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Bilateral Ministro russo visita Brasil e abre novas possibilidades para caças de quinta geração no país Em visita ao Brasil em ou- tubro, o ministro da Defesa russo, Serguêi Choigu, reu- niu-se com seu homólogo bra- sileiro, o diplomata Celso Amorim. Além dos laços po- líticos já estabelecidos em en- contros anteriores e no âm- bito do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os países focaram nas pers- pectivas de cooperação técnico-militar. Às vésperas da chegada do ministro da Defesa russo, já se falava na imprensa sobre a assinatura de um contrato no valor de R$ 2 bilhões para a compra do sistema de defe- sa antiaérea Pantsir-S1 pelo Brasil. O acordo também prevê a transferência de tecnologia. “A Rússia, cujos principais parceiros no mercado de armas eram China e Índia, está revendo suas prioridades, atribuindo maior importân- cia à América Latina. E o Bra- sil, país tecnologicamente de- senvolvido, com sua própria indústria aeroespacial, não tem interesse em comprar sim- Ministro da Defesa brasileiro Celso Amorim (esq.) e seu homólogo russo Serguêi Choigu (dir.) durante encontro em Brasília em outubro Defesa russa visita o Brasil Cadeias femininas Ativista entra em greve de fome contra situação Brasileira do Greenpeace também está detida na Rússia, em prisão descrita como insalubre por outro membro da organização. No final de setembro, Nade- jda Tolokônnikova, uma das componentes da banda punk Pussy Riot, presa depois de um concerto dentro da prin- cipal catedral do país, escre- Pussy Riot põe prisões em evidência Depois de cumprir pe- na, detentas raramente reincidem, diz diretor de centro de so- ciabilização MARINA OBRAZKOVA, LIUDMILA NAZDRATCHIOVA GAZETA RUSSA Contrariando as previsões do economista norte-americano Nouriel Roubini, que profe- tizou um futuro decadente para os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), especialistas afirmam que o esgotamento do grupo como força motriz da economia global está longe de ser atingido. Até recentemente, o Brics registrava crescimento eco- nômico mais rápido que o do grupo das sete maiores eco- nomias mundiais, o G7. Hoje, no entanto, a desaceleração econômica que afeta os paí- ses ricos e os emergentes tam- bém toca os Brics. O otimismo dos especialis- tas em relação ao futuro do Brics tem como base alguns pilares, dos quais o principal é o crescimento do consumo interno nos países do grupo devido ao aumento da popu- lação e do número de milio- nários, assim como mudan- ças no perfil de consumo. “Os países do Brics se tor- naram grandes mercados de escoamento com crescente Economia Países atraem investimentos Especialistas mostram otimismo com grupo, sobretudo pelo crescimento do consumo interno devido ao aumento da população. Brics mantêm relevância VÍKTOR KUZMIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA P.4 No topo da telefonia barata Rússia tem telefonia celular mais barata da Europa, enquanto o Brasil, a mais cara do mundo, segundo ranking da ONU P.3 QUARTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2013 O melhor da gazetarussa.com.br Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES www.rbth.ru NOTAS Um lote de objetos “espiões” foi barrado na alfândega do aeroporto internacional de São Petersburgo, onde funcionários perceberam que as características descritas nos docu- mentos diferiam do peso real das embalagens. Ao verificar o material, foi constada a pre- sença de chips embutidos para distribuir spams e vírus de computador. “Nenhum administrador de sistemas con- seguiria identificar esses ataque porque eles são realizados dentro da empresa, e não por meio da internet”, explicou Gleb Pavlov, di- retor-técnico de uma companhia de despa- cho aduaneiro russa. Acredita-se que 30 tipos de eletrodomés- ticos, telefones e câmeras de vídeo para au- tomóveis do primeiro lote já tenham sido enviados a varejistas de São Petersburgo, podendo alcançar outras regiões do país. Vesti.ru Objetos “espiões” chineses barrados Em uma iniciativa inédita, a comunidade “Irmão por Irmã” oferece proteção e acom- panhamento a mulheres até suas casas em 26 cidades russas. Inseguras, muitas dessas jovens moradoras de grandes cidades car- regam sprays de pimenta na bolsa para evi- tar ataques de estupradores. O grupo de proteção foi fundado há um ano em São Petersburgo pelo empresário Denis Chôtikov, 29 anos. Morando em um bairro afastado, onde mantinha um clube de equitação com amigos, ele teve a ideia ao observar a insegurança das alunas. “Grande parte de nossos alunos eram ga- rotas. Resolvemos começar a acompanhá- -las até suas casas e percebemos tudo o que as mulheres enfrentam nas ruas da cidade. Foi assim que nasceu a ideia de criar uma comunidade para ajudá-las”, conta Chotikov. Natália Radúlova, Ogoniók Paciente com câncer incurável em um hos- pital de Moscou, Aleksêi Anítchkin, 29 anos, teve uma surpresa: fã da banda de rock Scor- pions, ele recebeu um telefonema de Klaus Meine, o vocalista do grupo, que fez uma apresentação exclusiva de “Holiday”, um de seus clássicos. O paciente tentou cantar junto com o ídolo, mas não conseguiu. “Aleksêi tem câncer em estado avançado, não consegue se levantar e tem dificuldades respiratórias”, explica um informe do Fundo Lida Moniava. O sonho foi realizado graças ao chefe de programas infantis do fundo, que teve um post com o pedido a Meine compartilhado por mais de 5 mil pessoas nas redes sociais em menos de 24 horas. Newsru.com Voluntários protegem mulheres em 26 cidades Vocalista do Scorpions canta para paciente russo Próxima edição 20 de novembro IVAN KARTACHOV GAZETA RUSSA Reunião com ministro da Defesa da Rússia em Brasília fortalece cooperação técnico- militar e define prazos para compra de sistemas de segurança russos. veu uma carta aberta denun- ciando casos de maus-tratos às detentas e ameaças de morte por parte da diretoria do presídio – e declarou greve de fome. Os diretores refu- taram as acusações, alegan- do que a situação das deten- tas na prisão, situada na Mordóvia “não difere da de colônias penais em outras re- giões do país”. Ainda assim, o Conselho de Direitos Hu- manos junto à presidência russa exigiu uma averigua- ção das condições das detentas. Em Ivânovo Na Rússia, há hoje cerca de 58 mil mulheres encarcera- das. Para entender essa re- alidade, a Gazeta Russa vi- sitou um presídio feminino na unidade federativa de Ivânovo, cerca de 300 km a nordeste de Moscou, seme- lhante ao local onde Tolokô- nnikova está presa. Perto de uma muralha alta de aço, três enormes pasto- res-alemães latem ferozmen- te para uma fila de detentas. As mulheres param sem dizer uma só palavra. Uma cerca separa a área das celas de uma oficina de costura onde as presidiárias trabalham. “Abram as maletas”, grita uma agente penitenciária. As detentas obedecem e abrem suas maletas e sacos de plás- tico, mostrando um par de sapatos para o uso no inte- rior do presídio e um unifor- me de trabalho. A guarda re- vista cada uma delas, procedimento padrão ao en- trar e sair da oficina. “A medida visa impedir que as detentas levem da ofi- cina coisas que possam ser usadas como arma em bri- gas. As mulheres costumam ser mais violentas que os ho- mens”, diz a guarda. Nos quartos, panos mo- lhados estão pendurados por diversos fios esticados. O piso de madeira rangendo de um longo corredor está cheio de bacias com roupas molhadas. “Tirem essa porcaria sem CONTINUA NA PÁGINA 2 CONTINUA NA PÁGINA 3 CONTINUA NA PÁGINA 2 potencial para startups bem-sucedidas na indústria de tecnologia da informa- ção, multinacionais dos EUA e da Europa Ociden- tal”, disse à Gazeta Russa o membro da Academia Russa de Economia, Emil Martirosian. O segundo fator é a trans- formação e modernização da indústria para a circulação mais rápida de bens e servi- ços, seguido da participação ativa do Estado na elabora- ção de uma política econô- mica e, por isso, o aumento de investimentos públicos na economia sob as mais diver- sas formas. Já o último motivo de oti- mismo é o almejado fim da recessão de dois anos da União Europeia e a acele- ração econômica dos EUA. Ranking interno A China deverá manter a li- derança econômica entre os Brics em termos de cresci- mento do PIB, com aumen- to previsto de 7,4% para 2014 – de acordo com esti- mativas do Instituto Skôlko- vo, da Rússia– a 8,2%, na conta do FMI (Fundo Mo- netário Internacional). O segundo lugar do ranking deve ser ocupado pela Novela de autor russo ganha tempero brasileiro em montagem no subsolo do Centro Cultural São Paulo Os sertões de Tchekhov Leia as notícias mais fresquinhas no site Leia as notícias mais fresquinhas no site www.gazetarussa.com.br Leia as notícias mais fresquinhas no site REUTERS PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO © RIA NOVOSTI DIVULGAÇÃO

Bilateral Defesa russa visita o Brasil - cdn.rbth.com · se falava na imprensa sobre a assinatura de um contrato no valor de R$ 2 bilhões para ... tar ataques de estupradores. O

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Page 1: Bilateral Defesa russa visita o Brasil - cdn.rbth.com · se falava na imprensa sobre a assinatura de um contrato no valor de R$ 2 bilhões para ... tar ataques de estupradores. O

Bilateral Ministro russo visita Brasil e abre novas possibilidades para caças de quinta geração no país

Em visita ao Brasil em ou-tubro, o ministro da Defesa russo, Serguêi Choigu, reu-niu-se com seu homólogo bra-sileiro, o diplomata Celso Amorim. Além dos laços po-líticos já estabelecidos em en-contros anteriores e no âm-bito do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os países focaram nas pers-pectivas de cooperação técnico-militar.

Às vésperas da chegada do ministro da Defesa russo, já se falava na imprensa sobre a assinatura de um contrato no valor de R$ 2 bilhões para a compra do sistema de defe-sa antiaérea Pantsir-S1 pelo Brasil. O acordo também prevê a transferência de tecnologia.

“A Rússia, cujos principais parceiros no mercado de armas eram China e Índia, está revendo suas prioridades, atribuindo maior importân-cia à América Latina. E o Bra-sil, país tecnologicamente de-senvolvido, com sua própria indústria aeroespacial, não tem interesse em comprar sim-

Ministro da Defesa brasileiro Celso Amorim (esq.) e seu homólogo russo Serguêi Choigu (dir.) durante encontro em Brasília em outubro

Defesa russa visita o Brasil

Cadeias femininas Ativista entra em greve de fome contra situação

Brasileira do Greenpeace também está detida na Rússia, em prisão descrita como insalubre por outro membro da organização.

No fi nal de setembro, Nade-jda Tolokônnikova, uma das componentes da banda punk Pussy Riot, presa depois de um concerto dentro da prin-cipal catedral do país, escre-

Pussy Riot põe prisões em evidência

Depois de cumprir pe-na, detentas raramente reincidem, diz diretor de centro de so-ciabilização

MARINA OBRAZKOVA, LIUDMILA NAZDRATCHIOVAGAZETA RUSSA

Contrariando as previsões do economista norte-americano Nouriel Roubini, que profe-tizou um futuro decadente para os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), especialistas afi rmam que o esgotamento do grupo como força motriz da economia global está longe de ser atingido.

Até recentemente, o Brics registrava crescimento eco-nômico mais rápido que o do grupo das sete maiores eco-nomias mundiais, o G7. Hoje, no entanto, a desaceleração econômica que afeta os paí-ses ricos e os emergentes tam-bém toca os Brics.

O otimismo dos especialis-tas em relação ao futuro do Brics tem como base alguns pilares, dos quais o principal é o crescimento do consumo interno nos países do grupo devido ao aumento da popu-lação e do número de milio-nários, assim como mudan-ças no perfi l de consumo.

“Os países do Brics se tor-naram grandes mercados de escoamento com crescente

Economia Países atraem investimentos

Especialistas mostram otimismo com grupo, sobretudo pelo crescimento do consumo interno devido ao aumento da população.

Brics mantêm relevância

VÍKTOR KUZMINESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

P.4

No topo da telefonia barataRússia tem telefonia celular mais barata da Europa, enquanto o Brasil, a mais cara do mundo, segundo ranking da ONU

P.3

QUARTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2013

O melhor da gazetarussa.com.br

Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

PRODUZIDO PORRUSSIA BEYONDTHE HEADLINESwww.rbth.ru

NOTAS

Um lote de objetos “espiões” foi barrado na alfândega do aeroporto internacional de São Petersburgo, onde funcionários perceberam que as características descritas nos docu-mentos diferiam do peso real das embalagens.

Ao verifi car o material, foi constada a pre-sença de chips embutidos para distribuir spams e vírus de computador.

“Nenhum administrador de sistemas con-seguiria identifi car esses ataque porque eles são realizados dentro da empresa, e não por meio da internet”, explicou Gleb Pavlov, di-retor-técnico de uma companhia de despa-cho aduaneiro russa.

Acredita-se que 30 tipos de eletrodomés-ticos, telefones e câmeras de vídeo para au-tomóveis do primeiro lote já tenham sido enviados a varejistas de São Petersburgo, podendo alcançar outras regiões do país.

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Objetos “espiões” chineses barrados

Em uma iniciativa inédita, a comunidade “Irmão por Irmã” oferece proteção e acom-panhamento a mulheres até suas casas em 26 cidades russas. Inseguras, muitas dessas jovens moradoras de grandes cidades car-regam sprays de pimenta na bolsa para evi-tar ataques de estupradores.

O grupo de proteção foi fundado há um ano em São Petersburgo pelo empresário Denis Chôtikov, 29 anos. Morando em um bairro afastado, onde mantinha um clube de equitação com amigos, ele teve a ideia ao observar a insegurança das alunas.

“Grande parte de nossos alunos eram ga-rotas. Resolvemos começar a acompanhá--las até suas casas e percebemos tudo o que as mulheres enfrentam nas ruas da cidade. Foi assim que nasceu a ideia de criar uma comunidade para ajudá-las”, conta Chotikov.

Natália Radúlova, Ogoniók

Paciente com câncer incurável em um hos-pital de Moscou, Aleksêi Anítchkin, 29 anos, teve uma surpresa: fã da banda de rock Scor-pions, ele recebeu um telefonema de Klaus Meine, o vocalista do grupo, que fez uma apresentação exclusiva de “Holiday”, um de seus clássicos.

O paciente tentou cantar junto com o ídolo, mas não conseguiu. “Aleksêi tem câncer em estado avançado, não consegue se levantar e tem difi culdades respiratórias”, explica um informe do Fundo Lida Moniava. O sonho foi realizado graças ao chefe de programas infantis do fundo, que teve um post com o pedido a Meine compartilhado por mais de 5 mil pessoas nas redes sociais em menos de 24 horas.

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Voluntários protegem mulheres em 26 cidades

Vocalista do Scorpions canta para paciente russo

Próxima edição

20de novembro

IVAN KARTACHOVGAZETA RUSSA

Reunião com ministro da Defesa da Rússia em Brasília fortalece cooperação técnico-militar e define prazos para compra de sistemas de segurança russos.

veu uma carta aberta denun-ciando casos de maus-tratos às detentas e ameaças de morte por parte da diretoria do presídio – e declarou greve de fome. Os diretores refu-taram as acusações, alegan-do que a situação das deten-tas na prisão, situada na Mordóvia “não difere da de colônias penais em outras re-giões do país”. Ainda assim, o Conselho de Direitos Hu-manos junto à presidência russa exigiu uma averigua-

ção das condições das detentas.

Em IvânovoNa Rússia, há hoje cerca de 58 mil mulheres encarcera-das. Para entender essa re-alidade, a Gazeta Russa vi-sitou um presídio feminino na unidade federativa de Ivânovo, cerca de 300 km a nordeste de Moscou, seme-lhante ao local onde Tolokô-nnikova está presa.

Perto de uma muralha alta de aço, três enormes pasto-res-alemães latem ferozmen-te para uma fi la de detentas. As mulheres param sem dizer uma só palavra. Uma cerca separa a área das celas de uma ofi cina de costura onde as presidiárias trabalham.

“Abram as maletas”, grita uma agente penitenciária. As detentas obedecem e abrem suas maletas e sacos de plás-tico, mostrando um par de sapatos para o uso no inte-rior do presídio e um unifor-me de trabalho. A guarda re-v ista cada uma delas, procedimento padrão ao en-trar e sair da ofi cina.

“A medida visa impedir que as detentas levem da ofi -cina coisas que possam ser usadas como arma em bri-gas. As mulheres costumam ser mais violentas que os ho-mens”, diz a guarda.

Nos quartos, panos mo-lhados estão pendurados por diversos fios esticados. O piso de madeira rangendo de um longo corredor está cheio de bacias com roupas molhadas.

“Tirem essa porcaria sem

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potencial para startups bem-sucedidas na indústria de tecnologia da informa-ção, multinacionais dos EUA e da Europa Ociden-tal”, disse à Gazeta Russa o membro da Academia Russa de Economia, Emil Martirosian.

O segundo fator é a trans-formação e modernização da indústria para a circulação mais rápida de bens e servi-ços, seguido da participação ativa do Estado na elabora-ção de uma política econô-mica e, por isso, o aumento de investimentos públicos na economia sob as mais diver-sas formas.

Já o último motivo de oti-mismo é o almejado fi m da recessão de dois anos da União Europeia e a acele-ração econômica dos EUA.

Ranking internoA China deverá manter a li-derança econômica entre os Brics em termos de cresci-mento do PIB, com aumen-to previsto de 7,4% para 2014 – de acordo com esti-mativas do Instituto Skôlko-vo, da Rússia– a 8,2%, na conta do FMI (Fundo Mo-netário Internacional).

O segundo lugar do ranking deve ser ocupado pela

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BRPolítica e Sociedade

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Uma pesquisa realizada em agosto deste ano mostra que 66% dos russos não querem saber de política. Realizada pelo Centro Levada, o estu-do revela que 34% dos en-trevistados declaram ser “indiferentes” à política, en-quanto 29% disseram não ter “interesse em processos políticos”.

Especialistas acreditam que isso ocorra porque a maior parte da população está focada em seus proble-mas cotidianos e desconfi a do governo.

“A maioria dos russos está tentando sobreviver. Por-tanto, eles estão mais pre-ocupados com o problema da pobreza, da alta dos pre-ços dos serviços públicos e dos alimentos e com seus baixos salários”, diz o so-ciólogo Oleg Saveliev, do Centro Levada. “Quando as

Pesquisa Para analistas, falta tradição política por inexistência de partidos na era soviética

nômico ao cultural, e pro-voca o desinteresse pela política.

As pessoas que, apesar de tudo, se interessam pela po-lítica apresentam algumas caraterísticas comuns: são consideradas “classe média urbana”, como explica o pes-quisador do Instituto de So-ciologia da Academia de Ci-ências da Rússia, Leônti Brizgalov.

Essa categoria inclui pes-soas com renda e nível de

educação mais elevados e moradores de grandes cidades.

“Como resultado, muitos russos têm a sensação de que a política é para os ricos e que as pessoas comuns não têm nada a esperar dela por-que esse assunto não tem a ver com seus interesses nem problemas”, acrescenta Brizgalov.

Falta de tradiçãoDe acordo com Saveliev, a maioria dos russos simples-mente não entende o que a competição política é nem por que ela é necessária. “Nunca tivemos tradições de luta política no país, nem na Rússia antiga nem na União Soviética havia par-tidos políticos”, explica Saveliev.

Para Brizgalov, no entan-to, apesar de essa opinião ter sido reforçada nos últi-mos 20 anos, os anos 1990 foram marcados por um grande interesse da popu-lação pela política.

“Desde então, porém, as pessoas se sentem afastadas do governo do país, consi-derando que todas as ques-tões políticas são resolvidas por um círculo muito estrei-to e que nada depende de sua opinião nem de seus votos nas eleições. Portan-to, tudo o que está associa-do à política é visto pela po-pulação como elemento decorativo, e a política passa a interessar somente àque-les que nela estão direta-mente envolvidos”, diz Brizgalov.

ReviravoltaA atitude dos russos para com a política, porém, não é uma constante. Para Lvov, do VTsIOM, o posicionamen-to do cidadão russo quanto à política pode sofrer uma reviravolta.

“Isso pode acontecer quando elas tomarem co-nhecimento de que irregu-laridades incompatíveis com suas noções de moralidade ou da ordem pública estão acontecendo”, diz ele.

Mesmo assim, especialis-tas apontam uma tendência positiva observada nos úl-timos 18 meses, com aumen-to do interesse devido a acontecimentos nacionais.

“Eu diria que o interesse da população pela política começou a crescer após os acontecimentos na Praça Bolôtnaia”, afi rma.

O local foi palco dos maio-res protestos desde a era so-viética, após alegações de fraudes nas eleições parla-mentares em dezembro de 2011.

“A sociedade começou a se aquecer. Além disso, a nova geração quer ser ouvi-da e não está interessada na estagnação. As pessoas co-meçam a desejar mudanças e a infl uenciar a situação no país”, garante Brizgalov.

Dois terços dos russos não se interessam por política

Alguns especialistas apontam possibilidade de mudança em indicadores com demonstrações iniciadas em 2011

Uma das principais causas pela falta de interesse por política, segundo estudo, é desconfiança no governo.

DÁRIA LIUBÍNSKAIAESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

O sentimento político entre os russos

higiene daqui! Querem pas-sar algum tempo na solitá-ria?”, grita outra funcionária da equipe de segurança.

As moças se mexem rapi-damente para organizar o es-paço, e a sensação é a de se estar em um alojamento co-letivo feminino da era soviética.

Pelo regulamento, todas as detentas devem trabalhar na oficina de costura. Mas um grupo de ciganas se mantém à parte, apenas cortando os fios pendurados de peças prontas. A diretoria não lhes confi a máquinas de costura.

Quase todas as ciganas estão cumprindo penas por tráfi co de drogas e, nos últi-mos anos, o seu número vem crescendo.

Com saias azuis abaixo do joelho, jaquetas largas e len-ços brancos, as presidiárias parecem todas iguais. Apenas Alina, 20 anos, destaca-se de outras detentas que enchem a ofi cina de costura.

Seu cabelos “dreadlocks” escapando do lenço, além dos piercings no nariz e na sobran-celha, são uma recordação de sua vida em liberdade, quan-do frequentava discotecas e shows de rock.

“Nunca pensei que pudes-se estar um dia aqui, entre cri-minosas. É um pesadelo”, diz Alina.

“Mas o pior é que na prisão o pessoal se divide em grupos. Você tem que ter coragem para se defender. Esses grupos co-laboram com a diretoria da colônia para ter mais facili-dades em controlar as demais detentas.”

Alina estudou química e

vendia drogas leves enquan-to cursava a faculdade. Foi condenada a três anos de ca-deia e teve sua vida comple-tamente alterada após chegar à prisão.

“Vivia tensa nos seis pri-meiros meses. Agora conse-gui mais ou menos controlar minha situação”, diz.

Sem reincidênciaDiretor do mais antigo centro de sociabilização de presos da Rússia, Aleksandr Egorov afi rma que as mulheres quase nunca voltam a cometer cri-mes após a prisão.

“Raramente somos aborda-dos por mulheres reinciden-tes. Na maioria das vezes, são criminosas de longa data com as quais é impossível traba-lhar, embora o governo pre-tenda criar um centro espe-cial para elas”, diz Egorov.

Por outro lado, a presiden-te da Fundação Inter-Regio-nal de Assistência a Reclusos, Maria Kannabikh, confi rma a existência de problemas nas colônias penais femininas russas.

“Tolokônnikova tem razão em dizer que o sistema peni-tenciário russo deve ser aper-feiçoado para se tornar mais humano. Mas, infelizmente, temos muitas colônias penais com problemas. Em muitas delas, os detentos trabalham mais de oito horas por dia”, diz.

“Eles trabalham de 10 a 11 horas por dia, recebendo sa-lários iguais aos dos funcio-nários contratados. Alguns deles me disseram receberem sete mil rublos [cerca de R$ 480] por mês, como os funcio-nários da cantina”, acrescen-ta Kannabikh.

Prisões femininas entram na ordem do dia CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

plesmente ‘máquinas acaba-das’”, explica o especialista em assuntos militares Dmí-tri Litóvkin.

A expectativa é que, den-tro de um ou dois meses, es-pecialistas militares brasilei-ros viajem à Rússia para iniciar a fase fi nal das nego-ciações. O documento que irá formalizar o acordo deverá ser assinado, segundo proje-ção do Ministério da Defesa brasileiro, em meados de 2014.

Para a visita de outubro, também havia sido divulga-do um possível acordo para fornecimento de sistemas de mísseis antiaéreos portáteis russos Igla-S, que acabou não acontecendo.

“Primeiro passo”Amorim declarou que a aqui-sição de sistemas de defesa antiaérea e de helicópteros MI-35 (das 12 aeronaves com-pradas, 9 já estão na Força

Aérea Brasileira) é o primei-ro passo rumo a projetos mais ambiciosos. Apelidados de “tanques voadores”, os heli-cópteros valem R$ 50 milhões a unidade.

Os ministros da Defesa dis-cutiram também a questão da formação e treino conjun-to de ofi ciais em academias militares dos dois países, in-cluindo a possibilidade de troca de experiências entre os militares das tropas aero-transportadas da Rússia e do Exército brasileiro.

“Discutimos questões de intercâmbio entre militares dos dois países, inclusive com o ensino da língua portugue-sa e do russo para poder au-mentar realmente essa coo-peração”, disse o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim.

Nesse contexto, Choigu propôs o intercâmbio de in-formações referentes à segu-rança em grandes eventos como as Olimpíadas e a Copa,

“Há dúvidas sobre o êxito desse processo. Algumas coi-sas fogem da vontade das par-tes, já que é preciso ter uma comunidade de engenheiros, uma comunidade de acadê-micos, uma comunidade de pesquisadores dos dois paí-ses que conversem uma com

a outra, para que eles tenham condições de compartilhar o aprendizado”, diz Antônio Jorge Ramalho, professor de relações internacionais da UnB (Universidade de Brasília).

Para Choigu, há duas op-ções de cooperação nessa área. A primeira é a criação conjunta de uma aeronave de nova geração a partir de pro-

jetos russos. A segunda é con-vidar engenheiros brasileiros a participar dos trabalhos já iniciados. Nesse caso, pode-ria se tratar de uma transfe-rência sob leasing do T50.

Caça de quinta geração, o T50 supera em alguns parâ-metros o F22 norte-america-no. Muitas das tecnologias utilizadas na aeronave foram testadas e estão sendo usa-das no Su35, rejeitado pelo Brasil no âmbito do progra-ma FX2 – a licitação para compra de 36 caças no valor de R$ 8 bilhões.

Também foi proposta uma parceria para o desenvolvi-mento de aeronaves de ata-que e treinamento com base nos Yak-130, além da criação de grupos de trabalho para questões de segurança ciber-nética e espacial. As partes abordaram ainda a hipótese de criação conjunta de saté-lites e de um programa à parte para a indústria espa-cial brasileira.

Brasil e Rússia fortalecem cooperaçãoCONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

Brasileira permanece detida no paísA bióloga e ativista gaúcha Ana Paula Alminhana está presa no Centro de Detenção Provisória Nº 1 de Murmansk, no norte da Rússia, há mais de um mês com outros membros do Greenpeace que protestavam no Ártico. “Estou em uma cela fedorenta, sozinha, completamente isola-da dos outros prisioneiros”, in-forma por carta Faiza Aulahsen, outra ativista do Greenpeace. “Temos uma hora para passear. Esse é o momento mais impor-tante do meu dia. É quando po-demos respirar um pouco: cami-nhar por um cômodo escuro de concreto de cinco m2, do qual é

que ambos os países irão hos-pedar nos próximos anos.

Outros planos conjuntosO projeto FX-2, que prevê re-equipar e modernizar a Força Aérea Brasileira, também foi tema de discussão. Amorim ressaltou que a licitação para a compra de caças está na reta fi nal e, por isso, não é mais possível a inserção de novos participantes. No entanto, o ministro brasileiro demons-trou disposição para desen-volver conjuntamente o avião militar de quinta geração T-50 (projeto PAK FA).

“Existe um processo em andamento que nós espera-mos fi nalizar em breve. Mas estamos muito interessados em discutir projetos a respei-to de aviões de quinta gera-ção com nossos parceiros”, disse Amorim.

Especialistas, porém, ainda se mostram céticos quanto ao sucesso na transferência de tecnologia.

O caça que o Brasil poderá adquirir

Parceria poderia ser feita por meio de criação conjunta de aeronave ou leasing do caça T50

pessoas estão satisfeitas com a vida e abastecidas do ne-cessário, elas começam a se preocupar com ecologia, p o l í t i c a e v a l o r e s democráticos.”

De acordo com Stepan Lvov, diretor do departa-mento de pesquisas sociais e políticas do Centro Nacio-nal de Pesquisas de Opinião Pública (VTsIOM, na sigla em russo), a desconfi ança no governo é sentida nos mais diversos domínios, do eco-

“Muitos russos têm a sensação de que política é para os ricos e que o cidadão comum nada tem a esperar dela, que não trata de seus interesses e problemas”

possível, com alguma sorte, ver o céu através das rachaduras do teto podre.”As autoridades russas afirmam que as condições de detenção dos ativistas do Greenpeace es-tão em conformidade com a le-gislação do país. Segundo elas, as celas compor-tam de uma a quatro pessoas e têm entre 12 e 23 m2. Todos os membros do Greenpeace pre-sos também dispõem do equi-pamento necessário para dormir e fazer as refeições, de objetos para higiene pessoal e cada um deles ocupa uma acomodação individual para dormir.

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BR Economia e NegóciosLegislação Medida aprovada este ano irá regular compartilhamento de arquivos on-line

Norma permite que detentores de direitos autorais solicitem conteúdo protegido em sites de compartilhamento.

Em 1° de agosto, entrou em vigor na Rússia uma nova lei antipirataria, que já foi ape-lidada de “Sopa russa”, em alusão ao projeto norte-ame-ricano “Stop Online Piracy” (em português, “Parem a pi-rataria on-line”)

Segundo a nova norma, de-tentores de direitos autorais poderão solicitar que um site de compartilhamento de ar-quivos ou torrents bloqueie determinado conteúdo pro-tegido – e podem até entrar com processo judicial por vio-lação de propriedade intelec-tual, caso os proprietários de sites e provedores não impe-çam o acesso em 24 horas contadas a partir de seu pedido.

Como aconteceu com o pro-jeto de lei norte-americano, a nova lei russa provocou protestos entre os internau-tas no dia em que entrou em vigor. Muitos acreditam que os criadores de conteúdo de-veriam ser gratos pelo ma-terial disponibilizado, ainda que ilegalmente, já que seus detentores são grandes em-presas que extorquem os ar-tistas e impedem que grande parte da população tenha acesso a fi lmes e músicas.

Problema antigoA necessidade de proteger os direitos de propriedade in-telectual já foi reconhecida há muito tempo na Rússia. Os grandes prejuízos gera-dos aos detentores de direi-tos autorais em virtude de downloads ilegais não podem ser calculados com precisão, mas a estimativa é de que in-ternautas russos instalem o equivalente a US$ 3 bilhões

Deputados aprovam lei antipirataria

ILIÁ DACHKÓVSKIESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Como os russos consomem fi lmes, jogos, músicas, livros e programas piratas on-line

Ainda mais austeridade vem aí...Como se a primeira legislação antipirataria não fosse suficien-temente controversa, o Parla-mento da Rússia apresentou no dia 17 de setembro um no-vo projeto de lei para ampliá--la. A nova lei permitirá que si-tes que contenham qualquer conteúdo suspeito de violação

de direitos autorais sejam blo-queados e está causando gran-de reação do público. A lei que entrou em vigor em 1˚ de agosto permite que os detentores de direitos auto-rais incluam em uma “lista ne-gra” sites acusados de hospe-dar ilegalmente música, filmes

e shows, sem antes entrar em contato com quem publicou os arquivos ou sem decisão for-mal da Justiça.O novo projeto de lei propõe exigir que os detentores de direitos autorais entrem em contato com os uploaders de conteúdo suspeito antes de so-licitar que o site seja colocado em uma “lista negra”.

em softwares falsificados anualmente. Já a indústria cinematográfi ca norte-ame-ricana estima que os preju-ízos com a pirataria na Rús-sia somem US$ 250 milhões desde o início do ano.

Satisfação moderadaApesar dos números, poucos cidadãos estão satisfeitos com a solução apresentada pelo governo russo, que protege grandes gravadoras e produ-toras cinematográfi cas, mas n ã o a s e m p r e s a s d e software. Mais de 100 mil as-sinaturas foram coletadas contra a lei.

Mesmo assim, a medida en-trou rapidamente em vigor. Os s it e s K i noza l .tv e Opensharing.org foram obri-gados a suspender o compar-tilhamento ilegal de seriados como “Game of Thrones” ainda em agosto.

Um grupo relativamente satisfeito com a medida foi o das grandes editoras. “Quan-do disponibilizado [ilegal-mente] na internet, um best-

-seller tem sua venda em papel reduzida em 40% a 80%”, explica o chefe de ino-vação na Central de Análi-ses do governo russo, Iúri Ammosov. “Ao contrário das afi rmações de quem apoia a pirataria, suas atividades não podem ser vistas como pu-blicidade para livros de papel ou e-books legais – afi nal, um livro é raramente lido pela segunda vez.”

Mas editoras e escritores alegam que a nova lei não está acelerando os processos judiciais nesse caso, ao con-

trário do que acontece com fi lmes e música.

“Tradução é propriedade intelectual de verdade. Quem lê um original de Shakespe-are e sua respectiva tradu-ção sabe que a tradução é uma obra independente de arte. Mas são raros os casos em que se protege os direi-tos desse tipo de proprieda-de intelectual”, diz Anna Lomteva, relações-públicas da empresa de tradução TransLink

Emendas à lei já estão tra-mitando na Duma de Esta-do (câmara baixa do Parla-mento russo). Entretanto, o vice-chefe do departamento de Segurança da Informação na Lanit Network Integra-tion, Aleksandr Khegai, du-vida que as mudanças irão afetar os direitos dos criado-res de software.

“O projeto de lei está di-retamente ligado a empresas envolvidas na produção ou distribuição de conteúdo multimídia. Terá um grande signifi cado se nós, como um integrador de sistemas, pu-

dermos nos benefi ciar dele”, diz Khegai.

Outros países também vêm promovendo leis antipirata-ria para combater o down-load ilegal de livros, fi lmes e música, mas o fi m do com-partilhamento ilegal gerou, de fato, um efeito inespera-do. De acordo com um estu-do realizado pela Escola de Administração de Munique e pela Escola de Negócios de Copenhagen, após o encer-ramento do site de compar-tilhamento de arquivos Me-gaupload, somente os grandes blockbusters notaram um au-mento nas receitas de bilheteria.

Na maioria dos casos, a venda de ingressos perma-neceu igual ao período em que o site ainda estava em funcionamento. No caso dos fi lmes independentes, a re-ceita de bilheteria diminuiu ainda mais. Ao que parece, para esses fi lmes, os down-loads ilegais funcionavam mesmo como um tipo de pu-blicidade que levava os es-pectadores às telonas.

analista do Instituto de Pes-quisa de Mercados Emer-gentes Skôlkovo, Christo-pher Hartwell.

No fi nal de 2013, a Rússia verá seu PIB aumentar entre 1,5% e 1,8%. A China e a Índia terão uma taxa de crescimento maior, mas abaixo do registrado ante-riormente. O Brasil seguirá quase sem crescer.

Índia, que, de acordo com economistas do FMI, deve-rá crescer 6,23% no ano que vem. Para analistas do Ins-tituto Skôlkovo, entretanto, o crescimento do país será de apenas 4,5% .

Brasil e Rússia disputam o terceiro lugar. Para o eco-nomista-chefe do banco bri-tânico Coutts & Co, Mark McFarland, a vantagem fi -cará com a Rússia.

“A economia do país irá crescer a uma taxa de 3% em 2014, quase duas vezes superior à atual, devido ao reforço do consumo interno e ao aumento das exporta-ções líquidas de hidrocar-bonetos”, explica.

Mais otimista, o FMI ava-lia em 3,7% o crescimento econômico da Rússia em 2014.

“A taxa de crescimento russa dobrará devido ao au-mento do consumo interno.

A exportação de fontes de energia atingiu um platô, razão pela qual os gastos pú-blicos estão sendo contidos e as despesas de investimen-tos continuam pequenas”, diz o analista do Instituto de Pesquisa de Mercados Emergentes Skôlkovo, William Wilson.

De acordo com McFar-land, os gastos com infra-estrutura no Brasil são fator determinante, junto com o au me nt o do con s u mo interno.

Para ele, a economia bra-sileira crescerá apenas 2,4% em 2014, número que aumen-ta para 2,5% nas estimati-

vas do Instituto Skôlkovo.Segundo o instituto, o

crescimento da economia brasileira será condiciona-do ao aumento das despesas de investimento, enquanto as exportações do país se manterão estáveis devido à baixa demanda por parte da China.

As previsões de cresci-mento do FMI para Brasil e África do Sul são, respecti-vamente, de 3,5% e 3,3%.

Taxa de inflaçãoA China também deverá ter a menor taxa de inflação entre os Brics em 2014, não superior a 2,9%, enquanto

a Rússia atingirá uma in-fl ação de 5,5%, o Brasil, de 6%, e a Índia, de 8,9%, se-gundo McFarland.

“A vantagem da China sobre seus parceiros do Brics é que a baixa infl ação pre-vista para 2014 permitirá que o Banco Central e o go-verno do país apliquem, se for preciso, um amplo leque de medidas para o estímulo monetário e fiscal, sem temer infl acionar os preços”, afi rma.

Um crescimento do inter-câmbio comercial dentro do Brics também é esperado. Durante sete meses em 2013, as trocas comerciais da Rús-sia com os países do Brics caíram 0,6%, para US$ 58 bilhões.

No entanto, o declínio deve ser compensado por um crescimento mais rápido até o fi nal deste ano.

“Em 2014, o intercâmbio comercial deve crescer de

1% a 2%”, diz o analista da consultoria Investkafe, Timur Nigmatúllin.

Trocas comerciaisOs países do Brics somam 12,5% da balança comercial externa russa. Sozinha, a China tem participação de 10,5% do faturamento total do comércio exterior do país.

“Com baixo custo de mão

de obra, os bens de consu-mo produzidos na China continuarão no topo. Já a Rússia tem exportado recur-sos naturais como petróleo, gás e madeira para os par-ceiros do Brics, enquanto a Índia é conhecida pela co-mercialização de serviços. O Brasil é um fornecedor mundial de minério de ferro e produtos agrícolas”, diz o

Especialistas veem Brics com otimismo

Fim da recessão europeia e aceleração econômica dos EUA justificam posicionamento

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

Ainda há espaço para aumento de trocas comerciais dentro do grupo, lideradas pela China

Em 2014, Brasil e Rússia disputarão terceiro lugar de crescimento do PIB entre os Brics

Telecom Rússia ficou em primeiro lugar entre Brics em ranking da ONU de desenvolvimento em tecnologia e comunicações

Estudo da ONU revela que Brasil tem as tarifas mais caras do mundo. Preço do minuto no país é mais de oito vezes superior ao russo.

Um estudo da agência da ONU para telecomunicações lançado em outubro revelou que a Rússia é o país que tem a telefonia celular mais barata da Europa – empa-tado com Dinamarca, Fin-lândia e Macedônia – e uma

País tem telefonia celular mais barata da Europa

MARINA DARMAROSGAZETA RUSSA

das mais baratas do mundo.Em contrapartida, as ta-

rifas brasileiras são as mais caras do globo, de acordo com o mesmo relatório da ITU (na sigla em inglês, União Internacional de Te-lecomunicações), intitulado “Medindo a Sociedade da Informação-2013”.

Entre os países do Brics, a Rússia fi cou atrás da China e da Índia no custo das li-gações celulares.

A tarifa por minuto entre telefones de operadoras di-

ferentes no horário de pico, de acordo com o relatório, é de US$ 0,02 na Índia, US$ 0,04 na China, US$ 0,09 na Rússia, US$ 0,40 na Áfri-ca do Sul e US$ 0,74 no Bra-sil. No país, o cálculo utili-zou as tarifas médias de São Paulo.

De acordo com as estima-tivas do ITU, haverá 6,8 bi-lhões de assinaturas de te-lefonia celular até o fi nal de 2013, quase o mesmo núme-r o d e h a b i t a n t e s d o planeta.

DesenvolvimentoO estudo mapeou 161 países em diversas subcategorias e, a partir desses resultados, foi elaborado um ranking do de-senvolvimento em tecnologia e comunicações.

Entre os 11 indicadores combinados, constavam te-lefonia fi xa e celular, banda de internet por usuário, por-centagem de lares que pos-suíam computador com aces-so à internet, quantidade de indivíduos com acesso à in-ternet, familiarização com a

rede mundial de computado-res etc.

A Coreia do Sul liderou o ranking, seguida pelos paí-ses nórdicos: Suécia, Islândia, Dinamarca, Finlândia e Noruega.

Enquanto a Europa lide-rou quase dois terços do top 30, os Brics deixaram a de-sejar. A Rússia fi cou no topo do ranking do grupo, na 40° posição mundial, o Brasil, em 62°, a China, em 78°, a Áfri-ca do Sul, em 84°, e a Índia, em 121°.LO

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ESCREVAPARA A REDAÇÃO DA

GAZETA RUSSA EM PORTUGUÊS:

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Teatro Novela de gênio russo ganha tempero brasileiro em montagem da mundana companhia no subsolo do Centro Cultural São Paulo

O espetáculo começa com uma luta entre o amor e o enjoo do amor, o tédio. De-pois, vários embates se suce-dem na peça “O Duelo”, com direção de Georgette Fadel, que estreou em meados de outubro no Centro Cultural São Paulo e fi cará em cartaz até dezembro.

Adaptação teatral da no-vela homônima de Anton Tchekhov (1860-1904), a mon-tagem da mundana compa-nhia (o nome do grupo é gra-fado com minúsculas) foi produzida pelos atores Ca-mila Pitanga e Aury Porto.

Os “sertões de Tchekhov” em cartaz em SP

Peça “O Duelo” estreia nos palcos paulistanos, depois de levar atores da companhia, entre eles Camila Pitanga, ao Cáucaso para pesquisas

SÉRGIO MADUROESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Projeto da peça sempre teve forte aproximação com as questões brasileiras

Temporada no sertão cearense enriqueceu a peça e seu cenário

Logo na primeira cena de “O Duelo”, Ivan Laiévski (Porto) confessa a um amigo estar entediado da amante, Nadejda Fiódorovna (Pitan-ga), com a qual ele se retirou da civilização para viver no exílio bucólico do Cáucaso. Laiévski recebe a notícia da morte do marido que a com-

panheira abandonou e vaci-la ao ver seu caminho livre para se casar com ela.

Nadejda é uma máquina de desejo, indômita como a vida e o mar que banha a ci-dade onde se passa a histó-

mitia paralelos entre esses dois universos.

No final do século 19, época em que a novela foi escrita, a Rússia era uma so-ciedade servil, na periferia do capitalismo europeu. Hoje, depois da queda da União Soviética, o Cáucaso ainda enfrenta certo isola-mento da moderna Rússia capitalista, após uma série de guerras separatistas su-focadas com brutalidade.

Já o sertão brasileiro, um resquício da sociedade es-cravista, encontra-se na pe-riferia tanto do liberalismo europeu quanto das gran-des cidades do próprio país. O paralelo entre o sertão e o C áu c a s o fo i q u a s e automático.

“Esse foi o ponto que nos serviu de guia: as socieda-des provincianas lidando com as ideias que lhes são impostas”, afi rmou à Gaze-ta Russa o assistente de di-reção Diego Moschkovich.

Depois de visitar o Cáu-caso (leia o quadro ao lado), a trupe embarcou para uma t e mp or ad a no s e r t ão cearense.

“O litoral do Ceará é muito turístico; para o sertão quase não se vai”, diz Porto à Ga-zeta Russa. Por outro lado, a

diretora do grupo queria afastar os atores do eixo Rio--São Paulo a fi m de produ-zir neles um estranhamento. “Fomos tirados dos nossos centros de pertencimento”, conta Pitanga.

Nos rincões do BrasilNas cidades cearenses de Arneiroz, Lavras da Man-gabeira e Iracema, todas num raio de 300 a 500 km de Fortaleza, o coletivo re-alizou ensaios abertos e ofi -cinas com a participação dos moradores.

Foram duas semanas em cada cidade, nas quais a trupe deu forma fi nal à peça. Nesse período, o grupo tra-balhou 7 horas diárias dian-te da população local, com a fi nalidade de humanizar o teatro e mostrar que o ator é um trabalhador comum, não um ungido.

Objetos como cadeiras de balanço, dessas que o povo do interior coloca nas cal-çadas para observar o mo-vimento e conversar, foram trazidas para compor o ce-nário da peça e permanece-ram na versão fi nal.

O resultado é um espetá-culo composto de 17 cenas e cerca de 3 horas e meia de duração.

Cheiros e sabores caucasianosComo parte da preparação pa-ra a peça, Camila Pitanga, Aury Porto, Diego Moschkovich e a diretora Georgette Fadel em-barcaram para Moscou, de on-de viajaram de trem por cerca de 25 horas até Sukhumi, no Cáucaso, cidade à beira-mar e capital da Abecásia. Limite natural entre Europa e Ásia, o Cáucaso fica entre os

mares Negro e Cáspio, é povo-ado por diversas etnias e tem importância estratégica. Foi de lá que o grupo trouxe os tons cinzas e ferruginosos de muitos elementos cênicos da peça. A viagem também serviu para observar as pesso-as da região, suas vestimentas, sentir cheiros e sabores e vi-venciar hábitos.

ria. “Ela tem febres, melan-colia, é calcada em sensações, desejos e loucura”, descreve Pitanga para a Gazeta Russa.

A trama se complica a par-tir das interações entre os 11 personagens da peça. O duelo do título se dá entre Laié-vski, um angustiado pré--existencialista, e Von Koren (Pascoal da Conceição), um zoólogo adepto do darwinis-mo social - teoria da van-guarda do pensamento em 1891, quando a novela foi escrita.

De um lado está o intelec-tual exilado para quem é “melhor ser limpador de cha-minés em São Petersburgo do que um príncipe no Cáu-caso” e, de outro, o zoólogo obcecado pelos mais aptos, que afirma preferir “ser o primeiro na aldeia ao segun-do na cidade”.

Todos estão à beira de um ataque de nervos, nas fral-das do mar Negro, na peri-feria do mundo e presos a uma realidade sufocante e medíocre. Querem fugir, mesmo que seja com destino a suas ilusões. São uns des-terrados na própria terra.

O sertão e o CáucasoO projeto da peça pela com-panhia sempre teve forte aproximação com as ques-tões brasileiras. Logo o grupo decidiu que o sertão estaria na sua rota e o Cáu-caso, retratado na novela original de Tchekhov, per-

T R Ê S P E Ç A S P A R A Q U E M Q U E R M E R G U L H A R N A E X P E R I Ê N C I A C Ê N I C A E M M O S C O U :

TEATRO PARA ESTRANGEIROSMoscou recebe por ano 5 milhões de turistas do exterior e tem (poucas) salas de teatro com montagens em língua estrangeira – em geral, experiências ousadas.

TEATRO FRANCÊS DE

MOSCOU

Fundado no início da Segunda Guerra Mundial por Aleksandra Oranóvskaia, mais conhecida pelo pseudônimo

Alice Oran, tradutora e membro da União de Escritores da URSS. Todas as peças são representadas em francês, com encenação de Elena Oranóvskaia, filha de

Aleksandra. O repertório inclui tanto obras francesas como clássicos russos. No final de setembro, o teatro inaugurou a sua 75.ª temporada com “A Voz dos Séculos”, espetáculo que reúne o 1° ato de “A Gaivota”,

de Tchekov, e um fragmento da comédia “O Doente Imaginário”, de Molière. Entrada franca.

UNIÃO DE

AUTORES TEATRAIS

Em russo, a sigla ATO significa União de Autores Teatrais. Criado como espaço de entretenimento para crianças e adolescen-tes desenvolverem seu potencial criativo, funciona também como escola de repre-sentação em russo e línguas estrangeiras. Além do inglês, os alunos aprendem espa-nhol e o italiano, e ensaiam, inicialmente, pequenos fragmentos – passando depois a obras inteiras.

E M I T A L I A N O : O T E L O

D i r e ç ã o : A u d e Va l l e t -S a n c h e z , C h l o é L a t o u r , C o r a l i e P r a d e t , J a c q u e l i n e

F e n e i r o

Vale a pena ver uma obra clás-sica através do olhar de Luigi Cerri, que se atreveu a tradu-zir para o italiano a obra-pri-ma da literatura mundial. É possível reviver as paixões do famoso ciumento no mes-mo Centro Teatral no Strast-

nói Bulevar.

Preço do bilhete: 500 reais

E M I N G L Ê S :CHARMOLYPI

D i r e ç ã o : M a t e j M a t e j k a

Charmolypi é um termo gre-go que expressa a ambiguida-de da experiência humana. O espetáculo de Matej Matejka é como um mosaico compos-to pela variedade de vivên-cias e histórias pessoais de uma atriz, contadas com a linguagem corporal. Quem quiser encontrar o limite en-tre o mundo real e o sonho poderá fazê-lo também no Centro Teatral no Strastnói

Bulevar.

Preço do bilhete: 360 reais

E M E S P A N H O L : M O N T E R A

D i r e ç ã o : M a r i s o l R o z o

Montera é a rua das lanter-nas vermelhas, conhecida por toda a Espanha. O espetáculo da diretora Marisol Rozo tem como tema a vida de uma jovem meretriz. La Guiri, a protagonista, cujo nome pode ser traduzido por Forasteira, conta a história da sua difícil vida. Em cena, aspectos de uma das mais antigas profis-sões no “TC na Strastnóm” (Centro Teatral no Strastnói

Bulevar)

Preço do bilhete: 500 reais

Retratado na novela original de Tchekhov, Cáucaso foi destino do elencoGeorgette, Diego, Aury e Camila ao pé de uma montanha em Sukhumi

MARIONETES DA CASA RUSSO-GERMÂNICA

A Casa Russo-Germânica tem como objetivo difundir as tradições e a cultura alemã, e seu Teatro de Marionetes “Puppe-nhaus” é um dos projetos mais populares voltado ao público in-fantil. Os espetáculos têm como pano de fundo contos tradicio-nais germânicos que inserem o espectador no espírito alemão por meio dos trajes e da música clássica daquele país. O espetáculo é aberto à participação da plateia, inclusive dos pais.

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