12
A PÁSCOA JÁ TÃO PERTO ECOS DE TAIZÉ CAMINHEIROS E LOBITOS FEIRA DAS MADRINHAS CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DE LOUSADA A MELHOR HERANÇA: A FÉ SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO VIA SACRA CARITAS IN VERITATE MENSAGEM DE BENTO XVI PARA A QUARESMA TRIDUO PASCAL A CRUZ É O CAMINHO Boletim Paroquial de São Pedro da Cova

Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

  • Upload
    hadieu

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

A PÁSCOA JÁ TÃO PERTO

ECOS DE TAIZÉ

CAMINHEIROS E LOBITOS

FEIRA DAS MADRINHAS

CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DE LOUSADA

A MELHOR HERANÇA: A FÉ

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

VIA SACRA

CARITAS IN VERITATE

MENSAGEM DE BENTO XVI PARA A QUARESMA

TRIDUO PASCAL

A CRUZ É O CAMINHO

Boletim Paroquial de São Pedro da Cova

Page 2: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

E A PÁSCOA JÁ TÃO PERTO

O tempo não pára. Estamos já em plena

Quaresma, o que quer dizer que a Páscoa está já

aí. Espero que nesta velocidade não apanhe

ninguém desprevenido, sem tempo para parar,

para rever a sua vida, para se preparar para a

Páscoa.

A Igreja oferece-nos este tempo da

Quaresma precisamente porque conhece as

nossas resistências e a nossa lentidão. O trabalho

de entrar dentro de nós, ser capaz de deixar que a

vida se ilumine com a luz de Cristo, reconhecer o

que é preciso mudar, ainda que seja sempre

preciso mudar as mesmas coisas, encontrar

tempo e silêncio para Deus… tudo coisas bem

necessárias á nossa vida cristã e sem as quais

Deus passa despercebido na nossa vida e não

aproveitamos a Sua graça regeneradora. É para

isso que precisamos duma Quaresma a sério.

Não são muitos os momentos que a vida

paroquial tem. Havemos de ter mais. Contudo,

chamo a atenção para a Liturgia de Domingo: o

ritmo Dominical contém uma progressão, um

caminho de ascensão e renovação, que vai do

deserto até à luz nova da Vigília Pascal; ainda os

momentos que teremos para a celebração da

Reconciliação, não só a “confissão da desobriga”

que tem conteúdo suficiente para nos renovar,

mas a experiência profunda do amor e da

misericórdia de Deus que nos procura não por

sermos pecadores mas porque somos capazes de

acolher Deus e viver com Ele; finalmente, a

oração da Via-Sacra, onde recordamos os passos

da Paixão do Senhor e, passo a passo, nos vamos

deixando tomar pela Sua generosidade, pela Sua

entrega, pelo Seu amor derramado por nós. Não

são muitas ocasiões mas, quem aproveitar bem as

que temos, acrescentando também algo mais

individual, certamente que tem oportunidade de

viver uma boa Quaresma e, por consequência,

uma boa Páscoa. Porque é isso que

verdadeiramente nos interessa: viver a Páscoa de

Cristo.

Foi essa presença pascal de Cristo que encheu os

dias de Taizé deste mês de Fevereiro. Da nossa paróquia

participaram 23 jovens e recebemos 17 jovens vindos de

Penacova (Coimbra), Toulusse (França), Zagrev (Croácia) e

Madrid (Espanha). Foram poucos os jovens de acolhemos

para a generosidade de tantas famílias que queriam abrir as

suas portas. Ficou bem marcada essa vontade de participar,

de fazer parte deste grande momento de juventude que foi o

Encontro Ibérico de Taizé. A todos os que contribuíram para

ele deixamos o nosso muito obrigado e a promessa que os

jovens tirarão daí lições e experiência de vida que os faça

crescer.

É isso que interessa, crescer. E podemos estar

sempre a crescer. Em cada momento a vida faz-nos esse

desafio de a levar mais a sério, de descobrir mais a sua

verdade, de colocar, de novo, Cristo no centro. É o mesmo

apelo da Quaresma: crescer para Cristo…

Desejo a todos uma boa Quaresma, que é a melhor

forma de começar já a desejar uma boa Páscoa a todos.

Pe. Fernando Rosas

Page 3: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

quando chegássemos à noite e o orgulho e alegria que se via nas expressões daqueles que sempre esperaram e apostaram nos jovens para assegurar o futuro daquilo que eles começaram.

O Encontro Ibérico de Taizé foi tudo isto. Foi reflexão, tempo para parar, para nos afastarmos da rotina e termos tempo para rezar, para respirar fundo. Foi convívio, alegria, boa-disposição. Foi capacidade de acolher, de nos darmos e de sairmos de nós. Foi (re)união. Fez-nos crescer, ir mais longe. Agora somos mais. Não só individualmente, mas como grupo de jovens e como Paróquia.

Depois de tudo isto, e para que o trabalho não seja em vão, resta-nos guardar as memórias e arrastar um bocadinho do que vivemos para a correria da rotina. E aproveitar uma nova oportunidade destas, quando aparecer.

Ana Pinho

TESTEMUNHO DUMA FAMÍLIA DE ACOLHIMENTO

A nossa paróquia foi uma das paróquias de acolhimento no Encontro Ibérico de Taizé realizado na cidade do porto entre os dias 13 e 16 do decorrente mês. O objectivo da comunidade era receber o maior número possível de jovens inscritos no encontro e que viessem de fora da região do Porto. Dado o anuncio publicamente e abertas as inscrições, as famílias foram oferecendo cada vez mais a sua ajuda, apesar de muitas delas não terem conhecimentos antecedentes destes encontros nem da comunidade Taizé em si. Durante a reunião com o pároco, onde foram acertados os últimos pormenores e tiradas as últimas dúvidas, chegámos à conclusão de que mais importante que dar-lhes um lugar para dormir e algo para comerem, as famílias deveriam acolher os jovens com todos os significados da palavra. No decorrer daqueles dias, eles seriam parte da nossa família, seriam nossos filhos, nossos netos… Com a aproximação do “Dia D” as famílias foram ganhando cada vez mais um entusiasmo natural: começam as limpezas, os arranjos das casas, fazem-se as camas com cuidado e nunca com a certeza de que o número de cobertores é suficiente para não sentirem frio, colocam-se as melhores toalhas, os melhores panos, o melhor do pouco que se tem para obter o brilho especial, a perfeição. Nas vésperas fazem-se as compras. “Será que gostam de café solúvel?” “Estarão habituados a comer cereais ou pão ao pequeno-almoço?” “Bem, pelo sim, pelo não, é melhor comprar um pouco de tudo”. “O que será que vou cozinhar para o almoço de Domingo?” “Talvez Cozido à Portuguesa, mas, será que eles gostam?”

FESTA DA ACÇÃO CATÓLICA No passado dia 6 de Fevereiro, a nossa cripta encheu-se duma alegria muito especial, misturada de saudade e animação. Juntaram-se as Jocistas, assim se chamavam, para reviver os seus encontros de variedades. E assim foi: partilharam com todos os seus dotes artísticos, do teatro à poesia, da comédia à música. E era ver o gosto com que prepararam tudo: a decoração, as roupas, os adereços, as imagens… Estão, verdadeiramente, de parabéns. Esperamos que tenham gostado tanto de fazer o espectáculo como nós de o ver. Também o coro de sábado organizou a parte do bar com os petiscos habituais que a todos agradaram. A paróquia agradece a vossa ajuda e tudo é pouco para as obras que se avizinham. Bem hajam.

TAIZÉ: TESTEMUNHO DE UMA JOVEM

“Simplicidade…União… Companheirismo…

Amizade… Confiança… Amor… Fé… Partilha… Paz…” Estas foram algumas das palavras que se ouviram quando, numa rápida reunião antes do almoço, em roda e de mãos dadas, tentávamos definir o Encontro Ibérico de Taizé.

E, realmente, estes quatro dias foram tudo isto. Mas não só. Para além das palavras que conseguimos dizer ali, naqueles cinco minutos antes de irmos para o meio de toda a gente que incansavelmente preparou o almoço de terça-feira, senti que muita coisa não se dizia, olhava-se. Porque todos, de uma maneira ou de outra, sabíamos o que tinha acontecido, todos tínhamos tido a capacidade de, abstraindo-nos dos pequenos problemas, aproveitar o que de melhor este encontro tinha para nos dar.

Houve tempo para tudo. Puderam ouvir-se as nossas músicas e as nossas gargalhadas. O convívio, a alegria, o “FREE LOVE!” gritado por todos ao mesmo tempo que abraçávamos quem conhecíamos há tão pouco tempo mas com quem fazia sentido partilhar todo o “amor grátis” que tínhamos para dar.

Mas o silêncio e os cânticos, que deram tanta intensidade às orações, também puderam ser ouvidos e foram, sem qualquer dúvida, dos momentos mais marcantes de toda a experiência. Foi aí que nos conseguimos abstrair de toda a confusão que nos rodeava, ir mais fundo, e, numa paz que fica além da descrição, encontrarmo-nos com Deus e connosco mesmos, num pavilhão com 6 mil pessoas que, naquele momento, estavam ali pelo mesmo, independentemente da língua, do país de origem e mesmo da religião que professavam.

No entanto, o que mais me apanhou desprevenida, foi a maneira como este encontro, que à partida envolveria os jovens da Paróquia, moveu e mexeu tanta gente e se tornou uma “lufada de ar fresco” para todos. A forma como as pessoas se reuniram para que tudo corresse bem, a vontade de receber quem vinha de fora(que se manteve mesmo naqueles que tiveram a desilusão de não acolher ninguém e que não deixaram de aparecer), a disponibilidade de quem ficava para preparar sempre alguma coisa para

Page 4: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

Podíamos ouvir na primeira leitura da Eucaristia da Quarta-feira de Cinzas: “Convertei-vos a Mim de todo o coração, com jejuns, lágrimas e lamentações. Rasgai o vosso coração, não os vossos vestidos. Convertei-vos ao Senhor vosso Deus” (Jl. 2,12-13).

A Quaresma apresenta-se como um itinerário para renovar a nossa vida. Na celebração da Quarta Feira de Cinzas todos os cristãos recebem uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Mediante esta imposição que nos deve recordar que somos pó da terra e à terra havemos de voltar o Sacerdote profere as seguintes palavras: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” ou “Que tenhais um coração novo”. Só participando nesta celebração poderemos viver estes 40 dias em penitência para podermos celebrar fortalecidos por um coração novo o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Mas não devemos deixar que esta seja apenas “mais uma Quaresma” que passa rapidamente por entre a azáfama do nosso dia-a-dia. A Quaresma deve ter um significado muito importante no contexto da nossa sociedade, onde muitos não acreditam em Deus, onde muitos cristãos, não cultivam a Fé. Este é o momento de Verdade, de nos assumirmos como povo de Deus e de Acreditarmos na Sua Palavra, no Seu Evangelho. E esta caminhada não pode nem deve ser só individual. Os caminhos da conversão devem ser percorridos em Comunidade. Somos todos convidados a viver este mistério de forma a que a vivência comunitária envolva e fortaleça a caminhada de cada um de nós.

Muitas das nossas fragilidades vêm do pecado e da nossa falta de Amor em geral. Se não reconhecemos os nossos pecados também não nos livramos deles. O retiro quaresmal ajuda-nos a reconhecer e a confessar as nossas faltas e fraquezas e a alcançar o perdão para seguir mais fielmente os caminhos de Deus. Somos todos pecadores e talvez o nosso principal drama seja o já não identificarmos os nossos pecados, no concreto da nossa vida. E isto só mudará se nos convertermos ao Deus Vivo e voltarmos a Amar. A forma como entendemos e vivemos este tempo santo influencia, em grande parte, a qualidade da nossa vida cristã. Meditemos neste tempo…

Vítor Almeida

“Bem, pelo sim, pelo não, faz-se também outra coisa.” Todas estas dúvidas, estas preocupações vão invadindo cada vez mais as cabeças saudavelmente nervosas das famílias.

Chegado o dia, restava-nos esperar até as 16h para finalmente pormos fim à nossa imaginação e sabermos quem seriam os nossos mais recentes familiares. Porém, e como previsto, a organização e distribuição dos jovens estava atrasada e soubemos que o esperado encontro teria de ser adiado até as 23h do mesmo dia.

Acontece que a população S. Pedrense foi incrivelmente hospitaleira e no final das contas sempre tivemos mais acolhedores propostos do que os próprios acolhidos. Apesar de tudo e da desilusão de muitos, o objectivo de todos foi cumprido e conseguimos acolher muito bem todos os jovens que nos chegaram às mãos.

Durante o encontro, as famílias puderam também participar e foi impressionante a aderência de todos nas orações da manhã e no almoço de terça-feira. Algumas delas disponibilizaram-se também a ajudar na preparação das refeições e foram, mais uma vez, uma ajuda preciosa para os jovens.

As famílias cuidaram e acompanharam extraordinariamente os seus hóspedes durante todos estes dias. Foi uma óptima experiência e os jovens partiram certamente com uma formidável impressão da nossa terra com a vontade de um dia cá voltarem.

J.Cristóvão

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

“Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra

hás-de voltar.”

Com a imposição das cinzas, inicia-se uma etapa espiritual muito importante para todos os cristãos que se querem preparar dignamente para viver o Mistério Pascal. Iniciamos a nossa Quaresma. Este é um tempo forte do nosso calendário litúrgico onde encontramos uma forte interpelação à conversão, o que significa aceitar os nossos pecados e a confiança na misericórdia transformadora de Deus. Podemos resumir este tempo numa só palavra: "Convertei-vos". É este o convite que recebemos de Deus, mostrando que existe sempre uma oportunidade para a mudança, recordando também a fragilidade da vida humana. Mas que conversão é esta? A conversão não é mais do que voltar a Deus, valorizando a nossa vida sob a luz da sua verdade. Uma valorização que implica uma consciência cada vez mais forte de que estamos apenas de passagem neste Mundo o que nos deve motivar a vivermos verdadeira e intensamente a sua Palavra.

Page 5: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

LOBITOS EM ACÇÃO

Foi no passado dia 13 que os Lobitos do nosso agrupamento se juntaram para Salvar a

Selva. E para isso, foram acampar nesse fim-de-semana para a Quinta da Valdeira, em Santa Comba. O mote estava dado, a vontade estava ao rubro, a euforia era notória. De tal forma, que à hora marcada (9:00h), já todos esperavam pela viagem, em direcção aos lugares mais recônditos da Selva. De armas e bagagem, lá se dirigiram todos para o local onde, pela primeira vez, muitos dos nossos Lobitos montaram tendas e preparam o local que veio a servir de cozinha. Apesar do frio que se fazia sentir, pela hora do almoço, já pois o trabalho tinha todos estavam a suar, sido imenso, tendo aberto o apetite...e de que forma! Já de barriga cheia, chegou a altura de dar inicio à missão a que se tinham proposto: Salvar a Selva. E para Salvar a Selva, os nossos Lobitos andaram à procura de pistas que os levassem até aos inimigos que andavam a poluir e a maltratar a fauna e a flora. Apesar do esforço desenvolvido em grupo, os 5 bandos de Lobitos não conseguiram ser suficientemente rápidos para apanhar os inimigos. E assim, quando chegaram junto das tendas, descobriram da forma mais atroz, aquilo que os inimigos eram capazes de fazer... O campo estava totalmente imundo, com todo o tipo de lixo espalhado pelo imenso relvado. Então, os Lobitos, cheios de vontade e coragem, deitaram mãos à obra, separando os diversos resíduos e colocando-os no seu devido local, o Ecoponto. Tanto esforço merecia recompensa, mas antes de celebrar a vitória, ainda houve tempo para ajudar na construção de uma casa pertencente à Quinta, juntando pedras para acabar de erguer uma parede do edifício. Isto porque o Lobito pensa primeiro no seu semelhante! Quando finalmente chegaram ao campo, tinham à sua espera uma lição de culinária, tendo aprendido a fazer aquilo que mais gostam: MOUSSE DE CHOCOLATE. Depois de jantar, tiveram então ordem para comemorar a grandioso dia que tiveram, assando uns saborosos MARSHMELLOWS e participando no Fogo-de-Concelho. No fim do dia, as pernas já se queixavam, estava então na hora de descansar. No dia seguinte, a alvorada foi bem cedo. Às 7h15 já todos estavam fora das suas tendas, a prepararem-se para assistir à Eucaristia, na Igreja da Sobreira. O frio era tanto que o chão até tinha bocadinhos de gelo, mas nada que os nossos valentes Lobitos não aguentassem. Terminada a Eucaristia, voltamos para o nosso campo, era altura de começar a desmontar as tendas e

CAMINHADA DO HOMEM NOVO

Tudo teve início pelas 7h30 do dia 20 de Fevereiro de 2010, na sede de Escuteiros de São Pedro da Cova.

A leitura de um texto encheu os Caminheiros de Fé para a grande Caminhada do Homem Novo. A viagem de Valongo até Recarei foi feita de carris. Os Caminheiros e o Chefe da Secção trocavam ideias e opiniões do que iria ser a Caminhada por todos ansiada.

Depois de saírem do comboio em Recarei, iniciaram a Caminhada até à Quinta da Valdeira (Sobreira), onde fizeram um pequeno intervalo para o lanche da manhã!

Acabados os lanches, puseram pés ao caminho… Caminhavam com alegria e sempre com boa

disposição! Como companheiros, o espírito de grupo fazia notar-se! Após uma paragem para a leitura de um texto e reflexão sobre o mesmo, cada Caminheiro, juntamente com o Chefe, teve uma participação activa, apresentando a passagem que para si mais significado tinha.

Sentiam-se, cada vez mais, “alguém melhor”, pois quando olhavam para trás, recordavam tudo aquilo que já tinham vivido e, isso, já ninguém podia retirar ao grupo.

Seguiu-se a hora de almoço, onde agradeceram ao Senhor pela refeição que iam tomar e o caminho que já tinham percorrido.

Terminado o almoço, voltaram à Caminhada… o cansaço começava a notar-se com o passar da tarde, mas o que é maravilhoso de relembrar é que a fadiga podia ser muito, porém a entreajuda entre o Clã fazia-se notar e era cada vez maior! Era notável o esforço, mas também a vontade de continuar…

Já quase o sol se escondia no horizonte, quando os Caminheiros e o Chefe pararam para mais um momento de reflexão, desta vez sobre a Quaresma (o que era exactamente a Quaresma, o jejum, as diferenças que se fazem notar nas igrejas neste período, entre outras). Acabada a leitura e a sua reflexão, o Chefe da Equipa S.Paulo entregou o símbolo da actividade que estavam a viver: uma pegada. A pegada que simboliza a Caminhada do Homem Novo!

De volta ao caminho, e já no final da tarde, os Caminheiros e o Chefe de Secção chegaram a Melres, onde lancharam, sendo depois transportados até ao local onde havia começado a actividade, São Pedro da Cova.

Seguiu-se a Eucaristia, mas, antes disso, o nosso Pároco não dispensou ouvir a nossa aventura…

Acabada a Eucaristia, cada elemento regressou à sua casa, no entanto, e apesar do cansaço, o Clã voltou à Quinta da Valdeira para assistir ao Fogo de Conselho da II Secção do nosso Agrupamento, e aí sim, demos por encerrada a nossa actividade. O Chefe da Equipa S.Paulo agradeceu a ajuda que o Senhor nos havia dado durante toda a Caminhada…

Mas será que a Caminhada acaba aqui?

Veremos!!! Borboleta Rabugenta

Page 6: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

bilhete é o do costume: 5,00 €, e a finalidade do dinheiro também é a do costume: as nossas obras.

Nessa mesma noite vai estar a funcionar o nosso Bar para jantar e petiscar. Como já sabem temos as melhores cozinheiras do distrito do Porto, para não ir mais longe. Apareçam, divirtam-se, ajudem-nos…

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO Caminhar para a Páscoa é querer renovar-se, querer voltar a Deus e experimentar o Seu Perdão. A Celebração do Sacramento da Reconciliação pode ser feita sempre que haja disponibilidade do Pároco ou doutro Padre que esteja na Igreja. Mas, durante este tempo da Quaresma, as sextas-feiras estão reservadas só para isso. Assim, das 17.00 H. às 19 H. o Pároco estará inteiramente disponível para atender quem estiver interessado. No dia 25 de Março, à noite, estaremos muitos Padres à Vossa disposição. Às 21.30 H. haverá uma pequena celebração Penitencial e, depois, seguir-se-á o Sacramento da Reconciliação. Devem aproveitar essa oportunidade para dar um passo decisivo ao encontro da compaixão de Deus por nós.

ORGANIZAÇÃO DA VISITA PASCAL Também este ano encheremos as ruas de São Pedro da Cova na manhã de Páscoa com as nossas campainhas e o anúncio da Ressurreição de Cristo: é o Compasso ou Visita Pascal. Os grupos que foram ano passado devem começar a organizar-se, rever as mudanças necessárias e programar a Visita deste ano 2010. Fazemos um convite muito insistente: os elementos dos grupos pascais devem procurar, desde já, viver a Quaresma e devem participar em todo o Triduo Pascal. Como podem anunciar algo que não vivem? Como

arrumar as mochilas. Por volta das 11h, os pais dos nossos Lobitos, que tinham sido convidados a aparecer e a participar no nosso Acampamento, lá foram chegando e começamos as nossas actividades em conjunto. Desde as “Pontes de Corda” sobre o rio, até à Escalada, passando pelo Slide, tanto os Lobitos como os seus pais, desfrutaram da Natureza e do espírito escutista. Por volta das 13h, todos se reuniram para almoçar as iguarias trazidas pelos pais, recarregando as baterias para as actividades da tarde. Às 17h, terminamos as actividades e todos os pais que quiseram ser “escuteiros por um dia”, receberam um Lenço como lembrança de um dia bem passado. De seguida, voltamos para casa, cansados, mas satisfeitos com um fim-de-semana recheado de aventura. Todos (Pais e Dirigentes) saímos desta actividade mais ricos, pois tínhamos ajudado os nossos Lobitos a perceber que se formos como S. Francisco de Assis, seu patrono, e amarmos a mãe Natureza como a nós mesmos, iremos todos juntos viver melhor.

FEIRA DAS MADRINHAS

Tal como ano passado, um grupo de engenhosos paroquianos e paroquianas está a montar uma Feira para as Madrinhas. Trata-se de pôr à venda o artesanato que sabem fazer e de arranjar uns “miminhos” para as Madrinhas. Têm coisas bem bonitas e haverá para todos os gostos. Abre na cripta no dia 6 de Março à tarde e vai estar a funcionar nas tardes de sábado e Domingo e após as Missas. Não percam a oportunidade de apreciar o que sabem fazer tão bem, de comprar as prendas bonitas e, ainda, ajudar as nossas obras. A todos, a começar pelos que já estão há muito a trabalhar, agradecemos. Também agradecemos aos que vêm comprar…

ACADEMIA DE MÚSICA DE LOUSADA

Uma noite de boa música é o que se promete para o dia 6 de Março. O Conservatório de Música de Lousada vem estar connosco nessa noite, na cripta. Os seus alunos constituem a grande orquestra mas, também se dividem em formações mais pequenas e interessantes, que tocam todos os estilos de música. Para quem gosta de música e para quem está a aprender a gostar, fica aqui o convite duma noite diferente, uma noite de bom gosto e de arte. O preço do

Page 7: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

VIA-SACRA A oração da Via Sacra é uma prática cristã muito ligada à Quaresma. É claro que podemos reza-la em qualquer altura mas, na Quaresma há três ligares na Paróquia onde a rezamos em comum: na Igreja Matriz às 16.00 H., na Igreja da Senhora das Mercês às 21.30 H. e na Capelinha de S. José (Bairro Mineiro) às 21.30 H. Em todas as sextas-feiras da Quaresma.

Na sexta-feira Santa, dia 2 de Abril, às 21.30 H., haverá uma Via Sacra organizada pelos jovens. Desta vez vamos começar na Capelinha de São José no Bairro Mineiro. Daí viremos pela Paradela, em caminhada de oração, meditando a Paixão do Amor de Cristo até à Igreja Matriz. Depois de participar na celebração da Paixão às 15.00 H. desse dia, será a melhor forma de vivermos este dia.

FILHOS DE DEUS

No mês de Janeiro entraram para a Igreja pelo baptismo:

• Rodrigo Moreira de Sousa

NAS MÃOS DE DEUS Durante o mês de Janeiro faleceram: • Manuel Silva Alves – 71 anos • Emília de Jesus Vieira – 89 anos • Teresa Alice Pereira da Silva Santos – 76

anos • Francisca Vieira da Cruz – 89 anos • Delfina Teixeira da Cunha – 93 anos • Maria Aida da Silva – 80 anos • José Ferreira de Paiva – 69 anos • Francisco Teixeira – 89 anos

podem dizer aos outros que Cristo Ressuscitou se não O celebram? Tal como ano passado, faremos a Visita Pascal só durante a manhã, depois da Eucaristia às 8.00 H.. À tarde, reunimo-nos nos Bombeiros às 17.30 H. e viremos em procissão para a Igreja, para a celebração da Eucaristia às 18.00 H. A seguir, os elementos dos grupos pascais irão conviver no jantar. Dadas as muitas necessidades da Paróquia, a ofertas que os paroquianos irão fazer destina-se às nossas obras. Por isso, vá lá, é verdade que estamos em crise, mas sejam mais generosos que o ano passado. Obrigado.

A MELHOR HERANÇA: A FÉ A transmissão da Fé é uma tarefa importante para as famílias católicas e para toda a Igreja. Mas, todos sabemos como é uma missão difícil, com muitos obstáculos e nem sempre bem sucedida. Mas também é fonte de muitas alegria quando vemos os mais novos a caminhar na Fé, a sentir a alegria e a força da Graça de Deus. O Grupo da Pastoral da Família convidou a Profª Isabel Baptista para estar connosco no serão de 13 de Março para nos falar de trocarmos opiniões sobre este assunto. A Profª Isabel Baptista é formada em Psicologia e Pedagogia e à muitos anos que faz projectos de integração e promoção de pessoas em situações especiais. Assim, será uma boa ajuda para a nossa reflexão. Todos os que estiverem interessados na educação, especialmente pais, mas também catequistas, dirigentes, avós, professores… são bem vindos. Será na cripta, às 21.30 H. com entrada livre.

NÃO FAÇA ALMOÇO Parece que a moda pegou e agora temos um NÃO FAÇA ALMOÇO todos os meses. Será no dia 7 de Março, Domingo e desta vez vai ser organizado e servido pela Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Os interessados devem encomendar com antecedência as suas refeições para não correrem o risco de ficar sem comer. Podem fazê-lo directamente na Igreja da Senhora da Fátima ou na Igreja Matriz.

Page 8: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

ESPAÇO CATEQUESE

Ideias Partilhadas, Positivas e Pertinentes

UMA CATEQUESE COM PAIS

Partilho com todos vós uma catequese de 6º ano, realizada com a presença e a participação dos pais. Uma experiência muito positiva, que me marcou enquanto catequista, que certamente ficará na memória de todos os meninos e meninas e também de todos os pais. Pela alegria, pelo convívio, pela partilha, pelo crescimento… Valeu a pena e qualquer dia iremos repetir, certamente. Disponibilizo a apresentação em power point a quem estiver interessado. Para isso, basta enviarem o pedido para a caixa de correio do Poço.

BREVE PLANIFICAÇÃO

TEMA: BEM-AVENTURANÇAS

1ºDispor pais e catequizandos num círculo e propor o cântico “Jesus está passando por aqui…”. Na parede, projectada / afixada, está a frase incompleta “Sou feliz quando…” 2ºConvidar cada pai e cada criança a apresentar-se, dizendo o seu nome e a completar a frase “Sou feliz quando…” 3º No final de cada apresentação, entoa-se o cântico proposto, substituindo a palavra Jesus pelo nome do pai / criança. 4º Convidar todos a sentar nas cadeiras dispostas em semi-círculo e pedir a um pai/ mãe que acenda a vela, convidando ao silêncio, lembrando que Jesus está realmente no meio de nós. 5ºProjectar/ afixar imagens de pessoas de várias idades com aspecto feliz. 6º Partir das ideias que foram surgindo sobre a “Felicidade” aquando da apresentação, de forma a dialogar interactivamente com todos sobre o

que é ser feliz.

7ºProjectar / afixar imagem de Jesus apresentando “As Bem-Aventuranças”. 8º Apresentar “ As Bem-Aventuranças” como um tesouro que nos pode indicar o caminho para a Felicidade. 9º Formar pares de pais/filhos, distribuir bíblias, convidá-los a procurar o texto das Bem-Aventuranças, fazendo uma primeira leitura silenciosa. (Mt. 5, 1-10).

10º Após aclamação da Palavra com um breve cântico, um pai / mãe faz a leitura do texto bíblico, em voz alta. 11º Explicação interactiva de cada uma das “Bem-Aventuranças”. 12º Reflectir sobre o que é afinal a verdadeira “Felicidade” e sugerir acções práticas que nos ajudem a ser felizes no nosso dia-a-dia, de acordo com “ As Bem-Aventuranças”. Mostrar fotos/ imagens de pessoas que praticaram, ao longo da sua vida, “As Bem-Aventuranças”. 13º Terminar com uma oração colectiva.

Catequista Tina

VIA-SACRA DA CATEQUESE

No próximo dia 20 de Março (sábado), pelas 15h30,

realizar-se-á a Via -Sacra com todas as crianças que frequentam a Catequese na nossa paróquia, no espaço onde semanalmente se realiza a Feira de S. Pedro. Eis uma forma muito rica de marcarmos este tempo de Quaresma, preparando-nos de forma mais intensa para o Dia de Páscoa. Todos os catequizandos serão envolvidos de um modo dinâmico nesta caminhada, rezando, cantando, lendo e dramatizando…

Contamos com a presença de todos, nomeadamente com os pais e encarregados de educação, que estão, desde já, convidados a acompanharem os seus filhos e a participarem intensamente nesta actividade de fé.

DIVAGANDO … NA SOCIEDADE CARIDADE NA VERDADE (CARITAS IN VERITATE)

Será que foi pelas dimensões em que foi editado (

250 x 130 x 10 mm )? Pelo seu volume = 325.000 mm3? Pelo seu peso = 159 g ? Pelo seu preço = € 4,00 ? Pelo preço, julgo que não pois, no que ao preço se

referem são, de um modo geral, sempre grandes, volumosos e pesados.

Então porque terá sido que TODA A IMPRENSA, falou deste “livro”, tão pela rama e de um modo tão imperceptível, que não provocou qualquer eco?

Penso que só poderia ter sido pelo seu conteúdo. Senti, ao fazer a leitura desta Carta Encíclica de

Bento XVI, que o mesmo estava escrito de um modo um tanto teológico e filosófico, para o “ comum mortal “ mas, nem por isso, deixa de ser entendível.

Compreendo que um forte poder escondido ou mais modernamente falando, “ oculto “, aliado a outros poderes visíveis, não tenham interesse na divulgação, explicação e explicitação, de todo o seu conteúdo. Aqui lamento e fico triste, por mais uma vez, a voz da Igreja ficar, também, um pouco “ apagada “.

Conhecemos que nesta sociedade e neste mundo, onde os valores da responsabilidade, da moral e da ética, foram substituídos, nos seus objectivos, embora continuem com os mesmos títulos, tenham eco mais profundo e mais sonante, por tudo que é mais feroz e mais daninho, desde as aparentemente, frágeis ervas do campo, tais como sara magos, ortigas e outras que picam e fazem comichinhas, isto é, obrigam a falar. Mas, a CARIDADE e a VERDADE e a CARIDADE NA VERDADE, quem fala delas?

“ Enquanto dom recebido por todos, a caridade na verdade é uma força que constitui a comunidade, unifica os seres humanos, segundo modalidades que não conhecem barreiras nem confins”

Damião França

Colabora! Envia as tuas ideias, as tuas opiniões e sugestões sobre Catequese para [email protected].

Page 9: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE

O PAPA BENTO XVI

PARA A QUARESMA DE 2010

A justiça de Deus está manifestada

mediante a fé em Jesus Cristo

(cfr Rom 3, 21–22 )

Queridos irmãos e irmãs, todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada

mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3,21 – 22 ).

Justiça: “dare cuique suum”

Detenho-me em primeiro lugar sobre o significado

da palavra “justiça” que na linguagem comum implica “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”, segundo a conhecida expressão de Ulpiano, jurista romana do século III. Porém, na realidade, tal definição clássica não precisa em que é que consiste aquele “suo” que se deve assegurar a cada um. Aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais intimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado á sua imagem e semelhança. São certamente úteis e necessários os bens materiais – no fim de contas o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam e certamente condena a indiferença que também hoje condena centenas de milhões de seres humanos á morte por falta de alimentos, de água e de medicamentos - , mas a justiça distributiva não restitui ao ser humano todo o “suo” que lhe é devido. Como e mais do que o pão ele de facto precisa de Deus. Nora Santo Agostinho: se “ a justiça é a virtude que distribui a cada um o que é seu…não é justiça do homem aquela que subtrai o homem ao verdadeiro Deus” (De civitate Dei, XIX, 21).

De onde vem a injustiça?

O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21). Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reacções dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior. Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do

mal, não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7). Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original. Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram á lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; á lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza. Como pode o homem libertar-se deste impulso egoísta e abrir-se ao amor?

Justiça e Sedaqah

No coração da sabedoria de Israel

encontramos um laço profundo entre fé em Deus que “levanta do pó o indigente (Sl 113,7) e justiça em relação ao próximo. A própria palavra com a qual em hebraico se indica a virtude da justiça, sedaqah, exprime-o bem. De facto sedaqah

significa, dum lado a aceitação plena da vontade do Deus de Israel; do outro, equidade em relação ao próximo (cfr Ex 29,12-17), de maneira especial ao pobre, ao estrangeiro, ao órfão e á viúva ( cfr Dt 10,18-19). Mas os dois significados estão ligados, porque o dar ao pobre, para o israelita nada mais é senão a retribuição que se deve a Deus, que teve piedade da miséria do seu povo. Não é por acaso que o dom das tábuas da Lei a Moisés, no monte Sinai, se verifica depois da passagem do Mar Vermelho. Isto é, a escuta da Lei , pressupõe a fé no Deus que foi o primeiro a ouvir o lamento do seu povo e desceu para o libertar do poder do Egipto (cfr Ex s,8). Deus está atento ao grito do pobre e em resposta pede para ser ouvido: pede justiça para o pobre ( cfr.Ecli 4,4-5.8-9), o estrangeiro ( cfr Ex 22,20), o escravo ( cfr Dt 15,12-18). Para entrar na justiça é portanto necessário sair daquela ilusão de auto – suficiência , daquele estado profundo de fecho, que á a própria origem da injustiça. Por outras palavras, é necessário um “êxodo” mais profundo do que aquele que Deus efectuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, é impotente a realizar. Existe portanto para o homem esperança de justiça?

Page 10: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

Cristo, justiça de Deus

O anuncio cristão responde

positivamente á sede de justiça do homem, como afirma o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos: “ Mas agora, é sem a lei que está manifestada a justiça de Deus… mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os crentes. De facto não há distinção, porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, por meio da redenção que se realiza em Jesus Cristo, que Deus apresentou como vitima de propiciação pelo Seu próprio sangue, mediante a fé” (3,21-25).

Qual é portanto a justiça de Cristo? É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O facto de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14). Mas isto levanta imediatamente uma objecção: que justiça existe lá onde o justo morre pelo culpado e o culpado recebe em troca a bênção que toca ao justo? Desta maneira cada um não recebe o contrário do que é “seu”? Na realidade, aqui manifesta-se a justiça divina, profundamente diferente da justiça humana. Deus pagou por nós no seu Filho o preço do resgate, um preço verdadeiramente exorbitante. Perante a justiça da Cruz o homem pode revoltar-se, porque ele põe em evidencia que o homem não é um ser autárquico , mas precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo. Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade.

Compreende-se então como a fé não é um facto natural, cómodo, obvio: é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte do “meu”, para me dar gratuitamente o “seu”. Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitencia e da Eucaristia. Graças á acção de Cristo, nós podemos entrar na justiça “ maior”, que é aquela do amor ( cfr Rom 13,8-10), a justiça de quem se sente em todo o caso sempre mais devedor do que credor, porque recebeu mais do que aquilo que poderia esperar.

Precisamente fortalecido por esta experiencia, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.

Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça. Com estes sentimentos, a todos concedo de coração, a Bênção Apostólica.

Vaticano, 30 de Outubro de 2009

BENEDICTUS PP. XVI

DERRUBAR MUROS

No passado dia 20 de Novembro, festejou-se 20 anos que o Muro de Berlim deixou de existir, foi um acontecimento que teve algum eco na comunicação social, e da qual nós ficamos todos contentes.

Ao mesmo tempo pensei, “meu Deus que o Muro de Berlim sirva de exemplo para todos nós”.

Porque é tempo de parar e pensar em todos os “muros” invisíveis que nos rodeiam criados por nós, como por exemplo a inveja, que tanta amizade, tanto amor e tantas famílias destrói.

Os “muros” da maldade, avareza, mentira etc, são como uma muralha de ferro que nos cortam a visão para Deus e só nos mostra o mal, Senhor dai-nos coragem para derrubar os nossos muros pessoais, para que possamos servir-te melhor e assim viver melhor e em paz.

Georgina Eduarda

Page 11: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA Ferial

(2ª a 6ª feira): 19.00 H na Igreja Paroquial

Dominical Sábado:

19.00 H. na Igreja Paroquial

Domingo:

8.00 H. na Igreja Paroquial 9.00 H. na Igreja da Senhora de Fátima 10.00 H. na Igreja da Senhora das Mercês

11.00 H. na Igreja Paroquial

TRIDUO PASCAL

Os cristãos devem participar activamente nas celebrações

pascais, verdadeiro centro da sua Fé. Para isso, tomem nota:

QUINTA-FEIRA SANTA

dia 1 de Abril: Missa da Ceia do Senhor – 21.30 H.

(segue-se a Adoração do Santíssimo até às 24.00 H)

SEXTA-FEIRA SANTA

dia 2 de Abril: Celebração da Paixão – 15.00 H.

Via Sacra – 21.30 H.

SÁBADO SANTO

dia 3 de Abril: Vigília Pascal – 21.30 H.

DOMINGO DE PÁSCOA

dia 4 de Abril: 8.00 H.: Eucaristia

18.00 H.: Eucaristia

HORÁRIO DA SECRETARIA PAROQUIAL

A Secretaria Paroquial está instalada junto da entrada lateral da Igreja do lado do Cemitério e funciona de 2ª a Sábados das 15.00 Horas às 19.00 Horas O atendimento normal do Pároco é de 3ª a 6ª feira das 16.30 Horas às 18.30 Horas. Se houver necessidade de atender noutro horário, pode-se combinar com o Pároco qualquer outra hora mais conveniente.

CONTACTOS

Igreja Paroquial de São Pedro da Cova Rua da Igreja

4510-283 SÃO PEDRO DA COVA Tel.: 938 539 139

e-mail do Pároco:

[email protected]

e-mail do Boletim Paroquial: [email protected]

CAROS LEITORES E COLABORADORES

A equipa do boletim paroquial agradece a colaboração de todos os leitores que começam a trabalhar connosco neste projecto! Esperamos crescer sobretudo em qualidade e, para isso, contamos com a vossa preciosa ajuda!

Gostaríamos de esclarecer que os textos que nos enviam poderão estar sujeitos a uma selecção, tendo em conta os seguintes critérios:

§ Espaço disponível; § Pertinência dos assuntos tratados; § Adequação ao tema mensal do boletim. Convém ainda referir que a equipa d’ “O Poço” reserva-se o direito de:

§ Fazer as correcções que julgar necessárias a nível da ortografia, acentuação e pontuação;

§ Realizar pequenas correcções a nível da estrutura frásica, sem alteração do sentido original do texto, de forma a melhorá-lo e valorizá-lo;

§ Retirar pequenas passagens textuais, tendo em conta as necessidades e os objectivos do boletim.

Juntos, poderemos fazer deste “Poço” de papel um espaço vivo de encontros e partilhas!

A Equipa d’ “O Poço”

EQUIPA EDITORIAL Daniela Filipa Ferreira dos Santos Fernanda Albertina Costa Correia Fernando José Teixeira Oliveira Fernando Silvestre Rosas Magalhães João Vasco Castro Rodrigues José Armando Coimbra de Pinho José Cristóvão Fernandes Nogueira Vitor Damião França Almeida

Arranjo Gráfico:

Rui Pombares (www.token.pt)

Page 12: Boletim Paroquial de São Pedro da Cova · 2017-07-14 · a pÁscoa jÁ tÃo perto ecos de taizÉ caminheiros e lobitos feira das madrinhas conservatÓrio de mÚsica de lousada a

A CRUZ É O CAMINHO DA VIDA! BOM CAMINHO NESTA QUARESMA!

Senhor! Isto é tão duro…

Por favor, torna a minha cruz

menos pesada.

Senhor, torna-a um pouco ainda

mais leva. Será melhor para a

carregar! Senhor! Muito obrigado!

Usamo-la como ponte para atravessar para

o outro lado!

Ah! É pequena demais.

Não consigo atravessar!