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Edição 118 da revista Beach&Co - Abril de 2012

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O centenário do saneamento santista

Confira o Festival Nacional do Índio

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Foto Luciana Sotelo Foto Arquivo/Pedro Rezende

Santos F.C. 10

Porto 56

Sustentabilidade 60

Gastronomia 64

Moda 70

Flashes 74

Indaiá Home Club 78

Destaque 80

Celebridades em foco 82

E mais...

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Capa

Os atletas expoentes do clube alvinegro santista, Pelé e Neymar

Foto Ricardo Saibun/Santos F.C.

Foto José Edmilson de Araújo Mello Junior

pág. 34Laje de Santos

A veia cultural de Cubatão

Caraguá em alta, como nunca

5044

Foto Bruna Vieira Foto Carlos Felipe

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ao leitor

E mais...

ANO XI - Nº 118 - AbrIl/2012

Beach CoA R e v i s t a d o L i t o r a l .

A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte

Redação e PublicidadeAv. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP

Fone/Fax: (13) 3317-1281www.beachco.com.br

[email protected]

Diretor - PresidenteReuben Nagib Zaidan

Diretora AdministrativaDinalva Berlofi Zaidan

EdiçãoEleni Nogueira (MTb 47.477/SP)

[email protected]

Diretor de ArteRoberto Berlofi Zaidan

[email protected]

Criação e DiagramaçãoPP7 Publicidade

www.pp7.com.br | [email protected]ção de Arte e Diagramação: Audrye Rotta

Tratamento foto da Capa: Alex Francisco

Marketing e PublicidadeRonaldo Berlofi Zaidan

[email protected]

Depto. ComercialAline Pazin

[email protected]

Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP)

ColaboraçãoBelisa Barga, Bruna Vieira, Edson Prata, Fernanda Lopes, Gisela Bello, Luci Cardia, Luciana Sotelo,

Karlos Ferrera, Marcos Neves Fernandes, Morgana Monteiro e Renata Inforzato

Circulação

Baixada Santista e Litoral Norte

ImpressãoGráfica Silvamarts

Foto Arquivo Santos F.C.

Uma trajetória fascinante, repleta de craques, conquistas, recordes, mitos, ídolos, gols e paixões. Assim é o centenário do clube alvinegro santista, que já nasceu com um destino: encantar o mundo. E tais qualidades estão embutidas num time de cidade média, diferentemente do histórico futebolístico brasileiro, cujas grandes agremiações se originaram nas principais capitais do país.

Mas, a história tem seus caprichos e, o pequeno Santos Foot-Ball Club, fundado no longínquo 14 de abril de 1912, atravessou fronteiras, cruzou os mares e tornou-se uma referência no mundo do futebol.

A fórmula do sucesso? Talvez esteja fundamentada na capacidade de formar e reve-lar talentos. São gerações de craques, de Meninos da Vila. Entre as quatro linhas, com a bola nos pés, eles são reis. Desarmam o adversário, criam dribles desconcertantes e, de forma mágica - que para quem assiste até parece fácil, diante de tanta maestria -, a bola voa em direção à rede, é gol!!! De Feitiço, Araken, Pepe, Zito, Pelé, Edu, Robinho, Die-go, Paulo Henrique Ganso, Neymar... Haja espaço para enumerar os muitos craques que alegraram gerações.

Foram tantos títulos estaduais, brasileiros, mundiais, como nenhum outro time do mundo jamais chegou a conquistar. Torcida orgulhosa essa! Motivos não faltam; afinal, é do time da Vila Belmiro que saiu o maior jogador de todos os tempos, o rei Pelé, a quem o clube deve sua projeção internacional. Atualmente, 38 anos após a despedida de seu representante maior, a famosa Vila tem mais uma joia, que já brilha entre os melhores do mundo, o eletrizante Neymar, aclamado por todas as torcidas.

No Santos é assim, os Meninos da Vila correm atrás da bola desde cedo; treinado-res atentos observam cada movimentação, orientam, encorajam, mostram o caminho da defesa, do ataque e do gol, e nessa escola de craques, os períodos de glórias sem-pre se sucedem.

Parabéns ao Santos Futebol Clube pelo seu centenário, e pela inspiração que oferece aos meninos de todas as gerações.

Eleni Nogueira

Fábrica de talentos

Equipe de 1913

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história

Em 14 de abril de 1912 fundou-se, modestamente, uma agremiação esportiva chamada Santos Foot-Ball Club. Um século depois, o Peixe detém o título da FIFA de melhor clube das Américas do século XX, revelou o maior nome do futebol mundial e conquistou milhões de torcedores na cidade, no país e no mundo inteiro. Motivos não faltam, portanto, para se comemorar o centenário deste jovem gigante

Por Belisa Barga

O eterno

“Nascer, viver, e no Santos morrer, é um orgulho que nem todos podem ter”, diz um trecho do hino do Santos Futebol Clube. Ao longo de sua trajetória, mais de onze mil e setecentos gritos de gol, marca não atin-gida por nenhum outro time no planeta. Único clube brasileiro a conquistar, em um mesmo ano, 1962, um título estadual, nacional, continental e mundial. Coleciona títulos de Bicampeão Mundial de Clubes, Tricampeão da Libertadores, nove vitórias nacionais e 19 vezes campeão paulista. E essas são apenas algumas das suas 92 con-quistas. Sem contar que é o berço do atleta do século, o rei do futebol, Pelé.

Reconhecido mundialmente graças ao seu eterno ídolo Pelé, que começou a jogar aos 16 anos, gerações de meninos como Robinho, Diego, Neymar e Paulo Henri-que Ganso são uma constante na história da equipe. Uma das primeiras formações do grupo, ainda em 1912, contava com a

Menino da Vila

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11Beach&Co nº 118 - Abril/2012

presença de jovens jogadores. E essa tra-dição de revelar craques da bola guia o tema das celebrações. “O Santos é o time dos meninos e para nós, meninos são para sempre. Por isso, esse é nosso conceito de centenário e esse lema que nos norteará nos próximos 100 anos”, explica Armênio Neto, gerente de marketing do clube.

O passado do Santos mescla-se ao pre-sente dessas gerações jovens. De torcedor a ídolo, Neymar já vibrou por outros ga-rotos, como Robinho e Diego. “Em 2002, o Santos foi campeão e meu pai me levou à Praça da Independência para ver os joga-dores no carro de bombeiros. Hoje sou ído-lo”. E entre alguns dos fãs, podemos citar santistas fanáticos como Fausto Silva, Ge-raldo Alckmin, Eduardo Suplicy e Supla, Zeca Baleiro e Arnaldo Antunes.

O guri mais popular do mundo, embora não tenha integrado a safra de ‘Meninos da Vila’, estreou no time aos 16 anos. “Quan-do cheguei de Bauru, fui ao alambrado ver os jogadores, cheio de vergonha. Um dos diretores do clube chegou com uma camisa listrada e perguntou se eu era o menininho que treinaria na equipe. Vesti a camisa, tirei uma foto encostado no alambrado e esque-

cemos. Joguei 18 anos com a blusa bran-ca e, no dia da minha despedida contra a Ponte Preta qual usei? A preta e branca”, relembra o ex -titular da camisa 10, Edson Arantes do Nascimento, o imortal Pelé.

Embora não seja a única responsável pelo sucesso da trajetória do Alvinegro, a Era Pelé foi imprescindível, tanto que o atleta será a imagem do centenário. “O Pelé fez com que começássemos a sonhar que o Santos não era um peixe de aquário e, sim, de águas oceânicas, que atravessou as fronteiras da nossa Ilha de São Vicente para conquistar o mundo”, diz Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do time. E esse peixe nadou, nadou e não morreu na praia. Pelé colocou a pacata Vila Belmiro no mapa mundial, graças ao seu talento nos pés. Diz Pelé: “Tenho muito orgulho, pois tive a felicidade de presenciar o Santos promover o Brasil pelo mundo e lá fora so-mos o time de todos os torcedores”. O atual titular da 10, Paulo Henrique Ganso, sabe de cor o significado do uniforme. “Vestir essa camisa é uma responsabilidade enor-me e me sinto honrado de atuar em um clu-be tão grande. Espero que eu possa sempre ser orgulho para muitos com ela”.

O tri-campeonato da Libertadores, em 2011: a consagração maior dos últimos 48 anos

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12 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

história

História do PeixeO nascimento do gigante da Vila ocorreu

quando Francisco Raymundo Marques, Má-rio Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Junior, três esportistas santistas, criaram um clube exclusivo para um esporte recém--desembarcado no Brasil, o futebol. Nomes como Concórdia, África e Brasil Atlético fo-ram cogitados para o time. Mas, por unani-midade, foi eleita a sugestão proposta por Edmundo Jorge de Araújo: Santos Foot-Ball Club. As cores branco, azul e dourado, es-colhidas para representar o tricolor santista, não duraram muito. Um ano depois foram substituídas pelo branco e preto, que origi-naram o atual codinome - Alvinegro.

E se o Peixe é visionário ao formar equi-pes com ilustres garotos desconhecidos, em 1912 foi um dos pioneiros no drible ao preconceito. Uma das primeiras escala-ções contava com dois atletas negros, cujas identidades permanecem incógnitas nos arquivos do clube. Esse fato era incomum à época em virtude da discriminação racial que os proibia, inclusive, de praticar o es-porte. “A cidade foi uma das primeiras nas lutas abolicionistas, não seria de admirar que essa mentalidade fosse manifestada no futebol daqui”, explica o escritor e profes-

sor de história Gabriel Pierin. E a estratégia de reunir jovens vem de

outrora. Os sócios do clube eram, em sua maioria, novos, solteiros, estudantes e em-pregados do comércio, explica Pierin. “Em 1913, Adolpho Millon Jr. sagrou-se cam-peão e vice-artilheiro santista com apenas 19 anos. Outro destaque, Ricardo Pinto de Oliveira, fez sua estreia no Santos no mes-mo ano, aos 16 anos, e fez história como jo-gador com 101 atuações e como dirigente.”

O próximo passo viria com o estádio Urbano Caldeira, homenagem a um dos ex-presidentes, palco de importantes e de-cisivas partidas. Existe desde 1916, na Rua Princesa Isabel, na Vila Belmiro. A aqui-sição deste terreno foi concretizada por Álvaro de Oliveira Ribeiro, avô do atual dirigente, durante o período em que ele as-sumiu a presidência interinamente.

A partida inaugural foi entre Santos x Ypiranga, em outubro daquele ano, pelo campeonato paulista. “A imprensa santista, um dia antes, criou grandes expectativas por se tratar de uma praça de esportes que riva-lizaria com outras já existentes na capital”, explica o professor. A modesta arquiban-cada foi tomada por duas mil pessoas que prestigiaram o time formado por Odorico,

Uma das primeiras escalações, a equipe de 1913, e os

campeões dos títulos estadual, nacional, continental e

mundial, em 1962

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13Beach&Co nº 118 - Abril/2012

Américo, Arantes, Pereira, Oscar, Junqueira, Millon, Marba, Tedesco, Jarbas e Arnaldo. O resultado foi a vitória santista por 2 x 1, sen-do Adolpho Millon Jr. o autor do primeiro gol da partida e da história do Caldeirão.

Era apenas o início da história de um Peixe, que não se deixaria fisgar por ne-nhum anzol.

Salve nosso campeãoAo longo de dezoito anos, dedicados

integralmente ao Santos, Edson Arantes do Nascimento criou milésimas oportunida-des: mais de mil gols na carreira, mais de mil gols pelo clube e mais de mil atuações com a camisa 10. Segundo o atleta, no iní-cio houve a chance de ir para o Rio, mas acertou com o Santos. “Deus queria que eu estivesse aqui”.

Pelé estreou na Vila em 1956, aos 16 anos e, em sua primeira partida, marcou o seu primeiro gol (sexto do jogo) contra o Corinthians de Santo André. Em pouco tempo, seria ídolo de gerações em todo o mundo. “Assisti o nascimento do maior craque da história do futebol mundial. Eu

era torcedor de arquibancada e me acostu-mei muito mal a ver meu time ser campeão em tudo que participava”, relembra Luis Álvaro.

Edson tornou-se Pelé antes mesmo da maioridade. Assim como ele, seus compa-nheiros Clodoaldo, Pepe, Edu e Coutinho brilharam na idade juvenil reforçando a vocação santista em revelar novidades nos gramados. E quem colocar defeito e disser que falta ao jogador a medalha olímpica, ele explica: “Logo que comecei a jogar fui convocado para a seleção. Não ganhamos porque nunca disputamos, pois profissio-nais não podiam participar de Olimpíadas”.

Cinco anos após sua estreia, o atacante reinventaria o futebol numa partida contra o Fluminense no Maracanã (pelo torneio Rio - São Paulo). Aos 40 minutos do primei-ro tempo, após driblar vários adversários no meio-de-campo, a torcida chegou ao de-lírio quando a bola balançou a rede. Essa jogada, que ganhou uma placa de bronze instalada até hoje na entrada do estádio ca-rioca, ficou conhecida como ‘gol de placa’, origem da expressão utilizada até hoje.

“Não posso fugir dos dois mundiais, o milésimo gol, o gol de placa, o torneio de Carranza, torneio do México, a guerra que paramos.”

Pelé, sobre os momentos marcantes de sua carreira

A primeira aparição do menino Edson Arantes do Nascimento na Vila Belmiro e o milésimo gol do rei Pelé, no Maracanã

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14 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

história

No ano seguinte viria o gol de núme-ro 500 e a conquista do primeiro Campe-onato Mundial Interclubes, façanha que se repetiria no ano seguinte no Mundial de 63, quando o Santos perdeu o primei-ro jogo e precisava vencer o segundo por dois gols de diferença. O Milan vencia o primeiro tempo por 2 x 0 e, no intervalo, um repórter contou no vestiário do Peixe que o adversário estava com um banque-te preparado para comemorar ao final do jogo. Isso mexeu com os brios dos santistas que, determinados, marcaram quatro gols. Houve um terceiro jogo de desempate que culminou na vitória alvinegra, contou o ex--jogador Lima, numa das mesas-redondas do cruzeiro do centenário.

Em 1969, Pelé realizou novas façanhas em parceria com o Santos. Uma das mais memoráveis foi a interrupção da guerra civil entre Kinshasa e Brazzaville, no Con-go (África), para que ambas sediassem partidas. Pelé marcou oito gols em nove partidas e recebeu inúmeras homenagens. Assim que a delegação santista partiu, o conflito recomeçou. “O Santos viajava muito, só faltava jogar na Lua. No exterior, o Peixe apareceu depois do Pelé, mas, no Brasil, o clube já tinha sido campeão e eu o agradeço por ter me aceitado”, diz Pelé.

Nos últimos anos de contrato, na déca-da de 1970, o Santos enfrentava dificulda-des financeiras. Pelé aceitou atuar sem re-muneração para contribuir com o time que lhe abriu as portas do mundo. “Mesmo ele sendo o melhor do mundo, aceitou jogar de graça para ajudar a pagar o salário dos outros jogadores”, salienta o presidente.

Três eras de meninosA geração dos Meninos da Vila, que des-

de 2006 nomeia o centro de treinamento das categorias de base, ao contrário do que muitos pensam não surgiu com Diego e Robinho. Após a Era de Ouro, o Santos ain-da passava por problemas financeiros. Sem verba para investir em nomes consagrados, o então técnico Chico Formiga profissiona-lizou garotos da base. A aposta, em 1978, na primeira geração dos Meninos da Vila destacou Juary e Pita, que se consagraram vencedores do Paulistão.

No início dos anos 2000, quando o clube precisou fazer de um limão uma limonada,

O garoto Wesley, da categoria Sub 11, com a taça de Campeão Paulista

2011; na página ao lado, a equipe completa do Sub 11 e, abaixo, o time

da Sub 17, campeões de 2009. Os novos meninos já colecionam títulos

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o técnico Emerson Leão investiu, nova-mente, nos talentos da base. Apresentou os memoráveis Alex, Elano, Renato, Paulo Al-meida, além da dupla Diego e Robinho. Em 2002, após 18 anos de jejum, o Peixe voltou a comemorar a vitória do campeonato bra-sileiro sobre o Corinthians por 3 x 2.

A terceira geração é liderada por Juni-nho e Paulinho, que levou o Santos a um torneio do outro lado do globo. Não identi-ficou? E se falarmos em Neymar e Ganso? “O Santos é o time dos meninos e o torce-dor sabe que quando não temos meninos em campo, não vencemos”, explica Armê-nio Neto.

ComandoA atual diretoria soma importantes con-

quistas para o Peixe nestes três anos de ges-tão. Dois campeonatos Paulistas, Copa do Brasil, Libertadores, sem citar o segundo lugar no Mundial Interclubes, que, para muitos torcedores, vale como primeiro lu-gar por ter disputado contra o Barcelona. Em 2010, a diretoria repatriou por seis me-ses o ídolo das pedaladas, Robinho, e man-teve Neymar no elenco até a próxima Copa.

O gerente de marketing diz que a ideia é manter os investimentos na formação de novos craques para os próximos cem anos. “Vamos manter o que está no DNA do Pei-xe, que é a liderança a partir dos meninos, a partir desse espírito de criatividade, inova-ção, coragem e ousadia, onde substituímos a experiência pelo talento”.

Nomes já despontam como possíveis apostas do amanhã: Rodrigo, do Sub 11; Jairo, do Sub 13; Douglas Abner, do Sub 15, o goleiro Guido, do Sub 17 e Vitor Andra-de, também do Sub-17, que diz: “Espero ser essa nova geração junto com a molecada que está aqui comigo.”

Robinho, PH Ganso e Neymar,a nova safra de craques

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Torcida santásticaAlém da grande massa de torcedores

avulsos, o Alvinegro possui torcidas or-ganizadas, sendo dez reconhecidas no site oficial do clube. As principais são a Torcida Jovem, que, em mais de trinta anos, uniu mais de vinte mil integrantes em suas se-des na capital e litoral, e a Sangue Jovem, fundada há 23 anos na cidade.

O Santos tem um público diferente, apaixonado, comprometido com as glórias e envolvido com o time que se reinventa e inova dentro e fora de campo. Tanto que nem os quase 400 km que separam Bauru de Santos impedem a torcedora Camila Rodrigues de vir assistir jogos no Alçapão. “Ir à Vila Belmiro é muito prazeroso. Es-tar com outros torcedores é como estar em casa, em família. Vou para torcer pelo meu time e nem precisa ser um jogo decisivo”.

O fotógrafo Leandro Amaral acompa-nha com frequência a equipe, inclusive em jogos internacionais. Em 2011, acom-panhou o clube no Uruguai (Libertadores) e Japão (Mundial). Nem mesmo os altos custos da viagem o fizeram desistir de ir ao outro lado do planeta. “Quando o Santos

entrou para a final, as lágrimas corriam de emoção. Mesmo com a derrota, faria tudo de novo. Perdemos para o atual melhor do mundo, não fomos humilhados”.

A família Pierin tem motivos em dose dupla para festejar este momento. Carlos Pierin, o ex-goleiro Lalá, experimenta pela segunda vez a condição de ídolo, embora dessa vez não como jogador e sim como alguém que ajudou a construir o Santos que celebra o centenário. “Poder reviver momentos de glória em uma mesma vida é um presente que nem todos podem ter”.

Filho de Lalá, Gabriel Pierin pulsa pelo Leão do Mar, tanto que se dedicou a pro-duzir um livro com abordagem dos quatro primeiros anos do Santos, o Santos Foot--Ball Clube - O nascimento de um gigante. Como não poderia deixar de ser, a emo-ção também se manifesta às vésperas do centenário. “Presenciar e participar desse momento propicia experimentar a nossa própria existência. Principalmente quando esse fato é uma festa, uma comemoração de algo construído para o bem e para a alegria de milhões de pessoas e para uma grande cidade como a nossa.”

Alçapão ferve em dias de jogo na famosa Vila Belmiro

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Século memorávelO centenário santista contou com mui-

tas atrações, entre elas, o lançamento na Vila Belmiro do livro Santos FC - 100 anos de Futebol Arte, de Odir Cunha, única obra reconhecida pelo clube como oficial para a data. Para o vice-presidente Odílio Rodri-gues, “a qualidade do material, fotografias e conteúdo está compatível com a riqueza da nossa história e da nossa tradição”.

A publicação destaca os melhores joga-dores deste século, traz depoimentos de he-róis do campo, dirigentes, e de torcedores ilustres e desconhecidos que também inte-gram essa festa. “Listei sozinho a seleção de ouro e prata do Santos. Claro que fui injus-to, pois é impossível escolher os favoritos de um time com tantos craques”, diz Odir.

Um dos depoimentos da torcida anô-nima emplacado no livro é o da bancária Larissa Luz, santista fanática. O site oficial do clube publicou que as trinta melhores narrativas enviadas por torcedores fariam parte deste volume. “Contei sobre o Bra-sileirão de 2002. Tinha 18 anos e esperei a minha vida toda para presenciar essa con-quista. Quando finalmente aconteceu não

Curiosidades • O Santos registra cerca de 80 atletas que atingiram a marca superior a 200

gols. Entre as maiores: Pelé com 1.106 (oficiais), seguido por Pepe, com 750, e Zito, com 727 balanços na rede.

• O maior público para qual o Peixe jogou foi em 1963, quando o Santos venceu o Milan na final do Mundial, no Maracanã, perante 132.728 pessoas.

• Nos primórdios do futebol amador, como os atletas não eram remunera-dos e os clubes não tinham patrocínio, os jogadores desempenhavam várias funções como a de treinador e dirigente. Havia também a dificuldade de obter materiais esportivos, importados, pois a indústria no Brasil ainda era nascente.

Torcida comemora centenário na Praça das Bandeiras, em Santos

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história

comemorei, pois tinha passado por uma cirurgia três dias antes”, diz.

A santista soube que seu relato havia sido escolhido quando a editora enviou um comunicado. “É muita emoção saber que consegui eternizar um momento meu no livro do centenário. Enviei sem muitas expectativas. Achei que deveria ter conta-do sobre como conheci o jogador Pepe, em 1998, quando meu pai adquiriu um aparta-mento dele e ele me convidou para conhe-cer a sua sala de troféus.”

Ainda para os festejos, o Memorial das Conquistas terá, até o final de abril, a ex-posição inédita da Taça Bola de Ouro, con-quistada por conta do título do Paulistão de 1965. Por ser uma das taças mais valio-sas do Brasil, voltará ao cofre da Vila ao término das atividades.

Outra novidade é o programa de asso-ciação, que visa agregar cem mil sócios em dois anos, agora chamado Sócio Rei. Os benefícios e vantagens já característicos do ‘Multiplicação dos Peixes’ serão mantidos. O principal incremento feito para o Sócio Rei inclui a aquisição de experiências, que poderá ser solicitada a partir da troca de pontos acumulados pelo sócio. Armênio Neto explica que a ideia é “promover sen-sações que o dinheiro não compra como estar ao lado de seus ídolos”.

Já o mistério do famoso armário de Pelé no vestiário, trancado pelo atleta logo após sua partida de despedida, ainda não será revelado. O que está lá dentro, só ele sabe. Reza a lenda que é algo para dar sorte à equipe. A julgar pela quantidade de mo-tivos que o Peixe tem para festejar, parece que funcionou, entende?

Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, Geraldo Alckmin e Pelé nas comemorações do centenário, na Vila. Abaixo, o craque Neymar

* Parte das delarações contidas no texto foram obtidas durante entrevista coletiva

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22 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

história

Projeto pioneiro de canais do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito eliminou os focos das doenças do início do século XX , e mudou a

imagem urbana de Santos, hoje um exemplo de saneamento

Por Luciana Sotelo

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100 anos do esgoto santista

Num piscar de olhos, os resíduos orgâ-nicos produzidos pela população se esva-em pelos canos domésticos. Também vão pelo ralo os resíduos da pia e do banho. Tudo parece simples quando se tem uma rede de esgoto. Mas nem sempre foi assim. No passado, grande parte da população santista foi dizimada por doenças causa-das pela falta de saneamento básico. Febre

amarela, cólera, leptospirose, varíola, peste bubônica, tétano e, principalmente, a tuber-culose, eram moléstias comuns na segunda metade do século XIX. O cenário era assus-tador. De acordo com relatos históricos, em 1901 a população da cidade girava em tor-no de 45 mil habitantes. Entre 1890 a 1904, morreram em Santos pouco mais de 22.500 pessoas, ou seja, mais da metade do total.

A usina pioneira do saneamento santista, projetada pelo engenheiro Saturnino de Brito, e a nova Usina Terminal. Passado e presente em harmonia

Os

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23Beach&Co nº 118 - Abril/2012

Nem o principal porto do Brasil, nos tempos áureos do café, conseguiu se livrar do estigma da morte. O cais santista ficou conhecido como Porto Maldito. “Mesmo sendo a principal porta de entrada, nem mesmo as tripulações queriam desembar-car aqui com medo de ser mais uma víti-ma da falta de condições dignas. A própria Cruz Vermelha tinha um posto fixo na re-gião, por conta da quantidade enorme de doenças existentes por aqui”, relata o su-perintendente da Sabesp Baixada Santista, João Cesar Queiroz Prado.

Urgia uma solução, pois, sem redes de esgoto, todos os resíduos domésticos aca-bavam nas ruas, a céu aberto, um ambiente perfeito para a proliferação de doenças de veiculação hídrica.

Em 1905, um grande expoente da en-genharia sanitária chegou a Santos para assumir a chefia da Comissão de Sanea-mento, departamento criado pelo governo estadual da época. No comando do órgão, o engenheiro Saturnino de Brito projetou e implantou os sistemas de drenagem de águas da chuva, através dos canais, e tam-bém o de esgotamento sanitário. O projeto foi baseado no modelo de separação abso-luta das águas pluviais das águas servidas. O programa foi baseado no princípio da separação das águas de rios e córregos das águas servidas. “Essas invenções foram um marco na história de Santos e do Brasil, pois Saturnino conseguiu sanear a cidade pondo um fim ao caos na saúde pública e valori-zando a qualidade de vida dos moradores”, explica o superintendente da Sabesp.

A obra começou pelos canais. O primei-ro a ser entregue foi o canal 1, na Avenida Pinheiro Machado, que entrou em funcio-namento em 1907. Os canais tinham como finalidade drenar áreas encharcadas sujei-tas a inundações, evitando a água parada e risco de novas epidemias.

Os demais canais foram sendo entre-gues nesta sequência:

•Canal 2 - Avenida Bernardino de Campos (1910);

•Canal 4 - Avenida Siqueira Campos (1911);

•Canal 7 - Avenida Francisco Manoel (1911);

•Canal 9 - Avenida Barão de Penedo (1911);

•Canal 8 - Avenida Moura Ribeiro (1912);

•Canal 6 - Avenida Coronel Joaquim Montenegro (1917);

•Canal 3 - Avenida Washington Luis (1923)

•Canal 5 - Avenida Almirante Cochrane (1927).Mesmo sem a totalidade dos canais

prontos, em 1912, o projeto do sanitarista

O sanistarista Saturnino de Brito projetou e implantou o sistema de

captação de águas da chuva, através dos canais de drenagem

Santos detém título de primeira cidade do ranking de saneamento, com índices de 99% de coleta e 100% de tratamento, atribuído pelo Instituto Trata Brasil

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24 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

história

Saturnino de Brito estava praticamente concluído, o que compreende também os 66 km de coletores de rede, 15 km de emis-sário, 10 estações elevatórias e a usina ter-minal, localizada no bairro do José Menino, onde um equipamento complexo canaliza-va todo o esgoto que, a seguir, era bombea-do até a Ponta de Itaipu, em Praia Grande, para ser lançado ao mar.

É justamente esse sistema de esgota-mento sanitário que, no próximo dia 25 de abril, completa 100 anos em operação. “Saturnino conseguiu transformar a cida-de, considerada então como uma das pio-res em relação a saneamento, na melhor do Brasil”, explica o superintendente, referin-do-se ao título que hoje ostenta de primei-ra cidade do ranking de saneamento, com índices de 99% de coleta e 100% de trata-mento, atribuído pelo Instituto Trata Bra-sil, que analisa os municípios com mais de 300 mil habitantes. São avaliados além do esgotamento sanitário, os investimentos, atendimento em abastecimento de água e o índice de perdas.

Ponte PênsilConstruída em 1914, a Ponte Pênsil em

São Vicente também faz parte do sistema de esgotamento sanitário criado pelo enge-nheiro sanitarista Saturnino de Brito. Ela começou a ser projetada em 1910, tendo como objetivo conduzir o esgoto coletado nas cidades de Santos e São Vicente para lançamento no Oceano Atlântico, na Pon-ta de Itaipu, em Praia Grande. Desde sua construção, a ponte sempre foi utilizada para travessia de pessoas e veículos. Em 1982, foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arqui-tetônico (Condephaat). Ela é considerada um símbolo do desenvolvimento do litoral

A Sabesp restaurou três estaçõeselevatórias históricas. Acima, a Tomé de Souza, em São Vicente, cedida para a prefeitura local para implantação da gibiteca pública Mauricio de Sousa. Ao lado, a do Porto

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25Beach&Co nº 118 - Abril/2012

paulista, além de ser o principal cartão pos-tal de São Vicente.

De 1912 para cá, foi preciso ampliar o sistema de Saturnino para atender as novas demandas. A Usina Terminal funcionou até 2010, quando foi desativada, e passou por ampliação e reforma com investimen-tos do Programa Onda Limpa. Diz João Cesar: “Isso gerou um aumento de capaci-dade, passando de 3.500 litros por segundo para 5.300 litros por segundo, captando to-dos os esgotos da Ilha de São Vicente, ou seja, Santos e São Vicente insular”.

Três grandes obras foram feitas. Primei-ro foi o Interceptor Oceânico. Trata-se de uma espécie de túnel localizado ao longo da orla da praia de Santos. Sua função é transportar os esgotos para a Estação de Precondicionamento de Esgotos (EPC). A EPC foi a segunda obra. A estação foi implantada no bairro do José Menino, ao lado da antiga Usina Terminal. Esse equi-

pamento é responsável pelo tratamento do esgoto. Ele remove o material sólido e o flutuante. O sistema é composto por quatro unidades, como explica o superintendente da Sabesp na Baixada Santista: “O gradea-mento, que retira os sólidos grosseiros; pe-neira, para retirada dos sólidos finos; caixa de areia, para remoção da areia, e a clora-ção, para desinfecção do esgoto”.

Há ainda o Emissário Submarino, ergui-do com o propósito de conduzir os esgotos a uma distância de 4 mil metros mar aden-tro. Ele tem início na praia do José Menino, ao lado da ilha Urubuqueçaba. Atualmente, a distância foi estendida para 4.450 metros.

A Sabesp hoje é uma empresa de solu-ções ambientais; todas as suas atividades são orientadas para a melhora da qualidade de vida da população. “Por isso, nossos inves-timentos são focados no aumento do índice de coleta e tratamento de esgoto de todas as cidades da Região Metropolitana da Baixada

Saturnino de BritoFrancisco Rodrigues Saturnino de Brito nasceu em

Campos, Rio de Janeiro, em 1864. Formado em engenharia civil pela antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, foi o engenheiro sanitarista brasileiro que realizou alguns dos

mais importantes estudos de saneamento básico e urba-nismo em várias cidades do país. Foi eleito pelo congresso da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Am-biental, por unanimidade, como Patrono da Engenharia Sanitária Brasileira.

João Cesar Queiroz Prado, superintendente da Sabesp

Obra exibe feitos de Saturnino de Brito Uma pintura intitulada Saneamento de San-

tos - 100 anos das obras do engenheiro Saturnino de Brito, do artista plástico Ademyr Costa, fará parte das comemorações. O mural azulejado vai integrar o complexo da Usina Terminal, no José Menino.

Com um total de 340 azulejos pintados com tinta corante para cerâmica, a obra tem 3 metros de largura por 4m de altura e exibe os principais momentos da trajetória do saneamento e esgo-tamento na região. “Desenvolvi o enredo de forma moderna, baseado nos grandes feitos do engenheiro Saturnino de Brito”, disse o artista.

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26 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

história

Santista”, declara João Cesar. Com as am-pliações, é importante destacar que o sistema de esgoto da Ilha de São Vicente ficou desa-fogado e as praias iniciaram a recuperação da balneabilidade.

Centenário do sistemaPara marcar a importante data, a Sa-

besp entrega restauradas três estações ele-vatórias históricas (Tomé de Souza, Porto e Conselheiro Nébias), a Usina Terminal e uma unidade de prevenção (local para manutenção de equipamentos). Essas uni-dades, que receberam investimentos de R$ 4,3 milhões em obras, fazem parte do pro-jeto do engenheiro Saturnino de Brito inau-gurado no dia 25 de abril de 1912.

A Estação Elevatória Tomé de Souza, em São Vicente, foi cedida para a prefeitu-ra local para implantação da gibiteca pú-blica Mauricio de Sousa, um espaço cultural e histórico. “Essas restaurações são para a preservação da história do saneamento na Baixada Santista. Foram equipamentos que duraram praticamente 100 anos, represen-tam um marco na história internacional do saneamento. Fazem parte da alma santis-ta, principalmente por terem viabilizado o crescimento econômico da região e do por-to”, orgulha-se o superintendente.

João Cesar conta ainda que foram obras de difícil execução pois necessitavam de mão de obra especializada, inclusive com a confecção manual de azulejos e prospecção para detecção do tipo certo de materiais e cores de tintas específicas utilizadas na época. “Isso faz com que a obra demore três vezes mais tempo para ser executada. Po-rém, o resultado final é o que importa”.

Unidade de prevenção, também restaurada, faz parte do conjunto de obras de Saturnino tombado pelo Patrimônio Histórico

Palácio Saturnino de BritoA história da trajetória do sanea-

mento pode ser conhecida em visita ao Palácio Saturnino de Brito, um dos edifícios mais bonitos de Santos. Construído no final do século XIX para sediar a Comissão de Sanea-mento do município, o prédio sede da Superintendência da Unidade de Negócios da Sabesp na Baixada Santista tem escadaria em mármore, emoldurada por imponente vitral multicolorido, que retrata a escalada da Serra do Mar pelos bandeirantes.

No local, o visitante pode conferir de perto imagens dos canais de drena-gem na época da inauguração, além de peças curiosas, móveis, equipa-mentos e projetos originais do enge-nheiro sanitarista Saturnino de Brito.

Tombado pelo Condephaat em 2003, o local fica aberto de terça a do-mingo, das 11h00 às 17 horas, e é uma das estações de parada do bondinho que percorre os principais pontos tu-rísticos de Santos. O endereço é Ave-nida São Francisco nº 128, no centro de Santos. A entrada é gratuita.

Veja o vídeo desta reportagem no link:www.costanorte.com.br/saneamentosantos

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30 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

turismo

Parte da rica cultura dos nossos povos indígenas, representada por cinco etnias, pode ser admirada

mais uma vez no Festival Nacional da Cultura Indígena, em Bertioga

Da redaçãoFo

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Cores do Brasil

O Parque dos Tupiniquins e a Praça de Eventos da Praia da Enseada, em Bertioga, abrigam até o dia 21 deste mês, o Festival Nacional da Cultura Indígena, iniciado dia 19, com a participação de cerca de 250 indígenas representan-tes das etnias Mamainde, de Rondônia; Kaiapó, do Pará; Xambioá, de Tocantins; Kisedje, do Mato Grosso, e Guara-ni, de Bertioga.

Das etnias vindas do Norte e Centro-Oeste, com exce-ção da Kaiapó, as demais participam pela primeira vez do festival no município. Cada uma trará 40 integrantes, já a anfitriã Guarani participa com 100 representantes.

O complexo montado no Parque dos Tupiniquins con-ta com tenda cultural, arena com capacidade para, apro-

Artesanato guarani dentre os muitos produtos indígenas expostos no festival

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ximadamente cinco mil lugares, e espaço para a feira de artesanato, onde são expostos e comercializados trabalhos de todas as etnias.

Dentre as atrações do evento, o Fórum Social Indígena, com palestras e discussões sobre questões relacionadas à Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvol-vimento Sustentável-, que tem por objetivo relembrar e renovar o engajamento dos líderes mundiais com o desen-volvimento sustentável do planeta, com enfoque para as comunidades indígenas.

A programação completa inclui apresentações culturais e esportivas como arco e flecha, futebol de cabeça, corrida de tora, além de culinária e música. O cerimonial de en-cerramento será às 20 horas do dia 21. A expectativa dos organizadores é de que este ano o evento receba entre 50 mil a 100 mil visitantes durante os três dias.

Cerimônia tradicional de abertura da festa

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meio ambiente

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35Beach&Co nº 118 - Abril/2012

Documentário aborda a interação do homem com o santuário ecológico Laje de Santos e suas espécies

marinhas, e a necessidade de se apoiar ações de preservação de muitas delas, já em fase de extinção

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Laje dos SonhosO filme

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36 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

meio ambiente

Aproximadamente 40 km, ou cerca de uma hora e meia de barco, separa a Laje de Santos da ponte Edgard Perdigão, na Ponta da Praia, em Santos. Distância que pode ser minimizada agora, com a produ-ção do documentário Laje dos Sonhos, que, de certa forma, nos aproxima deste santu-ário ecológico.

“O objetivo principal do documentário é trazer a Laje de Santos até o continente, até nós. É mostrar o local a quem não tem acesso a ele fisicamente, mas também ilus-trar e fomentar a paixão daqueles que já frequentam o parque. Mostrar sua impor-tância do ponto de vista da preservação,

voltando o foco também à importância de ampliarmos as áreas de proteção e criar-mos novas unidades de conservação mari-nhas”, explica Ana Paula Balboni, mergu-lhadora e diretora-presidente do Instituto Laje Viva, organização não governamental, criada em 2003, que tem como objetivos principais desenvolver e apoiar ações de preservação e proteção do Parque Estadual Marinho Laje de Santos.

O filme, produzido pela ONG, tem 52 minutos de duração e foi rodado duran-te 22 dias. A exibição está prevista para a primeira quinzena de maio. No cine Roxy, em Santos, dia 10, e no MIS - Mu-

Por Gisela Bello

A maior espécie de arraia do mundo, a arraia-jamanta, visita o PEMLS todos os anos no período do inverno, com pico na primeira quinzena de julho

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37Beach&Co nº 118 - Abril/2012

seu da Imagem e do Som, em São Paulo, no dia 15. Depois do lançamento serão produzidos dois mil DVDs para ser dis-tribuídos em escolas, secretarias de estado e secretarias municipais de turismo, cul-tura e meio ambiente. A ideia seguinte é fazer um projeto itinerante, levando o fil-me para cidades do interior do estado de São Paulo, e até mesmo a outros estados. A ideia de fazer o documentário partiu da diretora financeira da ONG, Paula Roma-no, que também é mergulhadora. “Era um

Exibição do documentário está prevista para a primeira quinzena

de maio. No cine Roxy, em Santos, dia 10, e no MIS - Museu da Imagem

e do Som, em São Paulo, no dia 15

Barcos de operações de mergulho, credenciados pelo Parque, são constantes no entorno da Laje de Santos. Em cada barco é obrigatória a presença de um monitor ambiental subaquático

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38 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

meio ambiente

sonho conseguir transmitir através de uma obra audiovisual toda a beleza, riqueza e importância da Laje de Santos para a pró-pria cidade, para o estado de São Paulo e para o Brasil. E esse sonho está se concreti-zando agora”, diz.

A direção do documentário é assinada pela produtora audiovisual Raquel Pelle-grini. Ela diz: “Queremos emocionar. Não se trata de um documentário científico, focado nas espécies que habitam a Laje e, sim, como um grupo de pessoas apaixona-das pelo mergulho concentrou toda essa paixão num só lugar, num lugar que eles consideram mágico. O documentário tam-bém quer mostrar o que a Laje representa na vida dos mergulhadores que ganham a vida por conta dela”.

A Laje e sua biodiversidade Segundo Ana Paula Balboni, a biodi-

versidade na Laje de Santos está entre as mais ricas do país. “Só de espécies de pei-xe, são 196 catalogadas. Neste ano de 2012 devemos submeter projeto em prol do re-gistro de duas espécies novas que já foram observadas no local e que ainda não estão na lista. As aves marinhas são outras 30 espécies ou mais, entre as residentes e as visitantes”, conta.

José Edmilson de Araújo Mello Júnior, gestor do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, completa: “Há ainda 64 projetos de pesquisa registrados na Comissão Téc-nica Científica (Cotec), em andamento e já concluídos, dentre eles projetos sobre aves, cetáceos, entre outros”.

O atobá está entre as aves marinhas presentes na Laje de Santos, que somam 30 espécies ou mais, entre as residentes e as visitantes

Visitas monitoradasA compra de ingressos para

visitar a Laje de Santos pode ser feita na sede administrativa do parque, que fica na Av. Barto-lomeu de Gusmão, 194, Ponta da Praia, em Santos/SP. Pode-se também comprar diretamente com as operadoras de mergulho credenciadas ou com os monito-res ambientais.

O telefone da sede do parque é (13) 3261 3445, e-mail [email protected] e sites www.fflorestal.sp.gov.br e www.ambiente.sp.gov.br.

Para denunciar irregularidade ao PEMLS ligue para o disque denúncia da Polícia Ambiental: (13)3341 6145 ou para a sede do parque.

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Proibido fazer barulho Além de ganhar um documentário

sobre suas diversidades, o PEMLS, ge-renciado pela Fundação Florestal, órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambien-te do estado de São Paulo, também foi transformado em área de exclusão per-manente para atividades de prospecção sísmica de petróleo e gás. Por meio da Instrução Normativa Conjunta nº 2, do Ibama/ICMBio, do dia 21 de novembro passado, o governo federal vetou esse tipo de atividade em algumas áreas do litoral brasileiro. No litoral paulista, de Bertioga à divisa com o Paraná, também é proibido fazer barulho. Na região, a medida tem como objetivo proteger os mamíferos marinhos da poluição sonora.

José Edmilson de Araújo Mello Jú-nior, gestor do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, explica que as ativi-dades de prospecção sísmica de petróleo e gás são realizadas por navios sísmicos que se utilizam, por exemplo, de ca-nhões de ar, que emitem ondas sonoras. Essas ondas podem ocasionar, nos cetá-ceos, desorientação, afastamento da rota e até embolia. Com isso, eles também acabam encalhando. Além disso, os ani-mais podem sofrer alterações dentro do organismo.

“A pesca já foi muito mais irregular do que é hoje. Com o monitoramento do Programa de Rastreamento de Embarca-ções Pesqueiras (Preps) e com as fiscali-zações mais rotineiras, conseguimos ter

um controle maior da área”, diz Júnior. O parque conta com dois técnicos

responsáveis pela atividade rotineira de proteção e fiscalização, e apoio de um funcionário da Área de Proteção Am-biental Marinha Litoral Centro (APA-MLC), além de um funcionário do Par-que Estadual Xixová-Japuí (PEXJ).

As operações de fiscalização são re-alizadas em conjunto com a Polícia Mi-litar Ambiental e periodicamente com apoio do Ibama e Policia Federal. Desde 2004 as ações de proteção e fiscalização ocorrem na Unidade de Conservação. O resultado já pode ser visto hoje, com a presença intensa de peixes de passagem e peixes recifais, aumentando assim a biodiversidade marinha do parque.

Risco de extinçãoA presidente da ONG também aborda

o risco de extinção de algumas espécies. Segundo ela, a tartaruga de pente, espé-cie que foi muito caçada, no passado, pois de seu belíssimo casco, todo desenhado, faziam-se pentes, é uma das ameaçadas. O mero, assim como a garoupa, também cor-re risco. “Existem também algumas aves marinhas ameaçadas, como o trinta-réis--de-bico-vermelho e o trinta-réis-de-bando. O albatroz-de-nariz-amarelo é uma das es-pécies de aves marinhas consideradas em alto risco de extinção”, diz Ana Paula.

A tartaruga de pente é uma das espécies ameaçadas

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meio ambiente

Mas as que mais se destacam no alvo da extinção são as arraias-jamantas (Man-ta birostris), espécie que é a vedete da Laje de Santos. Ana Paula explica que animais dessa espécie possuem hábitos migratórios, visitam o PEMLS todos os anos no período do inverno, com pico na primeira quinze-na de julho. É a maior espécie de arraia do mundo, chegando a medir sete metros de envergadura e a pesar duas toneladas. Cada fêmea dá à luz apenas um filhote a cada três anos aproximadamente, por isso sua repro-dução é muito lenta e a espécie não suporta pressão de pesca. No ano de 2011, a espécie foi recategorizada como “vulnerável à ex-tinção” na lista vermelha da IUCN - Inter-national Union for the Conservation of Nature and Natural Resources. “São raros os pontos de mergulho em todo o mundo onde se

pode observar as arraias-jamantas com re-gularidade, o que faz da Laje de Santos um ponto singular na América do Sul e um dos raros ao redor do mundo”, enfatiza o gestor do parque marinho.

A maior parte das espécies de mamífe-ros marinhos são animais de passagem nas mais diversas localidades, na medida em que migram atrás do alimento (zooplanc-ton e cardumes de pequenos peixes) e de locais calmos para procriar e descansar. Na Laje de Santos, os mamíferos marinhos têm maior incidência no verão, época em que os cardumes de sardinhas chegam aos ar-redores. Passam por lá as baleias de bryde, baleias mink, franca e jubarte, e algumas espécies de golfinho, como o pintado do Atlântico e o golfinho comum e, mais raro, o nariz-de-garrafa.

Os mergulhadores consideram a Laje de Santos um lugar mágico

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especial

“Se você descer a serra/ Você vai ver/ Um lugar tão lindo/ Chamado Caraguá/ Cheio de cachoeiras e o mar/ Um morro tão alto chamado

Santo Antônio/ Asa Delta lá em cima dá pra ver...”.

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Por Bruna Vieira

Esta é a descrição da cidade de Caragua-tatuba feita pelo compositor Tom Ferreira, na versão musical do grupo Bicho da Costeira. A canção faz sucesso há pelo menos duas déca-das, mesmo após a morte do compositor, que liderava a banda de estilo reggae- praiano.

No final, a letra da música diz assim: “O povão de Caraguá é o maior astral”. Verdade! São 155 anos de muita alegria e hospitalidade por parte dos moradores desta cidade conhe-cida como “Princesinha do Litoral Norte”. E motivos não faltam para comemorar o ani-versário de Caraguá neste dia 20 de abril.

Caraguá está em evidência no cenário na-cional. A mais recente grande conquista foi a 6ª colocação no índice de excelência em ges-tão fiscal dentre as 5.266 cidades do Brasil e a 4ª no estado de São Paulo.

O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), ranking divulgado recentemente pela Fede-ração das Indústrias do Rio de Janeiro, mediu itens como receita própria, gasto com pesso-al, liquidez, investimentos e custo da dívida, tendo como base os dados oficiais declarados pelos municípios em 2010, com informações comparativas entre os anos de 2006 e 2009.

Outra pesquisa da IFGF divulgada no fi-nal de 2011, considerou Caraguá como a 30ª cidade do Brasil com índices de alto desen-volvimento nas áreas de emprego e renda, educação e saúde.

O alto nível de desenvolvimento deve-se aos investimentos em políticas públicas e pri-

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vadas na cidade, tais como a duplicação da Rodovia dos Tamoios, adequação da UTGCA - Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (Petrobras) e ampliação do porto de São Sebastião.

Destaque para o recém inaugurado Serra-mar Parque Shopping, maior centro de com-pras do litoral norte, que gerou centenas de empregos em suas mais de 100 lojas, praça de alimentação, quatro salas de cinema (duas com sistema em 3D), internet gratuita e 1.250 vagas no estacionamento. Nos últimos quatro meses, este tem sido o local mais visitado e badalado da cidade.

O novo espaço de lazer e compras é re-sultado de investimento de R$ 70 milhões do Grupo Serveng-Civilsan, que há 40 anos está presente em Caraguatatuba.

Rodovia dos TamoiosA Dersa (Desenvolvimento Rodoviário

S.A.) divulgará em breve a empresa vence-dora para a execução das obras da dupli-cação da Rodovia dos Tamoios, trecho de planalto, previstas para ser concluídas em 20 meses. Das 27 empresas que concorrem à licitação, 16 delas estão organizadas na forma de consórcios.

O trecho de planalto da rodovia compre-ende entre o Km 11,5 e o Km 60,48, percor-rendo os municípios de São José dos Cam-

pos, Jacareí, Jambeiro e Paraibuna. A via é um dos principais acessos dos turistas ao litoral norte e também importante ligação desta região litorânea com o interior do es-tado e Vale do Paraíba.

A duplicação da Tamoios, que opera em pista única em quase todos os seus 80 quilômetros entre São José dos Campos e Caraguatatuba, proporcionará melhor qua-lidade operacional, elevando o nível de se-gurança do trecho. Assim, atende a deman-da de turistas e também a demanda urbana de moradores e trabalhadores da região.

As obras de engenharia do trecho do pla-nalto estão estimadas em R$ 775 milhões. A previsão do governo estadual é que o tre-cho esteja duplicado até novembro de 2013. O prefeito de Caraguá Antônio Carlos da Silva diz-se feliz com a conquista que bene-ficia de forma direta a cidade, mas afirmou à imprensa que não começaria a duplicação pelo trecho de planalto e, sim, pelos novos contornos de pistas em Caraguatatuba e São Sebastião, para desafogar o trânsito. Segundo a Dersa, os contornos serão feitos por meio de PPP - Parceria Público Privada.

O novo shopping é o maior centro de compras do litoral norte, com mais de 100 lojas, cinemas e praça de alimentação

Serramar Parque Shopping

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especial

O projeto arquitetônico contempla o clima e a geografia da região. É térreo, com pátios in-ternos, muita área verde e aproveitamento de recursos naturais como vento e água da chuva.

O divertimento é garantido, além dos ci-nemas, pelo parque com brinquedos e jogos para crianças e adolescentes. O empreendi-mento ainda oferece um hipermercado.

Neste mês, o shopping dispõe de dois atrativos temporários, o minigolfe com cir-cuito de nove pistas de níveis diferentes; e o Cine 6D, que oferece ao telespectador a possi-bilidade de vivenciar a experiência do vento, chuva, cheiros, movimento, e ficar com gosti-nho de quero mais.

Em ambiente ao ar livre, a administração municipal deve entregar este ano o Boulevard da Prainha com vista para a Pedra do Jacaré. Será mais uma opção de lazer para os finais de tarde e passeio em família. Terá espaço para idoso, mirante para a praia, playground, grande arborização e fonte interativa na qual as crianças poderão brincar dentro da água.

Próximo à Prainha, encontra-se a praia mais badalada da cidade, a Martim de Sá. Du-rante todo esse verão, a praia tem atraído os amantes do slackline, um esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon, estreita e flexível, pra-ticado em altura. Atividade desafiadora e que atrai os olhares de quem passa pela região.

UTGCAA Unidade de Tratamento de Gás

Monteiro Lobato (UTGCA), localizada em Caraguatatuba, opera diariamente 9 milhões de metros cúbicos de gás natural. Após as obras de ampliação, que começa-ram em março, terá capacidade para pro-

cessar 20 milhões de metros cúbicos de gás natural a partir de 2014. A previsão da obra é de dois anos e, no seu pico, se-rão contratadas cerca de 700 pessoas.

A UTGCA tem papel estratégico para o fornecimento de gás natural ao merca-do brasileiro. A Unidade recebe gás de

três plataformas marítimas localizadas na Bacia de Santos, na costa dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Com as obras, a Petrobras prepara a unidade para receber o gás natural com maior conteúdo de frações pesadas proveniente de outros campos localizados no pré-sal.

Um dos muitos recantos paradisíacos de Caraguatatuba

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Celeiro de talentos, cultura

Terra do poeta Afonso Schmidt, Cubatão vive momento ímpar no setor cultural ao incentivar as manifestações

populares com a criação de novos espaços

Por Morgana Monteiro

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Rica por natureza, diferenciada pela voca-ção artística. A cidade que cresceu abraçada pela serra e pelo mar, deixou para trás uma história de poluição e vive hoje muito mais do que um renascimento: Cubatão é a própria maturidade. Aos 63 anos de emancipação político-administrativa, completados em 9 de abril, o município redescobriu-se em meio à efervescência cultural, e, ano após ano, firma--se como um grande celeiro de talentos.

Virtuoses da música, dança, literatura, te-atro, e muitos outros segmentos, circulam e se expandem, evidenciam o nome da cidade encantando as mais variadas plateias. Exem-plo disso são os chamados Corpos Estáveis de Cubatão, formados pela Banda Sinfônica & Cia. de Dança, Banda Marcial e Corpo Co-reográfico, Coral Zanzalá, Grupo Rinascita

de Música Antiga e Coral Raízes da Serra. Abrir portas foi o primeiro desafio desses

grupos. Buscaram refúgio na lei, executando um projeto inovador: são cerca de 300 artistas que recebem ajuda de custo do governo munici-pal, contam com uma equipe técnica de suporte e retribuem com projetos gratuitos, voltados para a comunidade. “Por meio de uma estru-tura ágil, essas equipes têm cumprido com re-aleza sua vocação primeira que é mostrar a arte de qualidade”, afirma o maestro Roberto Farias, coordenador dos Corpos Estáveis de Cubatão.

Novas gerações de músicos, regentes e bailarinos já dão continuidade à paixão pela arte e encontram nos projetos de formação oferecidos gratuitamente na cidade, oportu-nidade de crescimento. Locais como a Esco-la Técnica de Música e Dança, os Programas

palco de mudanças

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BEC - Banda Escola de Cubatão, Cubatão Sinfonia e a Banda Marcial Infantil, somam, juntos, quase 2 mil alunos. “É uma oportu-nidade incrível. Esses jovens têm acesso a um ensino de qualidade, sem pagar nada. A democratização da cultura é uma grande ferramenta para todo e qualquer município que deseja fomentar a arte no coração da sua comunidade”, comenta o maestro Marcos Sadao Shirakawa, coordenador do Programa BEC e regente da Sinfônica da cidade.

Terra da poesia A cidade que cresceu envolta pelo verde

que se espalha por grandes muralhas de até 700 metros de altura, também se mostra bela na literatura, a começar pelo seu filho mais ilustre, o poeta Afonso Schmidt. O vencedor do troféu Juca Pato foi o precursor de muitos outros escritores nascidos no sopé da serra.

A produção literária na cidade é intensa. Nos últimos cinco anos, pelo menos 15 auto-res cubatenses publicaram livros, perpetuan-do a verve literária da cidade. “As primeiras letras, assim como a primeira redação; a pri-meira braçada na piscina e o primeiro tom-bo de bicicleta; o primeiro baile e o primeiro beijo; o primeiro incentivo e o primeiro livro; tudo, tudo foi aqui em Cubatão. Não há como não me alegrar com a cidade que habita a mi-nha infância e quase minha vida toda. Cidade que deu a mim e a outros escritores a grande dádiva de situar-se no mundo através da lite-ratura”, delicia-se a escritora Mô Amorim, au-tora de A Nuvem Vermelha (2010, Ed. Adonis).

A tradição artística também está presente nos palcos. Não são poucos os grupos teatrais que surgiram e ainda aparecem em diferen-tes bairros. Um dos mais conhecidos é o Tea-tro do Kaos, criado em 1996. Insatisfeitos com o cenário da época, Lourimar Vieira, Marce-lo Ariel e Ricardo Oliveira decidiram criar a companhia. Pouco tempo depois, o grupo foi autorizado a ocupar um imóvel histórico

Acima, o Coral Raízes da Serra; ao centro, o espetáculo A Falecida, do

Teatro do Kaos, e ao lado, o Festival Cubatão Danado de Bom

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no Largo do Sapo, antigo porto geral de Cubatão. De uma lona de circo a um teatro de verdade, com quase 200 lugares, o “Kaos” er-gueu uma sala de espetáculos que hoje abriga peças teatrais vindas de todo o Brasil.

O Teatro do Kaos realiza, ainda, o Projeto Superação, voltado à qualificação profissional de jovens atores. Além de aprenderem as disciplinas obrigatórias, como em qualquer importante curso de tablado no país, antes mesmo da formação, os artistas já comparti-lham os conhecimentos, ministrando inicia-ção teatral a 400 estudantes da rede pública. A tese de conclusão do curso foi a montagem de A Falecida, baseada na obra de Nelson Ro-drigues, com direção de Nelson Baskerville, vencedor do Prêmio Shell 2012. A peça vai viajar por 15 cidades brasileiras. A bordo, os jovens atores cubatenses e o coração de Lourimar Vieira, idealizador do Kaos e do Su-peração. Ele diz que este é apenas um ensaio do primeiro ato dessa história: “Meu sonho é infinito! O segredo? Focar o objetivo, amar e fazer disso a razão de sua existência... O resto o universo se encarrega de fazer”.

Palco de mudançasAo mesmo tempo em que a cidade absorve

a intensa produção de seus artistas, a comu-nidade começa a reacender as manifestações populares, com o surgimento de novos es-

paços culturais. O Kartódromo Municipal se transforma em um pedaço do Nordeste com o Festival Cubatão Danado de Bom, atraindo até 65 mil pessoas em cinco dias de festa re-gados à música, culinária e cultura popular. Lugares como as praças Frei Damião, na Vila Nova, e da Independência, no Jardim Cas-queiro, abrigam concursos culturais, festivais de inverno, apresentações de teatro, cinema e circo. O pequeno palco construído na Praça da Cidadania, na Vila José, agora recebe apre-sentações de música e intervenções teatrais.

Mas o mais importante deles será entre-gue ainda este ano: o Centro Multimídia do Novo Parque Anilinas, no coração da cidade. Será um dos mais modernos equipamentos culturais da região, contando com dois cine-mas (200 lugares cada um), teatro (350 cadei-ras), hall de exposições e 6 salas de atividades artísticas. “Cubatão vive cada vez melhor. O município tem sido vanguarda em transfor-mar cultura em valor essencial, seja por meio da criação de novos espaços ou pela valo-rização de nossos artistas, que são muitos, inesgotáveis. A principal atração de nossa cidade ainda é o criador por trás da criação, o artista, são as pessoas”, garante a prefeita Marcia Rosa. O estado deve fazer o que é útil, ao artista cabe o que é belo: assim definia o escritor Oscar Wilde. E parece que ele estava mesmo certo.

O Centro Multimídia do Novo Parque Anilinas, no coração da cidade, será um dos mais modernos equipamentos culturais da região

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Grãos e cargas embalados em madeira precisam de cuidados especiais para viajar mundo afora

Por Luciana Sotelo

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Circulação garantida

Eles foram feitos para carregar todos os tipos de produtos, de norte a sul e de les-te a oeste. Circulam por diversas estradas nas carrocerias dos caminhões e cruzam os setes mares a bordo de navios. Os con-têineres são assim, práticos e versáteis. O que poucos sabem é que algumas das prin-cipais mercadorias que eles acondicionam necessitam de cuidados especiais durante o transporte. Sem um processo chamado de fumigação, grãos e cargas embalados em madeira (pallets) não poderiam circular

livremente pelo mundo.De acordo com o biólogo Denis Ramos

Rodrigues, diretor-presidente da empresa Santista Ambiental, fumigação é um trata-mento fitossanitário que evita a entrada de pragas florestais e vetores de um país para outro. “Consiste na aplicação de brometo de metila. O gás é injetado por sonda no interior do contêiner carregado, por meio das borrachas de vedação da porta”.

A fumigação mata qualquer tipo de pra-ga que respira. São utilizados 48 gramas de

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brometo de metila por metro cúbico, expli-ca o engenheiro agrônomo Wagner Pereira Farinha Jorge, da empresa Nikkey. “O pro-duto (grão ou madeira) tem de ficar expos-to ao gás por um período de 24 horas”.

No Brasil, o serviço é realizado por exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É este órgão que fiscaliza a atividade nos portos, por intermédio de fiscais agropecuários e, também, credencia as empresas autoriza-das a prestar esse tipo de atendimento. No âmbito federal, a Instrução Normativa nº4, de 6 de janeiro de 2004, funciona como um manual de procedimentos.

Há também uma legislação mundial, que é a Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias - NINF nº15, que define uma padronização para os serviços de fumiga-

ção executados entre os países signatários da Organização Mundial do Comércio. “O objetivo é garantir o bom andamento do comércio exterior de mercadorias, pois a entrada de uma praga exótica num deter-minado país pode causar sérios problemas à agricultura e à economia, por exemplo. O combate adequado pode custar milhões, já que sem predadores naturais, uma praga inexistente anteriormente pode se prolife-rar rapidamente. Além disso, há a perda ou comprometimento da carga em questão”, explica o biólogo.

Segundo Wagner Farinha, a fumiga-ção exige mão de obra qualificada, deve ser feita por um engenheiro agrônomo ou florestal e um técnico aplicador, ambos registrados em empresas credenciadas no Ministério da Agricultura.

Pragas mais comunsComo vimos, a fumigação

pode ser feita em dois tipos de produtos: nas embalagens de ma-deira e em grãos como café, soja, trigo, arroz, e outros.

Wagner Farinha destaca o be-souro chinês (Anoplophora glabri-pennis) como a principal praga da madeira.

Já entre os produtos agrícolas, existem vários vilões. Denis men-ciona que os mais conhecidos são o ‘gorgulho’ do milho (Sitophilus zeamais), a ‘mariposa’ do trigo (Ephestia cautella) e o ‘caruncho’ do café (Araecerus fasciculatus).

A fumigação é um tratamento fitossanitário que evita a entrada de pragas florestais e vetores de um país para outro

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porto

Medidas de segurançaA empresa de fumigação é que vai até

a carga. O serviço é executado nos termi-nais do porto de Santos, sempre em local específico, livre da circulação de pessoas ou veículos. Por se tratar de manipulação de um gás altamente tóxico, uma série de medidas de segurança cerca a atividade. É preciso isolar a área com fitas zebradas e cones de segurança, colocar placas de aler-ta sobre o perigo, além de vedar os suspi-ros do contêiner, ou seja, os circuladores de ar, para impedir que haja vazamento do brometo de metila. “Embora o gás seja volátil, de rápida evaporação, os cuidados são redobrados”, diz Denis.

Além do uso de EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva) como cones e placas, as operações também exigem o uso de di-versos EPI’S (Equipamentos de Proteção Individual). A proteção é da cabeça aos pés e começa com a máscara facial com filtro específico, luvas, jaleco, colete reflexivo e botas de borracha.

Na primeira fase, explica, não há cheiro, pois o processo é realizado na parte interna no contêiner. Apenas no dia seguinte, após 24 horas, é que se tem contato com o gás, pois é preciso retirar os resíduos. A segun-da etapa pode ser feita de forma natural, com a abertura das portas do contêiner; ou forçada, por meio de um equipamento que puxa o gás, sem que seja necessária a abertura da caixa metalizada. “Por fim, o profissional faz a medição do ar e, se cons-tatar que já está livre do gás, o contêiner é liberado”.

Por se tratar de manipulação de um gás altamente tóxico, uma série de medidas de segurança cerca a atividade

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ser sustentável

Por Marcus Neves Fernandes

Dois banhos por semana. Esse seria um dos hábitos do ator Leonardo Di Caprio. O motivo? Seu engajamento em causas am-bientais. O objetivo? Poupar água, segundo as agências de notícias. Sinceramente, du-vido que seja verdade. Só pode ser intriga de algum desafeto, alguém querendo pegar carona no coitado famoso. Inveja, dívida ou ciúme, quando não, tudo junto. Do contrá-rio, seria risível. Convenhamos, ninguém jamais falaria tamanha bobagem, tampou-co à custa de um bizarro comportamento. E pior de tudo: sem nenhum efeito prático. Um tiro n’água, se me perdoam a expressão.

Todo mundo sabe que mais de 80% da água utilizada pelos seres humanos vão para a agricultura - onde o desperdício chega a 30%. Outros quase 10% ficam na indústria, e o que sobra é canalizada para

o cidadão - e isso só depois de descontar o que se perde entre a captação e as nossas torneiras, em mil furos, rachaduras e fissu-ras da rede de distribuição, que rouba de 20% a 40% do precioso líquido.

Todavia, o que não faltam são campa-nhas incitando as pessoas a diminuir tem-po no banho, fechar as torneiras, trocar o esguicho pelo balde e por aí vai. Talvez, Di Caprio até possa ter sido seduzido por es-sas mensagens. De bom coração, resolveu radicalizar. Sujinho, mas com princípios.

Pois é, essas campanhas são poderosas, fazem a cabeça e embutem uma enorme culpa no infeliz. Daí, ficar sem tomar ba-nho é um passo. Se for isso, alguém precisa ajudá-lo. Se não, a coisa envereda por cami-nhos preocupantes. Sabe-se lá o que mais o indivíduo vai acabar poupando. Primeiro é

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O sujinho

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*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

o banho, depois os dentes e em seguida...É um perigo, ainda mais para um galã.

E você, já se sentiu compelido ou acua-do por essas campanhas? Já saiu pela casa colando adesivos para economia de água e luz em torneiras e interruptores? Tenho um amigo que chegou ao cúmulo de cronome-trar o banho da molecada. Dois minutos, gritava ele. Três minutos, pode desligar! E lá vinha o guri tirando o sabão do corpo com a toalha.

Longe de mim dizer que ele está erra-do, muito pelo contrário. Só é preciso ter em mente que, mais importante do que as eventuais economias obtidas, tudo isso não passa de um pequeno e louvável esforço diante dos reais desafios existentes. E é isso que me incomoda.

Na medida em que esse tipo de men-sagem, focada no individual, se expande, a tendência é que os verdadeiros focos do problema sejam deixados de lado, assim como as ações que devem ser postas em prática e que realmente fazem alguma di-ferença. Vamos aos exemplos.

Nas cidades, mais de 50% do consumo de água são para fins não potáveis, tais como lavagem de áreas comuns, descarga de vaso sanitário etc. Convenhamos: é um absurdo usar água tratada, que custa caro, para empurrar dejetos ou limpar garagens.

Com um projeto de reuso de água de

chuva é perfeitamente possível até mesmo zerar esse gasto. Outra opção é reutilizar a água do banho, que pode ser reenviada para o vaso sanitário, assim como a da pia do ba-nheiro. Com um detalhe: para isso, não é necessário nenhum sistema de tratamento.

O mesmo se dá com a energia elétrica. Na hora de se projetar um edifício é preciso atingir índices ideais de insolação e venti-lação. O consumidor, por sua vez, precisa estar atento para esse tipo de planejamen-to. Ele representa uma efetiva economia de energia. Só para que se tenha uma ideia, aparelhos de ar-condicionado podem re-presentar 40% da conta mensal de energia.

Aliás, reduzir a temperatura está inti-mamente ligado ao entorno onde vivemos. Em outras palavras, quanto mais imperme-abilizada é a região onde você mora, quan-to menor a área verde (praças, parques e jardins), maior será a sensação de calor. Algo que em um país tropical ganha con-tornos relevantes.

Essas e outras ações não fazem parte de nenhuma das campanhas que vemos hoje na mídia, a maioria focada no individual. O que precisamos é de ações voltadas para o coletivo, para os grandes consumidores. Do contrário, estamos desviando o verda-deiro foco do problema, lançando nos om-bros do morador um peso que ele efetiva-mente não tem.

Em algumas cidades brasileiras, um novo siste-ma de distribuição de energia chamado ‘smart grid’ (rede inteligente) já está sendo testado. Em Portu-gal, por exemplo, o consumidor já pode escolher horários em que o custo da eletricidade é menor. As concessionárias de energia, por sua vez, terão um controle muito maior, podendo atuar de forma mais rápida e segura, diminuindo os apagões. Uma das grandes novidades que a rede inteligente permite é o surgimento do produtor de energia. Em outras palavras, quem possuir painéis fotovoltaicos ou tur-binas eólicas, poderá vender o excedente da eletrici-dade para a rede. Imagine que você viajou de férias,

ficou fora por um mês. Nesse período, seu consumo foi quase zero, mas sua casa continuou captando energia solar. Resultado: você gerou mais do que consumiu. Essa diferença será creditada no mês se-guinte. A ideia é impulsionar o uso de energias al-ternativas, como a eólica e solar. O regulamento está pronto desde o final do ano passado e a promessa é que o documento seria apresentado até fevereiro deste ano. Muitas concessionárias, porém, alegam problemas técnicos para adotar o sistema. O prazo, agora, está em aberto. Nem a ANEEL, nem o Minis-tério das Minas e Energia arriscam dizer quando a rede inteligente estará disponível para o público.

Medidor inteligente

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gastronomia

O sal sempre acompanhou o desenvolvimento da humanidade. Fundamental na preservação dos alimentos na era pré-geladeira, ele servia como moeda de troca e era conhecido como ouro branco

Por Fernanda Lopes

De bem insubstituível a vilão

Os gregos e os romanos o utilizavam como moeda em suas operações de compra e venda. O produto era tão raro e impor-tante, que servia para pagar os soldados romanos - daí a origem da palavra salário. Por muitos séculos, somente os mais abas-tados tinham acesso a tal produto. A or-dem de importância dos comensais em um banquete era indicada em relação à distân-cia do saleiro - quanto mais próximo deles, mais ilustres os convidados.

Hoje, no entanto, ele é popular. Está em todas as mesas e, até por isso, os consumi-dores exageram na dose. Segundo a Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o consumo por pessoa, em média, deve ser

de no máximo 6g de sal por dia, ou duas colheres rasas de chá. Mas, no Brasil, con-some-se o dobro, 12g diárias.

E não adianta, por exemplo, ter uma alimentação balanceada com verduras e saladas e sempre lançar mão do saleiro na hora de temperar. Segundo a nutricio-nista Nathália Guedes, a elevada ingestão de cloreto de sódio (sal de cozinha) faz o organismo reter mais líquidos e aumentar de volume, podendo levar ao aumento da pressão sanguínea e à hipertensão, fatores que causam o infarto e o acidente vascu-lar cerebral. “O consumo excessivo de sal pode também afetar os rins”, alerta.

Estima-se que, atualmente, 30% dos bra-

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sileiros com mais de 18 anos sofrem de hi-pertensão. É preciso uma mudança de há-bito. Pesquisas indicam que a maioria das pessoas não percebe uma redução de até 25% na quantidade de sal. Mas, podemos diminuir ainda mais.

Usando temperos simples, é possível conferir sabor aos alimentos e ainda agre-gar valor nutricional. Adicionando limão e ervas a um pescado, ele fica muito saboro-so e necessita de pouquíssimo sal. O frango pode receber toques cítricos com casca rala-da de laranja, suco da fruta, temperos secos como curry, cominho ou ervas finas, que também reduzem a necessidade de salgá-lo.

Há ainda a opção do sal de ervas, que pode substituir o sal comum em todas as preparações. Usando ervas secas (desidra-tadas), pode-se reduzir em até ¼ a inges-tão de sal. Mas, é preciso usá-lo na mesma quantidade que usaria de sal. Também é preciso evitar alimentos industrializados, embutidos, queijos amarelos e principal-

mente aqueles temperos prontos, que são repletos de sódio e de gordura.

“Cerca de 11% do sódio na dieta de um adulto vêm da adição de sal à comida, mas a maior parte - 77% - é proveniente de produtos industrializados, que contêm o mineral. Portando, devemos ficar mais atentos à rotulagem dos alimentos e con-sumir em maior quantidade os alimentos in natura (frescos)”, diz a nutricionista Na-thália Guedes.

O sal de ervas, juntamente com alho, ce-bola, pimenta, substituem esses temperos e deixam a comida ainda mais saborosa. O sal pode ser guardado por até 6 meses. A nutricionista lembra que, se a pessoa não tem problemas de saúde já adquiridos, ela precisa de sal para o bom funcionamento do organismo. “O sal é importante para absorção de nutrientes, contrações muscu-lares e transmissão de impulsos nervosos. Porém, na recomendação diária de no má-ximo 6g por dia”.

A recomendação diária do consumo por pessoa, em média, deve ser de no máximo 6g de sal por dia, ou duas colheres rasas de chá

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• Utilize o mínimo de sal ao preparar os alimentos. Substitua-o por temperos naturais como salsinha, cebola, orégano, hortelã, limão, curry, alecrim, pimentas, vinagre, alho, manjericão, coentro, ervas finas e cominho. Ou use o sal de ervas.

• Faça mudanças graduais na sua alimentação. Pesquisas mostram que a maioria das pessoas não percebe a redução de 25% na quantidade de sal na alimentação.

• Sempre leia as propriedades nutricionais dos alimentos prontos e lembre-se de ver a quantidade de sódio. Procure aqueles com menos de 300 mg de sódio por porção.

• Não só alimentos salgados têm sódio. Muitos doces têm conservantes à base de sódio e os dietéticos também.

• Não acrescente sal aos alimentos já prontos. Sempre prove antes de colocar sal.

• Não leve saleiro à mesa.• Evite comer alimentos em conserva

como picles, azeitona, aspargo, patês, palmito, enlatados como extrato de tomate, milho, ervilha e maioneses prontas. Prefira alimentos in natura.

• Evite carnes salgadas como bacalhau, charque, carne seca e defumados.

• Não consuma sopas prontas de pacote e nem temperos prontos, pois eles contêm uma grande quantidade de sal e glutamato monossódico.

• Evite queijos duros e amarelos. Dê preferência a queijos brancos, tofu

ou ricota sem sal.• Evite shoyu, salgadinhos para

aperitivos como batata frita, amendoim salgado etc.

• Coma no máximo um alimento com alto teor de sal por dia (citados acima). Alguns sanduíches, por exemplo, têm mais do que a quantidade máxima recomendada de sal por dia, que é de 6g, segundo o Ministério da Saúde.

Dicas para reduzir o sal na alimentação

Fontes: Ministério da Saúde, OMS e NutriAction Assessoria Nutricional

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Ingredientes• 2 peitos de frango sem

pele e sem osso; • 1 e ½ colheres de chá de sal de ervas;• 1 colher de margarina light sem sal;• 1 colher de azeite de oliva;• Suco de meia laranja;• Raspas da casca de meia laranja;• 1 dente de alho picado;• 2 batatas cortadas ao meio;• 2 cenouras;• 1 cebola sem casca e• 1 copo de água.

Para o molho• 2 tomates sem pele e sem sementes;• ½ cebola picada;• 2 dentes de alho picados;

• ½ xícara de manjericão fresco picado.

Para o arroz• 1 xícara de arroz;• 1 colher de sobremesa

rasa de sal de ervas;• 1 pimentão pequeno picado;• 1 dente de alho picado e• ½ colher de sopa de óleo.

Para o frangoMisture a margarina, 1 colher de sal de ervas e o azeite. Tempere os peitos de frango com essa mistura. Misture a água com o suco, as raspas e ½ colher de chá do sal de ervas. Coloque em um refratá-rio. Coloque as batatas, a cebola cortada ao meio e as cenouras descascadas e os

peitos de frango. Deixe marinando cerca de 2 horas na geladeira. Leve ao forno pré-aquecido a 200ºC, coberto com papel alumínio, por cerca de 40 minutos. De-pois, tire o papel e deixe mais 15 a 20 mi-nutos até dourar. Reserve. Para o molho, refogue em um fio de azeite o alho, a ce-bola e o tomate. Depois, desligue e mis-ture o manjericão picado. Para o arroz, em uma panela leve ao fogo o pimentão, o alho, o arroz e o sal de ervas. Misture e coloque duas xícaras de água fervendo. Tampe, abaixe o fogo e deixe por cerca de 15 minutos ou até a água secar. Sirva o frango fatiado, com o molho, a batata, a cenoura, a cebola e o arroz.

Rendimento: 2 porções

Frango ao limão

Pescada com amêndoas Ingredientes• 2 filés de pescada

amarela grandes;• 1 colher de chá de sal de ervas;• 2 colheres de sopa de amêndoas

sem pele e torradas rapidamente na frigideira (cerca de 1 minuto);

• 1 colher de sopa de farinha de rosca;• Raspas de casca de meio limão;• Suco de meio limão e• 1 fio de azeite.

Modo de preparoNo processador, bata as amêndoas, o sal de ervas e as raspas de limão. Tem-pere o peixe com o suco e empane-o com a mistura de amêndoas. Em uma frigideira antiaderente, coloque o fio de azeite. Deixe esquentar e coloque os filés. Tampe e deixe 2 minutos de cada lado. Sirva com purê, legumes, salada ou batatas ao forno com alecrim.

Rendimento: 2 porções

Sal de ervasIngredientes• 20g de alecrim desidratado;• 20g de manjericão desidratado;• 20g de orégano desidratado;• 20g de salsa desidratada;• 20g de sal marinho

Modo de preparoBata todos os ingredientes no liquidi-ficador ou no processador. Armazene em um recipiente de vidro e utilize como substituto do sal.

Receitas

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Os pés são o grande destaque da temporada e os modelos de calçados evidenciam suas pontas ora em cores combinadas, ora marcadas por um material diferente: são os chamados cap toes

Por Karlos Ferrera

Seguindo a mesma linha do color bloking, febre nas últimas estações, esse modelo mescla cores e materiais entre a capinha nos dedos e o restante do calçado, numa releitura dos primeiros pares lança-dos por Coco Chanel.

O primeiro par foi criado pela madei-moselle da moda, Coco Chanel, na década de 1950, na cor cáqui e preto. Voltou a fazer sucesso quando apareceu na temporada de moda 2012 e nos tapetes vermelhos nos pés de famosas como Kate Moss, Sarah Jessica

Parker e Emma Stone.Apesar de variações modernizadas

para essa temporada, os cap toes (literal-mente gorro dos dedos do pé) continuam com sua principal característica: a ponti-nha do sapato em outra cor, ou outro ma-terial. Estilistas famosos como Christian Louboutin, Salvatore Ferragamo e Yves Saint Laurent apostaram nos modelos para suas coleções 2011/2012 e têm grande mérito nessa nova tendência.

A releitura do cap toe não ficará restrita

O brilho eterno dos sapatos charmosos

Modelo original na cor cáqui e preto, criado em 1950 por Coco Chanel

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moda

apenas a scarpins e sapatos meia pata, pois o modelo tem inspirado também os sapatos baixos, como as sapatilhas, dei-xando a tendência disponível para todos os públicos, ou seja, tanto para as clássi-cas fãs do salto alto, quanto para as mais despojadas que não trocam o conforto e romantismo das sapatilhas pela elegância de um salto 15 cm.

Por aparecer em quase todos os mode-los de sapatos, o new style em salto alto pode ser combinado com roupas formais para festas e eventos especiais, mas fica bem também quando usados com looks básicos como calças e camisas. Já as sapa-tilhas e rasteiras, caem bem com compo-sições casuais, como vestidinhos, jeans e blusinhas, mas não deixa de ser um ótimo acessório para ocasiões mais formais que pedem algo mais elegante.

Dicas para não fazer feio:• Escolha um sapato de salto alto que seja adequado e

traga conforto aos seus pés.• Para manter o equilíbrio e ter a sensação de segurança

ao usar salto alto, é preciso deixar a coluna sempre reta e não ficar olhando para os pés ao caminhar.

• O melhor lugar para praticar a caminhada com salto alto é em casa. Treine o caminhar, o parar e o levantar com bastante elegância na frente do espelho.

• Tome cuidado com as superfícies onde você pisa.• A paradinha com um pé diretamente à frente do outro,

além de ser elegante, ajuda a manter o equilíbrio e evi-ta dores nos pés. Isso vale principalmente para mulhe-res que precisam ficar o dia todo de salto.

• Correr com salto alto, jamais. Dê passos curtos e ande sempre devagar.

Releitura do cap toe aparece em quase todos os modelos de sapatos

O desafio do salto altoMuitas mulheres enca-

ram o salto alto numa boa, já outras acham que manter o equilíbrio sobre alguns centímetros a mais é uma tarefa quase impossível. Toda mulher é capaz de caminhar e fazer bonito sem cair do salto, basta ter muito treino e uma ótima postura.

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Flashes

Atletas do Santos Futebol Clube e representantes de entidades esportivas e civis da cidade-sede participaram de homenagem aos 100 anos de atividade da agremiação,

conferida pela Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), dia 10 passado

O presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia e o jovem ídolo Neymar Júnior

O deputado federal Nelson Marquezelli ladeado pelos craques Edu Dracena, Paulo Henrique Ganso, ogoleiro Rafael e Arouca

O deputado federal Beto Mansur e Neymar

O presidente do clube Luiz Álvaro e Roberto Francisco, prefeito de Praia Grande

Prefeito de Santos João Tavares Papa presente à homenagem do Legislativo federal

O vice-presidente do clube, Odílio Rodrigues, o ídolo Pepe e o presidente do Conselho Deliberativo Paulo Schiff

O deputado federal Alberto Mourão ladeado pelos vereadores de Praia Grande Esmeraldo Vicente e Hugulino Alves

O rei Pelé ladeado por eternos ídolos do Santos

Festa do centenário, na Vila Belmiro

Neymar, o governador Geraldo Alckmin e Pelé

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75Beach&Co nº 118 - Abril/2012

Bertioga é certificada, pela terceira vez consecutiva, com o Selo Verde Azul. O ranking ambiental dos municípios paulistas foi divulgado em

cerimônia no Palácio dos Bandeirantes , dia 2 deste mês

Presentes ao evento o prefeito Mauro Orladini, o governador Geraldo Alckmin e a chefe da seção de Educação Ambiental do município Mylene Lyra

A cidade de Itú também foi certificada. Na foto, o ambientalista Fábio Feldmann, Patrícia Otero, secretária municipal de Meio Ambiente de Itu, e o prefeito do município Herculano Passos

Geraldo Alckmin e Ribas Zaidan, com a edição comemorativa da Revista Beach&Co

O diretor da TV Costa Norte Ronaldo Zaidan, o diretor secretário da Câmara de Cubatão Roberto Bonavides, a vice-presidente da Câmara dos Deputados Rose de Freitas e o deputado Nelson Marquezelli

Roberto Zaidan e o deputado Aécio Neves

Roberto Bonavides, Ribas e Ronaldo Zaidan, o presidente da Câmara de Caraguá Wilson Agnaldo Gobetti e o chefe de gabinete da Câmara de Caraguá Rodrigo Alksnins

O vereador de Praia Grande Esmeraldo Vicente e a vice-presidente da Câmara dos Deputados, Rose de Freitas

Amigos reunidos para comemorar o aniversário de Carla Ribeiro

Assinatura da TV Câmara Digital, em Brasília

Família Ribeiro: Marília e Carla, Daniel e Carlão

As amigas marcaram presença de peso: Márcia, Carla, Lilian, Marta, Darcy, Lúcia, Harumi, Babi, Monique e Enaide

Carlão, Carla e Felipe(sentados), Daniel Silveira, Carlos Sérgio, Carlos, Fernando Jorge, Walter, Daniel, Godoy, Zaidan, André e Jorge

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76 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

Flashes

Aniversário lembra festa, bolo, velinhas, e, principalmente, amigos reunidos e muita alegria. Foi assim para os aniversariantes José Augusto Ventura e o jovem Felipe Lucatti,

que comemoraram a data nos dias 24 e 25 de março, respectivamente

Ivanete e Toninho CarvalhoAna Picolli, Alfredo e Dora Gonçalves

Carol, Dalton e Camila StipanichO aniversariante José Augusto e Fátima Ventura

Ivan Picolli, Martinho e Alfredo Gonçalves

Solange e Agostinho Veiga Família Ventura reunida em noite de muita alegria

Toninho, a desembargadora Vera Angrisani e Felipe Carvalho

Um dia especial para a família Lucatti Carvalho

Felipe e o paizão Toninho Carvalho

Felipe , a vovó Ana e a mãe Ivanete Carvalho

Hilton Figueira, Toninho, Felipe e Vinicius Pamondes

Michael Yanes, Dra. Camila Soares, Cristiano e Vanessa Azarias, Felipe, Monica e Eduardo Sara

Rodrigo Blanco, Lucas Ruela, Michael Yanes, Felipe Carvalho e Lucas Amarelo

Rominho e Banda animaram a festa

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A Caio Matheus Construtora realizou o lançamento e abertura de vendas da Torre II do Indaiá Home Club em coquetel no Varanda Pizza & Grill, dia 04, com a presença de

profissionais do setor imobiliário, investidores e amigos

Família Matheus: Caique, Caio, Vanessa e a pequena Karina

Amelia Arrais, Rai Lourenço e Alexandre Arrais

Edison Ferreira e Caio MatheusMarcia Regina, Caio Matheus, Luiz Carlos Galofaro e Leonardo De Lucca

Muitos convidados no evento de lançamento da Torre II

O diretor de vendas Antônio Duarte, Caio Matheus e Olga Tamashiro

O engenheiro Marcelo Godinho e Caio Matheus Sidnei Borini e Luiz Carlos Nascimento Kika, Ruben Del Rio e Jackson Pierre

Antonio Carvalho e Edgar Neusa Barbosa, Cristina Del Corso, José Rodrigues e Carolina Rodrigues

Caio Matheus e Antonio Pedreira

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80 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

“Destaques” // Luci Cardia

Flávia Patriota comemorou mais um aniversário ao lado do seu Roberto Haddad e de seus melhores amigos na Riviera de São Lourenço

Valéria Valente, a colunista e amigas no Hanga Hoa

Fausto e Marcelo, personalidades marcantes da Riviera de São Lourenço

Renan Valente e IzabellePasquale e Lourdinha Russo, Sérgio e

Rose Aragon, sempre maravilhosos

Eles têm uma linda história de amor: Martinho e Leonira Marques

Ribas Zaidan, convocado para eternizar o momento de felicidade

As integrantes da TAS, lideradas por Regina Fernandes

Os amigos celebram Osmar Santos, a voz eterna do esporte

O empresário Cloves Lemos e Silvana Genovesi

Paulo Vieira , Roberto Haddad e José Cardia

Roberta Haddad tem uma voz incrível

Domingos Dragone ladeado pela filha Priscilla e a mulher Roberta

Pascoal Biondo e sua belíssima Luciane

João e Regina Fernandes, da TAS, de Santos, e amigos

Entre os presentes, Camilo Di Francesco e Paola Smanio

Família Haddad reunida O casal anfitrião Roberto Haddad e Flavia Patriota

Giro Social

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82 Beach&Co nº 118 - Abril/2012

“Celebridades em Foco” // Edison Prata

A festa da socialite paulistana Arleti Canan, nas dependências do Guarujá Golf Club, movimentou um seleto grupo de amigos

Família Canan: Adolfo, Daniel, a aniversariante Arleti e Luiza

A pequena Sara, a anfitriã Arleti Canan e o casal Sandra e Gugo Canan, que veio da Costa Rica para prestigiar a aniversariante

Parentes e amigos: Olga, Sofia, Karina e Hernan com as crianças Victoria e Delfina

Luiza Perez e Arleti Canan

A matriarca Sofia Canan, a nora Arleti Canan, o neto Alain Canan e Fernanda

O comentarista Rui de Rossis, Vicente Cascione e a mulher Luciana, e Viviane Assis

Arleti Canan e Patrícia Franco

A jovem Delfina e a mãe Karina Canan, Michel Canan, Alain Canan, Daniel Canan e Hernam Mariotti

Denise Manso, Arleti Canan, Celiza e o marido Rogério Perez

Arleti Canan ladeada por Luciana Cascione e Hugo Rinaldi

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