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D ois temas que per- meiam a área jurídica dos Sindicatos Mandado de Injunção e Aposentadoria Espe- cial - foram objetos dos debates realizados, no último dia 3, durante o VI Encontro dos Assessores Jurídicos do Fisco Estadual e Distrital, promovido pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital - FENAFISCO. Na abertura do encontro, o presidente da Federação, Ma- noel Isidro dos Santos Neto, enfatizou a importância do momento: “Este encontro jurídico é diferente dos demais. Ele é um encontro extraordiná- rio, em regime de urgência, e com um tema específico. Estamos aqui hoje reunidos porque precisamos ter a orienta- ção jurídica necessária para que o Conselho Deliberativo tome um posicionamento político ” , expli- cou. A reunião contou com a partici- pação maciça dos Advogados e Assessores jurídicos da categoria, e serviu para subsidiar a Federa- ção para a próxima Reunião do CD da FENAFISCO, que aconte- cerá em São Paulo, onde será definida a impetração do Manda- do de injunção para estender ao fisco estadual e distrital o reco- nhecimento da atividade de risco, a que se refere o inciso II, do artigo 40 da Constituição Federal, possibilitando, assim, o exercício do direito à aposentadoria especial. FENAFISCO promove encontro de Assessores Jurídicos em torno dos temas: Mandado de injunção e Aposentadoria Especial Brasília, 16 de Maio de 2011 BOLETIM ESPECIAL Encontro reuniu advogados dos Sindicatos do Fisco de diversos Estados do Brasil PALAVRA DO PRESIDENTE O VI Encontro de Assessores Jurídicos do Fisco Estadual e Distrital superou todas as expectativas em virtude do altíssimo nível da discussão técnica realizada pelos profissionais dos de- partamentos jurídicos da FENAFISCO e dos Sindicatos do Fisco Estadual e Distrital, como também, por diversos diretores das pastas, que são bacharéis em direito. O evento fez com que diversos integrantes, ao longo das dis- cussões, modificassem seus posicionamentos. Inclusive eu, que iniciei o encontro contrário à impetração do Mandado de Injunção. A reunião me esclareceu que não existe problema algum para o Fisco, pois se trata apenas da reivindica- ção de mais um direito. Quanto a pleitear a aposentadoria especi- al, a iniciativa partirá de cada servidor. Neste ponto, um exame minucioso de cada caso se faz necessário, pelos departamentos jurídicos. No encontro de assessores jurídicos, uma decisão consensual foi estabelecida, no que se refere à parte técnica e jurídica, que servirá para as discussões e decisões políticas da Reunião do Conselho Deliberativo, que será realizada em São Paulo, nos dia 17 e 18 de maio. Manoel Isidro Presidente da FENAFISCO

BOLETIM ESPECIAL - sinfrerj.com.br · D ois temas que per-meiam a área jurídica dos Sindicatos – Mandado de Injunção e Aposentadoria Espe-cial - foram objetos dos debates

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D ois temas que per-

meiam a área jurídica

dos Sindicatos – Mandado de

Injunção e Aposentadoria Espe-

cial - foram objetos dos debates

realizados, no último dia 3,

durante o VI Encontro dos

Assessores Jurídicos do Fisco

Estadual e Distrital, promovido

pela Federação Nacional do

Fisco Estadual e Distrital -

FENAFISCO.

Na abertura do encontro, o

presidente da Federação, Ma-

noel Isidro dos Santos Neto,

enfatizou a importância do

momento: “ Este encontro

jurídico é diferente dos demais.

Ele é um encontro extraordiná-

rio, em regime de urgência, e

com um tema específico.

Estamos aqui hoje reunidos

porque precisamos ter a orienta-

ção jurídica necessária para que o

Conselho Deliberativo tome um

posicionamento político ” , expli-

cou.

A reunião contou com a partici-

pação maciça dos Advogados e

Assessores jurídicos da categoria,

e serviu para subsidiar a Federa-

ção para a próxima Reunião do

CD da FENAFISCO, que aconte-

cerá em São Paulo, onde será

definida a impetração do Manda-

do de injunção para estender ao

fisco estadual e distrital o reco-

nhecimento da atividade de risco,

a que se refere o inciso II, do

artigo 40 da Constituição Federal,

possibilitando, assim, o exercício

do direito à aposentadoria especial.

FENAFISCO promove encontro de Assessores Jurídicos em torno

dos temas: Mandado de injunção e Aposentadoria Especial

Brasília, 16 de Maio de 2011

BOLETIM ESPECIAL

Encontro reuniu advogados dos Sindicatos do Fisco de diversos Estados do Brasil

PA

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O P

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SID

EN

TE

O VI Encontro de Assessores Jurídicos do Fisco Estadual e

Distrital superou todas as expectativas em virtude do altíssimo

nível da discussão técnica realizada pelos profissionais dos de-

partamentos jurídicos da FENAFISCO e dos Sindicatos do Fisco

Estadual e Distrital, como também, por diversos diretores das

pastas, que são bacharéis em direito.

O evento fez com que diversos integrantes, ao longo das dis-

cussões, modificassem seus posicionamentos.

Inclusive eu, que iniciei o encontro contrário à impetração do

Mandado de Injunção. A reunião me esclareceu que não existe

problema algum para o Fisco, pois se trata apenas da reivindica-

ção de mais um direito. Quanto a pleitear a aposentadoria especi-

al, a iniciativa partirá de cada servidor. Neste ponto, um exame

minucioso de cada caso se faz necessário, pelos departamentos

jurídicos.

No encontro de assessores jurídicos, uma decisão consensual

foi estabelecida, no que se refere à parte técnica e jurídica, que

servirá para as discussões e decisões políticas da Reunião do

Conselho Deliberativo, que será realizada em

São Paulo, nos dia 17 e 18 de maio.

Manoel Isidro

Presidente da FENAFISCO

Mauro Roberto da Sil-

va, diretor jurídico da

FENAFISCO, explicou

que este assunto tem

levantado inúmeros ques-

tionamentos na classe do

Grupo TAF, e que reunir

os assessores jurídicos

dos sindicatos, represen-

ta a oportunidade de tro-

car experiências e anali-

sar fatos novos sobre o

mesmo tema. Segundo ele,

“ p recisamos analisar esta

questão para levar uma

decisão para as nossas

bases, mostrando onde

queremos chegar e qual o

melhor caminho a seguir ” .

Essa também é a opinião do

diretor de aposentados e

pensionistas da Federação.

Para ele, quando se iniciou

os debates sobre o manda-

do de injunção nas reuniões

da FENAFISCO, levou-se

em conta a necessidade de

buscar o aprofundamento

dessa questão.

“ P articularmente estou

muito confiante e acredito

que esse debate vai enri-

quecer muito nossa discus-

são no CD ” , ponderou

Marco Aurélio Cavalheiro

Garcia.

Acalorados debates ocor-

reram durante todo o dia, e

num primeiro momento,

aqueles que se posiciona-

vam contrariamente à

impetração do mandado

de injunção, tinham como

argumento a possível per-

da de direitos, tais como

paridade, integralidade e

abono.

“ E ssa discussão foi

superada, no sentido de

que o mandado de injun-

ção não se prestaria a

extinguir tais direitos, mas

tão somente, suprimir

uma lacuna que atual-

mente inviabiliza o pleno

exercício do direito dos

servidores públicos fiscais

tributários de pleitearem a

aposentadoria especial ” ,

explicou a advogada Caroli-

ne de Sena, assessora

jurídica da FENAFISCO.

PÁGIN A 2

“É preciso analisar essa questão[...]

mostrando onde queremos

chegar e qual seria o

melhor caminho a seguir”

Mauro Roberto, Dir. Jurídico da

FENAFISCO

APOSENTADORIA ESPECIAL

“Estou muito confiante

e acredito que esse debate

vai enriquecer muito nossa

discussão no CD”

Marco Aurélio, Dir. Aposentados e

Pensionistas da FENAFISCO

Contagem especial do tempo de serviço (15, 20 ou 25 anos) concedido ao trabalhador que tenha exercido atividade de risco, em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Está previsto § 4º do Art. 40 da CF: É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I portadores de deficiência; II que exerçam atividades de risco; III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Advogados enfatizaram a importância dos encontros jurídicos

B O L ETIM ESPEC IAL

gados foi convidada a pres-

tar maiores esclarecimentos

acerca do tema na Reunião

do CD, em São Paulo.

“ A proposta do mandado

de injunção é o viés jurídico

de um trabalho que certa-

mente exigirá muito empe-

PÁGIN A 3

“A Constituição Federal estabelece que se concederá Mandado de Injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. (Pedro Lenza In Direito Cons-titucional esquematizado, São Paulo, 2011) Já existem alguns Mandados de Injunção impetrados para suprir a lacuna existente quanto ao ple-no exercício do direito à aposentadoria especial, disciplinada no § 4º do artigo 40 da CF. Um dos mais recentes é o MI 1614 do Sindifisco Nacional, de relatoria do Ministro Marco Aurélio de Mello, que julgou procedente o pedido para, „de forma mandamental, assentar o direito dos substituídos à contagem diferenciada do tempo de serviço em decorrência de atividades exercidas em trabalho especial, aplicando-se o regime da Lei nº 8.213/91, para fins de aposentadoria de que cogita o § 4º do artigo 40, da Constituição Federal, cabendo ao órgão a que integrados o exame do entendi-mento ao requisito “tempo de serviço”‟. O aludido MI 1614 encontra-se concluso ao Ministro para que decida sobre os embargos de decla-ração interpostos pelo patrono da causa, a fim de que melhor se esclareça se a atividade de risco é inerente ou não à atividade do auditor fiscal, e, ainda, para esclarecer, qual o prazo para a con-cretização do direito.

MANDADO DE INJUNÇÃO

Os assessores jurídicos

deliberaram pela impetra-

ção do mandado de injun-

ção que, por sua vez, será

objeto de aprovação pelo

Conselho Deliberativo da

FENAFISCO. Uma junta

composta por quatro advo-

Ao centro o presidente da FENAFISCO, Manoel Isidro, ladeado pelo diretor jurídico, Mauro Roberto (esq.), e pela advogada Caroline Sena (dir.). No canto esquerdo aparece o diretor de aposentados e pensionistas, Marco Aurélio. Na outra foto, o diretor para assun-

tos parlamentares e relações institucionais, Rogério Macanhão.

nho político junto ao Con-

gresso Nacional para apro-

vação de uma lei que bem

regulamente o assunto ” ,

finalizou Dra. Caroline.

A avaliação do evento foi a

mais positiva possível. Todos

os participantes destacaram a

importância da integração

entre os departamentos jurídi-

cos para a troca de experiên-

cias, e enfatizaram a necessi-

dade da realização de mais

encontros dessa natureza.

B O L ETIM ESPEC IAL

que sua categoria precisa e, também, para que levem o assunto

às suas bases, para discussão, em assembleias.

Qual sua avaliação do VI Encontro de Assessores Jurídicos

do Fisco Estadual e Distrital?

Surpreendente, é o termo que encontro para melhor defini-lo.

Apesar de ter sido marcado de última hora, os advogados com-

pareceram, em peso. A empolgação com o tema acabou por

chamar a atenção, favorecendo a participação. Os assessores

ficaram até o final da discussão que, certamente, acrescentou

muito a categoria. Considero o saldo positivo e parabenizo,

agradecendo, a todos os que compareceram.

A FENAFISCO pretende dar continuidade a política de reali-

zação dos encontros de assessores?

Realmente, essa é a política do atual presidente. Aproximar as

assessorias jurídicas. Vimos isso no VI Encontro de Assessores

Jurídicos do Fisco Estadual e Distrital, no qual tivemos 90% da

participação de assessores jurídicos, todos eles, advogados

habilitados com vasta experiência na área. No dia 27 de agosto,

vamos realizar, em Brasília, mais um Encontro Jurídico para

discutir esses e outros temas, visando aproximar, cada vez

mais, a FENAFISCO das assessorias jurídicas e nos mantermos

atualizados.

A diretoria jurídica da FENAFISCO pretende trabalhar em parceria com as diretorias parlamentar e de aposentados

nessa questão da aposentadoria especial?

Com certeza. Esse é um tema que envolve todas as diretorias

da Federação. Todas vão estar envolvidas, pois esse é um pro-

jeto da FENAFISCO, como um todo. Vamos discutir com todos

os diretores e cada um vai fazer seu papel. Com cada um, reali-

zando a sua parte, a contento, conseguiremos alcançar o objeti-

vo.

PÁGIN A 4

Balanço do VI Encontro de Assessores Jurídicos do Fisco Estadual e Distrital

Fale um pouco sobre os debates que ocorreram no VI Encontro de Assessores Jurídicos do Fisco Estadual e Distrital com relação ao Mandado de Injunção

e à aposentadoria especial.

É um anseio muito grande da cate-

goria a possibilidade de se aposen-

tar um pouco mais cedo, reconhecidos a insalubridade e a

periculosidade, na nossa função. Muitos colegas querem e

pretendem pleitear esse direito. Porém, poderão ocorrer

prejuízos, como a perda da paridade e integralidade. Foram

esses os aspectos que discutimos, no encontro com os as-

sessores. Verificamos que apesar dos riscos existirem, mui-

tos colegas pretendem usufruir desse direito. Hoje é grande,

a expectativa dos Auditores Fiscais, de todo o Brasil, de que

possam se aposentar com esse benefício, com 25 anos de

trabalho.

A partir do que se foi discutido no encontro, como será a

atuação da diretoria jurídica da FENAFISCO?

No encontro, também concluímos pela impetração do Man-

dado de Injunção e que a FENAFISCO deve ter a titularidade

para impetrar, em nome de todos os seus Filiados. Isso será

levado ao Conselho Deliberativo e, caso seja aprovado, tere-

mos à disposição uma junta de advogados, de vários Sindi-

catos, que prepararão a peça inicial da ação. Também foi

deliberado que uma comissão de quatro advogados estará

na Reunião do CD, em São Paulo orientando, com informa-

ções técnicas, todos os componentes do CD, para que o que

for deliberado, sobre o assunto, o seja sem qualquer dúvida.

E para aqueles Sindicatos que ainda possam ter dúvidas

sobre o assunto será realizado um trabalho específico?

Estamos preparando um documento com todos os pontos

favoráveis e os riscos desse Mandado de Injunção que será

repassado a todos os Sindicatos para que, de forma tranqui-

la, eles possam votar no próximo CD, conscientes daquilo

Mauro Roberto da Silva

Diretor Jurídico da FENAFISCO

B O L ETIM ESPEC IAL

PÁGIN A 5 B O L ETIM ESPEC IAL

importante ao fisco federal, na medida em que reconheceu a

atividade deles como sendo de risco. Aguardamos a decisão

nos embargos de declaração, que serão de suma importância

para sabermos se o risco é ou não inerente à carreira. Não po-

demos deixar de mencionar que o SINDIFISCO – SE também

impetrou um Mandado de Injunção nos mesmos moldes, que

muito provavelmente, obterá o mesmo êxito.

Finalmente, conceder aposentadoria especial a quem se enqua-

dra nas hipóteses dos incisos I, II e III do § 4º, do artigo 40 da

CF é uma medida de direito e de justiça àqueles que, apesar de

todas as dificuldades, deram a sua devida contribuição ao Esta-

do. Seria uma espécie de contraprestação.

Fale um pouco sobre o possível risco de perdas como pari-dade, integralidade e abono, ponto muito discutido no en-

contro.

Esta é uma discussão que ficaria para um segundo plano. A

partir das Emendas Constitucionais n.º 41 e 47, a paridade e a

integralidade foram mitigadas. Os novos fiscais já não cogitam

tais direitos. Entretanto os que ingressaram antes de 2003, a

rigor, não poderiam perdê-las. De fato, há uma tentativa por

parte dos governos de romper com a paridade e a integralidade,

mas há como evitar que isso aconteça, utilizando os instrumen-

tos jurídicos, conforme cada caso concreto. Essa análise é pon-

tual e, a meu ver, com todo o respeito a quem comunga de opi-

nião diversa, não pode ser este o argumento que inviabilize a

impetração do MI em favor do fisco estadual e distrital.

Quanto ao abono de permanência, penso que tal garantia esteja

na contramão da atividade de risco. Se o fiscal pretende se

afastar valendo-se das situações previstas nos incisos I, II e III

do § 4º, do art. 40 da CF, não seria razoável cogitar a continui-

dade de suas atividades e consequente percepção do abono de

permanência. Todavia, os operadores do direito têm que ser

prudentes na análise do caso concreto. Se por uma razão de

extrema necessidade, o servidor não puder se ausentar de seus

trabalhos, apesar de fazer jus à aposentadoria, o abono de per-

manência deve ser garantido.

A deliberação aprovada pelos advogados no encontro foi pela impetração do Mandado de Injunção. A partir disso,

Qual é o seu balanço do VI Encontro de Assessores Jurí-dicos do Fisco Estadual e

Distrital?

Foi a primeira vez que o realiza-

mos em caráter extraordinário e

com um tema único. Fiquei muito

feliz porque percebi que, apesar

do pouco tempo que dispusemos

a partir da deliberação do CD em Natal, a presença dos ad-

vogados foi marcante e tivemos poucas pessoas que não

puderam comparecer. Os debates foram enriquecedores e,

muito embora o tema enfrente discussões e posicionamentos

diversos, conseguimos aparelhar a nossa linha de entendi-

mento jurídico, qual seja: a de que a impetração do Mandado

de Injunção, pura e simplesmente, não esvazia qualquer

direito. Servirá apenas para suprir uma lacuna e possibilitar o

pedido de aposentadoria especial. Por tudo isso, entendo

que o encontro teve um resultado muito positivo.

Qual é a importância dessa possível ação que a FENA-FISCO está desenvolvendo em parceria com os Sindica-

tos? Qual a importância da aposentadoria especial?

Sem dúvida alguma esta ação possui uma importância que

transcende o âmbito jurídico. O mandado de injunção é um

remédio constitucional e se fôssemos traduzir de forma a

tornar bem claro o seu conceito para qualquer pessoa, diría-

mos que, na qualidade de ‘ remédio ’ , ele visa ‘ curar ’

algo que não está bem.

De fato, há uma lacuna e impetrar esse Mandado de Injun-

ção significa possibilitar ao fisco estadual e distrital o pleno

exercício do direito à aposentadoria especial, que é garanti-

da pela Constituição Federal: 1 ) aos portadores de deficiên-

cia; 2 ) nas atividades de risco; e 3 ) nas atividades exerci-

das sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a

integridade física. Enquadrar-se em um desses 3 casos,

enseja a contagem diferenciada do tempo de serviço.

O MI 1614, bastante comentado nos últimos tempos, desde

a decisão do Ministro Marco Aurélio, abriu um precedente

Caroline de Sena

Assessora Jurídica da FENAFISCO

PÁGIN A 6 B O L ETIM ESPEC IAL

ção do MI sinaliza um mandamento, uma ordem ao Congresso

Nacional: “ Legisle, existe uma lacuna, há um direito de suma

importância cuja fruição não tem sido possível ” . Por outro lado,

a elaboração desta lei vai depender muito mais de uma atuação

política, de uma frente parlamentar muito forte, bastante compro-

missada em inserir o Fisco estadual e distrital nessa seara e em

extrair as melhores vantagens para esta categoria, no caso da

aposentadoria especial.

Sem adentrar ao mérito das teorias concretistas e não-

concretistas que se debruçam na atuação do STF, fato é que o

trabalho de construir uma legislação própria dar-se-á no âmbito

do Congresso Nacional, devendo ser acompanhada de perto pela

Diretoria Parlamentar.

Em agosto está previsto um novo encontro jurídico. Até lá os

debates sobre este tema continuarão?

Sim, eles continuarão. Até lá, acredito que o Ministro Marco Auré-

lio já terá decidido sobre os embargos de declaração no Mandado

de Injunção n.º 1614. Isso certamente subsidiará o nosso traba-

lho, porque saberemos se o STF entende ser a atividade de risco

inerente ou não à atividade do fiscal.

Mas o próximo Encontro Jurídico versará sobre outros temas que

também são relevantes e norteiam o dia-a-dia dos departamentos

jurídicos dos Sindicatos filiados à FENAFISCO.

Aproveito para convidar os advogados, assessores jurídicos e

integrantes dos Sindicatos filiados a participarem do próximo

Encontro Jurídico da FENAFISCO, nos dias 08 e 09 de agosto,

em Brasília, ciente de que tais encontros promovem cada vez

mais o aperfeiçoamento de nossas atuações.

qual a próxima ação do departamento jurídico da FENA-

FISCO?

Desde o início a FENAFISCO se empenhou em oferecer o

máximo de informações aos nossos filiados quanto a esse

assunto tão importante. Reunimo-nos com o Dr. Pedro Lenza

em São Paulo, orientamos os Sindicatos a esclarecerem as

suas bases, formulamos um documento que subsidiou a reu-

nião do Conselho Deliberativo em Natal e, hoje, demos se-

quência às deliberações ali definidas.

Por ocasião deste encontro extraordinário, restou decidido

que formaríamos uma junta de advogados, composta com o

objetivo de fornecer suporte jurídico ao debate que permeará

o CD de São Paulo no próximo dia 18 de maio. Deliberamos,

também, pela impetração do Mandado de Injunção, por esta

mesma junta, mas sabemos que tudo isso será submetido à

apreciação política. Acredito que teremos êxito em nossas

proposições, na medida em que temos na estrutura da Fede-

ração e dos Sindicatos Filiados, advogados capacitados para

tratar do assunto, a exemplo do Dr. Guilherme Sobral, advo-

gado do SINDIFISCO-SE, que já está um passo à frente. Ele

já impetrou um Mandado de Injunção a favor do fisco de Ser-

gipe. Acredito que a categoria vê com muito bons olhos a

possibilidade de utilizar a sua própria estrutura, os seus advo-

gados para impetrar este writ.

Além da diretoria jurídica, a diretoria parlamentar tem atuação importante no sentido de estabelecer o direito a aposentadoria especial ao Fisco. Vocês vão procurar

trabalhar em conjunto?

Temos todo o interesse em trabalharmos em conjunto com a

Diretoria Parlamentar, mas, num primeiro momento a impetra-

PÁGIN A 7

O Fiscal vive uma série de riscos, não só aquele fiscal que

está nas barreiras, mas também aquele fiscal que está traba-

lhando na assessoria jurídica, na revisão fiscal, que sofre a

pressão econômica. É uma atividade que tem que ser olhada

de forma diferenciada . É uma atividade de ponta fundamental

para o sustento da máquina estatal e deve merecer este trata-

mento especial.

Como você observa a este movimento de união entre os

advogados dos trinta Sindicatos que compõem a Federa-

ção?

Me alegrou perceber que a maioria dos Sindicatos têm depar-

tamento jurídico constituído. Isso é fundamental. Sem o jurídi-

co não há defesa efetiva da categoria

Durante o encontro surgiram vários posicionamentos e

pontos de vista. Como você interpreta isso: Essas diver-

gências querem dizer alguma coisa ou é apenas a interpre-

tação de cada um?

Isso é inerente a nossa profissão. É salutar. No final a maioria

concordou com a impetração para que possamos conquistar

mais esse direito.

Em agosto a FENAFISCO estará promovendo mais um

Encontro Jurídico. Quais temas, além desses temas, você

gostaria que fossem tratados?

É fundamental a discussão sobre teto, Plano de Carreira, re-

muneração, processo administrativo disciplinar. Aposentadoria

e pensão também são temas importantes.

Qual a sua avaliação do VI Encontro

de Assessores Jurídicos do Fisco

Estadual e Distrital?

Avaliação positiva, de troca de experi-

ências. Muitas vezes ficamos isolados

em nossos Estados sem saber que

outro ali ao lado está passando pela mesma situação e pode

ter a solução.

Com relação ao tema do encontro, qual seu posiciona-

mento e o que você destacaria sobre o Mandado de In-

junção e a Aposentadoria Especial?

Eu já venho acompanhando o tema há algum tempo, desde

a impetração do Mandado de Injunção 1614 ( Sindifisco

Nacional ) . Acho que qualquer conquista de direito é impor-

tante.

Você se dispôs a participar do grupo de advogados que

estará no próximo CD da FENAFISCO. Você pretende

acompanhar de perto os debates?

Eu me coloquei a disposição para fazer a exposição de moti-

vos no CD junto com outros colegas. Quero participar e acho

que é fundamental nos disponibilizarmos para isso. Sou

advogada do SINFRERJ-RJ há dez anos, acompanho essa

luta e faço questão de colaborar.

Qual a importância da aposentadoria especial para a

categoria do Fisco? Fale um pouco sobre a relação ativi-

dade de risco e aposentadoria especial.

Fernanda Guerra

Advogada do SINFRER/RJ

B O L ETIM ESPEC IAL

PÁGIN A 8 B O L ETIM ESPEC IAL B O L ETIM ESPEC IAL

der Judiciário não poderia interferir. Quem decide é o Executi-

vo. Outra questão que nos levou a dar entrada na ação no

Supremo, é que não adianta, o processo iria terminar sendo

julgado pelo STF, pra que perder tempo com o Tribunal de

Justiça se já podíamos dar entrada no STF? Ganhamos tem-

po, precisamos ser ágeis na medida em que o Estado pode

editar uma Lei dizendo que para a aposentadoria especial, os

Auditores de Sergipe devem trabalhar 30 anos no cargo, isso e

aquilo, requisitos tais que são iguais na aposentadoria voluntá-

ria, tirando qualquer vantagem da aposentadoria especial.

Então foi por isso que entramos com a ação no STF. Não foi

julgada ainda, o relator é o Ministro Marco Aurélio. Está na

pendência e ele já fez uma observação logo no começo do

processo de que o Estado de Sergipe deveria ser chamado ao

processo, pois ao final, ele é quem vai suportar os efeitos da

decisão do MI.

Comente sobre a relação atividade de risco e aposentado-ria especial.

O que é a aposentadoria especial?

É um benefício concedido em três circunstâncias:

1 ) Para o portador de deficiência física,

2 ) Para quem trabalha em atividade de risco,

3 ) sob condições insalubres.

No encontro debatemos a de risco, porque é mais frequente na

atividade do fisco, porque quem fiscaliza, principalmente, nos

casos dos postos fiscais, o risco é indiscutível. O auditor pode

parar um traficante e ele para fugir deflagrar tiros, ou parar um

contribuinte que está sem a documentação necessária e para

escapar da fiscalização pode atropelar o Auditor, ou exigir sua

perseguição. Essa questão não precisa ser muito comentada.

Quanto à insalubridade, temos os casos em que o Auditor vai

fiscalizar produtos químicos e biológicos, até mesmo inadverti-

damente ao entrar em caminhões e depósitos não sinalizados.

Pode-se verificar que a aposentadoria especial foi criada como

um bônus para quem se sacrificou em seu trabalho em prol do

público.

Qual sua avaliação do en-contro de assessores? O que ele acrescentou para a categoria e para os Sindica-

tos?

Ele foi muito pertinente. Pri-

meiro, porque entre os direto-

res dos sindicatos de todo o

Brasil verificávamos a dúvida

do que seria o Mandado de

Injunção e seus efeitos. Até mesmos nós advogados tínha-

mos algumas dúvidas, porque o Mandado de Injunção não é

uma ação muito usual. A partir da Lei de greve é que ele

entrou no dia a dia dos advogados, todavia trouxe dúvidas

quantos aos seus os efeitos. Havia a idéia inicial de que se

você der entrada no MI você já estaria pleiteando a aposen-

tadoria especial. Essas foram, inclusive, as palavras do pre-

sidente Isidro ( Manoel Isidro – presidente da FENAFIS-

CO ) . No encontro de assessores ele se convenceu de que

o MI não vai garantir direito algum, a não ser o de pleitear a

aposentadoria especial. Então esse encontro foi muito impor-

tante. Existe também o medo de perder alguma vantagem

como paridade, integralidade e abono de permanência. Isso

é típico de todo servidor que já não suporta mais nenhuma

ilegalidade da Administração. Por quase unanimidade, foi

votado que o MI deve ser impetrado, porque ele só vai ga-

rantir o direito de pleitear a aposentadoria especial, não tra-

zendo nenhum risco ao Servidor.

Você já tem a experiência de ter impetrado o Mandado de Injunção para os servidores do Fisco de Sergipe. Fale sobre esta ação.

Não me recordo ao certo a dada, mas o Sindifisco de Sergi-

pe já deu entrada no Mandado de Injunção no STF. Por que

no STF? Porque o Estado de Sergipe tem uma condição

peculiar. A nossa Constituição Estadual diz que o Estado

poderá conceder a aposentadoria especial. Enquanto que a

Constituição Federal diz deverá. O verbo poderá é frequente-

mente interpretado pela Justiça como uma faculdade, no nosso caso

específico, uma discricionariedade da Administração e como tal o Po

Guilherme Sobral

Advogado do SINDIFISCO SE

PÁGIN A 9 B O L ETIM ESPEC IAL

Com relação às críticas de perda de paridade e integralidade, o que você pode destacar sobre isso.

Essa é uma questão muito complicada. Porque temos inúmeras

situações que cada uma delas daria uma resposta diferente. As

condições peculiares de cada Servidor é que vão definir quais direi-

tos ele terá. Para quem entrou agora no Fisco vai ficar muito mais

fácil, porque já não se tem paridade e integralidade. Não vão perder

nada, eles apenas aferiram uma vantagem de aposentar mais ce-

do, não tem o que se discutir. Quanto aos demais Servidores é

certo que temos a preocupação do pedido de aposentadoria acarre-

tar a perda da paridade e integralidade. É obrigação nossa sermos

prudentes. Mas essa não é a lógica. A aposentadoria especial é

uma contraprestação pela execução de serviços em condições

penosas ou insalubres, assim, é um bônus que vem fazer frente a

um ônus suportado por anos pelo Servidor. Mas todas essas ques-

tões vão ser julgadas pelo STF e só após é que o Servidor terá

certeza de quais direitos serão preservados.

Você acha que a multiplicidade de opiniões expostas no VI Encontro de Assessores Jurídicos é importante para a causa?

Sem sombra de dúvidas. A observação do mesmo tema sobre pon-

tos de vista diferentes enriquece muito. Eu escutei posicionamentos

no encontro com os assessores que eu ainda não tinha pensado,

como eu também pude contribuir com fatores que os demais Advo-

gados não haviam observado ainda. E aí vem a crítica em cima

desses posicionamentos, o debate é exponencial, vai crescendo

cada vez mais, até que temos que chegar a uma posição.

Você defende que cada Sindicato deve trabalhar a questão isoladamente ou a impetração deve partir da FENAFISCO al-cançando todos?

Acho que devemos ter os dois. Os Sindicatos que tiverem legitimi-

dade, ou seja, que possuírem o registro de regularidade junto ao no

Ministério do Trabalho, devem dar entrada no MI e de igual modo a

FENAFISCO, pois quanto mais decisões tivermos sobre a matéria,

melhor. Isso possibilita uma escolha. Por exemplo, o Sindifisco de

Sergipe já deu entrada e possivelmente a FENAFISCO também o

fará. Pode acontecer que um tenha melhor decisão que o outro.

Quando você faz uma pergunta dez vezes para uma mesma pesso-

a, pode acontecer dela em algum momento responder diferente.

Nessa diferença podemos tirar alguma vantagem. Defendo ainda

que o Auditor ao pleitear a aposentadoria especial deve fazer um

pedido bem específico e condicional. O procedimento que adota-

mos em Sergipe na assessoria jurídica, apesar de ainda não termos

chegado nesse estágio, mas já fazemos isso em casos similares, é

o seguinte: Não peça sua aposentadoria. Faça uma consulta admi-

nistrativa de como seria se você se aposentasse hoje de forma

especial, qual valor você receberia e quais verbas iriam compor seu

benefício. Depois disso se faz um estudo sobre a resposta dada

pela Administração e aí sim, faríamos um pedido de aposentadoria

condicional, ou seja, quero me aposentar nestas condições, pois

desse modo evitamos que a Administração aposente o Servidor de

forma diversa, gerando perdas. Com a decisão da Administração o

Servidor se aposentará nos seus termos ou ingressará com ação

judicial, pleiteando o benefício constitucionalmente garantido. Em

Sergipe a situação é mais cômoda porque não temos Auditores

novos após a quebra da paridade e integralidade. Mas mesmo as-

sim o universo de possibilidades é grande. Imagine em Estados que

pessoas que entraram há um, dois, cinco, vinte anos: É muito com-

plicado responder esse tipo de questão. Verdadeiramente cada

caso é um caso e a consulta à Autoridade administrativa é o melhor

remédio para isso.

A FENAFISCO marcou o próximo encontro jurídico para agos-to. Você acha que a discussão sobre o tema deve continuar:

Não tenho dúvidas que na ocasião continuaremos a discutir o as-

sunto. O presidente Isidro ( Manoel Isidro – presidente da FENA-

FISCO ) , foi muito feliz quando no VI Encontro de Assessores le-

vantou também a questão das pensionistas. Hoje existem dúvidas

muito grandes nas assessorias jurídicas com relação às Pensionis-

tas, pois a cada dia vemos os direitos delas serem tolhidos. Temos

que ter preocupação com as Pensionistas, pois elas também são da

família Fisco. Temos que trazer isso para nosso dia a dia. O encon-

tro de Assessores foi só o início do pensamento sobre a questão do

MI e aposentadoria especial. Vão surgir mais dúvidas. Quanto mais

nos aprofundamos numa matéria mais dúvidas surgem, e não tenho

dúvida que em agosto também estaremos discutindo aposentadoria

especial.

PÁGIN A 10 B O L ETIM ESPEC IAL

Impetração do Mandado de Injunção será definida na próxima reunião do Conselho Deliberativo da FENAFISCO

N a próxima reunião

do Conselho Delibe-

rativo da FENAFISCO, órgão

que reúne representantes do

Fisco de todo o Brasil, a Fe-

deração definirá o seu posi-

cionamento, com relação à

impetração do Mandado de

Injunção para que, a partir do

reconhecimento da atividade

de risco seja estendido ao

Fisco Estadual e Distrital, o

direito de ter uma contagem

especial do tempo de serviço

para fins de aposentadoria.

A grande discussão sobre o

tema deve girar sobre a preo-

cupação da categoria de ga-

rantir que não haja qualquer

tipo de perda de direitos, co-

mo paridade, integralidade e

abono de permanência, con-

Trabalho de mobilização política também pode assegurar o direito à aposentadoria especial

N as discussões

levantadas durante

o VI Encontro de Assessores

Jurídicos do Fisco Estadual e

Distrital, ficou evidente que o

Mandado de Injunção confi-

gura-se apenas na medida

jurídica cabível pela ausên-

cia de legislação pertinente

aos servidores públicos no

tocante à aposentadoria es-

pecial.

A outra linha de atuação

nesse sentido, refere-se à

mobilização política pela

criação da lei que regulamen-

te este direito, conforme pos-

tura já adotada FENAFISCO

no acompanhamento de projetos

de interesse do Fisco Estadual e

forme destacou Marco Aurélio

Cavalheiro Garcia, diretor de

aposentados e pensionistas

da FENAFISCO: “ Entendo

que a condição fundamental

para que determinada catego-

ria profissional seja considera-

da de risco e tenha direito a

Aposentadoria Especial seja o

trabalho, comprovado, em

atividade penosa, insalubre ou

perigosa, que coloque em

risco a saúde e a integridade

física do segurado, porém,

há de se atentar para a ne-

cessidade de preservação

das garantias previdenciá-

rias, no que tange a manu-

tenção da integralidade de

seus vencimentos e da pari-

dade com os que estiverem

na ativa, inclusive, quando

da hipótese de se aposentar

por invalidez, adequando-se

as normas do regime próprio

de p rev idênc ia soc ia l

( R PPS ) ” .

De acordo com a Dra. Caro-

line Sena, assessora jurídica

da FENAFISCO, este fator foi

o que motivou a realização do

encontro extraordinário, com

os assessores jurídicos dos

Sindicatos Filiados à Federa-

ção. Essa foi a grande preo-

cupação do CD em Natal,

quando deliberou pela realiza-

ção do VI Encontro de Asses-

sores Jurídicos, do Fisco

Estadual e Distrital. Foi o

modo encontrado, para não

permitir o esvaziamento de

direitos importantes, aos apo-

sentados, assim como o reco-

nhecimento do direito a apo-

sentadoria especial, para a

categoria do Fisco.

O presidente da FENAFIS-

CO, Manoel Isidro confia que

a discussão no CD será muito

produtiva. “ Após nos reunir-

mos com os advogados dos

sindicatos para discutir o te-

ma, acredito que tenhamos

mais fundamentos para emba-

sar nossa decisão no CD.

Além disso, uma junta de

advogados estará na reunião

para subtrair todas as dúvidas

que os membros do CD te-

nham sobre o assunto ” ,

comentou.

PÁGIN A 11 B O L ETIM ESPEC IAL

Distrital. O diretor para As-

suntos Parlamentares e Rela-

ções Institucionais da FENA-

FISCO, Rogério Macanhão,

explica que este trabalho

junto às casas legislativas,

baseia-se na união e partici-

pação de todos os Sindicatos

e que o êxito só é alcançado

através de mobilizações for-

tes dentro do parlamento.

Hoje no Congresso Nacio-

nal tramitam os Projetos de

Lei Complementar n° 55-

4/2010 e nº 330/2006 que

versam sobre a aposentadori-

a especial de algumas cate-

gorias de servidores públicos.

Os dois projetos estão apen-

sados, ou seja, tramitam em

conjunto por legislarem sobre

o mesmo assunto.

Com relação ao acompa-

nhamento desses dois proje-

tos, o trabalho que a FENA-

FISCO vem desenvolvendo é

para que se inclua o Fisco

Estadual e Distrital no rol das

categorias que desempe-

nham atividade de risco.

A inerência da atividade de

risco ao Fisco Estadual e

Distrital é comprovada por

inúmeros fatores, conforme

explica o diretor de aposenta-

dos e pensionistas da FENA-

FISCO, Marco Aurélio Cava-

lheiro Garcia: “ As atribui-

ções dos fiscais tributários,

na defesa dos interesses de

Estado, normalmente contra-

riam os interesses econômi-

cos, quando da atuação na

prevenção à evasão de tribu-

tos, bem como no combate a

diversos crimes contra a or-

dem tributária, ou seja, estão

em permanente risco. Tanto

quando da realização de

auditorias em empresas,

como também no exercício

da sua função fiscalizatória

em postos fiscais, serviços de

transportadoras e fiscalização

móvel, quando, não raramen-

te, se deparam com a situa-

ção de detecção de tráfico de

armas, munições e drogas,

muitas das vezes desempe-

nhando seu trabalho sem

apoio de força policial e em

locais ermos ” .

Macanhão também confir-

ma este pensamento. Segun-

do ele, “ os servidores do

Fisco, em defesa do Estado,

muitas vezes enfrentam a

intolerância de pessoas que

não querem pagar os tribu-

tos ” .

Recentemente o diretor

parlamentar esteve em uma

audiência com o relator dos

projetos da aposentadoria

especial, o deputado Policar-

po ( PT/DF ) , e um vasto

material produzido pelo Dire-

tor de Assuntos Funcionais e

Jurídicos do SINTAF/CE,

Dário Salmito de Azevedo,

detalhando os riscos perti-

nentes a atividade do Fisco,

foi entregue ao parlamentar.

De acordo com Macanhão,

logo que a diretoria da FENA-

FISCO voltar do CD de São

Paulo, uma nova audiência

com o deputado Policarpo

está marcada, e colegas do

SINAFITE/DF também esta-

rão presentes para tratar do

assunto. Mas o diretor explica

que somente isso não basta.

“ P recisamos que os demais

Sindicatos procurem em suas

bases os deputados mem-

bros da Comissão de traba-

lho, administração e serviço

público, onde atualmente se

encontra o projeto ” , enfati-

zou ele.

O projeto que trata do porte

de arma ao Fisco Estadual e

Distrital, o PLC 030/2007,

complementa o trabalho de

aprovação da legislação da

aposentadoria especial. Para

Macanhão, ao se estabelecer

o porte de arma ao Fisco nos

Estados e no DF explicita-se

que a atividade desenvolvida

pela categoria é de risco.

Marco Aurélio, diretor de

aposentados, também avalia

da mesma forma, e cita que

“ a legislação federal que

normatiza a posse de arma

de fogo prevê a necessidade

e, consequentemente, enten-

de que as atividades desen-

volvidas por fiscais tributários

são de riscos, no inciso X do

a r t i g o 6 º d a L e i

11.201/2007 ” .

Atualmente o PLC 030/2007

está tramitando na Comissão

de Direitos Humanos do Se-

nado e sua relatoria é feita

pela senadora Lídice da Mata

( P SB/BA ) , com quem a

FENAFISCO e diretores do

SindSefaz/BA e do Sindifern/

RN estiveram no dia 3 de

maio tratando do projeto.

Representantes do Fisco em audiência com a Senadora Lídice da Mata (PSB/BA). O tema da reunião foi o PLC 030/2007 , que versa sobre o porte de arma para Auditores do Fisco Estadual e

Distrital.

PÁGIN A 12

Galeria de Fotos

B O L ETIM ESPEC IAL

Sindicatos Filiados à FENAFISCO

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente

Manoel Isidro dos Santos Neto (PB)

Vice-Presidente

João Marcos de Souza (PR)

Diretor Administrativo e Financeiro

Paulo Roberto Ferreira Bonfim (MS)

Diretor Formação Sindical e Rel. Inter-Sindicais

Liduíno Lopes de Brito (CE)

Diretor para Assuntos Técnicos e Comunicação

Guilherme Frederico Pedrinha de Azevedo (ES)

Dir. Assuntos Parlamentares e Rel. Institucionais

Rogério Macanhão (SC)

Diretor Jurídico e de Defesa Profissional

Mauro Roberto da Silva (RO)

Diretor de Aposentados e Pensionistas

Marco Aurélio Cavalheiro Garcia (MS)

Departamento de Políticas e Ações Sociais

Lúcio Roberto de Medeiros Pereira (RN)

Departamento Técnico

Getulio Lago (RS)

DIRETORIA EXECUTIVA – SUPLENTES

Aunides de Freitas Costa Nunes (AL)

Carlos Pereira Campos (TO)

José Alberto Garcez de Carvalho (SE)

José Pedro Faria (MT)

José Roberto Ferreira de Souza (RR)

Luiz Osvaldo Barbosa Evangelista (AM)

Marleide Carvalho de Macêdo (RN)

Otarci Nunes Da Rosa (MT)

CONSELHO FISCAL

Francisca das Chagas Barbosa Lima (MA)

Philippe Salha (PI)

Rudimar Braz de Melo (SE)

CONSELHO FISCAL - SUPLENTES

Antonio Mendes Patriota (DF)

José Alves Coelho (CE)

Maria Cristina Lima de Sousa (PI)

B O L ETIM ESPEC IAL