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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS Ignácio Bittencourt Patrono Espiritual do Encontro SEÇÃO DOUTRINÁRIA Tema: Bem-aventurados os aflitos 16 e 23 de outubro de 2011 “O corpo reflete o que há no Espírito, sendo assim, o Espírito precisa ser curado primeiro. A Medicina Espiritual há de ser associada à Medicina Humana, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra do Espíri- to. A Medicina socorre o perispírito, mas também socorre o corpo, ela não se sobrepõe ao remédio, porque cada uma age no seu campo; cada uma tem a sua esfera de ação; cada uma tem o seu momento.” Ignácio Bittencourt 22 o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL

Bem Aventurados Os Aflitos

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

Ignácio Bittencourt Patrono Espiritual do Encontro

SEÇÃO DOUTRINÁRIA

Tema:

Bem-aventurados os aflitos

16 e 23 de outubro de 2011

“O corpo reflete o que há no Espírito, sendo assim, o Espírito precisa ser curado primeiro. A Medicina Espiritual há de ser associada à Medicina Humana, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra do Espíri-to. A Medicina socorre o perispírito, mas também socorre o corpo, ela não se sobrepõe ao remédio, porque cada uma age no seu campo; cada uma tem a sua esfera de ação; cada uma tem o seu momento.”

Ignácio Bittencourt

22o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE MEDICINA ESPIRITUAL

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Coordenação Geral: Luiz Carlos Dallarosa Coordenação: Aderico P. Freitas e Carlos A. Xavier da Silva Organização de Conteúdo: Aderico P. Freitas, Carlos Alberto Xavier da Silva, Elizabeth Figueira, Gilcy Gomes Travassos, Luci Bullia da F. de Andrade, Maria Magdala A. Monteiro, Ronaldo Costa, Vilma Coelho Pinheiro

Capa: Vítor Nogueira Finalização: Depto. Editorial do CELD

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22o Encontro Espírita sobre Medicina Espiritual

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Sumário

Tema Central ................................. 5Informações Gerais ................................. 6Objetivos Geral e Específico ................................. 7Resumo Biográfico da Vida e da Obra de Ignácio Bittencourt (Patrono Espiritual do EEME)

.................................

8 TEMA 1 – A DOENÇA

1. Deus, Espírito e Matéria ................................. 92. Leis Naturais (Divinas) ................................. 113. A Doença ................................. 124. Por que Ficamos Doentes? ................................. 13

TEMA 2 – A CURA 5. A Saúde ................................. 146. Medicina Material e Medicina Espiritual ................................. 157. A Cura Real ................................. 198. Como Vamos nos Curar? ................................. 20

O CASO 9. A História de Adelaide ................................. 21

TEMA 3 – A PREVENÇÃO 10. A Fé no Futuro ................................. 2511. Prevenção Material e Espiritual ................................. 2512. Recursos para a Prevenção ................................. 2513. Jesus no Cotidiano ................................. 2814. Por que, então, Buscamos a Prevenção? ................................. 2915. Que Fazer para não Adoecer? ................................. 30

ANEXOS ................................. 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................. 42

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Tema Central

Bem-aventurados os Aflitos

Tema 1 – A Doença (Fundamentação Doutrinária) Tema 2 – A Cura Caso Adelaide Tema 3 – A Prevenção

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Informações Gerais

Data:

16/10/11 – Seção Doutrinária, Seção Científica I e II 23/10/11 – Seção Técnica de Passes e Atualidade

Horário:

8h às 8h30min – Chegada e Recepção 8h30min às 9h – Abertura 9h às 9h50min – Tema 1 – A Doença 9h50min às 10h50min – Tema 2 – A Cura 10h50min às 11h10min – Intervalo 11h10min às 12h – Caso Adelaide 12h às 12h50min – Tema 3 – A Prevenção 12h50min às 13h – Encerramento

Centros Participantes:

C. E. Léon Denis C. E. Antonio de Aquino C. E. Irmão Clarêncio C. E. Abigail (Santa Cruz) C. E. Léon Denis de Cabo Frio O Encontro também é apresentado pela internet: www.celd.org.br

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Bem-aventurados os Aflitos

Objetivo Geral: Estudar e discutir os diversos aspectos ligados à Medicina Espiritual: “a doen-ça, a cura e a prevenção”. Objetivo Específico: “Trazer a todos a visão doutrinária, já que, objetivamente, estamos tratando de analisar os processos de cura espiritual segundo a ótica doutrinária espí-rita”.

(Balthazar – Espírito)

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Resumo biográfico da vida e da obra de Ignácio Bittencourt

Ignácio Bittencourt é o patrono Espiritual do Encontro Espírita sobre Medicina Espiritual. Nasceu em 19 de abril de 1862, em Portugal, e desencarnou no Rio de Janeiro a 18 de fevereiro de 1943.

Em plena juventude, emigrou para o Brasil sem alimentar ideia de enriquecimento, mas buscando um ideal que sua intuição afirmava poder encontrar em sua segunda pátria.

Sem qualquer proteção ou amparo, desembarcou no Rio de Janeiro, sozinho e com irrisória quantia no bolso. En-tretanto, já era um jovem de caráter sério e de grandes dotes morais.

Ignácio Bittencourt foi um desses abnegados, que só se alegravam com a alegria do seu semelhante. Por isso foi aquinhoado com a mediunidade natural, que geralmente depende da evolução espiritual do indivíduo. Ela surgiu espontaneamente, sem qualquer esforço de planejamen-to, como um imperativo da essência de sua alma boa e sempre disposta à prática do bem.

Sempre solícito, exercendo a mediunidade de receitista, na qual tornou-se um expoente no quadro mediúnico brasileiro. Como médium apto a receber do Alto a inspiração, durante longa fase do mediunato fez inúmeras conferências, no Rio e em outros Estados. Nestas ocasiões proclamava o Espiritismo como algo sublime, pouco compreendido e muito combatido. Demonstrava o Espiritismo como ciência, como filosofia e, por último, como religião.

Embora pobre e sobrecarregado, não lhe faltava tempo para dedicar-se de corpo e alma à divulgação do Espiritismo e ao trabalho da caridade.

Ignácio Bittencourt participou, direta ou indiretamente, da fundação de muitas instituições, dentre elas: Abrigo Teresa de Jesus, União Espírita Suburbana, Asilo Legião do Bem, Círculo Cáritas, Centro Espírita Humildade e Fé e, ainda, dos Periódicos “Aurora” e “Tribuna Espírita”.

Durante dois anos foi Vice-presidente da FEB ao lado de Leopoldo Cirne. Era uma época conturbada para o movimento espírita. Sua palavra era sempre ouvida com acatamento. Diante do trabalho perseverante, surgiram as perseguições ante a Doutrina Espírita, na figura do seu trabalhador incansável. Foi processado várias vezes por médicos que alegaram estar exercendo falsamente a Medicina. Porém, como acima da justiça humana está a de Deus, Ignácio foi absolvido de todas as acusações. Foi também perseguido pelo cardeal do Brasil, Joaquim Arcoverde; enfrentou as perseguições através da imprensa, sempre com serenidade e humildade de verdadeiro cristão.

Desencarnou em 18 de fevereiro de 1943, com 80 anos de idade, após lenta agonia. Liberto do corpo físico, prossegue levando o tesouro indestrutível de suas boas ações.

Ignácio Bittencourt legou-nos o exemplo vivo de verdadeiro homem de bem. Discípulo assíduo do Cristo, ingressou na sua seara trilhando os caminhos que o Espiritismo lhe abria, tornando-se, assim, um espírita verdadeiro.

Trabalhando junto às instituições espíritas, continua ele a nos amparar, destacando o impositivo da oração e da vigilância a fim de que estejamos seguros no discernimento e na fé, na fortaleza e na razão, encarando o nosso dever face a face. Seja o exemplo de sua determinação, perseverança e disciplina o nosso roteiro de estudo no dia de hoje. Vejamos nele o ser humano que lutou e que venceu.

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TEMA 1 – A DOENÇA

FUNDAMENTAÇÃO DOUTRINÁRIA

♥ O homem tem falta de Deus no coração? “A custa de vencer no mundo, com os desejos aliciados por prazeres ou por suges-

tões de ganho fácil, o homem vai-se deixando envolver pelas ideias mais esquisitas, aban-donando a sua natureza divina, (...) como se todos os valores do espírito devessem ficar para trás, dando-se importância apenas aos valores momentâneos da vida atual.

(...) Somente a fé em Deus poderá sustentar e equilibrar as grandes camadas dos chamados felizes e infelizes da Terra, somente a crença em Deus poderá equilibrar esse grave momento pelo qual toda a Humanidade passa”.

(Hermann. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 16/11/1991) ♥ O homem necessita de Deus? “O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida é o que há de

mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos diri-ge, mesmo à nossa revelia”.

(Denis, Léon. O Grande Enigma. Cap. 5. RJ: Ed. CELD, 2003)

♥ Qual a relação entre religião e doença? “(...) É, sobretudo, diante do sofrimento, que se mostra a necessidade, a eficácia de

uma crença robusta, sólida e simultaneamente assentada na razão, nos sentimentos e nos fatos, e que explique o enigma da vida (...)

(...) A melhor será, evidentemente, aquela que nos reconfortar, aquela que disser por que as lágrimas são quinhão da Humanidade e fornecer os meios de estancá-las(...)”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 27. RJ: Ed. CELD, 2011)

1. DEUS, ESPÍRITO E MATÉRIA

A TRINDADE UNIVERSAL 1.1 – Deus

“Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?

Sim, e acima de tudo isso Deus, o criador, o pai de todas as coisas; essas três coi-sas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal(...)”.

(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. p. 27. RJ: Ed. CELD. 2008)

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1.2 – O Espírito

♥ Eu sou um Espírito ou tenho um Espírito?

“(...) São os seres inteligentes, que vivem uma vida pessoal e consciente, destina-dos a progredir infinitamente para o Verdadeiro, o Belo, o Bem eternos(...)”.

(Denis, Léon. O Grande Enigma, 4ª parte, item 5. RJ: Ed. CELD, 2003) “Meu Deus! São obra sua, exatamente como um homem que fabrica uma máquina;

essa máquina é obra do homem e não ele próprio. (...) Somos seus filhos, visto que somos sua obra”.

(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, p. 77. RJ: Ed. CELD, 2008) 1.3 – O Perispírito

♥ Como se faz a ligação entre espírito e corpo?

“(...) Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter uma atuação direta sobre a matéria, sendo-lhe necessário um intermediário. Esse intermediário é o envoltório fluídico, que faz, de certo modo, parte integrante do espírito, envoltório semimaterial, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial. Esse envoltório, denominado perispí-rito, de um ser abstrato, faz do Espírito um ser concreto, definido, perceptível pelo pensa-mento, ele o torna apto a atuar sobre a matéria tangível, assim como ocorre com todos os fluidos imponderáveis que são, como se sabe, os mais possantes motores.

O fluido perispiritual é, assim, o traço de união entre o Espírito e a matéria(...)”.

(Kardec, Allan. A Gênese. Capítulo 11, item 17. RJ: Ed. CELD, 2005) 1.4 – O Corpo Físico

♥ O que é o corpo?

“O corpo é um envoltório de carne, composto de elementos materiais, sujeito à mu-dança, à dissolução, à morte”.

(Denis, Léon. Síntese Doutrinária e Prática do Espiritismo. Tradução: José Jorge. MG: Instituto Maria, 1982)

♥ Qual é a finalidade do instrumento?

“(...) O corpo é o instrumento do qual a alma necessita para edificar o seu destino; o operário não deve desprezar o instrumento com o qual ele ganha e constrói sua vida”.

(Denis, Léon. O Grande Enigma, 4ª parte, p. 2 a 6. RJ: Ed. CELD, 2003)

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1.5 – O Homem (Ser Humano) Integral

2. LEIS NATURAIS (DIVINAS) 2.1 – Objetivo da Reencarnação

“167. Qual é o objetivo da reencarnação? Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade; sem isto, onde estaria a justi-

ça?” (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, p. 167. RJ: Ed. CELD, 2008)

2.2 – Justiça da Reencarnação

“171. Que relação há entre perfeição e justiça? (...) Todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus lhes fornece os meios, através

das provas da vida corporal; porém, na sua justiça, concede-lhes efetuar, em novas exis-tências, o que não puderem fazer ou concluir numa primeira prova(...)”.

(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, p. 171. RJ: Ed. CELD, 2008) 2.3 – Justiça das Aflições

♥ Há uma razão para as vicissitudes em nossas vidas? É justo uns sofrerem mais que outros?

“Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados”. (Mateus, 5:5, 6 e 10)

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5, item 1. RJ: Ed. CELD, 2000)

“Só na vida futura podem-se realizar as compensações que Jesus promete aos afli-tos da Terra. (...) As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa e, visto que Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que cada um deve compenetrar-se. Pelos ensinos de Jesus, Deus permitiu que os homens viessem a compreender essa causa, e hoje, conside-rando-os bastante amadurecidos para compreendê-la, Ele a revela inteiramente pelo Espi-ritismo, isto é, pela voz dos espíritos”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5, item 3. RJ: Ed. CELD, 2000)

ESPÍRITO ENCARNADO

ESPÍRITO DESENCARNADO

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2.4 – Livre-arbítrio – Boas ou Más Escolhas

“(...) Pelo uso do seu livre-arbítrio, a alma fixa seus destinos, prepara suas alegrias ou suas dores. Mas, nunca, no decorrer de sua marcha na provação amarga como no meio ardente luta da paixão, nunca os socorros do Alto lhe foram recusados. Por mais que se abandone a si mesma, por mais indigna que pareça, desde que desperte sua vontade de caminhar pelo caminho reto, a via sacra, a Providência a ajuda e sustenta(...)”.

(Denis, Léon. Depois da Morte. Cap. 40. RJ: Ed. CELD, 2000) “Busquemos nós, de nossa parte, o equilíbrio com Jesus para errarmos menos. Que

Ele nos ajude, nos abençoe, nos proteja e que nos siga sempre; que esteja presente a nos socorrer e auxiliar”.

(Hermann. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 04/01/92) 3. A DOENÇA 3.1 – Conforme as Leis Divinas

“A doença é uma exteriorização do estado d’alma”.

(Hermann. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD)

“(...) A doença, todavia, é resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do Espírito que o aciona”.

“(...) As doenças são mecanismos buriladores para a alma despertar as suas poten-cialidades e brilhar além do vaso orgânico que a encarcera”.

(Angelis, Joanna de [Espírito]. Plenitude. Cap. Análise dos Sofrimentos. Psicografia de Franco, Divaldo P. BA: Ed. Leal, 1994)

3.2 – Lei de Causa e Efeito

♥ Existe destino?

“(...) Cada um leva para além do túmulo e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa semente, conforme sua natureza, para nossa felicidade ou nossa infelicidade, esten-derá seus frutos à nova vida que começa e, até mesmo, às seguintes, se uma só existên-cia não for suficiente para esgotar as consequências más de nossas vidas anteriores. Ao mesmo tempo, nossos atos cotidianos, fontes de novos efeitos, vêm juntar-se às causas antigas, atenuando-as ou agravando-as. Formam com elas um encadeamento de bens e males que, em seu conjunto, comporão a trama de nosso destino(...)”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 13. RJ: Ed. CELD, 2011)

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3.3 – A Desgraça Real

“Quando alguém explora o seu próximo, levando-o à miséria e ao sofrimento, isto, sim, é-lhe uma desgraça.

Quando se trai um amigo, induzindo-o ao desequilíbrio e à loucura, eis um ato de desgraça conscientemente praticado.

Quando se estimula o crime ou dele se vive, sem qualquer consideração pela vida das demais criaturas, pela ordem ou pelo dever, defrontamos com a desgraça real.

Quando o indivíduo se permite a inveja, o ciúme, o ressentimento, e cultiva o revide,

o desejo do mal, ei-lo à borda do abismo que o derrubará na desgraça verdadeira.

Quando, por insensatez ou perversidade, prejudica-se outrem, ferindo-lhe a confian-ça, sobrecarregando-o de dores, infelicitando-o de qualquer maneira, aí está a desgraça sem-disfarce.

Desgraça verdadeira é o mal que se pratica em relação ao próximo”.

“Num sentido mais lato, a agressão à natureza como resultado da ambição desme-dida do ser humano; o desrespeito à vida, na flora e na fauna, destruindo-a – tais compor-tamentos são desgraças quase irremediáveis, que resultarão em expiações rudes para os seus transgressores”.

(...) “Produzir sofrimento nos outros é cumular-se de desgraças”.

(Angelis, Joanna de [Espírito]. Sob a Proteção de Deus. Psicografia de Franco, Divaldo P. BA: Ed. Leal, 1994) 4. POR QUE FICAMOS DOENTES?

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TEMA 2 – A CURA

MEDICINA ESPIRITUAL

5 – A SAÚDE

5.1 – Visão dos Encarnados sobre a Saúde

“É interessante observar que a raiz etimológica do vocábulo ‘saúde’ é a mesma da palavra ‘salvação’, a saber: salutem, salvus”.

(http://origemdapalavra.com.br/lista-palavras/?letra=s – em 18/08/2011) No dicionário Houaiss encontramos 3 (três) definições: “1. É o estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente, o qual man-

tém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais pa-ra a forma particular de vida (raça, gênero, espécie) e para a fase particular de seu ciclo vital;

2. É o estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar; 3. Força física, robustez, vigor, energia”. “Na maioria das vezes em que pensamos em saúde acabamos associando este

termo à ausência de doenças. Isso não acontece por acaso e podemos considerar este fato como um resquício do conceito de saúde utilizado até alguns anos atrás, pois pa-ra que um conceito seja mudado na sociedade, é preciso muito tempo. Foi somente após o final da segunda guerra mundial que se iniciou uma preocupação em traçar uma definição positiva de saúde, incluindo fatores como alimentação, atividade física, acesso ao sistema de saúde, etc. Desta preocupação surgiu o conceito de saúde definido pela OMS (Organi-zação Mundial de Saúde) que vem sendo utilizado até hoje. Para a OMS, saúde é um es-tado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Saúde e http://dayserodrigues.wordpress.com/2010/04/27/o-que-significa-ser-saudavel/ – em 18/08/2011)

5.2 – Visão dos Espíritos Superiores sobre a Saúde “(...) Para o homem da Terra, a saúde pode significar o equilíbrio dos órgãos mate-

riais; para o plano espiritual, todavia, a saúde é a perfeita harmonia da alma, para a obten-ção da qual, muitas vezes, há necessidade da contribuição preciosa das moléstias e defi-ciências transitórias da Terra”.

(Emmanuel [Espírito]. O Consolador. p. 95. Psicografia de Xavier, F. C. RJ: Ed. FEB. 2008)

“A saúde resulta de vários fatores que se conjugam em prol da harmonia psicofísica da criatura humana. Procedente do espírito, a energia elabora as células e sustenta-as no ministério da vida física, assim atendendo à finalidade a que se destinam”.

“(...) Irradiando-se através do perispírito, fomenta a preservação do patrimônio so-mático, ao qual oferece resistência contra os agentes destrutivos, em cuja agressão se en-galfinha em luta sem cessar”.

(Angelis, Joanna de [Espírito]. Momentos de Saúde. Psicografia de Franco, Divaldo P., vol. 1. Lição: A Benção da Saúde. BA: Ed. Leal, 1993)

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6 – MEDICINA MATERIAL E MEDICINA ESPIRITUAL

6.1 – Processos de Cura da Medicina Material

“Desde que criamos a doença, buscamos a cura, mas de forma infantil, como ocor-rência mágica destituída de esforço(...)”.

(Canhoto, Américo. Saúde ou Doença: A Escolha é Sua. SP: Petit Editora e Distribuidora Ltda, 2006)

“(...) Os médicos ainda centralizam sua atenção no alívio da dor do corpo. ‘O que nós observamos na área médica é a preocupação com a cura da dor pelos remédios’.”

(Koseki, Nancy Mineko. Oncologista clínica e coordenadora da Unidade de Cuidados Paliativos do Centro de Atenção Intensiva à Saúde da Mulher (CAISM), na Unicamp)

6.2 – Definição de Medicina Espiritual

“Medicina Espiritual é a atividade exercida pelos espíritos que, utilizando recursos fluídicos, magnéticos e espirituais, objetiva a cura dos indivíduos, do ponto de vista físico e, principalmente, espiritual. Também pode-se considerar como Medicina Espiritual a ação curadora por cirurgias espirituais ou por medicamentos prescritos pelos espíritos através do receituário mediúnico.

O plano espiritual, configurado nos espíritos, age pelo magnetismo e pelos fluidos que são movimentados pela nossa vontade para a cura dos corpos”.

(Balthazar. Mensagem psicofônica recebida pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD)

“A Medicina Espiritual é a ação de espíritos especializados, com técnicas específi-cas em um ponto específico que é o perispírito”.

(Balthazar. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD)

“A Medicina Espiritual é um desenvolvimento, passo a passo, de um estudo do nos-so próprio sentimento, da nossa própria alma, do nosso próprio espírito, onde nós, desen-carnados, junto com vocês, encarnados, participamos de uma tarefa, de um trabalho, que para muitos poderá ser de pequeno vulto, mas para todos que já conhecem e que anali-sam por outros ângulos, é, sem dúvida alguma, o início de uma grande jornada da evolu-ção do espírito(...)”.

“A Medicina Espiritual há de ser associada à Medicina Humana, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra do Espírito”.

(Bittencourt, Ignácio. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C. 19o EEME, no CELD) 6.3 – A Visão dos Encarnados sobre a Medicina Espiritual

“Quando estamos pensando em Medicina Espiritual, estamos pensando, por parte dos homens, na procura de um fator além dos limites da medicina terrena. (...) O doutor não me curou do câncer, vou tomar passe nesse ou naquele lugar, porque lá vou conse-guir um milagre que o doutor não está podendo me dar, a cura do câncer”.

(Cordeiro, Márcia. Aula: A Visão da Medicina Espiritual, dinamizada no CELD em 18/03/2006.)

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Observemos o exemplo abaixo: — Boa noite! A voz, anunciando dor, embora simpática, soou mansamente, emoldurando um sorriso entre tímido e sofrido.

— É aqui que se fazem curas espirituais? Continuou a falar aquela que conheceremos, de agora em diante, como Flora.

— Sim, respondi. Aqui fazemos tratamento através de passes de cura. Pedimos a Deus que abençoe, com a cura, aqueles que vêm até esta casa, buscando socorro.

— E operações, fazem?

— Não, respondi. Fazemos tão somente os passes.

— Mas, no meu caso, desejaria fazer uma operação, pois estou com um câncer ginecoló-gico, anunciado pelo médico como irreversível, e venho em busca da cura. Não sou espíri-ta e não sei exatamente se falo certo, mas me parece que passes não resolverão o que pretendo: extirpar o câncer. Expliquei a ela como eram os procedimentos das sessões de curas, do serviço de passes, que realmente não fazíamos operações, e que entendíamos que os passes de cura não eram panaceia e sim um verdadeiro tratamento; demorado, às vezes, e nem sempre com os resultados esperados. Sorriu novamente, abaixando os olhos, disse baixinho, meio desapontada:

— Então não adianta. O que desejo é a operação que arranque de dentro de mim esta doença.

(Trecho retirado do Caso Flora – Pamphiro, Altivo C. – Caso narrado em reunião de Estudo com Ignácio Bittencourt [espírito] – estudo de Casos em 1996)

6.4 – Processos de Cura da Medicina Espiritual

“As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano. O corpo doente reflete o panorama interior do espírito enfermo. (...)

E é ainda na alma que reside a fonte primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. A assistência farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcen-dentes do caráter mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do próprio espíri-to enfermiço(...)”.

(Emmanuel. O Consolador, p. 96. Psicografia de Xavier, F. C. RJ: Ed. FEB, 2008)

“(...) Quando estamos raciocinando Medicina Espiritual, não estamos pensando no método sobrenatural pelo qual doenças que a medicina não está conseguindo curar vão ser resolvidas com a intervenção dos espíritos. Esse é o nosso primeiro equívoco, quando tratamos da Medicina Espiritual, quando procuramos os espíritos e seus tratamentos, quer a gente saiba ou não disso, a visão dos espíritos é nos ajudar a ver as causas espirituais dos nossos problemas e nos oferecer meios pelos quais possamos nos curar, daquele dis-túrbio da alma, que nesse momento está se expressando como aquela doença e que em outro momento poderá estar se expressando como outra qualquer”.

(Cordeiro, Márcia. Aula: A Visão da Medicina Espiritual, dinamizada no CELD em 18/03/2006)

“A Terapia Espírita é a do convite ao enfermo para a responsabilidade, conclaman-do-o a uma autoanálise honesta, de modo a que ele possa romper em definitivo com as

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imperfeições, reformulando propósitos de saúde moral e mergulhando nos rios claros da meditação para prosseguir revigorado, senda a fora”.

(Miranda, Manoel P. Bastidores da Obsessão. Psicografia de Franco, Divaldo P. BA: Ed. FEB, 1970)

Observemos a análise realizada por Eulina Castro (Médium do CELD) em estudo feito para o 14º EEME, no CELD, em 2004, sobre o texto acima.

“A terapia espírita convida à pessoa que está enferma à responsabilidade de si

mesma. Isso não significa dizer que não temos preocupações com o próximo, mas que nós passemos a perceber o nosso eu. Chama a criatura para fazer sua autoanálise.

O Espírito diz para nós: ‘... conclamando-o a uma autoanálise honesta...’.

Por que é uma autoanálise honesta?

Quando estamos com qualquer problema, temos a tendência à autopiedade. A gen-te fica com uma pena da gente. Essa autoanálise tem que ser, em princípio, honesta. Te-nho que usar de honestidade comigo. (...) Não é uma análise honesta em relação ao outro. O outro é problema dele. A análise é com a gente.

Ele ainda diz: ‘... de modo a que ele possa romper em definitivo com as imperfei-ções...’.

Quando eu faço uma autoanálise honesta, vou pensar nas minhas imperfeições. E é isso que a gente não quer. Queremos tirar a imperfeição do outro.

O que é a imperfeição? É o estado do não perfeito.

Jesus já recomendou isso há 2000 anos, quando disse para nós: ‘Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial’? Há quanto tempo ele chama a gente para esse es-tado de perfeição, mas ainda continuamos rebeldes. A gente quer que Deus faça o que a gente quer. Mas a gente não quer fazer o que Deus sabe que é melhor para nós. Então, continuamos nesse estado de imperfeição.

Para romper com essa imperfeição, temos que fazer uma autocrítica. Segundo a pergunta 895, do LE: ‘Postos de lado os defeitos e os vícios sobre os

quais ninguém poderia enganar-se, qual o sinal mais característico da imperfeição?

R: É o interesse pessoal. As qualidades morais são, frequentemente, como a douradura colocada num objeto de cobre e que não resiste à pedra de toque. Um homem pode pos-suir qualidades reais que fazem dele um homem de bem, segundo o mundo; essas quali-dades, porém, embora constituam um progresso, nem sempre suportam certas provas e, algumas vezes, basta que se toque a corda do interesse pessoal para colocar o fundo a descoberto. O verdadeiro desinteresse é mesmo uma coisa tão rara na Terra que, quando ele se apresenta, admiram-no como se fosse um fenômeno. O apego às coisas materiais é sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais o homem se prende aos bens deste mundo, menos compreende o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado.’

O sinal mais característico que nós trazemos como imperfeição, os espíritos são bem claros, é, exatamente, o interesse pessoal. Eu estou pensando em mim, o outro vem depois. (...) Contanto que não fira o meu interesse pessoal, está tudo bem(...)”.

(Castro, Eulina. Aula dinamizada no grupo de estudos do 14º EEME no CELD, 2004)

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6.5 – O Sentimento, o Pensamento e a Vontade “(...) Visando a Medicina do Espírito, vamos assim dizer, portanto, fazer com que

haja uma direção única à direção que Deus nos está oferecendo, a do crescimento do nosso próprio espírito em busca do conhecimento, mas o conhecimento seria muito pouco, se não houvesse para todos o estímulo de alimentar o sentimento com amor.

Então, lembremos sempre, que ao lado de todas as técnicas, de todos os conhecimentos científicos, de todas as causas, de todos os efeitos, (...) o maior de todos, ainda é o sentimento, o amor, que faz gerar o movimento dos fluidos, das energias restauradoras, do sentimento que faz transbordar, a alegria de viver, e estimular as almas para encontrar as soluções dos seus próprios destinos(...)”.

(Bittencourt, Ignácio. Mensagem psicofônica para o 19º EEME em 15/10/2008)

“Os sentimentos do homem (...), se dirigidos para o bem, produziriam sempre (...) os mais substanciosos frutos para a obra de Deus”.

(Emmanuel [Espírito]. Caminho, Verdade e Vida. Psicografia de Xavier, F.C. Lição 24. 12ª. ed. RJ: Ed. FEB, 1996)

“O pensamento é criador (...), faz brotar um incessante florescer de ideias, de obras,

de concepções, que vão influenciar, impressionar, para o bem ou para o mal, segundo sua natureza, a imensa multidão humana (...)”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 23. RJ: Ed. CELD, 2011)

“(...) Tudo aí está, em vós, em torno de vós! Tudo fala, tudo vibra, o visível e o invi-sível, tudo canta e celebra a glória de viver, o enlevo de pensar, de criar, de associar-se à obra universal(...)”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 23. RJ: Ed. CELD, 2011)

“(...) Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afec-ção existe o ambiente. As ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e consequências de infinitas expressões. E, em virtude de cada Espírito representar um universo por si, cada um de nós é responsável pela emis-são das forças que lançamos em circulação nas correntes da vida(...)”.

(Luiz, André. Missionários da Luz. Cap. 4. Psicografia de Xavier, F.C. BA: Ed. FEB, 2001) “A vontade é o maior de todos os poderes. Em sua ação, ela é comparável a um

ímã”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 20. RJ: Ed. CELD, 2011) “Seu poder sobre os fluidos é acrescido com a elevação do espírito. No meio terres-

tre, seus efeitos sobre a matéria são limitados porque o homem se ignora e não sabe utili-zar-se das forças que estão em si(...)”.

(Denis, Léon. Depois da Morte. Cap. 32. RJ: Ed. CELD, 2000) “É pela vontade que dirigimos nossos pensamentos para um objetivo preciso. (...)

Aprendamos, pois, a servir-nos de nossa vontade e, através dela, a unir nossos pensa-mentos a tudo o que é grandioso, à harmonia universal, cujas vibrações enchem o Espaço e embalam os mundos”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 20. RJ: Ed. CELD, 2011)

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6.5 – Garantias de Cura

“(...) Às vezes, perguntamos: por que certas pessoas são curadas e outras não? Há pessoas que são curadas por merecimento; há pessoas que perderam a possibilidade de serem curadas; há pessoas que chegam ao término de sua existência terrena. Aí, devemos lembrar do Evangelho, no capítulo 5, no item ‘Se fosse um homem de bem teria morrido’: Kardec diz que se acabou a prova ele tem que desencarnar, se não acabou terá que conti-nuar(...)”.

(Pamphiro, Altivo C. Aula dinamizada em grupo de estudos no CELD, em 18/10/2001) “(...) Não atribuamos, assim, ao médium, obrigações que nos competem, em caráter

exclusivo, e nem aguardemos da mediunidade funções milagreiras, porquanto só a nós cabe o serviço árduo da própria ascensão, na pauta das responsabilidades que o conhe-cimento superior nos impõe”.

(Luiz, André. Nos Domínios da Mediunidade. Cap. 18. RJ: Ed. FEB. 1995) “(...) Trabalhemos por firmar o conceito de que não há corpo sem espírito. Busque-

mos mostrar, tão claramente quanto possível, que as dores humanas não são dores ma-tematicamente certas, mas, sim, que a misericórdia de Deus está sempre em todos os momentos e em todas as manifestações da dor-corrigenda(...)”.

(Bittencourt, Ignácio. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 07/10/1998)

7 – A CURA REAL A Cura

“É o equilíbrio do Espírito, refletido no corpo espiritual e no corpo físico”.

(Bittencourt, Ignácio. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD)

“(...) Imponderáveis forças mentais, fluídicas, todas elas foram movimentadas para

dar continuidade às energias que existem nos corpos de cada um. E do acasalamento dessas duas forças produz-se o processo curativo, capaz de provocar a chamada cura do homem(...)”.

“(...) Enquanto que cá, no Plano Espiritual onde me encontro, chama-se de estabili-dade orgânica”.

“Distinguimos, muitas vezes, o que vem a ser estabilidade orgânica, da cura. A cura é a supressão de um mal, totalmente. Estabilidade orgânica é o equilíbrio que se dá a al-guém, para que, por sua vez, essas pessoas possam caminhar equilibradamente, ampara-das pela força misericordiosa que o atendeu(...)”.

(Bittencourt, Ignácio. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 19/10/2002)

“Queres o restabelecimento da saúde do corpo e isso é justo. Mas atende o que te

lembra um amigo que já se vestiu de vários corpos e compreendeu, depois de longas lutas, a necessidade da saúde espiritual(...)”.

“(...) Lembra-te, pois, de que tua alma está doente e precisa curar-se sob os cuidados de Jesus, o nosso Grande Médico.

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Nunca pensaste que o Evangelho é uma receita geral para a Humanidade so-fredora?

É muito importante combater as moléstias do corpo; mas ninguém conseguirá eliminar efeitos quando as causas permanecem.

Usa os remédios humanos, porém, inclina-te para Jesus e renova-te, espiri-tualmente, nas lições de amor(...)”.

(Emmanuel [Espírito]. Coletânea do Além. Cap. Lembrança Fraternal aos Enfermos. Psicografia de Xavier, F. C. RJ: Ed. FEB, 1945)

8 – COMO VAMOS NOS CURAR?

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OO CCAASSOO

99 –– AA HHIISSTTÓÓRRIIAA DDEE AADDEELLAAIIDDEE 9.1 – 1ª Parte – Relato do Caso

Em serviço de atendimento fraterno, após reunião pública, observei, na fila de espe-ra, a trabalhadora espírita Adelaide. Conhecia-a de outra casa espírita e, há muitos anos, admirava-a como mãe e esposa.

Trabalhadora do bem, Adelaide esmerava-se, juntamente com seu marido, nos es-tudos doutrinários, no serviço de passes e em atividades assistenciais.

Filha extremada e irmã atenciosa, era o que se podia considerar dedicada obreira do bem.

Um casamento feliz coroava aquela que se poderia chamar de pessoa venturosa. Tudo lhe sorria.

Um dia, fato doloroso para ela e para todos os seus amigos veio à tona: o amado companheiro de tantos anos e de tantas lutas confessava-se apaixonado por outra pessoa e com propósito de deixar o lar.

Entre chocada e chorosa, sentindo-se menosprezada, buscava o socorro de seus amigos, que eram muitos, tentando entender tudo aquilo por que passava naquele mo-mento.

Não lhe faltou a colaboração de todos, em forma de carinho, de apoio moral, de sus-tentação através de passes, de mensagens de apoio e muita reflexão em torno das dificul-dades do lar, que se desmoronava de uma hora para outra. Tudo fazíamos por ela, nós, seus amigos de muitos anos.

Quanto a ele, mantínhamos discreta atitude de amizade, já que ele próprio se afas-tava dos amigos antigos, dando-se pressa em fazer parte da família que então formava, bem como do círculo de amizades da nova companheira.

A vida prosseguia e Adelaide também. Novas frentes de trabalho ocultavam a dor da separação e as saudades do antigo marido. Afinal, não se amaram tantos anos? Lar, fi-lhos, a casa, tudo construído a dois, entre amor e carinho... Tudo o que viveram juntos era muito difícil de ser esquecido.

Naquela noite, observando-a, enquanto aguardava para falar comigo, todos esses fatos me vieram à mente. Olhava-a e recordava aquela fase tão dolorosa para a querida amiga.

No momento em que Adelaide de mim se aproximava, ouvi, nitidamente, a voz de um benfeitor espiritual, que me dizia:

— Mande Adelaide ler o livro “Memórias de um Suicida”. Mesmo ouvindo a ordem tão imperiosamente dada, considerei que pudesse estar

equivocado. Afinal de contas, Adelaide era espírita há muitos anos; por certo já haveria de ter lido o portentoso livro da médium Yvonne A. Pereira. Entretanto, novamente, a voz, fir-me e categórica, soava-me aos ouvidos:

— Diga a ela que leia “Memórias de um Suicida.” Ainda assim, insisti na possibilidade de não estar percebendo corretamente o que

me dizia o benfeitor. Nesse entretempo, Adelaide chega junto a mim e, após efusivos abraços e votos de

amizade, diz-me ter vindo, na intenção de abraçar o amigo de tantos anos, de quem senti-ra saudades.

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Outra vez – e desta vez não me restava mais dúvida – insistia o benfeitor espiritual, de forma clara e incisiva:

— Mande buscar, na livraria, o livro “Memórias de um Suicida”. Entregue-o nas mãos dela e diga-lhe que mandei que o lesse.

Pedi, então, que me trouxessem um exemplar do formoso livro e disse, entregando-o nas mãos da companheira:

— Adelaide, nossos amigos do Além pedem que você leia este livro, tão imediata-mente quanto possível.

Ela pegou o livro, agradeceu-me, abraçou-me, sorrindo como de costume, e despe-diu-se, dizendo:

— Até sempre. Adelaide se foi, e eu permaneci no atendimento fraterno. Embora impressionado

com a insistência do Plano Espiritual para que ela lesse o livro, dei continuidade à tarefa de que estava incumbido naquela noite.

Passaram-se muitos anos e eis que Adelaide nos visita novamente. Após encerrar-se o atendimento fraterno, conversávamos descontraidamente quando ela me falou:

Sabe que devo minha vida a você? A mim?! – indaguei, surpreso – O que é isto, Adelaide?! Que me recorde, nada fiz

nesse sentido. Veio, então, a dolorosa verdade, que, simultaneamente, revelava-me o porquê da o-

rientação espiritual, tão insistente, e que, na época, eu não pudera compreender. — Sim – disse ela – Lembra-se, há muitos anos, quando vim visitá-lo? Na verdade,

não era uma visita, era uma despedida. E prosseguiu, emocionada: — A dor da separação corroía-me. A revolta, o sentimento de frustração, diante do

lar desmoronado, da família desfalcada, a vergonha que sentia ao ver os amigos com pena de mim; tudo, enfim, fez-me tomar uma resolução: suicidar-me.

Não ignorava os efeitos destrutivos dos meus pensamentos, a dor que causaria aos meus pais e aos meus filhos. Sabia que tal atitude abalaria o coração de alguns da Casa Espírita, pelo grau de responsabilidade que já possuía, no desempenho de minhas ativida-des; sabia de todas as responsabilidades, mas a dor que lacerava meu coração amortecia todos esses sentimentos.

Planejara o suicídio com requintes. Tirara todo o dinheiro do banco e o deixara em casa, para que meus filhos pudessem ter acesso a ele. Joias, as poucas que possuía, também deixara à vista. Paguei contas, escrevi cartas; enfim, planejara, até mesmo, de que precipício marítimo me atiraria, de forma que nem o corpo pudesse ser encontrado. Despedi-me dos meus pais, dos meus filhos, dos meus amigos naquela semana fatídica. Lembrei-me, por fim, de que não poderia partir sem dar um abraço em você, amigo de tan-tos anos.

Ao receber de suas mãos o livro “Memórias de um Suicida”, com a orientação de que o lesse ainda naquela noite, por recomendação do Plano Espiritual, uma luz fez-se em meu espírito. Na realidade, nunca me houvera interessado em ler esse livro.

De volta ao lar, sem mesmo me dar conta, iniciei a leitura, sem interrompê-la. Não conseguia mais parar de ler. Li durante toda a noite, continuando no dia seguinte.

Ao final do dia, extenuada pelo gigantismo da luta que travara comigo mesma, du-rante toda a noite e todo o dia, parei. Chorei. Pensei em Deus. Revi mentalmente a figura dos filhos, dos pais, dos irmãos, das almas amigas, da Casa Espírita, e disse para mim mesma: “Adelaide, suicídio nunca mais sequer pensar”.

Por isso agradeço-lhe e conto-lhe esta história, para que você possa avaliar toda a responsabilidade que o dom mediúnico nos acarreta.

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Um tanto aturdido com tudo quanto acabara de ouvir, disse-lhe: — Adelaide, deves a vida aos teus guias espirituais, que me falaram ao ouvido aqui-

lo de que precisavas. Alegro-me tão somente por ter sido o intérprete dos teus benfeitores; mas a vida, esta deves a eles. 9.2 – Vivência e Leis Divinas

☺Analisemos a vivência de Adelaide à luz da Doutrina Espírita, identificando a causa da sua dor (sofrimento).

9.3 – 2a Parte

→ Identificar o tipo de dor manifestada – a sua dor no presente caso

“248 – Como se verifica a queda do espírito?”

“R: Conquistada a consciência e os valores racionais, todos os Espíritos são investi-dos de uma responsabilidade, dentro das suas responsabilidades de ação; porém, são ra-ros os que praticam seus legítimos deveres morais, aumentando os seus direitos divinos no patrimônio universal.

Colocada por Deus no caminho da vida, como discípulo que termina os estudos bá-sicos, a alma nem sempre sabe agir em correlação com os bens recebidos do Criador, ca-indo pelo orgulho e pela vaidade, pela ambição ou pelo egoísmo, quebrando a harmonia divina pela primeira vez e penetrando em experiências penosas, a fim de restabelecer o equilíbrio de sua existência”.

(Emmanuel [Espírito]. O Consolador. Psicografia de Xavier. F. C. RJ: Ed. FEB, 2008)

→ Relacionar com a justiça das aflições

“944 – O homem tem o direito de dispor de sua própria vida?”

“R: Não, só Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.”

(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. p. 944. RJ: Ed. CELD, 2008) “946 – O que pensar do suicídio que tem como objetivo escapar das misérias e das

decepções deste mundo?”

“R: Pobres espíritos, que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aqueles que sofrem(...)”.

(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. RJ: Ed. CELD, 2008) “Concebamos, na nossa existência, que cada um de nós passa adequadamente pe-

las lutas e pelos sofrimentos de que precisa. Busquemos aliviar, busquemos cooperar, busquemos ensinar, busquemos ajudar e estimular, mas sempre guardemos no coração a certeza absoluta de que Deus é o supremo juiz para decidir sobre a continuidade ou não das lutas de cada um.

Que, de nossa parte, saibamos respeitar a Lei de Deus, para que amanhã não venhamos a chorar por tê-la desrespeitado”.

(Hermann [Espírito]. Palavras do coração. Vol. 2. Pamphiro, Altivo C. (Médium). RJ: Ed. CELD, 2010)

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9.4 – 3a Parte

→ Processo de cura – Rearmonização com as Leis Divinas

“A calma e a resignação, adquiridas na forma de considerar a vida terrestre e na fé no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é a melhor defesa contra a loucura e o suicídio. Efetivamente, é certo que a maioria dos casos de loucura são devidos à comoção produzida pelas vicissitudes que o homem não tem forças para suportar. Portanto, se ele, pela maneira com que o Espiritismo o faz encarar as coisas deste mundo, recebe com indi-ferença, até mesmo com alegria, os reveses e as decepções que o deixariam desesperado em outras circunstâncias, é evidente que essa força, obtida pela compreensão que o Espi-ritismo lhe dá e que o coloca acima dos acontecimentos, preserva sua razão dos abalos que poderiam perturbá-la”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. cap. 5, item 14. RJ: Ed. CELD, 2000) “Acontece o mesmo em relação ao suicídio, se fizermos exceção aos que ocorrem

na embriaguez ou na loucura, e que podem ser chamados de inconscientes, é certo que, quaisquer que sejam os motivos particulares, ele tem sempre como causa um desconten-tamento. Ora, aquele que está certo de ser infeliz só por um dia e de serem melhores os dias seguintes, facilmente adquire paciência; só se desespera quando não vê um fim para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem me-nos que um dia? Porém, para aquele que não crê na eternidade, que acredita que nele tu-do se acaba com a vida, se estiver atormentado pelo desgosto e pelo infortúnio, só na mor-te vê o fim desses males. Nada esperando, ele acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar a sua infelicidade pelo suicídio”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5, item 15. RJ: Ed. CELD, 2000)

→ Relacionar com a cura real

“Por estas palavras: ‘Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados’, Jesus indica, ao mesmo tempo, a compensação que espera os que sofrem e a resignação que faz bendizer o sofrimento, como o prenúncio da cura”.

(...)

“Esse é o sentido dessas palavras: ‘Bem-aventurados os aflitos, pois que serão con-solados’; são felizes porque se quitam e, após a quitação, serão livres. Entretanto, se ao se quitarem por um lado, se endividarem por outro, jamais chegarão à libertação. Ora, cada falta nova aumenta a dívida, porque não existe uma falta, qualquer que seja, que não traga consigo uma punição, forçosa e inevitável; se não for hoje, será amanhã, se não for nesta vida, será em outra. Entre essas faltas é preciso colocar, em primeiro lugar, a insubmissão à vontade de Deus; portanto, se lamentarmos as aflições, se não as aceitarmos com resig-nação e como algo que merecemos, se acusarmos a Deus de usar de injustiça, contraímos nova dívida que faz com que percamos o benefício que se podia retirar do sofrimento. Eis por que é preciso recomeçar, exatamente como se, para um credor que nos atormenta, pagássemos algumas cotas da dívida enquanto que, a cada pagamento, lhe pedíssemos novos empréstimos”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5, item 12. RJ: Ed. CELD, 2000)

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TEMA 3 – A PREVENÇÃO

CONSOLAÇÃO E ESPERANÇA

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e acha-reis repouso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mateus, 11:28 a 30)

10 – A FÉ NO FUTURO

“Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de entes queridos, encontram sua consolação na fé no futuro, na confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Entretanto, sobre aquele que nada espera após esta vida, ou simplesmente duvida, as aflições tornam-se muito mais penosas e nenhuma esperança vem diminuir o seu amargor. Eis o que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim, todos vós que estais fatigados, e eu vos aliviarei”. Jesus, no entanto, colocou uma condição para a assis-tência e a felicidade que promete aos aflitos; essa condição está na lei que ele ensina; seu jugo é a obediência a essa lei, mas esse jugo é leve e essa lei é suave, já que impõem como dever o amor e a caridade”.

(O Espírito de Verdade. Bordéus, 1861 – O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 6, item 2, RJ: Ed. CELD, 2010)

11 – PREVENÇÃO MATERIAL E ESPIRITUAL 11.1 – O que é Prevenção de Doenças na Visão Material?

A prevenção de doenças foi definida como uma “ação antecipada, baseada no co-nhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença”.

(Leavell S, Clarck EG. Medicina Preventiva. São Paulo: McGraw-Hill; 1976, in Rev. Saúde Pública, vol. 43, no 6. São Paulo Dec. 2009 Epub. Dec. 18, 2009.)

11.2 – O que nos Orienta a Espiritualidade acerca da Prevenção das Doenças?

“Enquanto possuímos plena saúde física, enquanto os dias e as noites correm serenos, supomos que o corpo seja propriedade nossa. Acreditamos que tudo gira na órbita de nossos impulsos, mas... ao chegar a enfermidade, verificamos que a saúde é tesouro que Deus nos empresta, confiante(...)”.

“(...) Recomendou Jesus não guarde a alma qualquer ânsia nociva, relativamente à comida, ao vestuário ou às questões acessórias do campo material; asseverou que o dia, constituindo a resultante de leis gerais do Universo, atenderia a si próprio”.

(Emmanuel [Espírito]. Vinha de luz. Lição 152. Cuidados. Psicografia de Xavier, F.C. RJ: Ed. FEB, 2002) 12 – RECURSOS PARA A PREVENÇÃO 12.1 – A Doutrina Espírita

A Doutrina é o instrumento de promoção da saúde do corpo e da alma. A Doutrina Espírita é terapia em si mesma, o grande recurso para nos prevenirmos

das doenças.

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“O Espiritismo não cria nenhuma nova moral, ele facilita aos homens a com-preensão e a prática da moral do Cristo, dando uma fé sólida e esclarecida àqueles que duvidam ou vacilam”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 17, item 4. RJ: Ed. CELD, 2000)

“Conhecerás a verdade e a verdade vos libertará...” (João 8:32) 12.2 – A Casa Espírita

a) O papel da casa espírita:

“(...) As instituições precisam de regras seguras, que conduzam todos os seus trabalhos. Os homens são assim, nenhum deles gosta de agir considerando a necessidade da disciplina própria, todos querem regras precisas, que se lhes digam o que fazer, que se lhes mostre o caminho a seguir. Quando estamos diante de um progresso que vai ser apresentado aos olhos de todos os espíritas, sentimos haver necessidade das chamadas regras precisas, para que o serviço se expanda disciplinadamente, equilibradamente dentro do caminho do bem(...)”.

“Que Ele, Jesus, nos ajude na hora dos combates, que Ele, Jesus, nos ensine a ter caridade, compaixão, compreensão e que todos nós, encarnados e desencarnados, saibamos respeitar-lhe o nome no trabalho na difusão doutrinária, que Ele nos ajude, abençoe e conduza sempre”.

(Hermann. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 08/01/1994)

b) A visão da espiritualidade acerca do centro espírita: “(...) É um núcleo de resistência ao mal e, simultaneamente, um núcleo de orações e

trabalhos a Deus e por Deus. Assim, entendemos que uma casa espírita é um local de relações entre seres humanos que se propõem a trabalhar a própria misericórdia Divina em si, e que se propõem também a produzir algo em favor do bem(...)”.

(Hermann. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 08/01/94)

“Além da ação puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito de alguma sorte material, resultante da transmissão fluídica. Sua eficácia, em certas doenças, está constatada pela experiência, como é demonstrado pela teoria. Rejeitar a prece é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males corpóreos”.

(...)

“A prece é, pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das nacio-nalidades. Depois da prece, estando-se fraco, sente-se mais forte; estando-se triste, sente-se consolado; tirar a prece é privar o homem de seu mais poderoso sustento moral na ad-versidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, se identifica com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura; sem a prece, seus pensamentos ficam sobre a Terra, se prendem cada vez mais às coisas mate-riais; daí um atraso em seu adiantamento”.

(Kardec, Allan. Revista Espírita. Novembro de 1866. RJ: Ed. FEB)

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12.3 – O Estudo

“É através da educação que as gerações se transformam e se aperfeiçoam. Para se ter uma sociedade nova, é preciso homens novos. Por isso a educação, desde a infância, é de importância capital.

(...) Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. (...) Ensinar a governar-se, a conduzir-se como ser racional e consciente; é entrar na vida armado não apenas para a luta material, mas sobretudo para a luta moral(...)”.

(Denis, Léon. Depois da Morte. Cap. 55. RJ: Ed. CELD, 2000)

“(...) O estímulo ao estudo vem sendo dado por essa casa ao longo dos anos. A Doutrina Espírita será, para todos nós, a doutrina de apoio que ilumina, que sustenta, que nos eleva e que nos faz seguir adiante; os momentos de luta por que passa a Humanidade nos fazem ver, de modo permanente, que a doutrina precisa ser difundida de modo claro, objetivo, visando mostrar aos corações ansiosos de paz que será através dela que se conseguirá alcançar o mínimo de equilíbrio interior.(...)

Assim, guardemos bem no coração a necessidade de estudarmos a Doutrina Espírita como uma doutrina que traz os devidos esclarecimentos. Guardemos no coração a necessidade de conservar como instrumentos que conduzem, que imprimem em velocidade aos nossos espíritos a missão do amor e da caridade, e lembremo-nos sempre de Deus, o nosso Pai.

O homem com a Doutrina Espírita terá o esclarecimento com amor, caridade e vontade. Saberá conduzir o seu destino, mas não lembrar-se de Deus como Pai, ele se cansará de sua jornada(...)”.

(Hermann. Mensagem psicofônica recebida pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 09/11/91) 12.4 – O Autoconhecimento

É o exercício diário de nossas ações.

Disse-nos um sábio da Antiguidade: “Conhece-te a ti mesmo”. “919a – Concebemos toda a sabedoria desta máxima; porém, a dificuldade é, preci-

samente, a de conhecer-se a si mesmo; qual o meio de consegui-lo?”

“(...) Perguntai, portanto, a vós mesmos e interrogai-vos sobre o que tendes feito, e com que objetivo agistes em tal circunstância; se fizestes alguma coisa que censuraríeis, da parte de outrem; se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar.(...) Examinai o que podeis ter praticado contra Deus, depois, contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado.

O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave da melhoria individual(...)”.

(Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. p. 919a. RJ: Ed. CELD, 2008) 12.5 – O Trabalho no Bem

“(...) porque não há ninguém, tendo o livre gozo de suas faculdades, que não possa prestar um serviço qualquer, dar uma consolação, abrandar um sofrimento físico ou moral, fazer uma tentativa útil;...”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 13. RJ: Ed. CELD, 2000)

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13 – JESUS NO COTIDIANO

13.1 – Relacionando o Exemplo de Jesus com as Ações Preventivas

“(...) O fardo que carregamos parece menos pesado quando olhamos para o alto do que quando curvamos a cabeça para a terra.

Coragem, amigos, o Cristo é vosso modelo; Ele sofreu mais do que qualquer um de vós, e nada fez que pudesse ser reprovado, enquanto que tendes que expiar o vosso pas-sado e vos fortificar para o futuro. Portanto, sede pacientes, sede cristãos; essa palavra resume tudo”.

(Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 9, item 7. RJ: Ed. CELD, 2000)

“Indispensável se torna recorrer a Jesus para a solução de nossas questões funda-mentais. Invoquemos a compaixão d’Ele e não nos faltará recurso adequado. Não bastará, contudo, tão somente aprender a rogar. Estudemos também a arte de receber(...)”.

A miopia terrena, todavia, de modo geral, só interpreta a palavra ‘salvação’ por ‘van-tagem imediata’ e, por isso, um leve desgosto ou uma desilusão útil provocam torrentes de lamentações improdutivas. Apesar de tudo, porém, o Cristo nunca deixa de socorrer e ali-viar e o seu sublime esforço de redenção assume variados aspectos tanto quanto são di-versas as necessidades de cada um”.

(Emmanuel. Vinha de Luz. Lição 129. Serviço de salvação. Psicografia de Xavier, F. C. RJ: Ed. FEB, 2002) 13.2 – A Nossa Relação com o Próximo e as Nossas Dores

“(...) Para extinguir o mal social, é preciso elevar a alma humana à consciência de seu papel, fazê-la compreender que sua sorte depende só de si, que sua felicidade será sempre proporcional à extensão de seus triunfos sobre si mesma e de sua dedicação aos outros.

Então a questão social resolver-se-á com a substituição do personalismo exclusivo e estreito pelo altruísmo. Os homens sentir-se-ão irmãos, irmãos e iguais perante as Leis Divinas, que reparte, entre todos, os bens e os males necessários à sua evolução, os mei-os de vencer a si mesmo e acelerar sua ascensão”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 26. RJ: Ed. CELD, 2011)

“(...) Renascerás nos meios que amas, perto dos seres queridos que, anteriormente, se associaram a teus trabalhos, a tuas vidas e reviverão contigo e por ti, assim como revi-verás com eles e por eles”.

(Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino. Cap. 19. RJ: Ed. CELD, 2011) 13.3 – O Perdão como Agente Preventivo das Doenças

“(...) Meus irmãos! O Cristo ensinou-nos o companheirismo quando viveu a sua vida ao nosso lado. Trabalhou todas as nossas necessidades; participou de uma cerimônia de casamento; ajudou a desobsidiar criaturas; curou cegos; afastou demônios; participou da vida dos apóstolos; almoçou na casa de fariseus; chamou homens que estavam em posi-ção incomoda, como o episódio do homem que ele fez descer da árvore; falou de Deus no Sermão da montanha; trabalhou todas as verdades que a Humanidade seria incapaz, na época, de perceber. E deixou-nos a mensagem do perdão. Este sim, deixou-nos a mensa-gem do perdão, na hora da cruz: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem(...)”.

(Francisco Nicolau. Mensagem psicofônica pelo médium Pamphiro, Altivo C., no CELD, em 02/12/2000)

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13.4 – O Porquê deste Ensino de Jesus:

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida...” (Mateus, 11:28 a 30)

“Diante de cada discípulo, no reino individual, Jesus é a verdade sublime e revelado-

ra. Todo aquele que lhe descobre a luz bendita, absorve-lhe os raios celestes, transforma-dores... E começa a observar a experiência sob outros prismas, elege mais altos padrões de luta, descortina metas santificantes e identifica-se com horizontes mais largos. O reino do próprio coração passa a gravitar ao redor do novo centro vital, glorioso e eterno. E à medida que se vai desvencilhando das atrações da mentira, cada discípulo do Senhor pe-netra mais intensivamente na órbita da Verdade, que é a Pura Luz”.

(Emmanuel. Vinha de Luz. Lição 175. A Verdade. Psicografia de Xavier, F. C. RJ: Ed. FEB, 2002)

“A maioria dos estudantes do Evangelho parece esquecer que o Senhor se nos re-velou como sendo o caminho...

Não se compreende estrada sem-proveito.

Abraçar o Cristianismo é avançar para a vida melhor.

Aceitar a tutela de Jesus e marchar, em companhia d’Ele, é aprender sempre e ser-vir diariamente, com renovação incessante para o bem infinito, porque o trabalho construti-vo, em todos os momentos da vida, é a jornada sublime da alma, no rumo do conhecimen-to e da virtude, da experiência e da elevação”.

(Emmanuel. Vinha de Luz. Lição 176. O Caminho. Psicografia de Xavier, F. C. RJ: Ed. FEB, 2002) 14 – POR QUE, ENTÃO, BUSCAMOS A PREVENÇÃO? ... Porque existem objetivos essenciais para termos resultados positivos que são:

“Compreender que é necessário buscar o equilíbrio, a harmonia e a conquista de valores morais elevados.

Reconhecer que a Divina mensagem de Jesus nos convida à aceitação e à prática do Evangelho.

Perceber que a Boa-nova não se resume, unicamente, em consolar ou confortar, mas que a mensagem do Senhor tem que se transformar na força viva e dinâmica que nos impulsiona, cada dia, à perfeita conscientização da nossa posição na Terra”.

(Apostila do 13º EEME – 2002)

“Perdoar faz bem à saúde”. Ignácio Bittencourt

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15 – QUE FAZER PARA NÃO ADOECER?

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ANEXOS

Socorre a Ti Mesmo

“Pregando o Evangelho do reino e curando todas as enfermidades.”

(Mateus, 9:35)

“Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos. Defende-te contra a surdez, entretanto, retifica o teu modo de registrar as vozes e soli-citações variadas que te procuram. Medica a arritmia e a dispneia, contudo, não entregues o coração à impulsividade arra-sadora. Combate a neurastenia e o esgotamento, no entanto, cuida de reajustar as emoções e tendências. Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa. Melhora as condições do sangue, todavia, não o sobrecarregue com os resíduos de prazeres inferiores. Guerreia a hepatite, entretanto, livra o fígado dos excessos em que te comprazes. Remove os perigos da uremia, contudo, não sufoques os rins com os venenos de taças brilhantes. Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos. Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam, todavia, aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres. Consagra-te a própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos. Eles são vivos e educáveis. Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade”.

(Emmanuel [Espírito]. Pão Nosso. Lição nº 51. Psicografia de Xavier. F. C. RJ: Ed. FEB, 1950)

A Busca da Cura

“Há, em todos os corações, um momento em que as lutas, os problemas e as dificuldades assolam com a força de um furacão. Destroem resistência externa, mexem com a força interna e provocam o desvario da mente, tornando-a insegura, incapaz do menor discernimento, presa do medo, da angústia e significativamente pouco capaz de solucionar este estado íntimo. Parece mesmo que a criatura perde o controle das menores forças internas e, por isso, desestrutura-se, ficando à mercê de circunstâncias externas que lhe açoitam a sensibilidade, fazendo com que ela se recolha intimamente, muitas vezes promovendo um verdadeiro processo de autodefesa, não aceitando a intromissão de ninguém, tornando-se inexpugnável e, por isso mesmo, com catastrófico sentimento de autodestruição. Esta criatura comumente é classificada pela medicina humana como uma pessoa depressiva, quando, em realidade, é alguém em aprofundado processo de autodestruição por ser incapaz de construir algo de diferente no momento de uma dor maior.

Como agir para liberar a força positiva que existe em cada espírito e como fazer com que esta força alcance uma posição tal que supere a tempestade externa que atinge este

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ser? Lembramo-nos de Jesus solicitando que houvesse paz em todos os momentos de nossa vida. A paz é, portanto, a primeira solicitação e o auxílio inicial para esta criatura.

Depois procuremos erguê-la dos escombros de si mesma recordando-lhe a imortalidade do espírito e a responsabilidade da sua própria natureza espiritual.

Adiante diremos a ela da necessidade de crescer e elevar-se.

Todos somos de Deus e para ele iremos nos dirigir, cedo ou tarde. Melhor, então, que o façamos tão cedo quanto possível, evitando as dores avassalantes e os sofrimentos incontáveis e, finalmente, recordemos a este ser, envolvido nesta batalha interna, que a vontade é a grande força de todo espírito, força capaz de superar as chamadas dificuldades aparentes. Vontade firme, ideia determinada de sair deste clima intolerante para o seu progresso. Determinação de quem não pretende ficar indefinidamente de joelhos, mas sim de quem altivamente olha para frente encarando seu futuro com determinação e solidez. E lembremo-nos, os que iremos ajudar estas pessoas, da mensagem da piedade, além da mensagem do amor, a mensagem da cruz.

Estas almas precisam de muito amor, de muito apoio, de muito sentimento e devemos ter para com elas, além da piedade, do amor e da visão do Cristo que tanto sofreu para que pudéssemos entender, palidamente embora, o sofrimento dos outros, precisamos, dizia, conservar no coração um sentimento de auxílio sem olhar o fim, sem olhar quando cessará este auxílio, ou seja, precisamos da mensagem do ajudar sempre.

Oh! irmãos em Humanidade, que conviveis com pessoas encerradas em tão triste estado d’alma, iluminai vossos espíritos, caminhais às vezes solitariamente, mas ajudai com a piedade, com o amor, com o sentimento de apoio a este que sofre.

Quem assim o fizer, certamente muito terá que se beneficiar do amor de Deus, que não deixará de auxiliar a quem o fizer.

Que Deus vos ajude e abençoe agora e sempre.

Balthazar, pela graça infinita de Deus.

Paz”. (Mensagem do espírito Balthazar, recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 17/06/98, no CELD)

A Ideia de Deus

“Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?”

“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem-causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer al-guma coisa.

(O Livro dos Espíritos. Perg. 4)

“Prezados irmãos, Deus ajude e abençoe a todos nós.

Nas múltiplas oportunidades que o homem tem de agir em torno da elevação espiritual, uma delas ressalta-se por ser das mais importantes e que lhe dará forças para

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ter valores e enfrentar outros problemas, é a crença absoluta em Deus, a crença no Ser que acima de tudo há de nos conduzir, a mercê de Sua bondade, Sua compreensão, Sua tolerância.

Hoje, quando os homens da Terra deixam-se levar pelo materialismo, isolados que são das verdades espirituais, concluindo pelo valor absoluto da posse do dinheiro, com seu egoísmo disfarçado, e às vezes nem tanto; quando vemos as criaturas domarem os seus sentimentos e deixarem à solta a intolerância nos variados aspectos, sentimos cada vez mais, de modo crescente, o quanto é importante difundir dentro de nós e junto a nós, a ideia de Deus. Pois que somente Deus será capaz de dar ao homem o respeito pelo outro homem; somente Deus será capaz de ensinar o homem a viver ao lado de outro homem, sem se tornar o dono dele; somente a ideia de Deus fará com que o homem multiplique os seus recursos, não para ser o dono do mundo, mas sim para fazer com que a sociedade avance em progresso e em equilíbrio; somente a ideia de Deus fará com que o homem aja de modo a criar condições para que outras criaturas sejam felizes; somente a ideia de Deus dará ao homem um sentimento profundo de religiosidade.

Para que a ideia de Deus cresça em nós, é preciso que, nós todos sintamos a Deus. Multipliquemos a comprovação da ideia de Deus e façamos com que Deus esteja presente em todos os atos da vida, não apenas na difusão, mas na demonstração de um Deus vivo em torno de todos nós.

A Doutrina Espírita tem isso, ela comprova as suas teses; que nós outros saibamos não só falar de Deus, mas comprovar sua existência em nós. E agora, despedimo-nos de todos, desejando paz e equilíbrio e que cada um, dentro do âmbito de suas ações, não só aja pelo Amor de Deus, mas sempre que puderem demonstrem que Deus está presente em todos os momentos da vida.

Que Ele nos ajude, abençoe e proteja hoje e sempre.

Muita paz!”

Hermann

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, sem data)

Necessidade da Ideia de Deus

“... A questão de Deus é o mais grave de todos os problemas suspensos sobre nossas cabeças e cuja solução se liga, de maneira estrita, imperiosa, ao problema do ser humano e dos seus destinos, ao problema de sua vida individual e da vida social.

O conhecimento da verdade sobre Deus, sobre o mundo e a vida é o que há de mais essencial, de mais necessário, porque é Ele que nos sustenta, nos inspira e nos dirige, mesmo à nossa revelia.

...Não há efeito sem causa, disse Allan Kardec, e todo efeito inteligente tem forçosamente uma causa inteligente. Eis o princípio sobre o qual repousa o Espiritismo inteiro”.

(Léon Denis. O Grande Enigma. Cap. 5. RJ: ED. FEB)

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Falta de Deus “...Ditosos sede, segundo as necessidades da Hu-

manidade; mas que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, item 10)

“Prezados irmãos, em tudo que observamos diante de todas as lutas porque a Humanidade vem passando, analisando detidamente os problemas do mundo, conclui-se, com certa facilidade, que o homem tem falta de Deus no coração.

A custa de vencer no mundo, com os desejos aliciados por prazeres ou por sugestões de ganho fácil, o homem vai se deixando envolver pelas ideias mais esquisitas, abandonando a sua natureza Divina como se ele vivesse apenas no presente ou, ainda, como se todos os valores do espírito devessem ficar para trás, dando-se importância apenas aos valores momentâneos da vida atual.

O homem esquece sua natureza Divina, por isso, após algum tempo de luta, ele teme, ele treme e ele foge. Observamos os suicídios diretos e os indiretos, observamos as lutas entre os povos, observamos as lutas pela hegemonia de países ditos desenvolvidos e, ainda, observamos homens com a sua cultura diminuindo homens, cujo progresso ainda é incipiente.

Em tudo temos a razão preponderando sobre o sistema da mente e do coração; vemos assim, caros irmãos, que a Humanidade caminha a passos largos para um processo de autodestruição, isto por quê? Porque o homem esqueceu Deus.

Por isso que o crente, o espírita, o trabalhador cristão de um modo geral não pode e nem deve deixar de lado a ideia de Deus no seu coração e mais, suas atitudes, todos os seus comportamentos, devem ter em conta que ele, o homem, está diante de Deus e que terá que prestar contas a Deus. Ainda que isto possa parecer fraqueza aos olhos de alguns, o homem deve ter a coragem moral de sentir Deus, pensar em Deus, agir em nome de Deus para o bem de todos nós.

O tempo, como na época de Jesus, é de desajuste, desencanto, descrença.

Debaixo de muitas dores existem sofrimentos inimagináveis, debaixo de muita alegria também existem esses sofrimentos, somente a fé em Deus poderá sustentar e equilibrar as grandes camadas dos chamados felizes e infelizes da Terra, somente a crença em Deus poderá equilibrar esse grave momento pelo qual toda a Humanidade passa.

Lutemos, caros irmãos, para que Deus esteja presente em nós agora e sempre.

Que Ele nos ajude e abençoe”.

Hermann

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, no CELD, em 16/11/1991)

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Imortalidade

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 23, item 17)

“A crença nos espíritos é inata, por mais que tentem apagar das mentes a recordação das vidas anteriores que o espírito teve, por mais que tentem inocular no homem uma visão materialista da vida após a morte com o término de tudo, por mais que tentem afogar a comunicação da sobrevivência do homem nas águas escuras da crença, por mais que tentem dizer que o espírito não existe e não sobrevive, por mais que tentem tirar a confiança do homem em seu próprio progresso, não o conseguirão.

A lei de Deus, a crença na imortalidade, a certeza da vida, estão inatas em cada um de nós, devemos cultivar em todos os homens que falam de Deus, que creem no espírito e que aceitam a vida após a morte, de modo claro e tão claro quanto nos seja possível falar sobre a Doutrina Espírita, a única doutrina que realmente esclarece o que acontece com a vida após a morte. Mas se o homem não puder dizer da Doutrina Espírita para esses corações, que diga ao menos da vida imortal, e a vida imortal por si mesma, dirá a cada um, da verdadeira continuidade da existência.

Que Deus ajude a todos aqueles que passaram por transes dolorosos ultimamente. Que Deus fortaleça todos aqueles que choram, pelas lágrimas, a dor daqueles que se foram. Que Deus inspire a todos lembrando sempre que a vida continua, nada perece, e lembrando mais, que Jesus é o vencedor de todas as lutas que o homem tem na Terra.

Lembremo-nos de Deus, fiquemos com Jesus e tenhamos a certeza absoluta da nossa continuidade sempre.

Que Eles, Deus e Jesus, nos abençoem agora e sempre.

Paz para todos”.

Hermann

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 14/03/92)

Doenças da Alma “Na forja moral da luta em que temperas o caráter e purificas o sentimento, é

possível acredites que estejas sempre no trato de pessoas normais, simplesmente porque se mostrem com a ficha de sanidade física.

Entretanto, é preciso pensar que as moléstias do espírito também se contam.

O companheiro que te fala, aparentemente tranquilo, talvez guarde no peito a família esbraseada de terrível desilusão.

A irmã que te recebe, sorrindo, provavelmente carrega o coração ensopado de lágrimas.

Surpreendeste amigos de olhos calmos e frases doces, dando-te a impressão de controle perfeito, que soubeste, mais tarde, estarem caminhando na direção da loucura.

Enxergaste outros, promovendo festas e estadeando poder, a escorregarem, logo após, no engodo da delinquência.

É que as enfermidades do espírito atormentam as forças da criatura, em processos de corrosão inacessíveis à diagnose terrestre.

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Aqui, o egoísmo sombreia a visão; ali, o ódio empeçonha o cérebro; acolá, o desespero mentaliza fantasmas; adiante, o ciúme converte a palavra em látego de morte...

Não observes o semelhante pelo caleidoscópio das aparências.

É necessário reconhecer todos nós, Espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração.

O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.

Deixa, assim, que a compaixão retifique em ti próprio, os velhos males que toleras nos outros.

Se alguém te fere ou desgosta, debita-lhe o gesto menos feliz à conta da moléstia obscura de que ainda se faz portador.

Se cada pessoa ofendida pudesse ouvir a voz inarticulada do Céu, no instante em que se vê golpeada, escutaria, de pronto, o apelo da Misericórdia Divina: ‘Compadece-te!’

Todos somos enfermos pedindo alta.

Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.

E mesmo que te vejas na obrigação de corrigir alguém – pelas reações dolorosas das doenças da alma que ainda trazemos – compadece-te mil vezes antes de examinar uma só”.

(Emmanuel. Lição n° 48. Justiça Divina. Francisco Cândido Xavier.)

Estás Doente? “E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará”.

(Tiago, 5:15)

“Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real.

Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.

O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças que os verdadeiros males procedem do coração.

A mente é fonte criadora.

A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas.

De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insub-misso?”1

1 INSUBMISSO: Não submisso; independente; que não se submete; REBELDE.

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De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduzem à enfermidade.

Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo? A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é hábito pernicioso, de consequências imprevisíveis.

O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói.

E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera, extinguindo as tuas forças?

Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens?

Por mais se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto.

Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a Grande Mudança.

Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a lei do uso, e lembra-te de que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos sempre a própria consciência.

Foge à brutalidade.

Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno.

Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditação.

Não manches teu caminho.

Serve sempre.

Trabalha na extensão do bem.

Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o coração e permanece convicto de que se cultivas a oração da fé viva, em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará”.

(Emmanuel. Fonte Viva. Lição no 86. Francisco Cândido Xavier)

O Remédio Salutar “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai

uns pelos outros para que sareis.” (Tiago, 5:16)

“A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.

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A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser. Não nos reportamos à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.

Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?

Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável. Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.

Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.

O grande apóstolo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a aproximação recíproca e a assistência mútua como remédio salutares. O ofensor que revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno; quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual, e, embora não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo ‘sem-fio’ do pensamento.

A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário, e quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplica o conselho de Tiago; nele, possuímos remédio salutar para que saremos na qualidade de enfermos encarnados ou desencarnados”.

(Emmanuel. Lição no 157. Vinha de Luz. Francisco Cândido Xavier)

Oração e Cura

“Recorres à oração, junto desse ou daquele enfermo, e sofres quando a recuperação parece tardia.

Entretanto, reflete na Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos entrosamos. Isso, não quer dizer que devamos ignorar o martírio silencioso dos companheiros em cala-midade no campo físico.

Para tanto, seria preciso não haver sentimento.

Sabemos, sim, quanto dói, seguir, noite a noite, a provação dos familiares, em moléstias irreversíveis; conhecemos, de perto, a angústia dos pais que recolhem no coração o suplício dos filhinhos torturados no berço; partilhamos a dor dos que gemem nos hospitais como sentenciados à pena última, e assinalamos o tormento recôndito dos que fitam, inquietos, em doentes amados, os olhos que embaciam...

Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos rodeiam. Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; na insubmissão dos que se rendem à sugestão do suicídio, prejudicando os planos da Eterna Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmo; nos processos inconfessáveis dos que usam a inteligência para agravar as necessidades dos semelhantes e na ingratidão dos que convertem o próprio lar em reduto do desespero e da morte...

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Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os domínios do mal, e perceberás que a enfermidade é quase sempre o bem exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.

* * *

Organizemos, assim, o socorro da oração junto de todos os que padecem no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.

Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.

Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos, em nossa forma externa, são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus”.

(Diversos Espíritos – Emmanuel. A Luz da Oração. Francisco Cândido Xavier)

Respostas do Alto “E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?”

(Lucas, 11:11)

“Nos círculos da fé, encontramos diversos corações extenuados e desiludidos. Referem-se à oração, à maneira de doentes desenganados quanto à eficácia do remédio, alegando que não recebem respostas do Alto.

Entretanto, a meditação mais profunda lhes conferiria mais elevada noção dos Divinos Desígnios, entendendo, enfim, que o Senhor jamais oferece pedras ao filho que pede pão.

Nem sempre é possível compreender, de pronto, a resposta celeste em nosso caminho de luta, no entanto, nunca é demais refletir para perceber com sabedoria.

Em muitas ocasiões, a contrariedade amarga é aviso benéfico e a doença é recurso de salvação.

Não poucas vezes, as flores da compaixão do Cristo visitam a criatura em forma de espinhos e, em muitas circunstâncias da experiência terrestre, as bênçãos da medicina celestial se transformam temporariamente em feridas santificantes.

Em muitas fases da luta, o Senhor decreta a cassação de tempo ao círculo do servidor, para que ele não encha os dias com a repetição de graves delitos e, não raro, dá-lhe fealdade ao corpo físico para que sua alma se ilumine e progrida.

Se a paternidade terrena, imperfeita e deficiente, vela em favor dos filhos, que dizer da Paternidade de Deus, que sustenta o Universo ao preço de inesgotável amor?

O Todo-Compassivo nunca atira pedras às mãos súplices que lhe rogam auxílio.

Se te demoras, pois, no seio das inibições provisórias, permanece convicto de que todos os impedimentos e dores te foram concedidos por respostas do Alto aos teus pedidos de socorro, amparo e lição, com vistas à vida eterna”.

(Emmanuel. Lição no 166. Vinha de Luz. Francisco Cândido Xavier)

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Perante a Enfermidade

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Jesus. (Mateus, 11:28)

“Sustentar inalteráveis a fé e a confiança, sem temor, queixa ou revolta, sempre que enfermidades conhecidas ou inesperadas lhe visitem o corpo ou lhe assediem o lar.

Cada prova tem uma razão de ser. Com o necessário discernimento, abster-se do uso exagerado de medicamentos ca-

pazes de intoxicar a vida orgânica. Para o serviço da cura, todo medicamento exige dosagem. Desfazer ideias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a

disciplina mental e os recursos da prece. A força poderosa do pensamento tanto elabora quanto extingue muitos distúrbios

orgânicos e psíquicos. Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova espiritual, dentro das leis cármi-

cas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e compreendê-la com desassombro e conformação. A intensidade do sofrimento varia segundo a confiança na Lei Divina. Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo pro-

teção e responsabilidade exclusivas dos médicos desencarnados. A Eterna Sabedoria tudo dispõe em nosso proveito. Afirmar-se mentalmente em segurança, acima das enfermidades insidiosas que lhe possam assaltar o organismo, repelindo os pensamentos e as palavras de desespero ou cansaço, na fortaleza de sua fé. A doença pertinaz leva à purificação mais profunda. Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação

dos valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé”.

(André Luiz. Conduta Espírita. Lição no 35. Psic. Waldo Vieira. RJ: Ed. FEB. 1960)

Desgraça Real

“As denominadas desgraças terrestres, aquelas que se convencionaram como divi-nas punições, tais os acidentes com vítimas fatais ou que ficaram imobilizadas, os terremo-tos e tornados, os prejuízos econômicos e as perdas materiais, as enfermidades extenua-doras, os dissabores morais, assim se apresentam face à ignorância humana em relação aos Soberanos Códigos.

Tais ocorrências têm sempre a providencial finalidade de demonstrar a transitorie-dade da matéria e a impermanência da existência física na Terra, convidando os seres in-teligentes à reflexão em torno da sua imortalidade e ao que lhes cumpre realizar enquanto se encontram no corpo. (...)

Espíritos em processo de aprimoramento, retornamos sempre ao proscênio terrestre para aprender; reeducar-nos, quando erramos; recuperar-nos, quando nos compromete-mos. Como consequência, volvemos sob a injunção das provas e expiações, que se nos tornam os educadores ideais.

Essas provas surgem-nos suaves e constantes, levando-nos à meditação e ao a-prendizado dos deveres elevados. Constituem-nos estímulos para o crescimento moral e

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espiritual, aplainando-nos as arestas e dulcificando-nos os sentimentos, quando embrute-cidos. (...)

Tornam-se-nos, porém, desgraças, se nos rebelamos quando as experimentamos, complicando-nos a existência por efeito da agressividade e da presunção em que nos de-moramos. (...)

Quando alguém explora o seu próximo, levando-o à miséria e ao sofrimento, isto, sim, é-lhe uma desgraça.

Quando se trai um amigo, induzindo-o ao desequilíbrio e à loucura, eis um ato de desgraça conscientemente praticado.

Quando se estimula o crime ou dele se vive, sem qualquer consideração pela vida das demais criaturas, pela ordem ou pelo dever, defrontamos com a desgraça real.

Quando o indivíduo se permite a inveja, o ciúme, o ressentimento, e cultiva o revide, o desejo do mal, ei-lo à borda do abismo que o derrubará na desgraça verdadeira.

Quando se vive parasitariamente, na inutilidade ou no desperdício, olvidando os compromissos para com a existência em forma de edificação moral, pratica-se uma des-graça que se lamentará.

Quando, por insensatez ou perversidade, prejudica-se outrem, ferindo-lhe a confian-ça, sobrecarregando-o de dores, infelicitando-o de qualquer maneira, aí está a desgraça sem-disfarce.

Desgraça verdadeira é o mal que se pratica em relação ao próximo.

Num sentido mais lato, a agressão à natureza como resultado da ambição desmedi-da do ser humano; o desrespeito à vida, na flora e na fauna, destruindo-a – tais comporta-mentos são desgraças quase irremediáveis, que resultarão em expiações rudes para os seus transgressores.

Produzir sofrimento nos outros é cumular-se de desgraças. Aqueles que são as ví-timas, sabendo aproveitar o ensejo, beneficiar-se-ão pelos sofrimentos advindos, resga-tando os débitos perante a Consciência Cósmica e adquirindo a sabedoria que deles de-corre(...)”.

(Angelis, Joanna de [Espírito]. Sob a Proteção de Deus. Franco, Divaldo Pereira (Médium). Salvador: LEAL, 1994)

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Referências Bibliográficas

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