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Quarta edição do boletim "Olhar" sobre a Semana do Jornalismo da UFSC
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Editorial“Consolidação da Jornal Júnior dentro do campus, sensação de dever cum-prido, dificuldades vencidas e muito orgulho de fazer jornalismo na UNESP.”
Artigo“Festas, amigos, professores, noites de fechamento do jornal-laboratório Zero. É assim que ex-alunos se lem-bram do curso de jornalismo da UFSC, que em 2009 completou 30 anos.”
Páginas 8 e 9
Repórter...Thais Itaqui
Convidada a falar na Semana do Jornalismo da UFSC, faz parte do programa “Profissão
Repórter” da TV GLOBO. Confira a entrevista
completa com a jornalista, que narra as emoções e percepções
de quem trabalha na rua em busca da notícia.
Páginas 3 e 4
Boletim Informativo da Agência Júnior de Jornalismo
Edição Especial IVTerça-feira, 25 de setembro de 2009Florianópolis - Santa Catarina
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Mesas de Debate
No último dia da semana, foi a vez de discutir o jorna- lismo na internet, na mesa “Na era da interatividade”.
Confira também o bate-papo com a equipe do “Profissão
Repórter”.
Páginas 2 e 5
Entrevista
Unespiano conversou com a equipe do OLHAR sobre
o curso, webjornalismo, Newsgames, interatividade e mais. Veja a entrevista
completa.
Páginas 6 e 7
Douglas Calixto
Luiza Frey
que para mostrar alguma coisa e comprová-la é preciso realmente “mostrar as coisas acontecen-do, com imagens”, explica Felipe.
Mas Mikael Fox acredita que existe um limite. Para ele, “se está certo ou errado, quem assiste é quem opina, mas não se pode invadir a vida íntima das pessoas tão a fundo. Acredito que sabe-mos o limite, muitos jornalistas nos elogiam dizendo que só en-tendem o que acontece depois de assistirem ao “Profissão Repórter”.
Thais acredita que o programa fica melhor quando os repórteres se reúnem com Caco Barcellos na “Ilha”. A ilha é o espaço em que ocorre a edição do progra-ma e onde tudo é avaliado por Caco. Diversas vezes, ele para a reportagem e pergunta o por-quê disso ou o porquê daquilo. “É nessa hora que entendemos que poderíamos ter feito diferente ou então batemos de frente com ele defendendo nossas ideias”, relata.
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Com emoção e divulgaçãoComo o “Profissão Repórter” trabalha formando novos jornalistas
Mesas de debate
Laís Bellini
Florianópolis, 25 de setembro de 2009
A experiência de um jor-nalista veterano, a von-tade de jovens repór-
teres e métodos inusitados de apuração das notícias moldaram um dos mais ousados progra-mas do jornalismo televisivo.
O “Profissão Repórter”, progra-ma veiculado pela Rede Globo de Televisão, tem como orientador e idealizador o jornalista Caco Barcellos. É dele a iniciativa de mudar o modelo de investigação das notícias. Sem pauta fechada, repórteres recém-formados ru-mam em busca da informação. O programa se encarrega de di-vulgar “os bastidores da notícia e os desafios da reportagem”.
Representando a equipe do programa os repórteres Thais Ita-qui e Felipe Gutierrez e o repórter cinematográfico Mikael Fox vieram a UFSC para um bate-papo no últi-mo dia da 8ª Semana do Jornalis-mo. O trio contou como entraram para o “Profissão Repórter”, como
é a produção das reportagens e a apuração dos fatos e suas rela-ções com o chefe Caco Barcellos.
Em um debate sobre a prática da profissão, assuntos como o sen-sacionalismo e os limites do que deve ou não ser mostrado foram explorados. Thais confessou que é muito fácil se emocionar com tudo o que acaba vendo. “O Profissão Repórter é um programa que tra-balha com temas muito fortes, que mexem com a gente”, confessa. Segundo Mikael Fox, a emoção in-terfere na produção da matéria e a proposta do programa é exata-mente mostrar essa interferência.
Para Felipe Gutierrez, “no Pro-fissão Repórter trabalhamos com mais profundidade porque focar-mos todo um programa em um único tema. A gente quer mostrar uma maneira diferente de fazer jornalismo”. Nesse contexto, o pos-sível sensacionalismo das reporta-gens foi questionado pelos presen-tes. Os convidados confessaram
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Parte da equipe do Profissão Repórter: Felipe Gutierrez, Thais Itaqui e Mikael Fox
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Entrevista
Renato - Você comentou que o público do “Profissão Repórter” se identifica com vocês, que as pessoas te vêem como “gente como a gente”. Essa forma de jornalismo é mais efi-caz do que aquele mais tradicional, engessa-do?
Thais – Eu acho que existem tipos de jornalis-mo diferentes, formas diferentes de se contar uma história. Eu acredito que a empatia que a gente causa no “Profissão Repórter” é maior, porque não somos o tipo de repórter “padrão”, que passa a in-formação de forma mais isenta e séria. Eu não me encaixo muito nesse perfil, tenho necessidade de falar minha opinião.
Renato – E como o público recebe isso?Thais – Muitas vezes, as pessoas realmente não
querem saber sua opinião, mas quando eu trans-pareço o que penso, a relação de proximidade com o telespectador aumenta. Quando você humaniza o repórter, você se aproxima do público e mostra melhor seu trabalho.
Renato – No Profissão Repórter, vocês vão a fundo na apuração dos fatos, vivem o pro-blema, ao contrário de alguns veículos que optam por apurar as notícias de dentro da redação, por telefone e internet. Para você, qual é a importância do trabalho “em campo” para o jornalista?
Thais – O trabalho de campo é fundamental. É com ele que você sente as pessoas, que você olha no olho, sente o ambiente, as reações do públi-co. Nós conseguimos descobrir mais personagens
Thais Itaqui faz parte da equipe do “Profissão Repórter”, um dos programas jornalísticos
mais dinâmicos da televisão brasileira. Em en-trevista à Jornal Júnior, ela conta um pouco so-bre como é fazer jornalismo com uma proposta diferente, menos engessada e mais próxima do público. Ela comenta sobre sua experiência no programa e fala sobre o trabalho do repórter na apuração dos fatos em campo, vivencian-do a notícia e sentindo os problemas na pele.
Thais ItaquiThais Itaqui
Thais ItaquiRenato Oliveira
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Entrevista
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em campo, conseguimos ver o que de fato está acontecendo. Por tele-fone, você não tem essa sensibili-dade. Jornalista mesmo vai à rua. Como diz meu professor e amigo Caco Barcellos, repórter bom é re-pórter na rua.
Renato – Mas você mesmo já comentou que o trabalho de campo oferece alguns riscos e que às vezes o medo é mui-to grande. Sobre a segurança, quando o jornalista sente que é hora de parar?
Thais – Dá para perceber pela atitude das pessoas, pelo local onde estamos. Dá pra sentir o perigo. Na rua você conhece o seu limite, até onde você pode chegar. Esse limite tem que ser respeitado, para a pró-pria segurança do repórter.
Renato – Vocês já fizeram grandes matérias, inclusive al-gumas que lidavam com ques-tões políticas e sociais delica-das. Em algum momento, o
Thais ItaquiThais Itaqui
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llotrabalho de vocês foi limitado pela linha editorial da Rede Globo?
Thais – Não. É muito difícil a gente ser vetado em alguma coi-sa. Nós conseguimos mostrar os assuntos, ir atrás dos problemas, sempre respeitando as fontes.
Renato - Você comentou na mesa redonda que é a fa-vor da obrigatoriedade do di-ploma de jornalismo. Em seu trabalho como jornalista, no dia-a-dia como repórter, você sente que o conteúdo apren-dido na faculdade é bem apro-veitado?
Thais – Totalmente. A teoria ajuda você a enxergar e entender coisas que não podem ser vistas a olhos leigos. Você consegue ver o significado por trás das coisas, a lidar com as pessoas. Claro que você aprende muito no dia-a-dia, mas acho que a teoria é funda-mental, a prática se aprende de-pois, trabalhando. Renato Oliveira
unespUNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
www.jornaljunior.com
EXPEDIENTE
Diretoria de Recursos Humanos Cristiano Pátaro Pavini
e Danielle Mota
Diretoria de Projetos Douglas Calixo e Kelli Franco
Diretoria de Finanças Murilo Tomaz e Marina Mazzini
Diretoria de Marketing Davi Rocha
Diretoria de Assessoria da Comunicação Renato Oliveira e
Ariani Barbalho
Diretor Presidente Diogo Zambello Zacarias Edição Juliana Mello Projeto Gráfico e Diagramação Douglas
Calixto
Colaboração Leo Schmidt & Jornalismo
UFSC
mais interativo, ele quer participar”, diz. Deak é ex-periente em produção de hipervídeos, documentá-rios interativos e multilinguagens. Para ele, o bom profissional é aquele que se utiliza da ferramenta interativa com criatividade.
Quem discursou por último foi o editor do Inter-net Núcleo Jovem, Fred Di Giacomo. O jornalista destacou-se por sua experiência na faculdade com sites e vídeos, o que fez com que, no Grupo Abril, ele fosse direcionado para o conteúdo de revistas online.
Um exemplo de sucesso em seu trabalho foi sua participação na revista digital “Mundo Estranho”. O site era muito engessado, sem interatividade. “Investi em jogos, vídeos, testes, flashpops, info-gráficos e podcast que atraíssem jovens de 13 a 18 anos, nosso público alvo.” Com seu trabalho, a revista online aumentou 10 vezes o número de acessos num mesmo período de tempo.
A mesa debateu os avanços da internet e a preo-cupação com as redes sociais. Elas são um meio de divulgação, de contato? Para os convidados, qual-quer rede social com um bom uso é benéfica para a divulgação de notícias. Deak deixa ainda uma dica aos futuros jornalistas: “Não é necessário trabalhar para algum veículo. Se você fizer um blog, um tra-balho multimídia, pode vir a ser seu ganha-pão. As ferramentas estão aí e o mercado está em constan-te transformação”, conclui.
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“Com um gravador no bolso, um celular moder-no ou uma câmera multimídia você pode tudo.” Foi com essa mensagem que a coordenadora editorial do site Clarin.com, María Arce, começou seu dis-curso. María explanou sobre a temática da mesa de discussões “Na era da interatividade: explora-ção de recursos multimídia no jornalismo online”, relacionando seu trabalho jornalístico de apuração e concentração de material com as dificuldades de divulgação em tempo real, dependendo do local em que está se cobrindo a pauta. “Acabamos nos deparando com locais de conexão baixa ou sem internet”, declara. Afirmou ainda que a divulgação online precisa de conteúdos ou fotos independen-tes de outros, precisa atrair o leitor por si só e que o bom jornalista multimídia sabe qual formato utili-zar para cada tipo de notícia.
Segundo María, a tecnologia veio para “poder-mos produzir conteúdos e formatos cada vez mais rápidos e profissionais. O instinto natural do ser humano de testemunhar uma notícia é o ponto ini-cial para formar um bom profissional multimídia, (portanto), ”tirem fotos, agarrem seus celulares, filmem, divulguem”, incentiva.
Com um discurso mais descontraído, André Deak, ganhador do prêmio Vladimir Herzog 2008 na categoria internet com o webdocumentário “Na-ção Palmares”, divulgou seu trabalho de interfaces interativas. “Hoje, o público é atraído pelo que é
Mesas de debate
Um click de interaçãoComo o meio online atrai seu público alvo
Os jornalistas André Deak, María Arce e Fred Di Giacomo
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Diogo Zambello
Unespiano em entrevista à Jornal Júnior falou sobre as mídias digitais
Fred Di Giacomo, se formou em jornalismo pela Unesp em 2005. Participou da Mesa de
Discussão “Na Era da Interatividade: exploração de recursos multimídia no jornalismo online”, no último dia da Semana do Jornalismo da UFSC. Fred, que hoje é editor-assistente de Entreteni-mento no Portal Abril.com, falou com a equipe do OLHAR sobre o curso de jornalismo da Unesp, interatividade no jornalismo, e o promissor mercado de trabalho para quem tem um perfil atualizado sobre ferramentas e mídias virtuais.
Diogo – Quais os pontos negativos e os
positivos que você destaca na sua formação
de jornalista pela Unesp?
Fred – Um problema lá de Bauru, que não é
tanto do curso, é o fato de você quase não fazer
estágio. Uma coisa que eu vi lá em São Paulo, é
que no último ano o cara que estuda jornalismo já
está fazendo estágio no Terra, na Folha, na Abril.
Isso é uma vantagem em relação a Bauru. Sobre
o curso, eu tive uma formação teórica muito boa.
Na minha época, tive ótimos professores de socio-
logia, filosofia etc. Eu acho o ambiente universitá-
rio de Bauru muito legal. Participei de grupos de
discussão, projetos de extensão. A gente tem uma
certa liberdade. A parte prática que foi falha. Eram
poucos os professores que realmente tinham atuado
algum tempo no mercado. Eu senti que em outras
faculdades existiam professores mais atualizados do
que os da Unesp. Não sei como é isso hoje em dia.
Diogo – Você acha que os cursos de jorna-
lismo, em geral, deveriam dar mais espaço no
currículo para essas questões da web, intera-
tividade e convergência de mídias?
Fred – Com certeza. A gente trabalha muito
com infográficos, por exemplo, e na faculdade nin-
guém conversava com os alunos sobre infografia.
A Abril tem uma área que mexe só com jornalismo
para celular. Quantas faculdades hoje em dia tratam
do jornalismo para celular? Eu não sei como está
por aí afora, mas eu acho que não são muitas facul-
dades que falam sobre isso.
Diogo – O que são os Newsgames?
Fred – Newsgames são jogos jornalísticos. Jogos
que trabalham com informação. Começou por volta
EntrevistaFred Di GiacomoFred Di Giacomo
Fred Di Giacomo
to grande para que o profissional esteja ligado às novas comunidades, ferramentas, mídias. Antes, se você gostasse de videogame, você era só um nerd. Hoje, os nerds deixaram de ser a piada e viraram exemplos. Não custa pegar um programa e aprender a editar vídeo, por exemplo. Acho que o mercado está favorável a esse tipo de perfil sim.
Diogo – E como con-ciliar a produção jorna-lística, a apuração dos fatos às novidades de interação da internet?
Fred – É como a María Arce (coordenadora edi-torial do site Clarin.com) falou durante a mesa de discussão: tudo é jornalis-mo. A base do jornalismo é a mesma, contar boas
histórias. O estudante de jornalismo já deve ter contato com essas ferramentas durante a facul-dade. Qualquer jornalista tem que estar sempre muito bem informado, ainda mais agora, que as fontes de informação são as mais variadas. Tudo isso, além de organizar seu tempo para não ficar louco: ter seu twitter, RSS, saber o que está acontecendo e conseguir também almoçar e sair de casa. Eles não querem especialistas, alguém que edite vídeos muito bem, consiga editar áudio, sapateie (risos) e faça jogos. Contudo, você tem que ter noção do que está acontecendo ali, na internet.
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de 2003, esporadicamente. O El País fez um jogo, o
New York Times fez alguma coisa também nesse sen-
tido. Hoje, existe uma faculdade nos Estados Unidos
que estuda os Newsgames, há um prêmio anual e nós
vemos que só agora isso começa a se estruturar real-
mente como um produto. No Brasil, pouca gente faz, a
gente começou a desenvolver agora para a Super In-
teressante. É até en-
graçado, porque nós
achávamos que está-
vamos criando esse
tipo do jogo, quando
descobrimos que já existiam certas coi-sas esporádicas. É uma forma legal de passar informação, existe esse lance da interatividade e entretenimento que é a cara da internet, mas ao mesmo tempo você está agregando conteúdo e conhecimento.
Diogo – Na mesa você falou sobre as opor-tunidades de se trabalhar com esse lado do jornalismo. Como o mercado está se ofere-cendo para o profissional que desde cedo está ligado às novas mídias e ferramentas?
Fred – Isso eu acho legal o estudante ter na ca-beça. Eu tenho certeza que entrei na Abril porque eu tinha um site e gostava de fazer vídeos, coisas que não tinham nada a ver com a faculdade. Os caras querem esse perfil. Há uma cobrança mui-
Entrevista Fred Di GiacomoFred Di Giacomo
foto: Diogo Zambello
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Festas, amigos, professores, máquinas de es-crever, noites de fechamento do jornal-labo-ratório Zero. É assim que ex-alunos se lem-
bram do curso de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, que em 2009 completou 30 anos. Para comemorar a data e trazer aos estudantes de ago-ra experiências de quem já está no mercado, a orga-nização da VIII Semana do Jornalismo convidou quatro graduados pela faculdade para uma mesa de discus-são em tom de bate-papo, realizada na quinta-feira.
Kiria Meurer ingressou no curso de jornalismo aos 17 anos e grávida. Conciliar o estudo e ser mãe foi o primeiro obstáculo superado de sua carreira. Ela conta que não conseguiu se envolver tanto quanto gostaria nas atividades do curso - como viagens para congres-sos, por exemplo -, mas se realizou com o documentário executado como Trabalho de Conclusão de Curso. “A fa-culdade é o momento de errar, experimentar, fazer dife-rente”, diz. Formada em 1998, a jornalista passou pela TV Barriga Verde, afilhada da Band, pelas Rádios CBN Diário e Atlântida FM e, na RBS TV, foi repórter do Bom Dia Santa Catarina, Jornal do Almoço e RBS Notícias. Há oito anos é correspondente da Globo em Santa Catarina.
Maurício Oliveira também reside em Florianópolis. Na faculdade, teve “a sorte de ter claro desde o início” que queria trabalhar com jornalismo impresso. Partici-pou ativamente do jornal-laboratório Zero – chegou a ter quatro matérias assinadas em uma só edição – e recebeu três vezes o prêmio de Melhor Reportagem do Set Universitário, promovido pela PUC/RS. Deixou a universidade em 1996 e trabalhou nos jornais O Estado e A Notícia, onde tinha liberdade. “O salário era baixo, mas eu escrevia matérias do jeito que queria. Esta é a vantagem de um jornal pequeno.” Em São Paulo, tra-balhou na Gazeta Mercantil, na Veja e na editora Con-
texto. Os contatos e amizades construídos no período permitiram que ele retornasse a Florianópolis. Há seis anos atuando como freelancer, nunca esteve tão feliz.
Assim como Maurício tinha a certeza de que queria escrever, Lúcio Lambranho sabia que queria ser repórter. Ele se diverte ao lembrar que quase foi jubilado, pois levou sete anos para concluir a faculdade. Depois de atuar no O Estado, A Notícia, Diário Catarinense e rádio CBN em Santa Catarina, mudou-se em 2004 para Brasí-lia. Trabalhou no Correio Braziliense e no Jornal do Brasil. O jornalista destaca a importância de saber fazer bem o básico antes de querer sofisticar. “Muitos repórteres têm resistência em cobrir o feijão com arroz, já querem ir logo para o filé mignon.” Há três anos, Lucio é repórter do site Congresso em foco, onde escreveu em 2008 a reportagem que denunciou a farra das passagens aéreas na Câmara.
Como os demais, o ilustrador Frank Maia citou o jornal-laboratório Zero, onde publicou suas primeiras charges. Ele também demorou a concluir os estudos. Até a formatura em 1993, foram oito anos de trabalho, estágios e sufoco para não ser reprovado nas disciplinas de redação. “Meu negócio é desenhar”, diz. No jornal A Notícia, começou como ilustrador e, há 13 anos, atua como chargista. “De vez em quando pintam assuntos em que a empresa não quer tocar. Mas sei que estou ali porque quero. Eles me pagam e tento fazer o melhor possível”, afirma. Frank pos-sui ainda o site Xinelão Studio, onde publica seu material.
Para os estudantes de agora, os ex-alunos deixaram al-guns conselhos. Frank destacou que hoje os jovens saem muito melhor preparados da faculdade. “Tínhamos mais paixão e menos facilidades técnicas. Talvez para a geração atual falte paixão”, complementou Maurício. Kíria afirmou que a carreira é um investimento e que não se constrói de um dia para o outro. “Qualquer experiência é válida. Não fique esperando o melhor emprego”, concluiu Lucio.
30 anos de Jornalismo na UFSCEx-alunos: é de experiência em experiência que se constrói uma carreira
Artigo ArtigoArtigo UFSC
Luiza Frey - Jornalismo UFSC
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Editorial Semana do Jornalimo UFSCSemana do Jornalismo UFSC
Por trás de um trabalho, ou melhor dizendo, por trás de uma cobertura jornalística a mais de 800 km de seu locus, deve-se haver objetivos e planejamento.Confesso que, em algumas vezes, o que es-tava pré-determinado para ser realiza-do em Florianópolis não foi cumprido a risca.
Todavia, o intuito de toda equipe era o mes-mo e jusfificava os erros de planejamen-to: engrandecer e ratificar o nome da Agên-cia Júnior de Jornalismo da UNESP Bauru.Independentemente do que seria produzido, ao montar uma equipe e viajar por mais de 10 ho-ras, a Jornal Júnior tinha em mente que essa era uma excelente oportunidade para mostrar além do campus da faculdade a qualidade e a competên-cia dos alunos do curso de Jornalismo da UNESP.
Outro ponto importante para nós era mostrar aos amigos que ficaram em Bauru que podemos ousar, criar, realizar trabalhos de notoriedade, afinal, somos
de uma das universidades mais importantes do país.Encerrou-se na sexta feira a 8ª edição da Semana do Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catari-na (UFSC), e para nós da Jornal Júnior iniciou-se um novo ciclo. Novas perspectivas na área de comunica-ção interna e externa, consolidação da Agência den-tro do campus da UNESP e, principalmente, a con-fiança de todos de que quando ouvirem o nome da agência, poderão esperar por trabalhos de qualidade.
Sensação de dever cumprido, dificuldades vencidas – medo de horas em uma estrada escura e desconheci-da, entre outras coisas que nos afligiram em alguns mo-mentos – e muito orgulho de fazer Jornalismo na UNESP.Agradecemos a todos que nos ajudaram a concre-tizar esse projeto e garantimos a todos que toda a experiência adquirida em Santa Catarina será rever-tida ao nosso curso. Agradeço em nome de toda a equipe a confiança depositada. Valeu e até mais...
Equipe da Jornal Júnior, os “amarelos” organizadores da Semana, Fred Di Giacomo e os jornalistas do “Profissão Repórter”
Douglas Calixto
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A mediadora Raquel Wandelli ,Lao de Andrade e Helena Aragão
apoio:
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equipe:
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Agradecimentos
Agradecemos o LECOTEC, a Faculdade de Arquitetura, Arte e Co-municação da UNESP, os departamentos de Comunicação Social e Ciências Humanas, os docentes e discentes do curso de Jornalis-mo da UNESP Bauru, os funcionários, os familiares da equipe e, em especial, a Comissão organizadora da Semana do Jornalismo da UFSC e o Leo Schimtd: muito obrigado pela confiança depositada.