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à frente do nosso tempo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 1/14 Instituto de Meteorologia, I. P. Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt Nº3, Março 2011 CONTEÚDOS IM,I.P. 01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 02 Descrição Agrometeorológica 08 Informação agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1- Classificação da precipitação (por decis) em Março 2011 RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Março 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt Durante o mês de Março de 2011 no Continente, a 2ª década foi a mais chuvosa em todo o Pais, registando valores acima dos normais 1971-2000. A 1ª década foi muito chuvosa nas regiões do Sul e a 3ª década nas regiões do Norte e Centro. Quanto à temperatura do ar, a 1ª década foi a mais fria com valores de temperatura média inferiores ao valor normal 1971-2000, enquanto que, a 3ª década foi a mais quente, registando-se valores de temperatura média do ar superiores ao normal. Os solos continuam com teores de água armazenada no solo elevados (expressos em percentagem da capacidade de água utilizável pelas plantas), superiores a 80% em quase todo o território. O número de horas de frio acumuladas entre Outubro e Março para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste do Continente, atingiu as 550 horas de frio em quase todos os concelhos da região, apenas os concelhos junto ao litoral a sul de Peniche e no concelho de V. F. Xira ainda não atingiram esse valor. Quanto à temperatura acumulada para a vinha (01/01 a 31/03 2011), em Portugal Continental, os menores valores, inferiores a 200 ºC, regista-se em parte das regiões do interior Norte e Centro e os maiores valores superiores a 600 ºC, registam-se no Litoral das regiões Norte e Centro e em quase toda a região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela. Mais informação na pág. 02. Boletim Meteorológico para a Agricultura ISSN 2182-0597 Publicação Mensal DIRECTOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

Boletim Meteorológico para a Agricultura · 08 Informação agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos Figura 1 - Classificação da precipitação (por decis) em

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Nº3, Março 2011 CONTEÚDOS

IM,I.P.

01 Resumo 02 Descrição Meteorológica 02 Descrição

Agrometeorológica 08 Informação

agrometeorológica especifica 10 Previsão Mensal 11 Anexos

Figura 1- Classificação da precipitação (por decis) em Março 2011

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Março 2011 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt

Durante o mês de Março de 2011 no Continente, a 2ª década foi a mais chuvosa em todo o Pais, registando valores acima dos normais 1971-2000. A 1ª década foi muito chuvosa nas regiões do Sul e a 3ª década nas regiões do Norte e Centro. Quanto à temperatura do ar, a 1ª década foi a mais fria com valores de temperatura média inferiores ao valor normal 1971-2000, enquanto que, a 3ª década foi a mais quente, registando-se valores de temperatura média do ar superiores ao normal. Os solos continuam com teores de água armazenada no solo elevados (expressos em percentagem da capacidade de água utilizável pelas plantas), superiores a 80% em quase todo o território. O número de horas de frio acumuladas entre Outubro e Março para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste do Continente, atingiu as 550 horas de frio em quase todos os concelhos da região, apenas os concelhos junto ao litoral a sul de Peniche e no concelho de V. F. Xira ainda não atingiram esse valor. Quanto à temperatura acumulada para a vinha (01/01 a 31/03 2011), em Portugal Continental, os menores valores, inferiores a 200 ºC, regista-se em parte das regiões do interior Norte e Centro e os maiores valores superiores a 600 ºC, registam-se no Litoral das regiões Norte e Centro e em quase toda a região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.

Mais informação na pág. 02.

Boletim Meteorológico para a Agricultura

ISSN 2182-0597Publicação Mensal

DIRECTOR: Dr. Adérito Vicente Serrão

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1. Descrição Meteorológica

1ª Década, 01-10 de Março de 2011 A situação meteorológica no Continente foi determinada por anticiclones ou cristas anticiclónicas de 1 a 3 e parcialmente nos dias 4, 9 e 10. Entre 4 e 10, uma depressão que se centrou essencialmente entre a Madeira e o Continente condicionou também o estado do tempo, com ocorrência de aguaceiros, mais frequentes nas regiões Centro e Sul e mais intensos no Algarve em particular no dia 8. Este período, foi igualmente caracterizado pela ocorrência de trovoada e de aguaceiros de neve na serra da Estrela e pela queda de granizo. Entre 1 e 3, o céu esteve em geral pouco nublado no Continente e nos dias 9 e 10, apenas a região Norte apresentou boas abertas. Durante toda a década, o vento predominou do quadrante leste, soprando por vezes forte com rajadas nas terras altas do interior Norte e Centro. Houve condições para a formação de geada nas regiões do interior nos dias 1 e 2 e a temperatura do ar registou uma subida no dia 6.

2ª Década, 11-20 de Março de 2011 O estado do tempo no Continente foi condicionado por regiões depressionárias entre os dias 11 e 15, centrando-se inicialmente a sul do território e evoluindo gradualmente para norte. No dia 16, um anticiclone localizado a oeste da Madeira começou a deslocar-se para a Península Ibérica, tendo permanecido nesta região até dia 20. Na primeira metade da década predominou a ocorrência de precipitação, em regime de aguaceiros, por vezes fortes, de granizo e acompanhados de trovoada, em especial entre os dias 13 e 15 e que foram de neve nas terras altas no dia 13. A partir do dia 16, o céu tornou-se progressivamente pouco nublado ou limpo, a temperatura do ar registou uma subida gradual, apresentando o valor mínimo uma descida no dia 18, e o vento predominou do quadrante leste.

3ª Década, 21-31 de Março de 2011 O estado do tempo no Continente foi condicionado por regiões depressionárias, às quais estiveram associados, por vezes, sistemas frontais, excepto nos dias 21 e 31 em que a influência de um anticiclone foi nítida. De salientar, nos dias 22 a 24, em que um anticiclone intenso localizado nas ilhas Britânicas condicionou a evolução natural para leste de uma depressão que permaneceu, por isso, junto ao Continente neste período. Ocorreu chuva, em regime de aguaceiros, em toda a década, excepto nos dias 21 e 31, e que foi forte nos dias 24 e 28 e acompanhada de trovoada entre 22 e 24. O vento predominou do quadrante leste entre os dias 21 e 24 e no dia 31, e do quadrante oeste entre 25 e 30. No dia 31, a temperatura máxima registou uma subida acentuada em alguns locais. 2. Descrição Agrometeorológica

2.1 Temperatura Os valores da temperatura média no Continente foram em geral mais baixos na 1ª década do mês e mais altos na 3ª década, tendo variado, na 1ª década entre 1.6 ºC em Penhas Douradas e 12.8 ºC em Faro, na 2ª década entre 5.0 ºC em Penhas Douradas e 14.1 ºC em Sagres, e na 3ª década entre

Descrição dos elementos climáticos e agrometeorológicos

década

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6.1 ºC em Penhas Douradas e 16.2 ºC em Lisboa e Faro. Em relação ao valor médio 1971-2000 os valores da temperatura média, foram em geral, inferiores à normal na 1ª década, próximos da normal na 2ª década, excepto em parte da região Sul e alguns locais do Centro, onde foram inferiores e na 3ª década foram superiores à normal. Os desvios em relação aos valores normais (1971-2000) variaram, na 1ª década, entre -3.6ºC em Penhas Douradas e +0.2ºC em Monção e Chaves, na 2ª década entre –2.4ºC em V.R.Sto Antonio e +1.0ºC em Miranda Douro e na 3ª década variaram entre -0.1ºC em Castelo Branco e +2.6 ºC em Monção (Figura 2).

Figura 2 Distribuição espacial da temperatura média do ar nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Março de 2011 (em cima) e

respectivos desvios em relação à média 1971-2000 (em baixo)

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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2.2 Temperaturas acumuladas1/Avanço-Atraso das Culturas

No Quadro I apresentam-se os valores da temperatura acumulada no final de Março de 2011, para várias localidades do Continente, considerando a temperatura base de 0ºC desde Setembro e de 6ºC desde Janeiro. O mesmo quadro contém também informação sobre o número de dias de atraso ou avanço potencial mensal das culturas para temperaturas base de 0, 4, 6 e 10ºC, verificando-se atraso na maior parte dos locais analisados.

Quadro I Temperaturas acumuladas (graus-dia) no mês de Março e o acumulado desde 01 Setembro-2010 e desde 01 Janeiro-2011, para diferentes temperaturas base, e respectivo número de dias de

atraso ou avanço potencial mensal das culturas no mês.

Estações

Temperaturas acumuladas no mês de Março T acumuladas desde

T0ºC Nº dias avanço atraso

T4ºC Nº dias avanço atraso

T6ºC Nº dias avanço atraso

T10ºC Nº dias avanço atraso

01 Setembro 2010

Tb=0ºC

01 Janeiro 2011

Tb=6ºC

Bragança 268 0.0 146 -0.3 92 -1.4 13 - 1863 148

Vila Real 308 1.3 184 2.2 124 3.3 33 - 2151 245

Porto/P.R. 399 2.4 275 3.5 213 4.6 93 12.7 2780 502

Viseu/C.C. 298 -2.0 174 -3.4 114 -5.2 31 -5.0 2200 262

Coimbra/C. 388 -0.3 264 -0.5 202 -0.8 82 -3.3 2751 469

Castelo Branco 343 -4.1 219 -6.1 157 -8.1 54 -15.9 2571 337

Portalegre 335 -2.1 211 -3.3 149 -4.6 53 -6.3 2585 357

Lisboa/I.G. 441 -0.2 317 -0.3 255 -0.4 131 -1.2 3145 635

Évora/C.C. 364 -1.7 227 -2.6 143 -3.5 69 -9.0 2723 319

Beja 396 0.0 272 0.0 210 -0.1 89 -1.7 2890 485

Faro 445 0.8 321 1.1 259 1.3 135 2.3 3350 706

2.3 Precipitação Os valores da precipitação registada no Continente ao longo das três décadas do mês de Março apresentam alguns contrastes. Na 1ª década os valores da quantidade de precipitação foram, mais elevados a sul do Cabo Carvoeiro e os valores nestas regiões foram superiores aos valores normais (1971-2000). Na 2ª década os valores de precipitação foram superiores aos valores normais (1971-2000) em praticamente todo o território. Na 3ª década as quantidades foram mais elevadas nas regiões Norte e Centro onde foram superiores aos valores normais (1971-2000), nas restantes regiões os valores de precipitação foram inferiores ao valor normal, com excepção da região de Lisboa. Assim, na 1ª década a precipitação variou entre 0.0 mm em muitos locais das regiões do Norte e 51.6 mm em Aljezur, na 2ª década variou entre 15.3 mm em Portimão e 85.3

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

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mm Castro Marim e na 3ª década variou entre 0.4 mm em Sagres e Alcoutim e 91.5 mm em Cabril (Figura 3).

Figura 3 Precipitação total nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Março (em cima) e respectiva percentagem em relação à média

1971-2000 (em baixo).

Em relação à precipitação acumulada desde o início do ano agrícola (01 de Setembro de 2010) até 31 de Março 2011, os valores foram superiores aos normais (1971-2000) excepto nalguns locais do interior e do Norte e variaram entre 330 mm em Reguengos e 1484 mm em Cabril. A percentagem da quantidade de precipitação, acumulada desde o início do ano agrícola, em relação à normal, variou entre 79% em Relíquias e 200% em Chaves (Figura 4).

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 4 - Precipitação acumulada desde 1 de Setembro 2010 (esq.) e percentagem em relação à média 71-2000 (dir.) 2.4 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo

Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e respectivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de Março (Quadro II).

Quadro II Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – Março 2011

2.5 Evapotranspiração de referência2

Na Figura 5 apresenta-se a distribuição decendial dos valores da evapotranspiração de referência (Penman-Monteith) em Março de 2011, estimada por análises do modelo numérico Aladin, e segundo o método da FAO. Verifica-se que na 1ª e 3ª década os valores foram mais altos, em particular na 1ª década nas regiões do interior Centro e no sotavento Algarvio, da ordem de 10 a 20 mm, e na 2ª década registaram-se valores mais baixos, em particular nalguns locais do litoral Norte e Centro e em quase toda a região Sul, excepto na costa sul do Algarve.

2Este produto está em fase de testes

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2.6 Água no solo

Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, em 31 de Março eram superiores a 80% em quase todo o território, excepto na 3ª década na região Sul onde eram inferiores (Figura 6). Os valores estão próximos do valor normal para a época.

Figura 5 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Março 2011

Figura 6 - Percentagem de água no solo nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de Março 2011

1ªd. 2ªd. 3ªd.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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3. Informação agrometeorológica específica

3.1 Número de horas de frio para a cultura da Pêra Rocha na Região Oeste3

Na Figura 7 apresenta-se a distribuição do número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumuladas entre 01 de Outubro de 2010 e 31 de Março de 2011, para a cultura da Pêra Rocha na região Oeste de Portugal Continental, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Verifica-se que em quase todos os concelhos já se atingiram as 550 horas de frio; Apenas os concelhos mais ocidentais e a sul de Peniche (inclusive) e no concelho de V. F. Xira ainda não atingiram esse valor. No Quadro III apresentam-se os maiores valores médios do número de horas de frio, estimados para os concelhos em análise, assim como os respectivos valores máximo e mínimo e nas sedes dos concelhos. Figura 7 Número de horas de frio acumulado entre 01 Outubro de 2010 e 31 Março de 2011 para a cultura da pêra rocha na região Oeste de Portugal Continental (análises do modelo Aladin).

Quadro III Número de horas de frio entre 01 Outubro de 2010 e 31 Março de 2011

(análises do modelo numérico Aladin)

Concelhos Média do Concelho

Máximo no Concelho

Mínimo no Concelho

Sede de Concelho

Porto de Mós 1036 1156 761 1068

Batalha 973 1157 780 926

Rio Maior 827 1036 761 878

Santarém 823 1114 622 707

Leiria 763 1090 483 889

Alcobaça 734 1034 484 826

Cadaval 710 793 595 736

Azambuja 674 777 546 636

3 Região-piloto para implementação de novos produtos agrometeorológicos específicos.

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3.2 Temperaturas acumuladas para a cultura da Vinha4 Na Figura 8 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura acumulada para a vinha entre 01 de Janeiro e 31 de Março de 2011, para Portugal Continental e no Quadro IV apresentam-se os valores da temperatura acumulada para o mesmo período, estimados a partir de análises do modelo numérico Aladin. Verifica-se que os menores valores, inferiores a 200 ºC, se registam em parte das regiões do interior Norte e Centro e os maiores valores superiores a 600 ºC, se verificam no Litoral das regiões Norte e Centro e em quase toda a região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.

Figura 8 Temperaturas acumuladas entre 01 de Janeiro e 31 de Março de 2011 para uma temperatura base de 3.5ºC,

estimadas a partir de análises do modelo numérico Aladin

4Considera-se para a vinha uma temperatura base para o abrolhamento de 3.5ºC, a qual corresponde à temperatura base das

castas de referência para Portugal Continental, Fernão Pires e Castelão, da colecção ampelográfica nacional, localizada na

Estação Vitivinícola Nacional em Dois Portos. Por questões logísticas, a 31 de Março considera-se o abrolhamento concluído. A

partir de 1 de Abril a temperatura base (Tb) a utilizar será a comum de 10ºC.

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Quadro IV Temperaturas acumuladas entre 01 de Janeiro e 31 de Março de 2011 para a temperatura base de 3.5ºC, na vinha (estimadas pelas análises do modelo numérico Aladin)

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de Janeiro 2011 Tb = 3.5ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Península Setúbal 737 628 941 Setúbal - 774

Algarve 726 502 1030 Faro – 877

Lisboa 668 478 942 Lisboa - 839 Leiria – 621

Tejo 657 503 876 Santarém - 725

Alentejo 637 421 881 Portalegre - 522 Évora - 594 Beja - 667

Minho 490 34 732 Viana do Castelo - 671

Braga - 570

Beiras 485 0 770

Viseu - 488 Aveiro - 683 Guarda - 263 Coimbra - 669

Castelo Branco - 586

Douro e Porto 425 214 545 Porto – 645*

Vila Real – 406 Pinhão - 510

Trás-os-Montes 289 0 538 Bragança - 300 * Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

Previsão Mensal para o Território do Continente (com base no modelo do Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo ECMWF)

(Data de referência para a previsão: 07/04/2011) Período de 11/04/2011 a 08/05/2011

Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de 11/04 a 17/04 e valores acima do normal, para toda a região a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, na semana de 02/05 a 08/05. Nas semanas de 18/04 a 24/04 e de 25/04 a 01/05 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo. Na temperatura média semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, na semana de 11/04 a 17/04. Nas semanas de 18/04 a 24/04, de 25/04 a 01/05 e de 02/05 a 08/05 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

Previsão Mensal

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal (Março 2011) Baseado nos dados registados na rede de estações meteorológicas automáticas do IM.

ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em Março de 2011 No quadro A1 apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax) diárias e da humidade relativa às 09UTC (HR) a 1.5 m, da precipitação (Prec) e do vento médio diário (V) a 10 m.

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em Março de 2011

No quadro A2 apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva) e do solo a 5 e 10cm de profundidade (Tsolo), da evapotranspiração de referência (ET0) e percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas da água no solo.

ANEXOS

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ANEXO I - Carta da radiação solar global mensal em Março de 2011

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ANEXO II - Valores de alguns elementos meteorológicos em Março de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A1

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 4.8 6.9 10.0 17.0 16.0 18.6 0.1 28.8 41.5 69.7 84.2 78.5 2.3 2.1 2.7 Bragança 1.0 4.5 5.3 12.0 14.0 15.5 3.6 34.9 42.9 77.0 85.4 85.2 2.1 2.2 2.3 Vila Real 3.4 6.0 7.3 13.0 14.0 15.6 0.2 35.5 22.0 71.4 83.9 83.2 1.9 1.5 1.9 Braga 3.7 5.8 9.6 17.0 17.0 19.1 0.0 28.3 45.2 70.9 95.7 77.6 1.9 1.0 2.0 Porto/P.R 6.7 8.5 11.0 16.0 16.0 18.3 0.3 27.2 65.9 57.5 77.9 69.8 3.3 2.9 3.4 Viseu 3.9 6.6 7.6 11.0 13.0 14.7 4.5 31.5 32.0 70.0 78.6 81.2 4.8 3.0 4.0 Aveiro 7.8 8.6 12.0 15.0 16.0 2.7 2.4 2.5 68.5 78.8 57.4 38.3 23.7 4.4 ࠇࠇࠇז Guarda 1.3 4.4 4.9 7.5 10.0 11.5 6.8 41.5 40.9 84.6 81.4 88.2 3.1 4.1 3.9 Coimbra 7.0 6.9 11.0 15.0 16.0 18.5 3.8 25.7 24.8 65.6 80.8 76.0 2.2 1.8 2.3 C. Branco 4.6 7.4 8.5 13.0 15.0 17.4 21.0 47.1 22.2 75.1 78.4 83.4 3.6 2.9 3.5 Leiria 4.7 6.0 9.4 15.0 17.0 19.7 2.5 24.2 13.3 88.8 95.3 85.3 2.2 1.6 2.0 Portalegre 4.9 8.1 8.8 12.0 14.0 17.1 9.3 32.9 11.4 75.1 74.8 84.9 4.2 3.6 3.6 Santarém/F.B 6.6 8.0 11.0 16.0 18.0 20.1 10.0 25.4 9.4 78.5 84.0 81.9 2.4 2.1 2.4 Lisboa/I.G. 8.9 10.0 12.0 16.0 18.0 20.1 28.5 31.4 29.4 75.3 77.8 81.8 3.9 2.8 3.0 Setúbal 5.8 7.0 9.1 16.0 18.0 20.4 22.0 61.5 13.5 89.8 91.8 95.2 1.6 1.4 1.3 Évora 4.7 6.9 8.2 15.0 16.0 19.3 22.0 34.0 17.2 83.1 86.9 86.2 3.2 3.0 3.1 Beja 6.1 8.4 10.0 15.0 16.0 20.1 47.0 38.2 1.9 81.8 84.3 82.4 2.8 3.0 3.4 Faro 9.5 10.0 13.0 16.0 17.0 19.5 37.0 50.1 0.5 69.6 77.3 73.4 4.4 3.4 4.4

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à frente do nosso tempo

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Rua C – Aeroporto de Lisboa Tel.: (351) 21 844 7000 e-mail: [email protected] 1749-077 Lisboa – Portugal Fax: (351) 21 840 2370 URL: http://www.meteo.pt

ANEXO III - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em Março de 2011 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Quadro A2

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª V. Castelo 2.0 5.3 8.5 6.2 8.9 11.6 7.6 9.6 12.0 9.6 6.3 10.9 82 90 98 Bragança -0.4 3.3 4.4 3.1 6.9 8.4 4.0 7.3 8.7 9.3 8.3 7.5 86 93 98 Vila Real 0.5 3.7 5.8 3.8 7.1 8.9 5.1 7.8 9.4 8.7 8.7 8.5 85 95 99 Braga -0.4 3.6 6.7 6.5 8.9 11.3 7.6 9.7 11.6 9.9 6.3 10.9 83 94 99 Porto/P.R 2.5 5.8 8.9 - - - 8.9 10.9 12.6 10.3 6.8 12.1 83 89 98 Viseu 2.2 3.9 5.9 5.8 8.2 9.6 6.4 8.6 10.0 9.3 7.2 9.3 83 94 99 Aveiro 4.6 6.3 8.9 8.2 10.4 12.9 8.7 10.6 12.8 10.6 5.6 10.4 82 85 94 Guarda 0.0 2.3 3.3 3.5 5.8 7.1 4.2 6.3 7.6 8.1 7.8 7.4 96 94 99 Coimbra 4.0 5.8 8.5 9.2 11.0 12.8 9.5 11.2 12.9 14.2 7.3 12.5 82 88 89 C. Branco 3.1 5.7 7.2 4.0 5.9 8.8 4.9 6.4 9.2 13.1 9.7 13.1 92 90 87 Leiria 2.8 4.5 7.4 6.7 8.8 - 7.5 9.2 - 9.5 5.8 8.9 - - - Portalegre 4.5 7.7 8.5 5.5 7.7 10.4 6.1 8.1 10.6 12.0 7.7 10.5 84 90 83 Santarém/F.B 4.2 5.6 7.9 9.9 11.0 13.0 10.3 11.4 13.2 8.4 6.5 11.0 88 92 82 Lisboa/I.G. 7.2 8.2 10.0 11.2 12.5 14.6 12.1 12.9 14.8 9.7 8.6 8.8 91 89 96 Setúbal 4.3 6.0 8.0 9.1 10.9 14.1 9.8 11.1 14.0 7.7 6.1 7.2 92 98 91 Évora 1.9 4.9 5.5 9.2 11.3 13.3 10.1 11.9 13.7 6.6 5.7 8.4 93 95 89 Beja 4.1 6.3 8.6 10.1 11.2 13.2 11.1 12.0 13.8 7.1 5.0 7.8 95 95 78 Faro 10.0 11.0 13.0 13.3 14.1 16.0 13.7 14.5 16.2 13.7 11.7 15.7 95 94 70