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8/15/2019 Barbie 2016_ Quem precisa da Barbie, tenha o corpo que tiver_ _ Opinião _ EL PAÍS Brasil.pdf
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OPINIÃO
COLUNA
Quem precisa da Barbie, tenha o corpo quetiver?
O anúncio de que a Mattel rompeu com o padrão de sua bonecaicônica foi celebrado como um triunfo da diversidade e doconsumo consciente, mas vale a pena interrogar-se sobre essa
“evolução”
1 FEV 2016 - 15:30 BRST
Demorou só 57 anos para a Mattel “descobrir” que as mulheres reais do
planeta têm cores e formas variadas. A notícia de que a Barbie ganharia mais
três tipos de corpos foi comemorada como uma vitória da diversidade. Por
ELIANE BRUM
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parece estar obtendo considerável sucesso, é fazer a liberação dos corpos
barbísticos vendendo a imagem de uma empresa afinada com o seu tempo,
defensora das “diferenças” e até mesmo inovadora. Se conseguir, se
transformará num case obrigatório em livros de marketing, em mais uma
prova de que o capitalismo sempre pode contar com a adesão pela fé
quando as pessoas são reduzidas a consumidores.
A campanha que inclui vários vídeos mostrando a gênese da “nova” Barbie
apresenta a Mattel como a intérprete do “mundo que vemos hoje”. A
empresa que durante mais de meio século incutiu um modelo único – e nada
inocente – na cabeça das crianças é convertida naquela que celebra as
diferenças e ajuda as meninas a se identificar e a conviver num planetamulticultural. “O mundo da Barbie está evoluindo” – é o mote publicitário.
Evoluindo para que o essencial possa continuar o mesmo: a lógica do
mercado e o retorno das vendas ao mesmo patamar ou mais. Mas isso,
obviamente, não é dito.
As cenas são interpretadas por crianças étnica e racialmente variadas –
como as novas Barbies, nascidas paras as prateleiras de 150 países do
mundo. “É importante que as Barbies sejam diferentes como as pessoas no
mundo real”, diz uma das meninas. Executivos da empresa falam da
importância da mudança “porque não há um só padrão de como é um corpo
bonito”. Ou: “Temos que mostrar às meninas que, independentemente de
sua aparência, tudo é possível”. O lema da Barbie, afinal, é
#VocêPodeSerTudoQueQuiser. Talvez não exista nada pior para umacriança do que a mentira de que é possível alcançar a completude – ou de
que é possível viver sem perdas. Ou ainda de que não haverá limites. Chega a
ser criminoso, mas a publicidade varia esse mote em diferentes produtos – e
as crianças mal acabaram de nascer e já tem a Barbie lhes sussurrando essa
promessa nos ouvidos enquanto sacode os cabelos.
É mesmo “mágico” o mundo em que o deus criador daBarbie se torna um avalizador da diversidade, quando não
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seu próprio inventor
Ao final de um desses vídeos promocionais, uma menina diz: “Essas bonecas
se parecem com as pessoas do meu mundo mágico”. É mesmo “mágico” omundo em que o deus criador da Barbie se torna um avalizador da
diversidade, quando não seu próprio inventor. De um certo ângulo, são
sinistros os vídeos fofinhos e politicamente corretos do mundo das “Barbies
da diversidade”, como já estão sendo chamadas. E um tanto perturbador o
cinismo dos executivos da Mattel ao discorrer sobre a importância de
respeitar as diferenças com a certeza de que o passado será de imediato
esquecido, no átimo de tempo em que um coelho é sacado da cartola ou queum lenço vira pombas. Também na aparição do staff da Mattel há o cuidado
com a variedade dos estilos, das cores e das formas, reforçando a
mensagem e sendo legitimada por ela. Mas a sensação pode ficar mais
esquisita quando se lê no Facebook as mensagens de mulheres e também
homens, agradecendo à Mattel por tornar o mundo melhor, mais diverso,
plural e tolerante. A maioria “muito feliz” e dizendo “dez vezes obrigada”
pela “evolução” da Barbie.
Que modelo de mulher é a Barbie, que reinou por mais de meio século como
um ideal feminino a ser atingido? Um que não existe. E não é que Barbie não
exista por ser linda demais, inatingível para pobres mortais com seus genes
imperfeitos, mas sim por ser bizarra demais, uma arquitetura que
literalmente não para em pé. Segundo infográfico do Rehabs.com, graças asua cinturinha, Barbie só teria espaço para acomodar metade de um rim e
alguns centímetros de intestino. Como o pescoço é duas vezes maior do que
o de uma mulher e 15 centímetros mais fino, ela não teria como manter a
cabeça erguida. Andar, só de quatro. Se fosse uma mulher de carne e osso,
Barbie seria uma anoréxica.
É apenas uma boneca, poderiam dizer alguns. Ou até muitos. Mas essa
boneca não foi criada para ser “apenas” uma boneca. Barbie é vendida como
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uma amiga, uma mentora e um modelo a ser seguido, com influência sobre
pelo menos duas gerações de mulheres. O que Barbie vende é um modo de
vida e de se relacionar com os outros e com o mundo. Seu primeiro processo
de “purificação” foi eliminar as origens de seu nascimento, já que ela foi
inspirada na boneca alemã Lilli, personagem de quadrinhos eróticos e
presente para homens vendido em tabacarias. Lilli seduzia homens ricos naAlemanha do pós-guerra para ter de volta a prosperidade perdida. Quando
Barbie foi lançada em 1959 para ser a companheira de crianças, os traços de
sua “mãe” devassa tinham sido suavizados, mas ainda assim a “boneca com
seios” foi recebida com desconfiança pelas famílias americanas. Pouco a
pouco, porém, Barbie foi “evoluindo” para se tornar uma educadora e um
“bom exemplo”, uma mentora capaz de ensinar às meninas a serem as mais
bem adaptadas e populares, segundo os valores da sociedade americana.
Hoje, mais de 90% das garotas entre 3 e 12 anos, nos Estados Unidos, têm
uma Barbie, essa boneca que não é uma criança.
A partir do seu corpo impossível é vendida uma série de roupas, sapatos e
acessórios, assim como casas, móveis, salões de beleza, lojas, outros
bonecos, um mundo inteiro. Mas não qualquer mundo, mas um mundo emque todos os valores são mediados pelo consumo, como se observa nos
jogos, filmes e outros produtos do planeta-mercadoria da Barbie. Ser
mulher, ensina ela, é ser uma consumidora. No lema
#VocêPodeSerTudoQueQuiser, o “Ser” é habilmente usado para encobrir o
“Ter”. Ser e Ter com o mesmo significado – ou Ser é Ter. Nisso está
implicado que a medida do sucesso de alguém é eliminar qualquer interdição
entre o consumidor e o produto. A única forma de “ser” tudo o que quiser é
consumir e, assim que a sensação de completude desaparece, o que
acontece muito rapidamente, consumir de novo. E de novo. É assim que o
planeta que a Barbie difunde de forma tão competente gira.
Ser mulher, ensina Barbie, a “educadora”, é ser umaconsumidora e recusar qualquer limite
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Desde que a boneca surgiu, Barbie é alvo de protestos. Em 1970,
adolescentes já levantavam cartazes em manifestações pela igualdade entre
os gêneros: “Eu não sou uma Barbie”. Mas talvez a intervenção mais criativa
tenha ocorrido nos anos 90, pela autoproclamada “Organização para a
Libertação da Barbie”. O grupo reagia a uma série de falas da boneca e, emespecial, a uma em que ela dizia: “Matemática é difícil”. A frase sofreu fortes
críticas, por reforçar o estereótipo da mulher bonitinha e burra. Os ativistas
trocaram então a voz da Barbie pela voz de outro boneco, este um
estereótipo masculino, chamado GI Joe. Quando meninas abriram seus
presentes de Natal, sua Barbie loirinha dizia: “Homem morto não conta
mentira”.
Existe uma bibliografia em língua inglesa dissecando o corpinho da Barbie.
No Brasil, pode ser lido Barbie na educação de meninas: do rosa ao choque
(Annablume, 2012). Nele, Fernanda Roveri partiu de sua dissertação de
mestrado na Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas), na qual brinca nos capítulos com os tipos de Barbie: “Barbie
Farsa”, “Barbie Lânguida”, “Barbie Tóxica” e “Barbie Tribunal”, para refletirsobre a criatura da Mattel.
Há muitas histórias emblemáticas sobre como são tomadas as decisões que
vão interferir no imaginário das crianças. Mas a mais incrível delas talvez
seja sobre Ken, o namorado da Barbie. De fato, sobre o pênis de Ken. Houve
um dilema na Mattel sobre como contornar essa questão. Conta a autora do
livro que acabou se optando por uma alternativa intermediária: Ken usaria
uma roupa de banho permanente com “um pequeno volume”. O problema é
que, quando a determinação chegou à fábrica no Japão, o engenheiro
supervisor decidiu suspender a pintura do short, para facilitar o processo, e
calculou que a eliminação da lombada genital reduziria o custo de produção
do boneco em um centavo e meio de dólar. Foi para lucrar mais que Ken
nasceu eunuco. Fernanda Roveri aponta para a questão de que osfabricantes jamais pensaram que as crianças poderiam ficar traumatizadas
com uma Barbie sem vagina, como suspeitaram que poderia ocorrer com
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um Ken sem pênis. O fato é que os dois bonecos “realistas” com que
brincam meninas do mundo inteiro são igualmente castrados.
Mas é nos dois últimos capítulos, “Barbie Tóxica” e “Barbie Tribunal”, que o
truque oculto da mágica capitalista do fenômeno Barbie, ao longo das
décadas, é revelado. Quem produz a criatura, em que condições de trabalho,
de que material, com que efeitos. “Mulheres japonesas, donas de casa,
chamadas de ‘pessoas da tarefa doméstica’, costuravam exaustivamente os
primeiros trajes da boneca em suas residências. Essas mulheres ficavam
cegas para que Barbie pudesse usar tafetá, espetavam seus dedos para que
ela pudesse passar o feriado esquiando, curvavam-se e estragavam suas
costas para que Barbie não dormisse nua”, escreve a autora, citandorelatórios, documentos e livros. “Na Tailândia, centenas de mulheres e
crianças enchiam, cortavam, vestiam e montavam a boneca Barbie,
ganhando de quatro a sete dólares por um dia de 12 horas trabalhadas. Além
do baixo salário, muitas dessas trabalhadoras ficavam com problemas
respiratórios, perda de memória e de audição, dores musculares, vômitos,
transtornos no sono, menstruações irregulares em razão da contaminação
por chumbo, fumaça e outros produtos químicos”. Em 2013, a organizaçãoChina Labor Watch denunciou as péssimas condições de trabalho e as
jornadas exaustivas constatadas em fábricas chinesas ligadas à produção da
boneca.
Investigar a linha de montagem planetária de Barbie énecessário para quem pretende ser mais do que umconsumidor abobalhado
Qual é a linha de montagem planetária da Barbie e os reais bastidores que
não viram vídeos publicitários? Esse é um caminho de investigação para
quem pretende ser mais do que um mero consumidor abobalhado. O truque
do “mágico” no mundo real, afinal, precisa de fartas doses de sangue
humano e de destruição ambiental para produzir números superlativos: as
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vendas da Barbie são estimadas em mais de 1 bilhão de dólares por ano.
Agora, com quatro corpinhos, a roupa de uma Barbie não servirá na outra
Barbie. E há também pelo menos dois tipos de pezinhos que pedirão
sapatinhos de números diferentes. É um ganho da diversidade, para quem
pensa que o mundo não pode prescindir de Barbies? É. Mas também é mais
de tudo. Vale a pena ainda observar quais foram os corpos e alturas aceitos
pelo mundo Barbie em nome da diversidade. A mais “curvy” está muito
longe de ser gorda ou mesmo gordinha. “Espero que vocês não confundam
curvilínea com Gorda, cada coisa é uma coisa, mas já é uma diferença
enorme do padrão da boneca, e quem sabe um dia teremos uma Barbie
GORDA”, postou o Coletivo Gordas Livres, comentando a mudança.
Se existia uma Barbie negra desde o final dos anos 60, período das lutas
pelos direitos civis dos negros americanos, a “negritude” se limitava a trocar
a cor do plástico da boneca. Agora há muitos mais tons de pele, tipos de
cabelo e estruturas faciais, o que também tem sido interpretado como uma
conquista. No Brasil não se via Barbies negras nas prateleiras e até hoje
quem quer presentear uma criança com uma boneca negra precisa contar
com espaços alternativos. Um dos mais conhecidos é a “Preta Pretinha”,
uma loja na Vila Madalena, em São Paulo, que há 16 anos faz bonecos
artesanais que não se vê no mercado porque fora do padrão estabelecido,
por diferentes razões e circunstâncias. Há negros e indígenas. Há orientais.
Há cadeirantes, cegos, crianças com membros amputados. Há também
bebês carecas, com câncer, procurados por pais de crianças com leucemia.Na medida em que meninos e meninas vão recuperando os cabelos após o
tratamento do câncer, podem também ir povoando a cabeça dos seus
bonecos com fios. A loja, criada por três irmãs, está ligada a um instituto
com o mesmo nome, que trabalha os temas do racismo, discriminação e
inclusão. Inspiraram-se na avó, que ao não encontrar bonecas negras para
presentear as netas, começou a costurá-las em casa. Como não há uma
linha de montagem industrial e planetária, esse tipo de espaço alternativotem preços mais elevados e jamais poderá competir em custo e escala com
empresas do porte da Mattel.
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Em janeiro, a foto de Matias, um menino de 4 anos, segurando o boneco do
personagem Finn, do filme Star Wars – O Despertar da Força, viralizou na
internet. Na legenda da foto, sua mãe escreveu: “Ele nem sabe o que é Star
Wars, sabe que o boneco é igual a ele”. Entrevistado, Matias afirmou: “Ele é
pretinho igual a mim”. Logo depois, uma fabricante de produtos infantis fez
uma fantasia do mesmo boneco negro e colocou a foto de um garoto brancona embalagem. Fortaleceu-se então a campanha “Não me vejo, Não
compro!”, exigindo representatividade nas prateleiras. Em 27 de janeiro, no
Facebook, a empresa anunciou que convidou Matias para ser o novo modelo
da embalagem do produto, “atenta ao movimento global e ouvindo as
críticas sobre a falta de diversidade étnica nas peças publicitárias veiculadas
no Brasil”.
Será que se reconhecer num brinquedo é o suficiente parase sentir representado?
“Não me vejo, Não compro!” é uma linguagem que os fabricantes de
brinquedos entendem muito bem – e escutam. É o que aconteceu com a
Mattel, diante da perda de popularidade da Barbie, traduzida em cifrões. E
há mesmo o que se comemorar nisso. Afinal, não se reconhecer nos
brinquedos oferecidos pelo mercado pode ter efeitos devastadores na vida
de uma criança.
O que pode ser perturbador, porém, é a aceitação tácita de que precisamos
de Barbies e outros produtos do gênero. De que não há brinquedos ou
imaginação fora da indústria. De que é preciso consumir mercadorias do tipo
– e de que a autonomia possível é influenciar aquilo que as corporações
vendem, reduzindo toda intervenção ao papel de “consumidores
conscientes”. Pode ser perturbador constatar que a insubordinação máximaseja não comprar porque não se reconhece. Mas, caso se reconheça no
produto que chega às prateleiras, toda a cadeia simbólica e concreta
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implicada nesse ato está justificada? Será que se reconhecer num brinquedo
é o suficiente para se sentir representado? É a naturalização que pode soar
preocupante quando se testemunha ativistas comemorarem a “evolução” da
Barbie, aceitando sua existência no quarto das meninas como fato
consumado, presença imprescindível, já dada, sem questionar as
engrenagens mais ocultas que levam a boneca até a vida das crianças.
Quem precisa da Barbie, afinal, tenha ela a forma, a cor e o cabelo que tiver?
A pergunta parece ter silenciado.
Quanto mais realista a boneca, menos imaginação precisa a criança. Sem
esquecer que “realista” dá conta de uma realidade determinada, planejada eautorizada por uma equipe de profissionais do marketing. E não da realidade
como experiência e conflito. Uma boneca serve justamente para se pensar a
vida enquanto se brinca. E brincar não é imitar. Para que, então, serve uma
Barbie e o seu “mundo mágico” onde #VocêPodeSerTudoQueQuiser? Para
que serve uma Barbie, mesmo que seja a “Barbie da diversidade”?
Barbie não é mesmo qualquer boneca. Será interessante observar como seu
novo esforço de purificação dos pecados, agora em nome do respeito às
diferenças, vai “evoluir” nos próximos anos. Talvez seja importante pensar,
para além do primeiro entusiasmo, os significados mais profundos de um
produto com a carga simbólica de Barbie converter direitos em publicidade.
Barbie, vale a pena lembrar, ganhou uma réplica no museu de cera de
Grévin, em Paris. Esta é uma cena perturbadora, porque as outras
representações que lá estão são de pessoas que viveram, que tiveram ossos,
carne, sangue e história. E lá se imortalizaram em cera. Quando a boneca
vira boneca, completa-se a transmutação: Barbie vira gente. Torna-se viva.
Evolução, a palavra escolhida pela Mattel para nomear a mudança de suacriatura, é mais do que reveladora. Como provou Darwin, as espécies vivas,
como os humanos, evoluem. Por milhões de anos, na seleção natural. Barbie,
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Reações diversas daPM em protestos,fator de risco em
(EL PAÍS)
A cartada de Lula
(EL PAÍS)
mais uma vez, invoca sua “naturalidade”, ainda que “no mundo mágico”.
Barbie, a boneca, seja com um ou quatro corpos, segue inventando a vida de
meninas de carne e osso.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna
Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada,
Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email:[email protected] Twitter: @brumelianebrum
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