80
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA vol. 26 n o 1 março 2002 ISSN 1676-014X Sede da FUNCEME, Fortaleza, CE. Foto: Antonio Geraldo Ferreira

BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

BBOOLLEETTIIMM DDAA SSOOCCIIEEDDAADDEEBBRRAASSIILLEEIIRRAA DDEE MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

BBOOLLEETTIIMM DDAA SSOOCCIIEEDDAADDEEBBRRAASSIILLEEIIRRAA DDEE MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

vol . 26 n o 1 março 2002

ISSN 1676-014X

Sede da FUNCEME,Fortaleza, CE.

Foto

: Ant

oni

o G

eral

do F

erre

ira

capa 26_1 4/1/02 2:23 PM Page 1

Page 2: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

O Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia é uma publicação quadrimestral da SBMET (www.sbmet.org.br), com tiragemde 1100 exemplares. O Boletim aceita colaborações, na forma de artigos originais de divulgação de assuntos técnicos, científicos ouprofissionais e reproduções de matérias de interesse do Corpo Social, desde que não protegidos por direitos autorais, ou mediante autor-ização expressa do detentor destes direitos.

Diretoria Executiva Biênio 2000-2002

Prakki Satyamurti – Diretor Presidente

Luiz Augusto Toledo Machado – Vice-Diretor Presidente

Regina Célia dos Santos Alvalá – Diretora Secretária

Marley Cavalcante de Lima Moscati – Vice-Diretora Secretária

Gilvan Sampaio de Oliveira – Diretor Tesoureiro

Antonio Ocimar Manzi – Vice-Diretor Tesoureiro

Augusto José Pereira Filho – Diretor Profissional

Jojhy Sakuragi – Vice-Diretor Profissional

Gilberto Fernando Fisch – Diretor Científico

José Antonio Marengo Orsini – Vice-Diretor Científico

Conselho DeliberativoCélia Maria Paiva Halley Soares Pinheiro Junior Maria Luiza Poci PintoFernando Pimenta Alves Heloisa Moreira Torres Nunes Romísio Geraldo B. André Francisca Maria Alves Pinheiro Luccieta Guerreiro Martorano Valdo da Silva Marques

Conselho FiscalMaria Aparecida Senaubar Alves Marcelo Belassiano

Corpo EditorialLuiz Augusto Toledo Machado - Editor Responsável

Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Pça Marechal Eduardo Gomes, 50 – São José dos Campos/SP - 12228-904 – Brasil

Tel. : (55 12) 3947-4558 – Fax: (55 12) 3947-4551

[email protected]

Marley Cavalcante de Lima Moscati - Editor Assistente

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório Associado de Meteorologia e Oceanografia LMO/CPTEC

Av. dos Astronautas, 1758 – São José dos Campos/SP – 12227-010 – Brasil

Tel. : (55 12) 3945-6653 – Fax: (55 12) 3945-6666

[email protected]

José A. Marengo - Editor Associado

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos DMD/CPTEC

Rodovia Presidente Dutra, 40 – 12630-000, Cachoeira Paulista/SP – Brasil

Tel. : (55 12) 560-8400 – Fax: (55 12) 561-2835

[email protected]

Coordenação: Luiz Augusto Toledo Machado • Apoio: Coordenadoria de Relações Institucionais – CRI/INPE • Projeto

Gráfico e Produção Gráfica: José Dominguez Sans (Pepito) e Carlos Alberto Vieira (Carlinhos), Nelson Nefussi (DTP)

• Revisão editorial: Marley Cavalcante de Lima Moscati • Fotolito e impressão: DigitalPress • Fotografia: Antonio

Geraldo Ferreira • ISSN 1676-014X

Distribuição dirigida e gratuita

E X P E D I E N T E

SIMTECHRio de Janeiro (RJ) - Brasi l Tel.: 21 2532-2801 • Fax.: 21 2240-1242Email: [email protected]

SIMTECHRio de Janeiro (RJ) - Brasi l Tel.: 21 2532-2801 • Fax.: 21 2240-1242Email: [email protected]

capa 26_1 4/1/02 2:23 PM Page 2

Page 3: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Edito

rial

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 1

Esta edição especial do Boletim está celebrando o Dia Meteorológico Mundial, data comemoradamundialmente pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) . A OMM escolheu para este ano otema – “Reduzindo a Vulnerabilidade das Condições Extremas de Tempo e do Clima”. A SBMETpretende fomentar o debate deste tema ao longo de todo ano 2002.

A capa escolhida para este primeiro número do Boletim de 2002 destaca o artigo FUNCEME 30anos. A FUNCEME nestes 30 anos prestou grandes serviços à sociedade brasileira, em especial à RegiãoNordeste do Brasil (NEB). Parabéns FUNCEME e continue sendo o ponto de referência dameteorologia no NEB, contribuindo com os Centros Regionais para mitigar os efeitos da seca e daschuvas torrenciais, dar apoio governamental na gestão dos recursos hídricos e na coleta e arquivamentodas informações meteorológicas.

Destacamos também, neste número, o artigo do Vice-Presidente do Comitê Internacional de Pesos eMedidas e Consultor do INMETRO discutindo a importância da uniformização e precisão das medidasmeteorológicas e a busca no estabelecimento de métodos e procedimentos para que as medidas realizadaspossam ser comparadas. Este artigo traça um interessante paralelo entre a metrologia e a meteorologia.Ainda neste número, apresentamos um artigo que mostra a importância do satélite Tropical RainfallMeasuring Mission (TRMM) como fonte de dados para o estudo do tempo e clima no Brasil.

Nesta edição estão publicadas matérias que discutem a profissão do meteorologista e o registro doCREA. A questão que suscita é a seguinte: Estariam os profissionais sem a graduação em meteorologia,mas com curso de Pós- Graduação e experiência comprovada na área de meteorologia, habilitados aoregistro junto ao CREA? Diversos associados, com opiniões diferentes sobre o assunto, foram convidadospara apresentar suas opiniões neste número do Boletim. Gostaríamos que os leitores dessem uma atençãoespecial a este tópico, pois, a Diretoria da SBMET pretende levar este assunto para votação na Assembléiado XII CBMET. Outro ponto importante é quanto à sugestão de novas normas para a gestão daRBMET, que também serão apreciadas na Assembléia a ser realizada no XII CBMET.

O XII Congresso Brasileiro de Meteorologia com o tema "A Meteorologia e a Gestão de Energia" serárealizado no período de 4 a 9 de agosto de 2002, em Foz do Iguaçu, PR. Esperamos contar com o maiornúmero possível de trabalhos. Não deixem para a última hora, vamos fazer deste evento um marco docrescimento da nossa meteorologia.

Luiz Augusto T. MachadoEditor Responsável

Page 4: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Sum

ário

2 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

FUNCEME 30 Anos: clima, solo, água. 30 anos de informação para vocêFrancisco de Assis de Souza Filho e José Nilson Bezerra Campos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .03

Metrologia e Meteorologia: a visão de um metrologistaGiorgio Moscati . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Aplicações de estimativas de precipitação obtidas pelo satélite TRMM no BrasilGisele de Camargo, Nelson Jesus Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25

Desafios para o crescimento da profissão de meteorologistaAugusto José Pereira Filho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

Registro profissional aos portadores de diplomas de mestrado e doutorado em meteorologiaAlfredo Silveira da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

Registro/Habilitação de profissionais junto ao CREAMaria Gertudes Alvarez Justi, Isimar de Azevedo Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

Atuar em meteorologia é um privilégio dos graduados em meteorologia?Pedro Leite da Silva Dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

Dia Meteorológico MundialPrakki Satyamurti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40

Tema da OMM para 2002: “ Reduzindo a vulnerabilidade das condições extremas do tempo e do clima”Dimitrie Nechet (tradutor) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Resenha: Meteorologia e Climatologia Expedito Rebello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

Resenha: Tempo de ChuvaTércio Ambrizzi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46

Revista Brasileira de Meteorologia (RBMET) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47

Sugestões para Normas de Funcionamento da Revista Brasileira de Meteorologia (RBMET) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49

Espaço do Leitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50

Sites de Informações do Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Links (sites) para Institutos de Pesquisas Internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52

Links (sites) para outros Organismos/Instituições Internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

Links (sites) para Projetos/Programas Internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55

Informações sobre Submissão de Trabalhos no XII CBMET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

Conferência Técnica: Serviços Climáticos para o Século 21 e Reunião da Comissão de Climatologia da OMMExpedito Rebello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63

Curso de Introdução às Ciências AtmosféricasMaria Gertrudes Alvarez Justi da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66

Curso de Atualização Profissional sobre Utilização dos Modelos Numéricos de Previsão do Tempo ETA e MBARAugusto Pereira Filho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67

IV Workshop Internacional de Avaliação Climática para a Região Nordeste do BrasilAntonio Geraldo Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68

I Workshop Internacional de Previsão de Tempo para Regiões Tropicais Antonio Geraldo Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69

25 anos do Curso de Meteorologia da UFPaDimitrie Nechet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72

Recadastramento na SBMET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

Índice de Anunciantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75

Política Editorial do Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

Page 5: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 3

FUNCEME 30 ANOS:

CLIMA, SOLO, ÁGUA. 30 ANOS DE INFORMAÇÃO PARA VOCÊ

Francisco de Assis de Souza Filho

Presidente da FUNCEME

[email protected]

José Nilson Bezerra Campos

Diretor Técnico da FUNCEME

11 -- UUMM BBRREEVVEE HHIISSTTÓÓRRIICCOO

Ao completar 30 anos, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME ,vive um momento especial de reafirmação de seus compromissos com a sociedade. Como parteimportante do Sistema Integrado de Gestão dos Recursos Hídricos - SIGERH, a instituição situa-se navanguarda da nova política de águas do Estado do Ceará . Em conjunto com os demais órgãos doSIGERH, a FUNCEME assume mais uma vez papel pioneiro no Nordeste brasileiro no âmbito doplanejamento e controle hídricos. Com estudos nas áreas de recursos ambientais, recursos hídricos emeteorologia - nesta última área, uma referência mundial - a Fundação consolida-se como importantefornecedora de subsídios - na forma de informações e pesquisas técnico-científicas - aos principaisagentes da nossa sociedade, seja na esfera privada ou governamental.

Criada em 18 de setembro de 1972, pela Lei No 9.618 (D.O. 26/09/72) sob o nome de FundaçãoCearense de Meteorologia e Chuvas Artificiais, trata-se de uma Fundação com regime institucionalde personalidade jurídica de direito público, vinculada atualmente à Secretaria dos Recursos Hídricosdo Estado do Ceará.

Após 15 anos dedicando-se, primeiramente, aos estudos das modificações artificiais do tempo, atravésdas técnicas de nucleação artificial de nuvens e da climatologia do Estado do Ceará, foi transformada em1987 na atual FUNCEME. Nesta oportunidade incorporou aos seus objetivos institucionais, além dameteorologia, estudos teóricos e aplicados relativos ao meio ambiente e aos recursos hídricos.

Nesses 30 anos fez importantes parcerias com institutos de pesquisas e universidades no Brasil e noexterior, o que possibilitou tornar-se referência mundial como centro de aplicação e pesquisas emmeteorologia tropical, nas áreas de tempo e clima. Além disso as informações geradas nas áreas derecursos hídricos e recursos ambientais vêem subsidiando importantes ações governamentais relativas aoplanejamento estratégico para o desenvolvimento do Ceará.

Após esse breve histórico, convidamos o leitor a conhecer um pouco melhor a instituição cujamissão é: Contribuir com a melhoria do nível de tomada de decisão dos diversos setores da sociedadeque se utilizam de parâmetros da geografia física do Ceará, através das mais avançadas tecnologiasdisponíveis de geração, captação, monitoramento, sistematização e disseminação de informações deforma objetiva e efetiva.

Page 6: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

4 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

22 -- OOBBJJEETTIIVVOOSS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS

Ao longo desses anos, a atuação da FUNCEME sempre foi pautada pela coerência no que diz respeitoao cumprimento de sua missão e de seus objetivos institucionais, que são direcionados para que busquempromover estudos e pesquisas aplicadas nas áreas de meteorologia, recursos hídricos e meio ambiente,subsidiando através de informações: a definição das políticas e diretrizes de ocupação e gestão dos recursoshídricos; o planejamento e as políticas de desenvolvimento rural e agrário; as ações de fortalecimento edesenvolvimento do turismo, da pesca, da construção civil, indústria, comércio e comunicações; as açõesde combate à degradação ambiental; e, as ações de defesa civil do estado e do município.

33 –– AASS ÁÁRREEAASS DDAA FFUUNNCCEEMMEE

Para o cumprimento de seus objetivos institucionais, a FUNCEME sempre primou pela qualidadedas sua ações, tanto na área técnica quanto na área administrativa. Para isso, conta com uma estruturaorganizacional que maximiza as iniciativas de seu corpo funcional no atendimento das necessidadespertinentes às atividades e projetos em desenvolvimento.

Esta estrutura organizacional conta com quatro áreas técnicas, compostas pelos Departamentos deMeteorologia, Departamento de Recursos Hídricos, Departamento de Recursos Ambientais e oDepartamento de Apoio Tecnológico, ligados à Diretoria Técnica. A área administrativa é compostapelos Departamento Administrativo Financeiro e o Departamento de Recursos Humanos, ligados àDiretoria Administrativa Financeira. Na direção desta estrutura está a Presidência, apoiada pelasAssessorias de Planejamento, Técnica e Jurídica.

33.. 11 -- DDeeppaarrttaammeennttoo ddee MMeetteeoorroollooggiiaa –– DDEEMMEETT

O Departamento de Meteorologia da FUNCEME tem como atividade principal o monitoramento eprevisão do tempo e do clima para o Estado do Ceará e região Nordeste do Brasil. O DEMET também éresponsável por pesquisas aplicadas em climatologia, modelagem numérica regional e meteorologia por satélites.

Porém as atividades da área de meteorologia são principalmente voltadas à previsão de tempo e declima, em caráter operacional. Mas para que a qualidade do prognóstico seja sempre crescente,considerando-se a complexidade dos sistemas meteorológicos atuantes na Região Nordeste e o escassoconhecimento de seus mecanismos físicos, o Departamento de Meteorologia mantém atividades depesquisa aplicada e desenvolvimento de produtos, que têm subsidiado sobremaneira o prognósticorealizado pelos seus técnicos, tornando a FUNCEME referência mundial no que se refere aoconhecimento da meteorologia da região tropical, principalmente da região Nordeste do Brasil.

33..11..11 –– AA pprreevviissããoo ddee cclliimmaa

Ao longo dos últimos 20 anos, a FUNCEME vem trabalhando conjuntamente com InstituiçõesNacionais e Internacionais, no aprimoramento da previsão climática por ela realizada. Entre estasinstituições podemos citar: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Centro Previsão de Tempo e

Page 7: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 5

Estudos Climáticos-INPE/CPTEC, International Research Institute for Climate Predicition-IRI,IAE/CTA – Instituto de Aeronáutica e Espaço/Centro Técnico Aeroespacial; INMET – InstitutoNacional de Meteorologia; IRD – Institut de Recherche Pour le Développment; NCEP – NationalCenter for Environmental Prediction; NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration;UECE – Universidade Estadual do Ceara; UFC – Universidade Federal do Ceará; USP – Universidadede São Paulo, e outros órgãos de meteorologia da região nordeste do Brasil. Este trabalho iniciado emparceria com o INPE/CPTEC, culminou no desenvolvimento de um Modelo Conceitual de PrevisãoClimática, estando este em constante aprimoramento.

Este modelo conceitual tem como base a análise dos resultados de diversos modelos climáticosregionais e globais (numéricos e estatísticos) rodados no Brasil e Exterior, além do modelo estocástico“TEMPO DE CHUVA” e das condições dos parâmetros oceânicos e atmosféricos que se manifestamsobre as bacias dos Oceanos Pacífico e Atlântico Tropicais, os quais através de processos dinâmicos etermodinâmicos, influenciam as chuvas da região Nordeste brasileira.

Essa previsão climática antecipada, juntamente com o monitoramento diário das condições do oceanoe da atmosfera, têm subsidiado o Estado do Ceará ao longo desses anos, no planejamento de ações nasáreas de agricultura, recursos hídricos, turismo, entre outros. A sociedade em geral também tem sidobeneficiada com essas previsões, através das ações da defesa civil e setores que utilizam a informaçãometeorológica para desenvolver suas diversas atividades.

Em sua constante busca pela melhoria daqualidade de suas previsões, a FUNCEMEfirmou, recentemente, convênio decooperação técnico científica com oInternational Research Institute For ClimatePredicition-IRI, ligado à Universidade deColumbia - USA, o que proporcionou umsalto significativo em direção à realização deprevisões climáticas regionalizadas para oEstado do Ceará. O IRI transferiu tecnologiapara a FUNCEME através da implantação domodelo RSM (Regional Spectral Model), quejá está implantado e operacionalizado naFUNCEME e deverá, através da técnica de"dowscaling dinâmico", gerar, a partir de2002, previsões climáticas regionalizadas parao Estado do Ceará e região Nordeste do Brasil.

33..11..22 –– AA pprreevviissããoo ddee tteemmppoo

Muito embora a previsão climática para a quadra chuvosa (período compreendido entre os meses defevereiro a maio de cada ano) seja fundamental para a sociedade cearense, a previsão diária de tempotambém é realizada e se constitui num complemento àquele prognóstico, já que a evolução do tempo,dia a dia, é que define o volume de chuvas observado ao fim da estação chuvosa.

Esta atividade é realizada a partir da análise dos resultados dos modelos numéricos de previsão detempo de escala global, do monitoramento dos parâmetros meteorológicos locais, da análise de

Page 8: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

6 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

imagens de satélite, radar e dos resultados domodelo numérico regional, operado pelaFUNCEME e por outros institutos depesquisa. Assim, são fornecidas as previsõespara os principais jornais impressos doEstado e emissoras de televisão. Estastambém são disponibilizadas na páginaeletrônica da FUNCEME(http://www.funceme.br), junto com outrasinformações relativas a solo, vegetação,relevo, clima e recursos hídricos do estado doCeará. Esta previsão é apresentada de formadetalhada para cada uma das 5 macrorregiõesclimatológicas do estado do Ceará (Litoral,Jaguaribana, Cariri, Sertão Central/-Inhamuns e Ibiapaba).

33..11..33 –– CCoommoo aa FFUUNNCCEEMMEE rreeaalliizzaa oo mmoonniittoorraammeennttoo ddaass vvaarriiáávveeiiss aammbbiieennttaaiiss

Além de duas estações de recepção de dados de satélite (Meteosat e NOAA), de um radar Banda-X ede oito estações meteorológicas automáticas, a FUNCEME possui uma das mais completas rede depluviômetros do Brasil, com 520 equipamentos distribuídos pelos mais distantes pontos do Estado.Diariamente, as informações (dados de chuva dos 520 pluviômetros da rede ) acumuladas em 24 horas,são coletadas pelos observadores e transmitidas por telefone. Esta totalização é realizada e as informaçõescoletadas são armazenadas e processadas no Banco de Dados Pluviométricos, mantido pela FUNCEME,cujos relatórios servem, entre outros, ao planejamento governamental, tanto no plano social como noplano do gerenciamento de recursos hídricos.

Outro parâmetro físico importante de ser monitorado é a Temperatura da Superfície do Mar-TSM.Para realizar essas medidas no Oceano Pacífico tropical, por exemplo, existe desde 1994, uma extensarede de bóias oceanográficas-meteorológicas composta de 70 unidades ancoradas, que vêm sendoutilizadas para, dentre outras coisas, o monitoramento e a previsão (esta com vários meses deantecedência) dos fenômenos El Niño e La Niña que apresentam uma grande influência nos climas devárias regiões do mundo inclusive do Nordeste do Brasil.

Como a qualidade da estação chuvosa da Região Nordeste do Brasil é influenciada pelas condições deTSM no Atlântico Tropical, a partir de meados de 1997, uma rede semelhante à existente no OceanoPacífico porém menos extensa do que aquela, denominada PIRATA (Pilot Research Moored Array in theTropical Atlantic), começou a ser implementada no Atlântico (entre as latitudes 15º N e 10º S). Oobjetivo dessa rede é efetuar medições oceânicas (em superfície e em profundidade - 10 níveis alcançandoaté 500 m) e atmosféricas (em superfície). A FUNCEME como usuária das informações geradas pelasbóias do PIRATA têm procurado, conjuntamente com Instituições Nacionais e Internacionais, participarda consolidação do mesmo.

Vale ressaltar que somente os dados de chuva não são suficientes para o planejamento adequado deimplantação ou gerenciamento de atividades que dependam fortemente das condições climáticas. Nosúltimos anos, com o crescimento econômico do Estado, os tomadores de decisão - seja na esferagovernamental ou nas várias instâncias da sociedade civil - têm solicitado à FUNCEME, além de dados

Page 9: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 7

de chuvas, dados de temperatura, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, direção e velocidade dosventos entre outros, para planejar ou implantar suas atividades dentro do Estado do Ceará. Diante dessasdemandas, a FUNCEME está instalando, numa primeira fase, 70 plataformas automáticas de coleta dedados, conforme descrito no item 6.4 .

Uma vez implantados e operacionalizados, os dados fornecidos por estas estações meteorológicaspermitirão um salto de qualidade significativo nas informações produzidas pela FUNCEME,principalmente na área de tempo e clima. Além disso ter-se-á, ao longo do tempo um valioso banco dedados contendo os parâmetros físicos citados anteriormente, que possibilitarão a geração de novosconhecimentos sobre a climatologia do Estado do Ceará.

33..22 –– DDeeppaarrttaammeennttoo ddee RReeccuurrssooss AAmmbbiieennttaaiiss –– DDEERRAAMM

O objetivo principal do DERAM é gerar informações dos parâmetros da geografia física do Estadodo Ceará, relativas a solo, vegetação e relevo. Além disso o DERAM coordena, planeja e executa estudose pesquisas no âmbito dos recursos naturais e das condições geoambientais, além do monitoramento,utilizando geotecnologias, tais como: sensoriamento remoto e geoprocessamento.

As atividades estão centradas no acompanhamento das mudanças que ocorrem no ambiente, através daidentificação de áreas em processo de degradação, da execução de mapeamentos temáticos, zoneamentosambientais, estudos de fertilidade, uso e ocupação do solo, monitoramento dos espelhos d’água do Estado,levantamentos pedológico e ambiental de bacias hidrográficas, dentre outros. Executa também análises desolos e água, ferramentas imprescindíveis para projetos agrícolas de adubação, irrigação e uso da terra.

O Programa de Monitoramento Ambiental da FUNCEME, tem como objetivo disponibilizar dados einformações técnicas que visem assegurar a melhoria da qualidade de vida da população, com equilíbrioambiental em bases sustentadas. Para isto tem gerado os seguintes produtos e serviços: Cartografia Geral eTemática referente a Solo, Vegetação, Relevo e Recursos Hídricos Superficiais com a aplicação deSensoriamento Remoto e Geoprocessamento; Análise Multi-temporal de Degradação Ambiental do Ceará;Levantamentos Pedológicos; Zoneamento Ambiental; Banco de Dados sobre Solos, Vegetação, Relevo eRecursos Hídricos Superficiais; Análises de Solo e Água para fins de Irrigação; Elaboração e Coordenaçãode Projetos, Transferência de Tecnologias, Informações e Laudos Técnicos em Recursos Ambientais.

33..33 –– DDeeppaarrttaammeennttoo ddee RReeccuurrssooss HHííddrriiccooss -- DDEEHHIIDD

O Departamento de Recursos Hídricos tem entre suas atribuições o tratamento de dados básicos hidro-ambientais, a execução de estudos básicos em recursos hídricos e a concepção de sistemas de suporte.

O tratamento de dados básicos consiste da aplicação de diversas técnicas para análise, consistência,preenchimento de falhas e certificação dos dados brutos recebidos da rede de monitoramento daFUNCEME. A rede de dados pluviométricos, hoje composta de 520 postos pluviométricosconvencionais, será ampliada pela inclusão de cerca de 70 estações meteorológicas automáticas comdiversos sensores (chuva, radiação, umidade, direção e velocidade do vento, etc.). Além dos dadoshidroclimatológicos, o tratamento de dados básicos envolve outros dados hidro-ambientais como aquelesrelativos à vazão, qualidade de água, entre outros.

Page 10: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

8 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Estudos básicos em recursos hídricos envolvem tanto problemas de caráter regional como locais. Noâmbito regional destacam-se os seguintes projetos: estudo do impacto da pequena açudagem nacapacidade de regularização dos grandes açudes e o estudo dos problemas de eutrofização dos açudes daBacia Metropolitana. De caráter local, pode-se destacar os seguintes estudos: salinização das águas dosaçudes Trici e Favelas, estrutura de monitoramento integrado da bacia do açude Frios, e interação rio-aqüífero em períodos de estiagem.

Os sistemas de suporte englobam todas as aplicações tecnológicas desenvolvidas pelo DEHID visandodar subsídios às atividades das diversas Secretarias Estaduais do Ceará. Entre os sistemas de suporte, caberessaltar aqueles com maior interface com a meteorologia:

• Programa Hora de Plantar, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural;

• SIMIC - Sistema de Informações Meteorológicas para Irrigação no Ceará, em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia;

• Sistema de Alerta de Enchentes para Bacias Hidrográficas Urbanas, em parceria com a Secretariade Ação Social/Defesa Civil.

O programa Hora de Plantar faz uso dosresultados da modelagem da umidade dosolo para definir a melhor época de plantio.Esses resultados são um dos fatores levadosem conta pelo governo para a distribuição desementes selecionadas entre os agricultorescadastrados. O programa está em atividadedesde 1993. O software utilizado, oMUSAG, foi desenvolvido por técnicos doDEHID, sendo utilizado pelos núcleosestaduais do Projeto Nordeste/Ministério deCiência e Tecnologia.

O SIMIC – Sistema de Informações Meteorológicas para Irrigação do Ceará é um projeto piloto(desenvolvido na Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte e em Sobral) cujo objetivo principal éestabelecer um programa de conservação de água e energia na agricultura irrigada, utilizando-se paratanto, sensores eletrônicos automáticos de grandezas hidro-climatológicas e modelos matemáticos. Osdados das estações hidroclimatológicas são utilizados para estimativa da evapotranspiração potencial(ETo) pelo método Penman-Monteith/FAO. A partir desta estimativa e das informações sobre ocoeficiente de cultura (Kc), calcula-se a evapotranspiração das culturas, o que juntamente com asinformações sobre eficiência do sistema de irrigação em uso é possível determinar a lâmina bruta a seraplicada nas culturas e o tempo de irrigação. Este programa envolve ainda a capacitação de agrônomos,técnicos agrícolas e irrigantes em geral, para a aplicação prática da tecnologia gerada no cálculo otimizadoda quantidade de água necessária para os cultivos. A ampliação deste programa para outras regiões doEstado do Ceará seguirá a instalação das 70 estações meteorológicas automáticas.

O sistema de alerta de enchentes para bacias hidrográficas urbanas é um programa visando auxiliar

Resultado do MUSAG

Page 11: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 9

a defesa civil, possibilitando a antecipação das ações diante da ocorrência de uma possível enchente e aconseqüente redução dos prejuízos materiais e humanos dela decorrentes. Neste sentido foi iniciado em2002 um projeto piloto para a bacia do Rio Cocó, onde uma rede de estações automáticas com sensoresde chuva e nível d’água será implementada. Estas informações juntamente com informações obtidas doradar meteorológico BANDA-X da FUNCEME servirão de base de dados para modelos hidrológicosque serão utilizados na previsão de eventos de cheia. Este programa deve ser posteriormente ampliadopara bacia do Rio Maranguapinho, também na região metropolitana de Fortaleza.

44 –– IINNFFRRAA--EESSTTRRUUTTUURRAA DDEE RREECCUURRSSOOSS HHUUMMAANNOOSS EE TTEECCNNOOLLÓÓGGIICCAA

Para que as áreas técnicas desenvolvam seus trabalhos de forma adequada a fim de que a instituiçãopossa cumprir sua missão perante a sociedade, através dos produtos e serviços que gera, a FUNCEMEconta, além de técnicos (graduados, especialistas, mestres e doutores) na área técnico-administativa, comos seguintes recursos tecnológicos à sua disposição:

• Rede Pluviométrica composta por 520 pluviômetros convencionais distribuídos ao longo do estado;• Um sistema de radar meteorológico doppler banda X, instalado na cidade de Fortaleza (CE);• Um sistema de recepção e processamento de imagens dos satélites meteorológicos geoestacionários

da série METEOSAT e um dos satélites meteorológicos de órbita polar da série NOAA;• 08 estações meteorológicas automáticas completas e 07 estações limnimétricas automáticas (sem

transmissão telemétrica);• 15 estações de trabalho Risc IBM, sendo 02 servidoras de disco, 81microcomputadores, 08

notebooks, 05 impressoras corporativas HP-2000, 40 impressoras deskjet, 03 scanners e 2 plottters,01 Servidor de Arquivos Cisc IBM, 04 modens para conexão discada e 02 servidores de rede Windows NT;

• Sistema de armazenamento de dados Oracle, utilizado no processo de gerenciamento do banco de dados de precipitação coletados pela Rede Pluviométrica do Estado do Ceará.

55 –– UUSSUUÁÁRRIIOOSS

O trabalho realizado pela FUNCEME ao longo desses 30 anos tem propiciado um contínuocrescimento na quantidade de usuários interessados em seus produtos e serviços, dentre os quaispodemos citar: Defesa Civil do Estado e do Município, Ematerce (Responsável pela Extensão Rural noCeará), Governo do Estado do Ceará, Indústria da Construção Civil, Indústria Pesqueira, Secretaria deAgricultura Irrigada, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Secretaria de Recursos Hídricos, SetorTurístico e a sociedade civil em geral.

66 –– PPRRIINNCCIIPPAAIISS PPRROOJJEETTOOSS

Os projetos e programas que fazem parte do Programa Institucional de Planejamento da FUNCEME,para os próximos anos, listados e descritos sucintamente a seguir, abrangem todas as áreas técnicas eadministrativas da Instituição, e têm a finalidade básica de: 1) Produzir novos conhecimentos einformações; 2) Capacitar seus recursos humanos; 3) Gerar novas tecnologias; 4) Manter e ampliar seuparque tecnológico; e, 5) Ampliar o horizonte técnico/científico/administrativo nas suas áreas de atuação.

Page 12: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

10 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Pensados de forma integrada, esses projeto visam fornecer à FUNCEME ferramental necessário para queela possa assessorar de maneira cada vez mais eficiente e em tempo hábil o processo de tomada de decisão,seja da esfera governamental ou não governamental.

66..11 -- FFaallaa FFUUNNCCEEMMEE ((SSiisstteemmaa ddee CCoommuunniiccaaççããoo))

Nos últimos anos a FUNCEME tem procurado melhorar o seu processo de comunicação com o seuusuário, a fim de que os produtos e serviços gerados pela instituição possam ser utilizados de forma maisefetiva. Este projeto visa também aprimorar e fortalecer o Sistema de Comunicação da FUNCEME,sendo composto pelos seguintes subprojetos: 1) Projeto de Comunicação; 2) Projeto de Treinamento deDecodificadores; 3) Projeto Canal 50 Regional; 4) Projeto “O Que é a FUNCEME; 5) ProjetoInformação pela INTERNET/ Portal de Clima; 6) Projeto Nosso Clima; 7) Cartilhas, painéis, mapas(áreas degradadas).

66..22 -- NNoossssaa BBaassee ddee DDaaddooss

Este projeto consiste na atualização, manutenção e certificação de séries históricas hidroclimatológicase hidrogeológicas de dados fluviométricos e pluviométricos, com os objetivos de subsidiar as pesquisas eestudos desenvolvidos na FUNCEME, apoiar o trabalho dos órgãos vinculados ao Sistema Integrado deGestão dos Recursos Hídricos - SIGERH, bem como manter atualizada a Home Page desta Fundação.

66..33–– PPrreevviissããoo CClliimmááttiiccaa RReeggiioonnaalliizzaaddaa

Capacitar a FUNCEME a realizar previsões climáticas regionalizadas para o Estado do Ceará e Região Nordestedo Brasil, baseadas em modelagem numérica regional, utilizando a metodologia de dowscaling dinâmico, bemcomo dispor de ferramentas que permitam, no futuro, a implantação e operacionalização de metodologia para autilização da Informação Climática Regionalizada em Sistemas de Suporte à Decisão em Recursos Hídricos(SSDRH), para reduzir a vulnerabilidade das populações dessa região às variabilidades climáticas.

66..44-- AAqquuiissiiççããoo ddee PPCCDD’’ss

No Estado do Ceará, embora a precipitação acumulada em 24 horas seja bem monitorada através darede pluviométrica convencional, as demais variáveis meteorológicas e ambientais como temperatura doar, radiação solar, velocidade do vento, umidade do solo, entre outros, são pouco conhecidos, já que asmedidas existentes resumem-se a uma dezena de estações climatológicas mantidas pelo InstitutoNacional de Meteorologia (INMET), que proporcionam uma escassa informação sobre o Estado.

Assim, com o propósito de atenuar esta deficiência de dados, encontra-se em fase de implementação,através de recursos do Banco Mundial, uma rede de PCD´s, com transmissão de dados através do satélitebrasileiro SCD e modens telefônicos, composta por 70 plataformas com a seguinte

Page 13: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 11

configuração: 37 PCD´s agrometeorológicas com sensores de: precipitação, temperatura do ar, umidaderelativa do ar, velocidade e direção do vento, radiação solar global, pressão atmosférica, temperatura dosolo em três níveis, umidade do solo e fluxo de calor no solo; 29 PCD´s hidrometeorológicas comsensores de: precipitação, temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento,radiação solar global, pressão atmosférica e dois sensores de nível de água (de pressão e ultrasônico); e, 4PCD´s agrohidrometeorológicas com sensores de: precipitação, temperatura do ar, umidade relativa doar, velocidade e direção do vento, radiação solar global, pressão atmosférica, nível de água (ultrasônico)temperatura do solo em três níveis, umidade do solo, fluxo de calor no solo.

66..55 -- PPrrooggrraammaa ddee RReeccuurrssooss NNaattuurraaiiss

Através deste projeto a FUNCEME procurará fornecer informações sobre as mudanças que ocorremno ambiente, no que concerne às áreas em processo de degradação ambiental, aos projetos de recuperaçãoe manejo de microbacias e ao monitoramento de áreas estuarinas e manguezais.

66..66 -- CCaarrttooggrraaffiiaa ppaarraa oo PPllaanneejjaammeennttoo

A necessidade da execução deste projeto foi imposta pela atual situação do Ceará, no tocante a dadoscartográficos. As informações hoje disponíveis — que abrangem todo o Estado — são oriundas domapeamento sistemático na escala de 1:100.000, executado pela Superintendência de Desenvolvimentodo Nordeste–SUDENE, no ano de 1967, a partir de um recobrimento aerofotogramétrico, na escala1:70.000. As novas técnicas empregadas em mapeamentos, a oportunidade de ter detalhes do terrenonuma escala maior e, principalmente, a urgência em ter informações atualizadas, tornaram este projetode suma importância para o Estado e de grande utilidade para os tomadores de decisão.

Portanto este tem por objetivo a execução do levantamento aerofotogramétrico de todo o territóriodo Estado do Ceará, para a obtenção da Base Cartográfica em formato digital e em papel na escala1:50.000, foto-índices, modelo digital do terreno – MDT e ortofotocartas geradas a partir de fotografiasmétricas na escala 1:30.000.

66..77 -- IIddeennttiiffiiccaaççããoo ee MMaappeeaammeennttoo ddaass ÁÁrreeaass eemm PPrroocceessssoo ddee DDeeggrraaddaaççããoo nnoo EEssttaaddoo ddoo CCeeaarráá

A utilização racional dos recursos naturais de determinada região pressupõe o conhecimento de suareal capacidade de suporte, bem como da vulnerabilidade e manejo adequado destes recursos a fim demantê-los produtivos por seguidas gerações. Segundo pesquisa (FUNCEME, 1993) cerca de 10,2% doEstado encontra-se em processo de degradação com áreas susceptíveis à desertificação.

Pelo exposto, vê-se a importância do estudo da degradação ambiental com o propósito de preservaros recursos naturais para um melhor aproveitamento sustentável. Portanto este projeto consiste emidentificar e mapear as áreas com processos de degradação ambiental no Estado do Ceará através do usode geotecnologias.

Page 14: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

12 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

66..88 -- SSiisstteemmaa ddee AAttuuaalliizzaaççããoo ddaa CCaarrttooggrraaffiiaa TTeemmááttiiccaa ddoo EEssttaaddoo ddoo CCeeaarráá

O projeto tem como objetivo fornecer documentos cartográficos temáticos que reproduzam e avaliemos recursos naturais e as condições geoambientais, possibilitando a sua utilização no processo dedesenvolvimento municipal, estadual e regional.

66..99 -- EEssttuuddooss BBáássiiccooss eemm RReeccuurrssooss HHííddrriiccooss

A FUNCEME vem realizando diversos estudos no âmbito do Sistema Estadual dos RecursosHídricos. Entre eles destacam-se: 1) Estudo da Qualidade das Águas em Reservatórios Superficiais dasBacias Metropolitanas; 2) Uso de técnicas integradas para locação de poços (sensoriamento remoto egeofísica); 3) Estudo da Salinidade das Águas em Pequenas Bacias Hidrográficas; e, 4) Estudo do ImpactoHidrológico da Pequena Açudagem na Regularização dos Grandes Açudes.

66..1100 -- PPrrooggrraammaa GGeerreenncciiaall

Os principais projetos dentro do Programa Gerencial da FUNCEME são: 1) Treinamento eDesenvolvimento - Adequação e Valorização do Quadro de Pessoal; 2) Projeto de Bolsas de Estudo; 3)Projeto de Quadro de Consultores; 4) Projeto de Treinamento (Universidade Corporativa); 5) Projeto deModernização de Procedimentos; e, os projetos da área administrativa, que envolvem: 1)Estabelecimento de procedimentos e fluxos gerenciais; 2) Projeto Experimental de automação de fluxosutilizando o Lotus Notes; 3) Sistema de Planejamento e Controle; e 4) Criação de Centro de Custos.

77 -- CCoonnssiiddeerraaççõõeess FFiinnaaiiss

Procurou-se mostrar o que é a FUNCEME e o trabalho por ela desenvolvido nas suas áreas deatuação, trabalho este que tem consolidado-se graças ao empenho dos técnicos e funcionários que nelaatuam e ao apoio do Governo do Estado do Ceará. Também vale ressaltar as parcerias que aFUNCEME possui no Brasil e no Exterior, que dão suporte ao trabalho técnico-científico realizado pelaInstituição, através de bolsas de estudos, financiamentos de projetos e pesquisas e desenvolvimento deprodutos operacionais.

Page 15: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 13

Metrologia e Meteorologia: A visão de um metrologista

Giorgio Moscati

Vice Presidente do Comitê Internacional de Pesos e Medidas - CIPM

Presidente do Comitê Consultivo de Radiações Ionizantes (CCRI)/(CIPM)

Consultor do INMETRO

Professor Colaborador do Instituto de Física - USP

[email protected] ou [email protected]

RREESSUUMMOO

A Meteorologia e a Metrologia (ciência que trata de medições), apesar de lidarem com objetivos bemdistintos, tem muitos pontos em comum. Alguns aspectos do universo da metrologia, tais como,histórico, objetivos, métodos de atuação e estrutura organizacional , entre outros, são apresentados ediscutidos visando traçar um paralelo entre estas duas áreas do conhecimento. A título de ilustração paramostrar as afinidades entre a meteorologia e metrologia, relaciona-se alguns sites que tem relação comtópicos aqui tratados.

AABBSSTTRRAACCTT

Meteorology and Metrology (the science of measurements) have quite different objectives but havemany points in common. Some aspects of the world do metrology such as its history, methods of work,and organizational structure, will be presenteded and similarities between the two areas of knowledge.Web sites from the two areas are listed to help identify similarities and differences.

11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Metrologia e Meteorologia têm nomes semelhantes e freqüentemente o público confunde os dois.Para desespero dos metrologistas, com todo o respeito para com os meteorologistas, aqueles são sempreconfundidos com estes e logo vem uma gentil pergunta sobre o tempo. Minha resposta usual é passar adiscursar a respeito do tempo dos metrologistas (isto é, o segundo e os relógios atômicos) com poucosucesso, pois, o tempo dos meteorologistas afeta o cidadão muito mais diretamente, apesar de quasetodos andarem adornados com relógios e não com barômetros ou termômetros. Talvez a situação mude,pois, alguns relógios já são metrológicos e meteorológicos ao mesmo tempo, com barômetros etermômetros incorporados ao tradicional relógio!

A Metrologia e a Meteorologia têm muitos pontos em comum, que serão abordados mais adiante, queenvolvem a sua história, alguns de seus métodos e a aplicação de procedimentos metrológicos no uso deinstrumentos de medição usados pelos meteorologistas. Estes pontos em comum sugerem uma maioraproximação entre as duas áreas, que, felizmente, já está ocorrendo.

Page 16: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

14 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

22.. OO UUNNIIVVEERRSSOO DDAA MMEETTRROOLLOOGGIIAA

A metrologia trata de medições e busca estabelecer métodos e procedimentos para que os resultadosdas medições sejam efetivamente significativos e possam ser corretamente interpretados e utilizados comconfiabilidade.

Nem tudo o que se mede é passível de um tratamento metrológico rigoroso. Como indicador,poderíamos dizer que as medições que possam ser referidas ao Sistema Internacional de Unidades (SI)podem, em geral, receber um tratamento metrológico rigoroso. As sete unidades de base do SI são ometro, o quilograma, o segundo, o ampére, o kelvin, a candela e o mol.

Existe uma infinidade de fenômenos de interesse para a ciência, a tecnologia e a sociedade em geralpara os quais se pode fazer uma associação entre a intensidade ou a extensão de um fenômeno e umnúmero, em algum tipo de escala. Como exemplo desses fenômenos podemos citar: a dor, os terremotos,o sabor e inúmeros parâmetros biológicos, entre muitos outros, e que não podem ser considerados comometrológicos, por envolverem escalas e procedimentos com diversos graus de arbitrariedade.

Podemos lembrar que, no passado, formas primitivas de quantificar trabalho e força foram utilizadaspara caracterizar máquinas primitivas comparando com a capacidade de trabalho e de tração de animais(ainda hoje o cavalo vapor é, às vezes, e incorretamente, usado para expressar a potência do motor deuma Ferrari de altíssima tecnologia!).

A história da metrologia nos mostra que a descoberta de novos fenômenos leva a tentativas dequantificá-los e, com o tempo, podem ter suas medições efetuadas com procedimentos metrológicos.Primordialmente, desde os tempos bíblicos, encontramos a preocupação com medidas de massas,comprimentos, áreas e volumes (estas últimas usadas para medir quantidades de líquidos como óleo,leite, mel, ou agregados de partículas sólidas, como grãos e farinhas). É bem conhecida a recomendação"não terás dois pesos e duas medidas", que nos tempos bíblicos era claramente metrológica. Se referia àproibição do uso de dois pesos diferentes nas transações comerciais, um na operação de compra e o outro(menor) na de venda. Hoje, entretanto, é geralmente mais usada no contexto de justiça no julgamento(a balança como símbolo de justiça). Este uso reflete o fato de que o uso de medições corretas nastransações comerciais é uma forma de justiça.

Hoje a metrologia é elemento essencial para a ciência, a saúde, o comércio, a indústria, ascomunicações, a proteção do cidadão e do o meio ambiente, o lazer e outros setores das atividades erelações que se desenvolvem em nossa sociedade. Todos os cidadãos, mesmo sem o perceber, realizamdiariamente medições (quem não olha o relógio algumas vezes por dia, ou se pesa ocasionalmente paracontrolar o próprio peso?). Todos utilizam resultados de medições em suas compras e/ou no trabalho, ouao pagar a conta da luz, da água ou do telefone. Estimativas indicam que nos países desenvolvidos cercade 5% do Produto Interno Bruto (PIB) é gasto com medições. Para quem ainda tem dúvidas, passe porum supermercado e observe a quantidade de medições que estão embutidas explicitamente ouimplicitamente em todos os produtos expostos, ou então visite uma fábrica moderna, ou entre na cabinade comando de um avião moderno e observe quantos instrumentos de medir estão sendo utilizados. Umavião moderno é constituído por vários milhões de peças e um automóvel por milhares destas, todasdevidamente medidas antes de serem instaladas.

Page 17: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 15

22..11.. OOBBJJEETTIIVVOOSS EE MMÉÉTTOODDOOSS DDAA MMEETTRROOLLOOGGIIAA

A Metrologia tem por objetivo oferecer à sociedade um sistema de medição que permita compararmedições referentes a objetos e fenômenos suficientemente bem caracterizados de forma que os valoresatribuídos aos resultados das medições sejam bem caracterizados e independentes do local e da época emque foram realizados, mesmo que sejam efetuados por instrumentos diferentes e independentes. Comisto entendemos que, por exemplo, se a temperatura do ar em um determinado local e em umdeterminado instante for medida em condições bem caracterizadas (por exemplo, à sombra, protegida dovento, protegida de radiações eletromagnéticas e radiações ionizantes e outros fatores que possam alteraro resultado da medição), obteremos um resultado que pode ser comparado com o obtido em outro local,ou no mesmo local algum tempo depois. Estamos considerando intervalos de tempo longos, comoséculos, milênios ou eons (1 eon corresponde a 1 milhão de anos). Naturalmente, para eons deverão serutilizados métodos muito indiretos, mas para centenas de anos, é possível se imaginar instrumentoscalibrados em relação a padrões estáveis que não se alteram com o tempo.

Outro problema que pode ocorrer é a caracterização do instante e do local, pois, termômetros têmdimensões finitas (não são pontuais) e a medição pode levar algum tempo (não são instantâneas). A mediçãoserá referente a uma região e a um intervalo de tempo. Devemos também levar em consideração aperturbação que o instrumento pode provocar no valor da grandeza medida. É também importante que aincerteza atribuída ao resultado da medição sejam bem definidos e independentes para atender os requisitosexigidos pelos usuários dos resultados da medição. Assim, uma medição sem objetivo definido não pode tercaracterísticas metrológicas, pois, não podemos saber se a incerteza é adequada à utilização prevista.

Medições com as características acima são importantes para muitas atividades, principalmente nastecnologias avançadas e na identificação de tendências e mudanças, com a devida antecedência, um casofreqüente em meteorologia. São também importantes para as transações comerciais nacionais einternacionais, pois estas são regidas por regulamentos que impõem limites às não conformidades nasquantidades declaradas pelos fornecedores dos produtos e serviços.

Para que os objetivos da metrologia sejam atingidos é necessário criar e manter um sistema deunidades com padrões bem definidos, estáveis e reprodutíveis e que todos os que realizam medições cujosresultados serão comparados utilizem o mesmo sistema de unidades, ou, pelo menos, que os fatores deconversão estejam bem estabelecidos. É também necessário que os instrumentos utilizados nas mediçõessejam calibrados através de cadeias que, no topo, tenha um padrão internacionalmente aceito ou umconjunto de padrões para os quais se conheça e se aceite a relação entre seus valores. Neste caso, diz-seque a calibração é rastreada a padrões internacionais.

No mundo globalizado atual não mais se pode trabalhar com padrões locais, como ocorria no passado,surpreendentemente não tão remoto, em que o comprimento de uma barra metálica firmemente presa a umaparede externa de uma igreja na praça do mercado era o padrão de comprimento que servia de base para avenda local de cordas, tecidos etc. Em uma cidade vizinha (talvez apenas a algumas dezenas de quilômetros,perdoem, léguas de distância) o padrão podia ser significativamente diferente, inclusive a légua.

Além das unidades e dos padrões, é necessário também que a forma com que as incertezas sãoatribuídas aos valores encontrados, como resultado das medições, sejam determinadas utilizandoprocedimentos uniformes e transparentes. Isto é necessário para que, ao se comparar ou se integrarresultados de diferentes medições, que servirão para a tomada de alguma decisão, se possa ter umaindicação da confiabilidade da decisão. A decisão poderá envolver conseqüências para a preservação davida e do patrimônio e quem a toma deve poder avaliar os riscos que está ocorrendo. Naturalmente, estaconfiabilidade também dependerá de hipóteses, modelos e procedimentos de cálculo utilizados para se

Page 18: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

16 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

chegar àquelas conclusões, sem esquecer da necessária competência e idoneidade de quem efetuou asmedições e os cálculos.

A metrologia utiliza metodologias com base científica, se apoia em modelos e teorias bemestabelecidas e universalmente aceitos. Deve acompanhar os desenvolvimentos científicos e tecnológicos,tanto para utilizá-los para efetuar medições com maior confiabilidade e menores custos, como tambémpara poder disponibilizar para a sociedade unidades, padrões, procedimentos e instrumentos de mediçãoque permitam obter resultados confiáveis que atendam as novas demandas criadas pelas inovações.

Outro objetivo da metrologia é a utilização de uma mesma unidade para uma grandeza física que éusada em diversas áreas do conhecimento. É tendência comum que cada área crie suas próprias unidades.Por exemplo, para trabalho e energia a unidade do SI é o joule, mas, historicamente, encontramos paraa mesma grandeza as unidades: caloria e Btu na área térmica e de alimentos; eV e MeV na área químicae nuclear; kWh na área elétrica; barris de petróleo nos planejamentos energéticos; quilogramaforça.metro, cavalo vapor.hora e pé.libra em engenharia mecânica; kg.c2 para energias relativísticasassociadas à massa, e inúmeras outras. Esta pluralidade de unidades para uma mesma grandeza criaenorme dificuldade em comparações que envolvam diferentes áreas do saber. Isto também implica no usode "fórmulas" diferentes em cada área, para relacionar energia com outras grandezas físicas. Isto, além decomplicar as comparações entre áreas e culturas diferentes, aumenta a possibilidade de erros que podemcausar grandes prejuízos, haja visto a recente perda de uma nave espacial enviada para explorar o planetaMarte. Há ainda o problema do fator de conversão que, às vezes, não é claramente estabelecido como éo caso da conversão da unidade caloria para a unidade joule, do SI.

Pela importância que a metrologia tem no comércio nacional e internacional e na globalização daseconomias, tornam-se necessárias organizações nacionais e internacionais para coordenar e uniformizaras atividades metrológicas nos diversos países, respeitando a soberania das nações e facilitando osrelacionamentos que cruzam fronteiras nacionais.

22..22.. CCOOOORRDDEENNAAÇÇÃÃOO DDAASS AATTIIVVIIDDAADDEESS MMEETTRROOLLÓÓGGIICCAASS

Ao longo da história encontramos diversas iniciativas em estruturar sistemas de medidas para atenderàs necessidades da sociedade, nas áreas de comércio, construção civil, militar e náutica e na ciência -principalmente astronomia e navegação. Merecem ser lembradas as do Egito Antigo, Roma Antiga eCarlos Magno na Idade Média.

Como a metrologia é utilizada no relacionamento entre pessoas, empresas, organizações, regiões epaíses, entende-se que é necessário que sejam estabelecidas regras para sustentar estes relacionamentos.Para que estas regras não beneficiem um dos lados em detrimento do outro, percebe-se a necessidade deque estas regras e a supervisão de sua aplicação seja atribuição de um organismo que não apresenteconflitos de interesse com os envolvidos na transação. Assim, surgiram os organismos encarregados degerir as atividades metrológicas e se estabeleceram regras para o relacionamento entre estas organizações.

A tendência atual é que em cada país um organismo, com delegação governamental, coordene asatividades metrológicas no âmbito do país. No Brasil este organismo é o Instituto Nacional deMetrologia Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO).

O INMETRO é um instituto do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio (MDIC) que,além da metrologia, é responsável pela coordenação das atividades de acreditação de organismos certificadores de

Page 19: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 17

produtos, serviços e de gestão da qualidade. A atividade de normalização é coordenada pela Associação Brasileirade Normalização (ABNT), que é um organismo privado, como ocorre na maioria dos países.

Como parte das atividades em Metrologia, o INMETRO dispõe de:

Um s e t o r d e M e t r o l o g i a C i e n t í f i c a e I n d u s t r i a l , M e t r o l o g i a C i e n t í f i c a( http://www.inmetro.gov.br/metCientifica/index.asp), Laboratórios Metrológicos do Inmetro(http://www.inmetro.gov.br/laboratorios/labmet.asp) que é responsável por coordenar a realização,manutenção e disseminação dos padrões metrológicos nacionais, de efetuar serviços de calibração depadrões e instrumentos de medição e desenvolver pesquisas em metrologia. Este setor é auxiliado noprovimento de serviços de calibração por uma rede de laboratórios credenciados peloINMETRO chamada Rede Brasileira de Calibração (RBL);

Um setor de Metrologia Legal,(Metrologia Científica (http://www.inmetro.gov.br/metlegal/index.asp)que é responsável pela supervisão dos instrumentos de medir utilizados nas transações comerciais. Estasupervisão envolve a calibração de instrumentos como balanças, taxímetros, medidores de volumescomo hidrômetros para consumo de água, "bombas de combustível" e medidores de energia elétrica(watt.hora). O controle de produtos conhecidos como pré-medidos, como os encontrados emembalagens fechadas nos supermercados como sacos de açúcar, feijão e arroz, latas de óleo, sabonetes etc.Há ainda uma atividade no controle de produtos com verificação compulsória, como termômetrosclínicos, medidores de pressão arterial (esfigmomanômetros), e medidores de velocidade de veículosusados nas estradas para multar veículos com excesso de velocidade. O trabalho de fiscalização éefetuado pela Rede Brasileira de Metrologia Legal (RBML), que utiliza os Institutos de Pesos eMedidas (IPEM), que são organismos estaduais existentes em quase todos os Estados da União, emconvênio com o INMETRO.

O grande avanço para a uniformização e universalização da metrologia, estabelecendo as bases dametrologia moderna, foi a criação do Sistema Métrico Decimal, nos fins do século XVIII, pouco antesda Revolução Francesa, cujo objetivo era uniformizar as medidas de comprimento, massa, área e volumeno território da França. Este sistema passou a ser conhecido como o "Sistema Francês", passando a serutilizado por diversos outros países. O Brasil adotou oficialmente o Sistema Métrico Decimal em 1862,com apoio do inovador Imperador D. Pedro II.

Apesar da França ter promovido a adoção do Sistema Métrico Decimal em diversos países,disponibilizando e oferecendo padrões referidos a este sistema, tendo em vista a dimensão internacional dasmedições, o sistema métrico decimal sob sua coordenação tinha, naturalmente, características nacionais, deforma que tornava-se necessária a criação de um organismo internacional que fizesse a coordenação dauniformização das medidas. A França assumiu um papel de liderança para a assinatura de um acordodiplomático, a "Convenção de Metro" (Figura 1), assinada em Paris em 20 de maio de 1875, que estabeleceu:

que seria criado em Paris um "Bureau Internacional de Pesos e Medidas" (BIPM), científicoe permanente, tendo suas despesas cobertas pelos signatários da convenção;que o BIPM funcionaria sob a vigilância exclusiva de um “Comitê Internacional de Pesos e Medidas(CIPM), estando este sob a autoridade de uma Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM);que a presidência das reuniões da CGPM era atribuída ao presidente da Academia de Ciências daFrança em exercício.

Estabeleceu ainda que o BIPM ficaria encarregado de:

a) realizar todas as comparações e verificações dos novos protótipos do metro e do quilograma;b) conservar os protótipos internacionais;

a )

b)

a)

b)

c)

Page 20: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

18 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

c) estabelecer e conservar padrões das unidades elétricas (Adendo 1927);d) determinar os valores das constantes físicas relacionadas às medições (Adendo 1927).

Pela sua liderança e tendo oferecido um local para a implantação dos laboratórios, previstos pelaconvenção, a França assegurou que a língua oficial seria o francês, e que a CGPM se realizaria sempre naFrança. Além disto, o Ministério das Relações Exteriores da França serviria de elo de ligação entre aConvenção do Metro e os países signatários.

Hoje o CIPM é formado por 18 membros eleitos pela CGPM, escolhidos entre cientistas dos 51países signatários da Convenção do Metro. O CIPM se reúne anualmente e a CGPM, a cada quatroanos. As decisões científicas do CIPM são apoiadas pelo trabalho de dez Comitês Consultivos (CC) quecongregam membros dos Institutos Nacionais de Metrologia (NMI) dos países signatários da Convençãodo Metro e que desenvolvem atividades de pesquisa nas respectivas áreas. Os Comitês Consultivos sãopresididos, quando possível, por membros do CIPM. Atualmente nove dos dez presidentes destescomitês são membros do CIPM.

Os dez Comitês Consultivos são:

1) Comitê Consultivo de Eletricidade e Magnetismo (CCEM), criado em 1927.2) Comitê Consultivo de Fotometria e Radiometria (CCPR), criado em 1933.3) Comitê Consultivo de Termometria (CCT), criado em 1937.4) Comitê Consultivo dos Comprimentos (CCL),criado em 1952. .5) Comitê Consultivo para a Definição do Metro (CCDM) criado em 1956.6) Comitê Consultivo das Radiações Ionizantes (CCRI), criado em 1958.7) Comitê Consultivo das Unidades (CCU), criado em 1964.8) Comitê Consultivo para a massa e grandezas relacionadas (CCM), criado em 1980.9) Comitê Consultivo para a quantidade de matéria e a metrologia em química (CCQM), criado em 1993.10) Comitê Consultivo da acústica, dos ultra-sons e das vibrações (CCAUV), criado em 1999.

O CIPM se relaciona diplomaticamente com os países signatários da convenção do Metro enviandorelatórios anuais e através da CGPM; com os NMI dos países signatários da convenção do Metro atravésdos CC (no que se refere às atividades de metrologia científica, pesquisa, construção e manutenção depadrões e comparações internacionais de padrões metrológicos) e também promovendo reuniões anuaiscom seus diretores para auxiliar na gestão do Arranjo de Reconhecimento Mútuo (MRA, o qual visafacilitar o relacionamento metrológico entre as nações e evitar a multiplicidade de acordos bilateraisexistentes e a duplicidade de calibrações de instrumentos, bem como das medições e ensaios deprodutos) de certificados de calibração emitidos pelos NMI e dos padrões nacionais dos mesmos e, porfim, com as atividades metrológicas regionais, estendendo os benefícios de algumas de suas atividadesaos países não signatários da Convenção do Metro, através do "Comitê Conjunto do Bureau e dasOrganizações Regionais" (JCBR). Atualmente as organizações regionais que participam do JCRB são:

a) EUROMET que congrega os países da Comunidade Européia e alguns outros.b) SIM (Sistema Inter-Americano de Metrologia) que congrega os países das Américas (com exceção

de Cuba).c) APMP que congrega países da Ásia oriental e do Pacífico.d) COOMET que congrega países da Europa Ocidental e alguns países da Ásia, (incluindo Cuba).e) SADCMET que congrega países da região sul do continente africano.f ) MENAMET que congrega a Turquia e países do oriente médio.

Page 21: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 19

Resumindo, o CIPM/BIPM:

Mantém padrões internacionais e promove a comparações de padrões nacionais estabelecendoassim uma rede de padrões nacionais mutuamente reconhecidos, estabelecendo assim, por consenso,uma rede de padrões internacionais para as diversas grandezas e num amplo leque de valores.Coordena o sistema SI, atualizando as definições das unidades de base, acompanhando osprogressos da Ciência e da Tecnologia e as demandas da Sociedade. Publica regularmente um livroque descreve o SI.Mantém o MRA e uma base de dados (KCDB) (http://kcdb.bipm.fr/BIPM-KCDB/) aberta atodos os interessados, com resultados de comparações de padrões dos diversos países.Organiza a CGPM que congrega delegados de todos os países membros da Convenção do Metropara propor recomendações aos países membros e diretrizes para os trabalhos a seremdesenvolvidos pelo CIPM e pelo BIPM, tendo em vista o bom funcionamento da metrologiamundial.Publica e disponibiliza as atas das reuniões da CGPM, do CIPM, dos Comitês consultivos e,ocasionalmente, relatórios referentes a tópicos especiais da metrologia.Publica a revista "Metrologia" que divulga artigos de interesse da metrologia fundamental eaplicada, resultados de comparações de padrões e notícias de interesse da comunidade metrológica.

Assim, no campo da metrologia mundial três organizações tem papel central nesta coordenação: o BIPM(http://www.bipm.org), estabelecido em 1875; a Organização Internacional de Metrologia Legal - OIML(http://www.oiml.org ), estabelecido em 1955, e a Cooperação Internacional de Acreditação deLaboratórios - ILAC (http://www.ilac.org), formalizada em 1996. Muitas outros organismos internacionaiscontribuem para o bom funcionamento das atividades metrológicas. Dentre eles, pode-se citar aOrganização Internacional de Normalização - ISO (http://www.iso.ch), o Fórum Internacional deAcreditação - IAF (http://www.accreditationforum.com) e muitas outras. No site do BIPM há um ricosistema de busca e uma longa lista de links de organismos nacionais, regionais e internacionais comatividade ligada à metrologia.

33.. AASSPPEECCTTOOSS CCOOMMUUNNSS EENNTTRREE MMEETTRROOLLOOGGIIAA EE MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

Apesar de lidarem com objetivos diferentes, a metrologia e a meteorologia tem em comum a dimensãoglobal de seu campo de atividade.

Não é por acaso que a Convenção do Metro, o BIPM (1875) e a Organização Internacional deMeteorologia - IMO (1873) (www.wmo.ch/wmo50/e/wmo/history_e.html) iniciaram suas atividades quaseao mesmo tempo. Assim como a Metrologia exigia uma uniformização das medições em uma dimensãouniversal, a Meteorologia já podia contar com tecnologias de comunicação que permitiriam em poucos anos,com o advento do telégrafo sem fio, alcançar uma abrangência mundial, na coleta de dados, em tempo real.Além disso, os dados deveriam ser coletados de forma uniforme para poderem ser combinados a fim degerarem uma visão global do comportamento de nossa atmosfera.

A escala de tempo necessária para identificar tendências visando a abordagem das mudanças declima também exigiam uma estabilidade e robustez dos padrões de temperatura, umidade e pressão e,mais tarde, radiações e composição química da atmosfera. Hoje, inúmeras grandezas são utilizadaspara a descrição e compreensão do comportamento da atmosfera (ver WMO - GUIDE TOMETEOROLOGICAL INSTRUMENTS AND METHODS OF OBSERVATION - WMO-nº 8,http://www.wmo.ch/index-en.html).

a)

b)

c)

d)

e)

f )

Page 22: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

20 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Como se pode notar, os condicionantes que motivaram a organização das duas áreas numa abrangênciainternacional foram semelhantes e praticamente simultâneos.

Entretanto, é interessante notar uma diferença significativa entre a Convenção do Metro/BIPM e a IMO.A organização metrológica teve início com um tratado diplomático intergovernamental, enquanto aorganização meteorológica não tinha aquele status. Com o tempo, depois de três quartos de século, estasituação tornou a IMO incompatível com a importância que a meteorologia vinha assumindo no contextodo vasto desenvolvimento econômico e os rápidos progressos tecnológicos. Assim, a partir de 23 de marçode 1950 o papel da IMO foi assumido pela World Meteorological Organization (WMO), que em 1951 seestabeleceu como uma Agência das Nações Unidas, caracterizando finalmente seu status intergovernamental,potencializando sobremaneira sua influência no panorama mundial. Assim, 20 de maio é o Dia Mundial daMetrologia e 23 de março é o dia Mundial da Meteorologia.

Concluindo, a Metrologia e a Meteorologia se envolvem com a gestão de um número gigantesco demedições numa vasta gama de grandezas realizadas a cada dia, que devem manter uma grande uniformidadee estabilidade espacial e temporal para que possam ter real significado e utilidade.

33..11 -- OO UUSSOO DDAA MMEETTRROOLLOOGGIIAA NNAA MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

Sob este ponto de vista, a metrologia funciona como um suporte para as medições de interessemeteorológico, fornecendo um sistema de padrões estáveis no espaço e no tempo, rastreados a padrõescom reconhecimento internacional. Oferece, ainda, uma rede de mundial de calibração com laboratóriosna maioria dos países do mundo desenvolvido, que utilizam procedimentos normalizados, uniformes ecom reconhecimento mútuo, para uma ampla gama de grandezas de interesse meteorológico.

O CIPM, preocupado com a necessidade de tornar mais significativas e robustas as medições efetuadasem estudos de recursos naturais, meio ambiente, qualidade de vida e assuntos correlatos, propôs paraaprovação pela 21a Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM-1999), a seguinte recomendação:

Page 23: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 21

Dando seguimento à Resolução 4 da 21ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM, 1999), o CIPMe a WMO estão preparando um acordo de cooperação a ser assinado em futuro próximo, para colaboraçãoe troca de informações. Além disto, tanto o Comitê Consultivo de Fotometria e Radiometria e o ComitêConsultivo para a Quantidade de Matéria e a Metrologia em Química estão tomando as medidas necessáriaspara que representantes da WMO participem dos referidos comitês. Outros Comitês Consultivos poderãotambém ter representantes da WMO, tais como o CC de temperatura (que também cuida de umidade), oCC de eletricidade e o CC de massa (que cuida das grandezas pressão, densidade e vazão).

Esta colaboração entre o CIPM e a WMO poderá resultar numa melhor utilização de facilidades eprocedimentos metrológicos na Meteorologia, como poderá alertar a comunidade metrológica das necessidadesmetrológicas da Meteorologia, promovendo novos desenvolvimentos na arte e ciência das medições.

21a Conferência Geral de Pesos e Medidas - CGPM- 1999

A necessidade de utilizar unidades SI em estudos de recursos naturais, meio ambiente, qualidadede vida e assuntos correlatos.

RESOLUÇÃO 4 (todas as resoluções podem ser encontradas no site http://www.bipm.org)

Considerando que:• Os efeitos na geosfera e biosfera de atividades industriais e comerciais e de muitos outros

resultados da atividade humana, de fenômenos naturais, e das conseqüências para a saúde e bem estar da humanidade são objeto de amplos estudos no mundo,

• Governos estão enfrentando cada vez mais a necessidade de tomar decisões de grande significado econômico e político para a regulamentação destas atividades,

• As políticas dos governos se baseiam em estudos que dependem criticamente de resultados precisos e mutuamente compatíveis e que freqüentemente requerem grandes investimentos econômicos,

• Muitas das importantes evidências científicas necessárias para as decisões dos governos depen-dem de medições de pequenas variações de certos parâmetros chave, medições estas que, algu-mas vezes, se estendem por várias décadas,

• Algumas medições críticas têm sido tradicionalmente realizadas em unidades ad hoc, baseadas em alguns instrumentos e procedimentos especiais, e não nas bem caracterizadas e universalmente acordadas unidades SI,

• A experiência adquirida ao longo de muitos anos tem mostrado que medições que não estejam diretamente ligadas ao SI não são confiáveis a longo prazo, não podem ser comparadascom medições semelhantes efetuadas em outros locais e não permitem relacioná-las com medições efetuadas em outros domínios da ciência.

• O crescimento das demandas por confiabilidade nas medições efetuadas com finalidades médi-cas e terapêuticas resultam em regulamentos mais exigentes nestas áreas.

Recomenda:• Que os responsáveis por estudos de recursos naturais, meio ambiente, qualidade de vida e tópi-

cos relacionados, se assegurem de que as medições efetuadas em seus programas sejam em termos de unidades SI bem caracterizadas, de forma que sejam confiáveis a longo prazo, sejam uni-versalmente comparáveis e tenham ligação com outras áreas da ciência e da tecnologia através do sistema universal de medição estabelecido e mantido pela Convenção do Metro.

Page 24: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

44.. CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS

Como visto acima, os pontos em comum entre a Metrologia e a Meteorologia abrem espaço para umacolaboração muito promissora e produtiva entre as duas comunidades. Por outro lado, a contínuaredução nos custos da informatização e automação nos processos de medição e sua associação à expansãodas redes de comunicação e a concomitante redução dos custos da teleinformática, sensoriamento remotoe medições automatizadas, deverá trazer grandes benefícios para os usuários de grande número demedições e massa de dados como é o caso da Meteorologia.

Entretanto, a complexidade dos novos processos exige competência tanto técnica como em gestão e asinergia dos diversos participantes dos processos torna-se essencial para um bom aproveitamento daspossibilidades que os avanços tecnológicos deverão disponibilizar em futuro próximo.

55.. LLIINNKKSS

A título de exemplo listamos abaixo alguns links com sites que tem relação com os tópicos tratados:

The Earth's Surface Temperature in the 20th Century: Coming to Grips with Satellite and Surface- Based Records of Temperature USGCRP Seminar, 5 May 200http://www.usgcrp.gov/usgcrp/seminars/000505FO.html

Radiometer Calibration Facility (RCF)http://www.arm.gov/docs/instruments/static/rcf.html

International Pyrgeometer Intercomparison http://www.arm.gov/docs/iops/1999/sgp1999ipi/ipi.html

Infrared Thermometer (IRT) -Calibration_and_Maintenancehttp://www.arm.gov/docs/instruments/static/irt.html#Calibration_and_Maintenance

Atmospheric Radiation Measurement Program Instrumentshttp://www.arm.gov/docs/instruments.html#Radiometric

Microwave Water Radiometer (MWR)http://www.arm.gov/docs/instruments/static/mwr.html

Automatic self-calibration of ARM microwave radiometershttp://www.arm.gov/docs/instruments/publications/mwr_calibration2.pdfMicropulse Lidar (MPL)http://www.arm.gov/docs/instruments/static/mpl.html

Chilled Mirror Dew Point Hygrometer (CM)http://www.arm.gov/docs/instruments/static/cm.html

Surface Meteorological Observation System (SMOS)http://www.arm.gov/docs/instruments/static/smos.html

European Environment Agency - Guidance report on preliminary assessment under EC air quality directiveshttp://reports.eea.eu.int/TEC11a/en/tech11.pdf

22 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Page 25: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 23

Metre Convention1875

General Conference onWeights and Measures (CGPM)

meets every four years and consists ofdelegates from all Member States

International Committee onWeights and Measures (CIPM)

consists of eighteen individuals electedby the CGPM.

Its is charged with supervision of the BIPMand the affairs of the Metre Convention.The CIPM meets annually at the BIPM.

Consultative Committees (CCs)Ten CCs give advice to the CIPM on

matters referred to them, act on technicalmatters and play an important role in the

CIPM MRA. Each is chaired by a memberof the CIPM and comprises representatives

from NMls and other experts.

Bureau International des Poidset Mesures (BIPM)

International centre for metrology.Laboratories and offices at Sèvres,

with an International staff of about 70.

DiplomaticTreaty

Governments ofMember States

Internationalorganizations

Nationalmetrologyinstitutes

(NMls)

AssociateStates and

Economies ofthe CGPM

CIPMMRA

Fig. 1. Organograma da Convenção do Metro.FONTE: Site do BIPM ( http://www.bipm.org).

Um tutorial em inglês sobre metrologia básicahttp://www.npl.co.uk/npl/publications/posters.htmlhttp://www.npl.co.uk/npl/cbtm/bmg/frontiers.html

Proceedings de Simpósio sobre metrologia da umidade, 1998 http://www.npl.co.uk/npl/humidity/news/h-and-m.html

Page 26: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

24 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Page 27: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 25

APLICAÇÕES DE ESTIMATIVAS DE PRECIPITAÇÃO OBTIDAS PELO SATÉLITE TRMM NO BRASIL

Gisele de Camargo; Nelson J. Ferreira

Instituto Nacional de Pesquisas Eespaciais - INPE - São José dos Campos, SP

[email protected]

RREESSUUMMOO

O presente trabalho explora o uso de produtos derivados do Tropical Rainfall Measuring Mission(TRMM) em análises da variabilidade espacial e temporal da precipitação sobre o Brasil. Neste contexto,apresenta-se uma análise preliminar dos dados diários (denominados 3B42) para os dias 16 e 17 dedezembro de 2000 e para os meses de janeiro e julho, período de 1998-2000. Além disso, são analisadoscampos de chuva obtidos pelo "Precipitation Radar" (PR) sobre o leste de São Paulo, para o dia11/01/1999. Os resultados sugerem que o 3B42 possibilita identificar os principais padrões daprecipitação sobre o Brasil, sendo útil para caracterização dos sistemas de tempo atuantes. Por outro lado,o PR possibilita uma excelente visão quantitativa da distribuição da precipitação em mesoescala,identificando com detalhes áreas de instabilidade.

AABBSSTTRRAACCTT

This paper explores the use the Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM) derived products foranalyzing the spatial and temporal variability of rainfall in Brazil. In this context, a preliminary analysisof daily calibrated geosynchronous IR rain rate using TRMM estimates (3B42) for two days inDecember of 2000 and for the months January and February of 1998-2000 is presented. Also, RadarRainfall Rate and Profile (PR) over eastern São Paulo state for 01/11/199 is analyzed. The obtainedresults suggest that rainfall estimates fields from 3B42 allow the identification of the prevailing rainfallpattern and are useful for characterizing weather systems in Brazil. On the other hand, tridimensionalrain rates derived from PR is excellent for pin pointing convective active areas in mesoescale.

11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Com o advento da missão TRMM no final de 1997, iniciou-se uma nova era do monitoramento daprecipitação nos trópicos (Simpson et al., 1996; Kummerow et al., 1998). Como conseqüência, diversasvariáveis meteorológicas passaram a ser monitoradas remotamente através de sensores ativos e passivos nafaixa de microondas (Kummerow et al., 2000). O TRMM é fruto de um consórcio entre os Estados Unidosda América do Norte, representado pela National Aeronautics and Space Administration (NASA) e aNational Space Development Agency (NASDA) do Japão. Este satélite possui órbita equatorial inclinada,sendo composto pelos seguintes instrumentos: o Imageador de Microondas (TMI), utilizado para inferir adistribuição espacial e a intensidade da precipitação através de modelos de transferência radiativa, que se

Page 28: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

26 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

baseiam em bancos de dados obtidos a partir de simulações em modelos numéricos de mesoescala; oSondador Visível e Infravermelho (VIRS), usado para fornecer informações de alta resolução espacial sobreas nuvens; e o Radar de Precipitação (PR), destinado para obter o perfil vertical dos hidrometeoros nasnuvens precipitantes, bem como a estimativa da taxa de precipitação. Além disso, o TRMM apresentaoutros dois instrumentos complementares: o Sistema de Medição da Energia Radiante da Terra e dasNuvens (CERES) e o Sistema de Imageamento de Relâmpagos (LIS) (Kummerow et al., 1998).

No caso do Brasil, é incontestável que a precipitação é a variável meteorológica mais importante. O seuconhecimento é de fundamental importância não só para caracterizar o clima de nosso continente, mastambém para o planejamento de inúmeras atividades produtivas. Deve-se destacar que em função de suaampla extensão territorial e da presença de locais de difícil acesso, não existe em nosso país uma rede deobservação meteorológica adequada. Neste contexto, o uso de satélites parece ser uma alternativa promissora.

Nas últimas décadas, houve um esforço considerável no sentido de disponibilizar metodologias quepossibilitassem estimar indiretamente a precipitação utilizando-se satélites meteorológicos. Nestesentido, foram desenvolvidas inúmeras técnicas que utilizam dados das bandas espectrais infravermelhotermal, visível e microondas (Griffith et al., 1978; Arkin e Meisner, 1987; Arkin et al, 1994; Ferraro eMarks, 1995). No caso das técnicas que usam visível e infravermelho, a grande limitação é que elaspossibilitam estimar a precipitação de forma indireta, ou seja, os algoritmos levam em consideraçãovariáveis observadas no topo das nuvens tais com a temperatura e o brilho. No caso das microondas, ossensores passivos fornecem evidências diretas relacionadas a transferência de radiação nos hidrometeoros,ou seja, evidências físicas onde há chuva (Arkin e Meisner, 1987), mas não são capazes de monitorarquantitativamente a mesma. Com o advento do TRMM, essa problemática começa a ser resolvida, poisele conta com um sensor ativo (PR) que é capaz de medir com detalhe a estrutura vertical da precipitação.

Apesar da NASA ter disponibilizado em área pública uma gama de produtos derivados do TRMM,inclusive software para leitura, estudos enfocando as suas aplicações são praticamente inexistentes noBrasil. Deve-se destacar também que as estimativas de precipitação poderiam ser utilizadas com vantagenspara aprimorar o conhecimento dos sistemas de tempo que atuam no país. Com o intuito de explorar ouso do TRMM em análises meteorológicas, o presente trabalho visa analisar a variabilidade espacial etemporal das estimativas de precipitação sobre o Brasil. Especificamente, serão analisadas as variáveis:acumulado diário de estimativa de precipitação e campos tridimensionais de taxas de precipitação.

22.. DDAADDOOSS EE MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

Nesta seção, apresenta-se uma breve descrição dos dados utilizados (3B42 e 2A5) e a metodologiautilizada pela NASA para a obtenção dessas variáveis.

22..11.. 33BB4422

Um dos algoritmos utilizados pela NASA para obter acumulados diários de precipitação denomina-se "3B42-TRMM-Adjusted Merged-Infrared Precipitation". Esse algoritmo calibra medidas do canal IRdo VIRS com estimativas de precipitação obtidas pelo TMI. Os parâmetros de calibração são entãoaplicados para uma composição diária de dados IR dos vários satélites meteorológicos geoestacionáriosdisponíveis. O algoritmo fornece estimativas diárias da precipitação na superfície terrestre, com resoluçãode 1º x 1º de latitude/longitude, para a faixa tropical entre 40º S a 40º N. Uma descrição detalhada dessa

Page 29: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 27

metodologia foi apresentada por Huffman et. al. (1995) e também no documento User's Guide,disponibilizado pelo TRMM Data and Information System (TSDIS) no endereçohttp://tsdis.gsfc.nasa.gov. Além do 3B42 a NASA também disponibiliza acumulados mensais deprecipitação obtidos pelo algoritmo "3B43 - TRMM and Other Satellites Precipitation". Como essesdados são similares a média mensal do 3B42, optou-se pela utilização do primeiro.

Os dados 3B42 foram obtidos na NASA, via File Transfer Protocol (FTP), no endereçohttp://lake.nascom.nasa.gov/data/dataset/TRMM/01_Data_Products/02_Gridded".

22..22.. 22AA2255

O 2A25 é um dos produtos do PR de grande interesse para se avaliar a estrutura tridimensional daprecipitação numa dada região. O PR é um sistema ativo que opera na freqüência central de 13,8 GHze tem uma detecção mínima de eco de 17 dBZ. O PR possui largura da varredura de 215 Km sobre asuperfície terrestre, espaçada em ângulos de ± 17º ; a resolução espacial na horizontal é de 4,3 Km nonadir e na vertical ela é de 250 m. A precipitação é calculada utilizando-se um algoritmo que se baseiaem um método híbrido, conforme documentado em Iguchi and Meneghini, (1994). De forma sintética,este método estima a precipitação a partir de uma relação Z-R, que é ajustada de acordo com o tipo dechuva, altitude, fator de correção na superfície de referência, e um parâmetro de não uniformidade.Diversas mudanças foram introduzidas nesse algoritmo para aprimorar a atenuação do fator derefletividade do radar e a razão de chuva (Iguchi et al., 2000).

Os arquivos de dados 2A25 são distribuídos pelo Distributed Active Archive Center (DAAC), em formatoHierarquical Data Format (HDF) e podem ser encontrados nohttp://lake.nascom.nasa.gov/data/dataset/TRMM/index.html. Existem vários softwares e programas paraleitura e visualização dos dados do TRMM que estão disponibilizados pela NASA em http://tsdis.gsfc.nasa.gov.Uma descrição detalhada sobre as estruturas de armazenamento dos arquivos 2A25 pode ser encontrada noTropical Rainfall Measuring Mission Science Data and Information System V-4, (2000).

33.. RREESSUULLTTAADDOOSS

A seguir, com o intuito de demonstrar o potencial de uso dos dados TRMM, apresenta-se uma análisereferente aos produtos 3B42 (acumulado diário de estimativas de precipitação) e PR (taxas deprecipitação obtidas pelo radar PR).

33..11.. AANNÁÁLLIISSEE DDOO 33BB4422

A Figura 1 mostra dois campos de precipitação sobre o Brasil obtidos a partir do 3B42, respectivamentepara os dias 16 e 17 de dezembro de 2000. Observa-se uma grande variabilidade no total diário da precipitaçãoque apresenta valores entre 0 a 90 mm. Além disso, pela organização do padrão espacial dessa variável, pode-se identificar a evolução de um sistema frontal que se estende do sul da Amazônia até o sudoeste do OceanoAtlântico. Nota-se que nessas regiões a precipitação concentra-se essencialmente ao longo da banda frontal,entretanto, esse comportamento não é evidente ao norte de 20º S de latitude. Uma análise do campo de vento

Page 30: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

28 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

(a) (b)

Figura 1. Acumulado diário de precipitação (3B42): a) dia 16/12/2000, e b) 17/12/2000.

(a) (b)

Fig. 2. Média mensal de estimativas de precipitação (3B42) para o período de 1998 a 2000, derivado do TRMM:a) janeiro, b) julho.

Page 31: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 29

janeiro e julho, representando respectivamente o verão e o inverno. No verão, as principais característicasobservadas são: a atividade convectiva mais intensa na Amazônia, na costa norte do Brasil e Suriname eao longo da ZCIT (5ºN, 30º W a 40º W).

Em alguns locais, como na costa norte, o acumulado mensal atinge 450 mm. A inspeção das imagensdiárias do campo de chuva revela que nessa região a atividade convectiva é modulada pela ZCIT.Observa-se também que ao longo dessa zona de convergência a precipitação é maior e mais organizadano Oceano Atlântico do que no Pacífico. Na Amazônia a precipitação apresenta uma distribuiçãohomogênea, exceto numa faixa relativamente estreita na região central onde ela é mais intensa (300 a 350mm). Nota-se uma tendência para o estabelecimento de uma faixa de precipitação organizada ao longoda ZCAS, mas ela não é contínua, principalmente no sudoeste do Oceano Atlântico. No nordeste daArgentina e áreas vizinhas a precipitação possivelmente está associada à presença de sistemas convectivosde mesoescala que atuaram naquele período do ano.

No inverno austral, em função do deslocamento meridional do sol, o máximo de precipitação ocorreno Golfo do Panamá e adjacências, norte da América do Sul e ao longo da ZCIT. Nesse período, essazona de convergência parece ativa tanto no oceano Atlântico como no Pacífico Leste. Observam-sevalores de precipitação relativamente altos (250 mm) ao longo da costa leste do Nordeste do Brasil,possivelmente devido à influência de sistemas locais. Na Região Sul, a precipitação observada estáassociada com a passagem de sistemas frontais. Por outro lado, a região central, sudeste e a parte oeste doNordeste apresentam pouca precipitação durante esta estação.

33..22.. AANNÁÁLLIISSEE DDOO PPRR

Como mencionado anteriormente, o PR possibilita uma visão tridimensional da precipitação numdomínio espacial relativamente pequeno. A Figura 3 ilustra a distribuição dessa variável a leste de SãoPaulo, durante a passagem do TRMM no dia 11/01/1999, às 19:33 Z. Na presente situação, asprecipitações mais elevadas atingem taxas de 30 a 40 mm/hora no sul de Minas Gerais e leste de SãoPaulo. Elas organizam-se ao longo de duas linhas de atividade convectiva no setor equatorial da frentefria que cruza a Serra do Mantiqueira. Além disso, nota-se claramente as diferentes características daatividade convectiva e estratiforme ao longo da banda frontal: instável e chuvoso no lado equatorial emenos instável a medida que desloca para o sul. A presença das duas faixas de instabilidade dificilmenteseria identificada nos diversos campos gerados por modelos regionais de previsão de tempo. O padrãoespacial da variabilidade da chuva a 3 e 4 km de altura (Figura 3a-b) não é muito distinto, entretanto a5 km de altura (Figura 3c) apenas uma das linhas de atividade convectiva permanece ativa. Um cortevertical ao longo de A B (Figura 3d) mostra a estrutura vertical da chuva associada à presença de quatrocélulas convectivas, sendo que apenas uma delas está bastante ativa. Observa-se a presença deprecipitação intensa até 5 km de altura, a partir desse nível ela diminui significativamente até 9 km.

Page 32: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

30 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Fig. 3. Imagens de campos de precipitação (mm/h) obtidos pelo PR em várias alturas sobre o leste de São Paulo esul de Minas Gerais, em 11/01/1999, às 19:33 Z.

a. 3 km de altura. b. 4 km de altura.

c. 5 km de altura. d. corte vertical ao longo de A(fig. 3c).

Page 33: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 31

44.. CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

Este trabalho apresentou uma análise preliminar sobre o uso de estimativas de precipitação em análisemeteorológica sobre o Brasil, utilizando dois tipos de dados: 3B42 que são estimativas diárias deprecipitação baseada em combinações de dados IR do TRMM com os de satélites geoestacionários, e o2A25 que são taxas de precipitação obtidas pelo PR. Os resultados obtidos sugerem que os dados do 3B42tem aplicações em diagnósticos de eventos meteorológicos em escala sinótica, sendo também úteis para aidentificação das características climatológicas das diversas regiões do território nacional. O PR possibilitauma visão quantitativa da precipitação em um domínio espacial relativamente pequeno. Os camposhorizontais de chuva gerados por esse radar identificam com clareza a presença de células convectivas e suaextensão vertical. Essas informações, junto com outros tipos de dados gerados por modelos de previsãonumérica de tempo são de grande valia para a compreensão dos processos físicos atuantes em determinadassituações. Além disso, esses dados também podem ser utilizados no contexto de avaliação da performancede modelos de previsão de tempo. Deve-se destacar que além dos dados utilizados nesse trabalho, a NASAdisponibiliza inúmeros outros produtos de interesse meteorológico, que beneficiariam principalmentepaíses que não tem uma ampla cobertura de radar e/ou rede de observações meteorológicas.

AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

O primeiro autor agradece ao CNPq pela Bolsa de Iniciação Científica. Agradecemos ao DistributedActive Archive Center (DAAC) do Goddard Space Flight Center (GSFC/NASA) pela fornecimento dosdados e ao TRMM Science and Data Information System (TSDIS) pelos programas de leituras dosdados. O revisor anônimo contribuiu significativamente para o aprimoramento desse trabalho.

RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS

Arkin, P. A., and Meisner, B. N. : The Relationship between Large-Scale Convective Rainfall and ColdCloud over the Western Hemisphere during 1982-84. Mon. Wea. Ver. 115: 51-74, 1987.

Arkin, P. A., Joyce, R., and Janowiak, J. E.: The estimation of Global Monthly Mean Rainfall usingInfrared Satellite Data: The GOES Precipitation Index (GPI). Remote Sensing Reviews 11: 107-124, 1994.

Ferraro, R.R., Marks, G.F.: The development of SSM/I rain rate retrieval algorithms using ground basedradar measurements. J. Atmos.Oceanic Technol., 12, 755-770, 1995.

Griffith, C. G., Woodley, W. L., Grube, P. G., Martin, D. W., Stout, J., and Sikdar, D. N.: Rainestimation from Geosynchronous Satellite Imagery- Visible and Infrared Studies. Mon. Wea. Rev.,106, 1153-1171, 1978.

Iguchi, T.; Kozu, T.; Meneghini, R.; Awaka, J.; Okamoto, K.: Rain-Profiling Algorithm for theTRMMM Precipitation Radar. Journal of Applied Meteorology, v.39, p.2038-2052, 2000.

Iguchi, T. and Meneghini, R.: Intercomparison of single frequency methods for retrieving a vertical rainprofile from airborne or spaceborne data. Journal of Atmospheric and Oceanic Tecnhology, v.11,p.1507-1516, 1994.

Page 34: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

32 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Huffman, G. J., R. F. Adler, B. Rudorlf, U. Schneider, P. R. Keehn, Global Precipitation Estimates Basedon a Technique for Combining Satellite-Based Estimates, Rain Gauge Analysis, and NWP ModelPrecipitation Information. J. Of Climate, 8, pp. 1284-1295, 1995,

Kummerow, C.; J. Simpson; O. Thiele; W. Barnes; A. T. C. Chang; E. Stocker; R. F. Adler; A. Hou; R.Kakar; F. Wentz; P. Ashcroft; T. Kozu; Y. Hong; K. Okamoto; T. Iguchi; H. Kuroiwa; E. Im; Z.Haddad; G. Huffman; B. Ferrier; W. S. Olson; E. Zipser; E. A. Smith; T. T. Wilheit; G. North; T.Krishnamurti; K. Nakamura: The Status of the Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM) afterTwo Years in Orbit. Journal of Applied Meteorology, vol. 39, 2000.

Kummerow, C; W. Barnes; T. Kozu; J. Shiue; J. Simpson: The Tropical Rainfall Meassuting Mission(TRMM) Sensor Package. Journal of Atmosferic and Oceanic Technology, 1998.

Simpson J.; Kummerow, C.; Tao, W. K.; Adler, R. F.: On the Tropical Rainfall Measuring Mission(TRMM). Meteorol. Atm Phys, vol. 60, n. 1-3, p. 19-36, 1996.

Tropical Rainfall Measuring Mission Science Data and Information System., Goddard Space Flight Center. Interface control specification between the Tropical Rainfal Measuring Mission Science Dataand Information System (TSDIS) and the TSDIS Science User (TSU)- TDSDIS- P907, v.4: Filespecifications for TRMM products - Level 2 and level 3, National Aeronautics and SpaceAdministration- NASA, 2000.

Page 35: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 33

DESAFIOS PARA O CRESCIMENTO DA PROFISSÃO DE METEOROLOGISTA

Augusto José Pereira Filho

Diretor Profissional da SBMET

[email protected]

Os aspectos profissionais relacionados ao sistema CONFEA e CREAs e aos deveres, responsabilidades e direitosdos meteorologistas foram apresentados no número anterior desse boletim. A Lei nº 6835 de 14 de outubro de1980 (D.O.U. de 15 OUT 1980, seção I, página 20.609), que dispõe sobre o exercício da profissão demeteorologista, determina que: "Artigo 1o - É livre o exercício da profissão de meteorologista em todo o territórionacional, observadas as condições previstas na presente Lei; a) aos possuidores de diploma de conclusão de cursosuperior de Meteorologia, concedido no Brasil, por escola oficial ou reconhecida e devidamente registrado no órgãopróprio do Ministério da Educação e Cultura; b) aos possuidores de diploma de conclusão de curso superior deacordo com a Lei; c) aos possuidores de diploma de Bacharel em Física, modalidade Meteorologia, concedido peloInstituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro e devidamente registrado no órgão próprio doMinistério da Educação e Cultura; d) os meteorologistas que ingressaram no serviço público mediante concursopúblico e que sejam portadores de diploma de um dos cursos superiores de Física, Geografia, Matemática eEngenharia; e) os meteorologistas não-diplomados que, comprovadamente, tenham exercido ou estejamexercendo, por mais de 3 (três) anos, funções de Meteorologista em entidades públicas ou privadas, e que requeiramos respectivos registros, dentro do prazo de 1 (um) ano, a contar da data da publicação da presente Lei". Osprofissionais referidos nas alíneas acima podem requerer seu registro profissional no CREA do Estado onde atuaprofissionalmente. Os demais Artigos da Lei no 6835/80 podem ser encontrados nas páginas do CONFEA noendereço: http://www.confea.org.br.

Vinte e um anos após o estabelecimento da Lei no 6835/80, o número de Meteorologistas registrados no sistemaCREAs não atingiu a maior idade quando comparado, por exemplo, com os milhares de Agrônomos registradosapenas no Estado de São Paulo. Esta discrepância gigantesca é devida ao maior número de vagas e escolas queoferecem cursos de engenharia e a longevidade dos mesmos. Além disso, esses cursos mais tradicionais são muitomais conhecidos e oferecem mais oportunidades profissionais. Por outro lado, há apenas seis escolas de nívelsuperior de meteorologia no Brasil, pouco conhecidos, com baixa oferta de vagas, e alta desistência.

Tendo em vista o crescimento do mercado de trabalho para o meteorologista, a estagnação do mercado detrabalho das profissões mais tradicionais, as mudanças educacionais provenientes da nova Lei de Diretrizes e Bases(LDB) de 1996, que flexibiliza a criação de novos cursos de nível superior, a representatividade da meteorologia nosistema profissional CONFEA e CREAs, é fundamental que se promova o aumento do número de meteorologistascapacitados e habilitados para suprir a demanda por estes profissionais neste início de milênio. Deste modo, vai seassegurar a manutenção dos cursos de meteorologia existentes e também a criação de outros, com o concomitantecrescimento de vagas, diminuição de desistências e maior divulgação da profissão de meteorologista, entre outras.

Ainda, há um número significativo de profissionais das engenharias, física e matemática que optaram por cursosde pós-graduação em meteorologia e poderiam fazer parte da profissão de meteorologista para alavancar mais ameteorologia no sistema profissional, com habilitações específicas, conforme vem sendo discutido no sistemaCONFEA e CREAs para todas as profissões. Este assunto pode e deve ser amplamente debatido e analisado noâmbito da SBMET, que poderá então elaborar um parecer ou proposta a ser apresentada no Colégio de EntidadesNacionais (CDEN), do qual faz parte com mais vinte oito outras entidades nacionais das engenharias, arquitetura,e agronomia. As idéias, sugestões, opiniões de todos os sócios da SBMET são bem vindas e serão consideradascom toda atenção.

Page 36: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

34 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

REGISTRO PROFISSIONAL AOS PORTADORES DE DIPLOMAS DEMESTRADO E DOUTORADO EM METEOROLOGIA

Alfredo Silveira da Silva

Diretor do Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia-CREA-RJ

[email protected]

A Constituição Federal de 1988 define que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício, ouprofissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer..” (Cap. I, Art. 5, XII). Esta redaçãoremeteu para a legislação complementar a definição relativa à regulamentação das profissões.

A profissão de meteorologista no Brasil é hoje regulamentada pela Lei Federal nº 6835, de 14/10/80,ficando sob a égide da Lei 5194, de 24 de dezembro de 1966, que também dispõe sobre os Engenheirose Agrônomos, Meteorologistas,.... De acordo com esta lei, o exercício da profissão é reservado aos quepossuem diploma de faculdade ou escola superior oficiais ou reconhecidas pelo Estado e, estrangeiros oubrasileiros formados no exterior, cujo diploma for revalidado e registrado no Brasil.

A profissão é regulamentada para garantir a sociedade que somente cidadãos qualificados irão exerceras atividades previstas na lei. Assim, um cidadão sem a formação adequada fica impedido de, porexemplo, fazer a previsão de tempo e clima, evitando que a população corra o risco de vida por enchentese com desabamentos e por especulações econômicas. Aqueles que praticam atividades reservadas aosprofissionais, sem a devida formação e o registro adequado, exercem ilegalmente a profissão. Por decisãojudicial, os profissionais formados em escolas de meteorologia tem direito ao título de Meteorologista.

Particularmente, além da lei específica do Meteorologista (6835/80), que regulamenta a profissão, eda Lei 5194/66, os meteorologistas estão submetidos às Resoluções do CONFEA, instância superior dosistema de autarquia pública criado pela mesma lei para fiscalizar o exercício profissional. O sistemainclui ainda os CREAs- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Hoje a Entidadeque representa a Meteorologia junto ao CONFEA/CREAs é a SBMET, Sociedade Brasileira deMeteorologia. A SBMET defende a manutenção da regulamentação profissional, como forma de garantirproteção para a sociedade em relação a cidadãos não qualificados para o exercício da profissão; avalorização do profissional brasileiro e o controle da atuação de técnicos estrangeiros no país; e ocompromisso da responsabilidade técnica e social da profissão. As atuais direções de entidades nacionais,CDEN-Colégio de Entidades Nacionais, como ABEA, IAB, FNA, FNE, SOBES, entre outras,defendem também uma atuação conjunta a nível nacional e estadual, em construir propostas e ações deinteresse das profissões para bem servir a Sociedade como um todo.

É desta forma que entendo este debate político, que está sendo promovido pela SBMET sob o tema:Registro profissional em Meteorologia aos portadores de diploma de extensão de Mestres e Doutores,cuja formação profissional está fora das profissões do sistema CONFEA/CREAs.

A Lei 6835/80 limita, atualmente o exercício profissional aos possuidores de diplomas de cursosuperior de Meteorologia, concedidos por instituições de ensino nacionais ou estrangeiros (revalidados)e de bacharel em Física, modalidade meteorologia ministrado pelo Instituto de Geociências da UFRJ.

A formação básica, adquirida em instituições de ensino superior, é indispensável para a habilitação; os

Page 37: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 35

cursos de pós-graduação não são contemplados na lei, e não possibilitam a habilitação e o registro no Conselho.

A única exceção a essa regra encontra-se no Inciso II do art. 2º da Lei 7399, de 04.11.85, quedisciplina a profissão de geógrafo e que permitiu o exercício profissional ao portador dos títulos de mestree doutor em Geografia, expedidos por universidades oficiais ou reconhecidas.

Esse dispositivo admitiu o exercício de atividades aos não graduados, repercutiu negativamente, porentrar em conflito com as regras básicas da legislação profissional.

O CONFEA, pela Resolução nº 392, de 24.03.95, condicionou a inscrição dos pós-graduados aserem portadores de diploma de Geógrafo ou de bacharel em Geografia, contrariando frontalmente oaludido inciso V do art. 2º da Lei nº 7399.

Assim, o Sistema CONFEA/CREAs sempre manifestará oposição ao registro de mestres e doutoresque não possuem a formação básica específica de sua profissão.

OOppiinniiããoo TTééccnniiccaa::

No Mérito para os que preiteiam registro profissional em Meteorologia, quando portadores dediplomas de Mestres e Doutores em Meteorologia, no passado, com formação básica em outrasprofissões, deve ser analisado isoladamente, com decisão sujeita a recursos previsto na legislação doSistema CONFEA/CREAs.

A Profissão de Meteorologista foi regulamentada pela Lei 6835, de 14/10/80. Trata o seu artigo 1 0das condições que asseguram o livre exercício da profissão de Meteorologista. Suas Alíneas ‘a ’, ‘b’ e ‘c ’,referem-se a diplomados em curso superior de Meteorologia e, especificamente, ao curso de Bacharel emFísica, modalidade Meteorologia, do Instituto de Geociências da UFRJ. Portanto, foi concedido nopassado o título profissional aos que ingressaram na Meteorologia através da física. A alínea ‘d’ domencionado artigo destaca os meteorologistas que ingressaram no serviço público, portadores dediploma de um dos cursos de Física, Geografia, Matemática e Engenharia, a qual entende-se, aplicáveisà espécie, em razão de comprovação, do exercício do cargo de Meteorologista na época daregulamentação da Lei. Na alínea ‘e’ do referido artigo engloba os não diplomados que,comprovadamente , tenham exercido ou estejam exercendo, por mais de 3 (três) anos, funções deMeteorologista em entidades públicas ou privadas. Fica centralizado o entendimento contrario aconcessão de registro, atualmente, haja vista a condição para apresentação de títulos requeridos ‘dentrodo prazo de 1(um) ano, a contar data de publicação da presente Lei’, publicada no D.O.U. de 15 deoutubro de 1980. Tal condição foi abraçada pela legislação do Sistema, tendo em vista o artigo 5º daResolução N. 269, do CONFEA, de 20 de março de 1981(Art. 5º - Os meteorologistas contempladosna alínea “e” do Art. 1º da Lei nº 6.835/80 só terão direito a registro se requerido no prazo de 1 (um)ano a contar da vigência da referida Lei. Desta forma considera-se prescrito aos requerentes ao título).

Vale destacar que de acordo com a atual legislação somente os Cursos de Graduação terão direito aoregistro profissional.

Page 38: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

36 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

REGISTRO/HABILITAÇÃO DE PROFISSIONAIS JUNTO AO CREA

Maria Gertrudes Alvarez Justi da Silva

[email protected]

Isimar de Azevedo Santos

[email protected]

Departamento de Meteorologia/UFRJ

A regulamentação da profissão de Meteorologista foi uma conquista de parcela significativa deprofissionais que acreditavam na importância da aplicação adequada das Ciências Atmosféricas no bemestar da sociedade como um todo, assim como na necessidade de se garantir um exercício competente daprofissão através de uma fiscalização contínua e responsável.

As profissões regulamentadas no Brasil são exercidas por pessoal formado em escolas técnicas, no casodo nível médio, e nas universidades em nível de graduação, no caso de profissões de nível superior. Issoé exigido para médicos, engenheiros, advogados, geólogos, geógrafos, etc. Em muitos casos isto não bastae uma especialização é exigida. Muitas vezes se valoriza aqueles que possuem também cursos no nível depós-graduação para o desenvolvimento de atividades específicas e/ou mais elaboradas. Mas o mínimo éa formação em curso básico de graduação na área da profissão regulamentada.

Parece-nos que aquelas pessoas que, após a regulamentação da profissão de Meteorologista, nãoenfatizaram aos seus alunos que para o exercício dela seria exigido o diploma de curso credenciado peloMEC no nível de graduação cometeram um erro semelhante àquelas escolas que não avisam aos seusalunos que seus diplomas não serão reconhecidos porque não atendem a legislação vigente. A lei é clarae só poderá ser mudada no Congresso onde ela foi aprovada.

O graduado em meteorologia poderia desempenhar atividades de técnico em meteorologia? Seriaadequado? Esta seria uma maneira inteligente de a nação investir seu dinheiro na disponibilização derecursos para a formação adequada de profissionais?

Dizer que alguns cursos de pós-graduação formam pessoal capaz de trabalhar em centros de previsãoe que, portanto, poderiam ter o registro no CREA é o mesmo que dizer que um engenheiro formadopoderia ser o mestre de obras ou até mesmo o pedreiro na construção de um prédio. Foi para isto queforam formados? Não seria admitir que os cursos de pós-graduação não estariam cumprindo (seja lá pelasrazões que forem) os objetivos para os quais foram criados? Ou que pelo menos não se adequaram à novarealidade: que existem cursos de graduação em meteorologia e não é função dos cursos de pós-graduaçãoformar profissionais para atuar na operação e no exercício pleno da profissão.

Deixar sem registro pessoas que já atuavam na área de meteorologia quando da regulamentação daprofissão é inadequado assim como foi e é absolutamente inadequado investir na pós-graduação quandoo país precisa, antes de mais nada, de profissionais, como demonstra a ausência deles quando há aberturade concursos. Inadequado é alguns centros operacionais e de pesquisa optarem por oriundos da pós-graduação para a execução de tarefas que os profissionais formados no nível de graduação temcompetência pra executar, estimulando um desvio no mercado de trabalho.

Page 39: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 37

Por que se diz que os oriundos dos cursos de graduação não são adequados?

- Problemas com os professores? Mas eles são oriundos da pós-graduação!

- Faltam recursos? Sim, são desviados para instituições de pesquisa e pós-graduação fora das uni-- versidades, onde não é prioritária a formação profissional.

- Não existe mercado de trabalho? Os dirigentes requerem, sem em nada ajudar na formação,requisitos inadequados para os profissionais que querem contratar.

Há um vício evidente em nosso país. Engenheiros muitas vezes acham que somente engenheirospodem executar tarefas inerentes aos químicos, geólogos, meteorologistas, etc.

Os dirigentes na área de meteorologia também tem vícios; foram formados apenas na pós-graduaçãoe por isso advogam que o melhor caminho é formar profissionais desta maneira. Deveriam estarajudando a melhorar a formação dos profissionais que saem das universidades e cursos técnicos para queeles possam atender mais rapidamente aos anseios da sociedade.

Os meteorologistas que saem da UFRJ ou da USP são melhores que os físicos de Taubaté que vãofazer pós-graduação em meteorologia. Existem exceções? Claro!!! Em qualquer área. Mas o que se discuteaqui é a melhor maneira de investir, de estimular, de mostrar o caminho certo. Ninguém é contra queos profissionais de outras áreas venham contribuir com o desenvolvimento da pesquisa e doconhecimento em meteorologia. O que não se quer é que se diga, através da concessão de registroprofissional, que a melhor maneira de formar meteorologista seja através da pós-graduação. Passar pelociclo básico das universidades é pré-requisito para o exercício da profissional. Ter 1600 horas dedisciplinas profissionalizantes é pré-requisito para o exercício profissional. Ter contato através dedisciplinas com o maior número de áreas de aplicação da meteorologia é pré-requisito para o exercícioprofissional. Ter treinamento na previsão de tempo, na análise de dados meteorológicos e naexperimentação observacional é pré-requisito para o exercício profissional. Conviver em ambiente deformação profissional é pré-requisito para o exercício profissional.

Se os cursos de graduação não estão fazendo isso, a SBMET, os dirigentes das empresas e instituiçõespúblicas devem exigir que o façam, devem ajudar filosófica e financeiramente para que o façam.

Se os cursos de pós-graduação na área de meteorologia estão dando formação básica, estãodescumprindo a finalidade para a qual foram criados. Não seria por isso que alguns têm obtido avaliaçãonão satisfatória?

Estamos falando do futuro e não do passado. Precisamos estar em sintonia com a nossaresponsabilidade para com as futuras gerações. Sejamos pois mais responsáveis.

Page 40: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

38 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

ATUAR EM METEOROLOGIA É UM PRIVILÉGIO DOS GRADUADOS EM METEOROLOGIA?

Pedro Leite da Silva Dias

Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - IAG/USP

Qual a melhor formação que um indivíduo deva receber em sua graduação para que ele tenhacondições ótimas para contribuir para o avanço da Meteorologia como ciência e para que as aplicaçõesprofissionais tenham maior valor econômico e social? A grande variedade de temas no âmbito daMeteorologia, além do enfoque puramente profissional e acadêmico, faz com que a resposta a estapergunta seja complexa. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer a individualidade de cada pessoa eidentificar quais são suas habilidades acadêmicas e profissionais. A Meteorologia tem fortes vínculos comas Ciências Ambientais de uma forma mais ampla, com as Engenharias, Ciências Econômicas, eAdministração e assim por diante. É claro que um único indivíduo dificilmente terá a devidacompreensão dos processos básicos tratados na Meteorologia e das interações com as outras áreas doconhecimento e suas aplicações. Mas é fundamental que o Meteorologista de graduação tenha umaformação básica suficientemente sólida para que ele possa, no decorrer de sua vida, desenvolver e aplicarsuas habilidades, estabelecendo vínculos entre as várias ciências, produzindo algum conhecimento novoou transformando seus conhecimentos em algum benefício social ou econômico.

A complexidade das ciências atmosféricas torna difícil a organização de um elenco de disciplinas básicasque cumpra todos os requisitos no prazo de 4 ou mesmo 5 anos. Em algum ponto o aluno terá que escolhero seu rumo. Mas a demanda profissional pode mudar durante a carreira profissional de uma pessoa eportanto torna-se fundamental que a formação básica lhe dê flexibilidade para se adaptar. É por esta razãoque é fundamental um ciclo básico muito sólido em Matemática, Física e com conhecimentos básicos deQuímica. No caso da Matemática, principalmente, é fundamental que o aluno aprenda ainda jovem.

Não considero fundamental que o indivíduo que venha a trabalhar em Meteorologia tenha passado porum programa de graduação em Meteorologia. Qualquer graduação que dê a formação básica é suficiente paraque o indivíduo possa especializar-se em alguma área da Meteorologia. Mas é claro que uma graduação emMeteorologia, desde que com a formação básica adequada, dará mais visão de conjunto da temática numperíodo mais curto. Um Ingressante na Universidade que já tenha a convicção de que suas habilidades sãonaturalmente dirigidas à Meteorologia provavelmente chegará mais cedo à fase produtiva da carreira.

Do ponto de vista profissional, é importante o funcionamento de um mecanismo de certificação dacompetência do indivíduo. Afinal, o usuário precisa ter algum termo de referência ao contratar serviços.Há um papel importante das sociedades profissionais e de organismos como o CREA e outros quecubram adequadamente os requisitos de fiscalização e onde possam ser apreciados recursos contradecisões que porventura forem tomadas em prejuízo de profissionais ou de usuários prejudicados porserviços realizados por profissionais não habilitados.

É possível imaginar um grande número de tarefas que poderiam ser muito bem desenvolvidas por umFísico ou Químico (de graduação) com especialidade em temas relacionados com Poluição Atmosféricae certificação ambiental. Um Matemático, com especialização em modelagem numérica da atmosférica,pode ter um desempenho muito melhor que um Meteorologista de graduação na implantação de umsistema operacional de previsão numérica de tempo. Um Biólogo pode desenvolver trabalhosfundamentais sobre a interação solo/planta/atmosfera e contribuir para o entendimento dos processos de

Page 41: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 39

mudanças climáticas. Seria possível detalhar uma enorme quantidade de exemplos nesta linha. Mas oimportante é a mensagem de que o avanço da ciência hoje depende, em grande parte, da interação entreas especialidades. Profissionalmente, o nível de especialização requerido pode ser tão alto que equipesmultidisciplinares tenham que atuar para a solução dos problemas dos usuários

Em resumo, não deve ser restringida a possibilidade de um indivíduo atuar em alguma das diversasáreas da Meteorologia caso ela não tenha a graduação em Meteorologia. Estaríamos possivelmenteimpedindo que pessoas extremamente competentes estivessem trazendo benefícios para a sociedade.Cabe sim, um eficiente sistema de certificação profissional. Na área acadêmica, qualquer restrição àatuação seria o retorno do espírito da inquisição.

Page 42: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

40 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

DIA METEOROLÓGICO MUNDIAL

Prakki Satyamurty

Presidente da SBMET

É com imenso prazer que dirijo-me à comunidade meteorológica para cumprimentá-la por ocasião do DiaMeteorológico Mundial. Este ano, a OMM escolheu como tema “Reduzindo a vulnerabilidade do tempo e climaseveros”, o qual é extremamente relevante para o mundo e, em especial, para o Brasil. Na sua mensagem, o SecretárioGeral da OMM, Professor G. O. P. Obasi, destacou o valor econômico e social das perdas mundiais devido adesastres naturais causados pelo tempo e clima severos, o que totaliza U$ 50 bilhões e milhares de mortes por ano.

Durante o ano passado a comunidade enfrentou um grande desafio para prover informações hidro-meteorológicas precisas e confiáveis aos órgãos gestores da crise energética do país. Sabe-se que esta crise foicausada, entre outros fatores, pela deficiência de chuva no Brasil Central durante três anos seguidos (1999 a2001). Graças a um planejamento adequado e à postura firme e tranqüila da Câmara de Gestão da Crise, asituação foi contornada e maiores problemas como apagões e cortes drásticos de fornecimento de energia foramevitados. Esta tarefa demandou monitoramento meteorológico específico para subsidiar tomadas de decisões noque concerne às percentagens de economia de energia por região. Para atender esta demanda, as instituições demeteorologia do país redobraram os seus esforços. Nesse contexto, a SBMET organizou um workshop, comapoio do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e do Fundo Setorial deEnergia do MCT, em Brasília, reunindo especialistas do CPTEC, INMET, SIMEPAR, FUNCEME, DHN,ANA, ANEEL, USP e UFRJ para obter uma previsão consensual da situação climática e sua evolução. Alémdisso, a SBMET participou de outros workshops sobre o tema, realizados em Foz do Iguaçu e no Rio de Janeiro.Devido às chuvas ocorridas nos últimos três meses (dezembro de 2001 a fevereiro de 2002), a situação dosreservatórios de água normalizou-se e o racionamento foi suspenso.

Também relembramos com tristeza os desabamentos e enchentes que afetaram adversamente o Brasil neste verão.A mídia reportou mortes de mais de 70 pessoas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins eMinas Gerais. Centenas de pessoas ficaram desabrigadas e o patrimônio da humanidade em Goiás foi destruído.

Para que a Defesa Civil e o Departamento de Estradas de Rodagem, entre outros órgãos, possamdesempenhar de forma satisfatória seu trabalho, previsões confiáveis de chuvas, ventos e níveis dos rios, são desuma importância. Face à demanda, faz-se necessário prover previsões de tempo e clima em consonância como estado da arte da ciência, ou seja, baseadas nos modelos matemáticos e radares meteorológicos, cujos resultadospodem ajudar na minimização os efeitos adversos. Tão importante quanto as previsões, é a tarefa dometeorologista, que deve fornecer as informações com seriedade e sensatez, evitando falsos alarmes.

Para que as informações meteorológicas e as previsões sejam de alto nível, é imprescindível treinar e atualizarprofissionais meteorologistas e previsores. Em dezembro de 2001, em uma atividade pioneira, a SBMET promoveuo primeiro curso de atualização profissional, com apoio do IAG/USP, visando a valorização profissional dosmeteorologistas participantes. Vários órgãos operacionais participaram deste evento. Com isto, a SBMET deu oprimeiro passo para a capacitação de profissionais meteorologistas o que, certamente, elevará a qualidade dasinformações meteorológicas a serem disponibilizadas pelo setor. Outro avanço dado para a melhoria nas previsões detempo foi a iniciativa da FUNCEME em promover o I Workshop Internacional de Previsão de Tempo para RegiõesTropicais, realizado em Fortaleza, CE, em dezembro de 2001. Nesse workshop foram discutidos vários tópicosrelacionados à previsão de tempo, de interesse tanto para o setor operacional como também para os vários grupos depesquisa do país. As recomendações estão relacionadas na seção ACONTECEU neste número do boletim.

Assim, com avanços da tecnologia e treinamento adequado ao alcance da comunidade, os meteorologistasterão grande êxito no cumprimento das suas atribuições, para atender os anseios da sociedade brasileira.

Para finalizar, desejo à todos nessa ocasião, um excelente Dia da Meteorologia.

Page 43: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 41

TEMA DA OMM PARA 2002:“ REDUZINDO A VULNERABILIDADE DAS CONDIÇÕES

EXTREMAS DO TEMPO E DO CLIMA ”

Mensagem do Prof. Godwin O. P. Obasi, Secretário Geral da OMM

(tradução de Dimitrie Nechet, UFPa)

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) comemora no dia 23 de março próximo a entradaem vigor do convênio entre a OMM e a Organização Internacional de Meteorologia (IMO), datado de1950. A cada ano, a OMM celebra o dia focalizando um tema de interesse tropical ou de interesse geral.Para 2002, o tema se refere à “Reduzindo a Vulnerabilidade das Condições Extremas do Tempo e doClima”, tendo sido escolhido em reconhecimento à importante contribuição dos Serviços Nacionais deMeteorologia e Hidrologia e da OMM, no desenvolvimento sustentável no preparo dos relatos dosextremos do tempo, clima e água e na prevenção ou mitigação de suas conseqüências adversas.

Esta escolha também foi motivada pela manutenção no ano de 2002 do Topo Mundial noDesenvolvimento Sustentável (WSSD), para ser aplicado em Johanesburgo, África do Sul. O WSSD irárever a implementação da Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas de Meio Ambiente eDesenvolvimento (UNCED), ocorrido no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. Também leva-se emconsideração a Declaração do Topo do Milênio das Nações Unidas e da entrada das atividades namitigação dos desastres, incluindo aqueles da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres(ISDR), uma iniciativa de grande impacto das Nações Unidas na redução de desastres, com a OMMliderando o Grupo de Trabalho da ISDR nos Desastres Naturais e Climáticos.

A escolha do tema é oportuno quando a recorrência de eventos relatados de tempo, clima e água queocorrem em todas as escalas mostra, cada vez mais, a vulnerabilidade da humanidade. Os tornados e astempestades de granizo são sistemas de tempo de pequena escala, que duram somente alguns minutos eestendem-se sobre poucas centenas de metros, mas são altamente destrutivos. Vendavais, marés detempestade e inundações acompanham os sistemas de tempestade que estendem-se sobre centenas dequilômetros com duração de horas a dias. As anomalias climáticas, tais como aquelas que produzemsecas, que duram estações e até mais. Enquanto comunidades bem estabelecidas construírem suas infra-estruturas e prosperarem dentro de um padrão geral de clima local, para os quais eles se adaptaram, oseventos extremos com intensidades externas podem causar avarias catastróficas em termos de meioambiente, de economia e nos aspectos sociais.

Estima-se que os desastres naturais são responsáveis por aproximadamente 250.000 vidas anualmentee custos na perda de propriedades entre 50 e 100 bilhões de dólares. Em 1991, mais de 90 % dos óbitosforam devido a desastres hidrometeorológicos. Os registros mostram um aumento no número de taisdesastres, incluindo seca, inundações e vendavais. Enquanto as inundações afetaram o maior número depessoas, a seca e a fome foram responsáveis pela maioria das mortes. A Ásia foi o continente maisfreqüentemente afetado por desastres, chegando a 43% do total do número de eventos, e 80% daspessoas morreram na região durante o período de 1990-2000.

Os registros climáticos de longo prazo relacionados à informação setorial são essenciais para acessoriaa curto e longo prazos da sensibilidade e vulnerabilidade de comunidades para os riscos climáticos e riscosdo tempo, assegurando preparo para linhas guias de planejamento e para o estabelecimento dasestratégias responsáveis, que constroem a capacidade para lidar com eventos extremos futuros. Sem talcapacidade, cada evento extremo irá causar destruição e atraso no desenvolvimento, em alguns casos, por

Page 44: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

42 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

muitos anos. Às vezes, o impacto potencial de certos riscos é reconhecido em locais como planíciesaluviais e deltas costeiros, mas a freqüência de ocorrência é muito baixa, conduzindo ao acomodamento.

Para um preparo e prevenção efetiva, a experiência tem mostrado que um sistema bem funcional ebem cuidado é uma das medidas mais efetivas para a redução dos estragos. Em Bangladesh, por exemplo,um violento ciclone tropical em 1970 custou 300.000 vidas, bem como ciclones similares em 1992 e1994 causaram 13.000 e 200 mortes, respectivamente, já como um resultado de uma previsãomelhorada, seguida por longas orientações de avisos e sistemas responsáveis efetivos.

A fase de reação é dominada pela confiança da previsão, bem como pelas dimensões sociais. O “fatorhumano” na percepção de risco na tomada de decisão. Contudo, há uma necessidade de continuidade dadecisão para planos de mitigação do desastre estabelecendo em uma mais formal sedimentação em algunspaíses e para a continuada melhoria de todos os sistemas baseados no avanço da ciência e da tecnologia.

Qualquer plano de mitigação de desastre tem que levar em consideração a gama de fenômenosrelacionados com o tempo, clima e água, que podem afetar uma região. As trovoadas severas relacionadascom fenômenos, tais como tornados, relâmpagos, tempestade de granizo, ventos fortes, tempestades depoeira e areia, trombas d’água e aguaceiros podem ter vida curta, mas são extremamente violentos. Asperdas mundiais na agricultura então em torno de 200 milhões de dólares/ano. Em um ano típico nosEUA, os relâmpagos matam mais pessoas do que furacões, tornados e tempestades combinadas noinverno.

Outros fenômenos e eventos associados que são responsáveis por perdas de vida e estragos depropriedades, incluindo os ciclones tropicais e de latitudes médias, monções, ondas quentes, temporadasfrias, temporais de neve e El Niño/La Niña. A longo prazo, o desenvolvimento sustentável serádeterminado por um prazo longo pela mudança climática prevista e seu impacto na elevação do nível domar, na agricultura e fontes de água e desastres naturais associados. Projeta-se, por exemplo, que umamudança climática levará a uma intensificação do ciclo hidrológico causando o aumento na incidênciadas secas em alguns locais e inundações em outros.

As atividades e programas da OMM, em particular, a Vigilância Meteorológica Mundial (VMM)engloba um programa completo de observações de superfície e espaciais e a livre troca irrestrita de taisdados e produtos derivados essenciais para a previsão e providências antecipadas de avisos de temposevero, previsão de inundações e o monitoramento do sistema climático. A parte mais importante dosistema de monitoramento é algo em torno de 10.000 estações no continente, 1.000 estações desondagem do ar superior, muitas centenas de radares, sistema de retransmissão de dados meteorológicosde aeronaves em torno de 300, fornecendo mais de 75.000 observações diárias, mais de 7.000 naviosvoluntários de Observação, 6 satélites de órbita quase polar e 4 satélites geoestacionários, uma rede globalde instrumentos fluviais e em torno de 250 estações globais e regionais de vigilância atmosférica global,que monitora a composição química da atmosfera (gases de efeito estufa, ozônio, poluentes, etc). Planeja-se aumentar o uso de dados relevantes de satélites de meio ambiente para monitoramento dos riscos dosfenômenos do tempo. A OMM assegura que cada país tenha acesso à tais dados e informação em basesde dia a dia, especialmente no suporte de segurança da vida e da propriedade.

O acúmulo e a troca de dados observacionais oportunos e seguros e informações processadas incluindoas previsões do tempo e de avisos entre os Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia é asseguradopelo Sistema Global de Telecomunicações da OMM, uma rede de telecomunicações de alta resolução. AOMM também coordena os esforços cooperativos no processamento de tais dados para o uso comum epara a assistência de países em desenvolvimento, em acessar e fazer melhor uso de produtos sofisticadosprovenientes de centros avançados de todo o mundo. Nesse contexto, existem 3 Centros Meteorológicos

Page 45: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 43

Globais e 25 Centros Meteorológicos Regionais Especializados fornecendo previsões do tempo e gerandoprodutos com enfoque regional, incluindo consultas sobre fenômenos, tais como ciclones tropicais, secas,inundações, queimadas de florestas, particulados químicos e nucleares liberados acidentalmente naatmosfera, poeira vulcânica e outros poluentes. A melhoria na previsão de tais fenômenos é asseguradodentro de um número de Programas de OMM, incluindo o Programa Mundial de Pesquisa do Tempo.

Para o preparo de medidas de prevenção a longo prazo, modelos climáticos baseados em conjunto dedados globais foram desenvolvidos para o entendimento e previsão da variabilidade e mudançasclimáticas. Por exemplo, estudos do fenômeno El Niño, realizados pelo Programa Mundial de PesquisaClimática patrocinado pela OMM, claramente, demonstraram como muda a temperatura da superfíciedo mar sobre o Oceano Pacífico, podendo afetar os padrões do tempo em volta do Globo. Contudo,ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento, esses modelos climáticos de previsão são esperados daravisos antecipados de eventos climáticos que são importantes para a análise da vulnerabilidade a longoprazo, a assistência de riscos, preparo e prevenção para o bem estar da comunidade.

À parte, a utilidade da previsão climática, o conjunto de dados climáticos é também fundamental para orelacionamento sócio-econômico e aplicações ambientais, avisos antecipados e assistência de riscos e, assim, aOMM coordena um projeto de transferência de tecnologia que trouxe computadores e software para manejo dedados (chamado CLICOM) para mais de 130 países em desenvolvimento. Também, sob o Projeto de Pesquisade Dados (DARE), patrocinado pela OMM, muitos registros divulgados com antecedência, provenientes depaíses em desenvolvimento foram transferidos para microfilmes para evitar o risco de perdas permanentes.

Em um esforço global ajudando no desenvolvimento e implementação de estratégias de mitigação dedesastres globais e regionais, a OMM colabora junto com outras organizações do sistema das NaçõesUnidas, bem como com organizações internacionais e regionais. Em particular, a OMM participaativamente na implementação da Estratégia Internacional para Redução de Desastres e tem se associadona participação com outras organizações em setores específicos, tais como, saúde, agricultura esilvicultura, manejo de fontes de água, socorro humanitário e turismo. As organizações cooperam atravésdo incentivo da multidisciplinaridade para integrar o conhecimento científico sobre processos físicos,químicos e biológicos do sistema Terra, com diagnóstico de impacto e para desenvolver o preparo e asestratégias de resposta para uma gama de eventos relacionados do tempo, clima e água. Para a estratégiaa longo prazo, o diagnóstico do Painel Intergovernamental em Mudança Climática da OMM/PNUDtem sido um catalisador e tem simulado estudos multidisciplinares que identificam impactos potenciaisde mudança climática extrema, através de vários setores.

Em nível nacional, os Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia são os fornecedores do tempoe do clima e informações relacionadas com água e serviços. Eles também servem como pontos focaisnacionais para cooperação intergovernamental e coordenação desses campos, para os quais a OMMmantida por cada um dos 185 membros fornece estrutura para operações. A integração de informaçãoregional e global e produtos é essencial para os avisos antecipados de tempo severo e eventos climáticos.A OMM também se esforça para assegurar a integração e desenvolvimento nacional, regional e global eaumento de capacidade de todos os Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia. Uma aproximaçãocoordenada em nível nacional no planejamento de política relevante e estratégias de resposta envolvem,assim, os Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia junto com outras agências relevantes. Étambém essencial integrar a ciência e a tecnologia com a mitigação de desastres e planejamento eprocessos de tomada de decisão em todos os níveis e através de todos os setores.

O sucesso de esforços em níveis nacionais, regionais e internacionais na mitigação de desastrestambém repousa em:

Page 46: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

44 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

• O fortalecimento da base institucional e das condições legais dos organismos de preparo de desas-tres locais, incluindo as ONGs dentro da política estrutural dos governos e atividades locais;

• Unindo as estruturas locais de preparo contra os desastres com atividades nacionais e regionais,bem como com países vizinhos no evento de riscos fronteiriços e com estrutura internacional deOrganizações, como a OMM;

• Fornecendo treinamento e aspectos de integração de mitigação de desastres nas instituições edu-cacionais e em vários campos de preparação contra os desastres, por profissionais e especialistas tra-balhando em nível local e nacional;

• Iniciando atividades de auto-ajuda .

Os programas da OMM e as atividades da ajuda em caminhos de estreitamento que existem entre onível de serviços relevantes fornecidos pelos países em desenvolvimento. A desigualdade é um assunto demaior preocupação para todos os membros devido o alto nível de independência necessária na mitigaçãode desastre. É de crucial importância que os governantes forneçam suporte apropriados para seusrespectivos Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia no suporte de infra-estrutura básica deMeteorologia e Hidrologia e a forma de serviço, especialmente para a redução de vulnerabilidade aoseventos extremos.

Como estamos no início do milênio, é meu desejo que as autoridades nacionais e locais, a acadêmica,o setor privado, a sociedade civil, o público em geral e a mídia apreciem, inteiramente, as contribuiçõesimportantes que estão sendo feitas pela OMM e pelos Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologiapara reduzir a vulnerabilidade dos desastres relacionados de tempo, clima e água e, assim, para o bemestar público, alívio da pobreza e desenvolvimento sustentável. Seria imaginado que o sucesso naaplicação da informação de tempo e clima e conhecimento para a mitigação do impacto de desastresnaturais podem ser achados através da cooperação estreita entre os Serviços Nacionais de Meteorologia eHidrologia, com outras instituições relacionadas e com responsáveis pelas tomadas de decisão para o bemestar da comunidade.

A OMM continuará a intensificar sua colaboração com os Membros através dos Serviços Nacionais eMeteorologia e Hidrologia e das comunidades de mitigação de desastres em níveis regionais einternacionais, na melhora de nossa capacidade em diagnosticar e reduzir a vulnerabilidade de váriascomunidades para os extremos do tempo e do clima e sua mitigação de seus impactos para o benefícioda humanidade no século 21.

Para maiores informações, por favor contate:Mo LagordeInformation and Public Affairs Office/World Meteorological Organization7 bis, avenue de la PaixCH 1211 Geneva 2 - SwitzerlandTel.+(41 22) 730 8315 - Fax. +(41 22) 730 8027 - E-mail:[email protected] - http://www.wmo.ch

Page 47: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Rese

nha

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 45

METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIAMário Adelmo Varejão Silva

Gráfica e Editora Stilo, 2000

Em 1980, quando cheguei ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), encontrei trabalhos feitospelo Professor Mário Adelmo Varejão Silva. Eram apostilas de “Métodos de Observação”, “MeteorologiaBásica” etc., editadas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPb). Para a época o material era muito bemelaborado e já tinha a marca do perfeccionismo do autor. Na década de 80 o professor Mário Adelmo fez,ainda, um trabalho de Meteorologia Básica em linguagem BASIC, para ser utilizado em PC. Eram aulasde Meteorologia que muito nos ajudaram a explicar os assuntos para os diversos alunos de colégios eescolas do Distrito Federal, que visitam o INMET. Na década de 90 o referido professor desenvolveu umpacote de programas estatísticos voltados para o estudos climatológicos, como o cálculo do balançohídrico, zoneamento agroclimático etc., tudo muito bem elaborado.

O Instituto Nacional de Meteorologia, publicou, em março do ano 2000, como edição comemorativaaos seus 90 anos, o livro “Meteorologia e Climatologia” – também de autoria do professor Mário Adelmo– o qual estava fazendo falta a nossa comunidade, tão carente de livros didáticos de Meteorologia. Oautor confirma seu perfeccionismo e profissionalismo em elaborar um texto incluindo os conceitosbásicos da Meteorologia e a dedução das equações fundamentais usadas nesta Ciência. Com cerca de 500páginas e muito ilustrado, o livro é importante para os alunos de graduação e pós-graduação, que buscamo entendimento dos principais processos físicos reinantes na atmosfera – capítulos de I a VI, este últimodedicado à Termodinâmica da Atmosfera. O Capítulo VII é inteiramente orientado à Dinâmica,incluindo as circulações meridional e zonal, além dos ventos periódicos e ENOS. Os capítulos VIII e IXsão de maior interesse operacional, abordando a classificação das nuvens, formação de gotas d’água(chuva e nevoeiros), meteoros, pluviometria, massas de ar, frentes, ciclones e ondas de leste. Finalmenteo capítulo X trata da evaporação, evapotranspiração e balanço hídrico. O autor contempla, portanto, osprincipais setores da Meteorologia e da Climatologia, úteis a todos os que lidam com as CiênciasAtmosféricas e áreas afins. Não é a toa que sua segunda edição (2001) está quase esgotada: já foramvendidos mais de 1.500 livros em menos de 2 anos. Com certeza já é o livro mais vendido deMeteorologia, no Brasil, em todos os tempos.

“Meteorologia e Climatologia” está disponível, para venda, no Instituto Nacional de Meteorologia,através do FAX 061 343 1474/343 1487 ou através do e-mail [email protected], ao preço simbólicode R$ 30,00 (trinta reais).

Expedito RebelloMeteorologista

Chefe da Divisão de Meteorologia Aplicada – DIMAPInstituto Nacional de Meteorologia - INMET

E-mail: [email protected]

Page 48: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Rese

nha

46 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

TEMPO DE CHUVATeresinha de Maria Bezerra S. Xavier

ABC Editora, 2001

“Tempo de Chuva” (Técnicas Estocásticas de Modelagem para Previsão de chuva), é um livroconstituído de 13 capítulos, com mais de 400 páginas. Embora quantidade não signifiquenecessariamente qualidade, no presente caso, ambos caminham lado a lado.

Uma das várias qualidades do livro é a destacada preocupação da autora em referenciar os váriostrabalhos encontrados na literatura que atestam os resultados por ela produzidos. É de extremo interessetambém, acompanhar as citações literais transcritas de diversas fontes bibliográficas, prendendo o leitorao texto. O Capítulo 1, neste sentido, nos fornece uma belíssima introdução.

Apesar de TEMPO de CHUVA ser um compendíolo(*) dos trabalhos de hidrologia e climatologiadesenvolvidos pela autora ao longo de sua carreira, os mesmos foram colocados e descritos de uma formaclara e didática, facilitando sua compreensão por estudantes, pesquisadores e profissionais de áreascorrelatas. Portanto, apesar dos principais exemplos enfocarem uma região específica do Brasil, ametodologia utilizada para o tratamento de dados pode ser transferida para várias outras regiõesbrasileiras. Desta forma, o conhecimento adquirido com este livro pode ser empregado de forma geralpara trazer benefícios à sociedade.

A longa experiência da Profa. Teresinha na utilização de técnicas objetivas de probabilidade e estatísticano manuseio de dados principalmente pluviométricos, garantem a confiabilidade dos resultadosapresentados em seu livro. Literatura especializada nesta área, principalmente escrita em português e comexemplos reais para nosso país são raros de serem encontrados. É elogiável a iniciativa da Profa. Teresinha,e espero que seu exemplo possa inspirar outros pesquisadores experientes neste sentido.

(*) Este termo está correto e significa “pequeno compêndio”....

Prof. Dr. Tércio AmbrizziCoordenador do Grupo de Estudos Climáticos (GrEC)

Departamento de Ciências Atmosféricas/Universidade de São PauloE-mail: [email protected]

Page 49: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 47

REVISTA BRASILEIRA DE METEOROLOGIA (RBMET)

A Revista Brasileira de Meteorologia (RBMET) continua com suas atividades, tendo recebido 44artigos no ano de 2001. Deste total, já está sendo publicado 3 artigos no mesmo ano, com tempo detramitação inferior a 1 ano. O volume RBMET 16(1) já foi distribuído em março de 2002, sendo queno RBMET 16 (2), a ser distribuído em abril de 2002, sairão os seguintes artigos:

1) DESEMPENHO DE DOIS MODELOS PARA DETERMINAÇÃO DO ESTRESSE HÍDRICO EM FEIJOEIRO por Anize Garcia (FAFRAM) e Romísio G. B. André (UENF).

2) SELEÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE PARA CHUVAS DIÁRIAS EXTREMAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA por Alvaro J. Back (EMBRAPA).

3) CONTRIBUIÇÕES DOS EFEITOS LOCAIS E ADVECTIVOS PARA A PRECIPITAÇÃO NO NORDESTE DO BRASIL EM DOIS PERÍODOS CHUVOSOS CONTRASTANTES por Enio P. Souza (UFPB), Tantravahi V. Ramana Rao (UFPB) e Ana Claúdia A. Preste (UFPB).

4) TURBULENCE PARAMETERISATION FOR LAGRANGIAN STOCHASTIC DISPERSION MODELS por G.A. Degrazia (UFSM), C.R.J. Campos (UFPEL) , J.C. Carvalho(ULBRA), D. Anfossi , A.G. Goulart (UFSM)

5) SISTEMAS DE MESOESCALA DE PRECIPITAÇÕES NO RIO GRANDE DO SUL. PARTE 3: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS NÃO LINEARES DE CONVECÇÃO SEVERA por Sanjar Abdoulaev (UENF), Anatoli Starostin (UFPEL) e Olga Lenskaia (UFPEL)

6) CARACTERÍSTICAS OBSERVADAS DA TERMODINÂMICA DA CAMADA LIMITE ATMOSFÉRICA SOBRE RONDÔNIA E SUAS RELAÇÕES COM A SUBSTITUIÇÃO DEÁREAS DE FLORESTAS NATURAIS POR PASTAGENS: PROJETO RBLE por Solange Silvade Souza (CPTEC) e Roberto Fernando da Fonseca Lyra (UFAL).

7) VARIABILIDADE INTRASAZONAL DE PRECIPITAÇÃO SOBRE O LESTE DO BRASIL DURANTE O VERÃO DE 1999/2000 por Viviane Batista de Sousa Silva (INMET) e Vernon E.Kousky (NCEP).

8) OCORRÊNCIA DE VAGAS NO ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO: CASO 24 DE OUTUBRO DE 1999 por Valdir Innocentini (CPTEC); Simone C. S. Cunha Prado (CPTEC); Claudio Solano Pereira (CPTEC); Fernando Oliveira Arantes (CPTEC); Ingrid NevesBrandão (CPTEC).

9) ANÁLISE DE TEMPORAIS INTENSOS NO RIO DE JANEIRO por Valdo da Silva Marques (SIMERJ), Dulce Cardoso (SIMERJ), Francisca M. Alves Pinheiro (SIMERJ) e Jonatas Costa Moreira (FEEMA).

Nota Técnica: CALIBRAÇÃO DE SENSOR AERODINÂMICO (PIPA) COM ANEMÔMETROTIPO AEROVANE por Hildo R. Quinsan Jr (CTA/IAE-ACA), Luiz Augusto T. Machado (CTA/IAE-ACA), Gilberto Fisch (CTA/IAE-ACA), Ricardo C. Leão (CTA/IAE-ACA).

As submissões de artigos na RBMET podem ser feitas eletronicamente para o Editor Chefe (Dr.Gilberto Fisch, [email protected]). O volume 17, número 1 deverá ser entregue durante arealização do XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, a ser realizado em Foz do Iguaçu, PR, noperíodo de 04 a 09 de agosto de 2002.

Page 50: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

48 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Div

ulga

ção

SUMÁRIO :

PARTE I PREVISÃO CLIMÁTICA REGIONALIZADACap. 1 “TEMPO DE CHUVA” : Previsão Regiona-lizada daChuva no Ceará Cap. 2 Regiões Pluviome-tricamenteHomogêneas Cap. 3 Base de Dados Pluvio-métricos doProjeto Cap. 4 Normais Pluviométricas para o Ceará Cap.5 Técnica dos “Quantis” para Ca-racterizar Períodos Secos eChuvosos Cap. 6 Avalia-ções do Desempenho das Previsões

PARTE II CRONOLOGIA das SECAS no CEARÁ eNORDESTE SETENTRIONAL Cap. 7 Secas Ocorridas em1964-2001 e seus Graus de Severidade Cap. 8Complementos à Cronologia das Secas no Ceará e NordesteSetentrional

PARTE III ESTUDOS CLIMÁTICOS para o CEARÁ eNORDESTE SETENTRIONAL Cap. 9 Influências dosOceanos sobre a Chuva Cap. 10 Relações entre eventosENSO, a ZCIT e a Chuva nas Bacias Hidrográficas Cap. 11Chuvas de Julho no Ceará no Período 1964-2001 Cap. 12Alterações Climáticas Urbanas em Fortaleza-Ceará : 1974-1995 Cap.13 Cronologia de Eventos “El Niño” (EN) e “LaNiña” (LN)

do Prefácio pela Profa. Dra. Maria Assunção Faus da SilvaDias, do DCA / IAG / USP, algumas apreciações :“Este livro trata das chuvas e das secas na regiãoNordeste do Brasil e da sua carac-terização e previsãoatravés de técnicas objetivas da probabilidade e daestatística. O foco é uma região particular do Brasil,porém o livro apresenta uma metodologia geral para otratamento de dados plu-viométricos que pode sertransferida para outras regiões geográficas e atémesmo para outros eventos além da chuva. ...... “ “...Profa. aposentada do depto. de Hidráulica/CT/UFC atuando na linha de pesquisa de RecursosHídricos, ..... também Professora Visitante doDCA/IAG/USP, durante cerca de 6 anos, quandointensificou uma fecunda interação com aMeteorologia e a Climato-logia. ..... De volta aoCeará, sintetiza e organiza parte das pesquisasrealizadas em duas décadas e traz ao leitor um livrorico em metodologias, algumas originais outras comuma roupagem nova e, principalmente, muito bemsucedidas, na abordagem das chuvas no Nordeste ecaracterização das secas. Numa incansáveldedicação ao ensino durante toda sua carreiradocente, .... desenvolveu a didática, muitíssimoaprecia-da por todos aqueles que foram seus alunos,e que faz com que este livro seja uma excelente basepara disciplinas corre-latas. ..... Como um todo, olivro apresenta uma metodologia integradaconstituída por diversas partes necessárias para oobjetivo final que é o de prover à sociedade umainformação útil para a elaboração de políticaspúblicas certamente importantes para mitigar osefeitos sociais de extremos climáticos como, no caso,a seca.“

ALGUNS DEPOIMENTOS

Prof. Dr. Pedro L. da S. Dias, do DCA/IAG /USP: “A aplicação de conceitos estatisticamente rigorosos nodiagnóstico e na previsão da chuva neste livro daTeresinha é uma contribuição inovadora em nossa área.A leitura deste livro torna-se ainda mais agradável, aoconstatarmos que os con-ceitos dinâmicos daprevisibilidade climática são também corretamenteincorporados nos modelos estatísticos”.

Prof. Dr. Vicente de Paulo Pereira Barbosa Vieira,Depto. de Hidráulica /CT/ UFC :“A Professora Teresinha Xavier tem sido, ao longo dos

anos, um dos mais operosos e produtivos cientistas doCeará, cuja contri-buição às áreas de climatologia e derecur-sos hídricos, quer como professora, quer comopesquisadora, merece ser reconheci-da e destacadapor toda a comunidade cien-tífica. O lançamento destelivro representa mais uma passo na sua profícuacarreira profissional, em benefício do conhecimentoaprofundado da climatologia da região e da construçãodo acervo cultural do nosso Estado”.

Informações :

Livrarias LIVRO TÉCNICO - Fortaleza-CE,Fone (85) 433-9494, Fax (85) 433-9495ou E-mail: [email protected]

“TEMPO DE CHUVA”

Estudos Climáticos e de Previsão para oCeará e Nordeste Setentrional

por Teresinha de Ma. Bezerra S. Xavier

Page 51: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 49

SUGESTÕES PARA NORMAS DE FUNCIONAMENTO DAREVISTA BRASILEIRA DE METEOROLOGIA (RBMET)

A Revista Brasileira de Meteorologia (RBMET) é indexada no Meteorological and GeoastrophysicalAbstract. Além disso, a RBMET é classificada no CNPq como revista especializada nível A. A RBMET éde responsabilidade da Diretoria Executiva e é de praxe que o Diretor Científico seja o Editor Responsável.Na verdade, não existe uma norma que defina quem é o Editor Responsável da RBMET. A DiretoriaExecutiva da SBMET tem um mandato de dois anos, portanto, o Diretor Responsável da RBMET deveser mudado a cada dois anos. Essas mudanças sistemáticas na direção editorial da RBMET podemcomprometer a qualidade da revista. Um novo Editor Responsável leva aproximadamente um ano para seentrosar com o funcionamento da RBMET para no próximo ano passar o cargo a um novo Editor.

Considerando que o Boletim na forma em que se apresenta passa a ser, agora, o veículo de divulgaçãodas idéias da Diretoria Executiva e considerando a RBMET uma revista com cunho estritamentecientífico, propomos que a RBMET tenha um Editor Responsável com um mandato de maior duraçãoe com maior autonomia. Para tanto, propomos as normas abaixo que irão direcionar a gestão daRBMET. Essas normas serão analisadas pelo Conselho Deliberativo e submetidas a aprovação emAssembléia da SBMET no XII CBMET. Por favor, critiquem o texto abaixo e enviem as sugestõesdiretamente para o Editor do Boletim da SBMET ([email protected]).

NORMAS SUGERIDAS:

1) O responsável pela RBMET é o Editor Responsável.2) O Editor Responsável é escolhido pela Diretoria Executiva da SBMET (Sociedade Brasileira de

Meteorologia) e referandado em assembléia ou aprovado pelo Conselho Deliberativo para ummandato de quatro anos.

3) O Corpo Editorial da RBMET é composto pelos Editores Assistente (1) e Associados (3), que serãoescolhidos pelo Editor Responsável.

4) O Editor responsável não pode ser membro da Diretoria Executiva.5) O Editor Responsável poderá ser mudado somente nos casos: a) término do mandato de quatro

anos; b) renuncia do Editor responsável e c) por um pedido da Diretoria Executiva e aprovado peloConselho Deliberativo.

6) O Editor Responsável se compromete a publicar no mínimo dois volumes anuais.7) O Editor Responsável deverá enviar a Diretoria Executiva o orçamento anual e a prestação de conta

da RBMET nos meses de setembro. 8) O Editor Responsável deverá tentar conseguir auxílios financeiros extra na forma de auxílios de

Sociedades científicas e de empresas anunciantes ou patrocinadoras.9) A Diretoria Executiva deverá emitir um parecer sobre o Orçamento da RBMET e após a provação

do Orçamento deverá depositar o montante em uma conta da RBMET, gerida pelo EditorResponsável.

10) O Editor responsável terá direito a contração de uma secretária ou o recebimento de um pró-labore no valor de dois salários mínimos.

11) As normas descritas acima somente poderão ser mudadas em Assembléia da SBMET.

Page 52: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Espa

ço d

o L

eito

r

50 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Informações Gerais:[email protected]: (12) 39456653Fax: (12) 3945-6666Envio de artigos e matérias:[email protected]

Cartas e mensagens devemconstar nome completo/cargo/ endereço do autor. Porrazões de espaço, elas poderãoser publicadas de forma reduzidas.

Contactar o EditorResponsávelGilberto FischE-mail: [email protected]: (12) 3947-4565

Fale ConoscoSOBRE BSBMET: SOBRE RBMET: SECRETARIA SBMET:

HOME-PAGE

Recebi o boletim de dezembro/2001 e gostei muito. Parabéns pela qualidade gráfica e o conteúdo.Abraço

César Lynch ([email protected])SIMTECH Representações

À Diretoria Executiva da SBMET:Tendo em vista que a SBMET já comemorou no ano passado o dia 3 de março como o Dia do Meteorologista, econsta que irá comemorar este ano também, gostaria de saber o que esse 3 de março representa. Algummeteorologista que nasceu ou morreu nessa data? Algum descobrimento na área científica? Já tive oportunidadede consultar muitos meteorologistas, inclusive alguns antigos, e eu não sou tão novinho assim, e nunca ouvi falarnessa data. Acho ainda que o 2 do dia 23 de março ficou apagado em algum local e alguém anotou essa "nova"data e passou a ser divulgada pela folhinha da Sagrada Família. Com a palavra a Diretoria ou outro leitor que saibao que significa essa data. A minha visão é que a SBMET, tem a responsabilidade de explicar essa comemoraçãoparalela. Só quero esclarecimento.Muito grato

Dimitrie Nechet ([email protected])Prof. do Departamento de Meteorologia da UFPa

Os boletins estão cada vez melhores. Parabéns! Também gostaria de informar aos leitores do boletim que o site daClimatempo é Top 3 do ibest, na categoria Serviços Públicos, escolhida pelo Juri Popular e pelo Juri Oficial. Éuma grande honra poder representar a meteorogia nacional neste grande concurso!Abraços

Carlos Magno ([email protected])CLIMATEMPO

Sugiro que nos próximos boletins seja elaborado algum artigo específico sobre os satélites terra-aqua/MODIS.Seria interessante contar com a comunidade para esses tipos de satélites para aplicações na área de clima.Abraços, yamazaki

Yoshihiro Yamazaki ([email protected])Prof. da UFPel

[email protected]: (12) 3945-6635Fax: (12) 3945-6666

http://www.sbmet.org.br

MENSAGENS ELETRÔNICAS

Page 53: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 51

SITES DE INFORMAÇÕES DO TEMPO

CEPAGRI/UNICAMP http://orion.cpa.unicamp.br

CHM/DHN - Serviço Meteorológico da Marinha http://www.dhn.mar.mil.br/chm/meteo/index.htm

CLIMATEMPO http://www.climatempo.br

CLIMERH - Centro Integrado de Meteorologia http://www.climerh.rct-sc.br/e Recursos Hídricos de Santa Catarina

CNN/WEATHER http://www.cnn.com/WEATHER/Samerica/forecast_map.htmlhttp://www.cnn.com/WEATHER/Samerica/satellite_image.html

COLA-IGES (previsão do modelo MRF do NCEP) http://grads.iges.org/pix/as.fcst.html

CPTEC/INPE - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

http://www.cptec.inpe.br

FUNCEME - Fundação Cearence de Meteorologia e Recursos Hídricos

http://www.funceme.br

IAG/USP - Instituto Astronômico e Geofísico http://www.master.iag.usp.br

InfoTempo (DBLive do Brasil Ltda) http://www.infotempo.com.br

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia http://www.inmet.gov.br

INTELLICAST http://www.intellicast.com/local/Weather/World/

IPMET - Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Universidade Estadual Paulista

http://www.ipmet.unesp.br/index.html

METEOFA - Serviço Nacional de meteorologia da Força Aérea Argentina

http://www.meteofa.mil.ar

NEMRH - Núcleo Estadual de Meteorologiahttp://www.uema.br/meteoro/meteoro.htm/

e Recursos Hídricos do Maranhão

NOAA - National Weather Service http://www.nws.noaa.gov

PORTOWEB - Links de Meteorologia http://portoweb.com.br/meteorologia.htm

RAFC / BR - Centro Regional de Previsãohttp://www.rafc.aer.mil.br/

de Área ( CINDACTA I )

SIMEPAR - Sistema Meteorológico do Paraná http://www.simepar.br

SIMERJ - Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro

http://www.simerj.rj.gov.br

SOMAR - Southern Marine Weather Services S/C http://www.tempoagora.com.br

SRH - Superintendência de Recursos Hídricos http://www.srh.ba.gov.br

The Weather Underground Inc. http://www.wunderground.com

USA TODAY http://www.usatoday.com

VENTO NOROESTE http://ventonw.cjb.net/

VisiMet (Universidade Federal de Pelotas) http://visimet.cpmet.ufpel.tche.br

WEATHER CHANEL http://www.weather.com

Info

rmaç

ões

Ger

ais

Page 54: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

52 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

LINKS (SITES) PARA INSTITUTOS DE PESQUISAS INTERNACIONAIS

Agência Espacial Européia (ESA) http://www.esa.it/export/esaCP/index.html

Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), França http://www.cnrs.fr

Cooperative Institute in the Atmosphere (CIRA) http://www.cira.colostate.edu

Cooperative Institute for Research in Environmental Sciences (CIRES) http://cires.colorado.edu

http://www.ecmwf.intEuropean Center for Medium-Range Weather Forecasts (ECMWF) http://www.ecmwf.int/services/training

/rcourse_notes

http://www.frontier.esto.or.jp/index_e.htmlFrontier Research System for Global Change (FRSGC) Site para observações:

http://www.jamstec.go.jp/forsgc/index_e.html

Geophysical Fluid Dynamics Laboratory (GFDL) http://www.gfdl.gov

Goddard Institute for Space Studies http://www.giss.nasa.gov

Inter American Institute for Global Change Research (IAI) http://www.geo.nsf.gov/iai

Indian Institute of Tropical Meteorology, Índia http://www.tropmet.in

Indian Institute of Technology, Índia http://www.itd.ac.in

Institute of Atmospheric and Oceanic Sciences, Bolonha, Itália http://www.isao.bo.cnr.it

International Centre for Theoretical Physics - Trieste, Itália http://www.ictp.trieste.it

Site geral:http://iri.columbia.edu

International Research Institute for Climate prediction (IRI) Site para dados:http://ingrid.ldeo.columbia.edu

Site para treinamento/software CLIMLAB:http://iri.columbia.edu/outreach/trainin

Instituto de Pesquisas Don Luís - Universidade de Lisboa http://www.igidl.ul.pt

Japan Meteorological Agency (JMA) http://www.kishou.go.jp/english

Universidade de Kiel - Instituto de Pesquisa Marinha http://www.ifm.uni-kiel.de/index-e.htm

Page 55: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Info

rmaç

ões

Ger

ais

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 53

METEO-FRANCE - Toulouse, França http://www.meteo.fr

Meteorological Research Institute (MRI), Japão http://www.mri.jma.go.jp

NASA http://www.nasa.gov

NOAA- CIRES- Climate Diagnostics Center (CDC) http://www.cdc.noaa.gov

NOAA Paleoclimatology Program (inclui: IPCC, IGBP, WCRP, CLIVAR, NOAA's CLIMATE, Global Change Program)

http://www.ngdc.noaa.gov/paleo

NOAA/PMEL (Pacific Marine Laboratory)http://www.pmel.noaa.gov/tao/elnino/nino-home.html

NOAA - Climate Information Project http://www.cip.ogp.noaa.gov

NOAA - Biblioteca para a Educacao e Produtos de divulgação http://www.ogp.noaa.gov/library/index.htm

NOAA - Imageamento Operacional de Eventos Significativos http://www.osei.noaa.gov

National Center for Atmospheric Research (NCAR) http://www.ncar.ucar.edu/ncar

National Centers for Environmental Prediction (NCEP) http://www.ncep.noaa.gov

UK Meteorological Office http://www.meto.gov.uk

University Corporation for Atmospheric Research - UCAR http://www.vsp.ucar.edu/

University of Reading Meteorological Department http://www.met.rdg.ac.uk

Page 56: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

54 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

LINKS (SITES) PARA OUTROS ORGANISMOS/ INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS

American Meteorological Society (AMS) http://www.ametsoc.org/AMS

Banco Mundial http://www.worldbank.org

Cúpula Mundial 2002 - Earth Summit 2002 http://www.earthsummit2002.org

NDMC - Centro de Mitigacao das Secas -Universidade de Nebraska http://enso.unl.edu/ndmc

OMM - Organização Meteorológica Mundial http://www.wmo.chhttp://www.wmo.ch/indexflash.html

Royal Meteorological Society http://www.royal-met-soc.org.uk

TWAS - Academia de Ciências do Terceiro Mundo http://www.ictp.trieste.it/~twas/TWAS.html

UNESCO - EL Nino no Uruguai e Sul http://unesco.org.uy/phi/libros/enso/indice.html

http://www.pircs.iastate.edu

LINKS (SITES) PARA PROJETOS/PROGRAMAS INTERNACIONAIS

CLIVAR - Climate Variability and Predictability Programme http://www.clivar.org

EPA - Centro Nacional (americano) para a Pesquisa Ambiental http://es.epa.gov/ncerqa

Forum Brasileiro de Mudanças Climáticas http://www.forumclimabr.org.br/index.asp

LBA - Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia http://www.lba.cptec.inpe.br

PACS - PanAmerican Climate Studies http://tao.atmos.washington.edu/PACS

PIRATA - Projeto de Bóias fundeadas no Atlântico Tropical http://www.ifremer.fr/orstom/pirata/piratafr.html

PIRCS - Projeto de Intercomparação de Simulação Climática Regional

PNUD/UNSOÁrea: Programa para Combate a Desertificação

http://www.undp.org/seed/unso

TOPEX/POSEIDOM - satélite http://topex-www.jpl.nasa.gov

USGCRP - Programa de Pesquisa em Mudança Global Americano http://www.usgcrp.gov

Page 57: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 55

XII CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA

A Meteorologia e a Gestão de Energia

Foz de Iguaçu, 4 a 9 de agosto de 2002

SSEEGGUUNNDDAA CCIIRRCCUULLAARR

A Sociedade Brasileira de Meteorologia, com o apoio de diversas entidades públicas e privada, estáorganizando o XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, a ser realizado no período de 4 a 9 de agostode 2002, na cidade de Foz de Iguaçu (PR). O local escolhido são as dependências do Hotel MabuThermas e Resort (www.hoteismabu.com.br).

PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOO EE NNOORRMMAASS DDEE IINNSSCCRRIIÇÇÃÃOO NNOO XXIIII CCBBMMEETT

As inscrições serão feitas somente via INTERNET, a partir do mês de março, no sitehttp://www.sbmet.org.br, e o pagamento deverá ser efetuado através de depósito identificado no Banco doBrasil, conforme as instruções a serem disponibilizadas no site acima.

O preenchimento da ficha de inscrição, via INTERNET, obedecerá a seguinte seqüência:

• Inscrição no Congresso (Obrigatório)• Inscrição de Trabalho Técnico/Científico (Facultativo)• Inscrição em Minicurso (Facultativo)

Para cada uma destas inscrições será cobrada taxa diferenciada, conforme tabela constante nestacircular. A inscrição de trabalho científico ou participação em minicurso, só será possível para os inscritosno Congresso, pois estas atividades estão vinculadas à inscrição.

Ao fim do cadastramento, o inscrito receberá um número de registro, o qual será usado nopreenchimento do depósito identificado, para pagamento das taxas no Banco do Brasil.

Cada inscrição será cadastrada e confirmada somente após o registro bancário do depósito, o qualdeverá ser realizado no prazo máximo de 5 (dias) a contar do envio de inscrição via INTERNET. Casoeste prazo não seja obedecido, o cadastro será automaticamente cancelado pelo sistema.

NNOORRMMAASS PPAARRAA RREEMMEESSSSAA DDEE TTRRAABBAALLHHOOSS

Não haverá a fase de envio de resumos. O trabalho, na sua forma completa, cujo tamanho máximonão deve exceder 1 Mbyte, deverá ser encaminhado, via ftp, para o servidor do CTA/IAE (161.24.41.2),ao Comitê Temático escolhido pelo autor, conforme mencionado abaixo (veja user e passwordespecífico), até a data limite de 31/03/2002 O texto, com figuras incorporadas em 256 cores, se

Page 58: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

56 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

coloridas, deve ser editado em MS Word 97 ou mais recente, 12 pit., Times New Roman. Os Anais serãopublicados em CD-ROM. Os arquivos, se compactados, deverão estar no padrão ZIP. A resposta deaceitação do trabalho será enviada até 30/04/2002.

Para cada trabalho inscrito deverá ser indicado, no ato da inscrição, um autor como responsável, paraefeito do pagamento da taxa referente à apresentação do trabalho, porque este deverá obrigatoriamenteestar inscrito no Congresso.

O nome do arquivo deverá ser composto pelo número de registro recebido ao final do cadastramento,sem o dígito, seguido do número que irá identificar os trabalhos inscritos. Ex.: o registro de inscrição doautor responsável por 2 trabalhos é 52345-3, então o nome do arquivo contendo o primeiro trabalhoserá 52345_1.doc e o nome do arquivo contendo o segundo trabalho será 52345_2.doc.

Os autores, após terem enviados seus artigos ao servidor dedicado, deverão enviar um e-mail para oscoordenadores do respectivo Comitê Temático, informando da submissão do mesmo.

RREELLAAÇÇÃÃOO DDOOSS CCOOMMIITTÊÊSS TTEEMMÁÁTTIICCOOSS

CT1 – Climatologia Geral/Climatologia Regionalusername: ct1cbmet, password: ct1cbmetCoordenadores: Dra. Teresinha M. de Bezerra Xavier Sampaio (UFC e Academia Cearense de Ciências) [email protected] e Sr. Expedito Rebello (INMET) [email protected]ópicos: estudos observacionais do clima, estudos estatísticos e estocásticos, climatologia urbana, climatologia descritiva e caracterizações climáticas)III Seminário Brasileiro de Climatologia

CT2 – Variabilidade e Mudanças do Clima: username: ct2cbmet, password: ct2cbmetCoordenadores: Dr. José A. O. Marengo (CPTEC/INPE) ([email protected]) e Dr. Tércio Ambrizzi (IAG//USP) [email protected]ópicos: previsão do clima, mudanças climáticas, dinâmica do clima, variabilidade interanual e interdecadal, eventos El Nino1° Encontro Brasileiro de Variações do Clima

CT3 – Hidrometeorologia, Poluição, Interação Oceano-Atmosfera e Química da Atmosfera: username: ct3cbmet, password: ct3cbmetCoordenadores: Sra. Tania O. Oda (Ieapm) [email protected] e [email protected] e Dra.Maria de Fátima Andrade (IAG/USP) [email protected]

Dr. Augusto J. Pereira Filho (IAG/USP) ([email protected])tópicos: química e poluição atmosférica, dispersão de poluentes, queima e biomassa e gases-traço,hidrologia terrestre e atmosférica, modelos hidrológicos, redes de monitoramento de hidrologia

3° Seminário Brasileiro de Hidrometeorologia3° Encontro Brasileiro de Interação Oceano-Atmosfera3° Seminário Brasileiro de Química e Poluição do Ar

CT4 – Processos de Troca entre solo-planta-atmosfera: username: ct4cbmet, password: ct4cbmetCoordenadores: Dr. Roberto F. da Fonseca Lyra (UFAL) [email protected] e [email protected]

Page 59: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 57

Dr. Bernardo B. da Silva (UFPB) [email protected]ópicos: balanço de radiação e energia, fluxos de superfície, processos da camada limite atmosférica,elementos climáticos de superfície, instrumentação micrometeorológica

3° Simpósio Nacional de Micrometeorologia3° Seminário Brasileiro de Agrometeorologia

CT5 – Sensoriamento da Atmosfera: username: ct5cbmet, password: ct5cbmetCoordenadores: Dr. Artemio Plana-Fattori IAG/USP [email protected] eDra. Claudia Jacondino de Campos (UFPEL) [email protected]ópicos: transferência radiativa, meteorologia por satélite, meteorologia por radar, radiações solar, atmosférica e terrestre, avaliação do impacto de nuvens, aerossóis e gases no clima3° Seminário Brasileiro de Meteorologia por Radar e Física de Nuvens3° Simpósio Brasileiro de Meteorologia por Satélite e Radiação Atmosférica

CT6 – Sistemas Meteorológicos e Previsão de Tempo: username: ct6cbmet, password: ct6cbmetCoordenadores: Dr. Marcelo Seluchi CPTEC/INPE ([email protected]) e Dr. Alexandre Costa (Funceme) ([email protected])tópicos: sistemas meteorológicos de escalas regional e mesoescala, modelagem atmosférica, meteorologia de mesoescala3° Simpósio Brasileiro sobre Monitoramento da Previsão de Tempo e Clima2° Simpósio Brasileiro de Modelagem Atmosférica3° Seminário Brasileiro de Meteorologia de Mesoescala

TTAAXXAASS DDEE IINNSSCCRRIIÇÇÕÕEESS

* quites com as anuidades referentes a 2001 e 2002.

Outros esclarecimentos poderão ser obtidos por email: [email protected] (Gilberto Fisch –Presidente do Comitê Científico) ou [email protected] (Regina Alvalá – Presidente do ComitêOrganizador) ou ainda em http://www.sbmet.org.br

CATEGORIA Até 31/03 Até 30/04 Após 30/04

Sócios da SBMET* R$60,00 R$70,00 R$80,00

Sócios Estudantes de Curso R$20,00 R$25,00 R$30,00

Técnico/Gradução

Estudante Não SócioR$40,00 R$50,00 R$60,00

Não Sócios R$120,00 R$135,00 R$150,00

Taxa de Publicação

por TrabalhoR$40,00 - -

Minicurso R$30,00 R$30,00 R$35,00

Page 60: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

58 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

INFORMAÇÕES SOBRE SUBMISSÃO DE TRABALHOS NO XII CBMET

Data limite para submissão dos trabalhos ao XII Congresso Brasileiro de Meteorologia:31 de MARÇO de 2002

ETAPAS para a submissão de artigos:

1) Fazer a inscrição do trabalho no Congresso (home-page – www.sbmet.org.br) indicando o autor principal e o nome do trabalho.

2) Nomear seu trabalho com o número fornecido na sua inscrição.3) Fazer o “download” de seu trabalho via ftp no servidor do CTA/IAE (161.24.41.2) na conta de seu

comitê e não esqueça de enviar uma mensagem ao coordenador do Comitê informando que o trabalho já foi submetido.

CT1 – Climatologia Geral: Dra. Teresinha M. de Bezerra Xavier Sampaio (UFC e Academia Cearence de Ciências) [email protected]. Expedito Rebello (INMET) [email protected]

CT2 – Variabilidade e Mudanças do Clima: Dr. José A. O. Marengo (CPTEC/INPE) ([email protected])Dr. Tércio Ambrizzi (IAG//USP) [email protected]

CT3 – Hidrometeorologia, Poluição, Interação Oceano-Atmosfera e Química da Atmosfera: Sra. Tania O. Oda (Ieapm) [email protected] e [email protected]. Maria de Fátima Andrade (IAG/USP) [email protected]. Augusto J. Pereira Filho (IAG/USP) [email protected]

CT4 – Processos de Troca entre solo-planta-atmosfera: Dr. Roberto F. da Fonseca Lyra (UFAL) [email protected] e [email protected]. Bernardo B. da Silva (UFPB) [email protected]

CT5 – Sensoriamento da Atmosfera: Dr. Artemio Plana-Fattori IAG/USP [email protected]. Claudia Jacondino de Campos (UFPEL) [email protected]

CT6 – Sistemas Meteorológicos e Previsão de Tempo: Dr. Marcelo Seluchi CPTEC/INPE ([email protected])Dr. Alexandre Costa (Funceme) ([email protected])

Page 61: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 59

Exemplo:

1 - ftp 161.24.41.2>Connected to 161.24.41.2>acaout FTP server(SunOS 5.8) ready.

2 - Name (161.24.41.2): ct1cbmet (se estiver submetendo ao comitê temático 1, caso contrário onúmero do comitê: ct2cbmet, ct3cbmet, ct4cbmet,ct5cbmet, ct6cbmet).

>Password required for ct1cbmet

3 - Password: ct1cbmet (o password é o mesmo que o user, ie, ct1cbmet, ct2cbmet, etc)>User ct1cbmet logged in.

4 - ftp> bin ( para identificar que a transferência será em binário)

5 - ftp> put relatorio.doc (para colocar o arquivo relatorio.doc na máquina do CTA/IAE)>PORT command sucessful>Binary data connection for relatorio.doc (161.24.41.2)>Transfer complete>local: relatorio.doc remote: relatorio.doc> XXXXX bytes sent in XXXXX seconds (XXXXX Kbytes/s)

6 - ftp> quit ( para sair do ftp)

Após, envie e-mail aos coordenadores do Comitê Temático.

Page 62: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório
Page 63: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Even

tos

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 61

RREEUUNNIIÕÕEESS CCIIEENNTTÍÍFFIICCAASS

• III Jornada sobre Clima e Aplicações na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)/Reunião Anual dos Órgãos Directivos da Agência CRIA para 2001Local: Évora, PortugalPeríodo: 15 a 18 de maio de 2002Tema: A climatologia no apoio dos recursos naturais e prevenção das catástrofes na CPLPInformações: Sérgio Pereira/Agência CRIAFone:+351 8483961/Fax: +351 846 1190/E-mail: [email protected] ou [email protected]

• 25th Conference on Hurricanes and Tropical MeteorologyLocal: San Diego, CAPeríodo: 29 de abril a 03 de maio de 2002Informações: http://www.ametsoc.org/AMS

• 25th Agricultural and Forest MeteorologyLocal: Norfolk, VAPeríodo: 20 a 24 de maio de 2002Informações: http://www.ametsoc.org/MAS

• 11th Conference on Atmospheric RadiationLocal: Ogden, UTPeríodo: 03 a 07 de junho de 2002Informações: http://www.ametsoc.org/AMS

• 15th Symposium on Boundary Layers and TurbulenceLocal: Wageningen University, Wargeningen, HolandaPeríodo: 15 a 19 de julho de 2002Informações: http://www.ametsoc.org/AMS

• XII Congresso Brasileiro de MeteorologiaLocal: Foz do Iguaçu, ParanáPeríodo: 04 a 09 de agosto de 2002Informações: E-mail: [email protected]

• II ELETROMETLocal: Foz do Iguaçu, ParanáPeríodo: 07 de agosto de 2002Informações: E-mail: [email protected] ou home-page: www.sbmet.org.br

• 19th Conference on Weather Analysis and forecastingLocal: San Antonio, TexasPeríodo: 12 a 16 de agosto de 2002Informações: : http://www.ametsoc.org/AMS

Page 64: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Even

tos

62 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

• 15th Conference on Numerical Weather predictionLocal: San Antonio, TexasPeríodo: 12 a 16 de agosto de 2002Informações: : http://www.ametsoc.org/AMS

• International Conference on Qualitative Precipitation Forecasting (QPF)Local: University of ReadingPeríodo: 02 a 06 de setembro de 2002Informações: http://www.royal-met-soc.org.ukE-mail: [email protected]

• IAI Science ConferenceLocal: a definirPeríodo: setembro de 2002 (período a definir)Informações: Armando Rabufetti (E-mail: [email protected])

• School on physics of the equatorial atmosphereLocal: Trieste, ItáliaPeríodo: 24 de setembro a 05 de outubro de 2002Informações: [email protected]

• 15th Conference on Biometeorology and AerobiologyLocal: Kansas City, MOPeríodo: 28 de outubro a 01 de novembro de 2002Informações: : http://www.ametsoc.org/AMS

• I Congresso Brasileiro de Oceanografia/XV Semana Nacional de Oceanografia/I Feira de Ciência e Tecnologia MarinhaLocal: Rio de janeiro, RJPeríodo: 03 a 09 de novembro de 2002Informações: http://www2.uerj.br/~xvsno e E-mail: [email protected]

Page 65: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Aco

ntec

eu

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 63

CONFERÊNCIA TÉCNICA: SERVIÇOS CLIMÁTICOS PARA O SÉCULO 21.

19 a 20 de novembro de 2001

REUNIÃO DA COMISSÃO DE CLIMATOLOGIA DA OMM

De 21 a 30 de novembro de 2001

Local: Sede da OMM, em Genebra, Suíça

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) reuniu representantes dos Serviços Meteorológicos eHidrológicos Nacionais (SMHNs) de 82 países em Genebra, Suíça, de 19 a 30 de novembro de 2001,para discutir políticas em relação ao clima mundial para o quadriênio 2002 a 2005 na Reunião daComissão de Climatologia da OMM e realização da Conferência Técnica denominada ServiçosClimáticos para o Século 21.

A programação começou 19 a 20 de novembro com a Conferência Técnica, que consistiu num foropara líderes em quatro áreas e tópicos para interagir com a comunidade da Comissão de Climatologia(CCL), além dos grupos de trabalho e palestrantes, com discussão de temas detalhados abaixo.

A Reunião da Comissão de Climatologia( CCL) da OMM desenvolveu-se de 21 a 30 de novembro.Na organização da Reunião, foi formado um Comitê Técnico das seis Associações Regionais (ARs) daOMM, em que fui abordados, a Comissão elegeu como prioritárias as seguintes atividades, tendo comometa a necessidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável:

- Promover a troca internacional e uso de dados do clima global e regional e sistemas climáticos quemonitoram produtos, incluindo dados de satélite;

- Desenvolver serviços baseados em previsões sazonais e interanuais;- Desenvolver serviços climáticos em defesa de saúde humana;- Continuar a apoiar os foros climáticos regionais que são realizados em vários países do mundo;- Continuar com a avaliação de benefícios sociais e econômicos de serviços climáticos e

desenvolvimento da interface entre os produtores e usuários destes serviços; e- Continuar o desenvolvimento de outros projetos de climas setoriais, incluindo a administração de

recursos de água, produção de alimentação, conservação de energia e fontes de energia renováveis,planejamento de uso de terra, turismo e recreação, e combate à seca e desertificação.

- Promover workshops em nível mundial para obtenção de índices climáticos para cada região ou país para melhor compreensão da variabilidade climática.

A Comissão de Climatologia (CCL) tem responsabilidades especiais para aconselhar e direcionar asaplicações relativas aos climas mundiais e os dados de climas mundiais e programas de monitoramentoem apoio às muitas atividades do Programa Mundial do Clima.. Dentro da estrutura da OMM, a CCLpromove e facilita atividades relativas ao clima e sua relação com o bem estar da população, ecossistemasnaturais e desenvolvimento sustentável incluindo uma coordenação para a consolidação das exigênciasgerais para observações, coleta de dados, previsão e troca para todos os componentes do ProgramaMundial do Clima e suas atividades associadas como:

Page 66: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

64 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

- Identificação de melhores práticas para a coleta e controle de qualidade dos dados para que se tenhaacesso aos dados de clima, inclusive dados em tempo real, dados remotos e metadados;

- Análise e monitoração de clima, suas variações no espaço e no tempo e produtos para a pesquisa,aplicações e avaliações de impactos climáticos;

- Desenvolvimento de métodos objetivos estatísticos e outros para análise climática;- Avaliação e revisão de previsões climáticas operacionais;- Identificação, desenvolvimento e melhoria de serviços, aplicações e apoiando pesquisa relativo às

influências de tempo e clima;- Identificação de áreas prioritárias em relação ao clima natural e conservação dos ecossistemas;- Apresentação efetiva de informação climatológica para os usuários e a avaliação de informação de

custo-benefício;

No decorrer da reunião, foram eleitos , para o quadriênio 2002/2005, o Presidente da CCL,Yadowsun Boodhoo, Ilhas Maurícios, e como Vice-Presidente, Volker Vent-Schmidt, da Alemanha(OBS: Os documentos estão à disposição para consulta pelo e-mail: [email protected]).

A Conferência Técnica: Serviços Climáticos para o Século 21, realizada nos dias 19 e 20 de novembro,teve o objetivo de orientar os participantes a entender e implementar serviços climáticos produto -usuário consolidando as práticas tradicionais de observação, arquivo de dados através da monitoração einformação à sociedade. Houve uma exposição do modelo a ser utilizado pelos serviços climáticosregionais, para inserção no contexto de evoluções socio-econômicas da sociedade em geral e dasexigências de setores dos usuários específicos. Nas sessões, também foram discutidos dados e informaçõesque possam ser aplicadas, e a previsão e serviços aplicados que podem ser providos pelos ServiçosMeteorológicos e Hidrológicos Nacionais.

Entre os participantes, meteorologistas dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais, queatuam na administração de dados do clima, com a elaboração de serviços climáticos e estudo deimpactos, incluindo a variabilidade e a mudança climática.

O programa de trabalho da conferência seguiu um programa científico e tópicos abaixo relacionados,com duas sessões a cada dia:

1 º dia - 19/11 • Sessão de abertura: Presidente da Comissão para Climatologia (CCL) da OMM, YadowsunBoodhoo (Ilhas Maurício)

• Sessão 1 - Estabelecendo um sistema de bases climáticas: monitorando o sistema climático, resgate de dados

(Data Rescue) e disponibilidade de dados climatológicos; - Observando os três domínios: atmosfera, oceano e terra;- Tecnologias variáveis para administração de dados;-Cooperação global e regional sobre a troca de dados climáticos.

• Sessão 2 - Pesquisa aplicada de clima: necessidades da sociedade;- Clima e geração de energia; - Serviços climáticos e agricultura - Clima: seu papel na doença humana;

Page 67: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Aco

ntec

eu

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 65

- Relações do clima com os recursos hídricos; - Clima e o ambiente urbano.

2 º dia - 20/11

• Sessão 3 - O ambiente variável: mudança climática, globalização e a comunidade climática ;- Impactos da mudança climática na demanda para criação de serviços climáticos regionais; - Serviços climáticos para o século 21; - Exigências de dados para serviços de clima futuros.

• Sessão 4 - Informação do clima em desenvolvimento e previsão durante o século 21: presente e foco futuro; - Desenvolvendo a capacidade dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais (SMHNs) parapreparar serviços climáticos ;

- Desenvolvendo a infra-estrutura para serviços climáticos.

Expedito RebelloInstituto Nacional de Meteorologia - INMET

Representante do Brasil na ReuniãoE-mail: [email protected]

Page 68: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

66 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

CURSO DE INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS

Realização do Núcleo Regional de Meteorologia do Rio de Janeiro - NRRJ

Rio de Janeiro, RJ, 3 a 7/12/2001

O curso intitulado "Introdução às Ciências Atmosféricas", realizado no período de 3 a 7 de dezembrode 2001, ministrado pelos professores Maria Gertrudes Alvarez Justi da Silva e Isimar de Azevedo Santos,da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi oferecido para os profissionais do Sistema CREA-RJ (exceto para meteorologistas) e para o público em geral. O curso teve duração de 15 horas, sendoministrado aulas durante todos os dias, das 18 as 21 h, e foram distribuídos algumas apostilas para osparticipantes. Toda a infra-estrutura administrativa foi dada pelo CREA-RJ, inclusive a divulgação doevento, o auditório, os equipamentos audio-visuais e computacionais, lanches e certificados.

Houve a participação de 40 alunos entre engenheiros, Capitão de Marinha Mercante, geógrafos,geólogos, treinador de piloto, além de estudantes de geografia, biologia, entre outros. Este Curso foimuito bem aceito e houve pedidos para oferecimento de outros, contendo temas mais específicos dointeresse dos presentes.

Maria Gertrudes Alvarez Justi da Silva Prof. da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

E-mail: [email protected]

Aco

ntec

eu

Page 69: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Aco

ntec

eu

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 67

CURSO DE ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL SOBREUTILIZAÇÃO DOS MODELOS NUMÉRICOS DE

PREVISÃO DO TEMPO ETA E MBAR

Departamento de Ciências Atmosféricas - DCA

Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - IAG/USP

10 a 14 de dezembro de 2001

O curso de atualização profissional contou com a participação de profissionais do INMET, INPE,INFRAERO, SIMEPAR, DHN, ONS, CINDACTA, FURNAS, SIMERJ, e também uma professora daVenezuela, num total de 15 participantes. Foram realizadas aulas teóricas e práticas relacionadas ao temado curso, tendo sido distribuídas uma apostila no início das aulas e um CDROM com arquivoseletrônicos após seu término. Todos os participantes receberão um certificado da Pró-Reitoria de Culturae Extensão da Universidade de São Paulo.

O material didático foi preparado por instrutores da USP, INPE, INMET, CTA e SIMEPAR.Nominalmente, os instrutores foram: Adilson Gandú, Augusto Pereira, Pedro Dias, Maria AssunçãoDias, Ricardo de Camargo, Flávio Magina, Jorge Gomes, Marcelo Seluchi, Prakki Satyamurti, LigiaBernardet, Reinaldo da Silveira, Francisco Quixaba Filho, Vitória Dall'Antonia, Luiz Augusto Machadoe César Beneti. A SBMET agradece a todos pelo empenho e pelo esforço para preparar o material paraa apostila, CDROM e as aulas. Em breve a apostila será editada pela SBMET em um livro.

No fim do curso, os participantes preencheram um formulário sobre a apreciação do curso em geral,e indicaram outros cursos de interesse. A maioria dos comentários ressalta que o curso foi muitoproveitoso, embora tenha sido mais teórico do que prático. Como sugestões para melhorar este cursodeveria haver mais aulas práticas e laboratórios, além da avaliação estatística dos modelos. Outros cursossugeridos pelos participantes versão sobre: assimilação de dados em modelos, estatísticas de previsõesnuméricas, interpretação de imagens de radar e satélite, modelos de mesoescala, sistemas de medição econtrole de qualidade de dados, climatologia dinâmica, balanço de energia, processos físicos e dinâmicosdo tempo no Brasil, análise sinótica avançada e utilização de pacotes gráficos. Outras sugestões podemser enviadas para [email protected] ou [email protected].

Pretende-se fazer novas edições deste curso de atualização, incorporando as sugestões dos participantes,a quem agradecemos pela sua paciência, compreensão e ânimo durante todas as atividades desenvolvidas.Espera-se que este serviço se reverta em benefício da sociedade Brasileira e da América Latina.

Augusto Pereira FilhoCoordenador do Curso

E-mail: [email protected]

Page 70: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

68 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

IV WORKSHOP INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO CLIMÁTICAPARA A REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

Fortaleza-CE, 17 e 18 de dezembro de 2001

Nos dias 17 e 18 de dezembro de 2001 foi realizado na cidade de Fortaleza, o IV WorkshopInternacional de Avaliação Climática para a região Nordeste, cujo objetivo principal foi elaborar oprimeiro prognóstico climático para o período chuvoso (fevereiro a maio) da região.

Este evento vem sendo promovido pela FUNCEME, em Fortaleza, nos últimos 3 anos e asinformações geradas a partir do mesmo têm auxiliado o governo do Estado do Ceará e a sociedade emgeral no processo de tomada de decisão, uma vez que a previsão climática é realizada com antecedênciade praticamente 3 meses permitindo, dessa forma, o planejamento de ações preventivas, antecipadas emitigadoras por parte do governo, no caso da previsão climática, ser por exemplo, de evento extremo(ano muito seco ou muito chuvoso).

Além da FUNCEME, Instituição promotora do evento, também contribuíram para o sucesso do IVWorkshop, as seguintes Instituições: INPE/CPTEC-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Centro dePrevisão de Tempo e Estudos Climáticos, IRI-International Research Institute for Climate Predicition,UK MetOffice, Universidade Estadual do Ceará-UECE, Universidade de São Paulo-USP, NOAA-National Oceanic and Atmospheric Administration, INMET-Instituto Nacional de Meteorologia,Universidade Federal de Alagoas-UFAL, Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS, AgênciaNacional de Águas-ANA e Centros de Meteorologia dos Estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíbae Pernambuco.

Após dois dias de discussões analisando além dos parâmetros oceânicos e atmosféricos de escala globale local, médios mensais, relativos a novembro de 2001, que afetam a qualidade do período chuvoso doEstado do Ceará e parte da região Nordeste do Brasil; os resultados de modelos numéricosregionais(FUNCEME) e globais (CPTEC e IRI) de previsão climática e modelos estatísticos/estocásticos(UK Met Office), chegou-se à seguinte conclusão: a tendência para o período de fevereiro a maio de2002 é de normalidade no comportamento das chuvas no semi-árido nordestino, incluindo: centro-lestedo Maranhão, Piauí, Ceará, centro oeste dos Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba,noroeste de Sergipe e Alagoas, e centro-norte do Estado da Bahia.

Antonio Geraldo FerreiraChefe do Departamento de Meteorologia da FUNCEME

E-mail: [email protected]

Aco

ntec

eu

Page 71: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 69

I WORKSHOP INTERNACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPOPARA REGIÕES TROPICAIS

Fortaleza-CE, 19 a 21 de dezembro de 2001

Antonio Geraldo Ferreira

Chefe do Departamento de Meteorologia da FUNCEME e Coordenador do Workshop

Email: [email protected]

11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

No período compreendido entre os dias 19 a 21 de dezembro de 2001 aconteceu na cidade deFortaleza o I Workshop Internacional de Previsão de Tempo para Regiões Tropicais que teve comoobjetivos principais: 1) Discutir os procedimentos técnicos utilizados pelos meteorologistas previsorespara elaboração da previsão diária de tempo; 2) Definir procedimentos técnicos para realização daprevisão de diária de tempo, bem como de sua avaliação; e 3) Emitir Relatório Técnico contendo asdiscussões, conclusões e recomendações do Workshop (*).

O evento teve a participação de meteorologistas e pesquisadores da FUNCEME - Fundação Cearensede Meteorologia e Recursos Hídricos, CPTEC/INPE - Centro de Previsão de Tempo e EstudosClimáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INMET - Instituto Nacional de Meteorologia,IAE/CTA - Instituto da Aeronáutica e Espaço/Centro Técnico Aeroespacial, UK Met Office,Universidade Estadual do Ceará - UECE, Universidade de São Paulo - USP, Universidade Federal deAlagoas - UFAL, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS e Centros de Meteorologia dosEstados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

22 -- AA DDIINNÂÂMMIICCAA DDOO WWOORRKKSSHHOOPP

22..11 -- AApprreesseennttaaççããoo ddooss PPrreevviissoorreess

O primeiro dia do workshop foi reservado aos meteorologistas previsores a fim de que os mesmospudessem expor aos participantes a experiência de seus centros de meteorologia, no que se refere àprevisão de tempo, a sistemática e as ferramentas utilizadas na elaboração da mesma. Além disso elestambém tiveram oportunidade de colocar os problemas enfrentados por seus centros operacionais demeteorologia quanto à disponibilidade de dados para realização da previsão de tempo.

Verificou-se, após as apresentações, que muitos dos centros de meteorologia, principalmente os daRegião Nordeste do Brasil (NEB), com exceção da FUNCEME, dispõem de imagens de satélite somentenos horários sinóticos. No que se refere à disponibilização dos resultados gerados pelos modelosnuméricos de previsão de tempo, por exemplo do CPTEC/INPE e pelo INMET, alguns desses centros

Aco

ntec

eu

Page 72: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

70 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

não possuem infra-estrutura computacional adequada, tendo muitas vezes dificuldades para acessá-losem tempo hábil a fim de gerar a previsão de tempo.

Outros problemas, além dos citados anteriormente, foram detectados no primeiro dia de trabalho, taiscomo: ausência de um Modelo Conceitual à disposição dos meteorologistas para ser utilizado no seu diaa dia de trabalho; um critério de avaliação da previsão realizada e uma memória técnica contendoinformações sobre os dados utilizados na confecção da previsão. Este último aspecto é interessante de serobservado, visto que aqui entra também um critério de subjetividade, ou seja, a experiência que ometeorologista previsor possui de sua região.

22..22 -- AApprreesseennttaaççããoo ddooss PPeessqquuiissaaddoorreess

O segundo dia de trabalho foi dedicado aos pesquisadores que tiveram oportunidade de levar aoconhecimento dos participantes os últimos avanços que a ciência meteorológica e a tecnologiaalcançaram e estão colocando à disposição dos meteorologistas como ferramenta para realização do seutrabalho diário de monitoramento e previsão do tempo.

A primeira palestra por parte dos pesquisadores foi feita pelo Dr. Luís Augusto de Toledo Machado doIAE/CTA, cujo tema foi: O Uso de Satélites Meteorológicos Como Ferramenta Auxiliar na Previsão deTempo, onde foram abordados aspectos relativos aos produtos que podem ser extraídos dos dados desatélites para auxiliar a previsão de tempo, com ênfase para os sistemas convectivos tropicais observados porsatélites meteorológicos, visto que a maior parte das chuvas na região tropical são oriundas desses sistemas.

Em seguida houve a palestra do Ms. C. César Augustus Beneti, do SIMEPAR, que discutiu tema relativoao Uso de Informações Hidro-Meteorológicas Integradas como Ferramenta Auxiliar na Previsão de Tempo.Foram enfatizados a importância dos dados coletados pelas estações hidro-meteorológicas automáticas, porexemplo, para dar alertas contra cheias e como dado de entrada em modelos numéricos de previsão de tempo.

A terceira palestra, ministrada pela Dra. Marley Cavalcante de Lima Moscati do CPTEC/INPE, abordouo Uso de Modelos Globais e Regionais como Ferramenta Auxiliar na Previsão do Tempo, e a experiência doCPTEC/INPE neste aspecto. Foram mostrados como os campos meteorológicos diários gerados (análise eprevisão) pelo modelo global e regional do CPTEC podem ser utilizados como ferramenta auxiliar naprevisão diária de tempo. O Dr. Alexandre Araújo da Costa foi o quarto pesquisador a realizar palestra. Otema discutido pelo mesmo foi sobre a Previsibilidade nos Trópicos em Diferentes Escalas.

A quinta e última palestra foi a apresentada pelo Dr. Manoel Alonso Gan do CPTEC/INPE, que falou sobreOs sistemas secundários atuantes durante o período chuvoso da região Nordeste do Brasil. Este aspecto foiparticularmente interessante, pois, foi mostrado que além da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT),principal sistema causador de chuvas no período de fevereiro a maio de cada ano no norte do NEB, em algumasregiões dos Estados que compõem a Região Nordeste do Brasil, sistemas secundários tais como os VórticesCiclônicos de Ar Superior, os Complexos Convectivos de Mesoescala, as Ondas de Leste, a influência das FrentesFrias, Linhas de Instabilidade, etc, também contribuem para o total anual de precipitação observado na região.

22..33 -- MMiinnii--CCuurrssoo

Durante o workshop também foi realizado um mini-curso cujo tema foi: Interpretação de Campos

Page 73: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Aco

ntec

eu

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 71

gerados pelos modelos Global e Regional do CPTEC/INPE. Este mini-curso teve como objetivo abordaraspectos teóricos e práticos da meteorologia tropical, e teve duração de 5 horas, sendo realizado ao finaldo primeiro e do segundo dia de trabalho. O mesmo foi ministrado pela Dra. Marley Cavalcante de LimaMoscati (parte teórica) e pela Ms. Mônica Cristina Damião (parte prática), ambas do CPTEC/INPE.

22..44 -- MMeessaa RReeddoonnddaa

Na parte da tarde do dia 20/12/2001 foi realizada uma mesa redonda sobre a Previsão de Tempo nosTrópicos, cujos objetivos foram: 1) Discutir a metodologia utilizada para elaboração da previsão detempo; 2) As formas de avaliação da previsão; 3) Os mecanismos de disponibilização da informação; e4) Elaborar as recomendações do workshop.

33 -- RREECCOOMMEENNDDAAÇÇÕÕEESS DDOO WWOORRKKSSHHOOPP

O terceiro e último dia do encontro foi dedicado à consolidação dos trabalhos, a partir da qual foramfeitas as seguinte recomendações:

1 - Incorporar os conhecimentos científicos produzidos nos últimos anos pelos Institutosde Pesquisas, Universidades e Centros de Meteorologia à rotina operacional de previsão;

2 - Fazer com que haja maior interação entre pesquisadores e previsores;3 - Necessidade de se criar um modelo conceitual de previsão de tempo;4 - Criar uma metodologia para análise e avaliação dos resultados gerados pelos modelos numéricos

de previsão de tempo;5 - Facilitar o acesso a imagens de satélite com maior freqüência temporal;6 - Melhorar a infra-estrutura computacional dos centros de meteorologia, principalmente de alguns

Estados da Região Nordeste do Brasil;7 - Necessidade de treinamentos; 8 - Estabelecer um grupo de discussões sobre meteorologia tropical para facilitar a interação entre

pesquisadores e previsores;9 - Necessidade do uso de modelos numéricos de mesoescala rodando nos centros de meteorologia,

como ferramenta auxiliar na previsão;10 - Disponibilizar na internet os produtos e serviços gerados nos centros de meteorologia que

possam de alguma maneira subsidiar com informações o processo de previsão do tempo

44 -- CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

Este workshop permitiu que previsores e pesquisadores pudessem discutir questões relacionadas àprevisão de tempo na região tropical e isso pode ser considerado um fator muito positivo, pois para queos avanços na pesquisa e na parte operacional possam ocorrer este tipo de interação é fundamental. Ficoutambém patente a necessidade de outros workshops desta natureza, com os necessários aprimoramentos,e participação de um maior número de previsores e pesquisadores.

(*) Cópias do relatório completo podem ser encontradas na biblioteca da FUNCEME, Av. Rui Barbosa 1246,Bairro Aldeota – CEP 60.115-221-Fortaleza-CE e na homepage da FUNCEME (http://www.funceme.br).

Page 74: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Aco

ntec

eu

72 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

25 ANOS DO CURSO DE METEOROLOGIA DA UFPA

Em 21 de dezembro de 2001, o Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Pará(UFPa) comemorou seus 25 anos, em cerimônia realizada no Auditório do Centro de Capacitação daUFPa. A pauta do encontro constou das seguintes palestras: Aspectos históricos da Meteorologia naUFPa (proferida pela Dra. Elen Maria Câmara Cutrim), 25 anos de pesquisa no Departamento deMeteorologia da UFPa (Dra. Júlia Clarinda Paiva Cohen), Perspectivas para pós-graduação e mercado detrabalho na Amazônia (Prof. Dr. José Ricardo Santos de Souza), Estrutura e funcionamento do INMETna Amazônia (Met. José Raimundo Abreu de souza), Mudanças climáticas: verdades e suposições (Dr.Luis Carlos Baldicero Molion). Ao final da sessão, houve entrega de diplomas de honra ao mérito paraalunos formados nas primeiras turmas.

Foram formadas 39 turmas de meteorologia (64,1% são homens e 35,9% são mulheres), totalizandoaté o momento 156 profissionais, que estão trabalhando por esse Brasil afora. Desses 156, mais de 57%possuem pós-graduação (envolvendo especialistas, mestres e doutores). Desses 156, 56,4 estão ematividades em Meteorologia (Emprego ou Bolsas de estudo/pesquisa), 25% estão empregados em áreasfora da Meteorologia e 18% não se tem informações sobre se estão trabalhando ou não.

Inicialmente o vestibular era de 30 vagas e a partir de 2001 passou para 40 vagas. Atualmente estãomatriculados 147 alunos. A relação no vestibular de 2002 foi de 8,18 candidatos para uma vaga.

Dimitrie NechetProf. do Curso de Meteorologia da UFPa

Page 75: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

RECADASTRAMENTO NA SBMET

Prezado Associado,

É desejo da SBMET que os sócios regularizem sua situação. Em vistadisto, a Diretoria Executiva decidiu dar anistia das anuidades atrasadas até1999. As taxas de anuidades para 2000 e 2001 permanecem no valor deR$10,00 para sócios estudantes de graduação e de escolas técnica eR$40,00 para sócios alunos de pós-graduação, efetivo e colaborador. Aanuidade de 2002, como é do conhecimento de todos, é de R$15,00 eR$60,00, respectivamente.

O associado que não está em dia com a SBMET, por favor faça contatocom a Secretaria por e-mail ou por telefone (0xx12) 3945-6635 para verificarsua situação.

Não deixe de se recadastrar antes do XII CBMET. Para isto, utilize ahome-page da SBMET (http://www.sbmet.org.br) e, em menos de 5 minutos,você já terá terminado o seu recadastramento. Ou copie a ficha de cadastrona próxima página, preencha-a e envie para a Secretaria da SBMET([email protected]).

Quem desejar se associar a SBMET, copie a ficha de inscrição, preenchaos itens necessários, e envie diretamente para a SBMET.

Contamos com a colaboração de todos!!

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 73

Page 76: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

74 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

Nome: Nascimento:

Nacionalidade: Profissão:

Função: CREA: CPF:

Atividade principal: Pesquisa Ensino

Formação acadêmica Sigla Instituição Ano de formação

Áreas de interesse:

Endereço para correspondência:

Cidade: Estado: País:

Cep: Fone:

Fax: Email:

Endereço profissional (instituição e sigla):

Cidade:Estado: País:

Cep: Fone:

Fax: Email:

Indicação de (nome):

Assinatura do indicador:

Assinatura do proponente:

Reservado à SBMET

Categoria: Corporativo Efetivo Colaborador Estudante

Data de admissão:

Obs:

Assinatura:

Ficha de inscrição de associado Nº

LMO/CPTEC - Laboratório Associado de Meteorologia e Oceanografia - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPEAv. dos Astronautas, 1758 - Jardim da Granja - CEP 12.227-010 - São José dos Campos - SP

Tel.: 0XX 12 345-6657/ 345-6644/ 345-6635 - Fax: 0 XX 12 [email protected] - http://www.virtualand.net/sbmet

Page 77: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

ERRATA:Devido a uma falha de impressão no Boletim 25(3), os endereços eletrônicos dealguns anunciantes saíram grafados errados. Pedimos desculpas a HOBECO e aSQUITTER do Brasil por este transtorno, e também aos nossos leitores. Abaixotranscrevemos os endereços corretos.

Anu

ncia

ntes

Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia 75

pág.48

pág. 60

capa 03

contra-capa

E-mail: [email protected]

http://www.climatempo.com.br

E-mai: [email protected]

http://www.funceme.brE-mail: [email protected]

http://www.squitter.com

http://www.hobeco.netE-mail: [email protected]

Para veicular publicidade neste boletim, contate nossa Secretaria:

fone: (55 12) 3945.6653/3945.6635/3947.4590 fax: (55 12) 3945.6666

[email protected] ou [email protected]

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Page 78: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

Instruções aos Autores:1) Serão aceitos para publicação no Boletim da

Sociedade Brasileira de Meteorologia (BSBMET), artigos originais na área de meteorologia e áreas correlatas, não publicados anteriormente, versando sobre conclusões e andamento de Projetos, opiniões sobre pontos de relevância na meteo-rologia e problemas atuais da meteorologia e do clima e outrosmateriais técnicos para divulgação.

2) Os artigos deverão ser submetidos preferencialmente em português, aceitando-se também artigos em inglêse em espanhol. Em qualquer caso deverá ser anexadoum resumo em português e em inglês.

3) Os manuscritos submetidos deverão ser enviados ao Editor Responsável do BSBMET, em três vias completas e uma cópia na forma digital.

4) Os artigos deverão ser preparados de modo a conter na primeira folha, o nome do artigo, o nome completo dos autores, as Instituições a que pertenceme o endereço postal e os resumos em inglês e em português.

5) As figuras e tabelas deverão estar posicionadas dentrodo texto conforme estipulados pelos autores.

6) As referências bibliográficas, as equações e as unidadesdevem seguir as normas adotadas pela Revista Brasileira de Meteorologia.

7) As páginas não devem ser numeradas e as regras quanto a fonte, espaçamento e margem são as mesmasadotadas pela Revista Brasileira de Meteorologia.

76 Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia

1. Especificação de formatos:

1.1 Anuncio 1/4 de página, 9,75x13,25 cm sem sangria.

1.2 Anuncio 1/2 página, 20x13,25 cm sem sangria.

1.3 Anuncio página inteira, 21x28 cm com 4mm de sangria.

2. Programas disponíveis para recepção dearquivos:

2.1 Pagemaker 6.5 ou inferior, nas plataformas Mac ou PC.

2.2 FreeHand 8.0 ou inferior, nas plataformas Mac ouPC.

2.3 QuarkXpress 4.0 ou inferior, nas plataformas Mac ou PC.

2.4 CorelDraw 10 ou inferior, nas plataformas PC.

2.5 Ilustrator 8.0 ou inferior, nas plataformas Mac.

2.6 PDF 4.0 (em auta rezolução) ou inferior, nas plataformas Mac ou PC.

3. Midias para envio:

3.1 Discos de Zip 100/250MB

3.2 CDR ou CDRW

3.3 Jazz 1.0GB

3.4 E-mail para arquivos menores que 5MB

OBS.: Ao enviar arquivos, favor gravar todos os links efontes utilizados na mesma mídia, lembrando que aqualidade de imagens e calibração de cores não é deinteira responsabilidade do anunciante. Éimprecindível o acompanhamento de uma impressãocolorida que possa demonstrar a espectativa dereprodução do arquivo.

Endereço para envio: INPE, CPTEC: A/c MarleyDepto LMO CPTEC • Av. dos Astronautas, 1758 -São José dos Campos/SP - 12227-010

e-mail: [email protected] com cópia para:[email protected]

Política Editorial do Boletim da SociedadeBrasileira de Meteorologia

Padrões para confecção e envio de arquivos eletrônicos dos anuncios

Page 79: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

O Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia é uma publicação quadrimestral da SBMET (www.sbmet.org.br), com tiragemde 1100 exemplares. O Boletim aceita colaborações, na forma de artigos originais de divulgação de assuntos técnicos, científicos ouprofissionais e reproduções de matérias de interesse do Corpo Social, desde que não protegidos por direitos autorais, ou mediante autor-ização expressa do detentor destes direitos.

Diretoria Executiva Biênio 2000-2002

Prakki Satyamurti – Diretor Presidente

Luiz Augusto Toledo Machado – Vice-Diretor Presidente

Regina Célia dos Santos Alvalá – Diretora Secretária

Marley Cavalcante de Lima Moscati – Vice-Diretora Secretária

Gilvan Sampaio de Oliveira – Diretor Tesoureiro

Antonio Ocimar Manzi – Vice-Diretor Tesoureiro

Augusto José Pereira Filho – Diretor Profissional

Jojhy Sakuragi – Vice-Diretor Profissional

Gilberto Fernando Fisch – Diretor Científico

José Antonio Marengo Orsini – Vice-Diretor Científico

Conselho DeliberativoCélia Maria Paiva Halley Soares Pinheiro Junior Maria Luiza Poci PintoFernando Pimenta Alves Heloisa Moreira Torres Nunes Romísio Geraldo B. André Francisca Maria Alves Pinheiro Luccieta Guerreiro Martorano Valdo da Silva Marques

Conselho FiscalMaria Aparecida Senaubar Alves Marcelo Belassiano

Corpo EditorialLuiz Augusto Toledo Machado - Editor Responsável

Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Pça Marechal Eduardo Gomes, 50 – São José dos Campos/SP - 12228-904 – Brasil

Tel. : (55 12) 3947-4558 – Fax: (55 12) 3947-4551

[email protected]

Marley Cavalcante de Lima Moscati - Editor Assistente

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório Associado de Meteorologia e Oceanografia LMO/CPTEC

Av. dos Astronautas, 1758 – São José dos Campos/SP – 12227-010 – Brasil

Tel. : (55 12) 3945-6653 – Fax: (55 12) 3945-6666

[email protected]

José A. Marengo - Editor Associado

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos DMD/CPTEC

Rodovia Presidente Dutra, 40 – 12630-000, Cachoeira Paulista/SP – Brasil

Tel. : (55 12) 560-8400 – Fax: (55 12) 561-2835

[email protected]

Coordenação: Luiz Augusto Toledo Machado • Apoio: Coordenadoria de Relações Institucionais – CRI/INPE • Projeto

Gráfico e Produção Gráfica: José Dominguez Sans (Pepito) e Carlos Alberto Vieira (Carlinhos), Nelson Nefussi (DTP)

• Revisão editorial: Marley Cavalcante de Lima Moscati • Fotolito e impressão: DigitalPress • Fotografia: Antonio

Geraldo Ferreira • ISSN 1676-014X

Distribuição dirigida e gratuita

E X P E D I E N T E

SIMTECHRio de Janeiro (RJ) - Brasi l Tel.: 21 2532-2801 • Fax.: 21 2240-1242Email: [email protected]

SIMTECHRio de Janeiro (RJ) - Brasi l Tel.: 21 2532-2801 • Fax.: 21 2240-1242Email: [email protected]

capa 26_1 4/1/02 2:23 PM Page 2

Page 80: BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE METEOROLOGIA …sbmet.org.br/portal/publisher/uploads/publicacoes/15_2002___Volume... · Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Laboratório

BBOOLLEETTIIMM DDAA SSOOCCIIEEDDAADDEEBBRRAASSIILLEEIIRRAA DDEE MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

BBOOLLEETTIIMM DDAA SSOOCCIIEEDDAADDEEBBRRAASSIILLEEIIRRAA DDEE MMEETTEEOORROOLLOOGGIIAA

vol . 26 n o 1 março 2002

ISSN 1676-014X

Sede da FUNCEME,Fortaleza, CE.

Foto

: Ant

oni

o G

eral

do F

erre

ira

capa 26_1 4/1/02 2:23 PM Page 1