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Beleza Objetiva Joana Vicente Sofia Vaz FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens) Porto Julho/Setembro de 2012

Beleza Objetiva1).pdf · cada símbolo é muito importante para a sua correcta utilização na fotografia. Este ... mesma quantidade de céu e de paisagem obtém-se uma fotografia

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Beleza Objetiva

Joana Vicente

Sofia Vaz

FAPAS (Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens)

Porto

Julho/Setembro de 2012

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Beleza  Objetiva  Ciência  Viva  2012  –  FAPAS  

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Nota de abertura

A compilação de textos aqui apresentada destina-se, tão somente, a ser um

auxiliar e complemento de introdução ao estudo da Fotografia Digital da Natureza bem como

da Botânica.

Apresentando desde já as suas desculpas, os autores não excluiem a hipótese

de a mesma conter erros e/ou imprecisões, os quais serão única e exclusivamente da sua

responsabilidade, motivo pelo qual se agradece ao leitor que utilize o seu espírito critico e a

sua capacidade de discernimento para avaliar o conjunto.

Desejando que este conjunto de textos possa ser de algum interesse no auxílio

e compreensão da matéria abordada, espera-se que se possa mostrar o encanto de duas

áreas que se podem conjugar na perfeição.

Os autores

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PARTE 1 A FOTOGRAFIA

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CONHECIMENTOS INICIAIS...

SÍMBOLOS DAS CÂMARAS

As câmaras fotográficas possuem geralmente símbolos que correspondem a

procedimentos automatizados, quando adequadamente utilizados podem ser

extremamente úteis. Desta forma, conhecer pormenorizadamente o significado de

cada símbolo é muito importante para a sua correcta utilização na fotografia. Este

assunto será abordado de acordo com os diferentes tipos de câmaras que sejam

apresentadas pelos participantes.

Fig. 1 Exemplos de símbolos presentes em muitas das actuais câmaras

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REDUZIR IMAGENS PARA ENVIAR POR CORREIO ELECTRÓNICO

Por vezes é necessário enviar fotografias por e-mail para os mais diversos

fins (fotografias profissionais, fotografias de férias, fotografias de família, etc) e

geralmente os ficheiros tornam-se pesados e por vezes impossíveis de enviar.

Seguindo o Protocolo2.doc facilmente conseguirão fotografias facilmente enviáveis

por correio electrónico!

PARTE A - COMPOSIÇÃO

LINHAS E FORMAS: é necessário treinar a visão de forma a encontra linhas de força e

formas numa cena

• Linhas Horizontais

o Conferem tranquilidade à fotografia – linhas repousantes: imagine-se

uma pessoa a dormir ou um horizonte distante.

o Quando se coloca o horizonte no centro do enquadramento com a

mesma quantidade de céu e de paisagem obtém-se uma fotografia

monótona!

o Convém distinguir qual o elemento mais importante de uma fotografia e

deslocar o horizonte mais para cima ou mais para baixo para lhe dar

mais destaque.

o Ex: realce de um pôr-do-sol – procurar um motivo com uma silhueta

interessante e torná-lo pequeno em baixo no enquadramento; as

camadas de linhas horizontais podem dar ritmo à fotografia ex:

rebentar de uma onda na costa e as outras ondas que se tornam

visíveis mais atrás e ao fundo o horizonte.

o O formato quadrado de fotografia tende a ser menos dinâmico que o

rectangular, o que favorece paisagens “calmas”, também se pode

apostar em cores suaves e a linha de horizonte alta – criando uma

imagem simples e serena.

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• Linhas Verticais

o Linhas fortes e dinâmicas.

o Combinando linhas horizontais com linhas verticais podem obter-se

resultados poderosos.

o Árvores, edifícios, pessoas –maior dinamismo sobretudo quando a

fotografia é tirada no formato vertical para dar ênfase à altura.

o Se se optar pelo formato horizontal pode fazer-se com que as linhas

verticais pareçam querer sair da imagem (extremidades superiores e

inferiores).

• Linhas Diagonais

o Linhas mais interessantes e com maior efeito visual.

o Conduzem os nossos olhos até ao ponto de interesse.

o Produzem um enquadramento da forma mais dinâmica.

o Os observadores têm tendência a reparar em motivos que atravessam

o campo de visão.

o Não se deve dividir o enquadramento em duas partes exactamente

iguais (linha diagonal de um canto ao outro) a imagem tende a perder

força; deve-se sim ter uma diagonal partindo de um dos lados e

atravessar o enquadramento até ao lado oposto – desta forma obtém-

se uma imagem mais equilibrada dentro dos limites do enquadramento.

• Formas

o Formas mais atractivas utilizam linhas diagonais – o triângulo é um

bloco muito atraente para construção de fotografias: procure-se na

natureza três elementos que se possam unir para formar um triângulo!

o Formas com quatro lados (quadrados e rectângulos) reflectem os

quatro lados do enquadramento da fotografia (daí não ser tão

interessante)

o Quando conjugamos formas com quatro lados com linhas diagonais e

triângulos surgem imagens muito interessantes.

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o Combinando círculos ou linhas curvas com linhas direitas produz-se

uma tensão.

REGRA DOS TERÇOS OU REGRA DE OURO Podem geralmente criar-se composições mais interessantes, equilibradas e

poderosas se descentrarmos o motivo na fotografia. Desta forma os olhos do

observador percorrem imediatamente a imagem; se centramos o motivo

concentramos a nossa atenção nesse ponto e a fotografia parece sem interesse.

• Regras

o A ideia é imaginar que o enquadramento se encontra segmentado em

nove secções iguais divididas por duas linhas horizontais e duas

verticais.

o Ao colocar o motivo ou parte importante da cena num ponto (ou

próximo) do local onde duas linhas se cruzam (o chamado ponto de

força) os olhos do observador são conduzidos na imagem e cria-se

uma composição mais equilibrada.

o Os motivos pequenos podem tornar-se dominantes numa cena muito

maior.

• Quebrar Regras

o Nem sempre é necessário seguir à risca a regra dos terços, muitas

vezes basta desviar um pouco o motivo principal do centro, pode

arriscar-se colocando-o no canto do enquadramento, ou mesmo no

centro da fotografia, no local onde se quer manter a atenção do

observador.

o Estas dicas tanto se aplicam a paisagens como a fotografias de

pormenor (macro).

• Utilizar linhas: olhe para uma cena, aprenda a ver padrões, iluminação e

linhas que conduzam o olhar até um ponto de força onde colocou o elemento

principal, a fotografia ficará com mais força desta forma. Linhas diagonais

ajudam muito, principalmente quando há linhas curtas de um dos lados do

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motivo e linhas longas do outro lado. Dependendo da altura do dia a luz

destaca diferentes elementos da paisagem.

PONTO FOCAL:

Antes de premir o botão do obturador é importante confirmar se o ponto de

interesse da imagem foi bem seleccionado, os fundos nunca devem desviar a

atenção do motivo principal.

• Simplicidade

o Não sobrecarregar a imagem

o Olhar, decidir qual o elemento mais importante, arrumar todos os

outros elementos de forma a que eles sejam complementos

o O ponto de focagem pode não ser o elemento maior no primeiro plano,

um ponto, ainda que pequeno colocado num ponto de força, isolado do

resto dos elementos – quer destacado por cores contrastantes,

texturas, desfocar à volta, etc, pode dominar uma cena.

PREENCHER O ENQUADRAMENTO:

Se uma cena não é inspiradora, um enquadramento grande, ousado e confiante

é sempre uma boa opção. Não tenha medo de se aproximar.

É importante decidir que parte do motivo se quer focada. Todo? Abertura do

diafragma pequena. Só uma parte? Abertura do diafragma grande mas confirmando

sempre que a parte de interesse está realmente focada.

PERSPECTIVA:

A distância focal da objectiva é algo muito importante, uma objectiva grande

angular ( 28 mm ou menos) exageram a perspectiva, abrange uma visão muito

maior do mundo, conseguem-se resultados muito engraçados se se inclinar a

objectiva para cima ou para baixo, sem se sair da posição, o contra é que é difícil de

isolar partes interessantes da cena. Teleobjectivas (100 mm ou mais) comprimem a

perspectiva, reduzem a cena aos elementos mais importantes.

Um grande auxiliar à composição da imagem é o tripé, permite fotografar com

velocidades de obturador baixas e a cena obrigatoriamente é mais analisada.

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Cuidado! Fixar apenas o tripé quando já se decidiu o ângulo a fotografar, e não se

limite ao primeiro ângulo.

Estamos habituados a ver o mundo à altura dos nossos olhos, ajoelhe-se,

deite-se no chão, suba o tripé para a altura máxima – a cena pode tornar-se muito

mais interessante.

Essencialmente crianças e animais devem ser fotografados a um nível baixo

– cria-se um sentido de intimidade.

Horizontal/vertical, deve ser sempre tido em conta dependendo o nosso

objecto principal e do dinamismo e originalidade que queremos dar à fotografia.

ELIMINAR O QUE NÃO INTERESSA:

É importante a disposição dos elementos numa fotografia mas é importante

também decidir o que se inclui e o que fica de fora. Todos os elementos devem

reforçar e apoiar o ponto de focagem, senão devem ser deixados de fora, como?

Mude a posição, mude a objectiva ou volte à cena mais tarde.

Qualidade do motivo: no caso de flores procure o exemplar mais limpo e

bonito (evite flores com falta de pétalas, que não estejam rodeadas por folhagem

comida por insectos, etc).

Fotografar paisagens, cuidado com carros coloridos, postes telefónicos etc

que apareçam nos cantos das fotografias (pode ficar muito mal nas fotografias).

• Antes de premir o botão... o Passe uma vista de olhos por toda a cena e procure elementos

interferentes, elimine-os.

o Especial atenção a: luz alta e desfocada no fundo; céu a aparecer

através de espaços entre a folhagem – a atenção de quem vê a

fotografia será atraída para esses locais – tape-os com o seu motivo ou

mude de posição.

o Céu – sem cor tira vida à fotografia, mais vale não o incluir na

fotografia.

o Não cortar o motivo (pessoas, flores, animais) com a linha de

horizonte, incline a máquina ou suba/desça de forma ao motivo ficar

com um fundo suave e uniforme.

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• Cores

o A cor do motivo principal colide ou complementa a cor de fundo? As

cores quentes (vermelho, laranja, amarelo) têm tendência para saltar à

vista, as cores frias (azul, verde) passam mais despercebidas.

o Colocando um elemento com uma cor viva num ponto de força da

fotografia aumenta o impacto desta.

o Uma área pequena num tom claro chama mais a atenção que uma

área maior num tom escuro.

PROFUNDIDADE:

Para se dar vida ao bidimensional das fotografias é necessário criar

profundidade. É necessário que a pessoa olhe para a fotografia e distinga o primeiro

plano, o plano médio e o plano de fundo. Pode conseguir-se isso com uma linha que

conduza através destas áreas até ao ponto de interesse, um óptimo exemplo é um

rio que vá desde o primeiro plano até ao fim do horizonte.

• Enquadramento

o Com um enquadramento natural bem escolhido consegue-se dar

profundidade às fotografias.

o Colocar o motivo no plano médio da fotografia, procurar um

enquadramento nítido ou desfocado para ocupar quase todo o primeiro

plano atrai a atenção para a cena.

o Não utilizar em demasia, torna-se previsível.

• Objectiva

o As grande angular exageram a perspectiva, as teleobjectivas

comprimem

o Com uma grande angular deve-se encontrar algo de interessante que

preencha o primeiro plano para dar a noção de escala.

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o Com uma teleobjectiva utilize a perspectiva mais estreita e menor

profundidade de campo para desfocar detalhes no primeiro plano e no

plano de fundo, focar o motivo num plano médio.

o Baixe-se, escolha uma abertura de diafragma grande e desfoque o

primeiro plano (por exemplo relva) para um enquadramento suave,

desfoque também o fundo que complementa o primeiro plano (árvores,

arbustos, etc), o motivo focado parecerá mais focado que nunca e a

fotografia terá uma efeito tridimensional.

o Quando existe um padrão e não se quer isolar um motivo na fotografia,

procure linhas, formas e temas repetidos para criar um ritmo.

o Procure texturas e uma iluminação que revele o “tacto”, padrões e

texturas contrastantes juntas podem criar uma fotografia de interesse.

ESPAÇO & ESPAÇO ACTIVO:

o A fotografia deve estar equilibrada, isto é, o motivo deve preencher os

quatro cantos do enquadramento. O foco central da fotografia é o

padrão criado pelo conjunto de motivos e não os motivos em si.

o Momentos certos: quando um bando de aves olha na mesma direcção,

nas dunas esperar que a luz esteja baixa e em ângulo lateral para

revelar textura.

o Para criar um padrão convém utilizar uma abertura do diafragma

pequena que é para que todos os elementos fiquem nítidos, para

destacar “o todo”.

o Podem experimentar-se velocidades de obturação baixas para criar

padrões esbatidos, convém dar um ponto de fixação, um elemento

bem nítido de forma a existir um ponto de entrada e de saída.

• Imagens em movimento

o Deixar espaço para onde o sujeito se possa expandir – espaço activo,

atrás do objecto em movimento cria-se um espaço morto (daí esse

espaço dever ser controlado). Deve assim criar-se um espaço de fuga.

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• Para onde está o sujeito a olhar?

o Se o sujeito está a olhar para a esquerda deve dar-se mais espaço ao

lado esquerdo do enquadramento. Se quiser criar um ar de mistério

colocar o sujeito perto do lado do enquadramento para o qual está a

olhar.

o Como lemos da esquerda para a direita também assim “lemos uma

fotografia”, desta forma quando o movimento é da esquerda para a

direita há um fluir da imagem muito mais suave.

o Quando se quer captar a atenção tentar captar movimento do lado

direito para o lado esquerdo da imagem.

DICAS DE COMPOSIÇÃO RECORTE PARA MAIOR IMPACTO

• Quando parte do sujeito ficou cortado, ou ficou um elemento indesejado no

plano de fundo.

• Se cortarmos do outro lado da mesma forma (simetricamente) o objecto -

reduzindo a imagem de fundo – criamos uma imagem com muita força.

• Muitas vezes é melhor recorrermos ao reenquadramento e aproximação

quando há um “azar” na fotografia.

• Pode melhorar-se a composição removendo zonas desproporcionadas de

enquadramento

COMPOSIÇÃO – 10 dicas 1. Enquadrar uma fotografia – dar a mesma atenção ao sujeito e ao plano de

fundo. O fundo deve ser sempre complementar ao sujeito. 2. As composições simples, com maior força são aquelas que transmitem a

mensagem rapidamente. Os blocos de construção de uma fotografia devem

ser linhas e formas. 3. Faça sobressair o elemento que lhe atraiu a atenção para fotografar. 4. Ao enquadrar pessoas evite cortá-las pelos joelhos ou tornozelos.

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5. Coisas em números ímpares tendem a ser visualmente mais interessantes, os

triângulos são mais dinâmicos que os quadrados (que reflectem os limites dos

enquadramentos), três é o número mágico. 6. Antes de fotografar pense que é hoje que vai tirar a melhor foto da sua vida. 7. Ver muitas fotografias, é óptimo para aprender 8. Não imite 9. Dispare à vontade – já não gasta filme 10. Ande sempre com uma máquina por perto.

PARTE B - EXPOSIÇÃO É necessário que chegue ao sensor a quantidade adequada de luz, daí ter de se

regular a exposição (velocidade do obturador) e a intensidade da luz (abertura do

diafragma da objectiva).

GAMA DINÂMICA DO DIGITAL

• As máquinas têm problemas em lidar com cenas em que existam gamas de

luminosidade extremas – capacidade do suporte sensível captar a gama de

tons entre as altas luzes e as sombras.

• Num dia de muito sol pode ser impossível encontrar uma exposição que

registe alguns detalhes nas sombras sem perder outros nas luzes altas ou

vice-versa.

• Considera-se que uma máquina digital tem uma gama dinâmica de 4 EV, isto

significa que deveremos conseguir ver ou recuperar detalhes úteis nas

sombras com uma exposição de 2 EV mais escura que os meios-tons da

imagem, e as luzes mais claras 2 EV que o tom médio também deverão ficar

bem registadas.

MEIOS TONS

• São áreas de uma cena que se encontram mais ou menos a meio da gama

de tons, são as partes que queremos ver correctamente expostas.

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• A máquina para calcular a exposição trabalha a partir de um cinzento médio

estandardizado (18%) e procura regular a exposição para reproduzir o motivo

com este grau de luminosidade – desta forma os fotómetros nunca sabem

qual é o tom que o motivo é suposto ter.

PADRÕES DE MEDIÇÃO DA ESPOSIÇÃO

• As máquinas digitais utilizam sistemas de medição da luz com padrões

múltiplos que medem os valores da luz em numerosos pontos da cena, desta

forma a câmara tem uma referencia do tipo de luz que se está a utilizar e

pode adaptar-se por exemplo a um contra-luz. Mas como os resultados deste

tipo de medição são muito complicados de prever é preferível a medição mais

simples (ponderada ao centro) que calcula a média para toda a cena mas

com maior ênfase para a zona central. A medição pontual, também presente

em muitas máquinas apenas efectua a leitura numa área muito pequena da

cena.

ABERTURA E VELOCIDADE DO OBTURADOR

• As máquina digitais controlam a exposição através da velocidade do

obturador e a abertura do diafragma.

• Cada uma das formas de controlo da exposição tem vantagens do ponto de

vista criativo. Aberturas mais pequenas do diafragma oferecem maior

profundidade de campo (nítido do plano mais próximo ao plano mais

afastado), velocidades do obturador mais altas permitem congelar objectos

em movimento. A velocidade do obturador e a abertura do diafragma são

permutáveis, quando queremos uma abertura mais pequena podemos

compensar com uma exposição mais longa. Se quisermos uma exposição

mais curta usamos uma maior abertura do diafragma.

• Ex: a câmara indica uma exposição de 1/250 seg. com diaframa f/8, se

quisermos fotografar a 1/1000 seg que é 2 pontos ou valores EV mais rápido

é necessário aumentar a abertura também 2 pontos para f/4.

• Independentemente do intervalo de incremento de velocidades / aberturas a

alteração num tem de corresponder à alteração equivalente no outro.

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• Por exemplo se queremos congelar ondas em rebentação devemos escolher

uma abertura de diafragma pequena para se obter uma velocidade de

obturador baixa. MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO PARA TONS ESCUROS/PRETOS

• Fotografando objectos muito escuros em fundo escuro a máquina

entende que a luz da fotografia não é muita. Desta forma a máquina

aumenta a exposição, a máquina procura um objecto com cerca de

18% de cinzento, mas nós sabemos que a cena só possui objectos

pretos, desta forma, o resultado da fotografia é um objecto cinza num

fundo cinza. Desta forma, fotografias muito escuras devem ser

compensadas (compensada a sobre exposição) diminuindo aos EVs.

• Ao fotografar motivos com tons escuros a máquina aumenta a

exposição e perdem-se detalhes nas luzes altas ou noutras partes da

cena.

• Para fotografar com tons escuros deve reduzir-se a exposição entre

0.7 a 1 EV para preservar a profundidade da cor e o detalhe nas luzes

altas.

MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO PARA TONS CLAROS

• Os motivos claros são muito comuns e distorcem muito a leitura do

fotómetro da câmara.

• As compensações neste caso têm de ser aumentado os EVs, pois os

tons são mais claros que os 18% de cinza e a máquina não consegue

detectar isso.

MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO PARA BRANCOS

• Fotografar branco tem os seus cuidados, se não se intervir o fotómetro

irá reproduzir tudo como cinzento.

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• São os motivos de sub-exposição mais severa e muitas das vezes as

fotografias são em fundo branco.

• Por vezes é preciso aumentar a exposição em 2 EV, isto é necessário

por exemplo no caso de flores brancas ou neve.

FUNDOS O tom de fundo é muito importante e pode influenciar muito a leitura da

exposição, mesmo que o motivo principal seja composto por meios-tons.

• Usando um motivo de meios-tons com fundo escuro é muito diferente o zoom

usado, um close-up geralmente funciona melhor e fica bem exposta.

Utilizando um zoom mais afastado a máquina é enganada pelo excesso de

fundo preto e o motivo é sobre exposto.

• Usando um fundo claro ao se fazer um zoom exclui-se o fundo quase todo e a

exposição é quase exacta, quando se faz zoom out o fundo fica com muito

branco e a fotografia fica subexposta.

• O fundo influencia a exposição dependendo do enquadramento por ele

ocupado e pela luminosidade.

CONTRA-LUZ

• Como a luz vem de trás do motivo e em direcção à câmara é impossível à

câmara registar os pormenores do motivo e os pormenores claros do fundo.

Assim pode seguir-se um de dois caminhos: o Exposição para ficarem visíveis os detalhes do motivo e o fundo ficar

branco. o Efeito de silhueta o Em ambos os casos de contra luz deve-se utilizar a focagem pontual

ao invés da múltipla (porque muitas vezes dão prioridade ao motivo

central).

ILUMINAÇÃO LATERAL

• As máquinas tendem a dar prioridade às sombras

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• Deve-se compensar entre -0.3 EV ou 0.6 EV pois a maquina sobre expõe a

parte clara da fotografia.

ILUMINAÇÃO PONTUAL

• A máquina tentará compensar o fundo escuro, sobre expondo o motivo

principal.

• Deve-se fazer uma leitura pontual da exposição da área com iluminação

pontual.

HISTOGRAMAS

Forma mais correcta de analisar o equilíbrio de tons da imagens digitais – o

histograma.

ONDE SE PODE VER O HISTOGRAMA?

• Em “directo” enquanto se enquadra uma fotografia.

• Em imagens guardadas, na máquina.

• Em imagens abertas no Photoshop.

O QUE DIZ UM HISTOGRAMA?

• Se a fotografia tem altas luzes com excesso de luz

• Detalhes escondidos nas sombras

• Se existe uma gama completa de tons

• Até que ponto a imagem ficou clara ou escura no seu todo O QUE É?

• É essencialmente um gráfico de barras ( que por vezes se fundem numa

curva contínua).

• Mostra quantos píxeis existem para cada valor de luminosidade na escala

de tons, desde o preto denso ao branco mais luminoso. DISTRIBUIÇÃO DE TONS PERFEITA

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• Não há nenhum histograma ideal, há histogramas de muitas formas

diferentes, dependendo do equilíbrio de tons na imagem.

• O que se pretende ver num histograma é a curva do histograma a

convergir para o zero na extremidade esquerda da escala (sombras) e o

mesmo para a extremidade direita (altas luzes).

• Se o histograma estiver cortado no lado esquerdo, significa que a imagem

tem áreas de preto sólido ou sombras em que os detalhes

desapareceram.

• Se o histograma estiver cortado no lado direito, tem altas luzes com luz

em excesso, que são áreas de branco sem detalhes.

• Se o histograma estiver cortado em ambos os lados não há nada a fazer

para recuperar os detalhes na imagem.

FORMAS DE HISTOGRAMAS

• FORA DO COMUM

o Um histograma típico converge para zero nas extremidades esquerda

e direita, e tem o ponto mais alto perto da zona central.

o Fotografando um motivo com sombra contra um céu luminoso

poderemos ter dois picos, um nas sombras e outro nas luzes altas, e

praticamente nada no meio.

o A exposição está correcta, é um histograma típico deste tipo de motivo.

• IMAGENS PLANAS

o Em dias de céu encoberto ou quando não há muito contraste pode

criar-se um histograma que converge para o zero muito antes das

extremidades da esquerda e da direita.

o Típico em imagens com falta de profundidade de tons.

o No histograma percebe-se que não existem zonas verdadeiramente

escuras ou claras.

o Isto acaba por ser problemático pois as fotografias precisam de uma

gama completa de cores para terem profundidade e riqueza.

• SOMBRAS PROFUNDAS

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o Os histogramas podem revelar falhas evidentes nas imagens.

o Uma fotografia subexposta desloca todo o histograma para a

esquerda, devido às sombras terem uma exposição incorrecta, sem

detalhes, e como não existem luzes altas verdadeiramente luminosas o

histograma não atinge a extremidade direita da escala.

o Podem redistribuir-se as luzes altas de branco brilhante no Photoshop,

mas não há nada a fazer quanto às sombras que se perderam.

• ALTAS LUZES EM DEMASIA

o Uma imagem sobreexposta tem um histograma todo deslocado para a

direita.

o Apesar dos detalhes das sombras terem ficado registados a

extremidade das luzes altas do histograma não tem informação de

pormenor e a curva do histograma está a subir, indicando a presença

de muitos tons luminosos no céu.

o Estes tons não podem ser recuperados.

CONTROLO DA GAMA DINÂMICA

• Gama de tons que o sensor de uma câmara digital consegue registar – é

quase como uma “janela de exposição” e o nosso trabalho é tentar colocar

toda a gama de tons do motivo nessa janela.

• Se a gama de luminosidades for muito grande será necessário decidir entre

sacrificar as luzes altas extremas ou os detalhes nas sombras (dependendo

do que é o motivo principal).

• Mas para reduzir a gama de contrastes na cena no momento de fotografar há

coisas que podem fazer:

o Usar um flash de enchimento equilibrado: obrigando o flash a disparar

mesmo em motivos exteriores o flash poderá fornecer uma luz de

enchimento suficiente para homogeneizar os tons.

o Usar um filtro de densidade neutra com gradiente: um dos grande

problemas de fotografar paisagens é o céu ser muito claro,

especialmente em dias de céu encoberto. O céu actua como uma fonte

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de luz difusa 2EV a 3EV mais clara que o primeiro plano. Ou se expõe

correctamente o primeiro plano (ficando o céu branco sem detalhes) ou

se expõe o céu e esperamos conseguir recuperar os detalhes do

primeiro plano com recurso ao um software de edição de imagem.

Quando a gama de luminosidades é excessivamente grande pode

utilizar-se o filtro de densidade neutra com gradiente. O filtro é mais

escuro na parte de cima que na parte de baixo, colocando-o

cuidadosamente conseguimos escurecer o céu o suficiente para

homogeneizar a exposição, sem afectar o primeiro plano.

o Para se conseguir o máximo de um filtro de densidade neutra com

gradiente é necessário ter uma reflex.

• UTILIZAR O PHOTOSHOP

o Há uma ferramenta shadow/highlight para equilibrar os valores dos

tons em cenas de alto contraste. Seleccionam-se as cenas mais

escuras e procede-se ao clareamento.

o Os resultados podem parecer algo artificiais.

o Só resulta se a imagem tiver uma gama completa de tons, caso os

detalhes das sombras ou das luzes altas tiverem desaparecido não há

forma de os recuperar.

o Quando a gama de contraste é realmente muito grande pode recorrer-

se a uma alternativa que consiste em tirar duas fotografias com dois

valores de exposição muito diferentes (um com vista a capturar os

detalhes nas sombras e outro para capturar os detalhes nas luzes

altas) e depois combiná-las no Photoshop – para tal tem de se utilizar

um tripé.

o Como fazer?

§ Juntar a exposição mais clara à mais escura como uma nova

camada.

§ Usar a ferramenta Move (arrastar) para a colocar na janela da

outra imagem, enquanto se coloca a imagem junto à outra deve-

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se manter pressionada a tecla shift, desta forma as imagens

ficam automaticamente alinhadas.

§ Usar o comando Color Range (Gama de cores) e seleccionar

Highlights (altas luzes) no menu pop-up.

§ Confirmar que a caixa de verificação Invert (inverter) se

encontra marcada.

§ Fechar a caixa de diálogo e clicar no botão Add Layer Mask (criar máscara da camada), na Layers Palette (paleta de

camadas). Isto irá mascarar áreas com excesso de luz na

camada de cima.

§ Por fim há que desfocar a transição para que a transição entre

as duas camadas não seja tão abrupta. Selecciona-se a

máscara na paleta Layers, seleccionar um Gaussian Blur (desfoque gaussiano) de 250 pixéis.

EXPOSIÇÃO COM BAIXO NÍVEL DE LUZ

• Fotografar à noite exige exposições mais longas, pode aumentar-se o

ISO da câmara para o máximo e fotografar com a câmara na mão mas

a qualidade da fotografia cai imenso.

• A melhor maneira de tirar fotografias nocturnas é utilizar um tripé e

reduzir o ISO para o mínimo.

• EXPOSIÇÃO NOCTURNA

• Há dois métodos de calcular a exposição durante a noite: § Deve haver uma maneira § Desisto, vai a olho e logo se vê o resultado

• Tecnicamente dever-se-ia fazer uma leitura pontual de uma área

representativa da cena, excluindo fontes de luz. É demorado e

propenso a erros.

• Método mais simples: começar com uma exposição de 4 segundos a

f/5.6 e depois regular de forma diferente.

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• Por vezes o LCD engana, pois parece muito claro à noite e a imagem

pode ter ficado irremediavelmente subexposta mesmo parecendo

correcta. Deve sempre recorrer-se ao histograma para verificar a

distribuição de tons.

• Quando tiramos uma fotografia nocturna em modo automático, a

câmara aumenta imenso o ISO criando ruído, as exposições longas

também tendem a aumentar muito o ruído.

• Se a máquina tiver uma opção para reduzir o ruído, activá-la, caso

contrário pode reduzir-se o ruído no Photoshop. (filter – noise –

reduce noise).

EXPOSIÇÃO – 10 dicas 1. Leve um meio tom consigo – um cartão cinzento ou algo cinzento para

referência no terreno para cálculo de exposição.

2. Ver sempre o histograma

3. Nunca esquecer o fundo – ele influencia o fotómetro da câmara

4. Cuidado com as luzes altas – podem perder-se os detalhes com

excesso de luz

5. Utilizar sempre a medição pontual

6. Branco verdadeiro – fazer uma medição pontual e aumentar a

exposição 2EV a 2.5EV

7. Medir para luzes altas – é preferível medir a exposição para luzes altas

que para sombras

8. Levar sempre um filtro de densidade neutra com gradiente e um

polarizador

9. Reduza o flash de enchimento – utilizar apenas em situações muito

peculiares

10. Seja criativo! Por vezes ir a extremos pode revelar-se fantástico.

PARTE 3 - COR

As câmaras digitais oferecem uma grande flexibilidade, pois já deixou de ser

necessário transportar dois ou mais corpos de máquinas para utilizar diferentes

filmes.

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É necessário entender as cores, as que contrastam, as que funcionam em

harmonia, iluminação ao longo do dia, etc.

• CORES QUENTES E CORES FRIAS

o Quando se fala de cores quentes e cores frias descreve-se a cor

intrínseca da luz e a forma como ele varia conforme a hora do dia e

a fonte de luz que estiver a ser usada.

o Quase toda a luz consiste num espectro de cores misturadas, no

início e no fim do dia o espectro possui uma maior quantidade de

amarelo e de vermelho, produzindo um tom mais quente. A meio do

dia o equilíbrio das cores é muito mais neutro.

o Utilizar o flash tendencialmente produz tons mais neutros mas por

vezes produz um tom mais frio, azulado.

o Fotografias tiradas à sombra também ficam com um tom frio,

especialmente quando iluminadas por um céu azul.

o Imagens com cores frias ou imagens com cores quentes podem

produzir boas fotografias, não é certo nem errado, há diferentes

alternativas.

• COR DA LUZ NATURAL

o O controlo automático do equilíbrio de brancos numa câmara digital

é concebido para se adaptar automaticamente às diferentes cores

da luz, ou temperaturas de cor, de forma o produzir um resultado

tão próximo quanto possível do neutro.

o Na fotografia de paisagem tenta-se ao máximo manter a cor natural

da luz, que é o que dá carácter a uma fotografia de paisagem.

o Ao amanhecer e no crepúsculo depois do sol ter desaparecido a luz

é tipicamente fria, azul.

o De manhã cedo ou ao fim da tarde o sol baixo produz uma

luminescência quente que é atraente e evocativa.

o Para preservar a cor da luz natural a câmara não a pode alterar,

muitas fotografias de paisagem saem melhores usando a definição

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de luz de dia, obrigando a câmara a usar um equilíbrio de cores fixo

e estandardizado.

• ESPAÇOS DE COR

o Cores que uma câmara pode produzir, estes espaços estão

relativamente estandardizados de forma a que as cores sejam

produzidas de igual forma nos diferentes dispositivos.

o A maioria das câmaras usam o chamado espaço de cor sRGB, que

reproduz uma gama de cores suficientemente vasta e

estandardizada.

• PROFUNDIDADE DE COR

o Número de bits de dados para registar cada pixel na imagem.

o Quanto maior for a profundidade de cor maior será a gama de tons

e cores e mais suaves são as transições de tons na imagem.

o A maioria das imagens são de 8 bits mas podem ser referidos como

sendo de canais de 24 bits.

o Existem três canais de cor em cada imagem – vermelho, verde e

azul – cada um contendo dados de 8 bits, daí os 24 bits.

o Depois de muita manipulação podem surgir efeitos como manchas,

faixas ou posterização

o É possível gravar imagens no modo de 16 bits que produz tons

muito mais homogéneos, mas para tal é necessário um programa

que possa editá-las como o Photoshop.

• TEMPERATURA DE COR

o A temperatura das cores pode ser quantificada cientificamente

utilizando uma escala de temperaturas graduada em graus Kelvin.

o A temperatura das cor de iluminação pode variar entre 2000 graus

Kelvin (quente) e 9500 graus Kelvin (frio).

o Isto deve-se ao facto da luz emitida pelos objectos aquecidos

produzir um espectro que muda conforme a temperatura aumenta.

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o A iluminação com uma baixa temperatura torna-se

progressivamente mais quente (mais vermelho/amarelo), enquanto

a iluminação com uma temperatura alta se torna progressivamente

mais fria (azul).

o É esta temperatura que o controlo do equilíbrio de brancos numa

câmara digital pretende compensar. Pode colocar-se automático ou

pré regular manualmente para compensar as condições de luz.

o As câmaras topo de gama indicam valores do equilíbrio de brancos

em graus Kelvin mas a maioria usa predefinições com nomes que

correspondem a condições específicas, como Daylight (luz do dia),

Tungsten (tungsténio) e Shade (sombra).

EQUILÍBRIO DE BRANCOS

As câmaras digitais podem compensar a iluminação com cores diferentes

alterando as percentagens de vermelho, verde e azul conforme a imagem é

processada e guardada.

Se tiver uma câmara que possa guardar imagens em RAW pode-se escolher

o equilíbrio de brancos durante o processamento da imagem no seu computador.

Normalmente as máquinas digitais regulam o equilíbrio de brancos

automaticamente, o mais correcto é regulá-los manualmente.

• QUESTÕES DE QUALIDADE

o Se as fotografias forem guardadas como jpeg no momento de

fotografar a câmara processa as informações do sensor antes de

guardar o ficheiro e aqui esta incluída a regulação do equilíbrio de

brancos.

o Se posteriormente se alterar o valor do equilíbrio de cores no

computador está a processar de novo a imagem e a perder qualidade.

o Assim deve-se: ou escolher o equilíbrio de brancos certo no momento

de fotografar; ou fotografar usando o formato de ficheiro RAW (não

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precessado) e depois processar os ficheiros no computador

escolhendo depois o equilíbrio de brancos.

• AUTOMÁTICO VS. PREDEFINIDO

o Não se deve ter a máquina regulada para o modo automático

permanente pois o resultado não será sempre bom.

o A câmara tenta analisar e normalizar as cores da cena mas muitas

vezes não distingue entre cor da luz e cor intrínseca do motivo. Por

outro lado pode compensar as condições de iluminação atmosférica do

início ou do fim do dia, que pode ser o que se quer registar.

o O equilíbrio de brancos automático não consegue geralmente

compensar extremos de iluminação como seja uma cor

excessivamente quente da iluminação de tungsténio doméstica ou a

frieza da luz numa sombra profunda.

• AQUECER

o Normalmente as pessoas preferem imagens de tons quentes a cores

frias.

o Os retratos e as paisagens beneficiam com cores ligeiramente mais

quentes que as “tecnicamente correctas”.

o Pode escolher-se um equilíbrio de brancos incorrecto destinado a uma

iluminação com tons mais frios. Para realçar um pôr-do-sol pode

regular-se o equilíbrio de brancos para o modo Nublado ou de

Sombras. Pode também utilizar-se um filtro de cores quente mas neste

caso regular manualmente o equilíbrio de brancos caso contrário a

máquina tentará compensar o filtro.

o Também se pode dar uma tonalidade quente às imagens depois de as

transferir para o computador, ajustando o equilíbrio das cores. No

editor pode adicionar vermelho e reduzir azul em quantidades

idênticas.

• CRIATIVIDADE

o Num editor de imagens podem fazer-se transformações de cores mais

extremas.

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o Por exemplo fotografar um pôr-do-sol com equilíbrio de brancos

ajustado para luz de tungsténio.

o No computador escurecer uma fotografia para dar um efeito nocturno e

depois alterar o equilíbrio das cores para o azul, para simular o luar.

CORES COMPLEMENTARES • As cores harmoniosas encontram-se juntas na roda das cores e produzem

imagens belas e tranquilas, as cores complementares encontram-se em

posições opostas na roda das cores. Podem colidir entre si de uma forma

muito inestética mas também podem produzir contrastes com impacto e

imagens vibrantes e com vida.

• Os opostos atraem-se o azul e o laranja são opostos e que produzem um

forte contraste nas fotografias, não aparecem frequentemente na natureza,

mas o azul e o amarelo são quase opostos e consegue-se um contraste com

impacto fotografando um campo de girassóis amarelos contra um céu azul. o O vermelho e o verde são opostos na roda das cores mas juntos

podem colidir entre si e criar uma combinação visual discordante –

letras vermelhas em fundo verde ou vice versa parecem oscilar.

• O tamanho não importa duas cores complementares a ocupar uma

quantidade igual do enquadramento podem competir entre si e produzir uma

imagem não satisfatória. Se uma das cores for dominante e a outra ocupar

apenas uma pequena parte do enquadramento estamos a tornar o contraste

entre as cores mais forte. Duas cores não precisam de ter igual proeminência,

um objecto pequeno pode ganhar proeminência por ser tão pequeno.

• Composição ousada isolando motivos com cores opostas (azul/amarelo e

mesmo o vermelho/verde). O vermelho/verde pode encontrar-se muito em

canteiros. Para fotografias serenas utilizar apenas cores próximas na roda

das cores. ASSIM EXISTEM:

• CORES QUE COLIDEM

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• CORES PLANAS – apenas constituídas por cores harmoniosas ou quase

monocromáticas

• CORES SATURADAS

TÉCNICAS EM PHOTOSHOP EQUILÍBRIO DAS CORES

• Podem ser feitos directamente na imagem ou numa camada de ajustamento.

Aqui existem 3 comandos deslizantes: ciano/vermelho; magenta/verde;

amarelo/azul – pares de cores complementares.

MATRIZ DE SATURAÇÃO

• Hue/Saturation (matiz/saturação) - edit – o comando Hue desloca todas as

cores no espectro das cores o que pode trazer efeitos imprevisíveis e difíceis

de controlar. O comando Saturation para aumentar a intensidade de todas as

cores na imagem.

• Edit – Hue/Saturation – conta gotas na imagem no local a alterar.

NÍVEIS

• Levels – RGB

• O Auto Contrast e o Auto Levels maximizam a gama de tons sem alterar as

percentagens dos três canais de cor.

• O Auto Levels optimiza os canais individualmente. CURVAS

• Por vezes é necessário alterar as curvas do histograma para obter maior

profundidade de cor.

• Utilizar uma curva em forma de S escurece as sombras ligeiramente e clareia

as altas luzes, aumenta também o contraste nos meios-tons.

BRILHO/CONTRASTE

• É o mais fácil e o mais destrutivo

• Aumentando o contraste os pixéis escuros e claros saem da escala.

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• As áreas sombras ficam escuras e as de altas luzes perdem os detalhes.

• O comando Brightness/Contrast deve ser usado com muito cuidado.

• Olhando para o Histograma em cada alteração que se faz vê-se a perda de

informação que se vai dando. TRATAMENTOS DE IMAGENS - PPHOTOSHOP

• Pseudo-solarização – comando curves – empurrar o centro da curva para

cima e depois arrastar o ponto final para zero.

• Sépia – comando Hue/Saturation – caixa Colorize activa – Hue 30

• Comando Hue/Saturation – deslocar comando Hue até a imagem estar ao

nosso gosto.

• Ferramenta Gradient Map

COR – 10 dicas 1. Controlar a câmara – escolher o equilíbrio de brancos manualmente

2. Criatividade – o equilíbrio de brancos nem sempre terá de ser

“tecnicamente correcta” – para fotografias mais quentes regular o

equilíbrio de brancos para nublado, para tornar mais fria uma fotografia

usar a regulação tungsténio.

3. Contraste – há fotos apenas com duas cores, fantásticas, opostas na

roda das cores.

4. Tamanho – duas cores complementares que ocupem áreas iguais no

enquadramento podem resultar numa imagem desapontante.

5. Saturação – a saturação deve ser aumentada na câmara sempre que

se fotografa em jpeg para não haver perda de qualidade da imagem.

6. Fotografar em RAW – quando há tempo, há menos perda de qualidade

7. Polarizador – reduzir brilho, aumentar a saturação, vale a pena

8. Aquecimento – filtros de aquecimento

9. Serenidade – Preenchendo o enquadramento com cores que estejam

juntas na roda das cores

10. Fotografar sempre a cores, o preto e branco obtém-se sempre depois

no computador.