerne às acções desenvolvidas no subsector da pesca artesanal, foram realizadas

acções de impacto directo aos pescadores como a promoção de uso de embarcações melhoradas,

transferência de tecnologias melhoradas de pesca e de pescado, bem como o financiamento para

a aquisição de motores marítimos com vista a potenciar a frota de embarcações artesanais para a

melhoria da capacidade produtiva em mar aberto.

Na aquacultura, o Sector desenvolveu acções tendentes ao aumento de tanques povoados e

capacidade de produção de alevinos; assistência técnica e capacitação aos piscicultores com vista

a disseminação de conhecimentos em boas práticas na construção/reabilitação de tanques terra e

rede, formas adequadas de maneio geral das unidades produtivas, biometria, produção de dietas

melhoradas e alternativas para o peixe, produção de alevinos bem como em matérias de cultivo

integrado (piscicultura e agricultura); massificação do cultivo de peixe em gaiolas e

financiamentos de projectos.

Para o aumento do volume de exportações, o Sector intensificou as medidas de obrigatoriedade

de processamento em terra, principalmente para a frota atuneira.

2. FACTORES DETERMINANTES DO AMBIENTE ECONÓMICO E SOCIAL

No ano de 2017 o Sector registou um grau de realização do plano de produção em 110% o que

representa um crescimento de 12 % quando comparado com o desempenho do ano anterior,

(Tabela 7). O nível de crescimento da produção está associado às medidas de gestão de recursos

pesqueiros e intensificação de acções combinadas de fiscalização, motorização de embarcações

artesanais, capacitação em tecnologias de pesca, levadas a cabo pelo Sector.

Durante o período em análise há que destacar os factores sócio económicos determinantes do

ambiente e produção que influenciaram as realizações verificadas a saber:

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Factores favoráveis:

Disponibilidade de fundos para o financiamento de projectos de pesca (aquisição de

embarcações, motores e insumos de pesca) e de aquacultura (construção de tanques e

gaiolas, construção, apetrechamento e operacionalização de unidades de produção de

alevinos e de ração e unidades de processamento de pescado);

Adesão dos intervenientes da pesca no cumprimento das medidas de gestão das pescarias

industrial, semi-industrial e artesanal, combinada com a intensificação de acções de

fiscalização e a revitalização dos CCP’s;

Isenção de taxas aduaneiras na importação de matéria-prima para a produção de ração de

peixe; e

Expansão da frota nacional para a pesca de atum.

Factores desfavoráveis:

Ocorrência de cheias e estiagem nas províncias de Maputo, Gaza e Tete e de ciclone na

província de Inhambane durante o mês de Fevereiro do ano em analise, tendo danificado

alguns artes e barcos de pesca artesanal.

3. PRINCIPAIS OBJECTIVOS DO PES

O Sector definiu como objectivos para o Plano Económico e Social:

Reforçar a contribuição do Sector na melhoria da segurança alimentar e nutricional em

pescado para a população e na melhoria das condições de vida das comunidades de

pescadores e aquacultores de pequena escala;

Aumentar a contribuição líquida do Sector para o equilíbrio da Balança de pagamentos

do País através da internalização da pesca e processamento do pescado;

Ordenar o acesso e uso do espaço marítimo nacional, através da introdução do sistema de

planeamento espacial e gestão adequada;

Garantir a fiscalização integrada nas águas marítimas e interiores;

Assegurar a boa gestão e sustentabilidade das áreas de conservação de recursos marinhos

e de águas interiores.

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4. AVALIAÇÃO GERAL DO DESEMPENHO

4.1 LICENCIAMENTO DA PESCA E LICENCIAMENTO SANITÁRIO

A projecção do licenciamento da pesca para o ano de 2017 tomou como base, a disponibilidade

dos recursos a explorar, as medidas de gestão das diferentes pescarias plasmadas nos respectivos

planos de gestão e a operacionalidade das frotas industrial e semi-industrial.

No que tange ao licenciamento sanitário, que consiste na análise, emissão de pareceres e

decisões sobre processos de instalação, construção, modificação, operação ou funcionamento de

unidades produtivas, visando o licenciamento de unidades produtivas na perspectiva de

cumprimento de normas higio-sanitárias e boas práticas de fabrico.

4.1.1 Licenciamento da Pesca Industrial

O licenciamento deste subsector é direccionado às embarcações que operam nas diferentes

pescarias, como do camarão de superfície, camarão de profundidade (gamba), lagosta, peixes e

atum.

O plano de licenciamento da pesca industrial para o presente exercício económico foi fixado em

149 embarcações, das quais 50 para a pescaria de camarão de superfície, o correspondente a

4.185 metros de cabo mestre1, 29 para a pescaria de atum (frota nacional), 24 para a gamba, 2

para a lagosta de profundidade, 10 para peixe e 34 para a pescaria de atum da frota estrangeira

(Tabela 1).

No exercício em apreço foram licenciadas 125 embarcações de pesca deste subsector das quais

49 são da pescaria de camarão de superfície, o correspondente a 3.673,59 metros de cabo mestre,

28 da gamba, 28 da frota estrangeira de atum, 8 da frota nacional de atum, 4 de peixe demersal e

2 de peixe pelágico, 3 de operações conexas da frota estrangeira de atum, 1 de operações

conexas na pescaria de camarão de superfície, 1 de lagosta com covos e 1 embarcação de

investigação, correspondente a um desempenho de 84% relativamente ao plano anual e um

decréscimo de 7% relativamente a cifra alcançada em 2016 (Tabela 1). Este decréscimo foi

influenciado pelos seguintes factores:

1 Unidade de medição de esforço de pesca que representa a área varrida pela arte de pesca de arrasto de camarão de

superfícies.

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Cancelamento de uma presença da pescaria de camarão de superfície com vista a

reorientação da mesma para captura de peixe e atum;

Não licenciamento de 21 presenças da pescaria de atum da frota nacional devido a falta

de embarcações e dificuldades de implementação de projectos de pesca de atum por parte

da maioria das empresas nacionais;

Não licenciamento de 6 presenças da pescaria da frota estrangeira para a pescaria de

atum, condicionado pelo comportamento migratório do atum.

Tabela 1 - Licenciamento da pesca industrial

PESCARIA PLANO

2017

LICENCIAMENTO

(Nº de Barcos) TR (%) TC (%)

2016 2017

Frota Nacional 115 101 94 82 -7

Camarão Congeladora 50 50 49 98 -2

Gamba 24 25 28 117 12

Lagosta (com covos) 2 1 1 50 0

Peixe Demersal (emalhe de fundo) 2 2 2 100 0

Peixe Demersal (Linha) 2 2 2 100 0

Peixe Pelágico (Palangre de Anzol) 0 1 2 - 100

Peixe Pelágico (Parelha) 6 0 0 0 -

Atum (Nacional) 29 17 8 28 -53

Pesca de Investigação 0 3 1 - -67

Operações conexas (camarão de

superfície) 0 0 1 - -

Frota Estrangeira 34 34 31 91 -9

Atum (Estrangeira) 34 30 28 82 -7

Operações Conexas 0 4 3 - -25

TOTAL 149 135 125 84 -7

4.1.2 Pesca Semi-Industrial

O plano de licenciamento da pesca semi-industrial foi fixado em 367 embarcações, tendo sido

licenciadas 341, o que corresponde a 93% de realização e um crescimento de 4%

comparativamente a cifra alcançada em 2016 (Tabela 2). Este licenciamento incidiu sobre as

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embarcações que operam nas pescarias de camarão de superfície e peixe, baseadas nas

províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Zambézia, Nampula e de kapenta em Tete.

O nível de desempenho alcançado foi influenciado pelo não licenciamento de 26 embarcações,

sendo 20 na pescaria de camarão de superfície, 3 na pescaria de arrasto de pequenos pelágicos, 1

na pescaria de peixe de linha e 2 de operações conexas da pescaria da kapenta, devido a avarias e

dificuldades financeiras para o fretamento de embarcações de pesca.

Tabela 2 - Licenciamento da pesca semi-industrial

PESCARIA PLANO

2017

LICENCIAMENTO

(Nº de Barcos) TR (%) TC (%)

2016 2017

Camarão Gelo 59 30 36 61 20

Camarão (artesanal de convés fechado) 0 3 3 - 0

Peixe de Linha 40 30 39 98 30

Peixe (arrasto de pequenos pelágicos) 8 8 5 63 -38

Kapenta 250 248 250 100 1

Operações Conexas da kapenta 10 10 8 80 -20

TOTAL 367 329 341 93 4

4.1.3 Pesca Artesanal

O plano de licenciamento da pesca artesanal foi fixado em 30.396 artes de pesca, tendo sido

licenciadas 18.197 artes de pesca, o que corresponde a 60% de realização e um crescimento de

11% relativamente ao ano de 2016 (Tabela 3). Há que referir que apesar do crescimento

registado relativamente a 2016, o Sector continua a enfrentar desafios de fazer face a cobertura

territorial devido a complexidade da distribuição espacial dos centros de pesca e a exiguidade de

recursos humanos, materiais e financeiros para realizar o licenciamento.

Os decréscimos dos níveis de licenciamento registados nas províncias de Manica, Zambézia e

Cabo Delgado foram devido a fraca adesão dos pescadores durante as missões de campanhas de

licenciamento da pesca artesanal, havendo necessidade de incrementar os níveis de fiscalização.

Tabela 3 - Licenciamento da pesca artesanal

PESCARIA CENSO

2012

PLANO

2017

LICENCIAMENTO

(Nº de Artes) TR (%) TC (%)

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2016 2017

Maputo 2 745 2 750 2 109 2 219 81 5

Gaza 2 967 3 344 1 765 2 491 74 41

Inhambane 3 413 2 774 2 122 2 636 95 24

Sofala 7 478 2 582 1 261 1 376 53 9

Manica 1 767 833 552 251 30 -55

Zambézia 9 603 3 997 1 959 1 285 32 -34

Tete 5 391 1 943 1 899 2 307 119 21

Nampula 10 966 7 000 1 971 2 237 32 13

Cabo Delgado 6 417 2 297 1 158 999 43 -14

Niassa 2 031 2 876 1 615 2 396 83 48

TOTAL 52 778 30 396 16 411 18 197 60 11

4.1.4 Pesca Recreativa e Desportiva

O plano de licenciamento da pesca recreativa e desportiva foi estabelecido em 6.012 praticantes,

tendo sido licenciados 6.221 o que corresponde a 103% de realização e um crescimento de 5%

relativamente a realização alcançada em 2016 (Tabela 4). Este desempenho foi influenciado

pelos níveis de licenciamento registado na província de Gaza, Sofala, Manica e Cabo Delgado,

aliado ao fluxo de turistas e praticantes desta actividade, bem como, ao reforço da coordenação

com as instâncias turísticas e as demais instituições públicas e privadas.

Apesar de ter havido um crescimento no global, o nível de licenciamento na província de

Inhambane pode ter sido influenciado pela ocorrência do ciclone Dineo durante o mês de

Fevereiro do ano em análise, tendo destruído parte de infra-estruturas turísticas.

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Tabela 4 - Licenciamento da pesca recreativa e desportiva

PESCARIA PLANO

2017

LICENCIAMENTO

(Nº de Participantes) TR (%) TC (%)

2016 2017

Maputo 1 840 2 058 1 987 108 -3

Gaza 583 839 1 190 204 42

Inhambane 2 774 2 522 2 414 87 -4

Sofala 79 118 125 158 6

Manica 157 51 68 43 33

Zambézia 9 - - - -

Tete 250 85 81 32 -5

Nampula 80 - - - -

Cabo Delgado 240 266 356 148 34

Niassa - - - - -

TOTAL 6 012 5 939 6 221 103 5

4.1.5 Licenciamento Sanitário

O plano de licenciamento sanitário foi estabelecido em 1.005 unidades produtivas, tendo sido

licenciadas 1.161 unidades produtivas, o que corresponde a 116% de realização e um

crescimento de 1% comparativamente a realização alcançada em 2016 (Tabela 5). O

desempenho acima de 100% do plano foi influenciado pelo licenciamento de embarcações da

pesca artesanal e de kapenta, meios de transporte e pelo licenciamento de unidades produtivas.

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Tabela 5 - Licenciamento Sanitário

JANEIRO A DEZEMBRO DE 2017

MERCADO PLANO

2017

UNIDADES

PRODUTIVAS (Nº) TR (%) TC (%)

2016 2017

NACIONAL 359 629 677 189 8

Embarcações 325 584 607 187 4

Estabelecimentos em terra 1 2 7 700 250

Estaleiros de secagem - - - - -

Fábricas de gelo 6 6 5 83 -17

Armazéns frigoríficos 8 9 10 125 11

Meios de transporte 17 21 47 276 124

Mercados de Peixe - 4 - - -100

Estaleiros de animais vivos aquáticos

- 2 1 - -50

Farmas de aquacultura 2 1 - - -100

UNIÃO EUROPEIA 82 81 77 94 -5

Embarcações 71 68 63 89 -7

Estabelecimentos em terra 7 8 8 114 0

Fábricas de gelo 1 1 2 200 100

Armazéns frigoríficos 3 4 4 133 0

Farmas de aquacultura - - - - -

OUTROS PAISES 564 443 407 72 -8

Embarcações 423 292 288 68 -1

Estabelecimentos em terra 10 54 24 240 -56

Fábricas de gelo 1 1 1 100 0

Armazéns frigoríficos 3 3 1 33 -67

Meios de transporte 14 24 36 257 50

Estaleiros de secagem 97 56 38 39 -32

Estaleiros de animais vivos

aquáticos 12 11 19 158 73

Farmas de aquacultura 4 2 0 0 -100

TOTAL 1005 1153 1161 116 1

4.2 RECEITAS

O plano de receitas para o exercício económico de 2017 foi fixado em cerca de 211.308 mil

meticais, tendo sido arrecadado um montante de 173.494 mil meticais, o que corresponde a uma

realização de 82% em relação ao plano, representando um decréscimo de 2% quando comparado

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com os resultados obtidos no ano de 2016 (Tabela 6). Apesar do decréscimo nas receitas,

verificou-se um crescimento na arrecadação de receitas de licença de pesca semi-industrial,

artesanal e desportiva, nas taxas de inspecção de pescado e receitas próprias.

A arrecadação de receitas foi influenciada pelo não licenciamento de 27 embarcações da frota

atuneira sendo 21 da frota nacional e 6 da frota estrangeira.

Tabela 6- Receitas de licença de pesca e de inspecção de pescado

RUBRICA PLANO

2017

REALIZAÇÃO

(103 Mt)

TR (%) TC (%)

2016 2017

Licença de pesca industrial 103 659 82 396 78 764 76 -4

Licença de pesca semi-industrial 21 039 11 412 18 418 88 61

Licença de pesca artesanal 3 807 1 170 1 901 50 62

Licença de pesca desportiva 2 221 1 423 2 358 106 66

Cobranças atrasadas (PSI) 0 117 107 - -9

Sub Total (Frota Nacional) 130 726 96 518 101 548 78 5

Licenças de pesca industrial estrangeira

(atum) 43 417 43 417 28 020 65 -35

Sub Total (Licenças de Pescas) 174 143 139 935 129 568 74 -7

Taxas de Inspecção de Pescado 16 926 15 939 19 219 114 21

Receitas Próprias 20 239 21 811 24 707 122 13

TOTAL 211 308 177 686 173 494 82 -2

4.3 PRODUÇÃO DA PESCA E DE AQUACULTURA

O plano anual de produção da pesca e de aquacultura para 2017 foi fixado em 309.184 toneladas,

das quais 33.465 toneladas provenientes da pesca industrial e semi-industrial, 273.679 toneladas

da pesca artesanal e 2.040 toneladas da aquacultura. Durante o exercício económico em análise,

a produção atingiu cerca de 340.210 toneladas, sendo 23.905 toneladas provenientes da pesca

industrial e semi-industrial, 314.470 toneladas da pesca artesanal e 1.835 toneladas da

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aquacultura. Esta produção representa um cumprimento do plano em 110% e um crescimento de

12% comparativamente ao exercício económico de 2016.

Em termos de valoração foi registada uma realização de cerca de 23.300.479 mil meticais,

correspondentes a uma realização de 112% do plano e um crescimento na ordem de 16% (Tabela

7).

Tabela 7 – Produção da pesca e de aquacultura

A tabela 8 mostra os principais produtos que contribuíram mais para que a produção de 340.210

toneladas fosse alcançada.

Contribuíram com maior desempenho os seguintes recursos: o peixe marinho com 57%, seguido

do Peixe de água doce com 27%, o camarão e o atum com 3% e finalmente a kapenta com 2%.

2 É aquela que é efectuada com carácter meramente comercial e com utilização de meios mecânicos de culturas. 3 Aquela que é efectuada com carácter local pelas comunidades locais ou pessoas singulares nacionais de boa fê com aplicação de sistemas

extensivos de produção e podendo produzir excedentes para comercialização.

DESCRIÇÃO

PRODUÇÃO DA PESCA E AQUACULTURA (ton) PRODUÇÃO DA PESCA E AQUACULTURA (103 Mt)

2016 Plano

2017 2017

TR

(%)

TC

(%) 2016

Plano

2017 2017

TR

(%)

TC

(%)

PESCA 302 205 307 144 338 375 110 12 20 056 650 20 606 663 23 178 002 112 16

Industrial e Semi-

Industrial 25 841 33 465 23 905 71 -7 1 784 497 2 296 945 2 035 467 89 14

Artesanal 276 364 273 679 314 470 115 14 18 272 153 18 309 717 21 142 535 115 16

AQUACULTURA 1 180 2 040 1 835 90 55 78 759 133 820 122 476 92 56

Industrial2 241 390 408 105 69 16 067 26 033 27 229 105 69

Pequena Escala3 939 1 650 1 427 86 52 62 692 107 788 95 248 88 52

TOTAL 303 385 309 184 340 210 110 12 20 135 409 20 740 483 23 300 479 112 16

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Tabela 8 – Principais recursos pesqueiros que contribuíram para a produção Anual

Recursos Real 2017 Peso específico (%)

Peixe Marinho 193,692 57

Peixe de água doce 91,887 27

Kapenta 6,969 2

Atum 10,875 3

Camarão 10,573 3

Producao Anual 2017 340,210 100

4.3.1 Pesca Industrial e Semi-industrial

A produção da pesca industrial e semi-industrial no período em análise foi de 23.905 toneladas, o

que corresponde a uma realização do plano em 71% e um decréscimo de 7% comparativamente

ao ano de 2016. O valor da produção neste subsector foi de cerca de 2.035.467 mil meticais,

representando a um cumprimento do plano em 89% e um crescimento de 14% quando

comparado ao igual período de 2016 (Tabela 9).

O desempenho deste subsector, foi influenciado pelas pescarias de caranguejo, gamba, lagostim,

kapenta e atum da frota estrangeira.

Tabela 9- Produção e Valoração da Pesca Industrial e Semi-Industrial

DESCRIÇÃO

PRODUÇÃO PESQUEIRA (ton) PRODUÇÃO PESQUEIRA (103 Mt )

2016 Plano

2017 2017

TR

(%)

TC

(%) 2016

Plano

2017 2017

TR

(%)

TC

(%)

Lagosta 172 268 237 88 37 50 430 78 712 69 460 88 38

Caranguejo 221 196 195 100 -12 17 128 15 176 15 130 100 -12

Gamba 2 043 1 578 1 934 123 -5 272 759 210 663 258 189 123 -5

Peixe 2 247 3 750 2 224 59 -1 149 973 250 313 148 425 59 -1

Camarão 2 829 3 435 4 277 125 51 604 266 733 716 913 631 125 51

Lagostim 184 245 143 58 -22 49 175 65 415 38 101 58 -23

Cefalópodes 229 360 357 99 56 15 301 24 030 23 803 99 56

Kapenta 11 922 15 500 6 969 45 -42 381 979 496 620 223 287 45 -42

Fauna

Acompanhante 2 932 2 133 2 994 140 2 39 139 28 476 39 965 140 2

Atum da Frota

Nacional 448 900 1 099 122 145 29 923 53 400 73 338 137 145

Atum da Frota Estrangeira

2 613 5 100 3 478 68 33 174 424 340 425 232 138 68 33

TOTAL 25 841 33 465 23 905 71 -7 1 784 497 2 296 945 2 035 467 89 14

4.3.1.1 Análise do desempenho das pescarias

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16

a) Pescaria de Camarão de Superfície

O aumento das capturas de camarão em 51% está associado a factores combinados a observância

da veda na frota industrial, semi-industrial e a sua abrangência para todas as pescarias incluindo

a artesanal (de arrasto para praia e rede de emalhar para camarão), bem como, a intensificação de

acções de fiscalização que, de alguma forma, têm vindo a produzir impacto positivo, pela

prevenção da pesca em tempo de veda e de uso de artes nocivas e danosas à pesca.

Relativamente ao esforço de pesca e rendimentos médios diários (RMD) constatou-se o seguinte:

O esforço de pesca de camarão da frota industrial do Banco de Sofala (B.S) durante a

campanha de pesca de 2017 foi de 6.168 dias.barco de pesca, tendo-se obtido uma

captura de 3.725 tons correspondente a um aumento em cerca de 55% relativamente ao

ano de 2016 (2.400 tons) com um esforço de pesca de 5.744 dias.barco de pesca. Os

RMD em 2017 aumentaram em 44% (603 kg/dias.barco de pesca) quando comparado

com a campanha de pesca de 2016 (418 kg/dias.barco de pesca).

O esforço de pesca de camarão da frota semi-industrial congeladora do B.S. durante o

período em análise foi de 1.256 dias.barco de pesca que resultou numa captura de 334

tons correspondente a um aumento em 65% quando comparado a campanha de pesca de

2016 com um esforço de pesca de 762 dias.barco de pesca. Os RMD em 2017

aumentaram em 50% (266 kg/dias.barco de pesca) quando comparado com a campanha

de pesca de 2016 (177 kg/dias.barco de pesca).

O esforço de pesca de camarão da frota semi-industrial a gelo do B.S durante o período

em análise foi de 551 dias.barco de pesca e uma captura de 24 tons, representando uma

redução em 60%, relativamente a 2016 em que foi exercido um esforço de pesca de 702

dias.barco de pesca. Os RMD reduziram de 85 kg/dias.barco de pesca em 2016 para 44

kg/dias.barco de pesca em 2017 representando uma redução de 49%.

O esforço de pesca de camarão da frota semi-industrial a gelo da Baía de Maputo durante

o período em análise foi de 3.297 dias.barco de pesca e uma captura de 187 tons tendo

registado um decréscimo no esforço de pesca de 3% e captura em 19% quando

comparado com o ano de 2016. Este decréscimo pode ter sido influenciado pela entrada

de menos barcos de Julho a Outubro de 2017 tendo também influenciado nos RMD.

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O esforço de pesca de camarão da frota artesanal de convés fechado do B.S tanto em

2016 como em 2017 foi de 209 dias.barco de pesca e uma captura de 7 tons.

Os rendimentos da frota industrial e semi-industrial congeladora no Banco de Sofala

aumentaram, mercê da implementação de medidas de gestão da pescaria aliada à intensificação

da fiscalização com vista ao combate de artes nocivas, o que contribuiu, sobremaneira, para a

recuperação natural do recurso.

A redução nos rendimentos da frota semi-industrial a gelo no Banco de Sofala e na Baia de

Maputo, pode ter sido influenciada pela baixa autonomia das embarcações, cancelamento de 1

presença na Baia de Maputo e 5 no Banco de Sofala.

b) Pescaria do Atum

Esta pescaria é exercida por dois tipos de frota, nomeadamente a nacional e a estrangeira. Apesar

dos níveis de licenciamento desta pescaria não terem sido satisfatórios em 2017 que resultaram

num decréscimo em 53% na frota nacional e 7% na frota estrangeira, na produção foi registada

uma realização positiva onde a frota nacional, teve um desempenho acima de 100% e a frota

estrangeira 68% em relação ao plano. Este desempenho pode estar associado a boa

operacionalidade das presenças licenciadas o que permitiu a observação de uma produção total

de 4.577 tons em relação a 3.061 tons registadas no ano de 2016 (Tabela 9).

Neste contexto, perspectiva-se continuar a maximizar os benefícios desta pescaria através da

operacionalização do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Pescaria do Atum (PEDPA) no

quadro da promoção do desenvolvimento da frota nacional de atum e da introdução de medidas

que contribuam para o aumento da utilização dos Portos nacionais pela frota estrangeira.

c) Pescaria de Camarão de Profundidade - Gamba

A produção da gamba registada no exercício económico em análise foi de 1.934 tons, com uma

taxa de realização acima de 100%, representando um decréscimo na ordem de 5% comparado ao

ano de 2016 que foram registadas 2.043 tons. Relativamente ao esforço de pesca exercido, em

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2017 foi de 4.054 dias.barco de pesca, apresentando uma redução na ordem de 3%, quando

comparado com 4.161 registados em 2016, tendo influenciado nos rendimentos médios diários

que igualmente registaram uma redução na ordem de 5% em relação ao ano de 2016.

A redução da produção da gamba, pode estar relacionada com o facto de que, algumas das

embarcações terem estado em reparação, o que resultou na entrada tardia na actividade pesqueira

e devido a baixa operacionalidade da frota, resultante da pesca mista onde algumas embarcações

abandonaram a pescaria da gamba e passaram a dedicar-se inteiramente à pescaria de camarão de

superfície.

d) Pescaria da Kapenta

A produção da kapenta e o esforço de pesca reduziram em 42% e 14% respectivamente, o que

resultou numa produção de 6.969 tons e um esforço de pesca de 66.775 dias.barco de pesca em

2017. Igualmente, os rendimentos decresceram, de 154 kg/dias.barco de pesca registado em 2016

para 101 kg/dias.barco de pesca em 2017, correspondentes a 44%.

Estes decréscimos podem ter sido influenciados por factores climatéricos (estiagem, baixa

pluviosidade a montante e turbidez das águas), que originaram baixos níveis de entrada de água e

nutrientes na Albufeira de Cahora Bassa afectando por conseguinte a produtividade do

ecossistema, aliado a avarias constantes de embarcações.

e) Pescaria de Peixe

Nesta pescaria operam as artes de pesca de linha (industrial, semi-industrial e artesanal de convés

fechado) e arrasto. O nível de realização registado na pescaria de peixe no período em análise foi

de 61%, correspondendo a um crescimento na ordem de 2% (Tabela 8). Este desempenho foi

influenciado por factores relacionados com a incapacidade financeira dos armadores para se

fazerem à pesca e avarias frequentes das embarcações devido ao seu estado de obsolescência.

4.3.2 Pesca Artesanal

No período em análise, a produção global da pesca artesanal atingiu 314.470 toneladas, o que

corresponde a uma realização do plano em 115% e um crescimento de 14% em relação ao igual

período de 2016. O valor da produção neste subsector ascendeu a 21.142.535 mil meticais,

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representando um cumprimento do plano em 115% e um crescimento de 16% quando comparado

com o igual período de 2016 (Tabela 10).

Para o alcance deste desempenho, o Sector tem realizado acções de impacto directo aos

pescadores com destaque para a promoção de uso de embarcações melhoradas, transferência de

tecnologias melhoradas de pesca e de conservação do pescado e, o financiamento de 564 motores

marítimos dos quais 403 em 2016 e 231 no exercício económico em análise para potenciar a

frota de embarcações artesanais com vista à melhoria da capacidade produtiva em mar aberto.

Estas acções têm sido determinantes para o aumento da produção, incremento da renda e

melhoria das condições de vida dos pescadores artesanais.

Tabela 10 - Produção e Valoração da Pesca Artesanal

DESCRIÇÃO

PRODUÇÃO DA PESCA (ton) PRODUÇÃO DA PESCA (103 Mt)

2016 Plano

2017

2017 TR

(%)

TC

(%) 2016 Plano

2017

2017 TC

(%)

TC

(%)

Lagosta 155 180 1 058 588 583 28 968 33 642 197 745 588 583

Caranguejo 1 554 2 897 3 587 124 131 120 322 224 315 277 754 124 131

Peixe Marinho 168 127 173 010 191 469 111 14 11 221 866 11 548 442 12 780 536 111 14

Peixe de água doce 84 211 76 602 90 052 118 7 5 621 668 5 113 184 6 010 962 118 7

Atum e espécies

afins - 2 762 6 299 228 - - 184 364 331 889 180 -

Camarão 5 203 5 340 6 295 118 21 833 581 855 468 1 008 497 118 21

Acetes 7 771 2 500 3 533 141 -55 103 749 33 375 47 164 141 -55

Cefalópodes 2 283 2 040 4 125 202 81 152 402 136 170 275 343 202 81

Tubarão 1 786 1 298 1 969 152 10 119 195 86 642 131 430 152 10

Outros 3 731 2 650 4 381 165 17 49 808 35 378 58 482 165 17

Aproveit. F. Acomp. 1 543 4 400 1 703 39 10 20 594 58 740 22 734 39 10

TOTAL 276 364 273 679 314 470 115 14 18 272 153 18 309 717 21 142 535 115 16

O aumento significativo nos níveis de produção da lagosta foi influenciado pelas capturas

registadas em Cabo Delgado (90% da produção total da lagosta), como resultado da

implementação de medidas de controlo que levam a que os desembarques sejam feitos nos

centros de pesca no continente, onde o sistema de amostragem está sendo implementado.

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20

O desempenho satisfatório da produção de caranguejo e cefalópodes deve-se à maior procura

destes recursos pelos estabelecimentos de processamento para a comercialização no mercado

nacional e internacional.

Como já referido anteriormente, o aumento da produção do camarão pode ter sido influenciado

pela observação do período de veda para a pesca artesanal, combinada com a intensificação de

acções de fiscalização.

Neste subsector, contribuíram com maior nível de produção as províncias da Zambézia, com

64.914 toneladas, seguida de Nampula com 56.539 toneladas, Sofala com 46.422 toneladas,

Inhambane com 32.646 toneladas e Cabo Delgado com 31.232 toneladas (Figura 1).

Figura 1 – Contribuição das províncias na Produção Global da Pesca Artesanal

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21

4.3.3 Produção de aquacultura

Esta actividade é desenvolvida por dois subsectores: o industrial e o de pequena escala, onde a

produção global durante o período em análise foi de 1.835 toneladas, o que representa um

cumprimento do plano anual em 90% e um crescimento na ordem de 55% comparativamente ao

igual período de 2016 (Tabela 11). Destaca-se o desempenho da aquacultura industrial que teve

um crescimento na ordem de 69% contra 52% da aquacultura de pequena escala. Estes níveis de

crescimento deveram-se à conjugação dos seguintes factores:

i) Aquacultura industrial

o Aprovação da nova pauta aduaneira que isenta de encargos aduaneiros na importação de

matérias-primas para produção de ração, o que estaria a incentivar o sector privado a

investir na produção aquícola;

o Aumento de unidades de produção de alevinos melhorados.

ii) Aquacultura de pequena escala

o Aumento de tanques povoados, de 991 para 2.598 em igual período de 2016 e gaiolas, de

163 para 344 no mesmo período para o cultivo de peixe em cativeiro;

o Assistência técnica e capacitação aos piscicultores com vista à disseminação de

conhecimentos em boas práticas na construção/reabilitação de tanques terra e rede,

formas adequadas de maneio geral das unidades produtivas, biometria, produção de

dietas melhoradas e alternativas para o peixe, produção de alevinos bem como em

matérias de cultivo integrada (piscicultura e agricultura);

o Massificação do cultivo de peixe em gaiolas com destaque para as províncias de

Inhambane, com 184 gaiolas, Gaza com 69 gaiolas e Tete com 28 gaiolas;

o Melhoria na recolha de dados estatísticos de produção aquícola.

Tabela 11 - Produção e Valoração de Aquacultura

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DESCRIÇÃO

PRODUÇÃO DE AQUACULTURA (ton) PRODUÇÃO DE AQUACULTURA (103 Mt)

2016 Plano

2017 2017 TR (%) TC (%)

2016

Plano

2017 2017 TR (%) TC (%)

Industrial 241 390 408 105 69 16.067 26.033 27.229 105 69

Peixe de água doce 241 390 408 105 69 16.067 26.033 27.229 105 69

Pequena Escala 939 1.650 1.427 86 52 62.692 107.788 95.248 88 52

Peixe de água doce 939 1.650 1.427 86 52 62.692 107.788 95.248 88 52

TOTAL 1.180 2.040 1.835 90 55 78.759 133.820 122.476 92 56

Contribuíram para este nível de produção as províncias de Inhambane, Gaza, Manica, Tete e

Niassa (Figura 2).

Figura 2 – Contribuição das Províncias na Produção Global de aquacultura

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23

4.4 EXPORTAÇÕES

Durante o período em análise as exportações atingiram 14.853 toneladas, correspondentes a

109% do volume planificado. Quando comparado com o igual período de 2016, o que representa

um crescimento na ordem de 3%. Em termos de valoração, o plano fixado foi de 85.618 mil

USD, tendo sido cumprido em 104%, correspondente a 89.370 mil USD (Tabela 12).

O decréscimo verificado na exportação da kapenta foi devido à fraca produção registada nesta

pescaria durante o período em análise (Tabela 11).

Tabela 12- Volume e Valor das Exportações

DESCRIÇÃO

Volume de Exportação (Tons) Valor de Exportação (103 USD)

Plano 2017

REAL TR (%)

TC. (%) 2016-2017

Plano 2017

REAL TR(%)

TC. (%) 2016-2017 2016 2017 2016 2017

PRODUTOS DA PESCA

13 619 14 415 14 734 108 2 85 590 82 700 88 892 104 7

Lagosta 500 494 538 108 9 7 500 7 410 8 073 108 9

Caranguejo 900 1 522 2 414 268 59 2 700 4 566 7 242 268 59

Gamba 1450 1 732 1 960 135 13 7 250 8 661 9 799 135 13

Camarão 3343 3 581 3 841 115 7 33 430 35 808 38 411 115 7

Lagostim 161 122 181 112 48 2 415 1 830 2 709 112 48

Peixe 1214 1 362 2 582 213 90 4 856 5 448 10 328 213 90

Atum 278 12 948 341 7 803 1 112 48 3 793 341 7 803

Kapenta 5060 3 422 1 292 26 -62 25 300 17 110 6 459 26 -62

Cefalópodes 268 294 636 237 116 804 882 1 907 237 116

Outros 445 1 874 343 77 -82 223 937 171 77 -82

PRODUTOS DA AQUACULTURA

7 0 119 1 707 - 28 0 478 1 707 -

Camarão - - - - - - - - - -

Peixe (Tilápia) 7 - 119 1 707 - 28 - 478 1 707 -

TOTAL 13 626 14 415 14 853 109 3 85 618 82 700 89 370 104 8

5. FINANÇAS PÚBLICAS

5.1 Despesas

a) Funcionamento Nível Central

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24

A dotação do orçamento de funcionamento para o exercício económico em análise foi de

206.135 mil meticais, tendo-se obtido uma execução de 96%, correspondente a 196.980 mil

meticais. O maior nível de execução foi alcançado pelo IIP e MIMAIP com 98% e 97%

respectivamente (Tabela 13 e 14).

Tabela 13 – Despesas de Funcionamento de Nível Central (10³Meticais)

RÚBRICA

2016 2017

Dotação Execução Saldo Exec.

(%) Dotação Execução Saldo

Exec.

(%)

MIMAIP 56 508 53 638 2 871 95 57 068 55 349 1 719 97

IIP 30 225 29 348 877 97 26 421 25 782 639 98

IDEPA 23 729 22 893 836 96 27 442 25 173 2 269 92

INIP 49 693 41 966 7 727 84 32 487 31 174 1 313 96

EP 19 790 19 551 239 99 18 230 17 534 696 96

ADNAP 25 851 28 263 -2 412 109 23 917 22 366 1 551 94

FFP 30 931 29 591 1 340 96 20 571 19 603 963 95

TOTAL 236 727 225 249 11 478 95 206 135 196 980 9 150 96

Tabela 14 – Despesas de Funcionamento por rubrica (10³Meticais)

RÚBRICA

2016 2017

Dotação Execução Saldo Exec.

(%) Dotação Execução Saldo

Exec.

(%)

MIMAIP 56 508 53 638 2 871 95 57 068 55 349 1 719 97

Despesas com pessoal 39 711 38 633 1 078 97 38 947 37978 969 98

Despesas com Bens e Serviços 16 692 15 000 1 692 90 17 039 16 818 221 99

Transferências Correntes 106 5 101 5 1 082 553 529 51

IIP 30 225 29 348 877 97 26 421 25 782 639 98

Despesas com pessoal 26 448 26 060 388 99 24 415 24 106 309 99

Despesas com Bens e Serviços 3 627 3 258 370 90 1 945 1 661 285 85

Transferências Correntes 150 30 120 20 60 15 45 25

IDEPA 23 729 22 893 836 96 27 442 25 173 2 269 92

Despesas com pessoal 18 251 18 251 0 100 22 751 20 669 2 082 91

Despesas com Bens e Serviços 5 462 4 632 830 85 4 664 4 485 180 96

Transferências Correntes 17 10 7 60 27 20 7 75

INIP 49 693 41 966 7 727 84 32 487 31 174 1 313 96

Despesas com pessoal 11 887 12 899 -1 013 109 12 928 12 901 27 100

Despesas com Bens e Serviços 34 758 27 190 7 568 78 18 649 17 412 1 238 93

Transferências Correntes 3 049 1 877 1 172 62 910 861 49 95

EP 19 790 19 551 239 99 18 230 17 534 696 96

Despesas com pessoal 14 395 14 390 5 100 14 381 14 208 173 99

Despesas com Bens e Serviços 5 363 5 141 222 96 3818 3 321 496 87

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Transferências Correntes 32 20 12 63 32 5 27 16

ADNAP 25851 28263 -2412 109 23 917 22 366 1 551 94

Despesas com pessoal 12 397 15 142 -2 744 122 14 609 14 377 232 98

Despesas com Bens e Serviços 13 183 12 861 323 98 9 267 7 989 1 278 86

Transferências Correntes 270 260 10 96 41 0 41 0

FFP 30931 29591 1340 96 20 571 19 603 968 95

Despesas com pessoal 17 474 16 276 1 198 93 13 680 13 675 5 100

Despesas com Bens e Serviços 12 936 12 926 10 100 6 734 5 905 829 88

Transferências Correntes 520 389 131 75 157 22 135 14

TOTAL 236 727 225 249 11 478 95 206 135 196 980 9 155 96

Despesas com Pessoal 140 563 141 651 -1 088 101 141 711 13 7914 3 797 97

Bens e Serviços 92 020 81 007 11 014 88 62 116 57 590 4 526 93

Transferências 4 144 2 592 1 552 63 2 308 1 477 831 64

b) Funcionamento Nível Provincial

Em relação aos órgãos provinciais do MIMAIP, a dotação para o exercício económico de 2017

foi fixada em 227.618 mil meticais tendo sido executados em cerca de 208.744 mil meticais o

que corresponde a 92% do valor total dotado (Tabela 15). Em termos de execução o destaque vai

para as Províncias de Niassa e Inhambane com 100% e 98%, respectivamente, seguidas de

Manica e Tete, com 95% cada.

Tabela 15 – Despesas de Funcionamento de Nível Provincial (10³Meticais)

Rúbrica 2016 2017

DOTAÇÃO EXECUÇÃO SALDO EXEC

(%) DOTAÇÃO EXECUÇÃO SALDO

EXEC

(%)

MAPUTO 33 276 28 627 4 649 86 32 043 26 801 5 242 84

GAZA 13 320 11 442 1 878 86 14 321 12 988 1 332 91

INHAMBANE 16 438 15 917 522 97 14 794 14 428 365 98

SOFALA 70 138 60 670 9 468 87 50 894 46 585 4 309 92

MANICA 16 570 15 464 1 106 93 11 278 10 676 601 95

TETE 20 829 18 522 2 307 89 20 896 19 771 1 125 95

ZAMBZIA 42 160 33 293 6 082 79 28 621 26 832 1 789 94

NAMPULA 27 447 20 885 6 563 76 23 147 21 565 1 582 93

CABO

DELGADO 21 243 16 645 4 598 78 22 228 19 727 2 501 89

NIASSA 13 676 11 247 2 430 82 9 398 9 370 29 100

Total 275 097 232 709 39 603 85 227 618 208 744 18 874 92

c) Despesas de Investimento Interno e Externo

A dotação para as despesas de investimento para o ano de 2017 foi fixada em 2.317.738 mil

meticais, distribuídos em despesas de investimento interno e despesas de investimento externo.

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Do valor disponível foram executados 727.958 mil meticais o que corresponde a uma execução

de 31% e uma taxa de crescimento de 1% quando comparado com o ano de 2016 (Tabela 16)

Tabela 16 – Total de Despesas de Investimento (10³Meticais)

DESPESA DE

INVESTIMENTO

2016

TC

2017

Dotação Execução Execução

(%) Dotação Execução

Execução

(%)

INTERNO 157.186 129 .006 82 -9 143.779 117.953 82

EXTERNO 1.199. 461 604.506 50 1 2.173.959 610.005 28

TOTAL 1.356.647 733.512 54 -1 2.317.738 727.958 31

Investimento Interno

Relativamente ao orçamento de investimento interno a dotação para o exercício económico de

2017 foi de 143.779 mil meticais, dos quais, 60.214 Mil meticais provenientes das receitas

consignadas (FR 103) e 83.565 Mil meticais provenientes das receitas fiscais (FR 101). Nesta

componente, a execução foi de 117.953 mil meticais, sendo 55.818 mil meticais provenientes da

fonte 103 e 62.134 mil meticais da fonte 101 o que corresponde a uma realização de 82% da

dotação total (Tabela 17).

A baixa execução registada no IDEPA (64%) e IIP (72%) deveu-se a fraca disponibilidade dos

fundos na fonte (103) referente as Receitas Consignadas.

Tabela 17 – Despesas de Investimento Interno nível Central (10³Meticais)

RÚBRICA

2016

TC%

2017

Dotação Execução Execução % Dotação Execução Execução (%)

MIMAIP 59 022 52 728 89 -37 34 341 33 208 97

IIP 5 751 2 160 38 273 11 156 8 062 72

IDEPA 18 711 16 087 86 7 26 966 17 244 64

INIP 14 857 11 250 76 47 19 698 16 514 84

EP 7 875 6 756 86 10 8 066 7 409 92

ADNAP 7 914 2 192 28 344 11 964 9 734 81

FFP 43 057 37 833 88 -32 31 587 25 781 82

TOTAL 157 186 129 006 82 -9 143 779 117 953 82

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Investimento Externo

O orçamento desta componente é proveniente de 9 projectos que tiveram uma dotação de

2.173.959 mil meticais (Tabela 18). Do valor disponível, foram executados 610.005 mil meticais

o que corresponde a 28% da dotação total, representando um crescimento de 1% quando

comparado com o ano de 2016 (Tabela 18). Este desempenho deveu-se a baixa execução de

alguns projectos, como: Aqua CC, ProAqua, Propesca e SwioFish1 MZ devido a:

o Elaboração e aprovação tardia dos termos de referência para fornecimento de bens,

prestação de serviços e construção de infra-estruturas;

o Cancelamento do financiamento por parte do doador.

Tabela 18 – Despesas de Investimento Externo Nível Central (10³Meticais)

RÚBRICA

2016

TC(%)

2017

Dotação Execução Execução

(%) Dotação Execução

Execução

(%)

MIMAIP 314 711 77 426 25 50 396 062 116 062 29

IIP 25 898 19 455 75 -8 26 518 17 945 68

IDEPA 768 594 452 262 59 0 1 560 975 452 882 29

INIP 8 445 0 0 0 998 900 90

EP 0 0 0 0 0 0 0

ADNAP 22 499 10 666 47 64 31 846 17 476 55

FFP 59 314 44 698 75 -89 157 559 4 740 3

TOTAL 1 199 461 604 506 50 1 2 173 959 610 005 28

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6. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES

Embora sejam notórios e resolutos os esforços que o Sector está a empreender no que tange ao

quadro institucional em matéria de elaboração de políticas e do quadro legal, por um lado, e, por

outro, à introdução e implementação de acções estruturantes que incentivem, em particular, o

desenvolvimento do sector produtivo, muito ainda há que fazer, conforme se descreve no quadro

das constatações que se descrevem a seguir.

i) No âmbito de desenvolvimento institucional e do quadro legal

o Necessidade de se acelerar a conclusão de acções em curso de estruturação e

desenvolvimento do quadro legal que habilitem o sector a cumprir o seu mandato

institucional.

ii) No âmbito fiscal e económico

o Inobservância de cumprimento da lei cambial no que toca ao repatriamento de

receitas derivadas de exportações de produtos pesqueiros;

o Exportação de pescado em regime de offshore, incluindo a subdeclaração das

exportações e do respectivo preço de referência, o que representa perdas de receitas

em divisas pelo país;

o Insuficiência de fundos de fomento para responder aos desafios de apoio ao

desenvolvimento da pesca e aquacultura.

iii) No âmbito de gestão pesqueira para aumento de produção e da produtividade

o Necessidade de reforço da capacidade de fiscalização na ZEE e na Albufeira de

Cahora Bassa, em capital institucional, humano e material, com vista à erradicação da

pesca ilegal, subdeclaração de capturas e baldeamento ilegal do pescado;

o Mapear os distritos de Chinde, Machanga e Cheringoma, para permitir o ordenamento

dos espaços marítimos no Banco de Sofala.

ii) Na aquacultura

o Prevalência de fraca disponibilidade de alevinos e ração de qualidade;

o Necessidade de delineamento de uma estratégia para um efectivo desenvolvimento

sustentado da aquacultura.

iii) No âmbito hígio-sanitário

o Prevalência de maneio de pescado, para o mercado interno, em condições higio-

sanitárias que atentam contra a saúde pública.

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7. MEDIDAS PRECONIZADAS

Em face das constatações descritas acima e não só, o Sector preconiza que se tome as seguintes

medidas:

i) No âmbito de desenvolvimento institucional e do quadro legal

o Concluir o processo de estruturação do Sector, incluindo a concepção dos respectivos

instrumentos legais;

o Conceber um sistema de licenciamento da pesca artesanal com vista a cobrir todas as

artes em exercício ao longo da costa marítima e em águas interiores;

o Concluir a elaboração e iniciar a implementação de Plano de Acção de

Desenvolvimento da Aquacultura (PADA).

o Estruturar e desencadear acções que levem a uma efectiva implementação da Política

e estratégia do Mar, como um instrumento estruturante que impõe a mudança do

status quo institucional em todos os intervenientes institucionais do Governo;

o Promover o crescimento e competitividade da economia do mar agregando os

aspectos estratégicos que assentam no conhecimento e progresso da economia azul;

o Conceber uma estratégia eficaz de mobilização de recursos necessários para a

implementação das acções previstas na Política e Estratégia do Mar;

o Conceber e operacionalizar um sistema integrado e sustentável de fiscalização

marítima e águas interiores que contribua, em particular, para um aumento da

produção pesqueira e de volume de arrecadação de receitas para o Estado.

ii) No âmbito fiscal, económico e hígio-sanitário

o Concluir o processo de adesão do Sector à Janela Única Electrónica (JUE), para

uma efectiva monitoria e controlo das exportações de pescado e para um eficaz

combate contra o incumprimento da obrigatoriedade de repatriamento de receitas

de exportação de pescado;

o Regulamentar, a curto prazo, a obrigatoriedade de processamento de pescado, em

terra antes da sua colocação tanto no mercado interno como no externo, com vista

ao aumento do valor acrescentado do mesmo, à criação de mais postos de trabalho

no país e à redução de perdas pós-capturas;

o No âmbito da reforma do Fundo de Fomento Pesqueiro (FFP) em curso, tomar

medidas que assegurem uma gestão institucional profissionalizada e retorno dos

recursos concedidos a título de crédito, numa perspectiva de reprodução cada vez

mais alargada dos mesmos, por um lado, e, por outro, mobilizar recursos

financeiros com os quais se reforce o apoio ao sector privado no investimento e

desenvolvimento da produção, em particular, a aquícola.

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iii) No âmbito de gestão pesqueira para aumento de produção e da produtividade

o Reforçar em capital institucional, humano e material a capacidade de fiscalização

da actividade da pesca na ZEE e na Albufeira de Cahora Bassa;

o Concluir o mapeamento nos distritos em falta para ordenamento dos espaços

marítimos no Banco de Sofala.

iv) Na aquacultura

o A par da elaboração e implementação de Plano de Acção de desenvolvimento da

Aquacultura (PADA), continuar a incentivar a construção de unidades de produção de

alevinos e rações melhorados a nível local e maximizar os serviços fornecidos pelo

CEPAQ.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De um modo geral o Sector teve um desempenho satisfatório face à realização de actividades

previstas para o período em análise, sendo de destacar:

o No subsector da pesca industrial foram licenciadas 108 embarcações de um plano fixado em 142

embarcações, o que corresponde a 84% de realização.

o Na frota semi-industrial foram licenciadas 341 embarcações de um plano fixado em 367

embarcações de pesca, correspondendo a 93% de realização.

o Na pesca artesanal foram levados a cabo campanhas de licenciamento conjuntas

(DPMAIP’s, SDAES’s e CCP’s) que resultaram no registo de 18.197 artes de pesca, de

um plano de 30.396 artes de pesca, o que corresponde a uma realização de 60%.

o O Sector arrecadou receitas, num montante de 173.494 mil meticais de um plano fixado

em 211.308 mil meticais, o que corresponde a uma realização de 82%.

o A produção pesqueira e aquícola durante o período em análise totalizou 338.985

toneladas o que corresponde a uma realização de 110% do plano fixado em cerca de

309.184 toneladas e a um crescimento de 12% face ao ano de 2016, mercê da

contribuição expressiva do subsector da pesca de pequena escala, vulgo artesanal.

o O volume de produtos da pesca e de aquacultura certificadas para exportações foi de

14.853 toneladas, valoradas em 88.892 mil USD contra o planificado de 85.618 mil USD,

o que representa um crescimento de 8%, comparativamente ao ano de 2016.

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