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Belo Monte, Rio Madeira e o Meio Ambiente Decio Decio Michellis Michellis Jr. Jr. 21/11/2006 21/11/2006

Belo Monte, Rio Madeira e o Meio Ambiente - ZONAElétrica · Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, ... • Todos são a favor de energias limpas ... de adultos Saneamento

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Belo Monte, Rio Madeira e o Meio Ambiente

DecioDecio MichellisMichellis Jr.Jr.

21/11/200621/11/2006

Desafios daSustentabilidade Socioambiental dos EmpreendimentosAmazônicos

Nova Fronteira de Expansão da

Geração Hidráulica (Arco de Povoamento Adensado)

Impactos no Setor Produtivo das Áreas Especialmente ProtegidasImpactos no Setor Produtivo das Impactos no Setor Produtivo das ÁÁreas Especialmente Protegidasreas Especialmente Protegidas

Plano AmazôniaSustentável

PNAP: Apenas 5,55% da área total da Amazônia estaria disponível para ocupação para a atual e FUTURAS

GERAÇÕES enquanto estas premissas forem verdadeiras.

“Muro Verde”• Consolidação de uma “Grande Muralha Verde ”, se

estendendo do Pará ao Acre (Amazon Region Protected Areas - ARPA )

• 30 milhões de hectares de 'reservas' de vários tipos -preferencialmente de proteção integral, entre as já exi stentese a serem criadas, para bloquear o chamado "arco do desmatamento" por baixo e a "zona de exclusão " ao longo darodovia Manaus-Porto Velho (BR-319).

• Hoje, 75% da Amazônia são terras públicas - 34% já são área sprotegidas e 24% são áreas privadas. O desafio agora éproteger os 42% de terras que ainda não estão sob proteção . E a prioridade é a faixa da divisa com o agronegócio. "A criação de unidades de conservação nas regiões de expansão da fronteira agropecuária é fundamental paraestancar a destruição florestal” (Greenpeace)

'Internacional verde'

• "Europa tropical" rica e industrializada x "Áfricacolonial" , dividida e incapaz de utilizar emproveito próprio suas ricas matérias-primas, inclusive a chamada biodiversidade, que devepermanecer conservada em gigantescosparques ambientais e indígenas, cuja duplafunção é criar obstáculos às obras de infra-estrutura e servir como "reservas de valor " a serem exploradas segundo as conveniênciasexternas.

• A questão ambientalista tem uma face legítima e outra geopolítica .

• A legislação para o licenciamento de obras localizadasfora das reservas indígenas , mas que tenham impactossobre elas, ainda precisa ser regulamentada , o quedificulta a resolução dos problemas

• O Conselho Nacional de Política Indigenista, ao que tudoindica, se pautará pela Convenção 169 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil ésignatário, além da recém-promulgada Declaração dasNações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, pela ONU

• Movimentos indígenas têm apresentado obstáculos aos empreendimentos hidrelétricos, mesmo os de pequenoporte

Questão Indígena

Bolsa Floresta• O Brasil como alvo de muitas pressões internacionais• 2/3 das emissões do Brasil estão ligados ao

desmatamento• A agenda regressiva MMA x Energia, Transportes e

Agricultura - só promovem o desmatamento - criaçãode obstáculos contra empreendimentos produtivos naAmazônia está implicitamente embutida na propostado Bolsa Floresta (Fundo Internacional de Incentivopara a Redução do Desmatamento em Países emDesenvolvimento - Reduções Compensadas para o Desmatamento)

• “Ao contrário de que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós”. (Al Gore -1989)

“Privatização da Amazônia”

• “Privatização completa da Amazônia" contra emissões de gases-estufa pelo desmate na região. A proposta envolve a aquisição de grandes áreas da Floresta Amazônica porcidadãos e grupos privados de modo a formar uma vastaárea "protegida", cuja administração seria confiada a um acomissão internacional.

• Os interessados em ajudar a “proteger” as florestas daregião podem contribuir para o fundo do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA - WWF e BancoMundial se uniram para criar mega-reservas florestais naAmazônia): "Até agora, apenas empresários brasileiroscolaboraram com essa iniciativa. Recursos estrangeirostambém seriam muito bem-vindos", (MMA - TassoAzevedo, diretor do Serviço Florestal Brasileiro)

Não no meu quintal (not in my backyard).

• Todos são a favor de energias limpas - mascada um de nós continua consumindoenergia elétrica. Ela significa conforto, saúde, desenvolvimento e qualidade de vida. Embora as questões ambientaistenham avançado bastante não há mágicaque faça as interferências dos empreendimentos desaparecerem .

• Desenvolvimento não rima com falta de energia elétrica .

“Mutilação da Reservação”

• Drástica redução da capacidade de armazenamentodos reservatórios das novas hidrelétricas quediminuíram as áreas de inundações por pressões de ONGs

• Década 70 - capacidade para gerar energia mesmocom uma estiagem de 20 meses .

• 2003, a capacidade de enfrentar secas já haviadiminuído para cerca de 5,8 meses

• Novas hidrelétricas projetadas só podem acumular emmédia 2 meses de chuvas.

• Redução de área inundada sem redução da potência a ser instalada

• Necessidade de construção usinas adicionais a custos mais altos, tarifas mais elevadas E DE MENOR EFICIÊNCIA AMBIENTAL, o que torna a economiafrágil e instável pelo risco de racionamentos

• Destroem a vantagem comparativa das usinas hidro; • Mais um freio à competitividade da cadeia produtiva nacional

e do desenvolvimento auto-sustentado; • Paralisantes de investimentos e inflacionários ; • Drenos da renda que erodem o poder aquisitivo dos agentes

econômicos, mormente da população.• Equilibrio do mercado interno de energia até 2010 pela

contratação de usinas sujas e caras responsáveis por chuv asácidas; agressão aos aqüíferos subterrâneos e aquecimen toglobal

• Expulsa do Brasil consumidores industriais, investimen tos e empregos . Promoverá futuras exportações de empregos e importações de insumos intermediários (não ferrosos, aç o, celulose, químicos e petroquímicos, abrasivos, refra tários, fertilizantes e capazes de hoje assumir a inserção do Br asilnuma era pós-industrial)

“Esterilização dos PotenciaisHidrelétricos”

Ertan

Tarbela

Nam Ngum

Akosombo/Volta

Bakun

Grand Coulee

Kedung Ombo

Cabora Bassa

Victoria

Ataturk

TehriAswan High

Yacyreta

Ghazi Barotha

Pak Mun

Narmada SagarKainji

Khao Laen

Three Gorges

Nam Theun 2

Mangla

Kopienga

Belo Monte

Complexo Madeira

Balbina

Sobradinho

Ilha Solteira

Tucurui

Itaipu

0,1

1

10

100

1000

1 10 100 1000

ha/MW

Ass

enta

dos/

MW

Internacional

Nacional

Interferências Socioambientais

Diagnóstico e Planejamento Participativo

Atendimento Atendimento bbáásico de sico de

sasaúúdede

InfraInfra --estrutura estrutura de transportede transporte

AlfabetizaAlfabetiza çção ão de adultosde adultos

Saneamento Saneamento bbáásicosico

Assistência Assistência ttéécnicacnica

Policiamento Policiamento comunitcomunit ááriorio

Baixa rentabilidade

Degradação ambiental

Analfabetismo

Estradas intransitáveis

Roubo de equipamentos, animais, etc.

Dificuldade de acesso a serviços públicos: saúde,

comunicação, transporte, lazer

Legitimidade

• Serão estes movimentos realmente cidadãos? • Levantar o tapete implica um desconforto

momentâneo mas deixará a casa muito maislimpa, confortável e saudável…

� Quem decide o quê em nome de quem?� Decisão “local” sobre tema de interesse

“nacional”� Há a necessidade de definição clara das regras

do jogo� Razobilidade dos limites de pagamento por

serviços ambientais

Sugestões de Ações Afirmativas de Soberania Efetiva na Amazônia Brasileira

1. Articulação governamental para definição e viabilização coordenada de prioridades ambientais e energéticas

2. Participação do Setor Elétrico na definição do PNAP/criação do Sistema Nacional das Reservas do Potencial Hidráulico e dos corredores de transmissão associados

3. Fixação de limite e base de cálculo da compensação ambiental em nível razoável (teto em 0,5%);

4. Cumprimento dos prazos 5. Rito especial de licenciamento para projetos de

utilidade pública

Propostas ABCE

6. Padronização de ritos e procedimentos (federal, estadual e municipal) - maior previsibilidade e celeridade do processo, com o aprimoramento da capacidade técnica dos órgãos de licenciamento

7. Simplificação da abordagem de empreendimentos de baixo potencial poluidor

8. Termos de referência diferenciados por segmentos e portes dos projetos

9. Consolidação dos conceitos jurídicos indeterminados

10. Criação de varas especiais ambientais

Propostas ABCE

Ações Afirmativas deSoberania Efetiva no PAS

11.Resgate da capacidade de regularizaçãoplurianual dos futuros reservatórios, voltados inclusive à mitigação de efeitosdas mudanças climáticas em curso(eventos críticos – secas e cheias)

12. Implementar e manter obras de infra-estrutura nos setores de transporte, energia e comunicações na Amazôniaintegradas as propostas de inserçãoregional dos empreendimentos do S.E.B., inclusive antecedendo a implantação dos empreendimentos

EducaEduca ççãoão

SaSaúúdede

SeguranSeguran çça a PPúúblicablica

TransportesTransportes

Meio Meio AmbienteAmbiente

Recursos Recursos HHíídricosdricos

Integração dePolíticas Públicas

Agricultura e Agricultura e AbastecimentoAbastecimento

Cia. Cia. SaneamentoSaneamento

Instituto de Instituto de TerrasTerras

S.E.B.S.E.B.Comitês de Comitês de

Bacias Bacias HidrogrHidrogr ááficasficas Prefeituras Prefeituras

MunicipaisMunicipais

13.Assegurar fonte de recursos a seremdemandados pelo PAS, bem como osinstrumentos de política necessários parasua implementação

14.Garantir a presença do MME, Min. Transportes, MAPA e do Setor Produtivo na elaboração do PAS ( O documento foi inicialmente produzido apenas pelo MMA e Min. da Integração Nacional)

15.Detalhamento operacional da proposta de implementação do PAS

Ações Afirmativas deSoberania Efetiva no PAS

16.Ampliar a presença do Estado na região, notadamente, através de ações do governo federal, assegurando adequada provisão de serviços públicos essenciais como: educação, segurança, saúde, habitação, assistência técnica, regularização fundiária e justiça

17.Reavaliar as medidas de caráterassistencial

Ações Afirmativas deSoberania Efetiva no PAS

18. Geração e difusão de informação qualificada junto àopinião pública brasileira e mundial sobre a Amazônia, contestando os exagerados relatos sobrea “devastação” da região

19. Ídem para a confusão entre a instituição jurídicaAmazônia Legal , que abrange 61% do territórionacional, e a própria floresta equatorial amazônica(rainforest), cujo índice de desmatamento não chegaa 5% de sua área total, sendo a maior partedecorrente da implantação e ampliação de núcleosurbanos

20. Ídem para os argumentos falaciosos sobre a “intocabilidade” da Amazônia e suasconsenqüências para todas as classes de empreendimentos e projetos

Legitimidade

1.1. Incluir a variIncluir a vari áável ambiental no planejamento setorial do vel ambiental no planejamento setorial do desenvolvimento: desenvolvimento:

–– AAE AAE –– AvaliaAvalia çção Ambiental Estratão Ambiental Estrat éégica (Regional e gica (Regional e Setorial)Setorial)

–– AvaliaAvalia çção deão de SustentabilidadeSustentabilidade–– AAI AAI --AvaliaAvalia çção Ambiental Integradaão Ambiental Integrada–– AvaliaAvalia çção de ão de CumulatividadeCumulatividade de Impacto de Impacto

2.2. NegociaNegocia çção da proposta de Lei Complementar sobre o ão da proposta de Lei Complementar sobre o artigo 23 da C.F., que trata da competência comum e ntre artigo 23 da C.F., que trata da competência comum e ntre União, Estados e MunicUnião, Estados e Munic íípios na protepios na prote çção do meio ão do meio ambiente;ambiente;

3.3. AnAn áálise de Impacto lise de Impacto RegulatRegulat óóriorio (custos, alternativas, (custos, alternativas, sobreposisobreposi çções ões regulatregulat óóriasrias e consistência das e consistência das propostas)propostas)

4.4. A discussão da pertinência/necessidade das três eta pas A discussão da pertinência/necessidade das três eta pas de licende licen çças ambientais e a revisão do Sistema de as ambientais e a revisão do Sistema de Licenciamento, resgatando a concepLicenciamento, resgatando a concep çção do instrumentoão do instrumento

Intervenções Mais Complexas

ImplementaImplementa çção com abrangência NACIONAL E ão com abrangência NACIONAL E ESTADUAL das AESTADUAL das A ÇÇÕES DE PLANEJAMENTO ÕES DE PLANEJAMENTO

AMBIENTALAMBIENTAL(fun(fun çções de governo ões de governo -- fundamentais para balizar fundamentais para balizar as aas açções de licenciamento, dando seguranões de licenciamento, dando seguran çça a para o posicionamento dos tpara o posicionamento dos t éécnicos durante o cnicos durante o processo de licenciamento, caracterizando prprocesso de licenciamento, caracterizando pr óó--atividade para o que pode e o que não pode, atividade para o que pode e o que não pode, restando ao empreendedor ajustarrestando ao empreendedor ajustar --se se ààs s diretrizes existentes jdiretrizes existentes j áá legitimadas pelos legitimadas pelos mecanismos de controle social na elaboramecanismos de controle social na elabora çção ão dos instrumentos a seguir relacionados): dos instrumentos a seguir relacionados):

Ações de PlanejamentoAmbiental

1. Zoneamento Econômico - Ecológico, 2. Planos de Bacia Hidrográficas,3. Avaliação Ambiental Estratégica Regional e

Setorial,4. Planos nacionais e regionais de ordenação do

território e de desenvolvimento econômico e social (Estatuto das Cidades),

5. Procedimentos de integraç ão dos instrumentos de planejamento ambiental e sua vinculação com a tomada de decisão no licenciamento ambiental,

Ações de PlanejamentoAmbiental

1. Fixar metas e prazos2. Atualizar PPA3. Vinculação de recursos

orçamentários (LOA)4. Descontingenciamento de recursos

orçamentários a serem aplicados no planejamento/gestão ambiental e inserção regional dos projetos estruturantes do S.E.B.

Ações de PlanejamentoAmbiental

180 milhões de brasileiros acordam a cada manhã com necessidades reaisde alimentos, energia e materiais.

O Brasil deve responder à pergunta : como atender a demanda futura por

recursos naturais ?

Esta é uma questão de ordemtecnológica e econômica, nãoideológica.

As políticas públicas precisam ser desenvolvidas de forma menos pontual.

A responsabilidade social inclui a qualidade da gestão pública.

O Poder Público tem capacidade paraenxergar o todo e definir as necessidadesreais das populações impactadas peloComplexo do Rio Madeira e Belo Monte.

O Brasil nunca será bom para a sustentabilidade socioambiental global

se não for bom para o brasileiro.

Decio Michellis Junior [email protected]

Fone: (11) 3066 1470