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QUESTÃO 1- Paciente sexo feminino, A.M.R., 37 anos, previamente hígida, deu entrada no Hospital Municipal de Ipatinga com quadro de Midríase, taquicardia, tremores, agitação e confusão mental. Após conversa do Médico com familiares, foi levantada a possibilidade de tentativa de autoextermínio pois está passando por processo de separação. Ao exame: Abertura ocular a dor Resposta motora com localização da dor Resposta verbal emitindo sons incompreensíveis. Corada, desidratada ++/4+, afebril, dispneica. ACV: RCR, 2T, BNF sem sopros. PA: 190 x 90 mmHg FC: 135 bpm FR: 22 irpm Baseado no quadro clínico e na história da paciente, quais hipóteses diagnósticas mais prováveis: A) Síndrome Hipoativa ou Síndrome Dissociativa. B) Síndrome Colinérgica ou Síndrome Dissociativa. C) Síndrome Anticolinérgica ou Síndrome Alucinógena. D) Síndrome de Hiperatividade Adrenérgica ou Síndrome Hipoativa. E) Síndrome de Hiperatividade Adrenérgica ou Síndrome AntiColinérgica. Resposta correta: letra E. Comentários: As Síndromes de Hiperatividade Adrenérgica e Anticolinérgica se assemelham em sintomas, podendo ser confundidas nos casos de intoxicação sem etiologia definida. Referência: Emergências Clínicas / USP Atheneu - 13 Edição QUESTÃO 2- Ao investigar a “Toxíndrome” ou Síndrome Tóxica de um paciente, o Médico Plantonista deve tomar medidas inicias que são inerentes ao diagnóstico, caracterizadas com Medidas de Suporte Avançado de Vida. Assinale a alternativa abaixo menos adequada no atendimento inicial ao paciente vítima de Intoxicação Aguda: AVALIAÇÃO INTEGRADORA - 2018.2 9º Fase - Aluno(a) _________________________________________________________ Data: 07/12/2018

Baseado no quadro clínico e na história da paciente, quais ... · 9º Fase - Aluno(a ... quando o tempo de ingesta é menor que 1 hora. ... Não postergue intubação quando necessário

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QUESTÃO 1- Paciente sexo feminino, A.M.R., 37 anos, previamente hígida, deu entrada

no Hospital Municipal de Ipatinga com quadro de Midríase, taquicardia, tremores,

agitação e confusão mental. Após conversa do Médico com familiares, foi levantada a

possibilidade de tentativa de autoextermínio pois está passando por processo de

separação. Ao exame: Abertura ocular a dor – Resposta motora com localização da dor

– Resposta verbal emitindo sons incompreensíveis. Corada, desidratada ++/4+, afebril,

dispneica. ACV: RCR, 2T, BNF sem sopros. PA: 190 x 90 mmHg – FC: 135 bpm – FR:

22 irpm

Baseado no quadro clínico e na história da paciente, quais hipóteses diagnósticas

mais prováveis:

A) Síndrome Hipoativa ou Síndrome Dissociativa.

B) Síndrome Colinérgica ou Síndrome Dissociativa.

C) Síndrome Anticolinérgica ou Síndrome Alucinógena.

D) Síndrome de Hiperatividade Adrenérgica ou Síndrome Hipoativa.

E) Síndrome de Hiperatividade Adrenérgica ou Síndrome AntiColinérgica.

Resposta correta: letra E.

Comentários: As Síndromes de Hiperatividade Adrenérgica e Anticolinérgica se assemelham em sintomas, podendo ser

confundidas nos casos de intoxicação sem etiologia definida.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição

QUESTÃO 2- Ao investigar a “Toxíndrome” ou Síndrome Tóxica de um paciente, o

Médico Plantonista deve tomar medidas inicias que são inerentes ao diagnóstico,

caracterizadas com Medidas de Suporte Avançado de Vida.

Assinale a alternativa abaixo menos adequada no atendimento inicial ao paciente

vítima de Intoxicação Aguda:

AVALIAÇÃO INTEGRADORA - 2018.2

9º Fase - Aluno(a) _________________________________________________________

Data: 07/12/2018

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A) A Diálise é indicada quando a intoxicação é grave e existe Insuficiência renal

e/ou hepática associada.

B) Ausência de Ruídos hidroaéreos e ou sinais de obstrução intestinal são

contraindicações ao uso do carvão ativado.

C) O Flumazenil deve fazer parte do tratamento rotineiro de protocolos para

coma. Pode também ser utilizada nas convulsões e na existência de

intoxicação por antidepressivos tricíclicos.

D) A lavagem gástrica não deve ser indicada de rotina. Deve ser utilizada

quando o tempo de ingesta é menor que 1 hora. Quando a substância é

potencialmente tóxica ou desconhecida. Quando não há contraindicação á

lavagem gástrica.

E) Não postergue intubação quando necessário. O suporte clínico é uma das

etapas mais importantes no manejo dos pacientes com intoxicações agudas.

Deve-se intubar quando há convulsões reentrantes, incapacidade de

proteger vias aéreas e hipoxemia refratária a oxigênio por máscara.

Resposta correta: letra C.

Comentários: O Flumazenil deve ser utilizado como antídoto nas intoxicações por Benzodiazepínicos. Também é indutor

de convulsões. As demais alternativas estão corretas, segundo o livro de Emergências Clínicas.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição

QUESTÃO 3- J.M.S., 62 anos, iniciou ás 08 horas de ontem quadro de desvio de

comissura labial a direita associado a hemiparesia em dimidio esquerdo, mais

acentuado no membro superior esquerdo. Foi conduzido ao Hospital pela filha, onde

deu entrada com os mesmos sintomas, agora também com disartria. HPP: Hipertenso

há 18 anos, em uso de Atenolol 25 mg BID. Ex-tabagista (fumou dos 16 aos 49 anos).

Relata Esquistossomose na adolescência, sem uso de medicação e “etilismo social”

(bebe 2 latas de cerveja diariamente). O irmão faleceu de IAM aos 52 anos. Irmã

diabética. Foi conduzido á Sala de Emergência, onde deu entrada ás 09:45h, lúcido,

orientado: Glasgow 15/15. Instituído MOV (Monitor + Oxigênio + Veia). Leucócitos:

8.900 – Hb: 12,9 – Ureia: 27 – Creat: 0,9 – Na: 137 – K: 3,8 – RNI: 1,82 – PTTa: 69” –

Ca: 9,9. Lactato: 8 (N: < 24) – PO2: 89 – PCO2: 27 – HCO3: 35 – Sat: 98%. Plaquetas:

108.000. Ao exame: Corado, hidratado, afebril, eupnêico, anictérico. ACV: RCI, 2T, BNF

sem sopros. AR sem alterações. Abdome livre. Pulsos periféricos palpáveis, simétricos.

PA: 170 x 100 mmHg - FC: 52 bpm - FR: 12 Irpm – Glicemia capilar: 182 mg/dl. TC de

Crânio de admissão realizados ás 10:22h: Normal. ECG: Ritmo de Fibrilação atrial, com

frequência ventricular controlada.

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Baseado na história clínica acima, e nos dados laboratoriais e de exames de

imagem, assinale a conduta correta para a condução do caso:

A) É contraindicada trombólise química, devido ao paciente possuir distúrbio de

coagulação, o que é contraindicação absoluta, devendo manter tratamento

conservador.

B) É contraindicada trombólise devido ao fato do paciente portar plaquetopenia

(menor que 150.000), além do fato de estar em Fibrilação Atrial e ser etilista,

o que aumenta chances de sangramento.

C) É indicado tratamento conservador para um AVC isquêmico, devido ao fato

do tempo de evolução do quadro ter sido superior a 3 horas, sendo

contraindicação relativa a trombólise química.

D) É indicado tratamento conservador pelo fato do paciente ser etilista e

portador de esquistossomose, devendo manter controle clínico. Ainda pelo

fato de estar em Fibrilação Atrial, o que é contraindicação relativa a

trombólise.

E) É indicada trombólise endovenosa, pelo fato do paciente completar o

diagnóstico em menos de 4,5 horas, com TC de crânio normal e exames

laboratoriais normais, sem história clínica de procedimentos e/ou

sangramentos que contraindiquem trombólise.

Resposta correta: letra A.

Comentário: Na conduta do caso, você deveria ter avaliado os CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO de uma

trombólise. A única contraindicação presente é o paciente ter distúrbio de coagulação, caracterizado por RNI de 1,82

(acima de 1,7 já é considerado). Etilismo, plaquetas de 108.000 e os demais não são contraindicações.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição

QUESTÃO 4- Paciente de 37 anos, admitida na Unidade de Emergência com quadro

de sintomas gripais há 2 dias que evoluíram para dispneia intensa, uso de musculatura

acessória, batimento de asa de nariz. RX de tórax com infiltrado intersticial difuso.

Hemograma normal. Gasometria com PO2: 54, PH: 7.32, PCO2: 23, Sat: 79%. PA: 100

x 70 mmHg. FC: 112 bpm. FR: 38 IRPM. Abertura ocular ao estimulo doloroso. Resposta

verbal emite sons incompreensíveis. Resposta motora em retirada.

Qual tipo de insuficiência respiratória aguda está apresentando e qual terapia

mais adequada?

A) Insuficiência respiratória hipercápnica – ventilação mecânica não invasiva.

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B) Insuficiência respiratória hipercápnica – intubação + ventilação para lavar

CO2.

C) Insuficiência respiratória mista – intubação + ventilação com pressão

positiva.

D) Insuficiência respiratória hipoxêmica – intubação oro traqueal + ventilação

mecânica.

E) Insuficiência respiratória hipoxêmica – O2 suplementar com máscara com

reservatório.

Resposta correta: letra D.

Comentários: Trata-se de Insuficiência Respiratória Hipoxêmica (Taquipnéia + Hipóxia) associada a rebaixamento de

nível de consciência. Glasgow < 9. Indicação de Via Aérea invasiva (Intubação) + Ventilação Mecânica para proteção

de vias aéreas e correção da hipoxemia.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

QUESTÃO 5- Paciente com história de Trombose Venosa Profunda de repetição, foi

atendida com suspeita clínica de novo episódio. Após 2 dias de hospitalização e

heparinização plena com Enoxaparina 80 mg de 12/12 horas (paciente de 78 Kg), foi

iniciada Warfarina na dose de 5 mg. Com 4 dias de Warfarina, aumentando a cada 24

horas de acordo com RNI, a paciente apresentava RNI de 1,3

Qual a conduta a ser tomada?

A. Suspender Enoxaparina e aguardar elevação de RNI com 10 mg/dia de

Warfarina

B. Suspender Enoxaparina e manter Warfarina, ajustando dose, até conseguir RNI

terapêutico.

C. Manter Enoxaparina em dose terapêutica e aguardar elevação do RNI com

Warfarina 10 mg/dia

D. Manter Enoxaparina em dose profilática (20 mg 12/12 horas) e manter ajuste de

RNI até atingir entre 2 e 3.

E. Manter Enoxaparina em dose terapêutica e aguardar elevação do RNI (entre 2

e 3), ajustando dose Warfarina.

Resposta correta: letra E.

Comentários: Na decisão pelo uso de Varfarina, deve-se manter heparinização plena

até atingir valor de RNI terapêutico.

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Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição

QUESTÃO 6- Paciente de 54 anos, em pós-operatório de Cirurgia abdominal, ao

deambular na enfermaria sofreu síncope. Ficou irresponsivo, sendo acionado o código

azul da unidade (acionado time de resposta rápida). O plantonista foi chamado. Ao

chegar, percebeu paciente sem pulso carotídeo. Iniciou o Suporte Básico com

compressões e ventilações eficazes. Na colocação das pás do Desfibrilador ele

identificou o seguinte ritmo ao monitor:

Assinale diagnóstico e terapia adequada que o plantonista deve seguir:

A) Ritmo sinusal regular instável – Implante de Marca-passo transcutâneo.

B) Ritmo sinusal bradicárdico – Atropina 0,5 mg a cada 3 minutos até melhora da

FC e PA.

C) Bradicardia Sinusal instável – Epinefrina 1 mg a cada 3 minutos, caso o Marca-

passo não esteja disponível.

D) Ritmo sinusal regular com BAV de I grau – Manter cuidados já instituídos e usar

atropina 0,5 mg a cada 3 minutos.

E) Atividade Elétrica sem pulso – RCP com ênfase em compressões, fazendo

epinefrina 1 mg a cada 4 minutos.

Resposta correta: letra E.

Comentários: Na presença de ritmo organizado ao monitor, sem pulso carotídeo palpável, trata-se de AESP. Deve-se

fazer RCP e Epinefrina a cada 4 minutos.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição .

QUESTÃO 7- Paciente do sexo masculino, 54 anos, hipertenso (em uso de Atenolol),

com obesidade grau I (IMC de 32), ex-tabagista (parou de fumar há 2 anos) e sedentário.

Há 18h atrás apresentou primeiro episódio de desconforto em aperto retroesternal,

difuso, com duração de 15 minutos, sem sintomas associados, no repouso, que cedeu

espontaneamente. Apresentou novo quadro há 3 horas, de maior intensidade. Ao

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chegar ao Hospital, apresentou recidiva da dor, agora em grande intensidade, associado

a sudorese, mal-estar e náuseas. Realizado o ECG em menos de 15 minutos.

Detalhe. Os exames laboratoriais (enzimas cardíacas e outros já foram colhidos mas

ainda não foram liberados os resultados).

Sobre o exposto acima e o resultado do exame acima marque a alternativa correta.

A) Deve aguardar os resultados dos exames (marcadores de necrose) para

diagnóstico mais efetivo e conduta mais assertiva.

B) Angina Instável de alto risco– Tratamento conservador / medicamentoso em UTI

e depois realizado cateterismo cardíaco quando mais estável.

C) IAM sem supradesnivelamento do SST em paciente de alto risco– Tratamento

conservador / medicamentoso – Cateterismo após estabilização.

D) IAM com supra de SST – Sem indicação de trombólise – Tentar transferência

para Angioplastia ou tratamento conservador, se não conseguir.

E) Paciente com quadro de Infarto Agudo do Miocárdio em parede inferior, com

supra de SST – Deve ser feita Trombólise química (Alteplase) e internação em

UTI.

Resposta correta: letra D.

Comentários: Trata-se de IAM de parede inferior, com tempo de dor superior a 12 horas, portanto, fora da janela de

trombolise. Deve-se tentar transferência para Serviço de Hemodinâmica ou manter tratamento conservador, caso não

consiga.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

QUESTÃO 8- Para a confirmação diagnóstica de quadros de trombose venosa

profunda, o uso de Dímero-D tem-se revelado uma prática útil e pouco dispendiosa.

No entanto, com relação a este teste, assinale a alternativa correta:

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A) Apresenta baixa sensibilidade.

B) Apresenta baixa especificidade.

C) É contraindicado na fase aguda.

D) Indispensável para diagnóstico.

E) É contraindicado na fase subaguda.

Resposta correta: letra B.

Comentários: O dímero-D, devido á sua baixa especificidade, torna-se dispensável no diagnostico, principalmente

quando métodos de imagem estão disponíveis. No caso o Doppler venoso colorido é mais específico.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

QUESTÃO 9- Paciente gestante de alto-risco (Obesa, diabética e hipertensa, com

passado de DHEG e Eclâmpsia nas 2 gestações anteriores), foi admitida no Plantão da

Obstetrícia com quadro de crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e

relaxamento de esfíncteres. Encontra-se na 34 semana (trigésima quarta) de gestação,

em uso de Metildopa 500 mg de 6/6 horas. PA: 230 x 135 mmHg. MMII: Edema +++/4+

em ambos os membros inferiores. Pulsos palpáveis. Abdome gravídico. BCF +.

Mediante o quadro clínico, qual a proposta terapêutica ideal para a paciente?

A) Iniciar com Captopril VO e/ou SL, visto que a paciente está estável, objetivando

PAS < 190 mmHg e PAD < 110 mmHg.

B) Nitroprussiato de Sódio, com monitorização rigorosa dos níveis pressóricos,

mantendo PAS < 190 e PAD < 110 mmHg.

C) Sulfato de Magnésio em infusão contínua, mantendo PAM < 110 mmHg,

associada a Hidralazina EV, se necessário.

D) Manter Metildopa na dose já utilizada pela paciente e associar Betabloqueador.

Se necessário, utilizar Nitroprussiato venoso.

E) Nitroglicerina Venosa, com controle rigoroso de valores pressóricos por medidas

de Pressão Não-invasiva, até redução da Pressão Sistólica para < 160 mmHg e

Pressão Diastólica para < 110 mmHg.

Resposta correta: letra C.

Comentários: Hidralazina: vasodilatador arterial, mais util em gravidas. Sulfato de Magnésio é a droga de escolha para

prevenção e tratamento da Eclâmpsia. O Nitroprussiato de Sódio deve ser evitado durante a gestação. Risco de

toxicidade fetal pelo cianeto.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

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QUESTÃO 10- Qual das patologias abaixo não é um exemplo de Urgências e

Emergências Hipertensivas?

A) Aneurisma Dissecante de Aorta.

B) Edema Agudo de Pulmão.

C) Insuficiência Cardíaca.

D) Fibrilação Atrial Aguda.

E) Eclâmpsia.

Resposta correta: letra D.

Comentários: Urgências Hipertensivas: Insuficiência coronariana crônica, Insuficiência cardíaca, Aneurisma de aorta,

Glomerulonefrites agudas.

Emergências Hipertensivas: AVCI, Encefalopatia hipertensiva, Eclâmpsia, AVCH, Edema agudo de pulmão, Síndrome

coronariana aguda e Dissecção de aorta.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

QUESTÃO 11- Estudante, 21 anos, sexo masculino, tentou autoextermínio. Foi

encontrado em casa pelo colega de república desacordado, com incontinência fecal e

urinária, com fezes diarreicas e extremamente sudorêico. Ao exame: PA: 80 x 50 mmHg

FC: 48 bpm FR: 22 IRPM Sat: 90% Pele fria e pegajosa. Abertura ocular: à dor /

Resposta motora: retirada / Resposta verbal: emite sons incompreensíveis.

Baseado na Toxíndrome, qual das medidas abaixo NÃO é recomendada

inicialmente no paciente acima?

A) Pesquisa no local de atendimento do provável agente toxicológico. (medicações,

drogas, etc...).

B) Atropinização (uso de altas doses de Atropina) até controle da FC e aspiração

secreção brônquica.

C) Passagem de Sonda Orogástrica ou Nasogástrica calibrosa para esvaziamento

gástrico.

D) Derivados de Acetilcolinesterase: Pralidoxima, antagonista direto.

E) Lavagem com SF 0,9% (10 ml / Kg) até 7 Litros (adultos).

Resposta correta: letra E.

Comentários: Contraindicações à lavagem gástrica Rebaixamento do nível de consciência com perda dos reflexos de

proteção das vias aéreas. Nesse caso, deve-se intubar o paciente antes de realizar a lavagem gástrica.

Referência:Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

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QUESTÃO 12- Homem de 50 anos de idade procura o pronto-socorro porque apresenta

indisposição e mantém-se febril apesar de ter iniciado ciprofloxacina 500 mg VO 12/12h

para o tratamento de cistite, há dois dias. Exame físico: mau estado geral, corado,

desidratado +/4+, FC = 110 bpm, FR = 28 rpm, PA = 70x50 mmHg e T = 39 ºC.

O diagnóstico e a conduta mais adequada para o caso são:

A) Sepse. Iniciar reposição volêmica; colher lactato, hemocultura, e prescrever

ceftriaxona.

B) Infecção com critérios parciais de Sepse, devendo ser confirmado por

exames laboratoriais.

C) Choque séptico. Iniciar reposição volêmica; colher lactato, urocultura e

hemocultura, e prescrever ceftriaxona.

D) Infecção sem critérios de sepse. Iniciar reposição volêmica; colher urocultura

e hemocultura e aguardar o resultado das culturas para modificar

Antibioticoterapia. Deve aguardar resultado de culturas para confirmar

Sepse.

E) Sepse sem critérios de choque séptico. Iniciar reposição volêmica; colher

urocultura e hemocultura, aguardar o resultado das culturas para modificar

Antibioticoterapia. A confirmação de Choque Séptico se faz com dosagem de

Lactato sérico e ausência de resposta volêmica, necessitando de

Noradrenalina.

Resposta correta: letra E.

Comentários: Pelos novos conceitos de Sepse, a presença de alterações no Quick-SOFA já sinaliza possibilidade de

Sepse. A confirmação de Choque Séptico se dá somente após confirmação pelo Lactato e necessidade de Drogas

Vasoativas.

Referência: Emergências Clínicas / USP – Atheneu - 13 Edição.

Questão 13- O plantonista de um determinado pronto-socorro admite simultaneamente

três pacientes vítimas de um mesmo acidente automobilístico. O quadro clínico de cada

um dos pacientes está descrito abaixo.

Paciente I: Homem de 58 anos de idade, motorista de um dos veículos. Apresenta dor

abdominal e torácica, bem como edema e hematoma em coxa direita. Frequência

cardíaca: 140 bpm, pressão arterial: 110 x 60 mmHg.

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Paciente II: Mulher de 54 anos de idade, esposa do paciente I, passageira no banco da

frente. Tem múltiplos ferimentos na face, sangue em cavidades oral e nasal. Frequência

cardíaca: 110 bpm, pressão arterial: 130 x 70 mmHg.

Paciente III: Jovem de 19 anos de idade, filho do casal, passageiro do banco de trás.

Está gritando de dor, com deformidade no membro superior esquerdo, ferimento corto-

contuso na face. Frequência cardíaca: 100 bpm, pressão arterial: 130 x 80 mmHg.

Qual a prioridade para o atendimento desses pacientes?

A) II, I, III.

B) I, II, III.

C) III, I, II.

D) I, III, II.

E) II, III, I.

Resposta correta: letra B.

Comentários: Trata-se de um paciente com trauma torácico e abdominal, com maior instabilidade hemodinâmica o que

traduz lesões mais grave, portanto, deve ser atendido primeiro.

Referência: Herlon Saraiva Martin - Medicina HC- USP – Pronto-Socorro – Medicina de urgência. Editora Manole. Pag.

630 a 640 - 3ª edição 2013. -São Paulo.

Questão 14- A pancreatite aguda é definida como um processo inflamatório agudo do

pâncreas e a sua incidência tem aumentado nas últimas décadas. O processo

patológico pode se apresentar como envolvimento local ou sistémico.

Em relação à etiologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico da pancreatite aguda,

pode se afirmar:

A) A principal causa é o alcoolismo.

B) A forma grave é definida pela elevação da amilase sérica acima de 4000

unidades.

C) Os principais marcadores da doença são a dosagem de amilase e lipase

séricas.

D) A nutrição enteral precoce é a opção preferencial para o tratamento da forma

grave.

E) Níveis muito elevados de amilase sérica predizem pior prognóstico da doença.

Resposta correta: letra C.

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Comentários: Os principais marcadores da doença são a dosagem de amilase e lipase séricas.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 1141 a 1159.

Questão 15- Um paciente masculino, 32 anos reagiu a uma tentativa de roubo do seu

carro e foi atingido por uma facada no 7º espaço intercostal esquerdo, na linha axilar

média. A ferida e linear, apresenta 2 cm de extensão e não é soprante. Os dados vitais

são: PA 60/30 mmHg, FC: 145 bpm, FR 33irpm e SaO2 76%. Durante a avaliação da

via aérea, foi iniciado oxigênio sob máscara 5 L/min. Ao exame torácico apresenta:

Abaulamento do heme-tórax esquerdo, murmúrio vesicular abolido e hipertimpanismo à

percussão

Qual o provável diagnóstico?

A) Pneumotórax aberto.

B) Pneumotórax.

C) Pneumotórax hipertensivo.

D) Tórax instável.

E) Hemotórax.

Resposta correta: letra C.

Comentário: Pneumotórax hipertensivo.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 430 à 470.

Questão 16- A apendicite aguda é a principal causa de abdome agudo e pode ter

apresentações clínicas muito diferentes.

Em relação à etiologia, diagnóstico e tratamento da apendicite aguda, pode se

afirmar:

A) Inicia com desconforto em epigástrio e depois se localiza na região hipogástrica.

B) É comum entre 10 e 30 anos e a causa principal é a obstrução da luz apendicular.

C) Sinal de Mc Burney é a presença de dor à descompressão súbita no ponto

apendicular

D) O exame padrão ouro para o diagnóstico é o ultrassonografia abdominal.

E) O hemograma sem leucocitose e desvio para esquerda afasta o diagnóstico.

Resposta correta: letra B.

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Comentário: É comum entre 10 e 30 anos e a causa principal é a obstrução da luz apendicular. SABINSTON / TOWSEND,

C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

vol.1. páginas: 1141 a 1159.

Questão 17- Um paciente de 35 anos dá entrada na emergência de um hospital vítima

de acidente automobilístico. Apresentava-se com Glasgow 7, anisocoria com midríase

à direita, com hipofonese de bulhas, hipotensão e turgência jugular. Murmúrio vesicular

preservado e sem alteração na percussão de tórax.

Quais são as principais hipóteses diagnósticas e qual seria a primeira medida a

ser tomada?

A) Traumatismo crânio-encefálico e Pneumotórax hipertensivo / toracocentese.

B) Traumatismo crânio-encefálico e Tamponamento cardíaco / usar o desfibrilador.

C) Traumatismo crânio-encefálico e Pneumotórax hipertensivo / toracotomia de

emergência.

D) Traumatismo crânio-encefálico e Tamponamento cardíaco / oxigenação e

intubação.

E) Traumatismo crânio-encefálico e Tamponamento cardíaco / pericardiocentese.

Resposta correta: letra E.

Comentário: Traumatismo crânio-encefálico e Tamponamento cardíaco / pericardiocentese.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 430 à 470.

Questão 18- O trauma torácico deve ser identificado e tratado imediatamente pela alta

mortalidade que apresenta.

A respeito do atendimento inicial ao trauma torácico, pode-se afirmar:

A) Tanto o pneumotórax hipertensivo como o hemotórax maciço se associam a

choque e diminuição do murmúrio vesicular na ausculta. A diferenciação só é

possível por meio de exame de imagem, dos quais a radiografia simples na sala

de emergência é o mais indicado durante a avaliação inicial.

B) O hemotórax maciço é caracterizado pelo acúmulo de mais ou menos 1500 ml

ou um terço da volemia do paciente na cavidade torácica. Os ferimentos

penetrantes anteriores e mediais à linha dos mamilos ou posteriores e mediais

às escápulas devem chamar a atenção para a possibilidade de hemotórax

Page 13: Baseado no quadro clínico e na história da paciente, quais ... · 9º Fase - Aluno(a ... quando o tempo de ingesta é menor que 1 hora. ... Não postergue intubação quando necessário

maciço ou tamponamento cardíaco com eventual necessidade de toracotomia

de emergência.

C) A intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva pode rapidamente

transformar um pneumotórax simples em um pneumotórax hipertensivo. Por

essa razão, em pacientes com trauma torácico, a radiografia de tórax na sala de

emergência sempre deve ser realizada antes da intubação.

D) As fraturas escalonadas de costela com tórax instável podem levar à respiração

paradoxal e contusão pulmonar grave. Nesses casos, o tratamento das fraturas

é cirúrgico, com fixação dos arcos costais para evitar o movimento paradoxal.

E) Após a intubação orotraqueal, deve-se proceder à ausculta torácica para verificar

a ventilação adequada de ambos os pulmões. Logo após a intubação, a ausência

de murmúrio vesicular à esquerda indica pneumotórax ou hemotórax e, portanto,

deve ser seguida de drenagem tubular fechada.

Resposta correta: letra B.

Comentários: O hemotórax maciço é caracterizado pelo acúmulo de 1500 ml ou um terço da volemia do paciente na

cavidade torácica. Os ferimentos penetrantes anteriores e mediais à linha dos mamilos ou posteriores e mediais às

escápulas devem chamar a atenção para a possibilidade de hemotórax maciço ou tamponamento cardíaco com eventual

necessidade de toracotomia de emergência.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 430 à 470.

Questão 19- Um paciente masculino, 26 anos, ao retirar uma pipa presa em um poste,

recebeu choque de alta voltagem e sofreu queda de aproximadamente 5 metros de

altura. Foi levado ao pronto socorro e na admissão apresentava-se agitado, confuso e

com os seguintes dados vitais: FC: 120 bpm, FR: 24 rpm, PA: 90/60 mmHg, saturação

de 89%. Referia dor abdominal difusa e, ao exame físico, observava-se equimose

toracoabdominal direita, deformidade da coxa direita, queimadura na palma da mão

esquerda (entrada do choque elétrico) e lesão ulcerada no pé esquerdo (saída do

choque elétrico). Durante a avaliação primária, o paciente apresentou: rebaixamento do

nível de consciência e taquipneia, com FR: de 40 irpm.

A medida inicial mais efetiva a ser tomada para evitar a possibilidade de óbito é:

A) Realizar imediatamente lavado peritoneal diagnóstico.

B) Iniciar transfusão de concentrados de hemácias precocemente e manter

monitorização cardíaca constante pelo risco de arritmia pelo choque elétrico.

C) Obter 2 acessos venosos calibrosos e iniciar infusão de cristaloide aquecido.

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D) Colocar dispositivo de tração e imobilização de possível fratura de fêmur à

direita.

E) Obter via aérea definitiva por meio de intubação orotraqueal e ventilação com

oxigênio a 100%.

Resposta correta: letra E.

Comentário: Obter via aérea definitiva por meio de intubação orotraqueal com ventilação com oxigênio a 100%.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 430 à 470.

Questão 20: Homem, 33 anos de idade, procura pronto socorro com quadro de dor

epigástrica de início súbito, com irradiação para o flanco e a fossa ilíaca direita e depois

para todo o abdome. A paciente apresenta extremidades frias e respiração superficial e

adota posição antálgica. O abdome é doloroso com contratura e rigidez da musculatura

abdominal. Radiografia de tórax e abdome são compatíveis com úlcera perfurada.

Em relação às úlceras duodenais perfuradas pode-se afirmar:

A. Ocorre mais em pacientes com idade entre 20 e 40 anos.

B. As perfurações ocorrem mais na parede posterior do duodeno.

C. As perfurações não ocorrem como primeira manifestação da doença.

D. Em idosos as perfurações são mais raras e tem melhor prognóstico.

E. Para confirmar o diagnóstico, o ultrassom tem se tornado melhor que ao RX

simples.

Resposta correta: letra A.

Comentário: Ocorre mais em pacientes com idade entre 20 e 40 anos.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 1141 à 1159.

Questão 21- No Trauma, o abdome é considerado a terceira região mais afetada e as

lesões podem evoluir para hemorragia interna ou peritonite.

Em função disso, em qual situação abaixo a exploração cirúrgica deve ser

indicada no trauma abdominal fechado?

A) Imediatamente no paciente estável com lesões limitadas ao abdome.

Page 15: Baseado no quadro clínico e na história da paciente, quais ... · 9º Fase - Aluno(a ... quando o tempo de ingesta é menor que 1 hora. ... Não postergue intubação quando necessário

B) Nos pacientes graves, instáveis com lesões múltiplas e sem causa aparente

para a instabilidade hemodinâmica, nesse caso, dispensando o lavado

peritoneal ou ultrassom (FAST).

C) Em pacientes com múltiplas lesões, estável, cuja lesão abdominal se existir não

constitui perigo de vida imediato, dispensando a TC.

D) Nos pacientes estáveis com líquido livre na cavidade e sem lesões de fígado

ou baço na TC.

E) Imediatamente em pacientes estáveis com líquido livre na cavidade e sem

lesão de víscera sólida (fígado ou baço) demonstrada pela TC.

Resposta correta: letra B.

Comentário: Nos pacientes graves, instáveis com lesões múltiplas e sem causa aparente da instabilidade hemodinâmica,

dispensando lavado peritoneal ou ultrassom.

Referência: FAST. SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica

moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 430 à 470.

Questão 22- Paciente masculino, 63 anos, diabético, hipertenso, queixa-se de dor

abdominal de início agudo, em forte intensidade, há cerca de seis horas. Ao exame

físico, apresenta abdome pouco distendido, levemente doloroso à palpação, sem sinais

de irritação peritoneal, movimentos peristálticos diminuídos, com ausculta cardíaca

sugerindo fibrilação atrial.

O diagnóstico mais provável para quadro abdominal esse paciente é:

A. Úlcera perfurada.

B. Apendicite aguda.

C. Oclusão intestinal.

D. Isquemia mesentérica.

E. Infarto agudo do miocárdio.

Resposta correta: letra D.

Comentário: Isquemia mesentérica.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 1141 a 1159.

Questão 23- Um rapaz, vítima de ferimento por espeto de churrasco é trazido ao

hospital. O espeto de churrasco foi removido do tórax por amigos, no local do ocorrido.

Encontra-se pálido, frio, com sudorese, jugulares ingurgitadas, murmúrio vesicular

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abolido à esquerda com hipertimpanismo à percussão, PA 60 x 30 mmHg e FC 140

bpm.

Com essas informações, qual a hipótese diagnóstica mais provável?

A) Pneumotórax simples.

B) Pneumotórax aberto.

C) Pneumotórax hipertensivo.

D) Tamponamento cardíaco.

E) Hemotórax maciço.

Resposta correta: letra C.

Comentário: Pneumotórax hipertensivo. . SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da

prática cirúrgica moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 430 à 470.

Questão 24- Paciente de 62 anos, portadora de litíase biliar confirmada por

ultrassonografia abdominal realizada há 5 anos, é admitida no pronto socorro com

quadro de dor abdominal localizada no hipocôndrio direito, febre, calafrios e icterícia.

Informa que já teve episódios semelhantes nesse período que regrediram

espontaneamente.

Esse quadro clínico é compatível com:

A) Colecistite aguda.

B) Fistula colecisto-duodenal.

C) Pancreatite aguda.

D) Colangite aguda.

E) Vesícula hidrópica

Resposta correta: letra D.

Comentário: Colangite. Esses sintomas compõem a clássica tríade de Charcot da colangite aguda.

Referência: SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna.

18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 1141 a 1159.

Questão 25- Adolescente, 12 anos, com diagnóstico prévio de hipertensão arterial por

doença renal chega ao Pronto Socorro com náusea, vômito, cefaleia, alterações visuais

e de consciência caracterizando uma crise hipertensiva.

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Qual é a opção terapêutica indicada neste momento?

A) Enalapril.

B) Nifedipina.

C) Propanolol.

D) Hidroclorotiazida.

E) Nitroprussiato de sódio.

Resposta correta: letra E.

Comentário: Trata-se de uma emergência hipertensiva devido aos sintomas compatíveis com lesão de órgão alvo

(encefalopatia hipertensiva: vômitos, cefaleia, alterações visuais e de consciência), devendo-se diminuir a pressão

arterial em ambiente hospitalar, preferencialmente UTI, com medicação endovenosa. No Brasil, a droga de escolha é o

Nitroprussiato de sódio. Por ser um paciente renal, poderia ser utilizado associado um diurético de alça (mas não tem

essa opção na resposta) e não um diurético tiazídico (hidroclorotiazida), excluindo a letra D. O enalapril é um IECA e

está indicado para tratamento domiciliar da hipertensão arterial nesse paciente. Já a nifedipina estaria indicada via oral

no caso de urgência hipertensiva (paciente sem sinais e sintomas de lesão de órgão alvo). O propanolol é um

betabloqueador, disponível no Brasil via oral, contra indicado nas emergências (nesse caso poderia ser utilizado o

labetolol e o esmolol).

Referência: LEÃO, E.; CORRÊA, E. J.; MOTA, J. A. C. Pediatria ambulatorial. 5. ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2013.

Questão 26- Lactente,18 meses, previamente hígido, apresenta diarreia pouco

volumosa com muco e sangue há um dia, associado à febre (Temperatura axilar- Tax-

38ºC) e irritabilidade intercalada com sonolência. Nega vômitos. Ao exame físico:

percentil 30 para peso e estatura, FC= 186 bpm, Tax: 38,6ºC, FR = 54 irpm, PAS: 61x41

mm Hg, Saturação de O2: 97%, perfusão lenta com tempo de enchimento capilar de 9

segundos, extremidades frias, livedo reticular generalizado, pele marmórea,

taquidispneia, gemência, bulhas rítmicas, normofonéticas em 2 tempos, ausência de

sopros. Abdome globoso, distendido, ruídos hidroaéreos aumentados.

Assinale a hipótese diagnóstica e a conduta imediata:

A) Choque cardiogênico; 40 mL/kg de SF0,9% em 1 hora e antibioticoterapia na

primeira hora.

B) Choque distributivo; 10 mL/kg de SF0,9% em 5 a 10 minutos, repetindo se

necessário e adrenalina 0,1mcg/kg/min.

C) Choque obstrutivo; 20 mL/kg de SF0,9% em 5 a 10 minutos, repetindo se

necessário e adrenalina 0,5mcg/kg/min.

D) Choque séptico, 20 mL/kg de SF0,9% em 5 a 10 minutos, repetindo se

necessário, dopamina 5mcg/kg/min e antibioticoterapia na primeira hora.

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E) Choque hipovolêmico, 40 mL/kg de SF0,9% em 1 hora, repetindo se necessário,

noradrenalina 0,2mcg/kg/min e antibioticoterapia na primeira hora.

Resposta correta: letra D.

Comentário: Trata-se de um paciente em choque séptico (Síndrome da resposta inflamatória sistêmica- hipertemia,

taquicardia, taquipnéia associada à infecção presumida- diarreia com muco e sangue + febre- e disfunção cardiovascular-

hipotensão, além de sinais de gravidade: irritabilidade e sonolência).O choque séptico pode ser distributivo, obstrutivo

ou hipovolêmico, dependendo da fase em que se encontra o paciente, mas a conduta será a de choque séptico, ou seja,

volume , soro fisiológico 20ml/kg em 5 a 10min, repetindo até normalização dos sinais de hipoperfusão tecidual ou sinais

de hipervolemia e associar dopamina ou adrenalina por se tratar de um choque frio com hipotensão (PA sistólica menor

que 70mmHg, extremidades frias).

Referência: INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE. Campanha de sobrevivência a sepse: protocolo clínico

pediátrico. Brasília, 2016.

Questão 27- Um adolescente de 15 anos está caminhando por uma mata, quando sente

uma picada em seu tornozelo. Assustado ele volta à sede da fazenda e é levado para o

pronto socorro para avaliação. A chegar ao pronto socorro da cidade vizinha que tem

mais recursos, cerca de 4 horas depois do acidente, ele apresenta dor, edema, eritema,

equimose, e flictenas no tornozelo, além de sangramento no local da picada e epistaxe,

mas nega vômitos, diarreia, dor abdominal e não apresenta bradicardia, nem

hipotensão.

O gênero da serpente provavelmente responsável por esse acidente é:

A) Micrurus.

B) Crotálico.

C) Elapídeo.

D) Botrópico.

E) Laquético.

Resposta correta: letra D

Comentário: Trata-se de um acidente botrópico. As características desse acidente são dor, edema e equimose na região

da picada associado a sangramento nos locais de inoculação do veneno, gengivas (epistaxe), pele e urina

(hematúria). Já o acidente laquético produz quadro semelhante ao acidente por jararaca (botrópico), mas pode ainda

causar dor abdominal, vômitos, diarreia, bradicardia e hipotensão, excluindo a letra E. Já no acidente crotálico, o local

da picada é geralmente indolor e sem lesão evidente, com parestesia local, dificuldade em manter os olhos abertos,

com fácies miastênica, diplopia, visão turva, mal estar, náuseas, cefaleia e mialgia (exclui-se letra B). O acidente por

Micrurus (elapídico) não provoca alteração importante no local da picada, apenas dor, fácies miastênica e paralisia

dos músculos respiratórios (letra A e C erradas).

Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Acidentes por animais peçonhentos. Disponível em:

<http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos-serpentes> Acesso em: 20 abr.

2018.

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Questão 28- Criança, 10 meses, em aleitamento materno e dieta complementar própria

para idade, apresenta 5 evacuações líquidas diárias fétidas com início há 2 dias, sem

febre e com vômitos esporádicos. Peso 10 kg. Bom estado geral, alerta, lágrimas

presentes, discreta redução de saliva, pulsos cheios, frequência cardíaca normal.

Perfusão periférica 2 segundos. Sinal da prega desaparece rapidamente.

Qual a alternativa abaixo que define as orientações necessárias quanto ao

cuidado e tratamento, segundo o Ministério da Saúde?

A) Deve ser mantida a dieta habitual, aumentar a oferta de líquidos, iniciar a

administração de solução de reidratação oral e suplementação de zinco.

B) No primeiro momento, a presença dos vômitos exclui a possibilidade da

indicação da hidratação oral nesse lactente, indicando-se gastróclise.

C) Manter o aleitamento materno, restringir a oferta de lactose e iniciar a

administração de 500 mL de solução de reidratação oral em 4 horas.

D) O uso de probióticos no tratamento da diarreia aguda está indicado para diminuir

as perdas diarreicas nos primeiros 5 dias da doença.

E) A coleta de exames laboratoriais para a avaliação do processo infeccioso é

necessária em menores de 2 anos com diarreia fétida.

Resposta correta: letra A]

Comentário: Trata-se de um lactente de 10 meses com história de diarreia e vômitos, mas sem sinais de desidratação

descritos, se enquadrando no Plano A do Ministério da Saúde (a saliva está discretamente reduzida, mas não espessa-

não configurando sinal de alerta ou gravidade). Consequentemente exclui-se a letra C, que está indicada em crianças

com sinais de desidratação (correspondente ao Plano B do Ministério da Saúde). Os vômitos relatados são esporádicos

e a criança não está desidratada, portanto sem indicação de gastróclise, não impossibilitando a administração aumentada

de sais de reidratação oral em domicílio e o aumento da oferta de líquidos. Não há demonstração de que os probióticos

diminuam as perdas diarreicas. Além disso, a OMS e o MS não mencionam a possibilidade de uso de probióticos no

tratamento da diarreia aguda, excluindo-se a letra D. Diarreia fétida não é critério de gravidade em crianças, não estando

indicada a realização de exames complementares, devendo ser considerada como diarreia aquosa sem muco, pus ou

sangue, sendo tratada como descrito na letra A.

Referência: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Guia prático de

atualização. Brasília, 2017.

Questão 29- Lactente, 4 meses, foi encaminhado ao serviço de emergência com exame

clínico e exames complementares que confirmaram o diagnóstico de meningite. O líquor

apresentou-se purulento, com aumento de leucócitos acima de 1.000/mm3, com

predomínio de polimorfonucleares, proteinorraquia (180 mg/dL), glicose 20mg/dL e

bacterioscopia negativa.

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Considerando os patógenos mais frequentes para a faixa etária, indica-se como

tratamento empírico inicial:

A) aciclovir.

B) ampicilina.

C) ceftriaxona.

D) ampicilina e gentamicina.

E) cefotaxima e gentamicina.

Resposta correta: letra C

Comentário: Trata-se de um lactente de 4 meses, com líquor sugestivo de meningite bacteriana (e não viral: células

acima de 1000/mm³, aumento da proteína e diminuição da glicose- excluindo o aciclovir- letra A errada), portanto os

agentes mais prováveis são meningococo B e C, pneumococo e menos frequentemente após a vacinação H. influenzae,

sendo o tratamento indicado com ceftriaxone sem associação com aminoglicosídeo (excluindo-se letra D e E). A

ampicilina isolada pode ser utilizada nos maiores de 5 anos, o que não é o caso (letra B errada).

Referência: MORAIS, M.B. de; CAMPOS, S. de O.; HILÁRIO, M.O.E. Pediatria: Diagnóstico e tratamento.1.ed., Barueri:

Manole, 2013.

Questão 30- Pré-escolar, portador de epilepsia em tratamento ambulatorial com uso

contínuo de fenobarbital, é trazido ao serviço de emergência por estar com crises

convulsivas tônicoclônicas generalizadas, repetidas, com duração maior que 3 a 5

minutos, sem recuperação da consciência entre as mesmas. Logo após a admissão no

serviço, ainda com o quadro descrito, foi levado à sala de emergência, onde foi realizado

o manejo inicial e iniciado o tratamento com droga anticonvulsivante.

A droga inicial a ser utilizada é:

A) Fenitoína.

B) Tiopental.

C) Lidocaína.

D) Diazepam.

E) Fenobarbital.

Resposta correta: letra D.

Comentário: O paciente está com crises epilépticas sequenciais sem total recuperação do nível de consciência entre as

crises, o que configura estado de mal epilético (EME), indicando-se interromper a crise o mais rapidamente possível.

Devido À idade, a droga de escolha é o benzodiazepínico (diazepam). O fenobarbital é a primeira opção na crise no

período neonatal. A fenitoína é uma medicação de segunda linha. Já o tiopental e a lidocaína estão indicados no EME

refratário. Referência: MAIA FILHO, H. de S. M. Abordagem das crises epiléticas na emergência pediátrica. Revista de

Pediatria SOPERJ, Rio de Janeiro, v.13, n.2, p.29-34, 2012.

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Questão 31- Pré-escolar, 4 anos, foi picado pelo escorpião amarelo ao calçar o tênis.

Foi levado ao serviço médico por apresentar dor local intensa e parestesia. Nega

náuseas ou vômitos. Bom estado geral, consciente, fácies de dor, frequência cardíaca

de 100bpm e frequência respiratória de 38irpm.

A conduta correta nesse caso é:

A) prescrever analgésicos e manter o paciente em observação hospitalar por 6

horas.

B) infiltrar com anestésico lidocaína 2%, sem vasoconstritor no local da picada e

manter o paciente em observação hospitalar por 4 horas.

C) prescrever analgésico, administrar 3 ampolas de soro antiescorpiônico e manter

o paciente em observação por 12 horas.

D) prescrever analgésico, administrar 6 ampolas de soro antiescorpiônico e manter

o paciente em observação por 24 horas.

E) prescrever analgésico, administrar 10 ampolas de soro antiescorpiônico e

manter o paciente em observação por 24 horas.

Resposta correta: letra A

Comentário: O paciente apresenta quadro clínico de escorpionismo classificado como leve (sintomas locais sem

manifestações sistêmicas), estando indicado alívio da dor com sintomáticos ou infiltração local com lidocaína anestésico

a 2% sem vasoconstritor, sem necessidade de administração de soro antiescorpiônico no momento (exclui letras C, D e

E), mas por ser criança deve ser observado em ambiente hospitalar por 6 a 12 horas (maior risco de evolução para

quadros graves) (exclui-se letra B).

Referência: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais

peçonhentos. 2. ed. Brasília, 2001. p. 120.

Questão 32- A apendicite aguda é a causa mais comum de abdômen agudo cirúrgico

na criança. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, do recém-nascido ao idoso, mas é

mais frequente entre a idade escolar e a maturidade.

Analise as afirmativas abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F):

( ) A dor abdominal clássica inicialmente periumbilical com posterior migração para a

fossa ilíaca direita é mais comum em adultos que nas crianças.

( ) A tomografia computadorizada (TC) está indicada em todos os casos para

confirmação do diagnóstico de apendicite aguda.

( ) A presença de peritonite associado à apendicite aguda é um achado comum nos

pré-escolares.

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( ) Nos pacientes menores de 4 anos, costuma apresentar-se com sintomas de

gastroenterite aguda, com predomínio de vômitos e dor abdominal difusa.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

A) F – V – F – V.

B) V – F – V – V.

C) V – V – V – F.

D) F – V – F – F.

E) V – F – V – F.

Resposta correta: letra B

]

Comentário:A dor abdominal clássica na apendicite inicia-se periumbilical e migra para fossa ilíaca direita, apesar dessa

ser a forma de apresentação mais comum em adultos do que nas crianças. A TC está indicada excepcionalmente na

apendicite aguda, sendo utilizada na suspeita de complicações pós-operatórias (bridas e coleções). A incapacidade de

bloqueio da perfuração decorrente das características do desenvolvimento do omento nos pré-escolares e a dificuldade

diagnóstica pelos sintomas inespecíficos torna a presença de peritonite um achado comum nessa faixa etária.Os

sintomas são inespecíficos nessa faixa etária, muitas vezes simulando gastroenterite com predomínio de dor abdominal

difusa e vômitos.

Referência: SILVA, L. R.; CAMPOS JÚNIOR, D.; BORGES, W. G. Tratado de Pediatria. 4. ed. São Paulo:

Manole, 2017.

Questão 33– Uma paciente de 25 anos comparece no pronto atendimento da

maternidade, com três semanas após o parto, prostrada, anoréxica, relatando

mastalgia, febre termometrada e hiperemia em mama direita, com início do quadro 4 há

dias. Informa que está amamentando, normalmente, apesar da dor na mama. Fez uso

de dipirona, VO, há 4 horas. Ao exame físico: febre de 39 graus, PA:120/80mmHg, FC:

90bpm e em quadrante superior da mama direita: rubor, calor local, com ponto de

flutuação às 11 horas, distando 3cm do mamilo.

Assinale a conduta adequada e recomendada, além do uso de antitérmico:

A) Iniciar com antibioticoterapia (cefalexina), VO, e se dentro das primeiras 48 horas

não houver melhora: fazer a drenagem cirúrgica.

B) Iniciar com antibioticoterapia (oxacilina), EV, e realizar drenagem cirúrgica de

imediato.

C) Iniciar com antibioticoterapia (oxacilina), EV, e se dentro de 48 horas não houver

melhora: fazer a drenagem cirúrgica.

D) Iniciar com analgésico, anti-inflamatório e antibioticoterapia (cefalexina), VO, e

fazer uma solicitação de ultra-som de mama direita e retornar com o resultado.

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E) Iniciar com anti-inflamatório, VO, e antibioticoterapia (oxacilina), EV, por 24 horas

e se houver melhora, alta hospitalar com antibiótico VO (cefalexina).

Resposta correta: letra B.

Comentário: A paciente apresenta mastite puerperal complicada, com abscesso mamário, estado geral comprometido, e

febre alta. A conduta nesse caso é a drenagem cirúrgica (no local da flutuação) e antibiótico endovenoso de imediato.

Referência: Tratado de Ginecologia do Novak e Williams da Ginecologia e da Obstetrícia.

Questão 34– Paciente no sexto dia de puerpério, após cesariana, comparece na

urgência obstétrica com temperatura axilar elevada e dor pélvica na região do útero. Ao

exame físico: febre de 39 graus, taquicárdica, pressão arterial normal, manobra para

mobilização do fundo uterino dolorosa, ao nível da região umbilical e sinal de Blumberg

negativo. Exame especular: sangramento vaginal discreto e vermelho vivo. Toque

vaginal: bastante doloroso durante a mobilização do colo uterino e região paracervical

lateral esquerda; colo uterino aberto e útero amolecido.

A conduta correta, além de internar a paciente, consiste em:

A) Curetagem uterina de imediato.

B) Iniciar com Gentamicina e clindamicina, EV, de imediato e, após algumas horas,

realizar a curetagem uterina.

C) Iniciar com Gentamicina, Clindamicina, e Ampicilina/sulbactam endovenosas e

solicitar uma ultrassonografia pélvica endovaginal

D) Introdução da mão do obstetra até o interior da cavidade endometrial (curagem

uterina) para retirar restos placentários.

E) Histerectomia total abdominal de imediato, além da antibioticoterapia

endovenosa.

Resposta correta: letra C.

Comentário: A paciente apresenta endometrite complicada por parametrite à esquerda e sem peritonite. O tratamento

padrão para endometrite complicada após cesariana é antibioticoterapia tríplice de largo espectro e a realização de

ultrassonografia, na internação, para afastar outras complicações como formação de abscessos ou presença de restos

ovulares. O quadro não sugere restos ovulares devido ao sangramento vaginal discreto mas caso haja sinais

ultrassonográficos sugestivos de restos ovulares, aí curetagem uterina será indicada.

Referência: Tratado de Obstetrícia de Williams.

Questão 35– Com relação às circunstâncias clínicas e ausculta cardíaca fetal

(cardiotocografia intraparto), sugestivas de sofrimento fetal agudo de gestante,

multípara, de 42 anos, em trabalho de parto a termo, sem ter trago o cartão de pré-natal,

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e sem ter realizado as consultas agendadas, adequadamente, em que é indicado o parto

de imediato, quando a continuação do trabalho de parto não é mais aconselhável, a

gravidez deverá ser interrompida.

A conduta de interrupção do trabalho de parto, de imediato, através de cesariana,

deverá ser realizada se houver:

A) Padrão sinusoidal, na cardiotocografia

B) DIPs umbilicais isoladas, em apresentação cefálica, na cardiotocografia

C) Bradicardia com DIP I, em apresentação cefálica, na cardiotocografia

D) Taquicardia com DIP I, em apresentação cefálica, na cardiotocografia

E) Líquido tinto meconial, identificado na amniotomia, em apresentação cefálica

Resposta correta: letra A.

Comentário: Padrão sinusoidal é padrão terminal, com risco de morte fetal iminente, devendo a gestação ser interrompida

de imediato.

Referência: Tratado de Obstetrícia de Williams.

Questão 36 – Durante o trabalho de parto a termo prolongado, o obstetra fez

amniotomia, para agilizar o trabalho de parto, quando a gestante estava com 5cm, colo

apagado 80%, e 3 contrações, de 35 segundos, em dez minutos. O feto encontrava-se

em apresentação cefálica alta, na variedade de posição occipito esquerda anterior

(OEA). Logo após o procedimento, junto com líquido amniótico claro, a paciente iniciou

com sangramento vaginal de cor vermelho vivo, indolor, e iniciou com alteração na

frequência cardíaca fetal sugestiva de sofrimento fetal agudo.

Pode-se dizer que, provavelmente, ocorreu:

A) Rotura uterina

B) Rotura de seio marginal

C) Rotura do cordão umbilical

D) Rotura de vasa prévia

E) Descolamento prematuro de placenta

Resposta correta: letra D .

Comentário: Rotura de vasa prévia: o sangramento, indolor, iniciou logo após e amniotomia, assim como o sofrimento

fetal agudo.

Referência: Tratado de Obstetrícia de Willimas.

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Questão 37 – Paciente primigesta, com pré-eclampsia grave, durante a cesariana

eletiva, indicada por idade gestacional de 38 semanas e apresentação pélvica,

apresenta atonia uterina após a saída do recém-nascido.

A conduta do médico deverá ser, além da dose de ocitocina, já realizada, de rotina:

A) Observação clínica e histerorrafia (fechamento do útero com sutura)

B) Massagem uterina, ocitocina endovenosa e histerorrafia

C) Massagem uterina, ocitocina endovenosa e metilergonovina IM

D) Massagem uterina e metilergonovina intravenosa.

E) Massagem uterina, metilergonovina intravenosa e misoprostol via retal

Resposta correta: letra B.

Comentário: As primeiras condutas deverão ser: massagem uterina, nova dose de ocitocina e histerorrafia, simultâneas,

e não deverá ser administrado a metilergonovia pelo fato da parturiente estar com pré-eclampsia (contra-indicação).

Referência: Tratado de Obstertrícia de Williams.

Questão 38 – No caso clínico anterior, o sangramento devido à atonia uterina persistiu

e outra conduta cirúrgica é necessária, de imediato.

Assinale a alternativa que apresenta o próximo procedimento cirúrgico indicado,

no caso dessa paciente:

A) Sutura de B-Lynch ou ligadura das artérias uterinas

B) Ligadura das artérias hipogástricas

C) Cirurgia de Hamilton

D) Cirurgia de Huntington

E) Histerectomia

Resposta correta: letra A .

Comentário: Há indicação de manobras cirúrgicas para estancar o sangramento, de imediato: sutura de B-Lynch ou

ligadura das artérias uterinas, que são as manobras de escolha quando o tratamento com massagem uterina e

uterotônicos não resolvem o quadro.

Referência: Tratado de Obstetrícia de Williams.

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Questão 39– Há vários fatores relacionados ao risco de rotura uterina durante o trabalho

de parto prolongado podendo causar quadros graves de abdome agudo e, em alguns

casos onde ocorre atraso no tratamento, até a morte da parturiente.

São fatores de risco de rotura uterina, mais frequentes, em países

subdesenvolvidos, como no Brasil:

A) Trabalho de parto prolongado devido à rotura prematura de membrana

B) Trabalho de parto lento devido a contrações hipoativas

C) Presença de acretismo placentário

D) Presença de placenta prévia

E) Desproporção céfalo-pélvica

Resposta correta: letra E.

Comentário: A maior parte das roturas uterinas que ocorrem, durante o trabalho de parto prolongado, no Brasil, é devido

a indução do trabalho de parto com ocitocina e ocorre uma desproporção céfalo-pélvica (DCP), com impossibilidade da

expulsão fetal apesar de altas doses de uterotônicos e hipercontratilidade uterina.

Referência: Tratado de Obstetrícia de Williams.

Questão 40– Durante o trabalho de parto espontâneo prematuro, você foi chamado

para avaliar um quadro de sangramento vaginal agudo, indolor, à esclarecer, em uma

gestante de 28 anos, com gestação de 36 semanas. Ao toque vaginal foi detectado

prolapso de cordão umbilical e colo uterino de 6 cm de dilatação e apagado 80%.

A conduta médica correta nesse caso, além de colocar o cordão umbilical para

dentro e retirar a pressão do polo cefálico sobre o cordão, deverá ser:

A) Conduzir o trabalho de parto, na sala de parto, e cardiotocografia contínua

B) Administrar ocitocina, para adiantar o parto, e cardiotocografia contínua

C) Forçar a dilatação uterina e fazer o parto vaginal com o uso de fórceps

D) Realizar a manobra de Taxe e cardiotocografia contínua

E) Cesariana de emergência

Resposta correta: letra E

Comentário: O caso apresentado ocorreu prolapso de cordão umbilical, que é indicação de cesariana de emergência. A

mão do auxiliar ou obstetra deverá ficar elevando o polo cefálico até iniciar a cesariana e expulsão fetal.

Referência: Tratado de Obstertrícia do Williams.

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