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Athanor DO V IMPÉRIO Boletim Esotérico N.º5 Nesta Edição: Editorial Antigos Símbolos Místicos Pelo RIrNashar Missas Brancas Pelo RIrJulião Serapiga A Busca Pelo RIrUlisses A Pedra Angular da Creação Divina e a Assunção da Matéria Virgem Pelo RIr“Frater Incógnitus” Período de Influência do Deus Egípcio Rá Pelo RIrGervásio Sequeira Domingo, 2 de Julho de 2006

Boletim Athanor 005 Julho 2006

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Athanor DO V IMPÉRIOBoletim Esotérico

N.º5

Nesta Edição:

Editorial

Antigos Símbolos Místicos Pelo R∴Ir∴ Nashar

Missas Brancas Pelo R∴Ir∴ Julião Serapiga

A Busca Pelo R∴Ir∴ Ulisses

A Pedra Angular da Creação Divina e a Assunção da Matéria Virgem

Pelo R∴Ir∴ “Frater Incógnitus”

Período de Influência do Deus Egípcio Rá Pelo R∴Ir∴ Gervásio Sequeira

Domingo, 2 de Julho de 2006

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Editorial

No passado dia 25 de Junho – dia de S. João –, teve lugar uma importante Efeméride do Rito Egípcio de Memphis e Misraïm: o Primeiro Aniversário da sua implantação em Portugal.

Mais uma vez – e sempre – estamos infinitamente gratos aos nossos colaboradores, pelo esforço, boa vontade e dedicação, sem os quais não seria possível editar o Athanor.

Deixamo-vos com os nossos artigos, agradecendo a grande receptividade manifes-tada, o que constatamos diariamente, através da correspondência que nos têm che-gado.

TT∴AA∴FF∴ para Todos!

Antigos Símbolos Místicos Pelo R∴Ir∴ Nashar

Existe um elevado simbolismo na Cruz em forma de T, o TAU, e na cruz com laço ou Cruz Ansata.

Ambas são de origem egípcia e foram usadas não apenas como adornos ou sinais de reconhecimento, mas como símbolos de sagradas realidades espirituais. Este artigo vai focalizar este aspecto esotérico ou místico destes símbo-los, e que é concordante com a Filosofia Hermética e Rosacruz.

Quando Alessandro Cagliostro criou a Maçonaria Egípcia do Rito do Silêncio Perfeito, enfatizou que " toda a Luz vem do Oriente; toda a Iniciação do Egito." O Egito, tão difamado por tradições judaico-cristãs, que lhe imputavam a má fama de ter sido o berço da magia negra, foi exaltado por este grande iniciado como a origem e pon-to de partida de toda a tradição autêntica.

Em 1887, a Hermetic Order of the Golden Dawn in the Outer iniciava os seus trabalhos, que incorporavam as três correntes da tra-dição Ocidental: O Hermetismo e a Alquimia do Egito; A Cabala e a Gnose da Tradição Judaico-Cristã e Os Mistérios de Eleusis da Grécia. Nesta Ordem a Cruz Ansata é usada profusamente nos seus Rituais e ensinamentos, como uma forma primitiva da Rosa+Cruz.

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Outras Ordens que fazem uso do Tau e da Cruz Ansata são a AMORC, e os Ritos Egípcios de Menphis-Misraim.

A C R U Z E M F O R M A D E T o u T A U

No Egipto, a cruz em forma de T represen-tava o candidato aos Mistérios, o INICIANDO diante das provas (a que deveria ser submetido todo aquele que almejasse o autoconhecimen-to). Os Gnósticos designavam este Iniciando por CHRESTOS, o que signi-ficava “O Homem das Dores” (Vide neste ponto "Isis sem Véu" de H. P. Blavatsky). É interessante notarmos que a Ordem Franciscana, da Igreja Católica, ainda utiliza o TAU, e que os Franciscanos se auto-denominam Frades Menores, ou Irmãos Menores.

A C R U Z A N S A T A

Como facilmente se percebe, a cruz ansata é o Tau, acrescido de um laço oval, que tem a forma aproximada da VESICA PISCIS. Segundo H. P. B., no seu Glossário Teosófico, pg

124 da Edição Brasileira, no verbete “Cruz Ansata”: este era o símbolo de Isis e estava associado à polaridade feminina da Divindade. Se o T – TAU – era o símbolo do INICIANDO, a cruz ansata era o símbolo do INICIADO ou CHRISTUS, e o disco ovalóide era o símbo-lo do nimbo ou AURÉOLA DE LUZ, que era outorgado por ISIS a todo aquele que saísse vitorioso das provas.

Na Igreja Católica, o Chrestos é denominado por Cris-to Doloroso e o Iniciado por Cristo Glorioso. Isis é o símbolo do Planeta Vénus, e a Cruz Ansata é símbolo hermetico que o representa (representando também o Feminino). Existiam também equivalências astrológicas para estes

símbolos. O Signo de Escorpião estava associado à humilhação do Chrestos-Cruz T, enquanto o Signo de Leão estava associado à Vitó-ria do Christus. (Vide neste ponto “A Doutrina Secreta”, de H. P. Blavatsky, Vol. V – Seção XVIII, pág 155 da Edição Brasileira (Editora Pensamento, São Paulo/Brasil).

Símbolo do Colle-gium Pansophicum, criado por Heinrich Tränker na Alema-nha em 1923, de Tradição Rosa+Cruz Autêntica.

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O signo de Leão esta associado aos chamados Dias Caniculares, quando a estrela Sírius aparece no céu do hemisfério norte. Para encerrar, vamos repetir algumas palavras de um antigo Manuscri-to, transmitido pelo Mestre Amatu: “Mas o escorpião elevar-se-á da terra e do oceano, pelo espaço, levando consigo a sua estrelada coroa, a redenção da humanidade”.

Missas Brancas Pelo R∴Ir∴ Julião Serapiga

Nunca me senti tão despido em frente de estranhos como no dia da minha iniciação. Nem durante o serviço militar, nem em praias de nudismo (que, de resto, não frequento), sequer quando, por força de uma infecção amibiana, tive que baixar ao hospital durante um mês inteirinho. É que, nestes casos, apenas estava nu fisica-mente, enquanto que no início da minha vida maçónica, foi todo o meu “eu” interior que esteve exposto, sem nada a cobri-lo, perante indivíduos que não conhecia, mas em quem, apesar de tudo, depositava total confiança. Não sou, por norma, muito expansivo, pelo que aqueles momentos ficaram-me indelevelmente marcados para

todo o sempre. Depois, foi todo um percurso de aprendi-zagem, de auscultação, de procura do sig-nificado do que via e ouvia, de investiga-ção e de incansáveis leituras na busca do entendimento, na pesquisa da verdade, na procura da palavra perdida. Recordo de, inicialmente, me surpreender com o facto de o ritual maçónico ter sig-

nificativas semelhanças com a liturgia que eu, embora não praticante, conhecia já da igreja católica. Por essa razão, naquela época costumava chamar às sessões de loja de “missas brancas”. Presumo, hoje, que não estava muito longe da razão. Os motivos da feroz perseguição que ainda agora a intolerante igreja de Roma move à Maçonaria são, no fundo, as mesmas que levaram ao extermínio dos Cátaros, dos Tem-plários e dos muitos outros que ousaram pensar que a ligação ao Sagrado, ao Intangível, à Energia, à Força, ao

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Grande Arquitecto do Universo, ao Espírito Santo, a Deus ou ao que quer que lhe queiram chamar, poderia prescindir de intermediários, e que cada um de nós, derivados do mesmo átomo inicial do “Big Bang” e partilhando da mesma substância primordial que originou o Universo, está em condições de dispensar advogados que defendam as nossas causas no juízo final.

A Busca Pelo R∴Ir∴ Ulisses

Fazia muito tempo que um velho Mestre vasculhava um enorme descampado. Novos e velhos sempre tinham visto por ali aquela figura que descansava as mãos numa bengala e, sobre elas, deitava o queixo. Os olhos fitavam o solo procurando o que todos consideravam um mistério.

Todos o viam e ninguém ousava perguntar-lhe o que tinha perdido ou procurava. Até que um jovem se chegou a ele e perguntou:

- Mestre? Que procuras desde sempre por aqui? - Algo que perdi faz muito tempo - respondeu o Mestre. - Posso ajudar-te na busca? - Claro que podes! Porque não? - retorquiu o Mestre.

E o Mestre de queixo na bengala, mais o jovem de cócoras, lá ficaram procurando, procurando. Pela meia-noite o jovem despediu-se enquanto o Mestre continuou a sua busca, noite fria adentro. O jovem regressou ao descampado na manhã seguinte. Já lá estava o velho Mestre, absorto na sua tarefa. Ao chegar perto, disse-lhe o jovem:

- Mestre? Procurei ontem contigo o que per-deste. Mas não sabia o que procurava. Assim, como posso ajudar-te? Diz-me o que procuras afinal. - Perdi uma agulha. Procuro-a desde que a deixei de ver - disse o velho sem levantar os olhos do chão.

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Sabendo então o que procurava, também o jovem deixou cair os olhos no descampado. E assim ficaram os dois como no dia anterior, de olhos fitando o chão, cada um à sua maneira. Pela meia-noite o jovem despediu-se, enquanto o Mestre continuou a sua busca. Na manhã seguinte, mais cedo que no dia anterior, o jovem regressou. O Mestre já lá estava, como sempre.

- Mestre? - disse o jovem - Será que me podes indicar o sítio aproximado onde perdeste a agulha? Não pensas que seria mais fácil começar a procurar por lá?

Ao que o Mestre respondeu:

- Perdi a agulha dentro de casa.

O jovem sobressaltou-se e retorquiu:

- Mas mestre? Se a perdeste dentro de casa porque a procuras na rua? Neste descampado?

O velho Mestre olhou-o nos olhos, sorriu e perguntou-lhe:

- Não procura toda a gente a Felicidade fora de si?

A Pedra Angular da Creação Divina e a Assunção da Matéria Virgem Pelo R∴Ir∴ “Frater Incógnitus”

P R E Â M B U L O

O processo da CREATIVIDADE transcendente deve partir da própria concepção da ideia na esfera da Mente do Logos (o nosso Pai nos Céus. Essa primeira ideia virgem é apresentada nos mitos, quando Palas Atenas emerge como um raio poderoso, da mente de Zeus. Na Índia, ela é SAKTY, o Poder Serpentino divino, fecundo, que forma as 7 grandes esferas do universo manifestado.

Palas Atena (símbolo)

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Dentro da tradição cristã, ela aparece na simbólica Imaculada Concep-ção, e é quem controla a a serpente tentadora do Éden, com o propósito de gerar nascimentos com consciência, para o bem da espécie humana e de todo o planeta. Ela está sobre a esfera planetária e sobre a lua nova de touro. É também MAYA, do agrupamento estelar das Plêiades, na constelação de TOURO.

Touro relaciona-se com o desejo, muito em especial com o desejo sexual reprodutor. No seu signo oposto e complementar, o de Escorpião, o aspirante deve enfrentar a Hidra de Lerna, a faceta sinistra do mau uso da energia serpenti-na creadora. Maya tem como exército os coros angélicos ou dévicos. Ela é a simbólica "Torre de Fogo", que oferece os corpos para a evolução planetária e para o serviço das almas que se sacrificam para tal fim. Na DOUTRINA SECRETA, Maya está ao serviço do Iniciado, dos Mestres da

Sabedoria e especialmente ao serviço do Logos Pla-netário, representado pelo Ancião dos Dias (que é também o Jovem dos eternos verãos ou a eternamente Pura Criança Divina) chamado SANAT KUMARA no Oriente, o regente de SHAMBALLA, onde a Vontade de Deus é conhecida e cumprida, o Sanctum Sanctorum (a

Morada do Altíssimo). Neste momento definitivo para a futura sobrevivência da espécie humana e do planeta, é hora de esclarecer o tema da reprodução e o da creatividade que transcende a genitalidade sexual através da gestação do som, a Palavra ou o Verbo "encarnado" (aceso ou ígneo). O Touro precipita-se cegamente com a força ins-tintiva sexual para multiplicar a espécie. Na meta-de do seu percurso corrige a sua direcção pela direcção inteligente de Sagitário. Ele cavalga sobre o simbólico animal para concentrar o seu poder sexual num foco de luz. Quer dizer, logo que a libi-

do ou serpente creadora chega até ao ponto mais baixo do reino mine-ral (centro básico da energia, chamado Muladara na Índia, reino de

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Hades ou Plutão), essa serpente – causa de tantos males pelo seu mau uso e abuso, pode tornar-se CURADORA. Para isso, tem que levantar-se como espada flamígera. Ela é a nova essência da substância áurea, que, qual raio Laser psicobiológico, ascende pelo tronco da Árvore dos Dourados Frutos, que é a Vida. Com o Fogo Divino pode-se destilar o Ouro do Espírito e o colírio que abre o Olho de Touro, o que permite ver e dirigir os Devas creadores e curadores do Éter. Eles, obedecem à Mãe (quem serve a obra do Pai Celeste). No antigo Egipto, chamou-se ao Touro “O INTÉRPRETE DA VOZ DIVINA”, equiva-lente ao VERBO FEITO CARNE da termi-nologia cristã. O simbólico Touro sagrado em Jesus - como mediador do Cristo, há-de impulsionar a Plêiade errática até ao seu rumo original celeste. Isto o faz no seu drama com a Madalena, chamada também Sofia – a Mãe dos Anjos. Cristo proclamou-se A LUZ DO MUNDO, A ILUMINAÇÃO E O SOM, como expressão da FORÇA CREADORA. O melhor do trabalho esotérico empreendido com Touro á a GLORIFI-CAÇÃO da MATÉRIA e a ILUMINAÇÃO mediante a forma corpo-ral no ser humano.

A VERDADE FARÁ LIVRE toda a instituição religiosa, para continuar o seu labor autêntico: o de libertar e não escravizar. Se o sal que se está corrompendo se salga de novo, não poderíamos esperar uma renovação creadora humana e planetária?, pela conjugação de tão grande número de colaboradores, com a educação conveniente, em tantas partes do mun-do? “Só se vê bem com o coração. Só se identifica correctamente com a intuição. Só se entende bem com o respeito pelas razões. Só se julga bem com a compreensão dos motivos. Só se dialoga adequadamente com a tolerância pelas diversas opiniões. Mas acima de tudo: Só se ensina bem pelo exemplo”.

(continua no próximo Boletim)

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Período Anual de Influência Terrena do Deus Egípcio Rá

Pelo R∴Ir∴ Gervásio Sequeira Para os antigos egípcios, a representação física da divin-dade era o Sol. Rá, que exerce ´particularmente a sua influência no período de 16 de Julho a 15 de Setembro, é o “Deus do Sol” e caracteriza-se pelo poder, força e criatividade. Estas qualidades são transmitidas às pessoas que nascem neste perído, manifestandoi-se na forma de extroversão e grande capacidade empreendedora (o que pode contri-buir para que se tornem excelentes líderes). Os “protegidos de Rá” lidam bem com situações difíceis e é raro não as superarem. Considerarem-se como um Sol – o centro das atenções – onde tudo gira à sua volta e delas depende. Isto cria-lhes um ponto fraco: o de não saberem perder e ficarem extremamente deprimidas quando são contrariadas.

“Saber”; é sempre bom; “acreditar”, só às vezes!

Notícia sobre Artigos “Omissos”

Mais uma vez se adia a publicação dos dois artigos habituais, “Efeméri-des Maçónicas” e “Da Mente Individual à Egrégora da Ordem“. Esta informação é prestada para fazer saber que a publicação destes artrigos não foi abandonada, e que voltaremos a efectuá-la regularmente logo que seja possível.

Que o Soberano Arquitecto dos Mundos nos per-mita viver a nossa existência nas mais absolutas condições de harmonia, amor, verdade e justiça.

2 de Julho de 2006O∴M∴M∴M∴L∴ V Imperivm

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