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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
BALANÇO SOCIAL – RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS
Por: Regina Claudia Ribeiro Gomes
Orientador
Professor: Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
BALANÇO SOCIAL – RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Auditoria e Controladoria.
Por: Regina Claudia Ribeiro Gomes
3
AGRADECIMENTOS
A Deus criador de todas as coisas, a
minha família pelo apoio que tem me
dada, a minha orientadora, professor
Jorge e aos amigos e mestres que
foram testemunhas de toda nossa
trajetória.
4
DEDICATÓRIA
A Deus toda honra e toda a glória, certa
de que e esta realização só é possível,
por sua infinita misericórdia e amor.
5
RESUMO
O presente trabalho procura chamar a atenção dos empreendedores para a
importância, bem como para os benefícios e vantagens que poderão obter com
a prática e implementação de programas de responsabilidade social em suas
empresas. Contempla inicialmente uma conceituação da responsabilidade
social, trazendo uma breve coletânea de posicionamentos que marcam a
evolução histórica das preocupações com assunto e do seu tratamento no
âmbito empresarial. Na seqüência apresenta as principais ferramentas
disponibilizadas ao mercado, para orientar e motivar senhores empresários a
adotarem práticas e implementarem programas de responsabilidade social.
Salienta a importância de que estes programas sejam elaborados e
conduzidos por profissionais habilitados e especializados, a fim de que tais
iniciativas sejam mais abrangentes, possibilitando ganhos reais em termos do
fortalecimento da imagem da empresa no mercado. Conclui-se que o Balanço
Social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um
conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas
aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à
comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o
exercício da responsabilidade social, com as atividades que buscam melhorar
a qualidade de vida para todos.
6
METODOLOGIA
A pesquisa a ser apresentada, quanto aos objetivos que se propõe,
será do tipo descritiva, qualitativa e bibliográfica sobre o tema O Balanço
Social – Responsabilidade Social nas Empresas como ferramenta para uma
gestão eficaz e indicadores sociais, preponderantes para o desenvolvimento da
contabilidade social. O principal demonstrativo da contabilidade social é o
Balanço Social , que ainda em fase embrionária, é a peça contábil mais
completa no que tange a mensuração de fatos de cunho social. As fontes de
pesquisa serão a partir dos livros citados nas referencias bibliográfica e nas
páginas da web. A coleta de dados transcorreu ao longo do segundo semestre
do ano letivo de 200 e durante o primeiro semestre do ano letivo de 2008, a
partir de visitas a bibliotecas como: Banco do Brasil ,Biblioteca Nacional e
Universidade Candido Mendes e na Internet.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Referencial Teórico 10
CAPÍTULO II - A Importância do Balanço Social 23
CONCLUSÃO 48
BIBLIOGRAFIA 49
8
INTRODUÇÃO
A contabilidade possui um vasto sistema de informações, capaz de
evidenciar as relações do patrimônio de uma organização e suas relações
sociais, econômicas e financeiras. Visando complementares as informações
até então fornecidas pela contabilidade, surge o balanço social, como
importante instrumento de gestão e de informação, que permite julgar e avaliar
o grau de responsabilidade social, vivido por determinada empresa em sua
forma mais ampla e evidenciar uma imagem positiva ou negativa junto à
sociedade e funcionários.
O Balanço social reúne indicadores sócios econômicos da empresa e
sua relação com seus principais colaboradores (funcionários, acionistas,
investidores, etc.) e com a sociedade em geral.
Este trabalho tem por objetivo demonstrar aspectos pertinentes a esta
peça contábil que ainda se encontra em sua fase embrionária, principalmente
no Brasil. Evidenciando o que vem a ser o balanço social, sua importância para
as ciências contábeis, e para seus diversos usuários, os objetivos da
elaboração desta demonstração. Aborda aspectos relativos à legislação que o
ampara, e aos indicadores que dele podem ser extraídos, nas áreas sociais
ambientais econômicas, e da valorização do indivíduo. Esta pesquisa buscará
observar a posição do Brasil em relação à publicação desta demonstração, e
relaciona com a posição adotada em outros países do mundo.
A relação empresa e sociedade também são explicitadas no balanço
social, e dependendo dos indicadores apresentados pela empresa, propicia um
ambiente favorável entre empresa e os diversos grupos com os quais interage
(clientes, fornecedores, acionistas, governo, etc..).
9
Embora esta demonstração não deva ser considerada um instrumento
de marketing, em que o principal objetivo é mostrar o quanto se é bom. Sua
divulgação demonstra a transparência com que são tratadas as relações
humanas, sociais e ambientais, o que conseqüentemente gera uma visão
positiva do público em relação à empresa.
Portanto o problema alvo de investigação, neste estudo será discutir
“Quais são os benefícios que podem ser obtidos com a elaboração do balanço
social nas empresas?”.
Como delimitação condensará aspectos relevantes do balanço social,
do ponto de vista contábil, abordando informações de cunho social,
econômico, ambiental e da valorização do indivíduo. Usaremos os métodos de
abordagem dedutivos e os de procedimentos histórico, comparativo e
estruturalista, aplicando técnicas de documentação com pesquisa campo.
Visando contribuir para que cada vez mais seja difundido o
compromisso com a responsabilidade social e com a transparência das
informações geradas pela empresa no campo social.
No dia em que, todas as empresas elaborarem o balanço social, será
possível a observação de indicadores de qualidade de vida, análise
comparativa, que resultará em desenvolvimento social, onde a cidadania
empresarial contribuirá de forma mais relevante do que já tem contribuído para
a formação de uma sociedade mais justa e equilibrada.
I – O conceito do Balanço Social
Demonstrativo contábeis, o objetivo, métodos e princípios. Para
elaboração são baseados na contabilidade das informações que deverão ser
claras e objetivas para visão de administradores e empresários, auxiliando na
tomada de decisão.
Embora o Balanço Social no Brasil não é obrigatório, diversas empresas
vêm elaborando este demonstrativo.
10
A Responsabilidade Social –as empresas buscam valores associados,
como os casos dos acionistas que esperam retorno de seus investimentos, o
cliente esperam a satisfação no consumo de seus produtos e seus serviços.
O fundamento em princípios e valores morais e éticos que fortaleçam as
suas relações com todos os seus colaboradores ( funcionários, fornecedores,
acionistas, clientes, governo, comunidade e sociedade em geral ).
II- A importância do Balanço Social
Instrumento de informação e de gestão, indicadores demonstrados, se
favoráveis ou desfavoráveis, permitem à sociedade e funcionários terem uma
visão positiva e negativa da empresa.
Citei 06 empresas que atualmente atua as responsabilidade sociais e
ambientais – Petrobras – Ipiranga – Graxo Welcome – Grupo Gerdau –
Embraer e Grupo Pão de Açúcar.
11
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
I - O CONCEITO DO BALANÇO SOCIAL
O balanço social é uns demonstrativos contábeis, que tem por objetivo
fornecer Informações relativas à ação social desenvolvidas pela empresa, seja
na promoção humana ou nas relações com o meio ambiente. É um
instrumento que permite a análise da gestão social da organização em sua
forma mais ampla e precisa. Favorecem o estreitamento das relações entre
empresa, funcionários e sociedade em geral.
Os objetivos, métodos, princípios para sua elaboração são baseados na
contabilidade, mais precisamente como instrumento da contabilidade social.
Destaca-se como importante peça contábil, que é desenvolvida sobre aspectos
até então pouco explorados por esta ciência, o que para muitos estudiosos e
usuários da contabilidade tornava o sistema de informações contábeis
incompleto, uma vez que as relações sociais influenciam as mutações
patrimoniais.
As informações contidas no balanço sociais unidas as demais
informações tradicionalmente fornecidas pela contabilidade constituem um
passo importante para que haja maior clareza nas informações geradas, o que
amplia a visão de administradores e empresários, auxiliando na tomada de
decisão.
Assim como as demais demonstrações contábeis o balanço social surge
em decorrência das necessidades informativas de diversos tipos de usuários
(funcionários, clientes, governo, fornecedores, investidores e comunidade).
12
Abordagem Preliminar
O estudo da riqueza individualizada constitui objeto de ação da
contabilidade, que influenciado por acontecimentos oriundos do ambiente
interno e externo, infere positiva ou negativamente sobre o patrimônio, gerando
mutações que são observadas, controladas, analisadas e demonstradas para
consecução de seus objetivos comuns.
Enquanto ciências sociais, primordiais à sobrevivência desta célula
social que é a empresa, a contabilidade tem buscado acompanhar a evolução
das necessidades dos diferentes tipos de usuários das informações contábeis
através de um complexo sistema de informações. Em tempos passados, essas
informações pautavam-se em dados essenciais ao atendimento de objetivos
de ordem econômica, financeira e patrimonial.
Contudo a tendência evolutiva da sociedade, que desperta atenção das
pessoas para a valorização do indivíduo, para a proteção do meio ambiente,
para a promoção do bem estar social, gera uma exigência por parte da
sociedade, que se encontra cansada de guerras, violência, exploração
humana, degradação ambiental e etc., surge com isso a consciência para o
comprometimento com a responsabilidade social, e passam a exigir este
comprometimento principalmente por parte das empresas.
O administrador ou empresário que não estiverem atentos a essas
pressões sociais, tendem a ficar isolados, ao ostracismo, gerado pela
insatisfação do mercado. O comprometimento com a responsabilidade social
da empresa para com a sociedade exige da contabilidade, que as informações
de cunho social e ecológico sejam evidenciadas com vistas ao atendimento
das necessidades de seus vários usuários, sejam eles, internos (empresários,
administradores, funcionários, etc.), ou externos (investidores, fornecedores,
clientes, governo, etc.).
13
Dessa forma, os enfoques dados por estudiosos e profissionais da área
contábil a essas informações oriundas das relações sociais, volta-se para uma
ramificação da contabilidade até então pouco explorada, a contabilidade social.
Os indicadores sociais que afetam o patrimônio de forma intrínseca ou
extrínseca, são fatores preponderantes para o desenvolvimento da
contabilidade social. Surge então a necessidade de um instrumento de
mensuração que vise atender o objetivo informativo da contabilidade social. O
principal demonstrativo da contabilidade social é o balanço social, que ainda
em fase embrionária, é a peça contábil mais completa no que tange a
mensuração de fatos de cunho social.
Segundo César Kroetz (2000;p.52), “O novo perfil tecnológico –
econômico – social, exigido pelo mundo globalizado, requer que a
contabilidade evolua no sentido de prestar informações atualizadas,
observando os reflexos das mutações patrimoniais no ambiente social e
ecológico, informações essas não somente de ordem financeira – patrimonial”.
Indubitavelmente o lucro é de suma importância para o funcionamento
da empresa, no entanto a relevância deste objetivo deixou de ocupar lugar de
destaque, para se posicionar em igualdade com os objetivos sociais, que
contribuem para a motivação das pessoas que trabalham na empresa, seus
principais colaboradores, e da camada social que consome seus produtos, ou
utiliza seus serviços.
14
1.2 – Características do Balanço Social e Responsabilidade
Balanço Social: A Expressão da Cidadania Empresarial
O balanço social é um demonstrativo que visa explicitar os lados sociais,
humanos, econômicos e ambientais da empresa, firma-se cada vez mais como
importante instrumento de informação e gestão.
Embora ainda não seja obrigatória a elaboração do balanço social no
Brasil, diversas empresas no país já vêm elaborando este demonstrativo, em
face disso, observa-se que o crescimento do número de empresas
preocupadas com as relações sociais é considerável, o que faz dessas
empresas percussoras do social, empresas cidadãs. Segundo Freis (2001; p. -
43).
“O balanço social é expressão mais evidente e inequívoca da cidadania
empresarial”.
Através do balanço social, os empresários prestam contas de suas
ações na área social, a seus acionistas e demais interessado. A empresa tem
o dever moral e ético de prestar informações à sociedade, uma vez que se
utiliza o recurso pertencente a ela para consecução de seus objetivos, o fato
de devolver produtos fabricados ou serviços prestados, não é suficiente para o
atendimento das necessidades sociais. A empresa deve prestar contas à cerca
do tratamento dado à questão ambiental, humana, econômica e social.
15
1.3 – Função da Empresa A empresa constitui uma célula social, que combina esforços para o
alcance de seus objetivos, como a geração de riqueza que conseqüentemente
gera empregos, gera renda e bem estar social. Dentro deste contexto
caracteriza-se como elemento importante para o desenvolvimento econômico e
social de um país.
As operações da empresa sejam elas, de prestação de serviços, de
comercialização ou uma indústria, passam por processos que exigem a
participação de vários grupos sociais, sejam eles, investidores, fornecedores,
clientes, governo, acionistas, empregados e a sociedade em geral.
A interação da empresa com esses agentes destacam as funções
econômicas e sociais da empresa. Segundo Araújo (2001; p.73).
“(...) a empresa na sua função de produzir riqueza, vende utilidades aos
clientes, recebe dinheiro, emprega pessoas, compra utilidades, paga impostos,
empreita trabalhos, aceita empreitadas de trabalhos, utiliza tecnologia e
informações, enfim é a “máquina”, que impulsiona o crescimento econômico”.
Atualmente, tem se dada ênfase à função social da empresa em sua
plenitude, pautada em suas relações com o ambiente interno (funcionários), e
externo (outros colaboradores e sociedade em geral). A função social
corporativa se caracteriza pela contribuição da empresa para o bem estar
social em sua forma mais abrangente. Essa contribuição surge da consciência
voltada para a responsabilidade social, seja com medidas de proteção
ambiental, incentivos à comunidade local, valorização do empregado como seu
colaborador, dentre outras ações que propiciem melhoria nas relações sociais.
16
1.4 – Responsabilidade Social da Empresa
A responsabilidade social na empresa preceitua uma série de fatores
predominantes em sua filosofia de trabalho, sua política organizacional,
determina o grau de interesse da empresa , social de uma comunidade ou até
mesmo de um país, baseados no interesse por ações comunitárias na região
de sua localização, preocupação em minorar os problemas sociais existentes,
consciência para cidadania e concentração de esforços voltados a minimizar
os danos ambientais que venham a ser causados por sua produção.
Uma empresa socialmente responsável, não se caracteriza pelo simples
fato de se mostrar interessada em atividades externas ao ambiente de
trabalho, deve manter uma relação de equilíbrio e harmonia com todos os
interessados na sobrevivência da organização e que dela participam direta ou
indiretamente, como, por exemplo, a relação com o quadro funcional, que são
seus principais colaboradores.
Uma política de recursos humanos que motive os funcionários e
beneficie seus dependentes, que propicie um ambiente de trabalho com
segurança e higiene, dentre outras ações possíveis nessa área, permite o
alcance de um elevado índice de satisfação, no que tange a uma correta
política de recursos humanos, e um importante passo junto à busca pela
responsabilidade social.
Outros participantes das relações organizacionais devem ser valorizados
pela empresa que busca valores associados à responsabilidade social, como
são os casos dos acionistas que esperam retorno de seus investimentos, o
cliente, que esperam satisfação no consumo de seus produtos seus serviços,
assegurando uma comunicação transparente e uma parceria com todos os
envolvidos e interessados nas atividades da empresa.
O alicerce para consciência voltada para responsabilidade social é
fundamentado em princípios e valores morais e éticos que fortaleçam suas
relações com todos os seus colaboradores (funcionários, fornecedores,
acionistas, clientes, governo, comunidade e sociedade em geral), que possam
servir de exemplo e incentivo para que outras organizações tomem consciência
para o social.
17
1.4.1 – No Cenário Mundial
As primícias da discussão em relação à responsabilidade social na
empresa surgem por volta dos anos sessenta, em decorrência da guerra do
Vietnã, movimentos estudantis, na França e na Alemanha criticam
severamente as políticas organizacionais das empresas, que priorizavam; a
geração de informações com bases em enfoques financeiros e econômicos,
exigia-se uma postura moral e ética por parte das empresas em relação à
sociedade.
Surgem a partir daí, as primeiras informações de cunho social, que eram
acopladas ao balanço patrimonial. Paralelamente a esses acontecimentos,
desenvolvem-se as contabilidades sociais, dando destaque ao aspecto
qualitativo do patrimônio, condensando diversos indicadores sociais, às
demonstrações contábeis.
A relevância desses indicadores permitiu que estudiosos e
pesquisadores da evolução sócia econômica, analisassem os fatos
mensuráveis favoráveis ou desfavoráveis das relações sociais que atendiam
ao interesse de diversos tipos de usuários (empresa, governo, funcionários).
Na França, devido a diversos problemas de ordem social, passou-se a publicar
uma relação de indicadores mensuráveis de cunho social e econômico.
A possibilidade de mensuração desses fatos e a necessidade informativa dos
usuários da contabilidade abriram caminho para que mais um passo se desse
em direção a evolução do sistema de informações contábeis, que é a
elaboração de um demonstrativo próprio, consubstanciado por informações
econômico - sociais, o balanço Social.
A França foi o primeiro país a tornar obrigatória a publicação do balanço social,
através da Lei n° 77.769 de 12 de julho de 1977, dando ênfase às informações
relativas às atividades laborais.
18
1.4.2 – Na Realidade Brasileira
As discussões sobre responsabilidade social no Brasil tiveram início na
década de 60, através da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas –
ADCE. Este grupo de empresários destacava outra função da empresa, além
de produzir lucros, a função social.
Em 1977, a idéia de responsabilidade social corporativa teve destaque
no 2° Encontro Nacional de Dirigentes de Empresas. Em 1984 foi publicado o
primeiro balanço social no Brasil.
Diversos fatores contribuíram para o desenvolvimento da
responsabilidade social nas empresas, dentre eles destaca-se o impacto que a
produção de muitas empresas causava sobre o meio ambiente. Principalmente
as de energia elétrica.
Porém os percursos do balanço social no Brasil foi o sociólogo Herbert
de Souza o “Betinho”. Sua luta em prol da harmonia e justiça social nas
empresas tomou corpo nos anos 90. Mas foi em 1977 que promoveu a
campanha para a divulgação do balanço social nas empresas. Este fato
contribuiu para que várias empresas públicas e privadas passassem a elaborar
este demonstrativo no país.
19
1.4.3 – Obrigatoriedade do Balanço Social
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) apresentou uma proposta
publicamente, que versava sobre a inclusão de informações sociais nas
demonstrações financeiras, até então divulgado o que não foi adiante levando
em conta certa falta de consenso.
Recentemente o assunto voltou a ser pauta das discussões, quando a
CVM. Comprometeu-se em remeter ao congresso nacional uma nova proposta
que estabeleceria a obrigatoriedade da elaboração do balanço social.
Atualmente tramita no congresso o projeto de lei de autoria das então
deputadas Maria da Conceição Tavares, Sandra Starling e Marta Suplicy.
O texto deste projeto visava a publicação anual do balanço social pelas
empresas brasileiras que tivessem mais de cem empregados. A proposta
tomava por base o balanço social francês. Este projeto foi arquivado sem sua
tramitação fosse completa
Em 1999, o deputado Paulo Rocha do estado do Pará apresentou
projeto sobre o mesmo tema, com algumas modificações. O projeto de lei n°
0032/99 que substitui o PL n° 3.116/97 se encontra em tramitação na Câmara
dos Deputados.
O modelo para a elaboração do balanço social proposto neste projeto é
o desenvolvido pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Econômicas)
20
1.4.4 – Relevância do Balanço Social
Segundo Fátima Freire, Cezar Augusto Tibúrvio (2001; p.104). “O
balanço social é o conjunto de informações com base técnica - contábil
gerencial e econômica capaz de proporcionar uma visão da relação capital
trabalho no que diz respeito a seus diferentes aspectos econômicos - sociais”.
Além das pressões sociais que desencadearam o desenvolvimento do
balanço social, outros motivos contribuíram para que algumas empresas
aderissem à idéia da elaboração deste demonstrativo social.
Empresários e administradores começaram a ver esta demonstração
como importante instrumento de gestão e apoio à tomada de decisão.
Do balanço social podem ser extraídos diversos indicadores que se
analisados, avaliados pela administração empresarial, permitem o
desenvolvimento de uma correta política de recursos humanos, que gere
motivação e melhoria na qualidade de vida de seu quadro funcional.
A relação empresa e sociedade também são explicitadas no balanço
social, e dependendo dos indicadores apresentados pela empresa, propicia um
ambiente favorável entre empresa e os diversos grupos com os quais interage
(clientes, fornecedores, acionistas, governo, etc.).
Embora este demonstrativo não deva ser considerado um instrumento
de marketing, em que o principal objetivo é mostrar o quanto se é bom. Sua
divulgação demonstra a transparência com que são tratadas as relações
humanas, sociais e ambientais, o que conseqüentemente gera uma visão
positiva do público em relação à empresa.
21
Os Objetivos do Balanço Social. Dentre os objetivos do balanço social pode-se destacar: • Complementar as informações geradas pelas demais demonstrações
contábeis visando o crescimento da entidade;
• Apresentar indicadores de contribuição para melhoria de qualidade de vida;
• Formar um banco de dados com informações fidedignas de cunho social e
ecológico;
• Auxiliar as gestões empresariais, fornecendo dados importantes para tomada
de decisão;
• Avaliar o grau de satisfação da sociedade em relação à empresa;
• Analisar a contribuição para o desenvolvimento de pesquisas, capacitação
profissional e desenvolvimento tecnológico;
• Gerar confiabilidade dos funcionários em relação à empresa, e conseqüente
aumento da motivação;
• Auxiliar as negociações entre a organização patronal e os sindicatos de
categoria.
Os Beneficiários O balanço social surge atendendo as necessidades informativas de
diferentes.
Tipos de usuários, portanto sua elaboração favorece diversos grupos com os
quais a empresa interage. Dentre os principais usuários destacam-se:
a) Funcionários Aos trabalhadores que são os grandes colaboradores para o
desenvolvimento empresarial, o balanço social fornece dado que propiciam
transparência nas relações entre empresa e empregados, através desses
dados os funcionários podem identificar quais esforços têm sido dispensados
para satisfação de seu bem estar, o que consequentemente aumenta a
motivação.
22
b) Fornecedores
A forma com que são tratados os recursos humanos da empresa e a
preocupação com a gestão social, reflete a imagem política organizacional da
empresa. O que transfere certa confiabilidade para fornecedores em geral.
c) Investidores
Atualmente os investidores levam em conta a exigência do mercado. As
imagens da empresa perante a sociedade contribuem para que investidores
apliquem ou não seus capitais.
d) Consumidores
A estes o balanço social permite visão clara de que os produtos
consumidos não são produzidos à custa da degradação ambiental.
Proporciona uma visão da administração da empresa o que pode ser
associado à qualidade dos produtos.
e) Governo
Permite a análise de indicadores que ajudam ao governo em seus
levantamentos de evolução social, incentivos e a desenvolver leis que regulem
a melhoria da qualidade de vida dos funcionários.
f) Administradores
O balanço social é importante instrumento de informação e gestão, que
fornece indicadores a serem utilizados na tomada de decisões na área social.
Processo de Preparação do balanço Social
23
O desenvolvimento social, que gerou conscientização ao público pelo
interesse na elaboração do balanço social, não foi o único motivo que
pressionou as empresas à divulgarem este demonstrativo, outro fato
importante, foi o objetivo de algumas empresas em utilizar esta peça contábil
para o auxílio a gestão, na identificação de problemas, para implementação de
novos métodos de trabalho, principalmente no que se refere a recursos
empregados para a promoção do lado humano, social e ecológico da
comunidade com quem interage.
Quatro fases se destacam no processo de preparação do balanço social:
1ª Fase: Política
Quando surge a conscientização de responsabilidade social, por parte
de diretores e administradores, e conseqüentemente o interesse pela
elaboração do balanço social, incentivando a aceitação à todo o corpo
organizacional.
2ª Fase: Operacional
Marcada pela ação, pela busca de providências necessárias à
elaboração do balanço social, através de reestruturações organizacionais, que
viabilize a coleta de dados para produção de informações confiáveis.
3ª Fase: Fase de Gestão
O balanço social deixa de ser apenas uma demonstração informativa, e
passa a fazer parte das ferramentas de gestão, de apoio à tomada de decisão,
aliando as informações de cunho social às demais informações geradas pela
contabilidade.
4ª Fase: Fase de Avaliação
Surge com a possibilidade de avaliação dos impactos gerados pelo
balanço social, onde a interação, sociedade e empresa podem ser
dimensionadas de forma a se analisar a política até então desenvolvida,
investindo na reorganização de uma correta política humana, social e
ambiental.
24
CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DO BALANÇO SOCIAL
2.1 – Como se elabora o Balanço Social
A elaboração do balanço social tem por objetivo, a mensuração da
realidade econômica e social vivida pelas empresas, em decorrência dessa
publicação as relações entre a organização e os interessados nessas
informações (empregados e sociedade em geral) são harmonizadas.
O balanço social é um importante instrumento de informação e de
gestão, que permite clarificar os objetivos da empresa e dependendo dos
indicadores demonstrados, se favoráveis ou desfavoráveis, permitem à
sociedade e funcionários terem uma imagem positiva ou negativa da empresa.
A contabilidade com o intuito de ampliar sua capacidade informativa,
desenvolve várias propostas, através de estudiosos e profissionais da classe
contábil, com vistas ao aperfeiçoamento de uma metodologia para a
elaboração do balanço social, que observe todas as normas e princípios
contábeis.
A empresa por sua vez tem a obrigação de fornecer informações, sobre
a forma de gestão empregada, sobre recursos que lhes são outorgados pela
sociedade.
Pode-se dividir a elaboração do balanço social em duas fases, onde na
primeira o responsável pela elaboração deve preparar um esboço, onde já
foram predeterminados os objetivos, as metas, fases do planejamento. Em
uma segunda fase, segue-se a execução do trabalho, onde os indicadores a
serem extraídos, assim como as áreas funcionais envolvidas, já estão definidos
e capacitados para a coleta dessas informações.
25
• Princípios Gerais para Elaboração do Balanço Social
Visando dar um tratamento adequado às informações coletadas para a
elaboração do balanço social, alguns aspectos relevantes devem ser
observados, tais como, além dos princípios geralmente aceitos pela
contabilidade.
a) Pertinência: As informações devem ter caráter relevante, devem ser claras e
concisas, uma transcrição da realidade;
b) Objetividade: Não devem conter desvios tendenciosos, devem ser
fidedignas e neutras;
c) Continuidade: Devem obedecer a um caráter contínuo, que permita
comparabilidade dos indicadores extraídos das demonstrações por diversos
exercícios;
d) Uniformidade ou Consistência: As informações contidas no balanço social
para que sejam comparáveis, devem ser padronizadas, e em caso de
modificações eventuais desses padrões, essas modificações devem constar
em notas especiais.
Certificação: As informações devem estar sujeitas a certificação de veracidade
por parte estranha à entidade ou por qualquer destinatário das informações.
Dentro desta visão os gastos com capacitação profissional e valorização
do indivíduo constituem investimentos no corpo organizacional.
O aumento da capacitação dos colaboradores que formam o quadro
funcional torna a empresa mais competitiva, reduz custos com desperdícios,
gera satisfação pessoal.
26
As informações relativas ao desenvolvimento profissional devem compor
balanço social, podendo ser feita por meio de gráficos e tabelas.
Os esforços com formação podem ser desenvolvidos dentro do
ambiente organizacional ou fora dele, conforme o caso. Pois também podem
ser desenvolvidos incentivos que permitam ao funcionário buscar educação
continuada fora do ambiente empresarial.
27
2.2 – O Balanço Econômico, Social e Ambiental.
A maioria das empresas está publicando, a publicarão, o Balanço social
e Ambiental, como documentos separados, diferentes, ao Balanço Econômico.
Entretanto muitas organizações, não somente nacionais, mas, também
a mundial, estão trabalhando para que o esforço da publicação se oriente a
realizar em uma única peça, o “Balanço Econômico Social e Ambiental”.
Os dados demonstrativos das estratégias sociais e ambientais devem
ter neles mesma consistência e apresentar todos os elementos quantitativos e
de valorização pertinentes, isto é, que não significa – pelo fato de fazer um
único documento – que podem se omitir informações quantitativas que
permitam ter uma visão clara do que e realizado nas áreas social e ambiental.
A unificação, ou não, de todos os relatórios poderá ser justificada
conforme o tamanho da empresa, e os públicos aos quais prioritariamente
estão orientados, tratam-se muito mais de um aspecto de principio. E
importante frisar que o compromisso empresarial não é somente econômico, é
também social e ambiental, e uma única peça caracteriza a “completude” e
complexidade da gestão empresarial.
• Comprometimento dos líderes com valores e princípios éticos, a
responsabilidade social e a governança corporativa.
Isto deve ser claramente identificado através do comprometimento
formal da presidência, expresso na “Carta da Presidência” específica para o
ambiente social e ambiental. Comprometimento da Presidência e também do
corpo diretivo.
Muitas vezes nesta carta pode-se ler um conjunto de boas intenções,
mas, quando fica limitada a estas expressões de desejo suscitará mais dúvidas
do que convicções, esta “carta”deve ser vista como uma oportunidade muito
especial de comunicar aos acionistas, e públicos interessados em geral, que a
administração da empresa tem uma visão muito clara de quais os desafios a
vencer, suas dificuldades e o grau de comprometimento da organização com
sua superação.
28
A ausência deste compromisso formal deve implicar ‘0”pontos de nota”.
Igualmente uma carta onde sejam somente identificados compromissos no
plano econômico deverá ter notas
Abaixo de “4”. Acima de “5”pontos somente quando fiquem claramente
estabelecidos os compromissos da alta administração, presidência e corpo
diretivo em todos os campos: econômico, social e ambiental.
• Perceber a empresa ou grupo de forma clara no alcance do documento.
Está se falando de um grupo como um todo, ou de uma parte dele?
Uma de suas Empresas, unidades de negocio, ou, divisões?
Trata-se de uma sumaria descrição dos dados históricos do grupo, quais
as empresas que o compõem definir de forma clara que o Balanço Social trata
do todo ou de uma parte. Quais são os principais produtos e serviços, Qual a
abrangência geografia, número de funcionários, faturamento, resultados. Todo
de forma sumária.
Quando as atividades sociais e, ou, ambientais são desenvolvidas
através de um Instituto ou Fundação especificamente criado pela empresa,
será importante demonstrar o grau de envolvimento desta entidade com os
quadros de colaboradores e administração do Grupo ou empresa.
A experiência mostra que algumas vezes, Institutos ou Fundações
adquirem uma vida própria extremamente isolada do processo de gestão
empresarial cotidiana.
A nota de “0”à “10” deverá refletir a clareza com a qual podem ser identificados
os negócios da empresa e, sobretudo, as quais de seus negócios se referem
às demonstrações sociais e ambientais, como uma relação com o todo, ou, a
uma de suas partes.
Especial cuidado, quando se trata de ações desenvolvidas através de um
Instituto ou fundação especifica.
29
• Perceber que o documento apresentado é resultado de um processo
estruturado de gestão da Responsabilidade Social. Ou seja, a gestão
social e ambiental, é um compromisso com o planejamento de médio /
longo prazo e não apenas a existência de ações pontuais e filantrópicos
na empresa.
Este é um dos temas mais difíceis de expor, pois, implica conhecer a
organização da gestão da empresa, algo que não é fácil de explicar, por outra
parte, não pode ser simples “expressão de desejos”, tem que ser demonstrado.
Alguns fatos que podem demonstrar isto:
a) A existência e revisão periódica - de um código de ética;
b) Os mecanismos de clima organizacional, e sobre tudo as ações
decorrentes dessa avaliação, desde quando se aplicam.
c) Os diferentes planos de formação, desde quando se aplicam.
d) A data, o porquê, e sobre que princípios foram criados o Instituto ou
Fundação. Deixando claro que não é ‘passar’ para outros a visão social,
senão, acompanhar projetos, identificar necessidades, animar e promover a
participação do quadro de talentos, promoverem a participação da
comunidade e de outras empresas, etc.
e) A existência na definição de objetivos do corpo de diretores, gerentes e
coordenadores, sobre os aspectos sociais e ambientais de suas áreas de
atuação.
f) A Exigência, ou, solicitação à fornecedores, clientes, e outros públicos da
demonstração de que adotam também as “melhores praticas”de
administração, a publicação de Balanço Social, etc.
g) Inclusão no processo orçamentário dos investimentos sociais e ambientais.
Sejam eles internos e externos.
h) Apresentação e discussão anual, desses investimentos junto ao Conselho
de Administração da empresa, para serem avaliados e aprovados.
i) Existência de um Comitê ligado ao Conselho de Administração que trata
das ações sociais e ambientais.
30
j) Identificação dos mecanismos habituais de contato com os públicos
externos.
k) Apresentação de um quadro resumo sobre principais metas propostas em
que nível foi alcançado, e os desafios futuros identificados. Identificação
dos responsáveis por cada uma das metas e desafios (nome, e-mail, etc.).
Este é um dos pontos mais difícil de avaliar, os pontos acima são indicadores
do tratamento da gestão social e ambiental como um processo estruturado
dentro da empresa. A pontuação de “0”a “10” deve indicar o grau de clareza
com a qual este processo aparece demonstrado no Balanço Social, e deve
refletir, também, a diferença entre ações pontuais e um verdadeiro processo.
• A gestão de ações sociais internas deve estar integrada a uma política
global de Responsabilidade Social, valorizando o público interno e seus
familiares.
Descrição sumária das políticas de talentos humanos, especificarem
qual o tratamento no referente a gênero, raça, nível educacional, idade,
diferencias de salários, estagiários, portadores de deficiência física, prevenção
e segurança no trabalho, ambiente de trabalho, etc. Além de quadros e
elementos quantitativos por empresa, setor ou globais, o importante é qualificar
os elementos, não somente apresentar as “pizzas” gráficas ou outros dados,
senão analisá-los, ainda que alguns deles não sejam favoráveis.
Serão importantes que fiquem claras as ações que superam os
requisitos legais estabelecidos.
Quais as políticas de admissão e demissão...
Quais as políticas de remuneração e benefícios...
De que forma se persegue a transparência administrativa... E na gestão...
Formas de gestão...
Causas trabalhistas pendentes, mecanismos de solução...
Um elemento importante a discernir neste item é a visão da empresa no
31
relacionamento com seus quadros de colaboradores, as responsabilidades
legais como ‘piso e não como ‘teto de ação, o nível de formalização e
comunicação dessas políticas, o relacionamento com sindicatos e
representantes dos colaboradores, e estabelecimento de políticas afirmativas
de inclusão de minorias, etc.
Alguns indicadores poderão não ser considerados muito adequados
desde o ponto de vista quantitativo, entretanto a posição transparente de
declarar esses indicadores e, sobretudo, os planos de melhoria, deve contar
pontos favoráveis na ponderação da nota a autorgar à empresa.
• Identificar a participação de diversos públicos na gestão da
responsabilidade social, como funcionários, ONG’s, fornecedores,
consumidores, membros da comunidade, etc.
Esta identificação na participação da gestão da responsabilidade social
implica definição dos públicos interessados na empresa, ou, stakeholdes.
Como se definem os públicos? Quem trabalha sobre isto? Quais os
instrumentos utilizados como forma de dialogo com diversos públicos?
(pesquisas de opinião; grupos de foco, gestão participativa...).
O julgador deverá avaliar neste ponto se o Balanço Social apresenta de
forma clara a participação dos diversos públicos na gestão da responsabilidade
social, ou, se fica restrita a um grupo especifico sem participação formal dos
mesmos.
Aquilo que não é demonstrado não pode ser suposto pelo avaliador.
• Demonstrar a geração e distribuição de riquezas pela empresa.
Apresentar o DVA ou Demonstração de Valor adicionado.
Dados sobre geração de riquezas decorrente da atividade produtiva ou
ganho financeiro, dados sobre distribuição de riquezas entre os diversos
públicos (colaboradores acionistas, financiadores, governo, etc.) relacionados
de forma proporcional e comparados com período (s) anterior (es).
32
Deve-se primeiramente analisar a existência ou não do DVA. No caso
de existir a completude de seu preenchimento, a comparação com anos
anteriores, e também se corresponde a um documento verificado por auditoria
externa a empresa. Somente poderá ter nota máxima, o DVA que seja
completo e apresente verificação de auditoria externa. Observar que
frequentemente esta informação está incluída nos dados financeiros da
empresa.
• Apresentação da relação entre o volume e investimentos realizados com
impactos nas áreas sociais e ambientais, preferencialmente em proporção ao
tamanho da empresa, e a transformação realizada na comunidade ( interna ou
externa ).
Normalmente os modelos que possam ser adotados exigem apresentar
esta relação de forma quantitativa entre o nível de investimentos realizados
nas áreas sociais e ambientais e elementos quantitativos gerais da
performance da empresa, como faturamento liquido, rentabilidade, número de
funcionários, etc.
Algumas empresas, pela natureza de sua atividade são obrigadas a
realizar investimentos de renovação ou recuperação dos recursos naturais, o
Balanço Social e Ambiental deve permitir identificar quais desses investimentos
têm uma base de exigência legal e quais transcendem a mesma.
Aqueles que se depreendem das exigências legais, pela própria
natureza empresarial, não poderão ser considerados senão como tais.
O ponto mais importante é identificar quais são seus impactos na
transformação do entorno da empresa, como se avaliam e são acompanhados
pela comunidade.
O avaliador deve ter especial cuidado em analisar quais desses
investimentos correspondem as exigências legais e quais são realizados acima
destas. De que forma se define esses investimentos, seus impactos, o
envolvimento da comunidade afetada e os resultados atingidos...
33
• Associar as informações sociais e ambientais ao relatório econômico-
financeiro da empresa.
Os dados sociais e ambientais e financeiros devem fazer referência um
ao outro. Será fundamental que existam dados sobre períodos anteriores –
mínimo de 2 anos – e altamente desejável dispor de dados sobre
compromissos futuros.
Normalmente, como conseqüência de um processo continuando e uma
visão social e ambientalmente integrada à estratégia empresarial poderá existir
dado do setor, propiciando a comparação da empresa com seu setor de
atividade.
A ponderação deve observar as referencias quantitativas com períodos
anteriores. Notas maiores devem prever os dados sobre futuros exercícios. A
demonstração quantitativa econômica financeira dos projetos sociais e
ambientais deve ser facilmente identificada.
• Visualizar o investimento social e ambiental de forma integrada e coerente
em relação ao foco de negocio da empresa.
Este é um desafio relacionado com os critérios que orientam as ações
sociais e ambientais. Um processo realmente integrado a estratégia
empresarial implica em identificar os critérios de investimentos nos projetos
sociais e ambientais.
Devem ser definidas as vocações sociais e ambientais da empresa, e,
mais uma vez não serem projetos isolados ou casuísticos.
A transparência na situação da empresa perante a legislação social e
ambiental é fundamental na credibilidade da informação. Segundo o tipo de
atividade algumas áreas de negócios apresentam riscos ambientais e sociais
relevantes. A comunicação sobre eles, e a forma de fazer frente a estes
desafios, aumentam a credibilidade das informações e a confiança dos
públicos interessados.
34
A avaliação deve considerar fundamentalmente se os projetos apresentados
formam parte da vocação social e ambiental da empresa, através da
identificação dos critérios de investimentos e da transparência de sua situação
diante da legislação a que pode estar submetida.
2.2. 1 -O Balanço Ambiental
O balanço ambiental compõe o balanço social, onde se comporta
informação física e monetária sobre o patrimônio natural.
As empresas para o desenvolvimento de suas atividades se utilizam
desses recursos, que são de propriedade da humanidade. Devem desta forma,
buscar meios para o tratamento desses recursos, para que sejam devolvidos à
sociedade.
Diversos são os recursos naturais utilizados pelas empresas, são eles
recursos renováveis e não renováveis, portanto constituem premissa básica
para a contabilidade ambiental, a harmonia e o perfeito equilíbrio entre a
empresa e o meio ambiente.
Diversos são os benefícios a serem alcançados, por uma administração
consciente, que se preocupe com as relações ambientais, dentre eles pode-se
destacar:
Sobrevivência humana;
Consenso político;
Oportunidade de mercado;
Redução de risco;
Redução de custos;
Integridade pessoal.
35
A explicitação das informações referentes aos ativos e passivos
ambientais pode ser analisada sob dois ângulos: os reportes de dados físicos e
dados monetários devem permitir acumular ao menos, parcialmente, as
insuficiências em matéria de avaliação; a colocação em paralelo dos dois
sistemas de dados permite evidenciar os custos específicos, que representam
os investimentos antipoluentes, segundo os setores.
Devido ao avanço capitalista, na era da industrialização e tecnologia,
as empresas devem estar atentas para o desenvolvimento da consciência
voltada para a preservação ambiental, esta visão deve estar intrínseca nos
objetivos da organização, dentro desta abordagem está em jogo a
continuidade das relações econômicas e sociais.
Dependendo da atividade desenvolvida pela empresa, o custo com a
preservação ambiental pode variar consideravelmente de uma atividade para
outra. Uma empresa petrolífera, por exemplo, terá um custo bastante oneroso
para despoluir rios e mares em comparação a uma indústria de laticínios.
O balanço social contempla essas informações e os indicadores
extraídos podem gerar metas e patamares setoriais que visem uma correta
política ambiental.
O Conselho Econômico Social das Nações Unidas recomenda que as
empresas tenham controle, sobre o impacto que provocam sobre o meio
ambiente, com o objetivo de e apurar um custo ambiental completo.
Neste contexto, o primeiro passo consiste na separação das despesas
ambientais das demais despesas da organização, objetivando a mensuração
de passivos ambientais da empresa. Em contrapartida a essa postura, é
possível avaliar de vez os investimentos em questões ambientais que poderão
ser pro visionados e alocados no balanço ambiental e conseqüentemente no
balanço social.
36
2.2.2 - Responsabilidade Ambiental e Corporativa
Como já explicitado neste trabalho, a preocupação das empresas
ultrapassa as barreiras de ter como único objetivo a geração de lucros. Essa
visão surgiu em decorrência das pressões sociais, que visavam uma relação
transparente do ambiente corporativo e suas relações sociais.
A contabilidade, os contadores e gestores empresariais, por sua vez não
desconhecem essa realidade, visando ampliar as informações até então
geradas pela contabilidade, encampando também as informações de cunho
social e ecológico, que unidas às informações tradicionalmente geradas pela
contabilidade de ordem financeira e econômica, torna este sistema de
informações mais completo.
Ressalta-se a dificuldade na contabilizarão de dados ambientais pela
dificuldade de mensuração de ativos e passivos ambientais, além desta
barreira outras dificuldades têm sido enfrentadas para que essas informações
recebam o devido tratamento. Essas dificuldades estão relacionadas a
resistência de empresários e administradores, que estão presos ao paradigma
de que o lucro gera emprego, que gera renda, que gera bem estar social, o que
na realidade não é bem assim, outro fator relevante como justificativa a essas
resistências estão ligadas à questão do custo.
37
2.3 – Responsabilidade Social e Pública das Organizações
A responsabilidade social por parte das empresas, consiste em gerar
renda e emprego. Esta premissa pressupõe o reconhecimento da sociedade
como interessados na organização. Logicamente a filantropia não faz parte dos
objetivos principais da empresa, no entanto a conscientização para a
responsabilidade social, parte de uma administração com vistas ao
acompanhamento das necessidades de sobrevivência empresarial, uma vez
que a sociedade se desperta cada vez mais para esta relação.
A primeira vista investimentos com desenvolvimento social podem
parecer dispendiosos, no entanto diversos benefícios tangíveis podem ser
alcançados mediante uma correta política de responsabilidade social, como a
imagem moral da empresa diante da sociedade, maior interesse dos
empregados na produção, além, de que custos podem ser reduzidos
proporcionando aumento na lucratividade, que conseqüentemente atrai
investidores.
No que tange a responsabilidade pública, os anseios da comunidade
deverão ser atendidos, através de ações conscientes que melhorem as
condições relacionadas à exclusão social.
As empresas sejam elas, públicas ou privadas, são agentes sociais no
processo do desenvolvimento econômico do país. No contexto
macroeconômico.
As preocupações com a questão do desenvolvimento sustentável
econômico, ambiental e social – vêm sendo gradualmente incorporadas às
demandas dos consumidores, aos códigos de conduta e valores empresariais
e às rodadas de negociações comerciais internacionais. Da mesma forma, já
se identifica atualmente a existência de investidores – individuais ou grandes
instituições que buscam aliar os objetivos de obter retornos financeiros, seus
valores e preocupações sociais, escolhendo empresas por sua performance
ética e social e pelas contribuições positivas ou não para seu mundo futuro e o
das próximas gerações ...
38
O processo de globalização no qual o mundo está envolvido faz com
que a luta pela competitividade seja acirrada entre as empresas globais. Para o
desenvolvimento de uma nação como o caso do Brasil, é de suma importância
a captação de recursos externos através de investimentos, para o
desenvolvimento econômico.
“(...) as empresas dos países desenvolvidos, os chamados do primeiro mundo,
investem significativamente no campo social. Não é por nada que esses países
cultuam a estabilidade social. Com a estabilidade, a economia cresce, as
incertezas diminuem e se promove a harmonia social”.
2.4 – O Balanço Social no Brasil
A elaboração do balanço social no Brasil ainda não alcançou estágio de
obrigatoriedade. Tendo em vista a importância das informações contidas neste
demonstrativo, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) elaborou um projeto
de lei, que transita presentemente no Congresso Nacionais, que prevê
alterações e inovações nas informações contábeis divulgadas pelas
sociedades anônimas e limitadas. Entre elas a divulgação do balanço social
para empresas de grande porte, que tenham faturamento anual superior a l50
milhões de reais e ativos de mais de 120 milhões, mesmo que não tenham
capital aberto.
Existem algumas controvérsias sobre a forma de elaboração do balanço
social, principalmente se a obrigatoriedade for imputada as empresas, pois
algumas das ações no campo social desenvolvidas pela empresa são
obrigatórias, como por exemplo, segurança e saúde no trabalho. Somente as
ações que ultrapassam o limite da obrigatoriedade podem classificar uma
empresa como cidadã.
39
O Brasil algumas empresas já elaboram este demonstrativo, no entanto
ainda estamos longe do alcance da totalidade. O ideal seria que esta
elaboração estivesse além da obrigatoriedade, que as empresas tivessem
consciência de suas responsabilidades para com a sociedade, fornecendo-lhe
as informações necessárias.
Visando dar uma mostra do que vem sendo publicado no Brasil, sob o
título balanço social, destacam-se as empresas pioneiras na divulgação de tais
informações, a TELEBRAS e algumas de suas controladas em 1990, a CMTC
– Cia Municipal de Transportes Coletivos de São Paulo, no exercício de 1991,
e o BANESPA, no exercício de 1992.
Atualmente, de acordo com o Ibase ano 2008 muitas empresas vêm
elaborando o balanço social, dentre as quais citamos:
Petrobras Ipiranga Graxo Welcome
Grupo Gerdau Embraer Grupo Pão de Açúcar.
2.4.1 -Petrobras - Responsabilidade Social e Ambiental
• Criado em dezembro de 2004;
• Composto por 11 gerentes executivos de diferentes áreas da companhia
a ouvidora Geral, 01 consultor da Presidência da empresa e diretores
das subsidiárias (BR Distribuidora e Transpetro);
Atuação Petrobras
Acabar com a fome e a miséria; Educação básica e de qualidade para
todos;Igualdade entre os sexos e valorização da mulher Reduzir a mortalidade
infantil;Melhorar a saúde das gestantes; Combater a Aids, a malária e outras
doenças;Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente e todo mundo
trabalhando pelo desenvolvimento.
40
2.4.2 -Ipiranga – Responsabilidade Social
• O reconhecimento da marca Ipiranga pelo consumidor foi atestado e
aprovado em recentes pesquisas. O brasileiro não só confia na marca
Ipiranga, como aprova o seu compromisso com a sociedade.
• Ipiranga acredita que o crescimento sustentável promove também o
desenvolvimento da sociedade. Por isso, investe continuamente em
ações relacionadas à educação e ao resgate da cidadania a fim de
reduzir as desigualdades sociais.
Cultura
Do cinema à literatura, passando pela música. Estas são as principais
atividades culturais apoiadas pela Ipiranga nos estados em que atua. Conheça
algumas instituições e eventos que contam com a parceria da Ipiranga.
• Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro;
• Orquestra Sinfônica de Porto Alegre;
• Planeta Atlântico: um dos maiores festivais de música do país, realizado
em atlântica (RS) e em Florianópolis (SC);
• Produções cinematográficas;
• Edições de livros sobre cultura brasileira.
2.4.3 -Graxo Welcome – Responsabilidade Social e ambiental
Estamos comprometidos com a geração de riqueza e execução de programas
sociais e de educação par a saúde no mundo e na América Latina.
• Programa Altitude Positiva contribui com e educação e cultura para
melhoria da qualidade de vida de muitos jovens, adultos e crianças.
• O objetivo é contribuir com a conscientização da comunidade escolar
para a importância da prevenção ao HIV/Aids, DSTs e gravidez na
adolescência. Com atitude positiva, já realizamos mais de 350
apresentações de teatro educativo para alunos de mais 370 escolas da
rede municipal de ensino do Rio, alcançando um público de mais de 86
mil jovens, professores, equipe escolar, além dos nossos voluntários.
41
• A Cia Teatro Preventivo, nossa parceira no programa, conduz uma
palestra teatralizada onde os estudantes tiram suas dúvidas mais
freqüentes.
• A Prevenção à saúde e a integridade física de nossos funcionários,
prestadores de serviços, visitantes e outros envolvidos em nossas
operações, o desenvolvimento social e ambiental correto o
cumprimentos rigoroso.
• Temos hoje em nossas fábricas projeto de preservação dos recursos
naturais e proteção ambiental, demonstrando maturidade e
comprometimento com uma produção extremamente segura, de alta
produtividade e riscos de poluição sob permanente controle ( emissão
de poluentes , Estação de tratamento de efluentes, Gerenciamentos de
resíduos e reciclagem, consumo de energia, desenvolvimento
sustentável e parcerias ).
2.4.4 -Grupo Gerdau – Responsabilidade Social
A Empresa desenvolve 51 projetos em todo o Brasil que estimulam à pesquisa
de saúde, o empreendedorismo, a gestão pela Qualidade Total, o voluntário, a
cultura.
Na Área da pesquisa científica promove Jovens Cientistas importantes
incentivos à pesquisa da América Latina. Lançou há 19 anos, melhores da
terra, que reconhece o empenho da Indústria de máquinas e desenvolvimento
de soluções inovadoras para a agricultura.
42
2.4.5 -Embraer - Responsabilidade Social e Ambiente
• Criado maio de 2001
• O Instituto mantém vários projetos têm compromisso primordial com a
qualidade e idealmente suas ações são de natureza transformadora,
inovadora, indutora, abrangente e auto-sustentável.
• O SGI – Sistema de Gestão Integrado – voltado para melhoria da
aprendizagem em processo de implantação na rede municipal de ensino
fundamental de São José dos Campos. A metodologia estabelece de
antemão as necessidades de cada uma das instâncias (Secretaria,
escola e aluno) harmonizando metas e estimulando a troca de
experiências. A SGI trata-se apenas de uma forma que podem influir
sobre a aprendizagem dos alunos, para que estes atinjam níveis
elevados e consistentes de desempenho.
• Desenvolvimento programa, projeto e ações estratégicas alinhadas com
comitê, avaliar os aspectos e impactos ambientais em qualquer novo
projeto e /ou alter;
• Coordenar processos de licenciamento ambiental, gerenciar resíduos
sólidos, líquidos,
• Gasosos e riscos ambientais,
• Realizar monitoramento ambiental e verificar o atendimento à
legislação,
• Monitorar objetivos, metas e planos e ação,
• Promover e conscientização e o treinamento de todos os profissionais e
colaborador,
• Coordenarem o sistema de gestão ambiental.
43
2.4.6 -Grupo Pão de Açúcar – Responsabilidade Social e Ambiental
O Grupo Pão de Açúcar sempre acreditou que mudanças de hábitos e atitudes
conscientes constroem um mundo melhor. Há 60 anos investimos nesse
compromisso e adotamos cada vez mais, como rotina, princípios de
responsabilidade sócios ambiental.
Campanha em 2005 nas sacolas mensagens para acabar com fome e miséria,
chegar à qualidade social entre os sexos, educação para todos, combaterem a
Aids e respeitar o meio ambiente.
• A criação do Parlamento Mundial é a principal meta da frente
Parlamentar em apoio à Governança Democrática Mundial, mais que
discutir a necessidade de fortalecer a ONU.
• Escola deveria ensinar o que são direitos humanos – palestras,
• Salas de educação infantil da Apae – projetos de readequação das
salas da educação infantil.
• Congresso mostra importância – O Popular
• Cultivo de florestas promove ganho social.
44
Este balanço Social (BS) deve apresentar os projetos e as ações sociais
e ambientais, efetivamente realizados pela empresa. Sugere-se que este
demonstrativo deve ser o resultado de amplo processo participativo que
envolva a comunidade interna e externa.
Publicação
Este balanço social deve ser apresentado como complemento em
outros tipos de demonstrações financeiras e sócias ambientais; publicado
isoladamente em jornais e revistas; amplamente divulgado entre funcionários,
fornecedores, clientes e sociedade. Pode ser acompanhado de outros itens e
de informações qualitativas (textos e fotos) que a empresa julgue necessários.
Base de Cálculo
a) Receita Líquida (RL): Receita bruta excluída dos impostas contribuições,
devoluções, abatimentos e descontos comerciais.
b) Resultado Operacional (RO): Lucro ou prejuízo apresentado pela empresa
no período
c) Folha de Pagamento Bruta (FPB): Valor total da folha de pagamento
Indicadores Laborais
Alimentação: Gastos com restaurantes, vale refeição, lanches, cestas básicas,
e outros relacionados a alimentação dos funcionários.
Previdência privada: Planos especiais de aposentadorias, fundações
previdenciárias, complementações de benefícios aos aposentados e seus
dependentes.
Saúde: Plano de saúde, assistência médica, programas de medicina
preventiva, programas de qualidade de vida e outros gastos com saúde,
inclusive dos aposentados.
45
Educação: Gastos com ensino regular em todos os níveis, reembolso de
educação, bolsas, assinaturas de revistas, gastos com biblioteca (excluído
pessoal) e outros gastos com educação.
Cultura: Gastos com eventos e manifestações artísticas e culturais (música,
teatro, cinema, literatura e outras artes)
Capacitação e desenvolvimento Profissional: Recursos investidos em
treinamentos, cursos estágios (excluídos salários) e gastos voltados
especificamente para capacitação relacionada com atividade desenvolvida
pelos empregados.
Creches ou Auxílio-creche: Creche no local ou auxílio creche.
Participação nos Lucros ou resultados: Participações que não caracterizem
complemento de salários.
Outros Benefícios: Seguros (parcela paga pela empresa), empréstimo (só o
custo), gastos com atividades recreativas, transportes, moradias e outros
benefícios oferecidos podem ser aqui enumerados.
Indicadores Sociais
Total das contribuições para a Sociedade: Somatório de investimentos
na comunidade que aparecem discriminados. Não incluir os gastos declarados
nos indicadores laboriais. Os itens na tabela aparecem como indicação de
setores importantes em que a empresa deve investir, porém podem aparecer
aqui somente os investimentos e contribuições que a empresa realiza
regularmente (ação focalizada em educação, por exemplo)
Tributos (excluídos os encargos sociais): Impostos, contribuições e taxas
federais, estaduais e municipais.
46
Indicadores Ambientais
Relacionados com a operação: da empresa: Investimentos,
monitoramento da qualidade dos resíduos / efluentes, despoluição, gastos com
introdução de métodos não poluentes, auditorias ambientais, programas de
educação ambiental para funcionários e outros gastos com o objetivo de
incrementar a qualidade ambiental na operação da empresa.
Em Programas / Projetos externos: Despoluição, conservação de
recursos ambientais, educação ambiental para comunidade externa e para a
sociedade.
Indicadores do Corpo Funcional
Número de Negros que Trabalham na Empresa: Considerar como
trabalhadores negros o somatório de indivíduos classificados como pretos e
pardos (conforme a RAIS).
47
CONCLUSÃO
Este trabalho condensou aspectos relevantes do balanço social, do
ponto de vista contábil, abordando informações de cunho social, econômico,
ambiental e da valorização do indivíduo.
O balanço social surgiu atendendo as necessidades informativas de
diversos tipos de usuários da contabilidade e colaboradores da empresa,
atendendo as pressões da sociedade, pela responsabilidade social e pública
das organizações. Destaca-se como importante instrumento de gestão da
política social vivida pela empresa, permitindo medir e julgar o grau de
responsabilidade social da mesma, assim como as relações da empresa com
seus principais colaboradores, seus funcionários.
Diante desta nova tendência global, contadores, empresários e
administradores não podem ignorar tal situação devendo adequar-se aos
novos padrões exigidos pela sociedade e por seus investidores, que cada vez
mais se preocupam com a questão social.
Diversos benefícios podem ser obtidos com a elaboração do balanço
social, além de complementar as informações até então geradas pela
contabilidade, demonstra a transparência na política empresarial, firmando
cada vez mais uma parceria entre empresários e os diversos grupos com os
quais interage. A imagem d empresa socialmente responsável, produz frutos
de, que vão desde a motivação de seu quadro funcional até o incremento do
lucro pela redução de custos, até o crescimento gerado pelo aquecimento das
vendas e aporte de capital externo.
Este trabalho tem por objetivo contribuir para que cada vez mais, seja
difundida a questão da responsabilidade social, para que cada vez mais os
profissionais da área contábil e estudioso, busquem meios para tornar este
demonstrativo eficaz e possível, dentro das necessidades da organização e de
seus diversos colaboradores.
48
ANEXO I
O Anexo um fornece a relação de outras empresas que divulgam o balanço
social.
MODELO DE BALANÇO SOCIAL ANUAL – Embase – 2000.
1. Base de Cálculo 2. Indicadores Laboriais
Ano: 2000 Valor (R$)%
Valor (Mil Reais) Sobre FPB%
Ano-1999 Sobre RL
Valor (Mil Reais) Valor (R$)%
Recita Líquida (RL) Valor (R$)%
Resultado Operacional (RO) Sobre RL
Folha de Pagamento Bruta (FPB)
3. Alimentação
Encargos Sociais Compulsórios Creches ou Auxílio-creche
Previdência Privada Participação nos lucros ou nos
resultado.
Saúde Outros
Segurança e Medicina do Trabalho Total – Indicadores Laboriais
Educação
Educação
Capacitação e desenvolve.
Profissional
49
ANEXO II
4. Indicadores Sociais
Educação, Cultura, Saúde e
saneamento, Habitação, Esporte,
Lazer, diversão.
Creches e Alimentação.
Valor(R$)% Outros
Sobre FPB% Total de Contribuições p/ Sociedade
Sobre FPB% Tributos (excluídos encargos sociais)
Sobre FPB% Total – Indicadores Sociais
Sobre FPB%
Sobre RL
5. Indicadores Ambientais
Relacionados a operação da empresa em programas e/ou projetos externos
Total de Investimentos ambientais.
6. Indicadores do Corpo Funcional
N° de empregados ao findar do
período
N° de admissões durante o período
N° de empregados terceirizados N° de empregados acima de 45 anos
N° de mulheres que trabalham na
empresa
% cargos de chefia ocupados por
mulheres
N° de negros que trabalham na
empresa
% de cargos de chefia ocupados por
negros
N° de empregados portadores de
deficiência
Realização
50
BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Francisco José - Dimensões da Responsabilidade Social da Empresa. N°. 129 – Pg. 76. Autor: Comercial Gerdau – Titulo : Noticiais Gerdau Disponível no site: http://www.comercialgerdau.com.br Acesso em -22/07/09 Autor: Empresa Embraer – Título: Responsabilidade da Empresa Disponível no site: http://www.embraer.com.br Acesso em : 22/07/09 Autor: Empresa Glaxo Smith – Título: Compromisso Social Disponível no site: http://www.gsk.com.br Acesso em :22/07/09 Autor: Grupo Pão de Açúcar – Título: Responsabilidade Social e Ambiental Disponível no site: http://www.grupopaoacuçar.com.br Acesso em :22/07/09 Autor: Ipiranga – Título: Responsabilidade Social /Cultura/ História Disponível no site: http://www.ipiranga.com.br Acesso em :22/07/09 Autor: Petrobrás – Título – Responsabilidade Social e Ambiental Disponível no site:http://www.petrobras.com.br. Acesso em: 22/07/09 KROETZ, César Eduardo Stevens - Balanço Social: Teoria e Prática. Editora Atlas – São Paulo, 2000; MELO Francisco Paulo; FROES, César- Responsabilidade Social & Cidadania Empresarial: A Administração do Terceiro Setor. Editora Qualitymark – São Paulo, 2001; GONÇALVES, Lima – (Organizador) - O Balanço Social da Empresa na América Latina. Editora Pioneira – São Paulo, 1980; SILVA, César Augusto Tibúrcio - (Organizadores) - Balanço Social: Teoria e Prática. FREIRE, Fátima de Souza Editora Atlas – São Paulo, 2001; SILVA, Leda Bezerra - Balanço Social-Boletim IOB (Temática Contábil e Balanços)
51
N° 15 - São Paulo, 2001; TINOCO, João Eduardo Prudêncio - Balanço Social: Uma Abordagem da Transparência e da Responsabilidade Pública das organizações. Editora Atlas – São Paulo, 2001;
52
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
(Balanço Social – Responsabilidade Social nas Empresas)
1.1 – Conceito do Balanço Social 10
1.2 – Características do Balanço Social e Responsabilidade Social 13
1.3 – Funções da Empresa 14
1.4 – Responsabilidade Social da Empresa 15
1.4.1 – No Cenário Mundial 16
1.4.2 – Na Realidade Brasileira 17
1.4.3 – Obrigatoriedade do Balanço Social 18
1.4.4 – Relevância do Balanço Social 19
CAPÍTULO II
2.1 – Como elabora o Balanço Social 23
2.2 – Os Balanços Econômicos, sociais e Ambientes 26
2.2.1 – O Balanço Ambiental 33
2.2.2 - Responsabilidade Ambiental e Corporativa 35
2.3 – Responsabilidade Social e Pública das Organizações 36
2.4 – Balanços Sociais no Brasil 37
2.4.1 – Petrobrás – Responsabilidade Social e Ambiental 38
2.4.2 – Ipiranga – Responsabilidade Social 39
2.4.3 – Graxo Welcome – Responsabilidade Social e Ambiental 39
2.4.4 – Grupo Gerdau – Responsabilidade Social 40
2.4.5 - Embraer – Responsabilidade Social 41
2.4.6 – Grupo Pão de Açúcar – Responsabilidade Social 42