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Foto:Adriana Martins Boletim Edição 29 fevereiro 2010 www.fazenda.org.br

Boletim - Fazenda da Esperança/ Recuperação de ... · castidade e à comunhão com os outros ES e a Fazenda, ... descobrindo as raízes dessa obra, contemplem com mais consciência

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2 - Boletim Fazenda da Esperança - Edição 29 - fevereiro 2010

capitais do Recife, João Pessoa, São Luiz. Os GEV (Grupo Esperança Viva) nasceram com grande força”, conta pa-dre César em seu livro ‘Já aconteceu e se espalhou’.

Os grupos se reúnem regularmente para aprofundar a espiritualidade vivida nas Fazendas, principalmente a meditação da Palavra de Vida. Depois, fazem uma comu-nhão de experiências vividas nos dias anteriores, ligadas ao evangelho. Muitas famílias que possuem parentes de-pendentes de droga e álcool participam, buscando acon-selhamento e informações para internação.

Hoje, são dezenas de grupos dentro e fora do Brasil. Existe um comitê central em Guara-tinguetá / SP, onde é feito o ca-dastro de todos os jovens que terminam os doze meses de re-

cuperação. Eles recebem boletins informativos e propos-tas concretas de necessidades existentes no momento, quando são convidados a colaborar doando recursos ou se programando para participarem de uma missão de abertura de novas comunidades.

O mais importante é que eles se articulam para melhor atuar na missão recebida do papa Bento XVI, em maio de 2007: tornarem-se embaixadores da esperança. Mesmo enfrentando todas as dificuldades de ex-dependentes químicos, rejeitados pela sociedade, lutam para conse-guir um emprego, para reconstruírem suas vidas, sendo exemplos aos outros e na maioria dos casos apóiam-se

Fruto da convivência de ex-recuperandos, de suas famílias, amigos e voluntários. O grupo Esperança Viva nasceu em 2000, quando o fundador da Fa-

zenda da Esperança, Nelson Giovanelli fazia seu curso de teologia em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.

Lá ele aproveitou, os finais de semana, para se encon-trar com aqueles que terminaram sua recuperação e que tinham a vocação para estar no meio do mundo, sem ser do mundo. Nessa época, os ex-internos receberam o nome de ES com as duas iniciais de Esperança. Assim eles se tornaram o maior agen-te evangelizador da Fazenda da Esperança.

Os ES, familiares e amigos de Tapejara / RS e os outros de Passo Fundo já se encontravam regularmente. Esse costume se espalhou pelo Brasil e pelo mundo.

O bispo dom Bernardino Marchiò, conhecido por dom Dino, tinha sonhado um ambiente para os jovens ex-recuperandos da Fazenda se reunirem e até já tinha o nome para os mesmos ‘Esperança Viva’ e propôs aos fundadores da Fazenda que ficaram entusiasmados com a ideia.

“A coisa pegou fogo. Logo, cada Fazenda olhou seu arquivo de endereços e organizaram-se grupos em di-versas regiões. Primeiro, no Sul do Brasil. Depois, na ci-dade de São Paulo e no Vale do Paraíba. Em seguida, nas

Muitos, graças ao GEV, acreditaram numa vida nova

Estar no mundo e ser luz com atitude de homem novo

Os grupos, como o de Maceió, oferecem esperança

Ações de uma vida renovada pela esperança

... se fortaleceram para continuar sua missão no mundo

Boletim Fazenda da Esperança - Edição 29 - fevereiro 2010 - 3

Celestino Mota de Souza, 43, natural de Barra Mansa/ RJ, pai de três meninos e uma menina,

terminou seu ano de recuperação em janeiro de 2010.

Eu ficava muito ansioso, começa-va a andar pelas ruas e logo estava num bar. Depois da bebida tudo piorava, consumia drogas e pas-

sava dias perdidos. Um dia decidi ir embora de casa, morava em Volta Redonda/RJ.

Fui para Taubaté / SP, na esperança de que lá seria diferente, pura ilusão. Consegui um emprego e

quando recebi o meu salário, aconteceu novamente. Mas no terceiro mês contei a verdade. Meus patrões

decidiram me ajudar.No grupo Esperança Viva, convivi com outras pes-

soas na mesma situação, ouvi trocas de experiência feitas sobre a pratica da Palavra de Deus, igual o

estilo de vida aqui da Fazenda. Ficava longo tempo sem me drogar, mas às vezes a história se repetia.

Na comunidade, um dia, na capela quando o padre falava senti Deus falar comigo, desde esse dia,

sinto a presença de Deus nas comunhões de alma (troca de experiência), na missa e isso me anima a

amar o irmão.Eu tinha um companheiro de quarto desanimado

na caminhada. Um dia, arrumei sua cama, limpei suas coisas, organizei sua roupa, uma organização

geral mesmo e que alegria experimentei, ainda mais quando o vi bem.

Nos meses que fiquei na Fazenda, Deus fez muita coisa na minha vida. Minha esposa cuidou dos

nossos filhos, eles estão bem empregados e bem estudando.

O que me deixou muito emocionado foi quando meu filho menor disse: No tempo que você estava em casa, nós nunca jogamos bola e quando você

sair da Fazenda vamos jogar muito.

espiritualmente nos grupos, onde contam suas experi-ências e se recarregam na Palavra de Deus.

O ano de 2000 ficou marcado como o ano em que os ES descobriram sua identidade própria na Fazenda, reforçada pelo papa, confirmando a necessidade da existência dos grupos Esperança Viva. A partir do início do novo milênio, cada missão teve sempre mais a parti-cipação do ES, na qual cada um dá o que pode, seja o seu tempo, seu recurso ou mesmo toda a sua vida para construir uma nova Fazenda.

Em consequência da orientação da Palavra, os grupos Esperança Viva iluminam a vida de muitas famílias de-sesperadas por terem seus parentes perdidos no mundo da toxicodependência. Os ES encontraram sua essência: estar no meio do mundo e a partir da vivência da Pa-lavra, do desapego dos bens materiais, da fidelidade à castidade e à comunhão com os outros ES e a Fazenda, transformam e evangelizam o mundo ao seu redor.

A prática da Palavra de Deus tem diversos resultados, por exemplo, os que A vivem têm transbordado de amor e começam a apoiar as pessoas mais próximas. Existem ações concretas, como distribuição de comida para mo-radores de rua, acolhimento de mães desesperadas e buscam seus filhos ou filhas na boca de fumo, apóia aqueles que desejam sair das drogas e seus familiares, como também os acompanham depois de terminarem seu ano de recuperação na Fazenda da Esperança, entre outras atuações.

Toda esse movimento na sociedade é realidade muito bonita e comovedora graças aos apóstolos modernos que assumiram concretamente a incumbência de Em-baixadores da Esperança.

A Fazenda precisa incentivá-los cada vez mais e para isso vai realizar, nesse carnaval, um megacongresso, quando todos os membros dos grupos Esperança Viva, mundialmente falando, se unirão em Guaratinguetá / SP. Como na primeira reunião dos apóstolos há dois mil anos atrás (Atos dos Apóstolos - capítulo 15), quando se encontraram em Jerusalém e se fortaleceram para continuar sua missão no mundo.

Celestino Souza

Com grande alegria, recebi o boleto da Fazenda e a carta do frei Hans. Agradeço a Deus por todas as obras que Ele me dá a oportunidade de ajudar.

Meu irmão dependente encontra-se preso, mas se Deus quiser ele vai se converter, porque como o frei disse na carta, devemos acreditar, que as

cruzes devem ser transformadas em luzes.

Na universidade tivemos uma palestra sobre meninos que estão se recuperando das drogas. Adorei a metodologia da Fazenda. Continuem a fazer esse trabalho lindo de colocar a Palavra de Deus no coração de todos. Ajudar ao próximo sempre faz bem e enche nosso espírito de luz,

força e vontade de viver.

Aconteceu comigo

A voz do embaixador

Rita de Cassia - Recife/PE Ana Paula Alves Lima - Juazeirinho/PB

OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - FAZENDA DA ESPERANÇADepartamento Retorno à Vida - Caixa Postal 529 - CEP 12511-970 Guaratinguetá-SP

Telefone de contato: (12) 3128 8902E-mail: [email protected] www.fazenda.org.br

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Que tipo de material usou para escrevê-lo?

Padre César: Como pude conviver com os fundadores, sempre aproveitei para saber detalhes das suas histórias. Sempre tive “curiosidade”. Depois se aliou ao fato de gostar de escrever. Assim durante o período que morei em Berlim, na Alemanha, aproveitei para dar lógica aos fatos, seguindo a linha história. Entrevistava os funda-dores quando havia dúvidas de datas, de nomes e de detalhes necessários.

Quanto tempo levou para produzi-lo?

Padre César: O livro foi produzido num espaço de 5 anos, com intervalos de parada e de reformulação. Como expliquei, a primeira e mais trabalhosa etapa foi em Berlim, na Alemanha, entre os anos de 2003 a 2005. Depois retomei em 2008, com as últimas correções no primeiro semestre de 2009.

Qual foi a inspiração para fazer esse livro?

Padre César: Foi a vida dos fundadores, suas histórias, e a obra que nasceu deles. Claro, pôr tudo no papel não é algo simples, mas Deus foi-me inspirando capítulo por capítulo. Houve uma fase de silêncio. Nem sabia mais como retomar, até que voltou novamente a inspiração, e

o livro chegou ao ponto que de-veria chegar. É interessante lidar com a inspiração. Essa experi-ência é realmente muito bonita. Ela vem sutilmente e fica sempre “incomodando” na mente e no coração, até que você dá forma a ela nas páginas. Mas eu sem-pre precisei da confirmação dos fundadores. Escrevia e dava de-pois para eles lerem. Esse livro foi escrito na realidade sob a força da presença de Jesus entre nós todos.

Qual é o seu objetivo ao escrever esse livro?

Padre César: Que aqueles que hoje e amanha cons-truirão a Fazenda da Esperança, e sem dúvida, forma-rão a Família da Esperança, descobrindo as raízes dessa obra, contemplem com mais consciência os frutos dessa grande árvore. Nem todos terão o privilégio de conhecer pessoalmente e mais diretamente detalhes, e temos que aproveitar os fundadores vivos para registrar tudo isso. Porém essa história ainda continua, pois eles estão vivos. O livro precisa continuar a ser escrito.

A Fazenda da Esperança lançou, no início desse ano, mais um livro. Nomeado de “Já aconteceu e se espalhou” essa obra conta à história da comunidade terapêutica, baseada no depoimento, cartas e entrevistas com seus fundadores.

Segue uma pequena entrevista com o autor, padre César Alberto dos Santos, sobre a produção desse livro.

Padre César

Essa história ainda continua, o liv ro precisa continuar a ser escrito.