Barao Rio Branco

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    Thesaurus Editora 2007

    Reviso: Marina Mendes e Jacinto Guerra

    Colaborao: Gabriel Oliveira Maral Ferreira Pesquisador Funag/IPRI

    Arte, impresso e acabamento:Thesaurus Editora de Braslia

    SIG Quadra 8 Lote 2356, Braslia - DF 70610-480 Tel: (61) 3344-3738

    Fax: (61) 3344-2353 ou End. eletrnico: [email protected]

    Editores: Jeronimo Moscardo e Victor Alegria

    Os direitos autorais da presente obra esto liberados para sua difuso desde

    que sem fins comerciais e com citao da fonte. THESAURUS EDITORA DEBRASLIA LTDA. SIG Quadra 8, lote 2356 CEP 70610-480 - Braslia, DF.Fone: (61) 3344-3738 Fax: (61) 3344-2353 *End. Eletrnico: editor@thesaurus.

    com.br *Pgina na Internet: www.thesaurus.com.br Composto e impresso noBrasil Printed in Brazil

    M. P. Haickel professor de Literatura,formado em Letras pela Universidade Federaldo Maranho UFMA. Romancista, acaba delanar Cinza da Solido. editor da revista

    eletrnica www.nosrevista.com.br

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    NOTA BIOGRFICA

    Jos Maria da Silva Paranhos Jnior, o BA-RO DO RIO BRANCO, nasceu no Rio de Janei-ro no dia 20 de abril de 1845, filho de Jos Mariada Silva Paranhos e de Teresa de Figueiredo Faria.

    Advogado, poltico, jornalista e diplomata, ele foiresponsvel pela consolidao das atuais fronteirasdo Brasil, no incio do sculo XX, conquistando,atravs da diplomacia, a garantia de um territrioequivalente a 900 mil quilmetros quadrados, semdisparar um s tiro. Grande parte do mapa brasileirofoi riscado pela caneta do diplomata.

    A soluo de todos os problemas fronteiriosbrasileiros ainda no incio do sculo XX foi umagrande vantagem legada s futuras geraes do Bra-sil e da Amrica do Sul. Questes de limites nacio-

    nais costumam consumir energia, sangue e recursospor longos anos, mesmo sculos. Pases balcnicosse digladiam hoje num conflito que remete aos ante-cedentes da descoberta da plvora. Mesmo na Am-rica do Sul contendas srias ainda existem, comopor exemplo a demanda boliviana frente ao Chile e

    ao Peru por uma sada para o mar, fundamental para

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    O jovem Baro do Rio Branco

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    o desenvolvimento de seu comrcio, perdida numaguerra ainda do sculo XIX. Nosso pas continental,

    numa linha que percorre 15.600km, limita seu terri-trio com todas as naes sul-americanas exceodo Chile e do Equador. E, no entanto, no enfren-tamos conflitos fronteirios com quaisquer dessespases. Graas diplomacia de Rio Branco, portan-to, nossa Poltica Externa se viu liberada desses en-traves, ganhando desenvoltura para tratar de outrasquestes. Hoje, a Amrica do Sul como um todo sebeneficia da inexistncia de conflitos dessa naturezacom o maior pas do continente proporcionando, en-tre outros, um caminho menos obstaculizado rumo

    integrao regional.Mais velho de 9 filhos, teve no pai, notvel ho-mem do Segundo Imprio, Deputado, Plenipoten-cirio brasileiro no Uruguai, Ministro da Marinhae dos Negcios Estrangeiros, Senador e PrimeiroMinistro, Visconde do Rio Branco, sua maior ins-

    pirao. Uma das figuras mais importantes do Bra-sil Imperial, Jos Paranhos (pai) negociou o fim daGuerra do Paraguai em 1869 e, dois anos mais tarde,foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros.Promulgou a Lei do Ventre Livre, que dava liber-

    dade aos filhos de escravos. Na adolescncia, Juca(como era conhecido o futuro Baro do Rio Branco)

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    O escritrio onde o Baro do Rio Branco passava boa parte de seutempo preparando as defesas dos tratados diplomticos do Brasil

    acompanhava o Visconde em suas misses ao Suldo Brasil, onde j demonstrava interesse pelas ques-tes fronteirias, to comuns poca.

    Inicia seus estudos no tradicional Colgio Pe-

    dro II, no Rio de Janeiro, onde mais tarde veio a le-cionar Geografia e Histria do Brasil. Aos 17 anos,Juca Paranhos transfere-se para So Paulo, a fim deingressar na Faculdade de Direito, curso que viria acompletar no Recife. Na capital pernambucana, co-

    laborou com o jornal O Vinte e Cinco de Maro, edi-tado por Pinto de Campos, alm de contribuir com

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    desenhos e artigos sobre a Guerra do Paraguai paraa revista francesaLIlustration.

    Grande colecionador de mapas, cartas e docu-mentos, correspondia-se com o Instituto Histricoe Geogrfico Brasileiro (IHGB) e com a BibliotecaNacional, enviando cpias de documentos encon-trados em arquivos europeus e solicitando materialpara sua coleo particular. A partir de 1891, passoua colaborar com oJornal do Brasil, sempre usandopseudnimo e dando alfinetadas na jovem Repbli-ca. Foi o segundo ocupante da cadeira 34 da Acade-mia Brasileira de Letras, eleito em 1 de outubro de1898, na sucesso de Pereira da Silva.

    Em julho de 1868, depois de seis anos de do-mnio liberal, os conservadores voltaram ao po-der. Jos Maria da Silva Paranhos (pai), Senadorpor Mato Grosso desde 1863, foi designado Mi-nistro dos Negcios Estrangeiros. Juca Paranhos,por influncia do pai, elegeu-se Deputado Geral

    pelo Mato Grosso, tomando posse em maio de1869. Foi Deputado por duas legislaturas, tendoexercido o mandato at 1876.

    Antes da posse na Cmara, atuou como Secre-trio particular do pai por alguns meses em misso

    diplomtica relacionada ao trmino da Guerra doParaguai. Em 1870, j como Deputado, acompa-

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    A elegncia em trajes e estilos da poca do Baro

    nhou o pai na misso que negociou a assinatura dotratado de paz definitivo entre Paraguai, Uruguai,

    Brasil e Argentina. Paralelamente atividade polti-ca, passou a escrever artigos para o jornalA Nao,ligado ao Partido Conservador.

    Freqentador de casas de espetculos e res-taurantes por onde circulavam os membros da elitecarioca, conhece a atriz Marie Philomne Stevens,com quem iniciou um romance, que deu origem aum escndalo na tradicional sociedade da poca.Em 1873, sob presso do pai, na poca chefe degabinete ministerial, Marie Philomne embarca de

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    volta para a Frana, onde nasceu o primeiro dos cin-co filhos que o Baro teve com ela. Em 1898, Marie

    vem a falecer, depois de uma longa enfermidade.Em 1883, aps a morte do pai, Rio Branco foi

    encarregado de representar o pas na Feira de SoPetersburgo, na Rssia. Ao fim da misso, recebeuo ttulo de Conselheiro e, em 1888, o de Baro.Cnsul-Geral em Liverpool, foi Ministro creditadona Alemanha em 1900, assumindo o Ministrio dasRelaes Exteriores, cargo que exerceu de 1902 atsua morte, em 1912.

    Ainda em 1895, havia j conseguido assegurarao Brasil boa parte do territrio dos estados de San-

    ta Catarina e Par, em litgio com a Argentina, noque ficou conhecido como a Questo de Palmas. Foio prestgio obtido nesses dois casos que fez com queRodrigues Alves escolhesse Paranhos para o postomximo da diplomacia em 1902, quando o Brasilestava justamente envolvido em uma questo de

    fronteiras, desta vez com a Bolvia.Em 1903, assinou com a Bolvia o Tratado de

    Petrpolis, pondo fim ao conflito dos dois pases emrelao ao territrio do Acre, que passou a pertencerao Brasil. Esta a mais conhecida obra diplomtica

    de Rio Branco, cujo nome foi dado capital daqueleterritrio, hoje estado do Acre.

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    O Baro do Rio Branco foi o estadista que maistempo exerceu o cargo de Ministro do Exterior, ser-

    vindo a quatro governos da Repblica ininterrupta-mente, sendo considerado um patrimnio nacional.Alm da soluo dos problemas de fronteiras, RioBranco lanou as bases de uma nova poltica inter-nacional, adaptada s necessidades do Brasil mo-derno. Nesse sentido, foi um devotado pan-america-nista, preparando o terreno para uma aproximaomais estreita com as repblicas hispano-americanase acentuando a tradio de amizade e cooperaocom os Estados Unidos da Amrica.

    Exemplo de virtude e sucesso, o Baro do Rio

    Branco foi um vencedor por excelncia, tanto que opovo se agarrava s suas vitrias diplomticas comoforma de restituir um pouco de auto-estima nacio-nal. Essa gratido pelas vitrias ficou visvel, aindaem sua vida, com as homenagens por ocasio de seuregresso ao Rio de Janeiro, em 1902, para assumir o

    Ministrio das Relaes Exteriores, depois de longaausncia do Pas. Foi uma das mais impressionantesmanifestaes de rua jamais vista no Rio de Janeiro,ento capital federal da Repblica.

    Morreu em 10 de fevereiro de 1912, aos 66

    anos, no seu gabinete de trabalho, ainda Ministro,de insuficincia renal. Sua morte causou comoo

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    em todo o pas e foi notcia nos principais jornaisnacionais e at no estrangeiro. Seu corpo foi velado

    no Itamaraty e mobilizou grande multido que veioprestar as ltimas homenagens ao grande estadista,cujos servios e cujo nome ficaro eternamente vi-vos na gratido brasileira.

    No incio do sculo XX, o Baro do Rio Brancofoi o principal responsvel por colocar o Minist-rio das Relaes Exteriores, ou o Itamaraty, comopassaria a ser chamado, em lugar de destaque naburocracia republicana. Durante os 10 anos que es-teve frente do Ministrio, registrou-se um sensvelaumento do nmero de representaes do pas no

    exterior. Entre 1905 e 1911 foram criados 25 novosconsulados. Seu prestgio era tanto que, em 1909seu nome foi sugerido para a sucesso presidencialdo ano seguinte.

    Sua morte, durante o carnaval de 1912, alterouo calendrio da festa popular naquele ano, dado o

    luto oficial e as intensas homenagens que lhe rende-ram na cidade do Rio de Janeiro.

    Em 1945, seu nome seria dado ao Instituto cria-do no Ministrio das Relaes Exteriores pelo Pre-sidente Getlio Vargas para seleo e treinamento

    dos diplomatas brasileiros.

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    Principais obras:Efemrides brasileiras (1893-1918);A questo

    de limites entre o Brasil e a Repblica Argentina, 6vols. (1894); A questo de limites entre o Brasil ea Guiana Francesa, 7 vols. (1899-1900); numero-sas obras de histria do Brasil, histria diplomti-ca, biografias, sries de comentrios concernentess questes de fronteira, alm de artigos publicadosem jornais.

    Sugestes de leitura:Moura, Cristina Patriota de.Rio Branco: a Monar-quia e a Repblica. Rio de Janeiro: Editora FGV,

    2003. Disponvel em: http://www2.mre.gov.br/irbr/barao/ baro.htm e http://www.biblio.com.br/con-teudo/biografias/baraodoriobranco.htm.Lins, lvaro. Rio Branco (O Baro do Rio Bran-co): biografia pessoal e histria poltica. So Paulo:Editora Alfa-Omega, 1996. 516p.

    Viana, Lus Filho. A Vida do Baro do Rio Branco.Rio de Janeiro: J. Olympio, 1959. 458p.Cardim, C. H., Cruz, J. B. e Franco, A. da C. (Org.).O Baro do Rio Branco por grandes autores. Rio deJaneiro: EMC edies/FUNAG, 2003.

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    Referncias BibliogrficasPersonalidades da poltica externa brasileira Alzira de Abreu,

    Srgio Lamaro, organizadores. Braslia: Fundao Alexandrede Gusmo, 2007. 166p.

    Stios pesquisados na Net:http://www.academia.org.brhttp://www.geocities.com/relsite/ricupero.htmlhttp://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/lideres/est8.htm

    Rio Branco sinonmia mais alta que se en-contra no dicionrio do Brasil. Na mitologia do Bra-sil, Rio Branco ser nosso Hrcules; suas proezasnos estimulam o corao e do imagens a nossosolhos. Se h alguma coisa para que o Brasil possa

    olhar, vibrando, so os feitos de Rio Branco. Mis-ses, Amap, Acre so alegorias florentes no livropara crianas que a histria de todo povo digno deglria, capaz de orgulho nacional.

    Gilberto Amado

    Sobre qualquer assunto brasileiro, o Baro doRio Branco tem sempre, em alguma gaveta, a ltimapalavra.

    Eduardo Prado

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    A mais alta das razes para que ainda o evo-quemos , porm, a de que, entre brasileiros, nenhu-

    ma outra vida de homem pblica merece mais serrememorada. Por seu devotamento ao Brasil, por suanormalidade, por sua continuidade lgica, por suacoerncia, por sua beleza. Nenhuma improvisaoaventurosa. Nenhum milagre, ainda que ocorressemalgumas circunstncias felizes. Um esforo conti-nuado, tenacssimo, de todas as horas, ininterrupto,por longos e longos anos afinal bem recompensa-do. Nenhum resqucio de filhotismo, de parasitismodomstico.

    Levi Carneiro

    O dia de hoje no dos mais prprios para es-crever cartas, mas vai esta a apresentar-lhe congra-tulaes pela libertao, que, a esta hora, meia de-pois do meio dia, ainda no est realizada, mas nopode tardar mais do que momentos. A obra iniciada

    por seu glorioso pai toca o termo. Mil parabns.Capistrano de Abreu

    Carta ao Baro do Rio Branco no dia 13 de maio

    de 1888

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