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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR CENTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS MILITARES CENTRO DE REMANEJAMENTO DE SEGURANÇA PRISIONAL DE BELO HORIZONTE: UM ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO EM LOCAIS DE CUMPRIMENTO DE PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE FELIPE MANCINI PEREIRA Belo Horizonte 2011

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

CENTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS MILITARES

CENTRO DE REMANEJAMENTO DE SEGURANÇA PRISIONAL DE

BELO HORIZONTE: UM ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA

INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE PREVENÇÃO CONTRA

INCÊNDIO E PÂNICO EM LOCAIS DE CUMPRIMENTO DE PENAS

PRIVATIVAS DE LIBERDADE

FELIPE MANCINI PEREIRA

Belo Horizonte

2011

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FELIPE MANCINI PEREIRA

CENTRO DE REMANEJAMENTO DE SEGURANÇA PRISIONAL DE

BELO HORIZONTE: UM ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA

INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE PREVENÇÃO CONTRA

INCÊNDIO E PÂNICO EM LOCAIS DE CUMPRIMENTO DE PENAS

PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Monografia apresentada ao Curso de

Formação de Oficiais Bombeiro Militar do

Corpo de Bombeiros Militar de Minas

Gerais, como requisito parcial de

obtenção do título de Bacharel em

Ciências Militares.

Orientador: Cap Cristian Souza Santos

Belo Horizonte

2011

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CENTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS BOMBEIRO MILITAR

ATA DE APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE MONOGRAFIA

Aos ____________________dias do mês de _______________________

do ano de _______________, foi realizada a apresentação pública da monografia

intitulada ___________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

_______________________________________________________________ como

requisito parcial para obtenção do título de Oficial Bombeiro Militar do Curso de

Formação de Oficiais – CFO, do Centro de Ensino de Graduação da Academia de

Polícia Militar. Após a apresentação do trabalho, o discente foi argüido pelos

membros da Banca Examinadora, composta pelo

Orientador:__________________________________________________________

____________________________________________________________ e pelos

Avaliadores_________________________________________________________

________________________. A Banca Examinadora reuniu-se para deliberar e,

considerando que a monografia atende aos requisitos técnicos e acadêmicos

previstos na legislação do Curso, decidiu, por unanimidade, pela sua aprovação com

a nota ____________________________________. Este documento expressa o

que ocorreu na sessão da apresentação, que iniciou-se às ________ horas e

encerrou-se às ___________ horas, e será assinado pelos membros da Banca

Examinadora.

ORIENTADOR: ______________________________________________

AVALIADOR: ________________________________________________

AVALIADOR: ________________________________________________

MEDIADOR: ________________________________________________

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Dedico este trabalho à minha mãe, Risonete

do Carmo Mancini. Quem mesmo de longe se

manteve ao meu lado todo o tempo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, em especial à minha mãe e minhas irmãs, Márcia Mancini Pereira e Paula Mancini Pereira. Elas são responsáveis por tudo que me tornei. À meus amigos, em ordem alfabética: Bernardo, Bruna, Carolina, Isabelle, Karolina, Letícia e Poliana. Meu obrigado por terem entendido os momentos de stress e a distância, além de me apoiarem durante essa jornada. Ao meu orientador, Sr. Capitão Cristian Souza Santos, pelos ensinamentos e dedicação dispensada a fim de tornar este trabalho melhor a cada encontro. Aos meus amigos e colegas de turma do CFO, os Aspirantes do Centenário, em especial aos eternos companheiros capixabas, com os quais convivi três longos anos e intensos momentos. Agradeço ao Sr. Marinho Rômulo de Avelar Filho e à Sra. Renata Poton Vieira pela imediata atenção e colaboração com informações de suma importância para realização deste estudo.

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“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original” Albert Einstein

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RESUMO

O tema dessa pesquisa foi um estudo sobre a importância da instalação e utilização dos meios de prevenção contra incêndio e pânico em locais de cumprimento de penas privativas de liberdade de Minas Gerais. Sendo assim, o trabalho buscou verificar se os meios de prevenção contra incêndio e pânico do Centro de Remanejamento de Segurança Prisional de Belo Horizonte estão em conformidade com a legislação mineira de prevenção e se seus servidores tem conhecimento para atuar no caso de incêndio. A metodologia utilizada no estudo foi de natureza aplicada e método de abordagem qualitativo. O objetivo de pesquisa é descritivo e exploratório com procedimentos classificados como estudo de caso, documental, bibliográfica e de observação direta intensiva. Contrariando a hipótese inicial de que os meios de prevenção contra incêndio e pânico estariam instalados e em bom estado de funcionamento e conservação, bem como os funcionários conhecerem sua localização e procedimentos de atuação quando necessário, foi observado através de entrevista e visita técnica com seu Diretor Geral, que o Centro de Remanejamento de Segurança Prisional de Belo Horizonte se mantém irregular no que tange a legislação específica, e, conforme mostrado pelos dados dos questionários aplicados na pesquisa, a maioria de seus funcionários não possuem conhecimento e treinamento para utilizá-los e não conhecem sua localização nem os procedimentos a serem adotados em caso de incêndio. Verificou-se a importância da instalação das medidas de segurança contra incêndio visto os ferimentos, queimaduras, mortes ou os danos materiais que podem decorrer de um incêndio, assim como o fato do presídio ter o dever de manter a integridade física do detento e o Estado poder ser responsabilizado civilmente caso seja omisso no cumprimento das normas legais. Portanto é proposto através desse estudo um convênio por parte do desse presídio com o Corpo de Bombeiros, a fim desta instituição oferecer treinamento de brigadista para os funcionários dessa cadeia e assimilação da temática prevenção, já que com essa capacitação o resultado do uso dos equipamentos é potencializado, tornando o conjunto das medidas de prevenção contra incêndio, em bom estado de conservação e funcionamento, com o treinamento dos agentes o somatório ideal a fim de alcançar a proteção das vidas e do patrimônio público. Outra sugestão é a contratação de profissionais ou empresas prestadoras de serviços na área da prevenção contra incêndio e pânico a fim de adequá-lo à norma específica vigente. Em adição, propõe-se um estudo de adequação da norma de prevenção contra incêndio e pânico de Minas Gerais para acrescentar às suas exigências os detectores de fumaça nas celas das cadeias, acompanhando a tendência mundial nesse ramo, devido a eficiência desse meio na identificação precoce do fogo em sua fase incipiente assim como sua localização, facilitando o combate nos quesitos tempo e materias. Palavras-chave: Cadeia Pública, Incêndio, Prevenção contra incêndio e pânico.

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ABSTRACT The theme of this research was a study on the importance of installation and use of the means of prevention against fire and panic in local fulfillment of custodial sentences of Minas Gerais. Thus, the study sought to ascertain whether the means of prevention against fire and panic Relocation Center of Security Prison of Belo Horizonte are in accordance with the Minas Gerais legislation to prevent and if their servers have been known to act in case of fire. The methodology of the study was applied nature and method of qualitative approach. The goal of research is descriptive and exploratory procedures classified as a case study, documentary, bibliographic and intensive direct observation. Contrary to the initial hypothesis that the means of prevention against fire and panic would be installed and in good condition and conservation, and the workers know their location and procedures of operation when necessary, was observed through interviews and technical visit with his General Director, the Relocation Center of Security Prison of Belo Horizonte remains irregular with respect to specific legislation, and, as shown by data from questionnaires in the survey, most employees lack knowledge and training to use them and do not know their location or the procedures to be adopted in case of fire. The importance of installing the fire safety is the injury, burns, death or property damage that may result from a fire as well as the fact that the prison has a duty to maintain the physical integrity of the detainee and the State can be held civilly liable if it fails to comply with legal requirements. Therefore it is proposed through this study an agreement by the prison with the Fire Department, this institution to provide training for the brigade staff and their assimilation of the prevention theme, since with this capability, the use of the equipment is enhanced, making the set of preventive measures against fire, in good repair and operation, with training of the agents, the sum capable in order to achieve optimum protection of lives and public property. Another suggestion is to hire professionals or service providers in the area of prevention against fire and panic in order to tailor it to specific regulation in force. In addition, it proposes a study of the adequacy of the standard fire prevention and panic of Minas Gerais to add to their requirements smoke detectors in the cells of the chains, following the trend in the business world, because the efficiency of this medium in the early identification of fire in its incipient stages as well as its location, facilitating the fight in the categories of time and materials. Keywords: Chain Public, Fire, Prevention against fire and panic.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABM - Academia de Bombeiros Militar

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

APAC - Associações de Proteção e Assistência aos Condenados

AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

BH - Belo Horizonte

CBMDF - Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal

CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

CBPMESP - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo

CERESP - Centro de Remanejamento de Segurança Prisional

CIODES Centro Integrado Operacional de Defesa Social

CRFB - Constituição da República Federativa do Brasil

FIG. - Figura

GRAF. - Gráfico

ISO - International Standard Organization

IT - Instrução Técnica

MABOM - Manual de Atividades de Bombeiros

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

n. - Número

NBR - Norma Brasileira

NFPA - National Fire Protection Association

NR - Norma Regulamentadora

PEF - Penitenciária Estadual Feminina

RTI - Reserva Técnica de Incêndio

SAMU - Serviço de Atendimento Médico de Urgência

SCI - Segurança contra incêndio

SEDESE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social

SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social

SEJUS - Secretaria de Estado da Justiça

SUAPI - Subsecretaria de Administração Prisional

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Triângulo do fogo ............................................................................ 23

Figura 2 - Tetraedro do fogo ........................................................................... 24

Figura 3 - Representação de condução térmica ............................................. 25

Figura 4 - Representação de convecção térmica ........................................... 26

Figura 5 - Representação de radiação térmica ............................................... 26

Figura 6 - Efeito da compartimentação na taxa de combustão de um

incêndio .......................................................................................... 29

Figura 7 - Etapas do backdraft ........................................................................ 31

Figura 8 - Etapas do flashover ........................................................................ 32

Figura 9 - Símbolo de combustível Classe A .................................................. 34

Figura 10 - Símbolo de combustível Classe B .................................................. 34

Figura 11 - Símbolo de combustível Classe C .................................................. 35

Figura 12 - Símbolo de combustível Classe D .................................................. 35

Figura 13 - Símbolo de combustível Classe K .................................................. 36

Figura 14 - Cela da Cadeia de Ponte Nova após o incêndio do dia 23 de agosto

de 2007 .......................................................................................... 59

Figura 15 - Cela da Cadeia de Rio Piracicaba durante o incêndio no dia 1° de

janeiro de 2008 ............................................................................... 60

Figura 16 - Cela da Cadeia de Rio Piracicaba após o incêndio do dia 1° de

janeiro de 2008 ............................................................................... 61

Figura 17 – Incêndio na Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, Estado do

Espírito Santo em 15 de agosto de 2011 ....................................... 63

GRÁFICO 1 – Gênero dos servidores do CERESP-BH em setembro de 2011 ..... 72

GRÁFICO 2 – Idade dos servidores do CERESP-BH em setembro de 2011 ........ 73

GRÁFICO 3 – Tempo de serviço no CERESP-BH até setembro de 2011 ............ 73

GRÁFICO 4 – Conhecimento dos servidores do CERESP-BH sobre medidas de

prevenção contra incêndio e pânico em setembro de 2011 ........... 74

GRÁFICO 5 – Conhecimento da localização das medidas de prevenção contra

incêndio e pânico instaladas no CERESP-BH em setembro de

2011 ............................................................................................... 75

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GRÁFICO 6 – Participação em treinamentos ou simulados de incêndio no

CERESP-BH até setembro de 2011 ............................................... 76

GRÁFICO 7 – Participação em treinamentos de remoção de detentos em caso de

incêndio no CERESP-BH até setembro de 2011 ............................ 77

GRÁFICO 8 – Conhecimento das ações a serem executadas no caso de um

incêndio no CERESP-BH por seus funcionários até setembro de

2011 ............................................................................................... 78

GRÁFICO 9 – Consideram que as medidas de segurança contra incêndio e pânico

instaladas no CERESP-BH oferecem segurança para atuar em caso

de um incêndio em setembro de 2011 ........................................... 79

QUADRO 1 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga

incêndio .......................................................................................... 37

QUADRO 2 - Instruções Técnicas do CBMMG .................................................... 41

QUADRO 3 - Requisitos funcionais que visam garantir a segurança contra

incêndio .......................................................................................... 49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1 Tema e delimitação do tema .............................................................................. 13 1.2 Justificativa ......................................................................................................... 13 1.3 Problema de pesquisa ........................................................................................ 14 1.4 Hipótese ............................................................................................................. 14

1.5 Objetivo Geral ..................................................................................................... 14 1.6 Objetivos Específicos ......................................................................................... 14 1.7 Estrutura do trabalho .......................................................................................... 15

2 METODOLOGIA ................................................................................................ 16 2.1 Natureza da pesquisa ......................................................................................... 16 2.2 Método de abordagem ........................................................................................ 16

2.3 Quanto aos objetivos da pesquisa ...................................................................... 17 2.4 Quanto aos procedimentos de pesquisa ............................................................ 17 2.4.1 Delimitação do universo pesquisado .................................................................. 19 2.4.2 Tipo de amostragem ........................................................................................... 19

2.4.3 Tratamento estatístico ........................................................................................ 20 3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 21

3.1 Primórdios do fogo e suas definições ................................................................. 21

3.2 Triângulo e Tetraedro do Fogo ........................................................................... 22 3.3 Propagação do fogo ........................................................................................... 25 3.4 Incêndio .............................................................................................................. 27

3.4.1 Fases do incêndio .............................................................................................. 28 3.4.2 Incêndio compartimentado ................................................................................. 28

3.4.3 Classes de incêndio............................................................................................ 33 3.4.4 Carga incêndio ................................................................................................... 36 3.5 Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais ..................................................... 37 3.5.1 Amparo legal em âmbito federal ......................................................................... 38

3.5.2 Amparo legal em âmbito estadual ...................................................................... 39 3.5.3 Legislação de prevenção contra incêndio e pânico em Belo Horizonte e em

Minas Gerais ...................................................................................................... 40 3.5.4 Conceitos pertinentes à prevenção .................................................................... 43 3.5.5 Classificação das Cadeias Públicas de acordo com o Decreto 44.746 .............. 44 3.5.6 Previsão das medidas de segurança contra incêndio e pânico nas Cadeias

Públicas .............................................................................................................. 44

3.5.7 Detector de fumaça ............................................................................................ 45 3.6 Segurança contra incêndio ................................................................................. 46 3.6.1 Brigada de incêndio ............................................................................................ 50 3.6.2 Atribuições da brigada de incêndio ..................................................................... 50 3.7 Estabelecimentos penais .................................................................................... 52

3.7.1 Subsecretaria de Administração Prisional .......................................................... 52 3.8 Responsabilidade civil do Estado em casos omissivos ...................................... 54

3.9 Princípios básicos ............................................................................................... 56 3.9.1 Eficiência e Eficácia ............................................................................................ 56

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4 INCÊNDIOS EM CADEIAS ................................................................................ 58

4.1 Incêndios em cadeias de Minas Gerais .............................................................. 58 4.2 Incêndio na Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, Espírito Santo............ 62 4.2.1 Entrevista com a Diretora da Penitenciária Estadual Feminina de Tucum,

Espírito Santo ..................................................................................................... 64 5 CENTRO DE REMANEJAMENTO DE SEGURANÇA PRISIONAL DE BELO

HORIZONTE ...................................................................................................... 67 5.1 Medidas de prevenção instaladas ...................................................................... 67 5.2 Entrevista e visita técnica com o Diretor Geral do Centro de Remanejamento

de Segurança Prisional de Belo Horizonte ......................................................... 68

6 RESULTADOS ................................................................................................... 72

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 80 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 84

APÊNDICE A - Roteiro da entrevista com o Diretor Geral do CERESP-

BH ...................................................................................................................... 93

APÊNDICE B – Roteiro da entrevista com a Diretora da PEF de Tucum, Estado do Espírito Santo ................................................................................. 96

APÊNDICE C - Questionário aplicado aos funcionários do CERESP-BH .... 99

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema e delimitação do tema

Consiste como tema dessa pesquisa um estudo sobre a importância da instalação e

utilização dos meios de prevenção contra incêndio e pânico em locais de

cumprimento de penas privativas de liberdade de Minas Gerais.

Contudo surgiu a necessidade de delimitá-lo, sendo escolhido o Centro de

Remanejamento de Segurança Prisional de Belo Horizonte (CERESP-BH) para

centro desse trabalho, visto que os presos provisórios da Região Metropolitana

mineira passam por esse presídio a fim de serem distribuídos para as demais

unidades do Sistema Prisional de Minas Gerais.

Essa necessidade de delimitação também se justifica pelo fato de poder ser feito um

estudo mais apurado em um presídio que, por si só, apresenta um conjunto de

situações possíveis dentro do enfoque do tema, fato o qual fornecerá uma

amostragem aplicável a diversas outras unidades congêneres.

1.2 Justificativa

Este estudo se mostra relevante ao ser analisado o dever do Estado na figura dos

locais de cumprimento de penas privativas de liberdade de manter a incolumidade e

integridade física dos detentos, assim como de seus funcionários, visitantes, dentre

outros.

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1.3 Problema de pesquisa

Os meios de prevenção contra incêndio e pânico do CERESP-BH estão em

conformidade com a legislação mineira de prevenção e seus funcionários possuem

conhecimento e treinamento para utilizá-los em caso de incêndio?

1.4 Hipótese

Há a perspectiva dos meios de prevenção contra incêndio e pânico estarem

instalados e em bom estado de funcionamento e conservação, bem como os

servidores do CERESP-BH conhecerem sua localização e procedimentos de

atuação quando necessário.

1.5 Objetivo Geral

O trabalho busca verificar a importância da instalação e utilização dos meios de

prevenção contra incêndio e pânico em locais de cumprimento de penas privativas

de liberdade de Minas Gerais.

1.6 Objetivos Específicos

Propõe-se identificar se o CERESP-BH apresenta as medidas de prevenção contra

incêndio e pânico exigidas pela legislação mineira, assim como verificar se seus

funcionários compõem brigada de incêndio e possuem treinamento para atuar com

eficiência e eficácia no combate a incêndio nesse Centro.

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1.7 Estrutura do trabalho

A metodologia a ser utilizada no estudo, explicitada em mais detalhes na próxima

seção, será de natureza aplicada e método de abordagem qualitativo. O objetivo de

pesquisa é descritivo e exploratório com procedimentos de pesquisa classificados

como estudo de caso, documental, bibliográfica e de observação direta intensiva.

Na terceira seção será realizada a revisão da literatura, onde serão abordados

temas ligados à prevenção, amparo legal do Corpo de Bombeiros Militar de Minas

Gerais (CBMMG) e suas competências ligadas à prevenção contra incêndio e

pânico, a legislação mineira de prevenção, estabelecimentos penais,

responsabilidade civil do Estado e os princípios da eficiência e eficácia.

Na quarta seção serão elencados alguns incêndios em cadeias públicas ocorridos

em Minas Gerais de repercussão na mídia. São aqueles acontecidos nos municípios

de Ponte Nova, Rio Piracicaba, Arcos e no próprio CERESP-BH. Assim como

constará o incêndio na Penitenciária Estadual Feminina (PEF) de Tucum no Estado

do Espírito Santo, e entrevista com a Diretora dessa unidade prisional.

O CERESP-BH é o centro da quinta seção, onde serão relacionadas informações

sobre o presídio, assim como as medidas de prevenção instaladas, assim como

estará o fruto da entrevista e visita técnica com o Diretor Geral do CERESP-BH,

Senhor Marinho Rômulo de Avelar Filho a respeito de assuntos relativos à

prevenção contra incêndio e pânico no presídio.

A sexta seção trará a análise dos dados provenientes dos questionários aplicados

nos funcionários do CERESP-BH e a sétima abordará as considerações finais do

trabalho e sugestões do autor.

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2 METODOLOGIA

Nesta seção os critérios utilizados na confecção da pesquisa em relação a natureza

da pesquisa, método de abordagem, objetivos da pesquisa e procedimentos

técnicos da pesquisa serão apresentados, sendo a maioria com referência nas aulas

de Metodologia Científica do terceiro ano do Curso de Formação de Oficiais

Bombeiros Militar de 2011.

A Normalização adotada neste trabalho segue o estudo de França e Vasconcellos

(2009), Manual da Universidade Federal de Minas Gerais.

2.1 Natureza da pesquisa

Para a pesquisa foi utilizada a metodologia de natureza aplicada, visto que buscou

aplicar a literatura existente sobre prevenção contra incêndio e pânico em uma

cadeia pública, o CERESP-BH, a fim de verificar uma situação específica.

2.2 Método de abordagem

O método de aboradagem aplicado neste estudo foi o qualiquantitativo, pois

apresenta método qualitativo na compreenção de dados relativos, como opiniões

pessoais, e quantitativo no estudo de dados concretos e tratamentos estatísticos.

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2.3 Quanto aos objetivos da pesquisa

O estudo possui objetivo de pesquisa descritivo e exploratório. Ao apresentar base

teórica específica e relacionada ao tema de pesquisa, a mesma considera-se

descritiva. Enquanto da análise da coleta de dados obtidos das entrevistas do tipo

estruturada aplicada, visita técnica e questionários, têm-se a pesquisa exploratória.

2.4 Quanto aos procedimentos de pesquisa

Segundo Marconi e Lakatos (2010), considerando os procedimentos de pesquisa,

este estudo classifica-se como estudo de caso, documental, bibliográfica, de

levantamento e de observação direta intensiva.

Foi um estudo de caso por ter sido especificado a uma cadeia pública, o CERESP-

BH, onde foi pesquisado as medidas de prevenção contra incêndio e pânico

instaladas.

A parte documental da pesquisa ocorreu quando da coleta de dados através de

documentos de fontes primárias, dos quais pode-se citar as normas relativas à

prevenção contra incêndio e pânico expedidas pelo CBMMG e pelo Estado de Minas

Gerais.

A pesquisa bibliográfica foi utilizada na confecção da revisão da literatura sobre fogo

e suas definições, incêndio e seus aspectos, incêndio confinado, segurança contra

incêndio, Subsecretaria de Administração Prisional (SUAPI), responsabilidade civil

do Estado e princípios da administração através de livros, artigos e monografias

específicos ou afins ao tema em questão.

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18

Ocorreu estudo de observação direta intensiva por meio da técnica de entrevista do

tipo estruturada a fim de, predeterminando as perguntas realizadas aos

entrevistados, obter informações a respeito do sistema de prevenção contra incêndio

e pânico do CERESP-BH (APÊNDICE A) e da PEF de Tucum, no Estado do Espírito

Santo (APÊNDICE B), além de visita técnica ao CERESP-BH e aplicação de

questionário (APÊNDICE C) aos seus funcionários visando mensurar o

conhecimento deles referente ao tema deste estudo.

O roteiro da primeira entrevista foi composto por 17 perguntas de respostas livres

direcionadas ao Diretor Geral do CERESP-BH, Senhor Marinho Rômulo de Avelar

Filho, o qual a respondeu via e-mail para o autor deste trabalho.

A segunda entrevista foi integrada de 22 perguntas de respostas livres direcionadas

à Diretora da PEF de Tucum, no Estado do Espírito Santo, senhora Renata Poton

Vieira.

A visita técnica foi realizada no CERESP-BH com seu Diretor Geral. Ocorreu no dia

16 de setembro de 2011 e visou conhecer as instalações gerais e identificar a

condição do sistema de prevenção contra incêndio e pânico presente no presídio.

O questionário consistiu em nove perguntas de múltipla escolha, sendo dividido em

duas partes. As questões um, dois e três fizeram referência ao gênero, idade e

tempo de serviço no CERESP-BH dos funcionários, buscando traçar seu perfil

demográfico. Enquanto as demais questões trataram de verificar os conhecimentos

sobre as medidas de segurança contra incêndio e pânico, tais como sua localização,

participação dos servidores do CERESP-BH em exercícios simulados de combate a

incêndio e treinamento para remoção de detentos, assim como se os mesmos

saberiam atuar frente a um incêndio e se os meios presentes no presídio oferecem

segurança para atuação em um combate a incêndio.

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Os questionários foram aplicados diretamente aos servidores do CERESP-BH pelo

autor no dia 26 de setembro de 2011.

2.4.1 Delimitação do universo pesquisado

O questionário foi aplicado no CERESP-BH, onde foram coletados os dados de seus

servidores. Foram incluídos neste estudo ambos os sexos.

2.4.2 Tipo de amostragem

Essa amostragem aplica-se somente para o universo de pesquisa representado

pelos funcionários do CERESP-BH. A fórmula de Stevenson (2001) a seguir foi

utilizada para quantificar o número mínimo de questionários que deveriam ser

aplicados, a fim de representar um dado significativo. O CERESP-BH possui 456

funcionários, dado em setembro de 2011, quando foram aplicados 100

questionários.

A fórmula de Stevenson (2001) utilizada é:

n = N x P x Q x Z²

----------------------------------

(N - 1) x e² + P x Q x Z²

Onde:

n = tamanho da amostra;

N = universo a ser pesquisado;

P = 0,5 (porcentagem estimada para ocorrência do fenômeno);

Q = (1- P), porcentagem complementar. (Q = 1 – 0,5 = 0,5);

e = erro padrão arbitrado em 9% (0,09);

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20

Z = 1,96 considerando-se a confiança de 95%;

Dessa maneira, temos que:

n = ?

N = 456 (total de funcionários do CERESP-BH)

P = 0,5

Q = 0,5

e = 0,09

Utilizando a fórmula, constatou-se o seguinte resultado:

n = (456) x (0,5) x (0,5) x (1,96)²

-----------------------------------------------------

(456 - 1) x (0,09)² + (0,5) x (0,5) x (1,96)²

n = 94,26

Arredondando o resultado, obtem-se o total de 95 questionários a serem aplicados.

Com o uso dessa fórmula, tem-se o número mínimo de questionários aplicados de

forma aleatória com 95% de significância em relação ao total, sendo que o autor

aplicou um total de 100 questionários no CERESP-BH. O questionário foi aplicado

pelo próprio pesquisador no dia 26 de setembro de 2011.

2.4.3 Tratamento estatístico

A análise quantitativa dos dados obtidos pelos questionários foi realizada no

software Microsoft Office Execel, através da filtragem e percentagem dos dados

levantados.

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21

3 REVISÃO DA LITERATURA

Para atender a especificidade do tema proposto, faz-se necessária uma abordagem

teórica a respeito de fogo, suas formas de propagação, diferentes classes, assim

como de incêndio, suas classes, fases e o incêndio compartimentado, o tipo mais

provável de ocorrência nas prisões, devido sua compartimentação em cômodos.

Além disso, das competências e amparo legal da atividade de prevenção do

CBMMG, legislação de prevenção contra incêndio e pânico, assim como a

classificação e medidas previstas nelas para as cadeias públicas. Será apresentada

a temática da Segurança contra incêndio (SCI), brigadas de incêndio, cadeias

públicas, explanações sobre a SUAPI, responsabilidade civil do Estado e os

princípios da eficiência e eficácia, finalizando a seção.

3.1 Primórdios do fogo e suas definições

Não se sabe ao certo quando o ser humano aprendeu a usar o fogo, mas de acordo

com Klinoff (2007) isso se deu por volta de 200.000 a 400.000 anos atrás. Com o

passar do tempo o homem desenvolveu a habilidade de manipulá-lo, ampliando

suas fronteiras territoriais, habitando localidades antes inalcançáveis em função de

suas baixas temperaturas, agora superadas com a descoberta e utilização do fogo.

A vitória contra o frio não foi o único avanço proporcionado pelo fogo. Movido pela

curiosidade e usando a inteligência, o homem passa a produzir objetos como

ferramentas e artefatos a base de cerâmica os quais facilitariam seu dia-a-dia.

No caminho da evolução pós a descoberta do fogo, ainda segundo Klinoff (2007), a

partir do fogo controlado se desenvolveu o motor a combustão interna, por

conseqüência o transporte, manufatura e geração de eletricidade. Também foi usado

como arma de guerra, para fazer vidro e fundir o aço, dentre outros empregos e

utilidades.

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Com os estudos e conseqüentes avanços em todo mundo, surgiram alguns

conceitos sobre o fogo. Pode-se citar um conceito presente na Norma Brasileira

(NBR) 13860 expedida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a

qual diz “fogo é o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz”

(ABNT, 1997, p. 6).

Nos Estados Unidos da América, de acordo com a norma da National Fire Protection

Association1 (NFPA) “fogo é a oxidação rápida auto-sustentada acompanhada de

evolução variada da intensidade de calor e de luz” (NFPA, 2003 citado por SEITO,

2008, p. 35). Já uma norma de caráter internacional, a International Standard

Organization2 (ISO) 8421-1, o define como “fogo é o processo de combustão

caracterizado pela emissão de calor acompanhado de fumaça, chama ou ambos”

(ISO, 1987 citado por SEITO, 2008, p. 57).

3.2 Triângulo e Tetraedro do Fogo

Seito (2008) confirma que anteriormente era citada a Teoria do Triângulo do fogo,

composto por combustível, comburente e calor, pois através da retirada de um

desses elementos era extinto o fogo, visto que eram necessários para sua auto-

suficiência. Fato confirmado por Caldas (2008), o qual diz que, para manter a

combustão, os três elementos devem estar presentes continuamente, caso contrário

o fogo não se sustenta e se extingue.

1 Associação Nacional de Proteção Contra Incêndio.

2 Organização Internacional de Normalização.

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Figura 1 - Triângulo do fogo Fonte: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/fogo.htm

A FIG. 1 é uma representação gráfica dos componentes do triângulo do fogo:

combustível, oxigênio e calor. O fogo no centro demonstra o resultado da

combinação dos três elementos nas proporções adequadas.

Klinoff (2007) diz que cientistas incrementaram o elemento reação em cadeia ao

antigo Triângulo do Fogo, o qual se transformou em Tetraedro do Fogo, exigindo a

co-existência desse conjunto para a manutenção da combustão. Afirmou ainda que

a reação em cadeia ocorre quando o combustível, ao queimar, libera os radicais

livres, os quais são um ou grupo de átomos instáveis que necessitam combinar com

outros átomos para se estabilizarem. Esses, então se combinam com o comburente.

O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), em

seu Manual de Fundamentos, apresenta um esquema representando os elementos

do tetraedro do fogo: combustível, comburente, calor e a reação em cadeia,

conforme a FIG. 2 a seguir (CBPMESP, 2006, p. 1).

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Figura 2 - Tetraedro do fogo Fonte: CBPMESP, 2006, p. 1

Consoante à essa definição, temos o disposto no Manual básico de combate a

incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) “Tetraedro do

fogo é a combinação do combustível com o oxigênio, na presença de uma fonte de

calor, em uma reação química em cadeia, liberando energia em forma de luz e mais

calor, além de outros produtos químicos” (CBMDF, 2006, p. 14).

Seito (2008) lembrou ainda que o início e a manutenção do fogo no local sofrem

influências de outros fatores, como umidade, massa específica, disposição do

combustível, local de início do incêndio, dentre outros.

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3.3 Propagação do fogo

Cuoghi (2006, p. 29) diz em sua pesquisa “Em geral, a diferença entre pequenos e

grandes incêndios pode ser atribuída à propagação do fogo”. Essa afirmação é

válida visto que o incêndio tem um foco inicial e, a medida que o fogo se propaga,

atinge outros ambientes e aumenta sua área de atuação, consequentemente sua

proporção.

Klinoff (2007) prega três métodos de transferência do calor: condução, convecção e

radiação, abaixo descritas:

a) Condução: Seito (2008, p. 36) diz que “é o mecanismo onde a energia (calor)

é transmitida por meio do material sólido”.

Figura 3 - Representação de condução térmica Fonte: http://fisicafabionet.blogspot.com/2010/05/propagacao-de-calor.html

b) Convecção: É a transferência do calor através da circulação de fluídos no

estado líquido ou gasoso. A convecção é importante na movimentação da

fumaça, alastramento das chamas e do calor para outros cômodos ou até

mesmo fora do ambiente (LIMA, 2005).

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Figura 4 - Representação de convecção térmica Fonte:http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=58321&tipo=ob&cp=780031&cb=&n1=&n2=M%F3dulos%20Did%E1ticos&n3=Ensino%20M%E9dio&n4=F%EDsica&b=s

c) Radiação: É a trasmissão do calor através de ondas eletromagnéticas. Nos

processos de convecção e condução é necessário um meio material para o

calor se propagar, porém a radiação ocorre por meios transparentes ou

mesmo no vácuo (SOUSA, 2009).

Figura 5 - Representação de radiação térmica Fonte: http://elencarol.blogspot.com/2010/09/calorimetria-resumo.html

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3.4 Incêndio

A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (2008, p. 696) traz incêndio como “Grande

fogo que se propaga com intensidade”.

O Decreto 44.746 de 29 de fevereiro de 2008, o qual regulamenta Lei 14130 de19

de dezembro de 2001, aponta o incêndio como sendo o fogo sem controle (MINAS

GERAIS, 2008). Similarmente está a ISO 8421-1, “Incêndio é a combustão rápida

disseminando-se de forma descontrolada no tempo e no espaço” (ISO, 1987 citado

por SEITO, 2008, p. 35).

Em seu estudo, Caldas (2008, p. 7-8) cita as origens do incêndio:

pode ter origem física (raios, eletricidade, centelhas devido à eletricidade estática, curtos-circuitos e calor devido ao atrito de peças em movimento), biológica (ação de bactérias termogênicas), físico-química (hidrocarbonetos insaturados e gorduras animais e vegetais em certas condições de confinamento), acidental (involuntariamente criado pelo homem), intencional (propositadamente criado pelo homem).

O incêndio gera como produtos: o calor, a fumaça e a chama, os quais inclusive são

utilizados pelos equipamentos de detecção de incêndio (SEITO, 2008).

Geralmente, a morte em incêndio é provocada pelo calor ou pela fumaça. Essa

última causa diversos graus de incapacitação, dentre os efeitos são asfixia, a qual

leva à convulsão e perda de consciência devido inalação de gases tóxicos, como

Monóxido de Carbono (CO3), permite exposição da pele e órgãos do sistema

respiratório a esses gases, causando queimaduras, e pode ocasionar desmaio a

partir de uma hipertermia (PURSER, 2002 citado por CALDAS, 2008).

3 CO é a símbolo químico da molécula de Monóxido de Carbono (DE BONI; GOLDANI, 2007).

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3.4.1 Fases do incêndio

Segundo Oliveira (2006), o incêndio é dividido em etapas para facilitar o

entendimento e são elas: período de ignição, crescimento, desenvolvimento e

decaimento. Klinoff (2007) diz que anteriormente incêndio continha três fases:

Incipiente, Queima livre e Latente. A partir daí, formou-se o conceito de quatro

estágios: Ignição, Desenvolvimento, Totalmente desenvolvido e declínio, descritos a

seguir.

Na ignição, a concentração de oxigênio está por volta de 21% e o fogo atinge

um ponto o qual não necessita de fonte externa de calor para continuar

queimando. A reação acelera e o calor começa a ser produzido.

No Desenvolvimento o fogo libera mais calor, o qual é transferido para

superfícies próximas por radiação, e, por convecção, aquece os combustíveis

da parte superior até levá-los para sua temperatura de ignição. Dessa forma o

mesmo se alastra cada vez mais rapidamente.

No estágio de totalmente desenvolvido, todo o combustível disponível do

perímetro do fogo está se incendiando.

No estágio de declínio o fogo acaba ou com o combustível ou com o oxigênio

disponível (KLINOFF, 2007).

3.4.2 Incêndio compartimentado

O incêndio compartimentado é o tipo mais provável de ocorrência em cadeias

públicas, devido seus aspectos de construção e conforme a maioria deles iniciarem

em suas celas, fatos observados nos incêndios apresentados na quarta seção desse

estudo, assim como corroborado por Su et al.(2006) após verificação nos incêndios

em cadeias dos Estados Unidos da América e Canadá.

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O incêndio compartimentado apresenta diferenças em relação ao em campo aberto.

Em campo aberto uma parcela do calor resultante da reação da combustão é

dissipado para a atmosfera, sendo que no incêndio compartimentado o calor é

absorvido pelos materiais combustíveis presentes no ambiente, fato o qual catalisa a

reação de combustão neste ambiente (FRIEDMAN4 citado por CUOGHI, 2006).

Figura 6 - Efeito da compartimentação na taxa de combustão de um incêndio Fonte: FRIEDMAN citado por CUOGHI, 2006

É visível na FIG. 6 que a taxa de combustão alcançada pelo incêndio

compartimentado é maior e atingida rápido considerando o incêndio em campo

aberto, devido as perdas de calor neste e catalisação da reação da combustão.

O crescimento do incêndio compartimentado é influenciado por diversos fatores, tais

como:

4 FRIEDMAN foi citado no trabalho de Cuoghi (2006) por Shields e Silcock (1987).

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se a fonte de ignição é suficientemente inflamável para permitir a propagação das chamas por sua superfície;

se o fluxo de calor no princípio de incêndio é forte o suficiente para irradiar energia e ignizar o material combustível ao seu redor;

se existe quantidade suficiente de material combustível no compartimento, do contrário, o foco de incêndio termina em si mesmo;

se o fogo, no início, pode queimar vagarosamente por causa da restrição de oxigênio;

em estando à disposição suficientes quantidades de material combustível e oxigênio, o incêndio provavelmente tomará todo o compartimento (CUOGHI, 2006, p. 30-31).

Com o desenvolvimento do incêndio, caso o oxigênio se torne insuficiente para

manter as chamas, ou seja, entre 13% e 4%, haja visto que o primeiro é o mínimo

necessário para haver chamas e o último limiar inferior para existência da

combustão, há duas possibilidades: O fogo se extingue ou retorna o

desenvolvimento no caso da entrada de oxigênio no ambiente. Nesse último caso,

se houver presença de calor e gases combustíveis no compartimento, esses podem

incendiar-se abruptamente promovendo uma explosão ambiental conhecida como

backdraft (CALDAS, 2008).

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Figura 7 - Etapas do backdraft Fonte: http://cfbt-us.com/wordpress/?tag=backdraft

Observa-se na FIG. 7, em sua parte 1, um compartimento fechado em combustão.

Nas partes 2 e 3 verifica-se o comportamento após a entrada de oxigênio,

culminando, como demonstrada na parte 4, a explosão ambiental conceituada

anteriormente, backdraft.

O flashover é o incêndio generalizado ocasionado quando toda a carga combustível

entra em ignição espontaneamente. Há um aumento brusco de temperatura até que

seja consumido de 60% a 80% do material combustível do ambiente, então acontece

o declínio gradativo da temperatura (ASSIS, 2001).

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Figura 8 - Etapas do flashover Fonte: http://cfbt-us.com/wordpress/?tag=backdraft

A FIG. 8 acima mostra em sua parte superior um cômodo incendiando. Com o

desencadear do sinistro e o calor sendo retido pelos demais materiais do ambiente,

toda a carga combustível entra em ignição espontaneamente, sendo este o

momento do flashover, representado pela parte inferior da figura.

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3.4.3 Classes de incêndio

Combater, lidar, atuar em combate a incêndios exige destreza, técnica, uma tática

pré definida, e principalmente conhecimento das ferramentas ideais para a tarefa.

Conhecer os incêndios possibilita ações exclusivas e acertadas com a máxima

eficiência.

Analisando por estas vertentes, trazemos os conceitos de Klinoff (2007) que divide

incêndio em quatro tipos básicos de acordo com o combustível envolvido, e traz uma

nova classe, a Classe K. Essa última classificação não é adotada oficialmente no

Brasil, mas é uma forma de fazer campanhas específicas nos Estados Unidos, onde

esse tipo de incêndio é comum, conforme o disposto no Manual de Combate a

Incêndio do CBMDF (CBMDF, 2006).

a) Classe A: Fogo em combustíveis sólidos, os quais incluem materiais

compostos por tecidos, fibras naturais, como madeira, papel, algodão e

similares (GOMES, 1998 citado por ASSIS, 2001). Os materias desta classe

são os mais encontrados dentro das celas do CERESP-BH, como por

exemplo colchões e lençóis, de acordo com o observado na visita técnica ao

presídio. Seu principal agente extintor é a água.

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Figura 9 - Símbolo de combustível Classe A Fonte: http://extintor-de-incendio.blogspot.com/2010/07/classes-de-incendio.html

b) Classe B: Incêndio em líquidos inflamáveis e combustíveis líquidos, tais como

gasolina, querosene e álcool (KLINOFF, 2007).

Figura 10 - Símbolo de combustível Classe B Fonte: http://extintor-de-incendio.blogspot.com/2010/07/classes-de-incendio.html

c) Classe C: Fogo em material elétrico energizado (GOMES, 1998 citado por

ASSIS, 2001). Vale ressaltar que se o equipamento não estiver energizado,

ele deverá ser reclassificado, de acordo com o material que está queimando

(KLINOFF, 2007).

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Figura 11 - Símbolo de combustível Classe C Fonte: http://extintor-de-incendio.blogspot.com/2010/07/classes-de-incendio.html

d) Classe D: Metais combustíveis. São eles o magnésio, titânio, zircônio, sódio e

potássio. Deve-se tomar cuidado com a brilhante luz branca emitida pela

maioria desses metais ao se inflamar, porquê podem causar danos aos olhos

(KLINOFF, 2007).

Figura 12 - Símbolo de combustível Classe D Fonte: http://extintor-de-incendio.blogspot.com/2010/07/classes-de-incendio.html

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e) Classe K: Materiais de cozinha, tais como óleo e gordura de cozinha. Os

agentes extintores dessa classe são especificamente desenvolvidos para os

sistemas em cozinhas (KLINOFF, 2007).

Figura 13 - Símbolo de combustível Classe K Fonte: http://extintor-de-incendio.blogspot.com/2010/07/classes-de-incendio.html

3.4.4 Carga incêndio

A carga incêndio compõe o Tetraedro do Fogo no pilar do combustível e sua

quantificação classifica as edificações, conforme pode-se verificar a seguir.

A Instrução Técnica (IT) 09 do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais traz em

seu bojo a definição de carga incêndio como “a soma das energias caloríficas

possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais

combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias,

pisos e tetos” (CBMMG, 2006b, p. 2).

Além disso há a carga incêndio específica, a qual é obtida através da razão da carga

incêndio pela área de piso da edificação a ser considerada. A edificações e áreas de

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risco podem ser classificadas de acordo com a carga incêndio específica da seguinte

forma. O Anexo A da IT-09 descreve a classe de Presídios e similares como tendo

100 MJ/m², sendo portanto de risco baixo, conforme o QUADRO 1 abaixo (CBMMG,

2006b).

QUADRO 1 Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga incêndio

CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO À CARGA INCÊNDIO.

Risco Carga Incêndio MJ/m2

Baixo Até 300 MJ/m2

Médio Acima de 300 até 1.200 MJ/m2

Alto Acima de 1.200 MJ/m2

Fonte: CBMMG, 2006b, p.3

3.5 Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

No dia 31 de agosto de 2011, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

completou seu primeiro centenário de existência. Sua Estrutura Organizacional é

departamental divida em Unidade de Direção Geral, Unidade de Direção

Intemediária e Unidade de Execução e Apoio (CBMMG, 2011d).

Sua missão, negócio, visão, objetivo e competências estão elencadas abaixo,

conforme encontrado em seu endereço eletrônico5. Observa-se a presença da

prevenção como uma das competências do CBMMG.

Nossa missão Prestação dos serviços de prevenção contra sinistro, proteção, socorro e salvamentos, sempre atendendo de forma eficiente e ágil, os cidadãos em todo o território mineiro, atuando de forma integrada com os órgãos do Sistema de Defesa Social e sociedade, visando à melhoria da qualidade de vida e o exercício pleno da cidadania.

5 http://www.bombeiros.mg.gov.br/institucional.html

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Negócio Qualidade de vida por meio de ações de proteção pública. Visão Servir à sociedade mineira com atividades preventivas e de resposta a sinistros, garantindo a proteção à vida, ao patrimônio e ao meio ambiente e contribuindo com a transformação do Estado. Objetivo Coordenar e executar ações de defesa civil, prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio, busca e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe. Competências

Coordenar e executar as ações de defesa civil, proteção e socorrimento públicos, prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio e explosão em locais de sinistro, busca e salvamento;

Atender a convocação, à mobilização do Governo Federal, inclusive em caso de guerra externa ou para prevenir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para emprego em suas atribuições específicas de Corpo de Bombeiros Militar e como participante da defesa interna e territorial;

Coordenar a elaboração de normas relativas à segurança das pessoas e dos seus bens contra incêndios e pânico e outras previstas em lei, no Estado;

Exercer a polícia judiciária militar, relativamente aos crimes militares praticados por seus integrantes ou contra a instituição Corpo de Bombeiros Militar, nos termos da legislação federal específica;

Incentivar a criação de Bombeiros não militares e estipular as normas básicas de funcionamento e de padrão operacional;

Exercer a supervisão das atividades dos órgãos e das entidades civis que atuam em sua área de competência;

Aprimorar os recursos humanos, melhorar os recursos materiais e buscar novas técnicas e táticas que propiciem segurança à população (CBMMG, 2011a).

3.5.1 Amparo legal em âmbito federal

Como é observado na Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de

1988, os Corpos de Bombeiros Militares integram o sistema de segurança pública.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL, 1988).

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O conceito de Segurança Pública pode ser encontrado no Portal eletrônico6 do

Ministério da Justiça, conforme abaixo:

a Segurança Pública é uma atividade pertinente aos órgãos estatais e à comunidade como um todo, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo e controlando manifestações da criminalidade e da violência, efetivas ou potenciais, garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites da lei (BRASIL, 2011b).

3.5.2 Amparo legal em âmbito estadual

Na Constituição Estadual de Minas Gerais, encontram-se as atribuições conferidas

ao Corpo de Bombeiros Militar, dentre elas a de prevenção, segundo destacado.

Art. 142 – A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, forças públicas estaduais, são órgãos permanentes, organizados com base na hierarquia e na disciplina militares e comandados, preferencialmente, por oficial da ativa do último posto, competindo: [...] II – ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a execução de ações de defesa civil, a prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio, busca e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe (MINAS GERAIS, 1989)

Ainda verifica-se na Lei Complementar n. 54, de 13 de dezembro de 1999, a qual

dispõe sobre a organização básica do CBMMG, algumas competências legais da

Corporação.

Art. 3º - Compete ao Corpo de Bombeiro Militar: I - coordenador e executar as ações de defesa civil, proteção e socorrimento públicos, prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio e explosão em locais de sinistro, busca e salvamento; [...] III - coordenar a elaboração de normas relativas à segurança

6 http://portal.mj.gov.br/endc/data/Pages/MJ1BFF9F1BITEMIDE16A5BBC4A904C0188A7643B4A1D

D68CPTBRIE.htm

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das pessoas e dos seus bens contra incêndios e pânico e outras previstas em lei, no Estado (MINAS GERAIS, 1999).

3.5.3 Legislação de prevenção contra incêndio e pânico em Belo Horizonte e em

Minas Gerais

Em 27 de abril de 1972, foi promulgada a Lei n. 2060, a qual estabelecia normas de

prevenção e combate a incêndios, nas construção de uso coletivo e autorizava a

celebração de convênio com o Governo do Estado de Minas Gerais (BELO

HORIZONTE, 1972). O Decreto n. 2912, de três de agosto de 1976 veio

regulamentar a Lei n. 2060, estabelecendo normas de prevenção e combate a

incêndios em edificações destinadas ao uso coletivo no Município de Belo Horizonte

(BELO HORIZONTE, 1976). Décadas após, em 22 de agosto de 1991, o Decreto n.

6942 alterou o anterior (BELO HORIZONTE, 1991).

No dia seis de janeiro do ano de 1995, foi promulgada a Lei n. 6824, a qual definia

normas adicionais de prevenção e combate a incêndio dos estabelecimentos de uso

coletivo (BELO HORIZONTE, 1995).

Aproximadamente oito anos depois, nasceu a Lei n. 8618, em 17 de julho de 2003,

dispondo a respeito de normas de prevenção e segurança em áreas destinadas ao

uso coletivo (BELO HORIZONTE, 2003).

Então surgiu a Lei n. 9064, do dia 17 de janeiro de 2005, alterando dispositivos de

algumas leis relativas à prevenção e combate a incêndios (BELO HORIZONTE,

2005b). O Decreto n. 11998 de 21 de março de 2005 foi promulgado para

regulamentar as normas de prevenção e combate a incêndio (BELO HORIZONTE,

2005a).

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No ano de 2001, dia 19 de dezembro, Itamar Franco, Governador de Minas Gerais

sancionou a Lei n. 14.130, que dispõe sobre a prevenção contra incêndio e pânico

no Estado de Minas Gerais e dá outras providências (MINAS GERAIS, 2001).

A fim de regulamentar essa lei, foi promulgado o Decreto n. 43805, de 17 de maio de

2004 (MINAS GERAIS, 2004). Essa norma foi substituída em 2006, pelo Decreto n.

44270 do dia 31 de março (MINAS GERAIS, 2006). Até que o então Governador

Aécio Neves expediu o Decreto n. 44746, em 29 de fevereiro de 2008 (MINAS

GERAIS, 2008), o qual é atualmente seguido pelo CBMMG.

Existem também as ITs do CBMMG, com objetivo de normalizar procedimentos e

medidas de proteção, prevenção e segurança contra incêndio e pânico nas áreas de

risco e edificações (CBMMG, IT-02). De acordo com o site do CBMMG7, atualmente

existem 37 e seus assuntos podem ser observados no QUADRO 2 (CBMMG,

2011b).

QUADRO 2 Instruções Técnicas do CBMMG

Instrução

Técnica (IT) Assunto

IT - 01 Procedimentos administrativos

IT - 02 Terminologia de proteção contra incêndio

IT - 03 Símbolos gráficos para projeto de segurança contra incêndio

IT - 04 Acesso de viatura na edificação e área de risco

IT - 05 Separação entre edificações

IT - 06 Segurança estrutural das edificações

IT - 07 Compartimentação horizontal e compartimentação vertical

IT - 08 Saidas de emergência em edificações

IT - 09 Carga de incêndio nas edificações e área de risco

7 http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/471-instrucoes-tecnicas.html

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Instrução

Técnica (IT) Assunto

IT - 10 Pressurização de escada de segurança

IT - 11 Plano de intervenção de incêndio

IT - 12 Brigada de Incêndio

IT - 13 Iluminação de emergência

IT - 14 Sistema de detecção e alarme de incêndio

IT - 15 Sinalização de emergência

IT - 16 Sistema de proteção por extintores de incêndio

IT - 17 Sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio

IT - 18 Sistema de chuveiros automáticos

IT - 19 Sistema de resfriamento para líquidos e gases inflamáveis e

combustíveis

IT - 20 Sistema de proteção por espuma

IT - 21 Sistema fixo de gases para combate a incêndio

IT - 22 Armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis

IT - 23 Manipulação, armazenagem, comercialização e utilização de gás

liquefeito de petróleo

IT - 24 Comercialização, distribuição e utilização de gás natural

IT - 25 Fogos de artifícios e pirotecnia

IT - 26 Heliponto e Heliporto

IT - 27 Medidas de segurança para produtos perigosos

IT - 28 Cobertura de sapé, piaçava e similares

IT - 29 Hidrante Público

IT - 30 Subestações elétricas

IT - 31 Pátio de contêineres

IT - 32 Proteção contra incêndio em cozinhas profissionais

IT - 33 Eventos Temporários

IT - 34 Credenciamento de empresas e RT

IT - 35 Segurança contra incêndio em sítios históricos

IT - 36 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

IT - 37 Centros esportivos e de Exibição

Fonte: Elaborado pelo autor

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Cade salientar ainda a Norma Regulamentadora (NR) 23, a qual dispõe sobre

proteção contra incêndio, expedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O

seu texto expõe o seguinte:

23.1.1 O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c) dispositivos de alarme existentes. (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2011)

Vê-se que a norma acima ressalta a obrigação de serem fornecidas condições aos

empregados de conhecer o manuseio dos equipamentos de combate a incêndio,

métodos de evacuação e localização de alarmes, caso haja.

3.5.4 Conceitos pertinentes à prevenção

É importante esclarecer alguns conceitos presentes na legislação de prevenção,

como Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que é “Documento emitido

pelo CBMMG, certificando que a edificação possui as condições de segurança

contra incêndio e pânico, previstas na legislação, estabelecendo um período de

revalidação” (CBMMG, 2006a, p. 4).

Análise “é o ato formal de verificação das exigências das medidas de segurança

contra incêndio e pânico das edificações e áreas de risco no processo de segurança

contra incêndio e pânico” (MINAS GERAIS, 2008, p.3).

Vistoria é conceituada como “é o ato de certificar o cumprimento das exigências das

medidas de proteção contra incêndio e pânico nas edificações e áreas de risco por

meio de exame no local” (CBMMG, 2006a, p.20).

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3.5.5 Classificação das Cadeias Públicas de acordo com o Decreto 44.746

O Decreto n. 44.746 aponta em sua Tabela 1 a classificação das edificações e áreas

de risco quanto à ocupação. As cadeias públicas são classificadas como Grupo H

(Serviço de saúde e institucional) de Ocupação/Uso H-5 (Local onde a liberdade das

pessoas sofre restrições, como por exemplo as prisões em geral, as quais são casa

de detenção, penitenciárias, presídios, cadeias públicas, delegacias e quartéis com

carceragem) (MINAS GERAIS, 2008).

3.5.6 Previsão das medidas de segurança contra incêndio e pânico nas Cadeias

Públicas

As medidas estão previstas na Tabela A da IT-01, a qual é dividida em duas:

exigências para as edificações existentes com área menor ou igual a 1200 m² e

altura inferior ou igual a 12m e para aquelas existentes com área maior que 1200m²

ou altura superior a 12m (CBMMG, 2011c).

Edificação existente, para a aplicação da tabela supracitada, considera-se aquela

construída anteriormente à 02 de julho de 2005. Para Cadeias com área maior de

1200 m² e altura superior a 12m, como é o caso do CERESP-BH, pois o mesmo

possui 7000 m²8, são exigidos de acordo com CBMMG (2011c):

brigada de incêndio: “somente para as edificações com altura superior

a 12 m ou área superior a 2000m²” (CBMMG, 2011c, p. 22);

saídas de Emergência:

8 Dado extraído da entrevista com o diretor do CERESP-BH.

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nos casos em que for comprovada tecnicamente a inviabilidade da adaptação, o interessado deverá propor medidas alternativas a serem avaliadas pelo Corpo de Bombeiros, garantindo ao usuário durante a fuga, a proteção em caso de incêndio e pânico. Quando houver mudança de ocupação a edificação deverá ser adaptada, conforme as exigências da

instrução técnica específica (CBMMG, 2011c, p.21);

extintores: “Para Divisão F3 (estádios), H2 (hospitais psiquiátricos e

reformatórios) e H5, os equipamentos (extintores e hidrantes) deverão

ser instalados em locais com acesso privativo” (CBMMG, 2011c, p.21);

hidrantes e Mangotinhos: “Para Divisão F3 (estádios), H2 (hospitais

psiquiátricos e reformatórios) e H5, os equipamentos (extintores e

hidrantes) deverão ser instalados em locais com acesso

privativo”(CBMMG, 2011c, p.21);

iluminação de Emergência;

sinalização de Emergência (CBMMG, 2011c).

3.5.7 Detector de fumaça

Detector de incêndio é um meio de aviso e alerta, configurando medida de proteção

ativa contra incêndio. É dividido em tipos conforme o que detecta, por exemplo:

fumaça, temperatura, gases e chamas. O detector de fumaça é sensível aos

produtos da combustão suspensos no ar, permitindo a identificação de princípio de

incêndio e sua localização. Sendo assim, proporciona significativo aumento das

chances de seu controle e extinção, ou mesmo de evacuação da população da

edificação (CBPMESP, 2006).

No Canadá, através do National Building Code of Canada9, é obrigatório detector de

fumaça dentro de cada cela das cadeias. Nos Estados Unidos, conforme a NFPA

101,2 Life Safety Code10, esses detectores são requeridos celas com mais de quatro

9 Código de Construção Nacional do Canadá.

10 Código de Segurança de Vida.

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detentos (SU et al., 2006). As afirmações anteriores servem como indicativo de

possibilidade de implementação desse dispositivo nas cadeias do Brasil

3.6 Segurança contra incêndio

Prevenção, de acordo com a Academia Brasileira de Letras, é “Medida tomada para

evitar males que podem sobrevir” (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2008, p.

1026).

Em sentido mais voltado à realidade bombeiro militar, o Manual de Atividades de

Bombeiros (MABOM) define prevenção como:

conjunto de providências, desde as mais simples, como conservação, lubrificação e limpeza, até as mais complexas, como instalações automáticas de combate a incêndio, sistemas automáticos de detecção, ou ainda sistemas inibidores de explosões (POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, 1995).

De acordo com a IT-02, que trata da Terminologia de Proteção Contra Incêndio e

Pânico, prevenção contra incêndio e pânico é o “conjunto de ações e medidas que

visam a orientação das pessoas, objetivando diminuir a possibilidade da ocorrência

de um princípio de incêndio e pânico, e estabelecer o comportamento a ser adotado

frente à emergência” (CBMMG, 2006a, p.15).

O Decreto n. 44.746 conceitua medidas de segurança contra incêndio e pânico mais

amplamente em seu artigo terceiro, da seguinte forma:

“É o conjunto de ações e dispositivos a serem instalados nas edificações e áreas de risco necessários a evitar o surgimento de incêndio e pânico, limitar sua propagação, possibilitar sua extinção e ainda propiciar a proteção

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à incolumidade das pessoas, ao meio ambiente e ao patrimônio” (MINAS GERAIS, 2008).

De acordo com o mesmo artigo do decreto, pânico pode ser conceituado como

“susto ou pavor que, repentino, provoca nas pessoas reação desordenada, individual

ou coletiva, de propagação rápida” (MINAS GERAIS, 2008).

Consoante com esse conceito, a Academia Brasileira de Letras define pânico como

“Medo súbito e avassalador, com ou sem motivo, que leva a um comportamento

irracional e que pode se propagar numa coletividade” (ACADEMIA BRASILEIRA DE

LETRAS, 2008, p. 943-944).

Segundo Berto (1991 citado por ONO, 2004), as medidas de segurança contra

incêndio podem ser divididas em caráter de prevenção ou proteção, da seguinte

maneira: as medidas de prevenção de incêndio são destinadas a tentar impedir o

início de um incêndio, ou seja, precaver e impedir seu começo, já as medidas de

proteção contra incêndio vêm em seguida, se as medidas de prevenção falharem ou

não forem suficientes para conter o início do incêndio, portanto visam proteger a vida

humana e os bens materiais dos incêndios já iniciados.

Também diferenciaram prevenção de proteção Gill, Negrisolo e Oliveira (2008),

conforme eles prevenção são as medidas de controle dos materiais combustíveis,

das fontes de calor e ainda treinamento do pessoal em ações e hábitos preventivos.

Medidas de proteção trabalham de modo a dificultar a propagação do incêndio assim

como manter a estabilidade do edifício.

Existe ainda uma subdivisão das medidas de proteção pregada por Berto (1991

citado por ONO, 2004): a medida de proteção passiva, as quais são aquelas

incorporadas à estrutura da edificação ou, até mesmo o afastamento entre elas, e

que não necessitem de qualquer tipo de acionamento para exercerem seu papel de

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proteção ao incêndio, como por exemplo portas e paredes corta-fogo; e as medidas

de proteção ativa necessitam de algum tipo de acionamento, seja manual ou

automático, e são responsáveis pela detecção, alarme aos usuários ou combate ao

incêndio, exemplificada pelos chuveiros automáticos (sistema de sprinklers11) (ONO,

2004).

Malhotra (1982 citado por CUOGHI, 2006) corrobora a conceituação das medidas de

proteção passiva como sendo as que funcionam independente de acionamento, e

aquelas de proteção ativa como dependentes de acionamento de emergência para

funcionamento.

Outro conceito muito importante dentro da SCI é o Sistema global de segurança

contra incêndio, o qual é composto das ações adotadas a fim de tornar a edificação

segura. Essas ações podem ser denominadas como os requisitos funcionais da

construção (MITIDIERI, 2008).

Berto (1991 citado por ONO, 2004) enumera os requisitos funcionais que visam

garantir a segurança contra incêndio, como demonstrados no QUADRO 3 a seguir.

11

Chuveiros automáticos.

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QUADRO 3 Requisitos funcionais que visam garantir a segurança contra incêndio

Fonte: BERTO,1991 citado por ONO, 2004, p. 6

Del Carlo (2008) comenta que a literatura a respeito de SCI ainda é escassa no

Brasil e pouco explorada em cursos de Engenharia e Arquitetura. Diz ainda que não

existia o curso de Engenharia específica nessa área e constatou que nos países

onde o curso existe, os formandos são totalmente absorvidos pelo mercado, este

que ainda está deficiente desses profissionais. Os engenheiros de SCI estudam o

desenvolvimento do fogo, da fumaça, comportamento das estruturas para propor

mudanças nas regulamentações.

Ainda é afirmado por Del Carlo (2008) que a Gestão de SCI é facilmente aplicada a

edificações e órgãos públicos, através do detalhamento dos riscos existentes,

estabelecimento de um plano para melhorias e alcance dos objetivos da Segurança

Contra Incêndios e então outro plano para manutenção e acompanhamento.

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3.6.1 Brigada de incêndio

Brigada de incênio é um “grupo organizado de pessoas, voluntárias ou não,

treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono da edificação, combate

a um princípio de incêndio e prestar os primeiros socorros, dentro de uma área

preestabelecida” (CBMMG, 2006a, p. 5).

A IT-12 do CBMMG trata das brigadas de incêndio no âmbito do estado de Minas

Gerais. Essa norma expõe o cálculo a ser feito a fim de obter a quantidade de

componentes da brigada, porém, de acordo com ser anexo A, para a classificação

de presídios e similares a legislação prevê que todos os funcionários da edificação

devem integrá-la (CBMMG, 2004).

Caldas (2008) expõe que a presença da brigada de incêndio influencia na

severidade do incêndio, visto que com a equipe treinada para o combate e

prevenção o risco do incêndio dimunui. Também influencia na segurança da vida,

pois a brigada gerencia uma possível evacuação. Além disso, afeta na segurança do

patrimônio, porque com a redução do risco de incêndio, diminui a possibilidade de

perdas materiais no caso de fogo.

3.6.2 Atribuições da brigada de incêndio

Exige-se dos brigadistas através da IT-12 a execução de (CBMMG, 2004):

a) ações de prevenção: Avaliação constante de riscos; inspeção dos

equipamentos de combate a incêndio e rotas de fuga; orientações à

população fixa e flutuante e realização de simulados e treinamentos de

reciclagem.

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b) ações de emergência: Adotar os procedimentos de acionamento dos

brigadistas e do CBMMG; corte da energia; primeiros socorros; controle do

pânico; combate ao princípio de incêndio; abandono, se necessário; recepção

ao CBMMG.

Há uma organização funcional para as brigadas preconizada na IT-12 do CBMMG

(CBMMG, 2004).

a) Brigadistas: Membros que executam as atribuições.

b) Líder: É um dos brigadistas que será responsável pelas ações de emergência

em seu local de ação determinado, pavimento ou compartimento.

c) Chefe da brigada: É um brigadista responsável por um conjunto de

compartimentos ou pavimentos.

d) Coordenador Geral: É também um brigadista aprovado no processo seletivo,

responsável por toda a área da planta.

Portanto, o organograma da brigada varia de acordo com a planta da área. Tendo

somente um pavimento ou compartimento, haverá um líder. Caso exista uma

edificação com mais de um pavimento ou compartimento, haverá um líder para cada

um desses e um chefe da brigada, com função de coordenação dos líderes. Se

existir mais de uma edificação com mais de um compartimento ou pavimento, além

dos líderes e chefes da brigada, terá a figura do coordenador geral.

Salienta-se ainda que, em um período de 12 meses, o estabelecimento deve realizar

no mínimo um exercício simulado com participação de toda a população, a fim de

verificar tempo gasto com evacuação, atendimento de primeiros socorros, atuação

da brigada, tempo de chegada do Corpo de Bombeiros, falhas operacionais e falta

de equipamentos (CBMMG, 2004).

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O CBMMG pode avaliar os brigadistas de uma edificação durante as vistorias. Para

isso deve escolher um brigadista e lhe fazer seis dentre as vinte e três perguntas

relacionadas do anexo C da IT-12. O avaliado deve acertar no mínimo três

perguntas. Caso isso não ocorra, o avaliador escolherá outro brigadista. Se mais

uma vez não for alcançado o número de acertos estipulados acima, será exigido um

novo treinamento (CBMMG, 2004).

3.7 Estabelecimentos penais

No site12 do Ministério da Justiça, encontra-se o conceito de estabelecimentos

penais como “todos aqueles utilizados pela Justiça com a finalidade de alojar

pessoas presas, quer provisórios quer condenados, ou ainda aqueles que estejam

submetidos à medida de segurança” (BRASIL, 2011a).

De acordo com a Lei 7210, de 11 de julho de 1984, a qual institui a Lei de Execução

Penal, Cadeia pública “destina-se ao recolhimento de presos provisórios” (BRASIL,

1984).

3.7.1 Subsecretaria de Administração Prisional

A Subsecretaria de Administração Prisional, integrante da Secretaria de Estado de

Defesa Social (SEDS), é responsável por gerir 26578 vagas em 120 unidades

prisionais de Minas Gerais, dentre complexos penitenciários, hospitais, centros de

apoio e casas de albergados. A Subsecretaria ainda mantém 2134 vagas em

Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), segundo seu link

no portal eletrônico13 da SEDS (SEDS, 2011a).

12

http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMIDAB2EF2D92895476E8516E63C78FC7C4 CPTBRNN.htm 13

https://www.seds.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=341&Itemid=165

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Em decorrência de uma das metas do Governo de Minas Gerais ser absorver todos

os presos custodiados pela Polícia Civil, a SUAPI assumirá as Cadeias Públicas.

Aproximadamente 80% dos presos de Minas Gerais estão sob custódia da SUAPI

(cerca de 40 mil), ainda conforme (SEDS, 2011a).

A Lei Delegada 112 de 25 de janeiro de 2007, a qual trata da estrutura e

organização da Administração Pública do Poder Executivo do Estado, expõe.

Art. 19. As Secretarias de Estado e respectivas Subsecretarias são as seguintes: [...] IV - Secretaria de Estado de Defesa Social: a) Subsecretaria de Administração Prisional; b) Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas; c) Subsecretaria de Inovação e Logística do Sistema de Defesa Social (MINAS GERAIS, 2007a).

O artigo acima demonstra a inclusão da SUAPI como parte da estrutura funcional do

Poder Executivo de Minas Gerais.

De acordo com a Lei Delegada 117, também do dia 25 de janeiro de 2007, sobre a

estrutura orgânica básica da SEDS, tem-se.

Art. 3º A Secretaria de Estado de Defesa Social tem a seguinte estrutura orgânica básica: [...] XIV - Subsecretaria de Administração Prisional: a) Assessoria de Inteligência; b) Superintendência de Segurança Prisional; c) Superintendência de Atendimento ao Preso; d) Superintendência de Articulação Institucional e Gestão de Vagas e) Unidades Prisionais; [...][ Art. 5º Integram a estrutura orgânica básica da Secretaria de Estado de Defesa Social, subordinadas à Subsecretaria de Administração Prisional, as seguintes unidades prisionais:

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[...] XI - Centro de Remanejamento da Segurança Pùblica/Gameleira, que passa a ser denominado Centro de Remanejamento do Sistema Prisional de Belo Horizonte - I, no Município de Belo Horizonte; [...] Parágrafo único. As unidades prisionais de que trata este artigo correspondem ao perfil denominado Unidades Prisionais de Médio Porte, assim consideradas as unidades existentes ou que vierem a ser criadas, com capacidade para receber entre cem e setecentos e noventa e nove presos (MINAS GERAIS, 2007b).

O artigo 3° da Lei Delegada 117 inclui a SUAPI na estrutura orgânica básica da

SEDS. Já o artigo 5° altera a denominação do Centro de Remanejamento da

Segurança Pública/Gameleira para o atual termo CERESP-BH. Além disso classifica

o presídio como de médio porte, que são aqueles com capacidade para receber

entre 100 e 799 presos e também o integra à SEDS, porém mantendo-no

subordinado à SUAPI.

3.8 Responsabilidade civil do Estado em casos omissivos

Entende-se por responsabilidade civil, de acordo com (DINIZ, 2000, p. 562 citado por

SANT’ANA; CAMPOS, 2011, p.2).

A Responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesmo praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou simples imposição legal.

Arêas14 (2011) defende em seu estudo três pressupostos para configurar a

responsabilidade civil da administração, são eles o fato administrativo, o dano

(patrimonial ou moral) e a existência do nexo de causalidade entre o dano existente

e o fato administrativo.

14

É advogado e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Campos. Apresenta artigo disponível no site dessa faculdade no link: http://www.fdc.br/Artigos/Artigos.aspx

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E ainda Celso Antonio Bandeira de Mello cita que o Estado, assim como os outros

sujeitos de direito, pode lesar alguém em determinado ato ou omissão, o obrigando

a reparar o dano causado (MELLO, 1991, p. 320 citado por SANT’ANA; CAMPOS,

2011).

Essa responsabilidade em casos omissivos sempre ocorre como decorrência de um

comportamento ilícito, ou seja, há a possibilidade de verificar a omissão de uma

norma legal vigente exigindo um comportamento positivo (ARÊAS, 2011).

Portanto somente se fala em comportamento inerte do Estado quando da imposição

da norma, visto que, conforme Mello (2009), de acordo com o princípio da

Legalidade, o Estado só cumpre o determinado em lei.

Nessa seara, vale ressaltar as palavras de Sérgio Cavalieri Filho, o qual diz que se

verificada omissão específica, a responsabilidade da administração seria objetiva

visto que seria advinda de um dever individualizado de agir.

“Em nosso entender, quando o dano resulta da omissão específica do Estado, ou, em outras palavras, quando a inércia administrativa é causa direta e imediata do não impedimento do evento, o Estado responde objetivamente, como nos casos de morte de detento em penitenciária e acidente com aluno de colégio público durante o período de aula” (CAVALIERI FILHO, 1998, p. 169 citado por ARÊAS, 2011, p.8).

Verifica-se no exemplo citado acima da morte de detento em penitenciária um

resultado proveniente de uma situação sob responsabilidade do Estado, visto que o

mesmo assume o dever de manter a integridade física do detento quando do

cumprimento de sua pena, visto que a Lei de Execução Penal traz em seu Capítulo

IV (Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina) e Seção II (Dos Direitos) “Art. 40 -

Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos

condenados e dos presos provisórios” (BRASIL, 1984).

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56

Consoante temos o artigo 38 do Código Penal “O preso conserva todos os direitos

não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito

à sua integridade física e moral” (BRASIL, 1940).

Faria (1998, p.177) define integridade como a qualidade de ser íntegro. A palavra

“íntegro” pode apresentar vários significados, como: inteiro; completo; perfeito,

imparcial, inatacável.

Para esse autor, o entendimento de integridade para a comunidade de Direitos

Humanos é do indivíduo poder manter-se inteiro e completo, com segurança e que o

Estado não tente mudar seu modo de pensar. Diz ainda que a integridade física

permite o ser humano exercer a sua liberdade de ir e vir com segurança

(FARIA,1998, p.177).

3.9 Princípios básicos

A atuação da brigada de incêndio através dos meios de SCI deve transcorrer de

maneira eficiente e eficaz com a finalidade de extinguir o fogo. Para tanto, é

necessária a percepção de um treinamento voltado a esses princípos da

Administração.

3.9.1 Eficiência e eficácia

A aplicação dos conceitos de eficiência e eficácia deve ser considerada a fim de

atingir padrões de excelência, segundo estudos de Chiavenato (2007). Trazendo

esse conhecimento para a ação dos brigadistas frente a um incêndio, faz-se

necessário o uso desses princípios no combate e treinamento dos mesmo a fim de

se esperar a atuação adequada.

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A eficiência é verificada quando observa-se os recursos utilizados para realização da

tarefa, fazendo as coisas corretamente (CHIAVENATO, 2007). Portanto, se um foco

de incêndio pode ser extinto com utilização de 20 litros de água, e na atuação foram

utilizados 100 litros, verifica-se a inobservância desse princípio, por exemplo.

Emerson (1912, p. 130 citado por CHIAVENATO, 2007) esclarece que eficiência “é a

relação entre o que é conseguido e o que pode ser conseguido”.

Já eficácia está relacionada com o alcance dos resultados (CHIAVENATO, 2007).

Ou seja, se de acordo com o exemplo do incêncio acima, mesmo com a utilização

dos 100 litros de água, o princípio da eficácia foi alcançado, pois o objetivo de

apagar o incêndio foi atingido. Porém o melhor resultado é obtido quando esses dois

princípios são obtidos.

Diante do exposto, no contexto daqueles responsáveis por operar os meios de

prevenção contra incêndio e pânico de uma edificação, espera-se uma atuação de

forma eficiente de modo a aplicar as técnicas e recursos corretamente e de maneira

eficaz a fim de desempenhar a atividade de maneira bem sucedida.

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4 INCÊNDIOS EM CADEIAS

Nesta seção serão abordados alguns incêndios que ganharam repercursão na mídia

ocorridos em Minas Gerais e outro ocorrido na Penitenciária Estadual Feminina

(PEF) de Tucum, no Estado do Espírito Santo. Para tanto, serão utilizadas

reportagens em endereços eletrônicos como fonte de informações e no último caso

entrevista com a Diretora da unidade prisional de Tucum, Sra. Renata Poton Vieira.

4.1 Incêndios em cadeias de Minas Gerais

Nesta seção serão abordados alguns incêndios que ganharam repercursão na mídia

ocorridos em Minas Gerais. Para tanto, na maioria, serão utilizadas reportagens em

endereços eletrônicos como fonte de informações.

Em conformidade com o endereço eletrônido15 da Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Social (SEDESE), resultou em 25 mortes o incêndio ocorrido na

Cadeia Pública de Ponte Nova no dia 23 de agosto de 2007 (SEDESE, 2011).

15

http://www.social.mg.gov.br/index.php/2407-familias-de-vitimas-de-incendios-em-cadeias-publicas -serao-indenizadas-pelo-governo-de-minas.html

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59

Figura 14 - Cela da Cadeia de Ponte Nova após o incêndio do dia 23 de agosto de 2007 Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2010/11/08/interna_gerais,191246/comeca-na-terca-feira-julgamento-da-chacina-de-ponte-nova.shtml

Na FIG. 14 pode ser observada a cela da Cadeia de Ponte Nova após o incêndio. É

possível verificar que a fumaça se propagou para fora do ambiente inicial, visto a

mancha preta na parte superior das paredes.

No incêndio ocorrido na Cadeia Pública de Rio Piracicaba, no dia 1° de janeiro de

2008, oito pessoas morreram (SEDESE, 2011).

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Figura 15 - Cela da Cadeia de Rio Piracicaba durante o incêndio no dia 1° de janeiro de 2008 Fonte: http://jopopular.blogspot.com/2008/01/incndio-na-cadeia-de-rio-piracicaba.html

A FIG. 15 mostra a cela da Cadeia de Rio Piracicaba ainda sendo incendiada.

Observa-se o fato do fogo ocupar praticamente toda a área do quarto.

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Figura 16 - Cela da Cadeia de Rio Piracicaba após o incêndio do dia 1° de janeiro de 2008 Fonte: http://www.cidademais.com.br/fotos/popup.php?evento=2008/01012008incendiocadeiarp_nov a&open=075

A FIG. 16 mosta a situação da cela após ser dominada pelo fogo.

Nas vistorias realizadas no primeiro semestre de 2009 presentes no estudo de

Santos (2009), verifica-se que a Cadeia de Ponte Nova ainda não possuía PSCIP

nem AVCB, apenas hidrantes e extintores.

Decorrente dessas mortes ocorridas, foi publicado no Diário Oficial de Minas Gerais

de 24 de julho de 2009 a autorização para o Estado pagar a pensão indenizatória e

compensação às famílias das vítimas fatais dos incêndios ocorridos nas cadeias

públicas dos Municípios de Rio Piracicaba e Ponte Nova por danos morais, na

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quantia de 20 mil reais e materiais, pensão indenizatória no valor de um salário

mínimo (MINAS GERAIS, 2009)

De acordo com o site Divinews16, em 27 de junho de 2008, três adolescentes

morreram em incêndio na cadeia pública de Arcos, em Minas Gerais. Segundo os

delegados responsáveis por investigar as mortes dos referidos jovens a tragédia foi

causada por um preso que colocou fogo em colchão (DIVINEWS, 2008).

Ainda conforme esse portal eletrônico, o então deputado Sargento Rodrigues,

presidente da Comissão de Segurança Pública a cadeia de Arcos contava com

nenhum sistema de combate à incêndio, assim como em outras delegacias e

unidades prisionais.

Pouco tempo após o incêndio na Cadeia de Arcos, em 18 de agosto do mesmo ano

a cela 111 do CERESP-BH com cinco detentos foi incendiada, fatos expostos no

portal eletrônico Vote Brasil17 (VOTEBRASIL, 2008). Pelo endereço eletrônico do

Uai18, obteve-se a informação que quatro dos cinco presos morreram devido ao

incêndio (FERREIRA, 2008).

4.2 Incêndio na Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, Espírito Santo

A PEF é localizada na Rodovia José Sete, no bairro Tucum, município de Cariacica

pertencente ao Estado do Espírito Santo. É subordinada à Secretaria de Estado da

Justiça (SEJUS) e destinada ao recolhimento de detentas de acordo com sua

Diretora na entrevista a seguir.

16

http://www.divinews.com/minasgerais/geral/2339-preso-provocou-incendio-que-matou-adolescentes -na-cadeia-de-arcos.html 17

http://www.votebrasil.com/noticia/regional/morre-ferido-em-incendio-do-ceresp-da-gameleira-em-belo-horizonte 18

http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2008/08/30/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia =77531/em_noticia_interna.shtml

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Na tarde de 15 de agosto de 2011 várias presas fizeram uma rebelião e colocaram

fogo em colchões, resultando em 39 detentas com intoxicação devido à fumaça do

incêndio, as quais foram levadas para hospitais da capital capixaba. O fogo foi

controlado após uma hora de combate (HERZOG, 2011).

Figura 17 – Incêndio na Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, Estado do Espírito Santo em 15 de agosto de 2011 Fonte: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2011/08/morre-detenta-que-estava-internada-apos-rebeliao-em-presidio-do-es.html

Na FIG. 17 é possível observar o fogo se propagando além da estrutura física da

PEF.

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Após o incêndio a penitenciária foi desativada e as custodiadas transferidas para o

novo Centro de Detenção Provisória Feminino de Vila Velha, localizado no bairro

Xuri, Estado do Espírito Santo (GLOBO, 2011)19.

4.2.1 Entrevista com a Diretora da Penitenciária Estadual Feminina de Tucum,

Espírito Santo

A fim de obter maiores informações sobre a situação dos meios de prevenção contra

incêndio e pânico da PEF e atuação na evacuação e combate ao incêndio do dia 15

de agosto de 2011, foi realizada uma entrevista com a senhora Renata Poton Vieira,

Diretora da PEF via e-mail no dia 29 de setembro de 2011.

Renata trabalha na PEF desde janeiro de 2009. Respondeu que todos os agentes

penitenciários efetivos, inclusive ela mesma, participaram de treinamentos de

prevenção contra incêndios durante o curso de formação.

A Diretora disse que havia cerca de 60 agentes penitenciários na PEF, os quais

trabalhavam em regime de escala de 24 horas de serviço com folga de 72 horas.

Sendo então 15 agentes trabalhando durante o dia e a noite.

Perguntada sobre a quantidade de detentas, a entrevistada disse que o presídio de

Tucum abrigava cerca de 350 internas, número comum de detentas, mesmo a

capacidade da penitenciária sendo de 150 presas. Renata informou ainda o volume

de visitantes que podem passar pelo presídio, cerca de 80.

19

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2011/08/morre-detenta-que-estava-internada-apos-rebeliao-em-presidio-do-es.html

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65

Renata disse que houve um incêndio na PEF em 15 de agosto de 2011 e muitas

internas ficaram lesionadas, visto que a fumaça as deixou intoxicadas. Não houve

feridos com queimaduras e todas as presas foram atendidas pela equipe de saúde

no mesmo dia, e algumas foram internadas.

A Diretora informou que no dia do incêndio foi necessário retirar grades e portões

das celas, por isso a unidade ficou impossibilitada de manter as internas, as quais,

com a desativação da PEF, foram transferidas para a nova unidade prisional

feminina de Vila Velha, o Centro de Detenção Provisória Feminino de Vila Velha,

localizado no bairro Xuri, Estado do Espírito Santo, com capacidade de 544

detentas.

Como medidas de prevenção contra incêndio e pânico instaladas na PEF haviam

extintores de incêndio e hidrantes, ambos funcionando perfeitamente, e agentes

penitenciários com treinamento para caso de incêndio.

A Diretora disse que o sistema de prevenção contra incêndio foi utilizado pelos

agentes no último incêndio, porém não foram o suficiente para conter todo o fogo.

Mas, na opinião dela os equipamentos ajudaram na extinção do incêndio, na

proteção às pessoas e ao patrimônio público. Complementou dizendo que os

funcionários auxiliaram o Corpo de Bombeiros após a chegada deste.

Perguntada em quanto tempo demoraram para chamar o Corpo de Bombeiros, a

Diretora respondeu que ela mesma acionou o Centro Integrado Operacional de

Defesa Social (CIODES) assim que o incêndio iniciou, o qual acionou o Corpo de

Bombeiros que chegaram em aproximadamente 40 minutos.

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Renata falou que não houve outro incêndio na PEF e que as medidas de prevenção

contra incêndio lá instaladas ofereceram condições de atuar com segurança no

incêndio.

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5 CENTRO DE REMANEJAMENTO DE SEGURANÇA PRISIONAL DE BELO

HORIZONTE

O Centro de Remanejamento de Segurança Prisional de Belo Horizonte é localizado

na Rua Cândido Souza, número 520 do bairro Nova Gameleira no município de Belo

Horizonte, Região Oeste da capital mineira (SEDS, 2011b).

O Centro é classificado como presídio de médio porte, já que possui capacidade de

receber 404 presos. Integra a estrutura orgânica básica da SEDS e é subordinado

diretamente à SUAPI.

Foi assumido pela SUAPI em 2006 e funciona como porta de entrada do sistema

prisional em Belo Horizonte. Sua finalidade é acolher provisioriamente, classificar e

distribuir os detentos para outras unidades do sistema prisional mineiro de acordo

com a Secretaria de Estado de Governo (JUSBRASIL, 2011).

5.1 Medidas de prevenção instaladas

Santos (2009) em sua pesquisa agrupou vistorias em diversas cadeias públicas de

Minas Gerais, as quais foram realizadas no primeiro semestre do ano de 2009. Com

base nesses dados, verifica-se que o CERESP-BH não possui o Projeto de

Segurança Contra Incêndio e Pânico, ou seja, os elementos formais construtivos

relativos à prevenção contra incêndio não passaram por análise do CBMMG,

consequentemente não tem o AVCB, emitido pelo Corpo de Bombeiros quando a

edificação possui aptas as condições de segurança contra incêndio e pânico

previstas na legislação.

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Identifica-se também no estudo de Santos (2009), a existência apenas de hidrantes

e extintores. O Diretor Geral do CERESP-BH, senhor Marinho, em entrevista dada

presente nesse capítulo, confirma essa informação e acrescenta a existência de

algumas luzes de emergência assim como placas sinalizando certas saídas.

Portanto há ausência das saídas de emergências, brigada de incêndio, iluminação e

sinalização de emergência incompleta. O Diretor ainda informa a presença de uma

RTI de 60 mil litros, apesar da bomba somente funcionar com acionamento manual.

5.2 Entrevista e visita técnica com o Diretor Geral do Centro de Remanejamento de

Segurança Prisional de Belo Horizonte

As informações da visita técnica realizada com o senhor Marinho Rômulo de Avelar

Filho, Diretor Geral do CERESP-BH no dia 16 de setembro de 2011 foram

condensadas abaixo com a entrevista com o Diretor ocorrida em 19 de setembro de

2011.

Quando perguntado há quanto tempo trabalhava no CERESP-BH, respondeu que

havia quatro anos e há 18 estava no sistema prisional. Questionado se existe

brigada de incêndio no presídio, disse que não.

Outra pergunta foi se já foram executados treinamentos ou simulados de incêndio no

presídio e, se sim, com qual frequência ocorre. O entrevistado comentou que o

CERESP-BH possui apenas cinco agentes que foram treinados a manusear as

mangueiras para combate a incêndio na oportunidade da entrega de uma remessa

delas em 2009, contudo não podia afirmar se esses funcionários ainda se

encontravam trabalhando no presídio ou se haviam sido transferidos. Quanto aos

simulados de incêndio, afirmou nunca ter sido realizado nenhum na cadeia.

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Questionado sobre a área e a quantidade de funcionários do CERESP-BH, o Diretor

Geral afirmou aquela ser aproximadamente 7000 metros quadrados e a cadeia

possuir 456 servidores.

A respeito do público interno, ao ser perguntado do número aproximado de

funcionários trabalhando durante o dia e durante a noite, o senhor Marinho disse ser

pelo dia 125 e 30 a noite.

Sobre o número de presos custodiados até a data da entrevista, o Diretor afirmou

ser de 1250 presos, porém a quantidade comum é de aproximadamente 1500

detentos. Apesar de comentar da capacidade de apenas 404 vagas.

Foi perguntado qual o volume de visitantes que podem passar pelo CERESP-BH por

dia. O entrevistado confirmou ser durante os dias de semana aproximadamente 100

pessoas, já nos finais de semana 250 visitantes.

Dentro da seara da prevenção, foi perguntado ao entrevistado quais medidas de

prevenção contra incêndio e pânico estão instaladas no CERESP-BH. Como

resposta obteve-se que o Centro passou por reformas durante os anos de 2009 e

2010, sendo uma das áreas contidas nela a prevenção contra incêndio e pânico.

Diante disso afirmou ter hidrantes instalados e extintores posicionados em locais

aleatórios, como no chão e no corredor, obstruindo a saída. O Diretor comentou não

saber o melhor local para posicionar os extintores, por isso os colocaram de maneira

despadronizada.

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Contra pânico disse possuírem algumas luzes de emergência, das quais algumas,

mesmo após a reforma, encontram-se queimadas e placas sinalizando certas

escadas e saídas.

A respeito do volume da Reserva Técnica de Incêndio (RTI), água destinada ao

combate a incêndio, do presídio e se a bomba de incêndio está funcionando

adequadamente, o Diretor falou que o volume da RTI é de 60 mil litros de água, já a

bomba somente funciona através de acionamento manual.

Sobre se já houve incêndio no presídio e caso tivesse tido, quais foram os

procedimentos adotados, Marinho respondeu que já ouve fogo e na época não

tinham os hidrantes funcionando. Na oportunidade os funcionários utilizaram baldes

com água para apagar o fogo.

Disse que o incêndio ocorreu na cela 111, uma daquelas reservadas para

cumprimento de penalidades relativas a ações que desrespeitem as normas do

presídio. Os presos alocados na cela incendiada foram retirados e encaminhados à

enfermaria da unidade, onde foram realizados os primeiros socorros até a chegada

das viaturas do Sistema de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).

Questionado se há alguém treinado para remoção dos detentos em caso de incêndio

o entrevistado disse não. Arguído se, em sua opinião as medidas de prevenção

contra incêndio e pânico instaladas no CERESP-BH oferecem condições de atuar

com segurança em caso de incêndio, o mesmo respondeu não mais uma vez,

porque precisam treinar os servidores no que tange a como atuar em casos de

incêndio.

Finalizando a entrevista, perguntado se o Diretor tinha alguma sugestão para

melhorar a situação da prevenção contra incêndio e pânico no CERESP-BH, ele

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sugeriu que o CBMMG, a maior referência no assunto, ministrasse palestras ou

treinamentos para seus servidores.

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6 RESULTADOS

No dia 26 de setembro de 2011, foram aplicados 100 questionários aos servidores

do CERESP-BH a respeito de conhecimentos relativos à prevenção contra incêndio

e pânico no presídio. Esses 100 servidores da amostra correspondem a

aproximadamente 23% do total de funcionários do respectivo Centro.

Daqueles que responderam o questionário, 74 são do gênero masculino, os quais

representam 74% da amostra, e 26 do gênero feminino, representando 26%,

conforme pode ser observado do GRAF. 1.

GRÁFICO 1 – Gênero dos servidores do CERESP-BH, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Dos funcionários da amostra, 46% encontravam-se na faixa etária de 21 a 30 anos,

44% entre 31 a 40 anos e 10% possuíam entre 41 a 50 anos, de acordo com o

GRAF. 2.

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GRÁFICO 2 – Idade dos servidores do CERESP-BH, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Quanto ao tempo de serviço no CERESP-BH, verifica-se que 73% dos funcionários

trabalham no presídio há até cinco anos, enquanto os demais, 27%, entre seis e dez

anos. Percentagens extraídas do GRAF. 3 a seguir.

GRÁFICO 3 – Tempo de serviço no CERESP-BH, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

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Perguntados se sabem o que são medidas de prevenção contra incêndio e pânico,

apenas 35% dos funcionários responderam que conhecem, como pode ser visto no

GRAF. 4.

GRÁFICO 4 – Conhecimento dos servidores do CERESP-BH sobre medidas de prevenção contra incêndio e pânico, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Constata-se a partir do GRAF. 5 o fato de apenas 37% dos funcionários conhecerem

a localização das medidas de prevenção contra incêndio e pânico instaladas no

CERESP-BH. Ou seja, somente aproximandamente 56% dentro dos 65% que

sabem o que essas medidas são, sabem onde elas estão instaladas.

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GRÁFICO 5 – Conhecimento da localização das medidas de prevenção contra incêndio e pânico instaladas no CERESP-BH, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Verifica-se então que o desconhecimento do que são os sistemas de prevenção

contra incêndio e pânico não é o único motivo dos servidores não identificá-los no

CERESP-BH.

O GRAF. 6 mostra que apenas a pequena parcela de 4% dos funcionários do

CERESP-BH já participaram de treinamentos ou simulados de incêndio no presídio

até o mês de setembro de 2011.

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GRÁFICO 6 – Participação em treinamentos ou simulados de incêndio no CERESP-BH, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

O GRAF. 7 mostra que 5% dos servidores do presídio participaram alguma vez de

treinamento de remoção de detentos em caso de incêndio na cadeia até setembro

de 2011.

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GRÁFICO 7 – Participação em treinamentos de remoção de detentos em caso de incêndio no CERESP-BH, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Esse contexto apresentado principalmente pelos GRAF. 6 e GRAF. 7 representa a

falta de treinamento dos funcionários do presídio, em desacordo com a legislação

mineira, a qual exige no mínimo um exercício simulado por ano com a participação

de toda a população do presídio.

Como resultado dessa falta de treinamento, verifica-se no GRAF. 8 o

desconhecimento de 75% dos servidores do CERESP-BH das ações a serem

executadas no caso de um incêndio no presídio.

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GRÁFICO 8 – Conhecimento das ações a serem executadas no caso de um incêndio no CERESP-BH por seus funcionários, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Finalizou o questionário a pergunta se os funcionários do CERESP-BH consideram

que as medidas de prevenção contra incêndio e pânico instaladas no CERESP-BH

oferecem segurança para atuar em caso de incêndio. Contata-se no GRAF. 9 que

somente 3% responderam sim à questão.

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GRÁFICO 9 – Consideram que as medidas de segurança contra incêndio e pânico instaladas no CERESP-BH oferecem segurança para atuar em caso de um incêndio, setembro de 2011 Fonte: Elaborado pelo autor

Portanto, é visível a insegurança generalizada dos funcionários do CERESP-BH

quanto aos sistemas de prevenção contra incêndio e pânico do presídio. Uma das

possíveis causas é a falta de treinamento, corroborada por meio dos dados do

questionário.

Vale ressaltar que, mesmo se a cadeia possuísse todas as medidas de SCI impostas

pela legislação, serão os seus funcionários os agentes atuadores em um combate a

incêndio e evacuação preliminar até a chegada do Corpo de Bombeiros. Portanto,

tão importante quanto essas medidas estarem instaladas e em bom estado de

conservação e funcionamento, é o treinamento a fim de tornar os funcionários

membros da brigada de incêndio aptos a atuar nas situações referidas com

eficiência, eficácia e segurança.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho buscou referencial teórico a respeito de fogo, incêndio, amparo legal das

atividades do CBMMG, as legislações pertinentes à prevenção contra incêndio e

pânico em Belo Horizonte e em Minas Gerais assim como a classificação das

cadeias e medidas de SCI à elas impostas nas normas específicas.

Tratou também da atuação da SUAPI assim como de responsabilidade civil do

Estado. Abordou características do CERESP-BH, alguns incêndios em presídios de

Minas Gerais, e na PEF no Espírito Santo, realizou uma visita técnica e entrevista

com o Diretor Geral do CERESP-BH, Marinho Rômulo de Avelar Filho, e outra

entrevista com a Diretora da PEF, Renata Poton Vieira, direcionando estas vertentes

para a importância da instalação de meios de prevenção na preservação da

incolumidade física de detentos e funcionários, bem como na proteção do patrimônio

público.

A pesquisa objetivou verificar a importância da instalação e utilização dos meios de

prevenção contra incêndio e pânico em locais de cumprimento de penas privativas

de liberdade de Minas Gerais. Para tanto procurou identificar se o CERESP-BH

apresenta as medidas de prevenção contra incêndio e pânico exigidas pela

legislação mineira e também verificar se os funcionários da cadeia tem o treinamento

para atuar com eficiência e eficácia em caso de incêndio e pânico.

Contrariando a hipótese inicial de que as medidas de segurança contra incêndio e

pânico do presídio estariam instaladas e em bom estado de funcionamento e

conservação, bem como os funcionários conhecerem sua localização e

procedimentos de atuação quando necessário, apesar da reforma sofrida durante os

anos de 2009 e 2010, foi observado através da entrevista com seu Diretor Geral que

o CERESP-BH se mantém irregular no que tange a legislação específica.

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O Centro abriga atualmente 1250 detentos, embora seja construído para alojar 404

presos, configurando aproximadamente 210% de superlotação. Não possui o PSCIP

nem o AVCB. Apresenta hidrantes instalados, porém a bomba responsável por

pressurizar a rede encontra-se funcionando somente através de sistema manual, ou

seja, em caso de incêndio, uma pessoa terá que se deslocar por meio do caos

causado por um incêndio até ela a fim de ligá-la manualmente. Os extintores estão

presentes, porém em número insuficiente e em lugares aleatórios, como no chão e

obstruindo a passagem nos corredores. Há iluminação de emergência, porém

algumas encontram-se queimadas. A sinalização de emergência é precária, pois

estão presentes em poucas áreas da edificação. As saídas de emergência não

atendem o público da cadeia que no total podem chegar por volta de 2000 pessoas

por dia, entre presos, funcionários e visitantes.

Conforme mostrado pelos dados dos GRAF. 4, 5, 6, 7 e 8 aplicados na pesquisa, os

funcionários do CERESP-BH, em sua maioria, não possuem conhecimento e

treinamento para utilizá-los em caso de incêndio e não conhecem a localização das

medidas de segurança contra incêndio nem os procedimentos a serem adotados em

caso de fogo no presídio. Além disso, somente 3% consideram que elas oferecem

segurança na hipótese de combate, como pode ser verificado no GRAF. 9.

Segundo informações extraídas da entrevista com o Diretor Geral do CERESP-BH,

apenas cinco funcionários do Centro tiverem um treinamento na oportunidade da

entrega de umas mangueiras para combate à incêndio, nunca foi realizado nenhum

simulado de sinistro e não há servidores treinados para remoção de detentos em

caso de fogo, em desacordo com a IT-12 do CBMMG, a qual determina a presença

de brigada de incêndio nas cadeias composta por todos os funcionários.

Verifica-se a importância da instalação das medidas de SCI visto os ferimentos,

queimaduras, mortes ou os danos materiais que podem decorrer de um incêndio,

principalmente nas edificações que não apresentam essas medidas, conforme foi

visto nos incêndios apresentados neste estudo, das cadeias de Ponte Nova, Rio

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Piracicaba, Arcos e no próprio CERESP-BH, as quais não tinham instalados meios

de SCI, o que acarretou em mortes e destruição do patrimônio público, enquanto na

PEF os agentes tinham treinamento para atuação em incêndio e manusearam

corretamente os hidrantes e extintores, embora estes não haviam em número

suficiente, e puderam auxiliar o Corpo de Bombeiros no controle do fogo,

sustentando mais uma vez a importância da instalação e utilização dos meios de

prevenção contra incêndio e pânico nas cadeias para extinção de incêndios.

O presídio tem o dever de manter a integridade física do detento e o Estado pode

ser responsabilizado civilmente caso seja omisso no cumprimento das normas

legais, de acordo com a visualização da decisão transitada em julgado das

indenizações pagas pelo Estado de Minas Gerais às vítimas dos incêndios nas

cadeias de Ponte Nova e Rio Piracicaba, sustentando a importância da instalação e

utilização das medidas de prevenção contra incêndio e pânico nos locais de

cumprimento de penas privativas de liberdade.

Portanto é proposto através desse estudo um convênio por parte doCERESP-BH

com o CBMMG, a fim desta instituição oferecer treinamento de brigadista para os

funcionários dessa cadeia e assimilação da temática prevenção, já que com essa

capacitação o resultado do uso dos equipamentos é potencializado, tornando o

conjunto das medidas de prevenção contra incêndio, em bom estado de

conservação e funcionamento, com o treinamento dos agentes o somatório ideal a

fim de alcançar a proteção das vidas e do patrimônio público envolvidos no

CERESP-BH.

Outra sugestão é o presídio contratar profissionais ou empresas prestadoras de

serviços na área da prevenção contra incêndio e pânico a fim de adequá-lo à norma

específica vigente.

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Em adição, propõe-se um estudo de adequação da norma de prevenção contra

incêndio e pânico de Minas Gerais para acrescentar às suas exigências os

detectores de fumaça nas celas das cadeias, acompanhando a tendência mundial

nesse ramo, devido a eficiência desse meio na identificação precoce do fogo em sua

fase incipiente assim como sua localização, facilitando o combate nos quesitos

tempo e materias.

Contudo o presente estudo não visa esgotar todas as questões ligadas ao tema

proposto, sendo assim sugere-se também a execução de novas pesquisas nessa

área com a finalidade de cada vez mais suprir suas demandas.

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APÊNDICE A

Roteiro da entrevista com o Diretor Geral do CERESP-BH

ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR

Como discente do Curso de Formação de Oficiais, estou realizando um estudo sobre

o nível de conhecimento relativo ao sistema de prevenção contra incêndio e pânico

junto aos funcionários do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional de Belo

Horizonte (CERESP-BH), objetivando embasar meu trabalho de pesquisa sobre o

tema: Centro de Remanejamento do Sistema Prisional de Belo Horizonte: um

estudo sobre a importância da instalação e utilização dos meios de prevenção

contra incêndio e pânico em locais de cumprimento de penas privativas de

liberdade.

Para tanto, peço ao senhor que responda com calma as questões, lendo-as

atentamente e, acima de tudo, expresse seu verdadeiro posicionamento sobre as

perguntas, a fim de tornar a pesquisa o mais próximo possível da realidade.Fica

facultado ao senhor deixar de responder qualquer pergunta.

Obrigado pela colaboração.

Felipe Mancini Pereira, Cadete BM

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1) Há quanto tempo trabalha no CERESP-BH?

2) Existe Brigada de incêndio no CERESP-BH?

3) Já foram executados treinamentos ou simulados de incêndio no presídio? Se sim,

com qual frequência?

4) Qual é a área do CERESP-BH?

5) Quantos funcionários existem no CERESP-BH?

6) Qual o número aproximado de funcionários durante o dia e durante a noite?

7) Qual a quantidade de presos hoje?

8) Qual é a quantidade comum de presos?

9) Qual a capacidade de presos do presídio?

10) Qual o volume de visitantes que podem passar pelo presídio por dia?

11) Quais medidas de prevenção contra incêndio e pânico estão instaladas no

CERESP-BH?

12) Já houve algum incêndio no CERESP-BH? Houve vítimas fatais? Quais foram os

procedimentos adotados?

13) Qual o volume da Reserva Técnica de Incêndio (água destinada ao combate a

incêndio) do presídio? A bomba de incêndio está funcionando adequadamente?

14) Há alguém treinado para remoção dos detentos em caso de incêndio?

15) Na opinião do senhor, as medidas instaladas oferecem condições de atuar com

segurança em caso de incêndio?

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16) O senhor tem alguma sugestão para melhorar a situação da prevenção contra

incêndio e pânico no CERESP-BH?

17) O Sr. tem alguma informação ou comentário a fazer que não foi abordado nas

perguntas?

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APÊNDICE B

Roteiro da entrevista com a Diretora da PEF de Tucum, Estado do Espírito

Santo

ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR

Como discente do Curso de Formação de Oficiais, estou realizando um trabalho

de conclusão de curso (TCC) sobre o nível de conhecimento relativo ao sistema

de prevenção contra incêndio e pânico junto aos funcionários do Centro de

Remanejamento do Sistema Prisional de Belo Horizonte (CERESP-BH),

objetivando embasar meu trabalho de pesquisa sobre o tema: Centro de

Remanejamento do Sistema Prisional de Belo Horizonte: um estudo sobre a

importância da instalação e utilização dos meios de prevenção contra incêndio e

pânico em locais de cumprimento de penas privativas de liberdade.

Uma vez que recentemente ocorreu um incêndio no presídio sob sua direçaõ e

como forma de incrementar ainda mais meu trabalho monográfico, solicito a sua

colaboração em responder um questionário sobre alguns conhecimentos de

prevenção contra incêndio e pânico nos presídios.

Ressalto a importância deste trabalho por termos a possibilidade de melhorar

ainda mais a segurança contra incêndio e pâncio nos presídios do estado de

Minas Gerais e de nosso estado: Espírito Santo. Haja vista que sou natural de

Vitória e tenho grande estima e preocupação em manter a segurança de nosso

povo capixaba.

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Obrigado pela colaboração.

Felipe Mancini Pereira, Cadete BM

1) Há quanto tempo a sra. trabalha no TUCUM?

2) Existe Brigada de incêndio no TUCUM?

3) Já foram executados treinamentos ou simulados de incêndio no presídio? Se sim,

com qual frequência?

4) Qual é a área do presídio?

5) Quantos funcionários existem no TUCUM?

6) Qual o número aproximado de funcionários durante o dia e durante a noite?

7) Qual a quantidade de presos hoje?

8) Qual é a quantidade comum de presos?

9) Qual a capacidade de presos do presídio?

10) Qual o volume de visitantes que podem passar pelo presídio por dia?

11) Quais medidas de prevenção contra incêndio e pânico estão instaladas no

TUCUM?

12) Qual o volume da Reserva Técnica de Incêndio (água destinada ao combate a

incêndio) do presídio? A bomba de incêndio está funcionando adequadamente?

13) Há alguém treinado para remoção dos detentos em caso de incêndio?

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14) O sistema de prevenção contra incêndio foi utilizado no último incêndio? Se sim,

quais?

15) Na opnião da sra, os equipamentos ajudaram na extinção do incêndio, na

proteção ao bens materiais e humanos?

16) Algum ao ser utilizado foi verificado que não funcionava?

17) Demoraram quanto tempo para chamar o Corpo de Bombeiros?

18) Em quanto tempo eles chegaram?

19) Já houve algum outro incêndio no TUCUM? Houve vítimas fatais? Quais foram

os procedimentos adotados?

20) Na opinião da senhora, as medidas instaladas oferecem condições de atuar com

segurança em caso de incêndio?

21) A senhora tem alguma sugestão para melhorar a situação da prevenção contra

incêndio e pânico no TUCUM?

22) A Sra. tem alguma informação ou comentário a fazer que não foi abordado nas

perguntas?

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APÊNDICE C

Questionário aplicado aos funcionários do CERESP-BH

ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR

Como discente do Curso de Formação de Oficiais, estou realizando um estudo sobre

o nível de conhecimento relativo ao sistema de prevenção contra incêndio e pânico

junto aos funcionários do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional de Belo

Horizonte (CERESP-BH), objetivando embasar meu trabalho de pesquisa sobre o

tema: Centro de Remanejamento do Sistema Prisional de Belo Horizonte: um

estudo sobre a importância da instalação e utilização dos meios de prevenção

contra incêndio e pânico em locais de cumprimento de penas privativas de

liberdade.

Para tanto, peço ao senhor que responda com calma as questões, lendo-as

atentamente e, acima de tudo, expresse seu verdadeiro posicionamento sobre as

perguntas, a fim de tornar a pesquisa o mais próximo possível da realidade.Fica

facultado ao senhor deixar de responder qualquer pergunta. Não é preciso

identificar-se.

Obrigado pela colaboração.

Felipe Mancini Pereira, Cadete BM

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1) Gênero.

( ) Masculino ( ) Feminino

2) Idade.

( ) Abaixo de 18 anos ( ) entre 18 e 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a

40 anos ( ) de 41 a 50 anos ( ) acima de 50 anos

3) Há quanto tempo trabalha no CERESP-BH?

( ) Até 5 anos ( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 15 anos ( ) de 16 a 20 anos ( )

de 21 a 25 anos ( ) de 26 a 30 anos ( ) acima de 31 anos

4) O senhor sabe o que são medidas de prevenção contra incêndio e pânico?

( ) Sim ( ) Não

5) Sabe onde essas medidas estão instaladas no CERESP-BH?

( ) Sim ( ) Não

6) Já participou de treinamentos ou simulados de incêndio no presídio?

( ) Sim ( ) Não

7) Já foi treinado para remoção dos detentos em caso de incêndio?

( ) Sim ( ) Não

8) O senhor saberia o que fazer se houvesse um incêndio no CERESP-BH?

( ) Sim ( ) Não

9) Na opinião do senhor, as medidas de segurança contra incêndio e pânico

instaladas no CERESP-BH oferecem condições de atuar com segurança em

caso de incêndio?

( ) Sim ( ) Não