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Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia Centro de Ensino Fundamental 35 de Ceilândia Cleverson de Oliveira Domingos Professor de Educação Básica – Atividades – SEDF Coordenação Coletiva

Assembleias escolares

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Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia

Centro de Ensino Fundamental 35 de Ceilândia

Cleverson de Oliveira DomingosProfessor de Educação Básica – Atividades – SEDF

Coordenação Coletiva

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Democracia Igualdade, Equidade Justiça Direitos (de todos) Diálogo Cidadania Respeito Cooperação Trabalho

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O pedagogo francês Célestin Freinet (1896-1966) foi quem primeiro sistematizou a ideia das assembleias de classe, por ele, inicialmente, chamado de Conselho de cooperativa e, mais tarde, Conselho de classe; Ele se identificava com a corrente da Escola Nova, anti-conservadora, e protagonizou as chamadas Escolas Democráticas. Pois, para ele, além das técnicas pedagógicas, achava que o aspecto político e social ao redor da escola não devia ser ignorado pelo educador. Para Freinet, "a democracia de amanhã se prepara na democracia da escola" .

Fernand Oury, outro pedagogo francês, salientou a importância do Conselho de Classe (Cooperativa) e desenvolveu a Pedagogia Institucional.

Para Oury e Vasquez, o Conselho de Classe constitui-se em olho, cérebro e coração do grupo-classe.

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Criada em 1958 por Fernand Oury (1920 - 1997), na França, a PI é definida como o um conjunto de técnicas, de organizações, de métodos de trabalho, de

instituições internas nascidos da práxis das salas de aula ativas. Ela coloca adultos e crianças dentro de situações novas e diversificadas, que exigem de cada um engajamento pessoal, iniciativa, ação, continuidade (HÉVELINE; ROBBES, 2000, p. 15)

Aida Vasquez (1941-), psicóloga e psicanalista venezuelana, também ajudou a formular a Pedagogia Institucional. Ela fez estágio com Oury.

PRINCÍPIOS: A sociabilidade se desenvolve não por doutrinamento, mas na

convivência diária entre colegas na escola (SAMPAIO, 2007). Assim, Oury, inspirado no método Freinet, propõe a prática da fala e a resolução de conflitos.

O coletivo e a instituição O coletivo consiste no campo de vínculos intersubjetivos mantidos por

pessoas que convivem em grupos e estabelecimentos (como a escola); A instituição , por sua vez, é entendida como procedimentos, regras, funções e atividades que servem ao bem-estar do coletivo, de caráter visivelmente mediador.

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Lugar: cada qual tem seu espaço reconhecido, seu nome, sua identidade;

Lei: no coletivo cada qual aprende a viver dentro de uma esfera simbólica, segundo regras de convivência que permitem superar o caos e aprendendo a compartilhar;

Limite: cada qual tem seu espaço reconhecido e aprende a respeitar os espaços dos demais, respeitando os limites que a convivência requer;

Linguagem: num tal contexto, todos têm direito à palavra e a participar das decisões, vivendo a liberdade de expressão num contexto de comunicação onde cada qual passa a "ex-sistir como sujeito", como pondera o pedagogo Francis Lambert. (JACQUES PAIN):

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De acordo com Puig (2000), as assembléias são o momento institucional da palavra e do diálogo. O momento em que o coletivo se reúne para refletir , tomar consciência de si mesmo e transformar tudo aquilo que os seus membros consideram oportuno. É um momento organizado para que alunos e alunas, professores e professoras possam falar das questões que lhes pareçam pertinentes para melhorar o trabalho e a convivência escolar (p. 13).

É “um espaço para a elaboração e reelaboração constante das regras que regulam a convivência escolar, as assembléias propiciam momentos para o diálogo, para a negociação e o encaminhamento de soluções dos conflitos cotidianos” (p. 13).

O objetivo de uma assembleia é discutir princípios, atitudes , e daí construir as regras de regulação coletiva e propostas de resolução dos problemas .

Se fala na “construção da norma”, da regra, de modo coletivo (Pedagogia institucional);

Um dos objetivos das assembleias é “chegar ao conhecimento dos valores e princípios éticos que devem fundamentar o coletivo da classe” (p. 13).

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Diferentemente de outros modelos de resolução de confl itos , as assembléias não buscam mediá-los no pressuposto de que existe o certo e o errado e de que deve haver uma pessoa munida de autoridade institucional com responsabilidade para julgar e decidir os problemas, estabelecer recompensas e sanções ou mesmo obrigar as partes envolvidas a chegar a um consenso único. Essa concepção abre espaço, muitas vezes, para posturas arbitrárias, injustas e autoritárias, que promovem decisões a partir dos valores e das crenças de uma pessoa com autoridade legitimada pela sociedade

O que vocês acham disso? Sempre transferir para os alunos e alunas julgarem...

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O modelo das assembléias é o da democracia participativa, que tenta trazer para o espaço coletivo a reflexão sobre os fatos cotidianos, incentivando o protagonismo das pessoas e a co-participação do grupo na busca de encaminhamentos para os temas abordados.

Nelas, elogios e insatisfações são expressos, recompensas e sanções são decididas, determinações são adotadas, são reconhecidos os progressos e os fracassos, supervisionados os projetos coletivos e responsabilizado cada participante. Tudo isso caracteriza o conselho de turma, fórum coletivo em que o grupo intervém e medeia as relações entre todos. Nos conselhos, os limites são instituídos a partir das situações, sendo os professores os responsáveis pelo cumprimento das leis básicas.

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Lembrar que a implementação das assembleias mexe de maneira radical com as relações de poder dentro da sala de aula e cada docente deve estar preparado para isso.

Deve ter uma periodicidade (semanal é o ideal) para que atinja os objetivos. Deve durar entre 30 a 60 minutos, de preferência com horário f ixo e previamente definido , para que vire rotina e para que os alunos se acostumem com a dinâmica.

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Fixação de uma cartolina, em lugar visível para todos os participantes, com uma divisão que separe os conteúdos em dois blocos: CRÍTICAS e FELICITAÇÕES.

EXPLICAÇÃO DA DINÂMICA DAS ASSEMBLEIAS Priorizar o “anonimato”: na hora da assembleia pode se

identificar, mas a pauta não deve se transformar em um espaço para “mandar recado”;

Priorizar a “impessoalidade”: referindo-se a temas e comportamentos, mas não a pessoas concretas.

O primeiro momento é aquele de Trabalhar regras comuns: * Não pode dizer o nome de alunos; * Discutir fatos e não pessoas; * Cada um/a falar de uma vez: levantar a mão, fazer inscrição. * Ouvir e respeitar a fala do colega;

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Necessário haver uma reunião prévia para a organização da pauta definitiva, aquela que será levada à assembléia. Dessa reunião, podem participar um docente e dois estudantes;

1ª SEMANA – Recolhimento das “críticas” e “felicitações” e organização da pauta

1º passo = Estabelecer uma hierarquia nas temáticas (discutir o que é mais importante primeiro = os temas mais sérios e complicados devem ser os primeiros devido o tempo de discussão – violência, temas coletivos e isolados);

2º passo = Agrupar e caracterizar temas semelhantes; 3º passo = Garantir que todos os temas propostos estejam presentes

na pauta definitiva.

2ª SEMANA – Realização da assembleia

Quanto aos temas que comporão as pautas, devem ser relacionados, apenas, a temáticas envolvendo “convívio escolar” e “relações interpessoais”

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CONVIVÍO ESCOLAR Temáticas que afetam o coletivo da classe ou da

escola

RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Temáticas que afetam pessoalmente os membros da instituição nas relações que mantêm entre si

• Limpeza ou sujeira dos espaços

coletivos;

• As ações que tumultuam o bom

andamento das atividades;

• O papel dos prestadores de serviço;

• A organização dos espaços e tempos.

• As brigas entre colegas;

• As perseguições por motivo

acadêmico ou pessoal;

• As relações autoritárias;

• O assédio psíquico, moral, sexual;

• As chantagens.

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Realização da Assembleia de Classe e Discussão dos Temas Composição da mesa. Organização do espaço em círculo. TRÊS MOMENTOS 1º momento aproximação e de esclarecimentos sobre o tema.

Inicia-se com o coordenador perguntando se a pessoa que colocou o tema na pauta gostaria de manifestar-se, garantindo o direito de palavra todos.

2º momento o grupo deve construir coletivamente a regra que regulará os conflitos inerentes ao tema. O coordenador da assembleia abre o espaço para que os participantes sugiram regras para o coletivo envolvido.

3º momento o(a) coordenador(a) da assembleia pede às pessoas que apresentem propostas para que o problema não volte a se repetir, ou então, que auxiliem o grupo e os colegas a se conscientizarem das consequências do conflito e a cumprir as normas acordadas.

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Proporá a eleição para os cargos de presidente, vice-presidente, secretário e vice-secretário . Cada membro da mesa tem uma função: cabe ao presidente abrir e encerrar a reunião, ler o conteúdo das mensagens para discussão e garantir a palavra e a ordem durante esse momento. O vice-presidente tem a função de agrupar e selecionar bilhetes com assuntos semelhantes e encaminhá-los à leitura e destruir os bilhetes anônimos. O secretário registrará em ata as decisões tomadas e o vice-secretário colará em um caderno específico os bilhetes na medida em forem lidos e discutidos.

SBRUSSI, Márcia de Paula Brilhante Portela ; PEREIRA, Francisco de Assis .. Trabalhando as técnicas freinetianas a favor da gestão Democrática da educação superior . Disponível em: <www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2009/200.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2014.

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Inspirados no método Freinet

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A reunião não salva a pátria da classe , mas tem um papel decisivo e contribui para a resolução dos problemas do grupo de forma harmoniosa e democrática . Isso percebemos nas reuniões cooperativas realizadas nas salas de aula que mobilizaram os alunos para uma ação participativa aumentando sua motivação e interesse pelas atividades programadas.

A técnica não pode ser usada somente para elencar os problemas do outro. É necessário haver auto-avaliação individual e coletiva e evitar a agressividade desnecessária.

SBRUSSI, Márcia de Paula Brilhante Portela ; PEREIRA, Francisco de Assis .. Trabalhando as técnicas freinetianas a favor da gestão Democrática da educação superior . Disponível em: <www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2009/200.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2014.

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Métodos e técnicas: Correspondência escolar Jornal Impressa Escolar Conselho cooperativo ou conselho de classe Certificação individual Planos de trabalho Aula-Passeio Auto-avaliação Auto-correção de textos Livro da vida Premissas: Colocar os alunos para trabalhar; Atividades que tenham sentido; Criar condições em que o saber é necessário. Criador: Celéstin Freinet Disponível em: http://youtu.be/y62CKHjcPLA

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Método: Caixa de correspondência Objetivo: Refletir antes de brigar Criador: Jonusz Korczak (Precursor nas iniciativas em prol dos

direitos da criança) Disponível em: http://youtu.be/VUIIeP0M4o8

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Método: Faixas de habilidades e comportamento Construção das regras e lei da sala de aula Trabalho individualizado e coletivo, respeitando o nível e ritmo de

cada aluno Objetivo: Ajudar o alunos a construírem leis que lhe permitam aprender e

a crescer; Levar o aluno a “evoluir” no seu aprendizado e “mudar” de faixa; Fazer o aluno respeitar as regras coletivas de convívio. Criador: Fernand Oury, inspirado no Judô e na pedagogia de Freinet Disponível em: http://youtu.be/BmKPHq8M3vU