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SOBREPOSTA N.º 14 N.º 14 N.º 14 N.º 14 JUNHO JUNHO JUNHO JUNHO —2008 2008 2008 2008 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA Director: Manuel Ribeiro Mendes E-mail: [email protected] Convívio da Associação em Toulouse Tendo em conta que na região da grande cidade francesa de Toulouse a Associação conta com um elevado número de associados, a direcção incluiu no seu Plano de Actividades para o presente ano a realização de uma Festa/ Convívio naquela cida- de. Estabelecida a data – 24 de Maio – e feito o programa enviaram-se circulares a todos os asso- ciados da região de Tou- louse convo- cando-os para este evento. O Convívio teve o seu início às 18,00 horas de Sábado – dia 24 de Maio – na igreja Lafourguette, bem conhecida dos emigrantes portugueses, onde o padre François André celebrou missa em língua portuguesa com a parti- cipação na liturgia (leituras e cânticos) dos membros da direcção da Asso- ciação. A missa foi partilhada por portugueses, franceses e uma família caboverdiana. Continua na página 4 HISTÓRIAS DE VIDA O Zezinho do Oleiro na 1ª Grande Guerra Mundial e a devoção ao Bom Jesus dos Milagres de Sobre- posta Nasceu a 4/02/1892 na Casa do Oleiro, em Sobre- posta. Deram-lhe o nome de José Antunes de Sousa e Sá. Como filho mais velho da família e como era habitual naquele tempo, não lhe foi dada a oportunidade de ir à escola porque o seu trabalho de menino era essencial para a economia da casa. Cresceu e fez-se homem, portanto, cui- dando de vacas e ovelhas nos montes ou de enxa- da e sachola na faina do campo. Chegada a idade, é chamado a cumprir o serviço militar e, em 1915, no dia 13 de Janeiro, assenta praça no Regimento de Infantaria nº 8 (em Braga) e aí, durante quatro longos meses, fez a chamada “recruta”. A Europa e o Mun- do estavam em guerra desde 1914. O governo portu- guês decide enviar um Corpo Expedi- cionário para uma das frentes de bata- lha, neste caso, a Flandres e a Fran- ça. Por isso, o Zezinho do Oleiro, como era chamado, volta a ser convocado em Outubro de 1916 para, em Tancos, fazer instrução e preparação para combater na Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918). Juntamente com outros rapazes de Sobreposta – lembramos Manuel Antunes (conhecido como o senhor Manuel Eira Velha), Manuel Fernandes (conhecido por Manuel Perpétua) e Joaquim Rodrigues ( conhecido por Joaquim Lage) – e de outras terras, em 19 de Abril de 1917, fazem for- matura no Campo da Vinha (Braga) e daí, ao som de marchas militares e, com a bandeira francesa içada, partem para a estação de comboio que os levaria até à estação marítima de Alcântara, em Lisboa, onde embarcariam para o Norte de Fran- ça. Como em todas as guerras, ficam mães, espo- sas, filhos e irmãs apeadas num mar de amargura. O Zezinho do Oleiro deixou-nos, em verso, as suas memórias de vida e de morte relativamente a esta passagem pela Primeira Grande Guerra. Continua na página 3 Padre há 40 anos No próximo dia 15 de Agosto completam-se 40 anos da orde- nação do Padre Artur Marques, pároco de Espinho e de Sobre- posta. Naturalmente que as instituições paroquiais tomarão a iniciativa de celebrar esta significativa data do seu pároco. Entretanto, a Associação – ainda que institui- ção da sociedade civil – não quer deixar de expressar, por ocasião desta efeméride, ao Rev. Padre Artur Marques calo- rosas felicitações por todo o trabalho desenvolvido ao servi- ço da população de Espinho e Sobreposta. Bem haja!

BOLETIM N. 14 - JUNHO 2008 · O Zezinho do Oleiro na 1ª Grande Guerra Mundial e a devoção ao Bom Jesus dos Milagres de Sobre-posta Nasceu a 4/02/1892 na Casa do Oleiro, em Sobre-posta

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SOBREPOSTA N.º 14 N.º 14 N.º 14 N.º 14 ———— JUNHO JUNHO JUNHO JUNHO ————2008200820082008

BOLETIM INFORMATIVO

DA

ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA Director: Manuel Ribeiro Mendes E-mail: [email protected]

Convívio da Associação em Toulouse Tendo em conta que na região da grande cidade francesa de Toulouse a Associação conta com um elevado número de associados, a direcção incluiu no seu Plano de Actividades para o presente ano a realização de

uma Festa/C o n v í v i o naquela cida-de. Estabelecida a data – 24 de Maio – e feito o programa env ia ram -se circulares a todos os asso-c ia do s d a região de Tou-louse convo-cando-os para este evento.

O Convívio teve o seu início às 18,00 horas de Sábado – dia 24 de Maio – na igreja Lafourguette, bem conhecida dos emigrantes portugueses, onde o padre François André celebrou missa em língua portuguesa com a parti-cipação na liturgia (leituras e cânticos) dos membros da direcção da Asso-ciação. A missa foi partilhada por portugueses, franceses e uma família caboverdiana.

Continua na página 4

HISTÓRIAS DE VIDA

O Zezinho do Oleiro na 1ª Grande Guerra Mundial e a devoção ao Bom Jesus dos Milagres de Sobre-

posta

Nasceu a 4/02/1892 na Casa do Oleiro, em Sobre-posta. Deram-lhe o nome de José Antunes de Sousa e Sá. Como filho mais velho da família e como era habitual naquele tempo, não lhe foi dada a oportunidade de ir à escola porque o seu trabalho de menino era essencial para a economia da casa. Cresceu e fez-se homem, portanto, cui-dando de vacas e ovelhas nos montes ou de enxa-da e sachola na faina do campo. Chegada a idade, é chamado a cumprir o serviço militar e, em 1915, no dia 13 de Janeiro, assenta praça no Regimento de Infantaria nº 8 (em Braga) e aí, durante quatro longos meses, fez a chamada “recruta”.

A Europa e o Mun-do estavam em guerra desde 1914. O governo portu-guês decide enviar um Corpo Expedi-cionário para uma das frentes de bata-lha, neste caso, a Flandres e a Fran-ça. Por isso, o Zezinho do Oleiro,

como era chamado, volta a ser convocado em Outubro de 1916 para, em Tancos, fazer instrução e preparação para combater na Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918). Juntamente com outros rapazes de Sobreposta – lembramos Manuel Antunes (conhecido como o senhor Manuel Eira Velha), Manuel Fernandes (conhecido por Manuel Perpétua) e Joaquim Rodrigues ( conhecido por Joaquim Lage) – e de outras terras, em 19 de Abril de 1917, fazem for-matura no Campo da Vinha (Braga) e daí, ao som de marchas militares e, com a bandeira francesa içada, partem para a estação de comboio que os levaria até à estação marítima de Alcântara, em Lisboa, onde embarcariam para o Norte de Fran-ça. Como em todas as guerras, ficam mães, espo-sas, filhos e irmãs apeadas num mar de amargura. O Zezinho do Oleiro deixou-nos, em verso, as suas memórias de vida e de morte relativamente a esta passagem pela Primeira Grande Guerra.

Continua na página 3

Padre há 40 anos

No próximo dia 15 de Agosto completam-se 40 anos da orde-nação do Padre Artur Marques, pároco de Espinho e de Sobre-posta. Naturalmente que as instituições paroquiais tomarão a iniciativa de celebrar esta significativa data do seu pároco. Entretanto, a Associação – ainda que institui-ção da sociedade civil – não quer deixar de expressar, por ocasião desta efeméride, ao Rev. Padre Artur Marques calo-rosas felicitações por todo o trabalho desenvolvido ao servi-ço da população de Espinho e

Sobreposta. Bem haja!

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Página 2 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 14 . Junho 2008

A FAÍSCA

Chamava-se Rosa e tinha a alcunha de "Bicha". Morava na pri-meira casa, à direita, na entrada da rua que conduz à capelinha de S. Tomé, em frente ao espigueiro da Eira dos Caniços.

Já lá vai meio século. Eu era pequenito, com uns sete anos,

mas lembro-me muito bem dela.

Era tecedeira, muito alegre e expansiva, passando o tempo a cantar as modinhas da época, bastante namoradeira e pretendida, era uma boa e simpática rapariga.

No mês de Junho, vésperas ou dia de S. João, um dia abafado e quentíssimo, levantou-se uma grande trovoa-da. Dos Penouços a Campelos, de Ranhó a Castelhão, os relâmpagos cruzavam-se e ouvia-se um ribombar medo-nho, que assustava e fazia pôr em sentido mesmo os que descrêem do poder de Deus!

Foi pelo fim da tarde. Durou esta tempestade seca, pois não pingou gota de chuva, mais de uma hora.

Passou a borrasca e começou muita gente a correr para a casa da seT’resa Bicha. Eu também me juntei ao bom povoléu e fui parar onde todos paravam. Gritava-se e chorava-se. Por quê?

Tinha caído uma faísca na ramada do quinteiro, comum à casa da Bicha e à da seMaria do Maro, e abateu-se sobre a Rosa, que, tendo deixado o tear, se refugiou na varanda, com o terço na mão, a rezar. Estava sozinha em casa. O raio asfixiou-a.

Ainda lhe encostaram aos lábios um espelho e murmurava-se que vivia. Mas não, a descarga foi fatal.

Recordo também que, devido à crendice e falta de conhecimento, se afirmava que a faísca teve o seu termo na corte, por debaixo da casa e que o “diamante” lá ficou alojado no chão (acreditava-se que o raio luminoso trans-portava um diamante precioso e que, quem o achasse, fica-ria bem na vida).

O que de facto se observava eram as ripas do telhado, as divisórias de madeira da varanda e o soalho negros de espesso fumo.

Nunca ninguém enriqueceu com o “diamante”, infiltrado, profundamente, na corte térrea, pois nunca ouvi dizer que fosse achado - e claro está, porque não existia!

Mas o que me vem amiudadas vezes à memória, no percurso da vida e quando relembro as pequenas gran-des coisas da minha Aldeia, é esse fim-de-tarde tenebroso e o precoce desaparecimento de uma alegre e simpática moça...

José Fernandes da Silva 24 de Junho de 2007

Festa de S. João É noite de S. João. Há cerca de 45 anos que não via o S. João de Braga. Não obs-tante o cansaço da viagem de Lisboa a Braga, não resisti em saborear a grande noite depois de umas sardinhas assadas com os familiares em nossa casa. Ficou-me a sensação de que algumas coisas mudaram nestes anos de ausência: entrou a era dos plásticos com os martelinhos, deixando quase esquecidos os alhos-

porros e os manjericos; depois, o túnel cortou em grande parte a ligação directa da Avenida Central com a Avenida da Liberda-de que conduz ao S. João da Ponte. Também não vi, talvez por culpa minha, o desfile das numerosas bandas de outros tempos. Fui encontrar, isso sim, as marteladas de grandes e pequenos, de crianças, jovens e de gente madura, fossem homens ou mulheres, numa convivência verdadeiramente democrática, mas que eu prefiro chamar de convivência fraterna, como a que vivi em 1979, no Porto, onde então residia. Ninguém se ofendia. Pelo contrário, os rostos abertos não conseguiam ocultar um sorriso de felicidade. É verdade que a vida de João, como nos diz o Evangelho, era de um homem austero e penitente. Todavia, o mesmo Evange-lho diz-nos que muitos se haviam de alegrar com o seu nasci-mento. Pergunto se haverá aqui uma contradição ou se, pelo contrário, a primeira condição será necessária e indispensável para que se realize a segunda. Olhemos para sociedade em que vivemos. Haverá mesmo uma alegria sincera e genuína que brota incontida e natural como a água da nascente? Ou um sorriso falso que tenta camuflar e esconder a angústia e hipocrisia que se apodera avassaladora-mente não só de cada um de nós, mas de toda a sociedade? A angústia de quem não tem trabalho, de quem não tem médico para o cuidar na doença, de quem não tem pão para si e para os filhos, de quem não tem dinheiro para pagar a renda, ou a men-salidade da casa para descontar no banco, e por isso corre o risco de um momento para outro se ver despejado na rua e ter de viver debaixo da ponte; a falta de fé na justiça humana depois das injustiças de que foram vítimas. Enfim, são tantos os motivos da angústia humana que levam à depressão, ao álcool e à droga. Porquê tudo isto? Porque a vida está difícil, mas também por-que, por falta de austeridade, as pessoas querem aparentar aqui-lo que não são e que não têm e, por isso, vivem muito acima das suas posses, com grande ostentação e esbanjamento. Mas há também aqueles que exploram, que roubam e cometem impunemente toda a sorte de injustiças. Sôfregos de poder, de dinheiro, de honra e das colunas sociais, não olham a meios para satisfazer tais desejos. Para esses, o que conta são os fins e por isso todos os meios são legítimos. Não há lei ou moral que os iniba. Assim, não constroem a fraternidade nem igualdade, numa palavra, não constroem a felicidade. Nem são felizes nem fazem outros felizes. A felicidade é dom que se acolhe e se par-tilha. Tudo na vida é dom que se recebe e se dá. “Recebestes de graça, dai gratuitamente”. A austeridade é a escola que nos ajuda a viver com o que temos, respeitando os outros e o que lhes pertence e, se

Continua na página 3

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 14 . Junho 2008 Página 3 3 3 3

MORREU O PADRE DAVID Nasceu em 6 de Janeiro de 1912 na freguesia de Pedralva e faleceu em 14 de Maio de 2008, na sua residência, na fregue-sia de Mire de Tibães. Fez parte integrante de todas as famílias de Sobrepos-ta durante dezenas de anos porque nos conhecia a todos pelo

nome. Foi por isso que muita gente de Sobreposta acorreu a Mire de Tibães, no dia do funeral, para lhe prestar a última homenagem. Tantos outros não foram porque não tiveram conhecimento em tempo útil. Por esses e por nós próprios, aqui fica a nossa homenagem: Até logo, Amigo! Só se morre quando se é esquecido.

no dia 11 de Dezembro de 1974. Passaram-se já 34 anos! Uma pergunta: Sobreposta – a paróquia e a freguesia – já terão feito tudo quanto deviam fazer para honrar a memó-ria deste homem? Deveremos estar a atingir o cinquente-nário das Festas do Bom Jesus e isso poderia ser o pretex-to para prestar uma justa homenagem a este homem justo e aos outros seus companheiros, atrás referidos. Na verda-de, completam-se, este ano, 90 anos do seu regresso da frente de batalha. Um povo que não preserva a sua história não tem direito a existir como povo. Preservemos, pois, as nossas memó-rias. Sejam boas ou más. As más para não repetir os mes-mos erros e as boas para nos lembrarem o caminho.

Alberto Gomes da Silva (11/06/08)

HISTÓRIAS DE VIDA Continuação da página 1

Viu morrer, a seu lado, muitos companheiros, inclusive, um rapaz de Pedralva chamado Manuel Geada. Passou fome, lutou contra as suas próprias fraquezas, sofreu o medo e o terror de uma guerra feroz, viu-se obrigado a violentar a sua educação de homem de paz e fraternidade. A 9 de Abril de 1918, o Zezinho do Oleiro participa numa das mais violentas batalhas entre os Aliados e os Alemães. É nesta batalha, em que os Aliados sofreram pesadas baixas, que o Zezinho do Olei-ro é atingido por uma bala e cai inanimado no chão. Relata o próprio que, quando veio a si, viu sinais de ter sido atingido no peito, no sítio onde guardava a carteira com documentos, fotografias dos pais e um crucifixo, entre outras coisas. Logo atribuiu o facto de estar vivo a um milagre. Foi feito prisioneiro pelos Alemães e, depois de ajudar a enterrar as centenas de corpos que pejavam o campo de batalha, foi parar a um campo de prisioneiros alemão onde permaneceu, vencendo a fome, os trabalhos forçados e a imundície, até à vitória dos Aliados. Muitas vezes viu a morte bater-lhe à porta; viu a morte de centenas de companheiros (morreram mais de 10.000 soldados portugueses nesta guerra e muitos milhares ficaram feridos e inválidos); com as suas próprias mãos enterrou um sem número de compatriotas, etc. Não admira, pois, que considerasse estar vivo por força de uma autêntica intervenção divina que, segundo a sua interpretação, o episódio da bala que bate na carteira e no crucifixo e o deixa incólu-me, confirma. Por isso, ali mesmo, no coração da guerra, promete oferecer à igreja paroquial da sua terra – Sobreposta – um crucifixo dedicado ao Bom Jesus dos Milagres caso regressasse com vida e durasse até aos 60 anos. Assim aconteceu porque as promessas dos homens de bem são para cumprir. Nos anos cinquenta do século passado, a igreja sofreu obras de alar-gamento e logo foi oferecido pelo Zezinho do Oleiro um grande Cristo crucificado que passou a ser designado por Bom Jesus dos Milagres. Graças à devoção que, também, o pároco da freguesia testemunhava – Rev. Padre José Esteves – a veneração do Bom Jesus dos Milagres expandiu-se por todos os fiéis da paróquia e de muita gente de fora, de perto ou de longe, que aqui passaram a diri-gir-se na procura de conforto e respostas para as suas aflições e fra-quezas. De tal modo se desenvolveu, dentro e fora da freguesia, o fervor religioso ao Senhor Bom Jesus dos Milagres – nomeadamente nos tempos da grande emigração para França e no decurso da guerra colonial – que a paróquia se sentiu no dever de lhe dedicar um dia especial de festa e louvor. Foi assim que a secular festa da Confraria da Senhora de Guadalupe, celebrada no 3º Domingo de Agosto de cada ano, abrigou no seu seio, igualmente, a festa do Bom Jesus dos Milagres. Quero recordar que muitas das informações aqui relatadas constam de um pequeno livrinho publicado pela igreja paroquial e escrito pelo próprio punho do Zezinho do Oleiro: “Memórias de um Herói da Grande Guerra”. Trata-se de um caderninho, escrito à mão, em verso, por um homem que mal sabia ler e onde conta a sua vida. Nos anos sessenta do século passado, dois jovens estudantes da terra – Fernando Mendes e José Fernandes – mereceram a confiança deste respeitável senhor que lhes confiou o caderninho para que o passas-sem à máquina de escrever – ainda não havia computadores – e lhe corrigissem algum erro ortográfico. Mais tarde, o P. José Mendes escreveu a letra e a música do Hino ao Bom Jesus dos Milagres. Esse livrinho aí está e pode ser adquirido por quem estiver interessa-do. O Zezinho do Oleiro, como carinhosamente era chamado, faleceu

Festa de S. João Continuação da página 2

possível, partilhar algo com os que têm menos ou que não têm. Assim, cria-se confiança e harmonia que gera a ale-gria. Deste modo nasce a fraternidade que cria a verdadei-ra e autêntica democracia a que prefiro chamar, amor. Na verdade o amor destrói barreiras entre senhores e escra-vos, entre ricos e pobres, entre letrados e ignorantes, entre grandes e pequenos. O amor põe-nos a todos ao mesmo nível e permite-nos viver como irmãos. Por isso, adivi-nhando no olhar a vontade dos pequeninos, algumas vezes, tive de me vergar para que pudessem exercer o direito de darem as suas marteladas. O encontro de irmãos é sempre o momento da partilha, da alegria e da festa. Os irmãos quando se encontram na casa do pai sentem-se com os mesmos direitos e deveres, são todos iguais. Seremos capazes de tirar as lições e as consequências da noite de S. João? O S. João é ainda, para todos nós, sinal de que as férias estão próximas. Que elas a todos permitam encontros sim-ples, mas fraternos e felizes.

P. Zé do Muro

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 14 . Junho 2008 Página 4

Na homilia, o padre François salientou o significado desta ini-ciativa que apelidou de fraterna, solidária e profundamente

cristã. Às 19,00 horas teve início o Jantar/Convívio na Sala de Festas de Lafourguette, situada a menos de 500 metros da igreja. Uma sala ampla e bem equipada para receber eventos deste género. As pessoas foram chegando. Em todos era visível a satisfação do reencontro. A mesa estava posta com simples mas saborosos acepipes portugueses: azeitonas, tremoços, chouriço, presunto, morcelas, alheiras, pastéis de bacalhau, pataniscas, etc. Não faltou a broa de milho – uma oferta da Casa da Igreja de Cima – o vinho verde e a cerveja portuguesa. Seguiu-se um irresistí-vel Bacalhau à Brás, cozinhado e apresentado com o requinte da boa e tradicional cozinha portuguesa. Na mesa das sobreme-sas, os convivas tiveram a oportunidade de escolher o doce da sua preferência entre a variedade de receitas produzidas pelas irmãs Sofia e Helena Ferreira. Mais tarde foi servido um típico caldo verde, com a respectiva “torinha”, cozinhado e oferecido pela nossa associada e amiga Luísa Antunes Mendes Alves.

Ao início, os presentes foram saudados pelo Presidente da Direcção da Associação que falou da razão de ser desta iniciati-va e da vontade de a repetir nos anos seguintes. Posteriormente, foi dada a palavra ao Presidente da Junta de Freguesia para uma saudação especial aos nossos conterrâneos emigrados oferecen-do a todos os presentes um galhardete com as insígnias da fre-guesia. A Festa foi permanente e entusiasticamente animada pelo

nosso associado e amigo Manuel Marques que ali instalou uma poderosa aparelhagem sonora e fez passar as músicas portuguesas mais populares. Às cerca de 100 pessoas que responderam positivamente ao convite da direcção e a todos os que nos ajudaram a fazer desta iniciativa um sucesso, dizemos “muito obrigado”. Queremos deixar aqui alguns agradecimentos especiais a certas pessoas ou famílias que nos ajudaram na concretização desta festa: Em Mourenx, Fernando Rodrigues e família. Em Toulouse, desta-camos a D. Luísa Mendes Alves, a família Fernanda e Arman-do Ferreira, Fernando Mota e família, Manuel Marques e espo-sa e padre François André. Em Sobreposta, a casa da Igreja de Cima pela oferta da broa de milho especialmente cozida para o efeito e a Junta de Freguesia pela comparticipação de €300,00 nas despesas da viagem. (Nota: à excepção deste donativo, todas as despesas de viagem foram suportadas por cada um dos elementos do grupo, sem qualquer encargo para a Associa-ção).

Convívio da Associação em Toulouse Continuação da página 1

NOTA IMPORTANTE

Escute na Internet as emissões de rádio do nosso conterrâneo Manuel Marques ás quartas-feiras, das 13 às 15,00 horas (hora francesa). Para aceder a estas emissões basta abrir o GOOGLE e escrever Rádio Mundo Romance. Se quiser enviar uma dedicatória para alguém o MSN é o seguinte: [email protected]

Notícias de Pedralva

1. Necrologia Faleceram, na freguesia de Pedralva, desde o princípio do pre-sente ano, as seguintes pessoas:

• Rosa da Costa, com 85 anos. Faleceu no dia 17 de Março e residia no lugar de Regadas.

• António Peixoto Gaspar, com 82 anos. Faleceu no dia 4 de Abril e residia no lugar de Regadas.

• Luís Carlos Pereira Gomes, com 20 anos. Faleceu no dia 30 de Abril e residia no lugar de Picos. 2. Festas da Paróquia Em 3 de Agosto realiza-se a Festa do Santíssimo Sacramen-to, promovida pela respectiva Confraria. Em 15 de Agosto realiza-se a tradicional Festa ao Divino Espírito Santo. Todas estas informações foram gentilmente fornecidas pelo Rev.mo Senhor Padre Tobias a quem manifestamos a nossa estima e profunda gratidão pela sua permanente disponibilida-de.

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 14 . Junho 2008 Página 5

No dia 18 de Junho, todos os alunos e professores das escolas EB 1 das três freguesias desta região planáltica de Braga se juntaram no Campo de Futebol de Pedralva para um dia inteiro de actividades de desporto e aventura. A ideia partiu dos pro-fessores, foi apoiada pelo Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas e foi financiada, solidariamente, pelas Juntas das três freguesias. Em representação do Conselho Executivo do Agrupamento de escolas, esteve presente a Professora Céu Lima. Em representa-ção das Juntas de Freguesia estiveram os senhores Presidentes de Pedralva e Sobreposta e o senhor Tesoureiro da Junta de Espinho.

(Na foto podem ver-se, no 1º plano, um grupo de alunos e no 2º plano, alguns professores e os autarcas de Sobreposta, Pedralva e Espinho) Em conversa com os senhores professores, soubemos que esta iniciativa apresentava como objectivos promover o desporto radical, contactar com a natureza e desenvolver o convívio entre as crianças das três freguesias. Sobre esta actividade escolar, vamos dar a palavra aos pequenos estudantes:

“Ontem, dia 18 de Junho, a nossa escola participou numa actividade desportiva muito interessante. Tivemos que nos deslocar até ao cam-po de futebol de Pedralva, de camioneta. Ao chegarmos já lá estavam os alunos das escolas de Pedralva e de Espinho. Os nossos professores organizaram-nos em grupos para podermos começar as várias actividades: slide, teia, rappel e tiro ao arco. Gostámos imenso porque passámos um dia em que pudemos conviver com outros colegas, professores e divertirmo-nos à brava. No final da actividade, os grupos participantes receberam um lindo troféu”.

Trabalho de Grupo – 4º Ano de Sobreposta

“No dia 18 de Junho as freguesias de Sobreposta, Espinho e Pedralva juntaram-se no campo de Futebol de Pedralva para fazerem actividades de desporto e aventura. Os alunos de Sobreposta e os de Espinho foram de autocarro e os de Pedralva foram a pé. O céu estava limpo e o sol brilhava.

Quando chegámos sentámo-nos nas bancadas e estivemos à espera que o professor Marcos fizesse os grupos para ini-ciarmos as actividades. O primeiro jogo que fizemos foi pegar na bola e tentar metê-la num arco. De seguida foi futebol e depois fomos almoçar. À tarde começámos pela teia e descemos em slide. A seguir fomos para a escalada e rappel. Quando terminámos fomos ao tiro com arco. Por último, jogámos ao mata. No fim lanchámos e fomos embora. Eu gostei muito porque me diverti.

Beatriz – 4º Ano da EB1 de Pedralva

Desporto e Aventura Escolas EB 1 de Espinho, Sobreposta e Pedralva fazem actividade conjunta

Escola EB 1 de Espinho

No passado dia 7 de Junho, cinco alunos do 3º ano desta escola ganharam direito a participar na Final das II Olimpíadas da Matemá-tica, que tiveram lugar na Escola EB 2/3 de Lamaçães. A estes alu-nos e aos professores da Escola EB 1 de Espinho, endereçamos os

nossos Parabéns. São estes os “heróis” da Mate-mática e a sua pro-fessora. Da esquerda para a direita temos a Carina, o João, o José António, a Profª Hermínia, a Filipa Raquel e a Ana Filipa.

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 14 . Junho 2008 Página 6

JARDIM DE INFÂNCIA DE SOBREPOSTA

LER + em família Projecto a decorrer entre o Jardim-de-infância em interacção com a família, no âmbito do projecto curricular “Ver, Ouvir e Contar para Bem Falar”.

EB 1 de Sobreposta No fim de um ano de estudo e desenvolvimento das capacidades e competências das nossas crianças, as paredes das salas de aula apresentam-se orgulhosamente engalanadas com os trabalhos de escrita e expressão plástica dos seus alunos. Passámos pela escola no último dia de aulas e testemunhámos a alegria de todos – alunos, professores e auxiliar de educação – pela certeza de que se cumpriu uma etapa importante no crescimento cívico, moral e intelectual destes homens e mulheres de amanhã. Os trabalhos expostos reproduzem as aprendizagens feitas na sala de aula ou as experiências e actividades realizadas noutros contextos: visitas de estudo, campanhas de sensibilização, etc. Aqui ficam alguns desenhos que traduzem os sonhos ou o modo como os nossos pequenos estudantes sentiram e viveram as actividades escolares em que participaram.

Bruno Daniel da Silva Pereira (Dia Mundial da Criança) Valter Dinis Antunes Rodrigues (Desporto e Aventura)

Tiago Miguel Ferreira Coelho (A minha descida de slide) Ricardo José Fernandes Gonçalves (Eu adorei as actividades radicais)

Em Abril Histórias Mil A família veio contar, Histórias de encantar Que nós gostamos de escutar. Obrigado ao Pai, à Mãe Ao Tio, à Tia e à irmã também. Agora vamos continuar A leitura de par em par Em casa, talvez ao deitar Com o livro que levar. Toca a ler, toca a ler Para bons momentos ter. Aprender a ler e a gostar de livros A família pode e deve ajudar

LER + todos os dias Leia alto aos seus filhos. Ajude-os a gostar de livros. Bastam apenas alguns minutos por dia. Faça da leitura um momento agradável no dia-a-dia da sua família.

As Educadoras de Infância

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BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO S. C. SOBREPOSTA - N.º 14 . Junho 2008 Página 7

Meninos de Pedralva - Por uma Terra Verde

As crianças do Jardim de Infância de Pedralva realiza-ram no dia 5 de Junho – Dia Mundial do Ambiente – uma campanha de sensibili-zação ambiental pelas ruas da sua freguesia, distribuin-do à população miniaturas de ecopontos e desenhos alusivos ao tema. Este trabalho faz parte dos nossos projectos educativos “Amigos do Planeta Azul” e “A Escola promotora da Saúde”. As crianças esperam que os adultos sejam eles, também, amigos do Planeta Azul e nunca esqueçam que reciclar está nas mãos de todos.

A Educadora

Escola EB 1 de Pedralva

Os Finalistas

As aulas terminaram no passado dia 21 de Junho. Nesse dia, todo a comunidade escolar – alunos, professores, auxiliar e alguns pais – tiveram a oportunidade de assistir a algumas actividades apresentadas e representadas pelos alunos das diversas turmas. Foi um momento de convívio e de cultura muito interessante. No fim, a Professora Maria da Luz, coor-denadora da escola e docente do 4º ano fez a chamada de todos os alunos finalistas a quem impôs, sobre a cabeça, o barrete académico, entregou o diploma de conclusão do 1º ciclo de estudos e, numa pequena e comovida alocução, incen-tivou estes meninos e meninas a continuar a trabalhar muito, dado que este era apenas o primeiro degrau na sua

formação como homens e como cidadãos. Para a Profª Maria da Luz, ao centro desta foto, este foi o últi-mo dia do exercício de actividades lectivas, dado que se vai aposentar. Pedralva, naturalmente, está agradecida pelo seu dedicado trabalho e nós desejamos-lhe as maiores felicidades

Os finalistas da EB1 de Pedralva com a sua Professora

Noites de Verão Com a colaboração preciosa do Grupo de Jovens, estamos a tratar das condições legais e logísticas para, nos meses de Julho e Agosto, criar na freguesia um espaço de convívio para jovens até aos 90 anos. A iniciativa que recebeu o nome de Noites de Verão, funcio-nará aos fins-de-semana (sexta à noite, sábado e domingo) e tem como objectivo angariar fundos para a construção da nossa Sede. Por gentileza da Junta de freguesia, as Noites de Verão têm, nos dias indicados, lugar cativo no espaço sudoeste (vá lá recordar os pontos cardiais!) do edifício da Junta. Bebidas exóticas, petiscos da avó, karaoke, improvisos, sur-presas… E não dizemos mais nada! Vai ser um estouro!... E tudo por uma boa causa! Esteja atento às movimentações se não quer ficar atrás!

Ó freguês! Vai uma rifinha?

Por ocasião das Festas da Paróquia – S. Tomé, Festa do Senhor e Festa da Senhora – vamos fazer uma Tômbola. Tômbola, como diz o dicionário, é uma rifa com fins de bene-ficiência, com fins não lucrativos. Ora, é isto mesmo que vai acontecer. Amigos da Associação e Empresas, ofereceram-nos uma cer-ta quantidade de objectos/brindes que vão ser rifados. Não haverá automóveis nem plasmas, mas há muitos bons pré-mios! Claro! O objectivo é divertirmo-nos e angariar fundos para a construção da nossa Sede.

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Piscina de Sobreposta A piscina de Sobreposta abriu a 20 de Junho, para uma nova época balnear que se prolongará até meados de Setembro. As crianças e adolescentes, dos 3 aos 16 anos de idade, como habitualmente, podem usufruir deste equipamento, gratuitamen-te no período da manhã, desde a data da abertura até ao dia 20 de Julho. Para isso deverão fazer a sua inscrição na Junta de Freguesia. Estas condições são extensivas às crianças e adolescentes das

freguesias de Pedralva e Espinho. Junto à pis-cina funcio-nará um p e q u e n o BAR para apoio aos utentes e familiares. Não esque-çam os cui-dados a ter

com a excessiva exposição solar e façam deste espaço um local privilegiado para o exercício da cidadania e da boa convivência entre as gerações e entre as populações vizinhas.

De Lageosa a Ranhó Finalmente, o caminho! Já no tempo da outra senhora – e o 25 de Abril foi há 34 anos – o povo de Lageosa pedia este cami-nho. E, como sempre, os políticos prometiam! Nesse tempo não havia um único automóvel em toda a freguesia e, também, não havia autocarros da TUB. A Casa do Povo estava no mesmo sítio onde está hoje e era através de caminhos de carreiros de cabras ou de carros de bois, enlameados e pedregosos que os

velhos e as mães, uma criança ao colo e outras pela mão, conseguiam chegar ao posto médico. Finalmente aí está, talvez, o caminho há mais tempo reivindicado

e quando ainda era proibido reivindicar o que quer que fosse. As obras estão a ser geridas pela Câmara Municipal de Braga e acompanhadas pela Junta de Freguesia que, entre outras coisas, assumiu a negociação com os proprietários para a cedência dos terrenos necessários ao alargamento do velho caminho de carro de bois. Segundo as informações de que dispomos, a obra está orçamen-tada em cerca de 168.000 euros e é co-financiada pela União Europeia. Prevê-se que esteja concluída em Agosto. As duas pontas da freguesia – Lageosa e Ranhó – ficarão muito mais perto e, finalmente, o Centro de Saúde ficará, para o povo de Lageosa, já ali.

Saneamento público Mais cedo ou mais tarde, as fossas públicas ou privadas estão condenadas a desaparecer: provocam maus cheiros e, sobretudo, poluem os veios e lençóis de água subterrâ-neos. Antigamente dizia-se “água corrente não mata gen-te”. Hoje quem se atreve a beber água dos regatos ou até de fontanários? Assim, é uma boa notícia saber – foi o Presidente da Junta que nos informou – que já foi aprovada a conclusão das obras da rede de saneamento da Freguesia e que a fossa pública do lugar do Outeiro vai ser eliminada. Com o tempo e com a sensibilização das populações para os benefícios ambientais, estamos certos que todas as fos-sas domésticas serão eliminadas e todas as casas ficarão ligadas ao saneamento público. Nesse dia, Sobreposta entra, verdadeiramente, no século XXI.

Zonas Verdes Que falta fazem em qualquer aglomerado populacional! Nas cidades, como as pessoas vivem em “gaiolas”, há muito que se tem a preocupação de criar zonas de lazer ,

parques e jardins onde velhos e novos possam brincar, conversar, ler, etc sem a preocupação de levar com um carro em cima. Chegou o momento de transpor para a aldeia, também, estes equipamentos, estes espaços ajardinados para conví-vio e puro lazer. Estes espaços são necessários como lugar de encontro das pessoas e de socialização dos mais novos. Olhamos, por isso, com agrado para os arranjos urbanísti-cos já efectuados ao pé da Sede da Junta e em Sandim. Sabemos, também, que a Junta de Freguesia aguarda, para breve, a aprovação do projecto dos arranjos para os largos de Souto e do Monte, em Lageosa. No que respeita ao Largo do Monte é preciso estarmos todos atentos para verificar se o antigo “jardim da sucata” não se vai instalar logo ali, mesmo ao lado.

SOBREPOSTA EM MOVIMENTO

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Novos Associados Mais gente boa dá o seu nome e se inscreve como associado desta instituição. É sinal que esta Associação, apesar das dificuldades, merece, cada vez mais, a confiança dos nossos conterrâneos. Isto dá-nos força para continuar. Desta vez, cabe-nos dar as boas vin-das aos novos associados que seguir nomeamos: 224 – António Rocha (Mónaco) 225 – José Manuel Rodrigues Anunciação (Sobreposta) 226 – Ana Paula Arújo Lima (Pedralva) 227 – Sofia Maria Martins Rodrigues (Sobreposta) 228 – Maria Goreti Freitas Rocha (Sobreposta) 229 – Calisto Ribeiro de Sá (Sobreposta) 230 – Manuel Vieira de Lima (Toulouse) 231 – Ana Teixeira (Laborthe/Lèze) 232 – Alberto Gomes (Toulouse) 233 – Justino Fernandes (Auterive) 234 – José Pinto Barreiros (Lacroix Falgarde) 235 – Maria Lídia da Costa Silva Bourdieux (Toulouse) 236 – Abel Ferreira de Oliveira (Toulouse) 237 – Fernando Jorge Euzébio Rodrigues (Toulouse) 238 – Fátima Rodrigues (Toulouse) 239 – António Carlos (Toulouse) 240 – António Novais da Silva (Gagnac Sur Garonne) 241 – José Vieira (Le Fanga) 242 - Marco Paulo da Costa Vieira (Frouzins)

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA Dia mundial da criança foi assinalado na nossa freguesia com a celebração de uma missa solenizada por um grupo de crianças (escuteiros). Foi a primeira vez que estas crianças cantaram uma missa, ensaiados pelos seus chefes. Pela forma digna como o fizeram ficou a certeza de que o Grupo Coral terá, no futuro, bons continuadores. Parabéns!

BAPTIZADOS EM SOBREPOSTA Em 27 de Janeiro de 2008 - Ana Catarina Costa Peixoto, filha de José Sousa Peixoto e Maria Alice Anunciação Costa. Em 05 de Março de 2008 – Rodrigo Gomes Costa, filho de João Alves Costa e Maria Inês Teixeira Gomes. Em 06 de Abril de 2008 – Catarina Sá Rodrigues, filha de José Paulo Pereira Rodrigues e Isabel Ribeiro Sá Em 13 de Abril de 2008 – Tomás José Araújo Oliveira, filho José Manuel Gomes Oliveira e L. Maria Antunes Araújo.

CASAMENTOS EM SOBREPOSTA Em 10 de Maio de 2008, José Manuel Alves Duarte e Graciete Vaz Ribeiro Em 08 de Junho de 2008, Hugo André Rodrigues Ferreira e Cláu-dia Manuela Fernandes

FALECERAM EM SOBREPOSTA

Em 19 de Março de 2008, Maria Fernandes, viúva de Alfredo da Silva Fernandes. Residia em Toulouse, França. Em 28 de Março de 2008, João Firmino da Silva, com 81 anos de idade, viúvo de Joaquina Rosa Anunciação. Residia na Rua de Lapas, em Sobreposta. Em 7 de Abril de 2008, Domingos Marques Vieira, com 80 anos de idade. Casado com Maria do Sameiro Cerqueira Rodrigues e residia na Avenida Senhora Conceição, em Sobreposta. Em 13 de Abril de 2008, Joaquim Antunes Sousa e Sá, com 77 anos de idade, casado com Dolores da Silva e residia no Lugar da Vinha, Lageosa. Aos familiares e amigos dos que partiram, apresentamos sentidas condolências.

FESTA DE SÃO TOMÉ

A Festa em honra de S.Tomé realizar-se-á nos dias 3, 4, 5 e 6 de Julho. O Programa previsto é o seguinte: Dia 3 - Música gravada e Missa na Capela de S.Tomé, às 20.00 horas. Dia 4 - Música gravada e preparação do arraial e do bar. Dia 5 - À noite, actuação do conjunto “Onda Curta”, de Fafe, e fogo de artifício. Dia 6 - Às 10,30 horas, Missa em honra de S.Tomé. Às 15,30 horas, Terço, Sermão e Procissão em honra de S. Tomé. No final haverá a actuação de um grupo folclórico.

FESTA DO SENHOR Como é de tradição, a Festa do Senhor realizar-se-á nos dias 26 e 27 de Julho. Esta festa será principalmente da responsabilidade dos Mesários Alexandre Marques da Anunciação (Juiz), Manuel Vaz Antunes (Secretário), João de Carvalho Fer-nandes (Tesoureiro) e de José da Silva e Sá (Procurador). O arco será preparado pelos Mordomos Joaquim Ribeiro de Sá e Ricardo André. O seu embelezamento, bem como da Igreja e do adro esta-rá a cargo das mordomas Joana, Jacinta, Alexandra e Andreia

FESTA DA SENHORA DE GUADA-LUPE E DO BOM JESUS DOS MILA-

GRES Esta festa terá lugar em 16 e 17 de Agosto próximo. Apesar de ainda não conhecermos pormenores do progra-ma, pensamos que ele se revestirá especialmente de actos litúrgicos que permitam viver com Fé a devoção a Nossa Senhora e ao Bom Jesus dos Milagres. Esta festa está particularmente a cargo dos Mesários Carlos Alberto Ribeiro Guimarães (Juiz), António Vaz Rodrigues (Secretário), Joaqwuim da Costa Antunes (Tesoureiro e Henrique Freitas Gonçalves (Procurador). O Arranjo do adro e da Igreja está a cargo das Mordomas Marta, Joana, Márcia e Cátia.

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Feira Camponesa Você já está a imaginar toda a fidalguia da cidade de Braga e arredores a perguntar: “Onde fica Sobreposta?” Isto porque, se a ideia pegar bem, Sobreposta vai dar que falar em Setembro, no tempo das colheitas, no tempo do São Miguel. Então como vai ser? Ainda não podemos dizer tudo até porque o “segredo é a alma do negócio” e, digamos, porque não sabemos. Mas já estamos a ima-ginar os nossos jovens vendedores, trajados rigorosamente “à camponesa”, junto da sua banca ou tenda, a aliciar a fidalguia urbana a comprar os seus feijões, a sua broa de milho, as suas hortaliças, os seus frutos frescos, as batatas, as cebolas, os ovi-nhos caseiros, etc, etc. Ó freguesa, venha-me estrear! Será, naturalmente um Domingo de Setembro inesquecível! Parti-cipe nesta ideia e ajude a torná-la uma realidade bem sucedida.

IV CONVÍVIO ANUAL DA ASSOCIA-ÇÃO

15 de Agosto Já é uma instituição. Pela 4ª vez consecutiva, vamos rea-lizar esta Festa/Convívio de todos os associados, familia-res, amigos e conterrâneos. É uma festa para toda a gente mas, este ano, vamos dar especial atenção aos nossos conterrâneos que residem e trabalham, durante todo o ano, longe da terra e sempre, em Agosto, vêm cá retemperar forças, visitar a família e os amigos e “matar” a saudade. Será, por isso, também uma Festa de Acolhimento e de Encontro. Oportunamente, será distribuído e afixado o Programa desta Festa/Convívio.

Agricultura Biológica A agricultura biológica é uma forma de produzir alimentos sem prejudicar o meio ambiente. Na agricultura biológica não são usados químicos de síntese como é feito na agricultura conven-cional. A agricultura biológica fundamenta-se nos antigos métodos de cultivo a que junta os conhecimentos e as técnicas mais moder-nas. Se houver pessoas interessadas em aprofundar os seus conheci-mentos sobre as Técnicas de Agricultura Biológica, a Associa-ção está em condições de organizar sessões de esclarecimento sobre este assunto. Ficamos a aguardar a sua manifestação de vontade.

Novos cursos de Informática Terminou em 14 de Maio passado o Curso de Iniciação à Infor-mática, promovido pela Associação. Aos formandos que, assídua e interessadamente, frequentaram esta formação, damos os nos-sos parabéns. Neste momento estão abertas inscrições para dois novos cursos de 50 horas, com níveis diferentes: 1. Curso de Iniciação 2 . Curso de Aperfeiçoamento O Curso de Iniciação destina-se àquelas pessoas que não têm qualquer conhecimento de informática e nunca trabalharam com computadores. O Curso de Aperfeiçoamento às pessoas que já têm algum conhe-cimento de informática. Se estiver interessado contacte-nos pelo TM 966026725

OUTROS TEMPOS

Já não se reza o terço, como outrora, nos pacíficos lares das aldeias, repletos do luar vindo de fora, ou sorvendo a luz frouxa das candeias! Pelo Inverno, à volta da lareira, Desfiavam-se as contas com piedade, ante o crepitar rubro da fogueira e a resposta dos outros, com bondade... Era ao ar livre, às vezes, no Verão, a rematar as lides e canseiras, erguendo aos Céus a límpida oração por cometidas faltas, passageiras... Lembravam-se os parentes, benfeitores, amigos e até mesmo os inimigos, e rendiam-se múltiplos louvores, para serem libertos dos perigos... Também se orava pelos falecidos, quer aos convivas pertencendo ou não, para que Deus ouvisse os seus pedidos e concedesse o divinal perdão... Era pedida a bênção dos mais velhos, ao terminar a devotada reza, Tendo-se em conta sempre os bons conselhos, vindos da dignidade que se preza... Que pena não haver já nas aldeias o desfiar das contas em família, a rogar se evitassem as mãos-cheias do terror, da agressão e da quezília... Mas tudo terminou sem regressar, porque julgam as novas gerações Sumir-se-lhes o tempo p’ra gastar no vício, malfazer e diversões!

José Fernandes da Silva

CARO ASSOCIADO

NÃO SE ESQUEÇA DE LIQUIDAR A SUA QUOTA À ASSOCIAÇÃO.

ELA É IMPORTANTE PARA QUE ESTE

BOLETIM INFORMATIVO POSSA CONTINUAR A CHEGAR JUNTO DE SI

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SORTEIO A Direcção da Asso-ciação continua a sortear entre os assoc iados, um almoço ou jantar para duas pessoas que será oferecido pelo Restaurante CARRE IRA DE

TIRO, situado em Sandim - Sobreposta. O feliz contemplado foi, desta vez, o associado n.º 110 – José Rodrigues Lima que deverá contactar a Direcção da Associação para proceder ao levantamento da credencial que lhe confere direito ao almoço ou jantar para duas pessoas. Parabéns e bom apetite.

Relatório de contas de 2007

Na Assembleia Geral, realizada no passado dia 9 de Maio, foi apresentado, esclarecido e aprovado o Relatório de Contas da Associação, relativo ao exercício de 2007. Para inteira informa-ção de todos os nossos associados que não puderam estar pre-sentes na referida assembleia, aqui fica o resumo das contas:

Receitas: Quotas dos associados………… 2.602,50 Donativos ………………………….. 5,00 Actividades (festa e ginástica) …3.166,00 Cursos de informática ……………760,00 Total de receitas ……………….6.533,50 Despesas: Produção Boletim Informativo … 720,00 Correios ………………………….243,70 Telefone e Internet ……………… 577,71 Material de escritório ……………. 155,27 Renda de instalações …………….. 585,00 Ginástica (monitora e pavilhão) ...2.550,00 Seguro, subsídio à Monitora …. 1.480,77 Total de despesas ………... 6.312,45 Saldo do exercício…………………221,05 Saldo acumulado………………. 1.898,60

Relativamente ao Relatório de Contas apresentado, o Conselho Fiscal emitiu o seguinte parecer : “O Conselho Fiscal congratula-se pelo excelente relatório de contas apresentado pela Direcção. Os dados económicos apre-sentados revelam um balanço francamente positivo do desem-penho no ano de 2007. Salienta, ainda, a consolidação orça-mental demonstrada pelos valores apresentados, fruto do tra-balho de implementação e consolidação de actividades mar-cantes na vida associativa da freguesia de Sobreposta”.

O Presidente do Conselho Fiscal

(Severino Fernandes).

TAXAS DA DIOCESE

Para completo esclarecimento dos nossos leitores mais interessados, aqui ficam publicadas as novas taxas ou ofertas devidas por “ocasião da administração dos sacramentos ou sacramentais”. Publicamos apenas estas porque são as mais usuais:

Celebração do Baptismo ------ 25,00€ Celebração do Matrimónio --- 25,00€ Funerais ------------------------- 30,00€ Ofício de defuntos ------------- 25,00€ por cada clérigo Missa ---------------------------- 10,00€ Trintário gregoriano---------- 350,00€ Missa de festa ----- ------------ 30,00€ Procissão de festa -------------- 30,00€ Pregações --------- (valor a estabelecer pelo pregador)

Note-se que apenas revertem directamente a favor do sacerdote as ofertas relativas às Missas e ao Ofício Exequial. As restantes verbas são geridas pelo Conselho Económico da paró-quia. Conforme indica a notícia transcrita, estas tabelas entram em vigor no dia 1 de Julho de 2008.

In “Diário de Minho” de 12/06/2008

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PELOS ESCUTEIROS No passado dia 25 de Maio, realizou-se o V Rally Paper organizado pelos Caminheiros do Agrupamento 1017, Sobre-posta. Apesar do tempo inconstante que se fazia sentir, houve uma grande adesão por parte da população, à qual agradece-mos pela participação. O rally terminou na Sr. da

Saúde, em S. Clemente de Sande, com um convívio entre todos os participantes e restante população que se juntou posteriormente. Foi um dia bem passado. Até ao próximo. Uma forte canhota escutista. O Clã(caminheiros)

Vendas: * Manutenção * Pneus * Assistência automóvel * Jantes * Lavagem Rua S.ª da Conceição, 106 Sobreposta 4710-841 BRAGA Tel. 253 281 436

A ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL DE SOBREPOSTA AGRADECE ÀS EMPRESAS PATROCINADORAS DESTE BOLETIM ABAIXO REFERIDAS E RECOMEN-

DA AOS SEUS ASSOCIADOS E LEITORES A PREFERÊNCIA PELOS SEUS SERVIÇOS.

ATRANCADAS EM LAGEOSA

Antiga tradição própria do mundo rural, muito particular-mente do Minho, continua a não ser esquecida na nossa terra, na noite de S. João. Assim aconteceu mais uma vez, este ano.