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ESTADO DO AMAPÁ QUARTEL EM MACAPÁ - AP POLÍCIA MILITAR COMANDO GERAL 13 DE DEZ DE 2018 (5ª FEIRA) =BOLETIM GERAL N° 223= PARA CONHECIMENTO DA POLÍCIA MILITAR E DEVIDA EXECUÇÃO, PUBLIQUE-SE O SEGUINTE: = 1ª PARTE – SERVIÇOS DIÁRIOS = 01 – ESCALA DE SERVIÇO: Para o dia 14 de dezembro de 2018 (sexta-feira) Superior de Dia (24 horas) Oficial de Operações (24 horas) Coordenador de Operações /CIODES (12 horas) 08h às 08h 08h às 08h 07h às 19h 19h às 07h ... ... ... ... MAJ QOPMC CARLOS AUGUSTO CAP QOPMC ANDERSON CAP QOPMC BRITO CAP QOPMC NATIVIDADE Oficial do 8º BPM (24 horas) 07h30 às 07h30 ... 1º TEN QOPMA PARAFITA Oficial DSau (Sobreaviso) ... CAP QOPMS BARROS Permanência – DSau 07h30 às 07h30 ... SD QPPMC JHONATAN CARDOSO Permanência – Psicossocial 07h30 às 19h30 ... CB QPPME MAYRA VEIGA Motorista – Psicossocial (Sobreaviso) ... 3° SGT QPPME MARIO JOEL Unidade de Informática (Sobreaviso) ... TEN QOPMA ALÍCIO = 2ª PARTE – INSTRUÇÃO = (SEM ALTERAÇÃO) = 3ª PARTE – ASSUNTOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS = 02 - APRESENTAÇÃO DE OFICIAIS Apresentaram-se neste comando, os oficiais abaixo nas datas e pelos seguintes motivos: 11 dez. 18 TEN CEL QOPMC RIDSON EMANOEL BRITO PAIXÃO – 8° BPM, por retorno de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2016/2017. 10 dez. 18 TEN CEL QOPMS ELZA MARIA REZENDE DE ALMEIDA – DSAU, por início de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2017/2018. 25 jan. 18 MAJ QOPMC JOÃO PAULO ARAUJO DOS SANTOS – 8° BPM, por início de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2017/2018. 13 dez. 18 1° TEN QOPMA GEOVANE BRITO SILVA – 13° BPM, por retorno de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2017/2018. (Solução às fichas de apresentação dos oficiais acima).

BOLETIM GERAL Nº 223 - darc.pm.ap.gov.br · Neste sentido, ensina Mateus Carvalho (CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo - 3. ed. rev. amp. e atual. Salvador: JusPodivm,

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ESTADO DO AMAPÁ QUARTEL EM MACAPÁ - AP POLÍCIA MILITAR COMANDO GERAL

13 DE DEZ DE 2018 (5ª FEIRA)

=BOLETIM GERAL N° 223=

PARA CONHECIMENTO DA POLÍCIA MILITAR E DEVIDA EXECUÇÃO,

PUBLIQUE-SE O SEGUINTE:

= 1ª PARTE – SERVIÇOS DIÁRIOS = 01 – ESCALA DE SERVIÇO: Para o dia 14 de dezembro de 2018 (sexta-feira) Superior de Dia (24 horas) Oficial de Operações (24 horas) Coordenador de Operações /CIODES (12 horas)

08h às 08h 08h às 08h 07h às 19h 19h às 07h

...

...

...

...

MAJ QOPMC CARLOS AUGUSTO CAP QOPMC ANDERSON CAP QOPMC BRITO CAP QOPMC NATIVIDADE

Oficial do 8º BPM (24 horas) 07h30 às 07h30 ... 1º TEN QOPMA PARAFITA Oficial DSau (Sobreaviso) ... CAP QOPMS BARROS Permanência – DSau 07h30 às 07h30 ... SD QPPMC JHONATAN CARDOSO Permanência – Psicossocial 07h30 às 19h30 ... CB QPPME MAYRA VEIGA Motorista – Psicossocial (Sobreaviso) ... 3° SGT QPPME MARIO JOEL Unidade de Informática (Sobreaviso) ... TEN QOPMA ALÍCIO

= 2ª PARTE – INSTRUÇÃO =

(SEM ALTERAÇÃO)

= 3ª PARTE – ASSUNTOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS = 02 - APRESENTAÇÃO DE OFICIAIS

Apresentaram-se neste comando, os oficiais abaixo nas datas e pelos seguintes motivos:

11 dez. 18 TEN CEL QOPMC RIDSON EMANOEL BRITO PAIXÃO – 8° BPM,

por retorno de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2016/2017.

10 dez. 18 TEN CEL QOPMS ELZA MARIA REZENDE DE ALMEIDA – DSAU,

por início de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2017/2018. 25 jan. 18 MAJ QOPMC JOÃO PAULO ARAUJO DOS SANTOS – 8° BPM,

por início de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2017/2018. 13 dez. 18 1° TEN QOPMA GEOVANE BRITO SILVA – 13° BPM, por retorno

de gozo de férias regulamentares, referente ao exercício 2017/2018. (Solução às fichas de apresentação dos oficiais acima).

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- 6192- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

ALTERAÇÃO DE OFICIAIS

03 - REQUERIMENTO - ANULAÇÃO DE ATO DE TRANSFERÊNCIA - INDEFERIMENTO

Processo: 340101.2018.00956 - GCG Interessado: CAP QOPMA MÁRCIO MONTEIRO SAMPAIO Assunto: SOLICITAÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO DE

TRANSFERÊNCIA.

DECISÃO

O presente feito autuado em razão de Requerimento Administrativo formalizado pelo CAP QOPMA Márcio Monteiro Sampaio, por intermédio do pleiteia a Anulação do Ato Administrativo que lhe transferiu do 5º BPM para 10º BPM, ambos sediados nesta Capital, publicado no Boletim Geral nº 123, de 06 de julho de 2016 (fl. 34).

No caso, importa observar que, inconformado com a citada transferência o ora Requerente ajuizou, junto ao 1º Juizado Especial de Fazenda Pública da Comarca de Macapá, Ação Judicial (Processo nº 0017357-05.2018.8.03.0001), apresentando os mesmos argumentos e pedido constantes no citado requerimento, na qual pelo Exmo. Sr. Juiz de Direito Eduardo Navarro Machado foi proferida Sentença (fls. 44-45) que julgou improcedente o pedido, que transitou em julgado em 14/11/2018, com o seguinte teor:

“Tipo de ato: Sentença

Trata-se de ação judicial movida por integrante da Polícia Militar contra o Estado do Amapá visando à anulação do ato de remoção porque o mesmo seria viciado por ausência de motivação além de ter sido realizado enquanto o servidor estava em gozo de férias, seguido de licença médica. Sustenta o autor da ação que a movimentação afrontou normas que regem a matéria e que deveria ser anulado de modo a devolver o reclamante para o local de lotação que ocupava. Afirma que a movimentação ilícita se deu para privilegiar "apadrinhados" tendo em vista que a lotação no Batalhão de Operações Especiais - BOPE, implica recebimento de vantagem econômica da ordem de R$ 2.000,00. O réu ofertou sua defesa negando o direito pela afirmação de legalidade dos atos praticados e requerendo a improcedência da ação. O juízo determinou a colheita de informações diretamente do Comando do BOPE e estas vieram por meio dos Ofícios nº 0151/2018-DJD/BOPE e 1.317/2018- GCG/PMAP. Segundo as declarações dos comandantes do BOPE e da Polícia Militar do Estado do Amapá, a movimentação se deu para atender a

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- 6193- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

necessidade de serviço e promover a troca de experiência entre os militares qualificados bem assim oportunizar o aperfeiçoamento de outros que ainda não tenham atuado em batalhões especiais. Pois bem. O controle judicial da atividade administrativa do Estado somente pode ser realizado mediante provocação do interessado, de maneira prévia ou posterior, unicamente no que tange aos aspectos de legalidade, não sendo admissível ao Poder Judiciário intervir nos aspectos de conveniência e oportunidade que justificam a prática do certo ato que retrate o mérito administrativo, não controlável pelo Poder Judiciário. Neste sentido, ensina Mateus Carvalho (CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo - 3. ed. rev. amp. e atual. Salvador: JusPodivm, 2016, pág. 384): ‘A doutrina brasileira aponta alguns limites ao controle jurisdicional, quais seja a atividade política do Estado, a qual não se submete a controle judicial in abstratum, da à ampla discricionariedade atribuída a esta função estatal e os atos interna corporis...’ Neste sentido, a solução judicial encontra limites no controle da atividade administrativa notadamente no aspecto da legalidade de modo a adequar decisão administrativa à norma legal que discipline o caso. Isso ocorre porque ao Administrador, como aplicador da lei, é conferido um poder de escolha; uma prerrogativa de fazer opções; um poder de verificar a conveniência e oportunidade da atuação como atividade administrativa, não judicial. Nesse sentido, o Poder Judiciário não pode e não deve substituir a decisão do administrador, não pode fazer análise de conveniência e interesse público, não pode, enfim, adentrar no âmbito das escolhas da Administração, isso porque estas afetam o mérito administrativo, reserva nuclear da atividade administrativa no legítimo exercício da função administrativa decorrente da separação dos poderes/funções do Estado, sobre a qual o Judiciário não tem ingerência, salvo se o ato estiver em confronto com a lei porque sempre que isto ocorrer, não há invasão do mérito, mas adequação do ato à conformidade legal expressa e induvidosa como princípio basilar da atividade administrativa. É relevante essa abordagem para perceber que a eventual movimentação, em regra, não está sujeita a intervenção pelo Judiciário, exceto se viciada. Neste caso pode ser anulada se estiver em contradição com a lei, mas a mera remoção ou relotação, de per si, não é motivo idôneo para atrair a jurisdição. A movimentação, isoladamente, é mérito administrativo porque recai sobre conveniência e oportunidade

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- 6194- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

da Administração Pública para fixar, de acordo com a lei, a designação de pessoal segundo critério que julgar adequado dentro das limitações definidas por lei. Segundo o autor da ação, a movimentação é indevida por que: a) se deu em período de férias e licença, contrariando norma expressa; b) favoreceu apadrinhados; c) não teve motivação exigida para o ato administrativo. No caso concreto, o autor da ação, em sua petição inicial, apontou irregularidades relativa à vedação de movimentação. Não há vedação no Decreto nº 022/1981 que impeça a lotação no período de férias. As disposições do art. 23, §º apontam que ‘O Policial Militar deverá gozar as férias a que tiver direito, em principio na OPM de Origem’. A expressão ‘em princípio’ aponta que essa será a regra, mas não impede que ocorra de maneira diferente, obviamente se assim recomendar o interesse público. Observa-se também dos autos que a comunicação juntada pelo autor da ação de que o período remanescente de treze (13) dias de férias cujo gozo fora autorizado pela Nota nº 94/2016 - BOPE, no dia 01/07/2016, é da mesma data da publicação no BG 123/2016, na qual ocorreu a movimentação questionada neste processo. O que a situação revela é que o autor da ação juntou uma autorização de modificação de gozo de suas férias, ainda não publicada, que foi concedida no mesmo dia em que foi publicada no Boletim Geral a sua movimentação. Isto significa que o ato que alcançou o plano de eficácia primeiro foi à movimentação, não sua alteração de período de férias, que sequer fora publicada em 01/07/2016. Nisto concluo que o Comando da Corporação não realizou ato durante as férias do militar que figura no polo ativo, embora isso não seja vedado pela norma de regência da movimentação dos militares. Sobre o segundo fundamento, não há provas que assim atestem. As escolhas públicas exercidas por autoridades não serão unanimidades e, via de regra, agradam a alguns e descontentam outros. Isso é irrelevante, somente podendo ser alterada a escolha se, de alguma forma, se revestir de ilegalidade. No caso dos autos, além da mera alegação constante na petição inicial, o autor da ação não produziu elementos que demonstrem que a transferência do autor tenha sido realizada para o fim de beneficiar alguém em especial. Seu argumento de que isto teria acontecido somente para poder favorecer um militar com o recebimento de vantagem pecuniária poderia ser utilizado também para justificar o manejo de sua ação, ou seja, é de se esperar que sempre se busque a melhoria de situação funcional, desde que haja

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- 6195- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

compatibilidade com os interesses públicos. No caso, não restou provado esse alegado favorecimento em detrimento do autor da ação. Por fim, o autor sustenta que não houve motivação para o ato administrativo e por isso o mesmo deve ser anulado. A motivação integra os elementos que formam o ato administrativo sendo indispensável ao controle dos mesmos, uma vez que demonstra para a sociedade as razões pelas quais o Poder Público atuou de determinada forma de modo a tornar possível o seu controle porque a decisão sem motivação não produz efeito jurídico, posto que sem permissão para agir de determinado modo. A análise da designação que foi publicada no BG nº 123/2016 da Polícia Militar indica que o militar foi designado para atender a ‘necessidade de serviço’. Tomada de forma isolada a expressão parece um tanto genérica e sem maiores esclarecimentos. Ocorre que no âmbito da Polícia Militar do Estado do Amapá, tal asserção está formalmente codificada de modo que seu conteúdo normativo está disposto de maneira expressa no Decreto nº 022/1981. Assim dispõe a norma: Art. 12 - A movimentação por necessidade de serviço visará o atendimento do previsto nos números de 1 a 9 do art. 4º. § 1º - A movimentação por necessidade de serviço só poderá ser efetivada depois de cumpridos os prazos mínimos de permanência numa mesma guarnição ou OPM, conforme o caso.

... Art. 4º - A movimentação de policiais tem por fim: 1) preencher os claros nos quadros de organização, visando assegurar a presença nas organizações Policiais Militares (OPM), do efetivo necessário a sua eficiência operacional e administrativa; ... 3) permitir a oportuna aplicação de conhecimento e experiências adquiridas em cursos ou cargos desempenhados na corporação, no país ou no exterior; ... 5) desenvolver potencialidades, tendências e capacidades, de forma a permitir maior rendimento pessoal e aumento da eficiência da corporação Art. 32 - O prazo mínimo de efetivo exercício na mesma guarnição, para fins de movimentação por necessidade de serviço, será de um ano e meio. A transferência por necessidade de serviço atendeu aos exatos termos disciplinados pelo Decreto nº 022/1981, tanto assim que as justificativas apresentadas pelos comandantes da corporação se adéquam aos motivos eleitos pela norma,

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- 6196- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

atendendo, inclusive, à permanência mínima do oficial na unidade. Após este prazo, o mesmo está sujeito à movimentação por necessidade de serviço para atender finalidades institucionais. Em matéria de Direito Público relativo à correção, modificação, anulação ou revisão de atos públicos pelo Poder Judiciário há limites para sua atuação, de modo que os atos ilegais devem ser corrigidos e modificados se estiverem em confronto com normas constitucionais ou infraconstitucionais. Entretanto, se na ação não se prova que se tenha atendido aos preceitos legais não há como entregar ao servidor direito sem a prévia prova constituída de ofensa ao seu bem eventualmente lesado. Concluo que há motivação, inclusive, pautada em norma expressa e que fora atendida de modo que se já previsão não há motivo para que se repita no ato publicado maiores justificativas se as mesmas podem ser objetivamente aferidas. Isso posto julgo improcedente o pedido do autor. Extingo o processo, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC. Sem custas e honorários advocatícios, uma vez que inexistente ocorrência de litigância de má-fé, a teor do art. 55, da Lei 9.099/95 c/c artigo 27, da Lei nº 12.153/2009. Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos independentemente de nova deliberação. Publique-se e intimem-se. MACAPÁ, 19/10/2018”

Diante do exposto, considerando que o Ato Administrativo que

transferiu o Requerente do 5º BPM para 10º BPM, ao ser submetido a controle judicial constatou-se que esse foi praticado em consonância com a legislação que regulamenta a matéria, ou seja, decidiu-se pela legalidade do ato, decisão esta que já transitou em julgado, legalidade esta que foi defendida pelo Comando Geral da PMAP, diretamente ou por intermédio da Procuradoria-Geral do Estado, ao tratar da transferência do Requerente e de outros Militares nos autos dos Processos nºs 0037531.06.2016.8.03.0001 - Mandado de Segurança, 0002123-54.2016.8.03.0000 - Agravo de Instrumento, 0056412-31.2016.8.03.0001 - Mandado de Segurança e 0017357-05.2018.8. 03.0001 - Procedimento Sumário - Conhecimento, conforme documentação juntada às fls. 46-53, DECIDO INDEFERIR o pedido de anulação do ato administrativo publicado no Item 06 da 3ª Parte do Boletim Geral nº 123, de 06 de julho de 2016, formalizado pelo CAP QOPMA Márcio Monteiro Sampaio.

Em consequência determino as seguintes medidas administrativas: a) publicar esta decisão em Boletim Geral;

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- 6197- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

b) encaminhar o presente processo à Diretoria de Pessoal da PMAP, para que o CAP QOPMA Márcio Monteiro Sampaio seja notificado a respeito da presente decisão; e

c) ao final, que o feito seja arquivado na Diretoria de Pessoal da PMAP.

Macapá-AP, 10 de dezembro de 2018.

Em consequência, o Diretor de Pessoal, o Policial Militar e demais

interessados tomem conhecimento e providências a respeito. (NBG n° 119/2018 - GCG/PMAP, de 10 dez.18).

= 4ª PARTE – JUSTIÇA E DISCIPLINA = 04 - SOLUÇÃO DE SINDICÂNCIA POLICIAL MILITAR

a. Trata-se da análise da Sindicância Policial Militar nº 001/16–DJD/13ºBPM, que teve como sindicante o 2º TEN QOPMA Almir Tourinho da Trindade, instaurada conforme Portaria nº 002/2016–DJD/13ºBPM–Sind, de 01 de setembro de 2016, que buscou informações concernentes a conduta disciplinar dos Policiais Militares: 3º SGT QPPMC Josemar Andrade da Silva, 3º SGT QPPMC José Maria Pinto de Souza, 3º SGT QPPMC Reginaldo da Silva Gomes e SD QPPMC Felipe GAIA da Silva.

Observa-se ao final do procedimento que o sindicante verificou que não há indícios de cometimento de qualquer tipo de crime e transgressão disciplinar na conduta dos Policiais Militares, conforme relatório confeccionado. Neste mesmo sentido resolvo concordar com este, pois não há circunstâncias que apontem a conduta irregular dos mesmos.

Em análise ao procedimento apuratório, passo a relatar brevemente como ocorreram os fatos em relação à conduta dos militares sindicados:

No dia 16 de julho de 2016 a guarnição supracitada estava escalada, do Destacamento da Foz do Mazagão Velho, para o localidade de “Ajuruxi”, zona rural do Município de Mazagão-AP.

O 3º SGT QPPMC Josemar Andrade da Silva e 3º SGT QPPMC Reginaldo da Silva Gomes saíram da base da Foz do Rio Mazagão Velho, e se deslocaram até o porto da “Queimada”, para buscar o restante do policiamento que chegaria de carro até o local, na localidade foram informados pelo senhor Runielson que tinham arrombado e levado alguns pertences de 02 (dois) veículos que estavam estacionados nas proximidades do porto, sendo que um dos veículos era de propriedade do 3º SGT QPPMC Reginaldo da Silva Gomes.

O senhor Runielson ainda informou que o filho do senhor “Jacaré” estava pescando no referido local e viu quem havia praticado o furto nos veículos. Em seguida a guarnição se deslocou até a casa do senhor “Jacaré”, onde o seu filho informou que os envolvidos no furto seriam um individuo de nome Marcelo, o qual seria filho da Sra. Silvia Souza Silva e outro rapaz de nome Edivan.

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- 6198- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Então a guarnição se deslocou até a casa da Sra. Silvia Souza Silva, o 3º SGT QPPMC Reginaldo da Silva Gomes ao manter contato com a Sra. Silvia Souza Silva, realizou uma busca domiciliar onde nada fora encontrado, em seguida a equipe se deslocou para a casa da Sra. Érica da Silva Pádula, filha da Sra. Silvia Souza Silva, onde também não fora encontrado nenhum produto do referido furto.

Em ato contínuo a guarnição deu por encerrada as diligências e deslocou-se para o policiamento da localidade de “Ajuruxi”.

É o relatório. Após análise do procedimento, constatou-se que o fato objeto da

presente sindicância, não se acerca de indícios de cometimento de crime militar ou comum, ou de transgressão disciplinar praticados pelos: 3º SGT QPPMC Josemar Andrade da Silva, 3º SGT QPPMC José Maria Pinto de Souza, 3º SGT QPPMC Reginaldo da Silva Gomes e SD QPPMC Felipe Gaia da Silva, já que não houve lastro probatório que configure conduta irregular dos sindicados, pois vejamos:

Durante a apuração do presente procedimento, verificou-se que no dia 26 de julho de 2016 a Sra. Silvia Souza Silva compareceu na sede da Corregedoria Geral PMAP, para formalizar uma denúncia contra a equipe supracitada, pois alega que sua residência fora violada pelos militares, onde os quais também teriam ofendido sua honra.

A Sra. Silvia Souza Silva afirmou em seu termo de declaração, que havia várias pessoas em sua casa durante a abordagem, citando-as como testemunhas, as quais mesmo cientificadas não compareceram para confirmar os fatos, conforme fls. 07 e 08, ressaltando que as tais testemunhas foram notificados mais de uma vez a comparecer para prestar depoimentos, porém, faltaram e não justificaram suas ausências.

De acordo com o depoimento do Sr. Juraci Souza de Azevedo, foi possível concluir que realmente houve o furto ao veículo do 3º SGT QPPMC Reginaldo da Silva Gomes fls. 148 e 149.

Diante da necessidade de esclarecer os fatos, várias diligências foram realizadas, porém, por se tratar de um local na Zona Rural distante uns 20km do Município de Mazagão Novo, onde as casas são distantes uma das outras, fora mantido contato com a irmã da Sra. Silvia Souza Silva que mora nas proximidades e relatou que o filho da Sra. Silvia Souza Silva sempre se envolve em ocorrências na referida localidade.

Importante esclarecer que o teor inicial da denúncia se dava por conta de Violação de Domicilio, na qual a Sra. Silva Souza da Silva teria sido vítima.

No termo de declaração prestado na Divisão de Justiça e Disciplina - 13º BPRU, no dia 26 de setembro de 2016, a Sra. Silvia Souza Silva declarou ter autorizado a entrada do policial em sua residência, e que em nenhum momento qualquer policial teria ofendido sua honra, conforme fls. 39.

Portanto, restou comprovado que seus argumentos não prosperam, uma vez que a mesma afirmou que autorizou a entrada dos militares em sua residência, relatando que não tinha nada a esconder, fls. 39.

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- 6199- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Vale ressaltar ainda, que em virtude do não comparecimento de testemunhas as investigações se tornaram fragilizadas, reduzindo as possibilidades de encontrar elementos comprobatórios que pudessem justificar as alegações argüidas pela Sra. Silvia Souza Silva.

Destarte, sob pena do cometimento de injustiça e por falta de provas, não resta outro caminho a ser dado ao presente procedimento a não ser o seu ARQUIVAMENTO, portanto, decido tomar as seguintes medidas administrativas:

a) Arquivar os autos da presente sindicância no Cartório desta

Corregedoria; b) Oficiar o Batalhão de origem dos policiais militares, para que os

cientifique da presente decisão; c) Publicar esta solução em Boletim Geral.

Macapá-AP, 26 de março de 2018.

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES – CEL QOPMC Corregedor Geral da PMAP

b. Trata-se da análise detida do conteúdo entranhado na Sindicância

Policial Militar nº 034/18 – Correg/PM, que teve como Sindicante a 2º TEN QOPMA ELANE SILVA BARBOSA, instaurada conforme Portaria nº 075/18-Correg/PM-Sind, de 29 de janeiro de 2018. RESOLVO DISCORDAR com o parecer da Sindicante, pois, não restou comprovado a incidência de transgressão disciplinar ou Crime Militar ou comum praticado pelo militar CB QPPMC ALAN CHAGAS COLARES, pois vejamos:

A conduta ora sob análise encontra-se descrita abaixo. O sindicado teria se envolvido em uma ocorrência, na qual houve

disparo de arma de fogo, nas intermediações do bairro Jardim Felicidade, sendo então atingido por um projétil. Conseguiu dirigir seu carro até a Ponte Sergio Arruda e no local teve a ajuda de um moto taxista que passava no momento, o qual conduziu o carro do sindicado até o Hospital de Emergências.

Conforme o relatado pelo Sr. José Welton Barros Goes, este estava de serviço, mototaxista, quando percebeu que o veículo à sua frente realizava manobras estranhas, vindo à quase se chocar com sua moto. Dado momento o veículo efetuou uma parada e desceu uma moça desesperada gritando por socorro. Vendo um indivíduo inconsciente, resolveu guiar o veículo até o hospital de emergências. No local informou que se tratava de um policial militar e entregou a chave do veículo e a arma do sindicado ao policial que trabalhava na recepção do hospital. Alega que ao interpelar a Sra. Iany a respeito do ocorrido, esta informou que a situação ocorreu no momento em que eles pararam para comprar cerveja e um homem tinha parado em uma moto e atirou no militar pelas costas.

O Cb Colares defende que fez a parada a pedido da Sra. Iany para

que essa urinasse, fazendo companhia à mesma por se tratar de um local

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- 6200- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

escuro e que às proximidades teria um mercantil no qual iria também comprar cervejas; Nesse momento é surpreendido por 05 (cinco) indivíduos, sendo que enquanto ele saca a arma para reagir à abordagem, percebe que na dispersão daqueles, dois foram para trás dele e em seguida, este, ao ouvir som de disparo, percebeu que foi vítima por um projétil que o atingiu pelas costas.

Contudo, o 2º Ten João Gomes, que estava de serviço na área do 2º Batalhão, informa que foi acionado via CIODES sobre a referida ocorrência e ao chegar ao hospital de emergências entrou em contato com a Sra. Iany que lhe informou que durante estar trafegando pelo Bairro Jardim Felicidade, o mesmo parou seu carro em via pública para urinar. Nesse momento foram surpreendidos por duas pessoas que anunciaram um assalto e o sindicado reagiu, motivo pelo qual foi alvejado. Após todo o desfecho o oficial sem obter êxito nas varreduras realizadas, retornou ao serviço rotineiro. Por volta das 04hrs da madrugada, ao se deslocar para fechar um evento no Curiaú, encontrou com o Guarda Municipal Maycon, o qual conhecia por já ter prestado serviço junto a ele. O Sr. Maycon confessou ter tido conhecimento de que um policial teria se envolvido em uma ocorrência de disparo de arma de fogo após ter ido comprar substância supostamente entorpecente e se recusado a pagar. Segundo o guarda municipal, ao buscar três moças, as quais ele não soube precisar os nomes, tomou conhecimento através delas que havia um policial naquele beco momentos antes, acompanhado de sua namorada e que estariam comprando drogas, porém no momento de efetuar o pagamento da sustância ele teria se recusado e sacou sua arma, quando o suposto vendedor sacou uma arma efetuando um disparo o qual teria atingido o policial e logo em seguida chegou uma viatura no local. Todo o fato foi relatado pelo referido oficial.

É a síntese do necessário. Após detida análise fica patente que há disparidade nas versões

apresentadas entre o sindicado e as testemunhas a respeito do ocorrido, gerando certa duvida sobre os fatos narrados, impossibilitando de se chegar à verdade real. Ocorre que a denúncia feita pela testemunha, Sr. Maycon, padece de provas cabais, vez que este não fornece maiores informações sobre as testemunhas cruciais para a elucidação de tudo que foi suscitado, as quais seriam suas três amigas que pegaram carona com o mesmo e lhe reportaram a tal denúncia. Segundo o guarda municipal, este não sabe dizer o nome delas, apenas o de uma, que seria Mariana, não fornecendo se quer endereço ou telefone para contato tornando inviável sua oitiva.

Não se foi constatado nenhuma outra testemunha ocular do momento dos disparos de arma contra o policial, tendo como subsídio somente aquilo relatado pelo sindicado e o que foi dito pelo Ten João Gomes, oficial de área do dia, e o Sr. José Goes, mototaxista que socorreu o sindicado, relatando ambos o que ouviram da Sra. Iany.

Ante o exposto, considerando todos os depoimentos e as provas entranhados nos autos RESOLVO DISCORDAR com o parecer do Encarregado por entender que não há elementos capazes de indicar a prática de transgressão disciplinar ou criminal praticado pelo sindicado CB QPPMC ALAN CHAGAS COLARES.

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- 6201- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Nesse sentido, deixo de instaurar IPM em relação ao sindicado, para apurar o fato e adoto as seguintes medidas administrativas:

a) Publicar esta solução em Boletim Geral; b) Arquivar o feito no cartório desta Corregedoria Geral.

Macapá-AP, 1° de outubro de 2018.

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES - CEL QOPMC Corregedor Geral da PMAP

c. Trata-se da análise detida do conteúdo entranhado na Sindicância

Policial Militar nº 043/2018 – Correg/PM, que teve como Sindicante o SUB TEN QPPMC CLAYTON BARROSO ALBUQUERQUE, instaurada conforme Portaria nº 100/18 – Correg/PM-Sind. de 06 de março de 2018. RESOLVO discordar em parte com o parecer do Sindicante, e acolher a defesa do sindicado, pois vislumbro a incidência de transgressão disciplinar praticado pelo militar SUB TEN RR LAUDIMAR SANTOS DE SOUZA, porém tendo como justificativa o item 05 do art. 17 do RDPM, qual seria por ter havido motivo de força maior, pois vejamos:

O sindicado estava saindo de sua residência, no dia 10 de junho de 2015, fardado com o uniforme de educação física, quando percebeu que o Sr. Nifran Santos Laerte estava tentando atear fogo no veículo estacionado em frente ao seu domicílio. Por conhecer aquele, o militar conseguiu impedi-lo da tentativo de incêndio e o conduziu até o interior de seu veículo para então tirá-lo do local. Ocorre que o Sr. Nifran estava com os nervos exaltados, posto que se dizia vítima de traição cujo pivô seria o Sd Joab que estava no apartamento com sua ex companheira, Sra Suzy.

O sindicado estava dando a volta no carro, momento em que saiu do apartamento o Sd Joab, este pedindo que o sindicado não levasse o Sr. Nifran, pois teria chamado uma viatura para o local. Em um momento de distração do Sub Ten L. Souza, este teria deixado seu armamento em seu veículo, mais precisamente entre os bancos do carro, quando o Sr. Nilfran se apossou do armamento e efetuou um disparo na direção do Sd Joab vindo à atingi-lo na perna.

É a síntese do necessário. Ante o exposto, RESOLVO acolher a defesa apresentada pelo

sindicado, porém entendendo como justificativa não o item 06 descrito na peça, mas sim o item 01 do art. 17 do RDPM, qual seria:

Art. 17 - São causas de justificação: 1) ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço ou da ordem pública; 2) ter sido cometida a transgressão em legítima defesa, própria ou de outrem; 3) ter sido cometida a transgressão em obediência a ordem superior;

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- 6202- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

4) ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo de meios violentos a fim de compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever no caso de perigo, necessidade urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e da disciplina; 5) ter havido motivo de força maior, plenamente comprovado e justificado; 6) nos casos de ignorância, plenamente comprovada, desde que não atente contra os sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade. Parágrafo Único - Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de justificação.

Conforme o narrado pelo sindicado, este teria a intenção de portar

junto ao corpo seu armamento já que estava em uma pochete em seu veículo, e explica que vestia o uniforme de educação física que era o utilizado como de costume, dada a natureza do serviço que desempenhava no 10º BPM. Ocorre que ao verificar que o individuo estaria prestes a atear fogo no carro e que o risco de um provável incêndio causado ali vir a atingir as casas próximas, inclusive a sua já que morava ao lado era iminente, este de pronto agiu de modo a evitar um mal maior, o que justificaria sua falta de atenção momentânea durante a ação, com seu armamento. O sindicado deixou de ter a devida atenção dado a urgência do caso e seu objeto estava em manter a ordem pública ao evitar que o Sr. Nilfran ateasse fogo no carro.

Por todo exposto, concordo em parte com o parecer do Encarregado por entender que há elementos capazes de indicar a prática de transgressão disciplinar praticada pelo sindicado SUB TEN RR LAUDIMAR SANTOS DE SOUZA, porém vislumbro a causa de justificativa ter agido de ação meritória no interesse da ordem pública, o que afasta qualquer tipo de punição.

Nesse sentido, deixo de instaurar IPM, para apurar o fato e adoto as seguintes medidas administrativas:

a) Publicar esta solução em Boletim Geral; b) Arquivar o feito no cartório desta Corregedoria Geral.

Macapá-AP, 25 de outubro de 2018.

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES - CEL QOPMC Corregedor Geral da PMAP

d. Cuida-de da análise da Sindicância Policial Militar n. 052/2018–

CORREG/PM, que teve como encarregada o CAP QOPMC RAFAEL ROCHA FREIRES, instaurada conforme Portaria nº 0127/18-Correg/PM-Sind, de 27 de março de 2018, que buscou apurar a conduta dos militares 1º TEN QOPMC JOANDERSON OLÍMPIO GREGÓRIO, SUB TEN QPPMC QPPMC GLEYDSON MOURA SILVA, 1º SGT QPPMC ELIAS RODRIGUES DE MOURA e SD QPPMC CÍCERO DEYBISON DA SILVA SANTOS.

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- 6203- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

A reclamante MARIA ZENEIDE CAMELO COSTA noticiou na Delegacia Civil do Município de Amapá que seu sobrinho WALLACE RUN COSTA VILHENA de 17 anos de idade foi agredido fisicamente e ainda, que foram ofendidos verbalmente pelos policiais retromencionados. Destaca-se que o Sindicante asseverou pela não conformação de qualquer crime e/ou transgressão disciplinar na conduta dos sindicados, conforme relatório confeccionado. Nesse mesmo sentido resolvo concordar com o Encarregado, pois vejamos:

O presente procedimento teve origem através do Ofício nº 1867/2017-GCG/PMAP, em que encaminham anexos relatando possível conduta irregular dos sindicados na ocasião de abordagem (fl.10).

Consta nos autos que no dia 03 de setembro de 2017 a vítima foi abordada por militares quando estava na frente de um Posto de saúde do município de Amapá, sendo que foi agredido com um tapa no rosto e que também a reclamante foi ameaçada, pois os policiais disseram que era para a mesma agradecer a Deus e que ela tirasse seu sobrinho da rua senão iriam matá-lo. A denúncia consiste no relato do Boletim de Ocorrência nº 2017020005384/PC-AP.

Insta acrescentar que os policias ouvidos, são uníssonos em dizer que no dia 03 de setembro de 2017 estavam de serviço, porém não se envolveram em qualquer ocorrência policial.

A Comunicante Maria Zeneide (tia do autuado) declarou que eram policiais do 5º BPM (BOPE) no registro do Boletim de Ocorrência (fl.10).

A Vítima (Wallace Costa) declarou que não tinha interesse em prosseguir com o processo legal, fato acompanhado e presenciado por sua genitora e representante Srª. Odineide Camelo Costa (fl.43).

É a síntese do necessário. Após detida análise de todas as peças que compõe os Autos chega-

se a conclusão de que as acusações ofertadas pela reclamante não se revestem de elementos necessários para imputar eventual transgressão disciplinar ou crime de qualquer natureza em desfavor dos sindicados eis que ficou demonstrado que não souberam identificar os militares envolvidos no fato.

Da apreciação das oitivas colacionadas é possível avaliar que a Sra. Maria Zeneide Camelo Costa não compareceu ao ato marcado para o dia 03 de maio de 2017 na 4º Cia/Amapá para melhor esclarecimento dos fatos.

É importante considerar que não houve realização de laudo pericial, que comprovasse a lesão alegada no Boletim de Ocorrência.

É de bom alvitre mencionar que sob a ótica das vitimas e testemunhas é natural que sobrevejam um suposto excesso na atuação dos policiais militares. Entretanto há que se considerar que a Polícia Militar é responsável pelo exercício da preservação da ordem publica (CF/88) e, para atingir tais objetivos, o Estado confere aos agentes públicos o Poder de Polícia, e um dos seus atributos é a coercitividade que permite o uso da força pela PMAP quando o objetivo é garantir a ordem pública.

Nessa entoada, notou-se que os sindicados se estivessem em situação de abordagem agiram acobertados pela inexigibilidade de conduta

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- 6204- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

diversa, justificando, dessa forma, o empenho da energia necessária para conter qualquer desordem, que se opuseram à ação policial legítima.

Por fim, por entender que os elementos circunstanciais apresentados se ajustam ao que foi revelado pelos policiais, avalio que a credibilidade deva ser conferida a eles. Pelo exposto, e também por desistência da vítima e por falta de testemunhas que elucida-se o fato ocorrido, não resta outro caminho a ser dado ao presente procedimento a não ser o seu ARQUIVAMENTO. Assim, determino as seguintes medidas administrativas:

a) Arquivar os autos da presente sindicância no Cartório desta Corregedoria;

b) Publicar esta solução em Boletim Geral.

Macapá-AP, 25 de julho de 2018.

MANOEL EDILELSON MADUREIRA BATISTA – CEL QOPMC Corregedor Geral da PMAP.

e. Trata-se da análise do conteúdo entranhado nos autos da

Sindicância Policial Militar nº 090/18– Correg/PM, que teve como Sindicante o SUB TEN QPPMC CLAYTON BARROSO ALBUQUERQUE, instaurada nos termos da Portaria nº 515/2018–Correg/PM-Sind, de 29 de maio de 2018, na qual resolvo acolher o parecer exarado pelo Sindicante, haja vista não vislumbrar a incidência de transgressão disciplinar nas condutas praticadas pelos Sindicados 1º SGT QPPMC JOSÉ WILSON MACIEL DE CANTUÁRIA e SD QPPMC ADRIANA LINO LEITE, senão vejamos:

A presente sindicância policial teve início a partir do Ofício nº 001309/2018-3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar, datado de 16 de maio de 2018, dirigido a esta Corregedoria Geral, o qual solicita apuração de conduta irregular praticada, em tese, pelos militares sindicados (fl. 06).

Instaurou-se este feito com o escopo apurar de forma mais detalhada a dinâmica dos fatos acima relatados, haja vista ser atribuição desta Corregedoria Geral zelar pela hierarquia e disciplina no âmbito da PMAP.

É o breve relato. Apontam os autos que,no dia 10 de maio de 2018, por volta das

07h45min, uma guarnição do 1º BPM, composta pelos Sindicados, atendeu a uma ocorrência de roubo à residência de um casal de idosos, localizada no bairro das Pedrinhas, zona sul de Macapá, de onde um grupo de infratores subtraiu diversos objetos.

Infere-se dos autos que, no local dos fatos, os policiais militares levantaram informações acerca dos supostos autores do delito e de seus possíveis paradeiros, chegando a uma residência onde localizaram dois indivíduos que participaram do roubo, além de diversos objetos que haviam sido subtraídos das vítimas.

Acusados receberam voz de prisão em flagrante delito e, após tomadas as devidas cautelas, foram conduzidos à presença das vítimas, tendo sido reconhecidos como membros do grupo que efetuou o roubo.

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- 6205- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Em audiência de custódia, os flagranciados alegaram que foram agredidos fisicamente pelos Sindicados no interior da residência das vítimas.

De fato, há exames periciais que atestam lesões corporais de natureza leve em ambos os infratores (fls. 53 e 54), contudo, não há como imputar aos Sindicados, com absoluta certeza, a autoria de tais lesões, haja vista que os dois acusados foram presos e apresentados à autoridade de Polícia Civil em condições físicas normais, conforme se pode observar do Boletim de Ocorrência nº PM10051800199501, datado de 10 de maio de 2018, às 10h52min, assinado pela Agente de Polícia Civil Ana Barros (fls. 07 e 08).

Ressalte-se, por fim, que a testemunha Waldez Alcântara da Silva afirmou em seu depoimento que visualizou o momento em que os infratores foram retirados da viatura policial e que “o ato de reconhecimento foi feito na parte da frente do imóvel as vistas de vários curiosos que se aglomeravam e até filmavam o ocorrido” (fls. 69 e 70).

Assim sendo, ante o conjunto fático-probatório analisado, não vislumbro elementos suficientes para imputar a prática de transgressão disciplinar aos Sindicados, motivo pelo qual entendo afastada a responsabilidade disciplinar.

Para encerrar, nos termos do entendimento acima exposto, determino à SCPI que providencie, no prazo legal, as seguintes medidas administrativas:

a) Arquivar os autos nesta Corregedoria Geral; b) Publicar esta Solução em Boletim Geral.

Macapá-AP, 17 de agosto de 2018.

MANOEL EDILELSON MADUREIRA BATISTA– CEL QOPMC

Corregedor Geral da PM/AP - Nota nº 1018/18-DPF/DP

f. Trata-se da análise da Sindicância Policial Militar n. 135/2017–CORREG/PM, que teve como sindicante o 2º TEN QOPMA Edvar Campos Isacksson Junior, instaurada conforme Portaria nº 267/17-Correg/PM-Sind, de 15 de agosto de 2017, que buscou apurar a conduta do militar 2º SGT QPPME ANTÔNIO CARLOS NUNES CASTELO, a qual passo a solucionar, conforme exposição abaixo:

Consta nos autos que no dia 23 de julho de 2017 a VTR 0317, comandada pelo Ten Alves Neto, do BPRE, foi acionada para atender acidente de transito com danos envolvendo os veículos do 2º SGT QPPME Antônio Carlos Nunes Castelo e da senhora Maria da Paixão Ferreira, conduzidos por estes. Que no atendimento da referida ocorrência constatou-se que o Sgt Nunes apresentava visíveis sinais de ingestão de bebida alcoólica, odor etílico e vermelhidão nos olhos, e que se recusou a se submeter ao teste do etilômetro. A senhora Maria da Paixão Ferreira aceitou fazer o referido teste, o qual resultou negativo para ingestão de álcool. Que, depois de cumpridas as devidas formalidades no local do acidente, o Sindicado foi conduzido até o CIOSP do pacoval para os procedimentos cabíveis.

É a síntese do necessário. Passo a decidir.

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- 6206- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Após análise do procedimento, expediu-se o Termo Acusatório ao Sindicado, (fls. 43 e 43v), descrevendo as possíveis condutas transgressoras: item 79 do Anexo I, item II do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Amapá, os quais preceituam:

79 – Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou administrativa Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na esfera de suas atribuições. (negritei)

Passamos a analisar a conduta do militar de acordo com suas

defesas, imputações e provas presentes nos autos, a fim de que seja realizada a solução da sindicância de forma justa e que se preservem os princípios militares.

Em sede de defesa o Sindicado alega, preliminarmente, que seu direito à ampla defesa e ao contraditório não foi preservado, segundo este, não foi lhe oportunizado o direito de contraditar as testemunhas por meio de perguntas no momento da oitiva. Contudo, compulsando os autos, verifica-se que o Sindicado fora devidamente notificado dos dias e horários em que as testemunhas iriam prestar declarações (fl. 015), importante ressaltar que neste documento o militar foi informado da possibilidade de praticar todos os atos admitidos em direito que pudessem subsidiar sua defesa, conforme o que preconiza o art. 5º, LV, CF/88.

Aduz que não teve sua tese de defesa apreciada pelo julgador, tendo em vista a inexistência de alegações finais antes do relatório do Sindicante. O Guia de Procedimentos Apuratórios da PMAP explana: “Após a conclusão dos trabalhos do encarregado e devido encaminhamento dos autos à Autoridade Instauradora, não havendo transgressão disciplinar a ser punida a sindicância será arquivada. Porém, caso a Autoridade entenda que há provas nos autos que indiquem o cometimento de transgressão disciplinar, por parte do sindicado emite-se o Termo Acusatório. O referido termo objetiva a apresentação das alegações finais do sindicado1” (negritei). Portanto, incabível tal arguição.

Alega também que não houve nomeação de defensor dativo para sua apresentação. Cumpre esclarecer que em procedimentos administrativos a falta de advogado ou defensor dativo não se consubstancia em cerceamento de direito, desde que as garantias constitucionais da ampla defesa e contraditório estejam efetivadas, direitos estes devidamente preservados na sindicância em apreço, como já demonstrado acima.

(...) Ora, se devidamente garantido o direito (i) à informação, (ii) à manifestação e (iii) à consideração dos argumentos manifestados, a ampla defesa foi exercida em sua plenitude,

1MATOS, Maria do Socorro Dias de. Guia Prático de Procedimentos Apuratórios e Disciplinares na PM/AP . 1 ed. Amapá, 2015. p. 22.

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- 6207- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

inexistindo ofensa ao art. 5º, LV, da CF/1988. (...) Por si só, a ausência de advogado constituído ou de defensor dativo com habilitação não importa nulidade de processo administrativo disciplinar (...) .[RE 434.059, voto do rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 7-5-2008, DJE 172 de 12-9-2008.]

No mérito, arguiu que a Transgressão Disciplinar é uma infração culpável e que, em função da falta da intenção do Sindicado, não há culpabilidade necessária para caracterização de Transgressão Disciplinar e consequente aplicação de sanção. Passemos a analisar: a culpabilidade abrange os conceitos de dolo: “vontade consciente de praticar a conduta típica2” e culpa: “comportamento voluntário desatencioso, voltado a um determinado objetivo, lícito ou ilícito, embora produza resultado ilícito, não desejado, mas previsível, que podia ser evitado3”. Assim, constata-se a culpa do Sindicado na produção do resultado “acidente de trânsito” (fls 008 e 038), quando decidiu conduzir veículo automotor sob efeito de bebida alcoólica, ação devidamente comprovada por meio de declarações testemunhais (fls. 017 e 023), e termo de constatação de sinais de alteração da capacidade psicomotora (fl. 22), incidindo, portanto, em infração culpável, não sendo possível acatar o alegado pelo Militar.

Por fim, diz que já houve multa decorrente da notificação de infração de trânsito, portanto, sua penalização já ocorreu, não podendo ser punido novamente pelo mesmo fato, o que caracterizaria bis in idem, situação vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro. Neste sentido o art. 42, § 2º da Lei Complementar nº 0084/2014 – Estatuto dos Militares do Estado do Amapá, prevê:

Art. 42 – A violação das obrigações ou dos deveres militares constituirá crime, contravenção penal ou transgressão disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamentação específica. § 2º - A responsabilidade disciplinar é independente da responsabilidade civil e penal. (negritei)

Assim, verifica-se que a conduta do Sindicado vai de encontro ao que se determina aos integrantes da PMAP, pois descumpriu o estabelecido na Lei Complementar nº 0084, de 07 de abril de 2014 (Estatuto dos Militares do Estado do Amapá), que prescreve em seu art. 32:

2NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado . 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 67. 3NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado . 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 69.

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- 6208- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Art. 32. O sentimento do dever, a dignidade da função militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes das Corporações Militares, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética militar: IV- Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes; VIII- Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada.

Por todo o exposto, entendo que a conduta do militar está em clara

incompatibilidade com o dever de zelar, resguardar, respeitar, cumprir e fazer cumprir a legislação castrense e regulamentos inerentes ao serviço policial militar do Amapá, conforme as normas vigentes.

Em conformidade com o art. 6º do RDPM: A disciplina Policial Militar é a rigorosa observância e o acatamento

integral das leis, regulamentos, normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes do organismo Policial Militar.

Deste modo, entendo que o Sindicado não conseguiu justificar a transgressão disciplinar registrada no Termo Acusatório (fls. 43 e 43v) e por isso sua conduta permanece ajustada ao item de número 79 do Anexo I, item II do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Amapá.

Ante o exposto, resolvo discordar com o relatório da Sindicância por entender que há elementos capazes de indicar a prática de transgressão disciplinar.

Assim, efetuando a individualização do julgamento da transgressão: Considerando a transgressão do Anexo I, item II do art. 14 do

RDPM/AP, de nº 07 e considerando as circunstâncias atenuantes dos itens de nº 01 e 02 do art. 18/RDPM: “1) bom comportamento e 2) relevância de serviços prestados”, sem quaisquer incidências de circunstâncias agravantes, entendo por bem, sancioná-lo, com repreensão para que fatos dessa natureza não voltem acontecer, transgressão leve, conforme artigo 35, item 1, alínea “a”, do RDPM/AP.

Por conseguinte, determino à Subdivisão de Controle e Processos Internos - SPCI as seguintes medidas administrativas:

a) Publicar esta solução em Boletim Geral; b) À Secretaria da Corregedoria Geral, oficiar a OPM de origem do

militar para que o notifique acerca da presente decisão, e após o término do lapso temporal de interposição dos recursos, tomar as medidas atinentes ao lançamento da sanção na Ficha Disciplinar do Sindicado;

c) Arquivar o feito no cartório desta Corregedoria Geral.

Macapá-AP, 21 de setembro de 2018.

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- 6209- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES – CEL QOPMC

Corregedor Geral da PM/AP

g.Trata-se da análise da Sindicância Policial Militar nº 168/2017–CORREG/PM, que teve como encarregado o CAP QOPMC João Paulo Araújo dos Santos, instaurada conforme Portaria nº 343/17-Correg/PM-Sind, de 18 de setembro de 2017, que buscou apurar a conduta dos militares 1º TEN QOPMC Aldoney Alexandre de Lima do Nascimento, 2º Sgt QPPMC Gilmar Picanço Chucre, Cb QPPMC Emerson Francis Costa da Silva, SD QPPMC Orlean Dias Mendes e SD QPPMC Júnior Santos dos Reis, a qual passo a solucionar, conforme exposição abaixo.

A presente Sindicância originou-se do PAP nº 038/2017-CORREG, de 30 de agosto de 2017, tendo como Encarregado o Cap QOPMA Luiz Carlos Fontes Figueiredo e como denunciante a Sra. Benedita da Silva Picanço (fls. 06 a 08). Consta nos autos que no dia 11 de maio de 2017 a equipe GIRO, do Batalhão de Operações Especiais, composta pelos policiais acima mencionados, foi abordada por transeunte no bairro Infraero I, o qual informou que em determinada residência havia indivíduos portando arma de fogo, ato contínuo, a equipe policial deslocou-se até a residência indicada, obteve autorização para entrada e realizou averiguação, nada encontrando, e, segundo os sindicados, a equipe voltou ao patrulhamento normal, não havendo qualquer intercorrência com moradores da casa averiguada ou populares curiosos. Porém, a denunciante supracitada procurou a Corregedoria Geral da PMAP informando que durante abordagem acima descrita viu a equipe policial se aproximar da casa de seu sobrinho e aproximou-se para ver o que ocorria, juntamente com a menor Ane Caroline Picanço Cabo Verde, à época com 16 (dezesseis) anos de idade, e que sofrera agressões verbais e físicas, esta última sendo uma “tapa no rosto” da menor, por parte de um dos policiais da equipe, afirmando que não conseguiu verificar o nome do militar, mas podia reconhecê-lo por meio de característica física (sinal no rosto).

É a síntese do necessário. Após detida análise de todas as peças que compõem os autos,

chega-se à conclusão de que as acusações feitas pela denunciante, Sra. Benedita Picanço, contra os Sindicados, são absolutamente destituídas de conteúdo probatório suficiente para ensejar a imputação de transgressão disciplinar a estes, pois vejamos:

Não fora registrado boletim de ocorrência, muito menos realizado exame de corpo de delito.

Há severas divergências nos dizeres da denunciante e da testemunha, Sra. Elza Pereira Cordeiro. As quais passo a descrever:

1. Enquanto a denunciante afirma que “observou os policiais pulando o muro da casa da vizinha e forçando a porta” (fl. 88), a testemunha Elza Cordeiro afirma que “no dia dos fatos estava dormindo quando bateram em sua porta e ela foi abrir pensando que era seu filho; que se assustou ao ver que era a polícia” (fl. 92).

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- 6210- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

2. A denunciante afirma que seu sobrinho mantém relação de amizade com o filho da testemunha Elza Cordeiro, dizendo que “eles se conhecem e mantêm contato” (fl. 89). Já a testemunha deu resposta negativa quando fora perguntado se seu filho conhecia ou tinha relação de amizade com o sobrinho da Sra. Benedita. (fl. 93).

Ademais, a testemunha Elza Pereira Cordeiro afirmou em termo de depoimento acostado ao PAP nº 038/2017-CORREG que “ouviu uma risada da filha da Sra. Benedita, de nome Carol, e em seguida viu um policial (alto, claro, com sinal no nariz) desferir-lhe um forte tapa no rosto” (fl. 10). Já no termo de declaração que prestou em sede de sindicância afirma que “ouviu a filha da senhora Benedita rindo e que logo depois ouviu um som parecido com um de uma tapa” (fl. 92). Testemunho contraditório e pouco contundente.

A menor Ane Caroline Picanço Cabo responde negativamente ao ser inquirida se a Sra. Elza Cordeiro estava próxima ao local onde as agressões ocorreram (fl. 91). Confirma as agressões sofridas, mas afirma, assim como a Sra. Sra. Benedita da Silva Picanço, que não foi à Delegacia de polícia registrar ocorrência (fls. 89 e 91).

Assim sendo, inexiste prova da autoria e da materialidade das supostas transgressões, pois o único fundamento para tal seriam as comprometidas declarações das supostas ofendidas e da testemunha.

Dessa feita, é manifesto que imputar a prática de transgressão aos sindicados feriria o constitucional princípio da presunção de inocência, diplomado no artigo 5°, LVII, da CF, o qual “condiciona toda condenação a uma atividade probatória produzida pela acusação e veda taxativamente a condenação inexistindo as necessárias provas”4.

Pelo apresentado, o caso encontra-se encaixado no artigo 22, parágrafo segundo, inciso I, da portaria 028 (a qual regula o trâmite da sindicância no âmbito da PMAP), que admite “arquivar os autos, caso não existam provas da existência de irregularidade, ou não esteja provada sua autoria”.

Assim sendo, não resta outro caminho a ser dado ao presente procedimento a não ser o seu ARQUIVAMENTO, portanto, adoto as seguintes medidas administrativas:

a) Arquivar os autos da presente sindicância no Cartório desta Corregedoria;

b) Publicar esta solução em Boletim Geral.

Macapá-AP, 19 de outubro de 2018.

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES – CEL QOPMC Corregedor Geral da PM/AP

h. Na apreciação da Sindicância Policial Militar nº 177/2017–

Correg/PM, que teve como Encarregado o CAP QOPMC Manoel Fernando

4 Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada, Atlas, 2002, p. 385.

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- 6211- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Alves Silva, instaurada conforme Portaria nº 385/17–Correg/PM–Sind, de 20 de outubro de 2017, RESOLVO concordar com o parecer do Sindicante, pois, de igual modo, entendo haver cometimento de transgressão disciplinar por parte do CAP QOPMA Jorge Josenildo da Silva Gomes, também entendo haver indícios de cometimento de crime de natureza militar, mais especificamente contra a honra do 1º TEN QOPMA Julian Fonseca Alcântara, pois vejamos:

DOS FATOS No dia 05 de outubro de 2017, por volta das 0h27min o Sindicado

postou a imagem do 1º TEN QOPMA Julian Fonseca Alcântara, extraída de seu perfil do facebook, e que continha uma cena do casamento do ofendido com sua esposa ao seu lado, no grupo de WathsApp entitulado “GUERREIROS 92”, composto por alguns militares da turma de Soldados de 1992, a postagem teria ocorrido imediatamente após algumas mensagens de cunho íntimo, mais especificamente com bojo homossexual atribuída a um militar pertencente a outro grupo de Militares pertencentes à PM/AP, mas do quadro da União.

O objetivo da referida postagem foi associar a mensagem de cunho sexual postada anteriormente, a qual foi printada do grupo da ASPOMETERFA, e publicada no grupo “Guerreiros 92”, à pessoa do 1º TEN QOPMA Alcântara.

Posteriormente à postagem, outros militares pertencentes ao grupo “Guerreios 92” informaram que a concernente mensagem não dizia respeito ao Ten Alcântara da DSAU e em razão do equívoco, o Sindicado postou, aproximadamente às 00h30min, uma mensagem contendo o código QTA (última forma) e às 00h34min o seguinte texto: “Então última forma na imagem acima”, fl. 76 e 78.

Ocorre que a associação da informação à imagem do 1º TEN QOPMA Alcântara rapidamente foi repassada a outros grupos, fls. 63 e 64, causando-lhe, assim, sério constrangimento.

DA DEFESA O Militar alega em sua defesa que quando é acusado por meio do

Termo Acusatório de fls. 113-115, de que seu objetivo com a postagem era associar as imagens sexuais postadas à pessoa do Ten QOPMA Alcântara, não cita o documento em que se fundamente. Ocorre que os documentos que fundamentam a afirmação são os prints da postagem de fls. 31-33, pois as imagens falam por si só, bem como no depoimento do próprio Sindicado às fls. 67-68, in verbis:

[...] Que no dia 05 de outubro, o sindicado fez a postagem no grupo de Whatsapp “GUERREIROS 92” da fato de perfil de Facebook do Tenente Alcântara da Dsau por volta das 00h26min e por volta das 00h28min alguns integrantes do referido grupo informaram que não se tratava do Tenente Alcântara da Dsau, pois o conheciam. Que o sindicado voltou a postar no referido grupo as textuais “ENTÃO ÚLTIMA FORMA IMAGEM ACIMA”

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- 6212- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Demonstrando que postou a imagem com o intuito de associar o TEN Alcântara à imagem anteriormente posta no grupo, e que em nenhum momento indagou aos demais membros se a postagem se referida ou não ao Tenente alegação posta em sua defesa que não encontra respaldo probatório.

O Sindicado alega ainda que não trabalha com o Oficial que teve sua imagem denegrida, informação contida no Termo Acusatório. Todavia, a alegação não é capaz de afastar o fato de que não agiu com camaradagem com seu companheiro de farta, pois mesmo que não o conhecesse esta deve ser obrigatoriamente dispensada. Contudo, em seu depoimento o Sindicado menciona, textuais:

[...] Perguntado ao sindicado se conhecia o Tenente Alcântara da Dsau antes do ocorrido, respondeu positivamente, pois o referido Oficial exerce a função de Chefe da Divisão Administrativa da Dsau. (Negritei)

Por fim o Investigado alega que não é o autor do Print do grupo da ASPOMETERFA e que não houve de sua parte qualquer comentário homofóbico ou desonroso e que há testemunhas que afirmam que não tomaram conhecimento de sua printagem em outros grupos de redes sociais. Todavia, conforme o ordenamento jurídico brasileiro, cada um deve ser responsabilizado por suas condutas, no presente procedimento o que está em voga é a conduta do Sindicado, a qual amolda-se a algumas transgressões disciplinares mencionadas no RDPM/AP, quanto ao fato de que alguns componentes do grupo não viram em outros grupos postagens a respeito do fato, isso não afasta a conduta praticada pelo Sindicado no grupo “GUERREIROS 92”, e a replicação mencionada pelo 2º TEN QOPMA L. Sanches às fls. 63-64, demonstrando que agiu com desrespeito com seu companheiro de farda.

CONCLUSÃO Resta claro que o Oficial Sindicado violou os preceitos disciplinares,

pois desrespeitou medidas gerais de ordem administrativa (transgressão 79), uma vez que teria prejudicado princípios da disciplina e do decoro militar, conforme artigo 32, inciso XV, da Lei Complementar nº 0084/2014 (Estatuto dos Militares do Estado do Amapá), como, por exemplo, a camaradagem que é referendada no art. 2º do RDPM, in verbis:

A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao convívio da família policial militar, cumprindo existir as melhores relações sociais entre os policiais militares. § Único - incumbe aos superiores incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus subordinados. Negritei.

Também não teria cumprido o preconizado no art. 32, inciso VII,

do Estatuto dos Militares, o qual estabelece como obrigação da ética militar: “praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação”.

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- 6213- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Destaca-se que, ainda que se trate de uma postagem em grupo informal de comunicação entre militares, o Estatuto norteador da carreira estabelece em seu artigo 32, inciso XII, que se deve proceder de maneira ilibada na vida pública e particular, o mesmo artigo ainda estabelece:

XVI - zelar pelo bom nome da instituição militar a que pertencer, bem como de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética militar; Negritei

Ante ao exposto, verifica-se que a conduta do CAP QOPMA Jorge

Josenildo da Silva Gomes amolda-se, aos itens de nº 03, 79 e 99 do Anexo I, item II do art. 14 RDPM/AP. Salientando-se que o item. 79 é c/c o art. 2º do RDPM e artigo 32, incisos VII, XII, XV e XVI da Lei nº 0084/2014 (Estatuto dos Militares do Estado do Amapá). Nesse sentido, resolvo sancioná-lo com REPREENSÃO, transgressão leve, de acordo com art. 35 do RDPM/AP, com atenuante do item 2 do artigo 18 e agravantes dos itens 02 e 10 do artigo 19, tudo do RDPM/AP e determino as seguintes medidas administrativas:

a) À SCPI notificar o Militar para ciência da presente Solução,

visando à contagem de prazo recursal, ao término do prazo não havendo recorrido o Militar, oficiar ao Batalhão de origem para que tome as medidas atinentes ao cumprimento da reprimenda, inclusive a confecção da respectiva Nota de Punição;

b) Instaurar IPM para investigação de possível crime contra a honra, conforme artigos 215 e 216 do CPM, os quais, diferentemente da esfera comum não estão condicionados à representação do Ofendido, para tanto retirar fotocópia das fls. 07-10, bem como da presente Solução;

c) Arquivar o presente procedimento no cartório da Corregedoria Geral;

d) À Secretaria da Corregedoria Geral oficiar ao Sindicado para que tome ciência da presente Solução, visando à adequação do procedimento em apreço;

e) Publicar esta Solução em Boletim Geral, por entender preenchidos os requisitos do art. 34 do RDPM/AP.

Macapá-AP, 24 de setembro de 2018.

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES – CEL QOPMC Corregedor Geral da PM/AP

i. Trata-se da análise da Sindicância Policial Militar nº 204/2016–CORREG/PM, que teve como encarregado o 2º TEN QOPMA Isais Picanço dos Santos, instaurada conforme Portaria nº 371/16-Correg/PM-Sind, de 15 de dezembro de 2016, que buscou apurar a conduta dos militares 2º SGT QPPMC JORGE ELIAS BARBOSA DE SÁ e SD QPPMC MAXUEL FEREIRA DA COSTA, a qual passo a solucionar, conforme exposição abaixo:

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- 6214- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

Consta nos autos que no dia 16 de outubro de 2016, a equipe comandada pelo Sgt Jorge Sá, tendo como motorista o SD Maciel e o SD F. Costa como patrulheiro estavam no atendimento de ocorrência de roubo, com um suspeito no xadrez da viatura. Quando em deslocamento para realizarem diligências acerca da referida ocorrência avistaram a Menor, de 17 anos, Maria Eduarda Ramos Pereira, momento em que a equipe resolveu abordá-la em virtude desta já ter sido encontrada em outras ocasiões com suspeitos de cometer atos ilícitos. Que no momento da abordagem a vítima teve sua honra ofendida com as textuais “para aí sua vagabunda”, o que a fez questionar o tratamento dispensado, ensejando a realização de uma busca em seus pertences, ato contínuo, foi proferida voz de prisão à menor, que foi colocada no xadrez da viatura, sem que soubesse do motivo justificador da prisão. A vítima foi encaminhada ao CIOSP do Pacoval. Chegando à delegacia a menor não foi apresentada à autoridade competente.

Nesse sentido, verifica-se que a conduta dos Sindicados vai de encontro ao que se determina aos integrantes da PMAP, pois descumpriram o estabelecido na Lei Complementar nº 0084, de 07 de abril de 2014 (Estatuto dos Militares do Estado do Amapá), que prescreve em seu art. 32, in verbis:

Art. 32. O sentimento do dever, a dignidade da função militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes das Corporações Militares, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos seguintes preceitos da ética militar: IV - Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes; VIII- Ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada.

É a síntese do necessário. Passo a decidir. Após análise do procedimento, expediu-se o Termo Acusatório aos

Sindicados, fls. 90 a 93, descrevendo as possíveis condutas transgressoras: itens 07 e 20 do Anexo I, item II do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Amapá, os quais preceituam:

“7 - Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na esfera de suas atribuições”. 20 - Trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou instrução.

Passamos a analisar a conduta dos militares de acordo com suas

defesas, imputações e provas presentes nos autos, a fim de que seja realizada a solução da sindicância de forma justa e que se preservem os princípios militares.

Em sede de defesa os sindicados alegam que o Termo Acusatório foi elaborado fora do prazo, para isso invocaram o preconizado no parágrafo 1º do art. 16 da Portaria nº 028/2001, a qual institui os procedimentos para

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- 6215- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

realização de Sindicância no âmbito da Polícia Militar do Amapá. Aduzem que o último ato instrutório da Sindicância em análise ocorreu no mês de abril de 2017 e o Termo Acusatório fora emitido somente em janeiro de 2018.

Ocorre que a Sindicância foi instaurada em janeiro de 2016 e, em virtude de afastamento regular de um dos sindicados, houve a necessidade de sobrestamento (fl. 040), medida necessária à manutenção dos direitos constitucionais dos Defendentes. Ainda na esteira da preservação do direito à ampla defesa e contraditório (art. 5º, LV da CF/88), procedeu-se Despacho (fl. 087), o que prolongou o tempo de conclusão até meados de novembro de 2017, quando então fora confeccionado o Relatório do feito pelo Encarregado, e, posteriormente, em janeiro de 2018, emitido o devido Termo Acusatório.

Vale destacar que o excesso de prazo demonstrado pelo militar não traz nenhum prejuízo à sua defesa, que ao contrário, teve mais tempo para subsidiá-la na tentativa de tentar afastar sua culpabilidade. Neste sentido, há decisão do Juiz Militar da 3º Vara Criminal e de Auditoria Militar do Amapá, MM. Juiz Décio Rufino, no Processo nº 005223/2006-Habeas Corpus, o qual preconiza in verbis:

“Por outro lado, focalizando a impetrante o “cerne da questão” como sendo o prazo excessivo de conclusão da sindicância pela Administração Militar, melhor esclarecer que, embora a providência administrativa tenha realmente demorando além do prazo normal, o fato só teria beneficiado, jamais prejudicado o ora paciente, com efeito, o entendimento lógico quanto ao possível vício, absolutamente sanável, é de que no mesmo lapso temporal foram ampliadas as chances e oportunidades da ampla defesa do paciente”.(grifei)

Aduzem os Sindicados que nos Autos não há comprovação

testemunhal acerca dos fatos ora relatados, porém, em Termo de Depoimento (fl. 063), a Srª Marcione dos Santos Gomes afirma ter visto toda ação policial, corroborando com as declarações da vítima e sua genitora.

Quanto à alegação de que a menor Maria Eduarda Ramos Pereira não foi conduzida em xadrez de viatura o depoimento do Al CB Yuri Maciel Pimenta (fl. 67), motorista da guarnição no dia do fato, é suficiente para demonstrar a impossibilidade de acatamento.

Os Sindicados alegam ainda que não cometeram condutas transgressoras por estarem amparados pelo que preconiza o item 05 do art. 17 do RDPM, uma vez que houve a liberação da vítima antes de apresentada à autoridade competente, tendo em vista estarem tentando solucionar ocorrência de “maior importância” (roubo). Para contrarrazoar, necessário demonstrar também o descrito no art. art. 16 do RDPM:

Art. 16 No julgamento da transgressão podem ser levantadas as causas que justifiquem a falta ou circunstâncias que a atenuem ou agravem. Art. 17 - São causas de justificação:

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5) ter havido motivo de força maior, plenamente comprovado e justificado;

Ora, conforme ensina Guilherme Nucci: “força maior é a que se

origina de eventos não controláveis pelo agente5”, não prosperando, portanto, tal justificativa, pois restou claro que a abordagem à vítima, e seus desdobramentos, foi decisão que não dependeu de eventos alheios, somente da vontade dos Sindicados.

Os Defendentes utilizam o depoimento da Srª Eliane de Oliveira da Costa Rocha (fl. 077) para justificar a prisão por desacato, vale destacar que o relatado pela testemunha não está adstrito aos fatos que são objetos de análise da Sindicância em apreço, ademais, encontra-se eivado por manifestação de opinião pessoal. Segundo Guilherme Nucci: “a apreciação pessoal da testemunha é vedada, como regra. O conceito de testemunha é incompatível com a emissão de opinião pessoal acerca de um fato6”, o que torna o argumento frágil e não passível de provimento.

Por todo o exposto, entendo que a conduta dos militares está em clara incompatibilidade com o dever de zelar, resguardar, respeitar, cumprir e fazer cumprir a legislação castrense e regulamentos inerentes ao serviço policial militar do Amapá, conforme as normas vigentes.

Em conformidade com o Art. 6º do RDPM: A disciplina Policial Militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes do organismo Policial Militar.

Neste sentido, entendo que os Sindicados não conseguiram justificar as transgressões disciplinares registradas no Termo Acusatório (fls. 90 a 93) e por isso suas condutas permanecem ajustadas aos itens de números 07 e 20 do Anexo I, item II do art. 14 do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Amapá.

Ante o exposto, RESOLVO concordar, em parte, com o relatório da Sindicância por entender que há elementos capazes de indicar a prática de transgressão disciplinar, além de crime militar, em tese, de abuso de autoridade (lei 4898/65), uma vez que praticado conforme art. 9º, inc. II, “c”, do CPM.

Assim, efetuando a individualização do julgamento das transgressões:

Para o SD QPPMC MAXUEL FERREIRA COSTA, considerando as transgressões do Anexo I, item II do art. 14 do RDPM/AP, de números 07 e 20 e considerando as circunstâncias atenuantes dos itens 01 e 02 do art. 5NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado . 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 102. 6NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Militar Comentado . 1 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. p. 352.

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18/RDPM: “1) bom comportamento e 2) relevância de serviços prestados”, e como circunstâncias agravantes os itens 2 e 5 do art. 19/RDPM: “2) prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões; e 5) ser praticada a transgressão durante a execução do serviço”, entendo por bem, sancioná-lo, com 02 (dois) dias de detenção para que fatos dessa natureza não voltem acontecer, transgressão leve, conforme artigo 35, item 1, alínea “a”, do RDPM/AP.

Para o SGT QPPMC JORGE ELIAS BARBOSA DE SÁ, considerando as transgressões do Anexo I, item II do art. 14 do RDPM/AP, de nºs 07 e 20, e considerando as circunstâncias atenuantes dos itens de nº 01 e 02 do art. 18/RDPM: “1) bom comportamento e 2) relevância de serviços prestados”, e como circunstâncias agravantes os itens de nº 2, 5 e 6 do art. 19/RDPM: “2) prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões; 5) ser praticada a transgressão durante a execução do serviço e 6) ser cometida a falta em presença de subordinado”, entendo por bem, sancioná-lo, com 02 (dois) dias de detenção para que fatos dessa natureza não voltem acontecer, transgressão leve, conforme artigo 35, item 1, alínea “a”, do RDPM/AP.

Por conseguinte, determino à Subdivisão de Controle e Processos Internos - SPCI as seguintes medidas administrativas:

a) Publicar esta solução em Boletim Geral; b) À Secretaria da Corregedoria Geral, oficiar a OPM de origem do

militar para que o notifique acerca da presente decisão, e após o término do lapso temporal de interposição dos recursos, tomar as medidas atinentes ao lançamento da sanção na Ficha Disciplinar dos Sindicados;

c) Verificar se já foi instaurado Inquérito Policial Militar, em caso negativo, Extrair cópia das fls. 09 a 24 e da presente Solução a fim de instaurar IPM para apurar suposto ilícito criminal em desfavor dos Sindicados;

d) Arquivar o feito no cartório desta Corregedoria Geral.

Macapá-AP, 21 de setembro de 2018.

WELLINGTON CARLOS PEREIRA NUNES – CEL QOPMC Corregedor Geral da PM/AP

05 - ELOGIO DE PRAÇAS DA PMESP – CONCESSÃO É com grande satisfação e dever de justiça que este Comandante

consigna referência elogiosa ao CB 116729-4 JOSÉ ANDERSON DE ARAÚJO SILVA e o SD 155158-2 REINALDO GABRIEL PEREIRA DOS SANTOS da Polícia Militar do Estado de São Paulo - PMESP, que movidos por um espírito solidário e de comprometimento com seus companheiros de farda interinstitucionais, prestaram valoroso apoio escoltando a UTI móvel em que a CAP QOPMC JOSEVILMA PEREIRA GAMA se encontrava, sendo transportada do Aeroporto de Congonhas ao Hospital Leforte, na cidade de São Paulo/SP. Os militares pertencentes à PMESP não mediram esforços para prestar a ajuda necessária na ocasião, contribuindo de forma direta no

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- 6218- (Continuação do BG nº 223 de 13 de dezembro de 2018).

transporte com segurança da Oficial até o Hospital. Concito-os, portanto, a continuar com este zelo e cuidado com seus semelhantes de caserna, ações como estas que evidenciam e elevam a profissão militar e fortalecem as boas relações de trabalho e parceria entre as Polícias Co-irmãs. Que tais atitudes sirvam de exemplo para os seus pares e subordinados (INDIVIDUAL).

Quartel do Comando Geral em Macapá-AP, 11 de dezembro de 2018.

RODOLFO PEREIRA DE OLIVEIRA JÚNIOR– CEL QOPMC Comandante Geral da PMAP

ABDS/fddav.