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Mobilização Escolha Plenário Campo Grande-MS | Quinta-feira, 12 de setembro de 2019 A3 Um olho no peixe... O governador Reinaldo Azambuja está embarcando para Brasília a qualquer momento, para resolver a liberação de recursos da Lei Kandir, e tentar junto ao Tesouro Nacional melhorar a nota de MS para ampliar a capacidade de endi- vidamento do Estado a ser aproveitada quando forem libe- rados os emprestimos com o aval da União. … outro no gato E lá chegando deve dividir o tempo com dirigentes par- tidários influentes, em busca de apoio e alianças para seus projetos eleitorais em Mato Grosso do Sul. Num primeiro momento estariam ligados à eleição do ano que vem, mas o pano de fundo é 2022, quando deve mesmo disputar a vaga de senador. E, nos dois casos, ter apoio ou influir como aliado em decisões de algumas legendas é sempre oportuno. No fim do túnel Uma pequena luz acendeu no fim do longo e tenebroso túnel da dívida dos estados e municipios contraídas junto a diferentes organismos financeiros, inclusive alguns públicos, considerando que taxas cobradas nesses casos nunca foram camaradas. O governo está iniciando um processo de consulta pública para verificar interesse e viabilidade na securitização da dívida de estados e municípios. Trocando em miúdos, pode vir aí um leilão da dívida, permitindo que todos negociem com um único banco, a juros menores, ga- nhando fôlego importante, pois teriam mais prazo e parcelas menores, num momento de caixa muito baixo, com se tem visto ultimamente. O leal O ex-ministro e conselheiro de Itaipu, Carlos Marun, sempre pagou muito caro politicamente por não esconder lealdades que nem sempre são cômodas. Visitou na cadeia Eduardo Cunha e Michel Temer, saindo pela porta da frente e não escondendo respeito e amizade por eles. Recente- mente descobriu que chegou a ser alvo de procuradores da Lava Jato, que se frustraram ao ver que não conseguiam de Cunha uma deleção que implicasse o amigo. Marun quer voltar para a política trazendo na bagagem, entre outros trunfos, a lealdade que sempre dedicou aos amigos. Pacote de maldades Uma roda de deputados estaduais, ao fim da sessão de ontem, fervilhou no plenário com a informação de que estaria para chegar à casa um “pacote de maldades” enca- minhado pelo governo do Estado. Seria um conjunto nada palatável de medidas a serem implementadas ainda este ano pela administração estadual. Entre as medidas podem estar novas mudanças na Previdência, tão logo seja aprovada a chamada “PEC Paralela” que inclui os estados na dança. Pacote de maldades 2 A época é a mais propícia, considerando que, no ano que vem, em função da eleição, nenhuma “maldade” teria chance de ser aprovada. E, considerando as dificuldades que já se verificaram em plenário em questões não tão más assim, os articuladores do governo podem estar perdendo os cabelos de preocupação. Exceção se faça ao líder do governo, depu- tado Barbosinha (DEM). Vou pra rua O deputado Marçal Filho (PSDB) continua tratando, publicamente, com muita cautela de sua participação na eleição para prefeito de Dourados. Insiste em só tratar disso no ano que vem e depois que aprofundar as discussões com o partido e principalmente com o governador Reinaldo Azambuja. Diante de algumas “pedradas” que andou rece- bendo, disse sorrindo que não chegam a machucar porque partem de mãos amigas e que, “quanto mais falam, menos respondo, e vou fazendo o que sei fazer melhor, que é con- versar com o eleitor”. Marçal é radialista e líder de audi- ência em Dourados. Pouco prazo O ex-juiz Odilon de Oliveira tem pouco prazo para definir se afinal é candidato a prefeito em Campo Grande, Dou- rados ou Três Lagoas. Na prática, ate o fim de setembro tem de requerer a mudança do seu domicílio eleitoral de Campo Grande se for disputar em outra cidade. E imediatamente cuidar da mudança com mala, cuia e papagaio, para não ser acusado de ser um morador fake no município em que dis- puta a prefeitura. Paulo Corrêa, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Guilherme Filho Os estados estão quebrando porque a União não paga o que tem de pagar referente à Lei Kandir Bastidores POLÍTICA Deputados defendem inclusão de estados e municípios na reforma Presidentes de Assembleias pedem o fim da Lei Kandir Coronel David define novo partido com Bolsonaro Câmara vota campanha da Lei do Minuto Seguinte Roberto Castello Izaias Medeiros Valentin Manieri Laura Brasil O fim da Lei Kandir, per- mitindo que os estados le- gislem sobre os impostos de produtos a serem exportados, e o apoio à inclusão de es- tados e municípios na reforma da Previdência, a partir da aprovação da chamada “PEC paralela”, levou ontem a Bra- sília 20 presidentes de As- sembleias Legislativas, entre eles Paulo Corrêa (PSDB), de Mato Grosso do Sul, e o presi- dente da União Nacional dos Legislativos, deputado Ken- nedy Nunes. Eles foram rece- bidos à tarde pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet (MDB- -MS) e pelo relator da reforma da Previdência, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa, que tomou a inciativa de organizar o en- contro, defendeu o fim da Lei Kandir. Ele explicou que os estados querem criar legis- lações específicas de acordo com seus interesses econô- micos e com a sua competi- tividade. “27 Assembleias do Brasil estão falando a mesma língua. [A União] Não pode fingir que está pagando e não pagar nada e o estado bancar a balança comercial do país. Queremos receber a nossa parte”, disse. Para ele, a Lei Kandir tem prejudicado os estados pro- dutores como Mato Grosso do Sul. “Os estados estão que- brando porque a União não paga o que tem de pagar refe- rente à Lei Kandir. Então, para acabar com isso, paga-se 2019, como foi a preocupação do presidente do Senado, Davi Al- columbre, e os estados passam a poder legislar de 0 a 3%, que é a ideia que nós discutimos com ele”, informou. O presidente da Unale (União Nacional dos Legis- lativos e Legisladores Esta- duais), deputado Kennedy Nunes, disse que os represen- tantes das Assembleias Legis- lativas saíram satisfeitos da reunião por perceber a dis- Julia Renó O deputado Coronel David (PSL) voltou a admitir ontem que pode deixar o seu par- tido, dependendo apenas de uma conversa que deve manter nas próximas semanas com o presidente Jair Bolsonaro. “Seja qual for a minha decisão, uma coisa é certa: eu continuo apoiando o presidente Bolso- naro. Estou entre os seus com- panheiros de primeira hora e devo a minha eleição a ele, como todos os que se elegeram pelo PSL devem”, disse o depu- tado ao revelar que tem rece- bido convite de vários partidos. David revela estar dialo- gando com muitas siglas, mas ainda não definiu se abando- nará o PSL. Além disso, o seu apoio a Bolsonaro será mantido. “Seja qual for a minha decisão, e caso eu me defina por um outro partido, uma coisa é certa: fico ao lado do presidente Bolsonaro na reeleilção”, disse ele, pon- derando que sua escolha, caso seja feita, vai levar em conta um partido que possa apoiar Bolsonaro em 2022. A conversa com o presidente havia sido marcada para esta semana mas, em razão da ci- rurgia do presidente Bolsonaro, o encontro foi adiado. Segundo o deputado, política é estabe- lecida a partir do diálogo e as conversas têm como objetivo alinhar e manter unido o grupo de políticos que têm relação mais antiga. Ele ainda afirmou que, caso deixe o PSL, escolherá um partido alinhado com seus interesses e que não apresente candidatos à Presidência nas eleições de 2022. “Eu sou um homem leal e sou um homem grato, não vou tomar nenhuma decisão que não seja em acordo com Jair Bolsonaro”, declarou. O interesse em outros par- tidos surgiu a partir de discor- dâncias entre ele e a senadora e presidente do diretório regional do partido, Soraya Thronicke. De acordo com ele, o desconforto foi gerado quando a senadora expôs os problemas internos do partido, além disso comparou as relações entre os membros da sigla com uma família, de- fendendo que as desavenças deveriam ser mantidas interna- mente e resolvidas apenas entre os envolvidos. “Aconteceu essa questão que foi tornada pública, me causou desconforto e logica- mente que, quando isso acon- tece, desperta o interesse nas outras agremiações, que veem na minha pessoa um candidato com potencial para prefeitura.” David disse que já recebeu convites do PP e do DEM, mais recentemente, e ambos os par- tidos ofereceram a ele também a oportunidade de torná-lo desde já um pré-candidato a prefeito. Admitiu ainda ter conversado com dirigentes do MDB, e disse que foi procurado novamente por eles. “Tenho portas abertas em várias legendas, mas tudo vai depender da minha con- versa com o presidente. Não vou tomar nenhuma decisão antes de falar com ele. Posso escolher um outro partido ou até continuar no PSL”, repetiu. Projeto de lei que institui a campanha de divulgação da “Lei do Minuto Seguinte” em Campo Grande será votada hoje (12) na Câmara Municipal. O objetivo é conscientizar a população a respeito do direito de atendi- mento obrigatório e integral de pessoas em situação de vio- lência sexual nos hospitais inte- grantes do SUS (Sistema Único de Saúde), conforme estabelece a lei federal. A campanha, pela proposta, deve ocorrer todos os anos, no mês de maio. A proposta é dos vereadores prof. João Rocha (PSDB) e Enfer- meira Cida Amaral (PROS). Em primeira discussão os vereadores também votam o projeto de lei que implementa na Rede de Educação Infantil de Campo Grande o Projeto “Escola que Cuida”. Pela pro- posta, dos vereadores João César Mattogrosso (PSDB) e William Maksoud (PMN), está prevista a inclusão no currículo de material e palestras para prevenção contra abuso se- xual infantil; o tema será abor- dado de forma diferenciada de acordo com a faixa etária de crianças e adolescentes. Também em primeira vo- tação, consta na pauta o pro- jeto de lei que autoriza o Executivo municipal a instituir o “Programa Aprimorando Ta- lentos”, que estabelece práticas no atendimento aos alunos com altas habilidades/superdotação em instituições da Rede Mu- nicipal de Ensino de Campo Grande. Proposta do vereador Otávio Trad (PTB). Em regime de urgência es- pecial, em única discussão e votação, os vereadores votam o projeto de lei que cria o Con- selho Municipal de Cultura de Campo Grande. A proposta é do Executivo municipal. Na men- sagem da prefeitura, consta que as reformulações buscam pro- mover uma mudança quantita- tiva e qualitativa significativa na política cultural do município. Em segunda discussão, mais três propostas serão avaliadas pelos vereadores. Será votado o projeto que altera para “Rua Said Sayd” a Estrada Vicinal denominada de “Estrada Ne Três”, localizada na Chácara dos Poderes. A proposta é do ve- reador João César Mattogrosso (PSDB). Também analisam o projeto de lei que institui no Calendário Oficial do Muni- cípio de Campo Grande o Dia do Disco-Jóquei. Dos verea- dores Chiquinho Telles (PSD) e Dr. Livio (PSDB). Também em segunda dis- cussão, os vereadores votam o projeto de lei que institui o Dia Municipal da Mielomeningocele em Campo Grande. Proposta pelo vereador Carlão (PSB). Durante a sessão, serão vo- tados ofícios ad referendum, com cópia de decretos da Pre- feitura de Campo Grande, re- ferentes à nomeação e recon- dução de conselheiros munici- pais e regionais do município de Campo Grande. (LB) posição do Senado em atuar sobre os dois temas. “A Lei Kandir estagna a cobrança das exportações e nós não estamos recebendo a contrapartida do governo federal. O que nós queremos é que cada estado possa legislar sobre o tema”, reiterou. Reforma da Previdência O presidente da Unale ainda explicou que há concordância dos parlamentares e gestores nos estados sobre a maneira como foi sugerida a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência. O texto deverá ser acatado ou não nas Assembleias Legislativas, sem possibilidades de alteração, por quorum de maioria simples. “Dessa forma, facilita a dis- cussão”, disse. “O que preci- samos agora é demonstrar para os deputados federais que nós, deputados estaduais, prefeitos e governadores, estamos inte- ressados nesta decisão [PEC Paralela].” (Com assessorias)

Bastidores Um olho no peixe Presidentes de Assembleias ... · na Rede de Educação Infantil de Campo Grande o Projeto “Escola que Cuida”. Pela pro-posta, dos vereadores João

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Page 1: Bastidores Um olho no peixe Presidentes de Assembleias ... · na Rede de Educação Infantil de Campo Grande o Projeto “Escola que Cuida”. Pela pro-posta, dos vereadores João

Mobilização

Escolha

Plenário

Campo Grande-MS | Quinta-feira, 12 de setembro de 2019 A3

Um olho no peixe...O governador Reinaldo Azambuja está embarcando para

Brasília a qualquer momento, para resolver a liberação de recursos da Lei Kandir, e tentar junto ao Tesouro Nacional melhorar a nota de MS para ampliar a capacidade de endi-vidamento do Estado a ser aproveitada quando forem libe-rados os emprestimos com o aval da União.

… outro no gatoE lá chegando deve dividir o tempo com dirigentes par-

tidários influentes, em busca de apoio e alianças para seus projetos eleitorais em Mato Grosso do Sul. Num primeiro momento estariam ligados à eleição do ano que vem, mas o pano de fundo é 2022, quando deve mesmo disputar a vaga de senador. E, nos dois casos, ter apoio ou influir como aliado em decisões de algumas legendas é sempre oportuno.

No fim do túnelUma pequena luz acendeu no fim do longo e tenebroso

túnel da dívida dos estados e municipios contraídas junto a diferentes organismos financeiros, inclusive alguns públicos, considerando que taxas cobradas nesses casos nunca foram camaradas. O governo está iniciando um processo de consulta pública para verificar interesse e viabilidade na securitização da dívida de estados e municípios. Trocando em miúdos, pode vir aí um leilão da dívida, permitindo que todos negociem com um único banco, a juros menores, ga-nhando fôlego importante, pois teriam mais prazo e parcelas menores, num momento de caixa muito baixo, com se tem visto ultimamente.

O leal

O ex-ministro e conselheiro de Itaipu, Carlos Marun, sempre pagou muito caro politicamente por não esconder lealdades que nem sempre são cômodas. Visitou na cadeia Eduardo Cunha e Michel Temer, saindo pela porta da frente e não escondendo respeito e amizade por eles. Recente-mente descobriu que chegou a ser alvo de procuradores da Lava Jato, que se frustraram ao ver que não conseguiam de Cunha uma deleção que implicasse o amigo. Marun quer voltar para a política trazendo na bagagem, entre outros trunfos, a lealdade que sempre dedicou aos amigos.

Pacote de maldadesUma roda de deputados estaduais, ao fim da sessão

de ontem, fervilhou no plenário com a informação de que estaria para chegar à casa um “pacote de maldades” enca-minhado pelo governo do Estado. Seria um conjunto nada palatável de medidas a serem implementadas ainda este ano pela administração estadual. Entre as medidas podem estar novas mudanças na Previdência, tão logo seja aprovada a chamada “PEC Paralela” que inclui os estados na dança.

Pacote de maldades 2A época é a mais propícia, considerando que, no ano que

vem, em função da eleição, nenhuma “maldade” teria chance de ser aprovada. E, considerando as dificuldades que já se verificaram em plenário em questões não tão más assim, os articuladores do governo podem estar perdendo os cabelos de preocupação. Exceção se faça ao líder do governo, depu-tado Barbosinha (DEM).

Vou pra ruaO deputado Marçal Filho (PSDB) continua tratando,

publicamente, com muita cautela de sua participação na eleição para prefeito de Dourados. Insiste em só tratar disso no ano que vem e depois que aprofundar as discussões com o partido e principalmente com o governador Reinaldo Azambuja. Diante de algumas “pedradas” que andou rece-bendo, disse sorrindo que não chegam a machucar porque partem de mãos amigas e que, “quanto mais falam, menos respondo, e vou fazendo o que sei fazer melhor, que é con-versar com o eleitor”. Marçal é radialista e líder de audi-ência em Dourados.

Pouco prazoO ex-juiz Odilon de Oliveira tem pouco prazo para definir

se afinal é candidato a prefeito em Campo Grande, Dou-rados ou Três Lagoas. Na prática, ate o fim de setembro tem de requerer a mudança do seu domicílio eleitoral de Campo Grande se for disputar em outra cidade. E imediatamente cuidar da mudança com mala, cuia e papagaio, para não ser acusado de ser um morador fake no município em que dis-puta a prefeitura.

Paulo Corrêa, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

Guilherme Filho

Os estados estão quebrando porque a União não paga o que tem de pagar referente à Lei Kandir

Bastidores

Política

Deputados defendem inclusão de estados e municípios na reforma

Presidentes de Assembleias pedem o fim da Lei Kandir

Coronel David define novo partido com Bolsonaro

Câmara vota campanha da Lei do Minuto Seguinte

Roberto Castello

Izaias Medeiros

Valentin Manieri

Laura Brasil

O fim da Lei Kandir, per-mitindo que os estados le-gislem sobre os impostos de produtos a serem exportados, e o apoio à inclusão de es-tados e municípios na reforma da Previdência, a partir da aprovação da chamada “PEC paralela”, levou ontem a Bra-sília 20 presidentes de As-sembleias Legislativas, entre eles Paulo Corrêa (PSDB), de Mato Grosso do Sul, e o presi-dente da União Nacional dos Legislativos, deputado Ken-nedy Nunes. Eles foram rece-bidos à tarde pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet (MDB--MS) e pelo relator da reforma da Previdência, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa, que tomou a inciativa de organizar o en-contro, defendeu o fim da Lei Kandir. Ele explicou que os estados querem criar legis-

lações específicas de acordo com seus interesses econô-micos e com a sua competi-tividade. “27 Assembleias do Brasil estão falando a mesma língua. [A União] Não pode fingir que está pagando e não pagar nada e o estado bancar a balança comercial do país. Queremos receber a nossa parte”, disse.

Para ele, a Lei Kandir tem prejudicado os estados pro-dutores como Mato Grosso do Sul. “Os estados estão que-brando porque a União não paga o que tem de pagar refe-rente à Lei Kandir. Então, para acabar com isso, paga-se 2019, como foi a preocupação do presidente do Senado, Davi Al-columbre, e os estados passam a poder legislar de 0 a 3%, que é a ideia que nós discutimos com ele”, informou.

O presidente da Unale (União Nacional dos Legis-lativos e Legisladores Esta-duais), deputado Kennedy Nunes, disse que os represen-tantes das Assembleias Legis-lativas saíram satisfeitos da reunião por perceber a dis-

Julia Renó

O deputado Coronel David (PSL) voltou a admitir ontem que pode deixar o seu par-tido, dependendo apenas de uma conversa que deve manter nas próximas semanas com o presidente Jair Bolsonaro. “Seja qual for a minha decisão, uma coisa é certa: eu continuo apoiando o presidente Bolso-naro. Estou entre os seus com-panheiros de primeira hora e devo a minha eleição a ele, como todos os que se elegeram pelo PSL devem”, disse o depu-tado ao revelar que tem rece-bido convite de vários partidos.

David revela estar dialo-gando com muitas siglas, mas ainda não definiu se abando-nará o PSL. Além disso, o seu

apoio a Bolsonaro será mantido. “Seja qual for a minha decisão, e caso eu me defina por um outro partido, uma coisa é certa: fico ao lado do presidente Bolsonaro na reeleilção”, disse ele, pon-derando que sua escolha, caso seja feita, vai levar em conta um partido que possa apoiar Bolsonaro em 2022.

A conversa com o presidente havia sido marcada para esta semana mas, em razão da ci-rurgia do presidente Bolsonaro, o encontro foi adiado. Segundo o deputado, política é estabe-lecida a partir do diálogo e as conversas têm como objetivo alinhar e manter unido o grupo de políticos que têm relação mais antiga. Ele ainda afirmou que, caso deixe o PSL, escolherá um partido alinhado com seus

interesses e que não apresente candidatos à Presidência nas eleições de 2022. “Eu sou um homem leal e sou um homem grato, não vou tomar nenhuma decisão que não seja em acordo com Jair Bolsonaro”, declarou.

O interesse em outros par-tidos surgiu a partir de discor-dâncias entre ele e a senadora e presidente do diretório regional do partido, Soraya Thronicke. De acordo com ele, o desconforto foi gerado quando a senadora expôs os problemas internos do partido, além disso comparou as relações entre os membros da sigla com uma família, de-fendendo que as desavenças deveriam ser mantidas interna-mente e resolvidas apenas entre os envolvidos. “Aconteceu essa questão que foi tornada pública,

me causou desconforto e logica-mente que, quando isso acon-tece, desperta o interesse nas outras agremiações, que veem na minha pessoa um candidato com potencial para prefeitura.”

David disse que já recebeu convites do PP e do DEM, mais recentemente, e ambos os par-tidos ofereceram a ele também a oportunidade de torná-lo desde já um pré-candidato a prefeito. Admitiu ainda ter conversado com dirigentes do MDB, e disse que foi procurado novamente por eles. “Tenho portas abertas em várias legendas, mas tudo vai depender da minha con-versa com o presidente. Não vou tomar nenhuma decisão antes de falar com ele. Posso escolher um outro partido ou até continuar no PSL”, repetiu.

Projeto de lei que institui a campanha de divulgação da “Lei do Minuto Seguinte” em Campo Grande será votada hoje (12) na Câmara Municipal. O objetivo é conscientizar a população a respeito do direito de atendi-mento obrigatório e integral de pessoas em situação de vio-lência sexual nos hospitais inte-grantes do SUS (Sistema Único de Saúde), conforme estabelece a lei federal. A campanha, pela proposta, deve ocorrer todos os anos, no mês de maio. A proposta é dos vereadores prof. João Rocha (PSDB) e Enfer-meira Cida Amaral (PROS).

Em primeira discussão os vereadores também votam o projeto de lei que implementa na Rede de Educação Infantil de Campo Grande o Projeto “Escola que Cuida”. Pela pro-posta, dos vereadores João César Mattogrosso (PSDB) e William Maksoud (PMN), está prevista a inclusão no currículo de material e palestras para

prevenção contra abuso se-xual infantil; o tema será abor-dado de forma diferenciada de acordo com a faixa etária de crianças e adolescentes.

Também em primeira vo-tação, consta na pauta o pro-jeto de lei que autoriza o Executivo municipal a instituir o “Programa Aprimorando Ta-lentos”, que estabelece práticas no atendimento aos alunos com altas habilidades/superdotação em instituições da Rede Mu-nicipal de Ensino de Campo Grande. Proposta do vereador Otávio Trad (PTB).

Em regime de urgência es-pecial, em única discussão e votação, os vereadores votam o projeto de lei que cria o Con-selho Municipal de Cultura de Campo Grande. A proposta é do Executivo municipal. Na men-sagem da prefeitura, consta que as reformulações buscam pro-mover uma mudança quantita-tiva e qualitativa significativa na política cultural do município.

Em segunda discussão, mais três propostas serão avaliadas pelos vereadores. Será votado o projeto que altera para “Rua Said Sayd” a Estrada Vicinal denominada de “Estrada Ne Três”, localizada na Chácara dos Poderes. A proposta é do ve-reador João César Mattogrosso (PSDB). Também analisam o projeto de lei que institui no Calendário Oficial do Muni-cípio de Campo Grande o Dia do Disco-Jóquei. Dos verea-dores Chiquinho Telles (PSD)

e Dr. Livio (PSDB).Também em segunda dis-

cussão, os vereadores votam o projeto de lei que institui o Dia Municipal da Mielomeningocele em Campo Grande. Proposta pelo vereador Carlão (PSB). Durante a sessão, serão vo-tados ofícios ad referendum, com cópia de decretos da Pre-feitura de Campo Grande, re-ferentes à nomeação e recon-dução de conselheiros munici-pais e regionais do município de Campo Grande. (LB)

posição do Senado em atuar sobre os dois temas.

“A Lei Kandir estagna a cobrança das exportações e nós não estamos recebendo a contrapartida do governo federal. O que nós queremos é que cada estado possa legislar sobre o tema”, reiterou.

Reforma da PrevidênciaO presidente da Unale ainda

explicou que há concordância dos parlamentares e gestores nos estados sobre a maneira

como foi sugerida a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência. O texto deverá ser acatado ou não nas Assembleias Legislativas, sem possibilidades de alteração, por quorum de maioria simples. “Dessa forma, facilita a dis-cussão”, disse. “O que preci-samos agora é demonstrar para os deputados federais que nós, deputados estaduais, prefeitos e governadores, estamos inte-ressados nesta decisão [PEC Paralela].” (Com assessorias)