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ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO Editado pelo DEPARTAMENTO DE CÂMBIO Out/Dez Brasília Análise do Mercado de Câmbio 1999 Ano 07

Boletim 1999-4 · 2000. 7. 3. · Title: Boletim 1999-4.p65 Author: secre.walter Created Date: 191000703143346

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ANÁLISEDO

MERCADO DE CÂMBIO

Editado peloDEPARTAMENTO DE CÂMBIO

Out/DezBrasíliaAnálise do Mercado de Câmbio 1999 Ano 07

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ANÁLISE DO MERCADO DE CÂMBIO . Brasília: Banco Central do Brasil,1993- Trimestral

1. Câmbio. 2. Câmbio - Legislação. 3. Economia - Brasil. I. BancoCentral do Brasil.

CDU 336.745

Trabalho elaborado pela Consultoria de Acompanhamento do Mercado de Câmbio - CONACEditoração: SECRE/SUREL

As opiniões expressas no trabalho não representam, necessariamente, a posição oficial doBanco Central do Brasil. É permitida a reprodução total ou parcial das matérias, desde quecitada a fonte. Comentários e sugestões podem ser encaminhados ao Departamento deCâmbio por intermédio do correio eletrônico do SISBACEN, do E-MAIL ou do endereço etelefones abaixo.

Banco Central do BrasilDiretoria de Assuntos Internacionais - DIREXDepartamento de Câmbio - DECAMSBS Quadra 3 Bloco BEdifício Sede 3º andar70074-900 Brasília (DF) BRASILTel.: (061) 414-1698/1689/2275Fax: (061) 414-2410E-Mail: [email protected]

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 3

SUMÁRIO

Índice de Tabelas e Gráficos .......................................................................... 05

APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 09

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13

2. POLÍTICA CAMBIAL .................................................................................. 17

3. MERCADO DE CÂMBIO ........................................................................... 31

4. SEGMENTO DE TAXAS LIVRES .............................................................. 43

4.1. Balança Comercial Cambial ............................................................... 454.2. Movimento Financeiro ......................................................................... 57

5. SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES .................................................... 69

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 5

Índice de Tabelas e Gráficos

2 - POLÍTICA CAMBIAL

Tabelas

2.1 - Variação Cambial x CDI ............................................................................ 18

2.2 - Compra Líquida de Divisas pelo Banco Central ..................................... 20

2.3 - Posição de Câmbio do Mercado - Fechamento Mensal ......................... 222.4 - Reservas Internacionais ........................................................................... 24

2.5 - Leilões de NBC-E - Realizados pelo Banco Central .............................. 26

Gráficos

2.1 - Dólar Futuro BM&F e PTAx800 Venda ..................................................... 17

2.2 - Fluxo Líquido Diário ................................................................................... 19

2.3 - C-Bonds x Taxa de Câmbio ...................................................................... 21

2.4 - Posição de Câmbio Líquida do Sistema Bancário .................................. 23

2.5 - Reservas Internacionais - Liquidez .......................................................... 25

2.6 - NBC-E: Taxas x Prazos ............................................................................ 26

2.7 - Taxas SELIC e DI Futuro BM&F ............................................................... 27

3 - MERCADO DE CÂMBIO

Tabelas

3.1 - Operações de Câmbio Contratadas ........................................................ 32

3.2 - Fluxo no Mercado Primário ....................................................................... 33

3.3 - Operações Comerciais e Financeiras ..................................................... 35

3.4 - Interbancário - Volume Negociado ........................................................... 36

3.5 - Distribuição por Segmento ....................................................................... 37

3.6 - Contratações Interbancárias por Bancos - Livre .................................... 38

3.7 - Concentração de Negócios por Banco .................................................... 39

3.8 - Concentração de Negócios por Praça ..................................................... 40

3.9 - Concentração de Negócios por Empresa ............................................... 41

3.10 - Concentração de Negócios por Banco .................................................... 42

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio6

Gráficos

3.1 - Giro Total .................................................................................................... 31

3.2 - Movimento Primário - Média Móvel Diária dos

Últimos 12 Meses - Segmento Livre ........................................................ 34

3.3 - Interbancário - Média Diária ...................................................................... 34

3.4 - Relação Interbancário x Primário ............................................................. 36

3.5 - Concentração dos Negócios Interbancários ........................................... 38

4 - SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

4.1 Balança Comercial Cambial

Tabelas

4.1.1 - Câmbio Contratado - Fluxo........................................................... 46

4.1.2 - Balança Comercial Física ............................................................ 48

4.1.3 - Câmbio Comprado a Liquidar - Exportação ................................... 494.1.4 - Formas de Contratação das Exportações .................................... 514.1.5 - Saldos Contábeis Mensais das Linhas de Crédito ....................... 524.1.6 - Prazo Médio Previsto p/ Liquidação dos Contratos de

....... Exportação.................................................................................... 53

Gráficos

4.1.1 - Contratações de Exportação ........................................................ 45

4.1.2 - Contratações de Importação ........................................................ 47

4.1.3 - Exportações Físicas .................................................................... 48

4.1.4 - Importações Físicas ..................................................................... 40

4.1.5 - Importações Cambiais x Físicas .................................................. 51

4.1.6 - Exportações Cambiais x Físicas ................................................. 52

4.1.7 - Câmbio Comprado a Liquidar - Exportação - Saldo Contábil ........ 53

4.1.8 - Formas de Contratação das Exportações .................................... 544.1.9 - Saldos Contábeis das Linhas de Crédito ...................................... 54

4.2 Movimento Financeiro

Tabelas

4.2.1 - Operações Financeiras .................................................................... 58

4.2.2 - Segmento Livre - Ingressos Financeiros ......................................... 60

4.2.3 - Segmento Livre - Remessas Financeiras ....................................... 62

4.2.4 - Transferências Financeiras - Ingressos Líquidos ........................... 64

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 7

Gráficos

4.2.1 - Saldo Financeiro Mensal ................................................................... 57

4.2.2 - Saldo Financeiro Acumulado em 12 meses ................................... 59

4.2.3 - Ingressos de Investimentos Diretos . ..................................................... 61

4.2.4 - Investimento Direto Líquido - Acumulado em 12 meses ................ 63

4.2.5 - Resolução nº 1.289 - Anexos I a V - Contratação Líquida ........................ 654.2.6 - Ingressos de Capital Estrangeiro - Itens Selecionados..... ................ 65

4.2.7 - Remessas de Serviços .................................................................... 66

5 - SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES

Tabelas

5.1 - Fluxo Total .................................................................................................. 70

5.2 - Operações entre Instituições ................................................................... 72

5.3 - Operações com Clientes .......................................................................... 73

5.4 - Viagens Internacionais .............................................................................. 745.5 - Transferências Unilaterais - Principais Rubricas .................................... 75

5.6 - Transferências Unilaterais - Rubricas e Países Selecionados .............. 77

5.7 - Movimento de Câmbio do Segmento de Taxas Flutuantes - Fluxo

Primário - 1989/99 ..................................................................................... 78

Gráficos

5.1 - Volume Total Negociado (Turnover) - 1997/99 ....................................... 695.2 - Operações com Instituições no Exterior - Remessas ........................... 71

5.3 - Cartões de Crédito Internacionais - Saldo Líquido e Média Diária ......... 73

5.4 - Cartões de Crédito Internacionais - Ingressos e Remessas ................. 76

5.5 - Fluxo Primário Líquido Diário ................................................................... 76

Quadro

5.1 - Rendas de Capitais e Serviços Diversos ................................................ 71

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 9

APRESENTAÇÃO

O boletim Análise do Mercado de Câmbio é uma publicação de periodicidadetrimestral elaborada pelo Departamento de Câmbio do Banco Central do Brasil. Estetrabalho, que nasceu da necessidade interna de análise permanente do fluxo primáriode divisas, passou a ser publicado em 1994, em atenção a demandas de diversossetores da sociedade, e atualmente é divulgado apenas por meio de ambiente eletrônico(www.bcb.gov.br).

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1. INTRODUÇÃO

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 13

1. INTRODUÇÃO

Nesta edição, que analisa os números do quarto trimestre de 1999 e osconsolidados do ano, o destaque é a forte valorização da moeda nacional que, contudo,voltou a apresentar movimentos oscilatórios, inibindo a antecipação do câmbio deexportação, uma das principais alternativas de financiamento do exportador brasileiro.A seguir, apresentamos alguns dos principais assuntos de cada um dos capítulos destaedição.

POLÍTICA CAMBIAL – recuperação da moeda nacional, que acumulou valorizaçãode 6,93%, no trimestre, e desvalorização anualizada de 48%; redução de US$ 2 bilhõesno piso das reservas, acordado como FMI, contribuindo para assegurar maior poder deação ao Banco Central na contenção de eventuais movimentos desordenados da taxade câmbio; continuidade da política de oferta de títulos cambiais, embora com claratendência à estabilidade na exposição; e as reservas internacionais fechando o anocom saldo de US$ 36,3 bilhões, no conceito de liquidez internacional.

MERCADO DE CÂMBIO – aumento no volume total de negócios frente ao períodoanterior, insuficiente contudo para recuperar o fluxo dos anos anteriores, que, medidoem termos anuais, recuou 21% em 1999; mudança no nível de alavancagem dointerbancário, que teve volume de negócios 39% inferior ao do ano precedente e registrouo menor valor consolidado desde 1994; novas ilustrações trazem os rankings decompras e vendas financeiras e oferecem alternativas adicionais de análise dointerbancário.

BALANÇA COMERCIAL CAMBIAL – encolhimento nos consolidados anuais deexportação e de importação, tanto na balança cambial quanto na física, não obstante ocrescimento, generalizado, dessas rubricas no trimestre em análise; aumento de 129,6%no saldo da balança comercial e queda de 81,8% no déficit da balança física em 1999;acanhada participação do ACC, em face de certa cautela dos exportadores em anteciparo câmbio; e as quedas no prazo médio de liquidação dos contratos de câmbio deexportação e nos saldos de linhas de crédito, desta feita em decorrência de menordemanda do tomador interno.

MOVIMENTO FINANCEIRO – o resultado deficitário de US$ 500 milhões notrimestre e de US$ 13,8 bilhões no ano, o primeiro desde 1994, determinado basicamentepelo primeiro trimestre, quando as saídas líquidas chegaram a US$ 12,8 bilhões; pelosexto trimestre consecutivo, tivemos Investimentos Diretos ponteando as rubricas deingresso, com resultado líquido de US$ 6,3 bilhões no período e US$ 26,3 no ano, vindoa seguir Commercial Papers, Bonus e Notes. Em sentido inverso, o destaque éAmortizações de Financiamentos a Importação, que respondeu por remessas deUS$ 4,9 bilhões no trimestre e de US$ 21,2 bilhões no ano, vindo em seguida Juros.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio14

SEGMENTO FLUTUANTE – a ocorrência das menores remessas anuais líquidas,desde 1996, tanto em “Operações com Clientes” quanto em “Operações entreInstituições”, não obstante aumento significativo no saldo líquido negativo, no trimestre.Nesse contexto, as remessas líquidas para instituições financeiras no exterioralcançaram seu recorde no ano ao atingirem US$ 3,4 bilhões, com o fluxo líquido mensalvoltando a ultrapassar o valor referencial de US$ 1 bilhão nos últimos meses do ano.Comportaram-se no mesmo sentido as rubricas elencadas em “Operações comClientes”, com destaque para as remessas a título de Serviços Diversos e Cartões deCrédito.

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2. POLÍTICA CAMBIAL

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 17

2. POLÍTICA CAMBIAL

Ao contrário do ocorrido no terceirotrimestre do ano, a taxa de câmbio nodecorrer período em análise mostrou boarecuperação da moeda nacional frente àmoeda norte-americana. Com exceção domês de outubro, que apresentou claratendência de alta, os demais meses dotrimestre em foco apresentaram nítidatrajetória de queda. Assim, a Ptax800, quefechou a 1,9223 R$/US$ na ponta devenda, no dia 30 de setembro, foi cotada a1,7890 R$/US$ no dia 31 de dezembro,acumulando no período valorização de6,93% (desvalorização de 1,60% emoutubro e valorizações de 1,55% emnovembro e 6,95% em dezembro) – vertabela 2.1.

Isto posto, a desvalorização nominaldo Real frente ao Dólar em 1999 somousignificativos 48%, mostrando no entantoboa recuperação após o pico de 79%

alcançado em 3 de março. Tal desva-lorização sem dúvida constitui considerávelestímulo para o setor exportador dado que,importante mencionar, não houve repassegeneralizado para os índices de preçosinternos. Enquanto o IPA-DI, índice de preçospor atacado da Fundação Getúlio Vargas, eportanto mais suscetível a variações docâmbio, somou variação de 28,9% noperíodo, o IPC-Brasil, índice de preços aoconsumidor daquela fundação, mostraaumento de 9,11% e o IPC da Fipecontentou-se com 8,64%. Tais resultados,passado o susto da mudança de regimecambial, corroboram o sucesso do BancoCentral em abandonar o regime de âncoracambial em janeiro, àquela altura sobintenso ataque, e migrar para um sistemade metas inflacionárias.

No decorrer de outubro o dólarmanteve-se pressionado (ver gráfico 2.1).

2.1 - Dólar Futuro BM&F e Ptax800 Venda

1,79

1,84

1,89

1,94

1,99

2,04

1-Out-99 16-Out-99 31-Out-99 15-Nov-99 30-Nov-99 15-Dez-99 30-Dez-99

Ptax800NovembroDezembroJaneiroFevereiroMarço

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio18

A decisão do SupremoTribunal Federal (STF) emrelação à cobrança decontr ibuição previ-denciária de aposen-tados e pensionistas, bemcomo ao aumento dealíquotas de contribuiçãopara os servidores ativos,c o n s i d e r a d a sinconstitucionais, afetou ohumor do mercado e ataxa de câmbio ganhoucerto fôlego. Além disso,o anúncio por parte doFED, o banco centralamericano, no dia 05.10,de adoção de viés de altapara suas taxas básicas eo fluxo cambial negativoobservado na segundasemana do mês foramfatores que tambémpressionaram o câmbio. APtax800, cotação venda,chegou a alcançar 2,0025R$/US$ no dia 20, maiorvalor desde 04.03, quandoa taxa de venda foi de2,1022 R$/US$. Àquelaaltura isso signif icavadesvalorização de 4,2%frente ao fechamento domês anterior.

Ademais, o paga-mento de amortizações ede juros da dívida externaefetua-dos pelo TesouroNacional podem tercontribuído para pres-sionar as cotações em momento deliquidez relativamente estreita. Com baseno Decreto n.º 3.180, de 22.09.99, oTesouro contratou remessas entre osdias 4 e 7, diretamente junto ao mercado,em montante super ior a US$ 300milhões, todas para liquidação em 14.10.

No dia 13 de outubro, a Secretaria doTesouro Nacional voltou a contratarcâmbio, com liquidação no dia seguinte,de US$ 664,7 milhões para o pagamentode juros (US$ 620,8 mi lhões) eamort ização (US$ 43,9 mi lhões) detítulos da dívida. Desta feita, porém, as

2.1 - Variação Cambial x CDI

1998 1/ 8,27 7,88 28,58 18,77 18,77 18,77 Jan 0,65 0,63 2,67 2,00 26,87 2,00 Fev 0,60 0,60 2,11 1,50 19,63 3,54 Mar 0,62 0,62 2,18 1,55 20,29 5,14

1º Tri 2/ 1,88 1,86 7,12 5,14 22,22 5,14

Abr 0,61 0,64 1,69 1,08 13,72 6,28

Mai 0,54 0,66 1,63 1,08 13,79 7,43

Jun 0,56 0,63 1,60 1,04 13,19 8,54

2º Tri 2/ 1,71 1,94 5,00 3,23 13,57 8,54

Jul 0,56 0,61 1,69 1,12 14,32 9,76

Ago 1,16 0,63 1,47 0,31 3,74 10,10

Set 0,74 0,69 2,49 1,74 22,97 12,01

3º Tri 2/ 2,48 1,94 5,75 3,19 13,40 12,01

Out 0,64 0,67 2,93 2,27 30,98 14,56

Nov 0,67 0,61 2,58 1,90 25,29 16,73

Dez 0,62 0,62 2,38 1,74 23,07 18,77

4º Tri 2/ 1,95 1,91 8,10 6,03 26,40 18,77

1999 1/ 48,01 65,17 25,13 -15,46 -15,46 -15,46

Jan 64,08 65,17 2,17 -37,73 -99,66 -37,73

Fev 4,11 - 2,35 -1,69 -18,55 -38,79

Mar -16,60 - 3,29 23,85 1.202,68 -24,19

1º Tri 2/ 42,47 - 8,01 -24,19 -66,96 -24,19

Abr -3,56 - 2,29 6,07 102,72 -19,59

Mai 3,81 - 1,96 -1,78 -19,42 -21,02

Jun 2,64 - 1,63 -0,98 -11,18 -21,80

2º Tri 2/ 2,76 - 5,99 3,15 13,21 -21,80

Jul 1,11 - 1,62 0,50 6,18 -21,41

Ago 7,08 - 1,55 -5,17 -47,08 -25,47

Set 0,33 - 1,47 1,13 14,46 -24,62

3º Tri 2/ 8,64 - 4,71 -3,61 -13,68 -24,62

Out 1,60 - 1,37 -0,22 -2,65 -24,79

Nov -1,55 - 1,37 2,97 42,04 -22,56

Dez -6,95 - 1,58 9,17 186,62 -15,46

4º Tri 2/ -6,93 - 4,38 12,16 58,25 -15,46 Fonte: Sisbacen.

Notas:

1/ Acumulado no ano;2/ Acumulado no trimestre, com exceção da coluna "CDI/US$ Livre-Anualizado", cujo valor é

a média geométrica anualizada do trimestre;3/ Variação da taxa de venda, fechamento;4/ Diferencial bruto de rentabilidade;

(Resolução nº 2.588, de 25.0.99).5/ A partir de 1º.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas

(%)CDI/

US$ Livre(ao mês)

4/

CDI/US$ Livre

Anualizado4/

CDI/US$ Livre

Acumulado4/

Período

US$Livre

(ao mês)3/

US$Flutuante(ao mês)

3/ 5/

CDI(ao mês)

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 19

necessidades do Tesouro não seriamfator de pressão sobre a taxa de câmbio,dado que o Banco Central proveu anecessária liquidez, repassando naqueledia um total de US$ 664,6 milhões aoBanco do Brasil, e consequentementeconsumindo reservas internacionais.Note-se que isso não foi consideradoin tervenção do Banco Centra l nomercado – não tendo havido nenhumcomunicado oficial ao mercado por parteda autoridade monetária.

Em relação a essas operações, oTesouro Nacional informou que af lexibi l idade para adquir ir moedaestrangeira até 60 dias antes dovencimento das obrigações foi autorizadapelo Banco Central para todos os agentesdo mercado e o Decreto 3.180, de 22/09/99, veio adaptar as normas deprogramação f inanceira à essaflexibil ização cambial, permitindo aoTesouro Nacional dispor de mecanismosque possibilitem ações adequadas aogerenciamento do passivo externo e desuas disponibi l idades de caixa. Talsistemática não vedou a possibilidade deo Tesouro Nacional adquir ir moedaestrangeira junto ao Banco Central, quandonecessário e/ou conveniente, tendo apenasampliado o leque de opções.

Após o pico registrado em 20 deoutubro, a cotação do dólar ficou semprepróxima de 1,99 R$/US$, até o dia 27,momento em que passou a apresentartrajetória de queda. Como pode serverificado no gráfico 2.1, que além da taxaà vista traz as taxas de fechamento doscontratos de dólar futuro negociados naBM&F, a tendência da Ptax800 foi quasesempre na direção da valorização do Real.Tal movimento traduziu o otimismo domercado em relação ao comportamentodos indicadores econômicos brasileiros,que mesmo na falta de uma resposta maisconclusiva por parte das exportações,apresentavam boa evolução. Além disso,alguns fatos claramente posit ivosauxiliaram a percepção dos agentes deque as perspectivas econômicas do Paísvinham melhorando.

No dia 7 de outubro, por exemplo, oBrasil iniciou uma operação de troca detítulos da dívida externa renegociada, oschamados bradies. Os detentores dequatro tipos desses papéis: Bônus ao Parséries Z-L, com vencimento em 2024;Bônus de Desconto séries Z-L , comvencimento em 2024; Bônus de ReduçãoTemporária de Juros com Capitalização, osconhecidos C-Bonds, com vencimento em2014; e Bônus de Conversão de Dívida

2.2 - Fluxo Líquido Diário

-800

-600

-400

-200

0

200

400

600

800

01 O

ut

06 O

ut

11 O

ut

15 O

ut

20 O

ut

25 O

ut

28 O

ut

03 N

ov

08 N

ov

11 N

ov

17 N

ov

22 N

ov

25 N

ov

30 N

ov

03 D

ez

08 D

ez

13 D

ez

16 D

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21 D

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24 D

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29 D

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US

$ m

ilhõe

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Fonte: Sisbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio20

(DCB), com vencimento em 2012 foramconvidados a trocá-los por papéis novosde prazo mais curto: bônus globais comvencimento em 2009.

A operação envolveu a troca de US$2 bilhões em bônus globais por US$ 2,85bilhões em bradies. O papel pagou umprêmio de 850 pontos-base sobre títulosdo Tesouro Americano de prazo similar,saindo com um cupom de 14,50% a99,44% do valor de face. Apesar dasignificativa taxa de remuneração aceitapelo Brasil, a troca gerou economia de US$725 milhões, dos quais US$ 205 milhõesna redução do valor presente da dívidaexterna e o restante com a liberação depapéis do Tesouro Americano que davamgarantia a parte dos títulos trocados. Ográfico 2.3 mostra a cotação de venda dosC-Bonds, que apresentaram no trimestreem análise valorização superior a 20%,sendo cotados a 75,50% do valor de faceem 31.12 contra 62,25% em 30.09,refletindo a melhoria na percepção do riscoBrasil por parte do investidor externo.

O anúncio, em meados de outubro,de que as metas fiscais acertadas com oFundo Monetário Internacional para osprimeiros nove meses do ano haviam sidoalcançadas, bem como a divulgação demedidas por parte do Banco Central nosentido de reduzir o custo do créditobancário para o tomador final tambémdevem ser lembrados como fatos positivosa influenciar a melhoria do ambienteeconômico interno. Entre essas medidas,destaque para as de efeito imediato: corteda alíquota do IOF para pessoas físicas de6% para 1,5% e redução do compulsóriosobre depósitos a prazo de 10% para zero.

Além disso, o Banco Central,buscando dar maior transparência aomercado, editou o Comunicado 7.013,informando que passaria a divulgar a partirdo dia 27 de outubro, entre às 10 e às 17

horas, de meia em meia hora, boletins comas taxas de câmbio prat icadas nomomento. O boletim pode ser acessadovia Sisbacen e via Internet. Apesar de poderser classificada como medida tópica, aação da Autoridade Monetária mostra oesforço no sentido de fornecer ao mercadoos parâmetros necessários a formação deexpectativas e tomada de decisões.

Nesse mesmo dia 27, o Bacen, pormeio do Comunicado 7.021, divulgou quehavia atuado no mercado de câmbio - aprimeira vez desde o dia 18 de agosto.Mesmo com essa atuação do BancoCentral, que vendeu no dia montante de

2.2 - Compra Líquida de Divisas pelo Banco Central 1/ 2/

Período Livre Flutuante Total

1998 17.137,9 -31.861,9 -14.724,0Jan 3.136,7 -1.684,6 1.452,1Fev 6.257,5 -1.086,6 5.170,9Mar 11.713,6 -1.570,1 10.143,5

1º Tri 21.107,8 -4.341,3 16.766,5Abr 8.120,1 -2.058,8 6.061,3Mai 1.119,0 -3.143,2 -2.024,2Jun 1.681,2 -2.130,9 -449,7

2º Tri 10.920,3 -7.332,9 3.587,4Jul 6.545,5 -1.784,3 4.761,2Ago -9.322,5 -3.176,4 -12.498,9Set -9.870,9 -8.851,4 -18.722,3

3º Tri -12.647,9 -13.812,1 -26.460,0Out 1.001,4 -2.853,5 -1.852,1Nov 266,1 -1.224,1 -958,0Dez -3.509,8 -2.298,0 -5.807,8

4º Tri -2.242,3 -6.375,6 -8.617,9

1999 -10.350,6 -2.632,6 -12.983,2Jan -6.308,3 -2.030,8 -8.339,1Fev -770,9 0,0 -770,9Mar -1.156,2 0,0 -1.156,2

1º Tri -8.235,4 -2.030,8 -10.266,2Abr -1.062,2 -509,8 -1.572,0Mai 407,0 -92,0 315,0Jun -0,1 0,0 -0,1

2º Tri -655,3 -601,8 -1.257,1Jul 0,0 0,0 0,0Ago -150,0 0,0 -150,0Set 0,0 0,0 0,0

3º Tri -150,0 0,0 -150,0Out -714,6 0,0 -714,6Nov -425,0 0,0 -425,0Dez -170,3 0,0 -170,3

4º Tri -1.309,9 0,0 -1.309,9

Fonte: Sisbacen.Notas:1/ Com base nas datas de contratação. Sujeito à revisão;2/ Interbancário automático.

US$ milhões

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 21

US$ 50 milhões, a Ptax800 venda fechouem 1,995 R$/US$, registrando aumento de0,4% em relação ao dia anterior.

As taxas começaram a cedersignificativamente a partir do dia 28 deoutubro, quando houve o anúncio de que ogoverno brasileiro e o Fundo MonetárioInternacional (FMI) haviam fechado acordono sentido de rever os parâmetros deintervenção no mercado de câmbio, coma redução em US$ 2 bilhões no piso dasreservas internacionais líquidas - que nãoconsideram recursos do pacote do próprioFundo e outros organismos internacionais.Com isso, o BC conseguiu correspondenteaumento no seu poder de fogo para atuarno mercado. Nesse dia a Ptax800 vendafechou cotada a 1,979 R$/US$, acusandoqueda de 0,8% em relação ao fechamentodo dia anterior.

O novo l imite para as reservasinternacionais l íquidas, que seriaoficializado pela diretoria do FMI no dia 29de novembro, já passava a valer a partirdo primeiro dia de novembro. Além disso,foram divulgadas a Resolução 2.664 e a

Circular 2.947, ambas em 28.10.99,extinguindo o limite para a posição vendidade câmbio1. Essas ações apontavam paramaior oferta de dólares, contribuindo paraa redução de cotações observada a partirdaí. A evolução da posição de câmbio noencerramento de cada mês, e a posiçãolíquida diária podem ser vistas,respectivamente, na tabela 2.3 e no gráfico2.4.

No dia 28 de outubro, com a ediçãoda Circular 2.948, a Autoridade Monetáriaextinguiu a obrigatoriedade de contrataçãoantecipada do câmbio nas importações. Acontratação antecipada, exigida origi-nalmente a partir de abril de 1997 (Circular2.747, de 25.03.97), atingia as operaçõesde importação cujo prazo de pagamentofosse inferior a 360 dias, o que acabouprovocando intensa migração dasoperações de financiamento de importaçãodo curto prazo para pagamento antecipadoe à vista e para prazos ligeiramentesuperiores aos 360 dias exigidos. Desdemarço (Circular 2.876, de 17.03.99) talobrigatoriedade já havia sido flexibilizada,atingindo apenas as importações com

1 – Desde que obedecidas as normas da Resolução 2.606, de 27.05.99, que estabeleceu limite parao total de exposicão em ouro e ativos e passivos referenciados em variação cambial para asinstituições financeiras.

2.3 - C-Bonds e Ptax800 Venda

50,0

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

1-Out-99 16-Out-99 31-Out-99 15-Nov-99 30-Nov-99 15-Dez-99 30-Dez-99

1,75

1,80

1,85

1,90

1,95

2,00

2,05

C-Bonds

Ptax800

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio22

prazo de pagamento até três meses: o doregistro da declaração de importação (DI)mais dois.

A medida contribuiu para reduzir aspressões de alta sobre a cotação damoeda americana, dado que anteriormentetodas as operações de importação comprazo inferior a 90 dias tinham de ter ocâmbio previamente contratado, o queacabava por antecipar a demanda pormoeda estrangeira. É claro que talraciocínio só é válido porque o mercadoestava pressionado: se houvesse excessode l iquidez e o Real est ivesse sevalorizando, talvez o mais interessantefosse aumentar a demanda por moedasconversíveis. A medida do Banco Central,porém, extinguindo regras e deixando omercado funcionar mais livremente deve

ser analisada no contexto do regime decâmbio flutuante adotado desde janeiro, erepresenta clara opção de reduzir o graude intervenção no mercado cambial.

No dia 10 de novembro, o Comitê dePolítica Monetária (COPOM) surpreendeuparte do mercado financeiro ao manter em19% ao ano a meta para a taxa SELIC peloterceiro mês consecutivo, trocando o viésque era de baixa para neutro. Algunsanalistas esperavam corte de até 0,5 pontopercentual. A autoridade monetária atuouconservadoramente, mesmo porque, como dólar perto da marca de R$ 2,00 e algunsindicadores de inflação mostrando ligeiraalta (o IGP-DI de outubro alcançou 1,89%)houve o receio de que um abrandamentoda polí t ica monetária pudesse vir aameaçar o cumprimento das metas de

2.3 - Posi ção de Câmbio do Mercado - Fechamento Mensal 1/

Comprada Vendida Líquida Comprada Vendida Líquida Comprada Vendida Líquida

45,6 1.014,3 -968,7 18,2 393,3 -375,1 63,8 1.407,5 -1.343,8

58,0 1.027,7 -969,6 17,9 429,6 -411,7 75,9 1.457,3 -1.381,4

70,1 965,2 -895,1 15,2 405,8 -390,6 85,3 1.371,0 -1.285,7

59,2 987,9 -928,7 15,1 415,4 -400,3 74,3 1.403,3 -1.329,0

350,4 574,8 -224,4 17,1 312,9 -295,8 367,5 887,7 -520,2

118,4 701,0 -582,6 19,0 256,4 -237,4 137,4 957,4 -820,0

92,4 772,1 -679,7 18,3 337,1 -318,8 110,7 1.109,2 -998,5

299,7 663,0 -363,3 76,6 201,4 -124,8 376,3 864,4 -488,1

126,0 561,7 -435,7 240,3 148,5 91,8 366,3 710,2 -343,9

158,9 633,4 -474,5 243,7 189,8 53,9 402,6 823,2 -420,6

86,4 1.000,0 -913,6 29,1 345,7 -316,7 115,5 1.345,7 -1.230,3

185,5 502,6 -317,1 31,1 147,3 -116,1 216,6 649,9 -433,2

532,0 1.160,7 -628,6 36,0 247,4 -211,4 568,1 1.408,0 -840,0

304,3 2.282,3 -1.977,9 - - - 304,3 2.282,3 -1.977,9

237,5 3.811,3 -3.573,8 - - - 237,5 3.811,3 -3.573,8

304,1 2.339,2 -2.035,2 - - - 304,1 2.339,2 -2.035,2

1.136,0 1.316,1 -180,1 - - - 1.136,0 1.316,1 -180,1

402,3 1.856,2 -1.453,9 - - - 402,3 1.856,2 -1.453,9

473,2 1.896,8 -1.423,6 - - - 473,2 1.896,8 -1.423,6

319,8 1.821,7 -1.502,0 - - - 319,8 1.821,7 -1.502,0

497,8 2.414,4 -1.916,6 - - - 497,8 2.414,4 -1.916,6

188,0 2.903,0 -2.714,9 - - - 188,0 2.903,0 -2.714,9

176,1 3.992,8 -3.816,7 - - - 176,1 3.992,8 -3.816,7

213,1 3.912,9 -3.699,8 - - - 213,1 3.912,9 -3.699,8Fonte: Sisbacen.

Notas:

1/ Dados sujeitos à revisão;

2/ A partir de 1º.02.99, inclui todos os agentes, inclusive aqueles que operam apenas no Flutuante;

3/ A partir de 1º.02.99, as posições de câmbio dos mercados Livre e Flutuante foram unificadas (Resolução nº 2.588, de 25.01.99).

30 Jul

31 Ago

30 Set

31 Mai

30 Jun

30 Abr

99-29Jan

26 Fev

31 Mar

30 Out

30 Nov

31 Dez

US$ milhões

Livre 2/ Flutuante 3/ TotalPeríodo

98-30Jan

27 Fev

29 Out

30 Nov

31 Dez

31 Mar

30 Abr

30 Set

29 Mai

30 Jun

31 Jul

28 Ago

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 23

inflação. Corroborando essa análise,nesse mesmo dia, o Banco Centraldivulgou o Comunicado 7.048, anunciandoque havia atuado no mercado de câmbio.A autoridade vendeu liquidamente US$ 110milhões, tendo contribuído para abortarpressões de alta verificadas no decorrerdo dia. Mesmo assim, a taxa de venda daPtax800 fechou cotada a 1,935 R$/US$,contra 1,924 R$/US$ no dia anterior.

Foram três as reuniões do Comitê dePolítica Monetária (COPOM) no decorrerdo trimestre: na primeira, realizada em 6de outubro, manteve-se a taxa masalterou-se o viés de “neutro” para“redução”; na segunda, em 10.11, oCOPOM voltou o viés para “neutro”,mantendo essa decisão em 15.12, quandoda terceira reunião. O comportamento dataxa SELIC pode ser acompanhado nográfico 2.7, que também traz a evoluçãodos contratos futuros de DI na BM&F.

O que pode ser notado é que adecisão do COPOM de 10.11 parece tersurpreendido o mercado. De fato, osistema financeiro já vinha trabalhandocom uma taxa pouco inferior aos 19% dameta SELIC desde o início de outubro. Nodia 10.11, dia de reunião do COPOM, a taxaSELIC fechou cotada em 18,80% enquanto

o juro do CDI ficou em 18,68%. A decisãopela manutenção dos juros tomada peloBanco Central acabou gerando pequenorealinhamento, com a taxa SELIC subindopara 19,00% e o CDI para 18,83% no diaseguinte à reunião. A taxa SELIC, a partirdaí, oscilou ao redor da meta de 19%,enquanto o CDI manteve-se sempre abaixodesse número, tendo sido cotado em18,73% em 30.12.

Essa decisão do Banco Central nosentido de manter a taxa básica inalteradadeveu-se basicamente a dois fatos, oprimeiro, e decididamente mais importante:os fatores que estavam pressionando osíndices de preços – entre eles o própriocâmbio, apesar de em queda ainda sefaziam presentes; o segundo, era aprevisão de alta dos juros norte-americano,o que acabou ocorrendo. Em 16.11, obanco central norte-americano, elevousuas taxas em 0,25 ponto percentual, para5,5% ao ano, valor que foi mantido emnova reunião real izada em 15 dedezembro.

A partir daí, do dia 11 até o dia 25 denovembro, como pode ser visto no gráfico2.1, a cotação de fechamento do dólar naPtax800 foi relat ivamente estável,encerrando sempre na casa dos 1,93

2.4 - Posição de Câmbio Líquida do Sistema Bancário

-5.000

-4.500

-4.000

-3.500

-3.000

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

Média

F onte: S isbacen.

Nota: A partir de 01.02.99, as pos ições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (R esolução nº 2.588, de 25.01.99).

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Departamento de Câmbio24

R$/US$. Nesse período o Banco Centralvoltou a atuar três vezes no mercado: nodia 17 (Comunicado 7.063), vendendoliquidamente US$ 145 milhões; no dia 19(Comunicado 7.074), vendendo liqui-damente US$ 70 milhões; e no dia 23(Comunicado 7.082), vendendo liqui-damente US$ 100 milhões. As ações daAutoridade Monetária tiveram êxito emmanter as cotações estáveis, ainda maisse considerarmos que o fluxo cambiallíquido no período foi claramente negativo,como pode ser visualizado no gráfico 2.2.Importante notar que as intervenções doBacen, como indicam os volumes de vendaacima, foram meramente indicativas, nãosignificando fornecimento de liquidezsubstancial.

Dizer que, após esse período derelativa estabilidade, o preço da moedanorte-americana entrou em queda livre nãochega a ser apenas figura de retórica. Defato, no período de 26 de novembro a 31de dezembro, o dólar caiu da cotação de1,930 R$/US$ para 1,789 R$/US$ nacotação de fechamento para venda daPtax800, o que significa recuo de 7,3%.Vários foram os fatores adicionais acontribuir para queda tão significativa.Inicialmente, houve claro consenso de queas preocupações quanto a possíveispanes nos sistemas de informática navirada para o ano 2000, o chamado bug domilênio, reponsáveis por antecipações dedemanda tipicamente precaucionais,haviam sido claramente exageradas. Osistema financeiro e o Banco Centralderam mostras claras de que o trabalhode adequação havia sido executado comêxito, tendo as diversas simulaçõesocorrido sem falhas.

Mais significativo, contudo, é o fato deque em dezembro o fluxo cambial voltou aser claramente positivo (gráfico 2.2), tendohavido ingressos líquidos no montante deUS$ 2,0 bilhões. Podemos citar ainda o

comportamento do Banco Central, que atuouquatro vezes no mercado de câmbio emdezembro: no dia 01 (Comunicado 7.103),vendendo liquidamente, US$ 70 milhões; nodia 06 (Comunicado 7.117), vendendo liqui-damente US$ 20 milhões; no dia 23 (Comu-nicado 7.174), vendendo liquidamenteUS$ 25 milhões; e, finalmente, no dia 27(Comunicado 7.179), com vendas líquidasde US$ 55 milhões. O volume de vendaslíquidas do Banco Central no trimestre podeser visto na tabela 2.2.

Além disso a autoridade monetáriainovou, realizando dois leilões conjugadosde compra e venda a termo. O primeiro

2.4 - Reservas Internacionais

Caixa /1 var.% Liquidez /2 var.%

8,55 -2,27 9,41 -5,69

19,01 122,26 23,75 152,54

25,90 36,26 32,20 35,56

36,47 40,81 38,81 20,52

50,45 38,33 51,84 33,59

59,04 17,03 60,11 15,95

51,36 -13,01 52,17 -13,20

52,48 2,18 53,10 1,78 57,42 9,41 58,78 10,69 67,77 18,03 68,59 16,69 73,85 8,97 74,66 8,84 71,95 -2,57 72,83 -2,45 70,06 -2,63 70,90 -2,65 69,37 -0,99 70,21 -0,97 66,48 -4,16 67,33 -4,10 44,99 -32,33 45,81 -31,96 41,56 -7,61 42,39 -7,48 40,29 -3,06 41,19 -2,82 43,62 8,26 44,56 8,17 35,18 -19,35 36,14 -18,90 34,64 -1,52 35,46 -1,88 32,87 -5,11 33,85 -4,54 43,38 31,96 44,32 30,92 43,36 -0,04 44,31 -0,01 40,42 -6,79 41,35 -6,69 41,35 2,30 42,16 1,96 41,13 -0,53 41,92 -0,56 41,94 1,99 42,56 1,54 39,26 -6,41 40,05 -5,89 41,38 5,41 42,18 5,30 35,55 -14,08 36,34 -13,83

Fonte: DEPEC.

Notas:

1/ disponibilidades imediatas;

US$ bilhões

SetOutNov

Mai

FevMarAbr

Set

Mai

Dez

JunJul

Ago

JunJul

Ago

Abr

OutNovDez

FevMar

1999 Jan

1998 Jan

1997

Fim dePeríodo

1996

1995

1994

1993

1992

1991

2/ agrega aos valores do conceito caixa os haveres representativos de títulos de exportação e outros haveres de médio e longo prazos.

Conceitos

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 25

deles (Comunicado 7.104, de 01.12.99) foirealizado em 3 de dezembro, envolvendomontante máximo de US$ 800 milhões,com a liquidação das operações de vendaprevista para o dia 29.12 e das de comprapara o dia 5 de janeiro de 2000. O segun-do leilão conjugado (Comunicado 7.120, de06.12.99) foi realizado no dia 10 de dezem-bro, envolvendo montante máximo de US$500 milhões, com a liquidação das opera-ções de venda prevista para o dia 29.12 edas de compra para o dia 10 de janeiro de2000. O objetivo do Banco Central de pro-ver liquidez ao mercado de câmbio e ga-rantir transição suave nos dias anteceden-tes à passagem para o ano 2000 foi plena-mente atingido, tendo o mercado absorvi-do o montante total lei loado(US$ 1,3 bilhões).

A já citada desvalorização cambial de48,01% no ano e a taxa de juro do CDIacumulada de 25,13% acabaram por ge-rar cupom cambial negativo de 15,46%,mostrando boa recuperação diante do va-lor acumulado no primeiro trimestre, quechegou a alcançar 24,19% negativos noperíodo (66,96% negativos em base anual)por concentrar a maior parte dadesvalorização cambial do ano. Notrimestre em análise, uma hipotéticaaplicação em CDI, geraria ganhos nadadesprezíveis em dólar de 12,16% no tri-

mestre, equivalentes a 58,25%anualizados. Como pode ser observado natabela 2.1, os números para o cupomcambial foram erráticos no decorrer de1999, totalmente inf luenciados pelocomportamento volátil da taxa de câmbio,que mesmo após a variação de 64,08%,apresentada em janeiro, alternouvalorizações e desvalorizações signi-ficativas no decorrer do ano.

Em relação às reservas inter-nacionais (tabela 2.4), no conceito caixa ovalor registrado em dezembro foi deUS$ 35,6 bilhões, enquanto no conceitoliquidez internacional o valor ficou emUS$ 36,3 bilhões. O comportamento diário,no conceito liquidez, pode ser observadono gráfico 2.5. As reduções observadasnos dias 13 e 14 de outubro deveram-se apagamentos de compromissos externos.No período de 16 a 18 de novembro houveingresso líquido de US$ 2,2 bilhões, em suamaior parte devido a ingressos referentesao lançamento de bônus no mercadoeuropeu (Euro 06) no valor de 700 milhõesde euros (US$ 723 milhões em 17.11),liberação de garantias quando da já citadatroca de bradies por bônus globais, no valorde US$ 449 milhões, e ingresso de parcelade aproximadamente US$ 1,1 bilhão doBanco Interamericano de Desenvolvimento(BID), prevista no programa de apoio

2.5 - Reservas Internacionais - Liquidez

32,0

34,0

36,0

38,0

40,0

42,0

44,0

01/1

0/99

05/1

0/99

07/1

0/99

11/1

0/99

14/1

0/99

18/1

0/99

20/1

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0/99

01/1

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29/1

1/99

01/1

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2/99

27/1

2/99

29/1

2/99

31/1

2/99

US

$ bi

lhõe

s

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio26

internacional ao Brasil conduzido pelo FMI,firmado ao final de 98.

As reservas voltaram a apresentarcrescimento no dia 26.11, basicamentedevido ao lançamento de eurobônus (Euro01) de 600 milhões de euros (US$ 613milhões), e no dia 09.12, quando houvenovo ingresso de US$ 1,1 bilhão, novoaporte de recursos referentes aoempréstimo contraído pelo País junto aoFundo Monetário Internacional. As quedas

observadas em dezembro referem-se, emgrande parte, a pagamento de principal ejuros do programa de assistênciafinanceira do FMI (US$ 4,2 bilhões) etambém do Clube de Paris (US$ 447milhões). Além disso, houve os já citadosleilões conjugados de compra e venda,com o Banco Central ofertando US$ 1,3bilhão para provimento de liquidez napassagem para o ano 2000, sendo asoperações revertidas nos dias 05 e 10 dejaneiro de 2000.

2.5 - Leilões de NBC-E realizados pelo Banco Central - 4º Trimestre de 1999

Leilão Liquidação Financeira

Código Data da Emissão

Data do Vencimento

Prazo Original

Prazo Leilão

Volume Valor Nominal

Volume Aceito

Taxa % a.a.

07/10/1999 08/10/1999 180615 08/10/1999 14/06/2001 615 615 800.000 800.000 14,6808/10/1999 13/10/1999 180731 23/06/1999 23/06/2001 731 619 400.000 400.000 14,4719/10/1999 20/10/1999 180731 23/06/1999 23/06/2001 731 612 500.000 500.000 14,0025/10/1999 26/10/1999 180629 26/10/1999 16/07/2001 629 629 5.000.000 R$ 1.000,00 1.000.000 13,9725/10/1999 26/10/1999 180660 26/10/1999 16/08/2001 660 660 5.000.000 R$ 1.000,0025/10/1999 26/10/1999 180692 26/10/1999 17/09/2001 692 692 5.000.000 R$ 1.000,0029/10/1999 03/11/1999 180629 26/10/1999 16/07/2001 629 621 1.000.000 1.000.000 13,9404/11/1999 05/11/1999 180629 26/10/1999 16/07/2001 629 619 1.500.000 1.500.000 13,7205/11/1999 08/11/1999 180660 26/10/1999 16/08/2001 660 647 500.000 500.000 13,5019/11/1999 22/11/1999 180660 26/10/1999 16/08/2001 660 633 1.000.000 1.000.000 13,0023/11/1999 24/11/1999 180660 26/10/1999 16/08/2001 660 631 2.500.000 2.500.000 13,2926/11/1999 29/11/1999 180692 26/10/1999 17/09/2001 692 658 1.500.000 1.500.000 13,9303/12/1999 06/12/1999 180692 26/10/1999 17/09/2001 692 651 1.000.000 1.000.000 13,3009/12/1999 10/12/1999 180678 10/12/1999 18/10/2001 678 678 5.000.000 R$ 1.000,00 900.000 12,7809/12/1999 10/12/1999 180706 10/12/1999 15/11/2001 706 706 5.000.000 R$ 1.000,0009/12/1999 10/12/1999 180734 10/12/1999 13/12/2001 734 734 5.000.000 R$ 1.000,0016/12/1999 17/12/1999 180678 10/12/1999 18/10/2001 678 671 900.000 900.000 12,4017/12/1999 20/12/1999 180678 10/12/1999 18/10/2001 678 668 900.000 900.000 12,2928/12/1999 29/12/1999 180687 29/12/1999 15/11/2001 687 687 5.000.000 R$ 1.000,00 2.000.000 11,9028/12/1999 29/12/1999 180715 29/12/1999 13/12/2001 715 715 5.000.000 R$ 1.000,0028/12/1999 29/12/1999 180750 29/12/1999 17/01/2002 750 750 5.000.000 R$ 1.000,0028/12/1999 29/12/1999 180778 29/12/1999 14/02/2002 778 778 5.000.000 R$ 1.000,0028/12/1999 29/12/1999 180806 29/12/1999 14/03/2002 806 806 5.000.000 R$ 1.000,00

Fonte: Banco Central do Brasil.

Carteira do BacenCarteira do BacenCarteira do BacenCarteira do Bacen

Carteira do BacenCarteira do Bacen

Carteira do BacenCarteira do Bacen

2.6 - NBC-E: Taxas x Prazos

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

600 610 620 630 640 650 660 670 680 690 700

Dias

% a

.a. m

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varia

ção

cam

bial

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 27

Quanto à colocação de títulos cam-biais, o Banco Central manteve oferta sig-nificativa no decorrer do terceiro trimestre,com o valor em dólar das colocações pou-co acima dos vencimentos verificados noquarto trimestre do ano, que somaram US$9,2 bilhões (US$ 8,8 bilhões em NBC-E eUS$ 0,4 bilhão em NBC-F). No trimestreem análise o mercado absorveu 20,1 mi-lhões de NBC-E, graças a 18 leilões: quin-ze no trimestre (16,4 milhões) e mais trêsrealizados em setembro, porém com liqui-dação financeira em outubro (3,7 milhões).Esses leilões representaram volume finan-ceiro de US$ 9,5 bilhões.

Apesar de não haver limite expressopara a colocação de papéis cambiais noacordo firmado com o Fundo MonetárioInternacional (FMI), o Memorando dePolítica Econômica de 02.12.1999, últimarevisão do acordo, explicita que “(...) Éintenção das autoridades estabilizar oestoque desses títulos (...) nos próximosmeses”. O próprio Fundo, em seu NewsBrief Nº. 99/77, reporta que “(...) Directorsalso welcomed the authorities’ intentions toreduce the stock of dollar-indexed debtover the course of 2000 (...)”. Isso de fato

vem ocorrendo. Após a significativa ofertade hedge ao mercado observada noterceiro trimestre, o estoque de títuloscambiais manteve-se relat ivamenteestável2. Segundo dados publicados na“Nota para a Imprensa – Setor Externo”,que apresenta mensalmente o perfil devencimentos de títulos cambiais, o estoqueque era de R$ 90,7 bilhões (US$ 51,3bilhões) em 30.06, havia subido paraR$ 105,9 bilhões (US$ 55,1 bilhões) em30.09. Ao final do trimestre em foco, essevalor havia recuado para R$ 101,6 bilhões(US$ 55, 9 bilhões)

Além disso, como pode serobservado na tabela 2.5 e no gráfico 2.6,houve melhoria geral do perfil dos títulosvendidos ao mercado, com aumento deprazos e redução dos juros pagos: oprimeiro leilão do trimestre foi realizado nodia 07.10, e os papéis, com prazo de 615dias, saíram à taxa de 14,68% a.a. maisvariação cambial. No último leilão do ano,no dia 28.12, o Banco Central vendeu títulosde prazo ligeiramente maior, 687 dias, quesaíram à taxa de 11,90% a.a. mais variaçãocambial.

2 – Na verdade, o estoque caiu se medido em reais, mas subiu ligeiramente se medido em dólares,em virtude da desvalorização da moeda norte-americana.

2.7 - Taxa SELIC e DI Futuro BM&F (% a.a.)

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

25,0

26,0

1-Out-99 16-Out-99 31-Out-99 15-Nov-99 30-Nov-99 15-Dez-99 30-Dez-99

S ELICNovembroDezembroJaneiroF evereiroMarço

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3. MERCADO DE CÂMBIO

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 31

3. MERCADO DE CÂMBIO

Com os US$ 603 bilhões negociadosno quarto trimestre de 1999 – maiorvolume do ano –, o mercado cambialbrasileiro registrou incremento de 20,7%sobre o volume negociado no trimestreanterior (US$ 500 bilhões). Como se podever na tabela 3.1, todas as rubricaselencadas apresentaram avanço quandocomparadas com o terceiro trimestre. Nototal do segmento Livre, 20,3% e no doFlutuante, 46,7%.

No Livre, as contrataçõesinterbancárias, mais 21,1%, puxaram oaumento, sendo secundadas pelas deimportação, com 18,1%. Já no Flutuante,cujo volume de negócios voltou a crescerapós quatro quedas trimestrais conse-cutivas, destaca-se a rubrica Outras, cujoincremento percentual alcançou 645% e, emtermos absolutos, US$ 1.648 milhões, 47%do avanço ocorrido nesse segmento comoum todo (US$ 3.516 milhões).

Por outro lado, quando se compara oúltimo trimestre de 1998 com o de 1999, omovimento cambial mostra forte recuo deUS$ 197 bilhões, correspondendo a 24,6%,com o segmento Flutuante apresentandoqueda de 87,6% e o Livre de 16,7%. Comojá dito nos boletins do 2º e do 3º trimestres,a queda do Flutuante é preponderantementeexplicada pela unificação das posições decâmbio dos bancos, o que transferiu grandeparte dos negócios do interbancário daquelesegmento para o do Livre.

Com efeito, ainda na tabela 3.1,pode-se verificar que o volume de negócioscursados no interbancário do Flutuanterecuou em US$ 75,7 bilhões (-98%) de umtotal de US$ 78,4 bilhões de queda nomovimento total de negócios realizadosentre os períodos analisados. Chama aatenção, também, a rubrica Outras, únicaa apresentar evolução positiva no período,mais do que quadruplicando os negócios.

3.1 - Giro Total

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000F lutuanteLivreMédia Móvel

F onte:S isbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio32

Tal desempenho foi devido ao forte aumentoverificado no volume de arbitragens.

No Livre, a queda de US$ 118,6bilhões também foi puxada pelo recuo domovimento interbancário, que atingiuUS$ 109 bi lhões. No caso dessesegmento, apenas a rubrica Exportaçãoapresentou crescimento em relação a igualperíodo de 1998, de US$ 900 milhões.

Quanto à evolução dos negóciosinterbancários, é importante ressaltar que aqueda dos negócios no Livre é maior do quea expressa na tabela 3.1 (17,2%), pois, aosUS$ 635 bilhões de movimento no quartotrimestre de 1998 teria que ser somadagrande parte dos US$ 77 bilhões domovimento interbancário do Flutuante. Numasimulação1, a transferência do Flutuante parao Livre naquele trimestre de 1998 seria deaproximadamente US$ 75 bilhões, o que

levaria a queda nos negócios dessesegmento a ser de 26%, ou US$ 184 bilhões.

A partir desta edição, a tabela 3.1 passaa informar o índice de alavancagem entre osnegócios do Interbancário com os do Primáriodos dois segmentos do mercado cambialbrasileiro, sob o título de AlavancagemTrimestral. Dessa maneira, pode-se ver queessa relação no quarto trimestre de 1999ficou em 7,2 vezes, um incremento de 13,6%em relação às 6,9 vezes registradas notrimestre anterior2. Aquele número indica umarecuperação geral nos negócios dointerbancário, depois da mudança na políticacambial em janeiro de 1999.

O gráfico 3.1 ilustra o comportamentodo mercado cambial brasileiro em termosmensais. Nele podemos observar que ovolume de negócios cursados no Flutuantecontinua bastante pequeno em relação ao

3.1 - Operações de Câmbio Contratadas

Total Mercado Livre 591.918 492.009 20,3 99.909 710.479 -16,7 -118.561 Subtotal Movimento Primário 65.563 57.230 14,6 8.334 75.065 -12,7 -9.502 Exportação 10.915 10.165 7,4 749 10.013 9,0 902 Importação 9.120 7.723 18,1 1.397 10.921 -16,5 -1.801 Compras Financeiras 22.515 19.262 16,9 3.253 26.377 -14,6 -3.863 Vendas Financeiras 23.014 20.080 14,6 2.934 27.754 -17,1 -4.739 Turnover do Interbancário 526.354 434.779 21,1 91.575 635.414 -17,2 -109.060 Total Mercado Flutuante 11.053 7.536 46,7 3.516 89.412 -87,6 -78.360 Compras Flutuante 1.703 1.873 -9,1 -170 2.567 -33,7 -864 Vendas Flutuante 5.869 4.156 41,2 1.713 9.063 -35,2 -3.194 Turnover do Interbancário 1.577 1.252 26,0 325 77.313 -98,0 -75.736 Outras 1/ 1.904 256 644,9 1.648 469 305,8 1.435 Alavancagem Trimestral 2/ 7,2 6,9 13,6 - 8,2 -10,8 -

TOTAL GERAL 602.970 499.545 20,7 103.426 799.892 -24,6 -196.921 Fonte: Sisbacen.

Nota:

1/ Inclui o turnover de Arbitragens no País, no Exterior e de Posição Ouro contra Câmbio; e Agências de Turismo - Operações

com Bancos Credenciados e Outros Fatos. Exclui Operações Interdepartamentais.2/ Soma dos turnovers dos dois segmentos dividida pela dos primários; em número de vezes.

A / B%

4º TRI 99(A)

US$ milhõesA - B A / C

%

A - C4º TRI 98(C)

3º TRI 99

(B)

1 – Utilizando-se a alavancagem Interbancário x Primário de 7,2 verificada no quarto trimestre de 1999,o volume de negócios no Interbancário do Flutuante seria de US$ 54,5 bilhões. Como permaneceramnesse segmento US$ 1,6 bilhão, ou 2,9% do total simulado, o volume que teria sido transferidoequivaleria a US$ 52,9 bilhões, ou 97,1% do total.

2 – Nos segundo e primeiro trimestres de 1999, a alavancagem Interbancário/Primário ficou em 6,1 e5,2 vezes, respectivamente.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 33

do Livre. Outra informação a serdestacada é que a recuperação nosnegócios do mercado de câmbiopermaneceu ao longo do último trimestredo ano – como já vinha ocorrendo desdejunho –, com dezembro apresentando

crescimento de 34% em comparação aomês anterior. Por fim, a média móvel dosúltimos doze meses, que vinha mostrandoforte queda ao longo de 19993, passou aapresentar pequeno recuo, tendendo àestabilidade.

3.2 - Fluxo no Mercado Primário

Compras Vendas

1998 169.070 151.752 17.318 7.531 39.284 -31.754 -14.435 367.637 4,5% 25,9%

Jan 12.002 9.438 2.564 484 2.259 -1.775 789 24.184 4,0% 23,9% Fev 14.322 8.042 6.281 549 1.670 -1.121 5.160 24.582 3,8% 20,8%

Mar 22.391 10.439 11.952 535 2.156 -1.621 10.331 35.522 2,4% 20,7%

1º Tri 48.716 27.919 20.797 1.568 6.085 -4.517 16.280 84.289 3,2% 21,8%

Abr 18.213 9.732 8.481 555 3.096 -2.542 5.940 31.596 3,0% 31,8%

Mai 12.051 10.342 1.709 489 3.518 -3.029 -1.320 26.400 4,1% 34,0%

Jun 13.374 12.116 1.258 579 2.537 -1.958 -700 28.606 4,3% 20,9%

2º Tri 43.638 32.190 11.448 1.623 9.151 -7.528 3.920 86.602 3,7% 28,4%

Jul 19.294 12.601 6.694 679 2.538 -1.859 4.834 35.112 3,5% 20,1%

Ago 11.179 20.168 -8.989 516 3.309 -2.793 -11.782 35.173 4,6% 16,4%

Set 9.852 20.198 -10.346 578 9.138 -8.560 -18.906 39.766 5,9% 45,2%

3º Tri 40.325 52.967 -12.642 1.773 14.985 -13.212 -25.853 110.051 4,4% 28,3%

Out 15.087 14.105 982 1.359 4.214 -2.854 -1.872 34.765 9,0% 29,9%

Nov 10.012 10.288 -275 573 2.142 -1.569 -1.845 23.014 5,7% 20,8%

Dez 11.290 14.282 -2.992 635 2.708 -2.073 -5.065 28.915 5,6% 19,0%

4º Tri 36.390 38.675 -2.285 2.567 9.063 -6.496 -8.781 86.695 7,1% 23,4%

1999 128.641 133.658 -5.017 9.057 20.235 -11.178 -16.195 291.591 7,0% 15,1%

Jan 7.984 14.479 -6.495 567 2.656 -2.089 -8.584 25.685 7,1% 18,3%

Fev 10.937 13.127 -2.189 678 955 -277 -2.466 25.697 6,2% 7,3%

Mar 12.462 14.917 -2.455 1.223 1.386 -163 -2.617 29.988 9,8% 9,3%

1º Tri 31.383 42.522 -11.139 2.468 4.996 -2.528 -13.667 81.370 7,9% 11,7%

Abr 11.394 10.448 946 945 1.857 -912 34 24.644 8,3% 17,8%

Mai 12.574 9.414 3.160 659 1.574 -915 2.245 24.220 5,2% 16,7%

Jun 10.434 11.337 -902 1.409 1.784 -375 -1.277 24.965 13,5% 15,7%

2º Tri 34.402 31.198 3.204 3.014 5.215 -2.202 1.002 73.828 8,8% 16,7%

Jul 11.381 10.692 689 510 1.199 -689 0 23.782 4,5% 11,2%

Ago 8.395 8.086 309 636 1.209 -574 -265 18.326 7,6% 15,0%

Set 9.651 9.025 625 727 1.747 -1.020 -394 21.150 7,5% 19,4%

3º Tri 29.427 27.803 1.623 1.873 4.156 -2.283 -659 63.258 6,4% 14,9%

Out 9.500 9.891 -391 490 1.541 -1.051 -1.442 21.422 5,2% 15,6%

Nov 8.401 8.633 -232 613 1.929 -1.316 -1.548 19.576 7,3% 22,3%

Dez 15.528 13.610 1.918 600 2.399 -1.799 119 32.137 3,9% 17,6%

4º Tri 33.429 32.134 1.295 1.703 5.869 -4.166 -2.871 73.135 5,1% 18,3%

Fonte: Sisbacen.

Nota:

1/ Inclui operações com instituições financeiras do exterior.

US$ milhões

Compras(Export.+Financ.)

Vendas(Import.+Financ.)

MovimentoLíquido

(A)

2/ A partir de 07.04.99, exportações de jóias, gemas, pedras preciosas e de artefatos de ouro e de pedras preciosas, bem como as operações de câmbio de frete e seguro dessas exportações passaram a cursar no Mercado de Câmbio de Taxas Livres;

Vendas(Financ.)

2/

MovimentoLíquido

(B)

Período

LIVRE FLUTUANTE 1/ MovimentoLíquidoTotal(A+B)

Representatividadedo Flutuante emRelação ao Livre

MovimentoPrimário

Total

Compras(Export.+

Financ.) 2/

3 – Em uma média geométrica, entre janeiro e novembro de 1999, a média móvel dos últimos dozemeses recuou 4,4% ao mês. De novembro para dezembro, essa queda ficou em 0,9%.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio34

O fluxo do mercado primário (tabela3.2) ficou negativo em US$ 2.871 milhões,no trimestre em análise, quatro vezesmaior que o tr imestre anterior, queregistrou saldo negativo de US$ 659milhões. Esse avanço decorreu doaumento nas Vendas Financeiras peloFlutuante, que passaram de pouco maisde US$ 4 bilhões para US$ 5,9 bilhões equeda de US$ 170 milhões nas Comprasdesse segmento. No Livre, o movimento

líquido ficou em US$ 1,3 bilhão positivo,recuo de US$ 329 milhões.

Em termos anuais, o défici t nomovimento líquido total aumentou deUS$ 14,4 bilhões para US$ 16,2 bilhões.Nesse caso, o Flutuante mostrou queda nodéficit de US$ 31,8 bilhões para US$ 11,2bilhões. No Livre, houve inversão no saldo,que passou de superávit de US$ 17,3bilhões para déficit de US$ 5 bilhões.

3.2 - Média Diária do Movimento Primário eMédia Móvel 12 Meses

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000Vendas -F lutuanteCompras -F lutuanteR emes s as F inanceirasIngres s os F inanceirosImportaçõesExportaçõesMédia Móvel 12 Mes es

Fonte:S isbacen

3.3 - Movimento InterbancárioM édia D iár ia M ens al e M ó vel 12 M es es

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

11.000

12.000

13.000

14.000

15.000Média Diária Mens al

Média Móvel 12 Mes es

F onte:S isbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 35

O aumento generalizado no volumede negócios nas rubricas do movimentoprimário no quarto trimestre do ano,mostradas na tabela 3.2, levou omovimento primário total a US$ 73 bilhões,aumento de 16% sobre os US$ 63 bilhõesdo trimestre anterior. A relevância desseavanço reside principalmente no fato deinterromper trajetória de queda que vinhadesde o terceiro trimestre de 1998.

A tabela 3.2 mostra, ainda, arepresentatividade do Flutuante em relação

ao Livre, que, no trimestre, ficou em 5,1%nas compras e 18,3% nas vendas noquarto trimestre de 1999, recuo e avanço,respectivamente, em relação ao trimestreanterior. Nos consolidados do ano, dada aconjugação de aumento nas Compras doFlutuante com queda nas do Livre, arepresentatividade ficou em 7% em 1999,contra 4,5% no ano anterior. Nas Vendas,essa relação caiu de 25,9%, em 1998,para 15,1% em 1999. No caso, as Vendasno Flutuante recuaram mais que as doLivre – 48,5% contra 11,9%.

3.3 - Operações Comerciais e FinanceirasMédia Diária - Câmbio Contratado

Exportação Importação Compra Venda Compra Venda

1998 191,7 176,5 487,2 433,0 1.288,4 30,2 157,8 188,0 1.476,5

Jan 201,5 185,4 370,0 264,0 1.021,0 23,1 107,6 130,6 1.151,6 Fev 238,0 179,4 557,7 267,4 1.242,5 30,5 92,8 123,2 1.365,7 Mar 202,1 181,0 815,7 293,5 1.492,3 24,3 98,0 122,3 1.614,6

1º Tri 212,5 182,1 586,1 275,6 1.256,3 25,7 99,8 125,5 1.381,8 Abr 226,1 182,8 732,5 329,4 1.470,8 29,2 163,0 192,1 1.663,0 Mai 208,4 169,0 394,1 348,1 1.119,7 24,5 175,9 200,4 1.320,0 Jun 224,4 179,0 412,5 398,0 1.213,8 27,6 120,8 148,4 1.362,2

2º Tri 219,6 176,9 507,7 359,6 1.263,8 27,0 152,5 179,6 1.443,4 Jul 208,2 152,0 630,7 395,9 1.386,7 29,5 110,3 139,9 1.526,6 Ago 168,9 170,1 363,5 790,3 1.492,7 24,6 157,6 182,2 1.674,9 Set 155,3 201,5 313,9 760,4 1.431,0 27,5 435,1 462,7 1.893,6

3º Tri 178,4 173,8 442,0 641,1 1.435,3 27,3 230,5 257,8 1.693,1 Out 151,8 193,2 566,7 478,5 1.390,1 64,7 200,6 265,4 1.655,5 Nov 175,2 171,0 325,4 343,4 1.015,0 28,6 107,1 135,7 1.150,7 Dez 151,0 156,6 362,2 492,6 1.162,4 28,9 123,1 151,9 1.314,3

4º Tri 158,9 173,4 418,7 440,5 1.191,5 40,7 143,9 184,6 1.376,1

1999 166,6 131,6 348,0 403,0 1.049,2 36,2 80,9 117,2 1.166,4

Jan 142,7 132,8 256,5 591,1 1.123,1 28,3 132,8 161,1 1.284,2 Fev 181,5 134,5 426,2 594,8 1.336,9 37,7 53,1 90,7 1.427,6 Mar 170,6 145,9 371,2 502,7 1.190,4 53,2 60,2 113,4 1.303,8

1º Tri 164,7 138,2 349,8 558,8 1.211,6 40,5 81,9 122,4 1.333,9 Abr 171,9 135,4 427,8 414,5 1.149,6 49,8 97,7 147,5 1.297,1 Mai 181,5 118,3 417,3 329,9 1.047,0 31,4 74,9 106,3 1.153,3 Jun 163,8 122,3 333,1 417,5 1.036,7 67,1 85,0 152,1 1.188,8

2º Tri 172,4 125,0 391,6 386,4 1.075,4 49,4 85,5 134,9 1.210,3 Jul 146,8 107,6 370,5 378,4 1.003,3 23,2 54,5 77,7 1.081,0 Ago 161,9 104,5 219,7 263,1 749,2 28,9 55,0 83,9 833,0 Set 160,6 145,6 298,9 284,2 889,3 34,6 83,2 117,8 1.007,1

3º Tri 156,4 118,8 296,3 308,9 880,5 28,8 63,9 92,7 973,2 Out 181,1 148,0 293,9 346,6 969,5 24,5 77,1 101,5 1.071,1 Nov 168,3 151,5 251,7 280,1 851,7 30,7 96,5 127,1 978,8 Dez 170,7 136,1 504,5 455,7 1.266,9 26,1 104,3 130,4 1.397,3

4º Tri 173,2 144,8 357,4 365,3 1.040,7 27,0 93,2 120,2 1.160,9 Fonte: Sisbacen.

US$ milhões

TotalPeríodo PrimárioSubtotal

FlutuanteLivre

SubtotalComerciais Financeiras

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio36

A média diária dos negócios primáriosdo mercado cambial brasileiro pode ser vistana tabela 3.3. No quarto trimestre de 1999,a média diária do mercado cambial ficou emUS$ 1.161 milhões, recuperação de 19%sobre os US$ 973 milhões do trimestreanterior, que foi a menor desde o terceirotrimestre de 1996. Ao longo de 1999, essamédia diária ficou em US$ 1.166 milhões,recuo de 21% sobre a do ano anterior(US$ 1.477 milhões).

Com exceção de Compras doFlutuante, que subiu 20%, as demaisrubricas mostradas na tabela 3.3apresentaram recuo em suas médiasdiárias, quando comparadas com as de1998, com destaque, em termospercentuais, para Vendas do Flutuante, commenos 48,7%, e Compras Financeiras doLivre (-29%). Essas duas rubricas tambémse destacaram em termos absolutos, com,respectivamente, reduções de US$ 77milhões e US$ 139 milhões.

O gráfico 3.2 passa a mostrar aevolução histórica das médias diáriasmensais dos negócios primários dos doissegmentos do mercado de câmbio e amédia móvel doze meses. Nesse gráfico,pode-se ver o forte aumento ocorridonessas médias em dezembro, que, no

3.4 - Interbancário - Volume Negociado

1998 2.737.727,9 278.076,4 3.015.804,3

Jan 158.382,5 19.002,2 177.384,7 Fev 162.829,1 17.778,4 180.607,5 Mar 263.101,8 24.976,4 288.078,2

1º Tri 584.313,4 61.757,0 646.070,4 Abr 252.296,0 20.798,4 273.094,4 Mai 244.003,4 22.099,0 266.102,4 Jun 247.893,3 19.439,8 267.333,1

2º Tri 744.192,7 62.337,2 806.529,9 Jul 255.992,4 19.309,6 275.302,0 Ago 256.664,6 23.579,2 280.243,8 Set 261.150,6 33.780,2 294.930,8

3º Tri 773.807,6 76.669,0 850.476,6 Out 241.604,6 28.372,2 269.976,8 Nov 186.429,4 25.058,4 211.487,8 Dez 207.380,2 23.882,6 231.262,8

4º Tri 635.414,2 77.313,2 712.727,4

1999 1.818.715,3 18.813,2 1.837.528,5

Jan 142.985,8 11.599,4 154.585,2 Fev 95.523,4 405,0 95.928,4 Mar 174.259,2 965,4 175.224,6

1º Tri 412.768,4 12.969,8 425.738,2 Abr 178.244,0 1.549,8 179.793,8 Mai 142.540,4 599,4 143.139,8 Jun 124.029,0 865,2 124.894,2

2º Tri 444.813,4 3.014,4 447.827,8 Jul 133.589,2 440,0 134.029,2 Ago 145.796,6 357,0 146.153,6 Set 155.393,3 455,0 155.848,3

3º Tri 434.779,1 1.252,0 436.031,1 Out 158.146,5 403,8 158.550,3 Nov 159.877,6 506,5 160.384,0 Dez 208.330,3 666,7 208.997,0

4º Tri 526.354,4 1.577,0 527.931,4 Fonte: Sisbacen.

US$ milhões

Período TotalLivre

(Compra+ Venda)

Flutuante(Compra+ Venda)

3.4 - Relação Interbancário x Primárioe Média Móvel 12 Meses

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15AlavancagemMédia Móvel 12 Mes es

Fonte:S isbacen

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 37

total, alcançou US$ 1.397 milhões, anteUS$ 979 milhões do mês anterior, puxadopelo incremento ocorrido no movimentofinanceiro do Livre, que cresceu US$ 428milhões em igual período.

Os volumes mensais negociados nointerbancário dos dois segmentos quecompõem o mercado cambial brasileiropodem ser vistos na tabela 3.4, na qual seobserva a recuperação havida nos negóciosinterbancários no último trimestre de 1999,com aumento total de US$ 92 bilhões.

Por outro lado, comparando o volumede negócios de 1999 com o de 1998,

verifica-se forte desaceleração de US$ 1,2trilhão, passando de US$ 3 trilhões paraUS$ 1,8 trilhão, equivalendo a um recuo de39%, sendo 34% no Livre e 93% noFlutuante. Se anualizada a média defevereiro a dezembro de 1999, obteríamosum movimento pouco superior a US$ 8bilhões, o que significaria uma queda de97% no volume total de negócios doFlutuante e uma participação inferior a0,5% no total negociado nos mercadosinterbancários de ambos os segmentos.

O gráfico 3.3 mostra o comportamentohistórico da média diária mensal dasoperações cursadas no interbancário dos

3.5 - Distribuição por Segmento

Livre Flutuante Total Livre Flutuante Total Livre Flutuante Total

US$ milhões US$ milhões US$ milhões

1998 87,3 12,7 367.637 90,6 9,4 3.020.655 90,3 9,7 3.388.291

Jan 88,7 11,3 24.184 89,2 10,8 177.565 89,1 10,9 201.749 Fev 91,0 9,0 24.582 90,1 9,9 180.735 90,2 9,8 205.317 Mar 92,4 7,6 35.522 91,2 8,8 288.385 91,4 8,6 323.907

1º Tri 90,9 9,1 84.289 90,4 9,6 646.684 90,4 9,6 730.973 Abr 88,4 11,6 31.596 91,9 8,1 274.609 91,5 8,5 306.205 Mai 84,8 15,2 26.400 91,5 8,5 266.691 90,9 9,1 293.092 Jun 89,1 10,9 28.606 92,5 7,5 268.039 92,2 7,8 296.645

2º Tri 87,6 12,4 86.602 92,0 8,0 809.339 91,5 8,5 895.942 Jul 90,8 9,2 35.112 92,9 7,1 275.441 92,7 7,3 310.553 Ago 89,1 10,9 35.173 91,4 8,6 280.745 91,2 8,8 315.918 Set 75,6 24,4 39.766 88,5 11,5 295.248 86,9 13,1 335.014

3º Tri 84,8 15,2 110.051 90,9 9,1 851.434 90,2 9,8 961.485 Out 84,0 16,0 34.765 89,4 10,6 270.155 88,8 11,2 304.921 Nov 88,2 11,8 23.014 88,1 11,9 211.626 88,1 11,9 234.641 Dez 88,4 11,6 28.915 89,6 10,4 231.415 89,5 10,5 260.331

4º Tri 86,6 13,4 86.695 89,1 10,9 713.197 88,8 11,2 799.892

1999 90,0 10,0 291.591 98,8 1,2 1.840.420 97,6 2,4 2.132.012

Jan 87,5 12,5 25.685 92,4 7,6 154.769 91,7 8,3 180.453 Fev 93,6 6,4 25.697 99,4 0,6 96.109 98,2 1,8 121.806 Mar 91,3 8,7 29.988 99,3 0,7 175.432 98,2 1,8 205.420

1º Tri 90,8 9,2 81.370 96,8 3,2 426.310 95,9 4,1 507.679 Abr 88,6 11,4 24.644 99,1 0,9 179.861 97,8 2,2 204.505 Mai 90,8 9,2 24.220 99,5 0,5 143.188 98,3 1,7 167.408 Jun 87,2 12,8 24.965 99,3 0,7 124.939 97,3 2,7 149.904

2º Tri 88,9 11,1 73.828 99,3 0,7 447.989 97,8 2,2 521.817 Jul 92,8 7,2 23.782 99,6 0,4 134.098 98,6 1,4 157.881 Ago 89,9 10,1 18.326 99,7 0,3 146.211 98,6 1,4 164.537 Set 88,3 11,7 21.150 99,6 0,4 155.977 98,3 1,7 177.127

3º Tri 90,5 9,5 63.258 99,7 0,3 436.287 98,5 1,5 499.545 Out 90,5 9,5 21.422 99,4 0,6 159.029 98,4 1,6 180.451 Nov 87,0 13,0 19.576 99,3 0,7 161.002 98,0 2,0 180.579 Dez 90,7 9,3 32.137 99,3 0,7 209.804 98,2 1,8 241.941

4º Tri 89,6 10,4 73.135 99,3 0,7 529.835 98,2 1,8 602.970

Fonte: Sisbacen.

US$ milhões

PeríodoPrimário Secundário Primário + Secundário

(%) (%) (%)

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio38

dois segmentos do mercado cambial e amédia móvel dos últimos doze meses.Observa-se que, a exemplo do movimentoprimário, houve recuperação nos negóciosinterbancários no final do ano, contudo deforma menos acentuada.

Essa diferença no comportamentodos negócios do Interbancário e doPr imár io , dos do is segmentos domercado cambial, resulta nas freqüentesalterações na alavancagem entre os doismercados, que é mostrada no gráfico 3.4.Nele, chama a atenção o va lor defevereiro de 1999 – mês em que as

pos ições do in terbancár io foramunif icadas –, que registrou a menorre lação ent re os do is mercados(alavancagem de 3,7 vezes), tal fatodecorreu da queda dos negócios nointerbancário, que f icou em US$ 96bilhões, menor valor desde julho de 1994,mês de implementação do Plano Real.

Em termos de média móvel de dozemeses, a relação Interbancário x Primáriovem apresentando queda praticamenteininterrupta desde outubro de 1996, quandoatingiu 10,1 vezes. Em dezembro de 1999,essa relação ficou em 6,4 vezes.

3.6 - Contratações Interbancárias por Bancos - Livre

BankBoston, N.A. 11.475 7,3 BankBoston, N.A. 10.708 6,7 BankBoston, N.A. 16.696 8,0 BankBoston B. Múltiplo 9.128 5,8 Banco do Brasil 10.379 6,5 Banco do Brasil 13.361 6,4 Banco do Brasil 8.925 5,6 Santander 9.015 5,6 BankBoston B. Múltiplo 12.571 6,0 Banco Safra 8.650 5,5 BankBoston B. Múltiplo 8.311 5,2 Santander 10.589 5,1 Banco Itaú 5.867 3,7 Banco Safra 7.967 5,0 Banco Safra 9.326 4,5 Chase Manhattan 5.330 3,4 Bradesco 6.800 4,3 Banco Itaú 7.121 3,4 ABN AMRO 5.064 3,2 Banco Itaú 6.660 4,2 Citibank 6.666 3,2 Bradesco 4.942 3,1 Dresdner Lateinamerika 4.691 2,9 Dresdner Lateinamerika 6.165 3,0 Santander 4.712 3,0 Citibank 4.620 2,9 Bradesco 6.097 2,9 Dresdner Lateinamerika 4.468 2,8 Unibanco 4.074 2,5 Credit Suisse-First Boston 5.773 2,8

Subtotal 68.562 43,4 Subtotal 73.225 45,8 Subtotal 94.364 45,3

Demais 2/ 89.584 56,6 Demais 2/ 86.653 54,2 Demais 2/ 113.966 54,7

Total 158.147 100,0 Total 159.878 100,0 Total 208.330 100,0

Fonte: Sisbacen.

Notas:

1/ Compras + Vendas no interbancário;2/ Exclui Banco Central.

US$ milhões

Banco

Outubro Novembro Dezembro

Particip.%

Particip.%

Particip.%

Interban-cário 1/

Interban-cário 1/

Interban-cário 1/

Banco Banco

3.5 - Concentração dos Negócios InterbancáriosD ez B ancos que mais Cont rat aram – L ivre

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0P articipação P ercentualMédia Móvel

F onte:S isbacen

Page 36: Boletim 1999-4 · 2000. 7. 3. · Title: Boletim 1999-4.p65 Author: secre.walter Created Date: 191000703143346

Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 39

3.7 - Concentração de Negócios por Banco

Exportação

Valor

Banco do Brasil 2.079 19,1 1 22,5 1 18,1 1 22,1 1 24,2 1 16,0 1 21,2 1 16,2 1

Bradesco 1.647 15,1 2 13,7 2 13,2 2 10,4 2 12,8 2 13,7 2 14,7 2 14,0 2

Citibank 936 8,6 3 6,0 6 7,6 4 9,9 3 7,9 4 8,6 4 5,9 6 6,4 6

Sudameris 935 8,6 4 7,8 3 8,2 3 7,1 4 4,8 7 4,8 7 5,0 7 4,7 7

Unibanco 921 8,4 5 6,1 5 7,4 5 5,7 6 5,9 6 9,2 3 7,9 4 8,1 3

Banco Itaú 790 7,2 6 7,1 4 7,2 6 4,8 7 8,1 3 8,5 5 7,7 5 6,7 5

Banco Real 477 4,4 7 4,4 8 5,2 7 7,0 5 6,6 5 6,4 6 9,0 3 7,4 4

BankBoston N.A. 363 3,3 8 5,4 7 3,4 8 1,9 13 3,0 8 2,2 10 - - - -

HSBC 245 2,2 9 3,0 9 2,9 9 2,2 9 2,4 9 2,5 8 3,4 8 2,7 8

Santander 189 1,7 10 1,7 11 1,1 20 0,7 25 0,8 22 1,6 13 1,7 9 - -

Dez Maiores Bancos 8.580

Outros Bancos 2.334

Total 10.915

Importação

Valor

Banco do Brasil 1.602 17,6 1 16,4 1 16,9 1 20,2 1 20,0 1 19,8 1 23,7 1 24,1 1

Sudameris 1.231 13,5 2 13,8 2 13,4 2 11,4 2 8,6 2 9,2 3 7,0 5 6,8 3

Unibanco 898 9,8 3 9,2 3 9,1 3 7,8 4 8,0 4 6,9 6 8,0 3 7,8 2

Banco Itaú 836 9,2 4 8,6 4 7,4 5 7,4 5 7,5 5 8,2 4 8,0 2 6,8 4

Bradesco 586 6,4 5 6,9 6 5,5 7 5,0 7 5,1 7 5,3 7 4,7 7 5,0 6

Banco Real 567 6,2 6 8,3 5 8,6 4 9,0 3 8,4 3 9,3 2 7,6 4 6,5 5

Citibank 483 5,3 7 5,4 7 6,4 6 5,9 6 7,1 6 7,8 5 5,4 6 4,3 7

BankBoston N.A. 332 3,6 8 3,5 8 3,4 8 3,5 8 3,4 8 3,2 8 - - 3,0 8

HSBC 285 3,1 9 2,6 10 2,5 10 2,3 11 3,0 9 2,8 9 2,4 10 - -

Santander 248 2,7 10 3,3 9 2,1 13 1,7 13 2,3 11 1,2 14 - - - -

Dez Maiores Bancos 7.067

Outros Bancos 2.053

Total 9.120 Fonte: Sisbacen.

Notas:

1/ Compras + Vendas no interbancário;

2/ Exclui Banco Central.

100 100 100 100100 100 100 100

26,5 26,4 27,8 29,322,5 21,9 24,7 25,8

73,5 73,6 72,2 70,777,5 78,1 75,3 74,2

25,2 31,6

100 100 100 100 100 100 100 100

Abr-Jun Jan-Mar

78,6 77,8 75,2 73,1 78,1 74,1 74,8 68,4

Bancos

1999 1998Out-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar Out-Dez Jul-Set

Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar

21,4 22,2 24,8 26,9 21,9 25,9

Bancos

US$ milhões

Participa ção (%) - Classifica ção1999 1998

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar Out-Dez

A distribuição das contratações decâmbio entre os segmentos Livre eFlutuante é mostrada na tabela 3.5, ondese pode observar nitidamente o resultadoda t ransferência de negóciosinterbancários do Flutuante para o Livre.A participação daquele segmento novolume total de negócios cambiais recuoude 9,7% em 1998 para 2,4% em 1999,cerca de um quarto da part icipaçãoanterior. No primário, a participação doFlutuante recuou de 12,7% para 10%,enquanto no secundário essa queda foi

muito mais significativa, de 9,4% parameros 1,2%.

O ranking mensal das contrataçõesinterbancárias por bancos do segmentoLivre é mostrado na tabela 3.6, na qual seobserva incremento na concentraçãodesses negócios nos dez bancos commaior participação, que passou de 43,4%,em outubro, para 45,3%, em dezembro.

Contudo, como se pode ver no gráfico3.5, que mostra a evolução histórica da

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio40

participação dos dez maiores negociantes dointerbancário do Livre, o nível de concentraçãoem dezembro foi significativamente inferior aode abril do mesmo ano, maior concentraçãomostrada no gráfico (57,2%).

É interessante observar nesse gráfico,ainda, a correlação existente entre crisescambiais e aumento na concentração denegócios nas dez maiores instituições queatuam no interbancário em resposta aoproblema externo. Com efeito, por três vezestal fato se repetiu, outubro de 1997, agostode 1998 e janeiro de 1999.

Outra informação interessante que ográfico 3.5 traz é o comportamento domercado em 1996, ano em que o País nãoenfrentou problemas oriundos do exterior.A concentração naquele ano em nenhummomento ultrapassou os 45% e ficou emuma média anual de 39,5%, contra 42,7%,47,1% e 48,6% nos três anos seguintes,os três marcados por crises no setorexterno da economia brasileira.

As tabelas 3.7, 3.8, 3.9 e 3.10 –introduzida a part ir deste bolet im –mostram, em termos tr imestrais, os

3.8 - Concentração de Negócios por Praça

Exportação

Valor

São Paulo 6.381 58,5 1 55,0 1 58,9 1 56,7 1 55,0 1 61,0 1 50,7 1 52,5 1

Rio de Janeiro 1.022 9,4 2 11,7 2 10,6 2 11,6 2 14,3 2 11,5 2 15,1 2 14,9 2

Campinas 938 8,6 3 7,4 3 7,8 3 8,3 3 8,9 3 7,5 3 6,6 4 7,7 4

Belo Horizonte 751 6,9 4 8,5 4 5,8 4 6,0 4 6,1 4 6,5 4 11,1 3 8,5 3

Porto Alegre 411 3,8 5 3,6 5 3,8 6 4,1 5 3,8 5 2,9 5 4,7 5 2,8 6

Curitiba 356 3,3 6 4,7 6 4,7 5 3,8 6 3,2 6 2,3 6 3,7 6 3,8 5

Blumenau 291 2,7 7 2,4 7 1,6 8 1,9 7 1,3 10 1,1 9 2,1 8 1,6 8

Vitória 192 1,8 8 2,7 8 2,6 7 1,8 8 2,1 7 1,9 7 2,2 7 2,0 7

Salvador 164 1,5 9 2,0 10 1,1 10 0,8 12 1,2 11 1,0 10 1,0 10 1,2 9

Novo Hamburgo 110 1,0 10 1,2 9 1,1 9 1,4 9 1,7 8 1,5 8 1,2 9 1,1 10

Dez Maiores Praças 10.615

Demais Praças 299

Total 10.915

Importação

Valor

São Paulo 5.676 62,2 1 65,6 1 64,9 1 63,8 1 63,9 1 60,1 1 52,9 1 54,9 1

Rio de Janeiro 1.171 12,8 2 9,0 2 10,9 2 15,1 2 11,9 2 15,5 2 19,8 2 18,9 2

Campinas 421 4,6 3 5,8 3 5,6 3 5,3 3 5,4 3 5,7 3 5,5 3 5,1 3

Belo Horizonte 320 3,5 4 3,0 4 2,7 6 2,7 5 2,8 5 2,7 5 3,9 4 3,6 4

Curitiba 249 2,7 5 3,0 5 2,9 5 2,3 6 2,7 6 3,0 4 2,0 7 2,0 7

Porto Alegre 238 2,6 6 3,0 6 3,5 4 2,9 4 2,9 4 2,3 6 3,0 5 2,6 5

Brasília 179 2,0 7 1,5 8 0,4 13 0,1 21 0,2 19 0,6 10 0,9 8 0,8 10

Manaus 155 1,7 8 2,1 7 1,7 7 1,4 7 1,6 7 1,9 7 2,2 6 2,4 6

S. José Campos 126 1,4 9 1,0 10 0,9 9 0,8 9 0,8 9 0,7 8 - - - -

Blumenau 80 0,9 10 1,0 9 1,6 8 1,0 8 1,6 8 0,6 9 0,7 9 1,1 8

Dez Maiores Praças 8.613

Demais Praças 507

Total 9.120Fonte: Sisbacen.

100 100 100 100100 100 100 100

96,3

5,6 5,1 4,8 4,7 6,3 6,9 9,0 3,7

96,3

3,7

100

94,4 94,9 95,2 95,3 93,7 93,1 91,0

97,2

2,8

100

98,4

1,6

100

Jan-Mar

97,3

2,7

100

99,1

0,9

100

98,1

1,9

100

Jan-Mar Out-Dez Jul-Set Abr-Jun

Jan-Mar

Participação (%) - Classificação1999 1998

96,4

3,6

100

97,5

2,5

100

Praças

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun

US$ milhões

1999 1998

Participação (%) - Classificação

Praças Jan-Mar Out-Dez Jul-Set Abr-Jun

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 41

rankings de contratações de câmbio deexportação e importação de bancos,praças e empresas e de compras e vendasfinanceiras de bancos, respectivamente.

Na de bancos (tabela 3.7),exportação e importação, verifica-se quea concentração dos negócios nas dezmaiores instituições permaneceu bastanteelevada – mais de três quartos dosnegócios –, embora tenha havido pequenaqueda em importações entre o terceiro eo quarto trimestres.

Na tabela 3.8, que mostra o rankingde praças, a concentração das dezmaiores continua bastante acentuada, com

exportações e importações praticamenterestritas às mostradas nessa tabela.Importante ressaltar que a indicação dosnegócios por praça não signif icaobrigatoriamente o local da atividadeeconômica referente à exportação ouimportação, uma vez que, cumpridas asexigências documentais, nada impede queo fechamento do contrato de câmbioocorra em local distinto daquele de origemou destino da mercadoria em questão.

O ranking por empresas, mostrado natabela 3.9, é o que traz o menor percentualde concentração, por se tratar de umuniverso consideravelmente maior. Nasexportações, houve queda na

3.9 - Concentração de Negócios por Empresa

Exportação

CVRD 1 279 2 296 2 293 1 414 1 305 3 302 2 509 1 479

Sadia 2 211 26 62 23 73 11 93 46 38 24 86 - - - -

General Motors 3 204 8 132 10 126 24 71 3 220 6 193 7 210 6 194

Usiminas 4 198 32 52 40 47 39 50 48 38 32 64 - - - -

Petrobrás 5 187 12 107 5 212 3 269 4 184 23 92 4 265 9 146

Embraer 6 183 6 152 4 248 7 126 2 236 10 153 - - - -

Fiat 7 147 4 173 9 135 18 79 6 164 5 195 1 627 3 388

Volkswagen 8 145 13 94 28 65 4 216 8 140 4 200 - - 2 408

Perdigão 9 128 25 65 31 61 21 75 17 75 11 143 - - - -

Albras 10 118 10 116 11 118 43 48 13 90 9 160 - - - -

Importação

Petrobrás 1 1.517 1 711 1 1.222 1 1.600 1 1.123 1 1.611 1 1.747 1 1.735

Cotia Trading 2 155 4 120 8 83 3 167 2 253 2 260 3 153 8 106

Embraer 3 121 2 179 2 163 5 144 3 245 3 179 5 126 5 127

Miistério da Saúde 4 114 10 83 7 93 23 35 10 87 38 33 10 77 - -

Ericsson 5 108 11 73 6 104 4 154 4 221 10 67 9 82 9 98

NG Industrial 6 108 5 108 14 56 119 9 30 38 82 17 - - - -

Ford 7 105 8 92 11 69 8 94 8 127 4 175 2 211 2 143

Mercedes Benz 8 101 6 104 10 69 6 109 7 161 6 161 6 126 3 137

Novartis Biociência 9 98 16 56 21 33 37 23 13 65 12 65 - - - -

Motorola Industrial 10 91 3 170 3 115 9 75 12 71 9 79 8 83 - -

Fonte: Sisbacen.27,6% 22,7% 28,1% 31,8% 25,0% 25,5% 26,6% 25,3%

10 maiores importadores(%).

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-MarOut-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-MarOut-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar

19,6%10 maiores exportadores(%).

Empresa

Empresa

Classificação - Valor1999 1998

16,5% 18,8% 18,1% 20,7% 22,1%17,7% 20,5%

US$ milhões

1999 1998Classificação - Valor

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio42

concentração, coincidindo com o aumentonas contratações trimestrais, que pode serverificado na tabela 3.1. No caso dasimportações, ocorreu incremento que podeser atribuído ao aumento nas contrações daPetrobrás, que mais do que dobraram entreo terceiro e o quarto trimestres de 1999.

Por fim, a tabela 3.10 mostra aconcentração de negócios financeiros porbancos no segmento Livre. Pode-se ver

nessa tabela que o grau de concentraçãodos negócios financeiros nas dez maioresinstituições, por trimestre, também é alto,embora não tanto quanto na tabela 3.7. NasCompras, a concentração nos dez mais,que chegou a 76,7% no trimestre abr-jun/99, fechou o ano recuando para 65,9%.Nas Vendas, ao contrário, a concentraçãono último trimestre subiu para 69%, apóspermanecer numa faixa de 56% a 60% nosoutros trimestres de 1999.

3.10 - Concentração de Negócios Financeiros por Banco

Valor

Citibank 4.185 18,6 1 18,1 1 17,8 1 13,4 2 15,3 1 16,2 1

Banco do Brasil 2.400 10,7 2 8,9 3 5,9 4 6,9 3 14,3 2 4,8 6

Chase Manhattan 1.550 6,9 3 8,5 4 5,9 3 4,9 4 4,1 6 7,9 4

BankBoston N.A. 1.264 5,6 4 7,4 5 6,7 2 4,4 5 6,9 5 6,7 5

ABN AMRO 1.231 5,5 5 3,9 7 1,9 15 3,2 7 9,6 4 2,2 11

Sudameris 1.085 4,8 6 1,5 12 1,7 16 1,9 18 1,9 13 1,9 16

Bradesco 965 4,3 7 4,4 6 3,3 11 2,1 15 2,9 10 2,8 9

Credit Suisse-First Boston 899 4,0 8 0,6 26 2,5 12 4,2 6 1,6 17 2,5 10

Santander 635 2,8 9 0,9 20 3,9 9 2,7 9 3,4 7 7,9 3

Morgan Garanty 626 2,8 10 14,5 2 4,1 8 3,0 8 3,0 8 12,7 2

Dez Maiores Bancos 14.841

Outros Bancos 7.673

Total 22.515

Valor

Banco do Brasil 5.043 17,6 1 15,7 1 17,1 1 11,9 2 11,6 2 8,0 2

Citibank 2.601 9,1 2 11,3 2 11,4 2 7,9 3 14,8 1 13,4 1

Unibanco 1.304 4,5 3 4,4 7 5,5 3 3,0 6 5,7 4 5,1 5

Sudameris 1.207 4,2 4 3,4 8 4,4 4 2,3 12 3,2 9 1,8 20

BankBoston N.A. 1.206 4,2 5 6,3 4 4,4 5 6,1 4 6,8 3 7,2 3

Chase Manhattan 1.181 4,1 6 4,4 6 2,7 12 4,3 5 3,9 5 5,3 4

Bradesco 953 3,3 7 4,9 5 3,8 7 2,0 18 3,7 7 2,9 11

Banco Itaú 892 3,1 8 2,7 10 4,0 6 2,8 9 3,8 6 4,0 7

HSBC 807 2,8 9 1,3 16 1,4 18 1,3 25 1,9 16 0,8 29

ABN AMRO 681 2,4 10 2,2 12 2,4 13 2,3 13 2,9 10 2,4 12

Dez Maiores Bancos 15.874

Outros Bancos 7.141

Total 23.014 Fonte: Sisbacen.

US$ milhões

Bancos

Bancos

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar Out-Dez Jul-Set

100 100

Vendas Financeiras

Compras Financeiras

Out-Dez Jul-Set Abr-Jun Jan-Mar Out-Dez Jul-Set

100 100 100 100

100 100 100 100

39,4 34,0

1999 1998

31,0 43,5 40,1 43,1

59,9 56,9 60,6 66,0

65,9

34,1

69,0 56,5

100 100

76,7

23,3

68,2

31,8

1999 1998

62,5

37,5

75,7

24,3

63,3

36,7

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4. SEGMENTO DE TAXAS LIVRES

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 45

4.1. BALANÇA COMERCIAL CAMBIAL

As contratações de câmbio deexportação e importação ocorridas no 4º tri/1999 produziram saldo cambial deUS$ 1.795 milhões. Este foi o quarto resultadopositivo do ano, que não apresentou saldocambial negativo em nenhum dos seus dozemeses. Esse valor, que somado aos demaisproduziu o saldo anual de US$ 8.739 milhões,é 26,5% inferior aos US$ 2.442 milhões doperíodo anterior – tabela 4.1.1.

Essa piora foi determinadabasicamente pelo crescimento dascontratações de importação, uma vez queos US$ 9.120 milhões registrados no períodoé 18,1% maior que o resultado do trimestreanterior. Do lado da exportação, osUS$ 10.915 milhões implicaram crescimentode 7,4%, em igual comparação. Comoconseqüência do crescimento nas duaspontas da balança, com vantagem, emvalores relativos e absolutos para aimportação, a corrente de comércio cambial

chegou a US$ 20.034 milhões, o maior valordo ano, com aumento de 12% sobre operíodo anterior – tabela 4.1.1.

O resultado consolidado do ano de1999 mostra queda generalizada em todasos itens da tabela 4.1.1, com exceção dosaldo cambial. Na exportação, o total deUS$ 41.642 milhões contratado ficou 12,8%abaixo do valor apurado em 1998. Naimportação, essa mesma comparaçãoencontra a variação negativa de 25,1%.Refletindo esses números, tivemos osrecuos de 13,1%, 25,4% e 18,7% nasmédias diárias da exportação e daimportação e na corrente de comérciocambial. Por outro lado, o saldo cambialdo ano de 1999 (US$ 8.739 milhões) ficou129,6% acima do seu correspondente noano de 1998 (US$ 3.807 milhões).

Nos gráficos 4.1.1 e 4.1.2, quemostram, respectivamente, as

4.1.1 - Contratações de Exportação

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago S et Out Nov Dez

1996199719981999

Fonte: S isbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio46

contratações mensais de exportação ede importação, pode ser visto que osresultados do ano de 1999 foram osmais acanhados nesses últimos quatroanos, nas duas pontas. Do lado daimportação, após forte subida no mêsde março/1999, motivada, entre outrosfatores, pela demanda sazonal do finalde ano e pela cotação aparentementeatrativa da taxa de câmbio, que apóschegar a R$/US$ 2,1647, no dia 03,fechou aquele mês em R$/US$ 1,722,motivando antecipações de câmbio,essas contratações assumiram grandeestabilidade, somente voltando a subirem setembro, já por influência dasmudanças no regulamento deimportação, iniciadas com a Circularnº 2.876, de 17.03.1999. Comentáriossobre os efeitos da Circular nº 2.948, de28.10.1999, que aboliu totalmente asexigências de antecipação de câmbioinstituídas na regulamentação da MP1.569 (Circular nº 2.747, de 25.03.1997),são feitos mais adiante.

Na exportação a situação éligeiramente diferente, uma vez que apart ir de agosto as contrataçõespassaram a superar aquelas do mesmoperíodo do ano anterior, com exceção denovembro. Em março, de formacoincidente com a importação, tambémtivemos pico de contratação (valorpraticamente idêntico ao de dezembro),possivelmente por conta de expectativasdiferentes quanto ao comportamento futuroda taxa. Aliás, note-se que a oferta deexportação deprime a taxa de câmbio o quetende a atrair importadores, em situaçãode liberdade na definição da data decontratação.

Contatos com agentes do mercadosão informativos de certo desinteresse dosexportadores em antecipar a contrataçãode câmbio de exportação, como forma decaptar financiamento, especialmente via

ACC. Determinam essa at i tude aseletividade do crédito e a flutuação da taxade câmbio. Grosso modo, os exportadoresde primeira l inha, que vencem asexigências do sistema bancário, sentem-se desencorajados ante a variável câmbio,e acabam motivando disputa econseqüente redução dos custos dessetipo de financiamento, com perda demargem para os bancos – que tendem, porisso, a aumentar os seus cuidados quantoao risco de crédito, afastando ainda maiso candidato menos qualificado, sob essequesito.

4.1.1 - Câmbio Contratado - Fluxo

1998 47.745 192 43.938 176 3.807 91.684 Jan 4.232 202 3.894 185 338 8.126 Fev 4.284 238 3.229 179 1.055 7.513 Mar 4.446 202 3.983 181 463 8.428

1º Tri 12.962 212 11.106 182 1.856 24.068 Abr 4.296 226 3.474 183 822 7.770 Mai 4.169 208 3.381 169 788 7.550 Jun 4.712 224 3.759 179 953 8.470

2º Tri 13.176 220 10.614 177 2.563 23.790 Jul 4.789 208 3.495 152 1.293 8.284 Ago 3.546 169 3.572 170 -26 7.118 Set 3.260 155 4.231 201 -970 7.491

3º Tri 11.595 178 11.298 174 297 22.893 Out 3.187 152 4.057 193 -870 7.244 Nov 3.504 175 3.420 171 85 6.924 Dez 3.321 151 3.444 157 -123 6.766

4º Tri 10.013 159 10.921 173 -909 20.934 1999 41.642 167 32.903 132 8.739 74.545 Jan 2.854 143 2.657 133 198 5.511 Fev 3.266 181 2.421 134 845 5.687 Mar 3.925 171 3.356 146 569 7.281

1º Tri 10.045 165 8.433 138 1.612 18.478 Abr 3.266 172 2.573 135 693 5.839 Mai 3.811 181 2.485 118 1.326 6.296 Jun 3.440 164 2.569 122 871 6.009

2º Tri 10.517 172 7.627 125 2.890 18.144 Jul 3.230 147 2.368 108 862 5.598 Ago 3.563 162 2.298 104 1.264 5.861 Set 3.373 161 3.057 146 315 6.430

3º Tri 10.165 156 7.723 119 2.442 17.888 Out 3.622 181 2.959 148 663 6.582 Nov 3.367 168 3.031 152 336 6.397 Dez 3.926 171 3.130 136 796 7.055

4º Tri 10.915 173 9.120 145 1.795 20.034

Fonte: Sisbacen.

Nota: Média diária por dias úteis.

US$ milhões

Correntede

Comércio

PeríodoExportação Importação

SaldoMédiaDiária

ValorValor MédiaDiária

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 47

Mais uma vez, o alto volume deoperações de exportação fechadas após oembarque da mercadoria reflete essecenário. De outubro a dezembro/1999 foramapurados os percentuais de 35,3%, 33,1%e 34,5%, respectivamente, todos histori-camente acima de qualquer outro desde1993. Com isso, a média do câmbio pósembarque foi de 34,4% no período emanálise, puxando a média anual para 29,5%.Para que se tenha idéia da magnitudedesses números, basta ver que essamesma média foi de 12,8% em 1994 e de23,3% em 1998, o que implica aumentosde 16,7 pontos percentuais sobre o primeiroano do Plano Real e 6,2 sobre o anoimediatamente anterior.

Como se verá adiante, nem a retoma-da da oferta de linhas, com queda conside-rável nos custos, funcionou como atrativo àretomada da antecipação do câmbio.Embora a reação a partir de agosto possater alguma relação com a circular nº 2.919,

de 18.08.1999, que aumentou – de 180 para360 – o prazo máximo de antecipação docâmbio, tenha ou não ACC ou pagamentoantecipado, isso não pode ser afirmado comsegurança, à vista dos elementos de quedispomos.

Na importação, tivemos novamudança nas regras de antecipação decâmbio, através da Circular nº 2.948, de28.10.1999, dessa feita para eliminarqualquer exigência de câmbio prévio, o quejá tinha sido objeto de flexibilização com aedição da Circular nº 2.876, de 17.03.1999.Com essa última alteração, o importador voltaa desfrutar de bastante liberdade na definiçãoda data de contratação do câmbio, tendo livrearbítrio para antecipar esse evento, mediantecontratação para liquidação futura, se consi-derar a taxa de câmbio favorável, porexemplo. O prazo máximo admitido entre acontratação e a liquidação das operação éde 360 dias, limitado à data de vencimentoda obrigação no exterior1.

1 – Como regra geral, o pagamento antecipado de importação (contratação e liquidação prévia) tem prazomáximo de 180 dias, que é contado das seguintes formas: do embarque no exterior, no caso demercadorias importadas diretamente do exterior em caráter definitivo, inclusive sob o regime dedrawback, ou quando destinadas à admissão na Zona Franca de Manaus, em área de livre comércio ouem entreposto industrial; e da nacionalização, quando se tratar de mercadoria admitida sob outrosregimes aduaneiros especiais ou atípicos. Não obedecem esse padrão as importações de máquinase equipamentos com longo ciclo de produção ou de fabricação sob encomenda.

4.1.2 - Contratações de Importação

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago S et Out Nov Dez

1996199719981999

Fonte: S isbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio48

Conseqüência dessaflexibilização são os novosprazos de pagamentoprevistos nas declaraçõesde importação registradasdurante o ano de 1999. Paraa c o m p a n h a m e n t odistribuímos as declara-ções de importação em trêsgrandes grupos, a saber:importação acima de 360dias (com registro noFIRCE), que em nenhummomento deixou de poderser objeto de câmbio pronto– o que sugere suapostergação para o venci-mento; com financiamentocom prazo inferior a 360dias, que teve exigência deantecipação que podiachegar a até 180 dias(objeto de redução para omáximo de 90, pela Circularnº 2.876, e agora levantadapela Circular nº 2.948); eantecipado ou à vista.

O exame da distri-buição das importaçõesfísicas entre essas trêsalternativas de prazos mostra que oprimeiro grupo (acima de 360 dias), queabriu o ano com 35,6% de participação(média de 31,3% no primeiro trimestre),registrou em dezembro apenas 19,9%(média de 19,5% no trimestre em análise).Variação no mesmo sentido observou-seno terceiro grupo, que, em dezembro,respondeu por 20,3%, frente a 31,7% emjaneiro, com as médias de 33,7% noprimeiro trimestre e 22,5% no quarto.

Paralelamente, ganharam espaço osnegócios com financiamento a prazo inferiora 360 dias, que ficaram com os restantes59,8% de dezembro, após terem começadoo ano com 32,7%. Na média, essas

operações registraram 35,1% e 58,1%,respectivamente, nos primeiro e quatrotrimestres de 1999, com ganho de 23,0pontos percentuais. Tais operações podemtanto contar com crédito externo, aí incluídoprazo de pagamento concedido diretamentepelo exportador, quanto com financiamentointerno de banco brasileiro, medianteutilização de linha de crédito de curto prazopara pagamento à vista ao exportador. Nahipótese do prazo de pagamento acertadocom o exportador pode também haversensibilização de linha de crédito externa,se a concessão do prazo estiver amparadaem carta de crédito emitida por bancobrasileiro e confirmada por banqueiroexterno, após sua negociação.

4.1.2 - Balan ça Comercial Física

1998 51.140 -3,5 205 57.730 -3,5 232 -6.590 108.870 Jan 3.917 -13,6 187 4.647 -12,3 221 -730 8.564 Fev 3.716 -5,1 206 3.943 -15,1 219 -227 7.659 Mar 4.274 15,0 194 5.166 31,0 235 -892 9.440

1º Tri 11.907 -10,5 195 13.756 -15,1 226 -1.849 25.663 Abr 4.576 7,1 241 4.629 -10,4 244 -53 9.205 Mai 4.612 0,8 231 4.734 2,3 237 -122 9.346 Jun 4.886 5,9 233 4.702 -0,7 224 184 9.588

2º Tri 14.074 18,2 235 14.065 2,2 234 9 28.139 Jul 4.970 1,7 216 5.395 14,7 235 -425 10.365 Ago 3.986 -19,8 190 4.153 -23,0 198 -167 8.139 Set 4.538 13,8 216 5.724 37,8 273 -1.186 10.262

3º Tri 13.494 -4,1 208 15.272 8,6 235 -1.778 28.766 Out 4.017 -11,5 191 5.453 -4,7 260 -1.436 9.470 Nov 3.704 -7,8 185 4.726 -13,3 236 -1.022 8.430 Dez 3.944 6,5 179 4.458 -5,7 203 -514 8.402

4º Tri 11.665 -13,6 185 14.637 -4,2 232 -2.972 26.302 1999 48.011 -6,1 192 49.210 -14,8 197 -1.199 97.221 Jan 2.949 -25,2 147 3.645 -18,2 182 -696 6.594 Fev 3.267 10,8 182 3.164 -13,2 176 103 6.431 Mar 3.829 17,2 166 4.052 28,1 176 -223 7.881

1º Tri 10.045 -13,9 165 10.861 -25,8 178 -816 20.906 Abr 3.707 -3,2 195 3.669 -9,5 193 38 7.376 Mai 4.386 18,3 209 4.078 11,1 194 308 8.464 Jun 4.313 -1,7 205 4.459 9,3 212 -146 8.772

2º Tri 12.406 23,5 203 12.206 12,4 200 200 24.612 Jul 4.117 -4,5 187 4.027 -9,7 183 90 8.144 Ago 4.277 3,9 194 4.461 10,8 203 -184 8.738 Set 4.187 -2,1 199 4.243 -4,9 202 -56 8.430

3º Tri 12.581 1,4 194 12.731 4,3 196 -150 25.312 Out 4.304 2,8 215 4.458 5,1 223 -154 8.762 Nov 4.002 -7,0 200 4.530 1,6 227 -528 8.532 Dez 4.673 16,8 203 4.424 -2,3 192 249 9.097

4º Tri 12.979 3,2 206 13.412 5,3 213 -433 26.391

Fonte: Secex.Nota: Os dados da tabela de 1998 e 1999 foram revistos em 04/02/2000.

MédiaDiária

Var.(%)

Valor Valor

US$ milhões

Período

Exportações Importações

SaldoCorrente

deComércio

Var.(%)

MédiaDiária

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 49

Na balança física, objeto da tabela4.1.2, notou-se, também, a exemplo dabalança cambial, aumento tanto naexportação (3,2%) quanto na importação(5,3%), na comparação com o períodoimediatamente anterior. Os valores deexportação (US$ 12.979 milhões) eimportação (US$ 13.412 milhões) são osmaiores do ano. Em decorrência acorrente de comércio, com US$ 26.391milhões, cresceu 4,3% sobre o períodoimediatamente anterior e praticamenterepetiu o valor de igual período do 1998(US$ 26.302 milhões).

Na comparação com o primeirotrimestre de 1999, quando por conta doforte impacto da mudança do regimecambial registrou-se corrente de comérciode apenas US$ 20.906 milhões, a variação,positiva, foi de 26,2%. Durante todo o anode 1999, o comércio exterior brasileiro,medido pelo f luxo de mercadorias,movimentou US$ 97.221 milhões, comqueda de 10,7% frente ao ano precedente.Esse resultado contou com contribuiçãomaior da importação, que marcouUS$ 49.210 milhões em 1999 e recuou14,8% em relação a 1998 (US$ 57.730milhões). Na exportação, a retração foi de6,1%, com o total de negócios anualrecuando de US$ 51.140 milhões para

US$ 48.011 milhões - tabela 4.1.2. Oresultado mensal da balança física podeser visto também nos gráficos 4.1.3 e4.1.4, que cobrem período de quatro anos.

Permitindo comparar o resultadomensal das balanças física e cambial,

4.1.3 - Câmbio Comprado a Liquidar Exportação

PeríodoCom

EmbarqueSem

EmbarqueTotal

1998 Jan 3.311 8.942 12.252 Fev 3.207 9.387 12.593 Mar 3.268 9.206 12.474 Abr 3.266 9.093 12.359 Mai 3.206 9.089 12.295 Jun 3.245 9.059 12.304 Jul 3.160 8.898 12.058

Ago 3.032 8.440 11.472 Set 2.951 7.767 10.718 Out 3.001 7.517 10.518 Nov 3.024 7.317 10.341 Dez 3.022 6.822 9.844

1999 Jan 2.946 6.421 9.366 Fev 2.836 6.624 9.460 Mar 2.759 6.477 9.236 Abr 2.665 6.623 9.287 Mai 2.597 6.798 9.395 Jun 2.510 6.585 9.095 Jul 2.615 6.238 8.853

Ago 2.428 6.147 8.575 Set 2.482 6.398 8.880 Out 2.563 6.324 8.887 Nov 2.631 6.169 8.800 Dez 2.554 5.805 8.359

Fonte: Sisbacen (COSIF).

Notas:1/ Divergências eventualmente encontradas nos números desta tabela em relação a anteriores devem-se a atrasona entrega de balancetes pelos bancos.2/ Atualizada em março de 2000.

US$ milhões

4.1.3 - Exportações Físicas

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago S et Out Nov Dez

1996199719981999

F onte: Secex.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio50

temos os gráficos 4.1.5 e 4.1.6, res-pectivamente, que cobrem período iniciadoem 1993. Na importação, o que chama aatenção é o aumento da distância entre ascurvas informativas de desempenho físicoe cambial, com supremacia da primeira.Isso porque as mudanças no regulamentocambial, deixando de forçar o alonga-mento dos prazos para além de 360 dias,como forma de fugir à exigência deantecipação de câmbio, poderia sugeriruma convergência.

Ocorre que, embora tenha havidomigração das importações com previsãode câmbio financeiro – que não transitapela balança cambial em momento algum–, para aquelas que passam neces-sariamente pelo câmbio comercial,gerando expectativa de aumento nocâmbio de importação, isso não éconcomitante com o impacto na balançafísica, pois a alternativa do financiamentode curto prazo, com o câmbio pronto novencimento da obrigação externa, acabousendo a opção com maior crescimento,como se viu antes na distribuição dosprazos das declarações de importação, oque signif ica que embora vál ida aexpectativa de aumento das contrataçõesde importação, no câmbio comercial, issoestá sendo postergado em virtude dofinanciamento.

A propósito, revendo a distribuiçãocomentada, nota-se que enquanto aimportação financiada, acima (ver, natabela 4.2.3, a rubrica Amortizações deFinanciamentos a Importação) ou abaixode 360 dias (câmbio comercial novencimento), respondia por 68,3% dovolume de negócios de importaçãoregistrados em janeiro/1999 (66,4% namédia do 1º trimestre), em dezembro essenúmero chegou a 79,7% (77,6% no períodoem anál ise), após crescimento empraticamente todos os meses do ano, acontar de março (a única exceção foijunho). Esse quadro mostra que o câmbiofuturo de importação mais o câmbiofinanceiro de importação, que determinamdiferenças constantes entre os númerosda balança física e da cambial tiveram, emconjunto, aumento de 11,4 pontospercentuais na comparação ponta a ponta.

Na exportação, objeto do gráfico4.1.6, cuja lógica seria um cenário com osnúmeros do câmbio superando os dofísico, a situação também é diferente, porconta da grande incidência de câmbio apóso embarque. Esse quadro tende a perdurar,pois, mesmo reduzindo-se a volatilidade dataxa de câmbio, os grandes exportadoresnão parecem dispostos, conforme opiniãode vários agentes do mercado, a voltar aendividar-se em moeda estrangeira para

4.1.4 - Importações Físicas

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

6.500

Jan F ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago S et Out Nov Dez

1996199719981999

F onte: Secex.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 51

buscar ganhos de arbitragem,sabidamente bastante redu-zidos frente a outros perío-dos, com risco de ocorrênciade cupom cambial negativo econseqüente prejuízofinanceiro.

Os saldos de fecha-mento mensal da contaCâmbio Comprado aLiqu idar – Expor tação,objeto da tabela 4.1.3, quedão a medida do estoquecontábi l do câmbio deexpor tação passíve l definanciamento via adianta-mentos, most ram novosrecuos frente aos trimestresanter iores, re f le t indo asdificuldades de crédito e aestratégia de fechamento docâmbio somente quandoabsolu-tamente necessário,adotada pelos exportadoresde pr imeira l inha, o quereduz o prazo de pe-rmanência dos contratos emestoque. No período, o saldomédio mensal dessa contafoi de US$ 8.682 milhões,frente a US$ 8.769 milhões no trimestreanterior, o que implicou recuo de 1,0%.

A variação, também negativa, é bem maisrepresentativa quando a comparação é

4.1.4 - Formas de Contratação das Exportações

Valor (%) Valor (%) Valor (%)1998 47.745 11.676 24,5 27.508 57,6 39.184 82,1Jan 4.232 820 19,4 2.625 62,0 3.445 81,4Fev 4.284 1.131 26,4 2.510 58,6 3.641 85,0Mar 4.446 1.038 23,3 2.782 62,6 3.820 85,9

1º Trim. 12.962 2.989 23,1 7.917 61,1 10.906 84,1Abr 4.296 1.151 26,8 2.518 58,6 3.669 85,4Mai 4.169 875 21,0 2.617 62,8 3.492 83,8Jun 4.712 1.445 30,7 2.517 53,4 3.962 84,1

2º Trim. 13.176 3.471 26,3 7.652 58,1 11.123 84,4Jul 4.789 1.547 32,3 2.535 52,9 4.082 85,2Ago 3.546 924 26,1 1.934 54,5 2.858 80,6Set 3.260 807 24,8 1.781 54,6 2.588 79,4

3º Trim. 11.595 3.278 28,3 6.250 53,9 9.528 82,2Out 3.187 448 14,1 1.926 60,4 2.374 74,5Nov 3.504 692 19,7 1.987 56,7 2.679 76,4Dez 3.321 798 24,0 1.776 53,5 2.574 77,5

4º Trim. 10.013 1.938 19,4 5.689 56,8 7.627 76,21999 41.642 9.874 23,7 20.572 49,4 30.446 73,1Jan 2.854 793 27,8 1.338 46,9 2.131 74,7Fev 3.266 884 27,1 1.681 51,5 2.565 78,5Mar 3.925 1.211 30,9 1.867 47,6 3.078 78,4

1º Tri 10.045 2.888 28,8 4.887 48,6 7.775 77,4Abr 3.266 617 18,9 1.761 53,9 2.378 72,8Mai 3.811 1.023 26,8 1.924 50,5 2.947 77,3Jun 3.440 1.034 30,1 1.564 45,5 2.598 75,5

2º Tri 10.517 2.674 25,4 5.250 49,9 7.924 75,3Jul 3.230 804 24,9 1.460 45,2 2.264 70,1Ago 3.563 774 21,7 1.791 50,3 2.566 72,0Set 3.373 531 15,7 1.794 53,2 2.324 68,9

3º Tri 10.165 2.109 20,7 5.045 49,6 7.154 70,4Out 3.622 674 18,6 1.926 53,2 2.600 71,8Nov 3.367 631 18,7 1.687 50,1 2.318 68,9Dez 3.926 898 22,9 1.778 45,3 2.676 68,2

4º Tri 10.915 2.203 20,2 5.391 49,4 7.594 69,6

Fonte: Sisbacen.

Nota: Os dados da tabela de 1998 e 1999 foram revistos em 04/02/2000.

US$ milhões

Período ACC Pag. Antecip.+ ACCPag. AntecipadoExportação

4.1.5 - Importações Cambiais X Físicas

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000 CambiaisF í s icas

F onte: S isbacen e Secex.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio52

feita com a média mensal do 3º tri/1998(US$ 10.235 milhões), pois a reduçãochega a 15,2%.

A distribuição dos saldos da contaconforme a situação do contrato mostraque o ACC (sem embarque) e o ACE (com

em-barque) tiveram evoluções distintasfrente ao período imediatamenteprecedente. O ACC declinou 2,6%, aopassar da média de US$ 6.261 milhõespara a de US$ 6.069 milhões, enquanto oACE cresceu 3,0%, ao registrar a médiade US$ 2.583 milhões, contra os

4.1.5 - Saldos Contábeis Mensais das Linhas de Crédito

Até 360 dias + de 360 dias Total Até 360 dias + de 360 dias Total12.349 60 12.409 5.162 6.372 11.533 23.94212.569 74 12.643 4.853 6.819 11.672 24.31512.932 86 13.018 4.556 7.236 11.792 24.81012.510 108 12.619 4.252 7.491 11.743 24.36112.430 130 12.561 4.032 7.514 11.546 24.10712.255 142 12.397 3.844 7.672 11.516 23.91312.261 162 12.423 3.698 7.846 11.544 23.96711.767 160 11.927 3.558 7.834 11.392 23.31911.041 152 11.194 3.259 7.664 10.922 22.11610.665 153 10.818 3.142 7.330 10.472 21.28910.502 147 10.648 2.907 7.100 10.007 20.6559.908 138 10.046 2.641 6.930 9.572 19.6189.263 141 9.404 2.576 6.793 9.369 18.7729.350 125 9.476 2.342 6.767 9.109 18.5859.633 99 9.733 2.089 6.595 8.684 18.4179.566 89 9.655 1.979 6.264 8.243 17.8989.613 58 9.671 2.068 5.861 7.928 17.5999.308 44 9.352 2.157 5.483 7.641 16.9939.146 25 9.171 2.281 5.090 7.371 16.5429.515 24 9.539 2.340 4.669 7.009 16.5499.411 40 9.450 2.417 4.338 6.755 16.2059.342 61 9.404 2.478 4.058 6.535 15.9399.227 84 9.311 2.534 3.753 6.287 15.5988.905 149 9.054 2.467 3.382 5.849 14.903

Fonte: Sisbacen (COSIF).

Notas:1/ As divergências eventualmente encontradas nos números desta tabela em relação a anteriores devem-se a atraso na entregade balancetes pelos bancos;2/ Atualizada em março de 2000.

Dez

JulAgoSet

NovOut

1999 Jan

1998 Jan

US$ milhões

NovDez

JulAgoSetOut

MarAbrMaiJun

Fev

TotalGeral

Importação Exportação Período

AbrMaiJun

FevMar

4.1.6 - Exportações Cambiais X Físicas

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000 Cambiais

F í s icas

F onte: S isbacen e Secex.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 53

US$ 2.508 milhões antesregistrados.

Comparando-se os sal-dos médios do 4º tri/1999 comos de igual período do anoanterior, nota-se recuo nosdois institutos, sendo 15,5% noACC e 14,3% no ACE. Emambiente de maior seletividadedo crédito é razoável observar-se restrição maior ao ACC,pois no ACE o risco pode sedi luir conforme o devedorexterno. No gráfico 4.1.7, quetraz as curvas dos saldosmensais dessa conta desde1992, pode ser conferida atendência de baixa iniciada2º sem/1995, especialmenteno câmbio sem embarque.

Na tabela 4.1.4, que tempor objeto a distribuição dofluxo cambial entre as duasprincipais formas de finan-ciamento das exportações,nota-se nova queda nofinanciamento via adianta-mento (ACC + ACE) epagamento antecipado que,juntos, responderam por

69,6% do crédito obtido viacontratação de câmbio, noúltimo trimestre de 1999. Nacomparação deste com aqueleimediatamente precedente ecom o 4º tri/1998 constatam-se,respectivamente, os recuos de0,8 ponto percentual e 6,6pontos percentuais.

Quanto aos valoresabsolutos de financiamentoconcedidos via desses doisinstitutos nota-se, frente ao 3º tri/1999, crescimento tanto nopagamento antecipado (4,46%)quanto no ACC (6,9%), do queresultou melhora deUS$ 440 milhões (6,2%) no volu-me de financiamento à expor-tação. A diminuição medida pelovalor percentual decorre doaumento superior (7,4%) ocorridonas contratações. O confrontocom igual período do ano anteriormostra aumento nas captaçõesde pagamento antecipado(13,8%) e queda (5,2%) nas deACC. A evolução histórica dofinanciamento à exportação viacontratação de câmbio pode servista no gráfico 4.1.8.

4.1.6 - Prazo Médio Previsto para Liqui-dação dos Contratos de Exportação 1/

1998 - 96Jan 107Fev 102Mar 101 103Abr 98Mai 101Jun 86 95Jul 91Ago 91Set 87 90Out 99Nov 93Dez 89 941999 - 88Jan 79Fev 87Mar 82 83Abr 100Mai 93Jun 79 91Jul 84Ago 96Set 101 94Out 92Nov 89Dez 76 85

Fonte: Sisbacen.

Notas: 1/ Fechamentos p/ liquidação com prazo superior a 390 dias não são computados no cálculo do prazo médio;2/ Média ponderada pelo valor das operações.

PeríodoMês

Prazo Médio (dias)

Ano /Trim. 2/

4.1.7 - Câmbio Comprado a LiquidarExportação - Saldo Contábil

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000Com EmbarqueS em EmbarqueT otal

Fonte: S isbacen.

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Departamento de Câmbio54

O saldos dos subtítulos da contaObrigações em Moedas Estrangeiras infor-mativos do estoque de captações destinadosao financiamento do comércio exteriorbrasileiro, objeto da tabela 4.1.5, registramnovo recuo na exposição dos banqueirosexternos, como já sinalizado pelos saldos daconta Câmbio Comprado a Liquidar. Aaparente incoerência entre o crescimento novolume de ACC no trimestre, frente ao períodoanterior, e a queda nos saldos das linhas deexportação se explica pela possibilidade deuma mesma linha poder financiar mais de umcontrato, no espaço de um mesmo períodode análise (quanto menores os prazos, maioressa possibilidade).

No trimestre, o saldo médio mensal dototal de linhas para exportação e importaçãofoi de US$ 15.480 milhões, valor este que semostra US$ 952 milhões (5,8%) inferior aosUS$ 16.432 milhões do período anterior. Nacomparação com o 4º tri/1998 (US$ 20.521milhões), o recuo foi de US$ 5.041 milhões(24,6%). O exame da distribuição dessecrédito entre exportação e importaçãoevidencia nova perda de espaço das linhaspara importação, que caíram US$ 821milhões no trimestre (11,7%), por força dadimi-nuição de US$ 968 milhões nas linhasde importação de longo prazo (20,6%), vistoque paralelamente as de curto prazo cresciam6,3% (US$ 147 milhões).

4.1.8 - Formas de Contratação das Exportações

0

20

40

60

80

100

A CC

P agament oA nt ecipado

D emais

F onte: S isbacen.

4.1.9 - Saldos Contábeis das Linhas de Crédito

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000T otal de Linhas de CréditoT otal de Exportação

Imp. até 360 diasImp. mais de 360 dias

F onte: S isbacen.

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Banco Central do Brasil 55

Esse comportamento da importação éexplicado pela revogação de todas asexigências de antecipação de câmbio, quelevou à migração dos negócios do longo parao curto prazo. Na exportação, a queda deUS$ 131 milhões (1,4%) no volume mensalmédio do período, na comparação com operíodo anterior, se explicaria basicamentepela resistência dos exportadores, comcapacidade de crédito, em correr o riscocambial representado pela antecipação docâmbio – condição necessária à obtençãode adiantamento, um vez que nossos acom-panhamentos demonstram menores custostanto na fonte externa, por conta do recuodos spreads dos banqueiros, quanto interna,

face ao repasse dos menores custosexternos e diminuição da margem internapraticada pelos bancos. O gráfico 4.1.9 traza evolução dos saldos dessas linhas desde1992.

Por fim, a tabela 4.1.6, que cuida doprazo médio previsto para liquidação doscontratos de exportação, registra 85 diascomo medida do prazo médio do 4º tri/1999, com recuo de 9 dias frente ao períodoanterior. Esse comportamento é coerentecom a maior incidência de câmbio pósembarque e com a estratégia dosexportadores de contratar o mais próximopossível do embarque.

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Departamento de Câmbio56

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Banco Central do Brasil 57

4.2. MOVIMENTO FINANCEIRO

Em se tratando das contratações decâmbio financeiro no segmento de taxaslivres, no quarto trimestre de 1999 foramregistradas compras de US$ 22,5 bilhões(US$ 5,9 bilhões em outubro, US$ 5,0bilhões em novembro e US$ 11,6 bilhõesem dezembro) e vendas de US$ 23,0bilhões (US$ 6,9 bilhões em outubro,US$ 5,6 bilhões em novembro e US$ 10,5bi lhões em dezembro), o que gerouresultado líquido trimestral deficitário deUS$ 0,5 bilhão. No consolidado, 1999registrou ingressos de US$ 87,0 bilhões eremessas de US$ 100,8 bilhões, gerandosaída líquida de recursos de US$ 13,8bilhões, o primeiro saldo negativo desde1994, quando foram registradas remessaslíquidas de meros US$ 231 milhões.

O saldo negativo obtido no ano foiquase totalmente concentrado no primeirotrimestre (US$ 12,8 bilhões), refletindo oataque sofrido pela moeda nacional e queculminou com o abandono do regime de

bandas cambiais e adoção de um regimede câmbio f lutuante, certamente omomento de crise mais agudo pelo qualpassou a economia brasileira desde aimplementação do plano Real, em 1994.No decorrer do ano, com a gradual volta ànormalidade, não se repetiram as enormesremessas líquidas registradas no final de1998 e início de 1999. Os ingressos eremessas mensais e trimestrais do período1998-1999, além de suas respectivasmédias diárias, são mostrados na tabela4.2.1.

O comportamento mensal dascontratações de câmbio f inanceiro,compras e vendas, pode ser acom-panhado no gráfico 4.2.1, que reproduz operíodo 1997-1999. Vale a pena observaras intensas remessas registradas nosprimeiros quatro meses do ano, que, comojá dito, acabaram por determinar oresultado obtido no ano. Encerrado 1999,o saldo financeiro acumulado em 12 meses

4.2.1- Saldo Financeiro MensalCâmbio Contratado - 1997/99

-20.000

-15.000

-10.000

-5.000

0

5.000

10.000

15.000

20.000

S aldo Ingres s os R emes s asF onte: S isbacen.

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Departamento de Câmbio58

(gráfico 4.2.2), mesmo aindabastante negativo, voltou acrescer, apontando US$ 13,8bilhões negativos em dezem-bro, contra US$ 14,6 bilhõesnegativos em setembro. Nopróximo trimestre esse indica-dor deverá apresentar saltosignif icat ivo em virtude dedeixarmos de considerar oprimeiro trimestre de 1999,responsável por perdas líquidasde US$ 12,8 bi lhões. Nahipótese de ingresso líquido nacasa de US$ 1,0 bilhão noprimeiro trimestre do ano 2000,o saldo financeiro em 12 mesesse mostrará equi l ibrado,deixando para trás os efeitos dacrise cambial do início de 1999.

As principais contas deingresso f inanceiro estãodestacadas na tabela 4.2.2. Ascinco rubricas classificadassob o título Capitais somaramno último trimestre de 1999montante de US$ 18,6 bilhões,o que representa 82,7% dascontratações de comprafinanceira. O setor Serviçosparticipa com mais US$ 1,6bilhão. A mais importante fonte de recursosexternos, pelo sexto trimestre consecutivo,foi a rubrica Investimentos Diretos, quesomou US$ 6,6 bilhões (US$ 2,2 bilhõesem outubro, US$ 1,4 bilhão em novembroe US$ 3,0 bilhões em dezembro). Oacumulado de 1999 alcançou US$ 27,6bilhões de ingressos, superando emUS$ 0,8 bilhão o volume ingressado em1998 (US$ 26,8 bilhões). Dos US$ 6,6bilhões internados no período outubro-dezembro, US$ 3,4 bilhões (US$ 1,3 bilhãoem outubro, US$ 0,5 bilhão em novembroe US$ 1,6 bilhão em dezembro) refleteminversões em subsidiárias ou filiais deempresas estrangeiras no País, e US$ 3,2

bilhões (US$ 0,9 bilhão em outubro enovembro e US$ 1,4 bilhão em dezembro)são devidos a compras ou aumento departicipações em empresas brasileiras. Asduas classificações, que para os efeitospráticos respondem pela totalidade dosingressos classificados em InvestimentosDiretos, estão reproduzidas no gráfico4.2.3 para o período 1997-1999.

A segunda maior fonte decontratação de câmbio do tipo 3 (comprasfinanceiras), foi a rubrica CommercialPapers, Bonus e Notes, que somouexpressivos US$ 5,5 bilhões (US$ 0,6bilhão em outubro, US$ 0,9 bilhão em

4.2.1 - Operações Financeiras - Câmbio Contratado

1 9 9 8 121.324 487,24 107.814 432,99 13.510 Jan 7.770 370,02 5.544 263,99 2.227 Fev 10.038 557,69 4.813 267,39 5.225 Mar 17.946 815,71 6.456 293,48 11.489

1º Tri 35.755 586,14 16.813 275,63 18.941 Abr 13.918 732,51 6.258 329,36 7.660 Mai 7.882 394,11 6.961 348,06 921 Jun 8.662 412,49 8.358 397,98 305

2º Tri 30.462 507,70 21.577 359,61 8.885 Jul 14.506 630,69 9.105 395,89 5.400 Ago 7.633 363,49 16.597 790,32 -8.963 Set 6.591 313,87 15.967 760,36 -9.376

3º Tri 28.731 442,01 41.670 641,07 -12.939 Out 11.900 566,68 10.048 478,48 1.852 Nov 6.508 325,41 6.868 343,41 -360 Dez 7.968 362,19 10.838 492,62 -2.869

4º Tri 26.377 418,68 27.754 440,54 -1.377 1 9 9 9 86.999 347,99 100.770 403,08 -13.772

Jan 5.130 256,48 11.822 591,10 -6.692 Fev 7.671 426,18 10.706 594,76 -3.035 Mar 8.537 371,19 11.562 502,67 -3.024

1º Tri 21.338 349,81 34.089 558,84 -12.751 Abr 8.128 427,81 7.876 414,55 252 Mai 8.762 417,26 6.928 329,93 1.834 Jun 6.994 333,06 8.768 417,51 -1.773

2º Tri 23.885 391,56 23.573 386,44 313 Jul 8.151 370,51 8.324 378,36 -173 Ago 4.833 219,66 5.803 263,79 -971 Set 6.278 298,95 5.968 284,17 310

3º Tri 19.262 296,33 20.095 309,15 -833 Out 5.877 293,87 6.931 346,57 -1.054 Nov 5.034 251,72 5.603 280,14 -568 Dez 11.602 504,42 10.479 455,62 1.122

4º Tri 22.514 357,36 23.013 365,29 -500 Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).

US$ milhões

PeríodoValor Valor

Compras VendasSaldoMédia

DiáriaMédiaDiária

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Banco Central do Brasil 59

novembro e US$ 4,0 bi lhões emdezembro). Como pode ser notado, oresultado do trimestre é praticamente todoele devido ao comportamento verificado emdezembro, que apresentou o maior volumede ingresso mensal de 1999. O valorcontratado em Commercial Papers, Bonuse Notes no mês de dezembro foi tãosignificativo, que é o terceiro maior volumemensal já registrado, perdendo somentepara outubro (US$ 4,6 bilhões) e março de1998 (US$ 6,2 bilhões). Mesmo assim, ovolume ingressado em 1999, US$ 14,2bilhões, não chegou a 60% do valorinternado em 1998 (US$ 24,3 bilhões).

Historicamente outra significativa fontede ingressos financeiros, Empréstimos aResidentes somou US$ 3,0 bilhões (US$ 0,8bilhão em outubro e novembro e US$ 1,4bilhão em dezembro), apresentandodesempenho semelhante ao observado notrimestre anterior (US$ 2,6 bilhões). Comisso, o volume de ingressos contratados em1999 totalizou US$ 11,2 bilhões, o mais baixodesde 1996, quando foram registradascompras de US$ 9,4 bilhões. Como pode serobservado no gráfico 4.2.6, o baixodesempenho tem sido reflexo dos pequenosingressos registrados ao abrigo daResolução 63 e suas congêneres. Noperíodo em análise, por exemplo, foram

registrados US$ 382 milhões em ingressosvia 63 tradicional e apenas US$ 135 milhõesvia 63 “caipira”, dos quais US$ 116 milhõesna modalidade curto prazo e US$ 19 milhõesna modalidade longo prazo.

A exemplo do ocorrido no trimestreanterior, Mercado de Capitais acumuloucontratações de ingresso reduzidas, tendoalcançado US$ 2,6 bilhões (US$ 0,6 bilhãoem outubro, 0,7 bilhão em novembro eUS$ 1,3 bilhão em dezembro), valor poucosuperior ao obtido no terceiro trimestre doano (US$ 2,4 bilhões), que já havia sido omenor desde o primeiro trimestre de 1993,quando foram registrados US$ 1,4 bilhão.Com isso, o acumulado de 1999 somouUS$ 12,7 bilhões, muito aquém do obtidono ano anterior (US$ 20,9 bilhões).

Para que se tenha uma idéia de quãoreduzidos foram os ingressos em 1999,basta lembrar que desde 1992, época emque o País encerrava o processo derenegociação da dívida externa, não se temum desempenho anual tão reduzido.Comportamento semelhante pode sernotado na rubrica Depositary Receipts, quemesmo somando ingressos de US$ 975milhões no trimestre em análise, o maiorvolume trimestral do ano, acumulou nodecorrer de 1999 contratações de ingresso

4.2.2 - Saldo Financeiro Acumulado em 12 mesesCâmbio Contratado - 1997/99

-40.000

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

F onte: S isbacen.

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Departamento de Câmbio60

de US$ 3,0 bi lhões, mesmo volumeregistrado em 1996.

Entretanto, o pouco apeti te doinvestidor estrangeiro não se refletiu noexcelente desempenho das bolsas: noperíodo outubro-dezembro, o Ibovespaacumulou ganhos nominais de 53,90%(5,34% em outubro, 17,77% em novembroe 24,05% em dezembro). Se forconsiderada a variação do dólar, esse

desempenho torna-se ainda mais robusto:nada menos que 65,28% (3,68% emoutubro, 19,58% em novembro e 33,32%em dezembro). Em que pese a retraçãodo investidor estrangeiro observada em1999, o desempenho do Ibovespa pode serconsiderado excepcional, apresentandovariação nominal de 151,93%, o quesignifica ganho considerável, mesmodiante de uma desvalorização do Real de48% no mesmo período.

4.2.2 - Segmento Livre - Ingressos Financeiros - Câmbio Contratado

1998 5.621 20.905 5.823 26.783 23.741 24.276 14.175 121.324 Jan 460 1.850 663 947 2.442 700 709 7.770 Fev 408 2.090 1.067 1.104 3.525 642 1.201 10.038 Mar 477 2.813 369 1.124 5.520 6.173 1.471 17.946

1º Tri 1.345 6.752 2.099 3.175 11.487 7.514 3.381 35.755 Abr 487 2.338 359 1.731 2.507 3.059 3.438 13.918 Mai 368 1.812 726 1.278 976 993 1.729 7.882 Jun 481 1.524 585 2.839 600 2.025 609 8.662

2º Tri 1.335 5.674 1.670 5.848 4.082 6.077 5.776 30.462 Jul 490 2.640 953 4.780 1.599 3.333 710 14.506 Ago 587 1.165 199 2.859 1.381 833 610 7.633 Set 425 894 399 1.909 1.253 792 919 6.591

3º Tri 1.502 4.699 1.551 9.548 4.232 4.959 2.238 28.731 Out 435 1.172 155 4.050 736 4.648 704 11.900 Nov 468 1.749 196 1.785 688 182 1.441 6.508 Dez 535 858 152 2.377 2.515 896 636 7.968

4º Tri 1.437 3.779 503 8.211 3.939 5.727 2.780 26.377 1999 5.767 12.680 2.985 27.559 11.230 14.212 12.566 86.999 Jan 541 1.078 294 1.087 730 287 1.112 5.130 Fev 367 739 262 4.594 569 343 797 7.671 Mar 595 1.109 221 1.596 936 1.173 2.909 8.537

1º Tri 1.503 2.927 777 7.277 2.234 1.803 4.818 21.338 Abr 327 1.605 245 1.991 1.026 1.372 1.562 8.128 Mai 441 2.008 321 1.194 1.431 2.654 714 8.762 Jun 391 1.151 242 1.865 881 1.624 841 6.994

2º Tri 1.159 4.764 808 5.049 3.338 5.650 3.118 23.885 Jul 368 902 192 4.623 793 381 892 8.151 Ago 605 599 115 1.541 721 425 826 4.833 Set 537 888 118 2.491 1.126 500 617 6.278

3º Tri 1.510 2.389 425 8.655 2.640 1.307 2.335 19.262 Out 424 583 245 2.208 773 569 1.076 5.877 Nov 538 749 273 1.420 797 857 401 5.034 Dez 634 1.268 457 2.950 1.447 4.028 818 11.602

4º Tri 1.596 2.600 975 6.577 3.017 5.453 2.296 22.514

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).Notas: 1/ Inclui Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Rendas de Capitais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;2/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;

3/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;4/ Resolução n º 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.5/ Inclui Transferências Unilaterais e ingressos de capitais não discriminados nas colunas anteriores.

Outros5/

PeríodoUS$ milhões

Mercadode

Capitais2/

Depo-sitary

Receipts

Investi-mentosDiretos

3/

Emprés-timos a

Residentes4/

CommercialPapers,Bônus,Notes

Capitais TotalServiços1/

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Banco Central do Brasil 61

Encerrando as contratações decompra financeira no mercado de câmbiode taxas livres, a conta Outros, que agregaas contratações classif icadas comoTransferências Unilaterais, além de itensde Capitais não discriminados, somoucompras de US$ 2,3 bilhões (US$ 1,1bilhão em outubro, US$ 0,4 bilhão emnovembro e US$ 0,8 bilhão em dezembro),representando 10% do total ingressado noterceiro trimestre de 1999.

Passando agora às contratações deremessas financeiras, tabela 4.2.3, o itemde maior peso, pelo terceiro trimestreconsecut ivo, fo i Amort izações deFinanciamentos a Importação, que somouUS$ 4,9 bilhões (US$ 1,5 bilhão emoutubro, US$ 1,4 bilhão em novembro eUS$ 2,0 bilhões em dezembro). Essasamortizações refletem financiamentos deimportação com prazos superiores a 360dias, registrados no Banco Central, etendem a apresentar trajetória de quedacom a migração dos financiamentos deimportação para prazos menores que umano, que já vem sendo observada desdea f lexib i l ização (Circular 2.876, de17.03.99) e posterior revogação (Circular2.948, de 28.10.99) da necessidade decontratação antecipada de câmbio deimportação.

No acumulado de 1999, asamort izações de f inanciamentos deimportação registrados no Banco Centralsão, de longe, a principal fonte deremessas financeiras, tendo somadoUS$ 21,2 bilhões, mais de um quinto dototal (US$ 100,8 bilhões). Os valores quedeixam de transitar por essa rubrica porconta de redução do prazo definanciamento para menos de 360 dias,passam a impactar a conta Importaçõesda balança comercial cambial.

A rubrica Juros manteve-se como asegunda mais significativa do lado dasvendas financeiras, alcançando montantede US$ 4,3 bilhões (US$ 1,9 bilhão emoutubro, US$ 1,0 bilhão em novembro eUS$ 1,5 bilhão em setembro), maior volumedo ano, como normalmente ocorre noúltimo trimestre. As contratações do tipo 4(vendas financeiras) para pagamento dejuros em 1999 alcançaram inéditosUS$ 14,5 bilhões. Com a internacio-nalização da economia brasileira e o maioracesso de residentes aos mercados decapitais externos, a rubrica vem apresen-tando crescimento constante, mas suaparticipação no total das remessas, apósalcançar 16,8% em 1996, vinha caindo:11,6% em 1997 e 10,9% em 1998. Em 1999essa proporção subiu para 14,3% do total.

4.2.3 - Ingressos de Investimentos DiretosCâmbio Contratado - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

P articipação em E mpres as S ubs idiárias e/ou F iliaisF onte: S isbacen.

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Departamento de Câmbio62

Além de Juros, principal conta dosegmento Serviços, as contratações deremessas financeiras classificadas narubrica Lucros e Dividendos somaramUS$ 1,5 bilhão (US$ 0,3 bilhão em outubro,US$ 0,2 bilhão em novembro e US$ 1,0bilhão em dezembro) no trimestre em foco,acumulando US$ 5,6 bilhões em todo o anode 1999. O segmento Serviços somou notr imestre contratações de venda de

US$ 8,6 bilhões, representando mais deum terço das remessas totais registradasno mesmo período (US$ 23,0 bilhões),enquanto Juros e Lucros e Dividendosforam responsáveis por quase setenta porcento das remessas classificadas comoserviços. No ano de 1999, as contrataçõespara pagamento de juros e remessas dedividendos somaram US$ 20,0 bilhões,ficando ligeiramente acima do registrado

4.2.3 - Segmento Livre - Remessas Financeiras - Câmbio Contratado

1998 11.728 7.188 9.932 22.727 2.116 2.415 16.686 17.805 4.513 12.704 107.814 Jan 786 322 740 1.504 230 15 753 514 309 371 5.544 Fev 607 305 732 1.405 67 43 518 544 257 335 4.813 Mar 799 505 770 1.516 188 732 922 622 198 205 6.456

1º Tri 2.191 1.132 2.242 4.426 484 791 2.194 1.679 764 911 16.813 Abr 827 591 696 1.927 145 132 583 1.022 114 221 6.258 Mai 903 765 755 2.212 151 55 442 1.195 346 138 6.961 Jun 1.153 490 757 1.985 233 30 1.480 1.569 246 414 8.358

2º Tri 2.883 1.846 2.209 6.125 528 217 2.504 3.786 706 774 21.577 Jul 1.038 212 923 1.910 109 147 2.106 1.707 472 481 9.105

Ago 838 610 1.232 3.443 211 43 2.808 1.829 654 4.928 16.597 Set 1.208 1.582 975 2.611 187 193 2.454 2.267 369 4.121 15.967

3º Tri 3.083 2.404 3.131 7.964 507 384 7.368 5.803 1.495 9.531 41.670 Out 1.266 503 729 1.271 236 196 1.908 2.262 701 977 10.048 Nov 915 435 743 1.193 167 54 829 2.075 212 244 6.868 Dez 1.390 868 878 1.748 193 774 1.883 2.201 634 268 10.838

4º Tri 3.571 1.805 2.350 4.212 596 1.024 4.620 6.537 1.548 1.490 27.754 1999 14.460 5.582 9.156 11.139 1.788 1.275 13.104 21.187 13.447 9.631 100.770 Jan 925 628 966 1.692 111 154 1.058 1.620 1.018 3.652 11.822 Fev 835 351 503 577 81 134 1.272 1.451 4.995 507 10.706 Mar 1.424 392 837 804 130 103 2.943 2.191 2.284 454 11.562

1º Tri 3.184 1.370 2.306 3.072 322 391 5.273 5.262 8.296 4.613 34.089 Abr 1.948 303 681 1.004 240 505 678 1.547 362 610 7.876 Mai 939 478 708 1.083 264 10 516 1.891 360 679 6.928 Jun 1.346 748 722 1.148 119 30 1.219 2.131 241 1.064 8.768

2º Tri 4.234 1.529 2.110 3.234 622 545 2.413 5.569 962 2.353 23.573 Jul 854 293 645 828 146 45 1.178 1.703 2.070 562 8.324

Ago 749 554 626 794 105 30 763 1.842 137 204 5.803 Set 1.138 329 702 634 100 15 721 1.900 305 123 5.968

3º Tri 2.742 1.175 1.973 2.256 351 90 2.662 5.445 2.513 889 20.095 Out 1.887 269 693 668 98 30 747 1.544 178 817 6.931 Nov 958 230 882 688 155 44 582 1.352 478 234 5.603 Dez 1.456 1.009 1.193 1.221 240 175 1.427 2.015 1.019 724 10.479

4º Tri 4.301 1.508 2.767 2.577 493 249 2.756 4.911 1.676 1.776 23.013

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui B anco Central).

Notas:

1/ Inclui Dividendos e B onificações ;2/ T ransportes , Seguros, Viagens Internacionais , Gastos Governamentais e Serviços Diversos;

3/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;

4/ Imóveis , Investimentos em Subsidiárias ou F iliais e Participações em Empresas no Paí s ;

5/ Resolução nº 63, R esolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos .

6/ Inclui T ransferências Unilaterais e remessas de capitais não discriminadas nas colunas anteriores .

TotalUS$ milhões

CommercialPapers,Bônus,Notes

AmortizaçõesInvesti-mentosDiretos

4/

Outros 6/

Fin. a Im-portação

CapitaisPeríodo

Juros

Serviços

Emp. a Re-

sidentes/

Lucros1/

OutrosServiços

2/

Mercadode

Capitais3/

Depo-sitary

Receipts

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Banco Central do Brasil 63

em 1998 (US$ 18,9 bilhões). O gráfico4.2.7 mostra as remessas mensais dejuros e lucros e o total de serviços noperíodo 1997 a 1999.

Terceira maior fonte de vendasfinanceiras no último trimestre de 1999,Empréstimos a Residentes alcançou valorde US$ 2,8 bilhões (US$ 0,7 bilhão emoutubro, US$ 0,6 bilhão em novembro eUS$ 1,4 bilhão em dezembro), prati-camente repetindo o verificado no trimestreanterior (US$ 2,6 bilhões). A destacar asremessas classificadas como Resolução63 e “63 Caipira” que somaram notrimestre saídas de US$ 1,0 bilhão. No anode 1999, Empréstimos a Residentesregistrou remessas de US$ 13,1 bilhões.

Outra tradicional via de remessasfinanceiras, Commercial Papers, Bonuse Notes acumulou saídas de US$ 1,7bilhão no três últimos meses de 1999(US$ 0,2 bilhão em outubro, US$ 0,5bilhão em novembro e US$ 1,0 bilhão emdezembro), levando o ano a acumular

inédi tos US$ 13, 4 bi lhões. Mesmodesconsiderando a operação de anteci-pação de receitas de recursos de privati-zação do sistema Telebrás, realizadopelo BNDES 1, a rubr ica a lcançar iaUS$ 9,5 bilhões, ainda um recorde anual.

Com contratações de US$ 2,6bilhões no quarto tr imestre de 1999(US$ 0,7 bilhão em outubro e novembro eUS$ 1,2 bilhão em dezembro), as vendasfinanceiras classificadas em Mercado deCapitais, apesar de fonte significativa deremessas, a exemplo do que já haviaocorrido no terceiro trimestre, alcançouvalor muito aquém dos observados nosúltimos cinco anos. Vale a pena observarque, talvez pela própria natureza doinvestimento, essa rubrica tradicionalmentetende a apresentar giro intenso, com fluxosde ingresso e de remessa parecidos emordem de grandeza.

Assim, os baixos valores deremessas verificados nos dois últimostrimestres refletem os volumes reduzidos

1 – O BNDES antecipou ingressos de privatização por meio do lançamento de notes. Houve umacontratação de ingresso de US$ 180 milhões em 30.09.98 e outra de US$ 3.705 milhões em01.10.98. Em fevereiro de 1999 esses títulos foram “pagos”, com a contratação de remessafinanceira de US$ 3.885 no dia 01.02. Registrou-se, ao mesmo tempo, o ingresso de investimentosdiretos no valor de US$ 3.805 milhões. Dessa forma, a contratação de câmbio da rubrica estáinflada do lado dos ingressos em 1998 e do lado das remessas em 1999.

4.2.4 - Investimento Direto Líquido Acumulado em 12 meses - Câmbio Contratado - 1997/99

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

F onte: S isbacen.

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Departamento de Câmbio64

ingressados no mesmo período. Noacumulado de 1999, Mercado de Capitaissomou remessas de US$ 11,1 bilhões,que, similarmente ao ocorrido do lado dosingressos, é o menor valor desde 1993(US$ 8,3 bilhões). A tabela 4.2.3 registraainda as vendas financeiras classificadasem Depositary Receipts (US$ 0,5 bilhãono trimestre) e em Investimentos Diretos(US$ 0,2 bilhão), normalmente pequenasquando comparadas às demais.

Em se tratando de fluxos líquidos, atabela 4.2.4, espelho da tabela 4.2.2,mostra que Investimentos Diretos somouUS$ 6,3 bilhões (US$ 2,2 bilhões emoutubro, US$ 1,4 bilhão em novembro eUS$ 2,8 bilhões em dezembro), levando oacumulado 1999 a alcançar US$ 26,3bilhões, dos quais US$ 12,0 bilhões parainvestimentos em subsidiárias ou filiais eUS$ 14,3 bilhões internados para aumentoou compra de participação em empresas

4.2.4 - Transferências Financeiras - Ingressos Líquidos - Câmbio Contratado

1998 -23.227 -1.822 3.708 24.368 7.055 19.763 -16.334 13.510 Jan -1.387 345 434 932 1.688 391 -176 2.227 Fev -1.236 685 1.000 1.061 3.007 385 322 5.225 Mar -1.597 1.296 181 392 4.598 5.974 645 11.489

1º Tri -4.220 2.327 1.615 2.384 9.294 6.751 791 18.941 Abr -1.627 411 214 1.599 1.924 2.945 2.195 7.660 Mai -2.055 -400 576 1.224 535 647 396 921 Jun -1.920 -462 352 2.810 -880 1.779 -1.375 305

2º Tri -5.602 -451 1.142 5.632 1.578 5.370 1.216 8.885 Jul -1.683 731 844 4.633 -507 2.861 -1.478 5.400 Ago -2.093 -2.279 -12 2.816 -1.427 179 -6.147 -8.963 Set -3.340 -1.716 212 1.716 -1.201 423 -5.470 -9.376

3º Tri -7.116 -3.265 1.044 9.164 -3.136 3.463 -13.095 -12.939 Out -2.064 -98 -81 3.854 -1.172 3.947 -2.534 1.852 Nov -1.625 556 29 1.731 -142 -30 -879 -360 Dez -2.601 -891 -41 1.602 633 261 -1.833 -2.869

4º Tri -6.289 -433 -93 7.187 -681 4.179 -5.247 -1.377 1999 -23.431 1.541 1.196 26.283 -1.874 765 -18.252 -13.772 Jan -1.978 -613 183 932 -328 -730 -4.159 -6.692 Fev -1.322 162 181 4.460 -703 -4.652 -1.162 -3.035 Mar -2.058 305 91 1.493 -2.008 -1.111 263 -3.024

1º Tri -5.357 -146 455 6.886 -3.038 -6.493 -5.058 -12.751 Abr -2.604 602 6 1.486 348 1.010 -595 252 Mai -1.685 925 57 1.184 915 2.294 -1.856 1.834 Jun -2.425 3 123 1.835 -339 1.383 -2.355 -1.773

2º Tri -6.714 1.530 185 4.504 925 4.687 -4.805 313 Jul -1.424 74 46 4.578 -385 -1.689 -1.373 -173 Ago -1.324 -194 11 1.511 -42 288 -1.220 -971 Set -1.631 254 18 2.476 405 195 -1.406 310

3º Tri -4.379 134 74 8.565 -22 -1.206 -3.999 -833 Out -2.425 -85 147 2.178 26 390 -1.285 -1.054 Nov -1.532 61 119 1.376 215 378 -1.185 -568 Dez -3.023 48 216 2.775 19 3.008 -1.921 1.122

4º Tri -6.981 23 482 6.328 261 3.777 -4.391 -500

Fonte: PCAM175 Segmento Livre (não inclui Banco Central).Notas: 1/ Inclui Transportes, Seguros, Viagens Internacionais, Rendas de Capitais, Gastos Governamentais e Serviços Diversos;2/ Resolução nº 1.289 (anexos I a IV) e Ações;

3/ Imóveis, Investimentos em Subsidiárias ou Filiais e Participações em Empresas no País;4/ Resolução nº 63, Resolução nº 2.312 ('63 cambial'), Resolução nº 2.483 ('63 caipira') e outros empréstimos.5/ Inclui Transferências Unilaterais e ingressos líquidos de capitais não discriminados nas colunas anteriores.

Investi-mentosDiretos

3/

Outros 5/

CapitaisUS$ milhões

Emprés-timos a

Residentes4/

CommercialPapers,Bônus,Notes

TotalServiços1/

Mercadode

Capitais2/

Depo-sitary

Receipts

Período

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no País. Esse ingresso l íquido deinvestimentos diretos representa novorecorde histórico. No gráfico 4.2.4 pode servisto o resultado l íquido do câmbiocontratado classificado como investimentodireto, acumulado em 12 meses. Comopode ser observado, o volume líquidointernado em bases anuais mantém-seacima dos US$ 25 bilhões desde fevereirode 1999.

As demais rubr icas que apre-sentaram saldo positivo no trimestreforam Commercial Papers, Bonus eNotes, com expressivos US$ 3,8 bilhões(US$ 0,4 bilhão em outubro e novembro

e US$ 3,0 b i lhões em dezembro) ,Depositary Receipts, com US$ 0,5 bilhão,Empréstimos a Residentes, com US$ 0,3bilhão, e Mercado de Capitais, com saldoresidual de US$ 23 milhões. Consi-derando as saídas líquidas das demaisrubr icas da tabela 4.2.4, t ivemos osegmento Serviços acumulando con-t ra tações l íqu idas negat ivas deUS$ 7,0 bilhões (US$ 2,4 bilhões emoutubro, US$ 1,5 bilhão em novembro eUS$ 3,0 bilhões em dezembro) e a títuloOutros, que somou US$ 4,4 bilhões dedéfic i t (US$ 1,3 bi lhão em outubro,US$ 1,2 bilhão em novembro e US$ 1,9bilhão em dezembro).

4.2.5 - Resolução 1.289 - Anexos I a VContratação Líquida - 1997/99

-2.500

-2.000

-1.500

-1.000

-500

0

500

1.000

1.500

2.000

Anexos I a IV Anexo V - Depos itary R eceiptsF onte: S isbacen.

4.2.6 - Ingressos de Capital EstrangeiroCâmbio Contratado - 1997/99

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

R es olução 63 R es olução 2.483 - '63 Caipira'F onte: S isbacen.

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Departamento de Câmbio66

É bom lembrar que o item de maiorinfluência no valor líquido de Outros na tabela4.2.4 são as saídas cursadas emAmortizações de Financiamentos aImportação, aquelas com prazo maior que360 dias, que só têm a ponta de saída, jáque os ingressos referem-se a mercadorias.

Em base anuais, portanto, o paga-mento líquido de serviços, US$ 23,4 bilhões,as amortizações de financiamentos deimportações registradas, US$ 21,2 bilhões,

e os investimentos diretos, US$ 26,3 bilhõesde ingressos, definem a ordem de grandezado déficit verificado nas contratações decâmbio financeiro. Os ingressos líquidosverificados nas demais contas, Mercadosde Capitais (US$ 1,5 bilhão) e DepositaryReceipts (US$ 1,2 bilhão), ver gráfico 4.2.5,além de Commercial Papers (US$ 0,8bilhão), apesar de importantes, apre-sentaram valores relativos bastantereduzidos quando comparados às trêsprincipais rubricas citadas.

4.2.7 - Remessas de ServiçosCâmbio Contratado - 1997/99

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

Juros Lucros e Dividendos . T otal S erviçosF onte: S isbacen.

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5. SEGMENTO DE TAXAS

FLUTUANTES

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Encerrando o ano de 1999, o quartotrimestre mostrou recuperação no volumede seus negócios, alcançando o total deUS$ 9.334 milhões. Esse valor representasignificativo aumento de 23,9% em relaçãoao tr imestre anterior, mas ainda seencontra bem longe dos montantesverificados até janeiro de 1999. Desdeentão, a negociação do segmentoFlutuante vem registrando níveis beminferiores aos veri f icados em 1998,basicamente em função da unificação –efetivada naquele mês – das posições decâmbio desse segmento com as dosegmento Livre. As instituições que operamnos dois segmentos passaram a ter umaposição de câmbio única, conhecida comoposição do mercado e registrada nosegmento Livre (sua evolução pode ser

acompanhada no gráfico 2.4 do capítulo 2– Política Cambial).

Atualmente, o interbancário doFlutuante conta com apenas seis insti-tuições bancárias credenciadas peloBanco Central a operar exclusivamente nosegmento, além das sociedades corre-toras, sociedades distribuidoras de títulose valores mobiliários e as sociedades decrédito, financiamento e investimento.Agências de turismo e meios de hospe-dagem de turismo também são crede-nciados pelo Banco Central a operar noFlutuante – sem posição de câmbio, mascom autorização para manutenção del imites operacionais diár ios de até,respectivamente, US$ 200.000,00 eUS$ 100.000,001. Suas operações com os

5. SEGMENTO DE TAXAS FLUTUANTES

1 – Referem-se às disponibilidades decorrentes do excesso das compras sobre as vendas de moedaestrangeira. O valor que exceda os limites atribuídos às agências e meios de hospedagem deturismo deve ser obrigatoriamente vendido a bancos e operadores credenciados (os meios dehospedagem de turismo também podem fazer essa venda a agências de turismo).

5.1 - Volume Total Negociado (Turnover) 1,2 - 1998/99

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

Operações com Clientes

Operações entre Ins tituições

F onte: S isbacen.Notas:1/ Exclui " Operações Interdepartamentais " ;2/ A partir de 01.02.99, as posições de câmbio dos mercados livre e flutuante foram unificadas (R esolução nº 2.588, de 25.01.99).

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bancos são registradas em “Operaçõescom Clientes”, mais especificamente emAg.Tur.-Op.c/Bancos Credenciados (tabela5.3), não correspondendo a operaçõesinterbancárias.

O volume negociado no segmentoFlutuante pode ser acompanhado por meiodo gráfico 5.1 e da tabela 5.1, que mostramclaramente a maior representatividade dogrupo de rubricas “Operações entreInst i tuições”, correspondendo atransações interbancárias no País,arbitragens e f luxos de divisas deinstituições financeiras brasileiras cominstituições do exterior2.

As operações interbancárias, que,historicamente, respondem pela maiorparte das negociações do segmentoFlutuante, chegaram a US$ 1.577 milhõesno presente trimestre, ante US$ 1.252milhões do trimestre anterior. Entretanto,em termos relativos, desde a unificação daposição de câmbio dos dois segmentos ea conseqüente transferência da maiorparte da movimentação interbancária dosegmento Flutuante para o Livre, asoperações primárias vêm naturalmentemostrando maior participação.

No presente tr imestre, houveaumento tanto nas remessas líquidas de

5.1 - Fluxo Total

Compra Venda Saldo Compra Venda Saldo Compra Venda Saldo1 9 9 8 5.185 12.122 -6.936 2.346 27.163 -24.817 7.531 39.284 -31.754 486 281.264 281.750 328.565

Jan 444 739 -296 41 1.520 -1.479 484 2.259 -1.775 48 19.076 19.124 21.868 Fev 487 576 -89 62 1.094 -1.033 549 1.670 -1.121 35 17.871 17.906 20.124 Mar 432 723 -291 103 1.434 -1.331 535 2.156 -1.621 36 25.080 25.115 27.807

1º Trim. 1.363 2.038 -675 205 4.047 -3.842 1.568 6.085 -4.517 118 62.027 62.145 69.798 Abr 410 2.153 -1.743 144 943 -799 555 3.096 -2.542 33 21.330 21.363 25.014 Mai 379 1.736 -1.357 110 1.782 -1.672 489 3.518 -3.029 36 22.652 22.688 26.695 Jun 406 682 -276 173 1.854 -1.682 579 2.537 -1.958 47 20.099 20.146 23.261

2º Trim. 1.196 4.571 -3.375 427 4.580 -4.153 1.623 9.151 -7.528 116 64.081 64.197 74.971 Jul 542 1.044 -502 137 1.494 -1.357 679 2.538 -1.859 50 19.399 19.449 22.665 Ago 397 798 -401 120 2.511 -2.391 516 3.309 -2.793 37 24.043 24.080 27.906 Set 393 962 -569 185 8.176 -7.991 578 9.138 -8.560 63 34.035 34.098 43.814

3º Trim. 1.332 2.804 -1.472 442 12.181 -11.740 1.773 14.985 -13.212 150 77.477 77.626 94.385 Out 428 1.072 -645 932 3.141 -2.210 1.359 4.214 -2.854 46 28.504 28.550 34.123 Nov 403 881 -477 169 1.261 -1.092 573 2.142 -1.569 24 25.173 25.197 27.911 Dez 464 756 -292 171 1.952 -1.781 635 2.708 -2.073 33 24.002 24.035 27.378

4º Trim. 1.295 2.709 -1.414 1.272 6.354 -5.082 2.567 9.063 -6.496 103 77.679 77.782 89.412 1 9 9 9 5.446 6.427 -981 3.611 13.808 -10.197 9.057 20.235 -11.178 458 19.528 19.986 49.279

Jan 425 513 -88 142 2.143 -2.001 567 2.656 -2.089 23 11.760 11.783 15.005 Fev 552 351 201 126 604 -478 678 955 -277 109 476 586 2.219 Mar 619 357 262 604 1.029 -425 1.223 1.386 -163 141 1.031 1.173 3.781

1º Trim. 1.596 1.221 375 872 3.775 -2.904 2.468 4.996 -2.528 274 13.268 13.541 21.005 Abr 398 495 -97 548 1.363 -815 945 1.857 -912 24 1.594 1.617 4.420 Mai 392 429 -38 267 1.144 -877 659 1.574 -915 24 624 648 2.880 Jun 451 655 -204 959 1.129 -170 1.409 1.784 -375 22 888 910 4.103

2º Trim. 1.240 1.579 -339 1.774 3.636 -1.863 3.014 5.215 -2.202 70 3.105 3.175 11.404 Jul 422 529 -107 89 671 -582 510 1.199 -689 26 484 509 2.219 Ago 408 519 -111 227 690 -463 636 1.209 -574 24 391 414 2.259 Set 542 598 -55 185 1.149 -964 727 1.747 -1.020 22 562 584 3.058

3º Trim. 1.372 1.646 -273 501 2.510 -2.009 1.873 4.156 -2.283 71 1.436 1.508 7.536 Out 364 548 -184 126 993 -868 490 1.541 -1.051 10 436 446 2.477 Nov 403 688 -285 210 1.241 -1.031 613 1.929 -1.316 12 556 568 3.110 Dez 470 746 -276 130 1.653 -1.523 600 2.399 -1.799 22 726 748 3.746

4º Trim. 1.238 1.982 -744 465 3.887 -3.422 1.703 5.869 -4.166 43 1.719 1.762 9.334 Fonte: Sisbacen.

Notas:

1 - O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;

2 - Representadas, no caso do fluxo primário, por "Op.com Instituições no Exterior" (entre uma instit.no País e outra no exterior), incluindo op.de ouro contra moeda nacional, pronta e futura;

3 - Volume total negociado ("turnover"), exclui "Operações Interdepartamentais" e "Operações Intermercados" das Operações entre Instituições;

4 - Representadas, para o caso do mercado secundário, por "Agências de Turismo - Operações com Bancos/Operadores Credenciados".

TotalOp.entre Institituições

Op.com Clientes

4/

US$ milhões

Mercado Secundário 3/

Período TotalOperações com Clientes

Mercado Primário 1/Operações entre Instituições

2/

Volume Total

Negociado

2 – O outro grupo de rubricas do segmento Flutuante – “Operações com Clientes” – abriga transaçõesreferentes a viagens internacionais, transferências unilaterais, entre outras.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 71

“Operações com Clientes” como de“Operações entre Instituições”. Esse últimogrupo de rubricas, em termos de operaçõesde mercado primário, refere-se àstransações envolvendo a rubricaOperações com Instituições no Exterior,diretamente relacionadas às movimen-tações em contas no Brasil de residentesno exterior3.

Considerando-se o acumulado deoutubro a dezembro, as remessas líquidaspor essa rubrica chegaram a US$ 3.422milhões – as maiores do ano de 1999 –,representando crescimento de 70,3% emrelação ao trimestre anterior. A propósito,em novembro e dezembro as trans-ferências líquidas para o exterior viaOperações com Instituições do Exteriorvoltaram a ultrapassar a casa deUS$ 1 bilhão, o que não se verificava desdea mudança do regime cambial no início de

1999. Em termos de ingressos, os US$ 465milhões do presente trimestre, emborasejam 7,2% menores que os valoresregistrados no trimestre anterior, sãorelativamente significativos e contribuírampara que os ingressos em termos anuaisnessa rubrica chegassem a US$ 3.611milhões – cerca de 54% maiores do queos de 1998. Esse comportamento pode seratribuído principalmente às reduções naalíquota de IOF incidente sobre essesingressos, que passaram de 7% para 2%

3 – Muito embora as posições de câmbio estejam unificadas desde fevereiro de 1999, as operaçõesde contratação de câmbio continuam sendo passíveis de registro no segmento de mercado indicadopela regulamentação – Livre ou Flutuante –, resultando, contabilmente, em diferentes posições decâmbio que, para efeito de posição unificada (de mercado), são consideradas conjuntamente. Àconveniência das instituições, pode ser feito um acerto de forma a levar , contabilmente, a posiçãocambial do Flutuante para o Livre – anteriormente com a participação do Banco Central em umadas pontas e, atualmente, apenas com a participação exclusiva da instituição nas pontas decompra e de venda.

Quadro 5.1 - Rendas de Capitais e Serviços Diversos

1994 265 331 -65

1995 559 520 39

1996 921 931 -10

1997 1.212 1.321 -109

1998 1.276 2.221 -945

1999 1.423 2.307 -884

Fonte: Banco Central do Brasil.

Saldo Líquido

US$ milhões

Ano Ingressos Remessas

5.2 - OPERAÇÕES COM INSTITUIÇÕES NO EXTERIORRemessas (por países de domicílio das instituições) - 1997/99

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

P araguai Uruguai B ahamas E.U.A. OutrosFonte: S isbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio72

em abril de 1997, sendo reduzidas aindapara 0,5% em março de 1999 e 0% emagosto de 1999.

As transferências para instituiçõesno exterior podem ser examinadas maisdetalhadamente no gráfico 5.2, que traz asremessas classificadas por países dedomicílio das instituições de destino. Aexemplo de períodos anteriores, Bahamas,Uruguai, Paraguai e Estados Unidos sãoos países que aparecem com maiordestaque. No presente trimestre, dos

US$ 3,9 bilhões em remessas para oexterior, US$ 1,1 bilhão foi direcionado parainstituições domiciliadas nas Bahamas,cerca de US$ 1 bilhão para as do Uruguai,algo entre US$ 700 milhões e US$ 800milhões para as do Paraguai e igualmontante para as domiciliadas nos EstadosUnidos.

Com relação ao fluxo primário dedivisas do outro grupo de rubricas que, juntoa “Operações entre Instituições”, compõe oFlutuante – “Operações com Clientes” –,

Compra Venda1998 475 2.260 453 278.076 0 281.264 2.346 27.163 Jan 34 40 0 19.002 0 19.076 41 1.520 Fev 53 37 3 17.778 0 17.871 62 1.094 Mar 58 34 11 24.976 0 25.080 103 1.434

1ºTrim. 145 110 14 61.757 0 62.027 205 4.047 Abr 54 450 27 20.798 0 21.330 144 943 Mai 33 483 37 22.099 0 22.652 110 1.782 Jun 39 578 42 19.440 0 20.099 173 1.854

2ºTrim. 127 1.511 106 62.337 0 64.081 427 4.580 Jul 32 26 31 19.310 0 19.399 137 1.494 Ago 27 390 47 23.579 0 24.043 120 2.511 Set 42 125 88 33.780 0 34.035 185 8.176

3ºTrim. 101 541 166 76.669 0 77.477 442 12.181 Out 28 33 70 28.372 0 28.504 932 3.141 Nov 26 34 54 25.058 0 25.173 169 1.261 Dez 48 30 42 23.883 0 24.002 171 1.952

4º Trim. 102 97 166 77.313 0 77.679 1.272 6.354 1999 317 104 294 18.813 0 19.528 3.611 13.808 Jan 45 15 100 11.599 0 11.760 142 2.143 Fev 6 30 35 405 0 476 126 604 Mar 27 19 20 965 0 1.031 604 1.029

1ºTrim. 78 65 155 12.970 0 13.268 872 3.775 Abr 20 10 13 1.550 0 1.594 548 1.363 Mai 6 4 14 599 0 624 267 1.144 Jun 8 2 12 865 0 888 959 1.129

2ºTrim. 35 16 40 3.014 0 3.105 1.774 3.636 Jul 22 11 10 440 0 484 89 671 Ago 21 3 10 357 0 391 227 690 Set 86 2 19 455 0 562 185 1.149

3ºTrim. 130 15 40 1.252 0 1.436 501 2.510 Out 5 3 24 404 0 436 126 993 Nov 38 2 10 506 0 556 210 1.241 Dez 31 2 26 667 0 726 130 1.653

4º Trim. 74 8 60 1.577 0 1.719 465 3.887 Fonte: Sisbacen.Notas:1/ No País e no Exterior. O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Volume total negociado ("turnover"), exclui "Operações Interdepartamentais" e "Operações Intermercados";3/ Pronta e Futura, incluindo ouro;

4/ Boleto e automático, incluindo operações com o Bacen e operações de ouro c/ moeda nacional entre instituições no País;

5/ Compra e venda de moeda estrangeira e ouro contra moeda nacional.

Outros Fatos

Total Mercado

Secundário

5.2 - Operações entre Instituições 1/US$ milhões

Mercado Secundário 2/ Merc.Primário

PeríodoArbitragens no País 3/

Arbitragens no Exterior

3/

Operações com Instituições no

Exterior 5/

Arbitr.de Pos.Ouro contra Pos.Camb.

(Bacen)

Operações Interbancárias

no País 4/

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Banco Central do Brasil 73

5.3 - Operações com Clientes 1/

Merc.Sec.

Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 152 1 1.106 5.369 1.276 2.221 2.197 566 122 1.164 334 2.801 5.185 12.122 486 Jan 15 0 88 437 104 182 174 19 11 96 52 5 444 739 48 Fev 12 0 80 382 118 131 161 15 23 48 94 1 487 576 35 Mar 10 0 102 364 104 195 189 18 11 38 15 109 432 723 36

1º Trim. 37 0 270 1.182 326 508 524 52 45 182 161 114 1.363 2.038 118 Abr 17 0 93 390 85 161 190 19 13 56 13 1.527 410 2.153 33 Mai 13 0 89 418 80 145 174 21 7 34 17 1.117 379 1.736 36 Jun 10 0 82 485 110 154 174 26 5 15 26 2 406 682 47

2º Trim. 40 0 264 1.293 275 460 538 66 24 105 56 2.647 1.196 4.571 116 Jul 11 0 90 504 132 213 279 263 13 61 17 2 542 1.044 50 Ago 9 0 97 455 101 233 160 20 17 66 13 24 397 798 37 Set 10 0 94 598 97 173 152 32 10 149 30 9 393 962 63

3º Trim. 30 0 281 1.557 330 618 591 316 40 277 59 35 1.332 2.804 150 Out 15 0 95 561 121 174 183 25 1 308 13 4 428 1.072 46 Nov 19 0 100 380 108 166 163 82 6 253 8 0 403 881 24 Dez 11 0 97 395 117 296 198 26 5 39 37 1 464 756 33

4º Trim. 45 0 291 1.336 346 635 543 132 12 600 58 5 1.295 2.709 103 1999 45 1 1.144 2.870 1.423 2.307 2.431 196 155 959 249 93 5.446 6.427 458 Jan 12 0 89 332 119 110 179 17 14 53 12 1 425 513 23 Fev 13 0 93 206 120 102 273 8 24 35 29 0 552 351 109 Mar 19 0 121 174 111 132 315 15 18 36 34 1 619 357 141

1º Trim. 44 0 304 712 350 344 768 40 56 123 75 1 1.596 1.221 274 Abr 1 0 88 173 81 118 201 15 12 165 15 23 398 495 24 Mai 0 0 83 213 86 134 175 21 6 24 41 38 392 429 24 Jun 0 0 85 245 122 263 198 16 21 130 24 0 451 655 22

2º Trim. 1 0 256 631 289 515 574 53 40 319 80 61 1.240 1.579 70 Jul 0 0 88 252 118 218 199 15 7 27 9 16 422 529 26 Ago 0 0 90 247 101 214 196 15 2 30 20 13 408 519 24 Set 0 0 91 249 240 286 165 16 23 47 23 0 542 598 22

3º Trim. 0 0 270 749 459 718 560 46 32 104 51 29 1.372 1.646 71 Out 0 0 88 218 85 194 167 13 10 123 14 0 364 548 10 Nov 0 0 106 258 110 216 168 17 6 197 13 0 403 688 12 Dez 0 0 121 302 129 321 195 27 10 94 15 1 470 746 22

4º Trim. 0 0 315 779 324 730 529 57 27 414 43 1 1.238 1.982 43 Fonte: Sisbacen.Notas:

1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;

3/ Exclui a rubrica "Agências de Turismo - Operações com Bancos/Operadores Credenciados", constante na coluna do mercado secundário;4/ Curto e Longo Prazos;

5/ Volume total negociado ("turnover").

Capitais Brasileiros

4/

Total Mercado Primário

2/ A partir de 07.04.99, exportações de jóias, gemas, pedras preciosas e de artefatos de ouro e de pedras preciosas, bem como as operações de câmbio de frete e seguro dessas exportações passaram a cursar no Mercado de Câmbio de Taxas Livres;

Capitais Estrangeiros

4/

US$ milhões

Ag.Tur.-Op. c/ Bancos Credenc.

5/

Exportações e Transportes

2/Período

Viagens Internacionais

3/

Mercado PrimárioRendas de Capitais e

Serv.Diversos

Transferências Unilaterais

5.3 - CARTÕES DE CRÉDITO INTERNACIONAISSaldo Líquido - Fluxo Mensal e Média Diária - 1996/99

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

-17,5

-15,0

-12,5

-10,0

-7,5

-5,0

-2,5

0,0

S aldo Líquido Mens al Média Diária Média Diária 12 Mes esF onte: S isbacen.

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio74

verifica-se que também houve incrementoem seus negócios, principalmente emtermos de remessas, levando à ampliaçãodo seu resultado negativo. De fato, comomostram as tabelas 5.1 e 5.3, o trimestreem análise registrou US$ 744 milhões emtrans-ferências líquidas para o exterior,representando crescimento de 172,5% emrelação ao trimestre anterior (US$ 273milhões).

Desde a criação do segmentoFlutuante, as transferências a título deViagens Internacionais, sobretudo Cartõesde Crédito, vinham tendo participação

preponderante entre todas as rubricas dogrupo “Operações com Clientes”. Noentanto, desde 1996 tem havido fortecrescimento nos fluxos de Rendas deCapitais e Serviços Diversos, como mostraclaramente o quadro 5.1. Neste trimestre,o volume de remessas líquidas também foibem relevante, fazendo com que omontante trimestral enviado ao exterior poraquela conta (US$ 730 milhões) chegassebem perto das transferências para oexterior de Viagens Internacionais (US$ 779milhões). Em termos de saldo líquido, estaúltima conta chegou a US$ 464 milhões,ante US$ 406 milhões daquela).

5.4. Viagens Internacionais 1/ 2/

Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 160 31 62 1.658 849 3.465 34 215 1.106 5.369 Jan 14 1 5 139 66 282 2 14 88 437 Fev 14 2 4 82 60 285 2 13 80 382 Mar 15 2 6 77 78 266 3 18 102 364

1º Trim. 43 6 15 299 204 833 8 46 270 1.182 Abr 14 2 4 92 72 279 2 18 93 390 Mai 13 1 4 95 70 301 2 21 89 418 Jun 13 2 5 150 62 313 3 21 82 485

2º Trim. 39 5 13 337 204 892 7 59 264 1.293 Jul 14 2 6 167 67 318 3 18 90 504 Ago 14 2 6 132 75 302 3 18 97 455 Set 12 4 4 286 75 285 3 23 94 598

3º Trim. 40 9 16 585 216 905 9 59 281 1.557 Out 12 6 5 222 74 309 3 24 95 561 Nov 12 4 7 84 78 279 3 14 100 380 Dez 14 3 6 133 73 247 4 12 97 395

4ºTrim. 38 12 18 439 225 835 10 51 291 1.336 1999 167 13 63 759 862 1.848 52 251 1.144 2.870 Jan 15 1 7 77 65 242 3 12 89 332 Fev 23 1 12 20 57 176 1 10 93 206 Mar 20 1 8 32 90 128 4 14 121 174

1º Trim. 58 2 27 129 212 546 8 36 304 712 Abr 13 1 4 52 70 106 2 14 88 173 Mai 12 1 4 63 64 133 2 15 83 213 Jun 13 1 5 75 66 154 3 16 85 245

2º Trim. 37 2 12 190 199 393 7 46 256 631 Jul 13 1 4 76 68 160 3 15 88 252 Ago 14 1 5 78 69 154 3 14 90 247 Set 12 2 4 81 73 149 2 18 91 249

3º Trim. 39 4 13 234 210 463 8 48 270 749 Out 10 2 4 52 72 150 3 14 88 218 Nov 11 1 4 53 81 152 10 52 106 258 Dez 13 1 3 101 89 145 16 55 121 302

4ºTrim. 33 4 11 206 242 446 29 122 315 779 Fonte: Sisbacen.Notas:

US$ milhões

TotalPeríodo

Turismo no País

Turismo no Exterior

Cartões de Crédito 3/

Outras Naturezas 4/

1/ O total poderá eventual divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Exclui a rubrica "Agências de Turismo - Op.com Bancos/Operadores Credenciados", pertencente ao mercado secundário;3/ "Gastos em Bens e Serviços" e "Saques". "Outras Receitas e Despesas" de cartões encontra-se em Serviços Diversos;

4/ "Fins Educacionais, Científicos, Culturais ou Eventos Esportivos", "Negócios, Serviços ou Treinamento" e "Tratamento de Saúde".

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Banco Central do Brasil 75

A principal movimentação emRendas de Capitais e Serviços Diversosrefere-se exatamente a Serviços Diversos– são destacados os ingressos eremessas a título de Serviços TécnicosProfissionais, compra de Software noexterior (incluindo cópia única) e ingressosclassif icados como Venci-mentos eOrdenados. No presente tr imestre,particularmente em dezembro, os enviospor meio daquelas duas primeiras contasforam bem relevantes, alcançando,conjuntamente, inéditos US$ 262,4 milhõesno último mês do ano.

Por parte de Viagens Interna-cionais, como mostram as tabelas 5.3 e5.4, é de se ressaltar a ampliação em maisde 16% nos seus ingressos trimestrais,alcançando US$ 315 milhões – o maiorvalor desde a criação do Flutuante,condicionado pelos ingressos tambémrecordes de US$ 242 milhões a título deCartões de Crédito.

Como pode ser acompanhado nográfico 5.4, que traz os valores médiosdiários de recebimentos a título de Cartõesde Crédito, desde o início de 1998 esses

5.5 - Transferências Unilaterais - Principais Rubricas 1/

Compra Venda Compra Venda Compra Compra Venda Compra Venda Compra Venda

1998 562 8 808 181 288 388 325 152 51 2.197 566 Jan 36 0 70 15 26 30 1 11 4 174 19 Fev 35 0 63 11 23 27 1 13 3 161 15 Mar 44 0 78 14 28 31 1 8 2 189 18

1º Trim. 115 0 211 39 78 89 3 32 9 524 52 Abr 46 0 68 13 29 32 1 15 5 190 19 Mai 43 0 64 13 24 30 1 12 6 174 21 Jun 49 0 60 13 25 28 2 13 11 174 26

2º Trim. 138 1 191 39 79 90 5 41 22 538 66 Jul 98 1 63 15 26 83 245 9 3 279 263 Ago 41 0 56 15 24 24 1 15 4 160 20 Set 36 0 63 25 19 22 3 12 4 152 32

3º Trim. 176 1 182 55 69 128 248 36 11 591 316 Out 45 0 80 20 18 25 2 14 3 183 25 Nov 40 0 66 13 20 25 65 12 3 163 82 Dez 47 6 78 16 24 32 1 17 3 198 26

4ºTrim. 133 6 224 49 62 81 69 44 9 543 132 1999 511 8 992 136 382 356 21 190 31 2.431 196 Jan 38 0 76 12 28 27 1 10 3 179 17 Fev 43 0 90 6 84 45 0 11 2 273 8 Mar 49 0 107 11 95 52 1 13 3 315 15

1º Trim. 130 0 273 29 207 123 2 34 8 768 40 Abr 50 0 83 11 25 29 1 13 3 201 15 Mai 37 3 72 13 22 27 3 17 2 175 21 Jun 39 0 70 11 25 23 2 40 3 198 16

2º Trim. 127 3 226 35 72 79 6 70 8 574 53 Jul 58 1 75 11 22 26 1 18 2 199 15 Ago 46 0 86 12 22 27 1 15 2 196 15 Set 31 1 80 11 19 26 1 10 2 165 16

3º Trim. 135 3 241 35 63 78 2 43 6 560 46 Out 33 0 82 11 13 25 1 13 1 167 13 Nov 37 0 79 12 13 25 2 14 3 168 17 Dez 50 1 90 16 14 25 7 16 4 195 27

4ºTrim. 119 2 251 38 40 76 10 43 8 529 57

Fonte: Sisbacen.

Notas:

Patrimônio

1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento;2/ Exclusivo para compras não identificadas, até US$ 10.000,00;3/ "Contribuições a Sociedades Associativas", "Heranças e Legados", "Indenizações não Amparadas por Seguro", "Aposentadorias e Pensões, inclusive Judiciais e Contribuições a Entidades de Previdência ", "Prêmios Auferidos no País" e "Vales Postais Internacionais".

US$ milhões

Outras Naturezas 3/

TotalPeríodo

DoaçõesManutenção

de Residentes

Disp.em M.Estr.

2/

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Departamento de Câmbio76

ingressos passaram a se situar em nívelmaior, próximos a US$ 4 milhões diários,valor bem acima do padrão até então usual.Isso se deveu basicamente à Circularnº 2.792, de 12.12.97, que vedou compen-sação entre pagamentos e recebimentos,obrigando a celebração de contratos decâmbio distintos para pagamentos por usono exterior de cartões emitidos no País epara recebimentos por utilização no País decartões emitidos no exterior.

Ainda a respeito de Cartões deCrédito, pode-se constatar no trimestre aredução em suas remessas, ratificando aforte tendência decrescente nos saldos

líquidos, como pode ser visto claramente nográfico 5.3. De fato, o reduzido valor deUS$ 56 milhões de remessas líquidasverificadas em dezembro só encontra paralelonos valores líquidos remetidos em 1993 e emmarço e abril desse ano – período em que oreal mostrou significativa valorização.

A propósito, ainda a respeito deViagens Internacionais, é interessante notaro ainda forte nível de remessas na rubricaTurismo no Exterior, que, embora sendomenores em 12% se comparadas com otrimestre anterior, parece apontar para aratificação da consistente recuperaçãoverificada no decorrer de 1999. Logo no

5.4 - CARTÕES DE CRÉDITO INTERNACIONAISIngressos e Remessas - valor médio diário 1996/99

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Ingres s os R emes s asF onte: S isbacen.

5.5 - FLUXO PRIMÁRIO LÍQUIDO DIÁRIOOperações com Clientes e Operações com Instituições no Exterior - 1999

-600

-500

-400

-300

-200

-100

0

100

200

300

400

500

Média Móvel Diária (30 dias )

F onte: S isbacen.

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Banco Central do Brasil 77

início desse ano, o turismo internacional debrasileiros foi fortemente afetado pelamudança do regime cambial, que trouxeforte desvalorização do real, levando asremessas ao exterior em 1999 à metade dasremessas verificadas em 1998.

No entanto, embora o novo patamarde fluxo de divisas em Turismo no Exteriortenha ficado, logo no início, abaixo doverificado nos trimestres anteriores, oprocesso de recuperação nas remessasfoi notado já a partir de abril. A força econsistência desse impulso podem sermedidos pelo envio de divisas ao exteriorem dezembro de 1999, superando osUS$ 100 milhões pela primeira vez desdea adoção do regime de livre flutuação.

Naturalmente, o comportamento da taxa decâmbio vem influindo decisivamente nesseprocesso, pr incipalmente no últ imotrimestre, quando foi verificada uma maiorvalorização da moeda nacional.

Além de Viagens Internacionais eRendas de Capitais e Serviços, umaterceira conta merece destaque em“Operações com Clientes” – Transferên-cias Unilaterais, que usualmente tem amaior representatividade em termos deingressos líquidos desse grupo (tabelas 5.3e 5.5). No presente trimestre, houve cresci-mento nas remessas, que alcan-çaramUS$ 57 milhões, e redução nos ingressos,que chegaram a US$ 529 milhões (5,5%menores do que o trimestre anterior).

5.6 - Transferências Unilaterais - Ingressos - Rubricas e Países Selecionados 1/

E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais E.U.A Japão Demais Total

1998 346 43 173 342 379 87 151 89 147 839 511 407 1.757 Jan 19 3 14 29 34 7 13 11 7 61 48 28 137 Fev 20 3 11 26 31 7 10 8 9 56 43 27 125 Mar 24 4 17 31 39 8 14 10 7 68 53 32 153

1º Trim. 63 10 42 85 104 22 37 29 22 185 144 86 415 Abr 30 3 13 28 31 9 15 9 9 73 43 30 146 Mai 29 3 12 26 30 8 14 8 8 69 41 27 137 Jun 30 4 15 26 27 7 13 6 8 69 37 31 136

2º Trim. 89 9 40 80 88 24 42 23 25 211 120 88 419 Jul 80 3 15 28 27 8 11 4 67 118 35 91 244 Ago 24 3 14 25 25 7 12 4 8 61 31 29 121 Set 19 3 14 26 29 8 10 4 7 55 36 29 120

3º Trim. 123 10 43 78 81 23 34 12 82 234 103 148 485 Out 25 6 15 34 41 5 10 8 8 68 55 28 150 Nov 21 4 15 29 31 6 13 7 5 63 41 26 131 Dez 26 4 17 36 34 8 16 10 6 78 48 31 157

4º Trim. 72 14 47 99 106 19 39 24 18 209 144 84 438 1999 294 43 174 432 482 78 163 103 91 889 628 342 1.859 Jan 22 5 12 36 34 6 11 10 7 69 48 25 141 Fev 20 5 18 39 46 5 20 18 7 79 69 30 178 Mar 25 6 18 49 53 6 28 16 7 102 75 31 207

1º Trim. 67 16 48 124 133 17 59 43 21 249 192 85 526 Abr 31 6 14 38 39 7 13 8 8 82 53 28 163 Mai 22 4 11 33 33 6 12 6 9 67 43 26 136 Jun 21 3 15 31 33 6 12 5 6 63 42 27 133

2º Trim. 74 13 40 101 105 19 36 20 23 212 138 82 432 Jul 40 4 14 31 37 7 11 6 10 83 47 30 160 Ago 25 5 16 35 44 6 12 8 7 73 56 30 158 Set 13 2 16 33 41 6 10 6 9 56 50 31 137

3º Trim. 78 11 46 100 122 19 33 20 26 211 153 91 454 Out 18 1 14 34 41 6 11 7 7 64 49 27 140 Nov 25 1 10 34 38 7 12 6 7 72 45 24 141 Dez 32 1 16 39 42 9 10 7 7 82 51 32 165

4º Trim. 75 4 40 108 121 22 34 20 21 217 145 84 447 Fonte: Sisbacen.Nota:1/ O total poderá eventualmente divergir do somatório das partes em função de arredondamento.

US$ milhões

Total (a)+(b)+(c)Período Doações (a) Man.de Residentes (b) Patrimônio (c)

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Análise do Mercado de Câmbio - 4º Trimestre 1999

Departamento de Câmbio78

Entre as transferências para o País,destacam-se Manutenção de Residentes,Doações e Patrimônio, as quais, mos-traram, conjuntamente, pouca alteraçãoem relação ao trimestre anterior. Normal-mente, boa parte desses recursos temorigem nos Estados Unidos e Japão, comobem mostra a tabela 5.6, destacando-seaquele país nas transferências depatrimônio e doações, enquanto esteúltimo tem maior representação no que serefere a manutenção de residentes noBrasil. No trimestre em análise, não houvealteração significativa em nenhuma dessasrubricas, sejam de transferências prove-nientes dos Estados Unidos ou do Japão.

Um último comentário a respeito dosfluxos primários do segmento Flutuante dizrespeito à evolução em termos diários eanuais dos volumes agregados do fluxo pri-mário, que podem ser acompanhados pormeio do gráfico 5.5 e da tabela 5.7,respectivamente.

5.7 - Movimento de Câmbio do Segmento Flutuante - Fluxo Primário - 1989 a 1999

Ing. Rem. Saldo Ing. Rem. Saldo Ing. Rem. Saldo

1989 1.282,5 727,0 555,5 68,2 426,6 -358,4 1.350,7 1.153,6 197,2

1990 2.146,0 2.351,2 -205,2 1.532,1 6.019,1 -4.487,0 3.678,1 8.370,3 -4.692,2

1991 2.249,8 1.513,7 736,1 4.272,5 9.999,4 -5.726,9 6.522,3 11.513,1 -4.990,8

1992 3.623,6 1.580,7 2.042,8 2.791,5 8.389,3 -5.597,8 6.415,0 9.970,0 -3.555,0

1993 2.844,0 2.337,0 507,0 8.574,0 14.902,0 -6.328,0 11.418,0 17.239,0 -5.821,0

1994 4.376,5 3.054,2 1.322,3 8.099,6 13.312,9 -5.213,3 12.476,1 16.367,1 -3.891,0

1995 6.816,4 4.692,3 2.124,1 15.659,2 19.706,1 -4.046,9 22.475,6 24.398,4 -1.922,8

1996 4.854,9 6.230,3 -1.375,4 247,1 13.284,9 -13.037,8 5.102,0 19.515,2 -14.413,2

1997 4.928,2 7.609,3 -2.681,1 640,2 21.843,2 -21.203,0 5.568,4 29.452,5 -23.884,1

1998 5.185,1 12.121,5 -6.936,4 2.345,5 27.162,6 -24.817,1 7.530,6 39.284,1 -31.753,5

1999 5.445,8 6.427,0 -981,2 3.611,2 13.808,5 -10.197,2 9.057,1 20.235,4 -11.178,4 Total 43.752,8 48.644,2 -4.891,4 47.841,1 148.854,5 -101.013,4 91.594,0 197.498,7 -105.904,8

Fonte: Sisbacen.Nota:1/ Não inclui operações de ouro contra moeda nacional, pronta e futura.

US$ millhões

Op. com Clientes Op. com Inst. no Exterior 1/ TotalAno

O gráf ico mostra a ampl iaçãoprogressiva das remessas l íquidasdiár ias, destacando-se a segundaquinzena de dezembro, mais especi-ficamente de 15 a 23 desse mês, quandoforam detectadas operações pontuais deenvio de capi ta is brasi le i ros paraempréstimos a residentes no exterior einvestimento direto, bem como colocaçãode disponibilidades no exterior.

Na tabela 5.7, por sua vez, destaca-se o saldo deficitário em “Operações comClientes” em 1999, o menor valor anualdesde 1996, ano em que esse grupo derubricas passou a apresentar saldo líquidoconsistentemente negativo. A rubricaOperações com Instituições no Exterior,a única que registra fluxos primários nogrupo de rubricas “Operações entreInstituições”, demonstrou comportamentosemelhante, tendo registrado as menoresremessas líquidas anuais também desde1996.