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Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 34 ANO 06 ABRIL 2015

Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte. Sociedade Beneficente São Camilo Presidente:

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Page 1: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte. Sociedade Beneficente São Camilo Presidente:

Boletim Científico doInstituto de Ensino e Pesquisa

ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 34 ANO 06 ABRIL 2015

Page 2: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte. Sociedade Beneficente São Camilo Presidente:

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revi-

são de literatura, relato de experiência, relato de caso e estudo reflexivo.

2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes padrões:

Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, me-

todologia, trajetória metodológica, construção dos resultados, considerações

finais e referências.

Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo,

metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências.

• Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo,

metodologia, revisão de literatura, considerações finais e referências.

• Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objeti-

vo, metodologia, descrição do relato de experiência, considerações finais e

referências.

• Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, meto-

dologia, descrição de caso, considerações finais e referências.

• Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, meto-

dologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências.

3 • Para apresentação dos trabalhos usar fonte Times New Roman, justificado,

numeração desde a primeira página, com no máximo 12 páginas, no programa

Word, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm, margem superior de 3 cm,

margem inferior de 2 cm, margens laterais de 2 cm e tamanho de fonte 12.

4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de genes e símbolos

devem ser usados utilizando o modelo padrão internacional e de conhecimento

geral. Quando for a primeira vez que citar a sigla, deve ser acompanhada do

significado por extenso.

5 • Citações e referências devem seguir as normas de Vancouver.

6 • Caberá à diretoria científica julgar o excesso de ilustrações, suprimindo

redundâncias. A ela caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos

trabalhos, bem como a preparação do texto, com a finalidade de uniformizar

a produção editorial.

A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva

de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos,

desde que mencionada a fonte.

Sociedade Beneficente São Camilo

Presidente: João Batista Gomes de Lima

Vice-Presidente: Anísio Baldessin

1º tesoureiro: Mateus Locatelli

2º tesoureiro: Zaqueu Geraldo Pinto

1º secretário: Niversindo Antônio Cherubin

2º secretário: Marcelo Valentim De Oliveira

Superintendente: Justino Scatolin

Hospitais São Camilo de São Paulo

Superintendente: Antônio Mendes Freitas

Redação e Administração

Os manuscritos deverão ser encaminhados para:

IEP - Hospital São Camilo

Rua Tavares Bastos, 651 - Pompeia - CEP 05012-020 - São Paulo - SP

ou enviados para os e-mails: [email protected] ou

[email protected]

Diretor Editorial: Dr. Fábio Luís Peterlini

Diretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva Fonseca

Coordenação Editorial: Amanda Ilkiu

Produção Editorial: Amanda Ilkiu

Jornalista Responsável: Vanessa Spada MTb 32.479

Editor de Arte: Felipe Massari

Produção Gráfica: Type Brasil

Tiragem: 1000 exemplares

Diagramação: Ei Viu! Design e Comunicação

02 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

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Expediente Sumário

Editorial

Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal.

Attention to early puerperium: The view of a group of women about consulting a nurse in the first puerperal week.

Atención al puerperio prematuro: Opinión de un grupo de mujeres en cuanto a la realización de la consulta de Enfermería en la primera semana puerperal.

Gisleine Barroso da CostaMaria Lucilene Ferreira MacielDaniela Aparecida Silva GomesRita de Cassia da Silva Vieira Janicas

Conscientização dos Enfermeiros para o Correto Preenchimento do Plano Educacional do Paciente e Acompanhante.

Nursing Awareness to Correctly Complete the Educational Plan of The Patient and Companion.

Concientización de los Enfermeros para el Correcto Completado del Plan Educacional del Paciente y Acompañante.

Andrea Cristina Marchesoni Zani1Andressa Yuri Arakaki Gelmetti2

Ciclo PDCA Usado Para Elaboração do Relatório Gerencial no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.

El uso del Ciclo PDCA Para la Preparación del Informe Sobre la Gestión Servicio de Control de la Infección Hospitalaria.

PDCA Cycle Used For Preparing the Management Report on the Hospital Infection Control Service.

Patrícia Mitsue Saruhashi Shimabukuro Cleber Nunes da Rocha Liliane Bauer Feldman

Oncologia Pediátrica: Assistência de Enfermagem no Controle da Dor.

Pediatric Oncology: Nursing Care in Pain Control.

Oncología Pediátrica: Cuidados de Enfermería en el Control del Dolor.

Simone Alves dos Santos Giane Elis de Carvalho Sanino

O Processo de Transplante de Órgãos.

The Process of Organs Transplantation.

El Processo de Transplante de Órganos.

Ana Claudia Coelho Lopes Rosadélia Malheiros Carboni

CONSELHO EDITORIAL

Adriano Francisco Cardoso Pinto • Ana Lucia das Graças Gomes

• Angelica Cristina Saes • Ariadne da Silva Fonseca • Carlos

Augusto Dias • Carlos Gorios • Daniela Akemi Costa • Emanuel

Salvador Toscano • Fábio Luís Peterlini • Jair Rodrigues Cremonin

Junior • José Antonio Pinto • José Ribamar Carvalho Branco Filho

• Leonardo Hiroki Kawasaki • Lucia de Lourdes Leite de Souza

Campinas • Lucia Milito Eid • Marcelo Alvarenga Calil • Luiz Carlos

Bordim • Marcelo Ricardo de Andrade Sartori • Marco Aurélio

Silvério Neves • Renato José Vieira • Vânia Ronghetti

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39

O Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa é uma

publicação da Rede de Hospitais São Camilo com periodici-

dade bimestral, destinado à divulgação de conhecimento cien-

tífico da área de saúde e tem como finalidade contribuir para a

construção do conhecimento através do acesso científico dos

diferentes campos do saber.

MISSÃO

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04 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

O Instituto de Ensino e Pesquisa juntamente com a diretoria, gerentes, coordenadores e

profissionais de renome estão organizando o 4º Congresso Internacional de Urgências, Emer-

gências e Segurança do Paciente, que este ano engloba 4 outros Congressos em parceria com

o Centro Universitário São Camilo, sendo eles: 1º Congresso de Gerenciamento de Risco, 1º

Congresso de Hotelaria, 1º Congresso de Gestão Hospitalar e o 1º Congresso de Nutrição,

que ocorrerão no período de 23 a 25 de novembro de 2015.

O evento será realizado no Hotel Maksoud Plaza, na cidade de São Paulo e está sendo

organizado pensando em workshops, conferências, mesas redondas, talk shows, simpósios-

-satélite, apresentação de trabalhos científicos e feira tecnológica. Os workshops serão reali-

zados no dia 23 de novembro, tanto no Centro de Simulação da Rede de Hospitais São Camilo

como no hotel Maksoud. Esperamos contar com aproximadamente 500 participantes das

diferentes regiões do país.

Este evento tem como foco principal a assistência ao cliente e família na urgência e emer-

gência visando a segurança, o gerenciamento de risco, a gestão, os aspectos nutricionais e os

avanços na área de hotelaria. Nesse norte, estamos construindo um programa que permita

a reflexão, a discussão e a aquisição de conhecimento dos profissionais e alunos segundo os

padrões de excelência preconizados pelo mundo atual.

A preocupação com a construção de conhecimento é sustentada pela participação de con-

vidados internacionais e nacionais que com certeza vão trazer as suas experiências e abrilhan-

tar este evento.

Convidamos a todos a inscreverem seus trabalhos científicos, para tanto, a Coordenação de

Publicação está disposição para auxiliar na construção dos resumos.

Esperamos contar com a participação de todos.

Ariadne da Silva FonsecaCoordenadora de Publicações do Instituto de Ensino e Pesquisa

Aprimoramento Profissional como foco da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Editorial

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The Education and Research Institute joined the board of directors, managers, coordinators and renowned professionals to organize the 4th International Congress of Patient Urgencies, Emergencies and Security, which will include this year another four other Con-gresses in association with the São Camilo University Center. They are: the 1st Risk Management Congress, the 1st Hotel Trade Congress, the 1st Hospital Management Congress and the 1st Nutrition Congress scheduled for November 23-25, 2015.

The event will take place at the Hotel Maksoud Plaza, São Paulo, SP, and is being organized by including workshops, conferences, round tables, talk shows, symposiums via satellite, presentation of scientific works and technological fair. The workshops will be held on November 23, both at the São Camilo Hospital Network Simulation Center and at the Maksoud. We hope that some 500 participants from several Brazilian regions will show up.

The main focus of the event is to assist the client and his/her family in urgencies and emergencies by taking into consideration safety, risk management, management, nutritional aspects and the advances in the hotel trade area. Towards this end, we are building a pro-gram that will open the way to pondering, discussion and acquisition of knowledge from professionals and students, according to the excellence standards searched for in today’s world.

The concern over building knowledge is backed through the participation of international and national guests who will talk about their experiences, showcasing the event.

We are inviting you to enter your scientific works through the Publication Coordination, who will be available to help put together roundups and scientific works.

We are looking forward to your participation.

El Instituto de Enseñanza e Investigación junto con el directorio, gerentes, coordinadores y profesionales renombrados están orga-nizando el 4º Congreso Internacional de Urgencias, Emergencias y Seguridad del Paciente, que este año engloba 4 otros Congresos en asociación con el Centro Universitario São Camilo, los cuales son: 1er Congreso de Gestión de Riesgo, 1er Congreso de Hotelería, 1er Congreso de Gestión Hospitalaria y el 1er Congreso de Nutrición, que ocurrirán en el período de 23 a 25 de noviembre de 2015.

El evento será realizado en el Hotel Maksoud Plaza, en la ciudad de São Paulo y está siendo organizado pensando en workshops, conferencias, mesas redondas, talk shows, simposios-satélite, presentación de trabajos científicos y feria tecnológica. Los workshops se realizarán el día 23 de noviembre, tanto en el Centro de Simulación de la Red de Hospitales São Camilo como en el hotel Maksoud. Esperamos contar con aproximadamente 500 participantes de las distintas regiones del país.

Este evento tiene como principal foco la asistencia al cliente y familia en la urgencia y emergencia, teniendo en vista la seguridad, la gestión de riesgo, la gestión, los aspectos nutricionales y los avances en el área de hotelería. En ese sentido, estamos construyendo un programa que permita la reflexión, la discusión y la adquisición de conocimiento de los profesionales y alumnos según los estándares de excelencia preconizados por el mundo actual.

La preocupación con la construcción de conocimiento está sustentada por la participación de invitados internacionales y nacionales que, con toda seguridad traerán sus experiencias y abrillantarán este evento.

Invitamos a todos a inscribir sus trabajos científicos, para ello, la Coordinación de Publicación está a disposición para auxiliar en la construcción de los resúmenes y trabajos científicos.

Esperamos contar con la participación de todos.

The São Camilo Hospital Network of São Paulo Targets Professional Improvement

Perfeccionamiento Profesional como foco de la Red de Hospitales São Camilo de São Paulo

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06 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

Gisleine Barroso da CostaMaria Lucilene Ferreira MacielDaniela Aparecida Silva GomesRita de Cassia da Silva Vieira Janicas

Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal

Attention to early puerperium: The view of a group of women about consulting a nurse in the first puerperal week

Atención al puerperio prematuro: Opinión de un grupo de mujeres en cuanto a la realización de la consulta de Enfermería en la primera semana puerperal

GISLEINE BARROSO DA COSTA, MARIA LUCILENE FERREIRA MACIEL, DANIELA APARECIDA SILVA GOMES • Graduadas

em enfermagem pela universidade Anhembi Morumbi em 2014

RITA DE CASSIA DA SILVA VIEIRA JANICAS • Enfa. Obstetra; Profa. do Curso de Graduação em Enfermagem , Escolas de

Ciências da Saúde - Universidade Anhembi Morumbi.

RESUMO A realização desse estudo se baseou nas atuais recomendações da consulta puerperal na primeira semana pós-parto. Trata-se de um estudo descritivo,

exploratório, de análise quantitativa. Teve por objetivo investigar a opinião de um grupo de mulheres quanto a realização da consulta de enfermagem na primeira

semana puerperal. Participaram da pesquisa 61 mulheres no período de até 180 dias pós-parto, vinculadas a uma unidade básica de saúde no Município de

São Paulo. A coleta de dados foi realizada através de um formulário com questões abertas e fechadas pré-formuladas, aplicado no período de Abril a Maio de

2014. Os resultados mostraram que as puérperas participantes apresentaram dificuldades relacionadas ao autocuidado, cuidados com o recém-nascido e

amamentação no puerpério. Apesar das mães referirem valorizar a consulta puerperal, a maioria não a realizou na primeira semana pós-parto, pois desconheciam

essa recomendação.

PALAVRAS-CHAVESaúde da Mulher; Consulta Puerperal; Assistência de Enfermagem

ABSTRACT This study was based on current recommendations regarding puerperal consultation in the first week following delivery. It was a descriptive, exploratory study of

quantitative analysis. Its goal was to check on the view of a group of women regarding a nursing consultation in the first puerperal week. The survey included 61

women for a period of 180 days following delivery in a primary health care unit in the City of São Paulo. The data were obtained through a form with previously

drafted, open and closed questions from April to May 2014. The results showed that the participating puerperal mothers faced difficulties regarding caring for

themselves and the newborn, as well as lactation during that period. Although the mothers said they valued the puerperal consultation, most of them did not show

up in the first week following delivery, as they did not know about this recommendation.

KEYWORDSWomen’s Health; Puerperal Consultation; Nursing Assistance

RESÚMEN La realización de este estudio se basó en las actuales recomendaciones de la consulta puerperal en la primera semana post-parto. Se trata de un estudio

descriptivo, exploratorio, de análisis cuantitativo. Tuvo por objetivo investigar la opinión de un grupo de mujeres en cuanto a la realización de la consulta de

enfermería en la primera semana puerperal. Participaron de la investigaciones 61 mujeres en el período de hasta 180 días post-parto, vinculadas a una unidad

básica de salud en el Municipio de São Paulo. La recolección de datos fue realizada por medio de un formulario con cuestiones abiertas y cerradas pre-formuladas,

aplicado en el período de Abril a Mayo de 2014. Los resultados mostraron que, las puérperas participantes presentaron dificultades relacionadas al autocuidado,

cuidados con el recién-nascido y amamantamiento en el puerperio. A pesar de las madres mencionar valorar la consulta puerperal, la mayoría no la realizó en la

primera semana post-parto, pues desconocían esa recomendación.

PALABRAS-CLAVESalud de la Mujer; Consulta Puerperal; Asistencia de Enfermería

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I • INTRODUÇÃOA saúde da mulher é hoje um dos principais temas dos muitos programas governamentais de promo-

ção e atenção à saúde. O interesse pelo tema se deu durante os estágios do Curso de graduação em Enfermagem em que se observou a complexidade envolvida nas ações de atenção à Saúde da Mulher, especialmente durante o período pré-natal e puerpério.

Nas Unidades Básicas de Saúde – UBS, as equipes de saúde mobilizam-se no sentido de efetivar as ações previstas nos programas de atenção básica à mulher no período gestacional e puerpério, mas apesar dos esforços, constatou-se que ainda há muito para se fazer em relação a assistência obstétrica diante do desequilíbrio entre a grande demanda nas UBS e a quantidade insuficiente de profissionais para atende-las.

Classicamente, considera-se que o período puerperal inicia com a dequitação da placenta, porém seu término é impreciso e varia de uma mulher para outra1. Pode-se dizer que “o puerpério é dividido em imediato com o inicio após o término da dequitação e se estende entre 1,5 e 2 horas após o parto, o me-diato que vai do final da fase imediata até 10°dia e o tardio que segue do 11° dia até o reinicio dos ciclos menstruais nas que não amamentam e até a 8° semana nas lactantes”1. Classificações mais recentes referem que pode ser dividido em “imediato que vai do 1° ao 10° dia, tardio do 10° até o 45° dia e remoto que vai além do 45° dia”2.

Essas classificações norteiam a atenção profissional para os principais riscos que a puérpera estará exposta durante cada fase puerperal. No entanto, deve-se concordar que além de conhecer a importância dos aspectos físicos, o Enfermeiro deve compreender que esse período tende a ser um momento muito especial para a mulher, pois ela está recebendo o filho que tanto aguarda. Entretanto, apesar da puérpera precisar de um cuidado diferenciado, observa-se que, diante da atenção voltada quase que exclusiva-mente para o recém-nascido, a assistência puerperal na maioria das vezes é negligenciada.

Embora as mulheres no puerpério vivenciem uma condição especial do seu processo de saúde, elas não estão doentes. Em contrapartida, a possibilidade de intercorrências clínicas como anemias, hemor-ragias e infecções, assim como as altas taxas de morte materna em nosso país, faz com que o puerpério seja considerado um período de risco para a saúde das mulheres3.

O “puerpério é o período do ciclo grávido em que as modificações locais e sistêmicas, imprimidas pela a gestação no organismo materno, retornam ao estado pré-gravídico”1. É considerado como um momento de fragilidade materna em que a puérpera estará mais ou menos vulnerável a apresentar intercorrência dependendo da presença de fatores de risco e da assistência recebida.

As modificações puerperais incluem alterações emocionais e até mesmo transtornos mentais decorren-tes das alterações hormonais impostas pela gravidez. Segundo o Ministério da Saúde: “no final da gravi-dez e nas primeiras semanas após o nascimento, a maioria das mulheres entra em um estado especial, de sensibilidade exacerbada”. É nesse período que os profissionais que acompanham a puérpera devem ter uma atenção especial para identificar e intervir em qualquer alteração física e ou mental, pois a atuação preventiva no puerpério deve proporcionar à mãe o apoio de que ela necessita para enfrentar os eventuais episódios de depressão ou outras formas de sofrimento psíquico4.

Cabe ressaltar que as alterações emocionais, bem como as complicações físicas de diversas ordens podem comprometer a saúde da puérpera e evoluir para intercorrências por vezes graves, elevando os índices de morbidade e mortalidade materna, especialmente na primeira semana após o parto.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a Morte Materna é definida como a morte de todas as mulheres em decorrência de complicações ligadas à gestação ou complicações de alguma doença pré-existente ou ainda de alguma doença que se instala durante a gestação ou puerpério agravada pelos efeitos fisiológicos da gravidez, sendo consideradas todas as fases, desde o início da gravidez incluindo o acompanhamento da mulher no ciclo grávido-puerperal5.

No Brasil, por ordem de ocorrência, as três principais causas de morte materna são: hipertensão, he-morragia e infecção agravadas muitas vezes pelas as próprias condições de vida de puérpera, seja por

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alimentação ou até mesmo pelo autocuidado inadequado bem como pela assistência obstétrica recebida. O óbito materno pode ocorrer em qualquer fase do ciclo gravídico, inclusive no puerpério, especialmente na primeira semana pós-parto6.

Para identificar a real estimativa de morte materna no Brasil, utiliza-se a Razão de Morte Materna (RMM) que é um fator de correção para aproximar os dados estimados para o indicador aos valores reais. Segun-do dados fornecidos pelo Ministério da Saúde o numero de óbitos é de 68,2 para cada 100 mil nascidos vivos, apresentando diferenças importantes entre as várias regiões do Brasil. Esse resultado encontra-se muito acima dos níveis aceitáveis pela OMS7.

Cabe ressaltar que cerca de 90% dos casos de morte materna poderiam ser evitáveis com a implemen-tação de medidas simples de prevenção que vão desde o planejamento familiar até os cuidados com o pós-parto, abrangendo todo o período gestacional. Portanto acredita-se que os índices de morte materna no Brasil ferem o direito a vida à essas mulheres e tem sido considerado como um desperdício de vida com grande impacto na estrutura familiar8.

Em 2004 foi criado o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal e tem por objetivo articular ações sociais, mobilizadas em torno da melhora da qualidade de vida de mulheres e crianças, na luta contra os elevados índices de mortalidade materna e neonatal no Brasil. A partir do Pac-to Nacional foi instituído a Primeira Semana de Saúde Integral que objetiva intensificar o cuidado com o recém-nascido e a puérpera na primeira semana após o parto, período em que se concentram os óbitos. Foram desenvolvidas, na unidade básica de saúde com o objetivo de melhorar a cobertura e reforçar a vinculação da mulher e do recém-nascido as seguintes ações: avaliação da mulher e do recém-nascido, atentar à saúde mental da puérpera, orientação e apoio ao aleitamento materno, vacinas da puérpera e do recém-nascido, teste do pezinho, orientação para contracepção e o agendamento da consulta de puericultura e de puerpério8.

A fim de viabilizar essas recomendações foi preconizado que a maternidade, no momento da alta, avise à equipe de atenção básica à qual a mulher e seu bebê estão vinculados, que estes estão retornando para casa, com o objetivo de que a equipe se prepare para realizar a visita domiciliar, de modo que esta ocorra no tempo oportuno, e seja dentro da primeira semana após o parto, e, ainda, que os retornos da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde aconteçam em até 10 dias após o parto9.

Essas recomendações visam prevenir intercorrências puerperais, melhorando os indicadores para essa fase. No entanto, observa-se na prática, que na maioria das vezes quem informa a UBS sobre o nasci-mento do recém-nascido são os agentes comunitários de saúde (ACS), e que a puérpera, geralmente só procura a UBS para consulta com o ginecologista após 30 dias pós-parto ou quando surge alguma complicação grave como hemorragia e infecção.

A realidade vivenciada pelas pesquisadoras não difere da realidade relatada pelas pesquisas. Desse modo, objetivando atender as demandas maternas e considerando as especificidades da mulher como sujeito do processo de cuidado, o Programa de Humanização de Pré-Natal e Nascimento – PHPN estabe-leceu a Consulta Puerperal como sendo indispensável ao conjunto da assistência, desvinculando a saúde da mãe da saúde do recém-nascido10.

Outrossim, o protocolo de assistência puerperal recomenda que esse atendimento deve ser o mais criterioso possível no âmbito hospitalar e na avaliação posterior, na unidade de saúde deve ser qualificado e embasado cientificamente para ajudar a mulher a recuperar-se da melhor forma possível. Nesta ocasião, ela também deverá receber informações específicas sobre os cuidados que deve tomar consigo mesma e com o bebê e orientações pertinentes à amamentação à vida reprodutiva e à sexualidade.

De acordo com a portaria 570 do Ministério da Saúde, a consulta puerperal realizada pelo o Enfermeiro consiste no atendimento a puérpera, no período de ate quarenta e dois dias apos o parto, com a finalidade de conclusão da assistência obstétrica, o que a torna um instrumento de grande importância na identifi-cação de intercorrências próprias do puerpério11.

A consulta puerperal realizada pelo o Enfermeiro deve-se seguir um roteiro, objetivando avaliar o estado

Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal

08 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

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de saúde da mulher e do recém-nascido, bem como seu o retorno às condições pré-gravídicas, apoian-do o aleitamento materno e orientando o planejamento familiar. Além de identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las adequadamente, é importante também avaliar a interação da mãe com o recém-nascido complementando as ações não executadas no pré-natal6.

O conhecimento sobre as alterações fisiológicas e sobre as etapas da consulta de enfermagem no puerpério irão garantir que o profissional tenha as informações pertinentes à realização de uma consulta de forma completa e para que a orientação seja direcionada as necessidades desta nova mãe tornam-se necessário que profissional seja qualificado e comprometido com a assistência à mulher de forma que esta seja realizada com respeito, ética e dignidade6.

A partir dessas dificuldades optou-se por desenvolver esse estudo em uma UBS da região metropolita-na de São Paulo com o intuito de identificar a realização da consulta de enfermagem na primeira semana puerperal, na opinião de um grupo de mulheres. Acredita- se que o relato das puérperas possa contribuir para aumentar a efetividade das ações voltadas a maior cobertura da Primeira Semana de Saúde Integral.

II • OBJETIVOS

2.1 - Geral• Identificar a opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de enfermagem na

primeira semana puerperal.

2.2 - Específicos:• Caracterizar as participantes do estudo quanto aos aspectos sócios demográficos e obstétricos.• Identificar a realização da consulta puerperal.• Identificar a opinião materna quanto à realização da consulta de enfermagem na primeira semana

puerperal.

III • CASUÍSTICA E MÉTODOTrata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de análise quantitativa que investigou a opinião de

um grupo de mulheres quanto a realização da consulta de enfermagem na primeira semana puerperal.Os dados desta pesquisa foram coletados em uma unidade básica de saúde, localizada na região su-

deste do município de São Paulo. O horário de funcionamento é de segunda a sexta feira das 7h às 19 h.A unidade de saúde atende no regime de unidade de saúde mista, ou seja, atende os pacientes através

da Unidade Básica de Saúde (UBS) e a partir de 2010 foi implantada a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que compreende 6 equipes de saúde. Cada equipe é composta por um médico, uma enfermeira e seis agentes comunitários de saúde.

O atendimento à comunidade abrange os programas de pré-natal, hipertensão, diabetes, consultas ginecológica, pediátrica e clinica médica e mais recentemente foi implantado o programa de saúde bucal, ainda faz a vigilância epidemiológica com a notificação compulsória da região. No atendimento à gestante a enfermeira faz desde o diagnóstico da gravidez, consultas de enfermagem de baixo risco, coleta de exames laboratoriais e planejamento familiar, além das visitas domiciliares.

Participaram do estudo 61 mulheres com até 180 dias pós-parto, que atenderam aos critérios de serem vinculadas à UBS.

Os dados foram coletados após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados foi feita através de formulários com questões abertas e fechadas pré-formuladas, abordando desde o pré-natal até o puerpério. A entrevista foi realizada na própria UBS com usuárias integrantes do programa ESF e que estão vinculadas a mesma.

O projeto de pesquisa foi encaminhado ao do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da prefeitura do município de São Paulo o qual emitiu parecer favorável para que a mesma fosse realizada. Também foi

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A hipertensão arterial

é um dos agravos mais

importantes na gestação de

alto risco, sendo a principal

causa de morte materna no

Brasil.

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aprovado pelo CEP da universidade Anhembi Morumbi e atendeu as normas éticas vigentes para pesqui-sas com seres humanos.

Os dados coletados foram tabulados em planilha eletrônica, analisados e transferidos para gráficos para comparação e porcentagem dos resultados encontrados, utilizando o programa Excel.

IV • RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - Caracterização dos sujeitos Os dados foram coletados no período de abril a maio de 2014. Participaram do estudo 61 mulheres

escolhidas aleatoriamente que se encontravam dentro da unidade básica de saúde na espera de consulta para ela ou para o bebê ou ainda na sala de vacinação, com no máximo 180 dias pós-parto, que concor-daram em participar do estudo.

Os dados obtidos a partir das respostas demonstraram que metade das participantes (50%) se consi-derava pardas, 35% brancas, 12% da raça amarela e 3% negras.

Os resultados demonstraram que a maior parte (36%) se tratava de mulheres jovens, pertencentes da faixa etária entre 22 e 27 anos. Em seguida 23% com idade entre 28 e 33 anos. Nota-se que 20% das par-ticipantes referiu idade inferior a 21 anos, demonstrando significativa incidência precoce para esse grupo.

Segundo dados de uma pesquisa feita em 2006 pela PNDS, a taxa de fecundidade em 1996 era de 2,5 filhos por mulher, em contraste com 1,8 registrados no ano da pesquisa. No gráfico observa-se que 21% das pesquisadas tinham mais que 34 anos isso porque na medida em que aumenta a idade da mulher ao nascimento do filho, cresce a proporção de não desejados, chegando a 40% para aquelas acima dos 35 anos11.

Quanto ao grau de escolaridade observa-se que 34% encontravam-se no ensino fundamental, 59% no ensino médio, seguido de 7% que referiram possuir o ensino superior. Esses dados podem ser correla-cionados e confirmados através de dados apontados onde indica, que no Brasil, 36,9% das mulheres em idade reprodutiva possuem entre 9 e 11 anos de estudos, representando o ensino médio; 29,7% de 5 a 8 anos (ensino fundamental) e somente 12,5% o ensino superior que significa 12 ou mais anos de estudos.

Com relação a vida conjugal observa-se que 79% referiram viver maritalmente (36% casadas e 43% em união estável); e 21% das pesquisadas não conviviam com os parceiros.

Segundo o IBGE, Os dados sobre o estado civil da mulher brasileira do Registro Civil apontaram, em 1984, que a idade média da mulher ao casar era 24,1 anos. O número de casamentos registrados, em cartório, no período de 1984 a 1994, atingiu o máximo de 1 007 474 em 1986. A partir daí, os matrimônios legais declinaram atingindo, em 1994, apenas 763 129 mil. (BRASIL, 2014). Já a PNDS relata em pesquisa em 2006 que o número de casamentos legais ainda são maiores (36,7%) que o de uniões consensuais (27,3%)11.

O resultado demonstra que 61% das mulheres participantes da pesquisa trabalhavam fora de suas ca-sas, em um emprego formal. Já 34% se classificavam como sendo do lar, onde faziam apenas os afazeres domésticos, 6% eram estudantes que provavelmente se enquadram na categoria de faixa etária de 18 à 21 anos. E por fim, apenas 2% referiram possuir um emprego informal.

Ao investigar a renda familiar mensal, quase a metade (49%) referiram receber 1 ou 2 salários míni-mos, que se classificado de acordo com a Associação Brasileira De Empresas de Pesquisas, 2008, são pertencentes das Classe C1, 40% referiram receber de 2 a 4 salários, 5% recebem de 4 a 6 salários. Do total 6% recebem menos que 1 ou nenhum salário, pertencendo assim, à classe D e E respectivamente11.

Analisando as características obstétricas, observou-se que quase a metade das mulheres participantes (49%) eram primíparas, 26% eram mãe pela segunda vez, 8% eram tercíparas e 17% relataram quatro ou mais filhos.

No que tange o número de consultas de pré-natal realizadas pelas participantes, observa-se que a maioria (84%) realizou seis consultas ou mais durante a sua gestação, 13% realizou cinco consultas ou

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Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal

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menos e 3% não realizou o pré-natal.Quando uma mulher descobre que esta grávida, especialmente quando é a primeira gestação, há um

misto de felicidades e incertezas, onde a mulher está envolta de muitas dúvidas que começam com o diagnóstico de gravidez, passam pelas alterações fisiológicas e persistem pelo resto da vida. Esse dado reforça a importância de uma assistência obstétrica completa desde o pré-natal até o puerpério para um fechamento adequado desse ciclo e assim se iniciar o próximo, com mais segurança.

Segundo o Ministério da Saúde o objetivo do acompanhamento do pré-natal é assegurar o desenvol-vimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde ma-terna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. A assistência de enfermagem à mulher começa no pré-natal com a confirmação da gestação e se estende até o período puerperal sendo recomendadas consultas mensais até a 28° semana e depois quinzenais até 36° semana

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e assim segue semanalmente até o parto. De acordo com os resultados obtidos, esta assistência está sendo efetiva dentro da UBS e corresponde aos resultados esperados9.

De todas as pesquisadas, a maioria (72%) referiu gestação de baixo risco e 26% responderam que tive-ram sua gestação considerada de risco. Das puérperas (26%) que tiveram gestação considerada de risco, os agravos associados mais citados foram a hipertensão na gestação, referida por 31% das participantes, seguido por dores abdominais (13% ) e por 12% com doenças cardiovasculares.

A hipertensão arterial é um dos agravos mais importantes na gestação de alto risco, sendo a principal causa de morte materna no Brasil. É um importante agravo que pode afetar a saúde materna e viabi-lidade fetal. Quando não adequadamente tratada, pode resultar em quadros graves como a eclampsia ou síndrome HELLP (síndrome da hemólise das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas). A hipertensão deve ser diagnosticada precocemente, sendo as gestantes de risco monitoradas, tratadas e seguidas durantes todo o ciclo gravídico-puerperal12.

A partir da pesquisa observou-se que 89% dos partos foram realizados em hospitais públicos e ainda do total de mulheres pesquisadas, 70% tiveram partos normais.

Estes dados demonstram o incentivo ao parto normal de baixo risco nos hospitais públicos, contribuin-do para uma recuperação mais rápida e diminuindo o risco de intercorrências no puerpério.

Segundo as evidências científicas, o tipo de parto apresenta uma relação direta com as taxas de mor-bimortalidade maternas. A adoção de medidas que incentivem o parto normal, propiciando a participação ativa da parturiente e de sua família, tornando o parto um evento fisiológico e o menos medicalizado possível, contribuirá para a redução das taxas de cesárea. Portanto, as indicações de um parto cirúrgico devem ser pautadas por critérios estritamente clínicos e obstétricos13.

Ainda pode-se dizer que há muitas politicas públicas relacionadas com o incentivo do parto normal, um dos programas instituídos a nível nacional é a Rede Cegonha que visa acompanhar a mulher em todas as fases de sua gestação, desde o planejamento da mesma, até o segundo ano da criança.

Trata-se de um modelo que garante às mulheres e às crianças uma assistência humanizada e de qua-lidade, que lhes permitem vivenciar a experiência da gravidez, do parto e do nascimento com segurança, dignidade e beleza. Não se pode esquecer jamais que dar à luz não é uma doença ou um processo patológico, mas uma função fisiológica e natural que constitui uma experiência única para a mulher e seu parceiro7.

Investigou-se o recebimento de orientações durante o pré-natal para o retorno à consulta puerperal. Os resultados demonstraram que 36% foram orientadas quanto ao retorno em até 30 dias, seguido de 17% em até 10 dias e de 12% para após 30dias, além de 35% que referiram não ter recebido nenhuma orientação quanto ao retorno.

Nota-se que apesar da maioria (65%) ter recebido orientações quanto à consulta de retorno pós-parto, apenas 17% delas referiu a importância dessa avaliação em até dez dias. Os resultados mostram que as orientações encontram-se de forma não padronizada, com várias propostas de agenda, o que pode gerar na gestante insegurança quanto ao melhor momento de retornar ou até mesmo a não valorização dessa prática. Outro ponto que merece destaque para o objeto investigado é o de que 35% das participantes não recebeu nenhuma orientação nesse sentido.

A assistência puerperal na atenção primária está instituída no programa Rede Cegonha como “Primeira Semana de Saúde Integral” (PSSI). Trata-se de uma estratégia de promoção à saúde, na qual são reali-zadas atividades às puérperas e recém-nascidos (RN). Acredita-se na importância da sensibilização dos profissionais em valorizar a prática baseada em evidências, que em relação à assistência materna qualifi-cada, tem apontado a consulta puerperal na primeira semana pós-parto como fundamental para impactar positivamente os atuais indicadores de morbimortalidade materna. Melhorar a adesão das puérperas a consulta puerperal precoce, passa também pela valorização dessa prática, que pode ser influenciada pelas orientações profissionais recebidas e da própria vivência materna7.

No que se refere a assistência na primeira semana pós-parto, verifica-se que a grande maioria (72%)

Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal

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referiu não ter recebido nenhum tipo de assistência no referido período. Das 28% que receberam assis-tência, 12% identificaram como sendo o Enfermeiro o profissional que a realizou 8% referiu a visita médica e 5% das ACSs, seguido de 3% que não souberam informar.

Os resultados demonstram a insatisfatória cobertura na consulta puerperal precoce para o grupo pes-quisado. Observa-se que esses dados encontram-se compatíveis com os apontados, em que afirmam que os cuidados de enfermagem são precários nesse período, distanciando-se do que é preconizado pelos organismos oficiais. A qualidade da assistência à mulher, no período puerperal, sofre influência da formação profissional nas escolas médicas e de enfermagem que orientadas pelo modelo biomédico fa-zem da clínica o sentido da atenção. Assim, apesar da crescente preocupação com a humanização dos cuidados à saúde da mulher em todas as fases do ciclo vital, é visível a pouca valorização que é dada as demandas que emergem da vivência da mulher no período puerperal, especialmente as relativas à subjetividade feminina, que se alteram com a chegada de um filho, segundo o contexto sócio cultural e emocional em que se inserem a gravidez, o parto e o pós-parto14.

A visita domiciliária da puérpera deverá ser realizada assim que ela chegar ao domicílio e até o 10º dia após o parto, visando acolher e garantir toda assistência de enfermagem. Caso não seja possível a reali-zação da visita, deve- se optar pela consulta na unidade incluindo a criança e o companheiro7.

Essa consulta consiste em avaliar as condições da puérpera, realizar o exame físico e esclarecer suas duvidas referente a ela e o RN, e é de suma importância especialmente para as mulheres que tiveram alguma intercorrência durante a gestação ou no parto e ainda para esclarecer duvidas sobre o cuidado com o RN e sobre a amamentação.

Foi possível observar neste estudo que a maioria das mulheres (67%) não apresentou dificuldades na primeira semana puerperal. Em contrapartida, observou-se que 33% referiu que consideraram a primeira semana puerperal difícil.

Das mulheres que apresentaram dificuldades, a maioria (55%) estava relacionada com o RN, principal-mente com a amamentação e também por não saber lidar com o bebê nos primeiros dias. Das mulheres que apresentaram alguma intercorrência pós-parto (45%), a predominância de problemas foi relacionada com a incisão cirúrgica (67%), seja por rompimento dos pontos ou por inflamação local.

Observa-se que os resultados estão condizentes com a literatura, com um grupo pesquisado com-posto por mulheres com gestação de baixo risco, que realizaram consultas pré-natais adequadas, que tiveram como desfecho o parto normal e um puerpério sem intercorrências.

Em contrapartida, há que se destacar que em 33% das mães, houve a necessidade de apoio capacita-do no puerpério. Fato compreensível, especialmente considerando-se que a maioria delas eram mulheres jovens e no primeiro ou segundo filho (84%), reiterando a importância da consulta puerperal para atender as demandas de cuidados à puérpera e ao recém-nascido, mesmo os com baixo risco.

FIGURA 1 - Distribuição da amostra segundo o relato de intercorrências com o recém-nascido. São Paulo, 2014.

21%

79%

INTERCORRÊNCIA COM O RN

SIM

NÃO

Não se pode esquecer jamais

que dar à luz não é uma

doença ou um processo

patológico, mas uma função

fisiológica e natural que

constitui uma experiência

única para a mulher e seu

parceiro.

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A figura 1 demostra que a maioria dos recém-nascidos (79%), não apresentou nenhuma intercorrência, porém dos 21% que apresentaram alguma intercorrência, as principais foram: icterícia (23%), desconforto respiratório (23%) e prematuridade (15%).

Essas intercorrências com o RN estão condizentes com a literatura, embora a maioria das gestantes pesquisadas serem jovens, de baixo risco e terem optado pelo parto normal, os RN precisam de uma atenção diferenciada devido estarem em processo de amadurecimento do organismo.

A maioria das intercorrências é descoberta na maternidade ou no domicilio, em geral na primeira sema-na de vida. Por isso há a necessidade de um olhar atento da equipe de saúde no qual essa família está vinculada, pois quanto mais precoce a descoberta de qualquer anormalidade com o RN, menor o dano em seu desenvolvimento.

O RN é um ser vulnerável à infecções e patologias, pois seu sistema está se adaptando ao novo meio, é exatamente nesta fase que ocorre o maior índice de mortalidade e morbidade infantil, e é graças ao avanço científico e a assistência primária efetiva que esse índice vem diminuindo15.

FIGURA 2 - Distribuição da amostra segundo relato de intercorrências com a amamentação. São Paulo, 2014.

Ao investigar entre as participantes, a ocorrência de problemas relacionados à amamentação, obser-vou-se que 62% não apresentaram dificuldades, porém 38% delas referiram ter apresentado problemas.

Das entrevistadas que tiveram algum tipo de problema com a amamentação, 20 % estavam relacio-nados com posição e pega, 8% apresentaram traumas mamilares, 7% alegaram que tinham parado de amamentar por baixa produção de leite e, ainda, 3% referiu dificuldades por alteração anatômica mamilar.

A amamentação é um importante tema no cenário de assistência perinatal. Sua prática exclusiva é ca-paz de evitar várias causas de óbito neonatal. Entretanto, trata-se de um ato voluntario em que a mulher precisa reconhecer os benefícios, optar e aprender o manejo do aleitamento materno. Para tanto, acre-dita-se que a promoção e o incentivo da amamentação deve começar desde o pré-natal, esclarecendo possíveis dúvidas que a gestante venha a ter, a pratica da amamentação precoce deve ser apoiada nos primeiros dias durante o estabelecimento da técnica, no contexto intra e extra-hospitalar.

Muitos problemas que as puérperas apresentam podem ser prevenidos com o apoio profissional ca-pacitado e oportuno. Dificuldades relacionadas ao ingurgitamento mamário, posicionamento inadequado tanto dela quanto do RN, ou de pega correta, acabam acarretando fissuras mamilares, ou ainda uma sucção deficiente por parte do RN causando a introdução precoce de alimentos que não são adequados para o bebe, tendo como consequência o desmame precoce.

Considera-se de extrema importância a assistência dos profissionais de saúde no período de apojadura (descida do leite maduro) que ocorre por volta de 72 horas após o parto, pois é nessa época que muitas

7%

PROBLEMAS COM AMAMENTAÇÃO

Não

Sim, dificuldades com amamentação

Sim, traumas mamilares

Alteração anatômica

Não tinha leite

3%

8%

20%

62%

Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal

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puérperas acreditam que seu leite “não irá sustentar seu filho” e começam a introduzir outros tipos de alimentos, causando confusão de bicos e antecipação do desmame.

Ter experiências satisfatórias de amamentação encoraja as mães a prosseguirem amamentando seus futuros filhos com autonomia cada vez maior. A maioria do grupo investigado recebeu assistência pré--natal adequada, teve parto normal e relato de sucesso na amamentação. No entanto, acredita-se que parte expressiva dessas mulheres e recém-nascidos (38%) poderiam ter sido beneficiados se tivessem recebido apoio profissional capacitado, durante a primeira semana puerperal.

Segundo o Ministério da Saúde, conhecer os aspectos relacionados à prática do aleitamento materno é fator fundamental, no sentido de colaborar para que a mãe e filho possam vivenciar a amamentação de forma efetiva e tranquila, recebendo do profissional as orientações necessárias e adequadas para o seu êxito. Levando-se em conta que a mulher passa por longo período de gestação até que possa concreta-mente amamentar seu filho, entende-se que o preparo para a amamentação deva ser iniciado ainda no período de gravidez. O sucesso do aleitamento materno está relacionado ao adequado conhecimento quanto à posição da mãe e a pega do bebê na região mamilo areolar9.

FIGURA 3 - Distribuição da amostra segundo a opinião materna sobre a importância da consulta puer-peral na primeira semana pós-parto. São Paulo, 2014

Na figura 3, ao investigar a opinião materna quanto a importância que as mesmas atribuem à consulta puerperal, observou-se que quase todas as entrevistadas (98%) considera a consulta puerperal na primei-ra semana importante por diversas razões, dentre elas 42% considera a consulta importante para receber orientações sobre o autocuidado no período pós-parto. Outras indagações referem-se aos cuidados com o RN ou mesmo sobre as alterações corporais.

As mulheres pesquisadas referiram certo desamparo no momento de retornarem para casa, pois junto com ele vieram muitas dúvidas sobre como cuidar de um ser tão frágil e que está sob total responsabilida-de dela, bem como as dúvidas sobre o que ela pode ou não fazer em casa, em relação às tarefas diárias ou ainda elas gostariam de poder contar com alguém no caso de haver algum problema, principalmente em se tratando do primeiro filho.

Segundo estudo realizado sobre a percepção das puérperas quanto aos cuidados prestados pela equi-pe de saúde no puerpério, as principais experiências referentes a esta fase são os desconfortos físicos e as mudanças emocionais, expressando um período de vulnerabilidade física e emocional. No pós-parto, a mulher é tomada por uma grande ansiedade associada às expectativas quanto à integridade física do bebê e, principalmente à amamentação, relacionada à descida e à qualidade do leite16. No entanto, essas necessidades maternas poderiam ser supridas com a implementação da assistência puerperal recomendada. Nota-se nessa investigação, que o grupo pesquisado valoriza a consulta puerperal, e que a realização da mesma poderia ter contribuído para prevenir ou minimizar as intercorrências enfrentadas

CONSIDERA IMPORTANTE A CONSULTA NA 1ª SEMANA PÓS PARTO

Não

Sim, para receber orientações sobre o que pode fazer

Sim, para orientações sobre o cuidado com o bebê

Sim, para ver como está o retorno do organismo ao estado pré gravidico

Sim, outras

2%

23%

15%

42%

18%

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pelas participantes deste estudo.Acredita-se que a excelência desta assistência poderia ser alcançada se a mesma ocorresse de forma

efetiva com a mulher desde o pré-natal, envolvendo, desta forma os aspectos técnicos e interpessoais na relação paciente-cuidador com empatia, tolerância, disponibilidade, autenticidade, confiança, diálogo e preservação da individualidade. Contudo, a realidade transporta a uma experiência ineficaz, na qual a mulher depara-se, muitas vezes, com a negligência da assistência ao período puerperal, estando muitos dos cuidados do puerpério totalmente direcionados apenas ao recém-nascido, ficando a mercê de leigos ou do autocuidado empírico, o que favorece a incidência de intercorrências patológicas preveníveis no período puerperal.

V • CONCLUSÃO Diante do contexto apresentado, constatou-se que a consulta puerperal precoce assume grande im-

portância na assistência obstétrica, porém apesar de todos os benefícios descritos, observou-se que a realização da mesma ainda é de baixa frequência na UBS, campo desse estudo.

O estudo mostrou atenção adequada voltada à assistência pré-natal, com reflexos positivos ao parto demonstrando capacitação e empenho da equipe frente a essa assistência. Entretanto os manuais de atenção básica ressaltem a importância da continuidade da assistência no puerpério, os resultados apon-tam que ainda há deficiências na execução desse cuidado. As mulheres pesquisadas relataram que foram informadas da consulta puerperal de 30 dias, mas não tinham nenhum conhecimento acerca da consulta de Enfermagem que deveria ser realizada em até 10 dias pós-parto com o Enfermeiro da unidade.

Há que se reconhecer as dificuldades relacionadas à sobrecarga de trabalho do Enfermeiro dentro de uma unidade de atenção básica, pois suas atribuições englobam todo o ciclo vital. No entanto, assistir a mulher nesse momento deve ser uma de suas prioridades. De acordo com essa problemática, fica visível a necessidade de um esforço conjunto, para a melhoria da qualidade da assistência na atenção básica à mulher no puerpério precoce.

Acredita-se que, de maneira geral, fatores culturais e a não valorização da consulta puerperal possam contribuir para direcionar a atenção quase que exclusivamente para o RN, fazendo com que a puérpera enfrente esse momento de incertezas de maneira solitária e vulnerável. Essa realidade somada às evidên-cias de benefícios reforça, a importância da consulta de Enfermagem nesse momento, pois ela é direcio-nada à mãe e às suas adaptações fisiológicas caracterizadas pelos fenômenos próprios do pós parto.

Os resultados desse estudo sugere a necessidade de realização de pesquisa frente aos profissionais que realizam a assistência perinatal no sentido de ampliar a investigação obtendo variáveis que possibili-tem maior compreensão desse fenômeno.

Atenção ao puerpério precoce: Opinião de um grupo de mulheres quanto à realização da consulta de Enfermagem na primeira semana puerperal

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REFERÊNCIAS

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GISLEINE BARROSO DA COSTA - [email protected]

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Andrea Cristina Marchesoni ZaniAndressa Yuri Arakaki Gelmetti

Conscientização dos Enfermeiros para o Correto Preenchimento do Plano Educacional do Paciente e Acompanhante

Nursing Awareness to Correctly Complete the Educational Plan of The Patient and Companion

Concientización de los Enfermeros para el Correcto Completado del Plan Educacional del Paciente y Acompañante

ANDREA CRISTINA MARCHESONI ZANI • Enfermeira Junior da Rede de Hospitais São Camilo, formada no Centro

Universitário São Camilo

ANDRESSA YURI ARAKAKI GELMETTI • Enfermeira Junior da Rede de Hospitais São Camilo, formada na Universidade

Anhembi Morumbi

RESUMO Registros ou anotações de enfermagem consistem na forma de comunicação escrita de informações pertinentes ao cliente e aos seus cuidados. Entende-se que

os registros são elementos imprescindíveis no processo de cuidado humano visto que, quando redigidos de maneira que retratam a realidade a ser documentada,

possibilitam à comunicação permanente, podendo destinar-se a diversos fins como pesquisas, auditorias, processos jurídicos e planejamento. Por esse motivo o

presente estudo teve como objetivo implantar um programa de treinamento para conscientizar os enfermeiros da importância do registro dos assuntos abordados

com pacientes e acompanhantes através do plano educacional. Caracterizou-se por um estudo em PDCA realizado com 26 enfermeiros da unidade de clínica

médica e cirúrgica de um hospital privado da Zona Sul da cidade de São Paulo, no período de julho a setembro de 2014. Por meio do treinamento aplicado com

os enfermeiros das unidades obtivemos um aumento da adesão ao plano educacional conscientizando-os da importância do preenchimento do documento.

PALAVRAS-CHAVEComunicação. Registro de enfermagem. Hospitalização. Acompanhantes de paciente. Humanização.

ABSTRACT Records and nursing notes consists of the written form of communication relevant to the customer and to their care information. It is understood that the records

are essential elements in the human care process because when written in a way that portrays the reality being documented, to enable ongoing communication

and may be intended for various purposes such as research, audit, legal and planning processes. Therefore this study aimed to establish a training program to

educate nurses about the importance of the registration of the topics discussed with patients and caregivers through educational plan. Was characterized by a

PDCA study conducted with 26 nurses from the medical unit and surgical unit of a private hospital in the south of the city of São Paulo, in the period from July to

September 2014. Through the training of nurses applied units obtained an increased adherence to the educational plan making them aware of the importance of

completing the document.

KEYWORDSCommunication. Registration nursing. Hospitalization. Escorts patient. Humanization.

RESÚMEN Registros o anotaciones de enfermería consisten en la manera de comunicación escrita de informaciones pertinentes al cliente y a sus cuidados. Se entiende

que los registros son elementos imprescindibles en el proceso de cuidado humano, ya que cuando son redactados de manera que retratan la realidad a ser

documentada, posibilitan la comunicación permanente, pudiendo destinarse a distintos fines como investigaciones, auditorías, procesos jurídicos y planificación.

Por ese motivo el presente estudio tuvo como objetivo implantar un programa de entrenamiento para concientizar a los enfermeros de la importancia del registro

de los asuntos abordados con pacientes y acompañantes por medio del plan educacional. Se caracterizó por un estudio en PDCA realizado con 26 enfermeros de

la unidad de clínica médica y quirúrgica de un hospital privado de la Zona Sur de la ciudad de São Paulo, en el período de julio a septiembre de 2014. Por medio

del entrenamiento aplicado con los enfermeros de las unidades obtuvimos un incremento de la adhesión al plan educacional concientizándolos de la importancia

del completado del documento.

PALABRAS-CLAVEComunicación. Registro de enfermería. Hospitalización. Acompañantes de paciente. Humanización.

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I • INTRODUÇÃORegistros ou anotações de enfermagem consistem na forma de comunicação escrita de informações

pertinentes ao cliente e aos seus cuidados. Entende-se que os registros são elementos imprescindíveis no processo de cuidado humano visto que, quando redigidos de maneira que retratam a realidade a ser documentada, possibilitam a comunicação permanente, podendo destinar-se a diversos fins (pesquisas, auditorias, processos jurídicos, planejamento e outros)1.

A enfermagem, em seu cotidiano de trabalho no cenário hospitalar, presta cuidados aos indivíduos com doenças geradoras de incapacidades crônicas que dificultam, por vezes, o processo de comunicação e interação entre o doente e a equipe. Essa situação pode ser facilitada pela presença do familiar acompa-nhante, auxiliando na superação de possíveis barreiras que impedem esse processo2.

O evento da internação hospitalar é um acontecimento importante na vida das pessoas e que requer a presença de um acompanhante para que, muitas vezes, sua desospitalização seja mais rápida. O acom-panhante é um elemento que pouco aparece nas investigações em enfermagem, desta forma, relegando a um segundo plano, quando falamos em cuidado, assistência integral e outros discursos comuns em nosso meio. A interação da família com a equipe de enfermagem é aspecto relevante para todos, pois a valorização dessa interação está alicerçada na sua participação do plano de cuidados e na recuperação do paciente3.

A enfermagem atualmente está diretamente ancorada ao humanismo, a ética, a prevenção, redução de danos e riscos com a saúde4.

De acordo com a Política Nacional de Humanização, acompanhante é o “representante da rede social da pessoa internada que a acompanha durante toda sua permanência nos ambientes de assistência à saúde”. A sua inserção no processo de internação é de suma importância para captar melhor os dados do contexto de vida do doente e ajudar na identificação das suas necessidades, para incluí-lo nos cuidados com a pessoa doente, para permitir a integração das mudanças provocadas pelo motivo da internação e para fortalecer a confiança da pessoa internada5.

Para que ocorra uma aproximação entre profissionais de enfermagem e a família no cenário hospitalar, é necessário que o enfermeiro procure incentivar a interação, através da comunicação, da equipe com o familiar acompanhante, no qual ambos se respeitem, troquem experiências e aprendam mutuamente5.

Estabelecer uma comunicação eficaz na equipe de trabalho constitui a essência do trabalho do enfer-meiro líder. A comunicação interpessoal é necessária para garantir a continuidade e a produtividade da equipe de enfermagem6.

A comunicação é um dos mais importantes aspectos do cuidado de enfermagem que vislumbra uma melhor assistência ao cliente e à sua família que estão vivenciando ansiedade e estresse decorrentes do processo de hospitalização7.

A dificuldade de comunicação faz com que a necessidade de cuidados seja aumentada. O paciente ao enfrentar a situação de não poder comunicar-se, necessita de auxílio e atenção redobrados da equipe no seu cuidado. Alguns fatores como a ansiedade, o desconforto e a insegurança podem ser maximizados para aqueles cuja capacidade de comunicação se encontra limitada8.

Percebe-se a educação como um processo dinâmico e contínuo de construção do conhecimento, ao relacionar essa concepção com a profissão de enfermagem, considerada também como prática social, compreende-se que, em todas as ações de enfermagem, estão inseridas ações educativas. Assim sendo, há necessidade de promover efetivas oportunidades de ensino, fundamentadas na conscientização do valor da educação como meio de crescimento dos profissionais da enfermagem, bem como o reconhe-cimento deles pela função educativa no desenvolvimento do processo de trabalho, pois para estes o conhecimento é um valor necessário do agir cotidiano e este embasa as suas ações9.

Para a equipe de enfermagem atuar dentro de um sistema de gestão de qualidade, é necessário que esteja capacitada para assegurar que seus procedimentos estejam em conformidade com as necessida-des dos clientes, indo ao encontro das suas demandas, aumentando seu grau de satisfação e registrando

Trata-se de um documento

elaborado para facilitar e

reforçar todas as orientações

prestadas ao paciente e

acompanhante...que deverá

ser preenchido diariamente,

pelo enfermeiro responsável

pela realização da

Sistematização da Assistência

de Enfermagem, e por toda

equipe multiprofissional.

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Conscientização dos Enfermeiros para o Correto Preenchimento do Plano Educacional do Paciente e Acompanhante

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em documento legal todas as ações realizadas10. Assim, considera-se relevante que a equipe de enfermagem incorpore em sua prática de cuidar o apoio

à família, na medida em que ela se sinta segura e amparada para participar e atuar com a equipe de pro-fissionais de saúde na busca do bem-estar do doente. A comunicação efetiva contribui para a excelência da prática da enfermagem e cria oportunidades de aprendizagem para o paciente e acompanhante, po-dendo despertar o sentimento de confiança entre paciente e enfermeiro, permitindo que ele experimente a sensação de segurança e satisfação11.

II • OBJETIVOImplantar um programa de treinamento para conscientizar os enfermeiros da importância do registro

dos assuntos abordados com pacientes e acompanhantes através do plano educacional.

III • METODOLOGIAO presente trabalho é de caráter de PDCA no qual foi definido o objetivo juntamente com os gestores

das unidades de clínica médica e cirúrgica de um hospital privado da Zona Sul da Cidade de São Paulo. Para iniciarmos o estudo foi realizada, na terceira semana do mês de julho de 2014, uma auditoria com

100 prontuários das unidades que comprovou apenas 60% de conformidade no correto preenchimento do plano educacional. Frente a esta necessidade foi elaborado um treinamento on the job para 26 en-fermeiros destas unidades. Foram necessários 3 dias para treinamento da equipe realizados no mês de agosto de 2014. Não foi possível o treinamento de todos os enfermeiros que atuam nesta área devido a férias e folgas no período de realização do estudo.

IV • DESCRIÇÃOPrimeiramente foi definido o assunto conforme a necessidade que os gestores da unidade de clínica

médica e cirúrgica evidenciaram de implantar um treinamento para conscientização dos enfermeiros da importância do preenchimento correto e dos registros realizados no plano educacional do paciente e acompanhante.

Trata-se de um documento elaborado para facilitar e reforçar todas as orientações prestadas ao pacien-te e acompanhante. Este impresso localiza-se no sistema MV PEP, ferramenta utilizada para realização dos documentos institucionais, sendo impresso na admissão do paciente na unidade, sendo que deverá ser preenchido diariamente, pelo enfermeiro responsável pela realização da Sistematização da Assistên-cia de Enfermagem, e por toda equipe multiprofissional quando abordado quaisquer orientações. Após as orientações, o impresso deve ser carimbado pela profissional responsável contendo data e hora que aquela informação foi transmitida. Deve-se observar o entendimento das informações passadas por parte do paciente ou acompanhante e qual técnica foi utilizada para transmissão da mensagem, sendo elas: verbal, por impresso ou demonstração.

Devem-se evitar informações excessivas para que o paciente não fique confuso, além disso, é de extre-ma importância reservar um espaço de tempo para que no momento das orientações tenha tempo sufi-ciente para abordagem dos assuntos e esclarecimento das possíveis dúvidas, lembrando-se de escolher um local adequado para a conversa proporcionando privacidade ao paciente e seu familiar.

O uso de termos técnicos deve-se ser evitado, pois dificulta a comunicação, resultando em constran-gimento por parte do paciente por não entender a informação e muitas vezes causando-lhe vergonha em perguntar novamente o que foi dito.

Antes de iniciar o treinamento da equipe para conscientização, foi realizada na terceira semana do mês de julho de 2014 uma auditoria com 100 prontuários da clínica médica e cirúrgica que comprovou apenas 60% de conformidade no correto preenchimento do plano educacional, este levantamento teve como foco prontuários de pacientes com permanência de mais de dois dias de internação, pois assim conseguiríamos validar o preenchimento diário do documento.

Percebe-se que é de extrema

importância reforçar

constantemente a necessidade

do correto preenchimento do

plano educacional sabendo-

se que é um respaldo para a

equipe multiprofissional de

todo o cuidado e orientação

prestada ao paciente e

acompanhante.

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Para melhorar a adesão ao documento foi elaborado um treinamento on the job para enfermeiros des-tas unidades através de slides (Apêndice 1). O método on the job foi escolhido para que não diminuísse a presença dos profissionais em outro treinamento que estava sendo ministrado no mesmo período. Foram abordados 26 enfermeiros sendo 10 do período da manhã, 10 do período da tarde e 6 do período noturno. Não foi possível abordar a equipe completa de enfermeiros da clínica devido às folgas, férias e remanejamento de enfermeiros para outros setores. No período matutino e vespertino o treinamento aconteceu no início do plantão no próprio posto de enfermagem e no noturno ocorreu após passagem de plantão deles no próprio posto de enfermagem. O treinamento teve a duração de 15 minutos reservando os 5 minutos finais para esclarecimento de dúvidas e foi ministrado durante três dias seguidos durante a primeira semana do mês de agosto de 2014. Os slides não foram disponibilizados para os enfermeiros, pois o protocolo encontra-se na pasta do Àgiles, um programa desenvolvido para armazenar todos os protocolos institucionais localizam-se na área de trabalho dos computadores das unidades.

Na semana seguinte do treinamento foi realizada nova uditoria utilizando a mesma quantidade de pron-tuários das clínicas obtendo um resultado de 85% de conformidade no preenchimento correto do plano educacional do paciente e acompanhante, enfatizando que os 15% de não conformidade se deu em dias em que o enfermeiro da unidade encontrava-se assumindo plantão sozinho como único enfermeiro do setor com 27 leitos em sua responsabilidade. Geralmente a rotina da instituição é que se assuma este setor em dois enfermeiros para evitar sobrecarga de tarefas. Observamos que quando sozinhos acabam priorizando outras tarefas, deixando este documento em segundo plano.

IV • CONSIDERAÇÕES FINAISO estudo realizado aponta para resultados satisfatórios conforme mostra os dados da auditoria, porém

ainda pode ser melhorado com a conscientização total da equipe da importância do documento. Percebeu-se que é de extrema importância reforçar constantemente a necessidade do correto pre-

enchimento do plano educacional sabendo que é um respaldo para a equipe multiprofissional de todo o cuidado e orientação prestada ao paciente e acompanhante. Observou-se que após um treinamento recente, os enfermeiros praticam corretamente em sua rotina o protocolo abordado, mas após certo tem-po a informação acaba sendo esquecida em meio a tantos protocolos, necessitando de uma reciclagem constante. Deve-se ressaltar também, que nenhum dos enfermeiros abordados conhecia na íntegra o protocolo do plano de educação do paciente e acompanhante o que demonstra que culturalmente as pessoas não apresentam o costume da leitura dos documentos na íntegra.

A sobrecarga de trabalho deve ser lembrada como um problema para não adesão do uso de alguns documentos de preenchimento diário como o plano educacional, sendo um alerta para os gestores no dimensionamento pessoal.

Percebe-se que a comunicação efetiva é uma ferramenta fundamental para que o enfermeiro possa promover a saúde de forma integral e humanizada. Sendo assim, o profissional deve adotar meios que fa-voreçam uma comunicação eficaz com o paciente, criando e renovando meio de canais de comunicação e registrando todas as informações, orientações prestadas ao paciente e acompanhante.

Concluímos que comunicar-se é um dever e direito de qualquer pessoa. Encontramos na comunicação um meio de conforto, facilitando o tratamento e sendo ferramenta fundamental no cuidado de enfermagem.

Por sua vez, se a comunicação for efetiva e houver domínio da comunicação como instrumento facili-tador da assistência, as necessidades dos pacientes serão mais observadas, compreendidas e atendidas pelos profissionais de saúde.

Conscientização dos Enfermeiros para o Correto Preenchimento do Plano Educacional do Paciente e Acompanhante

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REFERÊNCIAS

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ANDRESSA YURI ARAKAKI GELMETTI - [email protected]

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Patrícia Mitsue Saruhashi Shimabukuro Cleber Nunes da Rocha Liliane Bauer Feldman

Ciclo PDCA Usado Para Elaboração do Relatório Gerencial no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

PDCA Cycle Used For Preparing the Management Report on the Hospital Infection Control Service

El uso del Ciclo PDCA Para la Preparación del Informe Sobre la Gestión Servicio de Control de la Infección Hospitalaria

PATRÍCIA MITSUE SARUHASHI SHIMABUKURO • Enfermeira, Licenciatura em Enfermagem pela UNICAMP, MBA em Serviços de Saúde e Controle de Infecção Hospitalar pela Faculdade INESP, Docente do curso de pós graduação MBA em Serviços de Saúde e Controle de Infecção pelas Faculdades INESP e FAMESP. Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Sancta Maggiore – Itaim Bibi – Rede Prevent Senior.

CLEBER NUNES DA ROCHA • Médico, Residência em Infectologia pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, MBA em Serviços de Saúde e Controle de Infecção pela Faculdade INESP, MBA em Qualidade de vida pelo Centro Universitário São Camilo, Médico do Hospital Sancta Maggiore Rede Prevent Senior.

LILIANE BAUER FELDMAN • Enfermeira. Doutora em Ciências pela UNIFESP. Membro do grupo de estudo e pesquisa em administração dos serviços de saúde e gerenciamento de enfermagem GEPAG e grupo de estudo e pesquisa em avaliação do serviço de saúde e enfermagem GEPAV-SE da Universidade Federal de São Paulo. Membro da REBRAENSP. Consultora, Instrutora e Docente da Fundação Vanzolini, Centro Universitário São Camilo, Universidade Aberta Brasil – Ensino a Distancia – UaB /EaD na UNIFESP.

RESUMO O uso de ferramentas tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos de execução na gestão da qualidade. Assim, este relato de experiência objetiva apresentar o uso da ferramenta PDCA (Plan, Do, Check, Act) planejar, fazer, checar e agir, no contexto do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, como modelo de relatório gerencial das atividades e resultados. O modelo de relatório foi desenvolvido durante implantação do serviço num hospital geral em São Paulo, caracterizado como medicina de grupo. Os dados retrospectivos como problemas, fragilidades ou processos organizacionais não conformes, foram estratificados por categorias de acordo com a apresentação pelo enfermeiro gestor à presidência da instituição e analisados pelo método de Pareto para aprimoramento e resolução das situações. Evidenciou-se a melhoria dos processos, dados comprobatórios e demonstrativos por meio da linguagem estatística qualitativa e quantitativa dos resultados setoriais e organizacionais, além do melhor desempenho na atuação do enfermeiro na visita de auditoria.

PALAVRAS-CHAVEInstrumentos para a Gestão da atividade Científica, Qualidade da Assistência à Saúde, Serviços de Controle de Infecção Hospitalar, Pesquisa em Administração de Enfermagem.

ABSTRACT The use of tools is beginning to clarify and agile implementation procedures in quality management. Thus, this report aims to present experience using the tool PDCA - plan, do, check and act in the context of Hospital Infection Control Service, as of model management report of activities and results. The report template was developed during implementation of the service in a general hospital in São Paulo, characterized as managed care. The back data as problems, weaknesses or non-compliant business processes, were stratified by categories according to the presentation by the nurse manager for the presidency of the institution and analyzed by Pareto method for improvement and resolution of situations. It was evident the improvement of processes, supporting data and statements through qualitative and quantitative statistical language organizational and sectoral results, but the best performance in the nurse's performance in the audit visit.

KEYWORDSInstruments for Management of Scientific Activity, Quality of Health Care, Infection Control Services, Hospital, Nursing Administration Research.

RESÚMEN El uso de herramientas está empezando a aclarar y procedimientos de implementación ágiles en la gestión de la calidad. Por lo tanto, este informe tiene como objetivo presentar la experiencia con la herramienta PDCA (Plan, Do, Check, Act) planificar, hacer, verificar y actuar en el contexto de la infección nosocomial Servicio de control, a partir del informe de gestión de modelos de las actividades y resultados. La plantilla de informe fue desarrollado durante la implementación del servicio en un hospital general de São Paulo, caracterizada como la atención médica administrada. Los datos retrospectivos como problemas, debilidades o procesos comerciales no conformes, fueron estratificados por categorías de acuerdo a la presentación por parte del jefe de enfermería para la presidencia de la institución y se analizaron por el método de Pareto para la mejora y resolución de situaciones. Era evidente la mejora de los procesos, datos de apoyo y declaraciones a través del lenguaje estadístico resultados organizativos y sectoriales cualitativos y cuantitativos, pero el mejor rendimiento en el desempeño de la enfermera en la visita de auditoría.

PALABRAS-CLAVEInstrumentos para la Gestión de la Actividad Científica, Calidad de la Atención de Salud , Servicios de Control de Infección Hospitalaria, Investigación en Administración de Enfermería.

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I • INTRODUÇÃONos tempos atuais, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) é parte fundamental da assis-

tência à saúde do paciente e é muito requisitado dentro dos processos de acreditação hospitalar. O uso de metodologias que possibilitem analisar o impacto dos serviços, bem como as dificuldades

na operacionalização de planos de ação, quer seja pela tecnologia disponível ou pelas necessidades dos usuários, tem sido um desafio para a lapidação dos sistemas de saúde1,2.

A avaliação dos serviços de saúde requer a utilização de instrumentos e ferramentas analíticas. Para isso, um dos mais utilizados nas empresas ou nas áreas é o PDCA, que significa em inglês e português plan (planejar), do (fazer), check (checar) e act (agir).

O ciclo PDCA é uma ferramenta de análise da gestão para melhoria de um serviço, que foi criado por Walter Shewhart na década de 20 e foi disseminado para o mundo por Eduard Deming. Esta importante ferramenta é usada para a análise e melhoria dos sistemas organizacionais e para demonstrar a eficácia do serviço. Trata-se de uma estratégia de controle e melhoria de processos a ser desenvolvido junto à equipe de trabalho de uma organização3.

A aplicação do ciclo PDCA melhorou o nível de desempenho geral da instituição e reduziram-se as causas dos problemas dentro do setor, o que propiciou o gerenciamento do processo na implantação de um novo software4.

Outra ferramenta comumente utilizada é o 5W2H que complementa o PDCA para especificar detalhes sobre o procedimento, e significa no idioma inglês e traduzido ao português: what (o que), where (onde), who (quem), when (quando), why (por que) e how (como), how much (quanto custa) e pode ser aplicada para a prevenção de surtos hospitalares bem como para melhoria do serviço da instituição3.

Para a analise das causas do problema pode-se usar outra ferramenta denominada Método de Análise de Pareto, que permite: 1 - Dividir o problema em vários outros problemas menores, sendo estes mais simples de serem resolvi-dos com o envolvimento das pessoas da empresa; 2 - Priorizar projetos a partir do momento em que se baseia em fatos e dados; e 3 - Estabelecer metas concretas e atingíveis5.

O diagrama de Pareto é elaborado a partir de uma coleta de dados realizada previamente e para isso usa-se o 5W2H conforme o Quadro 1 a seguir. Uma das características fundamentais desse diagrama é a identificação das causas que realmente são impactantes no problema e desta maneira, inicialmente é preciso estratifica-las. “A estratificação é uma análise de processo, pois é um método para ir à busca da origem do problema”5.

É consenso de que o PDCA tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão da qualidade6.

Destaca-se que o método foi aperfeiçoado quando incorporou outras etapas e reformulou sua apresen-tação gráfica, ou seja, de uma forma retilínea e aberta, passou a ser cíclica e fechada elencando em cada uma das etapas a possibilidade do desenvolvimento da fase seguinte. “O PDCA constitui um processo científico dinâmico de aquisição de conhecimento”5.

Assim, este estudo pretende demonstrar a importância da ferramenta de gestão da qualidade na ela-boração de relatório gerencial do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) pelo Enfermeiro, realizado em um hospital privado localizado no município de São Paulo.

Justifica-se esta pesquisa como possibilidade de recurso usado por meio de um modelo de relatório de gestão sobre as atividades e os resultados obtidos dentro do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Esta proposta pode otimizar o planejamento da implantação de novos serviços e contribuir no avanço das ações de qualidade e segurança no hospital.

O Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar (SCIH)

é parte fundamental da

assistência à saúde do

paciente e é muito requisitado

dentro dos processos de

acreditação hospitalar.

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II • OBJETIVOApresentar o uso da ferramenta de gestão da qualidade PDCA no contexto do Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar, como modelo de relatório gerencial das atividades e resultados.

III • PERCURSO METODOLÓGICOEste estudo foi descritivo de relato de experiência que se refere às descrições de experiências de assis-

tência, ensino, pesquisa e extensão para divulgar aspectos inéditos e originais envolvidos3,6.O cenário do estudo pertence à rede privada hospitalar geral de São Paulo, com capacidade para 70

leitos, sendo que a população atendida possui plano de saúde caracterizado como medicina de grupo. O modelo de relatório gerencial foi desenvolvido no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) durante sua implantação.

Esta pesquisa contou com a busca dos dados retrospectivos identificados nas atividades realizadas dentro do SCIH durante o período de implantação do serviço. Estas atividades compunham o relatório gerencial apresentado periodicamente pelo enfermeiro gestor à presidência da instituição de saúde.

Os dados coletados que se referiram aos problemas, fragilidades ou processos organizacionais consi-derados como “não conformidade”, foram identificados e estratificados por categorias de grupos.

Esta categorização foi realizada conforme preconiza a ferramenta analise pelo método de Pareto, e em seguida foram aplicadas as ferramentas PDCA e 5W2H para aprimoramento e resolução das situações.

Os resultados foram descritos e destacados no relatório gerencial da instituição.

IV • APRESENTAÇÃO DA FERRAMENTA E DAS FASES DE DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE RELATÓRIO GERENCIAL

4.1 - O ciclo PDCAO ciclo PDCA é uma ferramenta de avaliação utilizada no nível gerencial para a tomada de decisões

e para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização, sendo composto pelas seguintes etapas: 1 - PLAN (Planejar) - inclui a definição das metas a serem alcançadas e o método para o alcance destas metas; 2- DO (Executar) - é a execução das tarefas exatamente como foi proposto e previsto na etapa do pla-nejamento, coletando os dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo. Nesta fase se inclui a capacitação e o treinamento do trabalho que foi planejado; 3 - CHECK (Verificar, checar) - realizar a verificação do que foi executado de acordo com o planejamen-to, ou seja, se a meta foi alcançada segundo o contexto inicial e identificar os desvios acarretados na meta ou no método; 4 - ACT (Agir corretamente) - esta fase se aplica quando são identificados desvios, o que exige a defini-ção e implementação das soluções que eliminem suas causas. Caso não se identifique desvios da meta ou método, é possível realizar um trabalho preventivo neste momento.

4.2 Fases do desenvolvimento do modelo de relatório gerencialNeste contexto, para a implantação e desenvolvimento do SCIH na instituição foram realizados os

seguintes passos:• Elaboração de impressos próprios para realização de notificação de infecção hospitalar, notificação compulsória interna, comunicação do SCIH para a instituição de informações sobre precaução de contato aos pacientes que possuem germes multirresistentes;• Elaboração do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH);• Elaboração do manual de normas e rotinas do SCIH7;• Realização de treinamentos referente aos assuntos abordados no manual do SCIH;

Ciclo PDCA Usado Para Elaboração do Relatório Gerencial no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

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• Elaboração de materiais educativos para distribuição aos colaboradores durante a realização de treina-mentos;• Realização de visita técnica para diagnóstico, conhecimento situacional e panorama da instituição;• Elaboração de relatório de visita técnica utilizando a estratégia do Plano de Ação;• Elaboração de relatórios mensais com divulgação a toda equipe sobre as taxas de infecção hospitalar;• Realização de busca ativa das infecções de sítio cirúrgico em cirurgia limpa, através de contato telefô-nico com o paciente;• Realização de busca ativa dos casos de infecção hospitalar, de acordo com a metodologia National Nosocomial Infection Survillence System (NNISS);• Elaboração de um modelo de relatório gerencial mensurando as atividades realizadas pelo SCIH durante o ano de 2008.

4.3. Aplicação da ferramenta PDCA no desenvolvimento do SCIH Na fase do Plan: realizou-se a elaboração do programa de controle de infecção hospitalar (PCIH) con-

forme a exigência da ANVISA (2000) através da RDC nº 48 que envolveu a elaboração de impressos pró-prios do serviço, elaboração das normas e rotinas, treinamentos a serem realizados aos colaboradores, e a programação das visitas técnicas em toda instituição.

Na fase Do: Ocorreu a realização da busca e coleta de dados dos casos de infecção hospitalar, e dos casos de infecção de sítio cirúrgico em cirurgia limpa, a realização das visitas técnicas e os treinamentos obrigatórios pela RDC nº48 e a Portaria nº 2616/98. Os treinamentos foram feitos com apresentação oral e recurso audiovisual em slides, evidenciados pela lista de presença confirmando a participação dos colaboradores.

Na fase Check: o SCIH avaliou mensalmente os casos de infecção hospitalar e concomitantemente realizou as intervenções; quando necessário recebeu colaboração da coordenação de enfermagem a fim de maximizar os resultados alcançados. As divulgações foram feitas mensalmente em reunião com a administração e coordenação de enfermagem.

Na fase Act: o SCIH atuou de maneira corretiva para que fosse evitado aumento das taxas de infecção hospitalar, bem como sugeriu por meio das visitas técnicas um plano de ação das não conformidades encontradas. Estas ações possibilitaram a padronização, a melhoria dos procedimentos e a realização dos processos sistêmicos e sistemáticos neste serviço de saúde.

A utilização de ferramentas de análise da gestão durante a implantação e desenvolvimento do serviço de controle de infecção hospitalar contribuiu para explicitar os dados coletados e facilitou a apresentação dos avanços alcançados.

Com a aplicação metodológica da ferramenta PDCA pôde-se verificar que foi significativa a oscilação da taxa de infecção hospitalar. Este fato coincidiu com os meses em que se realizaram os treinamentos. Esta é uma demonstração que a correta utilização do ciclo PDCA pode revelar uma diminuição nas taxas e índices de infecção em saúde, aprimorar a competência individual e coletiva das equipes, e promover ajustes organizacionais a tempo mesmo considerando os meses em que há elevado nível de pacientes com doenças crônicas no hospital.

A organização do serviço, a sistematização dos processos, e o trabalho dos profissionais realizado de maneira sistêmica proporciona a melhor convivência dos pacientes e usuários com a acreditação. Neste sentido percebem mais entrosamento, melhor comunicação, elo entre as áreas e mais empenho das pessoas que procuram surpreende-los8. Eventualmente os pacientes retribuem satisfeitos pelo serviço recebido por meio da avaliação interna, bilhetes escritos, presentes aos profissionais e ou aos setores em que estiveram internados.

Notou-se que com a implantação da cultura de vigilância, pontualmente aos pacientes provenientes de outros serviços de saúde, promoveu um impacto positivo na taxa de infecção hospitalar. Isto ocorreu devido à aderência correta da precaução de contato pelos profissionais, até a saída do resultado das cul-

É consenso de que o PDCA

tem por princípio tornar mais

claros e ágeis os processos

envolvidos na execução da

gestão da qualidade.

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Ciclo PDCA Usado Para Elaboração do Relatório Gerencial no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

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turas de vigilância (swab nasal, retal e axilar, se necessário hemocultura e urocultura) do paciente dentro da instituição.

Além dos objetivos alcançados com a racionalização do uso de antibióticos e o percentual diminuído de infecções hospitalares, os resultados financeiros também foram significativos para a empresa. Houve impacto financeiro com economia positiva, especificamente na questão do uso de antimicrobianos.

No tocante a esta racionalização, percebeu-se que os meses de maior pico nas taxas de IH coincidiram com a permanência de pacientes crônicos, o que gerou um consumo elevado de antimicrobianos, ainda assim a gestão e o uso do PDCA fez a instituição economizar.

4.1. Modelo de Relatório do SCIH Com Uso do PDCA e 5W2HO modelo de relatório do SCIH usado para apresentação à diretoria pode conter uma ou mais ferramen-

tas, como consta o impresso Figura 1, a seguir.

FIGURA 1 – Componentes do relatório parcial do SCIH para a diretoria do hospital. São Paulo (SP), 2014.

V • CONSIDERAÇÕES FINAISNeste contexto, evidencia-se que o ciclo PDCA ajudou a melhorar o SCIH e a direcionar a atuação do

gestor sobre os dados de infecção hospitalar, possibilitando um diálogo com o administrador hospitalar mais claro e comprobatório ao demonstrar por meio da linguagem estatística qualitativa e quantitativa, os resultados organizacionais.

A utilização da ferramenta 5W2H propiciou a melhoria dos processos em cada fase, a obtenção dos resultados setoriais e organizacionais averiguados na visita técnica que o SCIH realiza para atender a legislação vigente, além de ter contribuído no desempenho da atuação do gestor e do profissional con-trolador de infecção hospitalar.

PROBLEMA

P D C A 5W 2H

what

why

who

when

where

how

how much

META

STATUS

RELATÓRIO PARCIAL DO SCIH PARA A DIRETORIA

...a correta utilização do

ciclo PDCA pode revelar

uma diminuição nas taxas e

índices de infecção em saúde,

aprimorar a competência

individual e coletiva das

equipes, e promover ajustes

organizacionais...

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PATRÍCIA MITSUE SARUHASHI SHIMABUKURO - [email protected]

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Ciclo PDCA Usado Para Elaboração do Relatório Gerencial no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

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Simone Alves dos Santos Giane Elis de Carvalho Sanino

Oncologia Pediátrica: Assistência de Enfermagem no Controle da Dor

Pediatric Oncology: Nursing Care in Pain Control

Oncología Pediátrica: Cuidados de Enfermería en el Control del Dolor

SIMONE ALVES DOS SANTOS • Enfermeira, Psicóloga, Pós-Graduanda em Formação de Professores para Ensino Superior na UNIP. Professora Técnica do curso para Técnicos de Enfermagem-Pronatec.

GIANE ELIS DE CARVALHO SANINO • Enfermeira Doutora em Educação, Especialista em Nefrologia, Especialista em Educação Profissional na Área da Saúde, Aprimoramento em Pediatria , Professora Adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem, Fisioterapia, Educação Física e Nutrição da UNIP, Professora Líder das disciplinas de Políticas de Saúde e Prevenção de Infecção Relacionadas a Assistência do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIP, Coordenadora pedagógica do curso de pós-graduação de formação do professor da Educação Profissional do Centro Universitário SENAC. Professora convidada da Pós-Graduação em Enfermagem Pediátrica e Neonatal da FEHIAE e, do curso de pós-graduação em Gestão dos Serviços de Enfermagem da FMU.

RESUMO Este estudo tem como objetivo descrever qual a assistência de enfermagem no controle da dor na oncologia pediátrica. A presente pesquisa foi do tipo revisão integrativa da literatura, os dados foram analisados através de 20 pesquisas nas quais foram encontradas as seguintes categorias temáticas: suporte emocional, manejo da escala de dor, medidas não farmacológicas e manejo da medicação e procedimentos invasivos. Os resultados demonstraram que a avaliação da dor é complexa, devido à variedade de aspectos que compõe o quadro álgico, sendo a base para a formulação diagnóstica, a proposição terapêutica e a apreciação dos resultados obtidos. Cabe ao Enfermeiro ter conhecimento sobre a fisiopatologia dos diferentes tipos de câncer e suas opções de tratamento, bem como compreender o processo de crescimento e desenvolvimento normal da criança, para que seja competente ao assisti-la e poder discutir junto à equipe multidisciplinar as diferentes abordagens no tratamento. Constatou-se que a dor, apesar dos muitos estudos que tentam classifica-la, é subjetiva para além de um conceito e que a avaliação é ainda desafiadora, considerando o quadro clínico ou o estágio da doença, a incapacidade do doente em se comunicar e a urgência iminente.

PALAVRAS-CHAVEDor, criança, enfermagem, oncologia, pediátrica.

ABSTRACT This study is aimed at describing which should be the nursing assistance in controlling pediatric oncologic pain. This study was of the integrative-revision type in the literature, and its data were analyzed through another 20 surveys in which the following thematic categories were found: emotional support, pain scale handling, non-pharmacologic measures and medication handling and invasive procedures. The results have shown that assessing pain is a complex task due to the variety of aspects making up the pain condition, the basis for the diagnostic formulation being the therapeutic proposal and the evaluation of the results achieved. It is up to the Nurse to know the physiopathology of the different types of cancer and their treatment options, as well as to understand a child’s normal growth and development process, so that he/she can treat his/her little patients and discuss with the multidisciplinary team the treatment’s several approaches. It was found that pain, despite the many studies that tried to pinpoint it, is subjective and goes beyond a single concept, and that evaluating it is a challenge, considering the clinical condition or stage of the disease, the incapacity of the patient to communicate and the imminent urgency.

KEYWORDSPain; child; nursing; oncology; pediatrics.

RESÚMEN Este estudio tiene como objetivo describir cuál es la asistencia de enfermería en el control del dolor en la oncología pediátrica. La presente investigación fue del tipo revisión integrativa de la literatura, los datos fueron analizados por medio de 20 investigaciones en la cual fueron encontradas las siguientes categorías temáticas: soporte emocional, manejo de la escala de dolor, medidas no farmacológicas y manejo de la medicación y procedimientos invasivos. Los resultados demostraron que, la evaluación del dolor es compleja, en virtud de la variedad de aspectos que componen el cuadro de dolores, siendo la base para la formulación diagnóstica, la proposición terapéutica y la apreciación de los resultados obtenidos. Corresponde al Enfermero tener conocimiento sobre la fisiopatología de los distintos tipos de cáncer y sus opciones de tratamiento, como también comprender el proceso de crecimiento y desarrollo normal del niño para que sea competente al asistirlo y poder discutir junto al equipo multidisciplinario los distintos abordajes en el tratamiento. Se constató que el dolor, a pesar de los muchos estudios que tratan de clasificarlo es subjetivo, más allá de un concepto y que la evaluación aun es desafiadora, considerando el cuadro clínico o la etapa de la enfermedad, la incapacidad del enfermo en comunicarse y la urgencia inminente.

PALABRAS-CLAVEDolor, niño, enfermería, oncología, pediátrica.

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I • INTRODUÇÃOO câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que tem em comum a proliferação

descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer lugar do organismo. As neopla-sias mais frequentes na infância são as leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. Também acometem crianças o neuroblastoma, frequentemente de localização abdominal, tumor de Wilms (renal), retinoblastoma, tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma, sarcomas (tumores de partes moles)1.

Desde 1970, vem-se observando um aumento linear das taxas de cura dos tumores na infância, estando estas, atualmente, variando entre 70% e 90% dos casos, nos Estados Unidos. No Brasil, as crianças e jovens com leucemia linfática aguda (LLA) curam-se em 70% a 80% dos casos. Para-lelamente, tem-se verificado um aumento progressivo, e também linear, das taxas de incidência dos tumores da criança, sobretudo a LLA, os tumores do Sistema Nervoso Central (SNC), os linfomas não Hodgkin e o tumor de Wilms e outros tumores renais. Por exemplo, de dez a quinze casos de câncer, entre indivíduos com menos de 15 anos de idade, no Brasil, quatro são de LLA2.

A enfermagem é, sem dúvida, a equipe de maior contato com o paciente em ambiente hospitalar, já que possui uma posição estratégica, pois, é a equipe que atua junto à criança, participando das rotinas e procedimentos 24 horas por dia, experimentando junto a ela e seus familiares às dores e o sofrimento, contribuindo para o conforto e alívio dessas situações. Para ser eficaz no manejo da dor, o Enfermeiro deve: ter conhecimento dos fatores que causam dor, ser capaz de aliviar a dor de forma holística, entender que a dor deve ser abordada de forma multidisciplinar e ser capaz de oferecer apoio emocional3.

A enfermagem atua inúmeras vezes com a criança com dor, percebendo assim que o aumento da ansiedade e do desconforto compromete ainda mais o seu estado geral. A dor do câncer é descrita como “dor total”, pois é uma síndrome que, além da nocicepção e que inclui outros fatores físicos, emocionais, sociais e espirituais que influem na gênese e na expressão da queixa. Nesse sentido, a responsabilidade de promover o alívio da dor e o conforto do paciente exige uma precisa avaliação dos aspectos fisiológicos, emocionais, comportamentais e ambientais, que desencadeiam ou exacer-bam o quadro álgico na criança4.

Os Enfermeiros devem ter competências e habilidades para avaliar a dor, implementar estratégias de alívio da mesma e monitorar a eficácia dessas intervenções. Em virtude do caráter subjetivo da dor, métodos multidimensionais de avaliação (escalas) devem ser mais utilizados, pois, dessa forma, con-segue-se obter o máximo de informações a respeito das respostas individuais à dor e suas interações com o ambiente. As escalas de dor podem fornecer uma medida quantitativa do auto relato de dor5.

Segundo a Sociedade Brasileira para o estudo da dor (SBED), a sensação dolorosa foi conceitua-da, em 1986, pela associação internacional para o estudo da dor como: “uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a lesões reais ou potenciais”. Cada indivíduo aprende a utilizar este termo através de suas experiências. É no momento de dor que se procuram cuidados de saúde, tendo em vista que ela é considerada uma das causas mais comuns de desconforto e tem o poder de incapacitar e angustiar mais as pessoas do que uma doença isolada6.

No caso da criança com câncer, a dor é ainda mais significativa, pois, em seu tratamento, pos-sui diversos fatores capazes de causar situações dolorosas, acarretando grande desgaste físico e emocional e tendo o poder de incapacita-la. Segundo o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), toda criança tem “o direito de não sentir dor, quando existem meio de evita-la”7.

Para a equipe de enfermagem avaliar e quantificar a dor na criança é importante para a compreen-são das características de desenvolvimento e comportamento infantil. Aconselha-se então, sempre acreditar na criança, já que ela é quem melhor descreve suas sensações, e assessorar-se da família, por melhor conhecer a criança, pelo convívio1,8.

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A escolha de um método apropriado para a aferição da dor deve ser baseada na fase de desen-volvimento comportamental da criança e também no tipo de dor ou condição médica para a qual o método será usado. Assim à enfermagem cabe, à medida que tem capacidade de avaliar a dor, mini-mizar a sensação dolorosa, é fundamental conseguir identificar e avaliar as necessidades específicas da criança1,7.

O interesse sobre o tema surgiu a partir da minha vivência pessoal como familiar de paciente onco-lógico e, de dados obtidos durante a graduação de enfermagem em que tem se verificado um aumen-to progressivo de câncer em crianças e qual a assistência de enfermagem prestada para o controle da dor na oncologia pediátrica. Dessa forma, acreditamos que essa pesquisa possa contribuir para aprimorar a assistência de enfermagem junto ao paciente na oncologia pediátrica.

II • OBJETIVO GERALDescrever a assistência de enfermagem no controle da dor na oncologia pediátrica.

III • MATERIAIS E MÉTODOSEste estudo apresentou como método de pesquisa a revisão integrativa da literatura realizada a

partir do levantamento bibliográfico disponível sobre o tema de interesse. Diante disso, o estudo proposto apresentou como questão norteadora: Qual é assistência de en-

fermagem prestada para o controle da dor em oncologia pediátrica?A coleta de dados para a pesquisa foi realizada na internet no período de março a novembro de

2013, nas bases de dados do Scientific Eletronic Library Online (Scielo), artigos publicados nas re-vistas, Ciências Cuidado e Saúde, Dor São Paulo, Sociedade Brasileira de Enfermagem Pediátrica (SOBEP), Saúde e Pesquisa, Organizacion of Scientific Commuinicat (Reciis-Fiocruz), Rev. Brasileira de Cancerologia, Temas em Psicologia: Dor em Oncologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto, além dos manuais sobre o câncer do Ministério da Saúde.

Os artigos foram pesquisados em concordância com os seguintes descritores em ciências da saú-de: dor, criança, enfermagem, oncologia, pediátrica. Através da utilização dos descritores citados, a amostra foi composta por 20 pesquisas, sendo, 16 artigos e 4 cadernos do Ministério da Saúde sobre particularidades do câncer infantil, epidemiologia dos tumores da criança e do adolescente, estimativa 2012 e cuidados paliativos oncológicos no controle da dor.

Foram definidos para a seleção do levantamento bibliográfico: artigos publicados em português, português (Portugal); artigos disponibilizados na íntegra sobre a temática estudada, nas bases de dados escolhidas para a pesquisa, artigos publicados entre o ano de 2008 a 2013 e que atendessem ao objetivo do estudo. Os critérios de exclusão utilizados foram pesquisas que não abordassem o tema a ser estudado, eletronicamente indisponíveis na íntegra e com data inferior a 2008.

Primeiramente realizou-se uma leitura exploratória, criteriosa, analítica e interpretativa dos traba-lhos científicos relacionados à temática para selecionar a amostra. E na sequência, para melhor análise dos resultados, procedeu-se com um fichamento do material bibliográfico selecionado. A pri-meira abordagem a ser apresentada sobre os dados da amostragem foi quantitativa, descrevendo os dados da publicação, seguindo de uma análise qualitativa, através da síntese e da comparação das informações extraídas dos artigos científicos buscando transmitir as principais categorias temáticas levantadas.

IV • RESULTADOS E DISCUSSÃOA partir do agrupamento dos artigos e do comparativo entre eles foram encontradas quatro cate-

gorias temáticas para análise que responderam a questão norteadora do estudo: suporte emocional, manejo na escala de dor, medidas não farmacológicas e manejo da medicação e procedimentos invasivos conforme a figura a seguir.

O enfermeiro deve: ter

conhecimento dos fatores

que causam dor, ser capaz

de aliviar a dor de forma

holística, entender que a dor

deve ser abordada de forma

multidisciplinar e ser capaz

de oferecer apoio emocional.

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FIGURA 1 - Categorias Temáticas de Análise. São Paulo, 2013

O câncer na criança e no adolescente (de 0 a 19 anos) corresponde entre 1% e 3% de todos os tumores malignos na maioria das populações. É uma doença considerada rara quando comparada às neoplasias que afetam aos adultos. Em geral a incidência total de tumores malignos na infância é maior no sexo masculino. As últimas informações disponíveis para mortalidade mostraram que, no ano de 2009, os óbitos por neoplasias, para a faixa de 1 a 19 anos, encontravam-se entre as dez primeiras causas de morte no Brasil. A partir dos 5 anos, a morte por câncer corresponde à primeira causa de morte por doença em meninos e meninas9.

Por apresentar características muito específicas e origens histopatológicas próprias, o câncer que aco-mete crianças e adolescentes deve ser estudado separadamente daqueles que acometem os adultos. Principalmente no que diz respeito ao comportamento clínico. Esse grupo de neoplasias apresenta, em sua maioria, curtos períodos de latência, é mais agressivo, cresce rapidamente, porém responde melhor ao tratamento e é considerado de bom prognóstico. Desse modo, as classificações utilizadas para os tumores pediátricos são diferentes daquelas utilizadas para os tumores nos adultos, sendo a morfologia a principal característica observada9.

O câncer infantil não deve ser considerado como uma simples doença, mas sim como um leque de diferentes malignidades. O tipo de câncer varia de acordo com o tipo histológico, localização primária do tumor, etnia, sexo e idade.

O cuidado preventivo no campo da pediatria oncológica pode ser desenvolvido por ações antes do nascimento da criança e durante a infância. Antes do nascimento, o aconselhamento genético aos pais vem se mostrando como possibilidade de prevenção. Durante a infância, com orientações acerca de há-bitos de vida saudável, como: alimentação, atividade física e cuidados com o meio ambiente. No entanto, a associação entre câncer em crianças e fatores de risco ainda não está totalmente estabelecida10.

FIGURA 2 - Escala de intensidade da dor: Faces, numérica e descritiva simples

RELATÓRIO PARCIAL DO SCIH PARA A DIRETORIA

SUPORTE EMOCIONAL

MEDIDAS NAO FARMALÓGICAS

MANEJO DA ESCALA DE DOR

MANEJO DA MEDICAÇÃO E PROCEDIMENTOS INVASIVOS

ESCALA DE INTENSIDSADE DE DOR

ESCALA DE FACES

ESCALA NUMÉRICA

ESCALA DESCRITIVA SIMPLES

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dor nenhuma

SEM DOR DOR LEVE DOR MODERADA DOR FORTE DOR PIOR QUE EXISTE

Dor pior que existe

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4.1 Suporte emocional O cuidar de alguém com dor não significa apenas realizar técnicas para deixá-lo “confortável”, mas,

também, mostrar na relação profissional/paciente interesse, compaixão, afetividade, consideração que tem o intuito de aliviar, confortar, apoiar, ajudar, favorecer, promover, restabelecer e torna-lo satisfeito com seu viver, acentuando a capacidade do profissional em estimular o bem estar do mesmo8.

O processo de alivio da dor e a atenção dada aos aspectos sociais da doença devem estar inseridos na atenção integral que a criança doente deve receber 11.

Observou-se que, considerar a pessoa não meramente um corpo biológico, pura e simplesmente é um desafio, sendo que a equipe de enfermagem teme pela própria integridade emocional. A dor psíquica, ou sofrimento, pode determinar um papel importante na qualidade de vida do paciente. Ignorar esse tipo de dor é tão perigoso quanto ignorar a dor somática visto que, a dor física e a dor somática estão intima-mente relacionadas.

Uma equipe bem orientada é fundamental no cuidar em pediatria oncológica. Os cuidados e orienta-ções devem começar na admissão, onde se expõe à família estratégias do processo de cuidar, apresen-tando as características da unidade e demonstrando a importância de determinadas rotinas para o bem estar da criança. O Enfermeiro prepara a equipe para o cuidar de forma integral durante a hospitalização, objetivando a promoção do conforto, alívio de sintomas e atenção às dimensões psicossociais de pacien-tes e familiares, estabelecendo um forte vínculo entre profissional da saúde, paciente e família. É impor-tante que se tenha uma visão holística, multidisciplinar do ser humano.

O processo do adoecer envolve não somente a criança, o Enfermeiro deve dirigir seu olhar também à família que esta sofrendo e assumir a vulnerabilidade de seu paciente, tratá-la com empatia e competência. 4.2 Manejo da escala de dor

Quando a avaliação da dor não é realizada de forma sistematizada, a dor pode ser subestimada e fa-tores importantes que podem ser ignorados. A avaliação inadequada da dor e o desconhecimento sobre as estratégias disponíveis para o seu controle são fatores que podem dificultar o manejo desse sintoma, o que reforça a necessidade de que os profissionais de enfermagem saibam reconhecer os sinais de dor para buscarem intervir corretamente no seu alívio8.

O Enfermeiro deve explorar a queixa de dor, coletar dados sobre fatores agravantes, atenuantes e concomitantes; antecedentes pessoais e familiares, explorar indicativos de desconforto causado pela dor e utilizar-se de instrumentos que podem auxiliar na sua mensuração e avaliação bem como na qualidade da analgesia12.

A avaliação da dor do paciente oncológico exige uma abordagem quantitativa, utilizando escalas ade-quadas ao perfil do paciente atendido e, uma abordagem qualitativa, com enfoque de aspetos descritivos da dor e o seu impacto nas funções e atividades da vida diária. A implantação do uso de uma escala para avaliação oncológica proporciona a possibilidade de tratar a dor mais adequadamente 4.

A identificação dos fatores que intensificam e aqueles que diminuem a dor são muitas vezes esque-cidos, alguns autores argumentaram que a dor, não é corretamente tratada e documentada devido à inadequada avaliação inicial. A avaliação acurada, completa, e sistemática da dor do câncer são cruciais para identificar a etiologia subjacente e para desenvolver um plano de tratamento.

Na escolha dos instrumentos para mensuração de dor, deve-se atentar para as suas qualidades psi-cométricas, para que sejam atendidos os parâmetros de validade, fidedignidade, sensibilidade, especifi-cidade e aplicabilidade clínica.

Observou-se que a avaliação da dor possibilita reflexões acerca de um melhor planejamento da assis-tência de enfermagem, minimizando o sofrimento e tornando o atendimento mais humanizado e atento às necessidades.

Apesar da existência de inúmeras escalas de avaliação de dor validadas, deve-se ressaltar que a queixa de dor referida pela criança é o melhor indicador que deve ser avaliado e que, muitas vezes, alterações

O processo de alivio da dor e

a atenção dada aos aspectos

sociais da doença devem

estar inseridos na atenção

integral que a criança doente

deve receber.

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de comportamento como choro, irritabilidade, isolamento social, distúrbios do sono e da alimentação são indicativos de um quadro álgico.

4.3 Medidas não farmacológicas para o controle da dorUma das técnicas muito importante para todas as crianças, mais em particular para as crianças meno-

res, é o toque terapêutico, porque estas crianças conhecem o mundo através do tocar e do olhar. Ainda para este grupo de crianças, outras estratégias não farmacológicas são a sucção não nutritiva e a água com açúcar. O uso da chupeta inibe a hiperatividade e modula o desconforto, e a solução glicosada di-minui o tempo de choro e atenua a mímica facial de dor, através da liberação de endorfinas endógenas 6.

É necessário que o Enfermeiro faça uso de intervenções múltiplas que possibilitem melhor resposta anal-gésica interferindo simultaneamente na diminuição da geração do impulso nociceptivo, alterando os pro-cessos de transmissão e interpretação do fenômeno doloroso e estimulando o sistema supressor da dor.

Dentre os métodos não medicamentosos existe o brinquedo terapêutico, que é uma técnica que pode ser usada por qualquer Enfermeiro para qualquer criança hospitalizada, com o objetivo de permitir ao Enfermeiro alguma compreensão das necessidades e sentimentos da criança. Ele permite estabelecer um relacionamento com a criança, de maneira que ela sinta-se segura e permita a realização de procedimen-tos, e a obtenção de informações relativas a conceitos e sentimentos da criança sobre sua doença, a fim de estabelecer metas para a assistência de enfermagem 5.

Segundo os autores ludoterapia, arteterapia e a musicoterapia são técnicas que tem diminuído muito o estresse e a tensão induzindo ao relaxamento da criança porque ativa a produção de endorfinas en-dógenas. Através de brincadeiras, jogos e artes as crianças expressam seus sentimentos e emoções promovendo também a melhora da autoestima.

A estimulação cutânea (massagem) tem o propósito de aliviar a dor por promover relaxamento e dis-tração, além de ativar mecanismos inibitórios da dor. A aplicação de calor, frio e a estimulação elétrica transcutânea, são outras formas de estimulação cutânea, o calor superficial (compressas, hidroterapia, bolsas térmicas), de acordo com o tempo de aplicação e sua intensidade, produz efeitos a nível local, regional ou geral.

4.4 Manejo da medicação e procedimentos invasivosA criança com câncer passa por momentos difíceis e vivencia situações que variam, desde proce-

dimentos como punção lombar e coleta de sangue, até grandes cirurgias e respectivos períodos pós--operatórios. Certos procedimentos são invasivos, agressivos e dolorosos, embora não possam ser evi-tados, podem ser suavizados pela sensibilidade da assistência. Dentre estes, a punção venosa periférica é reconhecida pelas crianças e suas famílias, como um procedimento doloroso e capaz de causar ou aumentar sua ansiedade.

Em alguns hospitais há uma prática no uso de alguns anestésicos tópicos para todos os procedimen-tos que envolvam agulha. Estes produtos promovem o alívio da dor durante a inserção da agulha e são relativamente de baixo custo e fáceis de usar5.

Há uma carência de estudos formais para muitos dos medicamentos usados no manejo da dor, es-pecialmente em crianças menores de 12 anos. Todavia o uso repetido e o conhecimento da fisiologia pediátrica tem possibilitado o estabelecimento de protocolos para muitos medicamentos. Desta forma os medicamentos devem ser utilizados pela via mais simples sendo que a administração não deve causar dor adicional6.

Autores descreveram que, mesmo que os profissionais empenhem-se em orientar a criança, expli-cando-lhe o procedimento em linguagem simples, o medo do desconhecido pode permanecer e que, a ausência de informações sobre os procedimentos, ao invés de poupar ou proteger a criança dificulta e/ou impede a sua organização pessoal frente à doença.

É imprescindível que o profissional de saúde esteja atento aos recursos disponíveis ao manejo da dor,

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na medida em que esta experiência constitui um potencial redutor da qualidade de vida. Como foi descrito, os autores destacaram que a busca pelo manejo e controle da dor constitui um tema

de extrema relevância social e científica, podendo ser realizado por meio de tratamentos protocolares, com prescrição medicamentosa de analgésicos e por meio de terapias não convencionais.

V • CONSIDERAÇÕES FINAISA realização deste estudo apontou as seguintes temáticas: suporte emocional, manejo da escala de

dor, medidas não farmacológicas e manejo da medicação e procedimentos invasivos.O cuidar em enfermagem pressupõe estar atento às queixas subjetivas dos pacientes pediátricos, de

modo a intervir no curso do sintoma, possibilitando conforto e bem estar. Na medida em que se mensura a dor têm-se parâmetros para estabelecer um bom plano de cuidados, considerando que o cuidado tera-pêutico deve estar condicionado à intensidade da dor.

Durante a pesquisa de revisão integrativa para o presente estudo constatou-se que, apesar do avanço científico na compreensão do fenômeno da dor, os profissionais envolvidos têm dificuldades de incorporar na prática a avaliação e o manejo da dor de forma sistematizada e contínua. Identificou-se que a assis-tência de enfermagem no controle da dor em oncologia pediátrica é contemporânea e tem seu corpo de conhecimento e prática em processo de construção.

Constatou-se a importância do afeto, da compreensão, além das estratégias utilizadas pelo Enfermeiro no manejo da dor. Os profissionais de saúde, em especial os Enfermeiros, deparam-se com situações que requerem ações e decisões, que por vezes, exigem respostas para além do conhecimento científico, valendo-se de conhecimentos advindos de suas próprias experiências. Estar atento à dor, à verbalização da criança e ao sofrimento da família, converge para o sucesso ser e fazer em Enfermagem.

Sendo a dor considerada o quinto sinal vital, percebeu-se através deste estudo a necessidade de re-flexão sobre a importância da sistematização do cuidado, numa lógica que alia organização do tempo e satisfação das necessidades. Refletir sobre o saber e fazer em saúde propicia a mobilização e construção de ações de cuidado eficientes e eficazes, buscando minimizar o sofrimento da criança com câncer.

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REFERÊNCIAS

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GIANE ELIS DE CARVALHO SANINO - [email protected]

SIMONE ALVES DOS SANTOS - [email protected]

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Ana Claudia Coelho LopesRosadélia Malheiros Carboni

O Processo de Transplante de Órgãos

The Process of Organs Transplantation

El Processo de Transplante de Órganos

ANA CLAUDIA COELHO LOPES • Graduanda de Enfermagem- Uninove Santo Amaro

ROSADÉLIA MALHEIROS CARBONI • Mestre Professora Orientadora - Uninove

RESUMO O transplante de órgãos é constituído como a retirada de órgãos de doador em comprovação de morte encefálica, quando consentida por familiar atestada

em documento ou por doador vivo quando a retirada do órgão não traz danos a este, sendo um conjunto de ações e procedimentos que transformam um

doador potencial em efetivo. É uma terapia segura e eficaz que envolve processos complexos. A Enfermagem atua em todas as equipes, tendo como dever

promover, prevenir, recuperar e reabilitar a saúde. Foram realizados estudos em pesquisas bibliográficas, referentes a participação da Enfermagem no processo

de transplante de órgãos. Segundo a Lei, é função do Enfermeiro planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos de Enfermagem. A

Enfermagem cabe o cuidado contínuo ao paciente desde a entrevista ao familiar até o cuidado pós-operatório destinado ao receptor.

PALAVRAS-CHAVEEnfermagem; Transplante de órgãos; morte encefálica.

ABSTRACT The transplantation of organs is constituted as the withdrawal of components of donor in proof of brain death, when consented by family members attested in

document or by living donor when the withdrawal of component does not damage respective, being a set of actions and procedures that turn into a huge one donor

potential in effective. It is a safe therapy and effective that involves complex processes. Nursing operates in all teams having as duty promote, prevent, recover and

rehabilitate the health. Studies were performed in bibliographical searches regarding the participation of nursing in the process of organs transplantion. According

to the law, it is the role of the nurse plan, execute, coordinate, supervise and evaluate the nursing procedures. It is the nursing care continuous to the patient since

the interview with the family until the careful after the surgery intended for the receptor.

KEYWORDSNursing, The transplantations of organs, brain death.

RESÚMEN El trasplante de órganos se constituye como la retirada de donantes de órganos en la confirmación de la muerte cerebral, cuando accedió por la familia atestiguado

en un documento o de un donante vivo, cuando la extracción del órgano no acarree ningún daño a este, con un conjunto de acciones y procedimientos que

transforman un donante potencial en efectivo. Es una terapia segura y eficaz que implica procesos complejos. Enfermería opera en todos los equipos, con el deber

de promover, prevenir, recuperar y rehabilitar la salud. Se han realizado estudios búsquedas en la literatura, sobre la participación de la enfermería en el proceso

de trasplante de órganos. De acuerdo con la Ley, es una función de la enfermera para planificar, ejecutar, coordinar, supervisar y evaluar los procedimientos de

enfermería. La enfermería es responsable por el cuidado continuo del paciente de la entrevista con la familia hasta los cuidados postoperatorios para el receptor.

PALABRAS-CLAVEEnfermería; trasplante de órganos; muerte cerebral.

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I • INTRODUÇÃOO processo de transplante de órgãos é definido como o conjunto de ações e procedimentos que

transformam um potencial doador em doador efetivo e são inúmeros os fatores apontados como causas da não efetivação da doação. É um tema complexo e extenso¹.

A principal etapa para continuar o processo é a entrevista familiar. A obtenção de órgãos e tecidos requer a execução e o processo adequado de doação em cada etapa pelos profissionais da saúde. O transplante de órgãos constitui-se da retirada do órgão necessitado de doador falecido ou depen-dendo do órgão, de doador vivo, é um processo cirúrgico, consiste na reposição de um órgão doente por outro normal, salvando ou melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas².

É considerado potencial doador, o paciente com o primeiro teste clínico de morte encefálica, no qual tenham sido descartadas contraindicações clínicas que representem riscos aos receptores dos órgãos e, doador efetivo, qualquer potencial doador, do qual, pelo menos, um órgão tenha sido remo-vido com finalidade de transplante. Os transplantes de órgãos têm importância no tratamento e cura de doenças crônico-terminais, resultando em sobrevida a pacientes que precisam desta intervenção³.

Muitos fatores apontam a não efetivação da doação, desde o contato com o familiar do possível doador, a transmissão da informação até o trabalho da captação, transporte e o processo do trans-plante no receptor4.

O processo de transplante de órgãos tem início com a doação e trata-se de uma terapia segura e eficaz no tratamento de diversas doenças que causam insuficiências ou falências de alguns órgãos5.

A ação do profissional de saúde é relevante na obtenção de órgãos. A Enfermagem, neste proces-so, tem característica de profissional do cuidado contínuo e vem conquistando novas perspectivas, desde a busca de potenciais doadores, passando pela entrevista, captação até o momento do pro-cesso cirúrgico de retirada e recolocação do órgão6.

Ou seja, o trabalho e a missão do profissional de Enfermagem no processo de doação de órgãos iniciam-se quando detectada a morte encefálica de um paciente, competindo a esse profissional a realização da entrevista com o familiar7.

O processo de transplante de órgãos tem início com a doação e trata-se de uma terapia segura e eficaz no tratamento de diversas doenças que causam insuficiências ou falências de alguns órgãos8.

Este é um tema complexo e polêmico, pois envolve um conjunto de ações e procedimentos, base-ado em uma lei e regulamentado no Sistema Nacional de Transplante, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de tratamentos terapêuticos das diversas pa-tologias que causam insuficiência ou falência de órgãos, quando diagnosticado a morte encefálica9.

Demanda a tomada de decisões pelos familiares, num período curto de tempo, num momento dramático referente ao possível doador. Mediante as considerações, houve o questionamento: qual e como é a participação do Enfermeiro no processo de doação de órgãos desde a detecção da morte encefálica?10

II • OBJETIVORessaltar a participação do enfermeiro no processo de doação de órgão desde a declaração da

morte encefálica.

III • MÉTODOO estudo em pesquisa é bibliográfico, que terá como proposta elaborar teorias em relação ao cor-

po em nossa sociedade e à doação de órgãos¹ e possibilitar a compreensão da essência do processo de doação de órgãos vivenciado na realização da entrevista familiar².

Os artigos bibliográficos foram obtidos nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), no período de 2008 a 2013.

O estudo é constituído por 20 artigos bibliográficos, relacionados com a história, morte encefálica,

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o corpo humano em nossa sociedade, a família do doador no processo de transplante de órgãos, ressaltando a participação do Enfermeiro.

IV • HISTÓRIAA história dos transplantes teve início há muitos séculos. Segundo a mitologia de São Cosme e

Damião, após amputação da perna de um ancião, ocorreu o primeiro transplante com a doação da perna de um soldado falecido no mesmo dia. As primeiras experiências relacionavam-se principal-mente a realizar reparos de mutilações como enxertos de tecidos, utilização de retalhos de pele em lesões da face e em outras partes do corpo11.

A partir da década de 40 foram descobertas os problemas referentes à rejeição, pois depois da primeira possibilidade de transplante, muitos foram realizados sem sucesso e, com a elevação no conhecimento e estudo da medicina e o avanço da farmacologia, o problema amenizou em partes, sendo ainda um grande problema11.

O transplante de órgãos é um conjunto de ações e procedimentos que transformam um doador potencial em efetivo, sendo uma terapia segura e eficaz, mesmo envolvendo processos complexos12.

V • O PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOSO processo inicia-se com a doação de órgãos humanos de doador falecido (confirmado morte

encefálica) ou de doador vivo, para o tratamento de doenças geradas por insuficiência ou falência de órgãos ou tecidos, os quais os órgãos substituem os ineficientes de pessoas receptoras, indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas, trazendo benefícios na qualidade e perspectiva de vida de pessoas acometidas por tais doenças13.

Os órgãos que são passíveis de doação por indivíduo falecido são coração, rins, fígado, pulmões, medula óssea e pâncreas. Os tecidos favoráveis à doação pelo mesmo são córnea, pele, vasos san-guíneos e alguns ossos e cartilagens, esse processo acontece enquanto o coração mantem-se em trabalho, é o que ocorre na maioria dos casos. Entretanto, transplantes renais, hepáticos, pulmonares e pancreáticos são passíveis de obter de doadores vivos, mas são menos frequentes14.

Os tipos de transplante são:• Autólogo: indivíduo é seu próprio doador. Este tipo de transplante é indicado para algumas

doenças como Mieloma Múltiplo, Linfomas, Leucemia Mieloide Aguda e Tumores Germinativos. O transplante ocorre de um local do corpo para a outra região que necessita;

• Homólogo: é a doação entre seres da mesma espécie, sendo em indivíduos geneticamente di-ferentes;

• Isogênico: é a doação entre seres geneticamente idênticos;• Heterólogo: é o transplante entre animais de espécies diferentes15.

VI • MORTE ENCEFÁLICAO diagnóstico de morte encefálica para doação de órgãos implica em relações filosóficas, religio-

sas e sociais, na preocupação de um consenso em assumir questões referentes ao processo. Os pacientes em morte encefálica devem receber cuidados especiais, inclusive os doadores relatados16.

A comprovação da morte encefálica dá-se após diagnósticos clínicos e exames complementares realizados, como o exame neurológico e o teste de apneia, os quais são fatores clínicos favoráveis em pacientes potencialmente doadores. O teste de apneia é um determinante de distúrbios cardiovascu-lares, havendo aumento da morbidade/mortalidade ainda que não diagnosticado a morte encefálica. Deve-se observar a ocorrência de Diabetes Insipidus, o qual provoca hipernatremia, causando lesões neurológicas letais17.

Distúrbios hidroeletrolíticos são um critério de comprovação quando realizados o teste de apneia e confirmado coma irreversível ou lesão incompatível com a vida, para assim, não haver relação do dis-

O processo de transplante

de órgãos tem início com a

doação e trata-se de uma

terapia segura e eficaz no

tratamento de diversas

doenças que causam

insuficiências ou falências

de alguns órgãos.

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túrbio com a etiologia da piora do estado de coma. Hipotermia é um fator desnecessário, conseguin-te, durante a realização de exames clínicos e complementares, deve-se manter temperatura de 36ºC4.

A morte encefálica ocorre quando confirmada a irreversibilidade da situação clínica, ausência de resposta motora a estimulação dolorosa em pares cranianos quando em estado de coma, ausência de respiração espontânea, ausência de toda atividade reflexa a nível cerebral e ausência de hipoter-mia, estabilidade hemodinâmica, alterações metabólicas levando ao estado de coma, apresentação de atonia muscular6.

Uma vez confirmada à morte encefálica, profissionais da saúde relacionados ao caso, devem ga-rantir a manutenção da vida. A confirmação é realizada por dois conjuntos (mínimo) de provas, ade-quando situação clínica à idade conforme intervalo entre cada exame. Os procedimentos são execu-tados por dois especialistas médicos independentes entre equipes de transplantes e um especialista não pertencente à unidade de internação9.

Comunicar a família sobre morte de um ente é uma etapa que envolve o processo de transplante, desencadeando assim, a captação de órgãos e tecidos ou não. A entrevista é definida como uma reunião entre familiares e um ou mais profissionais capacitados da equipe de captação de órgãos, com a finalidade de obter o consentimento da doação7.

O respeito à família é essencial para que a tomada de decisão desta seja com liberdade e au-tonomia, pois a doação de órgãos é decisória num curto espaço de tempo, no difícil momento de enfrentamento da morte, devido à necessidade de liberação para a remoção de órgãos e tecidos do corpo relativo7.

O consentimento da família à doação dos órgãos, tecidos e partes do corpo do ente é de respon-sabilidade do cônjuge ou parente que seja maior de idade, firmada em documento com assinatura de duas testemunhas presentes no momento da verificação da morte7-8.

Cabe a Enfermagem, a execução da abordagem a família para a autorização e remoção de órgãos e tecidos num contexto multiprofissional estratégico, com bases científicas e viabilidade operacional16.

Há a necessidade de documentar todas as etapas do cuidado de Enfermagem nesse processo.Os fatores que favorecem a entrevista são:• Assistência aos familiares e ao potencial doador;• Esclarecimento da morte encefálica a família;• Linguagem clara, honesta e adequada;• Estado emocional dos familiares;• Desejo do potencial doador;• Ambiente calmo e confortável16.

VII • DURAÇÃO DOS ÓRGÃOSQuanto maior for o tempo do órgão fora do corpo, menor será qualidade do órgão, devido à dete-

rioração deste por ser mantido, enquanto fora do corpo, em líquido de pressuração.No transplante entre vivos, a realização dos procedimentos é imediata e a qualidade é a melhor

para todos os órgãos adequados nesse processo1. O máximo de tempo que cada órgão suporta fora do corpo é relativo ao seu funcionamento sendo:• Rins de 24 a 48 horas;• Fígado de 12 a 24 horas;• Pâncreas de 12 a 24 horas;• Coração de 4 a 6 horas;• Pulmão de 4 a 6 horas;• Córneas podem ser armazenadas por até 7(sete) dias;• Medula pode ser armazenada em nitrogênio por até 5(cinco) anos17.

O respeito à família é

essencial para que a tomada

de decisão desta seja com

liberdade e autonomia,

pois a doação de órgãos é

decisória num curto espaço

de tempo, no difícil momento

de enfrentamento da morte,

devido à necessidade de

liberação para a remoção

de órgãos e tecidos do corpo

relativo.

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O processo de tempo inicia-se no clampeio (fechamento da circulação sanguínea ao órgão) no doador, quando libera a circulação e termina na recolocação no receptor que dura em torno de 2 a 3 horas, levando 1 (uma) hora aproximadamente para a retirada e o transporte4.

VIII • A ENFERMAGEMA Enfermagem atua de forma a promover, prevenir, recuperar e reabilitar a saúde, com autonomia,

conforme preceitos éticos e legais, sendo proibido colaborar no descumprimento da legislação refe-rente ao transplante de órgãos e tecidos, segundo a Resolução 311/2007 do Conselho Federal de Enfermagem18.

A inserção da Enfermagem no processo de transplante de órgãos é peça fundamental, pois é a conexão entre paciente, médico e equipe multidisciplinar, tendo atuação em todas as equipes, independente de doação ou não. Cabendo a esse profissional garantir o controle rígido dos termos de doação e recepção, controlar e atualizar a lista de receptores, promover controle rigoroso na captação e nos resultados de exames laboratoriais, notificar as Centrais de Captação e Distribuição de Órgãos, entrevista familiar, aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem ao receptor19.

Segundo artigo 1º da Resolução 292/2004 é de função do Enfermeiro planejar, executar, coorde-nar, supervisionar e avaliar os procedimentos de Enfermagem ao doador. No Capítulo III Artigo 4º cabe ao Enfermeiro, proceder nas fases de doação e transplante de órgãos e tecidos, desde a família ao receptor20.

“A morte encefálica deverá ser consequência de processo irreversível e de causa desconhecida.” Artigo 3º da Resolução CFM nº1480/199720.

A inserção da Enfermagem

no processo de transplante

de órgãos é peça fundamental,

pois é a conexão entre

paciente, médico e equipe

multidisciplinar, tendo

atuação em todas as equipes,

independente de doação

ou não.

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REFERÊNCIAS

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ANA CLAUDIA COELHO LOPES - [email protected]

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Antonio Abel Pierre Paupério

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Marcio Luis Duarte

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