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Bloco A – Missão Profissional Recolher dados de opinião sobre as competências desejáveis do professor para um bom desempenho no âmbito da relação e sobre o modo de formar os professores para exercer esta articulação entre escola e a família 1. A escola não pode ser vista como isto (despejo), na minha perspectiva enquanto profissional, eu não me demito da ambição que tenho, que é: ser professora, ensinálos e educálos. E1A 2. (…) Eu sou na turma, eu sou responsável pela turma, portanto aqui, quem manda sou eu. Tenho a minha planificação, as minhas coisas… como pais têm outras funções. (…) É importante às vezes confrontálos com esta realidade. (…) E1A 3. [Era importante ensinar aos futuros professores, em formação, em relação ao assunto relação escolafamília] Saber ser e saber estar. Saber ser profissional e o saber estar, como profissional. Acho que era fundamental. E, muitas vezes nós não sabemos estar, nem sabemos ser. (…) E1A 4. Abrir a sala, não há problema nenhum, com quem quer que seja. Não tenho problemas de abrir a sala a ninguém. E1A 5. E sabe o que é que, uma vez, me disse um inspector: “Para ver o que se vai na sala basta entrar e sair”. Portanto, não tenho medo de abrir a sala a ninguém. Tudo o que aqui está… E1A 6. (…) Eu, por exemplo, há colegas que dizem: “Eu, dar o meu contacto pessoal? Não.” Os meus encarregados de educação têm o meu contacto pessoal, têm os meus contactos pessoais, fixo, rede móvel. Sim, senhora, há qualquer problema, eu sou responsável. Não tenho problemas, os meus encarregados de educação, todos têm o contacto, o meu contacto. E acho isso fundamental. Enquanto que pessoas que dizem, pessoas que, determinantemente, não dão os contactos. Estão no seu direito. E1A 7. Eu faço isso [tento desenvolver, para além das competências curriculares, competências afectiva]. Porque senão, já viu que crianças eles se vão tornar?! E2A 8. Eu às vezes também tenho de pensar assim “Eu não sou mãe deles. Eu não sou mãe deles, eu sou professora.” Digo para mim mesma. (…) Ralho, como ralharia e, castigo… quer dizer “Não vais ao intervalo, pronto”, “Olha, se fosses meu filho ainda levavas era uma palmada no rabo. Assim como não és, não levas. Se fosses meu filho levavas.” E2A 9. (…) Porque se eu for ainda mais atenciosa, ou não sei o quê… é pior ainda. É mesmo como se fosse um “cola”, não se “vira”… ele quer é atenção. Mas parece que “Quanto mais lhe bato, mais ele gosta de mim!” Porque também noto que eles não têm regras e, eu acho que já li isso Bloco A Concepção da Missão Profissional 1 31

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Bloco A – Missão Profissional 

Recolher  dados  de  opinião  sobre  as  competências  desejáveis  do  professor  para  um  bom 

desempenho no âmbito da relação e sobre o modo de formar os professores para exercer esta 

articulação entre escola e a família  

 

 

1. A  escola  não  pode  ser  vista  como  isto  (despejo),  na  minha  perspectiva  enquanto 

profissional,  eu  não me  demito  da  ambição  que  tenho,  que  é:  ser  professora,  ensiná‐los  e 

educá‐los. E1A 

2. (…) Eu sou na turma, eu sou responsável pela turma, portanto aqui, quem manda sou eu. 

Tenho  a  minha  planificação,  as  minhas  coisas…  como  pais  têm  outras  funções.  (…)  É 

importante às vezes confrontá‐los com esta realidade. (…) E1A 

3. [Era  importante  ensinar  aos  futuros  professores,  em  formação,  em  relação  ao  assunto 

relação escola‐família] Saber  ser e  saber estar. Saber  ser profissional e o  saber estar,  como 

profissional. Acho que era fundamental. E, muitas vezes nós não sabemos estar, nem sabemos 

ser. (…) E1A 

4. Abrir a sala, não há problema nenhum, com quem quer que seja. Não tenho problemas de 

abrir a sala a ninguém. E1A 

5. E sabe o que é que, uma vez, me disse um  inspector: “Para ver o que se vai na sala basta 

entrar e sair”. Portanto, não tenho medo de abrir a sala a ninguém. Tudo o que aqui está… E1A 

6. (…) Eu, por exemplo, há  colegas que dizem:  “Eu, dar o meu  contacto pessoal? Não.” Os 

meus  encarregados  de  educação  têm  o  meu  contacto  pessoal,  têm  os  meus  contactos 

pessoais,  fixo,  rede móvel.  Sim,  senhora,  há  qualquer  problema,  eu  sou  responsável.  Não 

tenho problemas, os meus encarregados de educação, todos têm o contacto, o meu contacto. 

E  acho  isso  fundamental.  Enquanto  que  há  pessoas  que  dizem,  há  pessoas  que, 

determinantemente, não dão os contactos. Estão no seu direito. E1A 

7. Eu  faço  isso  [tento desenvolver, para  além das  competências  curriculares,  competências 

afectiva]. Porque senão, já viu que crianças eles se vão tornar?! E2A 

8. Eu às vezes também tenho de pensar assim “Eu não sou mãe deles. Eu não sou mãe deles, 

eu  sou professora.” Digo para mim mesma.  (…) Ralho,  como  ralharia e,  castigo… quer dizer 

“Não vais ao intervalo, pronto”, “Olha, se fosses meu filho ainda levavas era uma palmada no 

rabo. Assim como não és, não levas. Se fosses meu filho levavas.” E2A 

9.  (…) Porque se eu for ainda mais atenciosa, ou não sei o quê… é pior ainda. É mesmo como 

se fosse um “cola”, não se “vira”… ele quer é atenção. Mas parece que “Quanto mais lhe bato, 

mais ele gosta de mim!” Porque também noto que eles não têm regras e, eu acho que já li isso 

Bloco 

 

Concepção da Missão Profissional  

1 ‐ 31 

em  algum  sítio,  eles  têm  de  saber  que  as  regras  têm  de  ser  cumpridas.  Eles  precisam  de 

alguém que se preocupa com isso. Pronto… eu também não quero ser nenhuma super modelo 

de professora, nem de coisa nenhuma mas, eu quero dizer… isto é o mínimo, é o básico. E1A 

10. Pois,  qualquer  pessoa  sabe  que  os miúdos  têm  que  ter  regras,  quer  dizer…  têm  de  ser 

educados, temos de chamar a atenção (…) E2A 

11. (…) Uma pessoa quando está a tirar um curso… uma reunião com os pais é uma realidade 

por vezes estranha, não é?! Eu acho que sim, que deve ser trabalhada… porque há uma série 

de  coisas  que  devem  ser…  não  é  o  treino…  vamos  lá,  algum  conhecimento  de  diversas 

realidades para se poder saber como é que deve agir… E3A 

12. Não é  só aprender  “A professora está ali para  transmitir  conhecimentos e eles  têm de 

estudar para aprender e fazer no final”. Não, nós fazemos muito mais coisas, não colocando de 

parte a  transmissão do conhecimento mas  tudo o  resto:  respeitar  regras na  sala de aula, as 

tarefas semanais, sei lá… tanta coisa, que não consigo agora dizer tudo. Lá está, por isso é que 

cada  pessoa  tem  a  sua  maneira  de  trabalhar.  Se  um  miúdo  for  transferido  nota‐se  uma 

diferença grande, porque cada uma tem a sua maneira de trabalhar, a sua dinâmica. Por  isso 

eu acho que os pais devem sempre estar ao corrente daquilo que é feito, da dinâmica de sala. 

E4A 

13. Os meninos  não  estão  aqui  só  para  fazer  os  exercícios  que  a  professora  propõe  (…)  a 

forma de correcção, por exemplo, porque há pais que dizem “Ah, a professora não corrigiu”. 

Temos de explicar como é que corrigimos, como é que fazemos… não sei, eu acho que  isso é 

importante. E explicar as vantagens (…) E4A 

14. Sim,  talvez  [passe  por  uma  questão  de  profissionalidade].  Posso  ter  falado  nisso,  em 

alguma cadeira (risos) mas eu acho que isso parte muito de nós (…) E4A 

15. (…) da nossa forma de estar e do modo profissional de agir, também. E4A 

16. E portanto, eu acho que os pais  têm de  saber, eu  falo disso das  reuniões  “Olhe  surgiu 

qualquer  coisa,  falámos  disto  porque…”  Nós  temos  de  explicar,  não  é…  eu  acho  que  é 

impensável uma criança ter uma dúvida e abordar‐nos e nós contornar‐nos e fugir à questão, 

não é?! E4A 

17. Eu acho que os pais vão se apercebendo, a pouco e pouco  (…) os pais  já me conhecem 

minimamente  para  saberem  que  eu  dou  resposta  a  uma  série  de  preocupações  que  não 

passam  apenas  pela minha  função  de  transmitir  conhecimentos.  E  eu  acho  que  os  pais  se 

sentem confortáveis com isso. E4A 

18.  (…) Como é eu hei‐de explicar, temos que mostrar qual é o nosso papel –  lá está, não é 

“eu faço  isto e tu fazes aquilo”, não é nada disso – o nosso modo de trabalhar, explicar‐lhes 

para eles compreenderem. E4A 

19. (…)  E  portanto,  às  tantas,  tem  surgido  algumas  questões  por  email.  E  eu  penso  assim 

“Será que é minha função responder a estas questões?” E4A 

20. Penso em todos porque gosto de ter … não quero ter um registo de avaliação por assinar, 

porque acho que profissionalmente não está correcto. E4A 

21. Porque eles estão na  formação de personalidade, portanto, eu  sou paga para ensinar e 

para educar também. E5A 

22. Agora, é uma relação difícil. Eu acho que é muito difícil porque sou um profissional, estou 

a exercer a minha função e depois vamos falar com encarregados de educação e é como eu a 

ralhar com os meninos. E5A 

Clarisse – E7 

23. (…) eu era professora de apoio (…) Aí, tentei gerir algumas situações, a nível familiar (…) 

E7A 

24. O tempo em que a escola era… o papel da escola era ensinar a ler a escrever e a contar já 

era. Muitas vezes eu digo‐lhes isso, eles são muito pequeninos mas eu digo‐lhes isso, a escola 

tem de ensinar a pensar. E7A 

25. (…) Portanto, eu acho que  tem muito a ver com a nossa postura enquanto professores. 

E7A 

26. (…)eles conseguirem perceber e se for preciso puxo pelos galões e digo: “Não, eu aqui sou 

a professora,  sou  eu que  estabeleço  as  regras dentro da  sala.  Portanto,  eu quero que  seja 

assim e, é assim. (…) que têm de trabalhar para ter resultados, que aqui há regras (…) E7A 

27. (…) Cada vez nos pedem mais, a nível administrativo, e eu passo  isso muitas vezes aos 

pais, que nos pedem muito a nível administrativo, e a nível pedagógico, às vezes esquecem‐se 

que nós somos professores (…) E7A 

28. [Alguns já me conhecem] Sabem perfeitamente como é que eu funciono e como é que eu 

sou. (…) não sou chapa cinco para tudo, não… não alinho em grandes… eu já só faço aquilo que 

gosto e aquilo que me apetece. Já não entro em projectos, só por dizer que entrei. E7A  

29. (…)  Daí  eu  dizer  que  não  me  encaixo  muito  dentro  daquele  parâmetro  professor, 

professor. Graças a deus já há muita gente como eu e, nesta escola já há gente assim. (…) E7A 

Tresa – E8 

30. Agora, também penso, que há uma primeira fase que tem de ser o professor, o resto é um 

complemento. Parte realmente do professor, até porque é o professor (…) E8A 

31. Se o que o que pretende é o bem dos alunos, o  sucesso,  também  tem de  ser um bom 

professor. E8A 

 

 

 

 

Bloco B – Pertinência da relação Escola‐Família 

 

   

Pertinência da Relação 

Escola‐Família 

B1  “Convergência educativa”  1, 9, 18, 19, 25, 27, 30, 31, 37, 38, 41, 45, 48, 49, 51, 52, 53, 64, 67, 68, 70, 74, 76, 77,  83,  93,  96,  98,  101,  102,  115,  116, 117,  118,  119,  123,  124,  125,  127,  130, 131,  132,  133,  134,  135,  137,  139,  140, 141,  143,  144,  145,  146,  147,  148,  150, 151, 152, 153, 156, 159, 160, 161, 164  

B2  Segurança do professor  3, 4, 5, 6, 7, 8, 11, 13, 14, 16, 21, 22, 23, 24, 26, 28, 29, 32, 33, 36, 39, 44, 47, 56, 65, 66, 71, 72, 73, 75, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 92, 100, 110, 113, 121, 128, 129, 136, 138, 155, 158, 163, 166  

B3  Acompanhamento dos filhos  10, 12, 15, 17, 34, 35, 42, 43, 46, 50, 54, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 69, 78, 81, 82, 84, 91, 94, 97, 99, 103, 104, 105, 106, 108, 112, 120, 122, 149, 157, 162, 167, 168  

B4  Facilita aprendizagem dos alunos 

2, 20, 40, 55, 79, 80, 95, 107, 109, 111, 114, 126, 142, 154, 165   

 

E1  1 – 40  

E2  41 – 52  

E3  53 – 60  

E4  61 – 79  

E5  80 – 110 

E6  111 – 133 

E7  134 – 153 

E8  154 ‐ 168 

 

1. [A relação escola‐família é] Fundamental. E1B1 

 

2. Havendo  uma  boa  relação  escola‐família  é meio  caminho  andado  para  a  aprendizagem. 

E1B4 

 

3. [Para os professores a vantagem desta relação é] Mais segurança, ganhamos à vontade até 

para que possamos trabalhar com determinada criança. E1B2 

 

4. Mãe  ausente,  nós  nunca  chegamos  a  conhecer  a  parte  de  lá,  certo.  Eu  acho  que  é 

importante conhecer um bocadinho da história do lado de lá, a história, portanto digamos, da 

família, para depois  também conseguirmos  tratar melhor, ou  lidar melhor com as situações. 

E1B2 

 

5. Porque muitas  vezes  podem  nos  ocultar  determinadas  situações:  ou  divórcios,  de…  que 

estão a interferir nas aprendizagens, e que nós até nem sabemos que há ali qualquer coisa que 

não está bem, que não conseguimos descortinar. E1B2 

 

6. [Acerca de uma  informação familiar partilhada] Foi fundamental, era uma  informação que 

eu não tinha, que a senhora por acaso teve o arrojo, que nem toda a gente tem de me dizer, e 

eu acho que é fundamental. E1B2 

 

7. Portanto… muitas vezes, conhecendo o  lado de  lá portanto havendo uma relação… que é 

óptimo. E1B2 

 

8. Quem me dera a mim, com dois ou três alunos que tenho aí, que soubesse o que é que está 

por trás, se calhar eu dava melhor a volta para entrar no mundo deles, que eu ainda não sei 

qual é o mundo deles. E1B2 

 

9. [Os pais] Também ganham [com a boa relação escola‐família]. Principalmente no primeiro 

ano,  faço questão, e digo  logo  isso no  início do ano, aos meus encarregados de educação, é 

que, à medida que estes encontros que temos, mensais, que não são praticamente nada, mas 

que são muito [ricos](…) E1B1 

 

10. Quem vier, sabe mais ou menos, acompanha as matérias, as temáticas, as coisas como são 

abordadas. Se houver dúvidas, mesmo em questões de … [prática pedagógica]. E1B3 

 

11. Na medida em que nós  transmitirmos  isto  [o modo  como  trabalhamos um determinado 

assunto  na  sala  de  aula]  ganhamos.  Estamos  a  ganhar  porque  eles  não  vão mais  em  casa 

continuar [a insistir em fazer de outro modo]. E1B2 

 

12. Na medida  em  que  os  pais,  os  encarregados  de  educação,  estiverem  informados  destas 

temáticas, destas… no fundo, destas actualizações que foram feitas, ao nível da Matemática (e 

Língua Portuguesa).  [Explicando] eles podem acompanhar melhor,  sem grandes  receios.  [Os 

pais podem explicar] Sem terem receio de estarem a errar. Portanto, eu acho que há sempre a 

ganhar [com a explicação do modo como se trabalha com os filhos deles]. E1B3 

 

13. Também, às vezes também é  importante, nós olharmo‐nos nos olhos uns dos outros… até 

para  termos  confiança  nas  pessoas.  Porque  isso  de  não  nos  sabermos  olhar  de  frente,  de 

olharmos nos olhos, bem uns nos outros, traz outras coisas… parece que andamos sempre na 

desconfiança. E1B2 

 

14. [Transmitirmos]  transparência e  lhe pusermos os dossiers à disposição,  sem medos,  sem 

receios… eles também pensam duas vezes [pensam que não há nada a esconder]. E1B2 

 

15. [Fala‐se  muito  na  questão  escola‐família,  hoje  em  dia]  É  por  isso  mesmo,  é  porque, 

porque… se não houver esta relação tudo falha. E, até aqui, já digo até à uns anos atrás, havia 

sempre o acompanhamento dos pais. Eu  lembro‐me, eu andava na escola e, quando eu não 

fazia as coisas, o meu pai obrigava‐me a  fazer. E, se me  ia para queixar ao meu pai, que eu 

tinha dito isto e aquilo… ainda levava uma chapada. E1B3 

16. E agora acontece a situação contrária [os alunos não fazem os trabalhos, queixa‐se aos pais 

e o professor ainda aparece como culpado]. E1B2 

 

17. Portanto, eu acho que é importante para cativar os pais, cativarmos os filhos. E1B3 

 

18. [Caso não se cative pais e alunos, a escola] é apenas um despejo…Acho que já não importa 

se a criança está a  fazer aprendizagens, ou não está a  fazer aprendizagens…  importa é  se a 

criança anda bem‐disposta ou maldisposta… e não pode ser assim. E1B1 

 

19. Se alguma coisa não têm.. . já a doutor Inês Sim Sim, disse publicamente que se chegarem à 

faculdade e não souberem o que é um adjectivo que ainda estão muito a tempo de aprender. 

E, para nós chegarmos aí, mais vale a gente se ir encontrando, e isso era fundamental, de vez 

em quando, porque assim, até os pais sabem o que é um adjectivo. E1B1 

 

20. [A  função  da  escola  passa  pela  vinda  dos  pais  com  sentido,  com  sentido  de]  …  de 

formarmos os  filhos. Em conjunto,  formarmos em plenitude, uma criança. Ajudá‐la a crescer 

na plenitude, não deve ser só em aprendizagens… é crescer na plenitude, é prepará‐la para a 

sociedade. No sentido de, em conjunto, prepararmos uma criança para a vida da sociedade. 

E1B4 

 

 

21. (…) Eu, mesmo que estejam cá vinte e três, se vinte não ouvirem, mas três ouçam… eu  já 

acho  bom.  Pode  ser  que  estes  três  sejam  aqueles  que  precisam  de  ouvir.  A  gente  nunca 

sabe.E1B2 

 

 

22. Hoje ouviram três, noutro encontro ouvem quatro,  já são sete, noutro ouvem sete,  já são 

catorze… à medida que nos formos encontrando, alguma coisa lá fica e, pelo menos conhecem 

a professora… vão conhecendo a professora. E1B2 

 

 

23. Talvez,  conhecendo‐nos  também um bocadinho  a nós,  talvez  também  façam depois, em 

casa… passar essa mensagem aos filhos. “A professora é vossa amiga” se calhar até “quer que 

vocês aprendam” E1B2 

 

24. (Nunca digam mal da professora) Nunca perto dos vossos filhos, porque perdem os vossos 

filhos”. “Perdem as aprendizagens e eles não  têm mais confiança no profissional que  têm à 

vossa  frente”. Porque estas coisas  têm de  ser ditas,  se não  forem hoje  têm de  ser amanhã. 

Porque  no  fundo,  com  estas  reuniões,  quase  que  arranjamos  um  bocadinho,  um  a 

“escapadelazinha” para ir bater no mesmo. E1B2 

 

25. Em relação aos quatro anos que deixei, eram pais muito participativos agora estes… lá está, 

é preciso nós nos darmos a conhecer… E1 B1 

 

26. À medida que os conquistamos, à medida que conquistamos os pais, conquistamos cada 

vez melhor os filhos. E1B2 

 

27. [Com  os  outros  pais  já  tinha  uma  relação mais  próxima,  com  estes]  Ah,  sim…  é  isso,  a 

relação constrói‐se, não tenha dúvida. E1B1 

 

28. (…) Esta turma, é tão diferente da outra realidade/turma que tive, tão diferente… a outra 

era  uma  turma  homogénea  em  termos  familiares,  de  estrutura  familiar…  era  muito 

homogénea.  Esta  turma,  por  exemplo,  em  termos  familiares  é  uma  turma  completamente 

desestruturada,  completamente desestruturada. Ora,  se nós não  conquistamos então muito 

menos. E1B2 

 

 

29. Isto  tem  a  sua  influência,  a  estruturação  familiar  tem  a  sua  influência. Mas  eu,  neste 

momento, não  lhe sei dizer… Sei‐lhe dizer que  isso é  importante e outra coisa que  lhe posso 

dizer é que em vinte e seis anos de trabalho nunca tive o que me fizeram o ano passado… que, 

sem eu saber onde é que eu ia, marcaram‐me um jantar onde estavam os vinte e três alunos, 

onde estavam as vinte e três famílias, estruturadas e desestruturadas, mas estavam lá todas…. 

Desde bebés, a velhotes… estava tudo. E1B2 

 

30. Foi (uma despedida) Que eu, nem pouco mais ou menos sonhava… eu ia jantar com o meu 

marido e um amigo do meu marido. Portanto, acho que vale a pena investir… e, eu acho que 

muitas  vezes,  é  preciso  envolver,  envolvê‐los…  vamos  lá…  há  outra  coisa  em  que  os 

envolvemos, por exemplo, nas tasquinhas… E1B1 

 

 

31. A minha  turma,  do  ano  anterior,  foi muito  participativa,  foi muito  activa  sempre,  nas 

tasquinhas. Aliás nos quatro anos, fui quase sempre empurrada, aqui por… havia aqui duas ou 

três  mães…  uma  delas  também  é  nossa  colega.  Talvez  também  por  isso  empurrasse  um 

bocadinho  mais,  sabia  o  que  isto  custava,  estava  assim  de  que  lado  e  dava  um 

empurrãozinho… E1B1 

 

32. Mas, eu acho que era importante aproximá‐los mais (…) e isso aí também não lhe sei dizer 

muito, o que lhe sei dizer é que é muito importante, diria fundamental uma boa relação com a 

comunidade, comunidade familiar, da turma. E1B2 

 

 

33. Nunca  fecho  as  portas  aos  pais.  Pode  não  ser  por muito  tempo,  uma  conversa muito 

alongada. Mas acho que é importante [os pais conversarem com a professora]. E1B2 

 

34. [É  importante os pais virem à escola  conversar  com a professora] até porque os miúdos 

sentem isso.  (…) Mesmo para os miúdos, é importante que, de vez em quando, sintam que a 

mãe vem à escola. E1B3 

 

35. Se  os  pais  soubessem  a  importância  que  os  filhos  manifestam,  para  nós,  o  quanto  é 

importante para eles, a vinda deles [pais] à escola, eu tenho a certeza que, se calhar, vinham 

mais vezes. A não ser que não sejam mães ou que não sejam pais. E1B3 

 

36. [Sente que se aproximar os pais supera mais  facilmente os problemas dos alunos/turma] 

Disso, disso, eu não tenho dúvida. Tem de haver uma conquista. Mas acho que isso, em tudo 

na vida. Acho que em tudo na vida. E1B2 

 

37. [A atitude do professor pode  influenciar a  forma como os pais vêem a escola e o Ensino 

Português] Nós  tentamos…  e  eu  quero,  com  os meus  encarregados  de  educação,  dar mais 

credibilidade, aproximá‐los o mais possível mas, no geral, no geral, no geral, a gente sente que 

a escola cada vez ter menos… mais, está a ser mais…. Portanto desacreditada. E1B1 

 

38. Uma  aproximação  com  toda  a  comunidade  educativa:  pais,  encarregados  de  educação… 

acho importante esta relação, essa proximidade. E1B1 

 

39. Acho que sim, com essa proximidade podemos mudar muita coisa. Na medida em que nós 

nos conhecermos, de parte a parte, melhor podemos lidar com as situações. E1B2 

 

40. [A  função  da  escola  passa  pela  vinda  dos  pais mas  numa  vinda  com  sentido,  com]  de 

formarmos os filhos. E1B4 

 

 

Professora Marta – E2 

 

41. Que convivam, olha, que convivam todos [a família] … Mas não?! Faz‐me isto uma confusão 

porque eles estão a perder valores, a todos os níveis, porque mesmo a educação, a postura, 

tudo… que se, não for a família  inicialmente, aqui (na escola)  já é um bocadinho complicado. 

E2B1 

 

42. É  que  os  miúdos,  o  facto  de  os  pais  virem,  e  mostrarem‐se  interessados…  isso  é 

fundamental.  Porque  os  miúdos,  quando  sentem  que  os  pais  estão  presentes,  que 

acompanham,  e  que  se  ele  não  fizer  o  pai  dá  logo  por  ela…    e  pode,  não  é  bem  uma 

repreensão, mas uma chamadinha de atenção. O pai está por cima do acontecimento, os filhos 

sentem e podem pensar: “ tenho mesmo de fazer senão, tenho mesmo de fazer porque  isto 

afinal é importante”. E2B3 

 

43. Só que os pais (…) eles nem sabiam o que é que os filhos estavam a dar. Portanto, até me 

estava a dar pena, meu deus, como é que eles não sabem, não é preciso ir ao pormenor mas, 

mais ou menos… “olha o miúdo está a fazer isto”. E2B3 

 

44. Ao nível da progressão do aluno… quer dizer, isto é tudo um bolo, não é?! Estamos todos a 

trabalhar para o mesmo e, mesmo em relação a situações que se passem em casa, se houver 

um, pronto… sei lá, se souber que aconteceu aquilo, ou outra coisa, eu aqui também, se calhar 

sei lidar melhor, não é?! (…) E2B2 

 

45. Pois, porque depois caminhamos todos para o mesmo, não é?! De o ajudar. E2B1 

 

46. O ideal? (…) se eles [os pais] cumprissem um bocadinho o seu papel, não era preciso fazer 

nada de extraordinário. Porque a minha mãe, portanto, ela  ia às reuniões, e a nós, aos filhos 

que ela teve, ela só dizia. “ Têm que fazer os trabalhos”. Eu nunca tive a minha mãe sentada, 

como às vezes estou com os meus  filhos: “Vá  tens de  fazer. Vá, muito bem! Sim, senhora!”, 

“Porque  têm  de  ser  motivados,  porque  senão  ficam  recalcados!”  (ironia)  Eu  não  estou 

recalcada!  Eu  se  não  fizesse  levava  e  não  ia  brincar  para  o  quintal,  quer  dizer.  Não  havia 

hipótese, se eu queria ir brincar, tinha que fazer os trabalhos, e era assim. E2B3 

 

47. Ah, isto é um bocado global. Há aí casos… muito complicados (…) os meus alunos são assim 

um bocado mal comportados e barulhentos, e isso é mais ao nível de regras, porque eles não 

interiorizam. Já no ano passado não  interiorizaram, este ano não consigo. Ou então tenho de 

andar aqui num regime militar. O que para mim também é um desgaste… chego ao fim do dia 

parece que nem consigo ouvir ninguém. Tenho que andar aqui “Calado!” , “Trabalha!”. Se eu 

me riu, pronto já estou desgraçada. E2B2 

 

48. Isto não é normal! É o que eu digo,  isto não é normal. Que  isto  [a escola] devia  ser um 

espaço para eles estarem contentes. E2B1 

 

49. Ah, é assim, eu sempre me dei bem com os pais, acho eu. (…) E2B1 

 

50.  (…) Mas sempre me  relacionei bem com os pais, desse não… os pais nunca apareceram, 

claro. E2B3 

 

51. Porque  isto, nós às vezes pensamos, se calhar sou eu que não consigo  ir ao encontro dos 

pais  ou  nãos  sei,  qualquer  coisa… mas  se  nós  vamos  falando  com  os  colegas  e  vemos que 

afinal, não somos nós,  são eles  [os pais]. E, às vezes, eu até digo coisas na  reunião  [com os 

pais] que não devo dizer, mas eu acho que eles (os pais) têm de ser abanados. E2B1 

 

52. Porque nós  somos um  grupo. Nós  temos de  funcionar  todos em  conjunto.  Eles, do  lado 

deles, e nós. Portanto, eu não posso dizer “Não, não, aquele pai manda lá na casinha dele e eu 

mando aqui. Não, não é assim, quer queiramos, quer não, isto está tudo interligado. E eu acho 

que, se houver uma boa relação, a coisa funciona melhor, mesmo com os miúdos. E2B1 

 

 

Professora Cristina – E3  

 

53. Eu acho que quanto mais…  isto basicamente por aquilo que vejo da  importância destas 

duas entidades [escola e família], vamos lá, é que… como é que lhe hei‐de de explicar… a partir 

do momento em que haja uma  ligação entre professor e família, a criança acaba por sempre 

beneficiar (…) E3B1 

 

54. Há um maior apoio, os pais estão mais conscientes do que se passa na escola, participam 

mais, interessam‐se mais e, logo à partida são benéficos às crianças. E3B3 

 

55. Basicamente a nível do sucesso escolar. Porque hoje, eu considero eu a escola… nós não 

podemos deixar de pensar que a escola está cá para  isso. E temos, cada vez mais de pensar, 

que as crianças passam pela escola para adquirirem conhecimentos, melhorarem, crescerem, 

todos esses aspectos relacionados com as aprendizagens, mais basicamente isso. E3B4 

 

56. [Os  professores  têm]  Um maior  conhecimento  das  crianças,  dos  comportamentos  em 

casa. Pode beneficiar‐nos. Se nós conhecermos as crianças mais facilmente as podemos ajudar, 

mais facilmente podemos direccionar o nosso modo de ensinar. E3B2 

 

57.  Para os pais também, também tem vantagens…. Bem, para os pais  interessados, depois 

depende do grau de  interesse dos pais, não é?! Mas os pais que vêm à escola também estão 

interessados em ajudar na construção dos novos seres que ali estão em aprendizagem e das 

personalidades que  se estão a  formar,  também os ajudar. Também a  compreender o que é 

que  fazem na escola. Que etapas é que estão a desenvolver para os poder ajudar em  casa. 

E3B3 

 

58. Sim, sim [o ideal será esta relação mais estreita entre a escola e a família] Até porque para 

eles,  que  ficam muito  contentes  dos  pais  virem  à  escola  e  terem  tempo  para  virem.  Eles 

próprios oferecem os pais, quando eu digo que é preciso pensar em qualquer  coisa, depois 

eles próprios dizem: “A minha mãe ou o meu pai pode vir.” Muitas vezes são eles próprios que 

levam o recado para casa e os pais colaboram nesse sentido. E3B3 

 

59. Agora  com  as  operações  das  subtracções  por  empréstimo,  tiveram  o  cuidado  de 

perguntar “Oh professora, explique‐os lá como é que faz para nós sabermos”. Pronto, são pais 

interessados.E3B3 

 

60. Agora,  em  relação  a  virem  ou  não mas,  isso  também,  ao  fim  ao  cabo,  a  comunidade 

escolar…  uma  das  coisas,  um  dever,  é  depois  também  acompanhar  o  aluno  mesmo  nas 

aprendizagens. E3B3 

 

 

Professora Rita ‐ E4 

 

61. (…) Para não explicarem de modo diferente. Pronto, lá está, são pais muito interessados, 

muito preocupados em saber. E4B3 

 

 

62. Esta  turma  não  tem  registos  de  mau  comportamento  (…)  Portanto,  a  questão  do 

comportamento, eles  [os pais] preocupam‐se  imenso de ver o  cartaz das bolinhas, qual é a 

bolinha atribuída, não é?! Gostam de saber. (…) E4B3 

 

63.  (…) Eu prefiro perder uma meia hora de aula e, naquele dia, porque a criança faz anos, e 

o dia é um dia importante para ela. E, lá está, uma vez mais perceber que a professora e a mãe 

comunicam e a mãe está presente, para também conhecer os colegas dos seus filhos. E4B3 

 

64. Eu acho que também é bom para os pais saberem onde é que os filhos estão diariamente, 

com quem estão, em que ambiente estão, não é?! Eu acho que é  importante e, portanto, eu 

gosto que os pais venham à sala de aula no dia do seu aniversário. E4B1 

 

65. Normalmente [os pais dos alunos que fazem anos] vêm, trazem o bolo e eu gosto que eles 

entrem na sala, pronto. E4B2 

 

66. Chegou  a  haver  uma  polémica  cá  na  escola:  podiam  entrar,  não  podiam  entrar…  vão 

destabilizar, a aula é interrompida… nós sabemos que sim, mas eu acho que é uma interrupção 

válida. (risos) Não é?! Não sei?! (…) E4B2 

 

67. (…) Eu  também, gosto muito de dialogar com os meus alunos,  lá está, os pais  têm essa 

função, de explicar uma série de coisas aos  filhos, dúvidas que  lhes surgem mas, as crianças 

também gostam de saber a nossa opinião, muitas das vezes [da professora]. E, quando surge 

uma dúvida qualquer, de algum aluno eu gosto, que em grande grupo, aja um diálogo e que 

partilhemos opiniões e por vezes, esclarecer dúvidas. Depende muito dos temas, para poderá 

até haver receio de abordar os pais sobre esse assunto e eu, aqui, depende do assunto, não 

é?! Mas se eu puder ajudar, eu gosto de ajudar… e, às vezes perdemos um bocadinho [da aula] 

mas esses bocadinhos perdidos são ganhos no final. E4B1 

 

68. (…)  Mas  chegou  a  meio  do  ano  e  pediram‐me  para  alterar  o  horário,  porque  lhes 

dificultava a vida e assim passou para as 17h 30m. Portanto, nas últimas terças‐feiras do mês. 

E4B1 

 

69. Sim, sim  [os pais sentem‐se envolvidos e por  isso  sugeriram a mudança de horário]. Eu 

gosto…  eles mesmo  vêem  com  imensa  vontade,  porque  são muito  interessados  e  querem 

saber como é que está… saber as notas, as percentagens… adoram saber as percentagens. (…) 

são  pais,  lá  está,  como  é  que  eu  posso  dizer,  interessados,  não  põem  problemas  nenhuns, 

antes pelo contrário, tentam ao máximo ajudar. E4B3 

 

70. (…) Às tantas também começam a ficar mais despertos para todas a realidades e querer 

saber, ao  certo,  todas as questões que envolvem os  filhos, para estarem ao  corrente delas. 

E4B1 

 

71. Eu  corrijo os  trabalhos dos meus alunos  com  caneta, está  certo ou está errado, alguns 

faço desse modo; e eu, também falei com os pais sobre isso, e não só (…) A ideia é, se errou, 

vamos melhorar. E, então, eu considero que a correcção oral, e especialmente no quadro é 

muito importante. (…) Na primeira reunião eu explico todos estes parâmetros aos pais. E4B2 

 

72. (…) Tento ao máximo ter cuidado naquilo que digo, quer dizer, não vou ali dizer nenhum 

disparate, mas se surgir uma palavra, depende muito do contexto, e de como é que dizemos, 

mas esse contexto em casa, não é  transmitido. Mais vale então ponderar e ver o que é que 

estamos a dizer porque pode  ser dito dentro de outro  contexto, é  isso que eu quero dizer. 

E4B2 

 

73.  (…) Mas eu acho que as escolas todas deviam uma entrada, em que os pais entrassem e 

depois, a partir de determinado  sítio não. A partir dali é  trabalho,  são as  salas de aula, não 

vamos perturbar, não é?! Porque eu acho que tem de ser respeitado [o espaço]. E4B2 

 

74. Porque gosto de ter contacto com aquilo que ele tem diariamente. Porque parece que é 

um bocado tabu… porquê? Conhecer as pessoas com quem o filho está durante o dia. Eu acho 

que é  importantíssimo. Funcionárias da escola,  conhece‐se a monitora que está  relacionada 

com a turma mas, não é só... no almoço pode estar com outra e pode pedir um recado a outra. 

Há diálogo entre todos. E4B1 

 

75. (…) A boa relação… eu acho que se nós, na sala de aula nos apercebermos que algo não se 

está a passar correctamente – quer dizer, depende muito da natureza da situação – devemos 

ficar  logo  despertos  e  dar  conhecimento  aos  encarregados  de  educação,  eu  acho  que  é 

importante. E4B2 

 

76. Sim, sem dúvida, de ambas as partes [os professores também devem dar a conhecer aos 

pais  o  que  sabem  acerca  da  criança].  Porque  nós  estamos  aqui muito  tempo  com  eles  e 

conhecemos muito bem os nossos alunos, muito bem. E portanto, nós conseguimos ter essa 

percepção. Eu  sou abordada  frequentemente:  “Oh professora, acha que … está  tudo bem… 

não  notou  qualquer  coisa?”.  E  portanto,  eu  depois  dou  o meu  parecer  e  a mãe,  ou  o  pai, 

explica‐me o porquê dessa pergunta. Eu acho que é extremamente  importante, sem dúvida. 

E4B1 

 

77. Eu penso… em todos [alunos, pais e professores]. E4B1 

 

78. Porque a mãe, que é a encarregada de educação tem de estar ao corrente da vida escolar 

do filho (…) E4B3 

 

79. (…) Porque, se calhar até baixou o rendimento escolar, e a mãe tem de estar ao corrente 

para que, lá está, num trabalho de equipa casa/escola haver um reforço dos dois lados para a 

criança perceber que não é  só dali, nem dali, mas dos dois  lados e que assim vai conseguir 

recuperar. O aluno vai tirar vantagens, se assim for. E4B4 

 

Professora Matilde – E5  

80. Da  relação  escola‐família  para  os  alunos…  eu  acho  que  é  importante,  dado  um  bom 

desenvolvimento  global  do  aluno  está  integrado  num  relacionamento  entre  escola‐

família.E5B4 

 

81. Eu acho que actualmente é muito complicado. Aliás, é complicadíssimo porque, não só há 

muitas famílias monoparentais… é muito difícil haver contactos… é muito difícil os meninos… 

actualmente as famílias estão desagregadas, que nota‐se perfeitamente isso na nossa relação 

com o aluno, no dia‐a‐dia. E5B3 

 

82. O  que  eu  acho  é  que  há  uma  grande  desresponsabilização  das  famílias,  actualmente, 

perante os alunos. E5B3 

 

83. A escola actualmente é onde metem os meninos… Actualmente, então, óptima porque 

ainda tem CAF e ainda tem as AEC’s, é óptimo, óptimo. E5B1 

 

84. [Os pais] Não têm a mínima noção se as crianças têm ou não têm dificuldades, não têm a 

mínima noção se tiram tempo para os seus filhos, se o tempo é de qualidade, não. Também 

têm uma vida muito agitada, eu percebo isso. Mas, não têm essa noção. Actualmente, eu acho 

que as  famílias, principalmente as  famílias  só constituídas por um  só elemento, constituídas 

pela mãe praticamente, não têm essa noção. Eu vejo isso na minha turma, por exemplo. E5B3 

 

85. (…) Então eu optei, no primeiro ciclo, porque tinha horário completo, apesar de não ser… 

pessoalmente… se pudesse escolher… exactamente porquê? Porque eu não gosto de … para 

mim,  entre  família  e  alunos  e  família  e  professores  há  sempre  um  risco  que  eu  não  gosto 

nunca de atravessar. E5B2 

 

86. Dentro  daquele  risco  eu  não  atravesso  para  lá  nem  admito  que  atravessem  para  cá. 

Porque  eu  acho  que  há  situações  que  eu  própria  posso  ter  conhecimento,  que  os miúdos 

dizem‐me tudo, porque eles não têm atenção em casa e começam “Oh professora….” Então, 

eu às vezes sei muitas coisas, mas eu não gosto… nem sou daquelas professoras que convidam 

os pais, são muito amigos… não.   Sou amiga dos pais, nunca tive problemas mas, eu cá e os 

pais lá. E5B2 

 

87. Por exemplo, os pais comigo podem  falar de  tudo, só que… por exemplo… há assuntos, 

por  exemplo,  o  comer  dos meninos.  Nós  vimos  que  o  lanche  dos meninos  não  é  o mais 

adequado.  Posso  avisar  numa  reunião,  no  geral, mas  nunca  digo  a  uma mãe:  “Olhe,  você 

manda este lanche?” Não digo. Posso avisar no geral. E posso dizer ao menino, dar uma aula … 

“Opá… Trazes muitos bolicaos, tens de dizer à mamã para não trazeres tantos bolicaos, faz‐te 

mal!” Mas, nunca entro naquele domínio dos pais. E5B2 

 

88. Eu acho que não tenho, quer dizer, eu acho que não é da minha competência, apesar de 

eu  ver, posso avisar, ensinar, posso numa  reunião dizer  “Cuidado, eu noto que os meninos 

trazem muitos bolicaos”. Mas não entro num confronto nunca digo… eu sei que há meninos 

que não  jantam, na minha  turma… só  jantam se há  restos de  jantar do dia anterior. Eu não 

vou, nunca dizer aos pais “Olhe o menino não janta, tem de ter cuidado com a alimentação do 

menino.” Nunca entro nesse campo. E há coisas que eu não gosto de saber. E5B2 

 

89. Porque eu acho que depois nós entramos numa relação muito grande, é mau para nós, 

porque uma pessoa depois fica um bocado aborrecida, é mau para nós, e eu acho que não nos 

leva a lado nenhum. Eu trabalho, sou paga para ensinar e educar. E5B2 

 

90. Mas o que eu acho é que os meninos só começam a ser educados quando entram para a 

escola e eu costumo dizer: “E os outros seis anos?!”…  isso eu digo aos pais. Eu também digo 

assim algumas coisas aos pais mas no geral “Ah professora… ele entrou na escola…” e eu digo: 

“E educação?! Ele quando entro para a escola tinha seis anos. Tiveram seis anos e eu não vejo 

regras nenhumas” Digo muito no geral, portanto. Durante os seis anos as regras não existem. 

E5B2 

 

91. E depois, quando uma mãe me disse a semana passada: “Oh professora eu dou o máximo 

de mim!”. Aí eu sou um pouco rígida, disse: “Eu compreendo que tenha dado o máximo de si 

mas não foi no acompanhamento do seu filho. E5B3 

 

92. Deu  o máximo  de  si  porque  trabalha  em  Lisboa, porque  não  tem  ninguém,  porque  se 

desdobra  em duas,  eu  compreendo. Mas  agora pergunto,  acompanhou o  seu  filho de uma 

forma  sistemática?  ”,  “Oh  professora…”  “Eu  só  quero  que  tenha  consciência  que  não  o 

acompanhou”. E5B2 

 

93. Com  as mudanças  sucessivas  na  sociedade,  actualmente  para  os  pais,  a  escola  é  um 

depósito. E ficam muito alarmados quando alguém diz que as AEC’s vão acabar (…) E5B1 

 

94. É assim, eu tenho pais que eu vejo que acompanham muito os filhos. E5B3 

 

95. Mas outros, quer dizer, a relação que eu tenho boa… eu tenho relação boa com todos os 

pais.  Portanto,  esta mãe,  que  lhe  estou  a  contar  isto,  chamei‐a  eu  porque  o menino  tem 

muitas dificuldades e  a  senhora disse‐me  isto. Eu disse‐lhe:  “Eu  compreendo  a  senhora, eu 

acho que  a  senhora… pronto  eu  compreendo‐a”. Agora, o que nós  ganhamos  é haver uma 

maior… uma inter‐relação no processo ensino/aprendizagem dos filhos. E5B4 

 

96. Por exemplo, eu mando trabalhos de casa, mando poucos (…) Há pais, na reunião, que me 

disseram:  “ Ah professora,  a professora marca muitos  trabalhos.”  E outros pais dizem:  “Oh 

professora, a professora marca poucos  trabalhos.” Eu disse: “Vamos  lá chegar a um acordo! 

Marco  muitos  ou  marco  poucos?  (…)  Mas  depois  há  os  pais  que  dizem  logo  “Mas  nós 

queremos que passe.” “Então, é assim, faz quem quer!” E, na minha turma, é mesmo assim, 

faz quem quer. E5B1 

 

97. (…) Agora, há pais complicados, porque também há uma grande falta de valores. O ensino 

não é  importante, a educação não é  importante. É uma área que está muito, não está com 

prioridade actualmente na nossa  sociedade. O discurso é: “Oh professora passe o meu  filho 

que eu para o ano vou mudar a minha vida.” “Já me disse isso há três anos antes!” E5B3 

 

98.  [Hoje  em dia  se  fala  tanto desta  relação  escola‐família]  É porque  talvez…  é  toda uma 

evolução do conceito de educação. Antigamente era só o aluno, a professora e a família estava 

muito afastada. Actualmente, o que é que acontece dá‐se muita importância à família, eu acho 

bem, desde que a família dê importância ao que se passa na sala de aula. E5B1 

 

99. (…) Vimos, um decréscimo de valores, e para mim, o que eu acho mais, é uma  falta de 

responsabilidade. É a desresponsabilização da família, de algumas famílias, em relação ao seu 

educando face à escola. E5B3 

 

100. O  ideal da relação, os pais respeitarem o trabalho dos professores e os professores… no 

fundo acho que o recíproco… mas eu nunca ouvi… eu acho que os professores respeitam os 

pais. E5B2 

 

101. Sim,  [ter  a  vinda  dos  pais].  Eu  tenho  pais  que  dizem,  nós  notamos  qualquer  coisa  no 

menino e pergunto “Olhe o que é que  se passa?” Pronto, e às vezes eu chamo os pais. Por 

exemplo,  tenho uma menina que  teve um problema  familiar,  começou a gaguejar, anda no 

psicólogo… há uma interacção. E5B1 

 

102. Eu sei que ela às sextas‐feiras não vem, vai ao psicólogo, interage‐se. Tem de haver uma 

interacção, uma inter‐relação, pronto. E acho que é benéfico. Agora, não é benéfico quando os 

pais começam a ser…  também é assim, não gosto que  falem à porta da escola. Dirijam‐se a 

mim, peçam‐me, pronto… conversem. Tem de haver esse tipo de relação. E5B1 

 

103. Os meus  colegas…  talvez  [valorizem mais]  o  empenho  dos  pais  em  acompanharem  os 

filhos, que é também o que eu mais valorizo. E5B3 

 

104. Porque para mim  isso é o mais  importante,  isso é eu saber que os pais acompanham os 

filhos, pronto… que eu mando  fazer os  trabalhos e eles ajudam‐nos. Agora, virem  trabalhos 

todos  errados.  Às  vezes  dá  vontade  de  dizer:  “Então  não  vale  a  pena  marcar.””A  mamã 

ajudou?”, “Não!”, “Porquê?”, “Não teve tempo”. E5B3 

 

105. Não, eu nunca penso nos pais [em relação ao trabalho de casa]. É no sentido de eles [os 

alunos]  ganharem  responsabilidade  e  no  sentido  de  eles  treinarem.  E  também,  se  eles 

sentirem  dificuldade  pedem  aos  pais.  Eu  às  vezes  pergunto  “Então  o  pai  ajudou‐te,  a mãe 

ajudou‐te?”, “Ah, não tiveram tempo.” Mas há uns que ajudam. Portanto, eu conheço bem, na 

minha turma, eu sei os pais que acompanham os meninos, os pais que não acompanham, eu 

sei. E5B3 

 

106. Claro,  claro,  é óbvio  [nota‐se  a diferença  entre os  alunos que  são  acompanhadas  e os 

outros]. Costuma‐se dizer, excepto alguns casos, o reflexo dos alunos no fundo são o reflexo 

de uma família e do interesse da família, e da importância que dão à escola. E5B3 

 

107. Eu acho que sim [que o tema escola‐família deve ser falado na formação inicial]. Há uma 

grande  necessidade  das  pessoas…  primeiro  acho  que  se  deve  fomentar  este  tipo  de 

intercâmbio, entre família e escola, acho que se deve fomentar sempre. Daí é que o sucesso do 

aluno não é só… não depende só da escola. E5B4 

 

108. [O sucesso do aluno] Também vai depender muito do acompanhamento em casa. Porque 

na escola eu estou com os alunos cinco horas, são vinte alunos. E, em casa, tem de haver um 

acompanhamento. E5B3 

 

109. Ora se nós fomentarmos a noção, nos pais, que tem de haver acompanhamento, que nós 

não conseguimos tudo, que eles têm de acompanhar a criança, e se isso se vai conseguindo, é 

bom, para o professor e, para o sucesso dos alunos e da professora. E5B4 

 

110. Porque  uma  turma  é  o  reflexo  da  professora  e,  a  professora  reflecte‐se  na  turma.  É 

verdade, eu acho que deve ser. E5B2 

 

 

Professora Isabel – E6 

111. É sempre um benefício, não é. Os miúdos vêm à escola, nós debitamos de formas variadas 

matérias, do primeiro ciclo, conteúdos básicos. E o tempo em que o fazemos é muito escasso 

para depois colhermos o bom aproveitamento. Se houver um empenho e uma motivação da 

parte de casa, às vezes tão simples como “Deixa‐me ver o teu caderno, ver os teus trabalhos 

de casa. Fizeste bem? Não fizeste? Olha, erraste aqui.” Eles sentem‐se apoiados, e esse apoio é 

quase como vinte por cento de lucro na aprendizagem deles. E6B4 

 

112. Quando  eles  vêm  que  o  aprender,  aquilo  que  eles  conseguiram  ganhar,  as  poucas 

conquistas, boas conquistas ou muitas conquistas, em alguns casos, que vão fazendo, não são 

reconhecidas lá em casa, deixam de ter, para eles, tanto mérito. Eu penso que é importante é 

eles sentirem‐se, sentem‐se mais motivados se tiverem um parceiro familiar que os apoie, que 

os motive, e de alguma forma os corrija, quando é para corrigir. E6B3 

 

113. Também, porque  se eles beneficiam  com  isso em  termos de aprendizagem,  ficam mais 

motivados, portanto… são meninos que gostam de agradar em casa e, agradam em dois lados, 

não é. E nota‐se que tentam melhorar. São melhores alunos quando têm algum apoio. E muito 

apoio não  significa muitas horas, basta um estímulo positivo em  casa, em dez minutos, um 

trabalho  de  casa,  ou  uma  pesquisa  que  foram  fazer  em  conjunto.  Que  até  em  termos 

emocionais  e  familiares  eu  acho que  é… um bom  empenho  solidifica  as  relações  familiares 

entre  pais  e  alunos.  Depois  nós  beneficiamos  com  isso,  porque  são  meninos  com  uma 

estrutura familiar sólida, em termos afectivos, emocionais e cognitivos. E6B2 

 

114. Quando as coisas correm a cem por cento essa relação é sempre de carácter prioritário, 

quando  as  coisas  correm  cem  por  cento  para  os  dois  lados,  [os  alunos]  têm  facilidade  em 

aprender e têm bons resultados, é bom, mesmo assim é bom que o pai ou a mãe tenham um 

intercâmbio com a escola. E6B4 

 

115. Que a escola não seja só a professora, mas vejam que o que eu explico aqui é válido lá em 

casa, ou como é que eu explico, ou como eu posso ajudar. Pode sempre ajudar a ser sempre 

melhor. Portanto, é importante virem à reunião, participarem em pesquisas, nos trabalhos de 

casa, é benéfico. Quando as coisas correm muito bem nós não sentimos tanta a falta dos pais 

permanentemente na escola mas, quando existem problemas cognitivos, ou problemas que às 

vezes  se prendem  com problemas emocionais, para nós, era uma mais  valia  se os pais nos 

viessem contar (…) portanto, todos os problemas familiares recaem depois nas aprendizagens 

deles, eles são radares apanham as coisas todas. E6B1 

 

116. E esse intercâmbio é muito bom para às vezes sabermos que…  em vinte e cinco, temos de 

dar um estímulo maior [aquele menino] naquela altura porque está a ser difícil lá em casa. Este 

intercâmbio é necessário. E6B1 

 

117.  [Fala‐se muito nesta  relação  escola‐família] Porque não  existe. Porque  as pessoas não 

valorizam e porque a escola, cada vez mais é o depósito do menino. Portanto ele está num 

sítio onde alguém trata dele, onde se aleijar há um seguro, onde lhe dão de comer, atenção e 

até vai aprendendo umas coisas. Chegam a casa…  muitas vezes entram aqui às sete e meia da 

manhã,  saem  às  sete  e  meia  da  noite,  com  a  história  do  CAF  e  das  actividades  extra 

curriculares – das quais eu tenho uma opinião particular – e portanto, isto acabou por ser um 

depósito. E6B1 

 

 

118.  (…) Muitas  vezes,  e muitas  vezes mesmo,  naquelas  reuniões  de  atendimento  com  os 

encarregados de educação eu solicito a presença daquele encarregado, por achar que aquele 

miúdo está mais hiperactivo, ou mais desinteressado ou constantemente chega atrasado, eu 

gosto de saber o motivo daquele distúrbio no meu processo de ensino aprendizagem pode ser 

ou não factor lá de casa, e às vezes é, tem sido. E6B1 

 

119.  (…)  Isto  são  todas  situações  pontuais,  sociais,  que  nós  às  vezes,  sem  querer,  temos 

também de dar uma achega a esse lado para que depois possamos ter uma criança com uma 

estrutura mais ou menos  familiar equilibrada e depois, aí, vem a aprendizagem. Porque  isto 

depois é uma pirâmide, sem a base sólida não se consegue construir. E6B1 

 

120. O  ideal era que, pelo menos naquelas reuniões de entrega dos registos de avaliação, os 

pais  estivessem  presentes  e  que  a  criança  soubesse  que,  a  prestação  que  teve  ao  longo 

daqueles meses  que  chegou  a  altura  de  a  partilhar  e  que  viessem  a  alguns  atendimentos 

sempre que houvessem situações que suscitassem essa necessidade, não é. E6B3 

 

121. (…)  ou  que  telefonassem  quando  a  criança  está  a  fazer  uma  medicação,  ou  tão 

simplesmente  avisassem  que  estão  a  faltar  porque  estão  doentes.  Porque  nós,  enquanto 

gostamos, gostamos, e não percebemos porque é que a aquela criança está a  faltar naquele 

dia. Isto era o mínimo dos mínimos. E6B2 

 

122. O  ideal  seria  que  estes mínimos  existissem  e  que  houvesse  uma  continuidade  e  o  tal 

estímulo e a tal motivação em casa. “Então diz  lá o que é que aprendeste hoje, o que é que 

fizeste?” (…)Mas, o interesse, não é… o interesse, o tempo útil com aquela criança, a relação, 

exacto. E6B3 

 

123. Ora bem, na hora do intervalo ou nos conselhos de docentes, nós [professores] vamo‐nos 

debatendo  que  este  sistema  de  actividades  extra  curriculares,  em  vez  de  contribuírem  de 

forma positiva para o ensino aprendizagem,  vieram‐nos  complicar um bocadinho a  vida. As 

mais horas de permanência na escola, não revertem a favor da criança. É o tal depósito que eu 

chamo. E6B1 

 

124. Neste momento,  estas  prestações  [dos  pais  na  escola],  esta  relação  [são  factores  que 

contribuem para a valorização da relação]. (…) E6B1 

 

125. (…) Mas que os pais saibam que este espaço existe e gostam de ajudar e que acham que é 

importante ele [o aluno] estar na escola e que, o vir para a escola é importante. E6B1 

 

126. É  importante ele  [o aluno]  saber que  [o pai] está aqui e que participou  com ele numa 

actividade. Eu acho que passa muito pelo  lado afectivo. Quando se consegue conquistar esse 

lado afectivo, o outro [aluno] parece uma seta. Porque há toda uma predisposição para isso… 

para a aprendizagem. E6B4 

 

127.  (…) E muitas vezes eu digo assim, “São meus alunos, mas são vossos  filhos”, “Eu passo 

muitas horas com eles, gosto muito deles, mas são meus alunos e são vossos filhos!”. Eu estou 

no mesmo barco e portanto, vamos fazer isto a dois. E6B1 

 

128.  Eu  neste momento  tenho  duas  crianças  que  não  sei  se  vou  reter,  se  vou  passar  e  já 

combinei com as mães, que ainda não me deram resposta, para virem … (…) se vou passar ou 

não vou passar, mas tenho de pôr as cartas na mesa, vamos analisar as duas porque isto é um 

processo a dois. E6B2 

 

129. Eu já trabalho à vinte e três anos e faço sempre assim. Nunca chumbei ninguém que o pai 

e a mãe percebessem porque é que  ia ser assim a situação. Porque, quando não percebem, 

para  além  das medidas  que  possam  tomar  [reclamação  de  notas],  se  um  pai  não  percebe 

porque que é que o filho reprova que condições terá para fazer ultrapassar ao filho porque é 

que vai ter de repetir aquele assunto, não é. E se, eu não tiver o pai do mesmo lado do meu, e 

eu com ele, e nós os dois a puxar das coisas, com naturalidade, é um acto natural, pensado 

pelos dois, aquela criança pode sofrer com o processo. E6B2 

 

130. (…) Portanto  isto tem de ser muito bem pensado. Eu penso que a dois o processo faz‐se 

muito melhor. Se eles aceitarem e se lhes for explicada a situação (…) Claro, claro [também os 

responsabiliza enquanto parceiros]. E6B1 

 

131. Depois houve uma altura em que inventei que havia o dia dos avós, a pensar que vinham 

os avós à escola… mas não vieram. Só depois das cinco e tal… Mas nós saímos às quatro. E6B1 

 

132.  (…) E, quando estamos a trabalhar em campos opostos. Eu penso que, estar um barco a 

remar para um lado e outro para o outro lado, e o desgraçado do aluno está ali no meio. Não 

vamos longe. Aí há uma falta de responsabilidade por parte dos pares, não é. (…) E6B1 

 

133.  (…) Eu vou‐vos chamar muitas vezes à atenção para que vocês me ajudem a fazê‐lo. E6B1 

  

 

Professora Clarisse Verino – E 7 

134. Para  mim  faz  todo  o  sentido.  Porque  escola  e  família  (…)  não  podem  caminhar  em 

sentidos opostos, tem de haver uma grande proximidade entre a escola e a família. Coisa que, 

infelizmente,  cada  vez  há menos,  os  pais  vêem muito  a  escola,  neste momento,  como  um 

armazém (…) põem as crianças de manhã e vêm buscá‐las à tarde. E7B1 

 

 

135. Portanto,  não  será  esta  a  relação  ideal  entre  a  escola  e  a  família. Depositam‐nos,  é  o 

termo na  escola  (…)  somos os  guardadores de meninos praticamente,  e  isso depois  vai  ter 

repercussões. E7B1 

 

 

136. Pronto, estes pais  são muito diferentes, estou  com um  segundo ano. Tive outra  turma 

antes  desta  que  realmente,  os  pais  além  de  serem  pais  eram  pais  mas  também  eram 

cúmplices, muitas vezes, havia uma cumplicidade muito grande entre eles e entre mim. E7B2 

 

137. (…) Portanto, conseguimos fazer coisas muito gratificantes e sempre em favor dos alunos, 

dos filhos deles. Porque realmente, se havia algum sarilho, alguma coisa menos… eu relatava‐

lhes e tomávamos uma decisão conjunta. E, realmente, isto funcionava lindamente. (…) E7B1 

 

138. (…) Também lhes relatava, pedia muito a ajuda deles. (…) E7B2 

 

139. (…)E portanto, a turma, os pais…  e estes não consegui criar a cumplicidade que os outros 

tinham. Cá está, de grupo para grupo mudam as  crianças, mudam os pais, mas acho que é 

essencial o contacto com os pais, continuo a achar que é essencial. E7B1 

 

 

140. (…) E se as crianças passam tanto, ou mais tempo, comigo do que com os pais portanto, 

eu moldo‐os muito à minha maneira mas tento ter a ajuda dos pais e vice‐versa. E7B1 

 

 

141. (…) Peço que em casa  lhes cortem também certas coisas quando eles não se portam tão 

bem porque, realmente nós estamos a prepará‐los para uma sociedade que cada vez vai ser 

mais  madrasta  e  se  eles  tiverem  muito  maus  hábitos  eles  não  vão  de  forma  nenhuma 

conseguir produzir algo de bom. (…) E7B1 

 

 

 

142.  (…)  [Vejo  ganhos,  para  os  alunos,  nesta  relação]  No  aproveitamento  escolar  e  no 

desenvolvimento social. E7B4 

 

 

143.  (…) que  temos de ser solidários, que  temos de estar atentos a determinadas situações, 

que não podemos fazer determinado tipo de palermices, porque também não gostamos que 

nos façam a nós… eu trabalho muito nesse sentido, e os pais às vezes não percebem. E7B1 

 

144.  (…) Eu acho que as coisas também foram apresentadas aos pais de tal forma… (…) há uma 

série de coisas e que os pais acham que desde que haja CAF e haja [AEC’S] eles estão todo o 

dia na escola (…) E7B1 

 

145. [A relação ideal é] Uma escola muito mais… em que os pais participassem mais ou fossem 

chamados  a  participar  duma  forma mais  aberta  e  também  educá‐los  um  bocadinho  nesse 

aspecto. Tentar educar os pais… E7B1 

 

146. (…) Aqui há uns anos havia aquela história da escola de pais, depois caiu… (risos) porque 

realmente se calhar não os conseguíamos educar, nem um bocadinho… havia aquela filosofia 

de escola de pais… mas realmente, eu acho que, eles, os pais têm de ter noção que nós dentro 

da escola somos os professores mas que eles, enquanto pais, eles têm de ser nossos parceiros, 

tem de haver uma parceria muito, muito [estreita] (…) E7B1 

 

 

 

147. Eu acho que  ideais não há, nem há  receitas mágicas, nem poções mágicas. Acho que o 

ideal é  tentarmos, nós professores,  fazer com que os pais compreendam que  realmente são 

nossos parceiros e que não estamos uns de um lado e outros de outro. (…) E7B1 

 

148. (…) Embora os muros da escola assim o delimitem, mas que não é por aí o caminho, tem 

de haver muita cumplicidade, e como já lhe tinha dito, pronto… (…) E7B1 

 

 

149. (…) o  registo de participação que  é  entregue  em  todas  as  reuniões de  atendimento, o 

registo de avaliação participada dos pais e que realmente, aí vê‐se os que vêem e os que não 

vêem. E7B3 

 

150. (…)  Estamos  todos  a  trabalhar  no mesmo  sentido,  que  é  realmente  a  construção  de 

cidadãos melhores e que,  realmente,  futuramente a sociedade… possa ser – eu e as minhas 

filosofias – um bocadinho melhor do que é agora. E7B1 

 

151.  (…) Enquanto… nós não… é a tal história, se eles forem envolvidos neste processo, se eles 

se sentirem envolvidos, eles acabam por ajudar. E7B1 

 

152. (…) Mas  eu  digo  isto  [trabalho  acrescido  solicitado]  aos meus  pais  na  boa,  para  eles 

perceberem  que  realmente  há muito  trabalho  também,  da minha  parte,  em  casa.  Daí  eu 

também pedir que haja trabalho da parte deles. E7B1 

 

153.  Mas muito, na base da nossa relação com a criança. Para eles perceberem que nós somos 

mais um elemento que entra no percurso da  criança e que não estamos  lá para  complicar, 

antes pelo  contrário, precisamos de ajuda, e precisamos que nos expliquem  como é que é, 

para  que,  se  houver  algum  problema  nós  sabermos  como  é  que  devemos  agir,  como  um 

parceiro, essencialmente como uma parceria. E7B1 

 

 

Professora Teresa Teodoro  ‐ E8 

154. Eu acho que é extremamente pertinente  [a  relação da escola  com a  família]. Uma boa 

relação  escola‐família  é  meio  caminho  andado  para  o  sucesso,  claro,  do  aluno.  Quer 

queiramos,  quer  não,  portanto,  se  o  aluno  sentir  que  a  escola  e  a  família  andam  de mãos 

dadas, eu acho que o resultado é outro. E8B4 

 

155. É assim, pertinente para os professores também acho que sim. Pode ser uma mais‐valia 

ter o encarregado de educação, a família, serve de apoio. Penso que sim, é uma ajudinha. Às 

vezes mais ao nível dos comportamentos mas, em termos de aprendizagem acho que também 

pode ser. E8B3 

 

156. Sem  dúvida,  acho  que  tem  de  haver  esse  laço  em  todos  os  sentidos  escola,  família. 

Estando cada vez mais próximas e, ao longo da minha carreira, quase com vinte e seis anos de 

serviço, claro que essa aproximação cada vez é maior. E8B1 

 

157. De  qualquer maneira,  as  famílias mais  jovens,  acho  que  já  estão  despertas  para  vir  à 

escola e há uma continuidade de Jardim [de Infância]. Nota‐se que há uma diferença grande. 

E8B3 

 

158. Pessoalmente,  eu  tive  uma  turma  quatro  anos  e  quase  que  formávamos  uma  família. 

Acabámos os quatro anos e ainda hoje nos encontramos, esta é agora, primeiro ano, ainda 

está a começar, ainda não há aquela proximidade tão grande. Mas eu também senti o mesmo 

com a outra [no início]. Aquele primeiro ano foi para a gente se conhecer e com a continuação 

acabámos quase como uma família. E8B2 

 

159.  (…) Os pais  já não sentem tanto este afastamento [dos professores]. Mas, eu acho, que 

para os pais também pode ser bom. Até porque os meninos têm comportamentos na escola 

que não têm em casa, e vice‐versa. E8B1 

 

160. Em  termos  de  aprendizagem,  acho  que  os  pais  chegam  mais  facilmente  até  eles  se 

sentirem à vontade para perceber o que  fez, não  fez… eu acho que no  fundo temos todos a 

ganhar, os três: alunos, professores e pais. Penso que seria o ideal. E8B1 

 

 

161. (…) Porque eu tenho ali alguns miúdos que, se as mães ou os pais, nem sempre vêm os 

dois, a maior parte  só vêm o encarregado de educação. Mas alguns  casos, eles  [os miúdos] 

cobram,  se  entretanto  os  pais  faltarem. Depois  tenho  de  lhes  dizer:  “A mãe  não  veio mas 

telefonou…” Os alunos  sentem‐se  (…) e depois quando começo a  falar “depois a professora 

fala na reunião, depois a professora dá o recado” e há a reunião e, eles próprios, acabam por 

lembrar a mãe. E8B1 

 

 

162. Eu  acho que  eles  [os pais] não  vinham  tanto  à  escola, os meninos ….  Eu  também  falo 

porque estive em aldeia, os meninos vinham para a escola sozinhos, não era como aqui que 

vêem  sempre  acompanhados.  Os  pais  raramente…  aqui  não,  se  for  preciso  à  entrada  nós 

estamos ali com eles... há uma ligação, uma proximidade muito maior. Nós acabamos por, vê‐

los quase todos os dias, na aldeia não, era diferente. E7B3 

 

 

163. (…)  talvez  por  aí,  a  escola  não  estava  tão  aberta,  não  os  puxava  tanto.  Damos mais, 

andamos  todos numa de escola‐família e  família‐escola ainda bem que é mas, mesmo assim 

como é primeiro ano não tenho muito por onde me queixar, justamente mas, mesmo assim é 

mesmo necessário para controlar os comportamentos, que por vezes nem é suficiente. E8B2 

 

 

 

164. Sim,  sim  [alerto os pais para esses  comportamentos]. Eles, pelo menos dizem que  sim, 

que  em  casa  vão  insistindo  com  eles.  Às  vezes  digo‐lhes:  “Quando  acontece  na  minha 

presença, sou em quem os castigo,  isso aí é ponto assente. Com vocês [pais] também mas às 

vezes não é suficiente, temos de nos juntar, temos de ralhar quando é necessário. (…) E8B1 

 

165.  E realmente, defendo que havendo um bom relacionamento entre a escola e a família, os 

alunos, o resto, de certeza vai melhorar. E8B4 

 

166. (…) Porque este ano, sinceramente, não o fiz, não se proporcionou e depois, parece que 

isto corre… tentar, se calhar, mais da sala em si, do espaço. Eu acho que há ali dois ou três que 

eu acho que é importante que eles [os alunos] sintam a presença dos pais na sala, talvez. (…) 

E8B2 

 

167. Eu também acho que sim, que é importante o acompanhamento [dos filhos]. E8B3 

 

168. Mas penso que o papel deles, sem dúvida [é acompanhar as aprendizagens dos filhos]… 

até  porque  cada  vez  mais,  através  dos  manuais,  eles  têm  acesso  ao  que  eles  dão  e  à 

planificação, e portanto, eles têm instrumentos de trabalho para poder complementar. E8B3 

 

 

Bloco C – Modos de agir na relação escola‐família 

 

 

    

Modos de agir na 

interacção 

 Modalidades 

C1  Reunir  1, 2, 4, 5, 6, 14, 16, 22, 26, 27, 28, 36,  56,  60,  69,  70,  74,  76,  82,  98, 101, 102, 109, 110, 111 

C2  Conversar  20,  29,  35,  38,  47,  55,  63,  71,  83, 89, 91, 96, 97, 114  

C3  Pedir  24, 42, 93, 95, 121  

C4  Outras actividades  13,  30,  31,  32,  34,  41,  62,  66,  94, 120  

 Conteúdos  

C5  Aprendizagem   7, 9, 10, 25, 51, 58, 72, 75, 84, 88, 92,  100,  104,  106,  107,  112,  116, 118  

C6  Dificuldades    

C7  Comportamento  8,  21,  33,  45,  45,  57,  73,  85,  99, 105, 113, 117  

 Objectivos 

C8  Colaborar  17, 18, 64, 65, 81, 122  

C9  Informar/esclarecer  3, 11, 23, 37, 39, 43, 48, 50, 52, 59, 61, 68, 77, 79, 80, 87, 90, 103, 108, 115, 119, 123 

C10  “Comunicar”/relacionar‐se  12,  15,  19,  40,  44,  46,  49,  53,  54, 67, 78, 86 

 

 

E1  1 – 24 

E2  25 – 34  

E3  35 – 55  

E4  56 – 68  

E5  69 – 80 

E6  81 – 95 

E7  96 ‐ 108 

E8  109 ‐ 123 

 

1. Também ganham. Eu digo‐lhe, eu, principalmente no primeiro ano,  faço questão, e digo 

logo  isso no  início do ano, aos meus encarregados de educação, é que, à medida que estes 

encontros que temos, mensais, que não são praticamente nada, mas que são muito… E1C1 

2. Quem  vier  [às  reuniões],  sabe mais ou menos,  acompanha  as matérias,  as  temáticas,  as 

coisas como são abordadas. E1C1 

3. Se houver dúvidas, mesmo em questões de … toda a gente aprender um p e um a, pa e um 

t e um a, ta… agora já não há p e um a pa é o pa. Na medida em que nós transmitirmos isto, 

ganhamos. Ganhamos porquê? Estamos a ganhar porque eles não vão mais em casa continuar. 

(…)Na medida  em  que  os  pais,  os  encarregados  de  educação,  estiverem  informados  destas 

temáticas, destas… no fundo, destas [actualizações]…. E1C9 

4. Sim, sim… [reúne mensalmente com os pais/EE] está calendarizado. E1C1 

5. [As reuniões são] (…) calendarizado logo no início do ano, a nível de agrupamento. A nível 

de ano. E cada pessoa… a nível de ano, escolhemos um dia. E depois, cada um adapta ao seu 

horário como quiser. E1C1 

6. Eu, tenho quase sempre [todos os pais/EE nas reuniões mensais]… na sala, portanto, mais 

de cinquenta por cento. E esta reunião não tem carácter obrigatório. E1C1 

7. [Nas reuniões mensais] Aproveito para fazer uma análise dos conhecimentos que estamos a 

fazer, dos conteúdos que estão a trabalhar (…)E1C5 

8. Aproveito para fazer uma análise (…) dos comportamentos, atitudes (…)E1C7 

9. E portanto, vêem as “fichinhas” mensais que se fazem, portanto que todos os meses fazem, 

assinam‐nas. Estas por acaso são  trimestrais, mas é uma  ficha do género. Esta é  trimestral… 

esta é uma ficha sumativa. As outras são formativas, é uma ficha do género desta… vêem‐nas, 

assinam‐nas. E1C5 

10. Vêem os dossiers, vêem os livros, vêem o que querem, fazem as perguntas (…)E1C5 

11. Tanto quanto possível tento responder, é evidente, é o meu [dever/papel]. E1C9 

12. Não  foi  sempre  assim  [Nem  sempre  houve  estas  reuniões  mensais]  Vejo,  vejo…  vejo 

vantagens.  Por  um  lado…  é  assim,  também  há  uns  anos  a  esta  parte  as  pessoas  também 

tinham mais disponibilidade e, cada vez mais portanto, sei lá, eu estou a pensar… aqui há dez 

anos as mães, muitas não trabalhavam e vinham à escola de vez em quando (…) hoje, com a 

vida  que  se  tem,  se  não  for  assim,  ninguém  vem  à  escola.  Então  fecha‐se,  isto  aqui  assim 

torna‐se numa “coisinha” fechada. Eu acho que nós não nos podemos fechar. A escola tem de 

estar aberta. E1C10 

13. Outro tipo de actividades não temos, sinceramente, não temos feito [por falta de condições 

físicas adequadas](…) Vamos todos para aqui fazemos aqui um “bocadinho” comum. E1C4 

14. (…) Está a ver as actas, quase todos aparecem [nas reuniões mensais] e depois eles ainda 

fazem este registo, das vezes que aparecem e não aparecem. É um registo dos assuntos que 

são tratados, que é um por aluno. E1C1 

15. Isto não é obrigatório [reuniões]. É trabalho [complementar]… E1C10 

16. Não é de carácter obrigatório, é facultativo. Mas, como  lhe disse, são calendarizadas  logo 

no início do ano. Eles são informados logo no princípio do ano. E1C1 

17. Actividades  de  sala  [com  os  pais]  já  tive  e  tive  experiências  positivas.  (…)  O  senhor,  o 

encarregado de educação veio aí, depois por motivos de trabalho, dele só veio, penso eu, aí 

umas  quatro  semanas.  Mas,  por  acaso  estava  a  resultar.  Para  os  miúdos,  para  mim, 

pessoalmente e, esse encarregado de educação também se apercebeu das dificuldades do que 

era trabalhar com vinte e três crianças. E1C8 

 

18. Outra também foi na área da expressão plástica, uma mãe se voluntariou para vir dar umas 

“aulinhas”. Foi interessante mas, também foi pouco tempo… começou assim no final. E1C8 

 

 

19.  (…) Eu, mesmo que estejam cá vinte e três, se vinte não ouvirem, mas três ouçam… eu já 

acho bom. Pode ser que estes três sejam aqueles que precisam de ouvir. A gente nunca sabe. 

E1C10 

 

20. Eu digo sempre: “Se não puderem vir nestes dias, dão um toquezinho, que eu tenho muito 

gosto em atender noutro dia.” E1C2 

 

21. Falam,  falam  [sobre  o  comportamento  dos  filhos]…  para  já  há  um  mapa  de 

comportamentos. E1C7 

22. (…)  Quando  chegam  aqui,  porque  o  encontro  é  sempre  na  última  quarta‐feira  do mês 

(…)E1C1 

 

23. (…) Chegam ali, olham para o mapa, vêm o panorama… e perguntam: “E porquê!?” “É por 

isto, por aquilo…” E depois a gente diz o que é que se está a passar. E1C9 

 

24. Pedem,  pedem  [os  encarregados  de  educação,  a  colaboração  da  professora  para  a 

resolução de problemas de comportamento]. E o mau comportamento, vamos  lá ver, eu não 

estou aqui a dizer mau comportamento no sentido de … E1C3 

 

 

 

Professora Marta – E2 

 

25. Tanto que havia um pai, que até dizia [na reunião], quer dizer, o miúdo já está na escola, no 

terceiro ano, e o pai, só agora se apercebeu que as fichas mensais eram no final do mês ou no 

princípio do outro. (…) E2C5 

26. É, é uma hora, das seis às sete. Mas é assim, sempre que querem. Só que entretanto, como 

vieram só oito, e andavam: “Oh professora quando é que eu posso?” e eram uma data deles, e 

eu não posso estar aí todos os dias, durante meio hora ou um quarto de hora. Então pronto, o 

melhor é marcar já uma outra reunião e assim vai indo. Mas já estou a ver que… E2C1 

27. Ah, nunca vêm todos. Nem sempre. Bem, quer dizer, no ano passado vinham mais, este ano 

vêm menos. É mais ou menos ela por ela, metade. Nove, dez…  treze, no máximo. E2C1 

28. Foi no final (do segundo período), no dia, parece‐me, 13 de Abril. Por causa destas provas 

de aferição, tinha de ser antes. E os pais sabem que há sempre.E2C1 

29. É assim, há pais que não gostam de partilhar no grupo. Eu já expliquei que é bom estar no 

grupo. Mas há pais que  têm  vergonha, achas que  se disserem determinadas  coisas,  fiquem 

inferiorizados ou … eu tento dizer que não é ficar superior ou inferior, nós aprendemos muito 

com as experiências das outras pessoas e, se partilharmos… eu acho que é mais importante. E, 

já houve uma mãe que quis falar comigo em particular (…) E1C2 

30.  Isto aqui também não há muitas actividades. E2C4 

31. (…) São vinte… sei lá. Há assim, pequenos trabalhos, que nunca são obrigações, não posso 

obrigar. Mas digo‐lhes “quem quiser pode fazer”. São o quê… quatro, cinco que fazem, numa 

cartolina [em casa, com a ajuda dos pais]. E2C4 

32. Claro. Fizemos uma vez, eu parece‐me que foi a festa de Natal, lá em baixo no pavilhão da 

S. Gonçalo  (escola  sede de Agrupamento), por acaso  foi  (positivo)… mas nem  sei  se os pais 

puderam  ir? Alguns apareceram. Mas mesmo para os miúdos, é diferente, porque ensaiaram 

qualquer coisa, subiram ao palco, há outra dinâmica, eles empenham‐se porque sabem que é 

para a Escola (Comunidade Escolar) ver. E2C4 

33.  [Nas  reuniões  falamos de  coisas  relacionadas] Com os miúdos,  com a  relação deles.  (…) 

E2C7 

34. Eu até… havia um programa, eu não  sei qual é agora…  como é que aquilo  se  chama. Eu 

até… foi, parece que tinha a ver com a biblioteca. Foi distribuído, os pais tinham uma folha, e 

portanto,  tinham de  ler o  livro e dizia…  aquilo dizia mais ou menos  assim  “Quando  li,  com 

quem li e o que gostei mais”. E2C4 

Professora Cristina E3 

35. (…) Com os nossos encontros mensais, embora que… os professores do 1º ciclo, quando 

saem  ali  do  portão,  é  muito  comum  conversarmos,  vamos  um  bocadinho  a  pé  e  vamos 

conversando pelo caminho. Mas eu acho que os encontros que nós temos… E3C2 

36.  Eu acho importante em nos encontramos uma vez por mês (…) E3C1 

37. (…) Falamos e vamos falando do que é que se passa, de como é que a turma, em geral, vai 

agindo. E3C9 

38.  Sim, porque a maioria vem [às reuniões mensais], e conversamos. E3C2 

39. Eles, para  além de  saberem dos  filhos,  sabem  também da  turma  em  geral,  sabem das 

outras crianças. E3C9 

40. Porque ao fim ao cabo nós estamos, noutros graus de ensino isso às vezes não acontece, 

mas aqui eles sabem que durante quatro anos estão comigo, estarão todos juntos. Acabamos 

por  ser  assim, quase que uma  segunda  família.  Eles  interessam‐se  e  vêm.  Embora, os mais 

problemáticos, umas vezes vêm outras vezes não. Mas, a maioria vem. E3C10 

41. Por exemplo, para além das reuniões mensais, quando é por exemplo, temos a semana da 

leitura, vem sempre uma mãe. É muito fácil arranjar alguém que se disponibilize. Lembro‐me, 

por exemplo, no dia do pai, também arranjámos um pai para vir à escola. No dia da mãe não 

dá porque é ao fim de semana. E3C4 

42. Mas há sempre, se eu, numa reunião peço alguma colaboração da parte deles, eles estão 

sempre prontos. E3C3  

43. Eu começo a reunião por de, pronto… deixe‐me cá ver… de algumas informações. É assim, 

temos um momento em que eu dou as informações, falo sobre a turma. E3C9 

44. E depois, há outra parte em que os pais… acabamos por estarmos meia hora a conversar 

sobre qualquer coisa que  tenha acontecido ou… ou  sobre alguma criança, ou  sobre… mas é 

assim uma conversa mais informal. Falamos um pouco de tudo. E3C10 

45. Lembro‐me por exemplo, na última reunião acabámos por falar um pouco de como eles já 

estão crescidos. Começámos a associar a chegada da Primavera com os namorados. Os rapazes 

a quererem apalpar as raparigas. Vamos falando sobre comportamentos. E3C7 

46. Ou qualquer coisa que eles tenham visto, ou uma visita onde tenham  ido e que tenham 

referido em  casa. E  falamos… e  acabamos por  falar de outras  coisas… numa  conversa mais 

informal. E3C10 

47. Geralmente há sempre quem fique, depois já não ficam todos, não é. Mas há sempre uns 

pais que ficam e que gostam de estar a conversar. E3C2 

48. Foi o que  tentei explicar numa  reunião, as  regras… nós não  temos nem pai, nem mãe, 

nem o tio, nem a avó… mas temos de conviver desde as oito e meio às cinco e meia da tarde, 

temos de conviver com regras. E3C9 

49. (…) como nós… tudo o que se passa na escola, seja particular ou seja em conjunto falamos 

todos. E3C10 

50. Sim,  há  alguns  pais  que  se  preocupam  em  dizer,  então  nesta  (…),  há muito  o  caso  de 

divórcio  dos  pais,  em  que  eles  avisam  se  há  alguma  coisa  mais  importante,  que  tenha 

acontecido na família, eles avisam. Geralmente começam por perguntar se tem andado bem, 

se notou alguma coisa. Se nós notamos também, eu pelo menos, e as minhas colegas também 

temos esse cuidado, de informar, se alguma coisa se está a passar, porque o aluno apresenta 

este ou aquele comportamento. Por  isso, eu acho que sim. Porque eles, nestas  idades, ainda 

são tratados, e continuam a ser tratados como os bebezinhos lá de casa. É um pouco isso, no 

primeiro ciclo. E3C9 

51. Sim, por exemplo, eu geralmente nas reuniões mensais digo, neste momento estamos a 

aprender isto, digo‐lhes quais são os progressos que estamos a fazer, quais os que iremos fazer 

no mês seguinte e eles, por acaso, perguntam como é que eu ensino determinada coisa. (…) 

E3C5 

52. (…)E expliquei‐lhes [o método de trabalho], eles aderiram, correu muito bem, participam 

e acompanham. E3C9 

53. (…)Eles  vêm…  pronto  e  quando  estamos  na  sala  e  quando  falamos,  eles  acabam  por 

colaborar  e  vão  contando  “Olhe  com  o meu  [filho]  aconteceu  isto  ou  não  sei  o  quê”.  E  se 

algum pai diz: “Ai o meu anda…” – agora na altura de Março “Não que vir para a escola e não 

sei quê” e outro diz ”Ah, o meu também não”. Acabam por partilhar um bocadinho o que se 

passa, como eles estão cansados, porque este período também foi muito longo. E, eles acabam 

por, mesmo  entre  eles…  E,  acho  engraçado  quando  algum  diz  “Ah,  o meu  agora  tem  esta 

dificuldade”; “Olhe, com a minha [filha] resultou assim…” E3C10  

54. Eu não sou muito de acordo porque acho que a turma se gere por si, como um conjunto, 

ao  fim  ao  cabo  não  estamos  ali  individualmente  e  eles  também  não  são  individualmente, 

embora cada um tenha as suas características próprias. Mas é um…. Para eles se conhecerem 

como  turma é muito mais  fácil, no  terceiro e quarto ano, em que às  vezes é possível  fazer 

outro tipo de actividades, em que os pais possam participar também mais vezes. É mais fácil, 

eles se conhecerem e as coisas acabam por resultar muito bem. E3C10  

55. E, de vez em quando, [os pais] também telefonam, porque andam preocupados com isto, 

ou com aquilo. Depois vêem e eu fico um bocadinho mais, combinamos um diazinho que nos 

convém aos dois. Tirando isso, geralmente vêem nas reuniões [mensais]. Eles são vinte, estão 

sempre dezasseis, dezassete… quando não vem o pai e a mãe, às vezes vêem os dois. (risos) 

E3C2 

 

Professora Rita – E4 

 

56. Estava a dizer que atendia, portanto, em simultâneo [nas reuniões mensais, marcadas com 

os pais no início do ano lectivo]. E4C1 

 

57. Faço um balanço da turma, em termos de comportamento (…) E4C7 

 

58.  (…) e em termos de aproveitamento, os dois pontos, assim fundamentais. [Os pais fazem a] 

observação de  trabalhos e de  fichas de avaliação, quando é caso e, muitas vezes,  temos de 

abordar  assuntos  relacionados  com  o  plano  anual  de  actividades;  os  pontos  são  estes 

normalmente. E4C5 

 

59. Informo também que actividades vamos ter do PAA [nesse mês], as saídas mensais e… os 

conteúdos programáticos que eu vou abordar naquele mês... no seguinte, porque é sempre no 

fim do mês [a reunião]; os conteúdos programáticos que vou abordar no mês seguinte.E4C9 

 

60.  Normalmente são estes pontos [da reunião], se for reunião de avaliação, como é óbvio, já 

é um pouco diferente, mas mensalmente são estes os que nós tratamos. E4C1 

 

61. Depois, surgem dúvidas, por vezes dos pais, relativamente a algum tipo de exercício, que eu 

explico no quadro. Às vezes brincamos porque parece que estão nas aulas outra vez  (risos). 

Que eles adoram! “Ah, ainda bem professora!” Eles adoram  isso! Porque eu percebo que os 

pais  gostam muito  de  saber  a  estratégia que  eu  utilizo para  abordar determinado  assunto, 

porque alguns já não se recordam e gostam de saber por que caminho é que eu vou para em 

casa eles reforçarem por aí também. E4C9 

 

62. (…) Mas eu  acho que, hoje em dia,  toda  a  gente… quer dizer, há  colegas que não… por 

exemplo,  se  há  uma  festa  de  aniversário  na  sala  de  aula,  eu  acho muito  bem  que  os  pais 

venham à sala de aula, acho muito bem. E4C4  

 

63. Pode acontecer,  já aconteceu [comunicação extra reunião mensal] mas para tratar de um 

assunto  específico.  Agora,  em  termos  de  questões  relacionadas  com  comportamento  ou 

aproveitamento é muito raro abordarem‐me além dos atendimentos mensais. E4C2 

 

64. Na reunião, lá está, divulguei o projecto, no que é que consistia, quais eram as actividades 

que  eu  pretendia  desenvolver  e  apelei  à  colaboração  deles.  No  Carnaval,  por  exemplo, 

também apelámos à participação os pais, em actividades de pesquisa, como já lhe disse. E4C8 

 

65. Há  actividades  do  PAA  em  que  os  pais  são  convidados,  no  final  do  ano  lectivo,  são  as 

tasquinhas  na  Escola  São Gonçalo  [escola  sede  de  agrupamento]  a  actividade  é  a  nível  de 

agrupamento. E4C8 

 

66. Também (…) eu acho que isso [se eles vêem à primeira reunião e, se acabam por envolver e 

alguma actividade, começam a ficar mais entusiasmados] também tem influência (…) E4C4 

 

67. Eu  acho que  tem um  bocado  a  ver  com  isso, precisamente.  Se  vêem que  costumam  vir 

então, eles aparecem “Não me posso esquecer, a reunião do meu filho, a sala costuma estar 

cheia”. E, portanto, eles sentem mais essa obrigação. E4C10 

 

68. Não só na maneira… na primeira reunião eu gosto de explicar aos pais a dinâmica de sala 

porque eu acho que é  importante eles saberem que os seus filhos têm tarefas portanto, eles 

têm de se aperceber do dia‐a‐dia. E4C9 

 

Professora Matilde – E5 

 

69. Nas reuniões mensais, nunca vêem. Só vêem os dos bons alunos. E5C1 

70. A minha turma tem um pequeno defeito, nas reuniões de avaliação também vêem quase 

todos, mas não vêem muitos. E5C1 

71. Às  vezes,  sim  [os  pais  solicitam  uma  conversa].  Geralmente  eu  convoco,  é mais  é  o 

contrário. E5C2 

72. [Nas reuniões mensais falamos sobre] Aprendizagem (…) E5C5 

73. [Nas reuniões mensais falamos sobre] (…) e comportamento dos alunos. E5C7 

74. No  geral,  falo  sempre  no  geral.  Se  depois,  tiver  algum  caso  particular,  geralmente,  eu 

convoco os pais. E5C1 

75. Nunca falo de um aluno em particular numa reunião. Falo se for um assunto trivial agora, 

se há algum problema mais grave, mais pessoal, eu depois chamo os pais. Chamo a mãe, ou o 

pai, e pergunto a que horas o encarregado de educação pode vir falar comigo, à escola, depois 

do horário lectivo. Quando é um assunto que requer uma certa privacidade. E5C2 

76. Ah, aparecem na reunião porque está marcada. E5C1 

77. Há alguns pais que vêem os testes… E5C9 

78. (…) é assim, os miúdos também dizem. Nós pensamos que os pais não reparam, mas os 

pais reparam. Eu às vezes faço coisa na aula, sei  lá… actividades… e depois os pais: “Ah, eles 

gostaram tanto da actividade… ah, ele está tão entusiasmado. A professora fez…” Geralmente 

eu  tenho  este  feedback  que  eles  gostaram.  Porque  depois  os  meninos  contam.  Há  esse 

intercâmbio de informação nas reuniões. Esse intercâmbio há. E5C10 

79. Eu dou as minhas aulas. Se eles perguntarem como é que eu  faço, eu digo como é que 

faço. Se ninguém me perguntar como é que faço [não digo]. E5C9 

80. [Explico] “Faço desta forma, por isto… “ Porque na sala nós nunca trabalhamos da mesma 

maneira com todos, não é. E digo: “Fiz isto e isto com estes.” “Olhe ele é assim.”, “Ele tem de 

estar sempre ocupado.” Agora, nesse aspecto, a nível pedagógico, a nível do meu trabalho, os 

pais podem‐me questionar que eu justifico. E5C9 

 

Professora Isabel – E6 

 

81. Muito, muito [valorizado a vinda dos pais à escola]. Eu peço sempre aos pais que venham 

à escola. Quando  trabalhei  com as profissões  solicitei várias vezes para que  cada um viesse 

falar da sua, para eles sentirem que é um ganha pão e que é o motivo para que os pais estejam 

muitas vezes ausentes. E6C8  

 

82. Depois, nas entregas dos registos, são três reuniões por ano, vêm em massa. E6C1 

 

83. Às vezes temos aqueles encontros casuais, tipo numa loja ou no talho, em que eu, como 

sinto que aquela pessoa tem necessidade de saber daquele filho, então eu presto o máximo de 

informações que consigo, naquela altura. Eu não sei se faço bem, se faço mal. E6C2 

 

84. Tudo [os assuntos] o que possa estar relacionado com os alunos. Começo com os pontos 

previstos para a reunião mas depois vamos ao “Por favor tragam o chapéu porque está muito 

sol; para poder dar o antibiótico não se esqueçam de enviar as horas e a prescrição médica”, 

aproveitamento (…) E6C5 

 

85. (…) [Falamos do] e comportamento. E6C7 

 

86. Falo muito dos projectos, às  vezes nem está na  listagem mas mostro os  trabalhos que 

fizemos [apontando para o placard]. Porque às vezes noto que eles entram e sentam‐se e não 

olham.  Têm  aí  o  dossier  e  o  caderno  para  ver, muitas  vezes  tenho  de  ser  eu  a  chamar  a 

atenção a pequenos factos que lhes passa ao lado. E6C10 

 

87. E coisas mais pequenininhas, minhas… eu passo muitas horas com eles, “Olhe ele tem a 

franja enorme, tem de lhe cortar a franja (…)” Falo de tudo, eu aproveito e falo de tudo. E6C9 

 

88. Quando tenho mesmo de falar com [os pais] por causa de dificuldades eu marco mesmo 

uma  hora  para  eles.  É  um  grupinho  que  em  termos  de  aprendizagem  não  tem  grandes 

dificuldades… E6C5 

 

89. (…) e se aquela pessoa eu sei que só aparece naquela reunião, então eu digo “Olhe tem 

cinco minutinhos para mim?” E então faço, mas individualmente. E6C2 

 

90. No  caso  de  uma NEE  (…)  e  explicar,  bem  explicado  às  pessoas  porque  que  é  que  nós 

temos de tomar aquela medida e o porquê de assinar aquele papel. As pessoas entendem e 

percebem  que  não  é  uma  imposição  simplesmente  para  rotular  uma  criança mas  é  uma 

necessidade nossa para termos mais umas horas de apoio, para conseguirmos levar um barco 

a bom porto. (…) E6C9  

 

91. Eles  telefonam‐me,  telefonam‐me,  os  outros  todos  que  não  vêm  porque  não  podem, 

telefonam‐me muito. E6C2 

 

92.  [Telefonam‐me] Com questões de saúde, com questões de aprendizagem. E6C5 

 

93. Com questões  tão  simples  como  “Oh professora mande‐me, por  email,  três ou quatro 

fichas (…) porque ele deixou os trabalhos na escola [nas férias]. E6C3 

 

94. Sim, às vezes [trocamos emails]. Às vezes não é sobre a escola  já, mas  isso… (risos) mas 

quando é para a escola também. E6C4 

 

95. Porque a maior parte das  fichas deles eu  tenho em  suporte  informático e é muito  fácil 

fazer  isto.  Acaba  por  ser  outro modo  de  comunicação  “Olhe,  ele  não  percebe  nada  disto, 

mande‐me outra ficha”, estes [pais] que dominam. E6C3 

 

Clarisse – E7 

96. (…)  por  exemplo,  eu  não  espero  pelas  aquelas  reuniões  de  atendimento.  Eu  se  tenho 

qualquer  coisa,  telefono,  marco  com  a  pessoa  e  a  pessoa  vem  falar  comigo, 

independentemente da reunião de atendimento. E7C2 

 

97. (…) Tanto que, nas reuniões de atendimento, quem quer  falar em privado, ou eu quero 

falar em privado, é sempre o último ponto da reunião. E7C2 

 

98. (…) Porque tento generalizar, até por vezes… se eles sentem que os miúdos fazem parte 

de uma turma, de um grupo, e que todos eles contribuem para o bom ou para o mau. E7C1 

 

99. (…) Para o mau funcionamento dentro da sala, comportamento (…) E7C7 

 

100.  (…) e inerentemente [fala‐se de] aproveitamento. E7C5 

 

101. (…) Eu tenho um sistema, que este ano deixei de implementar por, não foi… e acho que se 

notava  muito  bem,  que  era…  embora  seja  dada,  no  início  do  ano  lectivo,  aos  pais,  um 

calendário com as datas das reuniões de atendimento (…) E7C1 

 

102. Tenho  uma  adesão muito…  acima  dos  cinquenta  por  cento.  Na  generalidade  vêem  e, 

quando não vêem têm o cuidado de avisarem, mesmo não indo agora o papel para casa, têm o 

cuidado  de  avisar  que  não  vêem  ou,  telefonam  a  avisar  que  não  vêem.  Na  generalidade, 

depois faltam dois ou três, que são sempre os mesmos, que são aqueles que mais deveriam vir 

à escola e que não vêem. Mas consigo ter assim, uma casinha cheia, como costumo dizer. E7C1 

 

103. (…)  há  sempre  a  parte  das  informações,  que  são  sempre  informações  que  chegam 

pontualmente e que às vezes convém que eles saibam, sejam elas o carácter, para o bem ou 

para o mal (…) E7C9 

 

104. (…) Depois há sempre o aproveitamento (…) E7C5 

 

105. (…) e o comportamento. E7C7 

 

106. Eu, em  todas as  reuniões, como  trabalho com dossier e  folhas, dou‐lhes o dossier para 

eles [os pais] verem trabalho a trabalho, que é feito diariamente, que é esse que valorizo. E7C5 

 

107. Pode  eventualmente  ser  uma  altura  para  eles  assinarem  alguma  ficha  formativa  ou 

sumativa, aí recaímos mais sobre esse tipo de aprendizagens. Fazemos a análise, se desceram, 

se subiram, isto na generalidade, a análise do aproveitamento. E7C5 

 

108. (…) Porquê? Porque à umas semanas foram a baixo a matemática, e eu aí, admiti aos pais 

que  a  ficha  estava  longa,  nós  quisemos  tirar  uma  página. Mas,  ao  tirarmos  uma  página  a 

cotação ficou pesada. E por ficar pesada, eles acabaram por baixar [as notas]. (…) Isso depois é 

conversado,  “Mas  ele  sabe  fazer,  ou  ainda  não  sabe  fazer?!”  Já  eles  próprios  perguntam 

muitas vezes à frente, até dos outros. Isto não era viável pensar no princípio. (…) E7C9 

 

Teresa – E8 

 

109. De  resto,  temos uma  vez por  [mês], eu penso que é  suficiente uma  vez por mês, essa 

proximidade. Depois há  trimestralmente a entrega das avaliações, há a situação em que nós 

estamos com todos mas depois podemos ficar só com as situações mais pontuais. E8C1 

 

110. Sim, sim, chamado atendimento, que nunca é atendimento, acaba sempre por cair numa 

reunião. E8C1 

 

111. Na outra  tinha  [EE nas reuniões da  turma que deixou no ano anterior], nesta  tenho um 

bocadinho menos. Mas  também,  começou assim no primeiro ano. Eu nesta  tenho para aí… 

setenta por cento, talvez. Na outra, havia reuniões, de quase cem por cento. Era uma turma 

realmente muito preocupada. E8C1 

 

112. Normalmente é o aproveitamento (…) E8C5 

 

113. (…)  e  o  comportamento.  Às  vezes  preocupa‐me  mais  o  comportamento  que  o 

aproveitamento. Há uns mais “reguilotas” e é mais por aí. E8C7 

 

114. Só haverá atendimento no final, quando há situações mais complexas, aí não vamos falar 

de A, B ou C na frente de… falamos de tudo o que é geral, e depois acabamos por ficar [com os 

outros]. E8C2 

 

115. Se há acontecimentos na escola, como as tasquinhas, aí aproveita‐se e tem mesmo de se 

dar as orientações. E8C9 

 

116. Caso contrário, é realmente o comportamento e o aproveitamento. Vêem os trabalhinhos 

deles, o dossier… ficam mais ou menos a par, não é. E8C5 

 

117. Nem todos. Nem todos [colocam questões]. Às vezes é mais aqueles que têm filhotes que 

sabem que são reguilas, não é… “Professora como é que ele se está a portar?” (…) E8C7 

 

118. (…) e, outras vezes, é em questões  relacionadas com os  trabalhos de casa. Como é que 

corre, se conseguiu ou não conseguiu. E8C5 

 

119. (…) É assim acabo por estar a dar um bocadinho de aula para eles. “Ó professora explique 

lá como é que (…) um bocadinho…” Pedem a minha ajuda. E8C9 

 

120. Este  ano  ainda  não  [os  pais  não  participaram  em  actividades  dentro  da  sala]. No  ano 

passado tive alguns que vieram até aqui à biblioteca, contar histórias. Este ano  lectivo, ainda 

não tive ninguém [a participar] mas, pronto… é o segundo ano. E8C4 

 

121. Sim, sim [peço a colaboração dos pais], mais em termos de trabalhos de casa. E8C3 

 

122. Na outra turma sim, tivemos trabalhos de modelagem. Tinha um pai que era professor de 

Educação Visual… trabalhámos a mina do mar e eles fizeram (…) houve essa colaboração. E8C8 

 

123. (…) se vir que a família precisa de uma pequenina explicação, porque há alguns que não 

precisam  nada.  “Ah,  professora  como  é  que  ensina  isto?”  os  pais  podem  contribuir  para  o 

currículo mas têm de estar dentro da mesma  linha, para não se confundir aquelas cabecitas. 

E8C9 

 

 

Bloco D – Competências profissionais e Formação de Professores na área Escola‐Família 

Recolher  dados  de  opinião  sobre  as  competências  desejáveis  do  professor  para  um  bom 

desempenho no âmbito da relação e sobre o modo de formar os professores para exercer esta 

articulação entre escola e a família 

 

Bloco D 

 

D1  Capacidade de ouvir  14, 41, 68, 74, 76 

D2  Capacidade de conquistar o 

aluno/pais 

1, 3, 5, 10, 11, 16, 17, 19, 26, 29, 31, 32, 34, 36, 

44, 45, 53, 56, 57, 73, 75, 77, 78, 83, 84, 86, 89, 

91, 95, 97, 104, 107, 108, 119, 120 

D3  Capacidade de dialogar com 

os pais 

7, 8, 12, 13, 15, 18, 23, 24, 30, 33, 35, 37, 40, 

42, 43, 47, 48, 54, 58, 59, 64, 67, 69, 72, 79, 

80, 81, 85, 90, 92, 93, 101, 102, 105, 109, 117 

D4     

D5  Respeitar o outro, colocar‐se 

no lugar do outro 

46, 50, 51, 52, 55, 60, 66, 71, 94, 114, 118 

D6  Conhecimento legislação  6 

D7  Saber por experiência / 

aprendizagem através da 

prática 

2, 4, 20, 22, 25, 27, 28, 38, 39, 49, 61, 62, 70, 

82, 87, 88, 96, 98, 99, 100, 103, 106, 110, 112, 

115, 116 

D8  Diálogo com pares  9, 21, 63, 65, 111, 113 

 

E1  1 – 8  

E2  9 – 17  

E3  18 – 27  

E4  28 – 47  

E5   48 – 52  

E6  53 – 75  

E7  76 ‐ 103 

E8  104 ‐ 120 

 

Professora Prazeres – E1  

1. Na medida em que, quando estamos aqui juntos, seja pouco, seja muito, se transmitirmos 

confiança,  se  transmitirmos  segurança  no  trabalho,  nós,  como  profissionais,  transmitirmos 

segurança, transparência (…) E1D2 

 

 

2. Aqui, a esta hora (17h 30m) sou só eu, mais duas ou três, que estamos a fazer a essa hora, e 

apanha‐se  mais  gente.  A  gente  já  tem  por  experiência  que,  a  partir  dessa  hora  ainda 

apanhamos… sujeitamo‐nos é a sair daqui às oito horas da noite. E1D7 

 

 

3.  [Onde aprendeu a lidar com os pais de modo a que estabeleça com eles uma relação ideal] 

É assim, já dizia Sebastião da Gama, só se aprende com quem se ama e, na medida em que eu 

conquistar a criança, há dificuldades, mas se eu conquistar a criança mais  facilmente… se eu 

conquistar a criança aprendem mais e depois, por acréscimo, os pais. E1D2 

 

4. Também  [aprendeu  essa  forma  de  agir  por  experiência].  Também  [através  de  outros 

colegas].  A  experiência…  os melhores  ensinamentos  são  as  experiências,  sem  dúvida.  Nós 

podemos trazer muitos ensinamentos, mas depois a prática, no dia‐a‐dia, de constatarmos as 

realidades tão diferentes, nós [aprendemos] (…) E1D7 

 

5. Mas quando os aproximar saber como os aproximar… E1D2 

 

6. Tal como aqui há alguns anos, há bastantes anos, vinte e cinco anos, havia uma parte da 

legislação que nos ensina a  legislação, na altura aplicável …. E como se  fazia  isto, e como se 

fazia aquilo. E1D6 

 

7. “Não me digam que eu, que não tenho jeito nenhum para a costura, aqui com vinte e três… 

e aqui com pessoas que eu tenho a certeza que até trabalham nesta parte da decoração… e 

tenho que eu ir fazer isto?” “Ah professora! A professora já sabe tão bem dar a volta… deixe cá 

ver, eu levo o S. José.” (…) E1D3 

 

8. Tento criar uma linha(…) também não a sei ver muito bem [a fronteira entre os assuntos do 

professor e os do encarregados de educação].  Mas, digo‐lhe uma coisa, portanto, agora tenho 

aí  uns  pais  mais  novos  que  eu,não  é.  Quando  eu  digo,  “Dona  Margarida!  Dona  Elsa!”, 

respondem “ Ai, não me faça ainda mais velha.” Desculpe, mas é a minha maneira de ser… não 

sei o quê, não sei que mais…” “Não entendam isto como um distanciamento mas fui educada 

assim  e  sempre  serei  assim,  já  não  é  agora,  com  esta  idade  que  eu  também  vou mudar. 

Também  tenho os meus direitos.” Portanto,  tento  rematar porque,  como  se  costuma dizer, 

quando a gente dá a mão, muitas vezes nos  tomam o pé,  tomam a outra mão, e às  tantas 

estamos todas: é tu cá, tu lá… E aí não. Não, não como distanciamento mas mantendo sempre 

uma distância. Não é distanciar os pais, atenção! Os pais sempre próximos, mas criar ali… E1D3 

 

 

Professora Marta – E2 

 

 

 

9. É um bocadinho de tudo, não é [na aquisição de competências para se relacionar com os 

encarregados  de  educação:  formação  inicial,  colegas,  experiência].  Eu  acho  que,  pronto, 

realmente o que nós aprendemos [na formação] nos ajuda, mas também se vai conversando 

muito com os colegas. E2D8 

10.  (…) e tenho aqui um menino aqui à frente… que ele adora, adora mesmo, ouvir  ler e  ler! 

Portanto, não sei se ele não estava habituado (…) E2D2 

11. Sim, também converso muito com eles [os alunos] aqui. E2D2 

12. Nós não podemos  ser muito amigos dos pais  (risos). Eu não gosto  [de misturar amizade 

com  a  função  de  professora]  eu  separo  logo.  Porque  é  assim, professor …  “na  sala  eu  sou 

professor e tu és encarregada de educação lá fora, podemos ser amigas”, mas é assim, quer se 

queira, quer não  tem de haver alguma distância porque…  (…) E  tem de haver… porque nós 

depois temos de ter a frieza de dizer certas coisas (…) Porque depois chateiam‐se as pessoas 

todas. (…)E2D3 

13. Eu acho que é assim, nós não podemos ter medo dos pais e temos de tratar os pais… há 

colegas minhas que  “Ah,  tu  vais  fazer  isso? Vê  lá…”  “Desculpa  lá,  eles  são os  filhos deles”. 

Portanto, eles  têm de saber e nós,  temos de  falar com eles no sentido de explicar o que se 

passa aqui mas também (…) E2D3 

14. (…)  para  eles  nos  falarem  de  coisas  que  aconteçam  do  outro  lado,  para  funcionarmos 

todos(…) E2D1 

15. (…)Temos de contar    [as situações que acontecem na escola com os alunos] para os pais 

perceberem o que é que se passa aqui. Porque há pais que também não percebem, uma coisa 

é terem o filho sozinho em casa e, outra coisa, é ter num grupo. (…) E2D3 

16. (…)E eu aqui tento, realmente… e acho que em relação a esses professores, é isso, manter 

uma boa relação mas também não é deixar‐se rebaixar (…) E2D2 

17.  (…) Eu digo sempre “Os meus alunos…” e até agora tenho tido sorte nisso “tratar todos de 

igual.” Pronto, às vezes há uma empatia, alguém com quem simpatizamos mais. Porque nós 

sabemos, as pessoas são diferentes e, pode haver uma empatia, ou mais ou menos, com um, 

ou outro. Mas pronto, tento sempre contrariar que eu não quero cá confusões… porque eles, 

coitadinhos, não têm culpa. Mas é assim, são todos miúdos e, os pais, são todos pais. (…) E2D2 

Professora Cristina – E3 

18. Eu acho que depende das pessoas. Uma pessoa que tenha, mesmo sejam os mais novos, 

desde que tenham à vontade e que … porque isto passa um pouco pela maneira de ser. E, em 

relação às reuniões com os pais, a única coisa que eu acho é que, os professores não devem 

 

considerar os pais como um bicho papão que está ali, que vai ali para lhe pedir justificação. É 

para estar à vontade e falar de… desde falar do que faz, o que fez e do que irá fazer, e tentar 

aproximar os pais, essencialmente tentar aproximar os pais à escola. E3D3 

19. Desde melhorar a  relação,  fazer com que os pais se aproximem, até mesmo como  lidar 

com eles e como é que… da melhor forma, sei lá… porque não há receitas… Mas há situações 

que acontecem e, como é que poderá sair delas de uma forma [ligeira]… E3D2 

20. Eu  acho  que...  quando  saí  da minha  formação  tive  a  sensação  de  que  estive  ali  como 

estivesse  no  ensino  secundário,  a  aprender  matéria  (…)  Experiência,  praticamente  pela 

experiência. E3D7 

21. Quando  comecei,  fui  para  um  colégio  trabalhar  e,  parecendo  que  não,  somos muito… 

pronto, há aquele cuidado de nos darem dicas, é um colégio particular, não é?! E eu acho, que 

nesse aspecto, e por ser a instituição que era que… mas nunca me deram, vamos lá… deram‐

me conselhos. E3D8 

22. (…) Foi pela experiência. E3D7  

23. Nós temos esta relação de escola, escola e professora com a família e alunos… para mim a 

que está, está óptima.  Se  tenho alguma  coisa a dizer, alguma  coisa a pedir, alguma  coisa a 

fazer, sei que consigo fazer. E3D3 

24. E acho que também tem a ver com a forma como se conduz a reunião. Porque as reuniões 

seriam para ter atendimento individualizado aos pais. E3D3 

25. (…) Porque eu acho que há coisas a nível prático que é muito mais proveitoso para nós, na 

sala de aula(…) E3D7 

26. Mas,  como  tenho  uma  boa  relação  com  eles,  bem  ou mal,  vamos  conseguindo  dar  a 

volta… E3D2 

27. Como já lá vão vinte e poucos anos, vinte e quatro anos. E3D7 

 

Professora Rita – E4 

28. (…) sem tomar consciência, talvez pela experiência comecei a perceber que de facto era 

importante que isto acontecesse. Porque no início, de facto, não… o envolvimento dos pais era 

menor. (…) E4D7 

29. Eu acho que também parte um bocadinho de nós apelarmos para… E4D2 

30. Começa  logo  pela  divulgação  das  reuniões mensais.  Eu  faço  questão  de  entregar  um 

desdobrável e é uma das informações que consta neste desdobrável; data de início e de termo 

do ano lectivo, esse tipo de coisas (…) E4D3 

 

31. (…) Pronto, eu faço questão que os dias de atendimento venham nesse desdobrável para 

que  os  pais  tenham  sempre  um  registo,  porque  uns  escrevem,  os  outros  não,  e  assim  é 

entregue aqui o registo. E apelo, na primeira reunião  logo, para a presença deles. Porque,  lá 

está, pelos motivos que já disse. Apelo para que eles venham. E4D2 

32. … e também  facilito, do género, se há uma criança que não tem tinteiro, ou  impressora 

“Oh professora!” e digo‐lhe: “Vais ali à biblioteca num  instante ou então  fazes um desenho, 

em vez de imprimir.” Também não exijo que todos tragam, como é óbvio, cada um tem as suas 

possibilidades, as oportunidades que têm e, portanto, não vou ser rígida a ponto de… acho que 

temos de saber ponderar, não é?! Saber equilibrar dentro desta realidade. E4D2 

33. Eu acho que sim, acho que sim [que se deve ao diálogo entre a professora e os pais]. E4D3 

34. É, talvez, sim [é tudo mais desmistificado]. Eu tenho, não sei se é defeito (risos)… eu ligo 

muito aos pormenores e portanto, explico‐lhes tudo. E4D2 

35. O porquê… se houver dúvidas aqui e ali, eu explico porquê e como é que podemos, então, 

tentar melhorar. Há um grande diálogo e os pais percebem  isso e  vêem porque gostam de 

estar a par, às tantas se eu fosse muito vaga nas reuniões, os pais… porque, cada um tem a sua 

realidade, se não tem experiência (eu peguei nesta turma no segundo ano) acabam por não ter 

termo de comparação. “Ah é normal, se a professora só diz  isto é porque é só  isto que  tem 

para dizer.” Enquanto que, se perceberem que vamos ao fundo da questão e são abordados 

todos os assuntos, desde as AEC’s, à  sala de aula, às monitoras, ao  recreio,  tudo... não é!? 

E4D3 

36. Isto é a minha opinião, eu acho que tem muito a ver com o feitio das pessoas, eu atribuo 

um bocado à maneira de ser. E4D2 

37. E, eu acho, que estou a desenvolver um trabalho com crianças, essas crianças são filhas de 

pais e portanto, eu acho que é  importante eles estarem ao corrente daquilo que se passa na 

sala de aula. E4D3 

38. (…)  Mas  eu  acho  que  isto  [a  relação  com  os  pais]  parte  muito  de  nós  e  da  nossa 

experiência (…) E4D7 

39. (…) no meu curso eu acho que… aprendi começando a trabalhar. E4D7 

40. (…) Por vezes os pais não questionam se ouvem dizer ou se o filho chega a casa e conta 

qualquer coisa, antes de abordar a professora ou a auxiliar, quem quer que seja que envolve a 

escola,  antes  de  abordar  já  vêm,  como  se  diz,  com  sete  pedras  na  mão  e  temos  que 

aprofundar,  temos  que  saber  concretamente  o  que  é  que  aconteceu.  E,  é  por  isso  que  é 

importante o diálogo entre todos. E4D3 

41. Eu  tento ao máximo que os pais percebam… eu não sou mãe deles, como é óbvio, mas 

todos os assuntos que por  vezes,  como eu  já disse, não  têm nada a  ver  com os  conteúdos 

programáticos, são abordados na sala de aula porque surgem, partindo dos alunos, não estou 

a dizer de mim, partindo dos alunos. E4D1 

 

42. E eu acho que os pais têm de estar ao corrente que podem surgir determinados assuntos 

na sala de aula, com temas que não são concretamente relacionados com o programa… E4D3 

43. Bem,  eu  acho  que,  nós  temos  de  ter,  acima  de  tudo,  alguma  ponderação  com  os 

encarregados de educação: da forma como falamos (…) E4D3 

44. (…) Como ponto de partida é muito  importante que eles tenham a consciência e depois, 

também  saber  aquilo  que  se  diz  e,  quando  estamos  na  sala  de  aula,  acho  que  é  muito 

importante sermos correctas a falar com os alunos porque os alunos dizem (…) e portanto, nós 

temos que ser o mais correctas possível a abordar, a falar, a manter um diálogo com os nossos 

alunos. E4D2 

45. Se eu vou à sala do meu filho e vejo a professora que pouco tem para dizer, ter de ser eu 

a  fazer  perguntas,  questionar  para  ter  um  feedback,  a  pessoa  às  tantas  desmotiva‐se  um 

pouco, não é?! Eu também – não estou a valorizar o meu trabalho, por amor de deus – mas o 

facto de eu  falar dos mais diversos assuntos é um dos motivos que os  faz  ter dúvidas e que 

desperta curiosidade e quererem saber mais e mais sobre [os filhos]. E4D2 

46.  (…) Pus‐me no  lugar,  imaginei‐me  ir embora e deixar os meus  filhos e pensei  “Coitada 

desta mãe, não é?!” E4D5 

47. Mas eu não sou capaz, não sou capaz porque sinto que ficou tudo a perder por ter essa 

postura… perdia uma  reunião com a encarregada de educação, perdia um diálogo sobre um 

aluno, que é meu, que é filho, que devemos favorece‐lo e não o faço. E4D3 

Professora Matilde – E5 

48.  (…) Com os pais às vezes também sou um pouco bruta, porque há coisas que eu tenho 

mesmo de dizer. (…)  E5D3 

49. [O que  faz aprendeu através do] Senso  comum. Eu vou muito pelo  senso  comum. Não 

aprendi a  fazer nada e há até colegas minhas que  fazem de outra maneira. Eu… pronto, é o 

senso comum. E5D7 

50. Há coisas que eu não digo, há coisas que eu digo de uma maneira diferente, tento não… 

eu costumo dizer, tento me pôr no lugar dos pais dos meus alunos. E5D5 

51. E então, há coisas que eu acho que também não têm a nada a ver. Eu acho que há uma 

certa  privacidade…  que  eu  posso  dizer  de  uma maneira  diferente,  porque  há  perspectivas 

diferentes de ver as coisas. Portanto, também as temos de respeitar, não é?! E então, eu vou 

muito pelo senso comum. E5D5 

52. Não nunca senti isso [a intromissão por parte dos pais], nem “Ah os pais fizeram queixa de 

uma professora”. Também não. Acho que, quer os pais, quer os professores de dar, de ter a 

sua opinião. E5D5 

Professora Isabel – E6 

53. O meu apelo [o que mudou do início da minha carreira para os dias de hoje]. E6D2 

 

54. (…) Opto muito por telefonar à hora do jantar que é quando eu sei que eles ou estão em 

casa, ou estão a chegar. Ligo mesmo “Ele hoje (…)”. É a passagem do testemunho. Eu recebo‐o 

de manhã mas já não vi a mãe e recebo um recado. Depois entrego o recado à monitora que o 

vai entregar à mãe. (…) E6D3 

55. Sermos  muito  tolerantes.  É  preciso  muita  tolerância  e  termos  a  capacidade  de  nos 

colocarmos no papel da outra pessoa. Porque às vezes quando um pai vem (…) E6D5 

56. (…) [Os alunos] Mostrarem um vídeo de uma visita de estudo que fizeram e maquetas, e 

faze‐los vir à escola ver essas coisas todas. E6D2 

57. (…)  Era  importante  que  os  filhos  vissem…  “Ok,  eu  sei  que  é  sábado  e  que  é  suposto 

fazermos compras, mas se calhar era giro  irmos  lá.” Portanto, pode ser falha nossa… em não 

insistirmos mais. E6D2 

58. (…) Às vezes saem daqui com o rabo entre as pernas porque de  facto as coisas não são 

assim e, nós  [professores] aproveitamos para dizer  também o que pensamos e eles às vezes 

não gostam, não é. E6D3 

59. (…) Às vezes também nos custa a nós [professores] depois a ver essa pessoa [encarregado 

de  educação  que  nos  confronta]  com  outros  olhos,  naquele  contexto  foi  desagradável.  (…) 

E6D3 

60. (…) Como tendo miúdos a meio, é bom que  isso passe depressa, ultrapassar  isso, temos 

de ser adultos, engolir… ultrapassar essa contenda e portanto, não passamos a amizade, talvez 

tão próxima (…) como outros, tem de ser algo verdadeiro. E6D5 

61. (…) era Magistério Primário e não tinha formação nesse nível e portanto, é no campo, é 

no campo que se aprende. É no dia‐a‐dia. É na maneira, às vezes, de expormos as nossas ideias 

… e depois vemos que daquela maneira não vai lá e tem de ser outra. E6D7 

62. E, o ser mãe  também me ajudou,  ir às  reuniões da minha  filha e ver que havia o outro 

lado, e às vezes aprendia  com as professoras da minha  filha. Olha, a postura é a  correcta… 

portanto, vendo, fazendo, experimentando (…) E6D7 

63. Ah, por  exemplo, uma  ideia,  [os professores na  formação  inicial] poderem  assistir, por 

exemplo, a uma reunião de pais, ver como são os pais e o que é que eles dizem. Fazerem este 

tipo de entrevistas a quem já lidou com muitos pais. (…) E6D8 

64. Nem sempre é fácil. Muitas vezes até se pegam uns com os outros, a pessoa tem de pôr 

água na fervura. Porque “aquele bate no meu e o meu não bate”. (…) E6D3 

65. (…) é no campo. É  ir à escola e ver. Ver uma  festa, ver uma actividade em que estejam 

pais e crianças envolvidas, e perguntar o que é que a gente, ao  fim destes anos  todos, que 

andamos aqui, pensamos destas situações. E6D8 

 

66. [A  relação  escola‐família]  Passa muito  pelo  respeito mútuo.  Quando  há  uma  falta  de 

respeito,  é  uma  barreira  que  foi  incondicionalmente  transposta,  quer  de  um  lado,  quer  do 

outro. (…) E6D5 

67. Disse,  disse  [Os  pais mandam  daquela  porta  para  fora,  eu mando  para  dentro].  Digo 

muitas vezes na  reunião. Na  reunião de primeiro ano digo: “Olha vocês agora vocês vão‐me 

emprestar por umas horas os vossos filhos. Há alturas em que eu vou sentir que mos deram, 

mesmo, porque estou muitas horas  com eles”. E6D2(…)Vai haver  regras,  regras que eles  às 

vezes não querem cumprir porque não estão habituados a cumpri‐las em casa. Eu espero que 

vocês  tenham  feito os  trabalhinhos de casa, bem  feitinhos, e que eles venham a aprender a 

cumprir a regra mas se não o fizerem, eu vou trabalhar para isso. (…) E6D3 

68. (…)   Realmente vocês  têm  situações em que podem  fazer queixa de mim, podem  falar 

comigo,  para  eu  rectificar  que  não  sou  perfeita...  já  o  fizeram  “Oh  professora  não marque 

trabalhos no dia da natação que eles vêm de rastos” Óptimo, não marquei. Foi uma sugestão, 

e eu aceitei (…) E6D1 

69. (…) A melhor maneira  das  coisas  correrem  bem  é  exactamente  havendo  essa  parceria 

mas, há ali um  limitezinho… quando eu acho que  já estou, que  já me estão a ultrapassar a 

minha responsabilidade e autoridade dentro da sala de aula então ali, com uma maneira “soft” 

tenho de dizer  “Olhe não pode  ser  assim,  eu  sei que  ele  gosta de  comer  gomas, mas  aqui 

dentro não pode. Senão podíamos todos. Mas, como não podemos, o seu filho também não 

pode.” E6D3 

70. (…) E nunca tive assim uma situação que não percebessem, ou questionassem. Faço um 

reparo… há muitos anos já… aprendi “Eles são meus alunos mas são vossos filhos! E6D7 

71. (…) Também sou mãe, sei que não é fácil. (…) E6D5 

72. (…) “E há aqui uma coisa que vocês tem de perceber… cada um tens as suas regras, um vai 

para a cama às nove e meia, outro (…) Quando eu disser, sentaste‐te. Portanto, daquela porta 

para dentro quem manda sou eu! E o que eu pretendo com isto, pretendo que se em alguma 

situação os corrigi que por favor lá em casa não me desautorizem também. E isso é já da porta 

para fora, lá em casa”. E6D3 (…) 

73. (…)  A maneira  como  eu  disse  isto  não  foi  ostensiva  e,  portanto,  as  pessoas  têm me 

ajudado muito. Aquilo que eu penso que temos de procurar nos pais, é mesmo ajuda. (…) E6D2 

74. Pedem [os pais pedem a minha colaboração]. Às vezes até em coisas  lá de casa, em que 

eu não tenho nada a ver. (…)Eu acho que é boa ideia. E foi. (…) Portanto a mãe ajudou‐me e eu 

ajudei‐a nesse aspecto. (…) E6D1 

75. (…) agora aqui é que se coloca uma questão: somos nós [professores] que não sabemos 

sensibilizar os pais para virem à escola, em quantidade que queríamos (…) E6D2 

 

Clarisse – E7 

 

 

76. Depois daí,  fui para o Sarge, outra  realidade, completamente diferente, em que  , eu na 

minha  sala  –  não  era muito  política  da  escola mas  talvez  eu  já  viesse moldada  de  outra 

maneira – eu tive muito boa relação com a maioria dos pais. Estive lá três anos, desde servir de 

padre ou de psicóloga, ou não sei o quê… quando havia divórcios… portanto num  regime  já 

normal (…) E7D1 

 

77. (…) mas pronto, sempre tive boa relação com os pais e tento envolve‐los o mais possível 

nas aprendizagens e na vida dos filhos enquanto escola. E7D2 

 

78. Depois tive uma experiência muito má, numa terra aqui muito próxima, porquê? Porque 

as mães não  trabalhavam, então a  funcionária de  lá era da  terra…  tudo se sabia e portanto, 

foram mal dizer… estive lá seis meses e foi muito complicado. E7D2 

 

79. (…) [Acerca de um projecto com crianças originárias de diferentes países] e foi um desafio 

muito grande. E  comecei a  fazer o apoio dentro da  sala de aula e a  ter uma  relação muito 

estreita com a família. Porque, antes de começar o projecto, fiz uma entrevista com todas as 

pessoas (…) com pai e mãe (…) E7D3 

 

80. (…) E é preciso nós conversarmos muito com os pais. E7D3 

 

81. (…)  Procurar  fazer‐lhes  ver  que  as  coisas  não  são  sempre  assim…  e  tenho  conseguido 

mudar alguns comportamentos. E7D3 

 

82. (…) Agora, que é sempre um pau de dois bicos porque não podemos agradar a gregos e a 

troianos. Somos mais rudes com alguns para se dizer as coisas… eu tenho aí uma questão, por 

exemplo, que só consegui que este ano, a mãe viesse à escola quando a ameacei com a CPCJ. 

Porque realmente isto pareça o armazém daquela criança. Uma criança cheia de problemas e 

tentar encaminhá‐la… lógico que não fiz a queixa. Mas pronto só funciona assim. (…) E7D7 

 

83. (…) Às vezes é mais difícil convencer os pais que eu tenho de tomar determinadas atitudes 

porque,  enquanto  cidadãos  eles  têm  de  ser  sensibilizados  e  criados  com uma  sensibilidade 

muito grande (…) E7D2 

 

84. (… )Aqui eu tento, o mais possível, tratá‐los da mesma forma, que eles sintam que são… e 

eu  tenho desde…  tenho aqui uma  sala especial muito variada, os próprios pais que  têm um 

nível social mais elevado pensam que eu vou criar diferenças e eu faço questão em que eles 

vejam que não. E7D2 

 

85. (…) Tenho aqui pais de crianças com comportamentos mais desajustados e que  tem de 

haver grandes conversas e que surja entre nós grande cumplicidade mesmo (…) E7D3 

 

10 

 

86. (…) Eu fazia, há muitos anos já, naquele fim de semana… no fim‐de‐semana entregava um 

convite a lembrar que no dia x havia reunião de pais, dava a ordem de trabalhos e pedia para 

estarem presentes e, tinha um destacável em que eu tinha a certeza se os miúdos tinham, ou 

não,  entregue.  Porque  as  pessoas  às  vezes  esquecem‐se,  não  é.  E  funcionava.  Funcionava 

lindamente. (…) E7D2 

 

87. (…) Não sou melhor ou pior mas eu gosto de falar e gosto de, de… eu não crio barreiras 

com os pais. E7D3 

 

88. Há pessoas que criam barreiras, sei pôr‐me no meu  lugar quando é necessário e quando 

os pais precisam de ser chamados à atenção… de resto, é a tal história, eu gosto muito de ter a 

família enquanto parceira. E7D3 

 

89. (…) Agora se não há envolvência, é como em tudo, como acontece connosco…  impõem‐

nos as regras e nós acabamos por fazer porque somos obrigados (…) E aqui, eu acho que com 

os pais é um bocadinho  isto. Se os tentarmos envolver, em determinado tipo de situações e 

faze‐los sentir que também são um grupo e que também têm força eles, pronto, sentirão isto 

de outra maneira. E7D2 

 

 

90. (…) Nas reuniões eu pergunto, por exemplo, este final de período, quando se entregam os 

registos de avaliação, eu pergunto sempre se querem que faça [atendimento] individualizado e 

eles geralmente não querem. Eu faria um de cada vez, estaríamos aqui não sei quantas horas 

mas eu faria. Mas este ano já estão mais abertos para que haja uma partilha, tendo o cuidado 

para não nomear crianças. E7D3 

 

91. (…) Agora, eles já sentem que podem partilhar os problemas dos seus filhos com os outros 

(…) Isto já é partilhado com eles, têm vindo a trabalhar… mas é difícil às vezes, trabalhar este 

tipo de mentalidades ainda, porque realmente eles também se sentem à parte. E7D2 

 

92. (…) mas, se for assim, alguma coisa… não há nada como falarmos olhos, nos olhos e em 

sítio próprio, que é aqui dentro da sala. E arranjo um bocadinho e no pavilhão ou aqui [sala de 

aula] para conversar com esse encarregado de educação e resolvermos as coisas. E7D3 

 

93. (…)  Estou,  neste momento,  a  tentar  capacitar  os  pais,  de  que  é  preferível  eles  lerem, 

escreverem,  estudarem  (…)  que  o  terceiro  ano  já  tem  conteúdos  programáticos  mais 

complicados e aí eles vão ter de aprender a estudar e os pais devem estar com eles para os 

ajudar a estudar… não é a estudar por eles (…) portanto até nisso os pais têm de ser alertados 

[choque da transição do 2º para o 3º ano]. E7D3 

 

94. Como eu  lhe disse não há receitas e não há panaceias mas para ser extremamente… se 

calhar diria  [a professor  recém‐formado] para  terem muita atenção, para  já  cada um deles, 

cada criança é diferente da outra,  logicamente os pais  também. O  tipo de  relação que pode 

11 

 

estabelecer com um pai não poderá, de forma alguma estabelecer com o outro. Isto não pode 

ser… não há matrizes, porque as próprias pessoa também… E7D5 

 

95. (…) Portanto, eles perceberem que se há reunião é porque é importante vir, e isso é muito 

trabalhado  no  primeiro  ano.  Nós  só  podemos  colher  aquilo  que  semeamos  e,  se  não  o 

fizermos,  não…  é  em  tudo,  assim  na  vida.  Tentar  cativar  os  pais  e  criar  laços,  como  no 

principezinho. E7D2 

 

96. É  complicado,  acho  que  aprendi  muito,  engraçadamente,  porque  passei  pelos  meios 

rurais. Tem a ver com a experiência de vida que a pessoa vai tendo. Tem a ver também, com o 

feitio da pessoa. (…) E7D7 

 

97. (…) E eu não pronto, tentava, e porque queria… e não era directora de escola, era titular 

de  turma  só…  se queria alguma coisa em  troca, envolver os pais,  também  tinha de dar.  (…) 

E7D2 

 

98. (…)  E,  portanto...  é  complicado,  não  se  aprende  nos  livros.  Só  se  aprende,  levando 

algumas  cabeçadas,  levando  alguns pontapés no  traseiro,  reaprendendo,  ajustando o nosso 

comportamento também… nunca agradando a gregos e a troianos. E7D7 

 

99. (…) Mas realmente, não há… eu acho que tem muito a ver com o ser, a maneira de ser, a 

maneira  de  estar  da  pessoa,  o  grau  de  envolvimento  da  pessoa…  nós  agora…  vamos 

aprendendo, eu agora já sou mais velhota, vou aprendendo. (…) E7D7 

 

100. Há coisas em que eu investia e, já não invisto, invisto noutras. Há coisas em que me faço 

de parva, porque é preferível, do que estar a mexer em águas passadas… e portanto, não vale 

a pena, há coisa que é preciso… pronto, é o aprender. Eu acho que aprendo todos os dias, levo 

bofetadas todos os dias, mas aprendo. E7D7 

 

101.  (…) Eu partilho muitas coisas minhas com eles [os alunos] (…) Eu nunca falo com os pais 

do  lado de  lá a secretária. Eu falo com os pais sem fronteiras… sem estabelecer  limites, [sem 

nenhum obstáculo] (…) E7D3 

 

102. Portanto,  quando  falo  com  algum  pai,  geralmente,  faço‐o  nestas  condições,  como  eu 

estou a  falar consigo. Portanto,  sem que haja nada no meio, em que percebam que não há 

nada a interferir. E7D3 

 

103. Mas  isto,  também  se  vai  aprendendo,  vai‐se  estudando  e  vai‐se…  porque  é  muito 

aprendendo. Acho  que  tem muito  a  ver  com  o  nosso  amadurecimento  também,  enquanto 

pessoas. Lógico que eu comecei a trabalhar aos vinte anos e não tinha esta postura, tinha uma 

postura mais destravada. (…) faz‐se caminhando. E7D7 

 

Teresa – E8 

12 

 

104. Sim,  eu  acho que  é o professor que  tenta  agarrar, que os  tenta motivar mais, pronto. 

E8D2 

 

105. (…) E, se  tiver situações, não tenho situações de comportamento, primeiro ano, não é…  

mas se tivesse não [iria falar em frente a todos] mas, no geral digo aos pais que são uma turma 

faladora,  irrequieta, das AEC’s…  isso é geral porque é  a  turma, não é A, nem B, nem C, da 

turma. E8D3 

 

106. Não sei se faço bem, é assim, tem resultado, em vinte e seis anos de trabalho e nunca tive 

complicações,  por  isso  não  devo  fazer  assim  tão  mal.  Mas,  se  calhar  faço  muitas  vezes 

determinadas coisas quase instintivamente. E8D7 

 

107. (…) Normalmente,  sou uma pessoa que  gosta de  se  relacionar bem  com  toda  a  gente, 

goste que impere o bom senso, para as coisas resultarem. E8D2 

 

108. (…)  Com  conflitos  também  não  conseguia  viver.  (…) Normalmente  tento  ser  simpática 

pronto, convido‐os para vir à escola. E8D2 

 

109. (…) Acho que também passa muito por, quando falo com eles, começar por dizer as coisas 

boas dos alunos, só depois… porque logo aí começamos por afastá‐los da escola, não é… passa 

muito pelos reforços positivos que dou aos alunos… porque se começamos logo numa de dizer 

mal,  só  dizer  coisas  negativas,  se  calhar,  da  próxima  vez  só  temos metade  e  depois muito 

menos, não é… mas de resto não faço assim nada de especial para que eles venham à escola. 

E8D3 

 

110. Não foi propriamente um aprender mas, com o passar dos anos a pessoa vai ouvindo, não 

é. E8D7 

 

111. A  pessoa  vai‐se  informando  e  vai  ouvindo,  junto  dos  colegas  e  em  reuniões  e  em 

colóquios. (…) E8D8 

 

112. (…)  Por  acaso,  isso do  começar por  salientar os pontos positivos do  aluno,  isso  é uma 

questão  prática,  porque  também  sou  mãe  e  sei  que  sabe  bem,  como  encarregada  de 

educação, ouvir as coisas boas. E, também senti, muitas vezes como encarregada de educação, 

um ambiente às vezes assim – eu jamais faria aquilo – pronto, porque depois, quando estamos 

no outro  lado,  temos de nos pôr um bocadinho no papel do encarregado de educação.  (…) 

E8D7 

 

113. Mesmo com os colegas, aprende‐se muito, principalmente com os mais  jovens,  já vêem 

com outras ideias, e nós que já estamos um bocadinho cotas… (risos) E8D8 

 

114. Sabe, eu às vezes não percebo [onde está a fronteira] e, às vezes peco por isso… às vezes 

penso:  “Não  devia  ter  dado  tanta  confiança”,  porque  sou  um  bocadinho  ingénua,  nesse 

aspecto, porque na tentativa de que tudo corra bem (…) E8D5 

13 

 

 

115. (…) mas também depois, quando eu sinto que… no tempo lectivo não… mas, nem sempre 

é fácil, se fomos longe, às vezes só com a prática, falhando é que aprendo. (…) E8D7 

 

116. Eu  até  hoje,  felizmente,  não  tive  complicações.  Sempre  senti  da  parte  deles,  pronto, 

sempre me  senti bem. Mas agora,  também a velhice é um posto e acaba por…  também há 

erros que também já não vai cometer. E8D7 

 

117. (…) Porque há assuntos  importantes,  têm sentido serem discutidos na altura, depois de 

passar  não  é…  passou,  já  está  fora  do  contexto,  já  não  tem…  e,  se  for  logo,  evita‐se 

complicações.  (…) Mas,  se nós  conseguirmos acalmar, antes de o encarregado de educação 

começar a pôr [problemas] e aí é que começam as complicações (…) não se pode começar logo 

na defesa, tem de se gerir situação. Mais ou menos tenho conseguido. (risos) E8D3 

 

118. Eu  penso  que  deve  ponderar  sempre  o  bom  senso  (…)  e  é  como  digo,  se  falares  com 

educando, falar sempre tendo em conta que o encarregado de educação, se calhar, também 

[tem algumas dificuldades que o conduzem ao afastamento]… não  ir numa de afastamento. 

E8D5 

 

119. (…)  O  primeiro  passo  é  aproximá‐los  de  nós…  é  como  com  os  alunos,  assim  que  os 

sentimos  deste  lado,  já  podemos  ralhar  com  eles…  e  eles  entendem,  os  encarregados  de 

educação.  Têm  de  sentir  que  o  professor  é  professor,  é  amigo,  está  ali  para  ensinar,  para 

educar e  também para castigar, quando é necessário… mas é preciso que o encarregado de 

educação entenda e não pense, “Ah, este professor está a embirrar com o meu filho!”. E8D2 

 

120. Agora,  um  colega,  quando  vem  de  novo  tem  de  passar  por  conhece‐los,  conhecer  os 

encarregados de educação dos alunos, com calma. Simpatia, também acho que deve ponderar. 

E8D2 

 

 

 

 

 

 

 

 

1. Portanto, eu acho que é importante para cativar os pais, cativarmos os filhos. E1D2 

2. À medida que os conquistamos, à medida que conquistamos os pais, conquistamos cada 

vez melhor os filhos. E1D2 

 

14 

 

3. (…) Esta turma, é tão diferente da outra realidade/turma que tive, tão diferente… a outra 

era  uma  turma  homogénea  em  termos  familiares,  de  estrutura  familiar…  era  muito 

homogénea.  Esta  turma,  por  exemplo,  em  termos  familiares  é  uma  turma  completamente 

desestruturada,  completamente desestruturada. Ora,  se nós não  conquistamos então muito 

menos. E1D2 

 

 

Bloco E – Factores de bloqueio 

 

 

 

 

 

 

Factores de 

Bloqueio 

E1  Falta de Espaço físico 

na escola 

 11, 35, 40, 41, 89, 90, 91, 93, 94, 96, 97, 98, 

99, 117, 131, 133, 134, 135, 151, 158, 179, 191, 

192 

E2  Insegurança/medo  

dos professores  

70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 79, 127, 128, 139, 

143, 153, 159, 160, 161, 166, 171, 176, 178, 

180, 181, 182, 184 

E3  Afastamento dos 

professores 

37, 42, 132, 141, 173, 188 

E4  Organização da 

Sociedade 

2, 6, 15, 19, 20, 27, 28, 29, 46, 65, 92, 95, 106, 

120, 144, 156 

E5  Afastamento 

/Ausência dos EE 

4, 9, 10, 13, 14, 16, 18, 21, 22, 30, 31, 32, 33, 

34, 36, 49, 50, 51, 52, 55, 56, 57, 58, 61, 62, 63, 

64, 66, 67, 69, 80, 84, 85, 86, 87, 100, 104, 108, 

111, 113, 123, 124, 130, 136, 137, 138, 142, 

150, 152, 155, 164, 167, 168, 169, 170, 172, 

177, 189 

E6  Dificuldade na 

educação dos filhos 

24, 25, 26, 43, 44, 47, 53, 59, 60, 78, 105, 107, 

109, 110, 114, 118, 140, 148, 154, 157, 162, 

163, 165, 175, 187 

E7  Escassez de tempo  1, 5, 7, 8, 17, 23, 45, 54, 68, 81, 82, 83, 101, 

102, 103, 115, 119, 121, 122, 125, 126, 129, 

146, 147, 149, 183, 185, 186, 190 

E8  Estrutura familiar  12, 38, 39, 48, 88, 112, 116, 145 

 

E1  1 ‐ 37 

E2  38 ‐ 63 

E3  64 ‐ 88 

E4  89 – 100 

E5  101 – 112 

 

E6  113 – 153 

E7  154 ‐ 181 

E8  182 – 192 

 

1. Vejo, vejo… vejo vantagens. Por um  lado… é assim,  também há uns anos a esta parte as 

pessoas  também  tinham mais  disponibilidade  e,  cada  vez mais  portanto,  sei  lá,  eu  estou  a 

pensar…  aqui  há  dez  anos  as mães, muitas  não  trabalhavam  e  vinham  à  escola  de  vez  em 

quando (…) E1E7 

 

2. (…)  com a vida que  se  tem,  se não  for assim  [com as  reuniões marcadas mensalmente], 

ninguém vem à escola. Então fecha‐se,  isto aqui assim torna‐se numa “coisinha” fechada. Eu 

acho que nós não nos podemos fechar. A escola tem de estar aberta. E1E3 

 

3. Porquê [não há mais actividades com a participação, e para, os encarregados de educação]? 

Porque a escola também não tem condições. Repare, nós para fazer uma festa de Natal, onde 

é que a vamos fazer? Conhece a escola? E1E1 

 

4. Agora, é o que eu digo, eu acho que devia haver mais [colaboração] mas… com carácter… 

não é ir à escola por ir, com um carácter de responsabilidade. Porque se não for com carácter 

de responsabilidade de responsabilidade, não vale a pena. E1E5 

 

5. E não há, realmente, não há [tempo]. Mas é pena. Mas, também talvez seja pela sociedade 

em  que  vivemos…  repare  que  ninguém  tem  tempo  para… A  escola  está  quase  a  funcionar 

como um despejo. (…) E1E7 

 

6. Sim,  também  o  tempo. A  nossa  sociedade,  a  nossa  vida..  a  vida  social,  profissional  não 

permite esta aproximação… eu acho. E1E4 

 

7. (…) a dificuldade que há  (…) em dois dias (…) alterar o horário (…) os meninos só vêm de 

tarde,  já é uma problemática! Portanto, a  sociedade, os pais, não  têm  vida para,  se  calhar, 

estar mais  tempo na escola. E nós notamos  isto, há  colegas que  fazem este atendimento à 

hora de almoço e, não vem ninguém. E1E7 

 

8. [os  colegas,  por  sentirem  que  não  são  ouvidos,  não  valorizam  a  relação  com  os 

encarregados de educação porque] Hum… Há alguns que não pensam, há outros que pensam. 

Eu respeito quem não pensa, mas eu penso… E1E7 

 

 

9. As  colegas  dizem:  eu  falo,  falo,  falo  e  chego  à  conclusão  que  ninguém me  ouve.  Eu,  se 

calhar, às vezes, também chego a essa conclusão (que falo, falo e ninguém me ouve). E1E5 

 

10.  (…) Não, há alguns que não se manifestam mas, nem para o positivo nem para o negativo. 

Portanto, não se manifestam. Mas, há quem se manifesta… há quem se manifeste [falam sobre 

as  informações,  dão  a  sua  opinião].  Portanto,  já  este  ano,  com  o  primeiro  ano,  tenho  aí 

pessoas a manifestarem‐se, muito bem, sim senhora… E1E5 

 

11. De  resto,  eu  acho  que,  o  espaço  em  si  limita‐nos,  nós  queremos  fazer…  ainda  no  ano 

passado, queríamos fazer a entrega dos diplomas… por exemplo, eu acho que era uma coisa 

interessante, fazer‐se os outros, estes pequeninos verem mas não é possível, nós não temos 

espaço que nos permita  isso. Para  já não temos um palco em que os outros possam ver, não 

é…  e  não  vendo,  dispersa‐se  tudo.  A  gente  vê  pelas  pequenas  festas  que  fazemos  aí,  o 

Magusto… portanto…E1E1 

 

12. [Acha que o  facto de se tratarem de famílias desestruturadas condicionam a relação]  Isto 

tem a  sua  influência, a estruturação  familiar  tem a  sua  influência. Mas eu, neste momento, 

não lhe sei dizer… E1E8 

 

13.  (…) Mas  acho  que  na  parte  da  família  também  havia  de  haver  um  trabalho  a  fazer,  da 

família. (…) E1E5 

 

14. Mas, não sei até que ponto, a escola, sozinha, pode fazer isso (…) E1E5 

 

15.  (…)  Porque  isto  é  muito  envolvente,  eu  acho  que  a  parte  social,  a  sociedade,  em  si, 

também  não  permite.  A  vida,  a  nossa  vida  …  como  é  que  eu  hei‐de  dizer…  as  vidas 

profissionais. E1E4 

 

16. Hoje,  toda  a  gente  vive  ocupada,  acho  que  não  temos  tempo  para  nada…  passamos  o 

tempo a correr. (…) É notório, bastante notório [isto nestes pais]. E1E5 

 

 

17. (…)Cada vez mais os pais têm menos tempo para os filhos(…) E1E7 

 

18. (…) Outros,  também dizem que não  têm  tempo, que não  têm  tempo para os  filhos, mas 

depois também têm tempo para outras coisas. São opções. E1E5 

 

19. Exactamente [tem a ver com o modo como a sociedade se organiza]. E1E4 

 

20. Porque hoje a sociedade pensa que é bom andar em tudo. É bom andar no karaté, é bom 

andar no ginásio, é bom andar na dança, é bom andar nisto, é bom andar naquilo (…) E1E4 

 

21. (…) Depois vieram as actividades de enriquecimento curricular… é bom estar na escola até 

às  cinco e meia e depois  até ainda há o CAF. E  isso deixa‐me disponibilidade para eu  ir  ao 

ginásio, para deu poder ir à praia sem o filho atrás. E1E5 

 

 

22. (…) Os miúdos, e  se  calhar agora vou‐me  repetir, os miúdos  sentem  isso:  “A minha mãe 

nunca vem à escola”(…) E1E5 

 

23.  (…)“A minha mãe nunca tem tempo para vir à escola”. Portanto, e choram. (…) E1E3 

 

24. Eu costumo dizer: “Se a senhora não sabe gerir essa situação”… “Ai professora, eu já não sei 

que volta é que lhe hei‐de dar?”… “Então se a senhora, como mãe (…) “ É engraçado, Oh Dona 

não sei quantos, então se a senhora não consegue dar a volta a um, como é que eu consigo dar 

a volta a vinte e três?!” (…) “Ai veja se faz alguma coisa dele, que eu não faço nada dele”. E1E6 

 

25. Ah...  [a  dificuldade  revelada  pelos  pais  no  controle  do  comportamento  dos  filhos  tem 

acontecido com mais frequência] há alguns anos para cá, quer dizer, porque também não se 

levantavam tantas questões. Os miúdos eram mais dóceis, mais obedientes. (…) E1E6 

26. (…) Eu acho que o nosso país é um país de extremos, ou oito ou oitenta… passámos do oito 

para o oitenta, em que nada era permitido e agora tudo é permitido. E não é assim, não devia 

ser assim. E depois as coisas tornam‐se banais. E depois, temos o país que temos e a educação 

que  temos.  Porque,  e  a  colega  é muito mais  nova  do  que  eu  e,  com  certeza,  ainda  teve 

algumas regras. Então  imagine as minhas. E agora veja as que, as dos alunos que recebe. Eu 

 

costumo dizer: cada  fornada é pior que a outra, cada  fornada que entra é pior que a outra. 

E1E6 

27. A escola está mal vista pela sociedade em geral e, a partir daí está tudo dito, acho eu. O que 

é que a colega sente? Não acha que a escola está, de uma maneira geral, mal vista? O ensino 

está descredibilizado. E1E4 

28. Nós tentamos [que a nossa atitude ajude a mudar a forma de como a educação é vista pela 

sociedade]…  e  eu  quero,  com  os meus  encarregados  de  educação,  dar mais  credibilidade, 

aproximá‐los o mais possível (…) E1E4 

29. (…) mas, no geral, no geral, no geral, a gente sente que a escola cada vez ter menos… mais, 

está a ser mais…. Portanto desacreditada. E1E4 

30.  O  problema  é  que muitas  vezes  (se  esta  coisa  aqui  não  estivesse  –  apontando  para  o 

gravador) …  É  que muitas  vezes,  as  pessoas  não  vêm  aqui  com  o  espírito  de  dizer  assim: 

“venho …  vou‐me  dar,  vou‐me  e  entregar!  Vou  contar  uma  história  para  os meus  netos!” 

Como eu digo, vocês são os meus filhos aqui, e constituímos uma família. Pronto, eu com eles, 

aqui  faço questão…. Nós somos a  família, aqui eu sou a pessoa mais velha. Se a pessoa que 

venha para aqui, vier com esse espírito, tudo bem. Agora, se vem com o espírito de ver tudo… 

e mais alguma coisa, menos com o espírito interiorizado… lá está, daquilo que quer transmitir, 

depois não consegue transmitir… não sei se me fiz entender. E1E5 

 

31. Eu penso que os pais também estão, como é que eu hei‐de dizer… os pais têm medo, acho 

que têm algum receio. “Porque eu vou… e se falho?” Acho que em relação aos pais também há 

[tal como os professores sentem  receio da  inspecção e das aulas assistidas, no  fundo, de se 

expor perante os outros] essa postura. E1E5 

 

32. Porque a gente pergunta  (…) Alguém aí tem  jeito para a costura para  fazermos daqui um 

presépio? Ninguém se ofereceu. As abóboras, trouxe‐as… foi um desafio numa reunião… E1E5 

 

33. (…) Há  receios! Mas para quê, para quê?!  Isto  [colaboração dos pais] era  importante. Eu 

desafiei‐os aqui: “vocês têm tudo na mão, vocês os pais têm tudo na mão. Na medida em que 

 

vocês (oh pá… essa coisa – gravador) … na medida em que vocês… [tem muita força junto das 

entidades  responsáveis]  hoje  nós,  com  os  pais  podíamos  fazer muita  coisa,  sem  eles…  não 

fazemos nada. Mas eram os pais todos, não pais de uma turma. E1E5 

 

34. (…) Eu falo por esta escola, esta escola, se fosse com outros pais, se calhar já tínhamos um 

palco. Porque não se admite [referência ao gravador] … não se admite, não se percebe, não se 

percebe… Faz‐me uma confusão cá na minha cabeça. E1E5 

 

35. (…) Uma  escola  de  cidade,  paredes meias  com  a  Câmara Municipal,  com  quem  eu  não 

tenho nenhuma antipatia… nem simpatia, nem antipatia… paredes meias, no meio da cidade?! 

Quando  são  feitos  investimentos  aí  em  escolas  que  vão  fechar?!  E  temos  esta  a  cair  aos 

bocados?! (…) As condições de trabalho que nós temos! Olhe, eu costumo dizer assim: Para as 

condições que temos, muito bem trabalhamos nós (…) E1E1 

 

36. (…) E, para os pais que temos… muito boas são as crianças! E1E5 

 

37. Hum… Há  alguns  [colegas professores] que não pensam  [da mesma  forma em  relação  à 

escola‐família], há outros que pensam. Eu respeito quem não pensa, mas eu penso… Porque 

acham… Talvez seja por isso [valorizam outras coisas que não a relação com os pais]. E1E3 

 

 

Professora Marta – E2 

38. (…) em casa (…) Porque depois também é giro… Não tem piada nenhuma. Mas depois é 

assim,  também não ajudam, mas  também não há aquela  relação  “família”. Porque  também 

não querem, porque também estão cansados, estão fartos e não sei o quê… E2E8 

39. [Queremos ajudá‐lo] Os pais estão separados, mas este miúdo depois é… a forma de ele 

chamar a atenção é na base da agressividade. Mas, quer dizer, ontem estava a  chorar, não 

estava a ser agressivo, já não estava a ser normal. E2E8 

 

40. Não [há festa com participação dos encarregados de educação] porque eu acho que nós… 

isto não tem espaço. E então acaba por ser um bocadinho triste porque há uma festa, que é 

sempre uma festinha muito simples, depois há um lanche partilhado mas os pais também não 

podem vir, porque não há espaço. Ou tinha que ser, portanto, sei lá… nem sei onde?! Noutro 

sítio qualquer. E2E1 

41. Mas aqui não há uma sala… para já são muitos alunos, que engloba os deste edifício e os 

de lá de baixo. E depois, não há um recinto. Eles também não cabem todos no Teatro Cine, por 

exemplo. E2E1 

42. Ah, isso?! [O arraial] Ah, lá em baixo na escola sede mas isso, quer dizer… por acaso esta 

escola até nem participa muito, não. Porque às vezes convidam algumas escolas a participar. 

E2E3 

43. [Nas reuniões com os encarregados de educação falamos de coisas relacionadas] Com os 

miúdos, com a relação deles. (…) Porque ele engana‐a, descaradamente, e ela acha que não. 

Ela achava… portanto o miúdo não  fez os  trabalhos, umas coisinhas que eu mandei, dois ou 

três exercícios. (…) [A mãe] não acreditou em mim, ela achava que eu ia escrever um recado só 

porque me apetecia?!  (…) E a confrontar ali o miúdo, comigo e com ela. Depois o miúdo  lá 

disse “não, eu é que não quis  fazer”. Ela “Ah, pois.” É o que eu digo, estes pais… em vez de 

dizer “Então não fizeste agora ficas de castigo, pronto!” Não. E2E6 

44. Agora não, se não tivermos sentados, ficam stressados, ficam recalcados, choram muito. 

(…) Bastava [a minha mãe] dizer “Não sais daí enquanto não fizeres” E pronto, eu já sabia que 

tinha  de  fazer. Nem  havia  “Então  fazes  só  um  bocadinho”.  Porque  agora,  se  houver muito 

“Pronto, não precisas de fazer tudo, fazes só um bocadinho”. Mas não, no nosso tempo “Tens 

de  fazer”  e  nós  sabíamos  que  tínhamos  de  fazer.  Agora  não.  É  assim  um  bocadinho  às 

pinguinhas. Toma lá, eu dou‐te um bocadinho e tu fazes um bocadinho. E2E6 

45. (…) Depois em famílias juntas é o “não há tempo, não há tempo”. (…) É pá, temos de nos 

organizar. E2E7 

46. Depois é assim, o que vejo é que as pessoas querem ganhar muito dinheiro para poder ter 

tudo  e, não prescindem. Uma  vez  até disse  a um pai:  “Mas porque  é que  a mãe não  vem 

trabalhar para mais perto?” “Ah, mas é que aquela aqui mais perto não ganha o que ganha lá. 

Portanto, o trabalho, a carreira, tá sempre em função… de tudo, é o principal. Por isso é que eu 

digo “É pá, não tenham filhos. Não têm tempo, não têm paciência, não tenham filhos.”E1E4 

 

47. Eu  tenho  pessoas,  que  mesmo  tendo  esses  valores  e  havendo  essas  regras  e  sendo 

persistentes  já é difícil, às vezes, com certas  idades… estes são assim e estão a  fugir, parece 

que estão a fugir… até  já tenho mães que me dizem: “Eu já não consigo fazer nada dele” (…) 

E2E6 

48.  Olhe, este grande,  “  já não  sei o que  fazer dele, em  casa  já me  chama nomes”.  “Uma 

palmada!” “Ai não posso!” Porque é separada. “Depois o meu marido vira‐me a história” Olhe 

se calhar isso era bom para si e era bom para ele, para aprender.” Porque uma coisa é ir ao pai 

ao fim de semana, e outra coisa é viver com o pai. Porque depois o pai percebia que também 

tinha que impor regras. Porque isto de ser pai ao fim de semana, é excelente, não é?! Vai‐se ao 

Mac Donalds, ao cinema mais um filmezito e uma passeata e tá feito o fim‐de‐semana. E2E8 

49. Mas não, a maioria, se for preciso, o que eu noto, é que os pais… a escola agora já não é 

também a prioridade e, portanto, se eles não vierem cá, há alguns não faz mal … e os meninos 

não têm agora a escola como uma coisa importante. (…) E2E5 

50. (…) Por isso é que, por um lado, os que têm uns pais com essa relação ainda nota que os 

miúdos  são mais  empenhados  e  gostam  até de mostrar  ao pai,  aos pais, que  tiveram boas 

notas. Os outros não, os outros… os pais também não ligam, tanto faz. E2E5 

51. Ah, eu acho que sempre se falou [acerca da relação escola‐família]. (…) Mas agora, cada 

vez há mais pais desinteressados porque, eu não sei porquê, acho que é esta sociedade, não 

é?! E2E5 

52. Eu acho que as pessoas  também não se esforçam muito, não sei. Eu acho que  isto  já é 

uma coisa… e depois acomodam‐se… não sei?! E2E5 

53. (…)  “Ah, eu sou assim porque sou um pai muito amigo dos meus filhos”; “Eu sou um pai 

muito amigo, que gosto…” Porque eu acho que os pais não perceberam que pais há só um, e 

amigos, isso eles têm muitos, e vão e vêem. Os pais é que são aqueles. (…)Eu acho que agora 

quebra‐se um bocadinho essa história do “pai é pai”, é pai mesmo. Não implica não ser amigo, 

que acho que é muito bom, sermos amigos e darmo‐nos bem mas, tem de haver aquela noção 

de que, quando o pai fala, e há coisas que é não, é não. Não há volta, “o pai disse que não mas 

até pode.” E2E6 

54. Eu  acho  que  é  igual,  já  [o  acompanhamento  dos  pais  das  aldeias,  supostamente mais 

próximos da escola]! Porque depois é assim, também tem de trabalhar muito, também tem de 

 

ir para o campo (…)e se calhar também não iam os pais todos e eram poucos, devia ter, sei lá… 

catorze alunos. E também nunca iam todos [os pais]. E2E7 

55. Não, nunca  iam  todos  [às  reuniões/escola].  (…) Fiz uma  reunião às oito horas da noite. 

Pensei  (…) vou fazer à noite vêm todos. (risos) Não vieram nada. É assim, se é à tarde é porque 

estão a trabalhar, se é à noite é porque é o jantar… pronto há sempre uma justificação. Quem 

quer ir vai sempre, quem não quer, não vai. Porque eles não estão para aí virados. Porque uma 

vez por mês, por uma vez… E2E5 

56. [Sobre  o  facto  de  os  pais  não  se  interessarem muito  por  participarem  na  Escola]  Isso 

temos de ir um bocadinho atrás, talvez a outra geração, tenha sido uma geração (…) E eles (os 

pais) agora, talvez, por se terem sentido mais limitados e agora, querem dar mais espaço, não 

sei… dar mais espaço aos  filhos. Agora esses  filhos não querem  fazer  isso aos seus  filhos (…) 

Tem a ver porque os outros pais já tiveram pais assim, e agora eles não querem. E2E6 

57. (…) que era “Inventem‐se novos pais”. Eu por acaso até gostei muito desse  livro, porque 

realmente, ele aí já falava um bocado disto. Portanto isto já vem, já vem de algum tempo. Não 

sei se é do Pós  25 de Abril… que os pais ficaram assim meio… não sei. Os pais descartam‐se, a 

verdade é esta, descartam‐se das responsabilidades. E2E5 

58. [Acerca da fronteira percebida entre o papel dos pais e o seu] Mas já não há. Já não há. Eu 

já sou mãe dos pais deles. Eu às vezes digo‐lhes: “Olha, podes dizer à tua mãe que se ela vier 

cá eu também ralho com ela.” Mas isto é normal, eu estar a dizer ao miúdo que vou ralhar com 

a mãe?! E2E5 

59. Ah, eu acho que eles precisam muito [de formação]. [Os pais] Em vez de fazerem outras 

actividades, que dantes nem havia, nós inventávamos com aquelas peças todas e não sei quê. 

Por isso é que eu digo, eu não percebo. (…) com medo que o menino se sinta inferior … em vez 

de o ajudar a ultrapassar, porque ele vai ter, pela vida fora, frustrações … quer dizer, montes 

delas, né?! E2E6 

60. Porque a pouco e pouco vou vendo que  isto realmente, em casa… porque  isto depois é 

assim, os pais descartam‐se sempre… vão para a creche, o trabalho dos tais puzzles e dos jogos 

já está feito. Portanto, em casa, é mesmo o baninho, a comida e a cama, pronto. E2E6 

61. Já nem sei, era um projecto qualquer [da biblioteca]. Eles tinham de anotar… já não tenho 

ali nenhum. E, houve uma mãe, agora há pouco tempo “Ah, já nem sei onde é que tenho essa 

10 

 

folha!” Mas  podia  anotar  numa  folha  qualquer.  Eu  pensei  cá  para mim  “Deves  ler muito, 

deves”. Não lêem nada. E2E5 

62. (…) Os pais não aceitarem as limitações dos filhos e descartarem‐se do seu papel, e depois 

o filho não consegue… “A culpa é da professora que não explica bem!” (…) A culpa é sempre da 

professora. (…) E2E5 

63. Pois, porque aquilo ali era… um bocado “finca pé”… mas para quê? Não percebo. Até me 

faz  confusão pensar nisso. Como é que um adulto… um adulto que, à partida…  “há adultos 

com  trinta  e quarenta  anos que parecem uns bebés. Vocês  são  crianças mas  já podem  ser 

responsáveis, já podem ter obrigações… e têm obrigações que já…” Há adultos que nunca são 

adultos, quer dizer, com uns pais assim… E2E5 

Professora Cristina – E3 

64. Eu, pelo minha experiência, se calhar [fala‐se mais da relação escola‐família hoje] porque os 

pais estão mais afastados da escola. E3E5 

65. Sim, eu acabo por …  isto é uma pescadinha de  rabo na boca, quer dizer que, se  fala nos 

meios de comunicação, os pais acabam por  falar mas, geralmente, é pelo aspecto negativo, 

não muito pelo aspecto positivo. Porque eu não me lembro de ter visto nenhuma notícia, nos 

meios de  comunicação, que  valorizasse o  aspecto positivo. É  sempre quando há problemas 

com os professores, quando há queixas, quando algum professor puxa uma orelha… é sempre 

pelo aspecto negativo. E3E4 

66. Embora eles, tirando… fora da turma e com a professora, nem todos participam. Há alguns 

que participam, mas são muito poucos. Quando é na turma,  isso sim, eles participam mais e 

são mais  activos.  Fora,  seja uma  actividade de  agrupamento ou mesmo  uma  actividade do 

Clube da Floresta, nem tanto, não são cooperativos. E3E5 

67. (…) Há quem… depois isto depende também, de escola para escola. Há dois anos atrás, não 

tinha estes encontros mensais, porque até os pais achavam que não [valia a pena]… E3E5 

68. (…) eu estava a dar aulas em Lisboa, não tinham tanta disponibilidade para ir à escola. E3E7 

69.  (…) Estavam mais preocupados em  ir buscá‐los e  levá‐los para  casa, não  tínhamos estes 

encontros. Mas eram pessoas que, por exemplo,  telefonavam e  se  tivessem  alguma dúvida 

mas, também estavam lá sempre, se fosse preciso alguma coisa. Ou mandavam bilhetes, com 

11 

 

alguma  coisa  que  se  passasse.  E,  geralmente  telefonavam.  E  não  quer  dizer  que  não 

houvesse… não iam tanto à escola. Acho que depois depende muito, não de colega para colega 

mas, sim da escola onde se está. E3E5  

70. Há colegas que não gostam muito de ter de receber pais dos miúdos. Acham que, portanto, 

têm de se justificar, às vezes têm dificuldade em arranjar assunto para falar com os pais… sei 

lá… depois depende muito de colega para colega e da forma de estar. Mas não, quer dizer, não 

há assim nenhum caso mais drástico. E3E2 

71. Insegurança, talvez. Geralmente são professores mais novos, talvez… e acho que tem muito 

a ver com insegurança e do estar exposto aos pais. É uma situação de defesa, é um pouco isso. 

Estão pouco à vontade, sei lá. E3E2 

72. Há uma maior abertura e, não  ter aquele  receio:  “Hoje é dia de  receber pais”. Não. Faz 

parte. Faz parte, assim como venho dar aulas, sei que nesse dia, recebo os pais. E3E2 

73. Sim [com o tempo fui ganhando mais confiança], mesmo a nível profissional, em relação às 

crianças. E3E2 

74. Eu acho que a [relação com os pais] que temos chega. Porque depois há… o que eu às vezes 

sinto é que depois, quando há demais, depois é um bocadinho… depois temos, como é que eu 

lhe hei‐de dizer isto… não é termos os pais o tempo todo na escola, porque não temos, depois 

não há  limites. Não quer dizer que  seja necessário haver  limites mas, para certas pessoas é 

necessário mesmo haver limites. E3E2 

75. Eu costumo dizer, eu aqui dentro, para eles eu sou professora, para eles também sou uma 

pessoa que também tem  filhos e que também está preocupada com a educação dos filhos e 

que pronto, estou com os filhos deles durante o dia todo. Mas depois, não há barreiras nesse 

aspecto. O que me preocupa às vezes é a invasão depois, do espaço que é nosso, que é meu e 

dos alunos, não é?!E3E2 

76. Que os pais podem realmente participar, podem fazer, podem fazer parte mas que, depois 

chega ali a uma altura em que… “pronto, agora tudo bem mas, agora os pais estão em casa, 

porque as crianças estão na escola e é aqui que eles passam a maior parte do tempo. (…) E3E2 

77. (…) Mas a regra foi… “Não, essa regra não é para cumprir”. E é nesse aspecto que às vezes… 

há a invasão dos pais, tal como acham que, hoje em dia a escola… há esta – que eu acho que 

12 

 

bem, que eles podem participar na vida escolar – mas depois  intrometem‐se  (…) às vezes é 

preciso pôr‐se um travãozinho. E3E2 

78. Não, porque eles  ficam muito – porque o problema é esse – eles  ficam muito aflitos. Ele 

realmente foi para o recreio mas, assim que o mandei chamar veio logo e disse “Eu sei que não 

devia  ter  saído”.  Porque  eles  depois,  coitados,  estão  ali  num  dilema  que  não  sabem  como 

fazer. Ou respeitam a professora que está na sala, se respeitam as ordens do pai, ou neste caso 

da mãe, que ficou em casa. Porque depois eles, coitados, andam ali um bocadinho… mas isso 

tem  a  ver  também  com  os  pais.  Há  uns  que  realmente  não…  podem  não  concordar  com 

qualquer coisa que seja feito mas, eles próprios dizem “Olhe, eu não concordo, por isto assim, 

assim… mas vinha  falar consigo para ver se pudemos arranjar aqui um meio  termo”. Porque 

também  passa  um  pouco  por  isso,  os  pais  participarem  na  escola,  estarem  na  escola, mas 

também, aprenderem a estar na escola. E3E6 

79. (…)  [Acerca de uma experiência  anterior] Apesar de eu  ter uma boa  relação  com  alguns 

pais, aparecia sempre alguém, que parecia estar de mal com a vida então a escola era o local… 

e a professora era para descarregar. Foi assim o sítio onde eu me senti assim, mais…. Onde era 

mais difícil lidar com os pais. Eu acho que tem muito a ver com o meio, com as… sei lá, com a 

vontade das pessoas. E3E2 

80.  Os deveres, nem os cuidados a ter para a conservar. Está lá para servir as crianças. Mas é 

como  lhe disse, é um meio muito específico, com muitos problemas a nível social. Mas  tem 

umas  óptimas  instalações…  era  uma  escola  que  tinha  tudo mas,  depois  não  há  aquela…  o 

cuidado. E3E5 

81. Também  tem  a  ver,  um  bocadinho  mais  com…  não  tem  tanto  a  ver  com  o  meio 

socioeconómico. Mas tem, sei lá, com disponibilidade, com a ocupação dos pais. E3E7 

82. É falta de disponibilidade, é o que os pais dizem. E3E7 

83. Têm o cuidado de, de vez em quando, mandarem um email a dizer “Não posso estar, sei 

que a reunião é algures por estes dias”… porque depois não sabem muito bem ou porque a 

miúda diz em casa “Oh mãe, tens reunião”. Porque eu digo a eles “Olhem, lembrem os vosso 

pais  que  amanhã  há  reunião”.  E  eles  têm  esse  cuidado  de  enviar.  Depois  há  alguns  que 

mandam  um  email  a  dizer  que,  realmente  não  podem  estar  e,  esses  pais,  em  particular, 

porque até têm cursos superiores, mas estão mesmo… não têm disponibilidade. E3E7 

13 

 

84. Quando eu, de vez em quando, mando um email a dizer que tem uma série de coisas para 

assinar, lá vêm. E depois estão mais outros seis meses em aparecer. E3E5  

85. Eu acho que eles já estão muito habituados. Esse é o caso mais… porque depois os miúdos 

acabam por ganhar aqui uma camuflagem, protegem‐se muito bem… desse aspecto. Tirando 

esse  caso…  não  tenho  assim  casos  extremos,  não  vêm,  porque  não  vêm.  Só  vêm  quando 

apetece, pergunta como está e não sei o quê… não há assim, uma razão, para explicar “Olhe, 

aqui não aparecem por isto, ou têm alguma dificuldade…” E3E5 

86. O que se nota é quando não são apoiados em casa. E3E5 

87. [Os pais] Eles esforçam‐se. Podem não se forçar assim por muito tempo. Porque depois são 

pais… alguns deles são pais que têm uma vida complicada e que a nível de  trabalho, ou não 

trabalham aqui… e têm alguma dificuldade. E2E5 

88. E  também muitos  pais  separados,  em  que  eles  só  estão  com  as mães… mas  que  vão 

apoiando, não aí nota‐se sim, aqueles que apoiam mais e aqueles que apoiam menos. E3E8 

 

Professora Rita – E4 

89. A nível de escola… a nossa escola, fisicamente, não tem condições para ter muita gente 

aqui,  infelizmente,  não  é!?  Portanto,  estamos  um  pouco  limitadas  relativamente  às  festas. 

E4E1 

90. Tentamos  fazer  [actividades] a nível de escola mas depois  temos um grave problema, a 

nossa escola é dividida entre dois edifícios, são trezentos e tal alunos, os dois edifícios. Se está 

a  chover, nós não  temos qualquer hipótese. Temos as arcadas  cobertas  [da escola] única e 

exclusivamente. E4E1 

91. E,  infelizmente, nesta  escola, não dá para  fazer muito mais,  fisicamente  é  complicado. 

Porque não temos aqui nenhum espaço associado. Nas aldeias é mais fácil porque há sempre o 

clube, ou uma associação que tem palco e que dá para fazer algum tipo de festa. Cá não dá. 

Nós não temos qualquer hipótese. E4E1 

92. Ah, mudou [na forma de agir perante os pais]. Eu antes não fazia nada disto. (risos) Não 

fazia, não envolvia os pais com tanta frequência. Mas não porque não era habitual. Lá está, a 

sociedade, às tantas, evoluiu (…) E4E4 

93. Portanto, eu fazia às 16 horas. Sabe, nós não temos a chave da escola, nem dos portões, 

nem do código do alarme, nem nada. Portanto, estamos condicionadas à auxiliar. E4E1 

14 

 

94. Eu  tenho pena de esta escola não  ter,  lá está, algum espaço  físico para podermos  fazer 

festas  e  envolver  os  pais  nas  festas,  por  exemplo.  Acho  que  é  assim,  a  grande  falha  aqui. 

Porque de  resto,  lá  está, não podemos  exagerar nos  trabalhos.  Envolver os pais, mantê‐los 

aqui mais presentes… as festas são a falha aqui na escola. E4E1 

95. Às vezes sim [vê uma fronteira entre o que é o lado dos pais e o lado dos professores]. Às 

vezes vemos ali um entrave. Por vezes os pais não compreendem, os pais dizem que somos 

nós e nós dizemos que são os pais (risos) a empurrar para cada um dos lados. E4E4 

96. (…) o espaço  físico aqui, eu acho que dificulta. Eu não gosto de ver os encarregados de 

educação ali atrás do portão, com as grades (…)  Mas compreendo que é uma escola grande e 

tem de ter essa medida (…) Acho que os pais deviam ser recebidos dentro da escola. Lá está, 

não fazemos milagres e o espaço físico é este e há‐de ser por muitos anos e como ele está, é 

impossível, é inviável fazer. E4E1 

97. Agora,  o  facto  de  largarem  a  criança  aqui  e  não  poderem  entrar,  eu…  incomoda‐me, 

incomoda‐me, não gosto de ver. Na escola do meu filho mais velho não tenho essa realidade, 

eu entro e gosto de entrar. E4E1 

98. Eu acho que os pais devem conhecer todos os funcionários da escola, eu acho que o facto 

de não entrarem na escola impossibilita um pouco isso. Eu acho que, um dos entraves é esse. 

E4E1 

99. Sim,  sim  [o  espaço  físico  condiciona  algumas  actividades  que  permitiram  uma maior 

relação entre a escola e a família]. E a forma como nós os recebemos. E4E1 

100. Se eu não me mostrasse disponível, a mãe não vinha e depois ia novamente embora (…) 

Quando as colegas dizem: “Mas não tens de o fazer. Não veio naquele dia, aquela hora”. E4E5 

Professora Matilde – E5 

101. Por exemplo, os pais contactam muito pouco connosco porque também não têm tempo. 

Os meninos não são acompanhados porque os pais também não têm tempo. E5E7 

102. Na escola eles estão cinco horas, o dia te vinte e quatro. Portanto, o resto do dia, quem 

lhes  dá  educação?!  Porque  os  pais  actualmente  desresponsabilizam‐se  tremendamente  da 

educação dos filhos, das regras dos filhos... porquê? Porque não têm tempo. E5E7 

103. (…)  as mães  não  têm  tempo  porque  trabalham  o  dia  todo,  porque  quando  é  famílias 

monoparentais, é só a mãe, portanto, não tem tempo para os vir buscar, não tem tempo para 

os vir pôr, de manhã vem deixá‐los às sete e meia porque vão trabalhar para Lisboa. Porque 

não tem tempo. E5E7 

104. Não acompanha o menino porque chega cansada, e eu compreendo, porque tem de fazer 

as lides de casa (…) Depois, às vezes, ao domingo querem descansar, vão pôr os meninos aos 

avós. Muitos vão pô‐los aos avós porque também, também têm de descansar, têm de ter um 

tempinho para elas. Não são todas, mas a grande parte. E5E5 

15 

 

105. (…) Passa um pouco por  falta de responsabilidade… Porque eu  tenho  três  filhos e ainda 

hoje, quando têm testes, eu não saio (…) E5E6 

106. Porque há muitas famílias que não dão importância e respondem‐me “Oh, professora, eu 

também já era má a Matemática”, “Eu também era assim, eu também não fiz  isto.” Portanto 

eles acham que é normal fazerem [os alunos] aquilo que eles fizeram. E5E4 

107. Portanto, eu acho que há muitos pais que, já a eles não foram transmitidos esses valores. 

Portanto eles estão a transmitir aos filhos os valores que lhes foram transmitidos… “Que tanto 

faz”. E5E6 

108. “Eu não pude estudar no fim de semana porque não pude, porque tive de sair.” Depois, a 

partir daí, eles estão aqui, nós temos de fazer tudo. E5E5 

109. Eles ainda não perceberam que temos vinte meninos. Ora, é o que eu costumo dizer “se 

vocês, com os vossos filhos (como tenho uma mãe que me diz que não faz nada da filha, isto 

disse‐me  ela  quando  a  filha  tinha  sete  anos)…”  Eu  fico  a  pensar…  é  estranho! Quando  ela 

comigo  porta‐se  esplendidamente  bem.  Porta‐se  optimamente.  “Oh  professora,  se  eu  não 

ouvisse não acreditava”. Nunca tive problemas com aquela criança. (…)E5E6 

110. (…) Agora,  também… se vêem os pais a  fazer cada coisa… às vezes  trabalho muito bem 

com os filhos e às vezes tenho uma certa dificuldade também [de trabalhar com os pais]… por 

exemplo, numa reunião, entram os filhos, entram os pais… eu começo a olhar… depois falam, 

depois os  filhos gritam.  (…) Pronto, claro que não são  todos mas, que se reflecte… que  toda 

uma família se reflecte na educação e na valorização que dão à educação, na responsabilidade 

dos meninos, eu acho que sim. E5E6 

111. Eu disse: “Pois, porque ninguém veio às reuniões, fartei‐me de os chamar… e isso tudo”. 

E5E5 

112. Eu  já  tive, por exemplo um pai que eu chumbei o menino e o pai  fez queixa minha… e 

pensei  “Mais problemas”, mas chumbei‐o, está chumbado, chumbei‐o mesmo. Mas achei que 

o pai tinha esse direito. Depois foi para a DREL… Mas achei que o pai tinha esse direito. Depois, 

até  achei  estranho,  estava  tudo  super  justificado,  com  os  planos  de  recuperação  e  tudo. 

Depois o pai, no ano seguinte veio falar comigo e veio‐me dizer, até me veio pedir desculpa e 

porquê? Tinha sido apanhada num processo de divórcio litigioso. E quem apanhou por tabela 

foi o menino. (…) E5E8 

Professora Isabel – E6 

113. Em  que  as  aprendizagens  não  são  valorizadas  porque  não  há  tempo  lá  em  casa  para 

perguntar “Então, como é que foi o teu dia?” E6E5 

 

114. Em que se cometem erros atrozes, como por exemplo, alimentares (…) E6E6 

 

16 

 

115. E os pais cada vez vão tendo menos tempo para os filhos e, a escola começou a ver que 

não há pais presentes  lá em casa e nós, então temos que estimular os pais para saberem ser 

pais para aqueles filhos. E6E7 

 

116. (…) Eu percebo que os pais estejam a  trabalhar mas nós  vemos a  relação pai, mãe, às 

vezes um  avô, uma  avó…  eram umas  figuras de uma mais  valia muito  grande,  e há  ali  um 

conjunto de testemunhos muito grande, não é, e até em termos de  laços afectivos e até dos 

avós se conhecem melhor os pais, essas relações perderam‐se. Os avós, agora nesta altura, na 

sociedade, são avós activos que trabalham, que estão ainda a trabalhar e estarão. E6E8 

 

117. E estas crianças estão, portanto, num sistema educativo e naquilo que pode ser oferecido, 

nas suas  limitações – uma delas espaço – acho que é muita permanência no mesmo espaço 

muitas horas e deixou de haver essas mais valias que não se aprendem nos livros. E6E1 

 

118. (…) Mas, como por exemplo, desde as regras básicas sociais, “Olhe, não tira os sapatos no 

meio da aula, quando espirra diz…, quando arrota… diz com  licença, se  faz  favor.” Qualquer 

coisa  deste  género  já  ultrapassa…  porque  as  pessoas  não  têm  tempo  para  explicar  aos 

meninos, os afectos… E6E6 

 

119. É uma sociedade que as pessoas continuam a ter cada vez menos filhos, talvez por causa 

disso, não há tempo para dedicar, não há tempo para ler uma história à noite ou pouco. E6E7 

 

120. Porque, depois da criança adormecer a gente já sabe que tem de  ir fazer o trabalho que 

não  fez  até  aquela  hora.  Porque  no  outro  dia  exigem‐nos,  é  uma  sociedade  exigente  em 

termos de trabalho. (…) E6E4 

 

121. Há muitas pessoas que eu acredito que não façam isso [ler o livro ao deitar] e que retira 

qualidade ao crescimento daquela criança. E é isso que basicamente nós sentimos no café, são 

muitas  horas  de  permanência  e  os miúdos  não…  sentimos  que  eles  estão  desestruturados 

dessa  parte  afectiva.  E  somos  nós  [professores]  que  às  vezes  ainda  temos  de  lá  chegar  de 

alguma maneira. E6E7 

 

122. Quando abordei o que é um livro, ou li histórias pela primeira vez, eram eles pequeninos, 

pedi  que  viesse  uma  avó  contar  a  história  ou  uma  mãe  mas,  também  não  tive  grandes 

contributos porque… os tais limites dos empregos, impostos. E6E7 

 

123. Esta  turma  é  uma  turma  que,  desde  o  início  do  ano,  as  cinco  pessoas  que  vêm  ao 

atendimento, mensal… são sempre as mesmas cinco. Tenho vinte alunos. E6E5 

 

17 

 

124. Mas ainda há três pais que eu vi no primeiro dia de aula e não vi nunca mais. E6E5 

 

125. Entendo que seja a falta de tempo. São pessoas que trabalham, às vezes, muito longe, em 

Lisboa, com horários incompatíveis com esta situação toda [escola]. E6E7 

 

126. De  facto não  comparecem nem me procuram noutra altura… mas depois  [aproveito] e 

naquele dia “Olhe ele está bem mas precisava de uma ajuda na matemática”. Veja lá quando 

puder ligar. E6E7 

 

127. Às vezes sinto eu que tenho mais necessidade de passar aquela informação do que aquela 

pessoa  tem necessidade de me ouvir. Mas eu  faz‐me  imensa  impressão. E este é o  terceiro 

ano, e tem sido assim desde o primeiro ano. E6E2 

 

128. E agora, em  Junho, vou marcar  reunião para  Junho e vou andar atrás,  incansavelmente 

destas  três pessoas, duas talvez, a outra é capaz de vir(…) Veja  lá se aparece, eu gostava de 

chegar ao final do ano com as coisas todas arquivadas. E6E2 

 

129. Outras  não,  continua  a  ser  o  recadinho  na  caderneta, muito  limitados,  com  falta  de 

tempo. E6E7 

 

130. Já  solicitei,  uma  vez  lembrei‐me  de  no  Natal,  em  vez  de  serem  os  meninos  a  fazer 

qualquer coisa para os pais, serem os pais… mas não tive grande saída. E6E5 

 

131. É assim, nós não temos um espaço físico que consigo comportar um espectáculo de Natal, 

como eu vi sempre nas escolas das minhas filhas. Gosto muito (…) isso tem um valor enorme, 

para os dois lados, para os meninos e para os pais. Nós não temos esse espaço físico. E6E1 

 

132. E também, na boa da verdade, isso era ultrapassável, porque eu já tenho muitos anos de 

serviço e  já se fizeram aqui marchas populares,  já se assaram aqui bifanas nesta escola,  já se 

fizeram… arredavam‐se mesas e faziam‐se cada turma fazia uma mini festa. Não é um hábito 

comum  da  escola.  Eu  sou muito  “festivaleira”, muito  de  teatros  e  nessas  coisas  não  tenho 

grande resposta, a nível da totalidade. E essa história de não querermos todos fazer isso, inibe 

um bocado quem quer. Sinto‐me um bocado às vezes…  (…) E6E3 

 

133. (…) Pais e alunos não cabem  [no espaço  físico da escola]. Esta escola  tem muito pouco 

espaço  físico… são quatrocentos alunos que é o que nós  temos, se  juntarmos os  lá de baixo 

com os de cá de cima, este recreio fica completamente cheio. (…) É insustentável. E6E1 

 

18 

 

134. (…) Tanto que as  reuniões que  fazemos com encarregados de educação  são desfasadas 

porque não há hall, nem espaços comuns que comportem… E6E1 

 

135. (…) O dia de recepção ao primeiro ano é um dia  isolado, não dá para receber todos. Em 

termos de espaço físico é incomportável. E6E1  

 

136. Eu penso que há vinte e três anos, quando comecei, atrás os pais iam à escola, ou a avó ia 

levar e ia buscar, portanto não havia ATL, não havia nada. E aquela troca diária fazia‐se. “Olhe 

atenção, ele caiu  leva o  joelho magoado”, “Olhe ele hoje deu mais erros no ditado, está um 

bocadinho triste, mas não tem importância nenhuma, isso resolve‐se.” (…) Fazia esta troca do 

dia‐a‐dia, era bom, era muito bom. E eles [os miúdos] sentiam que – eles são muito pegados a 

nós e mimados às vezes – e às vezes é uma entrega,  saem das minhas mãos e entregava a 

outra pessoa. Às  vezes  sinto que nestas entrelinhas, eles acabam por arranjar estratégias e 

brincam  todos,  são muito  solidários  aqui  na  turma, mas  eu  acho  que  ficam  um  bocadinho 

desprotegidos, não é, e deixou de haver o tal intercâmbio. (…) E6E5 

 

137. Há muitas maneiras de os chamar cá. Se eu  já  fiz  isso algumas vezes?  Já,  já  fiz  isso. Eu 

tenho esta  turma há  três anos e  já  tentei  fazer a  festa do Natal, a  festa disto e daquilo, por 

exemplo, um dia ir fazer um piquenique ali à Várzea com os pais, avós… mas a receptividade é 

muito pouca. Dentro do horário que a gente tem a resposta não é [positiva] e nem sábados, 

nem domingos…  fizemos aí um apelo a um passeio pedestre no âmbito de um projecto que 

temos do Clube da Floresta, e não veio quase ninguém. Não vão. E6E5 

 

138. (…)  [Não participam nas actividades] Ou não  se  interessam, ou pode até  ser uma  falha 

nossa, não é… de não os conseguirmos estimular a que participem  também nas actividades 

dos filhos. E6E5 

 

139. (…) Agora, o que eu noto em relação aos colegas é, como eu disse, eu tenho tido sorte e 

nunca tive assim nenhuma contenda com os pais dos alunos. Mas muitas vezes, o que eu oiço 

às vezes, é que os pais, as poucas vezes que vêem, ainda é para alvitrar qualquer coisa que não 

está correcto… e vêm de questionar. E6E2 

 

140. Muitas vezes as colegas dizem que “Olha, vê lá tu que rectifiquei que o miúdo não podia 

comer chocolate todos os dias, está obeso, e a resposta que veio por escrito foi: “Quem manda 

na  alimentação do meu  filho  sou  eu.”  Portanto  é  errada,  ainda  tem o  aval do menino…  as 

poucas vezes que vêm, vêm defender a cria, com uma força, como se nós estivéssemos aqui 

para fazer mal a terceiros, não é. (…) E6E6 

 

19 

 

141. Muitas vezes, tirando o espaço físico e tirando as reuniões e papeladas que surgiram ao 

longo destes  anos  –  também nos deixam  falta de  tempo para preparar  [as  festas].  Para  se 

preparar qualquer  coisa  também é preciso haver  tempo, para além da motivação, as  coisas 

não nascem do nada, não é… e estamos muito sobrecarregadas com papéis, fazemos muitos 

papéis que se vão meter num dossier. (…) E6E3 

 

142. E pronto,  já tenho feito algumas coisas… mas a resposta é muito fraca. Dentro do nosso 

horário  lectivo,  é muito  fraca.  Já  tivemos  situações  ao  sábado  e  ao  domingo,  as  pessoas 

continuam a não ir. E6E5 

 

143. (…) Se no meu caso, se achar que estou a agir condignamente e que aquela pessoa está a 

trabalhar em  campos opostos, e que está a desautorizar, dada aquela  situação, então aí eu 

acho que a barreira está a ser passada. E portanto, tenho que, sem ser à frente dos pais, nem 

de  ninguém  dizer  “Há  um  limite.  Eu  passo  o  tempo  a  dizer‐lhe  para  não  fazer  isso  e  você 

continua a dizer para fazer”. Daquela porta para dentro… há uma coisa que eu sei, que sempre 

soube durante estes vinte e  três anos, é que daquela porta para dentro, mando eu. Os pais 

mandam daquela porta para fora, eu mando para dentro. E6E2 

 

144. (…)  Eu  acho  que  é  a  necessidade  que  as  pessoas  têm  de,  às  vezes  não  têm  só  um 

emprego, têm vários, estamos numa sociedade consumista. Estamos numa sociedade em que, 

graças a deus a mulher começou a trabalhar. Já não há avós em casa. E6E4 

 

145. (…) A situação dos pais quando não está um sozinho – muitos divórcios, não sei quê… ‐ as 

situações familiares estão complicadas. E6E8 

 

146. (…)  A  necessidade  de  consumo  aumentou,  e  a  necessidade  de  produzir  aumentou 

também. E o facto de terem de trabalhar mais horas (…) Surgem duas ou três escassas horas, 

num dia para passar a mão no pêlo, ao filho, não é… e é  isso, um excesso de tempo fora de 

casa, de contacto com a criança impossibilita a relação de pais. E6E7 

 

147. (…)E portanto, a relação mãe, pai e filho, está a perder‐se. E há coisas, que por mais que 

se leia… [são consequência disso, a relação com] a escola. Não há tempo. (…) E6E7 

 

148. (…) O tempo é o que a gente fizer dele, podiam ler um livro dez minutos, por vezes não há 

predisposição (…) E6E6 

 

149. (…) ou são eles, que de facto, que acham que aqueles dez minutos são bem aproveitados 

noutra área. (…) E6E7 

 

20 

 

150. (…) É a falta de tempo…. Mas eu tenho telemóvel (…) E6E5 

 

151. (…) espaço físico não tenho porque a escola fecha às sete e meia. (…) E6E1 

 

152. (…) Muitas vezes sou eu, que no talho, quando vejo a mãe, “Olhe, não se importa…”. Ou o 

facilitismo com que, por exemplo, eles passam de ano, eu acho que a exigência curricular não 

é nada que não  se  faça e o estigma criado do processo escolar é quase como uma garantia 

para os pais, de que é automática, não é… Que, mal será que ele não passe. (…) E6E5 

 

153. (…)  e  também  a  desautorização  que  nos  fizeram  da  parte  do Ministério  da  Educação, 

basta um processo que a DREL cobre‐os de razão. (…) E6E2 

 

Clarisse – E6 

154. Eu tenho alunos, que normalmente os pais moram cá, vão almoçar a casa, mas os alunos 

almoçam na cantina. E7E6 

155. Eu na minha turma, não é uma turma especial mas eu tento envolver os pais assim o mais 

possível. Mesmo assim, noto, que com o passar dos anos, que cada vez é mais difícil que as 

pessoas cada vez mais, se demitem da parte de ser pais. E7E5 

156. Tento  trinta e  três anos de  serviço, era meio  rural, Outeiro da Cabeça, aí  também não 

havia grande proximidade escola e família porque as pessoas todas trabalhavam, estavam nas 

cerâmicas, havia essa necessidade, mãe, pai, e os miúdos começavam a trabalhar muito cedo. 

(…) E7E4 

157. (…) que no espaço de quatro anos eles vêem cada vez mais imaturos. E os pais então, são 

filhos únicos, não têm mão neles. E7E6 

158. (…) É uma coisa em que eu insisto muito mas às vezes não é bem recebida pelo resto da 

comunidade  educativa,  pela  comunidade  escolar…  este meio mais  próximo,  nem  até  pelas 

chefias, o facto de falar muito informalmente com os pais, sem ser nas reuniões. E7E1 

159. (…)  Eu  acho  que  é  essencial  [falarmos  com  os  pais],  não  pode  acontecer  nunca  esta 

história dos pais ficarem ao portão. Eu sei que é uma questão de segurança mas, e os pais não 

serem bem vistos virem à escola e terem de pedir autorização, entrarem dentro da sala. E7E2 

160. (…) E também se criam  legislações e normas  legais que travam a relação entre os pais e 

professor. E7E2 

161. (…) Há professores que não querem e não gostam que [os pais entrem na sua sala], é o 

mundo deles, são as coisas deles. E7E2 

21 

 

162. E ao  longo deste segundo ano tem havido  filhos de pais a mudarem completamente de 

opinião em  relação aos  filhos e a pedirem  já para os endireitarem porque em casa  já  fazem 

tanto disparate (…) E7E6 

163. (…) Noto‐os cada vez mais imaturos mas porque os pais fazem deles uns bebés. E7E6 

164. [Fala‐se muito  na  relação  escola‐família]  Porque  acho,  cada  vez mais,  que  os  pais  se 

demitem desse papel que têm (…) E7E5 

165. (…) Eu vejo, eu tenho aí crianças, não são todas, em vinte e quatro alunos tenho aí uns 

cinco  que,  os  pais  andam…  estão  desempregados,  podiam  dar muito mais  atenção  aquela 

criança e que, não dão porque é muito mais  fácil mete‐los aqui, almoçarem aqui e estarem 

aqui. Nem é por questões económicas, não tem a ver com o almoço gratuito, nada disso. Tem 

a ver sim, com a organização deles que é… acaba por ser assim desorganizada. Quanto a mim, 

que também sou mãe e sei como é que criei os meus. E7E6 

166. (…) por exemplo, hoje, a nível de  legislação eu tenho de pedir  licença para, não é… para 

entrar alguém estranho ao serviço… e é um pai. Pronto, não faz sentido, quando nós queremos 

que  eles  participem  também  fechamos  os  portões  e  dizemos:  “Agora  também  não  podem 

entrar, não é?!” Há assim, uma certa incoerência entre aquilo que [é pretendido e o que está 

legislado]… eu faço parte do conselho geral e vejo (…) E7E2 

167.  (…) Acho que não há  receitas, não há panaceias universais porque obrigá‐los  também 

não… Estávamos a  falar com conselho geral e, por exemplo, eu vejo que nem as pessoas da 

associação de pais que tomam o compromisso, e quando se é voluntário, têm mais obrigação 

ainda (…) E7E5 

168. Nós aqui quase que não damos pela associação de pais, não damos por isso. E7E5 

169. (…)  Portanto,  eu  acho  que  tudo  o  que  se  faz  voluntariamente  (…)  porque  depois  há 

pessoas  que  acham muito  engraçado  ir  para  a  associação  de  pais mas  depois  chegam  lá  e 

vêem que aquilo dá um bocadinho de trabalho. Eu própria  já fiz parte de uma associação de 

pais e realmente é trabalhoso, ou nós trabalhamos ou não trabalhamos … as pessoas pensam 

que é só dizer que “eu sou da associação de pais e quero”(…) E7E5 

170. (…) Porque eu acho que há muita gente, neste momento ainda convencida, que vão para 

a  associação  de  pais  para  defender  os  direitos  do  seu  filho,  ou  da  sua  filho,  ou  do  seu 

educando…  no  individual,  não  pensam muito  no  geral. Não  têm  grande  conhecimento  das 

coisas  pronto….  Realmente,  se  calhar  a  outra  associação  habituou‐nos  a  nós,  professores, 

muito mal. E7E5 

171. Eles  [superiores] põem a ordem de  trabalhos e… agora, eu pergunto‐me  “é  só naquela 

altura? E depois o  resto do mês? Quando há que  falar?” Ou nós dispomos do nosso  tempo 

para falar com os pais ou, para trazermos um pai para dentro da sala... já a coisa não é muito 

bem aceite [pela legislação, superiores]. E7E2 

22 

 

172. (…) Agora, realmente envolvê‐los mais, também acho que era benéfico mas, é a tal coisa, 

se os pais não querem vir à escola nós não os podemos obrigar a vir, só mesmo ameaçados. 

E7E5 

173. Eu acho que ainda está enraizada que quem manda dentro da sala de aula é o professor e 

o professor fica dentro da sala portanto, aqui ainda não se mudaram muito as mentalidades. 

(…) E7E3 

174. (…) Não  se mudaram mentalidades, não … os pais  virem  à escola e  serem  tidos quase 

como… quase  como não,  serem  tidos  como parceiros, muitas vezes, até  superiormente mal 

visto. Portanto, ainda é essa mudança de mentalidades… ainda não foi. E7E2 

175. (…) E fazer passar que essas regras têm de ser também cumpridas em casa, pelos pais, é 

um bocado… às vezes pensam que eu sou demasiado… castradora. Mas não (…) E7E6 

176. Eu acho que se a legislação permitisse que os pais viessem à escola quando lhes apetece 

(…) E7E2 

177.  (…) A questão da  segurança,  tanto  se  interrogou a questão da  segurança que parte da 

participação mais  activa  –  porque  há  pessoas  [pais]  que  ainda  querem,  há  outras  que  não 

querem, e fazem disto um armazém. E7E5 

178. (…) Mas  há,  ainda  pessoas  que  querem  mas,  que  se  sentem  limitadas,  exactamente 

porque  temos de pedir autorização,  temos que  fazer um determinado número de  requisitos 

legais para ter um pai dentro de uma sala a contar uma história, por exemplo. Acho que, o que 

se ganhou em segurança, perdeu‐se em participação, em convívio (…) E7E2 

179. (…) Também não seria lógico, os pais entrarem todos e isto é uma coisa que é defendida, 

não podem (…) E7E1 

180. (…) por exemplo, as festas de anos, criaram‐nos alguns embaraços, há colegas que não se 

importam, outros não querem… depende de nós. E7E2 

181. E as pessoas têm de se assumir e também não se assumem muitas vezes. Porque é mais 

fácil dizer: “Não porque os pais... isto não é o sempre em festa… mas na verdade, não é isso, é 

uma chatice. Ter uma festa de anos é uma chatice, dá‐nos mais trabalho a nós (…) No entanto 

foi  uma  das  situações  em  que  este  ano  nos  deparámos.  (…)  Há  pessoas  [professores]  que 

acham que é uma chatice. E7E2 

Teresa – E8 

182. É assim, eu penso que também não podemos cair muito no exagero [a solicitar]. Senão o 

que era bom passa a ser muito mau. Eu, por enquanto, sinto que as reuniões, os encontros são 

suficientes. Até porque, se há qualquer coisa, basta telefonar. E8E2 

183. Não há assim grandes… há uma ou duas  situações pontuais em que as pessoas não  se 

aproximam tanto da escola. Portanto pais com horários complicados, com turnos. E8E7 

23 

 

184. Acho que  também não podemos cair no exagero de estar constantemente a solicitar, a 

querer a presença dos pais na escola. Não sei se depois será uma mais‐valia. E8E2 

185. Agora,  também  tenho  encarregados  de  educação,  com  horários  de  trabalho  muto 

diferentes. Eu acho que sim [que os horários de trabalho influenciam]. E8E7 

186. (…)  setenta  por  cento  dos  pais  dos meus  alunos  viriam,  sem  grandes  problemas,  pela 

frequência  com  que  vêem  às  reuniões,  eu  penso  que  sim.  E  sei  que,  se  for  preciso…  por 

exemplo  para  as  reuniões  das  tasquinhas  eu  sei  que  foram  alguns  e  nós  não  estamos  ali 

directamente ligados, porque é mais com a associação de pais. Nós também tentamos que isso 

aconteça (…) e em termos de associação, eu acho que se deviam envolver todas as mães. Mas 

eu entendo que as pessoas têm um horário (…) portanto, não é fácil. E8E7 

187. Não, não  [não dependem só da escola] pelo contrário, eu acho que a maior parte deles 

vêm de trás. Eles, quando chegam aqui, já têm seis anos portanto, não nos podemos esquecer 

disso. As regras, às vezes, ficam lá muito escondidinhas. E8E6 

188. Se  houver  um  distanciamento  entre  a  escola  e  a  família,  se  sentirmos  de  parte  a 

parte…E8E3 

189. (…)  muitas  vezes  é  a  família  que  se  fecha…  eu  acho  que  se  houver  um  certo 

distanciamento, aí se calhar… E8E5 

190. [O  tempo] Também é um  factor que pode condicionar muito. Porque os horários  são… 

esta turma, eu vejo outra grande diferença em termos de… tenho mães a trabalhar por turnos, 

muitas… o que é complicado. E8E7 

191. Por exemplo, este ano, o nosso atendimento é às cinco e meia, e há dois anos era das seis 

e meia,  e  era  o melhor  horário.  Era  o  horário  em  que  vinha  toda  a  gente  [por  causa  dos 

funcionários]. E8E1 

192. (…) o horário melhor era depois das oito e aí,  toda a gente, quase… quase, porque há 

sempre uns… mas quase  todos  vêem. Este  ano, por  causa dos  funcionários, do horário dos 

funcionários, é outro factor. E8E1 

 

 

1. (…) Agora, há pais complicados, porque também há uma grande falta de valores. O ensino 

não é  importante, a educação não é  importante. É uma área que está muito, não está com 

prioridade actualmente na nossa  sociedade. O discurso é: “Oh professora passe o meu  filho 

que eu para o ano vou mudar a minha vida.” “Já me disse isso há três anos antes!” E5E5 

 

2. (…) Vimos, um decréscimo de valores, e para mim, o que eu acho mais, é uma  falta de 

responsabilidade. É a desresponsabilização da família, de algumas famílias, em relação ao seu 

educando face à escola. E5E5 

24 

 

3. O  que  eu  acho  é  que  há  uma  grande  desresponsabilização  das  famílias,  actualmente, 

perante os alunos. E5E5 

 

4. [Os pais] Não têm a mínima noção se as crianças têm ou não têm dificuldades, não têm a 

mínima noção se tiram tempo para os seus filhos, se o tempo é de qualidade, não. Também 

têm uma vida muito agitada, eu percebo isso. Mas, não têm essa noção. Actualmente, eu acho 

que as  famílias, principalmente as  famílias  só constituídas por um  só elemento, constituídas 

pela mãe praticamente, não têm essa noção. Eu vejo isso na minha turma, por exemplo. E5E5 

 

5. E depois, quando uma mãe me disse a semana passada: “Oh professora eu dou o máximo 

de mim!”. Aí eu sou um pouco rígida, disse: “Eu compreendo que tenha dado o máximo de si 

mas não foi no acompanhamento do seu filho. E5E5 

 

 

 

 

Bloco F ‐ Factores de Promoção 

Recolher dados de opinião sobre os factores de promoção de uma boa relação escola‐família 

 

 

 

 

Factores 

de 

Promoção 

F1  Aproximação dos 

professores à 

comunidade 

2, 4, 6, 7, 10, 25, 40, 43, 48, 49, 55, 59, 69 

F2  Disponibilidade dos 

professores 

3, 20, 27, 30, 31, 32, 33, 34, 36, 37, 41, 45, 46, 

47, 54, 56, 57, 58, 60, 61, 62, 65, 67, 68, 70, 

71, 72 

F3  Disponibilização de 

equipa técnica 

12, 13, 14 

F4  Legislação em vigor  9, 28, 51 

F5  Participação dos pais 

em actividades 

1, 5, 8, 9, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 26, 

29, 35, 38, 39, 42, 44, 50, 52, 63, 64, 66 

F6  Intervenção no 

espaço físico 

11, 53 

 

E1  1 ‐ 11 

E2  12 ‐ 14 

E3  15 ‐ 19 

E4  20 ‐ 33 

E5  34 ‐ 35 

E6  36 ‐ 46 

E7  47 ‐ 58 

E8  59 ‐ 72 

 

1. Exactamente [faltarem aos compromissos por não terem tempo] ou virem quando apetece. 

Devia ser com um carácter, como nós definimos no início do ano estes encontros, no fundo as 

reuniões mensais, eu acho que também devia estar programado. E1F5 

 

2. A gente adere a  tantos projectos no  início do ano, que muitas vezes, na prática, não são 

realizados… porque não  também  fazer estes encontros, essa  interacção  com a  comunidade. 

E1F1 

 

3. Porque há muitos que chegam [às reuniões] aqui às seis, que é quando a acabam o trabalho 

deles… e nós, ainda  cá estamos e  temos de os  receber. Temos de os  receber mas, é  claro, 

também é do nosso interesse. E1F2 

 

4. É assim, eu, os projectos, estou envolvida num, já há … desde que estou aqui nesta escola, 

há seis anos, tenho estado sempre no projecto do Clube da Floresta (…). A única actividade em 

que nós envolvemos a comunidade escolar abrangente, aos encarregados de educação, é um 

passeio  pedestre  que  fazemos  no  final  do  ano.  E  as  pessoas  têm  aderido,  quer  dizer,  não 

aderem a cem por cento mas, aderem, vão vindo, vamos conquistando. E1F1 

 

5. Portanto,  acho  que  vale  a  pena  investir…  e,  eu  acho  que muitas  vezes,  não  é  preciso 

envolver, envolvê‐los…  vamos  lá… há outra  coisa em que os envolvemos, por exemplo, nas 

tasquinhas… E1F5 

 

6. Acho,  acho,  acho…  uma  aproximação  com  toda  a  comunidade  educativa:  pais, 

encarregados de educação… acho importante esta relação, essa proximidade. E1F1 

 

7. Acho que sim. Com essa proximidade podemos mudar muita coisa. Na medida em que nós 

nos conhecermos, de parte a parte, melhor podemos lidar com as situações. E1F1 

 

8. Eu acho que havia muita coisa para  fazer… Sei  lá… de vez em quando vir uma avó contar 

uma história, achava giro. E1F5 

 

9. Eram os pais terem mais confiança na escola e,  interessarem‐se mais pelas…  intervir mais 

na parte da escola. Mesmo nas Associações de pais a gente vê com dificuldade. Ainda agora se 

fizeram uma  recolha de  inquéritos para a associação de pais e, em vinte e  três alunos,  têm 

três, eu recebi três papéis assinados (…) E1F4 

 

10. (…) Mas  isso  já  nós  fazemos  [vamo‐nos  adaptando  ao  que  os  pais  e  a  sociedade  nos 

trazem]. Repare, que nesse aspecto, nós já fazemos (...) E1F1 

 

11. (…) Há  receios! Mas para quê, para quê?!  Isto  [colaboração dos pais] era  importante. Eu 

desafiei‐os aqui: “vocês têm tudo na mão, vocês os pais têm tudo na mão. Na medida em que 

vocês (oh pá… essa coisa – gravador) … na medida em que vocês… [tem muita força junto das 

entidades  responsáveis]  hoje  nós,  com  os  pais  podíamos  fazer muita  coisa,  sem  eles…  não 

fazemos nada. Mas eram os pais todos, não pais de uma turma. E1F6 

 

Professora Marta – E2 

 

12. (…)E depois é assim, não há psicólogos, os meios cada vez são menos, e nós às vezes até 

estamos assim, com muita pedagogia, muito…  (…) Ah sim  [os pais precisavam de uma maior 

ajuda, que não  fosse a do professor]. Nós  tínhamos uma psicóloga educacional, era do SPO. 

Mas nós agora  já não  temos  SPO aqui, era um  Serviço de Psicologia e Orientação. Ela e os 

outros [deram uma grande ajuda](…) E2F3 

 

13. (…)  Ela  [a  psicóloga  do  SPO]  ajudou‐me muito. Mesmo  em  estratégias  e…  pronto,  com 

aqueles miúdos mais ou menos específicos. (…) portanto, eu acho que é bom para os pais e às 

vezes é mesmo bom para os professores. Porque nós precisamos de ajuda, eu falo por mim, 

porque há miúdos que  são muito  complicados  (…).  Se não  tiver  realmente  alguém que nos 

oriente às vezes um bocadinho, isto torna‐se mesmo complicado. (…) E2F3 

 

14. (…) Estive na Enxara do Bispo, tive um menino… esse miúdo era uma coisa pavorosa… nem 

sei o que é que o miúdo  tinha. Na altura  também não havia estes apoios da psicóloga, veio 

depois. Sei que o miúdo depois foi para a Malveira, porque lá havia mais apoio. (…) E2F3 

 

Professora Cristina – E3 

 

15. Eu não sinto  isso, não tenho sentido  isso nas turmas que tenho tido. Geralmente, consigo 

reunir um grande número de pais e fazer coisas em conjunto, mesmo extra escola, quando há 

assim, visitas mais… alguns até se oferecem para  ir. Por  isso, embora se fale, eu acho que no 

primeiro ciclo ainda permanece sempre mantido [a colaboração]... E3F5 

 

16. Não  é  só  nas  reuniões,  pronto.  Nós  temos  coisas,  os  pais  acabam  por  vir  à  escola.  Eu 

aproveito  sempre um que  toque um  instrumento, ou quando é preciso alguém para  contar 

uma história, ou quando se fala das profissões, se há alguma profissão que eles gostassem de 

saber mais, então convidamos. E pronto… E3F5 

17. Há as caminhadas do Clube da Floresta, deixe‐me cá ver… eu acho que foi, inicialmente tive 

essa colaboração dos pais foi nessa. E3F5 

18. (…) Há também as tasquinhas, porque é na altura do S. Pedro ou S. João, são as tasquinhas 

do Agrupamento, sei que é uma das alturas em que os pais também colaboram. E3F5 

19. Sim,  a  maioria  dos  pais  tem  essa  noção,  a  maioria  dos  pais  consegue  fazer  uma  boa 

convivência. Depois há,  como em  tudo,  como há bons e maus professores, há pais que  são 

mais… participam melhor que outros, que interagem melhor. E3F5 

 

Professora Rita – E4 

20. Existe [um entendimento]. E depois, nas reuniões, mostro‐me sempre disponível para, se 

houver alguma dúvida, ou relacionado com o seu educando, que eu possa esclarecer. E4F2 

 

21. [Para além dessas actividades em que os alunos fazem pesquisa em casa com os pais, que 

outras actividades] (…) E4F5 

 

22. Participar… olhe, este ano participaram… eu andei numa formação de educação sexual e 

portanto,  implementámos  um  projecto,  eu  e  umas  outras  colegas  aqui  da  escola  e  os  pais 

participaram. Por exemplo, na confecção do boneco, uma das actividades era confeccionar um 

boneco de pano. Os pais participaram. E4F5 

 

23. Há ali [trabalhos sobre] das famílias, dos animais – eles pesquisaram cada um, um animal. 

Também houve um, um trabalho que fizeram sobre o centro histórico, foram a uma visita de 

estudo,  e  depois  fizeram  uma  pesquisa  de  monumentos.  Lá  está,  pesquisas,  quando  há 

aniversários os pais deslocam‐se à escola, nos atendimentos. E4F5 

 

24. Por exemplo, agora para a semana, quinta‐feira, temos um torneio de futebol que os pais 

podem ir assistir (…) No parque Verde da Várzea. (…) E4F5 

 

25. Organizamos,  quando  não  está  a  chover,  organizamos  espaços  lá  fora  com  jogos 

tradicionais ou música, dividimos mesmo, por alguns  temas, no  recinto exterior e acabamos 

por  fazer algumas actividades na  sala de aula e depois expomos  lá  fora,  todos, um  trabalho 

colectivo,  por  exemplo.  E,  depois  então,  seguimos  para  um  lanche  colectivo,  isso  também 

fazemos com frequência. Para o lanche colectivo juntamos duas salas. E4F1 

 

26. (…)  E  posso  dizer,  neste  ano,  concretamente,  noto  que  os  pais  envolvem‐se  na  vida 

escolar dos filhos mais, muito mais. E4F5 

 

27. O horário também é um factor fundamental, o horário dos atendimentos. E4F2 

 

28.  (…)  [Propus] Quinze minutos após  saírem os alunos e expliquei porquê. Os pais não  se 

opuseram mas “Professora, vamos ver… complica”. Eles sabem que  têm direito a  faltar para 

estarem presentes e acompanhar a vida escolar dos filhos. E4F4 

 

29. Se eu proponho actividades não se opõem a nada, nada. Gostam de participar claro que, 

não podemos é abusar, como é óbvio. Não posso estar a mandar pesquisas todas as semanas, 

senão às tantas não ganham para… E4F5 

 

30. (…) Porque, no meu  caso não, mas  tenho o exemplo de uma  turma daqui que os pais 

quando mudaram  o  horário  para  as  18  horas,  começaram  a  vir  com maior  frequência  aos 

atendimentos. Portanto o horário pode ser um entrave. E4F2 

 

31. Sim, sim [os pais contam comigo], sem dúvida. E4F2 

 

32. Por vezes termos de ser flexíveis e não pensar “Não está no meu horário e por  isso não 

vou fazer, ponto final!”, este é outro factor. E4F2 

 

33. (…)  Esta mãe  (…)  não  estava  cá  no  dia  do  atendimento  e  eu,  por  email,  escrevi‐lhe, 

marcámos  um  dia  e  uma  hora  e  eu  vim  cá,  na  semana  da  interrupção  vim  cá  à  escola  e 

atendia‐a e portanto, eu acho que é importante. E4F2 

 

Professora Matilde – E5 

 

34. E eu contacto, às vezes, como na reunião mensal é à hora do almoço e muitos não podem 

vir geralmente, eu digo que, se mandarem um recado na caderneta eu recebo‐os, à hora que 

combinar. (…) E5F2 

35. Ahhh… poucas [actividades em que participem, na escola ou agrupamento]. Por exemplo 

nos anos, alguns vêem  com os  filhos. Nas  festas é difícil, porque  tem de haver um  sítio... é 

difícil. Mas sempre que há oportunidade eles gostam de participar.E5F5 

 

Professora Isabel – E6 

 

36. Ou, por exemplo, fizessem tão simples quanto isso, eu cedo o meu telemóvel pessoal para 

aqueles que as pessoas que não  têm  tempo possam  ter uma  conversa  comigo  sobre algum 

aspectos que queiram (…) E6F2 

 

37. Eu contacto telefonicamente “Olhe, não sei se esqueceu, eu estou disponível noutra hora, 

veja  lá”, “Mas é que eu estou a  trabalhar, pode  ir o meu marido”  (…) “Então eu, para vocês 

terem uma noção, vou mandar uma fotocópia para casa, vai na caderneta dele, perceba que 

não posso mandar o original porque tem de deixar uma rubrica. Mas portanto, não há aqui um 

espaço para … E6F2 

 

38. Uma  vez  veio  uma  avó  ler  um  livro.  Por  acaso  ela  é  educadora  e  fez  uma  prestação 

espectacular. Explicou‐lhes desde o que era uma lombada, autor, uma pessoa que ilustra… um 

espectáculo. E6F5 

 

39. E na altura em que tive mais pais foi na semana das profissões, pedi‐lhes que dentro deste 

horário que podiam vir. E6F5 

 

40. (…) [Falta de espaço] Nada que não se resolvesse com uma ida lá a baixo ao agrupamento, 

como eu  já fiz uma vez, no quarto ano (…) falei com as colegas e fizemos um espectáculo de 

entrega  de  diplomas  de  frequência,  em  que  pedimos  a  colaboração  das  AEC’s,  de  Inglês... 

fizemos um teatro… tudo é possível. Com os cabides fizemos os cenários… deu trabalho, deu… 

fui para lá um sábado atar mesas para fazer um estrado para fazer de conta que era um palco. 

Mas foi muito, muito bom. E6F1 

 

41. Tenciono, para o ano, quarto ano, ver se consigo motivar um bocadinho mais os pares, 

não  é.  Porque  sozinha  com  tantos  é  impensável,  não  é.  Fazer  só  uma  turma  é…  os  outros 

[alunos] todos que não participam sentem   “Porque é que não participaram. Não é?!” (…) se 

tiver que fazer sozinha paciência, mas essa vou fazer. Bolas, temos equipa para isso. E6F2 

 

42. Mas o agrupamento também promove muitas situações destas por exemplo eles têm as 

corridas de  velocidades, em que o espaço alberga, de  facto, as escolas do agrupamento de 

primeiro ciclo e da S. Gonçalo, lá de baixo. E6F5 

 

43. (…) É uma altura em que estamos  todos  juntos, vai  ser agora, na quarta‐feira, que é o 

último dia de aulas, umas tasquinhas, promovidas por nós e pela associação de pais… eu penso 

que é o dia de mais  intercâmbio escolar que  temos e que não acabe  tão depressa  (…) Mas 

aquele espaço é um espaço em que o professor se senta ao lado da mãe, da avó, de tio, primo 

e os miúdos circulam, todos juntos. É um dia… pelo menos um por ano. E6F1 

 

44. As  festas  [resultam  como estratégias para que os pais venham à escola], às vezes  com 

uma prestação mais  lúdica, mas também os conhecimentos que têm na área do  Inglês, dizer 

uma  poesia,  fazerem  uma  peça  de  teatro  que  eles  até  construíram  em  Língua  Portuguesa, 

fazer uma exposição de expressão plástica dos  trabalhos que  forma  feitos ao  longo do ano. 

E6F5 

 

45. Em todas [as reuniões os pais pedem para explicar como se faz determinada coisa, acerca 

dos  conteúdos].  Eles  aprenderam  com  metodologias  diferentes,  e  os  novos  programas 

apontam  para  outras metodologias.  A  última  que  expliquei  no  quadro,  para  toda  a  gente, 

foram as contas de dividir por subtracções sucessivas. (…) Se tiverem dúvidas, não expliquem, 

deixem para mim, para o outro dia de manhã, não há problema nenhum.  (…) Explico muitas 

vezes, alguns é falta de cultura, muitas vezes… mas não se inibem de perguntar, é bom! (…) E 

gostam, depois estão ali montes de  tempo a ver  como  se  faz. Perguntam. Perguntaram‐me 

isso, perguntaram das fracções que também não percebiam (…) E6F2 

 

46. (…) A gente manda a convocatória, são criadas as condições, mudamos a hora da reunião, 

dou o meu telemóvel, marco para outro dia, as pessoas sabem que eu disposta a isso… porque 

isso facilita‐nos (…) E6F2 

 

Clarisse – E7 

47. Eu  comecei  a  almoçar na  escola porque não  tinha  funcionária  (…)  e não  era digno, os 

meninos [que vinham de aldeias próximas] almoçarem ali no alpendre. E7F2 

 

48. Portanto,  aí  (aldeia  pequena  onde  lhe  dava  o  almoço]  as  coisas  funcionaram  de  outra 

maneira  porque  realmente  criou‐se  uma  boa  relação,  porque  eu  ficava  lá  por  causa  dos 

miúdos, dava‐lhes comida, aos mais pequeninos (…) E7F1 

 

49. (…) saber o contexto onde vinham e como é que tinham vindo aqui parar. Aí, foi talvez, 

onde estive mais próxima (…) E7F1 

 

50. Sim,  por  exemplo,  sim  até mesmo  o  facto  de  eles  virem  quando  têm  hipótese  de  vir 

contarem uma história, falar sobre um assunto qualquer específico ou não sei quê… E7F5 

 

51. (…) eu vejo, que por exemplo, que até os próprios elementos dos pais têm vindo, neste 

processo em que foram integrados, têm vindo a diminuir de número de reunião para reunião, 

são sempre os mesmos e mesmo assim, com a alteração que houve, até mesmo a associação 

de pais, já foi mais colaborante e participativa. (…) E7F4 

 

52. Pedem‐nos agora ajuda para distribuir umas coisas para as tasquinhas e não sei o quê e 

frito e cozido mas realmente, haver um contacto, até mesmo da parte dos pais virem à escola, 

ver o que é que é preciso… a outra associação de pais fazia isto, às vezes até resolvia situações 

de carácter económico (…) E7F5 

 

53. (…)  porque  nós  não  temos  dinheiro,  dependemos  das  autarquias,  não  é.  E  portanto, 

resolviam‐nos situações materiais [entre outros] aliás, se a escola pintada está foi porque foi a 

associação de pais, a este edifício de baixo, que ofereceu a tinta. A escola está assim [interior 

pintado] porque  foram os pais que arranjaram a  tinta, depois a Câmara deu a mão‐de‐obra. 

(…) E7F6 

 

 

54. (…) E as pessoas sabem que vêem… comigo sabem sempre, aliás, as reuniões mensais são 

de uma hora, não é, eu nunca as faço numa hora. E7F2 

 

 

55. (…) Se tem algum problema pede para ficar e o problema é tratado em privado. E7F2 

 

56. (…) É uma vez por mês, eles sabem… estão muito à vontade, desde o  início, porque eu 

dou o número de telefone (…) assim como eu, se tiver uma situação, também  já  lhes  liguei à 

noite para casa  (…) “Olhe passa  isto, assim e assim, e o melhor é  ir ter comigo à escola.” Às 

vezes falamos só ao telefone (…) E7F2 

 

57. (…)  para  já  nós  somos  constantemente  avaliados  pelos  pais  e  portanto  tem  de  haver 

alguma disponibilidades, eles perceberem que há disponibilidade da nossa parte, não só para 

as colegas mas para estar com eles, para depois conseguirmos  ter o  feedback em contrário. 

E7F2 

 

Teresa – E8 

58. [Hoje em dia fala‐se muito na relação] Faz parte da evolução dos tempos… talvez, não sei. 

Porque, se calhar, começou‐se a dar a volta num sentido diferente. Deixe‐me lembrar, quando 

era aluna não tinha nada a ver, a minha mãe  ia à escola uma vez por ano, ou no  início ou no 

final do ano  lectivo. Não havia essa proximidade, se calhar, a própria escola caminhou nesse 

sentido de se abrir mais à comunidade, em geral. E8F1 

 

59. Não há propriamente ali um cumprir de horários, porque nós chegamos aqui às cinco e 

meia e às vezes é até às oito, não há um limite. E8F2 

 

60. (…)  Eu…  há  aqui  uma  certa  preocupação  em  escolher,  por  exemplo,  horários  de 

atendimentos…  fazemos com que sejam mais ou menos compatíveis com os dos pais. Agora 

vamos entregar as avaliações, entregamos num período de manha, mas também entregamos 

num período ao final do dia. Há essa flexibilidade. E8F2 

 

61. Até porque, muitos dos que não  vêem  telefonam depois, há  sempre  a preocupação.  E 

depois combino com eles, vêem à hora do almoço, vêem ao intervalo. Estes que não vêem às 

reuniões. Há  lá dois ou três que não vêem, só vêem mesmo à trimestral…   têm problemas e 

não vêm sempre. Trabalham em Lisboa. Mas à trimestral vêem sempre. Há mensal, os que não 

vêm,  a maior  parte  vêm, marcamos. Vêm  aqui  às  oito,  às  quatro,  depois marcamos,  é  um 

bocadinho. Às vezes digo, não há necessidade, fica para o próximo. E8F2 

 

62. (…) Era, era em  termos de  leitura. Fizemos  também  [actividades] de  culinária. Fizemos, 

com as avós também, houve um ano que fizemos chazinho mas porque era aldeia, aqui já não 

é  tão  fácil… aqui  ficou‐se só pelo  ler e contar histórias. Tínhamos combinado com a mãe de 

uma  menina  vir  contar  uma  história  [mas  teve  vergonha]  e  acabou  por  não  vir.  Assim 

acabámos  por  não  fazer,  indirectamente  não…  agora,  indirectamente,  eles  acabam  por 

participar, quando há festa. E8F5 

 

63. Com os pais são mais as tasquinhas, agora no final do ano [lectivo]. E8F5 

 

64. (…) Eles iam às reuniões, muito bem, acabava muitas vezes, por fazer reuniões ao sábado, 

porque era a maneira de os  ter…. eu  também principiante, não é… o  trabalho deles… era a 

maneira  de  os  ter  [na  escola].  Era  [importante]  porque,  se  fosse  durante  a  semana  era 

complicado. E8F2 

 

65. (…)  Isso  melhorar  podemos  sempre,  de  certeza.  Se  calhar,  no  próximo  ano  tentar 

aproximá‐los mais um bocadinho da sala de aula mesmo, de eles vierem mais à sala. E8F5 

 

66. (…) Também, por vezes, quando vejo que não resultou, aí depois tento não fazer o mesmo 

erro.  Porque  às  vezes,  se  calhar,  abro  demais,  por  exemplo,  eu  dou  o meu  telemóvel,  na 

primeira  reunião  costumo dar.  Porque,  se houver  alguma  coisa quero que me  telefonem  e 

avisem. Eu gosto de saber, se o aluno falta,  liguem‐me primeiro. Eu sei que é pessoal mas há 

contactos que eu queria que  fossem directamente comigo. Eu preciso de saber  logo, porque 

até chegar a informação… (…) E8F2 

 

67. Não,  eu  acho  que  até...  penso,  por  aquilo  que me  apercebo  que  até  consigo  pô‐los 

também um bocadinho à vontade, no sentido de, quando quiserem, quando precisarem… para 

virem eles, para  tomarem a  iniciativa de… porque eu digo muitas vezes, há  situações que o 

professor  só  se  apercebe  se  os  pais  disseram…  ligam,  venham  à  escola  e  combinamos… 

realmente é aquela hora e meia que nunca é muito… mas não tem de ser. E8F2 

 

68. (…) agora, se a  família sentir que há compreensão na escola,  (…) consegue  trabalhar no 

mesmo sentido. E8F1 

 

69. Fecharmos  a  porta  da  escola,  “Agora  não  posso!”,  é  preciso  um  certo  cuidado  “Olhe, 

agora não posso porque…” (…) Temos de ser um bocadinho flexíveis. E8F2 

 

70. Mas pronto, não é por isso que deixam de vir… temos de combinar, às vezes vêm quinze 

dias  depois,  que  é  quando  o  turno  vai  rodando.,  vêem,  ou  telefonam.  Aí  eu  acho  que  as 

coisas… a escola não pode fechar, tem de abrir… o professor tem de ser flexível nesse [campo]. 

E8F2 

 

71. (…)  Há  hora  de  almoço  eu  estou,  ao  intervalo  também  tiro  um  bocadinho,  se  for 

necessário. E8F2