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BOLETIM INFORMATIVO Construindo o Futuro :: Building the Future :: Ta Konstrui Futuro P2a9 www.mca.cv Maio, Boavista e São Vicente alvo de clarificação de direitos e limites de propriedade O Sistema de Seguimento e Avaliação do MCA – CV II pag 18 e 19 Projecto Wash: Reformas Institucionais e Integração Social e de Género pag 10 e 11 Governo de Cabo Verde Reúne Parceiros para Planificar o Fundo Rotativo de Água e Saneamento pag 24 Junho 2017

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BOLETIM INFORMATIVOConstruindo o Futuro :: Building the Future :: Ta Konstrui Futuro

P2a9

www.mca.cv

Maio, Boavista e São Vicente alvo de clarificação de direitos e limites de propriedade

O Sistema de Seguimento e Avaliação do MCA – CV II pag 18 e 19

Projecto Wash: Reformas Institucionais e Integração Social e de Género pag 10 e 11

Governo de Cabo Verde Reúne Parceiros para Planificar o Fundo Rotativo de Água e Saneamento pag 24

Junho 2017

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| 2 | www.mca.cv| 3 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

Todas as atividades desta operação sistemática são orientadas pelo Manual de Operações para os trabalhos de cam-po, elaborado no âmbito do projecto Land. Este Manual, de cariz operacional, contém as diretrizes quanto ao que deve

ser feito nas várias etapas da operação, como deve ser feito e por quem. Incide essencialmente sobre a metodologia, etapas, procedimentos e instrumentos a utilizar nas operações de cadastro, refe-renciando de forma sucinta a legislação,

normas e outros aspetos que os funda-mentam. Também inclui medidas e fer-ramentas de mitigação de riscos sociais, de género e ambientais com destaque para o apoio aos mais vulneráveis na formalização de direitos.

Maio, Boavista e São Vicente alvo de clarificação de direitos e limites de propriedade

Estes trabalhos surgem na sequên-cia da experiência piloto na ilha do Sal. Com a sua conclusão será criado um sistema único e centralizado de cadas-tro predial com todas as informações sobre a propriedade nas quatro ilhas alvo de intervenção do projecto Land, a saber: Sal, Maio, Boa Vista e São Vi-cente.

Nas ilhas da Boavista e de São Vi-cente, estes trabalhos estão a ser rea-lizados por Entidades Executantes (empresas privadas) selecionadas e devidamente licenciadas e credencia-das pelo Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT), conforme deter-mina a legislação nacional. Na ilha do Maio, é o próprio Instituto que tem esta responsabilidade mediante acor-do de implementação assinado com a Unidade de Gestão do MCA CV II.

Todas as entidades que estão a exe-cutar a Operação de Cadastro Predial utilizam a plataforma tecnológica Sis-tema de Informação, Gestão e Transa-

ção de Propriedades (LMITS), que foi desenvolvida pelo Núcleo Operacional da Sociedade de Informação, NOSi - E.P.E., através de estabelecimento de um Acordo de Implementação assina-do com o MCA-CV II.

A implementação desta operação conta com a participação ativa das seguintes instituições: o Instituto Na-cional de Gestão do Território (INGT), que lidera o processo, o NOSi, o Mi-nistério das Infra-estruturas, Orde-namento do Território e Habitação, o Ministério da Justiça, o Ministério das Finanças, através da Direção Geral do Património do Estado, os Municípios, a Agência Marítima Portuária, entida-des intervenientes na Reforma do Es-tado, as Câmaras de Comércio e Turis-mo, a Sociedade de Desenvolvimento Turístico Integrado de Boa Vista e Maio, a Casa do Cidadão, a Cabo Verde Trade Invest, bem como as Organi-zações representativas da Sociedade Civil.

PROJETO LAND

Os prédios com a situação física e

jurídica completamente clarificada serão

introduzidos no cadastro predial como cadastro, sendo posteriormente registados no registo

predial.

Os prédios que não tenham a situação física e/ou jurídica clarificada,

incluindo direitos não formalizados, serão

introduzidos no cadastro predial como “cadastro

diferido”, podendo ser registados após

clarificação da situação.

EETI

TULA

REA

TIN

GTCR

P

NN

S

S

N

Prepara Evidências

Recolhaem campo

Harmonizaçãode dados

Emissãode Parecer

CaracterizaçãoProvisória

ConsultaPública

HomologaçãoCaracterização

Provisória

HomologaçãoCaracterização

Definitiva

Criação/ActualizaçãoRegisto Predial

Editais Cadastro

TrataReclamações

TrataEventos

TrataConflitos

TrataDevolução EAT

Reclamação?

Caracterização?Definitiva

Aproximadamente 34.600 prédios serão cadastrados nas ilhas do Maio, Boa Vista e São Vicente, no âmbito dos trabalhos de Clarificação dos Direitos e Limites de Propriedades - Operação Cadastro Predial. Os trabalhos estão a ser executados no quadro do Projecto

Gestão de Propriedades para a Promoção do Investimento (LAND), financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América, através do Millennium Challenge Corporation - MCC e pelo Governo de Cabo Verde, através do Millennium Challenge Account Cabo Verde – MCA -Cabo Verde II. O financiamento dos governos de Cabo Verde e dos Estados Unidos da América no valor de 7.694.018,00 dólares americanos (para as três ilhas), está a permitir a recolha de dados sobre os direitos e limites de propriedades. Visam reduzir o tempo e os custos associados ao registo e às transações de propriedades, conferindo maior segurança jurídica às transações imobiliárias, promovendo, assim, o aumento dos investimentos.

Cada prédio alvo da atividade de clarificação de direitos e limites segue o seguinte fluxo de trabalho:

• Aceder às escrituras das Câmaras Municipais, uma vez que nem todos os documentos são digitalizados;

• Encontrar os titulares nas áreas rurais e nos ter-renos baldios;

• Minimizar os conflitos originados pela sobre-posição de limites de propriedades nas áreas rurais;

• Localizar os titulares ausentes;

Desafios a vencer até conclusão dos trabalhos

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Inicialmente, foi previsto cadas-trar 8.034 prédios, visando todos os prédios na ilha. A previsão foi feita com base nos números dos prédios construídos existentes na ilha, nos lo-teamentos da Câmara Municipal e as respetivas matrizes.

Das intervenções verificadas até esta altura, constata-se que na ilha do Maio existem aproximadamente 9.200 prédios, incluindo as propriedades rústicas, urbanas e os prédios consti-tuídos em Propriedades Horizontais ou frações autónomas.

Antes e durante a elaboração do plano de operação cadastral para a ilha do Maio, não foi possível a quan-

tificação rigorosa dos prédios rús-ticos (baldios, hortas e terrenos da agricultura de sequeiro). Por essa razão, a diferença em relação à pla-nificação inicial no que diz respeito ao número de prédios. Este facto tem provocado alguma reprogramação nas intervenções, à medida que no-vos dados e informações vão sendo obtidos nas operações de recolha no terreno.

Uma equipa de 29 técnicos, com várias valências profissionais, está a desenvolver esforços para que sejam registados 9. 200 prédios até o final da Operação, prevista para 30 de Setem-bro.

Decorridos 11 meses da Operação, foi realizado 80.61% de levantamento cadastral dos prédios, correspondente a todos os Bairros da Cidade do Porto Inglês, Localidade do Morro, Calheta e Morrinho, faltando apenas 19.19% dos levantamentos para concluir a ilha toda.

Prevê-se até final do mês de Julho concluir o processo de levantamento em todos os povoados.

Dos 81% dos prédios levantados até 30 de Abril de 2017, 25% já foram colocadas em exposição para a consul-ta pública, contabilizando 2.543 pré-dios, somando mais 294 que se encon-tram em análise pela Equipa de Apoio Técnico para validação.

Operação de Cadastro Predial da Ilha do Maio

A Câmara Municipal do Maio tem sido um parcei-ro estratégico na execução desta operação, cujo en-gajamento efetivo aconteceu desde início. Para além da colaboração através de uma equipa dedicada, tem dado também um contributo importante na criação de condições para a formalização dos direitos de muitos titulares cadastrais que não tinham os documentos e títulos da Camara Municipal

Das informalidades encontradas, pela falta de títu-los de propriedades que permitiriam aos titulares não só cadastrarem, mas fazer o registo predial dos seus prédios, a Câmara Municipal do Maio já emitiu 357 no-

vas escrituras públicas de compra e venda e doação, permitindo aos titulares a regularização dos direitos e o registo dos seus prédios.

Um outro parceiro importante desta operação tem sido a Conservatória e Notariado do Maio que desde o início da operação têm colaborado nos tra-balhos de clarificação de algumas questões jurídicas e processuais e na produção de escrituras públi-cas dos prédios que não têm títulos. Outro ponto a destacar é o registo sistematico de prédios, que já foram cadastrados. ,Constata-se que 40 prédios, nestas condições já foram registados.

Envolvência das entidades parceiras

| 4 | www.mca.cv| 5 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

PROJETO LAND

Entidade Executante: Instituto Nacional de Gestão do Território – INGTValor do Acordo: 1,223,646 USD - (116.246.370 ECV)Número de prédios a cadastrar: 9.200 prédios Equipa: 29 técnicos Total Consultas Publicas:9 (3 realizadas e 6 previstas)Data de conclusão: 30 de Setembro 2017

Colaboração: Equipa da Entidade Executante do Cadastro Predial da ilha do Maio. Dados cedidos até 30 de Abril de 2017

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Entidade Executante: Consórcio Geoglobal – Sistemas de Informação Geográfica, lda / Sérvulo e Associados – Sociedade de Advogados, RLValor do Contrato: 3,620,372 USD (343.935.340 ECV)Número de prédios a cadastrar: 13.400 prédios Equipa: 48 técnicos Total Consultas Publicas: 9 (3 realizadas e 6 previstas)Data de conclusão: 30 de Novembro de 2017Colaboração: Equipa da Entidade Executante do Cadastro Predial da ilha da Boa Vista. Dados cedidos até 30 de Abril de 2017

Uma equipa de 48 técnicos, com va-rias valências profissionais, está a de-sen volver esforços para que sejam cla-rificados 13,400 prédios até o final da Operação, prevista para Novembro 2017.

Decorridos 7 meses e meio da Ope-ração de Cadastro Predial na ilha da Boa Vista, 80 % dos trabalhos já foi realizado nas 8 principais vilas. Os trabalhos de recolha estão a permitir concluir o pro-cesso de levantamento na cidade de Sal Rei e nas localidades de Rabil, Estância de Baixo e Povoação Velha.

A operação não está ainda a de-correr de forma sistemática na zona rural. Contudo, ao longo dos trabalhos de recolha nas vilas, as equipas têm perguntado, a todas as pessoas, se têm terrenos na zona rural da ilha e, em caso afirmativo, as equipas solici-tam cópia da documentação para que sejam agendadas as recolhas naquelas areas. A Entidade Executante estima que hajam 2.000 matrizes, cobrindo toda a área rural, mas que pode signi-ficar um numero maior de prédios.

Envolvência das entidades parceiras

A Câmara Municipal da Boa Vista tem sido um bom parceiro na execução desta operação na Ilha e já disponibili-zou, através de um acordo com o MCA--CV II, alguns técnicos para poderem responder as demandas do projecto.

Ate o momento, mais de 150 escri-turas foram elaboradas.

A Direção Geral do Património de Estado e Contratação Pública tem par-ticipado activamente no processo. No entanto, algumas tarefas importantes devem ainda ser concluídas, tais como:

• A definição dos domínios públi-cos do Estado;

• A finalização da identificação dos possíveis proprietários dentro

das ZDTIS que devem ser indem-nizados no âmbito dos processos de expropriações;

• Declaração de todos os prédios edificados e rústicos do domínio privado do Estado.

Tem havido grandes desafios por parte da Entidade Executante na in-tervenção e tratamento dos prédios existentes no Bairro da Boa Esperança – um cenário peculiar no cadastro da Boa Vista. A informalidade e a ausên-cia de documentos exigiram um esfor-ço extra das equipas, para que a infor-mação fosse a mais fidedigna possível;

Emigrantes – Sendo uma ilha onde grande parte dos titulares vive nou-tras ilhas ou no estrangeiro, o desafio de chegar até eles tem sido enorme, e nem sempre com os resultados dese-jados;

Os desafios de comunicação são constantes, de forma a chegar ao maior número de pessoas possível.

Persistem, no entanto, os desafios da EE dos titulares cadastrais e das instituições parceiras na colocação de um esforço contínuo na diminui-ção do número de cadastro diferido verificado.

Operação de Cadastro Predial da Ilha da Boa Vista

Conflito de facto sobre o uso ou direitos sobre a propriedadee possível necessidade de reassentamento ou realojamento 385

Falta de definição jurídica da titularidade 160Falta de Justificação Administrativa de Domínio 9Falta de um dado de declaração obrigatória - Número de Identificação Fiscal do titular 97Não Formalização do direito por falta de escritura pública de compra e venda 1165Não Formalização do direito por falta de escritura pública de doação 41Não Formalização do direito por falta de escritura pública de justificação notarial ou justificação judicial 1122

Descrição da etapa Dinâmico CumulativoPrédios na Fase de Recolha e Harmonização 1871 7408INGT: Homologação Provisoria pelo INGT 24 3847Em Consulta Pública 2094 3823EAT: Validação para a Caraterização Definitiva 1138 1485INGT: Homologação final pelo INGT 0 347Integrados no Cadastro Predial 347 347Total 7408

O cadastro da Ilha da Boa Vista em números

O quadro seguinte mostra os resultados do trabalho até agora realizado.

Os principais motivos de cadastro diferido

| 6 | www.mca.cv| 7 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

PROJETO LAND

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Uma equipa de 30 técnicos, com várias valências profissionais, está a desenvolver esforços para que sejam clarificados 12.000 prédios até o final da Operação, prevista para 30 de No-vembro de 2017.

Na ilha de São Vicente, as inter-venções ocorrem apenas nas zonas fora do centro urbano consolidado de Mindelo, zonas consideradas com po-tencial para investimento turístico e expansão urbana.

Nº de Prédios por zonas – Área I

A Consulta Pública teve uma au-diência de 650 Titulares e foram rea-lizadas 56 Reclamações, até o término da consulta pública.

De igual forma, as entidades par-ceiras têm sido um parceiro impor-tante para que se consiga prosseguir

com os trabalhos, nomeadamente a Direção Geral do Património do Esta-do, Câmara Municipal de São Vicente, Conservatória e Notariado. No entan-

to, por causa das limitações de tempo e o número de prédios por clarificar, os esforços de participação de todos deve continuar.

Área I ZDTIS Áreas contíguas às ZDTIs

Zona Protegida

Aglomerados Urbanos Áreas Rurais

I área de levantamento

cadastral

SalamansaNorte de Baía

Sul BaíaJoão Évora Monte Verde Baía das Gatas

Salamansa

Mato InglêsLameirão

Pé de VerdeOutras áreas agrícolas

Area II ZDTISÁrea

contíguas às ZDTIs

Aglomerados urbanos

Áreas Rural IV Area Urbana 1 Area Urbana 2

III área de levantamento

cadastral

São PedroVale dos

Flamengos

Vale dos Flamengos e Tope de

Caixa

Zona de São Pedro (incluindo o aglomerado de

São Pedro)Zona de Morro

Branco

Ribeira de Vinha

Lazareto, Zona industrial de

Lazareto + ParqueZona Industrial

Sul, Monte Campim

Chã de Cemitério Chã de Monte

Sossego

Área II ZDTIS Área contiguasàs ZDTIs Áreas Rurais Área Urbana

II área de levantamento

cadastral

Palha CargaPraia Grande

SaragaçaTopinho

Parte de CalhetaPalha Carga

Parte de Saragaça

Vale da Ribeira de CalhauZona do Calhau incluindo aglomerado

urbano de Vila Miséria e Zona de MadeiralZona Rural de Ribeira de Julião

Ribeira de Julião - Urbana

Operação de Cadastro Predial da Ilha de São VicenteÁrea I: Consulta Pública completa: 3.514 prédios que englobam as seguintes áreas geográficas:

| 8 | www.mca.cv| 9 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

PROJETO LAND

Entidade Executante: Municipia, S.A Valor do Contrato: 2,800,000 USD (266.000.000 ECV)Número de prédios a cadastrar: 12,000 prédiosEquipa: 30 técnicos Total Consultas Públicas: 3 (1 realizada e 2 previstas)Data de conclusão: 30 de Novembro de 2017

Área II: Contam ate o momento com 1454 prédios recolhidos e distribuídos pelas seguintes áreas geográficas:

Para a Área III: Um total de 554 prédios foram recolhidos até ao momento, distribuídos pelas seguintes áreas geográficas:

Colaboração: Equipa da Entidade Executante do Cadastro Predial da ilha de São Vicente. Dados cedidos até 30 de Abril de 2017

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| 10 | www.mca.cv| 11 |Boletim Informativo |Setembro 2015 Setembro 2015 | Boletim Informativo| 10 | www.mca.cv| 11 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

PROJETO WASH

O Projeto de Água, Saneamento e Higiene, WASH, integra no processo da Reforma

Institucional objetivos sociais e de género em cada uma das atividades centrais, pelo facto de antes do Compacto a integração da abordagem social e de gênero ter estado ausente das políticas e do planeamento sectoriais do sector de água e saneamento, apesar de consideráveis desigualdades no acesso à água e ao saneamento, principalmente no tocante às famílias mais vulneráveis e as mais pobres. Assim, o Compacto apoiou as operadoras com assistência técnica e recursos para a integração dos objetivos de género e inclusão social nas políticas, planeamento, recursos humanos e orçamentos, tanto a nível nacional, quanto das operadoras. Especialistas da Agência Nacional de Água e Saneamento – ANAS e da Empresa Intermunicipal de Água e Saneamento da Ilha de Santiago, Águas de Santiago, AdS, explicam de seguida como vêm sendo alcançados estes objetivos

Reformas Institucionaise Integração Social e de Género

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| 12 | www.mca.cv| 13 |Boletim Informativo |Setembro 2015 Setembro 2015 | Boletim Informativo| 12 | www.mca.cv| 13 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

O Gabinete Ambiente, Integração Social e de Género (GAISG) da ANAS foi criado em Maio de 2015, no âmbito do processo de reforma do sector de água e saneamento, e a partir da necessidade de fomentar a liderança da ANAS na pro-moção da inclusão social e da igualdade de género, no sentido de cumprir os compromissos nacionais e internacio-nais assumidos por Cabo Verde ao lon-go das últimas décadas, que consagram o direito à água e ao saneamento como um direito humano.

A experiência de criação e funcio-namento do GAISG constitui uma ino-vação em termos da integração social e de género nas políticas públicas em Cabo Verde. O setor de água e sanea-mento tem sido durante muito tempo liderado essencialmente por homens, foi marcado por uma invisibilidade

social e falta de priorização das ques-tões sociais e de género sobretudo no planeamento, por uma fraca cultura de participação social ampla, e uma fraca afetação de recursos para a integração social e de género.

Ao dar especial atenção à igualda-de de género e inclusão social na sua prática, a governança do sector sai re-forçada e consegue de facto cumprir o seu papel de assegurar o direito à água e ao saneamento para todos e todas, em especial para as pessoas mais vul-neráveis (mulheres chefes de família, pessoas idosas, pessoas portadoras de deficiência, crianças, etc.), atingir a meta 6 dos Objetivos de Desenvolvi-mento Sustentável (ODS) e contribuir para atingir outras metas dos ODS (5, 10). Ou seja, o acesso universal à água, saneamento e higiene, e uma apro-

priada gestão dos recursos hídricos, apenas serão atingidos se as necessi-dades e os direitos das pessoas mais vulneráveis e marginalizadas forem atendidos, se a sua participação for as-segurada, se o seu empoderamento for promovido.

Desde a sua criação em Maio de 2015, o GAISG tem trabalhado na cria-ção de bases (articulação de parcerias, capacitação, e criação de ferramentas de trabalho) para implementar duas estratégias através de uma abordagem integrada: a Estratégia Social e de Gé-nero para o sector, e a Estratégia de Comunicação para a mudança de com-portamentos em água e saneamento.

As acções do GAISG têm permitido: I. Assegurar a acessibilidade

física do serviço através da melhoria das infraestrutu-

ras de água e saneamento nas localidades mais po-bres, através do seguimen-to da integração de crité-rios sociais e de género em Planos Diretores de Água e Saneamento (PDAS), em projetos de densificação da rede de água e saneamen-to, em projetos de apoio na ligação domiciliária de água a famílias mais caren-ciadas;

II. Implementar soluções tari-fárias e outros mecanismos que tenham, sistematica-mente, uma abordagem de inclusão social através da advocacia junto a vários parceiros e produção de documentos técnicos no sentido de operacionalizar uma tarifa social e um me-canismo de focalização so-

cial para subsídios de água ao consumidor;

III. Construir e Capacitar par-cerias e redes para a im-plementação efetiva das Estratégias, através de apoio técnico a 14 Redes criadas em 14 municípios, da capacitação de técni-cos e animadores sociais, da produção de material técnico e pedagógico de apoio ao trabalho das Re-des;

IV. Promover a mudança de comportamentos e o em-poderamento da popu-lação (sobretudo das ca-madas mais vulneráveis) através de ações de Infor-mação, Educação e Comu-nicação (IEC) em água e saneamento nas comuni-dades e escolas.

O processo de garantir o direito humano à água e ao saneamento com-porta enormes desafios. Os maiores desafios para a continuidade da in-tegração social e de género no sector prendem-se com: uma maior priori-zação das questões sociais e de géne-ro pelas chefias das instituições; uma maior partilha de informação/articu-lação do trabalho, seja interna, seja externa; uma capacitação contínua e em exercício do pessoal técnico das instituições para integrar a dimen-são social e de género na sua prática quotidiana; a integração de objetivos, metas e indicadores sociais e sensí-veis ao género nos planos, programas e projetos do sector; um sistema de monitorização e avaliação sensível ao género com dados desagregados por sexo/rendimento; uma afetação clara de recursos, sejam humanos, sejam financeiros, que permitam operacio-nalizar a integração social e de género.

PROJETO WASH

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA E SANEAMENTO - ANAS

O Gabinete Ambiente, Integração Social e de Género

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IIº Compacto do MCA-Cabo Verde - Mapa de Investimentospor Ilha e por Projectos (USD)

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| 16 | www.mca.cv| 17 |Boletim Informativo |Setembro 2015 Setembro 2015 | Boletim Informativo| 16 | www.mca.cv| 17 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

PROJECTO WASH

O Gabinete de Informação, Educa-ção, Comunicação, Social e Género e Gestão Integrada, GISG, surge incluída nos estatutos e na orgânica da empre-sa intermunicipal de água e sanea-mento da ilha de Santiago, Águas de Santiago, AdS.

A criação do referido gabinete en-quadra-se na Reforma institucional do Sector de Água e Saneamento, particu-larmente dos fornecedores do Serviço de Água e Saneamento e responde a

uma das Metas da Integração Social e de Género que é a de: melhorar a pres-tação de serviços a toda a população, incluindo à população desfavorecida; e garantir investimentos e a imple-mentação de projetos adequados em termos sociais e de género.

O Gabinete é responsável pelo pla-neamento, supervisão e monitoramento dos objetivos sociais e de gênero na em-presa e reporta diretamente ao Conse-lho de Administração da mesma.

No desenvolvimento das suas ativi-dades, o GISQ trabalha, em parte, com as outras unidades que compõem a empresa ADS, de modo a entenderem o potencial e o valor da operadora ao melhorar a eficiência de seus serviços, expandindo-os às populações mais vulneráveis e às populações de baixo rendimento. Também colabora para que estas unidades percebam a di-versidade das necessidades dos seus beneficiários/clientes em relação ao

EMPRESA INTERMUNICIPAL DE ÁGUA E SANEAMENTO DA ILHA DE SANTIAGO, ÁGUAS DE SANTIAGO, AdS

Gabinete de Informação, Educação, Comunicação, Social e Género e Gestão Integrada

acesso aos serviços, aos horários de distribuição, de pagamento, de fatu-ramento, ligações domiciliárias, etc., a fim de adaptar as suas práticas inter-nas com o objetivo de melhor atender aos beneficiários/clientes.

Ainda, o GISQ mantém contacto com as comunidades, promovendo campanhas de informação, educa-ção e comunicação para melhorar a comunicação entre a operadora e os beneficiários/clientes, ajudando-os a entender a importância da boa utili-zação e conservação da água, a leitura de contadores, a gestão doméstica, o pagamento das faturas, a promoção de boas práticas de higiene, questões de saneamento, etc.

As acções do GISQ permitiram:I. Elaborar os instrumentos

para implementação, se-guimento e avaliação So-cial e Género na ADS;

II. Aprovar da Estratégia So-cial e de Género pelo Con-selho de Administração da ADS;

III. Formar as chefias intermé-dias da ADS em questões Sociais e de Género;

IV. Identificar os pontos focais Social e Género nas agên-cias da ADS;

V. Criar e formar redes Muni-cipais;

VI. Realizar encontros com as comunidades para explicar o objetivo da empresa e do gabinete.

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| 18 | www.mca.cv| 19 |Boletim Informativo |Setembro 2015 Setembro 2015 | Boletim Informativo| 18 | www.mca.cv| 19 |Boletim Informativo | Junho 2017 Junho 2017 | Boletim Informativo

Etapas de Criação do sistema de seguimento

Numa primeira etapa, foi elaborado um documento estratégico e de planifi-cação (Vol 7) que congrega um conjunto de instrumentos de seguimento que se-guem abaixo: i) os indicadores chave de seguimento do setor (KPIs), indicadores de externalidade, perfis da operadora e do sistema e ; ii) planilhas de recolha de dados; planilhas de cálculo de indi-cadores; iii) instrumentos de auditoria da qualidade dos dados; iv) modelo de relatório das auditorias; v) currículos e horas de capacitação das reguladoras e operadoras; vi) o modelo do relatório anual do setor, RASAS.

O Sistema de Seguimento é uma componente fundamental do Compac-to, por isso, está integrado em todo o ciclo de vida do Programa, desde sua concepção, implementação até pós--implementação. Este sistema é um dos principais instrumentos meto-dológicos de gestão e análise de de-sempenho, resultados, efeitos do Pro-grama MCA, a três níveis, quais sejam finalidades do Compacto, objetivos do

Projeto e resultados das atividades, conforme o esquema:

Além das atividades regulares de seguimento do Compacto, a Unidade de Seguimento e Avaliação desenhou e implementou conjuntamente com a ANAS e a ARE um sistema de segui-mento e avaliação da qualidade de ser-viço do setor de Água e Saneamento, que ficará sob a gestão das instituições reguladoras do setor, ANAS e ARE.

O sistema tem por objetivo col-matar lacunas do setor no que con-cerne à gestão de dados, informações e estudos que são instrumentos para a regulação, organização e controlo das operadoras que as prepara para fornecer serviços de água e sanea-mento de melhor qualidade, a preço justo, com equidade e qualidade de serviço conforme os padrões adota-dos pelo país.

PROJECTO WASH

Sistema de Seguimento e Avaliação do MCA – CV II

REDUÇÃO DA POBREZA ATRAVÊS DO CRESCIMENTO ECONOMICO

Base institucional financeiramente robusta, transparente e confiável criada e prestação dos serviços de água e saneamento às famílias cabo-verdianas melhoradas

Clima de investimentos em Cabo Verde melhorada, credibilidade das informações fundiárias e

transparência e segurança jurídica nas transações imobiliárias aumentadas

Novo sistema de informações e de transação de terrenos desenvolvidos

e implementados

Reforma da política nacional e das instituições reguladoras desenvolvidas

e implementadas

Cobertura das infraestruturasno sector melhorada

Serviços públicos de abastecimento de água e saneamento ineficientes transformados em pessoa jurídica autónomas que operem numa base

mais comercial

Reformas legais, institucionaise processuais desenvolvidas

Cadastro predial desenvolvidoe implementado nas ilhas de maior

potencial turístico

indicadores agregadosà escala nacional

Entidades gestoras produzem indicadores desagregadosda sua própria organização

Entidades reguladoras produzem indicadores desagregados por entidade gestora

e agregados à escala nacional

• Administração pública ligada ao sector

• Outra administração pública com potencial interesse no sector (ex INE)

• Sociedade em geral

• Organismos internacionais

As entidades reguladoras são os gestoresdo processo de avaliação

Governo

Entidades reguladoras

Entidades gestoras dos serviços de águae saneamento

Indicadores deexternalidades

do sector

Funcionamento do sistema de seguimento e ultilização de indicadorespelos diferentes níveis:

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Para que o sistema seja sustentá-vel no longo prazo, o MCA-CVII está a financiar as seguintes atividades: i) construção de uma plataforma tecno-lógica que congregará todos os estu-dos, todos os dados do setor e calcula os indicadores automaticamente e tor-na-os públicos por via de um Portal, o SIRAS; ii) elaboração de um manual de seguimento e avaliação da qualidade de serviço que será distribuído a to-dos os operadores; iii) elaboração do regulamento da qualidade de serviço e; iv) duas assistências técnicas, NITA

e DQR, para acompanhar o segundo ci-clo de regulação, 2016.

A sustentabilidade do sistema de-pende da consolidação dos proces-sos e procedimentos de seguimento, bem como da criação de uma cultura de seguimento, avaliação e de pres-tação de informação dos diferentes atores do setor. Para tal, a cooperação Luxemburguesa, através da Lux-De-velopment, continuará a dar supor-te financeiro e técnico à ANAS e ARE por 4 anos, garantindo, assim, a sus-tentabilidade e a longevidade do Sis-

tema de Seguimento e Avaliação da Qualidade de Serviço do setor, que será um instrumento importante para: i) os reguladores que o usam para as várias componentes da sua atividade reguladora; ii) fornecer informações ao governo para tomar decisão, dese-nhar políticas, verificar os resultados de políticas aplicadas no setor e inte-ragir com organizações internacionais e doadores; iv) os operadores utilizam para sua gestão interna; iv) Usuários/consumidores usam para conhecer os serviços que lhes são fornecidos.

PROJECTO WASH

Operadoras Homem Mulher Total

Águabrava - Fogo 10 2 12

AdS e Electra - Santiago 12 14 26

SAAS R.Brava - Tarrafal - São Nicolau 20 6 26

SAAS - Maio 13 4 17

Electra e APP - Sal 7 4 11

A&B - Boa Vista 10 10 20

Electra - São Vicente 5 11 16

SAAS R. Grande, Paul, Porto Novo - Santo Antão 18 5 23

Total 95 56 151

Operacionalização do sistema de seguimento do sector de Agua e Saneamento

No segundo momento, capacitou--se o staff da ANAS e ARE quanto aos instrumentos e processos de segui-mento, validação e avaliação ficando aptos a implementar o sistema por ciclos regulatórios. Assim, iniciou-se o primeiro ciclo regulatório, o de 2015.

A capacitação dos quadros

Contudo, no início de implementa-ção do sistema, o MCA-CVII, a ANAS e a ARE capacitaram os colaboradores de todas as operadoras do país. Ao todo, foram capacitados 151 colaboradores de 21 operadoras, sendo 56 mulheres e 95 homens.

No primeiro ano, foi implemen-tado o sistema de seguimento da qualidade de serviço do setor sem a

construção de uma plataforma tec-nológica e foram alcançados os se-guintes resultados:

Solicitou-se informações a 21 ope-radoras.

Recebeu-se dados de 19 operado-ras ou 90% do total de operadores.

Recolheu-se: • 46% dos dados de água para

consumo (528 de 1 140).• 22% dos dados de águas resi-

duais (166 de 760).Foram auditadas 90% das opera-

doras, 19 de um total de 21 operado-ras.

Calculou-se:• 37% dos KPI’s de água para

consumo (68 de 180).• 23% dos KPI’s de águas resi-

duais (42 de 180).Com base nesses resultados, foi

feita uma análise dos indicadores e avaliação dos resultados, confluindo na elaboração do primeiro Anuário de Estatísticas Administrativas do Setor de Água e Saneamento.

Dados necessáriosà avaliação

(provenientes dasentidades gestoras

Outros dadosnecessários à avalição

(ex.INE)

Perfilda entidade

gestora

Perfil da

infraestrutura

Indicadores de avaliação e seguimentodos serviços de abastecimento de água

Indicadores de avaliação e seguimento dos serviços de saneamento de águas residuais

Indicadores de avaliação das extremidades resultantes

Avaliação de indicadores para aceder a qualidade de serviço

Eficiência & eficácia Benchmarking Evolução

Metas

Factoresde

Contexto

Validade dos dados+

Fiabilidade das fontes de informações

capacitação de quadros

151 colaboradoresde

21 operadoras,sendo

56 mulherese

95 homens.

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PROJECTO WASH

A Unidade de Gestão do MCA CVII sempre esteve consciente de que consensualizar e implementar as re-formas das políticas promotoras da infraestruturação, regulação e em-presarialização dos serviços munici-pais, com impacto visível na qualida-de do acesso á água e saneamento e confiança dos consumidores cabover-dianos, não se alcançaria nos 5 anos do seu mandato.

Apesar das vicissitudes do tem-po (ex: ciclos eleitorais) ocorridos na vigência do II Compacto, o proje-to WASH pode regozijar-se, num tão curto espaço, ter conseguido elaborar o Plano Estratégico Nacional, atuali-zar o quadro legislativo, criado e ca-pacitado uma agência nacional com poderes reforçados de autoridade na gestão dos recursos hídricos em per-feita sintonia com a Agência de Re-gulação Económica, bem como, uma empresa intermunicipal de distribui-ção de água e de recolha de águas re-siduais da ilha de Santiago - num con-texto delicado de extinção de serviços autónomos de água e saneamento (SAAS), municipais - que se propõe como modelo inspiração a replicar nas restantes ilhas.

As 18 obras realizadas pelo FASA constituem apenas a “ponta mais vi-sível do iceberg” no contributo do projeto WASH para as reformas, não como medida de marketing em si, mas consubstanciada no objetivo de curto prazo de impulso à universalidade de “clientes” com acesso à rede pública de serviços prestados por um novo tipo de empresas, especialmente vo-cacionadas para lidar com as questões ambientais, sociais e do género, a um custo recuperável.

Agir sobre a reforma do sector em Cabo Verde tem sido condicionar a de-mocratização dos canais de informa-ção, comunicação e tomada de decisão que moldam uma rede de interesses públicos, em constante mutação, e pri-vados, muitas vezes divergentes. Con-tudo, as Reformas não são impostas por decreto. Trata-se de uma dinâmica que envolve agregar visões e interes-ses, em diferentes momentos e locais, motivados em transformar informa-ção em conhecimento que conduz a uma ação melhorada com impacto be-néfico reconhecido por todos.

Mais do que em obras, ao investir mais nas pessoas e nas organizações, o contributo do Compacto do MCA CV II será o de ter catapultado a transforma-ção da informação em conhecimento no setor. Ora, transformar o conhecimento em ação melhorada leva mais tempo …. o necessário para adquirir a habilidade na prática dos novos procedimentos.

Foi neste sentido, que tendo veri-ficado uma evolução positiva na apli-cação das políticas estratégicas, dos procedimentos regulatórios e inves-timentos previstos para o setor nos últimos 18 meses, o Governo decidiu estender o contrato de assistência téc-nica (NITA), até o fecho do Compacto em Novembro de 2017, no intuito de solidificar a autoridade e a autonomia de ação das entidades regulatórias e dos seus profissionais face aos desa-fios que se avizinham.

A assistência técnica para a implementação das reformas a nível nacional

Entre as 5 atividades finais da NITA (regulamentação e emissão do relatório anual dos indicadores chave de desem-penho do setor, consolidação do cadas-

tro nacional de recursos hídricos e estu-do sobre taxas e receitas que culminam no Plano de Negócios da ANAS) dois projetos destacam-se nesta ambição de nivelar o setor WASH para patamares de qualidade de políticas públicas rara-mente verificáveis na região Africana:

SIRAS, Sistema de Informação Regulatório

O Sistema de Informação Regu-latório – SIRAS, ferramenta que pre-tende cristalizar, nas políticas e nos gestores, o uso de indicadores chave de desempenho como fonte oficial de dados estatísticos para tomada de decisões de qualidade nos diversos níveis de gestão. Esta ideia suporta-se num portal eletrónico de comunica-ção, que disciplina a troca de infor-mação entre reguladores, entidades gestoras e consumidores com o obje-tivo de seguir, avaliar, alertar/corrigir, de forma contínua e em tempo útil, a saúde e o desempenho dos serviços e;

Consolidação do Fundo Sectorial – FASA

A consolidação do Fundo Secto-rial – FASA, visa dotar o sector de um mecanismo seguro de financiamento na melhoria da qualidade das infraes-truturas de água e saneamento existen-tes e a sua progressiva extensão. Este fundo estará incumbido de mobilizar cerca de 3,5 mil milhões ECV /ano, en-tre investimentos públicos e privados, necessários para atingir as metas tra-çadas até 2030 relativamente á univer-salidade do acesso e á provisão de uma média de pelo menos 40 litros de água por dia a cada cabo-verdiano.

A continuidade dos investimen-tos a longo prazo é o Calcanhar de Aquiles do setor WASH em Cabo Verde, dada a tendência futura para um decréscimo progressivo de doa-ções/subsídios internacionais para o apoio financeiro a investimen-tos. Small countries, smart solutions obriga ao recurso inteligente de um bem cada vez mais escasso – as doações – na alavancagem (“leve-raging”) de um mecanismo de ro-tatividade dos financiamentos, que à partida contará com um misto de fundos transferidos do orçamento nacional, subsídios concedidos por doadores e empréstimos por finan-ciadores nacionais e internacionais, postos à disposição pelo Governo, sem exigência de reembolso no caso de obras de expansão das redes de distribuição com potencial de redu-ção da pobreza das famílias chefia-das por mulheres. Estes, por sua vez, serão retroalimentados pelos em-préstimos reembolsáveis a médio e longo prazo para os restantes ti-pos de obras, a fixar contratualmen-te em função do nível de geração de receitas e do objetivo de sustentabi-lidade financeira das operadoras.

O que podemos esperar das reformas após o fecho do Compacto?

Apesar da escassez de chuva em Cabo Verde, é possível, no espaço de 12 anos, driblar a maioria dos pro-blemas que assolam as populações urbanas e rurais em matéria de fal-ta de água e destino das águas re-siduais, inclusive nas comunidades mais desfavorecidas ou distantes. Três fatores contribuirão para isso: 1) mais clara divisão de responsabi-lidades entre políticos, reguladores e operadores orientados por um mapa comum e constante de mobilização de recursos financeiros e profissio-nais, que resultam em mais e melhor água a um preço justo; 2) uma mu-dança de hábitos de conservação e consumo doméstico, agrícola e turís-tico, e: 3) que os políticos, gestores e cidadãos, não só acreditem que sim, mas que tenham ambição na sua fé.

Paulo LimaGestor para Reformas

Institucionais do MCA-CV II

CONSOLIDAÇÃO DAS REFORMAS DO SECTOR WASH

Extensão final da NITA II: SIRAS e FASA— O contributo do MCA CV II para a reforma do sector de água e saneamento

SUBSÍDIOREEMBOLSÁVEL

(% a fixar por critérios do FASA)

BENEFICIÁRIOS

CONTA ESPECIAL NO TESOURO FUNDO ROTATIVO

ORÇAMENTO NACIONAL/CONTRIBUIÇÃO ESTADO

SUBSÍDIOS (T2)

DOADORES INTERNACIONAIS SUBSÍDIOS (T3)

FINANCIADORES NACIONAIS(FUNDOS E PENSÕES, OBRIGAÇÕES

DOADORES INTERNACIONAIS SUBSÍDIOS (T3)

DESPESAS CORRENTES- Pessoal, equipamento, material- Manutenção

RECEITAS CORRENTES- Fixas (Estado, Doadores)- Variáveis (+ Beneficiários)

FASA – FLUXOS FINANCEIROS

Figura 2. Enquadramento, opções, modelos e soluções propostas (extraído de FDSA NITA fase III)

Figura 1: Esquema Sistema a implementar (extraído de NITA fase II report)

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O Governo de Cabo Verde pretende estabelecer um Fundo Rotativo de Água e Saneamento como um instrumento de excelência para financiamento dos in-vestimentos no setor de água e sanea-mento para os próximos 20 anos.

Com o intuito de recolher subsídios para finalização dos documentos chave para criação e institucionalização do Fundo Rotativo para Agua e Saneamen-to e mobilizar o suporte e engajamento dos parceiros de desenvolvimento, em matéria de compromissos de recursos financeiros que permitem a alavanca-gem do Fundo a médio e longo prazo, o Governo irá realizar uma Mesa Redon-da no dia 9 de Junho de2017, na cidade da Praia, Cabo Verde.

Situado na zona do Sahel carateri-zada pela sua extrema aridez, o país recebe uma limitada precipitação de chuvas a uma média de 230 mm por ano, da qual somente 13% contribui para a alimentação das águas subter-râneas, que aliás, vêm diminuindo de ano para ano, como consequência do défice de recarga. Em consequência, Cabo Verde depende cada vez mais da água dessalinizada para o consumo. A problemática da água constitui um dos maiores desafios de Cabo Verde. Cerca de 80% da água para o consumo doméstico em Cabo Verde é dessalini-zada e com um elevado custo de ener-gia, com implicação direta na tarifa da água considerada uma das mais eleva-

das em África. Não obstante estes desafios, o país

tem feito progressos significativos na promoção do acesso das populações à água potável, tendo antecipadamente atingido em 2007 os Objetivos do De-senvolvimento do Milénio (ODM) nes-sa matéria, previstos para 2015. Toda-via, o fato de se ter atingido os ODM nesse quesito, mascara a desafiante realidade do setor hídrico em Cabo Verde, ocultando as disparidades en-tre o rural e o urbano, os altos custos e grandes ineficiências na gestão do setor, a qualidade do serviço e a fre-quência dos cortes, e o fornecimento ainda insuficiente. A realidade é que o consumo de água per capita em Cabo

Verde está ainda abaixo dos mínimos globalmente reco-mendados pela OMS. Pouco mais de metade da popula-ção do país tem acesso à rede pública de abastecimento de água. Por outro lado, a popu-lação que abastece fora da rede paga um preço muito superior à média do preço cobrado na rede. A situação da cobertura da rede de es-gotos é ainda mais grave, cobrindo apenas cerca de 23,5% da população nas zo-nas urbanas e menos de 1% nas zonas rurais com con-sequências diretas na saúde pública e na sustentabilida-de ambiental. Neste sentido, torna-se uma prioridade um enfoque especial sobre esse setor de forma a equiparar a cobertura em termos da rede de esgotos a níveis já conseguidos para a rede e abastecimento água, revelan-do-se num esforço financeiro avultado. Em consequência do alargamento da rede de esgotos, torna-se necessário a infraestruturação paralela em matéria de infraestrutu-ras de tratamento das águas residuais e a respetiva reuti-lização.

Nos últimos cinco anos, o setor água e saneamento em Cabo Verde tem sido objeto de um processo de reforma institucional profundo, vi-sando a melhoria da planifi-cação a nível central e local, a regulação dos serviços e no investimento em infraestru-

turas para aumentar o acesso aos serviços de água e sanea-mento. Essa reforma, assente em vários pilares, produziu já resultados em que se salien-tam a aprovação de vários instrumentos legais e de pla-neamento, nomeadamente, o Plano Nacional Estratégico de Água e Saneamento, o Có-digo de Água e Saneamento (CAS), o Quadro legislativo, institucional e regulatório, os Planos diretores das ilhas e respetivos planos de investi-mentos, a Política tarifária e fiscal, os Modelos de gover-nação dos serviços, as Metas de acesso e dos objetivos de qualidade do serviço, melho-ria da eficiência operacional das entidades gestoras e a construção e ou reabilitação de várias infraestruturas.

Um dos grandes ganhos do processo em curso é a operacionalização de um sistema de seguimento e avaliação da qualidade do serviço prestado no setor. Este sistema define os níveis mínimos da qualidade dos serviços prestados aos uti-lizadores e os mecanismos para a sua monitorização. Grande atenção é prestada à qualidade dos dados forneci-dos pelas entidades gestoras às entidades reguladoras, que realizam auditorias para assegurar a fiabilidade da informação fornecida pelas entidades gestoras. É produ-zido um anuário estatístico, “Relatório Anual dos

PROJECTO WASH

FUNDO ROTATIVO DE ÁGUA E SANEAMENTO

A estratégia financeirapara o setor

Para responder às carências atuais e futuras em recursos financeiros, que teriam um impacto muito negativo nas aspirações de melhor qualidade de vida da população e desenvolvimento económico do país, o Governo de Cabo Verde está empenhado na cria-ção do fundo autónomo rotativo, com personalidade jurídica própria, para mobilizar e gerir os recursos necessários ao financiamento do setor. O Fundo te-ria como propósito uma gestão otimizada de recur-sos financeiros, utilizando os fundos do Governo e os donativos internacionais como alavancagem (levera-ging) num blending (“blending, pooling”) com outros recursos financeiros para financiar os investimentos. Esta mudança de paradigma no financiamento do setor irá garantir a sustentabilidade dos ganhos já conseguidos e uma maior previsibilidade no finan-ciamento de futuras infraestruturas.

Através desse mecanismo o Governo pretende:Otimizar a aplicação de subsídios utilizan-

do-os como alavancagem (leveraging) para ou-tros recursos:

empréstimos necessários para assegurar a rea-lização dos investimentos estimados nos planos diretores;

redução do risco setorial – garantias;criação de condições para o endividamento in-

ternos – emissão de obrigações,atração de recursos financeiros privados.Assegurar uma gestão profissional, eficien-

te e eficaz dos recursos financeiros, através dum veículo financeiro – com autonomia, competência e atuando com transparência baseado em procedi-mentos já testados.

Reduzir os custos de administração dos subsídios e empréstimos internacionais: sendo Cabo Verde um país de pequena dimensão à escala mundial, com projetos no setor da água também de pequena dimensão a essa mesma escala, é impor-tante a priorização dos investimentos baseada em programas de investimento em alternativa a proje-tos individualizados.

Sustentabilidade da reforma institucional e legal – disponibilizando recursos financeiros alia-dos á boa governança, transparência, eficiência, eficácia, previsibilidade, estabilidade e o risco se-torial baixo.

Governo de Cabo Verde Reúne Parceiros para Planificar o Fundo Rotativo de Água e Saneamento

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PROJECTO WASH

Para responder às carências atuais e futuras em recursos financeiros, que teriam um impacto muito negativo nas aspirações de melhor qualidade de vida da população e desenvolvimento económico do país, o Governo de Cabo Verde está empenhado na criação do fundo autónomo rotativo, com perso-nalidade jurídica própria, para mobili-zar e gerir os recursos necessários ao financiamento do setor. O Fundo teria como propósito uma gestão otimizada de recursos financeiros, utilizando os fundos do Governo e os donativos in-ternacionais como alavancagem numa combinação com outros recursos finan-ceiros para financiar os investimentos. Esta mudança de paradigma no finan-ciamento do setor irá garantir a susten-tabilidade dos ganhos já conseguidos e

uma maior previsibilidade no financia-mento de futuras infraestruturas.

Através desse mecanismo o Gover-no pretende:

Otimizar a aplicação de subsídios utilizando-os como alavancagem para outros recursos:

i. empréstimos necessários para assegurar a realização dos in-vestimentos estimados nos planos diretores;

ii. redução do risco setorial – ga-rantias;

iii. criação de condições para o en-dividamento internos – emis-são de obrigações,

iv. atração de recursos financeiros privados.

Assegurar uma gestão profissio-nal, eficiente e eficaz dos recursos fi-

nanceiros, através dum veículo finan-ceiro – com autonomia, competência e atuando com transparência baseado em procedimentos já testados.

Reduzir os custos de adminis-tração dos subsídios e empréstimos internacionais: sendo Cabo Verde um país de pequena dimensão à escala mundial, com projetos no setor da água também de pequena dimensão a essa mesma escala, é importante a prioriza-ção dos investimentos baseada em pro-gramas de investimento em alternativa a projetos individualizados.

Sustentabilidade da reforma institucional e legal – disponibilizan-do recursos financeiros aliados à boa governança, transparência, eficiência, eficácia, previsibilidade, estabilidade e o risco setorial baixo.

Serviços de Águas e Resíduos (RASAS-CV)”, que reporta os níveis de serviços do setor.

Cabo Verde tem financiado as in-fraestruturas do setor essencialmente através da ajuda pública ao desenvol-vimento de vários parceiros de desen-volvimento, permitindo a realização das infraestruturas mais urgentes, mas de acordo com os Planos Dire-tores já elaborados. Entretanto, para atingir os objetivos estratégicos de-finidos para o setor, seria necessário realizar infraestruturas ao longo dos próximos 20 anos com um ritmo de investimento anual médio de cerca de EUR 31,7 milhões.

Esse elevado nível de investimento previsto para os próximos 20 anos é bastante superior aos recursos finan-ceiros mobilizados nos últimos anos. Presentemente, depara-se com o risco de um decréscimo progressivo de do-nativos e de empréstimos concessio-nais para suportar os investimentos no setor por parte da comunidade in-ternacional. Assim, face às necessida-des de investimentos, urge encontrar vias para garantir o financiamento das infraestruturas numa perspetiva de médio e longo prazo – até ao horizon-te 2040.

O setor de água e saneamento em Cabo Verde requer um apoio finan-ceiro que não deve ser determinado apenas pelo rendimento médio per ca-pita da população, mas sim pelas suas condições de insularidade, escassez de recursos hídricos, vulnerabilidade elevada a alterações climáticas, custo muito elevado na prestação de servi-ços básicos para a população, garan-tindo o direito humano a seu acesso universal, consequente consumos uni-tários abaixo da média regional e pró-ximos do mínimo requerido pela OMS acoplados a uma excelente reputação

na utilização dos recursos financeiros que são postos à disposição do país.

Os recursos financeiros necessários para dinamização do Sector de Agua Saneamento

O Governo de Cabo Verde tem vin-do a analisar os custos de investimen-to estimados para o setor água e sa-neamento nos próximos 20 anos, a fim de assegurar a prestação de serviços básicos de água e saneamento à po-pulação e possibilitar a materialização das metas preconizadas nos objetivos de desenvolvimento sustentáveis e no plano estratégico de desenvolvimento sustentável do Governo para os próxi-mos 5 anos.

Apesar dos ganhos conseguidos até a data, o setor de água e sanea-mento em Cabo Verde ainda não atin-giu níveis de serviço equivalentes ao seu rendimento médio, devido a cons-trangimentos naturais ou estruturais muito relevantes nomeadamente: (i) a insularidade que condiciona ganhos de escala; ii) a escassez de recursos hídricos, com elevada variabilidade sazonal e capacidade de armazena-mento limitada; iii) a vulnerabilidade elevada às alterações climáticas com progressivo agravamento do período de secas e maior precipitação extrema com impacte negativo na disponibili-dade de recursos hídricos; iv) os cus-tos de energia elevados.

Em consequência desses fatores bastante desfavoráveis, os custos de acesso a serviços básicos de abaste-cimento de água, seja à população ou à economia, estão bastante acima de países com o mesmo nível de rendi-mento, e os consumos unitários ou capitações são extremamente baixos com risco para a saúde pública;

De acordo com os Planos Diretores de Água e Saneamento já elaborados, os custos de investimento estimados para os próximos 20 anos rondam os EUR 635 milhões, representando um valor anual médio de EUR 31,7 milhões.

FUNDO ROTATIVO DE ÁGUA E SANEAMENTO

A estratégia financeira para o setor

De acordo com os Pla-nos Diretores de Água e Saneamento já elabora-dos, os custos de investi-mento estimados para os próximos 20 anos ron-dam os EUR 635 milhões, representando um valor anual médio de EUR 31,7 milhões.

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www.mca.cvAchada Santo António - Praia • Caixa Postal 330 A • Prédio Cartório - 1º Andar • Tel.: +238 262 14 25

Tendo em atenção o engajamento que os parceiros de Cabo Verde têm dis-pensado ao setor da água e saneamento, o Governo de Cabo Verde pretende rea-lizar a 9 de Junho de 2017 uma Mesa Redonda com o objetivo de apresentar a visão para o setor na nova conjuntura financeira, os desafios para a consolida-ção da reforma do setor e bem assim o desiderato da criação do Fundo Rotativo de Água e Saneamento como instrumen-to de financiamento ao setor.

A Mesa Redonda terá como públi-co-alvo os parceiros de desenvolvi-mento de Cabo Verde, residentes e não residentes, as instituições financeiras e privadas e as instituições chave do setor. Esta será uma oportunidade de receber contribuições dos parceiros e financiadores do setor, para ao longo de 2017, consolidar o processo de criação do Fundo, visando a aprovação do es-tatuto definido, o estudo mais aprofun-dado dos mecanismos financeiros e os

diferentes cenários de funcionamento do fundo, sua capitalização, operação e sustentabilidade.

O objetivo primordial desta mesa redonda é apresentar aos parceiros de Cabo Verde, a visão do Governo sobre o setor de água e saneamento, os resultados alcançados ao longo da história e da reforma em curso, as ne-cessidades de investimento do setor e apelar a um engajamento dos parcei-ros para assegurar a sustentabilidade do financiamento das infraestruturas a médio e longo prazo. Neste quadro, tendo como objetivo a alavancagem do Fundo, o Governo fixou como meta para a Mesa Redonda a mobilização de EUR 100 milhões para financia-mento dos investimentos no setor nos próximos 5 anos.

Algumas etapas com vista à criação do Fundo Rotativo foram já avançadas com o desenvolvimento do modelo de gestão do Fundo, e a elaboração dos Es-

tatutos, do Diploma e do Manual de Pro-cedimentos relativos ao setor de água e saneamento.

Almejam-se como resultados desta mesa redonda o seguinte:

a. A obtenção de subsídios para finalização dos documentos chave para criação e institucio-nalização do fundo rotativo sec-torial para água e saneamento;

b. O engajamento dos parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde na operacionalização do fundo rotativo setorial, seja através da disponibilização de assistência técnica, seja através da capaci-tação do pessoal ligado ao fun-do;

c. A obtenção de compromissos, em matéria de recursos finan-ceiros, no valor de EUR 100 milhões para alavancagem do Fundo Rotativo a médio e longo prazo.

A MESA REDONDA DO FUNDO ROTATIVO