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Vice-premiê quer privatizar Dvorkovitch fala sobre conjuntura econômica às vésperas do Fórum Econômico de São Petersburgo P.4 QUARTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2013 O melhor da gazetarussa.com.br Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES www.rbth.ru NOTAS Agentes penitenciários da República de Komi, no norte da Rússia, capturaram um gato que escalava o muro da Colônia Penal N° 1 com objetos proibidos atados ao corpo no final de maio. “Dois pacotes estavam pre- sos às costas do animal e continham dois celulares com baterias e carregadores”, de acordo com relato do Departamento de Ser- viço Penitenciário da República de Komi. Lenta.ru Gato é detido com celular O ator norte-americano Leonardo DiCaprio irá interpretar Rasputin, a polêmica figura que influenciou diretamente a família do tsar Nicolai II. O filme, da Warner Bros, terá roteiro de Jason Hall, o criador de “Ameri- can Sniper”. O filme trata da ascensão do místico Rasputin, seu poder sobre a famí- lia Romanov e sua terrível morte. DiCaprio já havia sido considerado para o papel de outro grande personagem da história russa, Vladímir Lênin, devido à semelhança físi- ca com o revolucionário bolchevique. Lenta.ru Leonardo DiCaprio viverá Rasputin no cinema Um livro didático unificado sobre a histó- ria da Rússia, encomendado pelo governo e supervisionado pelo premiê Dmítri Medve- dev, irá chamar a atenção dos professores para 31 pontos polêmicos. Entre outros con- selhos, recomenda-se que Stálin seja ana- lisado pela “instituição de uma ditatura de partido único e autocracia”. Já a era Pútin- -Medvedev deve ser lembrada como um pe- ríodo “de estabilidade do sistema político e econômico”. Marina Darmaros História russa unificada LEIA NO SITE GAZETARUSSA.COM.BR Vrangel, a ilha proibida dos ursos polares WWW.GAZETARUSSA.COM.BR/14147 Um grupo de deputados da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) encaminhou ao Ministério da Defesa uma proposta de emenda à “Lei do Dever Mi- litar Geral e Serviço Militar”, para autorizar que mulheres com idades entre 18 e 27 anos prestem serviço militar. Atualmente, o alistamento é obrigatório apenas para ci- dadãos russos do sexo mas- culino na mesma faixa de idade. Os autores da proposta querem igualar os direitos fe- mininos em termos de servi- ço militar, sublinhando, no entanto, que o alistamento não será obrigatório para as mulheres. Legislação Proposta por deputada, emenda busca resolver falta de contigente nas fileiras do Exército russo Alistamento no serviço militar não será obrigatório ao sexo feminino, mas passa a ser permitido dos 18 aos 27 anos de idade. Exército abre as portas às mulheres ALEKSÊI PESTOV, DENIS TELMANOV IZVÉSTIA Mais direitos Segundo uma das autoras das emendas, Tatiana Moskálkova, vice-presiden- te da Comissão da Duma de Estado para os Assuntos da CEI (Comunidade dos Esta- dos Independentes), o prin- cipal objetivo da iniciativa é conceder às mulheres di- reitos iguais aos dos homens. “Nossa ideia não é estimu- lar a ida das mulheres para o Exército, mas permitir que elas tenham essa possibili- dade”, declarou a deputada. Já o presidente da Comis- são de Defesa da Duma de Estado e ex-comandante da Frota do Mar Negro, almi- rante Vladímir Komoiedov, acredita que a medida pode- rá resolver os problemas de pessoal, principalmente com o fracasso na criação de um sistema de prestação do ser- viço militar em regime de contrato. “Já que os homens de ver- dade são escassos em nosso país, as mulheres devem ter a possibilidade de servir”, ironizou Komoiedov. Seguindo os EUA O almirante também relem- brou a surpresa de encontrar mulheres nos navios visitan- tes norte-americanos en- quanto foi comandante da Frota do Mar Negro. “Lembro de ter pergunta- do ao comando norte-ame- ricano sobre o local em que as mulheres moravam nos na- vios e se não eram assedia- das pelos tripulantes do sexo masculino. Eles me disseram que todas as tentativas da parte masculina da tripula- ção de estabelecer com as mulheres a bordo relações es- tranhas ao serviço eram coi- bidas”, acrescentou o almi- rante. Segundo Komoiedov, as emendas serão examina- Ao longo dos 8 anos de pre- parativos, estima-se que o in- vestimento total nas Olimpí- adas de Sôtchi, no sul da Rússia, supere os US$ 51 bi- Apesar da modernização da economia russa e do rápido desenvolvimento da indústria manufatureira no Brasil, ambos os países têm economias que continu- am a ser consideradas de matérias-primas. E isso tem impacto significativo sobre as moedas nacionais. Graças aos altos preços do petróleo, durante os últimos 11 anos (com exceção de 2012) o orçamento russo não teve déficit. Porém, o país continua a sofrer da “doen- ça holandesa”, ou seja, sua abundância de recursos na- turais o leva quase à desindustrialização. Para impedir esse proces- so, o Ministério das Finan- ças da Rússia decidiu criar um Fundo Nacional de Re- serva, que guarda todas as receitas excedentes, o que Sôtchi-2014 Jogos de Inverno custarão US$ 51 bi Economia Rublo e real enfrentam alta do dólar Maior parte dos gastos com os preparativos de Sôtchi está sendo destinada à infraestrutura urbana. A inflação decorrente da alta do dólar revela mais um ponto em comum entre Rússia e Brasil. As Olimpíadas mais caras da história Um problema, duas moedas DÁRIA TIKHONOVA GAZETA RUSSA VÍKTOR KUZMIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA lhões. Como comparação, as Olimpíadas de Pequim, em 2008, consumiram US$ 45 bi- lhões e as de Londres, em 2012, US$ 30 bilhões. Assim como na China, a maior parte do investimento na Rússia está sendo aplica- da na modernização da infra- estrutura urbana, enquanto pouco mais de US$ 7 bilhões foram destinados diretamen- te à criação das instalações olímpicas. Dmítri Kozak, vi- ce-premiê russo responsável pela organização dos jogos, acredita que esses recursos ajudarão a transformar Sôtchi em um dos principais pontos turísticos do país. Quase metade do investi- mento total (US$ 20,9 bilhões) foi destinada à malha de transportes. “Acho que duran- te o período soviético não dá- vamos muita importância aos congestionamentos em ne- nhum lugar, nem mesmo em Moscou, mas em Sôtchi eles já existiam”, afirma o prefei- to da cidade, Anatóli Pakho- mov, que espera que os inves- timentos olímpicos resolvam o problema. Até 2014, serão construídos 260 km de vias públicas em Sôtchi, e a capacidade das ro- dovias que chegam à cidade irá aumentar entre 1,8 a 2,5 vezes. O tráfego também de- verá ficar 25% mais rápido. “Estão sendo construídas 30 plataformas ferroviárias. O trem vai parar praticamen- te em todo lugar”, explica o prefeito. O projeto de maior porte da estatal Russian Railways é uma estrada combinada (ro- doviária e ferroviária) de Adler até o resort nas monta- nhas Alpika Service, em Kras- naia Poliana, e custará cerca de US$ 6,6 bilhões. permitiu à economia russa superar a crise de 2008-2009 relativamente sem senti-la. No entanto, de acordo com relatório do Sberbank, o maior banco do país, duran- te os últimos 11 anos, o rublo teve valorização de 60% em relação à inflação. Nem mesmo a evasão de divisas russas pôde parar esse crescimento. “Em 1 de junho de 2012, o montante total do Fundo de Reserva e do Fundo Nacional de Pre- vidência ultrapassou os US$ 171,1 bilhões, o que corres- Forças Arma- das já con- tam com o poder femi- nino, mas sob contrato. Agora elas poderão se alistar no Exército Relatório do Sberbank, o maior banco da Rússia, detalha os problemas comuns en- frentados pelo real brasileiro e o rublo russo, e indi- ca soluções Instalações olímpicas consumiram pouco mais de US$ 7 bilhões CONTINUA NA PÁGINA 3 CONTINUA NA PÁGINA 4 Naválni julgado P.3 Oposicionista pode pegar 10 anos de prisão por desvio de verbas de madeireira Leia as notícias mais fresquinhas no site www.gazetarussa.com.br MIKHAIL MORDASOV ALAMY/LEGION MEDIA ALEKSEY BEZRUKOV PHOTOXPRESS REUTERS PHOTOSHOT/VOSTOCK-PHOTO

Legislação NOTAS Exército abre as portas às - cdn.rbth.com · dadãos russos do sexo mas-culino na mesma faixa de idade. Os autores da proposta querem igualar os direitos fe-mininos

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Vice-premiê quer privatizarDvorkovitch fala sobre conjuntura econômica às vésperas do Fórum Econômico de São Petersburgo

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QUARTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2013

O melhor da gazetarussa.com.br

Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Yomiuri Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

PRODUZIDO PORRUSSIA BEYONDTHE HEADLINESwww.rbth.ru

NOTAS

Agentes penitenciários da República de Komi, no norte da Rússia, capturaram um gato que escalava o muro da Colônia Penal N° 1 com objetos proibidos atados ao corpo no fi nal de maio. “Dois pacotes estavam pre-sos às costas do animal e continham dois celulares com baterias e carregadores”, de acordo com relato do Departamento de Ser-viço Penitenciário da República de Komi.

Lenta.ru

Gato é detido com celular

O ator norte-americano Leonardo DiCaprio irá interpretar Rasputin, a polêmica fi gura que infl uenciou diretamente a família do tsar Nicolai II. O fi lme, da Warner Bros, terá roteiro de Jason Hall, o criador de “Ameri-can Sniper”. O fi lme trata da ascensão do místico Rasputin, seu poder sobre a famí-lia Romanov e sua terrível morte. DiCaprio já havia sido considerado para o papel de outro grande personagem da história russa, Vladímir Lênin, devido à semelhança físi-ca com o revolucionário bolchevique.

Lenta.ru

Leonardo DiCaprio viverá Rasputin no cinema

Um livro didático unifi cado sobre a histó-ria da Rússia, encomendado pelo governo e supervisionado pelo premiê Dmítri Medve-dev, irá chamar a atenção dos professores para 31 pontos polêmicos. Entre outros con-selhos, recomenda-se que Stálin seja ana-lisado pela “instituição de uma ditatura de partido único e autocracia”. Já a era Pútin--Medvedev deve ser lembrada como um pe-ríodo “de estabilidade do sistema político e econômico”.

Marina Darmaros

História russa unifi cada

LEIA NO SITE GAZETARUSSA.COM.BR

Vrangel, a ilha proibida dos ursos polares

WWW.GAZETARUSSA.COM.BR/14147

Um grupo de deputados da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) encaminhou ao Ministério da Defesa uma proposta de emenda à “Lei do Dever Mi-litar Geral e Serviço Militar”, para autorizar que mulheres com idades entre 18 e 27 anos prestem serviço militar.

Atualmente, o alistamento é obrigatório apenas para ci-dadãos russos do sexo mas-culino na mesma faixa de idade. Os autores da proposta querem igualar os direitos fe-mininos em termos de servi-ço militar, sublinhando, no entanto, que o alistamento não será obrigatório para as mulheres.

Legislação Proposta por deputada, emenda busca resolver falta de contigente nas fileiras do Exército russo

Alistamento no serviço militar não será obrigatório ao sexo feminino, mas passa a ser permitido dos 18 aos 27 anos de idade.

Exército abre as portas às mulheres

ALEKSÊI PESTOV, DENIS TELMANOVIZVÉSTIA

Mais direitosSegundo uma das autoras das emendas, Tat iana Moskálkova, vice-presiden-te da Comissão da Duma de Estado para os Assuntos da CEI (Comunidade dos Esta-dos Independentes), o prin-cipal objetivo da iniciativa é conceder às mulheres di-r e it o s ig u a i s ao s do s homens.

“Nossa ideia não é estimu-lar a ida das mulheres para o Exército, mas permitir que

elas tenham essa possibili-d a d e ” , d e c l a r o u a deputada.

Já o presidente da Comis-são de Defesa da Duma de Estado e ex-comandante da Frota do Mar Negro, almi-rante Vladímir Komoiedov, acredita que a medida pode-rá resolver os problemas de pessoal, principalmente com o fracasso na criação de um sistema de prestação do ser-viço militar em regime de contrato.

“Já que os homens de ver-dade são escassos em nosso país, as mulheres devem ter a possibilidade de servir”, ironizou Komoiedov.

Seguindo os EUAO almirante também relem-brou a surpresa de encontrar mulheres nos navios visitan-tes norte-americanos en-quanto foi comandante da Frota do Mar Negro.

“Lembro de ter pergunta-do ao comando norte-ame-

ricano sobre o local em que as mulheres moravam nos na-vios e se não eram assedia-das pelos tripulantes do sexo masculino. Eles me disseram que todas as tentativas da parte masculina da tripula-ção de estabelecer com as mulheres a bordo relações es-tranhas ao serviço eram coi-bidas”, acrescentou o almi-rante. Segundo Komoiedov, as emendas serão examina-

Ao longo dos 8 anos de pre-parativos, estima-se que o in-vestimento total nas Olimpí-adas de Sôtchi, no sul da Rússia, supere os US$ 51 bi-

Apesar da modernização da economia russa e do rápido desenvolvimento da indústria manufatureira no Brasil, ambos os países têm economias que continu-am a ser consideradas de matérias-primas. E isso tem impacto significativo sobre as moedas nacionais.

Graças aos altos preços do petróleo, durante os últimos 11 anos (com exceção de 2012) o orçamento russo não teve défi cit. Porém, o país continua a sofrer da “doen-ça holandesa”, ou seja, sua abundância de recursos na-tu ra is o leva quase à desindustrialização.

Para impedir esse proces-so, o Ministério das Finan-ças da Rússia decidiu criar um Fundo Nacional de Re-serva, que guarda todas as receitas excedentes, o que

Sôtchi-2014 Jogos de Inverno custarão US$ 51 bi Economia Rublo e real enfrentam alta do dólar

Maior parte dos gastos com os preparativos de Sôtchi está sendo destinada à infraestrutura urbana.

A inflação decorrente da alta do dólar revela mais um ponto em comum entre Rússia e Brasil.

As Olimpíadas mais caras da história

Um problema, duas moedas

DÁRIA TIKHONOVAGAZETA RUSSA

VÍKTOR KUZMINESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

lhões. Como comparação, as Olimpíadas de Pequim, em 2008, consumiram US$ 45 bi-lhões e as de Londres, em 2012, US$ 30 bilhões.

Assim como na China, a maior parte do investimento na Rússia está sendo aplica-da na modernização da infra-estrutura urbana, enquanto pouco mais de US$ 7 bilhões foram destinados diretamen-

te à criação das instalações olímpicas. Dmítri Kozak, vi-ce-premiê russo responsável pela organização dos jogos, acredita que esses recursos ajudarão a transformar Sôtchi em um dos principais pontos turísticos do país.

Quase metade do investi-mento total (US$ 20,9 bilhões) foi destinada à malha de transportes. “Acho que duran-te o período soviético não dá-vamos muita importância aos congestionamentos em ne-nhum lugar, nem mesmo em Moscou, mas em Sôtchi eles já existiam”, afi rma o prefei-to da cidade, Anatóli Pakho-mov, que espera que os inves-timentos olímpicos resolvam o problema.

Até 2014, serão construídos 260 km de vias públicas em Sôtchi, e a capacidade das ro-dovias que chegam à cidade irá aumentar entre 1,8 a 2,5 vezes. O tráfego também de-verá fi car 25% mais rápido.

“Estão sendo construídas 30 plataformas ferroviárias. O trem vai parar praticamen-te em todo lugar”, explica o prefeito.

O projeto de maior porte da estatal Russian Railways é uma estrada combinada (ro-doviária e ferroviária) de Adler até o resort nas monta-nhas Alpika Service, em Kras-naia Poliana, e custará cerca de US$ 6,6 bilhões.

permitiu à economia russa superar a crise de 2008-2009 r e l a t i v a m e n t e s e m senti-la.

No entanto, de acordo com relatório do Sberbank, o maior banco do país, duran-te os últimos 11 anos, o rublo teve valorização de 60% em relação à infl ação.

Nem mesmo a evasão de divisas russas pôde parar esse crescimento. “Em 1 de junho de 2012, o montante total do Fundo de Reserva e do Fundo Nacional de Pre-vidência ultrapassou os US$ 171,1 bilhões, o que corres-

Forças Arma-das já con-tam com o poder femi-nino, mas sob contrato. Agora elas poderão se alistar no Exército

Relatório do Sberbank, o maior banco da Rússia, detalha os problemas comuns en-frentados pelo real brasileiro e o rublo russo, e indi-ca soluções

Instalações olímpicas consumiram pouco mais de US$ 7 bilhões

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Oposicionista pode pegar 10 anos de prisão por desvio de verbas de madeireira

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Em maio de 1998, em Bi r m i ngha m, no Reino Unido, aconte-ceu a primeira reu-

nião do G8, fórum interna-cional que reúne os sete países mais industrializados e desenvolvidos do mundo e a Rússia.

Desde então, a Rússia não só se tornou membro de quase todos os clubes inter-nacionais, mas também ad-quiriu uma grande experi-ência presidindo a maioria deles. Pode-se dizer então que a Rússia está entre os países líderes mundiais, res-ponsáveis pelo destino do mundo?

A reunião em Birmingham foi um marco importante na história da Rússia moderna. Na época, o então presiden-te russo Boris Iéltsin se es-forçava para tornar o país membro de associações in-ternacionais e recuperar seu status de grande potência.

Mas, apenas três meses após a reunião, o país anun-ciou a moratória da dívida externa e enfrentou uma pro-funda crise econômica e po-lítica. A ilusão de se igualar aos demais líderes mundiais passou assim que o governo russo teve seu pedido de ajuda fi nanceira negado pelos países ocidentais.

Hoje isso parece estranho. A Rússia passou, há muito, de país devedor a credor e discute como ajudar o euro e até alguns dos países da Europa. Não há dúvidas de

Os Estados soberanos estão, lenta, porém constantemente, perdendo a capaci-

dade de administrar indivi-dualmente suas principais realizações em território na-cional. A economia mundial se torna cada vez mais glo-balizada, interconectada e ramifi cada.

O sistema de distribuição de informações também dei-xou de respeitar as fronteiras nacionais. Um número recor-de de pessoas vive e trabalha no exterior, embora não sejam os emigrantes típicos de al-gumas décadas atrás. Aquilo que durante séculos era atri-buto de um limitado grupo de pessoas e uma atividade extremamente confi dencial torna-se pouco a pouco as-sunto público.

Essa tendência infl uencia, enfi m, a política internacio-nal e a diplomacia. Com a redução do papel tradicional do Estado e a degradação da soberania, a diplomacia clás-sica entre países virou coisa do passado.

Enquanto documentos di-plomáticos e o conteúdo das conversas confi denciais são revelados com maior fre-quência, a sociedade civil co-meça a ultrapassar as fron-teiras nacionais e intervir na política internacional.

Um atentado terroris-ta ocorrido no dia 11 de maio na cidade turca de Reyhanli

virou pretexto para o envio de tropas à Síria. A cidade está localizada perto da fron-teira com a Síria e a tragé-dia está diretamente relacio-nada ao país. Disso eu não tenho dúvidas.

As autoridades turcas, in-cluindo o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, cul-param imediatamente o pre-sidente sírio Bashar al-Assad pelo ocorrido. No dia seguin-te ao atentado, o chefe do go-verno turco chegou a decla-rar que o governo vizinho está tentando arrastar a Tur-quia ao “pântano sírio”, du-rante uma coletiva de im-prensa em Istambul. Mesmo assim, a participação de Da-masco na organização da tra-gédia que ocor reu em Reyhanli, na minha opinião, é pouco provável.

O futuro do regime sírio já não é promissor e ninguém quer provocar a intervenção turca no país, assinando, assim, sua própria sentença de morte. Já os rebeldes sí-rios estão muito interessados não só na ajuda da Turquia, mas também na intervenção direta do exército de um dos países-membros da Otan.

No dia 6 de maio, a Tur-quia deu início a uma série de exercícios militares na província de Adana, perto da fronteira síria, que durou 10

Fiódor Lukianov

Analista político

NIKOLAI ZLOBIN

HISTORIADOR

Stanislav Khatuntsev HISTORIADOR

UM LUGAR ENTRE OS LÍDERES

A IMAGEM À FRENTE DO PODER BRANDO

O NOVO IMPÉRIO OTOMANO

que a Rússia faz parte do clube dos países mais ricos do mundo.

Show políticoConcebido em meados da dé-cada de 1970 como forma de consulta informal a portas fechadas entre as maiores economias ocidentais sobre o estado real da conjuntura global, o G8, que incluía ori-ginalmente os cinco países mais ricos do mundo, se am-pliou, transformando suas reun iões em um show político.

Quanto mais transparen-te é o ambiente, mais peri-gosas se tornam as declara-ções diretas, até mesmo em reuniões privadas, onde va-zamentos, de qualquer ma-neira, acontecem. Sem dis-cussões francas, porém, as r e u n iõ e s p e r de m s e u sentido.

Por outro lado, as mudan-ças fundamentais na relação das forças mundiais fi zeram com que as reuniões em for-mato limitado se tornassem pouco efi cazes.

Em algum momento, fi cou claro se tratar de um absur-do discutir a situação econô-mica mundial sem a China que, entretanto, não podia ser admitida em um grupo só in-t e g r a d o p o r n a ç õ e s democráticas.

A criação da cúpula de lí-deres do G20 em meio à crise de 2008 resolveu o problema. No entanto, o grupo não che-gou a formar uma governan-ça mundial. Na primeira fase da crise, a reunião das 20 maiores economias do mundo teve um efeito calmante. Com

o tempo, porém, as cúpulas se tornaram uma atividade cerimonial.

Mesmo assim, cada país proсura usar sua presidên-cia para se apresentar como potência mundial responsá-vel. E agora chegou a vez de Moscou.

Dentro e foraNos últimos anos, a Rússia tem apresentado diversas iniciativas globais. Essas, porém, não se concretizaram por uma série de razões. Por um lado, o país não sabe de-monstrar sua liderança no mundo atual devido ao per-

sistente complexo de infe-rioridade desde a extinção da União Soviética. Além disso, os políticos russos não aprenderam a disfarçar seus interesses egoístas em uma embalagem altruísta, ao contrário de seus colegas ocidentais.

Por outro lado, no mundo atual, as iniciativas globais simplesmente não funcio-nam. Não há infraestrutu-ra para levar os planos glo-bais à prática. No mundo moderno, decisões globais funcionam pior que as regionais.

O exemplo mais marcan-te é o fracasso da ONU no combate às mudanças cli-máticas. Já em dimensões nacionais, é bastante efi caz a aplicação de tecnologias para efi ciência energética e redução das emissões de gases do efeito estufa.

Quinze anos depois da par-ticipação de Iéltsin pela pri-meira vez em uma reunião do G8 como líder de um país-membro, sua meta de alcançar uma alta posição internacional foi atingida e até excedida. Porém, não se sabe qual será o papel da Rússia no cenário interna-cional nos próximos anos.

No futuro, como em 1998, o lugar da Rússia no mundo dependerá da qualidade de seu desenvolvimento inter-no, e não de sua capacidade de se apresentar adequada-m e n t e e m f ó r u n s internacionais.

Fiódor Lukianov é analista do Conselho para Política Externa e Defesa em Moscou.

Durante a crise de 2008, G20 teve efeito calmante, mas cúpulas se tornaram atividade cerimonial

Rússia alcançou presidência do G20, mas complexo de inferioridade barra suas iniciativas

Os interesses dos Estados soberanos não só se tornam mais interligados, como tam-bém incertos e de difícil for-mulação. Um confl ito mili-tar em defesa de seus interesses pode se transfor-mar em uma guerra contra si mesmo. A dinâmica do mundo moderno exige rea-ções rápidas e a revisão re-gular das prioridades.

Em altaNessas condições, cresce o papel dos fatores não tradi-cionais da política externa, entre eles o “soft power” (“poder brando”), termo cunhado no início dos anos 1990 por Joseph Nye, profes-sor da Universidade de Har-vard. Em outras palavras, trata-se do aumento da in-fluência internacional por meio de recursos não políti-

cos ou militares de modo a promover valores, priorida-des, ideias e opiniões.

É claro que ninguém abo-liu os métodos militares. Mas hoje já se pode dizer que a nova ordem mundial consis-tirá na oposição de Estados e blocos por meio do “soft power”.

Por isso, é extremamente importante para a Rússia de-senvolver esse conceito, bem como aprimorar tecnologias e métodos para sua aplica-ção, estratégia de desenvol-vimento, prioridades e obje-tivos. Do mesmo modo, é preciso equacionar os pro-blemas fi nanceiros e orga-nizacionais por meio de apoio político e intelectual, e ga-rantir a ajuda da sociedade civil e de parceiros da Rús-sia em outros países.

Cabe lembrar, contudo,

que as autoridades russas simplesmente ignoraram essa questão durante toda a existência do Estado mo-derno. Além disso, o país vive à sombra de vários es-tereótipos e clichês soviéti-cos. Por fi m, os inimigos ge-opolíticos e ideológicos de Moscou estiveram empenha-dos em degradar a imagem da Rússia – seja por simples antipatia, confl ito de inte-resses políticos ou concor-rência comercial.

O resultado hoje é um país quase ausente do confronto global entre as potências do “soft power”. E isso não só diminui suas oportunidades no mundo, mas impossibili-ta a construção de uma ima-gem adequada e atraente. Em razão disso, as perdas eco-nômicas e políticas da Rús-sia só vão aumentar.

Nas manchetesFelizmente, Moscou terá oportunidades exclusivas de infl uenciar a agenda global nos próximos anos. Atual-mente presidindo o G20, o país estará no comando do G8 em 2014 e, fi nalmente, se-diará o encontro entre os pa-íses do Brics em 2015. So-mando i sso aos Jogos Olímpicos de Inverno 2014 e à Copa do Mundo de Fute-bol de 2018, fi ca evidente a tomada das manchetes mun-dias pela Rússia em nível global.

O país vai naturalmente atrair a atenção da opinião pública internacional e seria imprudente não aproveitar essa oportunidade para re-forçar sua posição no mundo. Mas isso requer um amplo programa do governo, o qual a Rússia simplesmente não possui no momento.

Nikolai Zlobin é analista po-lítico, historiador e articulis-ta. Escreve para o The New York Times, entre outros veí-culos.

dias. De acordo com o Esta-do-Maior da Turquia, seu ob-jetivo é o desenvolvimento de medidas de mobilização, pre-paração e coordenação das tropas. Mas esses exercícios apontam para uma operação de invasão da Síria.

Foi um acordo assinado re-centemente entre as autori-

dades turcas e os separatis-tas curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Cur-distão), prevendo a retirada das forças curdas da Turquia, que abriu caminho para a re-alização dos exercícios militares.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, declarou que o país responderá a qual-quer ação hostil. O ministro chegou a publicar um artigo intitulado “A Grande Tur-quia”, em que trata do futu-ro da expansão econômica do país no Mediterrâneo.

Outro jornal turco, o “Hürriyet”, divulgou recen-temente o mapa da “Nova Turquia”, que inclui a por-ção sudeste da Bulgária, nor-deste da Grécia, as ilhas gre-gas no mar Egeu, Chipre, a república autônoma georgia-na de Adjaraa, a república autônoma azerbaijana de Nakhchiban, o norte de Ira-que e, o que é ainda mais in-teressante, quase a metade da Síria.

Os jornais publicaram so-mente a posição oficial do Partido da Justiça e Desen-volvimento, principal parti-do islâmico na Turquia. Porém, o governo do país participa cada vez mais ati-vamente na promoção de um movimento conhecido como “neo-otomanismo”, que pre-tende restaurar o Império Otomano, desintegrado após a derrota na Primeira Guer-ra Mundial, em 1918.

Recentemente, a Turquia se desviou do rumo pacífi co e está testando a viabilidade de possíveis anexações, in-cluindo a da Síria. Os aten-tados na Turquia se torna-ram motivo para o envio de tropas ao país. Mas é prová-vel que o governo de Assad espere os resultados da Con-ferência Internacional sobre a Crise na Síria.

Cabe aguardar o desfecho desse encontro, que tem pre-sença confi rmada do Secre-tário de Estado dos EUA, do presidente russo e do premiê britânico.

Stanislav Khatuntsev é dou-tor em História e articulista.

Turquia vive neo-otomanismo com objetivos expansionistas que visam a Síria

Ninguém quer provocar intervenção turca no país, assinando a própria sentença de morte

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BR Política e Sociedade

Um dos mais carismáticos militantes da oposição russa, o blogueiro anticorrupção Aleksêi Naválni pode pegar até 10 de prisão sob acusa-ções de fraude em um julga-mento polêmico que tem di-vidido a opinião pública no país – e pode gerar tensões com a União Europeia no futuro.

Em janeiro passado, Na-válni foi acusado de fraude e desvio de US$ 510 mil da madeireira estatal Kirovles (do russo, “Florestas de Kirov”). Se for considerado culpado no julgamento, que começou em abril, ele pode-rá pegar até 10 anos de pri-são – privando a oposição de uma de suas lideranças mais proeminentes.

Naválni foi um dos prin-cipais líderes dos protestos contra o governo que ocor-reram no fi nal de 2011 e iní-cio de 2012, proferindo dis-cursos inflamados contra Vladímir Pútin, eleito para seu terceiro mandato como presidente em março de 2012. Naválni contou com apoio considerável de manifestan-tes liberais e nacionalistas, e ganhou respeito de alguns dos empresár ios mais abastados.

O caso da “Florestas de Kirov” é um dos cinco pro-cessos relacionados a Navál-ni neste ano. Outro caso de fraude milionária tem Oleg Naválni, irmão de Aleksêi e

Processo Um dos líderes dos protestos contra o governo, Naválni é acusado de desviar US$ 510 mil da madeireira “Florestas de Kirov”

Possível condenação de opositor poderia esfriar as relações Rússia-UE – já se sugere restringir acesso de russos à Europa.

gestor dos Correios Russos, como coautor. Os irmãos negam as acusações, que acreditam ter motivações políticas.

A sentença e a UEO Comitê Investigativo da Rússia, que prepara os casos criminais para acusação, alega que há evidências su-fi cientes para condenar Alek-sêi Naválni pelo caso da ma-deireira “Florestas de Kirov”.

Mas os processos contra ele

Julgamento de blogueiro gera desconforto

ALINA SABÍTOVAESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Magnítski (implementada pelos EUA, a lei restringe a entrada de russos suspeitos de violações dos direitos hu-manos no país).

“Muitas pessoas nos EUA consideram esse ato incons-titucional, já que os nomes listados foram selecionados arbitrariamente, além de ne-nhum deles ter sido objeto de investigação judicial antes de sua inclusão na lista”, diz Múkhin.

Oposição processadaO Parlamento Europeu tam-bém poderá usar o resultado do julgamento contra a Rús-sia. “O caso Naválni é ape-nas a ponta do iceberg. Há uma pilha de processos ju-diciais e investigações rela-cionadas aos protestos con-tra a posse de Vladímir Pútin há um ano. É hora de a UE seguir o exemplo dos Esta-dos Unidos e adotar a lista Magnítski”, disse ao jornal russo “Kommersant” o vice--presidente do comitê para cooperação UE-Rússia no Parlamento Europeu, Wer-ner Schultz.

O ex-ministro das Rela-ções Exteriores polonês, An-drzej Olechowski, conside-ra o esfriamento das relações mais perigoso do que a re-alização de grandes protes-tos. “Não acredito que ha-verá sanções”, a f i r ma Olechowski.

“A Rússia não aceitaria isso de braços cruzados. En-tretanto, esses casos levarão a uma frustração e decep-ção cada vez maior com o país. Isso poderia causar um retrocesso nas relações de Mo s c ou c om a Un i ão Europeia.”

Em 2013 foram movidos cinco processos relacionados ao oposicionista. Observadores temem repetição do caso Khodorkóvski

podem trazer problemas com a União Europeia, que criti-cou Moscou anteriormente no julgamento do opositor Mikhail Khodorkóvski, man-tido preso mesmo após cum-prir a pena.

Dmítri Trênin, diretor do Centro Carnegie de Moscou, afi rma que uma longa sen-tença poderia prejudicar as relações entre a Rússia e a Europa. “Os líderes ociden-tais seriam, obviamente, obrigados a censurar a na-

tureza política do julgamen-to de Aleksêi Naválni, o viés assumido pelo Poder Judici-ário russo e a pressão sobre adversários do governo”, diz Trênin. “Seria comparável, em menor escala, à reação do Ocidente ao veredito de Khodórkovski.”

Para ele, seria um erro se a Europa renegasse acordos já alcançados ou congelasse negociações, como a de isen-ção de vistos para os cida-dãos russos em visita à UE.

Já Aleksêi Múkhin, dire-tor do Centro de Informação Política, acredita que as con-sequências de uma possível sentença de prisão para Na-válni seriam limitadas. “Os europeus sempre consegui-ram separar política de eco-nomia”, diz ele.

Embora exista um forte lobby político contra a Rús-sia dentro da União Euro-peia, há pouca probabilida-de que os europeus instituam uma versão própria da lei

“É hora de a UE ado-tar a lista Magnítski”, diz representante do comitê de coopera-ção UE-Rússia

mica), Yukiya Amano, visitou a Rússia em maio para inspe-cionar os últimos avanços do país em segurança nuclear e assistir a testes de resistência na usina de Kaliningrado.

Atualmente, a energia nu-clear é responsável pela pro-dução de 372 gigawatts (GW) de eletricidade em 194 usi-nas e 437 reatores espalha-dos pelo mundo. Amano acre-dita que esse número deverá aumentar em 80 a 90 GW em um futuro próximo, conside-rando o papel das usinas nu-cleares como fonte estável de geração de energia, capaz de garantir soberania energéti-ca a vários países.

Os principais especialistas, executivos e autoridades de diversos países estarão reu-

Energia Conferência na “capital do norte” russa no final de junho trará inovações mundiais para o setor

Diante da crescente demanda global por energia limpa e segura pós-Fukushima, Rússia oferecerá dispositivos de segurança nuclear.

nidos na Conferência Inter-nacional sobre Energia Nu-clear no século 21, que ocorrerá em São Petersbur-go no fi nal de junho.

O mercado mundial de energia nuclear, estimado em US$ 133 bilhões em 2011 pela Rosatom (empresa estatal de energia nuclear da Rússia), está passando por um mo-

mento crítico, em meio à queda do apoio público pós--Fukushima e ao aumento da concorrência fomentada pela revolução do xisto e fontes alternativas de energia.

Ainda assim, a Rosatom prevê que a crescente deman-da global por energia barata impulsione esse mercado para US$ 300 bilhões até 2030.

“A demanda por energia nuclear não mudou; sua es-trutura foi alterada. Se antes tínhamos clientes interessa-dos em reatores nucleares de segunda geração, agora todo mundo quer a tecnologia mais segura disponível”, diz o porta-voz da Rosatom, Vla-dislav Botchkov, enfatizan-do que o xisto e as fontes al-

ternativas de energia não são capazes de competir com a energia nuclear em termos de preço e segurança.

Tchernóbil “A experiência de Tchernó-bil deu à Rússia um impulso para desenvolver os mais so-fi sticados sistemas de segu-rança”, afirma Botchkov. “Por causa dessa experiên-cia, criamos um dispositivo que localiza automaticamen-te todos os vazamentos de ra-diação em caso de emergên-cia dentro de uma área não habitada.”

Os cientistas russos tam-bém permanecem à frente na

investigação global de rea-tores de nêutrons rápidos, centrífugas de enriquecimen-to de urânio, sistemas de res-friamento ativo e passivo, combustível nuclear e reato-res nucleares no espaço.

Esses avanços ajudaram o país a garantir a posição de líder mundial na exportação de tecnologia nuclear e a abrir novas fábricas na China, Índia e Irã ao longo dos últimos seis anos. A Rosatom também tem contratos na Turquia, Vietnã e Bielorrússia que, juntos, são est imados em US$ 70 bilhões.

O chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atô-

São Petersburgo apresentará usina nuclear segura

ANDRÊI REZNITCHENKOESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

As referências à primeira mu-lher-soldado russa datam do século 17. Durante a Revolta de Stepan Razin (1670-1671), Aliona Arzamasskaia, a “Joana D’Arc russa”, coman-dou por cerca de dois meses um destacamento com mais de 2 mil rebeldes refugiados na fortaleza de Temnikov (atual Mordóvia, na Rússia Ocidental).

Após a tomada da fortale-za, Aliona foi acusada de he-resia e bruxaria e acabou tor-turada e condenada à fogueira. O viajante e naturalista ale-mão Johann Frisch, seu con-temporâneo, descreveu-a como uma amazona que “su-perava os homens com a sua coragem incomum. Quando seu destacamento foi derro-tado, ela continuou a resistir persistentemente, matando mais sete ou oito”.

Já a invasão da Rússia por Napoleão, em 1812, rendeu as primeiras condecorações fe-mininas. Por decreto, 7.606 medalhas foram concedidas

História Prestes a oficializarem participação no Exército, russas encaram conflitos há 4 séculos

Face feminina da guerra tem uma longa história

1. Guerrilheiras russas defendem o país com sub-metralhadoras.2. Condecorada com o título de “Heroína da Se-gunda Guerra Mundial”, Maria Dólina completou 72 missões no bombardeiro Pe-2, jogando 45 tonela-das de bombas so-bre o inimigo.3. A atiradora de elite Liudmila Pa-vlichenko matou mais de 300 sol-dados e oficiais inimigos.

Apesar do atraso da proposta de lei que deve oficializar serviço militar feminino, história da mulher russa na guerra remonta ao século 17.

ALEKSANDR KOROLKOVESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

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das pela Comissão de Defesa no segundo semestre de 2013.

O vice-presidente da Comis-são de Defesa, Franz Klint-sevitch, acredita que a adoção do recrutamento militar de mulheres estimulará os ho-mens. “Defendo essa iniciati-va para envergonhar os ho-mens que fogem do serviço militar obrigatório”, disse Klintsevich.

Agora, os autores da inicia-tiva aguardam a reação do Es-tado-Maior General. “Tive uma reunião com o diretor do departamento de recrutamen-to militar do Estado-Maior General, Vassíli Smirnov. O Ministério da Defesa prome-teu dar uma resposta até 5 de junho”, disse a deputada Moskalkova em entrevista ao jornal “Izvéstia”.

Sob contrato“Muitas mulheres já servem às Forças Armadas russas sob contrato. O desafi o é formu-lar corretamente as emendas para que não causem reação negativa na sociedade”, disse uma fonte do departamento de recrutamento militar do Estado-Maior ao “Izvéstia”.

Atualmente, cerca de 50 mil mulheres servem às For-ças Armadas russas, de acor-

do com o porta-voz do Mi-nistério da Defesa, Ígor Konatchenkov. Dessas, 3 mil têm patente de oficial e as demais estão prestando ser-viço militar sob contrato, com patentes de sargento e soldado.

A convocação de mulheres para o serviço militar impõe uma série de desafi os, entre os quais a construção de ins-talações separadas, como ba-nheiros, chuveiros e quartéis. Portanto, a iniciativa requer c á l c u l o s e c o n ô m ic o s cuidadosos.

Mulheres russas poderão prestar serviço militar

Cerca de 3 mil mulheres têm patente de oficial no país

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

mento de apenas uma mulher nas fi leiras do exército regu-lar durante a Primeira Guer-ra Mundial, milhares de ou-tras colaboraram com as forças russas em outros sen-tidos, como membros da re-sistência (“partizanki”), ope-rando telégrafo e enfermeiras. Quase uma centena delas foi condecorada.

As mulheres combateram na linha de frente na Segun-da Guerra Mundial. A atira-dora de elite Liudmila Pavli-chenko aniquilou 309 soldados e ofi ciais inimigos em bata-lha. Foi dispensada das for-ças armadas devido aos feri-mentos quando tinha apenas 25 anos. Registros estimam que as mulheres-snipers te-nham eliminado mais de 11.280 oficiais e soldados nazistas.

Logo após o início do con-flito, a aviadora Marina Raskova dirigiu-se pessoal-mente ao Comitê Central do Partido Comunista da URSS, solicitando permissão para constituir um regimento fe-minino de aviação. Seu pe-dido foi deferido. Mas apa-receram tantas interessadas que se decidiu criar três re-gimentos femininos de uma só vez.

A tradição de mulheres--aviadoras sobrevive até hoje. Recentemente, criou-se o pri-meiro esquadrão feminino de helicópteros da história da Rússia, intitulado “Coli-bri”. Atualmente, cerca de 50 mil mulheres servem nas for-ças armadas da Federação Russa.

às viúvas de generais e de ofi -ciais mortos em combate, e às mulheres que trabalhavam nos hospitais.

Também foi na guerra de 1812 que a primeira mulher foi aceita no quadro regular do exército. Aos 23 anos, Na-dejda Dúrova entrou para a história como “A donzela da Cavalaria”. Ela serviu sob o nome de Aleksandra Aleksán-drova, com permissão pesso-al do imperador. Dúrova se destacou na batalha decisiva de Borodinó, na qual sofreu uma séria concussão.

Cem anos depois, Rimma Ivanova foi arregimentada usando um nome masculino no posto de enfermeira. Quan-do revelou-se que ela era mu-lher, Rimma continuou a ser-vir, usando o nome próprio. Em 9 de setembro de 1915, quando dois ofi ciais de seu re-gimento foram mortos em combate, Rimma incitou o grupo ao ataque e lançou-se às trincheiras inimigas. Foi morta por uma bala no qua-dril, aos 21 anos. Por meio de um decreto de Nicolau II, a heroína recebeu, postuma-mente, a condecoração de mais alto grau daquela época, a Ordem Militar de São Jorge de 4º nível.

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BREconomia e Negócios

ENTREVISTA ARKÁDI DVORKOVITCH

“Privatização elevará competitividade”VICE-PREMIÊ FALA SOBRE A CONJUNTURA ECONÔMICA E O

AMBIENTE DE NEGÓCIOS NO PAÍS ÀS VÉSPERAS DO FÓRUM

ECONÔMICO INTERNACIONAL DE SÃO PETERSBURGO

ELENA CHIPÍLOVAGAZETA RUSSA

Em entrevista à Gazeta Russa, o vice-premiê Arká-di Dvorkovich falou sobre a desestatização da economia do país, o acesso de empre-sas estrangeiras à platafor-ma continental de petróleo e perspectivas do Fórum Eco-nômico Internacional de São Petersburgo, que ocorre neste mês.

O que impede um investidor estrangeiro de se sentir tran-quilo na Rússia?Os investimentos na Rússia nem sempre são competiti-vos em comparação com in-vestimentos em outros paí-ses por uma série de razões. Mudar essa situação é a prin-cipal meta do presidente e do

primeiro-ministro. O objeti-vo é entrar para a lista dos 20 países mais bem coloca-dos no índice “Doing Busi-ness” do Banco Mundial até o ano de 2018.

Caminhamos nessa dire-ção e já simplifi camos signi-fi cativamente os procedimen-tos para os registro de negócios, por exemplo.

É difícil para um vice-pre-miê trabalhar com empresas privadas que possuem posi-ções próprias, como a Ros-neft, cujo presidente mantém pontos de vista contrários aos seus?Não penso que, por exemplo, para o secretário de energia dos Estados Unidos seja fácil trabalhar com as gigantes americanas. Elas também têm um poderoso lobby e de-

fendem seus interesses. Minha missão é fazer com que o setor funcione.

Sobre o desenvolvimento da plataforma continental, tomou-se a decisão de atri-buir licenças maiores à Ros-neft e à Gazprom. Ele [Ígor Sêtchin, presidente da Ros-neft] ainda não decidiu o que fazer com as áreas que não serão de sua jurisdição: se vai entregá-las a empresas par-ticulares ou simplesmente mantê-las como reserva es-tratégica para as gerações futuras.

Se as empresas privadas rus-sas tiverem acesso à platafor-ma, isso facilitará o acesso de companhias estrangeiras a eles?As estrangeiras só poderão operar por lá como sócias mi-

noritárias de empresas russas.

Em 2011, em uma entrevista concedida ao apresentador norte-americano Larry King, o sr. disse que “a economia russa sofre uma interferên-cia muito grande do Estado e sobra pouco lugar para o negócio privado real”. A si-tuação mudou nos últimos dois anos?Até certo ponto, sim. Um pro-grama de privatização dos ativos do Estado foi aprova-do e está sendo implementa-do com sucesso, com previ-são de conclusão em 2018.

Em setembro do ano pas-sado, venderam-se 7,58% das ações do [o maior banco russo] Sberbank, por US$ 5,2 bilhões.O [banco] Vneshtor-gbank, a [companhia ferro-

viária] Russian Railways, a [diamantífera] Alrosa, a [em-presa de navegação] So-vkomfl ot estão se preparan-do para entrar no mercado de ações.

Portanto, vemos a privati-zação como um instrumento de competitividade e efi ciên-cia. A reposição do orçamen-to é a segunda meta mais im-portante. Os recursos serão direcionados ao fi nanciamen-to de programas de investi-mentos de longo prazo.

Nos últimos anos, o governo falou muito sobre a necessi-dade de diversificar a econo-mia. No entanto, de acordo com os dados do serviço fe-deral alfandegário, em 2012 o percentual de exportações de produtos que não fossem petróleo e gás diminuiu em 4%. Por quê?Enquanto a fatia das expor-tações do setor de petróleo e gás é historicamente alta, sua taxa de crescimento é signi-fi cativamente menor do que a de outros setores da econo-mia. Nossa indústria de pro-cessamento está em rápido crescimento e o setor de TI tem mostrado um crescimen-to anual de 15% a 20% nos últimos dez anos.

O valor monetário da fatia da indústria do petróleo, na verdade, aumentou porque os preços de petróleo subi-ram. Se o preço do barril es-tivesse entre US$ 70 e US$ 80, em vez de US$ 105 a US$ 110, o equilíbrio poderia se deslocar para os domínios de outros produtos. Mas, con-venhamos, é bom que os pre-ços não estejam caindo [risos].

RAIO-X

Arkádi Dvorkovitch formou-se em economia cibernética na Universidade Estatal de Mos-cou em 1994. Depois de tra-balhar como consultor no Mi-nistério das Finanças russo, no

ano 2000 tornou-se conselhei-ro do ministro do Desenvolvi-mento Econômico e Comércio, Guérman Gref. De 2008 a 2012, foi auxiliar do presidente russo e ocupa o car-go de vice-primeiro-ministro desde 21 de março de 2012. Também é membro, desde 2006, da União do Futebol Rus-so e presidente da Federação Russa de Xadrez desde 2010.

IDADE: 41 ANOS

FORMAÇÃO: ECONOMISTA

CARGO: VICE-PREMIÊ

ponde a 8,1% do Produto In-terno Bruto da Rússia, ou às despesas orçamentárias de seis meses”, explica Nikolai Podlevskikh, chefe do de-partamento de análise da consultoria de investimetos Z u r i c h C a p i t a l Management.

Ao comparar o real bra-sileiro ao rublo russo, os eco-nomistas do Sberbank des-cobriram que, apesar das diferenças nas políticas eco-nômicas dos países, as mo-edas têm muito em comum.

Brasil, um exemploDe acordo com os dados do Sberbank, devido à melho-ria signifi cativa das condi-ções do comércio e ao au-mento dos investimentos no Brasil, a moeda nacional brasileira também está so-brevalorizada em 7% a 15%.

O Brasil tem uma política para enfraquecer o real e,

Real e rublo enfrentam problemas comunsCONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

Taxa de câmbio real nos países do Brics

Índice de preços relativos Rússia-Brasil

segundo os especialistas do Sberbank, outras economias baseadas em matériaspri-mas, inclusive a russa, devem s e g u i r o e xe m plo do Brasil.

O rublo e o real se valori-zaram por diferentes razões. “O real se fortaleceu por causa do crescimento da taxa de câmbio nominal, en-quanto o principal motivo para o aumento da taxa de câmbio do rublo foi a infl a-ção”, diz Podlêvskikh.

No entanto, as condições econômicas são semelhantes nos dois países. “Durante o período pós-crise no Brasil, e na Rússia um pouco antes, o valor das exportações cres-ceu signifi cativamente, en-quanto os preços dos produ-tos importados continuam caindo”, explica o relatório do Sberbank. “Isso causa um aumento da demanda, que provoca o fortalecimento das taxas de câmbio nominais e o aumento dos salários.”

causada pelo crescimento da taxa de câmbio nominal, en-quanto na Rússia só a infl a-ção teve impacto sobre a taxa de câmbio do rublo.

Metas e restriçõesAo contrário do Banco da Rússia, o Banco Central do Brasil iniciou suas metas de controle da infl ação ainda em 1999, quando o primei-ro ainda tentava conter a taxa de câmbio.

De acordo com os espe-cialistas da Zurich Capital Management, o Brasil terá que mudar sua política fi -nanceira, tornando a econo-mia mais fl exível ou intro-duzindo restrições sobre o fluxo de todos os tipos de capital estrangeiro no país.

“Essas medidas ajudarão a restaurar o crescimento econômico e poderão ser aplicadas a outros países emergentes, em primeiro lugar à Rússia”, afi rma Ni-kolai Podlêvskikh.

Brasil deverá tornar sua economia mais flexível ou introduzir restrições sobre capital estrangeiro

De acordo com os resul-tados do estudo da Zurich Capital Management, o principal problema da eco-nomia brasileira são os altos gastos públicos e, como re-s u l t a d o , o d é f i c i t orçamentário.

Hoje, o nível da dívida pú-blica brasileira é o dobro da

média dos países emergen-tes e sua redução é uma ta-refa urgente.

No Brasil os gastos públi-cos ultrapassam 40% do PIB – uma fatia maior do que em qualquer outro país da Amé-r i c a L a t i n a , e x c e t o Argentina.

“Em ambos os países as

taxas de câmbio crescem so-mente devido à entrada de capital estrangeiro no mer-c a d o l o c a l”, a f i r m a Podlêvskikh.

A análise comparativa da dinâmica dos preços no Bra-sil e na Rússia confi rma que o aumento da taxa de câm-bio do real brasileiro foi

ESPINGARDA DE MECHA / arma No século 16, os fuzileiros russos usavam a espingarda de mecha, muito parecida com o mosquete utilizado na Europa Ocidental. A espingarda russa tinha 22 mm de calibre, peso aproximado de 8 kg e alcance de 150 a 200 m.

ALABARDA RUSSA / armaArma composta por uma longa haste com ponta de ferro pontiagudo e atravessada por outro ferro em forma de meia-lua, com 20 a 50 cm. Era usada em combates corpo a corpo e como apoio para a espingarda de mecha. Cada camponês tinha a obrigação de possuir uma alabarda.

GORRO ALTO COM CINTA DE PELE / vestimenta O gorro era de veludo, com o detalhe de uma cinta feita de pele de cordeiro. A cinta dos ofi ciais, porém, era de pele de zibelina com um emblema de ouro em forma de coroa.

CAFETÃ / vestimenta Os fuzileiros russos usavam um cafetã típico da Europa Oriental abotoado da direita para a esquerda. O número de botões e botoeiras variava de acordo com o tipo de regimento. No inverno, os fuzileiros usavam um cafetã forrado de pele com uma gola xale de pele e bordas de pele nas mangas.

LUVAS / vestimenta As luvas geralmente eram de cou-ro marrom e tinham cano longo e macio. Os ofi cias usavam luvas de cano duro, adornado com bordados de ouro e franjas.

BOTAS / vestimenta As botas fi cavam abaixo do jo-elho e podiam ser vermelhas, verdes ou amarelas, conforme o tipo de regimento.

FAIXA / armaFeita de couro, a faixa se es-tendia sobre o peiro na trans-versal e servia para pendurar pequenas bolsas com pólvora, balas, mecha e um chifre de boi para despejar a pólvora na câmara da espingarda. O número de bolsas chegava, não raro, a 12.

O Museu Kolomenskoie está localizado em uma área de 390 hectares no sul de Moscou. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de Kazan, se encontra um dos ícones de Nossa Senhora mais venerados do país. A primeira referência documental à aldeia de Kolomenskoie data de 1336. Entre 1528 e 1532, foi construída na aldeia a famosa Igreja da Ascensão, encimada por uma cúpula em forma de pirâmide. Mais tarde, o tsar russo Ivan, o Terrível, mandou construir ali a Igreja da Decapitação de São João, o Precursor para comemorar sua coroação. As obras duraram de 1547 a 1554.

“TEMPOS E ÉPOCAS”

Neste festival de recriação histórica os visitantes poderão assistir a torneios medievais e

aprender a atirar

De 21 a 23 junho, Kolomenskoie vai receber a 3ª edição do

Quer saber mais? SABRE / armaO tamanho e forma do sabre não eram regula-mentados. Até o fi nal do século 19, cossacos e ofi ciais tinham permissão para usar armas brancas antigas, herdadas de seus antepas-sados.

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FONTE: HAVERFONTE: HAVER