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Bol.etim Geográfico ANO VIII I SETEMBRO DE 1950 I N. 0 90 Editoria l A X Assembléia Geral Adiada por dois meses, p{J.ra não coincidir com as operações censitárias, iniciadas em julho, a sessão inaugural da X Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia realizou-se, juntamente com a Conselho Nacional de Estatística, a 1. 0 de setembro. Apesar dos maus augúrios, que lhe rondavam os trabalhos, dos quais se fêz intérprete a saudação dos delegados proferida pelo secretário-geral, não tardou a estabelecer-se ambiente de confiança, arejado de anseios de coope- ração, que permitiram a intensificação de esforços convergentes para o êxito final. Em verdade, conseguiu a X Assembléia Geral' evidenciar os seus propó- sitos construtivos, mediante os quarenta projetos de resoluções que examinou criteriosamente. Recusou alguns, por se lhe afigurarem dispensáveis e aprovou trinta e sete, convertidos em resoluções. Nem tôdas traçam normas de trabalhos que deverá o Conselho em[Xeender. Muitas o de caráter transitório, de acôrdo com a legislação vigente. Mas, também, as que se projetam para o futuro, com firmeza de pro- gramas solicitados por altas conveniências nacionais. Nessa categoria inclui-se a de número 312, que. "Dispõe sôbre a execução da carta aeronáutica do Brasil, na escala de 1:1 000 000, projeção Lamberf', a de número 311, que "Determina a contribuição a ser prestada pelo Conselho aos estudos de recupe- ração da Baixada Fluminense", a de número 285, que trata da "Consolidação da legislação orgânica do Conselho". De âmbito ttacional, a primeira, e até internacional, pois que a aviação, a que irá servir, assim o determina, mercê de convênio mundial, a segunda não alcança análoga amplitude. Restringe-se a limitada região, de caracterÍs· ticas acentuadas, que a distinguem das vizinhas. Diferentemente, a terceira ainda mais se re duz na aplicação, para cuidar apenas de sistematizar os dispositivos legais que regulam a vida do Conselho.

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Bol.eti m Geográfico ANO VIII I SETEMBRO DE 1950 I N.0 90

Editoria l

A X Assembléia Geral

Adiada por dois meses, p{J.ra não coincidir com as operações censitárias, iniciadas em julho, a sessão inaugural da X Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia realizou-se, juntamente com a do~ Conselho Nacional de Estatística, a 1.0 de setembro.

Apesar dos maus augúrios, que lhe rondavam os trabalhos, dos quais se fêz intérprete a saudação dos delegados proferida pelo secretário-geral, não tardou a estabelecer-se ambiente de confiança, arejado de anseios de coope­ração, que permitiram a intensificação de esforços convergentes para o êxito final.

Em verdade, conseguiu a X Assembléia Geral' evidenciar os seus propó­

sitos construtivos, mediante os quarenta projetos de resoluções que examinou criteriosamente.

Recusou alguns, por se lhe afigurarem dispensáveis e aprovou trinta e

sete, convertidos em resoluções.

Nem tôdas traçam normas de trabalhos que deverá o Conselho em[Xeender.

Muitas são de caráter transitório, de acôrdo com a legislação vigente.

Mas, há também, as que se projetam para o futuro, com firmeza de pro-gramas solicitados por altas conveniências nacionais. Nessa categoria inclui-se a de número 312, que. "Dispõe sôbre a execução da carta aeronáutica do Brasil, na escala de 1:1 000 000, projeção Lamberf', a de número 311, que "Determina a contribuição a ser prestada pelo Conselho aos estudos de recupe­ração da Baixada Fluminense", a de número 285, que trata da "Consolidação da legislação orgânica do Conselho".

De âmbito ttacional, a primeira, e até internacional, pois que a aviação, a que irá servir, assim o determina, mercê de convênio mundial, a segunda não alcança análoga amplitude. Restringe-se a limitada região, de caracterÍs· ticas acentuadas, que a distinguem das vizinhas.

Diferentemente, a terceira ainda mais se reduz na aplicação, para cuidar apenas de sistematizar os dispositivos legais que regulam a vida do Conselho.

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636 BOLETIM GEOGRAFICO

Além das resoluções atinentes a trabalhos futuros, de que servem as três citadas de exemplo, em outras se espelhou o sadio idealismo que realçou a X Assembléia.

Assim, a de número 305 reconheceu o "interêsse de que se reveste", para os "estudos da geografia, em particular da geografia humana e cultural", a de­claração sôbre f1 raça elaborada por comissão de peritos da UNESCO, cuja obra cultural aplaudiu pela resolução 300.

Também exa1tou o "alto significado cívico e cultural do I Congresso Nacional de Municípios Brasileiros" e endossou-lhe, pela resolução 299, a "Car­ta de Princípios, Direitos e Reivindicações Municipais", elaborada pelo Con­gresso. São temas que transcendem das cogitações costumeiras, mas bastam para evidenciar as radiosas aspirações, que inspiraram as iniciativas dos dele­gados presentes à X Assembléia Geral, que podem ufanar-se de ter ultimado, no breve prazo de duas semanas, tarefa útil ao país e orientadora das futuras ati­vidades do Conselho Nacional de Geografia.

I

VIRGILIO CORRÊA FILHO Secretário-Gera! interino

do C .N.G .

• Comentário

A Propósit

Era eu ainda bem menino, ]a não sei onde, nem de que interessante, com dissertações E sito da origem, antiguidade e ~ cer.to dia, em uma espécie de ar encontrada caída à margem de

Foram muitas as opiniões d e outros, e, em breve, empenha' por escrito, nos orgãos de publi instituições locais.

Eis senão quando, no ace - pessoa modesta, aliás - e '

- "Sois todos vós uns de: têm nenhuma das origens hipo nem tampouco assumem qualq atuais e quem as gravou nessa à charlatanice dos pretensos er sava, ao inscrevê-las no granitc

Charlatanice mais recente, - teria ocorrido em Belo Horiz• Rio de Janeiro), com um dêsses tudo" e sôbre tudo emitem opil 'ventando citações, datas, falsea

E' o fato que, havendo apa1 sob o título de "Pathimel", ur magister sapientissimus o que

1 Mesmo escritores dos mais r infundadas. De Afrânio Peixoto, que de juntar ao pequeno volume de sua 1926 nas oficinas gráficas da Bibliote de beleza china - De uma estampa d1 disse de onde, se de Lisboa ou do Rio jamais poderia ter existido naquele reprodução de uma fotografia da atr Afrânio foram assim inocentes como e é mais, não as corrigia, mesmo ·qund, escritor, êste ainda vivo, e também c "utopia" já era conhecida antes de '1 um de seus diá logos. Procurado por 1 ocorria aquela palavra (conta Paulo A a ficha" . . . e declarou "falava de i "Deus é utópico e ucrônico." (Em a!• P ois, lá está no Larousse Universel, ! celer inglês Thomas Morus (do gr . o'U livros". E o Webster's New Internatio meiro publicado em latim em 1516 e v

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servem as três sadio idealismo que realçou a

~rêsse de que se reveste", para ·afia humana e cultural", a de­de peritos da UNESCO, cuja

:o e cultural do I Congresso he, pela resolução 299, a "Car­nicipais", elaborada pelo Con­;ões costumeiras, mas bastam iraram as iniciativas dos dele­n ufanar-se de ter ultimado, no e orientadora das futuras ati-

VIRGILIO CORRÊA FILHO Secr etá rio-Gera! interino

d o C .N.G .

• Comentário

A Propósito da Palavra "Sertão"

MOACIR M. F . SILVA

Membro do Di retór io Cent ra l do C.N.G.

Era eu ainda bem menino, - ponham quase meio-século nisso - quando, Ja não sei onde, nem de que autor, talvez um mero pseudônimo, li um co!lto interessante, com dissertações eruditas, históricas, filológicas e outras, a propó­sito da origem, antiguidade e significação das letras "H. E. A. V." descobertas, cer.to dia, em uma espécie de antiga pedra miliária tôsca, carcomida pelo tempo, encontrada caída à margem de um velho caminho .

Foram muitas as opiniões dos sábios, historiadores, paleontologistas, filólogos e outros, e, em qreve, empenhavam-se todos em longos polêmicas, eruditíssimas, por escrito, nos órgãos de publicidade dali e dalém, ou de viva voz, nas doutas instituições locais.

Eis senão quando, no aceso das discussões sapientíssimas, surge alguém - pessoa modesta, aliás - e esclarece:

- "Sois todos vós uns desmarcados charlatães . Essas qua tro letras não têm nenhuma das origens hipotéticas, nem a antiguidade, que lhes atribuístes, nem tampouco assumem qualquer das significações por vós presumidas . São atuais e quem as gravou nessa pedra fui eu . Por simples gracejo e experiência à charlatanice dos pretensos eruditos .. . E vós viestes confirmar o que eu pen­sava, ao inscrevê-las no granito: "H. E. A. V.", isto é, "Hic Est Asinorum Via."

* * • Charlatanice mais recente, - e esta não apenas de ficção, mas autêntica,

teria ocorrido em Belo Horizonte, n a livraria Francisco Alves (sucursal da do Rio de Janeiro), com um dêsses "professôres", tão comuns no Brasil, que "sabem tudo" e sôbre tudo emitem opinião, à queima-roupa, quando não escrevem in­'ventando citações, datas, falseando textos, fontes, etc .1

E' o fato que , havendo aparecido, um compêndio para o ensino do desenho, sob o título de "Pathimel", um dos rapazes daquela livraria indagou do tal magister sapientissimus o que significava aquela palavra "Pathimel".

1 Mesmo escritores dos mais r epu tados têm incidido nessa leviandade de afir mações infunda das. De Afrânio P eixoto, que Deus haja, contam-se diversas . Ocorre-nos agora aquela de juntar ao pequeno volume de s ua autoria, " D inamene - Alma minha gen til ; ' impresso em 1926 nas oficinas gráficas da Biblioteca Nacional de Lisboa, uma g ravura como sendo "Tipo de beleza china - De u ma estampa do sébulo XVI - Da coleção da Biblioteca Naciona l ." (Não d isse de onde, se de Lisboa ou do Rio.) P ois bem . Afirma-se qu e t a l " e~tampa do século XVI" jamais poderia ter exis tido naqu ele século, visto que é, nada mais nada menos do que, a r eprodução de uma fotografia da a triz cinematográfica Nita Naldi. - Mas nem tôdas as de Afrânio foram assim inocentes como esta . Outras houve pior es, algumas int encionais. E, o q ue é mais, não as corrigia , mesmo ·qundo lh 'as assinalavam os pr óprios amigos. - Outro ilustre escritor , êste ainda vivo, e também da Academia Brasileira, afirmou certa ve~ que a palavra " utopia" j á era conhecida antes de Thomas Mor us e q ue até fôra empregadlf por Platão em um de seus d iá logos . P rocurado por um helenista para q ue lhe d issesse em q ua l dos diálogos ocor r ia aqu ela palavra (conta Paulo Augus to, em Preciso de Sociologia, Rio, 1940), "não achou a fi cha" ... e declarou "falava de improviso". Mas "pensa q ue há, em P lato, esta frase: "Deus é utópico e u crônico." (Em alguma tradução, em linguagem modernizada, é possivel.) P ois, lá está n o L ar ousse Universel , 2.0 vol. : " Utopia," pais imaginár io inventado pelo chan­celer in glês Thomas Morus (do gr . ou, não, e t opos , lugar) e dado como titulo a um de seus livr os". E o W ebster's New I n t ernat ion al D i ct. , 2.• ed., 3.o vol. , informa que " Utopia" foi pri­m eiro publicado em latim em 1516 e vertido para o inglês em 1551.)

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638 BOLETIM GEOGRAFICO

E em vez de ser informado com um simples e honest,J;? "não sei", teve logo, ali mesmo, uma lição erudita, com abundância de exent1Jlos e divagações, de que tal vocábulo era originário do grego (ou do sânscrito, não sei bem) e signi­ficava, mais ou menos, "estrada suave, caminho facil" ou "facilitado" pelo pro­fessor. etc. etc. 2

Pouco depois, chegando à loja, a ver livros e interessando-se por êsse origi­nalíssimo compêndio, um boiadeiro de Montes Claros, o rapaz da livraria, que­rendo talvez transvasar adiante a ciência que acabara de receber do tal "pro­fessor", perguntou ao boiadeiro :

- O senhor sabe o que quer dizer "Pathimel?" - Uai, moço, está escrito aqui mesmo, no livrinho, em baixo . Nos nomes

dos professôres que fizeram o livro." Só .então o empregado da livraria também o percebeu e pôde assim aquila­

tar até onde ia a charlatanice do "professor". De fato "Pathimel" é a palavra de formação artificial obtida, pela junção de "Pa"-"thi"-"mel", sílabas tiradas dos nomes "Pais"-"Thiré"-"Melo",3 dos professôres que a compuseram (e ao li­vro) . E isso está bem visível na capa.

* * * Êsses casos típicos de charlatanismo me voltaram à memória, após a: publi­

cação de meu ensaio Geografia dos Transportes no Brasil (edição do Conselho Nacional de Geografia, do I.B.G .E., Rio de Janeiro, 1949) - livro em que, a propósito da palavra "Sertão", tive ensejo de escrever, em rodapé, à página 17:

"Em Gonzalo de Reparaz (Geografia y Politica - Los fundamentos na­turales de la historia humana. Buenos Aires, 1943) ao ensejo de uma trans­crição de Euclides da Cunha, depara-se esta nota: "Sertão". Del português "deserto", salió el aumentativo "desertão", aplicado a los imensos desiertos

2 De meus primeiros tempos de ginásio também me volta hoje à memória aquela interessante página de Manuel Bernardes sôbre "impostores de ciência", com êsse titulo inserta na Anto­logia Nacional de Fausto Barreto e Carlos de Laet. Gloriava-s'e o Dr. Paulo Florêncio de "mui versado nas llnguas grega, hebraica, sir!aca, caldaica e outras muitas". E o padre Jorge Scherer, que suspeitava de tão alta competência, escreveu "três palavras de sua llngua materna (que era alemã) viradas as letras da última para a primeira. Ponhamos o exemplo traduzido em português, para vermos melhor o extraviado da interpretação que lhe foi dada: - "andam

.ros patos sem sapatos". Inversa a ordem das letras dizia: madna so sotap mes sotapas. "E logo tomou por companheiro o padre Cristiano, que lia teologia, e o fêz participante do

segrêdo. E foram buscar a interpretação do mesmo oráculo. E êle, nada menos confiado, res­pondeu:

- Isto é o mesmo que tenho dito a V. P. do outro papel: são fórmulas dos Eg!pcios, quando sacrificavam.

" Ouvindo isto o padre Cristiano tomou depressa a porta, porque não podia reprimir o riso; mas o padre Scherer, r epresentando sisudeza, lhe rendeu graças pelo beneficio, e saiu , com o desengano que desejava."

Sob outra forma, essa historieta é a mesma imposturice das anedotas de H.E.A .V. e de Pathimel, ora lembradas neste artigo.

O originallssimo escritor Malba Tahan, que coincide ser o ilustre prof. J. C. de Melo e Sousa, um dos autores do "Pathimel", em um pequeno e delicioso conto, denominou "Sassevasá" (isto é, "às avessas") a essa nova pretensa l!ngua inventada pelo padre Scherer.

Variedade curiosa des~a l!ngua "sassevasá" são as ·frases ditas "cancrinas" (de cancer), caranguejo, porque, no dizer do povo, "anda para trás"), em que a inversão não é de palavra por palavra, mas de tõda a frase, de modo que esta se lê igualmente nos dois sentidos. Assim: "atai a gaiola saloia gaiata." Em latim, conheço belo exemplo que, dizem, um Santo atribuiu ao Diabo, como um desejo dêste: "In girum imus nocte et consumimur igni".

3 Incontestàvelmente estravagante a denominação de um livro didático por uma palavra, como essa, de formação artificial. Entretanto êsse processo, modernamente, tem encontrado aP.licação ampla e variada. Até na topon!mia. Haja vista "Bolpebra", formada das s!labas iniciais de Bol!via, Peru, Brasil, localidade boliviana no ponto de trijunção dêsses paises, na confluência do rio Acre com o igarapé Yaverija. Em meu livro Roda e Asa (Rio, 1941) inseri uma fotografia antiga dêsse triplex-continium. - Outro exemplo é o de "Lusanvira". na E. F. Noroeste do Brasil "criado" pelo ilustre fluminense, "professor emérito" da Escola Nacional de Engenharia, José Matoso Sampaio Correia, filho de Niterói. Formou êsse belo topônimo com s!labas dos nomes de quatro engenheiros. seus auxiliares na construção daquela ferrovia: Ludgero Dolabela, Sanson, Vitorino Avila e Pereb·a Travassos. Pois , segundo conta Artur Neiva, (Estudos da Língua Nacional, 1940) , houve quem encontrasse a origem de "Lusanvira" na llngua dos indios coroados, senhores da região, com a significação de "capoeira rala" (!) -A grafia com dois "ss" ("Lussanvira"), já é alteração posterior, para evitar o som de "z" no "s" intervocállco. - No campo das etimologias fantasistas dêsse tipo, é conhecida a de "cadáver", como provindo de caro data vermibus, que se atribui a J. de Maistre (1753-1821), mas talvez seja mais antiga. Vi-a. pela primeira vez, como titulo de uns versos de Antônio Nobre. Mas, sabem todos, pois que o ensina o velho Saraiva (Dia. Latino-Portugués), "cadáver",

brasilefios, y de este voe~ "sertão". Adviertase que e, existen y que su vocabulaTí voces tupis y de otras proce1 europea" (Grifas nossos) -Maximino Maciel ( Gramat e outros. Entretanto, talve~ ce-nos, jamais se usaram n buído à palavra sertão.

Além do vocábulo apar c, certão - (em nosso liv brasileirismo, como se supu roso à Academia Brasileira se usava "antes do descob metropolitano europeu, par com o mar. " Gustavo Bar: Angola, de 1804, de frei Berr seguida da forma decepada que considera equivalente Morais e Aulete: "mato lon "terras sertanejas" em refe palavra não será originária a quem, segundo Mário Me Cronológica de Pernambuc• de D. Pedro de Almeida, g 1676 uma sesmaria de dez rio piauiense"? Aquêle me centralizou na sua fazenda A ação dêsse rude sertani merece. Quase na confluên mo tempo do Piauí, do Cea: colonial aplicou no trato 1

aventurosa e irrequieta dos Essas cinqüenta "fazendas os nortistas pelo menos, ~ sinédoque, do nome próprio por extensão, a significar Qual terá aparecido primeiJ Morais-Aulete, que até pare (locus mediterraneus), tem "O sertão não conhece o m Não se vêem. Não se busca:

já com esta forma no próprio latim Penso que tem a mesma causa ps

(de origem militar, parece, por nece1 de substituir as expressões persona form assem uma palavra nova. Os e: lê " Iapeteque", mas que, na realidad1 em Transportes e Cargas. - Note-se b Não há dúvida que é mais fácil e rá extenso. Mas o interessan te é que exemplo, "iapetequiano", como surgir "empregado de". Assim "bancário", ' cionário", q ue substituiu o velho "en públicos por novas diferenciações biz

Em matéria de explicações etim "Iracema", que J osé de Alencar info de m el" , há quem afirme ser isso ta1 a obra é uma "expressão autóctone" José de Alencar o reparo de que, enq~ nomes: "Iracema", "Moacir", ''Ubiraj: sileira têm sido fontes abundantes: , anagramas ("Ronaldo", de Orlando) 1

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FICO

i e honest~ "não sei", teve logo, , de exerrtplos e divagações, de sânscrito, não sei bem) e signi-facil" ou "facilitado" pelo pro-

~ interessando-se por êsse ongl­;Iaros, o rapaz da livraria, que­.cabara de receber do tal "pro-

I?" livrinho, em baixo. Nos nomes

• percebeu e pôde assim aquila­)e fato, "Pathimel" é a palavra Pa"-"thi"-"mel" sílabas tiradas es que a compuseram (e ao li-

aram à memória, após :r publi-no Brasil (edição do Conselho

neiro, 1949) - livro em que, a :rever, em rodapé, à página 17:

'olitica - L os fundamentos na-1943) ao ensejo de uma trans­n ota : "Sertão" . Del português

.plicado a los imensos desiertos

ta h oje à memória aquela in ter essante a" , com êsse titulo inserta n a An to­;va-s'e o Dr. Paulo Florêncio de "mui

ou tras muit as". E o padre J orge "tr ês palavras de sua l!ngua materna eira. Ponhamos o exemplo trad uzido r etação que lhe foi dada : - "andam : madna so sot ap mes sot apas. ' lia teologia, e o fêz participante do lo. E êle, nada menos confiado , r es-

~1 : são fórmulas dos Eg!pcios , quando

porta, porque não podia r eprimir o endeu graças pelo benef icio, e saiu,

·ice das anedotas de H .E .A.V. e de

ler o ilus tre prof. J. C. de Melo e Jllcioso conto, denominou "Sassevasá" i a pelo padr e Scherer . rases ditas "cancrinas" (de cancer), em q ue a in ver são não é de pa lavra ig ua lmente nos dois sentidos. Assim: mplo q ue, d izem, um San to atribuiu ~ t consunt.imur igni" . u m livro d idático por uma palavra, sso, modernamente , t em encontrado ta "Bolpebra", forma da das s!labas 1ont o de trijunção dêsses pa!ses , na livro R oda e Asa (Rio, 1941) inseri

exemplo é o de " Lusanvira" , na nse , "professor emér ito" da Escola rilho de Niterói. F ormou êsse belo eus aux iliares na construção daq uela Travassos. Pois , segundo conta Artur

ncontrasse a origem de "Lusanvira" signif icação de "capoeira r ala" (! ) -10sterior, p:ira evitar o som de "z" listas dêsse tipo, é conhecida a de a tribu i a J. de Maistre (1753-1821), no titulo de uns versos de Ant ônio L (D ic. Latino-Português), "cadáver",

COMENTARIO 639

brasilefios, y de este vocablo, por la caida de la primera silaba resultó "sertão". Adviertase que el portugues es una de las lenguas más ricas que existen y que su vocabulario geográfico, al que se han incorporado infinitas voces tupis y de otras procedencias, no creo que tenga rival en ninguna lengua europea" (Grifas nossos) - Etimologia comumente aceita. E' a indicada por Maximino Maciel (Gramat. Descritiva, 44) , A. Nascentes (D ic. Etimológico ) e outros . Entretanto, talvez não seja a verdadeira . Deserto e desertão, pare­ce-nos, jamais se usaram no Brasil, no sentido de há muito geralmente atri­buído à palavra sertão.

Além do vocábulo aparecer em documentos e mapas antigos escrito com c, certão - (em nosso livro Qui lômetro Zer o há alguns exemplos), não é brasileirismo, como se supunha, pois, segundo comunicação de Gustavo Bar­roso à Academia Brasileira de Letras (Jornal do Comércio, de 20-V-47) , já se usava "antes do descobrimento do Brasil, aplicado ao próprio território metropolitano europeu, para designar as terras interiores sem comunicação com o mar ." Gustavo Barroso diz ter encontrado no Dic. de Lingua B. de Angola, de 1804, de frei Bernardo Maria de Carnecatim, a palavra "muceltão," seguida da forma decepada "certão", definida em latim locus m editerraneus, que considera equivalente à definição de "sertão", dada pelos dicionaristas Morais e Aulete: "mato longe da costa" . (Aulete cita Herculano, escrevendo "terras sertanejas" em referência às de uma região de Portugal) . - Mas a palavra não será originária de um antropônimo, Domingos Afonso "Sertão", a quem, segundo Mário Melo se atribui a "conquista do noroeste" (Sintese Cronológica de Pernambuco, Recife, 1943) e que, coni outros, teria recebido de D. Pedro de Almeida, governador de Pernambuco, "a 12 de outubro de 1676 uma sesmaria de dez léguas, à margem do rio Gurgueia, hoje territó­rio piauiense"? Aquêle mesmo de quem disse Euclides: "Domingos Sertão centralizou na sua fazenda do Sobrado o círculo animado da vida sertaneja . A ação dêsse rude sertanista, naquela região, não tem tido o relêvo que merece. Quase na confluência das capitanias setentrionais, próximo ao mes­mo tempo do Piauí, do Ceará, de Pernambuco e da Bahia, o rústico landlord colonial aplicou no trato de suas cinqüenta fazendas de criação a índole aventurosa e irrequieta dos curibocas ." (Os Sertões, 19.a edição, p. 103) . -Essas cinqüenta "fazendas de Sertão" não poderiam ter determinado, entre os nortistas pelo menos, a espontânea alteração semântica popular, pela sinédoque, do nome próprio em comum, toponímico (sertão) ? E dai passasse, por extensão, a significar terras do interior, terras grandes, ilimitadas? -Qual terá aparecido primeiro, o antropônimo ou o topônimo? - A definição Morais-Aulete, que até pa rece inspirada na do dicionário da lingua angolense (locus mediterraneus), tem confirmação em bela página de Rui Barbosa: "O sertão não conhece o mar . O mar não conhece o sertão . Não se tocam. Não se vêem . Não se buscam . Mas há em ambos a mesma grandeza, a mes-

já com est a forma no pr óp r io latim on g m a-se de cádere, do g r ego kat d, de cima para baixo. - P enso que tem a mesma causa psicológica dessa artifi cial fo rmação s iláb ica o uso corrente (de origem m ilita r , pa rece, por necessidade de s implif icação, em serviço q ue deve ser rápido) de subs tituir as expressões per sona tivas completas , pelas inicia is a penas, lendo-se como se form assem u rna pa lavra nova. Os exemplos pululam. Cito um apenas: I.A .P .E.T .C. que se lê " Iapeteque", mas qu e, na realidade, é Instituto de Aposen tadoria e Pensões dos Empr egados em T ransportes e Ca r gas. - Note-se bem: não censu ro, registro a penas o fenômeno, que é a tual. Não h á dúvida que é mais fácil e rápido dizer "Iapet eque" do que aquela xaropada t õda, por ex tenso. Mas o inter essante é que logo s urgem também ad j etivos, em an o principa lmente, ex emplo, " iapetequia no", corno surg iram as formas em drio para substi tu ir a expressão anti ga "em pregado de". Assim "bancár io" , "com erciá rio", etc., talvez por simples a na logia com "fun­cionário", q ue substituiu o velho "empregado pú blico" . (E já agora, envereda-se, nos serviços públicos p or novas diferenciações b izantinas: servidor, ser vent uá rio, et c.).

Em matéria de exp licações etimológ icas, até do a nagrama se tem lançado mão. Assim " Iracema", que J osé de Alencar informou , derivar-se do tu p i (ira -tembe) e signifi car " láb ios de m el ", há quem a firme ser isso t apeação e tal nome apenas anagr ama de "América", porque a obra é uma "expressão au tóctone" dêst e continente . Não acredito nisso. Silvio Rom er o fêz a J os é de Alencar o r epa r o de q ue, enq uanto os grandes romancis tas criam tipos, êle criava a penas n omes : " Iracema", " Moacir" , " Ubira ja r a" , etc. Ind iscu tível q ue na moderna antropon !mia bra­sileira t êm s ido fon tes abun dantes : as formações a r tificia is ("Va iei" , de Vá! ter e Juraci ) , os anagramas ("Ronaldo", de Or lando) e a t é o "sassevasá" (Ed ia leda, de Adela ide ) .

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ma imponência, a mesma inescrutabilidade." A. J. de Sampaio (A Alimenta­ção Sertaneja e do Interior da Amazônia, Rio, 1944, p. 22) admite a origem latina, da palavra, quando observa. "Couto Reis, no citado "Mapa Topográ­fico de Campos" (que é de 1786) escrevia então "Sertam", palavra talvez relacionada com o adjetivo latino sertus, um: entrançado. - Involuntària­mente nos vem à memória o título da notável obra de Barbosa Rodrigues Sertum Palmarum Brasiliensium, mas, supomos, o vocábulo sertum seja, aí, substantivo e tenha o sentido figurado de "antologia" (compêndio), dado que os dicionários latinos, mesmo os pequenos (Torrinha e outros) registam: Sertum, i, grinalda, coroa de flores, festão, capela; usando-se de preferência no plural "porque as coroas se fazem de muit~s fôlhas e flores entrelaçadas" (sic). - No Livro de Horas, de Afrânio Peixoto, publicado postumamente (1947), encontramos, à p. 41: "O sertão ou "dessertão", P." (assim com dois ss, parece-nos seja lapso da revisão. Salvo se aquêle autor teve a inten­ção, de mau gôsto, (que razoàvelmente não se lhe pode atribuir) de compli­car ainda mais a dúvida existente.)"

* * * Assim, vêem os leitores que, a propósito da origem da palavra "Sertão",

várias "hipóteses" foram aventadas (e até eu mesmo andei dando meus "pal­pites errados", se bem que sem sair do domínio das conjecturas.) Tudo hipóteses. Só uma coisa houve, e ficou, "verdadeira" nessa nótula: que "sertão" não é "brasileirismo",' como supunha muita gente, pois que já se usava "antes do des­cobrimento do Brasil" :

Como, só depois de publicado o meu livro, cheguei a essa convicção? Muito simplesmente. Pela precisa e preciosa informação de um amigo, o Dr. Manuel Diegues Júnior (autor, entre outros trabalhos de igual mérito, de uma recente volumosa obra O Banguê nas Alagoas - Traços da influência do sistema econô­mico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional, - estudo proficiente, com prefácio de Gilberto Freire) .

Tendo lido a Geografia dos Transportes no Brasil, Diégues •, logo que nos avistamos, informou:

- "A melhor prova de que a palavra "sertão" não é brasileirismo é que ela figura, com a sua significação atual, na "Carta" de Pêro Vaz Caminha."

E de fàto. Fui ler êsse velho documento de nossa história, o primeiro, ao qual, por isso mesmo, alguém já cognominou a "certidão de batismo do Brasil", e lá encontrei, por duas vêzes, a palavra "sertão". Ou melhor, a coisa não é tão simples assim, pois a palavra que aparece na "Carta" manuscrita, é "sartaão" (correspondente a "sertão", segundo a adaptação à língua atual, feita por Jaime

• Brasileirismos são, segundo Bernardino José de Sousa (Dicionário da Terra e da Gente do Brasil, 4.• edição, 1939) : - "sertania" e "sertanista", designativos dos sertões e dos homens que nêles penetravam em busca de riquezas. E também: "sertão bruto", designação brasileira do sertão sem moradores, inteiramente desabitado; "sertão de gravatá", nome que os matutos da Bahia dão a uma extensão de terra coberta da bromeliácea chamada gravatá (Bilberg·ia Porteana, Brogn) ; e "sertão de pedra", denominação que os riograndenses-do-norte dão à zona além do vale do Ceará-Mirim, por ser muito pedregoso o solo dai em diante.

São também indiscutivelmente denominações brasileiras, antigas, as de sertão de tora e sertão de dentro, cremos devidas a Antonil (Cultura e Opu!éncia do Brasil por suas Drogas e Minas, 1711) . O sertão de fora ou "de Pernambuco" estendia-se, pela costa, desde Olinda até o rio São Francisco, atingindo, para dentro, o Paraiba do Norte, o Ceará-Mirim, o Açu, o Ceará-Grande, e até o Piagui. O sertão de dentro ou "da Bahia" radicava-se ao vale do São Francisco, atingindo até o sudoeste do Maranhão e alcançando o centro das Minas Gerais. A propósito, Eugênio de Castro, observou em seu excelente Ensaios de Geografia Lingüística, 2.• ed. 1941 : "Assim enquanto o ouro, era o "perdição dos sertões das minas", o gado dos "sertões de dentro" ou "baianos" ia realizando uma grande obra de colonização, de alto poder econô­mico na formação do Brasil, nos seus tipicos afazendados, em que a lingüistica brasileira gan):lava painel e motivo para uma grande e expressiva riqueza vocabular."

5 Devo também a êsse ilustre amigo alagoano, além de preciosos informes folcloricos do Nordeste, a elucidação da tonicidade do topônimo de seu estado - "Quebrangulo", - de origem africana, que é paroxítono e não esdrúxulo, como à primeira vista poderia parecer. l!:ste assunto figura em artigo meu, a sair na Revista Brasileira de Geografia, a propósito do livro de Estêvão Pinto sôbre a história de uma estrada de ferro do Nordeste (Great W estern).

Cortesão, em duas obras suas "Livros de Portugal Ltda.", Rio (Ensaio de topografia históric' Rio de Janeiro, 1944) .

A palavra figura na "Cart!1 ou sucessos ocorridos na "têrça·

Assim, relativamente ao di; crição" (que consta na primei!

"alguns deziã que virã as vy mas seg0 os aruc mujtos e grandes e djr nõ douj do que por esse tas aues."

O que, em linguagem atual "Alguns diziam que vir; são mui muitos e gran êsse "sertão" haja mui'

E, para o fim da "Carta", 1

1500, referindo-se à terra que outros, êsses dois tópicos (a fl.

. . . . . . . . . . "depomta a1 praya parma mujto ct pelo sartaão nos parece grande por que aestend vee se nõ tera earuorec muy longa tera." (Grif>

Traduzido por Cortesão:

"De ponta a ponta, Pelo sertão nos pareceu olhos, não podíamos v muito longa". (Grifo n

Ora, aí está. Se esta forml pessoal de Caminha) , a origem mais. Deriva-la, assim de "de~ nos figurou. . . algo fantasista. no Brasil na linguagem vulgar, que se pudesse admitir, algures, não se sabe bem porque, perder decepada "certão", (também in cial, como se fizera em "desert lário de língua africana de 1804, a grafia de Caminha) já era tanto assim que o escrivão da corrente, lá na terra. E quem 1

o Modernamente, de forma oster. tempo da revolução de 1930, por Osv é um deserto de homens" . . . Aliás, 1 Eça de Queirós, no tópico de "Uma O

"Os contemporâneos, ai! n bem os nobres espiritos que : uns junto da história, outros nimando o drama e o roman<

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FICO

A. J. de Sampaio (A Alimenta­ia, 1944, p. 22) admite a origem Reis, no citado "Mapa Topográ­então "Sertam", palavra talvez

n: entrançado. - Involuntària­ável obra de Barbosa Rodrigues mos, o vocábulo sertum seja, aí, "antologia" (compêndio), dado

>s (Torrinha e outros) registam: :apela; usando-se de preferência it::J,s fôlhas e flores entrelaçadas" eixoto, publicado pàstumamente ou "dessertão", P." (assim com lvo se aquêle autor teve a inten­se lhe pode atribuir) de compli-

ia origem da palavra "Sertão", illesmo andei dando meus "pal­as conjecturas.) Tudo hipóteses. ;sa nótula: que "sertão" não é ; que já se usava "antes do des-

:heguei a essa convicção? Muito ão de um amigo, o Dr. Manuel le igual mérito, de uma recente da influência do sistema econô­~ regional, - estudo proficiente,

1 Brasil, Diégues •, logo que nos

o" não é brasileirismo é que ela ' de Pêro Vaz Caminha." e nossa história, o primeiro, ao "certidão de batismo do Brasil", ;'. Ou melhor, a coisa não é tão Carta" manuscrita, é "sartaão" 1. à língua atual, feita por Jaime

usa (Dicionário da Terra e da Gente iesignativos dos sertões e dos homens

"sertão bruto", designação brasileira lo de gravatA", nome que os matutos meliácea chamada gravatA (Bilberg,ia os riograndenses-do-norte dão à zona solo da! em diante .

·as, antigas, as de sertão de fora e pu!ência do Brasil por suas Drogas e )Stendia-se, pela costa, desde Olinda a do Norte, o Ceará-Mirim, o Açu, o !a Bahia" radicava-se ao vale do São Içando o centro das Minas Gerais. A Ensaios de Geografia Lingüística, 2.•

rtões das minas", o gado dos "sertões de colonização, de alto poder econõ-

dos, em que a lingüística brasileira queza vocabular."

de preciosos informes folcloricos do stado - "Quebrangu!o", - de origem ra vista poderia parecer. l!:ste assunto rrafia, a propósito do livro de Estêvão jste (Great Western).

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COMENTÁRIO 641

Cortesão, em duas obras suas: A Carta de Pêro Vaz de Caminha, edição de "Livros de Portugal Ltda.", Rio de Janeiro, 1943, e Cabral e as origens do Brasil (Ensaio de topografia histórica), edição do Ministério das Relações Exteriores, Rio de Janeiro, 1944) .

A palavra figura na "Carta" de Caminha em tópicos referentes a impressões ou sucessos ocorridos na "têrça-feira, 28 de abril" e na "sexta-feira, 1.0 de maio" .

Assim, relativamente ao dia 28 de abril, na fôlha 10 do "fac-simile e trans-crição" (que consta na primeira das obras citadas de Jaime Cortesão), lemos:

"alguns deziã que virã rrolas mas eu nõ as vy mas seg0 os aruoredos sam muy mujtos e grandes e djmfindas maneiras nõ doujdo que por esse sartaão ajam muj-tas aues."

O que, em linguagem atual, Cortesão traduziu: "Alguns diziam que viram rôlas, eu não as vi. Mas segundo os arvoredos são mui muitos e grandes, e de infindas maneiras, não duvido que por êsse "sertão" haja muitas aves!" (Grifo nosso).

E, para o fim da "Carta", que, como é sabido, foi datada de 1.0 de maio de 1500, referindo-se à terra que, em conjunto, se avistava de bordo, há, entre outros, êsses dois tópicos (a fl. 13 verso do "jac-simile e transcrição", op. cit.) :

. . . . . . . . . . "depomta apomta he toda praya parma mujto chaã e mujto fremosa. pelo sartaão nos pareceo do mar mujto grande por que aestender olhos nõ podíamos vee se nõ tera earuoredos que nos pareçia muy longa tera." (Grifo nosso)

Traduzido por Cortesão:

"De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa". (Grifo nosso) .

* * * Ora, aí está. Se esta forma "sartaão" era correta (e não apenas um êrro

pessoal de Caminha) , a origem do vocábulo "sertão" parecia complicar-se ainda mais . Deriva-la, assim de "deserto", ou de "muceltão", é que, depois disso, se nos figurou ... a lgo fantasista. "Deserto", que saibamos, jamais foi empregado no Brasil na linguagem vulgar, (no período colonial•, pelo menos) de maneira que se pudesse admitir, algures, um pretenso aumentativo "desertão", que depois, não se sabe bem porque, perderia a sílaba inicial. E "muceltão", com sua forma decepada "certão", (também inexplicàvelmente, for~ada a queda da sílaba ini­cial, como se fizera em "desertão") , aparece pela primeira vez em um vocabu­lário de língua africana de 1804, quando o têrmo "sertão" (ou "sartaão", segundo a grafia de Caminha) já era bem conhecido no Reino, muito antes de 1500, tanto assim que o escrivão da armada o empregou, àquela data, como de uso corrente, lá na terra. E quem sabe se os angolenses não teriam adotado a pa-

0 Modernamente, de forma ostensiva, a palavra "deserto" foi empregada entre nós, ao tempo da revolução de 1930, por Osvaldo Aranha, na frase que se tornou célebre: "O Brasil é um deserto de homens" . . . Aliás, reminiscência talvez involuntária, das Prosas Bárbaras, de Eça de Queirós, no tópico de "Uma Carta" (a Carlos Mayer), que diz :

"Os contemporâneos, ai! não os conhecíamos. Hoje eu, e creio que tu, conhecemos bem os nobres espiritos que se obstinam em pensar "no meio dêste deserto d'almas", uns junto da história, outros junto do verso, alguns amparando a critica, outros rea­nimando o drama e o ro1nance" .

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642 BOLETIM GEOGRAFICO

lavra "muceltão", - simples corruptela talvez de "o sertão", - depois de terem ouvido esta última dos portuguêses?

* * *

Theophile Gautier não gracejava, ao dizer que "no dicionário só se devia entrar de chapéu na mão". . . (Dir-se-ia melhor, talvez, "nos "velhos" dicio­nários". . . porque, dos modernos há alguns. . . de se lhe tirar o chapéu!)

Foi assim, respeitoso, de chapéu na mão, como sempre o faço, mas profun­damente curioso, que penetrei na colunata do velho vocabulário Português e Latino, de 1720, de Bluteau. E não voltei com o chapéu ... "vazio", ao contrário, vim com a cabeça. . . "cheia". Pois se me afigura, no que consta inscrito na­quelas venerandas colunas, elucidar-se a origem da palavra "sertão".

Assim Bluteau registra, n a letra "C", as formas: "Certan" (com n), Certaã, Certãa, (a que correspondem na letra "S" as formas: "Sertã", "Sertaã", "Sartaã" e "Sartaa") , definindo :

"Na Beira é instrumento de frigir . Frigideira. Em Lisboa é o fundo do lambique. Não temos palavra própria, latina. Vid. Lambique"- (Grifo nosso, para salientar que Bluteau não conseguiu, no latim, de onde derivar "certãl', com "c", e remeteu, para um de seus significados, ao verbete "lambique".)

Também registra "Certam" (com m) e manda ver "Sertão". Antes porém, ensina, (conservada a ortografia da época), quanto a "Sertãa", vila de Portugal, hoje "Sertã":

Sertaã - "Foy fundada por Sertorio, & por elle chamada "Sertago", corrupto em "Sartão". Pouco depois os Romanos, como inimigos de Sertório vierão com Lusitanos a destruir sua nova povoação; nesta contêda foy morto hum cavalheyro, marido de Celinda, a qual para se vingar, a tempo que entravão no castello, lançando sobre elles hua Sertãa, cheia de azeyte, deteve sua furia, até chegar o socorro. Deste suceSSo tomou por Armas a Villa em escudo hua Sertãa, donde derivarão alguns o nome. O Conde D. Henrique reparou as ruinas, que lhe causou a continuação das guerras, & depois de reedificada, ano de 1111, a adotou em grandes privilegias. Muytas outras par­ticularidades da Villa da Sertãa, concernentes á etymologia de seu nome, & dos Varões illustres que della sahirão, acharás nas Miscellaneas de Miguel Leytão de Andrada, desde a p. 627 até a p. 634. Sertago, inis, Firp.. ou Ser­tanum, i, Neut."

As linhas finais do verbete indicam a correspondência entre as palavras portuguêsas, "a Sartã", "o Sartão" e as formas latinas, respectivamente, Sertago, feminino e Sertanum neutro.

À evidência, de sertanum, teria decorrido "sertão", logo a seguir ligeiramente corrompido em "sartão".

I. Xavier Fernandes (Topônimos e Gentílicos, 2.0 vol., Pôrto, 1943) parece confirma-lo, no tópico, em que diz:

"Para outros, "Sertã" não é mais do que forma apocopada de '"sertão", porque assim se designava primitivamente o terreno, em que o povoado to­mou assento. m.

A lenda introduziu na origem do topônimo aquela "frigideira", provàvel­mente devido à coexistência, no vernáculo, do homófono, mas não homógrafo

7 Xavier Fernandes julga que deve ser preferida a g rafia "Sertã", com S, entre outras razões pela de que o gent!lico é sertaginense (com S inicial). O próprio Bluteau registra, entre­tanto, relativamente a essa vila beirã, ·também as formas Certan, Certaã... "que teria sido chamada primitivamente Certago ou Certagem".

O L ello Universal, como outros dicionários, registra as duas formas, "Certã" e "Sertã", mas no mapa de Portugal, que insere às pâginas 726-7, usou a última forma (com S).

("certã"), substantivo comum mesmo Bluteau, conforme aci1 correspondente. Ora, para, dei ficado" o povoado, deveria êst Sertago, que lhe. dera o fund~

Voltando ao Bluteau. Lerr

"Sertão. Região apart~ terras. Mediterranea Regia

. E' de considerar-se que a riante latina Sertanum), na Zl

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A palavra diz tudo: terra a mesma região tem com< no reino animal; a olivein penhascos, com um pouco como sucede nas encostas sóbrio e selvagem, que ai~ servir para se alimentar".

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Na "Carta", Caminha, que empregou-a no sentido de terr: correspondência ao que, mais ta regia .

• Hâ quem atribua à palavra "c tem em Portugal. Assim, o almirante do Brasil, Rio , 1939) define: "Charne do que o "charco" e com vegetação ocorre entendimento diverso, pois o C rações topográficas de campo, organiz, "Charneca. - P equena planicie inc\ Supomos ser esta a melhor razão, pe!, da Cunha - Vocabulário e Notas L e: se desenvolvem vegetais enfezados" . com o jagunço" (Ser;tões, 253), esclar vam os insurrectos de Vendéia".

• Não se Infira de minhas palav nosso Nordeste cabras e jumentos. N quer dúvida, quando afirmei que "o neiros, cães, gatos, galinhas e ratos,

, Brasil pelos europeu s". (Dr. Sousa quistadores" - Rev. do Inst. Hist. J

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FICO

e "o sertão", - depois de terem

que "no dicionário só se devia .or, talvez, "nos "velhos" dicio­ie se lhe tirar o chapéu!) mo sempre o faço, mas profun­velho Vocabulário Português e

chapéu ... "vazio", ao contrário, ura, no que consta inscrito na­,n da palavra "sertão". mas: "Certan" (com n), Certaã, ,nas: "Sertã", "Sertaã", "Sartaã"

ideira. Em Lisboa é o fundo do Vid. Lambique" - (Grifo nosso,

J latim, de onde derivar "certãJ', 'icados, ao verbete "lambique".)

Ida ver "Sertão". Antes porém, lto a "Sertãa", vila de Portugal,

& por elle chamada "Sertago", anos, como inimigos de Sertório reação; nesta contêda foy morto I para se vingar, a tempo que t Sertãa, cheia de azeyte, deteve lO tomou por Armas a Villa em o nome. O Conde D. Henrique uação das guerras, & depois de : privilegias. Muytas outras par­~s á etymologia de seu nome, & rás nas Miscellaneas de Miguel 634. Sertago, inis, Firp. . ou Ser-

;espondência entre as palavras .tinas, respectivamente, Sertago,

:tão", logo a seguir ligeiramente

'OS, 2.o vol., Pôrto, 1943) parece

l forma apocopada de ·"sertão", terreno, em que o povoado to-

aquela "frigideira", provà vel­n.omófono, mas não homógrafo

grafia "Sertã", com S, entre outras I) . O próprio Bluteau r egistra, entre­,s Certan, Certaã ... "que t eria sido

duas formas, "Certã" e "Sertã", mas última forma (com S).

COMENTAR! O 643

("certã") , substantivo comum com tal significação, - mas de que, segundo o mesmo Bluteau, conforme acima assinalamos, não se conhecia a forma latina correspondente. Ora, para, depois do feito heróico da frigideira, ter sido "reedi­ficado" o povoado, deveria êste preexistir e, portanto, conhecido pelo nome de Sertago, que· lhe dera o fundador, ou, pela sobreveniente corruptela, "Sartão".

Voltando ao Bluteau. Lemos:

" Sertão. Região apartada do mar, & por tôdas as partes metida entre terras. Mediterranea Regia. Cic."

E' de considerar-se que a região de "Sertã" (ou de "Sartão", segundo a va­riante latina Sertanum) , na zona sudoeste da Beira Baixa, enquadra-se perfei­tamente nessa definição de "sertão": afastada do mar; mediterranea regia.

E do ponto de vista fisiográfico? Transcrevemos apenas um pequeno trecho de Amorim Girão (Geografia de Portugal., Pôrto, 1941, p. 404) :

"Em suma, é na Beira Baixa que, ao N. do Tejo, soa pela primeira vez aos nossos ouvidos a palavra "charneca" aplicada a tôda uma vasta região •. A palavra diz tudo: terra sêca, pouco fértil, quase despovoada . E, por isso, a mesma região tem como símbolos a oliveira no reino vegetal e a cabra no reino animal; a oliveira, planta do sacrifício, às vêzes cultivada sobre os penhascos, com um pouco de terra segura por pequenos muros de pedra, como sucede nas encostas abruptas das Portas de Rodão; a cabra, animal sóbrio e selvagem, que alguns consideram daninho, pelo fato de tudo lhe servir para se alimentar" .

O que hoje lá se chama charneca é o que outrora se teria chamado sertão, pois, mudada a flora, e acrescentando à cabra o jumento •, a paisagem da região da "Sertã", ou do "Sertão", de Portugal, assemelha-se bastante àquela que os portuguêses encontraram nas zonas semi-áridas do nordeste do Brasil e a que, igualmente denominaram, de forma toponímica indefinida, o "sertão", à se­melhança do que ocorrera no .Reino, onde segundo Xavier Fernandes, -

- "assim se designava ("sertão") primitivamente o terreno, em que o povoado ("Sertã") tomou assento."

Na "Carta", Caminha, que foi o primeiro a aplicar, aqui, a palavra "sertão", empregou-a no sentido de terras por trás da costa marítima, ou seja, em exata correspondência ao que, mais tarde, seria dicionarizado por Bluteau : mediterranea regia .

* * *

8 Há quem atribua à palavra "charneca", no Brasil, significação t otalmente oposta à que tem em Portugal. Assim, o almirante Dario Pais Leme de Castro (Terminologia Físico-Geográfica do Brasil, Rio, 1939) define: "Charneca. - Terr eno alagado cobert o de vegetação, mais extenso do que o "charco" e com vegetação mais crescida." - Entretanto, mesmo entre os militares ocorre entendimento diverso, pois o Glossário dos têrmos mais comumente empregados nas ope­rações topográficas d e campo, organizadÓ pelo Serviço. Geográfico do Exército (Rio, 1947) ensina : "Charneca. - Pequ ena plan!cie inculta em que só crescem plantas rasteiras e silvestres." Supomos ser esta a melhor razão, pelo que explica o Dr. P edro A. Pinto (Os Sertões de Euclides da Cunha - Vocabulário e Notas L exicológicas", Rio, 1930) : " Charneca. - Terreno mau, onde se desenvolvem vegetais enfezados". Exemplifica: " O chouan e a charneca emparelham-se bem com o jagunço" (Ser,tões, 253) , esclarecendo: "Chouan, palavra francesa com a qual se designa­vam os insurrectos de Vendéia".

• Não se infira de minhas palavras que eu suponha t erem os portuguêses encontrado em nosso Nordeste cabras e jumentos. Na Geografia dos Transportes no Brasil, p. 25, desfiz qual­quer dúvida, quando afirmei que "o boi, o cavalo, o muar (bem como os porcos, cabras, car­neiros, cães, gatos, galinhas e ratos, êstes últimos involuntàriamente) , foram trazidos para o Brasil pelos europeus". (Dr. Sousa Fontes - "Animais introduzidos na América pelos con-quistadores" - R ev. do Inst. Hist. XIX - 1856) . '

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644 BOLETIM GEOGRAFICO

Salvo mais lúcido entendimento, ou informe etimológico mais fidedigno, parece-nos que a palavra "sertão" teria aparecido na língua portuguêsa deri­vando do vocábulo sertarium, i (neutro, portanto, dando masculino), o qual seria:

a) - variante toponímica de sertago, nome latino primitivo da vila da Beira Baixa, - "Sertã", - impôsto pelo seu próprio fundador, "Sertório";

b) - ou, ainda mais "primitivamente" denominação genérica do "terreno em que o povoado ("Sertã~') tomou assento".

Na hipótese (a) a palavra "Sertão" ou Sertanum, sendo contemporânea de Sertório, ou um pouco posterior, teria mais de 19 séculos de antiguidade ; na outra hipótese, seria ainda um pouco mais antiga.

* * * Continua pôsto o enigma a desafiar a argúcia dos filólogos da língua lusitana. Mas dos verdadeiros, dos espíritos "afirmativamente retilíneos", isto é, da­

queles que, em face a coisas ignoradas, ou a dificuldades intranspostas, não en­veredam tortuosamente pela asinorum v ia . . .

AOS EDITORES: :l!:ste "Boletim" não faz publicidade remunerada, entretanto registrará ou .... comentará as contribuicões sôbre geografia ou de interêsse geográ fico que sejam enviadas ao Conselho Nacional de Geografia, concorrendo dêsse modo para- mais ampla difusão da biblio­grafia referente à geografia brasileira.

• Transcrições

Língua, Situação

Verbum - Tomo I - F ase. 1 - Junho de 1944.

A língua, atributo da esp importante papel em antropo de fato, larga e variada.

Dos amplos setores em q divide o campo da geografia ·do espaço (Raum) - vamos um dêles . Nas presentes lin focalizaremos tão somente o dentro do nível de cultura de dos países em que elas são f

A falta ou abundância da das mais patentes traduçõe1 exercem sensível influência 1

Nulos ou diminutíssimos de comunicação têm ido gra• atingirem hoje com o jornal, 0 cinema, com o automóvel, patamar maravilhoso que ao essa situação com aquela que cimento do vapor, a navega• evidencia enorme desnível, n bem maiores de intercâmbio como por exemplo, a da ant

Nesse período histórico, e de comunicabilidade, dar-se-i de cada uma delas, muitas "s: que habitavam um vale desco vizinhos e mesmo dentro de vadeável, ou de um pântano, por completo os moradores d

O isolamento resultante d nas épocas primitivas da hist das várias situações físicas e em antropogeografia) far-se· cante às diferenciações lingüí~ o leitor ao que está minuden

Aliás, qu..antos, no ângulo o problema dos dialetos e da

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·me etimológico mais fidedigno, cido na língua portuguêsa deri­, dando masculino), o qual seria:

latino primitivo da vila da Beira rio fundador, "Sertório";

nominação genérica do "terreno .. tanum, sendo contemporânea de séculos de antiguidade; na outra

;t dos filólogos da língua lusitana. ivamente retilíneos", isto é, da­iculdades intranspostas, não en-

e remunerada, entretanto registrará ou 1terêsse geográfico que sejam enviadas io para- mais ampla difusão da biblio-

• Transcrições

Língua, Situação Geográfica e Nível de Cultura

Verbum - Tomo I - Fase. 1 - Junho de 1944.

EVERARDO BACKHEUSER Consultor Técnico do C. N. G.

A língua, atributo da espécie humana, tem, por isso mesmo, de representar importante papel em antropogeografia. Sua repercussão dentro dessa ciência é, de fato, larga e variada.

Dos amplos setores em que Ratzel, o grande mestre, de poderosa erudição, divide o campo da geografia humana - o da situação ou posição (Lage) e o ·do espaço (Raum) - vamos tratar neste artigo apenas de pequena parte de um dêles. Nas presentes linhas, destacadas aliás de monografia em preparo, focalizaremos tão somente o modo pelo qual se dá a "distribuição das línguas, dentro do nível de cultura de cada época, em virtude ~da situação física e política dos países em que elas são faladas".

NA ANTIGUIDADE

A falta ou abundância das comunicações e dos meios de transporte, que são das mais patentes traduções materiais do nível de cultura da humanidade, exercem sensível influência sôbre a distribuição geográfica das línguas.

Nulos ou diminutíssimos nos estágios rudimentares da civilização, os meios de comunicação têm ido gradativamente aumentando dia após dia , de sorte a atingirem hoje com o jornal, com o livro, com o telégrafo, com o telefone, com o cinema, com o automóvel, com o avião, com o rádio, com a televisão, um patamar maravilhoso que aos coevos chega a parecer insuperável. Comparar essa situação com aquela que existia há uns dois séculos, quando, pelo desconhe­cimento do vapor, a navegaçã,o, era de vela ou não havia estradas de · ferro, evidencia enorme desnível, mas percebem-se, por isso mesmo, as dificuldades bem maiores de intercâmbio econômico e cultural em épocas algo distanciadas, como por exemplo, a da antigüidáde greco-romana.

Nesse período histórico, e ainda em largo decurso da' Idade Média, por falta de comunicabilida:de, dar-se-ia não só a separação das ecúmenes, como dentro de cada uma delas, muitas "situações" ficariam forçosamente isoladas . Os povos que habitavam um vale desconheciam, as mais das vêzes, os seus mais próximos vizinhos e mesmo dentro de uma planície bastaria a existência de um rio :p.ão vadeável, ou de um pântano, ou de uma floresta, para que se desconhecessem por completo os moradores de localidades às vêzes quase confinantes.

O isolamento resultante dessa falta de comunicações, ainda maior teria sido nas épocas primitivas da história da humanidade. As qualidades de segregação das várias situações físicas e climáticas (cujo longo catálogo é assaz conhecido em antropogeografia) far-se-iam sentir em sua plenitude e variedade no to­cante às diferenciações lingüísticas. Não as iremos retomar agora. Basta remeter o leitor ao que está minudentemente explanado nos tratados da especialidade.

Aliás, quantos, no ângulo da lingüística e não no da geografia, têm ventilado o problema dos dialetos e da toponímia, são acordes em salientar a importância

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646 BOLETIM GEOGRAFICO

decisiva de certas posiçoes físicas. Dauzat ', -por ex., que é um lingüista e não um geógrafo, lémbra, quanto à

1França, que "os patoás das altas mf6ntanhas são

os mais arcaizantes", isto é, os mais resistentes à língua francesa moderna, e ainda: que nessas montanhas, a resistência é maior nas do sistema orográfico dos Pirineus que nas dos Alpes "exatamente porque de vales mais profundos e mais nítidos" (ibidem) . Segundo Roujat • há fragmentação dialetal segundo os vales "e até frações de vales". Igualmente, nas ilhas: "na Córsega fala-se um idioma que não é nem o genovês nem o provençal, mas o da terra italiana com a qual a Córsega teve estreitas relações na Idade Média" (Dauzat, p. 137) . Exemplos bastante conhecidos de situações de isolamento apresenta a lingüística européia com os bascos que guardam até hoje um idioma céltico e com os húnga­ros que mantêm o uso da língua magiar apesar do cêrco que lhe dão as línguas germânicas, eslavas e . latinas. Exemplos de isolamento em virtude de posições climáticas teríamos com os Samoiedas na Sibéria e as tribos africanas segre­gadas umas das outras, ou pelas florestas virgens, ou pela aridez das posições em tôrno do Saara .

Seja qual fôr o motivo do isolamento (e sabidamente as "posições" da geogra­fia política também influem poderosamente ' para tal), seja qual fôr o motivo, o que se verifica é que os homens isolados, e desconhecendo-se, ficam entre si agrestes, ponteagudos, inimigos. Não poderiam ter, ao tempo dessa absoluta falta de comunicações, a mesma língua e por isso não se entenderiam. As carac­terísticas lingüísticas coincidiram assim com as raciais. Cada raça, cada língua. Isso mesmo verificou Von den Steinen estudando os nossos aborígenes e chegan­do à conclusão de que "a medida da diferenciação lingüística era a da diferen­ciação racial". E devido a, êsse fato, muitos etnólogos são levados a classificar as raças primitivas segundo as línguas por elas usadas. E' o que há sido praticado para a classificação das raças brasileiras originárias.

Estabelecido, porém, o intercâmbio efetivo, ainda que rudimentar, entre os povos e começadas assim as miscigenações raciais, estabelecem-se ipso jacto também contactos lingüísticos. E fortalecidos êstes contactos resulta consoante as circunstâncias: ou a assimilação de um dos idiomas pelos povos de outro falar; ou surgem línguas de uso comum, resultantes da miscigenação de elementos de léxico e de gramática de cada um dos povos componentes; ou, elege-se um ter­ceiro idioma de intercomunicação. Cada uma dessas três hipóteses apresenta fácil exemplificação em tôdas a5 épocas do passado e do presente. As mais cita­das são as que se referem à ecumene greco-romano que é aquela de que deriva­mos . A navegação helênica desde cedo dilatou geogràficamente a influência lingüística da Grécia às ilhas e margens do Mediterrâneo, e particularmente à área setentrional dêsse mar . Nice recorda a deusa Nicea e atesta a presença grega naquelas paragens. O grego, na parte norte (como aliás na banda meridio­nal o fenício) •, foi ao tempo língua de intercâmbio comercial e cultural do Medi­terrâneo e, assim influiu na estrutura das línguas regionais, inclusive no latim da nascente Roma. Mas isso não quer dizer que dentro 'da própria península helênica houvesse apenas um idioma. Muitos ali coexistiram, por fôrça das con-dições orográficas e mesológicas. ·

Maior unidade idiomática ter-se-ia de notar um pouco mais tarde quando os romanos tão fortemente dilataram o seu espaço político. Com as suas legiões levaram sua língua. E por circunstâncias especiais a impuseram. O fenômeno da disseminação lingüística mercê das dilatações de espaço é dos mais curiosos em antropogeografia e, por isso mesmo, merece a meditação dos especialistas •. Por agora apenas queremos deixar consignado que, ao menos para a ecumene greco-romana, momento houve em que existiu de certo modo uma unidade lingüística, sujeita logo depois, no decurso da decadência imperial e na Idade

1 Dauzat, Geographie lingiiistique, p. 146. 2 R oujat, Revue des Zangues romanes, 1912, p. 419. 3 Cartagena, que quer dizer Nova Cartago, evidencia que a Espanha foi. colonizada por

cartagineses, isto é, por !enleios. • E' desenvolvimento tratado em outro cap itulo na monografia em preparo.

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FICO

' ex., que é um lingüista e não patoás das altas m~ntanhas são : à língua francesa moderna, e :J.aior nas do sistema orográfico rque de vales mais profundos e agmentação dialetal segundo os ilhas: "na Córsega fala-se um

ai, mas o da terra italiana com iade Média" (Dauzat, p. 137) . Hamento apresenta a lingüística idioma céltico e com os húnga­

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ilmente as "posições" da geogra­a tal), seja qual fôr o motivo, ~sconhecendo-se, ficam entre si ter, ao tempo dessa absoluta não se entenderiam. As carac­

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ilOgrafia em preparo.

TRANSCRIÇõES 647

Média, a sucessivas diferenciações de idiomas e a um pujante vicejamento de numerosos dialetos, patoás e Mundarten.

NA IDADE MÉDIA

A idade média exerce com efeito na geografia da época a função de um grande diferenciador lingüístico. Coopera para isso, em primeiro lugar, a dimi­nuição de importância das grandes estradas continentais que as necessidades militares de B,oma haviam lançado em todos os quadrantes da Europa e na Asia Menor. A ausência de um forte . poder central torna as rodovias órfãs de cuidados governamentais; os impostos de pedagem avaramente cobrados não são aplicados à conservação .. Rudimentarizados assim os meios de intercomuni­cação, o isolamento volta a caracterizar as . posições geográficas.

Assumem em conseqüência grandes proporções as diferenciações lingüísticas. O latim só nominalmente é um idioma comum a todos. Nem sequer os homens cultos o utilizarão em sua pureza erudita. A própria Igreja usa-lo-á em forma e estilo diferentes do idioma clássico. O latim cristão substitui o latim pagão e essa revolução religiosa modificará profundamente a estrutura da língua. Do latino saturdies, por exemplo, só há vestígios no saturday das Ilhas Britâni­cas; as outras línguas preferirão o sabbati. Pontilham êsse latim cristão traços múltiplos da influência helênica trazida das igrejas orientais então com grande prestígio: ecclesia em vez de basílica; paróquia em vez de plebs; Pente-costes em vez de quinquagésima. Parabolare (que deu parler e parlare) é substituído por tabulare que dará falar e hablar. A complicada gramática latina vai a seu turno se simplificando na linguagem da plebe e é esta que irá gerar os idiomas vários que a divisão política do Império Romano acabará acentuando. Nascem assim os idiomas neo-latinos .

A Idade Média irá, porém, ter, no setor lingüístico, uma influência geogrà­ficamente mais curiosa. E' a multiplicação dos dialetos e patoás, gerada pelo regime feudal, quer dizer, empregando a terminologia antropoge-ográfica de Ratzel, é a multiplicação dos dialetos originada já não tanto pela diferença de posições físicas mas das posições políticas •.

O regime político do feudalismo fará com que condados, ducados e princi­pados, embora de diminuta área territorial, sejam verdadeiros Estados. E, de acôrdo com as normas de vida da época, o "senhor" das terras segregava "sua" gente do convívio da dos outros feudos, mesmo próximos, mesmo vizinhos. A pro­teção dada ao aldeão e ao burguês era à custa da supressão de um certo número de liberdades: qual a de locomoção, a de comércio e até a de simples convivência com gentes de terra estranha. O jormariage, como se chamava em França o casamento com indivíduo de outro feudo, era correntemente proibido ou pelo menos muito dificultado . Tudo isso •quer dizer que o parcelamento exagerado do solo político, isto é, na expressão de Otto Maull, sua "atomização", daria em resultado uma "atomização" das línguas em dialetos tipicamente diferentes, de que só em França, ainda se encontram hoje, no cômputo de Dauzat, nada menos de 638. Números da mesma ordem de grandeza dêste encontrar-se-iam em outros países; muito maiores, na Alemanha.

Essa organização, de tipo feudal, junta àquela outra causa acima indicada, das múltiplas posições geográficas de isolamento, serviu para transformar o mapa da Europa medieval em verdadeiro e impressionante mosaico lingüístico. Se o relêvo, os rios intransponíveis, as florestas, os pântanos barravam fisica­mente as comunicações, nas planícies, onde essas comunicações naturais acaso pudessem existir, seu estabelecimento seria impedido pelas péssimas estradas esburacadas e pelo poder autocrático dos senhores feudais. Posições físicas e

• Ratzel dá à situação de vizinhança ou afastamento dos Estados, isto é, a situação r elativa entre êles, grande importância. A sua teoria da ,"posição politica" afasta de sua doutrina tôda espécie de "determinismo" geográfico, que floresce e sobrepuja tudo mais no pensamento antro­pogeográflco de Montesquleu, de Taine, de Vida! de la Blache e m esmo de Jean Brunhes.

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648 BOLETIM GEOGRA .FICO

posições políticas agiram pois, durante largo tempo do medioevo, no sentido da diferenciação. Essa era histórica que se iniciara a bem dizer com um grande im­pério bilíngüe - o Santo Império Romano-Germânico- marcharia até a "ato­mização" dialetal supra indicada.

Essa multiplicidade de linguajares vai fazer dor de cabeça aos lingüistas e aos geógrafos. A êstes, pelos óbices efetivos a uma rigorosa cartografação; a aquêles, pelas dificuldades de classificá-los e distingui-los . Pelo menos Trom­betti, autoridade em lingüística, ao avaliar • em mais de duas mil as línguas conhecidas, declara duvidoso esse cômputo "pela impossibilidade de distinguir línguas e dialetos", sendo, segundo êle, "tal distinção, na prática, convencional" 7 •

Não menor, senão maior, é a dificuldade de cartografar dialetos. Terracher verificou, quando muito, como fôra de prever, certa coincidência de contornos das áreas dialetais com os domínios feudais e com algumas posições geográficas típicas (por exemplo, vales nos maciços orográficos) . Guilliéron que empreendeu a cartografia dos dialetos franceses preferiu apresentar cartas da distribuição de certas palavras (cheval, cavalla, ecua) e não dos dialetos propriamente ditos em seu conjunto, maneira elegante de ladear a dificuldade. A carta dos dialetos portuguêses de João Soares talvez seja mais ousada que segura. Poder-se-iam aliás prever tropeços de tal gênero para a cartografia dos dialetos quando pe­nosas são as delimitações que se apresentam para as línguas propriamente ditas se em regiões lingüisticamente muito mescladas como as da Europa Central e Bálcãs.

As considerações acima aplicam-se a todos os continentes e não apenas à Europa, cujos exemplos apresentamos acaso por serem os mais divulgados nos livros a que recorremos. Regime de tipo feudal houve na China . A índia até hoje ainda é verdadeira colcha de retalhos em principados, povos e línguas anta­gonismos culturais e políticos habilidosamente insuflados pela Inglater~a que age sob a velha divisa do "divide et impera". Mas, como para comprovar a im­portância dos princípios de geografia social, os povos indus dos tempos modernos estão se servindo, para seus entendimentos contra o invasor, de um instrumento lingüístico comum, que nada mais é do que o próprio idioma inglês, mais ou menos conhecido por todos os indus . Mas fora dessa finalidade política momen­tânea, conservam ciosamente seus dialeto~ e suas línguas. Aliás os povos primi­tivos da África, da América, da Insulíndia, da Oceânia, em todos os lugares onde se têm mantidos isolados até a presente data, continuam a se subdividir em variadas línguas influenciadas por determinantes geográficas.

Fato digno de menção é o de que durante o período de predomínio do regime feudal, a unidade política se baseia antes na unidade religiosa do que, como antes fôra e mais tarde haveria de tornar a ser, preponderantemente na unidade da língua. Graças às lutas de cristãos e mouros processa-se a unidade espanhola, com a hegemonia de Castela sôbre os outros reinos menores em que se subdi­vidia a Península Ibérica (exclusão feita do de Portugal) . As Cruzadas unem povos de múltiplas línguas e linguajares . E conseqüência direta ou indireta das guerras contra os árabes é a subseqüente unificação da França &ob um único rei, fenômeno político de extinção de feudos que irá repercutir na Inglaterra, Austri!.,

• Trombetti , Elementi di Glottologia. 7 Para distinguir língua ãe dialeto, Trombetti esclarece que "que dois modos de falar sãó

c~msideJ.:ados dialetais quando as diferenças (que em regra são prifcipalmente de ordem foné­tiCa) nao Impedem (dentro do mesmo pais) o entendimento reciproco dos habitantes". Mas o próprio Trombetti, como para mostrar a dificuldade de estabelecer a distinção acrescenta que "êsse mútuo entendimento depende em grande parte do desenvolvimento intélectual dos interlocutores" . . 9~:mfirmaf!dO a .singela franqueza de Trombetti, poderemos adicionar as definições de outro h~guista, Melilet, m Les Zangues du monde. definições sem dúvida empoladas, e que todavia n~? l.ançam grande luz na questão. Segundo êsse autor, dialeto é "o conjunto de meios lin­gui_sticos emp!'e.gados em um grupo local, no interior de um grupo ocupando uma área externa"; e hngua (ou IdiOma) "é o conjunto de processos definidos de que em suma se tem consciência". P~toá correspc;md~ a di~Zeto. Essas definições a lgo confusas , aparecendo na pena de escritor ha­b~tu.all'l2ente hmp1do, so podem t er por causa de sua pouca clareza a dificuldade mesma da distmçao.

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,po do medioevo, no sentido da , bem dizer com um grande im-3-nico- marcharia até a "ato-

· dor de cabeça aos lingüistas uma rigorosa cartografação; a ltingui-los. Pelo menos Trom-

mais de duas mil as línguas t impossibilidade de distinguir ião, na prática, convencional" 7 •

~artografar dialetos. Terracher erta coincidência de contornos n algumas posições geográficas ,s) . Guilliéron que empreendeu ·esentar cartas da distribuição ios dialetos propriamente ditos ficuldade . A carta dos dialetos a da que segura. Poder-se-iam ~rafia dos dialetos quando pe-as línguas propriamente ditas

como as da Europa Central e

,s continentes e não apenas à serem os mais divulgados nos houve na China. A índia até . cipados, povos e línguas, anta­nsuflados pela Inglaterra que ;, como para comprovar a im­ros indus dos tempos modernos o invasor, de um instrumento

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que "que dois modos de falar sao são prifcipalmente de ordem foné­to reciproco dos habitantes". Mas estabelecer a distinção, acrescenta

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TRANSCRIÇõES 649

Baviera e Burgúndia, nesta pelo menos até que êsse mesmo reino venha também a ser absorvido pela França.

Tal unificação política terá importante reflexa na reunificação das línguas e na extinção gradativa dos patoás e dialetos .

' NOS TEMPOS MODE~NOS

A miscigenação dos diale.tos já aliás se estava começando a processar quando se tornaram mais fáceis os jormariàges: os membros que entravam para as novas famílias traziam para os demais e dêles recebiam influência lingüística. Ainda mais: acompanhando as vias de comunicação se davam também intercâmbios que faziam certos vocábulos e expressões viajar até muito longe e às vêzes pros­perar em pontos afastados dos seus berços, conseqüência do valor daquilo que Ratzel denomina "posições distantes". •

Inicia-se então, já na idade moderna, em câmara lenta, a influência mimé­tica dos grandes centros metropolitanos que começam a surgir como capitais dos novos reinos. Cada uma dessas capitais ou grandes cidades passa a ser um foco de irradiação variando seu raio de aÇão com a sua própria grandeza e com as facilidades de transporte. As vias de comunicação que as novas necessidades militares e econômicas fazem ressurgir, ou aparecer, são outros tantos caminhos de difusão das línguas das capitais, que, assim, pouco a pouco e sem violência,

. pela só ação do mimetismo, se iriam transformando em línguas nacionais e fa­zendo perecer, ou estacionar, os dialetos.

E não só isso. Os governos nacionais, por antever em as vantagens de um idioma de caráter geral e homogeneizador, impõem-nas. A escola, mais tarde. . obrigando a todos os cidadãos à aprendizagem de uma língua única, oficial, sera o melhor instrumento cultural de homogeneização. O analfabetismo que não fôra vergonha, nem a testas coroadas, na Antigüidade e Idade Média, passa a ser combatido . E o mais eficiente meio de extinguí-lo vai ser fornecido por uma nova descoberta: a imprensa. O livro e o jornal serão precioso instrumento de intercomunicação, mas só utilizável por quem estiver alfabetizado.

Os dialetos, cujo aparecimento fôra provocado pelas diferenças fonéticas de linguagem oral, irá se diluir graças aos veículos da linguagem escrita. Esta, a língua escrita, de fato esbate as diferenças que a linguagem oral levanta ou acentua.

A língua escrita passa a ser a língua literária, cuidada, facetada, polida. Não é a língua das massas, mas dos homens cultos. Por isso mesmo, exerce influência sôbre as camadas populares. "Tôda gente tem o sentimento confuso de uma hierarquia dos dialetos e línguas e "um desejo obscuro de falar melhor" (Dau­zat, ,p. 61) .

Mercê dêsse conjunto de circunstâncias: fortalecimento dos grandes Estados; melhores meios de comunicação, quer materiais (estradas, telégrafo, telefone), quer intelectuais (livro, jornal, teatro, rádio); influência mimética das grandes cidades sôbre os campos; prestígio da língua escrita e literária; medidas coer­citivas contra o analfabetismo (pela ação cultural e homogeneizadora da escola), mercê dessas condições consolidam-se o domínio e o prestígio das línguas nacio­nais dentro de cada Estado.

O nível de cultura moderno, com os seus fartos recursos de intercomunicação e importante propulsor dêsse movimento, quase se pode dizer, é o principal propulsor da unificação. O princípio que temos denominado de "lei antropogeo­grájica do nível de cultura ou do momento histórico" (e apresentada em 1926 em nosso livro Estrutura Política do Brasil - Notas Prévias), ilumina, como se acaba de ver, o entendimento da marcha evolutiva dos fenômenos de geografia lingüística desde os tempos primitivos aos nossos dias. Ainda com o auxílio dela compreenderemos as tendências que se vislumbram na "internacionalização de uns quantos idiomas" e no "raio de ação geográfica de umas quantas línguas" (as dos povos líderes) . A falta de espaço desta revista nos leva a adiar o exame do segundo item, cujo conteúdo seria algo extenso.

B.G.-2

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650 BOLETIM GEOGRÁFICO

INTERNACIONALIZAÇAO DOS IDIOMAS

Não apenas enquanto são nacionais merecem ' as línguas a atenção da geo­grafia humana. Algumas delas,. depois de conseguirem, não sem embates e re­fregas por vêzes com gilvazes, o predomínio dentro dos respectivos Estados, passam a adquirir importância extra territorial e até extra continental (na diplomacia, no comércio, nos meios literários ou científicos, e até em religião), o que tudo traz não poucas vantagens práticas a êsses Estados. Por isso mesmo tôdas as grandes potências procuram inculcar às suas línguas êsse papel de "língua segunda" de outros povos, papel êste que só mesmo no presente nível cultural da humanidade seria possível. Sendo a ecumene atual a bem dizer tôda a esfera terrestre, para alguns idiomas estenderem seu raio de ação a tôda ela, preciso se fazia o estabelecimento, como hoje se dá, de variados e múltiplos meios de intercomunicação.

A língua segunda se vulgariza evidentemente em primeiro lugar entre as classes cultas, h omens de ciência, homens de letras, políticos, militares, mas atinge depois, por ação direta ou indireta, camadas mais baixas e mesmo as massas. Seu primeiro efeito é criar, para a nação de onde é originária, um movimento de simpatia e admiração, pois é graças a essa língua "superior" que os indivíduos de outras nações entram em contacto com o mundo. Êsse trabalho de disseminação, quando hàbilmente manejado pelas potências, é poderoso aríete nas chamadas "penetrações pacíficas" . Servem de vanguarda, são criadoras de "ambientes de simpatia", e são utilizadas pelos famosos "pio­neiros" das modernas e tortuosas dilatações de espaço.

As "línguas de comércio" dão também por vêzes às potências idêntica fun­ção perfuradora dos blocos territoriais a conquistar politicamente. Idêntico papel tiveram na antiguidade o grego, o fenício, o latim, puros ou mesclados idiomàticamente para fins de melhor acesso às populações visadas . An{tloga­mente, na Idade Média, o árabe: era por excelência uma língua comercial mas também teve certa ação penetradora e cultural. Mais distante na história foi o persa uma língua segunda: sua importância, como instrumento cultural, teve bastante duração: foi em tradução persa e não nos idiomas originários que Marco Polo consignou em cartas, escritos e croquis os acidentes geográficos por êle descobertos na China e outros pontos do Oriente . No Renascimento, ao tempo do predomínio comercial das Repúblicas de Gênova e Veneza, o italiano foi língua comercial com ação no Mediterrâneo oriental e Mar Negro . A "língua franca", idioma sui generis, talvez deturpação dos dialetos genovês e veneziano, teve até época relativamente recente emprêgo nas referidas áreas do Mediterrâ­neo. Essa "língua franca" seria, pela sua origem e efeitos de intercâmbio, qualquer coisa de semelhante ao chamado pidgin english, inglês comercial de uso atual no oriente asiático. O tupi, entre os indígenas do Brasil, foi chamado "lín­gua geral" ou "língua boa" exatamente por ter desempenhado a função de "lín­gua segunda.

Nos dias que correm h á um certo número de línguas que se disputam predo­mínio universal, no que seguem os exemplos típicos acima citados. Causas dêsse desejo de predomínio são econômicas e políticas, embora aparentemente cultu­rais. Não nos querendo antecipar a problemas que não são tratados neste artigo - isto é, às "línguas hoje mais faladas" - podemos dizer que Ç)S idiomas de uso freqüente fora dos respectivos países uns, como o malaio, o suahebi, o chi­ruque, o haussa, o mesmo árabe, o hindustani, o português, têm efeitos quase exclusivamente comerciais, ao passo que outros: o inglês, o alemão, o russo, o francês, visam sem dúvida além das finalidades econômicas também as políti­cas. Duas destas últimas línguas citadas, o inglês e o francês, têm sido vanguar­deiros de penetrações pacíficas. Sem dúvida j aponêses, russos e alemães também têm tais propósitos políticos, mas suas línguas por serem muitíssimo difíceis, não podem ter fácil assimilação. Por isso, no comércio, alemães, russos e japonê­ses, como aliás os judeus, tornam-se maleáveis e usam os idiomas dos povos com os quais entretêm intercâmbio . Franceses e inglêses, ao contrário, impõem a sua própria língua e com isso os povos abordados a princípio apenas comercial-

mente caem ràpidamente em que pelo pidgin inglés sua per misturando inglês com as lín~ de uma quase língua artificia tal como o "inglês-negro" é o i

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Para uns, tal instrumento "universal". Para outros, o id e sensato: querem tão sõmen qual, pela sua simplicidade, e gível por tôda gente.

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S IDIOMAS

1 ' as línguas a atenção da geo­~uirem, não sem embates e re­entro dos respectivos Estados, l e até extra continental (na científicos, e até em religião), êsses Estados. Por isso mesmo

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TRANSCRIÇOES 651

mente caem ràpidamente em seu raio de ação cultural. Acresce, para o inglês, que pelo pidgin inglés sua penetração é ainda mais eficaz. Formada como que misturando inglês com as línguas da índia e da Asia Oriental toma o caráter de uma quase língua artificial, mas tem uso corrente nessas partes do mundo tal como o "inglês-negro" é o idioma comum usado em tôrno do gôlfo de Guiné.

O que se nota pois como conseqüência da formação dos grandes impérios coloniais e do crescente aumento dos meios de intercomunicação é a tendência para o predomínio universal de um pequeno número de idiomas, acaso um único.

Essa tendência dos tempos modernos é visceralmente diversa da que se apre­sentava na Idade Média. Nesse tempo, processava-se o esmigalhamento das lín­guas, a sua "atomização", do que resultou o mosaico lingüístico nos cartografa­mentos . Hoje a tendência é outra: caminha-se em sentido oposto. Marcha-se de modo insofismável para a realização, ou, pelo menos, para o desejo de rea­lização, de um instrumento internacional de intercompreensão .

Para uns, tal instrumento de intercompreensão chegará a ser uma língua "universal". Para outros, o ideal é menos ambicioso, mas muito mais razoável e sensato: querem tão somente um idioma auxiliar, uma "língua segunda", a qual, pela sua simplicidade, em gramática, fonética e vocabulári·o seja inteli-gível por tôda gente. ' •

O preàomínio universal de uma das línguas atuais é ineludivelmente um signo de imperialismo. Há algumas décadas, a probabilidade seria do francês; no momento histórico que atravessamos, passou sem dúvida essa probabilidade para a língua inglêsa. Ela já é falada por boa quantidade da população da Terra, pois que é o idioma oficial dos extensos domínios, coloniais e settlements do vasto império britânico, bem como dos Estados Unidos e suas muitas posses­sões, e quase língua oficial nos países dentro da forte esfera de influência dessas duas grandes potências.

O desejo de estender a todo o orbe a quase obrigatoriedade do idioma inglês (a "língua clássica" ou possivelmente o chamado "inglês básico") já está con­cretizado em palavras públicas dos estadistas. W. Churchill, falando na Univer­sidade de Harvard (E. U. A.), em 1943, sumariou as vantagens para o êxito da segunda guerra mundial do fácil entendimento dos dois povos que falam a mes­ma língua, e acrescentou estas palavras sintomáticas: "não posso conceber porque não espalharmos a nossa língua comum de maneira ainda mais vasta através do mundo", "porque seria certamente de grande conveniência 'para "nós" têrmos facilidade para nos locomovermos livremente pelo mundo com possibilidades que nunca tivemos anteriormente - encontrando sempre meios seguros de en­tendimento de compreensão", pois "os impérios do futuro serão impérios do espírito".

Mas o domínio absoluto de uma língua viva, fôsse qual fôsse ela, seria benefício apenas para uma nação ou para um grupo de nações, e em prejuízo de todos os demais povos, colocados desde logo em plano de manifesta inferio­ridade. Por êsse motivo, e porque pressentissem a marcha da humanidade no sentido da procura de uma língua internacional, alguns idealistas vêm, desde algum tempo, pensando em forjar, como peças de uma máquina, as articulações de um "idioma neutro", verdadeira "língua segunda" para todos os povos, de utilização apenas com os indivíduos de outras nações. Tal idioma neutra! man­teria, e até fortaleceria, os idiomas nacionais existentes, suas literaturas, suas gramáticas, suas sintaxes, seus idiotismos, e, com isso, os pundonores naciona­listas .

Há várias tentativas nessa direção, mas aquela que até hoje conseguiu maior êxito relativo foi sem dúvida o "esperanto", inventado por um médico polonês, o, Dr. Lázaro Luís Zamenhof. Conseguindo maior porção de adeptos que o seu predecessor, o "volapuk" do padre Schleyer, e do que o seu sucessor, o "ido", de Beaufront e Couturat, o esperanto, em certa época, chegou a ser fa­lado por cêrca de 150 000 pessoas. A cifra parece baixa, mas tem importância o estarem os que o falavam distribuídos, a bem dizer, por tôdas as partes do

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652 BOLETIM GEOGRAFICO

mundo. Não há hoje em dia um país onde não -existam esperantistas. Infeliz­mente, depois dêsse surto, o movimento esperantista tem sofrido embaraços. Causas múltiplas cooperaram para amolecer e deprimir a curva ascensional do esperanto . De um lado, dissídios internos entre os adeptos, alguns dos quais muito emperrados em gramatiquices, de outro, o recrudescimento de naciona­lismos violentos em países, a Alemanha, por ex., onde o esperanto estava encon­trando grande apoio_, e, finalmente agora, a ambição, sem obstáculos possíveis, das grandes potências imperialistas de origem inglêsa.

Em qualquer caso, o que interessa à antropogeografia é o sintoma social traduzível na ânsia- patente no século XX- de um idioma de intercompreen­são entre todos os homens, em uma época em que, em outros setores, a caracte­rização se faz pelo transporte fácil das pessoas, das mercadorias, das notícias e das idéias, isto é, em uma época em que tudo se dirige no sentido da democra­tização, da socialização, da universalização, de considerar a Terra, o Planêta, como uma só ecumene. Para uma só ecumene cumpre haver uma língua enten­dida por todos.

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Uma Viagem dt I

Pesquisa demo~biológica realiza da aclimação, numa populaç

Universidade d e Hanseática - Ano (Continuação dos Ana is do Ins de Hamburgo. Vol. 48) - SériE e Vet erinári a - Vol. 4 - Haml derichsen, De Gruyter & Co.,

IX. OBSERVAÇõEt

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' Grimm, Hans: Kõrper!iche Volksforschung 1938, volume 2, _ca~ l

Grimm, Hans: Anthropologie n • Tradução do Pro f. Reginal

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FICO

· existam esperantistas. Infeliz­tu tis ta tem sofrido embaraços. leprimir a curva ascensional do e os adeptos, alguns dos quais o recrudescimento de naciona­onde o esperanto estava encon­lbição, sem obstáculos possíveis, glêsa. pogeografia é o sintoma social le um idioma de intercompreen­te, em outros setores, a caracte­' das mercadorias, das notícias e dirige no sentido da democra­considerar a Terra, o Planêta, 1mpre haver uma língua enten-

ho Nacional de Geografia, escreva à [cio Igua~u - Rio de Janeiro) que

Uma Viagem de Estudos ao Espírito Santo* I

Pesquisa demo~biológica realizada, com o fim de contribuir para o estudo do problema da aclimação, numa população de origem alemã, estabelecida no Brasil Oriental

- III-

Universidade de Hanseática - Anais Geográficos GUSTAV GIEMSA e ERNST G. NAUCK (Continuação dos Anais do Instituto colonial de Hamburgo. Vol. 48) - Série D. Medicina e Veterinária - Vol. 4 - Hamburgo - Frie-derichsen, De Gruyter & Co., 1939.

IX. OBSERVAÇõES GENEALóGICAS E ANTROPOLóGICAS

As condições demográficas favoráveis indicam que os imigrantes alemães, após certo tempo, adaptaram-se ao meio, sem prejuízos graves à saúde da popu­lação em geral. Wagemann acha notável a freqüência com que se encontram pessoas de idade, muito vigorosas, ainda (o que corresponde à baixa mortali­dade) . Tivemos oportunidade de ver grande número de velhos colonos, que imigraram na infância ou na juventude. Davam psico1ógica e fisicamente, im­pressão saudável e fresca - conseqüência, talvez, de uma seleção entre os imi­grantes, dos quais vivem, ainda hoje, os mais fortes e mais sadios. Não é possí­vel prever se, nas próximas gerações, se encontrarão muitas pessoas idosas. Tem-se a impressão geral de que as pessoas de meia idade não possuem, em média, a mesma resistência dêsses velhos imigrant{:s. Excetuadas as doenças, e outras causas eventuais, êsse dote varia de uma família para outra, e, natural­mente, depende, de maneira fundamental, das qualidades hereditárias dos imi­grantes.

A adaptação verificada, as condições . demográficas favoráveis, a baixa mor­talidade, apesar do perigo do clima e da falta de higiene, denotam que, na rea­lidade, as famílias de imigrantes, na sua maioria, eram resistentes e fortes, qualidades do patrimônio hereditário que transplantaram, consigo, para o Brasil. Por isso, não é possível o exame do problema demográfico, sem se estudar, antes, o destino de cada família que imigrou, ao invés de partir de comunidades, sujeitas, em sua existência, a oscilações consideráveis, como já vimos . Conforme nos foi possível ver, através de exemplos, a vida e o desenvolvimento de tôda uma comu­nidade é determinada por uma única família que se distende nas relações mais extensas da parentela.

A história e as qualidades características hereditárias das famílias que imi­graram, considerando-se a procedência, os característicos físicos, as manifesta­ções psíquicas, espirituais, a capacidade econômica, são do maior interêsse para a problema do "meio e da herança", tão importante do ângulo raciológico e et­nológico . Levantamentos genealógicos e de relações de parentesco no Espírito Santo, poderiam fornecer material de inestimável valor, servindo para comparar grupos hereditàriamente similares, da mesma procedência fixados em meios di­versos, isto é, as mesmas parentelas e famílias, na Alemanha e no Brasil. F,ecen­temente, tem sido acentuada, repetidas vêzes, a importância dessas pesquisas para a ciência antropológka (antropobiologia ou antropologia da compleição) . Hans Grimm 1 por exemplo, depois de formular o problema "Çomo se desenvol-

1 Grimm, Hans: Korperliche Entwicklung Auslandsdeutscher Jugend, Auslandsdeutsche Volksforschung 1938, volume 2, caderno 1, p. 130. I

Grimm, Hans: Anthropologie in der Volksforschung. Ibidem, volume 2, caderno 3, p. 396. * Tradução do Prof. Reginaldo Santana.

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6M BOLETIM GEOGRAFICO

vem as mesmas disposições hereditárias em meios diversos? ", classifica a fixação de teutos no estrangeiro como experimento importantíssimo de transplantação de etnia, diz que urge se realizem novas pesquisas sôbre a "BiQlogia dos alemães no estrangeiro".

Nossa breve estada, no Espírito Santo, não nos permitiu ocupar-nos, a fundo, com êsses problemas, embora reconhecêssemos sua importância para a aprecia- , ção do desenvolvimento dos grupos étnicos de origem teuta, nesse Estado brasi­leiro, e para o estudo da biologia do colono, sob o ângulo da hereditariedade e do meio. Poder-se-ão considerar uma tentativa inicial, de avançar nessa direção, os dados que obtivemos, investigando diversas famílias, as medições antropoló-

. gicas que tomamos e algumas árvores genealógicas que levantamos. Estamos con­vencidos de que os resultados do tratamento parcial dêsses problemas não bastam para se alcançarem conclusões de ordem geral, e por isso desistimos de formular um julgamento e de entrar numa exposição mais a fundo . Outros estudos reali­zados por pesquisadores, especializados em problemas antropológicos, e com critérios uniformes, poderiam continuar o trabalho utilizando nosso material.

A família Seibel é um bom exemplo do destino de uma família e de seu desenvolvimento, nas gerações seguintes; seus membros, na sua maioria, encon­tramo-los nos respectivos sítios, situados na comunidade de Laranja da Terra, quando não se reuniam em dias determinados, numa colônia ou na casa do pastor Grothe, a pedido dêste ". A família remonta a Adam Seibel, que, segundo se sabe, nasceu em Hamm, em Worms, a 15 de novembro de 1815, imigrando para o Brasil, em 18~1 , com mulher e três filhos. Por ocasião de trabalhos de estrada, que os colonos tinham de fazer no início do povoamento, uma árvore caiu e feriu Adam Sei bel, que morreu a 22 de janeiro de 1869. Faltam dados precisos sôbre sua mulher, não se sabendo, inclusive, o nome de solteira. Dizem ter sido vítima de um acidente, a queda da parede de uma casa, recebendo ferimentos que a obri­garam a andar de bordão. Dos três filhos de Adam Seibel, Jakob, o mais velho, viera, aos 19 anos, para o Espírito Santo. Nêle se entronca a parentela Seibel hoje, conhecida no Espírito Santo. Kaspar Sei bel, o segundo filho, desapareceu do Espírito Santo . Não se sabe se voltou para a Alemanha ou se foi para outras zonas de povoamento da América, e lá se fixou. Quanto ao terceiro filho, Adam, diz-se que era violento e estúpido. Informam que matou um brasileiro a pata de cavalo, o que o levou à cadeia, onde morreu após longa permanência. Sua mulher foi viver com um prêto. Parece que a descendência dêsse Adam Seibel logo se misturou com outros elementos étnicos (holandeses, luso7 brasileiros) e não é mais possível reconstituir sua história . Faltam, também, dados sôbre os descendentes das filhas do velho Adam Seibel.

E' possível seguir, com exatidão, a descendência de Jakob Seibel, que se casou com Luisa Sarter, de Obserstein sôbre o Nahe (Oldenburg), a qual ainda vivia; por ocasião de nossa visita. Luísa Sarter emigrou com seus pais, em 1861, com 12 anos de idade, tendo durado oito semanas a travessia a vela do oceano. Resistiu ao duro trabalho dos primeiros anos do povoamento, deu ao seu marido 11 filhos, e chega aos 90 anos com um vigor surpreendente. Jakob Seibel con­seguiu viver muito bem no ambiente dos colonos e parece ter possuído senso e inteligêqcia práticos. Informaram-nos que viajou muito, detendo-se muitas vê­zes na capital, e que falava bem o português. De seus filhos, foi Wilhelm que desempenhou, na família, o papel de líder. Foi êle quem, primeiro, organizou colônias no território da atual comunidade de Laranja da Terra, mandando vir os irmãos . Foi êle quem se ocupou com a vida da comunidade, lutando pelo desenvolvimento da instrução e transmitindo algo de suas qualidades pessoais não apenas aos parentes, mas também a tôda a comunidade . Um dos poucos co­lonos do Espírito Santo, dotados de qualidades de liderança.

Nas gerações seguintes, essa família de' origem renano.-oldenburguesa mis­tura-se com famílias de origem pomerana. Existe, contudo, certa unidade em tôdas as famílias Seibel, que se manifesta na capacidade econômica, em geral boa, e no padrão de vida algo elevado. A grande vivacidade intelectual, herdada do lado renaniano, é completada, por uma mistura feliz, com a perseverança e a tenacidade do fator pomerano. Os Sei bel são, sem dúvida, especialmente dotados para tarefas colonizadoras. As colônias administradas pelos Seibel Ju-

2 Vide , no apêndice, a árvore genealógica da famllia Seibel.

niors (irmãos e filhos de Will Espírito Santo.

Constituem tarefas da 11 estrangeiro as observações r~ largura e c0m13rimento crani especialmente estudos do cre versos fatôres que possivelme: cularidades da alimentação, t to em virtude !ia forte irrad de nossa visita, o Dr . Saettel~ peito, as quais, em parte, pr

Grimm pôs em dúvida a Iores para a Alemanha, tirad1 Faltam publicações que se oc' Os valores médios, obtidos co manha do Norte, da mesma Saettele, para as idades corrE tam, em relação aos meninm tamanho. Apuraram-se atrav pêso (meninos, aos 14 anos, Setentrional, apresentam, no pêso, menos 13,4 quilos; ou s para as meninas) . Aos 6 . am que os meninos e as menma~ que a dos meninos da Alemm manha do Norte são 10,8 cent nessa idade a divergência do do norte importa, conforme o uma estatura esguia, baseada vigentes para a Alemanha, es· trienal, da mesma raça . M: com observações de outras r primeiro período (até o 6.0 ar vindo, depois, a experimentar, mente improvável que se tratE de nat\lreza genotípica, logo a] do fenotipo, para o que além tribui, provàvelmente, como meninos em geral .

A- constituição e o porte nenhuma diferença notável d1 nal. Também hoje vêem-se m predomina o tipo magro, dei[ aí, pode-se falar, taiv:ez, de u2 pelo clima e pela allmentaç2 entre as mulheres e as filha trabalho do campo junto am possante.

A IGREJ

A assistência religiosa sur alemão, tendo sido decisiva pl No comêço da imigração, a co como os católicos que não fal1 Missão de Steyl (Irmãos do l

meiros tempos, contra os imí do govêrno brasileiro, logo d! mação de organizações protes1

• R. Saettele : Untersuchungen in Brasilien und kurze Eroert erung u. Tropenhyg. Vol. 40 . Caderno J

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s diversos?", clas!)ifica a fixação 10rtantíssimo de transplantação s sôbre a "BiQlogia dos alemães

's permitiu ocupar-nos, a fundo, ta importância para a aprecia- , igem teuta, nesse Estado brasi-o ângulo da hereditariedade e

licial, de avançar nessa direção, lmílias, as medições antropolq­; que levantamos. Estamos can­al dêsses problemas não bastam por isso desistimos de formular a fundo. Outros estudos reali-

lblemas antropológicos, e com 10 utilizando nosso material . tino de uma família e de seu :mbros, na sua maioria, encon­lunidade de Laranja da Terra, na colônia ou na casa do pastor ,m Seibel, que, segundo se sabe, e 1815, imigrando para o Brasil, le trabalhos de estrada, que os uma árvore caiu e feriu Adam

ltam dados precisos sôbre sua eira. Dizem ter sido vítima de :ebendo ferimentos que a obri­~m Seibel, Jakob, o mais velho, ;e entronca a parentela Seibel , o segundo filho, desapareceu Jemanha ou se foi para outras ~uanto ao terceiro filho, Adam, e matou um brasileiro a pata após longa permanência. Sua ~scendência dêsse Adam Seibel holandeses, luso 7 brasileiros) e ltam, também, dados sôbre os

a. de Jakob Seibel, que se casou ldenburg) , a qual ainda vivia, 1 com seus pais, em 1861, com

travessia a vela do oceano. avoamento, deu ao seu marido >reendente. Jakob Seibel con­e parece ter possuído senso e muito, detendo-se muitas vê-

~ seus filhos, foi Wilhelm que êle quem, primeiro, organizou ·anja da Terra, mandando vir da comunidade, lutando pelo o de suas qualidades pessoais munidade. Um dos poucos co­liderança .

m renano.-oldenburguesa mis­e, contudo, certa unidade em Jacidade econômica, em geral ·ivacidade intelectual, herdada tra feliz, com a perseverança o, sem dúvida, especialmente dministradas pelos Seibel Ju-

ieibel.

TRANSCRIÇõES 655

niors (irmãos e filhos de Wilhelm Seibel) estão entre as melhores que vimos no Espírito Santo.

Constituem tarefas da pesquisa biológica em grupos étnicos alemães, no estrangeiro, as observações relativas ao cabelo e à côr dos olhos, ao índice da largura e comprimento cranianos etc.; a determinação do tamanho e do pêso, especialmente estudos do crescimento na juventude, em suas relações com di­versos fatôres que possivelmente influem no desenvolvimento dos jovens (parti­cularidades da alimentação, trabalho corporal prematuro, rapidez do crescimen­to em virtude pa forte irradiação solar, influência da verminose etc.) . Antes de nossa visita, o Dr . Saettele realizara, no Espírito Santo, pesquisas a êsse res­peito, as quais, em parte, prosseguimos, trabalhando em comum 3 •

Grimm pôs em dúvida a exatidão de nossa conclusão e lembrou que os va­lores para a Alemanha, tirados de uma tabela antiga precisavam ser corrigidos. Faltam publicações que se ocupem do pêso e tamanho dos meninos pomeranos. Os valores médios, obtidos com a medição de meninos de Mecklenburg, na Ale­manha do Norte, da mesma raça, estão acima daqueles apresentados pelo Dr. Saettele, para as idades correspondentes. Os meninos teuto-brasileiros apresen­tam, em relação aos meninos do norte da Alemanha, um deficit de pêso e de tamanho. Apuraram-se através de exames precisos, as seguintes divergências de pêso (meninos, aos 14 anos, menos 10,2 quilcis; as meninas que, na Alemanha Setentrional, apresentam, no comêço da puberdade, um acentuado aumento de pêso, menos 13,4 quilos; ou sejam, 26,8% de- diferença para os meninos e 28% para as meninas) . Aos 6 anos de idade, os meninos brasileiros são maiores do que os meninos e as meninas de Mecklenburg ; aos 7 anos, sua altura é menor que a dos meninos da Alemanha Setentrional; aos 14 anos, os meninos da Ale­manha do Norte são 10,8 centímetros mais altos, e as meninas, 10,2 centímetros; nessa idade a divergência dos valores vigentes para os meninos da Alemanha do norte importa, conforme o sexo, em 7% e 6,7 %. A nossa suposição inicial de uma estatura esguia, baseada na comparação com valores médios, mais antigos, vigentes para a Alemanha, esboroa-se em face dos meninos da Alemanha Seten­trional, da mesma raça . Mas, não parece improvável que, em concordância com observações de outras regiões tropicais, o crescimento seja apressado no primeiro período (até o 6.0 ano mais ou menos), ' passando, então, a retarc,iar-se, vindo, depois, a experimentar, possivelmente, uma parada prematura. E' inteira­mente improvável que se trate no caso de uma modificação dos caracteres físicos, de natqreza genotípica, logo após tão poucas gerações. E', antes, uma modificação do fenotipo, para o que além das influências climáticas e da alimentação, con­tribui, provàvelmente, como fator mais importante, a verminose existente nos meninos em geral.

A. constituição e o porte dos adultos não revelam num julgamento geral, nenhuma diferença notável dos de uma população rural da Alemanha Setentrio­nal. Também hoje vêem-se numerosas, estaturas, possantes e altas; no conjunto, predomina o tipo magro, delgado; vêem-se raras pessoas com adiposidade. Até aí, pode-se falar, talvez, de uma adaptação determinada pelo meio, influenciada pelo clima e pela alimentação, ao tipo da população luso-brasileira . Também entre as mulheres e as filhas dos colonos, que, desde a juventude, realizam o trabalho do campo junto aos homens, é freqüente uma constituição robusta e possante.

A IGREJA, A ESCOLA, OS COSTUMES

A assistência religiosa surgiu relativamente cedo na história do povoamento alemão, tendo sido decisiva para a•existência e o desenvolvimento das colônias. No comêço da imigração, a comunidade católica abrangia os imigrantes católicos como os católicos que não falavam alemão, estando à sua frente os religiosos da Missão de Steyl (Irftlãos do Verbo Divino). Relatam-se animosidades, nos pri­meiros tempos, contra os imigrantes protestantes, as quais, graças à tolerância do govêrno brasileiro, logo desapareceram, deixando de criar obstáculos à for­mação de organizações protestantes. Já em 1857, veio para Campinho o primeiro

3 R. Saette le: Untersuchungen an deutschstaemmigen Schu!kindern im Staate Esp!rito Santo in Brasilien und kurze Eroerterung der Hauptkrankungen dieser Volksgrupe . Arch. f. Schiffs­u . Tropenhyg. Vol. 40. Caderno 11 . p. 495.

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religioso enviado pelo Consistório Evangélico. Em 1864, foi enviado para Santa Leopoldina um religioso da Casa Missionária da Basiléia. Sobretudo após a imi­gração pomerana da década dos 70, e simultâneamente, com a ampliação da área de povoamento, se fundaram ou se emanciparam das comunidades matrizes, co­munidades novas que se fortaleceram.

As comunidades evangélicas, em breve, enlaçavam os fiéis, com forte coerção, e dedicavam-se a tarefas sociais, principalmente à instrução. Na falta de outras organizações, que representassem os interêsses da comunidade, passou a igreja a ser a expressão da vontade e do sentimento sociais. As comunidades religiosas transformaram-se num auto-govêrno dos camponeses, que regulava todos os ne­gócios comunais por intermédio do respectivo conselho ou do presbítero. A fide­lidade à religião ultrapassava as coisas da igreja, para abranger os inter~sses culturais. Poucos colonos manifestaram o desejo de sair da igreja, ficando fora dela, os chamados democratas, ou juntam-se noutras seitas (sabatistas, batistas). A vida religiosa corresponde menos a uma piedade profunda, do que à manu­tenção dos usos, e costumes herdados, ainda hoje objeto de severa observância. Quanto isto é verdade, pudemos observar, durante nossa estada no Espírito San­to, nos ofícios divinos, batizados, confirmação, casamentos e enterros. Ainda hoje tudo está como Wagemann relatou em seu livro.

Os pastôres evangélicos desempenharam uma missão cultural, através de um trabalho pertinaz, cheio de sacrifícios, e, ainda hoje, a organização religiosa é a guardiã dos costumes teutos. Os pastôres que vêm da Alemanha formam a única ponte, que liga os colonos com a velha pátria. Além do árduo trabalho na igreja e na escola e das longas e exaustivas viagens a cavalo, compete-lhes aconselhar os colonos em tôdas as necessidades e dificuldades da existência. Ganham, assim, uma visão segura da vida e do caráter dos membros da comuni­dade, ficando aptos a exercer influência profunda. Devem ser lembradas, tam­bém, as mulheres dos pastôres, que atuam, como auxiliares e educadoras, não só no âmbito da própria família mas também no da comunidade.

Mas, é de importância fundamental para as relações entre o pároco e os fiéis, a sua personalidade e a atitude que assume como cura e chefe da comunidade. A vida da comunidade não se processa sem oposição e lutas internas, nas quais o pároco só consegue impor seu ponto de vista, empregando tôdas as energias.

E' de se esperar que sejam inteiramente eliminadas as fortes animosidades que existiam entre as comunidade unidas, filiadas ao Consistório Evangélico, e as comunidades da Obra Missionária Luterana (Igreja Luterana Alemã do Brasil), em virtude de ambas as organizações se terem ligado à igreja do Reich e ao De­partamento Exterior de Religião. Existe certa delimitação das duas áreas sinodais, pois a região alta é assistida, predominantemente, pelos religiosos do Consistório Evangélico, e as comunidades da região baixa, pela igreja luterana (outrora, Obra Missionária Luterana) . Convém a consolidação dos dois grupos em face das tentativas de um sínodo americano (Missouri), de pregar dentro das comu­nidades alemãs, perturbando a unidade existente. Os missionários americanos, estranhos aos interêsses étnicos alemães, não têm grandes resultados a registrar. Juntam-se a êles desertores, que não se adaptam à ordem da comunidade ou não querem pagar as contribuições como membros.

Processa-se, de outra maneira, o desenvolvimento dos católicos de origem alemã, filiados às comunidades brasileiras. A igreja católica, de acôrdo com a sua natureza, cuidou menos da tarefa relativa à etnia. Não faz diferença nem de nacionalidade nem de raça, brasileiros e alemães ela os une na escola e na igreja, e a língua português a predomina na doutrina e no ensino. Mas ainda há, hoje, alguns sacerdotes católicos da AlE!manha, em atividade no Espírito Santo, os quais assistem, espiritualmente os colonos de origem teuta e fazem prédicas em alemão.

Apesar do baixo nível" de educação dos imigrantes, oriundos da camada social dos jornaleiros, não só se uniram, religiosamente, mas também tiveram a visão da necessidade de construir escolas, embora êsse problema fôsse, de início, intei­ramente pôsto à margem pelo govêrno brasileiro. Religiosos enviados da Alema­nha deram prosseguimento à instrução pública, fuJ:!dando escolas paroquiais e transmitindo as noções mais elementares, exercendo um labor exaustivo e perti­naz. Onde falta o necessário entendimento, a igreja exerce coerção (por exemplo, só permitindo a confirmação, após freqüência suficiente à escola) . As grandes

distâncias a necessidade de a. incompre~nsão dos pais difict realizada em dois dias da sen alunos os conhecimentos esco família, fala-se, ainda hoje, linguagem dos colonos em ~e1 mais afastadas ou comum~: maneira, por colonos entend1c ganho adicional) . Mesl_!lo ar sem instrução. A geraçao ad1 escolar recebida, dispõe, apen lê e escreve, com dificuldade, ticamente, nenhuma instruçã compreender, apenas, os verse estão aptos a assinar um j o:n ou a ler um livro em alemao seu objetivo, pois só poderiarr destacam da generalidade.

E' mérito dos párocos ev: com a ajuda dos membros da de que muitas escolas da com tados absolutamente . positivo, dias da semana, 4 horas por ci foi mantida em limites suport com abatimentos no caso de v: estimular o interêsse pela in uma união escolar. No decm gares, escolas, cuja con.struçã espontâneo, e ao fornec1ment' etc. Além dos párocos, que t sinam, nas escolas, acólitos, d originários da Alemanha, os. instruir. O ensino adapta-se l dos colonos, sendo acompanh: das escolas que visitamos, p1 resultados crescem de valor < a pobreza intelectual e o isol~ os bens espirituais e cultural dispomos de bom número de tante ilustrativa sua comparai

Durante nossa estada em o que os escolares escreveriam rotos para composição. O pas versas dessas composições, q· neira de expressar e da cap!1 gamento da letra e da ortogr

Segue abaixo um grupo t

Georg Berger, 3. Schuljal gerin.

14 Tage vor Ostern kam Pastor von Victoria zurueck m und eine Frau aus Deutschlan kam der Besuch auch mit ii] nachsehen . Wir haben ein D men und haben unser GeschJ dere Klasse und nachher hatt Professor Giemsa, dass die S und die Erde auch eine ·rund' Herr Lehrer wieder runter, wi dann haben die Maedchen K! gegangen. Dabei hat der HerJ

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:1 1864, foi enviado para Santa asiléia. Sobretudo após a imi­

lente, com a ampliação da área das comunidades matrizes, co-

vam os fiéis, com forte coerção, L instrução. Na falta de outras :t comunidade, passou a igreja i ais. As com unidades religiosas eses, que regulava todos os ne­selho ou do presbítero. A f ide­a, para abranger os interêsses de sair da igreja, ficando · fora as seitas (sabatistas, batistas). de profunda, do que à manu-

objeto de severa observância. nossa estada no Espírito San­~asamentos e enterros. Ainda livro. a missão cultural, através de a hoje, a organização religiosa

vêm da Alemanha formam a tria. Além do árduo trabalho riagens a cavalo, compete-lhes e dificuldades da existência.

:áter dos membros da comuni­L. Devem ser lembradas, tam-1 auxiliares e educadoras, não da comunidade. ações entre o pároco e os fiéis, cura e chefe da comunidade.

:ão e lutas internas, nas quais mpregando tôdas as energias. inadas as fortes animosidades :; ao Consistório Evangélico, e ~ja Luterana Alemã do Brasil), do à igreja do Reich e ao De­itação das duas áreas sinodais, pelos religiosos do Consistório leia igreja Iuterana (outrora, ção dos dois grupos em face , de pregar dentro das corou-

Os missionários americanos, srandes resultados a registrar. ordem da comunidade ou não

ento dos católicos de origem ja católica, de acôrdo com a itnia. Não faz diferença nem ,es ela os une na escola e na :in a e no ensino. Mas ainda 1a, em atividade no Espírito 10s de origem teuta e fazem

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ciente à escola) . As grandes

TRANSCRIÇõES 657

distâncias, a necessidade de ajudar no trabalho rural, bastantes vêzes, também, a incompreensão dos pais dificultavam a regular freqüência à escola. A instrução realizada em dois dias da semana e durante 3 anos apenas, não proporciona aos alunos os conhecimentos escolares iniciais - ler, escrever, contar e r!;lligião (em família, fala-se, ainda hoje, dialeto pomerano, aceito pelos imigrantes como a linguagem dos colonos em geral. Nas chamadas "escolas de colônias", nas zonas mais afastadas ou comunidades filiais, o ensino é ministrado, de qualquer maneira, por colonos entendidos em ler e escrever, os quais arranjam, assim, um ganho adicional) . Mesmo antigamente, foram poucos os colonos que ficaram sem instrução. A geração adulta de hoje, de acôrdo com a deficiente formação escolar recebida, dispõe, apenas, de grau muito baixo de conhecimentos gerais; lê e escreve, com dificuldade, e, durante a freqüência à escola, não recebe, prà­ticamente, nenhuma instrução na língua do país. A maioria é capaz de ler e compreender, apenas, os versos do livro de cantos e as fôlhas religiosas, e poucos estão aptos a assinar um jornal (Deutsche Rio-Zeitung, Der Morgen, São Paulo) ou a ler um livro em alemão. Donativos de livros da Alemanha não atingiram seu objetivo, pois só poderiam ser apreciados e lidos pelos poucos colonos que se destacam da generalidade.

E' mérito dos párocos evangélicos terem melhorado e ampliado a instrução com a ajuda dos membros da comunidade mais inteligentes. Ficamos convencidos de que muitas escolas da comunidade realizaram trabalho educacional de resul­tados absolutamente . positivos. Aumentaram a freqüência escolar, para 4 a 5 dias da semana, 4 horas por dia (o quinto dia é facultativo). A anuidade escolar foi mantida em limites suportáveis por quase tôdas as famílias (20 a 50 mil réis, com abatimentos no caso de vários meninos). Em diversas comunidades tentou-se estimular o interêsse pela instrução e obter contribuições, com a fundação de uma união escolar. No decurso <los últimos anos, ergueram-se, em muitos lu­gares, escolas, cuja construção foi possível graças a contribuições, ao trabalho espontâneo, e ao fornecimento, pela coletividade, do material - madeira, telhas, etc. Além dos párocos, que têm de arcar com grande parte dos encargos, en­sinam, nas escolas, acólitos, diáconos ou professôres, saídos de outras profissões, originários da Alemanha, os quais dedicam tôdas as suas fôrças à tarefa de instruir. O ensino adapta-se à compreensão e à capacidade intelectual dos filhos dos colonos, sendo acompanhado de imagens e de desenho. Vimos, em algumas das escolas que visitamos, provas apreciáveis dos resultados do ensino. Êsses resultados crescem de valor quando se considera o grau de educação dos pais, a pobreza intelectual e o isolamento do mundo dos colonos, a carência de todos os bens espirituais e culturais, na vida da floresta. Participamos das aulas, e dispomos de bom número de composições, provas escritas e desenhos, sendo bas­tante ilustrativa sua comparação com os trabalhos apresentados por Wagemann.

Durante nossa estada em Laranja da Terra, externamos o desejo de saber o que os escolares escreveriam sôbre a nossa visita, e propomos êsse tema aos ga­rotos para composição. O pastor Grothe teve a gentileza de copiar para nós di­versas dessas composições, que proporcionam uma visão de conjunto da ma­neira de expressar e da capacidade intelectual, embora não permitam um jul­gamento da letra e da ortografia.

Segue abaixo um grupo dêsses trabalhos: Georg Berger, 3. Schuljahr Vater Rheinlaender, Solinger, Mutter Oldenbur­

gerin.

14 Tage vor Ostern kam Besuch von Hamburg. Mittwoch kam der Herr Pastor von Victoria zurueck und da kam der Besuch mit. Es waren 2 Professoren und eine Frau aus Deutschland. Am Donnerstag morgen, als die Schule anging, kam der Besuch auch mit in die Schule. Da wollten sie zuerst im Unterricht nachsehen. Wir haben ein Diktat geschrieben. Dabei haben sie uns aufgenom­men und haben unser Geschriebenes nachgesehen. Dann gingen sie in die an­dere Klasse und nachher hatten wir Pause. In der Pause erzaehlte uns der Herr Professor Giemsa, dass die Sonne ganz still stehe und eine Feuerkugel waere und die Erde auch eine runde Kugel, die sich immer rumdreht. Dann kam der Herr Lehrer wieder runter, wir haben erst Freiuebungen gemacht und gesungen, dann haben die Maedchen Kreisspiele gemacht und dann sind wir nach Hause gegangen. Dabei hat der Herr Professor Nauck photographiert und gefilmt. Am

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658 BOLETIM GEOGRAFICO

Freitag ist der Herr Pastor und der Herr Professor Nauck rumgeritten, um nact.­zuforschen, wo Krankheiten sind. Im Laranjinha-Fluss da sitzen Schnecken, die Krankheiten verbreiten. Am Sonntag war ein kleines Fest, da haben wir Freiue­bungen gemacht und die Kampfgruppe hat Pyramiden aufgestellt. Die Schul­maedchen haben Kreisspiele gemacht und von manchen Schulkindern haben sie noch Stuhlproben gemacht. Manchmal ist mit dem Herrn Pastor und dem Herrn Prof. Nauck auch die Frau von Prof. Giemsa mitgeritten, sie sind noch die ganze Woche herumgeritten bis zum Freitag morgen, dann sind sie abgereist.

!:.aura Blaster . 3. Schuljahr. Beide Eltern Pommern . Als wir am Mittwoch in der Schule waren, hat uns der Herr Silbermann

gesagt, morgen wascht Euch auch gut und zieht Euch sauber an. Auch die Zaehne putzen! Und als am anderen Morgen die 2 Professoren in die Schule kamen, wollten sie nachsehen, wie es uns hier in Brasilien geht. Als sie kamen, hatten wir alle sehr grosse Angst. Die andern Kinder hatten alle gesagt, wir wuerden untersucht. Dann sind wir alle in die Schule gegangen und zuerst haben wir ein schoenes Morgenlied gesungen, als wir gesungen hatten, hat der Herr Pastor zu uns gesafit: ,Warum habt Ihr Euch keine Buecher mitgebracht? Da haben wir gesagt der Herr Silbermann hat ge.s:agt: wir soHten uns keine Buecher mit­bringen , deshalb konnten wir nichts machen. Da haben wir noch e in kleines Diktat geschrieben und nachher haben wir unser Fruehstueck genommen und sind rausgegangen. Als wir unser Fruehstueck auf hatten, haben die Jungens geturnt und dann haben die Maedel Kreispiele gemacht. Als das aus war, da sind wir nach Hause gegangen.

Fritz Gaede. 4. Schuljahr, Vater Brandenburger, Mutter Pommern . 14 Tage nach Ostern hatten wir Besuch . Sogar Besuch von Deutschland.

Es waren 2 Maenner und eine Frau . Sie wollten mal in unsex-er Siedlung Laranja da Terra erforschen, ob wir hier noch alle frisch und gesund sind oder schlapp und krank. Am Donnerstag kamen sie in die Schule und in der Schule haben sie immer photographiert . Sie haben auch lebendige Bilder gemacht. Den Robert Loeffler h aben si,.e 2 mal allein photographiert . In der Pause hat uns der Altere noch erzaehlt, wie es mit der Erde steht. E r hat erzaehlt, die Erde ist eine runde Kugel und dreht sich immer und in der Mitternacht stehen wir gerade auf dem Kopf. Als er auserzaehlt hatte, hat er gesagt: Wenn Euch nachher der Lehrer oder der Pastor fragt, was ich Euch erzaehlt habe, so sagt ihnen das.

Frieda Reetz, 3 . Schuljahr . V ater Pommer, Mutter Rheinlaender . 14 Tage nach Ostern haben wir Besuch gekriegt. 2 Professoren sind in einem

Auto gekommen, sie waren nicht allein, sondern da war noch eine Frau dabei und der Pastor hat auch noch drin gesessen. Als sie gekommen sind, war es ungefaehr % 12, da haben wir gedacht, wir werden sie noch sehen, aber wir haben sie nicht mehr gesehen , erst am anderen Tag haben wir sie gesehen. Da kamen sie mit dem Pastor runter. Wir hatten solche grosse Angst. Als dann welche aufgerufen wurden, haben wir in die Haende geklatscht und sehr gelacht, dass die Sophie Tesch auch dabei war. Die hatte solche Angst. Da haben sie (zu uns) gesagt: Ihr werdet auch noch dran kommen . Er hat nur Stuhl unter­sucht . Das hat mich sehr gefreut, dass ich keinen mehr mitbringen musste. Der Magerste (!) hat auch Spiele photographiert. Als si e margens herunterka­men, kamen sie in unsere Klasse, da haben wir ein schoenes Lied gesungen und dann uns ein wenig unterhalten. Der Pastor hat gesagt, wir sollten mal lachen, aber wir konnten nicht lachen vor lauter Angst. Die Frau Professor hat uns gefragt. Habt Ihr Angst? Wir haben gesagt: Nein, wir haben keine Angst, aber wir hatten doch Angst .

Robert Loeffler. 3 . Schuljahr . Vater Sachse. Mutter Pommer. Kurz nach Ostern hatten wir Besuch . Hier waren 2 Professoren aus Deutsch­

land . Am .24 . April sind sie hierher gekommen. Als sie herunterkamen, hatten wir alle grosse Angst und als sie naeher an uns herankamen, sagten sie: Guten Morgen! Sie haben dann noch ein wenig draussen gestanden; danach sind sie hereingegangen. Wir haben e in Diktat geschrieben, dann haben di e Herren abgenommen. Nachher war Pause . In der Pause hat uns der Aelteste erzaehlt, wie es mit der Welt steht. Er hat gesagt, die Erde ist eine runde Kugel, und die Sonne ist eine gluehende Kugel. Die Erde dreht sich um die Sonne. Dann hat er den Friedrich Becker gefragt, was wir hier alles pflanzen .

Laura Stange. 4. Schulj; 14 Tage nach ostern ha

waren 2 Professoren und 1 FJ aber ich habe sie nicht eher 1

Da kamen sie mit dem Pfarr Als wir in die Schule gingen, l Wir haben alle gesagt: Unter ein Diktat geschrieben, dabei nicht nur Tick! sondern Hoi lebendig abgenommen. Aber c

Alwine Peter. 3. Schulja: Ich will mal was schreibl

es gefallen. Wir haben allerl nach der Schule kamen, dac nicht untersucht worden. Wil in die Schule herein. Jlort sa der Herr Pastor: Warum ha angezogen? Wir sprachen: yvt so · sauber angezogen. Als wrr 1

Wir haben geschrieben. Wir wurde abgenommen. Nacher spielten wir Maedchen unsere ueber alle Spiele gefreut.

Jeanette Stabenow. 4. Se 14 Tage nach Ostern ha'

waren sie in der Schule und l darueber gefreut. 'Als wir mo~{ Die Kinder hatten gesagt, wu tersucht; welche mussten nu auch. Wir Maedchen h aben ge Am Sonnabend habe ich sie i uns. Da haben wir gesungen. l wieviel Lieder wir konnten. I1 konnte. Ich habe auch schoJ weggemacht sind, h abe ich s: dem Berge bei dem Vieh und kohnte. Da sind sie nach der

Christine Schramm. 3 . g, Die Professoren wollten u

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Martha Stange. 3 . Schulj Nach Ostern bekamen wir

Auto und der Pastor war aucl sehen. Am Mittwoch sind sie gehabt, wir dachten, wir wue: Pastor gefragt. Was habt Ihr schrieben und gerechnet. Dar: die Professoren zugeguckt.

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r Nauck rumgeritten, um nach­,-Fluss da sitzen Schnecken, die !ines Fest, da haben wir Freiue­amiden aufgestellt. Die Schul-manchen Schulkindern haben

lit dem Herrn Pastor und dem msa mitgeritten, sie sind noch norgen, dann sind sie abgereist. ommern . hat uns der Herr Silbermann

:tch sauber an. Auch die Zaehne 1fessoren in die Schule kamen, m geht. Ais sie kamen, hatten tatten alie gesagt, wir wuerden egangen und zuerst haben wir ;en hatten, hat der Herr Pastor techer mitgebracht? Da haben soHten uns keine Buecher mit­>a haben wir noch ein kleines ~r Fruehstueck genommen und mf hatten, haben die Jungens gemacht. Ais das aus war, da

1rger, Mutter Pommern. )gar Besuch von Deutschland. tal in unsexer Siedlung Laranja . d gesund sind oder schlapp und

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Mutter Pommer. ·en 2 Professoren aus Deutsch­\.ls sie herunterkamen, hatten erankamen, sagten sie: Guten n gestanden; danach sind sie :>en, dann haben die Herren hat uns der Aelteste erzaehlt, de ist eine runde Kugel, und :ht sich um die Sonne. Dann r alies pflanzen.

TRANSCRIÇõES 659

Laura Stange. 4. Schulj ahr. Beide Eltern Pommern. 14 Tage nach Ostern haben wir Besuch bekommen von Deutschland. Es

waren 2 Professoren und 1 Frau. Mittwoch mittag sind sie im Auto gekommen, aber ich habe sie nicht eher gesehen als am Donnerstag morgen in der Schule. Da kamen sie mit dem Pfarrer herunter . Wir haben alie grosse Angst gehabt. Ais wir in die Schule gingen, fragte uns der Pfarrer, was die Professoren woliten. Wir haben alie gesagt: Untersuchen! Da hat er gesagt: Nein. Dann haben wir ein ·Diktat geschrieben, dabei hat er uns abgenommen. Da machte die Maschine nicht nur Tick! sondern Horr! und jetzt sagt der Pfarrer immer, das waere lebendig abgenommen. Aber das glaube ich nicht.

Alwine Peter. 3 . Schuljahr. Vater Pommer, Mutter Hesse. Ich will mal was schreiben von dem Fest. Ich war auch da und mir hat

es gefalien. Wir haben alierlei gemacht und auch gesehen. Margens, wie wir nach der Schule kamen, dachten wir, wir wuerden untersucht, aber wir sind nicht untersucht worden. Wir hatten alie Angst. Ais es 8 Uhr war, gingen wir in die Schule herein. I(ort sangen wir ein Lied und setzten uns hin. Da fr~gte der Herr Pastor: Warum habt Ihr Euch heute alie solche schoenen Kle1der angezogen? Wir sprachen: Weil wir heute Besuch haben. Darum haben wir uns so sauber angezogen. Ais wir das gesagt hatten, holte der Herr Pastor die Hefte. Wir haben geschrieben. Wir sind dabei abgenommen worden. Auch ich aliein wurde abgenommen. Nacher turnten die Jungens und ais sie geturnt hatten, spielten wir Maedchen unsere Lieder. Ich war der Kukuk. Ich habe mich sehr ueber alie Spiele gefreut.

Jeanette Stabenow. 4. Schuljahr. V ater und Mutter Pommer. 14 Tage nach Ostern hatten wir Besuch von Deutschland. Am 23. April

waren sie in der Schule und haben unsere Schule besucht. Wir haben uns sehr darueber gefreut. Als wir margens runter kamen, hatten wir freilich grosse Angst . Die Kinder hatten gesagt, wir wuerden untersucht, aber wir wurden nicht un­tersucht; welche mussten nur Stuhlgang mitbringen. Abgenommen haben sie auch. Wir Maedchen haben gespielt und die Jungen haben geturnt und gehuepft. Am Sonnabend habe ich sie nochmal gesehen. Sie waren bei Almeida und bei uns. Da haben wir gesungen. Da hat der Aeltere gesagt, wir sollten mal erzaehlen, wieviel Lieder wir konnten. Ich habe nachher auch gezaehlt, wieviel Lieder ich konnte. Ich habe auch schon 130 Lieder gelernt. Am Freitag morgen als sie weggemacht sind, habe ich sie nicht mehr gesehen . Da war ich schon hinter dem Berge bei dem Vieh und konnte ihnen nicht mehr sagen, wieviel Lieder ich kónnte. Da sind sie nach der Strasse geritten.

Christine Schramm. 3. Schuljahr. Beide Eltern Westpriegnitz. Die Professoren woliten unsere Schule auch besuchen. wir haben das Auto

nicht gesehen, aber wir haben es gehoert und da haben wir gesagt: Horch! ein Auto kommt daher. Da waren di e 2 Professoren drin . Auf einmal kam der Herr Pastor runter und sagte zu dem Herrn Silbermann, ob keiner mitfahren koennte. Wie sie den ersten Tag in die Schule kamen, haben sie uns gleich abgenommen. Da haben die Jungen geturnt und wie sie •geturnt hatten, haben Wir unsere Spiele gemacht . Da hat er uns auch abgenommen, dann sind wir in die Schule gegangen und haben ein kleines Diktat geschrieben, dabei hat uns der Professor lebendig abgenommen. Das woliten welche Schulkinder nicht glauben, dass es lebendige Bilder sind. Der Pastor aber sagt, das ist wahr, dass es lebendige Bilder sind. Wir haben hauch ein~ so grosse ~ngst gehabt, dass die ProfEissoren uns untersuchen wurden. Da hat die Frau gesagt, wir brauchlen keine Angst haben! und da haben wir keine Angst mehr gehabt. Am Sonntag haben di e grossen Maedchen gespielt und das war schoen, dabei haben wir zugekuckt und das haben sie auch abgenommen. Auch unsere Schweinebucht haben sie abge­nominen und Alwine und Adolf und zuletzt V ater bei der Muehle.

Martha Stange . 3 . Schuljahr. Va~er Pommer, Mutter wahrscheinlich auch. Nach Ostern bekamen wir Besuch. 2 Maenner und 1 Frau kamen in einem

Auto und der Pastor war auch dabei. Meine Mutter und Brueder haben sie ge­sehen. Am Mittwoch sind sie gekommen. Am Donnerstag haben wir alie Angst gehabt, wir dachten, wir wuerden untersucht. Ais wü reingingeu, da hat der Pastor gefragt. Was habt Ihr die ganze Zeit gemacht, wir haben gelesen, ge­schrieben und gerechnet. Dann haben wir ein Diktat geschrieben, dabei haben die Professoren zugeguckt.

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660 BOLETIM GEOGRAFICO

Nachher sind die ersten Schuljahre aufgerufen worden. Da hat der Herr Silbermann zu den Kindern gesagt. Am Dienstag bringt Ihr mir alie Stuhl mit. Da haben die Kinder am Dienstag ihren Stuhl mitgebracht. Den hat der Aeltere dann untersucht. Alie Kinder, die krank sind, die muessen einnehmen.

Christian Blaster . 4 . Schuljahr . V ater Pommer, Mutter Hesse. Mittwoch gegen :Mittag kamen sie angefahren. Da kam der Herr Pastor In

die Schule rein und sagte: 2 Jungens koennen mit dem Auto mitfahren, die Kanzelien aufzumachen . Da fuhren die beiden Stanges mit. Donnerstag morgen kamen die beiden Professoren in die Schule und wir dachten, wir wuerden un­tersucht . Da blieben sie noch draussen stehen, bis der Herr Lehrer sagte, jetzt werden wir reingehen. Ais wir hineinliefen, da photographierte uns der eine, aber ich kannte ihn nicht. Da sagte der Pastor: Wir wollen ein Diktat schreiben; wir schrieben es und ich hatte 2 Fehler. Beim Schreiben photographierte uns der Herr Professor . Nachher gingen wir raus und turnten und huepften und der Herr Professor nahm uns ab. Freitag war wieder Schule und wir gingen alie hin .

Pastor Grottke schreibt. dazu: "Di e Kinder stehen noch am Anfa,ng bezw. in der ersten Haelfte des 3 . bezw. des 4. Schulj ahrs. Der Aufsatz wurde mit ihnen nur fluechtig durchgesprochen und die erste Niederschrlft gleich korrigiert. Bei den sonst guten Schuelern sind nur wenig orthographische Fehler vorhanden, bei den weniger Begabten gibt es noch viel zu verbessern . Da hier der Nachdruck auf der Ausdruckfaehigkeit liegt, wurden die Aufsaetze nicht mit den Fehlern abgeschrieben. Zu bemerken ist noch, dass es sich besonders bei Christine Schramm und Martha Stange um sehr maessig begabte Kinder handelt. Die Aufsaetze ergeben also ungefaehr den Durchschnitt der Gesamtklasse. Bei Georg Berger ist schon von besonderer Begabund zu sprechen."

Constituem outras amostras da mesma escola, as composições seguinte:

Die Kokosschlacht . Am Mittwoch haben wir e in kleines Fest gehabt. Und das war die Kokos­

schlacht . Da haben wir sehr mit Kokos geworfen und der Lehrer hat so viele an den Kopf gekriegt, dass er nur so aufschwoli. Und ich hab auch eine mit abgekriegt, dass ich kaum laufen konnte, ich habe auch geworfen. Manche waren solche Feiglinge, die von hintern. Und so warfen wir 2 Stunden hin und her .

Die Jagd Gestern gingen wir auf die Jagd und da schossen wir eine Eichkatze oben

von dem Baum herunter. Und wie sie herunter fiel, da lief ich schneli hin und wie ich sie anpacken wolite, da wolite sie wieder ausreissen. Da nahm ich einen Knueppel und schlug sie tot . Dann gingen wir weiter und da sahen wir die andere und wir woliten sie schiessen, aber sie riss uns aus .

Was ich erlebt habe. • Ich bin einmal geritten und als wir da unten beim Boehring waren, da ist mein Onkel vorgejagt . Da fing mein Pferd auch an zu laufen und ich bin runtergefalien. Me in Onkel hat tuechtig gelacht.

Wie uns der Dr. Saettele untersucht hat.

Maria Seibel. 12 Jahre. 3. Schuljahr. Am 6. Oktober war der Herr Dr. Saettele hier, um uns zu untersuchen. Er

wollte am Freitag abend schon kommen, da ist aber er nicht gekommen. Wir haben bis zum Mittag gewartet aber er ist nicht gekommen . Dann sind wir nach Hause gegangen und zum Abend ist er doch noch gekommen . Ais wir margens in die Kirche gehen woliten, sind wir untersucht worden. Die Hulda Binow . ist als aliererste drangekommen, haben die andern zu mir gesagt . Das zweite weiss ich nicht. Wie sie untersucht wurden, hat die Frau Doktor aufgerufen. Welchen hat er ein Loch durch das Ohr gemacht. Der Ida Gaede hat er einen Zahn ausgerissen . Alien hat er den Loeffel in den Hals gedrueckt und welche haben dabei geweint. Er hat auch an dem Bauch gehoert, da hat er gesagt, holt mal Atem und der Herr Silbermann hat immer aufgeschrieben. Ais die Maedchen fertig waren, sind wir alie in die Kirche gegangen und haben alieine gesungen. Da hat der Herr Pastor gesagt: Das wird wohl gehen.

Obtivemos de outra comun piores sôbre o tema: O que fa1 balhos, sem corre.ções ortográfJ

Zuerst stehe ich auf und d1 Dann essen wir . Am Sonnabe zuhause bleiben die machen d wir backen. Zum anend wasch Sonnabend machen wir unsere ab schneiden. Sta Maria . 15. 12. Juli.

Zu erst stehe ich auf und v wenn ich gegessen habe und : ich meine Hake und gehe Kaff Mitag . Nach Mltag gehen wi1 machen zu Hause alies rein. Se ferdich habe, wasche ich mir. 10 . Dezember.

Zuerst stehen wir auf und d! und essen wir Frustick und dan Wenn es Mittag ist. Dann gehe nach mittag machen wir alies 1 Schulaufgaben . Wenn es bald i ziehen uns andes Zeuk an . Da 1936. Albert Lucht. geb. 8. AI

Ich stehe a uf. Dann wasch essen wir. Dann putzen wir un Futter. Denn nach Futten wir Maria 15. Mai 1936. Rudolf Er1

E' difícil formular um julga nos pois não convém usar o pa ria;, alemães. Segundo os crité deveriam ser encaminhadm; pa primitivo e árduo, a freqüência ' siderável sôbre o aproveitamen1 nos deram uma impressão de gr de . Outros, em que se observava ta rapidez, em seu aproveitamt ou do professor. Há, provàvelm no tocante ao estado físico, à iJ

Dá-se especial importância trução catecumênica, antes do 1 tumes. Canções populares, jogc alegrou-nos verificar quantas ca que as cantavam, na escola e en embora muitos pais sejam de op cafezais. Nos últimos anos, os p mino do curso e depois de confir fim político, nem polí~ico-religiol de união e de comunidade, por concentrações recreativas. Dêsse tivo dos costumes, espera-se o f( tender pôr os colonos em choqu

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tfen worden. Da hat der Herr ~ bringt Ihr mir alle Stuhl mit. itgebracht. Den hat der Aeltere die muessen einnehmen. :ner, Mutter Hesse. In. Da kam der Herr Pastor in mit dem Auto mitfahren, die

tanges mit. Donnerstag morgen wir dachten, wir wuerden un­

>is der Herr Lehrer sagte, j etzt otographierte uns der eine, aber vollen ein Diktat schreiben; wir ·eiben photographierte uns der :urnten und huepften und der 3chule und wir gingen alie hin. stehen noch am Anfang bezw. s. Der Aufsatz wurde mit ihnen >l"iederschríft gleich korrigiert. wgraphische Fehler vorhanden, >essern. Da hier der Nachdruck Jsaetze nicht mit den Fehlern sich besonders bei Christine begabte Kinder handelt. Die

tt der Gesamtklasse. Bei Georg rechen." L, as composições seguinte:

tabt. Und das war die Kokos­n und der Lehrer hat so viele , . Und ich hab auch e in e mit habe auch geworfen. Manche warfen wir 2 Stunden hin und

ossen wir eine Eichkatze oben 1el, da lief ich schnell hin und Lusreissen. Da nahm ich einen weiter und da sahen wir die :s uns aus.

:en beim Boehring waren, da 1ch an zu laufen und ich bin

sucht hat.

t, um uns zu untersuchen. Er Lber er nicht gekommen. Wir tkommen. Dann sind wir nach t gekommen. Ais wir morgens tt worden. Die Hulda Binow m zu mir gesagt. Das zweite die Frau Doktàr aufgerufen. Der Ida Gaede hat er einen

n Hals gedrueckt und welche :h gehoert, da hat er gesagt, 1mer aufgeschrieben. Ais die ~ gegangen und haben alleine vird wohl gehen.

TRANSCRIÇõES 661

Obtivemos de outra comunidade, situada na região alta, composições bem piores sôbre o tema: O que faço aos sábados. Seguem abaixo, alguns dos tra­balhos, sem corre.ções ortográficas:

Zuerst stehe ich auf und dan wasch ich mich. Den putzt ich meine Zehne. Dann essen wir. Am Sonnabend gehen wir Kaffee putzten. Die andren was zuhause bleiben die machen das zuhause alies rein. Am Sonnabend muessen wir backen. Zum anend waschen wir uns. Und dan trocken wir uns ab. Am Sonnabend machen wir unsere Schulaufgab'e. Sonnabend lasen wir unsere Hare ab schneiden. Sta Maria. 15. Mai 1936. August Vesper. 1922 Geburtstag am 12. Juli.

Zu erst stehe ich auf und Wauche ich mir. Dann Esse ich mein stuck Brot. Wenn ich gegessen babe und nehme ich die Axt und bole Holz. Dan nehme ich meine Hake und gehe Kaffee Putzen. Wenn ich nach Hause gehe, esse ich Mitag. Nach Mltag gehen wir nicht auf die Kolni. Bleiben zu Hause und machen zu Hause alies rein. Schlachten wir eine Ende. Wenn ich meine Arbeit ferdich babe, wasche ich mir. Sta Maria, 15 Mai 1936 Albert Marquardt. geb. 10. Dezember.

Zuerst stehen wir auf und dan Waschen wir uns. Und putzen unss die Zehnen und essen wir Frustick und dan gehen wir auf die Arbeite und fluecken Kaffee. Wenn es Mittag ist. Dann gehen wir wieder nach Hause und essen Mittag- Uns nach mittag machen wir alies rein und scheuren die Stube und machen unsere Schulaufgaben. Wenn es bald ist dan waschen wir unss den ganze Korpe und ziehen uns andes Zeuk an. Dann ist uns wider frisch an. Sta Maria 15. Mai 1936. Albert Lucht. geb. 8. April 1923.

Ich stehe auf. Dann wasch ich mir. Wenn wir uns wasch haben. Dan nach essen wir. Dann putzen wir uns die Zen e. Ich fege die Stube aus. Wir holen Futter. Denn nach Futten wir das ;Fie. Dan gehen wir Kaffee putzen. Santa Maria 15. Mai 1936. Rudolf Erdmann geb. den 18. August 1922.

E' difícil formular um julgamento da capacidade média dos filhos dos colo­nos, pois não convém usar o padrão das escolas de aldeia e das escolas primá­rias, alemães. Segundo os critérios vigentes na Alemanha, muitos dos meninos deveriam ser encaminhados para escolas de retardados. O trabalho corporal, primitivo e árduo, a freqüência da verminose têm, naturalmente, influência con­siderável sôbre o aproveitamento e o progresso na escola. Houve meninos que nos deram uma impressão de grande vivacidade, em correspondência com a ida­de. Outros, em que se observava, claramente, a verminose, regrediram, com mui­ta rapidez, em seu aproveitamento escolar, conforme o depoimento do pastor ou do professor. Há, provàvelmente, diferenças entre as diversas comunidades, no tocante ao estado físico, à inteligência e aos trabalhos dos alunos.

Dá-se especial importância não só ao ensino religioso, completado pela ins­trução catecumênica, antes do crisma, mas também ao cultivo dos usos e cos­tumes. Canções populares, jogos e danças constituem a base dêsse cultivo, e alegrou-nos verificar quantas canções os garotos conheciam e o entusiasmo com que as cantavam, na escola e em casa. A ginástica intnJduziu-se, pouco a pouco, embora muitos pais sejam de opinião que os filhos já se exercitam bastante nos cafezais. Nos últimos anos, os pastôres têm procurado organizá-los, ~pós o tér­mino do curso e depois de confirmados, em uniões juvenis, que não têm nenhum fim político, nem político-religioso. mas pretendem formar e incentivar o espírito de união e de comunidade, por meio de esportes, ginástica e cantos, reuniões e concentrações recreativas. Dêsse companheirismo, baseado na religião e no cul­tivo dos costumes, espera-se o forta!ecimento da consciência étnica, sem se pre­tender pôr os colonos em choque com a cidadania brasileira.

Recentemente, é maior a compreensão por uma das tarefas das escolas paro­quiais e das escolas de colônias, qual seja, a de transmitir aos meninos de origem alemã, os conhecimentos indispensáveis da língua nacional do Brasil. O domí­nio dêsses conhecimentos cresce de importância, quando se considera que as escolas, embora sejam privadas, fiscalizam-nas inspetores do govêrno brasileiro, que podem exercer sôbre elas certa pressão. As autoridades admitem e reconhe-

.,

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662 BOLETIM GEOGRAFICO

cem, em parte as realizações das escolas de comunidade alemã e, eventualmen­te, têm ajudado a construção de escolas, com a doação de material. Mas, aos encargos docentes dos pastôres, relativos à língua materna e religiosa, tem de ser acrescido o ensino. do idioma do país, pois não existem prof.essôres brasileiros rias escolas paroquiais .

As aspirações nativistas crescentes, dos últimos anos, põem em dúvida o futuro das escolas de comunidades teutas. Em virtude da influência das idéias integralistas, o govêrno brasileiro quer dar organização diversa ao ensino, nas zonas de povoamento alemão, substituindo o cultivo dos costumes alemães, por uma educação brasileira. O alemão, - a língua materna e religiosa, e o dialeto utilizado pela maioria das famílias não desaparecerão ràpidamente, mesmo quan­do se tornem obrigatórios 0 ensino do idioma brasileiro e a instrução por pro­fessôres brasileiros . No momento, não é possível formular uma idéia sôbre a eventualidade de a Alemanha e entidades alemãs fomentarem os interêsses cul­turais e étnicos, entre os brasileiros de origem teuta, e, muito menos, prever a modalidade dêsse incentivo, tudo dependendo da orientação do govêrno do país e do procedimento do próprio colono. Os colonos, ainda hoje, estão mais ou me­nos conscientes da existência de um país de origem e da unidade étnica, embora falte uma conexão direta com o Reich alemão. São extraordinàriamente redu­zidas as idéias ou imagens que fazem sôbre a Alemanha, limitadas ao que lhes transmitem os pastôres ou alemães recém-chegados. Mas os colonos apegam-se, tenazmente, à índole herdada dos antepassados e transmitida em meio ao iso­lamento da floresta brasileira, índole que os distingue das outras nações de imigrantes. Os colonos, embora cresçam e se desenvolvam, como brasileiros, conservam até agora, como coisas naturais, seus usos e costumes, a língua e a fé, o que não os leva, necessàriamente, a conflito, pois não têm de escolher entre etnia e cidadania, podendo ambas, sem coerção especial, harmonizar-se no seu pequeno mundo. Prestar o serviço militar no Exército Brasileiro não significa nenhum conflito para os jovens colonos, de origem alemã, que, desde pequenos, vivem nesse ambiente de idéias, crescendo· com a convicção de que são de origem alemã, mas de cidadania brasileira. E' interessante notar que grande número de brasileiros, de origem alemã, filiaram-se ao partido integralista, usando a ca­misa verde.

Aos colonos parece supérflua, prejudicial e inadequada, a renúncia aos seus próprios costumes. Em virtude do isolamento da região colonizada, não é im­perativa a necessidade de aprender a. língua do país, ou de assimilar-se à popula­ção luso-brasileira. Não há dúvida que uma progressiva exploração das zonas povoadas pelos colonos de origem teuta levará, com o tempo, a uma mistura, mais intensa, com os elementos étnicos luso-brasileiros, mesmo que a população de origem alemã se mantenha fiel aos seus costumes .

o futuro dirá, se, entre os colonos, surgirão chefes capazes de lutar pela solução dos problemas econômicos, e de defender seus pontos de vista nas ques­tões culturais e educacionais . Falta justamente no Espírito Santo, essa camada de chefes, em condições de empregar suas fôrças e seu talento, em proveito do grupo étnico alemão e em benefício de todo o Estado brasileiro.

XI. O MUNDO ESPIRITUAL DOS COLONOS

Embora. a compleição física e o estado de saúde dos colonos se possam con­siderar satisfatórios, nota-se acentuado recuo, no domínio intelectual, e nível cultural lamentàvelmente baixo. Não existe um movimento de ascensão, origi­nária dos próprios colonos, faltando qualquer iniciativa para melhorar a situa­ção e para remediar a carência cultural . Entretanto, deve:se admitir que certas qualidades de caráter caracterizam os colonos como um grupo étnico de origem alemã. A ascendência teu ta manifesta-se, inequivocamente na geração nova. Distinguem-nos das outras populações capixabas não só as qualidades negativas, inerentes aos colonos de estirpe pomerana, como a obstinação e a tiudeza mental, mas também, as positivas, como a constância, a perseverança, a altivez sadia e o senso das causas práticas de sua vida simples. A luta árdua para manter e fazer prosperarem as colônias, contando apenas com as suas próprias fôrças, apurou ' o senso familiar e criou, apesar das rusgas inevitáveis, um sentimento

de umao, que, adequadamente munidade.

Nossa estada no Espírito S sendo breve demais para permi do ideal e moral dos colonos. < riências desagradáveis tornara estranhos. Graças ao trabalho acompanhavam, encontramos 1

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E' compreensível que a esfe sas que o cercam mais de perto interêsses materiais: tamanho café e colheita, qualidade do s< tação e sustento da família. A dor são temas preferidos - "é a resposta significativa a uma zinhos e dos acontecimentos da

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A falta de espírito de emp colono pomerano desconfiado c dade de decisão: mas, êle não , fender, com determinação seu I visitados colonos originários de maior capacidade de adaptação cilmente, tendo, por isso, se uni1 maioria, pouco familiarizados C{

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nunidade alemã e, eventualmen­a doação de material. Mas, aos gua materna e religiosa, tem de ão existem professôres brasileiros

ltimos anos, põem em dúvida o virtude da influência das idéias

ranização diversa ao ensino, nas 1ltivo dos costumes alemães, por ~ materna e religiosa, e o dialeto cerão ràpidamente, mesmo quan­Jrasileiro e a instrução por pro­vei formular uma idéia sôbre a ãs fomentarem os interêsses cul­teuta, e, muito menos, prever a

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com o tempo, a uma mistura, sileiros, mesmo que a população 1mes.

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DOS COLONOS

úde dos colonos se possam con­no domínio intelectual, e nível

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;. A luta árdua para manter e s com as suas próprias fôrças, ;gas inevitáveis, um sentimento

TRANSCRIÇõES 663

de união, que, adequadamente orientado, transformar-se-á em espírito de co­munidade.

Nossa estada no Espírito Santo nos proporcionou apenas, impressões gerais, sendo breve demais para permitir uma penetração realmente profunda no mun­do ideal e moral dos colonos. O isolamento em que vivem e, talvez, várias expe­riências desagradáveis tornaram os colonos desconfiados e fechados diante de estranhos. Graças ao trabalho preparatório, esclarecedor, dos pastôres que nos acompanhavam, encontramos mais confiança, do que seria, ordinàriamente, de esperar, e pudemos, através de conversações, formular uma idéia das opiniões, costumes e conhecimentos reinantes. Fortaleceu-se a nossa impressão de que muitos dos fatôres, ainda hoje, decisivos, são hereditários: a tardeza que limita o livre deesnvolvimento da vida e da vontade; a descendência de camadas so­ciais pobres, que viviam sob condições opressivas. E' um povo mais bondoso do que amável, não se destacando pela bravura, nem pela alegria, mas sério e me­lancólico; é um povo singelamente fiel e reservado, que odeia a mentira e a li­sonja", escreveu Thomas Kantzow sôbre os pomeranos e, hoje, essa caracteriza­ção se adequaria à maioria dos colonos alemães.

E' compreensível que a esfera espiritual dos colonos pouco ultrapasse as cou­sas que o cercam mais de perto. A conversação gira, principalmente, em tôrno de interêsses materiais: tamanho do cafezal, número de cabeças de gado, preços do café e colheita, qualidade do solo, natureza do trabalho, provisões para alimen­tação e sustento da família. A alimentação substanciosa e o tratamento acolhe-

. dor são temas preferidos - "é do que precisamos e para isto trabalhamos" foi a resposta significativa a uma observação a respeito. Ou, então, fala-se dos vi­zinhos e dos acontecimentos da "colônia".

Os religiosos estão aptos a julgar melhor que ninguém os obstáculos criados pelo capricho e pela rigidez dos camponeses, principalmente quando importa pôr em prática melhoramentos e inovações na comunidade. Colonos se afastam, às vêzes, do serviço religioso, em virtude de diferenças de opinião, como sucedeu numa comunidade, onde o pastor, tendo em mira melhor aparência estética, pôs em fila as estacas mal alinhadas, em que se amarravam os cavalos. Os fiéis só apareceram depois que as estacas voltaram aos seus antigos lugares.

A falta de espírito de emprêsa e o sentimento de independência tornam o colono pomerano desconfiado de quaisquer inovações, embaraçando sua capaci­dade de decisão: mas, êle não se inclina a externar sua desaprovação, ou a de­fender, com determinação seu ponto de vista . . Quase não encontramos, nos sítios visitados, colonos originários de Hunsrueck ("Hundshuckler"), os quais possuem maior capacidade de adaptação e maior agilidade intelectual{ abrem-se mais fà­cilmente, tendo, por isso, se unido mais à população brasileira. Os pomeranos, na maioria, pouco familiarizados com a língua brasileira, não gostam de sair de suas colônias, sentem-se inseguros com os brasileiros, especialmente com as autorida­des e a justiça, evitam o contacto com estranhos e só raramente vão às cidades . Permanecem no âmbito de suas colônias, comunidades, e, assim, se explica porque a igreja, o único fator de união, se tornou o centro da vida cultural, consti­tuindo os acontecimentos eclesiásticos, o serviço divino e as festas, as únicas oportunidades para se congregarem.

A reunião no adro, antes do ofício divino, e as conversas de família que então se processam; os batizados que se realizam na presença de tôda a comunidade, a bênção festiva da parturiente, na primeira vez que vai à igreja; a confirmação e os costumes nupciais, "o II\ensageiro do· casamento" enfeitado de lenços e fitas, e a grinalda, símbolo da virgindade, adôrno exclusivo da noiva com honra; as cerimônias fúnebres, nos cemitérios pequenos e solitários, - tudo isto denota a tendência para conservar a formação e os costumes religiosos, e, por conseguin-te; as tradições do povo . ·

Nas festas, principalmente nos casamentos, há grande animação: os jovens dançam até a madrugada, e quando o álcool já fêz seus efeitos, sucedem desinte­ligências mais sérias que degeneram em pancadaria. Os rapazes nem sempre são inofensivos. Não é raro faltarem no casamento a grinalda, o cinto e o rama­lhete, pois o primeiro filho já está em caminho. Se se descobre a "desonra": após o casamento, tem de ser o pago o "dinheiro da grinalda", exigido pela co­munidade.

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664 BOLETIM GEOGRAFICO

Característico fundamental dos pomeranos é certo senso de ordem, que, ape­sar das formas primitivas de vida, manifesta-se nas moradias . O interior da casa, segundo os padrões vigentes na Alemanha, é mais do que singelo, os móveis são o produto de uma carpintaria grosseira, e vêem-se raros sinais de habilidade de artífice nos utensílios domésticos ou nos objetos de uso . Vimos, num sítio, panelas bem acabadas feitas pelos próprios colonos; os baús, que se encontram em quase tôdas as casas, são, às vêzes, adornados; escasseiam trabalhos mais cuidadosos de marcenaria em armários, mesas ou bancos. Não há muita cousa que revele senso artístico ou mesmo o gôsto singelo de camponeses . Em regra, utilizam, para ornamentar a casa, apenas quadros sem gôsto ou folhinhas, um relógio de parede e algumas fotografias. Dá-se mais valor a belos arreios, às vêzes, artisticamente adornados. A vida desenrola-se muito mais no campo e nas plantações, do que no interior da casa . Entretanto, as construções simples dos colonos são limpas e agradáveis, e revelam o cuidado com que são tratadas. E' de admirar porque o pomerano pouco se apega ao seu sítio; depois de uma longa permanência, quando o solo não tem mais fertilidade satisfatória, aban­dona fàcilmente a velha moradia, se obtém, a lgures, nova área em condições mais favoráveis . E' difícil de dizer, se neste caso se manifesta pêle algo da tra­dição do jornaleiro, ou se , no meio estranho, n ão se desenvolve um verdadeiro amor ao torrão. Um radicamento ao sítio onde vive, que distingue os nossos camponenses, falta aos colonos do Espírito Santo .

O substrato cultural dos alemães é constituído pelos costumes, caracterís­ticos da etnia, e estreitamente ligados à igreja . Até agora, o colono manteve-se, pertinazmente, apegado à sua língua . Ainda hoje fala o dialeto pomerano, e mesmo o alto alemão parece causar-lhe às v:êzes, dificuldades . Não se verificam exteriorizações ou pendores culturais, independentes, embora exista nos colonos certa capacidade de apreensão cultural. Demonstram-no algumas obras inte­ressantes, realizadas por colonos melhor dotados : trabalhos em madeira para as igrejas ou capelas, feitura de instrumentos simples (dizem que Wilhelm Seibel fêz um piano e uma rabeca) , fabricação de aparelhos movidos a água ou moinhos (vimos até uma bicicleta feita de madeira) . Incluiríamos, a inda, no domínio dessas realizações culturais, os coros de trombone, formados por jovens, dirigidos pelos pastôres, e a alegria de cantar, especialmente na juventude, embora haja carência de verdadeira compreensão .

Apesar de todos os erros, de tôda a estreiteza mental, e do espírito simplório dos colonos, permaneceu, com os usos e costumes, um patrimônio cultural ale­mão, cuja natureza ficou intacta' em meio a um mundo estranho .

.XII. ACLIMAÇÃO

Não se tratará, aqui, em tôda a sua amplitude, do problema da aclimação, que volta, agora, a ser objeto de animados debates . Formulamos nossos pontos de vista a respeito, em trabalhos e conferências, utilizando nossas observações no Espírito Santo.

Procuraremos, apenas, esclarecer se há fundamentos para a suposição de as colônias de alemães no Espírito Santo servirem, como exemplo, de adaptação feliz de uma população de origem teuta do ambiente tropical.

Rodenwaldt (Tropenhygiene, Verlag Enke Stuttgart 1938) advertiu; com ra­zão, que se discutiu tanto o assunto, sem resultados, porque consideraram os trópicos e o clima como se formassem uma unidade. Há, nessas latitudes, tôdas as possíveis gradações e variações do "clima tropical", de modo que podem va­riar, apreciàvelmente, nas diversas regiões, as condições climáticas particulares, segundo o paralelo geográfico, a altura, proximidade do mar, condições do vento etc . Quando já se encontram dificuldades para uma definição uniforme de clima tropical, excetuados os fatôres fundamentais, calor e umidade, maiores serão elas ainda, quando se procura conceituar a "aclimação" . Reconhece-se, geralmente, a diferença entre aclimação pessoal, ou individual, durante certo tempo, ou du­rante tôda a vida, e a de uma raça ou a aclimação, através de várias gerações,

de grupos populacionais inteiro tado por não se tratar apenas da transformação da vida espir controvérsia. Um julgamento c por não estarmos em posição d de colonos, que tenham perma picai. Por fim, releva distingui ionização", cujo êxito depende capacidade física e espiritual d cos, das possibilidades de trans Zeast; da educação e da escola se pensa, apenas, na adaptaçãc fluências do ambiente tropical

Não se podem alcançar dec e colonização, segundo o que se ou através da observação de d sível formular a respeito como Concordamos com Rodenwaldt, minadas regiões ou sob condiçé geral da aclimação do europeu quais se alega ter havido um ' em confronto com as numerosa reconhece, devem ser examina<

Não nos parece justificado uma região como o Espírito S: situando diretamente nas terra lias que lá vivem é demasiadan pírito Santo se presta para pô1 recem a aclimação e para c Brasil, que· colônias de alemães, apresentam condições muito m piritual e corporal • . se, no Esj: da faixa tropical, as condições que fatôres se deve o acontecirn decisivamente, noutras regiões

Não se observam influênci de origem teuta, do Espírito S:

Pode-se, no conjunto, consi t OScilações diárias e períodos cht também são raras as perturba região baixa. 1l:ste se manifestE qüência de doenças infecciosas, tação etc. Pareciam ataques de cia, conhecem o perigo. Não : usam-se chapéus, geralmente 1 cabeça; os homens, quando trai cabeça com um pano. Conforme contrário do da alta, atua de n

• Giemsa e Nauk : Rasse und a Laendern. Arch. f . Schiffs - u . T rop el

Giemsa: Ein d eutschstaemmiges, worden es Kolon i stenvolk. Koloniale I

N a uck : I st eine Dauersiedlung d• sche Auswande r er 1937, volume 4 .

Na uck : Die Akli matisati on und i~ d. G . f. Endrk . 1938 . Nr. 3/ 4, p . !

Na u ck: Akklimatisation und Siedi p. 960 .

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FICO

certo senso de ordem, que, ape­nas moradias. O interior da

é mais do que singelo, os móveis ~em-se raros sinais de habilidade 1jetos de uso. Vimos, num sítio, mos; os baús, que se encontram ~dos; escasseiam trabalhos mais ou bancos. Não há muita cousa

agelo de camponeses . Em regra, lros sem gôsto ou folhinhas, um e mais valor a belos arreios, às rola-se muito mais no campo e ttretanto, as construções simples o cuidado com que são tratadas. ega ao seu sítio; depois de urna Lis fertilidade satisfatória, aban­llgures, nova área em condições o se manifesta p.êle algo da tra­lão se desenvolve um verdadeiro ~e vive, que distingue os nossos .to.

tuído pelos costumes, caracterís­Até agora, o colono manteve-se, oje fala o dialeto pomerano, e

s, dificuldades. Não se verificam mtes, embora exista nos colonos mstram-no algumas obras inte­l: trabalhos em madeira para as es (dizem que Wilhelm Seibel fêz hos movidos a água ou moinhos rncluiríamos, a inda, no domínio e, formados por jovens, dirigidos ente na juventude, embora haja

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l mundo estranho.

(AO

ude, do problema da aclimação, ates. Formulamos nossos pontos utilizando nossas observações no

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TRANSCRIÇõES 665

de grupos populacionais inteiros . O exame do problema de aclimação é dificul­tado por não se tratar apenas de adaptação corporal ou sanitária, mas também da transformação da vida espiritual: a adaptação psíquica e cultural entram na controvérsia. Um julgamento do resultado da aclimação é perturbado, também, por não estarmos em posição de acompanhar uma seqüência maior de gerações de colonos, que tenham permanecido sem miscigenação, radicadas ao solo tro­pical. Por fim, releva distinguir, ainda, entre "aclimação" e "resultados da co­lonização", cujo êxito depende não só de condições climáticas, mas também da capacidade física e espiritual do imigrante, da situação e dos métodos econômi­cos, das possibilidades de transporte e de colocação dos produtos, e last but nat least, da educação e da escola. Em regra, quando se fala de "aclimação", não se pensa, apenas, na adaptação ao clima, mas no ·conjunto das condições e in­fluências do ambiente tropical.

Não se podem alcançar decisões básics no tocante às questões de aclimação e colonização, segundo o que se tem dito sôbre o assunto, com exemplos isolados ou através da observação de determinadas regiões de povoamento. Não é pos­sível formular a respeito como se tem acentuado, afirmação com validade geral. Concordamos com Rodenwaldt, em que uma aclimação bem sucedida em deter­minadas regiões ou sob condições especiais nada significa em face do problema geral da aclimação do europeu nos trópicos. Mas, justamente essas regiões, nas quais se alega ter havido um povoamento bem sucedido, devem ser apreciadas em confronto com as numerosas experiências negativas e, conforme Rodenwaldt reconhece, devem ser examinadas, com cautela e aguçado espírito crítico .

Não nos parece justificado deixar num debate do problema de aclimação, uma região como o Espírito Santo, porque está na borda dos trópicos, não se situando diretamente nas terras baixas tropicais; ou porque o número de famí­lias que lá vivem é demasiadamente pequeno. Pensamos, ao contrário que o Es­pírito Santo se presta para pôr à mostra, pelo menos, alguns fatôres que favo­recem a aclimação e para caracterizá-los, com segurança. Verificou-se, no Brasil, que· colônias de alemães, situadas bem mais ao sul, na região sub-tropical, apresentam condições muito mais desfavoráveis e uma evidente decadência es­piritual e corporal'. se, no Espírito Santo, situado mais para o norte, na borda da faixa tropical, as condições se afiguram mais favoráveis, cabe perguntar a que fatôres se deve o acontecimento e, em que medida, podem êles, talvez, atuar, decisivamente, noutras regiões de povoamento.

Não se observam influências prejudiciais, diretas, do clima, na população de origem teuta, do Espírito Santo .

Pode-se, no conjunto, considerar sadio, o clima da região alta, com maiores roscilações diárias e períodos chuvosos mais frios (esfria, à noite, até 4 a 5 graus); também são raras as perturbações diretas à saúde, ocasionadas pelo clima da região baixa . :t:ste se manifesta, no seu aspecto negativo, através da maior fre­qüência de doenças infecciosas, do pior abastecimento de água, da pior alimen­tação etc. Pareciam ataques de insolação, uma vez que os colonos, desde a infân­cia, conhecem o perigo. Não se encontra ninguém com a cabeça descoberta: usam-se chapéus, geralmente de abas largas ; as mulheres põem um pano na cabeça; os homens, quando trabalham no campo, costumam também proteger a cabeça com um pano. Conforme parecia a Wagemann, o clima da região baixa, ao contrário do da alta, atua de maneira "enervante" gerando a tibieza e o enfra-

• Giemsa e Nauk : Rasse und Gesundheitserhaltung sowie Siedlungsfragen in den warmen Laendern. Arch . f. Schiffs- u . T ropenhyg. 1937, volume 41, caderno 1, p. 9.

Giemsa: Ein deutschstaemmiges, im brasi lianischen Staate Espíri to Santo bodenstiindig ge­wordenes K olonistenvolk. K oloniale Rundschau 1937, volume 28, caderno 3, p. 200 .

N auck: I st eine Dauersiedlung d eutscher Auswanderer in den Tropen moeglichY Der deut­sche Auswanderer 1937, vol u me 4.

Na uck: D ie Aklimatisation und ihre B edeutung fuer die Siedlung in den Tropen . Zeitschr. d. G. f. Endrk . 1938. Nr. 3/4, p . 81.

Nauck: Akklimatisation und Siedlung in den Tropen. Umschau 1938 . Ano 42. •, caderno 42, ~~- . . .

B.G.-3

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666 BOLETIM GEOGRAFICO

quecimento da capacidade de realização no domínio econômico . Embora êsse fato tenha caráter geral, vêem-se, também, nas comunidades da região baixa, colonos, com saúde e em boa situação econômica, não se observando nêles nada que denote as influências climáticas desfavoráveis . Deparamos diferenças notá­veis, relacionadas sempre com determinadas famílias. A suposição de que a adap­tação ao clima da região baixa é mais possível e mais rápida para os colonos nas­cidos no Espírito Santo, do que para os recém-imigrados da Alemanha, en­contra, sem dúvida, uma -confirmação nesses colonos •. Wagemann lembra, a êsse respeito, as conclusões de Nocht, no Coilgresso Colonial Alemão de 1910, relativas aos povoadores da Queenslândia Setentrional. -

Questão importante e, ao mesmo tempo, litigiosa é a de saber se o branco tem capacidade duradoura para umíJ. atividade corporal intensiva, ou se, pelo contrário, sua capacidade de produção reduz-se, progressivamente, sob a influên­cia do clima. Nossas observações no Espírito Santo, nesse sentido, revestir-se-ão, talvez, de maior interêsse, por .se ter lá desenvolvido outra geração, livre quase, de influências estmnhas, após o aparecimento do livro de Wagemann.

Wagemann observara que, no decorrer do tempo, a energia dos colonos de lá tem, antes, aumentado que diminuído, e nós mesmos nos convencemos que a situação, até hoje, não se modificou. A natureza e a duração do trabalho per­maneceram, de modo geral, as mesmas que Wagemann descreve . O trabalho, no inverno, dura, em média, cêrca de 8 horas; no verão, um pouco menos. Exceto uma breve pausa, por ocasião da primeira refeição, e um descanso, quando reina o calor do meio dia, de, aproximadamente três horas, as pessoas estão em ati­vidade, desde o alvorecer, em casa e no terreiro (neste caso, preferencialmente pela manhã cedo e ao anoitecer), e o tempo restante, em regra, no campo. Então tem-se de realizar, muitas vêzes, o trabalho mais árduo, como derrubada da mata, abertura de caminho, lavragem de madeira com os meios mais primitivos, o ma­chado e a serra, muitas horas a cavalo etc. Quando as circunstâncias o exigem aumenta-se ou diminui-se o tempo de trabalho . Dura, muitas vêzes, n a 12 ho­ras, por ocasião da colheita de café. Em dias extraordinàriamente cálidos não se vai para o campo, as pessoas só fazem os trabalhos mais leves de cas·a. O cam­ponês dá o maior valo~ a um sono abundante. Quando possível, vai para cama, pelas 8 ou 9 horas, e so se levanta ao alvorecer, de modo que dorme em média 9 horas. A simplicidade e a uniformidade da vida, o sono abundant~, a alimen~ tação suficiente parecem favorecer as possibilidades de adaptação . o bom es­tado de saúde e a capacidade de trabalho dos colonos teutos, no Espírito Santo, decorrem, sem dúvida, do modo de vida, em geral metódico, 'çaracterizado pela boa alimentação, bastante trabalho corporal, a que estão acostumados desde a juventude, e .pelo sono reparador, determinado pelo cansaço natural. De qualquer modo, ficamos com a impressão de que a população de origem teuta inclusive a terceira geração, realiza, pelo menos tanto trabalho corporal quanto' o trabalha­dor braçal na Alemanha, tendo capacidade para dar conta das tarefas, com que noutras regiões dos trópicos se costuma sobrecarregar apenas os nativos.

Não se nota, no Espírito Santo, degenerescência física da descendência em virtude de dano ocasionado pelo clima, tão pouco modificação de desenvolvimento constitucional. A degeneração "aparente" é constituída por alterações do tipo, de natureza somática individual (fenotipicamente condicionadas) (phenotypisch hedingte), causadas, em regra, por opilação, modo de alimentação ou por outras influências externas. Não seriam de esperar modificações, hereditárias determi­nadas pelo clima, após tão poucas gerações.

Levantou-se, do ponto de vista da higiene da raça, a objeção de que o número elevado de nascimentos e o forte crescimento demográfico não seriam, por si mesmos, valores positivos. Mas, por outro lado, uma t.axa de crescimento anormal­mente alta não significa, necessàriamente, que os rebentos sejam de pouco valor.

• K. P . Mueller: Soll der Deutsphe in tropischen Gebieten siedelnf Auslandsd., Volksf. 1937. I. Caderno 1, p . 76 .

A pouca freqüência no tempo com maior vigor, não se presta onde a abundância de filhos é a família , mas trazendo o dese: lias econômicamente melhor ! Res~alta, dos números apresen que a prole em regra, não só e perspectivas de vida. Esta ve para medir o valor eugênico d: valor positivo, a taxa demográ de doenças hereditárias e da e cazes, e tendo-se em vista out nômicas desfavoráveis, se man: menta da mortalidade ou misc

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omínio econômico. Embora êsse LS comunidades da região baixa, :a, não se observando nêles nada eis. Deparamos diferenças notá­ílias. A suposição de que a adap­mais rápida para os colonos nas­m-imigrados da Alemanha, eu­colonos •. Wagemann lembra, a gresso Colonial Alemão de 1910, trional. -;igiosa é a de saber se o branco ! corporal intensiva, ou ·se, pelo progressivamente, sob a influên­n.to, nesse sentido, revestir-se-ão, 1lvido outra geração, livre quase,

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TRANSCRIÇOES 667

A pouca freqüência no tempo dos elementos mais valiosos, que se reproduzem com maior vigor, não se presta para comparar com as condições do Espírito Santo, onde a abundância de filhos é uma necessidade econômica, não sobrecarregando a família, mas trazendo o desejado aumento de mão de obra . As melhores famí­lias, econômicamente melhor asseguradas são, em regra, as de prole numerosa. Ressalta, dos números apresentados sôbre a relação entre nascimentos e óbitos, que a prole em regra, não só está em condições de viver, mas também tem boas perspectivas de vida. Esta verificação não representa nenhum dado absoluto para medir o valor eugênico da população. Entretanto, deve-se considerar como valor positivo, a taxa demográfica sempre alta, sobretudo em face da ausência de doenças hereditárias e da existência de fatôres seletivos, até certo ponto efi­cazes, e tendo-se em vista outras regiões onde, juntamente ~om condições eco­nômicas desfavoráveis, se manifesta progressiva diminuição de nascimentos, au­mento da mortalidade ou miscigenação com outras raças.

Convém, ainda, esclarecer se não ocorreu uma decadência anímica ou espi­ritual, motivada pelo clima tropical, uma "degeneração psíquica", que, noutras regiões, tem desempenhado, sem dúvida, um papel decisivo no malôgro das ten­tativas de povoamento. Considerando-se, apenas, o grau de educação e a apti­dão espiritual dos colonos, ao comparar sua situação cultural com as condições reinantes na .Alemanha, chega-se à conclusão de que existe uma inferioridade espiritual . Esta porém, não representa, na realidade, uma "manifestação dege­nerescente", provocada pelas peculiaridades do clima tropical. Se faltam idéias que são naturais .a qualquer menino na Alemanha, por crescerem em contacto com elas, se há pessoas, no Espírito Santô, que ainda não viram um automóvel ou não conhecem um avião, e se os garotos não acreditam que exista cinema, o afastamento do mundo, o isolamento, a escassa formaçào escolar já constituem, por si mesmos, uma explicação suficiente para êsse atraso . Por isso, é quase im­possível uma decisão segura, no sentido de determinar em que medida fatôres climáticos são responsáveis pelo atraso espiritual e pela falta de um desenvol­vimento crescente. As colônias do Volga, com sua população de origem teu ta, outrora florescentes, estavam, antes do bolchevismo, numa situação econômica muito boa, mas, do ponto de vista cultural, n ão podiam se manter no nível de qualquer população. camponesa da Alemanha, apesar da extensão muito maior da área de colonização, da densidade demográfica, do desenvolvimento de localida­des com condições de transporte favoráveis e com boã s escolas, porque viviam, também, num espaço de colonização geogràficamente isolado, e tinham perdido o estreito contacto com a pátria de origem .

A classificação das experiências de aclimação ou de colonizações, como bem ou mal sucedidas, depende dos padrões escolhidos ou das esperanças que nelas depositamos . Não se deve, evidentemente utilizar medidas mesquinhas. Mas, se só admitirmos uma adaptação, quando uma população transplantada para os trópicos realiza a mesma proporção de trabalho corporal ou ainda mais do que na região temperada, e anseia por um desenvolvimento espiritual e cultural inde­pendent e, apesar do desligamento da pátria original, sem o auxílio do país que a acolhe, - então, desesperançados, teríamos de repudiar, de início, qual­quer tentativa de aclimação ou de colonização.

Não podemos afirmar existirem, no Espírito Santo, todos os pressupostos para o êxito total de uma colonização nos trópicos. No exemplo do Espírito Santo, po­rém, vemos os obstáculos mais nos fatôres econôp1icos, na carência cultural, do que nos fenômenos climático-meteorológicos e, por isso, acreditamos ter ocorrido lá uma adaptação bem sucedida" . Se a população (apesar da falta de direção intelectual e de orientação, apesar da instrução escassa, das condições econômi­cas pouco favoráveis, apesar da falta de cuidados médicos e de higiene) resistiu ao clima, realizou com pesado esfôrço corporal, o melhor que se podia esperar, e povoou novas áreas, permanecendo germânica, no caráter e na índole, na língua e na fé, revelando, através de diversas gerações, capacidade de trabalho e de reprodução- foram preenchidos os pressupostos que, a · nosso ver, compõem o conceito de uma aclimação bem sucedida". ·

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668 BOLETIM GEOGRAFICO

CONCLUSAO

Não estamos em condições de dizer se as colônias de alemães, no Espírito Santo, t êm seu futuro assegurado e se, nas gerações seguintes, permanecerão adaptadas às condições da vida tropical . O desenvolvimento posterior dependerá de que permaneçam constantes as condições climáticas, do grau de aclimação, e, ainda, das constelações políticas e econômicas, em contínua transformação, as quais não deixarão de influir no Espírito Santo . A população de origem teuta, no Espírito Santo, representa um contingente substancial para a germanidade ultra­marina . Ensina-nos que , para um povoamento bem sucedido nas regiões tropicais, certos pressupostos são necessários e certas condições imprescindíveis . Desejamos acentuar que não é nosso intuito defender a emigração de alemães, como colonos, ou a fundação de novas colônias nos trópicos, mesmo porque outra leva de teutos para o Espírito Santo é matéria que está fora de qualquer cogitação. A nosso ver, conforme já dissemos repetidas vêzes, os erros e os danos da antiga política de colonização e migração, que redundaram na perda de precioso patrimônio hu­mano, não devem ser repetidos, e damos razão a Rodenwaldt quando considera perigoso expor homens dotados do valioso sangue europeu a experiências de po­voamento nos trópicos.

Além de proteger os europeus que vivem nos trópicos, combatendo e procu­rando evitar as doenças, e de ajudar a aclimação pessoal, pondo em prática ade­quados preceitos de higiene, teremos, no futuro, de nos ocupar - sobretudo se se considera a recuperação de território colonial próprio - com o problema da colonização e da permanente aclimação, tendo em mira conhecer perigos e des­vantagens, pressupostos e possibilidades de uma colonização nos trópicos, e apre­ciar cada região em particular com a exatidão necessária a evitar malogros, em­bora, recentemente, se tenha lembrado que nossas pretensões no tocante a colô­nias não se fundamenta no desejo de obter áreas para povoadores alemães, mas na necessidade premente de matérias primas. Por motivos fundamentais, de po­lítica étnica e de natureza ideológica, é inadmissível uma colonização em massa em regiões coloniais próprias.

As experiências, até hoje empreendidas, ainda não proporcionaram uma visão clara das possibilidades de uma colonização branca nos trópicos . Entretanto, acre­ditamos, com base nas nossas observações no Espírito Santo, que uma coloniza­ção tropical está no reino das cousas possíveis - todavia, com a escolha ade­quada das áreas de povoamento e dos colonos e sob determinadas condições, cuja consideração teria de preceder o planejamento de qualquer colonização . A inves­tigação de todos os espaços de pbvoamento, tropicais e sub-tropicais, inclusive das regiões marítimas e. das regiões altas, aplicando-se métodos congruentes de pesquisa e com a avaliação crítica dos resultados, - continuará sendo, em futuro próximo, um domínio fundamental de atividades, para a medicina tropical.

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HOMERO ESPECIFICAÇÃO Pêso

Hl. SCHMIDT, REINHOLD 76,4

Tancredo, 52 anos, casado Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: azul 1c Côr dos cabelos: 6 (avermelhada) Côr da pele: 1 Cabelos: lisos Compleição: média Estado alimentar: regular

11. BLASTER, F;MII:.IE, nascida Seibel 64

Laranja da Terra 39 anos, casada Procedência: Hessen, Pomerânia Côr dos olhos: 5 Côr dos cabelos: 6 Côr da pele: 1 a 2 Cabelos: lisos Compleição: média Estado alimentar: bom

HOMERO ESPECIFICAÇÃO Pêso

12. SEIBEL, WILHELM 66

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AP:tl:NDICE I

Determinações antropométricas

Circun- Compri- Largura Largura Distância ferência mento Largura Largura do arco da naso- Altura Largura Distância Distância Profun-

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156 54,5 17,0 16,1 11,9 12,2 11,1 12,2 6.5 3,4 3,2 5,6 1,9

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AP:tl:NDICE I

Determinações antropométricas

Circun- Co mpri - Largura L<rgura Distância fe rência mento Largura Largura do arco da naso- Altura Largura Distância Distância Profun·

Altura da da da frontal zigo- mandi- rnento- nasal nasal entre os entre as didade cabeça cabeça cabeça mini ma rnãtico bula niana olhos pupilas nasal

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11.

NÜMERO

12.

13.

BLASTER, F;MILIE, nascida Seibel I 64

Laranja da Terra 39 anos, casada Procedência: Hessen, Pomerânia Côr dos olhos: 5 Côr dos cabelos: 6 Côr da pele: 1 a 2 Cabelos: lisos Compleição: média Estado alimentar: bom

ESPECIFICAÇÃO

SEIBEL, WILHELM

Procedência: Hessen, Pomerânia Laranja da Terra 29 anos, casado Côr dos olhos: !c Côr dos cabelos: castanho-es-

cura: 5 a 6 Côr da pele: 1 Cabelos: li sos Compleição: média Estado alimentar: bom

SEIBEL, NIKOLAUS

Laranja da Terra 60 anos, casado Procedência: Hessen/Oldenburg Côr dos olhos: 2a Côr dos cabelos: louro acinzen-

ta da Côr da pele: 1 a 2 Cabelos: lisos Compleição: delgada Estado alimentar: bom

Pêso

66

70,5

-

- ·- ---·----·----·----·----·----·----·----·---- ·- ---·----·----·----156 54,5 17,0 16,1 11,9 12,2 11,1 12,2 6.5 3,4 3,2 5,6 1,9

AP~NDICE I

Determinações antropométricas

Circun- Compri- largura Largura Distância ferência mento Largura largura do arco da naso- Altura largura Distância Distância Profun-

Altura da da da frontal zigo- mandí· mento- nasal nasal entre os entre as didade cabeça cabeça cabeça mínima mático bula niana olhos pupilas nasal

inferior ---------------------------------------

. 170 57 18,9 Í6,5 12,8 13,3 10,9 . 12,9 G,!l 4,0 3,9 6,4 1,9

. t'

---------------------------------------

179 57 19,2 16,2 11,4 12,8 10,9 13,3 7,9 3,2 3,4 6,2 2,1

-~

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NÜMERO ESPECIFICAÇÃO Pêso

16. SEIBEL, LUISE 64

31 anos, solteira Procedência: ... Côr dos olhos: 2b Côr dos cabelos: 4 a 5 Côr da pele: 3 Cabelos: lisos Compleição: média Estado alimentar: bom

18. KURTZ, ALBERT 74

Laranja da Terra 43 anos, casado Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: azul-acinzen-

tada 2a Côr dos cabelos: castanho-es-. cura 8 Côr da pele:· 3 Cabelos um pouco on-

deados Compleição: média Estado alimentar: bom

.. -

NÜMERO ESPECIFICAÇÃO Pêso -

25 . THORN, ALBERT 70

AP:Ii:NDICE I

Determinações antropométricas

Circun- Compri- e- Largura Largura Jistância ferência mento Largura Largura do arco da naso Altura Largura Distância Distância Profun-

Altura da da da frontal zigo- mandí· mento- nasal nasal entre os entre as didade cabeça cabeça cabeça mínima mtitico bula niana olhos pupilas nasal

infeJior ---------------------------------------

163 54 17,2 15,1 12,0 12,5 10,5 12,7 6,5 3,4 3,1 5,9 2,1

-

. ---------------------------------------

168 56 19,0 15,6 11,9 13,0 12,1 • 15,0 8,0 3,7 3,1 6,0 1,9

·'

' .

AP:Ii:NDICE I

Determinações antropométricas

Circun- Compri· Largur Largura Distância ferência mento Largura Largura do arco da naso- Altura Largura Distância 'Jistância Profun·

Altura da da da frontal zigo- mandí· mento- nasal nasal entre os entre as didade cabeça cabeça cabeça mínima má !i co bula niana olhos pupilas nasal

- inferior ---------------------------------------

166,5 57,5 18,4 17,4 12,4 14,1 11,5 13,1 6,8 3,4 3,2 6,3 2,0

a

b:l o t"' 11!1 8 .... 1!:: Cjl

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18.

NO MERO

25 .

26 .

KURTZ, ALBERT

Laranja da Terra 43 anos, casado Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: azul-acinzen­

tada 2a Côr dos cabelos: castanho-es­

cura 8 Côr da pele: 3 Cabelos um pouco on­

deados Compleição: média Estado alimentar: bom

ESPECIFICAÇÃO -

THORN, ALBERT

Recreio (Santa Maria) 51 anos, casado Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: azul 2a Côr dos cabelos: 8 a 9 Côr da pele: 3 Cabelos: lisos Compleição: abaixo da média Estado alimentar: bom

DETTMANN, FRANz

Santa Maria, 27 anos, casado Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: 3 Côr dos cabelos: 5 Côr da pele: 3 Cabelos: lisos Compleição: delgada Estado alimentar: bom

74 168

-

Pêso Altura

----

70 166,5

---70 175

56 19,0 15,6 11,9 13,0

AP:t!:NDICE I

Determinações antropométricas

Circun- Compri- Largur ferência mento Largura Largura do arco

da da da frontal zigo-cabeça cabeça cabeça mínima mático

---------------57,5 18,4 17,4 12,4 14,1

' ---------------

59 20,1 16,3 12,6 14,3

12,1 ' I 15,0 8,0 3,7

Largura Distância da nas o- Altura Largura

mandí· mento- nasal nasal bula niana

inferior - - - - - - ------

11,5 13,1 6,8 3,4

------------10,0 14,7 7,1 3,3

3,1 6,0

("

Distância 'listância entre os entre as

olhos pupilas

------

3,2 6,3

------3,3 5,8

1,9

Profun-didade nasal

---2,0

~

---3,1

to:J ~

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!1 ...

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'

NO MERO ESPECIFICAÇÃO

34. JAKOB, AUGUST

Santa Maria, 45 anos, casado Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: 16 Côr dos cabelos: 8 (cinza) Côr da pele: 3 Cabelos: lisos Compleição: delgada Estado alimentar: bom

37. J AKOB, LORENZ

Santa Maria, 32 anos, casado ,.. Procedência: Pomerânia Côr dos olhos: 10 Côr dos cabelos: 1 a 8 Côr da pele: 1 a 2 Cabelos: lisos Compleição: delgada Estado alimentar: regular

I. A nu1 SEm EL • 15-9-1815 X M ARGARETHil

fuMM BEl WoaMs

t 22-1-1869 (imigrou em 1861)

Pêso Altura

------75 172,5

---

178

AP1!:NDICE I

Determinações antropométricas.

Circun- Compri- Largura ferência mento Largura Largura do arco

da da da frontal zigo-cabeça cabeça cabeça mínima mãtico

---~ ---------

60 20 17,1 10,9 14,0

------ ---------

57 18,6 16,2 11,5 13,7

.

AP1!:NDICE II

Arvore genealógica dos Seibel

II . Filhos de I 1. 1. J AKOB Soibol 2 . NIKouus 3 . MATTBIAS 4. J oaANN

* 23-12-43 Z IElUIANN ScBAEFER SIMON

5. JOHANN 6. KASPAR ScHAEFER Seibol

7. ADAM Sei boi

Hamm t 4-8-17 (imigrou em 1861) X LUISE SARTER X B ARBARA . X MARGARETHE X ANNA X ELlSABETH X L OISE

Largura Distância da naso- Altura Largura

mandí- mento- nasal nasal bula niana

inferior ------------

11,2 14,4 7,2 3,2

------------

11,2 14,7 7,5 3,1

'

Distância Distância .entre os en tre as

olhos pupilas

------

2,8 6,0

------

2,9 6,1

Profun-didade nasal

---

2,0

---

2,3

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---------------------------37. JAKOB, L ORENZ 178 57 18,6 16,2 11,5 13,7

Santa Maria, 32 anos, casado .... Procedência: Pomerânia

Côr dos olhos: 10 Côr dos cabelos: 1 a 8 Côr da pele: 1 a 2 . Cabelos: lisos Compleição: delgada Estado alimentar: regular

AP~NDICE II

Arvore genealógica dos Seibel

I. ADAM SEIBEL • 15-9-1815 X MARGARETHE

I!AID< BEI WoRMS t 22-1-1869 (imigrou em 1861)

II . Filhos de I 1. 1. J AKOB Sei bel

* 23-12-43 Hamm t 4-8-17 (imigrou em 1861) X LULSE 8ARTER • 23-2- 49 Obersteio/Nahe Oldeoburg.

III. Filhos de II 1. FRIEDRICH Seibel

1870-1902

X EMMA ScauLZ

IV. a) Filhos de III 2 1. BERNHARD

BLASTER • 13-2-93

X 22-2-17

EMTLIE Sei bel * 29-9-97

b) Filboe de III 3

2. NIKoLAus 3. MATTHIAS 4. JoaANN ZIERMANN ScHAEFER SrnoN

X BARBARA . X MARGARETHE X ANNA Seibel Seibel Seibel

(15 filhos)

2. WILHELM 3 . J ULIUS 4. NIKQLAUS Sei bel Sei bel Sei bel * 15-9-72 * 1Q-8-74 • 28-8-76

X ALWINE X 20-6-99 X 27-5-99 KRAUSE ERNESTINE IDA KRAUSE

SCHRAMM * 6-9-73 • 11-6-76 * 20-8-78

2. WILIIELM 3 . KARL 4. KARL PETER Sei bel BARTER

* 28-2-94 • 29-5-01 * 24-2-{)1

X 23-6-22 X 11-5-25 X 2Q-3- 25

Luis& ÜTI'ILIE IDA Sei bel SARTER Sei bel •12-8-99 * 5- 10-{)5 * 5-2-03

1. Gusuv 2. FRIEDRICH Sei bel

3. FRIEDRICH TESCH

4. JOHANN SCHULZ KuESTER

* 30-10-94 X 1-9-22

WtLHELMlNE Sei bel • 25-2-QO

* 24-7-Ql X 9-2-23

MARTHA PETER

* 6-7-01

* 7-9-{)4 X 15-5-25

IDA Sei bel • 1-7-03

* 16-5-oO X 12-2-26

JEANNE'M'E Sei bel • 25-5-05

5. JOHANN 6. KASPAR ScHAEFER Seibel

X ELTSABETH Sei bel

5. KARL Sei bel * 3Q-3-1879

X 3Q-8-03 MARIA

SCBRAMM • 25-10~83

5. Ju:on Sei bel • 22-2-{)5

X 11- 2-27

MATHILDE RATUNDE

* 10-6-{)4

5. GusTAV Sei bel * 5-3-{)7

X 9-2-34 E:a.nLIE GRAUNXE * 28-1Q-ll

6. ERNST Seibel • • 2-4-81

X 1Q-11-ü5 BERTHA BLASTER * 15-2-84

6.WILHELM Sei bel * 24-5-{)7

X 27- 10-31

WILHELMlNE BtENOW

* 10-5-1911

6. HEINRICH Sei bel * 15-3-69

7. ADAM Sei bel

X LuLSE BAUKERT

· (6 filhos)

7. AuousT SCBULZ * 20-6-78

X 24-11-ü3 JQIIANNA Sei bel * 25-4-83

7. KARL ScHULZ * 18-8-{)3

X 4-11-27

ALWINE Sei bel * 24-5-07

7. FRIEDRICH SARTER

* 25-8-1910 X 1G-ll-1933

ALWINE Sei bel • 9-6-11

11,2 14,7

8. GUSTAV Sei bel * 20-12-85

X 28-7- 1911 ANNA KRAUSE * 23-6-1886

8. RuDOLF KUESTER

* 15-9

X 11-5- 29

RossETTA Sei bel * 30-10-{)9

8. ADOLF Sei bel * 13-5-1914

---------

7,5

9. HEINRICB Sei bel * 10-12-87

X 30-7-69 E MIL E SCHULZ

* 5-9-92

9. CHRLSTIAN Sei bel * 13-1-1912

X 23-3-34

ALWINE TESCB

* 20-9-12

9. ALBERT Sei bel * 14-5-1919

3,1 2,9

10 . FRANZ ScHULZ * 6-3-1886

X 20-4-1910 CBRISTINE Sei bel * 19-5-1890

10 . CHRISTIAN TESCH * 3-3-{)7

X 16-9-34

FRIEDA Sei bel * 29-8-14

-----6,1 2,3

11. EMIL Sei bel * 10-6-92

X 7-9-15 JULIA DEINLEIN

* 7-12-1895

11 . BERNHARD Sei bel * 2Q-8-18

t 30- 8-18

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IV.

c) Filhos de III 4 1. KARL 2. EMIL

Sei bel Sei bel • 26-12-99 * 17-10-ü2

X 17-4-25 X 13-5-27 I nA EMILIE REBLIN LANOE • 8-3-o6 • 15-11-04

d) Filhos de III 5 1. WILHELidiNE 2. LUISE

Sei bel Sei bel • 24-9-oa * 5-6-05 t 8-8-Q4

\ e) Filhos de III 6

1. LoRENZ 2. Loms fuCDART PoNERT * 6-6-Q2 • 13-3-11 X 6-5-27 X 1ü-4-31 LouiSE HENRIE'I'TE

Sei bel Sei bel • 4-3-Q7 * 1-9-08

f) Filhos de III 7 1. EMIL 2. KAnt

ScauLZ ScauLZ * 1Q-9-Q4 * 14- 8- 06 X 19-1Q-28 X 6-11- 31 LomsE IDA ÜRAUNXE KRAusE • 23-12-üa * 1-9-10

t 21-11- 32 (ANNA Voa-PAOEL IJ. EHlll)

g) Filhos de III 8 1. FRANZ 2. RlCHARD

Sei bel HoLZ • 8-7-10 • 19-9-11 X 4-5-35 X 4-11-33 JOSEPHINE 'WILHELKINE Vmtwocit Seib6! • 8-5-14 • 26-1-12

h) Filhos de III 9 1. AuousT 2. RossETrE

Sei bel Ktuo • 31-3-11 X 1-3-1931> FELINE Sei bel • 30.·7-13

i) Filhos de III 10 1. FLORENZ 2.

SCHULZ • 9-12-10 X 2ü-ll-31 ANNA GuNz * 15-10-ü9

* 12-6- 15

HEINRICH SCHULZ 12- 8- 13

X 21-12-34 HoLOINE VtELWOCK

* 6- 7-15

3. WILHELM Sei bel

. • 26-3-05 X 23- 11- 27

ANNA ScauLz * 11- 6-Q7

3. HEINRICH Sei bel * 17-2- 07 X 17-2- 33 ALBERTINE RuTSATZ • 11-11-02

3. WlLHELM Sei bel * 1- 6-10 X 1-9-33 JEANNETrE PoNERT • 23-1-10

3. HERMANN SCHULZ * 20-11- 04 X 25-11- 27 JEANNETrE ScauLZ * 28-12-ü8

3. Lms Sei bel • 26-7-13 X 26-7-35 HULDA Vmtwocit • 16-11-16

3. EtsA Sei bel .. 28- 3-17

3. EMlL HoLZ

* 6- 7- 14 X 22- 2-34 LUCIA SceuLZ * 3-8-14

AP:tl:NDICE II

Arvore genealógica dos Seibel

4. HERMANN 5. JEANNETrE 6. THEODOR 7. RunoLF TESCH Sei bel Sei bel Sei bel * 11-7-Q8 • 3Q-3-1911 • 1ü-1-1914 • 15- 9- 1916

X 7-9-28 MINA Sei bel • 2Q-1-Q8

4. CHISTINE 5. JULIUS 6. JOHANNA 7. NIXOLAUS Sei bel Sei bel Sei bel Sei bel * 16-4-14 * 3-8-15 • 3-1Q-16 • 18-12-18 t 2-19

4. FRlEDERlXE 5. FLORA 6. NIXOLAUS 7. ERNST Sei bel Sei bel Sei bel Sei bel * 18-11-12 • 1- 2-14 * 20- 12-22 • -7-7-25

~ t 2Q-5-33

4. AuousT 5. EMIL 6. HEINRICH 7. AtWlNE ScauLZ ScHULZ SCHULZ SCHULZ * 6- 8-10 • 11-10-10 * 6-1-14 * 2-7-23

X 11- 11-31 JENNY ScHULZ • 14- 12-14

4. RlCHARD 5. AMALIA 6. HELENE 7. ANNA Sei bel Sei bel Sei bel Sei bel * 26-4-15 * 21-7-18 .. 8-12-20 • 19-2-23

AP:tl:NDICE II Arvore genealógica dos Seibel

4. AtwlNE Sei bel * 9-6- 22

4. EMlL SceuLZ

• 22- 7-15

5. LORENZ Sei bel * 10-1- 25

5 . EnNESTlNE ScauLz

* 7-7-18

6. LUlSE Sceutz

• 3-5- 20

7. WlLHELM SceuLZ

• 31-7-22

8. BERNHARD

Sei bel * 7-10-1919

8. WlLHELM Sei bel * 10- 2- 19

8. LEOPOLD Sei bel * 11-7-25

8. FLORINDE ScHULZ

* 1-4-24

9. JULIANE Sei bel * 26- 1-21

9. AnAM Sei bel * 5-6-28

9. MARTIN ScnuLZ

• 20-4-33

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10. MARIA Sei bel bj .. 1- 4- 23 o

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IV .

V.

1. l!iMrL 2. KARL 3. HER1lANN SCHULZ SCHULZ SCHULZ * 10-9-Q4 * 14-8-06 . * 2Q-11-04 X 19-10-28 X 6-11-31 X 25-11-27 LoUISE !nA JEANNETTE GRAUNKE KRAusE SCHULZ * 23-12-o3 * 1-9-10 * 28-12-Q8

t 21-11-32 (ANNA Voa-PAGEL ll. EH.Il)

g) Filhos de III 8 I. Fru.Nz

Sei bel • 8-7-10 X 4-5-35 JOSEPHINE VO:LWOC!t • 8-6-14

h) Filhos de III 9 1. AUGUST

Kwa * 31-3-11 X l-3-1935o FELlNE Sei bel • 30.·7-13

i) Filhos de III 10 I. FLORENZ

SCHULZ • 9-12-10 X 20-11-31 ANNA GuNz • 16-10-Q9

k) Filhos de UI 11 • 3- 8-16

I. ANNA Sei bel * 3-8-16

Filhos de IV a I I. WtLBELY

* 2Q-12- 18

Filhos de IV a 2 I. ALWINE

• 2Q-12- 23

Filhos de IV a 3 !. HELLMUTB

* 28- 2-26

Filhos de IV a 5 I. EuGEN

* 28-4--28 Filhos de IV a 6 I . ERWIN

* 13-10-32

Filhos de IV a 7 1. MAFtTIN

* 7-7-29 Filhos de IV a 8 1. EuGEN

* 30 Filhos de IV a 9

I. DOROTHEA * 26-IQ-34 t 6-2-35

2. RICHARD HoLZ

* 19-9-11 X . 4-11-33 WrLBELMINE

Seib•' * 26-1-12

2. RossETTE Sei bel * 12-6- 15

2. HEINRICH ScauLz 12- 8-13

X 21-12- 34 HoLOINE VIELWOCK • 6-7-15

2. LutsE Sei bel * 1-5-18

2 . ALWINE * 19-2-20

2 . FRIEDA * 11-6-28

2 . HtLDA * 20- 12- 27

2. FRIEDRICH

* 1-1-30

2. ELISA BETH

* 6-12- 33

2. CBRISTIAN

* 6-3-32

2. THEODOR * 9- 10-31

2. MAGDALENA * 7-9-35

3. LUis Sei bel • 26-7-13 X 26-7-35 HULDA Vo:LWOC!t * 16-11-16

3. ELSA Sei bel • 28- 3-17

3. EMIL HoLZ

* 6-7-14 X 22-2-34 LUCIA ScauLZ * 3-8-14

3. EMIL Sei bel • 18- 1-20

3. MATTBIAS * 28-3-22

3. FLORENZ • 18-2-33

3. WALDEYAR * 14-8-31

3. ELSE * 12-5-35

3 . EMILIE * 16-3-33

4. AuousT 5. EMIL 6. HEINRICH 7. ALWINE SCHULZ SCHULZ SCHULZ ScauLZ * 6-8-10 * 11-10- 10 * 6-1-14 * 2-7-23

X 11-11-31 JENNY ScauLZ . • 14-12-14

4. RICHARD 5. A1LALIA 6. HELEN.Il 7. ANNA Sei bel Sei bel Sei bel Sei bel * 26-4-15 * 21-7-18 • 8-12-20 • 19-2-23

AP:ÊNDICE li Arvore genealógica dos Seibel

4. ALWINE Sei bel * 9-6-22

4. EMIL SCHULZ

* 22- 7-15

4. ALBERT Sei bel • 12-6-21

4. CBRISTIA N

* 25-9-23

4. REINBOLD * 27- 5-34

5 . LoRENZ Sei bel • 10-1- 25

5. ERNESTINE SCHULZ

* 7-7-18

5 . JOHANN Sei bel * 24-6-24

5 . GERHARD * 21-6-26

6. LUISE ScauLZ

* 3-5-20

6. ALWIN Sei bel * 23-3-25 t 25- 12-25

6. LORENZ * 1Q-I-30

7. WtLBELY SCHULZ

• 31-7-22

7. REGINE Sei bel * 15-1Q-31

(Gêmeos) natimortos

8. LEOPOLD Sei bel * 11-7-25

8. FLORINDE ScnuLZ

* 1-4-24

9. Anut Sei bel * 5+28

9. MARTIN ScnuLZ

* 20-4-33

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678 BOLETIM GEOGRAFICO

Fig. 1 - P6rto do Cachoeiro, à margem do rio Santa Maria, ponto de partida do povoamento alemão na região alta.

Fig. 2 - O vale de Canaã, uma das mais antigas áreas de colonização teuta, onde vivem hoje poucos alemães. Predominam as terras abandonadas e rareiam r estos das matas.

Fig. 3 - Ri<

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ICO

1, ponto de partida do povoamento

'olonização teuta, onde vivem hoje : rareiam re11to8 da11 matas.

TRANSCRIÇõES 679

Fig . 3 - Rio Guamdu, na região baixa, ao norte.

Fig. 4 - Rio Pancas, um qos afluentes setentrionais do rio Doce, que percorrem a região das florestas.

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Fig. 5 - Serraria em Pontal (região baixa).

B.G.-4

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I o .. o .. ~ a i!

Flg . 7 - Casa de Saúde de D r. Saettele, situada numa encosta n as imediações de Santa Teresa.

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Fig. 8 - Casa de colono, circundada pelo cafezal, prado e floresta .

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Fig. 9 - Co16nia da família Schmidt, em Tancredo. Fi

F!g. 10 - Casa de colono em Santa Maria, com canavial e plantação de banana8. Flg. 12 - A roça. Planta-se '

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em Tancredo. Fig. 11 - A queimada

lvial e plantaçao de bananas. Flg. 12 - A roça. Planta-se entre os troncos carbo?tizados após a queimada.

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Flg. 13 - Velho cafezal, circundado por árvores altas de poucas f6lhas, e com solo esgotado.

Flg. 14 - Santa Maria, igreja e casa paroquial; ao fundo, na encosta, uma estaç4o agricola, com culturas em terraços.

Fig. 15 - O laço

Fig. 16 - Muares e < Tropa carregada

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poucas !tilhas, e com solo esgotado.

•, na encosta, uma estação agrícola, t.

TRANSCRIÇõES 685

Fig . 16 - Muares e cavalos, animais . de carga e de montaria. Tropa carregada de sacas de café, numa pa1·ada.

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Fig. 17 - O gado fica, dia e noi t e, no pasto. Pegam-se os ani mais, agitando-se uma cabaça com milho, o que os atrai.

Fig. 18 - Jovem colono a cavalo . A sela é artisticamente trabalhada. N os pés descalços, uma espora. SIJbre a sela, apenas um volume - uma capa ou uma coberta enrolada.

Fig. 19 LG

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os animais, agitando-se uma cabaça ·ai.

trabalhada. Nos pés descalços, uma >a ou uma coberta enrolada.

TRANSCRIÇOES

Fig. 19 - Lamaçal dos porcos, numa col6nia.

Fig. 20 - D escascando mandioca (a raiz), que é esmigalhada, prensada e assada, transformando-se em farinha.

687

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T

Fig. 21 - Igreja da comunidade de Laranja da Terra .

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690 BOLETIM GEOGRAFICO

Fig . 27 - Na

Fig. 26 - No adro, em Santa Maria, após a visita à igreja. No fundo, a escola.

Fig . 28 - Cemit

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Fig. 27 - Na frente da igreja, em Tancredinho.

igreja. No fundo, a escola.

Fig. 28 - Cemitério da comunidade de Santa Maria .

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692 BOLETIM GEOGRÁFICO

Fig. 29 - Pastor Weber, Pontal, a caminho de uma comunidade filial. Fig. 3l - Composi~

Fig. 30 - Aula em Laranja da Terra. Fig. 32 - Fami

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TRANSCRIÇõES 693

Terra. Fig . 32 - Família Julius Reb!in em sua colônia.

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Fig. 33 - Sala de estar da casa de um colono.

Fig. 34 - Colona junto ao fogão.

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Flg. 35 - Durante a construção da casa.

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Fig. 36 - Colona, com velha indumentária, pomerana, pronta para ir d igreja, num domingo de ramos.

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Flg. 3

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TRANSCRIÇOES 691

Fig . 39 - Colona lavando roupa.

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Fig. 40 - Moinho de milho, construído por colonos, impulsionado a água.

princípios de higiene. B.G.-5

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Fig. 41 - Procura de gastrópodos transmissores da doença de Bilharz em Santa Maria.

Fig. 42 - Filhos d e colonos, carregados com abóboras. Revela-se nitidamente, a compleiçiio delgada, uma conseqüéncia, em parte, da ancilostomose.

Fig . 43 - Jovem de 17 anos, (à ' idade,

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ça de Bilharz em Santa Maria.

\

ela-se nitidamente, a compleição ancilostomose.

Fig . 43 - J ovem de 17 anos, (à direita), com ancilostomose grave. Ao lado, outro da mesma idade, com desenvolvimento normal.

Fig. 44 - Trés moças de uma família de colonos, com cretinismo, surdo-mudez e bócio.

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700 BOLETIM GEOGRA FICO

Fig . 45 -Família de colonos em situação económica média. Nota-se ancilostomose nos garotos. Não hd sinais de degeneração, condicionada pela hereditariedade.

Fig. 46 - Famma Beibel . A nonagendria Beibel (no centro), que emigrou da Alemanha, com os filhos e filhas que ainda vivem (vide drvore genealógica).

Fig. 47 - Família J acob em Santa dade de Sant

--

ftste "Boldim", a "Reviot& E Bl'ft8ih·ira" encontram-se à '

do Con~elho Naelonal de Geo&"rafia de Janeiro, D .F.

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(CO

rota-se ancilostomose nos garotos. la hereditariedade.

zue emigrou da Alemanha, com ' genealógica).

TRANSCRIÇOES 701

Fig . 47 - Familia Jacob em Santa Maria (Jacob, atualmente com 45 anos, sacristão da comuni­dade de Santa Maria, já tem 16 filhos e 16 netos) .

--

:ftste "Uolc:tim", a .. .Revista JJrasileira de Geografia" e as obras da "' Riblfotcca Geo~ráflcft Brft8ilf"ira" encontram-se à venda nas prineipn.is livra.rir..w <lo pafs f' na. Secretaria Gf'ral

do Conselho Nacional de GeoJ:"r&tia - Avenida Beira-Mar n.• 436 - Edificlo IJ:"uaçu - Rio de Janeiro, D .F.

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Resenha e Opiniões

As variações do nível do mar depois do Plioceno e métodos de estudo

A morfologia litorânea tem mere­cido ultimamente· grande atenção da escola de geomorfologistas franceses. O Prof. Francis Ruellan, diretor do La­boratório de Geomorfologia da Escola Prática de Altos Estudos de Paris, vai empreender uma obra de grande fôlego como a da pesquisa das variações do nível do mar ao longo de todo o litoral atlântico '. Nessa tarefa êste mestre está entrando em relação com todos os morfologistas afim de obter pormeno­res mais amplos de caráter regionaL Os melhores pesquisadores europeus, ame­ricanos do norte, do centro, do sul, e africanos, serão . chamados a fornecer os elementos indispensáveis a esta mag­na tarefa. Outro Laboratório 2 que tra­balha exclusivamente no estudo do li­toral e da morfologia dos oceanos é o do professor Jacques Bourcart, e sua turma de especialistas como: C. Fran­cis-Boeuf, Solange Duplaix e outros . Recentemente o Prof. Bourcart pu­blicou uma Géographie du fond des mers (Étude du relief des océans) , onde êle estuda a morfologia do litoral imerso, a morfologia da plataforma continental e dos fundos oceânicos •. Outros laboratórios existem na Fran­ça que se preocupam com êstes proble­mas como o de Renes com L. Berthois, e recentemente J. Tricart em Stras­bourgo .

Há uma série de pesquisas que são indispensáveis para corroborar as con­clusões com respeito às "praias sus­pensas" ou terraços marinhos . Alguns geógrafos humanistas ficam um pou­co amedrontados com êste gênero de pesquisas pois acreditam estar se des­garrando do campo geográfico . A geo­morfologia, ciência natural, e ramo da geografia física estuda a gê~ese ~ a evolução de todos as formas de relevo, por conseguinte o ramo da morfologia

> Na segunda parte expomos com porme­nores os métodos d e estudo adotados pelo Prof. Francis Ruellan e o seu substitu to A. Cailleux.

2 Laboratório d e Geologia Submarina da Escola Prática de Altos Estudos de Paris.

• .Tacques Bourcart Géographie du f ond des mers ' (t!:tude du r elief d es océans). 307 páginas, mapas, ilustrações, Paris, 1949 .

do litoral ·está perfeitamente enqua­drado dentro do campo da geografia física.

O Prof. Jacques de Bourcart é mui­to otimista chegando a afirmar que de um estudo 'minucioso da morfologia da plataforma continental e do fundo dos mares poder-se-á perfeitamente che­gar a' melhor compreensão do relêvo continental. Neste caso prefiro ser um pouco pessimista pois, o caso contrá­rio poderá acontecer com muita faci­lidade : do estudo minucioso da "mar­gem continental" pode-se chega~ a complicações que venham determmar maiores complexidades na interpreta­ção das formas terrestres.

As reflexões dêste trabalho são em grande parte inspiradas na conferên­cia que o Prof. Francis Rl!ellan pronun­ciou na V Assembléia da Associação dos Geógrafos Brasileiros, realizada em ja­neiro de 1950 na cidade de Belo Hori­zonte, com o título de "Variação do ní­vel do mar depois do Plioceno" .

Várias provas existem que atestam os movimentos relativos entre terras e águas. Sumàriamente, podemos ind~­car as seguintes: 1 - lacuna estrati­gráfica, 2 - corrosão ou alter~ção no limite de duas camadas, 3 - mterca­lação de camadas de origem marinha e continental, 4 - conglomerado de base, 5 - formas topográficas horizon­tais ou sub-horizontais, 6 - discordân­cia angular na sedimentação ' 7 - gru­tas marinhas emersas • 8 - furos de ouriços • 9 - além de provas citadas

• Antônio T eixeirlt Guerra " Terraços ma­rinhos" In: Boletim Geográfico, ano VII, n.• 82, janeiro de 1950, pp. 1158/ 1161 (p. 1159) .

• J acques Bourcart, A. Guilcher e J . Tri­cart ("Decouverte d'une g rotte marine avec galets vers 135m a u Menez Lux en Telgruc (FI­nistêrr e)" in: Com pte R endu Sommaire des Séances de la Societé Géologique de F rance n. • 9-10-1950, pp. 158/ 160 .

• A . Ri beiro Lamego " Restin gas na costa d o Brasil" Boi . 96, p. 1940 . E specialmente os cap!tulos: I - "A r estinga e o levantamento do bordo continental" II - " Dunas e r estin­gas" no q ue d iz r espeit o aos _furos produz~d~s pelos ouriços. Lamego os acetta sem restnçao como prova de levantamento de costa. Ali~s cita vários trechos de Backheuse r em apoto de sua idéia . Outros a utor es já apresentam s uas reservas, veja-se a êste respeito o traba ­lho de J oão J osé Bigar ella "Contribuição ao estudó da pla n'!cie ' litorânea do estado do Pa­raná" in : Boletim Geográfico, ano V, n .• 55, out. 1947, pp . 747/779.

RE

para o relêvo emerso, temos lêvo submerso com os "~an~ marinos" (vales submarmos cotas (no caso de um litora etc ,7

• Outra prova que algun citam como argumento de um mento de costas é o da exist litoral brasileiro, de alguns Sl Aliás esta corrente tem um gr tusiasta que é o Prof. Everar heuser que em seus trabalho~ procurou defender o ponto dE serem os sambaquis um amor conchas resultante do r:_ecuo c do mar. Infelizmente este a1 fundiu a noção de terraÇo c kjoekkenmoedding propriame De uma excursão de estudos

F oto n. • 1 - Terraço m ari1 Observa-se que o depósito mari

No estudo de um litoral I; ~apenas defini-lo, é necessári~ , meiro lugar, estudarmos a J relêvo continental" . Devemo~ rar que , se a massa ,que constlt da do litoral é grande, vamo certos casos uma falésia e a e

1 .Tacques Bourcart, Géographie d es mers (t!:tude du r elief des. océa' ginas mapas, ilustrações, Parts , 19•

c ' Francis-Boe uf "La margem c in R évue d e Géographie Physique • Dynamique. .

• Everar do Backheuser Fatxa do Brasil. B reve noticia s6.bre a [) D. Federal e seus sambaquts _60 pá pas ilustrações, Conselho Nacwf!al fia;' Rudolf . Gliesch "Sôbre a onger. baquis" in Egates. Vol. XVII, ns. 4 Alegre, 1932, separata pp. 190/ 207.

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ral ·está perfeitamente enqua­ilentro do campo da geografia

trof. Jacques de Bourcart é mui­ista, chegando a afirmar que de tdo minucioso da morfologia da ;ma continental e do fundo dos poder-se-á perfeitamente che­melhor compreensão do relêvo ll t al. Neste caso prefiro ser um lessimista, pois, o caso contrá­=rá acontecer com muita faci­do estudo minucioso da "mar­intinental" pode-se chegar a ações que venham determinar

complexidades na interpreta­formas terrestres.

;eflexões dêste trabalho são em parte inspiradas na conferên­) Prof. Francis Ruellan pronun­V Assembléia da Associação dos os Brasileiros, realizada em ja-

1950, na cidade de Belo Hori­Jm o título de "Variação do ní­.ar depois do Plioceno". as provas existem que atestam :nentos relativos entre terras e Sumàriamente, podemos indi­leguintes: 1 - lacuna estrati-2 - corrosão ou alteração no e duas camadas, 3 - interca­! camadas de origem marinha tentai, 4 - conglomerado de - formas topográficas horizon­ub-horizontais, 6 - discordân­lar na sedimentação • 7- gru­lnhas emersas • 8 - furos de 9 - além de provas citadas

lnio T eixeira· Guerra "Terraços ma­: Bolet im Geográfico, ano VII, n.• 82,

1950, pp . 1158/ 1161 (p. 1159) . ues Bourcart, A. Gui!cher e J . Tri­~ouverte d'une grotte marine avec

135m au Menez Lux en Telg ruc (FI­In : Oompte Rendu Sommai r e des la Societé Géologique d e France n .9

Jp. 158/ 160. ~! beiro Lamego "R estingas na costa ' Bol. 96, p. 1940. Especialmente s: I - "A r es tinga e o levantamento continental" II - " Dunas e restln­le diz r espeito aos furos produzidos :os. Lamego os aceita sem restrição a de levantamento de costa. Aliás 1 trechos de Backheuser em apoio ~ia. Outros a utores já apresentam •as, veja-se a êste respeito o traba­fo J osé Bigarella " Contribuição uo planície ' litorânea do estado do Pu­Bolet im Geográfico, ano V, n .• 55, pp. 747/779 .

RESENHA E OPINiõES 703

para o relêvo emerso, temos os de re­lêvo submerso com os "canyons sub­marinos" (vales submarinos), fracas cotas (no caso de um litoral baixo) , etc .. 7 • Outra prova que alguns autores citam como argumento de um levanta­mento de costas é o da existência, no litoral brasileiro, de alguns sambaquis. Aliás esta corrente tem um grande en­tusiasta, que é o Prof. Everardo Back­heuser que em seus trabalhos 8 sempre procurou defender o ponto de vista de serem os sambaquis um amontoado de conchas resultante do recuo das águas do mar . Infelizmente êste autor con­fundiu a noção de terraÇo com a de kjoekkenmoedding pràpriamente dita. De uma excursão de estudos levada a

efeito por nós no litoral de Laguna, des­cobrimos que os sambaquis são de ori­gem artificial e os chamados samba­quis naturais não existem, pois consti­tuem o que denominamos de "terraço" em geomorfologia •.

Os "terraços marinhos" podem ser definidos como depósitos de origem se­dimentar, ou melhor, superfícies mo­deladas pela erosão marinha e situadas acima do nível dos oceanos. Êstes ter­raços atestam variações do nível zero dos oceanos, sendo geralmente expli­cados por testemunhos geomorfológicos ou geológicos (Foto n.0 1) . Duas cor­rentes principais procuram explicar a gênese dos mesmos: 1 - eustatistas. 2 - epirogenistas.

Foto n. o 1 - Terraço marinho do flandriano na f oz do rio Glimbia (Giimbia, Ãjrica). Observa-se que o depósito marinho está s6bre uma crosta de laterito muito cavernoso .

No estudo de um litoral não basta ~apenas defini-lo, é necessário, em pri­meiro lugar, estudarmos a "forma do relêvo continental" . Devemos conside­rar que, se a massa que constitui a bor­da do litoral é grande, vamos ter em certos casos uma falésia e a erosão se-

7 Jacques Bourcart, Géographie des jonds d es mers (JJ:tude du r el ief des océans) 307 pá­ginas, mapas, i! ustrações, Paris. 1949.

C. Francis-Boeuf " La margem continental " in Revue de Géographie Physique et Géologie Dynamique.

8 Everardo Backheuser Faixa Meridional do Brasil. Breve notícia s6bre a geologia do D . Federal e seus sambaquis 60 páginas, Ma­pas, ilustrações, Conselho Nacional de Geogra­fia; Rudolf. Gliesch "Sôbr e a origem dos sam­baquis" in Egates. Vol. X VII , ns. 4 e 5, P ôrto Alegre, 1932, separata pp. 190/ 207.

Foto do autor

rá mais intensa . Em outros, muito bai­xos e rebaixados pela destruição pode­-se ter uma peneplanície . Esta pene­planície, sofrendo em certos casos uma transgressão marinha irá apresentar uma parte, por exemplo, do pedestal (socle), recoberta por camadas sedi­mentares em discordância .

"A natureza da rocha e sua es­trutura" não podem ser esquecidas, quer se considere a erosão sub-aérea, quer se considere a erosão marinha.

A influência do clima no caso da resistência da rocha à erosão deve ser

° Conferência do a utor sôbre " Contribuição da Geomorfologia no estudo dos sambaquis" na sessão de 24/8/ 50 na Associação dos Geógrafos Brasilei ros.

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704 BOLETIM GEOGRA~ICO

semp.re tomada ,em consideração. E', por exemplo, mais fácil observar-se a desagregação das rochas sob os efeitos de um clima sêco, que de um clima su­per-úmido onde a hidratação produz uma camàda espêssa de produtos de alteração .

No caso dos litorais de regiões ári­das e semi-áridas as rochas são ata­cadas de modo predominante pela de­sagregação mecânica e secundàriamen­te pela decomposição química , devido ao fato da umidade não ser grande. No nordeste do Brasil na parte semi-árida do interior assistimos a uma forte de­sagregação mecânica, já na zona lito­rânea e mesmo na escarpa da Borba­rema o calor e a umidade maior oca­sionam uma decomposição mais pro­funda.

A natureza das rochas tem grande importância na forma topográfica dos litorais . Assim as enseadas correspon­dem a pontos onde o ataque da erosão foi mais fácil . Já nos cabos, os aflo­ramentos de rocha de maior dureza farão com que êles resistam à erosão e fiquem em proeminência. Esta expli­cação dada pelo Prof. Guilcher 10 para algumas baías da Bretanha e da Cor-

r

noualle é de máxima importância para os estudos morfológicos .

No que se refere aos movimentos relativos de terra e de mares, não po­demos limitar o nosso campo de ação à parte emersa atual ; é preciso que ve­jamos também a plataforma continen­tal. Grande parte das plataformas atuais foram, no tempo geológico, su­perfícies emersas . Devido a êste fato encontram-se algumas vêzes planaltos submarinos em degraus (como se veri­fica no oeste africano) 11

• A sua mor­fologia é, neste caso, motivada \mica­mente pela submersão, e não se deve pensar numa erosão submarina mode­ladora .

Depois do Plioceno verificamos a existência de várias modificações nos contornos litorâneos devidos à subida e descida do nível do mar . O general de La Mothe e Deperet enquadraram os diversos níveis de terraços existen­tes na superfície do globo dentro dos seguintes níveis: 1) 80 a 100 metros -Siciliano; 2) - 55 a 60 metros - Mi­lazziano; 3) ·30 a 35 metros - Tirre­niano; 4) 18 a 20 metros - Monoste­riano; 5) 2 a 6 metros - Flandriano. (Fig. 1) •

ns.1-NJVE.L. DOS TC.RRAÇOS . (•u•tdtlco•l

Essas diversas denominações foram tiradas dos lugares onde êsses depósitos

10 Gui!cher , confe rência r ealizada no "Con­gresso de Sedimentação e Qua terná:rio", levado a efeito na r egião da Charente Mar!time 1949 .

marinhos são mais representativos. Os eustatistas consideram que, depois do Plioceno, a variação do nível do mar não foi superior a 100 metr0

1S.

n J . Bourcart op. cit. (3) .

RE!

O "eustatismo glacial" com tas variações devidas aos glac é à imobilização de grandes n gêlo por ocasião dos períodos Nos interglaciais verificou-se e .o conseqüente aumento do i oceanos. O Prof. Ruellan 12 cit ra com certa reserva, alguns feitos por Wegener na Grot cuja estimativa da espessura t

durante as glaciações, de um sura negativa de 100 metrc avanço positivo de 50, 60 a_ 80 "O eustatismo de deformaçao . fundos oceânicos" 18 os enq?ac um abaixamento ou soergmm1 to do fundo da bacia ocasi01 diastrofismo .

Para os "epirogenistas" os marinhos aparecem como . a1 não se conformando em acelta tência dêsses diversos níveis UJ

~anto uma corrente con possui argumentos que yão P• esquécidos . Há uma sene de do tirreniano na borda do M neo que foram profundamen1 mados . No cabo Creur, ten praia de 30 metros que em Rt Calábria, está a 100 metros e de Corinto a 350 metros. O Pro cita uma série de exemplos qUI inegável a aceitação do epirog

o Prof. Bourcart, criador 1

da Flexura Continental, procu car os cafíyons submarinos e nas plataformas continentais C: com a sua teoria. Os seus e.s terraços marinhos foram fe11 cipalmente em M~rroc_?s, na Ct tuguêsa e no Me~1t~rra~e9 . A Prof. Bourcart nao e apllcavel : ria dos casos.

o eustatismo com deforn fundo da bacia oceânica é m portante e poderá elucidar m sos que não puderam ser eJ isoladamente por uma das Ct o essencial é observarmos a ção de tôdas essas diferente~ ses de trabalho e verificarmm circunstâncias elas se adaptai so regional em estudo 18

• Mui1

12 F rancis Ruellan - " A r egiãc de Santa. Ca ta rina " Sexagés.ima t ert na! r ealizada a 6 e 8 de JUnho d E BoÍet i m G eográfico, ano TI, n. • 17, 1944, pp. 695/ 696 . .

10 Expressão adot ada pelo Prof . . na sua conferência r ealizada em Bel

t e . ,. R . Furon La Pa!eogé,;graphi nas, P ayot, Paris, 1941. .

10 Francis Ruellan Le Kwansa,, nas, 72 pl. 184 figuras e mapas , T o\

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é de máxima importância para 1os morfológicos. que se refere aos movimentos s de terra e de mares, não po­,imitar o nosso campo de ação emersa atual; é preciso que ve­ambém a plataforma continen­·ande parte das plataformas oram, no tempo geológico, su­; emersas. Devido a êste fato tm-se algumas vêzes planaltos nos em degraus (como se veri­oeste africano) 11

• A sua mor­é, neste caso, rrtotivttda unica­>ela submersão, e não se deve íluma erosão submarina mode-

Jis do Plioceno verificamos a ia de várias modificações nos ~s litorâneos devidos à subida a do nível do mar. O general !lothe e Deperet enquadraram sos níveis de terraços existen­iuperfície do globo dentro dos > níveis: 1) 80 a 100 metros -; 2) - 55 a 60 metros - Mi-

3) ·30 a 35 metros - Tirre­) 18 a 20 metros - Monoste-1 2 a 6 metros - Flandriano.

d tio o~aa:"oo .

~ 'O.J)

são mais representativos. Os s consideram que, depois do a variação do nível do mar 1perior a 100 metro,s. •urcart op. cit. (3) .

RESENHA E OPINiõES 705

O "eustatismo glacial" considera es­tas variações devidas aos glaciais, isto é, à imobilização de grandes massas de gêlo por ocasião dos períodos glaciais. Nos interglaciais verificou-se o degêlo e ·O conseqüente aumento do nível dos oceanos . O Prof. Ruellan 12 cita, embo­ra com certa reserva, alguns cálculos feitos por Wegener na Groenlândia, cuja estimativa da espessura dos gelos durante as glaciações, de uma espes­sura negativa de 100 metros e um avanço positivo de 50, 60 a 80 metros. "O eustatismo de deformação lenta dos fundos oceânicos""' os enquadra como um abaixamento ou soerguimento len­to do fundo da bacia ocasionado por diastrofismo.

Para os "epirogenistas" os terraços marinhos aparecem como anomalias, não se conformando em aceitar a exis­tência dêsses diversos níveis universais.

'11anto uma corrente como outra possui argumentos que não podem ser esquecidos . Há uma série de terraços do tirreniano na borda do Mediterrâ­neo que foram profundamente defor­mados. No cabo Creur, temos uma praia de 30 metros que em Reggio, na Calábria, está a 100 metros e no istmo de Corinto a 350 metros . O Pro f. Furam cita uma série de exemplos que tornam inegável a aceitação do epirogenismo".

O Prof. Bourcart, criador da teoria da Flexura Continental, procura expli­car os cafí.yons submarinos existentes nas plataformas continentais de acôrdo com a sua teoria. Os seus estudos de terraços marinhos foram feitos prin­cipalmente em Marrocos, na costa por­tuguêsa e no Mediterrâneo. A teoria do Prof. Bourcart não é aplicável na maio­ria dos casos.

O eustatismo com deformação do fundo da bacia oceânica é muito im­portante e poderá elucidar muitos ca­sos que não puderam ser explicados isoladamente por uma das correntes. O essencial é observarmos a aplica­ção de tôdas essas diferentes hipóte­ses de trabalho e verificarmos em que circunstâncias elas se adaptam ao ca­so regional em estudo llS. Muitas vêzes

12 Francis Ruellan - "A r egião litorânea de Santa Catarina" Sexagésima tertúlia sema­nal , realizada a 6 e 8 de junho de 1944. In: Boletim Geogrdfico, ano II, n.• 17, agõsto de 1944, pp. 695/ 696 .

13 Expressão adotada p elo Prof. F . Ruellan, na sua conferência r ealizada em Belo Horizon­te.

" R. Furon La Paleogéographie 530 pági­nas, Payot, Paris , 1941.

10 Francis Ruellan Le Kwansai, 821 pági­nas, 72 pl. 184 figuras e mapas, Tours, 1940 .

creio que poderemos fazer apêlo simul­tâneo a várias delas, ao invés de que­rermos ficar no campo restrito de uma só corrente.

· 1 Método de estudo. Vamos dar de maneira geral um

resumo das normas que estamos se­guindo no Laboratório de Geomorfolo­gia dirigida pelo Prof. Francis Ruellan na Escola Prática de Altos Estudos de Paris. O primeiro trabalho consiste no estudo minucioso e crítico de tôda a bi­bliografia existente sôbre o assunto. Essa tarefa preliminar é dividida em várias fases, começando pela ficha bi­bliográfica, crítica aos argumentos a­pontados pelo autor, observação da ri­gorosidade do material utilizado, etc.

Êsses fatos tirados da bibliografia vão ser localizados num mapa de gr.an­de escala; e as observações deverão ser sempre tomadas em referência ao ní­vel zero. Assim teremos um nível de comparação para todos os terraços ci­tados. Os fatos uma vez cartografados num mapa de grande escala, serão pos­teriormente reduzidos, para uma escala menor (de maior generalização) . Como trabalho de gabinete temos áinda a análise de mapas topográficos e geoló­gicos de grande escala .

Com os recentes progressos adqui­ridos pela aerofotogrametria torna-se indispensável o estudo interpretativo das fotografias aéreas existentes para a faixa costeira. Além dessas observa­ções teremos que analisar os tipos de costa e seus enquadramentos na nomen­clatura internacional .

Esta primeira fase de trabalho es­tá dentro da categoria de fatos que o Prof. Leuzinger 16 classifica como de ca­ráter "qualitativo". Êsses estudos não comportam unicamente o método des­critivo, de muito maior importância é o "quantitativo", isto é, as medidas que devem ser feitas com o máximo rigor. Elas podem ser feitas por dois processos: o das fotografias áreas (com os aparelhos Wild, Poivillier) e o tra­balho de levantamento pormenorizado no campo.

Para os que desejarem ir mais lon­ge podem aplicar também a "técnica da fotografia submarina", fazendo le­vantamento das áreas próximas do li­toral .que se acham no presente sub­mersas. As diferenças de. tonalidades, isto é, de coloração permitem que com uma ou duas sondagens de referência

16 VItor Ribei r o Leuzinger Controvérsias geomor7ológicas Rio , 1948.

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706 BOLETIM GEOGRÁFICO

se amarre todo o trabalho. O desen­volvimento dêste processo de aerofoto­grametria irá nos permitir o conheci­mento minucioso de grande parte das plataformas continentais.

Do trabalho preliminar do gabine­te passamos ao "programa das excur­sões", isto é, o da verificação. ou con­trôle dos dados preliminares. Logo após a observação das formas litorâneas, e. do estudo meticuloso do litoral, tere­mos o trabalho de analises de labora­tório que consistirão no seguinte:

1) Granulometria das areias e par­tículas mais finas 2) Morfologia dos seixos e das areias; 3) Análise química do material; 4) Análise microscópica; 5) Estudos dos rÍlinerais pesados i• . Além dêsses dados estritamente geo­morfológicos e geológicos, temos que empreender estudos hidro-dinâmicos para observarmos como se realizou o trabalho de deposição. Deve-se tomar em consideração o trabalho das ondas, das vagas, das correntes, etc.

As correntes marinhas por exem­plo transportam sedimentos muito fi­nos 18

, já as vagas têm capacidade de transportar um material mais grossei­ra ". Há uma série de problemas que estão em relação {!Om a hidro-dinâmi­ca, a oceanografia, a geologia subma- , rina e a geomorfologia. Todos êstes pro­blemas acham-se intimamente relacio­nados e impossíveis de serem tratados isoladamente.

No estudo dos seixos e das areias observa-se que à medida que nos afas­tamos do litoral para o interior, encon­tramos material mais grosseiro. Algu­mas vêzes acontece o caso inverso. Aliás êstes diversos fatos podem ser explicados na maioria dos casos pelas variações do nível do mar . Somente a geomorfologia p'od~ explicá-los.

Concluindo observamos que depois do Plioceno houve constantes variacões do nível do mar, tendo deixado depó­sitos que estão em função dos diversos

17 O método do estudo dos minerais pesa­dos é de grande importância para os depósitos detriticos. ll:le sugere perspectivas de conjunto aos problemas particula res da geografia do quaterná rio. O Prof. Yves Guillien publicou um artigo de suma importância para o estudo dessa questão ("Mineraux lourds et la paleo­géographie" in A. de Géographie - ano LIX, n. o 313, pp. 1/ 12) .

18 A. R. Lamego "Restingas na costa do Brasil" 96 páginas. Bol. n. o 96 , 1940.

n F. Ruellan "Aspectos geomorfológicos do litoral brasileiro , no trecho compreendido entre Santos e o rio Doce" in: Boletim da As­sociação dos G eógrafos Brasileiros ano IV, n.o 5, novembro de 1944, pp. 6/12 (p. 11) São Paulo.

níveis. Resumindo temos que os fatos estudados serão feitos primeiramente com os dados fornecidos pela bibliogra­fia, depois controlados com as observa­ções de campo e de laboratório.

Bibliografia

Bourcart, Jacques - Géographie des fonds des mers (Études du relief des océans) 307 páginas, mapas, ilustra­ções, Paris, 1949.

Bourcart, Jacques - "Peut-on-étudier directement la geologie de plateau continental" in: C. R. Soe . Geol. de France, n.0 1, 1949.

Bourcart, J.; Guilcher, A.; Tricart, J. - "Découverte d'une grotte marine avec galets vers 135m. au Menez Lux en Telgruc (Finistêrre. in: Compte Rendu sommaire dés Séances de la Société Géologique de France, ns. 9--10, 1950, pp. 158/ 160.

Chautard, J. - "La faune de quelques plages soulevées du Senegal et de la Mauritannie" in: Compte Rendu Sommaire de Geologie de France, 392 páginas, 1909 .

Cailleux, A. - "La disposition indivi­duelle des galets dans Ies formations détritiques" in: Revue de Geographie Physique et de Géologie Dynamique, vol. XI, fase. 3, 2 pranchas, 1938, pp. 171/ 198.

Deperet, Ch.- "Essais de coordenation chronologique générale des temps

quaternaires" in: Compte Rendu Academie des Sciences, tomo 166, pp. 636/641, 1918.

Francis-Boeuf, C' . -"La margem con­tinental: Revue de Géographie Phy­sique et Géologie Dynamique.

Francis-Boeuf, C. - "Le probleme du plateau continental et des vallées sous-marines" in: Revue de Géogra­phie Physique et Géologie Dynami­que, ano 1938, vol. XI, fase. 3, pp. 254/ 285.

Francis-Boeuf, C. - "Notes sur quel­ques depôts fluviomarin de la côtê de Guinée" in: Revue de Geographie Physique et Geologie Dynamique, vol. XII, fase. 3, pp. 399 a 403, 1939.

Freire de Andrade, Carlos. - "Qs vales submarinos portuguêses e o diastro­

. fismo das Berlengas e da Estremadu­ra" 235 páginas, Lisboa, 1937.

Furon, Raymond - La Paleogéographie (Essai sur l'évolution des continents et des océa.ns) 530 páginas, Payot, 1941.

RES

Guillien Y. - "Mineraux 1om paléogéographie" in Annales graphie, ano LIX, n.0 313, -fevereiro 1950, pp. 1/ 12.

Haug, E. - Traité de geologi• Paris, 1907 .

Heim A. - Problemas de eras -márina y sedimentatión deZ presente y deZ pasado, 1 nas La Plata, Argentina, 1!

Lamego Alberto Ribeiro - "E na co'sta do Brasil", 96 pági n.o 96, do Serviço de Geolog. neralogia, 1940.

Lapparent, A. - Traité de Paris, 1885 .

Marchand H. - "Les canyon rins" in': Comité d'Études graphiques de l'A.O.F., n.0

Martonne, Em. de - Traité de phie Physique tomo II, A. C< ris, 1947.

~nyer - "Canyons sous-m! regression oceaniques" (not~ gráfica) in: Annazes de Ge1 pp. 143/ 144, 1942.

Oliveira Boléu, José de - Ens~ morfologia litoral (Em espect: ção entre o pontal de Pem foz d'o Tejo,) , 124 páginas, 1943.

Ruellan Francis - La Kwans de géomorphologique d'une japonaise) 821 páginas, 72 figs, e mapas, Tours, 1940.

Ruellan Francis - "A região I de Sa~ta Catarina", sexagési túlia semanal, realizada a 6 junho de 1944, in: Boletim G co ano II, n.0 17, agôsto de : 695/ 696.

Teixeira Guerra, Antônio - "~ marinhos" in: Boletim Ge ano VII, n.o 82, janeiro de 1 1158/ 1161.

Zbyszewski, Georges - "La noti sique de "flexure" ~t celle d1 mation margenale" m: Bol. S• de Portugal, vol. IV, fase. Il

wegner, A.- La genese des co' et des océans (Tradução) Pai

Antônio Teixeira C

Capacidade de população do

A quantidade de habitan determinada área da Terra P portar depende de muitos fat?J admite limite, atingindo em va1 ses de população estacionária

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.FICO

Resumindo temos que os fatos ios serão feitos primeiramente dados fornecidos pela bibliogra­

>ois controlados com as observa­! campo e de laboratório.

Bibliografia

rt, Jacques - Géographie des ; des mers (Études du relief des ~s) 307 páginas, mapas, ilustra­Paris, 1949 .

rt, Jacques - "Peut-on-étudier ~ement la geologie de plateau aental" in: C . R. Soe . Geol. de :e, n.0 1, 1949 . "t, J .; Guilcher, A.; Tricart, J. •écouverte d 'une grotte marine ~alets vers 135 m. au Menez Lux ~lgruc (Finistérre. in: Compte ~ Sommaire dés Séances de la :é Géologique ·de France, · ns. 9-950, pp. 158/ 160. ·d, J . - "La faune de quelques ; soulevées du Senegal et de la tannie" in: Compte Rendu raire de Geologie de France, 392 :ts, 1909.

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.ques" in: Revue de Geographie rue et de Géologie Dynamique, r, fase . 3, 2 pranchas, 1938, pp. 8.

Ch. - "Essais de coordenation Jlogique générale des temps :ernaires" in: Compte Rendu mie des Sciences, tomo 166, pp. 1, 1918 o

Boeuf, C . -"La margem con­:tl: Revue de Géographie Phy­et Géologie Dynamique. Boeuf, C. - "Le probléme du u continental et des vallées tarines" in: Revue de Géogra­'hysique et Géologie Dynami­no 1938, vol. XI, fase. 3, pp. i.

Boeuf, C. - "Notes sur quel­.epôts fluviomarin de la côtê née" in: Revue de Geographie '-le et Geologie Dynamique, :r, fase. 3, pp. 399 a 403, 1939. Andrade, Carlos. - "Qs vales

·inos portuguêses e o diastro­las Berlengas e da Estremadu­' páginas, Lisboa, 1937. :tymond - La Paleogéographie sur l'évolution des continents océans) 530 páginas, Payot,

RESENHA E OPINIOES 7CTT

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Haug, E. - Traité de geologie, vol. I , Paris, 1907 .

Heim, A. - Problemas de erosión sub­-marina y sedimentatión pelágica del presente y del pasado, 178 pági­nas, La Plata, Argentina, 1946.

Lamego, Alberto Ribeiro - "Restingas na costa do Brasil", 96 páginas Bol. n.o 96, do Serviço de Geologia e Mi­neralogia, 1940.

Lapparent, A. - Traité de geologie, Paris, 1885 . ·

Marchand, H. - "Les canyons suma­rins" in: Comité d' Études Oceano­graphiques de l'A.O.F., n .0 2 .

Martonne, Em. de ~ Traité de Oéogra­phie Physique tomo II, A. Colin, Pa­ris, 1947 .

Mpnyer - "Canyons sous-marins et regression oceaniques" (nota biblio­gráfica) in: Annales de Géographie pp. 143/ 144, 1942 o

Oliveira Boléu, José de - Ensaio sôbre morfologia litoral (Em especial a sec­ção entre o pontal de Peniche e a. foz do Tejo,) , 124 páginas, Lisboa, 1943 .

Ruellan , Francis - La Kwansai (Étu­de geomorphologique d'une région japonaise) 821 páginas, 72 pl. 184 figs, e mapas, Tours, 1940 .

Ruellan, Francis - "A região litorânea de Santa Catarina", sexagésima ter­túlia semanal, realizada a 6 e 8 de junho de 1944, in: Boletim Geográfi­co ano II, n.0 17, agôsto de 1944, pp. 695/ 696.

Teixeira Guerra, Antônio - "Terraços marinhos" in: Boletim Geográfico ano VII, n.0 82, janeiro de 1950, pp . 1158/ 1161 .

Zbyszewski, Georges - "La notion clas­sique de "flexure" et celle de defor­mation margenale" in: Bol. Soe. Geol. de Portugal, vol. IV, fase. III, 1941)

Wegner, A.- La genese des continents et des océans (Tradução) Paris, 1937.

Antônio Teixeira Guerra

Capacidade de população do Brasil

A quantidade de habitantes que determinada área da Terra pode su­portar depende de muitos fatôres, mas admite limite, atingindo em vários paí­ses de população estacionária - as-

sim inicia o Eng. Glycon de Paiva seu estudo sôbre a capacidade de população do Brasil, publicado no número de agôs­to próximo findo da revista Rodovia. í:ste, pode ser forçado com sacrifício do trem de vida, situação vigente em di­versos países do mundo, como a índia e a China. Também, a descoberta de novas técnicas, pode fazer variá-lo, es­timulando-o. í:ste aumento, igualmen­te, tem limite.

Ensina-se, em geografia econômi­ca, que os fa tôres que presidem à dis­tribuição da população humana são de três ordens: '

a) Influências persistentes e uni­versais de clima, situação e relêvo da região· considerada;

b) Recursos naturais disponíveis, como solo, subsolo, água, flora e fauna;

c) Engenho da população em ti­rar proveito do quadro geográfico, ca­çando, pescando, explorando a flores­ta, criando nas pastagens, lavrando as minas, fabricando, transportando e co­merciando.

Os fatôres a e b conduzem às esti­mativas de população possível do Bra­sil, tratadas nas linhas seguintes.

De modo geral, o público associa a idéia de população máxima com a de superfície do país. Entre nós não é raro ler, na imprensa quotidiana, afirmativas sôbre a quase infinlta ca­pacidade de população do Brasil.

ll:ste artigo- esclarece o Eng. Gly~ con de Paiva - pretende encontrar, pelo exame de certos fatôres influen­ciantes, e pelo que acontece no resto do mundo, a noção da ordem de gran­deza dêsse limite, quando, ao mesmo tempo, houver empenho em garantir trem de vida razoável.

De a'côrdo com o bom conselho de Kelvin, cujas exatas palavras a­cham-se na epígrafe, e que aqui figu­ram em tradução: "Costumo dizer que quando se pode medir aquilo de que se trata, e traduzi-lo em números , sa­be-se alguma coisa a seu respeito", as nossas possibilidades serão expressas em números, que, embora não inatacáveis, dada a pobreza de estatísticas e o ca­ráter flutuante da questão, terão mé­rito maior que simples adjetivos.

FATOR EXTENSAO: As regiões mais povoadas do mundo: Japão, oriente da China, Java,' delta do Gan­ges, Sicília, Baixo Nilo, vale do Ródano, vale do Reno, Bélgica, Holanda, etc. possuem de 200 a 250 habitantes por milha quadrada, ou cêrca de 100 habi­tantes por km' , número que já repre-

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708 BOLETIM GEOGRAFICO

senta capacidade maxima unitária pa­ra essas regiões. Assim, o limite supe­rior das cogitações sôbre a população possível do Brasil não parece ultrapas­sar 850 milhões de habitantes.

As seguintes considerações - pros­segue o Eng. Glycon de Paiva - de muito o reduzem : A Europa, tradicio­nalmente fornecedora de imigrantes, com excesso de população portanto, com condições ideais de clima, solos, recursos em carvão mineral, madeira e relêvo favorável, é a parte do mundo mais densamente povoada, com cêrca de 49 habitantes por km". Também, a Asia, com grande extensão e varieda­des de climas e solos, fornecedora de imigrantes, pela China e pelo Japão, não possui densidade superior a 31 ha­bitantes por km". A primeira média conduzirá, entre nós, a uma capacida­de de população de 420 milhões de ha­bitantes, e de 360 milhões, a segunda. Um valor médio sugere o número 390 milhões. Assim, pelo critério da exten­são, não se deve esperar, para o Brasil, população superior a 390-400 milhões de habitantes.

FATOR CHUVA- A Terra, econô­micamente, é inabitável se aí chove menos de 250 mm por ano, como acon­tece no norte do Canadá, Groenlândia, norte da Sibéria, Turquestão Tibet A­rábia, ocidente da Austrálid, sudo~ste da A/rica, Saara, sul da Argentina par­te do Chile e do Peru e extensas 'áreas do oeste dos EE. UU .. De outro lado a vida econômica passa a ser particular­mente difícil, quando a precipitação anual . ultrapassa 2 000 mm, situação que se reflete na fraca densidade da população dessas regiões com raras exceções. O quadro abaixd dá a densi­dade demográfica média de regiões com precipitação anual superior a 2 000 m:

REGIÃO

Litoral do Alasca . . . ....... . .. ... .. . . . .. . Litoral pacífico da Colômbia e do Equador . . Litoral do Amapá ao Maranhiro .. .. . .. . .. . Bacia do Médio Amazonas . .. Bornéu .. . ... . .. . . ... ) .. Nova Guiné . . Filipinas . . .. Birmânia .. Samatra ......... . Litoral da Guiné .. ... ......... . . Li toral ocidental da Noruega Litoral ocidental da Índia .. . .. . .. . . . . . . • , .

Habitantes por km2

Menos de 0,7 > 0,7 > 0,7 ' 0,7 ' 0,7 > 0,7 > 0,7

0,7- 10 10- 50 10- 50 Jü--50 100

Oito dessas doze regiões têm menos de 1 habitante por km2

• Uma delas,

menos de 10 habitantes por km•. Três, menos de 50 e uma, 100 habitantes por km". A exceção da zona norueguesa e da alasquiana, acham-se representadas, nessas regiões de alta pluviosidade, os mais baixos padrões de vida do mundo. Isto porque mais de 2 000 mm de chu­va por ano, significam, quase sempre, floresta tropical, agricultura e criação difíceis . A economia regional é quase tôda baseada na indústria destrutiva da mata tropical. Todos os empreendi­mentos supõem extensos e onerosíssi­mos serviços prévios de saúde pública ou, na sua falta, em desmesurados sa­crifícios da população, no empenho de lutar contra moléstias causadas por in­setos vetores, cujo habitat são essas re­giões .

Nct Brasil, não existem extensas re­giões de secura (proibitiva à vida do ho­mem econômico (menos de 50 mm de chuva anual), mas são conhecidas as seguintes áreas de precipitação igual ou superior a 2 000 mm, totalizando cêr­ca de 1/ 3 do territó~io nacional.

Regiões brasileiras de precipitação superior a 2 000 mm por ano

REGIÕES

Alto Amazonas e seus tributários .. . Faixa jus ta-litorânea do Oiapoque ao

Maranhão .. Faixa justa-litorânea do Salvador a Vitória . . Zona mis::! içmária do interior de Santa Ca~

tarina e norte do Rio Grande do Sul . . Outras áreas ... . . ...... . .. . ... . .. .

TOTAL . .

Parcela do território nacional

(ap.)

25,00

7,00 0,30

0,50 0,20

33,00

Assim, essas parcelas do território nacional serão provàvelmente as últi­mas a serem povoadas, com densidade apreciável. '

E' interessante notar - observa o Prof. Glycon - como as Filipinas, com tôda a técnica e capital americanos, há longos anos nelas empregados, não a­presentam condições propícias ao au­mento de densidade demográfica. A­quêle auxílio parece ter se refletido na melhoria das condições de vida dos ha­bitantes, superior ao que existe na in:-. dia ou Samatra.

E' difícil decidir-se por uma densi­dade média compatível com um nível

econômico elevado para o fut~ tante dessas regiões, por falta discrepância dos existentes, e cia das técnicas futuras pa~ as dificuldades que o homem para viver em tais regiões. Se o número arbitrário de 10 h: por km\ para essas regiões país, chega-se a uma po~ul~· de 30 milhões , para os 3 milho€ lômetros quadrado3 de alta pl de do Brasil, situação que .re~ mero anterior , de 390 milhc 220 milhões de habitantes.

Entretanto, é possível prec da mais a população possível sil em f~nção da precipitação

Em quase tôda a parte J

pulosa da Europa, a precipitai de 500 a 1 000 mm. Em gran da China de alta população, pitação enquadra-se ~ntre ês tes assim como em toda a zm los~ dos EE. UU. Isto é as mait sidades demográficas, em P grande trem de vida, orçam 80 habitantes por km' , susco aumento desde que se sacrifiq drão eco~ômico, caso da Chir

Já as precipitações sup! 1 000 mm e inferiores a 2 000 J

duzem às seguintes densidadE

REGIÃO

Sul dos EE. UU. - ... América Centr:.l.l. . . . . .• Itália .. Indochina . . Congo . ... . ......... · · · Oriente da Austrália . . .

Densidade de habitantes por

~"'2 (ap)

10- 50 0,7- 10

50 !00

10 10

Pac

M

Distribuída, a área d? Bra Jonas de pluviosidade acima < encontra-se:

PRECIPITAÇÃO ANUAL Área Percen-(mm) tagem

500- 1 000 .. .. .

I OOQ--2 000 .. . Acima de 2 000 .... .

L 000 000 12,00 N•

4 700 000 55,00 B1 2 800 000 33,00 Ao

Adotando a média otimis habitantes por km' para a zon

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~FICO

de 10 habitantes por km•. Três, de 50 e uma, 100 habitantes por

~ exceção da zona norueguesa e ;quiana, acham-se representadas, regiões de alta pluviosidade, os

aixos padrões de vida do mundo. 1rque mais de 2 000 mm de chu-

ano, significam, quase sempre, t tropical, agricultura e criação 1. A economia regional é quase aseada na indústria destrutiva a tropical. Todos os empreendi-

supõem extensos e onerosíssi­rviços prévios de saúde pública sua falta , em desmesurados sa­> da população, no empenho de mtra moléstias causadas por in­:tores, cujo habitat são essas re-

Brasil, não existem extensas re­: secura /proibitiva à vida do ho­:onômico (menos de 50 mm de mual), mas são conhecidas as !S áreas de precipitação igual rior a 2 000 mm, totalizando cêr­/ 3 do territór:io nacional.

~s brasileiras de precipitação ~rior a 2 000 mm por ano

REGIÕES

as e seus tributários .. . ..... . .-litorânea do Oiapoquc ao o ...... . ;orânea do Salvador a Vitória. .. í.ria do interior de Santa Ca­rte do Rio Grande do Sul.

Parcela do território nacional

(ap. )

25,00

7,00 0,30

0,50 0,20

33,00

n, essas parcelas do território serão provàvelmente as últi­

:rem povoadas, com densidade !l. . J

teressante notar - observa o con - como as Filipinas, com cnica e capital americanos, há 10s nelas empregados, não a­n condições propícias ao au­~ densidade demográfica. A­:ílio parece ter se refletido na das condições de vida dos ha­superior ao que existe na ín­tmatra. · ícil decidir-se por uma densi­lia compatível com um nível

RESENHA E OPINIOES 709

econômico elevado para o futuro habi­tante dessas regiões, por falta de dados, discrepância dos existentes, e ignorân­cia das técnicas futuras para vencer as dificuldades que o homem encontra para viver em tais regiões. Se se adota o número arbitrário de 10 habitantes por km2

, para essas regiões de nosso país, chega-se a uma população total de 30 milhões, para os 3 milhões de qui­lômetros quadrado3 de alta pluviosida­de do Brasil, situação que reduz o ·nú­mero anterior, de 390 milhões, para 220 milhões de habitantes .

Entretanto, é possível precisar, ain­da mais, a população possível do Bra­sil em função da precipitação.

Em quase tôda a parte mais po­pulosa da Europa, a precipitação varia de 500 a 1 000 mm. Em grande parte da China de alta população, a preci­pitação enquadra-se entre êsses limi­tes, assim como em tôda a zona popu­losa dos EE. UU. Isto é as maiores den­sidades demográficas, em países de grande trem de vida, orçam por 60 e 80 habitantes por km' , suscetível de aumento, desde que se sacrifique o pa­drão econômico, caso da China.

Já as precipitações superiores a 1 000 mm e inferiores a 2 000 mm con­duzem às seguintes densidades:

REGIÃO

Sul dos EE. UU . .. América Centr~.ü . Itália .. Indochina . . Congo .. Oriente da Austrália .

Densidade de habitantes por

~"'2 (ap)

IQ-50 0,7- 10

50 100

10 lO

Padrão de vida

Médio a alto Baixo

Médio a b, ixo Baixo Baixo

Médio a alto •

Distribuída, a área do Brasil, pelas donas de pluviosidade acima definidas, encontra-se:

PRECIPITAÇÃO ANUAL Área Percen- Observações (mm) tagem

500- 1 000 ..... .. . I 000 000 12,00 N ardeste e vale São Francisco

I OOQ-2 000 . 4 700 OJ O 55,00 Brasil-Central Acima de 2 000 . .. ... 2 800 000 33,00 Amazônia , etc.

Adotando a média otimista de 10 habitantes por km' para a zona de alta

pluviosidade; 20 para a zona de média pluviosidade, ·tendo em vista a média de regiões da mesma pluviosidade dos EE. UU. e da Itália, e objetivando pa­drão de vida intermédio; e de 60 para a zona de pluviosidade ótima, sob o ponto de vista demográfico, chega-se ao total de -180 milhões de habitantes para a capacidade de população dôJ Brasil, sem maiores sacrifícios no pa­drão de vida individual de seus futuros habitantes.

FATOR TEMPERATURA - Seis por cento da área terrestre do mundo são demasiado frios para permitir agri­cultura. A população, que nessas áreas vive, dapende do mundo animal e de al­guns vegetais de estufa. Temperaturas elevadas, entretanto, não impedem po­pulação densa, como em Java, índia, Indochina, Caraibas, etc. Cêrca de 25% da superfície terrestre são demasiado quentes para ser apreciados pela popu­lação branca, inconveniente que a téc­nica parece capaz de resolver. De outro lado, a população adensa-se com os se­guintes climas, em proporção decres­cente: inverno frio e verão fresco, ve­rão quente e inrerno rigoroso, verão quente e inverno fresco. Quarenta por cento da Terra correspondem a tais clL mas e 80 % de sua população aí &e lo-calizam. ·

Isto é sob o critério de tempera­tura, o mundo povoado pode ser divi­dido em duas partes : uma, mais favo­rável, com 30 habitantes por km• e ou­tra, com apenas 5 h~bitantes por km'.

Cêrca de 70 % da área do Brasil possuem clima constantemente quente, similar ao de Java, Samatra, etc., e 30 % possuem clima caracterizado por verão quente e inverno fresco ou frio, como na Africa do Sul, norte da Africa, sul da Península Ibérica, Austrália, Mé­xico e sul dos EE. UU. Esta considera­ção conduziria a uma população de 30 milhões de habitantes para a região constantemente quente do Brasil, e de 76 milhões para a região de verão quente e inverno fresco, ou a uma po­pulação total de 106 milhões de habi­tantes.

FATOR SOLO: - O solo é depois da água o mais importante recurso na­tural de um país.

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710 BOLET~M GEOGRÁFICO

Existem duas grandes classes de so­los, denominadas "pedalfer" e "pedo­cal". A designação "pedalfer" abrange os solos com ferro e alumínio acumula­dos, após lixiviação de cal. Compreen­de solos, em geral formados em climas caracterizados por precipitações plu­viais abundantes, e distribuídas duran­te todo o ano. Os solos da classe "pedo­cal", solos cálcicos, são formados em regiões de precipitações leves ou de de­finido ritmo sazonal.

As grandes regiões agrícolas do mundo possuem solos da classe pedo­cal, em particular os famosos solos "chernozem", e os solos pardos das es­tepes; embora existam extensas forma­ções de solos podzólicos, na zona agrí­cola européia, que são da classe pedal­férrica. No mapa mundial de solos, atrai a atenção, a grande faixa de 400 km de largura e 8 000 km de comprimen­to de solos negros do tipo "chernozem" , que se alongam da Ucrânia à Mandchú­ria; a "faixa do trigo", quatro vêzes menor que a precedente, que avança dos EE. UU. ao Canadá, de sul para norte; a grande mancha de "cherno­zem" da Nova Gales do Sul, na Austrá­lia; e, finalmente, a do rio Paraná, de

FORMAÇÕES PEDOLÓGICAS BRASILEIRAS

Porcentagem da área nacional

(% )

Baía Branca a Corrientes, na zona pro­dutora do trigo argentino.

Estas são sem dúvida, as quatro melhores formações de solo do mundo, e de maior significado econômico. Se­guem-se, em importância econômica, os solos podzólicos de quase tôda a Eu­ropa, oriente americano e canadense, Japão e parte da China.

Os solos do Brasil só encontram paralelo nos altiplanos africanos (ba­cias do Congo e do Zambeze); .Ceilão e flanco bengalense da índia; Malaia e Austrália. Os piores solos do Brasil são os lateríticos da bacia amazônica, representando 35,0% da área nacional; seguem-se, ainda mais extensos, porém econômicamente melhores, os solos pe­dalférricos do Brasil Central, os cha­mados "solos tropicais vermelhos", re­presentando 53,0 da área nacional. Os solos brasileiros menos maus são os do Nordeste e os do planalto dos estados do Sul. -

O quadro seguinte, baseado em. es­quemas grosseiros de Glinka, Marbut Wolfanger, etc., procura ambientar o leitor quanto aos nossos recursos pe­dológicos, em traços muito gerais e pri­mitivos.

Similares alienígenas Observações

Solos vermelhos tropicais do Brasil-Central 53,0 Angola, Rodésia do N arte, Maçam­bique, Bengala, Malaia, nordeste da Austrália, Antilhas

Agricultura comercial de café e algodão, e agricultura migratória de subsistência. Pecuária extensiva

Solos lateríticos da bacia amazônica e estreita faixa perlongando a vertente atlântica do Brasil Oriental, acom­panhando a serra do Mar

Solos pedocálcicos tropicais do nordeste do Brasil

Solos amarelos sub-tropicais do Paraná e Santa Catarina

35,0

7,0

3,0

Congo Belga, Tanganica, flanco indico da ilha de Madagascar

Texas, Arizona, planalto do Karroo, na Arrica do Sul; Sudão francês e anglo-egípci:l; bacia do Indo, na Índia; Chaco argentino e boliviano

Sl'fll npruaão econômica apreciável quanto ao caráter agropecuário

Formação pedológica que se presta à produção de fibras e de excelentes frutas, mediante ingentes inversões pg,ra. aproveitamento da água da chuva

"Cotion-belt" dos EE. UU.; Flórida; Regiões de grande significação agrí-margens do Mediterrâneo; grande cola. parte da Ohina

Solos de pradarias, das coxilhas do Rio Grande

2,0 low3, Kansas, nos EE. UU.; Uruguai Excelentes territórios para agricultura e parcela da Argentina, Mand· e criação chuko

O quadro seguinte calcula a popu_ lação possível do Brasil, com a condi­ção de auto-suficiência alimentar do ponto de vista do reino vegetal e ani­mal, desde que compatível com o nosso

clima, admitidas as densidades máxi­mas vigentes em solos similares em outras partes do mundo, de história mais antiga e população já estacio­nária.

RE

Formações pedológicas e pop máxima

FORMAÇÕES PEDOLÓGICAS

Solos tropicais vermelhos do Brasil- Central. . .

Solos lateríticos . . . c Solos pedocálcicos . . .

Solos amarelos s"btropicais

Solos das pradarias do Rio Grande do Sul. . .

Parcela do

território nacional

(km')

4 500 000

3 000 000

600 000

250 000

170 000

Densida demo­gráfica, máxima

atual, •• solos

similarel

20

6

32

40

40

Resulta assim, uma popula máxima d~ 144 milhões de ha É claro que a aplicação das n técnicas agrícolas, em tôda sua de, e as incessantes descobet nesse sentido fazem as granc ções agrícolas' experimentais dt podem favoràvelmente alterar c

dro .

FATOR DENSIDADE DEl FICA : Uma idéia da capaci população do Brasi~ pod.e ser c da atribuindo-se as d1versas co~o um todo, a densidade de visão política mais densament da no presente momento . O quadro, a seguir, discrimin~ re! turais do Brasil e sua dens1dac O se_gundo indica a d.ensidad gráfica do estado 9a1s popu cada região citada.

Densidade demográfica atual giões naturais do Bras

REGIÃO População NATURAL Sup. (ap.)

(km•) (ap.)

Amazônia ... . .... 3 700 000 1 600 000

Meio Norte .. 545 000 2 000 000

Nordeste ..... 500 000 8 900 000

Leste. 1 100 000 14 700 000

Brasil-Central. ..... 1 840 000 1 300 000

Sul. .. ···· ···· ·· · 815 000 13 000 000

BRASIL. ...... . 8 500 000 41 500 000

• A densidade demográfica no sileiro será 12,0, apenas, . se descon· pulação urbana do Distrito Federa

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FICO

ranca a Corrientes, na zona pro-do trigo argentino.

;as são sem dúvida, as quatro es formações de solo do mundo, taior significado econômico. Se­:e, em importância econômica, ; podzólicos de quase tôda a Eu­lriente americano e canadense, e parte da China . solos do Brasil só encontram

:> nos altiplanos africanos (ba-Congo e do Zambeze); .Ceilão

o bengalense da índia; Malaia :ália. Os piores solos do Brasil lateríticos da bacia amazônica, ntando 35,0% da área nacional; -se, ainda mais extensos, porém icamente melhores, os solos pe­cas do Brasil Central, os cha­"solos tropicais vermelhos", re­zndo 53,0 da área nacional. Os asileiros menos maus são os do e e os do planalto dos es{ados

uadro seguinte, baseado em. es-grosseiros de Glinka, Marbut

:er, etc ., procura ambientar o uanto aos nossos recursos pe­s, em traços muito gerais e pri-

mas

;e, Moçam­a, nordeste

ca, flanco [adagascar

do Karroo, ão francês do Indo,

Jentino e

r.;Fiórida; eo; grande

.;Uruguai a, Mand-

Observações

Agricultura comercial de café e algodão, e agricultura migratória de subsistência. Pecuária extensiva

Snn exprusão econômica apreciávd quanto ao caráter agropecuário

Formação pedológica que se presta à produção de fibras e de excelentes frutas, mediante ingentes inverSÕes P3-ra aproveitamento da água da chuva

Regiões de grande significação agrí­cola.

Excelentes territórios para agricultura e criação

Imitidas as densidades máxi­mtes em solos similares em utes do mundo, de história :iga e população já estacio-

RESENHA E OPINiõES 711

Formações pedológicas e população máxima

FORMAÇÕES PEDOLÓGICAS

Solos tropicais vermelhos do Brasil-Central. .........

Solos lateríticos .. . .

Solos pedocálcicos ..... >: . Solos amarelos Sll;btropicais

Solos das pradarias do Rio Grande do Sul. I

Parcela do

território nacional

(km•)

4 500 000

3 000 000

600 000

250 000

110 ooo I

Densidade demo­gráfica, máxima,

atual, em solos

similares

20

6

32

40

40 I

População máxima em cada parcela (hab.)

90 000 000

18 000 000

19 200 000

10 000 000

6 800 000

Resulta, assim, uma população total máxima de 144 milhões de habitantes. É claro que a aplicação das modernas técnicas agrícolas, em tôda sua plenitu­de, e as incessantes descobertas que , nesse sentido, fazem as grandes esta­ções agrícolas experimentais do mundo, podem tavoràvelmente alterar êsse quá­dro.

FATOR DENSIDADE DEMOGRA­FICA: Uma idéia da capacidade de população do Brasil pode ser consegui­da, atribuindo-se às diversas regiões, como um todo, a densidade de sua di­visão política mais densamente povoa­da no presente momento . O primeiro quadro, a seguir, discrimina regiões na­turais do Brasil e sua densidade média. O se_gundo indica a densidade demo­gráfica do estado I\lais populoso, em cada região citada. ·

Densidade demográfica atual das re­giões naturais do Brasil

REGIÃO Densidade NATURAL Sup. (ap.) População (ap.)

(km•) (ap. ) por km2

Amazônia .......... 3 700 000 I 600 000 0,43 Meio Norte ....... 545 000 2 000 000 3,70 Nordeste ........... 500 000 8 900 000 17,80 Leste .. . . . ....... .. I 100 000 14 700 000 13,50* Brasil-Central. ... .. I 840 000 I 300 000 0,70 Sul. .... ........... 815 000 13 000 000 16,00

BRASIL ...... .. 8 500 000 41 500 000 4,9

* A densidade demogrãlica no Leste Bra­sileiro será 12,0, apenas, se descontada a po­pulação. urbana do Distrito Federal.

Densidade demográfica dos estados mais populosos

Regiã o a I Densidade _ ESTAD_o __ l que pertence (ap)

Pará ....... . Maranh~o .. . . . Alagoas. Rio rle Janeiro . Goiás ..... . São Paulo .

Amazônia. Meio Norte Nordeste Leote Brasil Central Sul

0,70 3,70

33,52 43,93

1,21 29,28

Se adotarmos, para as regiões natu­rais do Brasil, a densidade demográfica dos respectivos estados mais populosos, encontra-se, mediante essa forma de prever a população possível do Brasil futuro , o seguinte:

Amazônia ...... . Meio Norte ....... . Nordeste . . . ... , .. Leste ........... . Brasil-Central. .. . Sul . ........ , ... .

2 6oo ooo · 2 000 000

16 700 000 48 500 000 2 300 000

24 000 000

98 100 000 FATOR COMÉRCIO EXTERIOR :

Há quatro fatâre>') determinantes do comércio entre as nações:

a) Diferenças de condições geo-gráficas ambientais

b) Idade econ'ômica relativa ; c) Distribuição demográfica ; d) Facilidades de transporte. a) A desigual distribuição geográ­

fica dos bens econômicos é a condição fundamental do comércio. Nada mais imperativo que o comércio da Alema­nha, por exemplo, com enormes recur­sos de car'Q_ão mineral e poucos de mi­nério de ferro, com a Suécia dDtada de condições inversas, no que se retere a êstes bens que se completam. A desi­gual distribuição de fontes de energia, entretanto, é o mais importante dos itens nesta classe de fatôres determi­nantes do comércio exterior. Os povos que detêm grandes reservas de carvão, inevitàvelmente atraem as mercadorias de outras terras.

b) Os países menos industrializa­dos, de idade econômica primitiva, são forçados a comerciar com os países de idade econômica mais avançada, para se proverem de bens manufatura­dos que não produzem.

c) A distribuição demográfica in­flui do seguinte modo: nos solos ricos e em clim.a favorável, um número pe­queno de pessoas é capaz de produzir enorme quantidade de alimentos; de outro lado, nas regiões de população densa, como nos países altamente in­dustrializados, o alimento produzido é

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BOLETIM GEOGRAFICO

- -PARTICIPACAO RELATIVA DE 22 NACOES NO ,-.- ---.--COMERCIO EXTERIOR QQ MUNDO 1940

insuficiente para as massas operárias. Assim, fatalmente, estabelece-se comér­cio entre os países de uma categ-oria e outra.

Existe, sempre, uma situação ótima de distribuição demográfica, de acôrdo com o trem de vida. Se houver gente de mais, não haverá excedente para ex­portação e, portanto, meios de comprar o que falta. Se houver gente de menos, as possibilidades geográficas não se­rão aproveitadas convenientemente, por carência de mão de obra.

Assim, na China, é indispensável que o homem se-esmere na agricultura para poder vegetar . Trabalhando àr­duamente embora, apenas tem u{ll ri­dículo poder de compra no mercado in­ternacional : um dólar por ano. De ou­tro lado, uma população escassa, mão de obra insuficiente e carência de transporte não facultam desenvolvi­mento conveniente .

"A moderate population would the­refore seen the most satisfactory for it would offset the disadvantages of both the excessively and the sparsely popul­ated regions (1,592) ", ensina Clarence Jones. ~

Há outras razões, subsidiárias, que influem no comércio interno;

ALEMANHA

d) Um povo rico tem mais possibi­lidades de importar artig{)s de segunda necessidade que um povo de parcos re­cu~sos. Assim se considerarmos princi­pais produtos de importação americana: café, açúcar, borracha, papel de im­prensa, sêda, pasta de madeira bebidas alqoólicas, estanho, peles, prod~tos quí­mzcos e cobre . Sêda e peles poderiam ser c_ancelad~s desta lista, se o povo amencano nao tivesse recursos· e de muito poderia ser reduzida a i~porta­ção de café, açúcar, borracha, etc. se tal fôsse a situação do americano; '

-e) Os capitais procuram os países que necessitam desenvolvimento, prin­cipalmente com o objetivo de provocar motivos de comércio com a pátria de onde provêm . Assim, os EE . UU . têm perto de três bilhões de dólares aplica­dos na produção de açúcar, de bananas e de minerais nas Caraíbas, produtos que se destinam aos EE . UU. Dêste to­tal, apenas 5% se destinam à produção de artigos manufaturados nos países das Caraíbas, e 95 % à produção de ma­térias primas e alimentos destinados aos EE.UU. e à sua indústria;

f) Tarifas alfandegárias. que po­dem atrair ou repelir o comércio de de­terminada mercadoria;

RE

g) Filosofias econômica~ ças políticas.

As principais filosofias e são a 'Capitalista e a comunist: meira, vende-se na base do custo e mais um lucro na se{ base de um preço fixado pele sem relação forçada com o custo. A Rússia está, assim, el de influir no comércio exterioJ do se vender segundo sua ' econômica nacional. Tambérr trinas e alianças políticas si de domínio comercial, caso americanismo, de que um dos parece ser a formação de u· econômico ocidental sob a EE. UU .. Diga-se, de passagem situação como esta, de modo a; vém à economia argentina, não encontra complemento total neste hemisfério, da ca~ Inglaterra, seu principal freg1

Num país como o Brasil, sem fontes substanciais de veis minerais, o comércio ext1 ser encarado sob o ponto de possibilidades monetárias de ção de carvão e de petróleo q\ in dispensá v eis.

De fato, há relaç.ão estr1 trem de vida e consumo de cal tróleo. Se desejarmos, para o de amanhã, um trem de vide indispensável é que lhe r ·uma quota anual adequada d:t petróleo . Esta é de 4 toneladc vão e 1,2 de petróleo para o c médio; de 3 e 0,7, respectivam' o canadense médio.

Como não temos problen quecimento sazonal das habit: exigem, no hemisfério norte quota de carvão de cada um potencialmer:te, dispomos . d~ dade atribmmos ao brasllei de amanhã, apenas 1/ 2 ton carvjio e 1/4 de tonelada de por ano. O preço f. o. b . pôr tador dessa quota específica bustível mineral, será de us de US$ 9,00, se avaliada c. i brasileiro.

O cálculo prossegue, na de que não venha117:os a desc tróleo comercial entre nós, e das substanciais de carvão. I: se fará mister um comércio suficientemente amplo para I nar divisas em quantidade ac aquisição dos citados combus proporção racionada. De ot quando se analisa, até os bei

B.G.-6

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-22 NACOES NO - .......... , __ INDO - 1940 -

,o .b<>\ 0 ALEMANHA

''· Oo/0

ESTADOS UNIDOS

' g.. o

INGLATERRA'

Um povo rico tem mais possibi­,e importar artig,ps de segunda tde que um povo de parcos re­lssim se considerarmos princi­utos de importação americana: ícar, borracha, papel de im­êda, pasta de madeira, bebidas 1, estanho, peles, produtos quí­r::obre. Sêda e peles poderiam ~Jactas desta lista, se o povo o não tivesse recursos; e de deria ser reduzida a importa­itfé, açúcar, borracha, etc., se a situação do americano; >s capitais procuram os países ;sitam desenvolvimento, prin­;e com o objetivo de provocar ie comércio com a pátria de vêm. Assim, os EE . UU. têm ~rês bilhões de dólares aplica­odução de açúcar, de bananas erais nas Caraíbas, produtos stinam aos EE. UU. Dêste to­.s 5% se destinam à produção s manufaturados nos países bas, e 95% à produção de ma­mas e alimentos destinados J. e à sua indústría; iJ.rifas alfandegárias, que po­r ou repelir o comércio de de­, mercadoria;

RESENHA E OPINIOES 713

g) Filosofias econômicas e alian­ças políticas.

As principais filosofias econômicas são a 'Capitalista e a comunista. Na pri­meira, vende-se na base do preço de custo e mais um lucro na segunda, na base de um preço fixado pelo govêrno, sem relação forçada com o preço de custo. A Rússia está, assim, em posição de influir no comércio exterior do mun­do se vender segundo sua concepção econômica nacional. Também, as dou­trinas e alianças políticas são formas de domínio comercial, caso do pan­americanismo, de que um dos objetivos parece ser a formação de um mundo econômico ocidental sob a égide dos EE. UU .. Diga-se, de passagem, que uma situação como esta, de modo algum con­vém à economia argentina, país que não encontra complemento comercial total neste hemisfério, da categoria da Inglaterra, seu principal freguês.

Num país como o Brasil, até agora sem fontes substanciais de combustí­veis minerais, o comércio exterior deve ser encarado sob o ponto de vista das possibilidades monetárias de importa­ção de carvão e de petróleo que nos são in dispensá v eis.

De fato, há relac;.ão estreita entre trem de vida e consumo de carvão e pe­tróleo. Se desejarmos, para o brasileiro de amanhã, um trem de vida decente, indispensável é que lhe reservemos uma quota anual adequada d'e carvão e petróleo . Esta é de 4 toneladas de car­vão e 1,2 de petróleo para o americano médio; de 3 e 0,7, respectivamente, para o canadense médio.

Como não temos problemas de a­quecimento sazonal das habitações, que exigem, no hemisfério norte, 14% da quota de carvão de cada um, e como, potencialmente, dispomos de eletrici­dade, atribuímos ao brasileiro médio de amanhã apenas 1/ 2 tonelada de carv.ão e 1Í4 de tonelada de petróleo, por ano. O preço f. o. b. pôrto expor­tador, dessa quota específica de com­bustível mineral, será de US$ 6,00 ou de US$ 9,00, se avaliada c. i. f. pôrto brasileiro .

O cálculo prossegue, na hipótese de que não venhamos a descobrir pe­tróleo comercial entre nós, e nem jazi­das substanciais de carvão. Isto é, que se fará mister um comércio exterior, suficientemente amplo para proporcio­nar divisas em quantidade adequada à aquisição dos citados combustíveis, na .proporção racionada . De outro lado, quando se analisa, até os bens primá-

B.G.-6

rios necessários à sua produção, os bens manufaturados que ora importamos, chega-se à conclusão que metade da importação nacional, no fundo, é de carvão e petróleo. Por outras palavras, ao nos ser dada essa almejada quota de combustíveis minerais, nossa importa­ção alcançará US$ 12,00/ a US$ 18,00 por cabeça, dependendo da bandeira da marinha mercante empregada, se a nossa ou estrangeira• Repetindo, fare­mos nessa época um comércio exterior per c apita de US$ 24,00 a US$ 36,00. Atualmente nossa ·participação no co­mércio mundial é da ordem de US$ 15,00 per capita.

Os quadrOE> seguintes ambientam o leitor sôbre a participação das diver­sas nações no comércio do mundo, e se fazem necessários para permitir o prosseguimento de nossa dedução. Va­le a pena abrir êsse parêntese porque, nos quadros, residem, quando atenta­mente observados, profundos ensina­mentos sôbre a maneira de nos condu­zirmos, e sôbre o rumo a tomar em nos­sa vida nacional.

Participação relativa de 27 nações no comércio exterior do mundo (1940)

Porcentagem

Número , cipação no exterior de parti- I Comércio

. ordem I I exterior do (ap.) US. de PAIS mercado per capita

mundo (ap.) %

1 Inglaterra.. .. .. .. .. . 14,0 150,0 2 Estados Unidos........ 11,0 37,0 3 Alemanha.. 10,6 65,0 4 França...... . . 6,1 65,0 5 Japi\o.................. 4,0 18,0 6 Canadá . . . . . . . . . . 3,5 130,0 7 Bélgica.. . .. .. .. .. . 3,0 135,0 8 Holanda ............. 3,0 135,0 9 Índia.... .. .. .. 2,7 4,0

10 f t:íita........ .. .. .. .. . 2,3 24,0 11 África do Sul. . .. .. . 2,2 90,0 12 China..... 2,0 1,0 13 Argentina .... . . . . . .. . .. 2,0 75,0 14 Austrália .. . . . . 2,0 130,0 15 Suécia.... ....... .. .. 1,8 135,0 16 Suíça .. 1,7 190,0 17 Dinamarca............. 1,5 130,0 18 Malaia Britânica ..... . , 1,4 130,1 19 Rússia.. .. ........ i 1,3 4,0 20 Brasil... .. . .. . .. . 1,3 15,0 21 Java .. .. .. .. . .. .. 1,3 10,0 22 Espanha .. .. .. . 1,2 30,0 23 Noruega . 0,9 130,0 24 Nova Zelândia . .... ..... 0,8 150,0 25 Venezuela.. ....... . .... 0,6 75,0 26 Terra Nova . . . . . . • 0,3 169,0

Uruguai ....... . .. .. 0,1 90,0 17.~

Di versos países com menos de 1,0% ...

I 100.0 ,.

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714 BOLETIM GEOGRAli'ICO

O quadro precedente profundamen­te esclarece a importância que o co­mércio mundial representa para a so­brevivêincia eco,nômica das nações, e encerra uma boa parte dos motivos das guerras, que parecem ser a tradução súbi ta e brutal da luta incessante que

se processa, em tempo de paz, pela con­quista de m ercados. externos.

Já o quadro seguinte é uma tenta­tiva de classificação da economia das n ações, de acôrdo com sua posição no comércio exterior e pela participação nacional específica nesse comércio,

Tentativa de classificação das nações pela sua participação no comércio ext erior

PARTICIPAÇÃO ESPECÍFICA NO

COMÉRCIO EXTERIOR

Intensa .. ... . · · ····· {

Média .. . ....... .. ..... {

Fraca ........... .. .... {

Muito fraca ... ....... .

Limites da participação especifica

Acinla de 100 dólares por ano

Países característicos Observações

a) Inglaterra, Bélgica, Países com carvão, densamente povoados, grandemente Holanda, Dina- industrializados, econôm.icamente maduros, de bom marca padrão de vida, necessitando alimentos e matérias

primas do exterior, para sdbreviverem nessas con­dições

b) Suécia, Suíça, No­ruega

I c) Canadá, Austrália,

Nova Zelândia, Terra Nova, etc

Países sem carvão, grandemente eletrificados, de indústria especial izada em qualidade, população moderada, de alto padrão de vida, necessitando alimentos e matérias primas para completar sua subsistência e alimentar a indústria

Países novos, de grande futuro, com enormes recursos naturais, em início de estágio industrial, com alto padrão de vida, com excesso de produção de alimentos e produtos naturais. População escassa

1

· a) Estados Unidos, A leman h a e Franca

Acima de 30 dólares e abaixo de "100 b) África do Sul, Ar-

gentina, Vene­zuela e Uruguai

Países com carvão, densamente povoados, grandemente industrializados, de alto padrão de vida com auto­-suficiência alimentar e industrial em grande parte em idade econômica madura

Países escassame~te povoados, muito pouco indus­trializados, de padrão de vida regular e bom, necessi­tando bens manufaturados do exterior e exportando grande quantidade de alimentos ou matérias primas

Acima de 1 O dólares e f abaixo de 30 l

J Abaixo de W dólares l

a) J apão, J ava

b) Brasil , Espanha, Itália

a) Índia, China ......

b) Rússia .. .. ... . .. .

Países excessivamente povoados, de padrão de vida baixo, necessitando importação de alimentos (J apão) ou manufaturas (Java) para sobreviverem

Países regularmente povoados, semi-industrializados sem combustível mineral, exportando alimentos, matérias primas ou manufaturadas para poder comprá-lo. Padrão de vida de médio a baixo

Países cujo excesso de população não lhes permite poder de compra apreciável no comércio exterior por ca­rência de excedentes. Padrão de vida mais baixo no mundo

País com auto-suficiência econômica quase perfeita; · tendo em vista o padrão de vida que é regular e que é possível manter sem apêlo ao comércio exterior

quando avaliada em dólares america­nos .

países, com exceção da Rússia, e por êle todos lutam por um lugar melhor.

Poucas. coisas tão difíceis a um país, como melhorar de posição no co­mércio exterior, tendo em vista os mo­tívos seguintes :

1) Não existem monopólios natu­rais de importância, no comércio ex­terior de matérias primas;

2) ) Os mesmos bens de comércio podem ser produzidos em vários países diferentes;

3) A participação no comércio exterior é fundamental para todos os

4) Os países mais industrializados e de maiores recursos técnicos têm substituído, mediante produtos sinté­ticos, artigos que usualmente importa­vam dos países tropicais ou semi-colo­niais, caso do salitre, borracha, etc.

· Assim, a nossa promoção do 20.0

lugar para o 10.0 , por exemplo, na lista de participação no comércio exterior, é extremamente difícil, possível talvez, mas improvável. Ainda assim, em vez de participarmos com 1,3% dêste co-

RES

mércio, passaríamos a fa~ê-~o Atualmente, 1% do _comercw_ representa 450 mill_wes de do negócios, e 2,3% s~nª-m um P0 1

de 1 bilhão de do lares. Mas promoção ocorresse, . quando · a do 0 comércio extenor do mu dêle seria então o repres_entado 600 ou 700 milhões_ de ~ol~res . . fras e consideraçoes mdlCam prudente basear nossas tran sa turas em quantia superior a . lhões' de dólares, atualme~te : por nações como o Canada e que ocupam o 5.o ou 6.o lugar I

comércio . Voltando agora, à quota <

acima entre' 24 dólares e 40 para i-J.ossa pa~ticipação espec comércio extenor , capaz de J

porcionar a qua1_1ti~ade de P' carvão indispensave1s a um pt vida decente, encontr~mos~ po1 os limites superior e m fenor c Iação possível, de acôrdo com tério:

1 500 000 000

24

1 500 000 000

40 .

62 500 00

41 500 00

Essas meras estimativas c às seguintes reflexões:

1) uma particip~ção su no comércio externo e essen1 um país sem carvão ne~ peti pena de sacrificar demasiado de vida de seus habita~tes pel sibilidade de comprar esses a..

2) A existência de u 'a mercante nacional, co~rando 1 moeda de país, é cruCial p~r9 divisas que podem ser _?tllu compra de petróleo e carvao pz número.

3) Embora o solo do I carvão nem _petró~eo P_?SS~ ~ uma populaçao mawr, nao _e cc te correr o risco de possm-~a_, certo limite, se a sl!a P!lrtlCll comércio exterior nao for, de facultar a compra de petroleo vão na quantidade adequada.

FATOR ENERGIA ELÉT~ A reserva potencial de energt, Zétrica do mundo é . de 500 m cavalos. Tudo isto captado e por u:qJ..a hum:::_nidade de . u mais de 2 bilhoes de habita

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.FICO

!essa, em tempo de paz, pela con­de mercados externos. o quadro seguinte é uma tenta­

~ classificação da economia das , de acôrdo com sua posição no !io exterior e pela participação ai específica nesse comércio,

articipação no comércio exterior

Observações

\Íses com carvão, densamente povoados, grandemente índustrializados, econômicamente maduros, de bom padrão de vida, necessitando alimentos e matérias primas do exterior, para sobreviverem nessas con­dições

íses sem carvão, grandemente eletrificados, de ndústria especializada em qualidade, população noderada, de alto padrão de vida, necessitando llimentos e matérias primas para completar sua IUbsistência e alimentar a indústria

lses novos, de grande futuro, com enormes recursos 1aturais, em início de estágio industrial, com alto mdrão de vida, com excesso de produção de alimentos ' produtos naturais. População escassa

ses com carvão, densamente povoados, grandemente !ldustria lizados, de alto padrão de vida com auto­mficiência a limentar e industrial em grande parte m idade econômica madura

3es esca.ssame~te povoados, muito pouco indus~ ·ializados, de padrão de vida regular e bom, necessi­mdo bens manufa turados do exterior e exportando rande quantidade de alimentos ou matérias primas

1es excessivamente povoados, de padrão de vida 1ixo, necessitando importação de alimentos (Japão) J manufaturas (Java) para sobreviverem

les regularmente povoados , semi-industrializados m combustível mineral, exportando alimentos, atérias primas ou manufaturadas para poder mprá-lo. Padrão de vida de médio a baixo

es cujo excesso de população não lhes permite poder compra apreciável no comércio exterior por ea­

!lcia de excedentes. Padrão de vida mais baixo mundo

com autCHJuficiência econômica quase perfeita; · 1do em vista o padrão de vida que é regular e que possível manter sem apêlo ao comércio exterior

::>m exceção da Rússia, e por lutam por um lugar melhor_

)s países mais industrializados tiores recursos técnicos têm lo, mediante produtos sinté­igos que usualmente importa­países tropicais ou semi-colo­o do salitre, borracha, etc. l, a nossa promoção do 20.0 a o 10.0

, por exemplo, na lista ipação no comércio exterior, Lmente difícil, possível talvez, :o vá vel. Ainda assim, em vez lparmos com 1,3% dêste co-

RESENHA E OPINIOES 715

mércio, passaríamos a fazê-lo com 2,3. Atualmente, 1% do comércio exterior representa 450 milhões de dólares de negócios, e 2,3% seriam um pouco mais de 1 bilhão de dólares . Mas se nossa promoção ocorresse, quando aumenta­do o comércio exterior do mundo, 1% dêle seria então o representado por 500, 600 ou 700 milhões de dólares. Estas ci­fras e considerações indicam não ser prudente basear nossas transações fu­turas, em quantia superior a 1 500 mi­lhões de dólares, atualmente realizado por nações como o Canadá e o Japão, que ocupam o 5.0 ou 6.0 lugar no citado comércio.

Voltando agora, à quota calculada acima, entre' 24 dólares e 40 dólares para nossa participação específica no comércio exterior, capaz de nos pro­porcionar a quantidade de petróleo e carvão indispensáveis a· um padrão de vida decente , encontramos, por divisão, os limites superior e inferior da popu­lação possível, de acôrdo com êsse cri­tério:

1 500 000 000

24

1 500 000 000

40

62 500 000

41 500 000

Essas meras estimativas dão lugar às seguintes reflexões:

1) Uma participação substancial no comércio externo é essencial para um país sem carvão nem petróleo, sob pena de sacrificar demasiado o padrão de vida de seus habitantes pela impos­sibilidade de comprar êsses artigos.

2) A existência de u'a marinha mercante nacional, cobrando fretes em moeda de país, é crucial porque libera divisas que podem ser utilizadas na compra de petróleo e carvão para maior número.

3) Embora o solo do país sem carvão nem petróleo possa alimentar uma população maior, não é convenien­te correr o risco de possuí-la, além de certo limite, se a sua participação no comércio exterior não fôr de molde a facultar a compra de petróleo e de car­vão na quantidade adequada.

FATOR ENERGIA ELÉTRICA: -A reserva potencial de energia hidroe·­létrica do mundo é. de 500 milhões de cavalos. Tudo isto captado e utilizado por Uql.a humanidade de um pouco mais de 2 bilhões de habitantes, po-

pulação atual, conduziria a uma quota, per capita, de 1 000 kilowatts-hora e­quivalente à de alguns países de alto padrão de vida, como a Inglaterra; re­presentando, entretanto, 30 % apenas do que recebem o norueguês ou cana­dense médios, povos que, especifica­mente consomem maior quantidade de eletricidade. Dêste total, apenas 11 %, em todo o mundo se acha captado; is­to é, cêrca de 55 milhões de HP, hidro­elétricos são utilizados, dos quais 22 milhões na Europa altamente indus­trializada, 9 milhões nos EE. UU. orien­tais, 4 milhões no Japão, 4 milhões nos EE. UU. ocidentais, e 16 milhões no resto do mundo, do qual cêrca de um milhão no Brasil. A distribuiçã:o da energia hidráulica potencial se faz, de p;-eferência, pelas regiões tropicais, que encerram cêrca de 60 % da energia mundial. Só a bacia do rio Congo de­tém 25 % de tôda a energia hidráulica potencial do mundo. O continente afri­cano totaliza 40 %, a América do Sul 12%, dos ·quais entre 4 a 6% no Brasil, 7% na índia e 4% na Malásia.

Entretanto, enquanto o hemisfério norte tem captado 98% da energia hi­dráulica utilizada no mundo, até o pre­sente momento, o hemisfério sul ape­nas tem 2%, dos quais 1,3% no Brasil.

~s vantagens da energia elétrica são, principalmente, inexauribilidade, divisibilidade, limpeza das instalações. São desvant"agens, a impossibilidade de acumulação nas horas de procura pe­quena, para transferi-la para as horas de grande procura.

O potencial hidroelétrico do Bra­sil tem sido avaliado, em estiagem mí­nima, e sem transposições de vales, em 15 milhões de kW.

Tirando-se, em futuro, mais ou me­nos remoto, todo o proveito possível do relêvo e de nossas abundantes preci­pitações pluviais, aproveitaremos, tal­vez, 25 milhões de kilowatts.

De outro lado, sem carvão nem pe·­tróleo, necessitaremos de uma quota anual excepcionalmente alta de ener­gia elétrica, digamos 2 000 quilowatts­-hora, per capita, intermediária entre a quota do canadense, 2 830 kW e a do suíço, de 1 680 kW. Se se admite a uti­lização total dessa energia, com fator de carga de 60% , verifica-se que, nessas condições, essa quantidade de energia será suficiente para 25 000 OOO x 24x360X0,62

2 000 de habitantes.

64 800 000

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716 BOLETIM GEOGRAFICO

RESUMO: - O quadro seguinte resume as estimativas anteriores, de acôrdo com os vários critérios escolhi­dos, e dá lugar às reflexões do pará­grafo final.

Capacidade de população do Brasil

CRITÉRIOS ADOTADOS

Extensão territorial . . Pluviosirlade ... .. . . Temperatura ......... . Capacidade alimentar

dos solos ........... . Tendên cia das atuais

densidade& demográ-ficas ............... .

Capacidade de compras externas de combus-tiveis minerais . . ... .

D isponibilida d e de energia elétrica em quota específica ade­quada

População milhões de Observações habitantes

390,0 180.0 106,0

144,0

98, 1

62,5 Comércio exterior feito com bandeira brasi-

ou letra. 41,5 Idem, idem, com ban-

deira estrangeira.

64,8

REFLEXõES: - Conélui o Prof. Glycon de Paiva :

1 - Um padrão de vida decente, no Br_asil, será incompatível com po­pulaçao densa, enquanto não aprovei­tarmos carvão e petróleo brasileiros em quantidades substanciais.

2 - A existência de u 'a marinha mercante de longo curso, cobrando fre­tes de importação em moeda nacional é fator de relevância, porque sua exis~ tência está diretamente ligada ao porte de nosso trem de vida.

3 - A eletrificação do país, e a venda de eletricidade a preço vil, é uma das condições áe sobrevivência econô­mica do Brasil, sem degradação maior de padrão de vida.

. . 4 --:- ~á passou a fase de imigração mdzscrzmmada em quantidade, porque a cêpa brasileira existente é suficiente por crescimento reprodutivo para pre~ en_cher nossa capacidade de ' população. Nao precisamos de mais homens senão de mais energia por homem; máis car­vão, mais petróleo e mais kilowatts­hora. Importa trocar a imigração em quantidade pela imigração em qualida­de; isto é, substituir o contingente de população agrícola, tecnicamente atra­sada, dos 110vos mediterrâneos, pelos agricultores e criadores da Suíça, Ale-

manha, Holanda, Dinamarca, Suécia e Finlândia, muito ·mais adiantados; as­sim como de contramestres, mecânicos e operários especializados das regiões industriais da Europa Oriental .

5 - A aplicação de capitais es­trangeiros, no Brasil, é muito conve­niente, desde que não seja esquecida a necessidade de sua remuneração, ~ qual exige exportação de dividendos em moeda estrangeira, que, em caso al­gum, deve ser retirada do montante do comércio exterior preexist~nte. Por ou­tras palavras, os campos ae aplicação dessas inversões alienígenas devem ob­jetivar:

a ) produção de bens e serviços que promovam exportação de novos ar­tigos ou aumento de valor unitário de exportação dos artigos já comerciados;

b) produção de bens e serviços que signifiquem não importação de ar­tigos ou redução de valor unitário dos importados.

A industrialização de matérias pri­mas, previamente exportadas sob essa forma, é abrangida no primeiro caso; a instalação de usinas de transformação de matérias primas estrangeiras em nosso país, acha-se compreendida no caso (b).

Já a produção de bens de consu­mo interno, com matérias primas, e­nergia e mão de obra do país , não de­ve ser feita por capital absenteísta, porque a exportação de dividendos, pa­ra remunerá-lo, só pode ser realizada à custa das nossas escassas possibili­dades de comércio exterior, já exaus­tivamente empenhado na compra de combustíveis.

6- Em vez de exalçar, imoderada­mente, nossas possibilidades, seria con­veniente uma divulgação mais realista da fraqueza estrutural de nossa econo­m i a. O conhecimento seguro dos dados é premissa indispensável de qualquer construção sólida.

7 - Nosso modêlo a atingir deve ser uma economia intermediária entre a França e a Suécia e nunca os EE. UU. com condições naturais totalmente di­versas das nossas. De outro lado um excesso de população nos lançará,' sem dúvida, na situação da índia ou da China.

8 - U'a marinha mercante nacio­nal é o meio de procurar mercado pa­ra nossas exportações e de comprar onde nos convier.

9 - O aproveitamento total de energia hidroelétrica é o único meio

RES

de compensar nossa extrema em combustíveis minerais.

1)

2)

3) 4)

5)

Literatura consultada

Economic Geography -Jones. Géographie Économique -Kergomard. Mineral Yearbook - 1940 . Brasil 1942- Publicação d tério das Relações E~terio soil conservation - H. Bt

Glycon de F

Oeste matogrossense

Por pouco o rio Paraguai . teiramente espanhol, durante c em que os dois povos ibéricos 1 nhavam em conquistas no co sul americano. E' bem verdadt o português Aleixo Garcia o branco a chegar às águas do I no ano de 1526, partindo de Sã te no litoral paulista e cruzand daloso Paraná próximo das c das Sete Quedas, após peramb· ras paranaenses irrigadas pele Tibaji e !vai.

O ponto atingido por Garc Paraguai foi, mais ou menos, : nias de Albuquerque, ao sul de bá, onde recrutou cêrca de dois de silvícolas e embarafustou Chaco, chegando a alcançar a c ra andina. Do ousado explora• mais se soube, sendo provável sido morto pelos selvagens . To< cou a lenda de que êle havia a do muita prata . Essa lenda ch ouvidos de Sebastião Cabôto, e a mudança do nome do rio s, rio da Prata, por haver Cabô1 gando pelo rio Paraná, adquir: zas de plata" dos índios que ll raram serem elas trazidas do I infortunado e valoroso Aleixo Corria o ano de 1528.

A ação ousada do expl~r~ tano não teve resultado prat11 je já tem cambiantes de cois tada mas o certo é que alertot ção dos espanhóis para aquel gens.

Fôsse à caça de riquezas o cura de um caminho para o fato é que o adelantado D. Pec doza despachou, em 1536, João las em exploração pele rio : acima. Quiçá embalado •por SI

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FICO

~. Holanda, Dinamarca, Suécia e dia, muito ·mais adiantados; as­mo de contramestres, mecânicos 'árias especializados das regiões ·iais da Europa Oriental. - A aplicação de capitais es­lros, no Brasil, é muito couve-

desde que não seja esquecida ssidade de sua remuneração, fi. :ige exportação de dividendos em estrangeira, que, em caso al­

eve ser retirada do montante do io exterior preexist~nte. Por ou­Ja vras, os campos a e aplicação inversões alienígenas devem ob-

produção de bens e serviços movam exportação de novos ar-1 aumento de valor unitário de ção dos artigos já comerciados; produção de bens e serviços

lifiquem não importação de ar­' redução de valor unitário dos dos. 1dustrialização de matérias pri­eviamente exportadas sob essa ~ abrangida no primeiro caso; a ão de usinas de transformação érias primas estrangeiras em ais, acha-se compreendida no

1 produção de bens de consu­rno, com matérias primas, e-mão de obra do país, não de­

feita por capital absenteísta, L exportação de dividendos, pa­.nerá-lo, só pode ser realizada das nossas escassas possibili­

~ comércio exterior, já exaus­Ge empenhado na compra de iveis. Em vez de exalçar, imoderada­.ossas possibilidades, seria con-uma divulgação mais realista

eza estrutural de nossa econo­onhecimento seguro dos dados ;sa indispensável de qualquer io sólida. ·Nosso modêlo a atingir deve economia intermediária entre e a Suécia e nunca os EE. uu.

iições naturais totalmente di­~s nossas. De outro lado, um !e população nos lançará, sem 1a situação da índia ou da

U'a marinha mercante nacio­!leio de procurar mercado pa­s exportações e de comprar convier. O aproveitamento total de

tidroelétrica é o único meio

RESENHA E OPINiõES 717

de compensar nossa extrema pobreza em combustíveis minerais.

Literatura consultada

1) Economic Geography - Clarence Jones.

2) Géographie Économique - J . G. Kergomard.

3) ~ineral Yearbook - 1940. 4) Brasil, 1942- Publicação do Minis­

tério das Relações Exteriores. 5) Soil Conservation - H. Bennett.

Glycon de Paiva . Oeste matogrossense

. Por pouco o rio Paraguai seria in­teiramente espanhol, durante o período em que os dois povos ibéricos se empe­nhavam em conquistas no continente sul americano. E' bem verdade que foi o português Aleixo Garcia o primeiro branco a chegar às águas do Paraguai, no ano de 1526, partindo de São Vicen­te no litoral paulista e cruzando o cau­daloso Paraná próximo das cataratas das Sete Quedas, após perambular ter­ras paranaenses irrigadas pelo Cinzas, Tibaji e Ivai.

O ponto atingido por Garcia no rio Paraguai foi, mais ou menos, as serra­nias de Albuquerque, ao sul de Corum­bá, onde recrutou cêrca de dois milhares de silvícolas e embarafustou-se pelo Chaco, chegando a alcançar a cordilhei­ra andina. Do ousado explorador nada mais se soube, sendo provável que haja sido morto pelos selvagens . Todavia, fi­cou a lenda de que êle havia arrecada­do muita prata. Essa lenda chegou aos ouvidos de Sebastião Cabôto, e motivou a mudança do nome do rio Sólis para rio da Prata, por haver Cabôto, nave­gando pelo rio Paraná, adquirido "pie­zas de plata" dos índios que lhe decla­raram serem elas trazidas do Peru pelo infortunado e valoroso Aleixo Garcia. Corria o ano de 1528.

A ação ousada do explorador lusi­tano não teve resultado prático e ho­je já tem cambiantes de coisa inven­tada, mas o certo é que alertou a aten­ção dos espanhóis para aquelas para­gens.

Fôsse à caça de riquezas ou à pro­cura de um caminho para o Peru, o fato é que o adelantado D. Pedro Men­doza despachou, em 1536, João de Ayo­las em exploração pelo rio Paraguai acima. Quiçá embalado <por sonhos de

riqueza, Ayolas seguiu as pegadas de A;leixo Garcia através do Chaco até encontrar o mesmo fim nas mãos do gentio.

Apesar do malôgro desta expedi­ção, os "adelantados" em Assunção não perderam a vontade de abrir um cami­nho terrestre que lhes permitisse uma ligação com seus irmãos, no Peru. As­sim, Domingo Martinez de !rala, su­cessor de Ayolas, e D. Alvaro Nunes Cabeza de Vacca remontaram o Para­guai e ao atingir a lagoa Gaiba infle­tem para oeste e atingem o planalto de Chiquitos. Coube, todavia, a !rala a glória de chegar às raias do Peru, súbindo o Paraguai, marchando por terra através do planalto chiquitano e navegando o rio Grande . Foi êle o abridor da rota que poderia entregar à coroa de Espanha todo o -rio Paraguai. Havia necessidade de um agrupamen­to de população no Pantanal, conheci­do naquela época por Xaraies, onde certamente seria levantado um forte. E para isso foi despachado Nuflo Cha­ves com apreciável expedição. Não ven­do nenhum futuro nas margens alaga­diças do Xaraies, resolveu por sua ccn­ta criar uma "gobernacion" nos con­fins do Paraguai com o Alto Peru . Nas­ceu dêste modo Santa Cruz de la Sier­ra, que prosperou, apesar de perma­necer completamente insulada durante quatro séculos. Sàmente agora, quando ficar concltiida a Estrada de Ferro Bra­sil-Bolívia, será ligada ao pôrto de . Santos por via férrea e, pelo rio Para­guai, a Buenos Aires.

Um êrro geralmente não vem sà­zinho . Era natural que o novo agru­pamento ficasse na dependênci~ do govêrno do Paraguai, mas isso não su­cedeu e as comunicações através do planalto chiquitano foram esquecidas.

Em princípios do século XVIII os jesuítas, por ordem de Assunção, ten­taram restabelecer a comunicação e fundar povoações, mas já era muito tarde. Nada adiantou o diploma que transferiu a província de Chiquitos do govêrno do Peru para o do vice-reina! do do Prata. Isto porque, em Mato Grosso, governava o capitão-general Luís Albuquerque A. Melo Eereira e Cáceres cuja visão política e estatura moral jogou por terra a pretensão cas­telhana.

Mas não vamos tumultuar os fatos. Devemos antes de prosseguir dizer, que, por volta de 1648, o bandeirante número um, Antônio Rapôso Tavares, perambulou por aquelas paragens, re­montando o Paraguai e arrasando os

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718 BOLETIM GEOGRA:FICO

povoados castelhanos de Xerez, S. Iná­cio, S. Cruz de Bolanos e N. S. da Fé . Afirma-se que chegou a lavar as mãos no Pacífico, por fim retornando ao Amazonas.

Na alheta de Rapôso Tavares vão outros na caça do índio, do ouro e das pedras, seguindo todos a rota histórica Tietê - Paraná - Pardo - Anhan­dui - Aquidauana -Miranda - Pa­raguai. E seguindo esse itinerario Pas­coal Moreira Cabral encontrou ouro à flúx , no local onde hoje se assenta a vetusta Cuiabá. Essa descoberta dá origem, a 8 de abril de 1719, ao nasci­mento do arraial nas lavras de Miguel Sutil, donde o ouro em nódulos ou pe­pitas era apanhado em abundância nas raizes das ervas arrancadas. Cuia­bá tornou-se um pólo de atração à gente de Piratininga e um marco de posse inabalável, irremovível da gente lusitana. E', no dizer de Pedro Moura, uma das pedras angulares da unidade nacional.

O caminho para a côrte continuou sendo pelo Pardp e Tietê, mas foram abertas comunicações com o Amazonas através do Madeira e do Tapajós e quando foram descobertas as minas dos Guaianases, em Goiás, na sêde do ouro foi aberta uma estrada para esta cida­de, no sentido oeste-leste a partir de Cuiabá .

Apesar disso tudo os espanhóis não perdiam a esperança de ficar na posse do rio Paraguai, mas Luís Albuquerque deu-lhes o golpe mortal fundando Co­rumbá (ex-Albuquerque) e levantando os fortes Príncipe da Beira, no Guapo­ré e Coimbra, no Paraguai, barrando a marcha dos invasores quer viessem do poente como do sul.

O de Coimbra foi construido em 1801 pelo tenente-coronel Ricardo Franco de Almeida Serra e por êle mesmo defendido, no mesmo ano, con­tra a investida de D. Lazaro de Rivera Espinosa. O bravo engenheiro obrigou ao atacante bater em retirada, lutando valentemente sob a divisa : repelir o inimigo ou sepultar-se debaixo das ruí­nas do forte que nos foi confiado.

. Por tudo quanto dissemos podemos concluir : o rio Paraguai é nosso, em ambas as margens, da cabeceira até a baía Negra , porque:

1. 0 ) - Nuflo Chaves resolveu ir fundar Santa Cruz de la Sierra ao in­vés de estabelecer essà forte povoação nas barrancas do Paraguai; ,.

2.0 ) - A Côrte deliberou ficar San­ta Cruz sob a administração do govêrno do Peru; ·

3.0 ) - Rapôso Tavares arrasou os nucleos de população da província de Chiquitos;

4.0 ) - Pascoal Moreira Cabral fun­dou Cuiabá, cujo ouro atraiu bastante gente e permitiu á união do norte do país com o sul;

5.0 ) - Luís Albuquerque fundou Corumbá e trancou o Paraguai com o forte de Coimbra, impedindo fôssem restabelecidas as ligações do Peru com o Prata.

Em 1864, Solano Lopes leva sua gente até Corumbá que lá permanece por muito tempo . Mato Grosso · estava sem defesa, pois suas comunicações com o litoral eram feitas quase que ex­clusivamente por via fluvial passando pelo rio da Prata, Restava-nos o itine­rário histórico do Tietê e a precarís­sima comunicação por Campinas e U­beraba, por onde veio a coluna que , com Camisão à frente, escreveu a epopéia da Laguna.

A guerra terminou em 1870, mas só em 1914 - 44 anos depois foi aberto o tráfego pela atual Noroeste do Bra­sil, entre Bauru, em São Paulo e Pôrto Esperança, às margens do Paraguai.

Estamos em 1949 e a ferrovia, após 35 anos de uso continuado, ainda não está em condições de atender ao seu tríplice papel: estratégico, internacio­nal e econômico .

Há ainda muito que fazer, em to­dos os setores administrativos, para fi­carmos seguros de que o que Luís Al­buquerque nos deu ninguém mais nos tirará.

Lima Figueiredo

..... Concorra para qne o Brasil seja geogrAficamente bem apresentado, enviando ao Conselho Nacional de Geografia Informações e mapas que possam ser de utilidade à nova edição

da Carta Geogrática do Brasil ao Milionésimo, qne o Conselho está elaborando.

Contribuição ao ensino

Pequeno Glossárit

Boulder ou matacão - sã forma de casca de cebola (del pelos efeitos térmicos acampar lhor prova é que as capas con tas.

Canga - têrmo regional E' uma abreviação de tapanho 1 - canga comercial de baixo nos fornos de carvão de lenh misturada com argila e areias fornos a carvão vegetal.

·chapada residual - é urr ponto de vista morfológico a e Na peneplanície do nordeste b arenitos cretáceos que cobrem ' inteiramente desgastados pela temunhosl , ex: chapada do AI

Chistosidade - é a divisã gundo certos planos de tensão!

. A chistosidade pode ser dev11 atuam sôbre as rochas. Sõmen ção coincidem com os de chis

:Fig . 6

Nos planos de clivagam m( fàcilmente . Na explota~ão de quando se segue a direção da

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r tudo quanto dissemos podemos r: o rio Paraguai é nosso, em as margens, da cabeceira até a

egra, porque: ') - Nuflo Chaves resolveu ir Santa Cruz de la Sierra ao in­estabelecer essa forte povoação rrancas do Paraguai; ,. 1 - A Côrte deliberou ficar San­; sob a administração do govêrno u· , '_ Rapôso Tavares arrasou os de população da província de

os; - Pascoal Moreira Cabral fun­

iabá, cujo 9uro atraiu bastante permitiu a união do norte do

tn o sul; - Luís Albuquerque fundou

lá e trancou o Paraguai com o e Coimbra, impedindo fôssem ecidas as ligações do Peru com

1864, Solano Lopes leva sua té Corumbá que lá permanece .to tempo. Mato Grosso · estava fesa, pois suas comunicações toral eram feitas quase que ex­lente por via fluvial passando da Prata, Restava-nos o itine­

stórico do Tietê e a precarís­municação por Campinas e U­por onde veio a coluna que, com

à frente, escreveu a epopéia .na.

uerra terminou em 1870, mas 114 - 44 anos depois foi aberto o pela atual Noroeste do Bra­! Bauru, em São Paulo e Pôrto ;a, às margens do Paraguai. mos em 1949 e a ferrovia, após de uso continuado, ainda não condições de atender ao seu

papel: estratégico, internacio­mômico. Linda muito que fazer, em to­fores administrativos, para fi­,eguros de que o que Luís Al­.e nos deu ninguém mais nos

Lima Figueiredo

apresentado, enviando ao Conselho 1am ser de utilidade à nova edl~:ão lo está elaborando.

Contribuição ao ensino

Pequeno Glossário Geológico e Geomorfológico Prof. ANTÔNIO TEIXEIRA GUERRA

Da Secção Regional Norte do C. N. G. e Prof. da Faculdade Fluminense

de Filosofia

Boulder ou matacão - são bolª's de granito produzidas pela esfoliação em forma de casca de cebola (desagregação cortical), sendo geralmente originadas pelqs efeitos térmicos acompanhados dos fenômenos de hidratação. Aliás a me­lhor prova é que as capas concêntricas e&tão geralmente oxidadas e decompos­tas.

Canga - têrmo regional usado para as concreções ferruginosas no Brasil E' uma abreviação de tapanhoacanga (Vide: Laterito). Há dois tipos de canga: 1 - canga comercial de baixo teor em ferr<;> (menos de 50%), de redução fácil nos fornos de carvão de lenha; 2 - canga no sentido de rocha limonitizada misturada com argila e areias, sendo por conseguinte imprestável para os altos fornos a carvão vegetal.

Chapada residual - é um testemunho de forma tabular que identifica do ponto de vista morfológico a existência de um capeamento (Ver: Testemunho). Na peneplanície do nordeste brasileiro aparecem alguns exemplos de porções de arenitos cretáceos que cobrem o "escudo" (Ver: Pedestal) brasileiro, e hoje foram inteiramente desgastados pela erosão, deixando algumas chapadas residuais (tes­temunhos), ex: chapada do Apodi, do Araripe, etc .

Chistosidade - é a divisão das rochas estratificadas em lâminas finas se­gundo certos planos de tensão, que não coincidem com o planos de estratificação.

- A chistosidade pode ser devida às pressões temporárias ou permanentes que atuam sôbre as rochas. Somente em casos excepcionais os planos de estratifica­ção coincidem com os de chistosidade (Fig. 6) .

~. Flg . 6 - Formação da chistosidade

Nos planos de clivagem motivados pela chistosidade, a erosão trabalha mais fàcilmente . Na explotasão de uma pedreira o trabalho terá maior rendimento quando se segue a direção da clivagem.

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720 BOLETIM GEOGRAFICO

A chistosidade é uma propriedade geral das rochas metamórficas, daí o nome de "chistos cristalinos" . ·

Ciclo geológico - compreende-se como as três fases que afetam o relêvo da crosta terrestre: litogênese, orogênese e gliptogênese. Um ciclo geológico só está completamente realizado quando as 3 fases se processaram. Pode-se por exemplo ter várias fases de orogênese e de gliptogênese que constituem diversos ciclos de erosão, estando porém todos contidos dentro do mesmo ciclo geológico. A fase que assinala a existência cte um novo ciclo geológico é a litogênese. O quadro que damos abaixo facilita a compreensão:

1.0 ciclo de erosão

1.0 ciclo geológico 2.0 ciclo de erosão

3.0 ciclo de erosão

1.0 ciclo de erosão 2.0 ciclo geológico

2.0 ciclo de erosão

litogênese orogênese gliptogênese

orogênese gliptogênese

orogênese gliptogênese

litogênese oro gênese gliptogêrtese

orogênese gliptogênese

O estudo do ciclo geológico é mais importante para as áreas litorâneas, do que as situadas a grande distância do mar. Aliás as fases de litogênese, de oro­gênese e gliptogênese são indispensáveis para se compreender o deslocamento de linhas litorâneas . A morfologia litorânea oferece com mais freqüência a existência de ciclos geológicos por causa das variações existentes entre o nível dos oceanos e das terras, no decorrer das eras geológicas.

Conglomerados - são constituídos de seixos rolados agrupados por um ci­mento, constituindo um depósito consolidado. A natureza do cimento pode ser muito variada: ferruginosa, calcária, silicosa, argilosa, etc. Os conglomerados são geralmente formados de rochas muito heterogêneas.

Conglomerado de base - é uma formação detrítica grosseira, com seixos grandes, misturados com areias e conchas e que marca o comêço de uma invasão marinha . As pesquisas feitas pelo Prof . Bourcart na França acabam de revelar que êles são originados de um remeximento ("remaniement") do solo continen­tal, ao invés de terem sido trazidos pela transgressão das águas oceânicas.

Dunas - são montes de areia móveis depositada pela ação do vento domi­nante . A movimentação dos grãos de quartzo é constante, devido à ação do vento . 1l:ste deslocamento contínuo dos grãos lhe dá grande polimento . Quando estudados em microscópio binocular é fácil a ·observação dêsses fatos. O profes­sor André Cailleux estabeleceu estatisticamente uma porcentagem para distin­guir os depósitos de origem éolica, fluvial ou marinha, levando em conta a forma dos grãos de quartzo. Quanto à posição geográfica as duna~ podem ser : 1 -dunas marítimas - localizadas na borda dos litorais; 2 - dunas continentais - no interior dos continentes. As dunas marítimas também chamadas litorâ­neas podem alcançar grandes alturas, como as "Landes" francesas com cêrca cte 100 metros ou as do nordeste brasileiro . A grande mobilidade dos grãos dá origem aos famosos "ventos de areia" tão comuns nos desertos de Saara, Gobi, Atacama, etc.

O levantamento de um mapa topográfico numa região de dunas é muito difícil por causa do deslocamento contínuo das mesmas e da falta de linhas diretrizes do relêvo . O estudo da delimitação das áreas das dunas é de grande importância para a ocupação humana, pois do ponto de vista agro-pecuário são de um modo geral estéreis êstes solos.

CONT

Eustatismo - têrmo criad nível dos mares. Os moviment águas invadem as terras, taml tivos - quando as águas de a regressões marinha~. •

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FICO

rochas metamórficas, daí o nome

três fases que afetam o relêvo 'togênese. Um ciclo geológico só :es se processaram. Pode-se por ;ogênese que constituem diversos .entro do mesmo ciclo geológico . iclo geológico é a litogênese. O LO:

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CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO 721

Eustatismo - têrmo criado por Suess para designar .as variações lentas do nível dos mares. Os movimentos eustáticos podem ser: positivos - quando as águas invadem as terras, também chamados de transgressões marinhas; nega­tivos - quando as águas de afastam da linha litorânea, também denominados regressões marinhas.

O acúmulo de águas sôbre os contingentes na forma de gêlo, acarretou re­gressões marinhas importantes, no decorrer do quaternário, o que podemos cha­mar de eustatismo glacial. Há ainda um outro tipo de movimento de abaixamen­to ou soerguimento lento do fundo da bacia oceânica ocasionado pelo diastro­fismo, isto é, eustatismo de deformação lenta dos fundos oceânicos.

Hematita compacta - é o sesquióxido de ferro desidratado, maciço, com­pacto e sem clivagem. A hematita é encontrada nas rochas eruptivas, metamór­ficas e mesmo sedimentares . ftsse mineral é também conhecido pelos nomes de: hematita vermelha, ferro oligisto, especularita, etc.

Horizonte - é a diferenciação de côr, textura e de composição química das diversas camadas que compõem o solo (vide: Solo). Os diferentes horizontes reunidos constituem o que se chama perfil geológico do solo. (Fig. 1).

++t-++++++++ + +++++++++ + + + +++++++-t+ +-t +

Horizonft A

Horizonft 13

Horizonft C

(1Cothet. d•cort?J>o•fa. .)

'Rocha. Mafriz.

As· 1 - PE.RFIL GE.OL·o'GICO DO SO'Lo.

Itabirito, hematita laminada ou hematita micácea - rocha metamórfica, formada de lâminas finas alternadas com grãos de quartzo e palhêtas de ses­quióxido de ferro. E' uma rocha chistosa de côr vermelha contendo raramente um pouco de mica . Daí alguns autores preferirem o têrmo de hematita laminada ao de hematita micácea. O 'itabirito é um bom minério de ferro, podendo conter até 50% de teor metálico. Os seus maiores afloramentos encontram-s.e n0 es­tado de Minas Gerais, especialmente no município de Itabira, donde vem seu nome. No território do Amapá foram descobertas minas de itabirito no rio Vila Nova.

Lacuna estratigráfica ou hiato - é a falta de uma camada na série normal dos terrenos. Podemos ter dois tipos: 1 -Lacuna de sedimentação; 2 -Lacuna de erosão . No caso da figura 2, observamos que na parte direita do corte há uma lacuna, pois a camada II não está representada. Esta camada pode set sido depositada, porém posteriormente a erosão a carregou não deixando ves­tígios, como também pode nunca ter sido depositada.

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722 BOLETIM GEOGRAFICO

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FIG. 2 - LACUNA ESTRATIGRAFICA

Laterito - rocha ferruginosa que aparece nas regiões de climas intertropi­cais úmidos, resultante da alteração que se realiza em qualquer tipo de rocha. Esta alteração está ligada essencialmente ao clima, pouco importando a natu­rl!za da rocha. Do ponto de vista regional estas concreçQes são denominadas de "Canga" (no Brasil), "Bien-ho" (na Indochina Francesa) e de Bowé (têrmo Foula usado pelos geólogos africanos para a crosta de laterito) . A canga é de aspecto cavernoso, com alvéolos de côr vermelha, constituindo uma variedade da hematita. A palavra "canga" signi~ica um processo de formação, isto é, de de­composição de uma rocha, que com uma proporção maior de elementos ferríferos terá no clima tropical úmido o seu desenvolvimento acelerado. Quanto à distri­buição geográfica do laterito verificamos o seu aparecimento apenas na faixa intertropical de clima úmido, sendo inexistente nas outras partes do globo. No continente africano a, crosta ferruginosa (cuirasse) das savanas tem sido refe­rida por quase todos os geólogos que percorreram a região. Na Asia temos os trabalhos dos inglêses na índia e dos franceses na Indochina. No Brasil a crosta de canga aflora em grandes extensões nos chapadões do centro-oeste brasileiro. Na floresta amazônica, encontramos algumas vêzes blocos de laterito no meio . da floresta: em Teresinha (serra do Navio-Amapá) na estrada de Oiapoque e Clevelândia (em construção), etc. No nordeste do Brasil de clima semi-árido é mais difícil encontrarmos êste tipo de alteração. Aparece no entanto na Chapada do Araripe, bem como no litoral da Paraíba, no cabo Branco.

Os primeiros estudos referentes a êste tipo de alteração foram feitos em 1807 por F. Buchanan em Malaíala na índia, com material proveniente de um granito alterado. (Vide: Canga) .

Limonita - óxido de ferro hidratado, Fe20 32H20 , resultando da alteração da hematita, da pirita, da siderita ou de outros minérios de ferro. Pêso espe­cífico 3,7 a 4,0, dureza 5,5. E' composta de hidrato de ferro e 14% de M 20, geral­mente acompanhada de um pouco de sílica SiO". Seu aparecimento na super­fície do globo se verifica sob duas formas: crosta limonítica ou concreções de tamanhos muito variados. ·

. Litoral ou costa - é a faixa de terra emersa banhada pelo mar. Não se deve definir o litoral como a linha de contacto entre o relêvo terrestre e as águas oceânicas por causa da movimentação rítmica da água do mar - marés, vagas, correntes de maré etc. - o que ocasiona uma variação do nível das águas oceâ­nicas . De acôrdo com a topografia litorânea há vários tipos: falésias rias fjords, dalmatas, etc. ' ' '

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Meteorização - conjunto rocha acarretando modificaÇÕ{ logia consideramos de modo 1 gregação mecâ:_nica,_ desmo:ona: mica, dissoluçao, h1drataçao, __ e a alteração das rochas . Na c:1e1 rização como a transformaçao e o geomorfologista a decompo1 exodinâmicos, que transformaJ composta .

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as regiões de climas intertropi­iza em qualquer tipo de rocha. ma, pouco importando a natu­concreções são denominadas de Francesa) e de Bowé (têrmo

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anhada pelo mar. Não se deve o relêvo terrestre e as águas águ~ do mar - marés, vagas, ação do nível das águas oceâ­i , vários tipos: falésias, rias,

CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO 723

Meteorização - conjunto de fatôres exodinâmicos que intervêm sôbre uma rocha acarretando modificações de ordem mecânica e química. Na geomorfo­logia consideramos de modo mais amplo, englobando os fenômenos de desa­gregação mecânica, desmoronamentos, esmagamentos, atritos, decomposição quí­mica, dissolução, hidratação, etc. E' o complexo de fatôres que vão ocasionar a alteração das rochas . Na ciência dos solos alguns pedólogos encaram a meteo­rização como a transformação de rochas decompostas em solos. Para o geólogo e o geomorfologista a decomposição é c!).usada pela atuação dos diversos agentes exodinâmicos, que transformam a rocha inicial, numa rocha alterada ou de­composta .

Movimentos da costa - são as diferentes variações existentes entre o nível das terras e dos oceanos no decorrer da história física do globo . Estas variações podem ser explicadas de modos diversos segundo a corrente que adotamos: eusta­tistas ou epirogenistas . Agora surgiu mais uma a da "flexura continental" .

Plataforma continental- é o plamilto submerso que orla todos os continentes. O aspecto tqpográfico é de uma superfície quase plana cujos declives são pouco acentuados até a cota de 200 ms. Na morfologia submarina é nêle que encontra­mos o maior número de acidentes, pelo fato do efeito da erosão submarina. não se fazer sentir a grandes profundidades. (Fig. 3) .

A plataforma continental possui depósitos de origem ·continental, algumas vêzes grosseiros, que vão se tornando mais finos à medida que aumenta a pro­fundidade e se distancia da costa.

FIG. 3.

Pedestal - ("socle" ou "embasement" dos franceses) - é o escudo formado pelas rochas que afloraram desde o comêÇo da formação da crosta terrestre . As rochas que constituem o escudo brasileiro são o granito e o gnaisse, principal­mente. Elas pertencem ao arqueano e constituem o que Bran·ner denominou de "Complexo Cristalino Brasileiro".

Regressão marinha - é o afastamento, ou melhor, o abaixamento do nível das águas oceânicas . Por ocasião de um recuo das águas oceânicas haverá gran­des transformações na paisagem morfológica da zona costeira e do interior. Com o recuo das águas do mar pode haver o aparecimento de praias marinhas suspensas (terraços litorâneos)', variações nos níveis de base dos rios, retomadas de ero-são, etc. · '

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724 BOLETIM GEOGRAFICO

Do mesmo modo que as transgressões, as regressões marinhas podem ser explicadas pela evaporação da água do mar que foi se condensar sôbre o con­tinente e se solidificou dando grandes calotes no quaternário (eustatismo). Ou­tros procuram explicar as regressões pelos movimentos do solo - epirog·enismo. Há também os que as explicam como devidas à "flexura continental".

Relêvo dissecado - compreende-se em geomorfologia como sendo a ,parte emersa da crosta terrestre sulcada com grande vigor pela rêde hidrográfica. Esta dissecação da paisagem física de uma região pode estar ligada à erosão diferencial, às variações c;l.o nível do mar ou do regime cl~mático, à estrutura, à isostasia, etc. No Maciço Central francês, na região de Cevenes, há uma linda paisagem cuj a dissecação •teve início após os movimentos isostáticos começados no terciário. No sul do Piauí, os chapadões do Alto Parnaíba têm uma rêde hidrográfica encaixada mostrando a existência de vários ciclos de erosão, disse­cando a paisagem tabular.

Restinga ou flecha litorânea- é a faixa ou língua de areia depositada para­lelamente ao litoral, graças ao dinamismo destrutivo e construtivo das águas oceânicas. Êsses depósitos são feitos com apoio em pontos ou cabos que corou- " mente podem barrar uma série de pequenas lagoas como acontece no litoral do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul.

O problema da origem dêsses dEUJósitos litorâneos ainda é um pouco contro­vertido . Há três teorias principais : 1 - as correntes marinhas secundárias, 2 - influência do modelàdo do fundo do mar, sendo a praia formada nos limites da ação das vagas, 3 -o efeito das vagas de translação, e as correntes de marés . Do ponto de vista geomorfológico o litoral de restinga possui aspectos típicos como : faixas paralelas de depósitos sucessivos de areias, lagoas resultantes do represamento de antigas baías, pequeninas lagoas formadas entre as diferentes flechas de areias, dunas, resultantes do trabalho do vento sôbre a areia da restinga , formação de barras obliterando a foz de alguns rios, etc .

Rocha - é todo mineral ou conjunto de minerais que constituem o globo terrestre. Diversas classificações são propostas pelos geólogos e mineralogistas segundo a consideração da natureza da composição química (especialmente ado­tada pelos norte-americanos), da textura ou ainda da sua gênese . A classificação mais corrente é esta última, segundo a qual as rochas se dividem em três gran­des grupos: 1 -Eruptivas. 2 - Sedimentares, 3 - Metamórficas.

Rocha matriz ou rocha "sã" - é aquela onde os elementos originais ou primitivos não sofreram transformações motivadas pela meteori'zação. Nos cli­mas intertropicais úmidos as rochas são mais fàcilmente atacadas, que nos climas secos ou semi-áridos onde a mateorização não tem o mesmo poder para modificá -las .

Solo- é a camada de rocha decomposta possuidora de uma vida microbiana . Esta definição não é aceita com grande facilidade pelos diferentes especialistas. Assim, os geólogos denominam indistintamente de solo, tanto as rochas decom­postas, como ao solo pràpriamente dito dos pedólogos. Segundo o processo ge­nético os solos podem ser : autóctones - formados uniqamente de elementos pro­venientes da rocha matriz ; aloctones, os que receberam elementos exógenos. Os do primeiro tipo são também denominados de: eluviais, residuais ou de origem local; e os segundos são ainda denominados de coluviais, sendo algumas vêzes confundidos com os aluviais e eólios.

Terraço - é uma superfície horizontal ou levemente inclinada, constituída por depósitos sedimentares, ou melhor uma superfície topográfica modelada pela erosão fluvial ou marinha" e limitada por dois declives do mesmo sentido . · E' por conseguinte uma banqueta ou patamar interrompendo um declive contínuo. Os terraços aparecem com mais freqüência ao longo dos rios (Fig. 4) ou ainda na borda das lagoas, lagos ou mesmo no que podem estar em função de um nível de base geral (nível dos oceanos) , um nível de base local, ou ainda em função de variações climáticas . Na sucessão de níveis de terraços, preferimos denomi­nar de "leito maior" a banqueta que periàdicamente está sujeita a invasão por parte das águas do rio . Podemos definir os terraços marinhos como um depósito sedimentar, ou uma superfície modelada pela erosão marinha, situada atualmente acima do nível do oceano . 1!:stes terraços atestam variações do nível dos oceanos

CONT

no tempo sendo geralmente ex fológicos . Na figura 5 represent1 pelo general La Mothe e Deper

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regressões marinhas podem ser ~ foi se condensar sôbre o con­' quaternário (eustatismo). Ou­nentos do solo - epirog·enismo. "flexura continental".

norfologia como sendo a ,parte ~ vigor pela rêde hidrográfica. ião pode estar ligada à erosão regime climático, à estrutura, à gião de Cevenes, há uma linda lvimentos isostáticos começados

Alto Parnaíba têm uma rêde e vários ciclos de erosão, disse-

ingua de areia depositada para­:utivo e construtivo das águas ~m pontos ou cabos que comu- " as como acontece no litoral do

neos ainda é um pouco contro­'entes marinhas secundárias, 2 io a praia formada nos limites ilação, e as correntes de marés . estinga possui aspectos típicos ~ areias, lagoas resultantes do > formadas entre as diferentes to do vento sôbre a arefa da !e alguns rios, etc.

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' emente inclinada, constituída cie topográfica modelada pela ·ves do mesmo sentido. · E' por ndo um declive contínuo. Os ios rios (Fig. 4) ou ainda na estar ·em função de um nível se local, ou ainda em função terraços, preferimos denomi­te está sujeita a invasão por i marinhos como um depósito marinha, situada atualmente

ariações do nível dos oceanos

CONTRIBUIÇÃO AO ENSINO 725

no tempo sendo geralmente explicados por testemunhos geológicos ou geomor­fológicos . Na figura 5 representamos os diferentes níveis de terraços estabelecidos pelo general La Mothe e Deperet :

I - Sicialo - 80 a II - Milazziano ~ 55 a

III - Tirreniano - 30 a IV - Monasteriano - 18 a V - Flandriano - 2 a

100 ms. 60 ms. 35 ms. 20 ms.

6 ms.

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FIG. 4-TERRAifOS FLUVIAIS

1- RUTtiRA DE DECLIVE

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~stes depósitos marinhos são muito importantes para o estudo da morfo­logia costeira e a verificação dos diferentes níveis ocupados pelo mar no de­correr da história física da Terra.

Fi~·. 5 - NIVEIS DE TERRAÇOS MARINHOS

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726 BOLETIM GEOGRAFICO

Transgressão marinha - denomina-se à invasão da zona costeira pelas águas oceânicas, causadas pela variação do nível entre águas e terras. As trans­gressões marinhas ocorridas no quaternário são as mais conhecidas. A explica­ção mais generalizada é que elas são ocasionadas pela ·fusão dos gelos acumu­lados sôbre os continentes (eustatismo).

Vales submarinos ou "canyons" submarinos- sulcos existentes na plataforma continental. Algumas vêzes êstes rios submersos penetram a mais de 3 000 metros de profundidade, como o encontrado diante da foz do rio Congo. Diversas teorias procuram explicar êste importante acidente da morfologia submarina. Alguns acreditam que êstes vales foram cavados por ocasião das regressões .ma­rinhas (eustatistas); outros, que se tratem de falhas perpendiculares ao litoral, há ainda o que acham que os pequenos sulcos tenham sido cavados pela própria erosão marinha. O Prof. Jacques Bourcart, criou a teoria da "Flexura continental" para a explicação dêsses vales e dos terraços marinhos. Segundo êste autor êstes vales são cavados pela erosão fluvial e posteriormente foram submersos graças a um movimento de flexura da borda do litoral. Um dos argumentos mais im­portantes é o das "rias" e meandros encaixados submersos existentes na região da Bretanha (noroeste da França) , pois somente a erosão fluvial poderia t,er cavado êstes meandros.

..... :ll:ste "Boletim",' a "Revista Brasileira de Geografia" e as obras da "Biblioteca Geográfica Brasileira" encontram-se à venda nas principais livrarias do pais e na Secretaria Geral

do Conselho Nacional de Geografia - Avenida Beira-l'tlar n.o 436 - Edifício Iguagu - Rio de Janeiro, D. F .

Nc

PRESID1tNCIA DA REP"CBLI

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEI E ESTAT1STICA

X sessão ordinária das Assembléias ' C .N.G. e C .N.E .

SUA REALIZAÇÃO :eSTE M:eS CAPITAL - SOLENIDADES DE I : ÇAO E ENCERRAMENTO DO CER' DISCURSOS PROFERIDOS - O REJ DA SECRETARIA-GERAL DO CC NACIONAL DE GEOGRAFIA- RES< APROVADAS - O Conselho Nacional grafia e o Conselho Nacional de E acabam d e levar a efeito nesta cap sessão ordinária das suas Assembléü as quais : como se sabe, se reúnem I mente em julho de cada ano, tendo, to, por circunstâncias de fôrça ma transferidas em 1950 para o corrent

Estas Assembléias, cujos trabalho longaram p elo espaço de d ez dias , fur sob a presidência do embaixador Jo de Macedo Soares, presidente do In• contaram com a participação d e m en órgãos centrais das alas geográfica e ca constituindo a representação fede1 legados dos estados e territórios .

A solenidade de instalaçã o dos de ambas as Assembléias, r ealizou-s 2, no salão nobre do Instituto Hi Geográfico Brasileiro, discursando m além do embaixador José Carlos d< Soares na qualidade de presidente d. e do Í.B.G.E., os s eguintes delegado nheiro Flávio Vieira, •representante < tério da Viação, que falo'! em nome selho Nacional de Geografia, saudand colegas dos esta dos e dos t erritórios, e bastião Santana e Silva, como inté1 delegação federal do C. N . E., dirigir tica saudação aos r epresentantes es l territoria is da al a estatística. Em menta fizeram uso d a palavra os p1 Bueno' d e Azevedo Filho, d e São Paul quim Ribeiro da Cost a, d e Minas Ger gados. às Assembléias Gerais do C C .N.E. , respectivamente.

Após a s essão de instalação con Assembléias Gerais dos órg ãos con do I.B.G.E. passaram a funcion ar 1 mente tomando no decorrer das suas conhecimento dos r elatórios das. 1 geográficas e estatlstica.s nos âm~?tto: estadual e nos t erritóriOs; exammar vés d as suas comissões especializada cutindo em plenário as questões cons agendas ou oferecidas à sua considE curso dos trabalhos.

'Paralelamente aos trabalhos da A do C .N.G., houve duas palestras, um1 ciada pelo professor Allrio de Matof pelo professor Fábio de Macedo So1 marães.

Durante a reunião realizaram-! virias visitas de interêsse geográfi

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co

•asão da zona costeira pelas ntre águas e terras. As trans­: mais conhecidas. A explica­pela -fusão dos gelos acumu-

ulcos existentes na plataforma 1etram a mais de 3 000 metros foz do rio Congo . Diversas

te da morfologia submarina. )r ocasião das regressões .ma­.as perpendiculares ao litoral, am sido cavados pela própria !Oria da "Flexura continental" hos. Segundo êste autor êstes ente fora~ submersos graças Tm dos argumentos mais im­,bmersos existentes na região a erosão fluvial poderia ter

s obras da "Biblioteca Geogrãfiea .as do país e na Secretaria Geral 0 436 - Edifício lguagu - Rio

Nóticiário

Capital

PRESID~NCIA DA REP()BLICA

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA

X sessão ordinária das Assembléias Gerais do C.N.G. e C.N.E.

SUA REALIZAÇÃO 1l:STE M1l:S NESTA CAPITAL - SOLENIDADES DE INSTALA­ÇÃO E ENCERRAMENTO DO CERTAME -DISCURSOS PROFERIDOS - O RELATóRIO DA SECRETARIA-GERAL DO CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA - RESOLUÇõES APROVADAS - O Conselho Nacional de Geo­grafia e o Conselho Nacional de Estatlstica acabam de levar a efeito nesta capital a X · sessão ordinária das suas Assembléias Gerais, as quais, como se sabe, se reúnem praxativa­mente em julho de cada ano, t endo, entretan­to, por circunstâncias de fôrça maior, sido transferidas em 1950 para o corrente mês.

Estas Assembléias, cujos trabalhos se pro­longaram pelo espaço de dez dias, funcionaram sob a presidência do embaixador José Carlos de Macedo Soares, presidente do Instituto, e contaram com a participação de membros dos órgãos centrais das alas geográfica e estatlsti­ca, constituindo a representação federal , e de­legados dos estados e territórios.

A solenidade de instalação dos trabalhos de ambas as Assembléias , realizou-se no dia 2, no salão nobre do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, discursando na ocasião, além do embaixador José Carlos de Macedo Soares, na qualidade de presidente da reunião e do I.B.G.E., os seguintes delegados: enge­nheiro Flávio Vieira, ·representante do Minis­tério da Viação, que falou em nome do Con­selho Nacional de Geografia, saudando os seus colegas dos estados e dos territórios, e o Sr. Se­bastião Santana e Silva, como intérprete da delegação federal do C. N. E., dirigindo idên­tica saudação aos representantes estaduais e territoriais da ala estat!stica. Em agradeci­mento, fizeram uso da palavra os professôres Bueno de Azevedo Filho, de São Paulo, e Joa­quim Ribeiro da Costa, de Minas Gerais, dele­gados, às Assembléias Gerais do C .N .G. e C.N.E., respectivamente.

Após a sessão de instalação conjunta, as Assembléias Gerais dos órgãos constitutivos do I.B.G.E. passaram a funcionar separada­mente, tomando no decorrer das suas reuniões conhecimento dos relatórios das atividades geográficas e estat!sticas nos âmbitos federal, estadual e nos territórios; examinando atra­vés das suas comissões especializadas, e dis­cutindo em plenário as questões constantes de agendas ou oferecidas à sua consideração no curso dos trabalhos.

'Paralelamente aos trabalhos da Assembléia do C.N.G., houve duas palestras. uma pronun­ciada pelo professor Alirio de Matos e outra p elo professor F ábio de Macedo Soares Gui­marães.

Durante a reunião realizaram-se ainda várias visitas de interêsse geográfico. Des-

Federal

t as, destacamos as que foram feit3.'3 ao Serviço Geográfico do Exército, à Divisão de Geogra­fia e Cartografia do Conselho, ao Monumento Rodoviário, e à estrada Presidente Dutra. Vi­sitaram também os membros da Assembléia o. Serviço Gráfico do I.B.G.E.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia aprovou 37 resoluções que publi­caremos integralmente na secção competente e em números seguidos do Boletim Geográfico, dando aqui apenas as respectivas ementas. São estas as seguintes:

284 - Elege os membros das Comissões Regimentais da Assembléia; 285 - Determina a consolidação da legislação orgânica do Con-

. selho; 286 - Baixa recomendações sõbre · a no­menclatura das estações ferroviárias; 287 -Aplaude iniciativa do Diretório Regional de G;eografia do Estado do Rio de Janeiro e faz uma recomendação; 288 - Apóia o IV Congres­so de Geologia e autoriza a participação do Conselho no mesmo; 289 - Recomenda aos po­deres públicos competentes a proteção e con­servação de grutas naturais e sambaquis; 290 - Manifesta a necessidade da atualização dos mapas municipais do pais e determina providências; 291 - Homenageia a memória

de geógrafos brasileiros fal ecidos no periodo de julho de 1949 e agõsto de 1950; 292 - Re­nova o mandato dos consultores técnicos na­cionais e preenche vagas existentes; 293 -Expressa pronunciamento sôbre o VI Recen­seamento Geral da República, de 1950; 294 -Manifesta-se sôbre a sistemática da divisão territorial do pais e formula apêlo; 295 -Recomenda aos órgãos regionais a coleta siste­mática de documentos cartográficos; 296 •­Transfere para a próxima sessão da Assem­bléia Geral o exame e aprovação da divisão regional do Brasil , para fins estat!sticos; 297 - Assinala e regista nos anais do Conselho acontecimentqs de interêsse para a Geografia Nacional , ocorridos desde julho de 1949; 298 - Dispõe sôbre a tomada de contas do Con­selho e dá outras providências; 299 - Manda incluir nos anais do Conselho a Carta de De­claração de Principios, Direitos e Reivindica­ções Municipais; 300 - Aplaude a obra cultu­ral da UNESCO; 301 - Dispõe sôbre a impre?­são dos Anais da Associação dos Geógrafos Brasileiros; 302 Homologa o parecer anexo à resolução n.• 228, de 15 de julho de 1948, da Assembléia Geral; 303 - Dirige a pêlo ao govêr­no federal para a construção do monumento comemorativo do bicentenário do tratado de Madri; 304 - Reitera as recomendacões cons­tantes da resolução n.• 61, de 24-7-939, sôbre a nomenc1atura das cidades brasileiras e formula apêlo; 305 - Inclui nos anais do Conselho a declaração sôbre a raça, elaborada por co­missão de peritos da UNESCO; 306 - Reelege os membros das comissões técnicas eleitos em 1949 e mantém os temas dos estudos já fixa­dos; 307 - Dispõe sôbre a participação do Conselho no 11 Congresso de História da Ba­hia; 308 - .Dispõe sôbre a participação do Brasil às reuniões do Instituto P an-Americano de Geografia e História; 309 - Dispõe sôbre

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728 BOLETIM GEOGRAFICO

pagamento de quota de representação aos de­legados à Assembléia Geral; 310 - Concede gratificação pela insalubridade no trabalho tendo em vista a sua natureza, zona ou local onde se executa; 311 - D etermina a contri­buição a ser prestada pelo Conselho aos estu­dos de recuperação da Baixada Fluminense; 312 - Dispõe sôbre a execução da carta aero­náutica do Brasil, na escala de 1 :1 000 000, pro­jeção Lambert; 313 - Autor iza des taque e suplementações de verbas, no orçamento vi­gente do Conselho; 314 - Formula apêlo às entidadesl interessadas no levantamento geo­gráfico da Amazônia e constituição de um fundo para a finalidade prevista; 315 - Con­signa um voto de aplauso ao Diretório Regio­nal de Geografia do estado de Santa Catarina e de congratulações ao Eng. Vitor Peluso Júnior; 316 - Aprova os atos dos Diretórios do Conse­lho relativos ao periodo de julho de 1949 e agOs­to de 1950; 317- Determina a forma pela qual serão atualizados os mapas municipais elabo­rados de acOrdo com o art. 13 do decreto-lei n.• 311, de 2 de março de 1938; 318- Determi­na a publicação de um mapa da região lindelra Minas-São Paulo e vota aplausos ao embaixa­dor Macedo Soares; 319 - Consigna votos de louvor a servidores da Secretaria-Geral do C. N. G. ; 320 - Dispõe sObre a concessão de licença prêmio aos funcionários do Conselho.

As Assembléias Gerais do Conselho Na­cional de Geografia e Conselho Nacional de Estatística, estiveram em atividade até o dia 12, quando, no mesmo local, e Igualmente em solenidade conjunta, foram encerradas.

Como no ato de instalação, a solenidade de encerramento foi presidida pelo presidente do Instituto, embaixador José Carlos de Macedo Soares, a cujo lado ocuparam lugar à mesa, o Dr . Rubens POrto, vice-presidente d<i I.B. G.E.; o Dr. Rafael Xavier e o engenheiro Vlrgillo Corrêa Filho, sec retários-gerais, res­pectivamente, do Conselho Nacional de Esta­tística e Conselho Nacional de Gepgra!ia.

Falando em nome do C.N.G. leu o enge­nheiro Vlrglllo Corrêa Filho o seguinte dis­curso-relatório :

Triunfando lestamente dos embaraços que lhe ameaçavam perturbar a marcha dos traba­lhos , a X Assembléia · Geral do Conselho Na­cional de Geografia pode ufanar-se dos resulta­dos obtidos em menos de duas semanas, nas quais se intercalaram dois domingos e um fe­ri ado, que lhes reduziram sobremaneira o número de dias úteis.

Loe:o de Inicio , auspiciosa noticia desper­tou alegria geral, quando o representante do Ministério da Viação e Obras Públicas, Eng. Flávio Vieira, deu ciência ao plenário da me­morável ocorrência que animava os sertões mineiros e baianos .

Ultimada r ecentemente a ligação Conten­das-Brumado-Monte Azul, naquela data se estabelecia o tráfego ferroviário, embora ain­da em caráter provisório, entre a capital da República e a Cidade do Salvador . Já não haveria a Interrupção que, por longo prazo, separou Montes Claros, estação vanguardelra da E. F. Central do Brasil , em Minas Gerais, de Contendas, na Bahia, onde esbarrou a Via­ção Férrea F ederal L este Brasileiro.

Coube ao Departamento Nacional de Estra­das de Ferro promover a junção das ferrovias, que só no trecho de Contendas a Monte Azul se alongaram por 359 quilômetros . Releva no­tar que os trilhos provieram quase totalmente da Companhia Siderúrgica Nacional, de Volta Redonda, circunstância que realça a lnequivoca significação do empreendimento. O elo entre a rêde ferroviária do sul do pais e a do norte, que então se estabeleceu, em beneficio da hln­terlàndla e do Brasil Inteiro, mereceu os justos

aplausos da Assembléia, cujos trabalhos des­tarte se iniciaram ao calor de compreensivel entusiasmo patriótico.

Decidida a provar a sua eficiência, extre­mou-se pela assiduidade ativa dos delegados, empenhados em contribuir para o cumprimento das relevantes funções, que lhes tocam na orga­nização geográfica ·brasileira.

E tanto porfiaram, compensando a escas­sez do prazo previsto para· as sessões, que ulti­maram resoluções em número avultado, sem prejuizo da qualidade.

D e quarenta projetos examinados, nem to­dos porém se transformaram nas resoluções constantes da r elação anexa. No intervalo das sessões, visitaram os delegados mais de uma instituição, em que lhes foi dado observar as fases da elaboração de trabalhos indispensá­veis à geografia . Primeiramente, conheceram o Serviço Nacional de Recenseamento , em cuja chefia Rafael X avier desenvolve operosidade fecunda, para garantir o êxito do censo de 1950, coadjuvado por competente corpo de co­laboradores dedicados.

Viram, em outra ocasião, o Serviço Geográ­fico do Exército, cujo diretor, general Djalma Poli Coelho, lhes proporcionou cativante aco­lhida. Acompanhados pelos coronéis Moisés Castelo Branco e Nélson de Castro Sena Dias, percorreram as várias divisões pelas quais se

'distribuem as atividades resp ectivas - "geo­désia e astronomia - topografia e topologia - fotogrametrla e aerofotogrametrla- carto­grafia". Desde as cadernetas de campo, em que se registam as observações dos operadores, com os cálculos ulteriores e desenhos, que lhes permitem a utilização, até a fase final , da carta Impressa, tudo lhes foi franqueado ao exame e admiração, de que se fêz intérprete o repre­sentante do Espirito Santo, Cicero de Morais. T ambém decidiram os delegados conhecer a Divisão de Geografia, do Conselho, no mesmo edificio em que se realizaram as sessões da Assembléia.

·E a Impressão que lhes causou tornou-se conhecida. mercê das declarações enaltecedo­ras do r epr esentante de Santa Catarina, Peluso Júnior , que lhe gabou a organização e desen­volvimento dos trabalhos, orientados por me­todologia moderna.

Mais demoradamente apreciaram as ofici­nas gráficas do I.B.G .E ., onde almoçaram no domingo último, destinado à excursão pela es­trada Presidente Dutra, que, sem dúvida, cons­titui excelente prova de aprimorada técnica rodoviária, como tiveram ensejo de verificar. Primeiramente, através da planura onde se expandem os subúrbios. já flanqueada de edi­ficações, cujo númer o tende a crescer, com a facilidade de transportes a que atende.

Em seguida, ainda pela estrada antiga, marlnhando pelas encostas das primeiras ele­vações da serra do ~ar, balizadas p~lo Monu­mento Rodoviário .

Entre as visitas, uma se distinguiu pela sua expressão francamente afetuosa, de acôr­do com a tradição mantida pelas Assembléias Gerais. Trabalham separadamente, mas UII)a comparece, em hora aprazada, à sessão da outra, para lhe demonstrar sentimento frater­nal. Foi o que sucedeu quando, em nome do C.N .E., Filipe Néri, Interpretando os propó­sitos de ilustres colegas. de comissão, maravi­lhou, com a sua eloqüência, a Adsembléla de Geografia, que lhe respondeu pela voz ponde­rada do professor Alfredo Montes de Araújo Pinto. Em r etribuição, assistiu à sessão da Assembléia de Estat!stica, no sábado último, a delegação da ala geográfica , de que foi lntér"' prete o coronel Adir Guimarães e os discursos proferidos pelos oradores. nessas oportunida• des, revelaram a cordialidade que Irmana am­bas as alas do Instituto .

Além das visitas inenclonadas, 1 vêzes compareceram os delegados à sal ferências do I.B.G.E. , para ouvirem 1 autorizada de professOres, que explan suntos de suas constantes investigaçi

Palestras

Na tarde de 5, o professor Fábio d1 Soares Guimarães, diretor da Divisão grafia, dissertou a respeito das ativida gráficas desenvolvidas pelo Conselho de Geografia, ou, mais estritamente, cretaria-Geral pois que não considero foram execut~das pelos órgãos regim lhe faltar informação atualizada.

Estabelecida a .diferença de âmbit< geografia e a cartografia, que andavs nadas até o século XIX, apontou-lhes ' ção ulterior como simples conseqül divisão de trabalho.

Uma, cuida de preferência, da me da terra, em maior ou menor extens lhe sintetizar as feições em mapas • e exige, precipuamente, a preparação tica.

A outra, examina-lhe as paisagen1 menos distribuidos pela sua superfi~ lhes explicar a ocorrência e interpret<

A luz dos ensinamentos de Huml Ritter, que lhes instituiram os princii damentais, avultou, com seus métodos de pesquisas e postulados, como ciên1 pendente, embora Intimamente rei com as ciências naturais, que lhe propt meios de estudar a vegetação, a ge< clima e demais elementos indispensl suas conclusões, e também com as ciêJ e1a1s : a economia, sociologia, antn etc. Apesar da r elevância adquirida n des centros universitários estrangeiro, nuava no Brasil adstrita aos moldes até que surgiu o Conselho Nacional de fia , simultAneamente com a atuação dE sôres insignes em cátedras fecundas 1 versidades de São Paulo e do Distrito

Começou a transformação, que er. de uma década mudou profundamente rama.

O Conselho criou, de comêço, pr1 Secção de Estudos, que foi crescend< de novas solicitações de trabalhos até verter na atual Divisão de Geografia.

Tanto opera no campo, como igual~ escritório. Observa e conclui, ora por i própria, de ordem puramente ci_e~t~l para atender às determinações ofiCial! sim é que, entre as tarefas que ultil clui-se a delimitação dos territórios 1 de cuja criação não participou, senã\ rlormente para lhes ·ajeitar as divisas dições géográticas. Ocupou-se tamb estudos preliminares para a escolha mais apropriado à futura capital do constantes de relatórios minuciosos .

Elaborou mapas indicativos da d ção demográfica, assim como das prop rurais , da Indústria pastoril, das, cult cereais, dé café, da cana de açucar, mente comentados na ocasião.

Aos ' movimentos da população, tod tempo e no espaço, vem dedicando Ininterruptos, para definir as tendên gratórlas no pais, entre uma contagem . O confronto dos resultados obtid recenseamentos de 1920 e 1940 permiti presen tação cartográfica de zonas de mento mais ou m enos intenso, em c com as que regrediram demog=àt!cam,

Os problemas da colonização, art com os métodos de utilização do solo,

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lsembléia, cujos trabalhoS" des­ram ao calor de compreenslvel ri ótico. provar a sua eficiência, extre­

fSiduidade ativa dos delegados, I contribuir para o cumprimento :unções, que lhes tocam na erga­fica ·brasileira. rfiaram, compensando a escas­•evisto para· as sessões, que ulti­ões em número avultado, sem talidade. a projetos examinados, nem to­transformaram nas resoluções

·elação anexa. No Intervalo das am os delegados mais de uma que lhes foi dado observar as

ração de trabalhos indispensá­ia. Primeiramente, conheceram inal de Recenseamento, em cuja Xavier desenvolve operosidade garantir o êxito do censo de o por competente corpo de co­~lcados.

)Utra ocasião, o Serviço Geográ­o. cujo diretor, general DjalmS: les proporcionou cativante aca­nhados pelos coronéis Moisés e Nélson de Castro Sena Dias, várias divisões pelas quais se

atividades respectivas - "geo­lmia - topografia e topologia a e aerofotogrametria- carta-

as cadernetas de campo, em as observações dos operadores, Ulteriores e desenhos, que lhes

lzação, até a fase final, da carta lhes foi franqueado ao exame

' que se fêz intérprete o repre­plrito Santo, Clcero de Morais. ,ram os delegados conhecer a grafia, do Conselho, no mesmo a se realizaram as sessões da

são que lhes causou tornou-se cê das declaracões enaltecedo­tante de Santa Catarina, Peluso

gabou a organização e desen­trabalhos, orientados por me­

rna.

·adamente apreciaram as ofici­I.B.G.E., onde almoçaram no

, destinado à excursão pela es­e Dutra, que, sem dúvida, cons­prova de aprimorada técnica

o tiveram ensejo de verificar. através da planura onde se

tbúrbios . já flanqueada de edi­túmero tende a crescer, com a :ansportes a que atende. ' · ainda pela estrada antiga, as encostas das primeiras ele-do Mar, balizadas pelo Monu-

to. · · isitas, uma se distinguiu pela :rancamente afetuosa, de acôr, ção mantida pelas Assembléias 1am separadamente, mas uma hora aprazada, à sessão da demonstrar sentimento frater­sucedeu quando, em nome do Néri, interpretando os propó­

! colegas. de comissão, maravi­R eloqüência, a As'sembléia de lhe respondeu pela voz ponde­!Or Alfredo Montes de Araújo •ibuicão, assistiu à sessão da Cstatlstlca. no sábado último, a a geográfica, de que foi lntér"' Adir Guimarães e os discursos'

1 oradores. nessas oportunlda­a cordialidade que irmana aro­Instituto.

NOTICIARIO 729

Além das visitas mencionadas, por duas vêzes compareceram os delegados à sala de con­ferências do I.B.G.E., para ouvirem a palavra autorizada de professOres , que explanaram as­suntos de suas constantes investigações.

Palestras

Na tarde de 5, o professor Fábio de Macedo Soares Guimarães, diretor da Divisão de Geo­grafia, dissertou a respeito das atividades geo­gráficas desenvolvidas pelo Conselho Nacional de Geografia. ou, mais estritamente, pela Se­cretaria-Geral, pois que não considerou as que foram executadas pelos órgãos regionais, por lhe faltar informação atualizada.

Estabelecida a .diferença de âmbito entre a geografia e a cartografia, que andavam irma­nadas até o século XIX, apontou-lhes a separa­ção ulterior como simples conseqüência da divisão de trabalho.

Uma, cuida de preferência, da mensuração da terra, em maior ou menor extensão, para lhe sintetizar as feições em mapas e cartas, e exige, precipuamente, a preparação matemá­tica.

A outra, examina-lhe as paisagens e fenô­menos distribuldos pela sua superflcle, para lhes explicar a ocorrência e interpretá-los.

A luz dos ensinamentos de Humboldt, de Ritter, que lhes instituiram os princlpios fun­damentais, avultou, com seus métodos próprios de pesquisas e postulados, como ciência Inde­pendente, embora intimamente relacionada com as ciências naturais, que lhe proporcionam meios de estudar a vegetação, a geologia, o clima e demais elementos indispensáveis às suas conclusões, e também com as ciências so­ciais: a economia, sociologia, antropologia, etc. Apesar da relevância adquirida nos gran­des centros universitários estrangeiros, conti­nuava no Brasil adstrita aos moldes antigos, até que surgiu o Conselho Nacional de Geogra­fia, simultâneamente com a atuação de profes­sOres insignes em cátedras fecundas nas Uni­versidades de São Paulo e do Distrito Federal.

Começou a transformação, que em menos de uma década mudou profundamente o pano­rama.

O Conselho criou, de comêço, promissora Secção de Estudos, que foi crescendo, mercê de novas solicitações de trabalhos até se con­verter na atual Divisão de Geografia.

Tanto opera no campo, como igualmente no escritório. Observa e conclui, ora por iniciativa própria, de ordem puramente cientlfica, ora para atender às determinações oficiais. E as­sim é que, entre as tarefas que ultimou, in­clui-se a delimitação dos territórios federais, de cuja criação não participou, senão poste­riormente, para lhes ·ajeitar as divisas às con­dições geográficas. Ocupou-se também dos estudos preliminares para a escolha do local mais apropriado à futura capital do Brasil, constantes de relatórios minuciosos.

Elaborou mapas Indicativos da distribui­ção demográfica, assim como das propriedades rurais, da indústria pastoril , das culturas de cereais, de café, da cana de açÓ.car, devida­mente comentados na ocasião .

' Aos movimentos da população, todavia, no tempo e no espaço, vem dedicando esforços Ininterruptos, para definir as tendências mi­gratórias no pais, entre uma contagem e outra. . O confronto dos resultados obtidos pelos recenseamentos de 1920 e 1940 permitiu a re­presentação cartográfica de zonas de cresci­mento mais ou menos intenso, em contraste com as que regredlram demogràticamente.

Os problemas da colonização, articulados com os métodos de utilização do solo, atraem-

B.G.-7

lhe também as cogitações, conforme Indica o atlas respectivo, que se acha em fase de ela-boração. •

Por solicitação oficial, ainda examinou o território do Amapá. Está investigando o vale do São Francisco e planeja proporcionar ao govêrno fluminense elementos orientadores do aproveitamento racional da Baixada.

Das excursões realizadas, a Divisão de Geografia registou, somente no último qüin­qüênio:

·1946 - uma, de que participaram apenas 3 técnicos;

1947- quatro, com 32 técnicos; 1948- nove e 29 respectivamente; 1949- nove e 32; 1950 - treze e 38.

Nessas várias jornadas exploradoras, o per­curso alongou-se por 155 mil quilômetros, em que se incluem os trilhados a pé, em cuidadosa indagação dos fenômenos locais.

Além do melhor conhecimento geográfico das regiões examinadas, expresso em cêrca de 68 contribuições, lucra o Conselho e, portanto, o Brasil, em aumentar o número de especialis­tas capazes de auxiliarem a administração, com o resultado de suas pesquisas orientadas por modernos principias cientificos.

Para tamanhos cometimentos, necessita mo­bilizar especialistas bem treinados, que saibam ver e concluir. Esta é a missão educativa do Conselho, que prepara os seus operadores para a prática dos mais modernos métodos, mercê dos cursos de aperfeiçoamento, ou em univer­sidades americanas e européias, a que foram vários dêles ou pela atuação mais constante e proveitosa de professôres estrangeiros, do es­tôfo intelectual de F. Ruellan, de L. Waibel, de P . .Tames_, de C . .Tones, que trabalharam, em prazo ma10r ou menor, sob os auspicios da instituição sui generis, que ao conferencista se afigura única no mundo, pelas suas caracte­rlsticas.

As iniciativas que em outros paises cabem às universidades, realiza-as, no Brasil, o Con­selho, que desta maneira completa o ensino mi­nistrado pelas Faculdades de Filosofia, duas das quais contaram em seu corpo docente o admirável animador dos estudos geográficos, professor Deffontalnes, que exerceu influência benéfica na preparação do ambiente cultural propicio ao surto do Conselho Nacional de Geo­grafia.

De mais a mais, ainda se lhe expande a função educativa por meio · de outros órgãos, como a Biblioteca, o Arquivo Corogrãfico, a Fototeca, reunidos na Secção de Documentação que elaborou 18 volumes de "Vocabulários· Geográficos do Brasil", ainda Inéditos.

Mais diretamente, com análogos propósi­tos, atua a Secção Cultural, por meio de cur­sos de férias destinados a professOres de geo­grafia, em cooperação com a Faculdade Nacio­nal de Filosofia, ou com a sua responsabil!da-de exclusiva. .

E para os que não podem, por qualquer circunstância, freqüentá-los, ainda proporcio­na o Conselho possibilidades de adquirir maio­res conhecimentos, mercê das numerosas pu­blicações que vem editando.

Seriadas, como as obras da Biblioteca Geo­gráfica Brasileira, de que já vieram a lume 7 volumes, ou avulsas, ou ainda periódicas, do feitio da Revista Brasileira de Geografia, tri­mestral , que já venceu o primeiro decênio de existência, do Boletim Geogrdfico, mensal, contribuem tOdas para a difusão dos ensina­mentos da geograt!a moderna e levam aos centros universitários estrangeiros, que os tem

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730 BOLETIM GEOGRA .FICO

apreciado, a prova de que no Brasil se lhe praticam os preceitos, mercê dos persistentes esforços do Conselho Nacional de Geogra!la.

Da segunda conferência, Incumbiu-se o di­retor da Divisão de Cartografia, professor Allrio de Matos, que explanou o tema referente às "atividades cartográficas" do Conselho .

Distinguiu-lhes, de principio, duas aplica­ções, em serviços geodésicos e em produção de mapas.

Entrosam-se às maravilhas. mas podem também desenvolver-se independentemente.

A produção abrange o levantamento do mapa, desde a mensuração. até o desenho e Impressão. Provém da compilação, que tanto é utilizada nas cartas de um para um milhão, como em outras, de um para quinhentos mil, ou nas cartas especiais.

Os trabalhos geodésicos, para maior fide­lidade na representação da área examinada, estabelecem pontos de amarração, e Incluem a Secção de Levantamentos Mistos, que já se aplicaram a 2/3 do território baiano, e permi­tiram a apresentação de 13 fôlhas impressas na escala de 1:250 000, com 95% do trabalho original , e mais duas prontas para publicação e três em elaboração adiantada.

Os processos expeditos, com o contrôle de coordenadas geográficas e levantamento aero­fotográfico "trimetrogon", ampliaram-se pelas regiões vizinhas , por grande parte dos estados de Sergipe, Alagoas, P ernambuco, Plaul e Goifts , dPpols de envolver quase tôda a bacia do rio São Francisco e a área de influência da cachoeira de Paulo Afonso, assim proporcio­nando fundamentos seguros para os projetos de recuperação econômica do vale essencial­mente brasileiro.

A triangulação alongou-se de Tôrres , no Rio Grande do Rui, nor cêrc" dP 1 400 oui!ô­metros, a Goiânia, aproximadamente acompa­nhando o meridiano de 49. •, com medição geo­désica do maior arco dessa espécie já realizada na América do Sul, além de várias ramifica­ções pelos paralelos 200 e 25• sul.

O nivelamento de alta precisão dilatou-se por 9 000 quilômetros, de sorte que as regiões percorridas dispõem de altimetria segura, que lhes define os acidentes.

Tôdas essas tarefas convergem, sem dúvi­da, para a elaboração de mapas, de que tanto necessita o pais. Mas também se recomendam pelo seu valor cientifico, uma vez que podem contribuir para o melhor conhecimento do próprio geóide. a que se aplicam. Entre o elln­sólde admitido pelos especialistas, como indi­cativo da forma do globo, e as caracterlsticas que o definem, em cada ponto, pelas coorde­padas, verificam-se por vêzes anomalias, cuja explicação exige investigações cuidadosas e demoradas.

A Divisão de Cartografia já se deparou uma divergência dessa espécie, ao medir uma das bases em Santa Catarina, entre a praia e a massa montanhosa que lhe corre paralelamen­te . A dlferenGa verificada em operaGões esme­radas e repetidas evidenciou a Incidência de componentes Inesperadas, provenientes das pe­culiaridades regionais .

A partir de 1941, o Conselho Nacional de Geografia editou: 19 mapas, inclusive o de nove cOres, na escala de 1:5 750 000, e o recente, na de 1:5 000 000.

27 cartogramas : 15 fOlhas da carta geral, na escala de

1:1000 000. 9 fOlhas da carta geral, na escala de

1:500 000. 13 fôlhas da carta geral, na escala de

1:250 000.

Assim contribui o · Conselho Nacional de Geografia para o conhecimento mais exato do Brasil.

Despedida

Soou a hora da despedida, sombreada de tons melancólicos.

O convivia, que se tornara amistoso, em dias continuas de trabalhos perseverantes, in­terrompe-se pela dispersão. Cada delegado re­gressará à sua terra natal, ou retornará aos misteres costumeiros, lembrados, porém dêstes dias inesqueclveis, que lhe permitiram conhe­cer novos amigos ou rever os antigos habitua­dos a missão análoga. Veteranos ou éstreantes, porfiaram em ultimar a tarefa que os congre­gou, inspirados pelo mais \'adioso idealismo, esquecidos das inquietações da hora que passa.

E acertaram providências, tanto de efême­ra duração, como as que se destinam a perma­necer.

De influência limitada às regiões a que se referem, ou de âmbito mais amplo , trans­bordam algumas para além das fronteiras.

A organização das Comissões Técnicas, a renovação do mandato dos Consultores Técnicos Nacionais, a eleição da Comissão do Orçamen­to e Tomada de Contas, que deverá atuar no próximo exerclcio, de acôrdo com as novas normas adotadas, arrolam-se entre as medidas destinadas a vigorar por limitado prazo.

Consideraram, outras, a premência da pro­teção dos sambaquis e grutas a necessidade manifesta do estudo mais intenso de mais de uma região e de reforçar o apêlo aos Estados que não completaram ainda a sua divisão ad­ministrativa.

No tocante à cartografia, cuidou a Assem­bléia da atualização dos mapas municipais, da publicação do mapa da região lindeira São Paulo-Rio de Janeiro, elaborado pela Comissão Mista de Limites, da ~laboração das cartas de 1:1 0000 000, projeção Lambert, cuja rele­vância a Assembléia acentuou, por aplausos unânimes.

Embora se aplique ao território nacional, esta resolução terá alcance internacional, pois que dispõe sôbre a execução de cartas aeronáu­ticas, de acôrdo com o sistema adotado para a navegação aérea, praticada, no Brasil, por vá­rias companhias que o ligam aos paises es­trangeiros.

Semelhantemente, para prestar a sua con­tribuição ao longe, tratou a Asembléia de pro­mover a participação do Brasil na V Assem­bléia do Instituto Pan-Americano de Geogra­fia e História, em Santiago, de aplaudir a obra cultural da UNESCO, de perfilhar a declara­ção sôbre a raça, elaborada por seus peritos.

Mereceu-lhe aplausos a Iniciativa tomada pelo respectivo Diretório Regional, ao editar o Anuário Geográfico do Estado do Rio de Janeiro, bem como a do estado de Santa Cata­rina, por ter publicado o Boletim Geográfico, de números 1 a 4.

Apoiou, ainda, o IV Congresso de Geolo­gia, a reunir-se em outubro próximo e o 2.• Congresso de História da Bahia, promovido para fevereiro de 1951, cujo temário abrange assuntos geográficos.

Desta maneira, evidenciou a Assembléia lnequlvoco propósito de Incentivar empreendi­mentos culturais, de que ainda é exemplo a decisão de publicar os "Anais da Associação dos Geógrafos Brasileiros", constitulda de es­peci~listas abnegados e competentes, que realizaram pesquisas Interessantes ainda con­servadas inéditas, por falta de disponibilidades financeiras.

Assim, estudos ge~gráflcos da Baixada Fluminense, para fins de colonização racional da Amazônia majestosa, cartas aeronáuticas:

mapas municipais, participação em culturais , entraram nas cogitações d bléia, que não se descuidou do Jade do trabalho.

E instituiu melhoria de condlçõe: servidores do Conselho, cujas tarefas tam em ambiente insalubre. As que lhe foram propostas, a Assembléia r< com a convicção de não haver outr. melhor.

Decidiu dotar o Conselho Naciona grafia de firmes diretrizes para os futuros e pode alegrar-se de t er cc para que o nome do Brasil cada vm aureole de glórias cientificas, m ercê d mento à missão que lhes coube, dos dores que se dedicaram às pesquisa ficas e cartográficas, levados por in aspirações de aprender as verdadeira: ridades da terra brasileira e da ger povoa.

E quanto mais se elevarem no co1 sabedores, maiores vantagens colher sil , a cujo engrandecimento, no âmbit atribuições, se consagra o Conselho de Geografia, com todos os seus e obreiros.

Serviço Nacional de Becenseam

O CRESCIMENTO DEMOGRAFJ CAPITAIS DADOS COMPARA1 PORCENTUAIS - O Serviço Nacion• censeamento tem divulgado, diàrian resultados da apuração preliminar demográfico nas capitais e prlncipaln cidades brasileiras onde já se encer operações de coleta .

Os dados oferecidos ao público, n redondados e dependentes de ratifi possivel após a critica dos boletins r fornecem uma visão geral de como s< senvolvido as mais Importantes cone urbanas brasileiras, fixando-lhes (e~ aproximativo, é claro) o ritmo do cri demográfico e assim fornecendo os confrontos nacionais.

Sabe-se, com certeza, que a pop1 Distrito Federal ficará pouco inferior a Em São Paulo, foram recenseados habitantes. No R ecife, a população cidade é de 516 000 pessoas. Em Põrt os habitantes das zonas urbana e s atingem a mais de 385 000. Afinal, 1 r estantes capitais, conhecem-se os populacionais de Belém (225 000), I (80 200), Natal (99 000), João Pessoa Maceió (100 000), Aracaju (68 700), (172 000), Curitiba (137 000).

Cidades localizadas em dlferentej fisiográficas .do pais, dl!erentes pare sido também, os fatõres de desenv\ no periodo intercensltário de 1940-19.

Assim enquanto algumas acusam lndlces de crescimento - Natal, por onde quase duplicou a população n1 1940-1950 - outras demonstraram francamente desfavoráv.els a tão extr~ expansão - no caso, Niterói, que nos referidos cresceu de, apenas 2,1%.

Para ter-se Idéia mais segura a convém agrupar êstes centros metr~ de acôrdo com os respectivos totais d1 cos na data do V Recenseamento Obter-se-ia, dessarte, o seguinte qua< rente a 1940: Distrito Federal e São população maior de 1 milhão; Recife Alegre -"maior de 250 mil; Belém, Curitiba - maior de 100 mil; Mac, Pessoa, São Luis, Natal e Aracaju de 50 mil.

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ICO

contribui o ·Conselho Nacional de para o conhecimento mais exato do

hora da despedida, sombreada de tcólicos. r!vio, que se tornara amistoso, em iuos de trabalhos perseverantes, in­e pela dispersão. Cada delegado re-

sua terra natal, ou retornará aos stumeiros, lembrados, porém dêstes 1ec!veis, que lhe permitiram conhe­tmigos ou rever os antigos, habitua­lo análoga. Veteranos ou estreantes, em ultimar a tarefa que os congre­lados pelo mais ~adioso idealismo, das inquietações da hora que passa. aram providências, tanto de efême-como as que se destinam a perma-

uência limitada às regiões a que I ou de âmbito mais amplo, tra ns­umas para além das fronteiras. 1ização das Comissões Técnicas , a o mandato dos Consultores Técnicos ~ eleição da Comissão do Orçamen­la de Contas, que deverá atuar no terc!cio, de acôrdo com as novas tadas, arrolam-se entre as medidas a vigorar por limitado prazo. raram, outras, a premência da pro­iambaquis e grutas, a necessidade o estudo mais Intenso de mais de e de reforçar o apêlo aos Estados

npletaram ainda a sua divisão ad-

Ite à cartografia, cuidou a Assem­talização dos mapas municipais, da do mapa da região lindeira São e Janeiro, elaborado pela Comissão .imites, da elaboração das cartas JOO, projeção Lambert, cuja rele­ssembléia acentuou, por aplausos

se aplique ao território nacional, [o terá alcance internacional, pois ôbre a execução de cartas aeronáu­lrdo com o sistema adotado para a §rea, praticada, no Brasil, por vá­hias que o ligam aos países es-

Jtemente, para prestar a sua con­longe, tratou a Asembléia de pro­·ticipação do Brasil na V Assem­tituto Pan-Americano de Geogra-a, em Santiago, de aplaudir a obra UNESCO, de perfilhar a declara­raça, elaborada por seus peritos.

lhe aplausos a Iniciativa tomada !vo Diretório Regional, ao editar leográfico do Estado do Rio de como a do estado de Santa Cata­

' publicado o Boletim Geográfico, 1 a 4. linda, o IV Congresso de Geolo­•-se em outubro próximo e o 2. • e História da Bahia, promovido io de 1951, cujo temário abrange gráficos. aneira, evidenciou a Assembléia ·opósito de incentivar empreendi­raia, de que ainda é exemplo a ublicar os "Anais da Associação s Brasileiros", constitui da de es­:bnegados e competentes, que !squisas interessantes, ainda con­ltas, por falta de disponibilidades

studos ge~gráflcos da Baixada ~ara fins de colonização racional, I majestosa, cartas aeronáuticas,

NOTICIARIO 73I

mapas municipais, participação em reuniões culturais, entraram nas cogitações da Assem­bléia, que não se descuidou do lado humano do trabalho .

E instituiu m elhoria de condições para os servidores do Conselho, cujas tarefas se execu­tam em ambiente insalubre. As questões que lhe foram propostas, a Assembléia resolveu-as com a convicção de não haver outra solução melhor.

Decidiu dotar o Conselho Nacional de Geo­grafia de firmes diretrizes para os trabalhos futuros e pode alegrar-se de ter contri bu!do para que o nome do Brasil cada vez mais se aureole de glórias cientificas, mercê do devota­m ento à missão que lhes coube. dos colabora­dores que se dedicaram às pesquisas geográ­ficas e cartográficas, levados por insopitáveis aspirações de aprender as verdadeiras peculia­ridades da t erra brasileira e da gente que a povoa .

E quanto mais se elevarem no conceito dos sabedores, maiores vantagens colherá o Bra­sil, a cujo engrandecimento, no âmbito· de suas atribuições, se consagra o Conselho N acional de Geografia, com todos os seus esforçados obreiros.

* Servi~o Nacional de Recenseamento

O CRESCIMENTO DEMOGRAFICO NAS CAPITAIS - DADOS COMPARATIVOS E PORCENTUAIS - O Serviço Nacional de Re­censeamento tem divulgado, diAriamente, os r esultados da apuração preliminar do censo demográfico nas capitais e principalmente nas cidades brasileiras onde já se encerraram as operações de coleta.

Os dados oferecidos ao público, mesmo ar­redondados e dependentes de ratificação só possivel após a critica dos boletins recolhidos, fornecem uma visão g eral d e como se têm d e­senvolvido as mais importantes concentrações urbanas brasileiras, fixando-lhes (em carát er aproximativo, é claro) o ritmo do crescimento demográfico e assim fornecendo os primeiros confrontos nacionais.

Sabe-se, com certeza, que a população do Distrito Federal ficará pouco inferior a 2 400 000. Em São Paulo, foram r ecenseados 2 200 000 habitantes. No Recife, a população atual da cidade é d e 516 000 pessoas . Em Pôrto Alegre, os habitantes das zonas urbana e suburbana atingem a mais d e 385 000. Afinal, dentre as restantes capitais, conhecem-se os efetivos populacionais de Belém (225 000), São Luis (80 200), Natal (99 000), João Pessoa (89 000), Maceió (100 000), Aracaju (68 700), Niterói (172 000), Curitiba (137 000) .

Cidades localizadas em diferentes r egiões fisiográficas .do pais, diferentes parece terem sido, também, os fatôres de desenvolvimento no período intercensitário de 1940-1950 .

Assim enquanto algumas acusam elevados indices de crescimento - Natal, por exemplo, onde quase duplicou a população no decênio 1940-1950 - outras demonstraram condições francamente d esfavoráv.eis a tão extraordinária expansão - no caso, Niterói, que nos dez anos referidos cresceu de, apenas 2,1o/o.

Para ter-se idéia mais segura a respeito convém agrupar êstes centros metropolitanos de acôrdo com os respectivos totais demográfi­cos na data do V Recenseamento Nacional. Obter-se-ia, d essarte, o seguinte quadro, refe­rente a 1940: Distrito Federal e São Paulo -população maior de 1 milhão; Recife e Pôrto Alegre -"maior de 250 mil; Belém. Niterói e Curitiba - maior de 100 mil; Maceió, João Pessoa, São Luis, Natal e Aracaju - maior de 50 mil.

Evidentemente, a classificação não obedece a critério de decisiva importância . Seria acon­selháveis, se possivel ajustar o enquadramento estabelecido às condições de vida em cada lo­calidade, por constituir, êsse, um fator de maior influência no engrandecimento urbano. Seja nosso interêsse, entretanto, verificar como se comportam, nos dez anos transcorridos, os efetivos humanos daquelas cidades, sem lhes investigar os multiplices fatôres de flores­cimento ou de estagnação.

Do primeiro grupo, São Paulo leva a palma ao Distrito F ederal, com um nivel de cresci­m ento assombroso. Em dez anos , a capital paulista ganhou quase um milhão de novos moradores, aumentando de 73o/o sua popula­ção rece nseada em 1940. Ao passo que, na Capital Federal , a porcentagem de aumento foi de apenas 35o/o.

Quanto a Recife e Pôrto Alegre, a primei­ra demonstrou muito mais rápido engran­decimento, fixado pelo índice médio anual de 5,7o/o contra 4,3o/o verificado na capital sul­riograndense. Assim conservou a metrópole nordestina o terceiro lugar entre as maiores cidades do pais.

Curitiba, no t erceiro grupo, foi onde exis­tiram melhores condições de engrandecimento, que ali alcançou o índice anual de 4, 7o/o; por seu turno, Belém cresceu na razão de 3,6o/o ao ano e Niterói apenas d e 2,1o/o ao ano - o menor crescimento relativo verificado, dentre as capitais em exame.

Finalmente, das cidades de quarta catego­ria foi Natal a de mais vivo crescimento no período dado. Na capital do Rio Grande dO> Norte , o índice anual montou a uma média. de 9,1 o/o, acusando um surto de progresso ex-· traordinário, que a fêz sobrepassar São Luis: e João Pessoa e constituir-se sério concorrente de Maceió.

AI estão números que reclamam interpreta­ção. R eferem-se a um fenômeno: as variações demográficas, num p eríodo dado, registradas em diferentes capitais do pais. No entanto, diferem sensivelmente entre si, refletindo, de modo inequívoco, a grande desigualdade das condições locais de crescimento. Por que essa desigualdade? Quais suas causas preponde­rantes? Quem pode indicar o futuro das cida­des em questão ?

ic MINISTll:RIO DA AGRICULTURA

Departamento Nacional da Produ~io Mineral Comissão de Crenologia

MELHORAMENTOS DOS SERVIÇOS DE CAPTAÇÃO DE AGUAS MINERAIS NO BRA­SIL - As fontes hidrominerais do Brasil es­tão subordinadas ao contrôle do Ministério da Agricultura, que para isso criou no seu Depar­tamento de Produção Mineral serviços especia­lizados, como a Secção de Crenologia . Tem esta como função, não só estudar os manan­ciais de águas minerais sob o aspecto fisico­qu!mico e genético, como ainda orientar e fiscalizar os trabalhos de captação e utilização racional destas mesmas águas, que estão dis­trl bu!das por vários estados.

O número de fontes de águas minerais até agora controladas por aquêle órgão em todo o pais, é, aproximadamente, de trezentas, sendo que a maioria se encontra em Minas Gerais, seguindo-se por ordem de importância os es­tados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Gran­de do Sul e outras unidades federadas com lndlces menores. O total da produção, em li­tros, é superior a 28 milhões. De cem fontes d e água uma parte é explorada e outra se acha em fase de pesquisa.

ultimamente o Departamento de Produção Mineral tem desenv<'lvldo grandes esforços nO>

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732 BOLETIM GEOGRAFICO

sentido do melhoramento destas fontes, no que diz respeito à captação e às instalações. Algumas fontes que se apresentavam em es tado nativo, estão sendo tecnicamente aparelhadas, notando-se-lhes já grande afluência de tu­ristas ou aquáticos.

No ano passado a Secção de Crenologia inspecionou as instalações de várias destas fontes nos estados, e fêz criteriosos exames bacteriológicos em águas de diversas proce­dências; emitiu pareceres sObre relatórios de pesquisa e lavra, e demais processos relaciona­dos às águas minerais do pais.

~

Serviço Nacional de Proteção aos .fndios

DIVULGAGÃO NA COLOMBIA DE FIL­MES SOBRE OS íNDIOS BRASILEIROS - O Serviço Nacional de Proteção aos índios rece­beu a 8 do corrente a visita do Sr. Dario Potero Iscaza, embaixador da Co!Ombia junto ao govêrno brasileiro, o qual fazendo-se acom­panhar do Sr. Modesto Donatini, diretor do Serviço, examinou demoradamente as coleções etnográficas ali existentes. Mostrando-se im­pressionado com o que lhe foi dado a obser­var, o Sr. Dario Potero manifestou o desejo de fazer projetar na ColOmbia alguns filmes da coleção do S. P. I., para conhecimento de entidades cientificas daquele pais.

~ MINISTl!:RIO DA GUERRA

OBRAS RARAS PARA A BIBLIOTECA DO EX:il:RCITO -Apoiado pelo general Canrobert Pereira da Costa, ministro da Guerra, o ge­neral Paulo Figueiredo está dirigindo ativa campanha em prol da formação de uma coleção de obras raras na Biblioteca do Exército . Cor­respondendo aos apelos de cooperação partidos do autor da iniciativa, inúmeras pessoas e Ins­tituições, estão r emetendo ao general Paulo Figueiredo valiosas contribuições destacando-se entre os doadores que até agora satisfizeram ao pedido formulado os abaixo relacionados: embaixador Osvaldo Aranha que contribuiu com os cinco volumes ilustrados da obra de Sommerard Les Arts au Moyen Age, o Depar­tamento Federal de Segurança Pública, com as Memorias Diarias de la Guerra de! Brasil de autoria de Duarte Coelho e datada de 1654; o Sr. Alberto Cocozza, com Relação do Sitio da Nova Col<1nia do Sacramento (edição de 1748), de Silvestre Pereira da Silva; o Dr. Mirino Machado de Oliveira, com o volume Respuesta a la memoria portuguesa, do mar­quês de Grinaldi , obra rarlsslma datada de

1771; o Sr. Luis Paterno, com a H istoria de! Descubrimiento del Rio de La Plata, por Rui­diaz de Guzman; a Livraria São José, com 3 volumes do Repertório da L egislação Militar de Cunha Matos, 1834; o general Valentim Benlcio com o Regulamento para o Exerc-lcio dos Regimentos de Infantaria p elo conde de Lippe, 1794, e idem, para a Cavalaria, 1789 .

Além destas, contam-se inúmeras outras doações, cuja r elação será oportunamente di­vulgada.

~ MINISTl!:RIO DO TRABALHO, INDCSTRIA

E COM:l!:RCIO

NOVO DIRETOR DA ESTATíSTICA DA PREVID~NCIA E TRABALHO - Em virtude de se ter exonerado do cargo de dir etor do Serviço de Estatlstica da Previdência e Tra­balho o Sr . Osvaldo da Costa Miranda, foi recentemente designado, por ato do presiden­te da República para exercer aquêle cargo o Sr. Gastão Quartin Pinto de Moura.

~ FUNifAÇA.O BRASIL CENTRAL

ATINGIDA PELA EXPEDIÇÃO XINGU­TAPAJ óS A SERRA DO CACHIMBO - ABER­TURA DE CAMPO DE POUSO NA ROTA RIO-MANAUS Noticias procedentes do acampamento T eles Pires, na r egião Brasil­Central, dão conta d e que elementos mais avançados da expedição Xingu-Tapajós, sob a

· direção dos irmãos Vilas Boas, e diretamente coberta por aviões da F.A. B. e da Fundação Brasil Central, atingiram, a 8 do corrente , a serra do Cachimbo . A operação de pouso, fei­ta sObre descampados ali existentes, só foi posslvel depois de grande trabalho de reco­nhecimentos aéreos.

Logo após a aterrisagem dos aparelhos que cobriram a · marcha da expedição, os expe­dicionários entregaram-se ativamente à tarefa de preparação do campo para decolagem, que se fêz no dia seguinte , sem acidentes. No alto da serra ficou o primeiro grupo expedicionário e os aviões retrocederam ao acampamento T e­les Pires, de onde se transportarão reforços de pessoal, mantimentos, ferramentas, material e combustlveis necessários à imediata abertura de um grande campo de pouso intermediário entre o Xingu e o Tapajós, na rota Rio-Ma­naus.

Adiantam as noticias que a região que está sendo explorada é bastante saudável e dispõe de água boa e abundante, apresentando indl­cios da existência ali de s!Jvlcolas que ainda se utilizam de instrumentos de pedra.

~

Instituições Particulares ACADEMIA BRASILEIRA DE HISTORIA

ELEIÇÃO "nos óRGÃOS ADMINISTRATI­VOS E ACLAMAÇÃO DE MEMBROS EFETI­VOS - Dando continuação aos trabalho)! de organização da Academia Brasileira de Hlstó~ ria, estiveram reunidos, a 6 do corrente, na sede da Sociedade Brasllelra de Geografia, os membros fundadores daquela novel entidade senhores ministro Heitor Lira e Fonseca Her­mes, professor Basilio de Magalhães, Drs. Hei­tor Pereira, Oton Costa, Humberto Grande, Alexandre Azevedo e comandantes Brás da Silva, Feliciano Xavier, Dldio Costa e Oliveira Belo. .

Nesta reunião que funcionou sob a presl· dência do professor Heitor Pereira, presiden­te da Diretoria provisória, foram aclamados

membros efetivos da entidade as seguintes personalidades: Pedro Calmon, Noronha San­tos, Virgll!o Corrêa Filho, Carlos Xavier Pais Barreto, Afonso D'Escragnolle Taunay, Para­nhos Antunes, Cândido Mariano da Silva Ron­don, Roquete Pinto, Luis Edmundo, Jaguaribe de Matos, Veiga Cabral, Hélio Viana, César Veiga, Alberto Ribeiro Lamego e os historia· dores portuguêses Jaime Cortesão e padre Serafim Leite.

Pelo sócio fundador Humberto Lira, foi proposta e recebeu aprovação dos d emais, a nomeação de uma comissão para proceder à revisão dos estatutos da Academia antes que êste fOsse submetido à aprovação peld plenário.

Procedendo-se à eleição para escolha dos membros desta comissão, obteve-se o seguinte resultado: presidente, ministro Heitor Lira;

1. o vice-presidente, Dr . Heitor P e1 vice-presidente, Dr . Humberto Grand cretário, Dr. Oton Costa; 2. • secre mandante Brás da Silva; tesoureiro~ c te Oliveira Belo, e diretor. da Rev.st, bargador Carlos X avier Pa1s Barreto. Consultivo : senhores mini~tro Fons mes, Dr. Basilio de Magalhaes, desen Carlos Xavier Pais Barreto, coronel . de Matos, Dldio Costa, professor Már1 ga Cabral, De Paranhos Antunes, D Alexander Azevedo, professor Roque general Cândido Mariano da Silva Ro: Luis Edmundo e Alberto Lamego.

~ INSTITUTO HISTóRICO E GEOG

BRASILEIRO

CENTENARIO DA CRIAÇÃO I: VtNCIA DO AMAZONAS - Sob a Pl

COLLOQUIUM INTERNACIO:r\ DE ESTUDOS LUSO-BRASILE

A ARTE E A ARQUITETURA l TUGAL E DO BRASIL NOS Sll:CUL E XVIII - A arquitetura portuguêsa !eira dos séculos XVII e XVIII, fon parte importante e, ao mesmo t e':flP?· J cidas do estilo barroco . A contnbmça senhistas e construtores port.uguêse~ aquêle perlodo, começa P?r . 1sso a interêsse, aguçando a cunos1dad E;J e , tência dos pesquisadores e estud10!30· conhecem a Importância e a sigmfu aliás de muito se vem preocupando a de Belas Artes de Portugal pelo asst tindo dali a iniciativa d e uma grande ' em prol da preservação dos monume tóricos dos séculos X~II e XVIII. ~. mo sentido, não t em s1do mE;Jnor !l- atl. Departamento do Patrimômo :f!1stórJ tlstico do Ministé rio da Educaçao do

No entanto , está por ser escritll; di completa e sistematizada, a história da arquitetura dessa antiguidade d~s ses. Considerando o fato, os orgamz• Co!loquium Intern acional .de Estudos l sileiros a realizar-se proximamente no Unidos, tiveram a oportuna e plaus de dedicar uma secção do certame artes e à arquitetura de Portugal e dos séculos XVII e XVIII_. promovei uma exposição de fotografias de t_em , ventos edifícios públicos e r esldenc1 truído; naquelas época~ . Est~~; expos mará a atenção dos cunosos a!nda Pf da decoração e para os azuleJOS . usa revestimento e enfeites nas antigas ções .

~ 48.o QONGRESSO ANUAL DA ASSI SUL-AFRICANA PARA O PBOGRI

CUl:NCIA

SUA RECENTE REALIZAÇÃO. LISBURY - A Associação Sul-Afru 0 Progresso da 'Ciência, acaba de r e Salisbury, na Rodésia do Sul, o seu I simo oitavo congresso anual. O ce. presidido pelo professor C. van RI diretor dos R econh ecimentos Arqueol Afrlca do Sul, foi freqüentado por ms zentos congressistas e observadores 1 nos e instituições cientificas de outr•

Grande número de teses sObre as! !ativos à Africa Meridional , mas o !nterêsse à ciência de modo geral, fo1 sentadas no Congresso de Sallsbun

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ls Paterno, com a Historia de! del Río de La P!ata, por Rul­

n; a Livraria São José, com 3 !Pertório da Legislação Militar tos, 1834; o general Valentim Regulamento para o Exercício

s de Infantaria pelo conde de Idem, para a Cavalaria, 1789. •s. contam-se inúmeras outras relação será oportunamente di-

+: 00 TRABALHO, INDllSTRIA

E C0Ml1JRCIO

!ETOR DA ESTATíSTICA DA E TRABALHO - Em virtude

terado do cargo de diretor do atistica da Previdência e Tra­lsvaldo da Costa Miranda, foi esignado, por ato do presiden­a para exercer aquêle cargo o artin Pinto de Moura.

+: AO BRASIL CENTRAL

PELA EXPEDIÇÃO XINGU­RRA DO CACHIMBO - ABER­.MPO DE POUSO NA ROTA

- Noticias procedentes do reles Pires, na região Brasil­:onta de que elementos mais xpediçáo Xingu-Tapajós, sob a 11ãos Vilas Boas, e diretamente ões da F.A.B. e da Fundação atingiram, a 8 do corrente, a

nbo. A operação de pouso, fei­.mpados ali existentes, só foi

de grande trabalho de reco­reos.

a aterrisagem dos aparelhos • marcha da expedição, os expe­·egaram-se ativamente à tarefa do campo para decolagem, que lgulnte, sem acidentes. No alto l primeiro grupo expedicionário ;ocederam ao acampamento Te­mde se transportarão reforços timentos, ferramentas, material necessários à imediata abertura campo de pouso intermediário e o Tapajós, na rota Rio-Ma-

l noticias que a região que está L é bastante saudável e dispõe abundante, apresentando indl­

eia ali de silvlcolas que ainda Instrumentos de pedra.

'os da entidade as seguintes Pedro Calmon, Noronha San­

rrêa Filho, Carlos Xavier Pais D'Escragnolle Taunay, Para­

~ândido Mariano da S!lva Ron­lnto, Luis Edmundo, Jagu,aribe +a Cabral, Hélio Viana, César Ribeiro Lamego e os historia­ses Jaime Co.-tesão e padre

fundador Humberto Lira, foi Jbeu aprovação dos demais, a ma comissão para proceder à 1tutos da Academia antes que etido à aprovação peld plenário. se à eleição para escolha dos comissão, obteve-se o seguinte !dente, ministro Heitor Lira;

NOTICIARIO 733

1.• vice-presidente, Dr. Heitor Pereira; 2. • vice-presidente, Dr. Humberto Grande; 1.• se­cretário, Dr. Oton Costa; 2. • secretário, co­mandante Brás da Silva; tesoureiro, comandan­te Oliveira Belo, e diretor da Revista, desem­bargador Carlos Xavier Pais Barreto. Conselho Consultivo: senhores ministro Fonseca Her­mes, Dr. Basilio de Magalhães, desembargador Carlos Xavier Pais Barreto, coronel Jaguaribe de Matos, Didio Costa, professor Mário da Vei­ga Cabral, De Paranhos Antunes, Dr. Válter Alexander Azevedo, professor Roquete Pinto, general Cândido Mariano da Silva Rondon, Dr. Luis Edmundo e Alberto Lamego.

+: INSTITUTO HISTóRICO E GEOGRAFICO

BRASILEIRO

CENTENÁRIO DA CRIAÇÃO DA PRO­VíNCIA DO AMAZONAS - Sob a presidência

de seu presidente perpétuo, embaixador José Carlos de Macedo Soares, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, realizou, a 11 do cor­rente, em colaboração com a Sociedade Bra­sileira de Geografia, uma sessão solene espe­cial comemorativa do 1.• centenário da criação da provincia do Amazonas . Nessa ocasião, dan­do inicio a uma série de conferências progra­mada como parte do programa das ditas co­memorações por aquelas entidades, o professor Agnelo Bittencourt pronunciou uma conferên­cia subordinada ao tema: "Esbôço para um per­fil da Amazônia" .

Ao ato estiveram presentes além de grande número de sócios do Instituto e da Sociedade Brasl!eira de Geografia, figuras de destaque da colônia amazonense. nesta capital e perso­nalidades de relêvo nos meios pollticos, admi­nistrativos, intelectuais e sociais do Distrito Federal.

+: Certames

COLLOQUJ:'UM INTERNACIONAL DE ESTUDOS LUSO-BRASILEIROS

A ARTE E A ARQUITETURA DE POR­TUGAL E DO BRASIL NOS Sll:CULOS XVII E XVIII - A arquitetura portuguêsa e brasi­leira dos séculos XVII e XVIII, formam uma parte importante e . ao m esmo tempo, desconhe­cidas do estilo barroco. A contribuição dos de­senhistas e construtores portuguêses durante aquêle periodo, começa por isso a despertar lnterêsse, aguçando a curiosidade e à persis­tência dos pesquisadores e estudiosos que lhe conhecem a Importância e a significação. Já aliás, de muito se vem preocupando a Academia de Belas Artes de Portugal pelo assunto , par­tindo dali a Iniciativa de uma grande campanha em prol da preservação dos monumentos his­tóricos dos séculos XVII e XVIII. Neste mes­mo sentido, não tem sido menor a atividade do Departamento do Patrimônio Histórico e Ar­tlstico do Ministério da Educação do Brasil.

No entanto, está por ser escrita de maneira completa e sistematizada, a história da arte e da arquitetura dessa antiguidade dos dois pal­ses. Considerando o fato, os organizadores do Colloquium Internacional de Estudos Luso-Bra­sileiros a realizar-se proximamente nos Estados Unidos, tiveram a oportuna e plauslvel idéia de dedicar uma secção do certame às belas artes e à arquitetura de Portugal e do Brasl! dos séculos XVII e XVIII, promovendo ainda uma exposição de fotografias de t emplos, con­ventos, ediflcios públicos e residêncials cons­truidos naquelas épocas. Esta exposição cha­mará a atenção dos curiosos ainda para a arte da decoração e para os azulejos usados como revestimento e enfeites nas antigas constru­ções.

+: 48.° CONGRESSO ANUAL DA ASSOCIAÇAO SUL-AFRICANA PARA O PROGRESSO DA

CI:I!lNCIA

SUA RECENTE REALIZAÇÃO EM SA­LISBURY - A Associação Sul-Africana para o Progresso da 'Ciência, acaba de realizar em Salisbury, na Rodésia do Sul, o seu quadragé­simo oitavo congresso anual. O certame foi presidido pelo professor C. van Rlet Lowe, diretor dos Reconhecimentos Arqueológicos da Afrlca do Sul, foi freqüentado por mais de du­zentos congressistas e observadores de gover­nos e instituições cientificas de outros paises.

Grande número de teses sôbre assuntos re­lativos à África Meridional, mas oferecendo lnterêsse à ciência de modo geral, foram apre­sentadas no Congresso de Salisbury. Dentre

estas destacam-se as do Dr. S. H . Skalfe, re­presentante do Cabo, intitulada "O Império Negro" e o trabalho do Dr. G. D . Read sôbre "Alguns Aspectos da Influência do Receio na Estrutura Social". Neste trabalho declara o au­tor que a maternidade e a compreensão da natureza humana são os alicerces em que se deve erguer a estrutura social, emancipada da escravidão do receio, a fim de a espécie huma­na poder sobreviver. Num symposium sôbre o uso da energia pelo homem, o Dr. A. E. H. Bleksley, da Universidade de Wiewatesrand ~ preconizou a poss ibilidade da utilização da energia solar e dos ventos, em larga escala.

O Congresso cientifico da Africa do Sul, homologou cpnclusões de grande alcance e aprovou resoluções lmportantisslmas das quais tomam conhecimento com interêsse os clrcu­los cientificos do mundo.

+: SE~IAN A NACIONAL DE FOLCLORE

RECOMENDAÇõES APROVADAS PELO IMPORTANTE CERTAME - Encerraram-se a 29 de agôsto último os trabalhos da III Se­mana Nacional de Folclore que êste ano teve por sede a cidade de P ôrto Alegre. O certame que despertou grande interêsse, foi freqüen­tado por grande número de especialistas e estudiosos, fazendo-se nêle representar várias entidades culturais da capital do pais e dos estados.

A III Semana Nacional de Folclore alcan­çou plenamente os seus objetivos, tendo ao encerrar-se homologado Importantes resoluções e recomendações. Destas últimas destacamos as seguintes: à Diretoria do I.B.E.C .C. para que procure obter para as comissões estaduais bônus de livros e material de pesquisa folcló­ricas fornecidos pela UNESCO; para que orga­!'ize um serviço no secretariado da Comissão Nacional de Folclore para a permuta de infor­mações e material folclórico , permitindo os trabalhos em conjunto; às comissões estaduais: para que incentivem a fundação de centros de pesquisas folclóricas aos meios estudantis, nas normas do Centro Mário de Andrade, de São Paulo, Incumbindo o Prof . Rossini Tavares Lima de estabelecer um plano para a criação e funcionamento dêsses organismos; para que encorajem as pesquisas de campo, publicando o documentário registrado e informando à Co­missão Nacional de todos os trabalhos e pes­quisas realizadas no seu estado.

Fora aprovados votos de agradecimentos ao I.B.E.C .C., ao governador do Rio Grande do Sul, ao prefeito de Pôrto Alegre, à impren­sa do Rio Grande do Sul, às autoridades, às

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'134 BOLE TI M GEOGRAF I CO

Universidades do estado, centros culturais, instituições e personalidades que contribuíram para a realização da Semana; de louvor ao O rfeão das ProfessOras e ao Centro de Tradi­ções Gaúchas "35" pela colaboração que vem dando aos estudos folclóricos no estado; e de louvor e gratidão ao Pro!. Dante de Laytano e aos componentes da Comissão de Folclore do Rio Grande do Sul pelo êxito do certame e pelo exemplo que constituem de trabalho eín eonjunto, a ser apontado e seguido por tOdas :as comissões estaduais de folclore.

Na sessão de encerramento foi lido um te­legrama do Sr. Téo Brandão, secretário-geral

da Comissão Alagoana de Folclore, agrade­cendo a escolha da cidade de Maceió para sede da IV Semana Nacional de Folclore, que se realizará no Na ta l de 1951.

Os Srs. Renato Almeida e Dante de Laytano, secretários-gerais, respectivamente da Comissão Nacional e da Comissão do Rio Grande do Sul de Folclore, endereçaram um telegrama ao Dr . Herbert Moses, presidente

' da A.B.I., solicitando fOsse o intérprete jun­tj;> à imprensa brasileira do agradecimento dos folcloristas brasileiros pelo apoio dado aos ~~u!tl~f~:J~~~· publicando artigos e divulgan-

-+c

Unidades Federadas AMAZONAS

CENTENÁRIO DA ELEVAÇÃO DO AMA­ZONAS A CATEGORIA DE PROVíNCIA -Iniciaram-se a 2 do corrente os festejos come­morativos do primeiro centenario da elevação do Amazonas à categoria de provlncia . Inúme­ras solenidades foram levadas a efeito em Ma­naus, constando do programa organizado, pa­lestras radiofônicas, conferências públicas e nos estabelecimentos de ensino da capital ama­zonense. Contribuindo para o brilhantismo das comemorações a Associação Comercial do Amazonas organizou interessante exposição destinada a mostrar ao público cousas sObre a vida e as atividades do estado, e na qual têm relêvo os aspectos da economia amazonense. Pelo Instituto Histórico e Geográfico do Ama­zonas, foi levada a efeito uma sessão solene, da qual foi orador oficial o padre Nonato Ri­beiro, que discorreu sôbre a efeméride, recor­dando episódios e feitos notáveis da história amazonense . De grande significação foi ainda .a. solenidade de colocação de uma placa come­morativa na fachada do prédio onde primitiva­mente se instalou o govêrno da provlncia.

+:

:&lARANHAO

EXCURSÃp DE GEóGRAFOS AO VALE D O ITAPICURU - Os professOres Aro!do de Azevedo e Dirceu Lino de Matos, da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo,

acabam de realizar uma viagem de estudos ao vale do rio Itapicuru, no Maranhão.

Nesta sua excursão visitaram aquêles geó­grafos vá rias cidades da região, procedendo a estudos de Geografia Humana e Geografia Físi­ca, e fazendo levantamentos topográficos. Pe­las observações feitas em relação ao meio na­tural, os professOres Aroldo de Azevedo e Dir­ceu Lino de Matos, chegaram a conclusões in­teressantissimas com respeito às possibilidades das terras do Itapicuru. E informando sôbre estas, acaba de revelar o seguinte: que de fato o Maranhão é um estado rico em recursos na­turais. Mas para que possa desenvolver plena­mente o seu progresso social e econômico, e aproveitar ao máximo a sua enorme riqueza potencial, que deve partir da fixação do ho­mem ao solo, tem que primeiro enfrentar dois importantes problemas: o dos transportes e o da alimentação. Observa o professor Aroldo de Azevedo, que, com exceção de Caxias, os municipios maranhenses da região por onde excursionou assentam o seu desenvolvimento, aliás retardado, numa base de economia des­trutiva - a explotação do babaçu. A agricul­tura pràticamente não existe. Por isso o pa­drão alimentar do maranhense daquela zona é dos mais deficitários e incompatível com o meio natural em que vive. Â dieta ordinária é a carne de porco.

O professor Aroldo Azevedo anuncia para breve uma excursão ao vale do Jaguaribe, onde fará estudos de natureza idêntica, aos que acaba de levar a efeito no vale do Ita­picuru.

-+c

Ex ter ior I NGLATERRA

OBSERVAÇÃO DOS RAIOS CóSMICOS NOS ALPES SUtÇOS - Informa-se de Lon­dres, que os cientistas da Universidade de Manchester que se dedicam ao estudo dos raios có~micos passarão o inverno no observa­tório de Jungfraujoch, nos Alpes Suíços para prosseguir estudos em tOrno dos trumesons, ou seja, as chuvas de partlculas altamente pe­netrantes, produzidas quando o átomo é fis­surizado por raios cósmicos, recentemente descobertos .

Dispondo de equipamentos e aparelhos es­peciais, pretendem os cientistas fotografar o curso das partlculas nucleares .

Os trabalhos de pesquisa q ue deverão ter inicio em fins de novembro se farão sob a d ireção do professor B. M. S. Blacket, deten­tor do Prêmio Nóbel para a Ciência .

As pesquisas que vão ser levadas a efeito em Jungfraujoch, constituem uma continua­ção do que, com os mesmos objetivos, vem sen­do ali realizado desde antes da guerr a. Antes de 1939 a Universidade de Manchester em­preendeu pesquisas sObre raios cósmicos numa estação de Londres, tendo feito posteriormen­te experi~r.entos em minas de carvão e n uma caverna do centro de Stockport.

Um gru po de cientistas da Universidade de Brístol, liderado pelo professor C. F . Po­wel , que passará também parte do inverno no monte Jungfraujoch, tentará fotografar por um processo diferente do empregado pela ex­pedição de Manchester, as partlculas radio­ativas.

O monte J ungfrau joch está coberto por um permanente tapête de neves . Mas a estação do observatório é aquecida internamente por meio de eletricidade e dotada de acomodações confor táveis , adianta o informe.

B i l

Registos e ,comentários bibliográfi cos

ANíSIO JOBIM - Aspectos s gráficos do Amazonas, Man

Na vasta literatura sôbre 1

nas 0 nome de Anísio Jobim f! tre 'os que, dedicand?-se ao ~~ quela região do Brasll sete!ltn~ trazendo, através da publlcaçl rie de estudos "Pan oramas J

cos", onde são focalizadas a~ ~ cidades amazonenses, sua uti tuição ao conhecimento da 1 região brasileira.

Agora nos chega às mãos 1

editado sob os auspícios do Geográfico e Histórico do A em comemoraçã~ à_ passageJ centenário da cnaçao da prc

Depois de uma expos~ção e fisiográfica do est ado, flxa ~ principais problemas da pla~. zônica, dos quais destaca tre~ mais marcantes: as terras ' interferência e a por~r~ca, um capítulo a esta analise.

Leva-nos Anísio Jobim, a bem apanhada an~l~se-desCJ conhecimento das difiCuldade se debat em os remotos mun mazonenses. Detendo-se na a histórico-geográfica dêst~s, chegar à amarg.a . conclusao maioria dêles vai mergulha~d quilamento, numa invol~ça< vem assinalando, especialn margens do rio Negro, de,!lde. do século XIV, na decadencii obra que foi erguida com a lu crifício de tantos abnegados

Neste trabalho sôbre a _J dedica o autor uma p:;rte a tação dos seus vultos celeb.~e~ filhos ou n ão daquela regiao dedicaram deixando um traç< te de sua passagem.

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Alagoana de Folclore, agrade­la da cidade de Maceió para sede a Nacional de F olclor e, que se fatal de 1951 . · Renato Almeida e Dante de

iretários-gerais, respectivamente Nacional e da Comissão do Rio ti de F olclore, endereçaram um Dr. Herbert Moses, presidente

licitando fôsse o intérprete jun-brasileira do agradecimento dos

rasl!elros pelo apoio dado aos , publicando artigos e divulgan-

ilizar uma viagem de estudos ao tapicuru, no Maranhão. excursão visitaram aquêles geó­~idades da região, procedendo a g rafia Humana e Geografia Flsi­levantamentos topográficos. Pe-3 feitas em relação ao meio na-3sôres Aroldo de Azevedo e D!r­:atos, chegaram a conclusões in­s com respeito às possibilidades Itapicuru. E Informando sôbre r evelar o seguinte: que de fato

um estado rico em recursos na­ra que possa desenvolver plena­Jrogresso social e econômico, e máximo a sua enorme riqueza deve partir da fixação do bo­

lem q ue primeiro enfrentar dois ·oblemas: o dos transportes e ão. Observa o p rofessor Aroldo ile, com exceção de Caxias, os ranhenses da região por onde sentam o seu desenvolvimento , . numa base de economia des­.plotação do babaçu. A agricul­n te não existe. Por isso o pa-

do maranhense daquela zona ficitários e incompatlvel com o m que vive . A' dieta ordinária 10rco.

Aroldo Azevedo anuncia pa ra cursão ao vale do J aguaribe, !dos de natureza Idêntica, aos levar a efeito no vale do Ita-

.s que vão ser levadas a efeito ch, constituem uma continua­

os mesmos objetivos , vem sen­desde antes da guerra . Antes

versidade de Manchest er em-isas sôbre raios cósmicos numa dres , tendo feito posteriormen­: em minas de carvão e numa tro de Stockpovt. de cientistas da Universidade rado pelo professor C. F. P o­li também parte do inverno no !ljoch, tentará fotografar por 'erent e do empr egado pela ex­nchester, as partlculas radio-

ungfraujoch está coberto por tapête de neves. Mas a estação é a quecida Internamente por

dade e dotada de acomodações ,anta o informe.

Bibliografia

Registos e ~comentários bibliográficos

Livros

ANíSIO JOBIM - Aspectos sócio-geo­gráficos do Amazonas, Manaus 1950.

Na vasta literatura sôbre o Amazo­nas, o nome de Anísio Jobim figura en­tre os que, dedicando-se ao estudo da­quela região do Brasil setentrional, vem trazendo, através da publicação da sé­rie de estudos "Panoramas Amazôni­cos", onde são focalizadas as principais cidades amazonenses, sua útil contri­tuição ao conhecimento da longínqua

·região brasileira. Agora nos chega às mãos êste livro,

editado sob os auspícios do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, em comemoração à passagem do 1.0

centenário da criação da província . Depois de uma exposição geológica

e fisiográfica do estado, fixa o autor os principais problemas da planície ama­zônica, dos quais destaca três como os mais marcantes: as terras caídas; a interferência e a pororoca, dedicando um capítulo a esta análise.

Leva-nos Anísio Jobim, através de bem apanhada análise-descritiva, ao conhecimento das dificuldades em que se debatem os remotos municípios a­mazonenses. Detendo-se na apreciação histórico-geográfica dêstes, faz-nos chegar à amarga conclusão de que a maioria dêles vai mergulhando no ani­quilamento, numa involução que se vem assinalando, especialmente às margens do rio Negro, desde o comêço do século XIV, na decadência de uma obra que foi erguida com a luta e o sa­crifício de tantos abnegados lutadores.

Neste trabalho sôbre a Amazônia, dedica o autor uma parte à apresen­tação dos seus vultos célebres, dos que, filhos ou não daquela região, a ela se dedicaram deixando um traço marcan­te de sua passagem.

No presente estudo, onde estão sis­tematizados os recursos do Amazonas e as suas necessidades, sentimos que o autor alia ao seu interêsse de estudio­so, o de amazonense, profundamente ligado aos problemas de sua terra e dos seus conterrâneos .

Y. R. M.

ROBERT REDFIELD - Civilizaçã.o e cultura de fole.

Robert Redfield apresenta um es­tudo sôbre os diversos graus de cultura desde a chamada "cultura de fole" , que é a da organização de uma socie­dade homogênea, "sagrada", "baseada em relações de status, parentesco e ou­tros laços sociais íntimos", até a "ci­vilização" indicativa do progresso dos povos urbanos de sociedade heterogê­nea, secular, na qual a relação entre os indivíduos tende a substituir os va­lores pessoais e a íntima ligação, ca­racterística da vida tribal.

O campo escolhido pelo autor e seus colaboradores foi Iucatan, na re­g'ião · compreendida, c;le Mérida até a aldeia tribal de Tusick, onde ainda vi­gora a "cultura de fole". Nela ~ude­ram ser estudadas quatro graus de va­riações culturais. São os resultados dês­te estudo comparativo de quatro co­munidades, Mérida, a cidade grande, Dzitas, a vila, Chan Kom, a povoação e Tusick, a aldeia tribal, que marcam a linha conceitual cujos extremos são a "cultura de fole" e a "civilização", que aqui vêm apresentadas em todos os seus pormenores .

Estando a ciência social, como es­tá, estreit,amente ligada à geografia humana, o livro de Robert Redfield, se­rá lido com interêsse pelos estudiosos desta ciência.

Y. R. M.

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736 BOLETIM GEOGRAFICO

CONSERVATION IN THE AMERICAS - N.0 8 - Publicado pela Pan Ame­rica Uni$ em colaboração com a Pan American Section of the Inter­national Committee for Bird Preser­vation - Abril de 1950. - Washing­ton, D. C.

Reiniciando a publicação interrom­pida desde · abril de 1948, "Conservation in the Americas, transcreve no presen­te número a tese: "Enchentes e Movi­mentos Coletivos do Solo no Vale do Paraíba, em Dezembro de 1948 - In­fluência da Explotação Destrutiva das Terras", apresentada pelo Prof. Hilgard O'Reilly Sternberg, ao XVI Congresso Internacional de Geografia, realizado em Lisboa em abril de 1949 . Êsse tra­balho mereceu a melhor acolhida, sen­do classificado na presente publicação por Mr. William Bogt como extraordi­nàriamente bom. Foi Mr . William Bogt representante de PAU no - 1.0

"Pan American Consultation on Geo_ graphy", realizado no Rio de Janei­ro, em setembro de 1949 e chefe da Secção de Conservação da Pan Ame_ rican Union durante 6 anos, pôsto que abandonou em novembro de 1949.

Estuda o Prof. Hilgard Sternberg, no seu importante trabalho, as causas naturais e artificiais que deram lugar ao fenômeno ocorrido na extensa área de 1 500 quilômetros quadrados, conhe-

cida como Zona da Mata, no E. de Mi­nas Gerais cujo ímpeto do rio Paraíba e seus afluentes, levando os detritos dos morros aluídos pela gravidade soterra­ram casas e lavouras, flagelando tôda a vasta região . ·

Analisando os danos provocados pelas enchentes e deslocamentos do so­lo agrícola e rocha meteorizada chegou o Prof. Hilgard O'Reilly Sternberg, à conclusão de que as causas que motiva­ram o f.lagelo foram: (1) caracterís­ticas das bacias (estrutura geológica e topográfica) ; (2) fatos meteorológicos: quantidade e distribuição das chuvas; e (3) condições do solo e do revestimen­to vegetal.

Analisa ainda o fator desfloresta­mento, apreciando o problema de re­cuperação florestal e fertilização do so­lo. Encerrando o seu importante estu­do, aqui transcrito na integra, em tôr­no das causas do flagelo, o Prof. Hil­gard apresenta. medidas que julga ca­pazes de evitar a repetição do flagelo.

Consta ainda do presente número à seguinte matéria: " .. Nor Any Drop to Drink"; "Proceedings of The Den­ver Conference Available"; Internatio­nal Ornithological Congress"; "Pan A­merican Co'nservation Award of Merit"; Executive Committee on Renewable Ressources" e "Appeal to All Conserva­tionists".

Y. R . M.

Periódicos

ANALES DE GEOGRAPHIE- Bulletin de la Société de G~ographie -N.0 315 LIX ano - maio-junho 1950 .

Quatro são os artigos do n.o 315 da tradicional revista geográfica publicada com o concurso do Centro Nacional de Pesquisa Científica:

"A· XXXII Excursão ·Geográfica Intra-Universitária (1-9, junho 1949) à Floresta Negra, Notas de Morfologia", de P. Birot; "A Floresta Negra, Notas de Geografia Humana e Econômica, de P. Mathelot; "A Abundância Flu­vial na Bacia do Mississipi", de M. Pardé e um estudo sôbre a "Juta em Bengala" da Sta. M. Godfryd. A leitura dêste último artigo deve despertar bas­tante interêsse entre nós, pois apresen­ta uma visão panorâmica da produção desta fibra vegetal de tão amplo em­prêgo industrial.

A segunda parte do Boletim dedi­ca-se, como de costume, à critica biblio­gráfica de trabalhos e livros especiali­zados no assunto. No presente número, a propósito do livro do Sr. Le Lannou, o Sr. P. George escreve interessante apanhado "Reflexões sôbre a Geogra­fia Humana."

A terceira parte. da revista - "Crô­nica Geográfica" - que é uma resenha dos principais acontecimentos do mun­do relacionados à Geografia, Meteoro­logia, pesquisas científicas, etc., repre­senta um selecionado resumo dos prin­cipais acontecimentos mundiais.

Na Secção "Geografia Física", lê­se u,ma pequena nota a respeito das chuvas de princípios de maio p. p., que ocasionaram as enchentes o Rio de Janeiro .

Y. R . M.

BOLETIM bo INSTITUTO E CO GEOGRAFICO E ETN< co'PARANAENSE- Vol. I'i

Juntando-se às justas hon com que foi comemorada a I do cinqüentenário da morte d• de de Guarapuava, o Boletim tuto Histórico vem inteiramer cada à figura brilhante do 1

brasileiro. Sôbre a personalidade, a

obra do grande propulsor do < vimento dos campos de Gua apresenta êste número o segl mário: "O Visconde de Gua1 - Eurico Branco Ribeiro; "I tenário do Visconde de Gua1 - Dr. Loureiro Fernandes: " de Guarapuava - O Bandeira este" - Dulcídio T. Lacerda; conde de Gúarapuava na As Estadual do Paraná"; "Discu nunciado na Assembléia Legis! Paraná pelo deputado Alvir berg" ; "O Vtisconde de Gua1 - Dr. F. Lacerda Werneck; de Sá Camargo"- Cmte. Dídi "O Cinqüentenário do Falecin Visconde de Guarapuava" -C dia do Exército; "CorrespondêJ cada com Membros da Comissã peito do Cinqüentenário do de Guarapuava".

Encerra o sumário uma que contribuíram para o mo, ao visconde.

Y.

INSTITUTO DE INVESTIG.t1 GEOGRAFICAS - Univen da República - X Aniversw Fundación - Montevidéu ·

Comemorando o X aniver sua fundação, publicou o Insl Investigaciones Geográfic~s a te edição onde, numa JUSt2 nagem são apresentados os dos qu'e vêm dedicando uma sua vida à solução dos mag1 blemas em que êsse depar está empregando sua atividac campo tão vasto e comple>, seja o geográfico, cujos conce: to tem variado através dos a ponto de ser a geografia con hoje "a mais completa, a m! clopédica e universalista das c torna-se sem dúvida, essa ! dia a dià mais valiosa para a dade.

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o

~ona da Mata, no E. de Mi­cujo ímpeto do rio Paraíba ntes, levando ?S detritos dos dos pela gravidade soterra­~ lavouras, flagelando tôda lão. · 1do os danos provocados 1tes e deslocamentos do so­! rocha meteorizada chegou ~ard o>Reilly Stemberg, à ! que as causas que motiv~­~lo foram: (1) caracterís­,cias (estrutura geológica e ; (2) fatos meteorológicos: e distribuição das chuvas; )es do solo e do revestimen-

ainda o fator destloresta­ciando o problema de re­)restal e fertilização do so­:do o seu importante estu­tscrito na integra, em tôr­:t.s do flagelo, o Prof. Hil­tta . medidas que julga ca­~ar a repetição do flagelo. Linda do presente número 1atéria: " .. Nor Any Drop 'Proceedings of The Den­ce Available"; Internatio­)gical Congress"; "Pan A­;ervation Award of Merit"; ommittee on Renewable ! "Appeal to All Conserva-

Y. R. M .

a parte do Boletim dedi­~ costume, à critica biblio­Lbalhos e livros especiali­nto. No presente número, o livro do Sr. Le Lannou, 1rge escreve interessante eflexões sôbre a Geogra-

parte. da revista - "Crô­:a" - que é uma resenha acontecimentos do mun­

)S à Geografia, Meteoro­~s científicas, etc., repre­:ionado resumo dos prin­imentos mundiais. l "Geografia Física", lê­ma nota a respeito das tcípios de maio p. p., que LS enchentes no Rio de

Y. R. M.

BIBLIOGRAFIA 737

BOLETIM bo INSTITUTO HISTóRI­CO, GEOGRAFICO E ETNOGRAFI­CO PARANAENSE- Vol. IV- 1950.

Juntando-se às justas homenagens com que foi comemorada a passagem do cinqüentenário da morte do viscon­de de Guarapuava, o Boletim do Insti­tuto Histórico vem inteiramente dedi­cado à figura brilhante do eminente brasileiro.

Sôbre a personalidade, a vida e a obra do grande propulsor do desenvol­vimento dos campos de Guarapuava, apresenta êste número o seguinte su­mário: "O Visconde de Guarapuava" - Eurico Branco Ribeiro; "Cinqüen­tenário do Visconde de Guarapuava" - Dr. Loureiro Fernandes: "Visconde de Guarapuava - O Bandeirante d'O­este" - Dulcídio T. Lacerda; "O Vis­conde de Gúarapuava na Assembléia Estadual do Paraná"; "Discurso Pro­nunciado na Assembléia Legislativa do Paraná pelo deputado Alvir Resem­berg"; "O Vlisconde de Guarapuava" - Dr. F. Lacerda Werneck; "Antônio de Sá Camargo"- Cmte. Dídio Costa; "O Cinqüentenário do Falecimento do Visconde de Guarapuava" - Ordem do dia do Exército; "Correspondência tro­cada com Membros da Comissão, a Res­peito do Cinqüentenário do Visconde de Guarapuava".

Encerra o sumário uma lista dos que contribuíram para o monumento ao visconde.

Y. R. M.

INSTITUTO DE INVESTIGACIONES GEOGRAFICAS - Universidad de da República - X Aniversario de su Fundación - Montevidéu - 1947.

Comemorando o X aniversário de sua fundação, publicou o Instituto de Investigaciones Geográficas a presen­te edição onde, numa justa home­nagem, são apresentados os retratos dos que vêm dedicando uma parte de sua vida à solução dos magnos pro­blemas em que êsse departamento está empregando sua atividade. Num campo tão vasto e complexo como seja o geográfico, cujos conceitos tan­to tem variado através dos tempos, a ponto de ser a geografia considerada hoje "a mais completa, a mais enci­clopédica e universalista das ciências", torna-se, sem dúvida, essa atividade dia a dia mais valiosa para a humani­dade.

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Além dos discursos pronun.ciados no atà comemorativo do X aniversário da Fundação pelos Drs. José Pedro Va­rela, general Julio A. Roletti e Raul Seuánez Olivera, temos a síntese dos trabalhos realizados pelo Instituto des­de a sua origem, feita pela Prof.a Ema G. Mari, secretária do Instituto Nacio­nal de Investigações Geográficas; um· pequeno estudo apresentado pelo Eng.0

Eduardo Terra Arocena, diretor do Instituto de Geologia e Perfurações sô­bre "Aguas Superficiais e o Bosque co­mo Fatôres da Paisagem"; uma "Aná­lise dos Fatôres Geográficos do Proble­ma dos Rancheríos" 'pela Dra. In és L ui­se de Villero, subdiretora do Instituto Nacional de Investigações Geográficas e a "Organização e Integração do Ins­tituto".

Como apresentação figura o discur­so pronunciado pelo eminente Prof. Jo­sué de Castro na sessão celebrada em sua honra, no qual êste destaca o va­lor e penetração da moderna geografia.

Y. R . M.

REVUE DE GEOGRAPHIE DE LYON - Société cfe Géographie de Lyon -V oi. XXV n.0 3 - 1950.

O fascículo trimestral publicado sob a supervisão do Prof. André Allix, apresenta atraente sumário de maté­rias, focalizando principalmente aspec­tos de geografia urbana com várias car­tas e fotografias. Pierre Bonnoure, a­gregado à Universidade de Paris, estuda os aspectos de geografia urbana, por muito tempo negligenciados. Trata, entre outros, do problema do vocabulá­rio a ser empregado nos trabalhos dês­se ramo de geografia, detendo-se em fornecer uma definição precisa da no­ção geográfica de subúrbio e chamando a atenção do leitor sôbre a complexi­dade do problema.

A Sra. Courbin, professôra do Co­légio Marie Vidalenc, de Lyon, exami­na os serviços públicos dessa cidade, especialmente as casas sem gás e sem eletricidade.

O Prof. Abel Chatelain firma o ar­tigo cujo título é, por si, uma síntese do assunto explanado: "As fôrças de­mográficas de expansão urbana".

Além dos citados, e do pequeno es­tudo da Sra. Martin sôbre "La Grande Rue de la Guillotiêre", em Lyon, há a citar o artigo de G. Tricart, diretor do Laboratório de Geografia da Universi-

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738 BOLETIM G"EOGRAFICO

dade de Strasburgo, que, sem dúvida, é dos mais interessantes do n.0 3 da Revista de Geografia de Lyon.

Mostra a influência do fator fun­deário na estruturação das cidades. As dimensões, a disposição e a catego­ria dos proprietários a que pertencem os espaços compreendidos numa aglo­meração urbana, representam fatôres de influência decisiva na conformação das cidades. Dêles depende a geografia urbana das áreas construídas . Para o Prof. G. Tricart, um dos principais obs­táculos à construção de imóveis moder­nos nos velhos núcleos urbanos, reside nas pequenas dimensões dos lotes, di-

mensões que correspondiarrl às concep­ções arquiteturais de séculos passados. A exigüidade dos lotes, herança de ve­lhas concepções, segundo o A. repre­senta um papel conservador que detém a evolução "dos núcleos urbanos". "As­sim se explica a perpetuação das rue­las estreitas e sinuosas no aentro da maior parte das grandes cidades" da França.

A contribuição de G. Tricart ao es­tudo das estruturas urbanas merece ser lido e estudado pelos interessados nos problemas da geografia urbana.

Y. R. M.

..... O Servi~o Central de Documenta~ão Geográfica do Conselho Nacional de Geografia é completo, compreendendo Biblioteca, Mapoteca, Fototeca e Arquivo Corogrâfico, destinando­

•e êste à guarda de documentos como sejam inéditos e artigos de jornais. Envie ao Conselho qualquer documento que possuir sôbre o território brasileiro.

/

L eis e

Legislação federal

Ementário das leis e d1 d

Lei n. o 819, de 19 de setembro de 1949 tui o r egime d e coop eração part ção de ob ras d e saneamento". "Diá rio Oficial" d e 21-10-1949.

Lei n.o 822, de 21 de outu.br? de 194! sidera d e utilidade publtca a LI a L epra do estado d o Pará". "Diá rio Oficial" d e 26-10-1949.

Lei n.o 839, de 29 de setembr? de 19 toriza a ab ertur a de cr éditos pa t vitimas d e en ch entes". "Diá rio Oficial" d e 3-10-194,9 .

Lei n.o 840, de 29 de setembr? .de 19 t oriza a abertura, p elo Mtmstéri• náutica, d e cr édito especial para t o à Sociedade Construtora Com g entil Ltda. " . "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n.o 841, de 29 de setembro de 194 cede isen çã o d e direitos para m p ortado p ela firma Booth & Com] don) Limited". "Diário Oficial" de 3-10-1949.

Lei n.o 842, de 4 de outubro de 1949 r oga o prazo da l ei n .o 26~. de ver eiro de 1948, que subordmou d e licença prévia o intercâmbio taçã o e exportação com o exter "Diário Oficial" d e 5-10-1949.

Lei n .o 843, de 4 de outubro de ~949 riza a abertura ao Poder Judtciá dito especial para pagam ento d E ção" . . "Diário Oficial" de 8-10-1949 .

Lei n o 844 de 5 de outubro de 1949 ri~a a ~bertura d e crédito supl< Poder Judiciário para pagamen1 rio-familia" . "Diário Oficial" d e 8-10-1949.

Lei n.o 845, de 5 de outnbr~ de 1~9 riza a abertura, pelo Mmistérto da de crédito especial para pa~ juros de apólices". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

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te correspondiarri às concep­~turais de séculos passados. ie dos lotes, herança de ve­pções, segundo o A. repre­iapel conservador que detém "dos núcleos urbanos". "As­!ica a perpetuação das rue­s e sinuosas no centro da e das grandes cidades" da

'ibuição de G. Tricart ao es­struturas urbanas merece estudado pelos interessados as da geografia urbana.

Y. R. M.

elho Nacional de Geografia é rqoivo Corográfico, destinando­te jornais. Envie ao Conselho

/

L eis e Resoluções

Legislação federal

Ementário das leis e decretos publicados no período de 1 a 31 de outubro de 1949

Leis Lei n.o 819, de 19 de setembro de 1949- "Insti­

tui o regime de cooperação para a execu­ção de obras de saneamento". "Diário Oficial" de 21-10-1949.

Lei n.o 822, de 21 de outubro de 1949 - "Con­sidera de utilidade pública a Liga Contra a Lepra do estado do Pará". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 839, de 29 de setembro de 1949 - "Au­toriza a abertura de créditos para socorrer vitimas de enchentes". "Diário Oficial" de 3-10-194<9.

Lei n.0 840, de 29 de setembro de 1949 - "Au­toriza a abertura, pelo Ministério da Aero­náutica, de crédito especial para pagamen­to à Sociedade Construtora Comercial Jor­gentil Ltda.". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n.o 841, de 29 de setembro de 1949- "Con­cede isenção de direitos para material im­portado pela firma Booth & Company (Lon­don) Limited". "Diário Oficial" de 3-10-1949.

Lei n. 0 842, de 4 de outubTo de 1949 - "Pror­roga o prazo da lei n.o 262, de 23 de fe­vereiro de 1948, que subordinou ao regime de licença prévia o intercâmbio de impor­tação e exportação com o exterior". "Diário Oficial" de 5-10-1949.

Lei n.o 843, de 4 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura ao Poder Judiciário de cré­dito especial para pagamento de gratifica­ção". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n. 0 844, de 5 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura de crédito suplementar ao Poder Judiciário para pagamento de salá­rio-familia". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n.o 845, de 5 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura, pelo Ministério da Fazen­da de crédito especial para pagamento de juros de apólices". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

---- .. -\'

Lei n. 0 846, de 5 de outubro de 1949- "Manda contar tempo de serviço para efeito de apo­sentadoria, em favor do agente fiscal do impôsto de consumo Alfredo Gaudêncio de Queirós".

"Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n.o 847, de 5 de outubro de 1949 - "Regu­la a incorporação nas Fôrças Armadas em 1950".

"Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n. 0 848, de 5 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura pelo Ministério da Educa­ção e Saúde, de crédito especial para re­construção do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil".

Lei n.o 849, de 5 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura de crédito especial para despesas com a reforma do prédio da Em­baixada do Brasil, em Washington". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Lei n.o 850, de 6 de outubro de 1949 - "Abre ao Poder Judiciário crédito especial para pagamento de gratificação". "Diário Oficial" 8-10-1949.

Lei n.o 851, de 7 de outubro de 1949 - "Dispõe sôbre a composição das congregações de Institutos de Ensino Superior das Univer­sidades". "Diário Oficial" de 12-10-1949.

Lei n." 852, de 8 de outubro de 1949 - "Fixa vencimentos dos Defensores Públicos da Justiça do Distrito Federal". "Diário Oficial" de 13-10-1949.

Lei n.o 853, de 8 de outubro de 1949 - "Modi­fica a redação do artigo 50 do Regulamen­to anexo ao decreto-lei n.o 2 398, de 11. de julho de 1940". "Diário Oficial" de 18-10-1949.

Lei n. 0 854, de 10 de outubro de 1949 - "Dis­põe sôbre a contribuição de melhoria pre­vista no artigo 30 da Constituição". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

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740 B O L E T IM G E O G R A F I .C O

Lei n. 0 855, de 10 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura ao Ministério da Guerra, de crédito especial para pagamento à Com­panha Industrial Máquina São Paulo" .

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Lei n.o 856, de 10 de outubro de 1949 - "Con­cede prêmio, em dinheiro, ao genetista Iwar Beckman". Diário Oficial" de 18-10-1949.

Lei n .0 857, de 10 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura de crédito especial para obras no prédio da Embaixada do Brasil em Buenos Aires". "Diário Oficial" 20-10-1949.

Lei n. 0 858, de 12 de outubro de 1949 - "Con­cede isenção de direitos para material im­portado pela Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Lei n.0 859, de 12 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura, pelo Ministério da Justiça e N egócios Interiores de crédito especial para pagamento de gratificação". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Lei n.0 860, de 13 de outubro de 1949 - "Dis­põe sõbre a r evisão do contrato de arren­damento da Viação F érrea do Rio Grande do Sul".

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Lei n.0 861, de 13 de outubro de 1949 - "Mo­difica a redação de artigos do decreto-lei n.o 5 452, de 1 de maio de 1943". · "Diário Oficial" de 21-10-1949.

Lei n. 862, de 13 de outubro de 1949 - "Faz doação de terreno à Liga de Proteção aos Cegos do Brasil". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Lei n. 0 863, de 13 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial ao Po­der Judiciário, para pagamento de pessoal". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Lei n. 0 864, de 13 de outubro de 1949 - "Dis­põe sôbre prorrogação de prazo judicial para desocupação de imóvel". "Diário Oficial" d e 20-10-1949.

Lei n.o 865, de 13 de outubro de 1949 - "Con­sidera de utilidade pública o Instituto His­tórico e Geográfico de Santos". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

Lei n.0 867, de 15 de outubro de 1949 - "Es­tende ao pessoal das Secretarias do Tri­bunal Superior Eleitoral e dos Tribunais Regionais Eleitorais dispositivos da lei n.o 488, de 15 de novembro de 1948". "Diário Oficial" de 19-10-1949.

Lei n. 0 868, de 15 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura de crédito suplementar para pagamento de dividas de Exerc!cios Fin­dos". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

Decreto n.o 869, de 16 de outubro de 1949 -"Extingue o per!odo adicional ao exerci­cio financeiro e dá outras providências". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

I

Decreto n.o 870, de 16 de outubro de 1949 -"Abre ao Poder Judiciário crédito especial para pagamento de despesas efetuadas em 1948". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

L~i n.o 871, de 16 de outubro de 1949 - "Auto­riza a abertura ao Poder Judiciário de cré­dito especial para pagamento de gratifi­cações". "Diário Oficial" de 18-10-1949 .

Lei n. 0 872, de 16 de outubro de 1949 - "Cria a carreira d e enfermeiro no Quadro Per­manente do Ministério da Marinha". "Diário Oficial" d e 20-10-1949.

Lei n.0 873, de 16 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura, pelo Ministério das Re­lações Exteriores, de crédito especial para atender a despesas r ealizadas em 1947". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

Lei n. 0 874, de 18 de outubro de 1949 - "Au­to:iza a abertura d e crédito especial, ao Mmistério da Educação e Saúde para res­tauração de monumentos e bens históricos da Cidade do Salvador" .

"Diário Oficial" de 22-10-1949.

Lei n. 0 875, de 19 de outubro de 1949 - "Con­sidera de utilidade pública o Instituto His­tórico e Geográfico de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 22-10-1949.

Lei n. 0 876, de 20 de outubro de 1949 - "Ex­tingue e cria função gratificada no Quadro Permanente do T erritório Federal do Acre". "Diário Oficial" de 24-10-1949.

Lei n .o 877, de 20 de outubro de 1949 - "Abre ao Poder Judiciário crédito suplementar para pagamento de gratificação". "Diário Oficial" de 24-10-1949.

Lei n. 0 878, de 20 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial para despesas dà Ordem Nacional do Mérito". "Diário Oficial" de 24-10-1949.

Lei n. 0 879, de 20 de outubro de 1949 - "Con­cede isencão de direitos de importação para material destinado ao Seminário de Nossa Senhora da Salete, em Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul". "Diário Oficial" de 24-10-1949.

Lei n. 0 880, de 20 de outubro de 1949 - "Dis­põe sôbre a doação de um t erreno à Caixa Beneficente da Guarda Civil do Distrito Federal". "Diário Oficial" de 24-10-1949.

Lei n. 0 881, de 20 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura d e créditos especiais para auxiliar regiões flageladas por calamida­de pública". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 883, de 21 de outubro de 1949 - "Dis­põe sõbre o reconhecimento de filhos lle­g!timos". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 884, de 21 de outubro de 1949 - "Re­voga dispositivos do decreto-lei n. o 8 724, de 18 de janeiro de 1946". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

LEI

Lei n.o 885, de 21 de outubro de 1949 toriza a abertura de crédtt~ es1 Ministério da Educação e Saude < ao pagamento de auxilio para difE caixa". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 886, de 2ol de outubro de 19ol9, põe sôbre a organização e quadro. soai do Tribunal de Contas". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 888, de 24 de outu_br<? de 1949 sidera de utilidade publlca o l':ls Proteção e Assistência à Infê.neta "Ofir Loiola". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.o 889, de 24 de outu~ro . de 194.9 sldera de utilidade publlca a A dos Ex-Alunos do Colégio Militai de Janeiro". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.o 890, de 21 de outubro de 194_9 ~ no Quadro Suplementar do Mml. Justiça e Negócios Interiores o desenhista civil do Corpo de Boml Distrito Federal". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.o 891, de 24 de outubro de 1949 mite a recuperação de titulo da DI blica ao portador". "Diário Oficial" 28-10-1949.

Lei n.o 892, de 24 de outubro de 1949 toriza a abe rtura de crédito espe•

Dt Decreto n.• S, de 1949 - "Aprova a C

para a Proteção da Flora, da Fat Belezas Cênicas Naturais <'!OS ~ América assinada pelo Brastl a ~ zembro de 1940, revogadas as d1 em contrário". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 4, de 1949 - "Apr<?va. a C sõbre Privilégios e Imumdades . ções Unidas, aprovada, com o vo presentante do Brasil na Assem\ ral da Organização das Nações U 13 de fevereiro de 1946 e em exe< artigos 104 e 105 da Carta das Na das aprovada pelo decreto-lei n. 0

4 de setembro de 1945, revogadas sições em contrário". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n.• 6, de 1949 - "Registn Tribunal de Contas o têrmo de A Iebrado em 10 de março de 1948 União e o estado do Esp~rito S visa a articulação dos servtços de mento e reflorestamento no territl estado". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n.o 15, de 1949- "Aprova o .A bre transportes aéreos, firmado e a 10 de dezembro de 1946, pelo Portugal". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

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I

~. de >oder aento

16 de outubro de 1949 -Judiciário crédito especial de despesas efetuadas em

cial" de 20-10-1949.

16 de outubro de 1949 - "Auto­tura ao Poder Judiciário de cré­al para pagamento d e gratifi-

cial" de 18-10-1949.

16 de outubro de 1949 - "Cria de enfermeiro no Quadro Per-

Ministério da Marinha". cial" de 20-10-1949.

16 de outubro de 1949 - "Au­ertura, pelo Ministério das Re­riores, de crédito especial para lespesas realizadas em 1947". :ia!" d e 20-10-1949.

18 de outubro de 1949 - "Au­<ertura de crédito especial, ao ta Educação e Saúde para res-monumentos e bens históricos

lo Salvador" .

;ia!" de 22-10-1949.

19 de outubro de 1949 - "Con­ilidade pública o Instituto His­•gráfico de Minas Gerais". lia!" d e 22-10-1949.

20· de outubro de 1949 - "Ex­i função gratificada no Quadro do T erritório Federal do Acre". :ia!" de 24-10-1949.

lO de outubro de 1949 - "Abre iudiciário crédito suplementar mto de gratificação". ia!" de 24-10-1949.

20 de outubro de 1949 - "Au­rtura de crédito especial para Ordem Nacional do Mérito".

ia!" de 24-10-1949.

:o de outubro de 1949 - "Con­de direitos de importação para tinado ao Seminãrio de Nossa Salete, em Marcelino Ramos, de do Sul". [ai" de 24-10-1949.

!o de outubro de 1949 - "Dis­doação de um terreno à Caixa da Guarda Civil do Distrito

!ai" de 24-10-1949.

;o de outubro de 1949 - "Au­tura de créditos especiais para ões tlageladas por calamida-

al" de 26-10-1949.

1 de outubro de 1949 - "Dis­reconhecimento de filhos !le-

al" de 26-10-1949.

1 de outubro de 1949 - "Re­:ivos do decreto-lei n. o 8 724, ~iro de 1946". ai" de 26-10-1949.

LEIS E RESOLUÇOES 741

aux!Iio à Fundação Abrigo do Cristo Re­dentor". "Dlário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n. 0 885, de 21 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial ao Ministério da Educação e Saúde destinado ao pagamento de auxilio para diferença de caixa". " Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 886, de 24 de outubro de 1949 - "Dis­põe sõbre a organização e quadros do pes­soal do Tribunal de Contas".

Lei n. 0 893, de 24 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial para auxiliar a conclusão de monumento a José Joaquim Seabra".

"Diário Oficial" de 26-10-1949.

Lei n.o 888, de 24 de outubro de 1949 - "Con­sidera de utilidade pública o Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Pará "Ofir Loiola". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.o 889, de 24 de outubro de 1949 - "Con­sidera de utilidade pública a Associação dos Ex-Alunos do Colégio Militar do Rio de Janeiro". " Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n. 0 890, de 21 de outubro de 1949- "Inclui no Quadro Suplementar do Ministério da Justiça e Negócios Interiores o cargo de desenhista civil do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n. 0 891, de 24 de outubro de 1949 - "Per­mite a recuperação de titulo da Divida Pú­blica ao portador". "Diário O!icial" 28-10-1949.

Lei n. 0 892, de 24 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial como

"Diário Oficial" de 26-10-949 .

Lei n.o 894, de 24 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito suplementar ao Poder Judiciário para pagamento de des­pesas realizadas no corrente ano".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.0 895, de 24 de outubro de 1949 - "Abre ao Poder Judiciário crédito suplementar em refõrço de dotações do Orçamento pa­ra 1949" . "Diário Oficial" de 28-10-1949.

L~ n.o 896, de 24 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial para atender a despesas da Comissão do Vale do São Francisco". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.o 897, de 24 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura de crédito especial ao Poder Judiciário para pagamento . de gra-tificação". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Lei n.0 898, de 25 de outubro de 1949 - "Au­toriza a abertura ao Poder Judiciário, de crédito especial para despesa com aquisição de material". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decretos legislativos

Decreto n. 0 S, de 1949 - "Aprova a Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas Naturais dos Pa!ses da América assinada pelo Brasil a 27 de de­zembro de 1940, revogadas as disposições em contrário". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n.• 4, de 1949 - "Aprova. a Convenção sõbre Privilégios e Imunidades das Na­ções Unidas, aprovada, com o voto do re­presentante do Brasil na Assembléia Ge­ral da Organização das Nações Unidas em 13 de fevereiro de 1946 e em execução dos artigos 104 e 105 da Carta das Nações Uni­das aprovada pelo decreto-lei n .o 7 935, de 4 de setembro de 1945, revogadas as dispo­sições em contrário". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 6, de 1949 - "Registrado pelo Tribunal de Contas o têrmo de Acôrdo ce­lebrado em 10 de março de 1948, entre a União e o estado do Esp!rito Santo que visa a articulação dos serviços de floresta­menta e reflorestamento no território dêsse estado". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n.o 15, de 1949- "Aprova o Acõrdo sõ­bre transportes aéreos, firmado em Lisboa a 10 de dezembro de 1946, pelo Brasil e Portugal". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n.o 20, de 1949 - "Aprova o Tratado de Arbitragem Geral e Solução Judiciária de Controvérsias, firmado no Rio de Ja­neiro, a 5 de setembro de 1948, entre a República dos Estados Unidos do Brasil e a República Oriental do Uruguai".

"Diário Oficial" de 21-10-1949.

Decreto n. 0 29, de 1950 - "Aprovado pelo Tri­bunal de Contas ad referendum, do Con­gresso Nacional, nos têrmos do art. 77, § 3.o da Constituição Federal. o adiantamento requisitado pelo Ministério da Agricultura e dá outras providências" . "Diário Oficial" de 8-10-1949 .

Decreto n.o 31, de 1949 - "Recusa pelo Tribu­nal de Contas do registro ao têrmo de re­cisão de contrato de arrendamento da Usi­na de Preparo de Café, localizada em Pi­raju, no estado de São Paulo, celebrado em 7 de agõsto de 1947, entre o govêrno da União representado pelo Ministério da Agricultura e Joaquim Otôni da Silveira Camargo". "Diário Oficial" de 21-10-1949.

Decreto n.0 34, de 1949 - "Autorizado pelo Tribunal de Contas o têrmo de contrato de constituição de enfiteuse de um terre­no de marinha situado na praia José Bo­ni!ácio n.o 179 em Paquetá no Distrito Fe­deral celebrado entre a União, como outor­gante, e Cacllda Alves Medeiros de Melo como outorgada e foreira". "Diãrio Oficial" de 1-10-1949.

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742 BOLETIM GEOGRAFICO

Decreto n. 0 35, de 1948 - "Recusa de registro pelo Tribunal de Contas do têrmo de ajus­te celebrado em 17 de julho de 1947, entre o Departamento Nacional de Obras e Sa­neamento, do Ministério da Viação e Obras Públicas, e a firma "Ceartec" Escritório Técnico de Engenharia Ltda. e dã outras providências".

"Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto n.• 35, de 1949 - "Autorizado e regis­trado pelo Tribunal de Contas o têrmo do Acôrdo, celebrado em 2 de dezembro de 1947, entre a União e a Sociedade União das Classes de Poções, no estado da Bahia". "Diário Oficial" de 1-10-1949.

Decreto n. 0 36, de 1949 - "Autorizado e re­gistrado pelo Tribunal de Contas o Têrmo Aditivo, celebrado em 2 de dezembro de 1948, entre o Ministério da Educação e Saúde e o senhor Evandro Moreira Peque­no, e dã outras providências". "Diário Oficial" de 4-10-1949.

Decreto n.• 37, de 1949 - "Denegado pelo Tribunal de Contas, em sessão de 31 de dezembro de 1948, o registro ao Acôrdo celebrado em 29 de dezembro de 1948, en­tre o · Ministério da Educação e Saúde e o estado do Ceará para execução de obras na Colônia Antônio Justa". "Diário Oficial" de 4-10-1949.

Decreto n.• 38, de 1949 - "Autorizado pelo Tribunal de Contas o têrmo de Acôrdo, ce­lebrado entre o Ministério da Educação e Saúde e o estado do Maranhão para in­tensificação da assistência psiquiátrica no mesmo estado". "Diãrio Oficial" de 5-10-1949.

Decreto n. 0 39, de 1949- "Registrado pelo Tri­bunal de Contas o Têrmo, de 3 de dezem­bro de 1948, aditivo ao contrato celebrado entre o Ministério da Educação e Saúde e Helena Antipoff para desempenho no De­partamento Nacional da Crianca da função de Técnico Especializado em Proteção So­cial e Psicologia Educacional". "Diãrio Oficial" de 5-10-1949.

Decreto n. 0 40, de 1949 - "Registrado pelo Tribunal de Contas o contrato celebrado em 18 de maio de 1948, entre o Departa­mento dos Correios e Telégrafos e a firma Caixas Registradoras National S. A. para fornecimento de máquinas de taxação tele­gráfica". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Decreto n.o 41, de 1949 - "Negado o registo pelo Tribunal de Contas do contrato ce­lebrado entre o Ministério da Marinha e Joaquim Duarte de Almeida relativo ao arrendamento do prédio de propriedade do segundo, situado na travessa 15 de Agôsto n.o 121, na cidade paraense de Santarém, para instalação de uma agência da Capita­nia dos Portos do estado do Pará". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Decreto n.o 42, de 1949 - Recusado o registo pelo Tribunal de Contas, em 15 de janeiro de 1949, do contrato firmado entre a 3.& Zona Aérea que representava o Ministério da Aeronãutlca e a Prefeitura Municipal de Formiga, no estado de Minas Gerais e dá outras providências".

"Diário Oficial" de 7-10-1949.

Decreto n.• 43, de 1949 - Registado pelo Tri­bunal de Contas o contrato entre a Dire­toria Regional dos Correios e Telégrãfos da Bahia e a Companhia Editôra Mercan­til da Bahia, celebrado em 26 de outubro de 1948, pelo qual a segunda contraente ar­renda à primeira dependências do prédio sito na rua Rui Barbosa n .o 3, Cidade do Salvador, para instalação de uma agência telegráfica subordinada à mesma Direto­ria Regional".

"Diãrio Oficial" de 26-10-1949.

Decreto n. o 44, de 1949 - "Aprovado o acôrdo, celebrado em 22 de julho de 1948, entre o Ministério da Agricultura e o estado de Pernambuco para execução dos trabalhos de fundação e manutenção do Núcleo Co­lonial Agro-Industrial São Francisco na­quele estado". "Diário Oficial" de 26-10-1949.

Decreto n. o 45, de 1949 - "Recusado pelo Tri­bunal de Contas o registro do têrmo de ajuste celebrado entre o Parque de Aero­náutica de São Paulo e a firma Sociedade Comercial e Construtora S. A. e dã outras providências".

"Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto n.0 46, de 1949 - "Registrado pelo Tribunal de Contas os têrmos lavrados em 24 de novembro de 1948, em aditamento aos contratos celebrados em 2 e 17 de outubro de 1947, entre a Secretaria Geral do MI­nistério da Guerra e Rubem de Sã No­gueira, José de Andrade Pinto e Luis Tomás de Carvalho". "Diário Oficial" de 4-10-1949. .

Decreto n.0 47, de 1949 - "~egado registro pelo Tribunal de Contas ao térmo de ven­da lavrado em 25 de abril de 1946, e pelo qual a União declarou transmitir a Jorge Pachã o domínio pleno do lote urbano n.0

8 situado na rua Severiano das Chagas, antiga rua do Quartel nos terrenos da Fa­zenda Nacional de Santa Cruz". "Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto n.o 47, de 1949 - "Recusado registro pelo Tribunal de Contas ao têrmo aditivo ao contrato celebrado entre o Ministério da Educação e Saúde e a firma Gutierrez Paula & Munhoz para inicio das obras de acréscimo de dois pavimentos do ediflcio principal da Escola Técnica de Curitiba, estado do Paraná". "Diãrio Oficial" de

1 15-10-1949.

Decreto n. 0 48, de 1949 - "Recusado registro pelo Tribunal de Contas, ao contrato cele­brado, em 5 de abril de 1948, entre o MI­nistério da Guerra e a <éongregação das Irmãs Missionãrias da Imaculada Concei­ção para prestação de serviços de enfer­magem nos hospitais militares". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n. 0 49, de 1949 - "Registrado pelo Tribunal de Contas o têrmo de contrato celebrado em 16 de novembro de 1948, en­tre o Ministério da Educação e Saúde e a firma Panambra S. A. Importadora e Ex­portadora Pan-Americana Brasileira, para fornecimento de material à Escola Técnica Nacional". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

LE

Decreto n.o 50, de 1949 - Regis~t Tribunal de Contas o têrmo adlt_I~ trato celebrado em 20 de ~evere~r• entre a União e Hervás10 Guur Carvalho para o dese~penJ.>o por Laboratório da Pr?duçao ~m~ral de técnico em Flslco-Qulm!ca .

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto q.o 51, de 1949 - "Recusado • pelo Tribunal de Contas do têrmo te celebrado entre o Departa~en nal de Portos, Rios e Cana1s e Albano Ferraz & Cia. Ltda. part mento de caçambas e rolos par: rio da draga "Olinda" dos se1 mesmo Departamento". "Diário Oficial" de 22-10-1949.

Decreto n.o 51, de 1949- "Ne!fado reg Tribunal de Contas nos termos e1 solicitado, fazendo-o depois sob 1 aposentadoria de Oscar Braga, g vil, classe I, do Quadro Perma Ministério da Justiça e NegóciO: res devendo assim a mesma ser 1 no~ têrmos do decreto n. 0 21 206, março de 1932, assegura~o ao f'!nJ direito de vencimentos mtegra1s data em que foi aposentado". "Diário Oficial" de 13-10-1949.

Decreto n.o 52, de 1949 - "Negado pelo Tribunal de Contas nos U que foi solicitado, para o fazer d reserva, à ' , aposentadoria de ~v~ çalves de Magalhães, guarda Civil do Quadro Permanente d? Mmi Justiça e Negócios Intenores, março de 1932, assegurando ao fun direito nos vencimentos desde a que foi aposentado". "Diário Oficial" de 12-10-1949.

I Decreto n. o 26 270, de 5 de m~rFo cl

"Outorga à Prefeitura Mumc1pal concessão para o aproveitamento gia hidráulica de um desnlvel ex córrego Agua Fria, distrito de It niclpio de igual nome, estado Gerais". "Diário Oficial" de 27-10-1949.

Decreto n.o 26 581, de 12 de setembro "Concede a Ribeiro & Chaves ai para funcionar como emprêsa d ção". "Diário Oficial" de 6-10-1949.

Decreto n.o 26 604, de 2~ .de abril "Revalida, com modlfJCaçõ~s, a outorgada pelo decreto n.. 19 4 de agOsto de 1945 à Prefeitura de Rio Piracicaba, estado de ! rais". "Diário Oficial" de 5-10-1949.

Decreto n.o 26 720, de 31 de m~io "Concede à Sociedade Té<;mca para Fundição Ltda. autorlz.ação clonar como emprêsa de mmeral "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. o 26 877, de 12 de julho t "Autoriza estrangeiro a adquirli

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o

I, de 1949 - Registado pelo Trl­Contas o contrato entre a Dire­ional dos Correios e Telégrátos e a Companhia EditOra Mercan­lia, celebrado em 26 de outubro ~lo qual a segunda contraente ar­Jrimeira dependências do prédio a Rui Barbosa n.o 3, Cidade do para instalação de uma agência

subordinada à mesma Direto­tal".

!leia!" de 26-10-1949.

, de 1949 - "Aprovado o acôrdo, em 22 de julho de 1948, entre o da Agricultura e o estado de

;o para execução dos trabalhos lo e manutenção do Núcleo Co­o-Industrial São Francisco na­lo".

'ela!" de 26-10-1949.

d e 1949 - "Recusado pelo Tri­~ontas o registro do têrmo de brado entre o Parque de Aero­São Paulo e a firma Sociedade

l Construtora S. A. e dá outras S".

1Cial" de 12-10-1949.

, de 1949 - "R~gistrado pelo l Contas os têrmos lavrados em 1bro de 1948, em aditamento aos liebrados em 2 e 17 de outubro ttre a Secretaria Geral do Mi-

Guerra e Rubem de Sá No­lé de Andrade Pinto e Luis ~arvalho".

cial" de 4-10-1949. . de 1949 - "~egado registro

ai de Contas ao têrmo de ven­em 25 de abril de 1946, e pelo lo declarou transmitir a Jorge minlo pleno do lote urbano n.o 1a rua Severiano das Chagas, lo Quartel nos terrenos da Fa­nal de Santa Cruz". !ia!" de 12-10-1949.

de 1949 - "Recusado registro ai de Contas ao têrmo aditivo

celebrado entre o Ministério f e Saúde e a firma Gutierrez lnhoz para inicio das obras de e dois pavimentos do edificio i Escola Técnica de Curitiba, araná".

1 ia!" de 15-10-1949.

de 1949 - "Recusado registro ti de Contas, ao contrato ceie­de abril de 1948, entre o Mi-

Guerra e a il:::ongregação das márias da Imaculada Concei­estação de serviços de enfer­~ospitais militares". ai" de 15-10-1949.

de 1949 - "Registrado pelo Contas o têrmo de contrato 16 de novembro de 1948, en-

·rio da Educação e Saúde e a bra S. A. Importadora e Ex­m-Americana Brasileira, para de material à Escola Técnica

li" de 15-10-1949.

LEIS E RESOLUÇõES 748

Decreto n.o 50, d e 1949 - Registrado pelo Tribunal de Contas o têrmo aditivo de con­trato celebrado em 20 d e fevereiro de 1948, entre a União e Hervásio Guimarães de Carvalho para o desempenho por êste, no Laboratório da Produção Mineral da função de técnico em Fisico-Qulmica".

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto :q.o 51, d«~ 1949 - "Recusado o registro pelo Tribunal de Contas do têrmo de ajus­te celebrado entre o Departamento Nacio­nal de Portos, Rios e Canais e a firma Albano Ferraz & Cia. Ltda. para forneci­mento de caçambas e rolos para o rosá­rio da draga "Olinda" dos serviços do mesmo Departamento". "Diário Oficial" de 22-10-1949.

Decreto n.o 51, de 1949- "Negado registro pelo Tribunal de Contas nos têrmos em que foi solicitado, fazendo-o depois sob reserva, à aposentadoria de Oscar Braga, guarda ci­vil , classe I, do Quadro Permanente do Ministério da Justiça e Negócios Interio­res, devendo assim a mesma ser registrada nos têrmos do decreto n.o 21 206, de 28 de março de 1932, assegurado ao funcionário o direito de vencimentos integrais desde da data em que foi aposentado". "Diário Oficial" de 13-10-1949.

Decreto n.o 52, de 1949 - "Negado registro pelo Tribunal de Contas nos têrmos em que foi solicitado, para o fazer depois sob reserva, à ' . aposentadoria de Avellno Gon­çalves de Magalhães, guarda civil, classe I do Quadro Permanente do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, de 26 de março de 1932, assegurando ao funcionário o direito nos vencimentos desde a data em que foi aposentado". "Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto n. 0 52, de 1949 - "Registrado pelo Tribunal de Contas o têrmo aditivo ao contrato que o Ministério da Educação e Saúde firmou em 30 de julho de 1947, com Neusa Vera Santos para o desempenho por esta no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos da função de Assistente Es­pecializado em Pesquisas Educacionais".

"Diário Oficial" de 27-10-1949.

Decreto n.0 53, de 1949 - "Aprovado o texto do Acôrdo Internacional do Trigo, de 23 de março de 1949, firmado pelo Brasil, em Washington, de 25 do mesmo mês e ano".

"Diário Oficial" de 27-10-1949.

Decreto n.o 54, de 1949 - "Registrará o Tribu­nal de Contas o têrmo d e contrato d e coo­peração, celebrado entre o govêrno da União, por intermédio do Ministério da Agricultura e José R odrigues Lima e sua mulher para pagamento das obraJ3 necessá­rias à Irrigação das terras de propriedade dos segundos contratantes no municipio de Santo Sé , estado da Bahia". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n.o 55, de 1949 - "Aprovado o con­vênio para a construção da "Ponte Inter­nacional Quarai-Artigas", firmado em 22 de maio de 1947, entre o Brasil e a Repú­blica do Uruguai". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n .o 56, de 1949 - "Registrará o Tribu­nal de Contas o têrmo pelo qual foi revo­gado o aforamento do terreno de marinha com o respectivo acrescido, situado na rua da Municipalidade entre a travessa Ben­jamim Constant e a praça General Maga­lhães na cidade de Belém, estado do Pará e dá outras !Kovidências". "Diário Oficial" de 6-10-1949.

Decretos executivos Decreto n.o 26 270, de 5 de março de 1949 -

"Outorga à Prefeitura Municipal de Itinga concessão para o aproveitamento de ener­gia hidráulica de um desnivel existente no córrego Agua Fria, distrito de Itlnga, mu­nicipio de Igual nome, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 27-10-1949.

Decreto n. 0 26 581, de 12 de setembro de 1949 -"Concede a Ribeiro & Chaves autorização para funcionar como emprêsa de minera­ção". "Diário Oficial" de 6-10-1949.

Decreto n.o 26 604, de 21 de abril de 1949 -"Revalida, com modificações, a concessão outorgada pelo decreto n. o 19 475, de 20 de agôsto de 1945 à Prefeitura 'Municipal de Rio Piracicaba, estado de Minas Ge­rais". "Diário Oficial" de 5-10-1949.

Decreto n. 0 26 720, de 31 de maio de 194,9 -"Concede à Sociedade Técnica de Areias para Fundição Ltda. autorização para fun­cionar como emprêsa de mineração".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 26 877, de 12 de julho de 1M9 -"Autoriza estrangeiro a adquirir o dom!-

nio útil do terreno de acrescido de marinha que menciona, situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n.o 26 883, de 13 de julho de 1949 -"Autoriza o cidadão brasileiro Otávio Bar­bosa a lavrar calcário e associados no mu­niclpio de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

Decreto n.0 27 004, de 3 de agiisto de 1949 -"Concede à Indústria de Calclnação "Scal", autorização para funcionar como emprêsa de mineração". "Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n.0 27 055, de 16 de agôsto de 1949 -"Autoriza a sociedade anônima Hard & Co. a aforar o terreno de acrescido de ma­rinha que menciona situado na cidadé de Vitória, estado de Espirito Santo".

"Diário Oficial" de 18-10-1949.

D ecreto n. 0 27 112, de 29 de agôsto de 1949 -"Outorga concessão à Rádio Jornal do Bra­sil Central S. A. para estabelecer uma es­tação radiodifusora em Goiânia, estado de Goiás sob a denominação de Rádio Brasil Central". "Diário Oficial" de 6-10-1949.

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BOLETIM GEOGRÁFICO

Decreto n.o 27 115, de 31 de agô•to de 1949 -"Concede à "Companhia de Cabotagem de Pernambuco", autorizac;:ão para continuar a funcionar como emprêsa de navegação de cabotagem de acôrdo com o que prescreve o decreto-lei n.o 2 784, de 20 de novembro de 1940, sob a denominação de "Compa­nhia de Cabotagem de Pernambuco-Nave­gação e Comércio". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 191, de 17 de setembro de 1949 - "Autoriza a Sociedade Anônima Frigo­rifico Anglo a instalar uma usina termo­elétrica na cidade de Barretos, estado de São Paulo, para uso exclusivo". "Diário Oficial" de 1-10-1949.

Decreto n. 0 27 192, de 17 de setembro de 1 1949 - "Autoriza a Sociedade Anônima Frigo­rifico Anglo a instalar uma usina termo­elétrica, na cidade de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul", para uso exclusivo". "Diário ·Oficial" de 1-10-1949.

Decreto n.o 27 194, de 19 de setembro de 1949 - "Concede à Indústrias R eunidas Paulo Simoni Ltda., autorização para funcionar como emprêsa de minerac;:ão". "Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n. 0 27 221, de 23 de setembro de 1949 - "Autoriza estrangeiro a adquirir o do­minio útil do terreno de acrescido de ma­rinha que menciona, situado nesta capital".

"Diário Oficial" de 21-10-1949.

Decreto n. 0 27 222, de 23 de setembro de 1949 - "Autoriza estrangeiro a adquirir o do­minio útil do t erreno de acrescido de ma­rinha que menciona, situado nesta capi­tal". "Diário Oficial" de 22-10-1949.

Decreto n. 0 27 228, de setembro de 1949 -"Concede autorização para funcionar como

emprêsa de energia elétrica à Emprêsa Fôrça e Luz Cotejipense S. A.". "Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n. 0 27 230, de 26 de setembro de 1949 - "Autoriza os cidadãos brasileiros Flo­rêncio Luciano e J oão Medeiros a lavrar cheelita e associados no municipio de Jar­dim do Seridó, estado do Rio Grande do Norte". "Diário Oficial" de 5-10-1949.

Decreto n. o 27 231, de 26 de setembro de 1949 - "Autoriza a eidadã brasileira Arminda Bruschini Zelante a pesquisar águas mi­nerais, termais e gasosas no municipio de Serra Negra, estado de São Paulo". "Diário Oficial" de 5-10-1949.

Decreto n. 0 27 232, de 26 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Constan­tino Vasconcelos a pesquisar mica e asso­ciados no municipio de Conselheiro Pena, estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 5-10-1949.

Detreto n.0 27 23S, de 26 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Hum­berto Kfuri a pesquisar pedras coradas, mica e associados no municipio de Santa Maria do Suaçui, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 5-10-19!9.

Decreto n.0 27 264, de 28 de setembro de 1949 - "Aprova e manda executar o Regula­mento da Escola Superior de Guerra". "Diário Oficial" de 3-10-1949.

Decreto n. 0 27 265, de 29 de setembro de 1949 - "Aprova projeto e orc;:amento para obras no estado de Mato Grosso". "Diário Oficial" de 1-10-1949.

Decreto n. 0 27 266, de 29 de setembro de 1949 - "Outorga à S. A. Central Elétrica Rio Claro autorização de estudos necessária à organização do projeto de que trata a con­cessão que lhe foi outorgada, pelo decreto n .o 26 434, de 9 de março de 1949". "Diário Oficial'' de 5-10-1949.

Decreto n.o 27 267, de 29 de setembro de 1949 - "Declara sem efeito o decreto n .o 23 557, de 19 de agôsto de 1947". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 268, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Jarbas Cândido de Oliveira a pesquisar pedras co­radas, mica e associados, no municipio de Conselheiro Pena, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 269, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza .o cidadão brasileiro Fran­klin de Oliveira Ribeiro a pesquisar água mineral, no municipio de Lagarto, estado de ,Sergipe". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 270, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Arnaldo Guimarães Bueno a lavrar areia e argila no municipio de São Paulo no estado de São Paulo". "Diário Oticia1" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 271, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Frederico Virmond de Lacerda Werneck a p esquisar água mineral, no munic!pio de Guarapua­va, estado do Paraná". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n.o 27 272, de 29 de setembro de 1949-"Autoriza o cidadão brasileiro Basilio Mi­lano Neto a pesquisar caulim e associa­dos no munic!pio de Franco da Rocha, estado de São Paulo".

"Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 273, de 29 de setembro de 1M9 - "Autoriza o cidadão brasileiro José Maciel a pesquisar mica e associados no municipio de Caratínga, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 8-10-19!9.

Decreto n. o 27 274, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Raul de Almeida Braga a pesquisar minério de chumbo no munic!pio de Januária, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n.o 27 275, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro João Hen­rique Bianchini a pesquisar minério de manganês e associados, no munic!pio de Brusque, estado de Santa Catarina". "Diário Oficial" de 8-10-19!9.

LE

0 276 de 29 d e setembrl Decreto n. 2~ ' cidadão brasileirc

_ "Autonza o 1. n o mur Tosato a lavrar te~~ 'T~ Paraná" Campo L a rgo , es a "Diário Oficial" de 8-10-1949.

0 ' 7 de 29 de setembr Decreto n. 2~ 27 ' cidadão brasileir

- "Autf?nz~r~ir~ a pesquisar ar de Bon 1m '. edras sem lim, feldspato, mica,. ~pio de Gu e associados no Gmun.lc, tado de Minas erals "Diário Oficial" de 8-10-1949.

"o 27 278 de 29 de setembJ Decreto n. t . •0 cidadão brasilei

"Au onza · eral - er a pesquisar água mm ~~~o de T eresópolis , estado do I neiro" "Diário Oficial" de 8-10-1949.

0 7 279 de 30 de setemb Decretc::.~~cl!ra d~ utilidade pública

;;propriação, o imóvel que m en• "Diário Oficial" de 3-10-1949.

0 7 281 de 30 de setemb D ecreto .. ê~n;ede ~econhecimento ac

- d Escola de Enfern enfermhagemda~ Graças de Recif• sa Sen ora " Diário Oficial" de 6-10-1949.

o 27 282 de 5 de outub Dec~to .. fbre, pel~ Ministério d~

crédito especi~l . d~. Cr$ 3 000 fim que espec1hca . " Diário Oficial" de 7-10-1949·

o . 27 283 de 5 de outul Decreto .. f-bre pel~ Ministério da

- . de o' crédito suplementar ~:~oo 'ooo.oo para atender à~ ' pessoal das Un~ve;,s,dades o Bahia e do R ec1fe . "Diário Oficial" de 7-10-1949.

0 7 284 de 5 de outul Decreto .. fi> r e

2 pel~ Ministério da S . de o' crédito especial de

au • d às despesas de para atenteesr da Junta Especia componen "Diário Oficial". de 7-10-1949.

ereto n. o 27 285, de 7 de, ou tu De - "Suprime cargo vago .

"Diário Oficial" de 10-10-1949.

r to n. o 27 286, de 7 de .. ou tu Dec ~ "Suprime cargo vago .

"Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n. o 27 287' d;e 7 de ou!~ - "Autoriza David Drener dras preciosas". "Diá rio Oficial" de 12-10-1949.

o 27 288 de 7 de outl Decretc::.;prova alt~rações introdu

tatutos da Companhia Soberl talização inclusive aumento c "Diário Oficial" de 14-10-1949

o 27 289 de 7 de out Decret~.;·rova alt~rações introdu

~tu~o:rá~ain~~~f:~h~~:e~t~e1 "Diário Oficial" de 13-10-194.

B.G.-8

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de 28 de setembro de 1949 t e manda executar o Regula­Escola Superior de Guerra". icial" de 3-10-1949.

265, de 29 de setembro de 1949 projeto e orçamento para obras

de Mato Grosso". cial" de 1-10-1949.

~66, de 29 de setembro de 1949 L à S. A. Central Elétrica Rio ização de estudos necessária à do projeto de que trata a con-

lhe !oi outorgada, pelo decreto te 9 de março de 1949". ~ia!" de 5-10-1949.

!67, de 29 de setembro de 1949 sem efeito o decreto n.o 23 557, jôsto de 1947". :ia!" de 8-10-1949.

68, de 29 de setembro de 1949 I o cidadão brasileiro Jarbas Oliveira a pesquisar pedras co­e associados, no município de Pena, estado de Minas Gerais". ia!" de 8-10-1949.

l9, de 29 de setembro de 1949 t .o cidadão brasileiro Fran­eira Ribeiro a pesquisar água município de Lagarto, estado

ai" de 8-10-1949.

io, de 29 de setembro de 1949 o cidadão brasileiro Arnaldo

ueno a lavrar areia e argila de São Paulo no estado de

d" de 8-10-1949.

L, de 29 de setembro de 1949 o cidadão brasileiro Frederico l:,acerda Werneck a pesquisar i no município de Guarapua­! Paraná". LI" de 8-10-1949.

I de 29 de setembro de 1949 -idadão brasileiro Basilio Mi­pesquisar caullm e associa­

cípio de Franco da Rocha, Paulo".

~" de 8-10-1949.

, de 29 de setembro de 1949 o cidadão brasileiro José

tuisar mica e associados no 'Caratinga, estado de Minas

!" de 8-10-19~9.

de 29 de setembro de 1949 cidadão brasileiro Raul de

a a pesquisar minério de micípio de Januária, estado .is".

" de 8-10-1949.

de 29 de setembro de 1949 cidadão brasileiro João Hen­ti a pesquisar minério de ssoclados, no município de o de Santa Catarina". " de 8-10-1949.

L EIS E R E .S O L tJ Ç õ E S 745.

Decreto n. 0 27 276, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Antônio Tosato a lavrar caulim, no municipio de Campo Largo, estado do Paraná". "Diário Oficial" de 8-10-1949. •

Decreto n.0 27 290, de 7 de outubro de 1949 - "Abre, pelo Ministério da Educação o crédito especial de Cr$ 1114 352,50, para atender às despesas com a conclusão de hospitais". "Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n.0 27 277, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Manuel de Bonfim Freire. a pesquisar argila, cau­lim, feldspato, mica. pedras semipreciosas e associados no municipio de Guarará, es­tado de Minas Gerais".

Decreto n.o 27 291, de 8 de outubro de 1949 -"Cria funções de Assistente de Ensino na Tabela Numérica Ordinária de Extranu­merário Mensalista da Faculdade de Me­dicina da Universidade da Bahia".

"Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 278, de 29 de setembro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Camilo Nader a pesquisar água mineral no muni­cipio de Teresópolis, estado do Rio de Ja-neiro" "Diário Oficial" de 8-10-1949.

Decreto n. 0 27 279, de 30 d e setembro de 1949 - "Declara de utilidade pública, para de­sapropriação. o imóvel que menciona".

"Diário Oficial" de 3-10-1949.

Decreto n.• 27 281, de 30 de setembro de 1949 :_ "Concede reconhecimento ao curso de enfermagem da Escola de Enfermeiras Nos­sa Senhora das Graças de Recife".

"Diário Oficial" de 6-10-1949.

Decreto n.0 27 282, de 5 de outubro de 1949 - "Abre. pelo Ministério da Fazenda, o crédito especial de Cr$ 3 000 000,00 para o fim que especifica". "Diário Oficial" de 7-10-1949.

Decreto n. 0 · 27 283, d e 5 de outubro de 1949 - "Abre, pelo Ministério da Educação e Saúde, o crédito suplementar de Cr$ ..... 13 500 000,00 para atender às despesas de pessoal das Universidades do Brasil. da Bahia e do Recife". "Diário Oficial" de 7-10-1949.

Decreto n.0 27 284, de 5 de outubro de 1949 - "Abre. pelo Ministério da Educação e Saúde. o cr édito especial de Cr$ 9 000,00 para atender às despesas de diárias aos componentes da Junta Especial".

"Diário Oficial"' de 7-10-1949.

"Diário Oficial" de 11-10-1949.

D ecreto n.o 27 292, de 8 de outubro de 1949 - "Eegulamenta a lei n. o 851, de 7 de ou-tubro de 1949". "Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto u .o 27 293, de 10 de outubro de 1949 • - "Concede à Companhia Internacional de

Seguros autorização para estender suas operações ao ramo de vida e aprova o au­mento de capital". "Diário Oficial" de 27-10-1949.

Decreto n. 0 27 296, de 10 de outubro de 1949 - "Concede à sociedade "Brasileira Meri­dional de Navegação Ltda." autorização para continuar a funcionar como emprêsa de navegação de cabotagem, de acôrdo com o que prescreve O" decreto-lei n.o 2 784, de 20 de novembro de 1940". "Diário Oficial" de 13-10-1949.

Decreto n.0 27 297, de 10 de outubro de 1949 - "Concede à sociedade Moçoró Comer­cial e Navegação Ltda.. autorização para funcionar como emprêsa de navegação de cabotagem de acôrdo com o que prescr eve o decreto-lei n.o 2 784, de 20 de novembro de 1940". "Diário Oficial" de 20-10-1949.

Decreto n.o 27 298, de 11 de outubro de 1949 - "Concede à Navegação !tacai S. A. au­torização para funcionar como emprêsa. de navegação de cabotagem, de acôrdo com o que prescreve o decreto-lei n.o 2 784, de 20 de novembro de 1940". "Diário Oficial" de 22-10-1949.

·D ecreto n.0 27 299, de 11 de outubro de 1!»9 - "Revoga o decreto n.o 16 993, de 26 de

Decreto n .0 27 285, de 7 de outubro de 1949 - "Suprime cargo vago".

outubro de 1949". "Diário Oficial" de 13-10-1949.

Decreto n. 0 27 SOl, de 22 de outubro de 1949 - "Altera o Regimento aprovado pelo de­creto n.o 26 476, de 17 de março de 1949".

"Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n.• 27 286, de 7 de outubro de 1949 - "Suprime cargo vago". "Diário Oficial" de 10-10-1949.

Decreto n.0 27 287, de 7 de outubro de 1949 - "Autoriza David Drener a comprar pe-dras preciosas". "Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto n. 0 27 288, de 7 de outubro de 1949 - "Aprova alterações introduzidas nos es­tatutos da Companhia Soberana de Capi­talização inclusive aumento de . capital".

"Diário Oficial" de 14-10-1949.

Decreto n.o 27 289, de 7 de outubro de 1949 - "Aprova alterações introduzidas nos es­tatutos da Companhia de Seguros Aliança do Pará, inclusive aumento de capital".

"Diário Oficial" de 13-10-1949.

B.G.-8

· "Diário Oficial" de 12-10-1949.

Decreto n.0 27 302, de 12 de outubro de 1949 - "Promulga o Convênio Internacional de Luta Contra o Gafanhoto firmado em Montevidéu, a 19 de setembro de 1946"-

"Diário Oficial" de 17-10-1949.

Decreto n.0 27 303, de 12 de outubro de 1949 - "Torna pública a ratificação, por parte do Paraguai, da Convenção Interamerica­na sôbre os Direitos de Autor em Obras Literárias, Cientificas e Artisticas. firma­da em Washington, a 22 de junho de 1946"-

"Diário Oficial" de 14-10-1949.

Decreto n. 0 27 304, de 12 de outubro de 1949 - "Torna públicas as adesões por parte

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746 BOLETIM GEOGRAFICO

de Honduras e da Libéria, à Convenção Internacional sôbre Linhas de Limite de Carga, concluída em Londres, a 5 de julho de 1930".

Decreto n.o 27 320, de 18 de outubro de 1949 - "Abre ao Ministério da Viação e Obras Públicas o crédito esp ecial de Cr$ . .. . . .

"Diário Oficial" de 14-10-1949. 687 378,70, para pagamento de proventos de disponibilidade".

Decreto n. 0 27 305, de 12 d e outubro de 1949 - "Torna pública a entrada em vigor do Convênio Interamericano de Luta Contra o Gafanhoto, firmado em Montevidéu, a 19 de setembro de 1946".

"Diário Oficial" de 20-10-1949.

Decreto n. 0 27 321, de 18 de outubro de 1949 -"Aprova orçamento e especificações para empedramento da linha em construção na Estrada de F erro Noroeste do Brasil". "Diário Oficial" de 14-10-1949.

Decreto n. 0 27 30G, de 13 de outubro de 19!9 - "Altera as lotações de repartições aten­didas pelos Quadros Permanente e Suple­mentar do Ministério do Trabalho, Indús­tria e Comércio".

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n .0 27 307, de 13 de outubro de 194S - "Altera o art. 60 do Regulamento apro­vado pelo decreto n. o 54, de 12 de setem­bro de 1934".

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto 'Il.0 27 308, de 13 de outubro de 194!1

- usuprime cargo vago". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n. 0 27 309, de 13 de outubro de 1949 - "Suprime cargo vago". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n. 0 27 310, de 13 de outubro de 1949 - "Suprime cargo vago". "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n.• 27 311, de 13 de outubro de 1949 - "Suprime cargo vago".

I "Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n. 0 27 312, de 13 de outubro de 1949 - "Suprime cargo vago".

"Diário Oficial" de 15-10-1949.

Decreto n. 0 27 313, de 14 de outubro de 1949 - "Altera a denominação de unidades aé­reas". "Diário Oficial" de 17-10-1949.

Decreto n .o 27 314, de 17 de outubro de 1949 - "Declara protetoras, de acôrdo com o art. 11 e seu pargrafo único, do decreto n.• 23 793, de 23 de janeiro de 1934, as flo­restas que indica".

"Diário Oficial" 19-11-1949.

Decreto n. 0 27 316, de 17 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Rosino Ferreira Ribeiro, a pesquisar calcário e as­sociados, no município de Itambé, estado da Bahia". "Diário Oficial" 1e 19-10-1949.

Decreto n. 0 27 317, de 17 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro José Sal­danha Ferreira a pesquisar água mineral no município de Rio Pardo, estado do Rio Grande do Sul".

"Diário Oficial" de 19-10-1949.

"Diário Oficial" de 20-10-1949.

Decreto n. 0 27 322, de 18 de outubro de 1949 - "Cria sobrequota destinada a compensar o ônus resultante da · aplicação da lei n.o 605, de 5 de janeiro de 1949, na produção dos carvões do Rio Grande do Sul". "Diário Oficial" de 19-10-1949.

Decreto n. 0 27 324, de 18 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Antônio Giacomassi a lavrar argila, caulim e asso­ciados, no município de Campo Largo, es­tado do Paraná".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 325, de 18 de outubro de 1949 - "Autoriza a Companhia Aços Especiais Itabira a lavrar minério de manganês e associados no município de Itabira, estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 326, de 18 de outubro de 1949 - "Autoriza a emprêsa de mineração Pig­mentos Minerais Industrial e Comercial Pigmina S. A. a lavrar baritina no municí­pio de Camamu, estado da Bahia". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 327, de 18 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Job F er­reira Braga a lavrar amianto, talco e as­sociados no munic!pio de Casa Nova, es­tado da Bahia".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 328, de 18 de outubro de 1949 - "Autoriza a cidadã brasileira Messias de Assis Machado a lavra r jazida de mica e associados no município de Itamarandiba, no estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 329, de 18 de outubro de 1949 - "Outorga à Cia. Siderúrgica Belgo Mi­neira concessão para aproveitamento pro­gressivo da energia hidráulica do trecho do rio Piracicaba compreendido entre as corredeiras denominadas Funil e Amorim, respectivamente nos distritos dos municí­pios de Nova Era e Antônio Dias , estado de Minas Gerais".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n.o 27 332, de 19 de outubro de 1949 - "Autoriza a Companhia Nacional Mine­ração de Carvão do Barro Branco a pes­quisar carvão mineral e associados no mu­nicípio de Orleães, estado de Santa Cata­rina".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 318, de 17 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro José de Castilho a pesquisar argila e associados no município de Moji das Cruzes, estado de São Paulo".

"Diário Oficial" de 19-10-1949. Decreto n. 0 27 333, de 19 de outubro de 1949

- "Autoriza o D epartamento Autônomo do Carvão Mineral a pesquisar carvão mineral

LE

no munic!pio de S~o .Jerônimo, Rio Grande do Sul . "Diário Oficial" de 28-10-1949.

334 de 19 de outub Decreto n.

0 27 • cidadão brasilei

_ "Autonza 0 sa a lavrar Rodrigues de ~~':ticipio de Ar• assoctados no . , de Minas Gerais "Diário Oficial" d e 28-10-1949.

de 19 de outub Decreto n.

0 2.7 335• cid adão brasilei11

_ "Autortza o . pesquisar da Costa Almeida a no muhicip radas. e associa~f:do de Minas selheiro Pena, e

. or· ·ai" de 28-10-1949. "DiáriO lCl

336 de 19 de outul Decreto n.o .27 ~idadão brasileirc

- Autonza o . caulim no rr gusa a pescqms:; estado de Moji das ruz • "Diário Oficial" de 28-10-1949.

7 337 de 19 de outu Decreto n.o 2. ~ cidadão brasil

_ "Autonza . · érios de Müller a pesq':ll~ars ~~n municí~ ganês e associa o á" Azul estado do Paran . "Diá~io Oficial" de 28-10-1949.

339 de 20 de ouh Decreto n.o 2d7 su'bvenção extraor• "Conce e

tldade desportiva"· . . Of"ci"al" de 22-10-1949. " Diári<;> I

o 340 de 20 de outl Decreto n. 1 2

7 d~ 11 ilidade públ - "Dec ara . às obras de nos necessárto~avuna-Belford do trecho de d Estrada dt do Rio d'Ouro a tral do Brasil". "Diário Oficial" de 22-10-1949.

7 341 de 20 de out Decreto n.o 2. 'o cidadão bra

- "Autortza . ues Moun nio Geraldo Rodng "c!pio de

~~f~~n~; ?l\~a~G~~·ais" · Diário Oficial" de 28-10-1949.

o 27 342 de 20 de oul Decreto n. . 'cidadão brasile

- Autortza o S ntos a pesq bosa M:el3ose noa municipio d e associa . Gerais" . estado de Mmas . Diário Oficial" de 28-10-1949.

27 343 de 20 de ou Decreto n.o . 0

• cidadão bras - Autonza esquie do Amaral Barros a .P í . ~ vel de mesa no mu.n~~ pto tado de Minas Gerais

. Ofi"ci"al" de 28-10-1949 DiáriO

o 27 345 de 20 de o• Decret~. n.t . a d cidadão bras

- Au ortz . esquisar Pereira da Silva !i ip. de ( sociados no mu~nc .. pio do Rio de Janeiro "Diário Oficial" de 28-10-194

o 27 346 de 20 de o Decreto n. . ~ cidadão bra

- "Autori~~quisar mangani ~~u~ur:'icfpio de Brusque, E

Catarina". .. 28

_10

_ "Diário Oficial de

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Fico

~.0

27 320, de 18 de outubro de 1949 bre ao Ministério da Viação e Obras !as o crédito especial de Cr$ ..... . l.70, Pa ra pagamento d e proventos de tibilidade".

o Oficial" de 20-10-1949.

.o 27 321, de 18 de outubro de 1949 ova orçam ento e especificações para ·am ento d a linha em construção na 1 de F erro Nor oes te do Brasil".

Oficial" de 20-10-1949.

I 27 322, de 18 de outubro de 1949 t sobrequota destinada a compensar r esultan t e da · aplicação da lei n.o 5 de janeiro de 1949, na produção rões d o Rio Grande do Sul". Oficial" de 19-10-1949.

27 324, de 18 de outubro de 1949 riza o cidadão brasileiro Antônio tsi a lavrar argila, caulim e asso­o municlpio de Campo Largo, es­?araná".

'ficial" de 28-10-1949.

17 325, de 18 de outubro de 1949 iza a Companhia Aços Especiais lavrar minério d e manganês e no municlpio de Itabira, estado Gerais".

leia!" de 28-10-1949.

' 326, de 18 de outubro de 1949 ;a a emprêsa de mineração Pig­nerais Indus tri al e Com ercial A. a lavrar baritina no municl­

tamu, estado da Bahia". !ia!" de 28-10-1949.

127, de 18 de outubro de 1949 . o cidadão brasileiro J ob F er­a lavrar amianto, talco e as-municlpio d e Casa N ova, es­ia".

al" de 28-10-1949.

18, de 18 de outubro de 1949 a cidadã brasileira Messias de . o a lavrar jazida de mica e

municlpio de Itamarandiba, Minas Gera is " . I" de 28-10-1949.

, de 18 de outubro de 1949 Cia. Siderúrgica Belgo Mi­

o para aproveitam ento pro­l ergia hidráulica do trecho aba compreendido entre as tominadas Funil e Amorim, ' nos dis tritos dos municl­'!Jra e Antônio Dias, estado s".

de 28-10-1949.

de 19 de outubro de 1949 Companhia Nacional Mine­> do Barro Branco a pes­ineral e associados no mu­es, estado de Santa Cata-

de 28-10-1949.

te 19 de outubro de 1949 ~partamento Autônomo do pesquisar carvão mineral

LEIS E RESOLUÇOES 747

no municipio de São Jerônimo, estado do Rio Grande do Sul". · "Diário Oficial" de 28-10, 1949.

Decreto n .o 27 334, de 19 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Messias Rodrigues de Sousa a lavrar calcário e associados no municipio de Arcos, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n . 0 27 335, de 19 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileii:o Sebastl!io da Costa Almeida a pesquisar pedras co­radas e associadas no municipio de Con­selheiro Pena, estado de Minas Gerais". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n . 0 27 336, de 19 de outubro de 1949 - Autoriza o cidad!io brasileiro Filipe Ra­g usa a pesquisar caulim no munidpio de Moji das Cruzes, estado de São Paulo". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 337, de 19 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidad!io brasileiro Gastão Müller a pesquisar minérios de ferro, man­ganês e associados no municipio de Cêrro Azul, estado do Paraná". " Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 339, de 20 de outubro de 1949 - "Concede subvenç!io extraordinária a en­tidade desportiva". " Diário Oficial" de 22-10-1949.

Decreto n. 0 27 340, de 20 de outubro de 1949 - "Declara de útilidade pública os t erre­n os necessários às obras de eletrificaç!io do trecho de Pavuna-Belford Roxo linha do Rio d'Ouro da E strada de Ferro Cen­tral do Brasil" . " Diário Oficial" de 22-10-1949.

Decreto n.0 27 341, de 20 de outubro de 1949 - " Autoriza o cidad!io brasileiro Antô­nio Geraldo Rodrigues Moura a pesquisar diamant es no municipio de Diamantina, estado de Minas Gerais". Diário Oficial" de 28-10-1949 .

Decreto n. 0 27 342, de 20 de outubro de 1949 - Autoriza o cidad!io brasileiro José Bar­bosa Melo e Santos a pesquisar chumbo e associados no m unicipio de Matozinhos, estado de Minas Gerais". Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n . 0 27 343, de 20 de outubro de 1949 - Autoriza o cidad!io brasilei ro Antônio do Amaral Barros a pesquisar água potá­vel de mesa no municipio de Muriaé, es­tado de Minas Gerais". Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n.0 27 345, de 20 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidadão brasileiro Severino P ereira da Silva a pesquisar calcá rio e as­sociados no municipio de Campos, estado do Rio de Janeiro". "Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 346, de 20 de outubro de 1949 - "Autoriza o cidad!io brasileiro Rudolfo Bauer a pesquisar m anganês e associados no municipio de Brusque, estado de Santa Catarina". "Diário Oficial'' de 28-10-1949.

D ecreto u .0 27 347, de 20 de outubro de 1911 - "Autoriza o cidadão brasileiro GastAo Müller a pesquisar ferro e associados no munlcipio de Imbuia!, estado do P araná".

"Diário Ofic ial" de 28-10-1949.

Decreto u.o 27 348, de 20 de outubro de 1949 - "Autoriza os cidadãos brasileiros Eve­rardo Viriato de Miranda Carvalho, F ernan­do Viriato de Miranda Carvalho, Renato Vi­riato de Miranda Carvalho, Sara Carva­lho Werneck dos Passos, Ernani Werneck dos Passos e Valdemiro Viriato de Miran­da Carvalho a pesquisar argila, caullm, dolomita, quartzo e associados no muni­cipio de Parai ba do Sul, estado do Rio de Janeiro".

"Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n. 0 27 349, ·de 20 de outubro de 1949 - "Declara sem efeito o decreto n.o 25 596, de 28 de setembro de 1949".

" Diário Oficial" de 28-10-1949.

Decreto n.0 27 350, de 20 de outubro de 1949 - "Retifica o decreto n.o 26 784, de 17 de junho de 1949".

"Diário Oficial" de 25-10-1949.

D ecreto n . 0 27 352, de 20 de outubro de 1949 - "Abre pelo Ministério da E ducação e Saúde, o cr édito especial de Cr$ 274 529,00 para atender às despesas com pagamento de gratificações de magistério".

"Diá rio Oficial" de 25-10-1949.

Decr eto n .0 27 353, de 20 de outubro de 194.9 - "Cria a Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional ".

"Diário Oficial" de 25-10-1949.

Decreto n .o 27 354, de 21 de outubro de 1949 - "Cria o estandarte do Curso P reparató­rio de Cadetes do Ar".

"Diário Oficial" de 27-10-1949.

D ecreto n .o 27 355, de 21 de outubro de 1911 - "Possibilita a inclusão de praça expulsa, na r eserva da Armada".

"Diário Oficial" de 26-10-1949.

Decreto n . 0 27 356, de 24 de outubro de 1949 - "Aprova o projeto e o orçamento para a construção do 1. o trecho da ligação ter­roviária D. Silvério-São Domingos do Pra­ta-Nova Era".

" Diário Oficial" de 26-10-1949. \

D ecreto n. 0 27 357, de 29 de outubro de 194.1 - "Concede honras de ch efe de E stado ao conselheiro R ui Barbosa".

"Diário Oficial" de 26-10-1949.

Decreto n.o 27 359, de 24 de outubro de 1949 - "Concede reconhecimento ao curso de farmácia da F aculdade de F a rmácia do P a rá".

" Diário Oficial" de 28-10-1949.

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748 BOLETIM GEOGRAFICO

Decreto n. 0 27 365, de 27 de outubro de 1949 - "Abre pelo Ministério da ;Educação e Saúde, o crédito especial de Cr$ 2 000 000,00 para atender às despesas com as comemo­rações do centenário do nascimento de Joaquim Nabuco". "Diário Oficial" de 29-10-1949.

Decreto n. 0 27 367, de 27 de outubro de 1949 - "Abre pelo Ministério da Fazenda o cré­dito especial de Cr$ 34 590 398,60 destinado a completar a distribuição da quota do im­pôsto de renda, devida aos municipios em 1948". "Diário Oficial" de 29-10-1949.

Decreto n. 0 27 368, de 27 de outubro de 1949 - "Aprova projeto e orçamento para o segundo trecho do prolongamento da Es­trada de Ferro Santa Catarina". "Diário Oficial" de 29-10-1949.

Decreto n. 0 27 372, de 27 de outubro de 1949 - "Aprova o Regimento Interno da Escola T écnica F edefal de Indústria Quimica e Têxtil".

"Diário Oficial" de 29-10-1949.

Decreto n. o 27 376, de 28 de outubro de 1949 "Declara caduco o decreto n.o 21 863, de

26 de setembro de 1946".

"Diário Oficial" de 21-10-1949.

Decreto n. 0 27 377, de 28 de o,utubro de 1949 - "Aceita a doação de um terreno situado no municipio de Uruguaiana, estado do Rio Grande do Sul".

"Diário Oficial" de 31-10-1949.

--

Se lhe interessa adquirir as publicações do Conselho Nacional de Geografia, escreva à sua secretaria (Avenida Beira-1\lar n.o 486 - Edifício lguacu - Rio de Janeiro) que

lhe atenderá pronta e satisfatoriamente .

Resoluções do Instituto Bn

de Geografia e Estatística

Conselho

Integra

Resoluç~

Manifesta-se sôbre disposi

A Asse':"bléia n~';;aJe d~u~o~ de Geografta, ~sa a importância

Consideran o d'sposições grafia Nacion2a91 ::sabr'il de 1946 n.o 9 210. de

RESOLVE:

0 _ É determina~o. E Art. ~- nto das provtden

ral o attva;re Conselho, no se da alçada 0 . rontamente efetivadas . . o. ~~:sp do decret> lutar!)S mtct.~ rmlzação da Ca quanto à um o

!eira. 0

A Assembléia n; Art. 2: - d s gloriosas •

tados Matoér~~ cfo Estado Ma por interm to

Resol

Manifesta-se sôbre a si

A Assembléia Geral do < . sando de sua

d e Geografia, do as indiscut: Con~tdex_:an divisão te

uniformt~açao ::: que a reali Constderan l da Re

recenseament~r;~~~ritorial, xidez ~o qua nal e local de nificaçao regto conveniente balhos. com a

. RESOLVE:

0 _ A AssembU Art. 1. às unidadel

caloroso aplau~~ade à f ecul dando. _co~tm~:visão territol temática a. doras dos < ram l eis ftxa inalteràv< para .':.ig_orarerr;_949-1953. qüinqüen~oo d_:_ Encarecid? denter~o instituto encamtn

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172, de 27 de outubro de 1949 ' Regimento Interno da Escola etal de Indústria Qulmica e

ai " de 29-10-1949.

6, de 28 de outubro de 1949 tduco o decreto n. • 21 863, de •o de 1946".

I" de 21-10-1949.

, de 28 de ~utubro de 1949 Jação de um terreno situado e Uruguaiana, estado do Rio

' de 31-10-1949.

eografia, escreva à • de Janeiro) que

Resoluções do Instituto Brasil~iro

de Geografia e Estatística

Conselho Nacional de Geografia Assembléia Geral

/

Integra das resoluções ns. na a 283

Resolução n.0 278, de 9 de julho de 1949.

Manifesta-se sôbre dispositivos da lei relativa à uniformização cartográfica.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia, usando de suas atribuições;

Considerando a importância para a Carto­grafia Nacional das disposições do decreto-lei n. o 9 210, de 29 de abril de 1946;

RESOLVE:

Art. 1.0 -É determinado à Secretaria-Ge­ral o ativamento das providências que forem da alçada do Conselho, no sentido de serem efetivadas, o mais prontamente posslvel, as sa­lutar~s iniciativas do decreto-lei n.o 9 210, quanto à uniformização da Cartografia Brasi­leira.

Art. 2.o - A Assembléia manifesta aos Es­tados Maiores das gloriosas classes armadas, por intermédio do Estado Maior Geral, a sua

justificada ansiedade de que os estudos, que se realizam sôbre o "Plano Geral da Cartografia Terrestre", cheguem a têrmo dentro em breve, prestando ,assim, de acôrdo com os superiores objetivos da citada lei n.o 9 210, inestimável serviço ao pais no sentido de ser executado um programa sistemático de levantamentos, com que se estabeleça a estrutura básica da Cartografia Brasileira.

Cidade do Salvador, em 9 de julho de 1949, ana do 4.o centenário da fundação da Cidade do Salvador e ano XIV do Instituto.

*

Conferido e numerado - Jorge Zarur, Se­cretário-Assistente. Visto e rubricado - Chris­tovam Leite de Castro, Secretário-Geral do Conselho. Publique-se - José Carlós de Ma­cedo Soares, Presidente do Instituto.

Resolução n.0 279, de 9 de julho de 1949.

Manifesta-se sôbre a sistemática da divisão territorial do país.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia, usando de suas atribuições;

Considerando as indiscutlveis vantagens da uniformização da divisão territorial do pais;

Considerando que a realização, em 1950, do recenseamento geral da República impõe fi­xidez do quadro territorial, para a devida pla­nificação regional e local dos importantes tra­balhos, com a conveniente antecedência;

RESOLVE:

Art. 1.o - A Assembléia expressa o seu caloroso aplauso às unidades da Federacão que, dando continuidade à fecunda e benéfica sis­temática da divisão territorial do pais, baixa­ram leis fixadoras dos quadros respectivos para vigorarem inalteràvelmente durante o qüinqüênio de 1949-1953.

Art. 2.o - Encarecido apêlo, que o presi­dente do Instituto encaminhará às autoridades

*

competentes, é formulado aos Poderes Legis­lativo e Executivo das unidades da Federa­ção, em que ainda não se fixaram os res­pectivos quadros administrativos para vigorar sem alteração até 1953, para que se ultimem, com presteza, os estudos e deliberações a res­peito até serem definitivamente baixadas as leis correspondentes, prontamente, de modo que não seja perturbada a planificação do censo de 1950.

Cidade do Salvador, em 9 de julho de 1949, ano do 4. o centenário da fundação da Cidade do Salvador e ano XIV do Instituto.

Conferido e numerado - Jorge Zarur, Se­cretário-Assistente. Visto e rubricado - Chris­tovam Leite de Castro, Secretário-Geral do Conselho. Publique-se - José Carlos de Ma­cedo Soares, Presidente do Instituto.

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750 BOLETIM GEOGRAFICO

Resolução n.0 280, de 9 de julho de 1949.

Faz um apêlo quanto à observância da inalterabilidade qüinqüenal dos quadros territoriais.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia, usando de suas atribuições;

Considerando que, depois de terem as As­sembléias Legislativas assumido o direito de alterar a divisão administrativa dos estados, não tem havido observância da benéfica sis­temática das reformas anteriores;

RESOLVE: Artigo único - Fazer encarecido apêlo a

tôdas as Assembléias Legislativas dos estados no sentido de manter-se inalterável a divisão

qüinqQenal e evitar-se em absoluto a dupli­cata de nomes de vilas ou cidades, dentro do Pais.

Cidade do Salvador, em 9 de julho de 1949, ano do 4.0 centenário da fundação da Cidade do Salvador e ano XIV do Instituto.

Conferido e numerado - Jorge Zarur, Se­cretário-Assistente. Visto e rubricado - Chris­tovam Leite de Castro, Secretário-Geral do Conselho. Publique-se - José Car!os de Ma­cedo Soares, Presidente do Instituto.

+: Resolução n.0 281, de 9 de julho de 1949.

Dispõe sôbre a publicação das resoluções dos órgãos deliberativos do Conselho.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia, usando de suas atribuições;

Considerando a conveniência -de ser dada ampla divulgação às resoluções baixadas pe­los órgãos deliberativos do Conselho;

Considerando, igualmente, a necessidade dessa divulgação como contribuição, que essas resoluções representam, do estudo dos pro­blemas de Geografia Nacional , já focalizados pelo Conselho;

RESOLVE:

Art. 1.0 - Fica autorizada a Secretaria-Ge­ral do Conselho a publicar, no menor espaço de tempo possível, as resoluções já baixadas

pela Assembléia Geral e demais órgãos deli­berativos do Conselho.

Art. 2.o - Das publicações de que trata esta resolução, fará a Secretaria-Geral ampla distribuição, de modo que as recebam não so­mente os órgãos filiados ao Conselho, como também os poderes públicos e entidades Inte­ressadas.

Cidade do Salvador, em 9 de julho de 1949, ano do 4.o centenário da fundação da Cidade do Salvador e ano XIV do Instituto.

Conferido e numerado - Jorge Zarur, Se­cretário-Assistente. Visto e rubricado - Chris­tovam L eite de Castro, Secretário-Geral do

·Conselho. Publique-se - José Car!os de Ma­cedo Soares, Pr.esidente do Instituto.

+: Resolução n.0 282, de 9 de julho de 1949.

Dispõe sôbre o fecho dás resoluções da IX sessão ordinária da Assembléia.

A Assembléia Geral do Conselho Nacional de Geografia, usando das suas atribuições,

Considerando que cumpre assinalar-se, por todos os modos, a realização da presente ses­são da Assembléia na Cidade do Salvador, ao ensejo das comemorações do 4. • centenário da sua fundação;

RESOLVE: Artigo único - No fecho das resoluções

aprovadas pela IX sessão ordinária da As­sembléia, antes das assinaturas, será mencio­nado o nome "Cidade do Salvador", seguindo-

se a data da aprovação da r esolução, à qual se juntará, logo após, a expressão "Ano do IV centenário da fundação da Cidade do Salva­dor", e "Ano XIV do Instituto".

Cidade do Salvador, em 9 de julho de 1949, ano do IV centenário da fundação da Cidade do Salvador e ano XIV do Instituto. . 1

Conferido e numerado - Jorge Zarur, Se­cretário-Assistente. Visto e rubricado - Chris­tovam Leite de Castro, Secretário-Geral do Conselho. Publique-se - José Car!os de Mace­do Soares, Presidente do Instituto.

+: Resolução n.0 283, de 9 de julho de 1949.

Aprova a integração no Conselho do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. A Assembléia Geral do Conselho Nacional

de Geografia, usando de suas atribuições;

Considerando a honrosa e confortadora so­licitação do pres tigioso Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, no sentido de integrar-se no sistema geográfico brasileiro;

Considerando a feliz circunstância da pre­sente sessão da Assembléia estar se realizando na sede do aludido Instituto.

RESOLVE :

Art. l.o - ll: concedida a integração do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia no sistema geográfico brasileiro, com dispensa de tôdas as exigências regulamentares.

Art. 2. • - Para que conste dos anais do Conselho, a IX sessão ordinária da Assem­bléia consigna o seu júbilo pela adesão do ve­nerando Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, que, de modo acolhedor, lhe cedeu a excelente sede para que a Assembléia levasse a bom êxito a missão do corrente ano.

Art. 3.• - O têrmo de Integração deverá ser assinado na reunião solene de encerramen­to da presente sessão da Assembléia.

Cidade do Salvador, em 9 de julho de 1949, ano do IV centenário da fundação da Cidade do Salvador e ano XIV do Instituto.

Conferido e numerado - Jorge Zarur, Se­cretário-Assistente. Visto e rubricado - Chris­tovam Leite de Castro, Secretário-Geral do Conselho. Publique-se - José Carlos de Ma­cedo Soares, Presidente do Instituto.

Di

Integra d~

Resolução

Dá nova organização à Sec

. C t 1 do Cansei o Diretóno edn r~.as suas atri de Geografia, usan o

d disposto no a Consideran 8° d~ julho de 1949;

lei n o 756. de ~onsiderando as necessidades

RESOLVE :

0 A Secretaria-Geral ~

Art. 1. - Conselho, consl• cutivo central ~~partamento de a equivalente a federal.

0 _ A Secretaria-G_eral

Art. 2. rganlzação fixada passa a ter a o lução. 0 Serviço de Geogr

Art. 3: • - elo decreto-lei n. • grafia. cnago .[944 nca integrado de agôst<? _ e d • Geografia e Ca suas Dlvlsoes e ela subordH Secretaria-Gera~ e a Ficam ex1

Parágrafo umco -de diretor· gos de diretor-geraf~ae e Cartogral

. de Geogra I ServiÇO A Secretaria-Gera

Art. 4.•- 1 pelo secretário-~era . O substit parágrafodUf!lgC~ado pelo presi

tário-geral é esl tituto. A Secretaria-Ger~

Art. ~· 0 - ó gãos executivos dos segumtes r . .

A - órgãos executivos. I - O Gabinete do Secre~

. . - de Géografl, ~II - "'a~~~~~o do Direto1: '

ende: o G Norw· a Secçao Secção R eglOn_al Regio;,_al Leste; deste; a S~cçao Secção Regio~al gional _Sul. ~ tudos Geográficos a Secçao de s ões de Estudos res de Infor~aç . : e a Secção Sínteses_ Nacl0na1~s s etores de nustraçoes. com Ilustrações. . . _ de cartog1

I A D1v1sao . II -:- Gabinete do Dneto~

pree:'de · 0 T . ngulação, comP~­Secçao de na . de :Medi\ de serviços G~,!l~~es e. dos Se1 Construção de or . a Secção d de Reconhdecl1re~~o de Serviço_s _12 composta o D de :Med1ç~l tores A. B, C e.a e Gravimetru Bases, Astronoml Gerais, de Setores. de S~rv~~f~etria; a Se< tronom1a e . composta dos tamentos ~~stos, ContrNe As~' viços GeraiS, ijf de Topografl.a Setores _A e Secção de Compll Cálculos. ' a d p esquisas, de dos Setores e

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co

o de 1949.

rfade qüinqüenal dos quadros

~ evitar-se ern absoluto a dupli­es de vilas ou cidades, dentro do

• Salvador, ern 9 de julho de 1949, mtenário da fundação da Cidade ' ano XIV do Instituto.

e numerado - Jorge Zarur, Se­ente. Visto e rubricado - Ohris­de Oastro, Secretário-Geral do lique-se - JoSé Oarlos de Ma­'r~sidente do Instituto.

!e 1949.

deliberativos do Conselho.

' Geral e demais órgãos deli­nselho.

•as PUblicações de que trata fará a Secretaria-Geral ampla modo que as recebam não sõ­' filiados ao Conselho, corno res Públicos e entidades inte-

vador, ern 9 de julho de 1949, tário da fundação da Cidade ) XIV do Instituto.

Jmerado - Jorge Zarur, Se­. Visto e rubricado - Ohris­Oastro, Secretário-Geral do l-se - José Oarlos de Ma­dente do Instituto.

949.

·ia da Assembléia.

ação da resolução, à qual s, a expressão "Ano do IV ~ção da Cidade do Salva­o Instituto".

or, ern 9 de julho de 1949, ) da fundação da Cidade 'IV do Instituto. . I rado - Jorge Zarur, Se­sto e rubricado - Ohris­tro, Secretário-Geral do - José Oarlos de Mace-do Instituto

Histórico da Bahia. Je conste dos anais do

ordinária da Assern­bilo Pela adesão do ve­'ráfico e Histórico da IColhedor, lhe cedeu a

a Assembléia levasse o corrente ano. de integração deverá

solene de encerrarnen­Assembléia.

·rn 9 de julho de 1949, fundação da Cidade

lo Instituto. - Jorge Zarur, Se­

~ rubricado - Ohris­Secretário-GeraJ do

José Oarlos de Ma­'o Instituto.

Diretório Central

Integra das resoluções ns. 362 e 368

Resolução n.0 367, de 21 de julho de 1950.

Dá nova organização à Secretaria-Geral do Conselho.

O Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia, usando das suas atribuições,

Considerando o disposto no artigo 8. • da lei n.• 756, de 8 de julho de 1949;

Considerando as necessidades do serviço;

RESOLVE:

Art. 1. • - A Secretaria-Geral é o órgão exe­cutivo central do Conselho, considerado como equivalente a departamento de administração federal.

Art. 2. • - A Secretaria-Geral do Conselho passa a t er a organização fixada nesta reso-lução.

Art. 3. • - O Serviço de Geografia e Carto­grafia, criado pelo decreto-lei n.• 6 828, de 25 de agôsto de 1944, fica integrado, através das suas Divisões de Geografia e Cartografia, na Secretaria-Geral e a ela subordinado.

Parágrafo único - Ficam extintos os car­gos de diretor-geral e de diretor-assistente do Serviço de Geografia e Cartografia.

Art. 4. • - A Secretaria-Geral é dirigida pelo secretário-geral.

Parágrafo único - O substituto do secre­t ário-geral é designado pelo presidente do Ins-tituto.

Art. 5. • - A Secretaria-Geral compõe-se dos seguintes órgãos executivos e consultivos:

A- órgãos executivos: I - O Gabinete do Secretário-Geral.

y ii - A Divisão de Geografia que compre­ende: o Gabinete do Diretor da Divisão; a Secção Regional Norw; a Secção Regional Nor­deste; a Secção Regional Leste; a Seçcão Re­gional Sul; a Secção Regional Centro-Oeste; a Secção de Estudos Geográficos, com os seto­r es de Informações, de Estudos Especiais e de Sínteses Nacionais ; e a Secção de Cálculos e Ilustrações, com os Setores de Cálculos e de

Planimetria e Nomenclatura e de Cartas Espe­ciais; a Secção de Desenho, composta dos Setores Cartográfico e Litográfico; a Secção de Revisão; a Secção de Restituição Aerofo­togramétrica composta dos Setores de I den­tificação e Seleção, de Análise e de Restitui­ção; a . Secção de Documentação Cartográfica, composta dos Setores de Prontuário, de Mapo­teca e de Fototeca; a Secção de Reproduções composta dos Setores de Reproduções, de Fo­tocartografia e de Tipografia e Multilite.

IV - Divisão de Documentação · e Divulga­ção que compreende: o Gabinete do Diretor de Divisão; a Secção de Document ação, composta dos Setores do Dicionário Geográfico, da Bi­blioteca, do Arquivo Corográfico e do Museu Paisagístico; a Secção de Divisão Territorial, composta dos Setores de Toponimia e de Divi­são Territorial; a Secçlio Cultural, composta dos Setores de Assistência ao Ensino, de Cur­sos e Conferências e de Fotografia e Cinema; a Secção de Publicações, composta dos Setores de Redação de Revisão, de Edições e de Ex­pedição. . '

- A Divisão de Administração que com­preende: o Gabinete do Diretor da Divisão ao qual se subordinam os Setores de Portaria, de Administração Predial e o de Garage e Trans­porte; a Tesouraria; a Secção de Comunica­ções, composta dos Setores de Expediente. de Mecanografia, de Protocolo e Arquivo e de Ra­diocomunicações; a Secção de Contabilidade, com os Setores Orçamentário e Contábil; a Secção de Pessoal, composta dos Setores de Cadastro e Legal; a Secção de Material, com­posta dos Setores Comercial , de Contrôle de Material, do Almoxarifado e de Reparos e Conservação.

B - órgãos Consultivos: I - Do Secretário-Geral; as Comissões

Diretora, de Geografia, de Cartografia, de Di­fusão Cultural e de Promoções;

II - Dos Diretores de Divisão: as Juntas dos Chefes de cada Divisão.

Ilustrações. UI - A Divisão de Cartografia que com­

preende: o Gabinete do Diretor da Divisão; a Secção de Triangulação, composta dos Setores de Serviços Gerais, de Medição Angular e Construção de Tôrres e dos Setores A, B e C de Reconhecimento; a Secção de Nivelamento , composta do Setor de Serviços Gerais e dos Se­tores A, B, C e D de Medição; a Secção de Bases, Astronomia e Gravimetria, composta dos Setores de Serviços Gerais, de Bases e de As­tronomia e Gravimetria; a Secção de Levan­tamentos Mistos, composta dos Setores de Ser­viços Gerais, de Contrôle Astronômico e dos Setores A e B de Topografia; a Secção de Cálculos; a Secção de Compilação. composta dos Setores de Pesquisas, de Altimetria, de

Art. 6. • - O Gabinete do Secretário-Geral é o órgão incumbido da ligação entre os diver­sos serviços e o Secretário-Geral.

Parágrafo único - O Gabinete do Secre­tário-G!Olral é chefiado pelo Secretário-Assis­tente, que, além disso, executará as tarefas que lhe forem atribuídas pelo Secretário-Geral.

Art. 7.• - A Comissão Diretora, composta do Secretário-Gera!J como presidente, dos Di­retores de Divisão e do Secretário-Assistente, examinará os assuntos de interêsse geral da Secretaria.

Art. 8.• - A Junta dos Chefes de cada Di­visão é composta do seu Direto r, como presi­dente, e dos r espectivos Chefes de Secção.

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752 BOLETIM GEOGRAFICO

Art. 9.9 - As Comissões de Geografia, de Cartografia, de Difusão Cultural e de Promo­ções serão organizadas de acôrdo com o Regi­mento da Secretaria-Geral do C.N.G.

§ 1.9 - Na Comissão d e Difusão Cultural fundir-se-ão as atribuições das anteriores Co­missões de Cultura e de Publicações.

§ 2.o- Enquanto não fôr aprovado o Re­gimento mencionado neste artigo, as atuais Comissões de Cartografia, de Geografia, de Pu­blicações, de Cultura e de Promoções conti­nuarão a reger-se pelas resoluções que as insti­tuíram.

Art. 10 - Fica a critério do Secretário­Geral, tendo em vista· a boa marcha dos ser­viços e as possibilidades orçamentárias, a

oportunidade da instalação das unidades de serviço criadas nesta resolução.

Art. 11 - As despesas provenientes da aplicação desta resolução serão atendidas pelas dotações próprias do orçamento do Conselho.

Art. 12 - A presente resolução entrará em vigor na data da sua aprovação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 21 de julho de 1950, ano XIV do Instituto. Conferido e numerado -José Veríssimo da Costa Pereira, Secretário­Assistente. Visto e rubricado - Virgilio Cor­rêa Filho, Secretário-Geral interino do Con­selho. Publique-se - José Carlos de Macedo Soares, Presidente do Instituto.

Resolução n.0 368, de 9 de agôsto de 1950.

Dá nova estruturação · ao Quadro do Pessoal do Conselho.

O Diretório Central do Conselho Nacional de Geografia, no uso de suas atribuições;

Considerando o disposto no artigo 8. 9 da lei n.9 756, de 8 de julho de 1949;

Considerando a organização da Secretaria­Geral baixada com a resolução n.9 367, de 21 de julho de 1950 dês te Diretório;

Considerando a necessidade de dar-se es­truturação atualizada aos Quadros do Pessoal do Conselho Nacional de Geografia;

RESOLVE:

Artigo único - Os Quadros do Pessoal do Conselho Nacional de Geografia passam a ter a estruturação fixada nesta resolução.

CAPíTULO I

DAS CATEG,ORIAS DOS SERVIDORES

Art. 1.9 - O pessoal do Conselho Nacional de Geografia divide-se em permanente, em co­missão e extranumerário.

Art. 2. 9 - Os servidores do Conselho, cujo ingresso se fizer por nomeação ou contrato, serão nomeados ou contratados pelo presi­dente do Instituto e os demais serão admitidos pelo secretário-geral.

Parágrafo único - Poderão ser admitidos, por delegação do secretário-geral, extranume­rários diaristas e tarefeiros pelos chefes de Secção, quando estiverem em trabalho de cam­po, observado o estabelecido nas normas vi­gentes.

Art. 3. 9 - As nomeações serão feitas: a) em caráter efetivo para o Quadro

Permanente;

CAPíTULO II

DO PESSOAL PERMANENTE

Art. 4. 9 - O pessoal permanente faz parte de um Quadro P érmanente e de um Quadro Suplementar, constantes de carreiras e cargos, fixados nesta resolução.

SECÇÃO I

DO QUADRO PERMANENTE

Art. 5.9 - O Quadro Permanente é consti­tuído de cargos isolados e de carreira, de exis­tência permanente.

Art. 6.o- São requisitos para provimento por nomeação em cargos do Quadro Perma­nente:

/

I - ser brasileiro; II - ter completado dezoito anos de

idade; III - ter cumprido as obrigações e os

encargos com a segurança nacional; IV - ser eleitor e estar no gôzo dos di­

reitos politicos; V- ter bom procedimento;

VI - ter sido aprovado em concurso ou prova de habilitação, cuja modali­dade o Diretório Central estabele­cerá em cada caso;

VII - gozar boa saúde.

Parágrafo único - O ingresso nas carrei­ras de Engenheiro, Geógrafo, Bibliotecário, Contador e Redator dependerá, outrosim, da apresentação dos seguintes titulas, devidamen­te legalizados:

b) em comissão, quando se tratar de cargo de direção ou de qualquer ou­tro de confiança;

c) interinamente. no impedimento do ocupante efetivo de cargo isolado, do titular do cargo em comissão ou para cargo vago em classe inicial de car­r eira , para~ qual não haja candidato habilitado.

I - De Engenheiro - diploma de enge­nheiro outorgado ou revalidado por escola ofi­cial ou sob inspeção federal , que habilite à execução de trabalhos geodésicos.

II - De Geógrafo - diploma de engenhei­ro-geógrafo, de engenheiro civil ou de minas, d e engenheiro agrônomo, de licenciado ou ba­charel em Geografia e História ou em História Natural, outorgado ou revalidado por escola oficial ou sob inspeção federal.

LE

De Bibliotecário ou Biblio_t .. III ~di l ama dos cursos superH

XIhar P . blioteconomia, respeo damental de ~~ Biblioteca Nacional outorgados pe a J aneiro.

d _ diploma IV - D e Co~~a ~:validado por

dor, oiü<?r~ado b inspeção federa menta oficial ou so t r _ diploma d•

V - De Reda o d Línguas N• I . ou Curso e .

Jorna 1smo, Analo-Germãmcas, ou de Línguas " do ou revalida tras Clássicas, out~rf:speção federal cola ofiCial ou so

7 O Quadro Permanenl Art .. 9 -guinte:

············ 3 Engenheiro · · · · · · · · · · · ......... . 3 " ........... .. 3 3 4 . 1 Geometr1sta 1 2 4

1g Geometrista · · · · ·: : · · · · · · · · · · · · · · 2 Geometris ta Au;;nllar ...... . .. . * :: ........ .. 2 Cartógrafo ....... . 2 • "

······ ·· ·· 2 ...... .. . 2 .. ..... :: : .. .... . 1 D esenhista · · · · · · · · ·

·········· 1 ......... . 2 3

5 ...... ...... ....... .. i~ Desenhista au~fliar · · · · · · · · · · · · ·

·········· ··· ···: ..... ···· ·····

15 :: 18

2 Geógrafo ·········· ·········· 2 " ...................... .. 3 ................... .. 4 ................. .. 6 ..... :::: ...... . 5 Geó~rafo Auxiliar 8

12 " 1~ Calculista ........ • .... : : : : : : : : . , 2 " 3 5 1 Oficial 2 " 2 4 4 7

·········· Adr~;i~l~t~~ti~~: · · · · · · · · ~'

" ·· ···· ····

11 " . . ......... .. . 16 Escrituráno .......... . 17 :: ................... . 1

~ Contador .. "·" .. · : :: :::: : : : : : : 1 " .. . .................. . 1 ................ .. .... . 1 ........ .............. .

·· ······· · 2 ...... ....... .. 2 f ........ .. 4 Dacti,!ógra o .. :: ................ . 6 ............. . ig " . ... .. ......... .. 1 Bi bliotecâno · · : : : : :: :::: : : ::: : : 1 " ............ . 1 1 2

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ins talação das unidades de nes ta r esolução. 1 despesas p rovenientes da

resolução serão a tendidas pelas s do orçamento do Conselho. p resen te r esolução entra rá em

a s ua aprovação, r evogadas as ;on t r á r io.

iro, 21 de j ulho de 1950, a no lo. Conferido e n umerado -da Cos ta P ereira, Secretá rio-

e r u bricado - Virgí l io Gor ­ltário-Geral in terino do Con­·se - J osé Car l os de Macedo te do I ns tituto.

1950.

lho.

CAPíTULO li

OAL PERMANENTE

pessoal permanente faz parte ' érmanente e de um Quadro 1t antes de carrei ras e cargos, olução.

SECÇÃO I

>RO P ERMANENTE

~uadro P ermanente é cons ti­Jiados e de carreira, de exis-

requis itos para provimento cargos do Quadro P erma-

1sileiro ; lmple tado dezoito anos de

mprldo as obrigações e os bs com a segurança naciona l ; ltor e esta r n o gôzo dos di­pol!ticos ; n procedimen to; o aprovado em concurso ou !e ha bilitação, cuja modali-Diretório Central estabele­

il cada caso; loa saúde.

I - 0 ingresso pas carrel­i, Geógrafo, :aibliot ecário, r dependerá, outrosim, da :g uintes titulos, devidamen-

th eiro - dip loma de enge­' r evalidado por escola ofi­ão fede ral, que ha bilite à os geoaésicos.

Lfd'- d iploma de engenhei­enhelro civil ou de minas, wmo, de licenciado ou ba-e His tória ou em His tó•·ia ou revalidado por escola

ção federal.

LEIS E RESOLUÇõES 753

III - De Bibliotecário ou Bibliotecário Au­xiliar - diploma dos cursos superior ou fun­damental de Biblioteconomia, respectivamente, outorgados pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

IV - De Contador - diploma de Conta­dor, outorgado ou revalidado por estabeleci­mento oficial ou sob inspeção federal.

V - De Redator - diploma de curso de Jornalismo, ou Curso de Llnguas Neo-Latiiías, ou de Llnguas Ang lo-Germânicas, ou de Le­tras Clássicas, outorgado ou revalidado por es­cola oficial ou sob inspeção federal.

Art. 7.9 - O Quadro Permanente é o se­guinte:

3 Engenheiro ··························· 3 .. ··························· 3 ············ ·· ············· 3 ................... .... ..... 4 ··························· 1 Geometrista ··· ·· ············ ········· 1 .. ·························· 2 ·························· 4 ·········· ················ 6 ··························

12 Geometrista 2 Geometris ta

·························· Auxiliar ...... ...... · · · ·

4 " 7 2 Cartógrafo 2 • .. 2 2 1 Desenhista 1 " 2 3 5

.. ················· ·················

··························· ········ · ·· ···· · ·· ········· ··························· ····· ····· ·· ······· ······· ········ · ·················· ·················· · · ······· ····· ·············· ········ ······ · ···················· ······· · · ··· ···············

o N M L K N M L K J I H G F N M L K N M L K J I

12 Desenhista auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . H 15 " " .................. G

11 ······ ···· ····· · ···········

18 " " .................. F 2 Geógrafo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O 2 " ......... .. .................. N 3 " ........... . ................. M 4 " ............................. L 6 " ............................. K 5 Geó~rafo AU,;<iliar .. .. .. . .. . .. .. .. . .. J 8 .................... I

12 " " .................... H 18 " " .................... G

1 Calculista . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . I 2 " ............................ H 3 " ............................ G 5 " ............................ F 1 Oficial Administrativo ......... ~. .. ... N 2 " " .. .............. M 2 " " .......... ...... L 4 " " ................ K 4 .. .. ................ J 7 " " ....... .. ....... I

11 " " . . ............... H 16 Escriturário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . G 17 " .......................... F 18 " ..................•....... E 1 Contador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . N 1 " ...•.... . ............. .. . .. .. M 1 " ............................. L 1 " ............................. K 2 " ... ······ ·•········ .. . ····· .. J 2 " ............................. I 4 Dacti.!ógJ·afo . .. .. .. .. .. . . • .. .. .. . .. . . G 6 .................... ....... F

10 " .......... . ............. . .. E 12 " ........................... D 1 Biblio~ecário . . . . . . . . .. . . . . . .. . . .. . . . . M

1 :: ~~~~:~~~~~~~~:~:~~~~~~~~~r

2 Bibliotecário Auxiliar . . . . . . . . . . . . • . . . H 2 " " ................. G 2 " " ................. F 1 Redator .... . .. • ...................... N 1 " .............................. M 2 " .............................. L 3 " .............................. K 3 " .............................. J 1 Revisor ................•.............. M 1 " ............................... L 1 " .................... ........... K 2 " .............. ................. J 1 Assistente Técnico e Jurídico.......... N 2 Continuo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . G 2 " ............................. F 3 " ........ .......... ........... E

SECÇÃO Il

DO QUADRO SUPLEMENTAR

Art. 8.9 - O Quadro Suplementar é consti­tuído de carreiras e cargos extintos .

§ 1. 9 - A extinção das carreiras far-se-á pelos cargos de menor remuneração que vaga­rem.

§ 2. 9 Os servidores lotados no Quadro Su­plementar são equiparados, quanto a direitos e deveres, aos do Quadro Permanente.

Art. 9.o -O Quadro Suplementar é o se­guinte:

I - Carreira extinta:

1 Técnico de Administração N 2 " " " M 3 " " " L

II - Cargos isolados:

1 Assistente Fisiógrafo Cr$ 6 280,00 Cr$ 3 000,00 Cr$ 2 500,00

2 " Técnico 1 .. ..

CAPÍTULO III

DO PESSOAL EM COMISSÃO

Art. 10 - O número e o padrão de venci­mentos dos cargos em comissão e das funções gratificadas são os seguintes:

I - Cargos em comissão : .. 1 Secretário Geral . . . . . . . . . . . . CC2 4 Diretor de Divisão . . . . . . . . . CC4 1 Secretário Assistente . . . . . . CC4 1 Tesoureiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . L 1 Aux. de T esoureiro . . . . . . . . I 1 Porteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I

II - Funções gratificadas:

26 Chefes de Secção . . . . . . . . . FG-3 17 Encarregados de Setor de

campo ..... ...... ....... ... FG-6 48 Encarregados de Setor da

sede do Conselho . . . . . . . . . FG-7

§ 1. 9 - Os chefes de Secção e os encarre­gados de Setor serão designados pelo secretá-rio-geral.

§ 2. 9 - Ao secretário-geral é assegurada a gratificação mensal de Cr$ 1 000,00 a titulo de representação.

§ 3.9 - O chefe de Secção técnica, quando em trabalho de campo, terá a sua gratificação de função aumentada para o padrão FG-2.

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754 BOLETIM GEOGRÁFICO

f\.rt. 11 - O servidor que, além do cargo efetivo, ocupar cargo em comissão, só poderá receber dos cofres do Conselho os vencimentos correspondentes a um dêsses cargos.

§ 1.~-: É vedada a acumulação de cargos em com1ssao, exceto nas substituições não re­muneradas até 30 dias. • § 2. o A proibição dês te artigo não se aplica as vantagens decorrentes da função.

CAPíTULO IV

DO PESSOAL EXTRANUMERÁRIO

Art. 12 - O pessoal extranumerário divi­de-se em:

I - contratado; 11 - mensalista;

Ill - diarista; IV - tarefeiro.

§ 1.o - O contratado só será admitido para o desempenho de função especializada.

§ 2.o - O mensalista será admitido para função prevista nas tabelas numéricas aprova­das anualmente pelo Diretório Central, me­diante proposta do secretário-geral a ser apre­sentada na última quinzena do ano anterior.

§ 3.o - O diarista será admitido para o desempenho, no campo, de funções auxiliares ou transitórias, bem como, temporàriamente, em serviços extraordinários, na sede do Con­selho.

§ 4.o - O tarefeiro será admitido para o desempenho de determinados trabalhos , per­cebendo salário de acôrdo com a produção.

Art. 13 - A admissão de extranumerários depende do preenchimento das seguintes con­dições :

I - Para contratado:

a) capacidade para a função; b) idoneidade moral; c) quitação com o serviço militar,

quando fôr brasileiro; d) habilitação em exame médico

aceito pelo Conselho.

SITUAÇÃO ATUAL

11 - Para mensalista:

a) nacionalidade brasileira; b) capacidade para a fun.ção; c) idoneidade moral; d) quitação com o ·serviço militar; e) habilitação em exame médico

aceito pelo Conse!ho.

III - Para tarefeiro ou diarista eventual da sede ou de campo:

a) boa conduta; b) capacidade para o desempenho

do trabalho; c) gozar boa saúde.

Art. 14 ----' O Diretório Central fixará anual­mente n? Orçamento do Conselho as dotações nec::essánas para o pessoal extranumerário men­salista, contratado, diarista e tarefeiro median-te proposta do secretário-geral. '

\ CAPÍTULO V

DAS DI,SPOSIÇõES GERAIS

Art. 15 - O enquadramento dos atuais ser­vidores nos cargos e carreiras do Quadro Per­manente e do Quadro Suplementar fixados nesta r esolução, far-se-á de acôrdo com as· nor­mas seguintes:

I - O servidor pertencente a uma das carreiras previstas nas resoluções ns. 244 303 e 307 do Diretório Central, será enquadrado em Igual classe de carreira homônima ou cor­respondente do Quadro Permanente ou do Quadro Suplementar estabelecidos nesta reso­lução.

II - Os servidores que em virtude do ar­tigo 2.o do decreto-lei n.o 782, de 13 de outu­bro de 1938, estiverem à disposição do Con­selho Naciona~ .de Geografia, bem como aquê­les que, reqmsitados na forma do artigo 31 do decreto n. o 2~ 609, de julho de 1934, se acha~ vam em exercic10 neste Conselho na data da resolução 244, de 18 de junho de 1946 do Di­retório Central, serão enquadrados da 'seguinte forma:

ENQUADRAMENTO

N.• Cargo Habililação Carreira ou cargo • Classe, padrão

ou • ' vencimentos

I - No Ministério da Agricultura

1 Estatístico Cartografista ... Engenheiro Engenheiro o 1 > > ... > Geógrafo o

II - No Conselho

2 Assistente Técnico ...... Engenheiro Engenheiro N 1 > > .... .. . .. Cartógrafo Cartógrafo N 1 > > .... ... .. Bacharel em Ciências Jurídicas e Assistente-Técnico e Jurídico

Sociais N 1 > > ······ ... Professor de Geografia Assistente Fisiógrafo 6.280,00 2 > > .. ...... . Funcionário Administrativo Técnico de Administração L 1 > > .. Engenheiro

III - Os servidores, cujos cargos e car­reiras forem extintos, serão enquadrados em igual cargo isolado ou Igual classe das car­rei ras !nstituidas nesta resolução, de acôrdo com as suas habilitações, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 6.o.

Engenheiro K

§ l.o - Os enquadramentos previstos na alinea I dêste artigo serão feitos da seguinte forma:

a) Os atuais Geometristas especiali­zados classe N, portadores do ti-

tulo de Engenheiro Ci1 aproveitados .. na mesr:na .. carreira de Engenheiro

CARREIRA

Carreira

Geometrista EspeciB.lizado .... Geometrista .......... · · · · · · · · Geometrista Auxiliar .... ... . Cartógrafo Especializado .. . Cartógrafo .... Cartógrafo.. .... . . · · · · · · Cartógrafo Auxiliar ...... . Geógrafo Especializado .. . Geógrafo .. Geógrafo .... ...... . Geógrafo Auxiliar .. Técnico de Administração ... Oficial Administrativo. Escriturário .. Bibliotecário .... Bibliotecário Auxiliar ... Contador .. Dactilógrafo ..

§ 2. • - Aos servidores enqua• forma dêste artigo será computad< efetivo exercicio, o t~mpo de s~rVI• selho e nas repartiç.oes _federais, ' municipais ou orgamzaçoes paraest

§ 3 o - A antiguidade na classE dores ~ que se refere êste arti.go s• desde a data em que o servidor perceber proventos iguais ou super novo cargo.

§ 4.o - O enquadramento ~erá no titulo de nomeação do servidor.

Art. 16 - O cargo das JC~Ovas c Engenheiro, Redator, Revisor, < Continuo, instituida.s por esta res.o! preenchidos, de acordo co~ os It: serviço por escolha do presidente c dentre ' os servidores que venharr serviços ao Conselho, observado o. no artigo 6. • e seu parágrafo u1 quanto a concurso. .

Parágrafo único - Aos ~tuau do Conselho nomeados de acordo sente artigo são extensivas as nor1 rágrafos 2. o e 3. o do artigo 15.

Art. 17 - O disposto nos §§ artigo 15 e nos artigos 16 e. 28 dest é extensivo aos atuais. servidores • de Geografia do Instituto Pan-AJ Geografia e História.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇõES TRANSI

Art. 18 - Os atuais ocupan!eE iniciais extintas nesta resoluçao nova classe inicial dB; mesma ce classe inicial da carreira correspo do considerados excedentes o~ qu rem ser lotados nas vagas ex1ster.

Parágrafo único - No caso ~e classes iniciais da mesma carrem dade na nova classe inicial. será c os atuais servidores, de acordo co seguintes:

I - os atuais ocupantes d!i ta mais baixa, contarão ant1gmd

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a mensalista:

nacionalidade brasileira; capacidade para a função; idoneidade moral; quitação com o serviço militar; habilitação em exame médico aceito pelo Conse!ho.

1 tarefeiro ou diarista eventual e de ou de campo:

boa conduta; capacidade para do trabalho; gozar boa saúde.

o desempenho

) Diretório Central fixará anual­tmento do Conselho as dotações a o pessoal extranumerário men­~do, diarista e tarefeiro, median-secretário-geral.

CAPÍTULO V

)I,SPOSIÇõES GERAIS

) enquadramento dos atuais ser­·gos e carreiras do Quadro Per­) Quadro Suplementar fixados , far-se-á de acôrdo com as' nor-

:vidor pertencente a uma das ltas nas resoluções ns. 244, 303 tório Central, será enquadrado ' de carreira homônima ou cor­) Quadro Permanente ou do entar estabelecidos nesta reso-

rvidores que em virtude do ar­reto-lei n.• 782, de 13 de outu­stiverem à disposição do Con­de Geografia, bem como aquê­itados na forma do artigo 31, 14 609, de julho de 1934, se acha­~io neste Conselho na data da le 18 de junho de 1946, do Di­serão enquadrados da seguinte

ENQUADRAMENTO

Carreira ou cargo •

iro

iro f o .e-Técnico e Jurídico

e Fisiógrafo de Administração :r o

Classe, padrão ou

vencimentos

o o

N N

N 6.280,00

L K

enquadramentos previstos na rtigo serão feitos da seguinte

. tuais Geometristas especiali­: classe N, portadores do ti-

'

LEIS E RESOLUÇõES 755

tulo de Engenheiro Civil, serão aproveitados na mesma classe da carreira de "Engenheiro";

b) As demais carreiras e classes têm a correspondência constante da ta­b ela abaixo:

CARREIRA SITUAÇÃO NOVA

Carreira _ _I~ Carreira I Classe

Geometrista Especializado .. . . . . . . . . . . L a M Geometrista .. . . . . • . . . . . . . . . . . . . L a M Geometrista..... . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . I a K Geomctrista... . .... . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . .. . . . . . I a K Geometrista Auxiliar.. . . .. . . . .. . F a H Geometrista Auxiliar .. . • . . F a H Cartógrafo Especializado . . . . .. . .. . . . .. . . . . . . L a N Cartógrafo. . . .. .. . . . . . . .. . . . . .. . . . .. . L a N Cartógrafo. . . . .. . . . . .. . . .. . . . I a K Desenhista. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . .. . I a K Cartógrafo. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . G a H Desenhista Auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . G a H Cartógrafo Auxiliar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . D a F Desenhista Auxiliar . . . . .. , . . . F Geógrafo Especializado... . . . . . . . . . . . . . . L a N Geógrafo .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . L a N Geógrafo.. .. . . . . .. . . . K Geógrafo ............ . . . . . . . .. . . .. . . K Geógrafo.. . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . H a J Geógrafo Auxiliar... H a J Geógrafo Auxiliar .......... . .. . . . . .. . . . . .. . . . E a G Geógrafo Auxiliar ............. . . . . . . . . . . . . . . . . . G Técnico de Administração...... . .. . . . . . . . . . . . L a N Técnico de Administração (quadro supletivo) .. . L a N Oficial Administrativo...... . • . . . . .. .. . H a K Oficial Administrativo .. . . . .. . H a K Escriturário. .. ... . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . E a G Escriturário. ... E a G Bibliotecário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I a J Bibliotecário.. . . . . . . . . . . . . . . I a J Bibliotecário Auxiliar .. .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . E a H Bibliotecário Auxiliar....... . .. . . . . . . . .. . . E a H Contador . . . . .. . . . .. . . . . . .. . . .. . . I a M Contador . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . .. , . . . . . . I a M Dactilógrafo.. D a G Dactilógrafo .. D a G

§ 2. • - Aos servidores enquadrados na forma dêste artigo será computado, como de efetivo exercício, o tempo de serviço no Con­selho e nas r epartições federais, estaduais e municipais ou organizações paraestatais.

classe inicial a partir da data em que forem lotados nessa última classe;

1 li - os atuais ocupantes da classe extin­ta imediatamente abaixo da nova classe inicial, conservarão a antiguidade que possuíam na-

§ 3. • - A antiguidad e na classe dos servi­dores a que se r efere êste artigo será contada desde a data em que o servidor começou a perceber proventos iguais ou superiores ao do novo cargo.

§ 4.• - O enquadramento será \apostilado no titulo de nomeação do servidor.

Art. 16 - O cargo das novas carreiras de Engenheiro, Redator, Revisor, Calculista J e Continuo, instituídas por esta resolução, serao preenchidos. de acôrdo com os interêsses do serviço, por escolha do presidente do Instituto, dentre os servidores que venham prestando serviços ao Conselho, observado o estabelecido no artigo 6. • e seu parágrafo único, exceto quanto a concurso.

Parágrafo único - Aos atuais servidores do Conselho nomeados de acôrdo com o pre­sente artigo são extensivas as normas dos pa­rágrafos 2.• e 3.• do artigo 15.

Art. 17 - O disposto nos §§ 2.• e 3.• do artigo 15 e nos artigos 16 e 28 desta resolução, é extensivo aos atuais servidores da Comissão de Geografia do Instituto Pan-Americano de Geografia e História.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇõES TRANSITóRIAS

Art. 18 - Os atuais ocupantes das classes iniciais extintas nesta resolução passarão à nova classe inicial da mesma carreira ou à classe inicial da carreira correspondente, sen­do considerados excedentes os que não pude­rem ser lotados nas vagas existentes.

Parágrafo único - No caso da extinção de classes iniciais da mesma carreira, a antigui­dade na nova classe inicial será contada, para os atuais servidores, de acôrdo com as normas seguintes:

I - os atuais ocupantes da classe extin­ta mais baixa, contarão antiguidade na nova

quela classe ; lii - os atuais ocupantes da classe que

passar a inicial terão a sua antiguidade nesta classe acrescida da do funcionário mais anti­go da classe imediatamente inferior que fôr extinta.

Art. 19 - O Diretório Central poderá acei­tar mediante proposta da Secretaria-Geral, certificado de curso superior de especialização geográfica, em substituição aos diplomas men­cionados na alinea li, do parágrafo único, do artigo 6. • quando se tratar de servidor que na dat a desta r esolução ocupe cargo de geó­grafo ou de geógrafo especializado, previsto na resolução 244, de 18 de junho de 1946.

Art. 20 - Os cargos do Quadro Suplemen­tar e os excedentes do Quadro Permanente que vagarem , serão declarados extintos mediante portaria do presidente do Instituto.

Parágrafo único - Havendo excedentes em uma classe não serão feitas novas nomeações ou promoções para a mesma.

Art. 21 - A norma do § 1. • do artigo 8. • e do artigo 20 não prejudicará o direito que fôr r econhecido aos servidores que nos têrmos da r esolução n .o 274, de 18 de junho de 1947 do Diretório Central , r equererem aproveitamento, nas vagas existentes até a data da presente re­solução, na classe inicial da carreira de Técni­co de Administração.

P arágrafo único - O aproveitamento pre­visto neste artigo será feito sem prejuízo dos enquadramentos det erminados na alinea li, 'Q

artigo 15, da presente resolução. Art. 22 - Os ocupantes de cargos exceden­

t es continuarão em efetivo exercício, com tô­das as obrigações, direitos e vantagens, e con­correrão, em igualdade de condições, com os demais de sua classe, às promoções.

Art. 23 - Os servidores que na data desta r !)solução ocupam cargo de chefe de Secção po­derão optar pelos vencimentos padrão "N", enquanto permanecerem nesse cargo, sem di­reito à gratificação de função prevista no art. 10 e seu § 3.• .

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756 BOLETIM GEOGRAFICO

Art. 24 - Os encarregados d e Setor que atualmente percebem gratificação de função d e nível superior ao adotado na presente r e­solução continuarão a receber a mesma grati­ficação enquanto permanecerem nessa comissão.

Art. 25 - Aos encarregados de portaria dos serviços do Conselho, localizados fora do edifício-sede, fica assegurada a gratificação de função que percebem, enquanto desempenharem essas funções.

Art. 26 - Os atuais servidores do Conse­lho, que em virtude de suas funções, execu­tam trabalhos de r edação, serão aprovei tados no provimento dos cargos de carreira de Re­dator, independentemente das exigências con­tidas no item V, do parágrafo único, do ar­tigo 6.•

Parágrafo único - O disposto neste artigo é extensivo à carreira de Revisor.

Art. 27 - É facultada a efetivação dos atuais interinos que nos dois últimos boletins de merecimento tenham obtido média igual ou superior a 65.

Art. 28 - O presidente do Instituto, no in­terêsse do serviço, e dentro do prazo de 30 dias, a partir da aprovação desta resolução, poderá aproveitar,' em caráter efetivo, na classe inicial das diversas carreiras do Quadro Per­manente, servidores do Conselho de outras ca­tegorias, que estejam E:m exercício, que te­nham revelado aptidão para as respectivas carreiras, r essalvado o di~posto no artigo 6. •, exceto quanto a concurso.

Parágrafo único - O servidor receb< a diferença de vencimentos correspondente: caso dos seus vencimentos atuais sererr • periores aos da classe inicial em que fôr : ,.~,­veitado.

Art. 29 - A elevações dos padrões de w .•• -cimentos dos servidores, em virtude da P',. sente reestruturàção, ficarão sujeitas ao P

encllimento do intersticio previsto no Re! mento de Promoções.

P arágrafo único - O presente artigo se aplica aos enquadramentos determin nesta resolução.

Art: 30 - O provimento dos cargos v será feito de acôrdo com as dotações c mentárias próprias.

Art.31 - Os casos omissos na exec· desta resolução serão r esolvidos pelo p 1 dente do Instituto, de acôrdo com as nor ~ gerais vigentes para o funcionalismo púl ,,.. federal.

Art. 32 - A presente r esolução entra e u vigor na data de sua aprovação, revogada:, disposições em contrário.

Rio de J a neiro, 9 de agôsto de 1950, ano .< > do Instituto.

Conferido e numerado - José V eríss 'm· da Cos ta P ereira, Secretário-Assistente. V • 1 e rubricado - Virgilio Corréa Filho, no ; pedimento do Secretário-Geral. Publique-se José Carlos de Macedo Soares, Presidente t, Instituto.

~ Concorra para que o Brasil seja geogràficamente bem representado, l'nviando ao Cons<>l ....,. Nacional de Geografia informarões e mapas que possam ser de utilidade à nova edi~i o da Carta Geográfica do Brasil ao Milionésimo, que o Conselho está elaborando.