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O Companheiro JORNAL DA LOJA MAÇÔNICA CARIDADE UNIVERSAL III , DE ARARAQUARA, SP. FUNDADO EM 6 DE AGOSTO DE 1986. ANO 28. Edição nº 96 (Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014) Nesta Edição Discurso de posse V.’. M.’. Paulo Afonso Brandão de Angeli Pág. 2 Conhecer e cumprir as leis maçônicas Ir.’. Luís Carlos Bedran Pág. 5 9 de Julho: epopeia paulista Ir.’. e. figueiredo Pág. 8 Liberdade de consciência Ir.’. Antonio Araujo de Andrade Filho Pág. 11 O aperfeiçoamento da humanidade. Como atingi-lo? Ir.’. José da Silva Peixoto Neto Pág. 14 e 15 Instalação e posse do Instalação e posse do Instalação e posse do Instalação e posse do Instalação e posse do V.’. ’. ’. ’. ’. M. M. M. M. M.’. ’. ’. ’. ’. P P P P Paulo aulo aulo aulo aulo Af Af Af Af Afonso Br onso Br onso Br onso Br onso Brandão de andão de andão de andão de andão de Ang Ang Ang Ang Angeli eli eli eli eli na A.’. e R.’. L.’. S.’. Caridade Uni Caridade Uni Caridade Uni Caridade Uni Caridade Univer er er er ersal III sal III sal III sal III sal III www.caridadeuniversalterceira.mvu.com.br

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O CompanheiroJORNAL DA LOJA MAÇÔNICA CARIDADE UNIVERSAL III, DE ARARAQUARA, SP. FUNDADO EM 6 DE AGOSTO DE 1986.ANO 28. Edição nº 96 (Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014)

NestaEdição

Discurso de posseV.’. M.’. Paulo Afonso

Brandão de Angeli

Pág. 2

Conhecer e cumpriras leis maçônicasIr.’. Luís Carlos Bedran

Pág. 5

9 de Julho: epopeiapaulistaIr.’. e. figueiredo

Pág. 8

Liberdade deconsciênciaIr.’. Antonio Araujo de

Andrade Filho

Pág. 11

O aperfeiçoamentoda humanidade.Como atingi-lo?Ir.’. José da Silva

Peixoto Neto

Pág. 14 e 15

Instalação e posse do Instalação e posse do Instalação e posse do Instalação e posse do Instalação e posse do VVVVV.....’.’.’.’.’. M. M. M. M. M.’.’.’.’.’. P P P P PauloauloauloauloauloAfAfAfAfAfonso Bronso Bronso Bronso Bronso Brandão de andão de andão de andão de andão de AngAngAngAngAngelielielielieli na A.’. e

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O Companheiro Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014 Pág. 2

Editorial PALAVRA DO VENERÁVEL

FUNDADO EM 6 DE AGOSTO DE 1986

MTB Nº 68.431355

E-MAIL: [email protected]

O Companheiro eUnião no Centenário

Há 28 anos, em agos-to, era fundado O Com-panheiro, que, em seuinício era apenas um bo-letim de caráter interno,cuja meta era prioritaria-mente, “divulgar osacontecimentos daLoj.’., transmitir conhe-cimentos maçônicos, in-centivar a criação deseminários, registraracontecimentos sociais,motivar os IIr.’. para anatural ascensão aosgraus filosóficos, divul-gar as realizações daCaridade Universal IIInos meios maçônicos esociais da cidade e re-gião, enfim, propugnarpara que os objetivosmaçônicos sejam man-tidos e aperfeiçoados,cumprindo assim o quedetermina a nossaOrd.’., instituição filosó-fica, filantrópica e pro-gressista”.

De uma forma ou deoutra, com o correr dosanos, ele tem conseguidonão somente atingir aque-les objetivos, mas tambémampliá-los e até mesmoaperfeiçoá-los acompa-nhando assim os temposmodernos.

De mero boletim de di-vulgação restrita e inter-na, ampliou-se para tor-nar-se jornal impresso epassou também a ser di-vulgado nas LLoj.’. des-te Or.’. e em todas as ou-tras pertencentes doGrande Oriente Paulis-ta. Mais ainda: enviadoimpresso para as outrasPPot.’., periódicos, jor-nais maçônicos de todoPaís e atualmente atémesmo pela internet.

O Companheiro já étradição jornalística ma-çônica, filiado à Associa-ção Brasileira de Im-prensa Maçônica(ABIM), cuja proprieda-de intelectual é exclusivada A.’. e R.’. L.’. M.’.Caridade Universal III.Pelas mensagens de in-centivo e pelas corres-pondências que nos envi-am elogiando as peças dearquitetura nele publica-das, faz com que continu-emos a propugnar comaquelas finalidades inici-ais, mormente a divulga-ção dos sublimes ideais de

nossa Ord.’., como umainstituição eminentementefilosófica que é.

União no CentenárioSob esse título, esta

chapa, encabeçada peloIr.’. Paulo Afonso Bran-dão de Angeli, depois deuma acirrada e extrema-mente democrática elei-ção realizada em junho, foivitoriosa para gerir os des-tinos da A.’. e R.’. L.’. S.’.Caridade Universal IIIno período 2014/2015.

Os IIr.’., por maioria,decidiram por ela, em de-trimento de outra, tam-bém composta por valo-rosos IIr.’. mas que nãoconseguiram vencer. Essahistórica disputa demons-trou vivo interesse porgrande parte dos obreirosem administrar nossa ofi-cina e que coincidirá como período em que elacompletará seu centená-rio em março de 2015.

Uma inédita disputacomo essa não ocorria hámais de 30 anos, de-monstrando assim vivointeresse dos obreiros quese dispuseram, com gran-de sacrifício de suas vidaspessoal, familiar e profis-sional a administrar a Ca-ridade, pioneira na Ma-çonaria em nosso Or.’..

O plano de ação ex-posto pela nova diretoria,ora eleita, foi a de tentar,o máximo possível, incen-tivar os IIr.’. a frequentara nossa oficina, fazer comque exista, sempre, emtodas sessões, importan-tes assuntos na Ord.’. doD.’. previamente determi-nados e também incenti-vá-los a expor no T.’. deEEst.’., peças de arquite-tura propiciando debatesdinâmicos, além, eviden-temente, das leituras daslições dos respectivosgraus simbólicos. Alémdisso, controlar o tempodas sessões para que elasnão excedam o previstoregimentalmente, promo-ver sempre o convívio fra-terno entre nós e continu-ar o trabalho de constru-ção do novo templo.

Que nós todos possa-mos colaborar intensa-mente com a nova admi-nistração para o futuro daCaridade Universal III.(LCB).

Discurso de posseQuero inicialmente, em

meu nome e em nome detodos os membros da dire-toria que acabaram de serempossados, agradecer eparabenizar a ComissãoInstaladora composta pelosIIr.’. Itamar Vallero, Eduar-do Benjamin Elias Abi-Ra-ched, Emílio Marçal deLorena, Luiz Carlos Be-dran, Pedro Martins Coe-lho, Mário Gaion e Arman-do Sambataro.

Gostaria de parabenizartambém a diretoria quehoje encerra o seu man-dato, no comando do Ir.'.Hélio Kalil da Cunha, daqual tive a honra de fazerparte, primeiramentecomo 1° V.’. e atualmen-te como M de CCer.'.

Agradecer a presençade tantos IIr.'. queridos,IIr .'.da Caridade Uni-versal III, das diversasLLoj.'. de Araraquara eregião, da presença doPedro João Hauy, meuIr.'. e colega de profissãodo Or.’. de Matão e domeu amigo e meu Ir.'.,mesmo antes sermos ma-çons, Rui Carlos Barbo-sa, do Or.'.de São Sebas-tião, meu muito obrigado.

Parece que faz poucotempo, mas 16 anos sepassaram quando um ho-mem, com nome de mu-lher (o Ir.'.Simone) mecolocou uma venda nosolhos e me fez percorrerum longo labirinto.

Parece pouco tempotambém, ainda comoApr.’. na posse do Ir.'.Miguel de Lourenço Neto,a Comissão Instaladoraentrou e os demais IIr.'.ficaram esperando naSala dos PPas.'. PPerd.'.

Perguntei ao Ir.'. Jovianose ele não poderia entrar:afinal ele era M.'. e grau 33.Ele disse que não. SomenteMM.'.IInst.'.. Acho que issoficou no meu inconsciente.

Hoje vivo um momentoespecial na Maçonaria.

Especial não pela impor-tância do cargo que me foiconfiado, mas sim pelofato de poder, de uma for-ma mais intensa, comoV.’. M.'. juntamente comtodos os meus IIr.'., parti-cipar dos trabalhos destaoficina.

O desafio é grande e aresponsabilidade é aindamaior. Uma Loj.’. quasecentenária — afinal fal-tam 237 dias para o cen-tenário da nossa Carida-de Universal III — eocupar o Tr.'.de Salomão,onde IIr.'., desde minhainiciação, ocuparam combrilhantismo esse lugar:

Eduardo Benjamin EliasAbi-Rached, Itamar Valle-ro, João Cardoso da Cu-nha Júnior, José AlbertoSantarelli e André Vicen-te Rico Lucato e outrostão competentes anteces-sores a esses como osIIr.’. Omar OswaldoZago, Luiz Carlos Bedran,Emílio Marçal de Lorenae o saudoso Gilbert JulesDavid Delort.

Claro que cada adminis-trador, cada V.'.M.'. tem umestilo próprio de administrar,tem ideias diferentes, e aíeu aproveito a oportunida-de para pedir aos IIr.'.quenão façam comparações.Mas, no que diz respeito amanter a união e a grande-za que ela sempre teve, nãotenham dúvidas, farei o pos-sível para continuar manterdentro do peito de cada umdos IIr.'. desta Loj.'., o or-gulho de fazer parte do qua-dro de obreiros da Carida-de Universal III.

Não quero com estas pa-lavras desmerecer nenhu-ma outra Loj.'., ou nenhu-ma outra Pot.'.. Ao contrá-rio, sempre achei que cadaLoj.'. tem o seu valor e tor-ço para que cada uma lutepara manter com brio, asconquistas e os seus espa-ços, para atingir assim o ob-jetivo, que é colocar em prá-tica os princípios norteado-res da ordem maçônica.

Sabemos que, nas maisferozes batalhas, somenteos bravos chegaram; oscovardes nunca partiram,e os fracos ficaram pelocaminho.

Acreditando em sonhos,quero dizer aos meus que-ridos IIr que temos proje-tos, ideias, propostas para,juntos discutirmos nos pró-ximos meses; projetos es-tes no intuito de desenvol-ver ações voltadas para afilantropia que, apesar dejá existirem ações dessanatureza sendo desenvol-vidas por nossa e por ou-tras LLoj.'., ainda acho quepodemos mais, e desde jáestendemos um convite atodos os presentes, parajuntarem-se a nós nessacaminhada.

O fracasso, meus IIr.'.,não tem amigos e tão pou-co perdão, mas a Maço-naria nos brinda com a to-lerância.

Lembro, neste instante,de um lenda muito anti-ga e conhecida por todos,onde o Rei Arthur orde-nou que se fabricasseuma mesa circular parareunir seus cavaleiros, atão famosa Távola Re-donda, em substituição àsmesas retangulares gi-gantes muito utilizadas naépoca, para então ne-nhum cavaleiro e nemmesmo o próprio rei sesentirem fora da igualda-de de posições, então,por isso afirmo:

Este desafio não é meu,não é da Diretoria que to-mou posse. É nosso! Porfim, gostaria de prestar umahomenagem a três IIr.'. que,por motivos distintos, nãoestão presentes aqui nestanoite: o Ir.'. José AugustoAlves Nogueira, o Juca,meu padrinho, que, sem ele,não estaria aqui e os IIr.'.Gaetano Morvillo Neto eGeraldo Agassi de Oliveiraque muito me ensinaram aritualística maçônica.

Para finalizar minha ora-tória, já que tive muitas re-flexões do passado, gosta-ria de ler um texto, em rela-ção à primeira pergunta quenos fazem na sindicância:“Você acredita em Deus?”.

“Oh! Grande Arquiteto do Universo,Faça que minhas decisões, meus dias, meus pensamentos,Sejam os exatos reflexos dos seus ensinamentos,E eu possa, assim, caminhar com integridade...Quando fizer algo em favor dos outros,Que meu nome seja simplesmente, como os demais, citado,Sendo em tempo algum, jamais exaltado,Pois, apenas estarei cumprindo minha obrigação de maçom.Grande Arquiteto do Universo,Faça com que eu não me sinta inebriado por nada,Que minhas palavras brotem do fundo do coração,E não sejam, simples arranjos de letras fabricados em meucérebro e transmitidos, apenas para causar comoção!!!Não permita que meu ego aprenda a conjugar somente aprimeira pessoa do singular. Incute em meu ser, o sentido do“nós”!!!E que minhas ações sejam corretas e se difunda brandamente,Por intermédio da minha voz.

Se um dia detiver o poder em minha vida profana,Que seja ele manso, digno, algo que não se ufana, posto que éefêmero!Que eu não imponha regras quando ajudar a um Ir.'.,Pois deverei fazê-lo com carinho, desprendimento, empolgação,Não permita que eu aprenda a julgar... Ensina-me a perdoar,A não guardar ódio em meu coração,Pois se assim não for, serei apenas mais um na multidão.Sentimentos como a cobiça e a vaidade, afaste-os do meu caminho.Pois, caso contrário, é certo que um dia estarei sozinho.E assim, quando o limite máximo me for imposto,Que a serenidade esteja presente em meu rosto,Que a alegria do dever cumprido se faça presente.Aí então, os amigos haverão de lembrar que pela repetição dosmeus atos

Colecionei e emoldurei todos os fatos, se não fiz melhor, aomenos tentei.Devo trazer o rosto sempre afável, pois esta é a verdadeira razão...Gestos, sinais, simbologias,Para dar sentido às nossas vidas, muitas vezes, vazias.É por isso que nos reunimos...

Para tratarmos de assuntos que elevam o espírito,Para polirmos nossas imensas pedras brutas,Para vivermos em paz, para vencermos nossas lutas...Combater o despotismo, a tirania, os vícios humanos,Referimo-nos aos de fora como profanos,E muitas vezes, cometemos as mesmas e velhas falhas!!!Grande Arquiteto,Obrigado pela oportunidade que eu tive,Obrigado pelos IIr.’. que ganhei,E, especialmente, por esta vida que passei!!!Se outra oportunidade me fosse dada,Se outra vida pudesse ser vivida,Se tivesse a opção de escolher,Seria eu novamente um membro dessa Loj.'.Onde se aplicam normas de consciência e retidão,E assim, teria eu novamente a chance de poder dizer,Que fui um verdadeiro maçom!!!

Paulo Afonso Brandão de Angeli - V M.'.

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Da evasão dos IIr.’.*Os maçons, via de regra, deixam de fre-

quentar a Loj.’., pelas seguintes causas:

1 - Inadaptação ao meio maçônico;2 - Transferência de residência para

outra cidade (Or.’.);3 - Doença prolongada ou falecimento;4 - Desinteresse motivado por:a - Rotina;b - Austeridade excessiva;c - Discriminação;d - Influência negativa dos familiares;e - Ausência nos eventos maçônicos;f - Ostentação;g – Melindres.

1. RotinaA Loj.’. não se atualiza com o pro-

gresso, em todas as latitudes:

1.1 - Falta de programação;1.2 - Desleixo para com o horário das

sessões;1.3 - Sessões prolongadas (espaço-

sas), sem justa causa;1.4 - Discussões inúteis;1.5 - Lamentações e críticas

destrutivas;1.6 - Ausência de um plano de ação

exequível;1.7 - Falta de planejamento, quanto a

orçamento, ocasionando frequentes “fa-cadas”, além da mensalidade e outrostributos já existentes, para finalidades di-

versas, como rifas, etc.

2. Austeridade excessiva2.1. Sessões por demais formais e

protocolares, onde os mais tímidos sesentem inibidos de participar.

3. Falta de informação e de ins-trução maçônica

3.1. Desconhecimento do que vaipelo País e pelo mundo em matéria deMaçonaria;

3.2. Desconhecimento do Ritual, daConstituição e da legislação complementar;

3.3. Desinteresse pela literatura ma-çônica e pelas palestras inspiradoras,durante o quarto de hora de estudos, queincutem nos IIr.’., a médio e longo prazo,o verdadeiro amor pela Ord.’..

4. Discriminação4.1. Atenção por parte dos dirigen-

tes da Lo.’. para com alguns, em detri-mento de outros, não só em termos deLoj.’. como também em relação às fa-mílias, principalmente nos momentos deinfortúnio, quando a solidariedade se fezmais necessária;

4.2. Formação de grupinhos que ge-ram facções e dificultam o entrosamentoe a interação dos novos Irmãos.

5. Influência negativa de familiares5.1. Esposa não simpatizante com a

Ord.’., concorrendo para desestímulo do Ir.’.;5.2. Filhos ou filhas que fazem dos

avós, babás dos netos, enquanto frequen-tam boates, cinemas ou outras diversões,esquecidos de que a oportunidade dosvelhos passa e não volta mais.

6. Ausência nos eventos maçônicos6.1. Ausência às conferências maçô-

nicas, onde se aprende Maçonaria, rece-bem-se estímulos, reveem-se velhosamigos e fazem-se novas amizades;

6.2. Falta de visitas a outras LLoj.’.,para transmitir, receber ou permutar co-nhecimentos maçônicos.

7. Falta de frequência7.1. Sinal evidente de que o Ir.’. não

se integrou à Maçonaria. Quanto maisfalta, mais vontade tem de faltar às ses-sões, perdendo, consequentemente, o vín-culo com os IIr.’. ao desatualizar-se como que se passa na Loj.’. e atrasar-se coma Tesouraria (...).

8. Ostentação8.1. Uso indevido do ambiente ma-

çônico para esnobismo de cultura, posi-ção social, riqueza e promoção pessoal;

8.2. Pompas e gastos supérfluos nosencontros maçônicos, dentro e fora dasLLoj.’., conflitantes com a pobreza queronda as nossas comunidades.

9. Melindres9.1. Suscetibilidade excessiva ou sim-

plesmente complexo de inferioridade aocolocar o indivíduo aquém daqueles quesobrepujam os pequenos conflitos e ele-vam a Maçonaria acima dos erros ine-rentes à pessoa humana.

“O verdadeiro maçom é aquele dogrupo “A”, ou seja, não abandona o de-safio por motivos fúteis; pelo contrário, ésempre o primeiro a sorrir, o primeiro aestender a mão, o primeiro a perdoar!”.

(*) Trabalho adaptado e apresen-tado pelo Ir.’.Edison Lopes, da Loj.’.União e Justiça Anapolina – Or.’. deAnápolis-GO, aos participantes do “IEncontro de Maçons da 1ª Zona”,realizado em 14 de junho de 1980.

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Notícias

CorrespondênciasO Companheiro recebeu eagradece as seguintes publica-ções:

1. Tijolos – Boletim de As-suntos Maçônicos e Cor-relatos – Ano 22 – Nºs.491, 492, 493, 494, 495,496, 497, 498 e 499. Do Ir.’.Valfredo Melo e Souza –M.’. Inst.’. do Or.’. de Bra-sília, DF. Nota da redação:é com grata satisfação querecebemos, não somente aspeças de arquitetura (tijolos)reeditados, mas também otijolo especial, nº 510, aalentada Biblioteca de Tijo-los (coletânea de textos), vol.2, onde o ilustre Ir.’. e cola-borador assíduo de O Com-

panheiro envia a seguintemensagem: “Aos irmãos eamigos de O Companheiro,uma singela lembrança emforma de agradecimento”.(24/4/2014, com sua respec-tiva assinatura). O Compa-nheiro e os IIr.’. da Carida-de Universal III agradecemo mimo que será devidamen-te colocado em nossa biblio-teca, à disposição de todos osobreiros.2. INFORMABIM – Nºs.350, 351, 354, 355, 358, 359e 361. Informativo da Associ-ação Brasileira da ImprensaMaçônica – Do Or.’. de Re-cife, PE. Neste último númerosaiu esta notícia:”O Compa-nheiro – Com 16 páginas,

está circulando O COMPA-NHEIRO em sua edição nº95. É trimestral e vem de Ara-raquara/SP, onde é produzidopelo Irmão Luiz Carlos Be-dran, seu fundador, e um dosmais respeitáveis jornalistas damídia maçônica brasileira. Jor-nal da Loja Maçônica Carida-de Universal III, Oficina queneste ano comemora seus 99anos de fecunda existência, fi-liada ao Grande Oriente Pau-lista. Recomenta-se aleitura dojornal O COMPANHEIRO,onde se encontram não so-mente as notícias da Maçona-ria em São Paulo, mas tambémartigos e peças de arquiteturado melhor proveito maçônico.Comunique-se pelo e-mail:

[email protected]”.Nota da redação: O Compa-nheiro agradece as elogiosaspalavras do Grão-Mestre doGrande Oriente Independen-te de Pernambuco, Ir.’. An-tônio do Carmo Ferreira, pre-sidente e editor do INFOR-MABIM, órgão da Associa-ção Brasileira da ImprensaMaçônica.3. Liberdade, Igualdade e Fra-ternidade – Informativo bimes-tral da ARLS e Ben.’. Dr. JoãoCarlos Ferraro nº 2011 – Nº 44- Do Or.’. de Itápolis, SP;4. O Unificador – Jornal cul-tural e informativo da A.R.L.S.Obreiros de Macaé nº 2075 –Nºs. 9 e 10 - Ano 19 - Orientede Macaé, RJ;

5. Revérbero maçônico – In-formativo bimestral da A.’.B.’. R.’. L.’. S.’. M.’. “21deAbril” nº 3 – Nº 355. Or.’.de João Pessoa, PB;6. Liberdade e União – Ór-gão informativo da Loja Liber-dade e União – Nºs. 226,227, 228 e 229 – Do Or.’. deGoiânia, GO.7. Vozes do Templo – Bole-tim da A.’. e R.’. L.’. S.’. Joãoda Escóssia – Nº 175 – DoOr.’. de Mossoró, RN.8. O Pesquisador Maçô-nico – Nº. 18 – Informati-vo Cultural da SESTHO(Sociedade “Anthero Bar-radas” de Estudo do Ho-mem). Do Or.’. de CaboFrio, RJ.

Diretoria eleita da A.´. e R.’. L.’. S.’. Caridade Univer-sal III – Período 2014/2015

VEN.'. PAULO AFONSO BRANDÃO DE ANGELI1º VIG.'. JOSÉ ISIDORO DA SILVA2º VIG.'. LUIZ HENRIQUE BERNARDINO SOUZASECR.'. JOSÉ ANTONIO RODRIGUES NÓVOASECR.'. ADJ.'. LAURO JOSÉ DIVARDIN JÚNIORTES.'. JOSÉ ROBERTO BOMBARDITES.'. ADJ.'. LUIZ CARLOS RIZZANTE DOS SANTOSORAD.'. HÉLIO JOSÉ DE PAIVAORAD.'. ADJ MÁRIO GAION

OFICIAISCHANC.'. ANTONIO LUIZ ANDRADEM.'. DE CCER.'. JAIR FERRAZ COSTA1º EXP.'. JOSÉ ANTONIO SIMONE2º EXP.'. FLÁVIO DELORT3º EXP.'. GUILHERME RAMOS JÚNIORHOSP.'. MANOEL VILAS BOAS BARBOSAARQ.'. WALDOMIRO CUSTÓDIO DE LIMA FILHOCOBR.'. INT.'. EDER IANICOBR.'. EXT.'.MÁRIO ZENDRON1º DIAC.'. JOSÉ DA SILVA PEIXOTO NETO2º DIAC.'. ANTONIO ARAUJO ANDRADE FILHOP.'. BAND.'. JOVIANO RODRIGUES DE LIMAP.'. EST.'. JUAREZ SIQUEIRA VIANAM.'. HARM.'. JOSÉ CARLOS JULIANIM.'. BANQ.'. JOSÉ HENRIQUE DE AZEVEDO JÚNIORP.'. ESP.'. ANTONIO RINALDO FILHOBIB.'. ROBERTO JORGE ABUÇAFY FRANCISCO

LOJA MAÇÔNICA CARIDADE UNIVERSAL IIICOMISSÕES PERMANENTES – 2014/2015

COMISSÃO CENTRALLUIZ CARLOS BEDRAN,EMÍLIO MARÇAL DELORENA, JOSÉ ALBERTOSANTARELLI

COMISSÃO DE FINANÇASROBERTO MANTEGASSI,JAIR FERRAZ COSTA,

GUILHERME RAMOSJÚNIOR.

COMISSÃO DEBENEFICÊNCIAMANOEL VILAS BOASBARBOSA, VITOR CEZARDE MOURA, JOSÉCARLOS JULIANI.

COMISSÃO DERELAÇÕES PÚBLICAS JOÃO CARDOSO DACUNHA JÚNIOR, JOSÉALBERTO SANTARELLI,FLÁVIO DELORT, EDERIANI

COMISSÃO DESEGURANÇAHÉLIO KALIL DA CUNHA,JOSÉ ANTONIO SIMONE,JOSÉ HENRIQUE DEAZEVEDO JÚNIOR

COMISSÃO DEPRESERVAÇÃO DASGERAÇÕES VINDOURAS

EMÍLIO MARÇAL DELORENA, JOÃOCARDOSO DA CUNHAJÚNIOR, FLÁVIO DELORT.

COMISSÃO DECONSTRUÇÃO

JOÃO MINASTCHAKERIAN, EDUARDOBENJAMIN ELIAS ABI-RACHED, ANTONIORINALDO FILHO, JOSÉHENRIQUE DE AZEVEDOJÚNIOR, ARNALDOSMIRNE JUNIOR,ONOFRIO JOÃO DE MORI.

COMISSÃO DE EVENTOSVITOR CEZAR DEMOURA, JOSÉ HENRIQUEDE AZEVEDO JÚNIOR,WALDOMIRO CUSTÓDIODE LIMA FILHO, HÉLIOKALIL DA CUNHA, ANTO-NIO ARAUJO ANDRADEFILHO, JOSÉ DA SILVAPEIXOTO NETO.

COMISSÃO DEINSTRUÇÃOITAMAR VALLERO, LUIZCARLOS BEDRAN, EMÍLIOMARÇAL DE LORENA,JOÃO CARDOSO DACUNHA JÚNIOR, JOÃOMINAS TCHAKERIAN.

COMISSÃO DOCENTENÁRIO DA LOJAEMÍLIO MARÇAL DELORENA, LUIZ CARLOSBEDRAN, ITAMARVALLERO, EDUARDOBENJAMIN ELIAS ABI-RACHED, HÉLIO KALILDA CUNHA, ANDRÉVICENTE RICCO LUCATO.

Diretoria eleita da A.´. e R.’.L.’. S.’. Gavião Peixoto 295 –Período 2014/2015V.’. JOSÉ MARCOS JABIR

1º V.’. JAIME GILBERTORODRIGUES2º V.’. NEREU KUNTZFORNARIOr.’. ROGERIO VIGATTO

Or.’. Adj.’. JOSÉ ROBERTODILELASecr.’. DANIEL LEONAR-DO FRATUCISecr.’. Adj.’. LUIS CAR-LOS DE SOUSA BARBOSA

Tes.’. PAULO ROBERTOSIQUEIRATes.’. Adj.’. NATAL MA-RAMARQUE NETO

Ch.’.M.’. de CCer.’. JOÃOPAULO MENEIA ARROYOJUNIORELINGTON ZUCCO

Diretoria eleita da ARLS Justiçae Tolerância nº 689, 2014/2015

RITO YORK (EMULAÇÃO)Loja com CARTA CONSTITUTIVADEFINITIVA Gestão: 2014 a 2015

Venerável MestreJosé Silvio Carvalho Prada1º Vigilante José Luiz Cervato2º Vigilante Luís Carlos SpolidorioPMI Carmine Brasil Tucci NetoCapelão Carlos Alberto de SouzaCostaHospitaleiro Eli SchiaviTesoureiro Joaquim DragoneDiretor Cerimonia Paulo AugustoReis Munhoz PerezA. Dir. Cerimônia Ulisses BrilhanteEsmoler Carmine Antônio TucciMestre Banquete Adriano BorgesMestre Harmonia Lucas FreitasRamalho1º Diácono Osvaldo dos SantosFernandes2º Diácono Silvio Tadeu ValleriniGuarda Interno José AntônioLombardi de SouzaGuarda Externo Roberto CesarAfonso MotaSecretário Sérgio Alvares dos SantosAssist. Secretário Alexandre Ge-raldo do Nascimento

Comissão Leis 1= Sérgio Álva-res dos Santos2= Carmine Brasil Tucci Neto

Assuntos Gerais3= Jorge Anysio Haddad

Comissão1= Paulo Augusto Reis MunhozPerez2= José Luiz Cervato

Finanças3= Ulisses Brilhante

Comissão1= Luís Carlos Spolidorio2= Carmine Antônio TucciSolidariedade 3= Lucas Frei-tas Ramalho

O Companheiro Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014 Pág. 5

Conhecer e cumprir as leis maçônicasLuís Carlos Bedran*

O artigo 2º da Constituição do Gran-de Oriente Paulista, no mesmo moldedas outras constituições de outrasPPot.’., elenca uma série de itens quesão universalmente adotados pela Ma-çonaria.

Um dos mais importantes é o primei-ro, onde se diz que ela uma instituiçãoessencialmente iniciática, filosófica, filan-trópica, educativa, progressista, sendoseus fins a liberdade, a igualdade e afraternidade. No entanto, todas essasbelas e preciosas palavras não podem serdefinidas corretamente a não ser atra-vés da filosofia, pois todas elas são pas-síveis de várias interpretações, como, porexemplo, o significado de educação eprogresso. O que é educação? O que éprogresso? Assim, na verdade, podemosresumir ser a Maçonaria uma instituiçãoeminentemente filosófica.

Como tal, como todo grupo de pesso-as que se reúnem numa organização eque possuem objetivos aceitos previa-mente por elas quando nela ingressaram,torna-se evidente que as leis dessa insti-tuição devam ser cumpridas fielmentepor seus membros, sob pena de ela nãoconseguir sobreviver e, assim, deixar decumprir suas finalidades a contento.

Existe um antigo princípio jurídico,importante e fundamental, que vige emqualquer sociedade civilizada de pesso-as, adotada em todo mundo, já usada porAristóteles, expressada pelos romanos:nemo ius ignorare consentur, ou, deoutra forma, ignorantia legis nonexcusat, o que quer dizer que “a ninguémé consentido ignorar o direito”, pois “odesconhecimento da lei não desculpa nin-guém”.

É verdade que, a depender da socie-dade em que se vive, como a maior detodas, o Estado — que é a nação politi-camente organizada — o indivíduo nãoconsegue conhecê-las todas, tantas etantas são as existentes. Mesmo assim,em seu favor, ele não pode alegar des-conhecimento delas, pois, caso contrá-rio, não haveria condições mínimas dese viver pacificamente em sociedade,uma vez que é conditio sine qua non, écondição absoluta, indispensável para aexistência dele e da própria sociedade.

Na sociedade maçônica não é dife-rente: o conhecimento das leis maçôni-cas e, evidentemente, o seu cumprimen-to, é fundamental para que ela possa atin-gir suas finalidades. E com uma vanta-gem, talvez inexistente noutras socieda-des muito mais complexas e maiores: éuma instituição que não pode ser consi-derada tão grande assim, pois ela temsido restrita e direcionada a poucas, masselecionadas pessoas escolhidas na so-ciedade civil.

No caso da nossa Ord.’., dividida emmaiores ou menores LLoj.’., com umnúmero não tão expressivo de membros,fica muito mais fácil para os IIr.’. co-

nhecerem e cumprirem as leis que nosregem e que vão, desde a Carta Maior, aConstituição, passando pelo RegimentoNormativo, pelo Código Disciplinar, peloCódigo de Processo Disciplinar, peloRegimento Interno, para até mesmoabranger os atos administrativos e de-cretos da respectiva Pot.’.. Não é mui-to. Além disso, não desconhecemos que,desde o início, desde a nossa iniciaçãonuma Loj.’. simbólica, até chegar ao úl-timo grau na filosófica, devemos cum-prir os vários juramentos expressos emtodos os rituais. Isso sem falar, pelo me-nos, do histórico conhecimento que de-vemos ter dos tradicionais Landmarks,das Old Charges e das Constituiçõesde Anderson.

Como todo grupo particular formadopor pessoas livres e de bons costumes,há uma ética própria adotada que, mui-tas vezes, não coincide com a ética pes-soal que poderemos adotar ou não lá nomundo profano. Melhor dizendo: há fa-tos e ações que se sucedem no mundoprofano que, de longe, não podem serenquadrados nas leis maçônicas, estasmuito mais rigorosas, justamente porquenossa instituição, além de fundamental-mente ser filosófica, é extremamenteética.

O maçom vive na sociedade profanae, às vezes, não consegue distinguir aqui-lo que lá é permitido, ou mais ou menostolerável, daquilo que absolutamente nãoé permitido na sociedade maçônica. Umexemplo é o nosso Código Disciplinar.As ações das quais podemos eventual-mente incorrer — e que não podemosalegar ignorância — estão sujeitas a vá-rias penalidades, divididas em três tiposde infrações: contra a liberdade, contraa igualdade e contra a fraternidade.

Pequenas ações, que no mundo pro-fano são vistas como insignificantes oumesmo toleráveis, em nossa Ord.’., alémde serem consideradas infrações, con-forme o ato praticado, são apenadas emtrês graus: graves, leves ou levíssimas.

Exemplos de infraçõesContra a igualdade:“Sugerir ou permitir discussão de

assunto que não possa ser conheci-do por Obreiro de grau inferior ouimiscuir-se em questão de grau infe-rior”; “noticiar o Obreiro de grauinferior, em Loj.’. ou fora dela, as-sunto privativo de grau superior”;

“revelar, a quem esteja impedido desaber, assunto ou trabalho de Loj.’.ou revelar assunto de rigoroso sigiloa Ir.’. ausente”; “revelar a Ir.’. au-sente assunto grave discutido emLoj.’.”; “prestar informação falsa aIr.’. ou a Loj.’. no intuito de impedirou frustrar audiência, sessão ou reu-nião, ou, ainda, com o propósito deimpedir votação ou eleição”; “reve-lar a Obreiro ausente assuntos trata-dos na sessão”.

Contra a fraternidade:“Fomentar desarmonias e desen-

tendimentos irreconciliáveis entre IIr.’.ou entre LLoj.’., causando o afasta-mento de Ir.’. ou Loj.’.”; “submeter oiniciando a situações ridículas ou exi-gir dele o cumprimento de provas exa-geradas, humilhantes, desnecessárias,frívolas ou estranhas aos rituais”; “acalúnia contra Ir.’. ou pessoa de suafamília, a denúncia caluniosa contraObreiro ou contra Loj.’., na pessoade seus Obreiros”; “injuriar Ir.’.,Loj.’., Alto Grau ou seus departamen-tos”; “insinuar ou acusar Loj.’. ouIr.’. de falta, conquanto simples, masque possa causar desprestígio peran-te a Fraternidade, ou, com tais efei-tos, fazer referências injustas ou pou-

co abonadoras à família do Ir.’., sal-vo retratação plena”.

Contra a liberdade:“Assinar ou permitir que se assine

livro de presença, ou quaisquer atosdocumentais, sem o efetivo compare-cimento ou participação do Ir.’.”; “re-tirar-se da reunião, prejudicando-lheo número legal para deliberação oupermitir que isso aconteça”; “mantercomportamento não condizente em tra-balhos em Loj.’.”; “perturbar o bomandamento dos trabalhos”; “pertur-bar reiteradamente a ordem dos tra-balhos maçônicos com observaçõesinoportunas”; “usar da palavra ouproferir apartes sem prévia autoriza-ção”.

Assim, pois, para que uma oficinapossa realmente atingir suas finalidadesmaçônicas é preciso que tenhamos emmente que não podemos deixar de co-nhecer e de cumprir as nossas leis.

*M.’. Inst.’. da A.’. e R.’. L.’. S.’.Caridade Universal III, Or.’. deAraraquara, SP; 33º; membro da Aca-demia Brasileira Maçônica de Artes,Ciências e Letras; fundador e editorde O Companheiro, do Or.’. deAraraquara.

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Liderança maçônicana Revolução de 32

A Maçonaria, instituiçãomilenar e consciente dos princí-pios que a norteia, Liberdade,Igualdade e Fraternidade, foiuma das associações maisparticipativas na RevoluçãoConstitucionalista de 1932. Emoutras épocas, a Maçonaria tam-bém participou de movimentosque preservasse a liberdade doshomens: A Independência doBrasil, Libertação dos Escravos,República entre outros, sempreatravés de seus membros querealmente sabem o papel querepresentam na sociedade.

A Revolução Constitucionalistade 1932 teve em suas liderançasdiversos maçons, entre os quais seincluía o Governador do Estado.

- Francisco Rangel Pestana- Jornalista, fundador e diretordo jornal O Estado de São Pau-lo, pertencente ao Quadro daLoja América, de São Paulo.

- Ibrahim Nobre - Escritor,advogado e promotor público, foichamado de o Tribuno da Revo-lução. Iniciado em Santos.

- Júlio Mesquita - Jornalista,fundador e presidente do jornalO Estado de São Paulo, perten-cente ao Quadro da Loja Amé-rica, de São Paulo.

- Júlio de Mesquita Filho -Jornalista, presidente do jornal OEstado de São Paulo, líder civilda Revolução de 1932, do Qua-dro da Loja União Paulista II, deSão Paulo. E um dos fundadoresda GLESP - Grande Loja Maçô-nica do Estado de São Paulo.

- Júlio Prestes - Político, pre-sidente (governador) de SãoPaulo, eleito presidente do Bra-sil, em 1930. Não tomou possedevido ao Golpe de Vargas. Per-tencente à Loja Piratininga, deSão Paulo.

- Pedro de Toledo - Embai-xador do Brasil e Governadoraclamado de São Paulo. FoiGrão-Mestre do GOESP.

- Washington Luiz - Advoga-do, foi presidente (governador)de São Paulo e presidente doBrasil de 1926 a 1930 (destituí-do pelo golpe militar). Fundadore 1º Venerável da LojaFilantropia II, de Batatais.

Sociedade Veteranos de32 - MMDC

Anos após o término dos

combates, os participantes darevolta formaram a Sociedadede Veteranos de 1932-MMDC,que veio a ser oficializada so-mente em 1954. Sua sede estálocalizada na Rua AnitaGaribaldi, 25, no centro de SãoPaulo. A Sociedade dos Vetera-nos de 32 - MMDC - possui estenome em homenagem a quatrojovens, mortos em combate narevolução: Martins, Miragaia,Dráuzio e Camargo. Com olema "São Paulo forte, para umBrasil unido", a entidade tem porfim precípuo preservar, na me-mória do povo paulista, a digni-dade e a grandeza do Movimen-to Constitucionalista de 32. Emcumprimento às suas finalidadesa Sociedade promove eventoscívico-militares e religiosos vi-sando a rememorar os feitos efiguras expressivas do Movi-mento Constitucionalista de 32;congrega os sócios em um cor-po único, com o intuito de de-fender, intransigentemente, osinteresses coletivos da classe;presta assistência social a vete-

ranos, suas viúvas e dependen-tes; fornece material didáticoaos que estiverem cursando atéo 2º Grau; imortaliza os despo-jos dos heróis constitucionalistasno Monumento Mausoléu; orga-nizar e atualiza um MemorialConstitucionalista "9 de julho" eum Arquivo Histórico e Biblio-teca do MovimentoConstitucionalista; realiza cursose conferências sobre o Movi-mento Constitucionalista; pro-move visitação a lugares histó-ricos do MovimentoConstitucionalista; defende omodo de vida brasileiro e as tra-dições, ideais e interesses daPátria, em concordância com ospreceitos constitucionais,intransferíveis e impostergáveis,atribuídos a todos os brasileiros.

Entre as diversas atividadespromovidas anualmente pelogrupo está a escolha dos quatromembros do comando do "Exér-cito constitucionalista", cargosimbólico com mandato de umano. Seu presidente é o militarreformado Gino Struffaldi, de 96

anos. Segundo a sociedade, 400ex-combatentes estão vivos.

Outra função da entidade ézelar pelo Monumento Mauso-léu do Soldado Constitucionalistade 1932, no Ibirapuera. O mu-seu abriga fotos, documentos, li-vros, objetos e recortes de jor-nais referentes à revolução. Aentidade também organiza e estápresente em datas importantes,como 23 de maio, 9 de julho (iní-cio da revolução) e 2 de outubro(fim dos combates). O obeliscodo Ibirapuera simboliza uma es-pada fincada, ferindo o coraçãodo Estado de São Paulo.

Acorda São Paulo!9 de julho de 1932: estoura a

RevoluçãoNo dia 9 de julho, 23h30, o

comando da 2ª Região Militar serebela, invade as duas emisso-ras de rádio paulistanas. O Cor-reio e a Companhia Telefônicacaem nas mãos dos revolucio-nários e começa a luta armada.Está deflagrada a RevoluçãoConstitucionalista.

Cria-se o MMDC - sigla for-mada a partir de Martins,Miragaia, Dráuzio e Camargo,organização civil clandestina queoferecia treinamento militar en-tre outras atividades. São Paulorecebe apoio dos Estados deMinas Gerais, Rio Grande do Sule Mato Grosso.

No dia 10 de julho é iniciadaa campanha de alistamento vo-luntário. Na Faculdade do Lar-go São Francisco estudantes deDireito formam o Batalhão Uni-versitário. As entidades civis,ACM- Associação Cristã deMoços, Rotarys, Lions, Maço-naria, Associação Comercial deSão Paulo, FIESP- Federaçãodas Indústrias do Estado de SãoPaulo, etc., todas se mobilizamproduzindo para a guerra. Far-das, agasalhos e meias para ossoldados eram confeccionadospelas mulheres paulistas.

A FIESP incumbiu suas as-sociadas em um esforço deguerra à produção de materialbélico. A Escola Politécnicaempresta seus professores, en-genheiros e estagiários para su-pervisionarem a produção. Gra-nadas, cantis, capacetes de aço,veículos e trens brindados, ar-

mas leves e canhões de grossocalibre foram fabricados nas in-dústrias paulista.

A 14 de julho, a AssociaçãoComercial de São Paulo e osbancos lançam a campanha"Doe ouro para o bem de SãoPaulo", para lastrear a moeda deguerra instituída por decretopelo governador Pedro deToledo. Milhares de pessoas detodas as classes sociais doarampratarias, joias, pulseiras de ouroe os menos abastados doaramsuas alianças de casamento.

A imprensa através dos jor-nais Correio Paulistano e a Fo-lha de São Paulo até serem"empastelados", foram instru-mentos importantes comodivulgadores do movimento. Ojornal O Estado de São Pauloresistiu ao furor ditatorial. No dia25 de janeiro de 1932, o princi-pal líder civil do movimento, ojornalista Júlio de Mesquita Fi-lho, já havia comprovado sua li-derança quando 100 mil pesso-as em passeata da Praça da Séaté a sede do jornal na Rua BoaVista, foram ouvi-lo em um ines-quecível discurso: "Anulada aautonomia de São Paulo, o Bra-sil se transformou num vastodeserto de homens e de ideias.E, se o nosso afastamento dadireção da coisa pública equiva-leu à implantação do caos e dadesordem em todo o territórionacional, a ordem, atranquilidade, a disciplina, emuma palavra, o império da Lei eda Justiça só poderá ser resta-belecido no dia em que São Pau-lo voltar à sua condição de líderinsubstituível da Nação".

Julinho como era conhecidofoi membro da Loja MaçônicaUnião Paulista II de São Paulo;Guilherme de Almeida e MenottiDe Picchia alimentavam cadavez mais a chama acesa do mo-vimento com reportagens e po-emas na imprensa; As rádiospaulistas são utilizadas para di-vulgação do movimento e o ra-dialista Cesar Ladeira da RádioRecord ficou conhecido como"A Voz da Revolução"; Pedro deToledo é proclamado governa-dor do Estado de São Paulo.Todo o estado trabalhou e lutoucom garra para a vitória da cau-sa paulista.

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Foram abertas três grandesfrentes de batalha: nos limites doParaná, das Minas Gerais e noVale do Paraíba. As tropas en-viadas para Itararé, divisa como Paraná, retiraram-se antes dachegada dos 18 mil soldados dastropas governistas. A batalhamais importante na frente deMinas Gerais foi no Túnel daMantiqueira. As tropas paulistaspenetraram pelo Sul de Minassendo barrados na cidade dePouso Alegre e repelidos pelastropas federais em direção àCampinas.

Cidades próximas as divisasde Minas Gerais, (Itapira,Atibaia, Bragança Paulista en-tre outras) foram ocupadas pe-las tropas federais e travaramcombates com os paulistas. Prin-cipal acesso para o Rio de Ja-neiro, o Vale do Paraíba, foi vis-to pelos paulistas como teatroprincipal da guerra.

A estratégia previa a con-quista da cidade de Rezende, quechegou a ser bombardeada pelaartilharia paulista, mas, a previ-são de uma marcha rápida parao Rio foi obstada pelas tropasfederais e com a falta de apoiode Minas Gerais, foram obriga-dos a bater em retirada para asdivisas paulistas.

Na cidade de Cunha, o agri-cultor Paulo Virgino tornou-seum herói e mártir, porque mes-mo sob torturas, não revelou àstropas federais onde estavamposicionadas as tropas paulistas.Não resistiu as torturas, foi mor-to, mas graças a sua lealdade ospaulistas venceram em Cunha,impedindo o avanço das tropasinimigas sobre a Serra do Mar.O desequilíbrio bélico era des-proporcional. Enquanto os revo-lucionários paulistas tinham umametralhadora para 50 homens,as tropas enviadas do Rio deJaneiro tinham uma metralhado-ra para cada três soldados.

A Guerra Paulista de 1932O professor Sólon Boges dos

Reis fala que: "o povo paulistadeu provas de possuir extraor-dinários valores sociais, moraise cívicos, entre os quais: Capa-cidade - lutando só sem a ajudade outros Estados brasileiros;União - só foi possível a Revo-lução de 32 porque os paulistasdemonstraram, através de ho-mens, mulheres e até criançasde todos os segmentos sociais,a união como em um corpo sópara lutarem pela Lei; Idealis-mo - uma das marcas mais no-táveis dos paulistas que não só

conservaram nas ideias; Patrio-tismo - pois o que queriam ospaulista não era apenas para SãoPaulo, mas para o Brasil inteiro.Por isso o governador Pedro deToledo mandou inscrever no bra-são de São Paulo: Pro Brasiliafiant eximia (Tudo pelo Brasil)".

O movimento de 9 de julhofoi deformado pela ditadura! Ogoverno provisório de GetúlioVargas conquistado com a Re-volução de 1930, com o objetivode contar com o concurso detodo o País e assim combater osesforços do povo de São Paulopara a restauração da legalida-de e dos princípios sempre vi-gorantes no Brasil, espalhou portodos os quadrantes que SãoPaulo aspirava separar-se doBrasil, ideia repelida por todosos brasileiros, quando na reali-dade as elites paulistas almeja-vam reaver o domínio políticoque haviam perdido com a re-volução de 1930, não a interfe-rência federal nos estados e aconvocação de uma AssembleiaConstituinte.

O quadro político que seapresentava na época era umpoder centralizado, governo pro-visório organizado por GetulioVargas para fortalecer o Esta-do, atraindo para esse seu pro-jeto os militares e trabalhadoresurbanos, com um discurso naci-onalista apelando ao sentimentopátrio e oferecendo aos traba-lhadores uma legislação traba-lhista paternalista. As oligarqui-as ressentiram-se, pois, perde-ram o controle político em seusestados e suas influências a ní-vel nacional.

O Congresso Nacional foifechado por Getulio Vargas, as-sim como os legislativos estadu-ais, municipais e os partidos po-líticos; os governadores depos-tos e, colocados em seus luga-res, os interventores nomeadospor ele, exigindo deles o aban-dono do liberalismo por um dis-curso autoritário, como elemen-to necessário para a formaçãode um novo modelo político eeconômico. Em São Paulo foinomeado como interventor João

Alberto Lins de Barros, tenentepromovido a coronel na Revolu-ção de 1930, que mal recebidopela oligarquia paulista foi apeli-dado de "O Forasteiro".

No dia 23 de maio de 1932,eclodiram na Capital paulistamanifestações contra GetulioVargas em clima de revolta eviolências, quando um grupo detrabalhadores e estudantes faziamanifestações próximo a Pra-ça da República, soldados go-vernistas abriram fogo e mata-ram os jovens Mário Martins deAlmeida, Euclides Miragaia,Dráuzio Marcondes de Souza eAntonio Camargo de Andrade.Também o estudante Orlando deOliveira Alvarenga foi ferido vin-do a morrer depois no hospital.A repercussão do ocorrido fezcom que exaltasse o sentimentopátrio, brotando nos coraçõespaulistas o ideal de liberdade epeitos se abriram para a luta.

São Paulo perde de cabe-ça erguida

A vitória já soava inviável emais nada adiantaria a carnifi-cina dos jovens e dos valentescombatentes paulistas. Floresda Cunha havia impedido a vin-da das tropas do Rio Grande doSul. O general Bertoldo Klingerveio do Mato Grosso sem asarmas e as tropas que prome-tera. Minas Gerais ficou de forae as munições que mandou paraas tropas paulistas não detona-vam. Ficaram famosos os apa-relhos chamados "matracas"que emitiam som de tiros de me-tralhadora para intimidar os ini-migos.

São Paulo lutava sozinho soba égide da traição. O comandan-te geral da Força Pública doEstado de São Paulo, coronelHerculano Silva, fez a rendiçãodas tropas paulistas em troca docompromisso de as tropas fede-rais não penetrarem no municí-pio de São Paulo, o que foi paraos demais comandantes milita-res como Klinger, Isidoro eEuclides Figueiredo, um ato im-perdoável de alta traição.

A RevoluçãoConstitucionalista de 32, duran-te quase três meses, 9 de julhoa 2 de outubro (87 dias) envol-veu 135 mil brasileiros, dos quaiscerca de 40 mil combatentespaulistas, a grande maioria vo-luntários civis. Dados oficiaisestimam que 934 paulistas dei-xaram suas vidas em defesa deseus ideais libertários. Cerca de200 soldados das tropas fede-rais morreram em combate.

Seus principais líderes forampresos e deportados, Julio deMesquita Filho e mais 75 com-panheiros embarcaram para oostracismo a bordo do navio por-tuguês Pedro l, conscientes dodever cumprido, pois, a derrotamilitar de São Paulo foi compen-sada pela vitória política quan-do da convocação da assembleiapara os trabalhos da nova Mag-na Carta no dia 3 de novembrode 1933.

Mas, o tempo passou tudomudou desde então, quando ohomem tinha o bom senso deviver em sociedade cônscio dopapel que representava, comoaqueles heróis que lutaram ederam suas vidas para fazeruma pátria melhor para seuscompatriotas e, deixam para ahistória, seu famoso dístico deprotesto do revolucionáriopaulista de 32: "Não esquece-mos; Não transigimos; Não per-doamos".

Do povo para o povoÉ necessário por parte do

povo o conhecimento das ins-tituições que se embasa estemesmo povo, pois, quem viveem uma sociedade sem a cons-ciência de como ela está or-ganizada e sem saber o papelque nela representa, não émais do que um autômato, seminteligência e sem vontade.

É esta a real posição damaioria de nossos homensdo povo, não participandoem nada que possa modifi-car o panorama político quevemos repetidamente, onde acorrupção impera, a imora-lidade avança e a ética seperdeu no calabouço da in-sensatez, afirmando cada vezmais o que dizia Santo Agos-tinho que, como sempre, res-ponde aos problemas atuais:"Se um povo é sério e pru-dente, zeloso pelo interessepúblico, é justo que se façauma Lei que permita a essepovo dar a si mesmo os ma-gistrados.

Entretanto, se tornado pou-co a pouco depravado, essepovo tornar venal seu sufrá-gio, entregando o governo àcelerados e infames, é justoque se retire a faculdade deconferir os cargos públicos, ese volte ao sistema de sufrá-gio limitado à algumas pesso-as idôneas".

Será preciso lembrar quepassamos por uma crise mo-ral, onde se prestigia homenspúblicos canalhas que escon-

dem dólares nas cuecas, des-viam recursos para si própri-os da saúde e da educação,apropriam-se de "over prices"e verbas de obras públicas,verbas do erário, dinheiro dopovo que deveria converter-se em bens para esse mesmopovo!

Quanto mais corrupto maisquerido é neste nosso Pais,provando que o povo não sabevotar, se não, não elegeria tan-tos políticos sabidamente cor-ruptos e mandatários que atu-am hoje no poder as vistascegas da Justiça, comprandovotos ao arrepio da Lei comcestas básicas, auxílio às pes-soas com verbas em forma desalários e cargos públicos,etc., etc..

Por muito menos em outrospaíses onde impera a Justiça,a moral e a ética, políticoscorruptos são julgados pelosseus crimes, cassados de seusdiretos políticos, condenadose levados ao cárcere. Quantosacusados por corrupção sesuicidaram de vergonha?

Por muito menos em umpassado glorioso, em 9 de ju-lho de 1932 homens de cará-ter e de coragem, levaram SãoPaulo a guerra contra todosos demais estados da Nação,exigindo a legalidade em umsistema democrático, com Li-berdade, Igualdade eFraternidade.

Estamos próximos às elei-ções quando elegeremos nos-sos mais altos mandatários e,é bom lembrar, de que saímosde uma derrota jogando aochão o mais fervoroso senti-mento futebolista verde e ama-relo, só arrefecido para umagrande maioria com a derro-ta, infelizmente, da seleçãoargentina.

Vamos mostrar como nofutebol, o mesmo sentimentopátrio nas eleições de outubroe, aprenderemos a votar, fa-zendo valer o mais valorosodos bens que dispõe o homemdo povo em uma democracia,o seu voto, e só assim seremos"pessoas idôneas de SantoAgostinho".

*Extraido do site, phttp://www.correiopaulistano.com.br/*Nota do Grão Mestre doAmazonas, Antonio Lourei-ro. Esta revolução não é sóde São Paulo. A Fortaleza deÓbidos também rebelou-se ea sua guarnição.

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9 de Julho: epopeia paulistae. figueiredo*

“Aos épicos de Julho de 32,que, fiéis cumpridores da sa-grada promessa feita a seusmaiores – os que houveramas terras e as gentes por suaforça e fé – na lei puseram suaforça e em São Paulo sua Fé.”

Guilherme de Almeida

Sobre a RevoluçãoConstitucionalista de 1932, ir-radiada de São Paulo, muitacoisa poder-se-ia dizer. Ape-sar de passados tantos anos,esse movimento ainda provo-ca polêmicas. As causas e asrazões mudam de acordo como ponto de vista de quem ten-ta escrever a História. Entre-tanto, uma coisa éinquestionável: a guerra foideflagrada contra aquelesque, depois da Revolução de30, queriam servir-se delapara perpetuarem no poder.

Os paulistas ficaram de-cepcionados com os rumosda Revolução de 30, que fezcom que a desordem admi-nistrativa e o fortalecimentocentral imperassem, prejudi-cando a autonomia do Esta-do. Havia, ainda, o agrava-mento da crise econômica,que veio se somar às agita-ções proletárias e a humilhan-te ocupação militar.

Ao contrário do que seapregoou na época (e quemuitos ainda, infelizmente, re-petem) não foi um movimen-to separatista. Naquelesdias, sob a ditadura de Getú-lio Vargas, o tema foi inten-samente explorado pelo Go-verno Federal para obter osreforços e coesão dos demaisEstados contra São Paulo.

O estopim da mobilizaçãopopular foi a missão de

Oswaldo Aranha, que emmaio de 32 foi incumbido depromover a reforma do secre-tariado de Pedro de Toledo,então interventor de São Pau-lo. Essa medida foi tida comointromissão na vida políticapaulista. O povo é convoca-do para manifestar-se na Pra-ça do Patriarca no dia 22 deMaio. Após alguns discur-sos, a massa humana se in-flama e rompe-se a passeata.O exército promete não atirarcontra o povo. A marcha se-gue para o bairro da Luz e acavalaria, na tentativa de dis-persar a multidão, deixa al-guns feridos. O conglomera-do segue, então, para o Palá-cio dos Campos Elíseos,sede do governo estadual, epressiona o interventorPedro de Toledo. Este pedevinte e quatro horas para re-solver a questão a contento.

No dia seguinte, 23 demaio, demonstrando sua in-satisfação com a demora emsolucionar o problema, o co-mércio cerra as portas. No-vamente, o povo vai postar-se defronte ao Palácio e, in-teirando-se das liberações látomadas, ruma para o centro.No caminho jornais simpati-zantes à ditadura sãoempastelados. A sede doPartido Popular Paulista,que apoiava o Governo Fe-deral, que ficava na Praça daRepública, é atacada. Hárevide com disparos de tiroscontra a multidão. Vários ma-nifestantes são atingidos emorrem Mário MartinsAlmeida, Euclides BuenoMiragaia, DráusioMarcondes Souza e AntônioAmérico Camargo Andrade.Com as iniciais desses qua-tro heróis compõem-se oMMDC, entidade que passou

a congregar todas as organi-zações civis e secretas paracombater a ditadura. O mo-vimento, estrategicamente,armado estruturou-se atravésde uma central secreta.

Muitos alegam que nes-sa homenagem aos heróis, foiesquecido o nome de um mi-neiro de Muzambinho,Orlando Oliveira Alvarenga,e, que a sigla deveria ter sidoMMDCA. Alvarenga foi gra-vemente atingido por metra-lhadora no mesmo embate;socorrido pelo acadêmicoSilveira Peixoto, foi conduzi-do a um consultório médicoe, de imediato, transferidopara o Hospital Santa Rita,vindo a falecer após mesesde atroz sofrimento. Quandoda formação da sociedade,somente Martins, Miragaia,Dráusio e Camargo haviam fa-lecidos.

O MMDC conclamou opovo conseguindo sensibili-zar o opinião pública. A ban-deira MMDC mexeu com obrio dos paulistas dando-lhescoragem para mobilizaçãogeral para pegar em armas elutar por um direito, lutar pelaConstituição do Brasil.

Às 11h40 do dia 9 de Ju-lho de 1932, um sábado, es-tourava a revolução armadasob a direção militar do coro-nel Euclides Figueiredo. Acoordenação civil, inclusiveos trabalhos de retaguarda,esteve sob a orientação daMaçonaria que, entre osseus membros, contava compersonalidades proeminen-tes da política, indústria, co-mércio e imprensa.

As emissoras de rádioexerceram papel político pre-ponderante, jamais visto noBrasil. E houve um locutorque se destacou como por-

ta-voz do movimento: CésarLadeira. Como o Estado deSão Paulo não possuía umhino, César Ladeira começoua tocar o dobrado Paris-Belfot, que havia sido cria-do na França, quando da Pri-meira Grande Guerra Mundi-al, com objetivo ufanista. Odobrado Paris-Belfort aca-bou tornando-se hino deguerra de São Paulo e umdos símbolos da RevoluçãoConstitucionalista.

Menos de três meses du-raria a revolta, mas o bastan-te para mostrar uma sucessãode lances heróicos, de abne-gação e táticasdesesperadoras diante damaioria numérica do inimigo.Soldados, precariamente ar-mados, enfrentando cominaudita coragem os aviõesdo ditador, revelaram oindômito espírito paulista e aglória de combater pelo Bra-sil! Apesar do prometidoapoio de outros Estados, SãoPaulo ficou sozinho e nãoconseguiu avançar além dadivisa com o Rio de Janeiro.

Há que se destacar a par-ticipação da Mulher Paulistanesse importante aconteci-mento histórico. As virtudescívicas e morais da Mulher

Paulista, reveladas nos trêsmeses da RevoluçãoConstitucionalista foram degrandeza e esplendor, tendosido o verdadeiro esteio des-se movimento admirável earrebatador. Ela também aju-dou a escrever páginas bri-lhantes e inesquecíveis dacampanha Constitucionalista,dando provas diárias, comoos homens, de devotamentoe dedicação.

Em 1° de outubro, sába-do, celebrou-se a ConvençãoMilitar, e a Força Pública doEstado de São Paulo, obedi-ente, deixou as trincheiras,obrigando a cessação da lutaarmada.

A amargura da derrota,nas armas, foi transformadaem júbilo de vitória quantoaos objetivos: os vencidosobrigaram os vencedores àconvocação da AssembleiaConstituinte. Houve fugas,prisões e exílio, mas o movi-mento tornar-se-ia, moral-mente, vencedor. Ospaulistas não tinham lutadoem vão.

A Revolução Constitu-cionalista de 1932, ainda quederrotada no campo de bata-lha e a despeito das contro-vérsias que, ideologicamen-

te, possa provocar, foi, semdúvida, o maior, o mais im-portante e o mais espontâneomovimento cívico ocorridono Brasil!

Bibliografia: Donato, H.- A Revolução de 32;Rodrigues J.; A MulherPaulista no Movimento PróConstituinte; Coleção Nos-so Século-Abril Cultural;D.O. Leitura – Junho 92; OGlobo - 7.7.82; O Estado deS. Paulo - 9.7.82; Jornal daTarde 8.7.82.

Oh! Quam bonum est etquam jucundum, habitarefratres in unum!

Não há limite para a cul-tura maçônica!

O conhecimento maçôni-co só tem valor quando com-partilhado entre os IIr.’.!

*Jornalista - Mtb 34947e pertence ao CERAT - Clu-be Epistolar Real Arco doTemplo; Integra o GEIA –Grupo de Estudos IniciáticosAthenas;Membro do Grupode Estudos Maçônicos Ver-dadeiros Irmãos Obreiro daARLS Verdadeiros Irmãos –669.

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Notícias

Lançamento: Maço-naria e Judaísmo: influ-ências?

O Companheiro rece-beu de nosso Ir.’. JoséRonaldo Viega Alves, doOr.’. de Santana do Livra-mento, RS, um exemplar dolivro de sua autoria, Ma-çonaria e Judaísmo: influ-ências?, publicado em ju-lho de 2014 pela Editora ATrolha Ltda, com 158 pá-ginas.

Como dizem os edito-res, “O assunto instiganteé também delicado, poistraz lendas, fatos, hipóte-ses, documentos e algumasconclusões acerca desteimportante legado, comcomentários que se abrempara novas pesquisas. Nãose questionando a belezaou a importância dos sím-bolos, lendas e palavrasusadas, apenas a legitimi-dade do seu uso e de suaprovável inserção nos Ri-tuais Maçônicos. O quefica claro neste livro é abusca da coerência e im-parcialidade na análisedas palavras hebraicasusadas em alguns RituaisMaçônicos. É a justaposi-ção do que leu que cha-mou a atenção do autorIrm.’. José Ronaldo Viega,e então, as suas dúvidasiniciais se transformaramem ideias e pensamentoslógicos encerrados nestelivro”.

O livro certamente viráesclarecer as várias dúvi-das que os IIr.’. têm a res-peito das influências cul-turais e teológicas do ju-daísmo e do hebraísmoque a Maçonaria simbóli-ca recebeu quando de suafundação, mas que, comodiz o autor, “(...) é talveznos graus filosóficos queresida a maior parte dainfluência do Hebraísmoe do Judaísmo”.

O Companheiro agra-dece o envio desta impor-tante obra, que, oportuna-mente, estará na bibliotecada Caridade Universal IIIà disposição de todos osIIr.’. e nesta oportunidadecumprimenta o Ir.’. Viegapela dedicação e trabalho

em nos trazer mais conheci-mento cultural e maçônico.

O Ir.’. também é autor daobra Reflexões de um biblio-tecário maçom, editado pelaEditora Maçônica “ATrolha”; ambas as obras po-dem ser adquiridas pelo site:http://www.atrolha.com.br.

Falecimentos

Ir.’. Cláudio BeneditoGomide de Souza

Faleceu no dia 6 de agos-to, aos 63 anos, o Ir.’. CláudioBenedito Gomide de Souzaque durante alguns anos per-tenceu à nossa Loj.’., exercen-do em 1991/1992, durante agestão do Ir.’. V.’. M.’. LuizCarlos Bedran, os cargos deSecr.’. e Or.’.. Era professor echegou a ser diretor daUNESP, campus deAraraquara. Seu corpo foi ve-lado naquela instituição e le-vado para a cidade de SãoJosé dos Campos, onde foi se-pultado. Os IIr.’. que o conhe-ceram relembram o seu espíri-to jovial e brincalhão e lamen-tam profundamente o seu fa-lecimento. Também colaboroucom O Companheiro.

Ir.'. Oreste Garcia ZenattiFaleceu no dia 1 de setem-

bro o Ir.'. Oreste GarciaZenatti, o Lelé, M.'. Inst.'. daA.'. e R.'. L.'. S.'. Morada doSol deste Or.'.. Deixa viúva acunhada Regina Célia Gon-çalves Zenatti e os filhosRodrigo e Giovana. À famíliaenlutada, as condolênciasdos IIr.'. da Caridade Univer-sal III e de O Companheiro.

Grau 33Realizou-se no dia 4 de

agosto do corrente, nas de-pendências da A.’. e R.’. L.’.S.’. Caridade Universal III, acerimônia de elevação do Ir.’.Benedito Martins, do Or.’. deIbitinga ao grau 33, presidi-da pelo Ir.’. Luiz AntonioPessan, ao Val.’. de SãoCarlos, membro efetivo doSupr.’. Cons.’. e pertencen-te também ao ConsistórioPlatão dos PPrinc.’. do RealSegredo, por delegação doSoberano GrandeComendador dos Graus Es-coceses 4 a 33 para o Brasil,Ir.’. Antonio José AnicetoRossi. Em seguida houve asessão em grau 4 do Subl.’.Cap.’. Cinco de Março, pre-sidida pelo Ir.’. Ath.’. JoséCarlos Miranda.

IniciaçãoRealizou-se no dia 7 de

agosto, no templo da A.’. eR.’. L.’. S.’. Caridade Univer-sal III, a iniciação de Alexan-dre Ricardo Cupri Aranhaaos quadros da A.’. e R.’. L.’.S.’. Gavião Peixoto nº 295, doOr.’. de Gavião Peixoto. A

sessão magna foi presididapelo V.’. M.’. daquela ofici-na, Ir.’. José Marcos Jabir.

Honra ao Mérito - Ir.'.Antonio Luiz de Andrade

No dia 20 de agosto, emsessão especial da CâmaraMunicipal de Araraquara, emcomemoração ao Dia doMaçom, - Lei Municipal nº5874 de 15/8/2002 - o Ir.'. An-tonio Luiz de Andrade, per-tencente aos quadros da A.'.e R.'. L.'. S.'. Caridade Univer-sal III e presidente da 31ª Se-mana Maçônica deAraraquara e Região, recebeuo título de Honra ao Méritopelos relevantes serviçosprestados à cidade no exer-cício do cargo de Delegadode Polícia.

A honraria foi-lhe conce-dida por unanimidade, medi-ante o Decreto Legislativo nº881 de 24/6/2014. O autor dapropositura foi o vereador eIr.'. Luís Cláudio LapenaBarreto, pertencente à A.'. eR.'. L.'. S.'. Aracoara 427, denosso Or.'.. Estiveram presen-tes à homenagem vários IIr.'..O Companheiro e os IIr.'. daA.'. e R.'. L.'. S.'. CaridadeUniversal III congratulam-secom o Ir.'. Antonio Luiz pelamerecedora honraria.

Cidadão Araraquarense -M.'. Inst.'. José AlbertoSantarelli

No dia 29 de agosto docorrente, em sessão soleneda Câmara Municipal deAraraquara, o M.'. Inst.'. daA.'. e R.'. L.'. S.'. Caridade Uni-versal III, José AlbertoSantarelli, recebeu o título deCidadão Araraquarense pe-los relevantes serviços pres-tados à cidade, mormentecomo presidente do Lar eAsilo São Francisco de As-sis de Araraquara.

O autor da honraria, apro-vada por unanimidade, foi overeador João Farias median-te o Decreto Legislativo nº863. O V.'. M.'. de nossa Loj.'.,Ir.'. Paulo Afonso Brandão deAngeli, suspendeu a sessãoordinária que seria realizadanesse dia e todos os IIr.'. lácompareceram congratulan-do-se com o Ir.'. Santarelli pelamerecida homenagem e daqual compartilha também OCompanheiro.

Site da A.'. e R.'. L.'. S.'.Caridade Universal III

A Caridade tem um site, dis-ponível para acesso aos IIr.'.. www.caridadeuniversalterceira.mvu.br

RELATÓRIO DAS ATI-VIDADES DA FRATER-NIDADE FEMININACRUZEIRO DO SUL2012/2014

Durante os dois

anos frente à FraternidadeFeminina Cruzeiro do Sul, adiretoria que atuou de julhode 2012 a junho de 2014 sem-pre apresentou os trabalhosrealizados em todas as reuni-ões mensais. Entretanto afrequência das cunhadassempre foi muito variável.

Assim, resolvemosapresentar a todas tudo o queconseguimos desenvolverquer em relação à manuten-ção do salão, às obras bene-ficentes ou eventos.

Porém um projeto,embora necessário, não podeser realizado: a pintura dosalão. Para o futuro, já temosuma pequena reserva que,somada às vindouras mensa-lidades, será suficiente paradeixar o salão da Fraternidadeà altura de outros bons sa-lões da cidade.

Agradecemos àscunhadas que, de uma manei-ra ou outra, nos auxiliaram ea Fraternidade contará sem-pre com a participação de to-das.AQUISIÇÕES, MANUTEN-ÇÃO E REFORMAS:1- Compra de 180 taças;2- Compra de 8 tampos gran-des redondos, em MDF;3- Compra de 2 tampos retan-gulares grandes, em MDF;4- Compra de 2 mesas retan-gulares médias, em MDF;5- Compra de toalhas em te-cido adamascado branco paraos respectivos tampos e me-sas;6- Compra de 3 tampos retan-gulares grandes, em MDF re-vestido, para servirem comoaparador;7- Colocação de 3 prateleiras, emMDF, no depósito para organi-zação do material existente;8- Compra de 35 cobre-man-chas estampados para asmesas;9- Compra de 2 caixas gran-des de plástico para acondi-cionar as toalhas;10- Compra e instalação de 12ventiladores;11- Compra e instalação de 10spots para a iluminação dosalão e respectivas lâmpadas,no total de 28;12- Troca de 6 portas dos ba-nheiros: masculino - 3 e femi-nino - 3 ;13- Troca de 1 caixa d'água.Limpeza e substituição departe do encanamento dasoutras 2;14- Substituição dos cabosde energia do relógio de me-dição até o quadro de distri-buição geral;15- Reforma de 2 armários dapia da cozinha com a trocados azulejos e colocação deportas novas de alumínio;16- Conserto da chaminé dachurrasqueira;17- Manutenção do jardim edo estacionamento com a aju-da da Loja;

18- Recarga dos extintores.

EVENTOSBENEFICENTES:1- Almoço em 16/9/2012 -Buffet Vila Poma;2- Jantar das Mulheres em 28/10/2012 - Buffet Vila Poma;3- Jantar de Confraternização/Natal - juntamente com a LojaDez/2012 - Buffet Vila Poma.Arrecadação de brinquedos edoação a Somos Noéis;4- Almoço Mineiro em 24/3/2013 - Buffet Ana Paula;5- Jantar das Mulheres -Halloween - Buffet AnaPaula;6- Jantar de Confraternizaçãojuntamente com a Loja - Na-tal de 2013. Arrecadação debrinquedos e doação a So-mos Noéis.

ATIVIDADESBENEFICENTES:1- Doação de R$ 1.000,00 à en-tidade "AMOR EXIGENTE";2- Doação de presentes paracada idoso e mantimentospara a ceia e almoço de Natalde 2012 para o "LAR E IN-TERNATO OTONIEL DECAMARGO";3- Duas campanhas de arre-cadação de brinquedos e do-ação a "SOMOS NOÉIS", emparceria com os cunhados.Natais 2012/2013;4- Confecção e doação de 58cachecóis para os idosos do"LAR SÃO VICENTE DEPAULA", no inverno de 2013;5- Doação de leite às crian-ças da "CASA MATER";6- Tarde festiva com as crian-ças da "CASA BETÂNIA eLAR ESCOLA RENASCER"no Buffet Rapalunga;7- Doação de 10 bolos sim-ples e 60 presentes às idosasdo "LAR SÃO FRANCISCO"em comemoração ao Dia dasMães, maio/2014.8- Aluguel do salão às Insti-tuições de Caridade com va-lor inferior ao normal, colabo-rando dessa maneira com asreferidas instituições.

REUNIÕES NAS PRIMEI-RAS SEXTAS FEIRAS DECADA MÊS:1- Palestras/bate-papoa. Maria Lúcia Gil (Coordena-dora Regional CentroAraraquarense da Federaçãodo Amor Exigente e voluntá-ria do Grupo Ameara);b. Rosa Maria Gentil Avelar(Professora Doutora em Edu-cação) - Gratidão;c. Camila Zanin (Nutricionista)- Alimentação Saudável;d. Sargento Márcio Tozetti(Corpo de Bombeiros deAraraquara) - Segurança noTrânsito;e. Maria Amélia Minervino(Escritora) - "MEU CORA-ÇÃO CAFÉ COM LEITE".Na ocasião, o cunhado LuizCarlos Bedran lançou o livro

"PEQUENA HISTÓRIA DAFILOSOFIA OCIDENTAL".2- Comemoraçõesa. Dia dos Pais - com presen-tes e leitura de mensagensem jantar após reunião men-sal - agosto/2012 e 2013b. Festa Junina - com jantartípico após reunião mensal -Junho/2013 e 2014 - FestaJuninac. Organização do jantar típi-co paulista, com cardápio emúsicas da época, após Ses-são Magna Comemorativa àRevolução Constitucionalistade 9 de Julho de 1932, compalestra proferida pelo profes-sor Marcos Carmo.Uma vez mais, nossos agra-decimentos às cunhadas ecunhados que nos apoiaramdurante nossa gestão, e semo apoio dessas pessoas que-ridas não seria possível tra-balharmos nesses 2 anos.

DIRETORIA 2012/2014PRESIDENTE: Dulce ElviraDevito da CunhaVICE-PRESIDENTE: YaniPagani Serra Lucato1ª SECRETÁRIA: RosângelaBraga de Paiva2ª SECRETÁRIA: CléiaAparecida Bonani1ª TESOUREIRA: Maria doCarmo Buda Zendron2ª TESOUREIRA: (2012/2013) Marisa Giusti (2013/2014) Mariza IreneCarmelengo Barboza

FRATERNIDADE FEMI-NINA CRUZEIRO DO SUL-Gestão 2014-2015DiretoriaPresidente: LUCIANACRISTINA DE PAULA DEANGELIVice-presidente: MARIA DOCARMO BUDA ZENDRON1ª Secretária: ROSÂNGELABRAGA DE PAIVA2ª Secretária: SUELI FERRERRODRIGUES1ª Tesoureira: DULCEELVIRA DEVITO DA CU-NHA2ª Tesoureira: SHIRLEY DOSSANTOS DIVARDINConselho Fiscal - MembrosefetivosMÍRIAM APARECIDAVANALLI DE ANDRADEAPARECIDA FORNAZZICAMPOSFÁTIMA APARECIDAZAMPIERO RAMOSRAQUEL DE MORAES ABIRACHEDCLÉIA APARECIDABONANIConselho Fiscal - SuplentesSOLANGE APARECIDASGOBBIANA MARISA DE LIMAROSA PASSOSMARIA CRISTINA GON-ÇALVES LYRAANA CRISTINA CAMPOSYANI PAGANI SERRALUCATO

O Companheiro Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014 Pág. 10

Sobre o padroeiro da OrdemAntônio do Carmo Ferreira*

Recordo que em junho de 2001,a Editora Maçônica A Trolha aca-bou de imprimir o livro São JoãoBatista e a Maçonaria, através doqual seu autor depõe, com êxitoadmirável, em favor de João Batis-ta como “Excelso Patrono” daOrd.’..

Já havia conversado com XicoTrolha, várias vezes, a respeito des-se tema, desde que escreveu a“Descristianização da Maçonaria”(1997) e, no livro, me distinguiu,transcrevendo artigo ligado ao Pór-tico de Salomão. Conversasprovocadas por ele, e elasticadascom suas perguntas valiosas e pre-ciosas observações. Xico era ummestre, confidente e bastante res-ponsável. Não falava dos autores,nem dos livros que recebia para edi-tar. Eu supunha que havia algo a serpublicado, no campo do que ele meindagava, pelas coincidências. Era aconversa e poucos meses depois, olivro estava sendo anunciado.

Sobre os Joãos – Batista eEvangelista –, na Maçonaria, havía-mos tratado, em abril, no Recife,quando da realização do EncontroNacional da Cultura Maçônica. E,aí, lhe dissera ter-me acostumadocom a expressão “Padroeiro”, emlugar de “Patrono”. Ele riu, alegan-do que “o uso do cachimbo entortaa boca”. E, ao mesmo tempo, meconsolava: “Varolli e Aslan tambémpreferem Padroeiro”. As interpre-tações e justificativas que levam àpreferência pelos termos são exce-lentes e só enriquecem a históriada Ord.’..

Xico e eu estávamos de acordo.A maçonaria, nascida operativa,

veio ao mundo num tempo integral-mente cristão. Cada país tinha o seusanto padroeiro. Cada província,cada cidade, cada família, também.As corporações não fugiam à regra.As guildas, como se dizia com ascorporações de ofício, cada umatinha o seu padroeiro. Os carpintei-ros, os alfaiates, os ferreiros, ospedreiros, etc. Todos queriam umadvogado junto à comarca celestial.

Predominava, naqueles tempos,uma intensa religiosidade... comograssava o analfabetismo. Os pe-dreiros, mais que os integrantes deoutras guildas, se entranharam des-sa religiosidade. Certamente por-que eles construíam as igrejas, osconventos, as capelas, as catedrais,os mosteiros. Os monges que aprincípio lhes ensinaram as regrasdo construir passaram a secretariaras suas corporações e influir, poresta convivência, em seus costumesreligiosos. As guildas dos pedrei-ros não tinham como deixar de sercatólicas apostólicas romanas.

Os monges conduziam às reuni-ões. Certo dia, um deles presenteiaa sua guilda com um manuscrito doEvangelho de São João. E faz a lei-tura da parte introdutória, referen-te à prevalência da luz sobre as tre-vas. Não tardou a se fazer costumeo presenteio do manuscrito. E ocostume tornou João EvangelistaPadroeiro da Maçonaria operativa(1). Quando um maçom se apre-sentava e era abordado, logo seidentificava como um protegido dosanto. Encontra-se isto em todos oscatecismos de então. “De ondevindes?” O maçom perguntado, res-pondia incisivo: “De uma Loja deSão João”.

Em 1717, no dia 24 de junho, os

maçons de quatro Lojas londrinasse reuniram e resolveram adotar osistema obediencial para a Ord.’..Não mais a Loj.’. solitária. Mas simas LLoj.’. solidárias. O maçom nãomais um trabalhador da “pedra ecal”, porém um “construtor social”.

A data do advento desta nova Ma-çonaria – 24 de junho - inspirava aentronização de um novo Padroei-ro – o João Batista. Nossos rituaisdão muitos pontos em favor deJoão Batista que o chamam de “odegolado e mártir por recusar-se aabdicar de sua fé”, chamando a aten-ção do iniciado para o fato de que“a fé maçônica é inquebrantável”.(2)

Ambos os Joãos – o Evangelistae o Batista - merecem o status, poistiveram vida bastante exemplarpara, como tal, serem reconheci-dos. Para maiores esclarecimentos,sugere-se a leitura do livro “SãoJoão Batista e a Maçonaria” do lau-reado escritor pesqueirense, oraresidente em Brasília, LuizGonzaga da Rocha, a quem muitoestimamos.

Nota:Sobre este assunto, transcreve-

mos pesquisa do editor do jornal OMalhete, Estado do Espírito San-to, Ir.’. Luiz Sérgio de Freitas Cas-tro.

(1) São João Evangelista (ouSão João, o Evangelista, ou Após-tolo João)

O apóstolo João foi o mais jo-vem dos doze discípulos de JesusCristo, e viveu entre os anos 6 e103 da Era Cristã. De acordo como Livro da Lei, João foi o mais fieldiscípulo e acompanhou Jesus atéo instante da sua crucificação, noGólgota. As obras bíblicas de

João Evangelista são: suas trêsEpístolas, o Evangelho segundoSão João e o Livro do Apocalipse.Nesse último livro, o apóstolo nar-rou sua visão profética dos Últi-mos Dias e a vinda da JerusalémCelestial, estudada no Grau 19(Grande Pontífice, ou SublimeEscocês) do Rito Escocês Antigo eAceito. Maçonicamente, o exem-plo de vida deixado por São JoãoEvangelista, ressalta a fidelidade,o companheirismo e a lealdadecomo virtudes maçônicas funda-mentais. O apóstolo João escre-veu o Apocalipse durante o seuexílio na ilha de Patmos, naGrécia.

(2) São João Batista (ou SãoJoão, o Batista)

João Batista foi um eremita, pro-feta e pregador que viveu na Judeia,no início do Século I. Conformenarra o Livro da Lei (ou Bíblia), otítulo de batista referia-se ao fatode João Batista pregar um batismode arrependimento e, posterior-mente, batizar os arrependidos.João Batista, além de anunciar a vin-da do Messias, era um severo críti-co do governo romano na Judéia,tendo sido, por isso, perseguido eexecutado.A morte de João Batis-ta, decapitado, possui forte signifi-cado maçônico. Simbolizando amensagem de um homem que pre-fere ter a garganta cortada, a negara sua Verdade pessoal.

* Grão-Mestre do GrandeOriente Independente dePernambuco – Fundador e pre-sidente da Associação Brasileirade Imprensa Maçônica – ABIM –do Or.’. de Recife, PE – Extraídodo INFORMABIM.

O Companheiro Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014 Pág. 11

Liberdade de consciênciaAntonio Araujode Andrade Filho*

“Disse, pois Jesus aos ju-deus que haviam crido nele:Se vós permanecerem na mi-nha palavra, sois verdadei-ramente meus discípulos; econhecereis a verdade e averdade vos libertará. Res-ponderam-lhe: somos des-cendentes de Abraão e ja-mais fomos escravos de al-guém; como dizes tu: Sereislivres? Replicou-lhes Jesus:em verdade, em verdade vosdigo: todo o que comete pe-cado é escravo do pecado.O escravo não fica para sem-pre na casa; o filho, sim,para sempre. Se, pois, o Fi-lho voslibertar,verdadeiramentesereis livres.”. João 8:32

O que é liberdade? É o di-reito de fazer o dever com apossibilidade de não o fazer?É a possibilidade que o indi-víduo tem de escolher seucaminho na vida?

Segundo o Dicionário deFilosofia, em sentido geral,o termo liberdade é a condi-ção daquele que é livre; ca-pacidade de agir por si pró-prio; autodeterminação; inde-pendência; autonomia.

A história desse concei-to perpassa os estudos deépocas e pensadores diver-sos e registra a interpretaçãode doutrinas sociais bastan-te variadas. Podemos fazeruma distinção inicial entre oque se convencionou chamarde concepção “negativa” e“positiva” da liberdade.

Em seu sentido negativo,liberdade significa a ausên-cia de restrições ou de inter-ferência. O sentido positivode liberdade significa a pos-se de direitos, implicando oestabelecimento de um amploâmbito de direitos civis, polí-ticos e sociais. O crescimen-to da liberdade é concebidocomo uma conquista da cida-dania.

No sentido político, a li-berdade civil ou individual éo exercício de sua cidadaniadentro dos limites da lei e res-peitando os direitos dos ou-tros. “A liberdade de cadaum termina onde começa aliberdade do outro”.(Spencer).

Em um sentido ético, tra-ta-se do direito de escolhapelo indivíduo de seu modode agir, independentementede qualquer determinaçãoexterna. Descartes afirmou:“A liberdade consiste unica-mente em que, ao afirmar ounegar, realizar ou enviar oque o entendimento nosprescreve, agimos de modoa sentir que, em nenhum mo-mento, qualquer força exte-rior nos constrange”.

E o que é consciência? Se-gundo Antonio Damásio, aconsciência, no seu plano mais

simples e básico, é o que nospermite reconhecer o impulsoirresistível para conservar avida e desenvolver um interes-se por si mesmo. A consciên-cia, no seu plano mais comple-xo e elaborado, ajuda-nos a de-senvolver um interesse poroutros si mesmos e a cultivar aarte de viver.

A palavra ‘consciência’vem do latim conscientia: co-nhecimento de algo partilha-do com alguém.

È uma palavra relativa-mente nova: alguns autores adatam do século XIII. No An-tigo Testamento não se encon-tra um termo especial paraconsciência. Isso não signifi-ca que a consciência como re-alidade universalmente huma-na, especialmente na sua con-cepção de conscientiaconsequens (a aprovação quesegue o ato moral, ou então oremorso, a autocrítica) sejadesconhecida no Antigo Tes-tamento.

O autor da narrativa daqueda de Adão já descreve demodo muito psicológico o re-morso da consciência. O quenós chamamos de consciên-cia, na linguagem metafóricado Antigo Testamento não ra-ramente é chamado de “cora-ção” (por exemplo, 1Sam 24,6;Jó 27,6). À capacidade de jul-gar as suas ações, decidindose são corretas ou não, esco-lhendo o seu caminho na vida,denomina-se de consciênciamoral. A possibilidade que oindivíduo tem de poder esco-lher o seu caminho na vidaconstitui a liberdade.

A liberdade e a consciên-cia estão intimamente relacio-nadas. Quando não temosescolha (liberdade) é impos-sível decidir entre o bem e omal (consciência moral). Sen-do assim só tem sentido jul-gar moralmente a ação de umapessoa se essa ação for prati-cada em liberdade.

A partir do momen-to em que estamos livres paraescolher entre esta ou aque-la ação, tornamo-nos respon-sáveis pelo que praticamos.É esta responsabilidade quepode ser julgada pela cons-ciência moral do próprio in-divíduo (consciência moral)ou do grupo social (consci-ência civil).

Para que se seja moral-mente responsável é neces-sário ter consciência das in-tenções e das consequênciasdos seus atos, e as causasdos atos praticados peloindividuo têm que estar nelepróprio e não em outro agen-te que o force a agir contrari-ando a sua vontade, isto é,agindo sem ser coagido poroutrem.

O caráter principal domaçom é ser livre e de bonscostumes. Mas o que vem aser a liberdade maçônica? Emresumo, a liberdade maçôni-ca preconiza o amor fraternal

como única solução para to-dos os problemas da huma-nidade e este amor é sinôni-mo de liberdade, causa deigualdade e razão dafraternidade.

São três os aspectosonde se desfruta da mais am-pla liberdade: consciência,espiritualidade e pensamen-to. Nenhum tirano pode mu-dar ou censurar o que se pas-sa na mente do cidadão. Le-gisladores podem escrever asleis mais perfeitas que estasde nada valem perante a von-tade individual. Apenas opróprio indivíduo tem o po-der de sabotar-se ou libertar-se no íntimo de seus proces-sos mentais; é o trabalho napedra bruta; oautoconhecimento.

Daí ser lógico afirmar quea Maçonaria não dá nadapara ninguém; todo progres-so pessoal é resultado de es-forço individual eintransferível. A liberdadeestá latente nas pessoas, éparte do projeto da criatura,basta uma leve provocaçãopara ativá-la; é o que ocorrenos debates entre os obrei-ros na sublime instituição. AMaçonaria entra com o siste-ma, o local, as ferramentas; oobreiro com sua alma, cora-ção e mente.

Liberdade maçônica nãoé aquela em nome da qual jáforam cometidos os mais per-versos crimes. Liberdade ma-çônica reside no pensamen-to. É nos processoscognitivos que qualquer ci-dadão torna-se absolutamen-te livre. É isto que o sistemada Maçonaria tenta - poucoso percebem - inculcar na men-te de seus adeptos. É pelopensamento que a Maçona-ria liberta o homem para suafunção de edificador social.É do pensamento, daconceituação deísta da Ma-çonaria, que nasce a noção,o conceito de Grande Arqui-teto do Universo, a síntesede liberdade absoluta e quepermite a convivência pacífi-ca dos seres humanos.

Em sua última viagem, oC.’. M.’. abandona todas asferramentas que aprendeu ausar nas viagens anteriores.Tendo aprendido o manejoeficaz dos instrumentos fun-damentais da construção, oC.’. M.’. vai agora expressaruma outra fase de suas habi-lidades, uma vez que já domi-nou sua natureza inferior e seadestrou no uso de suas di-ferentes faculdades de cons-trutor.

Portanto, esta última via-gem representa uma novamodalidade de trabalho emque o Companheiro maçomdeve aprimorar-se, e para aqual não necessita do con-curso de nenhum instrumen-to, posto se tratar de uma ati-vidade puramente espiritual,onde somente a meditação

conduz à contemplação daRealidade. O abandono da ré-gua representa também o es-tado de completa liberdadeobtido ao dominarmos ossentidos e as paixões inferio-res, pois abre-se para oindividuo a percepção da LuzInterior existente em nossoscorações, invalidando qual-quer regra externa que vá con-tra nossa consciência.

Esta viagem simboliza oingresso do C.’. M.’. no cam-po da realidade, deixando deser escravo da aparência ex-terna.

Assim, depois de o inici-ado ter completado a quintaviagem, passou a estar aptoa utilizar os instrumentos deconstrução para lavrar a pe-dra necessária ao seu Tem-plo Interno, não necessaria-mente a pedra cúbica, ou seja,a individualidade desenvol-vida em todas as suas faces,visto que uma pedra destegênero constitui a exceção, eseria por isso condenada aoisolamento por não poderaproveitar-se na união com

as demais.O que o propósito cons-

trutor da Maçonaria necessi-ta, é de uma pedra em perfei-ta esquadria, desde que te-nha a proporção e oparalelismo, entre os seus di-ferentes lados,para que sepossa aproveitar e colocar nolugar que lhe corresponde,com a ajuda do nível e doprumo.

Por este motivo osmaçons não devem procurara uniformidade absoluta dasideias e convicções, pois seconverteriam em outros tan-tos ladrilhos, sem dúvida úteisna construção, mas não detanta utilidade para um edifí-cio grandioso e imponente,como é aquele que nos pro-pomos simbolicamente levan-tar, com a união de nossos es-forços, para a Glória do Gran-de Arquiteto do Universo ecuja perfeição e beleza depen-dem muito do aproveitamen-to inteligente dos vários ma-teriais disponíveis, assimcomo da sábia coordenação ecombinação dos mesmos, de

acordo com um Plano Magis-tral, pois sempre haverá lugarpara pedras de variadas for-mas.

Conquistada a liberdadede consciência, nos cabe de-senvolver e trabalhar a pedrada nossa personalidade, res-peitando sua particular natu-reza, na forma que melhor seadapte para ocuparmos nos-so lugar no Edifício da Hu-manidade e da Criação.

Bibliografia:Ritual do Companheiro

Maçom, GOP; Manual doCompanheiro, Aldo Lavagnini– tradução de Roger Avis; Sim-bolismo do Segundo Grau –Rizzardo da Camino; Dicioná-rio Enciclopédico da Bíblia– Dr. A. Van den Born; Dicio-nário de Filosofia DeltaLarousse; A Chave dos Gran-des Mistérios – Eliphas Lévi;O Sentimento de Si – AntonioDamásio; Artigos obtidos naInternet.

*Membro da A.’. R.’. L.’.S.’. Caridade Universal III,Or.’. de Araraquara, SP.

XXXI SEMANA MAÇÔNICA

O Companheiro Abril, maio, junho, julho e agosto de 2014 Pág. 12

O Rito Moderno: Origem e Características*Seu nome origina-se da

adoção do Ritual da “pri-meira” Grande Loja de Lon-dres, conhecida como a dos“Modernos”. O Rito Moder-no ou Francês foi criado emParis no ano de 1761, insti-tuído em 24 de dezembro de1772 e proclamado em 09de marco de l773, peloGrande Oriente de França,sendo instalado solenemen-te em 22 de outubro de1773.

Estabelece sua Câmarade Altos Graus em 1782,visando dar ordem às cen-tenas de Graus e de rituaisentão existentes no seio daMaçonaria universal. Atra-vés da Circular de 1784 criao Grande Capítulo Geral deFrança. Este Grande Capí-tulo redige um Ritual pró-prio agrupando os diversosgraus em 5 Ordens filosó-ficas, com a administraçãodos Capítulos que trabalhamnos graus acima do tercei-ro ficando confiada a estaCâmara a partir de 1786.

Nascido do desejo de secriar uma unidade racionalna diversidade de correntesde pensamento vigentes à

época, o Rito Moderno éfilho e herdeiro direto dopensamento iluminista.

Embora criado sob mol-des racionais, pautou inici-almente suas regras na pri-mitiva Constituição deAnderson, deísta e toleran-te no aspecto religioso.Após a Revolução France-sa, em 21 de maio de 1799,GOF e GLUI redigem umtratado de união.

Entretanto, em 1815, aGLUI, altera a Constituiçãode Anderson, tornando-adogmática e impositiva,como se pode perceber nasconhecidas citações aos“ateus estúpidos” e aos “li-bertinos irreligiosos”, ca-racterísticas que bem pode-riam designar muitos dosmaiores filósofos e pensa-dores da humanidade.

Em 1877 vem a rupturadefinitiva entre as duas po-tências, quando o GOF ex-tingue a obrigatoriedade dacrença em Deus e na imor-talidade da alma como reco-nhecimento de um homemcomo maçom.

Coerente com esta linhade pensamento, e, talvez por

causa disso, considerado ocondutor da Maçonaria do3º Milênio, o Rito Moder-no dá ao maçom o direitode pensar com irrestrita li-berdade, o dever de trabalharpara o bem-estar social eeconômico do cidadão, e acapacidade de defender osdireitos naturais e sociaisdo homem, seja de qualquercultura ou nacionalidade.

Este humanismo explíci-to, muitas vezes atrita-secom o status quo social, doqual a religião é um de seuspináculos básicos. O RitoModerno não considera aMaçonaria como uma or-dem mística, embora seustrês primeiros graus o se-jam, baseados que estão nopensamento judaico-cris-tão. Ainda assim, o maçomdo Rito Moderno é natural-mente cientificista e, por-tanto, pedagogicamentemais afeito à forma doaprendizado do que ao seuconteúdo.

Entende que a busca daverdade realiza-se no Graude Aprendiz pela intuição,no Grau de Companheiroatravés da análise e culmi-

na no Grau de Mestre pelodesenvolvimento da capaci-dade de síntese, num pro-cesso evolutivo lógico-ra-cional baseado no pensa-mento científico contem-porâneo.

Os padrões de condutado Rito Moderno são raci-onais e cartesianos, enri-quecidos nacontemporaneidade, por umHumanismo essencialmen-te democrático e plural. Ca-racterísticas essenciais paraum mundo globalizado.

Em 1822, o Grande Ori-ente do Brasil é fundadosob a égide do Rito Mo-derno, visto que, em 1802,Hipólito José da Costatrouxe de Londres e deParis a Carta-Patenteregularizadora do funcio-namento do Grande Orien-te Lusitano na então colô-nia brasileira. Sendo este,como todo Oriente, prati-cante do Rito Francês, oGOB herda o Rito Moder-no da metrópole lusa, con-duzindo e irradiando suachama iluminista,emancipadora e libertáriaaté os dias atuais.

Bibliografia:

ANTUNES, Álcio deAlencar. O Rito Moderno noContexto da MaçonariaUniversal. In: Supremo Con-selho do Rito Moderno; ORito Francês ou Moderno:A Maçonaria do TerceiroMilênio. Londrina, PR, Ed.Maçônica A Trolha, 1994;BAPTISTA, AntonioSamuel. Rito Moderno:Uma Interpretação. In: Su-premo Conselho do RitoModerno.

CASTELLANI, José.Manual do Rito Moderno.Editora A Gazeta Maçôni-ca, 1991.

NETO, Antonio Onias. ORito Moderno ou Francês.In: http://www.mason.k i t .ne t / r i tos /modernooufrances.htm Acesso em2 6 / 0 2 / 2 0 1 3 .WIKIPÉDIA. Rito Moder-no. in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rito_ModernoAcesso em 26/02/2012.

Extraído do Boletim daRede Colmeia de 23-10-12

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Ir∴∴∴∴∴Jorge Luís Bedran

Fones: (16) 3334-2004/3333-5588Av. São Paulo, 1514 - Centro - Araraquara - SP

AdvogadoCriminal e Cível

Os AnalectosValfredo Melo e Souza*

Como Jesus, Sócrates,Buda e Pitágoras,Confúcio não escreveu li-vros. Seus ensinamentosforam compilados por dis-cípulos. Tudo nos revelaum Confúcio oral. Ele dis-seminou sua doutrina numtempo em que a China eraum caos bélico, uma de-sorganização total, e aempregou no desenvolvi-mento do país e da popu-lação. Por isto, sua gran-de influência na história daChina. Muitos séculos de-pois viria, possivelmente,a influenciar a Maçonariado Ocidente, no Rito Es-cocês Antigo e Aceito cujolema superior é: Ordo AbChao (a ordem no caos).

Analectos (Lu Yu) - Umconjunto de normas decomportamento, cuja es-sência é o Humanismo ouBenevolência (jen) comoqueria expressar o Mestre.Um misto de religião, fi-losofia política, código de

ética e ritual social. Kung-Fu-Tzu (551 a.C. – 479a. C.) ou Confúcio, con-forme a latinização donome do Venerável Mes-tre Kung, é o seu mentore idealizador. No bojo dasSagradas Escriturasconfucianas ou os CincoClássicos Antigos (Muta-ções, Anais, Odes, Ceri-mônias, Primavera e Ou-tono) que são considera-dos os estatutos canônicosdo confucionismo, foramadicionados quatro livrosapócrifos — os Livros dosFilósofos — e dentre es-tes, Os Analectos — asmáximas do Grande Filó-sofo. Nele o homem deveater-se a princípios, não apessoas. Aprendido “a vero que é reto e não fazê-lo, é covardia”. Da obraexistem várias traduções,com divergências espanto-sas, todas compiladas em20 capítulos. Aqui, algu-mas dessas máximas:

Perguntou-se aConfúcio: “Bom homem é

quem é apreciado por to-dos?” Ele respondeu:“Não”. “Então quem é de-testado por todos?” —“Também não”, respondeuele, “o homem bom éapreciado por todas aspessoas boas e detestadopelas más”.

“Depois de ouvir mui-ta coisa, deixe de lado asduvidosas, diga as outrascom moderação e vocêserá pouco censurado.Depois de ter visto muitoe considerado os exem-plos dos antigos e dos mo-dernos, deixe de lado oque pode ser perigoso efaça o resto com precau-ção. Se suas palavrasatraem pouca censura eseus atos pouco arrepen-dimento, os cargos lucra-tivos virão por si mes-mos”;

“Não lamente ter umcargo e sim não se tornardigno dele; não sofraporque não o reconhecem,mas sim porque não me-rece ser reconhecido”.

“Aquele que em suasatividades procura unica-mente seus interesses pró-prios provoca muitos des-contentamentos, porqueele prejudica os interes-ses dos outros”.

“Aquele que apressa de-mais não vai longe; aque-le que procura pequenasvantagens perde as gran-des coisas”.

“Sob um bom coman-do, fale francamente e ajaabertamente; sob um co-mando ruim, modere alíngua”.

“Para matar um galo,por que usar um cutelo deboi?”.

“Quando você estiver

diante de um homem dis-tinto pela posição e vir-tude, evite três erros: sevocê lhe dirige a palavraantes que ele faça umapergunta, é precipitação.Se, interrogado por ele,não responde, é falta declareza. Se você lhe falaantes de verificar se eleestá prestando atenção emvocê, é cegueira”.

*M.’. Inst.’., 33º - DaAcademia Maçônica deLetras do Distrito Federal.Extraído do Tijolo nº 295,da Coleção Cadernos Dir-ceu Torres (Da Bibliotecade Tijolos, 2º Volume)

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O aperfeiçoamento dahumanidade. Como atingi-lo?

José da SilvaPeixoto Neto*

O termo “perfeição”, emuma visão histórica, se ori-gina do conceito deentelecheia (enteles, com-pleto, telos, fim, propósito,e echein, ter), cunhado porAristóteles e que significao trabalho ativo para a rea-lização de um alvo, um es-tágio em que se realizaramtodas as potencialidades, al-cançando a perfeição.

O conceito moderno deperfeição é originário domovimento idealista do Sé-culo, e está estreitamenteligado à noção de progres-so. Em Kant e seus suces-sores, Christian Wolff eAlexander GottliebBaumgarten, perfeição é areunião de todas as dispo-sições sujeitas a uma unida-de harmoniosa, ou ordem.O perfeito é um ‘completo’,um manancial de ações po-tenciais. Por outro lado, aperfeição é uma ideia, umacondição que não éalcançada, mas deve, neces-sariamente, ser almejada -esta é a ética do homem.

Com o avanço do conhe-cimento científico, come-çamos descobrir o imensoespaço, com mais de cembilhões de galáxias, quecontém milhões de estrelase planetas, compondo umuniverso cheio de enigmas.

Todavia, a vida que pulsadentro de cada um de nós éo maior enigma e o maiorespetáculo no palco da exis-tência, e o maior desafio daciência não é conhecer osmistérios sobre o Mundoem que estamos, mas os se-gredos sobre o Mundo quesomos, e até que ponto po-

demos evoluir em busca daperfeição.

Quem somos nós? Comopensamos e sofremos pelosproblemas do amanhã, se oamanhã inexiste? Como nosangustiamos pelo passado eo remoemos, se ele nãopode retornar? Como con-feccionamos a consciênciade que existimos e somosum ser único no teatro davida? A vida é um grande es-petáculo. Só não conseguehomenageá-la quem nuncapenetrou dentro do seu pró-prio ser e percebeu como éfantástica a construção dasua inteligência.

No universo da humani-dade e dos homens, perfei-ção é virtude, que se reco-nhece humanamente inatin-gível. É um arquétipo, ummodelo, que deve servirpara nos indicar a direçãodos nossos esforços.

Mas como ou o que o serhumano pode fazer para quea humanidade seja perfeita?Será que isso é mesmo im-possível?

O trabalho no Grau deC4", provoca a dúvida emnossa mente, não admitin-do senão aquilo que possaser provado e que satisfaçaa sua razão. O C4" deve dei-xar-se guiar pelo Valor, pelaEnergia e pela Inteligência,as três forças que podemsalvá-lo da ignorância, dofanatismo e da superstição,fazendo-lhe abandonar o ilu-sório pela realidade.

De acordo com o R.’. deC4" do R4" E4" A4" A4", abeleza do tema a ser estu-dado pode ser encontradanas viagens e nas instruçõesdo grau, as quais acabam tra-zendo um roteiro completode como um C4" M4" pode

contribuir para o progressoda humanidade e o aperfei-çoamento de si mesmo.

A 1ª Instr.’. do grau deC4" ensina: “... que o nossoIr.’. C4" possa, na medida deseus conhecimentos e aspi-rações, concorrer para oprogresso da Humanidade,que é o fim principal de nos-sa Instituição”. Eis aqui asagrada missão tradicionaldo maçom em toda a face doplaneta: Promoção doBem-Estar da Humanidade.

Partindo dessesensinamentos, basta recor-darmos e lembrarmos a tra-jetória dos própriosmaçons em nossa institui-ção, para comprovar que ire-mos encontrar muitos casosde IIr4" que estão na insti-tuição há mais de 20 ou 30anos, que muito dignificama nossa Ord.’., deparando-nos, também com IIr4" quepouco avançaram em rela-ção ao seu estágio de in-gresso em nossa Subl.’.Ord.’..

Desta constatação resul-ta uma indagação: se temoscomo objetivo contribuirpara o progresso da huma-nidade, temos de ousar emevoluir! Mas como evoluir?

O passo simbólico de“sair das Trevas e receber aLuz”, já se constitui numprivilegio, pois passamos avisualizar novos horizontes,aumentando, com isso, apossibilidade de aprimorarnossos conhecimentos.

Basta lembrarmos, ainda,queridos Ir4", do dia em quecada um de nós fomos ini-ciados na Subl.’. Ord.’..

Por outro lado, como seapresenta a Humanidade di-ante de nossos olhos? Osvícios tem-na arrasado. O

ódio tem-na devastado. Amorte tem sido manejadapor mãos inescrupulosas desorte que vidas são ceifadasantes de seu alvorecer. A in-veja e a corrupção têm sidocompanheiras de mãos da-das, levando ao caos e aoinfortúnio alvos que con-cretizados seriam o surgirde um novo sol em benefí-cio da própria humanidade.

Há muito que fazer! Nãopodemos é ficar de braçoscruzados esperando, naomissão de nossa parte quealgum resultado possa sur-gir.

Nossas luvas brancas quedevem significar a pureza denossas mãos e de nossasmentes devem ser utilizadaspara inspirar a propositurade trabalhos maçônicos,pois em sua pureza e bran-cura, deverão purificar osespíritos rancorosos, ciu-mentos, mesquinhos, raivo-sos, obtusos, maledicentese ávidos de ódio, tornando-os homens calmos, pacífi-cos, destemidos, fortes evalorosos e que se tornemcapazes de estender suasmãos e nos ajudar a cavarmasmorras ao vício eedificar templos à virtude,forças capazes de no amordo G4" A4" D4" U4", salvara humanidade do caos paraonde caminha a passos rá-pidos.

Não podemos admitirque um maçom fique pas-mado e, em posturacontemplativa, continue suacarreira sem procurar re-solver os problemas por quepassa a humanidade, pois seassim permanecer, aindanão terá cumprido seu de-ver principal para com Deus,e no momento que o tiver

cumprido, sentirá espíritosque gemem ao seu lado, esuas mãos vestidas na bran-cura de suas luvas serão es-tendidas em socorro.

A corrente adotada pelaMaçonaria é a do preparo,aprimoramento e acabamen-to da Imensa Obra de Cons-trução Social Humana pelaEducação e Instrução, pelacorreção dos próprios de-feitos e pela tolerância emrelação a crenças religiosase políticas de cada um.

A filosofia maçônicaquer tirar o homem da ig-norância e da incultura; dostemores e das necessida-des; da exploração e dasinjustiças; do fanatismo dodogma e dos tabus, sobre-tudo da opressão e das ti-ranias interiores e exteri-ores de qualquer classe.Essa mesma filosofia de-seja que o ser e a existên-cia do homem girem emtorno de três valores supe-riores que a História des-tacou como as maioresconquistas da humanidade:LIBERDADE, IGUALDA-DE E FRATERNIDADE.

Sócrates, um dos maio-res filósofos da humanida-de, ao examinar o que sig-nifica tornar-se humano,tinha por objetivo não maisa ciência ou a natureza, maso próprio homem. Ele en-sinou que pecar é ignorar,e que a purificação da almapassa necessariamentepelo autoconhecimento dohomem. Ele introduziu ohomem na filosofia e esta-beleceu que o melhor ins-trumento de que este ho-mem dispõe para realizar amissão a que foi destinadoé o conhecimento de simesmo.

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E este tem sido o obje-tivo pelo qual, primordial-mente, a Maçonaria vempropugnando, ou seja, o“CONHECE-TE A TI MES-MO”, no sentido de quenós devemos adquirir cons-ciência do nosso fim e dasnossas faltas reais; eis, aí,o primeiro resultado doexame e conhecimento desi mesmo, primeira sabe-doria verdadeira.

No processo de aperfei-çoamento, a criatividade eflexibilidade estão livres -o maçom é um livre pensa-dor; é um livre investigadorda “verdade”.

Ao ruído do malho, sím-bolo da força impulsionantedas atividades humanas, per-cebemos, pouco a pouco,que tudo, entre nós repre-senta trabalho moral, cujosutensílios são símbolos ecuja aplicação se faz em nósmesmos.

Hoje, após ter praticadoas cinco viagens simbólicasdurante a minha elevação,consigo perceber que meaproximei ainda mais doespírito de nossa Institui-ção, deixando o estudo dosmateriais de construção,próprios do Apr4", para pro-curar, na ciência, a sua in-terpretação moral e, princi-palmente, a espiritual.

Nesse sentido, aprende-mos que a vida é a faculdadede resistir à morte; a inteli-gência é a função ativa daalma, tanto quanto o senti-mento e a vontade, nascen-do dessa engrenagem orgâ-nica espiritual as faculdadesde pensar, de compreender,de agir, brotam as ideias, amemória e o raciocínio quenos conduzem ao engrande-cimento da alma pelos pen-samentos e pela dedicaçãoútil ao progresso e ao bemestar da Humanidade.

Logo, por essas faculda-des, o homem se torna su-perior aos animais, porque,da extensão de suas con-cepções, ele deduz que mai-or e mais produtiva será asua atividade quando aplica-da ao bem estar geral.

Ainda com relação aonosso aperfeiçoamentopróprio, pessoal, vale lem-brar que todos nós devemos,com o Maço da Vontade ecom o Cinzel da Moral, des-bastar as asperezas que en-contrarmos em nosso cará-ter para, uma vez polidas,encontrarmos as verdadei-ras qualidades da nossa almana prática das Virtudes Ma-çônicas.

No processo de aperfei-çoamento da humanidade,nós devemos nos entregar aoestudo e ao trabalho, empre-gando nossas horas de ócioem nutrir o nosso coraçãocom o espírito da solidarie-dade, que Deus inspirou aohomem virtuoso. Dessa for-ma, chegaremos à perfeiçãomoral, cumprindo a missãoque nos compete enquantoconstrutor social.

A árdua tarefa no sentidode darmos nossa contribui-ção para tornar possível oatingimento do aperfeiçoa-mento da humanidade, con-siste em aceitarmos que emmatéria de saber, a qualidadesupera a quantidade. Sabeipouco, mas esse pouco sabei-o bem. Em nosso dia a dia,devemos aprender, principal-mente, a distinguir o real doaparente. Além do mais, nãodevemos nos apegar a pala-vras e expressões por maisbelas que pareçam; devemosnos esforçar sempre, emdiscernir aquilo que éinexplicável, intraduzível, oespírito, sempre mal e imper-feitamente interpretados nasfrases mais buriladas. É, uni-camente, por esse motivo,que conseguiremos afastar astrevas do mundo profano natentativa de atingirmos a cla-rividência dos Iniciados.

Ou então, fazer como aGeometria Maçônica trata-da na 2ª Instr.’. do gr.’., qualseja, daquela aplicável àconstrução universal; da quenos ensina a polir o homeme torná-lo digno de ocuparseu lugar no edifício soci-al, de modo que a evoluçãoda humanidade, como pre-ga a nossa Instituição, ini-

cia buscando-se cada umconhecer a si mesmo, en-contrará, no final de suabusca, o próprio Criador, econverter-se-á, ao identifi-car-se com ele, em criadorde si mesmo e em colabo-rador direto da criação.

Muitas vezes incorre-mos no erro de duvidar danossa capacidade de melho-rar o Mundo, achando quede nada adiantaria o nossoesforço pessoal para provo-car transformações que ve-nham beneficiar a evoluçãoda humanidade. A cada pas-so que damos rumo ao nos-so aperfeiçoamento moral,espiritual e material, jáestamos colaborando paramelhorar a consciência co-letiva da humanidade, daqual fazemos parte.

Finalmente, a Humanida-de vista maçonicamente, éa Pátria do Ideal, porquequando o coração se pro-nuncia, a Pátria é o Berço;quando o ideal fala, a Pátriaé a Humanidade; quando ointeresse prima, a Pátria éo Estado, porém, quando ocoração está voltado à sen-timentos mais elevados, aPátria são os Seus Seme-lhantes!

O sempre surpreendenteGuimarães Rosa dizia: “oanimal satisfeito dorme”.Por trás dessa aparenteobviedade está um dos maisprofundos alertas contra orisco de cairmos na mono-tonia existencial, na redun-dância afetiva e na indigên-cia intelectual. O que o es-critor tão bem percebeu éque a condição humana per-de substância e energia vi-tal toda vez que se sente ple-namente confortável com amaneira como as coisas jáestão, rendendo-se à sedu-ção do repouso e imobili-zando-se na acomodação.

A advertência é preciosa:não esquecer que a satisfa-ção conclui, encerra, termi-na; a satisfação não deixamargem para a continuida-de, para o prosseguimento,para a persistência, para odesdobramento, para a evo-

lução. A satisfação acalma,limita, amortece.

Para que o ser humano seaperfeiçoe, ele precisará re-nunciar à satisfação. Satis-feitos não aperfeiçoam emnada. Todo ser humano temum alvo, um sonho, um ob-jetivo inicial, muitos ao al-cançar já se satisfazem, esseé o grande problema, o mun-do é constante, não para;desta forma nossos sonhos,projetos, também precisamser renovados, aperfeiçoa-dos de forma a ficarem sem-pre atualizados. Nunca se dêpor satisfeito, sempre pode-remos crescer um poucomais.

O universal educador Pau-lo Freire tem uma reflexãoque auxilia muito a compre-ensão e a tarefa do nossotempo e que precisa ser re-petida não até que as pesso-as se cansem, mas até que seconvençam: “A melhor ma-neira que a gente tem defazer possível amanhã al-guma coisa que não é pos-sível de ser feita hoje, é fa-zer hoje aquilo que hojepode ser feito. Mas se eunão fizer hoje o que hojepode ser feito e tentar fa-zer hoje o que hoje nãopode ser feito, dificilmenteeu faço amanhã o que hojetambém não pude fazer”.

Lembrando um dos gran-des ensinamentos secretosde todos os tempos, encer-ro minha peça de arquitetu-ra alertando que “viver nomundo sem tomar consci-ência do significado doMundo é como vagar poruma imensa biblioteca semtocar os livros”.

Busque o maçomespiritualizar-se e descobriráem si a perfeição, contribuin-do, com isso, para o aperfei-çoamento da humanidade!

Referências Biblio-gráficas: ASLAN,NICOLA - Estudos maçô-nicos sobre simbolismo -Rio de Janeiro: Grande Ori-ente do Brasil, 1969;ASLAN, NICOLA - Gran-de dicionário enciclopédi-

co de maçonaria esimbologia - Volumes I, II,III e IV - 3ª ed. - Londrina:Editora Maçônica “ATROLHA”, 2012;BEDRAN, LUIZCARLOS - Pequena histó-ria da filosofia ocidental.São Carlos: Compacta,2013; CAMINO,RIZZARDO DA. -Breviário maçônico - Parao dia a dia do maçom - 4ªed. - São Paulo: Madras,2008; CASTELLANI,José; RODRIGUES,Raimundo - Cartilha docompanheiro - 4ª - Londri-na: Editora Maçônica a“TROLHA”, 2009;CASTELLANI, José -Liturgia e ritualística dograu de companheiromaçom - São Paulo: A Ga-zeta Maçônica, 1987;C O M P Ê N D I OLITÚRGICO - Rito esco-cês antigo e aceito - 5ª ed.ret. e atual. - São Paulo:Grande Oriente Paulista,2006; CORTELLA, MÁ-RIO SÉRGIO - Não nasce-mos prontos!: Provocaçõesfilosóficas - 14ª - Rio deJaneiro: Vozes, 2012;DYER, COLIN F. W. - Osimbolismo na maçonaria -São Paulo: Madras, 2010;FERREIRA, AURÉLIOBUARQUE DEHOLANDA - Novo dicio-nário da língua portuguesa- 2ª ed. - Rio de Janeiro:Editora Nova Fronteira,1986; QUEIROZ, ÁLVA-RO DE - A geometria ma-çônica - Rito Escocês An-tigo e Aceito - São Paulo:Madras, 2010; RITUAL DEAPR.’. MAÇ.’. - Rito esco-cês antigo e aceito - Ed. rev.e atual. - São Paulo: Gran-de Oriente Paulista, 2010;RITUAL DE COMP.’.MAÇ.’. - Rito escocês an-tigo e aceito - Ed. rev. e atu-al. - São Paulo: Grande Ori-ente Paulista, 2010.

*Membro da A.’. R.’. L.’.S.’. Caridade Universal III,Or.’. de Araraquara, SP.

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Destaques

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