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Navegando J unto s Ano 1 Edição n.º 2 Outubro/2013 Vaga para motoristas capacitados 3 Aprender sempre para crescer na vida 2 e 3 Estaleiro melhora infraestrutura da região 4 Boletim informativo do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) e do Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP) Plano Básico Ambiental (PBA) – Programa de Comunicação Social Foto MARCELO GENTIL Augusto Bispo Filho, armador. Vivendo no presente, pensando no futuro D o alto do morro Bela Vis- ta, a visão panorâmica do canteiro é impressionante. O rio Paraguaçu, em sua imen- sidão e beleza, funciona como moldura perfeita para a obra – ela própria um organismo pulsante espalhada na área gi- gantesca de quase 115 hectares. O local em que homens e má- quinas se movimentam hoje, construindo um dos maiores estaleiros da América Latina, era uma fazenda. Foi preciso abrir espaço para o progresso que, ao avançar, sempre inter- fere na paisagem. “Claro que causamos um impacto, mesmo seguindo to- das as diretrizes dos órgãos ambientais. Em nossa reserva legal mantemos 32 hectares da floresta original e um viveiro, que recebe a visita de escolas. Há também o corredor verde, uma faixa de 14 a 17 hectares entre o canteiro e a comunida- de da Enseada. Funciona como um filtro contra barulho, poei- ra”, explica a engenheira civil com especialização ambiental, Luciana Andréia Fernandes Santana, responsável de Meio Ambiente do Consórcio Es- taleiro Paraguaçu (CEP). Ela ressalta ainda a preocupação do Estaleiro Enseada do Pa- raguaçu (EEP) em investir no desenvolvimento social e eco- nômico da região. “Queremos realizar um trabalho duradou- ro e, para isso, estamos envol- vendo a comunidade em vários projetos”, conta. Sensibilização dos moradores Um dos exemplos dessa visão de futuro é o programa Verde Novo, um conjunto de vários projetos, entre eles o de semear diferentes espécies de árvores numa área de aproxi- madamente 60 hectares – cerca de 10 hectares compostos de manguezais. A bióloga Karla Barreto, coordenadora do pro- grama, vem se empenhando em sensibilizar moradores dos arredores de Maragojipe sobre a importância de plantar (e manter viva a vegetação) nas nascentes e margens dos rios. Crianças, adolescentes e pro- prietários de terras participam de encontros e oficinas, onde ficam sabendo dos benefícios de se comprometer com a con- servação de áreas verdes. O resultado é que muitas crianças (foto) já compreendem concei- tos complexos, como os de mata ciliar e erosão, e muitos adultos estão cedendo espaço em suas propriedades para o plantio. O criador de gado Jorge Gue- des recebeu, em sua fazenda em Irriquitiá, a visita da equi- pe da bióloga e se entusiasmou com a possibilidade de ver re- composta parte da vegetação de- vastada pelo antigo proprietário. “Tenho cerca de 200 hectares e sei que, para o gado, a água é mais importante do que o ca- pim. Mantendo as margens e a nascente do rio Irriquitiá sem- pre plantadas, o volume de água pode aumentar muito. É uma ga- rantia contra a seca”, argumenta. O projeto também tem o mérito de empregar gente de diferentes distritos de Marago- jipe. “Entre integrantes, mais o pessoal que faz as cercas, que transporta as mudas, faz e leva os lanches e o almoço são 30 pessoas envolvidas”, conta Karla Barreto. Cuidado com os bichos Grande parte das sementes e mudas que vão reflorestar a re- gião foram coletadas na própria fazenda comprada pelo Esta- leiro, antes da supressão. Na ocasião, também foi feito um complexo trabalho de afugenta- mento e resgate dos animais sil- vestres que viviam na fazenda. Biólogos, veterinários, en- genheiros ambientais, técnicos com diferentes especializações se dedicaram à tarefa de captu- rar ou afugentar para a reserva legal perto de 18 mil animais. O maior grupo era formado por Foto BRUNO PITA anfíbios (sapos, rãs e pererecas). Ninhos de pássaros, famílias de aranhas, cobras, abelhas nativas, tudo foi catalogado nesse tra- balho que se tornou referência internacional pelo cuidado en- volvido no processo. Nessa atividade, que durou quatro meses, também foram envolvidos moradores da re- gião. “Dos 62 profissionais da equipe, 30 eram de Enseada, nativos que tiveram nesta expe- riência a chance de seu primei- ro emprego”, recorda Caroline Todt de Azevedo, Gerente de Sustentabilidade que coorde- nou o programa. “O padre che- gou a celebrar uma missa onde todos levantaram a carteira de trabalho para uma benção. Uma cena emocionante!”, revela. João Guilherme, de Salinas da Margarida, assistiu palestra, visitou o viveiro e se encantou com as mudas nativas.

Boletim Navegando Juntos. Ano 1, edição n.2, outubro 2013

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Navegando Juntos é o boletim informativo do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) e do Consórcio Enseada do Paraguaçu (CEP). Publicação que integra o Programa de Comunicação Social do Plano Básico Ambiental (PBA). É mensalmente elaborado para os integrantes do empreendimento e as comunidades do entorno, com tiragem de 15.000 unidades e distribuição gratuita nos formatos impresso e digital. Participe da construção de pautas através do Fala Comunidade ([email protected]). Boa leitura!

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NavegandoJuntos

Ano 1 • Edição n.º 2 • Outubro/2013

Vaga para motoristas capacitados3

Aprender sempre para crescer na vida 2 e 3

Estaleiro melhora infraestrutura da região4

Boletim informativo do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) e do Consórcio Estaleiro Paraguaçu (CEP) Plano Básico Ambiental (PBA) – Programa de Comunicação Social

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Augusto Bispo Filho, armador.

Vivendo no presente, pensando no futuroD o alto do morro Bela Vis-

ta, a visão panorâmica do canteiro é impressionante. O rio Paraguaçu, em sua imen-sidão e beleza, funciona como moldura perfeita para a obra – ela própria um organismo pulsante espalhada na área gi-gantesca de quase 115 hectares. O local em que homens e má-quinas se movimentam hoje, construindo um dos maiores estaleiros da América Latina, era uma fazenda. Foi preciso abrir espaço para o progresso que, ao avançar, sempre inter-fere na paisagem.

“Claro que causamos um impacto, mesmo seguindo to-das as diretrizes dos órgãos ambientais. Em nossa reserva legal mantemos 32 hectares da floresta original e um viveiro, que recebe a visita de escolas. Há também o corredor verde, uma faixa de 14 a 17 hectares entre o canteiro e a comunida-de da Enseada. Funciona como um filtro contra barulho, poei-ra”, explica a engenheira civil com especialização ambiental, Luciana Andréia Fernandes Santana, responsável de Meio Ambiente do Consórcio Es-taleiro Paraguaçu (CEP). Ela ressalta ainda a preocupação do Estaleiro Enseada do Pa-raguaçu (EEP) em investir no desenvolvimento social e eco-nômico da região. “Queremos realizar um trabalho duradou-ro e, para isso, estamos envol-vendo a comunidade em vários projetos”, conta.Sensibilização dos moradoresUm dos exemplos dessa visão de futuro é o programa Verde Novo, um conjunto de

vários projetos, entre eles o de semear diferentes espécies de árvores numa área de aproxi-madamente 60 hectares – cerca de 10 hectares compostos de manguezais. A bióloga Karla Barreto, coordenadora do pro-grama, vem se empenhando em sensibilizar moradores dos arredores de Maragojipe sobre a importância de plantar (e manter viva a vegetação) nas nascentes e margens dos rios.

Crianças, adolescentes e pro-prietários de terras participam de encontros e oficinas, onde ficam sabendo dos benefícios de se comprometer com a con-servação de áreas verdes. O resultado é que muitas crianças (foto) já compreendem concei-tos complexos, como os de mata

ciliar e erosão, e muitos adultos estão cedendo espaço em suas propriedades para o plantio.

O criador de gado Jorge Gue-des recebeu, em sua fazenda em Irriquitiá, a visita da equi-pe da bióloga e se entusiasmou com a possibilidade de ver re-composta parte da vegetação de-vastada pelo antigo proprietário. “Tenho cerca de 200 hectares e sei que, para o gado, a água é mais importante do que o ca-pim. Mantendo as margens e a nascente do rio Irriquitiá sem-pre plantadas, o volume de água pode aumentar muito. É uma ga-rantia contra a seca”, argumenta.

O projeto também tem o mérito de empregar gente de diferentes distritos de Marago-jipe. “Entre integrantes, mais

o pessoal que faz as cercas, que transporta as mudas, faz e leva os lanches e o almoço são 30 pessoas envolvidas”, conta Karla Barreto.Cuidado com os bichos Grande parte das sementes e mudas que vão reflorestar a re-gião foram coletadas na própria fazenda comprada pelo Esta-leiro, antes da supressão. Na ocasião, também foi feito um complexo trabalho de afugenta-mento e resgate dos animais sil-vestres que viviam na fazenda.

Biólogos, veterinários, en-genheiros ambientais, técnicos com diferentes especializações se dedicaram à tarefa de captu-rar ou afugentar para a reserva legal perto de 18 mil animais. O maior grupo era formado por

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anfíbios (sapos, rãs e pererecas). Ninhos de pássaros, famílias de aranhas, cobras, abelhas nativas, tudo foi catalogado nesse tra-balho que se tornou referência internacional pelo cuidado en-volvido no processo.

Nessa atividade, que durou quatro meses, também foram envolvidos moradores da re-gião. “Dos 62 profissionais da equipe, 30 eram de Enseada, nativos que tiveram nesta expe-riência a chance de seu primei-ro emprego”, recorda Caroline Todt de Azevedo, Gerente de Sustentabilidade que coorde-nou o programa. “O padre che-gou a celebrar uma missa onde todos levantaram a carteira de trabalho para uma benção. Uma cena emocionante!”, revela.

João Guilherme, de Salinas da Margarida, assistiu palestra, visitou o viveiro e se encantou com as mudas nativas.

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Ajudantes, encarregados e outros integrantes do Estaleiro estão respondendo bem às oportunidades de qualificação profissional oferecidas pelo empreendimento. Os 80 caldeireiros formados em agosto já podem evoluir um pouco mais: concorrer a vagas no curso de caldeireiro naval que acontece ainda este ano. Dentro da obra, é nítido o interesse das pessoas em aperfeiçoar seus talentos. A Escola Formando Pessoas, que dá chance aos alunos de cursar o ensino fundamental, cadastrou 65 integrantes apenas no primeiro dia de inscrições.

“Eles estão elogiando muito a iniciativa, pela possibilidade de continuar os estudos. Mui-tos deixaram a escola porque precisavam trabalhar”, explica Márcia Lapa, Gerente de Edu-cação Profissional. É o caso do armador José Carlos Pereira Ramos, 41 anos, de Salinas, que parou de estudar há 25 anos, quando começou a ven-der lanche em porta de obra. “Meus pais eram pobres, eu precisava ajudar”, justifica José Carlos, um dos inscritos.

Outros cursos, como os de pedreiro, carpinteiro e arma-dor, estão sendo formatados para atender tanto às neces-sidades do Estaleiro quanto às dos integrantes. Essenciais

ganha conhecimento teórico. Aprendem pontos específicos como, por exemplo, conversão de medidas para trabalhar com ferramentas”, diz Márcia Lapa.Investimento em capacitação Absorver mão de obra local é um dos principais objetivos do Estaleiro. Mas os mora-dores da região, habituados a praticar sobretudo a pesca e a mariscagem, conhecem pouco as características da indústria naval. Por isso, a empresa vem investindo em cursos de capa-citação, que deem formação prática e teórica aos interes-sados em concorrer às vagas disponíveis no Estaleiro.

Um levantamento realizado em 11 localidades mapeou o perfil de trabalhadores dispo-níveis na área de influência do EEP. Por intermédio do SINE Bahia foram cadastrados 3.304 habitantes de Enseada, Saubara, Salinas, Coqueiros, Salamina, Nagé, Conceição, Cairu, Barra do Paraguaçu, São Roque, Ca-buçu, Bom Jesus dos Pobres. O diagnóstico detectou carências em dois temas: escolaridade e qualificação.

Com base nesses dados, o estaleiro traçou um grande programa de treinamento para habilitar os trabalhadores a atu-arem no segmento naval. “Que-remos que nossas ações tenham um olhar voltado para o desen-volvimento social e econômico da região, que é bastante carente

de impactos positivos. Nosso intuito é transformar esse cená-rio”, assegura Márcia Lapa.

Parte dessa transformação consiste em mostrar à popula-ção as inúmeras oportunidades de crescimento geradas com a chegada do Estaleiro, nas duas fases distintas do empreen-dimento: a de construção e a de operação. A primeira está absorvendo, principalmente, operários da construção civil. A partir de 2014, a fase de ope-ração vai demandar trabalha-dores com maior conhecimen-to do setor naval.

O compromisso do EEP é mostrar para os habitantes da região as possibilidades de crescer em diferentes ramos de atividade. Transporte, manu-tenção de máquinas e compu-tadores, fornecimento de água, de fardas e de alimentos, são alguns dos setores de apoio im-prescindíveis ao funcionamen-to do estaleiro. Há dezenas de postos de trabalho abertos em empresas e cooperativas que prestam serviços ao EEP.

“As comunidades têm expe-riência com a plataforma da Pe-trobras em São Roque, que teve começo, meio e fim. Por isso fi-cam achando que acontecerá o mesmo com o Estaleiro. Acon-tece que somos uma indústria, com encomendas contínuas de navios para entregar e planos para permanecer muitos anos por aqui”, ressalta Márcia.

Aprendizado, a chave do sucesso

“Eles estão elogiando muito a iniciativa, pela possibilidade de continuar os estudos. Muitos deixaram a escola porque precisavam trabalhar”Márcia Lapa, responsável pela área de Educação Profissional.

para o avanço das obras, nessa fase de construção, pedreiros, carpinteiros e armadores saem mais qualificados do curso. “A maioria sabe como fazer as coi-sas, domina o lado prático da profissão, mas no treinamento

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Adilson Santos, armador.

Parceria com a OAS, garantiu lançamento do projeto “Escolinha do Estaleiro”, ocorrido no dia 20/9, com 170 inscrições.

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Boletim informativo do estaleiro enseada do Paraguaçu (eeP) e do consórcio estaleiro Paraguaçu (ceP).

www.eepsa.com.br [email protected]

Presidente: Fernando Barbosa Diretor de implantação: Silvio Zen Diretor de relações institucionais: Humberto Rangel Diretor de Pessoas e organização: Ricardo Lyra Diretor de execução: José Luis Coutinho de Faria

gerente de comunicação externa: Hermann Nass coordenador de comunicação e editor: Marcelo Gentil (Conrerp 7ª/nº 1771) redação: Denise Ribeiro (MTB 12.379), Thaise Muniz (DRT-BA 4360), Malany Tavares e Marcelo Gentil

Fotografia: Bruno Pita, Julius Sá e Marcelo Gentil apoio: Roque Peixoto e Caíque Fróes (Jovem Aprendiz) Projeto gráfico e editoração: Solisluna Design revisão: Maria José Bacelar Guimarães Pré-impressão e impressão: Rocha Impressões tiragem: 15.000 exemplares

o eeP é uma empresa associada à associação Brasileira de comunicação empresarial (aberje).

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Vaga para motoristas qualificadosIr atrás de qualificação é bom para concorrer a um emprego não apenas no Estaleiro, mas em outras empresas. Há inúmeras vagas abertas em diversos setores, muitas delas não preenchidas porque não há profissionais qualificados para a função. “Estamos com ônibus parados na garagem, por falta de motoristas”, reclama José Elias das Virgens Oliveira, o Zezinho da Politur, que presta serviços ao EEP.

Na opinião dele, os municípios do Recôncavo baiano não se prepararam para dar conta da demanda por mão de obra qualificada, que cresceu com a chegada do Estaleiro. “Para essa obra, adquirimos 22 veículos novos. Mesmo pagando bons salários, não conseguimos contratar novos motoristas nem para ocupar o lugar dos que saíram”, diz Zezinho.

Larissa Santos Oliveira, que administra a Politur ao lado do pai, afirma que o salário de motorista é de R$ 1.600,00, em geral acrescido de mais R$ 600,00 referentes ao cumprimento de 40 horas extras semanais. O bônus por assiduidade e melhor média de consumo pode chegar a mais R$ 400,00. Mas é preciso ter o curso de transporte coletivo de passageiro, categoria D, para concorrer a uma dessas vagas. Alguém se habilita?

NavegandoJuntos

Curso: Escola Formando Pessoas

Objetivo: Elevação da escolaridade

Aluno: Periandro Guimarães dos Santos, 35 anos, armador

Ele foi um dos primeiros a se inscrever no curso, até porque já conhecia a metodologia. Fez parte da escolinha quando trabalhava numa obra da OAS em Salvador. “Antes não sabia nem escrever direito meu nome. Hoje não me aperto mais, já não preciso da ajuda de ninguém pra ler as coisas, pegar um transporte”, conta Periandro, que agora vai cursar o segundo módulo do curso.Reconhece que não é fácil, depois de um dia de trabalho, encontrar energia para vencer a fadiga e enfrentar as aulas. “Tem que ter muita força de vontade, interesse, saber que isso vai ser útil pra gente. Mas os professores são excelentes, animam a gente.” Por isso incentivou os amigos a se inscreverem. “Quando entrei no estaleiro me saí bem no teste de seleção por causa da base que ganhei na escolinha. Agora, continuando os estudos, vou ficar mais sabido ainda”, alegra-se o armador.

Periandro dos Santos, armador.

José elias e larissa oliveira, da Politur.

Curso: Líder a Bordo

Objetivo: Técnicas de Liderança

Alunos: Mario Monteiro, 37 anos, encarregado de carpintaria

José Carlos Ferreira Carvalho, 49 anos, técnico de planejamento de equipamentos

No crachá de Mario Monteiro, se lê “prestativo”. No de José Carlos Carvalho, “agregador”. Apontar as próprias qualidades faz parte de um dos exercícios dos cursos que todos os encarregados farão nos próximos meses. “Aprendi que a gente tem de saber ver a dificuldade das pessoas, dar bom dia olhando nos olhos e passar nossa experiência para que outros também possam se tornar líderes”, resume Mario, que é casado e mora em Salinas.

José Carlos, do grupo que construiu junto o Manual do Líder em Estaleiro, ressalta a importância do convívio de encarregados ao longo do curso. “Vou me empenhar mais em atender a um pedido de alguém que conheço fisicamente. Aí a engrenagem funciona melhor”, diz o técnico, que mora com a família em Santo Antônio de Jesus.

“Aprendi que a gente temde saber ver a dificuldadedas pessoas, dar bom dia olhando nos olhos e passar nossa experiência para que outros também possam se tornar líderes”Mario Monteiro, encarregado de carpintaria.

Curso: Ondas de Aprendizagem

Objetivo: Qualificação Profissional de Ajudantes

Aluno: Durval Quintino Bispo Neto, 36 anos, oficial de pedreiro

De tudo o que Durval aprendeu, o que mais lhe chamou atenção foram as novas informações sobre o cimento: “Lá na comunidade, toda semana, a gente bate uma laje e eu não imaginava que o concreto passava por todo esse processo. Hoje sei que a qualidade do cimento não se mede só pela marca, mas também pela numeração. Tem muito pedreiro que diz que sabe de tudo, mas se vier tomar um curso desse vai ficar de boca aberta.”

Integrante do Estaleiro há 10 meses, Durval, que é de Conceição de Salinas, viu no curso a oportunidade de se destacar e crescer ainda mais: “Toda semana chega gente pra trabalhar aqui. Percebi que, se quisesse continuar, tinha que jogar minha rede também pra pegar meus peixes”, brinca o oficial de pedreiro, que é casado e pai de uma filha. “Tenho aprendido muita coisa, principalmente na parte de construção civil. Vou sair daqui bem mais experiente”, diz ele.

Durval Bispo, oficial de pedreiro.

“Vou me empenhar maisem atender a um pedido. Aí a engrenagem funcionará melhor”José Carlos Ferreira Carvalho, técnico de planejamento de equipamentos.

Page 4: Boletim Navegando Juntos. Ano 1, edição n.2, outubro 2013

Uma das vantagens de ter por perto um empreendimento do porte do estaleiro é que ele traz visibilidade à região onde está instalado. No vaivém da obra, com um maior número de pes-soas, caminhões e cargas circu-lando por todo canto, surge a necessidade de abrir uma nova estrada, de aumentar o volume de água fornecida, de construir uma ponte para encurtar cami-nhos, de implementar uma co-leta eficiente dos resíduos.

Incrementar a infraestru-tura facilita as operações do estaleiro e também a vida de quem mora na região. Afinal, as obras construídas tornam-se um patrimônio permanente para as cidades e seus habitan-tes. Em parceria com o gover-no federal e o do Estado, o EEP vem contribuindo fortemente para a implementação de vá-rios projetos, como o da ponte sobre o rio Baetantã. “A ponte vai reduzir o tempo gasto dia-riamente por centenas de inte-grantes do EEP que residem em Maragojipe, Nazaré, Santo

Antônio de Jesus, Cachoeira e São Félix, em seu desloca-mento para o trabalho”, revela Márcio Cruz, Gerente de Rela-ções Institucionais do EEP.

Segundo o executivo, estão em andamento obras que con-templam melhorias nas estra-das, no sistema de tratamento de efluentes e no fornecimento de energia e de água. “Toda a região do entorno está sendo beneficiada”, garante.

Mensalmente apresentare-mos, no Navegando Juntos, o

Mais emprego, mais estradas, mais infraestrutura

Cooperativa de São Roque, parceira em alimentação

andamento de tudo o que está sendo feito ou articulado pelo empreendimento. Conheça al-gumas dessas obras:Ponte sobre o Rio BaetantãCom custo estimado em cerca de R$ 42 milhões, a construção da ponte, com conclusão pre-vista para dezembro de 2014, é hoje o maior investimento de infraestrutura do Governo da Bahia na região. A ordem de serviço foi assinada no dia 27 de julho pelo Governador Ja-ques Wagner.

O Navegando Juntos recebeu, no dia 19 de setembro, e-mail de Antonio I. C. Borba, que solicitou esclarecimento sobre o processo de contratação do Estaleiro via Sinebahia. A seguir, resposta da área de Pessoas e Organização (P&O):

“Sr. Antonio, agradecemos muito pelo seu contato e pelas palavras elogiosas. As contratações do EEP/CEP obedecem ao planejamento de absorver mão de obra, encarando o empreendimento em duas fases: implantação e produção. Alcançamos, no início de setembro, a marca dos 3.864 integrantes, a maior parte deles moradores do Recôncavo Baiano. De dezembro de 2012 a agosto de 2013, alcançamos 99% de crescimento no número de empregos gerados. Naturalmente não conseguiremos absorver toda a mão de obra disponível, mas estamos empenhados em contribuir para a melhoria dos indicadores sociais e econômicos da região.”

Fala comunidade

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Parceria com a Prefeitura de Salinas rendeu bons frutos para Barra do Paraguaçu.

Integrantes da Nutrigolden felizes com as oportunidades que estão sendo criadas pelo Estaleiro.

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lO aipim, um dos principais in-gredientes da culinária baiana, tem lugar garantido na cozinha do Estaleiro. Toda semana, 400 quilos dessa apreciada raiz são consumidos pelos integrantes. Como um dos objetivos do EEP é gerar oportunidades de desen-volvimento para empreendedo-res da região, o aipim, verduras e frutas estão sendo comprados de produtores locais.

A Cooperativa de Alimen-tos de São Roque foi a parceira escolhida para fornecer, sema-

nalmente, esses itens essenciais ao cardápio dos restaurantes do estaleiro. De acordo com a Nutrigolden, empresa respon-sável pelos refeitórios, além do aipim, laranja, folhas e tempero verde constam da lista inicial de encomendas à cooperativa. “A primeira remessa de produtos já foi entregue. Estamos em fase de negociação final”, conta Gus-tavo Regalado Costa, Gerente Administrativo da Nutrigolden.

Ele afirma que alguns ajus-tes técnicos vêm sendo feitos

A diminuição do tempo de viagem, estimado em uma hora e meia, será importan-te para a qualidade de vida de integrantes do Estaleiro, como é o caso da armadora Fabiana Dias Sales, de 25 anos. “Terei mais tempo para descansar e cuidar do meu filho. Ele, todo dia, me pergunta se já está per-to de chegar o domingo, único dia em que posso me dedicar a ele em tempo integral”, conta.Estrada de SalinasA BA-534, que liga a BA-001 ao município de Salinas da Margarida, passa pelos distri-tos de Cairu e Conceição e dá acesso ao EEP, está sendo me-lhorada. “São duas frentes de trabalho: uma que cuida dos últimos 5,4 km da estrada, em fase de conclusão, e a outra que deve começar antes do verão e vai cuidar dos 23 km restan-tes”, acrescenta Cruz.

Recuperação do píer de Barra do ParaguaçuApós oito dias de trabalho, 15 integrantes do Estaleiro recu-peraram o píer do distrito de Barra do Paraguaçu. “Refor-mamos todo o guarda-corpo e o piso que estava solto. É gratificante poder melhorar um equipamento que serve à minha comunidade”, comen-tou Gerson Silva, ajudante de obras civis do Estaleiro e mo-rador da comunidade de Cairu, vizinha à Barra.

pela cooperativa. “Coisas sim-ples. Eles estão se adaptando, por exemplo, para conseguir entregar as laranjas descascadas, conforme nossa necessidade”, explica. Tra-ta-se de um ajuste importante, le-vando-se em conta as demandas da empresa, que vai pedir à coo-perativa 3 mil laranjas e mais 100 quilos de folhas, verduras e tem-pero verde toda semana. E esses são apenas alguns dos itens que compõem as 7 mil refeições (en-tre café, almoço, lanche e jantar) servidas no Estaleiro.

A parceria traz benefícios para outros prestadores de serviço – tantos, que a gente nem imagina: dos que vendem sementes, enxa-das e adubos aos que fornecem material para embalar alimentos. O fato é que esse volume de en-comendas gera novos negócios, absorve mão de obra no campo, movimenta o comércio local, aquece a economia. Ganham não apenas a cooperativa e seus agricultores, mas qualquer um que tiver uma ideia original de melhoria para o setor.

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A linha Maragojipe-EEP entrou em operação em 23/9. O primeiro trecho de transporte hidroviário implantado foi o de São Roque-EEP. Mais qualidade de vida para os integrantes do Estaleiro.