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JUNHO/18 PIB do agronegócio BRASILEIRO Brazilian Agribusiness Cepea Report BOLETIM

BOLETIM PIB do agronegócio JUNHO/18 BRASILEIRO...perda de 4,8%, indicando que os pro-dutos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia brasilei-ra. Essa redução

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Page 1: BOLETIM PIB do agronegócio JUNHO/18 BRASILEIRO...perda de 4,8%, indicando que os pro-dutos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia brasilei-ra. Essa redução

JUNHO/18

PIB do agronegócioBRASILEIRO

Brazilian Agribusiness Cepea Report

BOLETIM

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do Agronegócio BrasileiroBRAZILIAN AGRIBUSINESS CEPEA REPORT

O Boletim PIB do Agronegócio Brasileiro é uma publicação mensal, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), que aborda aspectos da conjun-tura e da estrutura do agronegócio brasileiro sob diferentes óticas, oferecendo um panorama completo a respeito do desempenho do setor. Em todas as suas edições mensais são apre-sentadas as mais recentes perspectivas e análises a respeito do PIB do agronegócio brasileiro. O agronegócio, setor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária bási-ca, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A análise des-se conjunto de segmentos é feita também para o ramo agrícola e para o pecuário. Especificamente em relação ao PIB do Agronegócio Brasileiro, trata-se de resultado de pesquisa realizada em parceria entre o CEPEA e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Pelo critério metodológico do Cepea, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do produto, ou seja, pelo Valor Adicionado total deste setor na economia, a preços de mercado. O PIB do agronegócio brasileiro refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agropecuária, na produção primária e se estendendo a todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. Para a análise do PIB do setor, o Cepea calcula e analisa diferentes indicadores, que retratam o com-portamento do setor por diferentes óticas: o PIB-volume Agronegócio, que é produto medido pelo critério de preços constantes; o Deflator do PIB do Agronegócio, ou índice de inflação do setor; o PIB-renda Agronegócio, que reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais; e os Preços relativos, que relacionam os de-flatores do agronegócio e seus segmentos com o deflator do PIB nacional. Destaca-se que as taxas calculadas para cada período consideram o mesmo momento do ano anterior como base, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas, para as quais computa-se a previsão de safra para o ano (frente ao ano anterior). Importante também destacar que cada relatório considera os dados disponíveis – preços e produções observadas e estimativas anuais de produção – até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, é possível, portanto, que os resultados sejam alterados. Para detalhamento metodológico, acessar material completo: http://www.cepea.esalq.usp.br/br/metodologia.aspx.

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA). BOLETIM CEPEA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. PIRACICABA, V.2, N.5, 2018.

EQUIPE RESPONSÁVEL: Coordenação Geral: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/ Esalq/USP;Equipe técnica: Dra. Nicole Rennó Castro, MSc. Leandro Gilio, Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Bel. Ana Carolina de Paula Morais e Bel. Marcello Luiz de Souza Junior.

Notas Metodológicas - BOLETIM CEPEA

PIB DO AGRONEGÓCIO

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PIB do Agronegócio Brasil | JUNHO/18

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

BAIXOS PREÇOS E ALTA PRODUÇÃO CONTINUAM MARCANDO O CENÁRIO DO AGRONEGÓCIO NO ANO

Consideradas informações até junho/18, espera-se cresci-mento anual de 1,7% no PI-

B-volume do agronegócio brasileiro para 2018 – conforme estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Tanto para o ramo agrícola quanto para o pecuário estima-se crescimento do PIB-volume. Entre os segmentos, o destaque se mantém

com os elos industriais e de serviços, embora também se estime cresci-mento dentro de porteira (Tabela 1). Entre as agroindústrias acom-panhadas pelo Cepea para a evolu-ção do PIB, são destaques em cres-cimento de volume as indústrias de base madeireira (produtos e móveis de madeira, papel e celulose), do café e de óleos vegetais. Já no seg-mento primário, o PIB-volume segue impulsionado pela produção pecu-ária, com destaque para bovinocul-

Notas Metodológicas - BOLETIM CEPEA

PIB DO AGRONEGÓCIO

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CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Quantos aos preços relativos do agronegócio, o que permite rea-lizar uma avaliação sobre a ren-

da, as estimativas atuais apontam para perda de 4,8%, indicando que os pro-dutos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia brasilei-ra. Essa redução é verificada sobretu-do no ramo pecuário e no segmento primário do ramo agrícola (Tabela 1).

Como já destacado no boletim anterior, a pressão baixista da média de preços relativos dos produtos do agronegócio vem suprimindo a evo-lução positiva em termos de volume e pressionando a renda, assim como observado em 2017. No balanço das variações de volume e preços, esti-ma-se queda de 3,2% no PIB-renda do agronegócio para 2018 (Tabela 1).

Tabela 1 - PIB do Agronegócio: variação anual 2018/2017

Fonte: Cepea/Esalq-USP e CNA. *Relação entre os deflatores do agronegócio e de seus

segmentos e o deflator do PIB Nacional.

PIB DO AGRONEGÓCIO - Taxas anuais de crescimento 2018/2017 (dados até junho/18)

Ramos Segmentos PIB-volumePreços

RelativosPIB-renda

Ramo agrícola

Insumos 2,7% 3,9% 6,7%

Primário -0,8% -7,7% -8,4%

Indústria 1,8% 3,0% 4,9%

Agro-serviços 1,6% 1,7% 3,3%

Ramo agrícola total 1,1% 0,0% 1,1%

Ramo pecuário

Insumos -0,5% -4,6% -5,1%

Primário 3,5% -11,8% -8,7%

Indústria 3,3% -15,7% -12,9%

Agro-serviços 3,1% -18,9% -16,4%

Ramo pecuário total 3,1% -15,5% -12,9%

AGRONEGÓCIO

Insumos 1,6% 1,0% 2,6%

Primário 0,7% -9,1% -8,5%

Indústria 2,1% -1,2% 0,9%

Agrosserviços 2,1% -5,3% -3,3%

Agronegócio 1,7% -4,8% -3,2%

tura de corte, suinocultura e pro-dução de ovos. Ademais, produtos importantes para a geração de va-

lor na agricultura dentro da portei-ra seguem em expansão de volume, como a soja, o algodão e o café.

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PIB do Agronegócio Brasil | JUNHO/18

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Novamente, ressalta-se um aspecto importante acerca desta va-riação de preços. Como esta é cal-culada a partir da comparação entre os preços médios do primeiro semes-tre de 2018 e do mesmo período de 2017, a expressiva queda atrela-se também ao fato de que esse período foi o de preços mais altos em 2017. Então, a medida que a comparação anual passe a incluir mais meses (nas próximas estimativas do PIB), a taxa negativa deverá ter sua magnitude amenizada (como já vem ocorren-do desde o início de 2018), tendo em vista o baixo patamar de preços agrícolas avaliado ao final de 2017. No contexto macroeconômi-co brasileiro, o PIB total, calculado pelo IBGE, cresceu 1,1% no primei-ro semestre de 2018 com relação ao mesmo período do ano passado – resultado aquém do esperado pelo mercado. Segundo o último relatório Focus do Banco Central, a estimativa de crescimento para o PIB, conforme

média da análise de agentes do mer-cado, está em 1,4% para 2018, bas-tante abaixo dos 3,14% esperados no primeiro relatório Focus do Banco Central divulgado em janeiro (5 de ja-neiro de 2018). O baixo crescimento econômico segue acompanhado pela manutenção do elevado déficit públi-co, da alta taxa de desemprego e da tendência de queda do poder de com-pra da população brasileira, além das instabilidades do mercado associadas à especulação com relação à aproxi-mação do pleito eleitoral. Este cenário é preocupante para todos os setores produtivos brasileiros, com destaque ao agronegócio, que também tem so-frido pressão de custos, notadamente no que se refere aos impactos da po-lítica de tabelamento de fretes impos-ta pelo governo federal em resposta à greve dos caminhoneiros em maio. Veja o relatório com-pleto do PIB do Agronegó-cio: https://bit.ly/2OnYRn2

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