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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 1 BOLETIM INFORMATIVO ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS RECURSOS HÍDRICOS Nº 104 Abril/Junho 2000 Editorial 1 Editorial 3 Notícias da APRH 7 Ponto de vista 10 Investigação & desenvolvimento 13 Legislação 13 Publicações 14 Eventos 16 Cursos 16 Internet 17 Imprensa 27 Novos associados A APRH realizou há umas semanas um encontro técnico, com o apoio da Embaixada Britânica, subordinado ao tema do chumbo na distribuição de água potável. Uma das questões naturalmente levantadas diz respeito à estimativa das quantidades de tubagens de chumbo que terão de ser eventualmente substituídas para se dar cumprimento às exigências de uma directiva comunitária cuja data limite de transposição agora se aproxima. Tendo tido conhecimento de que estas exigências viriam a ocorrer, e tomando consciência da importância do diagnóstico da situação, o governo britânico resolveu fazer um levantamento da situação a nível nacional, por forma a conhecer melhor os contornos do problema. Este trabalho foi levado a cabo há mais de vinte anos. Vem esta história a propósito das Editorial etapas dos processos de planeamento em recursos hídricos. Já foi sobejamente referido e reconhecido que um dos principais problemas na elaboração dos planos de bacia hidrográfica se prende com uma grande falta de dados de base e com uma informação insatisfatória em muitas áreas. Este é sem dúvida um aspecto que dificulta a preparação dos programas de medidas que emergem dos planos. Havendo consenso sobre a necessidade de realizar um grande número de acções nos próximos anos por forma a melhorar os recursos hídricos e a sua utilização, colocou-se desde o início do actual processo de elaboração de planos um desafio que consiste em se avançar, por um lado, com a preparação de projectos e, por outro, com uma tentativa de recuperação do tempo perdido dando-se destaque à necessidade de aquisição de informação, essencial para uma boa fundamentação desses mesmos projectos. Suponho que os planos vão conseguir um compromisso razoável entre estes dois aspectos. O recente episódio da apresentação das sínteses dos planos das bacias hidrográficas dos rios luso- espanhóis veio causar alguma perplexidade na nossa comunidade técnico-científica. Se estava previsto que os planos estivessem terminados em finais do ano, qual a razão pela qual se apresentaram as respectivas sínteses dois meses antes? A razão apresentada foi a de um compromisso com as autoridades espanholas, em jeito de intercâmbio, face à apresentação do novo plano hidrológico nacional de Espanha no início de Setembro. Mas será que era mesmo urgente entregar aquelas sínteses em Outubro? Não poderiam mesmo os nossos colegas espanhóis esperar por mais dois meses, para então disporem das versões terminadas dos planos? Ou será que as tarefas dos últimos dois meses dos consultores são irrelevantes? A síntese de um plano é, como se

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 1

BOLETIM INFORMATIVO

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS RECURSOS HÍDRICOS

Nº 104 Abril/Junho 2000

Ed

itorial

1 Editorial

3 Notícias da APRH

7 Ponto de vista

10 Investigação & desenvolvimento

13 Legislação

13 Publicações

14 Eventos

16 Cursos

16 Internet

17 Imprensa

27 Novos associados

A APRH realizou há umas semanasum encontro técnico, com o apoioda Embaixada Britânica,subordinado ao tema do chumbo nadistribuição de água potável. Umadas questões naturalmentelevantadas diz respeito à estimativadas quantidades de tubagens dechumbo que terão de sereventualmente substituídas para sedar cumprimento às exigências deuma directiva comunitária cuja datalimite de transposição agora seaproxima. Tendo tido conhecimentode que estas exigências viriam aocorrer, e tomando consciência daimportância do diagnóstico dasituação, o governo britânicoresolveu fazer um levantamento dasituação a nível nacional, por formaa conhecer melhor os contornos doproblema. Este trabalho foi levado acabo há mais de vinte anos.

Vem esta história a propósito das

Editorialetapas dos processos deplaneamento em recursos hídricos.Já foi sobejamente referido ereconhecido que um dos principaisproblemas na elaboração dosplanos de bacia hidrográfica seprende com uma grande falta dedados de base e com umainformação insatisfatória em muitasáreas. Este é sem dúvida umaspecto que dificulta a preparaçãodos programas de medidas queemergem dos planos. Havendoconsenso sobre a necessidade derealizar um grande número deacções nos próximos anos por formaa melhorar os recursos hídricos e asua utilização, colocou-se desde oinício do actual processo deelaboração de planos um desafio queconsiste em se avançar, por umlado, com a preparação de projectose, por outro, com uma tentativa derecuperação do tempo perdidodando-se destaque à necessidadede aquisição de informação,essencial para uma boafundamentação desses mesmosprojectos. Suponho que os planos

vão conseguir um compromissorazoável entre estes dois aspectos.

O recente episódio da apresentaçãodas sínteses dos planos das baciashidrográficas dos rios luso-espanhóis veio causar algumaperplexidade na nossa comunidadetécnico-científica. Se estava previstoque os planos estivessemterminados em finais do ano, qual arazão pela qual se apresentaram asrespectivas sínteses dois mesesantes? A razão apresentada foi a deum compromisso com asautoridades espanholas, em jeito deintercâmbio, face à apresentaçãodo novo plano hidrológico nacionalde Espanha no início de Setembro.Mas será que era mesmo urgenteentregar aquelas sínteses emOutubro? Não poderiam mesmo osnossos colegas espanhóis esperarpor mais dois meses, para entãodisporem das versões terminadasdos planos? Ou será que as tarefasdos últimos dois meses dosconsultores são irrelevantes? Asíntese de um plano é, como se

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2 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

Edição e Propriedade: APRH, Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos. Endereço: APRH, a/c LNEC, Av. doBrasil, 101, 1700-066 Lisboa. Telefone: 21 844 34 28. e-mail: [email protected] URL: http://www.aprh.pt Comissão Redatorial:Elsa Alves (Directora); Ana Estela Barbosa. Edição e Execução Gráfica: André Cardoso. Colaboradores: Maria FranciscaLeitão. Tiragem: 1250 exemplares (distribuição gratuíta aos associados).

As opiniões emitidas nos artigos assinados nesta publicação são da responsabilidade exclusiva dos seus autores. Oeditor solicita que lhe seja informada qualquer transcrição, referência ou apreciação das diferentes rúbricas.

sabe, normalmente realizada nofinal do trabalho, por forma a permitiruma visão global e integrada dosdiversos aspectos abordados. Semqualquer comparação com o casodo chumbo, ficou-se no entanto coma sensação de se estar a quererandar com a carroça à frente dosbois.

Um dos aspectos seguramentemais importantes, senão mesmocruciais, para o desenvolvimentodos planos é a aplicação do regimeeconómico-financeiro que irá darsuporte ao vasto conjunto demedidas preconizadas. É propostoum regime provisório de aplicaçãode taxas de utilização enquanto nãofor realizado um estudo sobre aaplicação do documento legaldatado de 1994 que traduz oprincípio do utilizador-pagador. Esteestudo, que já deveria ter sido feito,não tem contudo um prazo definidopara a sua elaboração, podendoeste regime provisório, a aplicar-se,tornar-se quase definitivo. Para alémde uma falta de fundamentação dastaxas preconizadas, fica tambémpor avaliar as suas consequênciasao nível dos preços para oconsumidor.

Uma palavra final para o 5ºCongresso da Água, realizado nofinal de Setembro. Não isento dealguns (pequenos) problemas deplaneamento, que levaram à suarealização numa data diferente dahabitual, foi extremamentereconfortante receber elogios deinúmeras pessoas sobre a formacomo se desenrolaram os trabalhos,dando-nos um renovado estímulopara a realização do próximo. Emnome da Comissão Directiva,gostaria de renovar aqui os meusagradecimentos a todos oselementos da Comisão

Organizadora, bem como a todosaqueles que apoiaram e tornarampossível a realização deste grandeacontecimento.

António Carmona Rodrigues

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5º Congresso da Água

Notícias da APRH

A água e odesenvolvimento

sustentável: desafios parao novo século

No passado mês de Setembrodecorreu em Lisboa o 5º Congressoda Água promovido pelaAssociação Portuguesa deRecursos Hídricos. Com o temageral “A água e o desenvolvimentosustentável: desafios para o novoséculo”, o congresso foi orientadopara o balanço da situação dosrecursos hídricos em Portugal, parao debate, e a identificação dosgrandes desafios que a sociedadeportuguesa enfrenta no virar doséculo.

A Comissão Organizadora foiconstituída pelo Prof. FranciscoNunes Correia (Presidente), Prof.António Carmona Rodrigues(Presidente da APRH), Eng.ºJoaquim Evaristo da Silva, Eng.ºArménio de Figueiredo, Prof.ª MariaManuela Portela, Dr.ª MargaridaRuas Gil Costa dos Santos, Arqt.ªIsabel Loupa Ramos e Ana Estêvão

(Secretariado).

O congresso foi organizado de formaa dedicar as manhãs a sessõesplenárias, onde a partir de um painelde especialistas convidados foramdebatidos grandes temas daactualidade: “O papel dosmunicípios, das empresas públicase das empresas privadas narealização dos objectivos do 3ºQuadro Comunitário de Apoio (2000-2006)”, “A globalização dosmercados da água e ainternacionalização das empresasportuguesas”, “Futura aplicação dosPlanos de Bacia Hidrográfica e doPlano Nacional da Água”,

“Ordenamento do território eecossistemas no planeamento e nagestão dos recursos hídricos”,Experiências e modelos deplaneamento e gestão de recursoshídricos no Brasil”, “As novasexigências da Política Comunitária:Directiva Quadro e Directiva dePrevenção e Controlo Integrados dePoluição”, “O estado da arte dagestão da água em Portugal –apreciação e relato geral dassessões técnicas” e “Futuro dagestão da água em Portugal esustentatibilidade”.

Durante as tardes realizaram-sesessões técnicas paralelasorientadas segundo oito temas:Planeamento, gestão e aspectosinstitucionais dos recursos hídricos(Tema 1);Gestão ambiental dos sistemashídricos (Tema 2);Águas subterrâneas (Tema 3);Problemas costeiros e suaintegração na gestão dos recursoshídricos (Tema 4);Processos hidrológicos ehidráulicos e análise e mitigação derisco (Tema 5);Ciclo urbano da água (Tema 6);Certificação de qualidade eindicadores de desempenho (Tema7);e Comunicação, informação eopinião pública no domínio dosrecursos hídricos (Tema 8).

Foram apresentadas cerca de 115comunicações distribuídas

Sessão de abertura

Comissão Organizadora do 5º Congresso da Água

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4 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

maioritariamente pelos temas 1, 2,3, 5 e 6.

O 5º Congresso da Água terminoucom a entrega do PRÉMIO APRHpara o Biénio 1998-1999 aosseguintes autores:

Dídia Isabel Cameira CovasDetecção e localização de fugas emredes de distribuição de água -método de análise hidrodinâmica

ções que incidem sobre quatro sub-temas: Gestão e Planeamento (9);Economia e Finanças (4); Legisla-ção (1) e Tecnologias (4). Os traba-lhos apresentados reflectem váriosaspectos importantes, entre eles:- o enquadramento estratégico

consistente com a novaDirectiva-Quadro da UniãoEuropeia;

- a problemática do regime eco-nómico-financeiro sustentável aconsiderar nos serviços da

Certificação (5); Sistemas de Ges-tão (4); Ecossistemas Aquáticos (5);Monitorização (2); Aspectos Climá-ticos. Hidrologia (2); Impactes. Con-trolo da Poluição (5) e Caracteriza-ção. Análises (9). Foram registadasas seguintes tendências gerais:- evolução no sentido das preo-

cupações com a qualidade doAmbiente, ou seja, da importân-cia dos aspectos de “qualida-de” da água;

- importância das análises e ava-liação integradas dos sistemas,com interacção dos aspectosquantitativos e qualitativos;

- grande abrangência dos domí-nios de análise e diversidade deformação dos autores das diver-sas comunicações.

No âmbito deste tema considera-seter havido uma grande evolução, aolongo das duas últimas décadas.Neste momento colocam-se novosdesafios a Portugal,designadamente os constantes notexto da Directiva-Quadro, queenvolverão a população portuguesaem geral e a comunidade científicaem particular. Estes desafios sãodifíceis de atingir de forma adequadapelo facto do nível de satisfação emPortugal, em termos desaneamento básico, ser aindabastante baixo - sobretudo no querespeita ao tratamento de águasresiduais - e ser necessária amobilização de vastos recursoseconómicos com origem naactividade privada.

Tema 3 – Águas subterrâneas(Relator do Tema 3: Luís Ribeiro)

No âmbito do Tema 3 foramapresentadas 20 comunicações.Um dos temas mais em destaquenestas sessões foram os problemasde poluição difusa causada regrageral por práticas agrícolasintensivas que tem comoconsequência o crescente aumentode concentrações de pesticidas ede nitratos.Estas sessões mostraram aindaquão importantes são os estudoshidrogeológicos à escala regional oulocal como pólos dinamizadoresquer no inventário de dados

Luís Ivens Ferraz Saavedra PortelaModelação matemática deprocessos hidrodinâmicos e dequalidade da água no estuário doTejo

José Manuel Martins de AzevedoGeologia e hidrologia da ilha dasFlores - Açores

Relato geral das sessõestécnicas

Apresenta-se uma síntese dosrelatos das sessões técnicas,elaborada com base nosdocumentos escritos fornecidospelos relatores, aos quais seagradece a respectiva contribuição.

Tema 1 – Planeamento, gestão easpectos institucionais(Relator do Tema 1: AntónioBetâmio de Almeida)

Foram apresentadas 18 comunica-

água;- os potenciais conflitos interna-

cionais induzidos pelos recur-sos hídricos em bacias partilha-das, nomeadamente, no casoportuguês a Convenção Luso-Espanhola e o regime de cau-dais convencionado;

- a elaboração dos planos de ba-cia hidrográfica actualmente emcurso;

- o desenvolvimento e aplicaçãode novas metodologias outecnologias para apoio à ges-tão, à exploração e à decisão;

- formação ou capacitação técni-ca de recursos humanos.

Tema 2 – Gestão ambiental de sis-temas hídricos(Relator do Tema 2: José SaldanhaMatos)

Este tema foi o que reuniu maiornúmero de comunicações, 32 numtotal de cerca de 100 apresentadasno Congresso. Versaram os seguin-tes sub-temas: Legislação e

Ministro José Socrates, Prof. Carmona Rodrigues e Prof. Nunes Correia

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hidrogeológicos já existentes, querna aquisição de novos dados pormétodos de prospecção quer nodesenvolvimento e aplicação demetodologias específicas.Outra matéria de grande relevânciatratada neste 5º Congresso foi aprotecção e gestão de sistemasaquíferos costeiros sujeitos aintrusão marinha. Outro temadebatido foi o de estratégias eferramentas de gestão de aquíferos.

Numa visão prospectiva a evoluçãoem Portugal na área das águassubterrâneas para os próximosanos deve passar pelos seguintesplanos de acção:- A implementação de programasadequados de monitorizaçãoquantitativa e qualitativa.- A aplicação de novas tecnologiasde aquisição de dados (métodosgeofísicos; análise de traçadores,detecção remota, etc.).- A implementação de estratégiasde protecção de águassubterrâneas (a delimitação deperímetros de protecção decaptações, o controlo da construçãode captações, a aplicação decódigos de boas práticasambientais, como seja o código deboas práticas agrícolas, etc.).- O desenvolvimento de programasde reabilitação de aquíferos poluídos.

Tema 4 – Problemas costeiros e suaintegração na gestão dos recursoshídricos(Relator do Tema 4: FernandoVeloso Gomes)

Foram apresentadas 3 comunica-ções no âmbito deste tema, com osseguintes títulos: “Erosão em re-dor de pilares cilíndricos verticaisexpostos à acção de ondas na zonade rebentação”; “Planeamento egestão global de recursos hídricoscosteiros - Estratégias para a pre-venção e controlo da intrusão sali-na” e “Agitação marítima no interiordo porto da Figueira da Foz. A suainfluência nos navios amarrados aocais comercial”.

Tema 5 – Processos hidrológicos ehidráulicos e análise e mitigação derisco

(Relator do Tema 5: Carlos MatiasRamos)

Foram apresentadas 13comunicações distribuídas pelosseguintes temas gerais:

Processos hidrológicos (9comunicações)As comunicações apresentadasincidem sobre:a) A definição de modelos de

precipitação/escoamento.b) A caracterização das cheias e

a definição dos respectivoshidrogramas, designadamenteem bacias hidrográficas comescassez de dados.

c) A aplicação de formulaçõescom vista à obtenção deexpressões de carácter regionalrelacionados com:precipitações e caudais edeterminação de volumes deágua garantidos por albufeiras.

d) A caracterização de situaçõesde “secas regionais”.

Como linhas de desenvolvimentofuturo, sugere-se: a construção demodelos hidrológicos que possamintegrar os resultados dos modelosclimáticos e dados de uso do soloatravés de SIG e detecção remota;o desenvolvimento de novosalgoritmos para simulaçãohidrológica (redes neuronais ealgorítmos genéticos); metodologiaspara a avaliação da Cheia MáximaProvável; metodologias para aprevisão do assoreamento dasalbufeiras.

Processos hidráulicos (1comunicação)Foi apresentada apenas umacomunicação: “Sobre a proteccçãocontra a erosão de cavitação emdescarregadores de cheias emdegraus”. As prospectivas deevolução relacionadas com osprocessos hidráulicos incidem sobretemas como: valorização ambientalde linhas de água; reabilitação,exploração e gestão de sistemas;modelos de gestão/optimização emaproveitamentos de fins múltiplos,tendo em conta a conflitualidadeentre os diferentes usos eutilizadores; modeloshidrodinâmicos associados aqualidade da água e sedimentologiae modelos acoplados(hidrodinâmicos – ecológicos);estudos hidráulicos comincorporação de ciências humanas(comportamento do público epercepção do risco).

Análise e mitigação de risco (3comunicações)As comunicações apresentadasabordam questões como a gestãodo risco nos vales a jusante debarragens e os aspectosregulamentares, normativos elegislativos relativos à segurançahidráulico-operacional. Sugere-se odesenvolvimento de planos com vistaà mitigação de outras catástrofes denatureza hidrológica tais como asassociadas às cheias naturais e àssecas e à incorporação do conceitode segurança ambiental.

Visita técnica: Palácio de Queluz

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Visita técnica

A visita técnica conduziu os partici-pantes até aos Jardins do Paláciode Queluz e à Quinta da Regaleira,com o intuito de dar a conhecer uti-lizações da água nos séculos XVIIIe XIX, incluíndo as soluções técni-

a “Casa de Campo de Queluz”, ga-nhou estatuto de Palácio Real nostempos áureos de D. Pedro e D.Maria. Sendo, por natureza, umaresidência de veraneio e lazer, osjardins possuem uma função essen-cial no conjunto e incluem canaisde passeio, lagos, jogos de água,

sa os jardins, tendo sido canaliza-do nesta extensão. As paredes docanal foram enriquecidas com azu-lejos decorativos, para que a nobre-za melhor pudesse desfrutar dospasseios de barco.

A Água, indispensável ao abasteci-mento dos sistemas de lagos e àrega para manutenção dos espaçosverdes e estufas, constituíu desdesempre uma preocupação dos res-ponsáveis pelos Jardins de Queluz,tendo sido necessário criar um sis-tema hidraúlico que permitisse asua captação e distribuição. Devidoàs cotas, as águas do rio Jamor nãopoderiam ser facilmente utilizáveiscom os recursos técnicos existen-tes à data. Deste modo, foi neces-sário recorrer à execução e explo-ração de minas nas colinasenvolventes. A partir destas foramconstruídos vários quilómetros decaleiras e aquedutos para transpor-te da água para o consumo e o fun-cionamento dos jogos de água dosjardins.

A progressiva impermeabilização dabacia do rio Jamor nos tempos maisrecentes teve consequências desas-trosas sobre todo o sistema exis-tente. Nomeadamente, conduziu àocorrência de caudais de cheias,ocasionando danos nas zonas bai-xas do jardim, tendo-se ainda verifi-cado uma redução do caudal forne-cido pelas minas, sendo que mui-tas delas foram mesmo destruídaspor construções mal planeadas ouilegais.

O Palácio passou a ser proprieda-de do estado em 1908. Nas últimasdécadas têm-se efectuado estudose obras para contrariar a situação eestabelecer alternativas ao abaste-cimento de água. Espera-se poder,no futuro, vir a repôr o sistema deabastecimento e distribuição deágua, o que possibilitará recuperaras estruturas de água nos jardins -lagos e jogos de água - e restabele-cer a vegetação, incluíndo as colec-ções de plantas originalmente es-colhidas.

A Quinta da Regaleira faz jus ao seunome, representando um patrimónioriquísssimo em história e arquitec-tura que se enquadra muito bem na

cas adoptadas à data. Nestes lo-cais o uso da água adquiremarcadas dimensões estéticas,lúdicas, simbólicas e culturais, peloque a visita “técnica” teve um inte-resse alargado. Recomenda-se vi-vamente a quem não conhece quedisponibilize um dia para desfrutardum passeio a estas paragens.

O Palácio de Queluz teve por ori-gem um Pavilhão de caça do séc.XIV que foi posteriormente amplia-do, em diversas fases. Inicialmente

hortas e viveiros. Na altura, era pos-sível encontrarem-se em gaiolas eviveiros pavões, catatuas e galinhasde Angola. Ainda mais surpreenden-te, animais vindos de África – búfa-los , corsas. gamos, veados e ca-bras – faziam parte do ambiente,tendo-se mesmo, em 1822,construído jaulas que abrigaram ma-cacos, tigres e leões…

Os jardins ocupam uma área de 15ha, situados na bacia hidrográficado rio Jamor. Aliás, este rio atraves-

Visita técnica: Quinta da Regaleira (Poço Iniciático)

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 7

paisagem da Serra de Sintra. Co-nhece-se um primeiro registo da pro-priedade datando de 1697, sendoporém o milionário e erudito AntónioAugusto Monteiro que após adquiri-la dá início, em 1900, a uma sériede obras que remodelaram o palá-cio e os jardins, num conjunto queé considerado uma obra de arte ro-mântica com soluções inovadoras.A dimensão espiritual e esotérica daQuinta da Regaleira encontra-sepatente em vários símbolos e cons-truções, como por exemplo o PoçoIniciático. Lagos, fontes e mesmouma cascata constituem aspectospreciosos deste cenário.

As características hidrogeológicase de pluviosidade da Serra de Sintrapermitem uma abundância de fon-tes e nascentes. Por outro lado, orelevo acidentado determina possi-bilidades de condução e distribuiçãoda água por gravidade. Existem 10minas de água dentro do perímetroda propriedade da Regaleira, asquais dão resposta sobretudo àsnecessidades de água potável erega dos jardins. O transporte é le-vado a cabo a partir destas minas eoutras, através do Aqueduto de Valede Anjos (747 m) e do Aqueduto daSerra (5154 m). O armazenamentoe distribuição de água integra con-dutas e depósitos, percorrendo umtotal de 42 charcas dispostas es-trategicamente. Realce-se ainda apresença de uma cisterna com ca-pacidade para 2800 m3 de água, queabastece sistemas ligados àsedificações, rega, fontes e outros ar-tifícios hidráulicos. A cisterna pos-sui ainda uma função regularizadoradas dotações durante o períodoestival.

As estruturas para distribuição deágua alimentam não só elementossuperficiais, tais como fontes efontanários, mas ainda estruturasprofundas como o já referido PoçoIniciático e a Gruta da Catedral.Nesta última pode-se observar umlago parcialmente subterrâneo.

A Quinta da Regaleira só muito re-centemente foi aberta ao público,após a sua aquisição em 1997 pelaCâmara Municipal de Sintra. Estamunicipalidade empreendeu diver-

sas intervenções com o intuito derestaurar o sistema de captação etransporte de água. Encontram-seprogramadas medidas para o futu-ro, contemplando acções de manu-tenção contínua das minas, aque-dutos, tanques, encanamentos, etc.e, ainda, a elaboração de um planode gestão de recursos hídricos, emfunção das disponibilidades existen-tes e tendo em conta os consumosprevistos e a respectivasazonalidade.

Nota: Texto baseado no materialfacultado sobre a visita técnica pelo5º Congresso da Água

Ponto de Vista

Na rubrica “Ponto de Vista” doúltimo Boletim Informativo da APRH(BI nº 103, de Janeiro-Março de2000), o Eng. Pedro Cunha Serracomenta, de forma crítica ediscordante, o Editorial daresponsabilidade do anteriorPresidente da Associação, Eng.Joaquim Evaristo da Silva, publicadono BI nº 102, sob o título “OBalanço”.

Considero da maior importância,para a actividade da nossaAssociação, a discussão aberta depontos de vista diversos sobre apolítica dos recursos hídricos doPaís: esta discussão tem, aliás,constituído, desde a criação daAPRH em 1977, um dos principaispilares em que tem assentado aelevada e construtiva contribuiçãoque reconhecidamente tem sidodada pela APRH para oequacionamento dos problemas dagestão dos recursos hídricos e paraa procura das soluções maisadequadas para esses problemas,e muito tem contribuído, também,para o prestígio alcançado pelaAssociação.

Não pretendo, no entanto, pelo

menos neste momento, entrar nadiscussão das questões abordadaspelo Editorial do Eng. JoaquimEvaristo da Silva e que foram alvodo “Ponto de Vista” do Eng. PedroCunha Serra, atrás referidos. Sobreessas matérias, aliás, já mepronunciei, com algum detalhe, querno Conselho Nacional da Água(CNA), quer nas AssembleiasGerais e nos Conselhos Gerais daAPRH, quer ainda em diversassessões de debate promovidas pelaAPRH e por outras entidades.

O objectivo deste meu comentárioé, fundamentalmente, trazer alguma“matéria de facto” ao conhecimentodos leitores do BI, relacionada coma posição assumida pelo CNA sobrea Convenção sobre Cooperação paraa Protecção e o AproveitamentoSustentável das Águas das BaciasHidrográficas Luso-Espanholasassinada na Cimeira Luso-Espanhola de Chefes de Governo,realizada em Albufeira em 30 deNovembro de 1998. Comentário quejulgo útil e necessário para aclarificação de algumas posiçõesemitidas pelo Eng. Pedro CunhaSerra, no seu “Ponto de Vista”,sobre este tema.

Em primeiro lugar, é de referir que,na reunião extraordinária do CNArealizada em 28 de Dezembro de1998, após o Eng. Pedro CunhaSerra, à data Presidente do INAG eum dos principais protagonistasportugueses da negociação destaConvenção com Espanha ter feito aapresentação da Convenção, aMinistra do Ambiente e Presidentedo CNA, Profª Doutora Elisa Ferreirasolicitou ao Conselho a elaboraçãode um Parecer sobre a referidaConvenção.

Para o efeito, o CNA decidiu criarum Grupo de Trabalho (Grupo deTrabalho IV ou GT IV) para procedera uma Apreciação da Convençãoque pudesse fundamentar o Parecersolicitado. Conforme proposta doSecretário-Geral do CNA, Eng.António Eira Leitão, aprovada pelaMinistra do Ambiente, o GT IV veioa ser constituído pelos seguintesmembros do CNA:

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8 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

- Eng. Mário Lino Correia(Presidente do Conselho deAdministração da IPE-AdP)- Coordenador-Relator;

- Eng. José Nunes Vicente(Presidente do Instituto deHidráulica, Engenharia Rural eAmbiente);

- Dra. Francisca Cordovil(representante da Directora-Geral do Desenvolvimento Re-gional);

- Dr. Jorge Pulido Valente (Direc-tor Regional de Ambiente doAlentejo);

- Eng. João Nascimento Baptista(Presidente do Conselho deAdministração da REN/EDP);

- Eng. Joaquim Evaristo da Silva(Presidente da Assoc.Portuguesa dos RecursosHídricos);

- Dr. Nuno Sarmento (Membro daDirecção da Liga para aProtecção da Natureza);

- Prof. Francisco Nunes Correia(Professor Catedrático do IST);

- Prof. António CarmonaRodrigues (Professor Auxiliar daFCT/UNL);

tendo-lhe sido conferido um prazode três meses para elaborar areferida Apreciação e fixada, comoorientação geral para o trabalho arealizar, que essa Apreciação:

- tivesse um carácter sucinto euma perspectiva de conjunto;

- não obstante, abordasse osmais salientes aspectos,positivos e negativos, e dúvidasque a Convenção levantasse;

- recomendasse procedimentospara a aplicação edesenvolvimento da Convençãoe dos respectivos ProtocoloAdicional e Anexos;

- propiciasse um pronunciamentoglobal do CNA, favorável oudesfavorável, sobre o conteúdoda Convenção.

Entre Janeiro e Março de 1999, oGT IV deu cumprimento à suamissão, tendo elaborado e aprovado,por largo consenso, a Apreciaçãoque lhe havia sido solicitada(Apreciação nº 01/CNA/99, de 16 deMarço).

O Secretário-Geral do CNA, Eng.António Eira Leitão, e o seuAdjunto, Eng. Sérgio Costaparticiparam, igualmente, nasreuniões do GT IV, tendo dado umrelevante apoio ao trabalhorealizado.

De acordo com a orientação geralque havia sido aprovada pela Ministrado Ambiente para o trabalho arealizar pelo GT IV, e jáanteriormente indicada, estaApreciação, no seu Capítulo 5 –Conclusões e Recomendações,propiciava, nos seguintes termos,um pronunciamento global sobre aConvenção:

A forma como a Espanha, ao longodos anos, tem vindo a utilizar, noseu território e nos troçosinternacionais, os recursos hídricosdas bacias luso-espanholas,tanto no que se refere aos aspectosde quantidade como aos dequalidade da água, e a forma comotem estado a planificar a suautilização futura, em diversos casosao arrepio mesmo dos tratados econvenções bilaterais já existentese do direito comunitário einternacional aplicável, tem vindo acausar justa e profundapreocupação no nosso País, dadasas implicações progressivamentemais negativas que tal utilização tempara os legítimos direitos einteresses portugueses.

Neste contexto, e como resulta daexposição feita nos capítulosanteriores, a Convenção emapreciação introduz um quadrotécnico-jurídico susceptível de, nunscasos, suster ou atenuar oagravamento da situação e, noutroscasos, criar melhores condiçõespara Portugal defender os seuslegítimos direitos e interesses.Como também resulta daapreciação feita nos Capítulos 3 e4, a Convenção, em termos dosseus princípios e orientações,apresenta aspectos positivos degrande importância para a defesados interesses e direitosportugueses no que se refere aoaproveitamento sustentável daságuas das bacias hidrográficasluso-espanholas, especialmente

quando comparada com a situaçãoactualmente existente,nomeadamente a que decorre dosConvénios anteriormenteestabelecidos com Espanha.

Por outro lado, a Convenção emapreciação deixa em abertoquestões fulcrais e, noutras, notam-se importantes insuficiências naforma como diversas matérias sãoabordadas. Entre estas matériasdestacam-se as que são reguladaspelo Protocolo Adicional quesuscitam justificadas preocupações.

Pelo seu conteúdo e características,a Convenção deve ser consideradacomo o início ou ponto de partidade um processo de coordenação dagestão e de partilha de águas dasbacias luso-espanholas, e não comoa conclusão desse processo,constituindo uma plataforma denegociação mais favorável para Por-tugal do que o regime até agoravigente, mas que salvaguardatambém as perspectivas e osinteresses espanhóis de utilizaçãodos recursos hídricos das baciascompartilhadas com Portugal.

Essa negociação prosseguirá numcontexto em que, por um lado, éprevisível que se continue a registaruma intensificação do uso da águaem Espanha, com as consequentesdificuldades acrescidas para Portu-gal e, por outro lado, o direitointernacional e comunitário deverácontinuar a evoluir no sentido deacolher progressivamente umquadro mais protector do país dejusante, designadamente sempreque estiverem em causa valoresecológicos e ambientais.

As virtudes da Convenção e aminimização dos seus aspectosnegativos dependerão, em grandemedida, da forma como a relaçãoentre os dois países for gerida nofuturo, nesta e noutras matérias, eem particular dos esforçosportugueses para dinamizar einfluenciar a negociação dasquestões que a Convenção deixa emaberto ou que são prejudiciais parao nosso País.

Neste contexto, resulta clara a

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 9

necessidade de Portugal tirar plenopartido de todo o espaço negocialque a Convenção permite econtinuar, com perseverança epertinácia, a fazer valer os seusdireitos e a defender os seusinteresses. Se tal for conseguido, eé imperioso que o venha a ser, julga-se que o balanço global da aplicaçãodesta Convenção serásuficientemente equilibrado epositivo para Portugal.

Seguiam-se diversasRecomendações para a Aplicaçãoe Desenvolvimento da Convenção.

Esta Apreciação do GT IV foisubmetida ao CNA que a analisoue discutiu na sua Sessão Plenáriade 26 de Março de 1999, de queresultou o seguinte Parecer sobre aConvenção, emitido pelo CNA, eaprovado por consenso eunanimidade, conforme consta darespectiva Acta:

O Conselho Nacional da Água, nasua reunião plenária de 26 de Marçode 1999, analisou a Apreciação nº01/CNA/99 elaborada pelo Grupo deTrabalho IV do Conselho,nomeadamente as suas conclusõese as recomendações quanto àaplicação e desenvolvimento da“Convenção sobre Cooperação paraa Protecção e o AproveitamentoSustentável das Águas das baciasHidrográficas Luso-Espanholas”, assim como osdemais documentos entãoentregues por outros membros doConselho, e teve em consideraçãoo debate sobre eles travado, emfunção do que se pronunciaglobalmente de modo favorávelacerca do conteúdo da Convenção,que considera suficientementeequilibrada e positiva para Portugal,desde que seja tido em conta osentido das recomendaçõesconstantes da mencionadaApreciação.

Refira-se ainda que, tendo emconsideração as observaçõesformuladas por escrito e oralmente,e os debates que tiveram lugar du-rante aquela reunião do CNA, o GTIV entendeu introduzir algumasalterações de pormenor na

Apreciação Nº 01/CNA/99 por sielaborada, no sentido de melhorclarificar o respectivo texto, tendoesta versão definitiva da Apreciaçãosido aprovada pelo GT IV em 6 deAbril de 1999.O Eng. Pedro Cunha Serra afirma,no seu “Ponto de Vista” publicadono Boletim nº 103, que o GT IVelaborou um projecto de Parecer«que nunca veio a ser aprovado pelo(CNA), que nele não se reviu» o quenão corresponde à verdade.

Como já foi demonstrado, nem o GTIV elaborou um projecto de Parecer,nem tal lhe havia sido encomendadopelo CNA; é, por isso, falaciosa aafirmação de que o CNA nãoaprovou esse projecto de Parecer(que não existiu) ou nele não sereviu. O projecto de Parecer que veioa ser aprovado pelo CNA foiapresentado pelo seu Secretário-Geral, Eng. António Eira Leitão, nodecurso da sessão plenária doCNA, de 26 de Março de 1999.

Mesmo que o Eng. Pedro CunhaSerra, por estranho lapso, tivesseconfundido a Apreciação feita peloGT IV com um projecto de Parecerdo CNA, a sua afirmação nãocorresponderia à verdade: o CNAnão procedeu a qualquer votaçãosobre a referida Apreciação, comoaliás tem sucedido com outrasApreciações elaboradas por Gruposde Trabalho criados pelo CNA parafundamentar os seus Pareceres.Não obstante, a maior parte dosmembros do CNA que, na suasessão plenária de 26 de Março de1999 se pronunciou sobre aApreciação, manifestou, de umamaneira geral, e salvo aspectospontuais, o seu acordo a essaApreciação.

O objectivo da Apreciação, conformedecisão do CNA já atrás referida, erafundamentar o Parecer solicitado aoCNA (e não ao GT IV) pela Ministrado Ambiente. A orientação aprovadapela Ministra do Ambiente para otrabalho a realizar pelo GT IVindicava, como também já atrás foireferido, que a Apreciação deveria,entre outros aspectos, propiciar umpronunciamento global do CNA,favorável ou desfavorável, sobre o

conteúdo da Convenção.

Foi isso, exactamente, o que foi feitopelo GT IV.

A verdade é que o CNA adoptou opronunciamento globalfundamentado e propiciado pelaApreciação elaborada pelo GT IV,bem como o sentido dasRecomendações para a Aplicaçãoe Desenvolvimento da Convençãoincluídas nessa Apreciação.

A Apreciação feita pelo GT IV tem42 páginas organizadas em 5capítulos, e 4 anexos. No seuCapítulo 3- Apreciação naGeneralidade, incluiu-se umaapreciação dos Aspectos Positivose dos Aspectos Negativosdetectados pelo GT IV naConvenção, tal como estavadeterminado na orientação daMinistra do Ambiente jáanteriormente referida.

Como é referido na Apreciação, areferência a aspectos negativos nãopretende traduzir qualquerapreciação ou qualificação dotrabalho realizado pelosnegociadores portugueses, nemsignificar qualquer convicção de queteria sido possível, com os mesmosou outros negociadoresportugueses, evitar esses aspectosnegativos e alcançar melhoresresultados.

Aliás, em minha opinião pessoal, jápublicamente afirmada por diversasvezes, o Eng. Pedro Cunha Serra(bem como o conjunto dosnegociadores portugueses) realizou,no decorrer das negociações comEspanha, um trabalho de grandemérito e qualidade, e da maiorimportância para a defesa dosinteresses portugueses, emconformidade com as orientaçõesdo Governo e, em particular, doMinistro dos Negócios Estrangeirose da Ministra do Ambiente.

Esta matéria não está, portanto, emcausa.

O Eng. Pedro Cunha Serra tem,obviamente, o direito de discordarda Apreciação feita pelo GT IV,

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10 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

portuguesa-não-prof iss ionaldesignada SIGMA Lite; dadisponibilização em CD-ROM dorespectivo sistema de informação naversão portuguesa profissional,designada SIGMA Pro, que permitiráo tratamento estatístico dainformação, a sua visualizaçãográfica e mesmo a introdução denovos indicadores.

Investigação &Desenvolvimento

Inve

stig

ação

& D

esen

volv

imen

to designadamente no que se refereaos aspectos negativos apontadosà Convenção.

Já me parece, no entanto,desnecessário que o faça de formadeselegante, como sucedeu com oseu “Ponto de Vista” publicado noBI nº 103.

Como é evidente:

· a Apreciação 01/CNA/99 éda exclusivaresponsabilidade do GT IV,e apenas traduz o seupensamento sobre amatéria;

· o Parecer do CNA sobre aConvenção é da exclusivaresponsabilidade desteórgão consultivo deplaneamento nacional nodomínio da água, e apenastraduz o seu pensamentosobre a matéria;

· as opiniões das diversasindividualidades que sobreesta matéria se têmpronunciado, certamentetambém muito legítimas,são da sua exclusivaresponsabilidade etraduzem, apenas, o seupensamento sobre estamatéria..

Mário Lino CorreiaCoordenador-Relator do Grupo deTrabalho IV, do CNA00-09-22

entidades gestoras portuguesasacabam de estabelecer um acordocom o LNEC para a implementaçãoem Portugal do novo sistema deindicadores para avaliação dodesempenho na gestão de sistemasde abastecimento de águas e deáguas residuais.Este projecto, de âmbito nacional,desenvolve-se no contexto maisgeral dos trabalhos desenvolvidosdesde 1996 por uma equipainternacional coordenada peloLNEC, sob a égide da AssociaçãoInternacional da Água (IWA), queeditou recentemente o volume “Per-formance indicators for water sup-ply services” da série “IWA Manu-als of Best Practice”, para cujodesenvolvimento contribuiu aexperiência de mais de duascentenas de especialistas de cercade meia centena de países.

Este núcleo duro de entidadesgestoras, potenciais utilizadoraspreviligiadas deste instrumento,inclui o grupo Águas de Portugal S.A. - através de sete das suasempresas participadas - bem comoa Luságua, as Águas da Figueira,os Serviços Municipalizados deBeja, de Castelo Branco, deEsposende, de Loures, de Oeiras eAmadora e de Sintra e a CâmaraMunicipal do Barreiro. Participatambém o Instituto Regulador deÁguas e Resíduos.

Estas entidades beneficiarão daimplementação interna, para uso ebenefício próprios, do sistema deavaliação de desempenho parasistemas de abastecimento de água;da possibilidade de participação nodesenvolvimento de um novoconjunto de indicadores dedesempenho para sistemas deáguas residuais e sua posteriorimplementação interna; do apoio deconsultoria técnica pelo LNEC naimplementação do sistema deindicadores; da frequência deacções de formaçãoespecificamente destinadas aosgestores e técnicos das entidadesparticipantes; da disponibilização daversão portuguesa do manual deindicadores de desempenho,incluindo um CD-ROM do respectivosistema de informação, na versão

Iniciativa pioneira deavaliação do desempenhodas entidades gestoras desistemas de abastecimentode águas e águas residuais

em Portugal

Um conjunto seleccionado de

Neste projecto, o LNEC contarácom o apoio do Instituto SuperiorTécnico e do Instituto deTecnologias da Água (ITA) daUniversidade de Valência.

Informações Eng. Helena Alegre LNEC /Departamento de Hidráulica Núcleode Engenharia Sanitária E-mail:[email protected] Tel: 21 844 36 26Fax: 21 844 3032 Eng. Jaime Melo Baptista LNEC /Departamento de Hidráulica E-mail:[email protected] Tel: 21 844 3420 Fax: 21 844 3031

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 11

Descarregadores de blocosde betão pré-fabricados

sobre barragens de aterro

Carlos Alberto Martins Custódio

(Dissertação de Mestradoapresentada no Instituto SuperiorTécnico da Universidade Técnicade Lisboa, sob a orientação do

Prof. Doutor António doNascimento Pinheiro)

Resumo

A procura de soluções, de baixocusto e fácil execução, paraaumento da capacidade de vazão dedescarregadores de cheias debarragens de aterro assume particu-lar importância face aos acidentesocorridos em barragens de aterroportuguesas, por incapacidade dosdescarregadoresde cheias, e aos resultados deestudos de reavaliação dasegurança que demonstraram ainsuficiência de descarregadoresexistentes. Neste contexto, oestudo de descarregadoreshabitualmente designados nãoconvencionais, implantados sobrebarragens de aterro, nomeadamentedescarregadores com soleira emdegraus, surgiu como um campo deinvestigação com interessesignificativo.

O presente estudo pretende analisara informação disponível, identificaraspectos menos estudados, teóricae experimentalmente, e estabeleceras bases para que em Portugal sepossa vir a construir um primeiroprotótipo de um descarregador deblocos de betão pré-fabricadossobre uma barragem de aterro, quepermita validar os critériosexistentes, consolidar osconhecimentos disponíveis edemonstrar as vantagens técnicase económicas de tal solução.

Assim, procedeu-se a uma revisãobibliográfica, na qual se inclui umacaracterização geral dosdescarregadores de blocos de betãopré-fabricados e se apresentam asprincipais aplicações e critérios de

dimensionamento. Apresentam-seas disposições construtivasconsideradas mais importantespara o funcionamento dedescarregadores de blocos de betãopré-fabricados.

Com base na revisão bibliográfica enas disposições construtivasapresentadas, elaborou-se umprograma de cálculo automático quepermite efectuar o dimensionamentode descarregadores de blocos debetão pré-fabricados, considerandovárias soluções para as estruturasconstruídas in situ, em betãoarmado. O programa estima o custodestas soluções, utilizando umconjunto de preços unitários dasprincipais quantidades de trabalhoconsideradas.

Compararam-se as diversassoluções implementadas, aplicandoa metodologia de dimensionamentoa três perfis de barragens de aterro,correspondentes a alturas de 7, 15e 30 m e caudais dedimensionamento compreendidosentre 10 e 300 m3/s. Para a soluçãoque se revelou mais económica,realizou-se uma aná l ise àvariabilidade dos parâmetros maisrelevantes. Por fim, aplicou-se ametodologia desenvolvida aodimensionamento dedescarregadores de cheiascomplementares para as barragensdas Marzelonas, Gata, Monte daRibeira e Fonte de Serne.

São apresentadas conclusões sobrea aplicabilidade de descarregadoresde blocos de betão pré-fabricadosem forma de cunha comsobreposição.

Palavras chave: Descarregador decheias não convencional;descarregador em degraus; blocosde betão pré-fabricados; blocos debetão pré-fabricados em forma decunha.

Escoamento em quedassucessivas. Ocorrência e

dissipação de energia

Cristina Maria Sena Fael

(Dissertação de Mestradoapresentada no Instituto SuperiorTécnico da Universidade Técnicade Lisboa, sob a orientação do

Prof. Doutor António doNascimento Pinheiro)

Resumo

O estudo dos escoamentos emdescarregadores com soleira emdegraus constitui desde há algumasdécadas um tema de investigação.Não obstante ter sido realizado umnúmero apreciável de estudosexperimentais e trabalhos de índoleteórico-experimental, oconhecimento das característicasdo escoamento é ainda insuficiente,pois não se dispõe de critérios dedimensionamento suficientementefundamentados para se dispensaremensaios em modelos das obras maissignificativas.

Neste contexto, o presente estudotem como objectivos determinarexperimentalmente a ocorrência doescoamento em quedas sucessivase avaliar a energia residual no pé dodescarregador com soleira emdegraus em função do caudal e dageometria dos degraus.

Procede-se a uma análise dasprincipais contribuições existentese reproduzem-se e comentam-se osresultados julgados mais relevantes.

Descreve-se a instalação experi-mental, desenvolvida no Laboratóriode Hidráulica e Recursos Hídricosdo IST, que compreende umdescarregador com soleira emdegraus de geometria variável, ondeforam efectuados ensaios paradegraus com declives de 1/2, 1/3,1/4 e 1/5, incluindo ou nãotravessões amovíveis, colocadosnas extremidade de jusante dosdegraus, com alturas de 4, 10 e 14mm.

Apresentam-se e discutem-se os

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12 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

resultados obtidos em relação àocorrência do escoamento emquedas sucessivas e à energia re-sidual no pé do descarregador.

Finalmente, analisa-se a influênciada colocação dos travessões naextremidade de jusante dos degrausna ocorrência do escoamento emquedas sucessivas e na energia re-sidual no pé do descarregador.

Palavras chave: Descarregadoresem degraus; escoamento emquedas sucessivas; energiaespecífica residual; degraus comtravessões

Programas de Investigaçãodo LNEC

Foram apresentados a concurso deacesso à categoria de Investigador-Coordenador do LaboratórioNacional de Engenharia Civil osseguintes programas deinvestigação:

Gestão integrada de águaspluviais em meio urbano. Visãoestratégica e soluções para ofuturo

Maria Rafaela de SaldanhaGonçalves Matos

Este Programa de Investigaçãopretende ser um contributo para aformulação do enquadramentocientífico e técnico da gestãointegrada de águas pluviais em meiourbano e para a antecipação eprogramação de linhas estratégicase de acções-chave de Investigaçãoe Desenvolvimento (I&D). Emboraessencialmente focalizado nasmetodologias, nos instrumentos enas actividades de I&D orientadaspara o desenvolvimento integrado esustentável dos sistemas pluviaisnas próximas décadas, não deixa dese fazer referência, no âmbito deestratégias globais de gestão ur-bana da água, a algumas visõesinovadoras no que respeita adrenagem de águas residuais

domésticas ou de águas residuaisdomésticas e pluviais em conjunto.

(in Gestão integrada de águaspluviais em meio urbano. Visãoestratégica e soluções para o futuro,LNEC, 1999)

A costa portuguesa: conhecerpara valorizar e proteger

Eduardo Manuel Saraiva Henriquesde Oliveira

O Programa de Investigação que sepropõe aborda, fundamentalmente,dois projectos de âmbitos distintos,contribuindo o segundo para osobjectivos do primeiro:1. Valorização e protecção da

zona costeira portuguesa.2. Sistema de informação

geográfica da costa portuguesa.O primeiro tem características“horizontais”, apelando àpluridisciplinaridade científica dasactividades a desenvolver no âmbitodo projecto, por forma asatisfazerem-se os objectivospreconizados.O segundo projecto mencionadoconstitui a contribuição específicado candidato no projecto, visandocobrir um dos objectivospreconizados no primeiro: adisponibilização de instrumentos deapoio à gestão sustentável da zonacosteira, através da definição,construção e disponibilizaçãopública de um sistema deinformação geográfica.A este objectivo acresce o de sepretender que venha a constituiruma contribuição para a consecuçãode uma das medidas preconizadaspelo Governo na sua Estratégia paraa orla Costeira, tal como definida naResolução do conselho de Ministrosde 26 de Fevereiro de 1998 (…), oque o torna simultaneamentealiciante e ambicioso, mas de muitaresponsabilidade.

(in A costa portuguesa: conhecerpara valorizar e proteger, LNEC,1999)

Inventariando, monitorizando egerindo de forma sustentávelrecursos hídricos subterrâneos. Asituação portuguesa, os desfiosda União Europeia e aGlobalização

João Paulo de Cárcomo LoboFerreira

Este Programa de Investigação visa,assim, (1) contribuir para umasustentação científica no domíniodos Recursos HídricosSubterrâneos, incorporandocriticamente o vasto conhecimentojá adquirido no País; (2) contribuirpara um melhor conhecimentosobre os temas de investigação naUnião Europeia, visando o reforçodas actividades nacionais deinvestigação, em recursos hídricossubterrâneos, no contexto actual devontade política de incrementar aacção portuguesa de investigaçãona Europa; e (3) contribuir para ummelhor conhecimento nacionalsobre o tema da internacionalizaçãoalém União Europeia, visando oreforço das actividades nacionais deinvestigação em recursos hídricossubterrâneos aplicados ao contextoactual, e pretendido, deglobalização e afirmação do papelinternacional da investigaçãocomunitária.

(in Inventariando, monitorizando egerindo de forma sustentávelrecursos hídricos subterrâneos. Asituação portuguesa, os desfios daUnião Europeia e a Globalização,LNEC, 1999)

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 13

Legislação

Leg

islação/P

ub

licações

Ano XI Nº 14 Abril/Junho 2000ISSN 0103 5134

BIORevista Brasileira de Saneamentoe Meio AmbienteAno XI Nº 15 Julho/Setembro 2000ISSN 0103 5134

Boletín Geológico y MineroVol. 111, Nº 2 y 3, Marzo-Abril yMayo-Junio 2000Instituto Tecnológico GeoMinerode EspañaISSN 0366 0176

Boletín Geológico y MineroVol. 111, Nº 4, Julio – Agosto 2000Instituto Tecnológico GeoMinerode EspañaISSN 0366 0176

Engenharia Sanitária eAmbientalABES – Associação Brasileira deEngenharia Sanitária e AmbientalVol. 4 – nº 3 e 4; Jul./Set. e Out./Dez. de 1999ISSN 1413-4152

Estuariales NewsEdição da Rede EstuarialesTrimestral Nº 2 Junho de 2000

Estuariales NewsEdição da Rede Estuariales,Trimestral Nº 3, Setembro 2000

HidromarBoletim Informativo do InstitutoHidrográfico, N 52, 2ª Série, Junho2000

HidromarBoletim Informativo do InstitutoHidrográfico, N 53/55, 2ª Série,Julho 2000

HidromarBoletim Informativo do InstitutoHidrográfico, N 54/55, 2ª Série,Agosto/Setembro 2000

Informa apesbBoletim Informativo da AssociaçãoPortuguesa para Estudos deSaneamento BásicoMaio/Junho 2000 Nº 30

Decreto-lei nº 131/2000, de 13 deJulho de 2000.Cria o Sistema Multimunicipal deSaneamento do Baixo Cávado e Avepara recolha, tratamento e rejeiçãode efluentes dos municípios deBarcelos, Esposende, Póvoa deVarzim, Vila do Conde e Vila Novade Famalicão.

Decreto-lei nº 121/2000, de 4 deJulho de 2000.Cria o Sistema Multimunicipal deAbastecimento de Água e deSaneamento do Alto Zêzere e Côa,para captação, tratamento eabastecimento de água paraconsumo público e para recolha,tratamento e rejeição de efluentesdos municípios de Almeida,Belmonte, Covilhã, Figueira deCastelo Rodrigo, Fundão, Guarda,Manteigas, Meda, Penamacor,Pinhel e Sabugal.

Decreto-Lei nº 122/2000, de 4 deJulho de 2000.Transpõe para a ordem jurídicainterna a Directiva nº 96/9/CE, doParlamento Europeu e do Conselho,de 11 de Março, relativa à protecçãojurídica das bases de dados.

Urban RiversG. PettsSetembro 2000ISBN 1 900222 22 1IWA Publishing

Losses in Water Distribution Net-works

IWA Manual of Best PracticeMalcolm R. Farley, ConsultantOutubro 2000ISBN 1 900222 11 6IWA Publishing

Performance Indicators in WaterSupply Systems

Publicações

IWA Manual of Best PracticeHelena Alegre (ed)Junho 2000ISBN 1 900222 27 2IWA Publishing

Hydraulics of Stepped Spillways– Proceedings of the internationalworkshop on hydraulics of steppedspillways, Zurich, Switzerland, 22-24March 2000H. E. Minor & W. H. Hager (eds)2000ISBN 90 5809 135 XA.A. Balkema

HydrometryW. BoitenMarço 2000ISBN 90 5410 419 8A.A. Balkema

Membrane Bioreactors forWastewater TreatmentT. Stephenson, K. Brindle, S. Judd,B. JeffersonJuly 2000ISBN: 1 900222 07 8IWA Publishing

Process Control of ActivatedSludge Plants by MicroscopicSludgeInvestigationDick H EikelboomJuly 2000ISBN: Manual e CD: 1 900222 30 2 Manual: 1 900222 29 9IWA Publishing

Publicações recebidas naAPRH

ABRH NotíciasNº 1 – Março / 2000Revista Informativa da AssociaçãoBrasileira de Recursos Hídricos

ABRH NotíciasNº 2 – Julho / 2000Revista Informativa da AssociaçãoBrasileira de Recursos Hídricos

Ambiente MagazineNúmero 26, Jul./ Ago./ Set. 2000

BIORevista Brasileira de Saneamentoe Meio Ambiente

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14 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

EventosE

ven

tos Informa apesb

Boletim Informativo da AssociaçãoPortuguesa para Estudos deSaneamento BásicoJulho/Agosto 2000, Nº 31

Investigação OperacionalAPDIO – Associação Portuguesa deInvestigação OperacionalVolume 20, Número 1, Junho 2000ISSN 0874 5161

RBRH – Revista Brasileira de RecursosHídricosAssociação Brasileira de RecursosHídricosVol. 5, Nº 2, Abr/Jun 2000ISSN 1414 381X

RBRHRevista Brasileira de RecursosHídricosVol. 5, Nº 3 Jul/Set 2000ISSN 1414 381X

Revista do AmbienteRevista Trimestral do Ministério doAmbiente e do Ordenamento doTerritórioJunho 2000ISSN 0873 8319

Revista do AmbienteJunho 2000Revista Trimestral do Ministério doAmbiente e do Ordenamento doTeritórioISSN 0873 8319

Stockholm Water FrontNº 3, October 2000

Techniques, Sciences, MethodesGenie Urbain, Genie RuralNº 6 Juin 2000ISSN 0299 7258

Techniques, Sciences &Methodes (TSM)AGHTMnº 7-8; Julho-Agosto de 2000ISSN 0299-7258

Plano Estratégico deAbastecimento de Água e deSaneamento de Águas Residuais(2000 – 2006)Ministério do Ambiente e doOrdenamento do Território, Gabinetedo MinistroAbril, 2000

2nd International Conference onInteraction Between Sewers,Treatment Plants and Receiv-ing Waters in Urben Areas –INTERURBA II19-22 Fevereiro 2001LisboaOrganizaçãoDepartamento de Engenharia Civile Arquitectura, Instituto SuperiorTécnicoLaboratório Nacional deEngenharia CivilSewer Systems & ProcessesWorkingGroup of the IAHR/IWA JointCommittee on Urban DrainageInformações:Secretariado da INTERURBA IICentro de Documentação eInformação TécnicaLaboratório Nacional deEngenharia CivilAvenida do Brasil, 1011700-066 Lisboa, PortugalTel.: +351 21 848 21 31 ext. 2483Fax: + 351 21 847 47 59e-mail: [email protected]

XXIX IAHR Congress21st Century: The New Era forHydraulic Research and ItsApplications17-21 Setembro, 2001Beijing, ChinaInformações:International Association forHydraulic ResearchP.O. Box 177, 2600 MH Delft, TheNetherlandsTel: +31 15 285 8819;Fax: +31 15 285 84 17e-mail: [email protected]: http://www.iahr.nl

Prof. Li, Guifen and/or Mr. Wang,LianxiangLOC of XXIX IAHR CongressChina Institute of Water Re-sources and Hydropower Re-searchP.O. Box 366, Beijing 1000444,ChinaTel: +86 10 684 12173;Fax: +86 10 684 12316

e-mail: [email protected]: http://www.2001iahr.iwhr.com

International Conference onHydrological Challenges inTransboundary Water Re-sources Management25 – 27 Setembro 2001Koblenz, Federal Republic ofGermanyOrganização:National Committee of the FederalRepublic of Germany for theInternational HydrologicalProgramme of UNESCO and theOperational Hydrology Programmeof WMOInformações:Professor Dr. K. HofiusBundesanstalt für GewässerkundeIHP/OHP-SekretariatPostfach 20025356002 KoblenzGermanyTel: +49 261 1306 5313 / 5440;Fax: +49 261 1306 5422e-mail: [email protected]: http://www.bafg.de

VII Conferência Nacional sobrea Qualidade do Ambiente18 – 20 Abril 2001Universidade de AveiroInformaçõesVilma SilvaDepartamento de Ambiente eOrdenamento – Universidade deAveiroTel: 234 370 200; Fax: 234 429290e-mail: [email protected]: http://www.dao.ua.pt/setima

International Conference onSaltwater Intrusion and CoastalAquifers-monitoring, Modelingand Management (SWICA-M3)18-25 Abril 2001Essaouira, MorrocosInformações:Prof. Alexander ChengDepartment of Civil & Environmen-tal EngineeringUniversity of DelawareNewark, Delaware 19716, USATel: 1-302-831-6787; Fax: 1-302-831-3640

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 15

e-mail: [email protected]

IV Diálogo InterAmericano deGerenciamento de ÁguasFoz do Iguaçu, Paraná, Brasil22-26 Abril 2001Informações:Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 317 –cj. 5301317-901 –São Paulo SPe-mail: [email protected]: www.ivdialogo.com

4th International Conference onCoastal Dynamics 200111-15 Junho 2001Lund, SuéciaInformações:CD’01Dept. of Water Resources Engineer-ingLund UniversityBox 118SE-22100 LundSWEDEN .Email: [email protected]: +46 46 222 4435Tel.: +46 46 222 8987

XXIX IAHR Congress21st Century: The New Era forHydraulic Research and its Ap-plicationsSeptember 16-21, 2001Beijing, Chinae-mail: [email protected]: http://www.2001iahr.iwhr.com

Sardinia 2001Eighth International Waste Man-agement and Landfill Sympo-sium1-5 Outubro 2001S. Margherita di Pula (Cagliari),Sardinia, ItalyOrganização:CISA – Environmental Sanitary En-gineering CentreInformações:h t t p : / / w w w . u n i p d . i t /sardiniasymposium/

3rd International Symposium onEnvironmental HydraulicsWith a Special Theme in UrbanFluid Dynamics5-8 Dezembro 2001Arizona State UniversityInformações:

Dr. Robert RankinP.O. Box 876106Tempe, AZ 85287-6106USAFax: (1) 480-965-1384e-mail: [email protected]: http://www.eas.asu.edu/iseh2001

Environmental Flows for RiverSystems3-8- Março 2002Cidade do Cabo, África do SulInformações:Fax: ++27-21-6503887e-mail: [email protected]: http://www.southnwaters.co.za

Hydroinformatics 2002Fifth International Conference onHydroinformatics1-5 Julho 2002Cardiff, Reino UnidoInformações:Cherrie SummersHydroinformatics 2002 SecretariatCardiff School of Engineering,Cardiff University,Queen’sBuildingsPO Box 917, Cardiff CF24 0XH,Wales, UKTel/Fax: +44 (0)29 2087 4421e-mail: [email protected]: http://www.cf.ac.uk/engin/news/confs/hydro

26º Encontro da EuropeanGeophysical Society

O próximo encontro - o 26º - daEuropean Geophysical Society de-correrá de 25 a 30 de Março de2001, em Nice, França. A data limi-te para a recepção de resumos é 1de Dezembro de 2000. Por congre-gar colegas das mais diversas áre-as de trabalho, a nível internacional,torna-se num bom fórum de trocade ideias e debate. Sendo este en-contro pluridisciplinar - incluíndodesde ciências da atmosfera e oce-anografia até ciências dos planetase do sistema solar - chama-se aatenção para alguns temas e sub-temas:

- Hidrologia e Sistemas em

Ciências da TerraHidrologia da crusta terrestre:Interacções entre águas super-ficiais e subterrâneas, caracte-rização de processos de drena-gem e transporte em fracturase meios fracturados e porosos;Recuperação doarmazenamento em aquíferos.Hidrologia de rios e estuários:Identificação de origens de se-dimentos e poluentes em rios;A vegetação e a forma do canalno controlo dos fluxos de águae transporte de sedimentos econtaminantes nos rios; Reabi-litação de rios- as bases cientí-ficas.Mudanças locais e globais nonível dos mares: Avanços nastécnicas e observações: satéli-tes, altimetria e medidores demaré; Causas e consequênciasdas alterações no nível do mar.Hidrologia e tempo;Hidrologia dos processos à su-perfície;Hidrologia e processos nos so-los: Transporte e destino depesticidas no solo e nas águassubterrâneas; Fluxo de água nazona não saturada e transportede solutos; Processos narizosfera e ecohidrologia nazona não-saturada.Hidrologia e processos quími-cos: Terrenos contaminados:atenuação natural, barreirasreactivas e métodos de reabili-tação in-situ; Processosmicrobiológicos na química sub-superficial.Hidrologia e matemática aplica-da: Técnicas analíticas emhidrologia.

- Gestão e investigação em re-cursos hídricosAvaliação de recursos hídricospara a gestão de bacias;Investigação e gestão em baci-as hidrográficas: A Directiva-Quadro da Água e a modelaçãoem bacias hidrográficas; Influ-ência da cobertura do terreno,uso do solo e características dosolo superficial nos processoshidrológicos e balanço hídricode bacias; Efeitos climáticos eantropogénicos nos processoshidrológicos;Riscos meteorológicos e

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16 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

Internet

The Economics of NaturalResources12 – 23 Março 2001International Centre for AdvancedMediterranean Agronomic Studies(CIHEAM)Mediterranean Agronomic Instituteof Zaragoza (IAMZ)Informações:Instituto Agronómico Mediterráneode ZaragozaApartado 202, 50080 Zaragoza(Spain)Tel: +34 976 71 60 00Fax: +34 976 71 60 01e-mail: [email protected]://www.iamz.ciheam.org

Cu

rso

s /

Inte

rnet hidrológicos: Previsão de chei-

as em tempo real – gestão deprocessos e experiências.Gestão de zonas húmidas;Gestão de zonas costeiras;Sistemas de apoio à decisãopara a gestão de recursoshídricos e de baciashidrográficas;Gestão de águas subterrâneas:Optimização e gestão de águassubterrâneas; Métodoscomputacionais para sistemasde águas subterrâneas;Hidrologia e biosfera:Monitorização e remediação doimpacte humano nos recursoshídricos

- Engenharia de recursoshídricos

Frequências regionais e análise deextremos de precipitação e cheias;Modelação de precipitação-escoamento para a estimativa decheias de dimensionamento;Conceitos de risco e incerteza nodimensionamento e controlo dealbufeiras; Engenharia de rios:morfologia e impactes ambientais;Risco, probabilidade, hidrologia ehidráulica em zonas de cheias;Processamento de dados obtidospor detecção remota em modeloshidrológicos; Sessão aberta emhidrometria; Hidroinformática.

Cursos

International Assotiation ofHydrological Scienceshttp://www.wlu.ca/~wwwiahs/index.html

Waterwebhttp://www.waterweb.org/

Fundação das Nações Unidashttp://www.unfoundation.org/

Florida Center for EnvironmentalStudieshttp://www.ces.fau.edu/

Rede Interamericana de RecursosHídricoshttp://www.irwn.net/

Instituto Earthwatchhttp://www.earthwatch.org/

(Fonte: ABRH Notícias - RevistaInformativa da Associação Brasileirados Recursos Hídricos, nº 2 - Julhode 2000)

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 17

Imp

rensa

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18 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

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Ambiente Magazine, nº 26 - Jul. /Ag. /Set. de 2000

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20 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

Diário de Notícias, 7 de Junho de 2000

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Boletim Informativo nº 104 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos 21

Diário de Notícias, 30 de Julho de 2000

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22 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

Expresso, 13 de Maio de 2000

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Jornal de Notícias, 30 de Setembro de 2000

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Público, 26 de Setembro de 2000

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Público, 27 de Setembro de 2000

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26 Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos Boletim Informativo nº 104

Público, 30 de Junho de 2000

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Novos associados

Associados colectivos

192 Aqualogus

No

vos

Ass

oci

ado

s

Público, 30 de Setembro de 2000

Associados singulares

1451 José João M.da RochaAfonso

1452 Maria Emília Novo1453 José Carlos P. Machado da

Silva1454 Jorge Filipe Francisco1455 Helena Isabel Carvalho

Piçarra1456 António Machado Relvão

1457 Paulo Faria de Oliveira1458 Isabel Maria G. Landeiro

Antunes Tomás1459 Luisa Maria A. Pinto Diogo1460 João Miguel da Silva

Oliveira1461 Cristina Maria T. D. Reis

Tadeu1462 Maria Teresa Condesso de

Melo